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Sociologia

Psicologia Social: Trabalho, relação


indivíduo e sociedade e intervenções
psicossociais em comunidades e
organizações

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Sociologia!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO


Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

• Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

• Questões de Sala

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Psicologia Social: Trabalho, relação indivíduo e sociedade e intervenções psicossociais em
comunidades e organizações ........................................................................................................5
4.1 Questões .................................................................................................................................... 7
5 Relações entre o indivíduo e a sociedade ..............................................................................9
5.1 Questões .................................................................................................................................. 12
6 Intervenções psicossociais em comunidades e organizações ............................................... 14
6.1 Questão .................................................................................................................................... 17

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4 Psicologia Social: Trabalho, relação indivíduo e sociedade e


intervenções psicossociais em comunidades e organizações
A Psicologia Social é um ramo da psicologia que estuda como as interações sociais
afetam o pensamento, o comportamento e as emoções dos indivíduos. Essa disciplina
busca compreender como as pessoas são influenciadas pelos outros e como
percebem, interpretam e respondem ao ambiente social ao seu redor. Diferentemente
da psicologia individual, que se concentra no estudo do comportamento e processos
mentais de um único indivíduo, a psicologia social investiga fenômenos que ocorrem
nas relações interpessoais, em grupos, comunidades e sociedades.

Os temas abordados na psicologia social incluem a formação de atitudes, o


preconceito, a influência social, a identidade social, a conformidade, a agressão, a
cooperação e diversos aspectos relacionados à dinâmica grupal. Essa área explora
como fatores sociais moldam as percepções individuais, as decisões e o
desenvolvimento psicológico. Além disso, a psicologia social examina a construção de
normas sociais, papéis sociais e a dinâmica de poder em diferentes contextos social.

Os psicólogos sociais utilizam uma variedade de métodos de pesquisa, incluindo


experimentos, observações de campo e estudos de caso, para investigar os fenômenos
sociais e entender as complexas interações entre o indivíduo e o contexto social. O
objetivo fundamental da Psicologia Social é contribuir para a compreensão dos
processos psicológicos que ocorrem nas situações sociais e, assim, fornecer insights
valiosos para a compreensão do comportamento humano em sociedade.

Kurt Lewin, considerado um dos pioneiros da Psicologia Social, foi um influente teórico
e pesquisador que introduziu conceitos fundamentais para o entendimento dos
fenômenos sociais. Sua abordagem, muitas vezes associada à Teoria de Campo,
enfatiza a importância do ambiente psicológico no comportamento humano. Lewin
argumentava que o comportamento de um indivíduo é moldado pelas forças
presentes em seu ambiente psicológico, incluindo influências sociais, culturais e
situacionais.

Um dos conceitos centrais de Lewin é o de "espaço vital psicológico", que representa


o conjunto de influências que afetam um indivíduo em um determinado momento.
Ele desenvolveu a ideia de que as mudanças no comportamento não podem ser
compreendidas isoladamente, sem considerar a totalidade do campo psicológico em
que ocorrem. Além disso, Lewin introduziu o conceito de "mudança de campo" para
descrever as transformações que ocorrem quando ocorrem alterações nas forças que
afetam um indivíduo ou grupo.

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Suas contribuições práticas incluíram o desenvolvimento de técnicas de dinâmica de


grupo para promover mudanças no comportamento e atitudes. Lewin também foi um
defensor ativo da aplicação da Psicologia Social para resolver problemas práticos e
sociais, acreditando que a pesquisa psicológica deveria ter relevância direta para a
melhoria da sociedade.

Outra teoria que ajuda a explicar o conceito da Psicologia Social é a teoria dos papeis
sociais. Ela explora como as pessoas dentro de uma sociedade são atribuídas a
diferentes posições ou papéis e como esses papéis influenciam o comportamento e
as interações sociais.

Os papéis sociais são conjuntos de comportamentos, expectativas e normas


associados a uma posição específica dentro de uma estrutura social. Eles podem ser
formalmente definidos, como os papéis de um médico ou professor, ou
informalmente definidos, como os papéis de um amigo ou irmão. Os papéis sociais
são aprendidos e internalizados através do processo de socialização.

A teoria sugere que as pessoas tendem a internalizar os papéis que desempenham e


a se comportarem de acordo com as expectativas associadas a esses papéis. A
internalização ocorre por meio do processo de aprendizagem social, em que as
pessoas observam e imitam comportamentos de modelos sociais, como pais,
professores e figuras de autoridade, e são reforçadas ou punidas com base em seu
desempenho nesses papéis.

O processo de socialização refere-se ao processo pelo qual os indivíduos aprendem e


internalizam as normas, valores, papéis e comportamentos que são considerados
apropriados em uma determinada sociedade ou grupo social. É através desse
processo que os indivíduos se tornam membros funcionais e socialmente adaptados
de sua cultura.

A socialização começa desde o nascimento e continua ao longo da vida, ocorrendo


por meio de interações com a família, amigos, escola, mídia e outras instituições
sociais. Esse processo envolve a transmissão de conhecimentos, crenças, costumes e
expectativas que são fundamentais para a participação efetiva em uma determinada
sociedade.

Existem dois tipos principais de papéis sociais: papéis prescritos e papéis


desempenhados. Os papéis prescritos são as expectativas sociais e comportamentos
esperados associados a uma posição específica. Por exemplo, espera-se que um
professor instrua os alunos, avalie o desempenho e forneça orientação educacional.

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Já os papéis desempenhados são as maneiras reais como as pessoas se comportam e


desempenham seus papéis. Nem sempre os papéis desempenhados correspondem
exatamente aos papéis prescritos, podendo haver variações e divergências.

George Herbert Mead, um filósofo e sociólogo, explorou a importância da interação


social na construção dos papéis sociais. Ele enfatizou o processo de internalização dos
papéis através do "eu" e do "outro" durante a socialização.

Erving Goffman, um sociólogo canadense, destacou a interação face a face e a


dramaturgia social como elementos centrais na compreensão dos papéis sociais. Ele
descreveu como as pessoas desempenham papéis em diferentes contextos sociais,
como se estivessem em um palco, e como a apresentação de si mesmas é moldada
pelas expectativas sociais.

4.1 Questões

Questão 01) George Herbert Mead foi fundamental para o desenvolvimento da


Psicologia Social. Ele demonstrou que o sentido do “eu” é relacional, porque só pode
existir se houver:

A) uma repressão do inconsciente

B) a referência ao sujeito absoluto

C) um senso correspondente de “nós”

D) a valorização dos interesses atomizados

Gabarito: C

Questão 02) De acordo com Bock et al (2018), a Psicologia dispõe de técnicas e de


instrumentos apropriados e cientificamente elaborados, que lhe possibilitam
diagnosticar os problemas. Portanto, o profissional de psicologia

A) compreende e analisa os dados obtidos por meio de testes, entrevistas ou


observações a partir da mistura de várias teorias psicológicas, sem um direcionamento
específico.

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B) desenvolve uma intervenção no processo psicológico do homem, que pode


capacitá-lo a enfrentar as dificuldades do cotidiano e faz isso a partir de
conhecimentos acumulados pelas pesquisas científicas na área da Psicologia.

C) desvenda, de forma intuitiva, o que está implícito, encoberto, não aparente e, nesse
sentido, a pessoa, grupo ou instituição tem um papel fundamental.

D) pode realizar diagnóstico nosológico sobre patologias mentais e prescrever terapia


medicamentosa para casos específicos.

Gabarito: B

A Psicologia Social aplicada ao contexto do trabalho oferece uma compreensão


aprofundada das interações humanas no ambiente profissional e contribui para o
desenvolvimento de estratégias que promovem um ambiente de trabalho saudável e
produtivo. Ao examinar as dinâmicas grupais, as relações interpessoais e os fatores
psicossociais no trabalho, a Psicologia Social busca otimizar o desempenho individual
e coletivo, bem como melhorar o bem-estar dos colaboradores.

A aplicação prática da Psicologia Social no trabalho inclui o estudo da liderança,


comunicação eficaz, tomada de decisão em grupo e gestão de conflitos. Por meio da
análise dos processos de influência social, os psicólogos sociais oferecem insights
sobre como os líderes podem inspirar motivação, promover a cooperação e gerenciar
efetivamente equipes diversificadas.

Além disso, a Psicologia Social aplicada ao trabalho aborda questões como o estresse
ocupacional, o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, a satisfação no trabalho e
a construção de uma cultura organizacional positiva. Estratégias de intervenção, como
programas de apoio psicológico, treinamentos de habilidades sociais e políticas de
recursos humanos baseadas em evidências, são desenvolvidas para melhorar o bem-
estar psicológico dos funcionários e, consequentemente, aumentar a eficiência e a
produtividade no ambiente de trabalho.
A Psicologia Social aplicada ao trabalho também desempenha um papel crucial na
promoção da diversidade e inclusão. Ao examinar preconceitos, estereótipos e
dinâmicas de poder, os profissionais desta área auxiliam as organizações na criação
de ambientes mais equitativos, nos quais a diversidade é valorizada e as
oportunidades são acessíveis a todos.

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Diferenças entre a Psicologia Social x Psicologia Organizacional


Psicologia Social do Trabalho: concentra-se principalmente nos fenômenos
psicológicos dos trabalhadores e nas suas vivências, a partir de uma visão
crítica. Tem como principal objetivo de analisar e aprimorar relações de
trabalho e a saúde, o bem-estar e a segurança do trabalhado
Psicologia Organizacional: concentra-se principalmente nas organizações e nos
fenômenos psicológicos que nelas ocorrem, geralmente com o objetivo de
analisar e aprimorar a gestão de recursos humanos em prol da eficiência.

Para os trabalhadores, a Psicologia Social do Trabalho é claramente importante, por


desenvolver conhecimentos e práticas que primam pelo seu bem-estar, saúde e
segurança. Questões envolvendo, por exemplo, motivação, satisfação, relações
interpessoais e trabalho em equipe são essenciais para a Psicologia Social do Trabalho
e contribuem para aprimorar condições de trabalho.

5 Relações entre o indivíduo e a sociedade


As relações entre o indivíduo e a sociedade são fundamentais para a compreensão da
dinâmica complexa que molda a vida humana. O ser humano é inerentemente social,
e a interação entre indivíduos e o ambiente social em que estão inseridos desempenha
um papel crucial no desenvolvimento, no comportamento e na construção da
identidade.

A sociedade fornece ao indivíduo um conjunto de normas, valores, costumes e


instituições que orientam seu comportamento e moldam sua compreensão de si
mesmo e do mundo. Por outro lado, o indivíduo contribui para a sociedade por meio
de suas ações, escolhas e participação em diferentes esferas, como familiar,
educacional, profissional e comunitária.

As influências sociais, como a socialização primária na infância, as interações com


pares, a educação formal e as experiências profissionais, desempenham um papel
crucial na formação da personalidade e na construção das relações interpessoais. Ao
mesmo tempo, o indivíduo também tem o poder de impactar e transformar a
sociedade por meio de suas contribuições, inovações e atitudes.

Contudo, as relações entre o indivíduo e a sociedade nem sempre são harmoniosas.


Conflitos culturais, desigualdades socioeconômicas, discriminação e pressões sociais

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são desafios que podem surgir nessa interação. A compreensão dessas dinâmicas é
essencial para abordar questões sociais e promover mudanças positivas.

Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia, dedicou-se a analisar as relações


entre o indivíduo e a sociedade, destacando a interdependência entre essas duas
esferas. Sua abordagem se concentra na compreensão das forças sociais que moldam
o comportamento humano e a importância da coesão social para o funcionamento
saudável de uma sociedade.

Durkheim argumentava que as instituições sociais desempenham um papel crucial na


formação do indivíduo. Ele introduziu o conceito de "consciência coletiva", que
representa o conjunto de crenças, valores e normas compartilhadas por uma
sociedade. Essa consciência coletiva exerce uma influência significativa sobre o
indivíduo, orientando seu comportamento e contribuindo para a coesão social.

O conceito de "fato social", introduzido por Émile Durkheim, representa uma ideia
central em sua teoria sociológica. Para Durkheim, fatos sociais são fenômenos
externos ao indivíduo, mas exercem um controle coercitivo sobre ele, moldando seu
comportamento e pensamento. Esses fatos sociais transcendem a esfera individual,
sendo caracterizados por sua existência independente e pela capacidade de
influenciar normas, valores e práticas coletivas em uma sociedade. Durkheim
argumentava que os fatos sociais são mais do que a soma das partes individuais,
destacando a importância de estudar as estruturas sociais como entidades distintas.
Dessa forma, ao analisar os fatos sociais, Durkheim buscava compreender as forças
coletivas que moldam a coesão social e a ordem nas sociedades, contribuindo assim
para a compreensão das dinâmicas sociais e da consciência coletiva.

Um dos estudos mais conhecidos de Durkheim foi sobre o suicídio, no qual ele
investigou as taxas de suicídio em diferentes sociedades. Ele concluiu que o suicídio
não era apenas um ato individual, mas também tinha causas sociais. A solidão, a falta
de integração social e a ausência de laços comunitários foram identificadas como
fatores que poderiam levar ao aumento das taxas de suicídio. Isso exemplifica a
perspectiva de Durkheim sobre como as condições sociais impactam o
comportamento individual.

Outro conceito importante de Durkheim é a "anomia", que se refere a uma falta de


normas ou à ausência de regras sociais claras. A anomia pode ocorrer em momentos
de mudanças sociais rápidas, levando a uma sensação de desorientação e

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desintegração social. Durkheim argumentou que a coesão social, baseada em valores


compartilhados e solidariedade, é essencial para prevenir a anomia.

Max Weber, outro dos principais teóricos da sociologia, trouxe contribuições


significativas para a compreensão das relações entre o indivíduo e a sociedade. Sua
abordagem é marcada por uma ênfase na compreensão dos significados subjetivos
atribuídos pelos indivíduos a suas ações e nas complexidades das interações sociais.
Weber introduziu o conceito de "ação social", destacando que as ações individuais são
orientadas por significados e intenções. Ele propôs a compreensão compreensiva
(Verstehen) como um método para analisar as ações sociais, buscando entender os
motivos, valores e contextos que influenciam o comportamento humano.

Tipos de ação social de Weber


- Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente
racional. Toma-se um fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a
escolha dos melhores meios para se realizar um fim;

Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a
ação, mas o valor, seja este ético, religioso, político ou estético;

Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como
orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc., e

"Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou


hábitos arraigados. (Observe que as duas últimas são irracionais).

Na visão de Karl Marx, a relação entre o indivíduo e a sociedade é


intrinsecamente ligada às condições materiais de produção. Ele argumenta que a
estrutura social é determinada pela forma como os meios de produção são
controlados, especialmente no contexto do sistema capitalista.

Para Marx, a alienação é uma característica central da relação entre o indivíduo


e a sociedade capitalista, onde os trabalhadores se sentem alienados do produto do
seu trabalho, do processo de trabalho em si e até mesmo de sua própria humanidade.
A luta de classes, entre a burguesia detentora dos meios de produção e o proletariado
vendedor de sua força de trabalho, é vista como o motor histórico que impulsiona a

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mudança social.

Assim, a consciência individual e as relações sociais são profundamente


moldadas pelas relações de produção existentes, e Marx propõe uma transformação
revolucionária como meio de superar as contradições inerentes ao sistema capitalista
e alcançar uma sociedade mais justa e igualitária.

No campo da Psicologia social, destaca-se a Teoria do Campo, de Kurt Lewin. A


principal premissa da Teoria de Campo é que o comportamento humano é resultado
de forças que atuam no campo psicológico do indivíduo. Este campo é composto por
diferentes elementos, como necessidades, objetivos, valores e influências do ambiente
social. As forças neste campo interagem de maneira dinâmica, afetando o
comportamento e as experiências individuais.

Lewin introduziu o conceito de "espaço vital psicológico", que representa o


conjunto de influências que afetam um indivíduo em um determinado momento. As
mudanças nesse espaço vital, sejam elas provenientes do ambiente externo ou do
próprio indivíduo, têm o potencial de causar transformações no comportamento.

Um aspecto central da Teoria de Campo é a ideia de que as mudanças no


comportamento não podem ser compreendidas isoladamente, sem considerar a
totalidade do campo psicológico em que ocorrem. Lewin cunhou a expressão
"B=f(P,E)", indicando que o comportamento (B) é uma função das pessoas (P) em seu
ambiente (E).

No contexto do trabalho, essa teoria pode ser aplicada para entender como
fatores organizacionais, como cultura corporativa, liderança e condições de trabalho,
interagem com as características individuais dos trabalhadores para moldar o
comportamento no ambiente profissional.

5.1 Questões

Questão 03) A discussão sobre o indivíduo e a sociedade estabelece as bases


metodológicas e teóricas de autores clássicos da sociologia para compreender as
relações e as transformações sociais. Dentre elas, destacam-se duas compreensões: a
visão de que a sociedade prevalece sobre o indivíduo, conformada por uma
consciência coletiva que assegura a integração dos membros da sociedade; e a
compreensão de que a sociedade existe concretamente, mas não é externa aos
indivíduos e, sim, formada pelo conjunto das ações dos indivíduos relacionando-se

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reciprocamente.

As duas compreensões correspondem, respectivamente, aos pensamentos de

A) Émile Durkheim e Karl Marx.

B) Karl Marx e Max Weber.

C) Max Weber e Émile Durkheim.

D) Émile Durkheim e Max Weber.

Gabarito: D

Questão 04) “Ao problematizar a relação entre indivíduo e sociedade, no final do


século XIX, a sociologia produziu três vertentes distintas: a sociedade determina o
indivíduo; os indivíduos determinam a sociedade; e, a sociedade e os indivíduos
determinam-se reciprocamente.”

(Domingues, 1999.)

Cada uma dessas premissas está diretamente relacionada a uma corrente teórico-
clássica que, por sua vez, deu origem a novas interpretações sociológicas, como a de:

A) Marx, que, através da teoria materialista, preconiza o domínio total e inexorável da


sociedade sobre o indivíduo.

B) Weber, que, a partir da sua concepção sobre a ação social, submete a sociedade ao
indivíduo de forma irrefutável.

C) Comte, fundador da teoria Positivista, que equipara as forças de influência da


sociedade e do indivíduo de forma mecânica e ordenada.

D) Durkheim, que destaca que os fatos sociais são elementos cuja manifestação
constitui a sociedade e defende a primazia dessa sociedade ao indivíduo.

Gabarito: D

Questão 05) Na perspectiva sociológica de Max Weber, ação social é um conceito


central, pois, segundo o autor, o papel do sociólogo é interpretar as ações sociais e
entender suas inter-relações. Portanto, ressalta-se que não se trata de entender
comportamentos isolados, mas compreender que, na medida em que o indivíduo age,
assim o faz em referência a outros. Desse modo, a interpretação da ação social exige

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que sociólogo entenda sua causalidade, explicando seus desenvolvimentos e efeitos.


Para o autor, as ações dos indivíduos se classificam em racional e irracional e ainda se
subdividem em mais quatro categorias. Assinale a alternativa que as representa.

A) Ação social política, ação social ambiental, ação social religiosa, ação social
biológica

B) Ação social racional com relação aos fins, ação social racional com relação aos
valores, ação social afetiva, ação social tradicional

C) Ação social tradicional, ação social moderna, ação social religiosa, ação social
afetiva

D) Ação social individual, ação social comunitária, ação social política, ação social
material

E) Ação social sem relação aos fins, ação social política, ação social cotidiana, ação
social comunitária

Gabarito: B

6 Intervenções psicossociais em comunidades e organizações


As intervenções psicossociais em comunidades e organizações representam uma
abordagem crucial para promover o bem-estar emocional e social em contextos
coletivos. Nessas intervenções, profissionais da psicologia social e outros campos
relacionados aplicam estratégias voltadas para compreender e abordar questões
específicas que afetam grupos de pessoas.

Isso pode incluir a gestão de conflitos, o fortalecimento da coesão social, a promoção


da resiliência em face de adversidades, e a criação de ambientes saudáveis de trabalho.

A abordagem psicossocial reconhece a interconexão entre fatores psicológicos e


sociais, buscando não apenas a melhoria do bem-estar individual, mas também a
criação de condições que favoreçam a saúde emocional em comunidades e
organizações.

A intervenção psicossocial assume o interesse pela mudança social e pelas escolhas


dos sujeitos, como processos grupais e coletivos, com efeitos de e sobre a linguagem,

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sendo que o próprio discurso é um lugar de mudança. Essa mudança é do social e dos
sujeitos e precisa estar associada aos seus processos de autonomia.

Essas intervenções muitas vezes envolvem a colaboração com membros da


comunidade ou funcionários da organização, incorporando perspectivas locais e
considerando as dinâmicas específicas do contexto. Em última análise, as intervenções
psicossociais visam não apenas resolver problemas imediatos, mas também fortalecer
os laços sociais e promover um ambiente que estimule o desenvolvimento positivo
tanto em nível individual quanto coletivo.

Formas para conduzir uma intervenção psicossocial de cunho democrático e


participativo.
- produção de conhecimento do grupo-sujeito sobre si mesmo e sobre o seu
contexto com a cooperação do sujeito-analista;
- produção de ação sobre o mundo, por meio de escolhas dos sujeitos
inpiduais e coletivas sobre como agir no contexto histórico-social.

O primeiro passo é conhecer a comunidade ou a organização antes de começar a agir


nela. É necessário a prática da escuta visando acolher as demandas para dar início a
intervenção. História de vida, subjetividades, conhecimento acumulado e,
principalmente, a implicação do grupo naquilo que está solicitando ao profissional.

Daí então é possível entender a cultura organizacional. A cultura organizacional é um


componente fundamental da vida empresarial e das organizações, representando o
conjunto de valores, crenças, normas e práticas compartilhadas pelos membros de
uma organização.

Ela molda a identidade da empresa e influencia o comportamento dos funcionários,


impactando desde a forma como as tarefas são executadas até as relações
interpessoais no ambiente de trabalho.

A cultura organizacional pode refletir aspectos como a abordagem em relação à


inovação, a ênfase na colaboração, a tolerância ao risco e os valores fundamentais que
orientam as decisões da empresa. Compreender e cultivar uma cultura organizacional
positiva é essencial para promover a coesão interna, motivar os colaboradores e
fornecer uma base sólida para o sucesso sustentável da organização.

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Três aspectos principais que expressam os valores organizacionais.


- como a organização trata o empregado;
- como a organização estrutura os seus processos de trabalho;
- como a organização se relaciona com o ambiente externo.

Portanto, nas situações em que os valores pessoais entram em contradição com os


valores organizacionais, uma das consequências decorrentes para as pessoas pode ser
a diminuição da motivação para cooperar e se comprometer com as demandas da
organização. Por outro lado, quando os valores pessoais se assemelham aos valores
organizacionais havendo concordância com as percepções de como deve ser a
dinâmica da organização, o nível motivacional tende a acender, tendo consequências
satisfatórias para o desempenho no trabalho.

O impacto do trabalho na vida do indivíduo transcende a esfera profissional,


estendendo-se para diversos aspectos de sua existência. Além de ser uma fonte de
subsistência, o trabalho desempenha um papel central na construção da identidade e
autoestima. A natureza do emprego, as relações no ambiente de trabalho e as
demandas ocupacionais influenciam diretamente o bem-estar psicológico e
emocional do sujeito. Uma ocupação significativa pode fornecer um senso de
propósito, realização pessoal e pertencimento social, ao passo que experiências
negativas no trabalho podem levar a estresse, desmotivação e até mesmo impactos
na saúde mental. As condições laborais, incluindo carga horária, equilíbrio entre vida
profissional e pessoal, e a percepção de justiça organizacional, são determinantes
importantes para a qualidade de vida relacionada ao trabalho.

Christophe Dejours, psiquiatra e psicanalista francês, é conhecido por suas


contribuições à psicodinâmica do trabalho, abordando a relação entre o sujeito e o
trabalho com um foco particular na dimensão emocional. Dejours destaca a
importância do prazer no trabalho como um componente essencial para o equilíbrio
psíquico do trabalhador.

Contrapondo-se à ideia de que o trabalho é apenas fonte de sofrimento, Dejours


argumenta que o prazer não está apenas na realização da tarefa em si, mas também
na capacidade do trabalhador de agir sobre seu ambiente de trabalho, expressar sua
subjetividade e exercer influência em suas atividades.

Ele introduz a noção de "prazer de existir no trabalho", indicando a importância de


sentir-se competente e reconhecido, o que contribui para a construção da identidade
profissional e para a prevenção de patologias relacionadas ao trabalho. Assim, a
abordagem de Dejours destaca a necessidade de considerar não apenas os aspectos

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negativos do trabalho, mas também os elementos que proporcionam satisfação e


realização, reconhecendo o prazer como um componente vital na psicodinâmica do
trabalho.

O sofrimento do trabalho, segundo o autor, pode ser patogênico (lógica defensiva,


fixas, rígidas levando o trabalhador ao medo, frustação, angústia e sentimento de
impotência) ou criativo (que é quando o trabalhador frente a uma situação de
sofrimento utiliza-se da criatividade para transforma-las. O sofrimento pode constitui-
se como um mobilizador para mudanças, representando oportunidade de
transformação. Todavia, fracassado a ressignificação, poderá aumentar ainda mais o
sofrimento, levando o trabalhador ao adoecimento.

O Plantão Psicológico na psicologia social do trabalho é uma abordagem que visa


oferecer suporte psicológico imediato e pontual aos trabalhadores, geralmente em
situações de crise ou emergência no ambiente laboral. Esse modelo de atendimento
é caracterizado por ser breve, focado nas demandas emergenciais e orientado para a
resolução de problemas imediatos.

No contexto do trabalho, o Plantão Psicológico pode ser aplicado para lidar com
situações como conflitos interpessoais, estresse ocupacional, traumas relacionados ao
trabalho, demissões, reestruturações organizacionais, entre outras questões que
possam impactar negativamente a saúde mental e emocional dos trabalhadores.

Os profissionais de psicologia social do trabalho que realizam o Plantão Psicológico


estão preparados para oferecer suporte emocional, orientação e estratégias práticas
para lidar com os desafios específicos do ambiente de trabalho. Além disso, eles
podem ajudar os indivíduos a compreenderem e enfrentarem as demandas do
contexto profissional, contribuindo para o fortalecimento da saúde psicológica no
âmbito laboral.

Essa abordagem visa ser acessível e rápida, proporcionando um espaço de escuta e


acolhimento no momento em que o trabalhador mais precisa. O Plantão Psicológico
na psicologia social do trabalho representa, assim, uma ferramenta valiosa para a
promoção da saúde mental e para a prevenção de problemas psicológicos
relacionados ao trabalho.

6.1 Questão

Questão 06) Amarante (2013) aponta para a necessidade de serviços de atenção


psicossocial que possibilitem o acolhimento das pessoas em crise nos quais todas as

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pessoas envolvidas possam ser ouvidas, expressando suas dificuldades, temores e


expectativas. É importante que sejam estabelecidos vinculas afetivos e profissionais
com essas pessoas. Dessa forma, na saúde mental e atenção psicossocial, o que se
pretende é uma rede de relações entre:

A) médico-paciente.
B) médico-doença.
C) sujeitos que cuidam-sujeitos em crise.
D) profissionais de saúde-usuários.
E) sujeitos que escutam e cuidam-sujeitos que vivenciam problemáticas.
Gabarito: E

Questão 07) A respeito do sofrimento psicossocial, pode-se dizer que:


A) é a experiência que pode ser naturalizada como mal-estar inerente à vida subjetiva
do indivíduo. A compreensão de sua dinâmica psicossocial e intersubjetiva lhe
permitirá reduzir sua vulnerabilidade individual ao adoecimento e mal-estar.
B) a compreensão do indivíduo sobre sua dinâmica psicossocial e intersubjetiva
poderá reduzir a sua vulnerabilidade ao adoecimento e mal-estar. Sua melhora
dependerá do uso de estratégias de modificação de comportamento, por meio de
psicoterapia individual e medicalização.
C) a linguagem dos Direitos Humanos mantém a centralidade da pessoa e sua
experiência cotidiana, localizando-a no seu contexto de vida, individualizando,
validando e nomeando seus sofrimentos.
D) a potência transformadora do sofrimento psicossocial, associa pessoas em
coletivos para buscar mudanças estruturais e reivindicar políticas públicas, enquanto
reconhecem o processo e a trajetória do alívio resultante de processos de
solidariedade nas ações coletivas.
E) para mitigar o sofrimento psicossocial, esse em que o contexto é dominante, como
no caso do machismo e do racismo, se torna necessário investir nos relacionamentos
interpessoais, a fim de mitigar o sentimento de solidão e desamparo.
Gabarito: D

Questão 08) Uma das principais referências da psicopatologia do trabalho,


Christophe Dejours, publicou em 1980 obra fundamental que criticou duramente a
concepção até então dominante de que a organização do trabalho determinaria ponto
a ponto o funcionamento psíquico. Suas conclusões, ao contrário, demonstraram que:

A) a estrutura do trabalho incorpora em si a saúde do trabalhador

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B) as doenças mentais geradas pelo trabalho são determinadas apenas em momentos


de crise de gestão

C) os sofrimentos e as defesas contra o adoecimento devem ser tratados


individualmente por cada trabalhador e a administração da organização

D) os trabalhadores não se comportavam de maneira passiva diante das pressões


organizacionais, mas construíam ativa e coletivamente mecanismos de proteção da
sua saúde mental,

Gabarito: D

Questão 09) No que concerne à relação entre o estresse ocupacional e a qualidade


de vida, assinale a alternativa correta

A) O estresse ocupacional pode levar ao desenvolvimento de inúmeras doenças, mas


não afeta diretamente a qualidade de vida.

B) O estresse ocupacional interfere na qualidade de vida apenas no âmbito


profissional, não afetando outras áreas da vida das pessoas.

C) O estresse ocupacional pode prejudicar a qualidade de vida e a produtividade do


indivíduo, gerando interesse em pesquisas sobre as causas e os métodos de redução
do estresse.

D) A relação entre estresse e qualidade de vida não tem sido estudada por
pesquisadores, visto que estão focados, principalmente, em outros aspectos da saúde
ocupacional.

E) O estresse ocupacional não possui nenhuma relação significativa com a qualidade


de vida do trabalhador, sendo um problema menos relevante para a literatura
científica.

Gabarito: C

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Bons estudos!

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na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

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