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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2

2 SAÚDE MENTAL ........................................................................................ 3

2.1 Determinantes Da Saúde Mental.......................................................... 6

2.1.1 Determinantes Biológicos ............................................................... 6

2.1.2 Os Determinantes Psicológicos ...................................................... 7

2.1.3 Os Determinantes Socioeconômicos.............................................. 8

2.1.4 Determinantes Comportamentais ................................................... 9

2.2 A Investigação no Domínio Da Saúde Mental .................................... 11

3 QUEM É O ADULTO? ............................................................................... 13

3.1 Saúde do Adulto ................................................................................. 17

3.2 Saúde Mental do Adulto ..................................................................... 20

4 ENVELHECIMENTO HUMANO: TRANSFORMAÇÕES EM PROCESSOS


..................................................................................................................23

4.1 Implicações do Processo de Envelhecer ............................................ 26

5 QUEM É A PESSOA IDOSA? ................................................................... 31

5.1 Saúde da Pessoa Idosa ..................................................................... 34

5.2 Saúde Mental do Idoso....................................................................... 36

6 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 41

1
1 INTRODUÇÃO

Prezado Aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons Estudos!

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2 SAÚDE MENTAL

Fonte: perftracker.com.br

A OMS define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental
e social, e não apenas a ausência de doenças". Essa definição tem sofrido várias
críticas, pois defini-la desta forma faz dela algo ideal, inatingível. Alguns autores
defendem que essa definição teria viabilizado uma medicalização da existência
humana, assim como abusos por parte do Estado a título de promoção de saúde
(OMS, 2001; Caponi, 2003; Carvalho, 2005).
Caponi (2003), embasada nas ideias de Canguilhem (1990), afirma que além
deste caráter utópico e subjetivo, a definição da OMS consente o emprego do conceito
para legitimar estratégias de controle e exclusão de tudo aquilo que for consideramos
como fora do normal, indesejado ou perigoso.

O conceito de saúde tende a se confundir com o conceito de frequência. Há


uma aproximação entre saúde e normalidade e a construção de instrumentos
de medição que atribuem parâmetros “científicos” que vão definir este
intervalo. Estes instrumentos na maioria das vezes são escalas construídas
a partir de questionários sobre o problema em questão. As respostas que têm
mais frequência são consideradas o padrão de normalidade e o “anormal”
situa-se nas bordas da curva de normalidade. Esta lógica de construção faz
com que qualquer expressão diferente ou discordante das respostas mais
frequentes, sejam consideradas “patológicas” o que não é necessariamente
verdade (GAMA, CAMPOS & FERRER, 2014).

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Canguilhem (1990) mostrou em “O normal e o Patológico” que a medicina
explica suas enfermidades como desvios em relação a uma média estatística que
indica a frequência deste fenômeno na população em geral, sendo o tratamento um
processo de normalização. Caponi (2003) afirma que o conceito de normal é duplo,
isto é, de um lado se refere à média estatística e de outro transforma-se num conceito
valorativo ligado ao que é considerado desejável em um determinado momento
histórico numa determinada sociedade.

A existência de uma pessoa inclui os erros, os fracassos, as privações, as


opções de vida, os desejos, as angústias existenciais, os desafios e as
contradições. Quando criamos um conceito de saúde que impede uma
conexão com a vida cotidiana, que exclui as oscilações, as possíveis
aventuras e as escolhas singulares, relacionando qualquer afastamento da
regra a uma espécie de crime e merecedor de um determinado castigo,
estamos, ao contrário de produzir saúde, normatizando o comportamento.
Assim, o conceito de saúde necessitaria ser reformulado englobando as
oscilações da vida, inclusive a própria possibilidade de adoecimento. A
análise poderia ficar mais centrada na capacidade de enfrentamento dos
problemas (GAMA, CAMPOS & FERRER, 2014).

A definição de saúde mental ou saúde psíquica é ainda mais complicada pois


além de estar diretamente vinculada à questão do normal e do patológico envolve a
complexa discussão a respeito da loucura e todos os estigmas ligados a ela. A
atribuição de um diagnóstico psiquiátrico a uma pessoa significa, na maioria das
vezes, colocá-la num espaço que pode ser iatrogênico.
Decorrentes das críticas ao conceito da OMS e somadas aos vários eventos
políticos e econômicos, surgiram as discussões sobre um novo paradigma, a saúde
como produção social. Essa nova visão constitui-se da combinação das abordagens
da medicina preventiva e da saúde integrativa, da expansão do conceito de educação
em saúde e da rejeição da abordagem higienista.
Seguindo propostas de reforma do sistema de saúde brasileiro, o conceito de
saúde foi formalmente revisitado e influenciado por experiências internacionais
envolvendo políticas de saúde, como discutido principalmente na 8° Conferência
Nacional de Saúde, em 1986. Naquela ocasião foi sugerido que a saúde incluísse
fatores como dieta, educação, trabalho, situação de moradia, renda e acesso a
serviços de saúde.
Como resultado, o conceito brasileiro de saúde começou a ser entendido de
forma mais complexa, considerando os princípios de universalidade, integralidade e
equidade no cuidado à saúde. Esses princípios, contudo, coexistem com abordagens
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claramente ligadas à antiga visão. O termo ‘bem-estar’, presente na definição da OMS,
é um componente tanto do conceito de saúde, quanto de saúde mental, é entendido
como um constructo de natureza subjetiva, fortemente influenciado pela cultura.

A OMS define saúde mental como um estado de bem-estar no qual um


indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com os estresses
cotidianos, pode trabalhar produtivamente e é capaz de contribuir para sua
comunidade. (OMS, 1946, apud GAINO, 2018).

Definições de saúde mental são objeto de diversos saberes, porém, prevalece


um discurso psiquiátrico que a entende como oposta à loucura, denotando que
pessoas com diagnósticos de transtornos mentais não podem ter nenhum grau de
saúde mental, bem-estar ou qualidade de vida, como se suas crises ou sintomas
fossem contínuos.
Nos anos 1960, o psiquiatra italiano Franco Basaglia propôs uma reformulação
no conceito de loucura, mudando o foco da doença e expandindo-o com questões de
cidadania e inclusão social. Tal ideia ganhou adeptos e acendeu um movimento que
influenciou o conceito de saúde mental no Brasil e resultou na Reforma Psiquiátrica
Brasileira.
Frente ao exposto, entende-se que há dois paradigmas principais para
discussão dos conceitos de saúde e saúde mental, ou seja, o paradigma biomédico e
o da produção social de saúde. No primeiro, o foco é exclusivamente na doença e em
suas manifestações, a loucura como sendo essencialmente o objeto de estudo da
psiquiatria.
No segundo, a saúde é mais complexa que as manifestações das doenças e
inclui aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais. Neste paradigma, loucura
é muito mais que um diagnóstico psiquiátrico, pois os pacientes com um transtorno
psiquiátrico podem ter qualidade de vida, participar da comunidade, trabalhar e
desenvolver seus potenciais.
O Sistema Único de Saúde brasileiro adota um conceito ampliado de saúde e
inclui em suas prioridades o cuidado à saúde mental. Entretanto, este estudo
pressupõe que que tal perspectiva não foi naturalizada pelos profissionais de saúde
que integram esse sistema, ainda prevalecendo o paradigma biomédico.

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2.1 Determinantes Da Saúde Mental

Fonte: Ims.Uerj.Br

A literatura identifica múltiplos determinantes da saúde mental cuja gênese está


associada às várias dimensões da pessoa: biológicas, psicológicas, socioeconômicas,
ambientais e culturais. Alguns determinantes destacam-se pelos efeitos negativos
marcantes ou perduráveis que possuem.

2.1.1 Determinantes Biológicos

Os determinantes biológicos da saúde mental destacam-se pela relevante


influência nos padrões de regulação hormonal e nos comportamentos de saúde
individual, especialmente associada ao género e idade.
Gênero: as mulheres têm risco de sofrer depressão ou perturbações de
ansiedade, superior ao dos homens. A prevalência aumentada de perturbações de
ansiedade e depressão nas mulheres atribui-se aos fatores hormonais e aos papéis
multifacetados que desempenha (responsabilidades acumuladas: domésticas,
familiares e laborais), e ao contexto cultural em que vivem (frequentemente vítimas de
violência) incluindo no campus universitário. O sofrimento no feminino está
estreitamente enraizado na cultura e nas relações sociais de dominação e exploração

6
da mulher. A discriminação sexual e/ou a violência de gênero são preditores negativos
de saúde mental e física e estão correlacionados positivamente com a somatização
do mal-estar psíquico e sofrimento psicológico.
Idade: a idade tem grande preponderância nos padrões de regulação hormonal
e nos comportamentos de saúde e de risco. As faixas etárias dos adultos emergentes
estão associadas taxas altas de consumos substâncias psicoativas, comportamentos
de risco, acidentes de viação e primeiros surtos psicóticos. Além disso, é na
adolescência e adultícia emergente que várias perturbações mentais se declaram.
Sabe-se também que em termos mundiais os problemas de saúde mental em jovens
dos 18 aos 24 anos têm uma prevalência de 10 a 20% (APA, 2013).

2.1.2 Os Determinantes Psicológicos

Os determinantes psicológicos condicionam o processo de desenvolvimento de


competências psicossociais. As experiências negativas precoces - privação de
vinculação positiva, as adversidades, a negligência e os abusos provocam défices que
comprometem o desenvolvimento emocional normal, com reflexos negativos na
adolescência e na idade adulta.
Experiências negativas precoces: a privação de um processo de vinculação
positiva e de atitudes empáticas por parte dos adultos dificulta a expressão das
experiências emocionais da criança, limitando posteriormente a capacidade de gestão
e controle emocional de forma ajustada. A adversidade reiterada na infância associa-
se a processos intrapsíquicos negativos, como sentimento de impotência, baixa
autoestima e dependência interpessoal.

As privações graves na infância tendem a comprometer ou condicionar a


capacidade de o indivíduo perceber o seu contexto de forma adequada.
Nestas circunstâncias, regra geral, os indivíduos avaliam-no quase sempre
como hostil, por isso, adotam condutas defensivas, ansiosas e inapropriadas
(shapero et al., 2014; albornoz & bandeira, 20102003, apud nogueira, 2017,
p. 79).

Embora não se conheçam os mecanismos específicos do impacto das


adversidades no desenvolvimento de sintomas e problemas psíquicos existe
evidência da relação positiva entre experiências precoces negativas e problemas
subsequentes de saúde mental particularmente associadas à depressão.

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As experiências traumáticas durante a infância predizem ansiedade social e
depressão; na adolescência foram associadas ao risco de suicídio e a baixa
autoestima. O sofrimento que emerge das relações de violência afeta a capacidade
de resolver problemas e a sensibilidade da vítima para sentir interesse e empatia
consigo e com os outros. Por oposição, as circunstâncias familiares favoráveis
(vinculação, relações estáveis e afetivas com as figuras parentais, funcionamento
harmonioso do ambiente familiar) são promotores do potencial saudável de todos os
membros.

Estes atributos são determinantes para o desenvolvimento psicológico e


intelectual normal da criança, bem como para uma adequada regulação
emocional na idade adulta. (souza et al., 2010, apud nogueira, 2017, p. 80).

A evidência tem demostrado consistentemente que as experiências precoces


gratificantes influenciam marcada e positivamente a saúde mental da criança, com
benefícios que se estendem até à adultícia.

2.1.3 Os Determinantes Socioeconômicos

Os determinantes socioeconómicos mais preponderantes da saúde e da saúde


mental, estão os associados ao ciclo de pobreza (educação, desemprego, habitação,
exclusão social e estigma). Parece haver uma associação entre baixo nível
educacional, desemprego, pobreza e exclusão social, que alimenta o ciclo de pobreza

O nível socioeconómico (nse) é um dos preditores mais relevantes de bem-


estar e saúde mental, à medida que o nse aumenta os níveis de sm
melhoram. O nse baixo associa-se a maior adversidade ambiental, e é um
preditor de doença mental (alves & rodrigues, 2010, apud nogueira, 2017, p.
81).

Por outro lado, a doença mental contribui para perpetuar os ciclos da pobreza,
provocando a degradação do ambiente familiar, que por sua vez alimenta as
experiências negativas precoces, a discriminação sexual e a violência de gênero. Os
estudos têm demostrado que o desemprego, a precariedade e a insatisfação ou stress
laboral têm igualmente uma importante influência sobre doença, a vulnerabilidade e a
mortalidade precoce, podendo mesmo conduzir ao suicídio. Por oposição, a
estabilidade e satisfação laboral associa-se ao bem-estar e a melhores níveis de
saúde mental.

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2.1.4 Determinantes Comportamentais

Os determinantes comportamentais da saúde mental destacam-se pelas


propriedades de plasticidade que possuem, mas também pelo carácter consciente e
voluntário que possuem, por isso facilmente modificáveis. Razão pela qual são alvo
de relevante investimento face ao potencial e oportunidades de saúde que detêm.
Contudo, salienta-se que os comportamentos associados à saúde são fortemente
condicionados pelos estados psíquicos e pela perturbação mental. A saúde mental
está intimamente conectada com a saúde física e ao comportamento de saúde, que
representa um dos moduladores mais relevantes da qualidade de vida dos indivíduos.
Define-se comportamento de saúde como sendo o padrão de conduta adotado
individualmente com influência marcante direta ou potencial, favoráveis versos
prejudiciais na sua saúde. As condutas de saúde ou de risco dependem das relações
de influência de uma multiplicidade de fatores - biológicos, psicológicos, e sócio-
ambientais, tal como é característico dos comportamentos humanos.

Os comportamentos de saúde, são indicadores de saúde comportamental


positiva, isto é, traduzem atitudes promotoras do potencial saudável global,
ou que minimizam e previnem o risco. Como exemplos de comportamentos
de saúde mais relevantes, associados ao potencial de saúde mental, incluem-
se a atividade física regular, a boa higiene do sono, abster-se de consumir
sustâncias psicoativas e a vigilância de saúde (ferrara, 2009, apud nogueira,
2017, p. 82).

Os comportamentos de risco, referem-se a toda e qualquer conduta que


dependendo da sua frequência ou intensidade, compromete ou é nefasto para a saúde
mental, aumentando o risco de despoletar perturbações ou mesmo doença mental
(consumo de substâncias psicoativas, privação de sono). Todavia, os
comportamentos de risco (consciente ou não) envolvem sempre um carácter
voluntário e uma incerteza (mais ou menos percebida) das suas consequências para
a saúde o bem-estar.

Nos jovens, algumas condutas de risco visam satisfazer necessidades


desenvolvimentais importantes (e.g., novas experiências, aceitação pelos
seus pares, rituais de iniciação, reivindicar a independência, manifestar
oposição às normas e valores convencionais) ou são usados como
estratégias de gestão da ansiedade, frustração ou sofrimento psicológico em
geral (câmara, 2005, apud nogueira, 2017, p. 82).

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Nesta perspectiva, certos comportamentos durante esta etapa não serão
necessariamente problemas de saúde mental, correspondem pelo contrário a um
comportamento usual para esta etapa. No entanto, comportamentos de risco
reiterados podem causar danos consideráveis na saúde, prejudicando seriamente o
seu desenvolvimento saudável. A evidencia mostra que o consumo de substâncias
psicoativas são os determinantes comportamentais de risco mais comuns.
Consumo de substâncias psicoativas: as substâncias psicoativas ou
psicotrópicas (tabaco, álcool fármacos e outras drogas) modificam as funções
sensoriais, o humor e o comportamento do indivíduo. Designadas de lícitas/legais ou
ilícitas/ilegais, do ponto de vista legal, é fisiologicamente que estas substâncias mais
se diferenciam, dado que atuam a nível do sistema nervoso central como depressores,
estimulantes ou perturbadora. Razão pela qual se compreende que o seu efeito, mais
ou menos nocivo, dependa do tipo de consumo: experimental (período curto- baseado
na curiosidade); situacional (usado para gerir um problema pontual); intensivo
(consumo é diário) e compulsivo (consumo intensivo e dependência extrema). Não
obstante, independentemente das razões ou do tipo, todos os consumos têm efeitos
nefastos na saúde.

Os estudos têm demostrado que as intervenções de promoção da saúde


mental centradas no reforço dos recursos positivos e dos contextos têm um
impacto positivo e global no funcionamento da pessoa, traduzindo-se em
ganhos efetivos na saúde (who 2013, apud nogueira, 2017, p. 83).

O conhecimento sobre os determinantes da sm é extremamente importante, na


medida em que pode e deve ser transferido e integrado nas políticas de saúde.

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2.2 A Investigação no Domínio Da Saúde Mental

Fonte: saudemais.tv

A investigação no domínio da saúde mental é vasta, todavia medi-la continua a


ser uma tarefa complexa que não tem reunido consensos. Apesar do conceito de SM
da OMS possuir uma vertente marcadamente positiva, a ciência tem concedido maior
protagonismo à doença em detrimento da saúde mental. Esta tendência traduz-se
pela escassez de instrumentos para a avaliar a partir de uma perspectiva positiva.
Ainda assim, esta tendência tem vindo a inverter-se progressivamente, fruto da
centralidade que o bem-estar tem vindo a ocupar na saúde mental.
O conceito de saúde mental envolve dimensões subjetivas e objetivas, e para
o operacionalizar é necessário ter presente vários aspetos: o conceito de normalidade,
que varia segundo o momento histórico e de acordo com a geografia ou cultura, qual
o tipo de saúde que se procura mensurar- perspectivada como um estado ou como
um atributo, e estar consciente do risco de cair em leituras etnocêntricas face à
diversidade de valores e de comportamentos.
A principal dificuldade em medir a saúde mental reside na
multidimensionalidade do conceito, e na natureza distinta das suas várias dimensões:
objetivas, subjetivas, comportamentais, internas (processos cognitivos, emocionais ou
motivacionais) e externas. Mesmo quando estudada segundo uma perspectiva
11
positiva, avaliar saúde mental pode revelar-se reducionista, afastando-se da visão
holística subjacente, no entanto é importante diferenciar a saúde mental entre
indivíduos. Esta distinção é indispensável quanto se trata de identificar pessoas
deficitárias em termos de funcionamento e bem-estar.

Embora a maioria da população não sofra de qualquer doença mental, muitos


indivíduos, mesmo sem doença não funcionam bem, nem se sentem
saudáveis mentalmente (WESTERHOF & KEYES, 2010, apud NOGUEIRA,
2017).

Nas últimas décadas, tem sido produzida muita investigação baseada num
modelo de saúde mental assente num constructo de estrutura bidimensional,
combinada numa lógica de continuum. A utilidade desta estrutura tem sido
amplamente explorada, com base em duas dimensões:
Dimensão negativa ou distresse psicológico - afeto negativo, é um estado geral
pouco específico, que num contínuo não é suficientemente intenso para ser designado
de perturbação, isto é, é uma resposta não específica do organismo para gerir
qualquer tensão ou exigência sobre ele. Quando essa tensão ou estresse é
cognitivamente reconhecido como uma condição adversa, desagradável ou perigosa
é ativada uma tentativa de evitamento ou fuga dessa mesma situação, surgindo o
distresse psicológico.

A evidência de distresse psicológico inclui emoções negativas associadas a


uma reação fisiológica subjetiva e comportamental, vivenciadas por cada um
de forma distinta (APA, 2013, apud NOGUEIRA, 2017).

As manifestações de distresse englobam desconforto, sofrimento ou dor


emocional, pessimismo e crenças negativas acerca de si, perturbações do humor
(ansioso, agressivo, depressivo ou lábil), tensão psíquica, reatividade, medo e perda
de controlo emocional e comportamental.
Dimensão Positiva - Bem-Estar Psicológico - afeto positivo e os laços
emocionais, é o nível de funcionamento, sentir-se animado e apreciar a vida e as
vivências subjetivas que traduzem estados internos e experiências positivas
acumuladas. Existe evidência da relação positiva entre afeto positivo (felicidade,
alegria e entusiasmo), e menor morbilidade, longevidade e redução de sintomas
físicos. Um dos instrumentos mais referidos na literatura para avaliar a saúde mental
é o Mental Health Inventory (MHI) (inventario de saúde). Desenvolvido para a
investigação epidemiológica por vários investigadores no âmbito do Health Insurance
12
Study da Rand Corporation (Estudo de Seguro de Saúde Rand Corporation), tem
como escopo avaliar a saúde mental na população em geral numa perspectiva
bidimensional (positiva e negativa).

O MHI é usado tanto na população geral como em populações específicas,


podendo funcionar como um teste útil de rastreio de saúde mental, pois tem
grande capacidade discriminativa (VEIT & WARE, 1983, apud NOGUEIRA,
2017).

Pode ser usado em jovens para estudar o desenvolvimento positivo e


dificuldades em processos de ajustamento, numa lógica de compreensão global. Além
disso, é um instrumento adequado para diferenciar níveis de SM em pessoas sem
quadros psicopatológicos ou disfuncionais, assinalando défices que de outra forma
não seria possível reconhecer.

3 QUEM É O ADULTO?

Fonte: dicio.com.br

É possível encontrar vários termos que são utilizados como sinônimos e


auxiliam na definição dessa determinada fase da vida do ser humano: adultez,
adultado, adultilidade, adultescência, andragogia, maturescência, antropolescência
(BOUTINET, 2004 apud SOUZA, COSTA; SILVA, 2003 apud SOUZA, 2007).

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Normalmente, quando jovem, há aquela idealização de que nessa etapa do
ciclo seja o momento pleno para a realização de fantasias e sonhos do indivíduo.
Ainda há aquela ideia de ser um período onde estabelece a responsabilidade e
autonomia plena de seus atos, emprego, independência financeira, entre outras
possibilidades agradáveis. De fato, o adulto vivencia, no seu dia-a-dia, além disso
muitas outras situações, pois assim como tem as gratificações, o reconhecimento, o
sucesso e as alegrias, o adulto também se depara com dificuldades em sua jornada
existencial e apresenta momentos de instabilidades no seu modo de ser e de viver.

A idade adulta, longe de ser um período de gozo da aprendizagem, de


equilíbrio e de estabilidade emocional, é composta de inúmeras situações que
levam uma pessoa a agir, a pensar e a decidir de diferentes modos [...]
(SILVA, 2004).

De acordo com Piancastelli, Di Spirito & Flisch,

o adulto é capaz de experimentar em sociedade “momentos de escolhas,


decisões, de construir e desfazer laços afetivos, de estabilidade e
instabilidade na vida profissional, financeira e familiar, profissionalizar-se,
tornar-se um ser estruturado, agir por si só, sofrer várias pressões sociais e
viver de acordo com as normas sociais que ora o oprime e ora o liberta
(PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013).

Para Souza (2007), existe mais de uma categoria de adulto e ele cita três:
1ª – aqueles que se comportam como pessoa equilibrada e estável;
2ª – sujeitos em desenvolvimento, em atitude de experimentação, de
progressão, de formulação de desejos e concretização de projetos, com etapas a
percorrer e objetivos a cumprir;
3ª – adultos que têm de lidar com o imprevisto, o risco, a exclusão, a
desestabilização e a inexistência de quadros de referência.
A faixa etária que vai determinar se aquele indivíduo já é considerado adulto
depende da cultura. É possível verificar que em algumas culturas africanas, por
exemplo, todo aquele acima de 13 anos é identificado como adulto, entretanto na
maioria das demais civilizações essa idade ainda é caracterizada como adolescência.
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) o fim da adolescência
ocorre aos 18 anos, e como no Estatuto do Idoso (2003) a pessoa idosa é definida
como aquela que tem 60 anos acima, fica subentendido a idade adulta de 19 aos 60
anos.
Para Silva (2004), a vida adulta compreende três períodos:
14
I- Adulto jovem, para a faixa etária entre 19 e 21 anos;
II- Adulto, para a faixa etária de 22 aos 44 anos;
III- Meia-Idade, para as pessoas que possuem idade entre 45 e 60 anos.

Fonte: NESCON - UFMG

Os autores Piancastelli, Di Spirito & Flisch, descreveu sobre esse primeiro


período:

O jovem adulto, de 19 a 21 anos, está numa fase intermediária entre a


adolescência e a vida adulta e não apresenta ainda definidores da maturidade
plena: uma carreira e uma vida afetiva construída, bem como condição de se
sustentar financeiramente (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013).

Nos dias atuais, embora o jovem adulto seja independente, tanto financeira
como emocionalmente, muitos ainda preferem morar com os pais e ainda prolongam
seu período de estudos.

Os adultos de 22 a 44 anos, em contrapartida aos jovens adultos,


provavelmente já terão abraçado uma carreira profissional e assumido um
relacionamento afetivo ou se definido por permanecerem solteiros. Contudo,
é importante evidenciar que, a partir dessa fase, muitas diferenças no estilo
de vida entre os homens e as mulheres tomam contornos mais definidos, por
exemplo, a consolidação profissional no mercado formal de trabalho pelos
homens e a definição pela maternidade por parte das mulheres
(PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013).

Como citado por Piancastelli, Di Spirito & Flisch, essa fase adulta traz ciclos
importantes onde há consolidações daqueles objetivos e inspirações de vida, mas traz
ainda uma fase de transições subjetivas e sociais importantes como, exemplos:
– Não ser filho

15
– Ser pai
Não ser funcionário
– Ser chefe.
Piancastelli, Di Spirito & Flisch, também falou sobre a última fase adulta:

O adulto de meia-idade, de 45 a 60 anos, encontra-se num período de


prolongamento das experiências iniciadas nas fases anteriores, no que se
refere aos cuidados com a família, com a carreira e com a vida afetiva. Para
alguns adultos de meia-idade, essa fase pode significar um período de certa
estabilidade na vida, condição que propicia a adoção de cuidados consigo
próprio e para uma futura aposentadoria (PIANCASTELLI, DI SPIRITO &
FLISCH, 2013).

Existem aqueles que assimilam essa fase com certo desconforto, pois o
processo de envelhecimento torna-se mais difícil, uma vez que se processam
importantes transformações na imagem corporal, familiar e social, por exemplo: a
autoestima corporal passa por adaptação devido à alteração da força física; há
também o confronto entre a figura de avô e as aspirações profissionais, bem como a
realidade do mercado de trabalho (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013).
Assim como nas demais fases anteriores, homens e mulheres se adaptam de
maneira diferente a cada etapa da vida adulta e nesse caminhar, vive o constante
equilíbrio-desequilíbrio do processo saúde-doença, companhia constante de todo os
indivíduos.

16
3.1 Saúde do Adulto

Fonte: unimedpoa.com.br

Ao refletir sobre as práticas relacionadas à saúde do adulto, é necessário


considerar os aspectos culturais, sociais e históricos do imaginário coletivo, aspectos
que ajudam a construir uma mentalidade de que os adultos procuram ajuda apenas
quando sentem dores físicas. Afinal, a saúde é silenciosa – preservá-la implica
aprendizagem contínua do autocuidado (BRÊTAS; GAMBA, 2006).
Piancastelli, Di Spirito & Flisch ao analisarem os aspectos de saúde dos adultos
afirmaram que:

Se, por um lado, os jovens adultos não apresentam sérios problemas de


saúde, uma vez que nessa fase há menos ocorrência de doenças crônicas,
por outro lado, eles estão mais expostos aos acidentes de trânsito, à violência
urbana, aos conflitos com outros jovens, ao aumento do peso, aos traumas
esportivos, às doenças sexualmente transmissíveis e ao consumo de álcool,
drogas e tabaco (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013).

Esses autores também falaram a respeito daqueles adultos na faixa etária de


22 a 44 anos:

Problemas relacionados a algumas doenças crônicas, como a hipertensão, o


sobrepeso e a obesidade, podem emergir, bem como a vulnerabilidade

17
psíquica pode tomar contorno de transtornos mentais. Para muitos adultos,
essas condições são oportunidade para rever o modo de vida adotado
(PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013).

E sobre a idade média, relataram que,

O diagnóstico de doenças, como as crônicas não transmissíveis, pode


significar para o adulto de meia-idade assumir posição de vítima ante os
familiares e amigos, de afastamento social e de desmotivação da vida
produtiva. Porém, esse diagnóstico pode ser a mola propulsora para a adoção
de um estilo de vida saudável, no qual os contatos sociais se manifestam no
trabalho e nas práticas de atividades físicas, e o bem-estar subjetivo se revela
nos sorrisos e nas interações com as pessoas de diferentes faixas etárias
(PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013).

O Brasil, em decorrência do envelhecimento populacional, está enfrentando


progressivamente a substituição das doenças infecciosas e transmissíveis por
doenças crônicas e degenerativas (IBGE, 2010).
A Organização Mundial da Saúde – OMS, (2003) classifica como doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT) as doenças cardiovasculares, o diabetes mellitus,
as doenças cerebrovasculares, as doenças respiratórias obstrutivas, a asma e as
neoplasias. Participam ainda dessas doenças: o alcoolismo, a dependência química,
a tuberculose e a hanseníase. Bem como um grave problema que ocorre, que é a
violência de modo geral.
As DCNT correspondem a 72% das mortes no Brasil, atingindo principalmente
as camadas mais pobres da população. No entanto, na última década, observou-se
uma redução de 20% na taxa de mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis
(BRASIL, 2011).
As doenças crônico-degenerativas destacam por ser as principais causas de
morbidade e mortalidade. E, a população adulta, no Brasil, está exposta a fatores de
risco, como baixos níveis de atividade física (15%), consumo de alimentos com alto
teor de gordura (34%), consumo de refrigerantes cinco ou mais dias na semana (28%),
e baixo consumo de frutas e hortaliças. Apenas 18,2% da população adulta
consomem frutas e hortaliças cinco ou mais dias por semana. A prevalência de
excesso de peso e a obesidade atingem 48% a 14% dos adultos respectivamente
(BRASIL, 2011).
Em estudos realizados através da Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde do Homem (Brasil, 2008), mesmo os homens sendo mais vulneráveis que as

18
mulheres, não buscam por adesão a tratamentos, conforme escreveu Piancastelli, Di
Spirito & Flisch:

De acordo a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Brasil,


2008), estudos comparativos entre homens e mulheres têm comprovado o
fato de que os homens são mais vulneráveis às enfermidades graves e
crônicas e que morrem mais precocemente do que as mulheres. Quanto à
maior vulnerabilidade e às altas taxas de morbimortalidade, os homens não
buscam, como o fazem as mulheres, os serviços de atenção primária.
Quando precisam, procuram a assistência ambulatorial e hospitalar de média
e alta complexidade, o que tem como consequência o agravo da morbidade
pelo retardamento na atenção, e o alto custo para o sistema de saúde. Muitos
agravos poderiam ser evitados se os homens procurassem com regularidade
a Unidade Básica de Saúde (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH,2013).

Essa adesão menor ao tratamento quando há uma doença crônica, ocorre


muitas vezes por causa dos esquemas terapêuticos que exigem um grande empenho
do paciente em mudanças de hábitos de vida.

De modo geral, as causas da baixa adesão são as barreiras socioculturais e


as institucionais. Nas variáveis culturais estão os estereótipos de gênero, em
que a doença é considerada um sinal de fragilidade que os homens não
reconhecem como inerentes à condição biológica. O homem cuida menos de
si e se expõe mais às situações de risco. Ainda que isso possa se constituir
como uma barreira importante, atualmente existem mulheres, de todas as
categorias socioeconômicas, que fazem parte da força produtiva, inseridas
no mercado de trabalho formal, que nem por isso deixam de procurar os
serviços de saúde (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH,2013).

Em relação às barreiras institucionais, são mencionadas as dificuldades em


acessar os serviços assistenciais, das barreiras encontradas para marcação de
consultas, como “enfrentar filas intermináveis, o que, muitas vezes, causa a “perda”
de um dia inteiro de trabalho, sem que necessariamente tenham suas demandas
resolvidas em uma única consulta” (PIANCASTELLI, DI SPIRITO & FLISCH, 2013).
Portanto a saúde do adulto, necessita ser entendida como efetiva prevenção
de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, manutenção, promoção e proteção
da saúde.

19
3.2 Saúde Mental do Adulto

Fonte: google.com.br

Villar (2015) informou que 14% da carga mundial de doenças foram atribuídas
às doenças neuropsiquiátricas, onde a maioria de natureza cronicamente
incapacitante como a depressão e outros transtornos mentais comuns (transtornos
neuróticos, somatoformes e os relacionados ao estresse), as doenças por uso de
álcool e outras substâncias psicoativas e as psicoses.

A importância dos transtornos mentais tem sido subestimada devido à


inadequada apreciação da conexão entre doença mental e outras condições
de saúde. As doenças mentais aumentam o risco de haver doenças
comunicáveis e não comunicáveis, e contribui para as lesões intencionais e
não intencionais (VILLAR, 2015).

Os transtornos do humor, os transtornos por uso de álcool e outras substâncias


psicoativas a esquizofrenia e a demência, são os transtornos que mais contribuem
para os anos de vida perdidos por incapacidade, entre 31,7% de todos os anos
perdidos por incapacidade (WHO, 2014).
A interação entre doenças mentais e incapacidade é mais complexa e extensiva
do que se supõe, por exemplo, a depressão prediz o começo e progressão das
incapacidades física e social, inversamente, a incapacidade é um importante fator de
risco prospectivo para a depressão em jovens adultos.
20
Pessoas com transtornos mentais e transtornos relacionados ao uso de álcool
e outras substâncias psicoativas podem ter um risco aumentado de contrair
tuberculose (TB). Inclusive a presença desses problemas pode estar associado à não
adesão ao tratamento da TB.

Pessoas com transtornos mentais e transtornos relacionados ao uso de álcool


e outras substâncias psicoativas têm alto risco de contrair HIV/AIDS.
Comportamentos de risco são o fator mais frequente (altas taxas de contatos
sexuais com múltiplos parceiros, sexo sem proteção - condom, uso de drogas
injetáveis compartilhadas ou com material não estéril), uso de álcool ou outras
substâncias antes do sexo, e sintomas depressivos (VILLAR, 2015).

Há uma associação entre a infecção com HIV e saúde mental precária, vários
mecanismos podem estar implicados; além do trauma psicológico da tomada de
consciência do diagnóstico, a infecção por si só afeta o SNC, isso porque o vírus é
neurotrópico e o SNC é um local propício para se instalar e há pouca penetração das
drogas antirretrovirais. Manifestações neurológicas acometem de 40% a 70% ou mais
dos pacientes portadores. A natureza das alterações é muito variada o determinante
mais relevante da susceptibilidade é o grau de imunossupressão.
Chisto esclareceu sobre essa associação entre a infecção com HIV e saúde
mental precária:

No curso da infecção pelo HIV o vírus entra no SNC podendo resultar em


transtornos da função cognitiva causando déficits dos processos mentais, tais
como atenção, aprendizado, memória, rapidez do processamento de
informações, capacidade de resolução de problemas e sintomas sensoriais e
motores. [...] Como a sobrevida dos portadores de HIV aumentou, é mais
provável que na prática, os profissionais encontrem com mais frequência as
manifestações neuropsiquiátricas da doença [...] As manifestações
neurológicas mais comuns, ligadas diretamente ao HIV, são o transtorno
cognitivo e motor menor e a demência associada ao HIV (CHISTO, 2010).

O autor ainda falou sobre as sequelas relacionadas às doenças oportunistas


do SNC:

No Brasil, as sequelas relacionadas às doenças oportunisticas do SNC,


como neurotoxoplasmose, meningite tuberculosa e neurocriptococose,
também são importantes causas de danos cognitivos e psiquiátricos.
Portanto, o correto e precoce diagnóstico destas condições e a pronta
intervenção terapêutica podem minimizar as complicações neuropsiquiátricas
(CHISTO, 2010).

Ainda de acordo com Chisto, “os mecanismos que levam ao dano cognitivo,
ainda não são totalmente conhecidos. O HIV pode permanecer latente no SNC por

21
muitos anos e sua mera presença pode levar a déficits sutis no funcionamento”
(CHISTO, 2010).
Sobre os efeitos do álcool, Villar, declarou que “o beber de risco é um padrão
de consumo de álcool que aumenta o risco de problemas físicos e psicológicos,
enquanto que no padrão de consumo nocivo esses riscos já estão presentes”
(VILLAR, 2015). A autora citou, ainda, sobre as recomendações da OMS sobre o
consumo de álcool considerado considerável ao ser humano: cabe ressaltar que
segundo recomendação de consumo semanal pela OMS para homens não se indica
mais que 14 doses, ou seja, 140 gramas de álcool por semana e para as mulheres a
dose recomendada são de 7, que alcança a marca de 70 gramas de álcool.
O álcool afeta uma série de neurotransmissores cerebrais, tais como o sistema
glutamatérgicos, opiáceis, gabaminérgicos, dopaminérgicos e serotaninérgicos
(CHASTAIN, 2006). A ativação desses sistemas provoca a tolerância e, quando em
ingestão contínua, a dependência.
Em última análise, esses diversos efeitos no cérebro levam à dependência das
drogas psicotrópicas mais difíceis de tratar e desafiam os profissionais a escolher
intervenções que se comprovam cada vez mais eficazes na redução ou interrupção
do uso álcool.
Villar (2015) também mencionou a respeito dos Transtornos de Humor que
atingem o indivíduo em sua vida adulta. A autora destacou o Transtorno Bipolar, a
Distimia, o Transtorno do Humor no ciclo Gravídico Puerperal e p Transtorno Afetivo
Sazonal.

22
4 ENVELHECIMENTO HUMANO: TRANSFORMAÇÕES EM PROCESSOS

Fonte: diariodamanha.com

O problema do envelhecimento humano tornou-se particularmente proeminente


na pesquisa científica no início da década de 1920. A pesquisa considerou
basicamente as mudanças fisiológicas nesta fase do desenvolvimento e a perda para
os organismos. Pesquisas pioneiras, como a conduzida por Stanley Hall, marcaram
essa fase embrionária centrada na velhice. A pesquisa publicou "Envelhecimento: O
Palácio da Vida" em 1922 (ARAÚJO & CARVALHO, 2005).
Portanto, o envelhecimento é um processo multifatorial muito complexo e
irreversível (SCHNEIDER & IRIGARAY, 2008) e inevitável, que se caracteriza por uma
série de mudanças físicas, psicológicas e sociais para cada pessoa. Em suma, é uma
espécie de Processo de traço. Isso também é descrito na reflexão: os idosos
percebem que alcançaram muitos objetivos ideais, mas também sofreram prejuízos,
entre os quais a saúde se destaca (FERREIRA, 2005).
Como forma de construção social e cultural, a velhice possui preconceitos e
preconceitos, que se associam a uma variedade de patologias, indicando o
enfraquecimento e enfraquecimento do ciclo vital. Desta forma, estará vinculado às

23
representações, limitando-as às fases negativas da vida (MAIA, CASTRO E JORDÃO,
2010, apud BERNARDINO, 2013).
Portanto, todas as afirmações que podem ser estabelecidas nunca serão
suficientes para descrever a verdadeira condição do idoso, até porque se anunciam
os conhecimentos e os campos de pesquisa relacionados ao processo de
envelhecimento humano, envolvendo uma ampla gama de métodos (PRADO & SAYD,
2006). No entanto, é necessária uma definição de entendimento mútuo em termos de
comunicação. Portanto, a Organização Mundial da Saúde - OMS designa idosos com
mais de 65 anos nos países desenvolvidos e idosos com mais de 60 anos nos países
em desenvolvimento (CARVALHO & DIAS, 2011).
Deve-se ressaltar que, até recentemente, a psicologia do desenvolvimento
focalizava apenas a infância e a adolescência e acreditava que a velhice voltaria à
infância, de modo que a visão circular foi geralmente adotada. No entanto, a visão
mais linear de que o envelhecimento é a evolução do nascimento à morte deve ser
interrompida (OLIVEIRA, 2005). Ou seja, um método de longa duração pode transmitir
a melhor compreensão do processo de envelhecimento, resolver o problema de "toda
a vida" e aderir ao fato de que profundas mudanças psicológicas são observadas ao
longo dos estágios para se desenvolver simultaneamente. Ao longo de todo o ciclo de
vida (BORRALHO, 2010).
Segundo Fernandes (2002, apud BERNARDINO, 2013), o envelhecimento é
contínuo, embora se torne mais pronunciado nas fases finais da vida humana, e
devido ao sexo, estado civil, viver em meio rural ou urbano, se houver filhos, ativo ou
inativo, ou seja, fatores de natureza genética, ambiental, socioeconômica ou
profissional. É considerado um processo cumulativo, torna-se irreversível, universal,
não patológico e nele ocorre degradação dos organismos maduros, o que pode
resultar na incapacidade dos indivíduos de realizar determinadas atividades. O que se
segue é que isso não significa necessariamente doença, pois muitos idosos
conseguem manter a saúde até a velhice (TIER, FONTANA & SOARES, 2004).
Ainda estão sendo feitas tentativas para estabelecer padrões de
envelhecimento para definir categorias distintas para distinguir os processos de
envelhecimento. Busse (1969 apud BERNARDINO, 2013) primeiro dividiu o
envelhecimento em dois tipos, um é as alterações internas e irreversíveis causadas
pelo envelhecimento, e o outro é o envelhecimento secundário causado por doenças

24
relacionadas ao envelhecimento, mas é reversível ou possível método de prevenção.
Birren e Schroots (1996 apud BERNARDINO, 2013) acrescentaram posteriormente
um terceiro tipo, o terceiro nível de envelhecimento, que se refere às mudanças que
ocorrem rapidamente na velhice. Isso também pode ser chamado de declínio terminal,
porque significa que ainda haverá um declínio acentuado antes da morte (AMADO,
2008).
Segundo Birren & Cunningham (1995 apud BERNARDINO, 2013), as seguintes
categorias de idade são consideradas igualmente benéficas:
Idade Biológica - refere-se a um importante sistema do corpo humano, o que
é especialmente importante quando se considera os problemas de saúde que afetam
os indivíduos, pois pode-se verificar que a capacidade de autorregulação das funções
do sistema varia com diminuição ao longo do tempo;
Idade Psicológica - se refere às habilidades mentais que as pessoas usam
para se adaptar às mudanças na natureza do ambiente, incluindo percepção,
cognição, motivação, memória, inteligência e outras habilidades que apoiam o
controle pessoal e a autoestima.
Idade Sociocultural - refere-se à coleção de papéis sociais específicos que os
indivíduos assumem em relação aos demais membros da sociedade e de acordo com
a cultura a que pertencem, sendo julgada com base em comportamentos, hábitos e
relações interpessoais (GONÇALVES, 2010; VAZ, 2009).

25
4.1 Implicações do Processo de Envelhecer

Fonte: f5.folha.uol.com.br

O envelhecimento considerado normativo inclui o declínio gradual da função


cognitiva causado por processos neurológicos que mudam com a idade
(GONÇALVES et al., 2010). A perda de memória é a mais comum, especialmente
aquelas que têm dificuldade em lembrar nomes, números de telefone e objetos
armazenados. Por outro lado, o envelhecimento do idoso tem um processo de início
e desenvolvimento diferente, que depende de fatores educacionais, do estado de
saúde, da personalidade, do nível de inteligência geral de cada pessoa e de
habilidades mentais específicas (REIS, TORRES, ARAÚJO, REIS & NOVAE, 2009).
Da mesma forma, ainda nesta fase, o ser humano passou por diferentes
transformações, Bee e Mitchell (1984 apud OLIVEIRA, SANTOS, CRUVNEL & NÉRI,
2006) comprovaram que a maioria dos idosos passou por grandes mudanças em seu
cotidiano desde a aposentadoria. E o término de funções profissionais e mudanças
orgânicas, como cognição e percepção, e mudanças importantes nas relações sociais.
Ao nível morfológico, existem várias alterações evidentes, nomeadamente o
aparecimento de rugas e cabelos grisalhos. No nível fisiológico, as funções orgânicas
mudam. No que se refere às alterações psicológicas, isso ocorre porque as pessoas
precisam se adaptar a diversas novas situações do cotidiano à medida que

26
envelhecem, e devido ao declínio da produtividade, as mudanças sociais são notórias,
principalmente a força física e econômica (SANTOS, 2010).
É importante observar que as mudanças no processo de envelhecimento
afetarão os hábitos alimentares do indivíduo, tais como: papilas gustativas reduzidas
e paladar prejudicado; olfato e visão reduzidos; redução da saliva e secreção gástrica;
mastigação devido à falta de dentes ou uso de próteses inadequadas Fracasso;
reduzir os movimentos intestinais e reduzir a sensibilidade à sede. A ingestão de uma
variedade de medicamentos acabará afetando o apetite, a absorção e a absorção de
nutrientes, levando a um risco maior de desnutrição entre os idosos, especialmente
entre os institucionalizados. Além das mudanças físicas descritas, doenças mentais
(como depressão) e demência (como demência) causadas por rejeição social, solidão
e abandono podem dificultar a ingestão de alimentos e afetar o estado nutricional dos
idosos (SEGALLA & SPINELLI, 2011).
No entanto, o envelhecimento humano não é apenas uma questão populacional
(DÍAZ, 2005 apud BERNARDINO, 2013; VAZ, 2009; LUPPA, LUCK, KONIG,
ANGERMEYER & HELLER, 2012), mas antes de tudo é um fenômeno mais complexo
que envolve aspectos socioculturais, políticos e sociais. Fatores econômicos que
interagem de forma dinâmica e permanente com as dimensões biológicas e subjetivas
do indivíduo. Ou seja, a reforma do regime de pensões, o aumento dos planos de
segurança social e das instituições de apoio aos idosos são indicadores de
preocupação social e de adaptação ao fenómeno do envelhecimento. A Organização
Mundial da Saúde define saúde como um estado de bem-estar físico, mental e social,
não apenas a ausência de doença ou enfermidade. Essa definição reflete o conceito
geral de saúde, que reconhece não apenas os aspectos físicos do envelhecimento,
mas também os aspectos sociais e emocionais do envelhecimento. (CARVALHO &
DIAS, 2011).
Hoje, além de desejar viver muitos anos, preocupa-se também com a saúde e
o bem-estar dos idosos, que não é apenas um problema de prevenção de doenças,
mas também de proporcionar uma vida feliz com qualidade. Conforme Carvalho &
Dias (2011), possui
- Habilidades Físicas;
- Habilidades Funcionais;
- Habilidades Mentais;

27
- Habilidades Psicológica,
- Habilidades Sociais.
O envelhecimento humano envolve uma série de mudanças nos processos
físicos, psicológicos, sociais e culturais (COSTA et al., 2009). Nessa fase de
desenvolvimento, a distinção entre envelhecimento normal e patológico é difícil de ser
compreendida (BANHATO et al., 2009).
De acordo com Paulo & Yassuda (2010),
Envelhecimento Normal – pode ser acompanhado por declínio em algumas
habilidades cognitivas, que incluem alterações na memória e nos recursos de
processamento de informações, bem como prejuízos na memória episódica e nas
funções cognitivas.
Envelhecimento Patológico – A ocorrência de doenças crônicas,
cardiovasculares, da circulação sanguínea, da pressão arterial, dos ossos e das
articulações são mais comuns, como demência e depressão, são mais comuns nessa
fase.
No Brasil, devido ao processo acelerado de transição demográfica, um
envelhecimento populacional começou a ser observado na década de 1970. No início
do século passado, o grupo representado por menores de 15 anos representava cerca
de 45% da população total, enquanto os idosos representavam apenas 2,5%
(CHAIMOWICZ, 1997).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2019), o Brasil
tem atualmente 28 milhões de pessoas na faixa etária de 60 anos, correspondendo a
13% da população do país. De acordo com o Projeto Populacional divulgado pelo
IBGE em 2018, esse percentual dobrará nas próximas décadas.

28
Fonte: censo2020.ibge.gov.br

Conforme apontado na “Previsão Populacional” do IBGE (atualizada em 2018),


a população idosa brasileira tende a aumentar nas próximas décadas. De acordo com
a pesquisa, até 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos. Ainda
segundo o IBGE (2019), a partir de 2047 a população deve parar de crescer, o que
contribui para o processo de envelhecimento - os idosos têm uma proporção maior do
que os jovens.
Os fatores mais importantes que levam a essa transição demográfica são a
redução da taxa de fecundidade das mulheres, a redução da mortalidade infantil, a
melhoria do saneamento básico e das condições de habitação e o avanço da
tecnologia médica (CAMARANO, 2002; CHAIMOWICZ, 1997; TAMAI, 1997).
Maior expectativa de vida nem sempre significa envelhecimento saudável, pois
surgirão doenças crônico-degenerativas, levando à incapacidade e dificultando a
manutenção da autonomia e independência do idoso. Portanto, é necessário não
apenas realizar pesquisas e planejamentos para melhorar a expectativa de vida, mas
também garantir sua qualidade (POLLO & ASSIS, 2008).
O processo de envelhecimento trará algumas mudanças para o indivíduo, o que
pode fazer com que ele encontre dificuldades de integração e adaptação ao meio
29
ambiente. Papaléo Netto e Pontes (1996) definiram esta etapa do ciclo vital como um
processo dinâmico, gradual, acompanhado por mudanças biopsicossociais que
afetam a capacidade do indivíduo de se adaptar ao meio, resultando em maior
vulnerabilidade e degeneração crônica A incidência da doença é ainda maior, e a
doença progrediu para a morte na fase final de sua vida.
À medida que a população idosa cresce, a prevalência de doenças
relacionadas ao envelhecimento e doenças mentais também aumenta. A duração e a
gravidade dos problemas de saúde mental incluem uma variedade de condições
diferentes, porque algumas são esporádicas, enquanto outras sobrevivem por toda a
vida (FALCÃO & CARVALHO, 2010). Segundo estudo da OMS (2001), a prevalência
de transtornos mentais em idosos é alta, os mais comuns são ansiedade, transtornos
de humor, psicose e doença de Alzheimer.
Em um estudo de 1989 com 1.602 idosos no sudeste do Brasil, verificou-se que
um terço deles foram considerados possíveis "casos" de saúde mental (RAMOS,
ROSA, OLIVEIRA, MEDINA & SANTOS, 1993).
Entre os transtornos de humor, o transtorno bipolar é uma patologia comum
diagnosticada no final da adolescência ou no início da idade adulta. É um problema
recorrente de longo prazo que traz muita dor para os indivíduos e suas famílias. Se
envelhecer, a perda pode ser maior, somada às mudanças inerentes a esta fase da
vida, por isso é importante o desenvolvimento de novos métodos e tratamentos
eficazes para essas pessoas para torná-las saudáveis e envelhecidas.
Pesquisas destinadas a compreender o curso e a plasticidade da doença de
Alzheimer e estratégias de tratamento destinadas não apenas a melhorar os sintomas,
mas também a melhorar seu funcionamento geral são essenciais (DEPP & JESTE,
2004). A problemática do TB na pessoa idosa e os diversos prejuízos que esta doença
acarreta no quotidiano, nas relações interpessoais e na saúde.

30
5 QUEM É A PESSOA IDOSA?

Fonte: elsi.cpqrr.fiocruz.br

“Idoso” é um termo que indica uma pessoa com uma vivência traduzida em
muitos anos. Em geral, a literatura classifica, didaticamente, as pessoas acima de 60
anos como idosos e participantes da Terceira Idade (KARA-JOSÉ, BICAS &
CARVALHO, 2001).
Recentemente, o referencial atingiu os 65 anos, principalmente em função da
expectativa de vida e das tentativas de início da idade de aposentadoria prevista em
lei. Porém, atualmente, alguns estudiosos estão considerando a existência de uma
“Quarta Idade” que englobaria pessoas com 80 anos. De acordo com algumas
estimativas, no ano de 2020, esta faixa etária alcançaria uma representatividade
considerável com cerca de 4,5 milhões pessoas.
De acordo com Weineck (1991), a Organização Mundial de Saúde subdivide a
fase do idoso em três estágios:

31
I. Idoso (a): 60 a 74 anos;
II. Ancião: 75 a 90 anos;
III. Velhice extrema: 90 anos em diante.
Machado (2019) informou que desde 2016, o Brasil tem a quinta maior
população idosa do mundo, com mais de 28 milhões de pessoas com 60 anos ou
mais. Representando 13% da população do país, que já tem ultrapassado a marca
dos 210 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O
cenário segue uma tendência mundial: segundo a OMS, os idosos poderão somar
dois bilhões até 2050, correspondendo a um quinto da população mundial, atualmente
estimada em 7,7 bilhões (MACHADO, 2019).
A autora explanou sobre essa declaração do IBGE:

Uma projeção da população atualizada pelo IBGE em 2018 prevê que o


número de idosos vai ultrapassar o de jovens no Brasil em 2031. Daqui a 12
anos, haverá 42,3 milhões de jovens (de zero a 14 anos) e 43,3 milhões de
idosos (pessoas com 60 anos ou mais). Pela primeira vez, o Índice de
Envelhecimento – cálculo da razão entre o número de pessoas idosas sobre
os jovens – será maior do que cem. Isso significa dizer que, em 2031, haverá
102,3 idosos para cada cem jovens. As projeções do IBGE indicam que esta
diferença aumentará em 2055, quando os jovens somarão 34,8 milhões e os
idosos, 70,3 milhões. Nesse momento, o país terá um Índice de
Envelhecimento de 202 idosos para cada cem jovens. Para efeito de
comparação, até 2010 havia 43,4 idosos para cada cem jovens. (MACHADO,
2019).

Essas informações revelam que haverá mais do dobro de idosos em relação


aos jovens, o que implicará, na avaliação de Groisman, maior atenção do Estado
brasileiro quanto às políticas públicas voltadas para essa população.
O envelhecimento, anteriormente considerado um fenômeno se tornou a
realidade da maioria das sociedades. O envelhecimento da população é uma resposta
à mudança de alguns indicadores de saúde, especialmente a queda da fecundidade
e da mortalidade e o aumento da esperança de vida. Não é homogêneo para todos os
seres humanos, sofrendo influência dos processos de discriminação e exclusão
associados ao gênero, à etnia, ao racismo, às condições sociais e econômicas, à
região geográfica de origem e à localização de moradia (BRASIL, 2006).
A Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS, define envelhecimento
como “um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não
patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de
uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao

32
estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte” (OPAS,
2003).
O envelhecimento pode ser abarcado como um processo natural, onde há a
senescência – diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos, que em
condições normais, não costuma provocar qualquer problema. Todavia, em condições
de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, pode
ocasionar uma condição patológica que requeira assistência, ou seja, a senilidade.
É válido destacar que certas alterações decorrentes do processo de
senescência podem ter seus efeitos minimizados pela assimilação de um estilo de
vida mais ativo.

O maior desafio na atenção à pessoa idosa é conseguir contribuir para que,


apesar das progressivas limitações que possam ocorrer, elas possam
redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade
possível. Essa possibilidade aumenta na medida em que a sociedade
considera o contexto familiar e social e consegue reconhecer as
potencialidades e o valor das pessoas idosas (BRASIL, 2006).

Portanto, parte das dificuldades das pessoas idosas está mais relacionada a
uma cultura que as desvaloriza e limita.

33
5.1 Saúde da Pessoa Idosa

Fonte: jornalabigornaavare.com.br

No final da década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou


a utilizar o conceito de "envelhecimento ativo", buscando incluir outros fatores que
afetam o envelhecimento além dos cuidados médicos. Pode ser entendido como um
processo de otimização de oportunidades de saúde, participação e segurança, com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida com o envelhecimento.
Em decorrência do envelhecimento da população, o Brasil está enfrentando
progressivamente uma substituição das doenças infecciosas e transmissíveis por
doenças crônicas e degenerativas (IBGE, 2010). As doenças cardiovasculares, o
diabetes mellitus, as doenças cerebrovasculares, as doenças respiratórias
obstrutivas, a asma e as neoplasias, bem como o alcoolismo, a dependência química,
a tuberculose e a hanseníase são classificadas, pela OMS, como doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT).
Segundo Brasil (2006), as DCNT podem afetar a funcionalidade das pessoas
idosas, pois estudos mostram que a dependência para o desempenho das atividades
de vida diária (AVD) tende a aumentar cerca de 5% na faixa etária de 60 anos para
cerca de 50% entre os com 90 ou mais anos.

34
Dentro do grupo das pessoas idosas, os denominados "mais idosos, muito
idosos ou idosos em velhice avançada" (idade igual ou maior que 80 anos),
também vêm aumentando proporcionalmente e de forma muito mais
acelerada, constituindo o segmento populacional que mais cresce nos últimos
tempos, 12,8% da população idosa e 1,1% da população total. A figura 2
mostra a projeção de crescimento dessa população em um período de 70
anos, permitindo estimar o impacto dessas modificações demográficas e
epidemiológicas (BRASIL, 2006).

Essa realidade já é percebida no Brasil e, entre os fatores verificados para o


aumento dessas doenças, estão a progressiva substituição das doenças infecciosas
e transmissíveis por doenças crônicas e degenerativas no país, um padrão de
inatividade física e de má alimentação dos adultos brasileiros, o abuso de álcool, o
hábito do tabagismo e a ampliação do grupo populacional nas faixas etárias acima
dos 50 anos (IBGE, 2010a).
Outra característica do envelhecimento populacional é o aumento da proporção
de idosos com mais de 80 anos. Em alguns países, esta é a parte da população que
cresce mais rapidamente. Quando consideramos a prevalência da doença e o grau
de dependência funcional, essas populações de idosos são completamente diferentes
dos idosos mais jovens. Consomem muitos recursos do sistema de saúde e têm um
impacto significativo na dinâmica familiar, social e econômica.
Na Europa Ocidental, 3 em cada 100 habitantes têm mais de 80 anos (5 na
Suécia e 4 na Dinamarca). Nos países em desenvolvimento, menos de um em cada
100 residentes tem essa idade. Em países como Guatemala e Indonésia, menos de 1
em 200 residentes.
Essa é a faixa etária que mais cresce no Brasil. Em 1975, os idosos com 80
anos ou mais representavam 12% de todos os idosos. Em 2030, eles serão
responsáveis por 21% dos idosos, ou 2,7% dos brasileiros. Nesse ano, o Brasil terá
5,5 milhões de habitantes. Isso ocorre porque a taxa de mortalidade de idosos jovens
(60 a 74 anos) vem diminuindo.

35
5.2 Saúde Mental do Idoso

Fonte: salutemplus.com.br

Os problemas neuropsiquiátricos são bastantes comuns em idosos, a sua


importância se dá mediante o significativo prejuízo que eles provocam na qualidade
de vida dos pacientes e seus cuidadores, além de gerar imenso custo social e
econômico.
Como não existem marcadores objetivos, como exames histopatológicos ou
bioquímicos, essas condições são diagnosticadas equivocadamente, que leva a um
tratamento insuficiente e/ou inadequado, bem como efeitos adversos de
medicamentos muitas vezes mais graves que a própria doença.
De acordo Chaimowicz, Barcelos, Madureira & Ribeiro, por essas doenças
serem “tão prevalentes e pela complexidade de seu manejo, os problemas
neuropsiquiátricos são considerados o quarto dos cinco “gigantes da geriatria”
(CHAIMOWICZ e col., 2013).

A depressão é um transtorno mental comum. Acomete 1 a 2% dos idosos em


geral, mas 10 a 12% daqueles que frequentam ambulatórios ou centros de
saúde. A prevalência em instituições de longa permanência pode ser bem
maior. A depressão subsindrômica – ou seja, a presença de somente alguns
dos sintomas de depressão – é ainda mais comum e pode alcançar um quarto
dos idosos no Brasil (CHAIMOWICZ e col., 2013).

36
Nos idosos, a depressão geralmente assume a forma leve ou incompleta.
Portanto, pode ser confundido erroneamente com os sintomas de outras doenças, ou
mesmo considerado um aspecto comum do envelhecimento.

Idosos com depressão acabam utilizando mais os serviços de saúde e


consomem mais medicamentos – tanto os somáticos quanto os psicoativos –
estando sujeitos a mais efeitos adversos. A depressão também piora o
prognóstico de outras doenças, por interferir na qualidade do autocuidado.
Embora a resposta ao tratamento farmacológico seja semelhante à dos
adultos, o risco de recaída e o comprometimento físico, funcional e social são
maiores em idosos (CHAIMOWICZ e col., 2013).

Quando a depressão se manifesta pela primeira vez após os 60 anos, é


denominada “depressão de início tardio”. Este é o subtipo mais comum de idosos e
pode apresentar características bastante diferentes das observadas em adultos. A
“depressão de início tardio” apresenta-se conforme descrito no quadro abaixo:

Fonte: CHAIMOWICZ e col., 2013

A insônia é outra doença presente na velhice e pode ser definida, conforme


Chaimowicz e col., como a “incapacidade de conciliar um sono de boa qualidade,
durante um período adequado para restaurar as necessidades fisiológicas do
organismo” (CHAIMOWICZ e col., 2013).

37
A queixa de insônia frequentemente é relatada pelo idoso e pela família: “–
Ele está dormindo pouco...”. Idosos têm, realmente, mais motivos que os
adultos para dormir menos tempo (opa!!, isto não entra na definição de
insônia!!). Muitas vezes as causas são hábitos inadequados como, por
exemplo, dormir durante o dia. Elevado número de casos, no entanto, está
associado à iatrogenia medicamentosa: pacientes que se tornaram
dependentes de benzodiazepínicos (CHAIMOWICZ e col., 2013).

Portanto, se faz necessário verificar se o paciente tem um período de sono


insuficiente ou não restaurador, identificar hábitos de vida inadequados e corrigi-los
com medida de “higiene do sono” e identificar problemas de saúde que prejudicam o
sono para então compreender se há a existência de insônia ou interferência externas
no sono do idoso.
A Demência e confusão mental também se faz presente nessa etapa da vida
do indivíduo idoso. É necessário diferenciar se: as alterações de memória e
comportamento de um idoso são esperadas para aquela idade ou se são indício de
uma demência que começa a se manifestar (CHAIMOWICZ e col., 2013). Outra
questão que os autores apontam estão relacionadas a múltiplas demandas de
pacientes com doença de Alzheimer moderada ou avançada.
Chaimowicz e col., citaram que “a prevalência de demência dobra a cada cinco
anos em idosos e alcança quase 20% dessa população a partir de 80 anos”
(CHAIMOWICZ e col., 2013).
Na medida em que o indivíduo envelhece, continua a esquecer onde colocou
alguns objetos, nomes de algumas pessoas e alguns recados, é possível contar mais
de uma vez um caso que achou interessante. O envelhecimento não afeta outras
áreas da cognição, como a linguagem, orientação espacial e capacidade de planejar
e executar tarefas complexas, mas, na medida em que se envelhece, o indivíduo
passa a realizar algumas tarefas com mais lentidão e demorar um pouco mais a reagir
mediante algumas situações.
Chaimowicz e col., orientou quanto ao manejo nessas situações:

No entanto, esses déficits são discretos, isolados (não há outras áreas da


cognição afetadas) estáveis ao longo do tempo e não provocam impacto na
vida cotidiana do idoso. Ou seja: diante da queixa de uma família ou do
próprio idoso de que ele está esquecido, avalie se o déficit é discreto, isolado,
estável e se sua capacidade funcional está prejudicada. Estas quatro
palavras destacadas fazem toda a diferença! (CHAIMOWICZ e col., 2013).

Quando “o esquecimento está demais” e esses idosos demonstram estarem


mais esquecido que habitual, repetindo a mesma pergunta várias vezes, se
38
esquecendo de fatos ou recados que ocorreram há pouco tempo e perdem alguns
compromissos importantes, pode ser definido como esquecimento patológico.
Chaimowicz e col., esclareceu que se não “há outras áreas da cognição
comprometidas e se não há repercussão funcional, o diagnóstico provavelmente
desse paciente será “comprometimento cognitivo leve” (CCL) ” (CHAIMOWICZ e col.,
2013).
Algumas pesquisas sugerem que o CCL pode ser, na realidade, uma fase
prodrômica da demência. Realmente, nos primeiros quatro anos após o diagnóstico,
a cada ano cerca de 10-15% de idosos com CCL irão desenvolver demência, contra
apenas 1-2% dos outros idosos. Hoje se estuda a possibilidade de identificar “quais”
idosos com CCL desenvolverão demência (pois só 50% desenvolvem em quatro
anos!). Outros estudos começam a demonstrar que esses idosos “talvez” possam se
beneficiar do tratamento precoce para doença de Alzheimer (CHAIMOWICZ e col.,
2013).
Assim sendo, diante de um idoso com déficit de memória significativo,
progressivo, associado a outros déficits cognitivos e impacto funcional há a
possibilidade de um caso de demência. A doença de Alzheimer, associada ou não a
outras demências comuns em idosos (principalmente a demência vascular e a
demência com Corpos de Lewy), é a causa de mais de 70% dos casos.
Mesmo que muitos idosos tenham depressão associada à demência, a
depressão pode, isoladamente, provocar déficits cognitivos. Comumente a queixa de
memória do paciente é mais intensa do que o observado pela família ou até mesmo
percebida por um profissional na avaliação objetiva.

Ao contrário, pacientes com demência não reconhecem ou minimizam seus


déficits. Na depressão habitualmente não há outras alterações cognitivas
comuns na demência, com alterações da linguagem e orientação
(CHAIMOWICZ e col., 2013).

O delirium é uma causa comum de confusão mental aguda em idosos. É mais


frequente entre idosos no pós-operatório, entre os hospitalizados ou aqueles com
doenças agudas como pneumonia ou síndrome de abstinência de benzodiazepínicos.

Ele se caracteriza pela alteração do pensamento (fica desorganizado), da


atenção (não fica focalizada), do nível de consciência (hiperalerta ou
letárgico) e pela frequência de alucinações visuais. Muitos geriatras
consideram o delirium um quadro de urgência, pois sempre há uma causa

39
que deverá ser descoberta e tratada o mais rápido possível. (CHAIMOWICZ
e col., 2013).

O delirium se diferencia da demência por ter início abrupto identificável e curso


flutuante, ou seja, ao longo do dia a cognição e o estado de alerta variam. Nesse
quadro Chaimowicz e col. (2013), as principais diferenças entre depressão, delirium e
demência.

Fonte: CHAIMOWICZ e col., 2013).

As demências mais comuns (Alzheimer e Vascular) têm evolução lenta e


progressiva. Na medida em que outras áreas do cérebro começam a ser afetadas,
haverá agravamento progressivo do déficit cognitivo e da capacidade funcional. Por
outro lado, distúrbios de comportamento como agitação e agressividade tendem a
diminuir a certa altura da evolução da doença.

Aos poucos o paciente deixará de reconhecer seus familiares, não mais


conseguirá conversar ou compreender as palavras, deixará de se alimentar
sozinho, de se vestir e mesmo de andar ou conseguir se assentar. Surgem
perda de peso e dificuldades de deglutição. Aos poucos ele se tornará
acamado e, se não houver cuidados adequados, poderá desenvolver as
complicações da imobilidade prolongada, como contraturas, úlceras de
pressão e fecaloma. Uma causa de morte comum desses pacientes é a
pneumonia de aspiração (CHAIMOWICZ e col., 2013).

O diagnóstico precoce dos agravos potencialmente limitantes ou incapacitantes


bem como a intervenção oportuna para elaboração de um plano interdisciplinar de
intervenção constituem elementos relevantes no atendimento.

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