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Universidade Federal do Piauí

Centro de Tecnologia
Departamento de Recursos Hídricos, Geotecnia e
Saneamento Ambiental

Ciências do
Ambiente
Profa. Dra. Bruna Silveira Lira
Relevância na
formação do
profissional
Razões pelas quais você deve estudar
ciências ambientais

2
Para que você perceba que os problemas ambientais (novos,
antigos, passados e presentes) não são apenas locais, mas
também globais.


a. Aquecimento global,
b. mudança climática,
c. destruição da camada de ozônio,
d. chuvas ácidas e
e. impacto negativo de microplásticos no ambiente
marinho e na biodiversidade

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Impactos que afetam negativamente o meio ambiente e o
ecossistema natural
a. Desenvolvimento industrial - Em 1960, pesquisas
identificaram causas da má qualidade da água em lagos (fósforo


e nitrogênio) encontrados em grandes quantidades em detergentes
para roupas e fertilizantes.
b. Aumento da população
c. Infraestruturas

d. Sistemas de transporte
Se familiarizar com as soluções disponíveis para diferentes
problemas ambientais e aplicá-las de forma a criar e preservar
um ambiente mais saudável para as gerações futuras.

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⊷ Saber como usar diferentes métodos de
prevenção/controle da poluição e criar um ambiente
menos poluído ou livre de poluição
⊷ Usar recursos como água, terra, minerais e combustíveis


fósseis de maneira eficiente, com o mínimo de
desperdício, usando estratégias de conservação e
reciclagem.
⊷ Ter consciência da importância das fontes de energia
renováveis (fácil reprodução), ao contrário das fontes de
energia não renováveis (difícil produção) que são as
principais causas do aquecimento e mudanças
climáticas.

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Para que vocês, como especialistas, possam aprimorar o
conhecimento que possuem e ajustar sua aplicação de forma a
ajudar a mitigar as mudanças ambientais, ou detê-las
completamente.
● Você sabe o que poderia/aconteceria se o lixo fosse
jogado indiscriminadamente em sua casa?
● Você sabe como os micróbios do solo afetam a saúde
das pessoas?
● Você sabe como as mudanças climáticas influenciam
negativamente a saúde dos animais e das árvores ao
nosso redor?
● Você sabe como as políticas ambientais impactam a
sustentabilidade e as energias alternativas?

O estudo da ciência ambiental fornecerá respostas a essas


perguntas.
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Plano de Ensino
I – IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA
Nome: Ciências do Ambiente
Código: DRH0036
Créditos / Carga horária: 3 / 45
Caráter: ( X ) Obrigatória ( ) Optativa
Ano/Semestre: 2023.1
Professora: Dra. Bruna Silveira Lira

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II – EMENTA
Engenharia e meio ambiente.
⊷ Noções gerais de ecologia.
⊷ Noções de ecossistema.
⊷ Ciclos biogeoquímicos.
⊷ Definição de meio ambiente: interligações do homem ao meio
terrestre.
⊷ Ar: Noções de poluição atmosférica.
⊷ Solo: composição e propriedades. Aspectos ecológicos.
Importância da vegetação no equilíbrio ecológico. Lixo e
poluição do solo. Aspectos ecológicos.
⊷ O meio aquático: necessidade e utilização de água. Requisitos de
qualidade da água. Poluição das águas.
⊷ Compostos biodegradadores, compostos resistentes e
biodegradação.
⊷ Fontes de energia: exploração racional e utilização, esgotamento
de reservas.
⊷ Noções sobre contaminação radioativa do ambiente. Gestão
8 ambiental.
III – OBJETIVOS
⊷ Objetivo Geral:
⊶ Contribuir para que os futuros engenheiros
compreendam os desafios ambientais da atualidade.
⊷ Objetivos Específicos:
⊶ Apresentar os fundamentos da ecologia e discutir os
riscos para o homem dos desequilíbrios ecológicos;
⊶ Descrever as principais fontes de poluição da água, do
solo e do ar e suas decorrências para o ambiente e a
sociedade;
⊶ Apresentar e discutir a legislação ambiental de interesse
do profissional de engenharia;
⊶ Indicar diferentes métodos de Avaliação de Impactos
Ambientais de atividades, empreendimentos, produtos,
processos e serviços;
⊶ Discutir as vantagens e as desvantagens de diferentes
9 fontes de energia.
• Apresentação da disciplina...................................................................... 1
hora
• A biosfera e seu equilíbrio........................................................................ 4
horas
⊷ Ecologia – conceitos básicos
⊷ Interações bióticas e abióticas
⊷ Pegada ecológica
⊷ Ciclos biogeoquímicos (água, carbono, nitrogênio, fósforo,
enxofre)
• Biodiversidade .............................................................................................
3 horas
⊷ Definição
⊷ Convenção sobre Diversidade Biológica
⊷ Tipos de conservação (in situ e ex situ)
⊷ Valores da biodiversidade
⊷ Biomas brasileiros

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Água ................................................................................................................ 4
horas
⊷ Parâmetros indicadores da qualidade da água
⊷ Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH) – Lei nº
9.433/1997
⊷ Enquadramento dos corpos d’água em classes (Resoluções do
CONAMA)
⊷ Pegada Hídrica
• Poluição da água..........................................................................................
3 horas
⊷ Poluição e contaminação
⊷ Formas e classificação da poluição hídrica
⊷ Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS)
• Poluição do ar ..............................................................................................
2 horas
⊷ Poluentes atmosféricos que afetam a saúde humana e o meio
ambiente
• 11 Poluição do solo...........................................................................................
• Saneamento ................................................................................................. 5
horas
⊷ Tratamento de água para consumo humano
⊷ Tratamento de efluentes industriais
⊷ Tratamento de efluentes gasosos
⊷ Gerenciamento de resíduos sólidos
• Fontes convencionais e alternativas de energia............................... 6 horas
⊷ Panorama mundial/brasileiro
⊷ Energia nuclear
⊷ Biomassa
⊷ Eólica
⊷ Solar
⊷ Hidroelétrica
• Avaliação de Impacto Ambiental .............................................................. 3
horas
⊷ Definição
⊷ Classificação
⊷ Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental para atividades e
12 empreendimentos
• Avaliação de impactos ambientais de projetos de engenharia........ 2 horas
• Licenciamento ambiental .............................................................................. 4
horas
⊷ Principais normas legais
⊷ Órgãos licenciadores
⊷ Empreendimentos e as atividades sujeitos ao licenciamento
ambiental
⊷ Licenças ambientais (Licença Prévia, Licença de Instalação e
Licença de Operação)
⊷ Estudos ambientais
⊷ Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental
(EIA/RIMA)
⊷ Novo marco legal do licenciamento ambiental
• Legislação ambiental brasileira .................................................................... 3
horas
⊷ Artigo 225 da Constituição Federal
⊷ Política Nacional do Meio Ambiente
⊷ Política Estadual do Meio Ambiente
⊷ Política Nacional de Educação Ambiental
13 ⊷ Política Nacional dos Resíduos Sólidos
• Sistema de Gestão Ambiental ..................................................... 3
horas

V – METODOLOGIA
Aulas expositivas e dialogadas, grupo de discussão, seminários,
apresentação de vídeos. Também, serão indicados artigos técnicos e
científicos e sites relacionados ao conteúdo da disciplina.
Durante o curso, serão propostas atividades que estimulem a leitura
inferencial, a argumentação oral e escrita, a análise crítica e a
resolução de problemas.
Todos os materiais da disciplina serão disponibilizados no Sistema
Integrado de Atividades Acadêmicas - SIGAA.
A frequência mínima exigida será de 75%, conforme previsto no
Regulamento Geral da Graduação da Universidade Federal do Piauí.

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VI – SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO
Serão realizadas duas avaliações de rendimento acadêmico no decorrer
do curso, conforme art. 101 do Regulamento Geral da Graduação –
UFPI.
A avaliação do rendimento acadêmico será feita por meio do
acompanhamento contínuo do desempenho do discente, sob forma de
prova escrita, oral ou prática, trabalho de pesquisa, de campo,
individual ou em grupo, além de seminários.
VII – BIBLIOGRAFIA
BÁSICA:
⊷ CALIJURI, M. C., CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental:
conceitos, tecnologia e gestão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
⊷ MILLER, G. T., SPOOLMON, S. E. Ciência ambiental. 3. ed. São
Paulo: Cengage Learning, 2021.
⊷ MOTA, S. Introdução à engenharia ambiental. 5. ed. Rio de
Janeiro: Abes, 2012.
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VII – BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR:
⊷ ALMEIDA, F. Responsabilidade social e meio ambiente. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2009.
⊷ MILLER, G. T., SPOOLMAN, S. E. Ecologia e Sustentabilidade.
6. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
⊷ MANZINI, E., VEZZOLI, C. O desenvolvimento de produtos
sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais. 1.
ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
⊷ PHILIPPI Jr. A., ROMERO, M. de A., BRUNA, G. da C. (Ed.).
Curso de gestão ambiental. Barueri, SP: Manole, 2014.
⊷ PIAUÍ. Legislação ambiental do estado do Piauí: resoluções do
Conselho Estadual do Meio Ambiente/SEMAR. Teresina:
Governo do Estado do Piauí, 2006. 159p.
⊷ ROSA, A. H., FRACETO, L. F., MOSCHINI-CARLOS, V. (Org.).
Meio ambiente e sustentabilidade. Porto Alegre: Bookman, 2012.
⊷ SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e
métodos. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
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PERGUNTAS?
⊷ Profa.Bruna Silveira Lira
⊷ bruna.lira@ufpi.edu.br

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Explorar as principais estratégias bioclimáticas usadas para manter as condições
apropriadas para os ocupantes dos edifícios, unindo assim o conforto dos ocupantes,
cronograma de construção e clima.

● Sustentabilidade criativa na arquitetura


● Ambiente interno
● Desempenho do edifício e modernização do edifício
● Sistemas de design passivo Busca utilizar fontes naturais de aquecimento e
● Cidades sustentáveis refrigeração para manter uma temperatura adequada no
● Energia renovável ambiente, ou seja, um clima confortável sem o uso de
● Desenvolvimento Urbano Sustentável energia elétrica
● Construção Sustentável e Tecnologia de Construção
● Arquitetura da paisagem
● Desenvolvimentos rurais sustentáveis
● Sustentabilidade e o ambiente construído
● Indicadores de sustentabilidade
● Políticas e planejamento sustentáveis
● Planejamento e Gestão Ambiental
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1.Ecologia
Interações Bióticas e
Abióticas
Ecologia
⊷ Estudo das relações entre os organismos
vivos e seu ambiente físico;
⊷ Procura entender as conexões vitais entre
plantas e animais e o mundo ao seu
redor.
⊷ Fornece informações sobre os benefícios
dos ecossistemas e como podemos usar
os recursos da Terra de forma sustentável

20
Ernest Haeckel (1866)

Ecólogo
● Estudam relações entre organismos e habitats,
○ Desde o estudo de bactérias microscópicas
crescendo em um tanque de peixes até as
complexas interações entre milhares de
plantas, animais e outras comunidades
encontradas em um deserto. Biólogo e Naturalista
Alemão
● Estudam muitos tipos de ambientes “O conhecimento biológico nunca é
completo quando o organismo é
○ Podem estudar micróbios que vivem no solo estudado isoladamente”
sob seus pés;
○ Animais e plantas em uma floresta tropical ou
no oceano.
21
Ecologista ≠ Ecólogo
Ecologista
● Militantes de organizações em defesa do meio
ambiente
Ecólogo
● Profissional, pesquisador ou cientista que tem
formação e trabalha no campo da ecologia.

22
MEIO AMBIENTE
Conjunto de condições físicas (luz, temperatura,
pressão...), químicas (salinidade, oxigênio
dissolvido...) e biológicas (relações com outros
seres vivos) que cercam o ser vivo

Lei nº 6.938/1981 (Política Nacional do Meio


Ambiente)
● Heterogêneo = o meio ambiente segue variando
de um local para outro, dando origem a
agrupamentos de seres vivos diferentes.
● O meio ambiente evolui para melhor ou para
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pior, conforme a espécie considerada.
MEIO AMBIENTE
Segundo Odum (1972), cada espécie tem um
‘endereço’- hábitat,
e desenvolve uma ‘profissão’- nicho ecológico.

● Habitat = local onde um organismo vive; ou


ainda, é o ambiente que oferece um conjunto
de condições favoráveis ao desenvolvimento
de suas necessidades básicas - nutrição,
proteção e reprodução.
● Nicho ecológico = papel de uma espécie
numa comunidade - como ela faz para
satisfazer as suas necessidades.

24
Exemplo
As algas têm o seu hábitat na água superficial
de um lago (zona iluminada), e parte do seu nicho
ecológico é a produção de matéria orgânica, através
da fotossíntese, a qual serve de alimento para sua
população e para alguns animais.

Habitat = condições ambientais atingem o ponto ótimo e uma espécie consegue reproduzir em
toda a sua plenitude

Consegue desenvolver o seu potencial biótico.

Porém, a reprodução sem oposição não pode manter-se por muito tempo em um ambiente de
recursos limitados.

O ambiente se encarrega de controlar o crescimento da população através da resistência


ambiental
25 Compreende todos os fatores que impedem o desenvolvimento do potencial biótico.
Em um ecossistema equilibrado, cada espécie possui um nicho
diferente do nicho de outras espécies.

Espécies que ocupam nichos semelhantes, em regiões distintas, são


denominadas de equivalentes ecológicos.

26
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
BIOLÓGICA
ECOLOGI
A

27
NOÇÕES DE
BIOSFERA
O que é a Biosfera?
● A região do planeta que contém todo o conjunto de seres vivos e na qual a
vida é permanentemente possível.
● Concha fina ao redor do planeta, com aproximadamente 13 km de
espessura.
● A presença de água, luz, calor e matéria é necessária para a síntese de
tecidos vivos.
● O termo correto para a biosfera seria ecosfera, correspondendo ao
conjunto de biosfera, atmosfera, litosfera e hidrosfera.
● O termo biosfera tornou-se popular e é usado em seu sentido funcional e
não descritivo.
28
NOÇÕES DE
BIOSFERA
Regiões Físicas da Biosfera
Dividido em três regiões físicas distintas: litosfera, hidrosfera e
atmosfera.
● A litosfera apresenta variações de temperatura, umidade, luz e
possui uma enorme variedade de flora e fauna.
● A hidrosfera cobre 3/4 da superfície total do planeta, tem
condições climáticas muito mais constantes do que a litosfera e
tem uma variedade menor de plantas e animais.
● A atmosfera é uma camada gasosa que envolve toda a superfície
da Terra.

29
NOÇÕES DE
BIOSFERA
Características
● A Vida

● A Complexidade

● A Energia

● Os Recursos naturais

A biosfera é essencial para a sobrevivência de todos os organismos


vivos.

Fornece as condições necessárias para a síntese de tecidos vivos.

Ajuda a regular a temperatura e o clima do planeta.

30
NOÇÕES DE
BIOSFERA
A VIDA
● Terra tem 4,6 bilhões de anos;
● Primeiro ser vivo surgiu a 3,5 bilhões (bactéria);
● Primeira planta data de 1,5 bilhões;
● Primeiro animal data de 570 milhões (esponja);
● Primeiros insetos data de 250 milhões;
● Primeiros mamíferos data de 175 milhões;
● O HOMEM - 46 milhões de anos.

31
“Comparando a idade do
homem com a


idade da Terra, a espécie
Homo sapiens
está na sua infância,
principalmente
se considerarmos os seus
impulsos destrutivos.”
Odum.
32
NOÇÕES DE
BIOSFERA
COMPLEXIDADE
● A biosfera caracteriza-se por uma estrutura muito complexa.
○ A sua composição é resultado de fenômenos físicos associados à própria
atividade biológica que aí se realiza há milhares de anos.
● Desde a sua criação, a biosfera está em constante modificação pela ação
dos próprios seres vivos
○ Ex:. As atividades de nutrição e de respiração das plantas, dos animais e
dos microrganismos, que habitam o solo e as águas, alteram
quimicamente a composição do ar atmosférico, por consumirem gases
que o compõem e produzirem outros

33
NOÇÕES DE
BIOSFERA
COMPLEXIDADE
Hipótese de Gaia: “a Terra seria um superorganismo, de certa forma frágil, mas com
capacidade de auto-recuperação”
(James Lovelock)
Toda a massa de matéria viva da Terra, ou de qualquer outro planeta com vida, funciona como um
vasto organismo que ativamente modifica o seu planeta para produzir o ambiente que melhor serve
as suas necessidades.

Por exemplo, quando os níveis atmosféricos CO2 sobem, as plantas crescem mais e removem CO2
da atmosfera.

34
NOÇÕES DE
BIOSFERA
ENERGIA
A fonte de energia para a biosfera é o sol
● Além de iluminar e aquecer o planeta, fornece energia
para a síntese de alimento.
● Dos 100% de energia solar enviada para a Terra,
somente 47% conseguem atingir a sua superfície,
sendo 30% energia direta e 17% difusa.
● Dos 100% iniciais, menos de 1% é utilizado pelos
vegetais na produção de alimento.

35
NOÇÕES DE BIOSFERA
ENERGIA
A energia solar que toca a superfície da terra é uma ação conjunta de espécies de radiações distintas.
● As radiações infravermelhas,
○ Radiação térmica, com faixa de comprimentos de onda de 780 nm a 1 mm
○ Apesar de serem absorvidas em grande parte pelo vapor d'água atmosférico, exercem poderosa
influência sobre os seres vivos, dando também origem a fenômenos meteorológicos, como o vento.
● As radiações ultravioletas
○ Menor comprimento de onda (100 nm a 400 nm)
○ Têm importância na formação da vitamina D, porém possuem grande poder mutágeno (incidência de
câncer de pele)
● As radiações visíveis se relacionam com a produção de alimentos, banda de comprimento de onda vai de
380 nm a 780 nm

36
NOÇÕES DE
BIOSFERA
APROVEITAMENTO DA
ENERGIA
Energia solar (irradiada à Terra como luz solar)

Energia luminosa convertida em energia química na matéria orgânica (através da fotossíntese)

Biosfera
Energia química que se emprega para produzir trabalho nas células do organismo (através da
respiração)

Energia degradada (irradiada para o espaço na forma de calor)

37
NOÇÕES DE
BIOSFERA
LEIS DA ENERGIA
(TERMODINÂMICA)
Todos os processos energéticos da biosfera obedecem às duas leis da termodinâmica.
● Primeira lei: “a energia do universo é constante” = Lei de conservação da energia
○ Em todas as alterações físicas e químicas, a energia não é criada nem destruída, embora
possa ser convertida de uma forma para outra;
● Segunda lei: “a entropia no universo tende ao máximo”
○ Quando a energia muda de uma forma para outra, alguma quantidade de energia útil
sempre se degrada em energia de baixa qualidade, mais dispersa e menos útil.

38
NOÇÕES DE
BIOSFERA
OS RECURSOS NATURAIS
São bens que a natureza coloca à disposição dos seres vivos, para que estes possam satisfazer as
suas necessidades.

● RENOVÁVEIS - podem ser naturalmente regenerados após o seu


uso (água, madeira, luz solar);

● NÃO RENOVÁVEIS - não podem ser


naturalmente regenerados após o seu uso ou o são
em tempos geológicos muito extensos (petróleo,
argila, calcário).
39
NOÇÕES DE
BIOSFERA
OS RECURSOS NATURAIS
O recurso natural será renovável ou não dependendo da sua exploração e/ou capacidade de
reposição.

Determinado recurso conceituado como renovável pode deixar de sê-lo

Como é o caso da fauna que pode entrar em extinção quando explorada de forma incorreta ou
quando o ambiente modificado não fornece condições para sua renovação.

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NECESSIDADES BÁSICAS DOS SERES
VIVOS
Nutrição: processo de obtenção de matéria e energia
● Autotrófica: os seres vivos sintetizam seu próprio alimento, partindo de substâncias
inorgânicas e de uma fonte de energia.
● Heterotrófica:os seres vivos, através de relações com outros seres vivos, adquirem o alimento
sintetizado.
Proteção: mecanismos para defesa das intempéries e dos inimigos naturais (crescimento ilimitado,
espinhos, fuga, aspecto repulsivo, camuflagem, etc.);
Reprodução: geração de descendentes e, consequentemente, continuidade da espécie
● Sexuada: ocorre mistura de genes, gerando seres com novas combinações genéticas.
● Assexuada: quando não há mistura de genes, gerando indivíduos geneticamente idênticos ao
que lhe deu origem (bactérias, protozoários)

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PROCESSOS ENERGÉTICOS DA
BIOSFERA
BIOSSÍNTESE (composição do alimento)
Fotossíntese: quando a energia utilizada para a síntese do alimento provém da luz;
Quimiossíntese: quando a energia utilizada para a síntese do alimento, provém da
oxidação de compostos inorgânicos. Ex: Bactérias
BIODEGRADAÇÃO (decomposição do alimento)
Respiração Aeróbia: quando o receptor final dos hidrogênios é o oxigênio
Respiração Aneróbia: quando o receptor dos hidrogênios é uma substância diferente do
oxigênio
Fermentação: extração de energia de carboidratos na ausência de oxigênio.

42
FATORES
ECOLÓGICOS
⊷ Conjunto de fatores biológicos (bióticos) e
físicos (abióticos) de um determinado ambiente,
que atuam sobre o desenvolvimento de uma
comunidade.
⊷ Tais fatores podem constituir elementos da
resistência ambiental, diminuindo a
sobrevivência dos seres vivos.

Fatores bióticos Fatores abióticos

Relações simbióticas Condições físicas do


entre os seres vivos ambiente

43
FATORES ECOLÓGICOS
BIÓTICOS
Intraespecífica Para satisfazer suas necessidades de alimentação,
proteção, transporte e reprodução, os seres vivos
associam-se com outros seres vivos, de mesma espécie
ou de espécie diferente.

Harmônica
Interespecífica

Desarmônica

44
FATORES ECOLÓGICOS
BIÓTICOS
As relações ecológicas podem ser classificadas em:
● Intraespecífica
○ Relação que ocorre entre
indivíduos de mesma espécie;
● Interespecífica
○ Relação que ocorre entre
indivíduos de espécies diferentes;
● Harmônica
○ Relação em que nenhum dos
organismos é prejudicado;
● Desarmônica
○ Relação em que pelo menos um
45
46
47
48
FATORES ECOLÓGICOS
ABIÓTICOS
São representados pelas condições climáticas, físicas e
químicas, que determinam a composição física do
ambiente.
Os principais fatores ecológicos abióticos nos ambientes
terrestres são
● a luz,
● a temperatura
● a água
Os principais fatores ecológicos abióticos nos ambientes
aquáticos são
● a luz
● a temperatura
● a salinidade
49
FATORES
ECOLÓGICOS
ABIÓTICOS
Temperatura
⊷ Influi no metabolismo, no apetite, na fotossíntese, no desenvolvimento, na
atividade Sexual e na fecundidade.
⊷ Para cada ser vivo existe um preferendo térmico (PT). Temperaturas fora do PT
determinam migrações. Quando a temperatura diminui ou aumenta
demasiadamente, alguns seres vivos entram em estado de hibernação (morcego,
urso)
• Homeotermos: organismos que conseguem manter a temperatura corporal, apesar das
variações do meio (Aves e Mamíferos).
• Pecilotermos: a temperatura corporal acompanha as variações do meio (peixes, répteis
e anfíbios).
50
FATORES
ECOLÓGICOS
ABIÓTICOS
LUZ
⊷ Essencial na produção de alimentos (fotossíntese), nos processos ópticos, na
pigmentação da pele, regula os ritmos biológicos diários e anuais, regula a
atividade motora de animais (fotocinese), orienta o movimento dos vegetais
(heliotropismo).
⊷ Alguns animais e vegetais produzem luz, processo chamado bioluminescência.

51
FATORES
ECOLÓGICOS
ABIÓTICOS
LUZ
⊷ Eurifotos: organismos que suportam grandes variações luminosas.
⊷ Estenofotos: só conseguem viver numa estreita faixa luminosa.
⊷ Lucífilos: atraídos pela luz (mariposas).
⊷ Lucífobos: fogem da luz (toupeira).

52
FATORES
ECOLÓGICOS
ABIÓTICOS
ÁGUA
⊷ Entra na composição das células de todo ser vivo, está presente em todos
⊷ os processos metabólicos, é o solvente universal; tem papel fundamental na
temperatura corporal dos homeotermos, na regulação do clima do planeta
⊶ Hidrófilos ou hidrófitos: vegetais que só vivem em locais onde haja muita
água (vitóriarégia).
⊶ Xerófilos ou xerófitos: vegetais adaptados a locais com pouca água, áridos
(cactos).
53
FATORES
ECOLÓGICOS
ABIÓTICOS
NUTRIENTES
⊷ Necessários para o crescimento e reprodução dos seres vivos, são eles os
elementos químicos e sais dissolvidos.
⊷ Seu suprimento na biosfera se mantém mediante o movimento dentro dos ciclos
biogeoquímicos.
⊷ Podem se tornar fator limitante por falta ou por excesso no meio.

54
FATORES
ECOLÓGICOS
ABIÓTICOS
NUTRIENTES
⊷ Macronutriente: entra em grande quantidade na composição dos tecidos vivos
(Carbono, Oxigênio, Hidrogênio, Nitrogênio).
⊷ Micronutriente: necessário em quantidades relativamente pequenas
(Manganês, Cobre, Zinco, Magnésio).

55
FATORES LIMITANTES
Para cada um dos fatores ecológicos, os seres vivos têm
limites de tolerância dentro dos quais podem sobreviver.

Lei de Leidberg
Qualquer fator biótico ou abiótico fora do extremo
superior ou inferior, tende a limitar a oportunidade de
sobrevivência do organismo e esse fator passa a ser
um fator limitante.

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FATORES LIMITANTES
Os principais fatores limitantes abióticos são
● a temperatura (clima)
● a água
● a luz
● os nutrientes
Os principais fatores limitantes bióticos são
● a competição
● o predatismo
● o parasitismo

Quanto mais ampla for a faixa de tolerância de um organismo a


um dado fator, mais probabilidade ele tem de sobreviver às
variações ambientais relacionadas a esse fator.
57
FATORES LIMITANTES
Quanto mais ampla for a faixa de tolerância de um
organismo aos fatores do meio, mais ampla será a sua
distribuição geográfica.
Ser Humano

Uso de tecnologia tem ampliado, artificialmente, sua


faixa de tolerância a muitos fatores

Pode sobreviver em quase todas as regiões da biosfera


e fora dela (nave espacial)

58
PERGUNTAS?
⊷ Profa.Bruna Silveira Lira
⊷ bruna.lira@ufpi.edu.br

59
ECOSSISTE
MAS
“Unidade funcional básica,
composta de uma biocenose
(conjunto de seres vivos) e
um biótopo (lugar que abriga
uma biocenose)”
(Tansley,1935)
COMPONENTES E
ESTRUTURA
Unidade funcional básica, composta por uma BIOCENOSE
(comunidade) e um BIÓTOPO (meio físico), resultando em
uma estrutura onde se observa fluxo de energia e ciclos de
matéria.

Ele pode ser constituído por uma floresta inteira (macro-


ecossistema) ou por uma simples planta como a
bromeliácea (micro-ecossistema), ou ainda, um oceano
ou um aquário.

61
COMPONENTES E
ESTRUTURA
Complexo de fenômenos e fatores que delimitam e definem a sua
composição:
● Composição física do meio (natureza do solo, luminosidade,
temperatura, etc.);
● Composição química (sais minerais e compostos inorgânicos
utilizados como nutrientes, ácidos, álcalis, oxigênio, gás
carbônico, etc.);
● presença de seres vivos

Componentes bióticos (vivos) compõe a biocenose


Componentes abióticos (não vivos) compõe o biótopo.

62
COMPONENTES BIÓTICOS
● Os produtores organismos autótrofos
○ plantas verdes que realizam fotossíntese,
○ organismos que realizam quimiossíntese.
● Os consumidores heterótrofos. Podem ser subdivididos em:
○ (a) consumidor primário (herbívoro) que utiliza diretamente o vegetal - veado,
gafanhoto, coelho e peixes;
○ (b) consumidor secundário (carnívoro) que obtêm seu alimento de consumidores
primários - leão, cachorro, cobra;
○ (c) consumidor misto (onívoro) que obtêm alimento de produtores e outros
consumidores - o homem, o urso e alguns peixes.
● Os decompositores heterótrofos
○ se alimentam de materiais residuais (excreções, cadáveres, etc.) transformando-os em
substâncias inorgânicas simples utilizáveis pelos produtores - bactérias e fungos
63
Terrário
Jardim encerrado em uma caixa de vidro ou plástico transparente
1. Recebe luz solar e contém uma camada de solo,
2. Possui pequenas plantas (produtores),
3. Pequenos insetos (consumidores primários), como pulgões
alimentando-se da seiva dessas plantas,
4. Insetos carnívoros (consumidores secundários) - como joaninhas
que comem pulgões
5. Predador maior (consumidor terciário) - como a aranha ou louva-
a-deus, capturando as joaninhas.

O próprio solo contém bactérias e outros sapróvoros


(decompositores), nutrindo-se de folhas mortas e outros detritos
de origem vegetal ou animal.

Mantém-se dentro do terrário, um fluxo de energia e uma


reciclagem de elementos químicos, de maneira a conservar, no
seu interior, aproximadamente constantes as concentrações de
gás carbônico, água, oxigênio, sais minerais e compostos
orgânicos, não sendo necessário adicionar ou retirar,
64 periodicamente, qualquer deles.
CARACTERÍSTICAS DOS
ECOSSISTEMAS
♦ Continuidade
Todos os ecossistemas do planeta estão interligados, formando um grande ecossistema - a
biosfera;
♦ Sistema aberto
Sob o ponto de vista da termodinâmica, todos os ecossistemas são sistemas abertos, que
se mantêm através do fluxo contínuo de energia solar;
♦ Homeostase
Todo ecossistema é dotado de auto-regulação, o que o torna capaz de resistir às
mudanças e lhe confere um estado de equilíbrio dinâmico
♦ Sucessão ecológica
A maioria dos ecossistemas forma-se no curso de uma longa evolução, conseqüência do
processo de adaptação entre as espécies e o meio ambiente. Uma sucessão ecológica pode
levar dezenas a centenas de anos, até que a comunidade estabilize atingindo o clímax.
65
CARACTERÍSTICAS DOS
ECOSSISTEMAS
● Sucessão primária ocorre em regiões nunca antes habitadas, como numa crosta rochosa.
● Sucessão secundária ocorre em regiões antes habitadas mas que, em função de fatores
naturais ou artificiais, como enchentes, erupções vulcânicas, queimadas, projetos
agrícolas, etc., romperam o clímax, retornando ao processo de sucessão.

66
EQUILÍBRIO NOS ECOSSISTEMAS
Embora os ecossistemas variem muito em proporção e em aparência, todos têm uma
mesma estrutura de funcionamento, apresentando um fluxo de energia e um ciclo de
matéria, da mesma forma que na biosfera.

67
EQUILÍBRIO NOS ECOSSISTEMAS
A estrutura de funcionamento, resultante do arranjo produtor-consumidor, denomina-se cadeia
alimentar.

Sequência de seres vivos unidos pelo alimento.

Uma forma de representá-la é ligando o nome dos organismos com setas, as quais
indicam o caminho percorrido pela matéria nos ecossistemas. Esta representação classifica os
organismos de acordo com o nível trófico que ocupam

● Capim → gafanhotos → pássaros → raposas


(Cadeia de Predadores)
● Trigo → pulgão → protozoário (Cadeia de
Parasitas)
● Folhas → fungos → vermes (Cadeia de
Decomposição)
68
EQUILÍBRIO NOS ECOSSISTEMAS
● O primeiro nível trófico (NT) pertence ao produtor
○ Exceção para as cadeias alimentares do solo, que se iniciam com restos de vegetais
e animais mortos.

● O último nível trófico é ocupado pelos decompositores


○ Estes compreendem organismos sapróvoros estabelecem cadeias de
decomposição sobre a matéria morta.

69
EQUILÍBRIO NOS ECOSSISTEMAS
Num ecossistema, as relações de transferência de matéria e energia (entre cadeias) não são tão
simples.

● Constituem verdadeiras teias que unem entre si


predadores e presas, parasitas e hospedeiros,
formando estruturas mais complexas denominadas
teias ou redes alimentares.

● Numa teia alimentar, um organismo pode ocupar


diferentes níveis tróficos.
○ Isso torna-se vantajoso para a comunidade,
uma vez que um organismo passa a ter várias
opções de alimento,
○ Fato que confere maior estabilidade à estrutura
e, consequentemente, ao ecossistema.

70
PRODUTIVIDADE NOS ECOSSISTEMAS
Designa a quantidade de matéria orgânica produzida, ou de energia fixada pelos produtores,
que é transferida para os consumidores ao longo das sequências alimentares, podendo ser
expressa em unidades de massa ou de energia.

Em termos de energia, as calorias incorporadas


em cada nível trófico denominam-se:
● produção primária ou PP (1ºNT),
● produção secundária ou PS (2ºNT),
● produção terciária ou PT (3ºNT),
● etc.

71
PRODUTIVIDADE NOS ECOSSISTEMAS
Produção primária bruta (PPB ou PB) = quantidade de energia fixada pelas plantas no
processo de fotossíntese.
● Parte dessa energia é dissipada no processo de respiração do autótrofo (Ra)
● Parte é a produção primária líquida (PPL ou PL)
○ é incorporada à biomassa vegetal e transferida para os consumidores.

A cada nível trófico, parte da energia recebida é


incorporada à biomassa e parte é dissipada na
forma de calor (2a lei da termodinâmica)

Tomando-se R como sendo o somatório da


energia dissipada - energia calorífica - em todos
os níveis tróficos, a produtividade no ecossistema
pode ser representada por
PB = PL + R.
72
PRODUTIVIDADE NOS ECOSSISTEMAS
● Apenas 10% da energia recebida por um nível trófico é transferida para o nível seguinte.
(Lei dos 10%)
○ Limita os níveis tróficos nas cadeias alimentares a quatro ou cinco.
● Quanto mais próximo da base de produção, maior será o número de organismos que
poderá ser mantido no ecossistema

O estudo da produtividade é usado para identificar o estágio da sucessão ecológica em que se


encontra o ecossistema. Com base na relação PB/R determina-se se a comunidade é clímax ou
está em sucessão ecológica.

73
PRODUTIVIDADE NOS ECOSSISTEMAS
Na primeira, PL = 0, isto é, toda produção primária líquida de um certo intervalo de tempo é
consumida pela fauna em intervalo de tempo igual, logo PB/R = 1,0 ou ecossistema maduro
(clímax).

Na segunda, PL > 0, apenas parte da produção primária líquida é consumida, havendo portanto
saldo de energia para manter novos consumidores, logo PB/R > 1,0 ou ecossistema sucessional.

74
PIRÂMIDES ECOLÓGICAS
A estrutura trófica de um ecossistema pode ser ilustrada graficamente por meio de pirâmides
ecológicas, nas quais o primeiro nível trófico, ou nível produtor, forma sempre a base e os
níveis
sucessivos formam camadas até o ápice.
Podem ser de três tipos:
● Números = dá uma idéia da distribuição quantitativa da biocenose, ou seja, quantos
organismos existem em cada nível trófico do ecossistema

● Biomassa = representa o peso total dos indivíduos nos sucessivos níveis tróficos,
expresso em peso seco total por unidade de área, por exemplo kg/m2

● Energia = representa a distribuição de energia por nível trófico no ecossistema.


○ Ela é sempre voltada para cima, uma vez que representa a produtividade energética
nos ecossistemas.
75 ○ A quantidade de energia disponível em cada nível é expressa em Kcal/m2.ano.
PIRÂMIDES ECOLÓGICAS
● Números

● Biomassa

● Energia

76
DESEQUILÍBRIOS NOS ECOSSISTEMAS
Alterações na composição da cadeia alimentar ou no ambiente físico podem promover
desequilíbrios ecológicos
● BLOQUEIO NA CADEIA ALIMENTAR
● Destruição de um dos elos da cadeia alimentar
○ A destruição de um elo acarreta o desaparecimento total do elo seguinte,
dependente do primeiro, e a superpopulação do ambiente pelo elo anterior.
○ A eliminação de cobras que atacam lavradores no campo, causa aumento da
população de ratos e redução do número de animais comedores de cobras como
a sariema.
● Introdução de organismo estranho à cadeia alimentar
○ Inexistência do elo superior ou predador natural que controle a sua
proliferação.
○ Na Austrália (1930) a importação do coelho gerou sérios problemas, pois o
77 mesmo não encontrou, na fauna local, nenhum animal capaz de predá-lo e
DESEQUILÍBRIOS NOS ECOSSISTEMAS
Alterações na composição da cadeia alimentar ou no ambiente físico podem promover
desequilíbrios ecológicos
● BIOMAGNIFICAÇÃO (magnificação trófica)
● Lançamento, no ambiente, de subprodutos da indústria química ricos em metais
pesados, como chumbo e mercúrio, materiais radioativos e de moléculas sintéticas,
como plásticos, detergentes e pesticidas.
● Resultado da absorção seletiva de uma substância pelos tecidos do organismo.
○ Por exemplo, a glândula tireóide separa seletivamente o iodo da corrente
sangüínea. Desta maneira, quando o iodo 131 (radioativo) está presente no
sangue, é absorvido seletivamente pela glândula.

Extinção devido a inseticida na agua

78
DESEQUILÍBRIOS NOS ECOSSISTEMAS
Alterações na composição da cadeia alimentar ou no ambiente físico podem promover
desequilíbrios ecológicos
Os desequilíbrios também podem ocorrer devido:
(a) às alterações do ambiente que impeçam a camuflagem de determinadas espécies,
expondo-as ao seus inimigos, ou que estas encontrem na nova paisagem alimento e
abrigo;

(b) ao uso de inseticidas que diminuem ou eliminam espécies polinizadoras, levando ao


desaparecimento de vegetais e, consequentemente, de animais;

(c) ao lançamento de esgotos, ricos em matéria orgânica, nos corpos d’água, favorecendo
as bactérias aeróbias em detrimento dos peixes, dentre outros.

79
CICLOS
BIOGEOQUÍM
ICOS
Ciclo biogeoquímico

o movimento cíclico de elementos químicos entre


o
meio biológico e o ambiente geológico

O fator mais importante de um ciclo


biogeoquímico constitui-se no fato de que os
componentes bióticos e abióticos aparecem
intimamente entrelaçados.
Todos os ciclos biogeoquímicos incluem seres
vivos; sem a vida, os ciclos biogeoquímicos
cessariam e, sem eles, a vida se extinguiria.

81
Ciclo biogeoquímico
As seguintes características podem ser observadas nos
ciclos biogeoquímicos:
● um depósito "geológico" (atmosfera ou litosfera);
● inclusão de seres vivos (vegetais, animais e
microrganismos);
● câmbios químicos;
● movimento do elemento químico desde o meio
físico até os organismos e seu retorno a este.

82
Ciclo biogeoquímico
Os ciclos biogeoquímicos podem dividir-se em dois tipos básicos:
● Ciclos (de nutrientes) gasosos, cujo depósito ou reservatório geológico é a
atmosfera. Exemplos: ciclo do carbono, do oxigênio e do nitrogênio.
○ São ciclos relativamente rápidos e fechados, onde
não existe quase nenhuma perda de elementos
nutrientes durante o processo de recirculação;
● Ciclos (de nutrientes) sedimentares, têm como reservatório geológico as
rochas sedimentares. Exemplo: o ciclo do fósforo e do enxofre.
○ Estes são considerados ciclos lentos, posto que os
depósitos sedimentares são pouco acessíveis aos
organismos, uma vez que, para que os elementos
cheguem até eles, as rochas devem ser intemperizadas
e, posteriormente, transportadas ao solo.
83

CICLO DO CARBONO
O carbono é o principal constituinte
de qualquer matéria orgânica, sendo
portanto essencial à vida na Terra.
Encontra-se disponível no ar
atmosférico ou dissolvido nas águas,
na forma de gás carbônico.

84
CICLO DO CARBONO
1. Inicialmente, o CO2 é fixado por vegetais,
algas e bactérias na fotossíntese, formando
carboidratos e liberando oxigênio.
2. Os carboidratos são degradados pela
respiração e o carbono é devolvido ao meio
na forma de CO2.
3. Uma fração do CO2 do ar combina-se com a
chuva formando ácido carbônico (H2CO3).
4. No solo, este passa a bicarbonato (HCO3-) e,
posteriormente, a carbonato (CO3=).
5. Este reage com os ácidos existentes no solo,
liberando CO2 para a atmosfera.

85
CICLO DO CARBONO
Algumas vezes, o ciclo do carbono é interrompido
e o retorno do mesmo à atmosfera pode levar
milhões de anos.
● A queimada, o desmatamento e a queima de
combustíveis fósseis são atividades que
interferem diretamente no ciclo do CO2.
○ Liberação de CO, CO2 e diversos
hidrocarbonetos
● 80% da produção fotossintética vem das
algas marinhas e de água doce. A poluição
das águas, com destruição do fitoplâncton,
pode desequilibrar todo o ciclo do carbono.

86
CICLO DO NITROGÊNIO


O nitrogênio é importante pela sua
participação fundamental na
composição das proteínas, as
quais, por exemplo, representam
aproximadamente 16% do corpo
humano.

87
1. Plantas e animais mortos, juntamente com as
excreções, são transformados, pelos organismos
da putrefação (bactérias e fungos), em amônia
(NH3) num processo denominado amonificação.
2. A amônia é utilizada pelas bactérias
Nitrosomonas que a oxidam, produzindo nitrito
(NO2-) e este é transformado em nitrato (NO3-)
pelas bactérias Nitrobacter.
3. Após a nitrificação, dissolve-se nas águas ou
permanece nos solos, de onde é absorvido pelas
plantas ou sofre desnitrificação por ação de
bactérias, voltando ao ar atmosférico.

CICLO DO NITROGÊNIO
O nitrogênio fixado que não é absorvido pelos vegetais, pode ser transportado para
os mares, indo constituir sedimentos profundos nos oceanos, podendo sair de
circulação por milhões de anos, só voltando ao ciclo pelas erupções vulcânicas.
88

CICLO DO FÓSFORO
Percorre a água, a crosta
terrestre e organismos
vivos;
O fósforo é um elemento de
ciclo fundamentalmente
sedimentar

89
Ciclo do Fósforo
1. Por meio de processos erosivos,
ocorre a liberação do fósforo na
forma de fosfatos, que serão
utilizados pelos produtores;
2. Parte é carregada para os oceanos,
onde fica depositado a grandes
profundidades ou é consumida pelo
fitoplâncton;
3. Os meios de retorno do fosfato para
os ecossistemas a partir dos oceanos
são insuficientes para compensar a
parcela que se perde;

90
Ciclo do Fósforo
1. Devido à sua alta reatividade, o
fósforo existe em forma combinada
com outros elementos.
2. Os microrganismos produzem ácidos
que formam fosfato solúvel a partir
de compostos de fósforo insolúveis.
3. Os fosfatos são utilizados por algas e
plantas verdes terrestres, que por sua
vez passam para os corpos dos
consumidores animais.
4. Após a morte e decomposição dos
organismos, os fosfatos são liberados
para reciclagem.

91

CICLO DO ENXOFRE
Muito do enxofre da Terra
está armazenado no
subsolo , em rochas e
minerais, na forma de sais
de sulfato enterrados sob
sedimentos oceânicos;

92
CICLO DO ENXOFRE
Circulação do enxofre em várias
formas pela natureza.
O enxofre ocorre em toda a
matéria viva como um
componente de aminoácidos.
É abundante no solo em
proteínas e, através de uma série
de transformações microbianas,
acaba como sulfatos utilizáveis
pelas plantas.

93
CICLO DO ENXOFRE

Proteínas contendo enxofre são degradadas em seus


aminoácidos constituintes pela ação de uma variedade
de organismos do solo.
O enxofre dos aminoácidos é convertido em sulfeto de
hidrogênio (H2S) por outra série de micróbios do
solo.
Na presença de oxigênio, o H2S é convertido em
enxofre e depois em sulfato por bactérias sulfurosas.
Eventualmente, o sulfato se torna H2S.

94
CICLO DO ENXOFRE
O sulfeto de hidrogênio se oxida
rapidamente em gases que se dissolvem em
água para formar ácidos sulfurosos e
sulfúricos.
Esses compostos contribuem em grande
parte para a “chuva ácida” que pode matar
organismos aquáticos sensíveis e danificar
monumentos de mármore e edifícios de
pedra.

95
CICLO DO
ENXOFRE

1. O dióxido de enxofre também é proveniente dos vulcões;


2. Partículas de sais de sulfato, entram na atmosfera a partir da água do mar,
tempestades de poeira e incêndios florestais;
3. As raízes de plantas absorvem os íons de sulfato e incorporam o enxofre como um
componente essencial de muitas proteínas.
96
PERGUNTAS?
⊷ Profa.Bruna Silveira Lira
⊷ bruna.lira@ufpi.edu.br

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