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Diagnóstico psicopedagógico no

âmbito clínico

Aula 4
Abril/2023
Provas Operatórias
Provas Operatórias

Referencial teórico

Escola de Epistemologia Genética de Jean Piaget em


Genebra/ Suíça. Foi professor de psicologia na
Universidade de Genebra de 1929 a 1954, e ficou
conhecido por sistematizar uma das maiores
contribuições no campo do comportamento cognitivo.

* 09/08/1896 (Genebra)
+ 16/09/1980 (Genebra)
PROVAS OPERATÓRIAS

Objetivo

Conhecer o funcionamento e o desenvolvimento das funções lógicas do sujeito.


Compreender o nível de estrutura cognitiva que o sujeito é capaz de operar na situação presente e se há
defasagem em relação à sua idade cronológica, um obstáculo epistêmico.
Provas Operatórias

Cada uma das provas é uma situação experimental que nos


permite avaliar as potencialidades do pensamento da criança
em uma estrutura operatória verificando se os seus conceitos
resistem as contra-argumentações do psicopedagogo.

Antes de iniciar as provas é necessário que a criança manipule


os materiais, a fim de discriminar melhor os elementos e
diminuir o nível de ansiedade.

O psicopedagogo deverá anotar detalhadamente as


respostas do aprendente, suas reações, postura, fala,
inquietações, seus argumentos, sua organização, ou seja, de
que maneira manipula e organiza o material.
Provas Operatórias
CONSIGNAS

Devem ser claras e precisas, para que o aprendente compreenda o que deve fazer.

Exemplos:

“Diga-me o que você está vendo. Você conhece estas figuras?”

“Reúna em grupos todas aquelas fichas que podem ficar juntas.”

Avaliação das Provas

Nível 1 - Ausência: Não há conservação, o sujeito não atinge o nível operatório nesse
domínio.

Nível 2 – Intermediário: As respostas apresentam oscilações, instabilidade ou não são


completas. Em um momento, conservam, em outro não.

Nível 3 – Êxito: As respostas demonstram aquisição da noção, sem vacilação.


Provas Operatórias

Como aplicar?

✓ Interrogar a criança frente a fenômenos observáveis e/ou manipuláveis a partir dos


quais se leva a criança a raciocinar;

✓ Os interrogatórios variam segundo a queixa, a idade e o desenvolvimento;

✓ É importante saber quais são os argumentos que a criança utiliza para justificar seu
pensamento; “Como sabe? Pode me explicar?”

✓ A aplicação das provas exige formação teórica e experimental, agilidade por parte
do psicopedagogo.

✓ Saber observar e escutar a criança.

✓ Além da experimentação e do interrogatório deve-se fazer uma análise interpretativa


das condutas.
Argumentações utilizadas pela criança

É importante o psicopedagogo sempre perguntar a cada resposta dada: “Como sabe? Pode me explicar?” , pois
assim pode observar o pensamento do aprendente e que argumentos usa.
Exemplos:
Argumento de identidade: “Tem a mesma quantidade porque não tirou nem colocou nada”.
Argumento de reversibilidade: “Porque se voltar a fazer uma bola, terá a mesma quantidade de massinha que
esta outra.”
Argumento de compensação: “Este vaso é mais alto, mas este é mais fino ou as fichas só estão mais
separadas.”

Segundo Sampaio ( 2011) “ A Criança poderá conservar , mas poderá apresentar dificuldade nas argumentações,.
Este é um aprendente que provavelmente apresenta dificuldades em explicar o que leu ou tem dificuldade de
síntese textual.”
Contra argumentação

As contra argumentações ajudam na confirmação de que a criança mantem a sua argumentação e


não oscila. Caso haja oscilação em suas respostas pode-se deduzir que a criança encontra-se em
nível de transição entre um estágio e outro.
Provas operatórias

“Algumas crianças chegam com queixa de déficit


de atenção e, quando aplicamos as Provas
Operatórias, observamos a defasagem cognitiva,
mas não observamos o déficit de atenção como
transtorno. Isto significa que, se o conteúdo
estiver acima da sua idade cronológica, a
criança poderá desviar seu olhar para outros
interesses que não os da sala de aula.”
(Sampaio, 2011)
Níveis de Desenvolvimento
segundo J. Piaget
Nível sensório-motor (0 a 2 anos)

O período sensório-motor caracteriza-se


pela primeiro estágio do desenvolvimento
lógico e vai desde o nascimento até
aquisição da linguagem, que normalmente
aparece por volta dos 18 meses a 2 anos.
É chamado assim porque existe uma
coordenação sensório- motora da ação,
com base na evolução da percepção e da
motricidade. ( Sampaio , 2011)
Nível sensório-motor (0 a 2 anos)

O período se divide em seis subestágios (Goulart, 1996, Sampaio,


2011), são eles:

1º. Exercício reflexo (primeiro mês de vida)


a) A atividade é reflexa e restringe-se às coordenações sensoriais e
motoras.
b) São reflexos como os de sucção, de preensão, de Babinsky
( resposta automática a um estímulo externo) e de nutrição.

2º. Reações Circulares Primárias (de um 1 até aproximadamente 4


meses)
a) Formação dos primeiros hábitos da criança.
b) Quando emite um comportamento tende a repetir posteriormente.
c) Existe intencionalidade, mas não é ato inteligente porque não tem
finalidade.
d) Quando agita a mão tende a repetir várias vezes.
Nível sensório-motor (0 a 2 anos)

3º Coordenação de visão, preensão e começo das reações


circulares secundárias (4 meses até aproximadamente 8
meses)

a) Coordenação entre visão e preensão, agarrando tudo que está


próximo .

b) Reações circulares dizem respeito a comportamentos


repetitivos.

c) A criança percebe que quando tem um determinado ato o mesmo


produz um efeito, e a tendência será repeti-lo. Já inicia uma
antecipação, embora limitada.
Período sensório- motor ( zero aos 2 anos)

4º. Coordenação dos esquemas secundários, com utilização, em certos casos, de meios conhecidos com vista à
obtenção de um objetivo novo ( 8 meses até os 11 meses).
a) Atos mais complexos de inteligência prática são observados.
b) Utiliza-se do esquema assimilado, aplicando o que foi aprendido em outras situações.

5º. Diferenciação dos esquemas de ação por reação circular terciária- variação das condições de exploração,
tratamento dirigido e descobertas de meios novos ( 11 meses até os 18 meses) .
a) Ao perceber que o esquema de seu repertório não funcionou, recorre-se a novos esquemas para alcançar suas metas.

6º. Início da interiorização dos esquemas e solução de alguns problemas após interrupção da ação e ocorrência de
compreensão súbita ( 18 meses até 2 anos)
a) Nesse estágio, a criança não usa mais tateio, mas ao deparar-se com o problema para, observa e reage para atingir o
objetivo.
Nível sensório motor ( zero aos 2 anos)

Segundo Goulart( 2017 ) Na fase sensório-motor a criança, só conhece como


causa única sua própria ação, independente mesmo de contatos espaciais. Se,
puxando um cordão, balança o chocalho preso ao berço, a causa está no ato
de “puxar o cordão”, e não no cordão que foi puxado. Por isso, tenta balançar
objetos distantes até 2 ou 3 metros puxando o cordão.
Essa causalidade é chamada mágico-fenomenista. Fenomenista, porque
qualquer coisa pode ser produzida por qualquer coisa, de acordo com ligações
já observadas anteriormente. Mágica, porque está centrada na ação do sujeito
sem levar em consideração nem mesmo os contatos espaciais entre sujeito e
objeto. Entretanto, à medida que a inteligência se desenvolve e se forma a
noção de objeto permanente, a causalidade se objetiva, as causas
reconhecidas não são mais exclusivamente localizadas na ação própria e
relações de causa e efeito levam em conta os contatos físicos e espaciais.
Assim, a criança, ao passar o tempo, tendo visto um objeto ao lado de um
tapete, não puxará mais o tapete para alcançar o objeto, embora fizesse isso
nos estágios anteriores.
Nível pré-operatório (2 aos 7 anos)
Estágio da Inteligência, dos sentimentos interindividuais, espontâneos e das
relações sociais de submissão ao adulto.
O primeiro subsestágio: ( 2 a 4 anos) ( Piaget , 2002, p.15)

É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto ou


acontecimento por uma representação ou simbolização. Esta substituição é possível
graças a função simbólica. A criança é capaz de reconstruir situações passadas
por meio de narrativas, de representar cenas assistidas por meio do jogo simbólico ou
mímica.
Nessa faixa etária o raciocínio é transdutivo, ao invés de dedutivo (raciocínio que
parte do geral para o especifico ) ou indutivo ( parte do especifico para o geral). No
raciocínio transdutivo, a criança tem um lógica falsa, na qual faz inferências de uma
situação específica para outra, por exemplo: “meu gato tem pelo e aquela outra coisa
tem pelo, portanto aquela coisa é um gato” ( ibid) .

Lentamente, ela vai tormando-se consciente do eu e sendo capaz de distinguir entre


a realidade externa e seu próprio eu. Mas atingir a objetividade é demorado e a
criança usa, ainda, explicações não objetivas. Por volta de 3 anos a criança inicia
uma fase perguntadora, na qual a pergunta mais frequente é “por quê”? Inicia aos 4
anos as respostas que as crianças dessa faixa dão ao que lhes é perguntado
demonstrando características egocêntricas de finalismo, animismo e
artificialismo.
Nível pré-operatório (2 aos 7 anos)
O segundo subestágio: (4 ao 7 anos) pensamento intuitivo. As
crianças parecem ter certeza do seu conhecimento e
compreensão, mas ainda não usam o pensamento racional
(SANTROCK, 2009) .

A criança faz distinção entre o significante (imagem mental, jogo,


palavra, desenho, imitação) e o significado (objeto representado,
situação evocada) (Visca,1991). Entretanto, seu pensamento ainda
não dá conta de categorias lógicas (rosa, pertence à categoria das
flores) exemplo: flor representa a flor do jardim da escola e não a
classe que pertence a flor. Nesse período também tem ausência
de reversibilidade.

Nesse estágio existe o egocentrismo infantil, para ela só existe o seu


ponto de vista, não considerando que os outros tenham seu próprio
ponto de vista.

https://youtu.be/nQGH9mFuRac
Nível pré-operatório (2 aos 7 anos) subestágio ( 4 aos 7 anos)
De acordo com Simaia ( 2011 ) o pensamento da criança , neste período , é caracterizado pelo animismo (quando a
criança atribui vida ( animal) a todos os seres , inclusive inanimados ( como quando bate a cabeça na parede e diz
que a cabeça é má). O animismo representa, também, uma não diferenciação, por exemplo: tudo que se movimenta
é vivo e consciente – o vento sabe que sopra, o sol anda para onde quer, artificialismo (quando atribui um linguagem
artesanal humana a todas as coisas, por exemplo: pensar que a montanha foi feita por um homem que juntou muita
terra) . O artificialismo atribui origens humanas as coisas. O sol teria nascido com os homens, para lhes dar luz; o
lago é um buraco feito pelo homem, que nele colocou água e o finalismo - criança pensa que todos os seres e
objetos têm a finalidade de servi-la, por exemplo: quando perguntamos’ Para que serve o bolo?” A criança responde: “
É para “mim” comer, “Para que serve a cadeira? ela diz “ É para mim sentar”. O finalismo ocorre também devido a
não diferenciação do psíquico, como os nomes são ligados às pessoas, os sonhos são quadrinhos materiais que
podem ser olhados, o pensamento é uma voz que fala atrás das pessoas.
Essas explicações de causa e efeito evidenciam uma pré-causalidade, que evolui até o nível das operações
concretas.
Nível pré-operatório (2 aos 7 anos)- subestágio ( 4 aos 7 anos)

A criança pré-operatória é incapaz de descentrar o pensamento, ou seja,


centra a atenção em apenas um traço. Não é capaz de acompanhar as
transformações, sendo seu pensamento dito estático. Por exemplo, ao ser
exposta à prova operatória de conservação de matéria, quando a criança
faz duas bolas de massinha e verifica que possui a mesma quantidade de
massa, quando uma delas, é transformada em uma salsicha, a criança tem
dificuldades de responder que a salsicha tem a mesma quantidade de massa
que a outra bola, pois não percebe que apenas mudou a forma ( argumento
de identidade ) ou seja, tem a mesma quantidade porque antes era uma bola
(reversibilidade) .

IMPORTANTE
Entre 5/6 anos a criança começa a dar respostas intermediárias , algumas
conservam outras não. Se tudo ocorrer bem, já estará no período operatório
concreto.

Se a criança possui uma defasagem cognitiva, e deveria estar em uma etapa


posterior, para ela será difícil resolver problemas matemáticos, interpretação
de texto, ou seja, entender o conteúdo próprio da idade.
Nível operatório concreto (7 aos 11/12 anos) estágio das operações intelectuais concretas
( começo da lógica) e dos sentimentos morais e sociais da cooperação”

É neste estágio que o pensamento da criança deixa de ser essencialmente


simbólico, como na etapa anterior, no qual prevalecia a percepção e o
egocentrismo. O pensamento tornou-se mais lógico, com uso de regras,
envolvendo operações, porém ocorre apenas em situações concretas, pois ainda
não consegue raciocinar de forma abstrata. Neste estágio a criança já consegue
reverter, mentalmente, operações concretas.

Na prova piagetiana de quantidade de matéria, aonde a criança tem duas


massinhas em formato de bola, ao mudar o formato para salsicha, já consegue
utilizar argumentos de reversibilidade, identidade (não tirou massa) e
compensação ( equivalência , mudando o formato ou o copo, fica com a mesma
quantidade).
Nível operatório concreto (7 aos 11/12 anos)

Neste período, conforme Goulart( 2017), o egocentrismo


diminui, e as ações são internalizadas.

Lembrando do caso citado no outro módulo, no estágio


operatório concreto, a criança já consegue realizar a lógica
da transitividade combinando as relações de forma lógica,
por exemplo, ao ver três crianças, percebe que João é
maior do que Pedro e que Pedro é maior que Maria, então
João é maior que Maria, mas ainda é necessário ter os
objetos à sua frente, de maneira concreta, para perceber a
lógica. Este tipo de pensamento não ocorre em crianças
pré-operatórias. ( SANTROCK, 2009).
Mais considerações sobre os níveis de desenvolvimento

Piaget constatou que a conservação da substância aparece por volta dos sete-oito anos, a do peso por volta dos nove-dez
anos e a conservação do volume por volta dos onze-doze anos. Ora, apesar destas diferenças cronológicas, diz ele, a
criança, para justificar suas considerações sucessivas, emprega exatamente os mesmos argumentos que se traduzem por
expressões verbais rigorosamente idênticas: “nós só esticamos” (a bolinha em salsicha) “não tiramos nem pusemos nada”,
“é mais comprido, mas é mais fino” etc.

Isto é indícios que tais noções não dependem só da linguagem [...] dependem segundo Piaget da coordenação das ações.
Suas observações mostram que em certo momento nesses casos, cada deformação levada ao extremo ocasiona a
possibilitada de um retorno, cada tateio enriquece os pontos de vista da criança, que começa a agir e argumentar com uma
determinada lógica. (CHIAROTTINO, 1972, p. 21)
Nível operatório lógico formal ou hipotético dedutivo
Formação da personalidade e da inserção afetiva e intelectual nas
sociedade dos adultos(dos 11/12 aos 15/16 anos)

A transição para o estágio das operações formais é bastante evidente


dadas as notáveis diferenças que surgem nas características do
pensamento. No exemplo anterior, a criança precisava do concreto para
ter uma relação lógica entre as três crianças citadas. No estágio formal, o
aprendente consegue resolver este problema sem a necessidade de
visualizar o objeto concreto.
É no estágio operatório formal que a criança realiza raciocínios
abstratos, não recorrendo ao contato com a realidade. Deixa o domínio do
concreto para passar às representações abstratas e é nesta fase que
desenvolve a sua própria identidade, podendo haver, neste período
problemas existenciais e dúvidas entre o certo e o errado.
Criança/adolescente manifesta outros interesses e ideais que defende
segundo os seus próprios valores e naquilo que acredita.
Nível operatório lógico formal ou hipotético dedutivo
Formação da personalidade e da inserção afetiva e intelectual nas sociedade dos
adultos(dos 11/12 aos 15/16 anos)

Visca (2002) observa que, enquanto no operatório concreto as operações


funcionam somente sobre que se pode comprovar e sobre as representações,
agora o sujeito que alcançou o pensamento hipotético dedutivo, ou seja,
pode raciocinar sobre as proposições que não acredita, ou seja, que
considera como pura hipótese.

A pessoa que alcançou o pensamento formal consegue combinar as fichas de


maneira exaustiva e sistemática e permutá-las de acordo com diferentes ordens
possíveis. Pode combinar hipóteses, negando ou afirmando, e pode utilizar
preposições a implicação, a disjunção ( separação), a exclusão, a
incompatibilidade, a implicação reciproca , etc.
Descrição das Provas

1. Provas de Classificação
3. Prova de Seriação
1.1 Dicotomia/Mudança de critério
3.1. Prova de seriação de Palitos
1.2. Intersecção de classe
1.3. Inclusão de classes
4. Provas do Pensamento Formal
4.1. Combinação de Fichas
2. Provas de Conservação 4.2. Prova de Permutação de Fichas
2.1. Pequenos conjuntos discretos de 4.3. Predição
elementos
2.2. Quantidade de líquido 5. Provas de espaço:
2.3. Quantidade de matéria ( Simaia Sampaio )
2.4. Conservação peso 5.1 Espaço unidimensional
2.5. Conservação volume 5.2 Espaço bidimensional
2.6. Conservação comprimento 5.3 Espaço tridimensional
2.7. Conservação superfície
Seleção das provas para pensamento operatório concreto de acordo
com a idade (Simaia, 2014)
Seis anos:

• Seriação ( Seriação de palitos)

Se a criança for bem na seriação aplique:

• Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos ( provas de conservação)

Sete anos

• Seriação ( Seriação de palitos)

• Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos ( provas de conservação )

• Conservação de massa/matéria ( provas de conservação )

• Conservação de comprimento ( provas de conservação )

• Conservação de superfície ( provas de conservação )

• Conservação de líquido ( provas de conservação )

• Espaço unidimensional ( provas de espaço )


Seleção das provas para pensamento operatório concreto de acordo
com a idade (Simaia, 2014)
Oito e nove anos:

• Conservação de massa ( prova de conservação )

• Conservação de comprimento ( prova de conservação )

• Conservação de superfície ( provas de conservação )

• Conservação de líquido ( prova de conservação )

• Conservação de peso ( prova de conservação )

• Mudança de critério ou Dicotomia ( prova de classificação)

• Quantificação e inclusão de classes ( prova de classificação )

• Intersecção de classes ( prova de classificação )

• Espaço unidimensional ( prova de espaço )

• Espaço bidimensional ( prova de espaço)


Seleção das provas para pensamento operatório concreto de acordo
com a idade (Simaia, 2014)
Dez a onze anos:

• Conservação de massa ( prova de conservação )

• Conservação de comprimento ( prova de conservação )

• Conservação de superfície ( provas de conservação )

• Conservação de líquido ( prova de conservação )

• Conservação de peso ( prova de conservação )

• Conservação de volume

• Mudança de critério ( prova de classificação)

• Quantificação e inclusão de classes ( prova de classificação )

• Intersecção de classes ( prova de classificação )

• Espaço unidimensional ( prova de espaço )

• Espaço bidimensional ( prova de espaço)


Seleção das provas para pensamento operatório concreto de acordo
com a idade (Simaia, 2014)
Acima de 12 anos:

Inicie com a conservação de volume . Se conseguir , deverão ser aplicadas as provas de pensamento formal ; se não
conseguir , aplicam-se as provas anteriores .

• Combinação de fichas ( prova do pensamento formal)

• Permutação de fichas ( prova do pensamento formal)

• Predição ( prova do pensamento formal)

• Espaço tridimensional ( prova de espaço)


Roteiro para aplicação das Provas Operatórias

Prova Classificação: MUDANÇA DE CRITÉRIO – DICOTOMIA


Material:

5 círculos pequenos ( 2,5 cm) azuis e vermelhos

5 círculos grandes ( 5 cm) azuis e vermelhos

5 quadrados pequenos ( 2,5 cm) azuis e vermelhos

5 quadrados grandes (5 cm) azuis e vermelhos

2 caixas planas de mais ou menos 4 a 5 cm de altura

e uns 12 cm de lado
Aplicação

Colocar todas as fichas em desordem sobre a mesa e pedir ao aprendente que as

descreva.

“Diga-me o que você está vendo. Você conhece estas figuras?”

Classificação espontânea:

“Reúna em grupos todas aquelas fichas que podem ficar juntas. Ponha junto aquelas
que se parecem muito.

Depois de colocar, pergunte:

Por que você as colocou dessa maneira?”


Prova Classificação:
MUDANÇA DE CRITÉRIO – DICOTOMIA

Apresentar as caixas e propor:

“Você poderia fazer apenas dois montes e


colocá-los neste dois espaços?

Após a criança separar:

“Por que colocou todas essas juntas? E


aquelas? Como poderíamos chamar esse
monte? E aquele?”
Prova Classificação: MUDANÇA DE CRITÉRIO – DICOTOMIA

Primeira mudança de critério:

“Poderia colocar agora de outra


maneira em dois montes?”

Se for necessário o psicopedagogo


inicia a classificação e pede a criança
que continue.
Prova Classificação: MUDANÇA DE CRITÉRIO – DICOTOMIA

Segunda mudança de critério:


“Poderia colocar agora de outra
maneira em dois montes?”

Recapitular com o aprendente:


“Como você colocou a primeira vez? E
a segunda?”

https://youtu.be/0Hi-KwQFuno
Prova Classificação:
MUDANÇA DE CRITÉRIO – DICOTOMIA
Avaliação:
Nível 1 – Coleção figural (Pensamento pré-operatório intuitivo global 4/5 anos “Olha o Mickey com
orelhas”, “Vou fazer uma minhoca”. Nesse nível, as crianças organizam as figuras em forma de
trenzinhos, casinhas, bonecos etc. Além disso, podem juntar as figuras que têm alguma semelhança,
porém mudam sempre de critério e acabam por não utilizar todas as figuras.

Nível 2 – Coleções não figurais (Pensamento pré-operatório intuitivo articulado 5/6 anos) Nesse nível,
as crianças conseguem formar pequenos conjuntos não figurais, de acordo com diferentes critérios
(forma, tamanho ou cor), porém são grupos sem nenhuma ligação entre si.

Nível 3 – Dicotomia (Pensamento Operatório concreto) – Consegue classificar pelos três critérios
( cores, tamanhos e formas). Aos sete anos, dois critérios são rapidamente identificados, mas um
terciário critério poderá ser descoberto se o psicopedagogo iniciar. Em uma idade maior, oito anos,
conseguirá todos.

“Para as crianças com pais separados, a prova de dicotomia poderá ser uma prova difícil de ser
realizada, se ela não estiver lidando bem com a situação, porque envolve o processo de separar e ,
depois, colocar junto, separar novamente e tentar juntar de novo os semelhantes e, depois, separar
mais uma vez para tentar novamente colocar juntos os semelhantes”. (Sampaio, 2009)
Prova Classificação: INCLUSÃO DE CLASSES

Material

10 bananas

4 laranjas

Aplicação:

O que pode me dizer sobre este material?

Pede-se a criança que nomeie as frutas e assegura-se


de que ela conhece o termo genérico – frutas.

As bananas são frutas?

As laranjas são frutas?

Você conhece outras frutas? Quais?


Prova Classificação: INCLUSÃO DE CLASSES

1. Aqui, tem mais laranjas ou mais bananas? Como você sabe? Se eu tirar as bananas do
grupo o que sobra. Como você pode me explicar?

2. Se eu montar duas cestas, na minha eu coloco as laranjas e a na sua as frutas, quem terá
mais? Como você sabe?

3. Se na minha eu colocar frutas e na sua as bananas qual terá mais ? Como você sabe?

4. Nós temos mais bananas ou frutas? Como você sabe?


Prova Classificação: INCLUSÃO DE CLASSES

Nível I- Nível pré-operatório intuitivo global. Ausência da quantificação da inclusão 5/6 anos - o
aprendente é incapaz de comparar o número de uma subclasse com o de uma classe mais geral
em que está incluída. Responde que há mais bananas que frutas e que se tirar as frutas, ficarão as
bananas.

Nível II ( intermediário) Notam-se dúvidas por parte do aprendente, responde acertadamente


algumas perguntas, outras não. Há mais bananas ou mais frutas? A criança, às vezes responde “é
o mesmo”, justificando que “ as bananas também são frutas”. Nível pré-operatório intuitivo
articulado.

Nível III ( a partir 7/8 anos) ( êxito) Presença de quantificação inclusiva- Todas as perguntas
recebem respostas corretas. Primeiro subestágio do operatório concreto.
Prova Classificação: INTERSEÇÃO DE CLASSES

Material:

5 círculos pequenos de 2,5 cm de diâmetro azuis,

5 círculos pequenos de 2,5 cm de diâmetro vermelhos,

5 quadrados pequenos vermelhos de 2,5 cm de lado,

1 folha de EVA com 2 círculos em interseção, sendo um preto e outro


amarelo.
Prova Classificação: INTERSEÇÃO DE CLASSES

Aplicação:

O que você pode dizer sobre este material?

Colocar as fichas redondas azuis e os quadrados


vermelhos nas partes laterais e as fichas redondas
vermelhas na parte incomum. Pedir à criança que
nomeia as fichas e suas características incomum.
Fazer as seguintes perguntas:
Prova Classificação: INTERSEÇÃO DE CLASSES
1. Por que você acha que colocamos estas fichas vermelhas no meio?

2. Existem aqui mais fichas vermelhas ou azuis, ou existe número igual?

3. Existem mais fichas quadradas ou mais fichas redondas, ou existe número igual?

4. Você acha que tem mais, menos ou mesmo tanto de fichas quadradas que vermelhas?
Como você sabe? Pode me mostrar?

(Inclusão: as quadradas estão incluídas nas vermelhas, portanto as vermelhas estão em


maior quantidade que as quadradas.)

5. Você acha que tem mais, menos ou o mesmo tanto de fichas redondas ou vermelhas?
Como você sabe? Pode me mostrar?

(Intersecção: As fichas da intersecção são incluídas tanto nas vermelhas quanto nas
redondas, logo tem a mesma quantidade de azuis e vermelhas.)

https://youtu.be/eJpUg9XBFGU
Prova Classificação: INTERSEÇÃO DE CLASSES
Avaliação

Nível I – (ausência de intersecção) - Não consegue responder as perguntas


relacionadas à inclusão e à intersecção nem perguntas suplementares. Responde
concretamente às perguntas de comparação de elementos da mesma classe (cor e
forma). Nível pré-operatório Intuitivo global. ( 4/5 anos)

Nível II – (intermediário) - Observa-se êxito nas perguntas suplementares, (o que é


que tem no circulo preto, o que há no circulo amarelo? ) mas apresenta dúvidas nas
perguntas de inclusão e intersecção. Nível pré-operatório Intuitivo articulado.

Nível III – Êxito – Tem um acerto preciso desde o primeiro momento.

Primeiro subestágio do operatório concreto. ( 7/8 anos)


Prova Conservação: PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS DE ELEMENTOS

Material: 10 círculos pequenos azuis e


10 círculos vermelhos

Cada um deve ter 2 cm de diâmetro.


Colocar na mesa as dez fichas vermelhas e dez azuis.
O que você me dizer sobre estas fichas?
Escolha a cor que você goste mais.
O psicopedagogo coloca sete da outra cor em frente
ao aprendente e deixa três do lado.
Coloque as suas fichas na mesma quantidade que eu
coloquei as minhas.
Esconder as fichas que sobraram e perguntar:

“Quantas fichas tenho aqui escondidas?”


Prova Conservação: PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS DE ELEMENTOS

Correspondência termo a termo: pergunte


se tem a mesma quantidade, só continue
depois que a criança perceber que tem a
mesma quantidade. Se necessário arrume as
fichas termo a termo.
Prova Conservação: PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS DE ELEMENTOS

Primeira modificação espacial

O psicopedagogo deve espaçar as suas fichas


e perguntar:

“E agora? Eu tenho mais, menos ou a mesma


quantidade de fichas que você?

“ Como sabe? Pode me explicar ?


Prova Conservação: PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS DE ELEMENTOS

2º Correspondência em círculo:

Dispor as 7 fichas em círculo e pedir que a


criança coloque fichas dela ao redor das da
psicopedagoga na mesma quantidade.

E agora tem mais, menos ou mesma


quantidade que as suas? Como sabe?
Prova Conservação: PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS DE ELEMENTOS

Condutas não conservativas: Intuitivo global - nível 1 (até ± 4/5 anos) - Nas duas situações do
desenvolvimento da prova, a criança pode fazer uma contagem, ou seja, uma correspondência ficha a ficha,
porém não pode levar em conta o número de fichas apresentadas. ( Não fala que tem 7 fichas)

Condutas intermediárias: nível 2 - Nas duas situações do desenvolvimento da prova, a criança faz a
correspondência ficha a ficha, porém, não mantém a conservação, ou seja, quando se junta ou se separa as
fichas, a criança deixa de reconhecer a equivalência, Porém ao contrário da primeira conduta, a questão da
quantidade é resolvida.

Condutas conservativas: nível 3 (aproximadamente 5 anos) - Ao alcançar essa conduta, a criança consegue
não somente uma correspondência precisa, como também mantém uma equivalência durável (igual número de
fichas), justificando-se por identidade (“Você não retirou nem colocou fichas, somente as juntou/separou.”)
e/ou Reversibilidade (“A ‘fila’ está mais comprida/curta, mas se você juntar/separar as fichas de novo vai ficar
como antes.”) e/ou Compensação (“‘Esta’ está mais comprida porque tem mais espaço entre as fichas.”).
Prova Conservação de SUPERFÍCIE

Material
2 folhas de EVA verdes (20x25cm)
12 quadrados de EVA na cor vermelha (4cm de lado)
1 vaquinha ou outro animal herbívoro

Consigna

“Fale-me sobre este material . E em tamanho , são


iguais? “

“Vamos fazer de conta que temos dois campos de pasto.


Se uma vaquinha comesse todo pasto deste campo ,
comeria a mesma quantidade que comeria neste outro ou
comeria mais em um do que no outro?”
Prova Conservação de SUPERFÍCIE

Coloque um cartãozinho vermelho em um canto .

“ O dono deste campo decidiu colocar uma casinha aqui. Agora a vaquinha comerá a
mesma quantidade de pasto nos dois campos? Como sabe?”

Coloque uma casa no campo vizinho.

“ E agora? A vaquinha comerá neste mais, menos ou o mesmo que neste?” Como sabe?

Coloque quatro casas nos dois campos de forma diferentes.

“ E agora? A vaquinha comerá neste mais, menos ou o mesmo que neste?”


Prova Conservação de SUPERFÍCIE

Avaliação

Nível I- Não conservação( até 5/6 anos - pré- operatório intuitivo) Estabelece
a igualdade inicial – não conserva em nenhuma das modificações.

Nível II – Transição ( pré-operatório intuitivo articulado) Ora conserva ora não


conserva.

Nível III- Conservação ( a partir de 7 anos) primeiro subestágio operatório


concreto. Faz uso de um ou mais argumentos. Conserva em todas as
modificações.
Prova Conservação: QUANTIDADE DE LÍQUIDO

Material

2 copos idênticos (a1) e (a2),

1 copo mais estreito e mais alto (b),

1 copo mais largo e mais baixo (c),

4 copinhos idênticos (d1, d2, d3, d4) e

2 garrafas com água colorida ( garrafa PET ,


contendo água com anilina ou guache de cores
diferentes).

Material dos copos: acrílico


Prova Conservação: QUANTIDADE DE LÍQUIDO

Aplicação:

“O que você pode me dizer sobre este material? “

Constatar com a criança que os recipientes (a1) e (a2) são de


dimensões idênticas.

Pegar uma das garrafas e colocar água no copo (a1).

Pedir a criança que pegue a outra garrafa e coloque o outro


tanto no recipiente (a2).

Depois que a criança colocou o líquido, perguntar:

“Se você tomar este líquido (a1) e eu tomar aquele (a2)


vamos tomar a mesma quantidade de líquido?” “Como sabe?”
Prova Conservação: QUANTIDADE DE LÍQUIDO

1º Primeira modificação

“Se colocarmos a água de (a2) em (b),


teremos a mesma quantidade de
líquido para tomar ou alguém terá
mais ou menos? Quem? Como você
sabe? Pode me explicar?”
Prova Conservação:QUANTIDADE DE LÍQUIDO

2º Modificação

Colocar água de (a2) em (c) e proceder da


mesma forma.

“Se colocarmos a água de (a2) em (c), teremos


a mesma quantidade de líquido para tomar ou
alguém terá mais ou menos? Quem? Como
você sabe? Pode me explicar?”
Prova Conservação: QUANTIDADE DE LÍQUIDO

3º Modificação

Colocar a água de (a2) em (d1), (d2), (d3) e (d4)


e proceder da mesma forma.

“Se colocarmos a água de (a2) em (d1), (d2),


(d3) e (d4) , teremos a mesma quantidade de
líquido para beber ou alguém terá mais ou
menos? Quem? Como você sabe? Pode me
explicar?”

https://youtu.be/cAzgfA89gzM
Prova Conservação: QUANTIDADE DE LÍQUIDO

Avaliação:

Nível I – Não conservação ( 5/6 anos) – Frente a cada modificação a criança julga que
uma das quantidades é maior.

Nível II – Condutas intermediárias ( 5/6 a 7 anos) (pensamento intuitivo articulado).


As condutas oscilam entre conservação e não conservação.

Nível III – Conservação de quantidade de líquidos (pensamento operatório concreto


7 anos). Em cada uma das modificações julga que as quantidades de líquidos são
iguais. Além disso, é capaz de dar uma ou mais justificativas, usando argumentos de
identidade, reversibilidade e compensação.
Prova Conservação: QUANTIDADE DE MATÉRIA (MASSA)

Material:

2 massinhas de modelar de cores diferentes, cujo tamanho possa


fazer duas bolas de aproximadamente 4 cm de diâmetro.

Aplicação:

“O que você pode me dizer sobre este material? “

“Gostaria que você fizesse duas bolas de massinha com a mesma


quantidade”, ou seja:“Se pudéssemos comê-las, teriam que ter o
mesmo tanto de massa para comer, o que você deve fazer para que
as duas tenham a mesma quantidade de massa, nem mais, nem
menos?”
Prova Conservação: QUANTIDADE DE MATÉRIA (massa)

1ª Transformação: Transformar uma


das bolas em salsicha.

“E agora há o mesmo tanto de massa


para comer na bola e na salsicha?
Como você sabe? Pode me explicar?”
Prova Conservação: QUANTIDADE DE MATÉRIA ( massa)

2ª Transformação

Transformar uma das bolas em pizza e


proceder como a na 1ª transformação.

“E agora há o mesmo tanto de massa para


comer na bola e na pizza? Como você
sabe? Pode me explicar?”
Prova Conservação: QUANTIDADE DE MATÉRIA (massa)

3ª Transformação

Transformar uma das bolas em quatro bolinhas e proceder como a na 1ª transformação.

“E agora há o mesmo tanto de massa para comer na bola e nas quatro bolinhas? Como você sabe?

Pode me explicar?”
Prova Conservação: QUANTIDADE DE MATÉRIA ( massa)

Avaliação:

Nível I – Não conservação ( 5/6 anos) – Acredita que uma das quantidades é maior.

Nível II ( 5/6 e 7 anos) – Condutas intermediárias (pensamento intuitivo articulado). As


condutas oscilam entre conservação e não conservação.

a) Juízo oscilante numa mesma transformação.

b) Juízo oscilante em várias transformações.

c) Juízo oscilante em função das contra-argumentações.

Nível III – ( 7 anos) Conservação de quantidade de matéria (pensamento operatório


concreto). Em cada transformação julga que as quantidades são iguais, e é capaz de
justiçar-se , usando argumentos de Identidade, compensação e reversibilidade.

Exemplo:

“Há a mesma quantidade porque não tiramos nem colocamos.”

“ Há a mesma quantidade porque se voltar a fazer a bola, será o mesmo”.


Prova Conservação DE PESO

Material

2 bolas de massa de modelar de cores diferentes.

1 balança com 2 pratinhos.

Aplicação

“O que pode dizer sobre este material? “

“Para que serve uma balança? “

Mostre duas massinhas de cores diferentes e peça para


fazer duas bolas de massinha com o mesmo peso.

Pedir para a criança igualar na balança o peso das duas


bolas.
Prova Conservação DE PESO

1ª Transformação

Transformar uma da bolas em salsicha. O entrevistador faz


o gesto que vai colocar a bola na balança, mas não coloca.

Perguntar à criança:

“Você acha que a salsicha pesa o mesmo que a bola ou


acha que uma pesa mais do que a outras? Como você
sabe? Pode me explicar?”
Prova Conservação DE PESO

2ª Transformação

Transformar uma da bolas em pizza. O entrevistador faz o gesto que vai colocar a bola na balança,
mas não coloca.

Perguntar à criança:

“Você acha que a pizza pesa o mesmo que a bola ou acha que uma pesa mais do que a outras? Como
você sabe? Pode me explicar?”
Prova Conservação DE PESO

3ª Transformação

Fragmentar uma das bolas em 4 pedaços e


proceder como nas outras transformações.

Perguntar à criança:

“Você acha que a bola pesa o mesmo que as 4


bolinhas ou acha que uma pesa mais do que a
outras? Como você sabe? Pode me explicar?”
Prova Conservação DE PESO

Avaliação
Nível I – Não conservação ( 6/7 anos) – Para cada uma das transformações um
dos pesos é julgado como maior.

Nível II – Condutas intermediárias ( 8/ 9 anos) – Juízos que oscilam entre a


conservação e não conservação.
a) Para a mesma transformação.

b) Nas diversas transformações.

c) Na contra-argumentação.

Nível III – Conservação ( 8/9 anos) – Em cada uma das transformações a igualdade
de peso é considerada e capaz de justificar-se, apesar das contra- argumentações,
usando argumentos de IDENTIDADE, COMPENSAÇÃO E REVERSIBILIDADE.
Prova Conservação DE VOLUME

Materiais
2 copos idênticos com líquidos de cores diferentes no mesmo nível (a1) e (a2)
.
2 bolas de massa de modelar de cores diferentes.

Aplicação

Administrar em criança que tenha conservação de peso.


Constatar a igualdade de tamanho dos copos e nível de
líquido na frente da criança.

“Se eu ponho esta bola dentro deste copo (A), o que você
acha que vai acontecer com o nível d’água? Por quê? E se
colocarmos esta outra bola neste copo(B)?”
Prova Conservação DE VOLUME

1ª Transformação

Transformar uma das bolas em salsicha.

“Se eu colocar esta salsicha neste copo(B), você acha que a água vai subirá
mais, menos ou ficará igual ao outro copo (A) o tanto que neste? Como você
sabe?”
Prova Conservação DE VOLUME

2ª Transformação

Transformar uma das bolas em pizza e proceder da mesma forma.


Prova Conservação DE VOLUME

3ª Transformação

Transformar uma das bolas em 4 bolinhas e proceder da mesma forma.


Prova Conservação DE VOLUME

Avaliação:
Nível I – ausência de conservação de volume (8/9 anos) – Para cada uma
das transformações o aprendente julga que uma outra modificação da forma
fará subir o nível de água.

Nível II – Juízos que oscilam entre conservação e não conservação.

Nível III – conservação de volume (11/12 anos) – Para cada uma das
transformações o volume de água é julgado igual.
a) Argumento de identidade
b) Argumento de reversibilidade
c) Argumento de compensação
Prova Conservação de COMPRIMENTO

Materiais

1 barbante ou corrente de aproximadamente 10 cm.

1 barbante ou corrente de aproximadamente 15 cm.

Aplicação

Apresentar à criança as duas correntes, estendendo sobre a mesa,


uma ao lado da outra.
“O que você pode me dizer sobre este material? “

“Neste caminho (a) há a mesma quantidade para caminhar que neste


(b)? Este caminho (a) é do mesmo comprimento que este (b) ou é
mais curto ou mais comprido?”
Prova Conservação de COMPRIMENTO

1ª Transformação:
Ondular a corrente maior (a) fazendo com que
os extremos de (a) coincidam com os de (b).

“E agora há a mesma quantidade para


caminhar sobre este caminho (a) do que este
(b)? Se duas formigas caminhassem, uma
sobre o caminho (a) e a outras sobre o
caminho (b) andariam a mesma distância ou
não? Como você sabe?”
Prova Conservação de COMPRIMENTO

2ª Transformação:

Ondular a corrente maior novamente de tal maneira que haja


entre as correntes (a) e (b) uma defasagem em um dos
extremos.

E agora há a mesma quantidade para caminhar sobre este


caminho (a) do que este (b)? Se duas formigas caminhassem,
uma sobre o caminho (a) e a outras sobre o caminho (b)
andariam a mesma distância ou não? Como você sabe?”

https://youtu.be/5beeCy9dLFk
Prova Conservação de COMPRIMENTO

Avaliação
Nível I – Não conservação (6/7 anos) – nas duas situações de deformação, não há conservação de
comprimento.
Nível II – Condutas intermediárias (transição) – Geralmente o julgamento da criança é correto em uma
transformação e incorreto na outra. Em um segundo nível de julgamentos de conservação, na segunda
transformação, as respostas são instáveis, como também as explicações e as justificativas da criança.
Nível III – conservação ( a partir dos 8 anos) –. Conserva-se o comprimento em todas as situações e as
explicações e justificativas da criança são pertinentes, utilizando argumentos de identidade, reversibilidade e
compensação.
Prova de SERIAÇÃO

Material
10 palitos com aproximadamente 1 cm de largura com uma diferença de 0,6 mm de
altura entre um e outro, sendo que o primeiro tem aproximadamente 11,5 cm.

Aplicação

1º Seriação descoberta:

Solicitar à criança que faça uma pequena


Escada bem bonita com todos os palitos começando
do menor para o maior.
Prova de SERIAÇÃO

O psicopedagogo deve observar e anotar como a criança escolhe os palitos e os ordena. Se a criança fizer uma escada sem
base comum sugerir:
- “Você não poderia fazer esta escadinha mais bonita?”
Quando a criança terminar/ perguntar:
-Como você fez para escolher os palitos?
Apontar para o primeiro palito e perguntar:
-“Por que você colocou este aqui?”
Apontar para o último e perguntar:
-“Por que você colocou este aqui?”

Apontar um dos medianos e fazer a mesma pergunta.


Anotar o desempenho da criança ao construir a série de palitos:
a) Nenhum ensaio de seriação
b) Tentativa de seriação/ seriação assistemática
c) Pequenas séries
d) Êxito sistemático
Prova de SERIAÇÃO

Verificação da Inclusão:

Pedir que a criança feche os olhos. O avaliador retira um palito da série (com exceção dos extremos) e informa à criança.
Pede-se que descubra o lugar de onde foi tirado.
Contraprova (anteparo) /Seriação oculta atrás de um anteparo
Se a criança obteve êxito na construção da série, colocar um anteparo que lhe impeça de ver o que o psicopedagoga
fará por trás dele dizendo:
“Agora é minha vez de fazer a escada. Você vai dar-me os palitos, um após o outro como eu devo colocá-los,
para que minha escada fique tão bonita quanto a sua. – Você deverá encontrar um meio de entregá-lo na ordem
certa.”
Quando a criança for entregando cada palito, perguntar:
“Por que me deu este? Como ele é perto dos outros que estão com você? Como ele é perto dos que estão
comigo?”
Anotar o desempenho da criança na construção da série com o anteparo:
a) Nenhum ensaio de seriação
b) Tentativa de seriação/ seriação assistemática
c) Pequenas séries
d) Êxito sistemático
Caracterização dos níveis:

Caracterização dos níveis:

( ) Pensamento intuitivo global – percepções


globais , não é capaz diferenciar relaçôes( nenhum
ensaio ou ensaio infrutífero/com resultados).

( ) Pensamento intuitivo articulado ( êxito parcial /


assistemático).

( ) Pensamento operatório ( há acerto preciso em


todas as questões)
Prova de SERIAÇÃO- Avaliação

Avaliação
Nível I – Fracasso na seriação
a) Antes dos 4 anos (pensamento simbólico) – a criança parece
não entender a consigna. Não existe nenhum ensaio de seriação.
b) 4/5 anos (pensamento intuitivo global) – a criança ordena por
pares ou trios, mas não consegue seriar.
c) Considera a parte superior mas não a inferior dos palitos.

Nível II – Êxito por tentativas ( 6 anos) – consegue fazer a


seriação por meio de tentativas empíricas realizada por
comparações sucessivas. Ausência de método sistematizado.
Pensamento intuitivo articulado

Nível III – Êxito por método operatório ( 6 /7 anos) , consegue


com facilidade seriar (com ou sem anteparo).
Pensamento Formal

O pensamento formal é o ponto mais alto do


desenvolvimento intelectual, o estágio de equilíbrio final
para o qual se move a evolução intelectual desde a
infância.

Provas:

✓ Combinação de fichas

✓ Permutações possíveis com um conjunto determinado


de fichas

✓ Predição
Pensamento Formal- COMBINAÇÃO DE FICHAS
a partir dos 12 anos.

Material:

6 fichas, uma de cada cor e do mesmo tamanho (total


de 30 pares)

Consigna:
“ Forme com estas fichas todos os pares que sejam
possíveis para você.” Caso não entenda, o
psicopedagogo poderá insinuar , formando um par/
dupla ”.

Obs: Registrar como o sujeito realizou a prova.


Pensamento Formal- COMBINAÇÃO DE FICHAS
a partir dos 12 anos.

5 pares

Se invertermos a ordem
4 pares de cada um dos pares
teremos o dobro do
3 pares
número de pares, ou
seja, 30 pares.
2 pares

1 par

15 pares
Pensamento Formal- COMBINAÇÃO DE FICHAS

Avaliação:

Nível I – Ausência da capacidade combinatória – Primeiro subestágio do operatório


concreto. Grosseiras tentativas de ordenamento que em geral são classificações
simples. As tentativas são aleatórias.

Nível II – Combinações incompletas – Segundo subestágio do operatório concreto


Descobre possibilidades de combinar as fichas à medida que vai operando sobre elas,
mas não consegue prever o número total de combinações possíveis.

Nível III – Êxito na operação combinatória- Primeiro subestágio do operatório


formal- a partir de 12 anos – consegue antecipar a possibilidade combinatória, com
uma técnica para gerar todas as combinações possíveis com as fichas. Consegue
descobrir os 30 pares.
Pensamento Formal – Permutação de Fichas

Material

4 fichas uma de cada cor, de 2,5 cm de diâmetro

Consigna

“Gostaria que me mostrasse todas as


combinações que seja capaz de formar com estas
fichas. Deve utilizar todas as fichas. Caso não
entenda, o psicopedagogo poderá fazer a
demonstração inicial.
Pensamento Formal – Permutação de Fichas

• Fixando a posição das fichas amarela e azul tem-


se duas combinações possíveis alterando-se as
posições das fichas rosa e vermelha. 2 combinações
• O mesmo pode ser feito trocando a segunda
posição da ficha azul pela ficha rosa e tem-se
novamente mais duas combinações possíveis.
• Por fim, pode-se fazer o mesmo colocando a
ficha vermelha na segunda posição obtendo-se 2 combinações
mais duas combinações possíveis.
• Observe que a ficha amarela não mudou de
posição, então é possível obter a mesma
quantidade de combinações repetindo esse
processo com as demais fichas na primeira 2 combinações
posição obtendo-se então o total de 24
combinações possíveis.
6 x 4 = 24
Avaliação
Pensamento Formal – Permutação de Fichas

Nível I – Ausência da capacidade de permutação- primeiro subestágio do operatório concreto. Faz


tentativas aleatórias e não consegue perceber as possibilidades de permuta.

Nível II – Permutações incompletas – segundo subestágio do operatório concreto podem chegar a produzir
numerosas permutações, mas sem uma ordem estabelecida, não se lembra do que fez, por falta de métodos.

Nível III –Êxito nas permutações possíveis (a partir de 12 anos) – consegue prever a possibilidade de
permutações utilizando sistema metódico e ordenado. A permutação de quatro elementos é igual ao fatorial de 4,
isto é 4x3x2x1= 24. Observar se o aprendente pede lápis e papel para registrar o seu raciocínio. Isto deve ser
permitido.
Pensamento formal - Predição

Materiais
- Dezessete fichas verdes
- Dez fichas amarelas
- Seis fichas lilases
- Uma ficha branca
- Um saco de pano
Todas as fichas devem ter 2,5 cm de diâmetro.
As cores poderão variar conforme a fabricação.

Aplicação: O entrevistador coloca as fichas sobre a mesa e pede-lhe que as observe


por algum tempo. Depois, guarde-as em um saco não transparente. Peça ao sujeito
que retire uma ficha. Quando ele colocar sua mão no saco, você deverá segurar sua
mão ainda dentro do saco e perguntar-lhe que cor ele acha que irá sair e por quê.
Depois permita-lhe retirar e olhar a ficha. Guarde novamente a ficha no saco e repita
umas quatro ou cinco vezes.
Avaliação: Predição

• Nível 1 (ausência) Primeiro subestágio do operatório concreto.– não consegue prever a probabilidade
de sair a cor verde por ter maior quantidade. Pode dizer roxo porque gosta de roxo, etc..

• Nível 2 (intermediário) Segundo subestágio do operatório concreto – ora consegue prever a


probabilidade, ora não. As justificativas são incompletas..

• Nível 3 (êxito) Primeiro subestágio do operatório formal - usa justificativa baseada na predição.
Consegue prever que irá sair a cor verde porque é a que existe em maior quantidade.
.
Especificidades nas provas operatórias

Aprendentes com:

Deficiência física: dar mais importância para as provas


verbais.

Hipótese de Discalculia (dificuldade de aprendizagem


relacionada à Matemática): ênfase nas provas de seriação
e classificação.

Hipótese de Deficiência Mental: ênfase nas provas de


conservação de matéria, peso e volume.
PROVAS DE CAUSALIDADE

Esta prova foi retirado chama-se a noção de causalidade na


criança do livro GOULART,I. B. PIAGET: Experiências básicas
para utilização pelo professor. 11ª edição. 1996.)

PROVA DE CAUSALIDADE

A prova pode ser aplicada em crianças menores de 6 anos, ainda


não alfabetizadas, ou que se encontrem no nível de pensamento
pré operatório, em desacordo com sua faixa etária. Perguntas que
exigem explicação, quando apresentadas a crianças, levam-nas a
dar respostas que evidenciam sua noção de causalidade em
diferentes níveis de idade. A relação de causa e efeito, muito
significativa para a compreensão de ciências, permite-nos explicar,
predizer e controlar os fenômenos.
PROVAS DE CAUSALIDADE

Questões orais:
O psicopedagogo pode direcionar as questões ao
aprendente e as analisa.
1-O almoço está quente. Como se faz para ele esfriar?
2-Por que as nuvens movem?
3-O que é uma cama?
4-O que é uma casa?
5-O que faz as ondas do mar se moverem?
O psicopedagogo estende a mão com um a folha
de papel, fazendo sombra e pergunta:
6- Por que há sombra aqui?
7- O sol se movimenta. Por quê?
Exemplo de respostas
QUESTÕES RESPOSTAS CAUSALIDADE
PROVÁVEIS (tipo)

1-O almoço está quente. Como se faz para ele esfriar? exemplo: eu bato o pé e ele esfria. Ou qualquer outra Mágico-fenomenista
resposta que evidencie que a criança julga que pode
agir sobre as coisas.

2- Por que as nuvens se movem? Papai do céu empurra Artificialista


A gente move as nuvens

As nuvens seguem a gente Animista


e
Mecanicista
Elas se movem sozinhas.
O ar empurra

3- O que é uma cama? É para mim dormir Finalismo

4- O que é uma casa? É pra gente ficar lá dentro Finalismo

5- O que faz as ondas do mar se moverem? Um homem empurra Artificialista

Os barcos tocam Mágico-fenomenista

As águas que vêm atrás empurram as da frente Mecanicista

O ar, o vento, as toca


Lógica
Elas vêm atrás da gente
Animista

6- Por que há sombra aqui? Porque ela é para mim ver Finalista

Porque a mão faz sombra ou porque a gente faz Fenomenista


sombra Lógica
Porque você tampou a luz
É um lugar onde não tem luz
7- O sol se movimenta? Por quê? Para gente ficar quente Finalista

Para acompanhar a gente Animista

Um homem grande ou papai do céu empurra Artificialista

As nuvens tocam o sol


Fenomenista
É ele mesmo que anda
Ele quer esquentar a gente Animista

Caracterização dos níveis:


( ) Nível I – mágico- fenomenista, antes de 4 /5 anos
(está centrada na ação da criança sem levar em consideração nem mesmo
os contatos espaciais entre ela e o objeto).
( ) Nível II – egocentrismo: finalismo, artificialismo e animismo
(pensamento pré-operatório).
( ) Nível III- lógica supera a percepção – mecanicista e
lógica (pensamento operatório).
Modelo para elaboração do trecho- provas operatórias - do INFORME PSICOPEDAGÓGICO

PROVAS OPERATÓRIAS

As provas utilizadas foram selecionadas de acordo com a sua faixa etária:

Prova 1. Pensamento Formal: combinação de fichas; Prova 2. Pensamento Formal: prova de permutações possíveis com um
conjunto determinado de fichas e Prova 3. Predição. O desempenho de XX não foi compatível com sua idade cronológica, na
primeira prova (combinação de fichas) demonstrou não compreender a tarefa, houve necessidade da repetição. Revelou
momentos de ausência de capacidade combinatória, com tentativas aleatórias de ordenamento. (Nível I), após a mediação do
psicopedagogo descobre novas possibilidades de combinação das fichas a medida que vai operando sobre elas, não
conseguindo prever o número total de combinações (Nível II), apresentando-se assim em transição do primeiro subestágio do
operatório concreto para o segundo subestágio do operatório concreto. Na prova 2 ( permutação de fichas) apresentou-se no
Nível II, realiza permutas incompletas sem capacidade de generalizações mesmo conseguindo um número razoável de
permutações e não se lembra do que fez, por falta de método e também de concentração, portanto está no segundo
subestágio do operatório concreto. Na prova de predição encontra-se no (Nível II) – ora consegue prever a probabilidade, ora
não com justificativas incompletas, segundo subestágio do operatório concreto. O tempo de concentração de XX foi baixo, em
diversos momentos dispersou. Foi observado frustração quando não conseguia cumprir com a tarefa.
Agradecemos e desejamos bons estudos

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