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para Comunicação
Profissional de Sucesso
Conteudista/s
Juliana Almeida, (conteudista, 2022).
Enap, 2022
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
Módulo 1: Introdução ao Storytelling...................................................................... 6
Unidade 1: Por que usar o Storytelling com Dados................................................ 6
1.1 O Poder do Storytelling ................................................................................................ 6
1.2 Como Garantir Que O Que Você Faz Será Memorável? ....................................... 13
1.3 Storytelling e Visualização de Dados (Dataviz) ........................................................ 16
1.4 Formatos para Uso de Storytelling ........................................................................... 19
Referências ............................................................................................................. 21
O storytelling é uma metodologia que permite uma argumentação lógica que leva o
outro a uma tomada de decisão irresistível, ou seja, você consegue se comunicar de
maneira clara e de alto impacto. É isso que você irá aprender neste curso.
1 Introdução ao Storytelling
Objetivo de aprendizagem
Algumas das características que nos fazem humanos permitem que perpetuemos
nossas histórias, compartilhemos nossos valores e construamos quem somos e o
ambiente onde estamos. Compartilhar histórias é parte essencial desse processo de
construção da cultura e de nós mesmos enquanto indivíduos.
Contação de histórias.
Fonte: Freepik (2022).
Você só constrói uma imagem de uma casa, por exemplo, se tiver uma história que
“costure” o que você está apresentando. Se você só pegar os dados e jogá-los na
mesa, vai ter uma bagunça. Você pode até ordená-los, estruturá-los ou fazer uma
apresentação visual, mas, se os dados não fizerem parte de uma história maior, eles
não vão fazer sentido para a outra pessoa, pois nós só agimos com base no que
entendemos que faz sentido e que é relevante.
Comunicação efetiva.
Fonte: Freepik (2022).
Estratégia comunicativa.
Fonte: Freepik (2022).
Para que isso ocorra, você precisa cativar sua audiência e convencê-la a receber
sua mensagem. Esse processo pode ser um desafio, pois somos bombardeados
diariamente com inúmeras informações que são, muitas vezes, contraditórias. Se
fôssemos dar ouvidos a tudo que ouvimos, não seríamos capazes de processar essa
carga de informação, nem de tomar decisões ou atitudes. Assim, o primeiro passo
dado com um storytelling bem estruturado é convidar sua audiência a baixar as
defesas e receber sua mensagem.
Para baixar essas defesas, é preciso usar estratégias que driblem as objeções que a
audiência tem de te ouvir.
Quando alguém traz uma informação nova, tendemos a perceber um aumento nas
demandas.
Então, quando uma pessoa fala ou apresenta algo, a primeira coisa que fazemos é
subir nossas barreiras para pensar em como se proteger, pois é mais uma informação
que se soma a outras milhares que são processadas a todo instante.
A seguir você acompanhará uma entrevista com Cole Knaflic em que ela passa dicas
a respeito de storytelling. Caso não saiba como ativar as legendas automáticas do
youtbe, fique atento as dicas a seguir.
Gestores.
Fonte: Freepik.
No entanto, para que você atinja resultados, mais do que uma história bem contada,
você precisa de informações de qualidade, dados e evidências que tenham credibilidade.
É aí que entra o storytelling com dados, que é uma forma de transmitir uma mensagem
convincente e que mobilize a audiência por meio de evidências de pesquisas teóricas,
científicas e de análise de dados. Isso permite mobilizar pela história, mas com
todo o recheio dela, que é todo o conteúdo que você precisa colocar para criar uma
apresentação efetiva (MCMULLEN, 2017). Aí reside o poder do storytelling.
Contamos histórias desde que o mundo é mundo, mas o uso do storytelling com
dados é muito recente. Essa sistematização que utiliza elementos do conteúdo da
história tem sido muito implementada em diferentes organizações. Na Europa, por
exemplo, é muito comum ver vagas para pessoas como storyteller. Isso mesmo: as
pessoas são contratadas para a posição de storyteller dentro da organização e muitas
vão trabalhar na área de People Analytics.
No vídeo a seguir, você verá como o storytelling pode ser efetivo no mundo corporativo:
Storytelling corporativo.
Fonte: Freepik (2022).
Uma apresentação bonita, uma linguagem rebuscada ou uma história legal não
salvam um conteúdo ruim. É importante que tanto a qualidade do storytelling quanto
a informação sejam combinadas para uma comunicação efetiva (KNAFLIC, 2020).
Que tipo de competências ligadas ao storytelling são buscadas por empresas hoje?
Dessa forma, quando se fala sobre dataviz, o primeiro ponto a destacar é a beleza
(KNAFLIC, 2020). Nós gostamos de apresentações bonitas, pois somos atraídos por
narrativas dinâmicas.
Não há nada pior do que ver uma tabela incompreensível em uma tela de
apresentação. Além de ser extremamente não efetivo, não apresenta nenhuma
novidade quando se fala de apresentações corporativas.
Portanto, na maioria das vezes, tabelas não são entendidas! Para entender melhor
o motivo de tabelas não serem um bom recurso, você verá mais sobre percepção
cerebral e como construímos o entendimento de uma imagem.
Quando temos um texto longo, muitas vezes tendemos a querer ler. A entonação de
voz, o tom que você coloca e sua gesticulação são importantes para engajar a plateia,
convidando-a para dentro do que você está falando. E não há nada mais chato do que
uma apresentação monótona em que a pessoa apenas lê o que está na tela.
Portanto, assim como a beleza é essencial, os dados são uma parte determinante
na qualidade da sua apresentação. Então, é um pé na beleza e outro nos dados — e
assim fazemos uma longa caminhada.
Vale ressaltar que toda comunicação passa pela funcionalidade percebida pela
audiência: não interessa se você acha que seu produto é legal se as pessoas não o
percebem como solucionador de um problema.
Não interessa se você gosta da sua ideia, pois, se você não consegue convencer a
audiência de que a sua ideia é útil, de que vai fazer uma diferença na vida dela e que
ela tem que agir em cima do que está sendo apresentado. Portanto, a funcionalidade
é um outro pilar essencial para construir histórias boas (KNAFLIC, 2020).
Você deve estar se perguntando: qual é o formato que se deve usar para construir
um storytelling? Há vários formatos possíveis.
Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus
conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no
ambiente virtual. Bons estudos!
GERSHON, Nahum; PAGE, Ward. What storytelling can do for information visualization.
Communications Of The ACM, [S.L.], v. 44, n. 8, p. 31-37, ago. 2001. Association for
Computing Machinery (ACM). http://dx.doi.org/10.1145/381641.381653.
KNAFLIC, Cole. Storytelling with Data: A Data Visualization Guide for Business
Professionals. New Jersey: Wiley, 2020.
TWITTER. Information is Beautiful. The ideal “flatten the curve” response to the
#coronavirus pandemic. Switching from stopping infections to slowing & postponing
them. That way, healthcare systems can handle new cases and treat patients more
effectively, meaning less deaths. Twitter: @infobeautiful. London, 13 mar. 2020.
Disponível em: https://twitter.com/infobeautiful/status/1238481184818114567.
Acesso em: 28 out. 2022.
2
Como Passar Sua Mensagem com
Imagens?
Uma grande parte da comunicação se dá por imagens. Propagandas, filmes, fotos,
gráficos e imagens comunicam mensagens que podem mudar radicalmente o modo
como pensamos e tomamos decisões. Assim, entender os princípios para construção
de imagens de impacto é parte fundamental de um bom storytelling.
Você vai aprender neste módulo esses segredos, porque uma imagem pode
comunicar muito mais que um texto e isso pode ser usado de maneira estratégica,
principalmente para aumentar o volume de informações e a beleza da apresentação.
Nós somos seres visuais, uma vez que nosso cérebro tem muito mais facilidade
para compreender formas, tamanhos e cores do que números e textos. Assim, é
imprescindível que usemos isso a nosso favor quando queremos gerar impacto em
nossa comunicação com a audiência. Conhecer os princípios da visualização pode
ajudar a comunicar sua mensagem de maneira muito mais efetiva.
Em 1994, há quase 30 anos, Bill Gates, dono da Microsoft, resolveu fazer uma
foto em cima de duas pilhas de papéis com o objetivo de divulgar o lançamento
do CD-Rom. Esse produto era um disco capaz de armazenar toda a informação
constante nos papéis abaixo dele.
Lançamento do CD-Rom.
Fonte: Twitter (2020).
Tomada de decisão.
Fonte: Freepik (2022).
• seus próprios a prioris, para buscar uma forma mais isenta e equilibrada
de decidir.
Caso você tenha que mostrar o resultado do seu trabalho para gestores, é importante
se perguntar: o que tira o sono deles? Como posso me comunicar de maneira a
facilitar a vida dos gestores? Que problemas estou resolvendo com a informação
que estou passando? O mesmo serve quando a apresentação é para colegas ou
para clientes. Conhecer a audiência permite customizar a sua comunicação. Aqui,
é importante ressaltar que a comunicação efetiva é focada nas necessidades da
audiência, não de quem está comunicando.
Podemos tomar o modo como exames de sangue eram feitos décadas atrás e como
temos acesso aos resultados hoje.
Mas esse esquema é tão difundido quanto é errôneo. Na verdade, o cérebro funciona
de maneira muito diferente da câmera fotográfica. O cérebro humano possui um
campo estreito de visão, e a câmera, um campo amplo. A câmera capta a imagem a
seguir de uma só vez.
Por mais que pensemos que estamos vendo o mesmo que a câmera, o
processo funciona com pontos focais que se movem de maneira acelerada.
Os pontos de fixação são alternados rapidamente, várias vezes por
segundo, processando diferentes pontos de qualquer que seja a imagem
à nossa frente. Os olhos passam rapidamente e fazem pequenas paradas
em pontos particulares denominados fixação.
Por que é relevante entender esse movimento e essa forma de processar? Porque
isso vai influenciar como percebemos gráficos e apresentações (BACH et al., 2017).
Por isso, é muito mais efetivo fazer uso de palavras-chave e imagens. Nossa forma de
processar deve guiar a maneira de apresentar as visualizações para que sejam efetivas.
Assim, podemos resumir o uso dos elementos visuais como forma de usar a
beleza para facilitar a apreensão do conteúdo e ajudar as pessoas a chegar a
conclusões, para tornar a história mais simples, para conferir clareza e ajudar no
processamento de informação, e como forma de combinar e traduzir os dados de
forma a guiar a audiência pelo conteúdo.
Lembre-se que, sempre que falamos de comunicação visual, menos é mais, e que
os componentes devem ser aplicados tendo em mente a função que possuem
quando do seu uso.
Combinação de formas.
Fonte: McCandless (2022).
Edward Tufte é um dos grandes nomes da área de visualização de dados. Seu trabalho
é a base para muito do que é feito no storytelling com dados, principalmente na
parte de visualização. Ele elenca alguns princípios que, se incorporados, garantem a
qualidade da sua apresentação.
Primeiro passo
Mostre comparações, contrastes e diferenças nos gráficos e apresentações,
uma vez que, para a tomada de decisão, é fundamental entender por que ela
é relevante, por que precisamos agir e quais são os cenários (TUFTE, 2006).
Além disso, comparações, contrastes e diferenças ajudam a audiência a ver
a situação de maneira mais clara. Entendendo o problema, todos dão muito
mais valor à solução.
Segundo passo
Mostre efeitos, mecanismos, explicações, estruturas sistemáticas. Quando
entendemos o padrão, conseguimos antever qual o custo de não agir. Isso é
muito importante quando falamos principalmente de tomada de decisão, de
construção de business cases, de como convencer e como vender uma ideia.
Terceiro passo
Mostre relações entre os dados, as informações e as evidências, seja qual
for o objeto da sua comunicação.
Quarto passo
Integre palavras, números, imagens e gráficos, assim como nos exemplos
anteriores de Galileu Galilei e Leonardo da Vinci, que faziam isso muito bem.
Essa técnica não é nova, mas é extremamente poderosa.
Quinto passo
Cheque fontes e evidências, pois, sem informação de qualidade, não adianta
fazer uma apresentação bonita, fazer as pessoas chorarem, se comoverem.
Isso não trará resultados para a sua apresentação. Você só consegue
resultados se você tem conteúdo de qualidade.
Sexto passo
Apresentações de dados têm sucesso ou fracasso dependendo da qualidade e
da relevância do seu conteúdo. Reforce o passo cinco. Quando falamos sobre
comunicar da melhor maneira um conteúdo, é importante lembrar que isso
não diz respeito apenas à estética, e sim à capacidade de alcançar resultados.
DIXON, Alastair. Gran Canaria, 2015 - Landscape Photography. Alidixon, 2015. Disponível
em: https://www.alidixon.com/portfolio/gran-canaria-2015/. Acesso em: 28 out. 2022.
ESSELMAN, Amy. From dashboard to story. Storytelling with Data, 2022. Disponível
em: https://www.storytellingwithdata.com/blog/from-dashboard-to-story. Acesso
em: 28 out. 2022.
TUFTE, Edward. Beautiful Evidence. Cheshire, CT: Graphics Press LLC, 2006.
TWITTER. Fotos de Fatos. Em 1994, Bill Gates, dono da Microsoft, resolveu fazer uma
fotografia em cima de duas pilhas gigantescas de papéis. O objetivo era divulgar
a mais nova novidade da empresa: O CD- ROM. "Este CD-ROM pode armazenar
mais informações do que todo o papel que está abaixo de mim.". Twitter: @
FotosDeFatos. Brasil, 20 ago. 2019. Disponível em: https://twitter.com/fotosdefatos/
status/1163908030527918080. Acesso em: 28 out. 2022.
ZHAO, Zhenpeng; MARR, Rachael; ELMQVIST, Nikolas. Data Comics: Sequential Art for
Data-Driven Storytelling. HCIL Technical Report HCIL, v. 15. University of Maryland,
College Park. 2015. Disponível em: https://hcil.umd.edu/pub-perm-link/?id=2015-15.
Acesso em: 28 out. 2022.
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de recordar qual o processo de construção
da história.
Pode parecer que construir histórias depende de habilidades essenciais que algumas
pessoas nascem sabendo. Mas a verdade é que o sucesso da comunicação efetiva
depende de três coisas: conteúdo, técnica e treino. Habilidades inatas pouco têm a
ver com bons comunicadores que admiramos. A efetividade depende muito mais do
planejamento estruturado e da repetição (GHERSON; EICK, 1995).
O conteúdo
Os dados são o caminho que percorremos para chegar na visualização que responde
a essa pergunta (PFEFFER et al., 2019). É uma relação de função e forma que vai
impactar no design e no storytelling.
A técnica
Cabe ressaltar que a técnica começa a ser empregada muito antes de partirmos
para o desenho da apresentação, imagem ou preparação da fala. A técnica começa
a ser empregada quando começamos a rascunhar nossa comunicação.
Então, o que fazer? Pensar em qual é a mensagem que queremos passar e como ela
pode ser melhor entendida. Quando respondemos à pergunta de qual é o problema
que a nossa audiência possui e como podemos ajudá-la a resolvê-lo, os próximos passos
se tornam mais claros. Isso vai ajudar a escolher o design, as cores, os elementos, o
formato, o meio e a técnica de apresentação que você vai usar. Sem essa resposta, a
probabilidade da sua apresentação não conseguir passar a mensagem é muito maior.
O treino
No caso de apresentações orais, uma vez que conseguimos chegar a versões mais
avançadas do que queremos comunicar e como, é necessário ensaiar para que ela
se torne natural. Porém, independentemente do formato de entrega, o tempo e
esforço empreendidos desde a concepção até a versão final determinam a sua
qualidade (THOMAS, 2001).
2 Identificação do objetivo e do propósito que você tem com essa comunicação, qual
o dado ou a informação que deverá ser utilizado;
Dado
O dado é o que torna o apresentador confiável. O “o quê” torna a apresentação
interessante, o “por quê?” faz dela útil, e o “como” define o impacto da
comunicação e se ela irá levar ao objetivo esperado. Na interseção desses
conjuntos está a visualização de sucesso.
Conceito/mensagem
Enquanto o dado é “exatamente” o que você quer comunicar, o “por que”
é o objetivo e o “como” é o formato de visualização, design ou storyline.
Entendendo esses elementos e respondendo a essas perguntas, você vai ter
mais clareza na sua comunicação.
Você pode ter como ponto de partida uma pergunta, uma ideia, uma
mensagem, dados, um problema, um assunto ou ainda um determinado
ângulo sobre uma informação que você quer trazer que seja diferente. Qual
deles é o melhor? Depende do objetivo da sua comunicação.
Meta
O que que você quer atingir? Por que você está se comunicando?
Pergunta
Seja uma pergunta de pesquisa, uma dúvida comum ou uma questão
relacionada a como resolver um problema no seu trabalho ou empresa,
quando bem identificado esse é um excelente ponto de partida. Por que
bem identificado? Porque a pergunta só será relevante se ela for percebida
dessa maneira pela audiência. Por isso é tão importante fazer pesquisa
quando estamos conceituando nossa comunicação.
Ideia
Pode ser que seu objetivo seja apresentar ou mesmo compartilhar
uma ideia de outra pessoa que terá impacto em como sua audiência se
comporta. Se possui um elemento de inovação, esse ponto de partida
indica a necessidade de um formato de entrega inovador, de design e
Ângulo
Um novo ângulo a questões já conhecidas também aponta para a necessidade
de um desenho de narrativa e de visualização inovadores.
Assunto
Esse é um ponto de partida mais genérico. O assunto pode ser tanto conhecido
como desconhecido e pode indicar diferentes formas de exploração.
Problema
Muito comum no contexto profissional, esse ponto de partida pede pouca
criatividade na técnica e mais objetividade e solidez no desenrolar da
comunicação, além da indicação clara de solução e dos próximos passos a
serem seguidos.
Dados
A apresentação de dados deve sempre indicar com clareza a sua finalidade de
maneira mais estruturada do que nos outros pontos de partida. O problema
é que dados não podem ser apresentados apenas se forem interessantes e
não relevantes; se forem novos, mas não tão claramente aplicados; ou mesmo
apresentados de maneira extensiva e sem uma narrativa que os conecte e
indique o caminho para que a audiência os entenda como subsídios, não
apenas como um grande conjunto de informações sem sentido.
Imagem
Muito comum atualmente, uma imagem pode ser um excelente ponto
de partida pelo poder de impactar e de provocar emoções – dois fatores
essenciais para que as pessoas ajam.
Audiência.
Fonte: Freepik (2022).
Um exemplo disso foi o lançamento que Steve Jobs, fundador da Apple, fez do
Mac em 1984. O lançamento da propaganda ocorreu durante o intervalo do Super
Bowl (evento de maior audiência nos EUA). Assista ao vídeo sobre a utilização do
storytelling para criação da curiosidade e do desejo por Jobs (que, vale ressaltar,
era muito bom em storytelling):
Esse vídeo encantou as pessoas, que compraram mesmo não sendo necessariamente
a melhor opção técnica do momento. Por que isso aconteceu? Pois storytelling é
emoção, e toda decisão que tomamos é baseada em emoção!
Exploratório
É o tipo de storytelling normalmente guiado pela vontade ou necessidade
de mostrar à sua audiência as informações, os dados e as imagens, ou seja,
mostrar tudo de uma vez!
Pessoas só conectam com uma história, uma mensagem clara e estruturada e que
possua elementos que a sustentem (PFEFFER; SUTTON, 2006b). Isso é explanatório.
Dashboards e múltiplas mensagens (ou mesmo tabelas) apresentam uma
quantidade simultânea de informação que não é apreendida em sua integralidade,
cumprindo fins exploratórios.
Sobre a visualização, não é preciso falar muita coisa: você certamente entende o
impacto muito claramente.
No primeiro gráfico, você pode observar que há somente os pontos e, assim, não é
possível entender bem o que está acontecendo.
Por fim, comparando os gráficos: nas três unidades, a relação entre liderança ética e
turnover é diferente, e no tipo de unidade 1, pode-se perceber que ela é mais dramática.
Note que, com uma visualização, é possível aprofundar a explicação da história. Por
meio da apresentação da relação entre os dados, fica mais fácil entender qual é o
problema e qual é a solução possível para ele.
O gráfico a seguir nos dá a dimensão do que significa “bilhões”. Você consegue imaginar
o que é um bilhão de reais, por exemplo? O gráfico a seguir dá muito claramente a
São usadas várias cores, mas há um motivo para isso: esse é um gráfico exploratório,
diferente do explanatório. Observe o conteúdo:
As verdes têm a ver com renda de negócios, sejam eles lícitos ou ilícitos. Isso dá uma
noção de quais são as prioridades financeiras.
É possível fazer gráficos impactantes como esse usando ferramentas como Tableau
e Power BI, por exemplo. Mas o interessante é que ele ajuda a ver a proporção,
integra a informação, e mostra tanto contrastes quanto efeitos ao longo do tempo.
O vídeo a seguir mostra como uma apresentação confusa pode colocar tudo a
perder, e como uma apresentação que preza pela clara visualização dos dados
permite muitos ganhos:
A primeira fonte pode causar uma estranheza para profissionais com mais
experiência. Quando falamos das melhores evidências científicas disponíveis, em
geral, nos referimos a publicações científicas.
No Brasil, existe a plataforma Scielo, por exemplo, que dá acesso a artigos e periódicos
nacionais e que pode direcionar uma aproximação de conteúdo dessa natureza. A
ENAP também conta com um periódico científico, entre outras possibilidades de
acessar tal conteúdo de referência. A publicação Harvard Business Review também é
um excelente caminho para se aproximar de evidências científicas de maneira mais
acessível, em decorrência de sua linguagem jornalística.
Os dados são centrais para que se possa testar hipóteses e obter respostas
válidas e confiáveis que permitam confirmá-las ou rejeitá-las. Hoje, o volume de
dados produzido e armazenado por organizações cresce exponencialmente.
Podemos tomar como exemplo o uso de dados para tomada de decisão: em geral,
são arquivados dados demográficos e de carreira (movimentação, chefia, entre
outros) relativos aos servidores, e inúmeros dados referentes ao negócio, como
desempenho, processos, exoneração, entre outros.
Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus
conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no
ambiente virtual. Bons estudos!
GERSHON, N.; EICK, S.G.. Visualization's new tack: making sense of information. IEEE
Spectrum, [S.L.], v. 32, n. 11, p. 38-44, 1995. Institute of Electrical and Electronics
Engineers (IEEE). http://dx.doi.org/10.1109/6.469330.
KNAFLIC, Cole. Storytelling with Data: A Data Visualization Guide for Business
Professionals. New Jersey: Wiley, 2020.
PFEFFER, Jeffrey; SUTTON, Robert I. Hard facts, dangerous half-truths, and total
nonsense: profiting from evidence-based management. Boston: Harvard Business
Review Press, 2006b.
3 Construindo Narrativas
Contundentes no Trabalho
Todos gostamos de uma boa história. E ser capaz de construir uma assim não
é uma arte, é questão de técnica. Por mais incrível que possa parecer, todas as
histórias que gostamos no mundo do entretenimento tem a mesma base: o mito
do herói. Assim, resolveu-se usar essa estrutura de tanto sucesso também em
comunicações profissionais.
Ao final desta unidade, você será capaz de selecionar argumentos que aumentem o
impacto da narrativa na resolução de problemas organizacionais.
Quando falamos sobre narrativas, as pessoas acham que precisam criar continuamente,
sem ter uma base de onde partir ou derivar a sua narrativa. E se, na verdade, a maior
parte das histórias tivesse a mesma base, descrita na década de 1960? Pode parecer
brincadeira, mas praticamente todas as histórias que vemos no cinema ou que lemos
nos livros derivam do mito do herói apresentado por Joseph Campbell (2007).
Praticamente todas as histórias que conhecemos têm por base o mito do herói.
Um exemplo é Harry Potter e sua história de sofrimento, até descobrir que é um
bruxo, encontrar seu mentor, Dumbledore, e seus aliados – Hermione e Ron Wesley
— e, claro, seu rival, Voldemort. A mesma estrutura serve para Star Wars e outras
histórias com as quais nos identificamos (GALLO, 2019).
Considerando que nos identificamos com essa forma de narrar histórias e que
essas narrativas impactam nossas emoções de tal forma que sempre voltamos para
ouvir a “mesma história”, ela também serve de base para a construção de narrativas
dentro do contexto profissional.
Para construir o storytelling com dados, alguns pontos têm de ser considerados. Eles
serão brevemente colocados nesta lição.
Contexto
Onde a história ocorre? Quando? O que está acontecendo?
Personagem principal
Quem é responsável pela ação? Como ele(a) se conecta com sua audiência?
Meta/luta
O que o personagem quer? Pelo que ele está lutando? O que o está
impedindo? Qual sua dor? Precisa de tensão e ação.
Inferno
O que vai acontecer se nada mudar? Qual o pior cenário? Tem de ser
concreto, claro, mensurável e capaz de levar à ação que o evite.
Jornada
O que precisa acontecer durante esse processo? Como o caminho se desenrola?
Resolução
O que vai acontecer depois da implementação de mudanças? Só possui
valor depois de apresentado o problema.
Emoções.
Fonte: Freepik (2022).
Pense em como as pessoas têm medo de perder algo ou desejo de ganhar algo. Isso
pode ajudar a modelar sua estrutura. Por isso, é importante pensar em como seu
gestor ou qualquer que seja a sua audiência vai se sentir com seu storytelling.
Colocar-se no lugar do outro é importante para atingir seu objetivo e para construir a
forma efetiva para se conectar com a audiência, de modo a formar um bom vínculo
e conseguir o impacto desejado. Pensar também em como as emoções provocadas
podem ajudar sua audiência a tomar a decisão que você quer ajuda a dar forma a
expressão e estruturação que você vai adotar.
Focar em si
Muitas pessoas, na hora de se comunicar, falam demais sobre si: o que
fizeram, todo o esforço que desprenderam. Dessa forma, acabam tornando
a apresentação sobre si mesmas. Quando nos desconectamos do nosso
objetivo, da expectativa da audiência e de como podemos resolver um
problema de maneira a tornar o que estamos falando algo útil e que sirva de
base para a ação, acabamos por perder conexão e impacto. Comunicação
efetiva é sempre sobre o outro, e os argumentos tem que ser muito bem
pensados em termos de como eles agregam valor para a construção da
história que gere identificação com a audiência.
Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima!
DENNING, Steve. The Leader’s Guide to Storytelling: Mastering the Art and
Discipline of Business Narrative. Hoboken, NJ: Jossey-Bass, 2011.
GALLO, Carmine. Storytelling: Aprenda a contar histórias com Steve Jobs, Papa
Francisco, Churchill e outras lendas da liderança. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019.
KNAFLIC, Cole. Storytelling with Data: A Data Visualization Guide for Business
Professionals. New Jersey: Wiley, 2020.
TUFTE, Edward. Beautiful Evidence. Cheshire, CT: Graphics Press LLC, 2006.
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de esclarecer como criar a história para atingir
com efetividade sua finalidade.
Para criar um bom storytelling com dados, precisamos pensar em três perspectivas
centrais. São elas: quem é sua audiência, qual sua relação com ela e o que você quer
que ela faça (qual é a chamada para a ação) (KNAFLIC, 2020).
Nada provoca maior rejeição do que não conseguir identificar quem é sua audiência,
necessidades, expectativas, desejos e inseguranças, principalmente quando o público
precisa da sua informação para fazer algo. Quando você conhece sua audiência, por
exemplo, gestores, você vai customizar forma e conteúdo para se comunicar de
maneira mais efetiva com as pessoas, considerando características específicas que
elas possuem, impactando no seu conteúdo e no seu estilo de comunicação.
Pense em como você se comunica no dia a dia com diferentes pessoas no seu trabalho.
Com cada um, você se comunica de uma forma específica, o que permite manter uma
boa relação e se conectar em níveis mais profundos dentro do que você precisa e
do que a pessoa precisa e te retorna. Você se comunica com diferentes pessoas de
maneira distinta, mesmo que possua um assunto em comum com todas elas.
Conhecer como você se relaciona com a sua audiência, o que ela quer de você e
como te percebe permite que você reforce os aspectos que levam o público a agir de
maneira específica. E, mais do que isso, permitirá também que ela se sinta especial
e cuidada, o que fortalece o vínculo e gera empatia em níveis poderosos.
Para que a sua relação seja fortalecida durante e após a comunicação, é importante
que ela tenha uma história. Muitas vezes, assistimos a alguém falar durante horas
ou lemos livros e, ao finalizar, a sensação é de que a pessoa não tinha um ponto
claro ou que não entendemos a mensagem. Essa sensação acaba com a conexão
com a audiência e pode comprometer a relação (GALLO, 2019).
Você passará a ser mais e mais requisitado e seu trabalho terá um impacto maior. Mais
do que sobre a qualidade do trabalho em si, storytelling é sobre como saber a melhor
forma de construir uma narrativa falada e com imagens que façam a sua mensagem
grudar na cabeça da audiência e reforcem sua relação com ela, resolvendo problemas
que ela possui. O storytelling permite que você se apresente e apresente seu trabalho
como solução e que construa e reforce uma relação de confiança.
Uma história só se completa quando mostramos por que o desfecho é uma solução
para um problema que precisamos resolver e indicamos o que é esperado que a
audiência faça em um momento seguinte.
Assim como todos os pontos abordados até agora, é importante que seja considerada
e estudada estrategicamente não apenas as pessoas da audiência, mas também a
cultura do local onde ocorrerá a comunicação, qual o contexto no qual a empresa
está inserida e como ele impacta a sua narrativa.
Para isso, é muito importante que a sua história tenha um gancho que permita
que as pessoas se identifiquem e se sintam acolhidas dentro do contexto que
conhecem (KNAFLIC, 2020).
Só você pode saber o que é essencial e o que é supérfluo na sua narrativa. Deixando o
essencial com ilustrações pertinentes, você constrói uma linha argumentativa lógica que
leva sua audiência a uma tomada de decisão irresistível. Inclua, com muita estratégia, o
que conseguir agregar para construção do seu “case” de maneira efetiva (TUFTE, 2006).
Observe o vídeo a seguir, da consultoria da Dark Horse Analytics, que deixa muito
claro por que, quando falamos de apresentações, “menos é mais”:
No próximo vídeo, você poderá ver com clareza que retirar o excesso deixa mais
claro o que você tem que comunicar. Cor de fundo, legendas redundantes, borda,
uma quantidade excessiva de cores: em apresentações assim, as pessoas pensam
“para onde eu olho, o que eu olho, o que é mais importante?”.
Bacon parece ser um assunto sensível e importante para eles, não é mesmo? Sobre a
eficiência da comunicação, retirar negritos, utilizar o cinza, remover linhas, tudo isso
deixa a mensagem mais limpa e objetiva, mais fácil de internalizar e mais acessível
para a sua audiência, o que também é essencial (MCCANDLESS, 2020).
Por fim, o vídeo a seguir demonstra claramente como a visualização dos dados é um
dos principais pilares de uma boa apresentação.
DENNING, Steve. The Leader’s Guide to Storytelling: Mastering the Art and
Discipline of Business Narrative. Hoboken, NJ: Jossey-Bass, 2011.
GALLO, Carmine. Storytelling: Aprenda a contar histórias com Steve Jobs, Papa
Francisco, Churchill e outras lendas da liderança. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019.
KNAFLIC, Cole. Storytelling with Data: A Data Visualization Guide for Business
Professionals. New Jersey: Wiley, 2020.
SCHEIN, Edgar H. Organizational Culture and Leadership. San Francisco: Jossey Bass, 2010.
TUFTE, Edward. Beautiful Evidence. Cheshire, CT: Graphics Press LLC, 2006.
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de selecionar o melhor método para comunicar
sua mensagem a partir do seu objetivo.
Após entender sobre a importância das histórias para uma comunicação efetiva
e o porquê de usar storytelling, é hora de conhecer um pouco sobre as técnicas
para desenvolver sua narrativa de maneira a concatenar argumentos de maneira
convincente. As diferentes técnicas têm uma base similar e se aproximam de maneira
mais clara ou um pouco mais distante da base do que conhecemos no mito do herói.
Assim como na estrutura apresentada por Joseph Campbell (2007), é importante que
haja tensão na história para que ela consiga provocar emoções. Vale ressaltar que
credibilidade é chave de um bom storytelling, então, a tensão colocada e os riscos
Existem várias opções de métodos que você pode usar para estruturar seu storytelling
com dados de maneira efetiva. Você pode até mesmo ajustar a estrutura para o que
mais se adeque aos seus objetivos, considerando sempre a cultura da empresa, os
valores da audiência e a liderança.
Cabe ressaltar também que sempre imprimimos nosso estilo pessoal às histórias que
escrevemos. Não existe um estilo certo, e sim o que mais te deixa à vontade. Mas
isso não quer dizer que você não deva considerar uma das estruturas propostas e
as práticas até aqui apontadas. Uma das dúvidas recorrentes é se se deve ou não
usar personagem no cenário corporativo (DENNING, 2011). Essa é uma possibilidade
e será o primeiro método apresentado.
Escolha a opção que faz mais sentido para você e, depois de praticar e se sentir
confiante, explore outras aos poucos (GALLO, 2019). Com o tempo, você vai
automatizar o processo de criação da história e poderá criar de maneira mais
livre quando a situação permitir.
Quando a escolha é pelo uso do método tradicional, opta-se por ter uma história
centrada em um personagem. É o método que mais se aproxima do mito do herói.
No método tradicional, tem-se um personagem.
• Quem é essa pessoa que promove a ação e é central para que a história ocorra?
Provavelmente você não incluirá todos esses detalhes na sua narrativa, mas ter
clareza deles permitirá que você seja mais convincente e que escreva a história a
partir de um olhar que vai mobilizar as emoções da sua audiência e levá-la a agir
da maneira que você espera. Importante ressaltar que só nos conectamos com
personagens que têm defeitos e que se superam.
Para além do personagem, é importante ter uma imagem clara de qual é o contexto
no qual ele se insere. Principalmente no cenário corporativo, a definição do contexto
é estratégica para ambientar a audiência e promover a sensação de que ela conhece
o personagem, que ela sabe o que ele está passando e para que torça por ele.
O próximo passo é pensar no que esse personagem quer. Esse algo pode ser físico
ou emocional. Esse desejo ou medo é o que move o personagem, é o que o faz
agir. Esse personagem possui uma luta interna que o leva a agir para conquistar
algo, se aperfeiçoar, mudar sua trajetória. Saber com clareza o que o personagem
quer e transmitir essa informação para sua audiência é essencial para mobilizá-la na
direção do que você quer atingir com a história.
É comum descrever os desafios do personagem. Se esse for o caso, ter clareza de por
que ele se sente desafiado e qual a sua dor gera maior realismo e, consequentemente,
identificação da audiência, que se coloca no lugar do personagem.
Mas é claro que, se o personagem não conquistar aquilo que deseja, algo terrível vai
acontecer. E assim chegamos na fase de descrever o buraco/inferno.
Este é o ponto que permite tornar o risco de não agir concreto. O custo de não mudar
se torna tangível para sua audiência. Deve ser um cenário plausível, mensurável e
capaz de gerar o sentimento de incômodo suficiente para a audiência sentir que não
agir é mais custoso do que agir.
A parte final é a resolução. Nas histórias tradicionais, pode ser a moral da história
ou o momento que antecede o “felizes para sempre”. Aqui, é importante enfatizar
o que ocorrerá após a tomada decisão, que é o momento de mudança. Mas isso só
tem valor após deixar clara a dimensão do problema. Nós só valorizamos a solução
após conhecer os riscos de não mudar (KNAFLIC, 2020).
Jornada do personagem.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Se você prefere não usar a persona ou o personagem, você pode também seguir o
método do marketing. Nesse método, você começa com o set-up – mobiliza como
ponto de partida a dor, o desejo/necessidade ou o medo/problema sentido ou
percebido pela audiência para quem você vai apresentar a solução (DENNEHY, 2001).
Set-up.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Demissão do trabalho.
Fonte: Freepik (2022).
CUSTO
Solução.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Por fim, o último método a ser apresentado nesse curso é o mais estruturado e mais
fácil para se desenhar apresentações com dados dentro do contexto profissional.
O método tem o nome da sua autora e vale a pena apresentar um pouco do contexto
no qual ele foi criado.
Google.
Fonte: Freepik (2022).
Knaflic desenhou um passo a passo que explica de maneira clara como cada etapa
da narrativa deve ser planejada, arquitetando e distribuindo os argumentos em uma
estrutura maior chamada “arco narrativo”.
Audiência.
Fonte: Freepik (2022).
Por fim, uma vez mobilizada a emoção e baixadas as defesas da sua audiência,
você precisa ter clareza do que precisa que ela faça e de como quer que ela aja.
Risco.
Fonte: Freepik (2022).
Quais são os benefícios da sua audiência agir da maneira que você quer? Muitas
apresentações fracassam por não possuírem um objetivo claro. Sem uma clareza
concreta do que se quer atingir, não existe um propósito para mobilizar emoções
e ganhar a audiência. Além disso, se você não sabe o que quer atingir talvez nem
exista um ponto para que essa apresentação seja feita.
Além dos benefícios de a audiência agir como você quer que ela aja, vale pensar
quais são os riscos de ela não agir (KNAFLIC, 2020). Omissões também podem ter
consequências diretas e ser bastante inoportunas.
Ideia.
Fonte: Freepik (2022).
Na etapa de análise preliminar ao desenho narrativo, deve ser formulada uma frase
que articule o seu ponto de vista. Esclareça o que está em risco em uma única frase.
Após definida qual a grande ideia, escreva-a de maneira visível, pois ela vai orientar
todo o arco narrativo que vai estruturar seus argumentos.
Todos os dias somos bombardeados com milhares de informações, o que faz com
que, naturalmente, as pessoas filtrem mais o que devem ou não absorver ao ser
confrontadas com novas informações.
Após capturada a atenção, vem a fase chamada de crescer a ação, em que os dados
são apresentados e a tensão aumenta, até chegar no clímax. O aumento progressivo
da tensão serve ao propósito de sinalizar para sua audiência que a mensagem é crítica
e que ela deve se manter conectada, prestando atenção nos desdobramentos.
Assim, deixe clara sua mensagem final e o que você espera da sua audiência. Só
assim ela poderá agir de maneira coerente.
Arco narrativo.
Fonte: Knaflic (2020).
Tensão
Identificar a mensagem crítica e iluminar a audiência
Início
Introduz o problema/trama
Constrói o contexto para a audiência
Responde à pergunta "Por que eu deveria prestar atenção?"
Fim
Ressalte os takeaways
Chamada para a ação
"E daí?"
Para complementar seus estudos sobre o método Knaflic, assista a seguir a videoaula
que trata dessa temática:
Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus
conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no
ambiente virtual. Bons estudos!
DENNING, Steve. The Leader’s Guide to Storytelling: Mastering the Art and
Discipline of Business Narrative. Hoboken, NJ: Jossey-Bass, 2011.
GALLO, Carmine. Storytelling: Aprenda a contar histórias com Steve Jobs, Papa
Francisco, Churchill e outras lendas da liderança. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019.
KNAFLIC, Cole. Storytelling with Data: A Data Visualization Guide for Business
Professionals. New Jersey: Wiley, 2020.
TUFTE, Edward. Beautiful Evidence. Cheshire, CT: Graphics Press LLC, 2006.
De posse das técnicas de storytelling, você verá que um bom storyteller consegue
transformar todas as suas comunicações em qualquer contexto. Sabe aquela
pessoa que quando fala consegue ser tão clara que encanta a audiência? Você
tem as ferramentas para ser essa pessoa.
Neste módulo, serão mostrados alguns exemplos de como essa técnica é versátil
e pode permear diferentes contextos e formas de comunicação. Ou seja, quanto
mais você treinar, mais será capaz de generalizar estes conhecimentos e aplicá-
los em diferentes situações e contextos, até informalmente. Boa sorte!
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer a melhor maneira de usar o
storytelling com dados para atingir seus objetivos.
Para iniciar a unidade, assista ao vídeo a seguir, que traz um resumo em 3 passos de
como contar uma história com dados.
O vídeo a seguir, em que Paul Smith mostra “como chegamos aqui”, é um bom exemplo
da explicação do storytelling:
Identificar os sentimentos.
Fonte: Freepik (2022).
Grupos com vínculos frágeis, com poucos vínculos ou com silos (subgrupos dentro do
grupo maior) podem fragmentar a comunicação dentro da equipe ou da organização e
comprometer o desenvolvimento de ações e até mesmo o bem-estar entre os colegas.
Dessa forma, o storytelling pode ser uma excelente forma de estruturar a narrativa
e usar os argumentos adequados com embasamento de dados para fortalecer os
vínculos dentro da equipe e entre equipes. Esse fortalecimento tem impacto na
cultura, no clima e na organização como um todo.
Assim, o storytelling pode ser uma ferramenta poderosa para criar empatia e identificação.
Pode ser um meio para o líder mostrar desafios que superou até chegar nessa posição,
desafios que ainda possui e para constituir sua equipe como aliados na jornada.
Liderança.
Fonte: Freepik (2022).
Todo cliente quer algo — físico ou emocional — e toda decisão de compra passa pela
mobilização de emoções, ou seja, não é meramente racional. Compramos porque
queremos lembrar de alguém, suprir uma necessidade, nos sentirmos melhores,
agradar alguém que amamos, nos presentear... Temos na compra expressão de
emoções de dor, desejo ou necessidade.
A venda
Pode ser um processo de conexão de um produto ou serviço com essa dor.
A oferta
Tem valor quando mostra como o produto ou serviço tem utilidade e resolve
um problema do cliente.
Por fim, cabe ressaltar que, toda vez que alguém pede desculpas antes de contar
uma história ou se sente inseguro antes de compartilhar uma narrativa, está
aumentando as defesas da audiência ao invés de colaborar para baixá-las.
Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima!
DENNING, Steve. The Leader’s Guide to Storytelling: Mastering the Art and
Discipline of Business Narrative. Hoboken, NJ: Jossey-Bass, 2011.
KNAFLIC, Cole. Storytelling with Data: A Data Visualization Guide for Business
Professionals. New Jersey: Wiley, 2020.
TUFTE, Edward. Beautiful Evidence. Cheshire, CT: Graphics Press LLC, 2006.
Objetivo de aprendizagem
Para finalizar este curso, cabem algumas últimas colocações sobre como aplicar o
storytelling com dados. Primeiramente, o ponto de foco deve ser o business case.
Normalmente, quando precisamos de investimento ou patrocínio para um projeto,
pedimos o investimento e depois explicamos o porquê. O storytelling é uma estratégia
para indicar para sua audiência que você reconhece o problema que ela tem e que
possui a solução que pode ajudá-la.
Quando as pessoas entendem que fazer o que você quer é uma forma de resolver os
próprios problemas, elas se abrem para te ouvir. Quando sua audiência é profissional,
principalmente de gestores, focar no problema de negócio e em como resolvê-
lo é o que mais gera impacto para sua solução (KNAFLIC, 2020), principalmente
quando o impacto financeiro de economia ou geração de lucro é ressaltado.
Para construir uma storyline convincente, você começa com o problema, agrega
informações com base em dados para torná-lo tangível e convincente e, depois,
demonstra a importância de investir na sua solução. O uso de dados é essencial nesse
processo para tornar concretas as dimensões envolvidas no problema e solução.
Assim, a storyline deve começar com o problema e iniciar o processo narrativo.
Insights
Sua história tem que trazer insights. Fazer a audiência refletir e reorganizar
a forma que percebe algo antigo ou perceber algo novo pode trazer grandes
mudanças e aumenta a percepção de utilidade para o que você tem a dizer
(KNAFLIC, 2020).
Relevância
O storytelling é relevante. Abordar assuntos banais, mesmo com narrativas
cativantes, não traz transformações. Fale sobre algo que importa e que traz
impacto, que é de fato relevante para a audiência e não apenas interessante.
Realidade
A dica final é falar de algo que seja real e que desenrole intervenções
significativas. A narrativa precisa desencadear ações concretas que mitiguem
riscos e maximizem oportunidades.
A maior parte das pessoas pensam que a tomada de decisão ocorre com base em
razão, mas as emoções têm um papel central e determinante.
Exemplo disso seria manter uma dieta com alimentação saudável ou praticar
exercícios físicos. A verdade é que precisamos estar muito conscientes e treinar
as nossas respostas para aprender a ajustar nossos vieses para que eles não
comprometam a qualidade da nossa tomada de decisão. Esse mesmo fenômeno
acontece com o seu gestor: por mais que ele queira ser guiado pelas melhores
evidências, muito antes de raciocinar qual é o melhor caminho a seguir, ele é
influenciado pela mente rápida.
É por isso que tantas vezes temos dificuldades em convencer pessoas com
argumentos lógicos. Portanto, não podemos desconsiderar as emoções de nosso
público-alvo quando preparamos uma apresentação. As decisões mais poderosas
e de maior influência para a tomada de decisão são o medo e o desejo.
Líder indeciso.
Fonte: Freepik (2022)
Usar emoções é uma forma de se diferenciar ao realizar uma apresentação, uma vez
que a maior parte das pessoas se dedica apenas ao conteúdo técnico e, portanto,
racional, não incorporando elementos que nos fazem tão humanos e que são
determinantes para a nossa tomada de decisão.
Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus
conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no
ambiente virtual. Bons estudos!
KNAFLIC, Cole. Storytelling with Data: A Data Visualization Guide for Business
Professionals. New Jersey: Wiley, 2020.