APRESENTAÇÃO

DE APOIO

BEM-ESTAR NA ESCOLA:
A PSICOLOGIA POSITIVA
 Ementa da disciplina
A teoria e perspectiva da psicologia positiva e suas possíveis implicações para o
contexto escolar. A importância do bem-estar de professores e alunos para um bom
ambiente motivador de aprendizagem.
 Professores
MARTIN SELIGMAN
Professor Convidado
Psicólogo e professor, o nova iorquino Martin Seligman é
diretor do Centro de Psicologia Positiva da Universidade da
Pensilvânia (EUA), com foco em psicologia positiva, depressão,
otimismo e prospecção. É conhecido como pai da Psicologia
Positiva, autor de diversos livros, sendo “The hope circuit” e
“Positive psychotherapy” os mais recentes. Foi presidente da
Associação Americana de Psicologia (APA) e já recebeu diversos
prêmios por sua contribuição científica para o tema Psicologia
Positiva. Desenvolveu, juntamente com Christopher Peterson, a
contraparte “positiva” do Manual de Diagnóstico e Estatística das
Desordens Mentais (DSM). Em lugar de focar no que deu errado,
olha para o que deu certo. Pesquisando entre várias culturas
através dos milênios, extraíram uma lista de virtudes que têm sido
altamente valorizadas desde a China e Índia antigas, Grécia e
Roma, e até as culturas ocidentais modernas. Sua lista inclui seis
virtudes do caráter: sabedoria/conhecimento, coragem,
humanidade, justiça, temperança e transcendência.
THOMAS LICKONA
Professor Convidado
O psicólogo Thomas Lickona promove mundialmente valores
morais e o desenvolvimento de caráter em escolas, famílias e
comunidades. É professor de educação emérita e diretor-fundador do
Centro para os 4º e 5º RS (Respeito e Responsabilidade), da
Universidade Estadual de Nova York, nos Estados Unidos. Também é
autor de oito livros sobre desenvolvimento moral e educação de
caráter, sendo traduzidas para 10 idiomas. Entre os títulos, está “Educar
para o Caráter”, conhecido como a Bíblia do movimento de educação
do caráter. Ainda, é autor de “Assuntos de Personagem” e coautor de
“Smart & Good High Schools”, com Matthew Davidson. Foi presidente
da Associação de Educação Moral, que promove promover a
comunicação entre pesquisadores e profissionais considerando
aspectos da aprendizagem moral, do desenvolvimento e da ação ao
longo da vida em múltiplos papéis e contextos, incluindo a escola,
família, local de trabalho, comunidade e a sociedade em geral.
 Professores
WAGNER DE LARA MACHADO
Professora Convidada

Psicólogo (ULBRA, 2008), Doutor em Psicologia (UFRGS; 2013) e Pós-doutorado

como consultor de análise quantitativa de dados e psicometria (UFRGS, 2015). É
membro egresso do Grupo de Estudo, Aplicação e Pesquisa em Avaliação Psicológica
(GEAPAP/UFRGS), membro do Grupo de Trabalho (GT) “Avaliação em Psicologia
Positiva e Criatividade” da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em
Psicologia (ANPEPP), membro da diretoria da Associação Brasileira de Psicologia
Positiva (ABP+) e da Associação Brasileira de Criatividade e Inovação (CRIABRASILIS).
Atualmente é professor da Escola de Ciências da Saúde, nos cursos de Graduação e
Pós-Graduação stricto sensu em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUCRS). Compõe a linha de pesquisa Teorias, Técnicas e Intervenções
em Psicologia Clínica e é coordenador do Grupo de Pesquisa Avaliação em Bem-estar e
Saúde Mental (ABES). Seus projetos de pesquisa organizam-se em três eixos: 1)
construção e validade de medidas em bem-estar e saúde mental; 2) preditores e
correlatos do bem-estar e da saúde mental; e, 3) métodos inovadores na pesquisa. em
bem-estar e da saúde mental. Possui interesse nas áreas de psicometria, bem-estar,
saúde mental e ciência de dados.

AULA 1
Esperança é importante, é o
ingrediente crucial que está
faltando na depressão e no
suicídio.
Estamos entrando numa nova era
da agência, na qual a criatividade
na previsão do futuro se tornará
crucial para o trabalho humano
Nós não somos prisioneiros
do passado: nós somos
criaturas do futuro.
MARTIN SELIGMAN
Professor Convidado
Encontros e resumo da disciplina
AULA 2
A educação é um processo em que
interferimos na vida de alguém,
tentando trazer uma mudança
positiva para as pessoas, a partir da
mudança de caráter.
O comportamento humano é
modelado pela interação entre
caráter e cultura.
O conteúdo do bom caráter é a virtude:
gentileza, honestidade, trabalho. São
qualidades que exigem de nós, pois são
benéficas tanto para nós quanto para
as pessoas ao nosso redor.
THOMAS LICKONA
Professor Convidado
AULA 3
Todas as escolas enfrentam
desafios éticos. É preciso reduzir
comportamentos de risco, e ajudar
os alunos a se tornarem cidadãos
responsáveis.
Nossos traços positivos são centrais
Viver uma vida de integridade é
uma grande parte de viver uma
vida de caráter.
A missão da escola é dizer que as
crianças fazerem o seu melhor e serem
seu melhor em relacionamentos..
ser uma atitude passiva. É fazer que o
THOMAS LICKONA
Professor Convidado
AULA 4
A qualidade de vida é a percepção
do indivíduo, logo, quando a gente
fala da percepção das pessoas, a
gente tá falando de algo subjetivo.
na nossa vida. São organizadoras,
motivadoras, recursos que a gente
pode utilizar na nossa vida diária.
Esperança é energia, motivação,
determinação para cumprir metas.
Então nutrir essa característica é
importantíssimo, ainda mais por não
melhor aconteça.
WAGNER DE LARA MACHADO
Professor PUCRS
 BEM-ESTAR NA
ESCOLA: A PSICOLOGIA
POSITIVA
Por Prof. Dr. WAGNER DE LARA
MACHADO

Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento e da

Aprendizagem
EMENTA
DA DISCIPLINA

A teoria e perspectiva da psicologia positiva e suas

possíveis implicações para o contexto escolar. A
importância do bem-estar de professores e alunos para
um bom ambiente motivador de aprendizagem.
PROFESSORES PROFESSOR
CONVIDADOS PUCRS

Thomas Lickona, PhD

Developmental psychologist and professor
of education emeritus at the State University of New
York at Cortland

Dr. Wagner de Lara

Machado Bolsista Produtividade CNPq
Pesquisador
Docente do PPG Psicologia e PPG Administração da PUCRS
Coordenador grupos de pesquisa Avaliação em bem-estar e saúde m
Coordenador Especialização em Psicologia Positiva PUCRS online
Psicólogo
Doutor em Psicologia
Pós-doutorado em análise de dados
 • Escala de Bem-estar Psicológico (mestrado)
• Escala de Saúde Mental Positiva (doutorado)
• Avaliação em Psicologia Positiva e Criatividade (ANPEPP)
• Associação Brasileira de Psicologia Positiva - ABP+

Pesquisas,
instrumentos,
entidades
Artigo mais citado do autor
Escala para medir a saúde mental conforme
operacionalizada por Keyes (2002)
PSICOLOGIA POSITIVA
Psicologia Positiva
• Antecedentes históricos
• Martin Seligman e a Psicologia positiva
• Três pilares da Psicologia Positiva
• Experiência subjetiva
• Traços
• Instituições e comunidades
Antecedentes históricos
• Antes da 2ª GM
• Missões da Psicologia:
• Identificar e tratar doenças mentais
• Tornar a vida das pessoas mais produtiva e satisfatória
• Identificar e nutrir talentos e altas-habilidades
Antecedentes históricos
• Após a 2ª GM
• Trauma mundial
• Fundação do Veterans Administration (hoje Veterans Affairs, 1946) e do
National Institute of Mental Health (1946)
• Foco nos transtornos mentais: diagnóstico, tratamento, financiamento,
pesquisas
• Psicologia = “vitimologia”
• As outras duas missões receberam pouca atenção
• Busca no PsychInfo (1970 - 2006)
• “depressão”= 110.382
• “felicidade”= 4.711

(Paludo& Koller, 2007)

A Psicologia deveria responder:
- quais as práticas educativas possibilitam o melhor
desenvolvimento de crianças?
- quais ambientes de trabalho resultam em trabalhadores mais
satisfeitos e engajados?
- quais políticas públicas despertam um maior engajamento
cívico?
- como a vida das pessoas pode vir a ser melhor?
A Psicologia deveria responder:
- como prevenir problemas:
- depressão e suicídio
- uso problemático de TICs
- ansiedade
- estresse
- violência
- preconceito ...
• Pós-guerra
• compromisso em garantir o bem-estar social e a
valorização da singularidade dos estilos e pontos de
vista das pessoas
• Filosofia (Fenomenologia e Existencialismo),
• Sociologia (Interacionismo Simbólico),
• Psicologia (Psicologia Humanista e Cognitiva)

• Psicologia Humanista
• Abordagem salutogênica
• “Nós reconhecemos que a psicologia positiva não é uma idéia nova. Ela
teve muitos precursores ​ilustres, e nós não reivindicamos originalidade.
No entanto, estes antecessores ​de alguma forma não conseguiram atrair
um corpo cumulativo de pesquisa empírica para fundamentar suas idéias”.
(Seligman & Csikszentmihalyi, 2000, p.13)
Martin Seligman

e a Psicologia Positiva
Seligman, M. E. P., & Csikszentmihalyi, M. (2000). Positive psychology: An
introduction. American Psychologist, 55, 5-14.

• Martin Seligman
• American Psychologist (APA, 2000)
• Psicologia Positiva: “uma ciência sobre experiências subjetivas positivas, traços
individuais positivos, e instituições positivas, que pretende promover qualidade de vida e
prevenir patologias que ocorrem quando a vida se torna estéril e sem sentido” (Seligman
& Csikszentmihalyi, 2000, p. 5).
Yucatan/México/Akumal
Nasce a Psicologia Positiva...
• Martin Seligman
• Presidência APA (American Psychological Association)
• Primeira semana de Janeiro de 1998
• Martin Seligman
• Mihaly Csikszentmihalyi
• Ray Fowler
• Plano  conteúdo, método e infra-estrutura
Três pilares
Sustentação do conteúdo da iniciativa científica
1. Emoção Positiva  Edward Diener

2. Caráter Positivo  Mihaly Csikszentmihalyi

3. Instituições Positivas  Kathleen Hall Jamieson

Favorecer a pesquisa e a colaboração em cada setor

Oportunidades  trabalhos, prêmios e subsídios para
professores, cientistas e estudantes
• Investigação
– Conhecimento das forças e virtudes → florescimento (flourishing) das
pessoas, comunidades e instituições

• Florescimento* (Keyes & Haidt, 2003)

– Condição que permite o desenvolvimento pleno, saudável e positivo
dos aspectos psicológicos, biológicos e sociais dos seres humanos
– Emoção positiva pela vida, um funcionamento ótimo emocional e
social e ausência de problemas relacionados à saúde mental
– São aqueles que vivem intensamente mais do que meramente existem
• Campo da Psicologia Positiva

• Subjetivo (bem-estar, satisfação, flow, felicidade)

• Individual, traços e características positivas (esperança,
otimismo, coragem, espiritualidade, sabedoria, capacidade
de amar)
• Coletivo (instituições e comunidades positivas, virtudes
cívicas, altruísmo, ética)
Felicidade e bem-estar
Filosofia grega
• Período antigo
• Concepções da “felicidade”
• Hedonismo (Epicuro) – prazer e satisfação
• Eudaimonia (Aristóteles) – autorrealização

(RYFF, 1989)
Organização Mundial da Saúde (1995)

Diversidade de abordagens e concepções  unificar critérios e posições, propondo

uma definição de consenso de qualidade de vida (QV):

"a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da

cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a
seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações“.
Qualidade de Vida
• A QV é determinada, em parte, pelo conteúdo da experiência de viver

• Como seu tempo será investido?

• Atividades produtivas, de manutenção e de lazer.

(Csikszentmihalyi , 1999)
Abordagens de investigação...
• Economia  quantidade de bens, mercadorias e serviços

• Ciências Sociais  indicadores sociais: taxas de criminalidade,

expectativa de vida, direitos humanos e distribuição equitativa dos
recursos

• Bem-Estar Subjetivo  avaliação cognitiva e afetiva que a pessoa faz

da sua própria vida e da realização do seu potencial
Em que consiste a Saúde Mental?
• A Saúde Mental:
• Por muito tempo, foi definida como a ausência de Doença Mental
• Surgeon General (U.S. Department of Health and Human Services 1999) :
• " . . . um estado de sucesso na performance das funções mentais, que resulta
em atividades produtivas, relacionamentos satisfatórios com outras pessoas,
e a capacidade de adaptação e manejo em relação à adversidades “(p. 4).
Em que consiste a Saúde Mental?

• Saúde mental:
• “... um estado de bem-estar no qual todo
indivíduo realiza o seu próprio potencial, pode
lidar com o estresse normal da vida pode
trabalhar produtivamente de modo a conseguir
uma contribuição para sua comunidade....”
(WHO, 2014)
 “um estado de bem-estar“

“o individuo realiza seu próprio potencial”

Decompondo
o conceito “é capaz de realizar uma contribuição à sua
comunidade”

(Diener, 1984; Keyes, 1998; Ryff , 1989)

• National Institute of Mental Health (NIMH)
• Sementes para o estudo do BES
• Jahoda (1958)  dimensões do bem-estar psicológico (por
exemplo, efeitos na vida, crescimento pessoal e auto-
aceitação).
• Gurin et al.’s (1960)  satisfação e felicidade com a vida
global e domínios específicos.
 O que é a saúde mental?
• Autopercepção eficiente
• Autoestima e autoaceitação realista
• Controle sob o comportamento
• Percepção realista do mundo
• Nutrir relacionamentos
• Autodeterminação e produtividade

(JAHODA, 1958)
 O que é a saúde mental?
• Felicidade
• Satisfação com a vida
• Satisfação com domínios de vida
 “Felicidade” ou o bem-estar
• Bem-estar emocional (ou subjetivo)
• Diener (1984): componentes afetivos e cognitivos
• Afetos positivos (calmo, feliz, seguro, alegre, relaxado)
• Afetos negativos (triste, confuso, tenso, raivoso, assustado)
• Satisfação com a vida: componente cognitivo de julgamento global
ou por domínios de satisfação com a vida
• “Tenho alcançado coisas importantes que desejo em minha vida”

• Interferência do humor e temperamento

Domínios de satisfação
Afetos positivos Afetos negativos Satisfação de Vida Domínios de Satisfação

Alegria Culpa e Vergonha Desejo de mudar de vida Trabalho

Exaltação Tristeza Satisfação com a vida Família

atual
Orgulho Ansiedade e Preocupação Satisfação com o passado Lazer

Afeição Raiva Satisfação com o futuro Saúde

Felicidade Estresse Visão de pessoas Finanças

importantes da vida da
própria pessoa
Entendendo a
dinâmica dos afetos
positivos e negativos
Bem-estar Psicológico
• Uma leitura possível sobre a felicidade e bem-estar
• Eudaimonia: autodesenvolvimento ou autorrealização
• Normativa: critérios derivados da pesquisa empírica em áreas como psicologia
clínica, da saúde, do desenvolvimento, etc.
Autores,
conceitos e
dimensões
Bem-estar Psicológico
• Carol RYFF
• Envelhecimento bem sucedido
• Desenvolvimento
• Medidas – escalas psicométricas
Bem-estar Psicológico
• Relações positivas com outros
• Autonomia
• Domínio sobre o ambiente
• Crescimento pessoal
• Propósito de vida
• Autoaceitação
 Bem-estar Social
• Filosofia, Sociologia, Psicologia Social e análise da
Cultura

• Complementar ao Bem-estar Psicológico, dando

ênfase aos aspectos sociais do funcionamento
psicológico positivo (eudaimonia)

• Bem-estar Social:
• Coerência Social
• Atualização Social
• Integração Social
• Aceitação Social
• Contribuição Social
(Keyes, 1998)
BEE X BEP
• BEE percepção subjetiva da satisfação e dos afetos positivos
• BEP “funcionamento ótimo”
• “O funcionamento ótimo é uma área de estudo que se concentra em
entender como os indivíduos se tornam os melhores do que podem ser, bem
como, como eles podem alcançar seus potenciais pessoais.”
(Levesque, 2011, p.1)
Bem-estar e o cérebro humano
Áreas do cérebro
• Os estudos foram divididos conforme a classificação
do “tipo” de felicidade/bem-estar
• Prazer (Hedonismo)
• Engajamento (Eudaimonia)
• Sentido (Eudaimonia)
Áreas do cérebro
• A felicidade como prazer foi identificada em estudos que
empregaram uma definição intuitiva de felicidade, como
algo agradável.
• A felicidade como engajamento foi identificada em estudos
que pediram aos participantes que se concentrassem em
uma tarefa que não é necessariamente agradável
imediatamente.
• A felicidade como significado foi identificada em estudos
que encorajaram a conexão com “algo maior”, com um
sentido mais amplo.
Áreas do cérebro
• Uma meta-análise que analisou 64 estudos de
neuroimagem concluiu que a felicidade pode ser
identificada em 33 regiões diferentes do cérebro (i.e.
dentro do telencéfalo, diencéfalo e metencéfalo).
• Ou seja, praticamente todo o sistema nervoso
simpático (SNS).

(Tanzer & Weyandt, 2020)

Regiões do cérebro
• Azul representa prazer, envolvimento
amarelo e significado em vermelho. As
áreas ativadas para várias regiões são
representadas por suas combinações
de cores (verde = prazer e
envolvimento) (laranja = prazer e
significado) (Roxo = envolvimento e
significado) (Marrom = todas as três
formas de felicidade).
Regiões do cérebro
• Azul representa prazer, envolvimento
amarelo e significado em vermelho. As
áreas ativadas para várias regiões são
representadas por suas combinações
de cores (verde = prazer e
envolvimento) (laranja = prazer e
significado) (Roxo = envolvimento e
significado) (Marrom = todas as três
formas de felicidade).
Conclusões gerais
• A felicidade como prazer e engajamento demonstrou grande relevância da
atividade neural para atividades práticas
• As tarefas para felicidade como significado, por outro lado, eram geralmente mais
abstratas, com significado para além da tarefa imediata
• Concluiu-se que a felicidade não é melhor entendida como somente um estado
afetivo, mas melhor compreendida dentro de seu contexto comportamental,
como uma propriedade emergente da atividade e seu significado
• Para prazer e engajamento, há uma relação pareada entre atividade
comportamental e neurológica
• Para significado, isso significou a avaliação contínua das implicações morais dos
acontecimentos
Forças de caráter e traços
positivos
Snyder, & Lopez, (2009) Classificações e medidas das qualidades e resultados positivos do ser
humano. Cap. 4

• Karl Menninger (Menninger et al., 1963)

• Tentativa de classificar os aspectos positivos ao invés de manter o
foco na patologia, por exemplo:
• Esperança
• Fé
• Amor
• Aproximadamente 50 anos de foco na patologia → DSM, CID
• Distinções entre histeria e melancolia (egípcios em
2600 a.C.)
• 1ª tentativa de classificação de virtudes (Confúcio, em
500 a.C.)
• Jen (humanidade)
• Li (costumes)
• Xin (sinceridade)
• Yi (dever, justiça)
• Zhi (sabedoria)
Sistemas de classificação de doenças
• Classificação Internacional de Doenças (CID, WHO)
• 11ª edição, mais amplo pois se refere a todas as doenças

• Manual diagnóstico e estatístico de transtornos

mentais (DSM, APA)
• 7ª iteração (DSM-V)
Sistemas de classificação das qualidades e
virtudes humanas
• The Gallup Themes of Talent (Buckingham e Clifton,
2001)

• Values in Action (Peterson e Seligman, 2004)

• 40 Recursos para o Desenvolvimento do Instituto

Search (Benson, Leffert, Scales e Blyth, 1998)
O sistema Values in Action Classifiction of
Strengths (VIA)
• Peterson e Seligman (2004)
• Surgimento
• Como reação ao DSM;
• “como se podem definir os conceitos de ‘qualidade’ e ‘potencial máximo’”;
• como se pode saber se um programa de desenvolvimento positivo jovem
atingiu seus objetivos?”
(Peterson & Seligman, 2004)
• A questão do caráter:
• Tema “morto” desde as pesquisas sobre personalidade
• Definido por Seligman e Peterson (2004) como:
• Virtudes (características fundamentais valorizadas)
• Qualidades positivas de caráter (processos psicológicos que definem as virtudes)
• Temas situacionais (hábitos específicos que levam a manifestação das qualidades)
(Dahlsgaard, K.; Peterson, C.; & Seligman, M. E. P., 2005).
 Forças e Virtudes Pessoais
• Sabedoria • Justiça
• Criatividade • Cidadania
• Curiosidade • Imparcialidade
• Abertura • Liderança
• Amor por aprender • Temperança
• Perspectiva • Perdão
• Coragem • Humildade
• Bravura • Prudência
• Persistência • Autorregulação
• Integridade • Transcendência
• Vitalidade • Apreciação da beleza e excelência
• Humanidade • Gratidão
• Amor • Esperança
• Gentileza • Humor
• Inteligência social • Espiritualidade

www.positivepsychology.org
Os 40 recursos para o desenvolvimento
• Instituto Search (Beason et al., 1998)
• Década de 80
• Considera variáveis que contribuam para que jovens prosperem
• Os Recursos de Desenvolvimento são divididos em 20
externos e 20 internos
• Recursos externos
• Experiências positivas que crianças e jovens obtêm por
meio de interações com outras pessoas e instituições
• Recursos internos
• Características e comportamentos pessoais que estimulam
o desenvolvimento positivo de pessoas jovens
• Recursos externos – Limites e expectativas
– Apoio • Família
• Família • Escola
• Outros adultos • Bairro
• Bairro • Modelos de referência
• Escola • Colegas
• Pais na escola • Expectativas
– Fortalecimento – Uso construtivo do tempo
• Comunidade • Atividades criativas
• Jovens • Programas
• Serviços • Comunidade Religiosa
• Segurança • Tempo em casa
• Recursos Internos – Competências sociais
– Compromisso com • Planejamento e tomada de
decisões
aprender
• Competência interpessoal
• Motivação
• Competência cultural
• Envolvimento
• Habilidade de resistência
• Compromisso
• Solução de conflitos
• Dever pacífica
• Vínculo
– Identidade positiva
• Ler por prazer
• Poder pessoal
– Valores positivos • Autoestima
• Cuidado • Sentido de propósito
• Igualdade e justiça • Visão positiva do futuro
• Integridade pessoal
• Honestidade
• Responsabilidade
• Moderação
• Qual a possível estrutura básica universal e ubíqua
das qualidades e virtudes humanas, caso ela exista?
Forças e Virtudes Pessoais
Forças e Virtudes Pessoais
Outras características positivas
• Autoeficácia – crença na capacidade de produzir efeitos desejados em
função dos seus atos
• Otimismo – expectativa de atingir um objetivo esperado
• Esperança – pensamento e motivação dirigida a metas
• Gratidão – sentimento de gratidão por atos benevolentes ou
experiências de vida que levem ao crescimento e aprendizagem

• Predizem: desempenho acadêmico e no trabalho, saúde, coping e

bem-estar, etc.
Instituições e comunidades
positivas
Psicologia positiva na educação
• Educação positiva
• Criando ambientes e habilidades para uma aprendizagem significativa e com
propósito
• Desenvolvendo autonomia e amor pelo conhecimento
(Lopez, Pedrotti & Snyder, 2018)
Bem-estar em crianças e
adolescentes
Satisfação de vida em estudantes (Huebner,
1998)
• Nível de satisfação com domínios relevantes de vida, de acordo com
metas, aspirações, comparações, discrepâncias, personalidade,
cultura, etc.
• Família
• Amigos
• Escola
• Self
• Ambiente
Felicidade
• Afetos positivos no ambiente acadêmico
Entendendo a
dinâmica dos afetos
positivos e negativos
Entendendo a
dinâmica dos afetos
positivos e negativos
Crianças (6)
Self (eu sou esperto)
Self comparado (meus amigos brincam
mais do que eu)
Não violência (brigar resolve os problemas)
Família (minha família me faz feliz)
Amizade (meus amigos me ajudam quando
eu preciso)
Escola (eu gosto das atividades da escola;
meus professores gostam de mim; eu me
divirto na escola)
Adolescentes (7)
Self (sou uma pessoa bem humorada)
Sel comparado (meus amigos se divertem
mais do que eu)
Não violência (sou irritado)
Família (tenho bom convívio com minha
família)
Amizade (é bom sair com meus amigos)
Escola (eu me sinto bem na escola; meus
professores são legais comigo; eu aprendo
muitas coisas na escola)
Autoeficácia (tenho sucesso em atividades
que realizo; sou capaz de realizar muitas
coisas; faço o que gosto de fazer; consigo
expressar minhas ideias)
Bem-estar em crianças e adolescentes
• Felicidade e satisfação
• Desenvolvimento do potencial individual
• Relações com familiares, pares e professores
• Relação com a escola
Covitalidade (Jones et al., 2013)
• Quando há a coocorrência de transtornos, patologias ou condições
médicas, chamamos comorbidade
• Na literatura, observa-se uma associação positiva entre um conjunto
de construtos que se relacionam ao “florescimento” ou
“funcionamento ótimo”
• Entende-se que a covitalidade é a coocorrência de traços positivos,
um construto de segunda ordem
Covitalidade (Jones et al., 2013)
• Satisfação de vida
• Felicidade
• Esperança
• Otimismo
• Autoeficácia
• Gratidão
Capital psicológico positivo

Únicos, mensuráveis, desenvolvíveis, possuem grande impacto na performance

Esperança
Esperança
• Conjunto de habilidades cognitivas e motivacionais baseadas em uma
relação recíproca entre agência e planejamento
• Agência – senso de determinação em cumprir metas
• Planejamento – senso de ser capaz de gerar planos para cumprir metas e
objetivos
Snyder
• Três componentes:
• Criar objetivos e metas*
• Desenvolver estratégias
• Iniciar e sustentar a motivação para utilizar as estratégias
Achados sobre a esperança
• Correlações positivas com percepção de competência, autoestima,
otimismo, foco no sucesso, desenvolvimento de propósito de vida e
autoeficácia.
• Negativamente associada com sintomas de depressão
Otimismo
• Uma crença e expectativa generalizada de que o indivíduo
experimentará bons resultados na vida
Achados sobre o otimismo
• Preditores de bem-estar e saúde
• Reabilitação
Autoeficácia
• Uma crença em possuir habilidade para performar um
comportamento específico
• Um dos maiores preditores acadêmicos
Achados sobre a autoeficácia
• Grande preditor de desempenho e performance
• Bem-estar, motivação
Gratidão
• Tendência a reconhecer e responder com emoção de gratidão a
benevolência de outras pessoas ou experiências de vida, positivas ou
não
Achados sobre a gratidão
• Grande preditor de bem-estar e saúde
O que prediz/explica o sucesso
acadêmico???
Modelo de três domínios do sucesso
acadêmico (van der Zanden et al., 2018)
• Performance acadêmica
• Pensamento crítico
• Bem-estar socioemocional
Performance acadêmica
• Em geral utiliza-se nas pesquisa a média das notas em diferentes
disciplinas
• Correlatos:
• Performance anterior
• Autoeficácia
• Definição de objetivos
• Regulação do esforço em cumprir os objetivos
• Flexibilidade em utilizar diferentes estratégias de aprendizagem
Pensamento crítico
• Pensamento racional e reflexivo foca na tomada de decisão
• Inclui habilidades como:
• Analisar argumentos e evidências
• Fazer inferências utilizando raciocínios indutivo ou dedutivo
• Julgar e avaliar
• Resolver problemas
• Raciocínio científico
• Universidade promove um ganho de 0,59 DP
• Preditores: situação-problema, mentoria
Bem-estar socioemocional
• Adaptação
• Transições desenvolvimentais no ambiente acadêmico
• Desafios pessoais e interpessoais
• Preditores
• Organização
• Autoconfiança e autoeficácia
• Coping ou enfrentamento do estresse proativo ou de engajamento
• Suporte social
Revisão sistemática e metanálise
• 80 estudos analisados
• Sete (7) grandes categorias de preditores
• Demográficos
• Preparação acadêmica
• Motivação acadêmica
• Habilidades de estudo
• Autoavaliações e afeto
• Suporte social
• Integração social
• Variáveis institucionais
• Organizacionais
• Estressores fora da sala de aula
Preditores da performance
acadêmica
Demográficos (efeitos pequenos e
moderados)
• Etnia ou raça
• Renda familiar
• Educação dos pais
Preparação acadêmica (efeitos pequenos e
moderados)
• Histórico de desempenho
• Desempenho em exames padronizados (ENEM, ENAD)
Motivação acadêmica (efeitos pequenos e
moderados)
• Lócus interno
• Gostar de estudar (satisfação e realização)
• Motivação intrínseca
• Motivação por conquistas
• Esforço (horas de estudo)
Habilidades de estudo (efeitos moderados)
• Planejamento
• Gerenciar tarefas
• Definir objetivos
• Persistência
Autoavaliações e afeto (efeitos pequenos)
• Conscienciosidade
• Socialização/Extroversão
• Lócus de controle
• Baixa ansiedade de apego/relacionamento
Suporte social (efeitos pequenos)
• Relações com pais
• Relações com professores/funcionários
• Relações com pares
Integração social (efeitos pequenos)
• Atividades extracurriculares
• Relacionamento com colegas fora da academia
• Atividades recreacionais (e.g. esportes)
Variáveis institucionais e Organizacionais
(efeitos pequenos e moderados)
• Consultoria
• Orientação
• Programas institucionais:
• (a) estimular o contato entre os alunos
• (b) promover a interação professor-aluno
• (c) aprimorar a responsabilização do aluno por seu estudo
• (d) fortalecimento das conexões com a universidade
• (e) aprimoramento das habilidades necessárias para uma formação
acadêmica de sucesso
Estressores fora da academia (sem efeito)
Preditores do pensamento crítico
Demográficos (efeitos pequenos)
• Gênero (homens com escores menores)
Preparação acadêmica (efeitos pequenos e
moderados)
• Histórico
• Testes padronizados
• Letramento científico
Motivação acadêmica e Habilidades de
estudo (efeitos pequenos e moderados)
• Aprendizado reflexivo (avaliação e mudança da forma de pensar)
• Motivação intrínseca
Suporte social (efeitos pequenos)
• Mentoria por pares
Variáveis institucionais e Organizacionais
(efeitos grandes)
• Aprendizagem baseada em investigação
• Aprendizagem baseada em desafios
Estressores fora da academia (sem efeito)
• Viver no campus (negativamente associado)
Preditores do bem-estar
socioemocional
Demográficos (efeitos pequenos)
• Gênero (mulheres menor adaptação acadêmica e maior bem-estar
psicológico)
• Tempo de estudo (+ bem-estar)
Preparação acadêmica (efeitos pequenos)
• Histórico
Motivação acadêmica e Habilidades de
estudo (efeitos moderados a grandes)
• Gerenciamento do tempo
• Autorregulação
• Aspirações
• Desejo de descobrir coisas novas
Autoavaliações e afetos (efeitos moderados)
• Autoeficácia de coping
• Repertório de coping
Suporte social (efeitos pequenos a
moderados)
• Qualidade das amizades
• Comunicação mediada por computador com amigos
• Senso de pertencimento
• Suporte social, emocional e instrumental (prático)
• Suporte parental
• Confiança
Integração social (efeitos moderados)
• Uso de mídias sociais (solidão)
• Atividades extracurriculares
Variáveis institucionais e Organizacionais
(efeitos grandes)
• Habilidades psicossociais
• Programas de moradia e atividades
Estressores de fora da academia (efeitos
pequenos)
• Estressores em geral
• Study Skills and Interest MONitor (SIMON)
• 2391 estudantes
• Predição de desempenho acadêmico:
• Habilidade cognitiva: inteligência fluída
Habilidades não cognitivas
• Allen, Robbins, and Sawyer (2009, p.2) define non-cognitive factors as
“nontraditional predictors that represent behavioral, attitudinal, and
personality constructs, primarily derived from psychological theories”.
• Lipnevich and Roberts (2012) proposed a taxonomy of four
categories:
• attitudes and beliefs (self-efficacy)
• social and emotional qualities
• learning processes
• personality (conscientiousness)
• Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS)
• Programme for International Student Assessment (PISA)
• Average ages of 9.5 years for fourth-grade students and 13.5 years for
eighth-grade students
• N = 1.532.995
• Preditores: afetos, currículo, trabalho de casa, aulas extras,
motivação, personalidade, comportamento planejado, clima escolar,
crenças pessoais, estratégias de estudo, comportamento dos
professores, valor/interesse
• Memória de trabalho, flexibilidade mental e autocontrole
Entendendo a
dinâmica dos afetos
positivos e negativos
Entendendo a
dinâmica dos afetos
positivos e negativos
Como desenvolver essas
características?
Penn Resiliency Program
• Três coisas boas
• Forças e virtudes
• Engajamento
(curiosidade,
criatividade, etc.)
 Forças e Virtudes Pessoais
• Quais os benefícios de cultivar essas forças pessoais?
 Forças e Virtudes Pessoais
• 135 estudantes do Reino Unido
• Forças e virtudes
• Encarar a vida com entusiasmo e energia (vitalidade)
• Esperar o melhor do futuro e trabalhar para alcançá-lo (esperança)
• Ser agradecido pelas coisas boas que acontecem (gratidão)
• Valorizar os relacionamentos íntimos com outras pessoas (amor)
• Interessado em novas experiências (curiosidade)
• Uma vida mais satisfatória (Bem-estar Subjetivo) e saudável
(Qualidade de Vida Relacionada à Saúde)
 Bem-estar e o mundo atual
• VUCA World
• Volátil
• Incerto
• Complexo
• Ambíguo
Sociedade da autoexploração
From: Trends in Suicide Among Youth Aged 10 to 19 Years in the United States, 1975 to 2016

JAMA Netw Open. 2019;2(5):e193886. doi:10.1001/jamanetworkopen.2019.3886

Figure Legend:
Suicide Trends Among Youth Aged 10 to 19 Years in the United States, 1975 to 2016Suicide rate trends are displayed as linear
segments connected at the joinpoint or year when the slope of each trend changes significantly. Data markers indicate observed
rates and solid colored lines indicate model rates.

Date of download: 6/25/2021

https://www.cdc.gov/
Autodeterminação e autocuidado
Cortisol Ocitocina
Adrenalina Endorfina
Noradrenalina

Dopamina
Entendendo a
dinâmica dos afetos
positivos e negativos
Motivação intrínseca
Necessidades básicas:
• Modelo metateórico que pressupõe três necessidades básicas
• Autonomia (pensar e fazer por si, escolha, liberdade)
• Competência (manejar contexto, recursos e habilidades)
• Afiliação (relações seguras, afetuosas, com pessoas significativas)
• Dependente de contextos/papéis: trabalho, família, relacionamentos, etc...

(Deci & Ryan, 2000)

Conhece-te a ti mesmo
Em resumo
• Cuidar do bem-estar na escola
• Fornecer suporte para o reconhecimento e exercício de habilidades e
traços positivos
• Estimular a autonomia, motivação intrínseca e a autocompaixão
OBRIGADO!!!
Prof. Dr. Wagner de Lara Machado
wagner.machado@pucrs.br