Infraçoes Disciplinares e Processo Disciplinar

APRESENTAÇÃO
PARTE I - INFRAÇÕES E
SANÇÕES DISCIPLINARES
Prof. Ms. Alexandre Marlon da Silva Alberton

ORIENTAÇÕES DE ESTUDO
Na presente temática, serão abordados os assuntos sobre “INFRAÇÕES
DISCIPLINARES E PROCESSO DISCIPLINAR”.
O objetivo da temática é possibilitar uma visualização dos institutos
relacionados às infrações e ao processo disciplinar bem como suas relações.
O presente material é dividido em duas partes:
Ø Parte I – Infrações e Sanções Disciplinares

Ø Parte II – Processo Disciplinar
A temática da Parte I – Infrações e Sanções Disciplinares abordará os
seguintes assuntos:
Ø Infrações disciplinares
Ø Sanções disciplinares (censura, suspensão, exclusão e multa)
Ø Reabilitação
Ø Prescrição
A temática da Parte II – Processo Disciplinar abordará os seguintes
assuntos:
Ø Conceito de processo ético-disciplinar
Ø Aplicação das regras no processo disciplinar
Ø Competência para processamento e julgamento do processo

disciplinar
Ø Prazos processuais
Ø Procedimento do processo disciplinar (instauração, instrução,

julgamento e recursos)
O estudo deverá ser realizado através da leitura do material
disponibilizado (Parte I e Parte II) e bibliografias indicadas no material para,
posteriormente, ser realizada 1 atividade avaliativa (EAD).
A atividade avaliativa (EAD) terá o peso 5,0 (cinco) e será composta por
10 questões de múltipla escolha (cada questão terá o peso 0,5).
A nota da atividade avaliativa EAD (peso 5,0) irá compor a AVALIAÇÃO

2 juntamente com a nota da 2ª PROVA (peso 5,0), totalizando peso 10,0 (dez).
Bons estudos!
ABREVIATURAS
• Estatuto da Advocacia e OAB – EAOAB
• Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e OAB – RGEAOAB
• Código de Ética e Disciplina da OAB – CEDOAB (Resolução 02/2015)
• Conselho Federal da OAB – CFOAB
• Tribunal de Ética e Disciplina – TED
• Termo de Ajustamento de Conduta – TAC

• Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB - COP
• Órgão Especial do Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB –
OEP
1. INFRAÇÕES DISCIPLINARES
• Infrações disciplinares estão previstas no art. 34 do Estatuto da Advocacia e da

OAB
a) exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer

meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos (art. 34, inciso
I do Estatuto da Advocacia e da OAB - EAOAB)
• Exercício da advocacia por aqueles que estão impedidos de fazê-lo:

Ø Impedimento
Ø Suspensão
Ø Licenciamento
Ø Cancelamento
Ø aquele que não é bacharel em Direito
• exercício ilegal da profissão: a prática de atos privativos de advocacia por
profissionais e sociedades não inscritos na OAB (art. 4º Regulamento Geral do
Estatuto da Advocacia e da OAB - RGEAOAB)
• Atividades privativas da advocacia (art. 1º do EAOAB e Provimento 66/1988

CFOAB)
• Sanção: censura (art. 36, inciso I do EAOAB)
“FACILITAÇÃO AO EXERCÍCIO ILEGAL DA ADVOCACIA. Constitui infração
disciplinar, sujeita à pena de censura, facilitar o exercício da advocacia a bacharel
sem inscrição na Ordem dos Advogados (art. 34, I – EAOAB).” (OAB/BA, Sala de
Sessões, 29/11/2007, Processo Disciplinar n° 5525/04 – Relator: Dr. Antonio César
Magaldi) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da
Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da
Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 149. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso em: 21 dez.
2022.)
“(...) Alguém que esteja enquadrado naquelas hipóteses de incompatibilidade ou
impedimento previstas nos arts. 27 a 30 do EAOAB, ou ainda, aquele que esteja
temporariamente suspenso por decisão transitada em julgado do próprio TED, ou por
fim, excluído em decorrência de procedimento disciplinar, não poderá praticar atos
atinentes ao exercício da advocacia, não apenas no âmbito judicial de contencioso,
mas também consultivo ou como diretor jurídico de empresa. Também não poderá o
advogado, que atue de maneira regular em relação a si próprio, facilitar o exercício
irregular de terceiros, o que inclui não inscritos, proibidos ou impedidos. Assim, não
poderá apresentar alguém como advogado, quando não o seja, assinar petições ou
atuar em nome e em favor de advogado que se encontre suspenso, impedido ou
excluído, entre outras várias formas de facilitação. Essa infração ética já se encontrava
prevista desde 1989 pelo Provimento nº 69 do CFOAB. (...)” (GONZAGA, Alvaro de A.;
NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e
Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-
book. ISBN 9786559642700, p. 147. Disponível em:
2022.)
b) Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos
nesta lei (art. 34, inciso II EAOAB)
• Sociedade profissional deve ser registrada perante a OAB (art. 15 do EAOAB) e, em

conformidade com a regras estabelecidas pelo art. 16 do EAOAB)
• Sanção: censura (art. 36, inciso I EAOAB)
“(...) São sociedades mantidas fora das normas, por exemplo, aquelas que, i) embora
decorram da associação de dois ou mais advogados, não foram devidamente
registradas na OAB (= sociedade de fato sem registro), ii) utilizam denominação
fantasia, em desrespeito aos preceitos da OAB para denominação da sociedade, iii)
atuem em conjunto com outra atividade com finalidade mercantil, ou iv) mantenham no
seu quadro de sócios pessoa não advogada. (...)” KRUG, Pamela. Ética e Estatuto da
OAB. (Coleção Método Essencial). [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2022. E-
2022.)
c) valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a
receber (art. 34, inciso III EAOAB)
• Advogado comente infração disciplinar quando angaria clientes através de
agenciador de causas mediante participação nos honorários que vier a receber.
• Agenciador de causas: pessoa que atua comercialmente captando clientes
mediante a participação nos honorários advocatícios a serem recebidos
• Sanção: censura (art. 36, I EAOAB)
“(...) Muito embora o inciso trate do agenciador de causas mediante participação nos
honorários que o cliente venha pagar, é evidente que também vale supostamente sem
participação nos honorários, até porque tal prova seria bastante difícil de ser obtida.
Também se equipara à situação do inciso, aquele que recebe “gratificações” ou valores
fixos, por cada cliente que indicar, os vulgarmente chamados de “paqueiros”. (...)”
(GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e
Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da Editora]: Grupo
GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 154. Disponível em:
2022.)
Representação. Facilitação do exercício da advocacia aos não inscritos. Ausente
prova do exercício ilegal da profissão, não há o que se falar em facilitação de seu
exercício. Valer-se de agenciador de causas. Necessidade de comprovação de
participação nos honorários a receber. Captação de clientela. Falta de prova de atos
de captação. Locupletamento à custa do cliente. Cumprimento do Contrato de
Prestação de Serviços Advocatícios, com honorários contratuais fixados aquém do
limite legal. Improcedência da Representação. Décima Segunda Turma Julgadora do
TED/RS – Relator ALEXANDRE DE ALMEIDA TURELA - Porto Alegre, 24 de
novembro de 2020.
d) Angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros (art. 34,

inciso IV EAOAB)
• Advogado capta/angaria causas, de forma mercantil, com ou sem a intervenção

de terceiros pratica inculcação ou captação de clientela.
“(...) A captação indevida de causas pode acontecer das mais variadas formas, mas as
duas situações mais recorrentes são aquelas relacionadas à publicidade (mala direta,
anúncios irregulares, entrevistas habituais de cunho autopromocional etc.), assunto
bastante sensível dentro do exercício da advocacia, e à atuação do advogado em
sociedade irregular, conjuntamente com outras atividades de natureza mercantil.(...)”
2022.)
Publicidade imoderada. Captação de clientela de forma irregular. Ocorrência. A

veiculação de propaganda que foge aos padrões estabelecidos pelo Código de Ética e
Disciplina da OAB configura propaganda imoderada, proposta com o intuito de captação
irregular de clientela. Representação julgada procedente. Pena de censura. Inteligência
dos artigos 34, II, IV e VII do EAOAB e 39 e 40, II e IV do CED. (TED Nº 826/2021,
Rel. NEWTON ARTUR MEDEIROS GIULIANI, Julgado em 22/09/2021)
e) assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que
não tenha feito, ou em que não tenha colaborado (art. 34, inciso V EAOAB)
• Advogado não pode assinar petições confeccionadas por colegas que estão impedidos
de advogar sob pena de cometer infração disciplinar.
“EMENTA: REPRESENTAÇÃO PROCEDENTE – REPRODUÇÃO DE PETIÇÃO FORENSE
IPSIS LITTERIS - VIOLAÇÃO AO ART. 34, V, DO EAOAB. Embora as petições forenses não
estejam protegidas por direito autoral, a reprodução de peças idênticas não é conduta de se
esperar do profissional da advocacia, que deverá desenvolver suas petições de forma pessoal
mesmo que siga orientação de tese preexistente. A cópia ipsis litteris de petições de colegas
configura a infração do inciso V do art. 34 do EAOAB, com imputação da penalidade de
censura, prevista no art. 36, I, do EAOAB, neste caso convertida em advertência, ante a
primariedade das representadas.” (OAB/SP TED II – Processo 0027/20015 – Rel. Karina Penna
Neves) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e
Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN,
2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 160. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso em: 21 dez. 2022.)
“E-3.916/2010 – EXERCÍCIO PROFISSIONAL – PROCURADORIA DE ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – SUBSCRIÇÃO
DE PEÇAS POR PROCURADOR-CHEFE E PROCURADOR-COORDENADOR CONJUNTAMENTE COM O
PROCURADOR REDATOR DA MINUTA INICIAL E, EM CASO DE INFORMAÇÕES EM MANDADO DE SEGURANÇA,
COM A AUTORIDADE COATORA – INEXISTÊNCIA DE VEDAÇÃO ÉTICA, DESDE QUE SE VERIFIQUE QUE TODOS
OS COSSUBSCRITORES TENHAM EFETIVAMENTE COLABORADO PARA A ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO –
INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 34, V, DO ESTATUTO – VEDADAS AS CHAMADAS ‘PEÇAS PRONTAS’ E ‘MODELOS
PADRÃO’ – CASO DE PATENTE TRANSGRESSÃO AOS DEVERES DO ADVOGADO – ARTIGO 2º DO CED –
IMPOSSIBILIDADE DE SE COMPELIR O ADVOGADO A SUBSCREVER O DOCUMENTO – SUBORDINAÇÃO
HIERÁRQUICA QUE NÃO IMPLICA SUBORDINAÇÃO TÉCNICA – ARTIGO 31, § 1º DO ESTATUTO E ARTIGO 2º DA
RESOLUÇÃO 03/92 DESTE TRIBUNAL. Inexiste vedação à subscrição de peça por Procurador-Chefe e Procurador-
Coordenador da Área de Contencioso Geral da Procuradoria da Assembleia Legislativa em conjunto com o Procurador
que elaborou a minuta inicial, desde que tenham todos os subscritores efetivamente colaborado para a preparação do
documento, em atenção ao artigo 34, V, do Estatuto da Advocacia. Da mesma forma, não se vislumbra violação ética a
assinatura dos Procuradores em conjunto com a autoridade coatora a título de informações em mandado de
segurança, caso se verifique ter ocorrido contribuição – ainda que mínima ou de mera concordância – por parte de
cada um dos signatários. Pune-se, por outro lado, o advogado que subscreve as chamadas ‘peças prontas’ ou
baseadas em ‘modelos-padrão’, indubitavelmente de autoria de outrem, por configurar violação aos deveres do
advogado, elencados no artigo 2º do CED. Nada obstante, a subscrição da peça deve ser voluntária, cometendo
infração ético-disciplinar o superior que exige de seu subalterno que subscreva documento com o qual este não
concorda. Inteligência da Resolução nº 03/92 deste Tribunal. Precedente: E-2.669/2002.” (Turma Deontológica,
OAB/SP, v.u., em 16/09/2010, do parecer e ementa do Rel. Dr. Gilberto Giusti) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES,
Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local
da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 159. Disponível em:
f) advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a
boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na
injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior (art.
34, inciso VI EAOAB)
• A atuação do advogado contra literal disposição de lei, quando

não tiver fundamento no qual se presuma sua boa-fé implica
em infração disciplinar.
“E-4.032/2011 – PATROCÍNIO – RECURSO QUE O ADVOGADO CONSIDERA INCABÍVEL OU INÚTIL –
FACULDADE DE NÃO RECORRER. Não há dúvida de que o advogado, não só tem ampla e total
liberdade, mas, o dever de abster-se de patrocinar causa contrária à ética e à moral e a aconselhar o
cliente a não ingressar em aventura judicial, como determinam os arts. 2º, VII, e 20 do CED. Também tem
o advogado total liberdade para não recorrer quando entender que a sentença está bem fundamentada e
que eventual recurso seria protelatório ou inútil. Por outro lado, é, também, dever do advogado sempre, e
de forma clara e inequívoca, informar o seu cliente de eventuais riscos de sua pretensão, seja do
ajuizamento da ação, seja da apresentação de recurso, das chances de êxito, e das consequências que
poderão advir do ato processual pretendido. Em quaisquer das hipóteses, insistindo o cliente na
apresentação do recurso, não pode o advogado abandonar a causa, ficando-lhe facultado apresentar o
recurso ou renunciar ao mandado, dando ao cliente, neste último caso, tempo suficiente para a
nomeação de novo procurador que assumirá a apresentação do recurso. O advogado renunciante ficará
responsável pelo cumprimento dos prazos processuais no curso dos dez dias seguintes à notificação da
renúncia. É, aliás, o que dispõem os 5º, § 3º da EAOAB e arts. 8º e 12 do CED. Precedentes: E-1.411; E-
3.880/2010; E-3.835/2009; E-3.433/2007.” (Turma Deontológica, OAB/SP, v.u., em 18/08/2011, do
parecer e ementa da Rel. Dra. Célia Maria Nicolau Rodrigues) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina
P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o
Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 162. Disponível em:
g) violar, sem justa causa, sigilo profissional (art. 34, inciso VII EAOAB)
• Sigilo profissional:
Ø está ligado à confiabilidade entre cliente e advogado
Ø dever de manter sigilo sobre todas as informações que tenha obtido no
exercício profissional (art. 35 Código de Ética e Disciplina da OAB - CEDOAB)
como advogado e no exercício das funções de mediador, conciliador e
árbitro (art. 36, § 2º CEDOAB)
Ø Sigilo profissional é de ORDEM PÚBLICA, independente de solicitação feita
pelo cliente (art. 36, “caput” CEDOAB)
Ø PRESUNÇÃO de confidencialidade das comunicações de qualquer natureza
entre advogado e cliente (art. 36, § 1º CEDOAB)
Ø Advogado não é obrigado a depor (processo ou procedimento judicial,
administrativo ou arbitral) sobre fatos que deva guardar sigilo profissional
(art. 38 CEDOAB e art. 7º, XIX Estatuto da OAB – EOAB)
“Sigilo Profissional. Revelação, por advogado, em petição judicial, de
informações confiadas pelo constituinte sem autorização expressa e em seu
prejuízo. Violação dos mais comezinhos princípios éticos do advogado.
Plenamente caracterizada a infração ao art. 34, inciso VII, do EAOAB e aos
arts. 25 a 27 do CEDOAB. Aplicação de sanção disciplinar de censura, com
fundamento no inciso II do art. 36 da Lei n° 8.906/94. Ausência de punição
disciplinar anterior. Atenuante. Conversão da sanção em advertência, sem
registro nos assentamentos do inscrito, nos termos do parágrafo único do art.
36 c/c inciso II do art. 40, ambos do EAOAB. Jaraguá do Sul, 11 de abril de
2014.” (TED/SC, Processo Disciplinar nº 541/2008. Relator: Fernando Mayerle.
Acórdão nº 20/2014) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto
B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados.
[Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700,
p. 165. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso em:
21 dez. 2022.)
• Possibilidade de quebra do sigilo profissional (art. 37
CEDOAB): circunstâncias excepcionais que configurem justa
causa
Øgrave ameaça ao direito à vida e à honra
Ødefesa própria do advogado
• Violação do sigilo profissional pelo advogado:

Ø Constitui infração disciplinar (art. 34, VII EAOAB)
Ø Sanção: censura (art. 36, I EAOAB)
Ø Crime de violação de segredo profissional (art. 154 CP)
h)estabelecer entendimento com a parte adversa sem
autorização do cliente ou ciência do advogado contrário (art.
34, inciso VIII EAOAB)
• Advogado não poderá contatar a parte contrária sem ser

autorizado pelo seu cliente, bem como não poderá ser
realizado sem a ciência do advogado da parte contrária.

“E-3.842/2009 – CONTATO DO ADVOGADO COM A PARTE CONTRÁRIA – NECESSIDADE
DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO SEU CLIENTE E DO ADVOGADO DA PARTE CONTRÁRIA,
SE JÁ CONSTITUÍDO – EXEGESE DOS DISPOSITIVOS DO EAOAB E DO CED – SITUAÇÃO
EXCEPCIONAL QUE JUSTIFICA A DISPENSA DO ASSENTIMENTO DO ADVOGADO EX-
ADVERSO – CAUTELAS A SEREM OBSERVADAS – ABSTENÇÃO DA DIVULGAÇÃO DA
ADVOCACIA COM OUTRA ATIVIDADE A ELA ESTRANHA. O contato do advogado com a
parte contrária deve obedecer às regras dos Artigos 34, VIII, do EAOAB e 2º, § único, VIII, ‘e’
do CED, que devem ser interpretadas como contendo dois requisitos: prévio consentimento do
cliente e assentimento do advogado ex-adverso, se já constituído. Apenas em situações
excepcionais, como ausência de informações corretas sobre a localização do advogado ex-
adverso, é que se permite ao advogado contatar diretamente a parte contrária, restringindo o
contato ao absolutamente necessário, tomando ainda assim as cautelas necessárias para
evitar futuros problemas éticos. Deve ainda se abster de promover a divulgação da advocacia
com outras atividades a ela estranhas.” (Turma Deontológica, OAB/SP, v.u., em 10/12/2009, do
parecer e ementa do Rel. Dr. Eduardo Teixeira da Silveira) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES,
Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB -
Comentados. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p.
166. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso
em: 21 dez. 2022.)
i) prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu
patrocínio (art. 34, inciso IX EAOAB)
• Advogado não pode prejudicar interesse do seu cliente por

desídia, abandono do processo etc... com culpa grave, sob
pena de cometer infração disciplinar.

“EMENTA N. 019/2014/SCA. Pedido de Revisão. Art. 73, § 5º, do EAOAB. Hipótese de erro de
julgamento. Improcedência do pedido revisional. Não se confunde o feito revisional com recurso
que tenta revolver matéria de mérito julgada em sede própria, por ocasião do recurso.
Inocorrência de erro de julgamento quando provada nos autos a culpa grave do autor em ter
deixado de contestar a reconvenção em ação de valor considerável, sem requerimento de
produção de prova. Desídia configurada que tipifica a infração prevista no inciso IX do art. 34
do Estatuto da Advocacia e da OAB. O requerimento de desistência do representante após as
condenações do TED e do Conselho Pleno da Seccional, não conduz ao arquivamento, diante
da finalidade da OAB enquanto órgão disciplinador do exercício profissional, que visa coibir as
infrações éticas tipificadas no Código de Ética e Disciplina da OAB. Pedido de revisão que se
julga improcedente. Determinação de devolução do valor recolhido a título de preparo. Brasília,
03 de junho de 2014.” (CFOAB, Pedido de revisão n. 49.0000.2014.004427-7/SCA. Reqda.:
Terceira Turma da Segunda Câmara do CFOAB. Interessado: Conselho Seccional da
OAB/Santa Catarina. Relatora: Conselheira Federal Valéria Lauande Carvalho Costa (MA),
DOU, S.1, 06.06.2014, p. 199) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B.
Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da
j) acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a
nulidade do processo em que funcione (art. 34, inciso X
EAOAB)
• Advogado deve agir SABENDO que sua atuação no processo

acarretará nulidade ou anulação do processo para que cometa
infração disciplinar.

k) abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da
comunicação da renúncia (art. 34, inciso XI EAOAB)
“EMENTA N° 026/2008/2ª T-SCA. O abandono da causa sem qualquer comunicação
ao cliente caracteriza infração disciplinar capitulada no artigo 34, inciso XI do EAOAB.
O advogado contratado, que, inclusive, recebeu honorários para defender interesse de
constituinte e abandona a causa, deixando transcorrer in albis o prazo para o recurso
sem comunicar ao cliente, comete infração disciplinar passível de punição, na forma
do artigo 34, XI c/c o artigo 36, I do EAOAB. Brasília, 07 de abril de 2008.” (CFAOB,
Recurso nº 0693/2006/SCA – 02 Volumes – 2ª Turma. Relator: Conselheiro Federal
Djalma Frasson (ES), DJ. 17.04.2008, p. 746, S.1) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES,
Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da
OAB - Comentados. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN
9786559642700, p. 171. Disponível em:
2022.)
l) recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado
em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública (art. 34, inciso XII EOAB)
“Acórdão nº 200/2012 – EMENTA: RECUSA À PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA – NÃO CUMPRIMENTO DE ATO PROCESSUAL MESMO APÓS
INTIMADO PESSOALMENTE – Não comprovado justo motivo, o advogado não pode
recusar-se a prestar assistência jurídica pelo convênio da Assistência Judiciária ao
necessitado. Prova documental não impugnada de intimação pessoal do advogado
para cumprimento de ato e de posterior substituição por outro profissional para
cumprimento. Inteligência dos artigos 34, XII do E.OAB e 46 do CED/OAB – Pena de
Censura, convertida em advertência em ofício reservado na forma do artigo 36, I e seu
parágrafo único do EAOAB.” (OAB/SP, TED-IX, 23.11.2012. Rel. Dr. Taddeo Gallo
Júnior) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da
Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da
2022.)
m)fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações
forenses ou relativas a causas pendentes (art. 34, inciso XIII EAOAB)
“(...) Não apenas pela questão em si do sigilo, mas as publicações na imprensa
poderão constranger o cliente e provocar clamor público em relação à determinada
causa, inclusive com pré-julgamento midiático sobre determinado assunto,
prejudicando a imparcialidade do próprio magistrado em casos mais simbólicos, o que
é bastante temerário, já que as nuances e aspectos técnicos do processo não serão, e
nem poderiam ser, neste momento analisados. Desta forma, alegações forenses e
aspectos relativos a processos em trâmite deverão ser tratados no âmbito da justiça,
devendo o advogado evitar tais aparições e publicações na imprensa de forma
habitual e desnecessária. (...) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR.,
Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB -
Comentados. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN
9786559642700, p. 175. Disponível em:
2022.)
n)deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária e
de julgado, bem como de depoimentos, documentos e
alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou
iludir o juiz da causa (art. 34, inciso XIV EAOAB)

“PATROCÍNIO INFIEL. ACORDO EM AÇÃO TRABALHISTA. VALOR ÍNFIMO, FALSIFICAÇÃO
DA ASSINATURA DO CLIENTE. INFRAÇÃO CARACTERIZADA. Comete grave infração
disciplinar o Advogado que, em Ação Trabalhista, na qual representa o trabalhador, faz acordo
por valor ínfimo, muito abaixo do valor líquido do pedido e falsifica a assinatura do cliente na
petição do Acordo. Configuração das infrações tipificadas nos incisos VIII (estabelecer
entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado
contrário), IX (prejudicar por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio), XIV (deturpar o
teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária e de julgado, bem como de depoimentos,
documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da
causa e XIX (receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do
mandato, sem expressa autorização do cliente), do art. 34, do EAOAB. Gravidade latente.
Antecedentes. Pena de suspensão aplicada acima do mínimo legal que se justifica.” (OAB/SP,
Vigésima Primeira Turma Disciplinar da Ordem dos Advogados do Brasil, Acórdão 228,
Processo Disciplinar 21R0000122012, v.u., Relator João Carlos Rizolli, Sala de Sessões,
30/08/2013) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da
Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da Editora]:
Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 177. Disponível em:
o) fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de
fato definido como crime (art. 34, inciso XV EAOAB)
“ADVOGADO E DEVER ÉTICO DE RESPEITO E POLIDEZ NO USO DA PALAVRA. PROIBIÇÃO
DE IMPUTAÇÃO A TERCEIRO DE FATO DEFINIDO COMO CRIME, SEM AUTORIZAÇÃO
EXPRESSA DO CONSTITUINTE. Advogado que em suas petições utiliza palavras e frases com
excesso de adjetivação pejorativa e sem sentido ‘utilitas litis’ contra autoridades constituídas,
imputando a terceiros fatos definidos como crimes sem autorização expressa do constituinte, incide
na infração disciplinar prevista no inciso XV, do artigo 34, da Lei no 8.906/94 e viola os deveres
profissionais previstos nos artigos 44 e 45, do Código de Ética Profissional, devendo receber a pena
de censura convertida em advertência em ofício reservado e sem registro nos assentamentos,
diante da presença de circunstância atenuante, conforme previsão do parágrafo único, do artigo 36
c/c inciso II, do artigo 40, ambos da Lei nº 8.906/94”. (OAB/SP, Oitava Turma Disciplinar da Ordem
dos Advogados do Brasil, Acórdão 934, Processo Disciplinar 08R0001512011, v.u., Rel. Dr. Nilson
Bélvio Camargo Pompeu, Sala de Sessões, 30/11/2012) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina
P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados.
[Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 179. Disponível em:
p) deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou
autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente
notificado (art. 34, inciso XVI EAOAB)
“SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL – OBRIGATORIEDADE DE ENTREGA DA
CARTEIRA DE ADVOGADO À ENTIDADE – UTILIZAÇÃO DE MEIOS ADMINISTRATIVOS OU
JUDICIAIS EM CASO DE DESOBEDIÊNCIA. Advogado suspenso ou excluído do exercício de
suas atividades profissionais está obrigado a entregar sua Carteira Profissional à Ordem dos
Advogados do Brasil. Ocorrendo a desobediência, medidas administrativas ou judiciais devem
ser tomadas para a efetivação desta decisão pelo Conselho Seccional. No caso de suspensão
e ocorrendo a desobediência, nova infração estará sendo cometida, possibilitando a imposição
de penalidade. Inteligência do artigo 74, inciso XVI, do art. 34 e item II do art. 37 do EAOAB.”
(Turma Deontológica OAB/SP, Proc. E-2.636/02, v.u. em 19/09/02 do parecer e ementa do Rel.
Dr. Cláudio Felippe Zalaf) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B.
Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da
q) prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou
destinado a fraudá-la (art. 34, inciso XVII EAOAB)
• Advogado não pode se associar a outra pessoa com o objetivo de prejudicar terceiro
(ex.: lides temerárias ou lides simuladas), sob pena de cometer infração disciplinar.
• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I EAOAB)
“EMENTA: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA SIMULADA Comete infração ético-disciplinar o

advogado que age em conluio com o outro, simulando a existência de litígio trabalhista,
objetivando a homologação judicial para acordo preestabelecido em prejuízo dos
interesses do real mandante, fraudando a Lei.” (OAB/SP, TED SP II Processo 2682/03 –
Sessão de 27/06/2007, Presidente Carlos Penña, Rel. Ana Regina Galli Innocenti)
2022.)
r) solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou
desonesta (art. 34, inciso XVIII EAOAB)
• Advogado não pode, a partir de outros atos, corromper autoridade pública com o
dinheiro recebido ou solicitado.
• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I e § 1º EAOAB) de 30 dias a 12 meses
“Prestação de concurso a cliente para prática de ato contrário à lei caracterizada.
Conversas telefônicas que evidenciam ajuste de valores para aplicação ilícita e conduta
incompatível com a advocacia. Prova suficiente para caracterizar infração ética aos incisos
XVII, XVIII e XXV, do art. 34, do Estatuto da Advocacia. Procedência da representação.”
(OAB/SP, Terceira Turma Disciplinar da Ordem dos Advogados do Brasil, Acórdão 7850,
Processo Disciplinar 03R0017902009, v.u., Rel. Dr. Fernando Hellmeister Clito Fornaciari,
Sala de Sessões, 28/06/2012) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto
B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o
Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 184. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso em: 21 dez.
2022.)
s)receber valores, da parte contrária ou de terceiro,
relacionados com o objeto do mandato, sem expressa
autorização do constituinte (art. 34, inciso XIX EAOAB)
• Advogado somente pode receber valores da parte contrária ou

de terceiros, relacionados com o objeto do mandato com
AUTORIZAÇÃO do cliente.
• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I e § 1º EAOAB) de 30
dias a 12 meses
“EMENTA N. 051/2014/SCA-STU. RECURSO INTERPOSTO PELO REPRESENTANTE CONTRA DECISÃO NÃO
UNÂNIME QUE ABSOLVEU OS REPRESENTADOS, AQUI RECORRIDOS – PREENCHIMENTO AOS REQUISITOS
DO ARTIGO 75 DA LEI NO 8.906/94 PARA SUA ADMISSÃO – ACUSAÇÃO DE COMETIMENTO DE INFRAÇÃO
PREVISTA NO ARTIGO 34, XIX, POIS TERIAM OS ADVOGADOS REPRESENTADOS LEVANTADO VALOR A TÍTULO
DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO CONSTITUINTE, E SEM COMUNICÁ-LO
ACERCA DO LEVANTAMENTO – ABSOLVIÇÃO PELO CONSELHO SECCIONAL QUANTO À SEGUNDA
REPRESENTADA DE FORMA UNÂNIME DIANTE DA AUSÊNCIA DE SUA PARTICIPAÇÃO NO LEVANTAMENTO DO
VALOR, E NÃO UNÂNIME QUANTO AO PRIMEIRO REPRESENTADO – RECURSO AO CONSELHO FEDERAL
CONHECIDO QUANTO A AMBOS OS PEDIDOS DE CONDENAÇÃO – ADVOGADO QUE LEVANTA VALORES
DEPOSITADOS EM JUÍZO, A PRETEXTO DE RECEBIMENTO DE HONORÁRIOS, SEM QUE O CONSTITUINTE
TENHA RECEBIDO SUA PRÓPRIA PARCELA, E SEM QUE TENHA ANUÍDO COM O LEVANTAMENTO E RETENÇÃO
A TÍTULO DE HONORÁRIOS PELO ADVOGADO, AINDA QUE SEJA INCONTROVERSO O VALOR A QUE TEM
DIREITO O ADVOGADO, COMO OCORRE NO CASO INCORRE EM INFRAÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 34, XIX DO
EAOAB, MERECENDO PENA DE SUSPENSÃO A TEOR DO ARTIGO 37, I, DO MESMO DIPLOMA LEGAL –
SEGUNDA REPRESENTADA QUE NÃO TEVE PARTICIPAÇÃO NO LEVANTAMENTO, MANTIDA SUA ABSOLVIÇÃO –
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO PARA REFORMAR A DECISÃO DA OAB/PA E CONDENAR O PRIMEIRO
RECORRIDO A PENA DE 30 (TRINTA) DIAS DE SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL. Brasília, 17 de
março de 2014.” (CFOAB, 2ª Turma da Segunda Câmara, Recurso n. 49.0000.2013.015120-3/SCA-STU. Relator:
Conselheiro Federal João Bezerra Cavalcante (GO), DOU, S.1, 25.03.2014, p. 105/106) (GONZAGA, Alvaro de A.;
NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite
o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 186. Disponível em:
t) locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da
parte adversa, por si ou interposta pessoa (art. 34, inciso XX
EAOAB)
• Advogado não pode enriquecer ilicitamente às custas do cliente

ou da parte contrária (ex.: receber honorários sem a prestação
de serviços, levantamento de alvará em processo sem o
repasse dos valores ao cliente), sob pena de cometer infração
disciplinar.
dias a 12 meses
“RECURSO N. 49.0000.2014.012304-9/SCA-TTU. EMENTA N. 025/2015/SCA-TTU.
Recurso ao Conselho Federal. Recebimento de valores sem a comprovação do devido
repasse aos clientes. Locupletamento e violação ao dever de prestar contas. Faltas
disciplinares capituladas nos incisos XX e XXI, do artigo 34, do EAOAB, devendo a
pena de suspensão perdurar até o momento da satisfação integral da dívida,
devidamente corrigida, conforme prevê o § 2º, do artigo 37, do EAOAB. 1) Tendo o
advogado constituído recebido dinheiro a título de honorários contratuais, tem o dever
de prestar contas dos serviços profissionais prestados e, na ausência de prestação
dos serviços contratados, a sua imediata devolução. 2) Recurso conhecido e não
provido. Brasília, 04 de fevereiro de 2015.” (CFAOB, Renato da Costa Figueira,
Presidente. Pelópidas Soares Neto, Relator. (DOU, S.1, 25.03.2015, p. 136/138)
2022.
u)recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de
quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele (art.
34, inciso XXI EAOAB)
• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I e § 2º EAOAB) de, no

mínimo, 30 dias perdurando até que ocorra a prestação de
contas pelo advogado com o pagamento do valor devido
acrescido de correção monetária pelo advogado ao cliente, se
for o caso.
“RECURSO N. 49.0000.2013.002074-3/OEP. EMENTA N. 138/2015/OEP.
Recurso ao Órgão Especial. Acórdão unânime da Terceira Turma da Segunda
Câmara. Violação ao artigo 34, incisos XX e XXI, do EAOAB. Suspensão do
exercício profissional até a satisfação integral da dívida. Recorrente que
declara em petição judicial ter ciência de endereço atualizado do recorrido.
Ausência de justificativa para não repassar o valor indevidamente apropriado
em reclamação trabalhista há mais de 08 (oito) anos. Recurso não provido.
Brasília, 20 de outubro de 2015.” (CFOAB, Claudio Pacheco Prates Lamachia,
Presidente. Ercílio Bezerra de Castro Filho, Relator ad hoc. (DOU, S.1,
18.11.2015, p. 86) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B.
Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados.
[Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700,
21 dez. 2022.
v)reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista
ou em confiança (art. 34, inciso XXII EAOAB)
• A retenção ou extravio dos autos pelo advogado deve ser

dolosa ou culposa (imprudência) para que seja considerada
infração disciplinar.

dias a 12 meses
“RETENÇÃO ABUSIVA DE AUTOS – INFRAÇÃO DISCIPLINAR –
SUSPENSÃO POR 60 DIAS – ART. 34, XXII, C/C ART. 42 LEI 8.906/1994. A
retenção de autos, por cerca de um ano, por advogado devidamente intimado,
com mandado de busca e apreensão expedido e devolvido, é considerada
abusiva. Infração prevista no artigo 34, inciso XXII. Aplicação da sanção
descrita no art. 37, I, combinado com art. 42, todos da Lei 8.9106/1994 –
EAOAB – Pena de suspensão por 60 (sessenta) dias dadas as circunstâncias
dos antecedentes.” (OAB/SP, Segunda Turma Disciplinar da Ordem dos
Advogados do Brasil, Processo Disciplinar 03202/2013, v.u., Relatora Dra.
Karina Penna Neves) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR.,
Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB -
9786559642700, p. 195. Disponível em:
21 dez. 2022.
w) deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois
de regularmente notificado a fazê-lo (art. 34, inciso XXIII EAOAB)
• Não pagamento da anuidade pelo advogado (art. 22 “caput” RGEAOAB):

Advogado será notificado para quitar o débito relativo às anuidades no prazo de
15 dias, sob pena de suspensão.
• Notificação será através de correspondência com AR enviada ao endereço
profissional ou residencial constante do cadastro do Conselho Seccional (art.
137-D, § 5º do RGEAOAB)
• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I e § 2º EAOAB) de, no mínimo, 30 dias
perdurando até que ocorra o efetivo pagamento do valor devido à OAB acrescido
de correção monetária pelo advogado.
• CANCELAMENTO da INSCRIÇÃO do advogado: quando ocorrer a 3ª
suspensão relativa ao não pagamento de anuidades distintas. (art. 22, § único
Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB – RGEAOAB)
“I. Ante a sua natureza jurídica estritamente privada, o prazo prescricional
para cobrança de anuidades devidas à OAB é de 05 (cinco) anos, nos
termos do §5º do art. 206 do Código Civil. II. Em que pese o entendimento da
OAB de que a Lei 12.514/2014 não se aplica à OAB por causa da sua natureza
sui generis diante dos “Conselhos de Classe” regulados na referida lei,
enquanto persistir a jurisprudência atual do Superior Tribunal de Justiça – STJ
de que o art. 8º da citada lei é aplicável às cobranças judiciais de anuidades da
OAB, somente serão executadas judicialmente pelas Seccionais da OAB
as dívidas equivalentes a no mínimo 04 (quatro) vezes o valor anual
devido pelo advogado inadimplente. III. O termo a quo para a contagem do
prazo prescricional é o primeiro dia útil posterior à data em que se
completarem 04 (quatro) anuidades não pagas (equiparando-se o
pagamento parcial ao não pagamento). IV. É revogada a Súmula
06/2014/OEP. (SÚMULA N. 11/2021/OEP)
“EMENTA N. 052/2015/SCA-TTU. Recurso ao Conselho Federal. Infração disciplinar. Inadimplência.
Anuidades. Suspensão. Constitucionalidade. Prescrição. Art. 206, § 5º, I, do Código Civil.
Inocorrência. Interrupção. Notificação para pagamento. Recurso não provido. 1) Constitui infração
disciplinar deixar o advogado de pagar as contribuições devidas à OAB, depois de regularmente
notificado a fazê-lo, podendo a sanção disciplinar ser prorrogada até a quitação integral, nos termos
do art. 37, § 2º, do EAOAB. 2) Nos termos da Súmula 06-OEP, o prazo prescricional para cobrança
de anuidades devidas à OAB é de 05 (cinco) anos, nos termos do § 5º do art. 206 do Código Civil. O
termo a quo para a contagem do prazo prescricional é o primeiro dia útil posterior ao vencimento da
cota única fixada pela Seccional no correspondente exercício. 3) A prescrição interrompe-se por
qualquer inequívoco do credor, ainda que extrajudicial, que importe o reconhecimento do direito,
conforme preceitua o art. 202, inciso VI, do Código Civil. Assim, a notificação inicial para quitação do
débito, expedida pela Seccional, tem o condão de interromper a prescrição, quando não negada a
dívida pelo advogado inadimplente com as anuidades objeto de processo disciplinar. 4) Recurso
conhecido e não provido. Brasília, 19 de maio de 2015.” (CFOAB, 2ª Turma da Segunda Câmara,
Recurso n. 49.0000.2014.005003-3/SCA-TTU. Relator ad hoc: Conselheiro Federal Kaleb Campos
Freire (RN), DOU, S.1, 29.05.2015, p. 287-288) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR.,
Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o
x) incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional (art. 34,
inciso XXIV EAOAB)
• Advogado deve prezar pela qualidade na prestação do serviço ao cliente,

sob pena de, incorrendo em erros reiterados e grotescos (jurídicos e
gramaticais), evidenciar sua inépcia profissional e, consequente,
cometimento de infração disciplinar.
• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I e § 3º EAOAB) de, no mínimo, 30

dias perdurando até que o advogado seja aprovado em nova prova de
habilitação.
EMENTA 124/2011/SCA-TTU. Processo Administrativo de Natureza Disciplinar
– Inépcia profissional demonstrada e comprovada com documentos integrantes
dos autos – Regra do inciso XXIV, do artigo 34, do Estatuto, aplicada em
desfavor do representado para suspendê-lo do exercício profissional até que se
submeta a novo exame de Ordem e logre aprovação – Decisão unânime na
Seccional – Recurso ao Conselho Federal que não se conhece por ausência
de atendimento dos pressupostos de admissibilidade contidos no artigo 75, do
Estatuto – Decisão unânime. Brasília, 05 de julho de 2011.” (CFOAB, Terceira
Turma da Segunda Câmara, Recurso 2010.08.06698-05/SCA-TTU. Relator:
Conselheiro Federal Délio Fortes Lins e Silva (DF), DOU, S. 1, 16/08/2011, p.
126) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da
Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local
da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 202.
Disponível em:
21 dez. 2022.
y) manter conduta incompatível com a advocacia (art. 34, inciso XXV
EAOAB)
• Advogado deve zelar pela dignidade da advocacia, não mantendo

condutas incompatíveis com a profissão, sob pena de incorrer em infração
disciplinar.
• Rol exemplificativo de condutas consideradas incompatíveis (art. 34, §
único EAOAB)
Øprática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;
Øincontinência pública e escandalosa;
Øembriaguez ou toxicomania habituais.
• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I e § 1º EAOAB) de 30 dias a 12

meses
“RECURSO 2009.08.08802-05/SCA-TTU. EMENTA 203/2011/SCA-TTU. Processo
Ético Disciplinar – Advogado que, além de exercer a profissão impedido de fazê-lo
temporariamente em decorrência de aplicação de sanção de suspensão, deixa de
cumprir determinação emanada de órgão da OAB após regularmente notificado e
mantém conduta incompatível com a advocacia – Pena de suspensão aplicada de 30
dias, cumulada com multa – Ofensa aos incisos I, XVI e XXV, do artigo 34, do Estatuto
– Recurso ao Conselho Federal interposto de acórdão unânime e que não atende aos
pressupostos de admissibilidade do artigo 75, da Lei 8.906 – Arguição de prescrição
que se rejeita – Recurso que se conhece tão somente em relação à arguição da
prescrição, para negar-lhe provimento – Acórdão unânime. Brasília, 23 de agosto de
2011.” (CFOAB, Renato da Costa Figueira, Presidente em exercício. Délio Lins e Silva,
Relator. (DOU, S. 1, 02/12/2011, p. 197) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.;
JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB -
9786559642700, p. 204. Disponível em:
2022.
z) fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB (art. 34,
inciso XXVI EAOAB)
• Sanção: EXCLUSÃO (art. 38, inciso II EAOAB) dos quadros da OAB.
• Bacharel em direito aprovado no exame de ordem deverá nos termos do art.

8º do EAOAB, comprovar diversos requisitos para que possa ingressar nos
quadros da OAB.
• Estagiário, nos termos do art. 9º do EAOAB, deverá comprovar diversos

requisitos para que possa ingressar nos quadros da OAB como tal.
• A apresentação falsa de qualquer requisito para inscrição (art. 8º e 9º

EAOAB) implica em infração disciplinar do art. 34, inciso XXVI EAOAB.
• Infração disciplinar também é aplicável àqueles que não fazem parte dos quadros
da OAB ao tempo do fato:
RECURSO N. 49.0000.2012.005143-5/OEP. “EMENTA N. 073/2014/OEP. FRAUDE NO EXAME DE
ORDEM. EXCLUSÃO DOS QUADROS DA OAB. APLICAÇÃO NO ARTIGO 34, XXVI, EM
INFRATORES QUE NÃO FAZIAM PARTE DOS QUADROS DA OAB NO TEMPO DO FATO.
PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. 1. No caso de fraude em exame de ordem, aplica-se o artigo 34,
XXVI do EAOAB, culminando-se, consequentemente, na sanção prevista pelo artigo 38, II, exclusão
dos quadros da OAB. 2. O artigo 34, XXVI, aplica-se mesmo àqueles que no tempo da infração não
fizessem parte dos quadros da OAB, pois os que prestam exame para se inscrever na OAB,
logicamente, não fazem parte de seus quadros. 3. Não incorre em prescrição que não permaneceu
paralisado por mais de três anos pendente de despacho ou movimentação, nem decorreu lapso
temporal superior a 05 (cinco) anos entre a instauração do processo disciplinar e a primeira decisão
condenatória recorrível de órgão julgador da OAB. 4. Recurso conhecido e não provido. Brasília, 1º
de dezembro de 2013.” (CFOAB, Claudio Pacheco Prates Lamachia, Presidente. Carlos Frederico
Nóbrega Farias, Relator (DOU, S.1, 15.04.2014, p. 152/160) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES,
Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB -
Comentados. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, P. 207.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso em: 21
dez. 2022.)
aa)tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia (art. 34, inciso XXVII
EAOAB)
• Idoneidade moral é um dos requisitos para inscrição do advogado nos quadros da
OAB.
“RECURSO N. 49.0000.2012.001752-0/OEP. EMENTA N. 052/2013/OEP: Desvios de
recursos em proveito próprio. Danos aos cofres de entidade. Autenticações falsas. Crime
infamante que repercute contra a dignidade da advocacia. Tipificação de inidoneidade
moral, diante da gravidade das infrações cometidas no exercício profissional, maculando o
prestígio e a honra da classe. Penalidade de exclusão. Art. 38, II, c/c o art. 34, XXVII, da
Lei n. 8.906/94. Brasília, 18 de setembro de 2012.” (CFOAB, Miguel Ângelo Cançado –
Presidente ad hoc. Daniela Rodrigues Teixeira – Relatora. (DOU. S. 1, 02/05/2013, p. 104)
GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, P. 208. Disponível em:
2022.)
bb)praticar crime infamante (art. 34, inciso XXVIII EAOAB)
“(...) O crime infamante retira a idoneidade moral aquele que tiver sido por ele
condenado, de forma que não poderá exercer a profissão de advogado ou mesmo
requerer inscrição da Ordem, salvo reabilitação judicial.Os crimes infamantes, para
fins de configuração da infração deste inciso, a gerar exclusão do advogado dos
quadros da Ordem, deverão ter sido julgados na esfera penal comum com trânsito em
julgado, sem que antes possa ser atribuída tal sanção ao representado. Exemplos de
crimes infamantes seriam casos de pedofilia, abusos sexuais, cometimento de crimes
reiterados por formação de quadrilha, entre outros que causem absoluta repulsa
social, comprometendo as virtudes e qualidades morais da pessoa que o pratica e
consequentemente maculando a classe como um todo. (...)” (GONZAGA, Alvaro de A.;
2022.
TED Nº 1400/2021. TORNAR-SE MORALMENTE INIDÔNEO. COMETER CRIME
INFAMANTE. Advogado condenado por crimes de falsificação documental (artigo 297 e 301,
§1º, do Código Penal) deve ter reconhecido o cometimento das infrações do artigo 34, incisos
XXVII e XXVIII, do Estatuto da Advocacia e da OAB. No caso em questão, as decisões
condenatórias transitaram em julgado, muito embora não fosse necessário para o
reconhecimento da infração de “tornar-se moralmente inidôneo”. O advogado é o profissional
que lida com documentos o tempo todo e a veracidade deles pode até mesmo ser por ele
atestada. Desta forma, um advogado condenado por falsificação, ainda que esta tenha sido
utilizada apenas de forma particular, não dando ensejo a processo administrativo ou judicial,
perde a característica de profissional ético e coloca toda a classe em situação de
constrangimento. Ademais, o crime é evidentemente infamante, visto que cometido justamente
no exercício da profissão, colocando em dúvida sua atuação. Representação julgada
procedente para impor a pena de exclusão, que deve ser julgada também perante o Conselho
Seccional da OAB/RS, nos termos do artigo 38, parágrafo único, da lei n. 8.906/1994.
(Processo n. 1100882.00018821-2020-20 – Subseção de Erechim/RS – 2ª Turma Julgadora do
TED/OAB/RS – Relatora Maria Alice Seidel – julgado em 08.12.2021).
cc)praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação (art.34, inciso
XXIX EAOAB)
• Estagiário é o “aprendiz” do direito, não constituindo atividade

profissional.
• Pode ser estagiário:

Ø estudante de direito (dois últimos anos do curso)
Ø Bacharel em Direito
• Atividades do estagiário (art. 3º, §2º EAOAB; art. 29 RGEAOAB): prática

de atos privativos de advocacia (art. 1º EAOAB) desde que em
conjunto e sob a responsabilidade de um advogado.
• Atos que podem ser praticados isoladamente pelo
estagiário (art. 29, §§ 1º e 2º RGEAOAB)
Øretirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva
carga
Øobter junto aos escrivães e chefes de secretarias, certidões
de peças ou autos de processos em curso ou findos
Øassinar petições de juntada de documentos a processos
judiciais ou administrativos
Øexercício de atos extrajudiciais, desde que autorizado ou
com substabelecimento do advogado
• Prática de atos isolados pelo estagiário além dos regularmente admitidos:
Ø infração ética praticada pelo estagiário
Ø Sanção para o estagiário: censura
Ø possível responsabilização penal por exercício ilegal da profissão (arts. 34,
XXIX e 36, I do EAOAB)
• Sanção: CENSURA (art. 36, inciso I EAOAB)

Facilitação do exercício da advocacia por bacharel em direito não inscrito nos quadros
da OAB: Incorre nas penalidades previstas no art. 36, o profissional que não observa o
que preceitua o EAOAB, quanto a impossibilidade do bacharel em direito advogar sem
registro, a manutenção de sociedade irregular, captação de causas e a assinatura de
escritos que não tenha feito ou colaborado. Oitava Turma Julgadora do TED – Relator
RAFAEL BORDIGNON – Porto Alegre/RS, 10 de agosto de 2021. (TED Nº 1002/2021,
Processo: 1100928.00011012/2020-20, Rel. RAFAEL BORDIGNON, Julgado
em 10/08/2021)
2.SANÇÕES DISCIPLINARES
2.1 Espécies de sanções disciplinares (art. 35

EAOAB):
ØCensura
ØSuspensão
ØExclusão
ØMulta
a) Censura (art. 36 EAOAB)
• Sanção aplicada ao advogado que comete infrações

consideradas de natureza leve.
• Cabimento (art. 36 EAOAB):
Øinfrações praticadas pelo advogado previstas no art. 34,
incisos I a XVI e XXIX EAOAB
Øinfrações decorrentes de violação a preceito do Código de
Ética e Disciplina da OAB
Øinfrações decorrentes de violação a preceito do EAOAB que
não possua sanção mais grave aplicada
• Sanção de censura:
Ø não é publicada no diário oficial (art. 35, § único EAOAB)
Ø constará no prontuário do advogado (art. 35, § único EAOAB)
• Advogado penalizado com a sanção disciplinar de censura possui
autorização para advogar (art. 42 EAOAB)
a.1) Conversão da sanção de CENSURA em ADVERTÊNCIA (art. 36, §

único EAOAB):
• realizada através de ofício reservado
• não constará no prontuário do advogado
• não apagará a primariedade do advogado
• deverá estar presente circunstância atenuante (art. 40 EAOAB)
a.2) Termo de Ajustamento de Conduta – TAC (art. 58-A do
CEDOAB e Provimento 200/2020)
• Cabimento do TAC (art. 58-A CEDOAB e art. 1º do Provimento

200/2020):
Ø infração ético-disciplinar praticada pelo advogado for punível
com censura
Ø fato apurado praticado pelo advogado não tiver gerado
repercussão negativa à advocacia
Ø inexistência de condenação transitada em julgado por
representação ético-disciplinar do advogado, ressalvando-se
as hipóteses de reabilitação
• Preparação do TAC:
Ø de ofício pelo Conselho Seccional da OAB
Ø a requerimento do interessado
• Notificação do advogado ou estagiário para

manifestar-se sobre o interesse em aderir ao TAC no
prazo de 15 dias, presumindo-se a recusa em caso de
falta de manifestação (art. 3º, § 1º Provimento
200/2020)
• Efeitos da adesão ao TAC:
Ø Advogado ou estagiário deverá cessar a conduta objeto do
TAC, reparar o dano eventualmente causado e fazer cessar
os efeitos da infração ou se abster em praticar a mesma
conduta no prazo fixado no instrumento do TAC. (art. 4º,
“caput” Provimento 200/2020)
Ø Suspensão condicional do processo disciplinar durante 3
anos após o qual será arquivado definitivamente, sem
anotações nos assentos profissionais (art. 4º, § 1º
Provimento 200/2020)
Ø Prazos prescricionais não fluem durante o prazo de
suspensão previsto no TAC (art. 4º, § 4º Provimento
200/2020)
• Vedação da celebração de novo TAC: advogado ou
estagiário beneficiado pelo TAC não poderá se valor de
novo TAC nos 3 anos posteriores à apuração da
conduta objeto do TAC. (art. 4º, § 2º Provimento
200/2020)
• Descumprimento dos termos do TAC (art. 4º, § 3º

Provimento 200/2020)
Ø perda dos efeitos do TAC
Ø retomada do trâmite do processo disciplinar suspenso
b) SUSPENSÃO (art. 37 EAOAB)
• Sanção aplicada ao advogado que comete infrações

consideradas de natureza grave.

Ø infrações praticadas pelo advogado previstas no art. 34,
incisos XVII a XXV EAOAB
Ø reincidência em infração disciplinar penalizada com censura
• Sanção de suspensão:
Ø é publicada no diário oficial (art. 35, § único EAOAB)
• Advogado penalizado com a sanção disciplinar de suspensão

não possui autorização para advogar (art. 42 EAOAB),
devendo devolver os documentos de identificação ao Conselho
Seccional onde o advogado possui seu registro principal (art.
74 EAOAB), sob pena de não o fazendo incorrer em infração
disciplinar prevista no art. 34, inciso XVI EAOAB)
PROCESSO DISCIPLINAR. DECISÃO CONDENATÓRIA IRRECORRÍVEL.
EXECUÇÃO DA SANÇÃO DISCIPLINAR. COMPETÊNCIA. COMUNICAÇÃO
DE QUE TRATA O ART. 70, § 2o DA LEI N. 8.906/94. A competência para a
execução de sanção ético-disciplinar é do Tribunal de Ética e Disciplina
do Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração e
tramitado o processo disciplinar, exceto nos casos de competência originária
do Conselho Federal, devendo a decisão condenatória irrecorrível ser
imediatamente comunicada ao Conselho Seccional no qual o advogado tenha
inscrição principal, para controle e registro nos respectivos assentamentos.”
(Súmula n.08/2016/OEP)
• Suspensão impede o exercício da advocacia em todo território

nacional pelo prazo de 30 dias a 12 meses ou até o cumprimento
da obrigação que ocasionou a suspensão ou preste novas
provas de habilitação (art. 37, §§ 1º, 2º e 3º EAOAB)
“(...) A penalidade de suspensão, após o trânsito em julgado da decisão do
Tribunal de Ética e Disciplina, passa a interessar à sociedade como um
todo, já que os atos judiciais praticados por advogado suspenso são
considerados nulos. Nesse momento, a penalidade não fica protegida por
sigilo e é inserida no cadastro pessoal do advogado junto à OAB, de modo
que muitos magistrados e serventias, antes da realização de cargas e
audiências, já consultam a situação cadastral do causídico no website da
Ordem, impedindo-o, se for o caso, de atuar de forma
irregular.(...)”(GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B.
Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados.
[Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN
9786559642700, p. 262. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso
em: 21 dez. 2022.
• Elementos para identificação da conveniência para aplicação do
período de suspensão (art. 40, § único EAOAB)
i. antecedentes profissionais do inscrito
ii. as atenuantes (art. 40 e incisos EAOAB)
Ø falta cometida na defesa de prerrogativa profissional
Ø ausência de punição disciplinar anterior
Ø exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em
qualquer órgão da OAB
Ø prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa
pública
i. grau de culpa do advogado
ii. circunstâncias e consequências da infração
• Ato praticado pelo advogado SUSPENSO é considerado ATO
NULO.
• Descumprimento da suspensão, o advogado responderá:

ØPenalmente pelo exercício regular da profissão
ØCivilmente pelos prejuízos que vier a causar
ØDisciplinarmente
• Suspensão preventiva do advogado:
Ø advogado pode ser suspenso preventivamente pelo Tribunal de Ética e
Disciplina do Conselho Seccional onde o advogado acusado tenha
inscrição principal em caso de repercussão prejudicial de ato por ato
praticado à dignidade da advocacia (art. 70, § 3º EAOAB e 71, inciso IV
CEDOAB)
Ø Suspensão do advogado poderá ocorrer após sua oitiva em sessão
especial para a qual tenha sido notificado para comparecimento (art. 63
CEDOAB)
Ø O processo disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de 90 dias,
sob pena de cessação imediata da suspensão preventiva.
Ø Cabível recurso da decisão do Tribunal de Ética e Disciplina ao
Conselho Seccional (art. 76 EAOAB), mas sem efeito suspensivo (art.
77, “caput” EAOAB)
CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 2009.08.07669-05/OEP (SGD:
49.0000.2015.001559-6/OEP). EMENTA N. 011/2015/OEP. Conflito de
competência. Suspensão preventiva. Art. 70, §§ 1º e 3º, do Estatuto da
Advocacia e da OAB. A competência para conhecer e julgar
representação disciplinar no âmbito da OAB é, nos termos do caput e §
1º do art. 70 do EAOAB, do local do fato, inclusive para proceder a
suspensão preventiva do profissional. Caso houver, a partir do fato,
repercussão prejudicial dignada a advocacia, nos termos do § 3º do
art. 70, também o Conselho Seccional do local onde tenha inscrição
principal é competente para suspensão preventiva, tornando-se
prevento, nesse caso, o juízo que primeiro instaurar o processo de
representação. Brasília, 13 de dezembro de 2011.” (CFOAB, Marcelo Cintra
Zarif, Presidente em exercício. Paulo Marcondes Brincas, Relator para o
acórdão. (DOU, S.1, 06.03.2015, p. 200)
• Suspensão do advogado e ANUIDADE:
"ADVOGADO. OAB. PAGAMENTO DE ANUIDADES. OBRIGATORIEDADE.

SUSPENSÃO. LICENÇA. I - É obrigatório o pagamento de anuidades pelo
advogado suspenso temporariamente de suas atividades profissionais. II -
O advogado regularmente licenciado do exercício profissional não está sujeito
ao pagamento das anuidades, sendo, contudo, obrigatória sua manifestação
expressa de opção nesse sentido, presumindo-se, com a ausência de
requerimento correspondente, que pretende fazer jus aos benefícios
proporcionados pela OAB, com a manutenção da obrigatoriedade do respectivo
recolhimento." (Súmula n. 03/2012/COP)
c) EXCLUSÃO (art. 38 EAOAB)
• Sanção aplicada ao advogado que comete infrações consideradas de

natureza gravíssima.
Ø infrações praticadas pelo advogado previstas no art. 34, incisos XXVI a
XXVIII EAOAB
Ø aplicação, por três vezes, de suspensão
• Aplicação da sanção de EXCLUSÃO dependerá da manifestação

favorável de 2/3 dos membro do Conselho Seccional competente. (art.
38, § único EAOAB)
• Sanção de EXCLUSÃO:
Ø é publicada no diário oficial (art. 35, § único EAOAB)
• Advogado penalizado com a sanção disciplinar de EXCLUSÃO não

possui autorização para advogar (art. 42 EAOAB), devendo devolver
os documentos de identificação ao Conselho Seccional onde o
advogado possui seu registro principal (art. 74 EAOAB), sob pena de
não o fazendo incorrer em infração disciplinar prevista no art. 34, inciso
XVI EAOAB)
• Advogado EXCLUÍDO tem o cancelamento de sua inscrição na OAB

(há a perda do número de inscrição do profissional)
PROCESSO DE EXCLUSÃO - INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. Compete
exclusivamente ao Pleno do Conselho Seccional o julgamento dos
processos de exclusão, mediante a manifestação favorável de dois terços
dos seus membros, após a necessária instrução e julgamento dos referidos
processos perante o Tribunal de Ética e Disciplina (art. 38, parágrafo único,
c/c art. 70, § 1o, ambos da Lei n. 8.906/94 – Estatuto da Advocacia e da
OAB). (Súmula n. 08/2019/COP)
“Processo de exclusão – instrução e julgamento. Compete exclusivamente

ao Conselho Seccional a instrução e julgamento dos processos de exclusão,
mediante a necessária manifestação favorável de dois terços dos seus
membros (art. 38, parágrafo único, Lei n. 8.906/94).” (Súmula n.
07/2016/OEP)
RECURSO N. 49.0000.2011.003312-8/SCA-TTU. EMENTA N. 143/2014/SCA-TTU. Recurso
interposto contra acórdão unânime do Conselho Seccional do Rio de Janeiro em processo
disciplinar de exclusão ex officio, com fulcro no art. 38, I do EAOAB, em que se encontram
preenchidos os requisitos de mais de três suspensões transitadas em julgado, devidamente
certificadas pela Secretaria da OAB. Julgamento ocorrido dentro do quinquênio, já que a última
condenação ocorrera em 03/07/2006 e a condenação se deu em 01/07/2011. Afastamento da
arguição de prescrição ainda, diante da farta jurisprudência do Conselho Federal da OAB no
entendimento de que em hipótese de reincidência punitiva de suspensão, em processo de
exclusão, a prescrição tem como termo inicial o trânsito em julgado da última decisão
condenatória, esta ocorrida em 03 de julho de 2006. Prescrição intercorrente inexistente por
ausência de paralisação por mais de três anos. Recurso conhecido, mas improvido, mantendo-
se a pena de exclusão, afastando-se a prescrição. Brasília, 02 de dezembro de 2014. Renato
da Costa Figueira, Presidente. Valéria Lauande Carvalho Costa, Relatora. (DOU, S.1,
10.12.2014, p. 180/182) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto
da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da Editora]:
d) MULTA (art. 39 EAOAB):
• MULTA é pena acessória (não pode ser imputada

isoladamente)
• Pode ser cumulada com as sanções de CENSURA e

SUSPENSÃO em caso de circunstância AGRAVANTE.
• Valor da MULTA: entre 1 e 10 anuidades

• Elementos de identificação da conveniência para aplicação de multa
cumulativa com outra sanção disciplinar e o valor da multa (art. 40, §
único EAOAB)
i. antecedentes profissionais do inscrito
ii. as atenuantes (art. 40 e incisos EAOAB)
Ø falta cometida na defesa de prerrogativa profissional
Ø ausência de punição disciplinar anterior
Ø exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em
qualquer órgão da OAB
Ø prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa
pública
i. grau de culpa do advogado
ii. circunstâncias e consequências da infração
“Processo Disciplinar nº 143/2012. Acórdão nº 126/2014. Ementa:
Advogado. Facilitação da advocacia para terceiro não inscrito nos quadros
da OAB. Prova contundente demonstrando a materialidade da conduta.
Infração caracterizada. Ofensa aos princípios éticos. Art. 34, inciso I, da Lei
n° 8.906/94 do EAOAB. Procedência. Pena de censura. Gravidade e
circunstâncias da conduta desfavoráveis. Incidência cumulativa de multa.
Arts. 39 e 40 do EAOAB”. (OAB/SC – Rio do Sul, 08 de agosto de 2014.
João Leonel Machado Pereira, Presidente. Izaque Góes, Relator)
(GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da
Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o
Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 225.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso
em: 21 dez. 2022.)
RECURSO n. 49.0000.2014.008835-8/SCA-TTU. “EMENTA n. 139/2014/SCA-TTU.
Recurso ao Conselho Federal. Locupletamento. Levantamento de alvará. Ausência de
repasse. Confissão. Infração disciplinar. Dosimetria. Violação ao art. 40, parágrafo único,
da Lei nº 8.906/94. Recurso parcialmente provido. 1) A infração disciplinar pela qual restou
punido o recorrente está cabalmente comprovada, seja pelo alvará de levantamento, seja
pela confissão, razão pela qual deve ser mantida a condenação. 2) Quanto à dosimetria, o
art. 40, parágrafo único, da Lei nº 8.906/94, estabelece que os antecedentes profissionais
do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e as
consequências da infração serão consideradas para o fim de decidir sobre o tempo de
suspensão. 3) Assim, a majoração do tempo de suspensão do exercício profissional, sem a
devida fundamentação, impõe a reforma da decisão e a redução para o mínimo legal de 30
(trinta) dias. 4) Recurso parcialmente provido. Brasília, 04 de novembro de 2014.” (CFOAB,
Renato da Costa Figueira, Presidente. Cícero Borges Bordalo Júnior, Relator. (DOU, S.1,
17.11.2014, p. 96/97))(GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B.
Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o
Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 227. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso em: 21 dez.
2022.)
2.2 Reabilitação (art. 41 EAOAB)
• Direito do advogado de reabilitar-se (em caso de qualquer sanção
disciplinar) ou retornar aos quadros da OAB (em caso de exclusão).
• Prazo para requerimento: 1 ano após o cumprimento da sanção

imposta a contar:
Ø da censura
Ø do término do prazo de suspensão
Ø da exclusão (prova efetiva de bom comportamento)
• Exclusão resultante de infração penal, o pedido de reabilitação

deverá estar acompanhado de reabilitação criminal decretada por
sentença judicial (art. 41, § único EAOAB)
RECURSO N. 49.0000.2014.005105-4/SCA-STU. “EMENTA N. 001/2015/SCA-STU. I. Recurso ao
Conselho Federal. Reabilitação. Impossibilidade. Ausência do cumprimento da pena
anteriormente imposta. Exigência do art. 41 do EAOAB. II. A reabilitação tem como pressuposto a
existência de provas efetivas de bom comportamento (art. 41, Lei n. 8.906/94). Não atende o
requisito de bom comportamento aquele que teve contra si instaurado outro processo
disciplinar após a aplicação da pena que se pretende reabilitar. III. Em se tratando de falta
disciplinar de que resultou dano a cliente, é indispensável que o inscrito demonstre haver reparado
esse dano, que o cliente disso o isentou ou que tal reparação se revela, hoje, impossível. Aplicação
subsidiária das disposições pertinentes do Código Penal, que se reportam à disciplina do instituto da
reabilitação, uma vez que é a mesma a natureza do instituto, no âmbito do processo ético-disciplinar.
Ausência de referida prova na presente sublevação. IV. Alegação de impossibilidade de utilização de
processo disciplinar como instrumento para obrigar a reparação civil. Inapropriedade. Incidência do
art. 37, § 2º, da Lei n. 8.906/94. V. Recurso conhecido e improvido. Brasília, 04 de fevereiro de 2015.”
(CFOAB – José Alberto Ribeiro Simonetti Cabral, Presidente em exercício. Evânio José de Moura
Santos, Relator. (DOU, S.1, 23.02.2015, p. 79) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR.,
Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o
• Competência para processar e julgar o pedido de reabilitação (art. 69,
§ 1º CEDOAB):
Ø Conselho Seccional em que tenha sido aplicada a sanção disciplinar
Ø Conselho Federal em caso de competência originária
• Pedido de reabilitação:
Ø Autuação em autos próprios apensado aos autos do processo
disciplinar (art. 69, § 3º CEDOAB)
Ø Instrução do pedido de reabilitação com provas de bom comportamento
no exercício da advocacia e na vida social (art. 69, § 4º CEDOAB)
Ø Certificação nos autos pela Secretaria do Conselho competente do
efetivo cumprimento da sanção disciplinar pelo requerente (art. 69, § 4º
CEDOAB)
2.3 Prescrição (art. 42 e 43 EAOAB):
• Conceito: é o perecimento da pretensão à punibilidade das

infrações disciplinares pela OAB pelo decurso do período de 5
anos da data da constatação oficial do fato (art. 43, “caput”
EAOAB) e não da data da prática do fato.
• Termo inicial da contagem do prazo prescricional (Súmula 01/2011
do Conselho Pleno da OAB)
Ø processo disciplinar decorrente de representação: a data da

constatação oficial do fato pela OAB é considerada a data do
protocolo da representação ou a data das declarações do
interessado tomadas por termo perante órgão da OAB
Ø processo disciplinar instaurado ex officio: a data da constatação

oficial do fato pela OAB é a data em que o órgão competente da
OAB tomar conhecimento do fato, seja por documento constante
dos autos, seja pela sua notoriedade.
• Causas interruptivas da prescrição (art. 43, § 2º EAOAB):
Ø instauração de processo disciplinar
Ø notificação válida feita diretamente ao representado
Ø decisão condenatória recorrível a qualquer órgão julgador da OAB.
“Interrompem a prescrição as decisões do Conselho Federal da OAB que

inadmitam recursos interpostos contra acórdão condenatório ou mantenham a
sua inadmissibilidade por ausência de violação à Lei n. 8.906/94, ausência de
contrariedade à decisão do Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional
e, ainda, ausência de violação ao Regulamento Geral, ao Código de Ética e
Disciplina e aos Provimentos (art. 75, da Lei 8.906/94), por ostentarem caráter
condenatório, nos termos do art. 43, § 2o, II, do Estatuto da Advocacia e da
OAB.” (Súmula n. 13/2022/OEP)
• Prescrição intercorrente (art. 43, § 1º EAOAB)
Ø Conceito: é a perda do poder punitivo da OAB em razão da

paralisação do processo disciplinar por mais de 3 anos sem qualquer
despacho ou julgamento (Súmula 01/2011 do Conselho Pleno da
OAB), desconsiderando os atos meramente ordinatórios (Manual de
Procedimentos do Processo Ético-Disciplinar do CFOAB)
Ø processo disciplinar deve ser arquivado de ofício ou a requerimento da
parte interessada
Ø Interrupção da prescrição intercorrente: a cada despacho de
movimentação do processo disciplinar, recomeçando a fluir o prazo
pelo mesmo período (Súmula 01/2011/COP)
“PRESCRIÇÃO. I - O termo inicial para contagem do prazo prescricional, na hipótese de
processo disciplinar decorrente de representação, a que se refere o caput do art. 43 do
EAOAB, é a data da constatação oficial do fato pela OAB, considerada a data do
protocolo da representação ou a data das declarações do interessado tomadas por
termo perante órgão da OAB, a parDr de quando começa a fluir o prazo de cinco (5)
anos, o qual será interrompido nas hipóteses dos incisos I e II do § 2o do art. 43 do
EAOAB, voltando a correr por inteiro a parIr do fato interrupIvo. II – Quando a
instauração do processo disciplinar se der ex officio, o termo a quo coincidirá com a
data em que o órgão competente da OAB tomar conhecimento do fato, seja por
documento constante dos autos, seja pela sua notoriedade. III - A prescrição
intercorrente de que trata o §1º do art. 43 do EAOAB, verificada pela paralisação do
processo por mais de três (3) anos sem qualquer despacho ou julgamento, é
interrompida e recomeça a fluir pelo mesmo prazo, a cada despacho de
movimentação do processo”. (Súmula n. 01/2011/COP)
APRESENTAÇÃO
PARTE II - PROCESSO
DISCIPLINAR
Prof. Ms. Alexandre Marlon da Silva Alberton

1. Conceito de processo ético-disciplinar – sistema
formal e ordenado de providências e etapas,
conducentes ao julgamento da representação ético-
disciplinar. (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N.
01/2022/SCA. In: Estatuto da advocacia e da OAB e
legislação complementar – versão eletrônica – Brasília:
OAB, Conselho Federal, 2022, p. 350. Disponível em:
https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=00
00002837. Acesso em: 03 jan.2023.)
• Partes do processo disciplinar:
Ø representante: qualquer pessoa física ou jurídica
Ø representado: advogado, sociedade de advogados ou
estagiário
• Sigilo do processo disciplinar (art. 72, § 2º EAOAB): o

processo disciplinar tramita em sigilo até o seu término, só
tendo acesso às suas informações:
Ø partes
Ø defensores das partes
Ø autoridade judiciária competente
2. Aplicação das regras no processo disciplinar (art. 68 EAOAB)
a)Regra: aplicação das disposições abaixo
ØEstatuto da Advocacia e da OAB
ØCódigo de Ética e Disciplina
ØRegimento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB
b)Aplicação subsidiária: regras do processo penal
• Demais procedimentos administrativos: aplicação

subsidiária do processo administrativo e, sucessivamente, do
processo civil
3. Competência para o processamento e julgamento do processo
disciplinar de advogados e dirigentes da Subseção (art. 70
EAOAB e art. 58, § 6º CEDOAB):
• Regra (competência territorial): Tribunal de Ética e Disciplina

do Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a
infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho
Federal
• A instrução do processo disciplinar será realizado pelas

Subseções ou pelos Relatores do próprio Conselho
• Exceção:
Ø Segunda Câmara (reunida em sessão plenária) do
Conselho Federal: competente para processamento e
julgamento de Conselheiro Federal, Presidente da
Seccional
Ø Conselho Pleno do Conselho Federal: processamento e
julgamento de membros da diretoria do Conselho Federal,
Membros Honorários Vitalícios e detentores da Medalha
Rui Barbosa
4. Prazos processuais: os prazos processuais perante a OAB são de 15 dias, computados
somente os dias úteis e contados a partir (art. 69 e §§ 1º e 2º EOAB e art. 139 do
RGEAOAB):
Ø do dia útil seguinte à data da juntada aos autos do respectivo aviso de
recebimento (notificação pessoal) ou ofício reservado, anotada pela secretaria do
órgão da OAB
Ø do dia útil seguinte à publicação do ato ou da decisão no Diário Eletrônico da OAB
“Prazo – lapso de tempo para a prática de ato processual, que será comum de 15 (quinze) dias
(art. 69, caput, do EAOAB); os prazos, nos casos de notificação pessoal ou comunicação por
ofício reservado, contam-se a partir do dia útil imediato ao recebimento da notificação (art. 69,
parágrafo primeiro, do EAOAB); nos casos de publicação de despacho ou decisão no Diário
Eletrônico da OAB (DEOAB), iniciam-se no primeiro dia útil seguinte à respectiva publicação
(art. 69, parágrafo segundo, do EAOAB). Os prazos são contados apenas em dias úteis.
(Resolução 09/2016).” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da
advocacia e da OAB e legislação complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB, Conselho
Federal, 2022, p. 349-350. Disponível em:
https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000002837. Acesso em: 03 jan.2023.)
PROCEDIMENTO DO PROCESSO DISCIPLINAR
5. Início do processo disciplinar (art. 72 EAOAB e art. 55

CEDOAB):
• Início do processo disciplinar pode ocorrer por:

Ø Instauração de ofício
Ø Instauração mediante representação da parte interessada
a) Instauração do processo disciplinar de ofício:
Ø através de portaria expedida pela autoridade competente

contendo exposição dos fatos a serem apurados (ANEXO
ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da
advocacia e da OAB e legislação complementar – versão
eletrônica – Brasília: OAB, Conselho Federal, 2022, p. 349-
350. Disponível em:
02837. Acesso em: 03 jan.2023.)
Ø conhecimento do fato obtido por meio de fonte idônea

Ø comunicação da autoridade competente (ex.: juízes que encaminham
ofício para OAB em nome do juízo onde atuam requerendo a instauração
de procedimento ético-disciplinar de ofício)
“O processo disciplinar instaurado de ofício poderá se dar por iniciativa da

própria OAB, hipótese em que a autoridade competente da OAB em matéria
disciplinar determina a instauração de processo disciplinar com base em fatos,
documentos ou informações que cheguem a seu conhecimento e repercutam na
esfera disciplinar. Também poderá ser instaurado o processo disciplinar mediante
provocação de autoridade pública, que oficia à OAB para apuração de fatos que
possam configurar infração ético-disciplinar. Nesse último caso, a autoridade
pública não figura como parte no processo disciplinar, apenas como autoridade
noticiante.” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da
advocacia e da OAB e legislação complementar – versão eletrônica – Brasília:
https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000002837. Acesso em: 03
jan.2023.)
“(...) A autoridade que oficia a OAB sobre conduta infracional
não é considerada representante, mas apenas comunicante da
conduta, tanto que não receberá intimações para o andamento do
processo, resultado, nem é convocada a nada. Esse tipo de
representação é considerado ex officio, ou seja, a partir da
comunicação do fato pela autoridade, em geral juízos, é a própria
OAB quem decide por iniciar ou não o procedimento.(...)”
Advocacia e Código de ÉCca e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o
Disponível em:
hYps://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/.
Acesso em: 21 dez. 2022.)
b) Instauração mediante representação do interessado
• Representação formalizada diretamente pela parte interessada

(independentemente da constituição de advogado) ou por
termo de declarações prestada diretamente a servidor da OAB.
• Representação por terceiro não cliente

Acórdão Nº: 7936. EMENTA: LOCUPLETAMENTO À CUSTA DO CLIENTE E PREJUÍZO A
INTERESSE CONFIADO A SEU PATROCÍNIO – Inocorrência – 1. Advogado acusado de
cometimento de infração ético-disciplinar consistente no fato de que teria se
locupletado e causado prejuízo a seus clientes – 2. Representação formulada por
terceiros que não esses clientes – 3. Questão incontroversa nos autos de que o
advogado continua prestando serviços aos clientes – 4. Não se nega que este Tribunal de
Ética visa coibir a má conduta dos advogados no exercício de sua profissão e que, para
tanto, pode analisar as representações formuladas por qualquer cidadão. Aliás, inclusive,
verificando a ocorrência da prática de qualquer infração pode agir até mesmo de ofício (art.
72, do Estatuto da OAB). Entretanto, existem algumas infrações disciplinares, como as
imputadas ao Representado neste processo, que demandam a formulação de
representação pela própria parte que, hipoteticamente, teria sofrido os prejuízos –
Improcedência da pretensão correicional – Arquivamento do processo.” (OAB/SP, Sala das
Sessões, 14 de dezembro de 2011. Rel. Dr. Ivan Henrique Moraes Lima, Presidente Dra.
Maria Silvia Leite Silva de Lima) (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto
B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o
2022.)
• Denúncia anônima não é considerada fonte idônea (art. 55, §
2º CEDOAB)
“(...) requerimento poderá ser feito por qualquer pessoa
interessada, desde que devidamente identificada, visto que é
vedada, em qualquer hipótese, a denúncia anônima, por não ser
considerada fonte idônea. (...)”(KRUG, Pamela. Ética e Estatuto da
OAB. (Coleção Método Essencial). [Digite o Local da Editora]:
Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9786559645343, p. 216.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559645343/.
b.1) Representação (art. 56 CEDOAB):
• Conceito de representação – “peça escrita ou tomada por termo, na qual

se noticia a ocorrência de infração ético-disciplinar contra advogado,
sociedade de advogados ou estagiário. Como pode ser apresentada por
qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica, não requer maiores
formalidades”. (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In:
Estatuto da advocacia e da OAB e legislação complementar – versão
eletrônica – Brasília: OAB, Conselho Federal, 2022, p. 350-351.
Disponível em:
https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000002837.
Acesso em: 03 jan.2023.)
• Forma da representação: a representação pode ser formulada pelo
interessado ou fazendo-se representar por advogado
Øpor ESCRITO
ØVERBALMENTE (devendo ser reduzida a termo)
• Direcionamento/protocolo da representação:
ØDEVE ser formulada perante PRESIDENTE do CONSELHO
SECCIONAL ou da SUBSEÇÃO
ØPODE ser formulada ao PRESIDENTE do TRIBUNAL DE ÉTICA E

DISCIPLINA: quando os Regimentos Internos das Seccionais
atribuírem competência para instauração do processo ético disciplinar
ao Tribunal de Ética e Disciplina
• Requisitos da petição inicial de representação (art. 57
CEDOAB)
Øidentificação do representante (qualificação e endereço)

Ønarração dos fatos que motivam a representação para que
seja possível verificar a existência, em tese, de infração
disciplinar
Øos documentos para instruir a representação bem como
indicação de outras provas a ser produzidas e no máximo 5
testemunhas
Øa assinatura do representante ou a certificação de quem a
tomou por termo, na impossibilidade de obtê-la
• Suprimento de falha na representação:
“Quando supríveis as falhas na formulação, a representação não

deverá ser liminarmente arquivada, sendo facultado ao
representante seu aditamento ou esclarecimento dos fatos. Em não
sendo suprida a falha, procede-se ao arquivamento liminar da
representação.” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N.
01/2022/SCA. In: Estatuto da advocacia e da OAB e legislação
complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB, Conselho
Federal, 2022, p. 352. Disponível em:
• Pluralidade de representados:
“Em caso de pluralidade de representados, poderá o Relator, com

vistas à melhor instrução e ao pleno exercício do direito de defesa,
determinar o desmembramento do processo disciplinar,
autuando-se as representações autonomamente em face dos
representados.” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N.
2. Audiência preliminar ou audiência de conciliação:
• Presidente, mediante despacho fundamentado, designará

Relator e encaminhará os autos para a realização de audiência
preliminar ou de conciliação. (ANEXO ÚNICO DA
RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da advocacia e da
OAB e legislação complementar – versão eletrônica – Brasília:
837. Acesso em: 03 jan.2023.)
“A juízo do Relator, poderá ser realizada audiência preliminar (ou audiência
de conciliação), com a presença do representante e do representado,
previamente ao juízo de admissibilidade da representação, hipótese em que,
se possível a realização de conciliação, em face da natureza dos fatos
constantes da representação, o relator fará consignar na ata os termos da
conciliação e indicará ao Presidente competente o arquivamento liminar
da representação, nos termos do artigo 58, § 3o, do Código de Ética e
Disciplina da OAB. O descumprimento dos termos da conciliação realizada
permitirá o desarquivamento dos autos e a instauração do processo
disciplinar.” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da
advocacia e da OAB e legislação complementar – versão eletrônica – Brasília:
https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000002837. Acesso em:
03 jan.2023.)
6. Juízo de Admissibilidade: análise dos pressupostos de
admissibilidade da representação
• Frustrada a conciliação ou não havendo a audiência de

conciliação, haverá:
Ø recebimento e autuação da representação
Ø PRESIDENTE do CONSELHO SECCIONAL ou da
SUBSEÇÃO designará, por SORTEIO, um RELATOR entre
os seus integrantes, o qual irá PRESIDIR a instrução
processual do PROCESSO DISCIPLINAR. (art. 58 “caput”
CEDOAB)
Obs. 1: O Regimento Interno do Conselho Seccional poderá
estabelecer que os atos de instrução processual poderão ser
delegados ao TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA e, neste caso,
caberá ao PRESIDENTE do TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA
designar, por SORTEIO, o Relator. (art. 58 § 1º CEDOAB)
Obs. 2: ANTES do encaminhamento dos autos ao Relator (Art.

58, § 2º CEDOAB) deverá ser juntada:
Øficha cadastral de representação e certidão negativa ou
positiva sobre existência de punições anteriores
Øcertidão sobre a existência ou não de representações em
andamento
“(...) Nas cidades do interior que não possuam Tribunal de Ética instalado, a
representação recebida na Subseção poderá lá tramitar, inicialmente, desde que
possua conselho com relatores nomeados. Porém, após a instrução, os autos
deverão necessariamente ser encaminhados para decisão pelo Tribunal de Ética
da Seccional correspondente, não podendo ser julgados por Comissões de Ética
instaladas nas Subseções. (Exemplo: em uma Subseção localizada no interior de
São Paulo, a Seccional correspondente é justamente a Seccional São Paulo. Logo,
a representação apresentada naquela Subseção do interior será encaminhada ao
Tribunal de Ética de São Paulo para julgamento. Como em São Paulo existem
mais de 20 Tribunais de Ética, será verificada a distribuição das competências e
enviada ao Tribunal responsável pela comarca daquela Subseção). (...)”
Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o
Disponível em:
21 dez. 2022.)
“(...) Note-se, ainda, que, devido ao grande volume de representações em
determinadas Seccionais, como São Paulo, para garantir celeridade aos
procedimentos, muitos Tribunais possuem Provimentos que delegam a função de
instrução do processo disciplinar aos assessores da presidência em vez dos relatores,
que receberão os processos apenas para julgamento. (...)” (GONZAGA, Alvaro de A.;
2022.)
Ø Relator não precisa ser membro do Conselho Seccional:

“NULIDADE. MATÉRIA ÉTICO-DISCIPLINAR. ÓRGÃO JULGADOR. Inexiste nulidade
no julgamento de recurso em matéria ético-disciplinar realizado por órgão composto
por advogado não-Conselheiro, designado nos termos do Regimento Interno do
Conselho Seccional” (Súmula n. 01/2007/OEP)
• Emissão do parecer do Relator (juízo de admissibilidade da
representação) em 30 dias, propondo (art. 58, § 3º CEDOAB):
Ø a instauração do processo disciplinar (presentes os
pressupostos de admissibilidade) ou
Ø o arquivamento liminar da representação (falta dos
pressupostos de admissibilidade)
Obs.: Caso o Relator não emita o parecer dentro do prazo de 30

dias, o feito será redistribuído para outro Relator, devendo ser
observado o mesmo prazo de 30 dias para emissão do parecer.
“Esse juízo de admissibilidade somente se aplica aos
processos disciplinares decorrentes de representação da parte
interessada, porquanto nos casos em que o processo disciplinar é
instaurado de ofício, já houve essa análise pela autoridade que
instaurou o processo disciplinar.” ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO
N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da advocacia e da OAB e legislação
• Presidente do Conselho ou Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina,
após parecer do Relator, e proferirá despacho (art. 58, § 4º CEDOAB):
Ø declarando instaurado o processo disciplinar
Ø determinando o arquivamento da representação
“(...) Este arquivamento liminar leva à extinção do processo sem qualquer
instrução procedimental ou apreciação de mérito, já que despido dos pressupostos
legais de admissibilidade. Por outro lado, se presentes os pressupostos legais
em questão e havendo indícios de prova de infração disciplina, será instaurado o
processo disciplinar, com consequente interrupção do prazo de prescrição, nos
termos do art. 43, § 2º, I, do EAOAB. (...)” (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES,
Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da
OAB - Comentados. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN
9786559642700, p. 414. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso em: 21
dez. 2022.)
“Caso haja recurso interposto em face da decisão que determina o
arquivamento liminar da representação, o acórdão proferido pelo
Conselho Seccional da OAB servirá como decisão de instauração
do processo disciplinar, retornando-se os autos ao Relator para
regular processamento.” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N.
7. Instauração do Processo Disciplinar:
• Presentes os requisitos de admissibilidade da representação,

será instaurado o processo disciplinar, o Relator deverá
determinar a notificação (art. 59, “caput” CEDOAB):
Ødos interessados para prestar esclarecimentos em 15 dias
Ødo representado para apresentar defesa prévia no prazo de
15 dias
7.1) Notificação prévia (art. 137-D do Regulamento Geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB - RGEAOAB):
• É a notificação para apresentação de defesa prévia ou manifestação em

processo administrativo perante a OAB.
• Notificação deverá ser feita por correspondência, com aviso de
recebimento (AR) e enviada para o endereço profissional ou residencial
constante do cadastro de inscritos do Conselho Seccional (art. 59, § 1º
CEDOAB)
• Válida notificação recebida por terceiros, sendo obrigatório ao advogado
manter sempre atualizado o seu endereço residencial e profissional no
cadastro do Conselho Seccional (presume-se recebida a correspondência
enviada para o endereço nele constante)
VALER-SE DE AGENCIADOR DE CAUSAS, MEDIANTE PARTICIPAÇÃO NOS
HONORÁRIOS A RECEBER. ANGARIAR OU CAPTAR CAUSAS, COM A
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. PROVA. ESCRITURA PÚBLICA DE
DECLARAÇÃO. DECLARAÇÃO PÚBLICA. PRESCRIÇÃO. NULIDADE DA
NOTIFICAÇÃO. Não há de se falar em nulidade da notificação, quando o
advogado não atualiza seu endereço no cadastro da OAB, ainda que
notificado via aplicativo de Whatsapp de que havia processo disciplinar qual
figurava como representado e, se negando o recebimento mediante a
devolução da notificação. O marco inicial do prazo prescricional de 5 (cinco)
anos é a partir da constatação oficial do fato, e não da sua ocorrência, não
havendo de se falar em prescrição no presente caso. A escritura pública de
declaração é prova determinante que o Representado valia-se de agenciador
de causas para captar clientes, mediante honorários a receber. Representação
julgada procedente. Censura. Aplicação de multa. Representação Ético
Disciplinar 21.0000.2019.006647-2 – Décima Turma Julgadora do TED –
Relator ANDERSON ALTINI BALDASSO - Porto Alegre, 20 de 10 de 2020.
“A notificação inicial também poderá ser feita diretamente por
servidor da OAB, incumbindo-lhe colher a assinatura de quem
recebeu a notificação, dando ciência de seu recebimento. O
instrumento de notificação será juntado aos autos mediante termo,
lavrado por servidor da OAB, com indicação clara de seu nome,
cargo e identificação funcional, bem como com expressa aposição
da data da lavratura, além da correta identificação de quem
recebeu a notificação.” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N.
• Eficácia da notificação prévia:
“Reputar-se-á eficaz a notificação, quando recebida pelo encarregado da
portaria ou por empregado da portaria ou por empregado do escritório do
notificado; b) pessoalmente, por servidor do Conselho, no endereço constante
do cadastro da OAB, reputando-se eficaz a notificação quando recebida por
empregado do escritório do notificado. Não se admitirá a frustração da
notificação pessoal antes de ter sido tentada, ao menos por três vezes, salvo
quando se tratar de circunstância que notoriamente seja tida como
inviabilizadora de qualquer localização pessoal do notificado.” (ANEXO
ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da
advocacia e da OAB e legislação complementar – versão eletrônica
– Brasília: OAB, Conselho Federal, 2022, p. 355. Disponível em:
• Frustração da tentativa de notificação prévia:
Ø notificação prévia será realizada por edital a ser publicado no

Diário Eletrônico da OAB devendo, nas publicações,
substituir o nome do representado por suas respectivas
iniciais. (art. 137-D, §§ 2º e 4º RGEAOAB)
• Representado não encontrado ou revel (art. 73, § 4º EAOAB

c/c art. 59, § 2º CEDOAB): o Presidente do Conselho ou da
Subseção ou do TED designará defensor dativo.
“O defensor dativo, após designado, deverá patrocinar a defesa da parte
representada até o final do processo disciplinar, exigindo-se que produza a defesa
de forma técnica e eficaz, observando os prazos processuais e praticando todos os
atos pertinentes à defesa até decisão do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB – ou
decisão de primeira instância em caso de processo originário – sendo-lhe facultada a
interposição de recurso, a critério de sua análise, não configurando ausência de
defesa técnica o simples fato de não atender aos interesses da parte processual revel.
A partir da designação de defensor dativo, a parte processual será notificada dos
atos do processo disciplinar na pessoa do(a) defensor(a) designado(a), não se
exigindo que, a partir da decretação da revelia e designação de defensor(a), também
seja notificada diretamente. E, comparecendo aos autos e assumindo a defesa,
pessoalmente ou por meio de patrono constituído, assumirá o processo na fase em
que se encontra.” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da
advocacia e da OAB e legislação complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB,
Conselho Federal, 2022, p. 356-357. Disponível em:
jan.2023.)
7.2) Defesa prévia do representado:
• Prazo para apresentação de defesa prévia:

Ø 15 dias (art. 59 “caput” CEDOAB)
Ø prazo de 15 dias do representado pode ser prorrogado por
motivo relevante, a juízo do Relator (art. 73, § 3º EAOAB)
• Defesa prévia deverá ser acompanhada (art. 59, § 3º

CEDOAB):
Ø apresentação de todas as teses de defesa
Ø juntada dos documentos instrutórios
Ø rol de no máximo 5 testemunhas
7.3) Despacho Saneador:
• APÓS apresentação da defesa prévia, os autos serão

conclusos ao Relator que proferirá DESPACHO SANEADOR
(art. 59,§ 3º CEDOAB e art. 73, § 2º EAOAB), indicando ao
Presidente do Conselho Seccional 2 opções:
Ø indeferimento liminar da representação
Ø declaração de abertura da instrução processual
• Indeferimento Liminar da representação:
Ø Autos deverão ser remetidos ao Presidente do Conselho

Seccional da OAB para decisão (art. 73, § 2º EAOAB) ou ao
Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB por
delegação, podendo:
1º) Não acolher a indicação do Relator no despacho

saneador do indeferimento liminar da representação:
determinará, em decisão fundamentada, o retorno dos autos ao
Relator para abertura da fase instrutória e prosseguimento do
processo disciplinar.
2º) Acolher a indicação do Relator no despacho saneador do
indeferimento liminar da representação: o Presidente do Conselho
Seccional da OAB ou do Tribunal de Ética da OAB, DETERMINARÁ o
indeferimento liminar da representação (art. 73 ,§ 2º EAOAB)
“(...) O arquivamento da representação após a defesa prévia exige, ainda
que em menor profundidade, uma análise de mérito acerca dos fatos
narrados e do tipo infracional apontado. Justamente por envolver mérito e o
processo ainda não se encontrar em fase madura, o arquivamento ocorrerá
em casos mais flagrantes de inexistência de infração ética ou de falta de
pressupostos mínimos para o trâmite da representação.(...)”(GONZAGA,
Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e
Código de Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da Editora]:
21 dez. 2022.)
“Tendo em vista que se trata de decisão de natureza meritória, se
houver a interposição de recurso ao Conselho Seccional da OAB, o
acórdão do Conselho poderá adentrar no mérito e julgar procedente ou
improcedente a representação, sem que configure supressão de
instância. Situação diversa no caso de arquivamento liminar da
representação, na qual a decisão do Conselho Seccional da OAB deverá
se limitar a manter o arquivamento ou determinar a instauração do
processo disciplinar. Esta última decisão, que mantém o arquivamento
liminar ou declara instaurado o processo disciplinar, por não ser decisão
definitiva, não desafia recurso ao Conselho Federal da OAB.” (ANEXO
ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da advocacia e
da OAB e legislação complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB,
Conselho Federal, 2022, p. 357-358. Disponível em:
• Declaração de abertura da instrução processual:
Ø não sendo caso de indeferimento liminar da representação, o

Relator declara aberta a instrução processual
Ø decisão do Relator pela abertura da instrução processual

não precisa ser convalidada pelo Presidente do Conselho
8. Instrução processual:
• no DESPACHO SANEADOR, o Relator declarando a abertura

da instrução processual, designará AUDIÊNCIA para oitiva do
representante, representado e das testemunhas (art. 59, § 3º
CEDOAB)
• representado e representante levarão suas testemunhas para

audiência independentemente de intimação, salvo motivo
justificado para a notificação das testemunhas para
comparecimento à audiência de instrução e julgamento. (art.
59, § 4º CEDOAB)
“A eventual ausência de testemunha à audiência de instrução, sem
justificativa, importará em preclusão para a produção da prova, visto que
a OAB não detém o poder coercitivo de trazer qualquer pessoa à
audiência. Se a ausência for justificável, caberá à parte interessada
comprovar o motivo nos autos e requerer o adiamento da audiência ou sua
continuidade em outra data, para depoimento da testemunha ausente de
forma justificada.” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In:
eletrônica – Brasília: OAB, Conselho Federal, 2022, p. 358. Disponível em:
https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000002837. Acesso
em: 03 jan.2023.)
• Concluída a instrução processual, o Relator proferirá parecer
preliminar ou de enquadramento, o qual será submetido ao Tribunal de
Ética e Disciplina – TED dando o enquadramento o processual.
9. Parecer preliminar ou de enquadramento:
• Relator designado para a fase instrutória deverá proferir parecer

preliminar ou de enquadramento (art. 59, § 7º CEDOAB e art. 73,
“caput” EAOAB).
• Prazo de 15 dias (úteis) para apresentação do parecer a partir do fim dos

atos instrutórios. (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In:
eletrônica – Brasília: OAB, Conselho Federal, 2022, p. 360. Disponível
em: https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000002837.
• Objetivo do parecer: enquadramento legal dos fatos imputados ao

representado
• Parecer preliminar pela improcedência da representação: mesmo o
parecer preliminar seja para o enquadramento legal dos fatos imputados
ao representado, o Relator pode dar parecer pela improcedência da
representação, devendo esta ser decidida pelo Tribunal de Ética e
Disciplina da OAB no mérito. (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N.
complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB, Conselho Federal,
2022, p. 360. Disponível em:
• Ausência de parecer preliminar:

“A AUSÊNCIA DO PARECER PRELIMINAR PREVISTO NO ART. 59, § 7º, DO
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB, GERA NULIDADE RELATIVA, A
SER RECONHECIDA SE COMPROVADO O PREJUÍZO CAUSADO”. (Súmula
N.12/2022/OEP)
10.Razões Finais:
• Após a juntada do parecer preliminar ou de

enquadramento aos autos, as partes deverão ser notificadas
da abertura do prazo, comum de 15 dias para apresentação de
razões finais. (art. 59, § 8º CEDOAB)
• Ausência das razões finais:
“A ausência de apresentação de razões finais pela parte representada é
caso de nulidade absoluta, não sendo convalidada posteriormente, inclusive
podendo ser anulada de ofício, conforme decidiu a Segunda Câmara do
Conselho Federal da OAB. Nesse caso, em se verificando a inércia da parte
representada, o relator deverá decretar a revelia e designar defensor
dativo para apresentar as razões finais. A ausência de apresentação de
razões finais pela parte representante, em geral, não resulta nulidade
processual, salvo por ausência de notificação para o ato processual.” (ANEXO
ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da advocacia e da OAB
e legislação complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB, Conselho
03 jan.2023.)
11. Julgamento (art. 60 CEDOAB):
• Após recebimento do processo devidamente instruído com a juntada das

razões finais, o Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB –
TED designará por sorteio um novo Relator para proferir voto (art. 60,
“caput” CEDOAB), o qual não poderá ser o mesmo designado na fase de
instrução do processo disciplinar. (art. 60, § 1º CEDOAB)
• Processo disciplinar será incluído em pauta na 1ª sessão de julgamento
após a distribuição ao Relator, sendo notificados tanto o representante
quanto o representado com 15 dias de antecedência, para
comparecimento à sessão de julgamento, momento em que, após o voto
do Relator, é facultada a sustentação oral pelo tempo de 15 minutos. (art.
60, §§ 2º, 3º e 4º CEDOAB)
• Em caso de procedência da representação, de toda decisão colegiada,
será lavrado o acórdão do julgamento do processo disciplinar,
constando (art. 61 CEDOAB):
Ø o enquadramento legal da infração

Ø a sanção aplicada
Ø o quórum de instalação e o de deliberação
Ø a indicação de haver sido esta adotada com base no voto do Relator ou
em voto divergente
Ø as circunstâncias agravantes ou atenuantes consideradas
Ø as razões determinantes de eventual conversão da censura aplicada
em advertência sem registro nos assentamentos do inscrito.
• Os acórdãos observarão, ainda, as seguintes regras (art. 62 do
CEDOAB):
Ø acórdão trará sempre a sua ementa, que contém a essência da

decisão;
Ø o autor de voto divergente que tenha prevalecido figurará como redator
para o acórdão;
Ø o voto condutor da decisão deverá ser lançado nos autos, com os seus
fundamentos;
Ø o voto divergente, ainda que vencido, deverá ter seus fundamentos
lançados nos autos, em voto escrito ou em transcrição na ata de
julgamento do voto oral proferido, com seus fundamentos;
Ø será atualizado nos autos o relatório de antecedentes do representado,
sempre que o Relator assim o determinar;
12. Recursos:
• Recurso ao Conselho Seccional: recurso cabível CONTRA decisões do
Tribunal de Ética e Disciplina sobre (art. 58, inciso III c/c art. 76
EAOAB):
Ø arquivamento prévio da representação
Ø acórdão proferido pelo colegiado da Turma Disciplinar
• Recurso ao Conselho Federal: recurso cabível CONTRA todas as

decisões definitivas proferidas pelo Conselho Seccional quando (art. 75
EAOAB):
Ø não tenham sido unânimes
Ø sendo unânimes contrariem o EAOAB, decisão do Conselho Federal ou
de outro Conselho Seccional, Regulamento Geral, Código de Ética e
Disciplina e os Provimentos.
• Embargos de declaração: admitidos em caso de
ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão na decisão
embargada (art. 68 EAOAB c/c art. 619 CPP).
• Inexistência de previsão de recurso contra decisões

interlocutórias proferidas no curso do processo disciplinar
(Súmula n. 04/2013/OEP):
Agravo. Falta de Previsão Legal. Não cabimento no âmbito dos
Processos Administrativos da Ordem dos Advogados do Brasil. Os
Recursos são apenas os Previstos no art. 75 do Estatuto e no art.
85 do Regulamento Geral." (Súmula n. 04/2013/OEP)
“Somente serão admissíveis os recursos previstos nos artigos 76 e 75 do
Estatuto da Advocacia e da OAB, e artigo 85 do Regulamento Geral da
OAB. Contudo, em homenagem ao princípio da segurança jurídica, admitir-se-
á o processamento de recursos previstos unicamente nos Regimentos
Internos dos Conselhos Seccionais da OAB, ainda que conflitem com outros
recursos previstos para a instância superior, hipótese na qual a parte não pode
ser prejudicada pela previsão de excesso de recursos, devendo os Regimentos
Internos contemplarem apenas os recursos previstos no Estatuto da Advocacia
e da OAB e no Regulamento Geral do EAOAB.” (ANEXO ÚNICO DA
RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da advocacia e da OAB e
legislação complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB, Conselho
03 jan.2023.)
“(...) Não é possível a qualquer das partes recorrer de decisão
proferida pelo Tribunal de Ética diretamente ao Conselho Federal,
sob pena de supressão de instância. No caso de recurso ao
Conselho Federal, as questões de fato não poderão ser revistas.
Assim, caso o recurso não esteja enquadrado nas hipóteses ora
previstas, restará não recebido. O recurso no procedimento
disciplinar é inominado, e será sempre de 15 dias, a teor do que
dispõe o art. 69 do EAOAB. (...)” (GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES,
Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de Ética
e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da Editora]:
Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559642700, p. 269.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/.
• Prazo para interposição dos recursos: 15 dias iniciando-se o
prazo no dia seguinte ao da publicação da decisão recorrida no
Diário Eletrônico da OAB. (art. 139, “caput” RGEAOAB)
“Para efeito do prazo recursal, levar-se-á em conta o dia em que o

recurso foi postado na cidade de origem, e não aquele em que
foi protocolizado na Seccional de destino ou no Conselho Federal,
ou, ainda, a data em que enviada a petição recursal à Secretaria
do órgão julgador em meio eletrônico.” (ANEXO ÚNICO DA
RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da advocacia e da OAB
e legislação complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB,
Conselho Federal, 2022, p. 360. Disponível em:
• Interposição dos recursos:
Ø Interposição do recurso perante a autoridade ou órgão que
proferiu a decisão recorrida
Ø Recurso deve ser dirigido ao órgão julgador superior
competente
Ø Interposição do recurso não está sujeito a custas, taxas ou
emolumentos
• Juízo de admissibilidade do recurso: é realizado pelo relator

do órgão julgador a que se dirige o recurso, não podendo a
autoridade ou órgão recorrido rejeitar o encaminhamento. (art.
138, § 1º RGEAOAB)
• Efeito suspensivo dos recursos (art. 77 “caput” EAOAB c/c
art. art. 138, § 2º RGEAOAB): os recursos terão efeito
suspensivo em relação à decisão recorrida, exceto (recurso
apenas com efeito devolutivo):
Ø quando se tratarem de eleições
Ø de suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e
Disciplina
Ø cancelamento de inscrição obtida com falsa prova.
13.Revisão do processo disciplinar:
a) Conceito: “processo ético-disciplinar originário, pelo qual, após o trânsito

em julgado da decisão condenatória, o representado requer a qualquer
tempo, antes ou após a extinção da pena, o proferimento de uma nova
decisão em razão de erro no julgamento ou de condenação baseada em
falsa prova (EAOAB, art. 73, § 5o, e CED, art. 68)” (ANEXO ÚNICO DA
RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da advocacia e da OAB e
legislação complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB, Conselho
https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000002837. Acesso
em: 03 jan.2023.)
b) Cabimento da revisão do processo disciplinar (art. 73, § 5º EAOAB):
• Em processo disciplinar transitado em julgado, nos seguintes casos:
Ø erro de julgamento
“O artigo 73, § 5o, da Lei no. 8.906/94 é taxativo, mas na expressão “erro de
julgamento” nele inserida como um dos pressupostos da revisão, também se
compreende a decisão contrária à Constituição, à lei, ao Estatuto da Advocacia e da
OAB, ao Regulamento Geral da OAB, ao Código de Ética e Disciplina e aos
Provimentos, ou quando veicule matéria de ordem pública que deveria ter sido
reconhecida de ofício no curso do processo disciplinar objeto da revisão.” (ANEXO
ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In: Estatuto da advocacia e da OAB e
legislação complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB, Conselho Federal, 2022,
jan.2023.)
Ø condenação baseada em falsas provas
c) Natureza jurídica da revisão do processo disciplinar:
“A revisão de processo ético-disciplinar tem natureza de ação autônoma que

visa à desconstituição da coisa julgada administrativa, nos casos de erro de
julgamento ou condenação baseada em falsa prova. Não se sujeita à disciplina
dos recursos, prevista no Estatuto da Advocacia e da OAB e no seu
Regulamento Geral, aplicando-se, subsidiariamente, as regras da legislação
processual penal comum, particularmente os artigos 621 a 627 do Código de
Processo Penal.” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA. In:
Estatuto da advocacia e da OAB e legislação complementar – versão eletrônica
– Brasília: OAB, Conselho Federal, 2022, p. 361. Disponível em:
03 jan.2023.)
d) Procedimento da revisão do processo disciplinar (art. 68 do
CEDOAB)
• Legitimidade: advogado punido com a sanção disciplinar
• Prazo para revisão: qualquer tempo (art. 68 EAOAB c/c art. 622 CPP)
• Competência para processamento e julgamento: órgão de que
emanou a condenação final, mas quando a competência for do
Conselho Federal, a revisão será processada perante sua Segunda
Câmara reunida em sessão plenária
• Autuação do pedido de revisão: pedido receberá autuação própria,
sendo apensado aos autos do processo disciplinar a que se refira
• Possibilidade de concessão de tutela cautelar para suspender a
execução ante a relevância dos fundamentos e o risco de
consequências irreparáveis para o requerente
14. Execução da sanção disciplinar:
• Após o trânsito em julgado da decisão condenatória, deverá ser

lançada certidão nos autos e executada a sanção disciplinar.
• Competência para execução da sanção disciplinar:

Ø Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho Seccional da OAB em
cuja base territorial tenha ocorrido a infração disciplinar e
tramitado o processo disciplinar
Ø Comunicação ao Conselho Seccional da OAB de inscrição
principal do representado condenado.
“No caso de infração disciplinar de suspensão do exercício profissional,
deverá ser publicado edital de suspensão, no Diário Eletrônico da OAB,
tendo como marco inicial a data da execução da sanção o dia da
publicação do edital, procedendo-se aos registros nos assentamentos do(a)
advogado(a) e à anotação nos Cadastro Nacional de Sanções Disciplinares -
CNSD e Cadastro Nacional dos Advogados - CNA, para todos os efeitos legais.
As sanções disciplinares de suspensão do exercício profissional e de
exclusão dos quadros da OAB deverão, ainda, ser comunicadas às
autoridades judiciárias da sede de atuação do(a) advogado(a), não
podendo ser objeto de publicidade a sanção disciplinar de censura (EAOAB,
art. 35, parágrafo único).” (ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 01/2022/SCA.
In: Estatuto da advocacia e da OAB e legislação complementar – versão
eletrônica – Brasília: OAB, Conselho Federal, 2022, p. 365. Disponível em:
03 jan.2023.)
ORGANOGRAMA BÁSICO DO PROCEDIMENTO DO PROCESSO DISCIPLINAR
Conciliação arquivamento liminar da Revisão do processo

exitosa representação disciplinar
Apresentação Execução da
NoAficação Indeferimento sanção
de defesa prévia
prévia do liminar da Trânsito em disciplinar em
do
representante e representação julgado da caso de
representado
representado decisão condenação
em 15 dias
do
Início do representado
processo
Audiência Instauração
disciplinar de Despacho Recurso
de do processo
o/cio ou saneador
conciliação disciplinar
mediante
representação
Condenação do Absolvição do
representado representado
Juízo de
Conciliação
admissibilidade da
inexitosa Abertura da
representação OiAva de
instrução Julgamento
testemunhas
processual
Arquivamento
Parecer
liminar da
preliminar de Razões finais
representação
enquadramento
BIBLIOGRAFIA PARA LEITURA SOBRE A TEMÁTICA
Estatuto da advocacia e da OAB e legislação complementar – versão eletrônica – Brasília: OAB,
Conselho Federal, 2022. Disponível em:
https://www.oab.org.br/publicacoes/AbrirPDF?LivroId=0000002837. Acesso em: 03 jan.2023.
GONZAGA, Alvaro de A.; NEVES, Karina P.; JR., Roberto B. Estatuto da Advocacia e Código de
Ética e Disciplina da OAB - Comentados. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book.
ISBN 9786559642700. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642700/. Acesso em: 21 dez. 2022.
KRUG, Pamela. Ética e Estatuto da OAB. (Coleção Método Essencial). [Digite o Local da Editora]:
Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9786559645343. Disponível em:
LÔBO, Paulo Luiz N. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. [Digite o Local da

Editora]: Editora Saraiva, 2022. E-book. ISBN 9786555593716. Disponível em:
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Infraçoes Disciplinares e Processo Disciplinar

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APRESENTAÇÃO

Prof. Ms. Alexandre Marlon da Silva Alberton

DISCIPLINARES E PROCESSO DISCIPLINAR”.

O objetivo da temática é possibilitar uma visualização dos institutos

relacionados às infrações e ao processo disciplinar bem como suas relações.

O presente material é dividido em duas partes:

Ø Parte I – Infrações e Sanções Disciplinares

Ø Sanções disciplinares (censura, suspensão, exclusão e multa)

Ø Conceito de processo ético-disciplinar

Ø Aplicação das regras no processo disciplinar

Ø Competência para processamento e julgamento do processo

Ø Procedimento do processo disciplinar (instauração, instrução,

disponibilizado (Parte I e Parte II) e bibliografias indicadas no material para,

posteriormente, ser realizada 1 atividade avaliativa (EAD).

10 questões de múltipla escolha (cada questão terá o peso 0,5).

A nota da atividade avaliativa EAD (peso 5,0) irá compor a AVALIAÇÃO

• Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e OAB – RGEAOAB

• Código de Ética e Disciplina da OAB – CEDOAB (Resolução 02/2015)

• Conselho Federal da OAB – CFOAB

• Tribunal de Ética e Disciplina – TED

• Termo de Ajustamento de Conduta – TAC

• Órgão Especial do Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB –

• Infrações disciplinares estão previstas no art. 34 do Estatuto da Advocacia e da

a) exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer

• Exercício da advocacia por aqueles que estão impedidos de fazê-lo:

• Atividades privativas da advocacia (art. 1º do EAOAB e Provimento 66/1988

• Sociedade profissional deve ser registrada perante a OAB (art. 15 do EAOAB) e, em

d) Angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros (art. 34,

• Advogado capta/angaria causas, de forma mercantil, com ou sem a intervenção

Publicidade imoderada. Captação de clientela de forma irregular. Ocorrência. A

• A atuação do advogado contra literal disposição de lei, quando

• Violação do sigilo profissional pelo advogado:

• Advogado não poderá contatar a parte contrária sem ser

• Sanção: censura (art. 36, inciso I EAOAB)

• Advogado não pode prejudicar interesse do seu cliente por

• Sanção: censura (art. 36, inciso I EAOAB)

• Advogado deve agir SABENDO que sua atuação no processo

• Sanção: censura (art. 36, inciso I EAOAB)

• Sanção: censura (art. 36, inciso I EAOAB)

“EMENTA: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA SIMULADA Comete infração ético-disciplinar o

• Advogado somente pode receber valores da parte contrária ou

• Advogado não pode enriquecer ilicitamente às custas do cliente

• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I e § 2º EAOAB) de, no

• A retenção ou extravio dos autos pelo advogado deve ser

• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I e § 1º EAOAB) de 30

• Não pagamento da anuidade pelo advogado (art. 22 “caput” RGEAOAB):

• Advogado deve prezar pela qualidade na prestação do serviço ao cliente,

• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I e § 3º EAOAB) de, no mínimo, 30

• Advogado deve zelar pela dignidade da advocacia, não mantendo

• Sanção: SUSPENSÃO (art. 37, inciso I e § 1º EAOAB) de 30 dias a 12

• Sanção: EXCLUSÃO (art. 38, inciso II EAOAB) dos quadros da OAB.

• Bacharel em direito aprovado no exame de ordem deverá nos termos do art.

• Estagiário, nos termos do art. 9º do EAOAB, deverá comprovar diversos

• A apresentação falsa de qualquer requisito para inscrição (art. 8º e 9º

• Estagiário é o “aprendiz” do direito, não constituindo atividade

• Pode ser estagiário:

• Atividades do estagiário (art. 3º, §2º EAOAB; art. 29 RGEAOAB): prática

• Sanção: CENSURA (art. 36, inciso I EAOAB)

2.1 Espécies de sanções disciplinares (art. 35

• Sanção aplicada ao advogado que comete infrações

a.1) Conversão da sanção de CENSURA em ADVERTÊNCIA (art. 36, §

• Cabimento do TAC (art. 58-A CEDOAB e art. 1º do Provimento

• Notificação do advogado ou estagiário para