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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
Princípios que regem a política Ambiental

Nome do Estudante:Joana Janeiro chungueture


Codigo: 708215592

Curso: Licenciatura em Gestão Ambiental


Cadeira: Política Ambiental
Docente: Samuel Chifuco
Ano de Frequência: 2º Ano

Beira, Agosto de 2022


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problema)
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Introdução 1.0
objectivos
• Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
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domínio do
discurso académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e • Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
• Exploração dos
2.0
dados
• Contributos
Conclusão 2.0
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tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
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Normas APA 6ª
das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................. 3
1.1. Objectivos ..................................................................................................................... 3
1.1.1. Objectivo Geral ..................................................................................................... 3
1.1.1.1. Objectivos Específicos ...................................................................................... 3
2. Princípios que regem a política ambiental ............................................................................ 4
2.1. Princípio da utilização e gestão racional dos compostos ambientais ................................ 4
2.2. Princípio do reconhecimento e valorização das tradições e do saber das comunidades
locais………………………………………………………………………………………………………………………………………..4
2.3. Princípio da precaução .................................................................................................. 5
2.4. Princípio da visão global e integrada do ambiente ........................................................ 7
2.5. Princípio da participação dos cidadãos ......................................................................... 7
2.6. Princípio da igualdade ................................................................................................... 7
2.7. Princípio da Responsabilidade ...................................................................................... 8
2.8. Princípio da Cooperação internacional.......................................................................... 8
3. Conclusão .............................................................................................................................. 9
4. Referência bibliográfica ...................................................................................................... 10
1. Introdução

Princípio 1, da Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, 1972, dispõe


que “O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de
condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita
levar uma vida digna, gozar de bem-estar e é portador solene de obrigação de proteger e
melhorar o meio ambiente, para as gerações presentes e futuras.”

Em 2004, reforça-se esta previsão com a aprovação do novo texto da Constituição


da República de Moçambique, que estipula, logo, como objectivo fundamental do Estado
Moçambicano a “qualidade de vida dos cidadãos” e, em contrapartida, como dever
fundamental dos indivíduos “defender e conservar o ambiente”. Para além disso, prevê
expressamente no art.º 90.º, com a epígrafe “Direito ao Ambiente “que “Todo o cidadão
tem o direito de viver num ambiente equilibrado e o dever de o defender.

O presente trabalho debruça-se em torno dos princípios que regem a política


ambiental, no Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental, 2º Ano. Em concernente a
elaboração do mesmo, usaram-se vários artigos publicados na internet, livros, e entre
outros, no que culminou a uma pesquisa bibliográfica.

1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
➢ Analisar os princípios que regem a política ambiental.
1.1.1.1.Objectivos Específicos
➢ Mencionar os princípios que regem a política ambiental;
➢ Descrever os princípios que regem a política ambiental;
➢ Caracterizar os princípios que regem a política ambiental.

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2. Princípios que regem a política ambiental

Segundo Silveira (2010), afirma que “Tanto assim é que, a Lei do Ambiente
consagra, expressamente, no seu art.º 4.º, alguns destes princípios fundamentais em
matéria ambiental, a saber”:

2.1.Princípio da utilização e gestão racional dos compostos ambientais

Segundo Silveira (2010), afirma que “Este princípio aparece no ordenamento


jurídico moçambicano, em 1995, com a aprovação da Política Nacional do Ambiente
(PNA). Nos termos da qual, “a utilização dos recursos naturais deve ser optimizada”.

“Sendo a utilização e gestão racional dos recursos naturais, ambas, condição


necessária para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, pode dizer-se que mais não
é do que a concretização e densificação do princípio do desenvolvimento sustentável no
ordenamento jurídico nacional” (Silveira, 2010).

2.2.Princípio do reconhecimento e valorização das tradições e do saber das


comunidades locais

Segundo Silveira (2010), afirma que “Este princípio tem como fonte de inspiração
o Princípio XXII, da Declaração do Rio de Janeiro, nos termos do qual “as populações
indígenas e suas comunidades e outras comunidades locais desempenham um papel vital
na gestão e desenvolvimento do ambiente devido aos conhecimentos e práticas
tradicionais”.

Os Estados deverão apoiar e reconhecer devidamente a sua identidade, cultura e


interesses e tornar possível a sua participação efectiva na concretização de um
desenvolvimento sustentável”.

Segundo Silveira (2010), enfatiza que:

“A questão da protecção das comunidades locais e dos seus saberes,


como forma de protecção e preservação do meio ambiente, ganha
especial relevo em Moçambique onde, apesar de a Terra ser propriedade
do Estado, é daí que há décadas, as famílias retiram a sua maior, e
muitas vezes única, fonte de sustento. Razão pela qual, o conhecimento
e o saber das comunidades locais constituem pressuposto fundamental
para uma convivência harmoniosa com o ambiente”.

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Contudo, para uma acertada compreensão deste princípio, é essencial chamar à
colação o conceito de comunidade local apresentado em sede de Lei de Terras (LT), nos
termos da qual, entende-se por comunidade local “o agrupamento de famílias e
indivíduos, vivendo numa circunscrição territorial de nível de localidade ou inferior, que
visa a salvaguarda de interesses comuns através da protecção de áreas habitacionais, áreas
agrícolas, sejam cultivadas ou em pousio, florestas, sítios de importância cultural,
pastagens, fontes de água e áreas de expansão”;

2.3.Princípio da precaução

Segundo Silveira (2010), afirma que “Este princípio consagra que “a gestão
ambiental deve priorizar o estabelecimento de sistemas de prevenção de actos lesivos ao
ambiente, de modo a evitar a ocorrência de impactos ambientais negativos significativos
ou irreversíveis, independentemente da existência de certeza jurídica sobre a ocorrência
de tais impactos”.

Ora, a questão de relevo, no que a este princípio diz respeito, é, sem dúvida, a
tomada de consciência de que é necessário actuar ainda antes de ter ocorrido o mal, ou
sequer de existir qualquer certeza científica quanto a ocorrência do dano.

Segundo Silveira (2010), afirma que:

“Precaução e prevenção são, muitas vezes, conceitos utilizados como


sinonímicos, contudo a doutrina diverge. Como Ana Martins,
entendemos que existe uma necessidade de autonomização. Com efeito,
o princípio da prevenção dirige-se a impedir a produção de danos e
agressões ambientais, justificando a adopção de medidas para evitar a
concretização de riscos certos e conhecidos, enquanto o princípio da
precaução surge, assim, como um reforço qualificado deste, visando a
prevenção de riscos cuja intensidade não representa, ainda, um perigo
efectivo e concreto para o ambiente”.

Esta autonomização é necessária, sobretudo, quanto a nós, porque o seu uso


indiscriminado pode deixar passar situações que careceriam de tutela preventiva, mas
que, porque o legislador optou por um ou outro conceito, nele não se enquadram.

Assim, temos situações que, obviamente, a lei quereria salvaguardar serem


afastadas por questões de interpretação literal da mesma.

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Segundo Silveira (2010), afirma que “Em Moçambique optou-se, em sede de Lei
do Ambiente, por adoptar expressamente o princípio da precaução. Contudo, apesar de
sermos apologistas da referida autonomização entre ambos, do nosso ponto de vista,
sobretudo porque o corpo do dispositivo assim o indicia, isso não significa que deixou de
lado o princípio da prevenção, muito pelo contrário”.

Ora, quem permite o mais permite o menos, e assim, ao abrir hipótese para uma
actuação prévia, independentemente da existência de certeza científica, toma-a por
assumida quando esta se verifique.

“Primeiramente, o Princípio da Precaução exerce uma restrição demasiadaà


atividade econômica. Ocorre que é a atividade econômica que faz gerar riquezas
monetárias e, consequentemente, possibilita o incremento na arrecadação fiscal do
Estado” (Silveira, 2010).

Como o gozo de todo e qualquer direito fundamental, inclusive o direito ao meio


ambiente ecologicamente equilibrado, exige prestações positivas com gastos vultosos,
restringir a atividade econômica acaba por restringir a capacidade de o Estado exercer
atividades de proteção ambiental.

O Princípio da Precaução possui como fundamento emocional o medopelo


desconhecido. Produtos e atividades são vítimas de medidas restritivas unicamente em
razão de alarmismos, sem ser levado em consideração os benefícios que as atividades
econômicas trazem para a sociedade, não apenas em razão da geração de riqueza, mas no
próprio desenvolvimento de novas tecnologias necessárias para a solução de problemas
ambientais.

Silveira (2010), enfatiza que:

“Deste modo, o Princípio da Precaução deve ser extirpado do ordenamento


jurídico em benefício do próprio meio ambiente. As medidas restritivas às
atividades econômicas devem ter como fundamento o Princípio da Prevenção,
onde os demais valores constitucionalmente consagrados são levados em
consideração, com uma ponderação baseada nos conhecimentos científicos
atuais, onde se leva em conta a relação entre os custos e os benefícios das
decisões, contando, sempre, com o auxílio da Economia para fundamentar
racionalmente as decisões”.

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2.4.Princípio da visão global e integrada do ambiente

Segundo Amaral (1994), afirma que “Nos termos deste princípio, o ambiente deve
ser visto, e tratado, como um conjunto de ecossistemas interdependentes, naturais e
construídos, que devem ser geridos de maneira a manter o seu equilíbrio funcional sem
exceder os seus limites intrínsecos”.

“Este princípio decorre, como refere Carlos Serra, da alteração substancial que
ocorreu no direito internacional do ambiente no que toca ao seu objecto, uma vez que este
não é mais um qualquer dos componentes naturais individualmente considerados água,
ar, solo, subsolo, fauna, flora mas sim a própria biosfera globalmente considerada e
analisada” (Amaral, 1994).

2.5.Princípio da participação dos cidadãos

Este princípio corresponde ao entendimento segundo o qual a participação dos


cidadãos é a condição para o sucesso das políticas de protecção e conservação ambientais.

Segundo Amaral (1994), enfatiza que “Porém, importa realçar que não pode haver
participação dos cidadãos na definição e implementação da política ambiental sem que
haja informação cabal por parte das entidades estatais competentes. Este princípio
encontra papel de destaque em matéria de Avaliação de Impacto Ambiental, nos temos
do qual, a cabal participação da comunidade é condição necessária para a atribuição da
Licença Ambiental”.

2.6.Princípio da igualdade

Segundo Amaral (1994), diz que “Este princípio visa garantir oportunidades
iguais de acesso e uso de recursos naturais a homens e mulheres. Contudo, não nos parece
acertado entender este princípio de forma restritiva, apenas no que respeita ao acesso aos
recursos naturais pelos diferentes géneros, mas sim de forma a respeitar o princípio da
igualdade previsto no art.º 35.º da Constituição da República de Moçambique (2004), nos
termos do qual “todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos e
estão sujeitos aos mesmos deveres”.

“Ou seja, também em matéria ambiental os cidadãos são todos iguais, estão
sujeitos aos mesmos deveres e têm os mesmos direitos, nomeadamente no que respeita a
acesso aos recursos naturais” (Amaral, 1994).

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2.7.Princípio da Responsabilidade

Segundo Amaral (1994), afirma que “Nos termos deste princípio, quem polui ou
de qualquer outra forma degrada o ambiente, tem sempre a obrigação de reparar ou
compensar os danos daí decorrentes. Ora, esta responsabilidade pode ser tanto de tipo
civil, administrativa ou penal, como teremos oportunidade de ver mais adiante no presente
trabalho”.

2.8.Princípio da Cooperação internacional

Segundo Amaral (1994), afirma que “Quanto a nós, este princípio assume duas
vertentes, uma ao constatar que os danos provocados ao ambiente já não se cingem aos
limites territoriais de um Estado ou, como se costuma dizer, a poluição não tem fronteiras,
nem respeita o sinal “proibido ultrapassar”. Pelo que é, cada ver mais urgente, a
necessidade de encontrar soluções para os danos transfronteiriços.”.

Outra, ao assumir que cabe aos países desenvolvidos apoiar os países em vias de
desenvolvimento, na adaptação e mitigação dos efeitos causados pela poluição ambiental.
Esta última vertente tem sido sobretudo desenvolvida através das inúmeras Convenções
Internacionais celebradas em matéria ambiental.

Exemplo disto é o Protocolo de Quioto e o seu princípio orientador das


responsabilidades comuns, mas diferenciadas, que mais não é do que a constatação destes
dois níveis de responsabilidade pela poluição, dita, histórica e acumulada ao longo dos
anos que se seguiram à Revolução Industrial.

Ora, estes são os princípios, expressamente, consagrados como fundamentais pela


Lei do Ambiente. Mas serão, então, os únicos a regerem e a nortearem as decisões
tomadas em matéria ambiental? É esta a questão que se coloca. Quanto a nós a Parece-
nos que o legislador optou, claramente, por uma enumeração exemplificativa e não
taxativa.

Caso contrário, teria deixado de fora princípios essenciais em matéria ambiental,


como é o do poluidor-pagador (PPP), que apesar de encontrar consagração por meio do
princípio da responsabilidade, vai muito para além da compensação ou reparação, pois
impõe que “quem poluir paga”, independentemente das relações de responsabilidade
civil, penal ou administrativa que daí possam advir.

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3. Conclusão

Em concernente ao término do trabalho, conclui-se que Tanto assim é que, a Lei


do Ambiente consagra, expressamente, no seu art.º 4.º, alguns princípios fundamentais
em matéria ambiental, a saber: Princípio da utilização e gestão racional dos compostos
ambientais, Princípio do reconhecimento e valorização das tradições e do saber das
comunidades locais, Princípio da precaução, Princípio da visão global e integrada do
ambiente, Princípio da participação dos cidadãos, Princípio da igualdade, Princípio da
Responsabilidade, Princípio da Cooperação internacional.

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4. Referência bibliográfica
1. Amaral, D. F. (1994). Lei de Bases do Ambiente e Lei das Associações de
Defesa do Ambiente. Maputo
2. Silveira, P. C. (2010). Algumas considerações sobre a lei do Ambiente em
Moçambique. Maputo

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