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ANSIEDADE
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Sumário
INTRODUÇÃO................................................................................................. 3
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 26
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NOSSA HISTÓRIA
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INTRODUÇÃO
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Personalidade é um padrão persistente de sentimentos, pensamentos e
comportamentos do indivíduo em relação ao mundo e a si mesmo, desenvolvida
principalmente durante a infância através das relações parentais. Se o sujeito possuir
esses padrões de forma disfuncional, estará muito mais propenso a apresentar falha
em suas defesas, e consequentemente surgirão os sintomas.
A frequência das sessões de psicoterapia deve ser no mínimo uma vez por
semana, podendo ocorrer variações de acordo com cada caso, pois cada um possui
individualidades – características peculiares de enfrentamento. Também não é
possível determinar previamente quanto tempo será necessário para que a
psicoterapia chegue ao seu objetivo final, mas alguns autores apontam que com seis
meses de tratamento já é possível verificar mudanças importantes, o que já podem
favorecer o restabelecimento da saúde psicológica.
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modalidade de atendimento em consultórios particulares também vem se ampliando,
em função da demanda dos pacientes, que muitas vezes buscam ajuda para
problemas específicos, mas não têm condições ou motivação para se envolver num
processo psicoterápico prolongado.
Quando se fala em psicoterapia breve (que daqui em diante poderá ser referida
no texto como PB), imediatamente vem à tona a questão do tempo, uma vez que o
“breve”, aqui, é definido em comparação a um trabalho considerado “longo”, no caso
a psicanálise. Mas não é só o tempo de duração que diferencia estas formas de
trabalho. A PB é uma intervenção terapêutica com tempo e objetivos limitados. Os
objetivos são estabelecidos a partir de uma compreensão diagnóstica do paciente e
da delimitação de um foco, considerando-se que esses objetivos sejam passíveis de
serem atingidos num espaço de tempo limitado (que pode ser ou não
preestabelecido), através de determinadas estratégias clínicas. Assim, as PB estão,
em termos técnicos, alicerçadas num tripé: foco, estratégias e objetivos.
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AS PSICOTERAPIAS PSICODINÂMICAS BREVES
Malan (1976, 1979), partindo do trabalho de Balint, propõe que a princípio seja
estabelecida uma hipótese psicodinâmica de base, a partir de um diagnóstico que
inclui entrevistas e testes psicológicos. A ideia é identificar o conflito primário, que é
reeditado na problemática atual do paciente. Sobre a hipótese psicodinâmica de base
se planeja o trabalho terapêutico, que é feito através da interpretação ativa e seletiva,
e tem tempo e objetivos delimitados. Dedicouse intensamente ao estudo de casos
clínicos, inclusive com acompanhamento aprofundado e prolongado, visando um
maior conhecimento do problema da seleção de pacientes e dos resultados da
psicoterapia (Malan, 1980a , 1980b).
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Sifneos (1979, 1984) desenvolveu a Psicoterapia Breve Provocadora de
Ansiedade (Short-Term AnxietyProvoking-Psychotherapy – STAPP), dirigida a
pacientes criteriosamente selecionados, com problemática fundamentalmente
edipiana, e com forte motivação para mudança. A partir da formulação de uma
hipótese psicodinâmica, o terapeuta adota uma postura bastante ativa, que visa levar
o paciente a se defrontar com seus conflitos. O processo é focalizado e limitado entre
12 e 18 sessões.
As principais críticas dirigidas a eles advêm do fato de que aquilo que eles
consideram uma postura ativa do terapeuta resvala muitas vezes para uma atitude
autoritária, especialmente nas técnicas de Sifneos e Davanloo, que tende a submeter
o paciente a um terapeuta onipotente. Segundo Messer & Warren (1995), esta
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característica advém das bases epistemológicas deste modelo, que identificam como
a escola filosófica idealista. “É a interpretação da realidade do terapeuta que conta,
ao invés de uma visão de realidade compartilhada, que emerge da interação entre
terapeuta e paciente. Para o terapeuta estrutural tradicional, quando o paciente
resolve a transferência, ele enxergará o mundo como o terapeuta, sem distorção.”
(Messer & Warren, 1995: 113, tradução da autora).
O Modelo Relacional
O critério que esses autores utilizam para incluir determinada proposta neste
modelo é a ênfase nas relações objetais como clinicamente centrais. Há, aqui, menos
preocupações técnicas do que no modelo anterior, e menor interesse pelo estudo de
aspectos como limites estritos de tempo e critérios de seleção. No estabelecimento
do foco, estas PB apoiam-se menos num único constructo teórico, como as anteriores
se apoiam no complexo de Édipo, e dão maior importância à experiência, a relação e
ao “aqui e agora”, o que resulta numa maior diversidade de focos clínicos.
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As críticas que têm sido dirigidas a esse modelo se referem exatamente a essa
menor preocupação com a técnica e à dificuldade de se utilizar, dentro deste contexto,
os métodos tradicionais de pesquisa. Posteriormente, no entanto, foi desenvolvida
uma metodologia de pesquisa mais adequada a esta abordagem, que possibilitou
uma produção expressiva de trabalhos, especialmente nas décadas de 80 e 90.
A questão do tempo, central nesta abordagem, fez com que ele estabelecesse
um limite estrito de 12 horas de tratamento, divididas de acordo com a necessidade
do paciente, em relação à duração e frequência das sessões. A ideia é que os
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conflitos e ansiedades relacionados com separação e perda, que representam para
ele um tema central, sejam ativados e trabalhados. A atitude do terapeuta é empática,
não confrontativa, e ele se utiliza das interpretações transferenciais, análise da
resistência e reconstrução genética.
• Na procura dos fatores comuns aos diversos modelos, que poderiam ser os
responsáveis pelo sucesso de diferentes tipos de psicoterapia. A pesquisa sobre que
características da relação e da situação terapêutica favorecem a melhora do paciente,
apesar das diferenças teóricas e técnicas, levou alguns autores, como Garfield
(1989), a propor um modelo de PB que priorize estas características.
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sistemas de psicoterapias, na busca do que cada sistema tinha de melhor a oferecer.
Essa busca foi orientada pelo objetivo de procurar contribuições para construir um
modelo de terapia e uma teoria do processo de mudança, de bases empíricas. Seu
objetivo não é a simples combinação ou mistura de abordagens, mas a busca de uma
teoria que seja mais do que a soma de suas partes, e que leve a novas direções na
pesquisa e na prática.
A FORMULAÇÃO PSICODINÂMICA
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A PTPD utiliza sete tipos de intervenções ou técnicas que a diferenciam de
outros tipos de terapia:
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variações nos estados de espírito do paciente. Segundo, está a capacidade de manter
(de forma livremente flutuante) a atenção, para escutar o significado consciente e o
inconsciente, ao mesmo tempo em que tolera períodos de incerteza e
desconhecimento. Terceiro, está a capacidade de ser auto reflexivo, de ser capaz de
interagir com o paciente enquanto observa simultaneamente a interação, refletir sobre
ela e utilizar esta autorreflexão para modificar e guiar futuras interações. Como um
fator adicional que complica a relação terapêutica encontra-se o fato de que nem
todas as díades paciente-terapeuta constituem um "bom encaixe"; até a pouco, isso
não era algo que pudesse ser objetivado ou medido.
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É útil distinguir a PTPD clássica ou tradicional da PPCP. A primeira não tem
data de término e é tipicamente de longo prazo. O terapeuta é menos diretivo,
permitindo aos pacientes colocar em discussão o que lhes parece importante ou
relevante; as questões subjacentes para buscar tratamento podem não se tornar
aparentes até que terapia esteja bem avançada. A pessoa como um todo é o tema do
tratamento, seu caráter, defesas, valores, etc., menos do que as queixas com que se
apresenta ou o diagnóstico inicial. As transferências são analisadas à medida que a
relação entre o paciente e o terapeuta passa por várias mudanças e permutas.
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psiquiátricos gerais e funcionamento social. Concluíram que a PPCP provou ser um
tratamento eficaz para transtornos psiquiátricos, mas que são necessárias mais
pesquisas sobre transtornos específicos, incluindo um estudo para determinar os
ingredientes ativos da PPCP e estudos sobre sua efetividade.
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Psicoterapia psicodinâmica de longo prazo
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menos dias de licença saúde durante os sete anos de pós-tratamento, somando-se a
esse benefício financeiro indireto a valorização sustentada da experiência subjetiva
de tratamento.
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tipo de adição, por exemplo, pode não se traduzir em empatia, interesse ou
capacidade de tratar outro tipo de adição.
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(externa ou interna) para termos algum correspondente cerebral do que pensamos.
As representações mentais são importantes para a comunicação psicoterapêutica,
uma vez que podem imaginar-se objetos que não estão fisicamente presentes por
ativação (mesmo que parcial) das regiões sensoriais que os representam.
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A memória implícita integra grandes quantidades de informação complexa e
armazena regras (aprendidas implicitamente) que consistem em padrões de atuação
na vida adulta e podem, mais tarde, causar um viés de autoperpetuação face a novas
experiências. Na psicoterapia, esses padrões de regras implícitas são revelados e
refletidos (processados conscientemente) iniciando-se toda uma aprendizagem de
novos padrões explicitamente repetidos até que um novo hábito se enraíze no sistema
de memória implícita. Como na teoria freudiana original: tornar consciente o
inconsciente ajudaria a melhorar o paciente.
Portanto, a psicoterapia pode ser vista como uma nova relação capaz de
reestruturar as memórias adquiridas ao longo da vida, nomeadamente de
experiências infantis adversas, alterando tanto o funcionamento psicológico como o
funcionamento cerebral. Por outro lado, na perspectiva das neurociências, as
representações internas de objetos e das relações passadas existem como uma rede
de neurónios que podem ser ativados em série, se algo na nova relação ou
experiência atual fizer relembrar aquelas passadas e armazenadas anteriormente nas
redes neuronais.
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AS NEUROCIÊNCIAS NA PSICOTERAPIA
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(na relação com o outro/ terapeuta) que possibilite que o indivíduo mude padrões
habituais de funcionamento (comportamentais, emocionais e mesmo cerebrais). Por
outro lado, se qualquer psicoterapia procura o alívio sintomático, a elucidação dos
seus correlatos neuronais é importante para a investigação sobre os mecanismos
biológicos das psicoterapias. No entanto, a psicoterapia psicodinâmica não se esgota
nesse alívio, e, talvez por isso, não seja tão “quantificável” quanto outras
psicoterapias.
Por exemplo, observar as expressões de dor de outro ser humano ativa as vias
emocionais normalmente associadas com a percepção da dor no próprio num
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fenómeno do tipo “espelhagem”, no entanto, os componentes afetivos da dor não
estão necessariamente ligados aos componentes sensoriais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A psicoterapia psicodinâmica provoca efetivamente mudanças no cérebro dos
pacientes paralelamente à melhoria clínica. E com o advento das técnicas de
neuroimagem funcional melhorou-se muito a capacidade de investigar as
consequências biológicas destas intervenções, assim como a capacidade de
documentar a sua eficácia, de seguir o seu curso e de correlacionar funções mentais
específicas com os respetivos mecanismos cerebrais.
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REFERÊNCIAS
SIFNEOS, P. E. (1979) Psicoterapia dinâmica breve. Trad. Alceu Edir Fillmann. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1989.
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SIMON, R. (1981) Formação do psicoterapeuta para a realidade brasileira. Boletim
de Psicologia da Sociedade de Psicologia de São Paulo, 33(81): 67-73.
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