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PEDIDO DE LIMINAR E
JUSTIÇA GRATUITA
1 – PRELIMINARMENTE
que por força do advento do NCPC, tal procedimento encontra-se, do mesmo modo, em
conflito com os princípios da adequação e cooperação.
Justiça:
“A relação jurídica qualificada por ser "de consumo" não se
caracteriza pela presença de pessoa física ou jurídica em seus polos,
mas pela presença de uma parte vulnerável de um lado
(consumidor), e de um fornecedor, de outro.” (REsp 476.428/SC, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
19/04/2005, DJ 09/05/2005 p. 390).
Registre-se, nesta ansa, os comandos insertos no artigo 4º e 6º do CDC,
aplicáveis à presente contenda:
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
(…)
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;”
Pelo revelado, clara e límpida fica a responsabilidade solidária legal das Rés,
visto que atuaram em conjunto explorando a mesma situação, de forma
comercial, auferindo lucro, configurado assim a cadeia de fornecedores e, portanto,
devendo haver a responsabilidade solidária.
Esta é a conotação dada pelos artigos 113, 187 e 422 do atual Código Civil
pátrio; vejamos:
“Artigo 113 CC/2002 – “Os negócios jurídicos devem ser
interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua
celebração.”
Sabe-se que a boa-fé é um princípio normativo que exige uma conduta das
partes com honestidade, correção e lealdade. O princípio da boa-fé, assim, diz que todos
devem guardar fidelidade à palavra dada e não frustrar ou abusar da confiança que deve
imperar entre as partes. A atitude intransigente das Rés, aqui vetorizada, geraram a quebra
da confiança que deve sempre permear as relações contratuais.
Dra. Rosana Schneider Poersch
OAB/RS 96221
Vê-se, portanto, que as Rés não se portaram com vistas a atender a boa-fé
objetiva, haja vista que não levaram em consideração os deveres laterais de conduta, mas,
ao contrário, traíram a confiança e a lealdade esperadas, pois incorreram em falta gravosa
quando se aproveitaram do domínio do fato para, sorrateiramente, não cumprirem as
determinações contratuais e legais.
O artigo 36, § 3º, XVIII da Lei nº 12.529/2011, define a venda casada como
Infração à Ordem Econômica, e prevê multas para os casos de sua ocorrência, vejamos:
(...)
seja no ato)
Valor financiado
(O valor financiado não inclui o valor da 50.429,00
entrada)
Fonte: https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/calcularFinanciamentoPrestacoesFixas.do
Dra. Rosana Schneider Poersch
OAB/RS 96221
Restando comprovado pelo cálculo pericial em anexo, que a real taxa média
praticada no contrato de financiamento do veículo foi de 1,77% ao mês e de 23,48% ao
ano, ou seja, diversa daquela pactuada na data da contratação de 1,40% ao mês e 18,16%
ao ano, resta evidente o desequilíbrio contratual por onerosidade excessiva.
Fonte: https://www.bcb.gov.br/estatisticas/reporttxjuroshistorico
de juros na data da contratação de 1,25% ao mês, seria de R$: 1.403,29 (um mil,
quatrocentos e três reais e vinte e nove centavos).
Nº. de meses 48
Fonte: https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/calcularFinanciamentoPrestacoesFixas.do
Autor, sobretudo produtos de terceiros configurando venda casada, e com isso obtendo
mais lucros as custas do Autor.
operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o
devedor.”
Assim, diante da evidente ilicitude praticada pelas Rés, não resta opção ao
Autor senão buscar no Poder Judiciário para reconhecer que houve descumprimento
contratual pela prática de ato ilícito diante da violação do princípio da boa-fé objetiva do
contrato, que em consequência implicou na onerosidade excessiva do contrato de
financiamento do veículo trazendo ao Autor prejuízos de ordem material e moral.
servir aos interesses da coletividade, devendo o conteúdo bancário ser regulado por leis
complementares.
II - a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não vinculada
por afinidade, pertinência ou conexão;
Assim, diante da evidente ilicitude praticada pelas Rés, não resta opção ao
Autor senão buscar no Poder Judiciário para reconhecer que houve descumprimento
contratual pela prática de ato ilícito diante da violação do princípio da boa-fé objetiva do
contrato, que em consequência implicou na onerosidade excessiva do contrato de
financiamento do veículo trazendo ao Autor prejuízos de ordem material e moral.
Portanto, tal taxa deve ser modificada, como o determina de modo expresso,
o art. 6º, inciso V, do Código de Defesa do Consumidor, repelindo a excessiva onerosidade
impostas ao Autor.
Inclusive a real taxa mensal de 1,77% ao mês, somente foi descoberta através
do cálculo pericial que segue em anexo, assim como foi descoberto que a taxa média
mensal na data da contratação, na modalidade financiamento de veículo, pessoa física era
de 1,25% ao mês.
Dra. Rosana Schneider Poersch
OAB/RS 96221
Portanto excelência, para quem é assalariado e com o pouco que sobra depois
de cumprir com todas as suas obrigações precisa sustentar a família e comprar
medicamente, este valor representa muito no final do mês.
Pelo exposto acima, e destacado, conclui-se que a parte Autora pagou R$:
7.960,97 (sete mil, novecentos e sessenta reais e noventa e sete centavos), a mais do quanto
fixado pela taxa média do Banco Central, portanto de forma INDEVIDA.
Contudo, o caso em tela merece atenção, visto que o Autor ao firmar com a
segunda Ré as condições para a aquisição do veículo mediante entrada e saldo
remanescente financiado com a primeira Ré, sequer foi informado ao Autor da existência
da tarifa, e de que tal valor seria incluso ao valor principal financiado!
Neste sentido, o Autor não foi informado pelas Rés de que haveria cobranças
extras de qualquer natureza, o contrato pactuado não dispõe acerca de quaisquer
cobranças extras, somente o financiamento do valor de R$: 50.429,00 (cinquenta mil,
quatrocentos e vinte e nove reais).
Contudo, igualmente a tarifa supra o Autor não foi informado pelas Rés de que
haveria cobranças extras de qualquer natureza, o contrato pactuado não dispõe acerca de
quaisquer cobranças extras, somente o financiamento do valor de R$: 50.429,00 (cinquenta
mil, quatrocentos e vinte e nove reais).
o contrato não traz explícita a razão da cobrança desta taxa, pois nele apenas consta o seu
valor, e também porque transfere o custo administrativo da operação financeira ao
financiado, colocando-o em desvantagem exagerada.
O contrato, por outro lado, permite que a taxa seja apurada pela própria
instituição financeira, o que é vedado pelo Superior Tribunal de Justiça, caracterizando a
abusividade na cobrança da comissão de permanência.
VI - DA DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA
Dra. Rosana Schneider Poersch
OAB/RS 96221
De outro bordo, não há que se falar em mora do Autor. A mora reflete uma
inexecução de obrigação diferenciada, maiormente quando representa o injusto
retardamento ou o descumprimento culposo da obrigação.
VI - DO DANO MORAL.
Isso porque não é uma prática aceitável que a dignidade da pessoa humana
seja minimizada para a aferição de lucro acentuado por parte do banco.
Nesse sentido, os transtornos anormais sofridos pelo Autor, com seu direito
violado, devem ser reparados por meio da aplicabilidade da responsabilidade civil objetiva,
conforme dispõe o art. 14 do CDC, e o art. 186 e 927 do CC:
Uma vez constatada a prática do ato ilícito, impõe a sua devida reparação, de
forma que a condenação deve ser feita com moderação para evitar o enriquecimento sem
causa, de forma proporcional ao grau de culpa, ao nível socioeconômico do Autor, o porte
econômico das Rés, a extensão do dano gravidade da conduta, a natureza do direito violado
e o caráter pedagógico e compensatório da indenização.
risco ao resultado útil do processo, caso a tutela provisória não venha a ser concedida, nos
termos do art. 300 e seguintes do NCPC.
de acordo com a Súmula 530 do STJ, no percentual de 1,25% ao mês, o valor financiado
de R$: 50.429,00 (cinquenta mil, quatrocentos e vinte e nove reais) em 48 parcelas de R$
1.403,48 (um mil, quatrocentos e três reais e quarenta e oito centavos), mensais, e o valor
total do contrato no seu termo, em junho de 2022, será de R$ 67.367,04 (sessenta e sete
mil, trezentos e sessenta e sete reais e quatro centavos).
Para fins de evidenciar a boa-fé do Autor, requer seja aceito o depósito judicial
do valor incontroverso R$ 1.403,48 (um mil, quatrocentos e três reais e quarenta e oito
centavos), para fins de concessão da liminar e suspensão da cobrança e os demais reflexos.
ato)
Valor financiado 50.429,00
(O valor financiado não inclui o valor da entrada)
https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/calcularFinanciamentoPrestacoesFixas.do
Certamente, se for antecipada a tutela para que o Autor passe a pagar o valor
incontroverso da parcela, não haverá risco de descumprimento do contrato, como também
não privará o Autor de parte de sua remuneração mensal. Mas se for mantido como está o
contrato, indubitavelmente o Autor ficará privado do acesso ao mínimo existencial, sendo
que a concessão da tutela não prejudicaria a primeira Ré, instituição de crédito de elevado
potencial econômico.
Por fim, tem-se como plenamente reversível a medida a ser concedida, haja
vista que a retomada dos pagamentos no valor contratual pode ser feita a qualquer
momento. Contudo, conforme autoriza o §1º do já citado artigo 300 do CPC o Autor
como prova de boa-fé oferece caução fidejussória representada por fiança a ser
outorgada por ROSANA VALIM SCHNEIDE POERSCH, brasileira, casada pelo regime de
participação final dos aquestos, advogada, inscrita na OAB-RS 96.221, CPF nº. 612.037.180-
04, residente e domiciliada na Rua. General Auto, 266, apto. 501, Centro Histórico, Porto
Alegre/RS, CEP. 90.010-380, endereço eletrônico: rosanapoersch@gmail.com
Dito isso, a parte autora requer a exclusão de seu nome dos órgãos de
proteção ao crédito (SPC, Serasa, SISBACEN e afins), no prazo de cinco dias, sob pena
de multa diária no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) por dia, a título de astreintes,
limitado ao total de R$:3.000,00 (três mil reais), nos moldes do art. 231, § 3º, do CPC;
Assim como a proibição de nova inclusão até o julgamento final da lide.
b) seja determinado a suspensão dos efeitos das cláusulas contratuais que autorizam a
execução extrajudicial do contrato pela instituição financeira, ficando indubitavelmente
determinado a proibição de cobrança por vencimento antecipado da dívida, até que se
resolva o mérito da presente lide;
c) Seja deferido em caráter liminar autorização para que o Autor deposite o valor
incontroverso conforme cálculo pericial em anexo, no valor de R$: 1.403,48 (de modo
a possibilitar desde já o deferimento dos pedidos de tutela de urgência;
d) Seja recebida a caução fidejussória nomeando a pessoa da sra. ROSANA VALIM
SCHNEIDER POERSCH, como fiadora pessoal da dívida;
e) seja deferida, em caráter de tutela provisória de urgência, a MANUTENÇÃO DE POSSE
DO VEÍCULO do veículo LIFAN X-60 TALENT, placa QJC-4195 ao Autor, até o julgamento
final da presente demanda;
f) seja deferida, ainda, a exclusão do nome do Autor dos órgãos de proteção ao crédito, no
prazo de cinco dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais)
por dia a título de astreintes, limitado ao total de R$:5.000,00 (cinco mil reais), nos
moldes do art. 231, § 3º, do CPC;
contrato principal, falha no dever de informação pelas Rés, e assim incorrer em onerosidade
excessiva (tema nº 958), ao Autor.
d) A procedência da ação para que seja declarada ilegal a cláusula de cobrança de tarifa
administrativa de início de relacionamento por não haver previsão legal no contrato
principal, falha no dever de informação pelas Rés, e assim incorrer em onerosidade
excessiva (tema nº 958), ao Autor, ou, alternativamente, a limitação da taxa/tarifa de
cadastro ao valor médio de mercado conforme taxa média obtida no site do Banco Central,
conforme apresentado no laudo pericial, no valor de R$: 34,64 (trinta e quatro reais e
sessenta e quatro centavos).
e) A procedência da ação para que sejam declaradas ilegais as cláusulas prevendo a
cobrança do IOF e IOF adicional, por não haver previsão legal no contrato principal, falha
no dever de informação pelas Rés, e assim incorrer em onerosidade excessiva ao Autor;
f) A procedência da ação para que sejam limitados os juros moratórios em 1% e a multa
moratória em 2% sobre o valor da prestação, nos termos do art. 52, 1º, do CDC, com o
consequente afastamento da comissão de permanência incidente de forma cumulada com
outros encargos;
g) Ainda, a procedência da ação para que seja decretada afastada a mora da parte
financiada;
h) A procedência da ação para que sejam as Rés condenadas solidariamente a devolver
os valores pagos em excesso pelo Autor no decorrer do contrato, pelo INDÉBITO no valor
de R$: 15.921,94 (quinze mil, novecentos e vinte e um reais e noventa e quatro centavos),
na forma corrigida e atualizada, ou a compensação dos mesmos sobre eventual débito
remanescente, se houver;
i) Não sendo entendimento pela condenação em dobro requerido no item supra, a
procedência da ação para que sejam as Rés condenadas solidariamente, a devolver os
valores pagos em excesso pelo Autor no decorrer do contrato pelo INDÉBITO na forma
simples do valor de R$: 7.960,97 (sete mil, novecentos e sessenta reais e noventa e sete
centavos);
j) A procedência da ação para que sejam as Rés condenadas solidariamente, a reparação
por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), justos a compensar todo o
sofrimento suportado pelo Autor em decorrência da má-fé e violação da boa-fé contratual
das Rés;
Dra. Rosana Schneider Poersch
OAB/RS 96221
k) Em atendimento ao disposto nos termos do art. 319, inciso VII do CPC/2015, vem a parte
autora comunicar que não tem interesse na realização de audiência preliminar ou
conciliatória;
l) Ademais, requer que seja concedido à autora o benefício da gratuidade judiciária ,
nos termos da Lei n.º 1060/50 e do artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal, ante a
sua hipossuficiência e ausência de condições de demandar em juízo sem prejuízo de seu
sustento, nos termos da declaração e documentos anexos;