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CLASSIFICACÃO E IDENTIFICACÃO DOS SOLOS

CLASSIFICACÃO E IDENTIFICACÃO DOS SOLOS

Introdução

Dada a infinidade de solos que existem na natureza é necessário um sistema de classificação


que indique características geotécnicas comuns de um determinado grupo de solos a partir de
ensaios simples de identificação.
Portanto, a elaboração de um sistema de classificação deve partir dos conhecimentos
qualitativos e quantitativos existentes, ao longo do tempo ir acumulando informações e
corrigindo distorções, até que em um mesmo grupo possam estar colocados solos com
características semelhantes.
A identificação fornecerá dados para um conhecimento qualitativo, enquanto os ensaios de
laboratório resultarão dados quantitativos sobre o solo. Conclui-se que a classificação dos
solos permite resolver alguns problemas simples e serve de apoio na seleção de um dado
solo quando se podem escolher vários materiais a serem utilizados.
CLASSIFICACÃO E IDENTIFICACÃO DOS SOLOS

Classificação textural

O sistema de classificação dos solos, quanto à textura, utiliza-se


da curva granulométrica do solo e uma escala de classificação
proposta por uma associação, define a função distribuição do
tamanho das partículas do solo enquanto a escala define a
posição dos quatro grupos: pedregulhos, areias, siltes e argilas.
Não há uma escala única, em face das divergências existentes,
mas as diferenças entre elas não alteram, sensivelmente, o nome
dado ao solo.
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Teste visual e táctil: após misturar-se uma pequena quantidade de solo com água,
nota-se que as areias são ásperas ao tacto, apresentam partículas visuais a olho nu e
permitem muitas vezes o reconhecimento de minerais; o silte é menos áspero que a
areia, mas perceptível ao tacto; as argilas quando misturadas com água e trabalhadas
entre os dedos, apresentam uma semelhança com pasta de sabão escorregadia e,
quando secas, os grãos finos das argilas proporcionam uma sensação de farinha ao
tacto.
Teste de sujar as mãos: após se fazer uma pasta (solo + água) na palma da mão,
coloca-se esta sob água corrente observando a lavagem do solo. O solo arenoso lava-
se facilmente escorrendo rapidamente da mão. O solo siltoso só se limpa depois de
um certo fluxo de água necessitando também de certa fricção para a limpeza total.
Finalmente, as argilas apresentam uma certa dificuldade de se soltarem das mãos
apresentando características de um barro. Nesse tipo de teste é possível se detectar a
presença de areia (quartzo) pela sensação dos dedos com a pasta formada e pelo brilho
que exibem.
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Teste de desagregação do solo submerso: colocando-se um torrão de solo parcialmente


imerso em recipiente com água, verifica-se a desagregação da amostra. Essa desagregação é
rápida quando os solos são siltosos e lenta quando os solos são argilosos.

Teste de resistência dos solos secos: Um torrão de solo seco pode apresentar certa resistência
quando se tenta desfazê-lo com a pressão dos dedos. As argilas apresentam grande resistência
enquanto que os siltes e areias apresentam baixa resistência.
Teste de dispersão em água: colocando-se uma pequena quantidade de solo numa proveta com água
e agitando-se a mistura, procura-se verificar o tempo para a deposição das partículas conforme o tipo
de solo. Os solos arenosos depositam rapidamente (30 a 60 segundos); os solos siltosos levam entre
15 a 60 minutos e, os solos argilosos, podem levar horas em suspensão.
Os solos orgânicos são classificados de acordo com sua coloração que geralmente é cinza ou escura.
Possuem odor característico de material em decomposição e são inflamáveis quando secos.
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Importante ressaltar que esse tipo de classificação fornece resultados


mais qualitativos do que quantitativos. Análises mais elaboradas
devem ser feitas para a quantificação das fracções predominantes de
areia, silte e argila em cada solo.
Classificação granulumétrica

As partículas dos solos possuem diferentes tamanhos e a medida desses tamanhos é feita através
da análise granulométrica do solo. Essa, por sua vez, é representada através de uma curva de
distribuição granulométrica em escala semilog com o eixo das ordenadas contendo as
porcentagens que passam ou que ficam retidas, em peneiras pré-determinadas, e o eixo das
abscissas com o diâmetro equivalente das partículas.
Curvas  No caso de solos granulares, estes poderão ser denominados
granulométricas de de “bem graduados” ou “mal graduados”. O solo bem
8 solos com diferentes graduado é caracterizado por uma distribuição contínua de
graduações diâmetros equivalentes em uma ampla faixa de tamanho de
partículas.
LIMITES DE CONSISTÊNCIA DE UM SOLO

Os ensaios de determinação dos limites de consistência (limite de plasticidade,


wP, e limite de liquidez, wL) destinam-se a avaliar as características de
plasticidade de um solo fino.

A avaliação das características de plasticidade de um solo fino, nomeadamente


dos seus limites de plasticidade e de liquidez, é determinante para a correcta
previsão dos aspectos fundamentais do seu comportamento, o qual depende
fortemente da presença de água.
A caracterização da plasticidade de um solo envolve a quantificação de
valores característicos do teor em água, aos quais correspondem alterações
significativas do comportamento do solo.
CLASSIFICACÃO E IDENTIFICACÃO DOS SOLOS
Classificação H.R.B (Highway Research Board) ou A.A.S.H.O. (American Association State
Highway Officials)
Esta classificação fundamenta-se na granulometria, limite de liquidez e índice de plasticidade
dos solos, sendo proposta para ser utilizada na área de estradas.
Um parâmetro adicionado nesta classificação é o índice de grupo (IG), que é um número
inteiro variando de 0 a 20. O índice de grupo define a capacidade de suporte do terreno de
fundação de um pavimento. Os valores extremos do “IG” representam solos ótimos para
Igiguais a zerro e solos péssimos para IG = 20. Portanto, este índice estabelece uma
ordenação dos solos dentro de um grupo, conforme suas aptidões, sendo pior o solo que
apresentar maior “IG”.

A determinação do índice de grupo baseia-se nos limites de Atterberg (LL e IP) do solo e na
porcentagem de material fino que passa na peneira número 200 (0,075mm). Seu valor é
obtido utilizando a seguinte expressão:

IG = 0,2 . a + 0,005 . a . c + 0,01 . b . d


CLASSIFICACÃO E IDENTIFICACÃO DOS SOLOS
Classificação H.R.B (Highway Research Board) ou A.A.S.H.O. (American Association State
Highway Officials)
onde:
a = porcentagem do solo que passa na peneira nº 200 menos 35%. Se o valor de “a” for negativo
adota-se zero, e se for superior 40, adota-se este valor como limite máximo.
a = Pp,200 - 35% (0 - 40)
b = porcentagem do solo que passa na peneira nº 200 menos 15%. %. Se o valor de “b” for
negativo adota-se zero, e se for superior 40, adota-se este valor como limite máximo.
b = Pp,200 - 15% (0 - 40)
c = valor do limite de liquidez menos 40%. Se o valor de “c” for negativo adota-se zero, e se for
superior a 20, adota-se este valor como limite máximo.
c = LL - 40% (0 - 20)
d = valor do índice de plasticidade menos 10%. Se o valor de “d” for negativo adota-se zero, e
se
for
d = superior
IP - 10%a(020,- 20)
adota-se este valor como limite máximo.
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Sistema Unificado de Classificação dos Solos (S.U.C.S.)

Este sistema é oriundo do Airfield Classification System idealizado por Arthur Casagrande, e
inicialmente utilizado para classificação de solos para construção de aeroportos, e depois expandido
para outras aplicações, e normalizado pela American Society for Testing and Materials (ASTM).
Os solos neste sistema são classificados em solos grossos, solos finos e altamente orgânicos. Para a
fração grossa, foram mantidas as características granulométricas como parâmetros mais
representativos para a sua classificação, enquanto que para fração fina, Casagrande optou por usar
os limites de consistência, por serem parâmetros mais importantes do que o tamanho das partículas.
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Sistema Unificado de Classificação dos Solos (S.U.C.S.)


Solos grossos
Os solos grossos ou granulares são os que possuem partículas menores que 75mm e que tenham mais
do que 50% de partículas com tamanhos maiores do que 0,075mm (# 200). Uma subdivisão separa
os solos grossos em pedregulhos, quando mais do que 50% da fração grossa tem partículas com
tamanho maior do que 4,8mm (retido na # 4), e areias, quando uma porcentagem maior ou igual,
destas partículas, tem tamanho menor que 4,8mm (passa na # 4). Sempre que as porcentagens de
finos estiver entre 5 e 12%, o solo deverá ser representado por um símbolo duplo, sendo o primeiro o
do solo grosso (GW, GP, SW, SP), enquanto que o segundo símbolo dependerá da região onde se
localizar o ponto representativo dos finos desse solo.
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Classificação textural Exemplo


Dado o solo residual das Minas de calcáreo, apresentado como exercicio, o qual apresentou
as seguintes percentagens correspondentes a cada fração, segundo a escala da ABNT.

A fração predominante é a areia, vindo a seguir a fração silte. Da observação dos valores,
nota-se que o solo possui ainda pequena quantidades de argila, e pedregulhos. A subdivisão
da fração arenosa mostrou uma predominância da parte fina sobre as demais. Em face dos
valores obtidos e da escala adotada o solo será classificado como: areia fina siltosa.
MATERIAL QUANTIDADE EM %
AREIA 55 15
ARGILA 45 25
SILTE 0 60
Obrigado

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