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Economia do Trabalho p/ AFT

Teoria e exercícios comentados


Prof. Jeronymo Marcondes – Aula 04

AULA 04 – Diferencial Compensatório e Equilíbrio de Marcado

SUMÁRIO PÁGINA
1. Diferencial de salários compensatório 2
2. Equilíbrio do Mercado de Trabalho 11
3. Mercados Não Competitivos 21
3.1 Monopólio 21
3.2 Monopsônio 32
4. Rendimentos de Escala 35
Questões Propostas 45
Gabarito 49

E aí pessoal? Estão estudando firme? Claro que estão, o edital está aí! Hora de
acelerar. Antes de iniciarmos, uma dica de concurseiro.

Preparem-se para uma das aulas muito pesada, com muita matemática!

DICAS DE UM CONCURSEIRO
Todo mundo deve estar tenso com a prova
discursiva, certo? Totalmente compreensível. Mas,
relaxem e cuidado com excessos. Eu já vi muita
gente estudando para prova discursiva como se
fosse uma coisa totalmente diferente. É diferente,
mas nem tanto. Na minha experiência, o que muda
não é tanto o conteúdo, quanto a forma de estudo,
que exigirá de vocês escrita rápida, consistente, com
um bom português, com boa capacidade
argumentativa e atenção aos detalhes! Como se faz
isso? Praticando! Eu nunca gostei muito de escrever
estudando, mas, no caso de uma discursiva, não tem
jeito! Faça uma força e tente escrever o que você
vem aprendendo, ok?

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1. Diferencial de salários compensatório

Antes de juntarmos tudo que aprendemos de oferta e demanda por trabalho,


encontrando o equilíbrio de mercado, precisamos falar mais sobre as condições de
trabalho possíveis.

Veja, até agora não havia diferenças entre os diversos tipos de trabalho oferecidos
em uma economia. Como todos os empregos eram iguais, a única coisa que atraia
o trabalhador era o salário, tal como o modelo da aula 03.

Entretanto, no mundo real, os trabalhos oferecidos são diferentes, alguns são


sujeitos a mais riscos do que outros, alguns pagam mais do que outros e por aí vai.
Neste caso, a “utilidade” de nossos trabalhadores não dependeria somente de
aspectos financeiros, mas de aspectos não financeiros ligados à ocupação
oferecida.

Assim, o nosso trabalhador irá ponderar se assume ou não um trabalho em função


das “vantagens” e “desvantagens” do emprego. Toda a ideia do nosso modelo se
baseia no fato de que seria possível “compensar” o trabalhador com ganhos
financeiros por um ambiente de trabalho “desagradável”.

Não entendeu? Vamos comparar 2 empregos: minerador de carvão e atendente.

Se os salários destas duas funções fossem iguais, o que você acha que
aconteceria? É óbvio que quase todas as pessoas iriam preferir o trabalho de
atendente, afinal esse trabalho é bem mais seguro e possui um ambiente de
trabalho bem mais agradável do que a mina de carvão. Assim, todas as pessoas, ou
quase todas, iriam ser atendentes, não restando ninguém para trabalhar na mina de
carvão.

O nosso estudo de oferta e demanda da aula 00 nos diz o que iria acontecer com a
oferta (O) e demanda (D) no mercado de trabalhadores de mina de carvão.

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Sendo L a quantidade de “trabalho” contratado e w o salário.

Ao salário de w0, que é o mesmo salário do mercado de atendentes, a demanda de


empregados será maior do que sua oferta (L3 > L2).

Nós já vimos este filme, certo? Se a demanda é maior do que a oferta, o “bem” (no
caso, trabalhadores para mina de carvão) é “relativamente escasso”, portanto seu
preço (no caso, o salário para os empregados da mina de carvão) irá subir. Esse
“preço” irá subir até que a “escassez” esgote, ou seja, até o ponto em que oferta for
igual à demanda, no ponto (w1, L1). Esse salário de equilíbrio (w0) será superior ao
salário de atendente.

A ideia seria essa, “empregos piores” pagariam mais a fim de poder atrair os
trabalhadores necessários. Neste caso, a função de utilidade dos trabalhadores ( )
seria tal que:

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Agora prestem atenção! Eu sei qual é a pergunta:

-“Professor, mas isso não costuma acontecer na vida real. Há muitos casos de
empregos com condições ruins que remuneram menos do que empregos com
condições boas!”

Agora que a porca torce o rabo. A hipótese fundamental é:

A hipótese fundamental para nossas conclusões é que


“empregos piores” pagarão mais do que “empregos
bons”, mantidas constantes às características
próprias dos trabalhadores, tal como nível
educacional, experiência, etc.

Ou seja, para empregados com mesmas características pessoais, empregos


“piores” pagarão mais do que “empregos bons”. Assim, não seria possível comparar
um médico com o minerador de carvão, pois eles têm condições educacionais
diferentes. Os trabalhadores devem ser comparáveis.

Mas, voltando à comparação de trabalhadores com características semelhantes,


cabe destaca o conceito de diferencial de salário compensatório (DSC). No
nosso exemplo, o DSC seria a diferença de salários entre os mineradores de carvão
e os atendentes, ou seja, seria o valor necessário para atrair os trabalhadores para
o emprego com condições ruins de trabalho. No gráfico descrito acima:

Entenderam?

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Mas, para que nossas conclusões sejam válidas, algumas hipóteses adicionais
(além de estarmos trabalhando com indivíduos comparáveis) são necessárias:

1) Os trabalhadores maximizam utilidade e não somente a renda.

Neste caso nossos agentes em estudo não se preocupam só com o salário,mas


com as condições de trabalho.

2) Trabalhador tem informação perfeita sobre as diferenças de condições de


emprego e salário entre os diferentes trabalhos na economia.

Para que o trabalhador possa decidir entre os diferentes trabalhos, temos que supor
que ele tenha informação sobre as diferenças entre os diversos trabalhos.

3) O trabalhador tem perfeita mobilidade entre trabalhos.

Ou seja, estamos desconsiderando a possibilidade de que o trabalhador precise


ficar atrelado a um trabalho por motivos como distância, contrato, etc.

Toda essa discussão nos faz perceber que este DSC tem papel importante no
nível de trabalhadores e empresas, como em nível social.

O DSC é importante para que as empresas com piores condições de trabalho


consigam ter os trabalhadores necessários e manter sua produção. Veja, por mais
que uma mina de carvão trabalhe na melhoria de suas condições, essas nunca
serão tão boas quanto um escritório bem equipado. Assim, caso não existisse essa
diferença, as empresas não conseguiriam produzir este bem.

Isso repercute em nível social também, pois a sociedade precisa de muitos bens
que são produzidos em condições ruins, portanto, o DSC seria um garantidor de que
estes continuariam a ser produzidos.

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1.2 Teoria Salarial “hedonística”

Gente, com base no que sabemos de DSC já podemos saber que, mantidas as
condições pessoais do trabalhador constantes, um trabalhador precisará de maiores
taxas salariais para compensá-lo por “piores condições de trabalho”, tal como o
risco de acidentes.

Analisando o caso do nosso minerador de carvão, nós sabemos que este


demandará maiores salários para compensá-lo pelo risco que ele corre na atividade.
Ou seja, para manter a utilidade do trabalhador constante, para um dado
aumento de risco em sua atividade, será preciso pagá-lo mais. Você se lembra
o que é isso?

Isso mesmo! É uma espécie de curva de indiferença (CI). Neste caso:

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Veja as CI no gráfico acima. Para que o trabalhador se mantenha em uma mesma


CI, um maior risco de acidentes tem de estar associado a uma maior taxa salarial.
No caso acima, se a taxa de acidentes passar de 20 para 30 acidentes por dia, o
trabalhador precisará aumentar a taxa salarial em R$ 30 (40 – 10) para que a
utilidade fique constante.

Perceba que CI mais altas estarão associadas a maiores utilidades:

Veja que a curva U2 apresenta maior utilidade do que U1. Neste caso, para uma
dada taxa de acidentes (20), a curva U2 associará este valor a uma taxa salarial de
R$ 20 (ponto B) ao invés de R$10, tal como na curva U1 (ponto A).

Neste caso, podemos observar uma coisa: quanto mais inclinado for a CI risco (x)
salários, mais avessa ao risco será pessoa, enquanto que, quanto mais estas forem
planas, mais propenso ao risco será o trabalhador. Veja:

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Perceba que uma dada variação na taxa salarial (5 para 10), a curva mais inclinada
estará associada a uma menor variação do risco aceitável (4) do que a curva mais
plana (10).

Ok! E o empregador?

Longe de querermos esgotar a discussão, como você acha que seria uma curva de
isolucro para o empregador? Ou seja, como seria uma curva que mostraria qual a
relação entre os salários que a empresa oferece e o risco que ela proporciona?

Simples! Maiores taxas salariais terão que estar associadas a maiores riscos. É
assim, eliminar riscos é custoso, então, para uma dada taxa de lucro, para eliminar
riscos será necessário reduzir os salários. Uma isolucro seria uma curva que
mostraria qual seria a combinação de riscos e salários que dariam a mesma taxa de
lucro para uma empresa.

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-“Mas, professor, se for assim, as isolucros não terão a mesma forma das CI”?

Boa! Mas, por razões que não irão cair no seu concurso, elas terão a “boca virada
para baixo”, tal como se segue:

Veja que uma taxa salarial mais alta tem de estar associada a uma taxa de
acidentes mais alta na isolucro, pois isso demandaria mais gastos por parte da
empresa, o que teria de ser repassado ao trabalhador.

O formato destas curvas dependerá da “facilidade” com a qual o empregador produz


segurança e qualidade de seus postos. Para algumas empresas, a depender de sua
tecnologia e características, será mais “custoso” do que para outras gerar
segurança (tal como a mina de carvão). Como estas irão atrair trabalhadores?
Pagando mais! Agora, se for mais fácil para empresa gerar segurança, esta poderá
pagar salários menores e, ainda assim, atrair a mão de obra necessária.

Algumas empresas irão preferir gerar mais segurança, pagando menores salários,
outras não irão se concentrar no ambiente de trabalho, mas compensarão
financeiramente seus trabalhadores por este descuidado.

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Tá bom! Mas qual a conclusão?

É a seguinte:

Os trabalhadores irão trabalhar nas empresas


quando a sua taxa de troca de riscos por salário for
igual à taxa da empresa na qual ele irá obrar, ou
seja, quando a inclinação de sua CI for igual à
inclinação da isolucro de uma empresa (sendo que
esta será a empresa em que ele irá trabalhar).

Não quero adentrar muito nesta questão, porque há poucas chances disso ser
cobrado, mas perceba uma coisa:

Esta conclusão nos permite dizer que


trabalhadores mais propensos ao risco irão preferir
receber mais e, portanto, trabalharão em empresas
com maior risco. Por outro lado, empregados que
tem aversão ao risco trabalharão em empresas que
tem mais facilidade em produzir segurança, mas
que pagam menos.

Este é um equilíbrio particular do modelo hedonístico de salários. Vamos falar agora


de questões de equilíbrio de mercado como um todo.

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2. Equilíbrio do Mercado de Trabalho

Eu já expliquei para vocês na aula 00 que o equilíbrio de mercado ocorre quando a


oferta é igual à demanda. Isso se aplica ao mercado de trabalho. O equilíbrio do
mercado de trabalho ocorrerá quando a oferta de trabalho for igual à demanda
por trabalho:

Quando a oferta é maior do que a demanda por trabalho (ao salário de R$ 50), não
podemos estar no equilíbrio, pois há mais trabalhadores querendo laborar do que as
empresas querem contratar. Neste caso, há um estímulo para redução de salários,
pois o trabalho está relativamente abundante. Conforme o salário se reduz, alguns
empregados desistem de querer trabalhar, mas outros continuam querendo,
fazendo com que o mercado se movimente até o ponto de equilíbrio.

Já no caso em que a demanda é maior do que a oferta (salário de R$ 20), as


empresas querem contratar mais trabalhadores do que os que estão dispostos a
trabalhar. Neste caso, o trabalho é relativamente escasso, havendo estímulo para

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aumento de salários. Conforme o salário aumenta, mais trabalhadores irão querer
colocar sua mão de obra à disposição das empresas, fazendo com que o mercado
se movimente até o novo ponto de equilíbrio!

Qual o único ponto em que não há estímulos para mudança, coeteris paribus?
Exatamente, o ponto em que o salário é igual a R$ 30 e há 20 empregados
contratados. Este é o equilíbrio da empresa e trabalhador ou equilíbrio
competitivo.

Neste ponto, precisamos discutir um ponto importante: a mobilidade, informação


perfeita e racionalidade dos trabalhadores, ou seja, os pressupostos da teoria
neoclássica de mercado de trabalho. Nós já falamos que a escola neoclássica é a
responsável pela teoria de mercado de trabalho que estamos estudando. Mas, toda
essa teoria se baseia em algumas hipóteses:

1) Os trabalhadores são racionais – no sentido de que sempre estarão dispostos a


maximizar sua utilidade;

2) Os trabalhadores têm informação perfeita – ou seja, eles conhecem o mercado


de trabalho com a palma da mão e sabem se um emprego remunera mais ou
fornece melhores condições de trabalho que outro;

3) Os empregados têm perfeita mobilidade entre empresas – não há contratos


impeditivos, distância, ou qualquer outro fator que influencie em suas decisões além
de salário (nós já vimos que isso não é verdade pela teoria do diferencial de salário
compensatório, mas, por hora, assumiremos que as condições de trabalho em todas
as empresas são iguais).

Essas hipóteses garantem o funcionamento de mercado que nossa teoria está


prevendo.

Este equilíbrio de mercado competitivo é tido pela teoria como eficiente, pois
maximiza os ganhos de troca.

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-“Não entendi”!

Então, vamos ao gráfico:

Olha pessoal, eu usei linhas vermelhas para facilitar a visualização, mas elas só
servem para ligar os pontos, ok?

O equilíbrio ocorre quando a oferta é igual à demanda, portanto, a contratação de


trabalhadores está ocorrendo no ponto em que o salário é de R$ 20 e há 20
empregados contratados.

Quando a empresa contrata 10 unidades de “trabalho”, ela ainda está “lucrando”,


pois há um excedente de produtor aí. Veja, no ponto H, o valor do produto
marginal desta quantidade de mão de obra é maior do que o salário que a empresa
está pagando, gerando um excedente para a empresa. Essa conclusão também é
verdade no ponto X, significando que a contratação de 11 unidades de L gerará um
excedente para o produtor.

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Assim, como nós sabemos da aula 02 que, mantidos os outros fatores de produção
constantes (algo semelhante ao curto prazo), a empresa irá contratar até o ponto
em que:

Neste ponto há uma maximização do excedente do produtor, que, no equilíbrio de


mercado sem interferências, é dado pela área A, acima descrita. Existe
correspondência entre este conceito e o conceito de lucro, mas não vamos adentrar
nisso para sua prova.

Entenderam o que é o excedente do produtor? É a diferença entre o que ele está


“ganhando” com a produção de uma determinada quantidade de bens finais e o que
ele está “pagando” para produzi-las.

Olhe no gráfico. No ponto H, a empresa estaria disposta a pagar R$ 40 pela 10ª


unidade de trabalho, mas só está pagando o salário de mercado, que é de R$ 20.
Portanto, há um excedente de produção neste ponto, que é dado pelo trapézio
marcado pela linha vermelha. Este excedente ocorrerá para todas as contratações
cujo custo (leia-se, salário de mercado) seja inferior ao valor de seu produto
marginal. Assim, até o equilíbrio, onde o custo é igual ao ganho, será gerado um
excedente dado pelo triângulo A, que representa a soma dos ganhos obtidos com
cada unidade produzida.

E o trabalhador?

Nós sabemos da aula 03, que o trabalhador irá ofertar trabalho até o ponto em que:

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Ou seja, até o ponto em que o custo de trocar lazer por trabalho seja igual à taxa de
salário. Isso determina a curva de oferta do trabalhador, tal como explicamos na
aula 03.

Veja o gráfico:

Perceba que na contratação de 5 unidades de “trabalho”, há um excedente dos


trabalhadores, já que esta unidade de trabalho aceitaria ser remunerada por menos
(R$ 7), mas o mercado oferece R$ 20, gerando um excedente dos trabalhadores.
O mesmo vale para a 7ª unidade de trabalho (recebe R$ 20, mas aceitaria trabalhar
por R$ 10). Isso será verdade até a contratação da vigésima unidade de trabalho,
cuja remuneração desejada será aquela oferecida pelo mercado, maximizando o
excedente do trabalhador.

O excedente dos trabalhadores no equilíbrio de mercado, tal como no caso do


excedente dos produtores, será a soma dos excedentes obtidos por cada unidade
de trabalho ofertada. A soma total será igual ao triângulo B.

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Viram? O equilíbrio é o ponto que gera os maiores excedentes dos trabalhadores e


dos produtores!

Daí nós tiramos uma conclusão importante sobre este modelo:

O equilíbrio competitivo é eficiente no sentido de


que, neste ponto, não há como ninguém ganhar
sem outra pessoa perder. Assim, foram
maximizados os ganhos de troca.

Mas, como será o equilíbrio de mercado? Isso é, no conjunto de todas as


empresas que usam mão de obra, qual será a quantidade trabalhadores
empregados e o salário de equilíbrio?

As curvas de oferta e demanda de mercado serão dadas pelas somas de todas as


curvas de oferta e demanda de trabalho dos trabalhadores e empresas
individualmente.

Por exemplo, suponha que existam duas empresas em uma economia, de forma
que suas curvas de oferta possam ser descritas da seguinte forma:

Salário Demanda de Trabalho - firma 1 Demanda de Trabalho - firma 2 Demanda de Mercado


10 70 140 210
15 60 120 180
20 50 110 160
30 40 100 140

Viram? A curva de demanda de trabalho de mercado será a soma destas


individualmente.

O mesmo raciocínio se aplica à curva de oferta de mercado, sendo necessário


somar todas as curvas de oferta dos trabalhadores individualmente.

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Assim, o equilíbrio poderia ser:

Este equilíbrio também é eficiente e maximiza os ganhos de troca.

Daí surge a pergunta: o salário que todas as empresas do mercado irão pagar para
um determinado tipo de mão de obra (a depender do modelo podem ser categorias
de formação, idade, ou tudo junto) será o mesmo? Vamos entender!

O que acontece se duas empresas, com condições de


trabalho idênticas, oferecerem salários diferentes? Simples! Os trabalhadores
migrarão para aquela que paga mais! Ponto! A ideia de mobilidade e
racionalidade é essa, os trabalhadores se movimentarão entre os diversos
trabalhos até encontrar aquele que paga melhor, coeteris paribus.

Então? Qual sua conclusão?

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-“Em um mercado competitivo, o salário de equilíbrio para uma determinada
categoria de mão de obra será igual em todas as empresas”!

Isso! Vamos voltar ao nosso exemplo de duas empresas e supor que a empresa 1
oferece um salário menor do que 2 (w3 < w0) no equilíbrio:

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Entenderam? A saída de trabalhadores da empresa 1 fez o seu salário subir,


enquanto que a excessiva quantidade de trabalhadores querendo trabalhar em 2 fez
seu salário cair. Até que ponto isso ocorrerá? Até que os dois salários sejam iguais!

Teste para o caso inverso! Você vai ver que haverá uma tendência de equalização
dos salários. Claro que estamos assumindo todos aqueles pressupostos que
falamos acima, inclusive que os trabalhadores são todos iguais!

Economia é assim mesmo, há uma excessiva simplificação da realidade para


serem criados modelos. Isso se baseia na “teoria do mapa”. Isso é, se a teoria
levasse em conta TODOS aspectos da realidade, o modelo seria tão complexo
que seria mais viável olhar a própria realidade. Mas, relaxem e guardem os
conceitos.

Até aqui, estamos tratando do equilíbrio de uma empresa e trabalhadores operando


em mercado competitivo.

Um mercado competitivo é aquele no qual


todos os compradores e vendedores do bem
negociado são muito pequenos com relação
ao tamanho do mercado, não tendo poder de
influenciar o preço dos bens negociados,
sendo, portanto, tomadores de preço.

Nós já discutimos isso na aula 00. Pense no caso de um mercadão! Neste mercado
os vendedores e compradores têm muito pouca, ou nenhuma, influência no preço
dos produtos vendidos. Se alguém vender acima do preço comum, não venderá
nada. E se vender abaixo, terá todo o mercado, o que seria irracional, pois alguém
já o teria feito antes e abocanhado toda clientela.

Neste caso, a demanda de mercado pelo produto das empresas em um mercado


competitivo seria da seguinte forma:

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Veja que ao preço de mercado (P*) uma empresa pode vender o quanto quiser (ou
puder). Isso deriva do fato de que ela é uma parte muito pequena do mercado como
um todo. Essa seria a curva de demanda de mercado com a qual as empresas
em um mercado competitivo se defrontam.

Essa conclusão vale também para um mercado de fatores competitivo, sendo que
as empresas seriam pequenas demais para influenciar o salário de mercado,
podendo contratar quantos empregados que quisessem ao salário de mercado.
Desse modo, a oferta de trabalho para essas empresas seriam:

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Ou seja, devido ao fato de as empresas serem pequenas demais com relação ao


tamanho do mercado de trabalho, elas não teriam capacidade de influenciar o
salário de mercado, podendo contratar a mão de obra que desejassem ao salário
(w*).

Vocês estão entendendo que esta curva de oferta agregada de mão de obra em um
mercado competitivo de fatores é o somatório de todas as ofertas de trabalhadores
individuais? As curvas de ofertas de trabalhadores são daquele jeito que mostramos
na aula 03, positivamente inclinadas. Mas, neste caso, há infinitos trabalhadores
ofertando mão de obra para infinitas empresas, de forma que o formato deste
mercado como um todo ganhe a forma de um “mercadão”.

O mesmo vale para a demanda de mercado pelo produto final de uma empresa em
mercado competitivo, que seria o somatório de todas as demandas dos
consumidores considerados individualmente.

E como seria uma empresa que não se comportasse dessa forma?

3. Mercados Não Competitivos

Até agora falamos do equilíbrio de mercado competitivo, mas muitas coisas podem
perturbar o equilíbrio e impedir a eficiência. Vários casos serão discutidos ao longo
do curso, mas, agora iremos tratar dos casos do Monopólio e do Monopsônio.

3.1 Monopólio

-“O que é um monopólio, professor”?

Monopólio é o caso de “um único vendedor de um bem”! Ou seja, só há uma


empresa que fornece um determinado bem final, a empresa monopolista. Já
ouviram falar dos processos anti-monopólio que são feitos contra a Microsoft?
Então, a ideia é que a Microsoft fornece um “bem único”, que não pode ser
diretamente substituído por outros, gerando um monopólio.

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Mas como isso afeta o mercado de trabalho?

Nós vimos que, no mercado competitivo, uma empresa pode vender o quanto quiser
ao preço de mercado. No caso do monopólio não é assim. O monopólio não só é
uma grande parte do mercado, mas sua totalidade! Assim, ele se submete a um
caso clássico de demanda, a saber:

Ou seja, para que o monopólio venda mais de seus produtos, ele deve reduzir o
preço do seu produto. As pessoas só irão consumir mais dos produtos do monopólio
se este reduzir o preço, um caso clássico de demanda por produto. Neste caso, ele
é um fixador de preços, pois ao definir a quantidade produzida ele acaba por
determinar o preço do produto.

Matematicamente falando, o preço do produto não é mais constante, mas é uma


função da quantidade produzida pelo monopolista:

Ou seja, a quantidade que ele produzir irá influenciar o preço. A título de exemplo,
uma função demanda dos produtos do monopolista poderia ser:

Viram, neste caso, quanto maior a quantidade produzida, menor será o preço que
ele pode cobrar.

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Neste caso, o empregador não mais poderá se basear naquele nosso mantra que
define a demanda por trabalho de uma empresa competitiva:

Ou seja, que o valor do produto marginal do trabalho (VPMgL) será igual ao preço
do produto (constante, no mercado competitivo) multiplicado pelo produto marginal
do trabalho. Isso porque, no monopólio, o preço não é mais constante para qualquer
quantidade produzida.

O Monopolista tem de reduzir o preço de seu


produto para conseguir vender uma quantidade
maior deste no mercado.

Neste caso, o “mantra” do monopólio será diferente:

Sendo RMg a receita marginal e PRMgL o produto da receita marginal. A


demanda por trabalho no monopólio será realizada até o ponto em que o produto da
receita marginal for igual ao salário de mercado, no caso de um mercado de fatores
competitivo.

Receita Marginal é a variação da receita total em


decorrência do aumento da quantidade produzida em uma unidade adicional.

O produto da receita marginal é o correspondente do valor do produto marginal para


o monopólio e que é obtido pela multiplicação da receita marginal pelo produto
marginal do trabalho.

Vocês entenderam? A receita adicional que o monopólio obterá pela venda de seu
último produto, coeteris paribus, é a Receita Marginal e esta não é sempre igual ao
preço de mercado, que independe da quantidade vendida, pois o produtor terá de

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reduzir o preço de seu produto se quiser aumentar a sua participação no mercado.
Neste caso, é fácil ver que a Receita Marginal é decrescente!

E como é a Receita Marginal? Ela não é o acréscimo de receita decorrente da


venda de uma unidade adicional de produto? Então, no caso do mercado
competitivo, ela é:

O que isso está te dizendo? Está te falando que, quando uma empresa competitiva
produz uma unidade adicional, ela poderá obter o preço de mercado (p*) com sua
venda, independentemente da quantidade já produzida.

E o monopolista? Neste caso:

Ou seja, a receita marginal será função da quantidade produzida. Isso porque,


quanto mais o monopolista produzir, menor o preço que ele poderá obter por cada
unidade produzida.

E como podemos calcular a RMg?

Simples! Pela derivada da função que expressa a Receita Total! Isso é meio que
óbvio, pois nós vimos que a receita marginal é a variação na receita total decorrente
da produção de uma unidade adicional de um bem final. Então a derivada da
Receita Total com relação à quantidade produzida é o quanto variará a receita total
quando a quantidade produzida variar em uma unidade. Veja que os conceitos são
iguais!

A receita total pode ser obtida pela expressão “preço vezes quantidade”. Ambos são
variáveis no monopólio, então você pode escolher em termos de qual você irá
expressar a receita total. Vamos trabalhar com a receita total ( ) em função das
quantidades produzidas, o que gera:

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No nosso exemplo:

Assim, a receita marginal deste monopólio será:

Perceberam que ela não é constante? E mais, que ela diminui com a quantidade
produzida? Essa é uma característica do Monopólio!

Eu não vou ficar enchendo a cabeça de vocês com


teoria que vocês não usarão! Então, entendam isso: como o monopólio tem de
reduzir o preço de seu produto para desovar seus estoques, ele irá produzir
menos que se atuasse como uma empresa competitiva, coeteris paribus.
Portanto, ele não maximiza os excedentes dos trabalhadores e dos
produtores, por consequência, não maximizando os ganhos de troca.

Viram? Quando o monopolista faz as contas, ele percebe que não valerá a pena
produzir a mesma quantidade que uma empresa competitiva, que pode produzir o
quanto quiser ao preço de mercado, assim, esta produzirá menos!

Agora eu te pergunto: como fica a demanda por trabalho?

A empresa produz menos, portanto ela contratará menos trabalho, mantido


tudo mais constante! Veja o gráfico:

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Sendo L0 < L1.

Percebem que o monopólio irá empregar menos pessoas do que se atuasse como
uma empresa competitiva (L0 < L1), coeteris paribus?

- “E o salário, professor”?

Então, apesar de o monopólio não ser competitivo no mercado de produtos finais,


ele pode ser um tomador de salários no mercado de trabalho, que é o nosso caso.
Assim, ele pode contratar quanta mão de obra quiser ao salário de mercado (w*).

No nosso estudo iremos tratar, unicamente, do caso em que o monopólio atua em


um mercado de trabalho competitivo.

Obs. Função Lucro

Assim, podemos derivar a função lucro de uma empresa monopolista e da empresa


competitiva. Essa função irá nos dizer qual a quantidade produzida no ponto de
maximização de lucro.

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O que é lucro? Lucro é igual a receitas menos custos. Nós já vimos como é a
função receita total de uma empresa competitiva e de um monopolista, então, se
conhecermos sua função Custo Total, que nos mostra como o custo varia com a
quantidade produzida, teremos a função lucro.

Vamos supor que estamos no curto prazo, sendo que o único fator de produção que
pode variar é o trabalho!

Como seria a função Custo Total de uma empresa competitiva? Seria uma função
que mostraria o quanto a empresa “gasta” para produzir! No caso da empresa
competitiva, que se defronta com um mercado competitivo de fatores de produção,
seu custo total (CT) seria:

Veja, o custo total será função da quantidade de trabalho que a empresa contrata
( ) multiplicada pelo salário de mercado ( ), que é fixo.

Esta expressão está nos dizendo algo importante: não importa quanto trabalho a
empresa contrate, o salário de mercado será constante e dado por . Essa é a
característica de uma empresa competitiva no mercado de fatores, pequena demais
com relação ao tamanho do mercado para influenciar o salário de mercado, ou seja,
trata-se de uma tomadora de salários.

É exatamente o mesmo caso da empresa tomadora de preços, conforme já


discutimos, só que no mercado de fatores. O que ocorre é uma falta de poder de
mercado para influir no preço que ela irá pagar por uma unidade adicional de
trabalho, assim, não importa quanto trabalho ela contrate, a sua demanda será
pequena demais com relação ao tamanho de mercado para alterar o salário de
equilíbrio.

Assim, a função lucro ( ), que uma empresa competitiva visa maximizar é dada por:

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Essa é a função lucro de uma empresa competitiva, com e constantes,


dados pelo equilíbrio de mercado.

E o monopolista?

A fim de facilitar a análise, já dissemos que vamos trabalhar com o caso em que o
monopolista se defronta com um mercado de fatores competitivo, sendo, portanto,
pequeno demais para influir no salário de mercado. Assim, sua demanda não
afetará o salário de mercado, o que resulta em uma função custo total igual à da
empresa sob concorrência perfeita:

Assim, a função lucro do monopolista ( ) será:

Bom gente, nem preciso falar para vocês como maximizar esta função, certo?
Exatamente, derivando em função da quantidade produzida e igualando o resultado
a zero, tal como explicamos em aulas anteriores.

Mas, veja, antes de derivar uma função lucro, seja do monopolista ou da empresa
em concorrência perfeita, acabamos por encontrar 2 (duas) funções que a compõe:
a função Receita Total e a função Custo Total. Observe:

Já sabemos que a derivada da função receita total é a receita marginal. E a


derivada da função custo total? É o Custo Marginal!

Custo Marginal é a variação do Custo total em


decorrência do aumento da quantidade produzida em uma unidade adicional.

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Entenderam o que é o custo marginal? Ao aumentarmos a produção de bens finais


em uma unidade, temos uma variação no custo total incorrido pela empresa, esta
variação é o custo marginal.

E como calculá-lo? Exatamente! É a derivada da função custo total com relação à


quantidade de produto produzida. Por que? Porque nós sabemos que a derivada da
função Custo Total com relação à quantidade produzida vai nos dizer qual é a
variação no custo total para uma variação de uma unidade de produto final!

Vamos derivar a função lucro e ver a repercussão disso. Dada uma função lucro:

Se a derivarmos e igualarmos o resultado a zero, visando encontrar o ponto máximo


da função, teremos:

O que leva a:

Esse é o dogma da economia como um todo! Toda empresa, repito, toda


empresa, não importa o mercado em que opere, irá produzir até o ponto em
que a receita marginal for igual ao seu custo marginal.

-“Por que isso professor”?

Analise bem, a RMg é o acréscimo de receita total que uma empresa terá em
decorrência da produção de um bem adicional, enquanto que o CMg é o custo
adicional que uma empresa incorrerá em virtude da produção de um bem final
adicional.

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O que ocorre se, em um determinado ponto de produção, a receita marginal for


maior do que o custo marginal? Neste caso, a produção de uma unidade adicional
irá gerar mais receita do que custos, pois a receita marginal decorrente desta
unidade produzida será maior do que seu respectivo custo marginal. Portanto, vale
a pena aumentar a produção e ter este lucro adicional decorrente da produção desta
unidade adicional.

E se em um determinado ponto de produção, a receita marginal for inferior ao custo


marginal? Neste caso, a produção de uma unidade adicional irá gerar mais custos
do que receitas. Portanto, vale a pena reduzir a produção e diminuir os prejuízos
que esta produção em excesso está gerando.

Qual o único ponto em que não dá para melhorar de situação? É isso aí, quando a
receita marginal for igual ao custo marginal. Neste ponto, não haverá como gerar
mais ganhos para a empresa, pois ela estará obtendo o maior lucro possível.

Essa condição para a empresa competitiva, sem fazer qualquer consideração


sobre o mercado de fatores, fica assim:

Ou seja, a empresa competitiva tem de ter o seu custo marginal igual ao preço de
mercado.

E o monopolista?

[ ]

Entenderam? A condição de igualdade entre custo marginal e receita marginal vale


sempre e para qualquer mercado! É uma simples questão de racionalidade
econômica. Esta relação irá definir qual a quantidade (ou preço, a depender como
você irá arrumar a equação) que maximiza o lucro da empresa.

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Esta condição de igualdade entre receita marginal e custo marginal serve,


inclusive, para explicar nosso “mantra” que determina a demanda de trabalho
pela empresa competitiva e pelo monopólio.

Veja, qual o custo marginal de contratação de um trabalhador adicional? Ora, esse é


dado por:

Pense um pouco. Se o produto marginal de um trabalhador é de 10 unidades de


produto final e o seu salário é de R$ 20, o custo marginal de produção de uma
unidade adicional de produto será de R$ 2 (20 dividido por 10).

E qual a receita marginal decorrente da contratação de um trabalhador adicional?


Se for uma empresa competitiva, será o preço de mercado, enquanto que se for o
monopólio será a receita marginal relativa à produção que ele decidiu produzir.

Assim, no caso da empresa competitiva:

E no caso do monopólio:

Viram? O nosso dogma de escolha maximizadora serve para derivar, inclusive, a


quantidade ótima de trabalhadores que será demandada pela empresa.

Ou seja, guarde essa relação, pois ela explica a maior parte das escolhas na
economia.

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3.2 Monopsônio

Nós não falamos do monopólio, único produtor? Agora vamos falar do


monopsônio, único comprador de um bem em um mercado. Neste caso, iremos
pressupor que a empresa é monopsonista no mercado de trabalho e vende seus
produtos em um mercado competitivo. Qual a mudança com relação à nossa análise
de mercado competitivo anterior?

O monopsonista não pode comprar quanto “trabalho” quiser ao salário de mercado.


Por que? Pelo fato de ele ser o único comprador, o mesmo só conseguirá atrair
mais mão de obra com maiores salários.

Imagine um único hospital em uma cidade pequena. Qual a única forma de este
estabelecimento conseguir atrair mais enfermeiros para trabalhar? Logo de cara
alguns enfermeiros irão querer, mas eles não serão o suficiente. Há alguns que
podem atuar na área, mas estão tranquilos em casa, ou estão visando uma nova
carreira como AFT, ou outras possibilidades. Como fazer estas pessoas mudarem
de ideia?

Exatamente: pagando mais! Quando você é o único comprador, você influencia o


preço de mercado e, no caso do mercado de trabalho, ele será um fixador de
salários! A depender de sua demanda, o salário de mercado será diferente. Assim,
a curva de oferta de trabalho de mercado com a qual este mercado se defronta é:

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Ou seja, para conseguir mais mão de obra, o


monopsonista deverá pagar um salário mais alto!

Ou seja, o custo total dessa empresa variará não somente com a quantidade de
empregados contratados, mas com a variação salarial necessária para atrair essa
quantidade de mão de obra. Assim, sua função custo total seria diferente das que
estudamos até aqui, a saber:

Perceberam? O salário de mercado será uma função da quantidade de produto final


produzida pelas empresas o que, por consequência, está ligada à demanda de
trabalho das firmas! Uma maior quantidade de produto fará com que as empresas
necessitem de mais mão de obra, o que ocasionará um aumento na demanda de
trabalho das empresas. No caso, nós sabemos que, no caso do monopsonista, uma
maior demanda de trabalho por estas empresas fará com que o salário de mercado
aumente. Isso decorre do fato de que, como a empresa é a única compradora, uma
maior demanda de trabalho tornará este bem relativamente mais escasso, fazendo
o salário subir.

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Pelo que nós vimos, contratar um empregado adicional deve ser seguido de uma
elevação salarial, o que afetará o quanto a empresa está pagando para todos que
ela já contratou! Portanto, o custo marginal da mão de obra de uma empresa
monopsonista não será mais igual ao salário de mercado (w*) divido por seu produto
marginal, tal como no caso competitivo, mas será sempre crescente.

Assim, para uma empresa competitiva no mercado de bens finais, mas


monopsonista no mercado de fatores, a função lucro será:

Assim, na maximização de lucros, derivando a função lucro:

Perceba o seguinte, a empresa não pode contratar o que quer pelo salário de
mercado e está sujeita a custos crescentes de contratação, ou seja, um custo
marginal de contratação ascendente. Se isso ocorre, por dedução, podemos
perceber que a empresa monopsonista irá contratar menos pessoas do que
outra exatamente igual que se comporte como uma empresa competitiva no
mercado de fatores de produção.

Assim, sem fazer muita imersão na teoria, vamos ao que


interessa para sua prova. Portanto, decore:

1) Uma empresa monopsonista contrata menos trabalhadores do que se


atuasse de forma competitiva no mercado de fatores, coeteris paribus;

2) Uma empresa monopsonista, mantido tudo mais constante, paga um salário


de equilíbrio menor do que se atuasse de forma competitiva no mercado de
fatores.

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4. Rendimentos de Escala

Pessoal, já que estamos falando de monopólio, acho importante tratarmos do


assunto Rendimentos de Escala. Isso é uma coisa que pode gerar monopólios!

Olha, nós falamos da lei dos rendimentos marginais decrescentes, que implica uma
produtividade decrescente dos fatores de produção acrescidos no processo,
mantido tudo mais constante. Mas, essa é a palavra chave, tudo mais constante.

E se você alterar a quantidade dos insumos utilizados todos ao mesmo tempo? Ou


seja, o que ocorre se você dobrar a quantidade a quantidade de capital e trabalho
usados no processo ao mesmo tempo?

Isso define que tipo de rendimento de escala uma tecnologia tem. Veja, se você
multiplicar a quantidade de insumos em um processo produtivo por um número “x”
qualquer (tal como 2, 3, 4, etc), podem acontecer 3 (três) coisas com o total de
produto final da empresa:

1) O produto final pode aumentar mais do que x. Este é o caso de rendimentos


crescentes de escala. Por exemplo, se você dobrar a quantidade de ambos os
insumos utilizados, a produção irá mais do que dobrar se a tecnologia tiver
rendimentos crescentes de escala. Analiticamente:

Sendo o valor de sua produção. Isso é algo que pode gerar um monopólio! Se
uma empresa tem uma tecnologia desta e as outra não, ela pode acabar
expulsando as demais do mercado.

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2) O produto final pode aumentar menos que x. Este é o caso de rendimentos


decrescentes de escala. Por exemplo, se você triplicar a quantidade de ambos os
insumos utilizados, a produção irá mais do que triplicar se a tecnologia tiver
rendimentos decrescentes de escala.

3) O produto final pode aumentar em exatamente x. Este é o caso de rendimentos


constantes de escala. Por exemplo, se você dobrar a quantidade de ambos os
insumos utilizados, a produção irá dobrar se a tecnologia tiver rendimentos
constantes de escala.

Viram? Isso determina uma característica da tecnologia da empresa no longo prazo,


em que ambos os fatores de produção podem variar. No modelo de mercado
competitivo, uma hipótese importante é que todas as empresas têm
rendimentos constantes de escala.

Beleza pessoal? É só por hoje pessoal! Agora vamos fazer alguns exercícios
para fixar o que aprendemos e pegar um pouco da CESPE. Só para vocês
saberem, este assunto (mercados não competitivos), é a cara da CESPE! Ela
adora isso! Então, vamos enjoar de fazer exercícios, ok?

Se preparem, pois, nesta aula, teremos menos


exercícios, mas eles serão pedreira! Aula que vem eu dou uma maior
quantidade, mas que, com certeza, serão mais fáceis de serem resolvidos.

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Exercício 1

(AFT/MTE – ESAF/2003) Suponha que a utilidade de um indivíduo possa ser


representada por U = R*Hlazer, onde R é a renda e Hlazer as horas de lazer.
Além disso, sabemos que esse indivíduo divide as horas totais de seu dia
entre horas de trabalho e horas de lazer (Htrabalho + Hlazer = 24) e que sua
renda está determinada pela taxa nominal de remuneração por horas
trabalhadas (W) vezes o número de horas trabalhadas (R = W*Htrabalho).
Assim, a curva de oferta de mão-de-obra desse indivíduo poderá ser expressa
por:

a) Htrabalho = 12 – W
b) Htrabalho = 24 – W
c) Htrabalho = 24
d) Htrabalho = 12
e) Htrabalho = 12 + W

Resolução

Gente, para encontrarmos a curva de oferta de trabalho, precisamos maximizar a


função de utilidade em função das horas a serem despendidas e da renda a ser
obtida no trabalho. Quando você vir alguma coisa assim, primeira coisa que você vai
pensar é em substituir as variáveis relevantes da oferta de trabalho na função de
utilidade do trabalhador. Mesma coisa vale para a demanda por trabalho.

Lembre-se que os trabalhadores visam a maximização da utilidade e as


empresas a maximização do lucro. A banca vai te dar algumas informações.
Avalie qual delas tem relação com o que está sendo pedido na questão e
substitua os valores.

Vamos lá:

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Nós sabemos que:

1) , portanto

2)

Agora substitua estes dois valores na função utilidade:

Multiplicando cruzado temos:

Veja, nós queremos encontrar o valor de horas de trabalho que maximiza a


utilidade. Como fazemos isso? Derive em função das horas trabalhadas e iguale a
zero. Para facilitar o entendimento, chame as horas de trabalho de x:

Derivando em função de x e igualando o resultado a zero:

Esta é a resposta. Alternativa (d).

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Exercício 2

(AFT/MTE – ESAF/2003) Uma determinada empresa é monopolista para uma


nova patente de produtos farmacêuticos. Se a demanda por esses produtos
for P = 25 – 2Q, e a função de produção a curto prazo for Q = 4L (Q representa
a quantidade produzida ou vendida e L a quantidade de mão-de-obra), a
demanda de trabalho dessa empresa poderá ser expressa pela seguinte
equação (W representa o salário nominal):
a) W = 100 – 4L
b) W = 100 – 64L
c) W = 25 – 4L
d) W = 25 – 8L
e) W = 100 – 8L

Resolução

Gente, vamos nos basear na relação que mostrei a vocês:

Assim, para o caso do monopolista:

Então precisamos encontrar os valores para o produto marginal do trabalho e para a


receita marginal.

O produto marginal do trabalho é fácil, bastando derivar a função de produção com


relação à quantidade de mão de obra (L):

Assim:

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Agora a receita marginal será encontrada por meio da curva de demanda dada no
enunciado:

Multiplicando esta função pela quantidade produzida, encontraremos a função


receita total em função da quantidade:

Derivando com relação à quantidade produzida encontramos a receita marginal:

Agora, vamos substituir a quantidade produzida pela função de produção nesta


expressão da receita marginal, com vistas a deixar tudo em função da quantidade
de trabalho demandada:

Agora basta substituir na nossa expressão original:

Isolando o salário nominal temos:

Alternativa (b).

(SESPA – CESPE/2004) A microeconomia estuda o comportamento individual


dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à
análise dos agregados econômicos. Acerca desse assunto, julgue os itens
seguintes.

Exercício 3

No equilíbrio, a firma que opera em um mercado competitivo maximiza seus


lucros quando fixa o preço de seu produto em um valor igual à receita
marginal.

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Resolução

Perfeito. Nós já vimos que, no caso da empresa competitiva, ela terá sua receita
marginal igual ao preço de mercado. Lembrem-se do “mercadão”. A empresa é
pequena, não tendo influência no preço de mercado. Item correto.

Exercício 4

Se a necessidade de melhor equipar os hospitais públicos, em termos


tecnológicos, levar à expansão do emprego de pessoal qualificado (médicos e
técnicos), então, na função de produção desses serviços hospitalares, o
trabalho especializado e os equipamentos são considerados bens
complementares.

Resolução

É isso mesmo! Se, o equipamento novo e moderno de hospitais demanda pessoal


mais qualificado para operá-los significa que um fator de produção depende de
outro para ter efeitos em termos de quantidade produzida final, no caso, serviços
médicos. Esse é o caso de bens que tem de ser “consumidos juntos”, a saber,
complementares. Correta.

Exercício 5

As isoquantas, que mostram as diferentes combinações fatoriais que


asseguram lucros idênticos, não podem se cruzar.

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Resolução

Você pegou a pegadinha? Realmente as isoquantas não podem cruzar, de acordo


com as propriedades que estudamos na aula 02, mas elas não mostram
combinações que geram mesmo lucro, mas combinações que geram a mesma
quantidade de produção. Alternativa errada.

(FUNCAP/PA – CESPE/2004) A microeconomia estuda o comportamento


individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido
fundamento à análise dos agregados econômicos. Acerca desse assunto,
julgue os itens seguintes.

Exercício 6

Durante as crises do petróleo na década de 70 do século XX, a elevação dos


preços, orquestrada pelo cartel da OPEP, estimulou a produção de substitutos
para esse mineral, contribuindo, assim, para expandir a elasticidade-preço da
demanda desse produto.

Resolução

Alternativa correta. Lembrem-se das características da elasticidade. Se um


determinado bem tem muitos substitutos próximos, sua elasticidade-preço da
demanda será maior, pois o consumidor terá mais opções para trocar seu consumo
por outro no caso de um aumento de preço.

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(Economia da Saúde – CESPE/2008) Analise as alternativas.

Exercício 7

Nos mercados competitivos, quando o preço de mercado for superior ao custo


unitário de produção, então as firmas que atuam nesses mercados elevarão
seus níveis de produção, no intuito de maximizarem seus lucros.

Resolução

Alternativa errada. No mercado competitivo, a empresa irá aumentar a quantidade


produzida quando o preço de mercado for superior ao custo marginal de produção,
e não o custo unitário. Cuidado com a pegadinha!

Exercício 8

O fato de as academias de ginástica geralmente cobrarem preços mais baixos


para os horários em que há baixa freqüência de usuários explica-se porque a
demanda, nesses horários, é mais inelástica.

Resolução

Alternativa errada. As academias fazem isso porque a demanda nesses horários é


mais elástica. Assim, uma redução de preço terá impacto significativo na demanda
pelos seus serviços.

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Exercício 9

A descoberta de que ingerir peixes de água fria, como truta, atum ou salmão,
no mínimo uma vez por semana, contribui para a prevenção de doenças
coronárias e ataques cardíacos eleva a demanda desse tipo de peixes,
deslocando, assim, a curva de demanda de mercado desses pescados para
cima e para a direita.

Resolução

Alternativa correta. Este evento faz com que, para um dado preço, as pessoas
queiram consumir mais desse produto, deslocando a curva de demanda para fora
(leia-se para cima e para a direita). Isso pode ser visto no estudo que fizemos na
aula 00.

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Questões Propostas

Exercício 1

(AFT/MTE – ESAF/2003) Suponha que a utilidade de um indivíduo possa ser


representada por U = R*Hlazer, onde R é a renda e Hlazer as horas de lazer.
Além disso, sabemos que esse indivíduo divide as horas totais de seu dia
entre horas de trabalho e horas de lazer (Htrabalho + Hlazer = 24) e que sua
renda está determinada pela taxa nominal de remuneração por horas
trabalhadas (W) vezes o número de horas trabalhadas (R = W*Htrabalho).
Assim, a curva de oferta de mão-de-obra desse indivíduo poderá ser expressa
por:

a) Htrabalho = 12 – W
b) Htrabalho = 24 – W
c) Htrabalho = 24
d) Htrabalho = 12
e) Htrabalho = 12 + W

Exercício 2

(AFT/MTE – ESAF/2003) Uma determinada empresa é monopolista para uma


nova patente de produtos farmacêuticos. Se a demanda por esses produtos
for P = 25 – 2Q, e a função de produção a curto prazo for Q = 4L (Q representa
a quantidade produzida ou vendida e L a quantidade de mão-de-obra), a
demanda de trabalho dessa empresa poderá ser expressa pela seguinte
equação (W representa o salário nominal):
a) W = 100 – 4L
b) W = 100 – 64L
c) W = 25 – 4L
d) W = 25 – 8L
e) W = 100 – 8L

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(SESPA – CESPE/2004) A microeconomia estuda o comportamento individual


dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido fundamento à
análise dos agregados econômicos. Acerca desse assunto, julgue os itens
seguintes.

Exercício 3

No equilíbrio, a firma que opera em um mercado competitivo maximiza seus


lucros quando fixa o preço de seu produto em um valor igual à receita
marginal.

Exercício 4

Se a necessidade de melhor equipar os hospitais públicos, em termos


tecnológicos, levar à expansão do emprego de pessoal qualificado (médicos e
técnicos), então, na função de produção desses serviços hospitalares, o
trabalho especializado e os equipamentos são considerados bens
complementares.

Exercício 5

As isoquantas, que mostram as diferentes combinações fatoriais que


asseguram lucros idênticos, não podem se cruzar.

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(FUNCAP/PA – CESPE/2004) A microeconomia estuda o comportamento


individual dos agentes econômicos e, por essa razão, constitui um sólido
fundamento à análise dos agregados econômicos. Acerca desse assunto,
julgue os itens seguintes.

Exercício 6

Durante as crises do petróleo na década de 70 do século XX, a elevação dos


preços, orquestrada pelo cartel da OPEP, estimulou a produção de substitutos
para esse mineral, contribuindo, assim, para expandir a elasticidade-preço da
demanda desse produto.

(Economia da Saúde – CESPE/2008) Analise as alternativas.

Exercício 7

Nos mercados competitivos, quando o preço de mercado for superior ao custo


unitário de produção, então as firmas que atuam nesses mercados elevarão
seus níveis de produção, no intuito de maximizarem seus lucros.

Exercício 8

O fato de as academias de ginástica geralmente cobrarem preços mais baixos


para os horários em que há baixa freqüência de usuários explica-se porque a
demanda, nesses horários, é mais inelástica.

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Exercício 9

A descoberta de que ingerir peixes de água fria, como truta, atum ou salmão,
no mínimo uma vez por semana, contribui para a prevenção de doenças
coronárias e ataques cardíacos eleva a demanda desse tipo de peixes,
deslocando, assim, a curva de demanda de mercado desses pescados para
cima e para a direita.

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1–d
2–b
3–V
4–V
5–F
6–V
7–F
8–F
9–V

É isso aí! Foi uma aula muito difícil! Leia duas vezes! Na próxima aula darei mais
questões para vocês, pois já peguei muito pesado com vocês na teoria.

Um abraço e mandem dúvidas

jeronymo@estrategiaconcursos.com.br

Prof. Jeronymo Marcondes www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 49

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