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Aula 02

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do


Trabalho - AFT) Economia do Trabalho -
2022 (Pré-Edital)

Autor:
Amanda Aires, Vicente Camillo

02 de Janeiro de 2022

95531440049 - Fernanda Gomes


Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 02

Demanda por Trabalho: Continuação ...................................................................... 2


Demanda por Trabalho do Monopolista .................................................................. 3
Conceitos sobre o monopólio ................................................................................................. 3
Demanda por Trabalho no Monopólio ................................................................................. 6
Demanda por Trabalho no Monopsônio ................................................................ 12
Demanda por Trabalho no Longo Prazo ................................................................. 17
Isoquantas .................................................................................................................................... 17
Isocustos ........................................................................................................................................ 20
Ótimo da Firma ........................................................................................................................... 23
Elasticidades no Mercado de Trabalho .................................................................. 28
Elasticidade-preço da Demanda (mercado de bens) ................................................. 28
Elasticidades no Mercado de Trabalho .............................................................................. 34
Questões Propostas .................................................................................................... 43
Gabaritos...................................................................................................................................... 47
Questões Comentadas .............................................................................................. 48
Considerações Finais ................................................................................................. 56

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DEMANDA POR TRABALHO: CONTINUAÇÃO


Em aula anterior analisamos conceitos de microeconomia (produção e custos) e,
posteriormente, a teoria básica da demanda por trabalho. A teoria básica (ou
padrão) aplica-se aos mercados organizados sob concorrência perfeita, isto é,
àqueles com muitos produtores e compradores, sendo que nenhum deles é capaz
de alterar os preços e quantidades transacionados no mercado, justamente por
serem “atomizados”.

No entanto, existem outras formas de organização de mercados, nas quais o


processo de demanda por trabalho opera de forma distinta. Se o produtor for
monopolista, por exemplo, ele domina o mercado no qual oferta o seu produto. Por
ser o único ofertante, ele possui “poder de mercado” e esse fato irá afetar a
demanda por trabalho.

Também podemos considerar qual o efeito do tempo no processo demanda por


trabalho. O que vale no curto prazo não necessariamente será aplicado ao longo
prazo.

Nesse sentido, iremos analisar nessa aula os seguintes assuntos:

Demanda por trabalho do monopolista


Demanda por trabalho do monopsonista
Demanda por trabalho no longo prazo
Elasticidades da demanda por trabalho

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DEMANDA POR TRABALHO DO MONOPOLISTA

CONCEITOS SOBRE O MONOPÓLIO

O modelo de concorrência perfeita representa o melhor dos mundos. Digamos que


ele entrega o resultado mais eficiente dentre as demais formas de organização de
mercado.

Em resumo, considerando a existência de mercados completos, produtos


homogêneos, livre entrada e saída de participantes e muitos produtores e
consumidores, o mercado em concorrência perfeita possibilita que o preço
apresente o mesmo valor do custo marginal, o que indica a máxima quantidade
produzida possível.

Dito de outro modo, neste modelo os consumidores estão satisfeitos por pagar o
menor preço possível e os produtores, por ofertar a máxima produção possível.

Neste momento, iremos analisar o cenário contrário: o monopólio.

Nesta forma de mercado não há concorrência, pois apenas uma empresa


participa do mercado. Neste contexto, não podemos esperar que a firma
monopolista considere o preço do mercado e produza produtos homogêneos.
Ademais, o mercado provavelmente apresentará barreiras à entrada e saída de
outras firmas.

O resultado desta forma de organização é claro: ineficiência.

Sem concorrência alguma, o monopolista tem mais liberdade para fixar preços
(mesmo assim, a liberdade tem limitações) e, quase sempre, fixa-os acima do custo
marginal, o que provoca redução na quantidade de bens ofertados, quando
consideramos o caso de bem normal (curva de demanda negativamente
inclinada). E a ineficiência se mostra destas duas maneiras: preços mais elevados e
quantidades menores.

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Uma importante causa do monopólio é a chamada escala mínima de eficiência.

Como vimos no mercado em concorrência perfeita, as firmas pouco influenciam


preços e quantidades praticados. Ou seja, as firmas ofertam uma escala de
produção muito pequena em relação ao mercado (pequena escala relativa).

No entanto, a própria estrutura de alguns mercados não permite que cada firma
represente uma pequena escala relativa. Imagine o mercado de energia, por
exemplo. As firmas de energia, quase sempre monopolistas, necessitam de elevada
escala de produção para que a atividade apresente atratividade. Isto é,
apresentam elevada escala mínima de eficiência. Em outras palavras, isto provoca
um monopólio, pois a elevada escala não permite a coexistência de duas ou mais
firmas no mercado. É assim considerada uma forma de barreira à entrada.

Ocorre que, neste caso, o mercado por si só não entrega resultados tão satisfatórios,
como os resultados verificados em concorrência perfeita. Isto abre espaço para
certa regulação governamental, que pode ser, por exemplo, através da fixação
de preços máximos ou de taxas de rentabilidade máximas, que devem ser
respeitados pelo monopolista.

Desta forma, podemos ver a falta de concorrência como uma falha de mercado.
Para corrigir esta falha, há que se comparar o custo colocado pela ineficiência do
monopólio e o custo imposto pela regulação governamental. Evidente que, caso
a regulação governamental apresente melhor resultado do ponto de vista da
sociedade, é justificável certa intervenção regulatória no monopólio.

Já conhecendo os conceitos básicos sobre o monopólio, vejamos como ocorre a


maximização de lucros. Sempre que possível, os pressupostos e resultados deste
modelo serão comparados com os do modelo de concorrência perfeita, o que
ajudará (e muito!) a compreensão.

A primeira observação importante é que no monopólio a curva de demanda do


mercado é a própria curva de demanda do monopolista (lembrando que a curva

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de demanda é negativamente inclinada). A causa é simples: não há concorrência,


e todo o consumo é direcionado para a oferta do monopolista. Este resultado
destoa do resultado em concorrência perfeita, pois, como vimos no momento
oportuno, a curva de demanda da firma é perfeitamente horizontal, o que indica
que a demanda pelos bens da firma existe apenas ao preço de mercado.

A segunda observação importante é que o monopolista possui a mesma condição


de maximização de lucros da firma em concorrência perfeita.

Em resumo, o monopolista também pretende maximizar o lucro, de modo que:

𝒎𝒂𝒙 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐

𝒎𝒂𝒙 𝑹𝑻 – 𝑪𝑻

𝒎𝒂𝒙 𝒑 × 𝒒 − 𝒄(𝒒)

𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 = 𝑷 × 𝑸 − 𝑪(𝒒)

𝝏𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐
=𝟎
𝝏𝒒

𝑹𝒎𝒈 − 𝑪𝑴𝒈 = 𝟎

𝑹𝒎𝒈 = 𝑪𝑴𝒈

No ponto ótimo, a receita marginal é igual ao custo marginal. Mas, aqui há uma
importante e fundamental diferença do modelo de concorrência perfeita: a
receita marginal e o preço NÃO são iguais!

Pense comigo. Se o monopolista pretende aumentar sua produção, dois efeitos irão
ocorrer. Primeiro, a produção adicional será comercializada com preço reduzido,
devido à inclinação negativa da curva de demanda (mais quantidades a preços
menores). Segundo, a redução no preço também se aplica as demais unidades
vendidas. O preço do produto é um só, pelo que se aplica as novas unidades
ofertadas e também à quantidade que ele já ofertava anteriormente ao preço
antigo.

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Estes dois efeitos somados indicam a diferença entre o preço e a receita marginal.
Como vimos na concorrência perfeita, a receita marginal é exatamente igual ao
preço pois unidades adicionais são realizadas a um preço constante, que é o preço
de mercado. Aqui é diferente.

DEMANDA POR TRABALHO NO MONOPÓLIO

Qual o impacto disto em nosso modelo de demanda de mão-de-obra para


mercados competitivos?

Dada a expressão 𝑷. 𝑷𝒎𝒈𝑳 = 𝑪𝒎𝒈𝑳, podemos afirmar que, para mercados


competitivos, Rmg (a receita marginal) é exatamente igual ao preço do produto.
Veja o raciocínio: qual o acréscimo na receita total em virtude da venda de um
produto adicional? Ou, em economês, qual a receita marginal?

Resposta: como o preço é dado, constante, a receita marginal para mercados


competitivos é o próprio preço do produto. Assim, a expressão adquire esta forma:
P.PmgL = CmgL. Sendo que o termo P.PmgL, em mercados competitivos, tem a
nomenclatura de valor do produto marginal da mão-de-obra.

Entretanto, quando estamos em um monopólio, a situação é diferente. Isto ocorre


porque a curva de demanda individual coincide com a curva de demanda de
mercado, pois o monopolista é o próprio mercado, já que só ele é quem produz
determinado produto.

Veja os gráficos:

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DEMANDA DE MERCADO E DEMANDA INDIVIDUAL


(FIRMA ISOLADA) NO MONOPÓLIO

A firma é o próprio
Preços mercado
Demanda de
mercado
Demanda para a
firma monopolista

E1
E1 PE1 F
PE1

E2
PE2

DMERCADO DFIRMA

QE1
Quantidade QE1 QE2
de produtos

DEMANDA DE DEMANDA DA FIRMA


MERCADO INDIVIDUAL

Observe, no gráfico “Demanda da Firma Individual”, que se o monopolista


aumentar a sua produção (de QE1 para QE2) e mantiver o mesmo preço inicial (PE1),
simplesmente não haverá demanda para o produto. Veja que a interseção de QE2
com PE1 é o ponto F, fora da curva de demanda. Ou seja, não haverá demanda
para aquele nível de quantidades produzidas (QE2) ao preço PE1, de modo que a
firma não aumentará sua receita se decidir aumentar a produção e manter os
preços.

Para aumentar a produção e conseguir vendê-la, a firma monopolista deve reduzir


os preços. Isto acontece porque a curva de demanda da firma é a própria curva
de demanda do mercado, que é negativamente inclinada, indicando que quanto
maiores forem as quantidades demandadas, menores devem ser os preços. É o que

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acontece no gráfico: para aumentar a produção de Q E1 para QE2, e se manter na


curva de demanda, a firma deve reduzir os preços de PE1 para PE2 para que ainda
haja demanda do produto.

Desta forma, cada produto adicional que a firma queira produzir deve estar em um
preço abaixo do que era praticado no nível de produção imediatamente anterior.
A conclusão a que chegamos é a seguinte: a receita marginal no monopólio será
sempre menor que o preço do produto.

O raciocínio é este: a receita marginal é o acréscimo na receita total em virtude de


um produto adicional vendido. Acontece que, no monopólio, para se vender um
produto adicional, temos que vendê-lo a um preço menor que aquele praticado
anteriormente. Desta forma, a receita, na margem, será sempre menor que o preço
que era praticado no nível de produção imediatamente anterior. Em outras
palavras, no monopólio: Rmg<P.

Assim, a expressão da demanda por mão-de-obra em um monopólio é a seguinte:

No
monopólio:
Rmg < P

𝑹𝒎𝒈 × 𝑷𝒎𝒈𝑳 = 𝑾 (função dos salário nominais)

Produto da Receita Marginal da


mão-de-obra (PRmgL)

ou, dividindo os dois lados por P:

𝑹𝒎𝒈 × 𝑷𝒎𝒈𝑳 𝑾
=
𝑷 𝑷

(função dos salário reais)

No monopólio temos o PRmgL (Produto da Receita marginal da mão-de-obra)


igualando o salário nominal (W). Na concorrência perfeita temos o VPmgL (Valor

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do produto marginal da mão-de-obra) igualando o salário nominal. Note que o


PRmgL (Rmg.PmgL) será sempre menor que o VPmgL (P.PmgL), porque a Rmg
sempre é menor que P.

Temos, então, que, dada uma quantidade de trabalhadores, o valor marginal de


uma unidade adicional será menor para o monopolista do que para a empresa
competitiva. De início, essa afirmação é, no mínimo, estranha, pois sempre
soubemos (nem precisa estudar Economia para saber isso!) que as firmas
monopolistas auferem lucros maiores que as firmas em concorrência perfeita.

A chave desta questão está em observar a diferença entre os valores total e


marginal. Do ponto de vista total, uma determinada quantidade de trabalhadores
que maximiza os lucros vai gerar lucros bem maiores ao monopolista. Mas, se
decidirmos aumentar a quantidade de trabalhadores, na margem, o aumento do
valor da produção é menor para o monopolista.

Desta forma, pelo fato do PRmgL ser menor que o VPmgL, a curva do PRmgL estará
à esquerda da curva do VPmgL. Veja o gráfico abaixo das demandas de mão-de-
obra em mercados competitivos e no monopólio no mercado de produtos:

W é o CmgL Demanda de mão-de-


obra na concorrência
EM EC perfeita: VPmgL

Demanda de mão-de-
obra no monopólio de
produtos: PRmgL

LM LC
L (Quantidade de
trabalhadores)

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Observe que a curva da demanda de mão-de-obra no monopólio está um pouco


à esquerda da curva para a concorrência perfeita. Isto acontece porque o PRmgL
é menor que o VPmgL. Perceba também que o equilíbrio ou a maximização de
lucros, nos dois casos, ocorre quando o PRmgL ou o VPmgL igualam o CmgL, que é
W.

Diante do gráfico, vemos claramente que a firma no monopólio maximiza os lucros


a um nível de emprego LM menor que o nível de emprego da concorrência perfeita
LC. Assim, chegamos a uma conclusão importante: mantendo-se os outros fatores
constantes, o nível de emprego e a produção são mais baixos no monopólio do
que sob a competição.

Aquele mais curioso já deve estar fazendo suposições no sentido de que os salários
pagos no monopólio também são menores. Mas isto NÃO está correto. Os salários
que os monopólios pagam não são necessariamente diferentes dos níveis
competitivos, embora os níveis de emprego o sejam.

Uma empresa que é monopolista no mercado de produtos (portanto,


determinadora de preços) ainda pode ser uma parte muita pequena no mercado
de trabalho e, neste caso, constituir uma tomadora de preços no mercado de
trabalho. Em outras palavras, a firma é monopolista no mercado de produtos, mas
faz parte de um mercado competitivo em se tratando do mercado de trabalho.

Imagine, como exemplo, uma empresa de geração de energia elétrica e o


mercado de secretários(as). No mercado de produtos, esta firma é monopolista,
porém no mercado de trabalho ela é apenas mais uma dentro da competição,
portanto, ela deve pagar o salário corrente (W) que o mercado paga, caso queira
contratar secretários(as). Isto se deve ao fato de ele competir com inúmeras outras
empresas no mercado de trabalho para contratar estes secretários(as).

Dito tudo isto, chegamos a algumas importantes conclusões sobre o modelo de


demanda por trabalho em um monopólio no mercado de produtos:

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A demanda por mão-de-obra é dada pelo Produto da Receita marginal da


mão-de-obra: PRmgL;

O PRmgL = Rmg.PmgL;

A Rmg é sempre menor que o preço P;

O PRmgL é sempre menor que VPmgL, fazendo com que a curva da


demanda de mão-de-obra no monopólio esteja à esquerda da curva de
demanda em mercados competitivos (fig. 03);

Os níveis de produção e emprego no monopólio são menores que em


mercados competitivos e

Não há qualquer conclusão que se possa fazer a respeito de diferenças entre


os salários no monopólio e na concorrência perfeita.

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DEMANDA POR TRABALHO NO MONOPSÔNIO

Quando apenas uma empresa é a compradora de mão-de-obra em um mercado


de trabalho, tal empresa é denominada monopsonista. É o que acontece, por
exemplo, em pequenas cidades onde há uma grande indústria instalada. Esta
indústria, provavelmente, será monopsonista do mercado de operários. Também
em pequenas cidades, caso semelhante ocorre quando o único hospital existente
é monopsonista do mercado de enfermeiras.

Quando estamos em mercados competitivos, a firma é tomadora de salários e


enfrenta uma curva de oferta de mão-de-obra horizontal, a um único nível salarial,
W, dado pelo mercado, veja abaixo:

OFERTA DE MERCADO DE MÃO-DE-OBRA E OFERTA


INDIVIDUAL (FIRMA ISOLADA) EM MERCADOS
COMPETITIVOS

Salário
W
Oferta de trabalho para a firma, em
Oferta de mercados competitivos, ocorre
mercado SMERCADO somente ao nível de salários (W),
dado pelo mercado.

WE1
E1 SFIRMA

WE1
Oferta de trabalho
para uma firma
isolada.

LE1
Trabalhadores
b) FIRMA
a) MERCADO INDIVIDUAL
TOTAL

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Entretanto, quando temos um monopsônio, a curva de oferta de mão-de-obra do


mercado é a própria curva de oferta para a firma monopsonista. Isto porque a firma
monopsonista é o próprio mercado, já que toda a oferta de mão-de-obra é
ofertada para esta única firma. Veja a figura abaixo:

OFERTA DE MERCADO DE MÃO-DE-OBRA E OFERTA


INDIVIDUAL (FIRMA ISOLADA) NO MONOPSÔNIO

W Oferta de Oferta para a firma


mercado monopsonista

WE2 E2
WE1
E1 A firma é o próprio
mercado
E1 F
WE1

DFIRMA
LE1
Trabalhadores LE1 LE2

a) MERCADO b) FIRMA
TOTAL INDIVIDUAL

Nós vimos que a firma, seja em mercados competitivos ou não, maximiza os lucros
quando RmgL = CmgL. Vimos também que o CmgL (custo decorrente da
contratação de um trabalhador adicional) é o próprio salário W. Entretanto, no
monopsônio, esta última afirmação (CmgL=W) NÃO é verdade.

O fato de uma empresa monopsonista enfrentar uma curva de oferta ascendente


(igual à curva do mercado) faz com que o custo marginal da contratação da mão-
de-obra (RmgL) supere o salário (W). Acompanhe o raciocínio: quando a firma

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decide aumentar a quantidade de trabalhadores (LE1 para LE2), para que haja
oferta de mão-de-obra disponível e ela ainda continue na curva de oferta, ela
deve aumentar os salários (WE1 para WE2); caso contrário, mantendo o mesmo nível
de salários anterior (WE1), não haverá oferta disponível (ponto F, fora da curva de
oferta). Assim, cada trabalhador adicional deve receber um salário que é maior
que aquele que era pago a níveis de emprego imediatamente mais baixos. Em
outras palavras, para contratar mais mão-de-obra, o monopsonista deve pagar
salários maiores. E não para por aí, veja o exemplo:

Exemplo: suponha que uma firma competitiva inicialmente com 9 funcionários


deseje contratar o décimo funcionário. O custo deste trabalhador adicional é o
salário W; mas, isto, para uma firma competitiva. De forma diferente, quando uma
firma monopsonista contrata 10 em vez de 9, ela deve pagar um salário mais alto a
todos os trabalhadores além de pagar a conta pelo funcionário adicional. Por
exemplo, suponha que uma monopsonista pudesse conseguir 9 trabalhadores se
pagasse $7 por hora mas que, se quisesse contratar 10 trabalhadores, tivesse de
pagar um salário de $7,50. O custo de mão-de-obra associado aos 9 funcionários
seria de $63 por hora (9 x $7), mas o custo do trabalho associado com 10
trabalhadores seria de $75 por hora (10 x $7,50). A contratação do funcionário
adicional custaria $12 por hora – muito mais que a taxa salarial de $7,50. (exemplo
retirado da obra “Moderna Economia do Trabalho”)

O fato de o CmgL estar acima da taxa salarial (W) afeta o mercado de trabalho
no monopsônio. Sabemos que para maximizar os lucros, toda empresa, esteja em
mercados competitivos ou não, deve contratar mão-de-obra até o ponto em que
o PRmgL iguala o CmgL:

O CmgL é MAIOR que


W no monopsônio.

PRmgL = CmgL

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Como para um monopsonista, CmgL > W e PRmgL = CmgL, ele irá parar de
contratar funcionários quando o PRmgL também for maior que W. Esquematizando
o raciocínio, conforme vemos no gráfico, ficamos assim: dadas as curvas de
demanda e oferta em mercados competitivos a um salário de equilíbrio WE e a um
emprego de equilíbrio EC; no monopsônio, a curva do CmgL ficará à esquerda da
curva de oferta (indicando salários maiores para a mesma quantidade de
trabalhadores, isto porque CmgL > W). O equilíbrio do monopsonista ocorre quando
a curva do CmgL encontra a curva de demanda (que é dada pelo PRmgL). Ou
seja, quando CmgL = PRmgL.

MERCADO DE TRABALHO NO MONOPSÔNIO

CmgL

W Oferta
Oferta

X
F
E1
E1
WC A firma é o próprio
WE mercado

WM
Y
Demanda: PRmgL
Demanda: PRmgL

EC Trabalhadores
LE1 LE2

a) EQUILÍBRIO NO b) EQUILÍBRIO NO
MERCADO COMPETITIVO MONOPSÔNIO

Veja que, no ponto X, a curva do CmgL encontra a curva de demanda, que é


dada pelo PRmgL. Ou seja, no ponto X, CmgL = PRmgL, condição que maximiza os
lucros do monopsonista. Neste ponto, o monopsonista demanda/contrata L E1
trabalhadores. Note que, se estivéssemos em mercados competitivos, a firma

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contrataria LE2 trabalhadores. Daí, concluímos que no monopsônio os níveis de


emprego são menores que em mercados competitivos.

E quanto aos salários? O fato de o monopsonista maximizar os lucros no ponto X


pode fazer alguns pensarem que os salários pagos aos trabalhadores serão maiores.
Mas isto é completamente falso! Veja que ao nível de emprego L E1, emprego que
maximiza os lucros, a firma consegue uma oferta de trabalhadores necessários
pagando somente WM (ponto Y da curva de oferta de trabalho). É este salário WM
que será pago aos trabalhadores no nível de emprego LE1. Assim, concluímos
também que no monopsônio os salários são menores que aqueles pagos em
mercados competitivos.

Podemos resumir o seguinte sobre a demanda por trabalho no monopsônio sob a


ótica do mercado de trabalho:

A demanda por mão-de-obra continua sendo dada pelo PRmgL;

A condição de maximização de lucros, ou equilíbrio da firma, permanece a


mesma: PRmgL = CmgL;

O monopsonista enfrenta uma curva de oferta de trabalho ascendente,


indicando que a firma deve aumentar salários caso queira contratar mais
mão-de-obra;

O CmgL não é igual ao salário W, ele será sempre maior que W;

No monopsônio os níveis de emprego e salário são menores que em


mercados competitivos.

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DEMANDA POR TRABALHO NO LONGO PRAZO

Até o presente momento em nosso estudo da demanda por trabalho, trabalhamos


com a hipótese do curto prazo (apenas o insumo mão-de-obra varia). A partir de
agora, levaremos em conta também a variação do insumo capital. Assim,
estudaremos a demanda por trabalho no longo prazo (dois insumos variam –
maiores detalhes, aula 01, página 06).

Conforme sabemos através dos conceitos apresentados em aula passada, a


produção da firma (Q) é função dos fatores de produção capital (K) e mão-de-
obra (L). Neste tópico, analisaremos alguns importantes aspectos levando em
conta mudanças nestes dois fatores de produção e, para isto, mais uma vez (e para
tristeza de muitos!), teremos de recorrer a alguns conceitos da Microeconomia e à
análise gráfica.

ISOQUANTAS

No gráfico abaixo, temos um diagrama que contém os dois fatores de produção


que determinam a produção: capital e mão-de-obra. No eixo das abscissas (eixo
horizontal) temos a quantidade de mão-de-obra expressa em horas de trabalho.
No eixo das ordenadas, temos a quantidade de capital expressa em unidades
físicas (número de máquinas).

Considere a curva convexa Q1=100. Ao longo desta curva, cada combinação de


mão-de-obra (L) e capital (K) produz 100 unidades de produção. Em outras
palavras, as combinações de capital e mão-de-obra nos pontos A (LA, KA), ponto B
(LB, KB) e ponto C (LC, KC) geram as mesmas 100 unidades de produção. Como todos
os pontos ao longo da curva Q1=100 geram a mesma produção, essa curva é
chamada de isoquanta (iso=igual; quanta=quantidade).

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Capital
(unidades físicas)

A E
KA

D
Q3=200
KB B
Q2=150
C
KC ==1e00d3==
Q1=100
Mão-de-obra (horas)
LA LB LC

Além da isoquanta Q1=100, são mostradas na figura as isoquantas Q2=150 e Q3=200.


Por estarem mais altas que a isoquanta Q1, estas isoquantas representam níveis mais
altos de produção. Logo, isoquantas mais altas indicam níveis maiores de
produção. Isto pode ser comprovado quando mantemos, por exemplo, a mão-de-
obra constante em LC. Ao mesmo nível de mão-de-obra (LC), isoquantas mais altas
estão relacionadas a maiores quantidades de capital, indicando assim maior
produção à mesma quantidade de mão-de-obra.

Vejamos agora o que determina a inclinação e a convexidade destas isoquantas.


Observe abaixo:

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Capital
(unidades físicas)

A
KA

ΔK B A inclinação da isoquanta
ΔL em todos os pontos é dada
KB por ΔK/ΔL.
ΔK C
KC ΔL
ΔK D
KD ΔL
ΔK E
KE ΔL

Mão-de-obra (horas)
LA LB LC LD LE

Observe que quando nos movemos do ponto A para o ponto B, a diminuição do


capital (ΔK=KB-KA) foi compensada por um aumento na mão-de-obra (ΔL=LB-LA),
para que nos mantivéssemos no mesmo nível de produção (mesma isoquanta).
Quando nos movemos do ponto B para o C, ocorre a mesma coisa, só que, desta
vez, precisamos de mais mão-de-obra (ΔL=LC-LB) para compensar uma perda até
menor de capital (ΔK=KC-KB). Do ponto C para o D, ocorre o mesmo fenômeno. Do
ponto D para o ponto E, precisamos de um grande aumento de mão-de-obra para
compensar uma pequena perda de capital, de forma que ΔK/ΔL será um número
bem pequeno (veja que do ponto A ao B, ΔK/ΔL é um número mais alto que o
ΔK/ΔL do ponto D ao E).

No ponto A da isoquanta, onde a curva é bastante acentuada ou vertical, um


declínio dado no capital pode ser acompanhado por um modesto aumento na
mão-de-obra. No ponto E, a curva da isoquanta é relativamente plana. Essa
inclinação mais plana significa que um mesmo declínio no capital requer um
aumento bem maior na mão-de-obra para que a produção fique constante. O

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declínio no capital permitido por um aumento dado na mão-de-obra a fim de que


a produção se mantenha constante é chamado de taxa marginal de substituição
técnica (TMgST) entre capital e mão-de-obra. Algebricamente, a TMgST pode ser
definida como:

𝜟𝑲
𝑻𝑴𝒈𝑺𝑻𝑲,𝑳 =
𝜟𝑳

Veja que a TMgST será sempre negativa. Isto porque o numerador ΔK (KFINAL – KINICIAL)
é sempre negativo quando caminhamos da esquerda para a direita na curva. Se
caminharmos da direita para a esquerda, o ΔL (LFINAL – LINICIAL) será sempre negativo.
Assim, a TMgST é negativa.

Perceba também que a TMgST é decrescente. Do ponto A ao B, temos uma TMgST


certamente maior que 1 (ΔK > ΔL). Do ponto D ao E, entretanto, temos um TMgST
certamente menor que 1 (ΔK < ΔL).

Isto acontece porque, quando o capital é intensivamente empregado (ponto A),


os poucos trabalhadores remanescentes efetuam trabalhos mais difíceis e
importantes. Neste ponto é necessário muito capital para substituir um trabalhador.
Quando a mão-de-obra é intensiva, e o capital não é muito prevalecente (ponto
E), qualquer capital adicional substituirá muita mão-de-obra.

Outro ponto não menos importante é notarmos que a TMgST (ΔK/ΔL) é o termo que
define a inclinação da isoquanta (veja o apontamento na figura 8). Assim, como
TMgST é decrescente, a inclinação também será. Veja que, no ponto A, a
inclinação da isoquanta é bastante alta (mais vertical), já no ponto E, a inclinação
é bastante baixa (mais horizontal). Assim, por conseguinte, em A, a TMgST é alta, e,
em B, a TMgST é baixa.

ISOCUSTOS

A linha de isocustos é uma reta sobre a qual os custos da firma são constantes para
diversas combinações de capital e mão-de-obra. Suponha uma firma que pague

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aos seus funcionários $10 por hora e tenha unidades de capital no valor de $20. O
custo do trabalhador é, portanto, W=10 e o custo do capital é C=20. Veja as linhas
de isocustos abaixo, supondo custos de $1000, $1500 e $2000:

Capital

C Custos=$2000
100
Custos=$1500
B
75
Custos=$1000
A
50
X
KX

Y
KY
A’ B’ C’ Mão-de-obra
(horas)
LX LY 100 150 200

Linhas de isocustos (W=10 por hora; preço do capital (C)=20).

A linha AA’ representa custos totais de $1000. Isto significa que qualquer
combinação de capital e mão-de-obra que esteja sob esta linha representará
custos totais de $1000 para a firma. No ponto A’, a firma poderia contratar 100 horas
de mão-de-obra ($1000/10) e incorrer em custos totais de $1000 se não utilizasse
capital. No ponto A, a firma pode utilizar 50 unidades de capital ($1000/20) a custo
total de $1000 se não utilizar mão-de-obra. Nos pontos X e Y temos outras
combinações de mão-de-obra e capital que geram os mesmos $1000 de custos
totais.

Da mesma forma, a linha BB’ representa todas as combinações de capital e mão-


de-obra que geram custos totais de $1500. A linha CC’, todas as combinações de
capital e mão-de-obra que geram custos totais de $2000. Veja que quanto mais
alta a linha de isocustos, mais altos serão os custos totais da firma.

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Bem, acredito que já tenha ficado claro o conceito de linhas de isocustos, certo?!
Agora vamos nos ater à sua inclinação. Como ela é determinada? Todas as linhas
de isocustos possuem uma equação que as representa. Esta equação possui o
seguinte formato:

𝑪𝑻 = (𝑾 × 𝑳) + (𝑪 × 𝑲)

CT é o custo total. L é quantidade de trabalhadores. W é o salário por hora. C é o


custo da unidade de capital. K é a quantidade de capital. Vejamos quais as
equações das linhas de isocustos AA’, BB’, CC’:

Isocustos AA’: 1000 = 10L + 20K  20k = 1000 – 10L  K = 50 – ½.L

Isocustos BB’: 1500 = 10L + 20K  20K = 1500 – 10L  K = 75 – ½.L

Isocustos CC’: 2000 = 10L + 20K  20K = 2000 – 10L  K = 100 – ½.L

Veja que a única diferença entre as equações são os termos 50, 75 e 100. Estes
termos são chamados de interceptos da linha de isocustos. São nestes pontos que
a linha de isocustos intercepta o gráfico no eixo Y (eixo onde está o capital), daí o
nome “intercepto”. Veja que as linhas AA’, BB’ e CC’ interceptam o eixo do capital
em 50, 75 e 100, respectivamente.

Observe que, em todas as equações das linhas de isocustos, o termo que multiplica
a variável L (variável do eixo X) é 1/2 ou 0,5. Este termo, ½, significa a inclinação da
linha de isocustos. Observe que todas as linhas de isocustos do nosso gráfico
possuem a mesma inclinação. Desta forma, o termo que multiplica o L nas
equações deve ser igual para todas elas. Assim, vem o mais importante: é este
termo que determina a inclinação da linha de isocustos e ele é igual à divisão do
custo da mão-de-obra (W) pelo custo do capital (C).

Daí, podemos concluir que a inclinação da linha de isocustos é dada por W/C (é a
razão entre os preços da mão-de-obra e capital). Como em nosso exemplo o preço
da mão-de-obra é $10 e o preço do capital é $20, a inclinação será $10/$20 = ½.

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ÓTIMO DA FIRMA

Supondo um nível de produção Q1 da firma, ela maximizará seus lucros quando, a


este nível de produção, minimizar os custos totais. Assim, a condição de
maximização de lucros, a este nível de produção que está sendo suposto,
acontecerá quando a isoquanta que contém este nível de produção Q 1 tocar a
linha de isocustos mais baixa possível. Veja no gráfico abaixo:

Capital

Custos=$2000
C
100 Y
Custos=$1500
B
75
Custos=$1000

50
A X
ISOQUANTA Q1

A’ B’ C’ Mão-de-obra
(horas)
100 150 200

Linhas de isocustos (W=10 por hora; preço do capital (C)=20) e isoquanta Q1.

Ao nível de produção Q1, a firma maximizará os lucros no ponto X, que é o ponto


em que a isoquanta Q1 raspa, toca ou tangencia a linha de isocustos BB’. Veja que
nos pontos Y e Z, ao mesmo nível de produção (mesma isoquanta), os custos totais
são de $2000. Por outro lado, mantendo o nível de produção, não é possível
produzir Q1 a custos totais de $1000, pois a isoquanta Q1 não toca a linha de
isocustos de $1000, sendo impossível produzir Q1 a custos de $1000.

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Bem, já entendemos que o ponto X é o ponto onde a firma produz Q 1 ao menor


custo possível! Agora precisamos determinar esta condição de forma algébrica,
matemática, pois é assim que é cobrada em provas.

No ponto X, a inclinação da isoquanta é igual à inclinação da linha de isocustos.


Assim, basta igualarmos os termos que determinam a inclinação de ambas. Esta
igualdade nos dará o ótimo da firma supondo o nível de produção Q1 e os preços
da mão-de-obra e capital $10 e $20, respectivamente:
Inclinação da ISOQUANTA

𝜟𝑲 𝑾
𝑻𝑴𝒈𝑺𝑻𝑲,𝑳 =
𝜟𝑳
=
𝑪
 ótimo da firma

Inclinação da LINHA DE ISOCUSTOS

Mas veja que podemos manipular o ΔK/ΔL, de forma que, ainda assim, manteremos
a igualdade:

PmgL

∆𝑸
∆𝑲 ∆𝑲/∆𝑸 ∆𝑲 ∆𝑸
= = × = ∆𝑳 PmgK
∆𝑳 ∆𝑳/∆𝑸 ∆𝑸 ∆𝑳 ∆𝑸
∆𝑲

Concluímos então que TMgST (ΔK/ΔL) é a razão entre as produtividades marginais


da mão-de-obra e do capital. Isto porque ΔQ/ΔL é o produto marginal da mão-de-
obra (PmgL) e ΔQ/ΔK é o produto marginal do capital (PmgK). Para relembrar, veja
os conceitos na página 03 desta aula. Podemos reescrever assim a condição de
minimização de custos, dada uma produção Q1 e os preços do capital e mão-de-
obra C e W:
Custo marginal da mão-de-obra:
CmgL

𝑷𝑴𝒈𝑳 𝑾
=
𝑷𝑴𝒈𝑲 𝑪

Custo marginal do capital:


CmgK
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W é o custo marginal da mão-de-obra (acréscimo no custo total decorrente da


aquisição de mais uma unidade de mão-de-obra), enquanto C é o custo marginal
do capital (acréscimo no custo total decorrente da aquisição de mais uma
unidade de capital). Assim, temos que, dada uma produção Q 1 e os preços da
mão-de-obra (W) e do capital (C), a firma minimizará o custo de produção quando
ela utilizar capital e mão-de-obra até o ponto em que seus custos marginais
relativos sejam apenas iguais às suas produtividades marginais.

Fique atento, pois há muitas maneiras de dizermos o que significa a expressão


acima. Em suma, há várias maneiras de dizer a mesma coisa, e devemos estar
preparados para todas elas.

Por exemplo, podemos dizer também que a empresa deve empregar mão-de-obra
e capital até o ponto em que o custo marginal de produzir a última unidade de
produção seja o mesmo para todos os insumos, qualquer que seja o capital ou a
mão-de-obra empregada na geração desta última unidade. Isto representaria a
equação abaixo:

Custo marginal de produzir a


última unidade de produção Custo marginal de produzir a
utilizando apenas mão-de-obra. última unidade de produção
utilizando apenas Capital

𝑾 𝑪
=
𝑷𝑴𝒈𝑳 𝑷𝑴𝒈𝑲

Considere agora o que acontece quando os salários aumentam e os custos do


capital ficam estáveis. O aumento em W distorce a igualdade e o lado esquerdo
da equação fica maior que o lado direito. Há duas formas de equilibrar novamente

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a equação: uma é através do aumento de PmgL, outra é através da diminuição


de PmgK.

Assim, caso haja um aumento no salário dos trabalhadores W, as firmas no intuito


de manter seus lucros devem: ou aumentar o PmgL, ou diminuir o PmgK. Já que a
produtividade marginal de um fator declina quando seu uso aumenta (lei dos
rendimentos marginais decrescentes), a firma irá: ou reduzir a quantidade de mão-
de-obra a fim de aumentar o PmgL, ou aumentar o estoque de capital a fim de
diminuir o PmgK.

Observe que a fórmula está de acordo com o que já sabemos intuitivamente. O


aumento de salários tende a diminuir o número de trabalhadores contratados e/ou
estimular a substituição de trabalhadores por capital (máquinas).

Imagine o que aconteceria caso o preço do capital (C) aumentasse. O aumento


em C distorceria a igualdade da equação e o lado direito ficaria maior que o
esquerdo. Para restabelecer o equilíbrio, a firma deve, ou aumentar o PmgK, ou
diminuir o PmgL. Isto pode ser feito, ou reduzindo o estoque de capital, ou
aumentando o número de trabalhadores, respectivamente.

 Importante: não confunda a teoria que estamos apresentando no longo


prazo (dois insumos variáveis) com a teoria que apresentamos no curto prazo
(apenas um insumo variável: a mão-de-obra). No curto prazo, a condição de
maximização dos lucros é RmgL = CmgL. No longo prazo, esta equação que
vimos acima (PmgL/PmgK = W/C) expressa a condição de minimização de
custos para uma produção que é dada e para preços do capital e mão-de-
obra também já pré-determinados. Ou seja, dada uma produção (a
produção é um dado já conhecido, suposto, pré-determinado), dados
também os preços do capital e mão-de-obra, a equação que aprendemos
no longo prazo nos permite descobrir as quantidades de mão-de-obra e
capital ideais, minimizadoras de custos. Apenas para lembrar, ressalto que no
curto prazo o capital é constante, de modo que nos interessa somente a

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quantidade de mão-de-obra que maximiza os lucros. No longo prazo, temos


que trabalhar com os dois fatores de produção (capital e mão-de-obra).

Dada uma função de produção do tipo 𝑄 = 𝐴 × (𝐾 𝑎 × 𝐿𝑏 )(tipo Cobb-Douglas),


existe uma fórmula que determina as quantidades ótimas (a cesta ótima) de capital
e mão-de-obra que minimizam os custos para um suposto nível de produção. Segue
abaixo:

Quantidade ótima de capital (K*)


Expoente da variável K

𝒂 𝑪𝑻 Custo total
𝑲∗ = ×
𝒂+𝒃 𝑪
Preço do capital

Soma dos expoentes


das variáveis K e L

Quantidade ótima de trabalho (L*)


Expoente da variável L

𝒃 𝑪𝑻 Custo total
𝑳∗ = ×
𝒂+𝒃 𝑾
Preço do trabalho

Soma dos expoentes


das variáveis K e L

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ELASTICIDADES NO MERCADO DE TRABALHO

ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA (MERCADO DE BENS)

Preço e quantidade demandada relacionam-se inversamente (mais preço resulta


em menor demanda). Já a relação com a quantidade ofertada é positiva (mais
preço resulta em maior oferta). Mas, será que podemos quantificar esta relação?

Dito de outro modo, qual o percentual de redução na demanda, dada uma


variação percentual no preço?

A microeconomia possui resposta. E, ela é dada pela elasticidade.

O próprio termo elasticidade sugere este conceito. Por exemplo, a elasticidade-


preço da demanda significa o quanto será “esticada” a demanda, dada uma
variação no preço (tudo em termos percentuais).

Mais tecnicamente, a elasticidade-preço da demanda mensura a variação


percentual da demanda, dada uma variação percentual marginal (1%) no preço.
E, ao dividir percentuais, obtemos uma variável sem dimensão. Ou seja, a
elasticidade é fornecida através de um numero absoluto e apenas isso.

Quanto maior o valor da elasticidade, maior o indicativo de variação percentual


de uma medida (por exemplo, a quantidade demandada) em função da variação
percentual de outra medida (por exemplo, o preço).

Matematicamente podemos representar da forma que segue:


∆𝒑
 Variação Percentual do Preço (o triangulo, chamado de delta, representa
𝒑

variação de preços de um período ao outro)


∆𝒒
 Variação Percentual da Quantidade Demandada (o triangulo, chamado de
𝒒

delta, representa variação da quantidade demandada de um período ao outro)

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∆𝒒
𝒒
𝑬=
∆𝒑
𝒑

𝒑 ∆𝒒
𝑬= ×
𝒒 ∆𝒑

Antes de demonstrar com um exemplo, é importante notar que, como as variações


de preço e quantidade demandada são inversamente relacionadas (no caso
geral), a elasticidade-preço da demanda é negativa.

Agora, ao exemplo.

A demanda pelo bem A é de 10 unidades quando o preço é igual a R$ 10,00. O


aumento no preço para R$ 20 unidades reduz a demanda pelo mesmo bem para
5 unidades.

Colocando estes valores em nossa expressão, temos que:

∆𝒒
𝒒 𝒑 ∆𝒒
𝑬= = ×
∆𝒑 𝒒 ∆𝒑
𝒑

−𝟓
𝟏𝟎 −𝟓 𝟏
𝑬 = 𝟏𝟎 = × =−
𝟏𝟎 𝟏𝟎 𝟏𝟎 𝟐
𝟏𝟎

Ou seja, a elasticidade-preço da demanda é de -1/2.

Como a elasticidade-preço da demanda mede a sensibilidade da demanda em


termos da variação de preço, podemos defini-la das seguintes formas:

 Demanda Elástica  |E| > 1, ou seja, quando a elasticidade, em módulo, é


maior do que 1. Isto significa que o aumento no preço em 1% provoca redução na
quantidade demandada em mais de 1%. Em outras palavras, o aumento/redução
no preço provoca redução/aumento na quantidade demandada em maior
escala (a demanda é sensível – elástica – ao preço). Note que a elasticidade é

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expressa geralmente em módulo, pois o que interessa aos nossos fins é


compreender o grau da variação percentual.

 Demanda Inelástica  |E| < 1, ou seja, ou seja, quando a elasticidade, em


módulo, é menor do que 1. Isto significa que o aumento no preço em 1% provoca
redução na quantidade demandada em menos de 1%. Em outras palavras, o
aumento/redução no preço provoca redução/aumento na quantidade
demandada em menor escala (a demanda é pouco sensível – pouco elástica – ao
preço).

 Elasticidade Unitária  |E| = 1, ou seja, quando a elasticidade, em módulo,


é igual a 1. Isto significa que o aumento no preço em 1% provoca redução na
quantidade demandada nos mesmos 1%. Em outras palavras, o aumento/redução
no preço provoca redução/aumento na quantidade demandada em igual escala
(a demanda possui sensibilidade unitária ao preço).

Ao analisarmos uma curva de demanda linear, como a que segue abaixo, é


possível compreender a variação da elasticidade. Vejamos:

Acima do Ponto Médio  |E| > 1

Ponto Médio  |E| = 1

Abaixo do Ponto Médio  |E| < 1

Q
É muito importante que você recorde deste fato:

 A curva de demanda é elástica em pontos acima do ponto médio.

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 A curva de demanda possui elasticidade unitária sobre ponto médio.

 A curva de demanda é inelástica em pontos abaixo do ponto médio.

Não cabe neste curso demonstrar o porquê deste fato, mas é imprescindível que
você saiba disto no momento da prova! Portanto, não esqueça: a elasticidade-
preço da demanda é variável no decorrer da curva de demanda apresenta como
no exemplo acima.

Como toda regra possui sua exceção, existe também uma forma de curva de
demanda com elasticidade constante, como mostrada abaixo:

Curva de Demanda com


elasticidade-preço da
demanda constante

A curva de demanda com elasticidade-preço da demanda constante é menos


cobrada em concursos. Mas, é bom que você saiba que ela existe. Em resumo, a
curva de demanda linear apresenta elasticidade variável, enquanto que a curva
de demanda com forma de hipérbole apresenta elasticidade constante.

Sobre a elasticidade-preço da demanda cabem ainda mais alguns comentários.

Já sabemos que ela varia conforme nos deslocamos sobre a curva de demanda.
No entanto, quais os fatores que podem determinar o valor da elasticidade-preço
da demanda? Vejamos:

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 Bens Substitutos  A existência de bens que servem ao mesmo fim do bem


demandado permite que ele seja trocado. Ou seja, se existir no mercado um bem
como a mesma finalidade do bem demanda, só que com menor preço, é bem
provável que o consumidor irá preferir o de menor preço. Desta forma, quanto mais
substitutos possui o bem, maior a elasticidade-preço da demanda. Afinal, se o
preço do bem aumentar, o consumidor pode facilmente demandar outro em sua
substituição, pelo que a demanda irá cair mais.

 Peso no Orçamento  Quanto mais “pesado” o valor do bem no orçamento


do consumidor, maior a variação na demanda, dada uma variação no preço. Esta
afirmação é um tanto quanto lógica. A variação no preço de uma goma de
mascar, em geral, pouco influencia o orçamento do consumidor, enquanto que a
variação no preço do aluguel do imóvel que mora influencia mais. Desta forma,
quanto maior a participação relativa do bem no orçamento, maior a elasticidade.

 Essencialidade do Bem  Bens essenciais tendem a ser pouco elástico. Ou


seja, o consumo de alimentos básicos pouco varia em relação a variações no
preço destes bens. Contrariamente, a variação no preço de alimentos mais
sofisticados, pouco essenciais, tende a resultar em maior variação da quantidade
demandada. Portanto, quanto mais essencial, menor a elasticidade-preço da
demanda.

 Tempo  A elasticidade também varia de acordo com o tempo. Em regra,


quanto maior o período de tempo considerado para a análise, maior a
elasticidade-preço da demanda.

Relação entre EPD e a Receita Total (RT) das firmas

Conforme já sabemos, a Receita Total das firmas corresponde às quantidades


vendidas multiplicadas pelos seus respectivos preços. Logo, RT = P x Q. Segue abaixo
as relações entre a RT e a EPD:

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 Demanda elástica: se a demanda do bem é elástica (sensível à variação


dos preços), um aumento do preço reduzirá a receita total das firmas.
Como EPD>1, qualquer aumento percentual de preços provocará uma
redução percentual maior nas quantidades demandadas. Pegue como
exemplo o bem A da tabela 1, cuja EPD é maior que 1, portanto, elástica.
No momento 1, temos RT=100x10=1000. No momento 2, temos
RT=11x80=880. Esta redução na RT aconteceu porque a redução
percentual nas quantidades demandadas (-20%) foi maior que o aumento
percentual no preço (+10%), devido ao fato da demanda ser elástica
(EPD>1). O raciocínio inverso também é válido: uma diminuição do preço
elevará a receita total das firmas, pois o aumento percentual das
quantidades demandadas será maior que a redução percentual dos
preços.

 Demanda inelástica: se a demanda do bem é inelástica (pouco sensível à


variação dos preços), um aumento do preço aumentará a receita total
das firmas. Como EPD<1, qualquer aumento percentual de preços
provocará uma redução percentual menor nas quantidades
demandadas. Pegue como exemplo o bem B da tabela 1, cuja E PD é
menor que 1, portanto, inelástica. No momento 1, temos RT=10x100=1000.
No momento 2, temos RT=11x95=1045. Este aumento na RT aconteceu
porque o aumento percentual dos preços (+10%) foi maior que a redução
percentual das quantidades demandadas (-5%), devido ao fato da
demanda ser inelástica (EPD<1). O raciocínio inverso funciona da mesma
maneira: uma redução de preços diminuirá a receita total, pois a redução
percentual dos preços será maior que o aumento percentual das
quantidades demandadas.

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 Demanda com elasticidade unitária: se a elasticidade é unitária, a


variação percentual do preço é igual à variação percentual das
quantidades demandadas, de tal maneira que não há alteração na
receita total quando variamos os preços. Pegue como exemplo o bem C
da tabela 1. No momento 1, temos RT=1000. No momento 2, temos
RT=11x90=990≅1000 (o motivo das RTs não terem sido exatamente iguais
deve-se ao fato de estarmos usando a maneira mais simples de
calcularmos a EPD, e não a maneira mais precisa, que envolve o uso das
derivadas. Este cálculo mais preciso não é necessário para o nosso estudo).
Como conclusão, alterações de preços de bens com elasticidade unitária
não provocam alterações na receita total dos produtores.

ELASTICIDADES NO MERCADO DE TRABALHO

Elasticidade salário da demanda

A elasticidade salário da demanda para uma categoria de mão-de-obra é


definida como a variação percentual no emprego (E) induzida por um aumento de
1% em sua taxa salarial (W). De modo menos técnico, a elasticidade salário da
demanda reflete a variação no emprego em virtude de variações nos salários. Veja
que o princípio e a finalidade são os mesmos da elasticidade preço da demanda
de bens, só que, agora, temos como foco a variação no emprego da mão-de-obra
(%ΔE) e a variação dos preços da mão-de-obra (%ΔW). Segue a expressão da
elasticidade salário da demanda, também chamada de elasticidade da
demanda do próprio salário:
%𝛥𝐸
η=
%𝛥𝑊

A elasticidade salário da demanda segue as mesmas propriedades da elasticidade


preço da demanda. Caso η>1, temos demanda elástica, se η<1, demanda
inelástica, se η=1, elasticidade unitária.

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Vejamos agora a parte mais importante do estudo das elasticidades para a


Economia do Trabalho, que são as leis da demanda derivada.

As leis Hicks-Marshall da demanda derivada

As leis Hicks-Marshall da demanda derivada são quatro leis que associam a


elasticidade salário da demanda a outros quatro fatores. Levam esse nome em
homenagem a dois importantes economistas britânicos responsáveis pelo seu
desenvolvimento.

Essas leis afirmam que, mantendo-se os outros fatores constantes, a elasticidade da


demanda do próprio salário para uma categoria de mão-de-obra é elevada sob
as seguintes condições:

1. Quando a elasticidade preço da demanda do produto que é produzido por


esta categoria de mão-de-obra é elevada;

2. Quando outros fatores de produção podem substituir facilmente a categoria


da mão-de-obra;

3. Quando a oferta de outros fatores de produção é altamente elástica (isto é,


o emprego de outros fatores de produção pode ser aumentado sem
aumentar substancialmente seus preços); e

4. Quando o custo de empregar a categoria de mão-de-obra constitui uma


grande parcela dos custos totais de produção.

A partir de agora, explicaremos em detalhes cada uma das 4 leis ou fatores que
fazem com que a elasticidade salário da demanda seja alta. Ao procurar explicá-
las, será proveitoso dividirmos o processo pelo qual um aumento no salário afeta a
demanda por mão-de-obra em duas etapas:

 primeiramente, um aumento nos salários aumenta o custo relativo da


categoria de mão-de-obra e induz os empregadores a usar menos dela e mais de
outros insumos disponíveis, como o capital, por exemplo. Aqui, temos o efeito
substituição.

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 em segundo lugar, o aumento salarial faz com que os custos de produção


aumentem, havendo, portanto, pressões para aumento dos preços dos produtos.
O aumento dos preços destes produtos tende a reduzir a demanda dos mesmos (lei
da demanda). Com a redução da demanda, haverá redução da produção,
fazendo com que haja uma queda no emprego (efeito escala).

As quatros leis da demanda derivada lidam cada qual com os efeitos substituição
ou escala. Segue agora, em sua devida ordem, a explicação detalhada de cada
lei.

1. DEMANDA PARA O PRODUTO FINAL. Vimos acima que aumentos salariais fazem
com que os custos de produção aumentem e, a partir daí, haja aumento nos
preços dos produtos, diminuição das quantidades demandadas e, por fim,
diminuição da produção e do emprego.

Quanto maior a elasticidade preço da demanda do produto final, maior será o


declínio na produção associado a um dado aumento de preços – e, quanto maior
o declínio na produção, maior a perda no emprego. Assim, quanto maior a
elasticidade preço da demanda pelo produto, maior a elasticidade salário da
demanda pela mão-de-obra.

Pequenos aumentos nos salários (ΔW pequeno) provocarão pequenos aumentos


nos preços dos produtos. No entanto, como a elasticidade preço da demanda dos
produtos é alta, haverá grande redução nas quantidades demandadas, por
conseguinte, grande redução na produção e no emprego (ΔE grande).

Outra implicação deste resultado é o fato de que a demanda pela mão-de-obra


no nível da empresa individual será mais elástica do que a demanda por mão-de-
obra no nível do setor ou do mercado. Por exemplo, as curvas da demanda de
produtos que as empresas de fabricação de televisores enfrentam, em nível
individual, são altamente elásticas porque os televisores da empresa X são
substitutos muito próximos dos televisores da empresa Y (se os preços do televisor de
X aumentarem, as pessoas comprarão os televisores de Y). Comparados com

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aumentos de preços no nível da empresa, porém, os aumentos de preços no nível


do setor não terão um efeito tão grande sobre a demanda porque os substitutos
mais próximos da televisão são computadores (com placa de TV), celulares,
projetores multimídia – nenhum dos quais é um substituto muito próximo da TV. A
demanda pela mão-de-obra é assim muito mais elástica para uma empresa
individual de TVs do que para o setor de TVs como um todo. (Pelas mesmas razões,
a curva da demanda de mão-de-obra de uma empresa individual é mais elástica
do que a curva de demanda do setor/mercado.)

2. POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE OUTROS FATORES. Quando os salários


aumentam, as empresas têm incentivos para tentar substituir o insumo mão-de-obra
por outro insumo. O raciocínio é simples: se a empresa tem a possibilidade de
substituir a mão-de-obra por outros insumos, como por exemplo, máquinas
(capital), é evidente que aumentos de salários incentivam esta substituição (efeito
substituição). Logo, quanto maior a facilidade de substituir mão-de-obra por outros
fatores de produção, maior a elasticidade salário da demanda. Em outras palavras,
quanto maior for a sensibilidade ou elasticidade de substituição da mão-de-obra
por outros fatores, maior será elasticidade salário da demanda.

3. OFERTA DE OUTROS FATORES. Suponha que à medida que os salários da mão-de-


obra aumentassem e as firmas tentassem substituir a mão-de-obra por capital, os
preços do capital se elevassem substancialmente. Essa situação poderia ocorrer,
por exemplo, se estivéssemos tentando substituir mão-de-obra por máquinas, e os
produtores destas máquinas já estivessem operando usando a sua capacidade
máxima, de forma que o recebimento de novos pedidos lhes causasse substanciais
aumentos de custos. Assim, os produtores das máquinas cobrariam um preço mais
alto por equipamento. Esse aumento de preços reduziria a vontade das empresas
em substituir a mão-de-obra por capital.

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Aula 02

Assim, quando o aumento da oferta de outro fator de produção cresce


acompanhado de aumentos em seu preço, isto tende a diminuir o apetite das
firmas pela substituição da mão-de-obra pelo capital.

Quando o aumento da oferta de outro fator de produção cresce


desacompanhado de aumentos em seu preço, as firmas têm maior tendência a
substituir a mão-de-obra pelo capital, isto é, a elasticidade salário da demanda
será alta. (neste caso, a oferta deste fator de produção que substituirá a mão-de-
obra é elástica, pois ΔQ/ΔP será grande, maior que 1. Isso acontece porque haverá
aumento da oferta, ΔQ grande, sem aumento de preços, ΔP pequeno, de tal
maneira que a elasticidade da oferta será alta, (%ΔQ/%ΔP) é grande.)

Podemos, então, concluir que quanto mais elástica for a oferta de outros fatores de
produção, maior será a elasticidade salário da demanda.

4. A PARTICIPAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA NOS CUSTOS TOTAIS. A porcentagem com


que a mão-de-obra participa nos custos totais também é importante para a
determinação da elasticidade salário da demanda. Se a participação inicial da
categoria fosse de 10% sobre os custos da firma, uma aumento de 20% na taxa de
salário, coeteris paribus, elevaria os custos totais em 2%. De modo contrário, se sua
participação inicial fosse de 80%, este mesmo aumento de 20% nos salários
aumentaria os custos totais em 16%. Neste último caso, o aumento de salários
provocará um aumento maior nos preços dos produtos. Consequentemente,
haverá maior queda na produção e, portanto, o emprego cairá mais neste caso.
Assim, quanto maior a participação da categoria nos custos totais, maior será a
elasticidade salário da demanda.

Demanda por mão-de-obra: curto x longo prazo

É doutrinariamente aceito que a demanda por mão-de-obra tende a ser mais


elástica no longo prazo. Isto é, aumentos de salários causam maiores reduções no
emprego no longo prazo do que no curto prazo. Isto acontece porque, no curto

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prazo, não há tempo de o empresário buscar imediatamente novas formas de


reduzir os custos.

Usando as leis Hicks-Marshall, nós temos que as elasticidades preço da demanda


de bens serão maiores no longo prazo (página 5). Por este motivo, seguindo a lei 01
de Hicks-Marshall, a elasticidade salário da demanda também será maior no longo
prazo.

Seguindo a lei 02, nós podemos inferir que no curto prazo é muito mais difícil substituir
a mão-de-obra pelo capital, pois o empresário leva um tempo para descobrir meios
ou de que maneira ele irá substituir os trabalhadores por capital. Já no longo prazo,
os empresários já estudaram formas e meios de fazê-lo. Logo, devido à maior
possibilidade/facilidade de substituição de capital por mão-de-obra no longo
prazo, a elasticidade salário da demanda será maior no longo prazo.

LONGO PRAZO x CURTO PRAZO

Salários
(W)

W1
W2

E2 Emprego E1 E2
E1

a) DEMANDA b) DEMANDA
ELÁSTICA  LONGO INELÁSTICA 
PRAZO CURTO PRAZO

ELASTICIDADE-SALÁRIO DA DEMANDA CRUZADA

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As empresas podem empregar várias categorias de mão-de-obra e de capital, e a


demanda por qualquer uma delas é afetada por mudanças de preços em outras.
Por exemplo, se os salários dos pedreiros se elevassem, muitas pessoas poderiam
desistir de construir casas de tijolos para construir casas de madeira, fazendo com
que a demanda por carpinteiros aumentasse. De outra forma, um aumento nos
salários dos pedreiros poderia reduzir o nível geral da construção, o que faria
declinar a demanda por eletricistas e encanadores.

A intensidade e a direção dos efeitos acima podem ser resumidas examinando-se


as elasticidades da demanda por insumos com relação aos preços de outros
insumos. A elasticidade da demanda pelo insumo x com relação ao preço do
insumo y é a mudança percentual na demanda pelo insumo x induzida por uma
mudança percentual no preço do insumo y. Se os dois insumos são categorias de
mão-de-obra, chamamos a isto de elasticidade salário da demanda cruzada,
conforme abaixo:
%𝛥𝐸𝑥
ηXY =
%𝛥𝑊𝑦

Veja que o principio de montagem é o mesmo de todas as elasticidades. No


numerador, colocamos a variação percentual das quantidades. No denominador,
colocamos a variação percentual da variável que vai fazer com que haja
variações na quantidade (toda elasticidade segue este mesmo raciocínio de
montagem). Neste caso, queremos saber qual será a variação percentual no
emprego da categoria de mão-de-obra x, depois de variações nos salários da
categoria de mão-de-obra y.

O conhecimento da elasticidade salário da demanda cruzada é válido para


sabermos se duas categorias de mão-de-obra são complementos ou substitutos
brutos (aula 02, páginas 30 e 31).

Considere duas categorias de mão-de-obra que sejam substitutas na produção


(substitutos na produção ≠ substitutos brutos), isto é, uma categoria tenha

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Aula 02

condições e pré-requisitos para substituir a outra. Adotemos como exemplo os


adultos não qualificados e os adolescentes. Um declínio no salário adolescente terá
dois efeitos opostos sobre o emprego dos adultos não qualificados.

Haverá um efeito substituição que fará com os empregadores substituam adultos


não qualificados por adolescentes. De outra forma, haverá um efeito escala: um
salário adolescente mais baixo proporciona aos empregadores um incentivo para
aumentar o emprego de todos os insumos, incluindo-se os adultos. A magnitude do
efeito escala depende da elasticidade preço da demanda do produto; quanto
maior a elasticidade, maior será o efeito escala. (após um declínio no salário dos
adolescentes, os custos e os preços dos produtos tendem a baixar, de forma que
produtos com alta elasticidade preço da demanda serão agora muito mais
demandados no mercado, indicando um efeito escala maior que aquele que
ocorre em produtos com baixa elasticidade preço da demanda)

Se o efeito substituição vencer, o declínio no salário dos adolescentes tende a


reduzir o emprego de adultos, indicando que os dois insumos serão substitutos
brutos. Neste caso, a elasticidade salário da demanda cruzada será positiva, pois
o emprego adulto se moverá na mesma direção que os salários adolescentes (os
dois diminuem ou dois aumentam).

Se o efeito escala vencer, o declínio no salário dos adolescentes tende a aumentar


o emprego de adultos, indicando que os dois serão complementos brutos. Neste
caso, a elasticidade salário da demanda cruzada será negativa, pois o emprego
adulto e os salários adolescentes moverão em direções opostas.

Veja que apenas o fato de sabermos que dois insumos são substitutos na produção
não é suficiente para assinalarmos se os mesmos são substitutos ou complementos
brutos. No exemplo acima, sabíamos que adultos não qualificados e adolescentes
eram substitutos na produção, mas a verificação se eram substitutos ou
complementos brutos só pode ser feita se soubermos as magnitudes dos efeitos
escala e substituição.

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Então, ficamos assim com relação à elasticidade salário da demanda cruzada:

 Se ηXY>0, significa que o emprego de um insumo aumenta quando aumenta


o preço de outro insumo, e vice-versa. Neste caso, os dois insumos são
substitutos brutos e o efeito substituição sobrepõe o efeito escala.

 Se ηXY<0, significa que o emprego de um insumo diminui quando aumenta o


preço de outro insumo, e vice-versa. Neste caso, os dois insumos são
complementos brutos e o efeito escala sobrepõe o efeito substituição.

Bem pessoal, chegamos ao fim do estudo das elasticidades da demanda. O tema


foi cobrado em dois concursos para AFT (2003 e 2006), sempre na forma de
conceitos. Assim, o mais importante é a memorização e entendimento dos
conceitos e postulados básicos, principalmente aqueles oriundos das leis de Hicks-
Marshall.

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QUESTÕES PROPOSTAS

(AFT/ESAF – 2003)

Uma determinada empresa é monopolista para uma nova patente de produtos


farmacêuticos. Se a demanda por esses produtos for P = 25 – 2Q, e a função de
produção a curto prazo for Q=4L (Q representa a quantidade produzida ou vendida
e L a quantidade de mão-de-obra), a demanda de trabalho dessa empresa poderá
ser expressa pela seguinte equação (W representa o salário nominal):

a) W = 100 – 4L

b) W = 100 – 64L

c) W = 25 – 4L

d) W = 25 – 8L

e) W = 100 – 8L

(AFT/ESAF – 2003)

A curva de oferta de trabalho que enfrenta um monopsonista tem inclinação


positiva porque:

a) os monopsonistas somente contratam mão-de-obra especializada.

b) outras indústrias competem por esses trabalhadores e empurram para cima o


salário.

c) ele deverá aumentar o salário caso queira atrair mais mão-de-obra.

d) políticas trabalhistas restringem a oferta de mão-de-obra para um monopsonista.

e) ele tem poder monopólico no mercado de bens finais.

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(AFC-STN/ESAF–2005-adaptada)

Considere o seguinte problema de otimização condicionada em Teoria da Firma:

Dada a produção Q = K.L

Sujeita ao custo: 2.K + 4.L = 10

Onde

Q = função de produção;

K = quantidade de capital empregada;

L = quantidade de mão-de-obra empregada.

Com base nessas informações, as quantidades de K e L que maximizam os lucros


dada a produção e a equação de custos acima são, respectivamente:

a) 8 e 0,5

b) 1 e 2

c) 2 e 1

d) 1,25 e 2,0

e) 2,5 e 1,25

(AFC-STN/ESAF–2005-adaptada)

Seja a função de produção dada pela seguinte expressão:

Q = A.Lα. K1-a

Onde,

Q = produção;

A e α constantes positivas;

K = capital; L = trabalho.

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Considerando esta função de produção, os produtos marginal e médio da mão-


de-obra serão, respectivamente:

a) α.(Q/L) e A.(L/K)-(1-α)

b) α.K.L e A. (L/K)-1

c) α.(Q/L) e A.(L/K)-α

d) α.Q e A

e) α.(Q/L) e A.(L/K)

(ESAF)

É uma decorrência do aumento da produtividade marginal do trabalho:

a) Aumento do salário real, queda na demanda por trabalho e quedas no emprego


e na produção global.

b) Diminuição da demanda por trabalho, queda no salário real e aumentos do


emprego e da produção global.

c) Aumento da demanda por trabalho, aumento do salário monetário e aumentos


do emprego e da produção global.

d) Aumento da demanda por trabalho, queda do salário monetário e aumentos


do emprego e da produção global.

e) Diminuição da demanda por trabalho, aumento do salário monetário, aumento


do nível de preços e aumento do emprego e da produção global.

(AFT/ESAF – 2003)

No longo prazo a demanda por trabalho é mais elástica em relação ao salário do


que no curto prazo. Isso é verdade porque, em longo prazo, quando o salário sobe:

a) a empresa contratará mais mão-de-obra.

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b) a empresa terá lucro zero.

c) a empresa adquirirá mais capital.

d) a empresa pode estabelecer o preço dos produtos.

e) a empresa terá lucro maior do que zero.

(AFT/ESAF – 2006)

Suponha uma economia em que as firmas estão inseridas num contexto de


competição perfeita tanto no mercado do bem final como no mercado de fatores
de produção. Suponha também que, em uma determinada indústria, são
empregados apenas capital e trabalho para produzir um bem final. Segundo o que
é conhecido na literatura como regras de Marshall da demanda derivada, ligadas
à demanda por trabalho, é correto afirmar que:

a) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
elasticidade-preço da demanda do bem final.

b) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior for a
elasticidade de substituição entre o trabalho e o capital.

c) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
participação do trabalho nos custos totais.

d) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
elasticidade da oferta do capital.

e) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior for a
elasticidade-renda da demanda do bem final.

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GABARITOS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

B C E A C C B

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QUESTÕES COMENTADAS

(AFT/ESAF – 2003)

Uma determinada empresa é monopolista para uma nova patente de produtos


farmacêuticos. Se a demanda por esses produtos for P = 25 – 2Q, e a função de
produção a curto prazo for Q=4L (Q representa a quantidade produzida ou vendida
e L a quantidade de mão-de-obra), a demanda de trabalho dessa empresa poderá
ser expressa pela seguinte equação (W representa o salário nominal):

a) W = 100 – 4L

b) W = 100 – 64L

c) W = 25 – 4L

d) W = 25 – 8L

e) W = 100 – 8L

Foram dados pela questão:

𝑃 = 25 – 2𝑄 (expressão da demanda em função do preço)

𝑄 = 4𝐿 (função de produção)

A condição de maximização de lucros da firma monopolista no curto prazo é dada


por:

𝑅𝑚𝑔𝐿 = 𝐶𝑚𝑔𝐿  𝑹𝒎𝒈. 𝑷𝒎𝒈𝑳 = 𝑾

Sendo que:
𝑑𝑅𝑇
1) 𝑹𝒎𝒈 = (derivada da receita total em relação a Q)
𝑑𝑄

A receita total é igual aos preços x quantidades. Assim:

𝑅𝑇 = 𝑃 × 𝑄 = (25 – 2𝑄) × 𝑄 = 25𝑄 – 2𝑄2

𝑑𝑅𝑇
𝑅𝑚𝑔 = = 1 × 25𝑄1−1 – 2 × 2𝑄2−1 = 25 – 4𝑄
𝑑𝑄

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𝑹𝒎𝒈 = 𝟐𝟓 – 𝟒𝑸

𝑑𝑄
2) 𝑃𝑚𝑔𝐿 = (derivada da produção em relação a L)
𝑑𝐿

𝑄 = 4𝐿

𝑑𝑄
𝑃𝑚𝑔𝐿 = = 1 × 4𝐿1−1 = 4
𝑑𝐿

𝑷𝒎𝒈𝑳 = 𝟒

3) Veja que todas as alternativas apresentam a demanda de trabalho em função


do salário nominal W. Assim devemos fazer também. Basta substituir os dados
encontrados em 1) e 2) na expressão de maximização dos lucros do monopolista:

𝑅𝑚𝑔. 𝑃𝑚𝑔𝐿 = 𝑊  (25 – 4𝑄) × 4 = 𝑊  𝑊 = 100 – 16𝑄 (2)

Todas as respostas estão com as variáveis W e L, como sabemos que Q=4L, basta
substituirmos na equação (2):

W = 100 – 16.4L  W = 100 – 64L

GABARITO: B

(AFT/ESAF – 2003)

A curva de oferta de trabalho que enfrenta um monopsonista tem inclinação


positiva porque:

a) os monopsonistas somente contratam mão-de-obra especializada.

b) outras indústrias competem por esses trabalhadores e empurram para cima o


salário.

c) ele deverá aumentar o salário caso queira atrair mais mão-de-obra.

d) políticas trabalhistas restringem a oferta de mão-de-obra para um monopsonista.

e) ele tem poder monopólico no mercado de bens finais.

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A curva de oferta de trabalho que enfrenta um monopsonista é igual à curva de


oferta de trabalho do mercado como um todo, isto porque o monopsonista
representa o mercado, afinal ele é o único empregador de mão-de-obra. Assim,
devido à inclinação positiva da curva de oferta de trabalho, ele deve aumentar
salários para contratar mais mão-de-obra.

GABARITO: C

(AFC-STN/ESAF–2005-adaptada)

Considere o seguinte problema de otimização condicionada em Teoria da Firma:

Dada a produção Q = K.L

Sujeita ao custo: 2.K + 4.L = 10

Onde

Q = função de produção;

K = quantidade de capital empregada;

L = quantidade de mão-de-obra empregada.

Com base nessas informações, as quantidades de K e L que maximizam os lucros


dada a produção e a equação de custos acima são, respectivamente:

a) 8 e 0,5

b) 1 e 2

c) 2 e 1

d) 1,25 e 2,0

e) 2,5 e 1,25

Aqui, devemos utilizar as quantidades ótimas de capital (K*) e trabalho (L*)


apresentadas na parte teórica da aula:

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𝒂 𝑪𝑻
𝑲∗ = ×
𝒂+𝒃 𝑪

𝒃 𝑪𝑻
𝑳∗ = ×
𝒂+𝒃 𝑾
“a” é o expoente do capital (K) na função de produção. “b” é o expoente de (L)
na função de produção. Observe que ambos os expoentes da nossa função de
produção são 1, isto porque Q=K.L  Q=K1.L1

C é o custo do capital. W é o custo da mão-de-obra.

A equação do custo é 2K + 4L = 10

Através desta equação podemos concluir que 2 é o preço do capital (C), 4 é o


preço da mão-de-obra (W) e 10 é o custo total (CT), pois, como vimos, o custo total
é expresso da seguinte forma: 𝑪𝑻 = (𝑾 × 𝑳) + (𝑪 × 𝑲).

Agora que sabemos os valores de a, b, CT, C e W, basta substituirmos:

𝒂 𝑪𝑻 1 10 5
𝑲∗ = × =( ) × ( ) = ½ × 5 = = 𝟐, 𝟓
𝒂+𝒃 𝑪 1+1 2 2
𝒃 𝑪𝑻 1 10 1 5 5
𝑳∗ = × = ( ) × ( ) = × = = 𝟏, 𝟐𝟓
𝒂+𝒃 𝑾 1+1 4 2 2 4
GABARITO: E

(AFC-STN/ESAF–2005-adaptada)

Seja a função de produção dada pela seguinte expressão:

Q = A.Lα. K1-a

Onde,

Q = produção;

A e α constantes positivas;

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K = capital; L = trabalho.

Considerando esta função de produção, os produtos marginal e médio da mão-


de-obra serão, respectivamente:

a) α.(Q/L) e A.(L/K)-(1-α)

b) α.K.L e A. (L/K)-1

c) α.(Q/L) e A.(L/K)-α

d) α.Q e A

e) α.(Q/L) e A.(L/K)

Questão puramente matemática.

O produto marginal é dado pela derivada do produto em relação ao trabalho


(dQ/dL). O produto médio é dado pela quantidade produzida dividida pela
quantidade de trabalho (Q/L).

Desta forma:

𝑑𝑄 𝑎−1 1−𝑎
𝐿𝑎 𝐾 𝑎
𝑷𝒎𝒈𝑳 = =𝑎×𝐴×𝐿 ×𝐾 = 𝑎 × 𝐴 ( ) × ( 𝑎 ) = × 𝐴𝑄 = 𝒂. 𝑸/𝑳
𝑑𝐿 𝐿 𝐾 𝐿

𝐴 × 𝐿𝑎 × 𝐾1−𝑎 𝑎−1 1−𝑎


𝐿𝑎−1 𝐿 𝑎−1 𝐿 −(1−𝑎)
𝑷𝒎𝒆𝑳 = 𝑄/𝐿 = =𝐴×𝐿 ×𝐾 = 𝐴 × 𝑎−1 = 𝐴. ( ) = 𝐴. ( )
𝐿 𝐾 𝐾 𝐾

GABARITO: A

(ESAF)

É uma decorrência do aumento da produtividade marginal do trabalho:

a) Aumento do salário real, queda na demanda por trabalho e quedas no emprego


e na produção global.

b) Diminuição da demanda por trabalho, queda no salário real e aumentos do


emprego e da produção global.

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c) Aumento da demanda por trabalho, aumento do salário monetário e aumentos


do emprego e da produção global.

d) Aumento da demanda por trabalho, queda do salário monetário e aumentos


do emprego e da produção global.

e) Diminuição da demanda por trabalho, aumento do salário monetário, aumento


do nível de preços e aumento do emprego e da produção global.

O PmgL é um dos fatores que altera a curva de demanda. A questão pede as


consequências de um aumento do PmgL.

A demanda por trabalho é dada por 𝑉𝑃𝑚𝑔𝐿 = 𝑃. 𝑃𝑚𝑔𝐿

Assim, o aumento de PmgL irá provocar o aumento da demanda por trabalho, de


forma que toda a curva de demanda será deslocada para a direita. Após
deslocarmos a curva de demanda para a direita, o novo equilíbrio acontecerá a
salários maiores e nível de emprego maior.

Ou seja, o aumento da produtividade do trabalho irá acarretar em aumento da


demanda por trabalho, queda do salário monetário e aumentos do emprego e da
produção global.

GABARITO: C

(AFT/ESAF – 2003)

No longo prazo a demanda por trabalho é mais elástica em relação ao salário do


que no curto prazo. Isso é verdade porque, em longo prazo, quando o salário sobe:

a) a empresa contratará mais mão-de-obra.

b) a empresa terá lucro zero.

c) a empresa adquirirá mais capital.

d) a empresa pode estabelecer o preço dos produtos.

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e) a empresa terá lucro maior do que zero.

Quando o salário sobe, um dos motivos da demanda por trabalho ser mais elástica
no longo prazo deve-se ao fato de que os empresários têm tempo de trocar a mão-
de-obra por capital.

GABARITO: C

(AFT/ESAF – 2006)

Suponha uma economia em que as firmas estão inseridas num contexto de


competição perfeita tanto no mercado do bem final como no mercado de fatores
de produção. Suponha também que, em uma determinada indústria, são
empregados apenas capital e trabalho para produzir um bem final. Segundo o que
é conhecido na literatura como regras de Marshall da demanda derivada, ligadas
à demanda por trabalho, é correto afirmar que:

a) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
elasticidade-preço da demanda do bem final.

b) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior for a
elasticidade de substituição entre o trabalho e o capital.

c) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
participação do trabalho nos custos totais.

d) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
elasticidade da oferta do capital.

e) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior for a
elasticidade-renda da demanda do bem final.

Nesta questão foi cobrado, quase que de modo literal, o conhecimentos das 04 leis
de Hicks-Marshall da demanda derivada. Vamos à análise por alternativas:

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a) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto MAIOR for a
elasticidade-preço da demanda do bem final.

b) Correto.

c) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto MAIOR for a
participação do trabalho nos custos totais.

d) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto MAIOR for a
elasticidade da oferta do capital.

e) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior for a
elasticidade PREÇO da demanda do bem final.

GABARITO: B

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizamos aqui mais uma aula. Espero que tenha gostado e compreendido nossa
proposta de curso.

Saiba que, ao optar pelos Estratégia Concursos, estará fazendo a escolha certa.
Isso será perceptível no decorrer do curso, a medida em que formos desenvolvendo
os assuntos.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou


disponível no fórum no Curso, Facebook ou Instagram.

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Obrigado pela companhia.

Aguardo vocês na próxima aula.

Bons estudos e até lá!

Prof. Vicente Camillo

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