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Disciplina: Alvenaria Estrutural 

–  UFSCar
 UFSCar 2012 1
Prof. Guilherme A. Parsekian
 parsekian@ufscar.br 

APOSTILA DO CURSO:

121088 - ALVENARIA
ESTRUTURAL

Prof. Dr. Guilherme Aris Parsekian

São Carlos

2012
Disciplina: Alvenaria Estrutural –  UFSCar
 UFSCar 2012 2
Prof. Guilherme A. Parsekian
 parsekian@ufscar.br 

1 Introdução ...............................................................
.....................................................................................................................................
..............................................................................9
........9
1.1 Breve Histórico ...........................................................
..............................................................................................................................9
...................................................................9
1.1.1 Antiguidade –
Antiguidade – Nascimento
 Nascimento da Engenharia de Estruturas e da Alvenaria Estrutural .......... 10
1.1.2 Renascimento Europeu e Revolução Industrial, Ascensão e Queda da Alvenaria Como
Estrutura 13
1.1.3 Pós-Guerra, Ressurgimento da Alvenaria Como Estrutura ................................................ 15
1.1.4 No Brasil .............................................................
.............................................................................................................................
................................................................ 16
1.2 Alvenaria Contemporânea ...............................................................
.........................................................................................................
.......................................... 18
1.3 Normas ............................................................
...............................................................................................................................
...........................................................................
........ 19
1.4 Definições ....................................................................
...................................................................................................................................
............................................................... 21
2 Materiais e Componentes .............................................................
..................................................................................................................
..................................................... 24
2.1 BLOCOS ............................................................
...............................................................................................................................
...........................................................................
........ 24
2.1.1 Identificação e Aparência Visual ..........................................................
........................................................................................
.............................. 26
2.1.2 Resistência Mecânica ...............................................................
.........................................................................................................
.......................................... 26
2.1.3 Precisão Dimensional ...............................................................
.........................................................................................................
.......................................... 28
2.1.4 Absorção de Água ..........................................................
...............................................................................................................
..................................................... 28
2.1.5 Absorção de Água Inicial ...........................................................
....................................................................................................
......................................... 29
2.2 ARGAMASSAS .............................................................
.............................................................................................................................
................................................................ 30
2.2.1 Trabalhabilidade ............................................................
.................................................................................................................
..................................................... 31
2.2.2 Retenção de água ..........................................................
...............................................................................................................
..................................................... 32
2.2.3 Aderência............................................................
............................................................................................................................
................................................................ 32
2.2.4 Resiliência ...........................................................
...........................................................................................................................
................................................................ 33
2.2.5 Resistência à compressão...............................................
compressão...................................................................................................
.................................................... 34
2.2.6 Traços comuns de argamassa...............................................................
.............................................................................................
.............................. 36
2.2.7 Classificação................................................................................................................
Classificação........................................................................................................................
........ 39
2.3 GRAUTE ...........................................................
..............................................................................................................................
...........................................................................
........ 39
2.4 ALVENARIA ..................................................................
.................................................................................................................................
............................................................... 40
2.4.1 Movimentação Térmica............................................................
......................................................................................................
.......................................... 41
2.4.2 Movimentação Higroscópica ................................................................
..............................................................................................
.............................. 41
2.4.3 Fluência ..............................................................
..............................................................................................................................
................................................................ 42
2.4.4 Módulo de deformação e coeficiente de Poisson .............................................................. 42
3 PROJETO EM ALVENARIA ESTRUTURAL..........................................
ESTRUTURAL..............................................................................................
.................................................... 43
3.1 CONCEPÇÃO ESTRUTURAL ...............................................................
.........................................................................................................
.......................................... 43
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3.1.1.1 Efeito Arco ..................................................................
......................................................................................................................
.................................................... 45
3.1.1.1.1 EXEMPLO –
EXEMPLO – cálculo
 cálculo de esforços considerando
co nsiderando efeito arco ......................................
...................................... 47
3.2 MODULAÇÃO ..............................................................
..............................................................................................................................
................................................................ 49
3.2.1 AMARRAÇÃO INDIRETA ............................................................
......................................................................................................
.......................................... 49
3.2.2 MODULAÇÃO DE 15X30 ...........................................................
.....................................................................................................
.......................................... 50
3.2.3 MODULAÇÃO DE 15X40 ...........................................................
.....................................................................................................
.......................................... 51
3.2.3.1 MODULAÇÃO VERTICAL ...................................................................
.................................................................................................
.............................. 51
3.3 PROJETO DAS ALVENARIAS ..............................................................
........................................................................................................
.......................................... 52
3.4 PASSAGEM DE TUBULAÇÕES ............................................................
......................................................................................................
.......................................... 53
3.5 DETALHES CONSTRUTIVOS ...............................................................
.........................................................................................................
.......................................... 55
3.5.1 LAJE DE COBERTURA................................
COBERTURA......................................................................................................
...........................................................................
..... 55
3.5.2 VERGAS PRÉ-MOLDADAS.....................................
PRÉ-MOLDADAS....................................................................................................
............................................................... 56
3.5.3 ESCADAS .............................................................
.............................................................................................................................
................................................................ 56
3.6 EXEMPLO DE PROJETO ..........................................................
...............................................................................................................
..................................................... 58
3.7 CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO .................................................................
...............................................................................................
.............................. 69
3.7.1 DADOS INICIAIS DO PROJETO E FLUXO DE INFORMAÇÕES ................................................ 69
4 Dimensionamento ..............................................................
..............................................................................................................................
................................................................ 73
4.1 Resistência a compressão .................................................................
..........................................................................................................
......................................... 73
4.1.1 Argamassa ......................................................................
..........................................................................................................................
.................................................... 74
4.1.2 Bloco ....................................................................
...................................................................................................................................
............................................................... 74
4.1.3 Forma de assentamento...........................................................
.....................................................................................................
.......................................... 75
4.1.4 Qualidade da mão-de-obra ..................................................................
................................................................................................
.............................. 75
4.1.5 Grauteamento ...............................................................
....................................................................................................................
..................................................... 76
4.1.6 Esbeltez............................................................................................................
Esbeltez...............................................................................................................................
................... 77
4.1.7 Direção de aplicação do carregamento...........................................................
..............................................................................
................... 78
4.1.8 Fator de redução da resistência em função de flambagem e excentricidade ................... 78
4.1.9 Dimensionamento à compressão simples –
simples – Estado
 Estado Limite Último .................................... 79
4.1.9.1 EXEMPLO –
EXEMPLO – dimensionamento
 dimensionamento a compressão simples –
simples  – ELU
 ELU ........................................ 79
4.1.9.2 EXEMPLO  – dimensionamento
 – dimensionamento a compressão simples –
simples – com
 com graute - ELU ..................
.................. 80
4.1.9.3 EXEMPLO  – dimensionamento
 – dimensionamento a compressão simples –
simples  – argamassa
 argamassa lateral apenas –
apenas  –
ELU 80
4.1.10 Cargas Concentradas .................................................................
..........................................................................................................
......................................... 81
4.1.10.1 EXEMPLO  – carga
 – carga concentrada - ELU ........................................................................
........................................................................ 82
4.2 Resistência ao cisalhamento ............................................................
......................................................................................................
.......................................... 82
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4.2.1.1.1 EXEMPLO –
EXEMPLO – cisalhamento
 cisalhamento em parede –
parede  – estado
 estado limite último .................................. 83
4.2.1.1.2 EXEMPLO  – cisalhamento
 – cisalhamento em viga –
viga – sem
 sem armadura ............................................... 84
4.2.1.1.3 EXEMPLO  – cisalhamento
 – cisalhamento em viga –
viga – carga
 carga concentrada próxima ao apoio ........... 84
4.2.1.1.4 EXEMPLO – cisalhamento
 – cisalhamento em viga –
viga – armadura
 armadura de cisalhamento ............................. 85
4.3 Resistência a flexão simples .............................................................
.......................................................................................................
.......................................... 86
4.3.1 Alvenaria não-armada ..............................................................
........................................................................................................
.......................................... 87
4.3.1.1 EXEMPLO  – flexão
 – flexão simples –
simples – sem
 sem armadura - ELU ........................................................
........................................................ 87
4.3.2 Alvenaria armada - ELU ...........................................................
.....................................................................................................
.......................................... 87
4.3.2.1 Seção Retangular –
Retangular – armadura
 armadura simples ......................................................................
...........................................................................
..... 88
88
4.3.2.2 Seção Retangular –
Retangular – armadura
 armadura dupla ..............................................................................
.............................................................................. 89
4.3.2.3 Seção T............................................................
............................................................................................................................
................................................................ 89
4.3.2.4 Vigas altas ...................................................................
.......................................................................................................................
.................................................... 90
4.3.2.5 Armaduras e diâmetros máximos e mínimos, espaçamento das barras ....................... 90
4.3.2.6 EXEMPLO – flexão
 – flexão simples –
simples  – alvenaria
 alvenaria armada –
armada – armadura
 armadura simples –
simples – ELU
 ELU .................... 9 1
4.3.2.7 EXEMPLO – flexão
 – flexão simples –
simples  – alvenaria
 alvenaria armada –
armada – armadura
 armadura dupla - ELU........................ 92
4.4 Resistência à flexo-compressão ...................................................................
.................................................................................................
.............................. 92
4.4.1 Alvenaria não-armada ou com baixa taxa de armadura - ELU .......................................... 92
4.4.1.1 EXEMPLO – flexo-compressão
 – flexo-compressão –
 – sem
 sem necessidade de armadura - ELU .......................... 94
4.4.1.2 EXEMPLO – flexo-compressão
 – flexo-compressão –
 – armadura
 armadura simplificada - ELU ....................................... 94
4.4.2 EXEMPLO – Dimensionamento
 – Dimensionamento e Detalhamento de um Elemento de Parede Típico de
Edíficio Residencial ....................................................................................
.............................................................................................................................
......................................... 9 6
4.4.2.1.1 EXEMPLO A ..........................................................
...............................................................................................................
..................................................... 97
4.4.2.1.2 EXEMPLO B ..........................................................
...............................................................................................................
..................................................... 99
4.5 Emendas .....................................................................
...................................................................................................................................
.............................................................. 104
4.6 Ancoragem ..................................................................
...............................................................................................................................
............................................................. 104
4.7 Ganchos e dobras ...................................................................
.....................................................................................................................
.................................................. 105
5 PROJETO ESTRUTURAL ...................................................................
.....................................................................................................................
.................................................. 106
5.1 INTRODUÇÃO .............................................................
...........................................................................................................................
.............................................................. 106
5.2 DADOS DO EDIFÍCIO ..............................................................
.................................................................................................................
................................................... 107
5.2.1 Forma do prédio ............................................................
...............................................................................................................
................................................... 107
5.2.2 Materiais.............................................................
...........................................................................................................................
.............................................................. 110
5.2.2.1 Alvenaria de blocos cerâmicos: ...................................................................
....................................................................................
................. 110
5.2.2.2 Alvenaria de blocos de concreto: ...................................................................
.................................................................................
.............. 111
5.2.3 Carregamentos Verticais ...........................................................
..................................................................................................
....................................... 111
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5.2.3.1 Peso próprio da parede .........................................................
................................................................................................
....................................... 111
5.2.3.1.1 Alvenaria de blocos cerâmicos: .............................................................
..............................................................................
................. 111
5.2.3.1.2 Alvenaria de blocos de concreto: ..........................................................
...........................................................................
................. 111
5.2.3.2 Lajes .................................................................
..............................................................................................................................
............................................................. 112
5.2.4 Ações Horizontais ..........................................................
.............................................................................................................
................................................... 112
5.2.4.1 Desaprumo .................................................................
...................................................................................................................
.................................................. 112
5.2.4.2 Vento ..............................................................
............................................................................................................................
.............................................................. 113
5.2.4.3 Força horizontal total ...........................................................
...................................................................................................
........................................ 113
5.3 Carregamentos Verticais: Modelo de Distribuição dos Esforços e Verificação da Compressão
  113
5.3.1 Ático.....................................................................
..................................................................................................................................
............................................................. 116
5.3.2 Escada ..................................................................
...............................................................................................................................
............................................................. 118
5.3.3 Distribuição dos Esforços ..........................................................
.................................................................................................
....................................... 118
5.3.4 Dimensionamento .........................................................
............................................................................................................
................................................... 119
5.3.4.1.1 Carregamento por grupo de parede ...................................................................
......................................................................
... 122
5.4 Ações Laterais: Modelo de Distribuição dos Esforços e Verificação da Flexo-Compressão e
Cisalhamento .....................................................................................
........................................................................................................................................
................................................... 124
5.4.1 Definição das paredes de contraventamento em cada direção ...................................... 125
5.4.2 Esforço em cada parede –
parede – sem
 sem torção .............................................................................
............................................................................. 128
5.4.2.1 Verificações ...............................................................
..................................................................................................................
................................................... 130
5.4.2.1.1 Dimensionamento das paredes do 1º pavimento - sem torção ........................... 130
5.5 Estabilidade Global e Verificação do Deslocamento Lateral .................................................... 131
6 Bibliografia...............................................................
.....................................................................................................................................
.........................................................................
... 134
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Lista de Figuras
Figura 1: Cidade de Arg-é Bam, construção em Adobe, 500 a.C. (fonte: en.wiki Image:Iran, Bam.png) .................... 10
Figura 2: Pirâmide de Queops no Egito, 3.000 a.C. (fonte
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Pyramide_Kheops.JPG) ..................................................................................... 11
Figura 3: Monumento Stonehedge no Reino Unido, Unido, 3.000 aC (fonte
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:S7300095.JPG) .................................................................................................. 11
Figura 4: Partenon na Grécia, 500 aC (fonte http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Parthenon_from_west.jpg) ....... 12
Figura 5: Coliseu em Roma, 70 dC (fonte http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Coliseu14.jpg)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Coliseu14.j pg) ............................... 12
Figura 6: Arco antigo em alvenaria de pedra (fonte http://en.wikipedia.org/wiki/Image:BaraKaram.jpg) .............. 13
Figura 7: Grande Muralha da China (http://en.wikipedia.org/wiki
(http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Chemin_de_ronde_muraille_long.JPG)
/Image:Chemin_de_ronde_muraille_long.JPG) . 13
Figura 8: Edifícios de multi-andares construídos no final do Séc. 19 em fotos recentes (Austrália) ........................... 14
Figura 9: Prédio da Prefeitura da Filadélfia, mais alto edifício em alvenaria estrutural já construído (fonte:
http://photos.igougo.com/images/p193177-Philadelphia_PA-City_Hall.JPG)
http://photos.igougo.com/images/p193177 -Philadelphia_PA-City_Hall.JPG) ........................................................... 14
Figura 10: Edifício Monadnock, em Chicago(fonte:
http://www.greatbuildings.com/buildings/Monadnock_Building.html)
http://www.greatbuildings.com/buildings/Monadnoc k_Building.html) ............................................................... ..... 15
Figura 11: Edifício de 18 pavimentos em alvenaria não-estrutural construído em 1957 na Suíça, (fonte: BIA
Technical Notes N. 24, 2002)....................................................................................................................................... 16
Figura 12: Conjunto de 5 pavimentos ......................................................................................................................... 18
Figura 13: Edifício Residencial
Resi dencial de 8 em Barueri - SP .............................................................. ...................................... 18
Figura 14: Edifício Residencial de 11 pavimentos, em construção em Porto Alegre –  RS  RS ........................................... 18
Figura 15: Comportamento básico da d a alvenaria: boa resistência
resistênci a a compressão, baixa resistência resist ência a tração ............. 19
Figura 16: Painel horizontal em alvenaria protendida com 5,0m de vão durante içamento pelas extremidades
(trabalho de mestrado Eng. Paulo R. A. Souza, UFSCar) ............................................................................................. 19
Figura 17: Área bruta, líquida e efetiva .......................................................... ........................................................... 22
Figura 18: Verga, contraverga, graute e armadura .............................................................. ...................................... 23
Figura 19: Parede com enrijecedor ............................................................................................................................. 23
Figura 20: Prisma de 2 blocos ..................................................................................................................................... 23
Figura 21: Amarração indireta (esquerda) e direta (direita)  .................................................................................... 23
Figura 22: Detalhe de graute em encotro de parede e de cinta a meia altura ........................................................... 23
Figura 23: Formatos de blocos cerâmicos estruturais ................................................................................................. 25
Figura 24: Bloco cerâmico, sílico-calcario e de concreto mais comuns ....................................................................... 25
Figura 25 Ensaios de caracterização dos blocos ......................................................................................................... 30
Figura 26: Ensaio do índice de consistência padrão .................................................................................................... 32
Figura 27: Ensaio de tração na flexão (ASTM E518) –  mede  mede indiretamente a aderência bloco-argamassa............... 33
Figura 28: Corpos-de-prova para ensaio a compressão e ensaio de módulo de deformação .................................... 35
Figura 30: Ensaio de prisma (2 blocos + 1 junta): na foto do rompimento (esquerda) note a expulsão lateral da
argamassa ............................................................... .............................................................. ...................................... 35
Figura 31: Tipos de arranjo estrutural ........................................................................................................................ 44
Figura 32: Estabilidade lateral .................................................................................................................................... 44
Figura 33: Prédio com pilotis ....................................................................................................................................... 45
Figura 34: Efeito arco .................................................................................................................................................. 44
Figura 35: Esforços no efeito arco ............................................................................................................................... 45
Figura 36: Esforços no efeito arco –   Barbosa Barbosa (2000) .................................................................................................. 47 
Figura 37: Detalhes de amarração indireta (ABCI, 1990) ............................................................................................ 50
Figura 38: Modulação 15x30 ...................................................................................................................................... 50
Figura 39: Modulação 15x40cm .................................................................................................................................. 51
Figura 40: Exemplo de modulação vertical com bloco J .............................................................................................. 52
Figura 41: Elevação de parede .................................................................................................................................... 53
Figura 42: Instalações hidráulicas ............................................................................................................................... 55
Figura 43: Detalhe da laje de cobertura ...................................................................................................................... 56
Figura 44: Verga pré-moldada .................................................................................................................................... 56
Figura 45: Escada pré-moldada tipo jacaré ................................................................................................................ 57 
Figura 46: Escada pré-moldada tipo jacaré ................................................................................................................ 57 
Figura 47 –   Planta
Planta Baixa do pavimento tipo ............................................................................................................... 58
Figura 48 –  Modulação
 Modulação Primeira fiada ............................................................. ........................................................... 59
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Figura 49 –  Modulação
 Modulação Segunda
Se gunda Fiada ............................................................ ........................................................... 60
Figura 50 –   Detalhes
Detalhes de projeto .................................................................................................................................. 61
Figura 51 –   Detalhes
Detalhes de projeto .................................................................................................................................. 62
Figura 52 –   Detalhe
Detalhe da Instalação elétrica.................................................................................................................. 63
Figura 53 –   Detalhes
Detalhes de projeto .................................................................................................................................. 64
Figura 54 –  Quantitativos
 Quantitativos de Aço e Blocos Estruturais ............................................................................................... 65
Figura 55 –   Elevação
Elevação (paginação) de paredes............................................................................................................. 65
Figura 56 –   Elevação
Elevação (Paginação) de paredes............................................................................................................. 66
Figura 57 –   Elevação
Elevação (paginação) de paredes............................................................................................................. 67 
Figura 58 –   Detalhe
Detalhe das alvenarias de vedação .......................................................................................................... 68
Figura 59: Corpos-de-prova para medir resistência resi stência a compressão:
c ompressão: bloco, prisma, paredinha, parede ...................... 73
Figura 60: Forma de assentamento –  A:  A: apenas nas laterais; B: em toda a face ....................................................... 75
Figura 61: Grauteamento ........................................................... ................................................................. ................ 76
Figura 62: Comprimento de flambagem
flambage m (adaptado de www.wikipedia.org) ............................................. ................ 77 
Figura 63: Altura efetiva (ABCI, 1990) ......................................................................................................................... 77 
Figura 64: Carga concentrada ............................................................... ................................................................. ..... 82
Figura 65: Painel de alvenaria submetido à flexão. .................................................................................................... 86
Figura 66: Nomenclatura para flexão da parede ........................................................................................................ 86
Figura 67: Diagrama de tensões e deformações no estádio III ................................................................................... 87 
Figura 68: Limitação da largura da seção para armadura isolada ............................................................................. 89
Figura 69: Seção T ....................................................................................................................................................... 90
Figura 70: Dimensionamento de viga-parede ............................................................................................................. 90
Figura 71 –   Planta
Planta de Arquitetura do Pavimento Tipo .............................................................................................. 108
Figura 72 –  Planta
 Planta Modulada do Pavimento Tipo ..................................................................................................... 109
Figura 73 –   Modulação
Modulação Vertical ................................................................................................................................ 109
Figura 74 - Corte AA (parcial)
(parci al) ..................................................... ................................................................. .............. 110
Figura 75 - Corte BB (parcial) .................................................................................................................................... 110
Figura 76 –   Planta
Planta de Arquitetura do Barrilete ......................................................................................................... 110
Figura 77 –  Nomenclatura
 Nomenclatura Adotada ....................................................................................................................... ... 114
Figura 78 –  Dimensões
 Dimensões Paredes (eixo) ...................................................................................................................... 115
Figura 79 –  Áreas
 Áreas de influência das lajes do ático .................................................................................................... 116
 Áreas de Influência das Lajes (m 2 )........................................................... ............................................... 117 
Figura 80 –  Áreas
Figura 81 –  Grupos
 Grupos de paredes definidos
defini dos ......................................................... ......................................................... 123
Figura 82 –  Contraventamento
 Contraventamento X e dados da PX1 ................................................................. .................................... 126
Figura 83 –  Contraventamento
 Contraventamento Y .............................................................................................................................. 127 
Figura 84 –  Deslocamento
 Deslocamento horizontal para força lateral (vento + desaprumo) ........................................................ 132
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Lista de Tabelas

Tabela 1: Cálculo de f bk  bk ............................................................... ................................................................. ................ 27 


Tabela 2: Ensaios e requisitos dimensionais para blocos ............................................................................................ 28
Tabela 3: Características de argamassas de cimento, cal ou mistas .......................................................................... 31
Tabela 4: Resistências indicadas para a argamassa e graute em função da resistência do bloco (paredes revestidas)
 .................................................................................................................................................................................... 36
Tabela 5: Traços básicos de argamassa ...................................................................................................................... 37 
Tabela 6: Especificação e controle da argamassa ................................................................ ...................................... 38
Tabela 7: Classificação da argamassa segundo NBR 13281 ........................................................... ........................... 39
Tabela 8: Dosagem básica do graute .......................................................................................................................... 40
Tabela 9: Valores do coeficiente de dilatação térmica da alvenaria .......................................................................... 41
Tabela 10: Modulações mais comuns ......................................................................................................................... 49
Tabela 11: Resultados Médios de Elementos com Blocos Cerâmicos Vazados ........................................................... 74
Tabela 12: Resultados Médios de Elementos com Blocos de Concreto ....................................................................... 74
Tabela 13: Influência da espessura da junta na resistência à compressão (CAMACHO, 1995) .................................. 76
Tabela 14: Espessura efetiva: coeficiente    ................................................................................................................
................................................................................................................ 78
Tabela 15: Resistência ao cisalhamento (projeto de norma 02:123.03-001/1) .......................................................... 82
Tabela 16: Resistência
Resistênc ia à tração na flexão ........................................................ ........................................................... 87 
Tabela 17: Cálculo da força de vento ........................................................................................................................ 113
Tabela 18: Carga vertical por parede em valores característicos –  blocos  blocos de d e concreto (pior caso) .......................... 119
Tabela 19: Cálculo de fpk, a partir dos carregamentos lineares sobre as paredes (h (hef  = 2,71
2 ,71 m) ............................ 122
Tabela 20: carregamento, grupos (paredes simétricas omitidas) ............................................................... .............. 123
Tabela 21: fpk, grupo de paredes .......................................................... ................................................................. ... 123
Tabela 22: Propriedades das paredes de contraventamento ................................................................................... 128
Tabela 23: Esforço em cada parede sem considerar a torção (paredes simétricas omitidas) .................................. 129
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1 Introdução

Em geral a alvenaria é reconhecida como durável, esteticamente agradável, de bom desempenho


térmico e acústico. Quando bem projetada (objetivo deste curso!) o sistema construtivo em alvenaria
estrutural traz as vantagens de ganho em rapidez, diminuição de desperdícios e custo competitivo (em
outras palavras: Racionalização da Obra).

Apesar de todas essas vantagens e do atual extensivo uso do sistema alvenaria estrutural, ainda
constata-se que poucas bibliografias sobre conceitos de projeto de alvenaria estrutural são disponíveis,
o que contribui para o pouco conhecimento geral sobre esse tema. Infelizmente é ainda hoje possível
encontrar engenheiros civis que realizam projeto ou execução de obras que não sabem ao menos o
significado de um prisma de alvenaria.

A normalização brasileira para dimensionamento de alvenarias de blocos de concreto hoje utiliza o


método das tensões admissíveis (MTA) para o caso de blocos de concreto, mas em processo de revisão,
com provável mudança para ainda este ano. Recentemente foram elaboradas normas para projeto e
execução de alvenaria estrutural de blocos cerâmico, já introduzindo conceitos do Método dos Estados
Limites (MEL). Tem-se hoje portanto uma situação de normas distintas para projeto de alvenaria com
blocos de materiais diferentes, em contradição com normas internacionais que tratam o
dimensionamento de alvenarias da mesma forma, indepedentemente do material (claro que levando-se
em conta diferenças de resistências). Como futuramente também a norma de blocos de concreto
passará a ser tratada pelo método dos estados limites e, espera-se, e os conceitos dessa futura norma
serão muito parecidos com a atual de blocos cerâmicos, será admitido aqui ambos casos no MEL,
indicando-se o MTA como nota histórica.

Espera-se que essa apostila seja uma boa fonte de informação para o s alunos do curso e demais pessoas
interessadas nesse sistema construtivo.

1.1 Breve Histórico

Desde que saiu das cavernas e até quando passou a viver em habitações projetadas com o auxílio de
computadores, o homem vive em construções de alvenaria. É um pouco controverso saber se as
primeiras estruturas produzidas
produzidas pelo homem foram de alvenaria (de pedra) ou de madeira. Sabe-se
que, cerca de vinte milênios anos atrás, o homem de Cro-Magnon (homem pré-histórico) já empilhava
pedras na busca da construção de um abrigo. Até meados do século 19 todas as construções tinham
estruturas de alvenaria ou madeira. Como várias das estruturas de alvenaria duram até hoje, e têm 100,
200, 300 ou mesmo 3.000 anos de idade, e poucas estruturas de madeira conseguem durar tanto, a
história da arquitetura e da construção civil basicamente é o estudo das construções em alvenaria (que
sobrevivem para contar a história!).

Estruturas de alvenarias com blocos cerâmicos são encontras a pelo menos 10.000 anos. Tijolos secados
ao sol eram fabricados e utilizados em diferentes regiões como Babilônia, Egito, Espanha e aqui na
América do Sul. Esse tipo de tijolo, chamado de Adobe, era produzido com solo argiloso, areia e água e
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freqüentemente ainda com uma parcela de material orgânico como palha ou mesmo restos de animais.
Inicialmente produzidos por simples amassamento e rolamento manual, esse tipo de tijolo evoluiu para
a forma retangular como conhecemos hoje. A Figura
A Figura 1 mostra foto da cidade de Arg-é Bam, conhecida
como a maior estrutura em adobe, construída a pelos 500 anos a.C. Desde então a produção de blocos
cerâmicos muito evolui, porém ainda hoje existe a produção de adobe em algumas regiões do planeta.

Figura 1: Cidade de Arg-é Bam, construção em Adobe, 500 a.C. (fonte: en.wiki Image:Iran, Bam.png)
Bam.png )

Evolução natural foi a introdução da queima dos blocos, inicialmente realizada em fogueiras a lenha
improvisadas, sendo reconhecido que esse tijolos queimados surgiram no Oriente Médio cerca de 3.000
anos a.C. A falta de controle na produção levava a uma variação considerável nas dimensões dos tijolos.
Ganho de qualidade aconteceu com a introdução de fornos, sendo esses inicialmente simples buracos
cavados no solo.

Já na Era Cristã, os Romanos produziam blocos queimados em fornos móveis que podiam ser
transportados por suas legiões e foi difundindo por todo o Império Romano. A essa época já havia o uso
de moldes e prensagem manual.

A primeira máquina para produção de tijolos foi patenteada em 1619 e grande avanço no ocorreu com a
introdução do forno tipo Hoffman que permitiu a introdução do processo contínuo de produção (1).
Conforme será detalhado no capítulo seguinte, hoje a produção de blocos ocorre de forma totalmente
automatizada em todas as fases do processo, desde a mineração, secagem, queima e esfriamento,
paletização e entrega.

Modernas técnicas de produção de blocos de excelente qualidade, maior entendimento sobre o


comportamento estrutural e conhecimento detalhado sobre o material, permitem hoje que grande
parcela das construções nacionais, especialmente edifícios residenciais ou comerciais de vãos
moderados e baixa ou média altura, seja executada em alvenaria estrutural. Para checar a esse nível,
várias etapas foram necessárias nessa longa jornada de conhecimento e aplicação da alvenaria
estrutural. A seguir comenta-se brevemente sobre esse histórico.

1.1.1  Antiguidade – Nascimento da Engenharia de Estruturas e da Alvenaria Estrutural

Estudar as formas arquitetônicas utilizadas na antiguidade é interessante pois mostra como é possível
tirar proveito da forma para viabilizar construções com materiais pouco elaborados. No caso do material
“alvenaria”, assim como o concreto, deve-se
deve -se entender que uma elevada resistência à compressão pode
ser resistida, porém o material falha com baixas tensões de tração. Lembrando que técnica de se utilizar
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o aço resistindo à tração em uma seção mista de alvenaria armada (ou de concreto armado) só surgiu
nos últimos 200 anos, as construções até então tinham que ser solicitadas à compressão somente.

A forma piramidal foi uma das primeiras soluções encontradas para empilhar blocos de pedra de
maneira que fosse possível atingir uma grande altura de forma estável. A pirâmide de Sakkara foi
construída com blocos de adobe a cerca de 6.000 anos, e seu construtor, o egípcio Imhotep, é
considerado o primeiro engenheiro da humanidade. A pirâmide de Queops construída com blocos de
arenito no Egito cerca de 2.500 anos a.C. é um marco na história da alvenaria. Originalmente com 147m
de altura foi, por muitos séculos, considerada a mais alta construção humana, assim como várias outras
edificações em alvenaria nos século seguintes. O alargamento da base em níveis inferiores, ainda que
hoje seja considerada uma solução não econômica, garante a estabilidade da construção. Outros casos
de construções piramidais são encontrados em várias regiões
r egiões do planeta, incluindo nas Américas.

Figura 2: Pirâmide de Queops no Egito, 3.000 a.C. (fonte http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Pyramide_K


http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Pyramide_Kheops.JPG)
heops.JPG)

Aproximadamente à mesma época da construção da Pirâmide de Queops é construído na Inglaterra um


conjunto de monumentos em alvenaria de pedra, chamado Stonehedge (Figura 3), 3), cujo interesse para
nós é observar a solução para vencer o vão. A forma de pórtico utilizada, com pilares e vigas, leva à
necessidade de resistência a esforços de tração e compressão no vão da viga, que no caso de alvenaria
não-armada, só podia acontecer se não houvesse juntas entre as pedras, em outras palavras o vão só
podia ser vencido com uma única pedra, e portanto seu tamanho limitado ao comprimento dessas.

Figura 3: Monumento Stonehedge no Reino Unido, 3.000 aC (fonte http://en.wikipedia.org/wiki/Image:S73


http://en.wikipedia.org/wiki/Image:S7300095.JPG)
00095.JPG)
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Essa mesma solução foi muito utilizada pelos gregos: estrutura na forma de pórtico em alvenaria de
pedra. Exemplo marcante, construído em cerca de 500 a.C que existe até hoje, é o Partenon mostrado
na 
na  Figura 4 onde percebe-se a necessidade de grande número de pilares em função da limitação do
comprimento das vigas de pedra.

Figura 4: Partenon na Grécia, 500 aC (fonte http://en.wikipedia.org/wiki/Imag


http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Parthenon_from
e:Parthenon_from_west.jpg)
_west.jpg)

Evolução da arquitetura grega ocorreu com os romanos que incorporaram e melhoraram suas técnicas.
Construções romanas de alvenaria eram produzidas com tijolos cerâmicos queimados de pequena
espessura (parecido com os tijolos hoje existentes). Grande contribuição foi a introdução da forma em
arco e suas variações espaciais cúpulas (arco rotacionado) e abóbodas (arco transladado). A forma em
arco permite que, para determinado carregamento e forma, apenas esforços de compressão atuem.
Estava solucionado o problema de como vencer vãos maiores com blocos ou tijolos de dimensões
reduzidas unidos por algum tipo de junta (Figura 6).
6). Exemplo marcante é o Coliseu de Roma, construído
no ano 70 d.C. utilizando tijolos queimados revestidos com mármore, Figura
mármore,  Figura 5.

Figura 5: Coliseu em Roma, 70 dC (fonte http://pt.wikipedia.org/wiki/


http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Coliseu14.jp
Imagem:Coliseu14.jpg)
g)

De uma maneira geral, pode-se dizer que os gregos criaram as estruturas em pórticos, depois
aperfeiçoadas pelos romanos para a forma de arco, possibilitando maiores vãos com os materiais
disponíveis à época. Esse tipo de solução foi extensivamente difundida e utilizada em outras regiões,
especialmente no Oriente Médio e Europa onde inúmeras construções impressionantes com alvenaria
em forma de arco podem ser encontradas. A forma em arco permitiu também a construção de várias
outras estruturas como pontes e viadutos.
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Figura 6: Arco antigo em alvenaria de pedra (fonte http://en.wikipedia.org/wiki/Image:BaraKara


http://en.wikipedia.org/wiki/Image:BaraKaram.jpg)
m.jpg)

A alvenaria estrutural era ainda produzida em outras partes, como na China, país especialista na arte de
de terracotta - tijolos cerâmicos moldados em formato artísticos queimados uma vez, esmaltados e
queimados novamente. Exemplo marcante da alvenaria chinesa é a Muralha da China construída com
blocos de pedra e tijolos cerâmicos, Figura
cerâmicos, Figura 7. Outros
7. Outros exemplos marcantes em pontes e viadutos também
marcam a alvenaria chinesa.

Figura 7: Grande Muralha da China (http://en.wiki


(http://en.wikipedia.org/wiki/Imag
pedia.org/wiki/Image:Chemin_de_ron
e:Chemin_de_ronde_muraille_long
de_muraille_long.JPG)
.JPG)

1.1.2 Renascimento Europeu e Revolução Industrial, Ascensão e Queda da Alvenaria Como


Estrutura

A partir do século 14 a Europa sai de uma época das trevas (Medieval) e entra em uma fase de grande
desenvolvimento cultural que se estende pelas ciências, artes e humanismos. As construções em
alvenaria da época incorporam esse movimento, resultando em belas edificações que nos impressionam
até hoje, como os palácios e igrejas européias.

No século 19 acontece a Revolução Industrial, com desenvolvimento de técnicas que muito aumentam a
produção de insumos e movimentos de urbanização, com grande parte da população mudando para as
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cidades. Nesta fase, os edifícios começam a ganhar altura e se tornarem multi-familiares. Inúmeros
edifícios em alvenaria estrutural construídos à época duram até hoje (Figura 8).
8).

Figura 8: Edifícios de multi-andares construídos no final do Séc. 19 em fotos recentes (Austrália)

Finalizado em 1901, após 30 anos de construção, o prédio da Prefeitura da Filadélfia (Figura 9),
9), nos
Estados Unidos, foi projetado como o maior edifício da época é ainda hoje considerado o maior edifício
em alvenaria estrutural já construído. Sua torre central tem 165 metros de altura e foram necessárias
paredes de 6,6 metros de espessura no térreo
t érreo para construí-lo.

Figura 9: Prédio da Prefeitura da Filadélfia, mais alto edifício em alvenaria estrutural já construído (fonte:
http://photos.igougo.com/imag
http://pho tos.igougo.com/images/p193177-Phil
es/p193177-Philadelphia_PA-City_Ha
adelphia_PA-City_Hall.JPG)
ll.JPG)

Apesar de ter havido um enorme aumento no número de tijolos e edificações produzidos a partir dessa
época, essa também foi a época do surgimento de outros materiais de construção como o ferro fundido,
concreto e posteriormente o concreto armado e aço. É o ressurgimento das estruturas aporticadas com
novos materiais resistentes a tração que permitem grandes vãos. Uma nova arquitetura surge,
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estruturas de alvenaria de grande espessura são consideradas inviáveis financeiramente. Edificações
devem então ter estrutura em concreto armado ou metálica com vedações em alvenaria.

Exemplo marcante de edifício desta época é o Edifício Monadnock, construído em Chigaco, EUA, entre
1889 e 1891. Com 16 andares e 60 metros de altura, utiliza blocos cerâmicos nas paredes que têm
espessura variável, de 30 cm no topo até o máximo de 1,83 m no térreo. O prédio existe até hoje e,
devido ao seu enorme peso, o térreo encontra-se afundado alguns centímetros no solo. O
conhecimento sobre o comportamento estrutural da alvenaria na época era escasso. De fato o modelo
estrutural previa que todo o esforço lateral devia ser resistido pela parede de fachada. A espessura da
parede diminuía a cada andar, mantendo-se o alinhamento da face externa da parede (Figura 10), 10),
fazendo com que o peso dos andares superiores fosse descarregado nas paredes inferiores criando uma
excentricidade de carga com sentido ao interior do prédio. O momento criado por essa excentricidade
não é suficiente para tombar o prédio, mas é suficiente para balancear o momento causado pela força
lateral do vento batendo na fachada. Conforme veremos em capítulos seguintes, o modelo estrutural
adotado hoje admite que as paredes transversais resistem aos esforços ocasionados pelo vento agindo
na fachada. Apesar do sucesso como solução segura (o prédio é habitado e muito bem freqüentado até
hoje), as considerações feitas
feitas no projeto dodo prédio o tornaram anti-econômico. Comenta-se que o
construtor deste prédio tornou-se um grande empresário da construção civil da cidade na época e
construiu vários outros edifícios altos  – 
 –  todos a partir de então em estrutura metálica. De fato, uma
segunda junta do prédio, construída entre 1891 e 1893, foi feita com estrutura reticulada metálica,
marcando o início de uma nova era (estruturas reticuladas de aço ou concreto) e o final de outra
(estrutura em alvenaria), que somente várias décadas depois tornar-se-ia
to rnar-se-ia competitiva novamente.

Figura 10: Edifício Monadnock, em Chicago(fonte


Chicago(fonte:: http://www.greatb
http://www.greatbuildings.com/bu
uildings.com/buildings/Monadno
ildings/Monadnock_Building.html)
ck_Building.html)

1.1.3 Pós-Guerra, Ressurgimento da Alvenaria Como Estrutura

Ao final da década de 40 a Europa estava arrasada e destruída pela 2º Guerra Mundial, sendo necessário
reconstruir inúmeras edificações. A essa época, a alvenaria como estrutura estava desacreditada por
entender-se que esse sistema era dispendioso tanto em consumo de materiais e mão-de-obra. Também
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nessa época os engenheiros perceberam que o sistema em pórtico para determinados tipos de
construção parecia falho: constrói-se uma estrutura considerando vãos entre pilares, dimensionando-se
vigas para vencer esses vãos; entretanto o vazio entre os elementos estruturais era totalmente
preenchido com alvenaria, já na época produzida com materiais de boa resistência.

Essa concepção para edifícios residenciais multi-familiares, onde existem várias paredes divisórias, não é
eficiente. Por que construir pilares e vigas quando as paredes podem servir de suporte às lajes? O que
estava faltando eram informações técnicas seguras sobre o comportamento dos materiais constituintes
da alvenaria (ou da alvenaria
alvenaria como material) e sobre modelos confiáveis de estruturas em alvenaria.
Era preciso recuperar, organizar e avançar o conhecimento sobre alvenaria estrutural. Várias pesquisas
levaram a grande evolução na engenharia de estruturas de alvenaria a partir de então, com o
desenvolvimento de novos materiais e procedimentos de cálculo. Essa evolução se desenvolve até hoje
e se traduz na moderna engenharia de estruturas em alvenaria.

Exemplo dessa época são os edifícios construídos na Suiça, na década de 50, pelo engenheiro e
professor Paul Haller. Na época, edifícios de 18 andares foram construídos com alvenaria não armada
com paredes de espessura entre 30 e 37,5 cm, causando uma verdadeira revolução no uso da alvenaria
estrutural (Figura 11).
11). Era a primeira vez que métodos racionais de dimensionamento e projeto de
alvenaria eram aplicados. Nunca é demais deixar claro que isso só foi possível após exaustivos estudos
teóricos e experimentais. Estima-se que apenas Paul Haller tenha testado mais de 1.600 paredes de
alvenaria.

Figura 11: Edifício de 18 pavimentos em alvenaria não-estrutural construído em 1957 na Suíça, (fonte:
BIA Technical Notes N. 24, 2002)

Estudos indicam que se o Monadnock fosse construído hoje em alvenaria estrutural, com materiais e
modelos de cálculo modernos, a espessura máxima das paredes seria de 30 cm.

1.1.4 No Brasil

Assim como em outros países a alvenaria estrutural brasileira compreende a fase das construções
realizadas de maneira empírica (iniciada à 500 anos no Descobrimento do Brasil) e a fase do método
racional. Vale registrar antes do Descobrimento, construções de alvenaria já eram realizadas por
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populações indígenas da América do Sul, com destaque para as construções Incas no Peru, que ainda
hoje impressionam a humanidade (a cidade de Machu Pichu no Peru foi construída a cerca de 600 anos
e tem detalhes de projeto garantindo resistência a abalos sísmicos).

Aqui nos ateremos a descrever de forma genérica a fase racional da alvenaria estrutural brasileira.
Edifícios de múltiplos andares executados com blocos de qualidade, de elevada e controlada resistência
e padrão dimensional, são encontrados no Brasil desde a década de 60. O primeiro grande fabricante
brasileiro de blocos iniciou atividades em 1966. Nessa época, pouquíssimos projetistas de estruturas
dominavam os conceitos de projetos. A adoção de norma estrangeira, especialmente norte-americana,
e mesmo a recorrência a consultores externos para auxiliar no projeto era freqüente. Como as
recomendações para projeto eram baseadas em normas estrangeiras, que levam em conta
características sociais e ambientais dessas regiões, o uso da alvenaria com alta taxa de armadura e
grauteamento era constante. Não existia um único curso de Engenharia Civil com disciplina sobre
alvenaria estrutural. Era a época da alvenaria armada.

Em 1966 foram construídos os primeiros edifícios com blocos de concreto, de 4 pavimentos. A primeira
grande obra foi o Central Parque Lapa, um conjunto de 4 prédios com 12 andares, em alvenaria armada
com blocos de concreto. Em alvenaria não-armada, apenas em 1977 foram construídos edifícios de 9
pavimentos com blocos sílico-calcários de espessura igual a 24 cm nas paredes estruturais.

Os primeiros empreendimentos tinham tecnologia americana (blocos de concreto e bastante armadura,


devido aos terremotos naquele país). Inicialmente surgiram muitas patologias, decorrentes da
adaptação da tecnologia importada à mão de obra local, aos materiais e ao clima. A utilização decaiu até
1986, depois de muitas obras arrojadas terem sido executadas.

Apenas em 1977 foi formada a primeira comissão de norma para projeto de alvenaria estrutural. Ainda
em 1977 é construído, em São Paulo, o primeiro edifício de média altura em alvenaria não-armada, o
Edifício Jardim Prudência.

Pesquisas sobre alvenaria estrutural com blocos cerâmicos têm início no IPT no final da década de 70, e
na Escola Politécnica da USP no início da década seguinte. No final da década de 80 e início dos anos 90,
o sistema construtivo ganhou força. Parcerias Universidade-Empresa permitiram a criação de materiais
e equipamentos nacionais para produção de alvenaria. O uso da alvenaria não-armada ou com
armaduras apenas onde o dimensionamento indicava necessário (antes da revisão atual da norma,
chamada de alvenaria parcialmente armada), passa a ser corrente. Estudos comparativos chegam à
conclusão de que, para prédios residenciais com vãos moderados e de baixa ou média altura, a opção
pela alvenaria estrutural poderia levar a considerável redução no custo.

Hoje o sistema é extensivamente utilizado em todas as diferentes regiões do Brasil e é um ramo


reconhecido da engenharia. Pesquisadores, projetistas, associações, construtores, enfim toda uma
indústria de alvenaria existe em praticamente todos os países com algum grau de desenvolvimento. As
melhores universidades brasileiras têm hoje a disciplina na grade curricular do Curso de Engenharia
Civil.

A primeira norma sobre projeto data de 1989 e trata especificamente do uso de blocos de concreto.
Hoje várias edificações são feitas em alvenaria estrutural (AE) no Brasil, desde casas e sobrados, edifícios
de 4 pavimentos sem elevador e térreo habitado, até edifícios mais altos de 8, 15, ou mesmo 24
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pavimentos sobre térreo em estrutura de concreto armado (pilotis). Também é comum hoje a utilização
de alvenaria estrutural na construção de arrimos, reservatórios, galpões.

O primeiro congresso exclusivo sobre o tema, o International Brick & Block Masonry Conference,
realizado pela primeira vez em 1967 nos EUA, será realizado no Brasil em 2012. O nível de
conhecimento que temos hoje evoluiu enormemente nas últimas décadas, discorrendo sobre
cisalhamento, uso de materiais novos como os reforços com plásticos, modelagem numérica,
comportamento não-linear, alvenaria protendida, resistência a sismos, entre vários outros.

1.2 Alvenaria Contemporânea

Inúmeros edifícios são hoje construídos em alvenaria estrutural, especialmente edifícios residenciais.
Casos de edifícios comerciais, ainda que menos freqüentes, são comuns. Usualmente o sistema
construtivo é indicado quando não há previsão de alterações na arquitetura (paredes não-removíveis)
ou quando essa possibilidade é limitada a alteração de algumas paredes apenas (pavimento com mais
de uma opção de planta, previstas na fase de projeto) e para casos de vãos médios moderados de cerca
de 4 a 5 metros.

Em relação a altura do edifício, a opção por alvenaria estrutural usualmente é mais econômica em
edifícios de poucos andares, até cerca de 12 pavimentos. Nesses casos tem-se predominância da ação
vertical e do esforço de compressão, em relação à ação horizontal de menor intensidade, viabilizando o
uso de alvenaria não armada ou pouco armada. Outras possibilidades de uso do sistema, como em
edifícios mais altos, são tecnicamente possíveis, porém usualmente com menor ganho econômico em
relação a outros sistemas construtivos.

Porto

Figura 14: Edifício Residencial de 11


Figura 13: Edifício pavimentos, em construção em Porto
Figura 12: Conjunto de 5 pavimentos Alegre – RS
Residencial de 8 em
Barueri - SP

A adequação de alvenaria não-armada para edifícios de altura moderada esta relacionada com a boa
resistência a compressão da alvenaria (Figura 15). Casos em que a ação horizontal é predominante, como
pequenas coberturas, paredes altas de edificações térreas, entre outros, tornam-se viável com o uso de
protensão ou alvenaria armada (Figura 16).
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Figura 15: Comportamento básico da alvenaria: boa resistência a compressão, baixa resistência a tração

Figura 16: Painel horizontal em alvenaria protendida com 5,0m de vão durante içamento pelas extremidades (trabalho de
mestrado Eng. Paulo R. A. Souza, UFSCar)

1.3 Normas

O projeto e execução de obras em alvenaria de blocos cerâmicos e a especificação e controle dos


componentes da alvenaria são padronizados pelas prescrições das seguintes normas da ABNT,
Associação Brasileira de Normas Técnicas:

A. Especificação e controle de componentes


a) Blocos Cerâmicos:
i. Componentes cerâmicos - Parte 1 - Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação
- Terminologia e requisitos –
requisitos  – NBR
 NBR 15270-1. Rio de Janeiro, 2005.
ii. Componentes cerâmicos - Parte 2 - Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural -
Terminologia e requisitos –
requisitos  – NBR
 NBR 15270-2. Rio de Janeiro, 2005.
iii. Componentes cerâmicos - Parte 3 - Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e
de vedação –
vedação – Método
 Método de ensaio –
ensaio  – NBR
 NBR 15270-3. Rio de Janeiro, 2005.
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b) Blocos de Concreto:
i. Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural - NBR 6136. Rio
de Janeiro, 2006.
ii. Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Métodos de ensaio –
ensaio  – NBR
 NBR
12118. Rio de Janeiro, 2007.
c) Blocos Sílico-Calcário:
i. Bloco sílico-calcário para alvenaria - Parte 1: Requisitos, dimensões e métodos
de ensaio –
ensaio – NBR14974-1. Rio de Janeiro, 2003.
d) Argamassa:
i. Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Preparo da
mistura e determinação do índice de consistência –
consistência  – NBR
 NBR 13276. Rio de Janeiro,
2005.
ii. Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos -
Determinação da retenção de água –
água – NBR
 NBR 13277. Rio de Janeiro, 2005.
iii. Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos -
Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado –
incorporado – NBR
 NBR 13278.
Rio de Janeiro, 2005.
iv. Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos -
Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão  –   –  NBR 13279.
Rio de Janeiro, 2005.
v. Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos -
Determinação da densidade de massa aparente no estado endurecido  –   –  NBR
13280. Rio de Janeiro, 2005.
e) Graute: 
i. Ensaio à compressão de corpos de prova cilíndricos de concreto - NBR 5739. Rio
de Janeiro, 2007.
f) Parede:
i. Paredes de alvenaria estrutural - Determinação da resistência ao cisalhamento –
cisalhamento  –
NBR 14321. Rio de Janeiro, 1999.
ii. Paredes de alvenaria estrutural - Verificação da resistência à flexão simples ou à
flexo-compressão –
flexo-compressão – NBR
 NBR 14322. Rio de Janeiro, 1999.
iii. Paredes de alvenaria estrutural - Ensaio à compressão simples  – NBR
 – NBR 8949. Rio
de Janeiro, 1985.
B. Projeto 
a) Blocos de Concreto:
i. Alvenaria estrutural — Blocos de concreto Parte 1: Projetos- NBR NBR 15961-1. Rio
de Janeiro, 2011.
b) Blocos Cerâmicos:
i. Alvenaria estrutural — Blocos cerâmicos Parte 1: Projetos- NBR NBR 15812-1. Rio de
Janeiro, 2010.
C. Execução 
a) Blocos de Concreto:
i. Alvenaria estrutural — Blocos de concreto Parte 2: Execução e controle de
obras - NBR 15961-1. Rio de Janeiro, 2011.
b) Blocos Cerâmicos:
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i. Alvenaria estrutural — Blocos cerâmicos Parte 2: Execução e controle de obras -
NBR 15812-2. Rio de Janeiro, 2010
c) Blocos Sílico-Calcário:
i. Bloco sílico-calcário para alvenaria - Parte 2: Execução e controle de obras –
obras  –
NBR14974-2. Rio de Janeiro, 2003.

1.4 Definições

De acordo com ABNT NBR 15812 e 15961 têm-se as seguintes definições sobre a alvenaria estrutural:

A. Componente:
Componente: menor unidade que compõe um elemento da estrutura, incluindo
a) Bloco:
Bloco: a unidade básica que forma a alvenaria.
b) Junta de Argamassa:
Argamassa: o componente utilizado na ligação entre os blocos.
c) Reforço de Graute:
Graute: Componente utilizado para preenchimento de espaços vazios de
blocos com a finalidade de solidarizar armaduras à alvenaria ou aumentar sua
capacidade resistente.
B. Elemento:
Elemento: Parte da estrutura suficientemente elaborada constituída da reunião de dois ou mais
componentes
a) Elemento de alvenaria não-armado:
não-armado : elemento de alvenaria no qual a armadura é
desconsiderada para resistir aos esforços solicitantes.
b) Alvenaria parcialmente armada (apenas NBR10837):
NBR10837) : estrutura em que alguns pontos
são armados para absorver os esforços calculados, não sendo sendo necessário
obedecer critérios de armadura mínima.
c) Elemento de alvenaria armado:
armado: elemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras
passivas que são consideradas para resistência dos esforços solicitantes, definição
alterada em relação a NBR10837 que exigia taxa de armadura mínima para
consideração como armada, não mais necessária na definição atual.
d) Elemento de alvenaria protendido:
protendido : elemento de alvenaria no qual são utilizadas
armaduras ativas impondo uma pré-compressão antes do carregamento.
C. Parede estrutural ou não-estrutural
a) Estrutural:
Estrutural: toda parede admitida como participante da estrutura (serve de apoio às lajes
e outros elementos da construção).
b) Não-estrutural:
Não-estrutural: toda parede não admitida como participante da estrutura (apóia e
impõe um carregamento às lajes ou outro elemento da estrutura).
D. Viga, Contraverga, Cinta ou Coxim
a) Viga:
Viga: Elemento estrutural colocado sobre os vãos de aberturas com a finalidade
exclusiva de resistir a carregamentos, usualmente composta de uma ou mais canaletas
grauteadas e armadas.
b) Contraverga:
Contraverga: Elemento estrutural colocado sob os vãos de aberturas, tem por finalidade
resistir a tensões concentradas nos cantos da abertura, usualmente composta de uma
canaletas grauteada e armada.
c) Cinta:
Cinta: Elemento estrutural apoiado continuamente na parede, ligado ou não às lajes,
vergas ou contravergas, usualmente composta de uma canaleta grauteada e armada,
tem por finalidade distribuir cargas distribuídas continuamente sobre a parede,
aumentar a resistência da parede para cargas fora do plano da parede ou na direção
horizontal do plano da parede. Usualmente é composta de uma fiada de canaletas
armadas.
d) Coxim:
Coxim: Elemento estrutural não contínuo, apoiado na parede, para distribuir cargas
concentradas, usualmente composto de canaleta grauteada ou peça de concreto
armado.
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E. Enrijecedor:
Enrijecedor: Elemento, usualmente
usualmente de alvenaria, vinculado a uma parede
parede estrutural com a
finalidade de produzir um enrijecimento na direção perpendicular ao seu plano, usualmente
utilizado quando a parede esta sujeita a carga lateral fora de seu plano ou em paredes altas.
F. Diafragma:
Diafragma: Elemento estrutural laminar admitido como rígido em seu próprio plano,
usualmente a laje de concreto armado que distribui as cargas horizontais para as paredes,
conforme será visto nos próximos capítulos.
G. Área bruta, líquida ou efetiva:
efetiva :
d) Bruta:
Bruta: Área de um componente (bloco) ou elemento (parede) considerando-se as suas
dimensões externas, desprezando-se a existência dos vazios.
e) Líquida:
Líquida: Área de um componente
c omponente (bloco) ou elemento (parede) considerando-se as suas
dimensões externas, descontada a existência dos vazios
f) Efetiva:
Efetiva: Área um elemento (parede) considerando apenas a região sobre a qual a
argamassa de assentamento é distribuída, desconsiderando vazios.
H. Prisma: Corpo de prova obtido pela superposição de blocos unidos por junta de argamassa,
grauteados ou não, a ser ensaiado a compressão. Oferece informação básica sobre resistência a
compressão da alvenaria e é o principal parâmetro para projeto e controle da obra
I. Amarração direta ou indireta:
a) Direta: padrão de distribuição dos blocos no qual as juntas verticais se defasam de no
mínimo 1/3 da altura dos blocos.
b) Indireta: padrão de distribuição dos blocos no qual não há defasam nas juntas verticais
e utiliza-se algum tipo de armação entre as juntas.

Paredes de alvenaria estrutural devem ser construídas com amarração direta. Nas revisões atuais das
normas, deve ser considerada não-estrutural a parede de blocos a prumo em seu plano (salvo se existir
comprovação experimental de sua eficiência ou efetuada a amarração indireta). Encontros de parede
devem preferencialmente ser construídos com amarração direta, havendo perda no desempenho
estrutural em casos de amarração indireta, conforme será visto nos próximos capítulos.

J. Pilar ou parede: Elementos que resistem predominantemente a cargas de compressão, sendo


considerado:
a) Pilar: elemento cuja maior dimensão da seção transversal não excede cinco vezes a
menor dimensão.
b) Parede: elemento cuja maior dimensão da seção seção transversal não excede cinco vezes a
menor dimensão.
K. Vão efetivo: No dimensionamento de elementos estruturais, define-se o vão efetivo a soma do
distância entre as faces internas dos apoios, acrescida, em cada lado, do menor valor entre a
distância da face ao eixo do apoio e altura da viga dividia por 2.

Figura 17: Área bruta, líquida e efetiva


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Figura 19: Parede com enrijecedor

Figura 18: Verga, contraverga, graute e armadura

Figura 20: Prisma de 2 blocos

Figura 21: Amarração indireta (esquerda) e direta (direita)

Figura 22: Detalhe de graute em encotro de


parede e de cinta a meia altura
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2 Materiais e Componentes

As propriedades de uma parede dependem da composição dos materiais constituintes: bloco,


argamassa, graute e armadura. Os componentes básicos da alvenaria devem apresentar características
mínimas de desempenho e conformidade com as especificações de norma e propriedades que
possibilitem o cumprimento de requisitos requeridos. A seguir são resumidas as principais
considerações a respeito das propriedades dos componentes, bloco, argamassa e graute. Os requisitos e
ensaios de cada propriedade são comentados a seguir. Os procedimentos para controle da obra, como
amostragem, aceitação ou rejeição, serão discutidos ao final desta apostila.

2.1 BLOCOS

Os blocos representam 80 a 95% do volume da alvenaria, sendo determinantes de grande parte das
características da parede: resistência à compressão, estabilidade e precisão dimensional, resistência ao
fogo e penetração de chuvas, isolamento térmico e acústico e estética. Em conjunto com a argamassa,
os blocos também são determinantes para a resistência ao cisalhamento, tração e para a durabilidade
da obra. São, portanto, as unidades fundamentais da alvenaria.

Blocos cerâmicos estruturais usualmente são fabricados por extrusão (e não por prensagem), a partir de
uma mistura de um ou mais tipo de argila com aditivos, e queimados em fornos com temperatura
variando entre 800 e 1100 graus. As fábricas mais modernas possuem forno do tipo túnel, com rigoroso
controle de temperatura. Como o próprio nome diz esse forno tem forma um túnel por onde os blocos
ainda “verdes” correm, atravessando fases de aquecimento (inicio do túnel, com menor temperatura),
queima e esfriamento (final do túnel). Todo esse processo permite uma queima uniforme de todos os
blocos e resulta em um produto de maior qualidade, sujeito a menores variações tanto de resistência
quanto dimensionais. Nas fábricas mais simples o forno é do tipo “capela”, uma câmara em formato
onde todos os blocos são alocados e a queima é feita.
feita. A utilização desses fornos usualmente leva a
queimas mais irregulares, os blocos que ficam mais perto das paredes queimam de forma diferente dos
blocos da parte central do forno, gerando maior variação entre as propriedades dos blocos. Desta forma
pode-se perceber que pode haver uma grande diferenciação na qualidade dos blocos em função do
porte da fábrica. Na Região Sudeste, blocos cerâmicos são usualmente utilizados em edifícios baixos,
usualmente até 7 pavimentos. Prédios de 8 a 9 pavimentos são possíveis, porém geralmente tem maior
necessidade de grauteamento. Na Região Sul existem casos de utilização para edifícios de até 10
pavimentos, com pouco grauteamento.

Blocos de concreto são usualmente vazados, ou seja, possuem área líquida inferior 75% da área bruta do
bloco conforme classificação da NBR 6136. Os blocos sílico-calcario podem ser vazados ou perfurados.

Quanto a sua forma, blocos cerâmicos podem ser classificados como:

a) De paredes vazadas -
vazadas - aquele cujas paredes externas e internas
i nternas apresentam vazados.
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b) Com paredes maciças -
maciças - aquele cujas paredes externas são maciças e as internas podem apresentar
vazados, sendo a relação da área líquida para a área bruta não maior que 65%.
c) Perfurado -
Perfurado - aquele com vazados distribuídos em toda a sua face de assentamento sendo a relação
da área líquida para a área bruta não maior que 75%, utilizados em alvenaria não-armada apenas.

a) de paredes vazadas b.1) com paredes b.2) com paredes


maciças (paredes maciças (paredes c) perfurado
internas também internas vazadas)
maciças)
Figura 23: Formatos de blocos cerâmicos estruturais

Para perfeita modulação, são fabricados blocos de diferentes formas: inteiros ou padrão que forma a
maior parte da parede, meio-bloco para permitir a amarração no plano da parede, bloco de 45 ou 54 cm
que permite amarração entre paredes, blocos canaletas para confecção de vergas, contravergas, cintas,
blocos jota e compensador para encontro com a laje. Voltaremos ao tema sobre modulação
posteriormente. O catálogo completo dos componentes em blocos disponíveis é usualmente oferecido
pelos fabricantes.

Figura 24: Bloco cerâmico, sílico-calcario e de concreto mais comuns

Os blocos de concreto são fabricados em todas as regiões do Brasil, podendo ter sua resistência
controlada em função do traço adotado, chegando a valores entre 4,0 a 20,0 MPa, o que permite sua
utilização em edifícios baixos e altos. São fabricado a partir de uma mistura cimento-areia-pedrisco +
aditivos, moldados em formas e vibroprensados. As fábricas mais modernas possuem cura a vapor e
todo o processo de fabricação do bloco, desde a dosagem com controle de umidade, até a montagem
das pilhas finais, automatizado.
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Blocos sílico-calcário são formados por areia e cal moldado por prensagem e curado em autoclaves (por
vapor a alta pressão). São blocos de grande resistência (6 a 20 MPa), e tem como desvantagem
desvantagem é a
existência de poucos fornecedores. São blocos de boa aparência e acabamento e boa precisão
dimensional.

Os requisitos funcionais dos blocos para se construir uma parede eficiente são: resistência a esforços
mecânicos, durabilidade frente a agentes agressivos, estabilidade e precisão dimensional. Outras
características importantes são os parâmetros físicos (densidade aparente, condutibilidade térmica,
absorção total), que determinam as características da parede (resistência ao fogo, à penetração de
chuva, isolamento térmico e acústico). Os requisitos de ordem estética também devem ser
considerados. A seguir se detalham algumas destas características.

2.1.1 Identificação e Aparência Visual

Para blocos cerâmicos, durante a fabricação cada bloco deve ser identificado através da gravação em
alto ou baixo relevo das seguintes informações:

a) Identificação da Empresa.

b) Dimensões de fabricação em centímetros (cm), na seqüência largura (L), altura (H) e


comprimento (C), (L x H x C), podendo ser suprimida a inscrição da unidade de medida (cm).

c) As letras EST (indicativo da sua condição estrutural).

d) Indicação de rastreabilidade (número ou sigla que identifique o lote de fabricação).

Em todos os casos deve-se atender a requisitos de características visuais não apresentando defeitos
como: quebras, superfícies irregulares ou deformações que impeçam seu emprego na função
especificada. Se for utilizado aparente deve ainda atender a critério de aparência definido de comum
acordo entre o fabricante e o comprador.

2.1.2 Resistência Mecânica

A principal característica de um bloco é a sua resistência característica a compressão (f bk


bk), referida
sempre à área bruta do bloco. Essa é fundamental para a resistência da parede (f k), sendo o material do
bloco e a sua resistência fatores predominantes na resistência a compressão de uma parede. Ainda que
as outras características sejam também de fundamental importância, a qualidade de um bloco é na
maioria das vezes medida pela sua resistência a compressão.

Blocos cerâmicos devem ter resistência mínima de 3,0 MPa, sendo recomendável a utilização de blocos
mais resistentes (10,0 MPa) para o caso de alvenarias aparentes. O bloco estrutural cerâmico mais
encontrado no mercado atual é o de 6,0 MPa, sendo poucos os fabricantes que conseguem produzir
blocos de maior resistência.
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Para o caso de blocos de concreto, a mínima resistência a compressão a ser especificada em um projeto
é de 4,0 MPa quando as paredes são revestidas ou 6,0 MPa para alvenarias aparentes. Outras
resistências disponíveis são 8,0; 10,0; 12,0 e assim por diante até cerca de 20,0 MPa. O mesmos valores
podem ser admitidos para blocos sílicos-calcários.
sílicos-cal cários.

O ensaio é realizado por simples compressão de uma amostra de blocos. Antes do ensaio os blocos
cerâmicos devem ser saturados através de imersão em água por pelo menos seis horas. A determinação
da resistência característica (f bk
bk) dos blocos ensaiados pode ser calculada conforme abaixo. O valor ser

aceito é aquele indicado no projeto estrutural, conforme será visto em capítulo seguinte.

Tabela 1: Cálculo de f bk


bk

 NOTAÇÃO / PARÂMETROS
PARÂMETROS
fbk,est = resistência característica estimada da amostra, expressa em MPa;
fb(1), fb(2),…, fbi = valores de resistência
r esistência à compressã
compressão o individual do s corpos-de-prova da
amostra, ordenados crescentemente;
crescentemente;
i = n/2, se n for par;
i =(n -1)/2, se n for ímpar;
n é igual à quantidade de blocos da amostra
Quantidade
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 18
de blocos

Ø 0,89 0,91 0,93 0,94 0,96 0,97


0,97 0,98 0,99 1,00
1,00 1,01 1,02 1,04

Blocos de Concreto (NBR6136-2006)  n ≥ 6


Blocos Cerâmicos (NBR15270-2005)  n ≥ 13

 f 1  f 2  ...fbi-1 ) 


fbk1= 2   fb i
 i -1 
  fb1  .......   fbn  
fbk2 =  
  n  

fbk3 = Ø x fb1

fbk4 = maior valor entre fbk1 e fbk3

fbk = menor valor entre fbk2 e fbk4


Blocos Sílico Calcários (NBR14974-2003)
fbk = fb  –  Sn
 Sn

fb é a média aritmética das resistências à compressão da amostra,


Sn é o desvio-padrão da resistência à compressão da amostra
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2.1.3 Precisão Dimensional

A precisão dimensional dos blocos é diretamente está ligado à da parede. Caso haja variação da
espessura dos blocos, a parede também terá variação na sua espessura. Para compensar essa variação a
camada de revestimento
revestimento da parede deverá então ser maior, aumentando o custo da obra. Se a
espessura for reduzida em relação ao especificado há alguma redução na resistência da parede também.

Já as variações na altura e comprimento do bloco comprometem principalmente as juntas de


argamassa, horizontais e verticais, respectivamente. Alterações na espessura de juntas verticais podem
ser prejudiciais à modulação (não é possível a distribuição dos blocos conforme desenho do projeto pois
esses tem tamanho diferente) e, em casos extremos, comprometer a resistência ao cisalhamento.
Alterações na espessura da junta horizontal ocasionam variações no pé-direito do pavimento e pode
diminuir a resistência a compressão da parede (quanto mais espessa a junta, menor a resistência a
compressão). A espessura da parede do bloco é outra especificação a ser controlada, de grande
importância para garantir a resistência do bloco; uma pequena variação de 1 mm nessa espessura pode
significar uma grande redução na área líquida do bloco e portanto na quantidade de material resistente.
Também devem ser verificados o desvio em relação ao esquadro e a planeza das faces dos blocos.
Variações nesses dois últimos parâmetros criam excentricidades, diminuindo a resistência dos blocos.

Os ensaios de controle das dimensões do bloco são simples, basicamente medir cada uma das
dimensões e anotar valores mínimos, médios e máxima diferença em relação ao mínimo e à média.

Tabela 2: Ensaios e requisitos dimensionais para blocos


Blocos de Concreto Blocos Cerâmicos Blocos Sílico
(NBR6136-2006) (NBR15270-2005) Calcários
(NBR14974-2003)
    l Largura ± 2mm
   a
   a    n
   i    o
Altura ± 5mm (individual)
   c    i
   n    s Comprimento ± 2mm
    â    n
   r    e ± 3mm
   e
    l    m ± 3mm (média)
   o    i
   T    D

Absorção Menor que 10% Entre 8 e 22% Entre 10 e 18%

2.1.4  Absorção de Água

O ensaio de índice de absorção de água basicamente consiste em determinar a massa do bloco seco e a
massa do bloco depois de imerso ou por 2 horas em água fervente ou por 24 horas em água à
temperatura ambiente. Obtém então a proporção de quanta água esse absorveu em relação à sua
massa seca (em %). No caso da água quente mede-se a absorção em um ambiente mais agressivo de
maior temperatura e pressão, com aumento no tamanho dos poros.

O ensaio mede indiretamente a porosidade do bloco e é um bom indicador da qualidade deste. Em


geral, blocos de menor absorção são mais resistentes
resistentes e duráveis.
duráveis. Um ponto importante ligado à

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