Você está na página 1de 86

Técnico em

Enfermagem
Módulo I
PSICOLOGIA APLICADA
À ENFERMAGEM
Psicologia

 A Psicologia é derivada de palavras gregas, que significam


"estudo da mente ou da alma". Hoje em dia é comumente
definida como a ciência que estuda o comportamento
humano.
Estudo a Psicologia

 Os profissionais desta área estudam os mais variados temas


do comportamento humano, tais como o desenvolvimento,
as bases fisiológicas do comportamento, a aprendizagem, a
percepção, a consciência, a memória, o pensamento, a
linguagem, a motivação, a emoção, a inteligência, a
personalidade, o ajustamento, o comportamento anormal,
o tratamento do comportamento anormal, as influências
sociais, o comportamento social, etc.
Aplicações da Psicologia

 A psicologia é frequentemente aplicada na indústria, na


educação, na engenharia, na saúde, em assuntos de
consumo e em muitas outras áreas. Você é um profissional
da área da saúde e, portanto, lidará com pessoas e irá se
interagir com o ser humano.
 O profissional de saúde deve sentir-se bem consigo mesmo,
antes de pretende fazer alguém se sentir bem. Ele não é
um robô, nem tampouco o são as pessoas com quem
trabalham pacientes, médicos, supervisores, enfermeiras,
auxiliares de enfermagem e familiares dos pacientes. Cada
um é um ser humano, semelhante e ao mesmo tempo
diferente dos demais seres humanos.
Psicologia do senso comum

 O conhecimento do senso comum é intuitivo,


espontâneo, de tentativas e erros. É um
conhecimento importante porque sem ele, a nossa
vida seria muito complicada. O senso comum é o
tipo de conhecimento que vamos acumulando em
nosso cotidiano.
Psicologia como ciência

 A ciência proporciona diretrizes lógicas para avaliar


a evidência e técnicas bem raciocinadas para
verificar seus princípios. Quando buscamos definir,
descrever e prever comportamentos, estamos
fazendo ciência. São observações sistematizadas,
conhecimento metodológico, experimentado,
testado, comprovado.
Psicologia como ciência
 Características que descrevem a Psicologia como
ciência:
• Objeto específico de estudo = homem (no sentido mais
amplo).
• Linguagem precisa e rigorosa = não utiliza termos do
senso comum, sem preocupação conceitual.
• Métodos e técnicas específicas = entrevistas estruturais,
testes, técnicas de terapia.
• Processo cumulativo do conhecimento = um novo
conhecimento é produzido sempre a partir de algo
anteriormente desenvolvido.
• Objetividade = possibilidade de verificação com o máximo
de isenção de emoção possível.
Psicólogos, Psiquiatras e Psicanalistas

 Psicólogo
 O psicólogo está voltado para trabalhar aspectos
emocionais. Ele faz uma faculdade de Psicologia, com
duração média de 5 anos. Ou seja, o interesse do
psicólogo, é observar e compreender o comportamento,
que é um conjunto de atividades que podem ser
observadas por outra pessoa, com ou sem ajuda de
instrumentos.

 A metodologia para codificar os comportamentos pode ser


dividida em: observação naturalista, testes, método
experimental e método clínico.
Psicólogos, Psiquiatras e Psicanalistas

 Psiquiatra
O psiquiatra é um médico que, após ter concluído sua
formação em Medicina, opta por estudar os transtornos
mentais e por isso pode receitar medicamentos.

 Psicanalista
O psicanalista é o
profissional que utiliza um
método de tratamento
baseado na teoria
psicanalítica desenvolvida
por Sigmund Freud.
Áreas da Psicologia

 Psicologia Biológica;
 Psicologia Experimental;
 Psicologia Social;
 Psicologia Clínica;
 Psicologia Escolar ;
 Psicologia Educacional;
 Psicologia Organizacional;
 Psicologia do Esporte;
 Psicologia da Saúde e Hospitalar.
Processos Psicológicos
 Comportamento - conjunto de respostas do indivíduo em
decorrência de estímulos do meio social em que vive.

 Comportamento Inato (natural) - aquele apresentado por


todos os seres da mesma espécie diante de uma
estimulação.

 Comportamento adquirido (aprendido) - ocorre mediante


aprendizado.

 Cognição – é o ato ou processo de conhecer, que envolve


atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação,
pensamento e linguagem.
Processos Psicológicos

 Sensação - Captação das informações por meio dos


sentidos (audição, visão, tato, olfato, paladar, sentido
cenestésico e vestibular).

 Percepção - Consiste na aquisição, interpretação, seleção e


organização das informações obtidas pelos sentidos.

 Aprendizagem - Significa mudança relativamente


permanente no comportamento, que resulta da prática.
Existem 4 espécies de aprendizagem: Habituação,
Condicionamento Clássico, Condicionamento Operante,
Aprendizagem Complexa.
Processos Psicológicos

 Memória - A memória é a capacidade de reter, recuperar,


armazenar e evocar informações disponíveis, seja
internamente, no cérebro (memória humana), seja
externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial).

 Inteligência - A capacidade mental de raciocinar, planejar,


resolver problemas, abstrair ideias, compreender ideias,
linguagens e aprender.

 Pensamento - Um processo mental que permite aos seres


modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma
efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos.
Processos Psicológicos

 Raciocínio - Fazer juízo de algo pelo uso da razão.

 Motivação - São fatores que energizam e direcionam o


conhecimento lhe dando um rumo.

 Linguagem - É todo e qualquer sistema de signos que serve


de meio de comunicação de ideias ou sentimentos. Os
elementos constitutivos da linguagem são os gestos, sinais,
sons, símbolos ou palavras, usados para representar
conceitos de comunicação, ideias, significados e
pensamentos.
Processos Psicológicos

 Emoções - A palavra emoção provém do Latim emotionem


"movimento, comoção, ato de mover". São reações
psicofisiológicas básicas experimentadas ao longo da vida,
podendo ser provocadas por situações previstas ou
inesperadas. As reações orgânicas que acompanham as
emoções são batimento cardíaco, tremor, riso, choro,
lágrima, expressões faciais.

 Sentimentos - São reações afetivas onde não existem


tantas reações fisiológicas quanto nas emoções. Além disso,
os sentimentos se mostram muito mais duradouros, além
de infinitamente mais numerosos.
Principais teorias da psicologia moderna

 Teoria Behaviorista - Tem como nome principal John


Watson e desenvolveu-se de forma grandiosa nos Estados
Unidos. Em função de suas aplicações práticas, tornou-se
importante por ter definido o fator psicológico, a partir da
noção de comportamento (behavior).

 Teoria Gestaltista (Gestalt - Psicologia da Forma) - Postulou


a necessidade de se compreender o homem como uma
totalidade. A gestalt é a tendência teórica mais ligada à
filosofia.
Principais teorias da psicologia moderna

 Teoria Psicanalítica - Método de associação livre, no qual, o


paciente é instruído a dizer tudo o que lhe vier à mente,
podendo, assim, detectar temas mais consistentes,
manifestações de desejos inconscientes. Para Freud, a
maioria dos eventos psicológicos é causada por impulsos
insatisfeitos e desejos inconscientes.
Estrutura da personalidade por Freud

São três os sistemas principais que regem o


comportamento humano:

 Id - É a instância mais primitiva da personalidade.


A partir dele, o ego e o superego desenvolvem-
se. Consiste em impulsos biológicos básicos,
como: comer, beber, eliminar resíduos e obter
prazer (sexual). No id, habitam tanto sentimentos
amorosos quanto agressivos. O id opera sobre o
princípio do prazer.
Estrutura da personalidade por Freud

 Ego - Obedece ao princípio da realidade e é um mediador


das demandas do Id, às realidade do mundo e às exigências
do superego.

 Superego - Julga se as ações são corretas ou não. É a


internalização das regras sociais. Os verbos que regem os
princípios são: ID (Gratificar), EGO (Adiar) e SUPEREGO
(Julgar).
Dinâmica da personalidade
 Mecanismos de defesa psíquica
 Recalque - Exclusão da consciência de tudo o que é
doloroso.
 Racionalização - Designar motivos para o que fez.
 Formação Reativa - Reação contrária à realidade.
 Projeção - Colocar no outro qualidades indesejáveis que
não gostamos em nós mesmos.
 Intelectualização - Ter uma explicação intelectualizada
para tudo.
 Negação – Negar um acontecimento real como por
exemplo os pais de uma criança terminal recusa-se a
admitir que há algo errado com seu filho.
 Deslocamento - A raiva de alguém é dirigida a um objeto
ou outra pessoa.
Fases do desenvolvimento humano

 Pré-natal
 Infância - de zero a 12 anos
 Adolescência - dos 12 aos 18 ou 21 anos
 Idade adulta - dos 21 aos 60 anos
 Velhice - dos 60 ou mais.
Fases do desenvolvimento humano
 Maturidade emocional - Diz respeito à expressão e ao
controle das emoções nas diversas idades. Parte
fundamental da vida humana.
 Maturidade social - Compreende a evolução da
sociabilidade, no sentido de superação do egocentrismo
infantil, na contribuição para o bem-estar social e a
participação nas decisões de interesse social.
 Maturidade física - Engloba o desenvolvimento das
características físicas, estatura, peso, sexo, ser canhoto,
etc.
 Maturidade intelectual - Refere-se à maneira como a
pessoa vai conhecendo a si mesma e ao mundo que a
cerca.
O desenvolvimento mental
 Estabelece para cada estágio um período
correspondentes à idade cronológica:
 Estágio da inteligência sensório-motor: até dois
anos.
 Estágio da inteligência simbólica ou pré-
operatória: de 2 a 7-8 anos.
 Estágio da inteligência operatória concreta: de 7-8
anos a 11-12 anos.
 Estágio da inteligência operatória formal: a partir
de 12 anos com patamar de equilíbrio por volta
dos 14-15 anos.
Fatores que Influenciam o
Desenvolvimento Humano
 Hereditariedade - a carga genética estabelece o
potencial do indivíduo, que pode ou não se
desenvolver. A inteligência pode se desenvolver de
acordo com as condições do meio em que se
encontra.
 Crescimento orgânico - refere-se ao aspecto físico.
 Maturação neurológica - é o que torna possível
determinado padrão de comportamento.
 Meio - conjunto de influências e estimulação
ambientais que altera os padrões de
comportamento do indivíduo.
Aspectos do Desenvolvimento Humano

 Aspecto;
 Aspecto intelectual;
 Aspecto afetivo-emocional;
 Aspecto social.
Problemas Sociais e a Área de Saúde

 Saúde
É um processo da existência humana, relacionado à
consciência individual e coletiva e às condições de vida. Se
expressa histórica, social e culturalmente de forma singular,
subjetiva e objetiva na interação dos indivíduos e da
coletividade com o ambiente. Caracteriza-se pela
capacidade do ser humano em realizar seus objetivos vitais
durante sua existência, em condições sociais, culturais e
ambientais diversas.
Problemas Sociais e a Área de Saúde

 Saúde
É um processo da existência humana, relacionado à
consciência individual e coletiva e às condições de vida. Se
expressa histórica, social e culturalmente de forma
singular, subjetiva e objetiva na interação dos indivíduos e
da coletividade com o ambiente. Caracteriza-se pela
capacidade do ser humano em realizar seus objetivos vitais
durante sua existência, em condições sociais, culturais e
ambientais diversas.
Problemas Sociais e a Área de Saúde

 Doença
Do latim dolentia, cujo significado é dor. Ao longo
dos anos, o conceito de doença evoluiu dentro do
critério estritamente organicista para uma visão
psicossocial, onde a influência da própria natureza
humana é levada em consideração. A doença é
vista pelo indivíduo como uma ameaça do destino.
Ela modifica a relação do paciente com o mundo e
consigo mesmo. Desencadeia uma série de
sentimentos, como impotência, desesperança,
desvalorização, temor, apreensão.
Postura das instituições de saúde
 Apatia - Quando o prestador assume baixo
interesse pelo usuário, não demonstrando
empenho em satisfazê-lo.
 Dispensa - Ocorre quando o profissional demonstra
a intenção de não assumir o cliente, excluindo-se
de procurar solução imediata para seu caso.
 Frieza - É o trato impessoal, frio e formal, gerando
distanciamento entre o usuário e os profissionais
de saúde.
 Condescendência - Tratar o cliente com atitude
paternalista, mesclada de certa irresponsabilidade.
Postura das instituições de saúde

 Automatismo - Apesar de personalizado, cada cliente na


maioria das vezes é tratado como apenas mais um caso.

 Passeio - É entendido como transferência de


responsabilidades, principalmente quando “jogam” o
paciente de um médico a outro ou de um hospital a outro,
como forma acobertar deficiências no atendimento que
levam a falhas no diagnóstico
Fatores determinantes da saúde

 Biologia humana
 Ambiente
 Estilo de vida
 Atenção primária à saúde
Níveis possíveis de atuação profissional

 Atenuação;
 Compensação;
 Reabilitação;
 Recuperação;
 Prevenção;
 Manutenção;
 Promoção.
A instituição hospitalar
Devido à alta competitividade do mercado de saúde, a
velocidade das informações e mudanças acompanha esta
realidade. O ambiente hospitalar inserido neste contexto,
além de atender aspectos físicos, deverá, principalmente,
estar atento ao aspecto humano, como hospitalidade e
qualidade no atendimento, o para ter maior êxito no
mercado globalizado. O ambiente hospitalar é, sem dúvida,
difícil.

Amenizar a dor e o sofrimento, a partir de mudanças na


arquitetura e atendimento pode tornar o tempo de
internação mais agradável para pacientes e familiares. Esse
atendimento envolve mudanças no elemento humano.
Comportamento do paciente com
problemas emocionais
 Paciente depressivo – sintomas:
 Tristeza persistente.
 Sentimento de desesperança, pessimismo.
 Sentimento de culpa, inutilidade, desamparo.
 Perda de interesse ou prazer em atividades que
anteriormente eram sentidas como prazerosas, incluindo a
atividade sexual.
 Insônia ou sonolência excessiva.
 Perda do apetite e/ou ganho consideravelmente significativo
- 5% do peso anterior, em um espaço de tempo de 1 mês.
 Diminuição de energia, desânimo.
 Inquietação, irritabilidade.
 Ideias de morte ou tentativas de suicídio.
Comportamento do paciente com
problemas emocionais
 Paciente ansioso:
Quando a ansiedade torna-se frequente, pode se transformar em
um transtorno com sintomas, como:
 Fadiga, tensão muscular, arrepios;
 Boca seca, dores, insônia, mãos úmidas, frio;
 Falta de ar ou sensação de sufoco;
 Picadas nas mãos e nos pés, confusão;
 Instabilidade ou sensação de desmaio;
 Dores no peito e palpitações, afrontamentos;
 Suores e/ou contrações ou tremores incontroláveis;
 Necessidade urgente de defecar ou urinar,
 Dificuldade em engolir;
 Sensação de ter um "nó" na garganta;
 Dificuldades para relaxar e/ou dormir.
Comportamento do paciente com
problemas emocionais
 Paciente estressado:
Quando a ansiedade torna-se frequente pode se transformar em
um transtorno com sintomas, como:
 Fadiga; tensão muscular; arrepios;
 Boca seca; dores; insônia; mãos úmidas, frio;
 Falta de ar ou sensação de sufoco;
 Picadas nas mãos e nos pés;
 Confusão;
 Instabilidade ou sensação de desmaio;
 Dores no peito e palpitações; afrontamentos;
 Suores e/ou contrações ou tremores incontroláveis;
 Necessidade urgente de defecar ou urinar;
 Dificuldade em engolir;
 Sensação de ter um "nó" na garganta;
 Dificuldades para relaxar e/ou dormir.
Pacientes infantis
 Efeitos da hospitalização em crianças:
 Negação da doença;
 Distúrbios neuróticos;
 Revolta;
 Comportamento esquizoide;
 Culpa e sensação de punição;
 Frustração de sonhos e projetos;
 Ansiedade;
 Privação de realização;
 Depressão;
 Regressão e busca de proteção;
 Projeção;
 Intolerância emociona;
 Solidão;
 Intensificação do sofrimento físico;
 Medo do desconhecido;
 Negativismo.
Pacientes infantis

 Efeitos da privação materna


 Angústia, carência afetiva, sentimento de vingança, culpa
e depressão, distúrbios emocionais, sensação de
abandono, personalidade instável, inapetência, perda de
peso, falta de iniciativa apatia, distúrbio do sono,
diminuição da vocalização, depressão, tristeza, atraso no
desenvolvimento, regressão no processo de maturação
afetiva, agressividade, manifestação psicossomática.
Pacientes infantis
 Preparo para a hospitalização de crianças
 O preparo deve ser realizado pelos pais, pois são considerados
pessoas mais importantes e significativas para o paciente. Para
isto, devem receber apoio e preparo para o desempenho de
determinada tarefa.
 As informações devem ser reais e fornecidas de acordo com o
nível de entendimento, sendo necessário repeti-la quantas
vezes for necessário.
 Esclarecer sobre o aspecto temporário da situação e incluir
preparação para a volta para casa.
 Franqueza sobre o aspecto da dor, da separação e das visitas.
 Em crianças maiores de 5 anos, é importante realizar esta tarefa
com ajuda de figuras, desenhos e dramatização
Pacientes infantis

 A enfermagem e a criança hospitalizada


 Especialização;
 Compreender as etapas de vida que a criança está vivendo;
 Ter visão global, criança-família;
 Propiciar reconhecimento do ambiente;
 Possibilitar acesso à recreação;
 Deixar a criança em posição confortável;
 Utilizar linguagem e tom de voz adequados;
 Evitar manuseio desnecessário;
 Evitar esquecimentos dos horários de medicação.
Pacientes infantis

Reações da equipe na relação com uma criança


terminal
 Identificação com a morte e o sofrimento;
 Culpa pelo “sofrimento administrado”;
 Impotência;
 Afastamento;
 Negação/“Conspiração do Silêncio”;
 Agressividade e autoritarismo como defesa;
 Comportamentos estereotipados;
 Superproteção como remissão da culpa.
Pacientes infantis

 Efeitos da hospitalização em adolescentes


 Consciência da transformação do próprio corpo, timidez
pela falta de privacidade do ambiente hospitalar.
 Reações descontroladas em relação à própria doença e a
dos outros.
 Dificuldade de relacionamento, por conta da ociosidade
física e da imobilização causada pela doença.
Paciente Adultos

 Sua reação à doença dependerá:

 Da natureza da doença;
 Da significação da doença;
 Do medo do desconhecido;
 Da interpretação do diagnóstico.
Paciente Adultos
 Comportamento do adulto hospitalizado
 Por tornar-se dependente dos cuidados dos outros, o
adulto poderá regredir em suas reações, considerando a
interrupção forçada a sua vida habitual. As regressões
podem se apresentar como:

 Passividade e dependência, não fazendo nada por si,


exigindo atenção permanente.
 Comportamento de irritação e irracionalidade.
 Hiperansiedade e temores.
Paciente Adultos

 Comportamento do adulto hospitalizado


 Há duas teorias que reconhecem o processo de
envelhecimento:

 Reconhece como etapa final da vida.


 Concebe como uma fase da sabedoria, da
maturidade e da serenidade.
Paciente Adultos
 Comportamento do adulto hospitalizado
 Existem dois tipos de paciente idoso:

 Amado e preservado por seus familiares, o paciente é


levado ao médico ou hospital, ao mínimo sinal de
doença. Os parentes ainda permanecem atentos a sua
evolução e participam efetivamente de sua melhora.
 A família quer se livrar, interna ou abandona na sala de
emergência e só aparece dias depois. Ao perceberem a
rejeição de seus familiares, frequentemente entregam-
se à doença ou mesmo à morte.
Paciente Adultos

 O conflito com a doença do idoso


 Conflito consigo mesmo - tudo perde o sentido para o
paciente, porque a situação é vista como uma situação
de perigo.
 Conflito com o seu meio ambiente - é necessário dizer ao
doente toda a verdade sobre sua doença, mas não se
deve esconder o fim que se aproxima.
 Conflito com o leito - o leito não convida, há sempre o
cheiro de cânfora dos medicamentos ou pior, nem a água
de colônia consegue retirar.
 Conflito com seu corpo - seu corpo torna-se frágil e
inerte, é um objeto preso pela doença.
Abordagem assistencial
holística aos pacientes
 O cliente, por sua vez, ao ser hospitalizado, sente-se
alienado e sensibilizado, pois fica afastado de seu
ambiente familiar e comunidade, sofre a dor física, o medo
da morte, a inquietude pelos entes queridos, preocupação
pelo futuro, sentimentos de inferioridade, além de tornar-
se frágil e vulnerável.

 Assim, surge a necessidade de o enfermeiro estabelecer


metas em sua prática assistencial que viabilizem integrar
todas as dimensões do cliente, necessárias para
proporcionar qualidade de vida durante o processo de
hospitalização.
Abordagem assistencial
holística aos pacientes
 Freud, em 1914, em seu livro "Sobre o Narcisismo: uma
introdução", já definia bem o sentimento de um indivíduo
atormentado pela dor: "deixa de se interessar pelas coisas
do mundo externo porque não dizem respeito ao seu
sofrimento; (...) enquanto sofre, deixa de amar".

 A doença é vista pelo indivíduo como uma ameaça do


destino. Ela modifica a relação do paciente com o mundo e
consigo mesmo. Desencadeia uma série de sentimentos
como impotência, desesperança, desvalorização, temor,
apreensão, etc.
Abordagem assistencial
holística aos pacientes
 É uma dolorosa ferida no sentimento de onipotência e de
imortalidade. É claro que o tipo e intensidade das reações
varia de acordo com uma série de características da
doença e do próprio indivíduo:

 Caráter breve e duradouro da doença e seu prognóstico;


 Personalidade e capacidade de tolerância a frustrações
do indivíduo ;
 Relação com o médico e demais membros da equipe de
saúde.
Abordagem assistencial
holística aos pacientes
Pode-se dizer que tais reações variam em torno de
três possibilidades:

 Pacientes que se entregam à doença, à dor e ao


desespero são aqueles que não lutam;
 Pacientes que tratam a doença como se fosse
banal, mesmo sendo grave;
 Pacientes que promovem mudanças em sua vida,
tentando se adaptar à situação adversa.
Abordagem assistencial
holística aos pacientes
 Apesar de todo esse sofrimento provocado pelo fato de se
estar doente, pode-se dizer que os pacientes têm certos
"ganhos":
 Gratificações primárias: refere-se ao conflito inicial (interno)
que gerou o sintoma psíquico. Evitando o contato com a
ansiedade que o conflito gera, a pessoa “desenvolve" o sintoma
e concentra sua atenção nele (e não no conflito e na
ansiedade).

 Gratificações secundárias: relacionam-se aos ganhos externos


que a pessoa recebe em consequência da doença: mais
atenção, afastamento do trabalho ou de alguém, ganhos
materiais, etc.
Abordagem assistencial
holística aos pacientes
 Assim, independente dos "ganhos" obtidos, todo processo
de adoecer ativa mecanismos fisiológicos para restabelecer
a homeostase e mobiliza defesas psicológicas no paciente.
Entre as possíveis reações emocionais podemos destacar:

 Regressão;
 Negação;
 Minimização;
 Raiva e Culpa;
 Depressão;
 Doctor Shopping;
 Rejeição;
 Pensamento mágico;
 Aceitação.
Abordagem assistencial
holística aos pacientes
Paradigma do holismo:

 A solidariedade e a benevolência para com o


próximo são imprescindíveis para a valorização do
ser humano, estabelecendo, dessa forma, uma
relação de ajuda e empatia, fazendo com que a
humanização seja a base da profissão de
enfermagem.
Competência emocional nas situações
de crise, perda e morte
 Aspectos são fundamentais para o estabelecimento de
uma relação de vínculo terapêutico:

 Empatia: saber se colocar no lugar do outro (percebê-lo


segundo seu ponto de vista).
 Comunicação afetiva no que se refere a aspectos verbais,
visuais e não-verbais.
 Administração adequada das emoções: tristeza, alegria,
raiva, ansiedade.
 Administração adequada dos conflitos e frustrações.
Paciente terminal e morte
 Também chamados de “desenganados”, são aqueles
portadores de uma doença incurável e que o levará à
morte.
 Na maioria das vezes, a conduta médica é de protestos e
negativas. Os médicos alegam que ocultar do paciente esta
informação é um “ato de caridade”, ou então que sua
atitude o levará mais rapidamente à morte, podendo até
induzi-lo ao suicídio.
 Isso acontece principalmente por conta do
desconhecimento da realidade psicológica do paciente
terminal. Comunicá-lo de que está com uma doença que
vai levá-lo óbito existe toda uma responsabilidade e apoio
que não deve ser negado.
Paciente terminal e morte

Elisabeth Kubler-Ross observa que ao receber a


notícia de que está com uma doença incurável, o
paciente passa por 5 fases:
 Negação;
 Raiva;
 Negociação;
 Interiorização;
 Aceitação.
Paciente terminal e morte

 Fatores relacionados à atmosfera curativa:

 Intenção e vontade de viver.


 Propósito de viver, algo que valide o viver.
 Disposição para se voltar para dentro de si e resgatar a
sabedoria interna.
 Pensamentos positivos.
 Autoaprovação e autoaceitação.
 Vivência do tempo presente e libertação dos
ressentimentos.
Paciente terminal e morte

 É importante ressaltar que todo o ser vivo precisa


ser cuidado, alimentado afetivamente, pois essa é
a essência da vida humana, e o cuidado afetivo é
aquele no qual as inteligências intra e interpessoal
são continuamente estimuladas, proporcionando
melhora daquele que cuida e daquele que é
cuidado.
Humanização e assistência

Para o dicionário, humanização é o ato de


humanizar, que, por sua vez, significa:

 Tornar humano; dar condição humana a;


humanar.
 Tornar benévolo, afável, tratável; humanar.
 Fazer adquirir hábitos sociais polidos; civilizar.
 Amansar (animais).
 Tornar-se humano; humanar-se.
Humanização e assistência

 O compromisso com a pessoa que sofre depende


de alguns (ou todos) tipos de motivação:

 Compaixão piedosa por quem sofre;


 Ideia de que assim contribuímos para o bem
comum e para o bem-estar em geral;
 Paixão pela investigação científica;
 Motivação de compromisso pode resultar da
solidariedade genuína.
Humanização e motivação

Hierarquia da satisfação, segundo Maslow:

 Necessidades básicas e fisiológicas;


 Necessidade de segurança;
 Necessidades sociais;
 Necessidade do ego;
 Necessidade de auto realização.
Humanização e motivação

 Pirâmide de Maslow:
Humanização e motivação

 Alguns comportamentos observados em terapia podem ser


indicadores do nível de motivação:

 Concordar com o terapeuta;


 Expressar vontade de mudar ou ser ajudado;
 Estar incomodado com sua situação pessoal;
 Seguir os conselhos do terapeuta.
Humanização e ética

Na relação da administração com os trabalhadores;


Dos trabalhadores entre si;
Dos trabalhadores com os pacientes.
Humanização no hospital

 A humanização no hospital deve partir do princípio de que


cada paciente necessita continuar vivendo como ser
humano;

 Faz parte da humanização


hospitalar a criação de
condições que respeitem o
direito das pessoas a um
ambiente humano
propício, a viver com
dignidade e a morrer com
tranquilidade, quando a
hora chegar.
Humanização e enfermagem
A tecnologia se faz essencial, desejável e necessária à
modernização do atendimento aos pacientes no centro
cirúrgico, tornando-se útil para prolongar a vida e
diminuir o sofrimento de muitas pessoas.

É importante considerar que não se deve deixar o


paciente de lado dando prioridade aos aparelhos, “de
nada adianta ser um humanista e observar o homem
que morre por falta de tecnologia, nem ser rico em
tecnologia apenas para observar os homens que vivem
e morrem indignamente”.
Considerações importantes sobre o
profissional de saúde
Analisar os aspectos psicológicos da relação do
enfermeiro com o paciente, familiar/cuidador e
equipe profissional.
Atuar considerando as dificuldades e possibilidades
emocionais do paciente e família.
Identificar a reação do paciente mediante o
encaminhamento para uma unidade de cuidados
paliativos.
Discutir o papel do técnico de enfermagem na
evolução da doença do paciente (metástase).
Considerações importantes sobre o
profissional de saúde
 Participar junto à família no processo da trajetória
de perdas (físicas, sociais, espirituais).
 Conhecer o histórico da Tanatologia (o lidar com a
morte).
 Avaliar a importância do envolvimento familiar no
tratamento do paciente oncológico.
 Discutir o impacto que o câncer causa nos
profissionais que lidam diretamente com o
paciente oncológico.
Dificuldades do acolhimento em saúde
Falta de recursos humanos;
Falta de medicações, principalmente a de uso crônico
(aumenta a procura no acolhimento devido às
intercorrências pela falta do medicamento);
Equipe com pouco envolvimento com o trabalhador do
acolhimento (o profissional do acolhimento não tem
liberdade para discutir casos, condutas e dúvidas);
Falta de supervisão do enfermeiro (quando o
responsável pelo acolhimento é o auxiliar de
enfermagem);
Falta de infraestrutura (sala de espera e sala de
acolhimento).
Dificuldades do acolhimento em saúde
 A inexistência de vagas para os casos agudos que
chegam no acolhimento (ou sistema de
referenciamento);
 A organização de agendas que não permitem a marcação
de primeira consulta para casos não agudos, mas que
necessitam de consulta médica;
 Profissional não preparado para a escuta do paciente;
 Falta de rodízio diário no acolhimento entre todos que o
executam, pois o acolhimento é um espaço de conflitos,
escuta permanente do sofrimento humano e um espaço
de afetividade para alguns usuários (com o rodízio diário
ou até mais de uma vez ao dia pode-se atenuar este
estresse para o trabalhador do acolhimento).
Dificuldades do acolhimento em saúde
 Abordando a postura profissional e ética, podendo
utilizar trechos do código de deontologia da
enfermagem e outros textos que abordem
principalmente o processo de trabalho.
 Processo de escuta em que se deve garantir:

 Que os usuários se expressem abertamente;


 Que saibam que segundo os grandes pensadores 50%
de uma pergunta é a resposta. Portanto, antes de
tomar as decisões, deve-se escutar o paciente sobre
sua sugestão de conduta, e finalmente, ver sua
operacionalização no serviço.
Dificuldades do acolhimento em saúde
 O acolhimento é um espaço onde se pode utilizar o
processo educativo e muitas informações podem ser dadas
ao paciente, contribuindo para a vigilância a saúde. O real
interesse em estar resolvendo as questões que são
colocadas pelo o usuário ou reconhecimento que necessita
de ajuda para resolver ou encaminhar de acordo com a
necessidade.
 Ter prazer e estar satisfeito em estar executando o
acolhimento (não ser um espaço de sofrimento ou
conflitos).
 Escutar, escutar e escutar.
 Repensar como se está fazendo o acolhimento (refletir/
agir-refletir/agir...).
Dificuldades do acolhimento em saúde
 Saber administrar problemas e conflitos.
 Cuidar de si mesmo, reconhecendo quando não estiver bem
ou com impossibilidade de executar o acolhimento.
 Ser gentil, tratar o usuário como a si mesmo ou com
empatia.
 Respeitar a fala do usuário e lembrar que existe o subjetivo
das pessoas e que nem tudo é dito e que existem as
urgências subjetivas e individuais que diferem das nossas.
Por exemplo: uma dermatite pode não ser um caso de
urgência para nós, mas para o usuário pode o ser e, a partir
de uma frustração por não conseguir solução para seu
problema, pode gerar conflito. Devemos esclarecer bem as
condutas com o usuário e quando necessário, justificá-las.
Dificuldades do acolhimento em saúde

 Ampliar a percepção, sair do limite (ter uma mente


aberta).
 Estabelecer uma relação de confiança com usuário e de
respeito.
 Ter garantido também um espaço de fala (reuniões onde se
pode falar abertamente, inclusive dos erros e sucessos e
avaliar as atividades de enfermagem como um todo; as
reuniões de equipe de enfermagem).
Ambiente hospitalar
 A complexidade do relacionamento humano;
 O poder da sua comunicação;
 O saber trabalhar com pessoas diferentes;
 O enfrentamento de situações conflituosas;
 Atitudes proativas levam ao reconhecimento profissional;
 A sintonia com os objetivos da empresa;
 O desenvolvimento do seu marketing de relacionamento;
 A importância de fazer e pensar criativamente;
 O sentir-se motivado a trabalhar, apesar de problemas
pessoas;
 Busca constante pela qualidade de vida.
Postura profissional na área de saúde
 A primeira impressão que uma pessoa tem dos
profissionais de saúde é imprescindível para a
continuidade do atendimento.
 Quando pensamos em atendimento, logo pensamos
em servir, estiver à disposição, ser solícito.
 Entre as pessoas que não atendem bem, encontramos
várias razões. Geralmente é desconhecimento ou falta
de treinamento adequado.
Dificuldade do trabalho grupal no
ambiente hospitalar
 Falta de habilidade técnica para executar os
procedimentos.
 Não ter segurança, confiança e autonomia para o
desenvolvimento de um trabalho competente.
 Falta de habilidade para manter um
relacionamento harmonioso com o colega.
 Perda de tempo necessário aos cuidados com o
paciente, em decorrências de fofocas inúteis.
 Irresponsabilidade e falta de sensibilidade com os
problemas alheios.
Dificuldade do trabalho grupal no
ambiente hospitalar
 Disputa pela atenção de superiores.
 Incapacidade para solicitar ajuda do colega por
atitude orgulhosa.
 Não gostar do que faz e colocar a responsabilidade
pela insatisfação pessoal e profissional no colega
de trabalho.
 Invejar a estrutura de vida dos colegas de
trabalho.
 Ser antiético.
Gestão de conflitos

 Exige-se uma resolução objetiva do problema;


 Há ambiente de confiança;
 Quando há interesse de manter relacionamentos
futuros;
 Confronto com diálogo aberto;
 Promoção de resoluções definitivas para o
problema em questão;
 Convencer e ser convencido de que não há
derrotados;
 Juntos todos lucram mais.
Disposições do enfermeiro ao
exercer a liderança
 Conhecer o significado de liderança atribuído pelos
enfermeiros.
 Identificar as dificuldades enfrentadas pelos
enfermeiros no exercício da liderança.
 É preciso que todos os enfermeiros/líderes tenham
consciência das responsabilidades que lhe são
atribuídas na função de liderança. O cenário para os
profissionais da saúde, onde predomina uma liderança
autocrática, é extremamente complexo e exige dos
enfermeiros/líderes capacidade de reflexão para
entender os problemas de cada membro da equipe de
trabalho.
Comunicação e assistência
humanizada
 A comunicação verbal é a expressão da fala e a fala é a
ponte entre o coração e o outro. O modo da fala reflete,
também, a relação que ela está construindo com o
profissional da saúde: se for arrogante, submisso, sedutor,
isolado, agressivo, defendido ou participativo.

 No processo de trabalho, a comunicação passa a ser um


instrumento utilizado pelos profissionais de enfermagem
como um meio para realizar suas tarefas em equipe,
mesmo porque este trabalho fundamenta-se na interação
coletiva entre os seus integrantes.
Perfil do técnico em enfermagem

 Realização de procedimentos da área da saúde:

 Em sua formação, o técnico de enfermagem aprende a


realizar uma série de procedimentos que podem ser
estritamente necessários à saúde do idoso, como aferição
da pressão arterial, verificação de sinais vitais, realização
de testes de glicemia, administração de medicamentos
(especialmente injetáveis), dar banho de leito, cuidar de
diferentes tipos de sondas, fazer curativos, cuidar de
possíveis úlceras de pressão (as temíveis escaras) e
principalmente prevenir para que as mesmas apareçam,
em caso de necessidade cuidar do soro ou do
equipamento de oxigênio.
Perfil do técnico em enfermagem
 Postura ética:

 Além de aprender procedimentos técnicos, o técnico de


enfermagem também aprende a agir segundo os
pressupostos éticos expressos no Código de Ética do
Profissional da Enfermagem, por exemplo, resguardando a
intimidade do paciente em procedimentos que o exponha,
mantendo sigilo quanto a informações referentes ao
paciente, agindo com respeito, competência e integridade.
Isto é essencial, pois este profissional pode vir a trabalhar
no domicílio e assim ter um contato muito direto não
apenas com a privacidade do paciente como também da
intimidade de toda a família, o que não pode ser repassado
a outras pessoas.
Perfil do técnico em enfermagem

 Agir de maneira humanizada com o paciente e a família:

 Buscando não atender apenas o órgão do idoso que está


doente, mas o ser humano como um todo, tratando-o pelo
nome, não o infantilizando, sendo cuidadoso, agindo para
diminuir seu sofrimento e melhorar sua qualidade de vida,
sendo criativo para atender às suas necessidades e lidar
com seus devaneios. No trato com a família também é
necessário ser muito humano, lembrando-se sempre que
problemas de saúde podem afastar os membros de uma
família, causar estresse e sofrimento entre os familiares do
adoentado.

Você também pode gostar