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Psyche – Mente
Pathos – Sofrimento, remete para os afetos e a intensidade
Logos - ciência da psicologia patológica, ou ciência que estuda o
comportamento doente e a mente que sofre ou que está em sofrimento
Etiologia - causas
Patogenia - o que conduz às doenças
Patoplastia - o que leva à evolução das patologias mentais, ou seja, fatores
externos e prévios ao processo patológico base (antes do individuo adoecer
já existiam).
Estes 3 conceitos são da definição de Psicopatologia de Campbell (1986) :
“Ciência que trata da natureza essencial da doença mental, das suas causas,
das mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e das suas formas de
se manifestar”.
Doença mental
existir numa criança, mas não quando o indivíduo cresce (vida adulta);
pensar na normalidade como algo que não é estático.
4. Critério de normalidade como liberdade: ponto de vista do
existencialismo, doença mental é uma perda de liberdade existencial;
tem a ver com a capacidade de relativizar, por exemplo um trauma,
um trauma não tem possibilidade de se relativizar. O trauma instala-se
no interno presente e só o tempo o permite colocar novamente no
passado.
5. Critério psicológico (remete para a questão do desenvolvimento e da
saúde mental): normalidade liga-se a atributos psicológicos e
desenvolvimento pessoal > equilíbrio interno, capacidade de
autorrealização, autonomia e resistência ao stress e frustração,
capacidade de relacionamento;
6. Critério de normalidade estatística: Normal é aquilo que é a média, o
frequente. Mas nem tudo o que é frequente é saudável e nem tudo o
que não é frequente é patológico. A meditação não é frequente e, no
entanto, tem benefícios para a saúde mental.
Normal não significa são. Normal refere-se a norma, é o comportamento da
maioria das pessoas de um dado grupo, num dado meio sociocultural. Considera-se
o
que lhes é comum no que respeita a determinados aspetos do comportamento.
Anormal não significa doente. Considera-se um comportamento que se
desvia da norma de um determinado grupo. O termo anormal não é
propriamente considerado uma doença, e pode considerar-se compatível
com uma vida saudável.
No termo anormal, podem encontrar-se anomalias negativas, como:
comportamentos desviantes num sentido negativo, perturbador, em relação
à norma do grupo e que causariam algum sofrimento.
Pode até ser patológico querer ser sempre normal, comportar-se sempre de
acordo com as normas; pode ser normal, sadio, estar ou ficar doente em
algumas situações.
Surto ou Crise: ataque ou acesso aparecem de forma abrupta e não demora muito,
por exemplo, um ataque de ansiedade > a ansiedade esgota-se.
Classificação
Neurose:
1. Menos grave;
2. Sintomas homólogos, como por exemplo a ansiedade;
3. O individuo mantém o contacto com a realidade;
4. Existe continuidade histórico-biográfica.
Psicose:
1. Mais grave;
2. Sintomas heterólogos, como por exemplo o delírio, sendo
estruturalmente distinto;
3. Alteração profunda do sentido de vida psíquico;
4. Perda do contacto com a realidade;
5. Existem falhas no contacto com a realidade;
6. Rutura histórico biográfica – há uma transformação profunda na
pessoa e advém um processo patogénico;
7. Inimputabilidade - Um individuo que comete um crime e não está em
condições de ser julgado.
Sistemas de classificação
NOTA: Em cada edição do DSM foi aumentado as categorias, parando no DSM-5 que
não teve alteração. A sua primeira edição foi em 1952 e, atualmente, tem uma
perspetiva dimensional.
Avaliação em Psicopatologia
Aspetos cognitivos - Em alguns casos não fará sentido avaliar alguns dos tópicos
mencionados; ou podem ser avaliados através de testes psicológicos avaliação
psicológica formal; os “nossos” testes proporcionam uma validade que questões
simples colocadas em entrevista não terão; há um conjunto de situações em que se
pode abreviar a parte cognitiva do exame…
Avaliação em Psicopatologia
Na clínica espera-se que o caso venha ter connosco para ser avaliado e
tratado, em epidemiologia é o oposto vai procurar avaliar-se a
percentagem de casos existentes na população
Existem várias fontes de informação:
1. Questionários e entrevistas à população
2. Registos de consultas médicas e estatísticas hospitalares
3. Registos oficiais de casos
Taxa de prevalência: (pontual e cumulativa: por exemplo, ao longo da vida,
no último ano) é a frequência de casos, por exemplo, a taxa de prevalência
da esquizofrenia aponta para cerca de 1% de população
Taxa de incidência: (o número de novos casos, como é o caso de uma
epidemia)
Semiologia Psicopatológica
Alterações da consciência
Diminuição da vigilidade:
1. Obnubilação (a pessoa não consegue reagir a certos estímulos (ex.:
alteração da luz))
2. Sonolência
3. Torpor
4. pré-coma
5. coma
Uma pessoa quando está a dormir apresenta uma alteração da consciência, mas isso
é normal e não patológico;
Alterações da memória
Alterações quantitativas da memória
Quanto à compreensibilidade:
1. Delírio primário - não são compreensíveis, marcam uma rutura histórico-
biográfica, são resultado de experiências primárias, vêm “do nada”
2. Delírio secundário - é compreensível, é a alteração afetiva que produz o
delírio
As temáticas do delírio
Alterações quantitativas
1. Hiperestesia: Acontece em estados maníacos e é o aumento exagerado
das perceções (sabores mais intensos e cores mais escuras)
2. Hipoestesia: Acontece em estados depressivos e é diminuição das
perceções (sabores menos intensos e cores menos escuras)
Alterações qualitativas
1. Ilusões – É a perceção deformada daquilo que é um estímulo real.
b. Auditivas
Elementares (ocorrem também em perturbações do sono >
há um estado alterado de consciência, e a pessoa está a
acordar ou adormecer e a pessoa pode ouvir barulhos
quando não há barulho algum, isto é frequente, incluindo
com crianças):
Alterações da Afetividade
Alterações do humor
Sede
1. Potomania (diferente da polidipsia, onde a pessoa bebe porque tem sede)
- ingestão de grandes quantidades de líquidos, mas isto não tem causa
orgânica, porque a pessoa não tem sede, apenas bebe
Sono
1. Insónia - A insónia é muito comum, podendo ser classificadas pela
intensidade e o momento em que ela ocorre dentro da fase do sono
a. Ligeira, moderada, grave > intensidade
b. Inicial (dificuldade em adormecer), intermédia (despertar a meio da
noite e ter dificuldade em voltar ao sono), matinal / terminal
(despertar de madrugada sem conseguir retomar o sono) > fase do
sono em que ocorre a insónia
2. Diminuição da necessidade de dormir - a pessoa não sente necessidade de
dormir, como acontece nos maníacos
3. Hipersonolência - A pessoa tem muito sono durante o dia se não dormir
muito mesmo durante a noite, ou seja, ou ela dorme mesmo muitas horas
ou passa o dia a adormecer
4. Parassónias – São pesadelos, terrores noturnos (frequente nas crianças),
sonambulismo e outros
Sexualidade
1. Disfunções sexuais
a. Perturbações do desejo
b. Perturbações da excitação
c. Perturbações do orgasmo
d. Perturbações de dor
2. Parafilias - alterações qualitativas da sexualidade, como a zoofilia e a
pedofilia
Alterações da Linguagem
Importa distinguir ato compulsivo de ato impulsivo – o ato impulsivo às vezes não
vai contra os valores do individuo e não há sempre mal-estar associado, o individuo
também nem sempre pensa nas consequências dos seus atos.
Psicopatologia – Parte II
As perturbações psicóticas
fundo, sente que "nada vale". E como "nada vale", tem de acreditar
Perturbação esquizoafetiva
Num determinado período da perturbação existe um episódio maníaco,
depressivo, em simultâneo com os sintomas que preenchem o critério A da
esquizofrenia
Tem de haver um período mínimo de 2 semanas em que existem sintomas
psicóticos (delírios ou alucinações) na ausência de sintomas do humor
dominantes (momento em que não coexistem sintomas da esquizofrenia
com sintomas depressivos ou maníacos e é o que mostra que a doença é
psicótica e não maníaca)
Os sintomas de alteração do humor estão presentes durante a maior parte
da duração total da doença
Perturbação psicótica, mas em que há manifestações esquizoafetivas >
coexistem sintomas da esquizofrenia com sintomas depressivos ou maníacos
Especificadores:
1. Tipo bipolar
2. Tipo depressivo
3. Com catatonia
4. Especificadores de evolução
Perturbação delirante
Presença de ideias delirantes com duração NÃO inferior a um mês
O critério A da Esquizofrenia nunca foi preenchido
Se estão presentes alucinações não são proeminentes e estão relacionadas
com o tema delirante – secundárias e pouco relevantes, às vezes podem
existir alucinações ligeiras
O funcionamento do sujeito não está marcadamente alterado e o
comportamento não é obviamente estranho ou bizarro, para além do
impacto dos delírios ou das suas ramificações
Se ocorrerem episódios de alteração do humor, a sua duração foi breve em
relação à duração dos períodos delirantes
Paranoia – é uma perturbação delirante (construção de um delírio em torno
de indícios da realidade)
Especificar o tipo
1. Tipo erotomaníaco
2. Tipo grandeza
3. Tipo ciúme
4. Tipo persecutório
5. Tipo somático
6. Tipo misto
7. Tipo não especificado
8. Com conteúdo bizarro
A pessoa muitas das vezes tem o surto, mas volta ao normal, fica igual ao que
estava inicialmente, como se nada tivesse acontecido.
Catatonia - a pessoa pode ter esquizofrenia com catatonia ou sem catatonia, não é
exclusivo das psicoses; é uma síndrome porque é um conjunto de sinais e sintomas.
O que está essencialmente alterado é a psicomotricidade.
Especificar o tipo:
1. Tipo Restritivo - Não se alimenta, excesso de exercício físico e jejuns
regulares
2. Tipo Ingestão Compulsiva / Purgativo (em que há episódios bulímicos)
Nota: Se a pessoa tem uma anorexia nervosa, não tem uma bulimia nervosa, se a
pessoa tem características bulímicas então a pessoa tem uma anorexia bulímica, ou
seja, uma anorexia com sintomas da Bulimia.
13. Amenorreia