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Organizacionais
Como Avaliar a Cultura e o Clima Organizacional?
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Como Avaliar a Cultura e o Clima Organizacional?
Objetivo
• Mapear os valores organizacionais e estabelecer o nível de consciência organizacional.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Como Avaliar a Cultura e o Clima Organizacional?
Contextualização
Para transformar ou modificar algo, é preciso antes conhecê-lo. Nesta unidade, abor-
daremos conceitos que poderão nos levar a identificar o nível de consciência da orga-
nização e, também, o nosso. Na busca de saber o que não sabemos, precisamos nos
aprofundar no autoconhecimento. Há uma frase famosa de Albert Einstein que diz que
“nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o gerou”,
isso porque, na maior parte das vezes, não causamos um problema intencionalmente,
mas justamente por não termos consciência do fato que o gerou.
Isso se revela no ambiente organizacional quando fazemos uma relação com os com-
portamentos tóxicos ou patológicos que impactam de maneira negativa a cultura dese-
jada. Uma cultura consciente depende da compreensão de seu estágio de desenvolvi-
mento, de sua história e necessidades. Quando voltamos para a imagem da organização
como um sistema que conecta os indivíduos que contribuem para a realização de seu
propósito, já podemos ter indícios da importância de compreender, também, quais são
as suas necessidades e sobre como iniciar a sua jornada de autodesenvolvimento.
Vamos juntos?
“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho
dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para
que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” (Fernando Birri).
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Os 7 Níveis de Consciência Organizacional
O que é consciência? O sentido literal nos remete ao sentimento ou conhecimento
que nos permite compreender aspectos de nosso mundo interior. Quando realizamos
uma transposição para a organização, trata-se da compreensão sobre sua cultura e os
comportamentos que a revelam por meio de seus colaboradores.
Auto-realização
Desenvolvimento, Criatividade
Estima
Auto-estima, Reconhecimento
Social
Sentir-se amado, pertencer
Segurança
Proteção, Abrigo, Estabilidade
Fisiológicas
Respiração, Comida, Água, Saúde, Descanso
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como um todo. Nesse nível, os líderes são convidados a oferecer novas habilidades,
e a inteligência emocional passa a fazer a diferença;
• Coesão interna: Conexão entre o propósito organizacional e o propósito dos co-
laboradores, desenvolvendo uma cultura coesa em torno do propósito, em um am-
biente em que a confiança impera. Os líderes deixam de lado suas agendas pessoais
e trabalham para o bem comum;
• Fazer a diferença: Com desejo de ampliar o impacto e benefício para a comunida-
de, objetiva conectar-se a outras organizações em um ecossistema de colaboração
mútua. O ambiente oferece suporte para o alinhamento, o senso de propósito dos
colaboradores e a visão e missão da empresa;
• Serviço: Futuro sustentável que leva em conta a humanidade e o planeta é o lema.
A prática revela o altruísmo por meio do compromisso com o bem comum e o
bem-estar futuro.
Cada um de nós vê o mundo a partir de seus filtros, que incluem valores, crenças e
medos. O mesmo acontece com a organização como organismo vivo, reflexo da pers-
pectiva dos líderes que a governam.
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Não há certo ou errado na declaração de valores; contudo, para atingir maior nível de
engajamento, eles precisarão estar em ressonância com os valores individuais. Por isso, em
uma empresa que acaba de ser fundada, os valores representam os valores do pioneiro.
Igualmente é muito importante considerar o contexto em que a organização está inserida
– por exemplo, se sua organização atua na área de Direito, talvez a honestidade e a integri-
dade sejam prioridades. Já se atua na área de marketing, talvez a criatividade seja o foco.
Uma sugestão para definição e periódica revisão dos valores organizacionais, o que
permite verificar os valores que realmente estão sendo praticados, é a realização de uma
pesquisa. A organização deve convidar todos os seus colaboradores a participarem de
uma pesquisa aberta. Cada colaborador deve escolher, em uma lista, de 80 a 100 pala-
vras ou pequenas frases, sendo:
• 10 valores/comportamentos que representem quem eles são (pessoais);
• 10 valores/comportamentos que representem como a organização opera (cultura atual);
• 10 valores/comportamentos que representem o que eles acreditam que a organização
precisa para atingir uma melhor performance (cultura desejada).
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pequenos grupos para procurar compreender melhor como cada valor se revela nos
comportamentos, dentro e fora da organização. É importante que a lista de valores
considere valores positivos e negativos para identificação dos fatores limitantes.
Tabela 1
Níveis de Consciência Valores positivos Valores limitantes
Responsabilidade social, gerações
7 Serviço futuras, compaixão, perspectiva
de longo prazo.
Consciência ambiental, colabora-
6 Fazer a diferença ção, realização dos funcionários,
parcerias.
Confiança, comprometimento, ho-
5 Coesão interna nestidade, integridade, entusias-
mo, paixão.
Adaptabilidade, responsabilidade,
4 Transformação aprendizado contínuo, trabalho em
equipe, crescimento pessoal.
Produtividade, eficiência, qualida- Burocracia, confusão, retenção de
3 Autoestima de, crescimento profissional, exce- informações, mentalidade de silo,
lência, ordem. status, hierarquia.
Comunicação aberta, amizade, leal-
Acusação, competição interna, ma-
2 Relacionamento dade, satisfação do cliente, cuidado
nipulação, ciúmes, traição.
com o outro, reconhecimento.
Estabilidade financeira, lucro, saúde Controle, cautela, caos, foco de curto
1 Sobrevivência e segurança dos funcionários, cres- prazo, ganância, aversão a riscos,
cimento organizacional. falta de escrúpulos.
Fonte: Adaptado de BARRET
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Com base nessa perspectiva, os valores definidos para organização devem se enqua-
drar em três categorias, sendo:
• Emocionais e Desenvolvimento: Exemplos: criatividade, autonomia, iniciativa,
alegria etc.;
• Econômico-Pragmáticos: Exemplos: disciplina, eficiência, qualidade, ordem, pon-
tualidade etc.;
• Ético-Morais: Exemplos: generosidade, honestidade, transparência, comprometi-
mento etc.
A partir do agrupamento dos valores, um caminho sugerido por Brillo (2019) é ali-
nhar o planejamento estratégico a cada grupo de valores. Dessa forma, é possível obje-
tivar a relação entre os valores e as iniciativas em curso, mantendo a coerência entre o
que pensamos e como agimos.
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Visão/Missão
Valores
Estratégicos
Objetivos
Processos
Metas & Iniciativas
Indicadores,
Figura 5
Fonte: Adaptado de Brillo e Boonstra, 2019
Mais uma vez, o papel do líder nesse contexto é condição para que a cultura desejada
seja nutrida. É necessário que ele incorpore a seu estilo de liderança:
• Definição de metas claras e específicas, incluindo inovação e aprendizado;
• Adequação das metas e objetivos individuais de acordo com a maturidade e compe-
tências de cada colaborador;
• Busca da diversidade nas inovações em processos, produtos e serviços;
• Exploração de fontes de inovação dentro e fora da organização;
• Desenvolvimento de novas competências que possibilitem a implementação de ino-
vações sustentáveis.
Os objetivos, como proposto por Doerr, são aquilo que se espera alcançar e devem:
• Expressar metas e intenções;
• Ser agressivos; porém, realistas;
• Ser tangíveis, diretos e sem ambiguidade;
• Agregar um valor claro para a organização.
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É muito importante estabelecer OKRs entre equipes além dos individuais, fomentan-
do a colaboração entre grupos e contribuindo para o compromisso com o que precisa
ser realizado. Os objetivos não devem ser muitos; o recomendado é que sejam entre três
e, no máximo, seis para toda a empresa e, assim, sucessivamente, para cada equipe e
indivíduo. Eles devem ser estabelecidos para o curto prazo e ajustados de acordo com o
contexto. Objetivos trimestrais têm representado a prática de grande parte das empresas
que adotam essa ferramenta.
Um Exemplo:
• Objetivo: Encantar os Clientes.
• Resultados-Chave:
» aumentar a média de visitas no site em 10% por semana;
» atingir um Net Promoter Score de 52%;
» aumentar o tráfego orgânico em 80%;
» aumentar o engajamento em 70%.
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Comunicação e Feedback
Para que o gerenciamento dos valores organizacionais seja bem-sucedido, faz-se ne-
cessário um fluxo de comunicação e práticas de feedback eficientes. Como você deve
ter podido observar, os valores podem assumir um tom subjetivo, uma vez que o sentido
de cada valor pode ser percebido de maneira diferente por cada indivíduo a partir de seu
contato e de suas experiências. Principalmente quando há uma tensão, em função de
comportamentos não tolerados pela cultura desejada, é preciso estabelecer uma comu-
nicação eficiente, empática e que possa engajar e motivar o outro a transformar a sua
forma de atuação.
É muito interessante observar que muitos líderes acreditam que compaixão não tem
relação com o ambiente organizacional e que praticar atitudes compassivas podem
construir uma imagem de fraqueza e de “falta de pulso”. Essa crença é, ainda hoje, ali-
mentada pela imagem mecanicista das organizações, na qual nosso agir natural não é
bem-vindo; afinal, a máquina não tem sentimentos. Quando me coloco diante do outro,
a partir dessa atitude ou intenção humana, tenho muito mais chance de estabelecer
um diálogo que conecta e constrói. Em caso contrário, a tendência é o afastamento e
a resistência.
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Parece simples, mas tomar consciência sobre os fatores que bloqueiam uma comu-
nicação consciente é, por si só, um caminho de autodesenvolvimento. Em nosso agir
automático, não nos damos conta, muitas vezes, do emprego desses bloqueadores em
nossa forma de comunicar.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
A Startup Enxuta
REIS, E. A Startup Enxuta. Editora: Crown Publishing Group. Estados Unidos. 2011.
Empatia Assertiva
SCOTT, K. Empatia Assertiva. Editora: Alta Books. 2019.
Vídeos
Como administrar uma empresa sem (ou quase sem) regras?
https://bit.ly/3pNNnsL
Leitura
Transformação Cultural e Aprendizado Estratégico de uma Fintech de Alto Crescimento
https://bit.ly/3oW2dfz
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Referências
APPELO, J. Management 3.0. Massachusetts: Addison-Wesley Professional, 2010.
BURKHARD, D.; MOGGI, J. O Capital Espiritual da Empresa. São Paulo: Campus, 2014.
MELÉ, J. Dinheiro e Consciência: A quem meu dinheiro serve? São Paulo: Dinheiro
e Consciência, 2017.
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