Você está na página 1de 57

Olá colegas, sejam bem-vindos ao curso: PRÁTICA CLÍNICA NA PSICOLOGIA

Me chamo Jeniffer Camargo, sou Psicóloga e espero que este curso te ajude no seu
percurso profissional.
Vamos lá.
AULA 1
 PROCESSO FORMATIVO
 MERCADO DE TRABALHO
 ABORDAGENS – PSICANÁLISE E TERAPIA COGNITIVA
COMPORTAMENTAL
A GRADUAÇÃO:
O curso de psicologia é um curso denso e longo. Suados 5 anos de estudos para
que possamos tem uma compreensão da mente e do comportamento humano.
Muitos profissionais, se perguntam se após a faculdade estarão preparados para
ingressar no mercado de trabalho.
E aí o que você acha?
A resposta é sim.
A graduação te prepara para o mercado de trabalho, no entanto o estudo para
qualquer área deve ser contínuo, pois estamos em constante transformação e
devemos nos atualizar constantemente.
Mas se você já se formou em Psicologia ou está próximo de se formar, você sabe
quais burocracias irá precisar providenciar logo após a conclusão do seu curso para
então conseguir começar a atuar na área?
Registro no Conselho Regional de Psicologia
Embora é algo trabalhoso, essas burocracias organizam e regularizam a nossa
profissão e fazem parte da profissionalização da psicologia, que luta para se manter
como uma ciência e uma profissão séria regida por leis.
Você só pode começar a atuar depois de ter o seu registro, o número do CRP, que
comprova que você fez a sua inscrição.
Eu não sei e todos os cadastros estão sendo feitos desta forma, mas no estado de
São Paulo, o requerimento de pessoa física está podendo ser realizado online. Vou
deixar aqui o site para que vocês busquem mais informações:
https://www.crpsp.org/
ATENDIMENTO ONLINE
Acompanhando a tendência tecnológica mundial, o Conselho Federal de Psicologia
(CFP), por meio da Resolução CPF 11/2018, regulamentou o atendimento
psicológico clínico online.
Mesmo antes da pandemia, esta modalidade já era bem aceita em nossa área, mas
durante a pandemia e atualmente é uma modalidade bem aceita tanto pelos
pacientes quanto pelos profissionais e percebemos que é tão eficaz quanto o
atendimento presencial.
Alguns benefícios:
 Mantém o distanciamento: Em época de crise sanitária, o trabalho não
precisa ser suspenso;
 Oferece flexibilidade: Dias e horários mais adequados a rotina;
 Reduz custos: Diminuição das despesas de um consultório;
 Favorece quem tem dificuldade de locomoção.
Para que possamos atender de forma online, precisamos:
Realizar o cadastro na plataforma e-psi.
Esse cadastro no CFP é obrigatório para quem vai atender online. Mesmo que essa
não seja sua ideia inicial, é importante fazer, já que o atendimento online tem sido
cada vez mais requisitado pelos pacientes.
E aí, agora que você já sabe o percurso para começar na carreira de psicólogo, o
que acha de conhecermos algumas áreas possíveis de atuação do psicólogo?
Para ser psicólogo, antes de iniciar os trabalhos você terá duas escolhas
importantíssimas para fazer. A primeira delas é a área de atuação que pretende
trabalhar (consultórios, escolas, empresas…) e a segunda é a abordagem que
pretende utilizar caso decida pela atuação clínica,
Vamos conversar um pouco sobre?
MERCADO DE TRABALHO EM PSICOLOGIA
Há uma enorme quantidade de áreas nas quais os profissionais de psicologia podem
se inserir, como a clínica, o rh, mediação de grupos, escolas, psicologia jurídica,
entre muitas outras. Tudo dependerá principalmente da sua abordagem e da área
específica em que pretende se inserir. Vamos conhecer algumas áreas:
Psicólogo Organizacional
O profissional que atua nesta área utiliza as técnicas da psicologia organizacional,
ou seja, de questões que envolvem o trabalho. Inclusive, é requisito nos processos
de recrutamento, seleção de novos colaboradores, treinamento e desenvolvimento
de equipes de alto nível, além de compor o setor de recursos humanos
ou departamento pessoal no geral.
Psicólogo Hospitalar
Pensando nesta questão, o profissional em psicologia é fundamental pois no
ambiente hospitalar se encontram pessoas muito fragilizadas. Não somente os
pacientes, mas os familiares, equipe técnica.
O psicólogo tem como objetivo: amenizar a despersonalização sofrida pelo paciente
que perde temporariamente sua identidade e passa a ser parte da instituição
Muitas vezes não há a continuidade dos atendimentos, sendo realizado um
atendimento pontual daquela demanda do paciente. Acolhimento Momentâneo.
Alivio dos sintomas.
O atendimento pode ocorrer em qualquer ambiente, este ambiente é aberto e
variável. Diferente do psicólogo clínico, que veremos mais a frente, que possui um
setting, neste caso, o setting do psicólogo hospitalar pode ser um elevador, UTI,
quarto, pronto socorro, ou seja, o ambiente em que o paciente estiver com a
demanda, podendo inclusive haver interrupções a qualquer momento.
Dentro da psicologia hospitalar, há também a terapia do luto — mais uma área em
psicologia que o profissional pode se especializar. O trabalho é bastante sensível e
sério. Pode ser realizado em clínicas ou em locais como os hospitais do câncer,
especialmente nos casos de tratamento do câncer infantil e hospitais infantis.
O profissional também pode coordenar grupos de apoio, dar treinamento para os
funcionários, realizar intervenções clínicas, atendimentos e atividades que
promovam o bem-estar e restabelecimento da saúde de pacientes e familiares.
Possibilidade de múltipla intervenção: Paciente x Família x Equipe
Paciente: Pensando em seu bem-estar, o psicólogo cuida do adoecimento e não da
doença. A preocupação é: Como a pessoa está vivenciando aquele processo
Família: Preocupada com o Prognóstico, ou seja, o Psicólogo vai acolher também a
demanda da família, encaminhar quando necessário para algum especialista. Mediar
com a equipe médica alguma questão pontual da família.
Equipe: Interessados no diagnóstico e o psicólogo vem para mediar do vínculo entre
paciente e demais profissionais que executam os procedimentos técnicos.
Portanto, nós psicólogos se escolhermos a área hospitalar teremos como objetivo
cuidar e mediar as relações pois além do foco individual, temos o foco das
interrelações.
Psicologia Educacional
Desta forma, a lei está aí, desde 2019, no entanto ainda não existe a atuação efetiva
de nós psicólogos nas escolas. Mas é importante ficarmos antenados no que nossos
conselhos estão fazendo frente esta lei.
Mas o que faz o Psicólogo Educacional? Não faz psicoterapia com os alunos,
familiares, professores e equipe da escola.
Em sua atuação, o psicólogo irá conhecer o ambiente escolar e a partir disto suas
intervenções serão respaldadas nas informações e necessidades encontradas.
Estas intervenções envolvem todos os atores da escola: direção, coordenação,
professores, alunos, família, comunidade, etc.
Com a equipe adm: colaborar com o projeto politico pedagógico, nas atividades
organizacionais e mediação de conflitos, elaborar projetos com a escola, propor
ações de desenvolvimento profissional para equipe e ações que priorizam o bem
estar.
Com a equipe docente: Auxilia nos objetivos educacionais, conteúdos, métodos,
material didático, formações da equipe de docente, orientações intervenções para
casos de inclusão, dificuldade acadêmica ou comportamental.
Com os alunos: No desenvolvimento e elaboração de projetos que visam trabalhar a
autoestima, organização, socialização, cidadania responsável, violência entre outros,
acompanhar reuniões com profissionais externos, psicopedagogos, psicólogos,
fonoaudiólogos, entre outros,, encaminhar para alunos para especialidades.
Com a comunidade/família: Fortalecimento do vínculo, desenvolver ações
preventivas sobre os mais diversos temas.
Além disso, esse profissional auxilia professores e demais membros de instituição a
solucionar os problemas de aprendizagem encontrados no dia a dia, orientando
essas pessoas e ajudando-as a compreender cada caso individualmente.
O psicólogo também está habilitado a aplicar testes relacionados à capacidade de
memória, atenção e concentração, além de conversar com os pais e responsáveis,
atender aos demais funcionários da escola e auxiliar no planejamento escolar para
portadores de alguma demanda em especial.
Psicólogo do Esporte
O psicólogo do esporte busca desenvolver um trabalho com equipe técnica, o
próprio técnico e os atletas, orientando em questões como rendimento, foco, medo
ou ansiedade, entre outras.
Além de promover a saúde mental, maior rendimento e performance para equipes
dos mais variados esportes
A Psicologia do Esporte tem por finalidade investigar e intervir em todas as variáveis
que estejam ligadas ao ser humano que pratica uma determinada modalidade
esportiva e também em seu desempenho (BECKER, 1999).
Psicologia Clínica
A especialidade mais popular de todas as áreas em Psicologia não poderia ficar de
fora da nossa lista. O psicólogo clínico, popularmente conhecido como
psicoterapeuta, é o profissional que ouve os pacientes para auxiliá-los nos
processos de compreensão, prevenção e alívio do sofrimento que tenha origem
psicológica.
O atendimento pode ser individual, mas também existe a modalidade familiar e de
casal, em que os envolvidos no processo são atendidos das duas formas:
individualmente e em conjunto, terapia em grupo.
A sua popularidade tem muito a ver com as próprias características dos seres
humanos, que apresentam dificuldades em lidar com suas emoções em particular. A
tendência é que evitem entrar em contato com situações que gerem uma carga
emocional muito forte ou traga um certo desconforto.
Por meio da escuta ativa do paciente, os psicólogos realizam um diagnóstico
clínico que serve como base para o atendimento que pode ter como objetivo:
 Restabelecer a saúde psíquica dos pacientes;
 Promover o autoconhecimento;
 Aliviar o sofrimento mental;
 Tratar transtornos mentais;
 Contribuir para promover a adesão medicamentosa e ao autocuidado;

E aí, espero que tenham curtido estas áreas...mas vamos dar continuidade e para
concluir nesta aula vamos falar das abordagens da Psicologia. Aproveitando o
gancho né... como estávamos falando de psicologia clínica, achei bem interessante
discutirmos sobre duas grandes abordagens da psicologia e como é a atuação do
Psicólogo Clínico que atua nestas abordagens.
Já na faculdade você deve ter optado por uma abordagem para os atendimentos nos
estágios curriculares, correto. A abordagem é algo bem pessoal, cada aluno tem
suas particularidades para este momento da escolha.
Mas aqui vão algumas dicas
Estude e capacite-se
Existem várias vertentes de trabalho na psicologia e, durante a graduação, os
estudantes têm contato com as principais abordagens de forma resumida, como
a psicanálise, a Gestalt-terapia, cognitivo comportamental, o humanismo e outras
que variam de faculdade para faculdade.
Este processo de escolha, não tem certo ou errado.
Não tenha medo de mudar: Mesmo que você já tenha escolhido a abordagem, a
mudança pode ocorrer. Estamos em constante transição e, muitas vezes, algo que
foi adequado por um tempo pode não mais corresponder às nossas expectativas.
Portanto, cada abordagem foi construída, estudada por teóricos diferentes cada qual
com suas especificidades.
E aí você já escolheu uma abordagem para chamar de sua? Se você não escolheu,
aqui no curso iremos explanar duas abordagens bem conhecidas: A Psicanalise e a
Terapia Cognitivo Comportamental. Se você já escolheu, espero que esse conteúdo
te ajude nos seus estudos.
Vamos lá:
PSICANALISE
É considerada a mais antiga das abordagens da Psicologia, por isso, talvez seja
uma das suas primeiras matérias do curso. Seu grande precursor foi Freud, que
enfatiza processos mentais inconscientes. O objetivo é torná-los conscientes, para,
assim, o paciente trabalhar com suas emoções e seus comportamentos
desadaptativos e habitualmente recorrentes.
Para Freud, nada acontece por acaso: há uma causa para cada pensamento,
memória revivida e sentimento. Tais eventos mentais são influenciados pelo
consciente ou inconsciente.
Mas, para que ela serve? Em que casos é indicada? Ainda hoje, mais de 100 anos
depois do seu nascimento, existem muitas dúvidas em relação à metodologia.
Resumidamente, podemos dizer que a Psicanálise é o estudo do inconsciente. O
papel do psicólogo que atua com este tipo de método é, portanto, guiar o paciente
para que este encontre, dentro da própria mente, as respostas que precisa para
curar medos, angústias e outros sintomas. Tudo isso acontece através
da psicoterapia.
Para isso, o profissional ajuda o paciente a capturar o que está “escondido” no seu
inconsciente (como no exemplo do medo originado em uma lembrança da infância).
Isso pode ser feito de diversas formas, inclusive, por meio da interpretação de
sonhos – que, para Freud, é um momento em que o inconsciente consegue se
manifestar livremente.
Durante as sessões, a postura do psicanalista pode variar de acordo com o perfil e
as necessidades do paciente que está sendo tratado. Algumas vezes, o profissional
faz mais o papel de ouvinte. Em outras situações, ele exerce um papel mais ativo.
Mas não é só isso: a metodologia também pode ser eficiente em trazer à tona
desejos reprimidos e encontrar a razão de medos e crenças.
A psicanálise preocupa-se em entender como funciona a mente humana, partindo do
princípio de que muitos dos processos psíquicos são inconscientes. Na abordagem
psicanalítica, nossas emoções e atitudes são o resultado de fatores dos quais não
temos consciência.
Nas sessões de psicanálise nós incentivamos o paciente a falar livremente e
aprender a se escutar. Assim, o analista psicanalista escuta, sendo uma relação um
a um entre o analisante e o psicanalista.

Algumas regras básicas conduzem a atuação no setting e são elas:


Livre associação de ideias: aqui o princípio básico da análise- e o mais desafiador: a
capacidade de oportunizar um espaço de liberdade e de livre expressão de si
mesmo. Liberdade esta que, provavelmente, o analisando jamais vivenciou em sua
vida. E é justamente dela, que os conteúdos inconscientes podem vir à serem
expressos.
Abstinência de opinar: opinar, sugerir ou direcionar, na concepção psicanalítica, é
reforçar ainda mais o sintoma, e afastar o indivíduo dos seus conteúdos. Análise é o
espaço de encontro – do analisando com ele mesmo. As respostas (se é que
existem), precisam vir dele próprio.
Neutralidade: enquanto psicanalistas, necessitamos exercitar a neutralidade. Não
estamos ali para “dogmatizar” ou instruir. Muito pelo contrário. Análise é escuta de si
mesmo. As intervenções do psicanalista são pontuais e quando ocorrem, têm um
objetivo claro: aprofundar ainda mais as reflexões da qual o analisando se aproxima.
Atenção Flutuante: o psicanalista precisa estar atento. Atento às palavras, ao
silêncio, ao que não foi dito e ao que é evitado. O analisando irá se defender-
inconscientemente- daquilo que lhe faz sofrer. Nosso papel, enquanto psicanalistas,
é “tocar” justamente nestes conteúdos, pois só liberando-os é que os sintomas irão
reduzir
Amor a verdade: entenda “amor” como um “querer sem condição”. Na psicanálise,
amor está relacionado a capacidade de aceitação, por parte do analista, do
conteúdo que virá, indiferente de qual seja. Lembre-se sempre:setting analítico é o
encontro do analisando com ele mesmo. Estamos ali para escutar, provocar e
pontuar – devolvendo à ele as reflexões. E não existe amor maior do que a escuta!

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL


A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), desenvolvida por Aaron Beck.
Orientada para o presente, empática, integrativa, estruturada e sensível ao
tempo. Está direcionada para solucionar problemas atuais e ensinar os clientes a
desenvolverem habilidades para modificar pensamentos conscientes e
comportamentos disfuncionais. Essa mudança cognitiva e comportamental conduz à
melhora dos sintomas e do funcionamento pessoal.
Quais doenças ela pode tratar?
A TCC hoje é tratamento de primeira escolha para diversos transtornos psiquiátricos,
entre eles a depressão, transtorno do pânico, fobia social, fobias específicas, TOC,
transtorno do estresse pós-traumático, transtornos de uso de substâncias,
transtornos alimentares e transtorno bipolar.
Como funciona a Terapia Cognitivo Comportamental?
A conceituação de caso é realizada de acordo com o modelo cognitivo: propõe que o
pensamento distorcido ou disfuncional (que influencia o humor e o comportamento)
seja comum a todos os distúrbios psicológicos.

Ou seja, o modo como os indivíduos percebem uma situação está relacionada mais
com suas reações, do que a situação propriamente dita.
“Não são os acontecimentos em si a causa de nossos sofrimentos, mas os
significados atribuídos a eles”.
Essas atribuições, principalmente quando feitas de forma automática e não reflexiva,
podem ser não realistas ou disfuncionais.
Como são as sessões de TCC?
As sessões da TCC possuem uma estrutura interna. A sessão começa com uma
recapitulação de eventos da semana anterior e das tarefas realizadas fora da
sessão. Essas tarefas ampliam o aprendizado nos intervalos entre as sessões e
estão relacionadas a um bom resultado.
Benefícios da Terapia Cognitivo Comportamental
A TCC apresenta eficácia equivalente ao tratamento medicamentoso para diversos
transtornos psiquiátricos. Mas, os estudos demonstraram uma nítida vantagem de
longo prazo para a TCC, a melhora dos pacientes é mais duradoura. Eles
apresentam números menores de recaídas nos segmentos de longo prazo.
Principalmente considerando os pacientes que interrompem o uso dos
medicamentos.
Os sujeitos aprendem novas habilidades e adquirem a condição de se tornarem
seus próprios terapeutas. Capazes de enfrentar as dificuldades de vida que ainda
não apareceram. Sem dúvida, uma grande mudança de paradigma entre as
intervenções em Saúde Mental.
Dessa forma, é possível destacar como alguns dos principais benefícios da TCC:
Comprovada cientificamente
Promove o autoconhecimento
Por meio da TCC, o paciente consegue ter maior controle sobre os seus
comportamentos e sentimentos, conseguindo administrá-los com mais confiança e
facilidade. Nesse contexto, o autoconhecimento é estimulado na identificação de
comportamentos e crenças disfuncionais. Logo, a pessoa consegue estar mais
preparada para lidar com ideias negativas e emoções adversas, bem como o
fortalecimento da autoestima.
Modifica o raciocínio e comportamento do paciente
Um dos principais objetivos da Terapia Cognitivo-Comportamental é devolver ao
paciente a flexibilidade cognitiva, ou seja, permitir mudanças nas emoções e
comportamentos emitidos pelo paciente. Para isso, o terapeuta irá atuar diretamente
no sistema de esquemas e crenças do paciente, de forma a reestruturá-lo.
Ajuda a encontrar motivação
Através da relação de confiança estabelecida entre paciente e terapeuta, é possível
entender quais seriam algumas das razões para a falta de motivação apresentada
pelo indivíduo. A Terapia Cognitivo-Comportamental também apresenta um
benefício nesse cenário, que é justamente as técnicas para identificação do que
pode estar ligado a essa motivação, desde comorbidades quanto crenças
disfuncionais que têm causado sofrimento mental àquele paciente.
É objetiva
Muitas pessoas gostam bastante da Terapia Cognitivo-Comportamental por ela ser
prática e conseguir apresentar resultados em um período relativamente mais curto
do que grande parte das abordagens.
O terapeuta faz uma análise inicial semelhante para a maior parte dos casos, que é
justamente entender quais são as crenças disfuncionais e os pensamentos
automáticos que fazem parte da vida do sujeito. A partir daí, a abordagem direciona
para uma análise objetiva de cada um deles.
Promove a Psicoeducação
A psicoeducação é uma das técnicas que fazem parte da abordagem terapêutica da
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). De maneira geral, e quando aplicada
adequadamente, gera resultados satisfatórios apesar de ser uma técnica simples.
A TCC se caracteriza pelo trabalho colaborativo entre paciente e terapeuta de forma
ativa, diretiva e breve.
Portanto, requer conhecimento do paciente sobre:
Metodologia da TCC: estrutura das sessões, modelos cognitivos, estratégias
cognitivas, entre outros.
Sobre tratamento como um todo: necessidades de encaminhamentos, uso de
medicamentos, adesão à outras modalidades terapêuticas, funcionamento do
serviço, entre outros.
Sobre sua queixa / Transtorno Mental / funcionamento mental.
Neste cenário, a psicoeducação potencializa o processo terapêutico, sendo uma
técnica recorrentemente utilizada em TCC. É muito comum grupos de
psicoeducação em contexto de saúde mental, em que pacientes e familiares são
orientados coletivamente.
Melhora os relacionamentos interpessoais
Outro ponto forte da TCC é a promoção do desenvolvimento de habilidades sociais,
com foco em aprimorar ou incentivar o início dos relacionamentos interpessoais. Por
meio da TCC, o paciente irá se ver diante dos comportamentos que emite,
conseguindo identificar e construir um repertório adequado, considerando as
habilidades sociais também incentivadas.

Olá colegas, sejam bem-vindos ao curso: PRÁTICA CLÍNICA NA PSICOLOGIA


Me chamo Jeniffer Camargo, sou Psicóloga e espero que este curso te ajude no seu
percurso profissional.
Hoje vamos falar especificamente sobre a Psicologia Clínica, sua história, para que
serve a psicoterapia, mitos e verdades sobre a prática a psicologia clínica em alguns
ciclos de vida.
Vamos lá.
Psicologia Clínica: definição, introdução e objetivos
Psicologia clínica é a área da psicologia dedicada ao estudo dos transtornos
mentais, seus sintomas, causas, tratamentos e intervenções psíquicas.
Essa área inclui (prevenção, promoção, psicoterapia, aconselhamento, avaliação,
diagnóstico, encaminhamentos, dentre outros).
A psicologia clínica é uma prática que consiste na : escuta clínica. É um o espaço
em que o paciente\cliente se apoia para expressar seus conflitos, medos,
inquietações e sofrimentos a fim de buscar alívio emocional.
Desde o final do século passado e ainda no início deste século, presenciamos, no
País, um aumento considerável das áreas de atuação da Psicologia, o que evidencia
uma ampliação de seus locais de trabalho: o psicólogo torna-se presença cada vez
mais constante nos sistemas de saúde pública, nos centros de reabilitação, nas ILPI,
nos hospitais psiquiátricos e gerais, no sistema judiciário, nas creches, nas
penitenciárias, em ONGs, nas escolas.
Dessa maneira, surgem, para o profissional, outras oportunidades de trabalho que
escapam a seus espaços usuais de atuação.
Os objetivos gerais de intervenção na área da psicologia clínica são:
 Identificar os determinantes do aparecimento e manutenção dos comportamentos de
saúde, de forma a ser possível intervir precocemente em diferentes fases do ciclo
de vida, visando a promoção e manutenção da saúde;
 Identificar determinantes psicológicos dos comportamentos de risco para a saúde,
para intervir nos processos de mudança comportamental e implementar práticas
que contribuam para a prevenção das doenças;
 Facilitar os processos de confronto e adaptação às doenças e aos procedimentos
médicos de diagnóstico e tratamento, bem como reduzir o impacto da
incapacidade;
 Avaliar e intervir psicologicamente com utentes em sofrimento psicológico ou
psicopatológico associado às doenças;
 Contribuir para promover a adesão medicamentosa e aos autocuidados,
particularmente nas doenças crónicas;
 Desenvolver métodos psicológicos de avaliação e promoção da qualidade de vida na
doença;
 Contribuir para a promoção da qualidade dos processos de informação, literacia e
comunicação em saúde, com a finalidade de influenciar a capacitação dos utentes
na gestão da saúde e das suas doenças e também a sua satisfação com a
qualidade dos serviços de saúde;
 Promover o ajustamento psicológico a acontecimentos de vida, bem como a
transição de fases do ciclo de vida individual e familiar;
 Tratar e/ou facilitar a recuperação de utentes com perturbações mentais passíveis
de melhoria por intervenção psicológica.

Psicologia clínica: funções e ferramentas


Funções da psicologia clínica
Atualmente são consideras funções da psicologia clínica:
Avaliar
Diagnosticar
Tratar, intervir, reabilitar
Aconselhar ou assessorar
Promover a saúde e prevenir
Pesquisar
Ensinar e supervisionar
Dirigir ou administrar sistemas de saúde
Ferramentas da psicologia clínica
Tais funções são desempenhadas por psicólogos clínicos e da saúde através de
técnicas e procedimentos como as entrevistas, onde o profissional pergunta com o
objetivo de reunir as informações necessárias para a avaliação. Essas entrevistas
podem ser mais ou menos guiadas. As informações também são coletadas através
da observação direta do profissional. Outra ferramenta são os testes, em geral,
instrumentos psicométricos consistentes e validados para medir desde sintomas até
capacidades em um paciente, embora existem muitos tipos de teste psicológicos.
Também existem os registros psicofisiológicos que servem para medir as respostas
fisiológicas do organismo. Utilizam-se também os autos relatórios, as pesquisas e
exercícios nos quais o próprio paciente observa e registra seus pensamentos ou
comportamentos. Depois de coletadas todas as informações, geralmente, são
resumidas em um informe psicológico. O informe variará em função do destinatário,
mas em geral, costuma incluir o motivo da consulta, as provas aplicadas durante o
processo de avaliação com as pontuações e interpretações correspondentes e as
conclusões com uma orientação diagnóstica.
Por outro lado, existe um grande número e variedade de técnicas e procedimentos
utilizados na fase de intervenção. Algumas das mais comuns são:
As técnicas de modificação de comportamento, que incluem técnicas de exposição,
baseadas no condicionamento operante, o condicionamento secreto, de
autocontrole, aprendizado de habilidades e relaxamento.
A terapia cognitivo-comportamental, que compreende diferentes técnicas cognitivas
(como, por exemplo, a terapia cognitiva de Beck) e técnicas de enfrentamento.
As técnicas de psicanálise, que incluem a interpretação, o esclarecimento, o
confronto, a aliança, a transferência e a contratransferência que são aplicadas em
diferentes variantes da terapia psicanalítica.
As técnicas da psicoterapia centrada na pessoa.
As técnicas da psicoterapia fenomenológica e da existência, como por exemplo a
psicoterapia Gestalt.
As técnicas de terapia sistêmica baseadas nos relacionamentos a partir de uma
visão holística e integradora.

Psicoterapia: para que serve? Quando procurar?

Fazer terapia pode ser comparado a praticar exercícios físicos ou alimentar-se da


forma correta a fim de alcançar o bem-estar físico. Desse modo, a finalidade do
acompanhamento com um psicólogo é buscar auxílio para recuperar ou preservar a
saúde da mente, isto é, o bem-estar emocional.
A palavra psicoterapia tem origem grega.
Psykhé significa mente.
Therapeia significa ato de curar ou ato de reestabelecer algo que foi perdido.
Então, de modo geral, a psicoterapia é um tratamento que busca curar as doenças
da mente, os transtornos psicológicos e reestabelecer a saúde mental das pessoas.
Terapia é a parte da medicina que se dedica aos cuidados oferecidos aos doentes e
à escolha do tratamento necessário. A psicologia incorporou este termo ao seu
repertório de conceitos, adicionando o prefixo “psico”. Portanto, psicoterapia é um
método de tratamento psicológico que se dedica a oferecer cuidado para as
pessoas, casais, famílias ou grupos que estão em sofrimento emocional.
A psicoterapia tem diversas finalidades, desde te ajudar no caminho do
autoconhecimento até ocupar um espaço fundamental no tratamento de transtornos.
De maneira geral, a terapia serve e é importante para ajudar as pessoas a lidarem
da melhor forma possível com as suas questões emocionais.
Objetivos da psicoterapia: pra que serve?
 O processo terapêutico tem por objetivo ampliar o campo perceptivo do paciente,
contribuindo para que ele adquira uma visão de mundo mais abrangente.
 A mudança no campo perceptivo, ou seja, na capacidade de perceber e
compreender o que acontece ao seu redor, em seu cotidiano, nas suas relações,
é necessário para que a pessoa possa ressignificar os fatos que estão lhe
causando sofrimento, podendo assim abrir-se para novas possibilidades
existenciais.
 A psicoterapia poderá contribuir para que a pessoa consiga encontrar maneiras
de relacionar-se consigo e com o mundo de forma mais agradável, saudável e
menos sofrida. Também levará a pessoa a um maior conhecimento de si,
tornando-a capaz de perceber as suas qualidades, seu potencial individual e suas
formas de viver diante desse mundo, valorizando assim sua existência.
 Visa ainda promover o crescimento pessoal e cura de determinados sintomas.
Através da condução do tratamento adequado, é possível restabelecer a saúde
emocional do paciente e promover seu bem-estar.
 No caso de pessoas diagnosticadas com algum tipo de transtorno mental, tais
como: Ansiedade, Depressão, Transtorno alimentar, Síndrome do pânico, Fobias,
Transtorno bipolar, Transtorno obsessivo-compulsivo e outros.

Além dos objetivos da psicoterapia narrados acima, também fará parte do


tratamento psicológico o trabalho psicoeducativo. Esta intervenção tem como
propósito informar o paciente e, caso seja necessário, também seu(s) cuidador(es),
a respeito de sua doença e as opções de tratamentos.
Com base nas técnicas e conhecimentos da sua abordagem psicológica de
formação, o psicólogo colabora com o processo do paciente nas seguintes questões:
Resolução de problemas da vida diária
Certos problemas que, aos olhos de alguns indivíduos, não parecem sérios podem
ser o fim do mundo para outros.
O estresse, ansiedade e preocupação tomam conta e não se consegue encontrar
soluções práticas e efetivas. É assim que as pessoas começam a ficar
sobrecarregadas com as suas próprias vidas.
O psicólogo pode ajudá-las a encontrar as respostas que tanto desejam obter
através do controle emocional e do confronto de medos e apreensões. O profissional
não fornece as respostas diretamente, como um conselheiro faria.
Em vez disso, encoraja o paciente a encontrá-las por meio de reflexões e
ferramentas psicológicas. Assim, ele desenvolve autonomia para lidar com situações
que antes considerava estressantes.
Tratamento de condições específicas
Além disso, a psicoterapia é indispensável para quem sofre de condições que
deterioram a saúde mental. Quando não tratadas, elas podem trazer uma série de
prejuízos para a vida diária e saúde do corpo, além de se tornar debilitantes.
A depressão, por exemplo, pode progredir para um quadro grave se tratada como
um pequeno “inconveniente” em vez de uma condição de saúde séria.
Embora praticar exercícios físicos, trabalhar e socializar com indivíduos alto-astral
ajudem a afastar o humor depressivo, a pessoa com depressão não consegue
aproveitar os seus benefícios por completo se não estiver em tratamento.
Mesmo sofrendo com sintomas desagradáveis, muitos não buscam a ajuda de um
psicólogo para cuidar da saúde mental. A psicoterapia é ainda vista com pré-
conceitos e desconfianças por uma parcela da população. Infelizmente, esses
estigmas afastam quem realmente precisa de terapia do consultório dos psicólogos.
A psicoterapia também pode complementar o tratamento de vícios, como
dependência de álcool, cigarro, jogo, compras e até de comida. O apoio emocional é
proporcionado tanto ao paciente quanto à sua família.
Autoconhecimento
Durante o processo psicoterapêutico, independente do seu objetivo, os pacientes
adquirem autoconhecimento. O grau é variável uma vez que a aquisição de
conhecimento sobre si mesmo depende do foco da psicoterapia e da disposição do
paciente.
Enfrentar fragilidades não é fácil. Você pode acabar descobrindo que possui um
comportamento que critica em outras pessoas e ter dificuldade para lidar com a
situação. Entretanto, entender e aceitar que as pessoas são feitas de contradições é
parte do processo de autoconhecimento.
Ele não costuma ser linear, aliás. Você vai avançando à medida que acredita estar
pronto e pode voltar a questões aparentemente já resolvidas a qualquer instante.
Apesar disso, o ato de se autoconhecer traz esclarecimento e confiança para lidar
melhor com as situações. Quando você sabe quem é e sabe o que quer, críticas e
comentários maldosos, momentos de adversidade e aparentes ‘fracassos’ não
conseguem te abalar.
A certeza inabalável que o autoconhecimento fornece conduz os pacientes de
psicoterapia à uma vida mais tranquila, feliz e equilibrada. Embora você tenha
consciência de seus defeitos e fraquezas, o seu principal foco passa a ser as suas
qualidades, forças e vitórias.

Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil


A Psicoterapia infantil é um espaço de acolhimento e cuidado com a saúde mental
infantil, é um caminho para auxiliar a criança a lidar com suas emoções, frustrações,
medos, inseguranças, além de um espaço para o aconselhamento de pais diante
das demandas infantis.
É durante a infância que os pais começam a identificar as primeiras necessidades
de seus filhos terem de ser atendidos por psicólogos, por diferentes motivos.
O atraso no desenvolvimento infantil, por exemplo, é um dos motivos mais comuns
que fazem com que os pais busquem atendimento de profissionais dessa área.
Esses atrasos fazem com que a criança tenha dificuldades em desenvolver certas
habilidades, além de poder significar um transtorno do neurodesenvolvimento, como
o autismo, por exemplo.
Diferente da psicoterapia com adultos, a psicoterapia infantil possui dinâmicas e
técnicas específicas.
Utilizamos muitas técnicas lúdicas,
A brincadeira, desenhos e jogos são utilizados como recursos de linguagem lúdica,
onde a criança poderá expressar suas emoções, desenvolver habilidades de manejo
e enfrentamento de situações que geram ansiedade, frustração, agressividade,
medo, entre outros sentimentos.
Esse lado lúdico faz com que o psicólogo se aproxime da criança, aumentando suas
chances de conseguir um atendimento especializado e de qualidade.
Nós psicólogos também temos o papel de orientar os pais a família a como se
comportar e agir diante das situações.
A primeira sessão de psicoterapia infantil é realizada com os pais ou responsáveis
pela criança. Nesse primeiro momento, buscamos entender os motivos que levaram
a família a buscar ajuda, a história de vida e a dinâmica familiar e social da criança.
Dessa forma conseguimos entender a queixa com maior clareza e elaborar
estratégias de acordo com a necessidade de cada caso.
As demais sessões acontecem apenas com a criança. Durante as sessões
utilizamos recursos lúdicos, ou seja, brincadeiras como jogos, desenhos e
dinâmicas, afinal, nem sempre as crianças possuem a clareza para expressar seus
pensamentos e emoções.
Quando começar?
O cuidado com o estado emocional da criança é de grande importância para que ela
possa enfrentar as próximas fases no seu desenvolvimento e amadurecimento sem
prejuízo. Portanto, não há limite de idade para iniciar uma psicoterapia infantil.
Quanto antes identificada a necessidade desse cuidado, melhor. Afinal, cuidar da
saúde mental das crianças significa prevenir a saúde mental do adolescente e do
adulto.
Quando procurar terapia? A quais sinais devo me atentar?
Dificuldades e transtornos psicológicos não ficam restritos ao mundo dos adultos.
Diferente de como se pensava tempos atrás, a infância não é isenta de dificuldades
e transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão, por exemplo.
O acompanhamento por um psicólogo infantil é indicado quando a família e a
criança entendem que apenas as suas estratégias não estão sendo suficientes para
auxiliar a criança a passar por esse momento.
São vários os motivos que levam uma criança à terapia. Muitas vezes os pais
percebem alterações no comportamento dos filhos. Outras vezes, o
encaminhamento é feito por indicação de outros profissionais da saúde que
acompanham a criança, como pediatras, neurologistas, terapeutas ocupacionais ou
fonoaudiólogos. E, em algumas situações, a escola é a solicitante.
É importante que os pais estejam atentos aos comportamentos dos filhos. Alguns
comportamentos ou alterações de comportamento não são indicativos de
necessidade de ajuda, e sim comportamentos esperados para a faixa etária em que
a criança se encontra.
Aqui estão alguns comportamentos que devemos ficar atentos e que indicam a
necessidade de acompanhamento psicológico:
 Problemas no Sono: Quando a criança apresenta dificuldades para dormir
sem a presença dos pais, medo de escuro e enurese noturna;
 Comportamentos Agressivos: A criança tem dificuldade em controlar a raiva,
apresentando comportamentos como gritos, quebras de objetos,
agressividade contra terceiros ou comportamentos auto lesivos;
 Ansiedade: Quando a criança apresenta a emoção em situações que não
representam perigo ou atenção, gerando respostas fisiológicas como
taquicardia, sudorese e tremores;
 Intolerância a Frustração: A criança apresenta dificuldade em lidar com o
“não” e com frustrações geradas por situações em que suas solicitações não
são prontamente atendidas, apresentando comportamentos agressivos e
grosseiros;
 Dificuldade na Adaptação: Quando a criança não consegue se adaptar a
mudanças como: separação dos pais, mudança de cidade ou escola,
nascimento do irmão mais novo;
 Fobia: A criança possui medo excessivo e desproporcional diante de uma
situação, animal ou objeto;
 Timidez Excessiva: Quando a criança apresenta dificuldade para fazer
amigos ou se relacionar com outras crianças;
 Isolamento: A criança se distancia de amigos e atividades que antes eram
prazerosas, apresentando tristeza e choro repentino;
 Luto: Quando a criança passa pela perda de animais de estimação ou entes
queridos.

Psicologia Clínica no ciclo da vida: Psicoterapia de adolescentes


A adolescência é, naturalmente, um período marcado por dúvidas, receios e
mudanças tanto físicas quanto psicológicas. Neste momento de transição, o jovem
começa a se questionar sobre o seu corpo, sobre suas ideias, sobre o seu futuro. E
em meio a tantos dilemas emocionais, não deixa de se auto avaliar constantemente,
destacando seus defeitos, ao mesmo tempo em que trava uma batalha interna de
comparação com outros adolescentes ao seu redor.
Como a psicoterapia pode ajudar a ultrapassar as turbulências da
adolescência?
Diante de tantos conflitos internos, certas vezes o jovem tenta encontrar o seu
conforto longe da família, se inserindo em um meio que haja ideias e
comportamentos semelhantes ao seu. Onde ele consiga se sentir compreendido.
O problema é que, quando esta busca por uma local de apoio não é bem-sucedida,
o adolescente pode tomar atitudes incorretas, se entregando aos vícios para
amenizar a gama de sentimentos que o envolve e o sufoca, por considerar que este
caminho é o mais fácil.
Porém, este distanciamento da família não contribui para um cenário no qual o
adolescente de fato se encontre. Os questionamentos prevalecem, bem como as
inseguranças, os temores e a auto comparação.
Desta maneira, a psicoterapia tem um papel fundamental em meio à essa
turbulência. Em uma fase na qual os pais, por muitas vezes, não conseguem
compreender os filhos e apoiá-los, um profissional pode auxiliar neste processo de
estabilização na adolescência.
Através da psicoterapia, o adolescente conseguirá, de fato, organizar suas emoções,
enxergar com clareza os medos que o afligem e encontrar um caminho em meio às
suas inseguranças.
A partir do momento em que o adolescente se sente seguro e passa a confiar em
nós, o processo psicoterapêutico passa a acontecer fluidamente.
A participação dos pais/responsáveis é de grande importância para a melhora e/ou
mudanças do adolescente, inclusive, os encontros com o terapeuta têm o objetivo de
orientá-los em relação ao paciente.
Psicologia Clínica no ciclo da vida: Psicoterapia para idosos
O período do processo de amadurecimento do ser humano conhecido como terceira
idade compreende um momento que exige mudanças e adaptações. Nessa etapa é
comum lidar com ganhos e perdas, bem como potencialidades e limitações. Passar
por essa fase é delicado, uma vez que, ao longo da vida construímos um imaginário
para lidar com ela, seja com o nosso envelhecimento ou com o das pessoas
próximas.
Entretanto, a psicoterapia na terceira idade está focada nos problemas que afetam
negativamente a autoestima do idoso, seja ele por estereótipos criados ou por outros
motivos quaisquer. Sendo assim, existem duas visões diferentes sobre essa parte
do ciclo de vida, uma em que se constrói a imagem positiva onde se pode desfrutar
mais da vida, se possui maior autoconhecimento e, por assim dizer, mais tempo
para aproveitá-lo. Numa outra ótica, alguns veem essa fase como um período de
solidão, limitações e dependência.
O início da terceira idade é um período da vida marcado por diversas mudanças,
tanto nos aspectos físicos como na vida social e profissional da pessoa, além de
afetar a estrutura familiar:
É uma fase marcante na vida das pessoas:
 a idade normalmente é marcada pela aposentadoria, que implica em uma
mudança na rotina;
 a saída dos filhos de casa ao atingirem a idade adulta, conquistando
estabilidade profissional;
 as limitações físicas e mudanças no próprio corpo, como menopausa,
andropausa, perda de massa muscular, alterações na libido, etc.
Estas já não seriam mudanças suficientes para abalar nosso emocional? É
importante lembrar que, em idades mais avançadas, tais mudanças podem ficar
ainda mais intensas, marcadas não só com extremas limitações físicas, como
dificuldade de locomoção, visão e audição, que causam sentimentos de impotência
e invalidez.
Há também um período de luto recorrente. A pessoa vivencia com frequência a
perda de irmãos, amigos e até seus companheiros, experienciando tristeza e solidão
constantemente. Tais emoções fazem o sentido da vida ir perdendo sua forma,
trazendo inúmeros prejuízos tanto para sua saúde (física e mental) como também
para sua qualidade de vida.

Como a psicoterapia pode colaborar com o as pessoas que estão na terceira idade?
O ”compartilhar”, o ”refletir” e o ”ser olhado” são fundamentais para qualquer pessoa,
em qualquer período da vida, mas olhando as características da Terceira Idade,
através dessa perspectiva, podemos validar a necessidade do processo de
psicoterapia nesse momento da vida do idoso, afinal, nunca é tarde para se viver,
principalmente quando renascemos para um novo ciclo de nossas vidas.
 a adaptação do idoso às alterações decorrentes nesta etapa da vida;
 auxiliar na compreensão da importância dos tratamentos médicos e uso de
medicamentos;
 favorecer seu processo de autoconhecimento;
 auxiliar no desenvolvimento da sua autonomia e independência, favorecer
também familiares e cuidadores;
 aliviar ansiedades, depressão e insegurança;
 favorecer a redução de comportamentos inadequados, bem como de crenças
irracionais.
Enfim, são tantos os benefícios da psicoterapia na terceira idade. E o principal
desafio do psicólogo no tratamento de idosos é desconstruir a ideia de que a pessoa
mais velha não aprende mais, não muda mais. O que é um mito, pois enquanto
houver funções cognitivas preservadas, qualquer pessoa é capaz de mudar e
aprender.

Sou Psicólogo, Psicólogo Clínico ou sou um Psicólogo que atuo na clínica?


Achei pertinente trazer esta questão, devido a dúvidas que possam surgir.
Os Cursos de Graduação em Psicologia no Brasil formam profissionais polivalentes,
ou seja, formam profissionais que após graduados podem exercer suas atividades
no campo da Psicologia como: Psicólogo Escolar, Psicólogo Organizacional ou da
Indústria, Psicólogo Clínico e Docente em Psicologia, entre outros.

Importante ressaltar:
De acordo com as descrições Atribuições Profissionais do Psicólogo no Brasil
O Psicólogo, dentro de suas especificidades profissionais, atua no âmbito da
educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comunidades e comunicação
com o objetivo de promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade e integridade
do ser humano.
Atribuições Profissionais do Psicólogo no Brasil Contribuição do Conselho Federal
de Psicologia ao Ministério do Trabalho para integrar o catálogo brasileiro de
ocupações – enviada em 17 de outubro de 1992.
Psicólogo Clínico Introdução Atua na área específica da saúde, colaborando para a
compreensão dos processos intra e interpessoais, utilizando enfoque preventivo ou
curativo, isoladamente ou em equipe multiprofissional em instituições formais e
informais. Realiza pesquisa, diagnóstico, acompanhamento psicológico, e
intervenção psicoterápica individual ou em grupo, através de diferentes abordagens
teóricas.
Desta forma:
Você que concluiu a graduação, está apto a atuar em qualquer área da Psicologia,
mas:
É importante lembrar que a graduação em Psicologia é uma formação generalista,
na medida em que capacita a(o/e) profissional Psicóloga(o/e) a atuar em qualquer
área da Psicologia, mas esse entendimento não a(o/e) exime de refletir sobre a sua
capacitação profissional para a oferta de um serviço.

Conforme Resolução do CFP nº 013/2007

A(O/E) psicóloga(o/e) poderá divulgar e fazer referência apenas a títulos que de fato
possua, ou seja, somente poderá se divulgar “especialista”, “mestre”, “doutor(a/e)”
caso de fato possua um diploma de especialização, mestrado ou doutorado, ou
possua o título de especialista.

Constituem categorias para registro de psicóloga(o/e) especialista o certificado de


conclusão de cursos de especialização reconhecidos pelo MEC e/ou a aprovação
em provas de especialistas promovidas pelo CFP. Dessa forma, poderão ser
divulgadas como especialidade apenas formações comprovadas por titulação
acadêmica ou, como mencionado acima, aquela(s) decorrente(s) da prova de
concurso ofertada pelo CFP. No âmbito da experiência profissional, tão somente
será possível a indicação de que a(o/e) profissional possui experiência em área de
atuação específica, evitando a indução da(o/e) usuária(o/e) a erro.
Quais áreas de especialidades são reconhecidas pelo Conselho Federal de
Psicologia?
1. Psicologia Escolar/Educacional;
2. Psicologia Organizacional e do Trabalho;
3. Psicologia de Tráfego;
4. Psicologia Jurídica;
5. Psicologia do Esporte;
6. Psicologia Clínica;
7. Psicologia Hospitalar;
8. Psicopedagogia;
9. Psicomotricidade;
10. Psicologia Social;
11. Neuropsicologia;
12. Psicologia em Saúde; e
13. Avaliação Psicológica.

Além disso, ainda que se reconheça que a nomenclatura “doutor(a/e)” seja


socialmente utilizada para a definição de profissionais de saúde, ou profissões tidas
como “tradicionais”, entende-se que é responsabilidade da(o/e) psicóloga(o/e)
sinalizar ao público atendido sobre as qualificações que de fato possui, não
perpetuando o entendimento equivocado referente a qualificações que
eventualmente não tenha.

Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo


1) O psicólogo deve mudar a mente das pessoas.
Jamais.
O executor da mudança é o PACIENTE. O psicólogo só instrumentaliza.

O psicólogo deve verificar junto ao seu paciente, quais os comportamentos


excessivos ou deficitários devem ser modulados.
Para isto é preciso levar o paciente a modificar alguns pensamentos.
Isto se consegue por meio de técnicas como o questionamento socrático, role-play,
atividades reflexivas, etc.

2) Psicólogo não pode atender parentes


Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:
j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o
atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço
prestado;

De fato: não DEVEMOS atender OS NOSSOS próprios parentes, amigos ou


pessoas próximas, por causa do vínculo de proximidade que faz com que não
enxerguemos a situação com o distanciamento necessário para intervir.
Mas, não há impedimento de atender duas pessoas que sejam próximas, desde que
não haja CONFLITO DE INTERESSES. Quem decide isso, é o próprio Psicólogo.
O Conselho Federal de Psicologia Orienta que:

"A decisão pelo atendimento é do(a) psicólogo(a), que considerará se o atendimento


interferirá negativamente nos objetivos do serviço prestado, uma vez que não há
nada na regulamentação que proíba especificamente o atendimento de familiares
e/ou conhecidos(as).”
O fato é que não é proibido atender alguém em específico, porém, não pode
haver relacionamento que afeta negativamente o tratamento do paciente.

3) Psicólogo não pode ter problemas pessoais

Se isto fosse verdade, poucas pessoas poderiam ser psicólogos, não é mesmo?
Quem não tem lá seus conflitos que atire a primeira pedra.
Seria bom se não tivéssemos problemas, que pudéssemos ficar para sempre numa
redoma contemplando a vida, mas isto não acontece.
Quando o psicólogo está com muitos conflitos, sentindo-se incapacitado para ajudar
os outros, geralmente pede uma licença para resolver suas questões; outros usam
suas dores para compreender melhor a dor do outro.
Mas sempre estamos buscando melhorar, por isso estamos sempre em terapia e
supervisão.

4) Psicoterapia é para a vida toda

Nem sempre. Existem casos que algumas sessões podem ajudar o paciente a se
ajustar ao seu meio.
Neste caso, o paciente viria para a terapia apenas para a "manutenção cognitiva".
Claro que em ALGUNS casos, a psicoterapia é necessária por longos períodos. se
as pessoas são diferentes, o tempo de terapia também é.

6) Terapia substitui a medicação.


Não.
E o pressuposto contrário também é falso.
São tratamentos complementares, como o trabalho do dentista e do protético.
É necessária uma avaliação bem feita para saber quando entrar com medicação,
quando pedir a suspensão, a redução, etc.
8) O Psicólogo tem obrigação de guardar sigilo.
Esta afirmação é PARCIALMENTE verdadeira.
É Obvio que temos que guardar sob sigilo tudo o que for dito durante o atendimento,
e também guardar informações referentes aos tratamento como uso de medicação,
frequência do paciente, preço, forma de pagamento, etc.
Eu não dou este tipo de informação pra ninguém, embora algumas pessoas façam
uma espécie de pressão psicológica para obtê-las. E se insistir, eu oriento-as a
ligarem para o CRP de São Paulo. Caso o Conselho Regional me autorizar eu passo
a informação. Do contrário, não. (Obviamente, o Conselho não autoriza).
Nunca sabemos como as informações sobre nosso paciente serão usadas por
terceiros. Às vezes as pessoas que pedem informações são bem intencionadas,
mas não podemos correr riscos. Então, no meu caso, elas ficam sem informações,
mesmo quando estão agindo de boa-fé.
Porém, existem casos extremos.
Já ocorreram casos em que foi preciso alertar os familiares sobre risco iminente de
suicídio de paciente.
Casos como este, é permitido quebrar PARCIALMENTE o sigilo do paciente e alertar
a família, pois a quebra do sigilo é considerada um mal menor.
Vamos ver o que diz o Conselho Federal de Psicologia sobre o Sigilo Profissional:
60 - Em algum momento o(a) psicólogo(a) pode quebrar o sigilo?

O artigo 10 do Código de Ética dispõe sobre a possibilidade do(a) psicólogo(a)


decidir pela quebra do sigilo, sendo que deverá estar pautado(a) pela análise crítica
e criteriosa da situação, tendo em vista os princípios fundamentais da ética
profissional e a direção da busca do menor prejuízo. É preciso analisar a situação à
luz do próprio Código de Ética considerado como um todo, por envolver um conjunto
de fatores a serem verificados: motivo da quebra de sigilo, circunstâncias em que
ocorreu, modo de operar a quebra de sigilo.
61 - Quando o(a) psicólogo(a) precisar compartilhar informações com outros(as)
profissionais, o que pode ser dito?

O sigilo implica também que, quando houver necessidade de informar a respeito do


atendimento a quem de direito, deve-se oferecer apenas as informações
necessárias para a tomada de decisão que afete o(a) usuário(a) ou beneficiário(a).
62 - Não tenho certeza sobre manter o sigilo de uma situação, o que fazer?
Em caso de dúvida, é também importante que a situação da quebra de sigilo seja
compartilhada e discutida com outros(as) profissionais envolvidos(as) no
atendimento ou, quando não houver, que o(a) psicólogo(a) busque algum(a)
profissional ou a orientação do próprio Conselho para auxiliá-lo(a) na reflexão crítica
para uma tomada de decisão fundamentada.
63 - Se decido quebrar o sigilo em uma situação, o que devo compartilhar?

Quando houver decidido pela quebra de sigilo, o(a) psicólogo(a) deve tomar o
devido cuidado para dar a conhecer a outrem apenas aquilo que está sendo
demandado e para aquele fim específico, mantendo os demais aspectos não
requisitados sob sigilo.
64 - Se o(a) usuário(a) do serviço não estiver mais em atendimento, posso quebrar o
sigilo?

Mesmo após o término de um trabalho, ou do falecimento do(a) usuário(a) o sigilo


das informações deve ser mantido, sendo que a decisão pela quebra de sigilo deve
ser avaliada conforme mencionado anteriormente.
65 - E no caso de atendimento a crianças e/ou adolescentes, o que posso
compartilhar com os(as) responsáveis?

Nestes casos é importante o cuidado para comunicar ao(à) “responsável apenas o


estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefício” (Art. 13 do
Código de Ética).
9) Todo mundo precisa de Psicólogo
Por mais Psicóloga que eu seja, por mais que eu ame minha profissão, devo admitir
que este pressuposto é falso.
Por exemplo, “Todo mundo precisa de um advogado”, quais efeitos isso teria? Seria
um completo absurdo, isso porque, se todo mundo precisasse de um advogado, o
que estaria em falha não seriam os direitos individuais, mas o próprio sistema de
garantias de direitos..
Portanto a afirmação correta seria:
Nas entrelinhas desse jargão, estamos também dizendo que todo mundo está
adoecido psiquicamente e que, na atualidade, ninguém tem condições de ter saúde
mental.
"Algumas pessoas precisam de psicólogos; outras podem se beneficiar da
Psicoterapia por um tempo determinado e outras pessoas jamais passarão por
psicólogos
10) O Psicólogo só pode atender casos que ele mesmo já passou.
Não.
Se fosse assim, o médico só poderia ser oncologista depois de ter se curado do
câncer.
O que deve contar para o Psicólogo é a experiência CLÍNICA, E NÃO PESSOAL.
Adquirimos experiência nos nossos atendimentos, e na nossa formação acadêmica.

Olá colegas, sejam bem-vindos ao curso: PRÁTICA CLÍNICA NA PSICOLOGIA

Me chamo Jeniffer Camargo, sou Psicóloga e espero que este curso te ajude no seu
percurso profissional.
Vamos lá.

AULA 3 e AULA 4
1. MEU PRIMEIRO PACIENTE CHEGOU:
2. COMO VINCULAR O PACIENTE
3. COMO CONSTRUIR UM BOM RAPPORT
4. CONTRATO COM O CLIENTE – TERMO DE CONSENTIMENTO
5. PRONTUÁRIO – REGISTROS DAS SESSÕES
6. A APARÊNCIA DO CONSULTÓRIO – ALUGAR OU SUBLOCAR
7. IMAGEM DO PROFISSIONAL
8. AMAMNESE X AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
9. COMO FALAR SOBRE VALORES COM O PACIENTE?
10. QUAL É A FUNÇÃO DO DIAGNÓSTICO PSICOLÓGICO?
11. COMO COMUNICAR AO PACIENTE O DIAGNÓSTICO
12. APRESENTAÇÃO DO MODELO DE PSICOTERAPIA
13. QUANDO O PROFISSIONAL PRECISA DE SUPERVISÃO
14. O DESLIGAMENTO.

Na primeira aula conversamos um pouco sobre questões burocráticas da psicologia,


área que você pode atuar e as abordagens. Uma das áreas mais procuradas e que
atualmente contemplam mais vagas no mercado de trabalho é a área da Psicologia
Clínica. Temos a possibilidade de nos vincularmos a convênios para iniciarmos
nossa carreira atendendo em clinicas, home care, online ou sermos autónomos e
empreendedores. Então este curso foi pensado para te ajudar neste percurso
profissional da Psicologia Clínica.
Nas próximas duas aulas vou apresentar para vocês alguns itens considerei bem
importantes neste processo:
Vamos lá
Meu primeiro paciente chegou:
Bom, na faculdade você realizou os estágios e vivenciou esta experiência do
primeiro atendimento clinico, do primeiro paciente. Mas e após a sua formação,
como foi este processo ou como você imagina que será. Olha eu confesso, que
fiquei com um frio na barriga, mas nada além do normal.
O primeiro ponto que é fundamental e parte de você profissional é:

Lembre-se que a primeira consulta tem como principal objetivo que psicólogo e
cliente/paciente se conheçam .
Não é hora de mostrar serviço, é hora de servir, de se colocar à disposição do outro.
Não é hora de parecer bom, mas de estar realmente presente.
Você também não precisa fazer pelo outro. Mas precisará dar o exemplo, você deve
assumir a responsabilidade pelo ambiente e pelo início da relação. Você precisa ser
guardião do campo, modular sua forma àquilo que o outro precisa. Construir um
caminho entre objetividade e subjetividade.
Por exemplo:
Se o paciente é muito emotivo, e tem dificuldade em trazer alguns pontos concretos
que você precisa saber, você deverá ser mais direto nas perguntas para avaliar
essas questões. Mas se o paciente é muito racional e fala pouco sobre o que sente,
você precisará fazer mais perguntas que o ajudem a perceber seu lado emocional.
Ou seja, é você quem vai ajudar a dar o tom para essas primeiras interações.
Seja respeitoso e acolhedor.
Lembre-se que não deve ter sido fácil para aquela pessoa chegar na sua frente.
Possivelmente também não vai estar sendo fácil para você. Afinal, é comum que o
primeiro atendimento gere ansiedade em nós. Já que não sabemos como será a
pessoa que iremos atender, nem qual será o tema da busca pela terapia, nem se
teremos condições de ajudá-la.
Você precisará suportar a ansiedade.
Lembre-se que não é a sua performance que importa aqui. Na hora do atendimento,
tente se desconectar dos seus “deverias” ou “tenho que”. E busque, ao máximo, se
conectar com a pessoa que está na sua frente. Se conectar com o encontro que
você está tendo com a pessoa que está ali na sua frente.
O principal, nesse primeiro momento, é a qualidade da relação que vai se
estabelecer entre vocês. Se a relação for boa, a chance da psicoterapia funcionar é
muito maior.
Antes de mais nada, é importante oferecer acolhimento, apoio e esperança. Você
precisará ajudar o paciente a se expressar e aumentar sua esperança de que o que
está vivendo pode ser uma oportunidade de crescimento.
Depois, vocês poderão ver juntos o que fazer para melhorar a situação. Mas
inicialmente a pessoa precisará encontrar uma outra pessoa, que esteja atenta e
disponível e esta pessoa é você.
Se apresente, explique o objetivo e como funcionará a sessão
O importante nesse ponto é dar o start para o diálogo, ver por onde o paciente quer
começar e acompanhá-lo, sem perder de vista os seus objetivos para essa primeira
consulta.
Por exemplo: Olá, <nome do paciente>. Boa tarde! Eu me chamo Jeniffer, sou a
psicóloga que vai te atender. Por favor, entre, sente-se e fique à vontade. Não sei se
você já fez psicoterapia antes, mas eu gosto de aproveitar essa primeira consulta
para nos conhecermos. Como posso te ajudar? Estou a disposição para esclarecer
as dúvidas que possam surgir sobre mim, sobre a psicoterapia, sobre a minha forma
de trabalho.
No decorrer do atendimento, você deve manter o foco em dois pontos:
Relação terapêutica
Cuidar da sua postura para que facilite a expressão emocional e o acolhimento do
outro.
Demonstre abertura para o que é dito e o que é expresso para além da fala:
especialmente como é dito e quais emoções o paciente está expressando. Lembrem
que as emoções são sinais de alerta sobre alguma coisa.
Escute, deixe-se levar pelo caminho e ritmo do paciente.
Tenha empatia e curiosidade.
Faça perguntas que indiquem sua disposição para conhecê-lo.
Trabalhe o diálogo, com reciprocidade. Escute, mas também fale, deixe-se
conhecer. Isso não significa ficar falando de você mesmo. Mas sim, de deixar o outro
acompanhar a forma como você pensa e como se sente.
É preciso mostrar ao cliente como o compreende e como está tentando entender o
que ele está vivendo e pedindo.
Como se faz isso? Pelo comportamento verbal e não verbal.
A terapia não é oferecer uma solução prática para o que ele está vivendo. Se
apresente e apresente a terapia como um outro ponto de suporte possível para
ajudá-lo a alcançar o que a mudança que deseja.
Eu costumo fazer uma analogia bem lúdica que a Psicoterapia é uma estrada e
quem dita o caminho é o paciente. Nós profissionais estaremos ali ao lado do
paciente, mas não iremos dizer a ele o caminho a seguir.
Alguns pacientes chegam na clinica com esta ideia de que teremos as respostas
para suas questões. Não temos e nunca teremos. E devemos deixar isso claro para
o paciente. Nós não temos as respostas para suas perguntas. Não temos as
respostas para a vida dos pacientes.
A função do psicólogo não é trazer respostas para o paciente/cliente. O paciente é a
única pessoa que conhece ele em sua totalidade. Portanto, ninguém sabe mais de
mim que eu mesma.

A psicoterapia tem o objetivo de fortalecer o processo de descoberta de respostas e


que é construída na subjetividade de cada pessoa.

Como vincular o paciente


Acolha bem o paciente: Os primeiros encontros são fundamentais para basear a
interação entre você e seus pacientes. Geralmente, as pessoas chegam à terapia
com muitas expectativas. Também é comum que elas apresentem comportamentos
de resistência, medo e até frustração por estarem se submetendo ao tratamento
psicológico.
Deixe claro o papel da psicoterapia: Na primeira sessão, além de acolher o paciente
é fundamental tratar com o paciente questões básicas sobre o processo: valores da
sessão, horário e duração dos encontros, além disso o sigilo, que aquele espaço é
individualizado. Também é importante esclarecer que não é nossa função trazer
verdades absolutas sobre a vida do paciente ou determinar o que ele deve ou não
fazer.
Independentemente da pessoa retornar ou não, temos que tentar que o primeiro
encontro seja por si só terapêutico. Ou seja, que tenha sido possível alguma
ampliação da consciência da pessoa sobre o que está vivendo e sobre algum
caminho a seguir.
Caso a demanda identificada não seja de psicoterapia OU você não tenha a
competência técnica e teórica OU não tenha a disponibilidade emocional para o
atendimento, você NÃO deve dar continuidade aos atendimento.
Em qualquer uma dessas situações, você deve realizar a orientação e o
encaminhamento adequado.
A tomada de decisão em relação a realização da psicoterapia ou não, não depende
somente de você.
A pessoa também deverá escolher se gostaria de realizar a psicoterapia com você
como seu terapeuta.
Lembre-se de perguntar como ela está se sentindo durante a consulta, como está
sendo falar sobre as questões dela com você e como está o seu interesse para
realizar esse processo.
Caso vocês decidam pela psicoterapia, é importante realizar os acordos
iniciais. Para isso, você precisa ter claro quais são as condições mínimas
necessárias para a realização do trabalho. São essas condições que precisam ser
apresentadas e combinadas já no primeiro encontro: a frequência das sessões, a
duração, os dias, horários, os honorários.
Lembre-se: as pessoas geralmente buscam a psicoterapia buscando uma
solução. Você não pode e não deve fazer promessas em relação aos resultados.
Mas você pode apresentar a psicoterapia como um caminho que tem o potencial de
ajudá-la na busca e construção da solução que ela precisa.

Como construir um bom rapport


O rapport é uma técnica para criar empatia com as outras pessoas. Originário da
palavra francesa rapporter, o termo indica a conexão natural que se cria entre
indivíduos. Assim é possível gerar confiança durante a comunicação, fazendo com
que quem a recebe interaja e fique mais receptivo.
Estabelecer uma relação através do rapport é demonstrar que há, naquele
momento, uma confiança, um sentimento de bem estar que o faz simplesmente se
sentir à vontade com uma outra pessoa. Entende-se que rapport é algo espontâneo,
ou seja, deve acontecer naturalmente, mas é possível identificarmos o
desenvolvimento dele tendo em vista que ele se apresenta em pequenas ações,
inclusive em nosso próprio corpo.
Entre as principais vantagens dessa técnica estão:
Estabelecer confiança de forma instantânea;
Se torna mais fácil dar sugestões para os pacientes, pois eles tendem a ter
confiança em indivíduos que se sentem bem;
O paciente se sente mais à vontade em expor seus pensamentos e demonstrar de
verdade o que está sentindo, com isso é mais fácil conduzi-lo para o caminho
adequado.
Técnicas para um bom rapport:

Os dois pilares fundamentais que se baseiam o rapport são:


 confiança e comunicação fluida. A comunicação entre terapeuta e paciente
deve ser assimétrica, na qual o paciente intervenha bem mais que o
terapeuta.
Algumas técnicas se mostram eficazes para estabelecer um bom rapport e são elas:
 Escuta ativa: trata-se de escutar o que o paciente quer contar sem interromper,
mostrando por expressões e gestos que você está ao lado dele, compreendendo-o
e o acolhendo;
 Receptividade: para existir um bom rapport é muito importante que o terapeuta se
mostre receptivo com seu paciente. O profissional pode ter um leque de
conhecimento bastante amplo, mas de nada vale se o paciente não se sentir
amparado por ele. A falta de confiança vai repercutir diretamente no grau de
compromisso do paciente com a terapia;
 Empatia: se colocar no lugar do outro é indispensável se queremos prestar alguma
ajuda. Independente do que o paciente esteja passando, o terapeuta deve enxergar
o mundo com os olhos dele, mesmo que não seja compartilhado do mesmo
sentimento ou posição. Apenas com empatia é possível gerar confiança para
assim, ajudar as pessoas;
 Ausência de julgamento: um dos elementos mais importantes, que fazem com que
haja ainda mais facilidade para se estabelecer verdadeiramente o rapport é
suspender todo e qualquer tipo de julgamento com relação ao outro, pois se
tentamos estabelecer uma comunicação com alguém e colocamos nesta
comunicação nossos preconceitos, passando a julgar tudo o que a pessoa nos diz
e o seu modo de ser, agir e levar a sua própria vida, não conseguimos estabelecer
uma conexão genuína
 Linguagem verbal e não verbal: deve-se ter cuidado na hora de comunicar com o
paciente, pois muitas vezes pode ser dito algo que pareça incoerente com suas
expressões ou gestos. A coerência entre linguagem verbal e não verbal é
fundamental na relação entre terapeuta e paciente, pois sem ela não é possível
criar um “clima” de colaboração e confiança.

Contrato com o cliente:


Preciso manter contratos por escrito com clientes/pacientes?
A Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) recomenda que antes de iniciar os
atendimentos a (o) profissional deve formalizar através do contrato por escrito os
serviços que serão prestados. O contrato é uma garantia para a(o) Psicóloga(o) e
para a(o) cliente, uma vez que estabelece os direitos e deveres das partes,
regulando a forma como o trabalho será desenvolvido evitando possíveis
divergências. Por tanto a COF não recomenda que esses acordos sejam realizados
apenas verbalmente.
Recomendar significa que possui um caráter menos obrigatório. Mas é uma garantia.
Quais informações precisam constar no contrato?
A elaboração do contrato bem como a forma que será formalizado perpassará pela
análise e autonomia da (o) profissional. Mencionamos alguns tópicos importantes:
 Natureza do serviço: psicoterapia, avaliação psicológica estruturada, perícia,
etc.;
 Forma de atendimento: presencial, online;
 Duração do atendimento;
 Frequência do atendimento;
 Sigilo profissional;
 Cuidados com o ambiente para a prestação do serviço (no caso de o
atendimento ser online);
 Honorários: valor do atendimento, formas de pagamento, cancelamento da
sessão, falta; reajuste.
 Aspectos referenciando quebra de contrato;
 Demais questões pertinentes e peculiares a cada situação.
A formalização do contrato, bem como a assinatura do mesmo, seja na modalidade
presencial ou online, perpassa pela autonomia profissional. Caso tenha dúvidas,
consulte um advogado.

Prontuário – Registros das sessões


Conforme Resolução CFP nº 001/2009, art. 1º, é obrigatório que a(o) Psicóloga(o)
possua o registro dos serviços prestados, independentemente da área de atuação,
de ser atendimento individual ou grupal, ou da frequência dos atendimentos.
2º. Deve ser mantido permanentemente atualizado e organizado pelo psicólogo que
acompanha o procedimento.
Qual é a estrutura que um Prontuário deve ter?
Conforme disposto na Resolução CFP nº 001/2009, o Prontuário deve conter
minimamente as seguintes informações:
Art. 2°. Os documentos agrupados nos registros do trabalho realizado devem
contemplar:
I. Identificação do usuário/instituição;
II. Avaliação de demanda e definição de objetivos do trabalho;
III. Registro da evolução do trabalho, de modo a permitir o conhecimento do mesmo
e seu acompanhamento, bem como os procedimentos técnico-científicos adotados;
IV. Registro de Encaminhamento ou Encerramento;
V. Cópias de outros documentos produzidos pelo psicólogo para o usuário/instituição
do serviço de psicologia prestado deverão ser arquivadas, além do registro da data
de emissão, finalidade e destinatário;
VI. Documentos resultantes da aplicação de instrumentos de avaliação psicológica
deverão ser arquivados em pasta de acesso exclusivo do psicólogo. (Redação dada
pela Resolução CFP nº 5/2010).

O consultório – Alugar ou Sublocar


É importante uma clínica estar agradável, limpa, com boa ventilação e iluminação
para oferecer uma experiência positiva aos pacientes. Eu ouvi uma história de um
profissional em psicologia que perguntou para sua supervisora o que ela achava
sobre ele atender de shorts. E a pergunta que ela fez para ele foi? O que você você
vende? O que os pacientes vão buscar? Será que eles vão buscar um divã de couro,
um lustre maravilhoso, um tapete de pele super chic ou será que ele vai em busca
de um encontro, alguém que o escute, o acolha, o enxergue como sujeito. E você
psicólogo o que você está vendendo? Sua roupa engomada? Um local bonito ou um
olhar de amor, um encontro? O que realmente importa é o encontro humano. Então,
lógico o setting é importante, como eu disse no início um lugar agradável, mas a
escolha, se vai ter mesa, se não vai, se vai ter tapete, se não vai é muito pessoal.
Agora, uma dúvida que é muito comum dos profissionais que estão começando é:
Devo montar meu espaço ou sublocar

Claro que montar seu espaço te dará mais autonomia de horários, se você por
exemplo vai atender crianças, de deixar seu material montado. Mas tem alguns
passos burocráticos a serem feitos:
Sublocar um espaço te isenta de precisar lidar com estas questões burocráticas de
alvará. Hoje muitos locais sublocam salas prontas para atendimento que no início da
profissão são ideais e tem um melhor custo benefício.
Se optar em abrir um espaço, ainda terá que verificar na prefeitura de sua cidade:
Alvará para funcionamento do consultório*. O Alvará de Funcionamento é um
documento emitido pelo município que autoriza o Psicólogo a exercer seus serviços
no consultório. Além disso, é obrigatório, e sem esse documento o Psicólogo não
poderá trabalhar no local. Ou seja, a falta do Alvará de Funcionamento pode gerar
multas e até o fechamento do consultório. Por isso, antes de alugar ou comprar uma
sala, por exemplo, é necessário investigar se será possível emitir as licenças
necessárias para trabalhar legalmente.

Solicitar licença sanitária na vigilância sanitária do seu município*. Para tanto, é


necessário que o local onde você irá estabelecer seu consultório já tenha alvará de
funcionamento e licença dos bombeiros. A licença da vigilância sanitária é pessoal.
Mesmo que outras pessoas atuem no mesmo espaço, você terá que ter a sua
licença.
Você será Pessoa Física Ou Jurídica?
No início de carreira o mais indicado é que se trabalhe como Pessoa Física.

Existe um procedimento em se inscrever no INSS para recolhimento da


aposentadoria e para ter licença saúde, se necessário.
Inscrição no seu município*. Como profissional liberal você deve se inscrever na
prefeitura do seu município, recolhendo o ISS (Imposto Sobre Serviço) anualmente.
Como pessoa física você paga também o ISS (Imposto Sobre Serviço), que é o
imposto pago por profissionais autônomos.
Quais as vantagens de atuar como empresa? E será que o psicólogo precisa ter
CNPJ?
Bom, além de pagar menos impostos e ficar em dia com o fisco, atuando como
empresa, o psicólogo tem outras vantagens. Uma delas é mostrar profissionalismo e
maturidade, depois vem a organização da vida financeira, a possibilidade de
emissão de notas fiscais.
Por mais que não necessariamente um psicólogo precisa de CNPJ, a abertura do
mesmo não é algo urgente e nem mesmo obrigatório.
EI (Empresário Individual)
Como empresário individual você pode abrir uma empresa onde o único funcionário
será você, não existindo a presença de nenhuma outra pessoa jurídica ou física.
Basta você verificar se preenche os requisitos mínimos para conseguir se registrar
nessa modalidade.
Para passar de Pessoa Física para Pessoa Jurídica requer alguns cuidados e metas
a serem alcançadas. Existe uma carga tributária que varia muito, conforme seu
faturamento, logo quando se fatura menos a tendência é que ser PF é melhor que se
Pessoa Jurídica, e isso deve ser muito levado em consideração na hora da
transição.
Meu conselho é sempre procurar um contador de confiança, para que te ajude a
escolher o momento possível para a troca de titularidade pessoal. Somente o
contador consegue fazer os cálculos necessários para saber se já vale mais a pena
você passar a ser Pessoa Jurídica ao invés de Pessoa Física.
Atenção: Psicólogo não pode Ser Mei.
Aula 4

Olá colegas, sejam bem-vindos ao curso: PRÁTICA CLÍNICA NA PSICOLOGIA

Me chamo Jeniffer Camargo, sou Psicóloga e espero que este curso te ajude no seu
percurso profissional.
Vamos lá.

Imagem do profissional
10 passos para construir uma boa imagem profissional
1. Autoconhecimento
Esse ponto diz respeito a você se conhecer, saber quais são suas qualidades,
capacidades e como explorar cada um deles da melhor maneira.
Além disso, você também identifica quais pontos precisam ser melhorados e
aperfeiçoados. Ter autoconhecimento é trabalhar em constante evolução!
2. Organização
Um profissional organizado terá maior facilidade em lidar com prazos e entregas, até
mesmo as mais urgentes. Isso vai desde ter uma mesa arrumada até ter os
trabalhos em dia e com uma previsão de entrega.
3. Pontualidade
A organização, mencionada logo acima, anda de mãos dadas com a pontualidade.
Tem a ver com respeitar seu tempo e de seus colegas. Chegar no horário, cumprir
compromissos de agenda e entregar suas atividades no prazo fazem parte disso.
A gestão de tempo é uma característica de destaque em quem tem boa imagem
profissional.
4. Qualificação
Toda área de atuação está em constante atualização, por isso é necessário se
manter por dentro das principais tendências para não ficar para trás.
A qualificação com cursos, palestras e especializações deve fazer parte do
planejamento de um bom profissional, fazendo você se destacar da concorrência,
além de aumentar suas skills e seu conhecimento técnico.
5. Cumprimento de acordos
Cuide com as palavras. Sua fala tem valor e sua equipe precisa saber que pode
confiar em você e no que foi prometido/acordado. Isso reflete comprometimento e
profissionalismo diante do time.
6. Visibilidade
Esse passo não tem a ver com expor-se de maneira negativa. Para ter visibilidade,
seja alguém que expõe suas ideias dentro da empresa em prol de melhorias,
participando de projetos e reuniões.
7. Networking
Essencial para qualquer área, o networking fará com que mais oportunidades surjam
na sua trilha profissional.
Se aproxime e conheça mais pessoas da sua área de atuação, converse de maneira
genuína e transparente, sem agir como “bajulação”. Mostre que está disposto a criar
novos contatos e estabelecer troca de conhecimento.
8. Imagem pessoal
A sua aparência também faz parte do pacote para construir uma boa imagem
profissional.
A roupa precisa trazer sua identidade.
Agora, obviamente não existe uma regra sabe.
Por exemplo, o Psicólogo só deve usar roupas claras, roupas sem estampas.
Não existe um código, uma cartilha. Vai do que você quer passar para seu público,
cliente, paciente.
Não é porque somos psicólogos que precisamos só usar roupa social, que não
podemos usar tênis... Podemos sim... temos que nos sentir confortáveis.
Mas, precisa existir um bom senso.
Precisamos preservar nossa imagem.
9. Modo de falar
A linguagem falada também é de extrema importância.
Cuide com gírias, erros de português e palavras de baixo calão! Todas devem ser
evitadas, lembrando que é necessário manter o profissionalismo e uma linguagem
adequada ao ambiente de trabalho.
O modo de falar está diretamente ligado com usar palavras de educação: obrigado,
com licença, bom dia, boa tarde, boa noite, por favor. Por mais óbvio que pareça,
não se pode esquecer desses termos no dia a dia para aquecer sua imagem
profissional e mostrar que, acima de tudo, a boa educação prevalece.
Também cuide para não expor demais seus assuntos pessoais em momentos que
não são para isso. Você pode ter amigos e deve manter uma boa relação com os
colegas, mas saiba identificar quais momentos podem ter assuntos fora do ambiente
de trabalho.
10. Ética
Por último, mas não menos importante: ética.
Ser um profissional ético é o principal passo para conquistar a confiança de todos.
Respeite as regras e os valores da empresa e mantenha boa relação com as
pessoas que estão ao seu redor. Se preocupe em ter atitudes transparentes e que
estejam dentro do respeito e da colaboração.

Publicidade dos serviços Psicológicos


De acordo com o disposto no Art. 20 do Código de Ética Profissional do Psicólogo:
Art. 20 – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer
meios, individual ou coletivamente:
a) Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro;
b) Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua;
c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e
práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profissão;
d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda;
e) Não fará previsão taxativa de resultados;
f) Não fará auto-promoção em detrimento de outros profissionais;
g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias
profissionais;
h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais.
Como fazer o carimbo profissional
Após o recebimento do número de registro de inscrição no CRP, já é possível fazer
o carimbo profissional com os seguintes dados:
Nome Completo
Psicólogo(a)
CRP 06/nº de inscrição no Conselho
Como colocar o CRP no carimbo?
Em todos os documentos, carimbos, cartões de visita devem constar o nome
completo, a palavra "psicólogo" e o número de inscrição no CRP (Art. 20, "a" Código
de Ética, Art. 51º Resolução CFP 018/00, Item III do Manual anexo à Resolução CFP
007/2003).
Orientamos que algum sobrenome poderá ser abreviado, mas não poderá ser
excluído. A mesma regra vale para qualquer forma de divulgação (folder, cartão de
visita, etc.), em que todas essas informações devem constar de maneira explícita. O
carimbo e demais divulgações também poderão conter referência somente a algum
título que possua, como especialização, mestrado ou doutorado.

Anamnese x Avaliação Psicológica


A anamnese ocorre no primeiro encontro, tem como objetivo entender pontos iniciais
que direcionarão o tratamento, como por exemplo, história de vida, experiências e o
que te fez procurar por terapia.

Já a avaliação psicológica, pode ser considerada como um segundo passo, onde os


dados serão minuciosamente abordados, e a partir disto, seja definido um plano de
tratamento.
A ficha de anamnese é o documento onde são registradas as informações obtidas
pelo profissional de saúde durante a conversa com seu paciente. Embora essa
entrevista possa ser aberta, deixando o paciente livre para falar de suas queixas,
algumas informações essenciais devem ser colhidas durante a conversa.
Como dizíamos, a anamnese se trata de obter uma ideia geral do problema que o
paciente possui e como interfere com o entorno.
Consiste na realização de um conjunto de perguntas ao paciente sobre o problema.
Entre estas, podemos encontrar:
Qual é o motivo da consulta?
Desde quando está ocorrendo? Existe algo que poderia ter desencadeado isso?
Aconteceu em alguma outra ocasião?
Você já consultou com outros psicólogos?
O que você tentou fazer para resolver o problema?
Identificação
Consiste em coletar os dados básicos do paciente: nome, idade, direção...
Motivo de consulta
Trata-se da razão que te levou a iniciar uma terapia: uma ruptura amorosa,
problemas com os pais e mães, baixa autoestima... Este é o aspecto mais
importante em uma anamnese, já que a entrevista pode se desenrolar em uma
ordem ou outra. Se há um problema de casal, as primeiras perguntas serão
relacionadas a esse relacionamento, enquanto que se há um problema familiar se
perguntaria sobre com quem vive, entre outros, em primeiro lugar.
Histórico do problema
Isto consiste na pessoa descrever quais são os sintomas do problema, quando
começou o problema, por que pensa que aconteceu, quando se acentua e quando
desaparece... Isto é, descrever o problema, assim como as possíveis causas de
origem e persistência do mesmo.
Impacto biográfico
Uma vez entendido o problema, procede-se para a realização para o segundo tipo
de anamnese mencionado. Isto é, pergunta-se à pessoa sobre outras áreas de sua
vida (trabalho, estudos, plano social, hobbies...) e se veria como o problema pode
estar prejudicando estas outras áreas.
Infância
Em alguns casos pode ser interessante perguntar ao sujeito sobre sua infância:
como eram seus pais com ele/a, castigos e recompensas, assédio escolar... De
forma geral, como foi sua vida a fim de que possamos descobrir outras possíveis
causas do problema ou traumas relacionados.
Expectativas
Este ponto é importante já que, em alguns casos, o/a paciente pode chegar a ter
expectativas pouco compatíveis com a realidade. Trata-se de adiantar à pessoa
sobre até que ponto seu problema pode ser amenizado, sempre deixando claro que
não se pode garantir e que dependerá de muitos fatores.

Como falar sobre valores com o paciente?


Existe uma orientação da COF - Comissão de Orientação e Fiscalização
O que devo levar em conta para fixar os valores do trabalho?
Conforme o Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP):
Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo:
a) Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as condições do
usuário ou beneficiário;
b) Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o
comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a ser realizado;
c) Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do valor
acordado”
Definitivamente a maioria dos cursos de graduação não oferecem disciplinas de
marketing e vendas e após a formação isso nos gera uma dúvida não é mesmo.
Bom pelo menos comigo foi assim. Quando me deparei com o meu primeiro
paciente particular, pensei. E agora, como faço isso, como irei falar de valores?
Estamos vendendo algo. E eu tenho esse entendimento: Do encontro, que não é
algo palpável, não é algo material. Eu costumo dizer que a psicoterapia é um
investimento pessoal e que a pessoa vai colher os frutos a longo prazo.
Pois bem é uma tarefa que faz parte do nosso trabalho e então como vender algo
que não é palpável?
Dinheiro não é tabu
Primeiro, como saber qual valor colocar na minha sessão?
Pesquisa de mercado, uma ótima primeira opção, mas cuidado, cada pessoa tem
sua realidade e estratégia de negócio e trabalho.
Precificar por achismo – Não é correto
Precificar igual o amigo – Não é o ideal
O CRP tem uma tabela de honorários. Nela consta vários serviços que oferecemos,
o valor inferior, médio e superior. Isso não quer dizer que você precisa seguir estes
valores a risca. Mas pode ser uma base.
É importante você ter um olhar do empreendedor, para que você consiga ter o seu
retorno financeiro, além de investir profissionalmente.
Relação com o dinheiro: costumo falar que temos uma relação com todas as coisas
e com o dinheiro não é diferente. Faz parte das relações e não pode causar
constrangimento. Principalmente, quando se trata de acertar o valor por um serviço
prestado. Então, você não precisa evitar falar sobre dinheiro, nem ter medo de
cobrar e de receber.
Além disso, quando o paciente te procura, você já irá direcionar se o atendimento é
particular, desta forma, o cliente/paciente saberá que terá um custo naquela
prestação de serviço.
Quando vocês divulgam seus serviços, as pessoas vão procurar e nos dias de hoje
as redes sociais nos ajudam muito nas divulgações. Vem a dúvida. Passar valor
antes da sessão? Não existe uma regra que proíba. Mas é importante que você já
inicie um bom acolhimento antes mesmo da primeira sessão. Se o paciente entrou
em contato com você pela rede social por exemplo:
 Pergunte como ela soube de você ou de sua clínica;
 Explique brevemente sobre alguns pontos importantes que serão tratados na
psicoterapia;
 Monte uma mensagem padrão;
 E escolha o que pertinente ao seu modo de trabalho. Passar os valores ou
agendar um primeiro atendimento para falarem sobre isso.
Devo cobrar o valor quando o paciente faltar? Se você fez este acordo com ele no
contrato terapêutico, sim. Você pode estabelecer um período de remarcações. Às
vezes pode surgir imprevistos.
Portanto, cobrar dos pacientes/clientes é entender que receber pelo seu trabalho é
mais do que justo e isso não é vergonha nenhuma, muito pelo contrário, mostra
profissionalismo e respeito.
E se o paciente não pagar?
Isso deve ser falado e o quanto antes. Não deixar que isso se estenda por muito
tempo. Isso pode atrapalhar até nossa prática profissional. É nosso papel como
terapeuta alinhar e faz parte do contrato de trabalho alinhar com o paciente sobre
horários, honorários.
Reajuste na sessão: Temos reajuste anual de tudo, tudo aumenta não é mesmo? Os
reajustes existem.Adotar um critério é uma opção, por exemplo a inflação do ano, o
aniversário de contrato. Alinhar isso no contrato terapêutico. O bom vínculo colabora
para que este processo seja tranquilo.
Mas gente, tudo é conversado. Nada precisa ser tão rígido. As vezes o paciente está
passando por uma questão financeira e aí um bom alinhamento é importante.
O que é importante é termos critérios e procedimentos.

Qual é a função do diagnóstico psicológico?


Diagnóstico. Afinal, o psicólogo fala ou não sobre diagnóstico em sua
prática?
Como o próprio nome já deixa a entender, esse diagnóstico tem o objetivo de
identificar qual é o quadro clínico do paciente. A partir dessa informação, é possível
estabelecer a melhor forma de abordar o problema. Dependendo da conclusão,
pode ser necessário tomar alguma atitude imediata ou apenas conduzir as sessões
normalmente.
Portanto,
Ter uma boa relação terapêutica ajuda.
Por exemplo, se o paciente está passando por um processo de investigação
diagnóstica, em um processo de internação, podemos estabelecer um vínculo com o
paciente., podemos checar com ela, podemos perguntar, o que ela está entendendo
de tudo aquilo, porque internou, porque está fazendo tantos exames, falar com os
familiares e a partir daí ver o que é possível ajustar.
Normalmente, neste exemplo que forneci, o psicólogo pode, no momento da notícia
estar junto com o paciente, pois é a equipe médica que fornece o diagnóstico. Após
este momento o psicólogo poderá oferecer a escuta para o paciente que realizado o
trabalho antes, possivelmente estabeleceu um vínculo efetivo com ele.
A atuação tem o objetivo de dar suporte psicológico (emocional, cognitivo, prático)
ao paciente; verificar o que foi escutado e compreendido e auxiliar no processo de
assimilação da informação pelo paciente. Também é possível oferecer apoio à
equipe, já que algumas notícias são realmente muito difíceis de dar.
Na clínica, o manejo é diferente. Ao longo das sessões o psicólogo vai formulando o
caso do paciente. Muitas vezes recebemos o paciente já com um diagnóstico, já
com um tratamento medicamentoso. Mas, ao longo do tratamento, esse diagnóstico
pode ser alterado. Por exemplo, às vezes, o paciente foi ao pronto atendimento, com
uma crise de ansiedade e foi encaminhado pelo médico de plantão para psicoterapia
e o CID no encaminhamento consta Ansiedade generalizada. Mas ao longo do
tratamento, você avalia que na verdade o paciente tem Transtorno Obsessivo
Compulsivo. Pode acontecer. Não fiquem tão atrelados ao diagnóstico. Eu costumo
falar que o diagnóstico não define o paciente, nos ajuda a definir um tratamento.
Algumas abordagens dão preferência à transparência, garantindo que o paciente
saiba qual é o motivo do tratamento, como ele será tratado e qual será o método
utilizado ao longo do processo.
Melhor alinhamento do tratamento
Caso Clinico:
M.B. é uma mulher com 30 anos de idade, casada, funcionária de uma empresa de
embalagens. Conta que sua dificuldade na escola começou já no jardim da infância.
Seu déficit de atenção e hiperatividade originaram problemas escolares e de
relacionamento ao longo de toda a vida. Conseguiu terminar o ensino médio e
cursar uma faculdade de administração com muito esforço. Atualmente, reside com
o marido, mas não tem filhos. “Ele não confia na capacidade dela para cuidar de
crianças” (sic).
M.B. trabalha fora de casa num período e dedica-se às tarefas domésticas no outro.
Refere que se dispersa frequentemente, demandando muito tempo para trabalhos
razoavelmente simples. Casualmente, encontrou na internet uma palestra de um
psiquiatra sobre TDAH, identificando-se com a sintomatologia descrita.
Procurou ajuda especializada e comentou com o médico sobre sua dificuldade em
concluir tarefas, bem como o esquecimento de compromissos, sentimento de
inquietação, além de impaciência, impulsividade nas decisões.
Neste caso, através de uma psicoeducação, por exemplo o cliente irá conhecer o
transtorno, os sintomas e compreender que vários comportamentos disfuncionais
aconteciam devido ao TDAH, a partir disso pode se pensar em estratégias para
administrar seus sintomas e não se sentir culpado ou fracassado diante de algumas
situações.
Pode ser uma oportunidade do paciente se conciliar com a situação.
Quando um determinado conjunto de sintomas é identificado e é associado a um
diagnóstico, fica mais fácil definir o tom adequado do atendimento ou mesmo se é
necessário buscar medicação específica, prescrita por um médico. Nesse caso, será
consultado também um psiquiatra, já que psicólogos não podem prescrever
medicamentos. Identificar se há risco de vida
Outra questão que é muito importante para o diagnóstico psicológico é identificar
possíveis riscos de vida envolvidos no transtorno. Um retrato disso são os riscos de
suicídio ou de automutilação, que são presentes em diversos quadros psicológicos.
Por fim, mas não menos importante, alguns pacientes realmente precisam de um
diagnóstico para orientar as próprias vidas, especialmente em casos mais graves.
Há muito debate no campo da psicologia em relação à estigmatização negativa
gerada pelo diagnóstico, mas ele também pode ser importante para o paciente.
Alguém que tenha muitas dificuldades cotidianas pode encontrar no diagnóstico
psicológico uma forma de autoconhecimento. E, a partir disso, começar a lidar com a
situação de uma forma mais clara e com uma melhora na qualidade de vida.

Apresentação do modelo de psicoterapia


Este tópico é bem interessante e conversa bastante com sua abordagem. Alguns
pacientes, as vezes mais antenados chegam até nos perguntar. Qual sua
abordagem terapêutica. Então é o momento que você vai explicar ao paciente o que
é a psicoterapia.
A psicoterapia é um tratamento para os transtornos emocionais e conflitos internos
do ser humano.
Durante o processo psicoterapêutico, o paciente adquire mais autoconhecimento e
aprende a reconhecer suas próprias emoções.
Dentre os itens que você pode explanar sobre a psicoterapia, cabe falar sobre a
psicoeducação.
A psicoeducação é um tipo de intervenção psicológica feita de forma sistemática e
estruturada que busca promover uma ampliação do conhecimento do paciente e das
pessoas próximas a ele a respeito de sua condição de saúde mental.
Neste sentido, o paciente, seus amigos e familiares aprendem mais sobre o
transtorno com o qual está lidando (caso haja um transtorno diagnosticado), bem
como sobre o processo de tratamento, as alternativas disponíveis, o prognóstico,
entre outros.
Em origem, a psicoeducação surgiu como um tratamento para a esquizofrenia,
baseada na ideia de que pacientes com este transtorno poderiam ter um prognóstico
melhor se tivessem o apoio e o envolvimento de familiares e amigos próximos no
tratamento.
Eventualmente, percebeu-se que essa maneira de se trabalhar a saúde mental
acaba sendo efetiva para os mais diversos tipos de transtornos, incluindo
transtornos de ansiedade, transtornos de humor, transtornos de personalidade,
transtornos psicóticos, entre outros.
Por que a psicoeducação é importante?
Ao longo do tempo, a psicoeducação foi se mostrando importante durante o
tratamento porque ela ajuda a pessoa a estar mais consciente acerca de sua
condição e das possibilidades. Desta forma, ela estará mais preparada para fazer
uma decisão informada em relação ao seu tratamento, participando de forma mais
ativa no seu processo de mudança.
Existem diversas formas de se fazer psicoeducação. Esta intervenção é muito falada
no contexto da terapia cognitivo-comportamental (TCC), mas qualquer ação que
busca promover a conscientização a respeito de transtornos mentais e do
funcionamento cognitivo pode ser considerada uma ação de psicoeducação.

O desligamento.
Este processo é algo bem complexo. Se entendemos que precisa existir o desejo do
paciente em estar no processo terapêutico, será que é decisão somente do
terapeuta em dar alta ao paciente? Quando pensamos no psicoterapeuta, tem se a
ideia que nós temos a resposta para tudo, no entanto não é por este caminho que
seguimos uma vez que a terapia trabalha a autonomia. Então não seremos nós eu
iremos bater o martelo: Olha agora é a hora de você seguir com as ferramentas que
você tem.
Portanto, se o paciente desejou estar ali, este momento de rompimento deve partir
do paciente. E ele vai ser responsável pelo que ele ou ela está passando naquele
momento seja um processo de cura e saúde e não mais um processo de
adoecimento que possivelmente foi o que o levou para terapia.
Mas e se o paciente não falar, ele vai ficar para sempre?
Não. O paciente vai desenvolvendo a autonomia, e em algum momento entendendo
este processo. Cada pessoa tem seu tempo.
Há pacientes que na primeira sessão nos perguntam. Quantas sessões serão,
podemos definir isso? Costumo dizer ao paciente que irá depender dele.
A decisão é em conjunto. Não é algo brusco. Ao invés das sessões serem uma vez
na semana, podem começar quinzenalmente e é importante observar como este
paciente se sente ao longo dos dias, quais demandas ele traz nas sessões.

Quando o profissional precisa de supervisão


A supervisão é entendida como um espaço, onde um profissional mais qualificado e
experiente auxilia o outro. É um espaço, onde o profissional pode compartilhar suas
dificuldades, medos, dúvidas, anseios relacionados a prática clínica aos casos que
está acompanhando, tem como objetivo transmitir ensinamentos básicos mas,
também, favorecer o olhar do profissional para si mesmo e para a relação que
estabelece com seu cliente e para o vínculo que desenvolve com seu supervisor.
Auxiliar também na aquisição de conhecimento teórico e técnicos para atuação
clínica, oferecendo um ambiente seguro para acolher o supervisionando frente os
impactos emocionais frente as queixas e demandas do paciente, discutir os medos,
preocupações e outras questões profissionais que possam emergir e por fim,
estimular a confiança e autonomia.

Aula 5
Olá colegas, sejam bem-vindos ao curso: PRÁTICA CLÍNICA NA PSICOLOGIA

Me chamo Jeniffer Camargo, sou Psicóloga e espero que este curso te ajude no seu
percurso profissional.
Nas últimas aulas falamos de questões da nossa prática clínica. Nesta aula, para
explanar de forma ainda mais prática, gostaria de trazer situações e casos clínicos
para que vocês tenham uma visão melhor de tudo que foi visto até agora.
Vamos lá.
Primeiro gostaria de apresentar para vocês um capítulo de um livro: Cartas de um
Jovem Terapeuta - Contardo Calligaris
Imagino que você seja recém-formada (o que não significa apenas recém-saída dos
bancos de sua faculdade, mas disso falaremos outra vez), prestes a começar a
atender seu primeiro paciente. Você poderia perder coragem, perguntando-se: mas
quem me escolherá como
terapeuta, com tantos profissionais experientes e medalhões na praça? Um
kamikaze?
Pois é, deixe que lhe conte a história de meu primeiro paciente.
Resolvi me tornar psicanalista em 1974. Antes daquela data, eu ensinava (teoria
literária) na
Universidade de Genebra, onde havia terminado minhas graduações. Não tinha a
menor
ambição ou desejo de me tornar psicanalista. Mas, há anos, passava quatro dias por
semana em Paris , para me analisar. Da psicanálise eu esperava que curass e
minhas assíduas angústias e uma gastrite crônica que, desde a adolescência, fazi a
do Buscopan meu companheiro mais fiel.
As angústias se amenizaram, e a gastrite sumiu. Por isso mesmo a psicanálise
começou a me interessar seriamente; passei a frequentar, além do seminário de
Lacan (a missa semanal parisiense), cursos e grupos de estudo da École
Freudienne de Paris, que era a instituição à qual pertencia meu analista. Mesmo
assim, segui a pensando que meu futuro seria pesquisar, ensinar e escrever,
certamente não clinicar.
Em 74, então, recebi uma proposta que me acuou. Alguém tinha gostado de um livro
que eu
acabara de publicar e que era uma interpretação da grande mudança na pintura
francesa de
Courbet a Duchamps. Esse alguém (Yves Velan, um escritor e um homem fora do
comum, que infelizmente perdi de vista) ensinava numa universidade americana e
propôs que me
candidatasse a um posto que coincidia com minhas qualificações. As grandes
decisões da
minha vida sempre foram assim, na hora em que os ingredientes chegam na boca
do funil.
Aceitar a proposta americana significaria impulsionar de vez uma carreira acadêmica
que, de fato, eu já começara, mas significaria também deixar Paris, minha análise e
a École
Freudienne. Pois é, decidi, de repente, que a vida acadêmica não era mais o que eu
queria. A psicanálise me interessava mais.
Na École Freudienne de Paris, para que um membro começasse a atender, não era
prescrito nenhum exame ou entrevista específica. Mas era preciso que, quando se
considerasse pronto para receber seu primeiro paciente, ele anunciasse a decisão
ao seu analista. O dito analista não daria nenhuma autorização, oral ou escrita que
fosse; era apenas esperado que ele se opusesse, caso necessário.
O sistema parecia fácil demais, sem currículo para ser preenchido e sem entrevistas
de
seleção. Na realidade, era assustador, pois forçava cada um a encarar a
responsabilidade de sua decisão sem um carimbo que o autorizasse. A ideia do
consenso tácito do analista fazia a festa de alguns e o drama de outros . Os
candidatos histéricos eram sempre convencidos de que seu analista mal tinha
conseguido esconder o júbilo; os candidatos obsessivos nunca paravam de
perguntar- se: será que ficou calado porque acha que estou pronto, porque não
ouviu direito, porque considera apenas que não serei uma calamidade, porque acha
que serei,mas não quis me magoar ou porque não soube o que dizer?
O fato é que, quando lhe comuniquei que começaria a atender pacientes, Serge
Leclaire, meu analista, não disse nada. E lá fui eu.
Na época, com o salário de professor assistente da Universidade de Genebra
(magro, mas em francos suíços), pagava minhas viagens (trem de segunda classe),
minha análise e o aluguel de um apartamento de quarto e sala em que morava em
Paris. Em Genebra, me hospedava em casa de amigos.
A transformação de meu quarto e sala do 32, rue St Paul, deu nisto: a sala se tornou
sala de
espera e o pequeno quarto se tornou consultório. À noite, a sala de espera se
transformava em quarto, graças a um sofá-cama. Comprei minha poltrona numa
liquidação da Samaritaine; a poltroninha para os pacientes , achei no mercado das
pulgas; a base do divã, confesso que achei na rua; um amigo me deu um colchão
que lhe sobrava; e uma amiga costurou uma colcha de retalhos que dava ao
conjunto um aspecto tipo Freud dos pobres. A mesa (que ainda carrego comigo),
encontrei na demolição de um bar, perto de casa. Estava pronto, só faltavam os
pacientes.
Meu primeiro paciente foi indicado por uma amiga, Nicoil e SeIs , que era analista e
bibliotecária da École Freudienne e que confiava em mim como futuro analista pela
razão
seguinte: ela sabia que, por mais que a psicanálise me tivesse conquistado, eu
continuava
apaixonado por muitas outras coisas que me seduziam tanto quanto e sobre as
quais
conversávamos assiduamente, repetindo capucinos num bar da rue Gay-Lussac.
Falávamos
com o mesmo prazer dos romances de Barbara Cartland ou do último prêmio
Goncourt, das
personagens mais excêntricas do século XVII (que era meu século preferido), da
história da
psiquiatria, de crimes verídicos, romances policiais e por aí vai.
O critério que, aparentemente, valeu para que ela me encaminhasse um paciente
vale hoje
para mim; na hora de encaminhar um paciente, prefiro os analistas cuja curiosidade
para com o mundo, a vida e a cultura se estenda além das quatro paredes do
consultório.
Quando chegou o dia da primeira entrevista do primeiro paciente, eu tinha uma
preocupação
dupla: queria que o apartamento tivesse cara de consultório, mas também queria
que não
tivesse cara de consultório no dia de sua inauguração. Afinal, eu pensava, qual
paciente
gostaria de descobrir que o analista em que ele vem depositar uma esperança de
cura é um
novato absoluto? Cuidei dos detalhes: uma certa desordem de papéis e notas na
mesa, uma
pequena desarrumação do acolchoado do divã, para mostrar que alguém já deitara
ali, três ou quatro baganas no cinzeiro (na época não só eu, mas a França inteira
fumava), para mostrar que, naquela tarde, já me debruçara sobre outros destinos
cabeludos.
Esse primeiro paciente se analisou comigo durante sete anos. Era um jovem
psiquiatra, que
se tornou analista por sua vez. Alguns anos depois de ele terminar sua análise,
quando eu já era um analista reconhecido e estabelecido, nos encontramos, por
acaso, num congresso e conversamos um pouco. De repente, ele me perguntou: “Eu
fui seu primeiro paciente, não
fui?”.Hoje, responderia imediatamente a verdade. Na época, eu ainda me
preocupava em defender a aura de mistério atrás da qual os terapeutas gostam de
se esconder, sob pretexto de que o paciente precisa idealizar seu terapeuta.
Portanto, fiquei perplexo e calado, com aquela cara
de “Há!” que os analistas usam para fazer pensar que, primeiro, eles já estariam
vendo a
razão verdadeira da pergunta que está sendo feita e que, segundo essa razão
(desconhecida por quem pergunta) é infinitamente mais interessante do que a
resposta que eles deveriam dar. Mas meu ex-paciente (aparentemente sua análise
tinha funcionado) não deixou para menos e continuou:” Acho mesmo que fui seu
primeiro paciente; não sei se você sabe, mas é o que eu tinha pedido para Nicolle,
que me deu seu endereço na época. ‘Quero um analista’, eu lhe havia dito, ‘de quem
serei o primeiro paciente’. E acho que ela respeitou meu pedido.
Queria ser o primeiro paciente porque pensava que, como meus problemas eram
meio banais, só um analista debutante me escutaria com toda sua atenção”.
Gostaria de poder dizer que ele estava enganado, que, durante todos estes anos,
escutei meus pacientes com a mesma paixão, vontade de entender e de dizer a
coisa certa que eu sentia no começo daquela primeira análise. E é verdade que, até
agora, consigo quase sempre me surpreender com cada história. Afinal, se um
terapeuta não enxergasse (mais) a intensidade e a originalidade do drama e da
tragédia por trás da eventual banalidade de cada vida que lhe é contada, ele estaria
precisando de reciclagem urgente. Mas admito o seguinte: lembro-me do primeiro
sonho daquele paciente em cada detalhe; não posso dizer a mesma coisa de todos
os primeiros sonhos dos pacientes que seguiram.
Claro, nada garante que a voracidade da escuta e uma atenção exacerbada sejam
as melhores conselheiras para um terapeuta. Além disso, dificilmente o desejo de
ser o primeiro paciente de seu analista é apenas um jeito de garantir uma escuta
especial e atenta. Meu paciente escondia de seus pais algumas escolhas de vida,
que, se fossem conhecidas, lhe valeriam um repúdio. No mínimo, era o que ele
imaginava. Não estranha que ele quisesse ser, de uma certa forma, o legítimo
primogênito de alguém para quem ele poderia contar “tudo”. A escolha de um
terapeuta é sempre guiada por razões um pouco mais complexas e reveladoras do
que o próprio paciente imagina.
Essa história deixa alguns ensinamentos:
1) Nem sempre é verdade que os pacientes preferem terapeutas experientes.
2) Como os caminhos pelos quais um paciente coloca sua confiança num terapeuta
são
muitos, se não são inúmeros, o mais simples talvez seja que nos contentemos em
ser nós
mesmos (não é preciso desarrumar colchas e deixar baganas nos cinzeiros).
3) A experiência certamente ajuda na conduta das curas, mas, de qualquer forma,
seria bom que guardássemos sempre alguns elementos do espírito do debutante:
a curiosidade, a vontade de escutar e, por que não, o calor de quem, a cada vez,
acha
extraordinário que alguém lhe faça confiança.

Recebendo os pacientes:
E aí? Como vocês acham que devem atender o primeiro paciente? Devem
cumprimentar com um bom dia, boa tarde ou boa noite, perguntar se está tudo
bem? Devo falar com meu paciente fora da sala, fora do setting? E aí o que
acham?
Bom, iniciando pelo local que você atende. Cada local trará sua dinâmica. Se
você atende em uma clinica que tem secretária, o primeiro contato será com este
profissional, que irá atender e solicitar que o paciente aguarde na recepção.
Mas e se você mesma faz todos os papeis no local de seu atendimento. Você
pode pedir para o paciente aguardar na recepção?

Sim. Colegas nós somos psicólogos dos nossos pacientes da porta do


consultório para dentro.
Não precisamos fugir, nos esconder deles nos finais de semana ou em
restaurantes, em festas que possivelmente iremos encontra-los.
Cumprimento:
Após a pandemia o contato físico ficou mais restrito, mas não há problema
nenhum em cumprimentar os pacientes da forma que vocês acharem mais
conveniente. Seja com um aperto de mão ou só acenando com a cabeça. Vamos
ver na prática:

No setting:
E dentro da sala, como você deverá direcionar o paciente?
É muito importante realizar este direcionamento. Informar em que local ele deve
se sentar. Se há um local em que ele ou ela poderá deixar suas coisas.
Há pacientes que no momento em que você se apresentar e dizer, como posso
te ajudar, ele irá facilmente trazer a demanda, já outros terão mais dificuldade em
iniciar o processo.
Desta forma, podemos colaborar com este processo:
Início da sessão:
Fazer perguntas gerais, de “quebra gelo” mesmo:
Por exemplo: Perguntas Sociodemográficas, Se o paciente já passou por algum
processo de psicoterapia.
Uma pergunta chave e disparadora pode ser: O que o fez ou a fez procurar ajuda
psicológica?
A partir daí o paciente começará trazer suas questões e demandas.
Parte intermediária da sessão

Faça perguntas com relação a demanda que o paciente está trazendo: O que,
quando , onde, desde quando;
Pedir exemplos da situação: Como isso ocorreu, a ultima vez, você pode me dar
um exemplo disto que você está me falando;
Fazer perguntas abertas acerca de si mesmo ou do problema: O que você
pensou a última vez que isso ocorreu?
Fazer perguntas abertas sobre os sentimentos apresentados: O que você sentiu
quando isso ocorreu? Você já havia experenciado este sentimento?
Fazer perguntas para acessar a percepção sobre a causas do problema: Na sua
opinião, por que isto ocorre com você?
Fazer perguntas para acessar o impacto do problema: o que este problema tem
causado na sua vida pessoal, familiar, afetiva?
Fazer perguntas para acessar enfrentamento: Como você tem feito para lidar
com esta situação?
Perguntar sobre expectativas e conhecimentos do paciente sobre a psicoterapia:
Você já fez psicoterapia? O que sabe sobre este processo? Foi encaminhado por
algum profissional? O que espera do processo? Quais são seus objetivos?
Fazer perguntas abertas para acessar recursos: Que coisas boas existem em
sua vida que pode te ajudar a mudar. Suas qualidades, pessoas amigas, lugares
que gosta, atividades que gosta.
Explicar os benefícios da psicoterapia: os recursos, a aliança terapêutica, as
técnicas.
Explicar que trata-se de um trabalho colaborativo, ou seja, nós psicólogos não
temos as respostas concretas para as perguntas dos pacientes.
Final da sessão: Contrato Terapêutico
Fazer contrato: dias de atendimento, procedimentos em caso de falta, pagamento,
sigilo
Sempre procuro deixar para o final da sessão alinhar questões mais burocráticas.
Como falamos anteriormente, no contrato terapêutico é importante alinhar a
frequência das sessões, a duração, os dias, horários, os honorários.
Lembrando que mesmo nos atendimentos com convênio, o único item que não entra
neste acordo são os honorários, uma vez que o paciente paga esta consulta através
do plano de saúde.
Pode acontecer, na primeira sessão do paciente estar extremamente fragilizado e ao
final da sessão, após se debruçar sobre sua demanda, estar emotivo e aí como
cortar aquele momento e falar de questões burocráticas.
Vocês não precisam falar tudo no primeiro dia. Falem do contrato terapêutico que
cabe naquele momento. Por exemplo: Podemos deixar a próxima sessão agendada
para segunda às 14h? Você que irá conduzir da melhor forma este momento.
Além de apresentar esta parte mais teórica para vocês, achei importante
exemplificar através de um exemplo com um estudo de caso. Vamos lá:

CASO CLÍNICO
Psi: Olá boa tarde, Sou a Jeniffer, Psicóloga – Como posso te ajudar?
Paciente: Recentemente fui parar no pronto socorro com dores no peito e a médica
me informou que estava com uma crise de ansiedade.
Psi: Já havia ocorrido alguma vez?
Paciente: Não, a primeira vez. Sempre fui uma pessoa ansiosa. Nunca senti nada
disso. No dia estava trabalhando normalmente, passei um dia aparentemente
normal. Cheguei no escritório conversei com alguns colegas. Fui ligar meu
computador para trabalhar e não ligava. Na verdade este computador não era o
meu, era emprestado. Comecei a me sentir tenso, esquisito. Quando percebi que o
computador não ia ligar, resolvi ir embora. No caminho, comecei a sentir uma falta
de ar, um mal-estar e resolvi ir ao pronto socorro. Chegando lá, fio atendido e o
médico me informou que se tratava uma crise de ansiedade.
Psi: E isto ocorreu a quanto tempo?
Paciente: Faz quatro semanas. O médico me encaminhou para terapia. Desde
daquele dia me sinto diferente. Sempre fui uma pessoa ansiosa, mas nunca havia
passado por isso. Depois daquele dia, não aconteceu da mesma forma, mas me
sinto estranho. Parece que virou uma chave na minha vida. Estou conseguindo
trabalhar normalmente, mas ás vezes fico com uma tensão.
Psi: E na sua opinião, por que acha que isso aconteceu?
Paciente: Estou fazendo muitas coisas diferentes. Algumas mudanças estão
ocorrendo em minha vida pessoal e profissional e me sinto tenso. Com medo de não
dar conta de tudo, de fracassa em algum aspecto.
Bom vimos um início de uma sessão. Obviamente, o andamento da psicoterapia é
algo que o psicólogo vai construindo através: da técnica, estudo e experiencia. Não
existe uma cartilha, ou uma resposta exata para cada situação que o paciente
trouxer. Além do mais, precisamos lembrar que cada pessoa é única.
Quero exemplificar agora o término de uma sessão, vamos lá?
Ps: Estamos chegando ao fim deste primeiro atendimento e gostaria de alinhar
alguns detalhes com você. Primeiramente gostaria de dizer sobre o sigilo dos
conteúdos que iremos tratar aqui ok. Sobre os dias, podemos manter os
atendimentos as segundas-feiras ás 14h?
Paciente: Podemos sim, este horário para mim está bom.
Psicóloga: As sessões têm duração de 50 minutos e são realizadas semanalmente.
Sobre as faltas, é importante que sejam avisadas com 48 horas de antecedência,
caso contrário o valor da sessão será cobrado da mesma forma. OK.. Alguma dúvida
até o momento?
Paciente: Caso eu precise desmarcar a sessão, teremos a possibilidade de
remarcar?
Psicóloga: Sim, naquela semana podemos verificar qual dia a horários teremos a
disponibilidade.
Paciente: Combinado

Confirmação da sessão
Uma ação bem personalizada é o envio de uma mensagem, um lembrete
sobre a psicoterapia. Hoje com as redes sociais, esta ação ficou bem simples e:

 Colabora com o vínculo entre e paciente e psicólogo;


 Personaliza o atendimento;
 Reduz a possibilidade de falta.
Você pode deixar uma mensagem pronta, para todos os pacientes e
alterar somente data ou horário. Ou montar uma arte com um lembrete
sobre a psicoterapia.
Meu paciente tem meu contato e se ele me ligar, devo atender?
Isso vai depender muito do que você estabeleceu de vinculo com o paciente,
sobretudo da demanda do paciente. Pacientes que estão com alguma situação de
risco, por exemplo suicídio ou automutilação veem no psicólogo alguém que faz
parte de sua rede de apoio. Mas é muito importante estabelecer regras. Nós que
iremos definir isso para o paciente. Nós que iremos informar a ele: Qualquer coisa
estou a disposição e se precisar, pode me enviar mensagem. Eu mesma, não
deixava esta questão aberta a todos os pacientes. Ao compreender a demanda do
paciente iremos saber se existe a necessidade deste contato e deste cuidado ou
não.

IMPORTANTE: Para além desta situação: Pacientes em situação de risco, são de


extrema importância terem uma rede de apoio. Nosso papel é ajuda-los a trazer
alguém para perto. Muitas vezes no momento de fragilidade, o paciente não quer
confiar em ninguém, no entanto é importante que façamos com o ele entenda a
importância de trazermos alguém para este cenário. Faz parte do contrato
terapêutico.

Em que momento o paciente deve assinar o contrato de prestação de


serviços?
A primeira sessão é rodeada de ansiedades não é mesmo? O paciente está muitas
vezes com demandas emergências que quer tratar então é essencial acolhermos.
No entanto, é fundamental, ao final da sessão, como eu disse, tratar do contrato
terapêutico.
Contrato Terapêutico e Contrato de Prestação de Prestação de Serviços: Embora
sejam algo similares, são diferentes. O contrato terapêutico é algo que você irá
alinhar com o paciente de forma verbal. Ajustando horários, dias das sessões,
valores, como funciona o tratamento, o sigilo. Já o contrato de prestação de serviços
deve constar questões todas estas questões, no entanto de forma burocrática e
formal, pois o contrato servirá para possíveis cobranças em caso de algum
desacordo.
Importante que a partir da segunda sessão, este contrato esteja pronto para ser
assinado pelo paciente.

Como passar os valores para o paciente?


Como falamos anteriormente, muitas dúvidas giram em torno desta questão de
valores. Passo no início, no meio, no final. Bom, normalmente o contrato terapêutico
é realizado ao final da sessão. Entendo que o nosso objetivo é a priori acolher a
demanda do paciente. No entanto, muitas vezes o paciente vai demandar saber de
valores no início. Isso vai dizer muito de como o paciente funciona. Somos pessoas
únicas não é mesmo e cada paciente é de uma forma.
Precisamos ter procedimentos. Mas trabalhamos com pessoas e cada uma com sua
subjetividade. Portanto, constantemente iremos precisar nos ajustar.
Mas então como passar o valor para paciente?
Ao final da sessão, juntamente no momento do acordo terapêutico, pois faz parte.
Se você ainda não passou o valor por mensagem, se deixou para passar na sessão,
seja direta. O Valor da sessão é X. E alinhe suas melhores formas de pagamento.

A psicoterapia inicia no setting e termina no setting

Sim. Mas não tem nenhum problema de falar com o paciente coisas aleatórias. Tipo
nossa que frio. Nossa está chovendo. Pensem vocês estão lá na sua sala atendendo
e aí está um sol e de repente entre um paciente e outro cai aquela chuva. E aí você
dispensa um paciente, vai chamar o outro e ele comenta: Nossa peguei uma chuva
e você, colega, como um robô pensa:
Nossa não posso falar nada. O que ele está querendo falar com isso?
Colegas, nem tudo que o paciente fala é conteúdo de análise.
As vezes o paciente dizer: Nossa acabei de tomar uma chuva, é só isso mesmo que
ele quer dizer e você pode responder tranquilamente.
Agora, o conteúdo da psicoterapia inicia no momento que perguntamos ao paciente:
Como foi sua semana? Ou Como está? Ou dependendo da sua abordagem você
terá uma estrutura se sessão.
As vezes acontece de encerrarmos a sessão e o paciente continuar trazendo aquele
assunto. Precisamos acolher da melhor maneira, mas de forma alguma abrir a porta
e acolher a demanda nos corredores.
Obviamente, isto não será ajustado em uma acordo terapêutico, por isso é
importante dentro do setting finalizar a sessão de terapia.
Normalmente a finalização da sessão é algo também que tem a ver bastante com a
abordagem do psicólogo. De qualquer forma, é importante e faz parte do nosso
trabalho sinalizar o paciente.
Bom, aqui foram algumas dicas básicas sobre os primeiros atendimentos na área
clínica. Colegas com o tempo vamos nos ajustando e iremos ter o nosso modo de
atender. Também somos pessoas únicas e cada um de nós teremos um modo de
trabalhar.

A Psicoterapia pessoal – Essencial para prática clínica


Muitas vezes os pacientes têm uma visão equivocada de nós psicólogos. Alguns
acham que somos pessoas sem conflitos, sem angustias e completamente capazes
de lidar com todas nossas complexidades.
Bom quem dera, não é mesmo?
Muitas vezes, na clinica e trazendo um pouco da minha prática clínica, iremos entrar
em contato com diversas pessoas e situações e nos manter neutros, como muitas
vezes ouvimos, eu diria que é quase impossível. Desculpa gente, mas é isso.
Infelizmente em algum momento podemos confundir nossas questões pessoas com
as aflições dos pacientes.
Então a psicoterapia pessoal, além obviamente da supervisão que já falamos aqui e
estudo é muito importante, pois te dará condições de lidar com as demandas
trazidas pelos seus pacientes.
Por que precisamos fazer psicoterapia?
Primeiro porque não somos super heroínas e nem super heróis;
Favorece a saúde mental
Cuidar da saúde mental é tão importante quanto dar atenção à parte física do corpo.
É preciso ter um bom psicológico para desempenhar diversas tarefas, especialmente
aquelas ligadas a ajudar outras pessoas
Ajuda a solucionar conflitos internos
Seja por causa da vida pessoal ou da profissional, um psicólogo pode ter diferentes
traumas, sentimentos de perda e questões que não foram resolvidas corretamente.
Tudo isso, como visto, atrapalha a atuação no trabalho.
Devemos estar bem com as nossas dores para atender e ouvir sem julgamentos.
Mais do que isso, estarmos melhores emocionalmente que o paciente, para não
ocorrer transferência negativa das queixas", diz o psicanalista Gregor Osipoff....
A terapia também ajuda os profissionais a evitar misturar a vida pessoal com a do
paciente, segundo Luiz Gonzaga Leite, coordenador do Departamento de Psicologia
do Hospital Santa Paula, em São Paulo
Cada profissional tem de ter um olhar para suas próprias questões, dores, angústias,
ansiedades. Não existe autoanálise, autocura, como se ele conhecesse a teoria e
aplicasse em si. Cada ser humano é único e não pode ser enquadrado, mas sim
tratado para seguir a vida com conforto e dentro de uma perspectiva de seus
desejos". Gregor Osipoff, psicanalista....
1ª Conteúdo Extra – 10 minutos
Olá pessoal, Meu nome é Jeniffer, sou Psicóloga e gostaria de apresentar para
vocês
Como conduzir o primeiro atendimento em psicoterapia.
Uma questão muito importante é este primeiro contato. Precisa ser acolhedor. O
paciente vem com muitas ansiedades e temos que entender o que o paciente quer.
Inclusive se o que o paciente tem como questão é algo terapêutico. Se a demanda
do paciente faz parte do processo de psicoterapia.
Obviamente a cada encontro isto é avaliado.
Esta decisão gera muita ansiedade para o paciente e para nós também, sobretudo
nas primeiras consultas não é mesmo.
Mas temos que suportar esta ansiedade e nossa performance não está sendo
avaliada.
Temos que entender que o vale é o encontro. Aquele encontro entre o paciente e
nós.
A pessoas muitas vezes está com falta de esperança e está confiante que a
psicoterapia para ajuda-la a se relacionar com a situação que ela está vivenciando.
Então acolher, colaborar com este processo.
Temos que nos empenhar na aliança terapêutica, efetivamente estabelecer uma boa
relação com o paciente, com empatia , atenção, respeito. Desta forma o trabalho vai
fluir de forma mais efetiva.
E por onde começar.
Pelo básico gente: Se apresentando.
Olá, eu sou a Jeniffer, Psicóloga que irei te atender, Como posso te ajudar? Fique a
vontade.
Evite perguntas prontas: Por exemplo : Tudo bem, troque por Como você está?
Outro ponto importante: Explicar os objetivos da sessão.
Muitas ideias passam pela cabeça do paciente, como por exemplo, o que devo falar
e também é interessante para que o paciente nos conheça.
Lembrando que isto é muito especifico de cada profissional e de cada paciente.
Nós profissionais somos pessoas únicas e teremos pacientes únicos.
E o paciente vai trazer a demanda dele.
Nós precisamos ficar focados em alguns pontos:
Na relação terapêutica como disse: Ter curiosidade, ter uma postura de abertura ao
que a pessoas está trazendo.
Na reciprocidade: Não no sentido de batermos papo, o paciente fala uma coisa e eu
falo outra, mas eu devolvo o que o paciente me falou, eu sintetizo.
Outra questão é a compreensão diagnóstica e vai variar de acordo com a
abordagem. Precisamos ficar atentos a queixa inicial. Importante saber qual
expectativa que a pessoa tem, se ela tem desejo de estar ali na psicoterapia.
E aí, gostaram... No curso de Pratica Clinica e Psicologia vamos abordar mais como
receber o primeiro paciente.

2ª Conteúdo Extra – 10 minutos


Olá pessoal, Meu nome é Jeniffer, sou Psicóloga e gostaria de apresentar para
vocês
Duas questões: Psicólogo deve fazer terapia?
Psicólogo só pode atender situações ou casos que ele já passou?
Bom primeiramente gostaria de trazer um conceito cientifico bem interessante
A ciência diz que somos um ser Biopsicossocial,
Costuma-se dizer que o ser humano é biopsicossocial. Seu potencial é determinado por
suas características biológicas (físicas), mas por sua vez sua ação é influenciada por
aspectos psicológicos (como desejos, motivações e inibições) e pelo ambiente social
(pressão exercida por outras pessoas, restrições legais, etc.). Esses três aspectos (bio,
psico e social) não podem ser divididos, mas constituem um todo. O comportamento do
homem, de fato, constitui uma unidade biopsicossocial.
Bio – Biológico: que são nossas características físicas e quando pensamos em uma
doença por exemplo, entendemos que a causa está no corpo
Psico – Psicológico: Investiga as causas psicológicas para o problema que está
afetando
Social- analisa os diversos fatores sociais, culturais, relações.
Logo, não podemos nos separar, então vc acha que um problema emocional pode
afetar nosso biológico. Ou um problema biológico pode afetar nosso emocional. Ou
todos os três.
E o psicólogo também.
Respondendo a primeira questão:
Psicólogo deve fazer terapia?
Sim, com certeza. As pessoas tem uma visão equivocada que basta estudarmos que
já estamos aptos a seguir com a vida sem psicoterapia, se precisarmos. A teoria não
basta gente. Você colega, se está em seu processo formativo e não está na
psicoterapia, pode marcar depois que você assistir o curso.
É muito importante.
Só o fato de estarmos em uma área que iremos nos deparar com questões tão
fragilizadas, já cabe aí algumas sessões né. Nem que for algo breve.
A segunda questão é.
Psicólogo só pode atender situações ou casos que ele já passou?
Já pensou... se fosse assim um médico oncologista só poderia atender se ele
tivesse sido diagnosticado com câncer?
Ou um dermatologista, só poderia ser desta especialidade se tivesse tido problemas
de pele. Não faz sentido.
O mesmo vale e aí quero trazer um caso clinico.

Um paciente , vou chama-lo de


A trazia questões de seu filho, ele uma criança na faixa etária dos 10 anos e com
alguns comportamentos segundo inadequados. A Uma pessoa rígida, inflexível,
tinha um modo de cuidar bem peculiar. Num determinado momento, em que tentei
abordar e fazer um manejo da situação que estava sendo abordada, fui
surpreendida pela seguinte questão:
Você tem filho?
Gente independente, se temos filho, marido ou esposa, ou namorado, ou
namorada, , pais, tios, cachorro, periquito e papagaio, a minha vivência pessoal não
vai impactar clinicamente.
No entanto, eu entendo que nossas experiencias pessoas, nos fortalece na medida
que elaboramos as situações. Pq lembrando que a psicoterapia é um bate papo, não
é um chá da tarde.É um processo com seriedade e técnicas.
E aí gostaram...
No curso de Pratica Clinica e Psicologia vamos abordar mais sobre estas questões
que falamos hoje.

Você também pode gostar