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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

DANIELE SOUSA – RA 737359

SUPERVISÃO E ESTÁGIO EM ATENDIMENTO DE CASOS CLÍNICOS DE


CRIANÇAS E ADOLESCENTES I

SANTO ANDRÉ - SP

2023
RESENHA INFORMATIVA

1. REFERÊNCIA

Pesquisa bibliográfica dos capítulos 33 e 34 da obra Manual de técnica psicanalítica.

A Parte IV – “Terapias Analíticas Especiais” – é composta por cinco capítulos.

O Capítulo 33 – “Psicanálise com Crianças” – procede a uma revisão histórica, detendo-se nas
técnicas mais contemporâneas.

“Terapia Psicanalítica com Púberes e Adolescentes”, título do Capítulo 34, enfoca o tratamento
analítico com pacientes dessa fase da existência.

Zimerman, David E. Manual de técnica psicanalítica [recurso eletrônico]: uma re-visão / David E.
Zimerman. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2008.

2. SOBRE O AUTOR

Médico Psiquiatra. Membro Efetivo e Psicanalista Didata da Sociedade Psicanalítica de Porto


Alegre (SPPA). Psicoterapeuta de Grupo. Ex-Presidente da Sociedade de Psiquiatria do Rio
Grande do Sul.

3. RESUMO

Capítulo 33 - Psicanálise com Crianças

O texto aborda a história da psicanálise infantil e os principais contribuidores para o campo.


Começa discutindo a relação de Sigmund Freud com as crianças e sua influência na
compreensão do psiquismo infantil. Enfatiza que, embora Freud não tenha se dedicado
diretamente à análise de crianças, suas observações e teorias sobre o desenvolvimento infantil
foram cruciais para a psicanálise infantil. Anna Freud, filha de Sigmund Freud, é mencionada
como uma das primeiras psicanalistas a trabalhar com crianças, enfocando uma abordagem
mais pedagógica.

A autora ressalta a rivalidade entre as abordagens de Anna Freud e Melanie Klein. Klein, uma
psicanalista genial, desenvolveu uma técnica centrada em brinquedos, desenhos e jogos para
interpretar as fantasias inconscientes das crianças. A polêmica entre as abordagens de Anna
Freud e Melanie Klein na Sociedade Britânica de Psicanálise é abordada, bem como a influência
de Klein na expansão da análise com crianças nesse contexto.

Outros teóricos notáveis são mencionados, como René Spitz, que utilizou filmes para
documentar o desenvolvimento emocional das crianças, e Donald Winnicott, que desenvolveu
conceitos importantes como "mãe suficientemente boa" e "falso self".

O texto "Aspectos da Prática na Análise com Crianças" aborda as particularidades e


características únicas envolvidas na análise psicanalítica de crianças. Algumas das
características mencionadas incluem: Transformações Constantes; Maturação Neurobiológica;
Expressão Não-Verbal; Vínculo Transferencial; Manifestações de Comportamento; Dependência
dos Pais; Experimentação e Testes (testes para avaliar o terapeuta). Também discute o
estabelecimento de contratos com os pais, configuração da sessão (setting) e a importância da
participação dos pais no processo analítico. Enfatiza-se também o papel crucial do analista em
manter uma atitude de neutralidade, enquanto ainda se engaja e interage com a criança durante
a terapia.

A terapia infantil oferece um ambiente para a criança se expressar por meio de brinquedos e
jogos simbólicos, permitindo o entendimento de suas emoções e fantasias inconscientes. No
contexto terapêutico, os brinquedos como bonecas, animais, carrinhos, blocos e jogos de regras
fixas são disponibilizados para a criança brincar, comunicando-se de forma não verbal. Questões
de resistência por parte da criança são abordadas, podendo representar falhas na compreensão
por parte do analista, bem como a interação com os pais, que podem afetar o processo
terapêutico.

São discutidas técnicas interpretativas na análise das crianças, com ênfase na interpretação das
atividades lúdicas e comportamentais, identificando os significados que a criança confere às
relações familiares e aos papéis que desempenha. O texto também menciona os desafios em
lidar com resistências, atuações e transferências específicas das crianças, particularmente em
casos de crianças autistas ou com problemas de desenvolvimento.

A abordagem psicanalítica é vista como uma oportunidade para o terapeuta procurar despertar
emoções escondidas e ajudar o desenvolvimento emocional.

Capítulo 34 - Terapia Psicanalítica com Púberes e Adolescentes

O texto destaca as características típicas dos adolescentes em tratamento, como a confusão em


relação à identidade, as transformações físicas e hormonais, conflitos com os pais, oscilações
de autoestima e a experiência de perdas. Também explora os sinais de depressão clínica,
transtornos alimentares e outros problemas comuns entre os adolescentes, bem como as
manifestações de luto e as dificuldades de pertencer a grupos sociais. O autor enfatiza a
influência da cultura pós-modernista na vida dos adolescentes, incluindo mudanças nos padrões
de namoro, comunicação virtual e a influência da mídia.

A busca por uma identidade própria muitas vezes leva o adolescente a se distanciar da família
para não ser apenas visto como "filho de seus pais". As forças conflitantes que emergem durante
esse processo, incluindo sentimentos de amor, agressão, erotismo, narcisismo e independência,
podem levar a reações extremas.

O adolescente pode tentar envolver ou afastar violentamente os pais, sendo muitas vezes
projetor dos conflitos internos não resolvidos dos pais. Os pais, por sua vez, enfrentam uma crise
quando seus filhos entram na adolescência, incluindo luto pelo tempo que passou, perda da
imagem da criança, desilusão com expectativas não realizadas e preocupações com a
segurança de seus filhos em um mundo mais violento. As identificações projetivas dos pais nos
filhos e como suas próprias questões não resolvidas podem influenciar a dinâmica familiar. O
autor destaca a importância para o terapeuta de entender como a família lida com a entrada do
adolescente na adolescência, a fim de fornecer uma terapia eficaz.

O texto “A Grupalidade do Adolescente” explora a tendência dos adolescentes a se agruparem


em "turmas" ou "gangues", com ênfase na diferença entre a dinâmica saudável e patológica
desses grupos. A turma proporciona um novo modelo de superego baseado nos valores dos
pares, permitindo uma sensação de pertencimento e força coletiva. A busca por reconhecimento
por meio de símbolos exteriores, como roupas e símbolos específicos, é abordado, assim como
a influência de ídolos e modismos.

Embora a convivência com grupos possa levar a experimentações com drogas, é importante
diferenciar entre o uso de drogas como um modismo e casos de dependência. Os pais são
aconselhados a compreenderem a dinâmica grupal normal dos adolescentes, enquanto mantêm
uma atitude vigilante e equilibrada, permitindo que seus filhos passem por essa fase de forma
saudável e gradual, sem pressionar prematuramente por comportamentos adultos.

No texto “A prática clínica” aborda a prática clínica no contexto da psicanálise com adolescentes.
Destacam-se diversos aspectos relevantes para o tratamento, tais quais: Empatia e Flexibilidade,
Equilíbrio na Relação, Comunicação com os Pais, Comunicação Verbal e Não-Verbal, Relação
Terapêutica.

Em resumo, o texto destaca a importância de compreender as complexidades e desafios


inerentes ao tratamento de adolescentes na abordagem psicanalítica, enfatizando a necessidade
de empatia, comunicação eficaz e um entendimento profundo das dinâmicas próprias dessa fase
de desenvolvimento.

4. APRECIAÇÃO DO RESENHISTA

Em conjunto, esses capítulos ressaltam a importância da compreensão das complexidades


inerentes ao tratamento psicanalítico de crianças e adolescentes. A ênfase na empatia, na
comunicação eficaz e na compreensão das dinâmicas próprias dessas fases de desenvolvimento
é central para o sucesso da abordagem psicanalítica. Ambos os capítulos fornecem insights
valiosos para profissionais da área, destacando a necessidade de uma atitude sensível e uma
compreensão profunda das particularidades de cada estágio da vida.

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