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APRESENTAÇÃO
É com muita alegria que apresentamos o módulo de Direito do Consumidor do preparatório para o
37º Exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância desses temas para sua prova,
então, valerá a pena o nosso esforço durante essas aulas!
Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a leitura e os grifos dos
dispositivos específicos de cada assunto que abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase
da OAB e Concursos) e vamos juntos!
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Direito do Consumidor
3 Danilo Santana
DIREITO DO CONSUMIDOR
O Direito do Consumidor como garantia fundamental.
Art. 5º, inciso XXXII, CF/88: O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.
Art. 48, ADCT: O Congresso Nacional, dentro de 120 dias da promulgação da Constituição,
elaborará código de defesa do consumidor.
o O prazo foi cumprido com atraso, mas o CDC está livre de vícios.
Art. 170, inciso V, CF/88: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os princípios de defesa do consumidor.
o Em regra, para ser empresário/fornecedor, não é necessária autorização especial, mas a
livre iniciativa é regulamentada, obedecendo ao CDC.
Art. 81, CDC: A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser
exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas
e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de
origem comum.
Art. 1, CDC: O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem
pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição
Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
o Ou seja, no processo do consumidor, o juiz poderá declarar as normas do CDC de ofício,
sem necessidade de pedido específico, com exceção:
I. Súmula 381/STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de
ofício, da abusividade das cláusulas.
II. Se tratando de pedido de desconsideração da personalidade jurídica, a FGV
entende que há necessidade da instauração do incidente (pedido é necessário
e o juiz não pode agir de ofício).
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4 Danilo Santana
RELAÇÃO DE CONSUMO
Fornecedor
Consumidor Produto/Serviço
*estrutura da relação de consumo*
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Direito do Consumidor
5 Danilo Santana
b) Consumidor (art. 2, CDC): O CDC adota a teoria finalista. O CDC define consumidor
como toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
- O CDC define a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que
intervenham nas relações de consumo como consumidores equiparados.
- Todas as vítimas do dano causado pelo fato do produto e do serviço > consumidor
por equiparação (art. 17, CDC).
- Todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas de comércio e,
obviamente, fazem jus à proteção do contrato > consumidor por equiparação (art.
29, CDC).
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6 Danilo Santana
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Direito do Consumidor
7 Danilo Santana
1) EFETIVA REPARAÇÃO
O Código não permite a indenização tarifada do dano > teoricamente, o consumidor possui
direito de ser reparado integralmente por todos os danos que vier a sofrer.
Reparação do dano com base no caso concreto.
O STJ traz algumas disposições sobre os danos nas Súmulas:
Observação:
➢ Súmulas relacionadas aos planos de saúde:
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8 Danilo Santana
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9 Danilo Santana
→ Para se falar em responsabilidade civil, a falha da relação de consumo precisa ser identificada.
Essa falha pode ser um:
a) Vício: Produto ou serviço é inadequado para consumo.
- Ex.: Televisão que não liga, não funciona.
b) Defeito: Produto ou serviço que causa dano ou risco a saúde e a segurança do
consumidor.
- Ex.: Televisão que liga, mas explode.
- O defeito divide-se em:
b.1. Fato do produto
b.2. Fato do serviço
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10 Danilo Santana
- O fornecedor tem o direito de reparar o vício, desde que este, seja - O vício pode ser de:
apontado em um prazo decadencial de 30 dias (produtos não duráveis) e a) Qualidade: Não tem
90 (produtos duráveis) dias, contados a partir da descoberta do vício. Se prazo, a reparação
o consumidor reclama no prazo, o fornecedor poderá reparar. tem que ser
- Se o produto for essencial, a substituição tem que ser imediata. imediata. Caso não
- Se o reparo não for feito no prazo, gera para o consumidor um direito, seja reparado, o
podendo escolher se quer a substituição do produto por outro, o dinheiro fornecedor paga
de volta (corrigido monetariamente), ou o abatimento em razão do vício. nova execução.
- O vício pode ser de: b) Quantidade: Aplica-
a) Qualidade: o produto ou serviço não corresponde a legitima se a mesma
expectativa do consumidor. hipótese do vício
b) Quantidade: o conteúdo líquido do produto é inferior àquele que por produto.
deveria constar.
- Quando a falha é só do comerciante, apenas ele responde pelo dano.
3) GARANTIA
A garantia legal é o recebimento do produto sem vícios.
O prazo de 1 (um) ano dado de garantia por muitos comerciantes é baseado em contrato, e não
previsão legal.
O prazo de reclamação de 30 ou 90 dias é contado sempre após o encerramento das garantias
contratadas.
A garantia estendida trata-se de outro contrato.
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11 Danilo Santana
SERVIÇOS PÚBLICOS
→ O Sistema Único de Saúde não é relação de consumo, pois, não há remuneração direta do
consumidor ao SUS.
o Quando há o pagamento direto, incide relação de consumo.
→ Caso o consumidor fique inadimplente desse pagamento direto, o serviço poderá ser suspenso,
mediante alguns requisitos cumulativos:
i. Atualidade da dívida; e
ii. Se a adimplência for oportunizada ao consumidor (notificação).
Observação:
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12 Danilo Santana
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13 Danilo Santana
PUBLICIDADE
Publicidade Propaganda
- Disponibilizar algo no mercado de - Difusão de ideias, e não produtos ou
consumo e anunciar as características serviços.
daquele produto. - Utiliza estratégias de persuasão para
- Tem a intenção de promover fins ideológicos.
empresas, produtos e serviços.
→ O PUFFING, também conhecido como o exagero publicitário, é técnica de publicidade que se baseia
na prestação de informações de forma extravagante para convencer o consumidor a adquirir
determinado produto ou serviço.
- É o elogio do produto.
- Não é considerada enganosa.
- Podem ser feitas comparações entre produtos, sem problemas.
→ O que gera problema na publicidade é a OFERTA > o princípio da vinculação da oferta, que faz parte
do contrato.
o Esse princípio não pode ser mitigado, em razão do erro grosseiro.
o O erro grosseiro desobriga a oferta.
Atenção: Precisa ser erro grosseiro mesmo!
o O fornecedor é obrigado a manter o que foi dito em orçamento > vincula o preço, por pelo
menos 10 dias, salvo disposição em contrário sobre o prazo do orçamento.
BANCO DE DADOS
→ Prazo de 5 anos para manutenção. Prazo de 5 dias para o restante dos prazos > pagamentos ou
exclusão de cadastro.
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15 Danilo Santana
PRÁTICAS ABUSIVAS
Art. 39, CDC. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou
serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas
disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer
qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do
consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício
de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as
normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem,
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a
adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em
leis especiais;
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços;
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII,
quando da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999;
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu
termo inicial a seu exclusivo critério;
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido;
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior
de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na
hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
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16 Danilo Santana
XIX - (VETADO).
§ 1º - Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal
modo a ameaçar seu objeto ou o equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e
conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
§ 2º - A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de
sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3º - (VETADO).
§ 4º - É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério
Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que
contrarie o disposto neste Código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre
direitos e obrigações das partes.
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18 Danilo Santana
COBRANÇA DE DÍVIDAS
Art. 42, CDC. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem
será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Art. 42-A, CDC. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão
constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente.
Observação:
→ Cobrança em parcela indevida confere o direito de restituição em dobro.
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19 Danilo Santana
PROTEÇÃO CONTRATUAL
Observação: O recall comunica que algum defeito no veículo foi identificado pela
montadora e precisa ser reparado de maneira urgente e gratuita, já que pode acarretar
acidentes fatais para os ocupantes do veículo.
o O recall não exime o fornecedor da responsabilidade.
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20 Danilo Santana
→ Se o consumidor adquire as dívidas com intenção de não pagar, não está protegido para fins de
superendividamento, por conta da premissa da boa-fé.
Art. 54-B, CDC. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das informações obrigatórias
previstas no art. 52 deste Código e na legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário
deverá informar o consumidor, prévia e adequadamente, no momento da oferta, sobre:
I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o compõem;
II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de mora e o total de encargos,
de qualquer natureza, previstos para o atraso no pagamento;
III - o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve ser, no mínimo,
de 2 dias;
IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor;
V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não onerosa do débito, nos termos
do § 2º do art. 52 deste Código e da regulamentação em vigor.
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21 Danilo Santana
Art. 54-F, CDC. São conexos, coligados ou interdependentes, entre outros, o contrato principal de
fornecimento de produto ou serviço e os contratos acessórios de crédito que lhe garantam o
financiamento quando o fornecedor de crédito:
I - recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço para a preparação ou a
conclusão do contrato de crédito;
II - oferecer o crédito no local da atividade empresarial do fornecedor de produto ou
serviço financiado ou onde o contrato principal for celebrado.
§ 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses previstas neste Código, no contrato
principal ou no contrato de crédito, implica a resolução de pleno direito do contrato que lhe seja
conexo.
§ 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver inexecução de qualquer das
obrigações e deveres do fornecedor de produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a
rescisão do contrato não cumprido contra o fornecedor do crédito.
§ 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente ao consumidor:
I - contra o portador de cheque pós-datado emitido para aquisição de produto ou serviço
a prazo;
II - contra o administrador ou o emitente de cartão de crédito ou similar quando o cartão
de crédito ou similar e o produto ou serviço forem fornecidos pelo mesmo fornecedor ou
por entidades pertencentes a um mesmo grupo econômico.
§ 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará, de pleno direito, a do contrato
de crédito que lhe seja conexo, nos termos do caput deste artigo, ressalvado ao fornecedor do
crédito o direito de obter do fornecedor do produto ou serviço a devolução dos valores
entregues, inclusive relativamente a tributos.
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22 Danilo Santana
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Art. 55, CDC. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas
áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e
consumo de produtos e serviços.
o A regulamentação da produção é competência concorrente da União, Estados e DF. O Município
é responsável somente pela fiscalização.
- Regulamentar a produção é competência da União, dos Estados e do DF.
- Fiscalizar as relações de consumo é competência da União, dos Estados, do DF e dos
Municípios
Art. 56, CDC. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas
específicas:
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade
administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive
por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
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23 Danilo Santana
Art. 81, CDC. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas
e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de
origem comum.
Art. 82, CDC. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código;
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24 Danilo Santana
Art. 91, CDC. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no interesse das
vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente
sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes.
o O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.
Art. 93, CDC. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou
regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência
concorrente.
Art. 94, CDC. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados
possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de
comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 95, CDC. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a
responsabilidade do réu pelos danos causados.
Art. 97, CDC. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
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25 Danilo Santana
Art. 98, CDC. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82,
abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem
prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
§ 1. A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual
deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2. É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
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26 Danilo Santana
COISA JULGADA
Art. 103, CDC. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico
fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art.
81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência
por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese
prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as
vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1. Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos
individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2. Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que
não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a
título individual.
§ 3. Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n 7.347, de
24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos,
propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido,
beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
termos dos arts. 96 a 99.
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27 Danilo Santana
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada, erga omnes ou ultra partes, a
que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se
não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento
da ação coletiva.
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28 Danilo Santana
1) Eloá procurou o renomado Estúdio Max para tratamento de restauração dos fios do cabelo, que
entendia muito danificados pelo uso de químicas capilares. A proposta do profissional empregado do
estabelecimento foi a aplicação de determinado produto que acabara de chegar ao mercado, da marca
mundialmente conhecida Ops, que promovia uma amostragem inaugural do produto em questão no
próprio Estúdio Max. Eloá ficou satisfeita com o resultado da aplicação pelo profissional no
estabelecimento, mas, nos dias que se seguiram, observou a queda e a quebra de muitos fios de cabelo,
o que foi aumentando progressivamente. Retornando ao Estúdio, o funcionário que a havia atendido
informou-lhe que poderia ter ocorrido reação química com outro produto utilizado por Eloá
anteriormente ao tratamento, levando aos efeitos descritos pela consumidora, embora o produto da
marca Ops não apontasse contraindicações.
Eloá procurou você como advogado(a), narrando essa situação. Neste caso, assinale a opção que
apresenta sua orientação.
A) Há evidente fato do serviço executado pelo profissional, cabendo ao Estúdio Max e ao
fabricante do produto da marca Ops, em responsabilidade solidária, responderem pelos danos
suportados pela consumidora.
B) Há evidente fato do produto; por esse motivo, a ação judicial poderá ser proposta apenas em
face da fabricante do produto da marca Ops, não havendo responsabilidade solidária do
comerciante Estúdio Max.
C) Há evidente fato do serviço, o que vincula a responsabilidade civil subjetiva exclusiva do
profissional que sugeriu e aplicou o produto, com base na teoria do risco da atividade, excluindo-
se a responsabilidade do Estúdio Max.
D) Há evidente vício do produto, sendo a responsabilidade objetiva decorrente do acidente de
consumo atribuída ao fabricante do produto da marca Ops e, em caráter subsidiário, ao Estúdio
Max e ao profissional , e não do profissional que aplicou o produto.
2) Antônio é deficiente visual e precisa do auxílio de amigos ou familiares para compreender diversas
questões da vida cotidiana, como as contas de despesas da casa e outras questões de rotina. Pensando
nessa dificuldade, Antônio procura você, como advogado(a), para orientá-lo a respeito dos direitos dos
deficientes visuais nas relações de consumo.
Nesse sentido, assinale a afirmativa correta.
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Direito do Consumidor
29 Danilo Santana
4) O posto de gasolina X foi demandado pelo Ministério Público devido à venda de óleo diesel com
adulterações em sua fórmula, em desacordo com as especificações da Agência Nacional de Petróleo
(ANP). Trata-se de relação de consumo e de dano coletivo, que gerou sentença condenatória.
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30 Danilo Santana
6) João da Silva, idoso, ingressou com ação judicial para revisão de valores de reajuste do plano de
saúde, contratado na modalidade individual. Alega que houve alteração do valor em decorrência da
mudança de faixa etária, o que entende abusivo. Ao entrar em contato com a fornecedora, foi informado
que o reajuste atendeu ao disposto pela agência reguladora, que é um órgão governamental, e que o
reajuste seria adequado.
Sobre o reajuste da mensalidade do plano de saúde de João, de acordo com entendimento do STJ firmado
em Tema de Recurso Repetitivo, bem como à luz do Código do Consumidor, assinale a afirmativa
correta.
A) Somente seria possível se o plano fosse coletivo, mesmo que isso não estivesse previsto em
contrato, mas se encontrasse em acordo com percentual que não seja desarrazoado ou aleatório,
portanto, não sendo abusivo.
B) Poderia ser alterado por se tratar de plano individual, mesmo que em razão da faixa etária,
desde que previsto em contrato, observasse as normas dos órgãos governamentais reguladores
e o percentual não fosse desarrazoado, o que tornaria a prática abusiva.
C) É possível o reajuste, ainda que em razão da faixa etária, sendo coletivo ou individual, mesmo
que não previsto em contrato e em percentual que não onere excessivamente o consumidor ou
discrimine o idoso.
D) Não poderia ter sido realizado em razão de mudança de faixa etária, mesmo se tratando de
plano individual, sendo correto o reajuste apenas com base na inflação, não havendo
interferência do órgão governamental regulador nesse tema.
7) Dora levou seu cavalo de raça para banho, escovação e cuidados específicos nos cascos, a ser
realizado pelos profissionais da Hípica X. Algumas horas depois de o animal ter sido deixado no local, a
fornecedora do serviço entrou em contato com Dora para informar-lhe que, durante o tratamento, o
cavalo apresentou sinais de doença cardíaca. Já era sabido por Dora que os equipamentos utilizados
poderiam causar estresse no animal. Foi chamado o médico veterinário da própria Hípica X, mas o
cavalo faleceu no dia seguinte. Dora, que conhecia a pré-existência da doença do animal, ingressou com
ação judicial em face da Hípica X pleiteando reparação pelos danos morais suportados, em decorrência
do ocorrido durante o tratamento de higiene.
Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC), é correto afirmar que a Hípica X
A) não poderá ser responsabilizada se provar que a conduta no procedimento de higiene foi
adequada, seguindo padrões fixados pelos órgão competentes, e que a doença do animal que o
levou a óbito era pré-existente ao procedimento de higienização do animal.
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Direito do Consumidor
32 Danilo Santana
8) Osvaldo adquiriu um veículo zero quilômetro e, ao chegar a casa, verificou que, no painel do veículo,
foi acionada a indicação de problema no nível de óleo. Ao abrir o capô, constatou sujeira de óleo em
toda a área. Osvaldo voltou imediatamente à concessionária, que realizou uma rigorosa avaliação do
veículo e constatou que havia uma rachadura na estrutura do motor, que, por isso, deveria ser trocado.
Oswaldo solicitou um novo veículo, aduzindo que optou pela aquisição de um zero quilômetro por
buscar um carro que tivesse toda a sua estrutura “de fábrica”.
A concessionária se negou a efetuar a troca ou devolver o dinheiro, alegando que isso não
descaracterizaria o veículo como novo e que o custo financeiro de faturamento e outras medidas
administrativas eram altas, não justificando, por aquele motivo, o desfazimento do negócio.
No mesmo dia, Osvaldo procura você, como advogado, para orientá-lo. Assinale a opção que apresenta
a orientação dada.
A) Cuida-se de vício do produto, e a concessionária dispõe de até trinta dias para providenciar o
reparo, fase que, ordinariamente, deve preceder o direito do consumidor de pleitear a troca do
veículo.
B) Trata-se de fato do produto, e o consumidor sempre pode exigir a imediata restituição da
quantia paga, sem prejuízo de pleitear perdas e danos em juízo.
C) Há evidente vício do produto, sendo subsidiária a responsabilidade da concessionária,
devendo o consumidor ajuizar a ação de indenização por danos materiais em face do fabricante.
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Direito do Consumidor
33 Danilo Santana
9) Alvina, condômina de um edifício residencial, ingressou com ação para reparação de danos, aduzindo
falha na prestação dos serviços de modernização dos elevadores. Narrou ser moradora do 10º andar e
que hospedou parentes durante o período dos festejos de fim de ano. Alegou que o serviço nos
elevadores estava previsto para ser concluído em duas semanas, mas atrasou mais de seis semanas, o
que implicou falta de elevadores durante o período em que recebeu seus hóspedes, fazendo com que
seus convidados, todos idosos, tivessem que utilizar as escadas, o que gerou transtornos e dificuldades,
já que os hóspedes deixaram de fazer passeios e outras atividades turísticas diante das dificuldades de
acesso. Sentindo-se constrangida e tendo que alterar todo o planejamento de atividades para o período,
Alvina afirmou ter sofrido danos extrapatrimoniais decorrentes da mora do fornecedor de serviço, que,
ainda que regularmente notificado pelo condomínio, quedou-se inerte e não apresentou qualquer
justificativa que impedisse o cumprimento da obrigação de forma tempestiva.
Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) Existe relação de consumo apenas entre o condomínio e o fornecedor de serviço, não tendo
Alvina legitimidade para ingressar com ação indenizatória, por estar excluída da cadeia da
relação consumerista.
B) Inexiste relação consumerista na hipótese, e sim relação contratual regida pelo Código Civil,
tendo a multa contratual pelo atraso na execução do serviço cunho indenizatório, que deve servir
a todos os condôminos e não a Alvina, individualmente.
C) Existe relação de consumo, mas não cabe ação individual, e sim a perpetrada por todos os
condôminos, em litisconsórcio, tendo como objeto apenas a cobrança de multa contratual e
indenização coletiva.
D) Existe relação de consumo entre a condômina e o fornecedor, com base da teoria finalista,
podendo Alvina ingressar individualmente com a ação indenizatória, já que é destinatária final e
quem sofreu os danos narrados.
10) Maria compareceu à loja Bela, que integra rede de franquias de produtos de beleza e cuidados com
a pele. A vendedora ofereceu a Maria a possibilidade de experimentar gratuitamente o produto na
própria loja, sendo questionada pela cliente se esta poderia fazer uso com quadro de acne em erupção
e inflamada, oportunidade em que a funcionária afirmou que sim. Porém, imediatamente após a
aplicação do produto, Maria sentiu ardência e vermelhidão intensas, não o comprando. Logo após sair
da loja, a situação agravou-se, e Maria buscou imediato atendimento médico de emergência, onde se
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11) Adriano, por meio de um site especializado, efetuou reserva de hotel para estada com sua família
em praia caribenha. A reserva foi imediatamente confirmada pelo site, um mês antes das suas férias,
quando fariam a viagem.
Ocorre que, dez dias antes do embarque, o site especializado comunicou a Adriano que o hotel havia
informado o cancelamento da contratação por erro no parcelamento com o cartão de crédito. Adriano,
então, buscou nova compra do serviço, mas os valores estavam cerca de 30% mais caros do que na
contratação inicial, com o qual anuiu por não ser mais possível alterar a data de suas férias. Ao retornar
de viagem, Adriano procurou você, como advogado(a), a fim de saber se seria possível a restituição
dessa diferença de valores. Neste caso, é correto afirmar que o ressarcimento da diferença arcada pelo
consumidor
A) poderá ser buscado em face exclusivamente do hotel, fornecedor que cancelou a contratação.
B) poderá ser buscado em face do site de viagens e do hotel, que respondem solidariamente, por
comporem a cadeia de fornecimento do serviço.
C) não poderá ser revisto, porque o consumidor tinha o dever de confirmar a compra em sua
fatura de cartão de crédito.
D) poderá ser revisto, sendo a responsabilidade exclusiva do site de viagens, com base na teoria
da aparência, respondendo o hotel apenas subsidiariamente.
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12) Petrônio, servidor público estadual aposentado, firmou, em um intervalo de seis meses, três
contratos de empréstimo consignado com duas instituições bancárias diferentes, comprometendo 70%
(setenta por cento) do valor de aposentadoria recebido mensalmente, o que está prejudicando seu
sustento, já que não possui outra fonte de renda. Petrônio procura orientação de um advogado para
saber se há possibilidade de corrigir o que alega ter sido um engano de contratação de empréstimos
sucessivos.
Partindo dessa situação, à luz do entendimento do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa
correta.
A) Não há abusividade na realização de descontos superiores a 50% (cinquenta por cento) dos
rendimentos do consumidor para fins de pagamento de prestação dos empréstimos quando se
tratar de contratos firmados com fornecedores diferentes, como no caso narrado.
B) O consumidor não pode ser submetido à condição de desequilíbrio na relação jurídica, sendo
nulas de pleno direito as cláusulas contratuais do contrato no momento em que os descontos
ultrapassam metade da aposentadoria do consumidor.
C) Os descontos a título de crédito consignado, incidentes sobre os proventos de servidores,
como é o caso de Petrônio, devem ser limitados a 30% (trinta por cento) da remuneração, em
razão da sua natureza alimentar e do mínimo existencial.
D) Tratando-se de consumidor hipervulnerável pelo fator etário, os contratos dependem de
anuência de familiar, que deve assinar conjuntamente ao idoso, não podendo comprometer mais
do que 20% (vinte por cento) do valor recebido a título de aposentadoria.
GABARITO:
1) A 2) A 3) D 4) A 5) A 6) B
7) A 8) A 9) D 10) C 11) B 12) C
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NÓS ACREDITAMOS
EM VOCÊ!!
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