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2ª ATIVIDADE AVALIATIVA

 Esta tarefa poderá ser realizada individualmente ou em dupla.


 A tarefa é composta por questões objetivas e discursivas
 Data de entrega: 02/11/2023, através da plataforma Teams.
 Não se esqueçam de constar o nome da dupla na folha de respostas.
 Valor: 25,0 pontos.

Nomes: Gabriel Silva de Oliveira e Mateus Reis

1. Sobre a publicidade infantil, assinale a alternativa correta (1 ponto): *

( ) O código de defesa do consumidor define o que é publicidade infantil.


( x ) O código de defesa do consumidor não define o que é publicidade infantil, mas
regulamenta que é vedada a publicidade que aproveite da deficiência de julgamento e
experiência da criança.
( ) É possível, para qualquer faixa etária, uma publicidade incentivando o consumo de
bebidas alcoólicas.
( ) É lícita a publicidade incentivando o consumo de cerveja para a pessoa com 15 anos.

2. Sobre a publicidade infantil no Brasil, marque a opção correta (1 ponto): *

( ) A publicidade infantil é lícita, sendo possível incentivar os pais a comprarem, para o


filho, o produto da publicidade.
( ) A publicidade infantil é sempre lícita.
( ) A publicidade infantil é expressamente vedada pelo Estatuto da Criança e do
adolescente.
( x) A publicidade infantil é lícita, porém possui limitações para proteção do princípio de
melhor interesse da criança.

3. Considerando o princípio de melhor interesse do menor, assinale a opção *


correta (1 ponto):
( ) A publicidade direcionada à criança e incentivando o consumo excessivo de alimentos
altamente gordurosos é possível, pois o melhor interesse do menor também é observado
com o princípio de liberdade econômica.
( ) Desde que demonstrado os efeitos das bebidas alcoólicas, é possível a publicidade
infantil incentivando a criança ao consumo de cerveja.
( ) O melhor interesse do menor impede qualquer tipo de publicidade, conforme súmula
vinculante do Supremo Tribunal Federal.
(x ) A publicidade infantil terá que levar em consideração as características da criança,
não podendo o marketing lhe tratar como se adulto fosse. Por isso, a publicidade à criança
não deverá incentivar o consumo excessivo, deverá respeitar a dignidade, e não pode
tratar de produtos ou serviços ilícitos e/ou permitidos apenas para adultos.

4. Sobre os efeitos da publicidade infantil no menor, assinale a alternativa correta (1


ponto):

( x ) A publicidade infantil, se abusiva ou ilícita ou enganosa, poderá ser responsável por


hábitos não saudáveis ao menor.
( ) A publicidade infantil sempre estimulará o consumo excessivo, pela criança.
( ) A publicidade infantil jamais promove o amadurecimento precoce, em qualquer caso.
( ) Nenhuma das opções anteriores.

5. Liste 3 pontos positivos e 3 pontos negativos do tema publicidade infantil (5


pontos). OBS: Resposta de texto

A publicidade infantil é um tópico complexo e amplamente debatido, com aspectos


positivos e negativos que merecem atenção.
No que diz respeito aos pontos positivos, a publicidade infantil pode ser vista como uma
forma de entretenimento para as crianças, criando anúncios envolventes que cativam sua
atenção de maneira lúdica. Além disso, a publicidade pode ser uma ferramenta educativa,
ajudando as crianças a compreenderem o mundo ao seu redor ao promover produtos e
serviços que estimulam o aprendizado. Anúncios que promovem produtos educativos,
como livros e brinquedos que desenvolvem habilidades cognitivas, podem ter um impacto
positivo ao incentivar o desenvolvimento intelectual e cognitivo das crianças. Além disso,
alguns anúncios infantis podem inspirar a criatividade e a imaginação, encorajando as
crianças a criar suas próprias histórias e universos imaginários com base nos produtos
anunciados.
Por outro lado, os aspectos negativos não podem ser ignorados. A publicidade infantil
muitas vezes explora a vulnerabilidade e a falta de discernimento das crianças,
manipulando-as para desejar produtos que podem ser prejudiciais, como alimentos não
saudáveis ou brinquedos caros. Além disso, a publicidade infantil pode promover o
consumismo desenfreado, levando as crianças a acreditar que precisam de uma ampla
variedade de produtos, muitos dos quais são supérfluos. Isso pode levar a um impacto
negativo tanto no bolso dos pais quanto no ambiente, devido à produção em massa de
produtos muitas vezes não sustentáveis. Além disso, alguns anúncios, ao promoverem
alimentos não saudáveis e bebidas açucaradas, contribuem para problemas de saúde,
como obesidade e cárie dentária nas crianças, pois muitas vezes não enfatizam a
importância de um equilíbrio alimentar adequado.
É fundamental equilibrar os aspectos positivos e negativos da publicidade infantil,
considerando a regulamentação adequada para proteger o bem-estar das crianças e
garantir que a publicidade seja educativa, ética e promova produtos e serviços que
contribuam para o desenvolvimento saudável e sustentável das crianças. O princípio
orientador deve ser sempre o melhor interesse das crianças, garantindo que a publicidade
não as prejudique nem comprometa seu bem-estar.

6. Faça uma lista com 4 itens possíveis (de natureza teórica ou/e prática) para que *
a publicidade infantil se adeque ao princípio do melhor interesse da criança (5 pontos).
OBS: Resposta de texto

Para que a publicidade infantil esteja em conformidade com o princípio do melhor


interesse da criança, é necessário considerar uma série de medidas teóricas e práticas que
garantam que os anúncios não prejudiquem o bem-estar e o desenvolvimento saudável
das crianças, quais sejam:
1. Restrições à Publicidade de Produtos Não Saudáveis: Uma das medidas mais
importantes é a implementação de regulamentações que proíbam ou restrinjam
anúncios de produtos não saudáveis destinados a crianças. Isso inclui a promoção
de alimentos ricos em gordura, açúcar e sal, bem como bebidas açucaradas. Tais
regulamentações visam reduzir a exposição das crianças a produtos que podem
contribuir para problemas de saúde, como obesidade e cárie dentária. Além disso,
elas promovem a escolha de alimentos mais saudáveis e incentivam hábitos
alimentares adequados desde cedo.
2. Conteúdo e Linguagem Adequados para a Idade: Os anúncios devem ser
desenvolvidos com consideração para a idade das crianças a quem se destinam.
Isso significa utilizar uma linguagem acessível e conteúdo apropriado para a
capacidade de compreensão das crianças, evitando termos técnicos ou complexos
que possam confundi-las. Os anúncios devem ser formulados de maneira
apropriada para que as mensagens sejam compreendidas e não causem confusão.
3. Restrição a Táticas Manipulativas: É essencial proibir o uso de táticas de
manipulação na publicidade infantil. Isso inclui a exploração de personagens
fictícios populares, celebridades infantis ou a exploração da inexperiência das
crianças para criar demanda por produtos ou serviços. Tais práticas visam enganar
as crianças e os pais, muitas vezes levando a compras desnecessárias ou
prejudiciais.
4. Publicidade Educacional e Informativa: Uma abordagem mais construtiva e
benéfica seria encorajar a criação de anúncios que sejam educativos e
informativos. Isso significa promover produtos ou serviços que contribuam para
o desenvolvimento cognitivo, físico e emocional das crianças. Pode incluir
produtos educativos, livros, brinquedos que estimulem a criatividade e produtos
que promovam a atividade física. A publicidade pode ser uma ferramenta valiosa
para a educação das crianças, desde que seja usada de maneira positiva.
Em resumo, para garantir que a publicidade infantil seja benéfica e esteja alinhada com o
princípio do melhor interesse da criança, é crucial implementar regulamentações
rigorosas que restrinjam a promoção de produtos não saudáveis, desenvolver anúncios
com conteúdo e linguagem adequados para a idade, proibir táticas manipulativas e
incentivar a publicidade educativa e informativa. Essas medidas visam proteger as
crianças de práticas enganosas e garantir que a publicidade contribua para seu
desenvolvimento saudável e bem-estar.

7. No Brasil, há um ferrenho debate sobre a publicidade infantil ser lícita ou ilícita.


No seu ponto de vista, qual o entendimento deve prevalecer? (11 pontos). A
fundamentação terá, no mínimo, 2 laudas, podendo se apoiar em jurisprudência, Lei ou
doutrina. OBS: Resposta de texto
A Constituição Federal, em seu artigo 227 define que é responsabilidade partilhada de
toda a sociedade em garantir os direitos das crianças com prioridade absoluta. O Estatuto
da Criança e do Adolescente – ECA (Lei nº 8.069/1990) reconhece a criança como sujeito
em uma fase especial de desenvolvimento físico, social e emocional, buscando assegurar
seu melhor interesse em qualquer tipo de relação. O Código de Defesa do Consumidor
(CDC) estabelece que a publicidade direcionada a crianças se aproveita da falta de
discernimento e experiência desse público, sendo, portanto, considerada abusiva e ilegal.
O Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016) determina a proteção da criança
contra toda forma de violência e pressão consumista, bem como a adoção de medidas
para evitar a exposição precoce à comunicação mercadológica. A Resolução nº 163 de
2014 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) reforça
o CDC ao detalhar o conceito de abusividade em qualquer publicidade voltada ao público
infantil, com o objetivo de persuadi-lo ao consumo de produtos e serviços. Além disso, a
ilegalidade da publicidade infantil tem sido reconhecida por órgãos públicos de proteção
e defesa dos direitos de crianças e consumidores, como Procons, Defensorias Públicas,
Ministério Público e, inclusive, pela própria Senacon, assim como pelo Poder Judiciário.
Tanto que o Superior Tribunal de Justiça confirmou a abusividade dessa prática. Portanto,
todos esses marcos legais já constituem fundamentos jurídicos suficientes para a
proibição da publicidade voltada para as crianças.

Na nossa opinião, a prática é antiética pois muitos pais são influenciados pelos seus filhos
na compra de produtos, brinquedos, e até em supermercados, no ramo da alimentação. Os
pais cedem, muitas vezes, em razão do apelo emocional feito pela criança, influenciada
pela publicidade que se aproveita da sua hipervulnerabilidade para influenciar nas
decisões de consumo da família.

Ainda existem dados que apontam que as crianças brasileiras passam em média 5,3 horas
por dia em frente à televisão e mais de 75% das crianças de 9 a 17 anos acessam a internet
mais de uma vez ao dia. Esses são dados preocupantes pois, quando se trata da televisão,
as crianças assistem desenhos animados e existem vários intervalos com publicidades, os
chamados “comerciais”.

Quando se trata da internet, é pior ainda pois a exemplo do Youtube, um só vídeo de cerca
de 10 minutos pode ter mais de cinco comerciais, todos devidamente direcionados para
as crianças que estão assistindo, em muitas vezes, sem a supervisão dos pais. Além disso,
ainda existem as empresas que se utilizam de outras crianças para propagar seus produtos,
influenciando ainda mais o público infantil.

Essas técnicas utilizadas distorcem valores, pois esse tipo de publicidade passa a ideia de
que a pessoa só está inserida na sociedade se estiver consumindo ou possuir poder se
consumo, nas crianças, isso reflete no conceito de aceitação. Dessa forma, só estarão
satisfeitas se possuírem ou usarem determinado produto, perpetuando a máxima de que é
preciso ter para ser.

As crianças atravessam um notório processo de desenvolvimento emocional, psicológico


e social, o que as torna particularmente suscetíveis. Em virtude dessa condição, elas
carecem da capacidade de discernir a intenção por trás da publicidade e de avaliar sua
credibilidade e adequação às suas necessidades individuais.

É diante dessa peculiaridade na condição infantil que se evidencia a necessidade


imperativa de conceder uma proteção especial a esses indivíduos nas transações de
consumo. Dentro desse contexto, é incontestável afirmar que as crianças serão
constantemente consideradas como hipossuficientes.

É relevante salientar que, ao examinarmos a criança na posição de consumidora e


destinatária de mensagens publicitárias, sua vulnerabilidade e hipossuficiência são
exacerbadas.

Diversas pesquisas, pareceres e estudos foram conduzidos, tanto no Brasil quanto no


exterior, sobre a maior vulnerabilidade da criança perante as mensagens publicitárias. Um
dos estudos internacionais mais notáveis sobre o assunto, citado pelo professor Pedro
Affonso Duarte Hartung, foi realizado pelo sociólogo Erling Bjurstrom, intitulado
"Children and television advertising - A critical study of international research concerning
the effects of TV-commercials on children Report". Este estudo concluiu que crianças
com aproximadamente oito a dez anos de idade não conseguem distinguir publicidade do
conteúdo da programação televisiva, e crianças de até doze anos não compreendem o
caráter persuasivo da publicidade.

Portanto, diante das práticas abusivas que são frequentemente destacadas nas
propagandas dirigidas ao público infantil, veiculadas em diversos meios de comunicação,
e considerando o impacto significativo desses abusos na criança, é evidente a ilicitude da
prática.
Dessa forma, compreendemos que a proteção dos direitos da criança diante da publicidade
voltada para ela é de extrema importância, a regulação da atividade publicitária deve ser
incisiva para que se respeite os limites éticos. Portanto, entendemos a possibilidade de
alcançar uma proteção mais efetiva dos interesses desses jovens em desenvolvimento por
meio da combinação de uma atuação mais eficaz do poder estatal, de forma que os limites
éticos sejam respeitados e que as campanhas publicitárias não se aproveitem da
vulnerabilidade das crianças, mas que as empresas de adaptem para exercerem as
campanhas publicitárias de forma lícita.

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