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DOS FATOS
Ocorre, entretanto, que qual não foi a surpresa da autora quando lhe foi
dito pela consultora técnica da primeira requerida que o mecânico tinha constatado
que havia ocorrido um travamento no compressor do veículo e que tal defeito, que era
de fabricação, danificou outras peças do automóvel.
01 Compressor – R$1.723,94
01 Condensador – R$1.080,00
01 Filtro secador – R$380,00
Carga de gás – R$130,00
Limpeza do sistema – R$200,00
Mão de obra – R$810,00
Pressostato – R$153,00
Evaporador – R$729,00
__________________________
TOTAL: R$5.205,94
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Sem ter condições de utilizar o veículo sem o funcionamento do ar
condicionado, tanto por conta do calor que enfrentamos neste período, quanto por
uma questão de segurança, haja vista a exposição e o risco de andar com os vidros
abertos, a autora procurou uma oficina mecânica de sua confiança e providenciou o
conserto por sua própria conta, cujo valor orçado foi menor (R$3.402,00) que o
proposto pela primeira requerida.
A lubrificação interna que vem de fábrica é suficiente para uma vida útil de
no mínimo três anos, tanto que NAS SEIS PRIMEIRAS REVISÕES a serem realizadas a
cada seis meses no veículo, NÃO consta sequer análise do compressor de ar
condicionado1:
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Disponível em: <http://www.ford.com.br/servico_cliente_revisao_preco_fixo.asp> [Site Oficial da Ford
Brasil]. Acesso em: 08/02/2013.
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PORTANTO, NAS SEIS PRIMEIRAS REVISÕES DE VEÍCULOS MODELO “FORD
KA FLEX”, COMO É O DA AUTORA, SEQUER A CONCESSIONÁRIA VERIFICA OU
ANALISA O COMPRESSOR DE AR CONDICIONADO, O QUE DEMONSTRA, DE PER SI,
QUE A VIDA ÚTIL DE UM COMPRESSOR É SUPERIOR A 36 MESES.
DO DIREITO
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Portanto, no sistema do CDC respondem pelo vício do produto todos
aqueles que ajudaram a colocá-lo no mercado, desde o fabricante, o distribuidor, ao
comerciante. A cada um deles é imputada a responsabilidade pela garantia de
qualidade-adequação do produto.
Assim, além dos danos morais, a autora faz jus ao recebimento integral e
devidamente corrigido da quantia desembolsada com o conserto do veículo
automotor, acrescido de juros de mora.
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informação e a não realização do próprio objeto do contrato, que era a compra de um
bem cujo ciclo vital se esperava, de forma legítima e razoável, fosse mais longo.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Dessa forma, é previsto como ato ilícito aquele que cause dano, ainda que
exclusivamente moral, o que enseja o dever de indenizar, ou seja, a responsabilidade
civil, matéria tratada no art. 927 do mesmo diploma legal.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
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[...]
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;
Cumpre destacar que apesar das inúmeras tentativas que a autora fez junto
às requeridas para solucionar a questão, as demandadas não lhe deram qualquer
atenção, fazendo com que a promovente passasse pelo dissabor de ter que procurar
outra oficina e desembolsar às suas expensas o conserto necessário.
Portanto, o dano moral está configurado, haja vista que o fato da autora ter
sido submetida a uma situação de constrangimento e de desrespeito configura sem
sombra de dúvidas em abalo a ordem psíquica e moral da promovente.
Quem compra um carro novo quer e tem o direito de receber o bem sem
qualquer anomalia. O simples fato de o veículo apresentar defeitos, por si só, já traz
uma carga de inquietude que justifica a compensação pelo abalo moral.
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As requeridas agiram de má-fé ao fazer a autora acreditar que o veículo
estava em perfeitas condições quando, na verdade, tinha problemas ocultos.
4. DO QUANTUM
Nesse passo, para o arbitramento dos danos morais que sofreu e está
sofrendo a autora, o norte será a admirável e incensurável prudência de Vossa
Excelência, que irá pesar com a temperança necessária as díspares condições
econômicas havida entre as partes, bem como o fato das requeridas não terem
cumprido o que determina a legislação consumerista.
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5. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
DOS PEDIDOS
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Para efeitos legais, dá-se à presente causa o valor de R$8.607,94 (oito mil,
seiscentos e sete reais e noventa e quatro centavos).
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