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Repercussões da Teoria Psicanalítica

Atualmente, o exercício da Psicanálise ocorre de muitas outras maneiras que não só na clínica
(psicoterapia). Assim, ela é usada:

 como base para aconselhamento, orientação;

 é aplicada no trabalho com grupos, instituições.

A Psicanálise também é um instrumento de suma relevância para:

 a análise e compreensão de fenômenos sociais relevantes,

 as novas formas de sofrimento psíquico,

 o excesso de individualismo no mundo contemporâneo,

 a exacerbação da violência etc.

A característica essencial da teoria psicanalítica é a aceitação do inconsciente humano. Isto


porque são estes conteúdos desconhecidos e inconscientes que determinam, em grande
parte, a conduta dos homens e dos grupos, isto é:

 as dificuldades para viver,

 o mal-estar,

 o sofrimento.

O que está por trás dos comportamentos? É necessário primeiro investigar o próprio
comportamento manifesto, pois é a partir de sua existência que o latente pode ser desvelado.

1 A Psicanálise e o desenvolvimento humano

A principal contribuição da psicanálise para o desenvolvimento humano está relacionada com


as forças inconscientes que motivam o comportamento humano. A psicanálise procura fazer
com que as pessoas compreendam seus conflitos emocionais inconscientes.

2 Psicanálise e educação: Mecanismos de Defesa

Sublimação: envolve canalizar/desviar uma pulsão do desejo para um fim socialmente útil,
para atividades ‘espiritualmente elevadas’ como as relacionadas com arte, ciência, promoção
de valores humanos e maior qualidade de vida. Um exemplo comum é o encaminhamento de
crianças/jovens agressivos para atividades esportivas.

A identificação pode ser usada de modo construtivo para o ensino de hábitos de saúde
apropriados.

A transferência permite refletir sobre o que possibilita da pessoa acreditar e afeiçoar-se ao


professor/terapeuta para aprender/sarar. Isto porque esta relação pode variar desde a
devoção e a admiração afetuosa até a inimizade e hostilidade.
2.1 Psicanálise e educação: Sexualidade humana

Com relação à questão da sexualidade humana: Freud “defendeu a educação sexual da


criança, ressaltando que se deveria responder a todas as suas perguntas, e assinalou que um
dos erros mais prejudiciais, pelo perigo de levar à neurose, é ocultar da criança a realidade
sobre sexualidade e amedrontá-la com argumentos religiosos” (CARRARA, 2004, p. 39).

3 A Psicanálise nas organizações

Se o psicanalista se diferencia essencialmente dos psicólogos pelo modo de escutar (a escuta


do inconsciente), o pesquisador nas organizações que usa o referencial psicanalítico também
se diferencia de outras abordagens no modo de escutar os fenômenos organizacionais.

Importância de considerar a dimensão profunda (inconsciente) da personalidade na


compreensão de inadequações de pessoas no ambiente de trabalho. Ex: - inseguranças
inexplicáveis diante de obstáculos; - motivações inexplicáveis; - desajustamentos
aparentemente injustificados.

Liderança: Incapacidade de assumir uma atitude eficaz na liderança:

Problema de autoridade: introjetado na personalidade humana por volta dos 3-5 anos
(complexo de Édipo). Crianças que não tiveram o modelo de seus pais de manterem sua
palavra diante delas e de vivenciarem o conceito de autoridade, por decorrência, não
desenvolvem habilidade, capacidade para liderar pessoas. Mesmo com tratamento –
dificuldade para se livrar desta problemática.

Incompreensão da importância da dimensão profunda da personalidade: age no sintoma e


não na sua causa. Tentam resolver dificuldades de um relacionamento interpessoal menos
produtivo dando descanso (férias).

Referências:

AGUIAR, Maria Aparecida Ferreira de. Psicologia aplicada à administração: uma introdução à
psicologia organizacional. São Paulo: Atlas, 2005.

BERGAMINI, C. W. Psicologia aplicada à administração de empresas. São Paulo: Atlas, 2005.

BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.;TEIXEIRA, M. L. Psicologias: uma introdução ao estudo de


psicologia. São Paulo: Saraiva, 1996/2003.

MENDES, Ana M.B. Algumas contribuições teóricas do referencial psicanalítico para as


pesquisas sobre organizações. Estudos de Psicologia, 2002, 7(Número Especial), p. 89-96.

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