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Psicologia

1º Semestre
(Aulas)

Diogo Pereira
ESEL
(14/10/2021)
Teorias da Psicologia do Desenvolvimento e Respetivos métodos

Teorias Psicanalíticas:

Teoria Psicossexual de Freud:

 São os impulsos (sobretudo de cariz sexual) que dinamizam e dão energia


(líbido) ao comportamento erótico (sensação agradável). (Líbido: Energia que
nos move de caracter sexual.
 Ao longo do desenvolvimento, a satisfação desse impulso sexual é obtida em
diferentes zonas do corpo, de modos muito distintos. Exemplo:
Nos bebés esse impulso situa-se na boca, ele tem uma sensação agradável
através da amamentação e ao sentir o leite materno.
Na etapa seguinte do desenvolvimento, a criança começa a por a sua atenção
nos esfíncteres, quando começa a deixar de usar fralda, a criança passa a sentir um
grande desconforto quando aguenta as necessidades e ao libertar sente um grande
alívio

 Durante a infância, os impulsos, conflitos, emoções e experiências traumáticas,


de natureza sexual, são recalcadas pela censura para o inconsciente, onde
permanecem ativas, e reaparecem mais tarde de forma disfarçada, causando
perturbações psíquicas.

Freud usou o método clínico (psicanalítico) em indivíduos com perturbações, para


elaborar esta sua teoria.

- Consciente

- Pré-Consciente

- Ego

- Superego

- ID

- Inconsciente

Psicanálise – Acompanhamento profissional, conceptualiza os problemas com a


estrutura mental do “triângulo” a cima. O paciente fala sem se aperceber do que diz,
numa conversa aberta, e é da autoridade do terapeuta conseguir retirar informação
necessária para o seu estudo
Psicoterapia – A própria pessoa tem de ter consciência, é representa um tratamento
acompanhado acerca do presente e o que se passa no momento. O paciente é
responsável e consciente daquilo que diz.

Teoria Psicossocial de Erikson:

 Construção de uma identidade pessoal


 É influenciada pela interação entre o indivíduo e o meio sociocultural – o grupo
que exerce sobre ele pressão de influência
 O nosso desenvolvimento ao longo de toda a vida, ocorre através de crises ao
longo de diversos estádios.
Erikson diz que crescemos sobre uma constante pressão feita por parte dos adultos
e dos restantes indivíduos que fazem parte do grupo social de onde vimos. Pressão
essa que consiste em expectativas que têm sobre nós, o facto de termos de ser “os
primeiros a ser escolhidos”, ser o melhor de nós.
Para desenvolver a sua teoria, Erikson, através do método clínico, estudou as
histórias que as pessoas relataram das suas próprias vidas, e através desse estudo
conseguiu perceber o passado de cada um e a influência que o grupo social, onde
essas mesmas pessoas estavam inseridas, tinha sobre cada uma delas. Como por
exemplo, as figuras paternas e as suas ações.
O que fazem os psicólogos e em que campos exercem a sua atividade?
Investigação:

 Descrever os comportamentos e os processos mentais.


 Explicar porque razão ocorrem
 Predizê-los com base em acontecimentos passados
Psicofisiologia - Ajuda a compreender a hereditariedade de certas patologias e a
possibilidade e alguém do ramo genealógico tê-la, por exemplo, esquizofrenia
Psicologia Social – Ver de que forma o nosso comportamento é influenciado pelo
comportamento dos outros
Psicologia do Desenvolvimento (ex: Psic. Cognitiva) – Piaget, Erikson
Psicologia da Saúde – Psicologia que estuda comportamentos associados à prevenção
da doença ou favoráveis à mesma. (ex: fumar, fazer desporto, desinfetar mãos, beber,
etc)
Aplicação:

 Modificar comportamentos e processos mentais de modo a torna-los mais


adaptativos.
Psicologia Clínica – Nos Hospitais, ajudar a ultrapassar certos traumas, ajudar a aceitar
a doença que apresentam, ajudar os familiares e amigos, ajudar os profissionais de
saúde a ultrapassar certas questões.
Psicologia Educacional – Nas escolas, orientação académica, aprender a lidar com o
stress das provas/exames, ajuda na integração social, ajuda a lidar com o bullying.
Psicologia Organizacional – Em empresas;
Psicologia Clínica
Feita em: Consultórios e centros de recuperação para problemáticas específicas.
- Diagnostica e procura tratar perturbações comportamentais e emocionais em
qualquer período de desenvolvimento de indivíduo: Criança, adolescente, adulto e
idoso.
Ex: Crianças com tiques, toxicodependentes, anorexia, conflitos conjugais ou parentais

Psicólogo Clínico – Formado em psicologia e com especialização na parte clínica. Tenta


perceber o que poderá ter desencadeado a perturbação ao ter conhecimento da
história da pessoa. Faz programações de atividades ao longo do dia de forma a tentar
animar a pessoa. Utiliza testes psicológicos, anamnese, etc.
(depressão endosna, por exemplo)
Psiquiatra – Formado em medicina, tenta sobretudo recuperar valores de níveis
alterados no organismo da pessoa através de medicação

Psicologia Educacional
Junto das crianças, dos pais e dos educadores

 Promoção do sucesso educativo (ex: dificuldade de aprendizagem);


 Adequação dos conteúdos ensinados e dos métodos adotados ao nível de
desenvolvimento das crianças;
 Orientação profissional;
 A intervenção em distúrbios emocionais (tristeza) e comportamentais
(agressividade), identificando os comportamentos dos educadores que têm
estes efeitos negativos nos educandos;

Psicologia Organizacional
 Melhoria da satisfação com o trabalho dos patrões e dos empregados
 Estudo e promoção dos fatores que motivam a produtividade
 Seleção pessoal
 Planeamento e supervisão de programas de formação contínua (ex: adaptação
a novas tecnologias)
Psicologia na Saúde
Área disciplinar da Psicologia nos domínios da saúde e da doença.
- Conhecimentos provenientes das áreas educacionais, científicas e profissionais da
psicologia (ensinar alguém a mudar hábitos de alimentação p.e)
- Propósito:

 Promoção e manutenção da saúde (promover o consumo de vitaminas, prática


desportiva, alimentação saudável, etc)
 Prevenção e tratamento de doenças (uso de máscara, lavar as mãos, vacinação,
etc)
 Identificação da etiologia e diagnóstico (tenta perceber a origem da doença)
- Avalia e intervém ao nível:

 Do comportamento (alterar certos hábitos)


 Das crenças
 Das emoções
- Analisa e propõe melhorias do sistema de cuidados de saúde.
- Contribui para o afeiçoamento das políticas de saúde.
Joaquim Reis – “… enfatiza o papel dos fatores psicológicos na causa, evolução e
consequências da saúde e da doença”
Avaliação e intervenção ao nível:

 Do comportamento (fumar, fazer exercício, fazer dieta, consumo de álcool,


adesão à terapêutica, condução irresponsável, adesão aos exames de rastreio)
 Das crenças (corresponder às expectativas do grupo de pares; acreditar na
eficácia do tratamento; perceção de ser capaz de prosseguir com um
determinado tratamento.)
 Das emoções (medo do tratamento; tristeza associada às perdas provocadas
pelos sintomas da doença; stress)
Vídeo de Aula:

Comportamento Crenças Emoções


Aspirinas (antes do Atribuição de explicações Fé
diagnóstico) para os seus sintomas
Adesão ao tratamento: Dúvidas iniciais acerca da Esperança.
terapêutica, radioterapia, doença
quimioterapia etc.
Exercícios de relaxamento Interpretação dos efeitos Boa disposição
e de visualização. secundários dos
medicamentos
Expressava o processo e Procura de soluções fora Medo de poder não se vir
sentimentos no blogue da medicinal tradicional a curar
“mal não faz”
Adesão a exames
No prognóstico não agiu
como se fosse inválido.
Procura soluções fora da
medicina tradicional
Procura ajuda psiquiátrica
(15/10/2021)
Alguns fatores que contribuíram para o aparecimento da psicologia da saúde e da
doença.

 Aumento da preocupação dos cidadãos e dos técnicos de saúde com a


qualidade de vida e a prevenção de doença;
 Estilo de vida e doenças crónicas como foco principal de atenção no domínio da
saúde em desfavores das doenças infeciosas. (todos os gastos e sofrimentos
que têm esses tipos de doentes. Com diabetes, obesidade etc.)
 Maior desenvolvimento da investigação em psicologia;
 Acréscimo dos custos relacionados com a saúde;
 Procura de alternativas ao sistema de cuidados de saúde tradicional (p.e
vantagens e desvantagens de fazer uma intervenção cirúrgica e decisão total
por parte do paciente);

Conceitos fundamentais: Stress, Resiliência, Estratégias de confronto

Stress
Do Latim:
Distringere – “esticar para além”, do qual surge o termo “distress”. ~
Stress- Tensão
Distress - tensão extrema

Na física:
Designa “tensão” e “desgaste” a que os materiais estão sujeitos

Na Psicologia:
Estado resultante da perceção do indivíduo como não tendo capacidade de resposta
para corresponder às exigências de uma situação. (lazarus, 1993)
Resiliência
Tipo de flexibilidade ou plasticidade
“… constitui uma qualidade elástica, que envolve a capacidade de distender sobre o
efeito de stress e depois voltar ao normal” … (Garmezy, 1993)
“ A resiliência é a capacidade que as pessoas têm para suportar, superar e,
possivelmente, sair “superiores” de experiências de adversidade”. (Grotberg, 1997)

Depende de fatores:

Individuais
(ex: Capacidade reflexão, competências
Cognitivas, emocionais, sociais)

Fatores de Proteção

Comunitários
Familiares (ex: sistemas de suporte no
(Ex: Relacões afetivas e de bairro, na escola, na comunidade,
Suporte, coesão familiar) envolve professores, profissionais
de saúde, vizinhos, etc.
Fatores de Stress:
Acontecimentos:

 Traumáticos (implica um risco para a integridade física);


 Significativos de vida;
 Crónicos;
 Micro;
 Macro;
 Acontecimentos desejados que não ocorrem;

 Traumáticos:
Circunstâncias graves, exemplos:
- Ameaça de morte
- Espancamento
- Vítima de incendio

 Significativos de vida:
Alterações marcantes, exemplos:
- Separação ou divórcio;
- Saída de um filho de casa;
- Morte de um cônjuge ou de um familiar chegado.

 Crónicos:
Problemas associados ao desempenho de tarefas e das atividades diárias, exemplo:
- Ter frequentemente tarefas a realizar com um prazo limite;
- Excessivo número de solicitações para responder ao mesmo tempo;
- Conflitos com cônjuge ou com colegas de trabalho.

 Micro:
Pequenos acontecimentos do dia a dia com o efeito cumulativo perturbador, exemplo:
- Trânsito lento
- Exposição ao fumo quando não se é fumador
- Vizinhos incomodativos
- Conversas inevitáveis com amigos maçadores

 Macro
Características da organização e do funcionamento social, exemplos:
- Períodos económicos de recessão;
- Prevalência elevada de desemprego;
- Impostos elevados.

 Acontecimentos desejados que não ocorrem


Representam um desejo que tarda em concretizar-se, no âmbito das normas
tacitamente aceites pelo mundo social a que o mundo pertence, exemplo:
- Mulher casada há 5 anos que não consegue engravidar;
- Promoção justa que não se efetua.

Modelo Cognitivista do stress (Lazarus, 1999):

SITUAÇÃO

Fatores psicológicos

Avaliação que a pessoa faz da Situação (av. Primária) – “Estou metido em algum
problema?”
Ameaça – Tudo aquilo que pode trazer algum perigoso ou desagradável à minha
integridade física. Ex: Vergonha, imagem de incompetência.

(28/10/2021)
Perda – Quando o individuo considera que a situação lhe vai trazer a perda de algo
importante. Ex: Divórcio, desemprego etc.
Desafio – Quando um indivíduo considera que a situação é difícil, exigente, mas que
pode ser ultrapassada e trazer-lhe algo de bom. Traz-nos exigências e dificuldades,
mas no fim traz nos algo de bom. Ex: muito esforço no trabalho leva a uma promoção,
muitas horas de estudo para ter boa nota.
Competências percecionadas pela pessoa para lidar com a situação ameaçadora (Av.
Secundária) – “Posso fazer alguma coisa para resolver o problema?”
Estado Físico – Estado em que um individuo se encontra para ultrapassar essa situação
que confronta
Apoio Social – Apoio que nos é dado durante toda a ação, seja por amigos, familiares,
etc.

Distress (stress negativo) – O stress ocorre apenas quando a pessoa percebe que um
acontecimento/exigência externo/a excede a sua capacidade (p.e. os seus recursos
pessoas e sociais) para lidar com essa situação, constituindo por isso uma ameaça para
o próprio, prejudicando o seu bem-estar.

Estratégias de Coping
Estratégias para confrontar/lidar com o stress: “O confronto representa a mudança
constante dos esforços cognitivos e comportamentais para gerir exigências especificas,
internas e/ou externas, avaliadas como pondo à prova ou excedendo os recursos da
pessoa.”
Pensamentos, sentimentos e ações que a pessoa utiliza para dominar, reduzir ou
suportar as exigências da situação de stress:
1. Centrada na situação de stress;
2. Centrada na emoção (despoletada pela situação de stress);

1.Centradas na situação de stress:


A pessoa coloca em prática tentativas ativas para resolver o problema

1.1 mobilizando-se a si própria


1.2 mobilizando apoio social instrumental: solicitando a outros uma ajuda, em termos
materiais ou de serviços, que resolvam o problema, p.e:Há greve de metro por isso
apanho um táxi, ir a uma reunião e deixar os filhos com os vizinhos.
2.Centradas na emoção despoletada pela situação de stress
A pessoa tem como objetivo reduzir a emoção negativa provocada pela situação,
sem enfrentá-la
2.1 Autocontrolo – Tentativa de dominar a emoção de forma a manter o grau de
funcionamento ou de evitar transmitir essa emoção negativa aos outros, p.e:
adotar uma expressão natural mesmo que se sinta muito zangado

2.2 Escape – Fuga à preocupação e à emoção negativa através dos seguintes


métodos:
2.2.1 Estratégias distrativas – Círculo de interesses diversificados, p.e. prática de
um desporto, atividade ao ar livre.
2.2.2 Fuga à preocupação e à emoção negativa, reduzindo a ativação fisiológica –
Ioga, meditação, treinos de relaxamento, técnicas respiratórias, p.e.
2.2.3 Consumo de substâncias redutoras de ansiedade ou geradoras de prazer
(alimentação, álcool, drogas, tabaco) P.e. “Todas as manhãs passei a tomar
um ansiolítico ao pequeno-almoço”

2.3 Reenquadramento da situação


2.3.1 Aspetos +/- - Focar tanto nos aspetos positivos como nos negativos da ação.
P.e: “perdemos alguma s pessoas do acidente, mas sem a nossa vinda
nenhum deles teria sobrevivido” “o que aprendi com a situação?”
2.3.2 Relativizar a gravidade da situação – Ex: “Qual a pior coisa que me pode
acontecer nesta situação?”
2.3.3 Atribuir um significado diferente – Relativizar o grau de importância que se
dá ao que os outros “acham”.
2.3.4 Humor

2.4 Procura de apoio social


2.4.1 Afetivo
2.4.2 Emocional
2.4.3 Informativo
2.4.4 Percetivo
2.4.5 Convívio
Teoria da Psicodinâmica
Psicologia, enquanto disciplina tem um passado longo e uma história curta.
Passado Longo – Porque desde sempre a mente humana foi fonte de interesse e
debate apaixonado, o problema da dualidade corpo/alma sp gerou controvérsias…
Aristóteles, Descartes, A. Damásio
História Curta – Só de há pouco tempo para cá é que passou a ser vista como uma
ciência independente.

Teorias Psicológicas:
 T. Comportamentalistas:
Tese central – O comportamento situa-se na interação do sujeito com o ambiente: é a
patologia da aprendizagem
Origens – Reflexologia de Ivan Pavlov e Condutismo de John Watson (Estímulo p/
Resposta)
Aplicação clínica – Fobias, obsessões, disfunções sexuais.

 T. Psicanalíticas
Tese Central – Os fenómenos psicológicos são determinados por conflitos internos
inconscientes
Origens – Teoria psicanalítica de Sigmund Freud
Aplicações – Neuroses, psicoses, perturbações da personalidade.

 T. Cognitivista
Tese Central:
- Entre o estimulo e a resposta existem processos psicológicos complexos de natureza
cognitiva e intencional que determinam o comportamento
- Condutismo intencionista de Edward Tolman (em resposta/oposição ao
comportamentalismo redutor de J. Watson)
Aplicações Clínicas – Estados de ansiedade, depressão (cognições catastróficas)

 T. (Posição) Fenomenológica e Existencial


Tese Central – Os fenómenos psicológicos representam uma maneira de estar no
mundo e dão conta da realização da experiência vivida ou do projeto existencial
- Importância da ideia de futuro como processo de desenvolvimento do potencial
humano.
Origens:
- Filosofia fenomenológica de E Husserl
- Filosofia existencial de Heidegger
- Psicanálise existencial de Sarte
Importância da temporalidade e do espaço (“relançar o tempo: projetar o futuro”, o
“dasein”)
Projeto Existencial: Realizações e potenciais realizações nos planos afetivos e
profissional p.e.

O que é a psicologia clinica?


A psicologia clinica designa o estudo subjetivo dos sentimentos, das emoções, dos
estados interiores, mas também o estudo objetivo dos conjuntos dos fenómenos
mentais e das leis que os regem.
Cabe-lhe também responder à difícil questão da diferença ou do desvio entre o que
pode ser considerado como fenómenos normais e o que pode ser considerado como
fenómenos patológicos.
A psicologia clínica interessasse pelas reações do conjunto da personalidade. Estas,
contudo, só poderão ser clarificadas à luz da história de vida.

O que é a Psicodinâmica?
A psicologia dinâmica ou psicodinâmica é a observação e a compreensão da
especificidade de cada ser humano ao mesmo de cada ser vivo, de estar em conflito
com o mundo, com os outros ou com ele próprio.
Psicologia Clínica dinâmica
Será, antes de mais, um estudo do homem preocupado em resolver os seus
conflitos. Mais precisamente: a psicologia clinica dinâmica, privilegia manifestamente
o sentido intimo em relação ao comportamento e à cognição. Interessa-se
prioritariamente pela interioridade dos sujeitos e sobretudo pelos conflitos
conscientes e inconscientes que nela se enrolem, e isto desde o nascimento .
Pré-consciente

Inconsciente Consciente Consciente

- A seta grande designa a direção espontânea, automática, dos processos


psíquicos: do consciente para o inconsciente
- A censura é representada pelo X, barragem entre o consciente e o pré-
inconsciente
- As duas setas mais pequenas que voltam para o inconsciente, indicam a operação
que, o mantêm o recalcado no inconsciente, ou o faz regressar para lá, caso tenha
conseguido (pela força ou pela astucia) penetrar o pré-consciente;
- Note-se que o recalcamento tem sentido oposto ao dinamismo do inconsciente
cuja tendência é sempre a de se manifestar (… atos falhados, sonhos e sintomas
neuróticos).
(29/10/2021)

Instintos:
 Freud reabilitou os instintos na psicologia humana
 Coordenados por filósofos e muralistas, que os consideravam como a união
entre o homem e a animalidade
 A civilização só podia ser obtida pelo combate sem tréguas aos instintos,
verdadeiros, espíritos animais
 Freud atribuiu ao instinto o lugar exato a que pertencia na psicologia, como
constituindo a base sobre a qual se constitui a afetividade
 A vida social do homem exige que a força primordial dos instintos seja dirigida
para fins sociais, a civilização tem de se opor à livre expansão dos instintos, e
não os suprimir irrefletidamente como pretendiam moralistas, religiosos ou
leigos. Devem ser utilizados em nosso proveito, um pouco como quem represa
um curso de água a fim de acionar uma turbina.

Transformações do instinto
De todas as transformações capazes de modificar o destino das pulsões as mais
essenciais são o recalcamento e a sublimação
Desde a alvorada da civilização que a humanidade se encontra perante um problema
mais temível que o enigma que a Esfinge outrora colocava aos viajantes, e que pode
ser resumido:
Os instintos são o reservatório das energias biológicas e psíquicas do homem e, entre
eles, a libido ocupam um lugar considerável do ponto de vista energético; mas, por
outro lado, a livre expressão da maior parte dos instintos revela-se incompatível com a
vida social.
Conhecendo estas duas noções, como pode o Homem agir?
(04/11/2021)

A Relação Mãe-Bebé
Importância da relação precoce no desenvolvimento psicológico:
O contributo dos estudos etológicos na compreensão do comportamento humano
Os bebés humanos têm mito em comum com os de outras espécies: ficam aflitos com
a ausência da mãe, querem estar perto dela, ter uma base de segurança para onde
correr de volta se encontrarem perigos incontornáveis, e poderem confortar-se
quando não estão bem.

Harlow
Até então, segundo Freud, o bebé pouco mais era do que uma boca que se afeiçoava à
pessoa que o amamentava (estádio oral)
Harlow vem demonstrar que o amor do bebé à mãe está para lá da satisfação das
necessidades básicas (como o alívio da fome, da sede e da dor).
Salienta a importância do conforto do contacto para a sensação de segurança na cria:

 Aproxima-se da mãe felpuda, e nunca da sua mãe de arame, que lhe dava
alimento, quando em perigo;
 Utiliza a mãe felpuda como base para iniciar a exploração do meio.
Mãe Felpuda – Necessidade de contacto e de proteção. Aquela que aconchega e dá
segurança. A necessidade de pele com pele, do contacto físico.

Lorenz
A cria tem a capacidade inata para se aproximar e seguir o 1º estímulo preceptivo
(geralmente a mãe), ficando ligada a ele – impriting ou cunhagem
 Este processo ocorre durante um período crítico do inicio da vida do animal, de
modo que a proximidade da figura de vinculação fornece conforto e segurança,
ao passo que o seu afastamento causa angustia;
 Ao assegurar a proximidade com a mãe, a cria assegura a sua alimentação e
proteção, mas também aprende os comportamentos dos elementos da sua
espécie.

Vinculação
Geralmente existe um cuidador principal (geralmente a mãe) que se torna a figura de
vinculação para um bebé, dependendo:
 Do tempo despendido nos cuidados ao mesmo;
 Da qualidade dos cuidados prestados;
 Do investimento emocional;
 A sua presença repetida na vida do bebé.
Entre os 6-8 meses o bebé começa a diferenciar a mãe das outras pessoas, chorando e
inquietando-se quando a vê partir.
À medida que a criança cresce, vai confiando que a mãe estará presente quando dela
precisar, o que permite aceitar separações cada vez mais longas.
Este conhecimento emocional proporciona uma confiança básica que constitui o
primeiro vínculo humano, que permitirá à criança tornar-se independente da mãe e
que servirá de apoio à constituição de posteriores relações com os outros.

Bowbly
 A causa básica da vinculação é o medo inato do desconhecido que leva as crias
a fazerem tudo o que podem para se manterem junto de algum objeto
(geralmente a mãe) que se lhes tornou familiar.
 O bebé tem competências inatas que lhe permitem manter a proximidade com
a mãe: sorrir, chorar / agarrar, chuchar e seguir
…e estabelecer com ela uma relação de vinculação.

Ainsworth
Estudo de uma situação estranha:
- A criança é introduzida com a mãe numa sala desconhecida, onde há muitos
brinquedos parra explorar e brincar, enquanto a mãe está presente.
- Entra 1 estranho, interage com a mãe e aproxima-se da criança
- A mãe sai, separando-se do bebe
- Nesta situação geradora de insegurança, é possível observar os comportamentos do
bebe aquando a saída e, posteriormente, no regresso da mãe e tirar conclusões
-Permite medir objetivamente as estratégias e as dificuldades relacionais da criança,
em função do contexto, isto é, da história da segurança do bebé de que a sua mãe tem
sido o garante consistente das suas necessidades básicas.

Segura:
 Enquanto a mãe está presente, estas crianças exploram, brincando com os
brinquedos e até se aproximam cautelosamente do estranho;
 Mostram alguma perturbação quando a mãe sai;
 Saúdam com grande entusiasmo o regresso da mãe
Organização interna constituída por conhecimentos e expectativas positivas:
-Relativas à disponibilidade e responsividade da figura de vinculação
-Do self como merecedor de atenção e de afeto, e como competente para se
confrontar com o mundo.
Ambivalente (não sabe bem se gosta ou se não gosta)
 Enquanto a mãe está presente estas crianças não exploram a sala
 Ficam extremamente angustiadas e em pânico quando a mãe sai
 Reagem com ambivalência emocional no momento do regresso da mãe –
correndo para ela para serem pegadas ao colo e lutando com raiva, depois,
para voltarem ao chão.

Evitante
 Enquanto a mãe está presente, estas crianças mantêm-se distantes e afastadas
delas;
 Mostram pouca perturbação quando a mãe sai
 Ignoram o regresso da mãe
Resultados idênticos foram obtidos com os pais.

Brazelton
 Se por um lado a criança busca ser protegida, por outro, a mãe tenta
proporcionar proteção através de um sistema de prestação de cuidados.
 Este sistema é ativado nas figuras parentais sempre que percecionam as
situações como ameaçadoras (ex. sinais verbais e não-verbais de desconforto,
como a expressão de dor), perigosas (ex. queda) ou stressantes (ex. separação)
para criança.
 Uma vez ativado o sistema de prestação de cuidados, a mãe manifesta um
conjunto de comportamentos direcionados para o bebé:
-- restabelecer ou manter a proximidade (ex. olhar, chamar o bebé, segui-lo, agarra-lo)
-- Paciência
-- Sustento (suporte) (… O bolding de Winnicott)
-- Manejo (… o banding de Winnicott)
-- Interpretação dos sinais para poder dar-lhes uma resposta satisfatória
-- Interação, nomeadamente através dos objetivos, que lhe permite o
desenvolvimento de perceção do mundo.
 Os comportamentos do sistema de prestação de cuidados visam manter uma
relação de proximidade com o bebé, para responder às necessidades, protege-
lo e estabelecer uma relação de segurança.
 Uma vinculação segura pressupõe que a figura adulta seja capaz de percecionar
e avaliar adequadamente os sinais da criança, para saber quando precisa de
protege-la; bem como ser capaz de lhes responder de modo rápido – bem
como saber parar quando a sua intervenção já não se justifica.
 Pelo contrário, quando existe um bloqueio nas capacidades das figuras
paternais para proteger o bebé, espoleta sentimentos de raiva, zanga, tristeza
ou ansiedade nos adultos.
 Os comportamentos do sistema de prestação de cuidados desativam-se
quando as figuras paternais se sentem satisfeitas pela proximidade física da
criança e pelos sinais do que está confortada, contente ou satisfeita (sorriso e
responsividade positiva).
 A regulação emocional começa assim por ser relacional entre a mãe e o bebé,
para progressivamente se tornar numa capacidade individual do bebé:
regulação da emoção pelo self/ autorregulação.
O sentido de segurança do self, que se reflete na capacidade de autorregulação
emocional, envolve num sentido fundamental dos outros como afetuosos e
portadores de carinho do self como merecedor de afeto e capaz de gerar afeto e do
mundo como seguro, mas desafiador.

Vinculação e desenvolvimento psíquico – a separação precoce e os seus efeitos


Estudos de Spiltz
O bebé fica angustiado se vê a mãe a partir mas fica ainda pior se ela não voltar
rapidamente.
Separações longas podem ter efeitos graves
Spiltz
Perturbações no comportamento do bebé, resultantes da privação da interação com a
mãe:
 Choro
 Gemido
 Apatia
 Rigidez
 Evitamento do contacto
 Atrasos no crescimento
 Risco para a sobrevivência do bebé
Bebés institucionalizados
 Recebem nutrição e cuidados físicos perfeitamente adequados
 Mas obtinham pouca estimulação social:
 Mantidos em cubículos separados (primeiros 8 meses)
 Alimentação feita no berço, com o bibrão apoiado num suporte
 Contactos muito breb«ves com os adultos durante a muda da
fralda/alimentação
 Poucas trocas sociais, falas, brincadeiras ou probabilidade de um
funcionário atarefado responder ao choro do bebé.
A privação social precoce causa sérias alterações no desenvolvimento social
subsequente:
- Exigência incessante de amor e atenção individual

(05/11/2021)
Trabalho de grupo:
Entrevista a uma pessoa de uma certa faixa etária.
1º tema – Criança
2 grupos, 1- 1 criança entre os 4-5 anos, 2- 1 criança entre os 8-9 anos
2º tema – Adolescente
2 grupos, 1- 1 adolescente 12-13 anos, 2- 1 adolescente 18-19 anos
3º tema – Adulto
2 grupos, 1- 30 anos, 2- 40-45 anos
4º tema – Idoso
3 grupos, 1- 65 anos 2- 80 anos

O trabalho vai ter de ser uma entrevista, gravada e para passar na aula.
Ter cuidado com o ruido de fundo. Vamos ter um papel que comprova que não vamos
usar o vídeo para mais nada que não a apresentação. Vamos ter um guião facultado
para a fase do desenvolvimento.
Orientador – Graça Vinagre
(18/11/2021)

Desenvolvimento cognitivo – Teoria de Piaget

Genética: Desenvolvimento: Ambiente

Padrões sequenciais de  Universal Experiência que


mudança,  Limitado impulsiona o
geneticamente  Períodos críticos desenvolvimento
programados.

Esta interação explica a consistência e mudança no desenvolvimento de


um individuo e o que o torna nu ser único
Séries de transformações progressivas (qualitativas e quantitativas) no
âmbito:
Motor Cognitivo

Social

Que se produzem segundo uma ordem específica e previsível. Sob a


influência da maturação do organismo e da experiência obtida pela
interação com o meio.
A criança participa ativamente no seu desenvolvimento, explorando,
manipulando e examinando os objetos e as pessoas do seu mundo, numa
tentativa ativa de compreender o que a rodeia.
O seu desenvolvimento processa-se por 4 estádios:
Reorganização ou emergência de estratégias ou competências
inteiramente novas (ex. na memorização, na linguagem), envolvendo uma
mudança descontínua na estrutura subjacente
 Sensório-motor – do nascimento até cerca de 2 anos (forma como
são interpretados os estímulos)
 Pré-operatório – dos 2-7 anos
 Operatório (operações concretas) – dos 7-11 anos
 Formal (operações formais) – mais de 11 anos

O desenvolvimento cognitivo origina estruturas de pensamento cada ez


mais complexas

Maior capacidade para um Permitindo uma crescente


individuo compreender os melhoria na adaptação ao meio
fenómenos à sua volta
 Mundo físico
 Fenómenos Sociais A infância é determinante
Desenvolvimento socio- para a adaptação na vida
cognitivo) adulta
De um modo cada vez
mais complexo e
abrangente

Desenvolvimento Cognitivo (Piaget) Estádio Pré-Operatório (2-7 anos)


Pensamento Transdutivo (2-4 anos) – Centrado na Imaginação
Causalidade mágico fenomenológica
Atribuição de um relacionamento de causa-efeito a dois acontecimentos sem qualquer
relação (a não ser temporal ou espacial)

Influencia a explicação do que pode causar uma doença


“Porque Deus fez com que isto seja assim, inventou a doença”

Influencia a explicação de como se pode tratar uma doença


A cura da doença é mágica e rápida
“Quando tenho um dói-dói a minha mãe dá-me muitos beijinhos e passa”.

Influencia o conceito da criança acerca da prevenção


A prevenção não é compreensível uma vez que não se pode fazer nada para evitar a
doença (fatalismo)

Egocentrismo:
 A criança é o centro do universo
 O seu ponto de vista é o único possível, porque tem a noção que as outras
pessoas podem ter outra perspetiva (Ex.: Prova da montanha, Piaget)
“Estou com sede, quero beber (não me importa que o médico tenha me duto que
não o posso fazer)”
“Preciso que a enfermeira fique ao pé de mim (não considero que tenha mais
meninos para tratar)”
 Comportamentos do próprio como causa dos acontecimentos
“Eu pensei mal do meu irmão. O meu irmão ficou doente. Logo, eu fiz o meu irmão
ficar doente”
Nota: O egocentrismo é característico de todo o período pré-operatório, apesar de ser
mais intenso dos 2 aos 4 anos.

Pensamento Intuitivo (4-7anos)


Influencia a explicação do que pode causar uma doença
Justificações tautológicas
“Estou doente porque tenho de ficar na cama, estou na cama por que estou doente –
Porque espirraste? – Porque estava doente – Porque estavas doente? – Porque
espirrei”
“Se os doentes dentes ficarem sujos, ficam com bactérias – O que são bactérias? –
São coisas que ficam nos dentes”
Apesar da criança conseguir perceber a relação ambiente/organismo, ainda não é
capaz de associar racionalmente (de forma lógica) o que acontece entre um e outro.
“Fiquei doente porque havia um menino doente na escola – Porque é que o menino
doente fez com que ficasse doente? – Não sei”
- Centrado na perceção dos dados sensoriais
Influencia a explicação do que pode causar uma doença
Fenomenismo
 A doença é atribuída a qualquer fenómeno concreto e externo (condições
atmosféricas ou a pessoas) que coincidem com o inicio do sintoma

a) Num intervalo espacial ou temporalmente próximo


“Porque vomitaste? – Porque a minha mãe também vomitou e passou-mo a
mim. – O que é que se passou com ela? – Estava enjoada. Íamos de carro
muito rápido e enjoou. – E tu? O enjoo passa de uma pessoa para a outra? –
Sim.”

“Não sei bem como ficavas com varicela… já sei… um dia a mariana (irmã)
tinha varicela, só me estavas a tocar, a tocar, a tocar fiquei com varicela! Ela
só me toca com os dedos!”

b) Devido à negligencia da criança


“Constipei-me porque fui para a rua sem casaco”
“Porque é que te dói a garganta? Porque às vezes ando com o pé no chão”
“Eu estava sempre a comer bolachas e os meus dentes caíram”
 Os micróbios não se relacionam com a doença
Centração na perceção dos dados sensoriais
Influencia a vivência da dor
Fenomenismo – A dor com causa única, visível (ex. picada de uma injeção; queda) e
próxima no tempo espaço
 A dor como um fenómeno puramente físico e aversivo
 A criança verbaliza medo, dor e desconforto, mostrando diversas reações
comportamentais (sobretudo localizadas na região dolorosa)
 Deturpação da experiência dolorosa criando espectativas muito exageradas do
perigo e do sofrimento associado aos procedimentos
Ex.: Medo de morrer com as análises porque lhe vão tirar o sangue todo
Influencia a explicação do que é estar doente
 É ter sintomas (4-6 anos) – algo concreto e pontual diferente processo
“Estar doente é tossir” “Estou doente porque tenho uma ferida”
“Estar doente é estar com febre, também às vezes ficamos com tosse, espirramos às
vezes temos dor de barriga… -E que doença é que tu conheces? –As que disse agora!
– Então a tosse é uma doença? – É!”
 É estar sujeito a fatores externos (Ex.: tomar medicamentos, por o termómetro,
ir ao hospital, ter de picar o dedo todos os dias).
Influencia a avaliação da gravidade da doença
 Realizada com base nos dados percetíveis
“Um tumor cerebral é menos grave que uma ferida sangrenta”
“A pior doença é ficar maldisposto e vomitar”
Influencia a explicação de como se pode tratar uma doença
Ausência da noção dos mecanismos inerentes à cura, alívio dos sintomas da doença
“O termómetro serve para tirar a febre” “O algodão com água oxigenada faz parar o
sangue”
“Como é que se cura a dor? Com ácido aspirina. –E o que é uma aspirina? – Uma
coisa redonda. – E porque cura? – Não sei.”
Deve dar-se explicações à criança, recorrendo à banda desenhada, aos bonecos ou
outro tipo de ilustrações concretas.
Influencia os métodos utilizados para inibir a dor
A criança aceita mais facilmente o método concreto que tenha um efeito (aparente) de
alívio imediato da dor (fenomismo)
“Para que põe o enfermeiro o penso depois da vacina? – Para não doer – Depois de
por o penso passa a dor? – Sim!”
“Sabes porque é que se põe o gesso quando se parte um braço? – Para não doer e
para as pessoas não verem o braço”
Influencia os métodos utilizados para diminuir a dor
Recorrer a estratégias distrativas pelo adulto (Ex.: Respiração profunda – Com balões,
apitos ou línguas da sogra. Relaxamento muscular)
“Bate as mãos com muita força e depois sente os braços muito cansados e a ficarem
leves como o algodão”
Em crianças com um estilo de confronto por aproximação – pedi-lhe a colaboração
Ex: pegar no penso, segurar num instrumento
Ter cuidado com o poder sugestivo da linguagem (Ex.: abrir, picar, cortar e tirar
sangue) – Podem ser entendidas literalmente no seu sentido mais aterrador e
provocar um verdadeiro pânico.
Centração numa só dimensão percetível

O mais alto tem mais


água
Qual tem mais água?

Os dois são iguais


Centra-se apenas numa dimensão (percetiva) dos objetos, dos cuidados médicos, sem
serem capazes de atender ao critério da sua funcionalidade, ou seja, para que servem:
 Tamanho da agulha
 Dimensão do aparelho de Raio X

Classificação: colocar juntas as peças mais parecidas


2,5-4 anos: Coleção de figuras
4,5-6 anos: fazem a coleção de figuras com base numa única dimensão (cor ou forma)
Confusão entre procedimentos preventivos, terapêuticos e de diagnóstico

- Algodão, agulha, penso, -Classificação na mesma


ambiente clínico, comuns aos categoria, com base nas
procedimentos de: características idênticas
Vacinação “Todos servem para o mesmo”
Injeção
Análises clínicas
Outro ex.: “Achas que podemos
fazer alguma coisa para não
ficar doente? –Sim. –O que, por
exemplo? – Por o
termómetro.”

Irreversibilidade: Incapacidade de inverter ou modificar mentalmente ações


“Tens uma irmã? – Sim” “A tua irmã tem um irmão? Não”
Influencia a perspetiva da criança tem face ao tratamento
Se a criança está saudável não antecipa que poderá vir a ficar doente e vice-versa.
Ex.: as crianças não percebem a possibilidade de o gesso na sua perna poder reverter
o facto dela estar partida, assim não vêm a perna engessada com um processo de
cura, mas sim como algo aborrecido e desconfortável.
Desenvolvimento psicossocial de Erickson
Desenvolvimento no sentido de identidade
Nascimento
Cada um corresponde a
Novas relações, uma crise ou período
8 Estádios crítico do
tarefas e exigências
desenvolvimento da
personalidade
Morte
Componente positiva VS negativa

Desenvolvimento Assuntos inacabados,


da identidade conflitos mal resolvidos

Estádio Seguinte

A criança em idade pré-escolar - Desenvolvimento psicossocial


Crise: Iniciativa VS Culpa (3-6 anos) -Teoria de Erickson
Criança: Comportamento exploratório e curioso
(Inclusive pelas questões sexuais do corpo e pelas diferenças entre sexos)

Pais

Toma Iniciativa Limitações à iniciativa

Inicio da autocrítica
(A criança preocupa-se com a moralidade ou aceitabilidade dos seus comportamentos)

Conflitos mal resolvidos - Perda da iniciativa, medo e sentimentos de culpa excessivos


Tarefas desenvolvimentista – Sentimento de iniciativa com capacidade de julgamento
crítico
A preocupação da criança com a moralidade ou aceitabilidade dos seus
comportamentos
Influencia a explicação do que pode causar uma doença
a) A criança não consegue explicar o que é estar doente (4 anos) – Confunde estar
mal com ser má – Noção de moralidade: a doença como castigo de algo que
não deveria ter feito
b) A doença surge devido à negligência da criança (Constipei-me porque fui para a
rua sem casaco)
Influencia a vivência de dor
Algumas crianças vêm a dor como castigo de comportamentos/pensamentos ou como
consequência de transgressões.
“Comer demasiados chocolates faz dor de barriga”
Influencia a explicação acerca de como se pode tratar uma doença
A adesão rígida a certas regras permitirá a recuperação automática
Ex., tomar o remédio, ficar na cama

(19/11/2021)

Infância – Nascimento aos 3 anos

Meses
Inteligência totalmente prática: Piaget

1º/4º - Esquemas de ação automática: agarrar e chuchar Teoria do desenvolvimento


cognitivo
4º/8º -Atividades centradas no próprio corpo

8º/12º -Atividades mais dirigidas para o exterior com a coordenação


perceção-motricidade, mas sem intensão
-Aperfeiçoa-se a coordenação motora com a intenção de algo 1.Estádio
12º/18º - Aprendizagem por tentativa e erro, em que a criança faz para ver o Sensório-motor
que acontece (não consegue antecipar).
(nascimento aos dois anos)
18º/24º -Noção de permanência do objeto – a criança já tem imagens
mentais do objeto quando estes não estão presentes.
Questão: “Será que consigo fazer as coisas por mim própria, ou
Erickson
tenho de depender quase sempre dos outros?”
Teoria do desenvolvimento
 Birras; porquês;
psicossocial
 Vontade de querer fazer as coisas sozinhos
 Treino do controlo dos esfíncteres – retenção/eliminação

Criança
2ª Idade
Críticas, repreensões e Encorajamento, controlo
Autonomia VS Dúvida e
punições firme e tranquilizado
Vergonha (18 meses a 3
anos) Polo Negativo Polo Positivo
(duvida e vergonha) (Autonomia)
 Se a criança falha  No autocontrolo de algumas
muitas vezes nas funções orgânicas;
atividades  Domínio da coordenação
motora;
 Capacidade de manipulação
de objetos.

(Slides que estão no grupo)

(25/11/2021)
7-11 anos – Crise de realização VS inferioridade (Erickson)
Criança

Entrada na escola Novas relações sociais

Deixa o faz de conta e ganha Os professores e os colegas


interesse pelo trabalho sistemático apreciaram, ou não, aquilo que a
(aprender a ler, a escrever, a fazer criança faz, pelo seu grau de
cálculos numéricos, a adquirir competência no desempenho das
conhecimentos gerais) tarefas

Pretende obter o reconhecimento e


respeito dos colegas e professores A falta de apoio, de incentivo e de
para se autovalorizar atenção

O fracasso persiste no
desenvolvimento destas Conflitos mal resolvidos
competências
Conflitos mal resolvidos:
Sentimentos de inadequação ou inferioridade, quando, ao sentir que não consegue
realizar algo de forma produtiva, a criança se desencoraja para realizar os trabalhos e
competir com os seus colegas em importantes áreas de desempenho.
Tarefa desenvolvimentista dos 6-11 anos:

 Sentimento saudável de realização, autoconfiança e de identidade;


 Pessoa potencialmente útil e produtiva para a sociedade
(09/12/2021)

Adolescência e Adolescentes
Confronto com as mudanças – período de oportunidade e riscos
Adolescência – adolescere: crescer, fortalecer…
O 1º estudo sistemático sobre a adolescência, no domínio da psicologia, data 1904
com Stanley Hall
Adolescência como um período de “Storm and stress”
“… a criança é expulsa do seu paraíso e tem de dar inicio a uma longa e penosa
caminhada de ascensão…” (Hall, 1904)
Nesta fase, predominam vivencias de tempestade e tensão, bem como momentos de
turbulência e incerteza…
Mas será a adolescência um período de crise, de turbulência e obrigatoriamente
problemático?
Existem múltiplas definições de adolescência e seus limites (dos 10/11 anos aos…)
São incluídos diferentes períodos com várias designações
Para a OMS:

 Adolescência – período dos 10 aos 19/20 anos


 Juventude – período entre os 15 e os 24 anos
A designação de Jovem refere-se entre os 10 e os 24 anos.
No âmbito dos estudos internacionais utilizam-se diferentes termos.
Segundo a OMS a adolescência tem 3 fases:
Inicio – 10 aos 13
Intermédia – 14-15
Tardia - 16 aos 19
Para outros autores:
Inicio – 10/11 aos 14
Intermédia – 15 aos 17
Tardia – 18 aos 21

Três fases da OMS:


Adolescência Inicial: ocorre um surto de crescimento e o inicio da maturação sexual e
do pensamento abstrato
Adolescência Intermédia: completam as principais mudanças físicas, começando a
desenvolver um forte sentimento de identidade em relação ao próprio, pares e família,
tornando o pensamento mais reflexivo e abstrato;
Adolescência Tardia: onde o adolescente adquire a estrutura física do adulto e define
a sua identidade.

“A adolescência é um período da vida situado entre a infância e a idade adulta que se


inicia com as transformações pubertárias, mas cujo final não está claramente
identificado…” (M. José Gonçalves, 1995)
“A adolescência... é de facto uma fase da vida caracterizada por grandes mudanças
físicas, biológicas, psicológicas e intelectuais… uma fase de uma normal instabilidade,
de saudáveis dúvidas, de reconfortantes angústias, de desejáveis abanões afetivos…”
(Mário Cordeiro, 1997)

 Adolescência é uma etapa do desenvolvimento humano caracterizada por


profundas transformações físicas, psicológicas e sociais e marcada pela
aceleração do crescimento.
 A adolescência é geralmente considerada como um período bastante saudável
do ciclo de vida, o que pode contribuir para serem “de certo modo negligentes”
na procura de serviços de saúde.
Transformações físicas começam quando o hipotálamo, área situado na base do
cérebro, estimula a hipófise a segregar hormonas.
As hormonas, por seu lado, estimulam os ovários, os testículos e as glândulas supra-
renais a produzir outras hormonas que poem em marcha o rápido processo do
aumento de altura e peso, designado Surto do Crescimento.
As modificações no tamanho e na forma do corpo, na capacidade física e no
desenvolvimento dos órgãos, resultam no crescimento e na maturação sexual que os
tornam “capazes de procriar”.

Alterações hormonais provocam maturidade sexual (mudanças biológicas/maturação


fisiológica dos sistemas)
Caracteres sexuais primários – Maturação dos órgãos reprodutores e genitais externos
Caracteres sexuais secundários – Alterações visíveis no exterior do corpo que
assinalam a maturação sexual, mas que não envolvem os órgãos reprodutores (ex.
aumento da pilosidade, aumento dos seios nas raparigas, mudança de voz nos rapazes,
etc.)
Existe uma sequência do Desenvolvimento Pubertário em ambos os sexos.
“…. Esta época da vida inicia-se pelos acontecimentos biológicos que caracterizam a
puberdade e termina com a formação de valores e a identidade que caracterizam a
idade adulta… parte-se a turbulência causada pelas modificações físicas para a
tentativa de resolução de uma série de problemas psicossociais que caracterizam a
passagem para o adulto.”
“…em todo este processo, há necessidades internas que exigem resposta e tarefas a
realizar…” o que leva a ações reorganizadas internas e externas que o adolescente
deve levar a cabo para atingir a idade adulta, levando a:

 Modificação da relação com o corpo;


 Definição da identidade sexual;
 Modificação na relação com os pais;
 Modificação na relação com os seus companheiros/pares.
Novas Relações com os pares:
As relações com os colegas baseadas na partilha de pensamentos,
sentimentos e interesses comuns, constituem um dos principais contextos em que os
adolescentes desenvolvem características pessoais para a vida adulta, (relacionamento
baseado na partilha e reciprocidade)
Os grupos têm tendência a permanecer relativamente “fechados” à entrada
de novos elementos.
Os familiares e educadores devem estar mais atentos às diferentes etapas do
desenvolvimento psicológico que precedem a adolescência.
Alguns adolescentes confrontam-se com uma geração de pais e adultos que,
há duas décadas atrás, também contestou os seus modelos identificatórios.

 Ultrapassar a situação de dependência da infância;


 Afirmar a autonomia que pretende ver reconhecida;
 Dinâmica relacional com maior reciprocidade;
 Diferentes padrões de comunicação;
 Adolescente aberto a um processo onde a vinculação e a autonomia não se
excluem, mas complementam-se e precisa de continuar a ter um ponto de
referência fundamental nos pais…

- Junto dos pares o adolescente tem a oportunidade de ensinar novas formas


de gerir as suas emoções e afetos, de experimentar novas formas de relação
adquirindo novas competências socio-afetivas.
- A vinculação aos pais, por um lado, e aos pares por outro, assume particular
relevância (proporciona segurança emocional a autoestima). Esta dupla vinculação
desempenha um papel estruturante na elaboração progressiva de uma nova
representação de si e do outro.
 O sentimento de identidade
 A evolução psicológica. Os paradoxos da vinculação
 O diálogo pais/Adolescentes – identificar-se, diferenciar-se, …
 O adolescente e o seu corpo.
 Winnicott fala do “homicídio das imagens parentais” – Homicídio simbólico. A
separação que permite a sua diferenciação.
 A participação de um adolescente num grupo de jovens da mesma idade é
absolutamente necessária e responde a necessidades educativas, sociais, mas
também a motivações intrapsíquicas.

(10/12/2021)

Teoria do Desenvolvimento Cognitivo (Jean Piaget)


 O desenvolvimento cognitivo dá-se a partir de estruturas mentais organizadas
(os esquemas cognitivos) através do processo de equilibração (assimilação e
acomodações)
 O período da adolescência, é caraterizado por Piaget como o estádio das
operações formais, é de grande importância para o desenvolvimento cognitivo
(intelectual) do indivíduo, visto que é o momento que o jovem

Estádio das operações – pensamento operatório formal (11 anos...)


 Pensamento abstrato, hipotético-dedutivo, combinatório e proposicional,
capaz de alcançar o mundo dos possíveis e a ele subornar o real, de dominar a
dupla reversibilidade e proceder por dissociação de fatores suscetíveis de
estarem envolvidos em determinado fenómeno (Orlando Lourenço, 1997).

Raciocínio abstrato
- Não se trata só do que +e (como a criança que tenta compreender o mundo tal como
ele é), mas também o que poderia ser. Ex: “O que pode acontecer se…?”

 Raciocinar logicamente sobre conceitos abstratos – Nova possibilidade para


manipular ou operar sobre a informação (ex: compreensão de metáforas)

Raciocínio Hipotético-Dedutivo
Pensamento que pode imaginar possibilidades, testar hipóteses e construir teorias…
Pensamento formal de Piaget:
Os adolescentes são capazes de pensar sobre: pensamentos, palavras, ideias, conceitos
e hipóteses e conseguem fazê-lo em relação a uma vasta gama de fenómenos, que vão
desde aspetos do mundo físico a conceitos reais e ideais do eu.
Conjunto mais extenso de conhecimentos. Capacidade mais rápida e automática na
resolução de problemas.

Desenvolvimento Cognitivo de Elkind


O acesso ao pensamento formal conduz ao egocentrismo adolescente, que Elkind
estudou e o associa a duas crenças irracionais:
- Audiência imaginária/Público imaginário
- Fábula pessoal/Narrativa, pessoal

Nesta perspetiva, o egocentrismo leva os adolescentes a pensar que são o centro das
atenções dos outros, ainda que eles estejam concentrados numa variedade de tarefas
ou em outros indivíduos.
Talvez porque o adolescente acredita ser importante para tantas pessoas …
…. Esta centração excessiva em si próprio conduz à construção da:

Fábula pessoal
Sentimento de singularidade – Crença de que é único e especial, uma exceção à regra,
não estando submetido ao sistema ou às regras que orientam a sociedade, com
sentimentos, crenças e ideias que os outros não têm e não podem compreender.
“O adolescente elabora uma narrativa pessoal, contando uma história a si próprio e
aos outros que não corresponde à verdade”.
“Relaciona-se co uma crença muito enraizada que o indivíduo possui, segundo a qual,
ele é único - a ideia de que mais ninguém no mundo consegue compreender a forma
como ele se sente”
Possível explicação do motivo pelo qual os adolescentes correm riscos apesar de terem
informação sobre as consequências de tais comportamentos.
“não vai acontecer comigo” é um tema recorrente da fábula pessoal….
Teoria Psicosexual Freud
Para Freud, o desenvolvimento da personalidade processa-se numa sequência de
estádios psicossexuais que decorrem desde o nascimento até à adolescência: estádio
oral, anal….
- Face genital (a partir da puberdade – 10/11 anos…)
Primazia da zona genital – zona erógena dominante
Na adolescência, em virtude da maturação física e da produção de hormonas sexuais,
renascem os impulsos sexuais.
“A pulsão sexual essencialmente auto-eródica vai agora descobrir o objeto sexual”

A Sexualidade do Adolescente
» A sexualidade do adolescente engloba as emoções, os comportamentos e as atitudes
que estão associadas não apenas à capacidade de reprodução, mas também aos
padrões sociais e pessoais que acompanham as relações físicas íntimas, durante a vida
do indivíduo.
» O desenvolvimento da sexualidade envolve a aprendizagem de padrões de
comportamento e papéis que são esperados por parte dos dois sexos.
» A gravidez e a maternidade na adolescência.
» A vinculação e a maternidade.
(16/12/2021)

Jovem Adulto
Período mais longo da vida (dos 20 aos 35)
Dos 35 aos 65 já é considerado adulto
 Desenvolvimento em vários domínios da vida
 Mudanças mais graduais, com avanços e declínios

Jovem Adulto: Desenvolvimento Cognitivo


Pensamento Relativista
Progressivo aumento de características como:
- Flexibilidade: conhecimento de que existem muitos pontos de vista,
deixamos de estar centrados em nós.
- Individual: interpretam o que leem, veem ou ouvem em termos de
significado pessoal (psicológico ou metafórico).
- Incerteza: consciência de que não existe uma única resposta certa (Ex:
diferentes pessoas em diferentes sociedades têm valores diferentes).
- Intuição E Emoção: pensamento automático baseado na experiência.

Modelo De Shaie e Willis (2000)


- Estipula 7 estádios sobre a forma como o pensamento utilizado ao longo
das diferentes etapas da vida.
1º Estádio – Estádio Aquisitivo
Pensamento centrado no que é preciso saber e que competências adquirir
para o indivíduo se sentir com valor (Infância e Adolescência).
2º Estádio – Estádio realizador
Pensamento centrado em utilizar aquilo que se sabe para o indivíduo
alcançar os seus objetivos profissionais e familiares (Jovem Adulto 20/30
anos).
Jovem Adulto: Desenvolvimento Psicossocial
 Marcos da entrada na vida Adulta
- Do ponto de vista Legal (a partir dos 18 anos):
 Alistamento na tropa;
 Poder casar sem ter a permissão dos pais;
 Estabelecer contratos.
- Do ponto de vista social:
 Auto-Suficiência;
 Escolha de uma carreira – maior facilidade em mudar;
 Casamento ou outra relação significativa;
 Constituição de família.

Desenvolvimento Psicossocial Erikson. Teoria do Desenvolvimento da


identidade.
6ª Idade – intimidade VS isolamento (20-30 anos)
Questão: “Deverei partilhar a vida com outra pessoa ou deverei viver
sozinho?”
- Procura de relações íntimas profundas, significativas e duradouras.
Crises anteriores resolvidas pela positiva:
 Capacidade para transformar o amor recebido enquanto criança e
adolescente;
 Polo da identidade (segurança acerca de quem se é e do que se
quer da
vida) Polo Positivo: Intimidade – o adulto não tem medo de perder a sua identidade
na ligação íntima à identidade de outrem.
Capacidade de sacrifício e fidelidade.
Ligações sociais estáveis.

“A relação amorosa tem aspetos positivos e aspetos negativos, como em


tudo na vida, o que acontece é que nós não podemos perder o nosso
próprio eu, que é o motor da relação. É isso, temos de saber viver em
conjunto, temos de saber partilhar coisas, sim. Mas também temos que
saber não nos deslocarmos de nós próprios, não é? Eu tenho de fazer
coisas que eu gosto, ele também… Há momentos para tudo, não nos
podemos colar completamente um ao outro, de forma a perdermos as
nossas próprias identidades, porque isso depois aos poucos vai matando a
relação” Cátia 32 anos.

Polo Negativo – Isolamento:


 Incapacidade de entrega e de fidelidade aa uma relação;
 Relações superficiais e não gratificantes;
 Isolamento, solidão e sensação de que falta algo para se sentir
completo.

Jovem Adulto: Casamento


Tarefas Psicológicas:
- Redefinir a ligação com os próprios pais e com a família de origem do
cônjuge.
- Permitir a expressão segura do conflito, sem enfraquecer o laço marital.
- Manter o romance.
- Estabelecer uma relação sexual satisfatória.
- Partilhar divertimento e gargalhadas.
- Prestar cuidados e suporte emocional.
“E partilha?... Costuma partilhar as suas preocupações e angustias com
alguém? – Sim, principalmente com a minha esposa.” (Leandro, 33 anos)

Outros Estilos de Vida do Jovem Adulto:


A exclusão na teoria de Erikson de estilos de vida de solteiros e
homossexuais, deixa em aberto estas alternativas de desenvolvimento
saudável (20-39 anos têm maior tendência a não partilhar a vida com
alguém).
Fatores subjacentes à escolha de ficar solteiro:
 Mulheres mais autossuficientes;
 Menor pressão social para casar;
 Gosto pela liberdade sexual;
 Gosto em estar sozinho;
 Ter liberdade de correr riscos, experimentar e fazer mudanças;
 Medo que o casamento acarrete o divórcio;
Indivíduos ocupados, ativos e seguros acerca deles próprios

Relações Homossexuais:
Procura de amor, companheirismo e preenchimento sexual, semelhantes
às relações heterossexuais.
Tarefa: revelar abertamente a orientação homossexual
Processo lento e doloroso, ocorrendo em 4 etapas (King, 1996):
- Reconhecimento de ser homossexual:
 Idade Variável
 Experiência solitária, dolorosa e confusa
- Conhecer outras pessoas homossexuais e estabelecer relações
românticas e sexuais:
 Idade adulta
 Menor sentimento de isolamento; melhora a auto-imagem.
- Contar à família e aos amigos:
 Possibilidade de desaprovação, rejeição e conflito
- Abertura total
 Aceitação saudável da sexualidade como parte do que são

Fatores de Riscos:
Nível de relações intimas:
Insatisfação com relações de amor e/ou de amizade
Enfoque na carreira que leva a falta de tempo para relacionamento
“Eu neste momento acabo por ter pouco tempo do trabalho, e aquele
pouco tempo que tenho disponível, é para estar com a família. Daí não ter
grande relacionamento com grandes amigos” (Leandro, 33 anos)
Dificuldade em assumir e/ou experienciar a homossexualidade
Incapacidade de realizar as tarefas psicológicas do casamento
Divórcio
“Relações infelizes são piores que nenhuma”
-Por cada 100 casamentos registados em Portugal, há 70 pedidos de
divórcio.
- Motivos:
 Mulheres financeiramente independentes;
 Proteger as crianças das consequências dos conflitos parentais
contínuos;
“Decidi por fim ao meu casamento no dia em que houve uma briga tão
feia que o menino, que estava a brincar na sala, veio para o meio dos dois
por se ter apercebido que houve agressão física…”
- Consequências:
 Sentimentos Negativos (Falhanço, culpa, hostilidade);
 Sentimentos positivos (Alívio, esperança)
 Pensamento desorganizado
 Depressão
 Mais doenças e mortalidade

Infertilidade (incapacidade para conceber após 12-18 meses de


tentativas)
- Consequências:
 Provoca alterações na intimidade
 Desgasta emocionalmente o casamento
Nos Homens – Frustração, zanga, vazio, sem valor, deprimidos.
Nas Mulheres – Dificuldades em aceitar a incapacidade de fazer algo
natural e fácil para outras mulheres.

Dificuldades na educação dos filhos


Enfoque nos filhos em detrimento do casamento
Nível físico:
 Doenças
Nível Profissional:
 Dificuldades em encontrar trabalho compatível com habilitações;
 Grandes Exigências – Assertividade insuficiente
 Competitividade

Período entre os 20-30 anos, é um período de grande tensão:


Escolhas cruciais (antes de se ter maturidade para escolher com
sabedoria) - Profissão, casamento, paternidade e estilo de vida.
Encargos financeiros (quando a capacidade financeira é ainda
relativamente pequena).

Fatores de profissão:
-Casamento: Satisfação de necessidades fundamentais tais como:
 Uma oportunidade para o crescimento pessoal
 Intimidade
 Afeto
 Preenchimento sexual
 Companheirismo
O êxito no casamento está intimamente associado à forma como os
cônjuges comunicam, tomam decisões e lidam com os conflitos.
-Amizades:
 Baseadas em interesses e valores comuns
 Entre pessoas do mesmo sexo

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