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Sumário
APRESENTAÇÃO...............................................................................................................3
1 – ATIVIDADE DE ADVOCACIA.......................................................................................4
3 – INSCRIÇÃO NA OAB...................................................................................................35
5 – ADVOGADO EMPREGADO.........................................................................................55
6 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS..................................................................................61
7 – INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS...............................................................69
8 – ÉTICA DO ADVOGADO...............................................................................................82
11 – PROCESSO NA OAB.................................................................................................143
GABARITO.........................................................................................................................157
REFERÊNCIAS...................................................................................................................158
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ÉTICA E ESTATUTO DA OAB COMENTADO E ESQUEMATIZADO
Professora Cínthia Biesek
APRESENTAÇÃO
Olá, prezado aluno, prezada aluna. Tudo bem? Desejo que sim!
Esta aula tem por objetivo tornar a sua preparação mais eficiente, possibilitando uma
revisão completa e objetiva do conteúdo da Lei n. 8.906, de julho de 1994, que dispõe sobre
o ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL.
Destaco que, nas aulas regulares do curso, você tem a oportunidade de estudar os assun-
tos de modo completo e aprofundado, todos vistos nos mínimos detalhes.
Sendo assim, este material não tem a pretensão de substituir a leitura das aulas regula-
res do curso, uma vez que a proposta da presente aula é comentar todo o Estatuto da Advo-
cacia e a Ordem dos Advogados do Brasil, além de frisar os tópicos de maior relevância.
Por fim, coloco-me à disposição para sanar todas as suas dúvidas que surgirem no
decorrer da aula. Não hesite em mandá-las, por mais simples que possam parecer, pois, se
a dúvida for esclarecida, você seguirá seus estudos de forma eficaz e não se esquecerá do
assunto tratado, caso contrário, um pequeno detalhe que não foi esclarecido poderá compro-
meter sua preparação. Portanto, contate-me sempre que julgar necessário.
Cínthia Biesek
Assessora Jurídica do Ministério Público do Trabalho. Professora em cursos preparatórios para carreiras
jurídicas. Autora de livros e artigos jurídicos. Aprovada no concurso para o cargo de Analista Jurídico do
TJ-SC. Especialista em Direito Administrativo – Extensão em Direito Digital.
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ÉTICA E ESTATUTO DA OAB COMENTADO E ESQUEMATIZADO
Professora Cínthia Biesek
1 – ATIVIDADE DE ADVOCACIA
• o Ministério Público;
• a Advocacia Pública;
• a Advocacia; e
• a Defensoria Pública.
Nesse contexto, o artigo 133 da Constituição Federal dispõe que “o advogado é indis-
pensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei”.
São diversas as garantias constitucionais que estão relacionadas com a atividade dos
advogados. Vejamos o artigo 5º da Constituição Federal:
CF/1988, art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido pro-
cesso legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegura-
dos o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
[...]
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
[...]
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insufi-
ciência de recursos; [...] (grifos nossos).
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Professora Cínthia Biesek
A essencialidade da advocacia frente à justiça não deve ser interpretada de modo restrito
ao processo judicial, haja vista que, além da postulação em órgãos do Poder Judiciário e
juizados especiais, temos como atividade privativa da advocacia a prestação de consultoria,
assessoria e direção jurídica.
ATENÇÃO
Nesse contexto, é fundamental destacar que a recentíssima Lei n. 14.365, de 02 de junho
de 2022, acrescentou a previsão de que no processo administrativo, o advogado contribui
com a postulação de decisão favorável ao seu constituinte, e os seus atos constituem múnus
público. Além disso, traz que o advogado pode contribuir com o processo legislativo e com
a elaboração de normas jurídicas, no âmbito dos Poderes da República (art. 2º-A, EOAB).
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Pois bem.
São atividades PRIVATIVAS de advocacia (art. 1º, EOAB):
I. a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;
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DICA
O inciso I do artigo 1º foi objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI n. 1.127),
na qual foi retirada a expressão “qualquer” após ser declarada inconstitucional.
Vejamos a redação anterior: “I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário [...]”.
O termo foi declarado inconstitucional pelo entendimento do STF de que impor a
presença do advogado em toda e qualquer manifestação perante os órgãos do
Poder Judiciário vai de encontro com o regramento constitucional, considerando
que o advogado é indispensável à administração da Justiça, entretanto, sua pre-
sença pode ser dispensada em certos atos jurisdicionais.
Sendo assim, não pode o legislador, na elaboração do Estatuto da OAB, exigir a
presença do advogado para postulação a “qualquer” órgão, pois não é absoluta a
vedação ao legislador de dispensar a participação do advogado em determina-
das causas, desde que essa dispensa seja feita com base nos princípios da razoa-
bilidade e da proporcionalidade.
EXEMPLO
Para que você consiga visualizar melhor, o efeito da retirada desse termo ocorre em razão
da faculdade conferida às partes nas causas cujo valor seja de até 20 (vinte) salários míni-
mos para comparecer assistida por advogado (Lei n. 9.099/1995 – Juizados Especiais).
Outro exemplo, é a existência do instituto do jus postulandi perante a Justiça Trabalhista,
na qual os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a
Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final (artigo 791 da CLT).
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DICA
A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022 acrescentou a previsão de que as ativi-
dades de consultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de modo verbal
ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem de outorga de
mandato ou de formalização por contrato de honorários (art. 5º, § 4º, EOAB).
ATENÇÃO
NÃO SE INCLUI na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qual-
quer instância ou tribunal. A ressalva feita no § 1º, quanto ao remédio constitucional do habeas
corpus, se deve ao fato de a legitimidade, nesse caso, ser UNIVERSAL, já que o HC poderá ser
impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público
e será concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (artigo 5º, LXVIII, da CF/1988).
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DIRETO DO CONCURSO
1. (FGV/2022/OAB – EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV) Aline, advogada inscrita
na OAB, poderá praticar validamente, durante o período em que estiver cumprindo
sanção disciplinar de suspensão, o seguinte ato:
a. Impetrar habeas corpus perante o Superior Tribunal de Justiça.
b. Visar ato constitutivo de cooperativa, para que seja levado a registro.
c. Complementar parecer que elaborara em resposta à consulta jurídica.
d. Interpor recurso com pedido de reforma de sentença que lhe foi desfavorável em pro-
cesso no qual atuava em causa própria.
Letra a.
De acordo com o artigo 1º, § 1º, do Estatuto da OAB, NÃO se inclui na atividade privativa
de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. Enquan-
to suspenso, o advogado não poderá exercer nenhum ato privativo de advogado. Contudo,
lembre-se de que a legitimidade para impetrar HC é UNIVERSAL, ou seja, o remédio
constitucional pode ser impetrado por qualquer pessoa.
Além do mais, lembre-se: são ATIVIDADES PRIVATIVAS de advocacia: a postulação a
órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais, bem como as atividades de consultoria,
assessoria e direção jurídicas.
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Obs.: É importante destacar que o Estatuto da OAB, mediante a Lei n. 8.906/1994, inovou
ao determinar que os advogados públicos se sujeitem ao regime do Estatuto da enti-
dade e, consequentemente, vários foram os questionamentos acerca dos desdobra-
mentos dessa determinação, como ocorre na ADI n. 4.636 na qual o STF declarou
inconstitucional qualquer interpretação que resulte no condicionamento da capa-
cidade postulatória dos membros da Defensoria Pública à inscrição dos Defen-
sores Públicos na Ordem dos Advogados do Brasil.
Ademais, no julgamento do RE n. 1.240.999, que analisou o TEMA n. 1.074 da reper-
cussão geral, o STF negou provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte
tese: “É inconstitucional a exigência de inscrição do Defensor Público nos quadros
da Ordem dos Advogados do Brasil”.
EOAB, art. 3º-A. Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza, técnicos e singula-
res, quando comprovada sua notória especialização, nos termos da lei.
Parágrafo único. Considera-se notória especialização o profissional ou a sociedade de advoga-
dos cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos,
experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros requisitos re-
lacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente
o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
ATENÇÃO
A Lei n. 14.039 de 2020 incluiu o artigo 3º-A no EOAB, o qual estabelece que os serviços
profissionais de advogado são, por sua natureza, técnicos e singulares, quando compro-
vada sua notória especialização, nos termos da lei.
DICA
Na prática, a alteração promovida no Estatuto da OAB está relacionada com o pro-
cedimento de inexigibilidade de licitação quando da contratação de advogados pela
Administração Pública, uma vez que tais serviços devem ser de natureza singular
e o profissional deve deter notória especialização.
Desse modo, nos termos do artigo acima, os serviços prestados por advogados quando
comprovada sua notória especialização são, por sua natureza, técnicos e singulares.
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DIRETO DO CONCURSO
2. (FGV/2022/OAB – EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV) Determinada sociedade
de advogados sustenta que os serviços por ela prestados são considerados de notória
especialização, para fins de contratação com a Administração Pública.
Sobre tal conceito, nos termos do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirma-
tiva correta.
a. Todas as atividades privativas da advocacia são consideradas como serviços de
notória especialização, tratando-se de atributo da atuação técnica do advogado, não
extensível à sociedade de advogados.
b. Todas as atividades privativas da advocacia são consideradas como serviços de notó-
ria especialização, conceito que se estende à atuação profissional do advogado ou da
sociedade de advogados.
c. Apenas exercem serviços de notória especialização o advogado ou a sociedade de
advogados cujo trabalho seja possível inferir ser essencial e, indiscutivelmente, o
mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
d. Apenas exercem serviços de notória especialização o advogado cujo trabalho seja
possível inferir ser essencial e, indiscutivelmente, o mais adequado à plena satisfa-
ção do objeto do contrato, tratando-se de atributo da atuação técnica do advogado,
não extensível à sociedade de advogados.
Letra c.
De acordo com o artigo 3º-A do EOAB, os serviços profissionais de advogado são, por sua
natureza, técnicos e singulares, quando comprovada sua notória especialização, nos ter-
mos da lei. Considera-se notória especialização o profissional ou a sociedade de advoga-
dos cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, es-
tudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros
requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial
e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
EOAB, art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na
OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.
Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido – no âmbito do im-
pedimento – suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.
Os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, bem como
os praticados por advogado impedido, no âmbito do seu impedimento, suspenso, licen-
ciado ou que exerça atividade incompatível com a advocacia, serão NULOS.
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Além da nulidade, serão aplicadas sanções civis, já que aquele que der causa ao dano
será obrigado a repará-lo (art. 927, do Código Civil); penais, pois a prática de atos privativos
de advocacia por profissionais e sociedades não inscritos na OAB constitui exercício ilegal
da profissão (art. 4º do Regulamento Geral), sendo defeso (proibido) ao advogado prestar
serviços de assessoria e consultoria jurídicas para terceiros, em sociedades que não possam
ser registradas na OAB; e administrativas, se couber.
O Superior Tribunal de Justiça entendeu, no julgamento do Recurso Especial n. 449.627,
que não será decretada a nulidade dos atos praticados por advogado afastado do exercício
profissional, se foram ratificados por novo procurador constituído nos autos, bem como
se a nulidade não prejudicar qualquer das partes (LÔBO, 2017).
EOAB, art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.
§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no
prazo de quinze dias, prorrogável por igual período.
§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em
qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.
§ 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação
da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo.
A atuação do advogado, quando postula em juízo ou fora dele, está vinculada à existência de
um mandato. O mandato nada mais é do que a famosa procuração, documento por meio do qual
o cliente confere ao advogado poderes para representá-lo na esfera judicial e/ou extrajudicial.
Desse modo, ao postular, o advogado deverá fazer prova do mandato. Porém, se ale-
gada urgência, pode atuar sem procuração, sendo obrigatória a apresentação no prazo
de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período.
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DICA
De acordo com a Súmula n. 115 do Superior Tribunal de Justiça, na instância espe-
cial, é inexistente recurso interposto por advogado sem procuração nos autos.
Em regra, o advogado NÃO DEVE ACEITAR procuração de quem já tenha patrono cons-
tituído, sem prévio conhecimento deste, SALVO por motivo plenamente justificável ou para
adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis, de acordo com o artigo 14 do CED-OAB.
A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais
em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.
EXEMPLO
De acordo com o artigo 105 do Código de Processo Civil, são atos do processo que
exigem cláusula específica: receber citação, confessar, reconhecer a procedência
do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber,
dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica.
Observe que nada impede que o advogado renuncie ao mandato, de acordo com a sua
conveniência, sem menção do motivo que determinou a renúncia, exigindo-se apenas que
continue representando o mandante durante 10 (dez) dias, contados da notificação da
renúncia, salvo se for substituído antes do término desse prazo, sendo que cessará, após o
decurso desse prazo, a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa
(art. 5º, § 3º, do EOAB c/c art. 16 do CED-OAB).
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DICA
O dever de tratar o advogado de modo compatível com a dignidade da advocacia
previsto no artigo 6º, parágrafo único, do EOAB, teve sua redação alterada pela Lei
n. 14.365, de 02 de junho de 2022, a qual acrescentou o dever aos membros do
Ministério Público, bem como o seguinte trecho: “preservando e resguardando, de
ofício, a imagem, a reputação e a integridade do advogado”.
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Além da isonomia entre as partes, são direitos do advogado (art. 7º, EOAB):
I – EXERCER, COM LIBERDADE, A PROFISSÃO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL.
De acordo com o artigo 5º, XIII, da Constituição Federal de 1988, é livre o exercício de qual-
quer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
No caso, o Estatuto da OAB prevê uma série de requisitos para a inscrição do profissional
nos quadros da Ordem (art. 8º), dentre eles a verificação da capacidade técnica do profissio-
nal por meio do Exame de Ordem.
Desse modo, uma vez preenchidos os requisitos legais para inscrição como advogado
da Ordem, o profissional tem liberdade para atuar em todo o território nacional, sem sofrer
qualquer forma de restrição.
EOAB, art. 7º, § 6º. Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte
de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de
que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca
e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da
OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos ob-
jetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de
trabalho que contenham informações sobre clientes.
§ 6º-A. A medida judicial cautelar que importe na violação do escritório ou do local de trabalho do
advogado será determinada em hipótese excepcional, desde que exista fundamento em indício,
pelo órgão acusatório. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 6º-B. É vedada a determinação da medida cautelar prevista no § 6º-A deste artigo se fundada
exclusivamente em elementos produzidos em declarações do colaborador sem confirmação por
outros meios de prova. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 6º-C. O representante da OAB referido no § 6º deste artigo tem o direito a ser respeitado pelos
agentes responsáveis pelo cumprimento do mandado de busca e apreensão, sob pena de abuso
de autoridade, e o dever de zelar pelo fiel cumprimento do objeto da investigação, bem como de
impedir que documentos, mídias e objetos não relacionados à investigação, especialmente de
outros processos do mesmo cliente ou de outros clientes que não sejam pertinentes à persecução
penal, sejam analisados, fotografados, filmados, retirados ou apreendidos do escritório de advoca-
cia. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
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Já não era novidade, mas passou a constar expressamente no Estatuto da OAB que a
medida judicial cautelar que importe na violação do escritório ou do local de trabalho do advo-
gado deve ser aplicada excepcionalmente, sendo vedada a determinação quando fundada
exclusivamente em elementos produzidos em declarações de colaborador, sem confirmação
por outros meios de prova (art. 7º, §§ 6º-A e 6º-B, EOAB).
Perceba que aqui há um conflito entre direitos. De um lado, procura-se assegurar ao advogado
a liberdade de atuação, bem como o sigilo de sua atividade profissional, mas, por outro, tal garan-
tia não pode impedir a aplicação de um instrumento processual penal em face dos advogados
para acobertar a investigação de possível cometimento de crimes em conluio com seus clientes.
Sendo assim, caso estejam presentes indícios de autoria e materialidade da prática de
crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra
da inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como dos seus instrumentos
de trabalho e correspondências, mediante decisão motivada, mandado de busca e apre-
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Obs.: A ressalva de utilização dos documentos, das mídias e dos objetos não se estende
a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados
como seus partícipes ou coautores pela prática do mesmo crime que deu causa à
quebra da inviolabilidade.
Além disso, é importante frisar que o representante da OAB tem o dever de zelar pelo
fiel cumprimento do objeto da investigação e de impedir que documentos, mídias e objetos
não relacionados à investigação, especialmente de outros processos do mesmo cliente ou
de outros clientes que não sejam pertinentes à persecução penal, sejam analisados, fotogra-
fados, filmados, retirados ou apreendidos do escritório de advocacia (art. 7º, § 6º-C, EOAB).
Observe que o Estatuto restringe a busca e apreensão de dados referentes aos inves-
tigados, impedindo que a intimidade profissional do advogado seja completamente violada,
resguardando ainda os dados referentes aos demais clientes alheios à investigação.
Tanto é assim que, no caso de inviabilidade técnica para segregação da documenta-
ção, mídia ou objetos não relacionados à investigação, seja em razão da sua natureza ou do
volume, no momento da execução da decisão judicial de apreensão ou de retirada do material,
a cadeia de custódia deverá preservar o sigilo do seu conteúdo (art. 7º, § 6º-D, EOAB).
Obs.: Na hipótese de inobservância do sigilo pelo agente público responsável pelo cumpri-
mento do mandado de busca e apreensão, o representante da OAB fará o relatório do fato
ocorrido, com a inclusão dos nomes dos servidores, dará conhecimento à autoridade judi-
ciária e o encaminhará à OAB para a elaboração de notícia-crime (art. 7º, § 6º-E, EOAB).
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ATENÇÃO
O representante da OAB tem o direito de ser respeitado pelos agentes responsáveis pelo
cumprimento do mandado de busca e apreensão, sob pena de estes incorrerem em cri-
me de abuso de autoridade (art. 7º, § 6º-C, EOAB).
Obs.: É vedado ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha
sido seu cliente, e a inobservância importará em processo disciplinar, que poderá
culminar na aplicação da penalidade de exclusão, sem prejuízo das penas previstas no
Código Penal para o delito de violação do segredo profissional (art. 7º, § 6º-I, EOAB).
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ATENÇÃO
O direito de ser recolhido em sala de estado-maior e, na sua falta, em prisão domiciliar
ocorre somente nos casos de prisão cautelar. Com o trânsito em julgado da sentença
condenatória, o cumprimento da pena imposta dar-se-á em presídios comuns.
VI – INGRESSAR LIVREMENTE:
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte
reservada aos magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça,
serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora
de expediente e independentemente da presença de seus titulares;
c) em qualquer edifício ou recinto onde funcione repartição judicial ou outro serviço
público no qual o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício
da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se
ache presente qualquer servidor ou empregado;
d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu
cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;
A regra é que o acesso do advogado às salas de sessões dos tribunais, audiências judiciais,
secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro ocorra durante o horá-
rio de expediente. No caso de delegacias e prisões, o ingresso é livre, sendo irrelevante o
horário de funcionamento regular, bem como se os seus titulares estão ou não presentes.
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Destaca-se que o advogado não precisa apresentar procuração para circular livre-
mente nos locais indicados acima, sendo esta requisito apenas para reunião ou assembleia
de que participe ou possa participar seu cliente ou perante a qual este deva comparecer.
PEGADINHA DA BANCA
Prezado, cuidado com as pegadinhas da banca quanto aos direitos elencados acima.
O advogado poderá permanecer (sentado ou em pé) e se retirar, independentemente de
licença, de qualquer um destes locais:
• salas de sessões dos tribunais;
• salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, ser-
viços notariais e de registro, delegacias e prisões;
• em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro ser-
viço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao
exercício da atividade profissional;
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Além disso, cuidado: não podem ser criados embaraços ao acesso do advogado aos
magistrados, pois ele tem direito de se dirigir diretamente aos magistrados em suas salas
e gabinetes de trabalho. Inclusive esse direito pode ser exercido independentemente de
horário previamente marcado, sendo necessário apenas observar a ordem de chegada.
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Além disso, é importante esclarecer que a Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, trouxe
a previsão de que o advogado poderá realizar a sustentação oral no recurso interposto
contra a decisão monocrática de relator que julgar o mérito ou não conhecer dos seguintes
recursos ou ações (art. 7º, § 2º-B, EOAB):
• recurso de apelação;
• recurso ordinário;
• recurso especial;
• recurso extraordinário;
• embargos de divergência;
• ação rescisória, mandado de segurança, reclamação, habeas corpus e outras ações
de competência originária.
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ATENÇÃO
A autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de
prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos,
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade
das diligências (art. 7º, § 11º, EOAB).
Súmula Vinculante n. 24
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência
de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
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Outra novidade trazida pela Lei n. 13.793/2019 é que o direito ao exame de processos e
de procedimentos de investigação aplica-se integralmente a processos e a procedimen-
tos eletrônicos, observadas as restrições quanto aos casos de sigilo ou segredo de jus-
tiça, bem como das diligências em andamento (art. 7º, § 13, EOAB).
ATENÇÃO
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Esse procedimento peculiar e formal tem por fito tornar pública a solidariedade da classe ao
colega ofendido, mediante ato da OAB, e o repúdio coletivo ao ofensor. O desagravo público,
como instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia, não depende de con-
cordância do ofendido, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido a critério do Conselho,
como estabelece o § 7º do art. 18 do Regulamento Geral.
Obs.: Além da possibilidade de ser requerido por qualquer pessoa, o desagravo público,
como instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia, não depende
de concordância do ofendido, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido
a critério do Conselho.
ATENÇÃO
Os desagravos deverão ser decididos no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. Em caso de aco-
lhimento do parecer, é designada a sessão de desagravo, amplamente divulgada, devendo
ocorrer, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, preferencialmente, no local onde a ofensa foi sofri-
da ou onde se encontre a autoridade ofensora (art. 18, §§ 5º e 6º, do Regulamento Geral da OAB).
Além disso, é conveniente acrescentar que ao tomar conhecimento de fato que possa
causar, ou que já causou, violação de direitos ou prerrogativas da profissão, o Presidente
do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção deverá adotar as providên-
cias judiciais e extrajudiciais cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto,
em sua plenitude, inclusive mediante representação administrativa, de acordo com o
artigo 15 do Regulamento Geral do Estatuto da OAB.
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A imunidade profissional estabelecida pelo Estatuto é a imunidade penal do advogado por suas
manifestações, palavras e atos que possam ser considerados ofensivos por qualquer pes-
soa ou autoridade. Resulta da garantia ao princípio de libertas convinciandi. A imunidade é re-
lativa aos atos e manifestações empregados no exercício da advocacia, não tutelando os que
deste excederem ou disserem respeito a fatos e situações de natureza pessoal.
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ATENÇÃO
Prezado, apesar de constar no Estatuto da OAB que a Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022,
revogou o § 2º do artigo 7º, é importante saber que ocorreu uma “falha na técnica legislativa”.
– Professora, como assim?
Calma, o que aconteceu foi um erro material na publicação da Lei n. 14.365, de 02 de junho de
2022, que inseriu novos parágrafos ao dispositivo e, ao invés de renumerar, equivocadamente
constou como revogado. Ressalto que a OAB já solicitou as providências para adequação.
PECULIARIDADES
Ainda dentro dos direitos e prerrogativas do advogado, trago que a Lei n. 14.365, de 02
de junho de 2022, acrescentou a competência privativa do Conselho Federal da OAB, em
processo disciplinar próprio, para dispor, analisar e decidir sobre a prestação efetiva do ser-
viço jurídico realizado pelo advogado, sendo nulo o ato praticado com violação da sua com-
petência privativa, em qualquer esfera de responsabilização.
EOAB, art. 7º, § 14. Cabe, privativamente, ao Conselho Federal da OAB, em processo disciplinar
próprio, dispor, analisar e decidir sobre a prestação efetiva do serviço jurídico realizado pelo advo-
gado. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022).
§ 15. Cabe ao Conselho Federal da OAB dispor, analisar e decidir sobre os honorários advocatí-
cios dos serviços jurídicos realizados pelo advogado, resguardado o sigilo, nos termos do Capítulo
VI desta Lei, e observado o disposto no inciso XXXV do caput do art. 5º da Constituição Federal.
(Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 16. É nulo, em qualquer esfera de responsabilização, o ato praticado com violação da competência pri-
vativa do Conselho Federal da OAB prevista no § 14 deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022).
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Registre-se que também cabe ao Conselho Federal da OAB dispor, analisar e decidir
sobre os honorários advocatícios dos serviços jurídicos realizados pelo advogado.
DIREITOS DA ADVOGADA
A Constituição Federal de 1988 é expressa ao garantir que todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, sendo que homens e mulheres são iguais em
direitos e obrigações (art. 5º, caput e inciso I, CF/1988).
Estamos diante do princípio da igualdade material, que estabelece o tratamento igual
para os que se encontram em situações equivalentes e desigual aos que estão em situações
diversas, na medida de suas desigualdades.
Desse modo, o Estatuto da OAB foi alterado pela Lei n. 13.363, de 2016, que incluiu direi-
tos específicos à advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz, como a prefe-
rência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia,
mediante comprovação de sua condição (art. 7º-A, inciso III, EOAB).
Além disso, é direito da advogada lactante, adotante ou que der à luz, ter acesso a creche, onde
houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê (art. 7º-A, inciso II, EOAB).
Os direitos assegurados nos incisos II e III à advogada adotante ou que der à luz serão
concedidos pelo prazo previsto no art. 392 da Consolidação das Leis do Trabalho (art. 7º-A, §
2º, EOAB): “CLT, art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120
(cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário”.
Por sua vez, a gestante não deve ser submetida a detectores de metais e aparelhos
de raios-X na entrada de tribunais, devendo-lhe, ainda, ser assegurada a reserva de vaga
em garagens dos fóruns dos tribunais (art. 7º-A, inciso I, EOAB).
Ademais, os prazos processuais serão suspensos quando a única patrona da causa
for adotante ou advogada que der à luz, desde que haja notificação por escrito ao cliente
(art. 7º-A, inciso IV, EOAB).
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O período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da con-
cessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que
comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que
haja notificação ao cliente (art. 7º-A, § 3º, EOAB c/c art. 313, § 6º, do Código de Processo Civil).
É evidente que os direitos previstos à advogada gestante ou lactante se aplicam apenas
enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação
(art. 7º, § 1º, EOAB).
ATENÇÃO
ADVOGADA DIREITO
– Entrada em tribunais sem ser submetida a
detectores de metais e aparelhos de raio-X;
– Reserva de vaga em garagens dos fóruns
GESTANTE dos tribunais;
– Preferência na ordem das sustentações
orais e das audiências a serem realizadas a
cada dia.
– Acesso a creche ou local adequado ao
atendimento do bebê;
– Preferência na ordem das sustentações
ADOTANTE orais e das audiências a serem realizadas a
E QUE DER À LUZ cada dia;
– Suspensão de prazos processuais quando
for a única patrona da causa.
– Acesso a creche ou local adequado ao
atendimento do bebê;
LACTANTE – Preferência na ordem das sustentações
orais e das audiências a serem realizadas a
cada dia.
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Nos termos do artigo 7º-B do Estatuto da OAB, constitui crime, sujeito a pena de detenção,
de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, violar os seguintes direitos/prerrogativa de advogado:
ATENÇÃO
A pena prevista no EOAB para o delito de violação de direito ou prorrogativa de advogado
foi aumentada pela Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022. A pena antes era de 3 meses
a 1 ano de detenção e multa, porém agora é de 2 a 4 anos de detenção e multa.
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3 – INSCRIÇÃO NA OAB
EOAB
CAPÍTULO III
Da Inscrição
Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:
I – capacidade civil;
II – diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente
autorizada e credenciada;
III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
IV – aprovação em Exame de Ordem;
V – não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI – idoneidade moral;
VII – prestar compromisso perante o conselho.
§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB.
§ 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do
título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender
aos demais requisitos previstos neste artigo.
§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão
que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em
procedimento que observe os termos do processo disciplinar.
§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infa-
mante, salvo reabilitação judicial (grifos nossos).
Quanto à capacidade, você já deve ter estudado em Direito Civil que ela pode ser divi-
dida em dois atributos, mas vou refrescar sua memória:
A pessoa natural, ao nascer com vida, adquire personalidade jurídica, de acordo com o
artigo 2º do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida,
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Com isso, ao nascer
a pessoa adquire personalidade jurídica e passa a ser sujeito de direito e obrigações, pos-
suindo, então, capacidade de direito ou de gozo.
Perceba que a capacidade de direito ou de gozo é limitada, em razão da inaptidão para que
o possuidor pratique pessoalmente os atos da vida civil – um bebê, por exemplo, não é capaz de
expressar sua vontade, não é mesmo? Falta, desse modo, capacidade de fato ou de exercício, que
é adquirida, em regra, quando a pessoa completa 18 (dezoito) anos de idade (art. 5º, Código Civil).
Veja que, no contexto do nosso estudo, quando a lei fala em capacidade civil não é sufi-
ciente a capacidade de direito, pois esta é inerente a todas as pessoas, sendo necessária a
conjugação das duas espécies para que a pessoa adquira capacidade plena.
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A exigência de diploma parece óbvia, mas devemos entender que é possível a substituição
do diploma pela certidão de graduação em Direito, uma vez que o futuro advogado, tendo
já concluído a graduação, não pode ser prejudicado pela instituição de ensino pela demora na
emissão do diploma, o documento formal. A certidão, nesse caso, irá atestar que o aluno con-
cluiu a graduação e é bacharel em Direito, estando apto a adentrar no mercado de trabalho.
Faço uma ressalva quanto ao estrangeiro ou ao brasileiro não graduado em Direito
no Brasil, que deve fazer prova do título de graduação obtido na instituição estrangeira, o
qual será devidamente revalidado, além de demonstrar o cumprimento dos demais requisi-
tos previstos neste artigo (§ 2º, art. 8º, EOAB).
A exigência do título de eleitor está associada ao conceito de cidadão e ao pleno gozo dos
direitos civis e políticos por parte do requerente da inscrição brasileiro (art. 14, § 1º, CF/1988).
O serviço militar, por sua vez, consiste no exercício de atividades específicas, desempe-
nhadas nas Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), obrigatório para todos os brasi-
leiros, ficando isentas as mulheres em tempo de paz (art. 143, CF/1988). Desse modo, apenas
os requerentes do sexo masculino devem cumprir a exigência de quitação do serviço militar.
Outro pressuposto um tanto quanto óbvio é a aprovação no Exame de Ordem.
A obrigatoriedade de realização do exame decorre diretamente do princípio da liberdade pro-
fissional condicionada à qualificação, previsto no artigo 5º, XIII, da CF/1988: “é livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
Acrescento, apenas para aprofundar seu estudo, que o dispositivo trazido acima é um
clássico exemplo de norma de eficácia contida, observada a classificação da aplicabilidade
das normas constitucionais proposta por José Afonso da Silva, a qual é tida como norma
apta a produzir todos os seus efeitos, desde a promulgação da Constituição Federal de 1988,
mas que pode ser (discricionariedade) restringida pelo legislador.
No caso, diante da relevância da atuação do profissional advogado, e tendo em vista
também o múnus público relacionado com o ministério da advocacia, é necessária a verifi-
cação da qualificação técnica do profissional antes de sua inserção no mercado de trabalho.
Sobre o requisito, destaco que já foi questionada a constitucionalidade da obrigatoriedade
de realização do exame, através do Recurso Extraordinário n. 603.583, no qual foi reconhecida a
repercussão geral do tema e proferida decisão reconhecendo a constitucionalidade do exame:
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RE N. 603.583 – STF
TRABALHO – OFÍCIO OU PROFISSÃO – EXERCÍCIO. Consoante disposto no inciso XIII do artigo
5º da Constituição Federal, “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. BACHARÉIS EM DIREITO – QUALIFICA-
ÇÃO. Alcança-se a qualificação de bacharel em Direito mediante conclusão do curso respectivo e
colação de grau. ADVOGADO – EXERCÍCIO PROFISSIONAL – EXAME DE ORDEM. O Exame
de Ordem, inicialmente previsto no artigo 48, inciso III, da Lei n. 4.215/1963 e hoje no artigo 84 da
Lei n. 8.906/1994, no que a atuação profissional repercute no campo de interesse de tercei-
ros, mostra-se consentâneo com a Constituição Federal, que remete às qualificações pre-
vistas em lei. Considerações (RE n. 603.583, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno,
julgado em 26/10/2011, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-102
DIVULG 24-05-2012 PUBLIC 25-05-2012 RTJ VOL-00222-01 PP-00550) (grifos nossos).
Para a inscrição como advogado, é necessário, ainda, que o requerente não exerça ati-
vidade incompatível com a advocacia.
O Estatuto determina que a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as
seguintes atividades:
EOAB, art. 28, I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus
substitutos legais;
II – membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos
de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos
os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração
pública direta e indireta;
III – ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta
ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de
serviço público;
IV – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do
Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;
V – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de
qualquer natureza;
VI – militares de qualquer natureza, na ativa;
VII – ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou
fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;
VIII – ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive priva-
das (grifos nossos).
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O Estatuto determina que a inidoneidade moral poderá ser suscitada por qualquer
pessoa, e deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo 2/3 (dois terços)
dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os
termos do processo disciplinar (§ 3º, artigo 8º, EOAB).
Ademais, há presunção legal de inidoneidade quando ocorrer a condenação por crime
infamante, salvo reabilitação judicial (§ 4º), conforme destaca Lôbo (2017):
Há uma hipótese taxativa de inidoneidade moral, dada sua gravidade, contida no § 4º do art.
8º e que merece destaque: a do crime infamante. Não é qualquer crime, mas aquele, entre os
tipos penais, que provoca o forte repúdio ético da comunidade geral e profissional, acarre-
tando desonra para seu autor, e que pode gerar desprestígio para a advocacia se for admitido
seu autor a exercê-la. Infamante é conceito indeterminado, de delimitação difícil, devendo ser
concretizado caso a caso pelo Conselho Seccional.
[...]
A extinção da punibilidade da prescrição punitiva não afasta a existência do fato tipificado como
crime, notadamente se infamante. É infamante e atentatório à dignidade da advocacia o crime de es-
telionato e de falsificação documental, impedindo a inscrição do interessado nos quadros da OAB.
Obs.: Podemos extrair do Estatuto que a idoneidade moral é avaliada constantemente, não
sendo apenas um requisito para a inscrição nos quadros da OAB, uma vez que, como
veremos adiante, constitui infração disciplinar tornar-se moralmente inidôneo para o exer-
cício da advocacia, bem como praticar crime infamante (art. 34, XXVII e XXVIII, do Estatu-
to da OAB), o que enseja a exclusão do advogado dos quadros da OAB (art. 38, inciso II).
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Por fim, o último requisito para efetivar a inscrição como advogado é o ato solene de
prestar compromisso perante o Conselho, no qual o futuro advogado compromete-se a
exercer com nobreza o ministério da advocacia. O compromisso é indelegável em razão de
sua natureza solene e personalíssima.
O requerente à inscrição principal presta o seguinte compromisso perante o Conselho
Seccional, a Diretoria ou o Conselho da Subseção (art. 20 do Regulamento Geral da OAB):
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EOAB, art. 10. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo
território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral.
§ 1º Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo,
na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado.
§ 2º Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar nos Conselhos Seccio-
nais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão considerando-se habitualidade
a intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano.
§ 3º No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade federativa, deve o
advogado requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente.
§ 4º O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência ou de inscrição suplementar, ao verifi-
car a existência de vício ou ilegalidade na inscrição principal, contra ela representando ao Conselho Federal.
A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território
ele pretende estabelecer o seu domicílio profissional, entendendo-se como domicílio a sede
principal de advocacia. Em caso de dúvida, prevalece o domicílio da pessoa física do advogado.
A atuação do advogado não fica restrita ao território de seu domicílio profissional, já que
pode atuar em outros territórios, exigindo-se apenas a realização de inscrição suplementar
nos Conselhos Seccionais quando a intervenção judicial exceder de 5 (cinco) causas por ano.
Dessa forma, o advogado fica dispensado de comunicar o exercício eventual da profis-
são, até o total de cinco causas por ano, acima do qual se obriga a realizar inscrição suple-
mentar, nos termos do artigo 26 do Regulamento Geral do Estatuto da OAB.
Além disso, é importante considerar que o artigo 15, § 5º, do EOAB autoriza a criação de
filiais e a atuação dos advogados em áreas de outro Conselho Seccional, sendo que o ato
de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado no Conselho
Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de
advocacia, obrigados a realizar inscrição suplementar.
Por outro lado, no caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade
federativa, o advogado deve requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho
Seccional correspondente, sendo que o Conselho Seccional deve suspender o pedido de
transferência ou de inscrição suplementar ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na
inscrição principal, contra ela representando ao Conselho Federal.
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ESTAGIÁRIO
O estágio profissional de advocacia, com duração de 2 (dois) anos, realizado nos últimos
anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior,
pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia creden-
ciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo do Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.
De acordo com o artigo 27 do Regulamento do Estatuto da OAB, o estágio profissional
de advocacia, inclusive para graduados, é requisito necessário à inscrição no quadro de
estagiários da OAB e meio adequado de aprendizagem prática.
O estágio profissional de advocacia realizado integralmente fora da instituição de
ensino compreende as atividades fixadas em convênio entre o escritório de advocacia ou
entidade que receba o estagiário e a OAB, nos termos do artigo 30 do Regulamento Geral.
ATENÇÃO
A INSCRIÇÃO do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu
curso jurídico, sendo necessário, para a inscrição, o preenchimento dos seguintes requisitos:
• capacidade civil;
• título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
• não exercer atividade incompatível com a advocacia;
• idoneidade moral;
• prestar compromisso perante o Conselho;
• ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.
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Caso o aluno de curso jurídico exerça atividade incompatível com a advocacia, pode
frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de
aprendizagem, vedada a inscrição na OAB. O estágio profissional poderá ser cumprido por
bacharel em Direito que queira se inscrever na Ordem.
EOAB, ART. 9º, § 5º Em caso de pandemia ou em outras situações excepcionais que impossibi-
litem as atividades presenciais, declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser
realizado no regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não, por
qualquer meio telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de qualquer uma dessas
modalidades. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 6º Se houver concessão, pela parte contratante ou conveniada, de equipamentos, sistemas e
materiais ou reembolso de despesas de infraestrutura ou instalação, todos destinados a viabilizar a
realização da atividade de estágio prevista no § 5º deste artigo, essa informação deverá constar, ex-
pressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
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CANCELAMENTO
Obs.: Apesar do cancelamento, poderá ser feito novo pedido de inscrição, que não res-
taura o número de inscrição anterior. Ao interessado cabe a prova dos requisitos
da capacidade civil (art. 8º, inciso I), do não desempenho de atividade incompatível
(inciso V), de idoneidade moral (inciso VI), além de prestar novamente compromisso
perante o Conselho (inciso VII).
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LICENCIAMENTO
A doença mental curável é a terceira e última hipótese de licenciamento, que perdurará até que
o interessado apresente laudo médico que declare sua recuperação definitiva. No caso de
intermitência de insanidade mental, a doutrina tem entendido que se enquadra na incapacidade
civil absoluta prevista no Código Civil, sendo mais adequado o cancelamento. Como o licen-
ciamento independe da interdição judicial, poderá ser promovido de ofício pelo Conselho
Seccional, após submeter o inscrito a perícia médica, ou, em caso de recusa deste, com funda-
mento em provas irrefutáveis de sua instabilidade mental (grifos nossos).
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IDENTIDADE PROFISSIONAL
EOAB, art. 13. O documento de identidade profissional, na forma prevista no regulamento geral,
é de uso obrigatório no exercício da atividade de advogado ou de estagiário e constitui prova de
identidade civil para todos os fins legais.
EOAB, art. 14. É obrigatória a indicação do nome e do número de inscrição em todos os documen-
tos assinados pelo advogado, no exercício de sua atividade.
Parágrafo único. É vedado anunciar ou divulgar qualquer atividade relacionada com o exercício da advo-
cacia ou o uso da expressão escritório de advocacia, sem indicação expressa do nome e do número de
inscrição dos advogados que o integrem ou o número de registro da sociedade de advogados na OAB.
Obs.: O NOME SOCIAL é a designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se iden-
tifica, e esta é socialmente reconhecida e será inserida na identificação do advogado
mediante requerimento (art. 33, parágrafo único, do Regulamento Geral).
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Além do mais, destaco que o cartão de identidade profissional DIGITAL dos advogados e
estagiários, constituindo versão eletrônica de identidade para todos os fins legais (art. 13 da
Lei n. 8.906/1994 – EAOAB), submete-se à disciplina prevista no Regulamento Geral.
4 – SOCIEDADE DE ADVOGADOS
EOAB, art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços
de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e
no regulamento geral.
§ 1º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade
jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em
cuja base territorial tiver sede.
§ 2º Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o Código de Ética
e Disciplina, no que couber.
§ 3º As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a sociedade
de que façam parte.
§ 4º Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma socie-
dade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma socieda-
de unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional.
§ 5º O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado no Con-
selho Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de
advocacia, obrigados à inscrição suplementar.
§ 6º Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo
clientes de interesses opostos.
§ 7º A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um advogado das
quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivaram tal
concentração.
§ 8º Nas sociedades de advogados, a escolha do sócio-administrador poderá recair sobre advoga-
do que atue como servidor da administração direta, indireta e fundacional, desde que não esteja
sujeito ao regime de dedicação exclusiva, não lhe sendo aplicável o disposto no inciso X do caput
do art. 117 da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, no que se refere à sociedade de advoga-
dos. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 9º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia deverão recolher seus
tributos sobre a parcela da receita que efetivamente lhes couber, com a exclusão da receita que
for transferida a outros advogados ou a sociedades que atuem em forma de parceria para o aten-
dimento do cliente. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 10. Cabe ao Conselho Federal da OAB a fiscalização, o acompanhamento e a definição de
parâmetros e de diretrizes da relação jurídica mantida entre advogados e sociedades de advo-
gados ou entre escritório de advogados sócios e advogado associado, inclusive no que se refere
ao cumprimento dos requisitos norteadores da associação sem vínculo empregatício autorizada
expressamente neste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 11. Não será admitida a averbação do contrato de associação que contenha, em conjunto, os elemen-
tos caracterizadores de relação de emprego previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 12. A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como sede,
filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros escritórios de advo-
cacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo previstas nesta Lei e no Código
de Ética e Disciplina. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
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Da análise geral do Estatuto da OAB, é possível observar que permeiam todo o texto da
lei federal conceitos com o objetivo de afastar a advocacia do direito privado, como nas
regras referentes à publicidade da atividade da advocacia, aos direitos e obrigações do advo-
gado, às infrações disciplinares e, também, às sociedades de advogados.
Nesse sentido, o Estatuto da OAB veda a constituição de sociedades de advogados que
apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem denomina-
ção de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio
ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou
totalmente proibida de advogar (art. 16, EOAB).
Na forma disciplinada no Estatuto da OAB e no Regulamento Geral da OAB, observan-
do-se, de qualquer modo, as regras deontológicas do Código de Ética e Disciplina da Ordem
temos que os advogados podem se reunir (art. 15, EOAB):
• em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia; ou
• constituir sociedade unipessoal de advocacia.
Nos termos do artigo 37 do Regulamento Geral do Estatuto da OAB, os advogados podem cons-
tituir sociedade simples, unipessoal ou pluripessoal, de prestação de serviços de advocacia, a qual
deve ser regularmente registrada no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede.
O Estatuto da OAB foi modificado pela Lei n. 13.247/2016, e uma das grandes novidades
trazidas foi a possibilidade de se constituir sociedade unipessoal de advocacia. Como o
próprio nome revela, essa pessoa jurídica é composta por um único advogado.
A constituição de uma empresa individual de reponsabilidade limitada visa a proteção
do patrimônio pessoal do titular, uma vez que as dívidas contraídas ficam limitadas ao
capital da pessoa jurídica, além de outros benefícios pecuniários e tributários.
Em que pese a diferença na estrutura e composição das sociedades de advogados, ambas seguem
os mesmos regramentos impostos pelo Estatuto da Ordem, observadas suas especificações.
Tanto a sociedade de advogados como a sociedade unipessoal de advocacia adquirem
personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho
Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede (art. 15, § 1º, EOAB).
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ATENÇÃO
A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, incluiu a possibilidade de a sociedade de advogados
e a sociedade unipessoal de advocacia ter como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso
individual ou compartilhado com outros escritórios de advocacia ou empresas, desde
que respeitadas as hipóteses de sigilo previstas no Estatuto e no Código de Ética e Disciplina.
Obs.: A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia deverão recolher seus
tributos sobre a parcela da receita que efetivamente lhes couber, com a exclusão da recei-
ta que for transferida a outros advogados ou a sociedades que atuem em forma de parceria
para o atendimento do cliente (art. 15, § 9º, EOAB – Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022).
ATENÇÃO
Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de
uma sociedade unipessoal de advocacia ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de
advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia com sede ou filial na mesma área
territorial do respectivo Conselho Seccional (art. 15, § 4º, do Estatuto da OAB).
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Perceba que o Estatuto autoriza a criação de filiais e a atuação dos advogados em áreas
de outro Conselho Seccional, sendo que o ato de constituição de filial deve ser averbado
no registro da sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se instalar, ficando
os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição
suplementar (art. 15, § 5º, EOAB).
Em obediência ao princípio da confiança recíproca entre advogado e cliente, bem como
em decorrência do sigilo profissional, os advogados sócios de uma mesma sociedade
profissional, ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem
representar, em juízo ou fora dele, clientes de interesses opostos, nos termos do artigo
15, § 6º c/c artigo 19, do Código de Ética e Disciplina da OAB.
Segundo o artigo 15, § 7º, do Estatuto da OAB, a sociedade unipessoal de advocacia
pode resultar da concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de advo-
gados, independentemente das razões que motivaram tal concentração. Nesse caso, ocorre
a conversão da sociedade coletiva para uma sociedade individual de advocacia.
De acordo com o Regulamento Geral da OAB, as atividades profissionais privativas dos
advogados são exercidas individualmente, ainda que revertam à sociedade os honorários
respectivos (art. 37, § 1º). Tanto é que as procurações devem ser outorgadas individualmente
aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte (art. 15, § 3º, do Estatuto da OAB).
Segundo o artigo 42 do Regulamento Geral, podem ser praticados pela sociedade de
advogados, com uso da razão social, os atos indispensáveis às suas finalidades, que não
sejam privativos de advogado.
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EOAB, art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de
advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem denomina-
ção de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de so-
ciedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar.
§ 1º A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável
pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no
ato constitutivo.
§ 2º O impedimento ou a incompatibilidade em caráter temporário do advogado não o exclui da
sociedade de advogados à qual pertença e deve ser averbado no registro da sociedade, observado
o disposto nos arts. 27, 28, 29 e 30 desta Lei e proibida, em qualquer hipótese, a exploração de
seu nome e de sua imagem em favor da sociedade. (Redação dada pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 3º É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comer-
ciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.
§ 4º A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente formada pelo
nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual de Advocacia’.
ATENÇÃO
É PROIBIDO o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas
comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.
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Por outro lado, todas as alterações no contrato social e/ou na estrutura da sociedade
deverão ser averbadas no registro da sociedade perante o Conselho Seccional.
DIRETO DO CONCURSO
3. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XXXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2022) A
sociedade empresária Y presta, com estrutura organizacional, atividades de consultoria
jurídica e de orientação de marketing para pequenos empreendedores.
Considerando as atividades exercidas pela sociedade hipotética, assinale a afirmati-
va correta.
a. A sociedade Y deve ter seus atos constitutivos registrados apenas na Junta Comercial.
b. A sociedade Y deve ter seus atos constitutivos registrados apenas no Conselho Sec-
cional da OAB em cuja base territorial tem sede.
c. É vedado o registro dos atos constitutivos da sociedade Y nos Conselhos Seccionais
da OAB e também é vedado seu registro na Junta Comercial.
d. Os atos constitutivos da sociedade Y devem ser registrados na Junta Comercial e no
Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tem sede.
Letra c.
O Estatuto da OAB veda a constituição de sociedades de advogados que apresentem for-
ma ou características de sociedade empresária, sendo, inclusive, proibido o registro, nos
cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade
que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia (art. 16, § 3º, EOAB).
A denominação das sociedades não é de livre escolha dos associados, já que o Esta-
tuto prevê algumas limitações:
• A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado res-
ponsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista
tal possibilidade no ato constitutivo.
• A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente
formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão “Sociedade
Individual de Advocacia”.
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ATENÇÃO
O impedimento ou a incompatibilidade em caráter temporário do advogado não o exclui da
sociedade de advogados à qual pertença, mas deve ser averbado no registro da socieda-
de, sendo proibida, em qualquer hipótese, a exploração de seu nome e de sua imagem
em favor da sociedade (art. 16, § 2º, EOAB – Redação dada pela Lei n. 14.365, de 2022).
EOAB, art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia res-
pondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no
exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.
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EOAB, art. 17-A. O advogado poderá associar-se a uma ou mais sociedades de advogados ou
sociedades unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais de vínculo
empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados, na forma do Regulamento
Geral e de Provimentos do Conselho Federal da OAB. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
Art. 17-B. A associação de que trata o art. 17-A desta Lei dar-se-á por meio de pactuação de
contrato próprio, que poderá ser de caráter geral ou restringir-se a determinada causa ou trabalho
e que deverá ser registrado no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede a
sociedade de advogados que dele tomar parte. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
Parágrafo único. No contrato de associação, o advogado sócio ou associado e a sociedade pac-
tuarão as condições para o desempenho da atividade advocatícia e estipularão livremente os cri-
térios para a partilha dos resultados dela decorrentes, devendo o contrato conter, no mínimo:
(Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
I – qualificação das partes, com referência expressa à inscrição no Conselho Seccional da OAB
competente;
II – especificação e delimitação do serviço a ser prestado;
III – forma de repartição dos riscos e das receitas entre as partes, vedada a atribuição da totalidade
dos riscos ou das receitas exclusivamente a uma delas;
IV – responsabilidade pelo fornecimento de condições materiais e pelo custeio das despesas ne-
cessárias à execução dos serviços;
V – prazo de duração do contrato.
A sociedade pode associar-se com advogados, sem vínculo de emprego, para participa-
ção nos resultados, desde que os contratos firmados sejam averbados no registro da socie-
dade de advogados (art. 39 do Regulamento Geral).
Nesse sentido, destaco que não será admitida a averbação do contrato de associação
que contenha, em conjunto, os elementos caracterizadores de relação de emprego pre-
vistos na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (art. 15, §11, EOAB).
ATENÇÃO
A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, inseriu o artigo 17-A ao Estatuto da OAB para
incluir a possibilidade de o advogado associar-se a uma ou mais sociedades de advogados
ou sociedades unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais
de vínculo empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados, na
forma do Regulamento Geral e de Provimentos do Conselho Federal da OAB.
A associação ocorrerá por meio de pactuação de contrato próprio, que poderá ser de caráter
geral ou restringir-se a determinada causa ou trabalho e que deverá ser registrado no Conselho Sec-
cional da OAB em cuja base territorial tiver sede a sociedade de advogados que dele tomar parte.
No contrato de associação, o advogado sócio ou associado e a sociedade pactuarão as
condições para o desempenho da atividade advocatícia e estipularão livremente os critérios
para a partilha dos resultados dela decorrentes, devendo o contrato conter, no mínimo:
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5 – ADVOGADO EMPREGADO
EOAB, art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem
reduz a independência profissional inerentes à advocacia.
§ 1º O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse
pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 2º As atividades do advogado empregado poderão ser realizadas, a critério do empregador, em
qualquer um dos seguintes regimes: (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
I – exclusivamente presencial: modalidade na qual o advogado empregado, desde o início da con-
tratação, realizará o trabalho nas dependências ou locais indicados pelo empregador;
II – não presencial, teletrabalho ou trabalho a distância: modalidade na qual, desde o início da con-
tratação, o trabalho será preponderantemente realizado fora das dependências do empregador,
observado que o comparecimento nas dependências de forma não permanente, variável ou para
participação em reuniões ou em eventos presenciais não descaracterizará o regime não presencial;
III – misto: modalidade na qual as atividades do advogado poderão ser presenciais, no estabele-
cimento do contratante ou onde este indicar, ou não presenciais, conforme as condições definidas
pelo empregador em seu regulamento empresarial, independentemente de preponderância ou não.
§ 3º Na vigência da relação de emprego, as partes poderão pactuar, por acordo individual simples,
a alteração de um regime para outro. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
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ATENÇÃO
A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, inseriu os regimes de trabalho em que as ativi-
dades do advogado empregado poderão ser realizadas, salientando que fica a critério do
empregador a sua escolha. Vejamos quais são eles (art. 18, § 2º, EOAB):
Cuidado: na vigência da relação de emprego, as partes poderão pactuar, por acordo indi-
vidual simples, a alteração de um regime para outro (art. 18, § 3º, EOAB).
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EOAB, art. 19. O salário mínimo profissional do advogado será fixado em sentença normativa,
salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho.
EOAB, art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para em-
presas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas
semanais. (Redação dada pela Lei n. 14.365, de 2022).
§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado esti-
ver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades
externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação.
§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não
inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.
§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte
são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.
ATENÇÃO
A jornada de trabalho do advogado empregado foi alterada pela Lei n. 14.365, de 02 de
junho de 2022. Atualmente, nos termos do artigo 20 do EOAB, a jornada de trabalho do
advogado empregado, quando prestar serviço para empresas, não poderá exceder a dura-
ção diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas semanais.
DICA
Não quero te confundir, mas a alteração foi bastante significativa, portanto, é impor-
tante saber que antes a jornada de trabalho do advogado empregado, salvo acordo
ou convenção coletiva, não poderá exceder a duração diária de quatro horas
contínuas e a de vinte horas semanais.
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Obs.: Considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à dis-
posição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou
em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte,
hospedagem e alimentação.
Além disso, poderá ser adotado o regime de dedicação exclusiva, que deve estar pre-
visto expressamente no contrato individual de trabalho, devendo a jornada de trabalho obser-
var o limite de 8 (oito) horas diárias (art. 12 do Regulamento Geral da OAB).
As horas extraordinariamente prestadas pelo advogado, ou seja, aquelas que excede-
rem a jornada normal devem ser remuneradas com um adicional não inferior a 100% sobre
o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.
Em caso de dedicação exclusiva, serão remuneradas como extraordinárias as horas tra-
balhadas que excederem a jornada normal de 8 (oito) horas diárias (art. 12, parágrafo único,
do Regulamento Geral da OAB).
Por fim, quando o desempenho da atividade do advogado ocorrer em horário noturno,
entendido como o período das 20 (vinte) horas de um dia até as 5 (cinco) horas do dia
seguinte, as horas trabalhadas devem ser remuneradas com adicional de 25%.
EOAB, art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os
honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados.
Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado de socie-
dade de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo.
Veremos adiante que os honorários pertencem ao advogado, tendo este o direito autô-
nomo para executar a sentença quando os honorários de sucumbência forem incluídos na
condenação (art. 23 do Estatuto da OAB).
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6 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
EOAB, art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos
honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.
§ 1º O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de
impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários
fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.
§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em
remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, observado obrigatoria-
mente o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 6º-A, 8º, 8º-A, 9º e 10 do art. 85 da Lei n. 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Redação dada pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro
terço até a decisão de primeira instância e o restante no final.
§ 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o man-
dado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por
dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de mandato outorgado por advogado
para defesa em processo oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da profissão.
§ 6º O disposto neste artigo aplica-se aos honorários assistenciais, compreendidos como os fixa-
dos em ações coletivas propostas por entidades de classe em substituição processual, sem preju-
ízo aos honorários convencionais.
§ 7º Os honorários convencionados com entidades de classe para atuação em substituição proces-
sual poderão prever a faculdade de indicar os beneficiários que, ao optarem por adquirir os direitos,
assumirão as obrigações decorrentes do contrato originário a partir do momento em que este foi
celebrado, sem a necessidade de mais formalidades.
§ 8º Consideram-se também honorários convencionados aqueles decorrentes da indicação de
cliente entre advogados ou sociedade de advogados, aplicada a regra prevista no § 9º do art. 15
desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
Art. 22-A. Fica permitida a dedução de honorários advocatícios contratuais dos valores acrescidos,
a título de juros de mora, ao montante repassado aos Estados e aos Municípios na forma de pre-
catórios, como complementação de fundos constitucionais. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
Parágrafo único. A dedução a que se refere o caput deste artigo não será permitida aos advo-
gados nas causas que decorram da execução de título judicial constituído em ação civil pública
ajuizada pelo Ministério Público Federal.
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Ainda, o Código de Processo Civil, em seu art. 85, § 14, estabelece que “os honorários consti-
tuem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriun-
dos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial”.
Dessa forma, o advogado promoverá, preferencialmente, de forma destacada, a execu-
ção dos honorários contratuais ou sucumbenciais (art. 48, § 7º, CED-OAB).
ATENÇÃO
A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, acrescentou a previsão de que também são con-
siderados honorários convencionados aqueles decorrentes da indicação de cliente entre
advogados ou sociedade de advogados (art. 22, § 8º, EOAB).
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Por outro lado, nos termos do art. 22, § 2º, do Estatuto da OAB, na falta de estipulação ou
de acordo, os honorários serão fixados por arbitramento judicial, sendo que a remune-
ração deverá ser compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, observando-se
ainda, obrigatoriamente, os regramentos do Código de Processo Civil indicados abaixo:
CPC, art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de 10% (dez por cento) e o máximo de 20%
(vinte por cento) sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo pos-
sível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I – o grau de zelo do profissional;
II – o lugar de prestação do serviço;
III – a natureza e a importância da causa;
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os cri-
térios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais:
I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econô-
mico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito eco-
nômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III – mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito eco-
nômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;
IV – mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econô-
mico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;
V – mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econô-
mico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.
§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º:
I – os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida
a sentença;
II – não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a
V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III – não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico
obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;
IV – será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver
em vigor na data da decisão de liquidação.
§ 5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico
obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação
do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subse-
quente, e assim sucessivamente.
§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se independentemente de qual seja o con-
teúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito.
§ 6º-A. Quando o valor da condenação ou do proveito econômico obtido ou o valor atualizado da causa
for líquido ou liquidável, para fins de fixação dos honorários advocatícios, nos termos dos §§ 2º e 3º,
é proibida a apreciação equitativa, salvo nas hipóteses expressamente previstas no § 8º deste artigo.
§ 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que
enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada.
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o
valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa,
observando o disposto nos incisos do § 2º.
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§ 8º-A. Na hipótese do § 8º deste artigo, para fins de fixação equitativa de honorários sucum-
benciais, o juiz deverá observar os valores recomendados pelo Conselho Seccional da Ordem dos
Advogados do Brasil a título de honorários advocatícios ou o limite mínimo de 10% (dez por cento)
estabelecido no § 2º deste artigo, aplicando-se o que for maior.
§ 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá
sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas.
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo.
Avançando.
Segundo o § 1º do artigo 22 do EOAB, o advogado, quando indicado para patrocinar
causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública,
tem direito aos honorários fixados pelo Juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho
Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.
Aqui, cuida-se da conhecida defensoria dativa, que decorre do dever constitucional do
Estado de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos (art. 5º, LXXIV, CF/1988).
Devemos destacar que o novo Código de Processo Civil, em seu artigo 85, § 19, garante
que os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei.
Atente-se para as ressalvas feitas acerca da aplicação dos honorários advocatícios (art. 22, EOAB):
§ 5º O disposto neste artigo NÃO SE APLICA quando se tratar de mandato outorgado por advoga-
do para defesa em processo oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da profissão.
§ 6º O disposto neste artigo APLICA-SE aos honorários assistenciais, compreendidos como os
fixados em ações coletivas propostas por entidades de classe em substituição processual, sem
prejuízo aos honorários convencionais.
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ATENÇÃO
É permitida a dedução de honorários advocatícios contratuais dos valores acrescidos, a tí-
tulo de juros de mora, ao montante repassado aos Estados e aos Municípios na forma de pre-
catórios, como complementação de fundos constitucionais. Entretanto, não será permitida a
dedução nas causas que decorram da execução de título judicial constituído em ação civil pú-
blica ajuizada pelo Ministério Público Federal, nos termos do artigo 22-A do Estatuto da OAB.
Cuidado: tal previsão legal foi incluída no Estatuto pela Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022.
ATENÇÃO
De acordo com o artigo 24, § 1º, do EOAB, a decisão judicial que fixar ou arbitrar hono-
rários e o contrato escrito que os estipular são TÍTULOS EXECUTIVOS e constituem
crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e
liquidação extrajudicial, sendo FACULTADO ao advogado promover nos mesmos autos
da ação a execução dos honorários.
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ATENÇÃO
Nos termos do artigo 22, § 3º-A, do Estatuto da OAB (incluído pela Lei n. 14.365, de 02 de ju-
nho de 2022) as disposições, as cláusulas, os regulamentos ou as convenções individuais ou
coletivas que retirem do sócio o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência,
tanto nos casos judiciais quanto nos administrativos, serão válidos somente após o protocolo de
petição que revogue os poderes que lhe foram outorgados ou que noticie a renúncia a eles, e os
honorários serão devidos proporcionalmente ao trabalho realizado nos processos.
Outro ponto a ser considerado quando falamos de novidades trazidas pela recentíssima
Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, é a previsão, no artigo 24-A, de que, no caso de blo-
queio universal do patrimônio do cliente por decisão judicial, será garantida ao advogado
a liberação de até 20% (vinte por cento) dos bens bloqueados para fins de recebimento
de honorários e reembolso de gastos com a defesa, ressalvadas as causas relacionadas
aos crimes previstos na Lei de Drogas.
Destaco que o pedido de desbloqueio de bens será feito em autos apartados, que per-
manecerão em sigilo, mediante a apresentação do respectivo contrato e deverá observar
a ordem de preferência estabelecida no artigo 835 do Código de Processo Civil. Vejamos:
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VII – semoventes;
VIII – navios e aeronaves;
IX – ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X – percentual do faturamento de empresa devedora;
XI – pedras e metais preciosos;
XII – direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária
em garantia;
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EOAB, art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de advogado, conta-
do o prazo:
I – do vencimento do contrato, se houver;
II – do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
III – da ultimação do serviço extrajudicial;
IV – da desistência ou transação;
V – da renúncia ou revogação do mandato.
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7 – INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
EOAB, art. 27. A incompatibilidade determina a proibição total, e o impedimento, a proibição par-
cial do exercício da advocacia.
Uma vez preenchidos os requisitos legais para inscrição como advogado da Ordem, o
profissional tem liberdade para atuar em todo o território nacional. No entanto, o Estatuto da
OAB prevê algumas situações em que a liberdade de atuação é relativizada e os advogados
ficam proibidos, total ou parcialmente, de desempenhar seu ministério.
As hipóteses trazidas pelo Estatuto são taxativas, uma vez que estamos diante de situ-
ações que limitam o exercício de um direito fundamental, bem como tendo em vista que os
conceitos genéricos e a criação de situações de impedimento e incompatibilidades por meio
de interpretações subjetivas afronta diretamente o princípio da reserva legal.
Segundo Paulo Lôbo (2017): “O atual Estatuto optou por uma enumeração taxativa, sem
qualquer referência a conceitos genéricos e indeterminados nem possibilidade de acrésci-
mos mediante Provimento”.
É importante destacar que, ao estabelecer impedimentos e incompatibilidades, o Estatuto
busca evitar que conflitos de interesse possam limitar o empenho do advogado na defesa
das causas confiadas ao seu patrocínio. E, além disso, têm o objetivo de garantir o equilíbrio
de oportunidades entre os profissionais da advocacia na prestação de seus serviços, já que,
ao exercer as atividades que veremos adiante, o profissional seria privilegiado perante os
demais advogados por estar diante de oportunidades ou situações em que seria necessária
a prestação de serviços advocatícios.
Devo lembrá-lo de que nenhuma forma de captação de clientela é admitida pelo Esta-
tuto da OAB.
O advogado deve ser procurado pelo cliente, uma vez que a inculcação é sempre prejudi-
cial à dignidade da profissão, seja quando o advogado se oferece diretamente ao cliente em
ambientes sociais, autopromovendo-se, seja quando critica colegas de profissão ou ainda
quando se utiliza dos meios de comunicação social (LÔBO, 2017).
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EOAB, art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades:
I – chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais;
II – membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de con-
tas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam
função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta;
III – ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou in-
direta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público;
IV – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder
Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;
V – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de
qualquer natureza;
VI – militares de qualquer natureza, na ativa;
VII – ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou
fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;
VIII – ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas.
§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo
temporariamente.
§ 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão relevante
sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente da OAB, bem como a administração
acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico.
§ 3º As causas de incompatibilidade previstas nas hipóteses dos incisos V e VI do caput deste arti-
go não se aplicam ao exercício da advocacia em causa própria, estritamente para fins de defesa e
tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial na OAB, vedada a participação
em sociedade de advogados. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022).
§ 4º A inscrição especial a que se refere o § 3º deste artigo deverá constar do documento profissio-
nal de registro na OAB e não isenta o profissional do pagamento da contribuição anual, de multas
e de preços de serviços devidos à OAB, na forma por ela estabelecida, vedada cobrança em valor
superior ao exigido para os demais membros inscritos. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022).
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Desse modo, todos os Ministros, Desembargadores e Juízes que atuam no Poder Judici-
ário exercem função incompatível com a advocacia.
Por meio da Emenda Constitucional n. 45/2004, conhecida por promover a reforma no
Poder Judiciário, foi acrescida na Constituição Federal a vedação do exercício da advoca-
cia por juízes no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração, também conhecida como “quaren-
tena” dos juízes (art. 95, parágrafo único, V, CF/1988).
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ATENÇÃO
O inciso II do artigo 28 do Estatuto da OAB foi objeto da Ação Direta de Inconstitucionali-
dade n. 1.127, com a qual o Supremo Tribunal Federal afastou da abrangência da incom-
patibilidade da advocacia com membros de órgãos do Poder Judiciário dos membros da
Justiça Eleitoral e os juízes suplentes não remunerados, em face da composição da
Justiça Eleitoral estabelecida na Constituição.
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Entendem-se como tais os conselhos ou assemelhados, de nível mais elevado de cada entidade
ou unidade federativa, a exemplo das juntas comerciais, conselho de contribuintes, conselho de
administração de empresas, salvo no caso de membro nato em virtude de cargo que só possa
ser exercido por advogado. A mens legis é sempre a de considerar o exercício de poder decisório
relevante. Por isso, os órgãos de deliberação coletiva primários ou intermediários, cujas decisões
estão sujeitas a recurso a outros órgãos de deliberação coletiva do mesmo órgão ou entidade, não
são atingidos pela incompatibilidade.
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Não se incluem no tipo os ocupantes de cargos que, apesar da denominação, apenas assessoram
mas não decidem, pouco importando o grau de influência que ostentem, ou aqueles cujas atribui-
ções se sujeitem ao controle de superior hierárquico no mesmo estabelecimento ou órgão da enti-
dade. [...] São excluídos da hipótese legal os cargos ou funções diretivos de natureza burocrática
ou interna, ou que assessorem, informe ou instruam processos para decisão de autoridade superior.
A incompatibilidade do inciso não deve ser interpretada de forma restritiva. Aqui, deve-
mos considerar toda a categoria policial, ou seja, todos os que prestam serviços de apoio
à segurança pública, não apenas os policiais.
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O inciso foi objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.541, com a qual o Supremo
Tribunal Federal julgou improcedente a alegação de que a incompatibilidade violaria o
princípio da isonomia, já que impede que policiais bacharéis em Direito exerçam a advoca-
cia, enquanto outros servidores públicos, como procuradores e auditores, podem exercê-la,
desde que não em face da Fazenda Pública.
No voto, o entendimento foi no sentido de que a incompatibilidade da advocacia com a
atividade policial não se presta para fazer qualquer distinção qualificativa entre as ativi-
dades. A vedação ao exercício simultâneo ocorre em razão das peculiaridades inerentes
às atividades, a fim de não prejudicar o cumprimento das respectivas funções, que são
imensamente relevantes no âmbito social.
Paulo Lôbo (2017) faz uma ressalva:
ATENÇÃO
A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, acrescentou a possibilidade de afastar a incom-
patibilidade para os ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente
a atividade policial e para os militares na ativa no caso de exercício da advocacia em
causa própria, estritamente para fins de defesa e tutela de direitos pessoais, desde que
mediante inscrição especial na OAB, sendo vedada sua participação em sociedade de
advogados, nos termos dos §§ 3º e 4º ao artigo 28 do EOAB.
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Ademais, friso que a inscrição especial deve constar no documento profissional de registro
na OAB e não isenta o profissional do pagamento da contribuição anual, de multas e de
preços de serviços devidos à OAB, porém é vedada a cobrança em valor superior ao exi-
gido para os demais membros.
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Desse modo, tendo em vista que o profissional terá sua inscrição cancelada quando passar
a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia, conclui-se que o desem-
penho de atividades incompatíveis enseja a perda do cargo exercido perante os órgãos da OAB.
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EOAB, art. 29. Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores Gerais e dirigentes de ór-
gãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente legitimados
para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura.
Obs.: É importante destacar que o Estatuto da OAB, mediante a Lei n. 8.906/1994, inovou
ao determinar que os advogados públicos se sujeitem ao regime do Estatuto da
entidade e, consequentemente, vários foram os questionamentos acerca dos des-
dobramentos dessa determinação, como ocorre na ADI n. 4.636, com a qual o STF
declarou inconstitucional qualquer interpretação que resulte no condicionamento
da capacidade postulatória dos membros da Defensoria Pública à inscrição
dos Defensores Públicos na Ordem dos Advogados do Brasil.
Ademais, no julgamento do RE n. 1.240.999, que analisou o Tema n. 1.074 da reper-
cussão geral, o STF negou provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte
tese: “É inconstitucional a exigência de inscrição do Defensor Público nos quadros
da Ordem dos Advogados do Brasil”.
Além do mais, sobre o tema, destaco que os advogados públicos se sujeitam ao regime jurí-
dico previsto em estatuto próprio e postulam no exercício de cargo público ao qual foram investidos,
mediante aprovação em concurso de provas e títulos (art. 131, § 2º, CF/1988) e que, ainda, há na Lei
Orgânica da AGU (Lei Complementar n. 73/1993) vedação expressa do exercício da advocacia
fora das atribuições institucionais (art. 28, I), ou seja, é vedado o exercício da advocacia privada.
Do mesmo modo, a Lei Complementar n. 80/1994, que organizou a Defensoria Pública,
determina que a capacidade postulatória do Defensor Público decorre exclusivamente de
sua nomeação e posse no cargo público (art. 4º, § 6º c/c art. 24), assim como é vedado o
exercício da advocacia fora das suas atribuições institucionais (art. 134, § 1º, CF/1988).
Dito isso, por ora, atente-se: os Procuradores Gerais, os Advogados Gerais, os Defen-
sores Gerais e os dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e
fundacional são exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à
função que exerçam, durante o período da investidura.
Quanto aos demais, aplica-se a regra do artigo 30, I, que veda a atuação em face da
Fazenda Pública que os remunera, observando-se, evidentemente, se inexistente vedação
expressa em lei especial.
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O advogado que mantenha vínculo funcional com qualquer entidade da Administração Pública direta
ou indireta fica impedido de advogar contra não apenas o órgão ou entidade, mas contra a res-
pectiva Fazenda Pública, porque esta é comum. Por Fazenda Pública entende-se ou a União, ou
o Estado-membro ou o Município, incluídas as respectivas entidades de Administração direta
e indireta, empresas públicas e sociedades de economia mista. Se, por exemplo, o advogado
for empregado de uma fundação pública de determinado Estado-membro, o impedimento alcançará
todas as entidades da Administração direta ou indireta dessa unidade federativa (grifos nossos).
ATENÇÃO
NÃO SE INCLUEM nas hipóteses de impedimento do inciso I os docentes dos cursos
jurídicos (artigo 30, I, parágrafo único, do Estatuto da OAB).
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Além do mais, o impedimento recai sobre a pessoa do advogado, que poderá integrar socie-
dade de advogados normalmente sem prejudicar o livre exercício da profissão dos demais sócios.
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8 – ÉTICA DO ADVOGADO
EOAB, art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que
contribua para o prestígio da classe e da advocacia.
§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em qualquer circunstância.
§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em
impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão.
Os advogados possuem Estatuto próprio que lhes confere uma gama de direitos e prerro-
gativas, a fim de garantir lisura e subsidiar o bom desempenho de sua atuação na defesa
dos direitos e interesses de seus constituintes, seja em âmbito extrajudicial, seja judicial.
Por outro lado, diante da essencialidade da atividade do advogado no meio social e na
administração da Justiça, bem como a fim de zelar pelo respeito e pela dignidade da cate-
goria, é exigida conduta compatível do advogado com a função social que exerce, necessá-
rio, para tanto, que o profissional proceda em todos os atos do seu ofício com lealdade e
boa-fé, observando os princípios éticos e morais.
De acordo com Paulo Lôbo (2017):
A ética profissional é parte da ética geral, entendida como ciência da conduta. Nosso campo de
atenção é o da objetivação da ética profissional, que se denomina deontologia jurídica, ou estudo dos
deveres dos profissionais do direito, especialmente dos advogados, porque de todas as profissões
jurídicas a advocacia é talvez a única que nasceu rigidamente presa a deveres éticos (grifos nossos).
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EOAB, art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com
dolo ou culpa.
Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com
seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será apurado em
ação própria.
Outro preceito ético é que o advogado é responsável pelos atos que, no exercício pro-
fissional, praticar com dolo ou culpa.
ATENÇÃO
Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com seu cliente,
desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria.
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EOAB, art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código
de Ética e Disciplina.
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado para com a co-
munidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever
de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.
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DICA
Os deveres éticos consignados no Código não são recomendações de bom com-
portamento, mas sim normas jurídicas dotadas de obrigatoriedade, que devem ser
cumpridas com rigor, sob pena de cometimento de infração disciplinar (LÔBO, 2017).
SIGILO PROFISSIONAL
Dessa forma, por mais que o advogado deixe de prestar serviços a determinado cliente,
não poderá valer-se das informações por ele repassadas, seja em proveito próprio ou alheio,
sob pena de violar o sigilo profissional, considerando que apenas tomou conhecimento dos
fatos por meio da sua relação de confiança estabelecida com o constituinte.
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ATENÇÃO
Devemos observar sempre se a conduta do advogado não está acobertada por algumas
das hipóteses de JUSTA CAUSA, o que também afasta o cometimento de infração disci-
plinar e o crime de violação de segredo profissional.
Nesse ponto, cabe mencionar que o sigilo profissional cederá em face de circunstâncias
excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à
vida e à honra ou que envolvam defesa própria do advogado (art. 37 do CED-OAB).
PUBLICIDADE
EOAB, art. 1º, § 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade (gri-
fos nossos).
A atividade desempenhada pelo advogado não pode ser vista sob a ótica de atividade
exclusivamente econômica. Devemos nos lembrar de que o advogado, por mais que se uti-
lize da advocacia como meio de garantir frutos para sua subsistência, no seu ministério pri-
vado presta serviço público e exerce função social.
O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantiliza-
ção (art. 5º do CED-OAB), sendo vedado o oferecimento de serviços profissionais que impli-
que, direta ou indiretamente, em angariar clientela (art. 7º do CED-OAB).
Com isso, a publicidade profissional se afasta da mercantilização da profissão, da capta-
ção de clientela e possui caráter meramente informativo, devendo primar pela discrição e
sobriedade (art. 39 do CED-OAB).
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Além disso, de acordo com o artigo 42 do Código de Ética e Disciplina da OAB, é vedado
ao advogado:
• responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comu-
nicação social;
• debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado;
• abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição
que o congrega;
• divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
• insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
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Já vimos que é dever do advogado prevenir, sempre que possível, a instauração de lití-
gios, bem como desaconselhar lides temerárias. Consequentemente, as colunas que o advo-
gado mantiver nos meios de comunicação social ou os textos que por meio deles divulgar não
deverão induzir o leitor a litigar nem promover a captação de clientela (art. 41 do CED-OAB).
O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de entre-
vista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, para
manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais
e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamen-
tos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão (art. 43 do CED-OAB).
Além do mais, quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e
forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado
EVITAR insinuações com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o
debate de caráter sensacionalista.
Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e material de escritório de
que se utilizar, o advogado fará constar seu nome, nome social ou o da sociedade de advo-
gados, o número ou os números de inscrição na OAB (art. 44 do CED-OAB).
Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as distinções hono-
ríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça
parte, e as especialidades a que se dedicar, endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR
code, logotipo e a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o
cliente poderá ser atendido (art. 44, § 1º, do CED-OAB).
É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do
advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito,
em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário (art. 44, § 2º, do CED-OAB).
Por fim, são admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou publi-
cações de caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio
físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua cir-
culação fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico (art. 45 do CED-OAB).
Tendo em vista as mudanças na dinâmica social, a publicidade poderá ser veiculada pela
internet ou por outros meios eletrônicos, como a telefonia (inclusive para o envio de mensa-
gens a destinatários certos), desde que observadas as diretrizes do Código de Ética e Dis-
ciplina da OAB e que não impliquem o oferecimento de serviços ou representem forma de
captação de clientela (art. 46 do CED-OAB).
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As condutas que configuram a infração disciplinar são definidas taxativamente pela Lei
n. 8.906/1994, sendo vedadas as interpretações extensivas ou analógicas, bem como o juízo
subjetivo de valor (LÔBO, 2017).
Pois bem.
Constitui infração disciplinar:
9.1 Exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu
exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos (inciso I).
O impedimento afeta a plenitude de atuação do advogado, uma vez que é caracterizado como
o impedimento parcial da atividade da advocacia, configurando o exercício irregular da profissão.
DICA
Prezado, no tópico 7, tratamos das incompatibilidades e dos impedimentos de
modo detalhado. Em caso de dúvida, retorne ao referido item.
A outra hipótese prevista no inciso ocorre quando o advogado, mediante ação ou omis-
são, facilita o exercício da advocacia aos não inscritos, proibidos ou impedidos.
Desse modo, o advogado não pode facilitar, nem permitir o exercício de atos privativos de advo-
gado pelo estagiário ou qualquer outra pessoa não inscrita, por exemplo atendentes e secretários.
Veja que, além do impedimento, o inciso I do artigo 34 do Estatuto menciona a proibição
de advogar.
Sob a ótica do Estatuto da OAB, a proibição total de advogar é a incompatibilidade esta-
belecida no artigo 28, que já estudamos no item 7 desta aula.
9.2 Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei
(inciso II).
Os advogados podem se reunir em sociedade simples de prestação de serviços de
advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, que adquire personalidade
jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB
em cuja base territorial tiver sede, nos termos do artigo 15 do Estatuto da OAB.
Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de
advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem
denominação fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como
sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado
ou totalmente proibida de advogar (art. 16 do Estatuto da OAB).
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O registro das sociedades deverá ser feito no Conselho da OAB, sendo, nos termos do
§ 3º do artigo 16, proibido o registro nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas
juntas comerciais.
É vedada a inclusão, no quadro societário da sociedade de advogados, de pessoa sem
inscrição na OAB ou que exerça atividade incompatível com a advocacia, bem como associar
a sociedade a outra atividade diversa, por exemplo: contabilidade, corretora de imóveis etc.
De todo modo, é essencial que as sociedades profissionais observem as normas e pre-
ceitos estabelecidos no Estatuto da OAB, no Regulamento Geral da OAB, bem como
nos Provimentos do Conselho Federal. Caso contrário, os advogados estarão sujeitos às
penalidades da infração disciplinar.
9.4 Angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros (inciso IV)
Em complemento ao inciso anterior, agora o Estatuto busca abranger todas as possibili-
dades de captação de causas.
Como já vimos, é princípio fundamental do Código de Ética e Disciplina da OAB a veda-
ção ao oferecimento de serviços profissionais que implique, direta ou indiretamente, em
angariar ou captar clientela (art. 7º, CED-AOB).
O advogado não pode oferecer seus serviços como se fosse uma mercadoria, prometendo
resultados e oferecendo um produto final. Lembre-se, a publicidade profissional deve possuir
caráter meramente informativo, primando pela discrição e sobriedade (art. 39, CED-OAB).
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Para o Estatuto, nenhuma forma de captação de clientela é admissível; o advogado deve ser
procurado pelo cliente, nunca procurá-lo. A inculcação dá-se sempre de modo prejudicial à digni-
dade da profissão, seja quando o advogado se oferece diretamente ao cliente em ambientes
sociais, autopromovendo-se, seja quando critica o desempenho de colega que esteja com o
patrocínio de alguma causa, seja, ainda quando se utiliza dos meios de comunicação social
para manifestações habituais sobre assuntos jurídicos (grifos nossos).
9.5 Assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que
não tenha feito, ou em que não tenha colaborado (inciso V).
Aqui, estamos diante de uma situação que pode abranger a ocorrência de outra infração,
que seria a de facilitar o exercício ilegal da profissão de advogado, já que o profissional
estaria possibilitando a elaboração de peças por pessoa não habilitada, uma vez que não
inscrita nos quadros da Ordem, e estaria simulando, portanto, que é o autor da peça.
Destaca-se que o escrito não precisa integrar lide processual, mas poderá ser utilizado
em procedimentos administrativos e extrajudiciais. Flávio Olimpio de Azevedo (2015), em
“Comentários ao Estatuto da Advocacia” traz outra prática irregular nesse caso:
[...] a contratação pelas partes de verdadeiros advogados “calígrafos” para promover simulação
processual. Na realidade, o advogado é contratado apenas para assinar as petições elabora-
das por terceiros no processo simulado, pois existe somente um único causídico que patrocina
simultaneamente o autor e o réu, sendo comum a esta nefasta prática o conluio visando a fraudar
credores. Este grave ato infracional, além de tipificar a conduta prevista no inciso ora comentado,
constitui a infração de patrocínio infiel, prestação a clientes para fraudar à lei [...] (grifos nossos).
Além disso, é conveniente destacar que a conduta definida como infração pode ser enten-
dida por outro viés: o de evitar a ocorrência de plágio da produção intelectual de outro
profissional, na qual o advogado se apropria total ou parcialmente de peças elaboradas por
outros advogados.
9.6 Advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado
na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior (inciso VI).
O advogado é indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrá-
tico de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade,
da justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer seu ministério em consonância com sua
elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes. Portanto, é vedado ao advo-
gado utilizar-se do direito e das leis para fins ilegais ou ilegítimos.
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CF/1988, art. 5º, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional.
As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança recíproca (art. 10, CED-
-OAB): de um lado, o cliente deve esclarecer todos os fatos que interessam à causa ao
advogado, mas, por outro, o advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome
conhecimento no exercício da profissão (art. 35, CED-AOB).
As comunicações de qualquer natureza entre advogado e cliente presumem-se confiden-
ciais, independendo de solicitação de reserva pelo cliente (art. 36, CED-AOB), de modo que
violar o sigilo profissional, sem justa causa, constitui infração disciplinar e o crime de violação
de segredo profissional previsto no artigo 154 do Código Penal.
O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa
causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa
própria do advogado (art. 37, CED-OAB).
Apenas para relembrar: o dever de sigilo inclui o direito do advogado de se recusar a depor
como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado
com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo cons-
tituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional (art. 7º, XIX, do Estatuto da OAB).
9.8 Estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência
do advogado contrário (inciso VIII).
Essa infração disciplinar está intimamente ligada ao dever de honestidade e lealdade do
profissional (art. 2º, II, CED-OAB).
Ademais, é princípio fundamental da ética do advogado o dever de se abster de se
entender diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assenti-
mento deste (art. 2º, VIII, alínea “d”, do CED-OAB).
Na prática, são duas as consequências prejudiciais dessa conduta: de um lado, a parte que
não está sendo devidamente assistida por seu procurador poderá ser influenciada a aceitar
condições precárias ou abdicar de seus direitos; por outro, esse entendimento entre as partes
poderá visar a lesão ao pagamento dos honorários advocatícios devidos ao advogado adverso.
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Além disso, devemos lembrar que a solução do litígio por qualquer mecanismo adequado
de solução extrajudicial não permite, em qualquer hipótese, a diminuição dos honorários con-
tratados (art. 48, § 5º, CED-OAB), bem como que, caso o cliente do advogado e a parte con-
trária firmem acordo, não serão prejudicados os honorários convencionados ou concedidos
por sentença (art. 24, § 4º, do Estatuto da OAB).
9.9 Prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio (inciso IX).
É essencial para a configuração da infração a existência de prejuízo ao cliente em razão
da culpa grave do advogado.
O conceito de culpa grave é trazido por Paulo Lôbo (2017) da seguinte forma:
[...] uma negligencia extraordinária, superior à média da diligência comum, ou seja, não usar a
atenção mais vulgar, não entender o que entendem todos. A culpa grave aproxima-se do dolo
(dolu malus), mas com ele não se confunde porque falta a intenção de prejudicar. A culpa
grave é aquela inescusável na atividade do advogado. Resulta da falta que o profissional mais
desleixado ou medíocre não poderia cometer (grifos nossos).
Ou seja, o advogado não poderá ser responsabilizado por perder uma demanda se para
o deslinde o processo se empenhou, inexistindo erro inescusável.
De todo modo, segundo o artigo 32 do Estatuto da OAB, o advogado é responsável
pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa.
Além disso, é importante mencionar mais uma vez que as esferas civil, penal e adminis-
trativa são independentes e, assim, o prejuízo causado poderá ser reparado na seara civil.
9.11 Abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunica-
ção da renúncia (inciso XI).
A atuação do advogado quando postula, em juízo ou fora dele, está vinculada à existên-
cia de um mandato, no qual o constituinte confere ao advogado poderes para representá-lo
em juízo ou na via extrajudicial (art. 5º do Estatuto da OAB).
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Nada impede, todavia, que o advogado renuncie ao mandato, de acordo com a sua
conveniência, sem menção do motivo que determinou a renúncia, exigindo-se, apenas, que
continue representando o mandante durante 10 (dez) dias, contados da notificação da
renúncia, salvo se for substituído antes do término desse prazo, sendo que cessará, após o
decurso desse prazo, a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa (art.
5º, § 3º, do Estatuto da OAB).
O Código de Ética e Disciplina da OAB recomenda que o advogado, em face de dificulda-
des insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas,
não deixe ao abandono ou ao desamparadas as causas sob seu patrocínio, mas, sim, que
renuncie ao mandato (art. 15 do CED-OAB).
A renúncia poderá ocorrer sem que o advogado explique sua motivação. Todavia, ele não
está autorizado a abandonar a causa, deixando desamparado o mandante, sem lhe oportu-
nizar prazo razoável para contratar procurador substituto.
A infração disciplinar ora em comento somente se configura se o advogado não estiver
acobertado por uma justa causa que justifique o abandono, tal como a ocorrência de grave
acidente que impeça o advogado de exercer a atividade da advocacia.
Nesse sentido, de acordo com o artigo 37 do Código de Ética e Disciplina da OAB, são
circunstâncias excepcionais que configuram justa causa: grave ameaça ao direito à vida
e à honra ou que envolvam defesa própria do advogado.
9.12 Recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em
virtude de impossibilidade da Defensoria Pública (inciso XII).
Uma das garantias fundamentais previstas na Constituição Federal de 1988 relacionada
com a atividade dos advogados é a assistência jurídica integral e gratuita prestada pelo
Estado aos que comprovarem insuficiência de recursos (art. 5º, LXXIV, CF/1988).
A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamen-
talmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os
graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
aos necessitados, conforme traz o artigo 134 da Constituição Federal de 1988.
De acordo com o artigo 2º, XIII, do Código de Ética e Disciplina da OAB, o advogado, indis-
pensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos
humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da justiça e da paz social,
cumprindo-lhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública.
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Destaco que, uma vez nomeado, o advogado não poderá se recusar a prestar assistência
jurídica sem justo motivo.
9.14 Deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como
de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou
iludir o Juiz da causa (inciso XIV).
No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites
desta lei (art. 2º, § 3º, do Estatuto da OAB). Entretanto, essa garantia não é absoluta e não auto-
riza o advogado a falsear deliberadamente a verdade e utilizar de má-fé (art. 6º do CED-OAB).
É importante destacar a necessidade de dolo específico na conduta do advogado, uma
vez que deturpação deve ocorrer com a intenção de confundir o adversário ou iludir o Juiz.
Nesse sentido, Flávio Olimpio de Azevedo (2015) define que:
[...] não ocorre infração disciplinar quando o causídico, durante o curso processual, por excesso
de profissionalismo e no afã de defender seu constituinte, interpreta a doutrina, a jurisprudência
ou depoimentos de forma tendenciosa e equivocada, contudo sem alterar maliciosamente o
conteúdo das citações (grifos nossos).
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Ademais, não faz sentido o advogado ser penalizado pelo cometimento de erro material
na elaboração de suas peças.
9.15 Fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro
de fato definido como crime (inciso XV).
No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, ou
seja, possui imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação puníveis qualquer
manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade (art. 2º, § 3º, do Estatuto da OAB).
Em que pese a independência funcional do advogado ser um dos princípios fundamen-
tais da ética do advogado, a infração em comento é uma exceção, em razão da gravidade da
conduta de imputar a alguém fato definido como crime.
O artigo 138 do Código Penal traz que a imputação falsa de fato definido como crime
constitui calúnia.
O Código de Processo Penal estabelece que a queixa poderá ser dada por procura-
dor com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato do querelante e a
menção do fato criminoso (art. 44).
No caso, o Estatuto é ainda mais abrangente, já que não se trata propriamente de calú-
nia, uma vez que, para concretizar a infração disciplinar, basta a imputação a terceiro, em
nome do constituinte, sem sua autorização escrita, mesmo que o fato definido como crime
seja verdadeiro (LÔBO, 2017).
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9.17 Prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou
destinado a fraudá-la (inciso XVII).
É um preceito ético fundamental o dever do advogado de abster-se de emprestar concurso
aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana,
além de adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administra-
ção da Justiça, o que vai de encontro com o concurso na realização de ato contrário à lei (art.
2º, VIII, alíneas “c” e “X”, do CED-OAB).
Mais uma vez, estamos diante de uma infração que exige dolo específico, considerando que
o advogado deverá participar do ato com a intenção de subverter a aplicação da lei ou fraudá-la.
Paulo Lôbo (2017) esclarece a infração estabelecendo que “O advogado defende o crimi-
noso, mas não pode ser instrumento do crime”.
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A conduta infratora do inciso XIX caracteriza-se sob dois prismas. Sob o primeiro, o advogado re-
cebe valores da parte contrária relacionados ao objeto do mandato outorgado, visando a beneficiar
o seu constituinte, sem autorização deste. Por exemplo, para pôr fim a determinada lide, pactua
acordo vantajoso com a parte contrária, recebe os valores pactuados e presta contas ao cliente. É
forma branda do ato infracional.
Sob outro prisma, comete infração disciplinar gravíssima, em detrimento do cliente, quando recebe
valores da parte contrária para lesar os interesses deste em determinada ação, podendo até ser
apenado com a exclusão dos quadros da OAB, por tipificar conduta incompatível com a advocacia,
danosa à reputação e à dignidade da classe, sem prejuízo das consequências de natureza penal
pelo patrocínio infiel (art. 355 do Código Penal).
9.20 Locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou
interposta pessoa (inciso XX).
O significado de locupletar é enriquecer, tornar-se rico (Michaelis). Nesse contexto,
o locupletamento é ilícito, pois o advogado, pessoalmente ou por intermédio de terceira
pessoa, enriquece às custas de seu cliente ou da parte contrária.
Como exemplos de locupletamento, Lôbo (2017) cita:
a) quando obtém proveito desproporcional com os serviços prestados; b) quando cobra honorá-
rios abusivos, colocando o cliente em desvantagem exagerada; c) quando participa vantajosa-
mente no resultado financeiro ou patrimonial do caso; d) quando obtém vantagens excedentes
do contrato de honorários nele não previstas; e) quando se apropria ou transfere para si, abusan-
do do mandato, bens ou valores que seriam do cliente ou a ele destinados; [...] (grifos nossos).
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A segunda hipótese é a do extravio dos autos. Aqui também a marca da intencionalidade se impõe,
acrescida de culpabilidade. No plano punitivo, não basta o fato objetivo do extravio dos autos,
pois a intenção de fazê-lo há de estar provada ou inferida inquestionavelmente das circuns-
tâncias. Outras são as consequências no plano da responsabilidade civil ou do direito processual. A
responsabilidade imputável ao profissional é sempre a responsabilidade com culpa (grifos nossos).
A infração disciplinar cometida pelo advogado poderá configurar ilícito penal, tipificado
no artigo 356 do Código Penal, por sonegação de papel ou objeto de valor probatório:
Código Penal, art. 35. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou
objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
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O Código de Processo Civil, por sua vez, estabelece que, se o advogado não devolver os
autos no prazo de 3 (três) dias após intimado, o juiz comunicará o fato à OAB para procedi-
mento disciplinar e imposição de multa (art. 234).
9.23 Deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois
de regularmente notificado a fazê-lo (inciso XXIII).
O advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem fica incumbido do pagamento
de anuidades, contribuições, multas e preços de serviços fixados pelo Conselho Seccio-
nal (art. 55 Regulamento Geral do Estatuto da OAB).
ATENÇÃO
Recentemente, em abril de 2020, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso
Especial n. 647.885, apreciando o tema 732 da repercussão geral, declarou a inconstitu-
cionalidade do art. 34, XXIII e do art. 37, § 2º da Lei n. 8.906/1994, fixando a seguinte tese:
9.24 Incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional (inciso XXIV).
O Código de Ética e Disciplina da OAB considera imperativo de uma correta atuação
profissional o emprego da linguagem escorreita e polida, bem como a observância da boa
técnica jurídica (art. 28, CED-OAB).
De acordo com Paulo Lôbo (2017):
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A redação do parágrafo único utiliza o termo “inclui-se”, de modo que fica claro o sentido de que
conduta incompatível não é limitado aos exemplos trazidos pela lei. A conduta incompatível é toda
aquela que se reflete prejudicialmente na reputação e na dignidade da advocacia (LÔBO, 2017).
9.26 Fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB (inciso XXVI).
Vimos no tópico 3 desta aula os requisitos para inscrição na OAB, quais sejam (artigo
8º do EOAB):
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Caso o bacharel em Direito não preencha algum dos requisitos, sua inscrição definitiva nos qua-
dros da OAB será indeferida. No caso em tela, a infração disciplinar ocorre uma vez que o bacha-
rel se torna advogado, através de prova falsa, que pode ser tanto ideológica como material.
Crime infamante entende-se como todo aquele que acarreta para seu autor a desonra, a indigni-
dade e a má fama (daí infame). Essas desvalorizações da conduta criminosa são potencializadas
e caracterizadas como infames quando o crime é praticado por profissional do direito, que tem o
dever qualificado de defender a ordem jurídica.
[...] Não é a gravidade do crime que o qualifica como infamante, quando praticado pelo advoga-
do (seja como mandante, seja como executor), mas a repercussão inevitável à dignidade da
advocacia.
[...] Presumem-se infamantes os crimes hediondos legalmente tipificados e os assemelhados (gri-
fos nossos).
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Regulamento Geral, art. 29, § 1º O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os
seguintes atos, sob a responsabilidade do advogado:
I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;
II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos
em curso ou findos;
III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.
§ 2º Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente, quando
receber autorização ou substabelecimento do advogado (grifos nossos).
Desse modo, caso o estagiário promova qualquer ato que extrapole sua habilitação ou
sem observar os requisitos legais de acompanhamento e responsabilidade de advogado regu-
lamente inscrito, enseja a aplicação de penalidade pela prática de infração ético-disciplinar.
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SANÇÕES DISCIPLINARES
A finalidade do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil em elencar um rol taxativo de con-
dutas que não devem ser praticadas pelos advogados, sob pena de cometerem infrações disciplina-
res, é buscar a observância dos mandamentos éticos e disciplinares pelos profissionais, reprimindo
em caráter pedagógico condutas que se dissociam da função social e da dignidade da advocacia.
Flávio Olimpio de Azevedo (2015) assevera que “O caráter da sanção é ético-pedagógico
e objetiva a conscientização do advogado pelos seus pares para o cumprimento de seus
deveres para com seus colegas e para com a sociedade”.
Para tanto, o Estatuto traz um rol de sanções administrativas aplicáveis aos advogados e
estagiários. São quatro espécies de sanções disciplinares: censura, suspensão, exclusão
e multa, que variam conforme a gravidade da conduta praticada.
As sanções devem constar no assentamento do advogado inscrito, após o trânsito em
julgado da decisão, não podendo ser objeto de publicidade a de censura.
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A censura será aplicada nos casos de violação a preceito do Código de Ética e Disci-
plina, bem como violação a preceito do Estatuto da OAB, quando não se tenha estabelecido
sanção mais grave para a infração.
Além disso, são aplicáveis no caso infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art.
34, quais sejam:
I – exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício
aos não inscritos, proibidos ou impedidos;
II – manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei;
III – valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber;
IV – angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;
V – assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha
feito, ou em que não tenha colaborado;
VI – advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na
inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;
VII – violar, sem justa causa, sigilo profissional;
VIII – estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do
advogado contrário;
IX – prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;
X – acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em
que funcione;
XI – abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação
da renúncia;
XII – recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de
impossibilidade da Defensoria Pública;
XIII – fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas
a causas pendentes;
XIV – deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de
depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o
juiz da causa;
XV – fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato
definido como crime;
XVI – deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade
da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado;
[...]
XXIX – praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.
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ATENÇÃO
O artigo 58-A do Código de Ética e Disciplina da OAB, incluído pela Resolução n. 4/2020,
de 03 de novembro de 2020, estabelece que será admissível a celebração de TERMO DE
AJUSTAMENTO DE CONDUTA (TAC), nos casos de infração ético-disciplinar punível
com censura, se o fato apurado não tiver gerado repercussão negativa à advocacia.
No mesmo sentido, o artigo 47-A prevê que será admitida a celebração de TAC no âmbito
dos Conselhos Seccionais e do Conselho Federal para fazer cessar a publicidade irregu-
lar praticada por advogados e estagiários.
O Provimento n. 200/2020 regulamenta o Termo de Ajustamento de Conduta a ser celebra-
do entre o Conselho Federal ou os Conselhos Seccionais com advogados ou estagiários
inscritos nos quadros da Instituição, que se aplica às hipóteses relativas à publicidade
profissional (art. 39 a art. 47 do CED) e às infrações disciplinares puníveis com censura.
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DIRETO DO CONCURSO
4. (FGV/2022/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV) O advogado Pedro praticou
infração disciplinar punível com censura, a qual gerou repercussão bastante negativa
à advocacia, uma vez que ganhou grande destaque na mídia nacional. Por sua vez, o
advogado Hélio praticou infração disciplinar punível com suspensão, a qual não gerou
maiores repercussões públicas, uma vez que não houve divulgação do caso para além
dos atores processuais envolvidos.
Considerando a situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta.
a. É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta tanto por Pedro como
por Hélio.
b. Não é admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro nem
por Hélio.
c. É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro, mas não
é admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Hélio.
d. É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Hélio, mas não é
admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro.
Letra b.
O artigo 58-A do Código de Ética e Disciplina da OAB, incluído pela Resolução n. 4/2020,
de 03 de novembro de 2020, estabelece que será admissível a celebração de TERMO
DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA (TAC), nos casos de infração ético-disciplinar punível
com censura, se o fato apurado não tiver gerado repercussão negativa à advocacia.
Desse modo, considerando que a infração praticada por Pedro gerou repercussão bastan-
te negativa à advocacia e que a praticada pelo advogado Hélio, apesar de não ter gerado
maiores repercussões, é punível com suspensão, não é admissível a celebração de TAC
nem por Pedro nem por Hélio.
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A suspensão será aplicada nos casos de reincidência em infração disciplinar, bem como
no caso das infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34, quais sejam:
XVII – prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado
a fraudá-la;
XVIII – solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta;
XIX – receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato,
sem expressa autorização do constituinte;
XX – locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou inter-
posta pessoa;
XXI – recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de
terceiros por conta dele;
XXII – reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;
XXIII – deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de
regularmente notificado a fazê-lo;
XXIV – incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;
XXV – manter conduta incompatível com a advocacia;
EOAB, art. 37, § 2º Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspensão perdura até que
satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção monetária.
§ 3º Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão perdura até que preste novas provas
de habilitação.
As hipóteses mencionadas acima são as seguintes:
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Pois bem, em que pese a literalidade do Estatuto, precisamos estar atentos a esse ponto,
pois, como já mencionei antes, recentemente, em abril de 2020, o Supremo Tribunal Federal,
no julgamento do Recurso Especial n. 647.885, apreciando o tema 732 da repercussão geral,
declarou a inconstitucionalidade do art. 34, XXIII e do art. 37, § 2º da Lei n. 8.906/1994,
fixando a seguinte tese:
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A exclusão será aplicada nos casos de aplicação por 3 (três) vezes da penalidade de sus-
pensão, bem como nos casos de infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. Vejamos:
XXVI – fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB;
XXVII – tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;
XXVIII – praticar crime infamante;
ATENÇÃO
Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação favorá-
vel de 2/3 (dois terços) dos membros do Conselho Seccional competente.
EOAB, art. 39. A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o
máximo de seu décuplo, é aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo
circunstâncias agravantes.
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EOAB, art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para fins de atenuação,
as seguintes circunstâncias, entre outras:
I – falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;
II – ausência de punição disciplinar anterior;
III – exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB;
IV – prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.
Parágrafo único. Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele
revelada, as circunstâncias e as consequências da infração são considerados para o fim de decidir:
a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção disciplinar;
b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis.
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Destaca Paulo Lôbo (2017) que: “Na aplicação das atenuantes, a OAB considerará: a) a
redução da sanção disciplinar mais grave para a imediatamente menos grave; b) a redu-
ção do montante do tempo de suspensão; c) a exclusão da multa; d) a redução da sanção
de censura para a de advertência” (grifos nossos).
EOAB, art. 41. É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após
seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento.
Parágrafo único. Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilita-
ção depende também da correspondente reabilitação criminal.
Sabemos que no Brasil não são admitidas penas de caráter perpétuo, conforme determina
a Carta Magna (art. 5º, XLVII, alínea “b”). Sendo assim, em consonância com essa garantia
fundamental, é permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer a reabilita-
ção, 1 (um) ano após seu cumprimento, em face de provas efetivas de bom comportamento.
Entretanto, caso a sanção disciplinar resulte da prática de crime, o pedido de reabilitação
depende também da correspondente reabilitação criminal.
Cuida-se na reabilitação de processo ético-disciplinar originário, requerido pelo punido,
perante a Seccional, após o cumprimento da pena, pelo qual, em face de provas efetivas
de bom comportamento (e, se for o caso, de ter conseguido a reabilitação criminal), requer
a extinção, de seus assentamentos, do respectivo registro disciplinar, em conformidade
com o Manual de Procedimentos do Processo Ético-Disciplinar do Conselho Federal da OAB.
Segundo o artigo 69 do CED-OAB, a competência para processar e julgar o pedido
de reabilitação é do Conselho Seccional em que tenha sido aplicada a sanção disciplinar.
Nos casos de competência originária do Conselho Federal, perante este tramitará o pedido
de reabilitação, observando-se, no que couber, o procedimento do processo disciplinar.
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EOAB, art. 42. Fica impedido de exercer o mandato o profissional a quem forem aplicadas as
sanções disciplinares de suspensão ou exclusão.
EOAB, art. 43. A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos,
contados da data da constatação oficial do fato.
§ 1º Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente
de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a requerimento da parte interes-
sada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação.
§ 2º A prescrição interrompe-se:
I – pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao re-
presentado;
II – pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB.
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A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é uma entidade sui generis que presta serviço
público e tem por finalidade defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático
de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela
rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas,
bem como promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina
dos advogados em toda a República Federativa do Brasil.
A entidade de classe é considerada sui generis porque, apesar de prestar serviço público,
não integra a Administração Pública, de modo que não possui qualquer vínculo funcional ou
hierárquico com os órgãos da Administração Pública direta ou indireta.
O Supremo Tribunal Federal já se manifestou no sentido de que a OAB é entidade pres-
tadora de serviço público independente:
ADI n. 3026-4
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906,
2ª PARTE. “SERVIDORES” DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSI-
BILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME
JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES
INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART.
37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A AD-
MISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER
JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CA-
TEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREI-
TO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDA-
DE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA
(Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2006, DJ 29-09-2006 PP-00031
EMENT VOL-02249-03 PP-00478 RTJ VOL-00201-01 PP-00093).
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Em suma, a OAB não é nem autarquia, nem entidade genuinamente privada, mas serviço público
independente, categoria sui generis, submetida ao direito público, na realização das atividades
estatais que lhe foram delegadas, e ao direito privado, no desenvolvimento de suas atividades
administrativas e de suas finalidades institucionais e de defesa da profissão.
Em razão disso, bem como tendo em vista o disposto no artigo 78 do Estatuto da OAB,
aos servidores da Ordem aplica-se o regime trabalhista.
A Ordem dos Advogados do Brasil adota a forma federativa, na qual o poder político
é descentralizado entre órgãos autônomos. A estrutura da entidade é integrada pelos
seguintes órgãos:
• Conselho Federal;
• Conselhos Seccionais;
• Subseções; e
• Caixas de Assistência dos Advogados.
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Ademais, a Ordem, por constituir serviço público, goza de imunidade tributária total em rela-
ção a seus bens, rendas e serviços (art. 45, § 5º, do Estatuto da OAB c/c art. 150, § 2º, CF/1988).
Em que pese a natureza jurídica de serviço público, a entidade de classe não integra o
orçamento público, sendo essencial o pagamento de anuidade por parte dos integrantes da
classe para que as funções institucionais da Ordem possam ser efetivamente desempenhadas.
Dessa forma, a entidade é mantida pelos próprios inscritos, por meio do pagamento
de anuidades, contribuições obrigatórias, multas e preços de serviços fixados pelo Con-
selho Seccional (art. 55 do Regulamento Geral da OAB).
Obs.: Os atos, as notificações e as decisões dos órgãos da OAB, salvo quando reserva-
dos ou de administração interna, serão publicados no Diário Eletrônico da Ordem
dos Advogados do Brasil, a ser disponibilizado na internet, podendo ser afixados no
fórum local, na íntegra ou em resumo.
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EOAB, art. 46. Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuições, preços de servi-
ços e multas.
Parágrafo único. Constitui título executivo extrajudicial a certidão passada pela diretoria do Con-
selho competente, relativa a crédito previsto neste artigo.
Art. 47. O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do paga-
mento obrigatório da contribuição sindical.
ATENÇÃO
A fixação, alteração e recebimento das contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas
é competência privativa do Conselho Seccional do inscrito (art. 58, IX, do Estatuto da OAB).
Além do mais, o pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus
quadros do pagamento obrigatório da contribuição sindical.
Como não compõem a receita pública, não possuem natureza tributária e também não
podem ser consideradas contribuições sociais, previstas no artigo 149 da Constituição Fede-
ral, pois a entidade não é considerada um instrumento da União.
O patrimônio do Conselho Federal, do Conselho Seccional, da Caixa de Assistência dos
Advogados e da Subseção é constituído de bens móveis e imóveis e outros bens e valores
que tenham adquirido ou venham a adquirir, nos termos do artigo 47 do Regulamento Geral.
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EOAB, art. 48. O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão da OAB é de exercício
gratuito e obrigatório, considerado serviço público relevante, inclusive para fins de disponibilidade
e aposentadoria.
Art. 49. Os Presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB têm legitimidade para agir, judi-
cial e extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as disposições ou os fins desta lei.
Parágrafo único. As autoridades mencionadas no caput deste artigo têm, ainda, legitimidade para
intervir, inclusive como assistentes, nos inquéritos e processos em que sejam indiciados, acusados
ou ofendidos os inscritos na OAB.
Art. 50. Para os fins desta lei, os Presidentes dos Conselhos da OAB e das Subseções podem
requisitar cópias de peças de autos e documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão
da Administração Pública direta, indireta e fundacional.
CONSELHO FEDERAL
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O Conselho Federal, órgão supremo da OAB, com sede na capital da República, é formado
por conselheiros federais, integrantes das delegações de cada unidade federativa, por seus
ex-presidentes, na qualidade de membros honorários vitalícios, além de um Presidente nacional.
Cada delegação representa uma unidade federativa e é composta por 3 (três) conse-
lheiros federais, eleitos em conjunto com o Conselho Seccional. Sendo assim, conside-
rando que a República Federativa do Brasil possui 27 (vinte e sete) unidades federativas (26
[vinte e seis] Estados-membros e um Distrito Federal), o Conselho Federal é composto de 81
(oitenta e um) Conselheiros Federais.
Obs.: Nas sessões do Conselho Federal, os presidentes dos Conselhos Seccionais têm
lugar reservado junto à delegação respectiva e direito somente à voz em todas as
sessões do Conselho e de suas Câmaras.
Além do mais, O Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros e os agraciados
com a “Medalha Rui Barbosa” podem participar das sessões do Conselho Pleno,
com direito a voz (art. 63 do Regulamento Geral).
Ressalto que, em regra, os ex-presidentes têm apenas direito à voz nas sessões do
Conselho, exceto os ex-presidentes que exerceram mandato antes de 05/07/1994 (início da
vigência do novo Estatuto da Ordem), que têm seu direito de voto assegurado pelo artigo 62,
§ 1º, do Regulamento Geral da OAB.
Quanto aos ex-presidentes, Paulo Lôbo (2017) discorre que:
Todos assumem a qualidade de membros honorários vitalícios, não apenas como homenagem
da classe aos seus dirigentes máximos, mas porque a história da OAB demonstrou que é oportuna
sua palavra de experiência para tomada de posição da entidade, sobretudo em matéria institu-
cional. A expressão “membro honorário vitalício”, contida na lei, indica qualidade e não denomina-
ção. Os ex-Presidentes são conselheiros (grifos nossos).
ATENÇÃO
A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, incluiu a previsão de que o Instituto dos Ad-
vogados Brasileiros e a Federação Nacional dos Institutos dos Advogados do Brasil são
membros honorários, somente com direito a voz nas sessões do Conselho Federal, nos
termos do artigo 51, § 3º, do EOAB.
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EOAB, art. 53. O Conselho Federal tem sua estrutura e funcionamento definidos no Regulamento
Geral da OAB.
§ 1º O Presidente, nas deliberações do Conselho, tem apenas o voto de qualidade.
§ 2º O voto é tomado por delegação, e não pode ser exercido nas matérias de interesse da unidade
que represente.
§ 3º Na eleição para a escolha da Diretoria do Conselho Federal, cada membro da delegação terá
direito a 1 (um) voto, vedado aos membros honorários vitalícios.
Em qualquer órgão colegiado do Conselho Federal, o voto é tomado por delegação (e não
pode ser exercido nas matérias de interesse da unidade que represente), em ordem alfabética,
seguido dos ex-presidentes presentes, com direito a voto. Por outro lado, na eleição para a
escolha da Diretoria do Conselho Federal, cada membro da delegação terá direito a 1 (um) voto.
Saliento que o Presidente, por não estar vinculado a nenhuma delegação, nas delibera-
ções do Conselho, tem apenas o voto de qualidade no caso de empate.
Obs.: Na eleição para a escolha da Diretoria do Conselho Federal, cada membro da dele-
gação terá direito a 1 (um) voto, sendo vedada a participação dos membros hono-
rários vitalícios, já que somente votam os Conselheiros Federais, individualmente.
Além do mais, para o desempenho de suas atividades, o Conselho conta também com
comissões permanentes, definidas em Provimento, e com comissões temporárias, todas
designadas pelo Presidente, integradas ou não por Conselheiros Federais, submetidas a
um regimento interno único, aprovado pela Diretoria do Conselho Federal, que o levará ao
conhecimento do Conselho Pleno.
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Quanto aos órgãos estruturais do Conselho Federal, Paulo Lôbo (2017) resume que:
De modo geral, coube ao Conselho Pleno, integrado por todos os conselheiros federais, deliberar
sobre as matérias de caráter institucional, o ajuizamento de ações coletivas, a fixação de diretrizes
para a classe, a tomada de posição em nome dos advogados brasileiros, a aprovação de textos
normativos. O Órgão Especial é a última instância recursal e de consulta. As Câmaras apreciam
matérias e recursos de acordo com os assuntos em que foram distribuídos: para a Primeira Câma-
ra, direitos, prerrogativas, seleção, fiscalização; para a Segunda Câmara, ética e disciplina; para a
Terceira Câmara, controle financeiro, eleições e demais questões. A Segunda Câmara foi dividida
em três turmas. Nas faltas e impedimento do Presidente da Câmara, este é substituído pelo Con-
selheiro mais antigo. A diretoria, coletivamente, delibera sobre certas matérias executivas e de
administração que ultrapassam a competência específica de cada diretor (grifos nossos).
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Obs.: A intervenção depende de prévia aprovação por 2/3 (dois terços) das delegações,
garantido o amplo direito de defesa do Conselho Seccional respectivo, nomeando-se
diretoria provisória para o prazo que se fixar.
VIII – cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão ou auto-
ridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código de Ética e Disciplina, e
aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa;
IX – julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos ca-
sos previstos neste estatuto e no regulamento geral;
X – dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos;
XI – apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria;
XII – homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos
Seccionais;
XIII – elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos
tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno
exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou de outro
órgão da OAB;
XIV – ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação
civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja
legitimação lhe seja outorgada por lei;
XV – colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos pe-
didos apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou credenciamento
desses cursos;
XVI – autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus
bens imóveis;
XVII – participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em todas
as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual;
XVIII – resolver os casos omissos neste estatuto.
XIX – fiscalizar, acompanhar e definir parâmetros e diretrizes da relação jurídica mantida entre
advogados e sociedades de advogados ou entre escritório de advogados sócios e advoga-
do associado, inclusive no que se refere ao cumprimento dos requisitos norteadores da associa-
ção sem vínculo empregatício; (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
XX – promover, por intermédio da Câmara de Mediação e Arbitragem, a solução sobre questões
atinentes à relação entre advogados sócios ou associados e homologar, caso necessário, quitações
de honorários entre advogados e sociedades de advogados, observado o disposto no inciso XXXV
do caput do art. 5º da Constituição Federal. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022) (grifos nossos).
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ATENÇÃO
Como vimos antes, a Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, inseriu o artigo 17-A ao Estatuto
da OAB para incluir a possibilidade de o advogado associar-se a uma ou mais sociedades de
advogados ou sociedades unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos
legais de vínculo empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados.
Sendo assim, observe que o Conselho Federal será o responsável por fiscalizar, acom-
panhar e definir parâmetros e diretrizes da relação jurídica mantida entre advogados e
sociedades de advogados ou entre escritório de advogados sócios e advogado associado,
além de promover a solução sobre questões atinentes à relação entre advogados sócios
ou associados e homologar, caso necessário, quitações de honorários entre advogados e
sociedades de advogados, por intermédio da Câmara de Mediação e Arbitragem.
Cuidado: o Conselho Federal poderá designar essas atribuições ao Conselho Seccional.
ATENÇÃO
Nas deliberações do Conselho Federal, os membros da diretoria votam como membros
de suas delegações, cabendo ao Presidente, apenas, o voto de qualidade e o direito de
embargar a decisão, se esta não for unânime.
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Para o desempenho de suas atividades, a Diretoria contará, também, com 2 (dois) repre-
sentantes institucionais permanentes, cujas funções serão exercidas por Conselheiros
Federais por ela designados, ad referendum do Conselho Pleno, destinadas ao acompanha-
mento dos interesses da Advocacia no Conselho Nacional de Justiça e no Conselho Nacional
do Ministério Público (art. 98 do Regulamento Geral).
CONSELHO SECCIONAL
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EOAB, art. 57. O Conselho Seccional exerce e observa, no respectivo território, as competências,
vedações e funções atribuídas ao Conselho Federal, no que couber e no âmbito de sua compe-
tência material e territorial, e as normas gerais estabelecidas nesta lei, no regulamento geral, no
Código de Ética e Disciplina, e nos Provimentos.
[...]
Art. 59. A diretoria do Conselho Seccional tem composição idêntica e atribuições equivalentes às
do Conselho Federal, na forma do regimento interno daquele.
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ATENÇÃO
Como vimos anteriormente, em regra, as atribuições inseridas nos incisos XVII e XVIII são
exercidas pelo Conselho Federal. No entanto, por designação expressa do Conselho Fe-
deral, elas podem ser atribuídas ao Conselho Seccional.
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SUBSEÇÃO
EOAB, art. 60. A Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial
e seus limites de competência e autonomia.
§ 1º A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município,
inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados, nela profissional-
mente domiciliados.
§ 2º A Subseção é administrada por uma diretoria, com atribuições e composição equivalentes às
da diretoria do Conselho Seccional.
§ 3º Havendo mais de cem advogados, a Subseção pode ser integrada, também, por um conselho
em número de membros fixado pelo Conselho Seccional.
§ 4º Os quantitativos referidos nos §§ 1º e 3º deste artigo podem ser ampliados, na forma do regi-
mento interno do Conselho Seccional.
§ 5º Cabe ao Conselho Seccional fixar, em seu orçamento, dotações específicas destinadas à
manutenção das Subseções.
§ 6º O Conselho Seccional, mediante o voto de dois terços de seus membros, pode intervir nas
Subseções, onde constatar grave violação desta lei ou do regimento interno daquele.
A Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que irá fixar sua área territorial
e seus limites de competência e autonomia, sendo que a área territorial da Subseção pode
abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital do Estado,
contando com um mínimo de 15 (quinze) advogados, nela profissionalmente domiciliados.
Havendo mais de 100 (cem) advogados, a Subseção pode ser integrada, também, por
um conselho em número de membros fixado pelo Conselho Seccional.
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Obs.: O Conselho Seccional poderá intervir nas Subseções onde constatar grave viola-
ção do Estatuto da OAB ou do regimento interno daquele, mediante o voto de 2/3
(dois terços) de seus membros. O Conselho Seccional fixa, em seu orçamento
anual, dotações específicas destinadas à manutenção das Subseções.
EOAB, art. 61, parágrafo único, a) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo Conselho
Seccional;
b) editar resoluções, no âmbito de sua competência;
c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina;
d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e emitindo pare-
cer prévio, para decisão do Conselho Seccional.
Os conflitos de competência entre subseções, bem como entre estas e o Conselho Sec-
cional, são por este decididos, com recurso voluntário ao Conselho Federal, de acordo com
o artigo 119 do Regulamento Geral.
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EOAB, art. 62. A Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade jurídica própria, desti-
na-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule.
§ 1º A Caixa é criada e adquire personalidade jurídica com a aprovação e registro de seu estatuto
pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, na forma do regulamento geral.
§ 2º A Caixa pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar.
§ 3º Compete ao Conselho Seccional fixar contribuição obrigatória devida por seus inscritos, desti-
nada à manutenção do disposto no parágrafo anterior, incidente sobre atos decorrentes do efetivo
exercício da advocacia.
§ 4º A diretoria da Caixa é composta de cinco membros, com atribuições definidas no seu regimen-
to interno.
§ 5º Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, consi-
derado o valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias.
§ 6º Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho
Seccional respectivo.
§ 7º O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de seus membros, pode intervir na Caixa
de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades, designando dire-
toria provisória, enquanto durar a intervenção.
Obs.: Caso a Caixa seja extinta ou desativada, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho
Seccional correspondente.
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EOAB, art. 63. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na segunda
quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato, mediante cédula única e votação direta
dos advogados regularmente inscritos.
§ 1º A eleição, na forma e segundo os critérios e procedimentos estabelecidos no regulamento
geral, é de comparecimento obrigatório para todos os advogados inscritos na OAB.
§ 2º O candidato deve comprovar situação regular perante a OAB, não ocupar cargo exonerável ad
nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação, e exercer efetivamente
a profissão há mais de 3 (três) anos, nas eleições para os cargos de Conselheiro Seccional e das
Subseções, quando houver, e há mais de 5 (cinco) anos, nas eleições para os demais cargos.
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ATENÇÃO
A Comissão Eleitoral é composta 3 (três) advogados e 3 (três) advogadas, sendo um Pre-
sidente, que não integrem qualquer das chapas concorrentes.
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EOAB, art. 64. Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da chapa que obtiver a maioria
dos votos válidos.
§ 1º A chapa para o Conselho Seccional deve ser composta dos candidatos ao conselho e à sua
diretoria e, ainda, à delegação ao Conselho Federal e à Diretoria da Caixa de Assistência dos Ad-
vogados para eleição conjunta.
§ 2º A chapa para a Subseção deve ser composta com os candidatos à diretoria, e de seu conselho
quando houver.
A votação ocorre por chapas completas, já que a chapa para o Conselho Seccional deve
ser composta dos candidatos ao conselho e à sua diretoria e, ainda, à delegação ao Conse-
lho Federal e à Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta. E,
ainda, a chapa para a Subseção deve ser composta com os candidatos à diretoria, e de seu
conselho, quando houver.
Além disso, de acordo com o artigo 131 do Regulamento Geral, são admitidas a registro
apenas chapas completas, que deverão atender ao percentual de 50% para candidaturas de
cada gênero e, ao mínimo, de 30% de advogados negros e de advogadas negras, assim
considerados os inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil que se classificam (mediante
autodeclaração) como negros, ou seja, pretos ou pardos, ou definição análoga (critérios sub-
sidiários de heteroidentificação), entre titulares e entre suplentes, com indicação dos can-
didatos aos cargos de diretoria do Conselho Federal, do Conselho Seccional, da Caixa de
Assistência dos Advogados e das Subseções, dos conselheiros federais, dos conselheiros
seccionais e dos conselheiros subseccionais, sendo vedadas candidaturas isoladas ou que
integrem mais de uma chapa.
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É conveniente mencionar que o percentual mínimo de 30% (trinta por cento) estipulado
de cotas raciais para advogados negros e advogadas negras valerá pelo prazo de 10 (dez)
mandatos, nos termos do artigo 156-B do Regulamento Geral.
ATENÇÃO
Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da chapa que obtiver a maioria dos vo-
tos válidos (art. 64 do Estatuto da OAB).
EOAB, art. 65. O mandato em qualquer órgão da OAB é de três anos, iniciando-se em primeiro de
janeiro do ano seguinte ao da eleição, salvo o Conselho Federal.
Parágrafo único. Os conselheiros federais eleitos iniciam seus mandatos em primeiro de fevereiro
do ano seguinte ao da eleição.
EOAB, art. 66. Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu término, quando:
I – ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento do profissional;
II – o titular sofrer condenação disciplinar;
III – o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de cada órgão
deliberativo do conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados,
não podendo ser reconduzido no mesmo período de mandato.
Parágrafo único. Extinto qualquer mandato, nas hipóteses deste artigo, cabe ao Conselho Sec-
cional escolher o substituto, caso não haja suplente.
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O mandato dos membros que compõem os órgãos da OAB será extinto automatica-
mente, antes do seu término, quando:
• ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento do
profissional;
• o titular sofrer condenação disciplinar;
• o titular faltar, sem motivo justificado, a 3 (três) reuniões ordinárias consecutivas de
cada órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assis-
tência dos Advogados, não podendo ser reconduzido no mesmo período de mandato.
Art. 67. A eleição da Diretoria do Conselho Federal, que tomará posse no dia 1º de fevereiro,
obedecerá às seguintes regras:
I – será admitido registro, junto ao Conselho Federal, de candidatura à presidência, desde seis
meses até um mês antes da eleição;
II – o requerimento de registro deverá vir acompanhado do apoiamento de, no mínimo, seis Con-
selhos Seccionais;
III – até um mês antes das eleições, deverá ser requerido o registro da chapa completa, sob pena
de cancelamento da candidatura respectiva;
IV – no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, o Conselho Federal elegerá, em reunião
presidida pelo conselheiro mais antigo, por voto secreto e para mandato de 3 (três) anos, sua dire-
toria, que tomará posse no dia seguinte
V – será considerada eleita a chapa que obtiver maioria simples dos votos dos Conselheiros
Federais, presente a metade mais 1 (um) de seus membros.
Parágrafo único. Com exceção do candidato a Presidente, os demais integrantes da chapa
deverão ser conselheiros federais eleitos (grifos nossos).
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11 – PROCESSO NA OAB
EOAB, art. 68. Salvo disposição em contrário, aplicam-se subsidiariamente ao processo disciplinar
as regras da legislação processual penal comum e, aos demais processos, as regras gerais do
procedimento administrativo comum e da legislação processual civil, nessa ordem.
ADI n. 3026-4
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906,
2ª PARTE. “SERVIDORES” DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POS-
SIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGI-
ME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITA-
MES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO
(ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A
ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁ-
TER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE.
CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DI-
REITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MO-
RALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCOR-
RÊNCIA (Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2006, DJ 29-09-2006
PP-00031 EMENT VOL-02249-03 PP-00478 RTJ VOL-00201-01 PP-00093) (grifos nossos).
Destaco que os trâmites aplicáveis aos processos perante a OAB devem observar as
normas trazidas pelo Estatuto da OAB, pelo Código de Ética e pelo Regulamento Geral.
Todavia, salvo disposição em contrário, aplicam-se subsidiariamente ao processo disci-
plinar as regras da legislação processual penal comum e, aos demais processos, as regras
gerais do procedimento administrativo comum e da legislação processual civil, nessa ordem.
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EOAB, art. 69. Todos os prazos necessários à manifestação de advogados, estagiários e terceiros,
nos processos em geral da OAB, são de quinze dias, inclusive para interposição de recursos.
§ 1º Nos casos de comunicação por ofício reservado ou de notificação pessoal, considera-se dia
do começo do prazo o primeiro dia útil imediato ao da juntada aos autos do respectivo aviso de
recebimento. (Redação dada pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 2º No caso de atos, notificações e decisões divulgados por meio do Diário Eletrônico da Ordem
dos Advogados do Brasil, o prazo terá início no primeiro dia útil seguinte à publicação, assim con-
siderada o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário.
Todos os prazos nos processos em geral da OAB são de 15 (quinze) dias, sejam eles
necessários à manifestação de advogados, estagiários e terceiros, inclusive para interposi-
ção de recursos.
Nos casos de atos, notificações e decisões divulgados por meio do Diário Eletrônico da
OAB, o prazo inicia-se no primeiro dia útil seguinte à publicação, assim considerado o pri-
meiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário (art. 69, § 2º, EOAB).
ATENÇÃO
A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022, alterou a forma de contagem dos prazos quando
se tratar de comunicação por ofício reservado ou de notificação pessoal passando a consi-
derar-se dia do começo do prazo o primeiro dia útil imediato ao da juntada aos autos
do respetivo aviso de recebimento (art. 69º, § 1º, EOAB).
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EOAB, art. 70. O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao
Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida
perante o Conselho Federal.
§ 1º Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente, julgar os proces-
sos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio conselho.
§ 2º A decisão condenatória irrecorrível deve ser imediatamente comunicada ao Conselho Seccio-
nal onde o representado tenha inscrição principal, para constar dos respectivos assentamentos.
§ 3º O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrição principal pode
suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, depois
de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se não atender à
notificação. Neste caso, o processo disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de noventa dias.
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Obs.: Lembre-se de que a Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa
sua área territorial e seus limites de competência e autonomia, sendo que a área ter-
ritorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município,
inclusive da capital do estado, contando com um mínimo de 15 (quinze) advogados,
nela profissionalmente domiciliados.
Havendo mais de 100 (cem) advogados, a Subseção pode ser integrada, também,
por um conselho em número de membros fixado pelo Conselho Seccional.
Nesse contexto, compete à Subseção ou ao Conselho da Subseção, quando
houver, instaurar e instruir os processos disciplinares, para julgamento pelo Tri-
bunal de Ética e Disciplina.
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 Tendo em vista que o poder de punir disciplinarmente o advogado será promovido pelo
Conselho do local dos fatos, salvo se não for competência do Conselho Federal, quando for
proferida decisão condenatória, da qual não caiba mais recurso (irrecorrível), o Conselho
Seccional onde o advogado representado tenha inscrição principal deverá ser imediata-
mente comunicado para que faça constar as sanções no assentamento do advogado.
Além disso, em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, o Tribunal de
Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrição principal pode suspendê-lo
preventivamente, depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a
comparecer, salvo se não atender à notificação.
ATENÇÃO
Caso ocorra a suspensão preventiva, o processo disciplinar deve ser concluído no prazo
máximo de 90 (noventa) dias.
EOAB, art. 71. A jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o fato constituir crime ou
contravenção, deve ser comunicado às autoridades competentes.
A jurisdição disciplinar, que tem natureza administrativa, é independente das esferas cri-
minal e civil. Portanto, a jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o fato cons-
tituir crime ou contravenção às autoridades competentes devem ser comunicadas, de modo
que poderá ocorrer a dupla punição do advogado.
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EOAB, art. 72. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer
autoridade ou pessoa interessada.
§ 1º O Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de admissibilidade da representação e
os procedimentos disciplinares.
§ 2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informa-
ções as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente.
ATENÇÃO
De acordo com o artigo 55, § 2º, do CED-OAB, a denúncia anônima NÃO é considerada
fonte idônea.
ATENÇÃO
É importante destacar que o processo disciplinar tramita em sigilo até o seu término, só tendo
acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente.
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DIRETO DO CONCURSO
5. (FGV/OAB – EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV/2022) Beatriz, advogada, oferece
representação perante a OAB em razão de Isabela, outra advogada que atua na mesma
área e na mesma cidade, ter supostamente praticado atos de captação de causas.
Preocupada com as consequências dessa representação, Isabela decidiu estudar as
normas que regem possível processo disciplinar a ser instaurado perante a OAB.
Ao fazê-lo, Isabela concluiu que
a. o processo disciplinar pode ser instaurado de ofício, não dependendo de representa-
ção de autoridade ou da pessoa interessada.
b. o processo disciplinar tramita em sigilo até o seu término, permitindo-se o acesso às
suas informações somente às partes e a seus defensores por ordem da autoridade
judiciária competente.
c. ao representado deve ser assegurado amplo direito de defesa, cabendo ao Tribunal
de Ética e Disciplina, por ocasião do julgamento, avaliar a necessidade de defesa oral.
d. se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo indeferimento liminar da repre-
sentação, o processo deverá ser levado a julgamento pelo Tribunal de Ética e Disci-
plina, que poderá determinar seu arquivamento.
Letra a.
O processo disciplinar poderá ser instaurado de ofício, em função do conhecimento do
fato, quando obtido por meio de fonte idônea, ou em virtude de comunicação da autorida-
de competente, OU mediante representação de qualquer autoridade, OU pessoa interes-
sada (art. 72 do Estatuto da OAB c/c art. 55, CED-OAB).
b) Errada. O processo disciplinar tramita em SIGILO até o seu término, só tendo acesso
às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente,
nos termos do artigo 72, § 2º, do Estatuto.
c) Errada. No processo disciplinar, deve ser assegurado ao representado amplo direito
de defesa, que pode acompanhar o processo em todos os termos, pessoalmente OU por
intermédio de procurador, oferecendo defesa prévia após ser notificado, razões finais
após a instrução e defesa oral perante o Tribunal de Ética e Disciplina, por ocasião do
julgamento (art. 73, § 1º, EOAB).
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d) Errada. Oferecida a defesa prévia, o relator poderá proferir despacho saneador, desig-
nando, se for o caso, audiência para oitiva do representante, do representado e das teste-
munhas. Entretanto, poderá se manifestar pelo indeferimento liminar da representação,
com remessa ao Presidente do Conselho Seccional para decisão e determinação do
arquivamento (§ 3º do artigo 59 do CED-OAB c/c § 2º do art. 73 do EAOAB).
EOAB, art. 73. Recebida a representação, o Presidente deve designar relator, a quem compete a instru-
ção do processo e o oferecimento de parecer preliminar a ser submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina.
§ 1º Ao representado deve ser assegurado amplo direito de defesa, podendo acompanhar o pro-
cesso em todos os termos, pessoalmente ou por intermédio de procurador, oferecendo defesa
prévia após ser notificado, razões finais após a instrução e defesa oral perante o Tribunal de Ética
e Disciplina, por ocasião do julgamento.
§ 2º Se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo indeferimento liminar da representação,
este deve ser decidido pelo Presidente do Conselho Seccional, para determinar seu arquivamento.
§ 3º O prazo para defesa prévia pode ser prorrogado por motivo relevante, a juízo do relator.
§ 4º Se o representado não for encontrado, ou for revel, o Presidente do Conselho ou da Subseção
deve designar-lhe defensor dativo;
§ 5º É também permitida a revisão do processo disciplinar, por erro de julgamento ou por conde-
nação baseada em falsa prova.
Art. 74. O Conselho Seccional pode adotar as medidas administrativas e judiciais pertinentes,
objetivando a que o profissional suspenso ou excluído devolva os documentos de identificação.
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A DEFESA PRÉVIA deve ser acompanhada dos documentos que possam instruí-la e
do rol de testemunhas, até o limite de 5 (cinco). O representante e o representado incum-
bir-se-ão do comparecimento de suas testemunhas, salvo se, ao apresentarem o respectivo
rol, requererem, por motivo justificado, sejam elas notificadas a comparecer à audiência de
instrução do processo (§§ 3º e 4º do artigo 59 do CED-OAB).
Oferecida a defesa prévia, o relator poderá proferir DESPACHO SANEADOR, desig-
nando, se for o caso, audiência para oitiva do representante, do representado e das teste-
munhas. Entretanto, poderá se manifestar pelo indeferimento liminar da representação,
com remessa ao Presidente do Conselho Seccional para decisão e determinação do arqui-
vamento (§ 3º do artigo 59 do CED-OAB).
Concluída a instrução, o relator profere PARECER PRELIMINAR, a ser submetido ao
Tribunal de Ética e Disciplina, dando enquadramento legal aos fatos imputados ao repre-
sentado. Em seguida, abre-se prazo sucessivo de 15 (quinze) dias para apresentação de
RAZÕES FINAIS (§§ 7º e 8º do artigo 59 do CED-OAB).
O Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina designa, por sorteio, relator para pro-
ferir VOTO. Se o processo já estiver tramitando perante o Tribunal de Ética e Disciplina ou
perante o Conselho competente, o relator não será o mesmo designado na fase de ins-
trução (art. 60, caput e § 1º, CED-OAB).
Após a distribuição ao relator, o processo será incluído em pauta na primeira sessão
de julgamentos. A notificação do representante e do representado para comparecimento à
sessão de julgamento deverá ser providenciada pela Secretaria do Tribunal com 15 (quinze)
dias de antecedência (art. 60, §§ 2º e 3º, CED-OAB).
Conforme o art. 60, § 4º, do CED-OAB, na sessão de julgamento, após o voto do relator, é
facultada a SUSTENTAÇÃO ORAL pelo tempo de 15 (quinze) minutos, primeiro pelo repre-
sentante e, em seguida, pelo representado.
Do julgamento do processo disciplinar lavrar-se-á ACÓRDÃO, do qual constarão, quando
procedente a representação (art. 61, CED-OAB):
• o enquadramento legal da infração;
• a sanção aplicada;
• o quórum de instalação e o de deliberação;
• a indicação de haver sido esta adotada com base no voto do relator ou em voto
divergente;
• as circunstâncias agravantes ou atenuantes consideradas; e
• as razões determinantes de eventual conversão da censura aplicada em advertência
sem registro nos assentamentos do inscrito.
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Todas as decisões adotadas em processos ético-disciplinares, da mesma forma que ocorre com o
processo comum, têm a sua legalidade subordinada à fundamentação. Os motivos de fato e de
direito que sustentam devem ser expressamente consignados. Não se pode admitir decisão sem
acórdão; ou acórdão sem o voto devidamente fundamentado; ou omissão da juntada da ata da
sessão de julgamento, ou de seu extrato (grifos nossos).
Por fim, destaco que a conduta dos interessados no processo disciplinar que se revele teme-
rária ou caracterize a intenção de alterar a verdade dos fatos, assim como a interposição de
recursos com intuito manifestamente protelatório, contraria os princípios do Código de Ética e
Disciplina da OAB, sujeitando os responsáveis à correspondente sanção (art. 66 do CED-OAB).
Obs.: O processo de revisão, previsto no artigo 73, § 5º, do Estatuto da OAB, é utilizado
pelo advogado punido com a sanção disciplinar para que o órgão de que emanou a
condenação final no processo promova novo julgamento, considerando erro de jul-
gamento ou condenação baseada em falsa prova, observando-se, no que couber,
o procedimento do processo disciplinar (art. 68, § 1º ao 4º, CED-OAB).
De acordo com o § 6º do artigo 68 do CED-OAB, o pedido de revisão não suspende
os efeitos da decisão condenatória, salvo quando o relator, ante a relevância dos
fundamentos e o risco de consequências irreparáveis para o requerente, conceder
tutela cautelar para que se suspenda a execução.
Ademais, a parte representante somente será notificada para integrar o processo
de revisão quando o relator entender que deste poderá resultar dano ao interesse
jurídico que haja motivado a representação (art. 68, § 7º, CED-OAB).
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RECURSOS
EOAB, art. 75. Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões definitivas proferidas pelo
Conselho Seccional, quando não tenham sido unânimes ou, sendo unânimes, contrariem esta lei,
decisão do Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional e, ainda, o regulamento geral, o
Código de Ética e Disciplina e os Provimentos.
Parágrafo único. Além dos interessados, o Presidente do Conselho Seccional é legitimado a in-
terpor o recurso referido neste artigo.
Art. 76. Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões proferidas por seu Presidente,
pelo Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos
Advogados.
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Art. 142. Quando a decisão, inclusive dos Conselhos Seccionais, conflitar com orientação de
órgão colegiado superior, fica sujeita ao DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO.
Art. 143. Contra decisão do Presidente ou da Diretoria da Subseção cabe recurso ao Conselho
Seccional, mesmo quando houver conselho na Subseção.
Art. 144. Contra a decisão do Tribunal de Ética e Disciplina cabe recurso ao plenário ou órgão
especial equivalente do Conselho Seccional.
Parágrafo único. O Regimento Interno do Conselho Seccional disciplina o cabimento dos recur-
sos no âmbito de cada órgão julgador.
Sob a ótica do Estatuto, o recurso ao Conselho Federal contra decisão do Conselho Sec-
cional tem natureza extraordinária, razão por que se restringe à demonstração de violação da
legislação, ou seja, questões de fato não podem ser revistas (LÔBO, 2017).
De outro lado, cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões proferidas
por seu Presidente, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria da Subseção
ou da Caixa de Assistência dos Advogados.
De acordo com o artigo 67 do CED-OAB, os recursos contra decisões do Tribunal de
Ética e Disciplina, ao Conselho Seccional, regem-se pelas disposições do Estatuto da Advo-
cacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, do Regulamento Geral e do Regimento Interno
do Conselho Seccional. O Tribunal dará conhecimento de todas as suas decisões ao Conse-
lho Seccional, para que determine periodicamente a publicação de seus julgados.
De acordo com Paulo Lôbo (2017): “Não podem ser utilizados os tipos de recursos pre-
vistos na legislação processual comum (penal ou civil), de modo supletivo, porque não há
lacuna no Estatuto. Ao contrário, a lei optou expressamente por um único recurso [...]”.
ATENÇÃO
De acordo com o artigo 144-B do Regulamento Geral, não se pode decidir, em grau algum
de julgamento, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar anteriormente, ainda que se trate de matéria sobre a
qual se deva decidir de ofício, salvo quanto às medidas de urgência previstas no Estatuto.
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EOAB, art. 77. Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de eleições (arts.
63 e seguintes), de suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de cance-
lamento da inscrição obtida com falsa prova.
Parágrafo único. O regulamento geral disciplina o cabimento de recursos específicos, no âmbito
de cada órgão julgador.
ATENÇÃO
Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de eleições dos ór-
gãos, de suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de cancela-
mento da inscrição obtida com falsa prova.
De acordo com o artigo 144-A do Regulamento Geral, para a formação do recurso inter-
posto contra decisão de suspensão preventiva de advogado, deve ser juntada cópia integral
dos autos da representação disciplinar, permanecendo o processo na origem para cumpri-
mento da pena preventiva e tramitação final.
O relator, ao constatar intempestividade ou ausência dos pressupostos legais para
interposição do recurso, profere despacho indicando ao Presidente do órgão julgador o
indeferimento liminar, devolvendo-se o processo ao órgão recorrido para executar a deci-
são, observando-se que, contra a decisão do Presidente, cabe recurso voluntário ao órgão
julgador (art. 140 do Regulamento Geral).
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ÉTICA E ESTATUTO DA OAB COMENTADO E ESQUEMATIZADO
Professora Cínthia Biesek
GABARITO
1. A
2. C
3. C
4. B
5. A
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n. 8.906, de 04 de julho de 1994. Dispõe
sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm. Acesso em: 08 ago. 2022.
GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO, Rodolfo Pamplona. Manual de Direito Civil. São Paulo:
Saraiva Jurídico, 2017.
LÔBO, Paulo. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. São Paulo: Saraiva Jurídico,
2017.
LOCUPLETAR. In: Michaelis. São Paulo: Melhoramentos, 2022. Disponível em: https://
michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/locupletar/. Acesso em:
08 ago. 2022.
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