Você está na página 1de 36

Universidade Federal de Campina Grande –UFCG

CAMPUS POMBAL

Mecânica dos Solos

Profª.: Dra. Suelen Silva Figueiredo Andrade


CLASSIFICAÇÃO DOS
SOLOS
Devido à complexidade e praticamente a
infinita variedade com que os solos são
encontrados na natureza, qualquer intento de
sistematização científica ou mesmo utilização,
deve ser precedido por uma classificação do
mesmo.
A diversidade e a enorme diferença de
comportamento apresentada pelos diversos solos
perante as solicitações de interesse da
engenharia levou ao seu natural agrupamento em
conjuntos distintos aos quais podem ser atribuídas
algumas propriedades. Desta tendência racional
de organização da experiência acumulada,
surgiram os sistemas de classificação dos solos.

3
Classificar é dividir um conjunto de seres
(coisas, objetos) em categorias, de acordo com
critérios preestabelecidos.
O objetivo da classificação dos solos, sob
o ponto de vista de engenharia, é o de poder
estimar o provável comportamento do solo ou,
pelo menos, o de orientar o programa de
investigação necessário para permitir a
adequada análise de um problema.

4
A classificação é necessária para a transmissão de
conhecimentos. Mesmo aqueles que criticam os sistemas
de classificação não têm outra maneira sucinta de relatar
sua experiência, senão afirmando que, tendo aplicado um
tipo de solução, obteve certo resultado, num determinado
tipo de solo.
Um sistema de classificação de solos, representa
de fato uma linguagem de comunicação entre engenheiros.
Ele proporciona um método sistemático de categorizar os
solos, de acordo com seu provável comportamento de
engenharia, baseado em critérios como: propriedades
físicas comuns, partes componentes dos solos ou textura,
comportamento sob carregamento, ação da água, etc. E
permite ao engenheiro, o acesso à experiência acumulada
por outros profissionais.

5
 Quando um tipo de solo é citado, é necessário que a
designação seja entendida por todos, ou seja, é
necessário que exista um sistema de classificação.

 Se por exemplo a expressão areia bem graduada


compacta for empregada para descrever um solo, é
importante que o significado de cada termo dessa
expressão possa ser entendido da mesma maneira
por todos e, se possível, ter limites bem definidos.

 Existem diversas formas de classificar os solos, como


pela origem, pela sua evolução, pela presença ou não
de matéria orgânica, pela estrutura, pelo
preenchimento dos vazios.

6
A classificação de um solo, por mais correta que
esteja, não elimina a necessidade de uma investigação
detalhada ou de ensaios que afiram as propriedades de
engenharia do material.

Entretanto, uma vez classificado um solo, o


engenheiro pode através da similaridade de comportamentos,
ter uma ideia bastante razoável da maneira como o material
poderá se comportar. Serve portanto como um norteador de
como o técnico deverá intensificar as investigações no
material.

7
8
9
Distribui o solo em diversas camadas (horizontes),
aproximadamente paralelas à superfície, sendo que o
conjunto delas forma o perfil do solo. O perfil de um solo
bem desenvolvido possui quatro horizontes, que poderão
ser subdivididos e convencionalmente identificados pelas
letras O, A, B, C, e R.

10
Principais características:

Horizonte O:
• Matéria vegetal cobrindo a parte superficial do solo mineral
• Pequena espessura
• Presente apenas em locais com muita vegetação
• Sem valor para a engenharia, quer como material de construção ou
de suporte
• Deve sempre ser removido mesmo em obras de pequeno porte

Horizonte A:
• Solo mineral mais próximo da superfície
• Principal característica, matéria orgânica em decomposição
• Fonte de sólidos carreados pela água para os horizontes inferiores
• Muito poroso
• Alta compressibilidade
• Não deve ser aproveitado como material de construção nem como
elemento de suporte, mesmo de pequenas obras

11
Horizonte B:
• É o receptor dos sólidos carreados de A
• Apresenta um desenvolvimento máximo de cor e estrutura
• Pode ser utilizado como fundação de pequenas estruturas e como
material de construção

Horizonte C:
• Zona de transição para a rocha
• Não afetado pelos agentes de alteração (Biológicos, Físicos e
Químicos) dos horizontes superiores
• Mantém características próximas da sua origem geológica
• Usado tanto como material de empréstimo ou fundação

Os horizontes O, A, e B podem ser subdivididos


para indicar diferentes graus de alteração e a passagem
de um horizonte para o subsequente é gradual tanto na
cor quanto na quantidade de matéria orgânica.

12
13
Classifica o solo pela sua origem. Possui
grande valor esclarecedor de certos comportamentos
do solo como material de construção, embora não
ofereça resultados quantitativos.
A classificação genética divide os solos em
dois grupos principais:

 Solos Residuais
 Solos Transportados

A Geologia como Ciência afim com a Mecânica


dos Solos, é de fundamental importância no uso
deste tipo de classificação.

14
15
A separação das partículas de um solo em diversos
“diâmetros”, é utilizada como um critério de classificação.

ESCALAS GRANULOMÉTRICAS

ABNT

Nas classificações segundo a textura, o nome do solo


será dado pela fração dominante. As demais frações adjetivarão
este nome.
Estas classificações não têm valor geotécnico, pois não
levam em conta nem mesmo a forma das curvas
granulométricas. Além disso, não fazem referência à plasticidade
dos solos.
16
Escala granulométrica (ABNT - NBR 6502/95)

Fração granulométrica Diâmetro equivalente

matacão 200 < φ < 1000 mm


pedra de mão 60 < φ < 200 mm
pedregulho 2,0 < φ < 60 mm
pedregulho grosso 20 < φ < 60 mm
pedregulho médio 6,0 < φ < 20 mm
pedregulho fino 20 < φ < 2,0 mm
areia 0,06 < φ < 2,0 mm
areia grossa 0,6 < φ < 2,0 mm
areia média 0,2 < φ < 0,6 mm
areia fina 0,06 < φ < 0,2 mm
silte 0,002 < φ < 0,06 mm
argila φ < 0,002 mm

17
18
CLASSIFICAÇÃO DA AASHTO
(AMERICAN ASSOCIATION FOR STATION HIGHWAY
AND TRANSPORTATION OFFICIALS)

Inicialmente desenvolvido para subsidiar a


construção de estradas secundárias, este sistema baseia-
se nas características de estabilidade dos solos, quando
usados como superfície ou base de rodovias revestidas
com fina camada betuminosa.
Atualmente, a AASHTO indica que este sistema
pode ser utilizado na determinação da qualidade do
material a ser empregado em aterros, subleitos, sub-
bases e bases de rodovias.

19
• O sistema de classificação da AASHTO classifica o
solo em oito diferentes grupos: A1 a A8 e inclui
diversos subgrupos. Este sistema é também
chamado de Sistema Rodoviário de Classificação.
• Os solos dentro de cada grupo ou subgrupo são
ainda avaliados de acordo com o seu índice de grupo
(IG), o qual é calculado por intermédio de uma
fórmula empírica.
• É função da porcentagem de solo passando na
peneira 200 e dos limites de Atterberg.
• O IG é um número inteiro, variando de 0 a 20,
definidor da “capacidade de suporte” do terreno de
fundação de um pavimento. Os seus valores
extremos representam solos ótimos (IG=0) e solos
péssimos (IG=20).
20
ÍNDICE DE GRUPO: Número inteiro que estabelece a
posição relativa de um solo dentro de um subgrupo. É
função da porcentagem de solo passando na peneira 200 e
dos limites de Atterberg.

Cálculo do índice de grupo:

a) ANALÍTICO : IG= 0,2 a + 0,005 a.c + 0,01 b.d


onde: a= (% passando na # 200 - 35), varia de 0 a 40
b= (% passando na # 200 - 15), varia de 0 a 40
c= (LL - 40), varia de 0 a 20
d= (IP - 10), varia de 0 a 20

21
b) GRÁFICO: IG = soma dos valores obtidos nas duas partes
do gráfico abaixo.

22
23
24
25
SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO (SUCS)

Inicialmente este método foi desenvolvido para uso


de solos na construção de aeroportos. Posteriormente foi
aperfeiçoado para ser aplicado também na construção de
barragens, fundações e outras construções.

A ideia básica do SUCS é que os solos grossos


podem ser classificados de acordo com a sua curva
granulométrica, ao passo que o comportamento de
engenharia dos solos finos está intimamente relacionado
com a sua plasticidade.

Este sistema utiliza os ensaios de granulometria e de


limites de consistência para classificar os solos.

26
1. Solos Granulares – Pedregulho (G) ou Areia (S)
Menos do que 50% do material passa na peneira nº 200

2. Solos Finos – Silte (M) ou Argila (C)


Mais do que 50% do material passa na peneira nº 200

Cada grupo é classificado por um símbolo, derivado dos


nomes em inglês correspondentes, com uma única exceção
para o silte que advém do sueco:

• Pedregulho - G (Gravel);
• Areia – S (sand);
• Argila - C (clay);
• Solos orgânicos – O (organic soils);
• Turfa – Pt - (peat);
• Silte – M (mjäla ou “Mo”).

27
Os símbolos de cada grupo de solos estão formados por
duas letras maiúsculas, onde a primeira letra é o nome do
solo, como exposto anteriormente, e a segunda
corresponde às características dos solos como exposto
abaixo:

- W – Well graded = Bem graduado (Cu e Cc)

- P – Poor graded = Mal graduado (Cu e Cc)

- L – Low compressibility = Baixa compressibilidade (LL< 50%)

- H – High compressibility = Alta compressibilidade (LL > 50%)

28
SOLOS GROSSOS - Os pedregulhos e as areias se
subdividem em quatro grupos:
1) Grupo GW e SW – São solos bem graduados com
poucos finos ou limpo por completo
2) Grupo GP e SP – São solos mal graduados com poucos
finos ou limpo por completo
3) Grupo GM e SM – São solos com uma quantidade
apreciável de finos não plásticos
4) Grupo GC e SC - São solos com uma quantidade
apreciável de finos plásticos

29
SOLOS FINOS – As argilas, os siltes e os solos orgânicos
se subdividem, segundo seu LL, em dois grupos:
1) Grupo CL, ML e OL – (LL< 50%) – São solos de
compressibilidade baixa a média
2) Grupo CH, MH e OH – (LL > 50%) - São solos de alta
compressibilidade

OBS: Diz- se que um solo é OL ou OH, quando são


siltes ou argilas orgânicas, identificadas pela cor e
cheiro, esponjosos ao tato, e frequentemente com
textura fibrosa.

30
• Material que passa na # 200 (0,074mm) → Solo fino (silte+argila)
• Material retido na # 200 (0,074mm) → Solo grosso (pedregulho+areia)
• Material retido na # 4 (4,8mm) → Pedregulho
• Material que passa na # 4 (4,8mm) e fica retido na # 200 → Areia

• Se % que passa na #200 < 5% → verificar qual a sua composição


granulométrica → determinar Cc e Cu → GW ou GP, ou SW ou SP

• Se % que passa na # 200 > 12% → verificar as propriedades dos finos


→ Carta de Plasticidade → GC ou SC, ou GM ou SM

• Se % que passa na # 200 está entre 5 e 12% → verificar as duas


características secundárias, uniformidade da granulometria e
propriedades dos finos → “símbolo duplo” (ex: SP- SC)

ƒO silte e a argila são separados diretamente na Carta de Plasticidade.

31
32
Fluxograma auxiliar para classificação de solos
grossos

33
CARTA DE PLASTICIDADE DE CASAGRANDE

34
35
suelen.silva@professor.ufcg.edu.br

36

Você também pode gostar