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Bem-estar

A Organização Mundial de Saúde definiu, em 1946, a saúde como o


completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente
como ausência de doença. Apesar de bastante consensual como
“visão” da saúde, muitos criticam-no por ser muito vasto e tão
utópico que poucas pessoas se encaixariam na categoria
“saudáveis”.

Funcional
Tal conceito baseia-se em aspetos funcionais e não
necessariamente quantitativos. O fenómeno é considerado
patológico a partir do momento em que é disfuncional, produz
sofrimento para o próprio indivíduo ou para o seu grupo social.

Processo
Mais que uma visão estática, consideram-se os aspetos dinâmicos
do desenvolvimento psicossocial, das mudanças ao longo do
tempo, de crises, etc. Este conceito é particularmente útil quando
trabalhamos com a população infantil, de adolescentes e idosos.

Subjetiva
Aqui é dado maior foco à perceção subjetiva do próprio indivíduo
em relação a seu estado de saúde, às suas vivências. O ponto
falível desse critério é que muitas pessoas que se sentem bem,
“muito saudáveis e felizes”, como no caso de sujeitos em fase
maníaca, apresentam, de facto, uma perturbação mental grave.
Liberdade
Alguns autores propõem considerar a doença mental como a perda
da liberdade existencial. A doença mental é opressão de se “ser”, é
sentirmo-nos fechados e paralisados. Neste sentido, a saúde
mental poderia ser vista, até certo ponto, como a possibilidade de
dispor de “sentido de realidade, sentido de humor e de um sentido
poético perante a vida”, o que permitiria à pessoa “relativizar” os
seus sofrimentos e as limitações próprias da sua condição humana.

Operacional
Trata-se de um critério assumidamente arbitrário, com finalidades
práticas explícitas. Define-se, à partida, o que é normal e o que é
patológico e procura-se trabalhar com esses conceitos, aceitando
as consequências desta definição prévia.
Ausência de doença
O primeiro critério que geralmente se utiliza é o de saúde como
“ausência de sintomas, de sinais ou de doenças”. Segundo esta
ideia, então “a saúde é a vida no silêncio dos órgãos”. Normal, do
ponto de vista psicopatológico, seria, assim, aquele indivíduo que
simplesmente não tem nenhuma perturbação mental definida. Tal
critério é bastante falível, pois, além de redundante, baseia-se
numa “definição negativa”, ou seja, define-se a normalidade não por
aquilo que ela supostamente é, mas sim por aquilo que ela não é,
pelo que lhe falta.

Ideal

A normalidade aqui é tomada como uma certa “utopia”. Estabelece-


se arbitrariamente uma norma ideal, o que é supostamente
“saudável”, mais “evoluído”. Tal norma é, de facto, socialmente
construída. Depende, portanto, de critérios socioculturais e
ideológicos que podem ser, por vezes, perigosos e ditatoriais. Por
exemplo, quando, durante a Guerra Fria, os EUA pseudo-
diagnosticavam os seus dissidentes políticos porque não se
adaptavam às normas morais e políticas que estavam definidas
para a sociedade (conhecido como macarthismo).

Estatística

O normal é aquilo que se observa com mais frequência. Os


indivíduos que se situam estatisticamente fora (ou no extremo) de
uma curva de distribuição normal passam, por exemplo, a ser
considerados anormais ou doentes. É um critério muitas vezes
falível em saúde geral e mental, pois nem tudo o que é frequente é
necessariamente “saudável”, e nem tudo que é raro ou infrequente
é patológico. Tomem-se como exemplo as cáries dentárias, os
sintomas ansiosos e depressivos leves, o consumo regular de
álcool… podem ser muito frequentes mas não podem ser
considerados normais ou saudáveis.

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