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GUIA DE PRÁTICAS EM

AVALIAÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA

Sumara Luiz Bento Ferreira

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------- 05

MÓDULO 01: TESTES GERAIS E FICHAS PARA AVALIAÇÃO


PSICOPEDAGÓGICA ----------------------------------------------------------------------- 06

Aula 01- A importância de planejar a aplicação dos testes na avaliação


psicopedagógica ------------------------------------------------------------------------------- 07
Aula 02- A aplicação da Anamnese ------------------------------------------------------ 08
Aula 03- Entrevista Operativa Centrada na aprendizagem- EOCA ------------- 09
Aula 04- Como utilizar o questionário de identificação do perfil do
aprendente/estudante -------------------------------------------------------------------------10
Aula 05- Como realizar observação por meio de ficha modelo --------------------10
Aula 06- Questionário para diagnóstico psicopedagógico, guia de observação
para professores -------------------------------------------------------------------------------10
Aula 07- Avaliação das capacidades básicas para aprendizagem ---------------11
Aula 08- Ficha de avaliação da entrevista inicial ------------------------------------- 11
Aula 09- Ficha de encaminhamento ------------------------------------------------------11
Aula 10- Ficha de devolutiva e Laudo ----------------------------------------------------12
Aula 11- IAR- Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para
alfabetização-------------------------------------------------------------------------------------12
Aula 12- TDE II- Teste de Desempenho Escolar --------------------------------------13
Aula 13- PROLEC- Prova de Avaliação dos Processos de Leitura - Kit
Completo -----------------------------------------------------------------------------------------13
Aula 14- Informe de Acompanhamento/ Sessões ------------------------------------13
Aula 15- Relatório de dificuldade em leitura e linguagem --------------------------14

MÓDULO 02: TESTES DE RASTREIO DE TDAH E TOD -------------------------14


Aula 16- SNAP-IV ---------------------------------------------------------------------------- 14

Aula 17- ASRS 18 -----------------------------------------------------------------------------15


Aula 18- Escala de Avaliação e Transtornos de Comportamento Disruptivo para
Pais e Professores- TOD --------------------------------------------------------------------15

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MÓDULO 03: TESTES DE RASTREIO PARA DISLEXIA, DISGRAFIA,
DISCALCULIA E DISORTOGRAFIA ---------------------------------------------------16
Aula 19- Dislexia -----------------------------------------------------------------------------16
Aula 20- Disgrafia ----------------------------------------------------------------------------16
Aula 21- Discalculia --------------------------------------------------------------------------17
Aula 22- Disortografia -----------------------------------------------------------------------17

MÓDULO 04: TESTES DE RASTREIO PARA TRANSTORNO DO ESPECTRO


AUTISTA- TEA --------------------------------------------------------------------------------17
Aula 23- M-CHAT -----------------------------------------------------------------------------18
Aula 24- CARS - Escala de Avaliação de Autismo na Infância -------------------18
Aula 25- ATA- Escala de Avaliação de Traços Autísticos --------------------------18

MÓDULO 05: APLICAÇÃO DE PROVAS PROJETIVAS -------------------------19


Aula 26- Aplicação e protocolo de provas projetivas- vínculo --------------------19
Aula 27- Par educativo ----------------------------------------------------------------------20
Aula 38-A planta da sala de aula ---------------------------------------------------------21
Aula 29- A planta da minha casa ---------------------------------------------------------22
Aula 30- Família Educativa -----------------------------------------------------------------23
Aula 31- Os quatro momentos de um dia ---------------------------------------------- 23
Aula 32- O dia do meu aniversário -------------------------------------------------------24
Aula 33- Minhas férias -----------------------------------------------------------------------25
Aula 34-Fazendo aquilo que mais gosto ------------------------------------------------26
Aula 35- Desenho e um episódio ---------------------------------------------------------26

MÓDULO 06- APLICAÇÃO DE PROVAS DE DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO-------27

Aula 36- Apresentação do Roteiro de Aplicação -------------------------------------27


Aula 37- Provas de Conservação --------------------------------------------------------29
Aula 38- Provas de Classificação --------------------------------------------------------32
Aula 39- Provas de Seriação --------------------------------------------------------------34
Aula 40- Mensuração Espacial -----------------------------------------------------------35

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MÓDULO 07- RELATÓRIO DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E RELATÓRIO
DE ACOMPANHAMENTO DE ALTAS HABILIDADES/ SUPERDOTADOS--36
Aula 41- Relatório descritivo de deficiência intelectual, como preencher? -----36
Aula 42- Como preencher o relatório de acompanhamento psicopedagógico ao
estudante com altas Habilidades/ Superdotação--------------------------------------37

MÓDULO 08- PLANO DE DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL DO


ESTUDANTE ---------------------------------------------------------------------------------38
Aula 43- Como preencher o plano de desenvolvimento individual do estudante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------38

Aula 44- Recapitulando/ Revisitando o conteúdo e Conclusão ------------------39

Referências Bibliográficas --------------------------------------------------------------40

Anexos -----------------------------------------------------------------------------------------41

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APRESENTAÇÃO

Sejam todos bem-vindos e bem-vindas a mais um curso da Ello Cursos


Psicologia. Ficamos felizes por novamente nos escolher para aprender cada dia
mais e mais.
Estamos diante de um cenário (pandemia da covid-19) em que muitas
crianças e adolescentes retornaram as aulas presenciais esse ano e que
provavelmente irão apresentar defasagem e dificuldades de aprendizagem. E
pensando nesses desafios, realizamos anteriormente o curso de Avaliação e
Intervenção Psicopedagógica com a intenção de capacitar a todos nossos
estudantes de forma teórica e prática.
Agora teremos o curso de Práticas em Avaliação Psicopedagógica no qual
será abordado e apresentado a aplicação dos principais testes
psicopedagógicos, fichas, testes de rastreio e relatórios. O objetivo é
instrumentalizar vocês a realizarem uma avaliação psicopedagógica com
segurança e fidedigna.
E o que vamos ter nesse curso? Teremos a explicação de como aplicar
uma boa anamnese usando alguns modelos da Ello Cursos Psicologia. Como
realizar a EOCA, como identificar o perfil do aprendente, como realizar
observação utilizando ficha modelo, avaliação da entrevista inicial, relatório de
dificuldade de leitura e linguagem. Além disso a aplicação dos testes: IAR-
instrumento de avaliação do repertório Básico para alfabetização, TDE II- Teste
de Desempenho Escolar, PROLEC- Prova de Avaliação dos Processos de
Leitura.
E tem muito mais, os testes de rastreio de TDAH e TOD, de Dislexia,
Disgrafia, Disortografia e Discalculia. Os testes de rastreio para o Transtorno do
Espectro Autista. Exemplos de aplicação de Provas projetivas. A aplicação de
provas de Diagnóstico operatório. Como preencher relatórios de deficiência
intelectual, TEA, Síndrome de Down e outros. O relatório de Altas
Habilidades/Superdotação e como preencher o plano de desenvolvimento
individual do estudante.
Desejo a todos um ótimo curso e espero que gostem, pois tudo foi
preparado com muito estudo, dedicação e carinho para todos vocês. Aproveite
esse Guia do curso de Práticas em Avaliação Psicopedagógica.

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Módulo 01- Testes Gerais e Fichas para Avaliação Psicopedagógica

O presente módulo visa apresentar os testes psicopedagógicos mais


utilizados no processo de avaliação psicopedagógica, bem como fichas para
auxiliar durante a avaliação. Para a melhor compreensão de todos iremos
exemplificar a aplicação de cada um em aulas separadas.

Aula 01- A importância de planejar a aplicação dos testes na avaliação


psicopedagógica

Antes de iniciarmos a avaliação psicopedagógica é importante conhecer


a pessoa que será avaliada, seja criança ou adolescente, bem como ouvir e
acolher a queixa que a família traz, ou a escola, ou até mesmo o médico. Além
disso explicar aos envolvidos como é o seu trabalho e como ocorrerá toda a
avaliação, assim você deixará todos mais tranquilos e ciente do que irá
acontecer.
É importante destacar que não importa a linha teórica que você segue,
mas é importante planejar todo o processo e principalmente a aplicação dos
testes psicopedagógicos e as fichas que serão utilizadas.
Por isso vou apresentar para vocês como realizar esse planejamento,
demonstrando por meio da sequência lógica de Weiss (2012):
1- Entrevista Inicial para recebimento da queixa principal e contrato com
a família;
2- Entrevista Familiar Exploratória Situacional;
3- Entrevista de Anamnese;
4- Sessões Lúdicas Centrada na aprendizagem (para crianças ou até
mesmo adolescentes);
5- Provas e testes (quando necessário);
6- Síntese Diagnóstica;
7- Entrevista de Devolução e Encaminhamentos
Caso opte por seguir a Epistemologia Convergente de Jorge Visca,
lembre-se que a aplicação da EOCA vem logo após a Entrevista Familiar e a
Anamnese fica para depois dos testes e provas.

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Esse é um dos modelos mais seguidos e utilizados. Mas você pode
planejar a sua avaliação, lembrando de aplicar o que é necessário. Não é preciso
aplicar todos os testes que existem no mercado e nem utilizar todas as fichas e
testes de rastreio e seguir todos os modelos de relatório.
Lembro a vocês que a avaliação psicopedagógica é o processo no qual
visa investigar as relações do estudante com o conhecimento e os seus vínculos
com a aprendizagem, procurando considerar os aspectos emocionais, sociais e
cognitivos. De acordo com Weiss (2012), o diagnóstico psicopedagógico, nada
mais é que um processo de investigação, uma pesquisa, do que não vai bem
com a pessoa em relação ao que se era esperado. É o esclarecimento de uma
queixa, que pode ser do próprio estudante, da família e em sua maioria da
escola.
Por esse motivo é tão importante planejar e procurar seguir da melhor
maneira possível para ter melhores resultados sobre a criança ou adolescente
com a intenção de compreender o que está acontecendo.
Segundo Sampaio (2018), a avaliação psicopedagógica é como montar
um grande quebra-cabeças, pois conforme vai se encaixando as peças, vai se
descobrindo o que tem por trás dos sintomas que a pessoa apresenta. As peças
do quebra cabeça vêm do próprio estudante, da família, da escola, e a forma de
montá-las, depende de quem está conduzindo a avaliação, no caso, o
psicopedagogo, pois precisa levar em consideração todos os aspectos objetivos
e subjetivos observados nos diversos âmbitos: cognitivo, familiar, pedagógico e
social.

Então vamos lá para os principais testes de rastreio, testes


psicopedagógicos e fichas que podem ser utilizadas durante a avaliação e para
que assim você possa planejar a avaliação de cada criança ou adolescente que
irá avaliar.

Aula 02- A aplicação da Anamnese


O momento da Anamnese é um dos principais no processo de avaliação
psicopedagógica, pois é por meio dela que vamos adentrar a história da criança,
do adolescente.

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Na anamnese que descobriremos como foi a concepção, gestação, o
nascimento, o desenvolvimento e crescimento do avaliado. Além disso
recolhemos as informações de toda a família, dos pais, dos irmãos, de outros
familiares. Ainda descobrimos como é a relação da família com a escola, com a
aprendizagem, como é a dinâmica e rotina familiar.
Importante dizer que embora eu vá apresentar aqui modelos de
anamnese, para que ela seja bem-sucedida é preciso fazer como se fosse uma
conversa. Precisamos de um roteiro, mas precisamos fazer com que não seja
uma entrevista.
É também na anamnese que investigamos o desenvolvimento cognitivo,
motor, social e emocional da criança e do adolescente. Observa-se como
processou o seu desenvolvimento, os controles, aquisição de hábitos, a
interiorização de normas, a aquisição da fala, o sono, a sexualidade (WEISS,
2012).
Agora irei apresentar a vocês uma maneira de aplicar a Anamnese, o
modelo que seja utilizado encontra-se em anexo a esse guia e também nos
documentos psicopedagógicos da Ello Cursos Psicologia.

Aula 03- Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem- EOCA


A Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem- EOCA, é um
instrumento que possibilita um contato direto com a criança ou adolescente que
está em avaliação. É com a EOCA que realizamos uma sondagem dos
problemas de aprendizagem e assim nos ajuda a delinear a nossa prática. É uma
técnica simples, mas muito rica em relação a sondagem do avaliado (a).
Sampaio (2018) destaca que na EOCA deve-se observar três aspectos
que fornecerão um sistema de hipóteses as serem verificados:
 A temática- que é tudo aquilo que o sujeito diz (tem-se sempre um
aspecto manifesto e outro latente);
 A dinâmica- é tudo aquilo que o sujeito faz, isto é, gestos, tons de voz,
postura entre outros;
 O produto- é tudo aquilo que o sujeito deixa no papel.

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Para a aplicação da EOCA geralmente é preciso ter disponibilizar alguns
materiais, como: folhas brancas de papel A4, folhas de caderno, lápis de
escrever e lápis de cor, apontador, caneta e canetinhas, borracha, tesoura,
papeis coloridos se tiver, cola, revista, livros, régua e demais materiais que
acreditar ser necessário.
Quando a criança ou adolescente chegar acolha-o e explique como será
a atividade. Apresente todo o material que será utilizado e diga para ele fazer o
que ele sabe, o que ele já aprendeu, que você está curiosa para conhecer
melhor.
Ao longo da EOCA que geralmente pode ser por volta de 20 a 30 minutos,
ou até mesmo o atendimento todo. Você pode aproveitar para conversar com a
criança ou adolescente, sobre se ele gosta de ir para escola, qual disciplina
favorita, o que quer ser quando crescer, se gosta do professor (a).
Aproveite o momento também para observar, vou apresentar o roteiro de
observação para vocês, bem prático e fácil. Lembrando que precisamos analisar
de acordo com os três aspectos: temática, dinâmica e produto.
Após aplicação da EOCA anote tudo que observou e viu com isso irá
delinear a sua avaliação e ajudará no planejamento dos próximos testes que irá
aplicar.
Vou apresentar para você os nossos modelos da EOCA e como preencher
a fichar e observação. Os nossos modelos estão no anexo do guia e também
nos documentos psicopedagógicos da Ello Cursos Psicologia.

Aula 04- Como utilizar o questionário de identificação do perfil do


aprendente/estudante
Nessa aula será apresentando o questionário de identificação do perfil do
estudante ou aprendente. É importante ao preencher esse questionário os
fatores que você atribuiu a avaliação psicopedagógica, ou seja os motivos.
Posteriormente preencherá sobre onde estudou o Ensino Infantil, o Ensino
fundamental I, o ensino Fundamental II e o Ensino Médio.
Importante salientar que a avaliação psicopedagógica pode ser realizada
também com adultos, por isso esse questionário vai até o Ensino Médio. E
seguindo o questionário vai perguntar qual desses períodos marcou sua vida
enquanto estudante, seja positiva ou negativa. Descrever como era seus
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professores, o que o avaliado lembrar. Se os recursos metodológicos utilizados
por esses professores foram significativos. Como percebe sua aprendizagem
nos dias atuais, entre outros.
Vamos para a apresentação do questionário e assim mostrarei como
preencher de uma forma efetiva.

Aula 05- Como realizar observação por meio de ficha modelo


No processo de avaliação psicopedagógica, por vezes vamos até a escola
observar a criança ou adolescente em seu local de aprendizagem, para isso é
importante ter em mãos uma ficha modelo para observação. Assim, ficará mais
fácil para realizar o relatório e pontuar o que observou e que é mais importante.
A ficha de observação vem com os seguintes aspectos a serem
observados: O aspecto psicomotor, o aspecto pedagógico, linguagem,
alimentação, higiene e as relações sociais.
O exemplo de ficha que temos está voltada para avaliação de crianças
menores, mas você pode adaptar para as maiores e adolescentes, caso
necessário.
Agora iremos para a ficha, o modelo que vou apresentar está preenchido,
mas farei também considerações pertinentes.

Aula 06- Questionário para diagnóstico psicopedagógico, guia de


observação para professores
O presente questionário que vou apresentar para vocês, é um guia de
observação para os professores, você enquanto psicopedagogo irá enviar ao
professor pela família, ou se você trabalha na escola irá entregar a ele esse
questionário.
O objetivo desse questionário é de observar por meio da visão do
professor como esse estudante aprende, como é o comportamento em sala de
aula, quais as dificuldades o professor observa, além disso o professor vai
responder questões relacionadas a leitura, raciocínio lógico, se faz as atividades
enviadas para casa, como trabalha em grupo, quais características o aprendente
apresenta.
Peço agora que prestem atenção na ficha e explicarei questão a questão
para que entenda melhor
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Aula 07- Avaliação das capacidades básicas para aprendizagem
Para realizar a avaliação psicopedagógica, é preciso seguir um roteiro,
pois este facilita o andamento da avaliação. Nessa aula vamos apresentar três
fichas: avaliação da capacidade básicas para aprendizagem, ficha de avaliação
educacional do aluno e avaliação pedagógica do aluno.
Vou apresentar a vocês um roteiro de avaliação das capacidades básicas
para aprendizagem, que pontua o que precisamos avaliar. Nesse modelo tem a
avaliação da coordenação motora fina/visomotora, noção da casualidade, noção
de espaço e orientação espacial, lateralidade, orientação temporal,
discriminação visual, discriminação auditiva, noções de tamanho, de distância,
de quantidade percepção.
Será apresentado também a ficha de avaliação educacional do aluno,
para você que já trabalha em escola é um pouco mais fácil de preencher, mas
para quem trabalhar na área clínica, pode solicitar ao professor e ou equipe
pedagógica que ajude a responder. Essa ficha você vai identificar o estudante,
a história de vida dele enquanto aprendente, dentre outros pontos.
Outra ficha que será apresentada é a avaliação pedagógica do aluno, para
essa ficha você precisará de ter acesso ao PEI do estudante, para melhor
preenchimento.
Prestem atenção no preenchimento de cada.

Aula 08- Ficha de avaliação da entrevista inicial


A próxima ficha que iremos apresentar é a de avaliação da entrevista
inicial com o professor, essa ficha traz um resumo de como para você
psicopedagogo que está avaliando observou e detectou na fala do professor
sobre a criança ou adolescente em avaliação.

Vamos lá para apresentação da ficha.

Aula 09- Ficha de encaminhamento


Nessa aula será apresentado vários modelos de ficha de
encaminhamento, existe a ficha de encaminhamento para o profissional que irá
avaliar a criança, ficha de encaminhamento a outros profissionais e até mesmo
quando precisar trocar de psicopedagogo.

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Apresentarei as fichas cada uma para que conheça e assim vou
explicando como preencher cada uma delas.

Aula 10- Ficha de devolutiva e Laudo


Nessa aula abordaremos sobre a ficha de devolutiva da avaliação, bem
como sobre o Laudo ou relatório psicopedagógico.
A devolução da avaliação acontece por meio de uma comunicação verbal
realizada ao final de toda avaliação psicopedagógica, na qual o psicopedagogo
ou a pessoa que realizou a avaliação relata aos pais ou responsáveis sobre os
resultados obtidos durante todo o processo avaliativo.
Além da devolução para os pais ou responsáveis pode realizar também
junto a equipe da escola, explicando os principais pontos observados durante o
processo.
Geralmente a devolutiva é realizada a partir relatório ou laudo elaborado.
É sempre importante ter duas cópias do relatório para realizar a leitura com todos
os envolvidos.
Importante destacar ainda que a criança e ou adolescente avaliado
também pode participar da devolutiva.
Vou apresentar agora um roteiro para realizar a devolutiva e outro do
relatório e laudo psicopedagógico.

Aula 11- IAR- Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para


alfabetização
O IAR tem como objetivos: avaliar o repertório comportamental das
crianças no que diz respeito aos pré-requisitos fundamentais para a
aprendizagem da leitura e escrita; possibilitar informações que indicarão se a
criança está em condições ideais de iniciar a alfabetização propriamente dita;
fornecer aos professores informações seguras sobre que habilidades ou
conceitos deverão ser treinados para que a criança possa iniciar a aprendizagem
da leitura e escrita.

Vamos agora para apresentação do teste e mostrarei todo o material e


também como pode ser aplicado durante a avaliação psicopedagógica.

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Aula 12- TDE II- Teste de Desempenho Escolar
O TDE II é um instrumento que busca oferecer de forma objetiva uma
avaliação das capacidades fundamentais para o desempenho escolar, mais
especificamente da escrita, aritmética e leitura. Indica de uma maneira
abrangente, quais as áreas da aprendizagem escolar que estão preservadas ou
prejudicadas no examinando. A faixa etária abrange a avaliação de escolares de
1ª a 6ª séries do Ensino Fundamental, ainda que possa ser utilizado com
algumas reservas, para a 7ª e 8ª séries. Apresentarei a vocês o teste e a forma
de aplicação que serão divido em dois momentos.

Aula 13- PROLEC- Prova de Avaliação dos Processos de Leitura - Kit


Completo
O objetivo das Provas de Avaliação dos Processos de Leitura – PROLEC
tem por objetivo avaliar os diferentes processos e subprocessos que interferem
na leitura, para identificar os casos de dificuldades em sua aprendizagem e
quais os processos que são responsáveis por essas dificuldades.
As Provas de Avaliação dos Processos de Leitura - PROLEC são
compostas de diferentes tarefas que tratam de explorar todos os processos que
interferem na leitura, dos mais periféricos aos mais centrais, bem como dos
mais simples aos mais complexos. Com estas provas, não se obtém somente
uma pontuação da capacidade de leitura das crianças, como ocorre com as
baterias clássicas, são obtidas informações sobre as estratégias que cada
criança utiliza na leitura de um texto, bem como os mecanismos que não estão
funcionando adequadamente para que se realize uma boa leitura, o que é de
extrema importância na hora de buscar seu aperfeiçoamento ou recuperação.
Vamos para apresentação e exemplo de como utilizar o PROLEC.

Aula 14- Informe de Acompanhamento/ Sessões

Essa ficha é simples, é somente um informe de acompanhamento da


criança ou adolescente durante o processo de avaliação psicopedagógica. Esse
informe é enviado a escola, ou a outras instituições em que que o avaliado

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frequenta e que esteja relacionado as questões de aprendizagem, por exemplo,
aula de reforço, psicoterapia, fisioterapias, entre outros.

Segue a forma como preencher a ficha em questão.

Aula 15- Relatório de dificuldade em leitura e linguagem


A presente ficha contribui para o relatório de dificuldade em leitura e
linguagem, quando apresentar a ficha poderá observar que inicia com questões
referentes a pré-escola, ou educação infantil, linguagem oral, leitura e escrita.

Vamos para a ficha e assim visualizarão melhor.

MÓDULO 02: TESTES DE RASTREIO DE TDAH E TOD


O presente módulo tem por objetivo apresentar os principais testes de
rastreio para a hipótese diagnóstica de TDAH- Transtorno do Déficit de Atenção
e Hiperatividade e também sobre o TOD- Transtorno Desafiados Opositor.

Aula 16- SNAP-IV

O teste de rastreio SANP-IV é um questionário muito utilizado para


rastrear o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, foi construído a
partir dos sintomas do Manual de Diagnóstico e Estatística – IV Edição (DSM-IV)
da Associação Americana de Psiquiátrica. O professor da criança também pode
preencher o questionário. Em anexo pode-se encontrar a tradução validada pelo
GEDA – Grupo de Estudos do Déficit de Atenção da UFRJ e pelo Serviço de
Psiquiatria da Infância e Adolescência da UFRGS.

O questionário é composto de 18 questões no qual responde-se as


escalas, nem um pouco, só um pouco, bastante e demais.

Como avaliar:
1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de
1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou
adolescente.
2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de
10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o
esperado numa criança ou adolescente.

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O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério
A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são
necessários.
Vamos então conhecer o questionário.

Aula 17- ASRS 18- Escala para adultos de TDAH

É um questionário de rastreio para adultos, muito parecido com o SNAP-


IV, aplicação segue o mesmo formato. É um questionário autoaplicável, que foi
traduzido para a língua portuguesa, composto de 18 questões no qual responde-
se as escalas, nunca, raramente, algumas vezes, frequentemente, muito
frequentemente.

Como avaliar:

Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) e/ou os itens de


hiperatividade-impulsividade da parte B (1 a 9) têm várias respostas marcadas
como FREQUENTEMENTE ou MUITO FREQUENTEMENTE existe chances de
ser portador de TDAH (pelo menos 4 em cada uma das partes).
O questionário ASRS-18 é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios
(critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são
necessários.
Vamos apresentar o questionário e realizar uma aplicação para
entendimento.

Aula 18- Escala de Avaliação e Transtornos de Comportamento Disruptivo


para Pais e Professores- TOD

A Escala de Avaliação e Transtornos de Comportamento Disruptivo para


Pais e Professores, criada por William E. Pelham Jr. A escala é comportas por
45 afirmações no qual os pais e professores irã responder sobre o
comportamento da criança. A escala vai de Nada, Pouco, Muito e Demais.
Para correção é preciso observar os itens 3, 13,15, 17,24,26,28,39.
Nestes itens se 4 ou mais deles estiverem “muito” ou “demais”, tanto descrito

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pelos pais quanto pelos professores é positivo para o TOD. Vocês podem
encontrar a escala de forma fácil na internet.
Agora apresentarei a vocês a escala e como preencher.

MÓDULO 03: TESTES DE RASTREIO PARA DISLEXIA, DISGRAFIA,


DISCALCULIA E DISORTOGRAFIA
O módulo em questão vem apresentar a vocês as fichas de observação e
diagnóstico de estudantes que se encontram em processo de avaliação
psicopedagógica para dislexia, disgrafia, Discalculia e Disortografia.

Aula 19- Dislexia


É uma específica dificuldade de aprendizado da linguagem: em leitura,
soletração, escrita, em linguagem expressiva ou receptiva, linguagem corporal e
social. Importante destacar que não é o resultado da má alfabetização,
desatenção, condição sócio- econômica ou baixa Inteligência. É uma condição
hereditária com alterações genéticas neurológicas (ACAMPORA, 2019;
CUSTÓDIO&PEREIRA, 2013).
Os principais sinais da dislexia são: a dificuldade de escrever, inversão de
letras, leitura lenta no qual pronuncia uma sílaba por vez, troca de fonemas
semelhantes como a letra b com a letra p ou até mesmo visualmente parecidos,
como a letra q com a letra p (ACAMPORA, 2019).
Agora que recordamos conceito de Dislexia vou apresentar os itens que
precisam ser observados na avaliação.

Aula 20- Disgrafia


A Disgrafia é uma alteração da escrita ligada normalmente a problemas
perceptivo-motores. Isto é, para escrever é necessário o desenvolvimento da
coordenação visomotora, para que realize movimentos finos e precisos no
desenho das letras (ACAMPORA, 2019).
Também chamada de letra feia a Disgrafia ocorre devido a criança não
conseguir recordar a grafia correta da letra. Ao tentar recordar a grafia, apresenta
a sua escrita muito lenta e por vezes, ilegível. Essa deficiência em traçar a letra
corretamente não significa que ela tenha algum déficit intelectual ou neurológico.

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Embora algumas crianças com disgrafia também possuam disortografia, essas
não estão associadas (SAMPAIO, 2018).
Vamos para os itens que precisam ser observados na Disgrafia.

Aula 21- Discalculia


A Discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com
números. É um transtorno estrutural da maturação das habilidades matemáticas,
que se manifesta fazendo com que a pessoa confunda em operações
matemáticas, conceitos matemáticos, formulas, sequencias numéricas, ao
realizar contagens, sinais numéricos e até mesmo na utilização da matemática
no cotidiano (ACAMPORA, 2019).
Vamos observar os principais itens para avaliação da Discalculia.

Aula 22- Disortografia


A Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na escrita,
aglutinação ou separação indevida das palavras, confusão com as sílabas,
omissões de letras e inversões, dificuldades em perceber as sinalizações
gráficas, coo parágrafos, acentuação e pontuação. É uma escrita com muitos
erros e fica aparente logo a pessoa adquiriu os mecanismos da leitura e da
escrita (ACAMPORA, 2019).
A principal característica de uma criança com Disortografia é a confusão
entre letras, sílabas e palavras escritas. Vamos observar os principais itens na
avaliação de Disortografia.

MÓDULO 04: TESTES DE RASTREIO PARA TRANSTORNO DO ESPECTRO


AUTISTA- TEA
Nesse módulo vamos apresentar os principais testes de rasteio do
Transtorno do Espectro Autista- TEA, lembrando que os testes são indicadores
e não significam de fato que a criança tem o diagnóstico de TEA, pois fechar o
diagnóstico é preciso uma avalição multidisciplinar, como médico neurologista,
fonoaudiólogo, psicólogo, entre outros.

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Aula 23- M-CHAT
O teste de rastreio M-CHAT, recomendado pela Sociedade Brasileira de
pediatria e que deve ser utilizado em consultas pediátricas, até mesmo no
Sistema Único de Saúde- SUS segundo a lei 13.438/17, caso suspeita de TEA.

O formulário de M-CHAT possui 23 questões do tipo sim/não, que devem


ser respondidas pelos pais de crianças entre 16 e 30 meses de idade. Ao final
soma-se todas as pontuações e se for superior a 8 é preciso uma avaliação
cautelosa da criança.
Vou apresentar a vocês como preencher o formulário.

Aula 24- CARS - Escala de Avaliação de Autismo na Infância


O CARS (Escala de Avaliação de Autismo na Infância) é um questionário
frequentemente utilizado por profissionais da área da saúde para averiguar a
possibilidade da presença de autismo em crianças. Costuma ser aplicada a
crianças a partir dos 2 anos de idade e é considerada uma ferramenta pré-
diagnóstica bastante confiável. Dentre todas as escalas de avaliação do autismo,
a CARS é a de maior validação e preferência.
Pontuação:
A contagem total do teste será feita no final,
o Durante a coleta das informações deve-se ter em mente que o
comportamento da criança deve ser balizado com outra (normal) de mesma
idade.
o As “notas” variam de 1 a 4.
o A “nota” 1 significa que o comportamento está dentro dos limites da
normalidade para outra criança de mesma idade.
o A “nota” 2 é “dada” para quando houver pequena anormalidade, quando
comparada a outra criança de mesma idade.
o A 3 indica que a criança examinada apresenta um grau moderado de
comprometimento no assunto pesquisado.
o A 4 é para aquela cujo comportamento é severamente anormal para a idade.
o Os meios pontos são para serem usados quando o comportamento situar-
se entre os dois itens.

Resultado final:

o Normal: 15 – 29,5,
o Autismo leve/moderado: 30 – 36,5,

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o Autismo grave: acima 37.
Vamos para o exemplo de aplicação e assim conhecerão melhor a
ferramenta.

Aula 25- ATA- Escala de Avaliação de Traços Autísticos


A escala é um questionário utilizado por profissionais da área da saúde
para averiguar a possibilidade da presença de autismo em crianças, assim como
a escala CARS. Pode ser aplicada a crianças a partir dos 2 anos de idade e é
considerada uma ferramenta pré-diagnóstica bastante confiável. Sua utilização
é fácil, de modo que possa ser preenchida também pelos próprios pais.
Sua pontuação é feita da seguinte forma: são 23 subescalas, cujas
pontuações variam de 0 a 2 cada, sendo “0” quando não há presença de
qualquer dos comportamentos citados naquela subescala, “1” quando a criança
apresenta apenas um dos vários subitens citados ou “2” quando apresentar dois
ou mais subitens. O atingimento de 15 pontos sugere a presença de
transtorno autista, sendo mais severo quanto maior for a pontuação.
Vamos a apresentação da escala e exemplo de aplicação.

MÓDULO 05: APLICAÇÃO DE PROVAS PROJETIVAS

O presente módulo vem apresentar a vocês como realizar a aplicação de


provas projetivas psicopedagógicas, as provas que serão apresentadas são as
mais utilizadas. Cabe destacar que não é necessário aplicar todas as provas,
mas é importante conhecê-las para montar o seu planejamento de avaliação.
Importante salientar que os exemplos aqui utilizados são baseados nas
provas projetivas criadas por Jorge Visca e estudiosos (SAMPAIO, 2018).

Aula 26- Aplicação e protocolo de provas projetivas- Vínculo Escolar


A primeira prova projetiva que irei apresentar é a Vínculo Escolar da
autora Sara Bozzo, é importante ter em mãos os seguintes materiais: papel
branco A4, lápis de escrever e borracha. O objetivo dessa prova é de investigar
o vínculo da criança com os colegas de sala de aula. Idade de aplicação em
crianças de 7 e 8 anos.

19
O comando da prova é: Gostaria que você se desenhasse com seus
colegas de sala de aula.
Observe como a criança desenha e utilize o seguinte protocolo que iei
apresentar.
 Análise do desenho:
Se o tamanho total do desenho for grande, existe um vínculo positivo com a
aprendizagem, se pequeno vínculo negativo. O tamanho do personagem
principal: está relacionado com a imagem que a criança crê que os colegas
possuem dele, se grande pode indicar liderança, se pequeno, submissão,
desvalorização, sente-se vítima do grupo, de tamanho normal, indica uma
relação saudável. Se os personagens forem grandes tem o desejo ter sua
amizade e ser aceito. SE for pequeno indica desvalorização e rejeição.
Em relação a posição dos personagens, se desenhou lado a lado, tem uma
comunicação superficial, se a criança desenha no meio de dois grupos
separados, não se sente parte integrado do grupo, a criança em um extremo do
grupo, integração relativa, a criança em primeiro plano, integração adequada, se
não se desenha denota inibido para integrar-se ao grupo, se está ao redor de
uma mesa ou em rodinha, está bem integrado ao grupo.

Aula 27- Par educativo


A prova Projetiva Par Educativo também avalia o vínculo escolar. O
objetivo principal é de investigar os vínculos de aprendizagem da criança. A
prova é de autoria de Malvina Oris e Maria Luisa S. de Campo. Idade para
aplicação entre 6 e 7 anos.
Para realizar a prova é preciso de: papel branco A4, lápis de escrever e
borracha. Como aplicar a prova: Peça a criança para desenhar duas pessoas.
Use essa pergunta: Gostaria que você desenhasse duas pessoas: uma que
ensina e uma que aprende.
Observe como criança realiza o desenho e depois siga o protocolo do Par
Educativo, registrando todas as informações possíveis. Pergunte como se
chama as pessoas do desenho. Qual a idade? O que acontece no desenho? Dê
um título para o desenho. Veja o protocolo.
 Análise do desenho:

20
Observe se os tamanhos dos desenhos são muito pequenos ou muito
grandes, isso indica vínculo negativo com a aprendizagem. Se o tamanho for
proporcional indica relação equilibrada. Se os personagens são do tamanho
pequeno o vínculo não é importante, se for médio reativamente importante, se
for grande o professor no caso indica supervalorização deste, agora se a criança
for grande pode caracterizar vínculo positivo.
Se desenha só a cabeça das pessoas apresenta supervalorização do
intelectual, o corpo do professor inacabado indica uma agressão oculta a quem
ensina. Se simplifica os personagens apresenta uma desvalorização do vínculo
com a aprendizagem em relação ao docente. Se os personagens estiverem
frente a frente indica vinculo positivo com a aprendizagem, se lado a lado, vínculo
regular, se de costas, vínculo negativo. Se o professor está de costas para quem
aprende indica que há um sentimento de rejeição pelo professor, se a criança
desenhar de costas, há o sentimento de rejeitar o professor.

Aula 28-A planta da sala de aula


A prova projetiva em questão tem como objetivo investigar a
representação do campo geográfico da sala de aula e sua posição, real e
desejada em sala de aula. A idade par aplicação é de 08 a 09 anos.
Para aplicação precisaremos dos seguintes materiais: Folha branca A4,
lápis preto ou de escrever, borracha e régua. Peça para a criança o seguinte:
Gostaria que você desenhasse a planta da sua sala de aula como se você
estivesse vendo cima.
Observe como a criança desempenha o desenho e depois de realiza-lo
lhe faça algumas perguntas coma intenção de entender o que a criança
desenhou: Como é sua sala, como são as aulas? Faça um X onde você senta?
Quem escolha onde você se senta? Gostaria de sentar nesse lugar? Como é
sua professora? Quem senta perto de você? Como são esses colegas? Faça
perguntas complementares se julgar necessário.
Anote essas explicações no protocolo que mostrarei a vocês.

 Análise do desenho:
Observe se a disposição da sala é tradicional ou não, se for tradicional as
respostas são rígidas, se não for são mais espontâneas. Se o tamanho da sala
21
for pequeno apresenta inibição, grande falta de limites. Observe o tamanho da
criança, isso pode definir onde ele fica em sala de aula. Se na frente pode ser
participação ou posição de castigo, mas se disser que foi quem escolheu o local
significa vínculo positivo com a aprendizagem. Se no fundo ou laterais, retração
ou pouca participação, o vínculo pode ser negativo com a aprendizagem. No
meio da sala o vínculo é regular com aprendizagem e professor(a). Se não se
desenha em sala o vínculo é negativo com o a sala de aula. Se representa as
pessoas da sala, pode significar aceitação ou rejeição de acordo com o que fala
das pessoas.

Aula 29- A planta da minha casa

A prova projetiva a seguir visa avaliar o vínculo que a criança tem com a
família. Aplicada geralmente em crianças entre 08 e 09 anos. E como objetivo
conhecer o campo geográfico do lugar em que mora e a posição real dentro de
casa.
Para aplicação da prova precisará dos seguintes materiais: papel branco
A4, lápis de escrever, borracha e régua. Peça para a criança: Gostaria que você
desenhasse a sua casa, como se você estivesse vendo-a de cima.
Observe como a criança desenho e aproveita para já tomar anotações
utilizando o protocolo que lhes mostrarei. Após o desenho assim, como nas
outras provas, pode perguntar: Me diz como é sua casa? Onde vocês almoçam,
jantam? Comem todos juntos? Onde você estuda? Como é seu local de estudos?
Onde é seu quarto? E o quarto das outras pessoas? Com que você dorme, entre
outras perguntas que achares pertinente. Peça para a criança dar um título ao
desenho. Vamos ver agora o protocolo.
 Análise do desenho:
Se do ponto de vista da criança ele faz parte da família indica que se sente
pertencente, se ao falar perceber que ele está fora não se sente parte da família.
Se os espaços representados forem: interior da casa, existe valorização da
aprendizagem, se for exterior, existe a valorização das aprendizagens ligas ao
corpo e natureza. O tamanho do plano da casa; se ocupa um espaço pequeno
da folha, indica inibição para o uso do espaço e uma possível diminuição do
potencial emociona, pode indicar um vínculo negativo com a aprendizagem. Se
o plano for grande, indica um bom vínculo com aprendizagem; se usar mais de

22
uma folha revela dificuldade de controlar seu impulsos e vínculo negativo com a
aprendizagem sistemática.
Fique atento aos comentários sobre o quarto, pois são bastantes reveladores
e pode indicar rejeição, aceitação ou indiferença, observe se a criança apresenta
autonomia para mudar as cosias do quarto. Em relação ao ambiente para
estudar observe se o lugar é adequado, como é esse ambiente. Perceba ainda
se existe espaço para reuniões familiares e como elas acontecem.

Aula 30- Família Educativa

A presente prova projetiva tem por objetivo investigar o vínculo de


aprendizagem com o grupo familiar e cada um dos membros da família. Idade
para aplicação: 06 a 07 anos.
Precisará dos seguintes materiais: papel branco A4, lápis de escrever e
borracha. Pergunte a criança: Gostaria que você desenhasse sua família,
fazendo o que cada um sabe fazer.
Observe a criança desenhando e após o desenho lhe faça algumas
perguntas: Quem são as pessoas do desenho? Qual idade e o nome das
pessoas? O que cada um está fazendo? Eles ensinam o que sabem fazer para
alguma pessoa? Peça para dar um título ao desenho.
Aproveite para registrar todas as percepções no protocolo que irei
apresentar.
 Análise do desenho:
Observe no desenho a posição dos personagens, diante do processo, o
vínculo não é nem positivo e nem negativo, a família não é um referencial muito
adequado; em meio ao processo, o meio família é uma referencial de modelos
de aprendizagem para seu desenvolvimento; se fora do processo, precisa de
modelos significativos de identificação que pode ser buscado fora do núcleo
familiar (como novelas, desenhos).

Aula 31- Os quatro momentos de um dia


A prova projetiva dos quatro momentos de um dia, tem como objetivo
investigar os vínculos que a criança estabelece ao logo da. Idade de aplicação:
06 a 07 anos.

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Para aplicação desta prova será necessário: Papel branco A4, Lápis de
escrever e borracha. A pessoa que está avaliando a criança para facilitar a
aplicação pode dobrar a folha de papel em quatro partes iguais e pedir para a
criança desenhar os quatro momentos do seu dia, cada momento num desses
quadrados. O comando é: desenhe os momentos do seu dia desde a hora que
você acorda até a hora que você vai dormir.
Observe como a criança desenha e faça anotações no protocolo, ao
finalizar o desenho pode perguntar a criança: Conte-me o que está se passando
em cada momento do seu dia, peça detalhes, pode pedir para a criança escrever
se for necessário. Lembre-se de pedir um título para o desenho. Esse é o
protocolo para anotações.

 Análise do Desenho:
Se desenha pessoas mostra os modelos de identificação e o modelo de
aprendizagem familiar que poder ser unificado ou diversificado. O local da cena
escolhido serve para entender o estilo de vínculo, adequação e flexibilidade. Ou
seja, o local onde ele faz as coisas é adequado para fazer. Se percebe que os
lugares escolhidos foram automáticos apresenta visa monótona e sem
criatividade. Se a escolha envolveu cargas afetivas positivas, apresenta
dinamismo, criatividade. Se envolveu cargas afetivas negativas, denota solidão,
apatia, sente-se vazio. Se a sequência temporal foi ordenada, apresenta
predominância do princípio da realidade, capacidade de acomodação,
aprendizagem realista, tolerância a frustração. Se foi desordenado, indica
impulsividade, baixa tolerância a frustração, aprendizagem inconstante.

Aula 32- O dia do meu aniversário


A prova projetiva: O dia do meu aniversário, tem como objetivo conhecer
a apresentação que tem de si e do contexto físico e sócio dinâmico em que um
momento de transição de uma idade para outra. Além disso permite a pessoa
que está avaliando a criança conheça os vínculos de aprendizagem que o sujeito
estabelece com seus desejos e interesses. Idade de aplicação: 06 a 07 anos.
Para aplicação dos testes utilizará: Papel branco A4, lápis de escrever e
borracha. Peça para a criança: Gostaria que você fizesse um desenho do dia de

24
aniversário de um menino (se o avaliado for do sexo masculino) ou de uma
menina (se a avaliada for do sexo feminino).
Observe como a criança realiza o desenho, após desenhar realize as
seguintes perguntas: De quem é o aniversário? Que idade está fazendo? Quem
são as pessoas do aniversário? Quantos anos essas pessoas têm? O que
aconteceu no aniversário? O aniversariante gostou dos presentes? Tem algum
presente que gostaria de trocar? Peça para a criança descrever o que acontece
na cena e que dê um título. Anote no protocolo que iriei apresentar.
 Análise do desenho:
Se desenhou rodeado de pessoas, apresenta boa capacidade de
aprendizagem em temos quantitativos e qualitativos; Sozinho vínculo negativo
com aprendizagem; Se desenhou os presentes recebidos, são os objetos que
deseja; O tamanhão e a posição dos personagens mostra vínculos positivos ou
negativos com o aniversariante. Se se desenhou de frente vinculo positivo de
costas negativo; O tamanho do aniversariante tem haver com o vínculo consigo
mesmo. Se desenhou o aniversario acontecendo em casa, tem uma atitude
realista, se foi num lugar público, indica abertura para novas aprendizagens, se
foi fora de um contexto possível, possui boa capacidade criativa ou muito
imaginativo dependendo do cenário.

Se em seu relato a idade do aniversariante for menor, apresenta um


desejo de não aprender, se for maior, alto nível de aspiração para aprendizagem.
Se perceber contradições nos relatos pode existir um a perturbação referente ao
vínculo consigo mesmo.

Aula 33- Minhas férias


A prova projetiva: Minhas férias, tem por objetivo observar as atividades
praticadas no período de férias escolares. Permite que a pessoa que está
avaliando conheça os vínculos do sujeito consigo mesmo e suas aprendizagens
passadas e futuras. Idade de aplicação: 06 a 7 anos.
Para aplicação da prova precisará dos seguintes materiais: papel branco
A4, lápis de escrever e borracha. Peça a criança que: Gostaria que você fizesse
um desenho do que fez nas férias.

25
Observe a criança desenhando e após terminar o desenho, pode lhe fazer
as seguintes perguntas: Conte-me o que está passando neste desenho? O que
você fez durante as férias? Escreve uma frase sobre suas férias e também um
título. Faça mais perguntas se achar necessário. Segue o protocolo para
preenchimento.
 Análise do Desenho:
Se seguiu o que foi pedido para desenhar apresenta vinculo positivo, se não
vínculo negativo. Se apresentou boa capacidade de adequação do desenho o
vínculo é positivo, se não negativo; Se desenha fazendo a mesma atividade de
quando não está de férias, significa que gosta muito do que faz e possivelmente
não sabe fazer algo diferente, talvez falta-lhe criatividade. Se faz um desenho
totalmente diferente de quando não está e férias, indica criatividade e a
capacidade de aprendizagem; respondeu com coerência as perguntas apresenta
capacidade de vínculo com aprendizagem.

Aula 34-Fazendo aquilo que mais gosto


A prova projetiva: Fazendo aquilo que mais gosto em por objetivo observar
o tipo de atividade que mais gosta de fazer, o tipo de vínculo que possui consigo
mesmo em termos de seus interesses, necessidades e limitações internas e
externas na aprendizagem. Idade de aplicação 06 e 07 anos.
Para essa atividade será necessário: folha branca de papel A4, lápis de
escrever e borracha. Peça para a criança: Gostaria que você desenhasse você
fazendo o que mais gosta. Observe a criança desenhando anotando o tamanho
do desenho, posição, o tamanho dos personagens entre outros que se encontra
no protocolo.
Após o desenho pergunte a criança: o que está acontecendo neste
desenho? Ode está acontecendo essa cena? Quando isso aconteceu? E
perguntas complementares se acha necessário.
 Análise do desenho:
Se apagar o desenho com mudança do tema, apresenta uma indecisão do
tema, observe o que a criança diz enquanto apaga. Se apagar sem mudar o tema
indica perfeccionismo. Observe se o desenho apresenta contexto espacial e
temporal onde ocorrem a cena, se o relato do desenho é coerente apresenta
vínculo se for incoerente tem vínculo em conflito.

26
Aula 35- Desenho e um episódio
A prova projetiva: Desenho em episódios, tem como objetivo observar o
vínculo de aprendizagem que a criança possui consigo mesmo e também
observar alguns indicadores gráficos vinculados ao tempo, ao espaço e a
casualidade. Idade de aplicação: a partir de 4 anos.
Para aplicação da prova será necessário: folha de papel branco A4
dobrado em 06 partes, lápis preto. Peça a criança o seguinte: Um (a) menino(a)
( de acordo como o sexo da criança) tem todo o dia livre apara ele (a). Você irá
desenhar o que este (a) menino(a) irá fazer desde a hora que acorda pela manhã
e sai de sua casa (indique o quadrado 1 acima a esquerda) até a hora que retorna
novamente a sua casa (mostre-lhe o quadrado 6 inferior à direita).
Observe como a criança desenha e depois pergunte-lhe: Conte-me o que
você desenhou e que título daria ao seu desenho? Anote no protocolo.
 Análise do desenho:
Se a criança desenhar o tempo (sol, chuva, nuvens, estelas) indica vínculo
adequado. Espaço: se o desenho for proporcional ao espaço, sugere uma boa
relação com conhecimento biológicos e mostra uma personalidade equilibrada
para aprender apresentando um bom vínculo com aprendizagem.

MÓDULO 06- APLICAÇÃO DE PROVAS DE DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO


Nesse módulo irei apresentar exemplos de aplicação das provas
piagetianas, ou diagnóstico operatório. Essas provas são extensas, por isso
optou por um ou dois exemplos de cada para lhe ajudar.

Aula 36- Apresentação do Roteiro de Aplicação

Antes de iniciar a aplicação das Provas de Diagnóstico Operatório, é


preciso ter em mãos o roteiro de aplicação. Como já é de conhecimento as
provas operatórias são baseadas nas fases de desenvolvimento de Jean Piaget.
A provas piagetianas pode auxiliar na compreensão do funcionamento das
habilidades lógicas do indivíduo, permitindo investigar e identificar o nível
cognitivo, bem como atrasado em relação a idade cronológica.
Para aplicação das provas operatórias é preciso de muita atenção, para
quem ainda não se sente seguro para aplicação, sugiro ter um roteiro de

27
aplicação, você mesmo pode elaborar o seu roteiro, da melhor forma que
convier.
Sampaio (2018) destaca para aplicar as provas, deve-se aplicar várias
provas de conservação em uma mesma sessão, para que não haja uma possível
contaminação das repostas da pessoa. É interessante que alterne entre provas
de conservação, classificação e seriação.
É muito importante anotar as respostas do avaliado, até mesmo as
reações, postura, falar, as reações diante o desconhecido, os seus argumentos
e questionamento, como manipula os objetos, como organiza o material
(SAMPAIO,2018).

Para a avaliação, as respostas são divididas em três níveis, segundo


Sampaio (2018):

 Nível 1: Não há conservação, o sujeito não atinge o nível operatório nesse


domínio;
 Nível 2 ou intermediário: As respostas apresentam oscilações,
instabilidade ou não são completas. Em um momento, conservam, em
outro não.
 Nível 3: As respostas demonstram aquisição da noção, sem vacilação.

Aplicação das provas


As provas consistem de uma situação experimental elaborada, mas a
técnica utilizada para as provas é basicamente igual a todas. Consta em se
interrogar o avaliado frente aos fenômenos observáveis e/ou manipuláveis a
partir dos quais se leva o sujeito a raciocinar. Variam somente segundo a
natureza lógica dos problemas ou de fenômenos físicos.

QUADRO DE SELEÇÃO DE PROVAS CONFORME A IDADE


Provas de conservação: de pequenos conjuntos
Até 6 anos discretos de elementos e da quantidade de líquido
Provas de classificação: de mudanças de critério
ou dicotomia

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Provas de conservação: de pequenos conjuntos
discretos de elementos da quantidade de líquido, da
quantidade de matéria, da composição da
6 e 7 anos quantidade de líquido;
Provas de classificação: de mudanças de critério
ou dicotomia, interseção de classes ou qualificação
da inclusão de classes.
Provas de seriação
Provas de conservação: da largura, de peso, do
volume.
8 e 9 anos Provas de classificação: interseção de classes ou
qualificação da inclusão de classes
Provas de seriação
Provas de conservação: da quantidade de matéria,
da largura, da composição da quantidade de líquido,
10 a 12 anos de peso.
Provas de classificação: interseção de classes ou
qualificação da inclusão de classes
No caso de se obter êxito na prova de conservação
12 anos ou mais de volume, administra-se as provas para o
pensamento formal.

Como a aplicação das provas operatórias são extensas vamos


demonstrar a aplicação das que são mais aplicadas durante a avaliação.

Aula 37- Provas de Conservação

As provas de Conservação são: Conservação de pequenos conjuntos


discretos de elementos- de número; Conservação de volume- líquido;
Conservação de massa; Conservação de Comprimento.
As provas de conservação são as mais extensas, por isso vamos
demonstrar aplicação de três: número, massa e comprimento.

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 Prova de Conservação de Número:
Para realização dessa prova utilizaremos 10 bolinhas vermelhas e 10
bolinhas azuis. O objetivo dessa prova é de avaliar a percepção da criança frente
aos objetos de diferentes cores posicionada em linhas paralelas. Deste modo
poderemos observar a noção de quantidade na visão da criança.
Anote todas as respostas da criança que está sendo avaliada para
observar se está no nível 1, 2 ou 3 citado logo acima.
Siga esse passo a passo:
 Peça para a criança escolher a cor que deseja entre azul e vermelho;
 Depois faça uma fileira com as bolinhas com a cor que você ficou e peça
para criança fazer outra fileira paralela a sua com a mesma quantidade
de bolinhas, inicie com umas 6 a 8 bolinhas;
 Em seguida faça o seguinte questionamento: você tem certeza que estas
duas fileiras tem a mesma quantidade de fichas? Anote o que a criança
responder
 Depois espace as bolinhas de uma das fileiras e pergunte: E agora? Ainda
tem a mesma quantidade nas fileiras? Como você sabe disso? Se a
resposta da criança for negativa, ainda pergunte: onde tem mais? E como
você sabe disso?

Se a criança responder conforme o esperado ele realiza a conservação


de número, se ele ficar em dúvida responder uma certa e outra não está em
processo, se responder totalmente diferente ainda tem formado o conceito de
conservação de número.

Vamos agora para uma demonstração da aplicação.

 Prova de Conservação de Massa:


Para realização da prova de Conservação de Massa precisará de duas
massinhas de modelar de cores diferentes. O objetivo dessa prova é se a criança
consegue perceber a constância de massa- adição e remoção.

Segue o passo a passo para aplicação:

 Apresente as massinhas de modelar e entregue a criança, deixe ela


manipular, em seguida peça as massinhas e faça duas bolinhas e

30
pergunte: estas duas bolinhas tem a mês quantidade de massinha? Você
tem certeza?
 Depois transforme uma das bolinhas em cilindro ou uma cobrinha e
pergunte novamente a criança: E agora onde tem mais massinha? Como
você sabe disso?
 Outra manipulação que pode fazer é achatar uma bolinha e deixar a outra
e perguntar: E agora onde tem mais massinha?

Se as respostas da criança forem todas positivas, realiza a conservação


de massa, se demonstrar dúvida encontra-se no processo de aprendizagem, se
não souber responder nenhuma delas ainda não realiza a conservação de
massa.

 Conservação de Comprimento
Para realizar a prova de Comprimento é preciso dos seguintes materiais:
1 fio de barbante de 20cm (fio A) e 1 fio de barbante de 30 cm (fio B) de cores
diferentes. O objetivo dessa prova é observar se a criança apresenta a noção de
comprimento e diferencia-los.

Vamos para o passo da aplicação:

 Apresente os dois fios de barbante a criança. Coloque os dois fios em


paralelo e faça a seguinte pergunta: imagine que são duas estradas, a
estrada tal (nome da cor) é maior que a estrada tal (nome da cor)? Os
caminhos têm o mesmo comprimento (tamanho)? Como você sabe disso?
 Em seguida modifique uma das estradas, coloque um fio com curvas e
pergunte: imagine que tem uma formiguinha andando, cada uma em uma
estrada, será que a duas vão andar a mesma coisa? O tamanho da
estrada é o mesmo? Como você sabe disso?
 Depois faça curvas nos dois fios de barbante, de modo que fique diferente
entre o começo e o final das linhas e pergunte: Se as duas formiguinhas
forem caminhar uma em cada estrada, será que as duas vão andar a
mesma coisa? O comprimento da estrada é o mesmo?

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Se as respostas da criança forem todas positivas e de acordo com o
princípio da conservação de comprimento realiza a conservação, se demonstrar
dúvida encontra-se no processo de aprendizagem, se não souber responder
nenhuma delas ainda não realiza a conservação de comprimento.

Lembrando que essa prova é mais complexa que as primeiras e talvez


precise de mais tempo para aplicação. Vamos agora para o exemplo.

Aula 38- Provas de Classificação

 Prova de Classificação- Dicotomia (mudança de critério)


Para a prova de classificação – Dicotomia precisa-se dos seguintes materiais:
2 círculos pequenos azuis; 2 círculos grandes azuis; 2 quadrados pequenos
azuis, 02 quadrados grandes azuis, 02 círculos pequenos vermelhos, 02
círculos grandes vermelhos, 02 quadrados pequenos vermelhos, 02
quadrados grandes vermelhos e 02 caixas baixas iguais para separação dos
grupos.

Vamos para o passo a passo da aplicação:

 Coloque as fichas em desordem sobre a mesa, mas sem sobrepor e


pergunte à criança: Você pode me dizer o que está vendo? Você
conhece essas figuras? (quadrados e círculos)
 Depois peça para a criança: Você pode colocar juntas toda as fichas
que combinam? Espere ele executar e em seguida pergunte: Você
pode me explicar porque colocou assim? (Esse momento observe se
a criança faz a classificação espontânea)
 Agora gostaria que você fizesse apenas dois grupos e os colocassem
separados. Após a execução pergunte: Por que você colocou todas
essas juntas? Como podemos chamar este grupo e o outro grupo?
(Esse momento observe o princípio da dicotomia)
 Depois proponha outro modelo: Será que você pode arrumar em 2
grupos diferentes do que você já fez? Você poderia descobrir outro
modo de separar em 2 grupos? (Esse é o momento de avaliar a
mudança de critério, por exemplo se a criança separou por quadrado
e círculos pode ser que agora separe por cores)

32
 E por fim, peça a criança: Você poderia separar ainda de outro modo
diferente, fazendo outros 2 novos grupos? (Esse é a segunda
mudança de critério, e a criança pode separar em grandes e pequenos
por exemplo).

Se a criança conseguir realizar todos os passos solicitados ele apresenta


noção de classificação, se cumprir uma parte do solicitado está em processo, se
não conseguir realizar a prova da dicotomia e a de separar grupos ainda não
possui noção de classificação.

 Prova de inclusão de classes


Para realização da prova de inclusão de classes vamos precisar do
seguinte material: 05 desenhos de frutas iguais – maçãs e 02 desenhos de frutas
diferente que pode ser bananas. O objetivo dessa prova é de observar se a
criança apresenta a noção de classificar e incluir.

Vamos para o passo a passo da aplicação:

 Apresente as figuras para a criança e pergunte o que é isso? Se


responder que é frutas, pergunte qual o nome delas? Se responder
assertivamente é maça, é banana. A criança já sabe diferenciar uma fruta
da outra.
 Depois disponha todas as frutas na mesa e conte junto com a criança
confirmando a quantidade de maçãs e bananas. E pergunte: aqui tem
mais maçãs ou bananas? Como sabe disso? Se a reposta não for correta
repita a contagem das frutas e pergunte novamente, para ter certeza.
 Em seguida pergunte a criança: aqui nessa mesa tem mais maçãs frutas?
Como sabe disso?
 Logo depois apresente 2 maçãs e 1 banana e pergunte: Aqui na mesa
tem mais maçãs ou tem mais frutas? Como você sabe disso?

Se a criança responder o penúltimo e último item corretamente, ele realiza


inclusão de classes, se não conseguir responder ainda não possui noção de
inclusão de classes. Vamos para demonstração da aplicação.

33
Aula 39- Provas de Seriação

 Prova de seriação de Bastonetes ou palitos


Para realização dessa prova você irá precisar dos seguintes materiais: 10
bastonetes, ou palitos, ou canudinhos (ou até mesmo cortar em uma folha EVA
mais grosso 10 palitos) os bastonetes precisam ter entre 10cm a 14,5 com,
sendo 0,5 cm e diferença entre eles e também 1 caixa rasa. O objetivo dessa
prova é verificar se a criança possui o conceito de seriação.

Vamos agora para o passo a passo da aplicação:

 Apresenta a criança os palitinhos ou bastonetes e diga: Você vai pegar os


palitinhos e fazer com eles uma escada bem bonita (ou fileira) colocando-
os em ordem, um ao lado do outro, dessa que você está vendo. (Mostre
a criança como fazer usando a caixa rasa).
 Entregue os palitinhos e observe se a criança coloca os palitinhos em
ordem. Se você ver que não está saindo em ordem, pode falar: Você não
poderia fazer uma escadinha diferente? E ai depois que a criança terminar
pergunte a ela: Como você fez para escolher os palitinhos? Anote a
explicação da criança e o processo que ela fez. Se ela fez ensaio de
seriação, se fez tentativas, se realizou parcialmente ou se realizou a
seriação completa.
 Depois vamos verificar a exclusão: para isso peça para a criança fechar
os olhos. Retire um dos palitinhos que compõe a série e não deixe o
espaço vazio. Peça para a criança abrir os olhos e tentar descobrir a
posição em que o palitinho estava. Com isso anote, se ela fez ensaio de
seriação, se fez tentativas, se realizou parcialmente ou se realizou a
seriação completa.
 Em seguida realização a seriação oculta atrás do anteparo: Se a criança
tiver êxito nas duas atividades anteriores, coloque um anteparo que lhe
impeça de ver a ordenação e explique: Agora é minha vez de fazer a
escada com sua ajuda. Você vai me dar os palitinhos um após o outros
para que minha escada dique tão bonita quanto a que você fez. Assim
que ele for entregando os palitinhos pergunte: Porque você me deu esse?
Como ele é perto dos outros que estão com você? Como ele é perto dos

34
que já estão comigo, maior, menor? E anote o desempenho se respondeu
a contento.
Após a aplicação da prova veja se a criança respondeu acertadamente ou
se ainda está em transição ou se ainda não possui noção de seriação.

Aula 40- Mensuração Espacial


As provas de Mensuração Espacial dividem em: Espaço Unidimensional,
Espaço bidimensional e Tridimensional. Mas vamos apresentar a aplicação do
Espaço Unidimensional.

 Prova do Espaço Unidimensional:


Para realização dessa prova vamos precisar dos seguintes materiais: 8
blocos de montagem grandes, 16 blocos de montagem pequenos, um anteparo
ou até mesmo um pedaço de papelão, uma varinha (pode ser um palito de
churrasco) varetas (pode ser do jogo de pega varetas) tiras de papel. O objetivo
é observar se a criança consegue realizar atividades em uma dimensão.

Vamos para a aplicação da prova, passo a passo:

 Construa uma torre com os oito cubos maiores, coloque o anteparo entre
sua torre e a que a criança irá construir. Diga a criança: observe que eu
construí uma torre e gostaria que você construísse outra torre, do outro
lado da mesma altura da minha utilizando o que você tem ai na mesa:
pode utilizar tudo que quiser. Deixe a criança construir a torre, veja se ele
consegue. Se conseguir construir a torre pergunte: Sua torre é tão alta
como a minha? Ou tem a mesma altura? Como você sabe que tem a
mesma altura?
 Em seguida se a criança tiver construído a torre retire um bloco da sua
torre e peça para criança fazer uma torre da mesma altura sem usar a
varinha por exemplo? Depois pergunte, elas possuem a mesma altura?
Como você sabe?
Se a criança reproduzir a torre utilizando os elementos a ele apresentados
já possui o nível operatório concreto do espaço unidimensional, se realizar

35
tentativas está em processo, caso não consiga realizar a prova não apresenta
mensuração espacial do espaço unidimensional.

MÓDULO 07- RELATÓRIO DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E RELATÓRIO


DE ACOMPANHAMENTO DE ALTAS HABILIDADES/ SUPERDOTADOS

O módulo em questão será para apresentar como elaborar o relatório de


Deficiência Intelectual e também relatório de acompanhamento de crianças ou
adolescentes com altas habilidades/superdotados.

Aula 41- Relatório descritivo de deficiência intelectual, como preencher?


O relatório é praticamente a finalização do nosso trabalho de avaliação
psicopedagógica, por isso muitas vezes ficamos algum tempo em sua
elaboração. O modelo que vou trazer é depara crianças ou adolescentes com
diagnóstico e Deficiência Intelectual, mas vocês podem adaptar e até mesmo
utilizar o modelo para outros relatórios que for escrever já que ele embasa
amplamente o desenvolvimento e aprendizagem.
O relatório psicopedagógico precisa se escrito cuidadosamente, porque
por vezes irá ser entregue ao médico que acompanha a criança ou adolescente,
será levado a escola e também demais profissionais para o qual poderá ser
encaminhado.
Tenha muito cuidado com a redação, com o que será escrito e relatado e
com o uso de uma linguagem acessível a todos. Sabemos que muitos testes, em
seus manuais exemplificam a escrita do resultado, mas que em momentos a
família pode não compreender, por isso explicar no próprio relatório como a
criança ou adolescente fez.
Por isso o relatório tem como objetivo central resumir as conclusões que
se chegou na busca às perguntas iniciais a queixa e que levaram a avaliação
psicopedagógica.
O relatório inicia com os dados de identificação, depois é dividido em
aspectos avaliados: Aspecto sócio emocional, Aspectos Psicomotores, Aspectos
Cognitivos (aprendizagem), o relato do trabalho realizado pela escola, os
aspectos relacionados ao acompanhamento familiar e recomendações para a
família, a escola.

36
A Ello Cursos Psicologia, disponibiliza outros modelos nos documentos
Psicopedagógicos como relatório de: Deficiência Múltipla, que são crianças ou
adolescentes que possuem mais de uma deficiência, que pode ser uma
deficiência física e intelectual, ou deficiência física, auditiva e visual. E também
modelos para crianças com Síndrome de Down, e para crianças com TEA-
Transtorno do Espectro Autista. Todos esses modelos seguem o padrão que irei
mostrar para vocês.
Vou apresentar o modelo para preenchimento.

Aula 42- Como preencher o relatório de acompanhamento


psicopedagógico ao estudante com altas Habilidades/ Superdotação.

A avaliação de crianças e adolescentes com o diagnóstico de Altas


Habilidades/Superdotação, além de ser psicopedagógica para observar quais
são as potencialidades e fragilidades em relação a aprendizagem e
desenvolvimento, também é realizada por meio de avaliação neuropsicológica
com a utilização de testes de inteligência e habilidades, escalas, que são
aplicadas por psicólogos, já que são testes psicológicos. Por isso a avaliação
completa é realizada por psicopedagogo e psicólogo.
A criança ou adolescente com Altas Habilidade/Superdotação possuem
habilidades acima da média em alguma área da aprendizagem: intelectual,
acadêmica, artes, liderança, psicomotricidade.
Em muitos estados do Brasil existe a Sala de Recursos em instituição de
ensino público para atendimento especializado para crianças e adolescentes,
que são as Salas de Recursos Altas Habilidades/Superdotação, é um trabalho
de inclusão regulamentado pelo Ministério da Educação. É no trabalho realizado
por essa Sala de Recursos específica que trabalha as habilidades e também os
desafios que apresentam. O Distrito Federal é pioneiro no atendimento
especializado.
Nesse sentido o material apresentado, refere-se a um documento
nomeado como acompanhamento psicopedagógico ao estudante com Altas
Habilidades/Superdotação em instituições de ensino que realizam avaliação de
estudantes com hipótese de Altas Habilidades/Superdotação.

37
O que temos nesse documento? Os dados pessoais do estudante,
introdução inicial sobre o documento, pontuação sobre o que é percebido no
estudante, a síntese do processo de observação, sobre as habilidades
específicas do estudante, a avaliação do psicólogo, parecer conclusivo da
Equipe e orientações complementares. Vamos para apresentação do
preenchimento deste.

MÓDULO 08- PLANO DE DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL DO


ESTUDANTE
O presente módulo será apresentado como preencher o plano de
desenvolvimento do estudante- PEI

Aula 43- Como preencher o plano de desenvolvimento individual do


estudante

Após realizar a avaliação psicopedagógica, e que a criança ou


adolescente tem um diagnóstico fechado pelo médico mediante avaliações e
consultas clinicas realizadas, a criança ou adolescente em escola que estuda
tem o direito de ter o Plano de Desenvolvimento Individual do Estudante.
O Plano Educacional Individualizado, mais conhecido pela sigla PEI, é um
documento elaborado pelo professor a partir de uma avaliação de uma criança
ou adolescente com necessidade educacional específica. O Professor da Sala
de Recursos que vai auxiliar a criança o adolescente também pode contribuir
para a elaboração do documento. Sabendo que o plano deve estar articulado
com o Projeto Político Pedagógico da escola.
Importante salientar que o PEI é único para cada aluno, o PEI visa
registrar esse caráter individual de cada aluno para que, usando estratégias
adequadas, ele possa aprender, assim como os outros estudantes, no ensino
regular.
Conforme a Instrução normativa PRE/IFSP nº 001, de 20 de março de
2017, o PEI é composto de informações gerais sobre o estudante, de sugestões
de encaminhamentos e de um programa pedagógico.
Ele é um documento extenso, por isso deve ser preenchido com muita
atenção é um documento dinâmico e flexível e pode ser revisitado e reelaborado

38
sempre que preciso. É preciso que quando elaborado tenha a data para avaliar,
podendo ser a cada bimestre, semestre, conforme com quem elaborou.
Vamos para a explicação do preenchimento de PEI.

Aula 44- Recapitulando/ Revisitando o conteúdo e Conclusão

E chegamos ao final do nosso curso, espero que tenham gostado de


apender na prática a aplicação dos testes, fichas e entrevistas que utilizamos na
avaliação psicopedagógica. Apresentamos os mais utilizados. Porém sabe-se
que existem tantos outros.
Alguns testes são extensos, assim como a elaboração de alguns
relatórios, porém precisamos pensar como profissionais que somos, que um
trabalho bem realizado e planejado nos torna ótimos profissionais.
Só para recapitular, nós iniciamos com a importância de planejar os
testes, atividades e fichas que serão utilizados, passamos, pela aplicação da
anamnese, da EOCA, da aplicação de várias fichas e testes de rastreios para
TDAH, TOD, TEA e os de Dislexia, Disgrafia, Discalculia e Disgrafia.
Tivemos a demonstração de aplicação das Provas Projetivas sugeridas
por Jorge Visca. A aplicação de provas de diagnóstico operatório. E a
demonstração da elaboração de alguns relatórios.
Espero que tenham gostado do curso e coloquem em prática o que
apenderam. Um abraço fraterno e até breve.

39
Referências Bibliográficas:
ACAMPORA, Bianca. Psicopedagogia clínica: o despertar das
potencialidades. 4ºed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2019.

BRASIL. Manual de Orientação: Programa de Implantação de Sala de


Recursos Multifuncionais. MEC/SEE: 2010. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias
Página | 18 R. Transmutare, Curitiba, v. 5, e2012981, p. 1-19, 2020. =9936-
manual-orientacao-programa-implantacao-salas-
recursosmultifuncionais&Itemid=30192. Acesso em: 07 de fevereiro de 2021.

CUSTÓDIO, Luciane de Andrade; PEREIRA, Cássia Regina Dias. Transtornos


Funcionais Específicos: Conhecer para intervir. In: Os desafios da escola
pública paranaense na perspectiva do professor PDE. Cadernos PDE,
volume 01, Secretaria de Educação do estado do Paraná, 2013.

DISTRITO FEDERAL. Orientação Pedagógica da Educação Especial.


Brasília, 2010.

DSM-5. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Artmed:


Porto Alegre, 2014.

LOSAPIO, Mirella Fiuza, PONDÉ, Milena Pereira. Tradução para o português da


escala M-CHAT para rastreamento precoce de autismo. Revista de Psiquiatria
Rio Grande do Sul. 2008;30(3) – 221-229.

MACEDO, Jefferson Baptista. Relatório Provas Operatórias Piagetianas.


4ªed. 2014.

SAMPAIO, Simaia. Manual prático do diagnóstico clínico. 7ª ed. Rio de


Janeiro: Wak Editora, 2018.

40
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica
dos problemas de aprendizagem escolar. 14ª ed. Rio de Janeiro: Lamparina,
2012.

Anexos

41
ESCALA SNAP-IV
(Versão em português: (MATOS, P et al. Revista de Psiquiatria RS, v. 3, n. 28, p.
290-297, set./dez. 2006)

Marque um X na coluna que melhor descreve o comportamento da criança ou


adolescente.

Nem um Só um Bastante Demais


pouco pouco
1. Não consegue prestar muita
atenção a detalhes, ou comete erros
por descuido nos trabalhos da
escola ou tarefas
2. Tem dificuldade de manter a
atenção em tarefas ou atividades de
lazer.
3. Parece não estar ouvindo quando
se fala diretamente com ele.
4. Não segue instruções até o fim e
não termina deveres de escola,
tarefas ou obrigações.
5. Tem dificuldade para organizar
tarefas e atividades
6. Evita, não gosta ou se envolve
contra a vontade, em tarefas que
exigem esforço mental prolongado.
7. Perde coisas necessárias para
atividades (brinquedos, deveres da
escola, lápis ou livros)
8. Distrai-se com estímulos
externos.
9. É esquecido em atividades do dia
a dia.
10. Mexe com as mãos ou os pés ou
se remexe na cadeira
11. Sai do lugar na sala de aula ou
em outras situações em que se
espera que fique sentado.
12. Corre de um lado para o outro
ou sobe demais nas coisas em
situações em que isto é
inapropriado.
13. Tem dificuldade em brincar ou
envolver-se em atividades de lazer
de forma calma.

42
14. Não para ou frequentemente
está a “mil por hora”.
15. Fala em excesso.

16. Responde perguntas de forma


precipitada antes que elas tenham
sido terminadas.
17. Tem dificuldade em esperar sua
vez.
18. Interrompe os outros ou se
intromete (nas conversas, jogos,
etc.)

43
Escala para adultos de TDAH- ASRS-18
Mattos P, Segenreich D, Saboya E, Louzã M, Dias G, Romano M. Adaptação
Transcultural para o Português da Escala Adult Self-Report Scale (ASRS-18,
versão1.1) para avaliação de sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção /
Hiperatividade (TDAH) em adultos. Revista Brasileira de Psiquiatria.

Marque um X na coluna que melhor descreve o comportamento


Nunca Raramente Algumas Frequen Muito
Vezes temente Frequen
temente
Parte A
1. Com que frequência você comete erros por
falta de atenção quando tem de trabalhar num
projeto chato ou difícil?
2. Com que frequência você tem dificuldade
para manter a atenção quando está fazendo
um trabalho chato ou repetitivo?
3. Com que frequência você tem dificuldade
para se concentrar no que as pessoas dizem,
mesmo quando elas estão falando
diretamente com você?
4. Com que frequência você deixa um projeto
pela metade depois de já ter feito as partes
mais difíceis?
5. Com que frequência você tem dificuldade
para fazer um trabalho que exige
organização?
6. Quando você precisa fazer algo que exige
muita concentração, com que frequência você
evita ou adia o início?
7. Com que frequência você coloca as coisas
fora do lugar ou tem de dificuldade de
encontrar as coisas em casa ou no trabalho?
8. Com que frequência você se distrai com
atividades ou barulho a sua volta?
9. Com que frequência você tem dificuldade
para lembrar de compromissos ou
obrigações?
Parte B

1. Com que frequência você fica se mexendo


na cadeira ou balançando as mãos ou os pés
quando precisa ficar sentado (a) por muito
tempo?
2. Com que frequência você se levanta da
cadeira em reuniões ou em outras situações
onde deveria ficar sentado (a)?

44
3.Com que frequência você se sente inquieto
(a) ou agitado (a)?
4. Com que frequência você tem dificuldade
para sossegar e relaxar quando tem tempo
livre para você?
5. Com que frequência você se sente ativo (a)
demais e necessitando fazer coisas, como se
estivesse “com um motor ligado”?
6. Com que frequência você se pega falando
demais em situações sociais?
7. Quando você está conversando, com que
frequência você se pega terminando as frases
das pessoas antes delas?
8. Com que frequência você tem dificuldade
para esperar nas situações onde cada um tem
a sua vez?
9. Com que frequência você interrompe os
outros quando eles estão ocupados?

45
Escala de Avaliação e Transtornos de Comportamento
Disruptivo para Pais e Professores.
Criada por William E. Pelham Jr.
Assinale nos quadros de acordo com o comportamento da criança

Assertivas Nada= 0 Pouco=1 Muito =2 Demais=3


1. Frequentemente interrompe
ou se intromete nas atividades
dos outros (em geral as
conversas ou atividades lúdicas
e jogos)
2.Tem fugido de sua casa ou
escola pelo menos 2 vezes
quando ainda vive com seus
pais ou cuidadores (ou uma vez
sem retornar por um longo
período)
3. Frequentemente argumenta
desnecessariamente com
adultos
4. Frequentemente para obter
vantagens ou favores ou evitar
obrigações.
5. Frequentemente inicia luta
corporal ou brigas com seus
parentes de casa.
6. Tem sido fisicamente cruel
com as pessoas.
7. Fala excessivamente
8. Tem roubado itens ou coisas
9.Distrai-se facilmente por
estímulos.
10. Frequentemente se engaja
em atividades físicas perigosas
sem considerar os riscos e sem
noção de perigo.
11. Frequentemente mata aulas
(antes dos 13 anos)
12. Inquietude excessiva com as
mãos e os pés e durante
postura sentada.
13. É rancorosamente vingativo.

46
14. Frequentemente usa
linguagem obscena.
15.F requente responsabiliza os
outros pelos seus erros ou
comportamentos inadequados
16. Tem deliberadamente
destruído as propriedades dos
outros.
17. Frequentemente desafia ou
se recusa concordar com
opiniões ou regras de adultos.
18. Parece frequentemente não
atender quando se fala
diretamente com ele(a).
19. Frequentemente responde
precocemente antes das
perguntas serem completadas.
20. Frequentemente inicia lutas
físicas e brigas com pessoas
que não conhece ou que vivem
na sua escola ou vizinhança.
21. Frequentemente pula de
uma atividade para outra.
22. Tem frequentemente
dificuldade de participar uma
atividade em silêncio.
23. Frequentemente falha em
cumprir atividades que exigem
observação de detalhes e
comete erros na escola, em
casa e/ou com os trabalhos.
24. Frequentemente emburra e
aborrece por pouca coisa.
25. Frequentemente levanta ou
anda em momentos em que se
espera que fique sentado e
tranquilo.
26. Frequentemente e sensível e
facilmente se aborrece com os
outros.
27. Frequentemente não segue
instruções e fracassam em
tarefas escolares, trabalhos da
escola ou pesquisas no
ambiente onde se faz estas
atividades (mas não por
comportamento opositivo ou
porque não entendeu as
instruções).

47
28. Temperamento explosivo
facilmente.
29. Tem frequente dificuldade
em sustentar a atenção em
tarefas ou atividades lúdicas.
30.Tem dificuldade em esperar
a sua vez.
31. Forçou ou força alguém a
manter elações sexuais.
32. Aplica bullying, intimida ou
ameaça as pessoas.
33. Frequentemente quer
sempre chegar logo na frente e
faz as coisas correndo.
34. Frequentemente perde
coisas objetos necessários
para tarefas e atividades
(brinquedos, materiais
escolares, lápis, livros ou
instrumentos quaisquer).
35. Frequentemente se agita e
corre excessivamente em
situações nas quais não se
recomenda ou não se é
esperado (em adolescentes e
adultos, pode ser em situações
onde se esteja o descanso ou
subjetivamente se espera que
sossegue).
36. Aplica atos cruéis com
animais.
37. Frequentemente evita, não
gosta ou fica relutante para se
engajar em atividades.
38. Fica fora de casa com
frequência mesmo com a
proibição dos pais, começando
antes dos 13 anos.
39. Deliberadamente aborrece
as pessoas.
40. Tem roubado de forma a
confrontar com a vítima
(assalto, puxa objetos,
extorsão, e roubo à mão
armada).
41. Estraga deliberadamente
coisa, patrimônios, causando
sérios danos.

48
42. Tem evidente dificuldade e
organizar tarefas e atividades
sequenciais.
43. Tem quebrado e devastado
muitas coisas da casa, do carro
ou da escola
44. Frequentemente é
esquecido para atividades
rotineiras de vida
45. Tem usado instrumentos ou
armas que tem causado sérios
danos físicos às pessoas ou
instituições.

49
M-CHAT em Português
Fonte: LOSAPIO & PONDÉ, Rev Psiquiatr RS. 2008;30(3) – 221-229.

Por favor, preencha as questões abaixo sobre como seu filho geralmente é. Por favor,
tente responder todas as questões. Caso o comportamento na questão seja raro (ex.
você só observou uma ou duas vezes), por favor, responda como se seu filho não
fizesse o comportamento.

1.Seu filho gosta de se balançar, de pular no seu joelho, etc.? Sim Não
2. Seu filho tem interesse por outras crianças? Sim Não
3. Seu filho tem interesse por outras crianças? Sim Não
4. Seu filho gosta de brincar de esconder e mostrar o rosto ou de esconde- Sim Não
esconde?
5. Seu filho já brincou de faz-de-conta, como, por exemplo, fazer de conta Sim Não
que está falando no telefone ou que está cuidando da boneca, ou qualquer
outra brincadeira de faz-de-conta?
6. Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para pedir alguma Sim Não
coisa?
7. Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para indicar Sim Não
interesse em algo?
8. Seu filho consegue brincar de forma correta com brinquedos pequenos Sim Não
(ex. carros ou blocos) sem apenas colocar na boca, remexer no brinquedo
ou deixar o brinquedo cair?
9. O seu filho alguma vez trouxe objetos para você (pais) para lhe mostrar Sim Não
este objeto?
10. O seu filho olha para você no olho por mais de um segundo ou dois? Sim Não
11. O seu filho já pareceu muito sensível ao barulho (ex. tapando os Sim Não
ouvidos)?
12. O seu filho sorri em resposta ao seu rosto ou ao seu sorriso? Sim Não
13. seu filho imita você? (ex. você faz expressões/caretas e seu filho Sim Não
imita?)
14. O seu filho responde quando você chama ele pelo nome? Sim Não
15. Se você aponta um brinquedo do outro lado do cômodo, o seu filho Sim Não
olha para ele?
16. Seu filho já sabe andar? Sim Não
17. O seu filho olha para coisas que você está olhando? Sim Não
18. O seu filho faz movimentos estranhos com os dedos perto do rosto Sim Não
dele?
19. O seu filho tenta atrair a sua atenção para a atividade dele? Sim Não
20. Você alguma vez já se perguntou se seu filho é surdo? Sim Não
21. O seu filho entende o que as pessoas dizem? Sim Não
22. O seu filho às vezes fica aéreo, “olhando para o nada” ou caminhando Sim Não
sem direção definida?

50
23. seu filho olha para o seu rosto para conferir a sua reação quando vê Sim Não
algo estranho?

ESCALA (CARS)- CHILDHOOD AUTISM RATING SCALE

Schopler,E; Reichler,RJ; Renner,BR

Escala para avaliação complementar ao diagnóstico de Autismo e gravidade


(Leve, moderado e Grave)

Fonte: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12936/000634977.pdf

1 - Relacionamento inter-pessoal
Pontos Sintomas
1 Sem evidencia de dificuldade ou anormalidade: o comportamento da
criança é apropriado para a idade. Alguma timidez, inquietação ou prejuízo
pode ser observado, mas não a um nível diferente (atípico) quando
comparado com outra de mesma idade.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança evita olhar o adulto nos olhos; evita
o adulto; demonstra dificuldade quando é forçado a tal; é extremamente
tímido; não é tão sociável com um adulto quanto uma criança normal de
mesma idade; fica agarrada aos familiares de forma mais intensa que outras
de mesma idade.
2,5
3 Grau moderado: A criança as vezes demonstra isolamento. Há
necessidade de esforço persistente para obter sua atenção. Há um contato
mínimo por iniciativa da criança (o contato pode ser impessoal).
3,5
4 Grau severo: A criança é isolada realmente, não se dando conta do que
o adulto está fazendo; nunca responde as iniciativas do adulto ou inicia
contato. Somente as tentativas muito intensas para obter sua atenção
tem algum efeito positivo.

2 - Imitação
Pontos sintomas
1 Apropriada: A criança imita sons, palavras e movimentos que são
apropriados para seu nível de desenvolvimento.
1,5

51
2 Grau leve de anormalidade: A criança imita comportamentos simples como
bater palmas ou palavras isoladas na maior parte do tempo. As vezes
reproduz uma imitação atrasada (após tempo de latência)
2,5
3 Grau moderado: A criança só imita as vezes e mesmo assim precisa de
considerável persistência e auxílio do adulto. Frequentemente reproduz uma
imitação atrasada.
3,5
4 Grau severo: A criança raramente ou mesmo nunca imita sons, palavras,
ou movimentos mesmo com auxílio de adultos ou após período de latência.

3 - Resposta emocional
Pontos sintomas
1 Resposta apropriada para a idade e situação: A resposta emocional
(forma e quantidade) demonstra sintonia com a expressão facial, postura
corporal e modos.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança ocasionalmente demonstra alguma
inadequação na forma e quantidade das reações emocionais. Às vezes as
reações são não relacionadas a objetos ou acontecimentos do “entorno”.
2,5
3 Grau moderado: Há presença definitiva de sinais inapropriados na forma e
quantidade das respostas emocionais. As reações podem ser inibidas ou
exageradas, mas também podem não estar relacionadas com a situação. A
criança pode fazer caretas, rir ou ficar estática apesar de não estarem
presentes fatos que possam estar causando tais reações.
3,5
4 Grau severo: As respostas são raramente apropriadas as situações:
quando há determinado tipo de humor é muito difícil modificá-lo mesmo que
se mude a atividade. O contrário também é verdadeiro podendo haver
enorme variedade de diferentes reações emocionais durante um curto
espaço de tempo mesmo que não tenha sido acompanhado por nenhuma
mudança no meio ambiente.

4 - Expressão corporal
Pontos Sintomas
1 Apropriada: A criança se move com a mesma facilidade, agilidade e
coordenação que outra da mesma idade.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: Algumas peculiaridades “menores” podem
estar presentes como movimentos desajeitados, repetitivos, coordenação

52
motora pobre, ou presença rara de movimentos não usuais descritos no
próximo item.
2,5
3 Grau moderado: Comportamentos que são claramente estranhos ou não
usuais para outras crianças de mesma idade. Podem estar presente:
peculiar postura de dedos e corpo, auto-agressão, balançar-se, rodar e
contorcer-se, movimentos serpentiformes de dedos ou andar na ponta dos
pés.
3,5
4 Grau severo: Movimentos frequentes ou intensos (descritos acima) são
sinais de comprometimento severo do uso do corpo. Estes comportamentos
podem estar presentes apesar de um persistente trabalho de modificação
comportamental assim como se manterem quando a criança está envolvida
em atividades.

5 - Uso do objeto
Pontos Sintomas
1 Uso e interesse apropriado: A criança demonstra interesse adequado em
brinquedos e outros objetos relativos a seu nível de desenvolvimento. Há
uso funcional dos brinquedos.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança apresenta menos interesse pelo
brinquedo que a criança normal ou há um uso inapropriado para a idade
(bater o brinquedo no chão ou colocá-lo na boca).
2,5
3 Grau moderado: Há muito pouco interesse por brinquedos e objetos ou o
uso é disfuncional. Pode haver um foco de interesse em uma parte
insignificante do brinquedo, ficar fascinado com o reflexo de luz do objeto, ou
eleger um excluindo todos os outros. Este comportamento pode ao menos
ser parcialmente ou temporariamente modificável.
3,5
4 Grau severo: A criança pode apresentar os sintomas descritos acima porém
com uma intensidade e frequência maior. Há significativa dificuldade em
distrair a criança quando está “ocupada” com estas atividades inadequadas
e é extremamente difícil modificar o uso inadequado do uso dos objetos.

6 - Adaptação a mudanças
Pontos Sintomas
1 Idade apropriada na resposta: Apesar da criança notar e comentar sobre
as mudanças de rotina, há uma aceitação sem grandes distúrbios.
1,5

53
2 Grau leve de anormalidade: Quando o adulto tenta modificar algumas
rotinas a criança continua com a mesma atividade ou no uso dos mesmos
materiais, porém pode ficar facilmente “confusa” assim com aceitar a
mudança. Ex: fica muito agitada quando é levada numa padaria diferente / o
caminho para a escola é mudado, mas é acalmada facilmente.
2,5
3 Grau moderado: Há resistência as mudanças da rotina. Há uma tentativa
de persistir na atividade costumeira e é difícil acalmá-la; ficam raivosos ou
tristes quando há modificação.
3,5
4 Grau severo: Quando ocorrem mudanças a criança apresenta reações
graves que são difíceis de serem eliminadas. Se são forçadas a modificarem
a rotina podem ficar extremamente irritados/raivosos ou não cooperativos e
talvez respondam com birras.

7 - Uso do olhar
Pontos Sintomas
1 Idade apropriada na resposta: O uso do olhar é normal para a idade. A
visão é usada junto com os outros sentidos como a audição e tato, como
forma de explorar os objetos.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança precisa ser lembrada de vez em
quando para olhar para os objetos. A criança pode estar mais interessada
em olhar para espelhos e luzes que outras crianças da mesma idade, ou
ficar olhando para o espaço de forma vaga. Pode haver evitação do olhar.
2,5
3 Grau moderado: A criança precisa ser lembrada a olhar o que está
fazendo. Podem ficar olhando para o espaço de forma vaga; evitação do
olhar; olhar para objetos de modo peculiar; colocar objetos muito próximos
aos olhos apesar de não terem déficit visual.
3,5
4 Grau severo: Há uma persistência recusa em olhar para pessoas ou certos
objetos e podem apresentar outras peculiaridades no uso do olhar em graus
extremos como os descritos acima.

8 - Uso da audição
Pontos Sintomas
1 Idade apropriada na resposta: O uso da audição é normal para a idade. A
audição é usada junto com os outros sentidos como a visão e tato.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: Pode haver falta de resposta a certos sons,
assim como uma hiper-reação. As vezes a reação é atrasada, as vezes é

54
necessário a repetição de um determinado som para “ativar” a atenção da
criança. A criança pode apresentar uma resposta catastrófica a sons
estranhos a ela.
2,5
3 Grau moderado: A resposta aos sons podem variar: ignorá-lo das
primeiras vezes, ficar assustado com sons de seu cotidiano, tampar os
ouvidos.
3,5
4 Grau severo: Há uma sub ou hiper-reatividade aos sons, de uma forma
extremada, independentemente do tipo do som.

9 - Uso do paladar, olfato e do tato


Pontos Sintomas
1 Normal: A criança explora novos objetos de acordo com a idade geralmente
através dos sentidos. O paladar e olfato são usados apropriadamente
quando o objeto é percebido como comível. Quando há dor resultante de
batida, queda, ou pequenos machucados a criança expressa seu
desconforto, porém sem uma reação desmedida.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A criança persiste no levar e manter objetos
na boca, em discrepância de outras da mesma idade. Pode cheirar ou
colocar na boca, de vez em quando, objetos não comestíveis. A criança
pode ignorar ou reagir de forma exacerbada a um beliscão ou alguma dor
leve que numa criança normal seria expressada de forma adequada (leve).
2,5
3 Grau moderado: Pode haver um comportamento de grau moderado de
tocar, cheirar, lamber objetos ou pessoas. Pode haver uma reação não
usual a dor de grau moderado, assim como sub ou hiper-reação.
3,5
4 Grau severo: Há um comportamento de cheirar, colocar na boca, ou pegar
objetos - pela sensação em si - sem o objetivo de exploração do objeto.
Pode haver uma completa falta de resposta a dor assim como uma hiper-
reação a algo que é só levemente desconfortável.

10 - Medo e nervosismo
Pontos Sintomas
1 Normal: O comportamento é apropriado a situação e a idade da criança.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: De vez em quando a criança demonstra medo
e nervosismo que é levemente inapropriado (para mais ou menos) quando
comparado a outras de mesma idade.

55
2,5
3 Grau moderado: A criança apresenta um pouco mais ou um pouco menos
de medo que uma criança normal mesmo quando comparado a outra de
menor idade colocada em situação idêntica. Pode ser difícil entender o que
está causando o comportamento de medo apresentado, assim como é difícil
confortá-la nessa situação.
3,5
4 Grau severo: Há manutenção de medo mesmo após repetidas experiências
de esperado bem-estar. Na consulta de avaliação a criança pode estar
amedrontada sem razão aparente. É extremamente difícil acalmá-la. Pode
também não apresentar medo/sentido de auto-conservação a cachorros não
conhecidos, a riscos da rua e trânsito, como outras que as da mesma idade
evitam.

11 - Comunicação verbal
Pontos Sintomas
1 Normal: A comunicação verbal é apropriada a situação e a idade da criança.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: A fala apresenta um atraso global. A maior
parte da fala é significativa, porém pode estar presente ecolalia ou inversão
pronominal em idade onde já não é normal sua presença. Algumas palavras
peculiares e jargões podem estar presentes ocasionalmente.
2,5
3 Grau moderado: A fala pode estar ausente. Quando presente a
comunicação verbal pode ser uma mistura de fala significativa + fala peculiar
como jargões; comerciais de TV; jogo de futebol; reportagem sobre o tempo
+ ecolalia + inversão pronominal. Quando há fala significativa podem estar
presentes um excessivo questionamento e preocupação com tópicos
específicos.
3,5
4 Grau severo: Não há fala significativa; há grunhidos, gritos, sons que
lembram animais ou até sons mais complexos que se aproximam da fala
humana. A criança pode mostrar persistente e bizarro uso de conhecimento
de algumas palavras ou frases.

12 - Comunicação não-verbal
Pontos Sintomas
1 Normal: A comunicação não-verbal é apropriada a situação e a idade da
criança.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: O uso da comunicação não-verbal é imaturo,
p.ex: a criança somente aponta/mostra sem precisão o que quer numa

56
situação em que a criança normal de mesma idade aponta ou demonstra por
gestos de forma mais significativa o que quer.
2,5
3 Grau moderado: A criança é incapaz, geralmente, de expressar
necessidades e desejos através de meios não-verbais, assim como é,
geralmente, incapaz de compreender a comunicação não-verbal dos outros.
Pegam na mão do adulto o levando ao objeto desejado, mas são incapazes
de mostrar através de gestos o objeto desejado.
3,5
4 Grau severo: Há somente uso de gestos bizarros e peculiares que não
aparentam significado. Demonstram não terem conhecimento do significado
de gestos ou expressões faciais de terceiros.

13 - Atividade
Pontos Sintomas
1 Normal: A atividade é apropriada a situação e a idade da criança, quando
comparada a outras.
1,5
2 Grau leve de anormalidade: Pode haver uma leve inquietação ou alguma
lentidão de movimentos. O grau de atividade interfere somente de forma
leve na performance da criança. Geralmente é possível encorajar a manter
um nível adequado de atividade.
2,5
3 Grau moderado: A criança pode ser inquieta e ter dificuldade de ficar
quietar. Pode aparentar ter uma quantidade infinita de energia e não
querer/ter vontade de dormir a noite. Pode também ser letárgica e exigir
grande esforço para modificação deste comportamento. Podem não gostar
de jogos que requeiram atividade física e assim “passar” por preguiçosos.
3,5
4 Grau severo: Há demonstração de níveis de atividade em seus extremos:
hiper ou hipo, podendo também passar de uma para outra. É difícil o manejo
desta criança. Quando há hiper-atividade ela está presente em todos os
níveis do cotidiano, sendo necessário quase que um constante
acompanhamento por parte de um adulto. Se a criança é letárgica é muito
difícil motivá-la a alguma atividade.

14 - Grau e consistência das respostas da inteligência


Pontos Sintomas
1 Normal: A criança é inteligente como uma criança normal de sua idade não
havendo nenhuma habilidade não-usual ou problema.
1,5

57
2 Grau leve de anormalidade: A criança não é tão inteligente quanto uma
criança de mesma idade e suas habilidades apresentam um atraso global
em todas as áreas, de forma equitativa.
2,5
3 Grau moderado: Em geral a criança não é tão inteligente quanto outra de
mesma idade, entretanto há algumas áreas intelectivas que o funcionamento
beira o normal.
3,5
4 Grau severo: Mesmo em uma criança que geralmente não é tão inteligente
quanto uma normal de mesma idade, pode haver um funcionamento até
melhor em uma ou mais áreas. Podem estar presentes certas habilidades
não-usuais como p.ex: talento para música, ou facilidade com números.

15 - Impressão geral
Pontos Sintomas
1 Não há autismo: A criança não apresentou nenhum sintoma característico
de autismo.
1,5
2 Autismo de grau leve: A criança apresentou somente alguns poucos
sintomas ou grau leve de autismo.
2,5
3 Autismo de grau moderado: A criança apresentou um número de sintomas
ou um moderado grau de autismo.
3,5
4 Autismo de grau severo: A criança apresentou muitos sintomas ou um
grau severo de autismo.

58
ATA – Autistic Traits Assessment (Avaliação de Traços
Autistas)

Nome da criança: ________________________________________


Idade: _________
Data da aplicação: ____/____/____

Responda as questões de acordo com sua percepção sobre a criança. Marque um X


sobre os comportamentos que você observa na criança.

I. INTERAÇÃO SOCIAL

1. Não sorri
2. Ausência de aproximações espontâneas
3. Não busca companhia
4. Busca constantemente seu cantinho (esconderijo)
5. Evita pessoas
6. É incapaz de manter um intercâmbio social (conversa com trocas, pergunta e
resposta)
7. Isolamento intenso

II. AMBIENTE

1. Não responde às solicitações


2. Mudança repentina de humor
3. Mantém-se indiferente, sem expressão
4. Risos compulsivos
5. Birra e raiva frequente
6. Excitação motora ou verbal (ir de um lugar a outro, falar sem parar)

III. PESSOAS AO SEU REDOR

1. Utiliza-se do adulto como um objeto (por exemplo, levando a mão do adulto até o
interruptor, para acender a luz)
2. O adulto lhe serve como apoio para conseguir o que deseja (por exemplo, faz a

59
perna do adulto de ponte para o carrinho passar)
3. O adulto é essencialmente um meio para suprir uma necessidade (por exemplo, a
aproximação tem o objetivo principal de pedir coisas)
4. Se o adulto não responde às suas demandas, atua interferindo na conduta desse
adulto (por exemplo, desliga a TV que o adulto esteja assistindo, ameaça quebrar
algo, joga coisas no adulto, toma coisas da mão do adulto como pirraça)

IV. RESISTÊNCIA A MUDANÇAS

1. Insistente em manter a rotina (por exemplo, prefere fazer sempre o mesmo passeio
ou comer sempre a mesma coisa)
2. Grande relutância em aceitar fatos que alteram sua rotina, tais como mudanças de
atividade, horário ou mobília
3. Apresenta resistência a mudanças, persistindo na mesma resposta ou atividade (por
exemplo, brincar sempre do mesmo jeito)

V. BUSCA DE UMA ORDEM RÍGIDA

1. Ordenação dos objetos de acordo com critérios próprios e pré-estabelecidos


2. Prende-se a uma ordenação espacial (cada coisa tem um lugar próprio rígido para
ficar)
3. Prende-se a uma sequência temporal (por exemplo, só pode por a meia depois da
blusa)
4. Prende-se a uma correspondência pessoa-lugar (por exemplo, a mesma pessoa
precisa sentar sempre no mesmo lugar)

VI. CONTATO VISUAL

1. Desvia o olhar, não olhando nos olhos ou olhando sempre rapidamente


2. Olha para outra direção quando é chamado
3. Expressão do olhar vazio e sem vida (sem expressão de emoções, indiferente)
4. Quando segue os estímulos com os olhos, somente o faz de maneira intermitente
(não contínua, ou seja, com pausas)
5. Fixa os objetos com um olhar periférico, não central (olhar de lado, com a cabeça
um pouco virada e não de frente)
6. Dá a sensação de que não olha

VII. MÍMICA INEXPRESSIVA

1. Se fala, não utiliza a expressão facial, gestual ou vocal com a frequência esperada
2. Não mostra uma reação antecipatória (como um ‘suspense’ pelo que vai acontecer)
3. Não expressa através da mímica ou olhar aquilo que quer ou o que sente
4. Imobilidade facial

VIII. DISTÚRBIOS DE SONO

1. Não quer ir dormir (relutância frequente, choro, birra, resistência intensa e


prolongada)
2. Levanta-se muito cedo
3. Sono irregular (em intervalos)

60
4. Troca o dia pela noite
5. Dorme poucas horas

IX. ALTERAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO

1. Seletividade alimentar rígida (ex.: come o mesmo tipo de alimento sempre)


2. Come outras coisas além de alimentos (papel, insetos)
3. Quando pequeno, não mastigava
4. Apresenta uma atividade ruminante (fica um tempo longo com a comida na boca, de
um lado para o outro, antes de engolir)
5. Vômitos
6. Come grosseiramente, esparrama a comida ou a atira
7. Rituais (por exemplo, esfarelar alimentos antes da ingestão)
8. Ausência de paladar (falta de sensibilidade gustativa)

X. CONTROLE DOS ESFÍNCTERES

1. Medo de sentar-se no vaso sanitário


2. Utiliza os esfíncteres para manipular o adulto (por exemplo, ameaça fazer xixi no
local errado de propósito)
3. Utiliza os esfíncteres como estimulação corporal, para obtenção de prazer
4. Tem controle diurno, porém o noturno é tardio ou ausente

XI. EXPLORAÇÃO DOS OBJETOS (APALPAR, CHUPAR)

1. Morde e engole objetos não alimentares


2. Chupa e coloca as coisas na boca
3. Cheira tudo
4. Apalpa tudo, examina as superfícies com os dedos de forma minuciosa

XII. USO INAPROPRIADO DOS OBJETOS

1. Ignora os objetos ou mostra um interesse momentâneo


2. Pega, golpeia ou simplesmente os atira no chão
3. Conduta atípica com os objetos (segura indiferentemente nas mãos ou gira)
4. Carrega insistentemente consigo determinado objeto
5. Se interessa somente por uma parte do objeto ou do brinquedo
6. Coleciona objetos estranhos
7. Utiliza os objetos de forma particular (pouco usual) e inadequada

XIII. ATENÇÃO

1. Quando realiza uma atividade, fixa a atenção por curto espaço de tempo ou é
incapaz de fixá-la
2. Age como se fosse surdo

61
3. Tempo de latência de resposta aumentado, entende as instruções com dificuldade.
4. Resposta retardada
5. Muitas vezes dá a sensação de ausência

XIV. AUSÊNCIA DE INTERESSE PELA APRENDIZAGEM

1. Não quer aprender


2. Cansa-se muito depressa, ainda que de atividade que goste
3. Esquece rapidamente
4. Insiste em ser ajudado, ainda que saiba fazer
5. Insiste constantemente em mudar de atividade

XV. FALTA DE INICIATIVA

1. É incapaz de ter iniciativa própria


2. Busca a comodidade
3. Passividade, falta de interesse
4. Lentidão
5. Prefere que outro faça o trabalho para ele

XVI. ALTERAÇÃO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

1. Mutismo
2. Estereotipias vocais (fazer sempre os mesmos sons)
3. Entonação incorreta
4. Ecolalia imediata e/ou retardada (repetir palavras ou falas que acabou de ouvir,
imediatamente ou algum tempo depois)
5. Repetição de palavras ou frases que podem (ou não) ter valor comunicativo
6. Emite sons estereotipados quando está agitado e em outras ocasiões, sem
nenhuma razão aparente
7. Não se comunica por gestos
8. As interações com o adulto nunca são um diálogo

XVII. NÃO MANIFESTA HABILIDADES E CONHECIMENTOS

1. Ainda que saiba fazer uma coisa, não a realiza porque não quer, mesmo que
solicitado
2. Não demonstra o que sabe, até ter uma necessidade primária ou um interesse
específico
3. Aprende coisas, porém somente as demonstra em determinados lugares e com
determinadas pessoas
4. Às vezes, surpreende por suas habilidades inesperadas

XVIII. REAÇÕES INAPROPRIADAS ANTE A FRUSTRAÇÃO

1. Reações de desagrado intenso caso seja esquecida alguma coisa


2. Reações de desagrado intenso caso seja interrompida alguma atividade que goste
3. Desgostoso quando os desejos e as expectativas não se cumprem
4. Reações de birra

62
XIX. RESPONSABILIDADES

1. Não assume nenhuma responsabilidade, por menor que seja


2. Para chegar a fazer alguma coisa, há que se repetir muitas vezes ou elevar o tom
de voz

XX. HIPERATIVIDADE/ HIPOATIVIDADE

A criança pode apresentar desde agitação, excitação desordenada e incontrolada, até


grande passividade, com ausência total de resposta. Estes comportamentos não têm
nenhuma finalidade.

1. A criança está constantemente em movimento


2. Mesmo estimulada, não se move
3. Barulhento, a maioria das coisas que faz geram ruído/barulho
4. Vai de um lugar a outro, sem parar
5. Fica pulando (saltando) no mesmo lugar
6. Não se move nunca do lugar onde está sentado

XXI. MOVIMENTOS ESTEREOTIPADOS E REPETITIVOS

Ocorrem em situações de repouso ou atividade, com início repentino.

1. Balança-se
2. Olha e brinca com as mãos e os dedos
3. Tapa os olhos e as orelhas
4. Dá pontapés
5. Faz caretas e movimentos estranhos com a face
6. Fica rodopiando ou rodando objetos
7. Caminha na ponta dos pés ou saltando, arrasta os pés, anda fazendo movimentos
estranhos
8. Torce o corpo, mantém uma postura desequilibrada, posições estranhas, pernas
dobradas, cabeça recolhida aos pés, extensões violentas do corpo

XXII. IGNORA O PERIGO

1. Não se dá conta do perigo


2. Sobe em todos os lugares
3. Parece insensível à dor

XXIII. APARECIMENTO DOS SINTOMAS ANTES DOS 36 MESES (DSM-IV)*

O último item da escala (XXIII) não possui subescalas/subitens e refere-se à visão geral
dos sintomas assinalados no decorrer da escala. Se os sintomas assinalados nos itens
anteriores já estavam presentes antes dos 3 anos (36 meses) de idade, marque 2 pontos
para o item XXIII. Se apareceram depois dessa idade, não pontuar este item.

63

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