Você está na página 1de 80

Livro Eletrônico

Aula 00

Direito do Trabalho p/ ALE-RR (Procurador) Com videoaulas


Professor: Antonio Daud, Bruno Klippel
DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

AULA 00
Aula Demonstrativa.

Sumário

1 - Considerações Iniciais .......................................................................... 2


1.1 - Cronograma ..................................................................................... 4
2 - Relação de trabalho e relação de emprego .............................................. 5
2.1 - Relação de emprego ....................................................................... 5
2.2 - Relações de trabalho lato sensu ...................................................... 12
2.2.1 - Estágio ..................................................................................... 13
2.2.2 - Trabalhador autônomo ................................................................ 16
2.2.2.1. Autônomo exclusivo .................................................................. 17
2.2.3 – Trabalho eventual ...................................................................... 18
2.2.4 – Cooperados .............................................................................. 20
2.2.5 – Trabalhador avulso .................................................................... 21
2.2.6 – Trabalhador voluntário ............................................................... 23
2.2.7 – Profissional-Parceiro de salões de beleza ...................................... 24
3 – Questões comentadas ......................................................................... 27
4 – Lista das Questões Comentadas ........................................................... 51
5 – Gabarito............................................................................................ 62
6 – Resumo da aula ................................................................................. 63
7 – Conclusão ......................................................................................... 64
8 – Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula .................. 65

Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos
da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras
providências.
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que
elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente
através do site Estratégia Concursos ;-)

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

AULA 00 – AULA DEMONSTRATIVA.


1 - Considerações Iniciais
Olá amigos (as),
Será um grande prazer podermos auxiliá-los (las) na preparação para o
concurso da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).
Como vocês sabem, dia 14/03 saiu o nosso edital. A organizadora é a
FUNRIO e as provas serão dia 24/06/2018. Assim, temos ainda um tempo
considerável para a preparação e não podemos deixar a oportunidade passar!
As aulas do curso estarão de acordo com a reforma trabalhista (Lei
13.467/2017 e MP 808/2017) e mesclando teoria com questões, o curso possui
cerca de 400 questões comentadas.
Os cursos online, como o Estratégia Concursos, possibilitam uma
preparação de qualidade, com flexibilidade de horários e contato com o
professor da matéria, através do fórum de dúvidas. Além disso, conta com
videoaulas de apoio, para maximizar a fixação do conteúdo.
Antes de explicar como vai funcionar nossa dinâmica, peço licença para
apresentar-me.
Meu nome é Antonio Daud Jr, sou natural de Uberlândia (MG) e tenho 34
anos. Sou bacharel em Engenharia Elétrica e em Direito.
Comecei minha vida de concurseiro em 2007, conseguindo minha
aprovação no concurso de Analista de Finanças e Controle da Controladoria-
Geral da União/Presidência da República (CGU/PR), em 2008. No mesmo ano,
fui aprovado para o cargo de Auditor Federal de Controle Externo (AUFC) do
Tribunal de Contas da União (TCU), o qual exerço.
Aproveito para divulgar minha página no Facebook
(www.facebook.com/adaudjr) e o perfil no Instagram (@prof.antoniodaudjr).
Curta para receber notícias, questões e novidades a respeito do Direito do
Trabalho e dos concursos trabalhistas de modo geral.
Como concurseiro, sei que é de suma importância ter um material
atualizado e focado na preparação para o concurso, que contemple questões
recentes, teoria na profundidade adequada (nem mais, nem menos do que o
necessário) e que compile os temas exigidos pela banca (buscando-os em
diversos livros).
Além disso, como vocês bem sabem, para estudar a maioria dos ramos do
Direito, mas especialmente Direito do Trabalho, utilizar material atualizado é
essencial! Portanto, considerando tudo isso, para nós será um prazer poder
auxiliá-los na preparação para o concurso da ALE RR!
Bem, nosso curso será composto de teoria e questões comentadas de
Direito do Trabalho. Em linhas gerais nossas aulas terão a seguinte estrutura:

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

ESTRUTURA DAS AULAS DO CURSO

- Introdução
- Desenvolvimento (parte teórica)
- Questões comentadas
- Lista das questões comentadas (para o aluno poder praticar sem
olhar as respostas)
- Gabaritos das questões
- Resumo
- Conclusão, com destaque para aspectos mais relevantes
- Lista de artigos da legislação e Súmulas do TST (relacionados ao
tema da aula)

A Aula Demonstrativa não irá abranger todo o conteúdo sobre Duração do


Trabalho, pois não se destina a transmitir conteúdo, e sim apresentar a
didática e a metodologia do professor. Em outras palavras, este tema será
tratado de forma completa durante o curso.
Esperamos que sejam capazes de compreender Direito do Trabalho e fixar
os principais pontos da legislação e da jurisprudência e ter um excelente
resultado na prova!
Para isto, além da teoria e das questões comentadas, ao final de cada
aula, há uma lista com os principais artigos e súmulas para que você leia (e
releia) repetidas vezes!
As demais aulas do curso terão entre 50 (cinquenta) e 150 (cento e
cinquenta) páginas. O número de questões comentadas em cada aula será
variável, pois alguns assuntos são rotineiramente exigidos nos concursos,
enquanto outros aparecem com menos frequência.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

1.1 - Cronograma
O cronograma de nosso curso será o seguinte:
Apresentação do curso.
Aula 00
Trecho teórico demonstrativo sobre Relação de trabalho e relação
(20/03)
de emprego.
Aula 01
[Princípios, Fontes e Direitos Constitucionais dos Trabalhadores]
(25/03)
Direito do Trabalho:
Aula 02
Relação de trabalho e relação de emprego.
(06/04)
Empregado e empregador;
Aula 03
Terceirização. Responsabilidade do ente tomador;
(15/04)
Contrato de trabalho.
Aula 04
Elementos constitutivos.
(29/04)
Suspensão e interrupção.
Aula 05 Término;
(04/05) Aviso Prévio;
Aula 06 Salário e remuneração;
(10/05) Gratificação de natal;
Aula 07
Férias;
(05/05)
Aula 08
FGTS;
(20/05)
Aula 09 Competência da Justiça do Trabalho. – Prof. Bruno Klippel (no BO
(24/05) do Prof. Klippel)

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

2 - Relação de trabalho e relação de emprego

Iniciaremos o tópico fazendo a distinção entre relação de trabalho e relação de


emprego.
Relação de trabalho é uma expressão ampla, que engloba os mais diversos
tipos de labor do ser humano. Conforme detalhado no sumário de nossa aula, a
expressão abrange, por exemplo, as relações empregatícias, estagiários,
trabalhadores avulsos, trabalhadores autônomos, etc.
Já a relação de emprego tem lugar quando estão presentes os seus
pressupostos (elementos) fático-jurídicos indispensáveis. É uma espécie de
gênero relações de trabalho.
Recorrendo novamente a um esquema, pois eles facilitam a memorização:

Relações de Trabalho

Relações de emprego

Trabalhador avulso
Trabalhador autônomo
Trabalhador eventual
Empregado urbano
Estagiário
Empregado rural
etc.
Empregado doméstico
Aprendiz
etc.

2.1 - Relação de emprego


A relação de emprego se configura quando presentes os elementos fático-
jurídicos componentes da relação de emprego, que são o trabalho prestado
por pessoa física, a pessoalidade, subordinação, onerosidade e não
eventualidade.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Elementos fático-jurídicos componentes da


relação de emprego: pessoa física,
pessoalidade, subordinação, onerosidade e
não eventualidade.

É importante decorar o artigo 3º da CLT, principalmente se o assunto “relação


de emprego” cair em provas discursivas:
CLT, art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste
e mediante salário.

Resumindo, teríamos o seguinte:

Pessoa física Pessoalidade

Onerosidade Não eventualidade


Empregado

Subordinação
jurídica

Vamos agora esmiuçar cada um destes elementos fático-jurídicos.


➢ Pessoa Física
Para que se possa falar em relação de emprego deve haver a prestação de
serviço por pessoa física. Assim, se existe prestação de serviço de pessoa
jurídica para pessoa jurídica, não caberá aplicação das normas justrabalhistas.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

É importante frisar que existem tentativas de mascaramento de típicas relações


de emprego, onde se tenta camuflar o vínculo empregatício com o uso artificial
de pessoa jurídica.
Com fundamento no princípio da primazia da realidade pode-se desconstituir
tais situações (com utilização de pessoa jurídica) e reconhecer o vínculo
empregatício. Neste sentido Mauricio Godinho Delgado1:
“Obviamente que a realidade concreta pode evidenciar a utilização
simulatória de roupagem de pessoa jurídica para encobrir prestação
efetiva de serviços por uma específica pessoa física, celebrando-se uma
relação jurídica sem a indeterminação de caráter individual que tende a
caracterizar a atuação de qualquer pessoa jurídica. Demonstrado, pelo
exame concreto da situação examinada, que o serviço diz respeito apenas
e tão somente a uma pessoa física, surge o primeiro elemento fático-
jurídico da relação empregatícia.”
➢ Pessoalidade
A pessoalidade tem lugar quando o prestador de serviços é sempre o mesmo,
havendo, então, prestação de serviço intuitu personae.
A pessoalidade se faz presente quando o prestador de serviços não pode se
fazer substituir por terceiros, o que confere vínculo com caráter de
infungibilidade.
Recorrendo ao dicionário (para facilitar a compreensão), vemos que fungível é o
bem que pode ser substituído por outro de mesma espécie, como o dinheiro.
Como o empregado não pode deixar de ir trabalhar em determinado dia e
mandar um amigo ou parente em seu lugar, tem-se que o vínculo empregatício
possui caráter de infungibilidade (em relação ao prestador de serviços –
empregado).
Destaquei ao final da frase que a infungibilidade se dá em relação ao prestador
de serviços, porque no outro polo da relação de emprego (o empregador) não
existe a infungibilidade (no caso, haveria fungibilidade). Tanto é que, mesmo
havendo sucessão de empregadores (como vimos na aula 01), isto não afeta os
contratos de trabalho:
CLT, art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da
empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos
empregados.
Assim, no contrato de trabalho temos quanto ao:

1
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 13 ed. São Paulo: LTr, 2013, p. 283.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

- empregado, a infungibilidade (pessoalidade, prestação de serviços


intuitu personae).
- empregador, a fungibilidade (de que é exemplo a sucessão de
empregadores).

Ainda quanto à pessoalidade é de se ressaltar que existem afastamentos legais


(mandato de dirigente sindical, férias, licenças, etc.) e, nestes casos, apesar do
contrato de trabalho ser interrompido (ou suspenso) isto não prejudica a
pessoalidade do trabalhador.
➢ Subordinação
A subordinação é tida como o elemento mais marcante para a configuração da
relação de emprego, e ela se verifica quando o empregador tem poder diretivo
sobre o trabalho do empregado, dirigindo, coordenando e fiscalizando a
prestação dos serviços executados pelo trabalhador.
A doutrina já conferiu à subordinação, ao longo do tempo, as dimensões
técnica, econômica e jurídica.
A subordinação (ou dependência) seria técnica porque seria do empregador o
conhecimento técnico do processo produtivo; seria econômica porque o
empregado dependeria do poder econômico do empregador; por fim, seria
jurídica porque o contrato de trabalho, assim como o poder diretivo do
empregador, tem caráter jurídico.
Atualmente há consenso doutrinário de que a subordinação da relação
empregatícia tem viés jurídico.

A subordinação como elemento fático-jurídico da relação de emprego

técnica jurídica econômica

Retomando o artigo 3º da CLT, temos que fazer outro comentário:


CLT, art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência
deste e mediante salário.
O artigo fala em “dependência”, que era o enfoque doutrinário nas ópticas de
dependência técnica e econômica, e hoje o mais adequado é falar-se em
subordinação [jurídica, no caso].

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Ainda quanto à subordinação na Consolidação das Leis do Trabalho é relevante


mencionar seu artigo 6º, alterado em 2011:
CLT, art. 6º, parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de
comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de
subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando,
controle e supervisão do trabalho alheio.
A alteração da CLT em estudo teve como objetivo equiparar os efeitos jurídicos
da subordinação (jurídica) exercida por meios telemáticos e informatizados à
exercida por meios pessoais e diretos.
➢ Onerosidade
Na relação de emprego o trabalhador coloca sua força de trabalho à disposição
do empregador para receber contraprestação salarial. Deste modo, a relação
empregatícia é onerosa.
A legislação prevê diferentes possibilidades de contraprestação salarial:
pagamento em dinheiro, pagamento em utilidades, parcelas fixas, parcelas
variáveis, prazos de pagamento diário, semanal, mensal. Em todos esses casos
poderemos identificar a onerosidade da relação empregatícia.
E se o trabalhador colocou sua força de trabalho à disposição do empregador,
mas, descumprindo a lei, este último deixou de pagar os salários devidos; isto
retira o caráter oneroso da relação estabelecida entre as partes?
A resposta é negativa. O atraso (ou inadimplemento) do salário não retira o
caráter oneroso da relação de emprego.
Nos casos onde o empregador não paga salários, ou até mesmo impõe uma
situação de servidão disfarçada (onde há prestação de serviços sem a
contraprestação salarial) deve-se analisar o animus contrahendi.
Podemos definir o animus contrahendi como a intenção das partes
(notadamente do prestador dos serviços) ao firmar a relação de trabalho: o
empregado disponibilizou sua força de trabalho com interesse econômico,
objetivando receber salário?
Se a resposta for positiva, configurar-se-á a onerosidade (mesmo que no caso
fático o empregador não tenha cumprido sua parte – pagamento do salário).
Se a resposta for negativa, ou seja, a pessoa realizou o trabalho sem intenção
onerosa, não poderemos entender a relação como um vínculo de emprego. Este
é o caso do trabalho voluntário, como veremos no próximo tópico desta aula.
➢ Não eventualidade
Se a pessoa trabalha de modo apenas eventual, teremos uma relação de
trabalho, mas não poderemos enxergá-la como relação de emprego. Este seria
o caso de um trabalhador eventual, como veremos adiante, cujo labor é
prestado de forma esporádica.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Para configuração da relação de emprego a prestação laboral deve ser não


eventual, ou seja, o trabalhador deve disponibilizar sua força de trabalho de
forma permanente.

Para que se considere a relação permanente, é impositivo que o trabalho seja


prestado todos os dias?
A resposta é negativa.

Vamos ao exemplo dos bares e restaurantes. Neste segmento econômico é


comum encontrar estabelecimentos que só abrem de quarta-feira a sábado, ou
até mesmo somente em finais de semana. Em outros casos, até abrem todos os
==0==

dias, mas como o público frequentador é muito maior aos sábados e domingos,
uma parte dos empregados não labora em todos os dias da semana.
Apesar de não trabalharem todos os dias, existe a prestação laboral em caráter
permanente, ao longo do tempo, para o mesmo empregador. Assim, não
podemos dizer que este trabalho seja esporádico; ele tem caráter de
permanência.
Atentem para o fato de que a permanência (aludida no parágrafo anterior) não
é sinônima de continuidade.
A continuidade está expressa na LC 150/15 (que dispõe sobre a profissão do
empregado doméstico, objeto de estudo em tópico específico desta aula):

CLT, art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e
mediante salário.


LC 150/2015, art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que
presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de
finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas,
por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.

Resumindo, quando estivermos tratando dos elementos fático-jurídicos dos


empregados em geral precisamos ter em mente a ideia de não eventualidade
(e não da continuidade).
Em que pese esta distinção teórica, a Banca FCC tem entendido que a
continuidade é elemento fático-jurídico nas relações de emprego em geral,
como na questão abaixo, cujo gabarito foi (C):

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

FCC/TRT9 – 2013
Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços a
empregador com as características de
(A) impessoalidade, continuidade, onerosidade e independência jurídica.
(B) pessoalidade, continuidade, exclusividade e subordinação.
(C) pessoalidade, continuidade, onerosidade e subordinação.
(D) pessoalidade, continuidade, confidencialidade e subordinação.
(E) pessoalidade, continuidade, onerosidade e independência jurídica.

Sobre a distinção entre eventual e não eventual é oportuno citar a seguinte


passagem da obra de Valentin Carrion2
“Não eventual: permanente ou por tempo determinado. Eventual:
ocasional, esporádico. Aqui o conceito não é apenas temporal, pois não
deve ser atribuído o caráter de eventualidade: a) quando o trabalho tem
por objeto necessidade normal da empresa, que se repete periódica e
sistematicamente (ex.: vendedora de ingressos em teatro, uma hora por
dia; músico de um clube, dois dias por semana; professor de escola, duas
aulas por semana); b) trabalhador contratado para reforçar a produção
por pouco tempo (deve ser contratado por tempo determinado, e não
como eventual).”
Acerca das atividades que se repetem “periódica e sistematicamente”, como
ressaltou o autor, é interessante notar que abrangem atividades-fim e
atividades-meio.
Assim, a repetibilidade (ou habitualidade) que confere o caráter de permanência
da atividade desenvolvida pode se dar tanto nas atividades-fim - como a
elaboração do produto ou serviço que a empresa produz - quanto nas
atividades-meio - como a realização de limpeza ou serviço de manutenção das
instalações do estabelecimento.
Ainda sobre a não eventualidade, é de se ressaltar, mais uma vez, que ela
pode restar configurada mesmo quando o empregado não labore todos os dias
da semana.
Por que toquei neste assunto novamente? Para tecer um último comentário: a
mesma pessoa física pode ter mais de uma relação de emprego, com
empregadores distintos (mantendo com ambos, no caso, a não eventualidade).
Neste contexto, nota-se que não se exige exclusividade na prestação de
serviços para o reconhecimento do vínculo de emprego: estando presentes
todos os elementos fático jurídicos da relação de emprego (entre eles a não
eventualidade), a mesma pessoa física poderá ter relação de emprego com
mais de um empregador.

2
CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 37 ed. Atualizada por
Eduardo Carrion. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 44.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Para finalizar este tópico vamos retomar então este aspecto relevante: o
trabalho em jornada menor que a legal, ou então em poucos dias na semana
não desconstitui a permanência, que é a prestação laboral permanente ao longo
do tempo, com ânimo definitivo.
➢ Alteridade
A alteridade, também chamada de princípio da alteridade, é um requisito
existente nas relações de emprego.
É pouco explorado em provas, mas pode vir a surgir em alguma questão.
A alteridade se relaciona ao risco do negócio, que deve ser assumido pelo
empregador. Nesta linha, não se admite que sejam transferidos ao empregado
os riscos do empreendimento, pois estes devem ser suportados pelo
empregador.
A alteridade encontra-se presente no seguinte dispositivo da CLT:
CLT, art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e
dirige a prestação pessoal de serviço.

2.2 - Relações de trabalho lato sensu


Estudaremos agora as relações de trabalho lato sensu, conceito que abarca
relações de trabalho que não configuram relação de emprego.

Retomando o esquema para todos se orientarem:

Relações de Trabalho

Relações de emprego

Trabalhador avulso
Trabalhador
autônomo
Empregado urbano
Trabalhador eventual
Empregado rural
Estagiário
Empregado doméstico
etc.
Aprendiz
etc.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

2.2.1 - Estágio
O estágio é regulado pela Lei 11.788/08, que define estágio como “ato
educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que
visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam
frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de
educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais
do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e
adultos”.
Atendidos os requisitos formais e materiais da Lei 11.788/08, o estagiário não
será considerado empregado. Assim, para que de fato não haja vínculo
empregatício entre o estagiário e a parte concedente do estágio deve-se seguir
todos os preceitos da lei supracitada.
Segue o trecho mais importante (para fins de concurso) da lei supracitada:
Lei 11.788/08, art. 3º O estágio (...) não cria vínculo empregatício de
qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:
I – matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação
superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial
e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;
II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte
concedente do estágio e a instituição de ensino;
III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e
aquelas previstas no termo de compromisso.
Percebam então que o estágio subentende uma relação trilateral, com a
participação do estagiário, do concedente do estágio e de instituição de ensino.

Estagiário

Instituição de Concedente do
ensino
Estágio estágio

Deste modo, se, por exemplo, não há formalização de termo de compromisso


ou não há participação de instituição de ensino, estaremos diante de um
vínculo empregatício, e não de estágio.
No próprio dizer da lei, caso seja verificado que não estão sendo respeitados os
requisitos estudados acima, caracterizar-se-á a relação de emprego:
Lei 11.788/08, art. 3º, § 2º O descumprimento de qualquer dos incisos
deste artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente


do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.
No capítulo relativo à fiscalização, novamente a lei remete à consequência do
estágio irregular:
Lei 11.788/08, art. 15. A manutenção de estagiários em
desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de emprego do
educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da
legislação trabalhista e previdenciária.
Há toda essa ênfase legal quantos aos requisitos do estágio porque, na prática,
é comum encontrar verdadeiros empregados que estão sendo admitidos como
“estagiários”, como o objetivo de retirar destas pessoas os direitos trabalhistas
assegurados pela CF/88 e CLT (férias, FGTS, 13º etc).
A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2
(dois) anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência.
Com relação aos elementos fático-jurídicos característicos da relação
empregatícia, podemos perceber que no estágio remunerado não se pode falar
em ausência de determinado requisito que justifique nitidamente a ausência de
vínculo de emprego.
Então por que o estagiário não é considerado empregado?
Bem, apesar de haver pessoalidade, onerosidade (quando o estágio é
remunerado), subordinação e não eventualidade, se atendidos os requisitos da
lei 11.788/08 este diploma retirou do estágio a proteção trabalhista.
Isto porque o estágio não foi concebido para que a pessoa (estagiário) labore
em prol da atividade empresarial pura e simplesmente, mas sim com o objetivo
de integrar o itinerário formativo do educando.
No dizer da própria Lei,
Lei 11.788/08, art. 1º, § 2º O estágio visa ao aprendizado de
competências próprias da atividade profissional e à contextualização
curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã
e para o trabalho.
-------------------------------
Consta também da lei que estágios superiores a 1 ano dão direito, ao
estagiário, do gozo de recesso de 30 dias, nos seguintes termos:
Lei 11.788/08, art. 13 É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio
tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30
(trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias
escolares.
Como o estagiário não é empregado regido pela CLT, é de se notar que a
previsão normativa é de recesso de 30 (trinta) dias - e não de férias.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Além das 3 partes já mencionadas (estagiário, concedente do estágio e


instituição de ensino), é possível que também participem do estágio os
agentes de integração, que têm funções auxiliares no processo de
contratação e realização do estágio.
Estes agentes de integração (públicos ou privados) terão a função de
interlocutor, auxiliando no processo de contratação dos estagiários pelas
empresas interessadas.
As disposições sobre os agentes de integração seguem abaixo:
Lei 11.788/08, art. 5º As instituições de ensino e as partes cedentes de
estágio podem, a seu critério, recorrer a serviços de agentes de
integração públicos e privados, mediante condições acordadas em
instrumento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de
contratação com recursos públicos, a legislação que estabelece as normas
gerais de licitação.
§ 1º Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de
aperfeiçoamento do instituto do estágio:
I – identificar oportunidades de estágio;
II – ajustar suas condições de realização;
III – fazer o acompanhamento administrativo;
IV – encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais;
V – cadastrar os estudantes.
§ 2º É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título
de remuneração pelos serviços referidos nos incisos deste artigo.
------
Em relação à jornada do estagiário, é preciso destacar que a lei do estágio fixou
dois limites a depender do nível de escolaridade do estagiário:
Lei 11.788/2008, art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida
de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o
aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de
compromisso ser compatível com as atividades escolares e não
ultrapassar:
I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de
estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental,
na modalidade profissional de educação de jovens e adultos;
II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de
estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e
do ensino médio regular.
------

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Por fim, sabemos que o estágio pode ser remunerado ou não. Entretanto, caso
o estágio seja não obrigatório, a concessão da bolsa de estágio (e do auxílio-
transporte) será obrigatória:
Lei 11.788/2008, art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra
forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória
a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de
estágio não obrigatório.

2.2.2 - Trabalhador autônomo


O trabalhador autônomo labora sem subordinação, e a falta deste elemento
fático-jurídico é que não permite falar-se em relação empregatícia.
A expressão “autônomo” representa este fato, no sentido de que o profissional
possui autonomia para exercer suas funções (ou seja, não está sob o poder de
direção de um empregador).
A compreensão deste fato foi explorada na questão abaixo, correta:

Cespe/TRT17 – Analista Judiciário – 2009


O elemento diferenciador entre o empregado e o trabalhador autônomo é
a subordinação.

O contraponto à condição de autônomo seria a subordinação, situação na qual o


tomador de serviços utilizaria poder diretivo para determinar como o trabalho
deve ser executado, além de fiscalizar e dirigir a prestação laboral. Neste caso,
teríamos então vínculo empregatício, e não trabalho autônomo.
Exemplos de trabalho autônomo são a empreitada (de obra, onde o empreiteiro
fornece mão de obra e/ou materiais), regulada pelos artigos 610 a 626 do
Código Civil (Lei 10.406/02), e a profissão de representante comercial
autônomo, regulada pela Lei 4.886/65:
Lei 4.886/65, art. 1º Exerce a representação comercial autônoma a
pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que
desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais
pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando
propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados, praticando
ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
No trabalho autônomo também não existe, em regra, o elemento
pessoalidade.
Relembrando, a pessoalidade se faz presente quando o prestador de serviços
não pode se fazer substituir por terceiros, o que confere vínculo com caráter de
infungibilidade.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Tratando da pessoalidade em relação ao autônomo o Ministro Godinho 3


esclarece que:
“Um serviço cotidiano de transporte escolar, por exemplo, pode ser
contratado ao motorista do veículo, que se compromete a cumprir os
roteiros e horários pre-fixados, ainda que se fazendo substituir
eventualmente por outro(s) motorista(s). A falta de pessoalidade, aqui,
soma-se à ausência de subordinação, para distanciar essa relação jurídica
de trabalho da figura empregatícia da CLT (...). O trabalho autônomo
pode, contudo, ser pactuado com cláusula de rígida pessoalidade – sem
prejuízo da absoluta ausência de subordinação. É o que tende a ocorrer
com a prestação de serviços contratada a profissionais de nível mais
sofisticado de conhecimento ou habilidade, como médicos, advogados,
artistas, etc.”

2.2.2.1. Autônomo exclusivo


Como vimos, a lição clássica de trabalho autônomo indica que é a situação em
que a pessoa labora sem subordinação, e a falta deste elemento fático-
jurídico é que não permite falar-se em relação empregatícia. A expressão
“autônomo” representa este fato, no sentido de que o profissional possui
autonomia para exercer suas funções (ou seja, não está sob o poder de direção
de um empregador).
A Lei da reforma trabalhista chegou a prever na CLT a figura do trabalhador
autônomo exclusivo, que poderia prestar serviços para um único empregador
de forma contínua, tendo afastada a caracterização do vínculo empregatício:
CLT, art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as
formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou
não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta
Consolidação [requisitos da relação de emprego].
A MP 808, por sua vez, alterou tal regulamentação, vedando a cláusula de
exclusividade no contrato de autônomo:
CLT, art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas
as formalidades legais, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de
empregado prevista no art. 3º desta Consolidação.
§ 1º É vedada a celebração de cláusula de exclusividade no contrato
previsto no caput.
Por outro lado, deixa claro que não caracteriza a qualidade de empregado
prevista no art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador
de serviços.

3
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 13 ed. São Paulo: LTr, 2013, p. 340.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

CLT, art. 442-B, § 2º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista


no art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de
serviços.
Portanto, veda-se a exclusividade “contratual”, que é aquela prevista como
cláusula do contrato de prestação de serviços do autônomo, mas permite-se a
exclusividade “fática”, observada quando um trabalhador presta serviços a um
único tomador.
A MP 808 deixa claro, ainda, que o autônomo poderá recusar a realização de
atividades demandadas pelo contratante e afirma que motorista, corretor de
imóvel, representante comercial e outras categorias poderão ser contratados
como autônomos:
CLT, art. 442-B, § 3º O autônomo poderá prestar serviços de qualquer
natureza a outros tomadores de serviços que exerçam ou não a mesma
atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho,
inclusive como autônomo.
§ 4º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar
atividade demandada pelo contratante, garantida a aplicação de cláusula
de penalidade prevista em contrato.
§ 5º Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis,
parceiros, e trabalhadores de outras categorias profissionais reguladas
por leis específicas relacionadas a atividades compatíveis com o contrato
autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão a
qualidade de empregado prevista o art. 3º.
A MP 808 afirma, ao fim, que é permitido a contratação de autônomo ainda que
o trabalhador exerça atividade relacionada ao negócio da empresa contratante
(atividade-fim):
CLT, art. 442-B, § 7º O disposto no caput se aplica ao autônomo, ainda
que exerça atividade relacionada ao negócio da empresa contratante.
Encerrando este tópico, ressalta-se que para tal contratação ocorrer
legalmente, é necessário que realmente inexista subordinação em relação ao
tomador dos serviços. De todo modo, caberá à Justiça do Trabalho avaliar, nos
casos que lhe forem submetidos, a efetiva inexistência da subordinação nessas
relações de emprego, ante o princípio da primazia da realidade.

2.2.3 – Trabalho eventual


Quando falamos em trabalhador eventual temos que lembrar a ausência do
elemento fático-jurídico não eventualidade. Em outras palavras, estaremos
diante da eventualidade na prestação dos serviços.
Como o próprio nome faz crer, esta pessoa trabalha de forma eventual,
esporádica, e por isso não se configura o vínculo empregatício.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Segue um trecho do livro do Ministro Godinho4 em que o autor propõe a


caracterização do trabalho de natureza eventual – o(a) concurseiro(a) já
enxerga isso como 5 alternativas de uma questão de múltipla escolha ;-)

Descontinuidade da prestação do trabalho, entendida


» como a não permanência do empregado em uma
organização com ânimo definitivo.

Não fixação jurídica a uma única fonte de trabalho,


»
com pluralidade variável de tomadores de serviços.

Caracterizaçã
» Curta duração do trabalho prestado.
o do trabalho
de natureza
eventual
Natureza do trabalho tende a ser concernente a
evento certo, determinado e episódico no tocante
»
à regular dinâmica do empreendimento tomador de
serviços.

A natureza do trabalho prestado tenderá a não


» corresponder, também, ao padrão dos fins normais
do empreendimento.

Amauri Mascaro Nascimento5 cita os seguintes exemplos de trabalhador


eventual:
“Há exemplos que podem, de algum modo, facilitar a compreensão do
conceito de trabalhador eventual: o “bóia-fria”, volante rural, que cada
dia vai trabalhar numa fazenda diferente, ganhando por dia, sem se fixar
em nenhuma delas; o “chapa”, que faz carga e descarga de mercadorias
de caminhões, recebendo cada dia de um motorista diferente ou de uma
empresa diferente dentre as muita para as quais, sem fixação, faz esse
serviço e a diarista que vai de vez em quando fazer a limpeza da
residência da família.”

4
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 288.
5
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37 ed. São Paulo: LTr, 2012, p.
178.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

2.2.4 – Cooperados
O cooperativismo surgiu para que pessoas que desenvolvem atividades
semelhantes possam ter melhores condições de oferecer seus produtos e
serviços (ganhando em escala, unindo esforços para obter acesso a
empréstimos, utilizando espaços comuns no processo produtivo, etc.).
Assim, produtores de hortifrutigranjeiros, por exemplo, podem se estruturar em
cooperativa para negociar em condição mais vantajosa com os revendedores de
seus produtos, podem construir espaço de uso comum para estocar e produzir,
podem comprar insumos de forma centralizada com preços mais baixos, entre
outros benefícios.
O problema que ocorre na prática é a tentativa de mascarar relação de
emprego sob a roupagem de cooperados. Assim, caso estejam presentes os
elementos fático-jurídicos da relação de emprego estará descaracterizada a
situação de cooperado.
O verdadeiro cooperado é um trabalhador autônomo, pois não é subordinado à
cooperativa.
Segue abaixo um dispositivo da CLT sobre cooperativas:
CLT, art. 442, parágrafo único6 - Qualquer que seja o ramo de atividade
da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e
seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela.

A CLT fala em “qualquer que seja o ramo de atividade” porque podem existir
cooperativas de produtores, de médicos, artesãos, taxistas, etc.
Conforme ensina Mauricio Godinho Delgado7, a verdadeira relação
cooperativista, para se configurar, deve atender aos princípios da dupla
qualidade e da retribuição pessoal diferenciada.

➢ Princípio da dupla qualidade


Este princípio se relaciona à necessidade de que o filiado à cooperativa (o
cooperado, no caso) tenha benefícios desta situação, ou seja, a cooperativa
deve prestar serviços que beneficiem seus associados.
Voltando ao exemplo da cooperativa de produtores de hortifrutigranjeiros, estes
serviços que a cooperativa presta seus associados poderiam ser materializados,
por exemplo, na compra centralizada de sementes e fertilizantes, oferecimento

6
O dispositivo continua vigente, mesmo havendo uma nova lei que regula especificamente as
Cooperativas de Trabalho – Lei 12.690/2012.
7
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 331.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

de assistência técnica de agrônomo, transporte da produção das propriedades


até o estabelecimento do comprador, etc.
Nesta linha, o cooperado se utiliza da cooperativa para vender produtos ou
serviços e também é cliente da própria cooperativa, no sentido de receber
benefícios de tal condição. Esta é a dupla qualidade a que alude o princípio
em estudo.
➢ Princípio da retribuição pessoal diferenciada
Este princípio foi construído pelo Ministro Godinho8, segundo o qual
“O princípio da retribuição pessoal diferenciada é a diretriz jurídica que
assegura ao cooperado um complexo de vantagens comparativas de
natureza diversa muito superior ao patamar que obteria caso atuando
destituído da proteção cooperativista.”
Assim, o profissional cooperado tem retribuição pessoal diferenciada
justamente por ser cooperado, condição esta que deve conferir à pessoa
vantagens econômicas superiores às que obteria caso atuasse isoladamente,
sem o auxílio da cooperativa.

2.2.5 – Trabalhador avulso


O trabalhador avulso pode ser enquadrado como uma espécie de trabalhador
autônomo, havendo, é claro, dessemelhanças que justificam seu estudo em
tópico apartado.
Podemos citar como exemplo de avulso os trabalhadores que realizam carga e
descarga de mercadorias em navios e armazéns de portos.
Assim como o trabalhador eventual, no caso dos avulsos não temos o elemento
fático-jurídico não eventualidade, visto que o avulso presta serviços a
diversos tomadores em curtos intervalos de tempo. Em outras palavras, no
caso dos avulsos temos a eventualidade na prestação dos serviços.
Uma diferença marcante na atuação dos avulsos é que estes realizam tarefas
para os tomadores com a intermediação de uma entidade representativa, que é
chamada de Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO):
Lei 12.815/2013, art. 32. Os operadores portuários, devem constituir, em
cada porto organizado, um órgão de gestão de mão-de-obra do trabalho
portuário (...)
A Lei 12.815/2013 (resultante da conversão da MP 595/2012) determina que o
OGMO tenha atribuições de administrar o fornecimento da mão de obra dos
avulsos, selecionar, registrar e manter o cadastro dos avulsos, arrecadar e
repassar a eles a remuneração paga pelos operadores portuários, etc.

8
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 331.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

A categoria dos avulsos tem, historicamente, obtido conquistas por meio de


movimentos sindicais e organização coletiva, tanto é que têm direito a uma
série de proteções e direitos não estendidos a categorias cujos vínculos não
sejam de emprego.
Como vimos no estudo do artigo 7º da CF/88, nossa Constituição prevê:
CF/88, art. 7º, XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
Deste modo, os avulsos, apesar de não constituírem vínculo empregatício (pela
eventualidade de seu trabalho) têm direito a FGTS, repouso semanal, 13º,
adicional de trabalho noturno, etc.
Além dos avulsos portuários (que laboram nos portos e cercanias) existe
também trabalho avulso em regiões do interior, situação regulamentada pela
Lei 12.023/09, que dispõe sobre as atividades de movimentação de
mercadorias em geral e sobre o trabalho avulso.
De acordo com esta lei os avulsos regidos por ela (o que exclui os avulsos
portuários, regidos por lei própria) realizarão atividades de movimentação de
mercadorias em geral, desenvolvidas em áreas urbanas ou rurais sem vínculo
empregatício, mediante intermediação obrigatória do sindicato da
categoria, por meio de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho para
execução das atividades.
O conceito de movimentação de mercadorias foi objetivamente definido em seu
artigo 2º:
Lei 12.023/09, art. 2º São atividades da movimentação de
mercadorias em geral:
I – cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura,
pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento,
acomodação, reordenamento, reparação da carga, amostragem,
arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com
empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em
feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras;
II – operações de equipamentos de carga e descarga;
III – pré-limpeza e limpeza em locais necessários à viabilidade das
operações ou à sua continuidade.

Assim como ocorreu no trabalho avulso portuário, em que o OGMO recebe a


remuneração do tomador de serviços e a repassa aos avulsos, na Lei 12.023/09
a sistemática é a mesma: o sindicato da categoria recebe os valores pagos pelo
tomador de serviços e tem a atribuição de repassá-los aos beneficiários.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

2.2.6 – Trabalhador voluntário


O trabalho voluntário é regido pela Lei 9.608/98, que dispõe sobre o serviço
voluntário e dá outras providências:
Lei 9.608/98, art. 1º Considera-se serviço voluntário, para os fins desta
Lei, a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade
pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não
lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos,
recreativos ou de assistência à pessoa.
Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem
obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim.

Neste caso haverá a falta do elemento fático-jurídico onerosidade, típico da


relação de emprego.
Lembrando o que comentamos sobre a onerosidade, nos casos onde o
empregador não paga salários, deve-se analisar o animus contrahendi
(intenção do prestador dos serviços ao firmar a relação de trabalho): o
trabalhador disponibilizou sua força de trabalho com interesse econômico,
objetivando receber salário?
Se a resposta for afirmativa, podemos estar diante de relação de emprego
dissimulada. Exemplo: há casos de fiscalização do MTb em empresa onde todos
os empregados eram “voluntários”: laboravam com pessoalidade, onerosidade,
subordinação e não eventualidade, mas tinham assinado um termo de adesão
ao voluntariado (como exigido pela Lei 9.608/98) e recebiam uma “ajuda de
custo” de um salário mínimo por mês 
A empresa foi autuada e notificada para registrar todos como empregados
(retroativamente ao início da prestação laboral), recolher o FGTS em atraso,
etc.
Aplicação prática do princípio da primazia da realidade sobre a forma.
Antes de encerrar este tópico, relembro que o exercício de um trabalho
voluntário deve ser precedido da celebração de um termo de adesão (que se
difere de um “contrato de trabalho”):
Lei 9.608/98, a. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a
celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o
prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as
condições de seu exercício.
Segue uma questão de prova sobre o trabalho voluntário:
ESAF/TRT7 – Juiz do Trabalho Substituto - 2005
Para a finalidade legal, considera-se serviço voluntário aquele prestado
sem remuneração, por pessoa física a entidade pública de qualquer
natureza, ou a instituição privada, com ou sem fins lucrativos, que tenha

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de


assistência social, inclusive mutualidade.
Alternativa incorreta. A Lei 9.608/98 não admite a prestação de trabalho
voluntário em empresas privadas com fins lucrativos.

2.2.7 – Profissional-Parceiro de salões de beleza


Em outubro de 2016, foi publicada a Lei 13.352 que criou a figura da parceria
entre salões de beleza e profissionais. Dessa forma, profissionais que
desempenham atividades de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure,
pedicure, depilador e maquiador podem firmar um contrato de parceria com
o salão de beleza. Ao se firmar este contrato, a Lei prevê que
Lei nº 12.592/2012 (com redação dada pela Lei 13.352/2016), art. 1-A, §
11. O profissional-parceiro não terá relação de emprego ou de
sociedade com o salão-parceiro enquanto perdurar a relação de parceria
tratada nesta Lei.

Portanto, trata-se do afastamento do vínculo empregatício promovido por opção


do legislador, com o intuito de reduzir os índices de informalidade no setor de
beleza. Trata-se, portanto, de trabalhadores que poderão laborar como
parceiros dos salões de beleza (e, portanto, não serão empregados desses
salões).
Agora, caso as condições da Lei sejam descumpridas, o vínculo empregatício
poderá ser reconhecido:
Lei nº 12.592/2012, art. 1º-C Configurar-se-á vínculo empregatício
entre a pessoa jurídica do salão-parceiro e o profissional-parceiro quando:
I - não existir contrato de parceria formalizado na forma descrita nesta
Lei; e
II – o profissional-parceiro desempenhar funções diferentes das
descritas no contrato de parceria.

Os efeitos da parceria irregular foram cobrados na questão abaixo, correta:


FCC/Juiz do Trabalho – 1º Concurso Nacional – 2017 (adaptada)
O vínculo empregatício entre o salão-parceiro e o profissional-parceiro
ficará configurado quando, mesmo havendo contrato de parceria por
escrito, com homologação sindical ou, na ausência, pelo órgão do
Ministério do Trabalho e Emprego, perante duas testemunhas, o
profissional-parceiro desempenhar funções diferentes das descritas no
contrato de parceria.

E como funciona essa parceria?

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Basicamente, o salão recebe todos os pagamentos, arca com as despesas do


funcionamento do estabelecimento, faz o rateio e repassa para o profissional
seu percentual e recolhe os tributos devidos por ele e também pelo profissional-
parceiro:
Lei nº 12.592/2012, art. 1º-A, § 2º O salão-parceiro será responsável pela
centralização dos pagamentos e recebimentos decorrentes das atividades
de prestação de serviços de beleza realizadas pelo profissional-parceiro na
forma da parceria prevista no caput.
§ 3º O salão-parceiro realizará a retenção de sua cota-parte percentual,
fixada no contrato de parceria, bem como dos valores de recolhimento de
tributos e contribuições sociais e previdenciárias devidos pelo profissional-
parceiro incidentes sobre a cota-parte que a este couber na parceria.

Vimos que a existência do “contrato de parceria” é fundamental para a


legalidade desse instituto. Sobre ele, precisamos conhecer dois aspectos
importantes: a formalidade exigida e as cláusulas.
Sobre a formalidade, exige-se que o contrato seja escrito e homologado
perante o sindicato profissional (ou, na sua falta, perante o Ministério do
Trabalho):
Lei nº 12.592/2012, art. 1º-A, § 8o O contrato de parceria de que trata
esta Lei será firmado entre as partes, mediante ato escrito, homologado
pelo sindicato da categoria profissional e laboral e, na ausência desses,
pelo órgão local competente do Ministério do Trabalho e Emprego, perante
duas testemunhas.
§ 9o O profissional-parceiro, mesmo que inscrito como pessoa jurídica,
será assistido pelo seu sindicato de categoria profissional e, na ausência
deste, pelo órgão local competente do Ministério do Trabalho e Emprego.

Em relação às cláusulas, a Lei exige o seguinte:


Lei nº 12.592/2012, art. 1º-A, § 10. São cláusulas obrigatórias do contrato
de parceria, de que trata esta Lei, as que estabeleçam:
I - percentual das retenções pelo salão-parceiro dos valores recebidos
por cada serviço prestado pelo profissional-parceiro;
II - obrigação, por parte do salão-parceiro, de retenção e de
recolhimento dos tributos e contribuições sociais e previdenciárias
devidos pelo profissional-parceiro em decorrência da atividade deste
na parceria;
III - condições e periodicidade do pagamento do profissional-parceiro,
por tipo de serviço oferecido;

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

IV - direitos do profissional-parceiro quanto ao uso de bens materiais


necessários ao desempenho das atividades profissionais, bem como sobre
o acesso e circulação nas dependências do estabelecimento;
V - possibilidade de rescisão unilateral do contrato, no caso de não
subsistir interesse na sua continuidade, mediante aviso prévio de, no
mínimo, trinta dias;
VI - responsabilidades de ambas as partes com a manutenção e higiene de
materiais e equipamentos, das condições de funcionamento do negócio e
do bom atendimento dos clientes;
VII - obrigação, por parte do profissional-parceiro, de manutenção da
regularidade de sua inscrição perante as autoridades fazendárias.

Por fim, apesar de não se tratar de emprego, a própria lei prevê a aplicação da
CLT no que diz respeito à fiscalização e imposição de multas aos salões de
beleza:
Lei nº 12.592/2012, art. 1º-D O processo de fiscalização, de autuação e de
imposição de multas reger-se-á pelo disposto no Título VII da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no
5.452, de 1º de maio de 1943.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

3 – Questões comentadas
3.1 – Relação de trabalho e relação de emprego
1. Daud/2018
Segundo a legislação trabalhista, é vedada a previsão contratual de
exclusividade para a prestação de serviços do trabalhador autônomo.
Comentários
Gabarito (C)
A Lei 13.467/2017 chegou a prever a figura do trabalhador autônomo
exclusivo, que poderia prestar serviços a um único empregador de forma
contínua, tendo afastada a caracterização do vínculo empregatício.
A MP 808, por sua vez, vedou a cláusula de exclusividade em um contrato
de autônomo:
CLT, art. 442-B, § 1º É vedada a celebração de cláusula de exclusividade
no contrato previsto no caput.
Por outro lado, deixa claro que não caracteriza a qualidade de empregado
prevista no art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador
de serviços.
Portanto, veda-se a exclusividade “contratual”, que é aquela prevista como
cláusula do contrato de prestação de serviços do autônomo, mas permite-se a
exclusividade “fática”, observada quando um trabalhador presta serviços a um
único tomador.

2. Daud/2018
De acordo com a CLT, caso obedecidas todas as formalidades legais na
contratação de autônomo, fica afastada a condição de empregado, situação
que persiste diante da continuidade da prestação e da caracterização de
subordinação em relação ao tomador dos serviços.
Comentários
Gabarito (E)
Para que a contratação do autônomo se dê regularmente, é necessário que
efetivamente inexista subordinação em relação ao tomador dos serviços:
CLT, art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as
formalidades legais, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de
empregado prevista no art. 3º desta Consolidação.
Reparem que pode haver continuidade, desde que inexista subordinação,
conforme se depreende inclusive do seguinte trecho legal:

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

CLT, art. 442-B, § 6º Presente a subordinação jurídica, será


reconhecido o vínculo empregatício.

3. Daud/2018
Até mesmo trabalhadores pertencentes a categorias profissionais reguladas
por leis específicas, como motoristas e corretores de imóveis, podem ser
contratados mediante autônomos, para exercer atividades compatíveis com
tal vínculo.
Comentários
Gabarito (C)
O fato de o trabalhador pertencer a categorias com profissões regulamentadas
não lhe retira a possibilidade de ser contratado como autônomo, caso as
formalidades legais sejam obedecidas e as atividades desempenhadas sejam
compatíveis com o contrato de autônomo:
CLT, art. 442-B, § 5º Motoristas, representantes comerciais,
corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de outras categorias
profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades
compatíveis com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos
do caput, não possuirão a qualidade de empregado prevista o art.
3º.

4. Daud/2018
De acordo com a CLT, fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa
de realizar atividade demandada pelo contratante, obstando aplicação de
qualquer penalidade ao trabalhador, em razão dos princípios da liberdade
de trabalho e da dignidade da pessoa humana.
Comentários
Gabarito (E)
De fato, a CLT, com redação dada pela MP 808, deixa claro que o autônomo
poderá recusar a realização de atividades demandadas pelo contratante.
Todavia, o tomador dos serviços está autorizado a aplicar penalidade ao
trabalhador, desde que esta esteja prevista contratualmente:
CLT, art. 442-B, § 4º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de
recusa de realizar atividade demandada pelo contratante, garantida
a aplicação de cláusula de penalidade prevista em contrato.

5. FCC/Juiz do Trabalho – 1º Concurso Nacional – 2017


(adaptada)

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

A respeito das formas de invalidade do contrato de emprego, considerando


a doutrina e a jurisprudência prevalentes, julgue o item abaixo:
( ) se convalidam os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo
por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com
ente da Administração pública indireta, continua a existir após a sua
privatização.
Comentários
Gabarito (C), com fundamento na jurisprudência consolidada do TST:
SUM-430 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA
DE CONCURSO PÚBLICO. NULIDADE. ULTERIOR PRIVATIZAÇÃO.
CONVALIDAÇÃO. INSUBSISTÊNCIA DO VÍCIO
Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo
por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com
ente da Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua
privatização.

6. FCC/Juiz do Trabalho – 1º Concurso Nacional – 2017


(adaptada)
A respeito das formas de invalidade do contrato de emprego, considerando
a doutrina e a jurisprudência prevalentes, julgue o item abaixo:
( ) a contratação de servidor público, sem prévia aprovação em concurso
público, encontra óbice no art. 37, II e § 2º, da Constituição Federal, sendo
afastada a teoria trabalhista das nulidades e restando negada qualquer
repercussão justrabalhista, porque o valor protegido é a realização da
ordem pública.
Comentários
Gabarito (E). De fato, a contratação de servidor público, sem prévia aprovação
em concurso público, encontra óbices no texto constitucional, sendo, portanto,
nula. Todavia, algumas repercussões trabalhistas continuam asseguradas ao
obreiro, uma vez que tais contratações geram efeitos, como o pagamento da
remuneração e do FGTS:
SUM-363 - CONTRATO NULO. EFEITOS
A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação
em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º,
somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação
pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor
da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do
FGTS.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

7. FCC/Juiz do Trabalho – 1º Concurso Nacional – 2017


(adaptada)
A respeito das formas de invalidade do contrato de emprego, considerando
a doutrina e a jurisprudência prevalentes, julgue o item abaixo:
( ) o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e
empresa privada não é legítimo, mesmo que presentes os requisitos
previstos em lei trabalhista, em razão de exercício de trabalho ilícito por
expressa vedação legal, cabendo penalidade disciplinar prevista no
estatuto administrativo da corporação militar.
Comentários
Gabarito (E), pois contraria a jurisprudência consolidada do TST:
SUM-386 POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO
EMPREGATÍCIO COM EMPRESA PRIVADA
Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento
de relação de emprego entre policial militar e empresa privada,
independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar
prevista no Estatuto do Policial Militar.

8. FCC/TRT20 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2016


A Consolidação das Leis do Trabalho elenca na combinação dos artigos 2º e
3º os requisitos fáticos e jurídicos da relação de emprego. Nesse sentido,
(A) tornando-se inviável a prestação pessoal do trabalho, no curso do
contrato, por certo período, o empregado poderá se fazer substituir por
outro trabalhador.
(B) um trabalhador urbano que preste serviço ao tomador com finalidade
lucrativa, mesmo que por diversos meses seguidos, mas apenas em
domingos ou finais de semana, configura-se como trabalhador eventual.
(C) considerando que nem todo trabalho é passível de mensuração
econômica, não se pode estabelecer que a onerosidade constitui-se em um
elemento fático-jurídico da relação de emprego.
(D) somente o empregador é que, indistintamente, pode ser pessoa física
ou jurídica, com ou sem finalidade lucrativa, jamais o empregado.
(E) na hipótese de trabalhador intelectual, a subordinação está relacionada
ao poder de direção do empregador, mantendo o empregado a autonomia
da vontade sobre a atividade desempenhada, sem se reportar ao
empregador.
Comentários

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Gabarito (D), com fundamento nos elementos fático-jurídicos da relação de


emprego (CLT, arts. 2º e 3º): pessoa física, pessoalidade, subordinação,
onerosidade e não eventualidade.

9. TRT-4 – Juiz do Trabalho – 2016 (adaptada)


A mera expectativa do trabalhador de perceber um ganho econômico pelo
trabalho ofertado é suficiente para caracterizar a onerosidade.
Comentários
Gabarito (C).
A proposição está correta, já que o que vale é o animus contrahendi.
Portanto, o inadimplemento do salário não retira o caráter oneroso da relação
de emprego.

10. FCC/TRT1 - Juiz do Trabalho - 2016


Considere a Lei nº 11.788/2008 que regula o estágio:
I. A carga horária da atividade do estagiário nunca pode ultrapassar a 20
horas semanais, sendo 4 horas diárias, sempre compatíveis com as
atividades escolares.
II. A duração do estágio para a mesma parte concedente, exceto para os
portadores de deficiência, é de, no máximo, 2 anos.
III. Na hipótese de estágio não obrigatório, a atividade do estagiário deve
necessariamente ser remunerada, com a concessão de, pelo menos, bolsa
e auxílio-transporte.
IV. Nos estágios com duração superior a um ano, o estagiário tem direito a
recesso por período de 30 dias, preferencialmente coincidente com as
férias escolares, sendo a bolsa devida neste período acrescida de um terço.
Está correto o que se afirma em
(A) II e IV, apenas.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.
Comentários
Gabarito (B).
A assertiva I está incorreta, pois pode haver estágio de até 30 horas
semanais:

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Lei 11.788/2008, art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida


de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o
aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de
compromisso ser compatível com as atividades escolares e não
ultrapassar:
I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de
estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental,
na modalidade profissional de educação de jovens e adultos;
II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de
estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e
do ensino médio regular.
A assertiva II está correta, como dispõe a Lei do Estágio (art. 11).
A assertiva III está correta. Apesar do trocadilho, podemos concluir que,
sendo não obrigatório o estágio, a bolsa será obrigatória (assim como o
auxílio-transporte):
Lei 11.788/2008, art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra
forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória
a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de
estágio não obrigatório.
A assertiva IV está incorreta, já que não é direito do estagiário o recebimento
do acréscimo de 1/3 quando do gozo do recesso. Portanto, percebam que o
estagiário não tem direito a “férias”, mas sim a um “recesso”:
Lei 11.788/2008, art. 13. É assegurado ao estagiário, sempre que o
estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso
de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias
escolares.

11. Cespe – Advogado da União - 2015


A aprendizagem é um contrato de trabalho especial que não gera vínculo
empregatício entre as partes que o celebram, uma vez que o seu intento
não é o exercício profissional em si, mas a formação educativa do menor.
Comentários:
Gabarito (E), pois no contrato de aprendizagem há sim vínculo empregatício.

12. Cespe – Advogado da União - 2015


Conforme entendimento consolidado pelo TST, o contrato de trabalho
celebrado sem concurso público por empresa pública que venha a ser
privatizada será considerado válido e seus efeitos, convalidados.
Comentários:

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Gabarito (C). A Súmula 430 do TST, publicada em 2012, afirma que se


convalidam os efeitos do contrato de trabalho do admitido sem concurso
quando o vínculo permanece após a privatização da entidade:
SUM-430 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. CONTRATAÇÃO.
AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. NULIDADE. ULTERIOR
PRIVATIZAÇÃO. CONVALIDAÇÃO. INSUBSISTÊNCIA DO VÍCIO
Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo
por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com
ente da Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua
privatização.

É basicamente o seguinte: a Constituição exige aprovação prévia em concurso


público para a investidura em cargo público (inclusive na Administração Indireta
– autarquias, fundações, empresas públicas, etc.).
O que a Súmula dispõe é que, quando o empregado é admitido sem concurso e
a entidade é privatizada, convalidam-se os efeitos da admissão irregular.
A convalidação significa regularizar o ato (a admissão, no caso), de modo que
ele continue válido e produza seus efeitos regulares (seria a continuidade da
existência do vínculo empregatício, nesta situação fática).

13. Cespe/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2013


O contrato de aprendizagem, que pressupõe anotação na CTPS, será
extinto por lei em várias hipóteses, incluindo aquela em que o aprendiz
completa vinte e quatro anos de idade, exceto se portador de deficiência,
situação em que a idade não será o fator determinante para o término do
contrato.
Comentários:
Gabarito (C). A questão cobrou dos candidatos ao cargo de AFT conhecimento
acerca das hipóteses de extinção do contrato de trabalho do aprendiz, dispostas
no art. 433 da CLT, combinadas com o art. 428, § 5º.
CLT, art. 433 - O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo
ou quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a
hipótese prevista no § 5º do art. 428 desta Consolidação, ou ainda
antecipadamente nas seguintes hipóteses:
I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o
aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de
acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao
desempenho de suas atividades;
II – falta disciplinar grave; (AC)
III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou
(AC) IV – a pedido do aprendiz. (AC)

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

§ 2º Não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 desta Consolidação às


hipóteses de extinção do contrato mencionadas neste artigo.
CLT, art. 428, § 5º - A idade máxima prevista no caput deste artigo [de
24 anos] não se aplica a aprendizes portadores de deficiência.
Portanto, em regra, a idade máxima do aprendiz é de 24 anos. Entretanto, esta
limitação etária desaparece quando este for portador de deficiência, como
afirmado na assertiva.

14. MPT – 14° Concurso para Procurador do Trabalho - 2008


O Direito do Trabalho estende sua esfera normativa ao empregado a
domicílio, não fazendo distinção entre o trabalho realizado no
estabelecimento do empregador e o executado no domicílio do
empregado, desde que presentes os elementos caracterizadores da
relação de emprego.
Comentários:
Alternativa correta. Como vimos, há expressa previsão na CLT no sentido de
que, estando presentes os elementos fático-jurídicos da relação de emprego
estar-se-á diante de vínculo empregatício, mesmo que o trabalho seja prestado
em residência:
CLT, art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no
estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado
e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os
pressupostos da relação de emprego.

15. MPT – 15° Concurso para Procurador do Trabalho - 2009


Não há distinção entre o trabalho realizado no estabelecimento do
empregador e o executado no domicílio do empregado, desde que
estejam presentes os elementos caracterizadores da relação de emprego.
Comentários:
Alternativa correta. Mesmo nos casos em que o empregado preste serviços
em sua residência, isto não obsta o reconhecimento da relação de emprego.
Neste aspecto, a CLT foi alterada em 2011 e atualmente seu artigo 6º conta
com a seguinte redação:
CLT, art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no
estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado
e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os
pressupostos da relação de emprego.

16. MPT – 14° Concurso para Procurador do Trabalho - 2008

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

O fato de o empregador ter permitido que o empregado execute as


atividades em seu domicílio significa que renunciou ao poder diretivo.
Comentários:
Alternativa incorreta. Quando o trabalho é prestado em domicílio pode
continuar havendo o poder diretivo (controle de produção, estabelecimento de
prazos, definição das tarefas, etc.) e, nestes casos, pode se configurar o vínculo
empregatício.

17. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


Constituem requisitos para a caracterização da relação de emprego a
pessoalidade e a exclusividade na prestação dos serviços.
Comentários:
Alternativa incorreta. Falamos na questão anterior que, havendo
pessoalidade, subordinação, onerosidade e não eventualidade, estaremos
diante de uma relação de emprego, independentemente de a pessoa física
prestar serviços a um ou a mais de um empregador. Em outras palavras,
exclusividade na prestação de serviços não é elemento fático jurídico da
relação de emprego.

18. ESAF/TRT7 – Juiz do Trabalho Substituto - 2005


Sabe-se que um dos elementos caracterizadores da relação de emprego
responde pela não-eventualidade na prestação dos serviços. Havendo
prestação laboral intermitente, mas permanente, estará reconhecida a
existência de eventualidade, obstando a formação do vínculo de emprego.
Comentários:
A proposição está incorreta. Mesmo quando o empregado não trabalhe todos
os dias pode existir a prestação laboral em caráter permanente, ao longo do
tempo, para o mesmo empregador (como no caso do empregado que labora
apenas alguns dias na semana). Assim, não podemos dizer que este trabalho
seja esporádico; ele terá, sim, caráter de permanência, e isso caracteriza a não
eventualidade.

19. ESAF/TRT7 – Juiz do Trabalho Substituto - 2005


Somente a pessoa natural pode ocupar o espaço reservado ao prestador
do serviço na relação de emprego, sendo essencial à configuração dessa
relação jurídica que a prestação de serviços tenha um caráter de
infungibilidade em relação à aludida pessoa.
Comentários:

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Nesta proposição (correta) enfatiza-se que empregado é pessoa física, e que


o vínculo estabelecido é intuitu personae, ou seja, há infungibilidade em
relação ao prestador de serviços.
No contrato de trabalho temos quanto ao

- empregado, a infungibilidade (pessoalidade, prestação de serviços


intuitu personae).
- empregador, a fungibilidade (de que é exemplo a sucessão de
empregadores).

20. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


A subordinação que define e caracteriza a existência da relação de
emprego é a econômica, fundada no reconhecimento jurídico-institucional
da hipossuficiência material do trabalhador.
Comentários:
Alternativa incorreta. A doutrina compreende a subordinação jurídica como
elemento fático-jurídico da relação de emprego.
A subordinação é tida como jurídica porque o contrato de trabalho, assim
como o poder diretivo do empregador, tem caráter jurídico.

A subordinação como elemento fático-jurídico da relação de emprego

técnica jurídica econômica

21. MPT – 15° Concurso para Procurador do Trabalho - 2009


A relação empregatícia e a figura do empregado surgem como resultado
da combinação de elementos fático-jurídicos que são: a) prestação de
trabalho por pessoa física a um tomador qualquer; b) prestação efetuada
com pessoalidade pelo trabalhador; c) prestação efetuada com não-
eventualidade; d) efetuada sob subordinação ao tomador dos serviços; e)
prestação de trabalho efetuada com onerosidade.
Comentários:
Alternativa correta. A proposição fala em “tomador qualquer” porque, como
estudamos, o empregado é necessariamente pessoa física, mas o empregador
pode ser pessoa física ou jurídica.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

22. MPT – 15° Concurso para Procurador do Trabalho - 2009


Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de
trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
Comentários
Alternativa correta. Esta questão exigiu o conhecimento da literalidade da
CLT:
CLT, art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência
deste e mediante salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e
à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e
manual.

23. MPT – 15° Concurso para Procurador do Trabalho - 2009


Assinale a alternativa INCORRETA:
( ) a) a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na
Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do
aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição
em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade
qualificada em formação técnico-profissional metódica;
( ) b) a inobservância dos requisitos legais necessários à configuração do
estágio ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso
caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do
estágio para todos os efeitos da legislação trabalhista e previdenciária;
( ) c) em nenhuma hipótese, a duração do estágio na mesma parte
concedente, e do contrato de aprendizagem, poderá ultrapassar 2 (dois)
anos;
( ) d) é assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração
igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a
ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares;
( ) e) não respondida.
Comentários
Esta questão abrangeu tanto o estágio quanto a aprendizagem, e o candidato
precisa ficar atento para não confundir os conceitos.
O gabarito é (C), pois existe previsão legal de duração de estágio superior a 2
anos na mesma concedente em caso de estagiário portador de deficiência:

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Lei 11.788/08, art. 11. A duração do estágio, na mesma parte


concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar
de estagiário portador de deficiência.
A alternativa (A) está correta, tendo reproduzido o art. 428, § 1º, da CLT
(sobre a aprendizagem).
A alternativa (B), também correta, se relaciona ao texto da Lei 11.788/08
(Lei do Estágio), que indica a existência de vínculo empregatício caso suas
disposições sejam descumpridas (matrícula e frequência do estagiário em
escola, elaboração de termo de compromisso, etc.):
Lei 11.788/08, art. 3º, § 2º O descumprimento de qualquer dos incisos
deste artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso
caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do
estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.
A alternativa (D), correta, trata do recesso a que faz jus o estagiário:
Lei 11.788/08, art. 13 É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio
tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30
(trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias
escolares.
Como o estagiário não é empregado regido pela CLT, é de se notar que a
previsão normativa é de recesso de 30 (trinta) dias - e não de férias.
Vamos aproveitar para relembrar nosso esquema comparativo com os principais
aspectos da aprendizagem e do estágio:
Aprendizagem Estágio
De trabalho lato sensu (não é
Relação De emprego
relação de emprego)
Aprendiz, empregador e
Agentes entidade qualificada em Estagiário, concedente de
envolvidos formação técnico- estágio e instituição de ensino
profissional metódica
Contrato escrito de
aprendizagem (é
Formalização Termo de Compromisso
contrato especial de
trabalho)
A aprendizagem Não é relação de emprego,
CTPS* demanda registro na então não há registro em
CTPS CTPS
5% a 15% dos
trabalhadores cujas Não há obrigatoriedade legal
Cota legal
funções demandem de se manter estagiários***
formação profissional**

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Não superior a 2 anos, Não poderá exceder 2 anos,


exceto quando se tratar exceto quando se tratar de
Duração
de aprendiz portador de estagiário portador de
deficiência deficiência
Regulamentação CLT e Decreto 5.598/05 Lei 11.788/08
* Carteira de Trabalho e Previdência Social
** ME/EPP e as entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a educação
profissional estão dispensadas de contratar aprendizes.
*** Caso a empresa mantenha, deve respeitar os limites máximos definidos na lei
(varia de acordo com a quantidade de empregados do estabelecimento).

24. MPT – 16° Concurso para Procurador do Trabalho - 2010


Leia e analise os itens abaixo:
I – O contrato de aprendizagem compromete o empregador a assegurar
formação técnico-profissional metódica, compatível com o
desenvolvimento físico, moral e psicológico do aprendiz.
II – O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade
profissional e à contextualização curricular de educandos que estejam
freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de
educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de
jovens e adultos.
III – Os agentes de integração, públicos e privados, não podem cobrar
qualquer valor dos estudantes, a título de remuneração pelos serviços de:
identificação de oportunidades de estágio; ajustes das condições de
realização do estágio; acompanhamento administrativo; encaminhamento
de negociação de seguros contra acidentes pessoais e, cadastramento dos
estudantes, salvo se ostentarem condições econômicas para arcar com
tais custos.
Marque a alternativa CORRETA:
(a) todos os itens são corretos;
(b) apenas os itens I e II são corretos;
(c) apenas os itens I e III são corretos;
(d) apenas os itens II e III são corretos;
(e) não respondida
Comentários
Gabarito (B), pois apenas I e II estão corretas.
A proposição I, correta, fundamentou-se no art. 428 da CLT, sobre a
aprendizagem.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Já as proposições II e III têm a ver com o estágio, estando incorreta a ressalva


constante desta última, que não existe na lei - “salvo se ostentarem condições
econômicas para arcar com tais custos”:
Lei 11.788/08, art. 1º, § 2º O estágio visa ao aprendizado de
competências próprias da atividade profissional e à contextualização
curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã
e para o trabalho.
Lei 11.788/08, art. 5º As instituições de ensino e as partes cedentes de
estágio podem, a seu critério, recorrer a serviços de agentes de
integração públicos e privados, mediante condições acordadas em
instrumento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de
contratação com recursos públicos, a legislação que estabelece as normas
gerais de licitação.
§ 1º Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de
aperfeiçoamento do instituto do estágio:
I – identificar oportunidades de estágio;
II – ajustar suas condições de realização;
III – fazer o acompanhamento administrativo;
IV – encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais;
V – cadastrar os estudantes.
§ 2º É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título
de remuneração pelos serviços referidos nos incisos deste artigo.

25. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


Havia exclusão dos trabalhadores rurais do tratamento geral da CLT, mas
no sistema constitucional atual há plena paridade jurídica entre os
trabalhadores urbanos e os rurais, embora algumas especificidades ainda
remanesçam.
Comentários
Alternativa correta, pois a CF/88 assegurou, em seu artigo 7º, uma série de
direitos que estudamos no início do curso tanto em relação aos urbanos quanto
ao rurais; relembrando:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
Existe esta disposição constitucional, mas também está em vigor a Lei 5.889/73
(Lei do Trabalho Rural), que estabelece algumas regras vigentes
especificamente quanto ao meio rural (como a diferenciação de horário noturno
em relação ao urbano, percentuais diferentes de remuneração da hora noturna,
etc.), e por isto a questão menciona “embora algumas especificidades ainda
remanesçam”.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

26. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


Não se equipara ao empregador rural a pessoa física ou jurídica,
proprietária ou não, que explore atividade industrial em estabelecimento
agrário não compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho.
Comentários
Alternativa incorreta, em face dos comentários anteriores. A equiparação
será válida, desde que presentes os requisitos previsto na Lei do Trabalho
Rural.

27. FCC/TRT14 – Analista Judiciário – Avaliador Federal -


2016
Thales prestou serviços à empresa Celestial Produções pelo prazo de 10
meses. Para que se configure o vínculo empregatício, ou seja, relação de
emprego, entre as partes referidas é necessário que se comprovem os
seguintes requisitos legais:
(A)Boa fé contratual, autonomia, onerosidade, pessoalidade e
eventualidade.
(B)Exclusividade, onerosidade e habitualidade.
(C)Subordinação, imprescindibilidade, indisponibilidade e
irrenunciabilidade.
(D)Pessoalidade na prestação dos serviços, subordinação jurídica, não
eventualidade e onerosidade.
(E)Subordinação econômica, comutatividade com divisão dos riscos,
continuidade e exclusividade.
Comentários
Gabarito (D). A relação de emprego se configura quando presentes os
elementos fático-jurídicos componentes da relação de emprego, que são o
trabalho prestado por pessoa física, a pessoalidade, subordinação, onerosidade
e não eventualidade.

28. FCC/TRT14 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2016


Quanto aos institutos jurídicos denominados “relação de trabalho” e
“relação de emprego” é correto afirmar:
(A) A relação de emprego é uma espécie do gênero relação de trabalho.
(B) Possuem características idênticas, podendo se afirmar que são
expressões sinônimas.
(C) A relação de trabalho é modalidade derivada da relação de emprego.
(D) Não há relação de trabalho se não houver relação de emprego.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

(E) São institutos independentes e não guardam nenhuma relação entre


si.
Comentários
Gabarito (A), já que, de fato, relação de trabalho é uma expressão ampla,
que engloba os mais diversos tipos de labor do ser humano. Conforme
detalhado no sumário de nossa aula, a expressão abrange, por exemplo, as
relações empregatícias, estagiários, trabalhadores avulsos, trabalhadores
autônomos, etc.
A relação de emprego, por sua vez, tem lugar quando estão presentes os
seus pressupostos (elementos) fático-jurídicos indispensáveis. É uma espécie
de gênero relações de trabalho, como aduzido na questão.

29. FCC/TRT23 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2016


Em relação aos trabalhadores movimentadores de carga avulsos, regidos
pela Lei nº 12.023/2009, é dever do sindicato que faz a intermediação do
trabalho
(A) repassar aos respectivos beneficiários, no prazo máximo de 72 horas
úteis, contadas a partir de seu arrecadamento, os valores devidos e pagos
pelos tomadores do serviço, relativos à remuneração do trabalhador
avulso.
(B) entregar ao tomador de serviços as escalas de trabalho, a quem
caberá informá-la aos trabalhadores com antecedência de 24 horas.
(C) recolher os valores devidos ao FGTS, acrescidos dos percentuais
relativos ao 13º salário, férias, encargos fiscais, sociais e previdenciários,
observando o prazo legal.
(D) firmar acordo coletivo de trabalho com os tomadores de serviço
contendo previsão expressa do direito a horas extras, sem o que não será
efetuado o pagamento de eventuais horas extras prestadas pelos
trabalhadores.
(E) firmar documento específico indicando a cada trabalhador avulso o
prazo que o mesmo terá para levantar as parcelas referentes ao 13º
salário e às férias e o FGTS depositados na respectiva conta individual
vinculada.
Comentários
Gabarito (A), conforme art. 5º da Lei nº 12.023/2009 (que dispõe sobre as
atividades de movimentação de mercadorias em geral e sobre o trabalho
avulso):
Lei nº 12.023/2009, art. 5º São deveres do sindicato intermediador:

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

I – divulgar amplamente as escalas de trabalho dos avulsos, com a


observância do rodízio entre os trabalhadores;
II – proporcionar equilíbrio na distribuição das equipes e funções, visando
à remuneração em igualdade de condições de trabalho para todos e a
efetiva participação dos trabalhadores não sindicalizados;
III – repassar aos respectivos beneficiários, no prazo máximo de 72
(setenta e duas) horas úteis, contadas a partir do seu arrecadamento,
os valores devidos e pagos pelos tomadores do serviço, relativos à
remuneração do trabalhador avulso;
IV – exibir para os tomadores da mão de obra avulsa e para as
fiscalizações competentes os documentos que comprovem o efetivo
pagamento das remunerações devidas aos trabalhadores avulsos;
V – zelar pela observância das normas de segurança, higiene e saúde no
trabalho;
VI – firmar Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho para
normatização das condições de trabalho.
Tais deveres não podem ser confundidos com as atribuições do tomador de
serviços:
Lei nº 12.023/2009, art. 6º São deveres do tomador de serviços:
I – pagar ao sindicato os valores devidos pelos serviços prestados ou
dias trabalhados, acrescidos dos percentuais relativos a repouso
remunerado, 13o salário e férias acrescidas de 1/3 (um terço), para
viabilizar o pagamento do trabalhador avulso, bem como os percentuais
referentes aos adicionais extraordinários e noturnos;
II – efetuar o pagamento a que se refere o inciso I, no prazo máximo de
72 (setenta e duas) horas úteis, contadas a partir do encerramento do
trabalho requisitado;
III – recolher os valores devidos ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço, acrescido dos percentuais relativos ao 13o salário, férias,
encargos fiscais, sociais e previdenciários, observando o prazo legal.

30. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Avaliador Federal -


2015
Anacleto, policial militar, trabalhou para a empresa Indústria Mundo Novo
Ltda. como agente de segurança, nos horários em que não estava a
serviço da corporação militar. Na referida empresa, Anacleto cumpria
expressamente as ordens emanadas da direção, recebia um salário
mensal, e trabalhava de forma contínua e ininterrupta, todas as vezes que
não estava escalado na corporação. Considerando a situação apresentada,

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

(A) estando presentes as características da relação de emprego, existe


vínculo empregatício entre a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. e
Anacleto, porém a situação de militar de Anacleto impede o
reconhecimento desse vínculo.
(B) não existe vínculo empregatício entre a empresa Indústria Mundo
Novo Ltda. e Anacleto, já que o trabalho prestado por Anacleto para essa
empresa ocorria apenas nas ocasiões em que Anacleto não estava
escalado na corporação, caracterizando, portanto, trabalho eventual. (C)
não existe vínculo empregatício entre a empresa Indústria Mundo Novo
Ltda. e Anacleto, já que o trabalho prestado por Anacleto para essa
empresa constitui trabalho autônomo.
(D) o vínculo de emprego entre a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. e
Anacleto somente pode ser reconhecido nos períodos em que Anacleto
não estava escalado na corporação e em que houve trabalho efetivo em
favor da empresa Indústria Mundo Novo Ltda.
(E) estando presentes as características da relação de emprego, é
legítimo o reconhecimento do vínculo de emprego entre a empresa
Indústria Mundo Novo Ltda. e Anacleto, independentemente do eventual
cabimento de penalidade disciplinar prevista no estatuto do policial
militar.
Comentários
Gabarito (E), com fundamento na SUM-386 do TST:
SUM-386 POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO
EMPREGATÍCIO COM EMPRESA PRIVADA
Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento
de relação de emprego entre policial militar e empresa privada,
independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar
prevista no Estatuto do Policial Militar.

31. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2015


A relação de trabalho é o gênero do qual a relação de emprego é uma
espécie.
Dentre os requisitos legais previstos na Consolidação das Leis do Trabalho
que caracterizam a relação empregatícia, NÃO está inserida a
(A) subordinação jurídica do trabalhador ao empregador.
(B) infungibilidade em relação ao obreiro.
(C) eventualidade dos serviços prestados.
(D) onerosidade da relação contratual.
(E) prestação dos serviços por pessoa física ou natural.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Comentários
Gabarito (C), pois é a única opção que não representa um requisito da relação
de EMPREGO.
Na verdade, o requisito para a relação de emprego é o contrário, ou seja, a
“não eventualidade”.

32. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Avaliador Federal -


2015
Na análise da dicotomia entre relação de trabalho versus relação de
emprego é correto afirmar que
(A) toda relação de trabalho corresponde a uma relação de emprego, mas
o contrário nem sempre é verdadeiro.
(B) na relação de trabalho autônomo o prestador de serviços assume o
risco da atividade desenvolvida.
(C) não há previsão constitucional que assegure a igualdade de direitos
entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.
(D) as relações de trabalho autônomo, temporário e não eventual se
assemelham as relações de trabalho avulso em todas as suas
características.
(E) a relação de trabalho temporário é uma relação triangular na qual há
intermediação de mão de obra que rompe com a simetria da relação entre
empregado e empregador.
Comentários
O Gabarito preliminar foi (E), já que a relação de trabalho temporário é
realmente triangular, com a presença de três polos. Entretanto, no gabarito
definitivo, a FCC decidiu anular esta questão, muito provavelmente devido à
alternativa B também estar correta.
O trabalhador temporário é aquele que possui vínculo de emprego com empresa
de trabalho temporário, e presta serviços para outra empresa – a tomadora de
serviços. O trabalho temporário, assim, se destina a permitir que a empresa de
trabalho temporário forneça seus empregados a outras empresas, sendo
relação excepcional que só é admitida nas estritas hipóteses do art. 2º da Lei
6.019/74.
Por fim, em relação à alternativa B, vale ressaltar que o prestador autônomo
assume os riscos da atividade desenvolvida, já que atua por conta própria.

33. FCC/TRT5 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Os salários devem ser pagos ao empregado, independentemente da
empresa ter auferido lucros ou prejuízos, uma vez que os riscos da

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

atividade econômica pertencem única e exclusivamente ao empregador.


Tal assertiva baseia-se no requisito caracterizador da relação de emprego
denominado
(A) pessoalidade.
(B) alteridade.
(C) não eventualidade.
(D) onerosidade.
(E) subordinação.
Comentários
Gabarito (B). A alteridade, também chamada de princípio da alteridade, é
um requisito existente nas relações de emprego.
A alteridade se relaciona ao risco do negócio, que deve ser assumido pelo
empregador. Nesta linha, não se admite que sejam transferidos ao empregado
os riscos do empreendimento, pois estes devem ser suportados pelo
empregador.
A alteridade encontra-se presente no seguinte dispositivo da CLT:
CLT, art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e
dirige a prestação pessoal de serviço.

34. FCC/TRT12 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Analisando os requisitos e distinções entre os institutos da relação de
trabalho e da relação de emprego, nos termos da doutrina e da legislação
brasileira,
(A) contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
correspondente à relação de emprego.
(B) toda relação de trabalho é caracterizada como relação de emprego,
sendo que o contrário não é verdadeiro.
(C) trabalho realizado de forma eventual constitui-se em uma das
modalidades de contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis do
Trabalho − CLT.
(D) o vínculo formado entre empregado e empregador é uma relação de
trabalho que não possui natureza jurídica contratual, conforme previsão
expressa da Consolidação das Leis do Trabalho − CLT.
(E) o trabalhador avulso é uma das espécies de empregado, embora não
haja igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso.
Comentários

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Gabarito (A), como previsto na CLT:


CLT, art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou
expresso, correspondente à relação de emprego.
Sobre a alternativa (B), segue abaixo uma explicação.
Relação de trabalho é uma expressão ampla, que engloba os mais diversos
tipos de labor do ser humano. Conforme detalhado no sumário de nossa aula, a
expressão abrange, por exemplo, as relações empregatícias, estagiários,
trabalhadores avulsos, trabalhadores autônomos, etc.
Já a relação de emprego tem lugar quando estão presentes os seus
pressupostos (elementos) fático-jurídicos indispensáveis. É uma espécie de
gênero relações de trabalho.
A alternativa (C) está incorreta porque um dos elementos fático-jurídicos da
relação de emprego é a não eventualidade; se o trabalho é eventual, tratar-se-
á de relação de trabalho, mas não de emprego.
A alternativa (D) está incorreta porque irá se tratar, sim, de relação
contratual.
Por fim, a alternativa (E) tem 2 erros: um porque o avulso não é empregado
(é uma relação de trabalho em sentido amplo) e outro porque existe igualdade
de direitos, como previsto na Constituição:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso.

35. FCC/TRT12 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2015


(adaptada)
Quanto aos sujeitos da relação de emprego, ou seja, empregado e
empregador, conforme normas contidas na CLT,
(A) a empresa individual e as instituições sem finalidade lucrativa não
podem admitir trabalhadores como empregados, exceto na qualidade de
domésticos, em razão da ausência de sua finalidade lucrativa.
(B) poderá haver distinção relativa à espécie de emprego e à condição do
trabalhador, bem como entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
(C) o empregador poderá, em algumas circunstâncias especiais previstas
em lei, dividir os riscos da atividade econômica com o empregado, não os
assumindo integralmente.
(D) haverá distinção entre o trabalho realizado no estabelecimento do
empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

distância, mesmo que estejam caracterizados os pressupostos da relação


de emprego.
(E) havendo formação de grupo econômico, serão responsáveis
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Comentários
Gabarito (E), em face da seguinte previsão celetista:
CLT, art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora,
cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção,
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando
cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão
responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação
de emprego.
A alternativa (A) está incorreta porque não se exige finalidade lucrativa para
o reconhecimento da condição de empregador:
CLT, art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou
coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação
de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que
admitirem trabalhadores como empregados.
A alternativa (B) contrariou a CLT e a CF/88:
CLT, art. 3º, parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie
de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho
intelectual, técnico e manual.
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual
ou entre os profissionais respectivos;
A alteridade, também chamada de princípio da alteridade, é um requisito
existente nas relações de emprego. Sobre ela é que se fundamenta a
alternativa (C), incorreta.
A alteridade se relaciona ao risco do negócio, que deve ser assumido pelo
empregador. Nesta linha, não se admite que sejam transferidos ao empregado
os riscos do empreendimento, pois estes devem ser suportados pelo
empregador.
A alteridade encontra-se presente no seguinte dispositivo da CLT:

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

CLT, art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,


que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e
dirige a prestação pessoal de serviço.
Sobre a alternativa (D), não se admite tal distinção:
CLT, art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no
estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado
e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os
pressupostos da relação de emprego.

36. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador -


2013
A doutrina que orienta a disciplina do Direito do trabalho prevê distinções
entre os institutos da relação de trabalho e relação de emprego. Configura
relação de emprego
(A) o trabalho realizado de forma eventual.
(B) a prestação de serviços autônomos.
(C) o contrato individual de trabalho.
(D) a realização do estágio não remunerado.
(E) o serviço prestado por voluntários.
Comentários
Gabarito (C). A questão versa sobre os pressupostos para configuração da
relação de emprego, distinguindo-a da relação de trabalho. Vamos por
eliminação!
No trabalho realizado de forma eventual – letra (A) – falta o requisito da não-
eventualidade para configuração da relação de emprego.
Já no caso dos autônomos – letra (B) – falta o requisito da subordinação,
impedindo a formação de vínculo empregatício. Notem que o próprio termo
“autônomo” indica que esses profissionais possuem “autonomia”, isto é, presta
serviços de forma não subordinada a outrem.
Também no caso do estágio – letra (D) –, caso sejam respeitadas todas as
condições impostas pela Lei 11.788/08, teremos efetivamente uma relação de
trabalho sem formação de vínculo empregatício, visto que o objetivo é a
preparação do estagiário para o mercado de trabalho.
E, ainda, no caso do trabalho voluntário – letra (E) – não há igualmente
formação de vínculo empregatício, visto que não se encontra presente o
requisito da onerosidade, conforme Lei 9.608/98, art. 1º, parágrafo único.
Portanto, como nas letras (A), (B), (D) e (E) faltam algum dos requisitos para
formação do vínculo empregatício, por eliminação marcamos a letra (C). Além

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

disso, o contrato de trabalho, ainda que tácito, ou verbal, dá origem à relação


de emprego, caso presentes os requisitos formadores.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

4 – Lista das Questões Comentadas


4.1 – Relação de trabalho e relação de emprego
1. Daud/2018
Segundo a legislação trabalhista, é vedada a previsão contratual de
exclusividade para a prestação de serviços do trabalhador autônomo.

2. Daud/2018
De acordo com a CLT, caso obedecidas todas as formalidades legais na
contratação de autônomo, fica afastada a condição de empregado, situação
que persiste diante da continuidade da prestação e da caracterização de
subordinação em relação ao tomador dos serviços.

3. Daud/2018
Até mesmo trabalhadores pertencentes a categorias profissionais reguladas
por leis específicas, como motoristas e corretores de imóveis, podem ser
contratados mediante autônomos, para exercer atividades compatíveis com
tal vínculo.

4. Daud/2018
De acordo com a CLT, fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa
de realizar atividade demandada pelo contratante, obstando aplicação de
qualquer penalidade ao trabalhador, em razão dos princípios da liberdade
de trabalho e da dignidade da pessoa humana.

5. FCC/Juiz do Trabalho – 1º Concurso Nacional – 2017


(adaptada)
A respeito das formas de invalidade do contrato de emprego, considerando
a doutrina e a jurisprudência prevalentes, julgue o item abaixo:
( ) se convalidam os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo
por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com
ente da Administração pública indireta, continua a existir após a sua
privatização.

6. FCC/Juiz do Trabalho – 1º Concurso Nacional – 2017


(adaptada)

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

A respeito das formas de invalidade do contrato de emprego, considerando


a doutrina e a jurisprudência prevalentes, julgue o item abaixo:
( ) a contratação de servidor público, sem prévia aprovação em concurso
público, encontra óbice no art. 37, II e § 2º, da Constituição Federal, sendo
afastada a teoria trabalhista das nulidades e restando negada qualquer
repercussão justrabalhista, porque o valor protegido é a realização da
ordem pública.

7. FCC/Juiz do Trabalho – 1º Concurso Nacional – 2017


(adaptada)
A respeito das formas de invalidade do contrato de emprego, considerando
a doutrina e a jurisprudência prevalentes, julgue o item abaixo:
( ) o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e
empresa privada não é legítimo, mesmo que presentes os requisitos
previstos em lei trabalhista, em razão de exercício de trabalho ilícito por
expressa vedação legal, cabendo penalidade disciplinar prevista no
estatuto administrativo da corporação militar.

8. FCC/TRT20 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2016


A Consolidação das Leis do Trabalho elenca na combinação dos artigos 2º e
3º os requisitos fáticos e jurídicos da relação de emprego. Nesse sentido,
(A) tornando-se inviável a prestação pessoal do trabalho, no curso do
contrato, por certo período, o empregado poderá se fazer substituir por
outro trabalhador.
(B) um trabalhador urbano que preste serviço ao tomador com finalidade
lucrativa, mesmo que por diversos meses seguidos, mas apenas em
domingos ou finais de semana, configura-se como trabalhador eventual.
(C) considerando que nem todo trabalho é passível de mensuração
econômica, não se pode estabelecer que a onerosidade constitui-se em um
elemento fático-jurídico da relação de emprego.
(D) somente o empregador é que, indistintamente, pode ser pessoa física
ou jurídica, com ou sem finalidade lucrativa, jamais o empregado.
(E) na hipótese de trabalhador intelectual, a subordinação está relacionada
ao poder de direção do empregador, mantendo o empregado a autonomia
da vontade sobre a atividade desempenhada, sem se reportar ao
empregador.

9. TRT-4 – Juiz do Trabalho – 2016 (adaptada)

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

A mera expectativa do trabalhador de perceber um ganho econômico pelo


trabalho ofertado é suficiente para caracterizar a onerosidade.

10. FCC/TRT1 - Juiz do Trabalho - 2016


Considere a Lei nº 11.788/2008 que regula o estágio:
I. A carga horária da atividade do estagiário nunca pode ultrapassar a 20
horas semanais, sendo 4 horas diárias, sempre compatíveis com as
atividades escolares.
II. A duração do estágio para a mesma parte concedente, exceto para os
portadores de deficiência, é de, no máximo, 2 anos.
III. Na hipótese de estágio não obrigatório, a atividade do estagiário deve
necessariamente ser remunerada, com a concessão de, pelo menos, bolsa
e auxílio-transporte.
IV. Nos estágios com duração superior a um ano, o estagiário tem direito a
recesso por período de 30 dias, preferencialmente coincidente com as
férias escolares, sendo a bolsa devida neste período acrescida de um terço.
Está correto o que se afirma em
(A) II e IV, apenas.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.

11. Cespe – Advogado da União - 2015


A aprendizagem é um contrato de trabalho especial que não gera vínculo
empregatício entre as partes que o celebram, uma vez que o seu intento
não é o exercício profissional em si, mas a formação educativa do menor.

12. Cespe – Advogado da União - 2015


Conforme entendimento consolidado pelo TST, o contrato de trabalho
celebrado sem concurso público por empresa pública que venha a ser
privatizada será considerado válido e seus efeitos, convalidados.

13. Cespe/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2013


O contrato de aprendizagem, que pressupõe anotação na CTPS, será
extinto por lei em várias hipóteses, incluindo aquela em que o aprendiz
completa vinte e quatro anos de idade, exceto se portador de deficiência,

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

situação em que a idade não será o fator determinante para o término do


contrato.
14. MPT – 14° Concurso para Procurador do Trabalho - 2008
O Direito do Trabalho estende sua esfera normativa ao empregado a
domicílio, não fazendo distinção entre o trabalho realizado no
estabelecimento do empregador e o executado no domicílio do
empregado, desde que presentes os elementos caracterizadores da
relação de emprego.

15. MPT – 15° Concurso para Procurador do Trabalho - 2009


Não há distinção entre o trabalho realizado no estabelecimento do
empregador e o executado no domicílio do empregado, desde que
estejam presentes os elementos caracterizadores da relação de emprego.

16. MPT – 14° Concurso para Procurador do Trabalho - 2008


O fato de o empregador ter permitido que o empregado execute as
atividades em seu domicílio significa que renunciou ao poder diretivo.

17. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


Constituem requisitos para a caracterização da relação de emprego a
pessoalidade e a exclusividade na prestação dos serviços.

18. ESAF/TRT7 – Juiz do Trabalho Substituto - 2005


Sabe-se que um dos elementos caracterizadores da relação de emprego
responde pela não-eventualidade na prestação dos serviços. Havendo
prestação laboral intermitente, mas permanente, estará reconhecida a
existência de eventualidade, obstando a formação do vínculo de emprego.

19. ESAF/TRT7 – Juiz do Trabalho Substituto - 2005


Somente a pessoa natural pode ocupar o espaço reservado ao prestador
do serviço na relação de emprego, sendo essencial à configuração dessa
relação jurídica que a prestação de serviços tenha um caráter de
infungibilidade em relação à aludida pessoa.

20. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

A subordinação que define e caracteriza a existência da relação de


emprego é a econômica, fundada no reconhecimento jurídico-institucional
da hipossuficiência material do trabalhador.

21. MPT – 15° Concurso para Procurador do Trabalho - 2009


A relação empregatícia e a figura do empregado surgem como resultado
da combinação de elementos fático-jurídicos que são: a) prestação de
trabalho por pessoa física a um tomador qualquer; b) prestação efetuada
com pessoalidade pelo trabalhador; c) prestação efetuada com não-
eventualidade; d) efetuada sob subordinação ao tomador dos serviços; e)
prestação de trabalho efetuada com onerosidade.

22. MPT – 15° Concurso para Procurador do Trabalho - 2009


Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de
trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.

23. MPT – 15° Concurso para Procurador do Trabalho - 2009


Assinale a alternativa INCORRETA:
( ) a) a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na
Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do
aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição
em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade
qualificada em formação técnico-profissional metódica;
( ) b) a inobservância dos requisitos legais necessários à configuração do
estágio ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso
caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do
estágio para todos os efeitos da legislação trabalhista e previdenciária;
( ) c) em nenhuma hipótese, a duração do estágio na mesma parte
concedente, e do contrato de aprendizagem, poderá ultrapassar 2 (dois)
anos;
( ) d) é assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração
igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a
ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares;
( ) e) não respondida.

24. MPT – 16° Concurso para Procurador do Trabalho - 2010


Leia e analise os itens abaixo:

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

I – O contrato de aprendizagem compromete o empregador a assegurar


formação técnico-profissional metódica, compatível com o
desenvolvimento físico, moral e psicológico do aprendiz.
II – O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade
profissional e à contextualização curricular de educandos que estejam
freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de
educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de
jovens e adultos.
III – Os agentes de integração, públicos e privados, não podem cobrar
qualquer valor dos estudantes, a título de remuneração pelos serviços de:
identificação de oportunidades de estágio; ajustes das condições de
realização do estágio; acompanhamento administrativo; encaminhamento
de negociação de seguros contra acidentes pessoais e, cadastramento dos
estudantes, salvo se ostentarem condições econômicas para arcar com
tais custos.
Marque a alternativa CORRETA:
(a) todos os itens são corretos;
(b) apenas os itens I e II são corretos;
(c) apenas os itens I e III são corretos;
(d) apenas os itens II e III são corretos;
(e) não respondida

25. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


Havia exclusão dos trabalhadores rurais do tratamento geral da CLT, mas
no sistema constitucional atual há plena paridade jurídica entre os
trabalhadores urbanos e os rurais, embora algumas especificidades ainda
remanesçam.

26. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


Não se equipara ao empregador rural a pessoa física ou jurídica,
proprietária ou não, que explore atividade industrial em estabelecimento
agrário não compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho.

27. FCC/TRT14 – Analista Judiciário – Avaliador Federal -


2016
Thales prestou serviços à empresa Celestial Produções pelo prazo de 10
meses. Para que se configure o vínculo empregatício, ou seja, relação de

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

emprego, entre as partes referidas é necessário que se comprovem os


seguintes requisitos legais:
(A)Boa fé contratual, autonomia, onerosidade, pessoalidade e
eventualidade.
(B)Exclusividade, onerosidade e habitualidade.
(C)Subordinação, imprescindibilidade, indisponibilidade e
irrenunciabilidade.
(D)Pessoalidade na prestação dos serviços, subordinação jurídica, não
eventualidade e onerosidade.
(E)Subordinação econômica, comutatividade com divisão dos riscos,
continuidade e exclusividade.

28. FCC/TRT14 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2016


Quanto aos institutos jurídicos denominados “relação de trabalho” e
“relação de emprego” é correto afirmar:
(A) A relação de emprego é uma espécie do gênero relação de trabalho.
(B) Possuem características idênticas, podendo se afirmar que são
expressões sinônimas.
(C) A relação de trabalho é modalidade derivada da relação de emprego.
(D) Não há relação de trabalho se não houver relação de emprego.
(E) São institutos independentes e não guardam nenhuma relação entre
si.

29. FCC/TRT23 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2016


Em relação aos trabalhadores movimentadores de carga avulsos, regidos
pela Lei nº 12.023/2009, é dever do sindicato que faz a intermediação do
trabalho
(A) repassar aos respectivos beneficiários, no prazo máximo de 72 horas
úteis, contadas a partir de seu arrecadamento, os valores devidos e pagos
pelos tomadores do serviço, relativos à remuneração do trabalhador
avulso.
(B) entregar ao tomador de serviços as escalas de trabalho, a quem
caberá informá-la aos trabalhadores com antecedência de 24 horas.
(C) recolher os valores devidos ao FGTS, acrescidos dos percentuais
relativos ao 13º salário, férias, encargos fiscais, sociais e previdenciários,
observando o prazo legal.
(D) firmar acordo coletivo de trabalho com os tomadores de serviço
contendo previsão expressa do direito a horas extras, sem o que não será
efetuado o pagamento de eventuais horas extras prestadas pelos
trabalhadores.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

(E) firmar documento específico indicando a cada trabalhador avulso o


prazo que o mesmo terá para levantar as parcelas referentes ao 13º
salário e às férias e o FGTS depositados na respectiva conta individual
vinculada.

30. FCC/TRT3 – Analista Judiciário – Avaliador Federal -


2015
Anacleto, policial militar, trabalhou para a empresa Indústria Mundo Novo
Ltda. como agente de segurança, nos horários em que não estava a
serviço da corporação militar. Na referida empresa, Anacleto cumpria
expressamente as ordens emanadas da direção, recebia um salário
mensal, e trabalhava de forma contínua e ininterrupta, todas as vezes que
não estava escalado na corporação. Considerando a situação apresentada,
(A) estando presentes as características da relação de emprego, existe
vínculo empregatício entre a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. e
Anacleto, porém a situação de militar de Anacleto impede o
reconhecimento desse vínculo.
(B) não existe vínculo empregatício entre a empresa Indústria Mundo
Novo Ltda. e Anacleto, já que o trabalho prestado por Anacleto para essa
empresa ocorria apenas nas ocasiões em que Anacleto não estava
escalado na corporação, caracterizando, portanto, trabalho eventual. (C)
não existe vínculo empregatício entre a empresa Indústria Mundo Novo
Ltda. e Anacleto, já que o trabalho prestado por Anacleto para essa
empresa constitui trabalho autônomo.
(D) o vínculo de emprego entre a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. e
Anacleto somente pode ser reconhecido nos períodos em que Anacleto
não estava escalado na corporação e em que houve trabalho efetivo em
favor da empresa Indústria Mundo Novo Ltda.
(E) estando presentes as características da relação de emprego, é
legítimo o reconhecimento do vínculo de emprego entre a empresa
Indústria Mundo Novo Ltda. e Anacleto, independentemente do eventual
cabimento de penalidade disciplinar prevista no estatuto do policial
militar.

31. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2015


A relação de trabalho é o gênero do qual a relação de emprego é uma
espécie.
Dentre os requisitos legais previstos na Consolidação das Leis do Trabalho
que caracterizam a relação empregatícia, NÃO está inserida a
(A) subordinação jurídica do trabalhador ao empregador.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

(B) infungibilidade em relação ao obreiro.


(C) eventualidade dos serviços prestados.
(D) onerosidade da relação contratual.
(E) prestação dos serviços por pessoa física ou natural.

32. FCC/TRT4 – Analista Judiciário – Avaliador Federal -


2015
Na análise da dicotomia entre relação de trabalho versus relação de
emprego é correto afirmar que
(A) toda relação de trabalho corresponde a uma relação de emprego, mas
o contrário nem sempre é verdadeiro.
(B) na relação de trabalho autônomo o prestador de serviços assume o
risco da atividade desenvolvida.
(C) não há previsão constitucional que assegure a igualdade de direitos
entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.
(D) as relações de trabalho autônomo, temporário e não eventual se
assemelham as relações de trabalho avulso em todas as suas
características.
(E) a relação de trabalho temporário é uma relação triangular na qual há
intermediação de mão de obra que rompe com a simetria da relação entre
empregado e empregador.

33. FCC/TRT5 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Os salários devem ser pagos ao empregado, independentemente da
empresa ter auferido lucros ou prejuízos, uma vez que os riscos da
atividade econômica pertencem única e exclusivamente ao empregador.
Tal assertiva baseia-se no requisito caracterizador da relação de emprego
denominado
(A) pessoalidade.
(B) alteridade.
(C) não eventualidade.
(D) onerosidade.
(E) subordinação.

34. FCC/TRT12 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Analisando os requisitos e distinções entre os institutos da relação de


trabalho e da relação de emprego, nos termos da doutrina e da legislação
brasileira,
(A) contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
correspondente à relação de emprego.
(B) toda relação de trabalho é caracterizada como relação de emprego,
sendo que o contrário não é verdadeiro.
(C) trabalho realizado de forma eventual constitui-se em uma das
modalidades de contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis do
Trabalho − CLT.
(D) o vínculo formado entre empregado e empregador é uma relação de
trabalho que não possui natureza jurídica contratual, conforme previsão
expressa da Consolidação das Leis do Trabalho − CLT.
(E) o trabalhador avulso é uma das espécies de empregado, embora não
haja igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso.

35. FCC/TRT12 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2015


(adaptada)
Quanto aos sujeitos da relação de emprego, ou seja, empregado e
empregador, conforme normas contidas na CLT,
(A) a empresa individual e as instituições sem finalidade lucrativa não
podem admitir trabalhadores como empregados, exceto na qualidade de
domésticos, em razão da ausência de sua finalidade lucrativa.
(B) poderá haver distinção relativa à espécie de emprego e à condição do
trabalhador, bem como entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
(C) o empregador poderá, em algumas circunstâncias especiais previstas
em lei, dividir os riscos da atividade econômica com o empregado, não os
assumindo integralmente.
(D) haverá distinção entre o trabalho realizado no estabelecimento do
empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a
distância, mesmo que estejam caracterizados os pressupostos da relação
de emprego.
(E) havendo formação de grupo econômico, serão responsáveis
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

36. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador -


2013

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

A doutrina que orienta a disciplina do Direito do trabalho prevê distinções


entre os institutos da relação de trabalho e relação de emprego. Configura
relação de emprego
(A) o trabalho realizado de forma eventual.
(B) a prestação de serviços autônomos.
(C) o contrato individual de trabalho.
(D) a realização do estágio não remunerado.
(E) o serviço prestado por voluntários.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 61 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

5 – Gabarito
1. C 9. C 17. E 25. C 33. B

2. E 10. B 18. E 26. E 34. A

3. C 11. E 19. C 27. D 35. E

4. E 12. C 20. E 28. A 36. C

5. C 13. C 21. C 29. A

6. E 14. C 22. C 30. E

7. E 15. C 23. C 31. C

8. D 16. E 24. B 32. anulada

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 62 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

6 – Resumo da aula
Relações de trabalho, emprego e empregador

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 63 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

7 – Conclusão

Pessoal,

O assunto desta aula é bastante importante para as provas de concursos


públicos. Os assuntos “relação de emprego, empregado e empregador” são
recorrentes em prova, e há grandes chances de ser explorado.
Direito do Trabalho é uma matéria de fácil aprendizado, apesar da grande
quantidade de regras e exceções, jurisprudência etc.
Espero que tenham gostado da aula demonstrativa, tanto em termos de
conteúdo quanto de estruturação e linguagem, e espero contar com a
participação de vocês neste curso.

Grande abraço e bons estudos,

Prof. Antonio Daud

@prof.antoniodaudjr

www.facebook.com/adaudjr

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

8 – Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST


relacionados à aula
– CF/88
CF/88, art. 7º, parágrafo único. São assegurados à categoria dos
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV,
XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência
social.
CF/88, art. 7º, parágrafo único. São assegurados à categoria dos
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII,
VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI
e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
integração à previdência social.
CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

– CLT
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e
dirige a prestação pessoal de serviço.

CLT, art. 2º, § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora,
cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção,
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando
cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo


necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 65 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das


empresas dele integrantes.
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e
mediante salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e
à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e
manual.
Art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do
empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a
distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação
de emprego.
Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando,
controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica,
aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do
trabalho alheio.
Art. 7º Os preceitos constantes da presente Consolidação salvo quando
for em cada caso, expressamente determinado em contrário, não se
aplicam:
a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral,
os que prestam serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à
família, no âmbito residencial destas;
b) aos trabalhadores rurais, assim considerados aqueles que, exercendo
funções diretamente ligadas à agricultura e à pecuária, não sejam
empregados em atividades que, pelos métodos de execução dos
respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas operações, se
classifiquem como industriais ou comerciais;
c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e dos Municípios e aos
respectivos extranumerários em serviço nas próprias repartições;
d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujeitos a regime
próprio de proteção ao trabalho que lhes assegure situação análoga à dos
funcionários públicos.
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na
presente Consolidação.
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará
os direitos adquiridos por seus empregados.
CLT, art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas
obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou
como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 66 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de


preferência:

I - a empresa devedora;

II - os sócios atuais; e

III - os sócios retirantes.

CLT, art. 10-A, parágrafo único. O sócio retirante responderá


solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na
alteração societária decorrente da modificação do contrato.
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo [Da
Duração do Trabalho]:
(...)
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão,
aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores
e chefes de departamento ou filial.
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos
empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do
cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver,
for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%
(quarenta por cento).

CLT, art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços


preponderantemente fora das dependências do empregador, com a
utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua
natureza, não se constituam como trabalho externo.

Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador


para a realização de atividades específicas que exijam a presença do
empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de
teletrabalho.
Art. 224 - § 2º - As disposições deste artigo [duração do trabalho] não se
aplicam aos que exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia
e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de confiança, desde
que o valor da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do
cargo efetivo.

Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial,


ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se
compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte
e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-
profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico,

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 67 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as


tarefas necessárias a essa formação.

§ 1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na


Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do
aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição
em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade
qualificada em formação técnico-profissional metódica.

§ 2o Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário


mínimo hora.

§ 3o O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de


2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de
deficiência.

§ 4o A formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo


caracteriza-se por atividades teóricas e práticas, metodicamente
organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no
ambiente de trabalho.

§ 5o A idade máxima prevista no caput deste artigo não se aplica a


aprendizes portadores de deficiência.

CLT, art. 428, § 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a


comprovação da escolaridade de aprendiz com deficiência deve
considerar, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a
profissionalização.

§ 7o Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o


cumprimento do disposto no § 1o deste artigo, a contratação do aprendiz
poderá ocorrer sem a freqüência à escola, desde que ele já tenha
concluído o ensino fundamental.

CLT, art. 428, § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito)


anos ou mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe
anotação na CTPS e matrícula e frequência em programa de
aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em
formação técnico-profissional metódica.

Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a


empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de
Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no
mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em
cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 68 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

§ 1o-A. O limite fixado neste artigo não se aplica quando o empregador


for entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a educação
profissional.

§ 1o As frações de unidade, no cálculo da percentagem de que trata o


caput, darão lugar à admissão de um aprendiz.

CLT, art. 429, § 1º-B Os estabelecimentos a que se refere o caput


poderão destinar o equivalente a até 10% (dez por cento) de sua cota de
aprendizes à formação técnico-profissional metódica em áreas
relacionadas a práticas de atividades desportivas, à prestação de serviços
relacionados à infraestrutura, incluindo as atividades de construção,
ampliação, recuperação e manutenção de instalações esportivas e à
organização e promoção de eventos esportivos.

§ 2o Os estabelecimentos de que trata o caput ofertarão vagas de


aprendizes a adolescentes usuários do Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem dispostas em
instrumentos de cooperação celebrados entre os estabelecimentos e os
gestores dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo locais.

Art. 430. Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não


oferecerem cursos ou vagas suficientes para atender à demanda dos
estabelecimentos, esta poderá ser suprida por outras entidades
qualificadas em formação técnico-profissional metódica, a saber:

I – Escolas Técnicas de Educação;

II – entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência


ao adolescente e à educação profissional, registradas no Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

III - entidades de prática desportiva das diversas modalidades filiadas ao


Sistema Nacional do Desporto e aos Sistemas de Desporto dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 1o As entidades mencionadas neste artigo deverão contar com estrutura


adequada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma
a manter a qualidade do processo de ensino, bem como acompanhar e
avaliar os resultados.

§ 2o Aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com


aproveitamento, será concedido certificado de qualificação profissional.

§ 3o O Ministério do Trabalho e Emprego fixará normas para avaliação da


competência das entidades mencionadas no inciso II deste artigo.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 69 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

§ 3º O Ministério do Trabalho fixará normas para avaliação da


competência das entidades mencionadas nos incisos II e III deste artigo.

§ 4º As entidades mencionadas nos incisos II e III deste artigo deverão


cadastrar seus cursos, turmas e aprendizes matriculados no Ministério do
Trabalho.

§ 5º As entidades mencionadas neste artigo poderão firmar parcerias


entre si para o desenvolvimento dos programas de aprendizagem,
conforme regulamento.

Art. 431. A contratação do aprendiz poderá ser efetivada pela empresa


onde se realizará a aprendizagem ou pelas entidades mencionadas nos
incisos II e III do art. 430, caso em que não gera vínculo de emprego
com a empresa tomadora dos serviços.
Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas
diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada.
§ 1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias
para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se
nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.
Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou
quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a
hipótese prevista no § 5o do art. 428 desta Consolidação, ou ainda
antecipadamente nas seguintes hipóteses:
I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o
aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de
acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao
desempenho de suas atividades;
II – falta disciplinar grave;
III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou
IV – a pedido do aprendiz.
§ 2o Não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 desta Consolidação às
hipóteses de extinção do contrato mencionadas neste artigo.
CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da
sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus
associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela.

Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as


formalidades legais, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de
empregado prevista no art. 3º desta Consolidação.

§ 1º É vedada a celebração de cláusula de exclusividade no contrato


previsto no caput.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 70 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

§ 2º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º o fato


de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de serviços.

§ 3º O autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros


tomadores de serviços que exerçam ou não a mesma atividade
econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho, inclusive
como autônomo.

§ 4º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar


atividade demandada pelo contratante, garantida a aplicação de cláusula
de penalidade prevista em contrato.

§ 5º Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis,


parceiros, e trabalhadores de outras categorias profissionais reguladas por
leis específicas relacionadas a atividades compatíveis com o contrato
autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão a
qualidade de empregado prevista o art. 3º.

§ 6º Presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo


empregatício.

§ 7º O disposto no caput se aplica ao autônomo, ainda que exerça


atividade relacionada ao negócio da empresa contratante.
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa
não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

CLT, art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de


empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as
obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os
empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de
responsabilidade do sucessor.

CLT, art. 448-A, parágrafo único. A empresa sucedida responderá


solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na
transferência.

Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua


anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato (...)
§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados
que exerçam cargo de confiança (...).

– Legislação específica

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 71 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Lei 5.889/73, art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em


propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não
eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.
Lei 5.889/73, art. 3º - Considera-se empregador rural, para os efeitos
desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore
atividade agro-econômica, em caráter permanente ou temporário,
diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados.
§ 1º Inclui-se na atividade econômica referida no caput deste artigo,
além da exploração industrial em estabelecimento agrário não
compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, a exploração do turismo
rural ancilar à exploração agroeconômica.
Lei 5.889/73, art. 3º, § 2º Sempre que uma ou mais empresas, embora
tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob
direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo
guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou
financeiro rural, serão responsáveis solidariamente nas obrigações
decorrentes da relação de emprego.
Lei 5.889/73, art. 4º - Equipara-se ao empregador rural, a pessoa física
ou jurídica que, habitualmente, em caráter profissional, e por conta de
terceiros, execute serviços de natureza agrária, mediante utilização do
trabalho de outrem.
Lei 9.962/00, art. 1º O pessoal admitido para emprego público na
Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de
trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (...) e legislação
trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário.
Lei 11.102/05, art. 141, II – o objeto da alienação estará livre de
qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do
devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do
trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho.
Lei 11.102/05, art. 141, § 2º Empregados do devedor contratados pelo
arrematante serão admitidos mediante novos contratos de trabalho e o
arrematante não responde por obrigações decorrentes do contrato
anterior.
Lei 11.102/05, art. 161, § 1º Não se aplica o disposto neste Capítulo [DA
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL] a titulares de créditos de natureza
tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente
de trabalho (...).
Lei 11.788/08, art. 3º O estágio (...) não cria vínculo empregatício de
qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:
I – matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação
superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 72 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da


educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;
II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte
concedente do estágio e a instituição de ensino;
III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e
aquelas previstas no termo de compromisso.
Lei 11.788/08, art. 5º As instituições de ensino e as partes cedentes de
estágio podem, a seu critério, recorrer a serviços de agentes de
integração públicos e privados, mediante condições acordadas em
instrumento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de
contratação com recursos públicos, a legislação que estabelece as normas
gerais de licitação.
§ 1º Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de
aperfeiçoamento do instituto do estágio:
I – identificar oportunidades de estágio;
II – ajustar suas condições de realização;
III – fazer o acompanhamento administrativo;
IV – encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais;
V – cadastrar os estudantes.
§ 2º É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título de
remuneração pelos serviços referidos nos incisos deste artigo.
Lei 11.788/08, art. 13 É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio
tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30
(trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias
escolares.
Lei 11.788/08, art. 15. A manutenção de estagiários em
desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de emprego do
educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da
legislação trabalhista e previdenciária.
Lei 11.788/08, art. 1º, § 2º O estágio visa ao aprendizado de
competências próprias da atividade profissional e à contextualização
curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã
e para o trabalho.
Lei 8.630/93, art. 18. Os operadores portuários, devem constituir, em
cada porto organizado, um órgão de gestão de mão-de-obra do trabalho
portuário (...)
Lei 12.023/09, art. 2º São atividades da movimentação de mercadorias
em geral:
I – cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura,
pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento,

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 73 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

acomodação, reordenamento, reparação da carga, amostragem,


arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com
empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em
feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras;
II – operações de equipamentos de carga e descarga;
III – pré-limpeza e limpeza em locais necessários à viabilidade das
operações ou à sua continuidade.
Lei 9.608/98, art. 1º Considera-se serviço voluntário, para os fins desta
Lei, a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade
pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não
lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos,
recreativos ou de assistência à pessoa.
Decreto 5.598/05, art. 9º Os estabelecimentos de qualquer natureza são
obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de
Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no
mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em
cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.
§ 1º No cálculo da percentagem de que trata o caput deste artigo, as
frações de unidade darão lugar à admissão de um aprendiz.
§ 2º Entende-se por estabelecimento todo complexo de bens organizado
para o exercício de atividade econômica ou social do empregador, que se
submeta ao regime da CLT.
Art. 10. Para a definição das funções que demandem formação
profissional, deverá ser considerada a Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO), elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
§ 1º Ficam excluídas da definição do caput deste artigo as funções que
demandem, para o seu exercício, habilitação profissional de nível técnico
ou superior, ou, ainda, as funções que estejam caracterizadas como
cargos de direção, de gerência ou de confiança, nos termos do inciso II e
do parágrafo único do art. 62 e do § 2o do art. 224 da CLT.
§ 2º Deverão ser incluídas na base de cálculo todas as funções que
demandem formação profissional, independentemente de serem proibidas
para menores de dezoito anos.
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa
física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à
disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à
necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à
demanda complementar de serviços.
Lei 6.019/74, art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa
jurídica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, responsável
pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas
temporariamente.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 74 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

Lei 8.666/93, art. 71. O contratado é responsável pelos encargos


trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução
do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do
contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações,
inclusive perante o Registro de Imóveis.

Lei 12.592/2012, art. 1º-A Os salões de beleza poderão celebrar


contratos de parceria, por escrito, nos termos definidos nesta Lei, com os
profissionais que desempenham as atividades de Cabeleireiro, Barbeiro,
Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador.
§ 1o Os estabelecimentos e os profissionais de que trata o caput, ao
atuarem nos termos desta Lei, serão denominados salão-parceiro e
profissional-parceiro, respectivamente, para todos os efeitos jurídicos.
§ 2o O salão-parceiro será responsável pela centralização dos
pagamentos e recebimentos decorrentes das atividades de prestação de
serviços de beleza realizadas pelo profissional-parceiro na forma da
parceria prevista no caput.
§ 3o O salão-parceiro realizará a retenção de sua cota-parte percentual,
fixada no contrato de parceria, bem como dos valores de recolhimento de
tributos e contribuições sociais e previdenciárias devidos pelo profissional-
parceiro incidentes sobre a cota-parte que a este couber na parceria.
§ 4o A cota-parte retida pelo salão-parceiro ocorrerá a título de atividade
de aluguel de bens móveis e de utensílios para o desempenho das
atividades de serviços de beleza e/ou a título de serviços de gestão, de
apoio administrativo, de escritório, de cobrança e de recebimentos de
valores transitórios recebidos de clientes das atividades de serviços de
beleza, e a cota-parte destinada ao profissional-parceiro ocorrerá a título
de atividades de prestação de serviços de beleza.
§ 5o A cota-parte destinada ao profissional-parceiro não será considerada
para o cômputo da receita bruta do salão-parceiro ainda que adotado
sistema de emissão de nota fiscal unificada ao consumidor.
§ 6o O profissional-parceiro não poderá assumir as responsabilidades e
obrigações decorrentes da administração da pessoa jurídica do salão-
parceiro, de ordem contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária incidentes,
ou quaisquer outras relativas ao funcionamento do negócio.
§ 7o Os profissionais-parceiros poderão ser qualificados, perante as
autoridades fazendárias, como pequenos empresários, microempresários
ou microempreendedores individuais.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 75 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

§ 8o O contrato de parceria de que trata esta Lei será firmado entre as


partes, mediante ato escrito, homologado pelo sindicato da categoria
profissional e laboral e, na ausência desses, pelo órgão local competente
do Ministério do Trabalho e Emprego, perante duas testemunhas.
§ 9o O profissional-parceiro, mesmo que inscrito como pessoa jurídica,
será assistido pelo seu sindicato de categoria profissional e, na ausência
deste, pelo órgão local competente do Ministério do Trabalho e Emprego.
§ 10. São cláusulas obrigatórias do contrato de parceria, de que trata esta
Lei, as que estabeleçam:
I - percentual das retenções pelo salão-parceiro dos valores recebidos por
cada serviço prestado pelo profissional-parceiro;
II - obrigação, por parte do salão-parceiro, de retenção e de recolhimento
dos tributos e contribuições sociais e previdenciárias devidos pelo
profissional-parceiro em decorrência da atividade deste na parceria;
III - condições e periodicidade do pagamento do profissional-parceiro, por
tipo de serviço oferecido;
IV - direitos do profissional-parceiro quanto ao uso de bens materiais
necessários ao desempenho das atividades profissionais, bem como sobre
o acesso e circulação nas dependências do estabelecimento;
V - possibilidade de rescisão unilateral do contrato, no caso de não
subsistir interesse na sua continuidade, mediante aviso prévio de, no
mínimo, trinta dias;
VI - responsabilidades de ambas as partes com a manutenção e higiene
de materiais e equipamentos, das condições de funcionamento do negócio
e do bom atendimento dos clientes;
VII - obrigação, por parte do profissional-parceiro, de manutenção da
regularidade de sua inscrição perante as autoridades fazendárias.
§ 11. O profissional-parceiro não terá relação de emprego ou de
sociedade com o salão-parceiro enquanto perdurar a relação de parceria
tratada nesta Lei.
Art. 1º-B Cabem ao salão-parceiro a preservação e a manutenção das
adequadas condições de trabalho do profissional-parceiro, especialmente
quanto aos seus equipamentos e instalações, possibilitando as condições
adequadas ao cumprimento das normas de segurança e saúde
estabelecidas no art. 4o desta Lei.
Art. 1º-C Configurar-se-á vínculo empregatício entre a pessoa jurídica do
salão-parceiro e o profissional-parceiro quando:
I - não existir contrato de parceria formalizado na forma descrita nesta
Lei; e

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 76 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

II – o profissional-parceiro desempenhar funções diferentes das descritas


no contrato de parceria.”
Art. 1º-D O processo de fiscalização, de autuação e de imposição de
multas reger-se-á pelo disposto no Título VII da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de
1943.

– TST
SUM-129 CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO
A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo
econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a
coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em
contrário.
SUM-269 DIRETOR ELEITO. CÔMPUTO DO PERÍODO COMO TEMPO DE
SERVIÇO
O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo
contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço
desse período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à
relação de emprego.
SUM-386 POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO
EMPREGATÍCIO COM EMPRESA PRIVADA
Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento
de relação de emprego entre policial militar e empresa privada,
independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar
prevista no Estatuto do Policial Militar.
SUM-430 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. CONTRATAÇÃO.
AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. NULIDADE. ULTERIOR
PRIVATIZAÇÃO. CONVALIDAÇÃO. INSUBSISTÊNCIA DO VÍCIO
Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo
por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com
ente da Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua
privatização.
OJ-SDI1-38 EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE RURAL. EMPRESA DE
REFLORESTAMENTO. PRESCRIÇÃO PRÓPRIA DO RURÍCOLA.
O empregado que trabalha em empresa de reflorestamento, cuja
atividade está diretamente ligada ao manuseio da terra e de matéria-
prima, é rurícola e não industriário, (...) pouco importando que o fruto de
seu trabalho seja destinado à indústria (...)
OJ-SDI1-261 BANCOS. SUCESSÃO TRABALHISTA

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 77 de 78


DIREITO DO TRABALHO P/ ALE-RR
Teoria e Questões
Aula 00 –Prof. Antonio Daud Jr

As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os


empregados trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade
do sucessor, uma vez que a este foram transferidos os ativos, as
agências, os direitos e deveres contratuais, caracterizando típica sucessão
trabalhista.

Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 78 de 78

Você também pode gostar