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Economia do Trabalho p/ AFT

Teoria e exercícios comentados


Prof. Jeronymo Marcondes – Aula 02

AULA 02 – Demanda por Trabalho

SUMÁRIO PÁGINA
1. Produção e produtividade 3
2. Maximização do lucro no mercado competitivo 11
3. Escolha da empresa competitiva no longo prazo 29
4. Efeitos Substituição e Escala 42
5. As regras de Marshall da demanda derivada 45
Questões propostas 51
Gabarito 56

Boa, Aula 02! Olha pessoal, para quem não é economista, agora é que a “cobra
fuma”. Mas, fiquem tranquilos, se você entender bem esta aula, o resto do curso vai
ficar muito mais fácil

-“O que eu faço, professor”?

Simples, você vai estudar esta aula com muito cuidado.

Nesta aula ensinarei alguns conceitos básicos de Economia e Matemática que


serão usados até o fim do curso. Então, hora de forçar a memória.

DICAS DE UM CONCURSEIRO

Pessoal, Economia é abstração! Não tem jeito. Faça


um favor a si mesmo, nada de “na vida real não é
assim”. Esqueça a vida real! Guarde os conceitos e
passe na prova! Depois que você for AFT, com um
belo salário, aí você se especializa em Economia e
assim você terá instrumentos para entender de onde
veio toda esta abstração, ok?

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Então, saiu o edital! Mas, respirem e fiquem calmos, afinal não há grandes
surpresas no que se refere à Economia do Trabalho.

Vamos ao edital:

ECONOMIA DO TRABALHO: 1 Economia do trabalho. 1.1 Conceitos básicos e


definições. 1.2 População e força de trabalho. 1.3 População economicamente
ativa e sua composição: empregados, subempregos e desempregados. 1.4
Rotatividade da Mão-de-obra. 1.5 Indicadores do mercado de trabalho. 1.6
Mercado de trabalho formal e informal. 2 O mercado de trabalho. 2.1 Demanda
por trabalho: o modelo competitivo e modelos não competitivos, as decisões
de emprego das empresas, custos não salariais, elasticidades da demanda.
2.2 Oferta de trabalho: a decisão de trabalhar e a opção renda x lazer, a curva
de oferta de trabalho, elasticidades da oferta. 2.3 O equilíbrio no mercado de
trabalho. 3 Os diferenciais de salário. 3.1 Diferenciação compensatória. 3.2
Capital Humano: educação e treinamento. 3.3 Discriminação no mercado de
trabalho. 3.4 Segmentação no mercado de trabalho. 4 Desemprego. 4.1 A taxa
natural de desemprego. 4.2 Tipos de desemprego e suas causas. 4.3 Salário
eficiência e modelos de procura de emprego. 5 Instituições e mercado de
trabalho. 5.1 A intervenção governamental: política salarial e políticas de
emprego. 5.2 Assistência ao desemprego. 5.3 Modelos tradicionais sobre o
papel dos sindicatos e modelo de preferência salarial. 5.4 Sindicato:
monopólio bilateral e monopsônio. 6 O mercado de trabalho no Brasil.

Veja, está praticamente idêntico ao anterior.

Entenderam? Não há com que se preocupar, pois nosso conteúdo irá direto ao
ponto!

Mas, há uma novidade: prova discursiva de Economia do Trabalho! Que


porrada, hein? Este é mais um motivo para irmos fundo na teoria, pois a sua prova
não será mais, somente, “certo” ou “errado”.

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Não se preocupe, a estratégia inicial do nosso curso contempla eventuais


problemas como este. Até por isso, a ideia do curso não é, somente, especializá-los
em fazer questões da CESPE. Eu realmente não gosto de cursos assim por vários
motivos.

A minha ideia é dar a vocês um “certo” aprofundamento da parte teórica, que será
testado, ao longo das aulas, com exercícios de provas anteriores da CESPE e de
AFT. Se vocês só ficarem fazendo um monte de exercícios da CESPE, mas sem
uma teoria adequada, vocês nunca fariam uma prova discursiva da CESPE!
Concurseiro escaldado que nem eu é desconfiado mesmo!

No caso da CESPE, pode acreditar, a prova vai ser difícil! Essa filha da mãe adora ir
na minúcia da teoria! As questões da CESPE costumam ser chatas de fazer e
sujeitas a duplo sentido. O diferencial vai estar no detalhe.

Mas, novamente, não se preocupem, está tudo sob controle. Estudem a teoria com
muito afinco, façam muitos exercícios e mandem as dúvidas. Eu não tenho dúvida
de que, com o esforço adequado, você será AFT logo, logo.

Chega de papo, vamos lá!

1. Produção e produtividade

Pessoal, na aula 00, discutimos o conceito de função, lembra?

-“É uma relação matemática entre duas variáveis”!

Perfeito, futuro AFT. Então, pense, o que seria uma função de produção?

Olha, é uma relação entre duas variáveis, só que especificada. Trata-se da relação
que existe entre quantidade produzida e insumos utilizados por uma empresa.

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Por exemplo, suponha que uma determinada empresa produza sapatos e que se
utiliza de dois insumos (ou fatores de produção, lembra?): trabalho ( ) e capital
( ).

Lembrem-se da discussão de nossa aula 00, trabalho pode ser entendido como o
total de horas de trabalho contratadas por uma empresa. Assim, a quantidade de
“trabalho” que uma empresa contrata tem a ver com a quantidade de horas
trabalhadas pelos empregados da empresa.

Perceba que há simplificações muito fortes neste conceito. Uma mais óbvia seria
que todos os trabalhos têm a mesma participação na produção da empresa, não
diferenciando um tipo de trabalho de outro. Há outras simplificações, mas não vale a
pena discutir isso aqui!

Vamos a um exemplo.

Suponha uma sapataria, que tem alguns trabalhadores que produzem sapatos com
máquinas. Um exemplo de função que poderia descrever a função de produção da
sapataria seria:
( )
Sendo e . Neste caso, seria a quantidade de sapatos produzidas em
função da quantidade de “trabalho” e “capital” contratados pela empresa.

Viram? O capital contribui com unidades de produção por unidade de capital,


enquanto que o trabalho contribui com .

É assim que a produção da sapataria funciona! Esse representa a quantidade de


“trabalho” que a empresa contrata, o que poderia ser a quantidade de horas
trabalhadas.

Isso não faz muito sentido no caso do Brasil. Mas, em outros países é comum a
contratação de horas determinadas de trabalho e não uma “jornada de trabalho
fechada”, tal como é especificado pela Consolidação das Leis Trabalhistas no Brasil.

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Seja como for, você poderia encontrar esse pela multiplicação do número de
trabalhadores da empresa por sua carga horária.

Bom, vamos lá. Vocês viram como funciona uma função de produção? A ideia é
encontrar uma relação matemática que exprime a quantidade de produtos
produzidos por uma empresa em função da quantidade de insumos contratados.

A pergunta que um economista se faz, quando olha para uma função de produção
é: qual é a quantidade ótima de fatores de produção que devem ser contratados por
uma empresa de modo a maximizar seu lucro?

Para discutirmos este ponto, precisamos estudar o conceito de Produto Marginal


( ) dos fatores de produção.

Produto Marginal de um fator de produção é a variação


na produção total decorrente da variação de uma unidade deste fator, mantendo
todos os demais constantes.

Atenção! Vocês entenderam? Por exemplo, o do trabalho ( ) na sapataria


é a variação de produção total (variação na quantidade de sapatos produzida)
decorrente da contratação de uma hora adicional de trabalho pela empresa,
mantendo a quantidade de capital constante.

Matematicamente, o produto marginal do trabalho ao variar a quantidade de


trabalho em uma unidade (de para ) é:

( ) ( )

Obs. (delta) é uma letra grega utilizada na matemática para indicar “variação”. A
partir daqui, guarde esta definição.

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Viram? Isso nada mais é do que uma “taxa de variação”, a saber, a taxa de variação
na produção decorrente da variação de uma unidade no “trabalho”, mantendo todo o
resto constante.

Muita atenção de novo! Veja que nós estamos falando da variação de produção
decorrente da contratação de mais uma unidade de um insumo! Ou seja, se eu falar
que em um determinado ponto da função de produção o produto marginal do
trabalho é de 10 (dez), o que estou dizendo é: se, nesse ponto, eu contratar mais
uma hora de trabalho, eu conseguirei produzir mais dez unidades de produto final.

-“Mas, por que isso é importante”?

Calma! Já chegamos lá!

Veja, algo muito importante sobre o conceito de PMg é a Lei dos Rendimentos
Marginais Decrescentes.

Para entender o conceito, vamos voltar ao exemplo da sapataria. Suponha a


seguinte relação de produção:

Y (quantidade de sapatos) L (quantidade de trabalho) K (quantidade de capital)


0 0 0
5 1 0
11 2 0
18 3 0
23 4 0
26 5 0
27 6 0
26 7 0
25 8 0
20 9 0

Prestem atenção! Veja que a quantidade capital fica constante em zero (isso é muito
importante). Olhe, quando há variação de zero para uma unidade trabalho, a

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produção varia em cinco (5 – 0 = 5) unidades. Ao variar a quantidade de trabalho de
1 (hum) para 2 (dois), a produção varia em seis (11 – 5 = 6) unidades, e assim por
diante. Mas, veja que isso muda na quantidade de 4 (quatro) unidades de trabalho!

Você consegue ver que na quantidade de 4 (quatro) unidades de trabalho, a


variação da produção total será de (23 – 18 = 5) cinco?

-“Mas esta não é a mesma produtividade marginal de 1 (hum) trabalhador”?

Exatamente! E mais! Veja que, se continuarmos a aumentar a quantidade de


trabalho contratada, mantendo o capital constante, a produção poderá chegar,
inclusive, a reduzir.

Para visualizar melhor, veja um gráfico da quantidade produzida em função da


quantidade de trabalho, ou seja, da função de produção e outro do Produto Marginal
do Trabalho:

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Obs. O eixo horizontal mede a quantidade de trabalho empregado.

Isso é a Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes.

Você deve estar se perguntado, “de onde você tirou isso, professor”.

É assim, a teoria econômica prega que a eficiência econômica de um fator diminui


conforme sua quantidade aumenta, enquanto todos os demais ficam constantes.

Vamos ao nosso exemplo da sapataria. Suponha que você seja o dono da sapataria
e precise decidir quanto trabalho contratar. Bom, neste primeiro momento, no curto
prazo, você não teria condições de alterar a quantidade de capital, até porque é
muito caro e demorado alterar a quantidade capital de uma empresa.

Vocês devem estar cansados de ouvir os economistas


falarem na televisão em “curto prazo” e “longo prazo”.
Então, veja a definição de “curto prazo” utilizada na
Economia do Trabalho: é um período de tempo curto
demais para que seja possível alterar todos os fatores de
produção. Assim, normalmente, o curto prazo é
conhecido como o período de tempo no qual só é
possível alterar a quantidade de trabalho empregada,
enquanto que no “longo prazo” seria possível variar tanto
a quantidade de trabalho quanto a de capital, já que,
teoricamente, seria mais difícil alterar toda a estrutura
física de uma empresa do que a quantidade de
empregados.

Bom, voltando ao exemplo. O que você acha que vai acontecer se você começar a
contratar trabalhadores indefinidamente?

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Em um primeiro momento, você aumentará sua produção significativamente, pois os


primeiros trabalhadores terão grande impacto na quantidade de sapatos produzida
devido à especialização. Ou seja, ao especializar cada um dos trabalhadores da
empresa, em atividades como colar a sola do sapato ou costurar o couro, estes
conseguirão realizar a tarefa em questão de maneira mais rápida e eficiente,
resultando em maior produção total. Isso já vem desde Adam Smith, que falava dos
ganhos de produtividade associados a uma empresa com mão de obra altamente
especializada em comparação com as atividades em que cada empregado produz o
produto completo (como se cada sapateiro contratado realizasse sozinho todas as
atividades de produção do sapato).

Porém, se você continuar a acrescentar trabalhadores, mesmo depois de já terem


sido exauridos todos os ganhos de especialização, o novo empregado irá “mais
atrapalhar do que ajudar”. Veja, como o capital da empresa está constante, o
maquinário da empresa ficará lotado, impedindo o bom uso do mesmo, as
instalações da firma ficarão cheias, dificultando a movimentação dentro da empresa,
etc. Ou seja, aumentar a quantidade de trabalhadores indefinidamente não vai levar
sempre a ganhos de produtividade, podendo chegar até mesmo à situação de
redução da produção da empresa devido ao “incômodo do excesso de
trabalhadores”.

Isso está demonstrado na curva de PMg que descrevemos acima. Perceba que em
estágios iniciais de produção, a taxa de variação da produção para cada empregado
acrescido (PMgL) é crescente, porém, a partir de 4 (quatro) unidades de trabalho, a
produção cresce a taxas decrescentes, chegando até o ponto de ficar negativa.

Perceba que isso não vale só para o trabalho, mas para qualquer fator de produção.
Assim, a Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes afirma que, ao
aumentarmos a quantidade contratada de um fator de produção, mantendo
todos os demais constantes, a produtividade marginal do fator irá aumentar
em estágios iniciais da produção, reduzindo-se posteriormente, podendo até
ficar negativa.

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Tranqüilo? Antes de você dar uma paradinha para respirar, vamos estudar o
conceito de Produto Médio.

O Produto Médio (PMe) é simples: basta dividir a quantidade produzida em uma


determinada escala de produção pela quantidade de insumos utilizados. Perceba
que não estamos falando em taxas de variação, tal como no PMg, mas na
produção média realizada por um trabalhador típico. Para encontrar o PMe do
trabalho, por exemplo, basta dividir a produção total pela quantidade contratada de
trabalho em um ponto. Matematicamente:

No exemplo da sapataria:

Y (quantidade de sapatos) L (quantidade de trabalho) PMg PMe


0 0 x x
5 1 5 5
11 2 6 5,5
18 3 7 6
23 4 5 5,75
26 5 3 5,2
27 6 1 4,5
26 7 -1 3,714285714
25 8 -1 3,125
20 9 -5 2,222222222

Perceba que há uma relação bastante óbvia entre as curvas PMg e PMe. O
produto marginal de um fator será maior que o produto médio enquanto este
último estiver aumentando e será menor enquanto o produto médio estiver
diminuindo.

Isso decorre da própria definição de média. O PMe é uma média, enquanto que o
PMg são “valores acrescentados à média”, pois trata-se da variação da produção
a cada unidade de trabalho. Assim, ao acrescentarmos valores superiores
(inferiores) à média, a média irá aumentar (diminuir). Graficamente:

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PMg e PMe

PMg
PMe

Hora de dar uma volta e respirar um ar puro! Relaxem e voltem revigorados.

2. Maximização do lucro no mercado competitivo

Nós já falamos na aula 00 sobre o mercado competitivo. Mas, vamos adentrar mais
fundo no conceito.

Mercado Competitivo é aquele composto por empresas muito pequenas com


relação ao tamanho total do mercado. Portanto, a mesma não tem condições de
influir no preço de seu produto final e nos preços dos insumos utilizados pela
mesma.

A título de exemplo, pense no “mercadão”. Neste mercadão, todas as barraquinhas


são muito próximas, o consumidor tem informação suficiente para saber se você
está com o preço acima ou abaixo do mercado e, além disso, podem escolher
livremente de quem irão comprar.

Pense, se você tiver uma barraquinha de frutas, você não pode cobrar mais do que
as outras, pois, neste caso, todos os consumidores migrarão para seus
concorrentes e você não venderá nada. Por outro lado, se você cobrar menos do
que os outros, você ficará com todo o mercado, o que é um contra senso, pois por
que você não teria feito isso antes? Este é o típico caso em que o preço não é

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determinado pela sua barraquinha, mas pelo mercado como um todo, ou seja, pode
ser um exemplo de mercado competitivo. Neste caso, as firmas são chamadas de
“tomadoras de preço”

A demanda pelos produtos de uma empresa que opera em um mercado deste tipo é
infinitamente elástica (lembra do conceito de elasticidade da aula 00?), dado que
haveria infinitos produtores, pequenos com relação ao total de mercado, de forma
que:

Essa elasticidade infinita da demanda pelos produtos da empresa implica que a


variação de produção decorrente de uma variação de 1% nos preços é infinita, ou
seja, a pessoa conseguiria comprar o quanto quisesse do produto em questão pelo
preço de mercado. Isso decorre do fato de existirem infinitas firmas pequenas
capazes de fornecer o produto em questão, mas que não têm como afetar o nível de
preços devido à sua escala.

No nosso estudo, o mesmo vai valer para o mercado de fatores de produção, que
também será competitivo. Se você tem uma escala pequena com relação ao
tamanho do mercado, você não terá condições de influenciar o preço dos insumos.
Assim, tal como no caso do preço do produto final, o preço dos fatores será
exógeno (externo às vontades da empresa). Portanto, você poderá comprar o
quanto quiser dos insumos trabalho e capital a seus preços de mercado.

Neste caso, a empresa maximizará o lucro ao realizar as escolhas que maximizem o


valor da função:

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( )

Sendo o preço de unidade do produto final, o custo de uma unidade de trabalho


(salário) e o custo de uma unidade de capital (juros). Estes não são variáveis, mas
valores exógenos, fixos, dados pelo mercado e não sujeitos à escolha por parte da
empresa, em virtude do fato de a empresa operar em um mercado competitivo de
produtos e fatores.

Simples não? O lucro é o preço multiplicado pela quantidade produzida menos as


quantidades de trabalho e de capital multiplicadas pelos seus respectivos preços
(salários e juros, respectivamente). Claro que este modelo é simplificador! Então,
não estamos levando em conta outros custos que possam estar afetando a
empresa, ou mesmo podemos incluí-los na rubrica “capital”.

Mas, vamos lá. Para continuarmos na questão da otimização, preciso ensiná-los o


conceito de derivada!

Obs. Cálculo Diferencial

Em termos muito leigos, a derivada pode ser definida, em termos geométricos,


como a inclinação de uma função no ponto! Assim, para uma função ( ) qualquer,
a sua derivada terá a notação ( ). Ao substituirmos o valor de no ponto
desejado, encontraremos a inclinação da reta.

-“Não entendi nada”!

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Podemos dar alguns exemplos para ilustrar. Se a derivada de uma função é dada
por:

( )

Isso significa que a inclinação desta curva no ponto é 10, pois:

( )

Muito importante, a inclinação de uma função no ponto é uma medida da taxa


de variação instantânea de uma função. Assim, a inclinação é uma medida da
variação em ( ) quando a variação em tende a zero, ou seja, é
infinitesimalmente pequena.

Vamos parar de falar bonito e explicar isso de forma intuitiva. Olhe o gráfico abaixo:

Obs. A linha cinza não é parte do gráfico, ela somente mostra em que ponto as
curvas se interceptam.

Veja o ponto formado pelo par ordenado Y(1) e X(1). Neste ponto, a inclinação é
dada por aquela reta com tracejado mais escuro que passa de forma “reta” sobre o
ponto. Essa é a inclinação da função no ponto! E mais, perceba que, quando a
variação em x for muito pequena, tendendo a zero, essa inclinação irá representar o
quanto Y irá variar em decorrência desta variação em x.

Isso é a derivada! A derivada irá medir esta taxa de variação instantânea, ou,
em termos geométricos, a inclinação da função no ponto.

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- “Tudo bem professor, mas como eu encontro a derivada de uma função”?

Simples! Decore! Vou ensinar 3 regras de diferenciação que serão suficientes para
que você faça a prova, apesar de existirem mais. Foco no propósito, seu objetivo
é a prova de AFT!

1) Primeira regra de diferenciação. Para um valor qualquer, a derivada de uma


função ( ) ( ( )), dada por:

( )

É:

( )

- “Não entendi”!

Vamos a um exemplo, suponha a função:

( )

Qual a derivada desta função? Aplique a fórmula! No caso:

( )

Entenderam? Vamos lá, tentem outras funções, como:

( )

Neste caso:

( )

E a derivada de:

( )

Simples, pense um pouco e veja que:

( ( ))

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E se a função for:

( )

Neste caso, esqueça do fator 2 (dois) na frente do e derive normalmente. Apenas


multiplique o resultado pelo número que multiplica a variável, de forma que:

( ( )) ( ( ))

E no caso de haver mais de uma variável na função, tal como:

( )

Neste caso, você deve diferenciar os dois membros separadamente e somá-los.

Mas, a pergunta é, qual a derivada de com relação a ? Bom, a menos que o


exercício diga que é função de , será uma variável que não varia com .
Assim, faça essa pergunta a si mesmo:

-“Se o não é função de , e vice versa, qual o impacto de uma variação


infinitesimal de sobre ( ), por meio de ?

Exatamente, zero (0)! Ao variar o , o único impacto dessa dinâmica é direto, pois o
não afeta a função de forma indireta via . Portanto:

( ( )) ( ) ( )

( ( ))

Não entendeu? Olhe este exemplo:

( )

Dado que:

Aí você está vendo uma forma pela qual a derivada de ( ) com relação a terá
dois efeitos, um direto (igual a ) e indireto, via :

( ( )) ( ) ( ) ( ) ( )

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2) Segunda regra de diferenciação. Essa é baseada no somatório ou


diminuição de duas funções diferentes. Suponha uma função ( ) composta por
duas funções de :

( ) ( ) ( )

Neste caso, a derivada de ( ) é:

( ( )) ( ( )) ( ( ))

O mesmo vale para subtração, de forma que, se:

( ) ( ) ( ),

Tem-se que:

( ( )) ( ( )) ( ( ))

3) Terceira regra de diferenciação. Uma última regra importante de


diferenciação se refere à diferenciação de uma função que está expressa em
logaritmo neperiano. Vocês sabem o que é isso?

Antes de continuarmos, vamos falar sobre o que é o logaritmo. Vocês se lembram


do 2º grau? Então, em termos bem simples, o logaritmo é o valor ao qual você tem
de elevar o número da base para se atingir a um determinado valor. Por exemplo:

Neste exemplo, o número 4 é a base.

Porém, não há necessidade de se restringir o valor da base a um número


específico. Na operação com logaritmos é comum se utilizar do número neperiano
(e = 2,178). O logaritmo que tem o número neperiano como base é chamado de
logaritmo natural, ou ln.

Assim, vamos à derivada de uma função ln. Assim, dada uma função:
( ) ( )

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Temos que:

( ( ))

Bom, o porquê de tudo isso é ensinar a vocês como encontrar o ponto máximo ou
mínimo de uma função, isso é, um ponto extremo.1

Como você encontra um ponto extremo de uma função? Simples! Derive a função e
iguale a zero. Por exemplo, suponha a função:

( )

Neste caso, é fácil chegar à derivada (é só derivar cada membro separadamente


– regra 2):

( )

Agora, é só igualar a zero e resolver em função de :

( )

Assim, este ponto é o extremo local da função, ou seja, um ponto de mínimo ou


máximo. Pode-se provar que se trata de um ponto de mínimo, mas não precisam
se preocupar, na prova de Economia do Trabalho, o ponto extremo sempre
será o que o enunciado pede. Daqui a pouco vocês vão entender.

-“Mas, por que tudo isso”?

Vocês já vão ver!

Retornando à maximização do lucro.

1
Para quem entende de matemática, saiba que estamos tratando de pontos extremos locais e não
globais. É só uma introdução mesmo.

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Bom, vocês não se esqueceram da função que uma empresa competitiva visa
maximizar se quiser obter o lucro máximo, não é? Caso tenham esquecido:

( )

Maravilha! Como podemos encontrar a escolha ótima da firma com base nesta
função? Pense um pouco. É isso aí, vamos derivar a função! No caso, como
estamos em Economia do Trabalho, nós queremos encontrar a “escolha ótima” de
trabalho, portanto, vamos derivar a função lucro em e igualar o resultado a zero.

( ) ( ( )) ( ) ( )

Mas, perceba que a derivada da variável com relação a é igual a zero e a


derivada com relação a é igual a 1:

( ) ( ( )) ( ( ))

E agora José? O que é a derivada da função de produção com relação a ? Pense


um pouco no que já estudamos na aula.

Lembram-se do conceito de PMgL? Isso é a derivada da função de produção


com relação a ! Qual o conceito mesmo?

Produto Marginal de um fator de produção é a variação na produção total decorrente


da variação de uma unidade deste fator, mantendo todos os demais constantes.

Isso não é a definição de taxa de variação da derivada? Então, quando você deriva
uma função de produção com relação a um de seus fatores de produção, você
obterá o Produto Marginal deste fator!2

Então, vamos continuar resolvendo o problema:

( )

2
Você “espertão” já deve ter percebido! Na derivada eu falei de “variação infinitesimal”, enquanto que
na teoria eu falei de “variação em uma unidade”. Perfeito! Não vou adentrar nisso, pois não é o
objetivo do curso! Só entenda que esta é uma simplificação feita para podermos utilizar o cálculo
diferencial na análise do problema econômico, ok?

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Já sabemos que para encontrar o ponto ótimo precisamos igualar esta função a
zero. Assim:

𝒑 𝑷𝑴𝒈𝑳 𝒘

Meus amigos, este é o seu mantra! Você vai repetir isso todo dia! Essa é a essência
de toda teoria de demanda por trabalho!

-“Mas, o que esta expressão está me dizendo, professor”?

-“Por que você está tentando me matar, professor”?

Calma! Eu sei que a matemática foi pesada para alguns. Mas, não tem jeito,
esta é a melhor forma de passar o conteúdo! Apenas decore a fórmula e
entenda a explicação intuitiva que darei a seguir.

Olhe a fórmula:

𝒑 𝑷𝑴𝒈𝑳 𝒘

“Preço vezes o Produto Marginal do Trabalho tem de ser igual ao salário de


mercado na escolha ótima de fatores de produção de uma empresa”.

Veja, o PMgL representa a variação no produto total decorrente do acréscimo de


mais um trabalhador, certo? Quanto uma empresa ganha com este aumento de
produção? Exatamente:

Isso não é nada além da produção adicional que será trazida por esta nova mão de
obra multiplicada pelo preço pelo qual estes produtos serão vendidos. Este é o

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ganho monetário decorrente da variação de produção do trabalhador adicional, mais


conhecido como Valor do Produto Marginal (VPMg). Isso é o que a empresa vai
ganhar se contratar mais uma unidade de trabalho!

Aí é que entra a maximização! Até que ponto a empresa deve contratar mão de
obra?

Uma resposta bem óbvia: até o ponto em que seus ganhos com o trabalhador sejam
iguais a seus gastos com mão de obra!

Não entenderam? Você se lembra que o PMg está sujeito a Lei dos Rendimentos
Marginais decrescentes? Portanto, este, a partir de certo ponto, começará a
diminuir. Sabendo que o salário de mercado não é afetado por decisões da
empresa, conclui-se que a empresa irá contratar trabalho até o ponto em que VPMg
for igual ao salário de mercado.

Por que? Suponha que:

𝒑 𝑷𝑴𝒈𝑳 𝒘

Neste caso, a contratação de mais um trabalhador será lucrativo para a empresa, já


que o ganho monetário da contratação do trabalhador é maior do que o custo para
contratá-lo. Há um ganho monetário de ( ). Assim, neste ponto, vale a
pena contratar mais trabalhadores.

E se:

𝒑 𝑷𝑴𝒈𝑳 < 𝒘

Neste caso, a contratação de mais um trabalhador gerará perdas para a empresa, já


que o ganho monetário da contratação do trabalhador é menor do que o custo para
contratá-lo. Há uma perda monetária de ( ). Assim, neste ponto, vale a
pena contratar reduzir o número de trabalhadores.

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Ao contratar mais trabalhadores, ou ao reduzir o quadro de pessoal, a empresa
estará influenciando o PMgL, tal como pode ser visto no gráfico abaixo:

Obs. Perceba que estamos trabalhando na parte decrescente da curva de VPMg, o


que é comum na teoria econômica. A ideia por detrás deste raciocínio é que toda
decisão de contratar ou não mais trabalho será, na prática, realizada nesta parte da
curva. Toda a análise daqui para diante será nesta parte da curva.

Perceba que a escolha ótima será dada por L(1). Isso ocorre, pois se forem
contratados mais (menos) trabalhadores do que L(1), o valor do Produto Marginal do
trabalho, ou o ganho monetário da empresa com este trabalhador adicional, será
menor (maior) do que o custo para mantê-lo.

Com o conceito de equilíbrio que eu dei na aula 00, qual o “ponto ótimo”? Ou seja,
qual a única escolha da empresa em que não há estímulos para mudar de
estratégia, coeteris paribus?

Exatamente! Quando você contrata L(1) trabalhadores, isso é, quando o valor do


produto marginal do trabalho é igual ao salário de mercado! Ou seja:

𝒑 𝑷𝑴𝒈𝑳 𝒘

Esta curva representativa do comportamento do VPMg é a própria curva de


demanda por trabalho de uma empresa, pois ela relaciona a quantidade de
trabalhadores contratados em função de um valor monetário, no caso, o salário de

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mercado! Daí percebemos que a curva de demanda por trabalho da firma no curto
prazo, nos pontos relevantes para análise de escolha do equilíbrio, é
negativamente inclinada.

Veja que no eixo horizontal temos o salário nominal, ou seja, seu valor monetário.
Porém, há outra forma de visualizarmos a demanda por trabalho, ao realizarmos
uma operação matemática no nosso mantra, de forma que:

𝒘
𝑷𝑴𝒈𝑳
𝒑

Neste caso, estamos igualando o produto marginal do trabalho ao salário real. Este
salário é “real” porque está dividido pelo nível de preços, o que mostra o seu real
poder de compra em termos do produto em análise. Nesse caso, a demanda por
trabalho pode ser descrita graficamente da seguinte forma:

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Assim, a curva de PMgL também pode ser descrita como a curva de demanda por
trabalho de uma empresa competitiva no curto prazo, sendo que a única mudança é
a sua correspondência no eixo vertical que indicará o salário real e não o nominal.

Na curva de demanda por trabalho podemos aplicar todos aqueles exercícios que
realizamos na aula 00 para vermos o que ocorre com a curva quando fatores
externos a ela variam, mantendo todos os demais constantes, o que nós
economistas chamamos de exercícios de Estática Comparativa.

Por exemplo, o que ocorre se há um aumento no salário de mercado, coeteris


paribus?

Veja que a curva que determina o salário de mercado desloca-se para cima, para
valor superior a w (até w¹), fazendo com que a demanda por trabalhadores reduza
de L(1) para L(2). Isso decorre do fato de que, sob este novo salário, para valer a
pena contratar um trabalhador seu PMg deve ser mais alto que anteriormente, o que
só é possível com menos trabalhadores.

Caso haja uma redução no salário, o movimento será o inverso, com mais
trabalhadores contratados no equilíbrio.

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E se houver um aumento dos preços do produto final? Se isso ocorrer, para uma
dada curva de PMg, o valor monetário obtido pela empresa será maior para cada
trabalhador acrescido, incentivando a contratação. Neste caso, a curva do VPMg irá
deslocar para a direita, aumentando a quantidade de trabalhadores contratados no
ponto ótimo. Caso o preço reduza, o efeito será o inverso.

Ufa! Esta aula está pesada! Vamos fazer exercícios para relaxar.

Exercício 1

(AFT/MTE – ESAF/1998) Considerando o modelo neoclássico sobre o mercado


de trabalho, podemos afirmar que
a) a hipótese que faz com que a curva de demanda seja negativamente
inclinada é a de rendimentos constantes de escalas.
b) a curva de demanda por trabalho é idêntica à curva que relaciona um
determinado nível de emprego à sua produtividade média.
c) a demanda por trabalho relaciona salário nominal e nível de emprego, ao
passo que, na construção da oferta, o salário relevante é o real.
d) o fato de a curva de demanda por trabalho ser negativamente inclinada
depende da hipótese de rendimentos marginais decrescentes.
e) se os rendimentos de escala são decrescentes, a curva de demanda é
necessariamente horizontal

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Resolução

A curva de demanda por trabalho é negativamente inclinada, pois a mesma se


refere à parte decrescente da curva do VPMgL, ou da curva de PMgL, a depender
do enfoque. Esta produtividade decrescente deriva do fato de que os fatores de
produção estão sujeitos à Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes.

Este é o caso típico de um exercício que você não precisa saber todos os conceitos
de todas as alternativas. Concurseiro é pragmático e vai na alternativa certa!

Só quero destacar que, na alternativa (c), vimos que a demanda de trabalho


também pode ser representada com base no salário real. Enquanto que na
alternativa (b) o erro decorre de afirmar que a curva de demanda, ou seja, de PMgL
é igual à curva do PMeL.

Alternativa (d).

Exercício 2

(AFT/MTE – ESAF/2003) Suponha que a produtividade marginal do trabalho


pode ser expressa pela seguinte função: 10/L, onde L é a quantidade de mão-
de-obra. Se a empresa vende sua produção em um mercado competitivo a um
preço de $8, quanta mão-de-obra contratará a empresa se o salário for de $5
por unidade de mão-de obra?
a) 16 unidades de mão-de-obra.
b) 4 unidades de mão-de-obra.
c) 6,25 unidades de mão-de-obra.
d) 10 unidades de mão-de-obra.
e) 8 unidades de mão-de-obra.

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Resolução
Este é o tipo de exercício que eu gosto.

Veja:

Alternativa (a).

Exercício 3

(Cespe) Uma empresa vai contratar unidades adicionais de trabalho,


enquanto:
a) a produtividade marginal do trabalho for maior do que o salário nominal.
b) o valor da produtividade marginal do trabalho for maior do que o salário
nominal.
c) o salário real for maior do que a produtividade marginal do trabalho.
d) o salário nominal for maior do que o valor da produtividade marginal do
trabalho.
e) o custo marginal superar a receita marginal.

Resolução

Fácil demais! Alternativa (b).

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(EBSERH modificada – 2013) Com relação a uma curva de demanda por


trabalho, julgue os itens a seguir.

Exercício 4

Um aumento no preço do produto ofertado pela empresa deslocará a curva de


demanda por trabalho para a direita.

Resolução

É isso mesmo! Conforme nós vimos, o aumento do nível de preços dos produtos
ofertados pela empresa, para um salário nominal fixo, exige que haja um aumento
na quantidade empregada de trabalhadores na firma, a fim de que se reduza o
PMgL:
( ) ( ) ( )

Isso fará com que a curva de PMgL desloque-se para a direita, aumentando a
quantidade ótima de trabalhadores a serem contratados.

Verdadeiro!

Exercício 5

Uma elevação no preço ($) do fator de produção trabalho deslocará a curva de


demanda por este fator para a esquerda.

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Resolução

Lembrem-se da aula 00! Um dos eixos exprime o valor monetário a ser pago pelo
trabalho. Se este valor aumenta, não haverá deslocamento da curva de demanda
por trabalho, a única coisa que acontecerá é que o ponto no qual a função será
otimizada será diferente. Graficamente, uma elevação hipotética de w(1) para w(2)
ocorreria da seguinte forma:

Isso geraria uma redução da mão de obra contratada, mas sem deslocar a curva de
demanda por trabalho.

3. Escolha da empresa competitiva no longo prazo

Agora, relaxem, pois a abstração será intensa! Porém, o objetivo do curso não
é ensinar Microeconomia para vocês, com toda teoria da estrutura de mercado
e funcionamento das empresas. Pretendo manter vocês com o foco no
concurso. Vamos fazer assim, quando eu falar “decorem”, vocês decoram,
ok?

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Bom, nós já estudamos o conceito de curto e longo prazo, então vocês já podem me
dizer o que será diferente na análise desta seção em comparação com a anterior.

Isso! Agora todos os fatores de produção irão variar.

Apesar de ser possível traçar um gráfico tridimensional, que permitiria visualizar


uma função de produção com dois insumos, isso normalmente não é feito. Assim,
para determinação do ponto ótimo de contratação de insumos por parte de uma
empresa no longo prazo utilizaremos o conceito de isoquantas.

Olha gente:

Ou seja, a isoquanta descreve as combinações


possíveis dos fatores de produção (no caso, capital e trabalho) que produzem
o mesmo nível de produção!

A ideia é criar um mecanismo que não seja a própria função de produção para
descrever como as quantidades dos insumos utilizados no processo produtivo
poderão ser associadas de forma a gerar diferentes níveis de produção. Veja:

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Viram? Olhe que há infinitas combinações da curva y¹ que geram todas o mesmo
nível de produto final, tais como [K(1),L(1)] e [K(2),L(2)]. Assim, tanto faz se você
utilizar [K(1),L(1)] unidades de capital e trabalho, respectivamente, quanto usar
[K(2),L(2)], ambas gerarão a mesma quantidade de produto final, a saber, y¹.

Bom, a isoquanta e a quantidade de possibilidades de produção que uma empresa


possui estão diretamente relacionadas com a tecnologia da empresa. Como há
infinitos tipos de comportamento que uma empresa pode assumir, com o intuito de
facilitar a análise, a teoria criou um “padrão” de isoquantas que seria representativo
do comportamento das empresas como um todo em um mercado competitivo.
Vamos a este “padrão”.

Há algumas semelhanças que todas estas empresas


“padrão” guardam entre si com relação a suas isoquantas:

1) Cada isoquanta possui infinitas combinações possíveis de produção.

Isso é, dentro de cada isoquanta, há uma infinidade de combinações possíveis que


geram um mesmo produto.

2) Há infinitas isoquantas possíveis e cada uma destas isoquantas estará associada


a um nível mais alto de produção quanto mais longe estiver da origem.

Não confunda com o primeiro item. O que se quer dizer aqui é que não há um limite
de número de isoquantas. A empresa pode produzir qualquer quantidade de produto
final. Veja:

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Perceba que pode haver infinitas isoquantas, cada uma associada com um nível de
produção diferente. Nesse sentido, as curvas mais “deslocadas para a direita”
estarão associadas a maiores níveis de produção, assim:

( ) ( ) ( )

Quanto mais deslocada para fora, maior a produção associada. Isso deriva do fato
de que, para um dado valor de um fator de produção, K(1) por exemplo, as curvas
mais deslocadas estarão utilizando maiores quantidades de trabalho (L(1), L(2) e
L(3), respectivamente).

3) As isoquantas se inclinam negativamente.

Veja o gráfico acima. A isoquanta se inclina “para baixo”. A ideia por detrás deste
conceito é que ao aumentar a quantidade de um fator empregado no processo de
produção e manter a produção total constante (isso é, ficar na mesma isoquanta),
seria necessário diminuir a quantidade empregada do outro fator.

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Esta é a única característica que podemos quebrar no nosso estudo, ao tratarmos


de fatores de produção que são complementares entre si. Fatores de produção
complementares são aqueles que, em algum grau, só podem ser utilizados
conjuntamente, isso é o seu uso depende, em algum grau, do uso de outro insumo.

Por exemplo, há máquinas que precisam de um trabalhador exclusivo para sua


operação, tal como alguns tipos de caldeira. Portanto, se comprarmos um bem de
capital desta natureza para nosso processo produtivo, precisaremos de um novo
trabalhador também. Neste caso, a complementaridade entre ambos os fatores é
perfeita, portanto, para alterar a produção precisamos utilizar os 2 insumos juntos!
Este é o caso típico de dois insumos que são complementares perfeitos, pois
precisam ser utilizados juntos em uma relação estável, no nosso caso, um para
um. Veja uma isoquanta de dois insumos complementares perfeitos:

Vocês conseguem perceber que se aumentar a quantidade de trabalho para além


de L(1), mas mantendo a quantidade de capital constante em K(1), a produção não
irá se alterar. A única combinação factível é [K(1), L(1)] e seus múltiplos
(deslocamentos da própria curva). Este é o caso de fatores de produção
complementares.

E se estes fatores fossem substitutos? Ou seja, como seria o comportamento da


isoquantas de uma empresa que tem uma tecnologia em que os fatores de

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produção podem ser livremente substituídos um pelo outro? Se dois fatores
produtivos podem ser substituídos, em algum grau, por outros insumos, estes
fatores são substitutos.

Se há uma relação estável que permite a troca de um fator por outro, como 1 para
1, por exemplo, estes são chamados de substitutos perfeitos. Neste caso, a
empresa irá se especializar no mais barato, já que tanto faz um ou outro insumo. As
isoquantas representativas desta tecnologia seriam da seguinte forma:

Você percebe que a isoquanta é uma “linha reta”, porque, como os fatores são
substitutos perfeitos, a taxa a qual você pode trocar um pelo outro, de forma a
manter a produção constante (ou ficar na mesma isoquanta), é sempre igual. Ou
seja,a inclinação da curva é constante, portanto trata-se de uma “linha reta”.

4) As isoquantas nunca se cruzam.

Isso deriva da própria definição, pois se elas se cruzassem haveria um ponto em


comum entre elas, de forma que este ponto geraria a mesma quantidade de produto
final. Como as isoquantas são combinações de fatores de produção que geram o
mesmo produto final, se duas isoquantas tem um ponto em comum, ambas se
referem à mesma quantidade de produto produzido.

Mas, se há duas isoquantas com a mesma quantidade de produto final, a


formulação das curvas está incorreta, pois só pode haver uma única isoquanta
associada a um determinado nível de produção.

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5) As isoquantas são convexas com relação à origem

Isso quer dizer: todas as isoquantas “bem comportadas” têm “a boca virada para
cima”, tal como no gráfico:

Ufa! Entenderam o conceito de Isoquanta?

Ótimo! O que vocês têm de saber é que a inclinação da isoquanta em um ponto da


curva é dado por:

𝚫𝑲 𝑷𝑴𝒈𝑳
𝑻𝑴𝑺𝑻
𝚫𝑳 𝑷𝑴𝒈𝑲

Esta taxa representa qual é a variação necessária no fator de produção capital


para uma dada variação no trabalho, de forma a manter a produção constante,
isso é de maneira a ficar na mesma isoquanta! Essa inclinação é chamada de
Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST). Isso é a própria definição de
inclinação da isoquanta no ponto! Veja que a TMST pode ser expressa pelo
“inverso” da relação das produtividades marginais dos fatores de produção!

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A escolha ótima da empresa vai se situar em algum ponto de alguma das


isoquantas associadas à sua tecnologia. Mas, o essencial a saber é que este ponto
será escolhido de forma a maximizar o lucro da empresa.

Para encontrarmos este ponto, iremos definir outra curva: isocusto. Essa curva
representa todas as combinações de trabalho e capital que geram um valor fixo de
custos ( ).

Veja, para um dado valor de custo total ( ) incorrido por uma empresa, pode-se
descrever uma função de tal forma que:

Para diferentes valores de e , a empresa poderá escolher um diferente menu de


combinações de trabalho e capital. A linha de isocusto determina quais são as
combinações possíveis para um dado valor de Custo Total. Assim, para um dado
valor de custo total ( ), a linha de isocusto seria dada por:

Perceba que os pontos de intersecção com os eixos das ordenadas e das


coordenadas representam as possibilidades de que todo o custo seja arcado com
um único fator de produção.

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E se você puder gastar mais um pouquinho, aumentando o custo total incorrido? Por
exemplo, suponha que a empresa decida que pode arcar com um Custo Total maior
do que o anteriormente incorrido, ( ), e não mais ( ), de forma que ( ) ( ).
Graficamente, isso pode ser representado:

Simples, não? Pode-se provar que a inclinação da isocusto é dada por:

Ou seja, a inclinação da isocusto é dada pela relação do preço dos fatores.

Agora podemos, finalmente, falar da escolha ótima!

A ideia da escolha ótima é a seguinte: a empresa deve escolher a combinação de


fatores de produção que produza o máximo de produto com mínimo de custo!
Assim, busca-se a minimização de custos.

Olha, há toda uma discussão na teoria das condições que fazem com que a
minimização de lucros implique na maximização de lucros. Isso é completamente
inútil para seu concurso! Por hora assuma que a minimização dos custos implica a
maximização de lucros.

Beleza! Como seria a escolha ótima de uma empresa?

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Na solução de minimização de custos, a inclinação


da linha de isocustos é igual à inclinação da curva de isoquanta, de forma que:

Para entender melhor esta intuição, podemos operar a função de modo a:

Assim, podemos entender o conceito. Esta expressão mostra que as quantidades


monetárias gastas com cada fator de produção devem gerar a mesma quantidade
de produto final!

Por exemplo, suponha que o salário de mercado seja de R$ 10,00 e o PMgL na


escolha ótima seja de 20 unidades de produto final. Neste caso, a relação:

Neste sentido, a relação deve ser igual a 2 (dois), indicando que os juros

gastos na contratação de capital devem gerar duas vezes o seu valor em


quantidade produzida de produto final da empresa.

Olha só o que estamos falando, caso essa relação não seja verdade, não podemos
estar no ponto de ótimo. Por exemplo, suponha que:

Neste caso, o valor monetário gasto no capital gera menos resultado do que o
mesmo valor gasto no insumo trabalho.

- “Mas, por que essa situação não é ótima”?

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Porque, nessa situação, você pode deslocar parte dos recursos aplicados em capital
de forma a gastá-los na contratação de trabalho. Isso geraria um aumento do PMgK
e do PMgL, resultando em ganhos em termos de produtividade para a empresa.
Portanto, se é possível alocar os recursos aplicados de maneira mais
eficiente, de forma a gerar ganhos de produtividade, não podemos estar no
ponto ótimo! (toda essa explicação valeria igualmente para o caso em que o valor
gasto em capital gerasse maiores ganhos do que o valor gasto em trabalho)

O único ponto em que não haveria estímulos para alterar as escolhas já tomadas
seria na situação em que:

Graficamente:

Viram? A condição de que a inclinação de ambas as curvas tem de ser iguais na


“escolha ótima” implica tangencia entre as curvas.

Vamos analisar a condição graficamente. Como há infinitas isoquantas e


isocustos, a única condição em que poderia estar ocorrendo a escolha ótima seria
na tangencia das curvas, pois, neste caso, uma determinada isoquanta estaria
associada à isocusto o mais baixa possível. Caso não estivéssemos em uma

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situação de tangencia, com certeza, deve haver uma isoquanta mais alta que a
isocusto pode alcançar.

Por exemplo:

Neste caso, os pontos B e C não podem ser pontos de máximo, pois seria possível
conseguir a mesma produção a um custo menor (C(0) < C(1)). Assim, a única
situação de equilíbrio possível seria a que as curvas se tangenciam (ponto A).

Trocando em miúdos, o que isso quer dizer? Quer dizer que a condição de ótimo
seria conseguir produzir o máximo ao mínimo custo.

- “Tudo bem, professor! Teve um blá, blá, blá desgraçado, mas e a curva de
demanda por trabalho no longo prazo?”

Agora dá para vocês entenderem de onde ela vem!

A curva de demanda por trabalho mostra como a quantidade de trabalho varia


conforme o salário se altera. Então vamos fazer um exercício de Estática
Comparativa e alterar o salário e ver como se comporta a quantidade de trabalho
demandada no equilíbrio.

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Assim, suponha que o salário de equilíbrio reduza, variando de w para w¹:

Viram o que ocorre? O intercepto da isocusto no eixo da quantidade de trabalho


desloca-se para fora, fazendo com que a curva vá tangenciar outra isoquanta. Nesta
nova isoquanta, a quantidade de trabalho demandada aumenta e a quantidade de
capital diminui.

E se nós continuarmos a reduzir o salário e averiguar a quantidade de trabalho


demandada no equilíbrio após a mudança? Claro que teríamos maiores quantidade
de trabalho demandadas para salários cada vez menores, tal como no exemplo
acima. Portanto:

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Essa é a curva de demanda por trabalho no longo prazo de uma empresa


competitiva! Veja que, tal como no curto prazo, ela é negativamente inclinada!
Quanto menor (maior) o salário, a empresa sempre contratará mais (menos) mão
de obra.

4. Efeitos Substituição e Escala

Olha pessoal, a ideia desta seção é decompor o impacto de uma variação salarial
sobre o emprego de uma empresa nos efeitos “escala” e “renda”, tal como
estudados na aula 00.

Veja, se o salário de mercado se eleva ou reduz, há um impacto na demanda por


trabalhadores, diminuindo e aumentando a demanda por trabalhadores,
respectivamente. Isso é fácil de ser visualizado a partir da observação da curva de
demanda por trabalho acima exposta.

Vamos a um exemplo de redução salarial. Neste caso, há dois efeitos: escala e


substituição.

O efeito escala é o resultado da redução dos custos no trabalho na escala de


produção da empresa como um todo. Assim, a redução salarial gera uma redução
de custos para a empresa, o que incentiva o aumento da produção, implicando em
uma maior demanda por todos os seus fatores de produção.

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Vocês entenderam? O que acontece é que, com a redução de custos devido a


diminuição dos salários, a empresa produz ainda mais, o que tem impacto positivo
nas demandas de capital e trabalho. O mesmo pode ser dito com relação a uma
possível elevação do salário de mercado, que geraria um aumento de custos para a
empresa como um todo, reduzindo toda a escala de produção e, por consequência,
a demanda por ambos os fatores.

Por outro lado, outro efeito decorrente da redução de salários é o efeito substituição.
Este efeito faz com que a empresa repense a alocação ótima de recursos de
trabalho e capital. Veja, a redução salarial implica em uma redução da demanda por
capital, haja vista o trabalho ter se tornado relativamente mais barato que o capital.
Portanto, o efeito substituição incentiva a empresa a alterar o mix de insumos
utilizados, substituindo capital por trabalho.

Perceba que ambos os efeitos tem o mesmo sentido: de aumentar a demanda


por trabalho em decorrência de uma redução salarial.

Faça um exercício mental que você vai perceber que esta conclusão também é
válida para o caso de uma elevação no salário de mercado: ambos os efeitos –
escala e substituição - terão o mesmo sentido, de reduzir a demanda por trabalho.

Mas, atenção a um ponto pessoal! É isso aí, o que vai acontecer com a quantidade
demandada de capital não é sempre igual! Isso depende se o capital e o trabalho
são, em algum grau, substitutos ou complementares. No caso que descrevemos
acima, o trabalho é, em algum grau, substituto, do capital, por isso a redução no
salário de equilíbrio fez com que a empresa “trocasse” capital por trabalho. Em
outras palavras, por serem substitutos, o efeito substituição é superior ao efeito
escala, resultando em redução na demanda por capital.

Se ambos forem complementares não haverá como o efeito substituição (não há


efeito substituição) reduzir a demanda por capital, dado que o aumento da demanda
por trabalhadores necessitará ser acompanhada por aumento na quantidade de
capital, para que haja impacto na quantidade produzida. Assim, o aumento na

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demanda de trabalho será acompanhado por aumento na demanda de capital
(efeito escala domina).

-”Mas professor, como eu vou saber a intensidade pela qual uma empresa substitui
um fator por outro?”

Boa pergunta, querido aluno e futuro AFT! Uma forma de medir o efeito substituição
é a partir de um velho conhecido nosso: a elasticidade. No caso, iremos nos utilizar
do conceito de elasticidade de substituição ( ). Essa é dada por:

( )
( )

Opa! O que você está medindo com isso? Bom, é a mesma coisa que uma
elasticidade padrão que vimos lá na aula 00. Só que nesse caso, estamos medindo
a variação percentual na relação capital/trabalho em decorrência de outra variação
na relação salário/juros. Portanto, em termos leigos, estamos visualizando qual é a
alteração percentual no mix de fatores de produção em virtude de uma variação de
um ponto percentual na relação salário/juros. Ou seja, medindo o efeito substituição!

Além disso, podemos utilizar o conceito de elasticidade para entender se dois


fatores de produção são substitutos ou complementares entre si no processo
produtivo. Este é o conceito de elasticidade cruzada e é dado por:

Esta é a versão da elasticidade cruzada para averiguar a variação na quantidade


demandada de capital em decorrência de uma variação de 1% no salário de
mercado.

Neste caso, se esta elasticidade cruzada for positiva, os bens são, em algum grau,
substitutos entre si no processo produtivo, pois um aumento (redução) do salário
implica em maior (menor) quantidade demandada de capital. Por outro lado, com

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base nas mesmas conclusões, se esta for negativa, os bens serão complementares
entre si!

Perceba que outra versão da elasticidade cruzada também poderia ser:

Esta tem as mesmas propriedades da função acima explicada.

5. As regras de Marshall da demanda derivada

Bom, para finalizar, vamos para um assunto mais “light”. Nós já entendemos de
onde vem a demanda por trabalho e quais os efeitos de eventos externos sobre a
mesma, tanto no curto quanto no longo prazo. Então agora vamos discutir as
famosas regras de Marshall para demandas derivadas, que se tratam de demandas
que advém de outras demandas, tal como a demanda por trabalho, que deriva da
procura pelo produto final da empresa (ou seja, essa demanda não depende só de
si mesma, mas “deriva” de outra demanda, a dos produtos finais).

Segundo o autor, alguns fatores fazem com que uma determinada demanda
derivada seja sempre mais elástica. Estes são:

1. A demanda por trabalho é mais elástica quanto maior a elasticidade de


substituição

Isso é meio óbvio. Quanto mais fácil for substituir trabalho por capital, maior será a
elasticidade de demanda por trabalho.

2. A demanda por trabalho é mais elástica quanto maior a elasticidade da demanda


pelo produto final

Se a demanda pelo produto final for muito elástica, possíveis repasses de um


aumento salarial para o preço do produto implicarão em grande queda na demanda

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deste último. Assim, a excessiva elasticidade de demanda pelo produto final acaba
por resultar em uma maior elasticidade da demanda por trabalho, já que a empresa
fará os ajustes necessários, tal como reduzir pessoal, com vistas a não perder
mercado.

3. A demanda por trabalho é mais elástica quando a participação da mão de obra


nos custos totais é maior

Outra obviedade! Se o trabalho compõe a maior parcela dos custos totais, a


natureza de sua demanda irá influenciar muito a estrutura produtiva da empresa,
tornando tal demanda mais elástica.

4. A elasticidade de demanda por trabalho será maior quanto maior for a


elasticidade de oferta de outros fatores

Essa é fácil, pessoal! Se dá pra substituir facilmente trabalho, a sua demanda será
mais elástica.

Daí nós tiramos uma propriedade fundamental! No


longo prazo todos os fatores podem ser trocados, enquanto que no curto
prazo não, certo? Assim, a elasticidade da demanda por trabalho será
SEMPRE maior no longo prazo do que no curto prazo, pelos mesmos motivos
expostos no item (4).

Ufa! Foi difícil até para mim, estou morto! Vamos fazer uns exercícios e testar
seus conhecimentos.

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Exercício 6

(AFT/MTE – ESAF/2006) Suponha uma economia em que as firmas estão


inseridas num contexto de competição perfeita tanto no mercado do bem final
quanto no mercado de fatores de produção. Suponha também que, em uma
determinada indústria, são empregados apenas capital e trabalho para
produzir um bem final. Segundo o que é conhecido na literatura como regras
de Marshall da demanda derivada, ligadas à demanda por trabalho, é correto
afirmar que:
a) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
elasticidade-preço da demanda do bem final.
b) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior for a
elasticidade de substituição entre o trabalho e o capital.
c) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
participação do trabalho nos custos totais.
d) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
elasticidade da oferta do capital.
e) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
elasticidade-renda da demanda do bem final.

Resolução

Pessoal, esta aí é só dar uma lidinha com calma nas regras de Marshall que eu ditei
acima. Alternativa (b), pois, quanto mais fácil substituir o trabalho por outros fatores,
maior será a elasticidade de sua demanda.

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Exercício 7

(AFT/MTE – ESAF/2003) No longo prazo a demanda por trabalho é mais


elástica em relação ao salário do que no curto prazo. Isso é verdade porque,
em longo prazo, quando o salário sobe:
a) a empresa contratará mais mão-de-obra.
b) a empresa terá lucro zero.
c) a empresa adquirirá mais capital
d) a empresa pode estabelecer o preço dos produtos.
e) a empresa terá lucro maior do que zero.

Resolução

Este é o próprio item 4 das regras de Marshall. No longo prazo, a empresa terá
possibilidade de substituir trabalho por capital, o que é impossível no curto prazo,
tornando a demanda por trabalho mais elástica no longo prazo. Alternativa (c).

Exercício 8

(EPPGG/MPOG – ESAF/2003) Com base no conceito de elasticidade-cruzada


da demanda, é correto afirmar que:
a) os bens A e B são inferiores se a elasticidade cruzada da demanda do bem
A em relação ao bem B é negativa.
b) os bens A e B são complementares se a elasticidade-cruzada da demanda
do bem A em relação ao bem B é positiva.
c) os bens A e B são normais ou superiores se a elasticidade-cruzada da
demanda do bem A em relação ao bem B é positiva.
d) os bens A e B são substitutos se a elasticidade cruzada da demanda do
bem A em relação ao bem B é positiva.
e) os bens A e B são substitutos se a elasticidade cruzada da demanda do
bem A em relação ao bem B é zero.

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Resolução

Se a elasticidade da demanda cruzada entre dois bens é positiva os bens são


substitutos. Alternativa (d).

Exercício 9

(FUNCAB – 2013) Certo produto tem suas escalas de oferta e demanda


representadas, respectivamente, pelas equações =1000 + 28p e = 1315 –
42p, sendo , a quantidade ofertada, , a quantidade demandada e p, o
preço. Seu preço de equilíbrio e a quantidade de equilíbrio, no mercado em
que atua são, respectivamente:
A) R$ 4,50 e 315 unidades.
B) R$ 22,50 e 315 unidades.
C) R$ 4,50 e 1.126 unidades.
D) R$ 22,50 e 1.126 unidades.
E) R$ 13,50 e 945 unidades.

Resolução

Vamos voltar à aula 00. Neste caso:

Substituindo na equação de demanda:

Alternativa (c).

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(FUNDAÇÃO UNIVERSA - 2013) Julgue as afirmativas

Exercício 10

A Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes sustenta que ao aumentar a


quantidade do fator de produção variável trabalho, mantendo todos os demais
fixos, a produtividade marginal do fator irá aumentar até certo ponto e depois
irá decrescer até ficar negativa.

Resolução

Perfeito! Isso define completamente a dinâmica do PMgL.

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Questões propostas

Exercício 1

(AFT/MTE – ESAF/1998) Considerando o modelo neoclássico sobre o mercado


de trabalho, podemos afirmar que
a) a hipótese que faz com que a curva de demanda seja negativamente
inclinada é a de rendimentos constantes de escalas.
b) a curva de demanda por trabalho é idêntica à curva que relaciona um
determinado nível de emprego à sua produtividade média.
c) a demanda por trabalho relaciona salário nominal e nível de emprego, ao
passo que, na construção da oferta, o salário relevante é o real.
d) o fato de a curva de demanda por trabalho ser negativamente inclinada
depende da hipótese de rendimentos marginais decrescentes.
e) se os rendimentos de escala são decrescentes, a curva de demanda é
necessariamente horizontal

Exercício 2

(AFT/MTE – ESAF/2003) Suponha que a produtividade marginal do trabalho


pode ser expressa pela seguinte função: 10/L, onde L é a quantidade de mão-
de-obra. Se a empresa vende sua produção em um mercado competitivo a um
preço de $8, quanta mão-de-obra contratará a empresa se o salário for de $5
por unidade de mão-de obra?
a) 16 unidades de mão-de-obra.
b) 4 unidades de mão-de-obra.
c) 6,25 unidades de mão-de-obra.
d) 10 unidades de mão-de-obra.
e) 8 unidades de mão-de-obra.

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Exercício 3

(Cespe) Uma empresa vai contratar unidades adicionais de trabalho,


enquanto:
a) a produtividade marginal do trabalho for maior do que o salário nominal.
b) o valor da produtividade marginal do trabalho for maior do que o salário
nominal.
c) o salário real for maior do que a produtividade marginal do trabalho.
d) o salário nominal for maior do que o valor da produtividade marginal do
trabalho.
e) o custo marginal superar a receita marginal.

(EBSERH modificada - 2013) Com relação a uma curva de demanda por


trabalho, julgue os itens a seguir.

Exercício 4

Um aumento no preço do produto ofertado pela empresa deslocará a curva de


demanda por trabalho para a direita.

Exercício 5

Uma elevação no preço ($) do fator de produção trabalho deslocará a curva de


demanda por este fator para a esquerda.

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Exercício 6

(AFT/MTE – ESAF/2006) Suponha uma economia em que as firmas estão


inseridas num contexto de competição perfeita tanto no mercado do bem final
quanto no mercado de fatores de produção. Suponha também que, em uma
determinada indústria, são empregados apenas capital e trabalho para
produzir um bem final. Segundo o que é conhecido na literatura como regras
de Marshall da demanda derivada, ligadas à demanda por trabalho, é correto
afirmar que:
a) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
elasticidade-preço da demanda do bem final.
b) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto maior for a
elasticidade de substituição entre o trabalho e o capital.
c) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
participação do trabalho nos custos totais.
d) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
elasticidade da oferta do capital.
e) a demanda por trabalho da indústria será mais elástica quanto menor for a
elasticidade-renda da demanda do bem final.

Exercício 7

(AFT/MTE – ESAF/2003) No longo prazo a demanda por trabalho é mais


elástica em relação ao salário do que no curto prazo. Isso é verdade porque,
em longo prazo, quando o salário sobe:
a) a empresa contratará mais mão-de-obra.
b) a empresa terá lucro zero.
c) a empresa adquirirá mais capital
d) a empresa pode estabelecer o preço dos produtos.
e) a empresa terá lucro maior do que zero.

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Exercício 8

(EPPGG/MPOG – ESAF/2003) Com base no conceito de elasticidade-cruzada


da demanda, é correto afirmar que:
a) os bens A e B são inferiores se a elasticidade cruzada da demanda do bem
A em relação ao bem B é negativa.
b) os bens A e B são complementares se a elasticidade-cruzada da demanda
do bem A em relação ao bem B é positiva.
c) os bens A e B são normais ou superiores se a elasticidade-cruzada da
demanda do bem A em relação ao bem B é positiva.
d) os bens A e B são substitutos se a elasticidade cruzada da demanda do
bem A em relação ao bem B é positiva.
e) os bens A e B são substitutos se a elasticidade cruzada da demanda do
bem A em relação ao bem B é zero.

Exercício 9

(FUNCAB 2013) Certo produto tem suas escalas de oferta e demanda


representadas, respectivamente, pelas equações =1000 + 28p e = 1315 –
42p, sendo , a quantidade ofertada, , a quantidade demandada e p, o
preço. Seu preço de equilíbrio e a quantidade de equilíbrio, no mercado em
que atua são, respectivamente:
A) R$ 4,50 e 315 unidades.
B) R$ 22,50 e 315 unidades.
C) R$ 4,50 e 1.126 unidades.
D) R$ 22,50 e 1.126 unidades.
E) R$ 13,50 e 945 unidades.

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(FUNDAÇÃO UNIVERSA 2013) Julgue as afirmativas

Exercício 10

A Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes sustenta que ao aumentar a


quantidade do fator de produção variável trabalho, mantendo todos os demais
fixos, a produtividade marginal do fator irá aumentar até certo ponto e depois
irá decrescer até ficar negativa.

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1–d
2–a
3–b
4–V
5–F
6–b
7–c
8–d
9–c
10 – V

Beleza pessoal! Hoje eu maneirei nos exercícios porque a aula foi tensa! Estudem
bem a teoria e mandem dúvidas! O edital está aí, esqueça um pouco da vida!

Um abraço
jeronymo@estrategiaconcursos.com.br

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