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AO MM JUÍZO DA VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ.

AÇÃO CONSTITUTIVA DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE c/c AÇÃO CONDENATÓRIA


EM OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Pensão por morte - inciso II do artigo 7.º da lei 3.765/60


Habilitação de beneficiária de militar pré-morto

PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DA AÇÃO


Idosa com 92 anos e doença grave

ZULEIDE LOUREIRO DE MEDEIROS, brasileira, viúva, do lar, residente e domiciliada na Rua


Juaci Sampaio Pontes, 1699 CEP. 61.600-000, Caucaia - CE, portadora da Identidade no: 137.910,
inscrita no CPF sob no: 617.039.663-68, por intermédio de seu advogado, Eduardo André Medeiros
de Paula, OAB/CE 18.289, procuração anexa, vem com o devido respeito e acatamento perante este
juízo interpor a presente AÇÃO CONSTITUTIVA DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE
c/c CONDENATÓRIA EM OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, em face
da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público interno, representada neste processo
pela ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO, sediada nesta capital na Rua R. Dr. Gilberto Studart, 96-55 -
Cocó, Fortaleza - CE, 60192-010 ou endereço conhecido da Secretaria deste Juízo e do COMANDO
DO EXERCITO NO ESTADO DO CEARÁ, (Ministério da Defesa), representado pela DÉCIMA REGIÃO
MILITAR, pessoa jurídica de direito publico interno, onde poderá ser encontrado na sede
funcional, Avenida Alberto Nepomuceno, S/N, Centro – Fortaleza-CE, CEP: 60.025-130, bem como
a citação de MARIA CRISTINA SIMÕES DE MEDEIROS e ALESSANDRA SIMÕES LOUREIRO DE
MEDEIROS, residentes em local incerto e não sabido pela autora, mas de conhecimento da DÉCIMA
REGIÃO MILITAR para que integrem a lide na qualidade de litisconsórcio passivo, uma vez que
requereram a pensão objeto da presente demanda.

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PRELIMINARMENTE

a. Benefícios da justiça gratuita (CPC, art. 98, caput)

A autora não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma vez que são
insuficientes seus recursos financeiros. Destarte, a Demandante formula pleito de gratuidade da
justiça o que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, §4.º c/c 105, in fine, ambos
do CPC, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório acostado.

b. Quanto a Audiência de Conciliação (CPC, art. 319, inciso VII)

A Promovente opta pela realização de audiência conciliatória (CPC, art. 319, inciso VII),
razão pela qual requer a citação da promovida, por oficial de justiça (CPC, art. 247, inciso III), para
comparecer à audiência a ser designada para essa finalidade (CPC, 334, caput c/c §5.º), antes,
porém, avaliando-se o pleito de urgência aqui almejado.

c. Prioridade de tramitação do processo (CPC, art. 1.048, inc. I)

A Demandante, em face do que dispõe o Código de Processo Civil, assevera que tem mais
de sessenta anos e é portadora de doença grave – documentos comprobatórios anexo, fazendo jus,
portanto, à prioridade na tramitação do presente processo, o que de logo assim o requer.

Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos


judiciais:
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º,
inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988;
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá
requerê-lo à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará ao cartório do
juízo as providências a serem cumpridas.
§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de
tramitação prioritária.
§ 3º Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor
do cônjuge supérstite ou do companheiro em união estável.
§ 4º A tramitação prioritária independe de deferimento pelo órgão jurisdicional e deverá ser
imediatamente concedida diante da prova da condição de beneficiário.

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DAS CONSIDERAÇÕES FÁTICAS
A pensão militar conta com certas especificidades que a distinguem dos outros modelos
previdenciários. Devido à complexa legislação aplicável ao caso, certos institutos, como a ordem de
deferimento geram patente divergência na jurisprudência, ressaltando ainda que a doutrina
aplicável à espécie é escassa.
A exegese necessária à correta aplicação dos dispositivos deve não apenas levar em conta
a promulgação da Constituição de 1988, mas considerar toda a evolução histórica da arquitetura
familiar brasileira, bem como as mudanças legislativas que levaram à alteração das regras da ordem
de vocação.
Resta, ainda, consignar que a verificação da legislação a ser aplicada no caso reside na data
do óbito do instituidor da pensão, ainda que o exercício ocorra posteriormente.
Fatos que fundamentam o pedido autoral:
A Requerente, mãe viúva de militar da reserva - Francisco José Loureiro de Medeiros -
morto em 13/11/2019, em seu entender, faz jus ao recebimento da pensão por morte de seu filho,
uma vez que preenche os requisitos inseridos na legislação aplicável ao caso concreto, sendo este
direito exercível a qualquer tempo, nos temos do artigo 28 da Lei 3.765/60 que diz: “A pensão
militar pode ser requerida a qualquer tempo, condicionada porém, a percepção das prestações
mensais à prescrição de 5 (cinco) anos”.
A habilitação dos beneficiários proceder-se-á conforme disposto no artigo. 9.º da Lei
3.765/60 “A habilitação dos beneficiários obedecerá, à ordem de preferência estabelecida no art. 7º
desta lei.” Sendo que o parágrafo 1.º do artigo 7.º do referido diploma é categórico ao afirma que
o preenchimento da ordem de preferencia anterior exclui o direito da ordem subsequente, nos
seguintes termos: “A concessão da pensão aos beneficiários de que tratam as alíneas “a” e “d” do
inciso I do caput exclui desse direito os beneficiários referidos nos incisos II e III do caput deste
artigo”.
Não obstante a Requerente figurar na segunda ordem de prioridade (inciso II, do artigo
7.º, da Lei 3.765/60), aqueles que supostamente ocupariam a primeira ordem de prioridade (inciso
I, do artigo 7.º, da Lei 3.765/60) não atendem os requisitos insculpidos na legislação, como
passaremos a demonstra.

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Frente às divergências de interpretação da Lei, dentro de um contexto social totalmente
distinto daquele existente à época de sua edição, imperioso se faz afastar a interpretação literal do
dispositivo, dando nova perspectiva ao citado parágrafo através do método teleológico. O citado
método consiste na interpretação realizada tendo em vista a ratio legis ou intento legis, isto é,
conforme a intenção da lei.
Busca-se entender a finalidade para a qual a norma foi editada, isto é, a razão de ser da
norma, dentro do panorama contemporâneo do Direito. A "ratio legis" não se confunde com o ratio
legislatores (vontade do legislador). Podem até coexistir, mas no confronto vale a intenção da lei,
haja vista que a vontade do legislador de 1960, por exemplo, não será a mesma vontade do
legislador de 2010.

DO NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PELOS OCUPANTES DA PRIMEIRA ORDEM DE


PREFERENTECIA.

Para análise dos pleitos autorais, necessário se faz, demonstrar a este juízo fatos referentes
a ordem de preferência estabelecida no artigo 7º da lei de regência.
1. Do não enquadramento da ex esposa, separada judicialmente como integrante da ordem
de preferência.
Em primeiro, o de cujus separou-se judicialmente da Sra. Maria Cristina Simões de
Medeiros, sendo instituída, em favor desta, pensão alimentícia no montante equivalente a 20%
(vinte por cento) dos proventos daquele. Nos termos da alínea “c”, inciso I, artigo 7.º c/c parágrafo
2-A da Lei 3.765/60, faz jus ao recebimento da quota arbitrada na separação judicial, ou seja, 20%
(vinte por cento). “§ 2º-A. A quota destinada à pessoa separada de fato, separada judicialmente ou
divorciada do instituidor, ou ao ex-convivente, desde que perceba pensão alimentícia,
corresponderá à pensão alimentícia judicialmente arbitrada”.
Note-se que a Sra. Maria Cristina Simões de Medeiros, por ser separada judicialmente, não
ocupa a primeira ordem de preferência (inciso I, artigo 7.º da Lei 3.765/60), o texto é expresso ao
dispor que os ocupantes daquela prioridade são “cônjuge ou companheiro designado ou que
comprove união estável como entidade familiar” sendo separada judicialmente, o direito a pensão
decorre do direito de família, arbitrado judicialmente quando proferida sentença na separação
judicial.

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A posição aqui defendida, conforme leciona Guilherme Calmon Nogueira da Gama1, baseia-
se não apenas nos valores e princípios constitucionais em matéria de Família Constitucional e de
Seguridade Social, mas também, e principalmente, na circunstância de que outras pessoas que
mantinham vínculos efetivos e permanentes com o servidor, como a própria mãe, até o momento
da morte, merecem maior proteção estatal do que o ex-cônjuge ou ex-companheiro titular de
alimentos arbitrados segundo as normas do Código Civil.
Segundo o entendimento do TRF-2.ª Região deve-se preservar a coisa julgada em matéria
no juízo de família, assim se pronunciou aquele sodalício: “Observa-se, ainda, o aspecto da
manutenção da coisa julgada em matéria do juízo de família, de modo que a legislação
previdenciária hodierna deve ser interpretada de molde a preservar a coisa julgada, que no caso é
sujeita à cláusula rebus sic stantibus, visto que referida decisão é passível de revisão judicial, em
ação autônoma, de molde a se aquilatar o binômio necessidade-possibilidade [16]. Nada justifica,
assim, que o ex-cônjuge tenha seu pensionamento majorado pela morte do alimentante, fato que
consubstanciaria enriquecimento sem causa por parte do alimentado, sendo vedado de forma
expressa pelo Código Civil nos arts. 884 a 886 e ferindo o princípio da razoabilidade, que deve ser
observado pela administração pública 2.
Aprofundando o tema em pauta, pode-se citar ainda a manifestação da Turma Nacional de
Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais no sentido da manutenção dos
alimentos fixados por decisão com trânsito em julgado, no âmbito de concessão das pensões
militares a ex-cônjuges pensionadas, conforme a seguinte ementa:
ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO MILITAR. RATEIO ENTRE A VIÚVA E A EX-MULHER
DIVORCIADA. MANUTENÇÃO DA PROPORÇÃO DEVIDA A TÍTULO DE ALIMENTOS À EX-ESPOSA.
SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO.
Recurso de Sentença Cível - Processo n° 2006.51.51.042109-0/01 Relator: Juiz Federal Manoel
Rolim Campbell Penna. Recorrente(s): Marlene Pereira Castelo Branco. Recorrido(s): União Federal
e Marly da Silva Castelo Branco. Juízo de origem: 3o Juizado Especial Federal do Rio de Janeiro

1
Guilherme Calmon Nogueira da Gama. A constituição de 1988 e as pensões securitárias no
direito brasileiro. p.147.

2
TRF-2ª Região. 6ª Turma. AC 195467. Processo 9902098193/RJ. Julgamento: 03/08/2004.
Publicação: 16/08/2004, p. 954. Relator Des. Fed. Poul Erik Dyrlund.

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Este é o entendimento predominante do egrégio Tribunal Regional Federal da 2ª. Região:
PREVIDENCIÁRIO - PENSÃO POR MORTE - EX-ESPOSA E COMPANHEIRA - RATEIO - MANUTENÇÃO
DA PROPORÇÃO DEVIDA A TÍTULO DE ALIMENTOS.
I - O rateio da pensão por morte meio a meio entre a companheira e a ex-mulher do instituidor do
benefício, quando esta recebia alimentos em percentual inferior a 50%, consiste em majoração da
pensão alimentícia, sem qualquer base legal que a justifique.
II - Assim, afigura-se justa a pretensão de divisão do benefício, guardando-se equivalência da cota-
parte da ex-esposa com os alimentos a ela prestados, sobretudo se considerarmos que, no caso,
conforme se extrai dos autos, a companheira conviveu com o segurado por aproximadamente 35
anos, dividindo com ele toda uma vida, até a data de seu falecimento.
III - Remessa necessária improvida.
(T.R.F. da 2ª Região - 2ª Turma - REO nº 333.193/RJ - rel. Des. Fed. CASTRO AGUIAR - unânime -
DJU de 09/12/2003, p. 218). (grifamos)

"PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE E PENSÃO ALIMENTÍCIA FIXADA PELO JUÍZO DE FAMÍLIA
– RATEIO DO BENEFÍCIO – IMPOSSIBILIDADE – COISA JULGADA. 1 - A igualdade de concorrência
do ex-cônjuge alimentando, preconizada pelo § 2º do art. 76 da Lei nº 8.213/91, não deve ser
entendida no sentido literal deste texto, mas sim, em seu sentido teleológico e em conformidade
com os preceitos constitucionais, sob pena de malferimento à intangibilidade da coisa julgada que
se forjou no Juízo de Família; o que conduz apenas a um resguardo da situação daquele que, em
razão do desfazimento dos laços matrimoniais (máxime pela alteração do estado civil), deixaria de
ser dependente do segurado, ficando, conseqüentemente, excluído do rol constante do art. 16
daquele Diploma Legal. 2 - A legislação previdenciária hodierna deve ser interpretada de molde a
preservar a coisa julgada, que no caso é sujeita à cláusula rebus sic stantibus, visto que referida
decisão é passível de revisão judicial, em ação autônoma, de molde a se aquilatar o binômio
necessidade-possibilidade, conforme, inclusive, pugnava o Decreto nº 89.312/84, art. 4º, § 2º. 3 –
Apelação e remessa necessária desprovidas." (TRF-2ª Região. 6ª Turma. AC 195467. Processo
9902098193/RJ. Julgamento: 03/08/2004. Publicação: 16/08/2004, p. 954. Relator Des. Fed. Poul
Erik Dyrlund.) (grifamos)

Conclui-se que, quando houver concorrência entre as ordens de prioridade constantes da


lei, a ex-cônjuge deve ser mantido o percentual fixado no juízo de família, deferindo-se o restante
do benefício aos ocupantes das ordens de preferente desde a morte do instituidor, não havendo
incorporação de sua cota-parte pelos motivos já expostos anteriormente.

2. Da ausência dos requisitos da filha para integrar a primeira ordem de preferência.


Amplamente divulgado na mídia brasileira são as exorbitantes pensões recebidas pelas
filhas de militares que mantem uniões estáveis duradouras sem formalizar o casamento com a
finalidade de receber vultosas pensões.
Nesta senda, a beneficiária sra. Alessandra Simões Loureiro de Medeiros, filha maior do de
cujus, não buscou o meio formal do casamento em seus relações, optando em viver em união
estável com suas parceiras, na tentativa de mascara perante a sociedade suas relações estáveis,
tudo com a finalidade de obter, com o falecimento de seu genitor, vultosa pensão alimentícia.

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Ocorre que, apesar de não ostentar a condição de casada, manteve união estável no
decorrer de anos, inclusive residindo sob o mesmo teto com a Sra. Fernanda Gurgel do Amaral Mota,
relacionamento público, conhecido por todos seus amigos e familiares. A Alessandra na companhia
da Fernanda frequentou, por diversas vezes, tanto a casa de seu pai, quanto a residência de sua avó
(ora Requerente). Friso que a referida união era de conhecimento de todos os familiares (pai, mãe,
avós, irmãos, tios, primos, etc.).
Após o rompimento com sua ex-companheira (Fernanda), advieram outros
relacionamentos que, de igual forma, tiveram conhecimento público. Somente após ser proibida de
frequentar a casa de sua avó, pois fez acusações injuriosas a esta (idosa com idade superior a 90
anos), fato inclusive que causou grande mal-estar junto a família é que houve a quebra de contato
entre os familiares com a Requerida.
O STF já se debruçou sobre o tema do reconhecimento da união estável homoafetiva no
julgamento da ADPF 132. Tendo o STF equipado a união homossexual, reconhecimento que é de ser
feito segundo as mesmas regras e com as mesmas consequências da união estável heteroafetiva,
colaciono trecho do julgado:
(STF – ADPF: 132 RJ, Relator: Ministro Ayres Britto. Julgamento 05/05/2011. Tribunal Pleno. DJe.
198. Divulgado: 13/10/2011. Publicado: 02607-01 PP 00001) “[..] 6. INTERPRETAÇÃO DO ART.
1.723 DO CÓDIGO CIVIL EM CONFORMIDADE COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL (TÉCNICA DA
“INTERPRETAÇÃO CONFORME”). RECONHECIMENTO DA UNIÃO HOMOAFETIVA COMO FAMÍLIA.
PROCEDÊNCIA DAS AÇÕES. Ante a possibilidade de interpretação em sentido preconceituoso ou
discriminatório do art. 1.723 do Código Civil, não resolúvel à luz dele próprio, faz-se necessária a
utilização da técnica de “interpretação conforme à Constituição”. Isso para excluir do dispositivo
em causa qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e
duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família. Reconhecimento que é de ser feito segundo
as mesmas regras e com as mesmas consequências da união estável heteroafetiva.”

Reconhecida a constitucionalidade da união homoafetiva no julgamento da ADPF 132, o


Supremo Tribunal Federal (“STF”) decidiu, em repercussão geral, pela inconstitucionalidade do
artigo 1.790 do Código Civil. No julgamento foi aprovada a tese a seguir: “No sistema constitucional
vigente, é inconstitucional a distinção de regime sucessório entre cônjuges e companheiros, devendo
ser aplicado em ambos os casos o regime do artigo 1.829 do Código Civil de 2002.”

A decisão põe fim à matéria controversa no direito de família, visto que a Constituição
Federal prevê que a união estável deve ter sua conversão em casamento facilitada, e ao mesmo
tempo fala que não haverá discriminação entre os tipos de família.

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO 646.721 RIO GRANDE DO SUL - REDATOR DO ACÓRDÃO: MIN.
ROBERTO BARROSO Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.790 DO CÓDIGO CIVIL À SUCESSÃO EM UNIÃO
ESTÁVEL HOMOAFETIVA. INCONSTITUCIONALIDADE DA DISTINÇÃO DE REGIME SUCESSÓRIO
ENTRE CÔNJUGES E COMPANHEIROS. A Constituição brasileira contempla diferentes formas de
família legítima, além da que resulta do casamento. Nesse rol incluem-se as famílias formadas
mediante união estável, hetero ou homoafetivas. O STF já reconheceu a “inexistência de hierarquia
ou diferença de qualidade jurídica entre as duas formas de constituição de um novo e
autonomizado núcleo doméstico”, aplicando-se a união estável entre pessoas do mesmo sexo as
mesmas regras e mesas consequências da união estável heteroafetiva (ADI 4277 e ADPF 132, Rel.
Min. Ayres Britto, j. 05.05.2011)

Portanto, Sra. Alessandra ao manter união estável homoafetiva atraiu para si as mesmas
regras e as mesmas consequências da união estável heteroafetiva, sendo, pois equiparada ao
casamento para todos os efeitos legais, o que, por si só, descaracterizaria a condição de solteira,
desautorizando, portanto, o recebimento da pensão por morte, por não preencher os requisitos
legais.

EMENTA: ADMINISTRATIVO. MILITAR. PENSÃO POR MORTE. FILHA MAIOR. UNIÃO ESTÁVEL.
CANCELAMENTO DO PENSIONAMENTO. 1 – Para fins de pensão por morte de pai militar, a Lei
3.373/58, em seu art. 5, aplicável à data do óbito, garantia à filha o direito ao benefício
previdenciário, desde que esta mantivesse a condição de solteira. 2 – Como a união estável possui
os mesmos efeitos do casamento, a sua ocorrência afigura-se como motivo hábil ao cancelamento
da pensão. 3 – Sentença mantida. Recurso improvido. (TRF4, AC 5016890-05.2014.404.7108,
Terceira Turma, Relatora p/ Acórdão Marga Inge Barth Tessler, juntado aos autos em 19/02/2016).
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. PENSÃO POR MORTE DO PAI. LEI N.º
3.373/58. FILHA MAIOR DE 21 ANOS. UNIÃO ESTÁVEL COMPROVADA. PERDA DA CONDIÇÃO DE
SOLTEIRA. EXCLUSÃO DE BENEFICIÁRIA. INOVAÇÃO RECURSAL. 1. O direito ao benefício de
pensão por morte é regido pela legislação vigente à data do óbito, que na hipótese ocorreu em
1973. 2. A Lei 3.373/58 garantia o pensionamento apenas às filhas solteiras, maiores de 21 anos,
sem cargo público permanente. Aplicação do parágrafo único do art. 5º da Lei nº 3.373/58. 3. A
união estável, de acordo com os artigos 226 da Constituição Federal e 1723 do Código Civil de 2002,
é reconhecida como entidade familiar, dela decorrendo todos os direitos e deveres oriundos do
casamento. 4. Os relacionamentos de união estável mantidos pela parte autora e devidamente
comprovados causaram a perda da condição de filha solteira, necessária para o recebimento da
pensão por morte instituída pela Lei 3.373/58. 4. O pedido de exclusão da litisconsorte passiva da
condição de beneficiária da pensão por morte não merece apreciação em sede recursal, visto que
não foi oportunamente postulado e não se submeteu ao crivo do contraditório. 5. Apelação não
provida. (AC 0000727-83.2008.4.01.3307 / BA, Rel. JUIZ FEDERAL WARNEY PAULO NERY ARAUJO
(CONV.), PRIMEIRA TURMA, e-DJF1 de 27/05/2016)
ADMINISTRATIVO. CUMULAÇÃO DE PENSÕES. CONDIÇÃO DE FILHA MAIOR E SOLTEIRA. LEI
3.373/58. CONDIÇÃO DE COMPANHEIRA. LEI 8.112/90. DESCARACTERIZAÇÃO DO ESTADO CIVIL
DE SOLTEIRA. CANCELAMENTO DA PENSÃO TEMPORÁRIA. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO.
POSSIBILIDADE. MÁ-FÉ CARACTERIZADA. 1- A controvérsia dos autos cinge-se sobre a
possibilidade da Administração cobrar valores pagos indevidamente à Autora, uma vez que esta
teria percebido simultaneamente duas pensões estatutárias, uma pela morte de seu pai, com base
na Lei 3.373/58, na qualidade de filha solteira, e outra em razão da morte de seu companheiro,
com base na Lei 8.112/90. 2- A união estável, por ser equiparada ao casamento para todos os
efeitos legais, descaracteriza a condição de solteira, autorizando, portanto, a cessão da pensão

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temporária prevista no art. 5°, parágrafo único, da Lei 3.373/58. Precedente: TRF2, AC
200851010216981, Quinta Turma Especializada, Rel. Des. Fed. FERNANDO MARQUES, E-DJF2R
22/12/2010. 3- Tanto o STF, no julgamento do Mandado de Segurança n° 25.641-9/DF, como o STJ,
em sede de recurso repetitivo (AgRg no REsp 788822/MA, Sexta Turma, Rel. Min. OG FERNANDES,
DJe 14/05/2013), já consolidaram o entendimento no sentido de que não se sujeitam à repetição
os valores pagos em decorrência de erro da Administração ou interpretação inadequada da
legislação, desde que o servidor ou seu dependente esteja de boa-fé, não tendo concorrido para a
realização do pagamento indevido. 4- Não é possível cogitar de boa-fé da pensionista quando esta
recebe duas pensões em função de requisitos completamente antagônicos, na medida em que
percebia uma pensão na condição de filha solteira, enquanto a outra lhe era paga por ser
companheira de ex-servidor federal. Precedentes: TRF, AC 200951010088790, Sexta Turma
Especializada, Rel. Des. Fed. GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA, E-DJF2R 20/07/2012;
TRF5, AC 200883000180372, Terceira Turma, Rel. Des. Fed. GERALDO APOLIANO, DJE 25/02/2010.
5- Além disso, não houve dúvida plausível sobre a validade ou incidência da norma, nem mesmo
sua interpretação equivocada pela Administração, uma vez que, quando da concessão da pensão
por morte, a Autora preenchia todos os requisitos do art. 5 ° da Lei 3.373/58, inexistindo aí qualquer
ilegalidade. O pagamento indevido da pensão só se deu em razão do comportamento da Autora
que, ao deixar de informar a sua união estável, manteve a Administração em erro, permitindo que
o benefício continuasse a ser pago mesmo quando este já não lhe era mais devido. 6- Recurso e
remessa necessária providos para afastar a vedação ao ressarcimento ao erário. (APELRE
201151010045929, Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM, TRF2 - QUINTA TURMA
ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Data:08/10/2013.)

Da incompatibilidade material do inciso II do artigo 7.º da lei n.º 3.765/1960 e o Efeito revogatório
automático da Constituição Federal de 1988

A redação original do artigo 7.º da lei n.º 3.765/1960 - norma pré-constitucional, estabelece
a ordem de preferência no recebimento da pensão por morte de militar. Em seu inciso II do art. 7.º
o diploma normativo diz: “Art. 7º A pensão militar defere-se na seguinte ordem: II - aos filhos de
qualquer condição, exclusive os maiores do sexo masculino, que não sejam interditos ou inválidos”.

Legislação superveniente, lei 8.216/91 alterou a redação do art. 7.º, estabelecendo ordem
de prioridade para o deferimento do benefício e estabeleceu que a filha maior de 21 (vinte e um)
anos faria jus ao recebimento da pensão se ostenta-se o estado civil de solteira. (artigo declarado
eivado de inconstitucionalidade formal pelo STF na ADI 574).

Posteriormente, a Medida Provisória 2.215-10/2001 alterou o teor do art. 10 para


restabelecer a ordem de prioridade e não mais fazer distinção entre filhos (homens e/ou mulheres)
quanto ao recebimento da pensão por morte.

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O art. 31 e seus parágrafos da MP n. 2.215/2001 - norma de transição constitui exceção ao
art. 7º da Lei n. 3.765/1960, na redação do art. 27 3 da MP 2.215-10/2001. Assim, aqueles que eram
militares na data da entrada em vigor da referida MP têm o direito à manutenção dos benefícios da
Lei n. 3.765/1960, mormente no que se refere ao rol de beneficiários, desde que contribuam com
mais 1,5% de sua remuneração.

Embora a MP 2.215-10/2001 tenha reconhecido a igualdade entre os filhos, não mais


fazendo distinção entre os sexos, estabeleceu em sua norma de transição que as filhas
(independente da idade e do estado civil destas), desde que o militar contribua com mais 1,5% de
sua remuneração, fariam jus ao recebimento de pensão vitalícia.

3 Art. 7o A pensão militar é deferida em processo de habilitação, tomando-se por base a declaração de beneficiários
preenchida em vida pelo contribuinte, na ordem de prioridade e condições a seguir:
I - primeira ordem de prioridade:
a) cônjuge;
b) companheiro ou companheira designada ou que comprove união estável como entidade familiar;
c) pessoa desquitada, separada judicialmente, divorciada do instituidor ou a ex-convivente, desde que percebam pensão
alimentícia;
d) filhos ou enteados até vinte e um anos de idade ou até vinte e quatro anos de idade, se estudantes universitários ou,
se inválidos, enquanto durar a invalidez; e
e) menor sob guarda ou tutela até vinte e um anos de idade ou, se estudante universitário, até vinte e quatro anos de
idade ou, se inválido, enquanto durar a invalidez.
II - segunda ordem de prioridade, a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do militar;
III - terceira ordem de prioridade:
a) o irmão órfão, até vinte e um anos de idade ou, se estudante universitário, até vinte e quatro anos de idade, e o
inválido, enquanto durar a invalidez, comprovada a dependência econômica do militar;
b) a pessoa designada, até vinte e um anos de idade, se inválida, enquanto durar a invalidez, ou maior de sessenta anos
de idade, que vivam na dependência econômica do militar.
§ 1o A concessão da pensão aos beneficiários de que tratam o inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "d", exclui desse direito os
beneficiários referidos nos incisos II e III.
§ 2o A pensão será concedida integralmente aos beneficiários do inciso I, alíneas "a" e "b", ou distribuída em partes
iguais entre os beneficiários daquele inciso, alíneas "a" e "c" ou "b" e "c", legalmente habilitados, exceto se
existirem beneficiários previstos nas suas alíneas "d" e "e".
§ 3o Ocorrendo a exceção do § 2o, metade do valor caberá aos beneficiários do inciso I, alíneas "a" e "c" ou "b" e "c",
sendo a outra metade do valor da pensão rateada, em partes iguais, entre os beneficiários do inciso I, alíneas "d"
e "e". (NR)

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Com o advento da constituição de 1988 o inciso II do artigo 7.º da lei n.º 3.765/1960 que
diz: “Art. 7º A pensão militar defere-se na seguinte ordem: II - aos filhos de qualquer condição,
exclusive os maiores do sexo masculino, que não sejam interditos ou inválidos” conflita com o inciso
I do artigo 5º da Constituição Federal, que diz: “ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes :I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;”

As normas infraconstitucionais editadas na vigência da Constituição pretérita que forem


materialmente incompatíveis com a nova Constituição são por ela revogadas. Com a entrada em
vigor da Constituição de 1988, as normas infraconstitucionais com ela materialmente incompatíveis
foram revogadas (retiradas do mundo jurídico), deixando de ter vigência e, consequentemente,
validade.

Essa revogação (assim como também a recepção das normas materialmente compatíveis)
é tácita e automática: a nova Constituição não precisa dispor que os dispositivos incompatíveis
serão expurgados do ordenamento jurídico. Para o STF, trata-se de simples conflito de normas no
tempo, em que a norma posterior revoga a anterior.

Sobre a revogação da lei anterior conflitante com a constituição superveniente é


entendimento do STF, no seguinte julgado:

EMENTA: CONSTITUIÇÃO. LEI ANTERIOR QUE A CONTRARIE. REVOGAÇÃO.


INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE. IMPOSSIBILIDADE. 1. A lei ou é constitucional ou não
é lei. Lei inconstitucional é uma contradição em si. A lei é constitucional quando fiel à Constituição;
inconstitucional na medida em que a desrespeita, dispondo sobre o que lhe era vedado. O vício da
inconstitucionalidade é congênito à lei e há de ser apurado em face da Constituição vigente ao
tempo de sua elaboração. Lei anterior não pode ser inconstitucional em relação à Constituição
superveniente; nem o legislador poderia infringir Constituição futura. A Constituição sobrevinda
não torna inconstitucionais leis anteriores com ela conflitantes: revoga-as. Pelo fato de ser
superior, a Constituição não deixa de produzir efeitos revogatórios. Seria ilógico que a lei
fundamental, por ser suprema, não revogasse, ao ser promulgada, leis ordinárias. A lei maior
valeria menos que a lei ordinária. 2. Reafirmação da antiga jurisprudência do STF, mais que
cinqüentenária. 3. Ação direta de que se não conhece por impossibilidade jurídica do pedido. (ADI
2, Relator(a): Min. PAULO BROSSARD, Tribunal Pleno, julgado em 06/02/1992, DJ 21-11-1997 PP-
60585 EMENT VOL-01892-01 PP-00001)

Assim sendo, não restam dúvidas que o dispositivo impugnado, inciso II do artigo 7.º da lei
n.º 3.765/1960 não foi recepcionado pela nova ordem constitucional diante da incompatibilidade
material com o inciso I do artigo 5º da CF/88.
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Nesta senda, o dispositivo legal, MP 2.215-10/2001, que tratou sobre a norma de transição
deve ser, no caso concreto, declarado inconstitucional, uma vez que há nítida repristinação de
norma não recepcionada (revogada), a fim de que seja conferida eficácia plena ao disposto no inciso
I do artigo 5º da CF/88, - “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição”. Ademais, o artigo 5.º da Constituição Federal, conforme estabelecido em seu § 1º
são normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais e têm aplicação imediata.

Caso este juízo entenda de forma diversa quanto a não recepção da norma impugnada,
bem como pela inconstitucionalidade da regra de transição, requer a aplicação analógica do
parágrafo único do artigo 5.º da Lei 3.373/58, no sentido de garantia à filha o direito ao benefício
previdenciário, desde que esta mantivesse a condição de solteira. Assim sendo, como a união
estável da Requerida possui os mesmos efeitos do casamento, a sua ocorrência afigura-se como
motivo hábil ao indeferimento/cancelamento da pensão.

Outro ponto que merece ser ressaltado é a ausência da qualidade de dependência


econômica entre a Requerida e o de cujus. Conforme se comprova pela declaração de imposto de
renda anexo (Doc. anexo), A sra. Alessandra não figura no rol de dependentes do de cujus, somente
a Requerente ostenta tal a qualidade.

Ausente o requisito da dependência econômica, sendo formada, em idade produtiva, é


medida que se impõe, o reconhecimento por este juízo, do não preenchimento, pela Sra.
Alessandra, dos requisitos necessários ao recebimento da pensão por morte, sendo questão de
justiça que este seja deferido a Autora – ocupante da ordem subsequente de beneficiários.
Colaciono os seguintes julgados sobre a necessidade da comprovação da dependência
econômica:
ADMINISTRATIVO. MILITAR. PENSÃO POR MORTE. FILHA MAIOR E INVÁLIDA. FRAGILIDADE DA
PROVA DO ESTADO DE INVALIDEZ. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA EM FACE DO INSTITUIDOR DO
BENEFÍCIO NÃO CONSTATADA. NÃO CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. APELAÇÃO IMPROVIDA. 1. À
vista de que a finalidade da concessão do benefício de pensão por morte é essencialmente dar
amparo alimentar aos beneficiários do militar falecido, a dependência econômica do(a) filho(a)
maior e inválido(a) comporta presunção relativa, admitindo, pois, prova em contrário, sob pena de
dar ensejo ao enriquecimento ilícito do beneficiário. Precedentes do STJ. 2. Na espécie, além da
fragilidade da comprovação do alegado estado de invalidez da parte postulante - tendo em vista o
teor do laudo judicial no qual a invalidez é atestada com base apenas na afirmação da parte autora
de que é inválida e na concessão pelo INSS do benefício de prestação continuada da Assistência
Social (BPC-LOAS) -, não restou devidamente provado nos autos que a autora, estando na condição
de inválida, dependia dos cuidados do seu genitor, instituidor do benefício, para sobreviver. 3. Da

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análise do acervo fático-probatório, constata-se que, de fato, não há elementos materiais
suficientes para se firmar o convencimento de que a autora se encontrava inválida e de que, nessa
condição, dependia economicamente do seu genitor, principalmente quando se infere dos autos
que ela vive em união estável com companheiro que é sócio de uma loja que comercializa celulares
e que ela requereu e obteve judicialmente a guarda de um dos seus netos, conforme informado no
"Laudo Social" que integra o aludido processo de guarda, realizado em maio de 2014, cuja cópia
repousa no feito. 4. Dessa maneira, à míngua do preenchimento dos requisitos legais, não faz jus a
autora, ora apelante, ao direito de se habilitar como beneficiária da pensão por morte militar, na
condição de filha maior e inválida, nos termos do art. 7º da Lei nº 3.765/60. 5. Apelação improvida.
Apelação Cível. Processo: 08009389820174058500. Relator: Desembargador Federal Edílson
Nobre. 4.ª Turma – TRF-5.ª Região.

Na mesma senda a Advocacia-Geral da União, em ação4 movida perante a 2.ª Vara Federal
de Vitória da Conquista (BA), demonstrou a legalidade da interrupção de pagamento de pensão a
uma filha de militar falecido que manteve união estável e, portanto, não cumpria os requisitos legais
para o recebimento do benefício. O juízo acolheu os argumentos da AGU e julgou improcedente o
pedido da mulher para voltar a receber a pensão. A decisão de primeira instância que negou o
reestabelecimento da pensão teve recurso julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF1), que manteve o entendimento do juízo a quo. Acolhendo os argumentos da AGU, o
magistrado responsável pela análise do caso assinalou que “união estável equipara-se ao casamento
e o ‘status’ legal de companheira é semelhante ao de cônjuge. Portanto, os relacionamentos estáveis
mantidos pela parte autora e devidamente comprovados nos autos, ainda que já terminados,
causaram a perda da condição de filha solteira”.

Do Direito da Autora – Mãe do Militar (pré-morto)


Em geral, quem recebe pensão por morte é a esposa/companheira, quando o
marido/companheiro falece, ou ao contrário, o marido/companheiro, quando a
esposa/companheira é falecida. Entretanto, a legislação previdenciária possibilita que outros
dependentes recebam a pensão por morte.
Um caso frequente é o da pensão advinda do falecimento do filho. Nestes sentido o STJ
assim se pronunciou: “Esta Corte tem reconhecido, continuamente, o direito dos pais ao
pensionamento pela morte do filho, independentemente de este exercer ou não atividade laborativa,

4 IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Família. Filha de militar que manteve união estável perde pensão. Publicado
em 05/08/2016. disponível em http://www.ibdfam.org.br/noticias/na-
midia/11809/Filha+de+militar+que+manteve+união+estável+perde+pensão. Consútil. Em 12.01.2020
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quando se trata de família de baixa renda”, afirmou a Ministra Eliana Calmon, no julgamento do
Recurso Especial 1.133.105.
A Autora sempre foi beneficiária e dependente econômica do de cujus conforme consta da
vasta prova documental acostada a presente peça vestibular.
A qualidade de beneficiária da Requerente se comprova documentalmente desde o ano de
1991, em que ostentava a condição de dependente de seu filho conforme se prova pela cópia
da Carteira de Identidade expedida pelo Ministério do Exército (doc. 01). Há época o de
cujus ocupava o posto de Major do Exército Brasileiro.
Além disso, há, ainda, cópia dos cartões de beneficiário expedidos pelo DGS – DAS /
FUSEX, sendo titular a Requerente. O primeiro com validade até 09/09/1996 (doc. 02) e
um segundo cartão com validade até 30/03/22 (doc. 03) Além de cartão de identificação emitido
pelo Hospital Geral de Fortaleza, com validade até 24/09/2020 (doc. 04).
Não bastasse a comprovação da qualidade de beneficiária do de cujus a Autora
era declarada pelo mesmo como sua dependente econômica, que a ajudava mensalmente e de
forma direta no pagamento de despesas médicas, compra de medicamentos, alimentação,
vestuário, e demais necessidades que um bom filho jamais negaria a própria mãe. A prova da
dependência é atestada pela declaração de imposto de renda do de cujus – Exercício 2019, ano
calendário 2019 (doc. 05), em que a Requerente, Zuleide Loureiro de Medeiros, consta como sua
única dependente.
Ressalte-se, ainda, que a Demandante não possui qualquer atividade remunerada, não
percebe proventos ou salário, mas somente pensão por morte de seu falecido marido, no valor de
R$ 951,31 (novecentos e cinquenta e um reais e trinta e um centavos), conforme carta de concessão
de benefício e memoria de cálculo emitida – (NIT 1682653752-5) pela Previdência Social. (doc. 06).
Demonstrando-se de forma indelével a sua dependência econômica.
A prova documental colacionada demonstra de forma indelével que a Requerente atende
aos preceitos do inciso II do artigo 7.º da lei 3.765/60. Que estabelece “segunda ordem de
prioridade, a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do militar.”
A Autora é idosa, nascida em 16 de março de 1928, contando com 92 (noventa e dois) anos,
possuindo quadro de saúde extremamente debilitado, em que podemos citar, conforme laudo
anexo (doc. 07): Espessamento pleural posterior difuso; ateromatose aórtica e coronariana; hérnia
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gástrica hiatal por deslizamento; acentuação difusa da cifose torácica; espondioartropatia
degenerativa multissegmentar da coluna torácica, granulomas esplênicos calcificados de aspecto
sequelar; pansinusopatia; artérias calcificadas, entre outras enfermidades típicas da idade avançada
que se tornaram inoperáveis, fazendo uso de elevado número de medicamentos.
Além disso, o que a autora pleiteia é garantido por lei e possui vasta jurisprudência em
nossos tribunais quanto a possibilidade do direito da autora, pois, aqui não se busca a mera
continuidade da assistência médico-hospitalar, mas sim o direito a vida digna.
Como visto do sumário relatório acima, resta indene de dúvidas que a Demandante possui
direito ao recebimento da pensão pela morte de seu filho.

DA ORDEM DE PRIORIDADE SEGUNDO A LEI:


Segundo a lei de pensão dos militares os beneficiários seguem ordem de prioridade, conforme
dicção do artigo 7.º da lei 3.765/60.
Art. 7º A pensão militar é deferida em processo de habilitação, com base na declaração de
beneficiários preenchida em vida pelo contribuinte, na ordem de prioridade e nas condições a
seguir:
I - primeira ordem de prioridade:
a) cônjuge ou companheiro designado ou que comprove união estável como entidade familiar;
c) pessoa separada de fato, separada judicialmente ou divorciada do instituidor, ou ex-convivente,
desde que perceba pensão alimentícia na forma prevista no § 2º-A deste artigo;
d) filhos ou enteados até vinte e um anos de idade ou até vinte e quatro anos de idade, se
estudantes universitários ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; e
e) menor sob guarda ou tutela até vinte e um anos de idade ou, se estudante universitário, até vinte
e quatro anos de idade ou, se inválido, enquanto durar a invalidez.
II - SEGUNDA ORDEM DE PRIORIDADE, A MÃE E O PAI QUE COMPROVEM DEPENDÊNCIA
ECONÔMICA DO MILITAR;
§ 2º-A. A quota destinada à pessoa separada de fato, separada judicialmente ou divorciada do
instituidor, ou ao ex-convivente, desde que perceba pensão alimentícia, corresponderá à pensão
alimentícia judicialmente arbitrada.
Conforme disposto na legislação de regência a Requerente ocupa segunda ordem de
prioridade no recebimento da pensão de seu filho pré-morto. Entretanto, devem-se considerados
fatos alheios a esta instituição referente as pertenças beneficiárias que ocupam a primeira ordem
de prioridade, fatos estes que certamente fulminam o direito das mesmas, inclusive fora objeto de
denúncia encaminhada ao Ministério Público Militar, sob o número.
Aqui, peço vênia pra transcrever o inteiro teor da denúncia, para que seja parte integrante
da presente demanda e seu fatos sejam levados em consideração na decisão de concessão do
benefício, bem como para que este juízo se dine de oficiar ao Ministério Público Militar e a

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Advocacia-Geral da União para a apuração dos supostos ilícitos e aplicação das penalidades
cabíveis.
DA DENÚCIA - número de identificação: 3UR-29M-VBAZ
e-mail (doc. anexo)
De: Ouvidoria MPM di.sistemas@mpm.mp.br
Assunto: [#3UR-29M-VBAZ] Ticket recebido: Recebimento indevido de pensão por morte
Data: 6 de dezembro de 2019 14:49
Para: eandremedeiros@gmail.com
Prezado(a) Eduardo Medeiros,
Seu chamado "Recebimento indevido de pensão por morte" foi enviado. A nossa equipe vai
tentar responder todos os chamados enviados o mais rápido possível.
MENSAGEM:
Denúncia
Eduardo Medeiros <eandremedeiros@gmail.com>
Hoje, 12:20
PGJM - OUVIDORIA; ouvidoriageral@agu.gov.br; comsocial@10rm.eb.mil.br;

TEOR DA DENÚNCIA
“NORMA ELIZABELE LOUREIRO MEDEIROS, brasileira, aposentada, portadora do RG de n.º
20070010611 e inscrita no CPF 384.511.583-15 residente e domiciliada na Rua Andrade Furtado,
1977, ap. 901 – Fortaleza/CE, RICARDO ULYSSES LOUREIRO DE MEDEIROS, brasileiro, casado,
empresário, portador do RG de n.º 90003056088 e inscrito no CPF de n.º 229.591.653-49 , residente
e domiciliado na Rua juací Sampaio Pontes, n.º 1709, Caucaia/CE, CARLOS ANTÔNIO LOUREIRO DE
MEDEIROS, brasileiro, casado, empresário, portador do RG de n.º 339811-82 e inscrito no CPF de
n.º 230.616.853-91, residente e domiciliado na Rua João Alfredo, 566 – Caucaia/CE, JOÃO BATISTA
MENDES MEDEIROS JÚNIOR, brasileiro, casado, militar da reserva, portador do RG de n.º
100743362-4 e inscrito no CPF de n.º 415.838.257-20, residente e domiciliado na Rua juací Sampaio
Pontes, n.º 1709, Caucaia/CE, EDUARDO LOPES LEITE, brasileiro, casado, aposentado, CPF:
123.462.844-91 e RG 2127380 SSPDF. Casado no regime de comunhão universal de bens
com SANDRA LÚCIA DE LOUREIRO DE MEDEIROS, brasileira, casada, do lar, portadora do RG de
n.º 953.147 e inscrita no CPF de n.º 270.760.401-15, residente e domiciliada na SQS 402, BL O, ap.
308, Brasília/DF, RUY BEZERRA NUNES, brasileiro, casado, empresário, portador do CPF de n. e do
RG de número Casado no regime de comunhão universal de bens com MARIA HANELE DE
MEDEIROS NUNES, brasileira, casada, aposentada, portadora do RG de n.º 931744 e inscrita no
CPF de n.º  170.405.073-15, residente e domiciliada na rua juací Sampaio Pontes, n.º 1699,
Caucaia/CE, ROBERTO HENRIQUE LOUREIRO DE MEDEIROS, portador, brasileiro, casado,
empresário, portador do RG de n.º 1038991392, inscrito no CPF de n.º. 208.845.670-87, residente
e domiciliado na rua José Bonifácio, 137, CEP 97.541-310, Alegrete/RS vem com o devido respeito
e acatamento a presença de v. Exas. Apresentar denúncia contra Maria Cristina Simões de
Medeiros e Alessandra Simões Loureiro de Medeiros, beneficiárias da pensão por morte
de FRANCISCO JOSÉ LOUREIRO DE MEDEIROS, brasileiro, Coronel da reserva do Exercito Brasileiro,
portador do RG de n.º 106578741-6 e inscrito no CPF de n.º, 415.394.867-53
Os denunciantes vêm por meio da presente denunciar que Maria Cristina Simões de
Medeiros e Alessandra Simões Loureiro de Medeiros, filha de FRANCISCO JOSÉ LOUREIRO DE
MEDEIROS, brasileiro, militar da reserva, portador do RG de n.º 106578741-6 e inscrito no CPF de
n.º, 415.394.867-53, almejam o benefício de pensão por de seu genitor de pensão “soldo” de
coronel do Exército Brasileiro!
Em conformidade com a legislação (Estatuto dos Militares) as denunciadas não fazem jus ao
recebimento dos valores referente a pensão por morte do de cujus pelas razoes de fato e de direito
que passaremos a expor para ao final requerer.

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Em primeiro cumpre-nos informar que a sra. Maria Cristina Simões de Medeiros é separada
judicialmente do militar FRANCISCO JOSÉ LOUREIRO DE MEDEIROS que veio a óbito em 13 de
novembro de 2019.
Ocorre que a ex-esposa do de cujus mantem relação concubinária com terceira pessoa de nome
Celso Feitosa, sendo de conhecimento de todos os seus filhos esta união, em que pese não possuir
o status jurídico de casamento, a relação entre ele é equiparada a união estável, sendo, repiso, de
amplo conhecimento de todos os filhos e vizinhos.
Constitucionalmente a união estável é equiparada ao casamento para todos os efeitos. Entretanto,
a Sra. Maria Cristina Simões de Medeiros com o apoio de seus descendentes tenta ludibriar a
administração pública e receber integralmente pensão que não tem direito.
A conduta das denunciadas se amoldam na tipificação penal do crime de estelionato, previsto no
artigo 251 do Código Penal Militar. Devendo a presente denúncia ser encaminhada ao MPM –
Ministério Público Militar uma vez que a conduta de induzir e manter em erro a Administração
Militar para lucrar com os valores de pensão militar causando prejuízo a união deve ser apenada
nos rigores da lei.
Pois bem, a obrigação alimentícia estipulada na sentença embora de caráter vitalício no que se
refere ao credor - dela só́ eximindo o devedor nos casos previstos em lei. Em outras palavras, o
cônjuge com direito a pensão a recebe durante toda a vida, até que se proceda a sua revogação. É,
justamente, o art. 29 da Lei no 6.515/1977 estipulou uma causa de revogação:
Art. 29 - O novo casamento do cônjuge credor da pensão extinguirá a obrigação do cônjuge
devedor.
Nesse sentido vem decidindo o e. Superior Tribunal de Justiça (STJ), como se vê̂ em aresto assim
ementado:
Ementa
DIREITO DE FAMÍLIA. CIVIL. ALIMENTOS. EX-CÔNJUGE. EXONERAÇÃO. NAMORO APÓS A
SEPARAÇÃO CONSENSUAL. DEVER DE FIDELIDADE. PRECEDENTE. RECURSO PROVIDO.
I - Não autoriza exoneração da obrigação de prestar alimentos à ex-mulher o só fato desta namorar
terceiro após a separação.
II - A separação judicial põe termo ao dever de fidelidade recíproca. As relações sexuais
eventualmente mantidas com terceiros após a dissolução da sociedade conjugal, desde que não se
comprove desregramento de conduta, não tem o condão de ensejar a exoneração da obrigação
alimentar, dado que não estão os ex-cônjuges impedidos de estabelecer novas relações e buscar,
em novos parceiros, afinidades e sentimentos capazes de possibilitar-lhes um futuro convívio
afetivo e feliz.
III - Em linha de princípio, a exoneração de prestação alimentar, estipulada quando da separação
consensual, somente se mostra possível em uma das seguintes situações: a) convolação de novas
núpcias ou estabelecimento de relação concubinária pelo ex-cônjuge pensionado, não se
caracterizando como tal o simples envolvimento afetivo, mesmo abrangendo relações sexuais; b)
adoção de comportamento indigno; c) alteração das condições econômicas dos ex-cônjuges em
relação às existentes ao tempo da dissolução da sociedade conjugal. (Classe: RESP - RECURSO
ESPECIAL - 111476 Processo: 199600671320 UF: MG Órgão Julgador: QUARTA TURMA Data
da decisão: 25/03/1999 Fonte: DJ DATA:10/05/1999 PÁGINA:177 LEXSTJ VOL.:00122 PÁGINA:132
RDR VOL.:00017 PÁGINA:387 RSTJ VOL.:00120 PÁGINA:326 RT VOL.:00769 PÁGINA:173 Relator(a)
Min. SALVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA)
Logo, a previsão do art. 50, §2º, VIII, da Lei no 6.880/1980 - que é posterior à Lei do Divórcio - nada
mais fez que explicitar algo que já defluiria automaticamente do Direito de Família. Ora, se contraiu
novas núpcias, a antiga companheira deixa de ser dependente justamente por cessar a obrigação
alimentícia. A prestação de alimentos, agora, passa a ser entre os novos cônjuges.
Destarte, a Lei no 3.765/1960 ao prever o direito do percipiente de pensão alimentícia se insere
nesse quadro - por óbvio, o art. 7, I, "c", apenas se destina àqueles ex-cônjuges ou ex companheiros
que não tenham contraído novas núpcias. Afinal, estes últimos não deteriam direito a alimentos. E,
nesse sentido, já́ decidiu o e. Tribunal Regional Federal (TRF) da 4a Região, em aresto assim
ementado:

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Corroborando o decisum a quo ressalto que o Estatuto dos Militares (Lei nº. 6.880/80), em seu art.
50, §2º, VIII, legislação vigente à época do falecimento do instituidor da pensão, considera
dependente do militar a ex-esposa com direito à pensão alimentícia estabelecida por sentença
transitada em julgado, enquanto não contrair novo matrimônio. Colaciono precedente do TRF da
1ª Região:
ADMINISTRATIVO - REMESSA TIDA POR INTERPOSTA - MILITAR - PENSÃO POR MORTE - VIÚVA E
EX-ESPOSA PENSIONADA COM ALIMENTOS - DIREITO DA EX- ESPOSA À PENSÃO - ART. 7o, I, "C",
DA LEI No. 3.765/60 E MP No. 2.215-10/2001 - VALOR DA COTA-PARTE DA EX-ESPOSA -
PERCENTUAL ESTIPULADO PARA A PENSÃO ALIMENTÍCIA. 1. Remessa oficial tida por interposta,
porquanto proferida a sentença após a vigência da Lei no. 9.469, de 10 de julho de
1997. Não incide, na hipótese, o § 2o do artigo 475 do Código de Processo Civil, em virtude
de não ter sido demonstrado que o conteúdo econômico do pleito é de valor inferior a
60 salários mínimos. Também não incide o § 3o desse artigo, tendo em vista que a sentença não se
fundamentou em jurisprudência do plenário ou súmula do Supremo Tribunal Federal, ou do
tribunal superior competente 2. A ex-esposa pensionada com alimentos tem direito
à pensão militar, a teor do art. 7o, I, "c", da Lei no. 3.765/60, com as alterações introduzidas pela
MP no. 2.215-10/2001, vigente à data do óbito do instituidor.
3. O Estatuto dos Militares (Lei no. 6.880/80), em seu art. 50, §2o, VIII, considera dependente do
militar a ex-esposa com direito à pensão alimentícia estabelecida por sentença transitada em
julgado, enquanto não contrair novo matrimônio, isso porque se presume, nesse caso, que ela
continuou a depender economicamente do militar após o divórcio, sendo equiparada à viúva. 4.
Os parâmetros fixados judicialmente para a pensão alimentícia devem ser respeitados
no cálculo da pensão especial militar por morte, garantindo, assim, o sustento da dependente nos
limites da obrigação de seu ex-marido. Esse é o entendimento estabelecido pela Lei no. 8.059/90,
em seu artigo 9o: "Até o valor de que trata o art. 3o desta lei, a ex-esposa que estiver percebendo
alimentos por força de decisão judicial terá́ direito a pensão especial no valor destes". Grifei
5. Omissis
(TRF1, AMS 2004.38.00.047230-9/MG; Segunda Turma, Rel. Des. Fed. Francisco de Assis Bett, DJF1
p.145 de 30/03/2009)
Colaciono, ainda, jurisprudência do TRF da 4.ª Região:
ADMINISTRATIVO. PENSÃO POR MORTE DE MILITAR. EX-ESPOSA E COMPANHEIRA.
CONVOLAÇÃO DE NOVAS NÚPCIAS PELA EX-ESPOSA. NÃO COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE DE
CONTINUAR RECEBENDO A PENSÃO.
O direito à pensão por morte do ex-marido falecido se extingue com a convolação de novas núpcias
pela ex-esposa, notadamente na hipótese em que, oportunizado, a ex-esposa não comprovou a
necessidade de continuar percebendo o benefício. (TRF4, AC 2004.72.00.003961-5/SC, Terceira
Turma, Rel. Juíza Federal Vânia Hack de Almeida, D.E. 13/09/2007)
Assim, o fato de ter convolado novas núpcias extingue o direito à pensão por morte, pois não
comprovada a necessidade de permanecer recebendo o benefício.
Quanto a filha do de cujus esta não faz jus ao recebimento da pensão por vários motivos, entre eles
a de também possuir união estável com outra mulher, a de ter atentado diversas vezes contra o
próprio pai, inclusive em seus ultimo dias de vida, quando internado no hospital queria que os
equipamentos fossem desligados e cessado o tratamento sobe alegação de que estava sendo gasto
bastante dinheiro, além de possuir renta própria, tanto que trabalha na R2 Academia em
Fortaleza/CE,
Em suma a Alessandra, embora filha do de cujus, sempre desejou a morte do próprio pai com o
intuito de receber os valores da pensão, em que pese não se poder punir desejos dessas espécies, a
união estável homossexual com terceira pessoa e o recebimento de renda própria, impossibilitam
a Requerente de receber dos cofres públicos a malsinada pensão por morte.
Tanto o foi que os familiares do de cujus e delatores na presente denúncia cogitaram requerer
medidas protetivas ao falecido enquanto estava sob tratamento médico, pelo que explanamos os
fatos objeto do pedido que não chegou a ser formalizado.

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Em 03 de novembro de 2019 o idoso de nome Francisco José Loureiro de Medeiros, com idade de
68 anos sofreu infarto do miocárdio, levado naquela data ao hospital Otoclinica, permanece
internado na UTI não podendo expressar sua vontade, nem se defender de qualquer ameaça
iminente.
Ocorre que ao saber do ocorrido, sua filha, Alessandra Simões Loureiro de Medeiros foi até a
residência do idoso e lá saqueou todos os bens que existiam na residência além de coagir os
cuidadores do mesmo.
Não bastasse o fato acima, já de extrema gravidade, a filha vem tentando a todo custo interromper
o tratamento médico do próprio pai alegando que está sendo muito elevado.
Todo o acompanhamento médico do paciente Francisco José Loureiro de Medeiros vem sendo
realizado por seus irmãos, requerentes na presente demanda, mas as condutas da autora vêm
dificultando sobremaneira a condução do tratamento, inclusive com ameaças e injurias aos irmãos
do enfermo.
Além destes fatos quando da visita ao hospital, a Alessandra passou a distratar todos os que
acompanhavam o idoso, inclusive a senhora de nome Alzira que residia com o mesmo, alegando
que como filha teria todo o direito de interferir no tratamento de seu pai.
O Idoso era Coronel da Reserva do Exército Brasileiro, então para a filha seria mais vantajosa a
morte do próprio pai do que sua recuperação, uma vez que passaria a receber o soldo mensal que
faria jus em caso de falecimento do idoso.
Na tentativa de preservar a vida de Francisco José Loureiro de Medeiros, os Requerentes, irmãos
bilaterais do mesmo, iriam buscar junto ao poder judiciário as devidas medidas protetivas,
arrimadas no art. 43 da lei 10.741/2003 com a finalidade de afastar do convívio do idoso que se
encontrava extremamente debilitado no leio de UTI a pessoa de Alessandra Simões Loureiro de
Medeiros.
Em suma, a manobra das duas Denunciadas tem o único intuito de burlar as normas que regem o
benefício em questão e lesar os cofres públicos, auferindo vantagens vedadas pela lei! Tanto que
para que não houvesse denuncias reciprocas ficou acertado que as “beneficiárias” partilhariam o
valor da pensão. Tudo com o intuito de lesar o patrimônio público e auferir vantagens indevidas.
Diante destes fatos serve a presente denúncia para que seja realizada, de forma sigilosa,
investigação social sobre os fatos aqui apontados e, sendo confirmada a veracidade das
informações aqui delatadas as pretensas beneficiarias sejam impedidas de receber pensão por
morte de Francisco José Loureiro de Medeiros evitando danos ao erário e enriquecimento ilícito das
denunciadas.”
Conforme consta dos fatos, narrados na denúncia acima colacionada, as ocupantes da
primeira ordem de preferência não atendem os requisitos legais para o recebimento do benefício
do de cujus. Assim sendo, o benefício em questão deve ser deferido a Requerente, ocupante da
segunda ordem de preferência, na qualidade de mãe e dependente econômica do falecido,
conforme a robustez da prova documental acostada aos autos e pelo depoimento pessoal das
testemunhas abaixo arroladas.
A perda da pensão da filha de militar que manteve união estável já foi objeto de apreciação
em nossos Tribunais, com matéria amplamente divulgada em sites especializados, cito matéria
datada de 05/08/2016:
“FILHA DE MILITAR QUE MANTEVE UNIÃO ESTÁVEL PERDE PENSÃO
05/08/2016
Fonte: AGU

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A Advocacia Geral da União (AGU) demonstrou a legalidade da interrupção de pagamento de
pensão a uma filha de militar falecido que manteve união estável e, portanto, não cumpria os
requisitos legais para o recebimento do benefício. A 2ª Vara Federal de Vitória da Conquista (BA)
acolheu os argumentos da AGU e julgou improcedente o pedido da mulher para voltar a receber a
pensão.
O pagamento do benefício foi interrompido após investigação motivada por denúncia anônima
revelar que a filha do militar mantinha união estável. A legislação brasileira estabelece que a
pensão deve ser paga somente à maior filha solteira que não tenha cargo público fixo. Ela acionou
a Justiça pedindo o reestabelecimento do benefício, mas a Procuradoria Seccional da União em
Ilhéus, unidade da AGU que atuou no caso, explicou que a união estável é equiparável ao
casamento.
A autora negou ter mantido relação duradoura com o companheiro citado no processo, mas a
procuradoria juntou ao processo provas da relação, incluindo certidão de casamento religioso.
Decisão de primeira instância negou o reestabelecimento da pensão. A autora recorreu ao Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que manteve o entendimento. Acolhendo os argumentos da
AGU, o magistrado responsável pela análise do caso assinalou que “união estável se equipara ao
casamento e o ‘status’ legal de companheira é semelhante ao de cônjuge. Portanto, os
relacionamentos estáveis mantidos pela parte autora e devidamente comprovados nos autos,
ainda que já terminados, causaram a perda da condição de filha solteira” 1.

A conduta das supostas beneficiárias vem sendo combatida pela AGU – Advocacia-Geral da
União e pelo TCU – Tribunal de contas da União, tendo este identificado 19.520 indícios de
pagamentos indevidos a filhas de militares, inclusive:

“TCU DETERMINA CANCELAMENTO DE PENSÃO IRREGULAR À FILHA SOLTEIRA, MAIOR DE 21


ANOS2
O Tribunal de Contas da União (TCU), identificou 19.520 indícios de pagamentos indevidos de
pensão à filha solteira, maior de 21 anos
Por Secom TCU em 07/11/2016.
As beneficiárias terão 15 dias para comprovar que estão recebendo a pensão de forma regular,
antes do cancelamento do benefício.
O Tribunal de Contas da União (TCU), identificou 19.520 indícios de pagamentos indevidos de
pensão à filha solteira, maior de 21 anos. As beneficiárias terão 15 dias, a contar da data da ciência,
para comprovar que não estão recebendo a pensão especial de forma irregular, caso contrário
terão o benefício previdenciário cortado. O que pode gerar uma economia para os cofres públicos
estimada pelos ministros em cerca de R$ 6 bilhões em quatro anos.
A decisão normativa do tribunal deixa claro que a jurisprudência desta Corte de Contas considerou
a dependência econômica da beneficiária como requisito essencial, tanto para a concessão, como
para a manutenção do benefício previdenciário.
A pensão especial paga às filhas de servidores públicos federais, maiores de 21 anos e solteiras é
benefício previsto na Lei nº 3.373 de 1958 e foi extinta pela Lei nº 8.112 de 1990, mas ainda há
milhares de beneficiárias que recebem pensão em todo país.
Perdem o direito à pensão as beneficiárias que tiverem recebimento de renda própria, advinda de
relação de emprego, na iniciativa privada, de atividade empresarial, na condição de sócias ou
representantes de pessoas jurídicas ou de benefício do INSS, recebimento de pensão, titularidade
de cargo público efetivo federal, estadual, distrital ou municipal ou de aposentadoria pelo Regime
do Plano de Seguridade Social do Servidor Público, ocupação de cargo em comissão, de emprego
em sociedade de economia mista ou em empresa pública federal, estadual, distrital ou municipal.
O TCU decidiu que os órgãos públicos responsáveis pelos pagamentos das pensões especiais devem,
antes de suspender o repasse dos valores, dar às beneficiárias suspeitas de receber o benefício de
forma irregular a oportunidade de se defenderem e comprovarem que não têm outras rendas. Um

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plano de ação contendo como o procedimento será feito no âmbito de cada órgão deverá ser
entregue ao TCU no prazo de 60 dias.
Quanto aos indícios de pensionistas falecidas, mantidas em folha de pagamento, o tribunal
determinou a oitiva dos órgãos, para que no prazo de 15 dias, a contar da ciência, apresentem
esclarecimentos e providências adotadas juntando os documentos necessários à comprovação de
suas alegações. O relator do processo é o ministro Raimundo Carreiro”.

Em consulta formulada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão o plenário


do TCU respondeu as seguintes indagações:

“Questão no 1: a filha solteira maior de 21 anos, para fazer jus à pensão da Lei no 3.373/1958,
c/c a Lei no 6.782/1980, deverá comprovar a dependência econômica em relação ao instituidor
da pensão? “
Resposta: SIM, lembrando que a dependência econômica constitui requisito cujo atendimento
é indispensável tanto para a concessão da pensão quanto para a sua manutenção, ou seja, a
eventual perda de tal dependência por parte da pensionista significará a extinção do direito
à percepção do benefício em referência.

Em suma, o Tribunal firmou entendimento de que o direito à percepção da pensão está


condicionado à permanência como solteira, à não ocupação de cargo público permanente e à
dependência econômica em relação ao instituidor. Restou pacificado que a dependência
econômica é requisito indispensável tanto para a concessão quanto para a manutenção
desse benefício. A cessação de qualquer um desses requisitos acarreta a extinção do benefício
pensional de forma irreversível.

Súmula 285 do TCU: A pensão da Lei 3.373/1958 somente é devida à filha solteira maior de 21 anos
enquanto existir dependência econômica em relação ao instituidor da pensão, falecido antes do
advento da Lei 8.112/1990

Diante destes fatos, é imperioso reconhecer que as supostas beneficiárias não atendem
aos requisitos legais que receber a pensão por morte do instituidor, esvaziando-se a primeira ordem
de preferência estabelecida pela lei, sendo direito inconteste da Autora o recebimento da pensão
por morte de seu filho (militar pré-morto).
A autora atende todos os requisitos impostos pelo inciso II do artigo 7.º da lei 3.765/60 que
por sua vez estabelece que:
“Art. 7º A pensão militar é deferida em processo de habilitação, com base na declaração de
beneficiários preenchida em vida pelo contribuinte, na ordem de prioridade e nas condições a
seguir:
I - primeira ordem de prioridade:
a) cônjuge ou companheiro designado ou que comprove união estável como entidade familiar;
c) pessoa separada de fato, separada judicialmente ou divorciada do instituidor, ou ex-convivente,
desde que perceba pensão alimentícia na forma prevista no § 2º-A deste artigo;
d) filhos ou enteados até vinte e um anos de idade ou até vinte e quatro anos de idade, se
estudantes universitários ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; e
e) menor sob guarda ou tutela até vinte e um anos de idade ou, se estudante universitário, até vinte
e quatro anos de idade ou, se inválido, enquanto durar a invalidez.

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II - SEGUNDA ORDEM DE PRIORIDADE, A MÃE E O PAI QUE COMPROVEM DEPENDÊNCIA
ECONÔMICA DO MILITAR;
§ 2º-A. A quota destinada à pessoa separada de fato, separada judicialmente ou divorciada do
instituidor, ou ao ex-convivente, desde que perceba pensão alimentícia, corresponderá à pensão
alimentícia judicialmente arbitrada”.

DA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA DA REQUERENTE

O direito a pensão por morte a mãe de militar falecido tem como requisito fundamental a
comprovação da dependência econômica entre mãe e o filho (militar pré-morto), neste sentido,
com a finalidade de demonstrar de forma inequívoca a qualidade da Requerente juntamos aos autos
a declaração de imposto de renda do falecido, em que consta a Autora como sua única dependente
econômica.

Além de ser dependente econômica de seu falecido filho, a Autora ostenta a qualidade de
beneficiária do FUSEx, comprovada documentalmente desde o ano de 1991, conforme cópia
da Carteira de Identidade expedida pelo Ministério do Exército (doc. 01). Além disso, há,
ainda, cópia dos cartões de beneficiário expedidos pelo DGS – DAS / FUSEX, sendo titular a
Requerente. O primeiro com validade até 09/09/1996 (doc. 02) e um segundo cartão com validade
até 30/03/22 (doc. 03) Além de cartão de identificação emitido pelo Hospital Geral de
Fortaleza, com validade até 24/09/2020 (doc. 04).

A Requerente sempre dependeu economicamente de seu filho, que a ajudava


mensalmente e de forma direta, com auxílio no pagamento de despesas médicas, compra de
medicamentos, alimentação, vestuário, e demais necessidades que um bom filho jamais negaria a
própria mãe. A prova da dependência é atestada pela declaração de imposto de renda do de cujus –
Exercício 2019, ano calendário 2019 (doc. 05), em que a Requerente, Zuleide Loureiro de Medeiros,
consta como sua única dependente.

Ressalte-se, ainda, que a Demandante não possui qualquer atividade remunerada, não
percebe proventos ou salário, mas somente pensão por morte de seu falecido marido, no valor de
R$ 951,31 (novecentos e cinquenta e um reais e trinta e um centavos), conforme carta de concessão
de benefício e memoria de cálculo emitida – (NIT 1682653752-5) pela Previdência Social. (doc. 06).
Demonstrando-se de forma indelével a sua dependência econômica. Traçadas estas premissas
passo a analisar a condição de saúde da Requerente.

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A Autora é idosa, nascida em 16 de março de 1928, contando com 92 (noventa e dois) anos,
possuindo quadro de saúde extremamente debilitado, em que podemos citar, conforme laudo
anexo (doc. 07): Espessamento pleural posterior difuso; ateromatose aórtica e coronariana; hérnia
gástrica hiatal por deslizamento; acentuação difusa da cifose torácica; espondioartropatia
degenerativa multissegmentar da coluna torácica, granulomas esplênicos calcificados de aspecto
sequelar; pansinusopatia; artérias calcificadas, entre outras enfermidades típicas da idade avançada
que se tornaram inoperáveis, fazendo uso de elevado número de medicamentos

A Lei 3.765/60, que dispõe sobre as pensões militares, estabelece que, na ausência de
cônjuge ou companheiro, filho, enteado ou menor sob sua guarda, é devido à mãe e ao pai o
benefício de pensão por morte, desde que comprovem a dependência econômica do militar. O
relator do Processo nº 177694420104013900, do TRF1, Juiz Federal convocado Renato Martins
Prates, esclareceu, ainda, “que o fato de o segurado não ter indicado beneficiários não se constitui
verdadeiramente em obstáculo ao deferimento da pensão militar”.

DO PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Diante dos fatos narrados, bem caracterizada a urgência da inclusão da autora como
beneficiária da pensão por morte do militar Francisco José Loureiro de Medeiros, sediado no
Comando da Décima Região Militar, em Fortaleza/CE, , especialmente tendo em vista se tratar de
pessoa idosa, que dependia economicamente o de cujus, além de ser paciente com alto grau de
risco de morte em face de seu singular estado clínico, bem como pela idade avançada (92) noventa e
dois anos. Ademais, a Demandante sequer possui condições financeiras de custear medicamentos
e consultas médicas, prover seu sustento, ou ter uma vida digna, pois tudo era proporcionado pelo
falecido filho a.

Não se olvide que a Autora, foi beneficiária do de cujus há muitos anos – além de se trata de
pessoa idosa (92 anos), a qual é assegurada a proteção do Estado, nos termos do art. 230 da Magna
Carta. Com efeito, o Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) assegura aos mais velhos, a proteção do
Estado, da família e de toda a sociedade, prevendo, expressamente, no que atine ao direto à saúde,
um atendimento prioritário, o que denota também a prestação dos serviços pleiteados (artigos 2.º
e 3.º, parágrafo único, inciso I).

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No que concerne a tutela, especialmente para que a requerida seja COMPELIDA A INCLUIR
A AUTORA COMO BENEFICIÁRIA DE PENSÃO POR MORTE DO FALECIDO, nos termos do inciso II do
artigo 7.º da lei 3.765/60. Justificando sua pretensão pelo princípio da necessidade e da dignidade
da pessoa humana.

O Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela de urgência quando existente a
“probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo”, nos termos
do art. 300 do CPC.

No presente caso, estão presentes os requisitos e pressupostos para a concessão da tutela


requerida, existindo verossimilhança das alegações, além de fundado receio de dano irreparável
ou de difícil reparação, mormente no tocante a necessidade da requerente em receber a pensão
por morte deixada pelo seu filho, que lhe proporcionaria a e manutenção de sua subsistência,
tratamento de saúde e vida digna.

O Fumus boni juris se caracteriza pela própria legislação de regência, consubstanciada no


inciso II do artigo 7.º da lei 3.765/60, que garante a Autora mãe de militar (pré-morto) possuía
condição de beneficiária e dependente econômica do mesmo, conforme se prova pela prova
documental pré-constituída anexada a presente peça, bem como a ausência de condição de
beneficiária das outras postulantes, conforme bem explicitado acima.

Evidenciado, igualmente, se encontra o preiculum in mora, eis que a demora na inclusão da


Demandante como beneficiária de pensão por morte, objeto da lide, certamente acarretará o
desamparo material da Autora. Obviamente isso põe em risco a própria vida da Postulante, levando-
se em conta sua idade avançada (92 anos), seu atual estado de saúde, as diversas enfermidades que
suporta e a ausência de renda, ante à natureza do bem jurídico que se pretende preservar –
dignidade da pessoa humana, o bem estar do idoso, o direito a uma vida digna - , e, em ultima
análise a vida.

A Reversibilidade da medida também é evidente, uma vez que a Requerida, se vencedora


na lide, poderá excluir em definitivo a condição de beneficiária da Autora.

Desse modo, à guisa de sumariedade de cognição, os elementos indicativos de legalidade


contido na prova ora imersa traz à tona circunstâncias de que o direito muito provavelmente existe.

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Acerca do tema em espécie, é do magistério de José Miguel Garcia Medina as seguintes
linhas: “Sob outro ponto de vista, contudo, essa probabilidade é vista como requisito, no sentido de que a
parte deve demonstrar, no mínimo, que o direito afirmado é provável (e mais se exigirá, no sentido de se
demonstrar que tal direito muito provavelmente existe, quanto for menor o grau de periculum.”
(MEDINA, José Miguel Garcia. Novo código de processo civil comentado -São Paulo: RT, 2015, p. 472)

Diante disso, a autora vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte contrária (CPC, art. 9.º,
parágrafo único, inc. I, art. 300, §2.º c/c inciso II do artigo 7.º da lei 3.765/60.), independente de
caução (CPC, art. 300, §1.º), TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPATÓRIA no sentido de:

A. Seja deferida a tutela provisória de obrigação de fazer (CPC, art. 497 c/c art. 537), no sentido
de que a União Federal, de imediato, adote todas as medidas necessárias para INCLUIR a
autora na condição de BENEFICIÁRIA DA PENSÃO POR MORTE de seu filho (militar pré-
morto – Coronel Francisco José Loureiro de Medeiros), bem como a exclusão das
Requeridas: Maria Cristina Simões de Medeiros e Alessandra Simões Loureiro de Medeiros
da qualidade de beneficiárias, por não atenderem os requisitos legais, recebendo, a
Autora, os benefícios não pagos desde a data do óbito, sob pena de multa diária no valor de
R$ 1.000,00 (mil reais), determinando-se, igualmente, eu o meirinho cumpra o presente
mandado em caráter de urgência.

B. Ainda com o proposito de viabilizar o cumprimento da urgência da tutela em liça, a Autora


pede que Vossa Excelência inste a parte adversa, nos mesmo sentido acima, desta feita por
intermédio de comunicação eletrônica e/ou fax ou, ainda, por meio de ligação telefônica
certificada pelo senhor diretor de secretaria desta Vara, ou deferimento para que a Autora,
por intermédio de seu patrono compareça junto a Requerida e entregue cópia da decisão,
juntando aos autos o comprovante de que houve a devida comunicação (CPC, art.
297, Caput).
Tutela de urgência antecipatória subsidiária:

C. Caso este juízo não acate o recebimento da totalidade da pensão, subsidiariamente requer
que seja deferida a antecipação dos efeitos da tutela para conceder a Autora o direito de
receber, na qualidade de beneficiária e dependente econômica do de cujus, 50%
(cinquenta por cento) do valor da pensão, até o julgamento de mérito da presente
demanda, uma vez que a mesma é hipossuficiente e não possui condições de prover seu
próprio sustento (doc. Anexo), pois acometida de enfermidade grave (doc. Anexo), com
necessidade de uso diário de diversos medicamentos (doc. Anexo). Sendo medida de caráter
humanitário e visa preservar um bem maior: a vida da Requerente que conta com 93
(noventa e três anos de idade).

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PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do que foi exposto, pleiteia a autora que Vossa Excelência defira os seguintes
pedidos e requerimentos:

Requerimentos:

1. A parte Promovente opta pela realização de audiência conciliatória (CPC, art. 319,
inc. VII), razão pela qual requer a citação da União Federal, na pessoa de seu
representante legal (Advocacia Geral da União) e do COMANDO DO EXERCITO NO
ESTADO DO CEARÁ, (Ministério da Defesa), representado pela DÉCIMA REGIÃO
MILITAR, pessoa jurídica de direito publico interno, onde poderá ser encontrado na
sede funcional, Avenida Alberto Nepomuceno, S/N, Centro – Fortaleza-CE, CEP:
60.025-130, por oficial de justiça, para comparecer a audiência designada para essa
finalidade (CPC, art. 334 c/c §5.º), antes, porém, avaliando-se o pleito de tutela de
urgência almejada.

2. Requer a concessão dos benefícios da justiça gratuita e deferimento da prioridade no


andamento do presente processo.

3. A intimação do Comando da Decima Região Militar , pessoa jurídica de direito


publico interno, onde poderá ser encontrado na sede funcional, Avenida Alberto
Nepomuceno, S/N, Centro – Fortaleza-CE, CEP: 60.025-130, para que forneça o
endereço de MARIA CRISTINA SIMÕES DE MEDEIROS e ALESSANDRA SIMÕES
LOUREIRO DE MEDEIROS, após o recebimento das informações, determinar este juízo
a citação das REQUERIDAS para que integrem a presente lide na qualidade de
litisconsorte passivo

4. Requer a intimação do Ministério Publico para que acompanhe o presente feito em


todos os seus termos, uma vez que as condutas das requeridas se amoldam
na tipificação penal do crime de estelionato, previsto no artigo 251 do Código Penal
Militar, de ação penal pública incondicionada.

5. Requer, ainda, a intimação do Tribunal de Contas da União, com sede


na Avenida Valmir Pontes, 900 – CEP: 60,812-020 - Fortaleza/ CE, para que tendo
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ciência da presente demanda e querendo, intervenha no feito para que exerça seu
múnus constitucional de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e administração indireta.
E entendendo por ilícitos, de ofício instaurar os devidos procedimentos
administrativos.

6. A citação do Comando da Decima Região Militar, pessoa jurídica de direito publico


interno, onde poderá ser encontrado na sede funcional, Avenida Alberto Nepomuceno,
S/N, Centro – Fortaleza-CE, CEP: 60.025-130, para que componha o feiro na qualidade
de litisconsorte passivo.

DOS PEDIDOS:

I. Pede, mais, sejam JULGADOS PROCEDENTES todos os pedidos formulados nesta demanda,
para RECONHECER e CONSTITUIR o direito da autora consubstanciado na inclusão da
mesma qualidade de beneficiária da pensão por morte de seu filho (militar pré-morto –
Coronel Francisco José Loureiro de Medeiros). E ainda pugna:

a) No caso concreto, seja declarada a inconstitucionalidade do dispositivo legal,


MP 2.215-10/2001, que tratou sobre a norma de transição uma vez que seus
efeitos acarretaram a repristinação de norma não recepcionada (revogada), a
fim de que seja conferida eficácia plena ao disposto no inciso I do artigo 5º da
CF/88, - “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição”. Ademais, o artigo 5.º da Constituição Federal, conforme
estabelecido em seu § 1º são normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais e têm aplicação imediata.
b) Requer que seja declarada a não recepção do inciso I, artigo 7.º da Lei 3.765/60,
efeito decorrente da Constituição de 1988 com a aplicação analógica do
parágrafo único do artigo 5.º da Lei 3.373/58, no sentido aplicar as pensões
militares as mesmas regras do benefício previdenciário ali regulados, ou seja,
desde que a filha mantivesse a condição de solteira. Assim sendo, como será
cabamente comprovada a existência de união estável da Requerida e que dela

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decorrem os mesmos efeitos do casamento, há justo motivo para o
indeferimento/cancelamento da pensão.
c) O Reconhecimento deste juízo que as requeridas Maria Cristina Simões de
Medeiros e Alessandra Simões Loureiro de Medeiros não preenchem os
requisitos necessários a habilitação como beneficiaras da pensão por morte e;
d) Como consequência do pedido do item “a”, DETERMINAR OBRIGAÇÃO DE
FAZER em face da UNIÃO FEDERAL para que exclua as Requeridas Maria
Cristina Simões de Medeiros e Alessandra Simões Loureiro de Medeiros do rol
de beneficiários, bem como para que a ADOTE TODAS AS MEDIDAS
NECESSÁRIAS PARA ESTABELECER A AUTORA COMO UNICA BENEFICIÁRIA DA
PENSAO POR MORTE e o pagamento de todas a verbas devidas desde
13/11/2019, data do falecimento e, além disso:
II.Em caso de descumprimento da decisão anterior, pede-se a condenação ao pagamento
de multa diária no valor de R$ 1.000,00 (mil reais)

III.Por fim, seja as Rés condenadas em custas e honorários advocatícios, além de outras
eventuais despesas no processo.

Pedido subsidiário:

IV. Caso deferida a tutela antecipada nos moldes do pedido subsidiário, requer que seja
confirmada por sentença de procedência o direito da Autora receber, na qualidade de
beneficiária e dependente econômica do de cujus, 50% (cinquenta por cento) do valor
da pensão, uma vez que a mesma é hipossuficiente e não possui condições de prover
seu próprio sustento (doc. Anexo), pois acometida de enfermidade grave (doc. Anexo),
com necessidade de uso diário de diversos medicamentos (doc. Anexo). Sendo medida
de caráter humanitário.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidas em direito, em especial
pela juntada posterior de documentos, prova pericial e tudo mais que se fizer necessário para
o esclarecimento dos fatos declinados, em especial a oitiva das testemunhas abaixo arroladas que
se comprometem a comparecer em juízo independente de intimação.

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Dá-se a causa o valor de R$ 246.944,64 (duzentos e quarenta e seis mi novecentos e
quarenta e quatro reais e sessenta e quatro centavos) referente a remuneração de 12 meses do de
cujus.

Nestes termos, pede e espera vosso deferimento


Fortaleza, 09 de janeiro de 2020

Eduardo André Medeiros de Paula


OAB/CE 18.289

ROL DE TESTEMUNHAS

1. Maria Eridan da Costa Joca.


Brasileira, casada, inscrita no CPF de n.º 121.747.343-20
2. Lenira Maria Durval:
brasileira, casada, inscrita no CPF de n.º 549.310.883-68

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Processo: 0800658-61.2020.4.05.8100 eandremedeiros@gmail.com
Assinado eletronicamente por: www.eduardomedeirosadvogados.com.br
EDUARDO ANDRE MEDEIROS DE PAULA - Advogado Av. Santos Dumont, 7785 20011816455270000000017211086
– 1306 - Capri, CEP 60.415-177
Data e hora da assinatura: 18/01/2020 16:54:31
Identificador: 4058100.17195396
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 29/29

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