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SAÚDE MENTAL

E CUIDADO DE
ENFERMAGEM
EM PSIQUIATRIA

Luiza Elena Casaburi


Conceitos de saúde
e doença mental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Definir saúde e saúde mental.


„„ Explicar o que é doença mental.
„„ Discutir a aceitação e o tratamento dados pela sociedade ao indivíduo
com doença mental.

Introdução
Neste capítulo, você vai compreender e refletir sobre os diversos conceitos
de saúde e de saúde mental. Tal compreensão será um alicerce para
enxergar e tratar o cliente de forma holística, como um ser biopsicossocial,
não se restringindo a uma única dimensão do ser humano e muito menos
o reduzindo a uma patologia.
A compreensão sobre a doença mental é fundamental para diferenciar
o sofrimento psíquico não patológico e o transtorno mental. Não se deve
tratar como patologia o sofrimento comum, que todos passamos ao
longo da vida, correndo o risco de fomentar uma indústria da doença.
Igualmente errado seria deixar de reconhecer a gravidade e necessidade
de intervenção em uma pessoa que padece de um transtorno mental.
Por fim, o capítulo encerra como uma análise crítico-reflexiva sobre as
visões e preconcepções que parte de nossa sociedade tem sobre o por-
tador de mental e como isso influencia no tratamento e no prognóstico.
2 Conceitos de saúde e doença mental

Conceituando a saúde e a saúde mental


Não é possível conhecer completamente uma área do conhecimento sem co-
nhecer a sua história. Ao contrário do que podemos acreditar intuitivamente,
o conceito de saúde e de doença são mutáveis e passaram por diversas trans-
formações ao longo do tempo. Tais definições sofrem influência da cultura,
da religião, do momento histórico, da política e da ciência.
O registro mais antigo da concepção biológica da saúde e da doença foi
traçado por Hipócrates no século V a.C. Na obra intitulada Corpus Hippo-
craticum, Hipócrates delimita uma clara divisão do processo saúde/doença
com a religião: “Eis aqui o que há acerca da doença dita sagrada: não me
parece ser de forma alguma mais divina nem mais sagrada do que as outras,
mas tem a mesma natureza que as outras enfermidades” (CAIRUS; RIBEIRO
JUNIOR, 2005). Tal natura seria de origem biológica, baseado no equilíbrio
entre quatro fluidos do corpo: bile amarela, bile negra, fleuma e sangue. Ainda
que muito influente, a escola hipocrática não impediu a influência religiosa
sobre cuidado em saúde.
Em diversos momentos históricos, a doença era considerada uma punição
divina pelos pecados cometidos e, portanto, a saúde seria medida pela devoção
e obediência aos ditames religiosos. Por exemplo, a masturbação já foi tratada
como uma enfermidade provocadora de desnutrição (pela perda de esperma)
e de distúrbios mentais.
Outro conceito de saúde tem cunho místico e é visto na cultura oriental.
Os chakras são vórtices de energia em rotação que ocorrem em sete partes
do corpo. A saúde ocorre quando há harmonia nessa energia, enquanto a
doença decorre do desequilíbrio nos chakras (CHASE, 2018). Já a homeopatia
utilizada a lógica da "cura pelo semelhante". Ela é "[...] uma terapêutica que
utiliza preparação de substâncias cujos efeitos exercidos no indivíduo saudável
correspondem às manifestações do transtorno no paciente" (FISHER; ERNST,
2015, documento on-line).
Comportamentos que fogem ao preconizado pela cultura vigente também
já foram tratados como sinal de adoecimento. Nos Estados Unidos do século
XIX, o desejo de um escravo fugir ou sua falta de motivação para o traba-
lho forçado eram diagnosticados respectivamente como “drapetomania" e
“disestesia etiópica", ambas “doenças" tratadas com açoite (SCLIAR, 2007).
Conceitos de saúde e doença mental 3

Por fim, em 1948, a Organização Mundial da Saúde forja o seguinte con-


ceito: Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
apenas a ausência de doença. Tal concepção amplia os horizontes do signifi-
cado de saúde, uma vez que este passa a se alicerçar no tripé físico/biológico,
psicológico/mental e social/cultural. Também amplia a percepção sobre a
assistência em saúde, redirecionando o modelo exclusivamente curativista
(foca unicamente no tratamento de doenças) para a importância da prevenção
de agravos, promoção de saúde e reabilitação.
Assim, para existir saúde a nível individual e coletivo, torna-se impres-
cindível a existência de saneamento básico, o acesso a alimentação saudável,
as políticas de imunização, o acesso a lazer e atividade física, a educação em
saúde, dentre outros.
O governo brasileiro e o Ministério da Saúde não têm uma definição autoral
de saúde ou de saúde mental, mas a Constituição Federal de 1988 assegura a
universalidade da assistência em saúde em seu art. 196: “A saúde é direito de
todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação"
(BRASIL, 1988, documento on-line).
Esse direito representa uma ruptura com os modelos de saúde adotados até
então, no qual o acesso aos serviços de saúde eram exclusividades dos trabalha-
dores com carteira de trabalho assinada e seus dependentes. Também assegura
que não deverá ocorrer qualquer forma de exclusão por classe social, etnia,
idade, credo, orientação sexual, naturalidade ou quaisquer outros motivos.
Uma crítica ao art. 196 argumenta que ele coloca o cidadão em uma posição
passiva e infantilizada, como se a saúde fosse um bem concreto que pudesse ser
dado a alguém sem exigir nenhuma ação por parte do indivíduo. O Estado pode
fornecer assistência, promoção e educação em saúde, pode promover acesso
à alimentação balanceada e barata, fomentar a prática de atividades físicas,
garantir saneamento básico, realizar imunização e prevenção de agravos, etc.
Porém, o indivíduo precisar ser corresponsabilizado pela própria saúde, pois
somente ele tem o poder de praticar os diversos hábitos de vida recomendados
para garantir a própria saúde física e mental.
4 Conceitos de saúde e doença mental

Reflexão e implicações da conceituação de saúde e


saúde mental
O conceito de saúde e de saúde mental é dinâmico e reflete o momento histórico
de sua construção. Atualmente, vivemos em uma era que almeja a percepção
holística e integrativa da saúde, incorporando diversas visões sobre a saúde
e concretizado no conceito de saúde proposto pela Organização Mundial da
Saúde (OMS). Não se trata de uma “superação” ou “evolução” dos modelos
anteriores, mas, sim, da valorização e integração deles.
Existem críticas a este conceito proposto pela OMS. Uma delas seria de que
o conceito é idealizado e utópico, já que o completo bem-estar físico, mental
e social é inatingível a qualquer ser humano. Ninguém pode ser considerado
saudável se o conceito de saúde for interpretado de forma concreta e literal.
Alternativamente, pode-se interpretar que cada indivíduo está em um processo
de saúde/doença contínuo e mutável.
Outra crítica se refere à possibilidade de o conceito fomentar um Estado
excessivamente paternalista e intervencionista, podendo assumir posturas
autoritárias justificadas pela busca do completo bem-estar social (SCLIAR,
2007). Ademais, diferentes culturas e indivíduos podem ter ideias diferentes
sobre quais elementos constituem o “bem-estar social”.
Não é somente no campo teórico que encontraremos implicações da carac-
terização da saúde e saúde mental. As óticas previamente explanadas podem
ser percebidas no cotidiano clínico ao se entrevistar clientes e seus familiares.
Os mais diversos sintomas psiquiátricos podem ser interpretados como
possessão demoníaca, “encosto”, “falta de Deus no coração” ou outras ex-
plicações de cunho religioso, direcionando o tratamento à reza, sessões de
descarrego, exorcismo ou cirurgia espiritual. Tal interpretação tem potencial
de ser nociva ao cliente caso o afaste ou atrase o início de intervenções com
embasamento científico.
O comportamento grosseiramente desviante do esperado culturalmente
também pode ser caracterizado como transtorno mental mesmo nos dias de
hoje. Tomemos como exemplo o transtorno de personalidade dependente,
caracterizado pela marcante dificuldade de tomar decisões cotidianas, discordar
de terceiros, tomar iniciativa por conta própria e se assumir como uma pessoa
autônoma e independente. Uma mulher com tais traços seria considerada
portadora de transtorno mental na cultura ocidental do século XXI, porém,
teria status de esposa exemplar pela sua submissão ao marido em culturas
muçulmanas tradicionais.
Conceitos de saúde e doença mental 5

Devemos tomar o cuidado de não posicionar a compreensão biológica da


saúde como modelo “correto” ou absoluto. Essa visão trouxe inquestionáveis
avanços a todas as áreas da medicina. Entretanto, sua utilização de forma
única e restrita resultou em décadas de aplicação do modelo biomédico, hos-
pitalocêntrico, curativista e centrado no especialista. Suas limitações são
claras na psiquiatria e na medicina psicossomática, mas mesmo doenças de
etiologia inquestionavelmente biológica devem ser avaliadas sob a ótica biop-
sicossocial. Uma parasitose, por exemplo, não deve ser tratada exclusivamente
com a prescrição de anti-helmínticos. Também deve ser realizada educação
em saúde sobre lavagem de mãos, higiene pessoal, cuidados com alimentos,
verificação de acesso a água tratada e saneamento básico, rastreio de familiares
e envolvimento dos pais em todo o processo de tratamento.

Promoção de saúde mental


Vários hábitos de vida e traços de personalidade estão relacionados à menor
incidência e prevalência de doenças mentais. Pessoas com maior espirituali-
dade e envolvimento religioso têm menor propensão ao desenvolvimento de
transtornos mentais (BONELLI; KEONIG, 2013) e autorrelato de maiores
níveis de felicidade (FERRAZ; TAVARES; ZILBERMAN, 2007). Nunca
se deve estimular um cliente a exercer uma religião específica, sob o risco
de minar o relacionamento enfermeiro-cliente ou mesmo realizar conduta
antiética. Porém, é possível fomentar o cliente a se aproximar de seu credo e
se reintegrar à sua comunidade religiosa.
Diversos estudos correlacionam a prática de atividades físicas com maior
saúde mental (MIKKELSEN et al., 2017), melhora de sintomas depressivos
(KNAPEN et al., 2015) e melhora de sintomas ansiosos (KANDOLA et al.,
2018). Ademais, a prática de atividade física auxilia nos controles pressórico
e glicêmico, na manutenção de peso saudável e na menor incidência de câncer
e doenças cardiovasculares.
O sono preservado contribuiu para a manutenção e recuperação da saúde
mental, e a boa higiene no sono tem papel fundamental no sono de qualidade.
Veja o Quadro 1 sobre as recomendações sobre esse cuidado.
6 Conceitos de saúde e doença mental

Quadro 1. Higiene do sono

O que fazer O que não fazer

Ter ambiente propício ao sono: Tomar café ou cafeinados, fumar ou


quarto escuro, silencioso, com boa ingerir bebidas alcoólicas nas horas
temperatura, cama confortável precedentes ao horário de dormir.
e com tamanho adequado.

Ter horários regulares para dormir e Assistir televisão e usar computador


acordar, mesmo aos finais de semana. ou celular logo antes de dormir.

Praticar atividades físicas Realizar exercícios físicos nas três


preferencialmente pela manhã. horas precedentes ao sono.

Praticar leitura, atividades calmas Fazer grandes refeições próximo


e relaxantes antes de dormir. ao horário de dormir.

Usar a cama somente para Tirar cochilos ao longo do dia.


dormir e atividade sexual.
Fonte: Adaptado de Poyares e Tufik (2003).

Por fim, a prática da meditação tem ganhado destaque tanto na promoção


da saúde mental quanto no tratamento de transtornos mentais. Tal prática
pode ser treinada diretamente ou em conjunto com ioga, reiki ou mesmo
incorporada dentro de um tratamento psicoterápico. Trata-se de um processo
que leva a um estado mental caracterizado pela atenção não julgadora ao
momento presente, incluindo as sensações, os pensamentos, o ambiente, o
estado corporal e a consciência enquanto encoraja a abertura, a curiosidade
e a aceitação (HOFMANN; GOMEZ, 2017).

A doença mental e a zona cinzenta que a separa


da normalidade
A separação dos processos psíquicos normais dos patológicos não pode pres-
cindir dos modelos humanísticos para a completa apreensão dos fenômenos
mentais. É necessário integrar diferentes referencias teóricos, como o psico-
lógico, o social e o biológico.
Além disso, o conceito de normalidade e de saúde em psicopatologia é
muito controverso. Veja o Quadro 2 listando os critérios de normalidade.
Conceitos de saúde e doença mental 7

Quadro 2. Conceitos de normalidade

Conceito de
Descrição
Normalidade

Normalidade O normal seria simplesmente aquele que não tem


como ausência um transtorno mental. Trata-se de um critério
de doença falho ao definir a normalidade por aquilo que
ela não é. Ademais, é muito estigmatizaste.

Normalidade Aqui se estabelece de forma arbitrária uma normal utópica,


ideal supostamente mais "evoluída", perfeitamente inserida
a critérios socioculturais e ideológicos arbitrários.

Normalidade Trata-se de um conceito de normalidade baseado em


estatística dados quantitativos, e não qualitativos. O normal seria
aquilo que é menos frequente, nos extremos da curva.

Normalidade Aqui se enquadra o conceito adotado pela OMS.


como É um conceito muito vasto e impreciso, já que
bem-estar bem-estar não pode ser definido objetivamente,
além de ser demasiadamente utópico.

Normalidade Aqui leva-se em conta os aspectos dinâmicos do


como processo desenvolvimento psicossocial, do movimento de
desestruturação e reestruturação nos ciclos da
vida. Trata-se de um conceito particularmente
útil na avaliação de crianças e adolescentes.

Normalidade A decisão da normalidade e da doença fica a cargo da


subjetiva percepção do próprio indivíduo. Critério falho em qualquer
caso de transtorno mental com baixo insight, como ocorre
na esquizofrenia e fase maníaca do transtorno bipolar.

Normalidade O patológico acontece na medida em que produz


funcional sofrimento para o próprio indivíduo e/ou seu grupo
social. A disfuncionalidade se dá por prejuízos
acadêmicos, laborais, conjugais, familiares e sociais.

Normalidade A doença mental seria a perda da liberdade existencial, a


como fossilização das possibilidades existenciais. O normal dispõe
liberdade de senso de realidade, senso de humor, tem capacidade de
relativizar os problemas e encontrar prazer na realidade.
Fonte: Adaptado de Dalgalarrondo (2008).

Assim, não existe um conceito único e definitivo de normalidade, de forma


que vários podem ser utilizados de acordo com o contexto clínico.
8 Conceitos de saúde e doença mental

Facetas da psicopatologia
Diferentemente do que ocorre em outras áreas da saúde, não existe uma única
teoria ou um único agente etiológico que explique o fenômeno dos transtornos
mentais. Sendo assim, é importante que o enfermeiro psiquiátrico conheça os
diferentes referenciais teóricos, apresentados no Quadro 3.

Quadro 3. Conceitos de psicopatologia

Conceito de
Descrição
psicopatologia

Psicopatologia O interesse está na forma das alterações psíquicas, na


descritiva estrutura dos sintomas e na sua presença ou ausência.

Psicopatologia O foce está no conteúdo das vivências, na


dinâmica experiência individual, nos movimentos internos
e nos desejos e temores do indivíduo, os quais
não são necessariamente classificáveis.

Psicopatologia O adoecimento ocorre por falhas no cérebro,


Biológica com processos neuroquímicos desregulado
provocando os sintomas clínicos.

Psicopatologia O indivíduo é visto como uma "existência singular",


existencial que é essencialmente histórico e humano, apenas
habitando o corpo biológico. O adoecimento se
dá como uma forma trágica de ser no mundo, uma
existência dolorosa para si e para os outros.

Psicopatologia A doença se dá por meio de comportamentos


comportamental- disfuncionais realizados por representações
cognitivista cognitivas disfuncionais, aprendidas e reforçadas
pelas experiência pessoal e sociofamiliar.

Psicopatologia Para a psicanálise, o ser humano é dominado por


psicanalítica conflitos e desejos inconscientes. A doença se dá pela
interação entre tais conflitos com as normais culturais
e com a possibilidade de satisfação desses desejos.

Psicopatologia As doenças mentais são compreendidas como


categorial específicas e individualizadas e são constituídas por
um conjunto de sinais e sintomas específicos, havendo
uma fronteira nítida entre cada transtorno mental.

(Continua)
Conceitos de saúde e doença mental 9

(Continuação)

Quadro 3. Conceitos de psicopatologia

Conceito de
Descrição
psicopatologia

Psicopatologia Este modelo é antagônico à psicopatologia


dimensional categorial, argumentando ser mais próximo da
realidade, pois o conjunto de queixas apresentadas
pelos indivíduos dificilmente se enquadram
exclusivamente em uma categoria. Cria-se então o
“espectro bipolar”, “espectro da esquizofrenia”, etc.

Psicopatologia Os transtornos mentais seriam comportamentos


sociocultural desviantes que surgem a partir da discriminação, da
pobreza, da migração, do estresse, da desmoralização, etc.

Fonte: Adaptado de Dalgalarrondo (2008).

Percebe-se que não existe um único referencial psicopatológico capaz de


englobar toda complexidade do ser humano. Cada modelo apresentado terá suas
fortalezas e limitações. Diante das situações clínicas, caberá ao enfermeiro
compreender o indivíduo da forma mais completa possível e, consequentemente,
utilizar o referencial mais adequado a cada caso e a cada momento.

Afinal, o que é doença mental?


Conhecendo os múltiplos conceitos de saúde mental, normalidade e psicopa-
tologia, fica claro que não é possível realizar um conceito definitivo de saúde
mental. Qualquer modelo de doença mental será, inevitavelmente, limitado
e incompleto.
A classificação das doenças mentais foi realizada por um conselho de
especialistas da associação américa de psiquiatria e publicado no Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, do inglês Diagnostic
and Statistical Manual of Mental Disorders), que atualmente se encontra em
sua quinta edição (DSM-5), lançada em 2013. A classificação internacional
das doenças (CID) segue modelo semelhante ao DSM.
10 Conceitos de saúde e doença mental

O conselho elaborador do DSM optou por utilizar o conceito psicopatológico


categorial: cada transtorno mental é descrito como um conjunto de sinais e
sintomas descrito ao longo de determinados critérios diagnósticos. São utili-
zados vários conceitos de normalidade, havendo predomínio da normalidade
funcional, ou seja: o transtorno mental ocorre a partir do ponto em que os
sinais e sintomas apresentados causam limitações objetivas no trabalho, na
vida conjugal, no relacionamento familiar, no desempenho acadêmico e no
convívio social ou ao menos grande sofrimento psíquico subjetivo (AMERI-
CAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014)..
Os sintomas que levam a esse sofrimento nominado “clinicamente signi-
ficativo” podem ser experiências vivenciadas na normalidade (como tristeza,
medo ou ansiedade), porém em intensidade, frequência e duração exacer-
bados. Também podem ocorrer sintomas que normalmente não ocorrem na
normalidade, como é o caso das alucinações de delírios. Vale ressaltar que
qualquer experiência que faça parte de um contexto religioso, cultural ou
político-partidário nunca pode ser considerada sintoma ou doença mental.

Veja como exemplo os critérios diagnósticos para mutismo seletivo segundo o DSM-5.
„„ Fracasso persistente para falar em situações sociais específicas nas quais existe a
expectativa para tal (por exemplo, na escola), apesar de falar em outras situações.
„„ A perturbação interfere na realização educacional ou profissional ou na comuni-
cação social.
„„ A duração mínima da perturbação é um mês (não limitada ao primeiro mês da
escola).
„„ O fracasso para falar não se deve a um desconhecimento ou desconforto com o
idioma exigido pela situação social.
„„ A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno da comunicação
nem ocorre exclusivamente durante o curso de transtorno do espectro autista,
da esquizofrenia ou de outros transtornos psicóticos.
Neste exemplo podemos ver a presença de uma experiência relativamente comum
(dificuldade ou vergonha de falar em determinadas situações sociais) que, em razão da
sua intensidade (a dificuldade se transforma em incapacidade) e duração, traz alguma
forma de prejuízo funcional ao indivíduo. Note o cuidado em excluir situações que
poderiam justificar tal comportamento.
Conceitos de saúde e doença mental 11

Uma desvantagem do diagnóstico categorial é que os transtornos men-


tais nem sempre se enquadram completamente nas fronteiras de um único
transtorno. Por exemplo, aquele que padece de depressão frequentemente
terá queixas relacionadas à ansiedade, podendo ou não se enquadrar em um
diagnóstico adicional.
Além disso, diversos transtornos mentais ocorrem mais comumente em
conjunto com outros do que isoladamente, como é o caso dos transtornos de
personalidade. Se estatisticamente a comorbidade psiquiátrica é mais frequente
do que um diagnóstico isolado, há de se inferir que ambos os transtornos
seriam na verdade manifestações de uma única doença, e não dois ou mais
diagnósticos isolados.
Como os critérios diagnósticos foram definidos por um conselho de espe-
cialistas, eles são vulneráveis a falhas e vieses humanos. Grupos de pesquisa
tentam classificar os transtornos mentais de acordo com um mecanismo etio-
patogênico biológico subjacente (como disfunção do sistema serotoninérgico,
noradrenérgico, etc.), sem sucesso até o momento.
Apesar de tais limitações, optou-se pelo diagnóstico categorial por conta
de uma série de vantagens. Primeiramente ele permite uniformizar o diag-
nóstico psiquiátrico ao redor do mundo, possibilitando a troca de informações
confiáveis por pesquisadores e profissionais de saúde. Sem uma padronização
diagnóstica não seria possível comparar os achados de um estudo com outro
(já que cada um utilizou critérios distintos para classificar os enfermos).
Também permite a realização de pesquisas clínicas sobre a efetividade do
tratamento (medicamentoso ou não medicamentoso), levantamento de dados
estatísticos e epidemiológicos e investigação de mecanismos fisiopatogênicos.
Sem embasamento científico, a psiquiatria não seria diferente do curandeirismo.
Vale ressaltar que a realização de um diagnóstico formal é apenas uma parte
da avaliação psiquiátrica. Os demais elementos excluídos do diagnóstico podem
e devem ser avaliados na prática clínica. Assim, o enfermeiro deve investigar
o contexto sociocultural, os relacionamentos familiares, as percepções do
cliente sobre o próprio adoecimento e as características psicológicas (podendo
utilizar o referencial psicanalítico, cognitivo comportamental, interpessoal,
sistêmico, etc.).
12 Conceitos de saúde e doença mental

Família e sociedade diante do adoecimento


mental
Como já exposto, os conceitos de saúde, saúde mental e doença mental sofrem
influência do momento histórico em que estão inseridos.
Por anos e anos clientes acometidos por transtornos mentais foram isola-
dos da família e da sociedade em instituições hospitalares denominadas de
manicômios. Esses locais tinham como objetivo proteger a sociedade dos
perigos advindos da loucura e proteger o próprio paciente de sua família. Faz
parte da história da psiquiatria um tratamento baseado na intolerância, tendo
o cárcere dos pacientes com doenças mentais como uma forma de “proteger”
a sociedade da loucura.
Essa forma de cuidar foi fortemente influenciada pela concepção de que
as pessoas com doenças mentais poderiam influenciar negativamente na
sociedade e de que sua família poderia ser a causadora de seu adoecimento
psíquico. Sendo assim, por ser “nociva”, a família foi retirada de cena e o
cuidado foi delegado a terceiros.
Nessas instituições, o cliente era submetido a diversas formas de tratamento
e, durante este, ele não poderia manter contato com seus familiares. Com a
exclusão das famílias do contexto de tratamento, cabia a elas somente duas
possibilidades: a espera da alta quando os profissionais de saúde achassem
conveniente ou a aceitação de uma hospitalização para o resto da vida do
familiar adoecido.
O modelo excludente de manicômios mostrou-se com o passar do tempo
ser ineficiente e colaborando negativamente para a cronificação de doenças.
Assim, a partir da década de 1950 iniciou na Europa um movimento político-
-social chamado de desinstitucionalização psiquiátrica. Esse movimento
buscava defender os direitos dos acometidos por transtornos mentais, exigir
melhorias nas formas de tratamento e buscar uma reintegração familiar e
comunitária do paciente.
O movimento de desinstitucionalização psiquiátrica no Brasil teve início
apenas duas décadas depois, em 1970. O movimento de mudanças nas práticas
de cuidados aos acometidos por transtornos mentais foi iniciado e proposto por
trabalhadores, usuários e familiares dos serviços de psiquiatria, impulsionados
por condições precárias de trabalho em saúde mental e pela necessidade de
um atendimento psiquiátrico de base comunitária não excludente.
Conceitos de saúde e doença mental 13

Essa movimentação política e social, a fim de aquisição de novas práticas


em saúde mental, foi denominada Reforma Psiquiátrica brasileira. A reforma
propôs uma substituição de um modelo hospitalocêntrico para um pautado
em atenção em redes, com recuperação, promoção, prevenção de agravos e,
principalmente, com a ressocialização.
Essas medidas propostas pela Reforma Psiquiátrica ganharam força a
partir de 1986, quando realizou-se a oitava Conferência Nacional da Saúde,
na qual foi formada uma comissão a fim da elaboração de novas propostas
para a assistência psiquiátrica brasileira. Essa comissão propôs que os aten-
dimentos em psiquiatria fossem com enfoque multiprofissional e disponíveis
em todos os níveis de atenção (primária, secundária e terciária) e que serviços
ambulatoriais especializados deveriam ser criados.
Por fim, a consolidação de todas as alterações nas práticas de cuidado em
saúde mental foi efetivada em 6 de abril de 2001, por meio da promulgação da
Lei Federal nº. 10.216. Essa Lei oficializou o atendimento psiquiátrico comu-
nitário no Brasil, dispondo sobre a necessidade de um tratamento humanizado
às pessoas com sofrimento emocional, criando serviços de base comunitária
para o atendimento destas como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
Após Lei Federal nº. 10.216/2001, outras leis e portarias foram criadas
para a regulamentação do atendimento psiquiátrico comunitário, contudo, a
promulgação de leis e portarias não garantiram a efetivação de todas as práticas
inovadoras no âmbito da saúde mental. A cobertura de serviços na comunidade
é insuficiente, faltando profissionais qualificados para o trabalho. Além do
mais, houve uma reinserção do adoecido no meio intrafamiliar sem um preparo
adequado das famílias e comunidades para o convívio com essas pessoas.
A literatura evidencia que a reaproximação da família com o portador
de transtorno mental é permeada de contradições, como a imposição de um
“retorno para casa” do paciente, sem a oferta de serviços extra-hospitalares
em números suficientes e sem levar em consideração o desgaste a que ficam
sujeitos os familiares.
Cuidar de uma pessoa com transtorno mental representa um desafio para a
família e a aceitação da doença e do adoecido pelos familiares é um elemento
fundamental para a reabilitação psicossocial. A existência de um ente familiar
adoecido mentalmente impacta todos os membros da família e a comunidade
local que ele habita. A rotina da família pode alterar, exigindo uma demanda
de atenção e de cuidados, gerando uma sobrecarga.
14 Conceitos de saúde e doença mental

É necessário compreender que a convivência com um portador de uma


patologia psiquiátrica pode não ser harmoniosa a todos os momentos e que os
familiares devem lidar diariamente com sentimento de insegurança, limitações
e conflitos, requerendo que a família, como grupo, esteja em constante movi-
mento de repensar e reorganizar suas dinâmicas de convívio. Nesse sentido,
cada membro familiar deverá adquirir um papel e um significado próprio para
conseguir administrar o novo cotidiano da vida familiar.
O ato de cuidar de uma pessoa que sofre com um transtorno mental implica
em aceitar que aquele membro familiar não apresentará mais comportamentos
já conhecidos e pode manifestar sintomas de autodestruição, agressividade
e isolamento, por exemplo. Hábitos inadequados de higiene, alimentação e
gastos financeiros também podem gerar nos familiares sentimentos de raiva,
ansiedade e frustração. Além disso, os cuidadores também devem ofertar
cuidados no sentido de acompanhamento em consultas, supervisão medica-
mentosa, organização domiciliar e responsabilidade com custos advindos do
tratamento (CASABURI, 2016).
Além disso, estudos apontam que o comportamento imprevisível do ado-
ecido debilita expectativas sócias, fazendo com que os familiares motivados
pela vergonha e pelo cansaço se distanciem de suas atividades sociais.
Contudo, por mais que o transtorno mental acarrete diversas modificações
na rotina das famílias, elas devem ser consideradas como um grupo com
grande potencial de acolhimento e ressocialização. É no contexto familiar
que se desenvolvem aspectos relativos à sociabilidade e afetividade, sobretudo
durante a infância e a adolescência.
Estudos apontam que a inclusão das famílias nos cuidados em saúde mental
está relacionada a uma queda no número das reinternações e na cronificação
de patologias psiquiátricas. À medida que o tempo passa, as famílias vão
desenvolvendo estratégias para manejo de suas próprias dificuldades e até
conseguem prever uma possível exacerbação dos sintomas buscando por ajuda
profissional rapidamente.
O sofrimento constante pode levar os familiares a uma maior união, na
qual os vínculos familiares são reforçados, conferindo forças para aceitar e
enfrentar a caminhada do “cuidar juntos”.
Entretanto, é necessário que profissionais de saúde auxiliem as famílias
a compreender o significado de vivenciar um transtorno mental em um ente
familiar. É preciso que os profissionais de saúde estimulem as vivencias
saudáveis entre os familiares, mediante diálogo, troca de afeto e comparti-
lhamento de experiências.
Conceitos de saúde e doença mental 15

Infelizmente, nos dias de hoje, a comunidade ainda apresenta a concepção


de que a pessoa com transtorno mental se encontra sob condição de anorma-
lidade humana, colocando-a em posição de periculosidade e de incapacidade.
A doença psiquiátrica vai além de um conjunto de sintomas, representando
uma simbologia moral, psicológica e social.
Não é incomum que a sociedade subjugue a capacidade do adoecido, fazendo
um movimento de infantilização deste e retirando a possibilidade de ele se
colocar como protagonista de sua própria história. A imagem de inutilidade faz
com que o cliente muitas vezes não consiga um emprego, trazendo a família
mais um ônus: o ônus financeiro.
Sabe-se que o transtorno mental tem múltiplas casualidades como bioló-
gicas, sociais e psicológicas, mas a concepção de que a pessoa com esse tipo
de transtorno é alguém incapaz e merecedor de isolamento é ainda arraigada.
A presunção de incapacidade faz com que o adoecido não obtenha oportu-
nidades de atuação desde atividades como confecção de seu próprio alimento
até a reinserção no mercado de trabalho. Isso faz com que o mesmo entre
em um ciclo de não oportunidades, podendo fazer com que sentimentos de
autodesvalorização ganhem maiores proporções e, inevitavelmente, migrem
para o isolamento social.
O imaginário coletivo negativo é uma condição sine qua non para a efeti-
vação de práticas de cuidados comunitários. O suporte ofertado pelas redes
sociais na comunidade é um aspecto fundamental na inclusão social de pessoas
com transtornos mentais.
As redes sociais em uma comunidade proporcionam ao indivíduo a organi-
zação de sua identidade pessoal por meio de trocas e experiências e promove o
sentimento de pertencimento. Essas interações podem se formalizar nos bairros,
nas igrejas ou nos trabalhos e a partir da interação com o outro é possível
que o indivíduo obtenha uma imagem refletida de si próprio, favorecendo um
processo de autorreflexão das potencialidades e fraquezas.
Apesar da importância do convívio social, as pessoas com transtornos men-
tais ainda encontram dificuldades em estabelecer e manter suas redes sociais,
em razão do contexto atual da sociedade que ainda impera a discriminação e
o preconceito. Há um paradigma emergente na atualidade e que precisamos
lidar: o sujeito adoecido mentalmente e sua relação com a sociedade.
Hoje estamos em um cenário que preza uma nova lógica de atendimento,
que é a lógica da inclusão. Devemos perpassar a concepção de apenas um
aparelho psíquico adoecido para um indivíduo imerso de um complexo his-
tórico e cultural.
16 Conceitos de saúde e doença mental

O transtorno mental é um fenômeno pouco compreendido e aceito e cabe


aos serviços de saúde especializados na área a ruptura da casualidade linear
entre doença e periculosidade. O trabalho deve ser feito de uma forma de atinja
o maior número de pessoas e espaços distintos, pois o adoecimento mental
está em todos os lugares. Se almejamos que a lógica excludente seja revista
e quebrada, nós, como profissionais de saúde, devemos orientar a população
acerca dos mitos envoltos na temática e como ações comunitárias podem
auxiliar nos clientes acometidos por transtornos mentais.
Os serviços especializados em psiquiatria, como CAPS, Residências Te-
rapêuticas, Ambulatórios de Saúde Mental e Hospitais Dia, devem orientar
seus trabalhos para as necessidades do cliente, deslocando as práticas para a
comunidade por meio da transdiciplinariedade. Deve-se haver uma ampliação
dos espaços de tratamento em saúde mental para uma rede de atenção à saúde,
por exemplo, dentro da atenção primária.
Fortalecendo os espaços de atenção ao portador de transtorno mental,
conseguiremos efetivar os pressupostos da reforma psiquiátrica e fazer com
que a sociedade se sinta cada dia mais corresponsável pelos indivíduos que
adoecem mentalmente.
Por fim, o que almejamos é esclarecer que retirar os clientes com patologias
psiquiátricas do modelo de tratamento hospitalocêntrico foi uma prática im-
portante, mas que de nada adianta se não for ofertado um suporte profissional
à comunidade e à família que estão acolhendo esses adoecidos.
Retirar do hospital e inserir no âmbito familiar sem suporte é criar um
ambiente de sofrimento para ambos, cliente e família. A função dos profis-
sionais é identificar as potencialidades da família e da comunidade e utilizar
isso como um recurso terapêutico que melhorará a qualidade de vida de todos
os envolvidos.

A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de atenção para o aten-


dimento de pessoas com problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de
crack, álcool e outras drogas. A RAPS integra o Sistema Único de Saúde (SUS).
Acesse o link a seguir e confira todas as portarias referentes à RAPS:

https://qrgo.page.link/HHBWp
Conceitos de saúde e doença mental 17

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Leitura recomendada
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