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14 de Novembro de 2022

As intervenções neuropsicopedagógicas no processo de


desenvolvimento e aprendizagem infantil.

Raquel Rocha da Silva (Autora) Cosma Catunda (Coautora)

Publicado por Drª.Cosma Catunda Borges Martins há 2 anos  4.367 visualizações

CAPITULO I: SINTETIZANDO A
NEUROPSICOPEDAGOGIA

CAPITULO II: O PERCURSO ATE ÀS INTERVENÇÕES


NEUROPSICOPEDAGÓGICAS

CAPITULO III: AS INTERVENÇÕES


NEUROPSICOPEDAGÓGICAS CADA CASO, UMA
MEDIAÇÃO

1. INTRODUÇÃO

Para desenvolver a aprendizagem da criança alguns fatores


cognitivos, emocionais e sociais devem ser observados. Uma vez
harmonicamente funcionais, o processo se dará de forma
satisfatória. Sabe-se que dificuldades e transtornos de
aprendizagem não são características apenas da
contemporaneidade, emergiram há tempos, porém, muitas crianças
encontravam-se no limbo, delimitados como um ser incapacitado de
aprender. Embasado por teorias, hoje, temos algumas respostas
para aversões que incidia por toda vida escolar da criança e
alcançava a maturidade. Essa criança chegava a fase adulta com
obstáculos prejudiciais a atividades cotidianas.

Como citado anteriormente, emanou-se processos para auxiliar no


desenvolvimento perfilado a sapiências da neurociência, adjunta a
psicologia comportamental e processos pedagógicos emergiu a
neuropsicopedagogia. Atuante em ambiente clínico (espaços
multidisciplinares) ou em instituições (sala AEE ou dentro da
própria escola). O principal objetivo da neuropsicopedagogia é
trabalhar nas dificuldades e prevenção com atividades, estratégias,
considerando as peculiaridades da criança bem como sua idade
cronológica, mental e déficits ocasionados por questões cognitivas.
Complementa e potencializa saberes através de estimulações
concretas relacionando cérebro, comportamento e aprendizagem
efetivando o conhecimento.

A metodologia do seguinte trabalho partiu de pesquisas


bibliográficas, teorias referidas pelos autores: Bastos (2015),
Cosenza (2011), Galvão (1995), Lúria (1981) Paín (1985) , dentre
outros que tratam do tema correspondente. Outros pontos foram
abordados, como a organização cerebral, sintetizando suas áreas e
atuação no processo do ensino aprendizagem. Relatamos
importância das funções executivas, pois são habilidades que
controlam o consciente e as ações. Logo, entendemos que prejuízos
nessas funções, trarão dificuldades na aprendizagem. Compilamos
dimensões como memória, atenção, controle inibitório, flexibilidade
cognitiva e fluência. Estas se conectam as outras funcionalidades
cerebrais que contribuirão a evoluções cognitivas. As funções
executivas segundo Fustter (1997) é um conjunto de funções
responsáveis por iniciar e desenvolver uma atividade com objetivo
determinado.

Partindo do pressuposto de objetivos determinados, traçados por


concepções diagnosticadas no processo avaliativo, o referido
trabalho apresenta conforme tema gerador ações interventivas a
serem mediadas com foco no desenvolvimento
neuropsicopedagógico da criança. Explorando recursos,
ferramentas neuropsicopedagógicas, atividades concretas, que
proporcionarão a aquisição do abstrato da criança as quais, irão
além das possíveis contribuições na área educacional atuará no
campo emocional social e cognitivo. Como já citado neste, essas
áreas devem estar harmônicas para regulação e desenvolvimento do
individuo.

Alumiar esta temática favorece não somente o desenvolvimento da


criança a qual é o foco. É propicio também ao trabalho do mediador,
pois, esse apropriado de conhecimentos da neuropsicopedagogia,
tende a olhar seus alunos de forma mais assertiva com metodologias
intencionais adequadas e responsáveis colaborando de forma
construtiva galgando obstáculos de aprendizagem exposta pela
criança.

2.CAPITULO I: SINTETIZANDO A
NEUROPSICOPEDAGOGIA

A neuropsicopedagogia é uma ciência que une sapiências da


neurociência, psicologia cognitiva e da pedagogia motivada a
compreender o processo de aprendizagem no cérebro prevenindo
algumas dificuldades.

A neurociência aborda o sistema nervoso e suas funções alinhadas à


psicologia cognitiva que percebe os processos mentais do
desenvolvimento humano. A unificação de ambas a pedagogia e
todos seus processos didáticos e metodológicos fomentam a
intencionalidade de desenvolvimento da aprendizagem
desencadeando a neuropsicopedagogia que atua em campo clinico
(espaços de atendimento individual consultório) e institucional
(escolas, instituições ONGS...) tornando-se uma perspectiva
educacional reconhecendo a peculiaridade, de cada individuo.

Não e de hoje que a psicologia e a educação trabalham


harmonicamente, pois, as emoções e a afetividade são fatores
determinantes ao processo da aprendizagem. O acréscimo da
neurociência enfocando as funções cerebrais, detectando as
disfunções veio a solidificar o curso da aquisição do conhecimento.
Sumariamente, a junção atuará na organização cognitiva, sócio
emocional, afetivas e orgânicas do individuo.

Diante de uma sociedade contemporânea, de crianças com novos


hábitos e rotinas e em meio a novas responsabilidades da educação,
a neuropsicopedagogia emerge a contribuir para prospecção de
melhores resultados, mais possibilidades, objetivando incorporar o
individuo em contextos educacionais, sociais e individuais a fim de
propiciar seu desenvolvimento.

2.1 Conhecer para intervir

Para compreender a neuropsicopedagogia é de suma importância


conhecer as estruturas cerebral sendo este parte do sistema nervoso
que nos conecta ao meio. Entender a neurociência é o que difere a
neuropsicopedagogia da psicopedagogia.

Interconexões ocorrem através de células cerebrais denominadas


neurônios que funcionam processando informações: sensoriais
(ambientes externos e internos), motores (estímulos de glândulas e
órgãos), comunicativos (ligação de uma área do cérebro a outra) e
associativos (associa os sentidos a memória). Novas conectividades
denominam-se sinapses, estas possibilitam novos aprendizados
permeio a neuroplasticidade.

A plasticidade é a capacidade que o cérebro tem de fazer e refazer as


conexões de se modificarem, se reorganizarem diante dos estímulos
externos. Modula-se a determinadas situações. Assim exercemos
novas habilidades, desenvolvemos.

Plasticidade neural pode ser definida como uma mudança


adaptativa na estrutura e nas funções do sistema nervoso, que
ocorre em qualquer estágio da ontogenia, como função de
interações com o ambiente interno ou externo ou, ainda, como
resultado de injúrias, de traumatismos ou de lesões que afetam o
ambiente neural (Phelps, 1990).
Para significar a aprendizagem e compreender a ocorrência do
processo através das intervenções neuropsicopedagógicas,
precisamos conceituar os lobos cerebrais. Ressaltando que estas
estruturas estão sistematicamente conectadas partilhando
informações.

2.1.1 Lobo frontal

Responsável pela área motora (voluntários), motora suplementar


(voluntario planejado), área de broca (escrita e fala) córtex pré-
frontal (comportamentos, intenções e decisões). Disfunções ou
danos nessa área geram objeções de concentração, atenção, controle
inibitórios, hostilidade.

4.1.2 Lobo Parietal

Relaciona-se a orientação de espaço, percepção de si e de matérias,


área que compreende a linguagem, processa informações sensoriais
percepto de outros lobos. Desajustes nessa área acometem em
agrafia, acalculia e afasia.

2.1.3 Lobo temporal

Respondem a aprendizagem, a memória e compreensão da


linguagem. Combina audição e a visão, recebe a audição.

2.1.4 Lobo occipital

Percepção e processamento da visão captada pela retina. Daí a


precisão visual, o fato de dispor de um lobo em absoluto para
processamento.

3. A Neuropsicopedagogia e as funções executivas

Podemos contrastar a neuropsicopedagogia pelos fundamentos da


neurociência que assentam as investigações e as intervenções. Dai
na importância de entendermos as funções que o cérebro executa.
Sumariamente para expor o tema proposto do seguinte trabalho e
para intervir na prática, necessitamos apreciá-las.

Funções executivas relacionam-se as habilidades cognitivas que


controlam as emoções, ações e pensamentos. Uma vez estando
harmonicamente funcional, possibilitarão tomadas de decisões,
autonomia e maturação. O exercício das funções propicia benefícios
o raciocínio, atenção, memorização, percepção entre outros...
Mediar intervenções com enfoque nas funções executivas é de suma
importância para criança mobilizar suas cognições.

Podemos considerar três importantes áreas que constitui as funções


executivas: Memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e controle
inibitório cujas estão conectadas, mutuamente dependentes e
inerentes. Apontaremos abaixo três funções que irão se segmentar
em outras habilidades cognitivas.

3.1 Memória de trabalho

Podemos considerar a memória de trabalho um propulsor da


aprendizagem, pois é essa memória que viabiliza a execução de
atividades que fazemos cotidianamente, permite a compreensão de
discursos além de conectar o presente do passado resguardando
episódios para posteriormente acioná-los.

Há duas variantes para habilidade descrita, apresenta-se de forma


verbal e não verbal (visual e espacial) em boa funcionalidade,
propicia a criatividade, planejamento, organização. A contação de
histórias é um exercício de memória de trabalho para as crianças
que, mesmo sem visualizar imagens ela consegue relacionar fatos da
narrativa apresentado posteriormente à ratificação do aprendizado
quando reconta ou cita trechos e nomes dos personagens do conto.

3.2Controle inibitório
Essa função diz respeito à inibição de estímulos, possibilitando o
autocontrole da atenção, emoções, pensamentos e ações. É de suma
importância que desde criança trabalhe-se para o desenvolvimento
desse controle, pois tal feito auxiliará na aprendizagem por meio de
enfoque da concentração, atenção, memória entre outros. Observa-
se a indissociabilidade entre controle inibitório e a memória de
trabalho. Considerando que para fixar algo, é necessário inibir
estímulos detratores aos objetivos propostos.

3.3 Flexibilidade cognitiva

Essa função nos habilita a pensar em alternativas, em comum


acordo com o controle inibitório que ira reter impulsos, a
flexibilidade nos possibilitara pensar e tomar decisões. Outra
vantagem é a habilidade criativa, ao malear pensamentos, obtêm-se
estratégias, possibilidades imaginativas. A atenção está ligada a essa
flexibilidade a exemplo podemos citar a linguagem não verbal
ocorrendo simultaneamente à linguagem verbal em dói contextos. A
flexibilidade possibilita ouvir o som e perceber a mensagem passada
pelos sinais não verbalizados. No contexto infantil, uma criança que
apresenta inúmeras argumentações, estar se apropriando da
flexibilidade cognitiva.

Adaptar- se ao novo, pensar fora da caixa, encontrar soluções


variadas, alterar o foco de forma intencional são evidências de
flexibilidade cognitiva.

As funções são fundamentais para o processo de aprendizado,


porém nos deparamos com vários casos de disfunções seja por
decorrência de síndromes, transtornos ou pela falta de estimulação.
Como frisado, a boa funcionalidade executiva é construtiva a
variadas habilidades: autonomia, respeito, disciplina, criatividade
entre outras.

Posteriormente exploraremos as mediações interventivas para


trabalhar essas dimensões. O intuito do capitulo é recapitular
conhecimentos neuropsicopedagógicos visando entendimento do
funcionamento cerebral e suas contribuições para o aprendizado.

4.CAPITULO II: O PERCURSO ATE ÀS INTERVENÇÕES


NEUROPSICOPEDAGÓGICAS.

Para iniciarmos as abordagens interventivas, inicialmente,


primordialmente precisamos diagnosticar. Afinal as intervenções
não seguem regras generalizadas comuns de todos. É necessário
conhecer para mediar de acordo com a necessidade da criança. A
neuropsicopedagogia atua com reabilitações cognitivas, todavia
devemos considerar todo o contexto em que a criança está inserida.
Dimensões biológicas, cognitivas, sociais e holísticas determinam a
forma de adquirir conhecimentos. Todas as vertentes devem ser
avaliadas durante o percurso até a chegada do processo de intervir.

4.1 O diagnóstico / Avaliação

A aprendizagem é um processo abrangente, nessa amplitude, o


diagnóstico adequado às peculiaridades de cada criança, conjugado
a multidisciplinaridade, banindo rótulos e realizado precocemente
evitará maiores danos. Diagnosticar é fundamental, a fim de,
conceituarmos se estamos diante de uma dificuldade com sintomas
de origem familiar, metodológica educacional ou de um distúrbio
caracterizado por disfunção neurológica.

Abreviadamente, passaremos por algumas etapas diagnosticas que


nos possibilitarão planejar uma abordagem significativa com
resultados satisfatórios.

4.1.1 Entrevista familiar exploratória situacional – E.F.E.S. e a


queixa

Antes mesmo da entrevista recebemos reclamações, queixas


emanadas por profissionais ou mesmo pela iniciativa familiar sob
olhar mais atento a criança. Esse momento será de coleta de dados
pessoais (ficha de entrevista contratual), atenção às presentes
queixas, informar os objetivos e as intenções dos atendimentos
neuropsicopedagógicos.

Histórico da criança não será tratado nesse momento. Deve-se


informar que esses dados serão coletados posteriormente na
anamnese e que será devidamente informado quando se dará esse
momento.

4.1.2 Entrevista operativa centrada na aprendizagem – E.O.C.A.

Essa é a etapa de um primeiro contato com a criança. Esse


momento já se observa algumas características na criança se tem
perfil tímido, se é exploradora, se estabelece vínculos cognitivos ou
afetivos, se é passiva, detalhista... Entre outras peculiaridades. As
consignas devem ser simples, porém bem observadas. Hipóteses
devem ser consideradas nesse momento: tudo o que a criança fala
(temática), tudo que a criança faz (dinâmica) e tudo que ela exprime
na folha de pape ou outro material consignado (produto).

4.1.3 Provas operatórias

As provas operatórias nos permitem analisar o desenvolvimento


cognitivo da criança se há prejuízos epistêmicos. De acordo com
Barbel Inhelder (1994) as provas podem ser conjugadas pela
classificação (número, matéria e liquido), seriação (tamanho)
dicotomia (cor e forma) qualificar classes (elementos e subclasses)
interseção de classe (lógicas) conservações de conjuntos,
quantidades de líquidos e matérias, conservação de peso, volume e
comprimento.

4.1.4 Técnicas projetistas

As provas projetistas investigam o vinculo que a criança estabelece


com a escola, família e consigo mesma. Relacionada a situações
emotivas, representadas através de desenhos ou relatos. Para Sara
Paín (1992) “O pensamento fala por meio do desenho onde se diz
mal ou não se diz nada”. A prova projetista prevê as construções
reais ou imaginativas da criança.

Outros testes poderão ser aplicados de acordo com a necessidade de


investigação na área motora, viso-motor, espacial, lateralidade,
esquema corporal, orientação de tempo e espaço, fonologia e
outros... Respeitando sempre as especificidades de cada criança.

4.1.5 Anamnese

A anamnese emerge a fim de fortalecer todas as impressões do


percurso diagnóstico. São informações coletadas pelos relatos da
família da criança desde seu nascimento, se há comorbidades, seu
desenvolvimento da oralidade, motor e afetiva. Weiss (1994)
defende essa entrevista na introdução do diagnostico, porém, deve-
se ter cautela a fim de evitar uma visão influenciada ao relatório da
família que poderá desvirtuar a conclusão diagnostica.

4.1.6 Hipóteses / Devolutiva

Podemos considerar que as intervenções neuropsicopedagógicas


surgem desde a primeira entrevista diagnostica e estende-se
durante todo seu transcurso com mediações focadas no
desenvolvimento da aprendizagem.

Esse momento de volver um parecer pautado nas avaliações


diagnostica. Antecede as intervenções e devem-se frisar
inicialmente os aspectos positivos observados na criança. Após,
serão relatadas as dificuldades observadas e posteriormente as
hipóteses e sugestões de encaminhamentos. Se tais dificuldades
forem comportamentais direciona-se ao psicólogo, se observado
dificuldade neurológica, compete ao neuropsicopedagogo. A
interdisciplinaridade é de suma importância para fechar um
diagnostico e intervir de maneira satisfatória ao desenvolvimento da
criança.
Após todo esse trajeto, diagnosticada as dificuldades, desencadeia o
tratamento, o intervir para desenvolver a aprendizagem infantil.

6.CAPITULO III: AS INTERVENÇÕES


NEUROPSICOPEDAGÓGICAS CADA CASO, UMA
MEDIAÇÃO.

As intervenções neuropsicopedagógicas estão atreladas ao processo


de avaliação onde as mesmas direcionam as metodologias
interventivas. Mesmo com queixas aparentes, as mediações se
diferem, pois cada criança tem suas peculiaridades, com distinto
desenvolvimento comportamental e contextos sociais. Inicialmente
observa-se a dificuldade mais clamorosa da criança, identificar as
áreas defasadas deve-se planejar e objetivar desenvolvimentos,
focando as intervenções nesses parâmetros. Há varias aplicações
específicas a cada processo de desenvolvimento. A seguir,
apontaremos quatro áreas executivas: Memória, Atenção, Controle
Inibitório, Flexibilidade Cognitiva e Fluência Oral/Escrita. Tais
execuções embasarão mediações em outras especificidades da
criança com enfoque diagnóstico do processo avaliativo.

6.1 Intervindo Neuropsicopedagogicamente na Memória

O processo de memorização parte da aquisição de informações


ofertadas à criança pelos sensores externos essas informações
permanecerá por segundos ou anos. Após assimilação das
informações, a criança passará pelo descarte, esquecimento de
elementos desnecessários focando nas ações fundamentais para
consolidação das informações essa retenção poderá dar-se por
experiências emocionais ou pela repetição de ações. Ao final do
processo estabelece-se a evocação, ou seja, o uso das informações
memorizadas, o aprendizado.

Podemos citar o processo de memorização como essencial ao


processo de aprendizagem da criança. Atividades concretas, visuais,
orais e praticas contribuem para o processo. Inicialmente,
apresentaremos o percurso do processo de memorização e
posteriormente algumas consignas apresentada a criança como
elementos de intervenções. Vale ressaltar que a idade cronológica,
mental e seu atual nível de desenvolvimento deverão ser respeitados
durante o processo. A abordagem é peculiar devendo estar de
acordo com perfil avaliado da criança.

Mesmo ciente que em uma intervenção, poderá ser explorado


outros aspectos, é importante focar no objeto a ser alcançado, Pois,
excesso de informações poderá atrapalhar o processo de
desenvolvimento da aprendizagem da criança.

6.1.1 Treino Visual

Sequência de Cards: demonstra-se uma sequência de cartas. O tema


proposto poderá ser frutas cores ou objetos. Forma-se a serie,
solicita que a criança observar a posição por um período de um
minuto. Após o tempo de observação deve-se ocultar ou desfazer a
seriação (o neuropsicopedagogo devera ter posse da informação
caso opte por desfazê-la). A intervenção propusera a criança formar
a mesma sequência apresentada.

A intervenção poderá ser repetida em outras formações adicionando


outros cards e acordo ao nível de dificuldade alcançado. Anexo 1.

6.1.2 Treino oral

Treino de palavras: considerando o nível da criança como já


mencionado posteriormente, conforme avaliado relata-se uma
sequência de palavras e solicita que a criança repita a série
consignada. Para mediar podemos apontar alguns indícios que
possibilitará a assimilação: Ex. as palavras iniciam com a letra C ou
uma série de palavras de objetos que tem em determinado cômodo
da casa.

CACHORRO – COLHER – CASA

CAMA – TRAVESSEIRO - BERÇO


Outro treino oral com um nível de dificuldade maior esta na
contagem regressa de números: Série de 9 ao 0

9-8-7-6-5-4-3-2-1

Com uma contagem regressiva somente impares ou saltando um:


Série de 9 ao 0

9-7-5-3-1

Outras intervenções neuropsicopedagógicas de caráter mais lúdicos


auxiliam na abordagem da memória podemos citar o jogo da
memória. Com variados temas é possível fazer um treino
observando a predileção da criança o que facilita o processo
tornando uma atividade atrativa. Demonstra-se uma sequência de
desenhos. O tema proposto poderá ser frutas cores ou objetos.
Solicita a criança observar como estão dispostos por um período de
um minuto. Após o tempo de observação deve-se ocultar. A
intervenção propusera a criança fazer a equivalência dos pares.
Anexo 2

6.2 Intervindo Neuropsicopedagogicamente na Atenção

A intervenção neuropsicopedagógica da atenção favorecerá os


demais processos de desenvolvimento cognitivo da criança. Além de
manter o foco, que contribuirá ao aprendizado, a atenção favorece
os vínculos sócios afetivos. Se a criança se interessa por algo
relatado ou por alguém que esta se relaciona emocionalmente, logo,
a atenção está desenvolvendo-se. Algumas questões necessitam ser
avaliadas para evolução satisfatória das mediações: um ambiente
com o mínimo de distratores contribuirá para que as crianças não
recebam estímulos demasiados. Um bom planejamento diário com
elementos visuais, auditivos, a fragmentação de atividades longas,
consignas diretas e objetivas são benéficos ao processo de aquisição
atencional. Valorizar os avanços da criança de forma genuína,
ressaltando seus avanços, eleva a auto-estima da criança que é de
suma importante para satisfação das intervenções.
Um dos exemplos interventivo é o quebra-cabeça, a mediação
estimula a atenção, melhora a concentração, desenvolve a
aprendizagem, trabalha a autoestima, habilidades motoras e
socialização. Algumas considerações poderão ser realizadas
anteriormente sobre a atividade, a forma de executá-la, o tema
proposto desperta atenção? Além de considerar o nível de
desenvolvimento da criança para o grau de dificuldade da
experiência (número de peças se necessita de sombreamento ou
modelo a ser seguido).

Outra mediação proposta para estimular a atenção, é a sequência de


figuras. A intervenção propõe a criança seguir a sequência
apresentada mesma forma, tamanhos ou cores o tema abordado
poderá ser diversos: figuras geométricas, sistema solar, fruta,
animais... Entre outros. Vale ressaltar que a atenção da criança em
atividades que despertam o interesse, valorizar temas prazerosos
será uma condição de sucesso na intervenção. Anexo 3.

6.3 Intervindo Neuropsicopedagogicamente no Controle Inibitório

Controle inibitório diz respeito a respostas, ações inadequadas. Tais


comportamentos são totalmente admissíveis entre as crianças, pois
a parte cerebral denominado córtex pré-frontal está em formação
estando em total desenvolvimento a partir dos 20 anos. Entretanto,
é possível intervir para auxiliar as crianças controlar, frear suas
respostas. As intervenções neuropsicopedagógicas possibilitarão a
construção de alternativas, hipóteses e treino para respostas
cotidianas.

A intervenção de abotoar e manusear zíperes são exemplos de


mediações que assistirão no desenvolvimento inibitório da criança.
O ato de abotoar a camisa além de controlar os impulsos, requer
atenção e concentração da criança. Abotoar uma camisa inteira não
poderá ser realizado de qualquer forma, ela terá que parear as casas
vazadas aos botões corretos, terá que ter tranquilidade e foco para
fazê-la com excelência. Anexo 4.
Seguindo nos enfoques das atividades de vida diárias, podemos
intervir com a atividade de amarrar os cadarços. As consignas e os
objetivos se equiparam ao exemplo anterior. Para se construir um
laço há etapas a serem seguidas que necessitam de atenção,
reflexão, hipóteses (se eu passar a ponta por ouro lado talvez não de
certo). Alem de ser contribuinte ao processo de autonomia da
criança. Anexo 5.

As intervenções neuropsicopedagógicas são essenciais para


desenvolver esse importante componente executivo conectado a
outros processos fundamentais ao aprendizado da criança, cujo
favorecerá esse indivíduo em sua fase adulta, impactando
diretamente na sua vida diária.

6.4 Intervindo Neuropsicopedagogicamente na Flexibilidade


Cognitiva

As intervenções neuropsicopedagógicas, mediadas adequadamente


de acordo com as respostas avaliativas, permite a criança atingir
novas possibilidades, construir novas respostas criar estratégias. As
disfunções nessa área impactam diretamente no aprendizado e nas
relações sociais da criança, sendo assim importante intervir para
intencionalmente treinar os conceitos, a capacidade de abstração, a
atenção e outras áreas diretamente elencada a flexibilidade.

Os jogos de tabuleiros são intervenções neuropsicopedagógicas


valorosas no processo de flexibilidade cognitiva. Conforme
mostrado o Anexo 6. O jogo com damas é um dos recursos
utilizados para mediar à flexibilização intelectiva, pois, estimula o
raciocínio, organizar pensamentos, relacionar o abstrato com as
concretizações futuras, tomada de decisões, resoluções de
problemas e a autonomia estes são alguns dos inúmeros benefícios
que a atividade alcança.

A intervenção citada anteriormente exige um grau maior de


maturidade da criança, para as crianças menores podemos operar
as mediações com bolinhas coloridas ou pecas de encaixe com as
bolinhas podemos consignar que a criança as organize. Nesse
momento ela pensará em respostas para posicionar os objetos
remitindo varias hipóteses. O mesmo processo acontece quando
dispomos peças para encaixe, as crianças manipularão de acordo
com o tamanho adequado para encaixá-las.

Flexibilizar a capacidade de pensamento, criatividade e de


adaptações sociais proporcionará a criança desenvolver-se no seu
processo de aprendizagem.

6.5 Intervindo Neuropsicopedagogicamente na Fluência

Intervir neuropsicopedagogicamente na fluência, é estar com um


termômetro em mãos que monitora a velocidade da leitura
possibilitando detectar as dificuldades ou transtornos de
aprendizagem na criança. Essa fluência não se inicia somente no
estágio de leitura, ela emana desde a educação infantil com a
consciência fonológica, quando o infante entra em contato com
símbolos de linguagem onde se apossa de vocábulos.

A mediação apresentada no Anexo 7, possibilitará a criança


desenvolver a linguagem, seja verbal ou não verbal, a coerência, a
narrativa, sequência lógica imaginação. Como já citado acima, a
consigna de leitura em voz alta, indicará o grau de dificuldade ou
um transtorno de aprendizagem ex: dislexia.

Além da eloquência citada, observa-se que a disposição da criança


com letras, palavras, introduzirá a mesma ao principio alfabético ao
vocabulário. O alfabeto móvel auxilia no desenvolvimento,
reconhecimento fonético e formação de palavras. Vale ressaltar que
cada intervenção deve respeitar o desenvolvimento cognitivo da
criança, sua idade cronológica e essencialmente os transtornos de
aprendizagem. Como titulado o capitulo, cada intervenção para um
caso.

7.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de estudos e pesquisas realizadas para produção do seguinte
trabalho, podemos concluir que as ações planejadas e executadas
pelos neuropsicopedagogos fazem-se essenciais nas instituições de
aprendizagem bem como nos ambientes multidisciplinares.
Frisamos a fundamental necessidade nas instituições escolares,
onde se constata variados fatores que remetem as crianças a terem
dificuldades ou apresentarem algum transtorno comportamental.
Adverso do ideal a realidade contrasta do essencial ao
desenvolvimento infantil sem considerar que é na infância que se
adquire habilidades cognitivas e que se desenvolvem as funções
executivas. Mantém-se a errônea ideia que crianças não conseguem
aprender em virtude da didática ministrada em sala de aula, cujo
pensamento frustra pedagogos que desviam atribuições na tentativa
de sanar disfunções, cujas prerrogativas cabem a especialistas.
Apesar de não contender ao pedagogo realizar abordagens e
apropriar-se de conhecimentos neuropsicológicos, a pedagogia
complementa o processo com seu olhar voltado para as dificuldades
escolares. Vale ressaltar que o papel do neuropsicopedagogo não
está pautado no ensino de conteúdos, nem em reforçá-los, volta-se
para mediações a fim de desenvolver habilidades necessárias que
proporcionarão o aprendizado.

REFERÊNCIAS

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clinica e institucional: diagnóstico e intervenção. São Paulo:
Edições Loyola, 2015. 80 P.

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OLIVEIRA, MARTA KOHL DE. Vygotsky: aprendizado e


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PANTANO, TELMA; ZORZI, JAIME LUIZ. Neurociência


aplicada à aprendizagem. São José dos Campos: Pulso, 2009.
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Disponível em: https://cosminha.jusbrasil.com.br/artigos/1190978964/as-intervencoes-


neuropsicopedagogicas-no-processo-de-desenvolvimento-e-aprendizagem-infantil

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