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Campbell (1986) define a psicopatologia como o ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença ou transtorno
mental – suas causas, as mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação.
A psicopatologia, em acepção mais ampla, pode ser definida como o conjunto de conhecimentos referentes ao
adoecimento mental do ser humano. É um conhecimento que se esforça por ser sistemático, elucidativo e desmistificante.
Ao se estudar e praticar a psicopatologia, não se julga moralmente aquilo que se estuda; busca-se apenas observar,
identificar e compreender os diversos elementos do transtorno mental.
Limites da psicopatologia: Nunca se pode reduzir por completo o ser humano a conceitos psicopatológicos.
Para a psicopatologia descritiva, interessa fundamentalmente a descrição das formas de alterações psíquicas, as
estruturas dos sintomas, aquilo que caracteriza e descreve a vivência patológica como sintoma mais ou menos típico →
Diagnóstica e Objetiva.
Já para a psicopatologia dinâmica interessa o conteúdo das vivências, os movimentos internos de afetos, desejos e
temores do indivíduo, sua experiência particular, pessoal, singular, não necessariamente classificável em sintomas
previamente descritos → Pessoal e Subjetiva.
A perspectiva médico-naturalista trabalha com uma noção de ser humano centrada no corpo, no ser biológico como
espécie natural e universal. Assim, o adoecimento mental é visto como um mau funcionamento do cérebro, uma
desregulação, uma disfunção de alguma parte ou sistema do “aparelho biológico” → Transtorno mental como disfunção
biológica/mau funcionamento cerebral.
Já na perspectiva existencial, o paciente é visto principalmente como “existência singular”, fundamentalmente histórico
e humano, construído por meio da experiência particular de cada sujeito, na sua relação com os outros. O transtorno
mental, nessa perspectiva, não é visto tanto como disfunção biológica ou psicológica, mas, sobretudo, como um modo
particular de existência → Transtorno mental como um modo particular de existência.
Em contraposição, na visão psicanalítica, o ser humano é visto como ser “sobredeterminado”, dominado por forças,
desejos e conflitos inconscientes. Aqui, os sintomas e síndromes mentais são considerados formas de expressão de
conflitos, predominantemente inconscientes, de desejos que não podem ser realizados, de temores aos quais o indivíduo
não tem acesso → Transtorno mental como expressão de conflitos inconscientes.
4) Psicopatologia Categorial X Psicopatologia Dimensional
Na psicopatologia categorial as entidades nosológicas ou doenças mentais específicas podem ser compreendidas como
entidades completamente individualizadas, com contornos e fronteiras bem demarcados. As categorias diagnósticas
seriam “espécies únicas”, tal qual espécies biológicas, cuja identificação precisa constituiria uma das tarefas da
psicopatologia → Fronteiras nítidas entre os diversos quadros patológicos.
Em contraposição a essa visão “categorial”, alguns autores propõem uma perspectiva “dimensional” em psicopatologia,
que seria hipoteticamente mais adequada à realidade clínica. Haveriam dimensões onde se torna difícil estabelecer
fronteiras entre os diversos quadros patológicos. Dentro de uma patologia haveria dimensões → Há dimensões que não
tornam as fronteiras nítidas, inclui gradações nos quadros clínicos.
Em contraposição, a perspectiva sociocultural visa estudar os transtornos mentais como comportamentos desviantes que
surgem a partir de certos fatores socioculturais, como discriminação, pobreza, migração, estresse ocupacional,
desmoralização sociofamiliar, etc. Os sintomas e os transtornos devem ser estudados, segundo essa visão, no seu contexto
eminentemente sociocultural, simbólico e histórico → Fatores socioculturais.
Os principais critérios de normalidade utilizados em psicopatologia são: Normalidade pela ausência de doença,
Normalidade ideal, Normalidade Estatística, Normalidade como bem-estar, Normalidade funcional, Normalidade como
processo, Normalidade subjetiva, Normalidade como liberdade e Normalidade operacional.
Em alguns casos, pode-se utilizar a associação de vários critérios de normalidade ou doença/transtorno, de acordo com
o objetivo que se tem em mente.
• Definição de diagnóstico psicopatológico e como pode ser realizado;
A primeira afirma que o diagnóstico em saúde mental não tem valor algum, pois cada pessoa é uma realidade única e
inclassificável. O diagnóstico apenas serviria para rotular as pessoas diferentes, excêntricas, permitindo e legitimando o
poder médico, o controle social sobre o indivíduo desadaptado ou questionador.
Já a segunda posição, em defesa do diagnóstico em saúde mental, sustenta que seu valor e seu lugar são absolutamente
semelhantes aos do diagnóstico nas outras áreas e especialidades médicas. O diagnóstico, nessa visão, é o elemento
principal e mais importante da prática psiquiátrica. Maior compreensão do sofrimento do paciente e uso de estratégia
terapêutica mais adequada.
Quando pretende-se realizar uma avaliação com o paciente é importante estar atento nos seguintes aspectos:
1. Avaliação psicopatológica: Feita por meio de entrevistas (duração e número não é fixo), contento observação
cuidadosa, anamnese e o exame psíquico.
o Anamnese: colher o histórico dos sintomas, seus antecedentes pessoais, familiares e meio social;
o Exame psíquico: estado mental atual e nos dias anteriores a consulta (nível de consciência, atenção,
memória, pensamento, linguagem, inteligência, etc.)
2. Avaliação física
3. Avaliação neurológica
4. O psicodiagnóstico
5. Exames complementares
• Funções psíquicas: importante saber quais são e suas alterações (não vai cobrar nome das alterações) –
Mas precisamos saber quais são as funções psíquicas e as alterações (Ex: Quando a consciência está
alterada, como o indivíduo pode manifestar isso); / Quais as funções psíquicas podem ser alteradas com
os transtornos, e como são essas possíveis alterações de um modo geral;
Funções psíquicas:
1. Consciência: estado de estar desperto, acordado, vígil, lúcido. Trata-se especificamente do nível de consciência.
2. Atenção: se refere ao conjunto de processos psicológicos que torna o ser humano capaz de selecionar, filtrar e
organizar as informações em unidades controláveis e significativas.
4. Tempo e espaço: o tempo e o espaço são, ambos, condicionantes fundamentais do universo humano e
estruturantes básicos da nossa experiência.
6. Sensopercepção: Sensações são fenômenos de dentro ou fora do organismo gerados por estímulos físicos,
químicos ou biológicos que estimulam os órgãos receptores. Percepção é a tomada de consciência do estimulo
sensorial seja ele objeto ou fatos externos.
8. Linguagem: Modo de comunicação que se caracteriza pela combinação de fonemas de uma língua, cuja
sequencia produz o discurso.
Transtornos → Ansiedade / Dislexia / Depressão / Esquizofrenia / TEA (ecolalia) / TP Borderline / T bipolar (mania)
/ TP Esquizotípica / TOC / TP Narcisista / TP Histriônica
9. Juízo de realidade: Capacidade de atribuir valores e atributos aos objetos. Capacidade de comparar juízos e
avaliar o grau de coerência entre eles. Pelos juízos afirmamos nossa relação com o mundo, discernimos a verdade
do erro, asseguramo-nos da existência ou não de um objeto perceptível, assim como distinguimos uma qualidade
de outra qualidade
10. Inteligência: Conjunto de habilidades cognitivas do indivíduo, capacidade de identificar e resolver problemas
novos, de reconhecer adequadamente as situações vivenciais cambiantes e encontrar soluções, além de se
adaptar a situações
11. Volição e pragmatismo: Volição corresponde á vontade que o individuo tem de viver, realizar suas ambições
e concluir seus desejos. O pragmatismo corresponde a forma como o individuo vai alcançar tais ideias e projetos.
12. Psicomotricidade: A exteriorização e o resultado da elaboração interna dos estímulos – todo evento psíquico
termina em fenômenos motores. Capacidade de projetar o modelo psíquico para a ação, discriminando os
movimentos mais adequados para aquele momento.
• Definição sobre alucinação, delírio e ilusão, o que caracteriza cada um deles e suas diferenças;
Ilusão: percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Há sempre um objeto real, gerador de processo de
sensopercepção. (Ex. estou no quarto escuro, vejo um homem ao lado do guarda-roupa, quando acendo a luz percebo
que na verdade é um casaco)
Alucinação: percepção clara e definida de um objeto sem a presença do objeto estimulante real. (Ex. estou no quarto
escuro, vejo um homem ao lado do guarda-roupa, quando acendo a luz percebo que não tem nada nem ninguém)
Delírio: são ideias delirantes devido a uma alteração do senso de juízo de realidade (transtorno psiquiátrico); ocorre uma
alteração de compreensão de realidade, acompanhadas de alucinações. O indivíduo tem convicção da sua crença e a
crença não pode ser mudada por argumentos contrários.
Delírio: são ideias delirantes devido a uma alteração do senso de juízo de realidade (transtorno psiquiátrico); ocorre uma
alteração de compreensão de realidade, acompanhadas de alucinações. O indivíduo tem convicção da sua crença e a
crença não pode ser mudada por argumentos contrários.
Delirium: Estado de rebaixamento leve da consciência, acompanhado de desorientação temporoespacial, ilusões e/ou
alucinações quase sempre visuais. Ocorre devido a psicoses tóxicas, síndrome de abstinência de drogas e a quadro febris
tóxico-infecciosos.
Alteração da atenção (perda da capacidade de concentração); Alteração da orientação (apatia e alteração do humor e da
volição nas quais o indivíduo não investe sua energia no ambiente); Alteração de tempo e espaço (passagem do tempo é
percebida como lenta e vagarosa); Alteração da sensopercepção (percepção diminuída, mundo exterior é mais escuro e
menos estimulante); Alteração do pensamento (casos extremos de lentificação levam a inibição do pensamento; na
depressão maior pode haver intoxicação por sedativos o que levam a lentidão do pensamento).
ESTÁGIO
• Conceito de loucura no brasil e como esse conceito foi evoluindo; Reforma psiquiátrica (principais marcos
e leis); Oficina terapêutica.
LUTA ANTIMANICOMIAL
o Em 2001, a Lei instituiu um novo modelo de tratamento as pessoas com transtornos mentais no
Brasil. Marca registrada o fechamento gradual de manicômios e hospícios pelo país.
o A internação do paciente era considerada somente se o tratamento fora do hospital se mostrasse
ineficaz.
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