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DIREITO DO CONSUMIDOR
UNIDADE II – ABUSIVIDADE E CONSUMO

Publicidade &
Consumo
Prof. Saint´Clair do Nascimento Jr.
Prof. Thiago Andrade
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Distinção entre
Publicidade e Propaganda
A publicidade e a propaganda são
ferramentas promocionais, mas possuem
propósitos diferentes. A publicidade é a
comunicação utilizada para anunciar um
produto ou serviço de uma empresa, para
fins comerciais. Já a propaganda é utilizada
para divulgar ideias, pensamentos e causas.

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Conceito de Publicidade
A publicidade deriva de público (do latim publicus) e é
conceituada como a arte de tornar algo público,
divulgar um fato ou uma ideia, já com objetivos
comerciais, uma vez que pode despertar o desejo de
compra, levando-o à ação. É um conjunto de técnicas
de ação coletiva com o propósito de tornar conhecido
um produto, um serviço, uma marca, promovendo
assim uma atividade comercial. É mais ampla que a
propaganda e engloba todas as formas de
comunicação, tornando-se uma técnica comercial de
comunicação de massa (GONÇALEZ, 2009, p.07).
GONÇALEZ, Márcio Carbaca. Publicidade e propaganda
Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.

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Publicidade Propaganda

É a comunicação realizada
por uma empresa ou
organização para promover É a comunicação utilizada por
produtos, serviços e ideias, organizações ou pessoas para
de modo a persuadir um disseminar pensamentos e
público a desejar e comprar doutrinas, geralmente religiosas,
Conceito seus produtos. ideológicas ou políticas.

Do latim publicus, de tornar Do latim propagare, que significa


Etimologia algo público. propagar.

Atrair o consumidor com a


esperança de venda ou Busca adesão a uma ideologia ou
Objetivo contrato de bens e serviços. mudança de atitude.

Esfera Comercial. Política, ideológica e religiosa.

Anúncios de venda de Campanhas eleitorais ou de 5


Exemplo casas, roupas e carros. alistamento militar.
As normas de defesa e proteção
do Consumidor não incidem
sobre as propagandas, por não
existir relação de consumo.

SÓ EXISTE RELAÇÃO DE
CONSUMO NA PUBLICIDADE

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Poder Vinculante da Oferta
Toda informação ou publicidade,
suficientemente precisa, veiculada por qualquer
forma ou meio de comunicação com relação a
produtos e serviços oferecidos ou
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer
veicular ou dela se utilizar e integra o contrato
que vier a ser celebrado.
Artigo 30 CDC

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Publicidade Subliminar
A publicidade deve ser veiculada de tal forma
que o consumidor, fácil e imediatamente, a
identifique como tal.

Artigo 36, CDC

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Merchandising
Visual
Consiste na técnica de usar fenômenos visuais para
chamar a atenção para uma determinada mercadoria.
Muitas vezes as empresas responsáveis pela publicidade e
marketing de um determinado produto fazem um grande
esforço para melhorar o merchandising no ponto de venda.
Isso porque muitas pessoas só decidem o que vão
comprar no local de venda, como um supermercado, por
exemplo. Nestes casos, merchandising pode ser a
decoração (através de cartazes), ou até mesmo a oferta de
amostras do produto em questão.

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Merchandising
Editorial
O merchandising editorial é a exibição de produtos
em filmes, seriados ou outros programas de
televisão, estratégia que também pode ser
conhecida como product placement. Costuma ser
feito de forma sutil, quase de uma maneira
subliminar, para que o espectador fique
familiarizado com o produto de uma maneira
menos brusca

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Merchandising

Merchandising
Publicidade
Subliminar

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Dever de Guarda e Cautela

O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou


serviços, manterá, em seu poder, para informação dos
legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e
científicos que dão sustentação à mensagem.

Art. 36, Par. Único CDC

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Inversão do Ônus da Prova
Inversão “ope legis”
O ônus da prova da veracidade e
correção da informação ou
comunicação publicitária cabe a quem
as patrocina.
Art. 38 CDC

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É proibida
toda
publicidade
enganosa ou
abusiva
Artigo 37 CDC

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Publicidade Enganosa
É enganosa qualquer modalidade de informação
ou comunicação de caráter publicitário, inteira
ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em
erro o consumidor a respeito da natureza,
características, qualidade, quantidade,
propriedades, origem, preço e quaisquer outros
dados sobre produtos e serviços.

Art. 37 § 1° CDC
.

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Publicidade Enganosa
✓PUBLICIDADE TOTALMENTE FALSA
✓PUBLICIDADE PARCIALMENTE FALSA
✓PUBLICIDADE FALSA POR OMISSÃO
✓PUBLICIDADE POR QQ MODO CAPAS DE
INDUZIR A ERRO O CONSUMIDOR

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Publicidade Enganosa
por Omissão
Para os efeitos deste código, a publicidade é
enganosa por omissão quando deixar de
informar sobre dado essencial do produto ou
serviço.

Artigo 37, § 3.º CDC

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Publicidade Abusiva
É abusiva, dentre outras, a publicidade
discriminatória de qualquer natureza, a que
incite à violência, explore o medo ou a
superstição, se aproveite da deficiência de
julgamento e experiência da criança,
desrespeita valores ambientais, ou que seja
capaz de induzir o consumidor a se comportar
de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou
segurança.

Art. 37 § 2° CDC
.

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Contrapropaganda

A imposição de contrapropaganda será


cominada quando o fornecedor incorrer na
prática de publicidade enganosa ou abusiva,
nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre
às expensas do infrator.
Artigo 60 CDC

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Aspectos Criminais

Fazer ou promover publicidade que sabe ou


deveria saber ser enganosa ou abusiva:

Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

Artigo 67 CDC

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Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
saber ser capaz de induzir o consumidor a se
comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua
saúde ou segurança:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e


multa:

Art. 68 CDC

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Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
científicos que dão base à publicidade:

Pena Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 69 CDC

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Empregar na reparação de produtos, peça ou
componentes de reposição usados, sem autorização
do consumidor:

Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 70, CDC

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Jurisprudência Aplicada
STJ - RECURSO ESPECIAL Nº 1.558.086 - SP (2015/0061578-0)
Data do Julgamento: 10/03/2016

EMENTA :PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO


CIVIL PÚBLICA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.
FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. PUBLICIDADE
DE ALIMENTOS DIRIGIDA À CRIANÇA. ABUSIVIDADE. VENDA
CASADA CARACTERIZADA. ARTS. 37, § 2º, E 39, I, DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR.

DIREITO AMBIENTAL | AULA 01 11/08/2022 @SaintClairProf 29


1. Não prospera a alegada violação do art. 535 do Código de
Processo Civil, uma vez que deficiente sua fundamentação.
Assim, aplica-se ao caso, mutatis mutandis, o disposto na
Súmula 284/STF.
2. A hipótese dos autos caracteriza publicidade duplamente
abusiva. Primeiro, por se tratar de anúncio ou promoção de
venda de alimentos direcionada, direta ou indiretamente, às
crianças. Segundo, pela evidente "venda casada", ilícita em
negócio jurídico entre adultos e, com maior razão, em
contexto de marketing que utiliza ou manipula o universo
lúdico infantil (art. 39, I, do CDC).
3. In casu, está configurada a venda casada, uma vez que,
para adquirir/comprar o relógio, seria necessário que o
consumidor comprasse também 5 (cinco) produtos da linha
"Gulosos". Recurso especial improvido

DIREITO AMBIENTAL | AULA 01


@SaintClairProf 30
11/08/2022
"A publicidade discutida nos autos, referente à linha de produtos "Gulosos" investiu
na conhecida modalidade de atrelar um "brinde" à aquisição dos produtos da marca.
A palavra "brinde" significa presente, mimo. Normalmente, esse produto é utilizado
como uma forma de propaganda do estabelecimento, da marca ou de algum produto.
Desse conceito, pode-se concluir que os "brindes" deveriam ser entregues
gratuitamente aos consumidores, o que não acontece no presente caso. Aqui, os
consumidores pagavam pelo "brinde". A venda casada acontece quando um
consumidor, ao adquirir um produto, leva conjuntamente outro, seja da mesma
espécie ou não. Esse instituto pode ser visualizado quando o fornecedor de produtos
ou serviços condiciona que o consumidor só pode adquirir o primeiro se adquirir o
segundo. Essa situação restou caracterizada nos autos. Os consumidores somente
poderiam adquirir o relógio se comprassem 05 produtos da linha "Gulosos" e ainda
pagassem a quantia de R$ 5,00. A venda do relógio, portanto, estava condicionada à
compra dos bolinhos e biscoitos. Sem estes, aquele não poderia ser adquirido. Essa
prática é vedada pelo ordenamento jurídico brasileiro. O consumidor não pode ser
obrigado a adquirir um produto que não deseja."

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Obrigado!
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11/08/2022

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