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Relatório Psicológico

Identificação do Paciente

Nome: Enzo Martins Vasconcelos


Data de Nascimento: 18/08/2019
Idade: 4 anos
Sexo: Masculino
Responsável: Katiane Cristina de Vasconcelos

Motivo da Avaliação

A criança em questão foi encaminhada para avaliação psicológica devido a preocupações


relacionadas ao seu desenvolvimento, incluindo dificuldades de interação social,
comportamentos restritos e repetitivos, dificuldades sensoriais e desafios na comunicação.
Suspeita-se da presença de Transtorno do Espectro Autista (TEA) com base nos sintomas
observados.

Procedimento

A avaliação psicológica foi realizada por meio de observação direta, interação com a
criança, entrevistas com a mãe e aplicação de questionários padronizados de avaliação.
Também foram obtidas informações sobre o desenvolvimento da criança através de relatos
da mãe e de profissionais envolvidos em seu cuidado.

Histórico do Desenvolvimento

De acordo com as informações fornecidas pela mãe, a criança apresentou um


desenvolvimento inicial dentro dos parâmetros típicos para sua idade. No entanto,
começaram a surgir preocupações em relação ao seu desenvolvimento social e
comportamental por volta de 1 ano e 6 meses de idade. Desde então, foram observados
sintomas como a falta de resposta a estímulos sonoros e visuais, dificuldades de atenção,
comportamentos repetitivos e dificuldades de comunicação.
Observações Comportamentais e Emocionais

Durante a avaliação, a criança demonstrou dificuldades em estabelecer contato visual e


responder a estímulos sonoros e visuais. Ele não demonstrou interesse em brincadeiras
atraentes ou em estabelecer interações sociais com o avaliador. Os brinquedos
apresentados não foram utilizados de maneira funcional, exceto pelo Lego. Houve a
observação de comportamentos sensoriais, como o uso da mão do avaliador como uma
extensão da sua própria mão e a sensibilidade ao toque no cabelo. A criança também
apresentou comportamentos motores atípicos, como pisar nos brinquedos, subir em objetos
sem considerar o perigo e andar de lá para cá sem um propósito claro. A criança
apresentou dificuldade em seguir o gesto de apontar para objetos e demonstrou
seletividade alimentar, recusando-se a comer alguns alimentos. Além disso, foram
observadas sensibilidades sensoriais, como reações negativas a sons altos, e
comportamentos agressivos, como morder quando chateada. A criança também foi vista
andando na ponta dos pés em algumas ocasiões e sentando em “W”.
Está em uso de Periciazina 4%, 3 gotas a cada 12 horas, tem auxiliado na agitação.

Resultados da Avaliação

Com base nos dados coletados e nos sintomas observados, há indicativos de que a criança
apresenta características consistentes com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), com
nível de gravidade 3 para comunicação social, com déficits graves nas habilidades de
comunicação social verbal e não verbal; nível 1 de gravidade para comportamentos
restritivos e repetitivos. Os sintomas observados incluem dificuldades significativas na
interação social, comportamentos restritos e repetitivos, atrasos na comunicação e
alterações sensoriais, além de agitação intensa.

Recomendações e Encaminhamentos

Recomenda-se encaminhar a criança para uma avaliação mais abrangente por uma equipe
multidisciplinar, que pode incluir profissionais como psiquiatras, fonoaudiólogos, terapeutas
ocupacionais e outros especialistas em TEA. Essa avaliação mais aprofundada permitirá
uma análise completa de todas as áreas do desenvolvimento da criança, além de uma
possível confirmação diagnóstica.

Com base nos sintomas relatados, é importante iniciar intervenções precoces e


abrangentes, com foco no desenvolvimento social, comunicação, habilidades motoras e
manejo de comportamentos repetitivos. Essas intervenções devem ser individualizadas,
levando em consideração as necessidades específicas da criança, e devem incluir terapia
comportamental, terapia da fala, terapia ocupacional e programas de intervenção precoce.
Recomenda-se seguir com a terapia ABA, a mais eficaz atualmente para crianças com
diagnóstico TEA, com um mínimo de 3 vezes por semana como frequência e ao menos 10
horas semanais de terapia.
É recomendado oferecer suporte e orientação aos familiares, fornecendo informações sobre
o TEA, estratégias de manejo e recursos disponíveis na comunidade. O envolvimento dos
familiares no processo terapêutico é fundamental para promover o desenvolvimento e
bem-estar da criança.

Conclusão

Com base na avaliação realizada, observa-se que a criança apresenta sintomas


consistentes com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), com nível de suporte 2,
moderado. Recomenda-se uma avaliação mais abrangente por uma equipe multidisciplinar
para confirmar o diagnóstico. É importante iniciar intervenções precoces e personalizadas
para auxiliar no desenvolvimento social, comunicação, habilidades motoras e manejo de
comportamentos repetitivos. O suporte e a orientação aos familiares também são essenciais
nesse processo.

São Paulo, SP, 16 de outubro de 2023.

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Madalena Braga
Psicóloga
06/191602

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