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Rochas

Docente: Elisângela Pereira da Silva.


Disciplina: Materiais de Construção.
Discentes: Rodrigo Ferreira De Almeida Matricula: 919210109

Trabalho apresentado à disciplina de


Materiais de construções do Curso de
Engenharia Civil. Como pré-requisito para
a obtenção parcial da nota.

Pombal – PB
Outubro 2023

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Sumário
1. Historia................................................................................................................... 05
2. Definições.............................................................................................................. 06
3. Natureza das Rochas............................................................................................07
4. Classificações........................................................................................................08
4.1. Rochas ígneas..................................................................................................................08
4.2. Rochas sedimentares......................................................................................................08
4.3. Rochas metamórficas.....................................................................................................09
5. Mineralogias.......................................................................................................... 10
5.1. Minerais silicatados........................................................................................................10
5.1.1. Quartzo............................................................................................................................10
5.1.2. Feldspatos........................................................................................................................10
5.1.3. Plagioclásio......................................................................................................................11
5.1.4. Micas...............................................................................................................................11
5.1.5. Piroxênios........................................................................................................................12
5.1.6. Anfibólios........................................................................................................................12
5.1.7. Feldspatóides..................................................................................................................12
5.1.8. Olivina.............................................................................................................................13
5.1.9. Talco................................................................................................................................13
5.2. Minerais não silicatados................................................................................................13
5.2.1. Dolomita...........................................................................................................................13
5.2.2. Calcita..............................................................................................................................14
6. Propriedades físicas............................................................................................. 14
6.1. Cor...................................................................................................................................14
6.2. Fratura............................................................................................................................15
6.3. Homogeneidade..............................................................................................................15
6.4. Densidade.........................................................................................................................15
6.5. Porosidade.......................................................................................................................15
6.6. Permeabilidade...............................................................................................................15
6.7. Higroscopicidade............................................................................................................16
6.8. Gelividade........................................................................................................................16
6.9. Condutibilidade térmica e elétrica...............................................................................16

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6.10. Aderência.........................................................................................................................16
6.11. Dilatação térmica............................................................................................................16
6.12. Dureza.............................................................................................................................17
7. Propriedades mecânicas...................................................................................... 17
7.1. Resistência a compressão...............................................................................................17
7.2. Resistência a tração........................................................................................................18
7.3. Resistência a flexão.........................................................................................................18
7.4. Resistência ao cisalhamento...........................................................................................18
7.5. Resistência ao desgaste...................................................................................................18
7.6. Resistência ao choque....................................................................................................19
8. Propriedades térmicas.......................................................................................... 19
8.1. Condutividade térmica..................................................................................................19
8.2. Calor específico...............................................................................................................19
8.3. Dilatação térmica............................................................................................................19
9. Rochas usadas como material de construção...................................................20
9.1. Granito............................................................................................................................20
9.2. Sienitos.............................................................................................................................20
9.3. Monzonitos......................................................................................................................21
9.4. Dioritos.............................................................................................................................22
9.5. Gabros, Diabásios e Basaltos........................................................................................22
9.6. Gnaisses...........................................................................................................................23
9.7. Arenitos............................................................................................................................23
9.8. Quartzitos.......................................................................................................................24
9.9. Mármores........................................................................................................................25
9.10. Calcários..........................................................................................................................25
9.11. Ardósias...........................................................................................................................26
9.12. Serpentinitos....................................................................................................................26
10. Especificações para escolha das Rochas.........................................................27
10.1. Condições técnicas..........................................................................................................27
10.2. Resistência.......................................................................................................................27
10.3. Trabalhabilidade............................................................................................................27
10.4. Durabilidade....................................................................................................................27

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10.5. Condições econômicas....................................................................................................27
11. Aplicações na construção civil...........................................................................28
11.1. Alvenarias e cantarias....................................................................................................28
11.2. Pavimentação..................................................................................................................28
11.3. Revestimentos.................................................................................................................29
11.4. Agregados para concreto...............................................................................................29
12. Orientação para colocação..................................................................................30
13. Produção da rocha para a construção civil.......................................................32
14. Transformação dos materiais pétreos................................................................33
14.1. Desmonte da rocha.........................................................................................................33
14.2. Lavra da rocha................................................................................................................34
15. Causas das deteriorações....................................................................................35
16. Defeitos................................................................................................................. 36
16.1. Fendas..............................................................................................................................36
16.2. Nódulos............................................................................................................................36
16.3. Geodos.............................................................................................................................37
16.4. Veios.................................................................................................................................37
17. Principais patologias........................................................................................... 38
17.1. Modificação na coloração da rocha..............................................................................38
17.2. Manchamentos................................................................................................................38
17.3. Cristalização de sais........................................................................................................39
17.4. Perda de brilho...............................................................................................................39
17.5. Riscos...............................................................................................................................40
17.6. Deterioração....................................................................................................................40
18. Recomendações para conservação das Rochas..............................................41
19. Referências........................................................................................................... 42

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1. Historia

A rocha é o material mais antigo, sendo utilizado pelo homem desde a Idade da Pedra. A
rocha favorece os povos devido ser aplicada sem ser preciso nenhuma alteração em seu estado
natural.
No período Neolítico Superior começa a aparecer as primeiras construções feitas de rochas.
Dessa forma, a partir que o homem começa passam a abandonar as cavernas para explorar outras
áreas, eles começam a construir suas moradias feitas de rochas aparecimento de pequenas aberturas
e não tinha a presença de um outro material para por exemplo, seu revestimento. Ademais, tinha os
dólmens, que era construídas pelo homem feitas por blocos de pedras.

Figura – Nuragues Figura – Dólmens

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Fonte: Google Fonte: Google

No período da colonização do Brasil, a rocha foi um material bastante utilizado para


construir igrejas e outras obras. Destacando as obras de Aleijadinho em Minas Gerais com o uso da
pedra de sabão, material de alta resistência e dureza. A rocha teve muito resultado no século XX
com as construções de concreto armado e no século XIX com as construções metálicas. Esses novos
materiais apresentavam resistência a tração, e como a pedra resistia bem a esforços de compressão,
a combinação desses possibilitou a novas técnicas construtivas possibilitando aplicações em
pequenas fundações e blocos de pavimentação, também, a rocha passou a ser utilizada em
revestimento devido a mesma apresentar boa aparência e ter boa durabilidade.

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Figura - Obra de Aleijadinho com o uso da pedra de sabão

Fonte: Google

2. Definiçõe s

A rocha é um material
formado a partir de vários
outros agregados que consiste
em um sólido de origem
natural, podendo ser formado de materiais orgânicos que seria o carvão ou também de minerais não
cristalinos como o vidro vulcânico. Assim, a rocha se forma em proporções bem definidas conforme
as condições de pressão e temperaturas ambientes. Se a rocha se forma por um único mineral, é
chamada de monominerálica, como exemplo temos os quartzitos, por outro lado, quando a mesma é
formada por mais de um mineral é chamado de poliminerálica, tendo como exemplo os granitos,
pedra que forma a partir dos minerais (quartzo, feldspato, mica, anfibólios e piroxênios).
Ainda mais, temos as rochas ornamentais, que são aquelas que apresenta função decorativa
sendo usado para acabamentos devido sua textura e sua cor, aplicadas como objetos ou na estética
de interiores, bastante vistas em colunas de edificações, bancadas, etc. As rochas para revestimento,
por sua vez, é uma pedra natural utilizada nas construções principalmente no acabamento de
superfícies como pisos e fachadas.

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Figura – Rochas ornamentais Figura – Rochas para revestimento

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Fonte: Google Fonte: Google

3. Natureza das rochas

A determinação das características e identificação das se dá em campo, através do


mapeamento geológico por meio de registros e observação das estruturas das rochas, até chegar ao
laboratório, onde passa por processos mais rigorosos que permite descrever a composição
mineralógica, deformações sofridas, textura das rochas, e outros fatores. Todas essas características
tem como principal fator a ação do intemperismo.
Dentro desses estudos, destacam se:
O estudo da estrutura, que permite perceber a ocorrência dos processos geológicos como
falhamentos, intrusões ígneas, tudo isso dependendo das características de cada tipo estrutura das
rochas. Por exemplo: quando apresenta estrutura maciça está tratando de rochas originadas a partir
no magma, ou seja, tem composição homogênea; quando identifica uma estrutura estratificada é
porque tem características das rochas sedimentares, ou seja, oriundas do acúmulo de rochas
formando várias camadas; e a estrutura xistosa se trata de rochas metamórficas, ou seja, formadas a
partir de rochas já existentes.
O estudo da textura se dá por uma análise microscópica onde permite perceber a forma e as
dimensões dos minerais que a compõe, assim a textura implica diretamente em algumas
características das rochas como permeabilidade e resistências mecânicas. Também, o estudo da
granulometria é de suma importante, pois o tamanho dos grãos permite conhecer a natureza das
rochas.

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4. Classificações

A crosta terrestre é composta por três grandes grupos a qual as rochas são agrupadas
conforme o processo de formação: ígneas, sedimentares e metamórficas.

4.1. Rochas ígneas

As rochas ígneas são formadas a partir da solidificação do magma no interior da terra.


Dependendo do local em que a rocha se forma, ela pode ser extrusiva ou vulcânica quando ocorre o
resfriamento do magma na superfície terrestre após ser expelido por meio de atividades vulcânicas,
resultando em um material cristalino de granulação fina, como exemplo o basalto. Já as rochas
intrusivas ou plutônicas são aquelas formadas quando o resfriamento do magma acontece no interior
da litosfera, resultando em um material cristalino de granulação mais grossa podendo ser observado
sua estrutura, tendo como exemplo o granito. Ainda temos as rochas hipoabissais formadas entre as
profundidades das rochas extrusivas e intrusivas, formadas através de fraturas ocorridas devido as
altas pressões exercidas pelo magma, como exemplo o diabásio.
Os minerais mais comuns nas rochas ígneas são todos do grupo dos silicatos: feldspatos,
feldspatoides, quartzos, olivinas, piroxênios, anfibólios e micas. Os elementos químicos mais
abundantes nelas são o silício e o oxigênio (75% do total), mas são também importantes o alumínio,
ferro, cálcio, sódio, potássio, magnésio e titânio. Assim, as rochas ígneas são excelentes como
material de construção apresentando alta durabilidade e alta resistência.
Figura – Rochas ígneas

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Fonte: Google
4.2. Rochas sedimentares

As rochas sendimentres são formadas por fragmentos de outras rochas ( os silicatos ) por ação
do processo chamado inteperismo, onde são transportados por meio fluvial, marítimo ou eólico. Elas
possuem permeabilidade e porosidade possibilitando com que essas rochas tenham baixa resistência.
Assim temos as rochas clásticas, formadas por rochas já existentes, elas se depositam no ambiente e
ficam consistentes devido pressões aplicadas das camadas superiores, tendo como exemplo o arenito.
Também temos as rochas químicas oriundas pela combinação de íons quando são dissolvidos em
contato com a água, como o calcário.

Figura – Rochas sedimentares

Fonte: Google

4.3. Rochas metamórficas

As rochas metamórficas
também são formadas a partir de outras
rochas. Mas, nesse caso ocorre devido a
transformações tidas na estrutura e nos
minerais dessas rochas já existentes. Essas transformações sejam por diferenças de pressões ou
temperaturas pode causar uma mudança na rocha a ser formada, por exemplo: o calcário quanto
submetido a um aumento de pressão e temperatura se transforma em mármore, um arenito
transforma em quartzito.

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Figura – Rochas metamórficas

Fonte: Google

5. Mineralogias

A mineralogia das
rochas está relacionada aos
diferentes minerais que compõem as
rochas, e é conhecida através de dois grupos, os minerais silicáticos e os não silicáticos.

5.1. Minerais silicatados

Os minerais silicatados são aqueles cujo na sua composição possuem silício e oxigênio.
Sendo os principais minerais formadores de rocha na crosta terrestre, podemos citar:

5.1.1. Quartzo

O Quartzo que possui forma cristalina da sílica, é incolor e não se decompõe facilmente,
esse mineral quando em contato com os álcalis de cimento Portland, prejudica sua composição, pois
irá provocar a desintegração de sua estrutura permitindo a adsorção de água e de íons alcalinos.
Assim, causando algumas manifestações como fissuras em pavimentos de concreto e
desalinhamento da crista nas barragens.

Figura – Quartzo

Fonte: Google

5.1.2. Feldspato

Os Feldspatos formados a partir de alterações de


temperaturas e pressões apresenta forma de
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argila para constituição das rochas sedimentares, e geralmente apresenta cor branca, sendo utilizado
na fabricação de borrachas, tintas e outros.

Figura – Feldspato

Fonte: Google

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5.1.3. Plagioclásio

O Plagioclásio são minerais encontrados em rochas magmáticas como o basalto, faz parte da
família dos feldspatos e é rica em silicatos como a biotita, anfibólios, piroxênios e olivinas.

Figura – Plagioclásio

Fonte: Google

5.1.4. Micas

As Micas são minerais silicatados


hidratados com metal encontrados nas
rochas ígneas ácidas e metamórficas. Se o metal for o potássio (metal macio e reativo quando em
contato com a água e o gás oxigênio) apresenta uma coloração branca, mas quando o metal é o ferro
apresenta a biotita com coloração preta, esse tipo de mineral se degrada quando tem perda de água e
é sensível a altas temperaturas.

Fonte: Google
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Figura – micas

Fonte: Google
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Fonte: Google

5.1.5. Piroxênios

Os piroxênios, assim como as micas são minerais silicatados encontrados nas rochas ígneas
e metamórfica, mas apresenta coloração azul, verde-claro ou escuro e preta. Esse tipo de mineral é
composto por ferro, magnésio e cálcio, muito alteráveis nas condições de clima tropical.

Figura – Piroxênio

Fonte: Google

Fonte: Google
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5.1.6. Anfibólios

Os Anfibólios são minerais aparentemente iguais aos piroxênios, sendo a única diferença
possuir água na sua constituição.

Figura – Anfibólios

Fonte: Google

5.1.7. Feldspatóides

Os Feldspatóides são minerais parecido com os feldspatos, mas apresenta coloração


azul e menor teor de sílica, assim se torna sensível a ácidos.

Figura – Feldspatóides

Fonte: Google
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5.1.8. Olivina

A Olivina apresenta cor cinza-esverdeadas, capaz de se alterar em ambientes de clima


tropical e sendo sensível a ácidos, e é um mineral constituído de silicatos de magnésio e ferro.

Figura – Olivina

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Fonte: Google

5.1.9. Talco

O Talco é um silicato de magnésio de cor branca, sendo o mineral menos rígido presente nas
rochas, é utilizado na indústria de cerâmica para pisos e azulejos, tintas e outros.
Figura – Talco

Fonte: Google

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5.2. Minerais não silicatados

Quando falamos de minerais não silicatados, se referimos ao grupo que pode conter
oxigênio, mas não em combinação com o silício, com estrutura mais variável que os silicatos.

5.2.1. Dolomita

A Dolomita é um mineral de carbonato de cálcio e magnésio encontrado em rochas


sedimentares, apresenta coloração branca, branco avermelhado ou branco acastanhado. É utilizado
na fabricação de materiais refratários.

Figura – Dolomita

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Fonte: Google

5.2.2. Calcita

A Calcita é um mineral de carbonato de cálcio predominante em rochas sedimentares


constituintes dos calcários e em rochas metamórficas constituintes dos mármores. A calcita pode ser
usada na preparação de cimentos, cal, argamassas e tintas.

Figura – Calcita

Fonte: Google

6. Propriedades
físicas

Para avaliação da qualidade das rochas algumas propriedades são mais decisivas que outras.
Em seguida, são detalhadas as propriedades físicas das rochas.

6.1. Cor

A cor da rocha é determinada por seus componentes acessórios e cor dos minerais essenciais.
Porém, não serve para identificação mineralógica, devido sua grande variabilidade. A cor tem
importância quando a rocha possui finalidade decorativa, a qual exerce influência no seu valor.

Segundo CAVALCANTI (1951), as rochas simples são monocromas, ou seja, caracterizam-


se com a cor do mineral constituinte. As rochas compostas são policromas, a sua coloração resulta da
combinação de cores próprias dos minerais constituintes.

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6.2. Fratura

A fratura diz respeito à textura, ou seja, à forma e ao aspecto da superfície de fragmentação


da rocha. Com isso, essa propriedade está relacionada à facilidade ou dificuldade de corte,
polimento, extração e aderência. Existem 6 tipos principais de fratura: angulosa (superfície de
separação mais ou menos resistente), plana (corte fácil em blocos de faces planas), lisa (polimento
fácil), conchoidal (corte difícil), áspera (boa aderência), escamosa (corte difícil, porém fácil de
lascar).

6.3. Homogeneidade

De acordo com CAVALCANTI (1951), a homogeneidade é uma característica que toda rocha
deve possuir, pois é um traço que define boa qualidade. Uma rocha média e homogênea é melhor que
uma heterogênea. Ao percutir a rocha verifica-se que a com defeitos possui som surdo e a sem
defeitos tem som claro. Assim como, ao ocorrer o choque com martelo a rocha considerada
homogênea se quebra em pedaços, diferentes da não homogênea que não se quebra em grãos.

6.4. Densidade

Uma rocha é formada por um esqueleto de partículas sólidas envolvendo vazios de tamanhos
variados. Quanto maior o volume de cheios, mais compacta é considerada a rocha e quanto maior o
número de vazios, mais porosa ela é. Desse modo, quanto mais compacta, mais densa e quanto mais
porosa, menos densa. Na presença de duas rochas de espécies diferentes, mas aparências parecidas,
a densidade é considerada uma característica válida.

6.5. Porosidade

De acordo com PETRUCCI (1973), a porosidade é caracterizada pelo grande número de


vazios em razão do volume total. Algumas propriedades da rocha porosa são: pouca resistência à
compressão; grande permeabilidade; e gelível, ou seja, quando se embebeda de água a rocha pode se
congelar e estalar.

6.6. Permeabilidade
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A permeabilidade é uma propriedade na qual se refere à quantidade de vazios que se
deixam encher por líquidos ou gases. Enquanto que a porosidade se refere a passagem desses
fluidos nos poros. De acordo com LAMAGUTI (2001), as duas propriedades podem ser
controladas por meio da textura, sanidade da rocha e granulação.

6.7. Higroscopicidade

Higroscopicidade é a propriedade que define a capacidade da rocha de obter quantidade


significativa de água por adsorção. O método gravimétrico é utilizado para determinar o teor de
umidade por meio da secagem do material a altas temperaturas.

6.8. Gelividade

Ocorre em rochas presentes nas regiões com temperaturas abaixo de 0°C. Essa propriedade
provoca a degeneração da rocha devido à formação de gelo na baixa temperatura com o aumento de
volume da água nos poros.

6.9. Condutibilidade térmica e elétrica

Normalmente, as rochas porosas são mais isolantes que as compactas. Além disso, sua
condutibilidade é relativamente pequena (PETRUCCI, 1973). A dilatação é um dos fatores de
deterioração, por isso, devem ser vistas juntas antecipadamente para prevenir fissuras em alvenaria
sujeita a variações de temperatura. Isso ocorre devido às diferentes respostas dos minerais
constituintes ao ambiente e má condutibilidade, provocando diversas tensões.

6.10. Aderência

É a capacidade da rocha de se ligar à argamassa, ou seja, sua resistência ao corte entre sua
superfície e outro material. Ocorre devido a ação química e mecânica dos materiais. Características
como a fratura e porosidade podem influenciar na propriedade.

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6.11. Dilatação Térmica

A Dilatação Térmica é um fenômeno que provoca na rocha aumento ou diminuição de seu


volume. Essa alteração é causada quando a pedra sofre um aquecimento ou resfriamento,
dependendo das condições que o ambiente está favorecendo. Assim, quando a rocha está submetida
a intensas variações de temperatura, sua camada exterior apresenta tensões maiores que na sua
camada inferior, logo os minerais que está presente na rocha começam a se dilatar de forma
desordenada surgindo o aparecimento de fissuras, provocando assim a deterioração da rocha.

6.12. Dureza

A Dureza dos minerais é medida a partir do grau que se consegue riscar os corpos de dureza
já conhecida. Contudo, para as rochas o método é diferente, pois as rochas são constituídas de
vários minerais, sendo cada um com seu grau de dureza específico, assim, uma mesma amostra de
rocha pode ter dureza variável. Portanto, a rocha mede sua dureza a partir da facilidade com que é
serrada, podendo ser:
 Brandas: consegue cortar com a serra de dentes, como os tufos vulcânicos;
 Semiduras: a serra de dentes se torna muito trabalho, passando a usar esmeril ou a serra lisa
com areia, e são os calcários compactos;
 Duras: só consegue serrar com a esmeril ou serra lisa com areia, um exemplo é o mármore;
 Duríssimas: se torna trabalhoso serra com esmeril, assim passa a ser serradas com
diamante, como no caso dos granitos.

7. Propriedades mecânicas

7.1. Resistência à compressão

A propriedade referente a resistência a compressão é uma grandeza calculada na unidade de


Mega pascal (Mpa). Em síntese, sua funcionalidade permite suportar a tensão que provoca a ruptura
da rocha quando as mesmas estão sendo submetidos a uma ação de compressibilidade. Além disso,
seu objetivo tem a função de fornecer dados suficientes para, por exemplo, dimensionar as devidas
rochas a serem utilizadas para a construção seja de um elemento estrutural ou de fundação, com o
intuito de suportar as devidas

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cargas. Além disso, o ensaio de resistência a compressão é considerado um importante indicativo
das características físicas e visuais das mesmas, considerando uma rocha com a presença de fissuras
ou alterações que influenciem na ordenação dos minerais constituintes irá conceder valores
inferiores a resistências daquelas que possuam uma qualidade superior.
A resistência à compressão das rochas pode variar de 200 a 400 kg/cm 2 com uma
dependência da resistência dos elementos mineralógicos, da textura, estado de alteração, da
densidade, da homogeneidade, da umidade, da estrutura, entre outros. Ademais, uma rocha que
apresentem minerais que resistem mal aos esforços de compressibilidade a rocha também irá se
comportar de forma negativa, elementos como o quartzo e a mica presentes em um determinado
tipo de rocha é um bom fator a ser subjetivado de que aquela rocha resiste bem a esse esforço, pois
os minerais resistem de forma positiva, geralmente quanto menor for os elementos maior vai será a
resistência a compressão.

7.2. Resistência à tração

A princípio, as rochas resistem mal a tração, onde os ensaios comprovam que as mesmas
atingem, no máximo, até 5% do valor de sua própria resistência a compressão, deixando claro em
formas de dados que esse valor em porcentagem é muito baixo. Assim, as rochas não são elementos
fundamentais no uso da construção que tendem a concentrar uma alta resistividade à tração.

7.3. Resistência à flexão

Quando nos referimos a resistência a flexão que as rochas podem suportar é em razão das
solicitações dos esforços empregados em edificações em sua forma mais usual como; em telhas,
pisos elevados, degraus de escada, tampos de pia e balcões. Com isso, observamos que a resistência
a flexão é calculada nas rochas quando as mesmas já passaram por um processo de refinamento de
seu estado bruto. Além disso, outro exemplo a ser esclarecido é o fato do vento que bate em placas
de rochas fixadas com ancoragem metálicas para o aperfeiçoamento estético de uma edificação.
Portanto, fica claro como as rochas tende a resistir ou não aos mais diversos fatores a elas
submetidas, onde, a resistência à flexão possui uma oscilação de 1/9 a 1/18 da resistência à

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compressão.

7.4. Resistência ao cisalhamento

A resistência ao cisalhamento é a máxima tensão de cisalhamento que, por exemplo, uma


rocha pode suportar sem sofrer a ruptura. Com isso, sua resistência pode chegar, em média, 1/15 da
resistência à compressão, sendo considerada maior que a resistência à tração e menor que a
resistência ao cisalhamento.

7.5. Resistência ao desgaste

Quando estudo o fator de resistência ao desgaste de uma devida rocha também nos
deparamos com o fator de estudo com a rocha lapidada em outros elementos construtivos. A rocha
utilizada para a construção de revestimentos de piso e calçamentos, como lajotas ou
paralelepípedos, devem apresentar uma certa resistência a compressão, choque como também ao
desgaste a ela submetida. Por conseguinte, esse tipo de resistência possui uma certa dependência
da textura e aumenta com a diminuição da granulação, essa resistência é elevada quando, por
exemplo, uma rocha é lapidada e polida diminuindo o atrito e consequentemente aumenta a sua
resistência ao desgaste.

7.6. Resistência ao choque

A resistência ao choque é a energia necessária para romper, por exemplo um corpo de


prova. Nas rochas utilizadas principalmente para o trafego de pessoas ou veículos sofrem tensões
nas arestas, por ser uma área de frágil configuração estrutural. Assim, além de todas as resistências
mecânicas citadas anteriormente a rocha deve resistir bem aos choques repetitivos ou únicos.

8. Propriedades térmicas

8.1. Condutividade térmica

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Quando nos referimos a condutividade térmica é caracterizada como uma propriedade que o
material possui de gerar uma transmissão, entre a espessura de um determinado material, de um
fluxo térmico que resulta da diferença da temperatura entre as duas faces do material. Assim, essa
propriedade térmica nas rochas é de suma importância para a sua utilização em concreto de cimento
Portland, pois, com a adição da água para a confecção do cimento é liberado reações conhecidas
como exotérmicas, cujo é originada do processo de hidratação do cimento. Com isso, essas reações
podem influenciar na originalidade da rocha podendo roubar calor e afetando esse processo.
Portanto, não somente em questão ao cimento, mas também visando que a condutividade térmica é
importante para materiais de revestimentos com funções calorífugas.

8.2. Calor específico

No geral, a propriedade de calor especifico tem a finalidade de absorver uma certa


quantidade de calor quando é aquecida. Conhecida, também, por capacidade calorífica, se trata de
estabilizar o calor das rochas usadas como revestimento de paredes ou também para fazer cálculos
referente ao nível de reaquecimento de materiais como concreto e alvenaria em períodos de baixas
temperaturas ou em países que necessitam dessa trabalhabilidade, usada também para controlar o
calor gerado pelas reações exotérmicas da hidratação do cimento.

8.3. Dilatação térmica

A dilatação térmica é um fenômeno que associa a temperatura e o volume sofrendo um


aumento diretamente proporcional, ou seja, quando maior a temperatura, maior o volume de
dilatação. Nas rochas, essa propriedade depende da natureza mineralógica, da estrutura e
porosidade. Além disso, cada mineral constituinte possui um certo grau de dilatação em forma de
um coeficiente, podendo um mesmo material apresentar cerca de dois tipos de coeficiente. Assim,
em rochas porosas, os minerais expandem em direção dos poros, com uma ação de diminuição da
dilatação total.

9. Rochas usados como material de construção

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9.1. Granitos
A princípio, o granito é um tipo de rocha magmática, ou seja, são formações rochosas que se
originam no interior da terra, encontradas sob a forma de magma. Diante disso, é a rocha mais
frequente encontrada na crosta terrestre, encontrados na superfície da terra originados pela erosão
nas cadeias montanhosas. Sua constituição é formada principalmente por cristais de feldspatos
potássicos, plagioclásio, quartzo, mica e minerais.
Na natureza ou em processos encontramos uma certa variedade de granitos, onde são
diferenciados na textura, grossa, media ou fina, e na coloração, avermelhada, rosada, amarelada ou
cinza. Sua estrutura é de formação compacta com uma resistência mecânica alta. Ademais, seu uso
na construção civil é aplicado exclusivamente em revestimentos de paredes, pisos, detalhes
decorativos em pisos, soleiras e rodapés, elementos estruturais, tampos de mesa, balcões,
pavimentação entre outros.

Figura – Pedra de granito

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

9.2. Sienitos

Considerando que o sienito também é uma rocha magmática plutônica na sua formação é
caracterizada pela existência de elevados teores de feldspato potássico e baixos teores de quartzo,
onde, apresenta uma relação de 20% inferior ao volume da

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rocha. Além disso, nas suas características físicas e visuais possuem uma coloração branca, cinza,
marrom, rosa ou vermelha, apresentam uma granulação média a grossa, é pouco resistente a
abrasão, ou seja, há uma remoção de material da superfície devido a ação de partículas duras
presentes entre ela, mas por possuir pequenas quantidades de quartzo, é encontrada uma alta
resistência mecânica e baixa porosidade.
Sua usualidade na construção civil é basicamente na utilização de pedra de revestimento,
possuem características estéticas favoráveis bem parecidas com os granitos, porém, quando nos
referimos à alterabilidade os feldspatóides são afetados por águas aciduladas.

Figura – Pedra de sienito

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

9.3. Monzonitos

É considera uma rocha ígnea intermediarias, ou seja, são rochas originadas da solidificação
do magma, formadas em altas temperaturas no interior da crosta terrestre em profundidades
variadas. Ademais, esse tipo de rocha apresenta a mesma mineralogia presente nos granitos, com
um baixo teor de quartzo que é o que diferencia uma da outra. Sua característica física é um pouco
semelhante ao granito, porém, apresentam uma coloração mais escura pela presença de um alto teor
de anfibólio, biotita ou piroxênio. Assim, esse tipo de rocha é também usado como material de
revestimento e pedra britada.

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9.4. Dioritos

Esse tipo de rocha é, também, considerado uma rocha ígnea possuindo cerca de três formas
características que são; plutônicas, hipoabissais e efusivas. Com isso, a diferenciação da forma
plutônica é por apresentar uma coloração escura com uma granulação média a grossa. A forma
hipoabissal tem uma coloração escura com um tom esverdeado ou rosado com granulação de média
a fina. Já a forma efusiva desdenha uma coloração em tons de cinza, púrpura, castanho, verde e
preto com granulação fina. Sua aplicação na construção civil é aplicada em revestimentos de
paredes, sendo interior ou exterior, em revestimentos de pisos, interior ou exterior, detalhes
decorativos usualmente usados em soleiras e rodapés e como objetos decorativos em geral.

Figura 23 – Pedra de dioritos

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

9.5. Gabros, Diabásios e Basaltos

Essencialmente são rochas ígneas com a presença de plagioclásio e piroxênio. Referente aos
basaltos, os mesmos apresentam um argilominerais expansivos pelo fenômeno de absorção de água
com uma coloração preta. Os Gabros possuem uma granulação grossa, o Diabásio média e o Basalto
fina. Além disso, o Gabro e Diabásio são consideradas rochas intrusivas, ou seja, sua formação é
originada abaixo da superfície, já o basalto é extrusivo, sua formação é sobre a superfície. Todas
apresentam uma alta resistência mecânica.

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Sua funcionalidade e usualidade é considerada como pedra de revestimento, usadas também em arte
funerária, calçamentos, mas, são menos resistentes ao desgaste que o granito.

Figura - Gabros, Diabásios e Basaltos

Fonte: Google

9.6. Gnaisses

É considerada uma rocha metamórfica, ou seja, são formadas pela transformação de outras
rochas em condições especificas de temperatura e pressão. Além disso, é formada por um tipo de
metamorfismo regional de pressão e temperatura bastantes elevadas, é conhecida como ‘’rocha
movimentada’’ por ter um aspecto visual e formação dos seus minerais em listras com faixas claras
e escuras. Sua aplicação é em revestimentos de paredes, interiores e exteriores, revestimentos,
detalhes em pisos, soleiras, rodapés, tampos de mesa, balcões de cozinha e pavimentação urbana.

Figura – Pedra de gnaisses

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Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

9.7 Arenitos

É um tipo de rocha sedimentar proveniente da consolidação de sedimentos constituídos por


grãos de quartzo. Sua formação pode ser em diversos ambientes como; marinho, lacustre, praial,
estuarino, fluvial, eólico e periglacial. Sua composição é considerada variada desde a
formação do arenito puro conhecido como o ortoarenito, onde são compostos totalmente por
quartzo com uma pequena quantidade de argila, até o arenito impuro onde os grãos de areia se
associam à pequenos fragmentos de rocha, formando uma massa fina de silte e argila. Com isso,
percebemos que o mineral principal é o quartzo com pequenas quantidades de feldspatos, micas,
granadas, zircão e fragmentos de rocha. Sua aplicação é em revestimentos de muros, paredes, pisos,
calçadas e decorações de ambientes rústicos.

Figura – Pedra de arenito

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção

9.8 Quartzitos

Sua definição é como rochas metamórficas com uma derivação de sedimentos arenosos.
Formado essencialmente, por grãos de quartzo recristalizados envolvidos ou não por cimento. Além
disso, ocorre um processo conhecido como recristalização mineralógica ocasionada por efeito de
pressão e temperaturas que atuam diretamente na formação dos sedimentos. Os minerais
constituídos por essa rocha são basicamente micas ou feldspatos, apresentam coloração
esbranquiçada, amarelada, esverdeada, rosada e acinzentada.
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Figura – Pedra de quartzitos

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

9.9 Mármores

São rochas metamórficas originadas de calcário e dolomitos, apresentam uma coloração


branca quando a rocha tem presente esses minerais, contendo outros minerais ou impurezas como
argila ou matéria orgânica apresentam uma variação de cores. São, em geral, pouco duros e
facilmente atacas por ácidos, são rochas macias, pouco abrasivas e de baixa resistência a agentes
externos. É um tipo de rocha muito utilizada desde a antiguidade em monumentos, revestimentos, a
suas cores são de rara uniformidade, aplicados em revestimentos de parede, pisos, detalhes
decorativos em pisos, soleiras e rodapés entre outros.

Figura – Pedra de mármore

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

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9.10 Calcários

Essas rochas podem ter origem sedimentar ou metamórfica com uma composição
mineralógica com a presença de calcítica e dolomítica. Pois bem, os calcários sedimentares
possuem uma baixa resistência mecânica e baixa dureza, por isso, não sã usados como agregados.
Em relação a sua estrutura possuem uma certa heterogeneidade e uma mineralogia adequada, mas,
por sua aparência estética são usualmente utilizadas para o revestimento e ornamentação com cores
variando do bege- clara ao branco. Considerando as calcários de origem metamórficas possuem
uma resistência mecânica alta, mas, apresentam uma dureza relativamente baixa se comparada com
outros tipos de rocha. Esse tipo de calcário se comporta de forma positiva como agregado em
concreto hidráulico, alguns são utilizados como revestimentos com colorações variando do cinza-
claro ao preto.

Figura – Pedra de calcário

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

9.11 Ardósias

São consideradas rochas metassedimentares, ou seja, rochas que se originam de rochas


resultantes do metamorfismo de rochas sedimentares, formadas a partir de sequencias argilosas e
silico-argilosas. Além disso, as ardóisias é um material rochoso com uma alta duração, utilizados
para revestimentos de pisos, paredes, telhados e peças de mobiliário. Na Europa esse tio de rocha é
utilizado como telhas, mas recentemente expandido ao revestimento de pisos, paredes e fachadas.
Possuem na sua estrutura minerais como mica branca, quartzo, clorita, grafia e material carbonoso,
apresentando uma alta durabilidade. Com isso, sua coloração varia do cinza, verde, vinho entre
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outros.

Figura – Pedra de ardósias

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

9.12 Serpentinitos

São um tipo de rocha originados de produtos de alteração hidrotermal de rochas ígneas. Pois
bem, apresentam compostos mineralógicos por minerais do grupo da serpentina formando às
expensas da hidratação de olivinas e piroxênios.

10 Especificações para escolha e seleção das rochas

10.1 Condições técnicas

Apresentam, em conjunto com outros fatores a qualidade de apresentação da pedra. Assim,


esse critério leva em base o estudo da resistência, trabalhabilidade e na durabilidade da pedra em
usabilidade na construção civil.

10.2 Resistência

Para a maioria das rochas a resistência é um dos principais requisitos para sua escolha, em
outros casos a resistência é de interesse secundário. Por exemplo, uma pedra de constituição para a
construção de um pilar deve suportar todos os esforços e ser compatível, embora, uma rocha

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utilizada para revestimento de parede a resistência mecânica e um interesse secundário, pois, nessa
condição outras condições como a trabalhabilidade, durabilidade e aparecia se sobressaem.

10.3 Trabalhabilidade

Em síntese, a trabalhabilidade é referida a maior ou menor facilidade com que a rocha possa
ser utilizada, considerando suas formas e dimensões. Além disso, a trabalhabilidade influência nas
condições econômicas numa construção, ocasionando uma menor ou maior despesa. Assim, uma
rocha que apresenta um mal trabalhabilidade não são tão usuais considerando esse requisito como
principal.

10.4 Durabilidade

É uma das condições técnicas primordiais e mais importantes na escolha de uma rocha, pois
em diversos casos na construção civil essas rochas são escolhidas para durar décadas. Porém,
depende da composição mineralógica, da estrutura e da textura da rocha e varia para cada tipo de
rocha.

10.5 Condições econômicas

As condições econômicas visando a utilização da rocha na construção civil leva em virtude


os requisitos essenciais a serem observados. Pois bem, a pedra deve satisfazer as condições
técnicas com o estudo para adquirir e utilizar o mínimo. Esse ponto é de suma importância para a
caracterização regulamentar para a escolha da rocha em construções luxuosas pelo emprego das
rochas de valor mais significativo.

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11 Aplicações na construção civil

11.1 Alvenarias e cantarias

Para que sejam devidamente utilizadas, as rochas passam por um processo de refinamento
prévio, chamado de afeiçoamento da rocha, para que lhe-sejam atribuídas formas e dimensões
adequadas ao seu uso final. Ainda outro processo usado é o de aparelhamento da rocha, o qual
denomina-se como a forma ou disposição da rocha na construção. Quando essas rochas apresentam
faces aparentes, são então chamadas de rochas emparelhadas, que por sua vez podem ser de
aparelhamento rústico, apicoado, lavrado ou polido, como mostra a seguir.

Figura – Cantaria Figura – Alvenaria

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Fonte: Google Fonte: Google

Dito isso, pode-se denominar a alvenaria e cantaria como associações de blocos maciços de
pedra, que variam de acordo com seu afeiçoamento. A alvenaria, por exemplo, possui geralmente
uma característica seca e com presença de argamassa, podendo ainda apresentar-se de maneira
irregular ou aparelhada, de acordo com seu aparelhamento.

11.2 Pavimentação

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As rochas também são muito utilizadas em obras de pavimentação, geralmente compondo
calçamentos de paralelepípedos, alvenaria poliédrica, pedra portuguesa ou lajotas.

Figura - Paralelepípedo Figura – alvenaria poliédrica

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Fonte: Google Fonte: Google

11.3 Revestimentos

Rochas podem também serem utilizadas em revestimentos internos, onde são normalmente
polidas, ou externos, onde aspectos como estética e durabilidade devem ser balanceados. Ainda em
cenários externos, vale destacar que essas rochas podem ser aparelhadas, apicoadas ou lavradas.

Figura – Revestimento Interno Figura - Revestimento externo


mármore basalto

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11.4 Agregados para concreto

É de notável reconhecimento o uso de rochas em agregados para concreto; tal uso tem por
objetivo assegurar as características técnicas e econômicas já conhecidas de agregados. Ademais,
algumas das principais funções desses agregados no concreto são: assegurar as propriedades
mecânicas do concreto, garantindo sua resistência aos esforços solicitantes e ao desgaste;
estabilizar o volume do concreto; e reduzir seu custo final.
Figura – Brita

Fonte: Google

12 Orientações para colocação

A colocação das rochas em edifícios se dá por várias maneiras. Para instalação em pisos e
paredes costuma-se assentar com argamassa, seja a convencional ou a colante. Para pavimentos, a
maneira mais comum de assentamento das rochas é com areia para elementos mais grossos e
argamassa para pedras mais finas. Já para revestimentos, são utilizados elementos e pinos metálicos,
geralmente de aço inoxidável, para a fixação das placas de rochas. Para todas essas técnicas, é de
extrema importância uma mão de obra qualificada na instalação, haja visto que há um grande
emprego de tecnologias diversas e complexas, muitas vezes acompanhadas do uso de materiais
específicos. Para tal, pode- se citar algumas recomendações para essa colocação:

 Manter o ambiente de trabalho limpo, tanto para fins higiênicos quanto para evitar
sujeiras indesejadas nas pedras;

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 Para evitar águas residuais nos materiais, sempre deve-se aguardar a cura ou a
secagem da argamassa;
 Feita a instalação, deve-se aguardar um período mínimo de quatro semanas para
aplicação de tratamento de superfície em rochas dispostas horizontalmente sobre
argamassa;

 Se a cura não foi feita de maneira adequada, deve-se evitar a utilização de rejunte
impermeabilizante. Fazer a limpeza de possíveis impurezas, especialmente em rochas
brancas, que possam estar na face não polida da placa;
 Evitar uso de rochas com distinções de resistências ao desgaste, como por exemplo
mármore e granito, em pisos com elevado tráfego de pessoas;
 Deve-se evitar produtos de limpeza muito ácidos ou muito básicos, pois tais produtos
podem provocar inúmeras alterações nas rochas, como a presença de manchas, por
exemplo;
 Para rochas claras, utilizar argamassas com cimento branco e areia lavada, ou ainda
argamassas colantes apropriadas para essas rochas;
 Para aplicações em áreas térreas, deve-se impermeabilizar ao máximo o contrapiso
onde serão inseridas as rochas.

Figura – Piso Figura – Pavimento

Fonte: Google Fonte: Google

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13 Produção da rocha para a construção civil

Para que haja a extração das pedras naturais advindas das pedreiras, é necessário que seja
realizada uma avaliação topográfica do terreno, assim como sua posição, profundidade do
terreno, qualidade da pedra e o tipo de manufatura da pedra com sua utilização. Esse processo de
extração é feito majoritariamente a céu aberto, com raras exceções de exploração subterrânea.

Figura – Extração de pedreira a céu aberto

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

As operações de extração a céu-aberto costumam seguir uma ordem pré-


estabelecida:

1. Remoção dos terrenos de cobertura;


2. Estabelecimento das frentes de arranque;
3. Abertura de acessos e extração por degraus descendentes;
4. Desbaste dos blocos;
5. Armazenamento e carga dos blocos;
6. Transporte dos resíduos estéreis.

Já para instalações subterrâneas, alguns outros cuidados são indicados, como uso de
instalação artificial, abertura de poços de ventilação, desenvolvimento de esteiras ou elevadores de
transporte dos materiais e a drenagem de água acumulada nas galerias subterrâneas.

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14 Transformação dos materiais pétreos

14.1 Desmonte da rocha


Para fazer o desmonte, isto é, transformar as rochas para tamanhos menores, pode-se
reservar áreas específicas das pedreiras para o desmonte manual, ou ainda por meios mecânicos ou
com uso de explosivos. Nos processos manuais, os métodos mais utilizados são de inserção das
cunhas, guilhos e alavancas nas juntas de estratificação dos blocos de rochas, afim de causar a
separação dos blocos de pedra dos maciços e despejá-los sobre uma estrutura de transporte feita de
rolos de madeira.

Figura – Fracionamento de blocos através da introdução de cunhas

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção

Já o processo através de meios mecânicos faz utilização de máquinas e demais ferramentas


mecânicas (sejam de percussão, de corte etc.). Esse processo é consideravelmente mais rápido que o
manual, sem abrir mão da qualidade dos mesmos.

Figura – Desmonte através de meios mecânicos

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Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

A utilização de explosivos nessa indústria tem aumentado com descobrimento e introdução


dos chamados “explosivos de segurança”. É um processo que visa a rapidez, extraindo grandes
quantidades de uma vez, mas que por sua vez não garante tamanhos definidos dos blocos, isto é, há
uma impossibilidade de prever a forma e dimensões dos blocos extraídos

14.2 Lavra da rocha

A lavra da rocha, definido como o conjunto de operações que possuem o objetivo de


aproveitar industrialmente uma jazida, pode ser feita tanto de maneira manual quanto mecânica,
com esta última sendo mais utilizada devido a sua eficiência. A lavra manual da rocha é feita com
ferramentas específicas que auxiliam no acabamento de certas rochas utilizadas na construção,
como as de cantaria (peitoris, balaústres e vergas). Já a lavra mecânica é mais eficiente e
amplamente usada, possibilitando melhor uso de maneira ornamental e decorativa das rochas
naturais. Também ajuda na definição de textura da pedra, algo importante, já que existe uma
inúmera variedade de tipos de textura, que podem variar de acordo com a natureza da rocha e sua
finalidade de uso. Pode-se encontrar rochas com acabamento bruto, acabamento serrado ou ainda
com acabamentos tratados (polido, amaciado, flamejado ou bujardado). A depender do tratamento
dessas rochas, elas também podem ser classificadas de acordo com suas superfícies, em superfícies
rugosas (obtidas através de martelagem ou tratamentos à base de fogo) ou em superfícies lisas
(obtidas pela abrasão). Superfícies rugosas em

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especial, são mais indicadas para aplicações em áreas exteriores, podendo ser obtidas de
maneira barata se tratadas de maneira mecânica adequada e eficiente.

Alguns exemplos de tratamento em rochas, juntos com seus resultados, são:

 Jateamento  feito com jato de areia, para obtenção de aspecto fosco;


 Apicoamento  feito com o martelamento para adquirir um aspecto texturizado;
 Flameamento  feito com fogo, adquire um aspecto áspero e antiderrapante;

Polimento  feito para obtenção de um aspecto mais brilhante da rocha, a variar dependendo do
tipo de rocha e equipamento usado.

Figura – Lavra mecânica – disco de abrasão para polimento

Fonte: Monografia Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de seleção.

15 Causas das deteriorações

Podemos considerar como um dos primeiros e principais fatores de deterioração das rochas
o intemperismo, que passa a agir sobre as mesmas assim que são expostas na superfície terrestre e
sofrem as ações dos ventos, águas e variações de temperatura. Alguns outros fatores de ação sobre
as pedras valem ser citados:
 A umidade viabiliza reações químicas dos materiais constituintes das rochas;
 A temperatura do ar pode facilitar as reações químicas;
 Insolação;
 Poluentes e impurezas atmosféricas;

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Todos esses fatores ajudam e fazem com que as rochas sofram com efeitos físicos e
químicos, dentre os quais pode-se destacar:
 Desenvolvimento de cristais em aberturas ou poros das rochas, podendo
fragmentá-las;
 Oxidação é um processo químico mais comum, afetando geralmente as moléculas
de ferro nas pedras;
 A hidratação faz com que as rochas absorvam água, conduzindo-a por suas fendas e
capilares;

O dióxido de carbono atua sobre algumas rochas provocando a dissolução,

16 Defeitos

16.1 Fendas

De acordo com sua origem, formação geológica ou até mesmo o método de extração da
rocha podem fazer com que apareçam fendas, que por sua vez podem ser aparentes ou serem menos
visíveis e serem descobertas somente após o processo de afeiçoamento.
Figura – Fendas

Fonte: Google

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16.2 Nódulos

São aglomerações minerais que afetam e dificultam o afeiçoamento, pois tais cristais
podem ser mais ou menos duros do que as próprias rochas.

Figura – Nódulos

Fonte: Google
16.3 Geodos
Trata-se de um defeito que aparece na parte interna da rocha, o que gera uma certa
dificuldade para descobrir tal defeito. Definem-se como áreas vazias e ocas circundadas por cristais.
Figura – Geodos

Fonte: Google
16.4 Veios
São defeitos mais comuns em pedras estratificadas, definidos como uma

integração dos elementos minerais com a constituição das rochas do estrato. A depender da
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natureza desses elementos minerais, esse defeito pode ter diferentes consequências: com elementos
mais duros, o processo de afeiçoamento é prejudicado; se a dureza for similar ao da rocha, o
elemento mineral pode formar até mesmo uma característica decorativa agradável ao cliente.
Figura 48 – Veios

Fonte: Google

17 patologias

17.1 Modificação na coloração da rocha

Vários são os fatores pelos quais as rochas podem perder sua coloração, por exemplo: a
presença de certos minerais que perdem sua pigmentação caso sejam alterados; elementos passíveis
de oxidação presentes nessas rochas, produzindo uma alteração de cor, geralmente tendendo ao
marrom; impurezas na superfície que provocam uma coloração amarela na rocha; caso sejam
empregadas substâncias impermeabilizantes, as mesmas podem causar uma mudança para a cor
amarela na rocha.

Figura – Alteração na coloração

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Fonte: Google
17.2 Manchamentos

As manchas, geralmente amareladas, também são das mais comuns patologias encontradas
nas rochas, as quais são dadas origens relacionadas com processos de oxidação que atuam e
provocam mudanças no ferro presente de maneira natural na rocha.
Em alguns casos, geralmente nos chamados “granitos pretos”, podem aparecer manchas de
tons ainda mais claros, comumente o branco, em decorrência do uso de produtos ácidos na limpeza
que provocam uma espécie de oxidação. Alguns autores também citam o fator umidade como
passível de formação de manchas em certas rochas, onde essas manchas podem ser diferentes de
acordo com a porosidade, permeabilidade, constituição mineralógica e coloração.

Figura – Manchas nas rochas

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17.3 Cristalização de sais

Quando há a formação de cristais nas rochas, corre-se o risco de as pedras sofrerem


modificações estéticas e até mesmo a desintegração devido a pressão da cristalização dos sais
contidos nas fissuras dessas rochas. Em algumas rochas graníticas, a formação de cristais de sais
pode estar carreada com água de argamassa, em fissuras subparalelas à face polida da placa de
revestimento.

Figura – Cristalização dos sais

Fonte: Google

17.4 Perda de brilho

A perda de brilho ocorre geralmente pelo desgaste abrasivo e resulta de tanto de


características naturais da rocha quanto do nível de tráfego de pessoas que possam vir a passar por
aquele piso brilhante. Para evitar tais problemas, é recomendável analisar os níveis de resistência da
rocha, para escolher a mais adequada para usos em ambientes de elevada solicitação. Exemplos de
pedras de alta resistência são os granitos, graças a presença de quartzo em sua composição, ao
contrário de mármores, dioritos e pedra- sabão, que possuem um baixo nível de resistência.

17.5 Riscos

A presença de riscos está relacionada a propriedade de dureza da rocha, e costuma ocorrer


em edificações que não atendem mais a sua finalidade original, como por exemplo em casas
transformadas em comércios ou museus, ou edifícios projetados originalmente para baixo índice de
movimentação que passaram a receber muitas pessoas.
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17.6 Deterioração

Diz-se que a rocha está deteriorada quando parte de seu revestimento apresenta uma série de
patologias diferentes. Essa deterioração é influenciada por uma série de fatores, dentre os quais
pode-se citar:
 Características físico-mecânicas da rocha  tomando rochas carbonáticas como
exemplo, as quais sofrem mais com a degradação estética e funcional quando
presentes em ambientes de maior umidade ou poluição;
 Alta concentração de minerais de fácil decomposição;
 Material em estado de decomposição;
 Fadiga;

Figura – Deterioração da rocha

Fonte: Google

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18 Recomendações para conservação das rochas

Pode-se listar quatro tipos de tratamento de materiais pétreos: manutenção, preservação,


restauração e conservação. A manutenção consiste basicamente na limpeza da sujeira e impurezas
presentes nos materiais. Tal limpeza deve ser feita de maneira específica, afim de evitar causar
possíveis problemas, como deteriorações e fissuras. Os processos utilizados hoje conseguem atingir
a total eliminação de impurezas, mas possuem o contraponto de causarem o desgaste da superfície
original da rocha. Também deve-se atentar ao uso de água para limpeza, pois a mesma pode vir a
infiltrar-se na rocha ou umedecê-la a ponto de sofrer deteriorações. Logo, a permeabilidade do
material sujeito a limpeza é um importante fator a considerar-se. Pastas são os materiais mais
recomendados. Para fins de preservação, é recomendado o uso de capas adesivas de óleos
específicos, resinas, silicatos e silicones. Após a aplicação desses materiais, restitui-se a coesão das
rochas através de produtos orgânicos e inorgânicos, sendo alguns exemplos de produtos as ceras,
parafinas, resinas de vinil e acrílicas. Essas resinas de acrílico estão entre os materiais
recomendados para o tratamento, junto de silicones e sais de bário.
Para fazer a restauração de elementos danificados por sua vez, os processos com base na
pedra original ou com uso de resinas epóxi ou de poliéster são os mais requisitados. No que diz
respeito a conservação, é discutido que o melhor processo para efetivar a conservação é o de uso e
ação mínima sobre o material rochoso, auxiliado também por processos de prevenção.

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19 Referências

- DA SILVA, Claudia Cristina. Rochas na construção civil: tipos, aplicações e critérios de


seleção. Escola de Engenharia da UFMG. Belo Horizonte, 2014.
- ARCHI&URBAN. As rochas utilizadas na engenharia. Disponível em:
https://archiurban.wordpress.com/2014/12/26/as-rochas-utilizadas-na-engenharia/. Acesso em: 19
janeiro, 2023.
- FRAGA, Yuri Sotero Bomfim et al. Efeitos de adições minerais para mitigação de reações álcali-
agregado no concreto: estado da arte. Engineering Sciences, v. 5, n. 1, p. 1-13, 2017.
- SCIENCE. A diferença entre silicatos e minerai não silicatos. Disponível em:
http://pt.scienceaq.com/Geology/100416244.html. Acesso em: 19 janeiro, 2023.

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