Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tipos de solo
O solo é formado pelo processo de intemperismo físico e químico. O tamanho individual das
partes constituintes até mesmo da rocha intemperizada pode variar do menor estado (coloidal)
ao maior possível (pedregulhos). Isso implica que nem todos os constituintes intemperizados
de uma rocha mãe não podem ser chamados de solo. Terzaghi et al (1996) divide o solo com
base em sua origem em três grupos principais: solos residuais, solos sedimentares e solos
orgânicos.
Solos residuais são aqueles que permanecem no local de sua formação como resultado do
intemperismo das rochas-mãe. A profundidade dos solos residuais depende principalmente
das condições climáticas e do tempo de exposição. Em algumas áreas, essa profundidade pode
ser considerável. Nas zonas temperadas, os solos residuais são geralmente rígidos e estáveis.
De acordo com Aysen (2002) Uma característica importante dos solos residuais é que os
tamanhos dos grãos não são definidos devido à condição parcialmente desintegrada. Os grãos
podem quebrar em partículas menores com a aplicação de pouca de pressão. O perfil do solo
residual pode ser dividido em três zonas: (i) a zona superior em que há alto grau de
intemperismo e remoção de material; (ii) a zona intermediária em que há algum grau de
intemperismo na porção superior e alguma deposição na porção inferior; e (iii) a zona
parcialmente intemperizada onde ocorre a transição do material intemperizado para a rocha
mãe não intemperizada (Gandhi & Sarkar, 2016). Solos residuais tendem a ser mais abundantes
em zonas úmidas e quentes, onde as condições são favoráveis ao intemperismo químico das
rochas e possuem vegetação suficiente para evitar que os produtos do intemperismo sejam
facilmente transportados como sedimentos.
Solos transportados são solos que se encontram em locais distantes de seu local de formação.
Os agentes transportadores responsáveis pelos solos transportados são geleiras, vento e água.
Os solos são nomeados de acordo com o modo de transporte. Solos aluviais são aqueles que
foram transportados por água corrente. Os solos que foram depositados em lagos tranquilos,
são solos lacustres. Solos marinhos são aqueles depositados na água do mar. Os solos
transportados e depositados pelo vento são solos eólicos. Aqueles depositados principalmente
pela ação da força gravitacional, como nos deslizamentos de terra, são solos coluviais. Solos
glaciais são aqueles depositados por geleiras. Muitos desses solos transportados são fofos com
grande profundidade. Portanto, as dificuldades com fundações e outros tipos de construção
estão geralmente associadas aos solos transportados.
Para Terzaghi os solos de origem orgânica são formados principalmente in situ, seja pelo
crescimento e posterior decomposição de plantas ou pelo acúmulo de fragmentos de
esqueletos inorgânicos ou conchas de organismos. Assim, um solo de origem orgânica pode
ser orgânico ou inorgânico. Os solos orgânicos são problemáticos para construção civil por
serem muito compressíveis. Em algumas formações de solos orgânicos ocorre uma importante
concentração de folhas e caules em processo de decomposição, formando as turfas (matéria
orgânica combustível).
Uma série de peneiras* com aberturas de tamanhos diferentes são empilhadas com os
tamanhos maiores sobre os menores. Um receptor é mantido na parte inferior e uma tampa é
mantida na parte superior do conjunto. A amostra de solo a ser testada é seca, os aglomerados
são quebrados, se necessário, e a amostra é passada através da série de peneiras por agitação.
As frações retidas e que passam na peneira IS de 2 mm são testadas separadamente. Pode ser
utilizado um agitador automático de peneiras, acionado por motor elétrico; cerca de 10 a 15
minutos de agitação é considerado adequado. As partículas maiores são capturadas nas
peneiras superiores, enquanto as menores filtram para serem capturadas em uma das peneiras
menores subjacentes.
O material retido em qualquer peneira em particular deve naturalmente incluir aquele retido
nas peneiras em cima dela, uma vez que as peneiras são dispostas com o tamanho da abertura
diminuindo de cima para baixo. O peso do material retido em cada peneira é convertido em
uma porcentagem da amostra total. A porcentagem de material mais fino do que um tamanho
de peneira pode ser obtida subtraindo-se isso de 100. O material que passa pela peneira mais
baixa, que geralmente é a peneira de 75 μ, é usado para realizar a análise de sedimentação
para a fração fina.
Limites de consistência
Murthy (2014) define consistência como um termo usado para indicar o grau de firmeza de
solos coesivos. Terzaghi (1996) descreveu a consistência dos depósitos naturais de solo coesivo
como muito macio, macio, rígido, muito rígido e duro. As propriedades físicas dos solos
coesivos diferem muito em diferentes teores de água. Um solo que é muito macio em uma
porcentagem maior de teor de água torna-se muito duro com a diminuição do teor de água.
No entanto, verificou-se que, com o mesmo teor de água, duas amostras de argila de origens
diferentes podem apresentar consistências diferentes. Uma argila pode ser relativamente
macia, enquanto a outra pode ser dura. Além disso, uma diminuição no teor de água pode ter
pouco efeito em uma amostra de argila, mas pode transformar a outra amostra de quase um
líquido para uma condição muito firme. A consistência de um solo pode ser expressa em
termos de Limites de solos de Atterberg. Os limites de Atterberg distingue os estágios de
consistência em líquido, plástico, semi-sólido e sólido. Os teores de água em que o solo passa
de um desses estados para o próximo foram designados como “limites de consistência” – limite
líquido, limite plástico e limite de contração. Os limites de liquidez e plasticidade são regidos
pelas normas ABNT NBR 6459:2016 e NBR 7180:2016 respectivamente. Atualmente não a
norma brasileira em vigor para determinação do limite de contração. Os procedimentos
descritos nas normas podem ser simplificados da seguinte forma
O Limite de Liquidez equivale ao teor de umidade no qual se fecha uma ranhura feita
no solo disposto em uma concha metálica, por meio de 25 golpes, a uma velocidade
constante, desta concha contra uma base fixa.
Limite de contração é realizado com uma capsula preenchida com o solo úmido. A
massa de solo é pesada e em seguida passa por uma estufa. A estufa é aquecida em
105 a 110°C, aproximadamente. Após seca, a amostra é pesada novamente. Para
determinar o volume da amostra seca e úmida utiliza-se uma cuba de vidro com
mercúrio. A amostra é mergulhada no mercúrio, gerando um deslocamento do volume
de mercúrio. Assim determina-se o teor de umidade em que o solo não varia mais o
seu volume.
O Índice de plasticidade (IP) indica o grau de plasticidade de um solo e é determinado pela
diferença entre o limite de liquidez e o limite de plasticidade. Quanto maior a diferença entre
os limites líquido e plástico, maior é a plasticidade do solo. Um solo sem coesão tem índice de
plasticidade zero. Tais solos são denominados não plásticos. Solos que possuem grandes
valores de w e IP são considerados altamente plásticos. Aqueles com valores baixos são
descritos como ligeiramente plásticos. Atterberg classifica os solos de acordo com seus índices
de plasticidade conforme Tabela abaixo.
Para indicar a posição relativa da umidade aos limites de mudança de estado, Terzaghi propôs
o índice de consistência:
IC=LL-w/LL-LP
Identificação táctil-visual
A identificação tátil-visual é feito por meio do manuseio do solo, para sentir sua reação e
possibilita uma classificação preliminar do solo em campo.
A aparência pode revelar alguns dados muito importantes sobre o tipo e as características de
terra. 1 – Caracterização por tamanho das partículas 2 – Caracterização por cor
1 – Caracterização por tamanho das partículas ▪ O solo pode ser preliminarmente classificado
através do seguinte procedimento: • Espalhar a amostra de solo seco em uma fina camada
sobre uma superfície plana; • Com as mãos, separar as partículas visíveis a olho nu. As
partículas visíveis a olho nu correspondem à areia e pedregulho; • O que restar (material fino)
corresponde ao silte e argila.
2 – Caracterização por cor ▪ Outra característica o solo pode ser revelada em função da sua
cor: • As cores claras e brilhantes são características de solos inorgânicos; • As cores marrom
escuro, verde oliva ou preta são características de solos orgânicos.
TATO → TEXTURA é feita por es ma va, esfrega-se uma massa de solo úmida e
homogeneizada entre os dedos → iden ficar a existência de grãos de areia. Caso a amostra
de solo estiver seca → esfrega-se uma pequena porção do solo sobre uma folha de papel → as
partículas finas (siltes e argilas) se impregnam no papel, ficando isoladas as partículas arenosas.
Definido se o solo é uma areia ou um solo fino, resta estimar se os finos apresentam
características de siltes ou de argilas.
Areia = Sensação de aspereza, não plástico, não pegajoso
Silte – Sensação sedosidade, plástico, não pegajoso
Argila = Sensação sedosidade, plástico, pegajoso
o AASHTO
O sistema original foi desenvolvido pelo “US Bureau of Public Road” (na década de 20,
baseado em trabalhos de TERZAGHI e HOGENTOGLER) e publicado pelo “US Public
Roads Administration” (atual AASHTO – “American Association of State Highway and
Transportation Officials”) em 1942. Posteriormente (1945) foi adotada, com alterações,
pelo “US Highway Research Board”, que hoje é o TRB – “Transportation Research
Board”. Foi elaborada principalmente para uso dos engenheiros rodoviários e classifica
os solos usados em rodovias. Fundamenta-se na granulometria, limite de liquidez e
índice de plasticidade.
Nesta classificação os solos são reunidos em grupos e subgrupos. Os "solos granulares"
compreendem os grupos A-l; A-2, A-3 e os "solos finos" os grupos A-4, A-5, A-6 e A-7, três dos
quais divididos em subgrupos. Na “tabela TRB” são indicados os tipos de material e a forma de
identificação e classificação.
1) P10, P40 e P200 são as % que passam nas peneiras #10, #40 e #200; 2) LL e IP referem-se à
fração passando na # 40; 3) Para o subgrupo A-7-5: IPLL-30; 4) A classificação é feita da
esquerda para a direita, razão porque o A-3 é colocado antes do A-2, sem que isso signifique
superioridade... 5) IG = 0,2 a + 0,005 a.c + 0,01 b.d onde a = p200-35 (se P200>75Æ a=40 e se
P20055Æb =55 e se P200 60 Æ c =20 e se LL < 40 Æ c=0) c varia de 0 a 20; d = IP-10 (se IP > 30
Æ d= 20 e se IP < 10 Æ d=0) d varia de 0 a 20. Os valores de a, b, c, d e IG deverão ser expressos
em números inteiros positivos.
REFERENCIAS
S.M. Gandhi, B.C. Sarkar, in Essentials of Mineral Exploration and Evaluation, 2016
Terzaghi, K, Peck, R B, and Mesri, G. Soil mechanics in engineering practice. Third
edition. United States: N. p., 1995. Web
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa -SPI; Rio de Janeiro:
Embrapa Solos, 2006. 306p
V.N.S. Murthy Principles and Practices of Soil Mechanics and Foundation Engineering
2014
- NBR 7180 - Solo - determinação do Limite de Plasticidade
- NBR 6459 - Solo - determinação do Limite de Liquidez
ABNT NBR 7181:2016Solo - Análise granulométrica