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75 PERGUNTAS E RESPECTIVAS RESPOSTAS SOBRE AVALIAÇÃO DE


IMPACTOS AMBIENTAIS

Technical Report · April 2021

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2 authors, including:

Elias Silva
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
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CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - CCA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL - DEF

TECHNICAL REPORT:

75 PERGUNTAS E RESPECTIVAS
RESPOSTAS SOBRE AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS AMBIENTAIS

ELIAS SILVA - Professor Titular JOÃO VICTOR RODRIGUES


Departamento de Engenharia Florestal DOS SANTOS – Graduando do
Universidade Federal de Viçosa (UFV) Bacharelado em Geografia, UFV
Viçosa, Minas Gerais, 36.570-900 JOAO.V.RODRIGUES@UFV.BR
ESHAMIR@UFV.BR - (31) 3612-4181

VIÇOSA - MINAS GERAIS – BRASIL - 2021


1) O que é meio ambiente?

De acordo com a Lei Federal Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que instituiu a


Política Nacional de Meio Ambiente no Brasil (PNMA), é “o conjunto de condições,
leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga
e rege a vida em todas as suas formas.”

Já para a Resolução CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO


AMBIENTE Nº 306, de 05 de julho de 2002, é o “conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e
urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.”

Portanto, percebe-se que a citada Resolução incorporou ao conceito os termos social,


cultural e urbanística. Nesse sentido, fica claro que o objetivo foi explicitar que o ser
humano também faz parte do meio ambiente, uma vez que os referidos termos são
de cunho antrópico. Em outras palavras, tentou-se evidenciar a existência do meio
construído, e não apenas do chamado meio natural. Ao nosso ver, não haveria
necessidade, pois no conceito explicitado pela PNMA já há o termo biológica, que
evidentemente abarca os fatores humanos, porquanto o homem é um animal, no caso
mamífero e primata. É claramente um caso de redundância, aliás, questionável, pois
ao relacionar alguns termos ligados à vida humana, deixou de citar outros, como por
exemplo, os verbetes econômico e rural. Enfim, ao citar alguns termos, “abriu a
guarda”, dando margem a questionamentos, tal como o que fizemos. É importante
entender que um bom conceito deve se pautar na concisão, o que se consegue ao usar
termos generalistas – como é o caso de biológico.

Com base no exposto, percebe-se que o conceito de meio ambiente só tem sentido se
existir uma forma de vida para ser contextualizada, seja microbiana, vegetal ou
animal (inclui o ser humano), por conta de mencionar que o conjunto de condições,
leis, influências e interações de várias naturezas deve permiti-la, abrigá-la e regê-la.
Assim, subentende-se a sua conotação filosófica, qual seja, só há meio ambiente
porque há vida e vice-versa. Outro ponto importante é que muitas pessoas imaginam
que o meio ambiente está restrito ao nosso planeta, o que não é verdade. Por
exemplo, o sol é um corpo extraterrestre e influencia a vida na Terra ao emitir
radiação eletromagnética, a qual é usada pelos vegetais para fazer fotossíntese.
Desse modo, é óbvio que faz parte do mencionado conjunto de condições, leis,
influências e interações desse tipo de organismo, no caso pela ação da radiação
eletromagnética, que é sabidamente de natureza física. Enfim, com um pouco mais
de perspicácia, não fica difícil perceber que o conceito de meio ambiente se confunde
com o de Universo.

2) Como o conceito de meio ambiente pode ser entendido de uma forma mais
prática?

Em Estudos de Impacto Ambiental é amplamente usado o seguinte conceito, o qual


já se tornou senso comum para os técnicos da área: conjunto de condições e
influências externas que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo.
Portanto, se percebe a coerência que guarda com o conceito oficial apresentado e
discutido no item anterior.
Didaticamente, pode ser subdividido em meio físico (a sua parte abiótica), meio
biótico (constituído pelos organismos, ou seja, pela vida microbiana, vegetal e animal
- excetuando-se o ser humano) e meio antrópico (representa, na verdade, uma parte
do meio biótico). Para facilitar ainda mais o seu uso, são considerados
compartimentos ambientais constituindo os três citados meios: meio físico (solo,
água e ar); meio biótico (flora, fauna e microrganismos); e meio antrópico (o ser
humano, enquanto agente social, econômico e cultural).

3) O que é impacto ambiental?

Para efeito da Resolução CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO


AMBIENTE Nº 1, de 23 de janeiro de 1986, considera-se impacto ambiental
“qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afeta: a saúde, a segurança e o
bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais.”
Observação: os grifos são nossos.

Em termos práticos, o referido conceito pode ser assumido do seguinte modo:


representa uma alteração - por causa antrópica - de uma propriedade do meio
ambiente, que afetará a vida humana, direta ou indiretamente, de modo positivo ou
negativo. Assim, os termos grifados precisam ser bem entendidos, tal como
explicaremos a seguir.

O termo alteração - obviamente - implica em mudança de estado, quer dizer, algo


estava (a propriedade do meio ambiente, seja a física, a química ou a biológica) de
um modo e agora não mais está. Vale entender que alteração é um termo neutro,
porquanto pode resultar para uma condição pior ou melhor. Por isto é que existem
impactos ambientais negativos (piorou a propriedade do meio ambiente provocada
por uma determinada ação humana) e positivos (melhorou a propriedade do meio
ambiente causada por uma determinada ação humana).

A menção às atividades humanas não deixa dúvidas que, para ser entendido como
impacto ambiental, será necessária a ação antrópica, seja por meio de matéria e, ou
energia. Portanto, alterações do meio ambiente causadas por fenômenos naturais
(terremotos, maremotos, erupções vulcânicas etc.) não geram impactos ambientais.
É óbvio que não se desconhecem suas consequências, mas no rigor conceitual não
são considerados impactos ambientais.

O verbete propriedade é o que exige maior cuidado no raciocínio. O termo indica


algo que é próprio, intrínseco e nato, no caso de algum componente do meio
ambiente (o solo, a água, os animais etc.). Por exemplo, é próprio dos vegetais a
capacidade (a propriedade) de fotossintetizar, isto é, de produzirem o seu próprio
alimento. Daí resulta o fato de serem chamados de autotróficos. Em linguajar da
área, dizemos que têm a propriedade da autotroficidade. Por outro lado, sabe-se que
os animais possuem a propriedade da heterotroficidade.
Já o termo afeta guarda similaridade com o mencionado para alteração. Afetar é
exercer influência, a qual pode ser negativa ou positiva. Enfim, também é um termo
neutro.

4) O que é avaliação de impactos ambientais?

Pode ser entendido como um instrumento de política ambiental formado por um


conjunto de procedimentos capaz de assegurar, desde o início do processo, que se
faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta (projeto,
programa, plano ou política) e de suas alternativas, e que os resultados sejam
apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de
decisão, e por eles devidamente considerados.

5) O que é empreendimento impactante?

É o projeto que possui capacidade de alteração do meio ambiente, positiva e


negativamente, caso seja implantado. São exemplos: bovinocultura, hidrelétrica,
mineração, ferrovia, agricultura, etc.

6) O que é fase impactante?

Refere-se à uma etapa do empreendimento impactante, usualmente definida como


sendo a de planejamento, implantação, operação (utilização), ampliação ou
desativação, conforme o caso.

7) O que é atividade impactante?

São as ações necessárias para se implantar e conduzir os empreendimentos


impactantes, ou seja, para a sua consecução. Exemplos: empreendimento
impactante de silvicultura (preparo do terreno, plantio mecanizado, capina manual,
colheita mecanizada etc.). Constituem-se nas causas dos impactos ambientais, pois,
ao fazê-las, ocorrem alterações – negativas ou positivas - nas propriedades
ambientais, sejam físicas, químicas ou biológicas (inclui as antrópicas).

8) O que é área diretamente afetada no contexto da avaliação de impactos


ambientais?

Também conhecida como área de influência direta. É o espaço efetivamente ocupado


pelo empreendimento impactante. Em certos casos, refere-se à área de inundação,
de empréstimo de terras, para instalação de canteiro de obras e edificações em geral,
entre outros tipos.

9) O que é área indiretamente afetada no contexto da avaliação de impactos


ambientais?

Também conhecida como área de influência indireta. É o espaço circunvizinho à


área diretamente afetada, usualmente definido pelos limites da bacia hidrográfica
que a contém. No sentido de atender características peculiares das variáveis
socioeconômicas ou culturais, pode ser definida segundo limites de unidades
geopolíticas, tais como propriedades rurais, bairros, municípios, estados, países,
blocos regionais (MERCOSUL, NAFTA etc.), entre outras.

10) A avaliação de impactos ambientais é um instrumento de política ambiental?

Sim, exatamente como menciona a Lei Federal Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,


que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente no Brasil (PNMA), e mais
precisamente em seu Artigo 9, Item 3.

11) Se sim, existem outros instrumentos de política ambiental disponíveis?

Sem dúvida que sim, conforme texto original da Lei Federal Nº 6.938, de 31 de agosto
de 1981, a qual instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente no Brasil (PNMA),
acrescidos de outros por dispositivos legais posteriores. Além da avaliação de
impactos ambientais, são exemplos: o estabelecimento de padrões de qualidade
ambiental; o zoneamento ambiental; o licenciamento e a revisão de atividades
efetiva ou potencialmente poluidoras; os incentivos à produção e instalação de
equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da
qualidade ambiental; a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo
Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental,
de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; o sistema nacional de
informações sobre o meio ambiente; o Cadastro Técnico Federal de Atividades e
Instrumentos de Defesa Ambiental; as penalidades disciplinares ou compensatórias
ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da
degradação ambiental; a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente,
a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA; a garantia da prestação de informações relativas
ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando
inexistentes; o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras
e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; e os instrumentos econômicos, como
concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.

12) Em que situações a avaliação de impactos ambientais deve ser necessariamente


utilizada, ou seja, para que serve efetivamente?

Fundamentalmente para se conhecer previamente o perfil impactante de


determinado tipo de empreendimento e, assim, verificar se poderá ser executado,
quer dizer, se é viável ou não sob a perspectiva ambiental. Para tanto, são
construídas alternativas tecnológicas (como fazer) e locacionais (onde fazer),
incluindo-se a alternativa testemunha (não o fazer), o que cria a possibilidade de
verificar qual delas deverá ser escolhida. Portanto, a avaliação de impactos
ambientais serve de subsídio para a tomada de decisão. Este instrumento também
pode ser usado para fins acadêmicos, quando da elaboração de diferentes tipos de
estudos científicos, entre eles dissertações e teses.

13) O que antecede à avaliação de impactos ambientais de um determinado


empreendimento impactante?

São três os tipos de estudos (avaliações) que antecedem à avaliação de impactos


ambientais. O primeiro, é a avaliação técnica do empreendimento que se pretende
implantar, exatamente para saber se existem métodos (procedimentos) disponíveis
que o viabilizem, bem como qual (is) deles seria(m) o(s) mais indicado(s). Na
sequência, se faz a avaliação econômica, que visa saber se o empreendimento sob
análise dará o retorno esperado, na medida em que se fará aporte de capital para
viabilizá-lo. Por fim, há a avaliação financeira, que busca saber se o titular do
empreendimento tem capital suficiente para viabilizá-lo, seja com recursos próprios,
por meio de parcerias com outros potenciais interessados ou via financiamento.
Após estas providências, se procede à avaliação ambiental do empreendimento.

14) No Brasil, quais são as normas a serem seguidas para se fazer a avaliação de
impactos ambientais de um determinado empreendimento impactante?

Em nível federal, seria a Resolução do CONAMA Nº 01, de 23 de janeiro de 1986,


que é o “nascedouro” da avaliação de impactos ambientais no Brasil. Outra
resolução importante do mesmo órgão é a 237, de 19 de dezembro de 1997, que fez
a revisão dos procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, de
forma a efetivar a sua utilização como instrumento de gestão ambiental, instituído
pela Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Todavia, dado o pacto federativo
instituído pela Carta Constitucional (outubro de 1988), as unidades federativas
(estados e o Distrito Federal) e os municípios também possuem dispositivos legais
que tratam de tema. Sendo assim, esses dispositivos também devem ser observados
para se proceder ao licenciamento ambiental de empreendimentos impactantes.

15) A avaliação de impactos ambientais no Brasil está prevista em nossa Política


Nacional de Meio Ambiente (PNMA), ou seja, na Lei Federal 6.938, de 31/08/1981?

Sim, conforme se evidenciou na resposta à pergunta 11 deste documento, porquanto


ela se constitui em um dos instrumentos de política ambiental do país. De todo modo,
apesar da PNMA e de sua regulamentação inicial na forma do Decreto Federal
88.351, de 01 de junho de 1983, foi somente com a edição da Resolução do CONAMA
Nº 01, de 23 de janeiro de 1986, e outras resoluções complementares, que ficaram
estabelecidas as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes
gerais para uso e implementação da Avaliação de Impactos Ambientais como um
dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.

16) O que é SISNAMA e que órgãos o constituem?

O SISNAMA é uma sigla que significa Sistema Nacional do Meio Ambiente. Foi
instituído por nossa Política Nacional do Meio Ambiente, isto é, pela Lei Federal
6.938, de 31 de agosto de 1981. Está assim constituído: órgão Superior (Conselho de
Governo); órgão Consultivo e Deliberativo (CONAMA - Conselho Nacional do
Meio Ambiente); órgão Central (Ministério do Meio Ambiente); órgão Executor
(IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis e ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade);
órgãos Seccionais (órgãos ou entidades da administração pública federal direta e
indireta e as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam
associadas às de proteção da qualidade ambiental); e órgãos Locais (órgãos
municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades impactantes).
17) A avaliação de impactos ambientais no Brasil se dá apenas em nível federal?

Não, ela pode se dar também em nível municipal e estadual, a depender de certas
características dos empreendimentos, tais como tipo, porte, localização, vida útil,
entre outras. Algumas são de exclusiva autorização pelo ente federativo (da União),
como é o caso de instalações nucleares, ainda que todas as partes sejam devidamente
ouvidas. Por outro lado, quando dois ou mais municípios forem afetados
diretamente, então a decisão caberá à unidade federativa onde se situam, sem
prejuízo de se ouvir a estes. O mesmo raciocínio vale para o caso de envolver duas
ou mais unidades federativas, o que implica dizer que a decisão caberá à União, mas
todos terão a oportunidade de proceder às análises que entenderem cabíveis. Na
medida do possível, quando houver o envolvimento de mais de um munícipio ou
unidade federativa, tal como descrito anteriormente, deve-se procurar ações
integradas, a fim de agilizar o processo de avaliação de impactos ambientais.

18) O que é licenciamento ambiental?

Conforme a Resolução do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, N°


237/97, licenciamento ambiental “é o procedimento administrativo pelo qual o órgão
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos ou atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso.”

19) Para que serve a licença ambiental?

Para permitir que o empreendedor esteja acobertado legalmente ao tomar certas


providências previstas no Estudo de Impacto Ambiental. Para tanto, o órgão público
licenciador faz uma análise detalhada do mesmo antes de expedir a licença. Por
exemplo: ao obter uma Licença de Instalação (LI), o empreendedor poderá
efetivamente ocupar a área para viabilizar o seu projeto.

20) A licença ambiental é dada de uma vez só?

De modo geral não. A não ser que o empreendimento seja considerado como de
pequeno potencial transformador do meio ambiente, situação que requererá apenas
uma Licença Ambiental Simplificada (LAS) ou de nível equivalente. Mesmo assim,
ela terá um determinado prazo de validade, podendo ser renovada ou não, conforme
entendimento do órgão que a concedeu, após as verificações (fiscalizações) que
entender cabíveis. O mais comum é receber as licenças dentro de um processo, que
inclui primeiramente a obtenção da Licença Prévia (PP), depois a Licença de
Instalação (LI) e, por fim, a Licença de Operação (LO), conforme detalhamento
que consta da resposta à pergunta de número 22.

21) A licença ambiental pode ser renovada?

Sim, pois possuem um prazo de validade. Assim, antes de expirar, o empreendedor


deverá entrar em contato com o órgão ambiental que a concedeu, para fazer a sua
renovação a tempo ou solicitar uma de outro tipo, como por exemplo, transitar de
Licença Prévia (LP) para Licença de Instalação (LI).

22) Quais são os tipos de licenças ambientais outorgadas no Brasil com as suas
respectivas características?

As licenças ambientais no Brasil se pautam em três tipos principais explicitados


abaixo:

- O Licenciamento Prévio (LP), que é concedido na fase preliminar do planejamento


da atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização,
instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso
do solo.

- O Licenciamento de Instalação (LI), que é concedido para autorizar o início da


implantação do empreendimento impactante, de acordo com as especificações
constantes do Projeto Executivo aprovado.

- O Licenciamento de Operação (LO), que é concedido para autorizar, após as


verificações necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus
equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto nas Licença Prévia
e de Instalação.

Todavia, em circunstâncias específicas, podem ocorrer outras, como por exemplo, a


Licença Corretiva (LC) e a Licença Ambiental Simplificada (LAS). A primeira,
pressupõe que o empreendimento precisa ser regularizado legalmente junto ao
órgão ambiental licenciador, o que se dará com a sua aprovação (da LC), enquanto
a outra indica que o empreendimento está sendo licenciado de forma mais ágil, por
conta de seu menor potencial impactante. É importante mencionar que todas as
licenças ambientais, sejam as cinco aqui explicitadas ou outras que porventura
existam, são outorgadas pelo órgão público licenciador, que pode ser do âmbito
municipal, estadual ou federal.

23) O que é o SIsG-LAF?

É o Sistema de Gestão do Licenciamento Ambiental Federal - SisG-LAF. Tem a


finalidade de promover a gestão das demandas oriundas dos processos de
licenciamento ambiental, bem como informatizar e automatizar os serviços
oferecidos e prestados pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis. Foi instituído pela Instrução Normativa do IBAMA,
N° 26, de 06 de dezembro de 2019.

24) Quais são as diretrizes gerais de um Estudo de Impacto Ambiental?

Conforme o Artigo 5° da Resolução CONAMA – Conselho Nacional do Meio


Ambienta N° 1, de 23 de janeiro de 1986, “o estudo de impacto ambiental, além de
atender à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política
Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais: contemplar
todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com
a hipótese de não execução do projeto; identificar e avaliar sistematicamente os
impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade;
definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os
casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; e considerar os planos e programas
governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua
compatibilidade.”

25) A avaliação de impactos ambientais está globalizada ou é uma exigência apenas


de países desenvolvidos?

Está globalizada, até pelo fato de que a economia mundial assim se caracteriza.
Como se pode imaginar, é evidente que se encontra melhor estruturada em países
desenvolvidos. No entanto, mesmo em países em desenvolvimento ou
subdesenvolvidos há algum tipo de instrumento legal que impõe a necessidade de se
proceder à avaliação de impactos ambientais de certos tipos de empreendimentos.
Tanto é verdade, que na sequência seguem exemplos do ano de promulgação - em
várias partes do Mundo - de algum dispositivo legal vinculado ao tema avaliação de
impactos ambientais. Primeiro Mundo: Estados Unidos da América (1920), Canadá
(1973), França (1976) e Holanda (1987). Outros países: Colômbia (1974), Brasil
(1981), México (1982) e Bolívia (1992).

26) A avaliação de impactos ambientais se justifica apenas pelo prisma ambiental?

Não, ela se justifica por quatro perspectivas, quais sejam, a legal, a ecológica
(ambiental), a econômica e a ética.

Quanto à legal, é preciso entender que a elaboração de estudos de impacto ambiental


está atrelada à uma imposição, tendo em vista a promulgação da Resolução
CONAMA Nº 01, de 23 de janeiro de 1986. Assim, ao assumi-la, a pessoa se submete
ao que determina a Lei.

A forma ecológica evidencia-se, à medida que se compreende que o processo de


avaliação de impactos ambientais tem a capacidade de selecionar a melhor
alternativa de uma determinada ação impactante sob o ponto de vista ambiental.
Com efeito, quando uma ação ambiental é proposta, por exemplo um
empreendimento rodoviário, podem ser definidas alternativas tecnológicas e de
localização do mesmo, incluindo- se a chamada alternativa testemunha, ou seja, não
executá-lo. Considerando que essas alternativas apresentam diferentes perfis
impactantes, por meio de comparação entre elas, torna-se possível optar pela melhor
sob o aspecto ambiental.

A forma econômica pode ser melhor percebida, quando se considera que o processo
de avaliação de impactos ambientais preconiza a adoção de medidas ambientais
preventivas, que sabidamente apresentam custos significativamente inferiores às
medidas de cunho corretivo, ou seja, que são adotadas após o surgimento do
problema. Desse modo, são privilegiadas aquelas alternativas que contemplem uma
maior possibilidade de adoção de medidas ambientais preventivas.

Por fim, a forma ética está relacionada ao grau de conscientização do agente


responsável pelo empreendimento impactante sobre o seu papel na sociedade. Sob o
aspecto ético, deve ser assumido que pessoas com maior massa crítica e grau de
cidadania cumprem mais rigorosamente suas obrigações, no caso relacionadas às
interferências no meio ambiente. Em outros termos, quem se submete à Lei, no caso
para tratar de questões relacionadas a impactos ambientais, está dando um exemplo
de cidadania, pois reconhece que a decisão cabe apenas ao agente público
licenciador, porquanto ele representa a sociedade, ao confrontar os interesses
difusos em pauta.

27) O que é Termo de Referência no contexto de um Estudo de Impacto Ambiental?

É o documento emitido por órgão público, em que se define o conteúdo e a forma


dos Estudos de Impacto Ambiental, com vistas ao licenciamento de
empreendimentos impactantes.

28) O que é um Estudo de Impacto Ambiental?

É o documento elaborado por especialistas, que trabalham em equipes


multidisciplinares, com vistas a atender em plenitude as exigências contidas no
Termo de Referência. Podem receber inúmeras denominações, em vista de
diferentes nomenclaturas utilizadas pelos órgãos públicos que emitem os Termos de
Referência, como por exemplo, Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).

29) Quais são os principais tipos de documentos para fins de licenciamento


ambiental no Brasil?

São os seguintes os principais tipos de documentos que se prestam ao licenciamento


ambiental no Brasil: EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental - EIA e seu
respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA); RCA/PCA (Relatório de
Controle Ambiental - RCA e seu Plano de Controle Ambiental - PCA); PRAD (Plano
de Recuperação de Áreas Degradadas); e EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança).

30) A avaliação de impactos serve apenas para licenciar empreendimentos


impactantes?

Não, ela pode ser usada também para produzir conhecimentos no campo acadêmico,
na forma de dissertações, teses, ente outros tipos de estudos científicos. Porém, o seu
uso mais comum é para verificar se determinado empreendimento impactante tem
viabilidade ambiental, a partir da consideração de suas alternativas tecnológicas e
locacionais, incluindo-se a hipótese de não o fazer.

31) O que é AAE – Avaliação Ambiental Estratégica?

É um processo de identificação de impactos ambientais e de alternativas mais viáveis


na implantação de políticas e projetos governamentais. A avaliação será utilizada na
elaboração das propostas dessas ações estratégicas, sistematizando os resultados e
sua utilização para tomadas de decisão ambientalmente sustentáveis.

É elaborada de forma pública e participativa, baseando-se nos princípios da


avaliação de impactos que regem o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu
respectivo Relatório de Impacto Ambiental (/RIMA). Tem, no entanto, o objetivo de
analisar a ação estatal em todos os seus aspectos, servindo de subsídio na tomada de
decisões ao disponibilizar informações sobre as possíveis consequências ambientais
das ações governamentais, bem como das alternativas mitigadoras e
potencializadoras.

Nada impede que organizações privadas também usem o processo de AAE dentro
de suas rotinas ambientais. O importante é entender que ela trata de conjunto de
ações, daí a sua maior complexidade se comparada à avaliação de impactos
ambientais tradicional, a qual foca num único projeto.

32) O que é EIA/RIMA?

A sigla significa: Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de


Impacto Ambiental (/RIMA). Portanto, fica claro que se trata de um documento
“casado”, quer dizer, que são elaborados de forma conjunta, sendo que o RIMA
deve ser produzido para atender a sociedade em geral, numa forma assimilável pelos
leigos, ao se utilizar de termos populares e ilustrações. Na prática, o RIMA é um
resumo do EIA, mas com conteúdo e forma mais apropriados aos leigos. São
documentos que se prestam ao licenciamento de empreendimentos impactantes de
maior porte, ou seja, que tenham maior capacidade de alterar o meio ambiente,
sempre que assim entendido pelo órgão ambiental licenciador. O seu conteúdo
envolve os seguintes itens sequenciais: Informações Gerais e Descrição do
Empreendimento Impactante; Descrição da Área de Abrangência Direta e Indireta
do Empreendimento; Diagnóstico Ambiental (Meios Físico, Biótico e Antrópico);
Análise dos Impactos Ambientais (Identificação, Cálculo da Magnitude e
Interpretação da Importância e Classificação Qualitativa e Quantitativa de
Impactos); Ações Mitigadoras e Potencializadoras dos Impactos Ambientais
Negativos e Positivos, bem como a Definição de Medidas Compensatórias; e
Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais.

33) O que é RCA/PCA?

A sigla significa: Relatório de Controle Ambiental (RCA) e respectivo Plano de


Controle Ambiental (PCA). Portanto, tal como o EIA/RIMA é um documento
“casado”. No entanto, não é incomum no Brasil se deparar com órgãos ambientais
licenciadores que exigem apenas um deles. Enquanto um tipo de documento para
fins de licenciamento ambiental, seja de forma isolada (documento “solteiro”) ou
não (documento “casado”), visa basicamente conhecer o perfil impactante de
empreendimentos com menor capacidade de modificação do meio ambiente.

34) O que é PRAD?

A sigla significa: Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). No Brasil, é


basicamente elaborado em complemento ao EIA/RIMA de empreendimentos
minerários e para atender eventual regularização de atividade modificadora do
meio ambiente, isto na forma de Licença Corretiva (LC). Tem-se notado, nos últimos
anos, que alguns órgãos públicos licenciadores têm usado a seguinte nomenclatura
como equivalente a PRAD: PRAM – Plano de Recuperação de Áreas Modificadas.
35) O que é EIV?

A sigla significa Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). Na forma de um tipo de


documento para fins de licenciamento ambiental, foi instituído como exigência do
Estatuto da Cidade, isto é, pela Lei Federal N° 10.257, de 10 de julho de 2001. Os
três artigos que compõem a Seção XII do referido dispositivo legal estão explicitados
abaixo, uma vez que são específicos para EIV:

“- Artigo 36. Lei municipal definirá os empreendimentos e atividades privados ou


públicos em área urbana que dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto
de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação
ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal.”

“- Artigo 37. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e


negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população
residente na área e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes
questões: adensamento populacional; equipamentos urbanos e comunitários; uso e
ocupação do solo; valorização imobiliária; geração de tráfego e demanda por
transporte público; ventilação e iluminação; paisagem urbana e patrimônio
natural e cultural. Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos documentos
integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão competente do
Poder Público municipal, por qualquer interessado.”

“- Artigo 38. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de


estudo prévio de impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação
ambiental.”

36) Qual o conteúdo básico de um Estudo de Impacto Ambiental?

Depende daquilo que ficou estabelecido no Termo de Referência emitido pelo órgão
público licenciador. Todavia, para casos que envolvam maior capacidade
modificadora do meio ambiente, o Estudo de Impacto Ambiental deve atender aos
seguintes itens sequenciais: Informações Gerais e Descrição do Empreendimento
Impactante; Descrição da Área de Abrangência Direta e Indireta do
Empreendimento; Diagnóstico Ambiental (Meios Físico, Biótico e Antrópico);
Análise dos Impactos Ambientais (Identificação, Cálculo da Magnitude e
Interpretação da Importância e Classificação Qualitativa e Quantitativa de
Impactos); Ações Mitigadoras e Potencializadoras dos Impactos Ambientais
Negativos e Positivos, bem como a Definição de Medidas Compensatórias; e
Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais.

37) O que é medida mitigadora?

É a ação voltada à diminuição da magnitude (da grandeza) do impacto ambiental


negativo.

38) O que é medida potencializadora?

É a ação voltada à melhoria da eficácia do impacto ambiental positivo. Os termos


otimizadora e dinamizadora são sinônimos de potencializadora.
39) O que é medida compensatória?

É a ação com forte apelo social voltada à compensação de comunidades direta e


indiretamente afetadas por empreendimento impactante. Normalmente a
compensação é feita em quatro grandes áreas, a saber: Educação, Saúde, Renda e
Trabalho.

40) A medida compensatória é sinônimo de medida mitigadora ou potencializadora?

Não, ainda que em alguns Estudos de Impacto Ambiental se faça esse tipo de
confusão. As medidas mitigadoras são específicas para os impactos ambientais
negativos, enquanto as potencializadoras visam o impacto ambiental positivo. Desse
modo, deve ficar claro que atendem consequências advindas diretamente do
empreendimento impactante sob análise. Em outros termos, atendem consequências
que resultam do próprio empreendimento, ou seja, dos seus impactos ambientais
negativos ou positivos. Após essa providência, busca-se dar uma compensação às
comunidades direta ou indiretamente afetadas pelo empreendimento impactante, de
modo a atendê-las em situações que não foram causadas pelo empreendimento, mas
que se julgam relevantes sob a perspectiva social, como por exemplo, ao cascalhar
as estradas vicinais da região, ao reformar escolas públicas, entre outras ações. É
por meio das ações compensatórias que o empreendedor consegue se aproximar dos
atores sociais da região, de modo a ter uma boa convivência, que é sabidamente
salutar a todos.

41) Como as medidas mitigadoras e potencializadoras podem ser classificadas, isto


é, quais os critérios (variáveis) levados em consideração?

São os seguintes os critérios que se tomam em consideração para classificá-las:

- a sua natureza: preventiva ou corretiva.

- a fase do empreendimento em que deverá ser adotada: planejamento, implantação,


operação e desativação, e para o caso de acidentes.

- o fator ambiental a que se destina: físico, biótico e, ou antrópico.

- o prazo de permanência de sua aplicação: curto, médio ou longo prazo.

- a responsabilidade por sua implementação: empreendedor, Poder Público


(prefeituras, polícias....), Organizações Não-Governamentais (ONGs), etc.

- os custos das ações: levar em consideração algumas rubricas básicas, tais como
Material Permanente (veículos, computadores, móveis etc.); Material de Consumo
(combustível, papel para impressão etc.); Pessoal (diárias, salários e encargos
trabalhistas, pró-labores etc.); Serviços de Terceiros (editoração, exames
laboratoriais, cópias xerox etc.); e Outros – tudo o que não couber nas rubricas
anteriores.
42) Quais são os dois atributos principais dos impactos ambientais?

São a Magnitude e a Importância. A Magnitude é a grandeza de um impacto em


termos absolutos, podendo ser definida como a medida de alteração no valor de um
fator ou parâmetro ambiental, em termos quantitativos ou qualitativos. Ela é
calculada. Exemplo: a magnitude de um impacto ambiental foi de 3 ppm (partes por
milhão), numa situação em que a concentração inicial de uma determinada
substância era de 2 ppm e passou para 5 ppm, após sofrer a interferência de uma
determinada atividade impactante.

Já a Importância é a ponderação do grau de significância de um impacto em relação


ao fator ambiental afetado e a outros impactos. Pode ocorrer que um certo impacto,
embora de magnitude elevada, não seja importante quando comparado com outros,
no contexto de uma dada avaliação de impactos ambientais. Ela é interpretada.
Exemplo: em linguagem de avaliação de impactos ambientais, ter uma magnitude
de 1 ppm de mercúrio (Hg) é mais importante que uma magnitude de 10 ppm de
sílica, pois o primeiro é um metal pesado e tem a capacidade de entrar na cadeia
alimentar, enquanto o outro é praticamente inerte. Uma maneira corriqueira de
interpretar a Importância do impacto ambiental é lançar mão de pesos (notas),
conforme se mostra a seguir: (3) Muito Importante; (2) Importante; (1) Pouco
Importante.

43) O que são atores sociais no contexto da avaliação de impactos ambientais?

São as pessoas físicas e jurídicas que tomam parte no Processo de Avaliação de


Impactos Ambientais, segundo suas necessidades e interesses. Exemplos:
Empreendedor, Elaborador, Avaliador, Organizações Não-Governamentais
(ONGs), Imprensa (Local, Regional, Nacional, Internacional), Governos
(Municipal, Estadual, Federal), Centros de Ensino e/ou Pesquisa e Comunidades
Afetadas Direta ou Indiretamente, entre outros.

44) Quais são os três atores socias chaves (clássicos) de um Estudo de Impacto
Ambiental e suas respectivas responsabilidades?

São os seguintes: o Empreendedor, o Elaborador e o Avaliador, pois sempre tomam


parte no processo de avaliação de impactos ambientais dos empreendimentos
impactantes. No caso do Empreendedor, seria: a concepção do projeto, ou seja, a
definição das alternativas tecnológicas e locacionais e o compromisso em bancar os
custos decorrentes da elaboração e julgamento do Estudo de Impacto Ambiental. Já
o Elaborador teria as seguintes responsabilidades: conduzir, de forma equilibrada
e independente, os estudos de caráter ambiental, bem como a de responder perante
à Justiça e à Entidade de Classe sobre os resultados apresentados nestes estudos.
Por fim, o Avaliador teria que assumir as seguintes ações: a responsabilidade de
analisar e julgar a documentação apresentada pelo Elaborador, deferindo ou não a
Licença solicitada, assim como a realização de atividades de fiscalização em todas as
etapas do empreendimento em questão.
45) O que é método de avaliação de impactos ambientais?

É o instrumento utilizado para coletar, analisar, avaliar, comparar e organizar


informações qualitativas e quantitativas sobre os impactos ambientais advindos de
empreendimento impactante.

46) Em que consiste o método de avaliação de impactos ambientais denominado de


ad hoc?

O termo Ad Hoc vem do Latim e significa “para este caso”. Consiste numa reunião
entre especialistas, para se obter dados e informações, em tempo reduzido,
imprescindíveis à conclusão dos estudos, porquanto não há possibilidade de se fazer
um Estudo de Impacto Ambiental convencional, haja vista alguma situação imposta,
normalmente por questão de tempo (urgência). Necessita de pessoal altamente
capacitado e farta base de dados para a obtenção de resultados satisfatórios. Pode
ser feita de modo presencial e, ou virtual.

47) Em que consiste o método de avaliação de impactos ambientais denominado de


checklist?

Também chamado de Listagem de Controle. Consiste na elaboração de listas


descritivas, comparativas, em questionário ou ponderável de impactos ambientais.
É um método altamente conciliável com o anterior, pois os especialistas poderão
produzir listas dos impactos ambientais ao se reunirem.

48) Em que consiste o método de avaliação de impactos ambientais denominado de


overlay mapping?

Também chamado de Sobreposição de Mapas ou Sistema de Informação Geográfica


(SIG). Consiste na elaboração e sobreposição de informações georreferenciadas e
temáticas (solo, vegetação, hidrografia etc.), para se definir usos do espaço, segundo
prescrições, sempre em ambiente computadorizado. Assim, são gerados mapas com
áreas aptas ou inaptas para se implantar determinado empreendimento impactante.
Esta ação é entendida como “mapeamento” dos impactos ambientais.

49) Em que consiste o método de avaliação de impactos ambientais denominado de


modelo matemático?

Consiste no emprego de equações matemáticas (simulação, regressão,


probabilidade, multivariado etc.), que permitem representar fenômenos ambientais
(físicos, químicos e biológicos, sendo que estes últimos incluem os antrópicos),
segundo dados e informações fornecidos. É um método que integra conhecimentos
de matemática, estatística e informática.

50) Em que consiste o método de avaliação de impactos ambientais denominado de


matriz de interação?

Consiste numa figura bidimensional, constituída de linhas e colunas, que se presta


para identificar impactos ambientais, a partir da relação de ações impactantes
(linhas) com fatores ambientais (colunas). A primeira matriz conhecida foi a de
Leopold, idealizada em 1971, e que tem as seguintes características: criada para
auxiliar o serviço Geológico dos Estados Unidos da América; e permite o
cruzamento de 88 componentes (ou fatores) ambientais com 100 ações humanas
potencialmente alteradoras do meio ambiente, resultando em 8.800 quadrículas.

51) Em que consiste o método de avaliação de impactos ambientais denominado de


rede de interação?

Consiste num fluxo, que visa demonstrar a sequência temporal de impactos


ambientais, a partir de uma ação desencadeadora.

52) Há um método de avaliação de impactos ambientais melhor que o outro?

Não, pois todos têm potencialidades e limitações. Assim, a conjugação deles é sempre
desejável, porque um complementa o outro. Por exemplo: enquanto figura, a matriz
de interação sintetiza os impactos ambientais que resultam de um determinado
empreendimento impactante, enquanto as listas os descrevem. Desse modo, há
complementariedade entre estes dois métodos.

53) Em que consiste a audiência pública e em que contexto se insere num processo
de avaliação de impactos ambientais?

Consiste na realização de reuniões públicas, onde serão apresentadas as


características do empreendimento sob análise, com o objetivo de, ao informar os
presentes, receber subsídios, entre eles críticas ou qualquer manifestação que seja
relevante para o julgamento da viabilidade ou não do mesmo ser licenciado. A
possibilidade de se fazer audiências públicas foi mencionada já na Resolução
CONAMA N° 1, de 23 de janeiro de 1986 e posteriormente melhor esclarecida na
Resolução CONAMA N° 9, de 03 de dezembro de 1987. Assim, em conformidade
com o Artigo 2º desta última, ficou definido do seguinte modo a sua inserção no
processo de avaliação de impactos ambientais, logo após a entrega do Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA):
sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo
Ministério Público, ou por 50 ou mais cidadãos, o Órgão de Meio Ambiente
promoverá a realização de audiência pública. Vale mencionar, que devido à
pandemia do Coronavírus, o CONAMA deliberou favoravelmente à realização de
audiências públicas de forma remota, em caráter excepcional e temporário, por
meio da Resolução N° 494, de 11 de agosto de 2020. No entanto, isto está
condicionado à vigência do Decreto Legislativo Nº 6, de 20 de março de 2020.

54) Como se faz a classificação qualitativa de impactos ambientais, ou seja, que


critérios são levados em consideração?

A classificação qualitativa de impactos ambientais é feita segundo seis critérios,


quais sejam: Valor, Ordem, Espaço, Tempo, Dinâmica e Plástica.
55) Como os impactos ambientais são classificados qualitativamente segundo o
critério de valor?

Do seguinte modo: Critério de Valor: impacto positivo ou benéfico (quando uma


ação causa melhoria da qualidade de um fator ambiental) e impacto negativo ou
adverso (quando uma ação causa um dano à qualidade de um fator ambiental).

56) Como os impactos ambientais são classificados qualitativamente segundo o


critério de ordem?

Do seguinte modo: Critério de Ordem: impacto direto, primário ou de primeira


ordem (quando resulta de uma simples relação de causa e efeito) e impacto indireto,
secundário ou de enésima ordem (quando é uma reação secundária em relação à
ação, ou quando é parte de uma cadeia de reações).

57) Como os impactos ambientais são classificados qualitativamente segundo o


critério de espaço?

Do seguinte modo: Critério de Espaço: impacto local (quando a ação circunscreve-


se ao próprio sítio e às suas imediações), impacto regional (quando o impacto se
propaga por uma área além das imediações do sitio onde se dá a reação) e impacto
estratégico (quando é afetado um componente ambiental de importância coletiva,
nacional ou mesmo internacional).

58) Como os impactos ambientais são classificados qualitativamente segundo o


critério de tempo?

Do seguinte modo: Critério de Tempo: impacto a curto prazo (quando o impacto


surge a curto prazo, que deve ser definido), impacto a médio prazo (quando o
impacto surge a médio prazo, que deve ser definido) e impacto a longo prazo
(quando o mesmo surge a longo prazo, que deve ser definido).

59) Como os impactos ambientais são classificados qualitativamente segundo o


critério de dinâmica?

Do seguinte modo: Critério de Dinâmica: impacto temporário (quando o impacto


permanece por um tempo determinado, após a realização da ação), impacto cíclico
(quando o impacto se faz sentir em determinados ciclos, que podem ser ou não
constantes ao longo do tempo) e impacto permanente (quando uma vez executada a
ação, os impactos não param de se manifestar num horizonte temporal conhecido).

60) Como os impactos ambientais são classificados qualitativamente segundo o


critério de plástica?

Do seguinte modo: Critério de Plástica: impacto reversível (quando uma vez cessada
a ação, o fator ambiental retoma às suas condições originais) e impacto irreversível
(quando cessada a ação, o fator ambiental não retorna às suas condições originais,
pelo menos num horizonte de tempo aceitável pelo homem).
61) Como se faz a classificação quantitativa de impactos ambientais, isto é, que
critérios são levados em consideração?

A classificação quantitativa é feita a partir do uso de seis critérios, que envolvem


notas (pesos) ou cores, conforme a seguinte ordem: 0 = Nenhum Impacto = Branco;
1 = Desprezível = Amarelo; 2 = Baixo Grau = Laranja; 3 = Médio Grau = Marrom;
4 = Alto Grau = Vermelho; e 5 = Muito Alto = Preto.

62) Qual o perfil típico de uma equipe que elabora Estudos de Impacto Ambiental?

Inicialmente, é importante entender que existem no Brasil grandes, médias,


pequenas e pequeníssimas corporações que elaboram Estudos de Impacto
Ambiental, as quais são chamadas no mercado de empresas de consultoria (ou de
engenharia) ambiental. Assim, a composição da equipe fica condicionada à
capacidade de investimento da empresa. No entanto, é comum encontrar a seguinte
composição nas empresas tradicionais:

- Coordenador de Meio Ambiente: Elemento que responde técnica e


administrativamente por todos os trabalhos desenvolvidos na Área de Meio
Ambiente do empreendimento proposto. Normalmente, pertence à equipe interna
da empresa. Enquanto executivo, em muitos casos esse profissional assume a função
de sócio-gerente, situação que o faz detentor de parte das ações da empresa,
exatamente para que crie vínculos com ela.

- Coordenadores de Meio: Elementos que respondem técnica e administrativamente


por todos os trabalhos conduzidos no seu respectivo meio, ou seja, no físico, biótico
ou antrópico. Normalmente, pertencem à equipe interna da empresa elaboradora
do estudo de impacto ambiental. Também na condição de executivos, esses
profissionais frequentemente têm parte das ações da empresa.

- Responsáveis por Temas: Elementos que respondem tecnicamente pelos seus


respectivos temas como, por exemplo, Vegetação Terrestre, Pedologia, Saúde
Pública etc. Podem ser da equipe interna da empresa elaboradora do estudo de
impacto ambiental ou contratados, temporariamente, como prestadores de serviços.

- Técnicos e Estagiários que Desenvolvem Trabalhos em Seus Respectivos Temas:


Estão subordinados hierarquicamente, em primeira instância, ao Responsável pelo
Tema. Podem pertencer à equipe interna da empresa elaboradora do estudo de
impacto ambiental ou serem contratados como prestadores de serviço.

- Outros Tipos de Colaboradores: Incluem secretárias, mateiros, guias, motoristas e


ajudantes em geral.

63) O que é Licença Social para Operar (LSO) e quais são as suas principais
características?

É um tipo de licença (autorização/reconhecimento) outorgado pela sociedade para


que um determinado empreendimento possa operar. São as seguintes as suas
principais características:
- O assunto surgiu no início da década de 90 do século passado, quando foi
apregoado, em vários fóruns internacionais, pelo consultor canadense Ian Thomson
e colaboradores.

- A LSO traz a ideia de que empreendimentos impactantes devam ser avalizados


pela sociedade (comunidade, governo e imprensa). Assim, duas vertentes surgem: o
empoderamento social e a exequibilidade do empreendimento (menor risco para o
empresariado).

- A LSO não está prevista em Lei, como é o caso das licenças expedidas pelos órgãos
públicos brasileiros, quais sejam, a Licença Prévia (LP), a Licença de Instalação
(LI), a Licença de Operação (LO) e a Licença Corretiva (LC).

- A LSO conseguiu ser difundida, mas de forma tímida se consideradas as suas


dimensões política, social e econômica, pois ainda apresenta forte concentração na
atividade minerária e em poucos países, com destaque para o Canadá e a Austrália.

- No Brasil, de modo geral, a situação ainda se encontra no campo protocolar, pois


são poucos os casos em nosso país para o empresariado se espelhar, sem contar o
receio natural pelo tempo e pelos recursos financeiros que serão necessários para
tal.

- Várias empresas brasileiras já têm boa experiência com programas de promoção


social com as comunidades onde estão inseridas, sendo alguns exemplos as ações
para obter certificação (há critérios quanto ao relacionamento com a comunidade).
Esta experiência certamente auxiliará para avançar na questão da LSO, caso seja
este o caminho a ser tomado pela empresa.

64) Quais sãos os principais pontos favoráveis (positivos) da Licença Social para
Operar (LSO)?

Ao nosso ver, são os seguintes os pontos positivos da Licença Social para Operar
(LSO):

- Demonstração de conscientização por parte da sociedade (empoderamento social).

- Maior possibilidade de aceitação do empreendimento (menor risco para o


empresariado).

- Possibilidade de melhor integração do empresariado com a sociedade.

- Criação de arena decisória mais adequada para a resolução de possíveis conflitos


entre o empresariado e a sociedade, inclusive prevenindo-os.

- Diferencial da empresa que a obtiver antes dos seus concorrentes (ampliação de


mercado e melhores preços).

- Potencial de dinamizar os programas de promoção social eventualmente


desenvolvidos pela empresa, pelo implícito permanente diálogo.
- Ampliação do mercado profissional para cientistas do campo social (sociólogos,
administradores de empresa etc.) e do setor ambiental.

65) Quais sãos os principais pontos desfavoráveis (limitantes) da Licença Social para
Operar (LSO)?

Ao nosso ver, são os seguintes os pontos limitantes da Licença Social para Operar
(LSO):

- Exigirá tempo e recursos financeiros para obtê-la e mantê-la, inclusive a


estruturação de um programa de comunicação social.

- Envolve três outros atores sociais (comunidade, governo e imprensa). Quem


deverá ser envolvido, ou seja, os representará? A comunidade poderá crescer e
surgirem novas lideranças! Governos se sucedem a cada pleito (novas ideologias e
formas de pensar poderão surgir)! Qual o setor da imprensa mais representativo
para cada caso (a rádio, a televisão, o jornal....)?

- Existem projetos em curso (já licenciados sem LSO) e em fase de planejamento


(poderão ou não envolver LSO). Possuem dinâmicas diferentes!

- As licenças concedidas pelo órgão ambiental (único interlocutor) possuem prazo


de vigência e podem ser renovadas. A LSO não tem prazo de vigência, pois
pressupõe permanente diálogo e construção coletiva (mais de um interlocutor)!
Possuem dinâmicas diferentes!

- Poderá ocorrer descompasso entre a LSO e as outras licenças. Por exemplo: o


órgão licenciador concedeu a sua licença e há objeção da sociedade para outorgar a
LSO. Outro caso: a sociedade é favorável ao empreendimento e o órgão licenciador
não concede a licença. Impasse!

- Iniciativas que não partirem da própria empresa poderão ser interpretadas como
oportunistas (busca de assistencialismo ou por questões ideológicas).

- Envolveria só o setor de produção de matéria-prima ou também o de


transformação (o industrial) para as empresas verticalizadas? E se estiverem bem
distanciados, inclusive em outra região ou mesmo em outra unidade federativa, quer
dizer, em que os atores sociais seriam diferentes?

- Envolveria só a produção da empresa ou também a originada de terceiros


(parceiros)?

- Pressupõe a necessidade de primeiramente “arrumar a casa”, isto é, promover


fóruns internos para discutir e internalizar a questão da LSO., até pelo fato de
alguns destes atores internos podem ter representação na sociedade (Lions, Rotary
etc.), tornando-se importantes no processo.
66) O que é perícia técnica ambiental?

A perícia técnica (engloba a ambiental) é o procedimento que tem por objetivo


auxiliar o juiz com conhecimento especializado, de modo a lhe proporcionar
condições objetivas para que adote a melhor decisão possível, formando seu
convencimento a partir do esclarecimento técnico de questões controvertidas. O
Código de Processo Civil (CPC) regulamenta os procedimentos comuns a todas as
modalidades periciais, indistintamente.

67) O que é perito ambiental?

É o profissional legalmente habilitado, idôneo e especialista, que é nomeado pelo


juiz, a fim de realizar uma tarefa específica (a perícia). Na concepção jurídica, perito
é um auxiliar da Justiça e que assessora o magistrado na formação de seu
convencimento quanto às questões em pauta, o que exige conhecimentos
técnicos/científicos para a elucidação dos fatos.

68) O que é auditoria ambiental?

Segundo a Norma ISO 14.010, é o processo sistemático e documentado de


verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências para
determinar se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais
específicos ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os
critérios de auditoria. O resultado deve ser comunicado necessariamente ao cliente.

69) O que é auditor ambiental?

É um profissional que atesta, mediante criteriosa inspeção, que algo ou que um


determinado procedimento (ação) no campo ambiental está em conformidade com
aquilo que se entende correto. Em geral, o auditor é um agente externo à corporação.
Em alguns casos, pode ser da própria empresa (de outro setor), a fim de conferir
isenção.

70) O que é certificação ambiental?

É um instrumento de política ambiental que é concedido às organizações que nos


seus processos de geração de produtos e, ou serviços atendem integralmente a Lei
(inclui a ambiental) e apresentem determinados procedimentos exigidos pelo órgão
certificador, ou seja, os seus Princípios, Critérios e Indicadores. Resulta num
Certificado, que geralmente implica num Selo. A Norma ISO 14001 tem como
objetivo principal especificar os requisitos para a implementação de um Sistema de
Gestão Ambiental (SGA), possibilitando que todas as organizações,
independentemente do seu porte, desenvolvam práticas sustentáveis em seus
negócios, quer sejam produtos e, ou serviços. O agente do processo de certificação é
chamado de certificador.

71) O que é selo ambiental?

É um rótulo que é outorgado à organização que foi certificada ambientalmente.


Desse modo, ela passa a ter um diferencial em relação aos seus concorrentes. Em
muitos casos, recebe também o nome de selo verde, para dar uma conotação de que
o produto ou serviço é ecologicamente correto, Como forma de melhor divulgá-lo,
em sintonia com os princípios de Marketing, essas organizações o estampam em suas
embalagens e em todo meio que possa ser utilizado para essa finalidade.

72) O que é um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)?

É o conjunto de diretrizes adotadas para a implementação de uma política ambiental


numa determinada empresa ou unidade produtiva a partir da especificação de
competências, comportamentos, procedimentos e exigências, com o intuito de
avaliar e controlar os impactos ambientais de suas atividades. Assim, percebe-se
quanto a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) tem sintonia
com os princípios e as diretrizes gerais de um Estudo de Impacto Ambiental. Está
previsto na norma ISO 14001.

73) O que é Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)?

Segundo a Norma ISO 14040, é a compilação de avaliação das entradas, saídas e dos
impactos ambientais potenciais do sistema de produção de um bem. É feita sobre
todos os estágios do ciclo de vida do produto ou processo, desde a aquisição da
matéria-prima, ou sua geração a partir de recursos naturais, até sua disposição final,
passando por todas as etapas intermediárias (como manufatura, transporte, uso,
etc.). Por essa razão, a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é também chamada de
avaliação do “berço ao túmulo”. Ela permite uma análise científica sobre as questões
ambientais relacionadas a um produto ou processo, evitando um olhar superficial
do seu impacto. Esta técnica é muito utilizada para comparar o impacto ambiental
de diferentes produtos que exerçam a mesma função (por exemplo, embalagem de
vidro ou plástico). Também é utilizada na área de gestão ambiental para comparar
o impacto ambiental de diferentes tipos de tratamento de resíduos, como por
exemplo, entre incinerá-los ou dispô-los em aterro sanitário.

74) O que é sustentabilidade ambiental?

O termo sustentabilidade indica algo que é capaz de se manter, ou seja, de se


perpetuar, criando, assim, as condições para a sua oferta no presente e no futuro.
No campo ambiental indica um produto ou serviço que pode ser ofertado
regularmente, uma vez que está sendo gerado de forma responsável.

75) Quais são os seis erres da sustentabilidade?

São eles: Repensar, Repor (Substituir), Reparar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

Repensar: Examinar o produto para que ele seja o mais eficiente possível
ambientalmente.

Repor (substituir): Verificar a possibilidade de substituir algum item menos


interessante ambientalmente.

Reparar: Desenvolver um produto que possa ter suas partes ou peças reparadas.
Reduzir: Pensar em uma forma de reduzir o consumo de matéria-prima, de energia
e a emissão de poluentes.

Reutilizar: Pensar em um produto que tenha suas partes ou materiais passíveis de


serem utilizados novamente.

Reciclar: Transformar os produtos e materiais que seriam descartados em matéria-


prima ou em novos produtos.

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