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E CUIDADO DE
ENFERMAGEM
EM PSIQUIATRIA
Introdução
Neste capítulo, você vai compreender e refletir sobre os diversos conceitos
de saúde e de saúde mental. Tal compreensão será um alicerce para
enxergar e tratar o cliente de forma holística, como um ser biopsicossocial,
não se restringindo a uma única dimensão do ser humano e muito menos
o reduzindo a uma patologia.
A compreensão sobre a doença mental é fundamental para diferenciar
o sofrimento psíquico não patológico e o transtorno mental. Não se deve
tratar como patologia o sofrimento comum, que todos passamos ao
longo da vida, correndo o risco de fomentar uma indústria da doença.
Igualmente errado seria deixar de reconhecer a gravidade e necessidade
de intervenção em uma pessoa que padece de um transtorno mental.
Por fim, o capítulo encerra como uma análise crítico-reflexiva sobre as
visões e preconcepções que parte de nossa sociedade tem sobre o por-
tador de mental e como isso influencia no tratamento e no prognóstico.
2 Conceitos de saúde e doença mental
Conceito de
Descrição
Normalidade
Facetas da psicopatologia
Diferentemente do que ocorre em outras áreas da saúde, não existe uma única
teoria ou um único agente etiológico que explique o fenômeno dos transtornos
mentais. Sendo assim, é importante que o enfermeiro psiquiátrico conheça os
diferentes referenciais teóricos, apresentados no Quadro 3.
Conceito de
Descrição
psicopatologia
(Continua)
Conceitos de saúde e doença mental 9
(Continuação)
Conceito de
Descrição
psicopatologia
Veja como exemplo os critérios diagnósticos para mutismo seletivo segundo o DSM-5.
Fracasso persistente para falar em situações sociais específicas nas quais existe a
expectativa para tal (por exemplo, na escola), apesar de falar em outras situações.
A perturbação interfere na realização educacional ou profissional ou na comuni-
cação social.
A duração mínima da perturbação é um mês (não limitada ao primeiro mês da
escola).
O fracasso para falar não se deve a um desconhecimento ou desconforto com o
idioma exigido pela situação social.
A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno da comunicação
nem ocorre exclusivamente durante o curso de transtorno do espectro autista,
da esquizofrenia ou de outros transtornos psicóticos.
Neste exemplo podemos ver a presença de uma experiência relativamente comum
(dificuldade ou vergonha de falar em determinadas situações sociais) que, em razão da
sua intensidade (a dificuldade se transforma em incapacidade) e duração, traz alguma
forma de prejuízo funcional ao indivíduo. Note o cuidado em excluir situações que
poderiam justificar tal comportamento.
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Leitura recomendada
TAROKH, L.; SALETIN, J. M.; CARSKADIN, M. A. Sleep in adolescence: physiology, cog-
nition and mental health. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, [s. l.], v. 70, p. 182-
188, nov. 2016. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/
S0149763416302664?via%3Dihub. Acesso em: 7 jun. 2019.