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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ - UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

Centro de Ciências Jurídicas – CCJ - Curso de Direito


Direito do Consumidor (J791)

UNIDADE V Das práticas comerciais. 05.01 - Oferta; 05.02 - Publicidade; 05.03 - Práticas abusivas; 05.04 - Orçamento; 05.05 -
Banco de Dados de Consumidores; 05.06 - Cadastro positivo, Sistema de escores. Lei geral de proteção de dados. 05.07 - Banco
de Dados de Fornecedores; 05.08 - SINDEC e consumidor.gov.br 05.09 - Responsabilidade Criminal; 05.10 - Visão do STJ e do
STF.

OBJETIVO: Distinguir a proteção do consumidor na fase pré-contratual.

ROTEIRO DE AULA 14 - PUBLICIDADE


“(...) os que madrugam no ler, convém madrugarem também no pensar. Vulgar é o ler, raro o refletir. O saber não está na
ciência alheia, que se absorve, mas, principalmente, nas ideias próprias, que se geram dos conhecimentos absorvidos,
mediante a transmutação, por que passam, no espírito que os assimila. Um sabedor não é armário de sabedoria
armazenada, mas transformador reflexivo de aquisições digeridas.”
Rui Barbosa

I - NOTAS DOUTRINÁRIAS E/OU JURISPRUDENCIAIS

A. QUESTÃO PRELIMINAR:

A1. A DIFERENÇA ENTRE PUBLICIDADE E PROPAGANDA


“(...) A publicidade tem um objetivo comercial, de venda do produto, de
anúncio para o consumidor. Já a propaganda tem uma finalidade
ideológica, religiosa, filosófica, política, econômica ou social. A diferença
entre publicidade e propaganda está na finalidade de cada uma. É
necessário esclarecer que tecnicamente, o Código de Defesa do
Consumidor só trata da publicidade e não da propaganda.”.” (OLIVEIRA,
Júlio Moraes. Curso de Direito do Consumidor, Editora D´Placido, Belo
Horizonte, 5ª ed, 2019, p. 271).
A2. O MERCHANDISING
“O Código não traz uma proibição expressa do merchandising. O
fenômeno, não bastasse sua nocividade para o consumidor, ainda
representa uma burla ao limite de 15 minutos de publicidade por hora de
programação. Não resta a menor dúvida, de uma forma ou de outra, o
merchandising terá de se adaptar ao princípio da identificação da
mensagem publicitária. Não será fácil a sua compatibilização com o
espírito do Código. De qualquer modo, algumas soluções podem ser
imaginadas (se vão ser aceitas pelos tribunais, isto é um outro assunto!)”
(BENJAMIN, Antônio Herman V., MARQUES, Cláudia Lima e BESSA,
Leonardo Roscoe. Manual de direito do consumidor. São Paulo: RT, 2017,
p. 303) (SEM DESTAQUE NO ORIGINAL)

B. DA EXTENSÃO DO CARÁTER VINCULANTE DA OFERTA À PUBLICIDADE

“(...) a vinculação é um dos princípios informadores do marketing, em


qualquer de suas modalidades. É a resposta que o direito dá ao
relevantíssimo papel que este fenômeno assume na sociedade de consumo.
O princípio encontra sua justificativa, pois, no potencial persuasivo
das técnicas de marketing.
Esse princípio, estampado no art. 30, apesar de inserido na seção da
oferta, aplica-se igualmente à publicidade. Ou melhor, abrange todas
as formas de manifestação do marketing.
O art. 30 dá caráter vinculante à informação e à publicidade – andou bem
o legislador ao separar as duas modalidades de manifestação do
fornecedor, considerando que aquela é mais ampla que esta. Por
informação, quis o CDC, no art. 30, incluir todo tipo de manifestação do
fornecedor que não seja considerado anúncio, mas que, mesmo assim,
sirva para induzir o consentimento (=decisão) do consumidor. Aí estão
incluídas as informações prestadas por representantes do fornecedor ou por
ele próprio, bem como as que constam em bulas ou em alguns rótulos (não
em todos, pois certos rótulos ou partes deles apresentam caráter
publicitário).
A vinculação atua de duas maneiras: primeiro, obrigando o fornecedor,
mesmo que se negue a contratar; segundo, introduzindo-se (e
prevalecendo) em contrato eventualmente celebrado, inclusive quando
seu texto diga de modo diverso, pretendendo afastar o caráter vinculante.
(BENJAMIN, Antônio Herman V., MARQUES, Cláudia Lima e BESSA,
Leonardo Roscoe. Manual de direito do consumidor. São Paulo: RT, 2017,
p. 278-279) (sem destaque no original)

C. PRINCÍPIOS

C1. LEALDADE PUBLICITÁRIA

“(...) o princípio da lealdade publicitária que coíbe os abusos


praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal
e a utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas,
nomes comerciais e signos distintivos que possam causar prejuízos
aos consumidores, art. 4º, VI do CDC.” (OLIVEIRA, Júlio Moraes.
Curso de Direito do Consumidor, Editora D´Placido, Belo Horizonte, 5ª
ed, 2019, p. 281).

C2. PRINCÍPIO DA IDENTIFICAÇÃO PUBLICITÁRIA

“A publicidade há de ser identificada pelo consumidor. O legislador brasileiro


não aceitou nem a publicidade clandestina, nem a subliminar.” (BENJAMIN,
Antônio Herman V., MARQUES, Cláudia Lima e BESSA, Leonardo
Roscoe. Manual de direito do consumidor. São Paulo: RT, 2017, p. 303)

C3. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO CONTRATUAL DA PUBLICIDADE

“Já no plano contratual, o Código referenda o princípio da vinculação


da publicidade. De acordo com seu texto, o consumidor pode exigir
do fornecedor o cumprimento do conteúdo da comunicação
publicitária (arts. 30 a 35 do CDC)” (BENJAMIN, Antônio Herman V.,
MARQUES, Cláudia Lima e BESSA, Leonardo Roscoe. Manual de
direito do consumidor. São Paulo: RT, 2017, p. 303)
C4. PRINCÍPIO DA CORREÇÃO DO DESVIO PUBLICITÁRIO

Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas,


conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das
de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
(...)

XII - imposição de contrapropaganda.

(...)”

“Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o


fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos
termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.

§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma


forma, freqüência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo,
local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da
publicidade enganosa ou abusiva.”

D. CONTROLE DA PUBLICIDADE NO BRASIL - MISTO

D1. PRIVADO – CONAR – CONSELHO NACIONAL DE AUTO REGULAMENTAÇÃO


PUBLICITÁRIA

Controle MISTO da atividade publicitária no Brasil


Controle legal: Arts. 36, 37, 38, 66, 67, 68 e 69 do CDC
Controle privado: Conselho de Autorregulamentação Publicitária - CONAR
(www.conar.org.br)

ALGUNS CASOS JULGADOS PELO CONAR (DISPONÍVEIS EM WWW.CONAR.ORG.BR):

Caso 1:
CHEGA AO BRASIL CÁPSULA REVOLUCIONÁRIA QUE LUTA CONTRA QUEDA
CAPILAR
Mês/Ano Julgamento: DEZEMBRO/2017
Representação nº: 231/17
Autor(a): Conar por iniciativa própria
Anunciante: Vida Pura
Decisão: Sustação
Fundamentos: Artigos 1º, 3º, 27, parágrafos 1º, 2º e 3º, e 50, letra "c" do Código e seu Anexo I
Resumo: A direção do Conar denunciou ao Conselho de Ética anúncio em internet de produto
denominado Hair Caps com a promessa acima, por considerá-la tanto exagerada quanto carente de
demonstração.
Não houve manifestação por parte da Vida Pura, responsável pelo anúncio, a despeito de ser
devidamente comunicada da abertura do processo ético pelo Conar.
O relator deu razão à denúncia e recomendou a sustação da publicidade, sendo acompanhado por
unanimidade.

Caso 2:
MAGAZINE LUIZA - DESTILADOS COM ATÉ 50% OFF
Mês/Ano Julgamento: NOVEMBRO/2018
Representação nº: 203/18
Autor(a): Conar, mediante queixa de consumidor
Anunciante: Magazine Luiza
Relator(a): Conselheiro Pedro Renato Eckersdorff com voto complementar de Ronaldo De Vitto
Câmara: Segunda Câmara
Decisão: Alteração e advertência
Fundamentos: Artigos 1º, 3º, 6º, 23, 27 e 50, letras "a" e "b", do Código e seu Anexo A
Resumo: Anúncio em internet do Magazine Luiza promovendo descontos na venda de bebidas
alcoólicas de alto teor carece da frase exigida pela ética publicitária, recomendando consumo
responsável. Tal irregularidade atrai a aplicação da Súmula de Jurisprudência n. 9, a qual impõe a
sustação liminar de veiculação do anúncio.
O processo foi aberto pelo Conar a partir de denúncia formulada por consumidor de São Bernardo
do Campo (SP). Ele também considerou exagerado o desconto de 50%, destacado no anúncio.
Magazine Luiza defendeu-se, considerando o anúncio claro e verdadeiro em suas promessas. A
defesa reconheceu a falha na inserção da frase de advertência. O relator e o conselheiro autor do
voto complementar recomendaram a alteração agravada por advertência ao Magazine Luiza, para
a inclusão no anúncio dos parâmetros de comparação entre o preço normal e o preço promocional.
Os votos foram aprovados por unanimidade.

Caso 3:
CACHAÇA CARANGUEJO
Mês/Ano Julgamento: NOVEMBRO/2017
Representação nº: 228/17
Autor(a): Conar mediante queixa de consumidor
Anunciante: EBB - Indústria Brasileira de Bebidas
Decisão: Sustação e advertência
Fundamentos: Artigos 1º, 3º, 6º e 50, letras "a" e "c" do Código e seu Anexo A
Resumo: Consumidora residente em Recife (PE) protestou no Conar contra anúncio em mídia
social de cachaça, mostrando várias pessoas ingerindo o produto, o que é vedado pelo Código
Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. Além disso, não há frases recomendando
consumo moderado nas peças publicitárias.
A EBB defendeu-se, negando estímulo ao consumo por jovens. Alegou como atenuante a baixa
repercussão da postagem.
O relator rejeitou estas explicações e recomendou a sustação agravada por advertência ao
anunciante, por considerar flagrantes os desrespeitos ao Código. Seu voto foi aceito por
unanimidade.
Caso 4:
M2L DESIGN (STUDIO MARCOS BATISTA) - TRONCO DOS ESCRAVOS
Mês/Ano Julgamento: NOVEMBRO/2018
Representação nº: 211/18
Autor(a): Conar, mediante queixa de consumidor
Anunciante: M2L Design (Studio Marcos Batista)
Relator(a): Conselheiro André Vinicius de Oliveira
Câmara: Segunda Câmara
Decisão: Sustação
Fundamentos: Artigos 1º, 3º, 6º, 19, 20 e 50, letra "c", do Código
Resumo: Consumidor de Uberlândia (MG) queixou-se no Conar de filme exibido em internet, no
qual móvel de uma linha chamada "Quilombo dos Palmares" é denominado "Tronco dos escravos".
O consumidor considerou a associação de todo reprovável.
A responsável pela peça publicitária, a M2L Design (Studio Marcos Batista), defendeu-se,
negando qualquer intenção pejorativa ou racista. Informou que o seu envolvimento se deu através
do projeto "Quilombo dos Palmares", a partir de uma consultoria do Sebrae Alagoas, para
estimular o empreendedorismo local. Informou ainda a anunciante que não fazia parte de suas
atribuições escolher nomes e divulgar as peças produzidas.
O autor do voto vencedor considerou que a publicidade em exame excedeu os limites da liberdade
de expressão comercial. "Não há como reputar regular apoiar-se em fato histórico que remete à
dor, desrespeito e ao sofrimento de grupo de pessoas com a finalidade de divulgação de uma linha
de móveis", escreveu ele em seu voto, no qual sugere a sustação, sendo acompanhado por maioria.

Caso 5:
VOCÊ ESTOUROU A PONTUAÇÃO DA SUA CNH? MR SOLUÇÕES
Mês/Ano Julgamento: NOVEMBRO/2017
Representação nº: 233/17
Autor(a): Conar mediante queixa de consumidor
Anunciante: M.R. Soluções
Relator(a): Conselheiro Carlos Chiesa
Câmara: Segunda Câmara
Decisão: Sustação
Fundamentos: Artigos 1º, 3º, 6º, 17, 21, 23, 27 e 50, letra "c" do Código
Resumo: Consumidor residente em Guarulhos (SP) queixou-se de anúncio em rádio, prometendo
solução simples para contornar autuações de trânsito e as suas consequências para o motorista.
Não houve defesa por parte da responsável pelo anúncio, a M.R. Soluções.
O autor do voto vencedor propôs a sustação do anúncio, acolhido por maioria, por concordar com
os termos da denúncia.

Caso 6:
SEARA - NHOQUE DE BATATA RECHEADO COM PRESUNTO
Mês/Ano Julgamento: NOVEMBRO/2017
Representação nº: 203/17
Autor(a): Conar mediante queixa de consumidor
Anunciante: Seara
Relator(a): Conselheiros Herbert Zeizer e Ana Carolina Pescarmona (voto complementar)
Câmara: Segunda Câmara
Decisão: Alteração e advertência
Fundamentos: Artigos 1º, 3º, 27, parágrafos 1º e 2º, e 50, letras "a" e "b" do Código e seu Anexo
H
Resumo: Consumidor paulistano considerou inverídica a afirmação acima, presente em
embalagem de produto da Seara. O próprio rótulo informa que ao invés de presunto, a massa
contém "mistura láctea cremosa sabor presunto".
A defesa negou motivos à denúncia, considerando a apresentação verdadeira, a descrição do
produto sendo precisa quanto a ingredientes e composição, em alinhamento com as recomendações
das autoridades sanitárias.
O relator não aceitou os argumentos da defesa. Depois de verificar os documentos juntados e a
legislação que regula a matéria, ele considerou que mais correto seria definir o produto como
nhoque recheado com apresuntado. Por isso, ele propôs a alteração da embalagem, voto
acompanhado por maioria. Já a autora do voto complementar propôs a advertência à Seara de
forma que sejam envidados maiores cuidados com a correção de informação tão importante
quanto à composição do produto. Seu voto foi acolhido por unanimidade.

Caso 7:
HAVAN - DIA DAS CRIANÇAS
Mês/Ano Julgamento: NOVEMBRO/2018
Representação nº: 265/18
Autor(a): Conar, mediante queixa de consumidor
Anunciante: Havan Lojas de Departamentos
Relator(a): Conselheiro Telmo Borges Flor
Câmara: Quinta Câmara
Decisão: Alteração e advertência
Fundamentos: Artigos 1º, 3º, 6º, 33, 37 e 50, letras "a" e "b", do Código
Resumo: Filme para TV e internet mostra criança pulando corda com o que parece ser um cordão
de lâmpadas de Natal. Para consumidor de Blumenau (SC), trata-se de exemplo de comportamento
perigoso que pode ser imitado por crianças.
A defesa da anunciante considerou, entre outros argumentos, que a mera exposição da cena não
tem o poder de estimular comportamento semelhante por parte do público.
Por considerar que a mensagem é dirigida ao público menor de idade e este demandar cuidados
redobrados, segundo recomendação expressa da Seção 11 do Código Brasileiro de
Autorregulamentação Publicitária, o relator recomendou a alteração do filme, agravada por
advertência à Havan. Seu voto foi aceito por unanimidade.

Caso 8:
AMBEV - DEU DE MANGOLA E ERROU O ÔNIBUS - #NÃOTEATUCANA
Mês/Ano Julgamento: NOVEMBRO/2018
Representação nº: 244/18
Autor(a): Conar, mediante queixa de consumidor
Anunciante: Ambev
Relator(a): Conselheiro Daniel Skowronsky
Câmara: Quinta Câmara
Decisão: Alteração e advertência
Fundamentos: Artigos 1º, 3º, 6º, 19, 20 e 50, letras "a" e "b", do Código
Resumo: Anúncio da cerveja Polar veiculado dentro de ônibus com o texto acima gerou
reclamação trazida ao Conar por consumidor de Guaíba (RS), por considerar que é desrespeitoso
para com os portadores da Síndrome de Down. O consumidor explica que "mangola" é variação
de mongoloide, designação pejorativa dos quem têm a Síndrome.
A Ambev enviou defesa ao Conar onde argumenta que o anúncio é próprio aos gaúchos, se
apropriando de seus valores e histórias. Esclarece ainda que interpreta a palavra como sinônimo
de "preguiçoso".
O relator iniciou seu voto afirmando acreditar na boa fé da anunciante, mas reconheceu o ponto
de vista do consumidor.
Por isso, propôs a alteração agravada por advertência à Ambev, sendo acompanhado por
unanimidade.
Caso 9:
VANISH GOLD
Mês/Ano Julgamento: SETEMBRO/2018
Representação nº: 132/18, em recurso ordinário
Autor(a): Unilever
Anunciante: Reckitt Benckiser
Relator(a): Conselheiras Fernanda Tomasoni e Cristina De Bonis
Câmara: Primeira e Terceira Câmaras e Câmara Especial de Recursos
Decisão: Alteração
Fundamentos: Artigos 1º, 23, 27, 32, letras "a", "c" e "f", e 50, letra "b", do Código
Resumo: A Unilever queixou-se no Conar de campanha em vários meios de apresentação de
Vanish, considerando que contém demonstração exagerada e enganosa das propriedades e
resultados decorrentes do uso do produto para tirar manchas de roupas. A queixa inclui também
postagens em redes sociais. Reunião de conciliação entre as partes promovida pelo Conar não
resultou em acordo.
A anunciante defendeu os testes apresentados na campanha, juntando ao processo resultados dos
ensaios realizados por laboratórios.
A relatora de primeira instância aceitou os argumentos da defesa, mas propôs a alteração do filme
para TV, de forma que lettering esclareça que os testes mostrados são dramatizações, que o uso do
produto deve ser feito de acordo com as instruções e que os resultados podem variar. Ela foi
acompanhada pela maioria dos conselheiros presentes.
A Unilever recorreu da decisão, mas ela foi mantida por unanimidade de votos pela câmara
recursal, seguindo proposta da relatora de segunda instância.

Caso 10:
IPHONE 6 - CÂMERA DUPLA DE 8MP
Mês/Ano Julgamento: JULHO/2018
Representação nº: 129/18
Autor(a): Conar mediante queixa de consumidor
Anunciante: Wal-Mart Brasil
Relator(a): Conselheiro Márcio Soave
Câmara: Segunda Câmara
Decisão: Alteração
Fundamentos: Artigos 1º, 3º, 6º, 23, 27 e 50, letra "b", do Código
Resumo: Consumidor residente em São Paulo, Capital, considerou haver erros na apresentação de
aparelho celular, em especial na descrição das características da câmera fotográfica, em anúncio
em internet da Wal-Mart. Não houve defesa por parte da anunciante. O relator propôs a alteração,
sendo acompanhado por unanimidade
D2. ESTATAL:

D2.1. ADMINISTRATIVO (SANÇÕES ADMINISTRATIVAS)

D2.2. JUDICIAL

E. TIPOS DE PUBLICIDADE PROIBIDA PELO CODIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR

E1. PUBLICIDADE ENGANOSA

E1.1. COMISSIVA

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO CIVIL


PÚBLICA.
PROPAGANDA ENGANOSA. VEÍCULO AUTOMOTOR. INTRODUÇÃO
NO MERCADO NACIONAL. DIFUSÃO DE INFORMAÇÕES
EQUIVOCADAS. ITENS DE SÉRIE. MODELO BÁSICO. LANÇAMENTO
FUTURO. DANO MORAL DIFUSO. CONFIGURAÇÃO. REEXAME DA
MATÉRIA. REVOLVIMENTO DE PROVAS E FATOS. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA Nº 7/STJ.
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código
de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ).
2. Na origem, trata-se de ação Ação Civil Pública promovida em desfavor da
empresa fabricante de veículos com o propósito de reprimir ações publicitárias
enganosas do automóvel modelo i30, que trariam indicações falsas a respeito das
características e dos chamados itens de série de sua versão mais básica. Inicial
que contém pedido indenizatório (por danos morais difusos) e cominatório
(obrigação de realizar contrapropaganda).
3. Acórdão recorrido que, mantendo hígida a sentença condenatória no tocante ao
reconhecimento da prática publicitária ilícita, majora a indenização fixada a título
de compensação por danos morais difusos para o patamar de R$ 1.000.000,00
(um milhão de reais).
4. Recurso especial interposto pelo empresa ré objetivando desconstituir o
julgado sob a alegação de que os fatos ocorridos não configurariam propaganda
enganosa e também não dariam azo a ocorrência de danos morais difusos.
5. O sistema de tutela da publicidade trazido pelo Código de Defesa do
Consumidor encontra-se assentado em uma série de princípios norteadores que
se propõem a direcionar e limitar o uso das técnicas de publicidade, evitando,
assim, a exposição do público consumidor a eventos potencialmente lesivos aos
direitos tutelados pelo referido diploma legal. Dentre estes princípios, merecem
destaque, os da identificação obrigatória, da publicidade veraz, da vinculação
contratual e da correção do desvio publicitário.
6. O acervo probatório carreado nos autos (que não pode ser objeto de reexame
na via especial por força do que dispõe a Súmula nº 7/STJ) apontou para a
existência de ação deliberada da fabricante com o propósito de levar a erro a
imprensa especializada e, consequentemente, o público consumidor, ao repassar
a veículos de comunicação especializados a respeito da indústria automotiva, a
falsa informação de que a versão mais básica do automóvel Hyundai i30, seria
comercializado no país contendo determinados itens de série que, mais tarde, se
fizeram presentes apenas em versões mais luxuosas do referido veículo.
7. Impossível negar o intuito de ludibriar o consumidor, no comportamento
adotado por empresa revendedora de automóveis que, meses antes do lançamento
de determinado modelo no mercado nacional, inunda a imprensa especializada
com informações falsas a respeito do mesmo, de modo a criar no imaginário
popular a falsa impressão de que seria infinitamente superior aos veículos de
mesma categoria oferecidos por suas concorrentes.
8. O dano moral difuso, compreendido como o resultado de uma lesão a bens e
valores jurídicos extrapatrimoniais inerentes a toda a coletividade, de forma
indivisível, se dá quando a conduta lesiva agride, de modo injusto e intolerável,
o ordenamento jurídico e os valores éticos fundamentais da sociedade em si
considerada, a provocar repulsa e indignação na própria consciência coletiva. A
obrigação de promover a reparação desse tipo de dano encontra respaldo nos arts.
1º da Lei nº 7.347/1985 e 6º, VI, do CDC, bem como no art. 944 do CC.
9. A hipótese em apreço revela nível de reprovabilidade que justifica a imposição
da condenação tal e qual já determinada pelas instâncias de origem. Além disso,
a revisão das conclusões do acórdão ora hostilizado encontra, também nesse
ponto específico, intransponível óbice na inteligência da Súmula nº 7/STJ.
10. Recurso especial não provido.
(REsp 1546170/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 18/02/2020, DJe 05/03/2020)
E1.2. OMISSIVA

RECURSO ESPECIAL E AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO


COLETIVA. DIREITO DO CONSUMIDOR. INTERNET. BANDA LARGA.
VELOCIDADE. PUBLICIDADE ENGANOSA POR OMISSÃO. AUSÊNCIA
DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS. EFEITOS DA OMISSÃO. BOA FÉ
OBJETIVA E PROTEÇÃO DA CONFIANÇA LEGÍTIMA.
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. ARTS. 4º, III, E 35 DO CDC.
REEXAME NECESSÁRIO. ART. 19 DA LEI 4.717/65. SUCUMBÊNCIA.
OCORRÊNCIA. EFEITOS DA SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA.
EXTENSÃO. ERGA OMNES. 1. Cuida-se de ação coletiva de consumo,
ajuizada pelo recorrente em face da agravante, na qual sustenta que a agravante
pratica publicidade enganosa, pois noticia apenas a velocidade informada como
referência da banda larga, que não é equivalente àquela garantida e efetivamente
usufruída pelos consumidores ao utilizarem o serviço de acesso à internet.
2. O propósito recursal é determinar se: a) a publicidade que não contém
informações sobre o mínimo garantido da velocidade de internet que será
efetivamente usufruída pelo consumidor configura publicidade enganosa por
omissão; b) houve sucumbência do autor da ação coletiva, apta a ensejar o duplo
grau de jurisdição obrigatório previsto no art. 19 da Lei 4.717/65; c) os efeitos da
sentença proferida em ação coletiva de consumo deve ser restringidos à
competência do órgão jurisdicional prolator; d) a omissão de informação
essencial, eventualmente verificada na hipótese concreta, tem o condão de
vincular o fornecedor a alguma prestação contratual;
e) era indispensável, na hipótese concreta, a fixação da responsabilidade genérica
da ré pelos danos causados; e f) é correta a suspensão da exigibilidade da
obrigação de fazer imposta à ré ao trânsito em julgado da condenação.
3. Recursos especiais interpostos em: 01/09/2014 e 13/10/2014;
Conclusão ao Gabinete em: 25/08/2016; Aplicação do CPC/73.
Do agravo em recurso especial interposto por CLARO S.A INCORPORADOR
DO NET SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO S/A 4. A ausência de expressa
indicação de obscuridade, omissão ou contradição nas razões recursais enseja o
não conhecimento do recurso especial.
5. O princípio da transparência (art. 6, III, do CDC) somente será efetivamente
cumprido pelo fornecedor quando a informação publicitária for prestada ao
consumidor de forma adequada, clara e especificada, a fim de garantir-lhe o
exercício do consentimento informado ou vontade qualificada.
6. No que diz respeito à publicidade enganosa por omissão, a indução a engano
decorre da circunstância de o fornecedor negligenciar algum dado essencial sobre
o produto ou serviço por ele comercializado, induzindo o consumidor à
contratação por meio de erro, por não ter consciência sobre elemento que, se
conhecido, prejudicaria sua vontade em concretizar a transação.
7. Na hipótese em exame, verifica-se a ocorrência da publicidade enganosa por
omissão, haja vista a ausência de informação clara sobre qual a qualidade do
serviço que está sendo contratado e que será prestado ao consumidor,
prejudicando seu conhecimento sobre as características do serviço (informação-
conteúdo) e sobre a utilidade do serviço, o que pode dele esperar (informação-
utilização).
8. Na inicial da presente ação civil pública, o MP/SC requereu, expressamente,
"para a presente ação abranger todos os consumidores que foram ou serão
atingidos pelos efeitos da publicidade enganosa", o que não foi acolhido pela
sentença, ensejando o reexame necessário pelo Tribunal.
9. Abrangência da decisão proferida em ação coletiva em todo o território
nacional, respeitados os limites objetivos e subjetivos do que decidido. Tese
repetitiva.
Do recurso especial interposto pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE
SANTA CATARINA 10. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC, rejeitam-se os
embargos de declaração.
11. A publicidade, da forma como divulgada - sobretudo quando contenha
elementos capazes de iludir o consumidor -, tem os mesmos efeitos de uma oferta
ao público, prevista no art. 429 do CC/02, de modo que o fornecedor de produtos
ou serviços obriga-se nos exatos termos da publicidade veiculada. Precedentes.
12. A definição dos efeitos da publicidade enganosa sobre o contrato de consumo
tem como norte os princípios da boa-fé objetiva e o da proteção da confiança e
da expectativa legítima, sendo averiguados de forma proporcional e razoável,
com a harmonização e compatibilização, vislumbrada no art. 4º, III, do CDC, da
proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e
tecnológico.
13. Na hipótese dos autos, embora a publicidade tenha omitido informação
essencial sobre o conteúdo do serviço que oferta ao mercado, - qual seja, os
requisitos mínimos de velocidade que efetivamente devem ser garantidos ao
consumidor - não gera no consumidor médio expectativa legítima de que a
velocidade será sempre a aquela denominada de "velocidade nominal máxima",
pois há a advertência de que a velocidade está "sujeita a variações".
14. A proteção à boa fé e à confiança do consumidor está satisfeita, portanto, no
reconhecimento do direito de rescindir o contrato sem encargos por não desejar
receber o serviço em que a velocidade mínima que lhe é garantida - e não
informada na publicidade - é inferior às suas expectativas, nos termos do art. 35,
III, do CDC.
15. A ausência de fundamentação ou a sua deficiência importa no não
conhecimento do recurso quanto ao tema.
16. Agravo em recurso especial de CLARO S.A INCORPORADOR DO NET
SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO S/A conhecido para se conhecer do recurso
especial e lhe negar provimento. Recurso especial do MINISTÉRIO PÚBLICO
DO ESTADO DE SANTA CATARINA parcialmente conhecido e, no ponto,
parcialmente provido.
(REsp 1540566/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 11/09/2018, DJe 18/09/2018)
E2. PUBLICIDADE ABUSIVA

RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR.


AÇÃO COLETIVA DE CONSUMO. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU
OBSCURIDADE. NÃO VERIFICAÇÃO. PUBLICIDADE
ABUSIVA. ART. 37, § 2º, DO CDC. TEMA MORALMENTE
SENSÍVEL. DANO MORAL COLETIVO. LESÃO
EXTRAPATRIMONIAL. VALORES ESSENCIAIS DA
SOCIEDADE. HIPÓTESE CONCRETA. OCORRÊNCIA.
1. Ação coletiva de consumo por meio da qual se questiona a
abusividade de publicidade que trata de tema moralmente sensível e
na qual se pede seja vedada a veiculação da propaganda objurgada e
compensados danos morais coletivos.
2. Recurso especial interposto em: 25/02/2015; conclusão ao
Gabinete em: 25/08/2016; aplicação do CPC/73.
3. O propósito recursal consiste em determinar se: a) ocorreu
negativa de prestação jurisdicional; e b) se, na hipótese concreta, a
veiculação da publicidade considerada abusiva é capaz de configurar
dano moral coletivo. 4. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC/73,
rejeitam-se os embargos de declaração.
5. Os danos morais coletivos configuram-se na própria prática ilícita,
dispensam a prova de efetivo dano ou sofrimento da sociedade e se
baseiam na responsabilidade de natureza objetiva, a qual dispensa a
comprovação de culpa ou de dolo do agente lesivo, o que é
justificado pelo fenômeno da socialização e coletivização dos
direitos, típicos das lides de massa.
6. Ademais, os danos morais coletivos têm como função a repressão
e a prevenção à prática de condutas lesivas à sociedade, além de
representarem uma forma de reverter a vantagem econômica obtida
individualmente pelo causador do dano em benefício de toda a
coletividade.
7. A publicidade questionada reproduz o seguinte diálogo: "- Posso
trazer meu namorado para dormir em casa, passar a noite fazendo
sexo selvagem e acordando a vizinhança toda? - Claro filhote! - Aí
paizão, valeu! Sabia que cê ia deixar. - Ufa! Achei que ela ia me pedir
o carro!".
8. Na hipótese concreta, tendo o acórdão recorrido reconhecido a
reprovabilidade do conteúdo da publicidade, considerando-a
abusiva, não poderia ter deixado de condenar a recorrida a ressarcir
danos morais coletivos, sob pena de tornar inepta a proteção jurídica
à indevida lesão de interesses transindividuais, deixando de aplicar a
função preventiva e pedagógica típica de referidos danos e
permitindo a apropriação individual de vantagens decorrentes da
lesão de interesses sociais.
9. Recurso especial parcialmente provido. Sentença reestabelecida.
(REsp 1655731/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 14/05/2019, DJe 16/05/2019)

PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO


CIVIL PÚBLICA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.
FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF.
PUBLICIDADE DE ALIMENTOS DIRIGIDA À CRIANÇA.
ABUSIVIDADE. VENDA CASADA CARACTERIZADA. ARTS.
37, § 2º, E 39, I, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
1. Não prospera a alegada violação do art. 535 do Código de Processo
Civil, uma vez que deficiente sua fundamentação. Assim, aplica-se
ao caso, mutatis mutandis, o disposto na Súmula 284/STF.
2. A hipótese dos autos caracteriza publicidade duplamente abusiva.
Primeiro, por se tratar de anúncio ou promoção de venda de
alimentos direcionada, direta ou indiretamente, às crianças. Segundo,
pela evidente "venda casada", ilícita em negócio jurídico entre
adultos e, com maior razão, em contexto de marketing que utiliza ou
manipula o universo lúdico infantil (art. 39, I, do CDC).
3. In casu, está configurada a venda casada, uma vez que, para
adquirir/comprar o relógio, seria necessário que o consumidor
comprasse também 5 (cinco) produtos da linha "Gulosos".
Recurso especial improvido.
(REsp 1558086/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 10/03/2016, DJe 15/04/2016)

II – QUESTÕES DE CONCURSO E/OU EXAME DE ORDEM

1. (CEBRASPE, DPDF, 07/2019) Fazer ou promover publicidade que se saiba ou que se devesse saber
ser enganosa ou abusiva é considerado crime, de perigo abstrato, contra as relações de consumo.
JUSTIFICATIVA - CERTO. Trata-se da hipótese prevista no art. 67 do CDC, que consiste em crime de
perigo abstrato. O juízo de enganosidade independe da provocação de dano real ao consumidor
individualizado. Nos termos do conceito estatuído pelo CDC (art. 37) e que orienta o tipo penal do art.
67, é enganosa a publicidade falsa ou a que seja capaz de induzir em erro o consumidor. Note-se que o
juízo é de enganosidade meramente potencial, e não concreta. Não se deve, pois, nessa matéria, confundir
avaliação de enganosidade com avaliação de enganos concretos e individualizados.

2. (CEBRASPE, JUIZ, PA, 22/12/2019) No que se refere a publicidade de bens e serviços de consumo,
teaser consiste na
A publicidade socialmente aceita, mesmo que contenha expressões exageradas.
B técnica publicitária que tem por objetivo inserir produtos e serviços nos meios de comunicação sem que
haja declaração ostensiva da marca.
C publicidade que implica a utilização de aspecto discriminatório de qualquer natureza.
D publicidade que induz o consumidor a erro quanto a informações relevantes sobre produto ou serviço.
E mensagem que visa criar expectativa ou curiosidade no público acerca de determinado produto
ou serviço.

(CESPE, DP, ES, 2009) Considerando que certa loja tenha veiculado, em um programa de televisão,
publicidade, suficientemente precisa, em que ofertava celulares por preço promocional, julgue os itens
seguintes.

3. (CESPE, DP, ES, 2009) O fornecedor criou um direito potestativo para o consumidor. CERTO

4. (CESPE, DP, ES, 2009) A publicidade veiculada obriga o fornecedor e integra o contrato que vier a ser
celebrado. CERTO

5. (2015, JUIZ DO TRABALHO, 1ª REGIAO, FCC) Sobre o Código de Defesa do Consumidor (Lei no
8.078/1990), considere:
I. É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou
parcialmente falsa ou, por qualquer outro modo, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,
características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e
serviços.
II. A publicidade é simulada por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto.
III. É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que explore o medo ou a
superstição ou a que desrespeita valores ambientais.
IV. É abusiva a publicidade que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de maneira prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e III.
(B) II e III.
(C) I, III e IV.
(D) II e IV.
(E) I, II e IV.

6. (2015. FCC. JUIZ RR) Construtora Muro Alto lançou empreendimento imobiliário pelo qual se interessou
André, especialmente pelo fato de que, em publicidade escrita, verificou que o imóvel contaria com ampla
academia de ginástica, com os mais diversos aparelhos. Levando isto em conta, adquiriu uma unidade do
empreendimento, por intermédio de imobiliária. Quando da entrega do imóvel, porém, no que seria a sala de
ginástica, havia apenas um aparelho para exercícios abdominais. Inconformado, contatou a Construtora Muro
Alto, que se recusou a adquirir outros aparelhos sob o fundamento de que a imagem constante da publicidade
escrita seria meramente ilustrativa, conforme informado, em letras minúsculas, no verso do panfleto
publicitário. Nesse caso, André

(A) não possui direito fundado na publicidade escrita, a qual trouxe informação de que as imagens eram
meramente ilustrativas.
(B) poderá aceitar outro produto, rescindir o contrato ou exigir o cumprimento forçado da obrigação
assumida pela Construtora Muro Alto na publicidade escrita, a qual deve ser clara e precisa.
(C) poderá apenas postular perdas e danos diretamente contra a Construtora Muro Alto e subsidiariamente
contra a imobiliária.
(D) não possui direito fundado na publicidade escrita, pois a publicidade não vincula o fornecedor.
(E) poderá apenas postular perdas e danos, contra a construtora Muro Alto e contra a imobiliária, que
respondem solidariamente.

7. (VUNESP, 2014, DPMS) Sobre publicidade nas relações de consumo, é correto afirmar que:
(A) o meio de comunicação, na publicidade de produtos ou serviços por ele veiculados, manterá em seu poder,
para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à
mensagem.
(B) é enganosa quando induza o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou
segurança.
(C) é abusiva por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
(D) o ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem
as patrocina.

8. (IX EXAME UNIFICADO, OAB, 2012) Academia de ginástica veicula anúncio assinalando que os seus
alunos, quando viajam ao exterior, podem se utilizar de rede mundial credenciada, presente em 60 países e 230
cidades, sem custo adicional. Um ano após continuamente fazer tal divulgação, vários alunos reclamam que,
em quase todos os países, é exigida tarifa de uso da unidade conveniada. A academia responde que a referência
ao “sem custo adicional” refere-se à inexistência de acréscimo cobrado por ela, e não de eventual cobrança, no
exterior, de terceiro. Acerca dessa situação, assinale a afirmativa correta.
A) A loja veicula publicidade enganosa, que se caracteriza como a que induz o consumidor a se comportar de
forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança.
B) A loja promove publicidade abusiva, pois anuncia informação parcialmente falsa, a respeito do preço e
qualidade do serviço.
C) Não há irregularidade, e as informações complementares podem ser facilmente buscadas na recepção ou
com as atendentes, sendo inviável que o ordenamento exija que detalhes sejam prestados, todos, no anúncio.
D) A loja faz publicidade enganosa, que se configura, basicamente, pela falsidade, total ou parcial, da
informação veiculada.

9. (FCC, JUIZ CE, 2014) Em relação à publicidade nas relações de consumo, é correto afirmar que
(A) a veiculação de publicidade em revistas e jornais deve ser realizada de modo que, facilmente e de
imediato, possa o consumidor identificá-la como tal e não como notícia.
(B) a publicidade enganosa ou abusiva se dá sempre comissivamente por meio do fornecedor do produto
ou serviço.
(C) a publicidade dos métodos de curandeirismo e de “trabalhos” para resolver problemas amorosos
configura-se como enganosa.
(D) o folheto publicitário é meramente ilustrativo e não precisa guardar, necessariamente, correspondência
com o contrato futuro a ser assinado.
(E) o ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária é de natureza
judicial, cabendo ao juiz defini-lo, discricionariamente, em cada caso concreto.

10. (MPSC, 2013) O anúncio veiculado por uma associação de empresas de transporte coletivo que
recomendava o uso de ônibus, contemplando o cartaz afixado na traseira dos veículos o desenho de um
cemitério, com slogan alusivo ao destino final dos usuários de vans, claramente amedrontando os passageiros
para desencorajar o transporte clandestino, é exemplo real de publicidade abusiva, na modalidade de
exploração do medo, enquadrando-se como ilícito penal previsto no Código de Defesa do Consumidor.
Verdadeiro

11.(FGV,JUIZ/AM,2013)Com base no Código de Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa corret


a.
(A) A coletividade de pessoas, desde que determinável, que haja intervindo nas relações de consumo,
equipara‐se a consumidor.
(B) Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, ainda que não remunerada, incl
Usive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de carát
er trabalhista.
(C) A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços o e
xime de responsabilidade.
(D) O Juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do con
sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos est
atutos ou contrato social, excetuadas as hipóteses de falência ou estado de insolvência.
(E) A publicidade discriminatória de qualquer natureza, dentre outras, a que incite à violência,
explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da crian
ça, desrespeite valores ambientais ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança, é abusiva.

13. (FCC, MPCE, 2009) A publicidade que se aproveita das deficiências de julgamento e experiência da
criança é considerada

(A) lícita, nos casos em que se possa presumir a permissão dos pais ou responsáveis para que a criança a ela
tenha acesso.

(B) enganosa e, por isto, proibida.

(C) abusiva e, por isto, proibida.

(D) abusiva, se for capaz de induzir também o adulto em erro a respeito das características ou qualidades do
produto.

(E) enganosa, se induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial à sua saúde ou à sua segurança.

14. (FCC, JUIZ PE 2011) Uma mensagem publicitária considera-se abusiva quando
(A) tiver finalidade ideológica ou política.
(B) induzir em erro o consumidor.
(C) deixar de informar o consumidor sobre dado essencial do produto ou serviço.
(D) for patrocinada pelo Poder Público.
(E) desrespeitar valores ambientais.

15. (CESPE, JUIZ, PB, 2011) A respeito de publicidade, propaganda e das práticas abusivas nas relações de
consumo, assinale a opção correta.
A É vedada ao fornecedor de produtos ou serviços, entre outras práticas abusivas, a execução de serviços sem
a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ainda que decorrentes de práticas
anteriores entre as partes.
B Consoante entendimento do STJ, a cobrança, pela mesma mercadoria, de preços distintos de acordo com a
forma de pagamento — um para o efetuado em espécie e outro para oefetuado com cartão de crédito — não
constitui prática abusiva.
C Incluem-se entre os princípios da publicidade previstos no CDC o princípio da identificação da
mensagem publicitária; o da vinculação contratual da publicidade; o da veracidade da publicidade; o
do ônus da prova a cargo do fornecedor; o da transparência da fundamentação da publicidade; e o da
correção do desvio publicitário.
D Caracteriza-se como enganosa a publicidade capaz de induzir o consumidor a erro, seja por comissão,
quando nela se afirme algo que, na verdade, não existe, seja por omissão, quando nela se deixe de informar
dado do produto ou serviço; considera-se
abusiva a publicidade que, falsa, fira a vulnerabilidade do consumidor, mediante elementos e circunstâncias
que ofendam valores básicos de toda a sociedade.
E Os termos publicidade e propaganda são tratados, no âmbito do direito do consumidor, como sinônimos, já
que se relacionam à atividade voltada a tornar conhecido produto ou serviço a fim de aproximar consumidor e
fornecedor e promover lucro na atividade comercial.

16. (CESPE, JUIZ, PB, 2011) Considerando a jurisprudência do STJ, assinale a opção correta acerca de
fornecedor, proteção contratual e responsabilidade.
A Empresa jornalística não pode ser responsabilizada pelos produtos ou serviços oferecidos por seus
anunciantes, sobretudo quando não se infira ilicitude dos anúncios.
B A composição civil judicial entre consumidor e fornecedor e(ou) prestador de serviços afasta a imposição
de multa aplicada por órgão de proteção e defesa do consumidor.
C Em contrato de arrendamento, considera-se abusiva cláusula contratual que obrigue o arrendatário a contratar
seguro em nome do arrendante, cabendo àquele o dever de conservar o bem e, portanto, de arcar com os riscos
e encargos inerentes.
D Se uma revendedora de máquinas e equipamentos firmar contrato com transportadora para o transporte de
um gerador de energia, restará configurada relação de consumo.
E Em caso de rescisão de promessa de compra e venda de imóvel ainda em construção, é legítima cláusula
contratual que determine a restituição das parcelas somente ao término da obra.

17. (OAB FGV 2010.2) Sobre o tratamento da publicidade no Código de Defesa do Consumidor, é correto
afirmar que:

(A) a publicidade somente vincula o fornecedor se contiver informações falsas.


(B) a publicidade que não informa sobre a origem do produto é considerada enganosa, mesmo quando não
essencial para o produto.
(C) o ônus da prova da veracidade da mensagem publicitária cabe ao veículo de comunicação.
(D) é abusiva a publicidade que desrespeita valores ambientais.

18. (JUIZ, AM, 2013, FGV) Com base no Código de Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa correta.
(A) A coletividade de pessoas, desde que determinável, que haja intervindo nas relações de consumo, equipara‐
se a consumidor.
(B) Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, ainda que não remunerada, inclusive as
de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
(C) A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços o exime
de responsabilidade.
(D) O Juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor,
houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou
contrato social, excetuadas as hipóteses de falência ou estado de insolvência.
(E) A consopublicidade discriminatória de qualquer natureza, dentre outras, a que incite à violência,
explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança,
desrespeite valores ambientais ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança, é abusiva.

19) (OAB, XXI EXAME, 2016, FGV): A Pizzaria X fez publicidade comparando a qualidade da sua pizza
de mozarela com a da Pizzaria Y, descrevendo a quantidade de queijo e o crocante das bordas, detalhes que a
tornariam mais saborosa do que a oferecida pela concorrente. Além disso, disponibiliza para os consumidores
o bônus da entrega de pizza pelo motociclista, em até 30 minutos, ou a dispensa do pagamento pelo produto.
A respeito do narrado, assinale a afirmativa correta.
A) A publicidade comparativa é expressamente vedada pelo Código de Defesa do Consumidor, que, entretanto,
nada disciplina a respeito da entrega do produto por motociclista em período de tempo ou dispensa do
pagamento.
B) A promessa de dispensa do pagamento pelo consumidor como forma de estímulo à prática de aumento
da velocidade pelo motociclista é vedada por lei especial, enquanto a publicidade comparativa é
admitida, respeitados os critérios do CDC e as proteções dispostas em normas especiais que tutelam
marca e concorrência.
C) A dispensa de pagamento, em caso de atraso na entrega do produto por motociclista, é lícita, mas a
publicidade comparativa é expressamente vedada pelo Código de Defesa do Consumidor e pela legislação
especial.
D) A publicidade comparativa e a entrega de produto por motociclista em determinado prazo ou a dispensa de
pagamento, por serem em benefício do consumidor, embora não previstos em lei, são atos lícitos, conforme
entendimento pacífico da jurisprudência.

20) (XXXIII EXAME OAB, 2021) A era digital vem revolucionando o Direito, que busca se adequar aos
mais diversos canais de realização da vida inserida ou tangenciada por elementos virtuais. Nesse cenário,
consagram-se avanços normativos a fim de atender às situações jurídicas que se apresentam, sendo ponto
importante a recorrência dos chamados youtubers, atividade não rara realizada por crianças e destinada ao
público infantil. Nesse contexto, os youtubers mirins vêm desenvolvendo atividades que necessitam de
intervenção jurídica, notadamente quando se mostram portadores de prática publicitária. A esse respeito,
instrumentos normativos que visam a salvaguardar interesses na publicidade infantil estão em vigor e outros
previstos em projetos de lei. Sobre o fato narrado, de acordo com o CDC, assinale a afirmativa correta.
A) A comunicação mercadológica realizada por youtubers mirins para o público infantil não pode ser
considerada abusiva em razão da deficiência de julgamento e experiência das crianças, porque é realizada
igualmente por crianças.
B) A publicidade que se aproveita da deficiência de julgamento e experiência da criança ou se prevaleça
da sua idade e conhecimento imaturo para lhe impingir produtos ou serviços é considerada abusiva.
C) A publicidade não pode ser considerada abusiva ou enganosa se o público para a qual foi destinado, de
forma fácil e imediata, identifica a mensagem mercadológica como tal.
D) A publicidade dirigida às crianças, que se aproveite da sua deficiência de julgamento para lhe impingir
produtos ou serviços, é considerada enganosa.

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