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O que é saúde?
1
Introdução
A história da saúde e da doença vem, desde tempos imemoriais,
evoluindo como uma construção de significados sobre a natureza,
as funções e a estrutura do corpo e ainda, sobre as relações
entre o corpo e o espírito e os indivíduos e seus ambientes. A
compreensão dos significados de saúde e de doença vem se
alterando ao longo dos tempos, confundindo-se com a própria
história da medicina e da evolução da humanidade.
Objetivos
Ao final deste estudo o aluno deverá ser capaz de:
Esquema
1.1 Reflexão acerca do conceito de saúde
1.2 A complexidade do fenômeno saúde/doença
1.3 O período pré-cartesiano: da concepção mágico-religiosa à
teoria naturalista da saúde
1.4 Da metodologia aristotélica para o método científico: o
paradigma cartesiano
1.5 A saúde como ausência de doença – o modelo biomédico
UNIUBE 3
Exemplos:
Scliar (2007. p. 30), afirma: “Saúde não representa a mesma coisa para
todas as pessoas. Dependerá da época, da idade, do lugar, da classe
social. Dependerá de valores individuais, dependerá de concepções
científicas, religiosas, filosóficas”.
seguintes indagações:
Agora que você já refletiu sobre o tema, escreva o seu conceito de saúde.
Para isto, recomendamos que você separe uma folha de papel em branco
e comece a escrever fazendo quantas alterações julgar necessárias.
Depois de chegar a uma definição sobre saúde, fruto da sua opinião pessoal,
guarde suas anotações até o final da leitura do texto que virá a seguir.
PESQUISANDO NA WEB
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/293510/mod_resource/content/1/
Vernant,%20Jean-Pierre%20-%20Mito%20e%20Religi%C3%A3o%20na%20
Gr%C3%A9cia%20Antiga.pdf
causa de doenças como, por exemplo, a malária (do latim: maus ares),
uma das doenças responsáveis pelo declínio do império romano.
O século XVIII, conhecido como século das luzes e da filosofia, deu lugar
ao chamado período iluminista e foi palco de significativas e profundas
transformações sociais, notadamente no campo político (declaração da
independência dos Estados Unidos); no campo das ciências (fundação
da Academia Real de Ciências na Europa); e no campo da medicina
moderna quando se firmou o chamado “Modelo Biomédico” centrado
na descrição dos processos patológicos, nos sinais e nos sintomas das
doenças e, também, na medicalização.
SAIBA MAIS
No seu brilhante ensaio que trata das grandes epidemias que ocorreram
ao longo da história da humanidade, Barata (1987) afirma:
Inúmeros são os relatos de epidemias durante a Antiguidade
e a Idade Média, entretanto, é no período de transição entre
o modo de produção feudal e o modo de produção capitalista
(mercantilismo) que as epidemias assumem proporções
devastadoras (BARATA, 1987, p. 9).
SAIBA MAIS
Ainda que seus estatutos tivessem sido aprovados quase dois anos
antes, a OMS só foi oficialmente fundada em 7 de abril de 1948 (data
considerada, desde então, como Dia Mundial da Saúde), quando
26 membros das Nações Unidas ratificaram os seus estatutos e
promulgaram a sua Carta de Princípios que reconhecia a saúde como
um direito das populações e atribuía ao Estado a obrigação por sua
promoção e proteção.
SAIBA MAIS
PESQUISANDO NA WEB
Com efeito, a Saúde Pública não pode e não deve ficar restrita unicamente
à simples oferta dos serviços de saúde. A promoção da saúde exige
Ambiente de
Equidade trabalho como
fonte de saúde
um processo dinâmico que envolve transformações políticas, sociais e
econômicas, necessárias e indispensáveis à consecução do bem-estar
social. Neste sentido, Rabello (2010, p.26) destaca a importância da
equidade como a chave para alcançar a meta saúde para todos. Muito
além de simplesmente fomentar o desenvolvimento econômico, caberá
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Referências
ALBUQUERQUE, C. M. S; OLIVEIRA, C. P. F. Saúde e Doença:
Significações e Perspectivas em Mudança. Millenium – Revista
do ISPV. n. 25. Viseu: IPV. 2002. Disponível em: <http://www.ipv.pt/
millenium/millenium25/25_27.htm>. Acesso em: 15 jan. 2019.
______. Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Carta
de Ottawa. 1986. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/carta_ottawa.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2019.
PAIM, J.S. & ALMEIDA FILHO, Saúde coletiva: uma “nova saúde pública” ou
campo aberto a novos paradigmas? Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998.
______. Uma história da saúde pública. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1994.
Capítulo
A Seguridade Social
2
Introdução
Despercebida pela maioria dos brasileiros e reconhecida muito
mais em função dos benefícios da aposentadoria, da licença-
maternidade e do afastamento remunerado do trabalho, a
Seguridade Social que engloba as áreas da saúde, da previdência
e da assistência social compõe uma enorme e diversificada rede
de políticas sociais que dão corpo e concretude à proteção social
no país.
Objetivos
Ao final deste estudo, o aluno deverá ser capaz de:
• definir Direitos humanos;
• conceituar Seguridade Social;
• distinguir Seguridade Social de Previdência e Assistência
Social;
• correlacionar a evolução histórica do conceito Seguridade
Social às políticas de proteção social implementadas no
mundo e no Brasil;
• relacionar os fatores econômicos, sociais, culturais, históricos
e políticos que impactaram avanços e ou retrocessos na
implementação das políticas de Seguridade Social no mundo
e no Brasil;
• explicar a importância da Seguridade Social para o Estado
Democrático de Direito e a justiça social;
• avaliar o conhecimento construído.
Esquema
2.1 A Seguridade Social – fundamentos e objetivos
2.2 A Seguridade Social – breve histórico
2.3 A Seguridade Social – evolução
2.4 A Seguridade Social – evolução no Brasil
2.5 Considerações finais
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SAIBA MAIS
Referências
ACURCIO, F. A. Evolução histórica das políticas de Saúde no Brasil, Cadernos de
Saúde. Planejamento e Gestão em Saúde. Belo Horizonte: COOPMED, 1998, p. 1-14.
AGUIAR, J.P.V. História da previdência social brasileira. 2018. Disponível em: https://
www.politize.com.br/historia-da-previdencia-no-brasil/. Acesso em: 10 abr. 2019.
CAVALCANTE FILHO, J.T. Teoria geral dos direitos fundamentais. 2017. Disponível
em: <http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/
Joao_Trindadade__Teoria_Geral_dos_direitos_fundamentais.pdf>. Acesso em: 10 abr.
2019.
IBRAHIM, F. Z. Curso de direito previdenciário. 15. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010.
MARTINS, S. P. Direito da seguridade social. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Introdução
Para compreender a realidade hoje existente em relação à saúde
no Brasil, é necessário conhecer os determinantes históricos que
influenciaram e deram curso à evolução das políticas sociais no
país. Contudo, é necessário considerar que o processo evolutivo
da sociedade brasileira, desde sempre, esteve atrelado às regras
do sistema capitalista. Isto posto, é importante destacar que a
saúde nunca ocupou lugar de destaque dentro da política do
Estado brasileiro, principalmente no tocante à sua participação
percentual no orçamento geral da União.
Objetivos
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de:
• correlacionar os determinantes históricos e políticos que
influenciaram e deram curso à evolução das políticas sociais
e de saúde no Brasil;
• demonstrar a influência do sistema capitalista no processo
evolutivo da sociedade brasileira e no condicionamento das
políticas sociais;
• explicar o vínculo utilitarista das políticas de saúde com a
proteção da mão de obra e a manutenção do processo produtivo;
• mostrar o caráter complementar das políticas de saúde em
relação aos benefícios ligados à previdência social e aos direitos
dos trabalhadores;
• explicar como se deu o pacto de apropriação política e capitalista
dos direitos sociais que transformaram a saúde em ferramenta
de controle de massas e objeto de lucro;
• mostrar a realidade sanitária do país no início da década de
1980;
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Esquema
3.1 O Brasil Colônia
3.2 As Misericórdias
3.3 Da Monarquia à República Velha
3.4 A Era Vargas
3.4.1 O golpe do Estado Novo
3.5 O Intervalo democrático entre 1945 e 1964
3.6 O Período Militar
3.7 Considerações finais
3.2 As misericórdias
Neste tópico, vamos discorrer sobre o período histórico do Brasil que vai
da monarquia à República Velha. Mas, você se lembra desta República,
também chamada de Primeira República do Brasil?
SAIBA MAIS
Segundo Risi Júnior et al. (2003. p. 122), “os conflitos entre capital
e trabalho eram regulados por legislação esparsa, sendo tratados
basicamente pelo aparato policial”. Cabia às administrações municipais
tratar das questões de saúde pública, “não havendo por parte do governo
central um programa de ação no sentido de atendê-las”. As obrigações
do Estado em relação à saúde restringiam-se às situações emergenciais,
como intervir no combate às epidemias que acometiam os centros
urbanos.
76 UNIUBE
No sentido figurado:
Sem uma coordenação política central para significa pessoa
servil que atua
estabelecer um programa coordenado dissimuladamente à
serviço de outra, o
de ação, os institutos, de modo isolado e mesmo que “capacho”.
autônomo, passaram a financiar moradias e
Peleguismo sindical:
a construir hospitais e postos de atendimento Denominação dada
ao comportamento
médico por todo o país, gerando, muitas vezes de dirigentes
sindicais que, uma
a duplicação de esforços e a ociosidade das vez cooptados pelos
governantes, agiam
instalações. Ao mesmo tempo, coexistiam com dissimuladamente junto
estes desperdícios, uma população destituída aos seus companheiros,
defendendo os
de qualquer benefício médico e previdenciário, interesses do governo.
SAIBA MAIS
O Estado Novo foi a terceira e última fase a Era Vargas. Durou de 1937
a 1945 e sucedeu as fases do Governo Provisório 1930 a 1934) e do
Governo Constitucional (1934 e 1937).
SAIBA MAIS
privilégios que outras. No que diz respeito à saúde, tal fato significava
um padrão melhor de assistência médica e hospitalar, diferenciado tanto
por categoria como por região de domicílio. Essas diferenças na oferta
dos benefícios patrocinavam a desigualdade social mesmo entre os
segurados da previdência e eram causa de insatisfação e de frequentes
reclamações por parte das categorias de menor poder econômico e dos
trabalhadores que moravam no interior.
Referências
ABREU, A.A. Institutos de Aposentadoria e Pensões. Centro de Pesquisa e
Documentação de História Contemporânea do Brasil. Verbetes. Disponível em: <http://
www.fgv.br/Cpdoc/Acervo/dicionarios/verbete-tematico/institutos-de-aposentadoria-e-
pensoes>. Acesso em: 25 abr. 2019.
LYDA, MASAKO. Cem anos de saúde pública: a cidadania negada. São Paulo: Editora
Unesp. 1994, 148 p.
POLIGNANO, M.V. História das políticas de saúde no Brasil: uma pequena revisão,
2007. Disponível em: <www.saude.mt.gov.br/ces/arquivo/2165/livros>. Acesso em: 15
abr. 2019.
RISI JÚNIOR et al. As condições de Saúde no Brasil. In: FINKELMAN, J., org.
Caminhos da saúde no Brasil. 2002. [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, a.
328 p. ISBN 85-7541-017-2. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em: 23
abr. 2019.