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Economia do Trabalho p/ AFT

Teoria e exercícios comentados


Prof. Jeronymo Marcondes – Aula 07

AULA 07 – Sindicatos, Instituições e Mercado de Trabalho no Brasil

SUMÁRIO PÁGINA
1. Sindicatos 2
2. Instituições do mercado de trabalho 15
3. Mercado de Trabalho no Brasil 27
Questões Propostas 47
Gabarito 50

Chegamos. Última aula! Não foi fácil, mas estamos aqui!

Antes de adentrarmos o assunto desta aula, uma observação:

Na última aula eu falei de segregação no mercado de


trabalho, mas o edital fala de segmentação. É a mesma
coisa, ok?

Bom, vamos à aula.

Esta aula é a mais diferente de todas! Por que? Porque boa parte dos tópicos em
comento é relacionada a assuntos que não são puramente de análise
econômica.

Por exemplo, no caso de mercado de trabalho no Brasil. Não há como eu falar tudo
que pode cair! Podem cair infinitos assuntos (podem perguntar sobre o desemprego
no Rio de Janeiro, não há como saber, ainda mais porque é a primeira vez da
CESPE). A minha ideia é dar a vocês um panorama geral e indicar alguns textos
que alguém que tiver um tempo sobrando pode ler.

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1. Sindicatos

Pessoal, todo mundo sabe o que é um sindicato?

São organizações coletivas cujo objetivo primário é melhorar as condições


financeiras e não financeiras de seus membros.

Estes podem ser divididos em dois tipos:

- Sindicato Industrial: representa a maioria ou todos os trabalhadores de um setor


econômico ou empresa, quaisquer que sejam suas profissões.

Quer um exemplo? Sindicato dos empregados do setor automobilístico.

-Sindicato profissional: representa os trabalhadores de um único grupo


profissional.

Mais exemplo? O sindicato dos trabalhadores portuários.

No nosso modelo sindical, vamos supor que não há custos de sindicalização, que
todos os trabalhadores são racionais (portanto executam a análise econômica que
faremos a seguir) e que todos os trabalhadores que desejam filiar-se a determinado
sindicato enfrentam um trade-off : ter ganhos salariais superiores para menores
horas de trabalho contratadas ou ter mais horas de trabalho vendidas para salários
inferiores.

Não entendeu? Vamos analisar.

Suponha que no equilíbrio competitivo, sem sindicato, o trabalhador escolha sua


oferta de trabalho de forma a maximizar sua utilidade:

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Ou seja, escolhe no ponto A, com uma restrição orçamentária correspondente


a um salário de w’, que, como vocês se lembram, indica a inclinação desta
reta.

O sindicato vai até o trabalhador e diz que ele consegue um salário superior à w’,
w’’. Mas, um trabalhador racional sabe que isso tem um preço. Ele sabe que a
empresa só conseguirá pagar um salário maior se reduzir sua demanda por
trabalho, pois a curva de demanda da empresa advém da relação:

O que implica que salários mais altos, para um dado preço de mercado competitivo,
têm de estar associados a uma maior produtividade marginal do trabalho, o que só
pode ser obtido via redução de horas de trabalho.

Uma visão possível deste fenômeno seria que a empresa, ao aumentar o salário em
virtude da atuação do sindicato, iria determinar o “lugar” na restrição orçamentária
que será escolhido pelos trabalhadores.

Por exemplo, a empresa, devido ao aumento de custos, acabará por determinar a


jornada do trabalhador, não dando a ele uma oportunidade de escolha, pois ela não
poderia arcar com combinação (renda x lazer) diferente da que ela escolheu. Assim:

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Veja, em decorrência do aumento salarial a restrição orçamentária deslocou para


cima (nova restrição está em vermelho)!

-“Mas, o que é aquela linha escura”?

Ela separa os pontos em que a empresa pode e não pode escolher, no caso, a
empresa só irá escolher pontos sobre a restrição orçamentária deslocada que dão
valores de lazer superiores a L’. Por que? Porque a empresa terá de reduzir a
jornada de seus funcionários. Assim, ela irá determinar quanto trabalho será
ofertado, com base no novo salário proposto pelo sindicato.

Com base nisso, você percebe duas coisas: a utilidade do trabalhador pode ser
maior ou menor após a elevação salarial. Para simplificar veja o gráfico sem a
primeira restrição orçamentária:

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Todos os pontos sobre a restrição orçamentária na área B se situam sobre a curva


de indiferença (CI) escolhida pelo trabalhador antes da atuação do sindicato,
portanto, apresentam maior utilidade. Já todos os pontos na área A estão abaixo da
CI anteriormente escolhida, assim representem utilidade inferior à escolha sem
sindicato.

Entenderem? A intensidade da redução da jornada de trabalho vai determinar se


vale a pena ou não se filiar a um sindicato.

E o que determina a intensidade de redução da jornada. Ora, lembrem-se das


regras da demanda derivada de Marshall-Edgeworth. Aula 02:

“1. A demanda por trabalho é mais elástica quanto maior a elasticidade de


substituição

Isso é meio óbvio. Quanto mais fácil for substituir trabalho por capital, maior será a
elasticidade de demanda por trabalho.

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2. A demanda por trabalho é mais elástica quanto maior a elasticidade da demanda
pelo produto final

Se a demanda pelo produto final for muito elástica, possíveis repasses de um


aumento salarial para o preço do produto implicarão em grande queda na demanda
deste último. Assim, a excessiva elasticidade de demanda pelo produto final acaba
por resultar em uma maior elasticidade da demanda por trabalho, já que a empresa
fará os ajustes necessários, tal como reduzir pessoal, com vistas a não perder
mercado.

3. A demanda por trabalho é mais elástica quando a participação da mão de obra


nos custos totais é maior

Outra obviedade! Se o trabalho compõe a maior parcela dos custos totais, a


natureza de sua demanda irá influenciar muito a estrutura produtiva da empresa,
tornando tal demanda mais elástica.

4. A elasticidade de demanda por trabalho será maior quanto maior for a


elasticidade de oferta de outros fatores

Essa é fácil, pessoal! Se dá pra substituir facilmente trabalho, a sua demanda será
mais elástica.”

Viram, a elasticidade da demanda por trabalho vai determinar esta sensibilidade.

Vocês perceberam como funciona o mecanismo? O sindicato, de alguma forma,


conseguiria determinar o valor do salário a ser pago a seus associados e, em
contrapartida, a empresa determinaria a quantidade de trabalho a ser
contratada.

Perceba que a empresa não determina a jornada de trabalho livremente, a ideia é


que ela trabalha restrita a sua curva de demanda por trabalho. Suponha uma
empresa competitiva, neste caso, ela demanda trabalho de acordo com a relação:

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Mas, o que isso está te dizendo? O preço do produto não sofre influencia da
empresa e o salário é determinado pelo sindicato. O que sobra? Ela irá determinar o
produto marginal do trabalho, ou seja, a quantidade de trabalho empregada.
Portanto, no fundo, ela não determina nada! O sindicato, ao determinar o
salário, acaba por impor à empresa a quantidade de trabalho que ela irá
contratar.

Esse é um modelo que mostra um sindicato monopolista! Ou seja, o sindicato tem


poder sobre a venda de mão de obra para a empresa, portanto ele consegue fixar o
preço de seu produto, leia-se o trabalho. Ao fixar o preço, ele acaba por determinar
quanto trabalho a empresa terá de contratar.

Agora eu te pergunto: e se a empresa não for competitiva? Mais especificamente,


um tópico do seu edital, se a empresa for um monopsonista?

Nós já estudamos o monopsônio, agora a pergunta é o que ocorre se o sindicato


tentar atuar sobre uma empresa monopsonista. Neste caso, temos o famoso
monopólio bilateral, ou seja, um único vendedor (sindicato) e um único comprador
(monopsonista).

Gente, eu não vou ficar enchendo a cabeça de vocês com a teoria por detrás deste
conceito. Vamos fazer assim: decorem as conclusões!

Por exemplo, uma empresa que se comporta como


competitiva empregaria L* unidades de trabalho a um salário de w*. Se essa mesma
empresa se comportasse como monopsonista, ela contrataria L’ unidades de mão
de obra a um salário de w’.

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Das aulas anteriores nós sabemos que:

Nós já sabemos que, se um sindicato entrasse na negociação da empresa


competitiva, ele conseguiria fazer com que seus trabalhadores obtivessem um
salário de w’’ e uma jornada de L’’, de forma que:

No caso de um monopólio bilateral não há como saber o exato valor do salário e


quantidade de trabalho empregada a serem negociados, entretanto dá para saber
que o sindicato irá pedir o máximo valor possível de salário ao monopsônio de
forma a respeitar a igualdade entre receita marginal e custo marginal.
Chamemos este valor máximo possível de w**.

Pode-se provar que, após as negociações, o salário e a jornada de trabalho a serem


efetivamente negociadas para os trabalhadores (w e L, respectivamente) serão:

Ou seja, respeitando a igualdade entre receita


marginal e custo marginal, o sindicato e o monopsonista chegarão em uma
situação final de negociação tal que o salário fique entre o valor pedido pelo
sindicato e o quanto o monopsônio pagaria sem interferências. Além disso, a
jornada de trabalho negociada, mesmo com a atuação do sindicato, ainda
assim será menor do que no caso competitivo.

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Bom para aquele pessoal que quer dar uma


aprofundada no porquê, vamos lá!

Vocês já sabem que a curva de oferta da empresa monopsonista é inclinada para


cima, certo? E vocês já sabem que o salário que a mesma terá de pagar pela
próxima unidade mão de obra é maior do o que ela pagou pela anterior, certo?

Ou seja, você está me dizendo que sabe que o Custo Marginal do trabalho da
empresa é sempre crescente e mais que ele é sempre maior do que o custo de
empregá-lo.

Vamos a um exemplo para vocês entenderem melhor. Suponha uma função oferta
de trabalho com a qual um monopsonista se defronta, dada por:

( )

Sendo ( ) o salário a ser pago e a quantidade de trabalho empregada. Vamos


supor que o trabalho seja o único insumo. Perceba que o salário a ser pago cresce
com a quantidade de mão de obra empregada.

Como seria a função custo total ( )? Multiplique a função oferta de trabalho pela
quantidade de trabalho empregada, de modo a:

( )

E o custo marginal do trabalho ( )? Derive a função!

( ( ))

Viram? Compare a função oferta de trabalho com a função de custo marginal, você
perceberá que esta última sempre será mais inclinada (substitua uns valores que
você vai ver).

Graficamente, como seria?

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Sendo RMgL a receita marginal do trabalho.

Agora, com base nas notações que expliquei acima, você vai perceber que o
monopsonista irá querer demandar L' unidades de mão de obra ao salário de w’.
Como o custo marginal de empregar um fator (dado pela curva de custo marginal)
excede seu preço (dado pela curva de oferta) ele irá demandar menos trabalho do
que no caso competitivo.

No nosso caso em estudo, o sindicato irá pedir um salário de w** e mais emprego.
Qual a conclusão? Não dá para saber, você só sabe que o salário e a jornada
negociados ( ) serão:

Mas, porque o sindicato teria poder de monopólio?

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1.1 Greves

De onde vem o poder dos sindicatos?

Isso dá pano para a manga, mas uma das principais formas é por meio do
movimento grevista. Com base em paralisações e movimentações políticas, o
sindicato conseguiria influenciar a decisão dos empregadores.

E o que determina a força de uma greve?

- Lucratividade da empresa e sua capacidade de aumentar preços sem afetar suas


vendas

- Capacidade do sindicato de impor custos à empresa

- Se a empresa tem recursos financeiros para suportar perdas da greve

- Se membros do sindicato têm capacidade financeira para suportar queda de


rendimentos durante a greve

Dentre outros.

E como funciona uma greve?

Várias teorias econômicas já tentaram explicar este fenômeno, mas a mais comum
é a abordagem de sir John Hicks.

Segundo este famoso economista, os sindicatos teriam uma curva de resistência


sindical (CRS). Esta curva mostraria qual a percentagem ótima de aumento salarial
para um dado tempo de greve. Por exemplo, nos primeiros momentos de uma
greve, as pessoas costumam ser mais duras com relação a suas demandas,
exigindo condições de trabalho muito melhores. Porém, com o passar do tempo, a

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greve perde força, o que faz com que as pessoas fiquem mais abertas a
negociações.

Por outro lado, os empregadores teriam uma escala de concessão (EC). Esta
curva mostraria o quanto uma empresa estaria disposta a “pagar” para encerrar uma
greve de um determinado tempo. Por exemplo, nos primeiros momentos da greve,
os empregadores não estarão dispostos a fazer muitas concessões, mas conforme
o tempo vai passando e a lucratividade é afetada, eles ficam mais flexíveis.

Assim:

Este seria o funcionamento de uma greve em termos dos desejos dos


empregadores e sindicato.

Qual seria o “tempo ótimo de greve”? No encontro entre as duas curvas, ou seja,
quando a preferência dos dois lados com relação à duração da greve coincidir. No
caso, a greve irá durar T* e o aumento salarial será de %w.

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1.2 Ineficiência da atuação dos sindicatos

Mas, a atuação do sindicato causa uma ineficiência econômica derivada do fato de


que nem todos que irão querer trabalhar ao salário oferecido terão emprego,
ou seja, essa atuação pode gerar desemprego involuntário.

Nós já estudamos essa possibilidade. Suponha uma empresa competitiva:

Neste caso, o mercado competitivo geraria um salário de mercado de w* e um


emprego de L*.

Com a entrada do sindicato, o salário subirá para w’, gerando um desemprego da


ordem de L2-L1. Vocês perceberam que essa atuação do sindicato gerou uma
ineficiência?

Olha, ao salário w’ há mais pessoas querendo trabalhar do que as empresas


querem contratar. Portanto, o ajuste do salário até o ponto de equilíbrio faria com

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que ambas as partes ganhassem, o que, devido a atuação do sindicato, não é mais
possível.

O “tamanho” da ineficiência é dada pelo triângulo A. Pode-se calcular essa área


com base na fórmula da área do triângulo, que é:
( )

No nosso caso:
(( ) ( ))

Certo?

Vocês podem ouvir falar das chamadas “negociações


eficientes” entre sindicatos e empresas. Mas, não confundam! A fixação de salários
gera uma ineficiência de mercado, ponto. A negociação ou contrato entre empresas
e sindicatos pode ser eficiente no sentido que nenhuma destas partes pode ganhar
sem que a outra perca. E no que se refere ao mercado como um todo? A
ineficiência permanece.

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2. Instituições do mercado de trabalho

As instituições de mercado são os diversos mecanismos e estruturas que atuam,


regulam e exercem influencia no mesmo.

Segundo o texto do IPEA, “Brasil, o estado de uma nação”:

As instituições são as regras do jogo em uma sociedade, e delas


fazem parte a ideologia e a mentalidade que se cristalizam nos
costumes e nas leis que, por sua vez, criam os incentivos para a
ação e moldam o comportamento dos indivíduos e organizações.
Ou seja, este conceito é bem mais amplo do que parece.

No caso específico das instituições do mercado de trabalho, o texto afirma:

O que são as instituições do mercado de trabalho? São


essencialmente as suas regras de funcionamento, que tanto podem
nascer do relacionamento direto entre empresas e trabalhadores
como podem advir da legislação trabalhista. As primeiras aparecem
porque as relações trabalhistas têm peculiaridades que induzem
firmas e trabalhadores a estabelecer contratos sobre as condições
de trabalho – jornada de trabalho, por exemplo – e remuneração
(salário, horário, preço das horas extras, bônus e participação nos
lucros). As segundas resultam de pactos político se dizem respeito a
salários mínimos, proteção do emprego, seguro-desemprego,
impostos sobre os salários, representatividade dos sindicatos,
padrões de negociações coletivas, formas de arbitragem de
negociações etc. Como as primeiras decorrem de negociação entre
as partes e são, por definição, flexíveis diante de condições
macroeconômicas, sociais e demográficas mais ou menos
favoráveis a qualquer das partes, será dedicada atenção aqui às
segundas, que são mais perenes e, por isso mesmo, menos reativas
– ou, mais acertadamente, menos adaptativas – às condições e
requisitos dos objetivos do mercado.

Mas, no caso da sua prova, o que mais importa são as instituições


governamentais e qual seu impacto sobre o mercado de trabalho.

Veja, até agora nós estudamos o funcionamento de mercados e como seria sua
dinâmica sem influencias externas. Agora fica o questionamento, como ele opera
após a interferência de instituições externas, especialmente o governo.

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Normalmente, segundo a teoria tradicional que estudamos, a influência


governamental acaba por dificultar o funcionamento das forças de mercado, como
oferta e demanda. Quer um exemplo? Salário Mínimo.

Viram? Os efeitos são exatamente iguais aos da intervenção sindical. Ao estipular


um valor mínimo a ser recebido pelos agentes, o governo cria uma rigidez salarial,
o que pode causar desemprego involuntário.

Assim, a atuação do governo acabaria por dificultar o


funcionamento do mercado competitivo e o tornaria mais inflexível. Neste caso, a
duração do desemprego seria mais longa. Uma excessiva regulamentação pode até
afetar algumas variáveis do mercado, tal como taxas de formalização e rotatividade,
pois as empresas podem responder a estas regulações de forma a tentar “se
esconder do Estado”. Um exemplo: vínculos empregatícios formalizados de forma
incorreta como estágio.

Viram a palavra chave? Competitivo!

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Olhe, se você se basear só nessas conclusões, você vai acabar concluindo que a
intervenção do governo é sempre ruim. Isso não é verdade!

Quer ver um exemplo? Lembram-se da teoria do capital humano? Então, foi dito que
todos os indivíduos farão o cálculo econômico e tomarão a decisão que maximiza os
ganhos do perfil por idade, certo? Na vida real é assim?

Claro que não! Por vários motivos. Um deles é que a má distribuição de renda entre
as pessoas faz com que o acesso ao crédito estudantil seja diferente, dificultando a
execução do plano de estudo.

Perceberam que a simples atuação do mercado não responde a todos os problemas


sociais? Em alguns destes casos, justifica-se a intervenção governamental.

Em quais casos? Devem ser avaliadas caso a caso.

Veja, mesmo que a atuação do governo não seja a melhor coisa do mundo para
gerar um equilíbrio eficiente, ainda assim suas ações podem fazer com que a
economia chegue a um ponto de second best (“segundo melhor”). O raciocínio seria
mais ou menos assim, “a atuação do governo gera ineficiência, mas, no caso de
algumas situações de mercado que o impedem de atingir o ótimo social, a mesma
pode fazer com que o resultado seja menos ineficiente”.

Entenderam? É por isso que o governo atua em algumas áreas que deveriam ser
reguladas somente pelas forças de mercado.

Vamos a algumas de suas possíveis atuações. Há duas formas pelas quais o


governo costuma exercer ingerência sobre o mercado de trabalho: as políticas de
emprego e as políticas salariais.

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2.1 Políticas de Emprego

É o conjunto de atuações do governo que visam afetar a demanda e oferta de


trabalho de forma a garantir o adequado funcionamento do mercado de trabalho.

Essas políticas se dividem em 2: políticas ativas e políticas passivas.

As políticas ativas visam exercer um efeito positivo sobre a oferta e demanda por
trabalho, de forma que as pessoas consigam empregos adequados e de forma
rápida.

As políticas passivas assumem o desemprego como um dado e visam proteger os


trabalhadores nestas condições.

Assim, vamos a elas.

2.1.1 Políticas Ativas

Como nós dissemos, o intuito desta política é afetar positivamente tanto a oferta
quanto a demanda por mão de obra, garantindo emprego, qualidade dos postos,
boa remuneração, etc.

Segundo Chahad no texto “políticas ativas e passivas no mercado de trabalho:


aspectos conceituais, a experiência internacional e a avaliação do caso brasileiro”,
as políticas de emprego ativas:

[..] compreenderiam um amplo conjunto de políticas endereçadas a


melhorar o acesso do desempregado ao mercado de trabalho, às
ocupações oferecidas e ao desenvolvimento de habilidades
relacionadas a estas ocupações, assim como subsídios ao
emprego. A geração de dados e informações pertinentes à tomada
de decisões de políticas no mercado de trabalho pode, também, ser
considerada uma política ativa.

Segundo o autor, as funções desta política ativa seriam:

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- Gerar emprego (no nosso caso, de forma mais indireta, ao garantir uma maior
empregabilidade aos indivíduos)

- Contribuir para redução da pobreza

- Promover a igualdade

- Garantir segurança aos trabalhadores no que toca às flutuações do mercado de


trabalho

Segundo Chahad, há diversos tipos desta política, a saber:

- Treinamento, qualificação e reciclagem;

- Intermediação da mão de obra e difusão informacional.

- Medidas voltadas para criação de emprego

Vamos a alguns exemplos brasileiros.

Políticas de qualificação profissional

O próprio Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) assume a frente de alguns


programas de qualificação profissional oferecidos pelo governo federal. Segundo
dados do site (www.mte.gov.br):

A política pública de qualificação desenvolvida no âmbito do


Ministério do Trabalho e Emprego - MTE promove gradativamente a
universalização do direito dos trabalhadores à qualificação, com
vistas a contribuir para o aumento da probabilidade de obtenção de
emprego e trabalho decente e da participação em processos de
geração de oportunidade de trabalho e renda, inclusão social,
redução da pobreza, combate à discriminação e diminuição da
vulnerabilidade das populações. [..]

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Adicionalmente:

As ações de qualificação social e profissional são implementadas de


forma descentralizada, por meio de Planos Territoriais de
Qualificação (em parceria com estados, municípios e entidades sem
fins lucrativos), de Projetos Especiais de Qualificação (em parceria
com entidades do movimento social e organizações não-
governamentais) e de Planos Setoriais de Qualificação (em parceria
com sindicatos, empresas, movimentos sociais, governos municipais
e estaduais). O objetivo dos Planos Territoriais é atender demandas
por qualificação identificadas com base na territorialidade. Os
Projetos Especiais, por sua vez, destinam-se ao desenvolvimento de
metodologias e tecnologias de qualificação social e profissional e os
Planos Setoriais buscam o atendimento de demandas emergenciais,
estruturantes ou setorializadas de qualificação. Juntos, os Planos
Territoriais, os Projetos Especiais e os Planos Setoriais constituem o
Plano Nacional de Qualificação – PNQ.

A ideia destes programas é aumentar a produtividade dos trabalhadores de forma a


auxiliar a obtenção de um novo trabalho ou a manutenção do atual.

Assistência aos trabalhadores

O objetivo aqui é dar informações úteis e fazer os encaminhamentos necessários a


fim de garantir um melhor funcionamento do mercado de trabalho, reduzindo
dificuldades como o desemprego friccional.

A título de exemplificação, podemos citar os SINE – intermediação de mão de obra.


Segundo o MTE:

Essa atividade objetiva (re)colocar o trabalhador no mercado de trabalho. Para isso,


o Sistema Nacional de Emprego dispõe de informações acerca das exigências dos
empregadores ao disponibilizarem suas vagas junto aos postos de atendimento do
SINE. Busca-se, dessa forma, a redução dos custos e do tempo de espera tanto
para o trabalhador, quanto para o empregador.

Alguns conceitos e definições pódem ajudar a entender o que é intermediação:

1) Intermediar - é o ato de realizar cruzamento da necessidade de preenchimento de


um posto de trabalho com a de um trabalhador que procura por uma colocação no
mercado de trabalho

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2) Objetivo da intermediação de mão-de-obra - reduzir o desemprego friccional,
contribuindo para que os postos de trabalho vagos não sejam extintos ou que não
venha a ocorrer agregação de ocupação por dificuldades no preenchimento da
vaga.

3) Atividades desenvolvidas na intermediação de mão-de-obra:

 Inscritos - todos os trabalhadores que buscam o SINE à procura das ações


que compõem o Programa do Seguro-Desemprego;

A inscrição do trabalhador não está restrita ao correto preenchimento do cadastro. O


essencial é que possamos descobrir quem é aquela pessoa que estamos atendendo
e sua verdadeira pretensão.

 Vagas - todo posto de trabalho oferecido ao SINE pelo mercado de trabalho.


 Encaminhados - todos os candidatos selecionados, de acordo com o perfil
das vagas existentes no mercado de trabalho, oriundos das inscrições realizadas
pelo SINE que são encaminhados ao mercado de trabalho formal.
 Colocados - candidatos que conseguiram uma colocação no mercado de
trabalho formal por intermédio do SINE, ou seja, é o resultado positivo do processo
de intermediação de mão-de-obra executado.

4) Clientela alvo:

 trabalhadores em geral, desempregados ou em busca de nova ocupação;


 pessoas portadoras de deficiência;
 idosos;
 pessoas que buscam o primeiro emprego;
 empregadores da iniciativa privada ou governamental.

Além disso, pode-se falar das políticas do programa pro-jovem. Segundo o MTE:

Dedicado inicialmente ao desafio de inserir jovens entre 14 e 24 anos de idade, com


baixa renda familiar per capita e baixa escolaridade no mercado formal de trabalho,
em 2008 o DPJ adaptou algumas das ações de qualificação de jovens aos moldes
da Política Nacional da Juventude, implantada pelo Governo Federal para unificar
as ações ministeriais e otimizar os resultados, visando romper definitivamente com o
círculo vicioso, seletivo e excludente da baixa escolaridade aliada à ausência de
qualificação social e profissional dos brasileiros nessa faixa etária e com as piores
condições sociais.

Nessa proposta de integração das ações de diversos Ministérios, coordenada pela


Secretaria Nacional de Juventude, o DPJ será responsável pelo desenvolvimento do
Programa ProJovem Trabalhador, uma das modalidades do programa unificado
ProJovem, com o objetivo de qualificar jovens com idade entre dezoito e vinte e
nove anos, que já tenham concluído o Ensino Fundamental.

O ProJovem Trabalhador é uma política de qualificação social e profissional, de


caráter compensatório , que será desenvolvida em parceria com os estados,
municípios e a sociedade civil, visando preparar e intermediar essa mão-de-obra

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para o mercado de trabalho formal e fomentar novas oportunidades de geração de
renda e a visão empreendedora desses jovens.

Viram? Há uma série de políticas de emprego ativas do próprio MTE, isso sem
contar outras ações executadas por outros ministérios/secretárias.

A ideia aqui é melhorar a qualidade da mão de obra, incentivar a contratação,


difundir informações e afastar o fantasma do desemprego.

2.1.2 Políticas Passivas

Segundo Chahad, as políticas passivas:

Cobririam os gastos com benefícios aos desempregados, em especial o programa


de seguro-desemprego e os programas de antecipação da aposentadoria do
trabalhador. Outras ações como postergação da entrada do jovem no mercado de
trabalho, pela maior permanência na escola, ou mesmo o retorno completo do
indivíduo aos bancos escolares é, também, considerada política passiva.

Viram? A ideia das políticas passiva não é atacar o problema do desemprego


diretamente, mas garantir proteção ao trabalhador desempregado e “reduzir a oferta
de trabalho”.

A principal política passiva no Brasil é o Seguro-Desemprego. Este tópico é de


especial importância, pois está citado no seu edital.

A teoria destaca que o benefício em questão tende a aumentar o desemprego


friccional, pois o trabalhador teria incentivo econômico para não procurar emprego
logo em seguida de sua demissão. Assim, há muitas discussões teóricas sobre a
forma como deve ser financiado o benefício, tal como a necessidade de que, ao
retornar ao trabalho, o empregado fosse obrigado a “devolver” o valor recebido.

Mas, e o caso brasileiro? Vou reproduzir a parte da lei 7.998 que regula o Seguro-
desemprego para vocês, pois algo pode ser cobrado.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono


a seguinte Lei:

Art. 1º Esta Lei regula o Programa do Seguro-Desemprego e o abono de que tratam o inciso II
do art. 7º, o inciso IV do art. 201 e o art. 239, da Constituição Federal, bem como institui o Fundo de
Amparo ao Trabalhador (FAT)

DO PROGRAMA DE SEGURO-DESEMPREGO

Art. 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:

I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de


dispensa sem justa causa;
II - auxiliar os trabalhadores requerentes ao seguro-desemprego na busca de novo emprego,
podendo para esse efeito, promover a sua reciclagem profissional.
I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de
dispensa sem justa causa, inclusive a indireta; (Redação dada pela Lei nº 8.900, de 30.06.94)

I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de


dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de
regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo; (Redação dada pela Lei nº 10.608,
de 20.12.2002)

II - auxiliar os trabalhadores na busca de emprego, promovendo, para tanto, ações integradas


de orientação, recolocação e qualificação profissional. (Redação dada pela Lei nº 8.900, de 30/06/94)

II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para tanto,


ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.164-41, de 2001)

o o
Art. 2 -A. Para efeito do disposto no inciso II do art. 2 , fica instituída a bolsa de qualificação
profissional, a ser custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, à qual fará jus o
trabalhador que estiver com o contrato de trabalho suspenso em virtude de participação em curso ou
programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, em conformidade com o disposto
em convenção ou acordo coletivo celebrado para este fim. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-
41, de 2001)

o
Art. 2 -B. Em caráter excepcional e pelo prazo de seis meses, os trabalhadores que estejam em
situação de desemprego involuntário pelo período compreendido entre doze e dezoito meses,
ininterruptos, e que já tenham sido beneficiados com o recebimento do Seguro-Desemprego, farão
jus a três parcelas do benefício, correspondente cada uma a R$ 100,00 (cem reais). (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

o
§ 1 O período de doze a dezoito meses de que trata o caput será contado a partir do
recebimento da primeira parcela do Seguro-Desemprego. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-
41, de 2001)

o
§ 2 O benefício poderá estar integrado a ações de qualificação profissional e articulado com
ações de emprego a serem executadas nas localidades de domicílio do beneficiado. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

o
§ 3 Caberá ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT o
estabelecimento, mediante resolução, das demais condições indispensáveis ao recebimento do
benefício de que trata este artigo, inclusive quanto à idade e domicílio do empregador ao qual o

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trabalhador estava vinculado, bem como os respectivos limites de comprometimento dos recursos do
FAT. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

o
Art. 2 -C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime de trabalho forçado
ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação de fiscalização do Ministério
do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá direito à percepção de três parcelas de
o
seguro-desemprego no valor de um salário mínimo cada, conforme o disposto no § 2 deste
artigo.(Artigo incluído pela Lei nº 10.608, de 20.12.2002)

o
§ 1 O trabalhador resgatado nos termos do caput deste artigo será encaminhado, pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, para qualificação profissional e recolocação no mercado de
trabalho, por meio do Sistema Nacional de Emprego - SINE, na forma estabelecida pelo Conselho
Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT. (Parágrafo incluído pela Lei nº
10.608, de 20.12.2002)

o
§ 2 Caberá ao CODEFAT, por proposta do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego,
estabelecer os procedimentos necessários ao recebimento do benefício previsto no caput deste
artigo, observados os respectivos limites de comprometimento dos recursos do FAT, ficando vedado
ao mesmo trabalhador o recebimento do benefício, em circunstâncias similares, nos doze meses
seguintes à percepção da última parcela.(Parágrafo incluído pela Lei nº 10.608, de 20.12.2002)

Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa


causa que comprove:

I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, relativos a cada
um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data da dispensa;

II - ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada ou ter exercido
atividade legalmente reconhecida como autônoma, durante pelo menos 15 (quinze) meses nos
últimos 24 (vinte e quatro) meses; (Vide Lei 8.845, de 1994)

III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto
no Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, excetuado o auxílio-acidente e o auxílio
suplementar previstos na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, bem como o abono de
permanência em serviço previsto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973;

IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e

V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua
família.

o
§ 1 A União poderá condicionar o recebimento da assistência financeira do Programa de
Seguro-Desemprego à comprovação da matrícula e da frequência do trabalhador segurado em curso
de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, com carga horária mínima de 160
(cento e sessenta) horas. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)

o
§ 2 O Poder Executivo regulamentará os critérios e requisitos para a concessão da
o
assistência financeira do Programa de Seguro-Desemprego nos casos previstos no § 1 ,
considerando a disponibilidade de bolsas-formação no âmbito do Pronatec ou de vagas gratuitas na
rede de educação profissional e tecnológica para o cumprimento da condicionalidade pelos
respectivos beneficiários. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)

o
§ 3 A oferta de bolsa para formação dos trabalhadores de que trata este artigo considerará,
entre outros critérios, a capacidade de oferta, a reincidência no recebimento do benefício, o nível de
escolaridade e a faixa etária do trabalhador. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)

o
Art. 3 -A. A periodicidade, os valores, o cálculo do número de parcelas e os demais
procedimentos operacionais de pagamento da bolsa de qualificação profissional, nos termos do art.

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o
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2 -A desta Lei, bem como os pré-requisitos para habilitação serão os mesmos adotados em relação
ao benefício do Seguro-Desemprego, exceto quanto à dispensa sem justa causa. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

Art. 4º O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado, por


um período máximo de 4 (quatro) meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo
de 16 (dezesseis) meses, contados da data de dispensa que deu origem à primeira habilitação. (Vide
Lei nº 8.900, de 1994).

Parágrafo único. O benefício do seguro-desemprego poderá ser retomado a cada novo período
aquisitivo, satisfeitas as condições arroladas no art. 3º desta Lei, à exceção do seu inciso II.

Art. 5º O valor do benefício será fixado em Bônus do Tesouro Nacional (BTN), devendo ser
calculado segundo 3 (três) faixas salariais, observados os seguintes critérios:

I - até 300 (trezentos) BTN, multiplicar-se-á o salário médio dos últimos 3 (três) meses pelo fator
0,8 (oito décimos);

II - de 300 (trezentos) a 500 (quinhentos) BTN aplicar-se-á, até o limite do inciso anterior, a
regra nele contida e, no que exceder, o fator 0,5 (cinco décimos);

III - acima de 500 (quinhentos) BTN, o valor do benefício será igual a 340 (trezentos e quarenta)
BTN.

§ 1º Para fins de apuração do benefício, será considerada a média dos salários dos últimos 3
(três) meses anteriores à dispensa, devidamente convertidos em BTN pelo valor vigente nos
respectivos meses trabalhados.

§ 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do salário mínimo.

§ 3º No pagamento dos benefícios, considerar-se-á:

I - o valor do BTN ou do salário mínimo do mês imediatamente anterior, para benefícios


colocados à disposição do beneficiário até o dia 10 (dez) do mês;

II - o valor do BTN ou do salário mínimo do próprio mês, para benefícios colocados à disposição
do beneficiário após o dia 10 (dez) do mês.

Art. 6º O seguro-desemprego é direito pessoal e intransferível do trabalhador, podendo ser


requerido a partir do sétimo dia subseqüente à rescisão do contrato de trabalho.

Art. 7º O pagamento do benefício do seguro-desemprego será suspenso nas seguintes


situações:

I - admissão do trabalhador em novo emprego;

II - início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto o


auxílio-acidente, o auxílio suplementar e o abono de permanência em serviço;

III - início de percepção de auxílio-desemprego.

o
Art. 7 -A. O pagamento da bolsa de qualificação profissional será suspenso se ocorrer a
rescisão do contrato de trabalho. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

Art. 8º O benefício do seguro-desemprego será cancelado:

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I - pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente com sua
qualificação e remuneração anterior;
II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;
III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-
desemprego;
IV - por morte do segurado.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I a III deste artigo, será suspenso por um
período de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do trabalhador à percepção do
seguro-desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência.

o
Art. 8 O benefício do seguro-desemprego será cancelado: (Redação dada pela Lei nº 12.513,
de 2011)

I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com sua
qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior; (Redação dada pela Lei nº
12.513, de 2011)

II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à


habilitação; (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-


desemprego; ou (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)

IV - por morte do segurado. (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)

o
§ 1 Nos casos previstos nos incisos I a III deste artigo, será suspenso por um período de 2
(dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do trabalhador à percepção do seguro-
desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência. (Incluído pela Lei nº 12.513, de
2011)

o
§ 2 O benefício poderá ser cancelado na hipótese de o beneficiário deixar de cumprir a
o o
condicionalidade de que trata o § 1 do art. 3 desta Lei, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei
nº 12.513, de 2011)

o
Art. 8 -A. O benefício da bolsa de qualificação profissional será cancelado nas seguintes
situações: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

I - fim da suspensão contratual e retorno ao trabalho; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-
41, de 2001)

II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;


(Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida da bolsa de qualificação


profissional; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

IV - por morte do beneficiário. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

o o
Art. 8 -B. Na hipótese prevista no § 5 do art. 476-A da Consolidação das Leis do Trabalho -
CLT, as parcelas da bolsa de qualificação profissional que o empregado tiver recebido serão
descontadas das parcelas do benefício do Seguro-Desemprego a que fizer jus, sendo-lhe garantido,
no mínimo, o recebimento de uma parcela do Seguro-Desemprego. (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.164-41, de 2001)

o
Art. 8 -C. Para efeito de habilitação ao Seguro-Desemprego, desconsiderar-se-á o período de
suspensão contratual de que trata o art. 476-A da CLT, para o cálculo dos períodos de que tratam os
o
incisos I e II do art. 3 desta Lei. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001).

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1.2 Políticas Salariais

Com vistas a garantir uma maior eficiência distributiva, o governo pode acabar
implementando políticas salariais. A ideia aqui é que o governo garantiria que o
trabalhador tivesse uma remuneração digna, pois o equilíbrio de mercado nem
sempre gera uma alocação justa em termos distributivos.

Por exemplo, suponha uma crise em um setor da indústria tal que haja uma
redução em sua demanda por trabalho:

No caso de um equilíbrio competitivo, o salário se reduziria para w1 em decorrência


desta redução na demanda. A pergunta é: qual o valor deste salário?

Pode ser que esse salário seja muito baixo para atender às necessidades mínimas
de um indivíduo, afinal a teoria não fala nada sobre isso. Neste caso, este choque
poderia ter efeitos sociais perversos.

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Eficiência de mercado não diz nada sobre justeza da


alocação resultante no que se refere à distribuição
dos ganhos e perdas. Uma situação de extrema
concentração de renda pode ser eficiente.

O que fazer? Uma política salarial que garanta que o salário irá ficar em um patamar
mínimo. Esta seria a política salarial mais comum: o salário mínimo e/ou pisos
salariais, que já estudamos acima.

Com isso o governo minimizaria os efeitos deletérios de um choque externo, mesmo


à custa de um desemprego involuntário (second best).

Beleza pessoal? Estão acordados? Vamos ao último tópico de nosso curso.

3. Mercado de Trabalho no Brasil

Como eu já disse, não há como listar tudo que houve no mercado de trabalho nos
últimos anos. Assim, vou dar a vocês um panorama geral de alguns assuntos que
as bancas costumam gostar, ok?

Toda a informação deste tópico está disponível nas notas técnicas do IPEA:
“Mercado de trabalho: evolução recente e perspectivas”, disponível em
www.ipea.gov.br.

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Informalidade

A informalidade é caracterizada pelos vínculos trabalhistas que não seguem o


marco regulatório da legislação trabalhista, leia-se, empregados sem o respectivo
registro profissional.

Normalmente, estes trabalhadores possuem empregos precários, de baixa


qualidade e produtividade, além de uma remuneração abaixo da de mercado.
Segundo o IPEA:

Analisando a evolução da população ocupada por posição na ocupação, o destaque


positivo fica por conta dos empregados com carteira de trabalho assinada, que
registraram um crescimento de 3,5% no ano de 2012 em relação a 2011, o que
equivale, em valores absolutos, a aproximadamente 412 mil novos contratos com
carteira assinada. Na outra ponta, os empregados sem carteira registram um
decréscimo de 3,2%. Já o contingente de ocupados por conta própria registrou um
crescimento de 1,4%.11 O contraste entre os resultados dos grupos de empregados
com e sem carteira assinada molda a evolução do grau de informalidade. O nível de
informalidade médio da população ocupada em 2012 ficou em 34%, o que
representa uma queda de 1 p.p. em relação a 2011.

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Ou seja, apesar de ainda possuirmos uma alta taxa de informalidade, a mesma vem
decaindo nos últimos anos.

O problema que vem ganhando importância é o da precarização da mão de


obra via terceirização! Não vou entrar neste assunto muito profundamente, pois
vocês deverão estudá-lo em Direito do Trabalho, mas o que vocês precisam saber é
que este fenômeno vem crescendo muito e que os trabalhos terceirizados
costumam ter qualidade de seus postos inferiores aos trabalhadores não
terceirizados. Esta tem sido uma estratégia das grandes empresas para cortar
custos.

Desocupação

Segundo o IPEA:

Como mencionado na seção introdutória deste texto, mesmo em um cenário de


desaquecimento da atividade econômica, a taxa de desemprego continua tendo
destaque positivo entre os indicadores em 2012. Este fenômeno tem ocorrido de
forma contínua desde o ano de 2009. Em 2012, o desemprego apresentou a sua

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menor média anual, registrando a marca de 5,5%. O gráfico 2 mostra a evolução da
taxa de desemprego nos últimos anos e ilustra bem a tendência de queda
continuada desse indicador. Note-se que o desemprego fechou o ano de 2012 em
4,6%, o seu menor patamar desde a implementação da metodologia atual da PME
em 2002.

O desemprego vem diminuindo muito nos últimos anos e maior parte dos
economistas não sabem explicar o porquê disso, já que o Brasil tem tido pífias taxas
de crescimento. Segundo o autor Fabio Giambiagi, isso vem ocorrendo devido à
diminuição da fertilidade e envelhecimento da população.

Só para destacar, o desemprego, acendeu a “luz amarela” nos últimos meses,


apesar de estar em patamar ainda muito baixo (ordem de 6%).
Rendimento

Na média de 2012, o rendimento médio real habitualmente recebido nas seis RMs
analisadas na PME ficou em torno de R$ 1.793,9 em valores de dezembro de 2012,
apresentando um ganho de 4,1% em relação à média de 2011. A evolução mensal
deste indicador nos últimos anos pode ser observada no gráfico 7. Nele, constata-se
que o rendimento encontra-se em patamares superiores aos anos anteriores, em
todos os meses, e alcança, em novembro, o seu maior valor para o ano de 2012, R$
1.822,2 (que vem a ser também o maior valor desde o início da pesquisa em 2002).

O rendimento do trabalho está em uma tendência de aumento já faz algum tempo,


trajetória que muitos economista estão tentando explicar.

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O diferencial de rendimentos entre os empregados com e sem carteira assinada fica


na faixa de 20 a 30%, mostrando que ainda há uma grande diferença entre ambos.

Trabalho Escravo

Foco de atenção para nós!

Apesar de este fenômeno estar diminuindo, o mesmo ainda é uma praga na nossa
sociedade. Com base em dados das operações de fiscalização, o IPEA traçou o
seguinte panorama:

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Ou seja, a maior quantidade de trabalhadores escravos ainda está nas regiões norte
e centro-oeste.

Porém, há 2 coisas que tem de ser levadas em conta:

- Cada vez é mais comum o caso dos trabalhadores escravos urbanos, com
destaque para os trabalhadores bolivianos em situação precária no município de
São Paulo;

- O trabalho escravo não é a mesma coisa que o trabalho análogo ao escravo, que
pode ser encontrado com muito mais frequência, sendo que estes se caracterizam
pelas condições de trabalho e não pela escravidão por si mesma.

Transição Demográfica

Segundo o IPEA:

A transição demográfica é um processo caracterizado, em linhas gerais, pela


transição de uma situação em que ambos os níveis, de fecundidade e de
mortalidade, se encontram relativamente altos (1ª etapa), para uma situação em que
ambos os componentes se encontram em níveis relativamente baixos (4ª etapa). A
segunda etapa dessa transição é marcada por um ritmo mais acelerado de
crescimento populacional em função da queda nos níveis de mortalidade conjugada
a uma manutenção de níveis de fecundidade ainda relativamente altos.

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Essas mudanças demográficas (de redução do ritmo de crescimento da população


brasileira e de sua distribuição etária) e as suas possíveis consequências em
diversas áreas da sociedade têm sido discutidas por diversos autores (CAMARANO;
PASINATO, 2004; RIOS-NETO, 2005; WONG; CARVALHO, 2006; BERENSTEIN;
WAJNMAN, 2008; BRITO, 2008; ARBACHE, 2011). Sob a perspectiva do mercado
de trabalho, esses efeitos da transição têm afetado diretamente o tamanho e a
composição da PIA brasileira e refletido diretamente na disponibilidade de mão de
obra do país. [...]. Com taxas decrescentes ao longo de todo o período, percebe-se
que haverá uma expansão da oferta de força de trabalho pelo crescimento da
população predominantemente ativa (15-64 anos) somente até meados da década
de 2020, quando se iniciará uma tendência de queda em termos absolutos. O
gráfico 3B aponta ainda que a proporção da PIA em relação ao total da população
atingirá seu pico em meados de 2020.

Outra tendência demográfica que contribuirá para alterar o perfil da força de


trabalho brasileira nos próximos anos é a redução da mortalidade nas idades mais
avançadas. Isso, associado a uma melhora nas condições de saúde e de autonomia
da população idosa, deverá conduzir a um aumento da permanência da população
no mercado de trabalho, levando a uma mão de obra mais envelhecida e com maior
experiência (CAMARANO et al., 2006; WAJNMAN; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2004;
CAMARANO; PASINATO, 2008). A perspectiva demográfica para os próximos anos,
portanto, sugere que o Brasil vivenciará ainda mais alguns anos de crescimento de
sua PIA, embora a taxas cada vez menores. Já a partir de meados da próxima
década, contudo, é provável que se inicie um processo de redução da PIA brasileira,
tanto em termos relativos quanto em números absolutos. Ainda comparada ao
cenário atual, a mão de obra disponível no país apresentará um perfil etário
mais elevado e, consequentemente, mais experiente.

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Escolaridade

Segundo o IPEA:

No campo educacional, o Brasil vem passando por uma importante expansão do


ensino em todos os níveis educacionais, particularmente a partir da década de
1990. A forte expansão do acesso ao ensino fundamental nos anos 1990, a redução
da evasão escolar e o aumento da cobertura da rede de ensino no país têm
possibilitado um aumento do fluxo entre os níveis fundamental e médio, o que
também acabou permitindo a expansão de demanda pelo ensino superior
(CASTRO; CASTRO; LEITE, 2006). Essa expansão da cobertura, contudo, ainda
não levou a uma universalização da conclusão da educação básica, e nem mesmo
a um acesso mais robusto ao ensino superior. A despeito da trajetória ascendente
da maioria dos indicadores educacionais, a PNAD de 2008 ainda revelava que
aproximadamente um a cada dois jovens de 15 a 17 anos (idade adequada para
cursar o ensino médio) já tinha completado o ensino fundamental, e que apenas 14
a cada 100 jovens de 18 a 24 anos frequentavam algum tipo de educação superior2
(CORBUCCI et al., 2010).

Pode-se vislumbrar que:

a parcela da PIA com maiores níveis de escolaridade tem apresentado um aumento


significativo, de forma que, ao final da década de 2000, 40,4% da PIA já se
encontravam entre os níveis médio e/ou superior de escolaridade. Este fato torna-se
mais relevante ainda quando se percebe que no início da década de 1980 o país
contava com uma parcela de apenas 12,7% da população nesta categoria de
escolaridade. Essa tendência é ainda mais pronunciada na faixa etária de 18 a 29
anos (gráfico 4B), isto é, entre aqueles que mais se beneficiaram da expansão
educacional vivenciada pelo Brasil nos últimos 20 anos – os jovens.

Assim:

A perspectiva educacional para os próximos anos, portanto, sugere que a PIA no


Brasil apresentará um perfil com nível de escolaridade cada vez maior, devido a
uma permanência mais prolongada da população na escola e à expansão nos níveis
de ensino médio e superior, bem como em vista das perspectivas de crescimento da
educação profissional, científica e tecnológica. O desafio, entretanto, será oferecer
aos futuros entrantes no mercado de trabalho uma educação de qualidade. O
desempenho de nossos jovens em avaliações de larga escala tem sinalizado que,
não obstante alguns avanços observados ao longo do tempo,5 a força de trabalho
brasileira ainda deverá por muito tempo apresentar carências significativas de
habilidades e competências demandadas no mundo do trabalho.

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Mulheres

As mulheres estão participando cada vez mais do mercado de trabalho, nas


palavras do IPEA:

A participação das mulheres na atividade econômica tem se intensificado desde a


década de 1970 (HOFFMANN; LEONE, 2004), em um contexto de expansão da
economia com acelerado processo de industrialização e urbanização e com
mudanças no papel social da mulher (BRUSCHINI, 2007).

A crescente incorporação das mulheres ao mercado formal de trabalho nas últimas


décadas, somada à ainda significativa diferença entre os níveis de participação
masculino e feminino, dão indícios de que esse fenômeno parece não ter se
esgotado. A taxa de participação feminina saltou de 32,9% para 52,7% no período
considerado, o que caracteriza uma mudança expressiva na participação das
mulheres no mercado de trabalho nos últimos anos, embora ainda exista um gap de
quase 20 pontos percentuais (p.p.) em relação ao nível de participação masculina.

Esta é uma tendência que se mantem até os dias de hoje.

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Faixa etária

Segundo o IPEA:

Na análise por faixa etária, nota-se, pelo gráfico 5A, que o grupo mais jovem, de 15
a 24 anos de idade, experimentou no decorrer do período de 1996-2009 um
decréscimo de mais de 5 p.p. na sua participação entre os ocupados. A participação
da faixa de 10 a 14 anos no total de ocupados é analisada à parte, no gráfico 5B.
Nota-se que a participação deste grupo vem caindo ao longo do período de análise
o que retrata os progressos alcançados pelas políticas de combate ao trabalho
infantil e pelo aumento simultâneo da frequência escolar deste grupo nos últimos
anos.

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Setores de atuação

Segundo o IPEA:

Em relação à distribuição setorial da população ocupada, o confronto entre valores


de 2009 e 1996 aponta que, praticamente, todos os setores de atividade
considerados elevaram o seu nível de ocupação, à exceção do setor agrícola, o
único a apresentar desempenho negativo no período (–19,1%). Entre os demais
setores com crescimento no período, a indústria registrou taxa de crescimento
próxima à do total de ocupados (32,6%), enquanto construção, comércio, serviços e
transportes e administração pública cresceram a taxas bem superiores à média.4 O
crescimento da população ocupada para seis setores de atividade ao longo do
período 1996-2009 pode ser examinado no gráfico 2. Além do já citado declínio no
nível do emprego agrícola, o gráfico evidencia algumas características
interessantes. O ano de 2009, por exemplo, mostra uma desaceleração do
crescimento no emprego de todos os setores, principalmente no de construção e no
da indústria, fruto da crise econômica do ano anterior. É interessante observar,
também, a evolução do setor comércio (sempre o de maior representatividade no
emprego total) e um aumento da participação do setor de serviços e transportes ao
longo de todo o período 1996-2009.

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Discriminação no mercado de trabalho

O diferencial salarial entre gêneros e etnias vem reduzindo nos últimos anos, o que
não implica a não existência de discriminação ou segmentação no mercado de
trabalho, mas, tão somente, uma diminuição em sua intensidade.

Segundo Ricardo Paes de Barros (2007) em seu texto “discriminação e


segmentação no mercado de trabalho e desigualdade de renda no Brasil”:

Entre 2001 e 2005, a desigualdade de rendimentos do trabalho reduziu-se,


contribuindo com metade da queda da desigualdade da renda familiar. Embora a
redução na desigualdade de rendimentos do trabalho venha ocorrendo
sistematicamente desde o Plano Real, esse processo intensificou-se recentemente.
[...]

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Em conjunto, as reduções nos graus de discriminação e de segmentação foram


responsáveis por 35% da queda na desigualdade em remuneração do trabalho,
contribuindo a redução na discriminação com cerca de 10% e a redução na
segmentação com 25%. Em relação à queda na desigualdade em renda per capita,
as reduções nos graus de discriminação e de segmentação foram responsáveis, em
conjunto, por 18%, respondendo a discriminação por 4% e a segmentação pelos
restantes 14%. Por fim, vale apenas ressaltar que, a despeito da redução nos graus
de discriminação e de segmentação, muita ainda permanecem extremamente
elevados, como os diferenciais por gênero e o grau de segmentação formal-
informal. Em ambos os casos, o diferencial entre trabalhadores com idênticas
características em postos de trabalho similares supera 40%.

Bom pessoal é isso aí! Se tiverem um tempinho, é uma boa dar uma olhadinha
nos boletins do IPEA.

Vamos aos exercícios.

Exercício 1

(AFT/MTE – ESAF/2010) Com relação ao mercado de trabalho brasileiro,


assinale, a seguir, a opção incorreta.
a) A partir da segunda metade da década de 1950, o predomínio do padrão
fordista de produção levou a que o regime de contratação de mão-de-obra se
concentrasse fundamentalmente no assalariamento formal.
b) Desde 1990, a abertura comercial e financeira impôs generalizadamente ao
setor produtivo a flexibilização dos contratos de trabalho.
c) Associada à vigência de políticas de desregulamentação do mercado de
trabalho, a terceirização se mostrou fortemente redutora dos custos do
trabalho.
d) Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo
IBGE entre 1995 e 2005, os postos de trabalho terceirizados formais foram os
que menos cresceram no total da ocupação do país.
e) Em geral, a remuneração do trabalhador terceirizado representa, em média,
cerca de 2/3 da remuneração média dos empregados formais no ano de 2005.

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Resolução

Alternativa (d).

a) A industrialização foi responsável pela necessidade de formalização.


b) Toda abertura comercial exige ganhos de produtividade, implicando busca
por flexibilização de contratos.
c) Beleza, terceirização é para reduzir custos.
d) Terceirização diminuiu? De jeito nenhum! Ela vem aumentando! Incorreta.
e) Você não precisa saber o número certo, só saiba que um terceirizado, na
média, ganha menos.

Questão esquisita não? Gente, vá na alternativa correta, letra (c). Este é o tipo de
questão que não há como você saber todas as alternativas, tem de buscar o
“errinho”.

Exercício 2

(AFT/MTE – ESAF/2003) No Brasil, o mercado informal de trabalho tem


crescido porque:
a) a demanda de mão-de-obra do setor informal é infinitamente inelástica em
relação ao salário real.
b) as empresas que operam no setor informal estão operando a plena
capacidade.
c) os trabalhadores do setor informal são mais eficientes que os do setor
formal.
d) os custos trabalhistas do setor formal são muito elevados.
e) os salários pagos no setor informal são mais elevados.

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Resolução

Essa questão não vale mais para os dias de hoje, mas vamos analisa-la com base
em lógica pura. Por que algumas empresas não registram seus funcionários?
Porque os custos de formalização são altos.

Alternativa (d).

Exercício 3

(AFT/MTE – ESAF/2006) Analise as informações que seguem, com relação ao


mercado de trabalho brasileiro e marque, a seguir, a opção correta.
I. A taxa de atividade feminina cresceu no Brasil durante os últimos vinte
anos, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios – PNAD.
II. A taxa de desocupação entre os homens, em 2004, era maior que a taxa de
desocupação entre as mulheres, segundo os dados da PNAD.
III. A taxa de desocupação, em março de 2006, foi maior para homens de 25 a
49 anos do que para jovens de 15 a 17 anos, nas regiões metropolitanas
pesquisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego/IBGE.
a) I e II estão corretas e III está incorreta.
b) I, II e III estão corretas.
c) I está correta; II e III estão incorretas.
d) I e III estão incorretas; II está correta.
e) I, II e III estão incorretas.

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Resolução

Outra questão desatualizada, mas meu objetivo é “treinar” vocês para este tipo de
questão que dá para fazer com base na lógica.

I) Correto, as mulheres têm aumentado sua participação.


II) A desocupação entre as mulheres ainda é maior do que a dos homens até
hoje. Errada.
III) A taxa de desocupação dos homens desta faixa de idade é a menor de todos
os subgrupos. Errada.

Alternativa (c).

(Economista/pref. Boa vista – CESPE/alterada) Julgue as afirmativas.

Exercício 4

Considerando que um aumento de 10% no preço das passagens aéreas


reduza em 30% o número de passagens comercializadas, então a elasticidade-
preço da demanda é igual a 0,33.

Resolução

Errada.

A elasticidade é:

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Exercício 5

O aumento do salário mínimo, anunciado recentemente pelo governo,


deslocará a curva de oferta das empresas competitivas que atuam no setor
hoteleiro para cima e para a esquerda.

Resolução

Correta. O aumento do salário mínimo acabará gerando um custo adicional para


todas as empresas, não só em termos de salário, mas de vários encargos
associados. Neste caso, a empresa terá mais custos para ofertar seus produtos
finais, o que fará com que, para um dado preço de seu produto final, a mesma irá
querer ofertar uma quantidade menor, de forma que:

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Exercício 6

A existência de produtividade marginal decrescente só é compatível com


funções de produção que apresentem rendimentos de escala também
decrescentes.

Resolução

Errada. Cansamos de ver isso, os rendimentos de escala derivam da variação de


todos os fatores ao mesmo tempo, enquanto que a produtividade marginal decorre
da variação do fator, mantendo todos os demais constantes.

Exercício 7

A inclinação da restrição orçamentária do trabalhador é o seu salário.

Resolução

Correta.

Exercício 8

Em mercados competitivos, a curva de demanda com a qual a empresa se


defronta é infinitamente elástica.

Resolução

Perfeito. Nós vimos que, no mercado competitivo, uma empresa pode ofertar o
quanto quiser ao preço de mercado, ou seja, ela não tem poder de influencia no
preço.

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(Proposta pelo autor) Julgue as afirmativas.

Exercício 9

A política salarial do salário mínimo pode ser uma causa de desemprego


involuntário.

Resolução

Correto. Ao fixar um salário acima do de mercado, a economia não terá condições


de se ajustar após um choque adverso, gerando desemprego.

Exercício 10

A terceirização é um fenômeno crescente no Brasil e que é característica de


pequenas empresas.

Resolução

Errada. A terceirização é uma forma de precarização da mão de obra, que costuma


apresentar condições de trabalho inferiores a de um trabalho equivalente não
terceirizado.

O uso da terceirização é intenso em grandes empresas e multinacionais, pois as


mesmas precisam reduzir custos aumentar sua competitividade para exportar seus
produtos.

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Questões propostas

Exercício 1

(AFT/MTE – ESAF/2010) Com relação ao mercado de trabalho brasileiro,


assinale, a seguir, a opção incorreta.
a) A partir da segunda metade da década de 1950, o predomínio do padrão
fordista de produção levou a que o regime de contratação de mão-de-obra se
concentrasse fundamentalmente no assalariamento formal.
b) Desde 1990, a abertura comercial e financeira impôs generalizadamente ao
setor produtivo a flexibilização dos contratos de trabalho.
c) Associada à vigência de políticas de desregulamentação do mercado de
trabalho, a terceirização se mostrou fortemente redutora dos custos do
trabalho.
d) Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo
IBGE entre 1995 e 2005, os postos de trabalho terceirizados formais foram os
que menos cresceram no total da ocupação do país.
e) Em geral, a remuneração do trabalhador terceirizado representa, em média,
cerca de 2/3 da remuneração média dos empregados formais no ano de 2005.

Exercício 2

(AFT/MTE – ESAF/2003) No Brasil, o mercado informal de trabalho tem


crescido porque:
a) a demanda de mão-de-obra do setor informal é infinitamente inelástica em
relação ao salário real.
b) as empresas que operam no setor informal estão operando a plena
capacidade.
c) os trabalhadores do setor informal são mais eficientes que os do setor
formal.
d) os custos trabalhistas do setor formal são muito elevados.
e) os salários pagos no setor informal são mais elevados.

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Exercício 3

(AFT/MTE – ESAF/2006) Analise as informações que seguem, com relação ao


mercado de trabalho brasileiro e marque, a seguir, a opção correta.
I. A taxa de atividade feminina cresceu no Brasil durante os últimos vinte
anos, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios – PNAD.
II. A taxa de desocupação entre os homens, em 2004, era maior que a taxa de
desocupação entre as mulheres, segundo os dados da PNAD.
III. A taxa de desocupação, em março de 2006, foi maior para homens de 25 a
49 anos do que para jovens de 15 a 17 anos, nas regiões metropolitanas
pesquisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego/IBGE.
a) I e II estão corretas e III está incorreta.
b) I, II e III estão corretas.
c) I está correta; II e III estão incorretas.
d) I e III estão incorretas; II está correta.
e) I, II e III estão incorretas.

(Economista/pref. Boa vista – CESPE/alterada) Julgue as afirmativas.

Exercício 4

Considerando que um aumento de 10% no preço das passagens aéreas


reduza em 30% o número de passagens comercializadas, então a elasticidade-
preço da demanda é igual a 0,33.

Exercício 5

O aumento do salário mínimo, anunciado recentemente pelo governo,


deslocará a curva de oferta das empresas competitivas que atuam no setor
hoteleiro para cima e para a esquerda.

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Exercício 6

A existência de produtividade marginal decrescente só é compatível com


funções de produção que apresentem rendimentos de escala também
decrescentes.

Exercício 7

A inclinação da restrição orçamentária do trabalhador é o seu salário.

Exercício 8

Em mercados competitivos, a curva de demanda com a qual a empresa se


defronta é infinitamente elástica.

(Proposta pelo autor) Julgue as afirmativas.

Exercício 9

A política salarial do salário mínimo pode ser uma causa de desemprego


involuntário.

Exercício 10

A terceirização é um fenômeno crescente no Brasil e que é característica de


pequenas empresas.

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1-d
2-d
3-c
4-F
5-V
6-F
7-V
8-V
9-V
10-F

Acabamos! Mas, ainda não terminamos, pois logo estarei disponibilizando um


material extra para vocês ok?

Estudem muito, pois vale a pena.

Um abraço
jeronymo@estrategiaconcursos.com.br

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