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AHATON IA HUIIANA DOS ORGAO

���H�lm� 99,50€
Aderente : 10% Oesconto
INDICE

O Autor..................................................................................................................................................................... VII
Agradecimentos ....................................................................................................................................................... XLV
Prefácio..................................................................................................................................................................... XLVI1

1. ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS (SISTEMA RESPIRATÓRIO}


1. CAVIDADES NASAIS E ANEXOS............................................................................................................................ 3
1.1. Nariz ............................................................................................................................................................ 3
1.1.1. Conformosõo externo.................................................................................................................... 3
1.1.1.1. Faces................................................................................................................................ 3
1.1.1.2. Margens .......................................................................................................................... . 3
1.1.1.3. Base................................................................................................................................. 3
1.1.1.4. Ápice ou raiz do nariz .................................................................................................... 4
1.1.2. Constituisõo onotómico................................................................................................................. 4
1.1.2.1. Esqueleto ósteo-cortiloginoso do nariz ........................................................................ 4
1.1.2.1.1. Ossos do nariz ............................................................................................. . 4
1.1.2.1.2. Cortilogens do nariz ..................................................................................... 4
1.1.2.1.2.1. Cartilagem do septo nosol..................................................... s
1.1.2.1.2.2. Cartilagens nosois laterais.................................................... s
1.1.2.1.2.3. Cartilagens olores maiores ................................................... s
1.1.2.1.2.4. Cartilagens acessórios........................................................... s
1.1.2.1.3. Membrana fibroso ........................................................................................ 6
1.1.2.2. Comodo muscular ........................................................................................................... 6
1.1.2.3. Portes moles do nariz .................................................................................................... 6
1.2. Cavidades nosois........................................................................................................................................ 7
1.2.1. Narinas ......................................................................................................................................... .. 7
1.2.2. Cavidades nosois propriamente ditas......................................................................................... 8
1.2.2.1. Parede medial ou septo nosol ...................................................................................... B
1.2.2.2. Parede superior ou obóbodo......................................................................................... B
1.2.2.3. Parede inferior ou pavimento....................................................................................... 9
1.2.2.4. Parede lateral ................................................................................................................. 9
1.2.3. Aberturas posteriores doscovidodes nosois ou cóonos ........................................................... 1O

1
1.3. Seios poronosois ........................................................................................................................................ 10
1.3.1. Seio frontal .................................................................................................................................... li
1.3.2. Seio esfenoidol.............................................................................................................................. 11
1.3.3. Seio maxilar................................................................................................................................... 12
13
'8, 1.3.4. Labirinto etmoidol......................................................................................................................... 12
� 2. LARINGE .............................................................................................................................................................. 13
1

2.1. Considerosões gerais................................................................................................................................. 13


2.1.1. Situosõo.......................................................................................................................................... 13
Q
2.1.2. Formo gerol e dimensões............................................................................................................. 13
X ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XI

2.1.3. Limites ........................................................................................................................................... 13 3. ÁRVORE TRÁQUEO-BRÔNQUICA .......................................................................................................................... 29


2.1.4. Meios de fixo{ÕO ........................................................................................................................... 14 3.1. Traqueia ................................................................................................................................................... .. 29
2.1.5. Mobilidade ..................................................................................................................................... 14 3.1.1. Consideraiões gerais ................................................................................................................... 29
2.2. Constitui1õo anat6mica ............................................................................................................................. 14 3.1.1.1. SitUO{ÕO ........................................................................................................................... 29
2.2.1. Cartilagens da laringe .................................................................................................................. 14 3.1.1.2. Limites .......................................................................................................................... .. 29
2.2.1.1. Cartilagem tiroideia ....................................................................................................... 14 3.1.1.3. Direqõo .......................................................................................................................... 29
2.2.1.2. Cartilagem cricoideia ..................................................................................................... 15 3.1.1.4. Mobilidade ...................................................................................................................... 29
2.2.1.3. Cartilagens aritnoideias ................................................................................................ 16 3.1.1.5. Forma .............................................................................................................................. 29
2.2.1.4. Cartilagem epigl6tica ou epiglote ................................................................................ 16 3.1.1.6. Bifurca{ÕO da traqueia .................................................................................................. 30
2.2.1.5. Cartilagens corniculadas (Santorini) ............................................................................. 17 3.1.2. Rela1ões ........................................................................................................................................ . 30
2.2.1.6. Cartilagens cuneiformes (Wrisberg) ............................................................................. 17 3.1.2.1. Parte cervical da traqueia .......................................................................................... .. 30
2.2.1.7. Cartilagens sesamoideias anteriores ........................................................................... 17 3.1.2.2. Parte torácica da traqueia ............................................................................................ 31
2.2.1.8. Cartilagens sesamoideias posteriores ......................................................................... 17 3.1.2.3. BifurCD{ÕO da traqueia .................................................................................................. 33
2.2.1.9. Cartilagem interaritnoideia ........................................................................................... 17 3.2. Brônquios ................................................................................................................................................... 33
2.2.2. Articula{ões e ligamentos da laringe ......................................................................................... 17 3.2.1. Brônquios principais ..................................................................................................................... 33
2.2.2.1. Articula1ões e ligamentos intrínsecos da laringe ....................................................... 18 3.2.1.1. Forma e dimensões ....................................................................................................... 33
2.2.2.1.1. Articula1ões crico-tiroideias ........................................................................ 18 3.2.1.2. Rela1ões .......................................................................................................................... 33
2.2.2.1.2. Articula{ões crico-aritnoideias .................................................................... 18 3.2.2. Brônquios labores e brônquios segmentares ............................................................................ 34
2.2.2.1.3. Articula1ões aritno-corniculadas ................................................................. 18 3.3. Traqueia e brônquios .............................................................................................................................. . 36
2.2.2.1.4. Membrana crico-tiroideia mediana ........................................................... .. 19 3.3.1. Constitui{ÕO anatómica ............................................................................................................... . 36
2.2.2.1.5. Ligamento crico-corniculado ........................................................................ 19
2.2.2.1.6. Ligamento tiro-epigl6tico ............................................................................. 19 4. PULMÕES ............................................................................................................................................................. 39
2.2.2.1.7. Membrana fibro-elóstica da laringe .......................................................... . 20 4.1. Considera{ões gerais .............................................................................................................................. . 39
2.2.2.2. Ligamentos extrínsecos da laringe .............................................................................. 20 4.1.1. Situaiõo ......................................................................................................................................... 39
2.2.2.2.1. Membrana tiro-hioideia ............................................................................... 20 4.1.2. Volume ........................................................................................................................................... 39
2.2.2.2.2. Membrana hio-epiglótica ............................................................................. 21 4.1.3. Capacidade .................................................................................................................................... 39
2.2.2.2.3. Ligamentos glosso-epigl6ticos .................................................................... 21 4.1.4. Cor .................................................................................................................................................. 39
2.2.2.2.4. Ligamentos faringo-epigl6ticos ................................................................... 21 4.1.5. Elasticidade e consistência .......................................................................................................... 40
2.2.2.2.5. Ligamento crico-traqueal ............................................................................. 21 4.2. Configura{ÕO externa e rela1ões ............................................................................................................ 40
2.2.3. Músculos da laringe ...................................................................................................................... 22 4.2.1. Face costal ................................................................................................................................... .. 40
2.2.3.1. Músculos tensores das pregas vocais .......................................................................... 22 4.2.2. Face mediastinal ........................................................................................................................... 40
2.2.3.1.1. Músculo crico-tiroideu .................................................................................. 22 4.2.3. Face diafragmática ....................................................................................................................... 41
2.2.3.2. Músculos dilatadores da glote ...................................................................................... 22 4.2.4. Ápice .............................................................................................................................................. 41
2.2.3.2.1. Músculo crico-aritnoideu posterior ............................................................. 22 4.2.5. Margem anterior ......................................................................................................................... .. 41
2.2.3.3. Músculos constritores da glote ..................................................................................... 22 4.2.6. Margem posterior ........................................................................................................................ . 42
2.2.3.3.1. Músculo crico-aritnoideu lateral ................................................................. 22 4.2.7. Margem inferior ............................................................................................................................ 42
2.2.3.3.2. Músculo tiro-aritnoideu ................................................................................ 23 4.3. Territórios pulmonares ............................................................................................................................. 42
2.2.3.3.3. Músculos aritnoideus ................................................................................... 23 4.4. Constitui{ÕO anat6mica ............................................................................................................................. 45
2.3. Conformaiõo externa ................................................................................................................................ 24
2.3.1. Face posterior ............................................................................................................................... 24 � 5. PLEURAS .............................................................................................................................................................. 47
2.3.2. Faces 6ntero-laterais .................................................................................................................... 24 � 5.1. L6mina visceral da pleura ....................................................................................................................... 47
2.3.3. Margens ......................................................................................................................................... 24 � 5.2. Lâmina parietal da pleura ....................................................................................................................... 48
2.3.4. Ápice .............................................................................................................................................. 24 � 5.2.1. Cúpula da pleura ........................................................................................................................ .. 48
2.3.5. Base ...............................................................................................................................................
2.4. Conformaiõo interna ................................................................................................................................
24
25
j1
5.2.2. Parte diafragmática da lâmina parietal da pleura ...................................................................
5.2.3. Parte mediastinal da lâmina parietal da pleura .......................................................................
48
48
2.4.1. Piso gl6tico .................................................................................................................................... 25 5.2.4. Parte costal da 16mina parietal da pleura ................................................................................ . 50

2.4.2. Piso supraglótico ........................................................................................................................... 27 � 5.3. Linhas de reflexão da l6mina visceral com a lâmina parietal da pleura .......................................... 51
2.4.3. Piso intra-glótico .......................................................................................................................... . 27 Q
XII ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS INDICE XI11

6. TOPOGRAFIA TORACO-PULMONAR ..................................................................................................................... 53 7.2.2.5.1.3. Hemi-orco dental ínfero-esquerdo........................................ 76


6.1. Projec1õo dos pulmões no parede torácico............................................................................................ 53 7.2.2.5.1.4. Hemi-orco dental ínfero-direito ............................................ 76
6.2. Projec1õo dos recessos pleurais no parede torácico ............................................................................ 54 7.2.2.5.2. Descri1ão individual de cada dente definitivo ou permanente............... 76
6.3. Projeqõo dos fissuras interlobores no parede torácico ...................................................................... 55 7.2.2.5.2.1. Dentes superiores ou maxilares........................................... 76
7.2.2.5.2.1.1. Dente incisivo central superior .................... 76
li. ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) 7.2.2.5.2.1.2. Dente incisivo lateral superior..................... 77
7. CAVIDADE ORAL E DEPENDÊNCIAS ...................................................................................................................... 61 7.2.2.5.2.1.3. Dente canino superior................................... 77
61 7.2.2.5.2.1.4. Dente primeiro pré-molar superior ............. 78
7.1. Cavidade oral ............................................................................................................................................
61 7.2.2.5.2.1.5. Dente segundo pré-molar superior.............. 78
7.1.1. Parede anterior: lábios ................................................................................................................
61 7.2.2.5.2.1.6. Dente primeiro molar superior .................... 79
7.1.1.1. Conformo1ão externo .................................................................................................. ..
62 7.2.2.5.2.1.7. Dente segundo molar superior..................... 80
7.1.1.2. Constitui1ão anatómico..................................................................................................
63 7.2.2.5.2.1.8. Dente terceiro molar superior ou dente serotino 80
7.1.2. Paredes laterais: bochechos ...................................................................................................... ..
63 7.2.2.5.2.2. Dentes inferiores ou mondibulores ...................................... 80
7.1.2.1. Conformo1ão externo .................................................................................................. ..
63 7.2.2.5.2.2.1. Dente incisivo central inferior...................... 80
7.1.2.2. Constitui1õo anatómico..................................................................................................
64 7.2.2.5.2.2.2. Dente incisivo lateral inferior ...................... 81
7.1.3. Parede superior: palato duro ..................................................................................................... .
64 7.2.2.5.2.2.3. Dente canino inferior .................................... 81
7.1.3.1. Conformo1õo externo ....................................................................................................
64 7.2.2.5.2.2.4. Dente primeiro pré-molar inferior............... 82
7.1.3.2. Constitui1ão anatómico................................................................................................ ..
65 7.2.2.5.2.2.5. Dente segundo pré-molar inferior............... 82
7.1.4. Parede inferior: pavimento do cavidade oral ...........................................................................
65 7.2.2.5.2.2.6. Dente primeiro molar inferior...................... 82
7.1.4.1. Conformo1ão externo ....................................................................................................
65 7.2.2.5.2.2.7. Dente segundo molar inferior...................... 83
7.1.4.2. Constitui1ão anatómico..................................................................................................
66 7.2.2.5.2.2.8. Dente terceiro molar inferior ou dente serotino 84
7.1.5. Parede posterior: palato mole ou véu palatino........................................................................
66 7.2.3. língua ............................................................................................................................................ 84
7.1.5.1. Conformo1õo externo .................................................................................................. ..
67 7.2.3.1. Conformo1ão externo .................................................................................................... 84
7.1.5.2. Constitui1õo anatómico..................................................................................................
67 7.2.3.1.1. Face superior ou dorso do língua .............................................................. 85
7.1.5.2.1. Aponevrose palatino....................................................................................
67 7.2.3.1.2. Face inferior do língua ................................................................................ 85
7.1.5.2.2. Músculos do palato mole ou véu palatino ................................................
67 7.2.3.1.3. Margens do língua ....................................................................................... 86
7.1.5.2.2.1. Músculos do úvulo ..................................................................
67 7.2.3.1.4. Raiz do língua............................................................................................... 86
7.1.5.2.2.2. Músculo levantador do véu palatino.....................................
68 7.2.3.1.5. Ápice do língua............................................................................................. 86
7.1.5.2.2.3. Músculo tensor do véu palatino ............................................
68 7.2.3.2. Constitui1ão anatómica.................................................................................................. 86
7.1.5.2.2.4. Músculo poloto-foríngeo .........................................................
69 7.2.3.2.1. Esqueleto ósteo-fibroso ............................................................................... 86
7.1.5.2.2.5. Músculo polato-glosso ............................................................
69 7.2.3.2.1.1. Osso hióide ............................................................................. 86
7.1.5.2.3. Mucoso do palato mole ...............................................................................
69 7.2.3.2.1.2. Aponevrose do língua............................................................ 86
7.2. Dependências do cavidade oral ............................................................................................................ ..
69 7.2.3.2.1.3. Septo do língua....................................................................... 86
7.2.1. Gengivas ...................................................................................................................................... ..
70 7.2.3.2.2. Músculos do língua ...................................................................................... 87
7.2.2. Dentes .......................................................................................................................................... ..
70 7.2.3.2.2.1. Músculo génio-glosso ............................................................. 87
7.2.2.1. Característicos gerais dos dentes ................................................................................
7.2.2.2. Arcos dentais.................................................................................................................. 72 7.2.3.2.2.2. Músculo hio-glosso ................................................................. 88
7.2.2.3. Aparelho de fixo1ão dos dentes .................................................................................. 73 7.2.3.2.2.3. Músculo estilo-glosso............................................................. 88
7.2.2.4. Característicos gerais dos dentes definitivos ou permanentes ................................ 74 7.2.3.2.2.4. Músculo poloto-glosso............................................................ 88
7.2.2.4.1. Dentes incisivos............................................................................................ 74 7.2.3.2.2.5. Músculo omígdolo-glosso....................................................... 89

j
74 7.2.3.2.2.6. Músculo longitudinal superior do língua.............................. 89
7.2.2.4.2. Dentes caninos .............................................................................................
74 7.2.3.2.2.7. Músculo longitudinal inferior do língua............................... 89
7.2.2.4.3. Dentes pré-molares .....................................................................................
7.2.3.2.2.8. Músculo transverso do língua............................................... 89
7.2.2.4.4. Dentes molares ............................................................................................
7.2.2.5. Classifica1ão dental definitivo, permanente ou segundo denti1ão, segundo o Federo1ão
75
l 7.2.3.2.2.9. Músculo vertical do língua .................................................... 90
Dentário Internacional ................................................................................................... 75 i2 7.2.3.2.3. Mucoso do língua ......................................................................................... 90
1
7.2.4. Tonsilos palatinas......................................................................................................................... 91
7.2.2.5.1. Denti1ão ....................................................................................................... . 75
7.2.2.5.1.1. Hemi-orco dental súpero-direito........................................... 76 � 8. FARINGE · ......................................................................................................................................................... 93
7.2.2.5.1.2. Hemi-orco dental súpero-esquerdo ...................................... 76 o 8.1. Considero1ões gerais ............................................................................................................................... 93
XIV ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XV

8.1.1. Situoião e limites ......................................................................................................................... 93 9.4.3. leio submucoso ....................................................................................................................... 110


8.1.2. Divisão ........................................................................................................................................... 93 9.4.4. Túnica mucoso ......................................................................................................................... 110
8.1.3. Formo gerol e dimensões ............................................................................................................ 93 1O. ESTÔMAGO ........................................................................................................................................................ 111
8.2. Conformoião externo e reloiões ............................................................................................................ 94
94 10.1. Consideroiões gerais .......................................................................................................................... 111
8.2.1. Foce posterior ...............................................................................................................................
94 10.1.1. Situoião .................................................................................................................................. 112
8.2.2. Foces loterois ................................................................................................................................
95 10.1.2. Projecião porietol ................................................................................................................. 112
8.2.3. Extremidade superior ...................................................................................................................
95 10.1.3. Meios de fixoião ................................................................................................................... 113
8.2.4. Extremidade inferior ....................................................................................................................
95 10.1.4. Formo 113
8.3. Conformoião interno ................................................................................................................................
96 10.1.5. Dimensões e copocidode ...................................................................................................... 114
8.3.1. Foce posterior ...............................................................................................................................
96 10.2. Conformoião externo e reloiões ....................................................................................................... 114
8.3.2. Foces loterois ................................................................................................................................
97 10.2.1. Foce anterior ......................................................................................................................... 114
8.3.3. Foce anterior .................................................................................................................................
97 10.2.2. Foce posterior ........................................................................................................................ 115
8.3.4. Foce superior ou fórnice do faringe ...........................................................................................
98 10.2.3. Curvoturo moior 116
8.3.5. Extremidade inferior ....................................................................................................................
98 10.2.4. Curvoturo menor ................................................................................................................... 116
8.4. Constituiião onotómico .............................................................................................................................
98 10.2.5. Cárdio ................................................................................................................................... .. 117
8.4.1. Túnica mucoso ...............................................................................................................................
98 º r 117
8.4.2. Túnica fibroso ou fáscio faringo-bosilor .....................................................................................
8.4.2.1. Extremidade superior .................................................................................................... 98 10.3. c� �:���o:�: �n;·;·;�o ............................................................................................................................ 117
99 10.4. Constituiião onotómico ........................................................................................................................ 118
8.4.2.2. Extremidade infe rior .....................................................................................................
99 10.4.1. Túnica seroso - peritoneu gástrico .................................................................................... 118
8.4.2.3. Margens anteriores .......................................................................................................
99 10.4.1.1. Disposiião gerol do peritoneu gástrico ............................................................. 118
8.4.2.4. Foces ...............................................................................................................................
99 10.4.1.2. Omentos .... 119
8.4.3. Túnica muscular do faringe .........................................................................................................
99 10.4.1.3. Ligamento gostro-frénico e foice do ortério gástrico esquerdo ..................... 119
8.4.3.1. Músculos constritores ....................................................................................................
99 10.4.2. Túnica muscular ..................................................................................................................... 120
8.4.3.1.1. Músculo constritor superior do faringe .....................................................
100 10.4.2.1. Comodo muscular superficial ............................................................................... 120
8.4.3.1.2. Músculo constritor médio do faringe .........................................................
100 10.4.2.2. Comodo muscular médio 120
8.4.3.1.3. Músculo constritor inferior do faringe .......................................................
101 10.4.2.3. Comodo muscular profundo .................................................................................. 120
8.4.3.2. Músculos levontodores ..................................................................................................
101 10.4.3. Telo submucoso ...................................................................................................................... 121
8.4.3.2.1. Músculo petro-faríngeo ................................................................................
101 10.4.4. Túnica mucoso ......................................................................................................................... 121
8.4.3.2.2. Músculo estilo-faríngeo ...............................................................................
8.4.4. Fóscio perifaríngeo ....................................................................................................................... 101 11. INTESTINO DELGADO 123
9. ESÓFAGO ............................................................................................................................................................. 103 11.1. Duodeno 123
103 11.1.1. c·�·�·;·idero1ões gerais ............................................................................................................ 123
9.1. Consideroiões gerais ...............................................................................................................................
103 11.1.1.1. Situoião ................................................................................................................. 123
9.1.1. Limites ...........................................................................................................................................
103 11.1.1.2. Limites ................................................................................................................... 123
9.1.2. Situoião e divisão ........................................................................................................................
104 11.1.1.3. Projeqão porietol ................................................................................................ 123
9.1.3. Direcião ........................................................................................................................................ .
11.1.1.4. Dimensões .. 124
9.1.4. Meios de fixoião ........................................................................................................................... 104
105 11.1.1.5. Meios de fixoião ...........................................................................................······· 124
9.1.5. Dimensões .....................................................................................................................................
105 11.1.1.6. Divisão, direcião e trojecto ................................................................................ 125
9.1.6. Formo e calibre .............................................................................................................................
9.2. Conformoião interno ................................................................................................................................ 105 3 11.1.1.7. Tipos de duodeno .................................................................................................
11.1.2. Conformoião externo e reloiões .........................................................................................
125
126
9.3. Conformoião externo e reloiões ............................................................................................................ 105
11.1.2.1. Porte superior do duodeno ................................................................................. 126
9.3.1. Porte cervical do esófago ............................................................................................................ 106 !-
11.1.2.2. Porte descendente do duodeno .......................................................................... 126
9.3.2. Porte torácico do esófago ............................................................................................................ 107
11.1.2.3. Porte horizontal do duodeno .............................................................................. 127
9.3.3. Porte diofrogmático do esófago .................................................................................................. 108 Ul
11.1.2.4. Porte ascendente do duodeno ............................................................................ 127
9.3.4. Porte obdominol do esófago ....................................................................................................... 109
1
..J
Ul 11.1.2.5. Flexuro duodeno-jejunol ...................................................................................... 127
9.4. Constituiião onotómico ............................................................................................................................. 109
::J 11.1.3. Conformoião interno ............................................................................................................. 128
9.4.1. Túnica seroso ................................................................................................................................ 109 Q 11.1.4. Constituiião onotómico ......................................................................................................... 128
9.4.2. Túnica muscular ............................................................................................................................ 109
XVI ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XVII

11.1.4.1. Túnica serosa - peritoneu duodenal e da flexura duodeno-jejunal.............. 128 12.1.2.4.1. Túnica seroso - peritoneu do apêndice vermiforme ................. 147
11.1.4.2. Túnica muscular................................................................................................... . 129 12.1.2.4.2. Túnica muscular ............................................................................... 148
11.1.4.3. Tela submucoso .................................................................................................... 130 12.1.2.4.3. Tela submucoso................................................................................ 148
11.1.4.4. Túnica mucosa ...................................................................................................... 130 12.1.2.4.4. Túnica mucoso.................................................................................. 148
11.2. Jejuno e íleo........................................................................................................................................ . 131 12.1.3. Cólon ascendente................................................................................................................... 148
11.2.1. Considero,ões gerais ........................................................................................................... . 131 12.1.3.1. Considera,ões gerais........................................................................................... 148
11.2.1.1. Situo,ão e divisão................................................................................................ 131 12.1.3.1.1. Situa,ão ............................................................................................ 148
11.2.1.2. Projec,ão parietal ................................................................................................ 131 12.1.3.1.2. Dimensões e direc,ão...................................................................... 148
11.2.1.3. Meios de fixa,ão.................................................................................................. 131 12.1.3.1.3. Projeqão parietal............................................................................ 149
11.2.1.4. Direc,ão................................................................................................................. 132 12.1.3.1.4. Meios de fixo,ão.............................................................................. 149
11.2.1.5. Dimensões............................................................................................................. 132 12.1.3.2. Conforma,ão externo .......................................................................................... 149
11.2.1.6. Formo .................................................................................................................... 132 12.1.3.3. Conformo,ão interno ........................................................................................... 149
11.2.2. Conformo,ão externo e rela,ões ......................................................................................... 132 12.1.3.4. Relo,ães ................................................................................................................ 149
11.2.3. Divertículo do íleo (Meckel) .................................................................................................. 133 12.1.3.5. Constitui,ão anatómica........................................................................................ 150
11.2.4. Conforma,ão interno ............................................................................................................ . 134 12.1.3.5.1. Túnica seroso - peritoneu do cólon ascendente ......................... 150
11.2.5. Constitui,ão anatómico ......................................................................................................... 134 12.1.3.5.2. Túnica muscular............................................................................... 150
11.2.5.1. Túnica seroso - peritoneu do jejuno e do ileo ................................................ 134 12.1.3.5.3. Tela submucoso................................................................................ 150
11.2.5.2. Túnica muscular ................................................................................................... . 135 12.1.3.5.4. Túnica mucoso.................................................................................. 150
11.2.5.3. Tela submucoso .................................................................................................... 135 12.1.4. Flexuro direita ou hepático do cólon................................................................................... 150
11.2.5.4. Túnica mucoso ..................................................................................................... . 135 12.1.4.1. Considero,ões gerais........................................................................................... 151
12.1.4.1.1. Situa,ão e formo.............................................................................. 151
12. INTESTINO GROSSO........................................................................................................................................... 137 12.1.4.1.2. Meios de fixo,ão.............................................................................. 151
12.1. Cólon direito......................................................................................................................................... 140 12.1.4.2. Rela,ões ................................................................................................................ 151
12.1.1. Cego ....................................................................................................................................... . 141 12.1.5. Cólon transverso.................................................................................................................... 152
12.1.1.1. Considero,ões gerais.......................................................................................... . 141 12.1.5.1. Considero,ões gerais........................................................................................... 152
12.1.1.1.1. Situa,ão ............................................................................................ 141 12.1.5.1.1. Situa,ão ............................................................................................ 152
12.1.1.1.2. Formo, limites, direc,ão e dimensões ........................................... 141 12.1.5.1.2. Divisão .............................................................................................. 152
12.1.1.1.3. Projeqão parietal............................................................................ 142 12.1.5.1.3. Dimensões, formo e direqão ......................................................... 152
12.1.1.1.4. Meios de fixa,ão.............................................................................. 142 12.1.5.1.4. Projec,ão parietal............................................................................ 153
12.1.1.2. Conformo,ão externo .......................................................................................... 143 12.1.5.1.5. Meios de fixo,ão.............................................................................. 153
12.1.1.3. Conforma,ão interna ........................................................................................... 143 12.1.5.2. Conformo,ão externo .......................................................................................... 153
12.1.1.3.1. Volvo ileal ....................................................................................... . 143 12.1.5.3. Conforma,ão interna ........................................................................................... 153
12.1.1.3.2. Õstio do apêndice vermiforme....................................................... 144 12.1.5.4. Relo,ões ................................................................................................................ 153
12.1.1.4. Relo,ões ................................................................................................................ 144 12.1.5.5. Constitui,ão anatómico........................................................................................ 154
12.1.1.5. Constitui,ão anatómico....................................................................................... . 144 12.1.5.5.1. Túnica seroso - peritoneu do cólon transverso .......................... 154
12.1.1.5.1. Túnica serosa - peritoneu ao nível do cego................................ 144 12.1.5.5.2. Túnica muscular ............................................................................... 156
12.1.1.5.2. Túnica muscular ............................................................................... 145 12.1.5.5.3. Tela submucoso................................................................................ 156
12.1.1.5.3. Tela submucoso................................................................................ 145 12.1.5.5.4. Túnica mucoso.................................................................................. 156
12.1.1.5.4. Túnica mucosa.................................................................................. 146 12.2. Cólon esquerdo .................................................................................................................................... 156
12.1.2. Apêndice vermiforme ............................................................................................................ 146 B 12.2. l. Flexuro esquerda ou esplénico do cólon ............................................................................
12.2.1.1. Considera,ões gerais...........................................................................................
156
157
12.1.2.1. Considera,ões gerais........................................................................................... 146
12.1.2.1.1. Situa,ão e relo,ões.......................................................................... 146 � 12.2.1.1.1. Situa,ão e formo.............................................................................. 157
12.1.2.1.2. Forma, dimensões e ponto de implonto,ão ................................. . 146 12.2.1.1.2. Meios de fixo,ão.............................................................................. 157
12.1.2.1.3. Projec,ão parietal............................................................................ 147 12.2.1.2. Relo,ões ................................................................................................................ 157
12.1.2.1.4. Meios de fixa,ão.............................................................................. 147 1
..J
12.2.2. Cólon descendente................................................................................................................. 158
12.1.2.2. Conforma,ão externo .......................................................................................... 147 12.2.2.1. Considera,ões gerais........................................................................................... 158
12.1.2.3. Conformo,ão interno ........................................................................................... 147 ::i 12.2.2. l. l. Situa,ão ............................................................................................ 158
12.1.2.4. Constitui,ão anatómico........................................................................................ 147
o 12.2.2.1.2. Dimensões e direqão...................................................................... 158
XVIII ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XIX

12.2.2.1.3. Projec1ão parietal............................................................................ 158 12.3.5.3. Tela submucosa .................................................................................................... 173


12.2.2.1.4. Meios de fixa1ão.............................................................................. 158 12.3.5.4. Túnica mucosa ...................................................................................................... 173
12.2.2.2. Confarma1ão externa .......................................................................................... 159
12.2.2.3. Canforma1ão interna ···················· ..·········••u••·········............................................. 159 13. ÂNUS ................................................................................................................................................................. 175
12.2.2.4. Rela1ões ................................................................................................................ 159 13.1. Considerações gerais........................................................................................................................... 175
12.2.2.5. Constitui1ão anatómica........................................................................................ 160 13.1.1. Situa1ão................................................................................................................................... 175
12.2.2.5.1. Túnica serosa - peritoneu do cólon descendente ....................... 160 13.1.2. Relações.................................................................................................................................. 175
12.2.2.5.2. Túnica muscular ............................................................................... 160 13.1.3. Limites .................................................................................................................................... 175
12.2.2.5.3. Tela submucosa................................................................................ 160 13.2. Conforma1ão externa............................................................................................................................ 175
12.2.2.5.4. Túnica mucosa.................................................................................. 160 13.3. Constituição anatómica......................................................................................................................... 175
12.2.3. Cólon sigmóide....................................................................................................................... 160 13.3.1. Camada muscular.................................................................................................................... 175
12.2.3.1. Considera1ões gerais........................................................................................... 161 13.3.2. Camada cutânea...................................................................................................................... 176
12.2.3.1.1. Tipos e direc1ão............................................................................... 161
12.2.3.1.2. Dimensões ........................................................................................ 161 14. GLÂNDULAS SALIVARES..................................................................................................................................... 177
12.2.3.1.3. Meios de fixa1ão.............................................................................. 161 14.1. Glândulas parótidas .............................................................................................................................. 178
12.2.3.2. Canforma1ão externa .......................................................................................... 161 14.1.1. Considerações gerais.............................................................................................................. 178
12.2.3.3. Conforma1ão interna ........................................................................................... 161 14.1.1.1. Situa1ão e forma ................................................................................................... 178
12.2.3.4. Rela1ões ................................................................................................................ 161 14.1.1.2. Prolongamentos..................................................................................................... 178
12.2.3.5. Constitui1ão anatómica........................................................................................ 162 14.1.1.3. Coloração e peso ................................................................................................... 178
12.2.3.5. l. Túnica serosa - peritoneu do cólon sigm6ide ............................. 162 14.1.2. Loca parotldea......................................................................................................................... 179
12.2.3.5.2. Túnica muscular ............................................................................... 163 14.1.3. Relações ................................................................................................................................... 180
12.2.3.5.3. Tela submucosa................................................................................ 163 14.1.3.1. Relações extrínsecas............................................................................................. 180
12.2.3.5.4. Túnica mucosa.................................................................................. 163 14.1.3.2. Rela1ões intrínsecas.............................................................................................. 181
12.3. Recto...................................................................................................................................................... 163 14.1.4. Dueto parotídeo (Sténon) ........................................................................................................ 181
12.3.1. Considera1ães gerais ............................................................................................................ 163 14.2. Glândulas submandibulares ................................................................................................................. 182
12.3.1.1. Limites................................................................................................................... 163 14.2.1. Considera1ões gerais.............................................................................................................. 182
12.3.1.2. Divisão .................................................................................................................. 164 14.2.1.1. Situa1õo, forma e direc1ão ................................................................................... 182
12.3.1.3. Situa1ão ................................................................................................................. 164 14.2.1.2. Prolongamentos..................................................................................................... 182
12.3.1.4. Dimensões e calibre ............................................................................................ 164 14.2.1.3. Coloração e peso................................................................................................... 182
12.3.1.5. Direc1ão ................................................................................................................. 164 14.2.2. Loca submandibular ................................................................................................................ 183
12.3.1.6. Meios de fixa1ão.................................................................................................. 165 14.2.3. Relações ................................................................................................................................... 183
12.3.2. Conforma1ão externa ............................................................................................................ 165 14.2.4. Dueto submandibular (Wharton) ............................................................................................. 184
12.3.3. Conformo1õo interno ............................................................................................................. 165 14.3. Glândulas sublinguais ........................................................................................................................... 184
12.3.4. Rela1ães.................................................................................................................................. 166 14.3.1. Considera1ões gerais.............................................................................................................. 184
12.3.4.1. Ampola do recto ou recto pélvico ...................................................................... 166 14.3.1.1. Situa1õo e forma ................................................................................................... 184
12.3.4.1.1. Rela1ões com a loca rectal ............................................................. 166 14.3.1.2. Constituição............................................................................................................ 184
12.3.4.1.1.1. Por1õo serosa da loca reetal................................... 167 14.3.1.3. Colora1ão, peso e dimensões............................................................................... 184
12.3.4.1.1.2. Por1ão fibrosa da loca reetal .................................. 168 14.3.2. Relações ................................................................................................................................... 185
12.3.4.1.2. Rela1ões com as órgãos adjacentes à loca reetal........................ 169 14.3.3. Dueto sublingual maior (Rivinus ou Bartholin) e duetos sublinguais menores (Walther) 185
12.3.4.2. Flexura ano-reetal ................................................................................................ 170 � �
� 15. PANCREAS ......................................................................................................................................................... 187
12.3.4.3. Canal anal ou recto perineal .............................................................................. 170
12.3.4.3.1. Rela1ões imediatas com os músculos do períneo ........................ 170 i= 15.1. Considerações gerais............................................................................................................................ 187
12.3.4.3.2. Relações mediatos através dos músculos do períneo ................. 171 15.l.l. Situa1ão.................................................................................................................................... 187
� 15.1.2. Forma, divisão e direqão ...................................................................................................... 187
12.3.5. Constituição anatómica ......................................................................................................... 172

12.3.5.1. Túnica serosa........................................................................................................ 172 1 15.1.3. Dimensões e peso ................................................................................................................... 188
12.3.5.2. Túnica muscular.................................................................................................... 172 15.1.4. Cor e consistência ................................................................................................................... 188

12.3.5.2.1. Camada muscular superficial.......................................................... 172 :i 15.1.5. Projecçõo parietal ................................................................................................................... 188
12.3.5.2.2. Camada muscular profunda ............................................................ 173 G 15.1.6. Meios de fixação ..................................................................................................................... 188
XX ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XXI

15.2. (onformosõo externo ............................................................................................................................ 190 16.4.2.1.2. Veio porto esquerdo ........................................................................ 208
15.3. Relosões ................................................................................................................................................. 191 16.4.2.1.3. Veio porto direito ............................................................................ 208
15.3.1. (obeso do pâncreas ................................................................................................................ 191 16.4.2.2. Veios hepáticos .................................................................................................... 209
15.3.1.1. Foce anterior ........................................................................................................ 191 16.4.3. Sectores e segmentos hepáticos .......................................................................................... 209
15.3.1.2. Foce posterior ....................................................................................................... 191 16.4.3.1. Sectores e segmentos portais ............................................................................. 209
15.3.1.3. Circunferência do pâncreas ................................................................................. 191 16.4.3.1.1. Sectores portais ............................................................................... 209
15.3.2. Colo do pâncreas ................................................................................................................... 192 16.4.3.1.2. Segmentos portais ........................................................................... 210
15.3.2.1. Foce anterior ........................................................................................................ 192 16.4.3.2. Sectores supro-hepáticos ..................................................................................... 211
15.3.2.2. Foce posterior ....................................................................................................... 192 16.5. Constituisõo onotómico ........................................................................................................................ 212
15.3.3. Corpo do pâncreas ................................................................................................................. 192 16.5.1. Peritoneu hepático ................................................................................................................. 212
15.3.3.1. Foce ântero-superior ........................................................................................... 192 16.5.1.1. Ligamento folciforme ........................................................................................... 212
15.3.3.2. Foce posterior ....................................................................................................... 192 16.5.1.2. Ligamento coronário ............................................................................................ 213
15.3.3.3. Foce ântero-inferior ............................................................................................. 192 16.5.1.3. Ligamentos triongulores direito e esquerdo ..................................................... 213
15.3.3.4. Margens ................................................................................................................ 193 16.5.1.4. Omento menor ou gostro-hepótico ..................................................................... 214
15.3.4. Coudo do pâncreas ................................................................................................................ 193 16.5.1.5. Ligamentos peritoneois inconstantes ................................................................. 214
15.3.4.1. Foce anterior ........................................................................................................ 193 16.5.2. Túnica fibroso do fígado ....................................................................................................... 215
15.3.4.2. Foce posterior ....................................................................................................... 193 16.5.3. Porênquimo hepático ............................................................................................................. 215
15.4. Duetos excretores do pâncreas .......................................................................................................... 193
17. VIAS BILIARES ................................................................................................................................................... 217
15.4.1. Dueto poncre6tico (Wirsung) ................................................................................................. 193
15.4.2. Dueto poncre6tico acessório (Sontorini) ............................................................................... 194 17.1. Viu biliar principal ............................................................................................................................... 217
15.5. Constituisõo onotómico ........................................................................................................................ 194 17.1.1. Dueto hepático comum ........................................................................................................... 217
15.5.1. Peritoneu poncre6tico ............................................................................................................ 195 17.1.1.1. Considerosões gerais .......................................................................................... . 217
15.5.2. Porênquimo pancreático ........................................................................................................ 195 17.1.1.1.1. Origem .............................................................................................. 217
17.1.1.1.2. Trojecto e dimensões ...................................................................... 217
16. FÍGADO .............................................................................................................................................................. 197 17.1.1.2. Relosões ................................................................................................................ 218
16.1. Considerosões gerais ........................................................................................................................... 197 17.1.1.3. Constituisõo onotómico ........................................................................................ 218
16.1.1. Situosõo e formo .................................................................................................................... 197 17.1.2. Dueto colédoco ....................................................................................................................... 218
16.1.2. Dimensões e peso .................................................................................................................. 198 17.1.2.1. Considerosões gerais ........................................................................................... 218
16.1.3. Cor e consistência .................................................................................................................. 198 17.1.2.1.1. Trojecto, divisão e direcsõo ............................................................ 218
16.1.4. Projecsõo porietol .................................................................................................................. 198 17.1.2.1.2. Formo, dimensões e cor .................................................................. 219
16.1.5. Meios de fixolõo .................................................................................................................... 199 17.1.2.1.3. Terminosõo ....................................................................................... 219
16.2. (onformosõo externo .......................................................................................................................... 199 17.1.2.1.4. Projeqõo parietal ............................................................................ 220
16.2.1. Foce superior ou diofrogmático ........................................................................................... 199 17.1.2.2. Relosões ................................................................................................................ 220
16.2.2. Foce inferior ou visceral ....................................................................................................... 200 17.1.2.2.1. Porte suproduodenol ....................................................................... 220
16.2.3. Foce posterior ou vertebral .................................................................................................. 202 17.1.2.2.2. Porte retroduodenol ........................................................................ 221
16.2.4. Margens .................................................................................................................................. 202 17.1.2.2.3. Porte retroponcreático .................................................................... 221
16.2.5. Extremidades .......................................................................................................................... 202 17.1.2.2.4. Porte introporietol ........................................................................... 221
16.3. Relolões ................................................................................................................................................ 203 17.1.2.3. Constituisõo anatómico ........................................................................................ 222
16.3.1. Foce superior ou diofrogmático ........................................................................................... 203 17.2. Viu biliar acessório .............................................................................................................................. 222
16.3.2. Foce inferior ou visceral ....................................................................................................... 204 17.2.1. Vesícula biliar ......................................................................................................................... 223
16.3.3. Foce posterior ou vertebral .................................................................................................. 205 17.2.1.1. Considerolões gerais ........................................................................................... 223
16.3.4. Margens .................................................................................................................................. 205 !-- 17.2.1.1.1. Situosõo ............................................................................................ 223
16.3.5. Extremidades .......................................................................................................................... 206 17.2.1.1.2. Formo, direclÕO e dimensões ......................................................... 223
16.4. Territórios hepáticos ............................................................................................................................ 206 17.2.1.1.3. Divisão .............................................................................................. 223
16.4.1. Princípios gerais .................................................................................................................... 206 1
17.2.1.1.4. Meios de fixosõo .............................................................................. 224
16.4.2. Pedículos do fígado ............................................................................................................... 206 17.2.1.1.5. ProjeclÕO parietal ............................................................................ 224
::i
16.4.2.1. Veio porto ............................................................................................................. 207 17.2.1.2. Relosões ................................................................................................................ 224
Q
16.4.2.1.1. Veio do lobo coudodo (Spiegel) ...................................................... 208 17.2.1.2.1. Fundo do vesícula biliar .................................................................. 224
XXII ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XXIII

17.2.1.2.2. Corpo do vesícula biliar.................................................................. 225 18.7.2.3.1. Corpúsculos renais (Malpighi) ......................................................... 244
17.2.1.2.3. Colo da vesícula biliar .................................................................... 275 18.7.2.3.2. Túbulo contorcido proximal ............................................................ 244
17.2.1.3. Constituisão anatómica........................................................................................ 225 18.7.2.3.3. Alsa renal (Henle) ............................................................................ 245
17.2.2. Dueto cístico............................................................................................................................ 227 18.7.2.3.4. Túbulo contorcido distal.................................................................. 245
17.2.2.1. Considerasões gerais........................................................................................... 227 18.7.2.3.5. Túbulos colectores ........................................................................... 245
17.2.2.1.1. Trojecto e direqão .......................................................................... 227 18.7.2.4. Aparelho justaglomerular ................................................................................... 245
17.2.2. l.2. Formo e dimensões ......................................................................... 227 18.7.2.5. Microvasculorizasõo do rim................................................................................. 246
17.2.2. l .3. Terminasão ....................................................................................... 227
19. VIAS EXCRETORAS DO RIM................................................................................................................................ 247
17.2.2.2. Relasões ................................................................................................................ 227
17.2.2.3. Constituisão anatómica........................................................................................ 228 19.1. Cálices renais....................................................................................................................................... 247
19.1.1. Cálices renais menores......................................................................................................... 247
111. ÓRGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO) 19.1.2. Cálices renais maiores.......................................................................................................... 247
19.2. Pelve renal ........................................................................................................................................... 247
18. RINS................................................................................................................................................................... 231
19.2.1. Considerasões gerais ............................................................................................................ 247
18.1. Considerasões gerais........................................................................................................................... 231 19.2.2. Relasões.................................................................................................................................. 248
l 8.1. l. Situa são................................................................................................................................... 231 19.2.2.1. Porsão intrassinusal ............................................................................................ 248
18.1.2. Projecsão parietal.................................................................................................................. 231 19.2.2.2. Porsão extrassinusal ........................................................................................... 248
18.1.3. Forma, direqão e orientasão ............................................................................................... 232 19.3. Uretéro .................................................................................................................................................. 249
18.1.4. Voriosões ................................................................................................................................ 232 19.3.1. Considerasões gerais ............................................................................................................ 249
18.1.5. Colora são e consistência....................................................................................................... 233 19.3.1.1. Situasão ................................................................................................................. 249
18.1.6. Dimensões e peso.................................................................................................................. 233 19.3.1.2. Projeqão parietal ................................................................................................ 249
18.1.7. Meios de fixasão .................................................................................................................... 233 19.3.1.3. Dimensões............................................................................................................. 249
18.2. Conformasão externo .......................................................................................................................... 234 19.3.1.4. Forma e calibre .................................................................................................... 249
18.3. Conformasão interno ........................................................................................................................... 234 19.3.1.5. Direqão................................................................................................................. 250
18.4. Loca renal ............................................................................................................................................. 234 19.3.1.6. Cor e consistência ................................................................................................ 250
18.4.1. lâmina anterior da fóscia renal........................................................................................... 235 19.3.1.7. Meios de fixosão .................................................................................................. 250
18.4.2. lâmina posterior da fóscia renal (Zuckerkondl) ................................................................. 235 19.3.2. Loca ureteral.......................................................................................................................... 251
18.4.3. Loca renal............................................................................................................................... 235 19.3.3. Relasões .................................................................................................................................. 251
18.5. Relasões ................................................................................................................................................ 236 19.3.3.1. Porte lombar do uretéro ..................................................................................... 251
18.5.1. Face anterior.......................................................................................................................... 236 19.3.3.2. Porte ilfaca do uretéro ........................................................................................ 252
18.5.1.1. Face anterior do rim direito ............................................................................... 236 19.3.3.3. Porte pélvica do uretéro ..................................................................................... 253
18.5.1.2. Face anterior do rim esquerdo........................................................................... 237 19.3.3.3.1. Relasões no homem......................................................................... 253
18.5.1.2.1. Relasões da porsão inframesocólica da face anterior do rim esquerdo . 237 19.3.3.3.2. Relasões no mulher......................................................................... 254
18.5.1.2.2. Relasões da porsão supramesocólica da face anterior do rim esquerdo 237 19.3.3.4. Porte intravesical do uretéro ............................................................................. 255
18.5.2. Face posterior ........................................................................................................................ 237 19.3.4. Constituisão anatómica ......................................................................................................... 255
18.5.3. Margem lateral ...................................................................................................................... 238 19.3.4.1. Túnica adventfcia.................................................................................................. 255
18.5.4. Margem medial ...................................................................................................................... 238 19.3.4.2. Túnica muscular.................................................................................................... 255
18.5.5. Pólo superior.......................................................................................................................... 239 19.3.4.3. Túnica mucosa ...................................................................................................... 256
18.5.6. Pólo inferior ........................................................................................................................... 239
18.6. Territórios renais................................................................................................................................. 239 .,, 20. BEXIGA .............................................................................................................................................................. 257
18.6.1. Artéria renal condicionando os territórios renais..............................................................
18.6.2. Segmentos renais ..................................................................................................................
18.7. Constituisão anatómica........................................................................................................................
239
241
243
j
....
20.1. Considerasões gerais...........................................................................................................................
20.1.1. Situasão...................................................................................................................................
20.1.2. Dimensões e capacidade.......................................................................................................
257
257
258
,11l
18.7.1. Cápsula fibrosa...................................................................................................................... 243 20.1.3. Meios de fixasão.................................................................................................................... 258
� 20.2. Conformasão externo ..........................................................................................................................
18.7.2. Parênquima renal .................................................................................................................. 243 1 259
18.7.2.1. Medula renal......................................................................................................... 243 20.3. Conformasão interna ........................................................................................................................... 259

18.7.2.2. Córtex renal.......................................................................................................... 244 '.::i 20.3.1. Trfgono da bexiga (lieutaud)................................................................................................ 260
18.7.2.3. Nefrónios............................................................................................................... 244 O 20.3.2. Colo da bexigo....................................................................................................................... 26 0
XXIV ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XXV

20.3.3. Fundo da bexiga .................................................................................................................... 260 21.2.1.3. Comprimento e calibre ........................................................................................ 274
20.3.4. Corpo da bexiga .................................................................................................................... 260 21.2.1.4. Meios de fixasõo .................................................................................................. 274
20.4. Loca vesical .......................................................................................................................................... 260 21.2.2. Configurasão interna............................................................................................................. 274
20.4.l. Paredes da loca vesical ........................................................................................................ 260 21.2.3. Relasões .................................................................................................................................. 274
20.4.l.l. Parede anterior.................................................................................................... 260 21.2.3.l. Corpo da uretra.................................................................................................... 27S
20.4.1.2. Parede posterior .................................................................................................. 261 21.2.3.1.1. Parte pélvica da uretra................................................................... 27S
20.4.l.3. Paredes laterais................................................................................................... 261 21.2.3.1.2. Parte perineal da uretra................................................................. 27S
20.4.1.4. Parede inferior..................................................................................................... 261 21.2.3.2. Óstio interno da uretra ....................................................................................... 27S
20.4.l.S. Parede superior ................................................................................................... 262 21.2.3.3. Óstio externo da uretra ...................................................................................... 27S
20.4.2. Esposo perivesical ................................................................................................................. 262 21.2.4. Constitui{õo anatómica ......................................................................................................... 27S
20.S. Relasões ................................................................................................................................................ 262 21.2.4.1. Túnica muscular.................................................................................................... 276
20.S.l. Face superior ......................................................................................................................... 262 21.2.4.2. Tela submucosa.................................................................................................... 276
20.S.2. Face ântero-inferior............................................................................................................... 262 21.2.4.3. Túnica mucosa...................................................................................................... 276
20.S.3. Face póstero-inferior............................................................................................................. 263
20.S.4. Margens laterais.................................................................................................................... 263 IV. ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)
20.S.S. Margem posterior .................................................................................................................. 264
22. TESTÍCULOS E EPIDÍDIMOS ............................................................................................................................... 279
20.S.6. Ápice ....................................................................................................................................... 264
20.6. Constituisão anatómica........................................................................................................................ 264 22.1. Considerasões gerais........................................................................................................................... 279
20.6.1. Túnica serosa......................................................................................................................... 264 22.1.1. Situasõo e migrasão .............................................................................................................. 279
20.6.2. Túnica muscular ..................................................................................................................... 26S 22.1.2. Número................................................................................................................................... 279
20.6.3. Túnica mucosa........................................................................................................................ 26S 22.1.3. Colorasõo e consistência....................................................................................................... 280
22.1.4. Dimensões e peso.................................................................................................................. 280
21. URETRA.............................................................................................................................................................. 267 22.2. Conformasõo externa .......................................................................................................................... 280
21.1. Uretra masculina.................................................................................................................................. 267 22.2.1. Testículo.................................................................................................................................. 280
21.l.l. Considerasões gerais ............................................................................................................ 267 22.2.2. Epidídimo ................................................................................................................................ 280
21.1.1.l. Direcsão e trajecto............................................................................................... 267 22.3. Relasões................................................................................................................................................ 281
21.1.1.2. Divisão .................................................................................................................. 268 22.3.1. Testículo.................................................................................................................................. 281
21.1.1.2.l. Divisão relacionada com a fáscia do diafragma da pelve .......... 268 22.3.2. Epidídimo ................................................................................................................................ 281
21.1.1.2.2. Divisão em funsão das suas relasões ........................................... 268 22.4. Funículo espermático ........................................................................................................................... 282
21.1.1.2.3. Divisão relacionada com a sua mobilidade .................................. 268 22.S. Territórios testiculares........................................................................................................................ 283
21.l.l.3. Comprimento ........................................................................................................ 268 22.S.l. Artérias testiculares condicionantes dos territórios testiculares..................................... 283
21.1.1.4. Calibre................................................................................................................... 268 22.S.2. Sectores e subsectores.......................................................................................................... 284
21.l.2. Conformasõo interna............................................................................................................. 269 22.6. Resquícios embrionários anexos aos testículos e aos epidídimos ................................................. 286
21.1.2.1. Parte prostática da uretra .................................................................................. 269 22.6.l. Apêndices do epididimo e do testículo (Morgagni) ............................................................ 287
21.1.2.2. Parte membranácea da uretra ........................................................................... 270 22.6.2. Paradídimo (Giraldes) ............................................................................................................ 287
21.1.2.3. Parte esponjoso da uretra .................................................................................. 270 22.6.3. Dúctulos aberrantes (Haller) ................................................................................................. 287
21.1.3. Relasões.................................................................................................................................. 271 22.7. Constituisão anatómica........................................................................................................................ 287
21.1.3.1. Parte prostática da uretra .................................................................................. 271 22.7.1. Túnica albugínea.................................................................................................................... 287
21.1.3.2. Parte membranácea da uretra ........................................................................... 271 22.7.2. Parênquima testicular ........................................................................................................... 288
21.1.3.3. Parte esponjoso da uretra.................................................................................. 272 23. ESCROTO E BAINHA DO FUNÍCULO ESPERMÁTICO ........................................................................................... 291
21.1.4. Constituisõo anatómica ......................................................................................................... 272 �
21.1.4.1. Túnica muscular.................................................................................................... 272 23. l. Escroto................................................................................................................................................... 291
21.1.4.2. Túnica vascular..................................................................................................... 273 23.1.1. Túnica cutânea ....................................................................................................................... 291
21.1.4.3. Túnica mucosa ...................................................................................................... 273 23.1.2. Túnica muscular do dartos.................................................................................................... 291
Ul
21.2. Uretra feminina.................................................................................................................................... 273 1 23.1.3. Túnica celular subcutânea..................................................................................................... 292
23.1.4. Túnica espermática externa .................................................................................................
.J
21.2.1. Considerasões gerais ............................................................................................................ 273 Ul 292
21.2.1.1. Origem, direcsõo e terminasõo........................................................................... 273 :i 23. l.S. Túnica muscular do cremáster.............................................................................................. 292
21.2.1.2. Divisão .................................................................................................................. 274
Q 23.1.6. Túnica espermática interna .................................................................................................. 293
XXVI ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XXVII

23.1.7. Túnica vaginal do testículo .................................................................................................. . 293 25.1.1.2. Cor e consistência ................................................................................................ 307
23.2. Bainho do funículo esperm6tico ......................................................................................................... 295 25.1.1.3. Dimensões, volume e peso ................................................................................ . 307
25.1.2. Conformo1ão externo ........................................................................................................... . 307
24. VIAS ESPERMÁTICAS •••••••••••••••u••u•u••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 297
25.1.3. Loco prostático ....................................................................................................................... 308
24.1. Túbulos seminíferos contorcidos ....................................................................................................... . 297 25.1.3.1. Paredes do loco prostático .................................................................................. 308
24.2. Túbulos seminfferos rectos ................................................................................................................. 297 25.1.3.1.1. Parede anterior ................................................................................ 308
24.3. Rede do testículo (Holler) ................................................................................................................... . 297 25.1.3.1.2. Parede posterior ............................................................................. . 308
24.4. Dúctulos eferentes do testículo ......................................................................................................... . 297 25.1.3.1.3. Paredes laterais ............................................................................... 308
24.5. Dueto do epidídimo ............................................................................................................................. . 298 25.1.3.1.4. Parede inferior ................................................................................ . 309
24.6. Dueto deferente ................................................................................................................................... . 298 25.1.3.1.5. Parede superior ............................................................................... 309
24.6.1. Considero1ões gerais ............................................................................................................ 298 25.1.3.2. Espo10 periprostático ........................................................................................... 309
24.6.1.1. Formo, dimensões e consistência ....................................................................... 298 25.1.4. Relo1ões .................................................................................................................................. 309
24.6.1.2. Trojecto e divisão ............................................................................................... . 298 25.1.4.1. Relo1ões intrínsecos ............................................................................................ 309
24.6.2. Relo1ões ................................................................................................................................. . 299 25.1.4.2. Relo1ões extrínsecos .......................................................................................... . 310
24.6.2.1. Porte testículo-epididim6rio ................................................................................ 299 25.1.5. Territórios prostáticas .......................................................................................................... . 310
24.6.2.2. Porte funiculor ..................................................................................................... . 300 25.1.6. Constitui1ão onot6mico ......................................................................................................... 311
24.6.2.3. Porte inguinal ....................................................................................................... 300 25.2. Glândulas bulbo-uretrois (Cowper) ..................................................................................................... 312
24.6.2.4. Porte ilíaco ........................................................................................................... . 300 25.2.1. Glândulas bulbo-uretrois (Cowper) ....................................................................................... 312
24.6.2.5. Porte pélvico ......................................................................................................... 301 25.2.2. Dueto do glândula bulbo-uretra! (Cowper) ......................................................................... . 312
24.6.3. Constitui1ão onot6mico ....................................................................................................... .. 301 25.2.3. Constituiião onot6mico ......................................................................................................... 312
24.6.3.1. Túnica adventício .................................................................................................. 302
24.6.3.2. Túnica muscular .................................................................................................... 302 26. PÉNIS ................................................................................................................................................................. 313
24.6.3.3. Túnica mucoso ...................................................................................................... 302 26.1. Considero1ões gerais .......................................................................................................................... . 313
24.7. Vesículas seminois .............................................................................................................................. . 302 26.1.1. Situo1ão ................................................................................................................................... 313
24.7.1. Considero1ões gerais ........................................................................................................... . 302 26.1.2. Divisão e direqão ................................................................................................................ . 313
24.7.1.1. Situo1ão e direc1ão .............................................................................................. 302 26.1.3. Dimensões .............................................................................................................................. 313
24.7.1.2. Dimensões e capacidade .................................................................................... . 302 26.1.4. Meios de fixo1ão .................................................................................................................... 314
24.7.2. Conformo1ão externo ............................................................................................................ 302 26.2. Conformo1ão externo e relo1ões ....................................................................................................... 314
24.7.3. (onformo1ão interno ··············••u••························································································· 303 26.2.1. Corpo do pénis ....................................................................................................................... 314
24.7.4. Relo1ões ................................................................................................................................. . 303 26.2.2. Extremidade posterior ou raiz do pénis ............................................................................. 314
24.7.5. Constitui1ão onot6mico ........................................................................................................ . 303 26.2.3. Extremidade anterior do pénis ............................................................................................ 315
24.7.5.1. Túnica adventício .................................................................................................. 304 26.2.3.1. Glande do pénis ························:·..········..································..······..................... 315
24.7.5.2. Túnica muscular .................................................................................................... 304 26.2.3.2. Prepúcio do pénis ................................................................................................. 316
24.7.5.3. Túnica mucoso ..................................................................................................... . 304 26.3. Constitui1ão anatómico ........................................................................................................................ 316
24.B. Duetos ejaculadores ............................................................................................................................ . 304 26.3.1. Formo1ões erécteis do pénis ............................................................................................... . 316
24.8.1. Considero1ões gerais ............................................................................................................ 304 26.3.1.1. Corpos cavernosos do pénis .............................................................................. . 316
24.8.1.1. Trojecto e termino1ão .......................................................................................... 304 26.3.1.2. Corpo esponjoso do pénis .................................................................................. . 317
24.8.1.2. Dimensões ............................................................................................................ . 305 26.3.1.3. Estruturo dos formo1ões erécteis ....................................................................... 319
24.8.2. Relo1ões ................................................................................................................................. . 305 26.3.2. Túnicas ou invólucros do pénis .......................................................................................... .. 319
24.8.3. Constitui1ão anatómico ......................................................................................................... 305 26.3.2.1. Túnica cutâneo ..................................................................................................... . 319
24.8.3.1. Túnica adventício .................................................................................................. 305 26.3.2.2. Túnica muscular do dortos peniono .................................................................. . 319
24.8.3.2. Túnica muscular .................................................................................................... 305 26.3.2.3. Tela subcutâneo ................................................................................................... 320
24.8.3.3. Túnica mucoso ..................................................................................................... . 305 26.3.2.4. Fáscio do pénis (Buck) ......................................................................................... 320
25. GLÂNDULAS ANEXAS AOS ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS ............................................................................ 307 V. ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
25.1. Pr6stoto ................................................................................................................................................ . 307
25.1.1. Considero1ões gerais ............................................................................................................ e 27. OVÁRIOS ............................................................................................................................................................ 325
307
25.1.1.1. Situo1ão ................................................................................................................ . 307 o 27.1. Considero1ões gerais .......................................................................................................................... . 325
XXVIII ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XXIX

27.1.1.
Situasão e migrasão .............................................................................................................. 325 28.4.1. Relasões na mulher não gr6vido ......................................................................................... 337
27.1.2.
Forma, orientasão e aspecto externo.................................................................................. 325 28.4.2. Relalões na mulher grávida................................................................................................. 338
27.1.3.
Número ................................................................................................................................... 325 28.5. Resquícios embrion6rios anexos às tubas uterinas (Fal6pio) ......................................................... 338
27.1.4.
Dimensões e peso.................................................................................................................. 326 28.6. Constituilão anatómica........................................................................................................................ 338
27.1.S.
Cor e consistência.................................................................................................................. 326 28.6.1. Túnica seroso ......................................................................................................................... 339
27.1.6.
Meios de fixalão.................................................................................................................... 326 28.6.2. Tela subseroso ....................................................................................................................... 339
27.1.6.1. Ligamento suspensor do ov6rio ou lombo-ovárico .......................................... 326 28.6.3. Túnica muscular ..................................................................................................................... 339
27.1.6.2. Ligamento tubo-ov6rico....................................................................................... 327 28.6.4. Túnica mucosa ........................................................................................................................ 339
27.1.6.3. Ligamento pr6prio do ov6rio ou útero-ov6rico ................................................ 327
27.1.6.4. Mesov6rio ............................................................................................................. 327 29. ÚTERO................................................................................................................................................................ 341
27.2. Conformasão externa e relasões ....................................................................................................... 327 29.1. Considerolões gerais........................................................................................................................... 341
27.2.1. Relalões na mulher não grávida ......................................................................................... 327 29.1.1. SitUOlãO ................................................................................................................................... 341
27.2.1.1. Face lateral........................................................................................................... 328 29.1.2. Formo...................................................................................................................................... 342
27.2.1.2. Face medial........................................................................................................... 328 29.1.3. Posilão.................................................................................................................................... 342
27.2.1.3. Margem anterior ou mesov6rica ........................................................................ 328 29.1.4. Dimensões e peso.................................................................................................................. 343
27.2.1.4. Margem posterior ou livre.................................................................................. 328 29.1.5. Consistência............................................................................................................................ 343
27.2.1.S. Extremidade tubárica........................................................................................... 328 29.1.6. Número ................................................................................................................................... 343
27.2.1.6. Extremidade uterina ............................................................................................ 329 29.2. Conformalão externa .......................................................................................................................... 343
27.2.2. Relalões na mulher gr6vida................................................................................................. 329 29.2.1. Corpo do útero....................................................................................................................... 344
27.3. Constituilão onat6mica........................................................................................................................ 329 29.2.1.1. Face anterior ........................................................................................................ 344
27.3.1. Invólucro ov6rico ................................................................................................................... 329 29.2.1.2. Face posterior....................................................................................................... 344
27.3.2. Parênquima ov6rico............................................................................................................... 329 29.2.1.3. Margens laterais .................................................................................................. 344
27.3.2.1. Folículos ováricos e folículos atrésicos.............................................................. 330 29.2.1.4. Margem superior ou fundo do útero ................................................................. 344
27.3.2.1.1. Folículos ov6ricos prim6rios........................................................... 330 29.2.1.5. Ângulos laterais ou cornos do útero ................................................................. 344
27.3.2.1.2. Folículos ov6ricos em crescimento................................................. 330 29.2.1.6. Ângulo inferior ..................................................................................................... 344
27.3.2.1.3. Folículos ov6ricos otrésicos............................................................ 331 29.2.2. Istmo do útero ....................................................................................................................... 344
27.3.2.1.4. Folículos ov6ricos vesiculosos (Graaf) ........................................... 331 29.2.3. Colo do útero ......................................................................................................................... 345
27.3.2.2. Corpos lúteos e corpos olbicantes ..................................................................... 332 29.2.3.1. PorlÕO supravaginal ............................................................................................ 345
27.3.2.2.1. Corpos lúteos ................................................................................... 332 29.2.3.2. Porlõo vaginal...................................................................................................... 345
27.3.2.2.2. Corpos olbicontes ............................................................................ 333 29.2.3.3. PorlÕO intravaginal.............................................................................................. 345
29.3. Conformalão interna ........................................................................................................................... 346
28. TUBAS UTERINAS (FALÓPIO) ........................................................................................................................... .. 335 29.3.1. Cavidade do útero ........................................ ,........................................................................ 346
28.1. Considerasões gerais........................................................................................................................... 33S 29.3.1.1. Cavidade do corpo do útero ............................................................................... 346
28.1.1. SitualãO ................................................................................................................................... 33S 29.3.1.2. Canal do colo do útero........................................................................................ 346
28.1.2. Direcção .................................................................................................................................. 335 29.4. Sistemas de manutenlão do útero..................................................................................................... 347
28.1.3. Dimensões .............................................................................................................................. 335 29.4.1. Sistema de orientalão do útero........................................................................................... 347
28.1.4. Meios de fixolão.................................................................................................................... 335 29.4.1.1. Ligamentos largos do útero................................................................................ 347
28.2. ConformalÕO externa .......................................................................................................................... 336 29.4.1.2. Ligamentos redondos do útero........................................................................... 350
28.2.1. Parte uterino da tuba uterino .............................................................................................. 336 29.4.2. Sistema de suspensão do útero........................................................................................... 351
28.2.2. Istmo do tubo uterina (Borkow) ........................................................................................... 336 29.4.2.1. Ligamento do sistema transversal..................................................................... 351
28.2.3. Ampola do tubo uterino (Henle) ........................................................................................... 336 29.4.2.1.1. Ligamento transverso do colo do útero (Mockenroth) ................. 351
28.2.4. lnfundíbulo da tubo uterina ................................................................................................. 336 1- 29.4.2.2. Ligamentos do sistema longitudinal .................................................................. 352
28.2.4.1. Superfície externa................................................................................................ 336 29.4.2.2.1. Ligamentos vésico-uterinos ............................................................ 352
28.2.4.2. Superfície interna................................................................................................. 337 29.4.2.2.2. Ligamentos útero-sagrados............................................................ 352
28.2.4.3. Ápice ...................................................................................................................... 337 1
..J
29.4.3. Sistema de sustentalão do útero......................................................................................... 353
28.2.4.4. Base....................................................................................................................... 337 29.S. Relosões ................................................................................................................................................ 353
::::i 29.S. I. Corpo do útero.......................................................................................................................
28.3. Conformasão interno ........................................................................................................................... 337 353
Q
28.4. Relalões ................................................................................................................................................ 337 29.S.1.1. Face anterior ........................................................................................................ 353
ÍNDICE XXXI
XXX ANATOMIA UMANA DOS ÓRGÃOS
H

29.5.1.2. Face posterior ....................................................................................................... 354 31.2.1. Lábios maiores da vulva ...................................................................................................... 365
29.5.1.3. Margens laterais .................................................................................................. 354 31.2.2. Lábios menores da vulva ou ninfas .................................................................................... 366
29.5.1.4. Margem superior ou funda do útero ................................................................. 354 31.3. Esposo interlabial ................................................................................................................................. 367
29.5.1.5. Ângulos laterais ou cornos do útero ................................................................. 354 31.3.1. estíbulo da vagina ............................................................................................................... 367
31.3.2. �• stio externo da uretra ........................................................................................................ 368
29.5.1.6. Ângulo inferior ..................................................................................................... 354
29.5.2. Istmo do útero ....................................................................................................................... 354 31.3.3. Ostio da vagina ...................................................................................................................... 368
29.5.3. Cola da útero ......................................................................................................................... 368
H
354
29.5.3.1. Porsão supravaginal ............................................................................................ 354 31.4. �!g�:s err::e�s ....................................::::::.::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 369
29.5.3.2. Parsãa vaginal ...................................................................................................... 355 31.4.1. Clitóris ..................................................................................................................................... 369
29.5.3.3. Porsão intravaginal .............................................................................................. 355 31.4.2. Bulbos do vestíbulo ............................................................................................................... 370
29.6. Constituisão anatómica ........................................................................................................................ 356
32. GLÂNDULAS ANEXAS AOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS ................................................................................ 373
29.6.1. Túnica serosa ou perimétria ................................................................................................. 356
29.6.2. Túnica muscular ou miométrio ............................................................................................. 356 32.1. Gl6ndulas vestibulares menores ........................................................................................................ 373
29.6.2.1. Carpo do útero ..................................................................................................... 356 32.2. Gl6ndulas vestibulares maiores (Barthalin) ...................................................................................... 373
29.6.2.1.1. Camada externa ............................................................................... 356 33. MAMAS .............................................................................................................................................................. 375
29.6.2.1.2. Camada média ou plexiforme ........................................................ 356
357 33.1. Considerasões gerais ........................................................................................................................... 375
29.6.2.1.3. Camada interna ................................................................................
357 33.1.1. Situasão ................................................................................................................................... 375
29.6.2.2. Cola da útero ....................................................................................................... .
357 33.1.2. Número ................................................................................................................................... 375
29.6.3. Túnica mucosa ou endométrio .............................................................................................. 33.1.3. Forma 376
30. VAGINA .............................................................................................................................................................. 359 33.1.4. Dimensões, pesa e volume ................................................................................................... 376
33.1.5. Consistência ............................................................................................................................ 376
30.1. Considerasões gerais ........................................................................................................................... 359
33.1.6. Meias de fixasão .................................................................................................................... 376
30.1.1. Situasão ................................................................................................................................... 359
30.1.2. Forma ...................................................................................................................................... 359 33.2. Canfarmasão externa .......................................................................................................................... 377
33.2.1. Zona periférica ....................................................................................................................... 377
30.1.3. Direqãa .................................................................................................................................. 359
30.1.4. Dimensões e calibre .............................................................................................................. 359 33.2.2. Zona média ou aréola da mama .......................................................................................... 377
30.1.5. Meios de fixasão .................................................................................................................... 360 33.2.3. Zona central ou papila mamária ........................................................................................ .. 377
33.3. Relasões ................................................................................................................................................ 378
30.2. Canfarmasão externa .......................................................................................................................... 360
30.2.1. Face anterior .......................................................................................................................... 360 33.4. Constituisão anatómica ........................................................................................................................ 378
33.4.1. Camada cutftnea ..................................................................................................................... 378
30.2.2. Face posterior ........................................................................................................................ 360
33.4.2. Camada célulo-adipasa subcutftnea ..................................................................................... 379
30.2.3. Margens laterais .................................................................................................................... 360
33.4.3. Camada retromamária .......................................................................................................... 379
30.2.4. Extremidade superior ............................................................................................................ 360
360 33.4.4. Corpo da mama ...................................................................................................................... 380
30.2.5. Extremidade inferior .............................................................................................................
30.3. Confarmasãa interna ........................................................................................................................... 360
VI. PERÍNEO
30.4. Relasões ................................................................................................................................................ 361
30.4.1. Face anterior .......................................................................................................................... 361 34. MÚSCULOS DO PERÍNEO ........... ............................................................................................................... 385
30.4.2. Face posterior ........................................................................................................................ 361 34.1. Clossificasõo ......................................................................................................................................... 385
30.4.3. Margens laterais .................................................................................................................... 361 34.1.1. Plano muscular profunda ...................................................................................................... 385
30.4.4. Extremidade superior ............................................................................................................ 362 34.1.2. Plano muscular médio 385
30.4.5. Extremidade inferior ............................................................................................................. 363 34.1.�. Plana muscular superÚ�i�I .................................................................................................... 385
30.5. Constituisão anatómica ........................................................................................................................ _
34.2. Descnsao ............................................................................................................................................... 385
363
30.5.1. Túnica adventícia ................................................................................................................... 34.2.1. Plano muscular profunda ......................................................................................................

385
363
30.5.2. Túnica muscular ..................................................................................................................... 363 34.2.1.1. Músculo levantador da 6nus ............................................................................... 386
30.5.3. Túnica mucosa ........................................................................................................................ 363 w 34.2.1.2. Músculo ísquio-caccígeo ou caccígeo ................................................................ .. 387
34.2.2. Plano muscular médio 387
1

31. VULVA ................................................................................................................................................................ 365 w


34.2.2.1. Músculo tra��·�erso profundo do períneo .......................................................... 387
31.1. Monte do púbis ..................................................................................................................................... 365
34.2.2.2. Músculo esfíncter externo da uretra ..................................................................
::i
o 387
31.2. Formasões labiais ................................................................................................................................ 365
ÍNDICE XXXIII
XXXII ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS

34.2.3. Plano muscular superficial .................................................................................................... 387 38.2.3. Faces laterais ......................................................................................................................... 408
34.2.3.l. Músculo esfíncter externo do ânus .................................................................... 388 38.2.4. Extremidade superior ............................................................................................................ 408
34.2.3.2. Músculo transverso superficial do períneo ....................................................... 388 38.2.5. Extremidade inferior ............................................................................................................. 408
34.2.3.3. Músculo isquio-covernoso ................................................................................... 388 38.3. Evolusão e involusão ........................................................................................................................... 408
34.2.3.4. Músculo bulbo-esponjoso .................................................................................... 389 38.4. Constituisão anatómica ........................................................................................................................ 408
34.2.3.5. Músculo constritor do vagina .............................................................................. 390 38.4.l. Córtex do timo ..................................................................................................................... .. 409
34.3. Acsões musculares ............................................................................................................................... 390 38.4.2. Medula do timo ...................................................................................................................... 409
34.3. l. Plano muscular profundo ...................................................................................................... 390 38.4.3. Microvoscularizasão ............................................................................................................... 409
34.3.l.l. Músculo levantador do ânus ............................................................................... 390
391 39. TECIDOS LINFO-EPITELIAIS ............................................................................................................................... 411
34.3. l.2. Músculo ísquio-coccígeo ou coccigeo ..................................................................
391 39.l. Nódulos linfáticos do intestino delgado ............................................................................................ 411
34.3.2. Plano muscular médio ...........................................................................................................
391 39.2. Anel linfático do faringe (Waldeyer) .................................................................................................. 412
34.3.2.l. Músculo transverso profundo do períneo ..........................................................
34.3.2.2. Músculo esfincter externo do uretra .................................................................. 391 39.2.l. Tonsilas palatinas .................................................................................................................. 412
34.3.3. Plano muscular superficial .................................................................................................... 391 39.2.2. Tonsila farfngeo ..................................................................................................................... 413
34.3.3.l. Músculo esfíncter externo do ânus .................................................................... 391 39.2.3. Tonsilo lingual ........................................................................................................................ 413
34.3.3.2. Músculo transverso superficial do períneo ....................................................... 391 39.2.4. Tonsilos tub6rios (Gerloch) ................................................................................................... 413
34.3.3.3. Músculo fsquio-covernoso ................................................................................... 391
40. NODOS LINFÁTICOS .......................................................................................................................................... 415
34.3.3.4. Músculo bulbo-esponjoso .................................................................................... 391
391 40. l. Considerosões gerais ........................................................................................................................... 415
34.3.3.5. Músculo constritor do vagina ..............................................................................
40.2. Constituisão anatómica ........................................................................................................................ 415
35. FÁSCIAS DO PERÍNEO ....................................................................................................................................... 393 40.2. l. Características gerais ............................................................................................................ 415
35. l. Fóscio superficial do períneo .............................................................................................................. 393 40.2.2. Circulasão da linfa e vascularizasão nos nodos linfáticos ................................................ 415
35.2. Fóscio do diafragma do pelve ............................................................................................................ 393 40.2.3. Córtex e medula do nodo linfático ...................................................................................... 416
35.2.l. L6mino inferior do fáscio do diafragma do pelve ............................................................. 394
41. BAÇO ................................................................................................................................................................. 417
35.2.2. L6mino superior da f6scio do diafragma da pelve ............................................................ 394
395 41.l. Considerasões gerais ........................................................................................................................... 417
35.3. Fáscia da pelve ....................................................................................................................................
41.l.l. Situasão ................................................................................................................................... 417
36. DIVISÃO DO PERÍNEO ....................................................................................................................................... 397 41.1.2. Projeqão parietal .................................................................................................................. 417
36.l. Perfneo anterior ou uro-genital ......................................................................................................... 397 41.1.3. Forma, direcsão, cor e consistência ..................................................................................... 418
36.l.l. Plano superficial .................................................................................................................... 397 41.1.4. Meios de fixasão .................................................................................................................... 418
36. l.2. Plano músculo-fascial superficial ......................................................................................... 397 41.1.5. Número ................................................................................................................................... 418
36. l.3. Plano músculo-fascial médio ................................................................................................ 398 41.1.6. Dimensões e peso .................................................................................................................. 418
36. l.4. Plano músculo-fascial profundo ........................................................................................... 398 41.2. Conformasão externa e relosões ....................................................................................................... 418
36.2. Perfneo posterior ou anal ................................................................................................................... 398 41.2.1. Face lateral ou diafragmático .............................................................................................. 419
36.2.l. Constituisão ............................................................................................................................ 398 41.2.2. Face ântero-mediol ou gástrica ............................................................................................ 419
36.2.2. Fosso ísquio-onol ................................................................................................................... 398 41.2.3. Face póstero-mediol ou renal .............................................................................................. 420
36.2.2.l. Paredes ................................................................................................................. 398 41.2.4. Face basal ou cólico .............................................................................................................. 420
36.2.2.2. Conteúdo ............................................................................................................... 399 41.2.5. Pólo ou extremidade superior ............................................................................................. 420
41.2.6. Pólo ou extremidade inferior ............................................................................................... 421
VII. ÓRGÃOS LINFÕIDES 41.2.7. Margens .................................................................................................................................. 421
37. MEDULA ÓSSEA ................................................................................................................................................. 405 41.3. Territórios esplénicos .......................................................................................................................... 421
41.3.1. Artéria esplénica condicionando os territórios esplénicos ................................................ 421
37. l. Medula óssea vermelha ...................................................................................................................... 405
41.3.2. Lobos esplénicos .................................................................................................................... 422
37.2. Medula ósseo amarelo ou adiposo .................................................................................................... 405 !a
41.3.3. Segmentos esplénicos ........................................................................................................... 423
38. TIMO .................................................................................................................................................................. 407 41.3.4. Subsegmentos esplénicos ..................................................................................................... 424
407 41.4. Const ituisão anatómica ........................................................................................................................ 425
38. l. Considerasões gerais ........................................................................................................................... -l

38.2. Conformasão externo e relasões ....................................................................................................... 407 41.4.1. Peritoneu esplénico ............................................................................................................... 425
:i
407 41.4. l.l. Omento gostro-esplénico ..................................................................................... 426
38.2. l. Face anterior ..........................................................................................................................
38.2.2. Face posterior ........................................................................................................................ 407 41.4.1.2. Omento pancreótico-esplénico ............................................................................ 426
XXXIV ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XXXV

41.4.1.3. Ligamento espleno-cólico .................................................................................... 426 46.1.2. Dimensões e peso .................................................................................................................. 448
41.4.2. Parênquima esplénico ........................................................................................................... 426 46.1.3. Cor e consistência .................................................................................................................. 448
41.4.2.1. Cápsula, trabéculas e retículo ............................................................................ 426 46.1.4. Variações ................................................................................................................................ 448
41.4.2.2. Polpa branca ......................................................................................................... 427 46.1.5. Meios de fixação .................................................................................................................... 448
41.4.2.3. Polpa vermelha .................................................................................................... 427 46.2. Conformação externa .......................................................................................................................... 448
41.4.2.4. Microvasculariza,ão ............................................................................................. 427 46.3. Loca suprarrenal .................................................................................................................................. 449
46.4. Rela,ões ................................................................................................................................................ 449
VIII. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS {SISTEMA ENDÓCRINO} 46.4.1. Face anterior .......................................................................................................................... 449
42. HIPÓFISES ......................................................................................................................................................... 431 46.4.2. Face posterior ........................................................................................................................ 450
431 46.4.3. Margem lateral ...................................................................................................................... 451
42.1. Hipófise .................................................................................................................................................
431 46.4.4. Margem medial ...................................................................................................................... 451
42.1.1. Considera,ões gerais ............................................................................................................
431 46.4.5. Ápice ....................................................................................................................................... 451
42.1.1.1. Situa,ão .................................................................................................................
431 46.4.6. Base ......................................................................................................................................... 451
42.1.1.2. Dimensões e peso ................................................................................................
431 46.5. Constituição anatómica ........................................................................................................................ 452
42.1.2. Divisão ....................................................................................................................................
432 46.5.1. Cápsula suprarrenal .............................................................................................................. 452
42.1.3. Loca hipofisário ......................................................................................................................
433 46.5.2. Parênquima suprarrenal ....................................................................................................... 452
42.1.4. Rela,ões ..................................................................................................................................
433 46.5.2.1. Córtex suprarrenal ............................................................................................... 452
42.1.5. Constitui,ão anatómica .........................................................................................................
435 46.5.2.2. Medula suprarrenal .............................................................................................. 453
42.2. Hipófise faríngea .................................................................................................................................
46.5.2.3. Microvascularização ............................................................................................. 453
43. GLÂNDULA PINEAL ............................................................................................................................................ 437
47. PARAGÂNGLIOS ................................................................................................................................................. 455
43.1. Descri,ão ............................................................................................................................................... 437
438 47.1. Paragfinglio da por,ão medular da gl6ndula suprarrenal ............................................................... 455
43.2. Constitui,ão ..........................................................................................................................................
47.2. Glomos aórtico-abdominais (Zuckerkandl) ......................................................................................... 455
44. GLÂNDULA TIRÓIDE .......................................................................................................................................... 439 47.3. Glomo carótico ...................................................................................................................................... 455
44.1. Considerações gerais ........................................................................................................................... 439 47.4. Glomos aórticos e jugulares ............................................................................................................... 455
44.1.1. Situação ................................................................................................................................... 439 47.5. Glomo cardíaco ..................................................................................................................................... 455
44.1.2. Forma e divisão ..................................................................................................................... 439 47.6. Glomo timpfinico ................................................................................................................................... 456
44.1.3. Cor e consistência .................................................................................................................. 439 47.7. Glomo coccígeo (Luschka) .................................................................................................................... 456
44.1.4. Dimensões, volume e peso ................................................................................................... 439
48. GRUPOS CELULARES COM LOCALIZAÇÃO EM ÓRGÃOS DE OUTROS SISTEMAS ................................................ 457
44.2. Meios de fixação .................................................................................................................................. 440
44.3. Conforma,ão externa e relações ....................................................................................................... 441 48. l. Ilhotas pancreáticas (Langerhans) ...................................................................................................... 457
44.3.1. Istmo ....................................................................................................................................... 441 48.2. Células endócrinas gastro-intestinais ................................................................................................ 457
44.3.2. Lobos ....................................................................................................................................... 442 48.3. Células endócrinas do timo ................................................................................................................. 457
44.4. Gl6ndulas tiróides acessórias ............................................................................................................. 443 48.4. Células endócrinas brônquicas (Kulchifsky) ...................................................................................... 458
44.5. Constituição anatómica ........................................................................................................................ 443 48.5. Células intersticiais do testículo (Leydig) .......................................................................................... 458
48.6. Células intersticiais do ovário ............................................................................................................ 458
45. GLÂNDULAS PARATIRÓIDES ............................................................................................................................... 445 48.7. Corpo lúteo ........................................................................................................................................... 458
45.1. Considerações gerais ........................................................................................................................... 445
49. PLACENTA 461
45.1.1. Situa,ão ................................................................................................................................... 445
445 49.1. Considerações gerais ........................................................................................................................... 461
45.1.2. Número e variações ..............................................................................................................
446 � 49.1.1. Forma ...................................................................................................................................... 461
45.1.3. Forma, coloração e consistência ..........................................................................................
446 49.1.2. Cor e consistência .................................................................................................................. 461
45.1.4. Tipos ........................................................................................................................................
446
1- 49.1.3. Dimensões e peso .................................................................................................................. 462
45.1.5. Dimensões e peso ..................................................................................................................
446 49 2. rm r ···· 462
45.2. Relações ................................................................................................................................................ .
45.3. Constituição anatómica ........................................................................................................................ 446 �;�;� . :�!: ::.:� .�.�..::::: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 462
49.2.2. Face materna ou uterina ....................................................................................................... 462
46. GLÂNDULAS SUPRARRENAIS ................................................. ........................................................................... 447 i!;:j:6 1 n 1 ·························································................................................ 463
. :
49.3. r s°��:�ul�;�� !�;:�:\:
:::i
46.1. Considerações gerais ........................................................................................................................... 447 463
447
o 49.3.1. Artérias placentárias condicionando territórios arteriais .................................................
46.1.1. Situa,ão ................................................................................................................................... 463
ÍNDICE XXXVII
XXXVI ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS

463 51.1.3.3.2. DisposilÕD oo nível do cólon descendente ................................... 485


49.3.2. Lobos arteriais placentários .................................................................................................
463 51.1.3.3.3. Disposilão oo nível do cólon sigmóide ......................................... 48S
49.3.2.1. Plocentos com dois lobos arteriais placentários ..............................................
463 51.1.3.4. Disposilão do peritoneu oo nível do cólon transverso .................................... 4B6
49.3.2.2. Plocentos com três lobos arteriais placentários ...............................................
51.2. Peritoneu supro-umbilical ................................................................................................................... 486
49.3.2.3. Plocentos com quatro lobos arteriais placentários .......................................... 464
49.3.2.4. Plocentos com cinco lobos arteriais placentários ............................................. 464 51.2.1. Disposição oo nível do umbigo ............................................................................................ 4B7
464 51.2.2. Disposição oo nível do face inferior do diofrogmo e do face superior ou diafragmático do fígado 487
49.3.3. Segmentos arteriais placentários ........................................................................................
51.2.3. Disposilão oo nível do face inferior ou visceral do fígado .............................................. 488
49.3.3.1. Segmentos arteriais placentários nos casos com dois lobos .......................... 464
465 51.2.3.1. Zona lateral esquerdo ......................................................................................... 48B
49.3.3.2. Segmentos arteriais placentários nos casos com três lobos ...........................
465 51.2.3.2. Zona lateral direito .............................................................................................. 48B
49.3.3.3. Segmentos arteriais placentários nos casos com quatro lobos ......................
465 51.2.3.3. Zona médio 4B9
49.3.3.4. Segmentos arteriais placentários nos casos com cinco lobos ......................... ..................................................................................................
51.2.4. Disposição oo nível do estômago ........................................................................................ 490
49.3.4. Subsegmentos arteriais placentários ................................................................................... 466
51.2.S. Disposição oo nível do mesocólon transverso ................................................................... 491
49.4. Constituilão anatómico ........................................................................................................................ 466
51.3. Omentos ................................................................................................................................................ 492
IX. PERITONEU 51.3.1. Omento maior ou gostro-cólico ............................................................................................ 492
51.3.2. Omento menor ou gostro-hepótico ...................................................................................... 492
SO. ASPECTOS GERAIS DO PERITONEU .................................................................................................................... 469
51.3.3. Omento gostro-esplénico ...................................................................................................... 493
SO.l. Conformolão geral do peritoneu ........................................................................................................ 469 51.3.4. Omento poncreático-esplénico .............................................................................................. 495
S0.1.1. Lâmina parietal do peritoneu ............................................................................................... 469 51.4. Peritoneu do bolso omentol ................................................................................................................ 495
S0.1.2. Lâmina visceral do peritoneu ............................................................................................... 470
470 52. TOPOGRAFIA GERAL DO PERITONEU ................................................................................................................ 499
S0.1.2.1. Tipos de revestimento .........................................................................................
S0.1.2.2. Pregos peritoneois ............................................................................................... 472 52.1. Andor supromesocólico ........................................................................................................................ 499
S0.1.2.2.1. Ligamentos ....................................................................................... 472 52.2. Andor infro-mesocólico ........................................................................................................................ soo
S0.1.2.2.2. Mesos ................................................................................................ 473
S0.1.2.2.3. Omentos ............................................................................................ 473 X. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA
S0.1.2.2.4. Recessos ou escovolões, fossos e espolos .................................. 473 53. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM RADIOLOGIA ............................................................................ 503
S0.1.3. Linho de continuidade entre os lâminas parietal e visceral do peritoneu ..................... 474
53.1. Cavidades nosois ................................................................................................................................. 503
50.1.3.1. Circuito peritoneal maior .................................................................................... 474
53.1.1. Incidência de perfil do face .................................................................................................. 503
50.1.3.2. Circuito peritoneal menor ................................................................................... 475
53.1.2. Incidência oxiol ou de Hirtz .. 503
50.1.4. Cavidade peritoneal .............................................................................................................. 475
53.1.3. Incidência de frente-oito ou Coldwell S04
Sl. DESCRIÇÃO DO PERITONEU .............................................................................................................................. 477 53.1.4. Incidência de Woter ou de Biondeou ..................................................................................: SOS
477 53.2. Laringe .................................................................................................................................................. SOS
51.1. Peritoneu infro-umbilicol ..................................................................................................................... ...................... · ........................................................................ SOS
477 53.2.1. Incidência de perfil
51.l.l. Disposilão do peritoneu oo nível do parede anterior do abdómen ................................ 53.2.2. Incidência de frente ............................................................................................................... 506
51.1.2. Disposilão do peritoneu no cavidade pélvico .................................................................... 478
478 53.2.3. Incidências de perfil e de frente contrastados .................................................................. 506
51.1.2.1. Disposilão do peritoneu de codo um dos lodos do bexigo ............................. 3.2.4. Tomografia linear do laringe ............................................................................................... 507
478
51.1.2.2. Disposilão do peritoneu posteriormente à bexigo .......................................... 53.3. l rvore tróqueo-brônquico ................................................................................................................... 507
51.1.2.2. l. Disposição do peritoneu no homem .............................................. 47B
53.4. Pulmões, pleuras, fissuras e segmentos pulmonares ...................................................................... SOB
51.1.2.2.2. Disposição do peritoneu no mulher ............................................... 47B
53.4.1. Incidência do tórax de frente em póstero-onterior (PA) ................................................... 508
51.1.2.3. Disposilão oo nível do recto ............................................................................... 4B0
53.4.2. Incidência do tórax de perfil (P) .......................................................................................... 509
51.1.3. Disposilão oo nível do parede posterior do abdómen ...................................................... 4B0
51.1.3.1. Disposilão oo nivel do jejuno-íleo ..................................................................... 4B0 � 54. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM RADIOLOGIA ............ ....... 513
51.1.3.2. Disposilão do lâmina direito do mesentério .................................................... 4B2 1=: 54. . d e nd i . ............ ....................................................................: S13
I �:�:�t �n��;!n:i: :: pe��� �: face sl�;d�;d.................................................................................
.
51.1.3.2.1. Disposição oo nivel do cego ........................................................... 4B2 513
51.1.3.2.2. Disposilão oo nlvel do apêndice vermicular ................................ 4B3 54·1· · lnc!d!nc!o de fren!e-olto ou Coldwell .................................................................................: 513
51.1.3.2.3. Disposição oo nivel do cólon ascendente ..................................... 4B3 54· 1·�. lnc,denc10 de perfil desfilado do mandíbula ...................................................................... 513
UJ

51.1.3.2.4. Disposilão oo nível do flexuro direito ou hepático do cólon ..... 4B3 54;1 4· Ortopontomogrofio moxilo-fociol ......................................................................................... 514
S1.1.3.3. Disposição do lâmina esquerdo do mesentério ................................................ 4B4 ::; 54.2. Fo i�� e . ............................................................................................................... 515
51.1.3.3.1. Disposição oo nivel do flexuro esquerdo ou esplénico do cólon 4B4 o 54.2. . Incidência de frente ....................................................................................................... 515
ÍNDICE XXXIX
XXXVIII ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS

........................... .. 515 56.3. Pénis ..................................................................................................................................................... . 529


54.2.2. Incidência de perfil ...................................................................................
............. ............. ............. ............. ............. ......... . 516 56.4. Glôndulos anexos oos órgãos genitais masculinos .......................................................................... 529
54.3. Esófago ....................................................
o 45 º
............. ............. ............. ............. .......................... . 516 56.4. l. Próstoto ................................................................................................................................. . 529
54.3.1. Incidências de frente e oblíquos
.............. .............. .............. .............. .......... . 517 56.4.2. Glôndulos bulbo-uretrois {Cowper) ....................................................................................... 529
54 4 Estômago ........................................................
. n em decúbito dorsal de frente .............. .............. ......... 518
· · 54••4 1• R0· diogromo simples do abdóme 57. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS EM RADIOLOGIA ................................................................... 531
n em ortostot ismo d e f rente, em d ecu 'b·tI o dorsal e
54.4.2. Rodiogromos simples do abdóme 57. l. Ovários ................................................................................................................................................. . 531
em procúbit o de frente .............. .............. .............. .......... .. 518
loterol com roio horizontal e 57.2. Tubos uterinas {Folópio) ...................................................................................................................... 531
.............. .............. .............. .............. .............. .............. .. . 519
54.4.3. Estudo boritodo gostro-duodenol 57.3. Útero ..................................................................................................................................................... 531
................... 52 0
54.5. Intestino delgado ........................................................................................... 57.3.1. Histerosolpingogrofio ............................................................................................................ 531
............. .............. .............. ............. ............................. ..... 52 0
54.5. l. Duodeno ......................................... 57.4. Vogino .................................................................................................................................................. . 532
............. ............. ............. ............. ............................... 520
54.5.2. Jejuno e íleo ........................................ 57.5. Vulva ..................................................................................................................................................... 532
delgado .............. .............. .............. ................... 520
54.5.2.1. Trânsito boritodo do intestino 57.6. Glôndulos anexos oos órgãos genitais femininos ............................................................................ 532
boritodo com duplo contrast e ............. ............... 52 0
54.5.2.2. Clister do intestino delgado 57.6.1. Glôndulos vestibulares menores e maiores ...................................................................... . 532
.............. .............. .............. .............. .............. .... . 52 0
54.6. Intestino grosso ........................................................ 57.7. Mornos .................................................................................................................................................. . 532
.............. .............. .............. .............. .............. .............. .. 521
54.6. l. Clister opaco em reple�ão .............. 57.7. l. Momogrofio ............................................................................................................................ 532
.............. .............. .............. .............. ...... . 521
54.6.2. Clister opaco em duplo contraste .............. 57.7.2. Goloctogrofio .......................................................................................................................... 533
............................ .... 522
54.7. Recto ................................................................................................................
.............. .............. .............. .............. .......................... . 522 58. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS LINFÓIDES EM RADIOLOGIA .................................................................................... 535
54.8. Glôndulos solivores ..........................................
.............. .............. .............. .............. .............. ............ .. 522
54.8.1. Siologrofio .......................................... 58.1. Timo ....................................................................................................................................................... 535
.............. .............. .............. .............. ..... ...... 523
54.9. Pôncreos ...................................................................... 58.2. Bo�o ...................................................................................................................................................... . 535
.............. .............. .............. ........... ....... 523
54.1O. Fígado ......................................................................
.............. .............. .............. .............. ............ .. 523 59. ANATOMIA DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS EM RADIOLOGIA ........................................................................... 537
54.11. Vios biliares ........................................................
...................... 523
54.11. l. (olecistogrofio orol .................................................................................... 59.1. Hipófise ................................................................................................................................................ . 53 7
.............. .............. .............. .............. .............. ........ . 523 59.2. Glôndulo pineal .................................................................................................................................. .. 53 7
54.11.2. (olongiogrofio endovenoso ..............
((PT) .............. .............. .............. .............. ..... 523 59.3. Glôndulo tiróide .................................................................................................................................. . 53 7
54.11.3. (olongiogrofio percutôneo tronshepático
pico {CPRE) .............. .............. .............. ... 523 59.4. Glôndulos porotiróides ........................................................................................................................ 537
54.11.4. (olongioponcreotogrofio retrógrado endoscó
525 59.5. Gl6ndulos suprorrenois ....................................................................................................................... 537
.........................................
55. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM RADIOLOGIA .......................................... 59.6. Porog6nglios ........................................................................................................................................ . 53 7
................................ 525
55.1. Rins ................................................................................................................ 59.7. P6ncreos endócrino, glôndulo intersticial do testículo {Leydig), glôndulo intersticial do ovário
................... 525
55.1. l. Rodiogrofio de abdómen simples ...................................................................... e corpo omorelo .................................................................................................................................. . 53 7
.............. .............. ......... 525
55.1.2. Urogrofio endovenoso ......................................................................
55.2. Vios excretoras dos rins ....................................................................................
.............. .............. ..... 526 XI. ANATOMIA DOS ÓRGÃO� EM TOMOG,AFIA COMPUTORIZADA (T()
.............. ........ . 526 E RESSONANCIA MAGNETICA (RM)
55.2.1. Cálices renais ..................................................................................................
.............. ... . 526
55.2.2. Pelve renal .................................................................................................. 60. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM TC E RM ................................................................................... 543
.................... 526
55.2.3. Uretéro ................................................................................................................
..... 526 60.1. Covldodes nosois ............................................................................................................................... .. 543
55.2.3. l. Urogrofio endovenoso ....................................................................................
.............. .... .. 527 60 .1 .1. Estudo oxiol em TC e RM ..................................................................................................... . 543
55.2.3.2. Ureteropielogrofio retrógrado ........................................................
............... .......... .. 527 60.1.2. Estudo coronal em TC e RM .................................................................................................. 543
55.3. Bexigo ........................................................................................................................ 60 .1.3. Corte sogitol em RM ..............................................................................................................
......... .. 527 544
55.3.1. Cistogrofio ......................................................................................................... 60.2. Laringe ..................... ........................................................................................................................... ..
...................... . 527 544
55.3.2. Cistogrofio retrógrado .................................................................................... 60.2.1. Estudo oxiol em TC e RM ..................................................................................................... .
.......................... 527 544
55.4. Uretra ................................................................................................................ 60.2.2. Corte coronal em RM .............................................................................................................
....................... . 527 545
55.4. l. Uretrogrofio .................................................................................................... 60.2.3. Estudo sogitol em RM ............................................................................................................
............ .. 527 545
55.4.2. Uretrogrofio retrógrado .......................................................................................... 60.3. Árvore tráqueo-brônquico ................................................................................................................... 546
.................................. 529
56. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS EM RADIOLOGIA .............................. ..J
w
60.3.1. Estudo oxiol do árvore tráqueo-brônquico em TC e RM .................................................... 546
................................ 529 60.3.2. Estudo coronal e sogitol do árvore tráqueo-brônquico em RM ........................................ 547
56.1. Testículos e vios espermáticos ...........................................................................
o
60•4. Pu 1 moe .
............................................. ........................... . 529 ::i - s, p1 euros, f issuros e segmentos pu 1monores ...................................................................... 54 7
56. l. l. Deferento-vesiculogrofio ............... ............... o
............................................. ............... ................ 529 60.4.1 . Estudo oxiol em T( ................................................................................................................ 547
56.2. Escroto ............................................................
XL ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XLI

60.4.2. Estudos oxiol, coronal e sogitol em RM .............................................................................. 549 62.2.2. Pelve renal ............................................................................................................................. 562
60.4.3. Reconstrusão tridimensional em TC ..................................................................................... 549 62.2.3. Uretéro .................................................................................................................................... 562
61. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM TC E RM ......................................................................................... 551 62.2.3.1. Estudo oxiol por TC e RM .................................................................................... 562
62.2.3.2. Estudos coronois e sogitois por Uro RM ............................................................ 562
61.1. Cavidade oral e dependências ........................................................................................................... 551
62.3. Bexigo ................................................................................................................................................... 563
61.1.1. Estudo oxiol em TC e RM ...................................................................................................... 551
62.3.1. Estudo oxiol em TC e RM ...................................................................................................... 563
61.1.2. Estudo coronal em TC e RM .................................................................................................. 551
62.3.2. Estudo coronal e sogitol em RM ........................................................................................... 563
61.1.3. Estudo sogitol em RM ............................................................................................................ 552
62.4. Uretra .................................................................................................................................................... 563
61.2. Faringe .................................................................................................................................................. 552
62.4.1. Estudo oxiol por TC e RM ...................................................................................................... 563
61.2.1. Corte oxiol em TC e RM ........................................................................................................ 552
62.4.2. Estudo coronal e sogitol por RM .......................................................................................... 563
61.2.2. Corte coronal em RM ............................................................................................................. 552
61.2.3. Corte sogitol em RM .............................................................................................................. 552 63. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS EM TC E RM ....................................................................... 565
61.3. Esófago .................................................................................................................................................. 553 63.1. Testículo e vios espermáticos ............................................................................................................. 565
61.3.1. Estudo oxiol em TC e RM, e estudo coronal e sogitol em RM ........................................... 553 63.1.1. Estudo oxiol por TC e RM ...................................................................................................... 565
61.4. Estômago ............................................................................................................................................... 553 63.1.2. Estudos coronois, sogitois e oblíquos por RM .................................................................... 565
61.4.1. Estudo oxiol em TC e RM ...................................................................................................... 553 63.2. Escroto ................................................................................................................................................... 565
61.5. Intestino delgado ................................................................................................................................. 554 63.3. Pénis ...................................................................................................................................................... 565
61.5.1. Duodeno .................................................................................................................................. 554 63.4. Glândulas anexos aos órgãos genitais masculinos .......................................................................... 565
61.5.1.1. Estudo oxiol em TC e RM ..................................................................................... 554 63.4.1. Próstata .................................................................................................................................. 565
61.5.2. Jejuno e íleo ........................................................................................................................... 555 63.4.1.1. Estudo oxiol por TC e RM .................................................................................... 565
61.5.2.1. Estudo oxiol em TC e RM ..................................................................................... 555 63.4.1.2. Estudo coronal e sogitol por RM ......................................................................... 566
61.6. Intestino grosso ................................................................................................................................... 555 63.4.2. Glândulas bulbo-uretrois (Cowper) ....................................................................................... 566
61.6.1. Estudo oxiol em TC e RM ...................................................................................................... 555
61.6.2. Estudo coronal e sogitol em RM ........................................................................................... 555 64. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS EM TC E RM .......................................................................... 567
61.6.3. Colonoscopio virtual por TC e RM ........................................................................................ 555 64.1. Ovários .................................................................................................................................................. 567
61.7. Recto ...................................................................................................................................................... 555 64.1.1. Estudo oxiol por TC e RM ...................................................................................................... 567
61.7.1. Estudo oxiol em TC e RM ...................................................................................................... 555 64.1.2. Estudos coronois e sogitois em RM ..................................................................................... 567
61.7.2. Estudo coronal e sogitol em TC e RM .................................................................................. 556 64.2. Tubos uterinas (Folópio) ...................................................................................................................... 567
61.8. Glândulas salivares ............................................................................................................................. 556 64.2.1. Estudo oxiol por TC e oxiol, coronal e sogitol por RM ...................................................... 567
61.8.1. Estudo oxiol em TC e RM ...................................................................................................... 556 64.3. Otero ..................................................................................................................................................... 567
61.8.2. Estudo coronal em TC e RM .................................................................................................. 557 64.3.1. Estudo oxiol por TC ............................................................................................................... 568
61.8.3. Estudo sogitol em RM ............................................................................................................ 557 64.3.2. Estudo oxiol, coronal e sogitol por RM ............................................................................... 568
61.9. Pâncreas ................................................................................................................................................ 558 64.3.3. Estudos dinâmicos do pavimento pélvico, coronois e sogitois por RM ............................ 569
61.9.1. Estudo oxiol por TC e RM ...................................................................................................... 558 64.4. Vagina ................................................................................................................................................... 569
61.9.2. Estudo coronal por RM .......................................................................................................... 558 64.5. Vulva ..................................................................................................................................................... 569
61.9.3. Estudo sogitol por RM ........................................................................................................... 558 64.6. Glândulas anexos aos órgãos genitais femininos ............................................................................ 569
61.1 O. Fígado ................................................................................................................................................. 559 64.7. Mornos ................................................................................................................................................... 569
61.10.1. Estudo oxiol em TC e RM .................................................................................................... 559 64.7.1. Estudo oxiol do morno por TC .............................................................................................. 569
61.10.2. Estudo coronal em RM ......................................................................................................... 559 64.7.2. Estudo coronal e sogitol do morno por RM ......................................................................... 569
61.10.3. Estudo sogitol em RM .......................................................................................................... 560 65. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS LINFÓIDES EM TC E RM ........................................................................................... 571
61.11. Vias biliares ........................................................................................................................................ 560
65.1. Timo ....................................................................................................................................................... 571
61.11.1. Colongio-RM .......................................................................................................................... 560 1-
la 65.1.1. Estudo oxiol por TC e RM ...................................................................................................... 571
62. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM TC E RM .......................................................................................... 561 65.1.2. Estudo sogitol e coronal por RM .......................................................................................... 571
62.1. Rins ........................................................................................................................................................ 561 65.2. Boso ....................................................................................................................................................... 571
62.1.1. Estudo oxiol por TC e RM ...................................................................................................... 561 65.2.1. Estudo oxiol por TC e RM ...................................................................................................... 571
62.2. Vias excretoras do rim ........................................................................................................................ 562 ::i 65.2.2. Estudo coronal e sogitol por RM .......................................................................................... 571
62.2.1. Cálices renais ......................................................................................................................... 562 o
XLII ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS ÍNDICE XLIII

66. ANATOMIA DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS EM TC E RM .................................................................................. 573 70.4. Glândulas anexas aos órgãos genitais masculinos.......................................................................... 594
70.4.1. Próstata .................................................................................................................................. 594
66.1. Hipófise................................................................................................................................................. 573
70.4.2. Glândulas bulbo-uretrais (Cowper) ....................................................................................... 595
66.1.1. Estudo axial e coronal por TC .............................................................................................. 573
66.1.2. Estudo axial, coronal e sagital por RM ............................................................................... 573 71. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS EM ECOGRAFIA..................................................................... 597
66.2. Glândula pineal .................................................................................................................................... 573
71.1. Ovários.................................................................................................................................................. 597
66.3. Glândula tiróide ................................................................................................................................... 573 597
71.2. Tubas uterinas (Falópio}......................................................................................................................
66.3.1. Estudo axial por TC e RM...................................................................................................... 573 597
71.3. Útero .....................................................................................................................................................
66.4. Glândulas paratiróides ........................................................................................................................ 574 598
71.4. Vagina ...................................................................................................................................................
66.5. Glândulas suprarrenais....................................................................................................................... 574 599
71.5. Vulva .....................................................................................................................................................
66.6. Paragânglios......................................................................................................................................... 574 71.6. Glândulas anexas aos órgãos genitais femininos............................................................................ 599
66.7. Pâncreas endócrino, glândula intersticial do testículo (Leydig}, glândula intersticial do ovário 599
71.7. Mamas...................................................................................................................................................
e corpo lúteo........................................................................................................................................ 574
72. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS LINFÓIDES EM ECOGRAFIA...................................................................................... 601
XII. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ECOGRAFIA 72.l. Timo....................................................................................................................................................... 601
67. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM ECOGRAFIA.............................................................................. 579 72.2. Raso....................................................................................................................................................... 601
67.1. Cavidades nasais................................................................................................................................... 579 73. ANATOMIA DOS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS EM ECOGRAFIA............................................................................. 603
67.2. Laringe ................................................................................................................................................... 579 73.l. Hipófise................................................................................................................................................. 603
67.3. Árvore tráqueo-brônquica .................................................................................................................... 579 73.2. Glândula pineal .................................................................................................................................... 603
67.4. Pulmões, pleuras, fissuras e segmentos pulmonares....................................................................... 579 73.3. Glândula tiróide ................................................................................................................................... 603
68. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM ECOGRAFIA.................................................................................... 581 73.4. Glândulas paratiróides ........................................................................................................................ 603
73.5. Glândulas suprarrenais ....................................................................................................................... 604
68.1. Cavidade oral e suas dependências.................................................................................................... 581
73.6. Paragânglios......................................................................................................................................... 604
68.2. Faringe ................................................................................................................................................... 58 l
73.7. P6ncreas endócrino, glândula intersticial do testículo (Leydig} e glândula intersticial do ovário... 604
68.3. Esófago................................................................................................................................................... 581
73.8. Corpo lúteo........................................................................................................................................... 604
68.4. Estômago................................................................................................................................................ 582
68.5. Intestino delgado .................................................................................................................................. 582 XIII. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA
68.5.1. Duodeno ................................................................................................................................... 582
68.5.2. Jejuno e íleo............................................................................................................................ 583 74. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM ENDOSCOPIA ........................................................................... 607
68.6. Intestino grosso .................................................................................................................................... 583 74.1. Cavidades nasais ................................................................................................................................ . 607
68.7. Recto....................................................................................................................................................... 583 74.2. Laringe.................................................................................................................................................. 610
68.8. Glândulas salivares............................................................................................................................... 584 74.3. Árvore tráqueo-brônquica......................................... ,......................................................................... 611
68.9. Pâncreas................................................................................................................................................. 584 74.3.1. Traqueia.................................................................................................................................. 611
68.1 O. Fígado................................................................................................................................................... 585 74.3.2. Brônquios................................................................................................................................ 613
68.11. Vias biliares......................................................................................................................................... 586
75. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM ENDOSCOPIA.................................................................................. 617
69. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM ECOGRAFIA..................................................................................... 589 75.l. Esófago.................................................................................................................................................. 617
69.1. Rins......................................................................................................................................................... 589 75.2. Estômago............................................................................................................................................... 617
69.2. Vias excretoras do rim ......................................................................................................................... 589 75.3. Intestino delgado................................................................................................................................. 619
69.2.1. Cálices renais .......................................................................................................................... 589 75.3.1. Duodeno.................................................................................................................................. 619
69.2.2. Pelve renal .............................................................................................................................. 590 75.3.2. Jejuno e íleo.......................................................................................................................... . 620
69.2.3. Uretéro..................................................................................................................................... 590 75.4. Intestino grosso................................................................................................................................... 621
69.3. Bexiga..................................................................................................................................................... 590 75.4.1. Cego ........................................................................................................................................ 621
69.4. Uretra ..................................................................................................................................................... 590 75.4.2. Cólon ....................................................................................................................................... 622
75.S. Recto...................................................................................................................................................... 623
70. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS EM ECOGRAFIA.................................................................. 593
593 � 76. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM ENDOSCOPIA................................................................................... 625
70.1. Testículo e vias espermáticas..............................................................................................................
70.2. Escroto.................................................................................................................................................... 593 76.1. Vias excretoras do rim........................................................................................................................ 625
� 76.1.1. Cálices renais .........................................................................................................................
70.3. Pénis....................................................................................................................................................... 594 625
1
XLIV ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS

76.1.2. Pelve renal .............................................................................................................................. 625


76.1.3. Uretéro .....................................................................................................................................
76.2. Bexiga ................................................................................................................................................... ..
626
626 AGRADEOMENTOS
76.3. Uretra ..................................................................................................................................................... 627
76.3.1. Uretra masculina ..................................................................................................................... 627
76.3.2. Uretra feminina ....................................................................................................................... 629
77. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS EM ENDOSCOPIA .................................................................. 631 A colaboração pronta e amiga de todos os que me prestaram desinteressada ajuda permitiu­
77.1. Ovário ..................................................................................................................................................... 631 -me contornar as dificuldades humanas e científicas que, por si só, noutras condições, me teriam
77.1.1. Conformação externa .............................................................................................................. 631 feito hesitar, quem sabe mesmo desistir.
77.2. Tubas uterinas (Falópio} ....................................................................................................................... 631
77.2.1. Conformação externa .............................................................................................................. 631 Ao Nuno Folque quero expressar o meu profundo reconhecimento pelos desenhos esquemáticos
77.3. Útero ....................................................................................................................................................... 633 que realizou, captando com impressionante facilidade as ideias transmitidas. Pela sua dedicação
77.3.1. Conformação externa .............................................................................................................. 633 e alta competência profissional, quero deixar aqui patente o meu sentimento de respeito pelo
77.3.2. Conformação interna ............................................................................................................... 633 artista e o meu reconhecimento ao Amigo.

Ao Dr. Jorge Rodrigues, meu Colaborador durante anos, Mestre em Ciências Morfológicas e
Chefe de Serviço Hospitalar de Imagiologia, que com a sua competência e dedicação escreveu
a "Anatomia dos Órgãos em Radiologia", a "Anatomia dos Órgãos em Tomografia Com­
putorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM)", e a "Anatomia dos Órgãos em Ecografia",
dando a esta obra uma maior aplicação clínica.

Ao Prof. Diogo Freitas Branco Pais, Professor Associado de Anatomia, manifesto a minha
admiração pela sua competência como morfologista, base fundamental para a cuidadosa e
criteriosa revisão do texto e dos desenhos esquemáticos.

À Prof.• Maria Alexandre Pires agradeço a revisão do texto e dos desenhos esquemáticos,
de acordo com a nova terminologia anatómica.

Ao Prof. Pierre Bernard, director do Serviço de Ginecologia-Obstetrícia, da Faculdade de


Medicina de Grenoble, agradeço todas as imagens endoscópicas dos órgãos genitais femininos.

Ao Prof. Ramiro de Ávila, ex-director do Hospital Pulido Valente e ao Dr. Luís Manuel
Carreiro da U.T.I.P., do Hospital Pulido Valente, agradeço todas as imagens endoscópicas da
árvore tráqueo-brônquica.

Ao Prof. A. Sousa Guerreiro, director da Clínica Universitária de Medicina Interna e de


Gastrenterologia, do Hospital Pulido Valente, e à Dr.ª Beatriz Costa Neves, responsável da
Unidade de Gastrenterologia da mesma Clínica, agradeço todas as imagens endoscópicas dos
órgãos digestivos.

� Ao Prof. J. Martins Pisco, director do Serviço Universitário de Imagiologia do Hospital


� Pulido Valente, agradeço algumas tomografias computorizadas e ressonâncias magnéticas do
'8 tronco.
..J Ao Prof. Hélder
Monteiro, director do Serviço de Urologia do Hospital de Egas Moniz
5 agradeço todas as imagens endoscópicas dos órgãos urinários.
:::i
Ao Dr. Carlos Portugal agradeço a ortopantomografia maxilo-facial.
-· -

1
XLVI ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS

À Prof.ª Maria Julieta Esperança Pina, directora do Departamento de Patologia e Medicina


Laboratorial do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, agradeço as imagens de linfócitos T e B,
em microscopia electrónica de varrimento.
PREFÃCIO
Ao Prof. Miguel Correia agradeço as imagens vasculares de rim e os esquemas dos territórios
renais.
Ao Prof. J. Goyri O'Neill agradeço as imagens vasculares da placenta e os esquemas dos A Anatomia Humana dos Órgãos é constituída por formações anatómicas - os órgãos -
territórios placentários. caracterizadas por três elementos definidores: uma formação por tecidos ou por componentes
Ao Prof. Diogo de Freitas Branco Pais agradeço as imagens vasculares do testículo e epidí­ anatómicos diferentes; uma arquitectura própria bem definida; uma ou várias funções bem
dimo e os esquemas dos territórios testiculares. determinadas.

À Dr.ª Maria Assunção O'Neill agradeço as imagens endoscópicas das cavidades na�ais e da A Anatomia Humana dos Órgãos é constituída pelo sistema respiratório, sistema digestivo,
laringe, bem como o trabalho realizado com os especialistas na obtenção de algumas imagens sistema urinário, sistema genital masculino, sistema genital feminino e mamas, períneo, órgãos
endoscópicas da árvore tráqueo-brônquica e dos órgãos urinários. linf6ides, sistema endócrino e peritoneu.

À Elisa Campos Dourado agradeço a elaboração dactilográfica dos diversos capítulos da Os órgãos respiratórios têm o pulmão como órgão principal. A respiração consiste na alter­
Anatomia Humana. nância dos fenómenos envolvidos na inspiração, que realiza a hematose, e na expiração. O ar
inspirado alcança os pulmões, atravessando sucessivamente as cavidades nasais, a oro-faringe,
À Maria Emília Oliveirá e à Maria Teresa Sousa, agradeço o apoio na realização de a laringe e a árvore tráqueo-brônquica. A laringe é, também, o órgão da fonação. As pleuras
infindáveis tarefas, necessárias à concretização dos diversos capítulos da Anatomia Humana. são membranas serosas que envolvem os pulmões.
Aos Alunos de Anatomia dos Cursos de Medicina e aos Alunos de Anatomia dos diversos Os 6rgios digestivos realizam fenómenos mecânicos e fenómenos químicos. Os fenómenos
Cursos na Área das Ciências da Saúde, que têm estudado pelos livros de Anatomia que tenho
mecânicos desenvolvem-se ao longo de todo o tubo digestivo. A cavidade oral é sede da
publicado, quero agradecer o estímulo dado para realizar sempre novas_ _publicações.
mastigação e o início da deglutição que se continua na faringe e no esófago, o qual corresponde
Quero continuar a expressar a minha estima aos meus alunos de Med1cma que frequentaram
à primeira fase da progressão dos alimentos. No estômago e no intestino delgado, existem
os cursos de 1974-75 e 1975-76, da então extensão do Campo de Santana, da Faculdade de
movimentos segmentares de mistura e movimentos peristálticos de propulsão. No cólon,
Medicina da Universidade de Lisboa, pois foram eles que me estimularam a escrever o primeiro
realizam-se movimentos que levam, na sua porção terminal e no recto, à defecação. O estômago
texto sob a forma de apontamentos para as aulas, e isto num período conturbado da vida
e o intestino delgado são os órgãos essenciais da digestão considerados sob o ponto de vista
política portuguesa, numa altura difícil e muito tra�alh?sa como Presid�nte da Comissão
químico. As glândulas anexas ao tubo digestivo são as glândulas salivares, o pâncreas e o
Instaladora da Faculdade de Ciências Médicas da Umvers1dade Nova de Lisboa.
fígado, e lançam as suas secreções no tubo digestivo através dos seus duetos excretores.
Aos meus Colaboradores agradeço o estímulo constante e o apoio permanente.
Os órgãos urinários, responsáveis pela produção e pela eliminação da urina, apresentam duas
À Lidei - Edições Técnicas, em especial à Eng.ª Manuela Annes e ao Eng. Frederico A�es, porções distintas: uma parte secretora, o rim, que elabora a urina, e uma parte excretora, for­
a oportunidade de editar mais uma publicação pedagógico-científica, que _ con�inuará a :ac1htar mada pela pelve renal e pelo uretéro, que recolhem e transportam a urina formada no rim;
0 estudo e a compreensão dos problemas da Anatomia Humana, com aphcaçao à Clínica. Um a bexiga é o reservatório da urina, e a uretra lança-a para o exterior.
agradecimento especial à Dr.ª Filipa Casqueiro pela meticulosa revisão feita em todas as fases
da estruturação da nova versão da Anatomia Humana dos Órgãos. Os órgãos genitais masculinos são destinados a elaborar e conduzir as células genitais mas­
culinas. Os testículos são órgãos secretores destinados a produzir os espermatoz
óides,
3 apresentando ainda uma glândula endócrina com funções na determinação dos caracteres sexuais
secundários, e os epidídimos são órgãos excretores. O escroto consiste num
� sistema de invó-
1- lucros, consti
tuído por sete túnicas, destinadas a proteger os testículos e os epidídimos. As vias
espermáticas são um conjunto de duetos que transporta
m o líquido espermático para o exterior,
s
0
M �ndo constituídas pelos tubos seminíferos contorcidos, tubos seminfferos rectos, rede do tes-
ticul_o (Haller), dúctulos eferentes do
testículo, dueto do epidídimo, dueto deferente, vesícula
is sem_mal, dueto ejaculador e pela porção
� geni tal masculino são a
uro-genital da uretra. As glândulas anexas ao aparelho
próstata e as glândulas bulbo-uretrais (Cowper). O pénis é o órgão da
cópula.
XLVIII ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS
PREFÁCIO XLIX

Os órgãos genitais femininos e as mamas são constituídos pela el�boração e condução �as A anatomia dos órgãos em radiologia foi estudada através de imagens em órgãos respiratórios
_
células genitais femininas, do desenvolvimento do embrião e do mecamsmo do parto. Os ovanos (cavidades nasais, laringe, árvore tráqueo-brônquica, pulmões, pleuras, fissuras e segmentos
estão encarregados da elaboração dos óvulos e de hormonas necessárias à nidação e nutrição pulmonares), em órgãos digestivos (cavidade oral e dependências, faringe, esófago, estômago,
do ovo. A tuba uterina (Falópio) é o espaço onde o espermatozóide fecunda o óvulo e depois intestino delgado, intestino grosso e vias biliares), em órgãos urinários (rins, vias excretoras
conduz O ovo para o útero. O útero, o órgão de gestação, é onde se implanta o embrião e se
dos rins, bexiga e uretra) e em órgãos genitais femininos (útero e mamas).
desenvolve O feto. A vagina é o canal destinado à cópula. A vulva é constituída por formações
que formam os órgãos genitais externos femininos. As mamas femininas, encarregadas da A anatomia dos órgãos em tomografia computorizada (TC) e ressonância magnética (RM)
_
elaboração do leite, adquirem maior desenvolvimento sobretudo no decurso �a gravide� e do
foi estudada através de imagens em órgãos respiratórios (cavidades nasais, laringe, pulmões,
aleitamento, sofrendo alterações directamente relacionadas com o estado funcional do sistema
pleuras, fissuras e segmentos pulmonares), em órgãos digestivos (cavidade oral e dependências,
genital feminino, pelo que deverão ser consideradas como órgãos genitais femininos.
faringe, esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, recto, glândulas salivares, pân­
o períneo compreende um conjunto de músculos e fáscias que encerram a abertura inferior creas, fígado e vias biliares), órgãos urinários (rins e vias excretoras dos rins), órgãos genitais
da cavidade pélvica, sendo atravessado posteriormente pelo recto e anteriormen�e pela ure�ra masculinos (próstata), e órgãos genitais femininos (útero e mamas).
e órgãos genitais. A linha bi-isquiática divide o períneo em duas porções, o penneo po�tenor
ou anal e O períneo anterior ou uro-genital. O períneo anterior ou uro-genital encontra-se situado A anatomia dos órgãos em ecografia foi estudada através de imagens em órgãos digestivos
anteriormente à linha bi-isquiática, tendo uma constituição diferente no homem e na mulher. (glândulas salivares, pâncreas, fígado e vias biliares), em órgãos urinários (rins), em órgãos
O períneo posterior ou anal encontra-se situado posteriormente à linha bi-isquiática, tendo uma genitais masculinos (próstata), em órgãos genitais femininos (útero) e em glândulas endócrinas
constituição semelhante no homem e na mulher. (glândula tiróide).
Os órgãos Iinfóides são constituídos por aglomerados organizados de células, sobretudo lin­ A anatomia dos órgãos em endoscopia foi estudada através de imagens em órgãos respi­
fócitos não dissociáveis do conjunto dos linfócitos circulantes, os quais entram ou saem perma­ ratórios (cavidades nasais, laringe e árvore tráqueo-brônquica), em órgãos digestivos (esófago,
nentemente desses aglomerados. Para além dos linfócitos, os órgãos linfóides são constituídos estômago, intestino delgado, intestino grosso e recto), órgãos urinários (vias excretoras do rim,
por um estroma de células reticulares e fibras, cuja composição e organ�zação dif�re de órgão bexiga e uretras masculina e feminina) e em órgãos genitais femininos (ovários, tubas uterinas
.
para órgão; este conjunto constitui o retículo, que se concentra orgamzado em mtimo rela­ (Falópio) e útero).
cionamento com os vasos, pelo que o seu estudo deve ter em consideração, também, a interface
célula endotelial/interstício. Classicamente, os órgãos linfóides dividem-se em primários, onde A Anatomia Humana dos Órgãos foi escrita essencialmente a pensar nos estudantes de
são produzidos os linfócitos, e em secundários, onde se dá a maturação dos linfócitos, em Medicina, com a finalidade de adquirir os conhecimentos indispensáveis à sua prática clínica.
resposta à sua interacção com os antigénios. Os órgãos linfóides primários são o timo e a No entanto, é também destinada ao futuro médico generalista, que precisa de bases seguras em
medula óssea, e os órgãos linfóides secundários são os tecidos linfo-epiteliais (nódulos linfáticos Anatomia Esplancnológica, a fim de compreender as noções semiológicas, patológicas e de
da mucosa do intestino delgado, da árvore tráqueo-brônquica e dos órgãos génito-urinários,
diagnóstico diferencial, fundamentais ao estudo da Medicina Interna e da Clínica Geral.
entre outros), o anel linfático da faringe (Waldeyer), constituído pelas tonsilas palatinas, a
tonsila faríngea, a tonsila lingual e as tonsilas tubárias (Gerlach), os nodos linfáticos e o baço. A Anatomia Humana dos Órgãos foi também escrita para licenciados em Medicina, para que
As glândulas endócrinas caracterizam-se por não apresentarem um dueto excretor, lançando possam rever os conceitos morfológicos necessários à sua formação nos internatos de espe­
directamente no sangue as hormonas, seu produto de secreção. Serão descritas a hipófise (lobo cialidade de Medicina Interna, de Gastrenterologia, de Pneumologia, de Nefrologia, de Urologia,
anterior, a adeno-hipófise), a glândula tiróide, as glândulas paratiróides, o timo e as glândulas de Obstetrícia, de Ginecologia, de Endocrinologia, de Medicina Dentária e Estomatologia, de
suprarrenais. lmagiologia, entre outras.

O peritoneu é uma serosa cuja função é a de permitir o deslizamento sem atrito dos órgãos A Anatomia Humana dos Órgãos foi também escrita a
pensar nos estudantes de Enfermagem.
da cavidade abdómino-pélvica, comportando-se também como um sistema de protecção,
Para que o livro possa ter utilidade e alcance os
sendo constituído pelas lâminas parietal e visceral e pela cavidade peritoneal. A lâmina
parietal do peritoneu reveste a face profunda das paredes da cavidade abdómino-pélvica.
3 necessário que o utilizador fique capa de:
z
diversos objectivos a que se propõe, torna-se

A lâmina visceral do peritoneu envolve a superfície externa dos órgãos. A cavidade peritoneal z
Explicar as bases morfológicas e funcionais que
é uma cavidade virtual, encontrando-se entre as lâminas parietal e visceral, sendo comple­ � permitem elaborar um plano de exploração
� dos �rgãos, isto é, poder efectuar um exame
tamente fechada no homem, mas comunicando na mulher directamente com o exterior através clínico a partir das bases anatómicas;
� - Explicar as bases morfológicas
da tuba uterina (Falópio). e funcionais de sintomas e síndromas envolvendo diversos
w órgaos;
- ldent(�car no cadáver as
A Anatomia Humana dos Órgãos termina com um estudo da anatomia radiológica dos órgão�, � principais formações esplancnológicas;
:J Identificar em radiologia, em
da anatomia em tomografia computorizada (TC) e ressonância magnética (RM), da anatoroia tomografia computorizada (TC), em ressonância magnética
ecográfica dos órgãos e da anatomia endoscópica dos órgãos. O (RM), em ecografia e em endos
copia, as bases anatómicas da Imagiologia.
L ANATOMIA HUMANA DOS ÓRGÃOS

ia Anatomica
d çã d Ana tom ia Hum ana dos Órgãos baseou-se na Terminolog
A pre s e nt e e i o a
ieme, Stuttgart - New
Y ork, 1998,
t v C itt n An atomical Temino logy, Th
do Fed era i e omm ee o
Associations of Anatomists (IFAA),
n d p ndê nc d Int ema tiona l Federa tion of
publicad a a e e ia a
4 e 1999.
sob a minha Presidência, entre 199
dopt ada em Paris em 1955, com
a
ia Ana tom ica, c j a primeira e dição foi a
A Terminolog u
es internacionais. Os
tem vindo a impor-se nas publicaçõ
denominação de Nomina Anatomica,
termos em latim, língua escolhida c
se n egligenciando a brilhante nome
omo língua única, ada ptar
am-se
nclatura ana tómica portugues
à
a ,
líng
c o
ua
ns a
portuguesa, nunca
grada no Manual 1
de J osé António Serrano .
Sinóptico de Anatomia Descritiva,

Mantive o nome dos anatomistas ent


re parênteses, nas estrutura
s por eles descritos pela primeira ,
iment o, c omo o fizeram
nume rosa s obra s de Anatomia . ORGÃ0S RESPIRAT6RI0S (SISTEMA RESPIRAT6RI0)
vez, não p ermitindo o seu e squec ntender não serem de utilidade
ias bibliográficas, po r e
Suprimi, deliberada mente, as referênc tendam estudar pela primeira vez
a a todos aque les que pre
primordial numa obra que é destinad
ou rever a Anatomia Hum
ana dos Órgãos.
tomia Humana dos
ntribuir para facilitar o e studo da Ana
Se, de a lgum mo do, este traba lho co o.
cerca de 35 anos bem recompensad
Órgãos, considero o meu esforço de
4 ÓRGÃOS RESPIRATÕRIDS (SISTEMA RESPIRATÕRIO) CAVIDADES NASAIS E ANEXOS 5

1.1.2.1.2.1. Cartilagem do septo nasal A margem medial (Fig. 5.2) está situada na
nariz (Fig. 1.8), separadas entre si por um
septo de direcção ãntero-posterior, o subsepto linha mediana, unindo-se à cartilagem do
A cartilagem do septo nasal (Fig. 4.1) está septo nasal.
ou columela (Fig. 1.9). situada na linha mediana preenchendo o A margem superior (Fig. 5.3) está unida ao
espaço angular entre a lâmina perpendicular osso nasal e ao processo frontal da maxila.
1.1.l.4. ÁPICE OU RAIZ DO NARIZ do etmóide (Fig. 4.2) e o vómer (Fig. 4.3). A margem inferior (Fig. 5.4) está unida à
Tem a forma triangular, apresentando duas cartilagem alar maior.
O ápice ou a raiz do nariz (Fig. 1.10) cor­ faces laterais, correspondendo às cavidades
responde ao espaço intersuperciliar, sendo nasais.
convexo no sentido transversal. A margem póstero-superior (Fig. 4.4) está
unida à lâmina perpendicular do etmóide.
A margem póstero-inferior (Fig. 4.5) está
1.1.2. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA unida ao vómer.
A margem ãntero-superior (Fig. 4.6) corres-
O nariz é constituído pelo esqueleto ósteo­ ponde ao dorso do nariz.
-cartilaginoso, que lhe confere a forma, uma A margem ãntero-inferior (Fig. 4.7) corres­
camada muscular e por partes moles que o ponde ao subsepto ou columela, estendendo­
revestem. -se da espinha nasal ao ápice do nariz.
Fig. 2 - Ossos do nariz

1. Ossos nasais 2. Processo frontal do maxila 3. Osso lacrimal


1.1.2.1. ESQUELETO ÕSTEO-CARTILAGINOSO DO NARIZ
4. Processo orbital medial do frontal 5. lncisuro nosol do maxila
6. Espinho nasal anterior
É constituído por ossos, cartilagens e uma
membrana fibrosa.

1.1.2.1.1. Ossos do nariz


Fig. 5 - Cortilagem nasal lateral
Superiormente, encontram-se os ossos nasais
l. Cartilagens nasais laterais 2. Margem medial 3. Margem
(Fig. 2.1), rectangulares, com grande eixo superior 4. Margem inferior
dirigido com obliquidade póstero-superior,
sendo muito frágeis e sujeitos a fracturas ao
mínimo traumatismo. 1.1.2.1.2.3. Cartilagens alaras maiores
Lateralmente, encontra-se o processo frontal As cartilagens alares maiores (Fig. 6.1), em
da maxila (Fig. 2.2), que se articula com o número de duas, uma direita e outra esquerda,
lacrimal (Fig. 2.3), o nasal e o processo estão situadas inferiormente às cartilagens
orbital medial do frontal (Fig. 2.4). nasais laterais. Têm a forma de uma ferradura,
Inferiormente, encontra-se a porção anterior com uma parte medial (Fig. 6.2), que corres­
da incisura nasal da maxila (Fig. 2.5), que se Frg. 4 - Corhlogem do septo nasal
ponde ao subsepto ou columela, e uma parte
articula com a homóloga do lado oposto para lateral (Fig. 6.3), que corresponde ao ápice do
� 1 Corhlogem do septo nasal 2 . LOmlno perpendicular do etm6ide
formar a espinha nasal anterior (Fig. 2.6). 3 V6mer 4- Morgem p6stero-superlor S. Margem p6stero-inferior nariz e circunscreve a abertura das narinas.
3
6. Margem 6ntero-superior 7. Margem Ontero-inferior

U .2.1.2. Cartilagens do nariz 1.1.2.1.2.4. Cartilagens acess6rias
..l l. l.2.1.2.2. Cartilagens nasais
São constituídas pela cartilagem do septo laterais Estão situadas nos intervalos que separam as
.:
nasal (Fig. 3.1), as cartilagens nasais laterais Fig. 3 - Aspecto gerol dos cartilagens do nariz 9 � cartilagens nasais laterais (Fig. 5.1), em cartilagens precedentes.
(Fig. 3.2), as cartilagens alares maiores (Fig. numero de duas, uma dire As cartilagens quadradas (Fig. 7.A l ), em
1. Cartilagem do septo nasal 2. Cartilagem nasal lateral 3. (ar· ita e outra esquerda,
3.3) e várias cartilagens acessórias (Fig. presentam uma forma trian número de duas ou três, estão situadas póstero­
tilagens alares maiores 4 . Cartilagens ocess6rios gular. -inferiormente à cartilagem alar maior.
3.4).
CAVIDADES NASAIS E ANEXOS 7
6 ÓRGÃOS RESPIRATÔRIOS SISTEMA RESPIRATÔRIO

1.1.2.1.3. Membrana fibroso

A membrana fibrosa (Fig. 8.1) é uma mem­


brana que preenche os espaços deixados livres
pelas cartilagens do nariz.

A B

Fig. 1O · Mucoso nasal revestindo a parede lateral das cavidades


nasais (A) e a parede medial ou septo nasal (8)
Fig. 9 - Músculos do nariz
A1. Mucosa respiratória ao nível das conchas nasais média e
l. Músculo pr6cero 2. Músculo nasal 3. Parte transversal do inferior 81. Mucosa respirat6ria ao nível da por,õo inferior do
músculo nasal 4. Porte alar do músculo nasal S. Músculo abai­ septo nasal e do pavimento das cavidades nasais A2. Mucosa
xador do septo nasal 6. Músculo Levantador do lábio superior olfactiva ao nível da concha nasal superior 82. Mucosa olfactiva
Fig. 6 . Cartilagem alar maior e da asa do nariz ao nível da por,õo superior do septo nasal e da abóbada das
cavidades nasais Al. Narina A4. Vestíbulo do nariz AS. Limiar
l. Cartilagem alar maior 2. Parte medial 3. Parte lateral
nasal
nasais média e inferior (Fig. 10.Al), a porção
inferior do septo nasal e o pavimento das
As narinas prolongam-se até ao ápice do na­
As cartilagens sesamóides (Fig. 7.A2) estão cavidades nasais (Fig. 10.Bl).
riz por uma pequena escavação, o vestíbulo
situadas entre a cartilagem nasal lateral e a Fig. 8 - Membrana fibroso A região olfactiva reveste a concha nasal
do nariz (Figs. 10.A4 e 11.2). As narinas
cartilagem alar maior. superior (Fig. 10.A2), a porção superior do
1. Membrana fibrosa estão separadas da cavidade nasal por uma
As cartilagens vómero-nasais (Jacobson) epto nasal e a abóbada das cavidades nasais
crista arciforme, o limiar nasal (Figs. 10.AS
(Fig. 7.B3) ocupam a margem póstero-inferior (Fig. 10.B2).
1.1.2.2. CAMADA MUSCULAR e 11.3), e abrem-se ântero-inferiormente pelas
da cartilagem do septo nasal, ou posterior­
narinas (Fig. 11.4).
mente à espinha nasal anterior.
Os músculos da região do nariz são os se­ 1.2. CAVIDADES NASAIS
guintes: o músculo prócero (Fig. 9.1); o mús­
culo nasal (Fig. 9.2), constituído pela parte As cavidades nasais estão limitadas anterior­
2 transversal (Fig. 9.3) e pela parte alar (Fig. mente pelas narinas e posteriormente pelos
9.4); o músculo abaixador do septo nasal cóanos.
(Fig. 9.5); e o músculo levantador do lábio
superior e da asa do nariz (Fig. 9.6).
1.2.1. NARINAS
1.1.2.3. PARTES MOLES DO NARIZ As narinas (Figs. 10.A3 e 11.1) estão revesti­
,
d s internamente por pele, ao pass que
São constituídas por um revestimento externo, ... .
e v1da
o
des nasais estão revestidas por mucosa.
as
ento
constituído pela pele e por um revestim

= ,\
A B pela ada uma das narinas tem a form
interno, constituído ântero-inferiormente e nal achatado transversalme
a de um
pela
pele das narinas e póstero-superiormente parede medial corresponde à
nte.
Fig. 7 - Cartilagens acess6rias ao nível do nariz (A) e ao nível mucosa nasal. . d -.ept� nasal e à parte med cartilagem
t· Fig. 11 - Narinas
do septo nasal (8) A mucosa nasal apresenta a região resp = �
r maior, e a parede late
ial da cartilagem
ratória e a região olfactiva. p ne lateral da canila ral corresponde à 1. Narina 2. Veslibuio do nariz 3. Limiar nasal 4. Abertura da
A1. Cartilagens quadrados A2. Cartilagens sesomóides 83. Carti­ chas gem alar maior.
lagens vómero-nosois (Jocobson)
A região respiratória reveste as con narina
CAVIDADES NASAIS E ANEXOS 9
8 ÓRGÃOS RESPIRATÕRIOS (SISTEMA RESPIRATÕRIO)

7 resistente devido à fragilidade da lâmina �sta fac,e �pres�nta �rês conchas nasais (supe­
As cavidades nasais ósseas abrem-se, ante­ cribriforme do etmóide. rior, �edia e infenor) e três meatos nasais
riormente, pela abertura piriforme (Fig. A mucosa nasal atapeta todos os foramenes (supenor, médio e inferior). A mucosa nesta
12.1), em forma de carta de jogar. Está limi­ da lâmina cribriforme do etmóide e ao �arede é muito aderente ao periósteo, reves­
tada pelos ossos nasais (Fig. 12.2), superior­ chegar à abertura do seio esfenoidal, pe�etra tindo ?s acidentes ósseos e invaginando-se
mente, e pela margem anterior das duas no seio revestindo as suas paredes. nos seios paranasais.
maxilas (Fig. 12.3), lateralmente. A concha nasal superior (Fig. 16.1) origina­
1.2.2.3. PAREDE INFERIOR OU PAVIMENTO -se �a metade posterior da face medial do
.
labmnto etmo�dal, aproxima-se do septo
Tem a forma de um sulco separando a cavi­ nasal, confundindo-se anteriormente com a
dade nasal da cavidade oral, sendo a parede concha nasal média. Por vezes origina a
mais es,Pessa e resistente das cavidades concha nasal suprema (Santorini) (Fig. 16.2).
nasais. E constituída pelo processo palatino A concha_ nasal média (Fig. 16.3) origina-se na
Fig. 13 - Parede medial interno ou septo nosol dos cavidades nosois da �axila (Fig. 15.1), nos seus dois terços face medial do labirinto etmoidal e anterior­
�nteno_res, e pela lâmina horizontal do pala­ �ente aproxima-se do septo nasal, confun­
1. Lfimino perpendicular do etm6ide 2. V6mer 3. Cortilogem do dindo-se depois com a concha nasal superior.
tino (Fig. 15.2), no seu terço posterior. O canal
septo nosol A con�ha nasal inferior (Fig. 16.4) é a mais
incisivo é coberto pela mucosa nasal.
compn�a das conchas nasais, em que a sua
1.2.2.2. PAREDE SUPERIOR OU ABÕBADA extre�mdade posterior alcança a lâmina per­
3 1.2.2.4. PAREDE LATERAL pendicular do palatino e a sua extremidade
A parede superior ou abóbada das cavidades a�terior atinge a abertura anterior óssea ou
É a parede mais extensa das cavidades nasais, .
nasais tem a forma de um sulco longitudinal, pmforme das cavidades nasais.
Fig. 12 , Abertura anterior dos cavidades nasais ou abertura sendo constituída: por uma porção anterior ou com uma obliquidade ínfero-lateral. É for­ Os meatos nasais representam os espaços
pirilorme mad� pela face medial da maxila, pela lâmina compreendidos entre as conchas nasais e a
nasal, formada pelos ossos nasais (Fig. 14.1)
medial do processo pterigóide do esfenóide parede lateral das cavidades nasais.
1. Abertura piriforrne 2. Osso nosol 3. Margem anterior dos moxilos e pela espinha nasal do frontal (Fig. 14.2);
pelo _lacrimal, pela lâmina perpendicular d� O meato nasal superior (Fig. 17.1) é muito
por uma porção média ou etmoidal, formada
palatino, pela concha nasal inferior e pelo pequeno e tem a forma de um sulco aberto
pela lâmina cribriforme do etmóide (Fig.
labirinto etmoidal.
l .2.2. CAVIDADES NASAIS PROPRIAMENTE 14.3); e por uma porção posterior ou esfe­
noidal, formada pela face anterior do corpo
DITAS do esfenóide (Fig. 14.4). É uma parede pouco 2
Em número de duas, encontram-se situadas
de cada um dos lados da linha mediana.
Podem considerar-se quatro paredes em cada
uma delas: medial ou septo nasal, superior ou
abóbada, inferior ou pavimento e lateral.

1.2.2.1. PAREDE MEDIAL OU SEPTO NASAL

A parede medial ou septo nasal é constituída


por uma parte óssea e uma parte cartila­
ginosa. É formada pela lâmina perpendicular
do etmóide (Fig. 13.1), superiormente, pelo
vómer (Fig. 13.2), póstero-inferiormente, e
pela cartilagem do septo nasal (Fig. 13.3), Fig. 14 - Parede superior ou obóbodo dos cavidades nasais 1 S Parede inferior ou . Fig. 16 - Parede lateral dos cavidades nosois com os conchas nosois
pavimento dos cavidades nasais
anteriormente.
1. Osso nosol 2. Espinho nosol do frontal 3. L8mina cribrlfonA• 1. Concha nasal superior 2. Concho nosol suprema (Sontorini)
A mucosa nasal é descolável, sendo muito
1 Prtmso palatino do
maxila 2. l8mino horizontal do palatino
3. Concho nasal média 4. Concho nosol inferior
vascularizada na porção inferior do septo nasal.
do etm6ide 4. Face anterior do corpo do esfen6ide
CAVIDADES NASAIS E ANEXOS 11

EMA RESPIRATÓRIO
10 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS SIST
A infecção dos seios paranasais corresponde um seio frontal pequeno, confundindo-se com
S
para inferior. Apresenta o
forame esfeno­ 1.2.3. ABERTURAS POSTERIOIES DA a um quadro clínico, conhecido por sinusite. uma célula etm oidal anteri or e ocupando o
o na porção pos­
ângulo súpero-medial da órbita, ou um seio
-palatino (Fig. 17.4), situad
or comunicando
CAVIDADES NASAIS OU CÕANOS frontal grande, com pr olongamentos para a
terior do meato nasal superi 1.3.1. SEIO FRONTAL parte orbital do frontal e para os processos
rigo-palatina, a têm uma forma rec­
com o fundo da fossa pté 17 .5) e a O s cóanos (Fig. 18.1) zigomáticos do frontal.
ida l (Fi g. s
eixo oblíquo
abertura do seio esfeno etm oidais tan gular ou ovalar, com grande O seio frontal (Fig. 19.1) tem a forma de uma
qua tr cél ula ero-inferior,
aberturas de três ou
s
igido com obliquidade ânt
o
.6) . dir
des nasais com a pirâmide triangular de ápice superior, com
posteriores (Fig. 17 tem a for ma fazendo comunicar as cavida um desenvolvimento muito variável, encon­ 1.3.2. SEIO ESFENOIDAL
mé di (Fi g. 17 .2) m-se limitados
O meato nasal o
parte nasal da faringe. Encontra trando-se na espessura do osso frontal (Fig.
ent a dua s saliências : a
de um funil e apr e g. 18.2), supe­
pelo corpo do esfenóide (Fi
s
ce unc ina d o do etmóide, 19.2), sendo mais desenvolvido no homem do O seio esfenoidal (Fig. 20.1) encontra-se no
saliência d pr ontal do palatino
riormente, pela lâmina horiz
o sso
que na mulher e apresentando numerosas corpo do esfenóide (Fig. 20.2), apresentando
o
a b lha etm oidal, posterior­
anteri rm ent e, e o
a lâmina medial
(Fig. 18.3), inferiormente, pel variações de um lado para o outro. uma forma cubóide, e estando separado do
o
etm oidal limita, poster
io r­
me nte . A b lha 18.4), lateral­
do processo pterigóide (Fig.
o
onde se situa a A parede anterior corresponde à região super- homólo go do outro lado por uma parede
mente, o sulco unci-bolhar, medialmente.
g. 17 .7) e de três mente, e pelo vómer (Fig. 18.5), ciliar (Fig. 19.3). muito delgada.
abertura do seio frontal (Fi A sua abertura (Fig. 20.3) enc ontra-se na
a oito células etmoidais anteri
ores (Fig. 17.8), 7 A parede po sterior relaciona-se com as me­
e, e a abe rtu ra d o seio maxilar ninges e com o pólo frontal do hemisfério e�tremi_dade posterior do meato nasal s upe­
superiorment
cerebral (Fig. 19.4). ri o r (Fig. 20.4), estando mais próxim o da
(Fig. 17.9), inferiormente.
17.3), em forma A parede medial constitui o septo do sei o abóbada do que do pavimento do seio.
O meato nasal inferior (Fig.
ent e, vai-se aproxi­ frontal, que divide o seio frontal. Po dem encontrar-se quatro tipos de seios
de sulco disposto sagitalm
da cav idades nasais, O seio frontal abre-se (Fig. 19.5) na porção esfenoidais : o seio esfenoidal pequeno, com
mando do paviment o s
o r. Apre senta, superior do sulco unci-b olhar do meat o
nasal cerca _ de 1 cm3 de capacidade, ocupa a porção
ao nível da sua porção anteri
rtura do dueto anteri or do corpo do esfenóide; o seio esfe­
na sua parede lateral, a abe médio (Fig. 19.6).
que estabelece a O sei o frontal apresenta dimensões variáveis n�idal médio, com cerca de 5 cm3 de capa­
lácrimo-nasal (Fig. 17 .10),
dial do bulbo segund o as raças e mesmo entre indivíduos cidade, ocupa a metade anterior do corpo do
comunicação do ângulo me
ocular à cavidade na
sal. da mesma raça. esfenóide, alcançando a sela turca; o seio
Além de um seio frontal médio, com uma esfenoidal grande, com cerca de 1O cm de
3
6
8 capacidade de 4 a 5 cm3, p ode encontrar-se capacidade, ocupa a totalidade do c o rp o do

cavidades nasais ou cóanos


fig. l B . Aberturas posteriores das
3. lftmina horizontal da pala­
1. Cóonos 2. Corpo do eslenóide
pterigóide 5. Vómer
tino 4. lftmina medial da processa

1.3. SEIOS PARANASAIS


.,.
deadas por cavi­
4'

As cavidades nasais estão ro


m as quais estão
dades pneumáticas anexas co
10

dades nasais, com meatos em comunicação.


fig. 17 • Parede lateral das cavi comunicação
Cada cavidade nasal está em te·
situados no in
paro nasa is
nasais e aberturas dos seios
com quatro seios paranasais
xila, encontra·
l médio 3. Meato nasal infe­
rior dos ossos vizinhos. Na ma
f11 19 · Seio frontal fig. 20 • Seio esfenoidol
l. Meato nasal superior 2. Meato nasa
tura do seio esfenoidal tos etmoidaiS, as
-se o seio maxilar; nos labirin
Aber
rior 4. forame esfeno-palatino 5. 1 S..lr111to12· O sso fronta1
ntal, o seio fron­
es 7. Abertura do seio
3· Reglllo superdllar 4. Pólo frontal do 1. Seio esfenoidol 2. Corpo do esfenóide 3. Abertura do seio
células etmoidais; no osso fro
idais post erior
6. Aberturas das células etmo dal. c,r ai S. Abertura do selo frontal 6. Meato nasal médio esfenoidol 4. Meato nasal superior
idois anteriores 9. Abertura seio esfenoi
frontal 8. Aberturas dos células etma
o 16crima-nosal
tal e no corpo do esfenóide, o
do seio maxilar lO. Abertura do duet
RESPIRATÓRIO)
12 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS (SISTEMA

esfenóide; e o seio esfenoida


l gigante apre­
erior ao canal
senta prolongamentos para inf
enóide, para o
óptico, para a as a maior do esf
alatina, p ara a
p avimento d a foss a ptérigo-p
e podendo até
b ase do processo pterigóide
ipital.
alc ançar a p arte basilar do occ A laringe, além de fa zer p arte das vi as
aéreas, é também o órgão da fonação. É cons­
1.3.3. SEIO MAXILAR tituída por várias c artilagens, articulações e
músculos e a sua superfície interna apresenta
(Fig. 21. l ) en­ a mucos a larínge a, revestindo as preg as
O seio m a xil ar (Highmore)
cor po d maxila. vocais que, quando vibram em sinergi a com
contra-se situado no
a
sen t um abertura (Fig. a passag�m do ar expirado, produzem o som
O seio maxilar apre a a
rior do sulco
21.2) situad a na porção infe laríngeo.
dio (Fig. 21.3).
unci-bolhar do meato nasal mé
à fossa canina
A parede anterior corresponde
ol ar ântero-
e é percorrid a pelo c anal alve 2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Fig. 21 • Seio moxilor
-superior.
p arede anterior turo do seio moxilor 3. Meato
A parede posterior constitui a l. Seio moxilor (Highmore) 2. Aber
na sua espes­
da fossa infr atemporal e possui nasol médio
2.1.1. SITUAÇÃO
ores.
sura os canais dentários posteri
pavimento da
A parede superior constitui o
al infr a-orbital. A laringe é um órgão ímpar e medi ano que
orbita, onde se encontra o can
p arede l ater al ocupa a porção mediana e anterior do pes­
A b ase está relacionada com a
coço, estando relacionada com os planos
das cavidades nasais.
ões variáveis músculo-fosciais e com a pele da região cer­
O seio maxilar apresenta dimens Fig. 23 - Situo,õo e relo,ões do loringe
me smo indiví­ vical anterior (Fig. 23.1). A laringe projecta­
segundo os indivíduos e, no 1. Plano músculo-fosciol e pele do região cervical anterior 2. 3 , 4 ,
ª ª
do. Alé m de seios -se entre a 3" e a 6ª vértebras cervicais (Fig.
duo, de um p ara o outro la S e 6 vértebros cervicois 3. Porte luringeo do faringe 4. Troqueio
ª ª
p cid de de 1O a 23.2). Está situada anteriormente à parte
ma xil ares médios com c a a a
s m axil ares S. Roiz do linguo 6. Osso hi6ide 7. Gl6ndulo tir6ide
15 cm3, podem encontrar -se seio laríngea da faringe ou laringo-faringe (Fig.
de de 5 cm3 e 23.3), com a qual comunica, superiormente à
pequenos com c ap acid a 2 a
p acidade que tr am-se nos indivíduos com vozes de tona­
seios maxilares grandes 3com ca traqueia (Fig. 23.4), inferiormente à raiz da
pode alcançar os 30 cm • língua_ (Fig. 23.5) e osso hióide (Fig. 23.6) e lid ade agud a, e as l aringes mais desenvol­
posteriormente à glândula tiróide (Fig. 23.7). vidas nos indivíduos com vozes de tonalid ade
grave.
1.3.4. LABIRINTO ETMOIDAL
2·1·2· FORMA GERAL E DIMENSÕES
O labirinto etrnoidal constitu
i um sistema an­ 2.1.3. LIMITES
las etrnoidais que
fractuoso de oito a dez célu laringe tem a forma geral de uma pirâmide
l tera is do etrnóide. Fig. 22 • lobirinto etmoidol
estão localizadas nas massas a c,trangulada, com base póstero-superior que Superiormente, corresponde à margem supe­
rior es (Fig. 22.1) Ager nosol ou emin&nda nas
al
As células etmoid ais ante l. Células etmoidois onteriores 2.
co�responde à faringe e ao osso hióide e com �or da cartilagem tiroidei a (Fig. 24.1), pro­
oito , sen do a célul a erior es S. Me111 ° p1cc_ inferior que corresponde à abertura
são em número de três a
3. Meoto nosol médio 4. Célulos
etmoidois post Ject ando-se ao nível d a 4ª vértebra cervic al
n s l ou em inênci a upcnor da traqueia.
mais constante o ager a a
supe­ nosul superior (Fig. 24.2) e, inferiormente, corresponde à
se bre n por ção - \ d'imens -
nas al (Fig. 22.2), que a a
nasal
oes da l a ringe variam de i"nd'1v1-
. , margem inferior da cartil agem cricoidei a
rior do sulco unc i-bo lh do me ato ais são com· - duo para ·md1v 1duo ' com a idade, com o sexo (Fig. 24.3) e projecta-se ao nível do disco
Normalmente, as células etmoid ossos vizi­
ar
.
= ndo mais desenvolvida no homem do qu;
..
médio (Fig. 22.3). pletadas por células existentes
nos intervertebral que separa a 6ª da 7 vértebras
ª
s (Fig. 22.4), xila. o lacn- n mul er.h As la·nnges
As células etmoidais posteriore nhos, o frontal, o esfenóide, a ma mais pequenas encon- cervicais (Fig. 24.4).
a brem-se no
em número de três a quatro, mal e o palatino.
meato nas al superior (Fig. 22.5).
14 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS (SISTEMA RESPIRATÓRIO) LARINGE 15

entre as cartilagens são feitos por músculos. A cartilagem cricoideia é constituída por duas
A laringe é revestida interiormente pela mu- porções: uma ântero-lateral, o arco da carti­
cosa laríngea. lagem cricoideia (Fig. 26.Al), e outra poste­
rior, a lâmina da cartilagem cricoideia (Fig.
26.A2).
2.2.1. CARTILAGENS DA LARINGE O arco da cartilagem cricoideia (Fig. 26.Al)
aumenta de altura de anterior para posterior
Existem cartilagens constantes e outras me­ e apresenta duas faces e duas margens.
nos frequentes. A face ântero-lateral, convexa, apresenta na
A B
linha mediana o tubérculo cricoideu (Fig.
2.2.1.1. CARTILAGEM TIROIDEIA 26.A3), para inserção dos músculos crico­
Fig. 25 - Cartilagem tiroideio observada pela face anterior (A) e pelo
tiroideus e lateralmente, próximo da lâmina
face posterior (B)
É uma cartilagem ímpar e mediana, consti­ da cartilagem cricoideia, as faces articulares
tuída por duas lâminas, com forma quadri­ Al. LOmina esquerda A2. Proeminência laríngea A3. Ângulo diedro tiroideias (Fig. 26.Cl), para os cornos infe­
látera (Fig. 25.Al e Bl), reunidas na linha sallanta A4. Linha obliqua AS. Tubérculo tiroideu superior A6. Tubér­ riores da cartilagem tiroideia.
culo ttroideu inferior B1. L6mina direita B2. Ângulo diedro reentrante A face póstero-lateral é côncava e regular­
mediana, dispostas verticalmente e dirigidas
83. Margem superior B4. lncisura tiroideia superior B5. Margem mente lisa.
com obliquidade póstero-lateral.
inferior B6. lndsuro tiroideia inferior B7. Margem posterior B8. Corno A margem superior (Fig. 26.A4) aumenta de
Fig. 24 - limites da laringe A face anterior, muito convexa, apresenta na
superior B9. Como inferior espessura de anterior para posterior, onde
linha mediana uma saliência angulosa, a pro­
1. Cartilagem tiraideia 2. 4ª vértebra cervical 3. Cartilagem cricoideia eminência laríngea, vulgarmente conhecida se insere, anteriormente, a membrana crico­
4. Disco intervertebral separando a 6ª da 7 ª vértebras cervicais A margem superior (Fig. 25.B3) apresenta, -tiroideia e, lateralmente, os músculos crico-
por maçã-de-adão (Fig. 25.A2). Lateralmente
apresenta a lâmina direita e a lâmina es­ na linha mediana, a incisura tiroideia supe­ -aritnoideus laterais.
querda (Fig. 25.Al e Bl), que se reúnem na rior (Fig. 25.B4), onde se insere a membrana A margem inferior (Fig. 26.AS), irregular,
2.1.4. MEIOS DE FIXAÇÃO linha mediana para formarem um ângulo tiro-hioideia. apresenta na linha mediana o bico cricoideu
diedro de 90º saliente anteriormente (Fig. A margem inferior (Fig. 25.BS) apresenta, (Fig. 26.A6).
A laringe é mantida em posição pela con­ 25.A3). Cada lâmina apresenta a linha oblí­ na linha mediana, a incisura tiroideia infe­
tinuidade com a traqueia e com a parte larín­ qua (Fig. 25.A4) que se dirige com obli­ rior (Fig. 25.B6), pouco desenvolvida, e
gea da faringe e por ligamentos e músculos quidade póstero-superior e apresenta, na corresponde à cartilagem cricoideia. 3
que se inserem no osso hióide e na abertura As margens posteriores (Fig. 25.B7) dispõem­ 2
extremidade superior, o tubérculo tiroideu
superior do tórax. superior (Fig. 25.AS), e na extremidade -se verticalmente e terminam pelos cornos
inferior, o tubérculo tiroideu inferior (Fig. superior e inferior. Superiormente, o corno
25.A6). Posteriormente à linha oblíqua, inse­ superior (Fig. 25.B8), onde se insere o liga­
2.1.S. MOBILIDADE rem-se os músculos esterno-tiroideu e cons­ mento tiro-hioideu lateral. Inferiormente, o
tritor inferior da faringe, e anteriormente corno inferior (Fig. 25.B9) apresenta uma s
É um órgão móvel nos sentidos vertical, à linha oblíqua, insere-se o músculo tiro­ superfície que se articula com uma face arti­ 4
transversal e ântero-posterior. A mobilidade -hioideu. cular existente na cartilagem cricoideia.
vertical é controlada muscularmente e ocorre A face posterior, côncava, apresenta um B e
durante a deglutição e o canto. Os movi­ ângulo diedro reentrante de 90º (Fig. 25.B2); 2.2.1.2. CARTILAGEM CRICOIDEIA
mentos laterais são independentes da acção correspondente ao tubérculo cricoideu da ., Fig. 26 - Cartilagem cricoideia observada pelo face anterior (A), pela
muscular. face anterior. Neste ângulo, inserem-se, indo cartilagem cricoideia é ímpar e está situa
da face posterior (B) e pela face lateral (()
nJ p� rção inferior da laringe
de superior para inferior, a epiglote, as � uas _ e estabelece a
hga�ao com a primeira cartilag A 1. Arco do cartilagem cricoideia A2. L6mino da cartilagem cricoideia
pregas vestibulares, as duas pregas vocrus e em da tra­
queia. Apresenta a forma de A3. Tubérculo cricoideu A4. Margem superior do arco da cartilagem
2.2. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA os músculos tiro-aritnoideus. Para cada um
que a a bertura infe
um anel em
· rior é circular, enquan cricoideia AS. Margem inferior do arco da cartilagem cricoideia
dos lados da linha mediana, estão situadas as to a A6. Bico cricoideu A7. lncisura mediana AB. Face articular aritnoideia
-
- bcr1ura supe ·
nor e, ova1ar com um grande
A laringe é constituída por cartilagens da lâminas (Fig. 25.Al , Bl), que correspondem •
c:1� antero-posterior A9. Margem inferior da placa da cartilagem cricoideia Bl. L6mina
laringe. Estas diferentes cartilagens são unidas à cavidade laríngea e à parte laríngea da fa- e dirigido com obli­ da cartilagem cricoideia B2. Crista mediana B3. F6veas laterais à
quidade ântero-infe
por articulações e ligamentos e os movimentos ringe. rior. crista mediana Cl. Face articular tiroideia C2. Face articular aritnoideia
LARINGE 17
RAlÕRIO)
16 ÓRGÃOS RESPIRAlÕRIOS {SISTEMA RESPI

A face posterior (Fig. 28.2) está revestida 2·2· l .5. CARTILAGENS CORNICULADAS (SANTORINI)
(Fig. 26.A2
A lãmina da cartilagem cricoideia pe�a mucosa da faringe e encontra-se preen­
cerca de
e Bl) tem uma forma hexagonal com chida com numerosos óstios glandulares (Fig. As duas pequenas cartilagens corniculadas
sen ta dua s face s e duas s
2,5 cm de altura e apre 6 28.3). (Santorini) (Fig. 27.A4 e B3), em forma de
margens. A face anterior é côncava verticalmente e gancho, articulam-se com o ápice das cart· -
A face anterior é côncava e reg lagens aritnoideias, constituindo o tubércul10
ularmente
convexa transversalmente.
cor m�ulado existente nas pregas aritno­
_
lisa. A porção superi�r é livre e está revestida pela _ _
A face posterior apresenta, na
linha me- -ep1glot1cas (Fig. 29.6).
mucosa que vai atapetar a raiz da língua.
diana, a crista med ian a (Fig . 26.B 2), que
ond e se A mucosa, ao passar da face anterior da epi­
separa as duas fóveas (Fig . 26.B 3),
A glote para a língua, condiciona a formação de 2,2.1.6. CARTILAGENS CUNEIFORMES (WRISBERG)
três pregas, a prega glosso-epiglótica me­
cric o-ar itno ideu s pos te-
inserem os músculos
riores.
incisura Fig. 27 · Cartilagem oritnoideio esquerdo
observado pelo foce ôntero­
diana (Fig. 29.2) e as pregas glosso-epigló­ A__s duas cartilagens cuneiformes (Wrisberg)
A margem superior apresenta uma •loterol (A) e pelo foce posterior (8) ticas laterais (Fig. 29.3). Entre estas pregas, sao pequenas cartilagens cilíndricas que se
mediana (Fig. 26.A7),
lados
encontram-se as duas valéculas ou fóveas
de cad a um dos
res A3. Processo muscular
face s arti cula A l. Face cricoideio A2. Processo vocal encon�r�m na espessura das pregas aritno­
glosso-epiglóticas (Fig. 29.4).
da qual se encontram as Face medial do cartilagem
_
A4. Cartilagem corniculado (Sontorini) AS. -ep1�lot1cas, anteriormente, e lateralmente às
aritnoideias (Fig. 26.A 8 e C2) , que se arti­
oritnoideio 81. Processo Inferiormente à sua porção superior, a epi­
cart ilag ens arit noid eias . oritnoideio A6. Face posterior do cartilagem c�rtllagens aritnoideias e corniculadas, condi­
culam com a base das ogem corniculado (Sontorinl)
vocal 82. Processo muscular 83. Cortil glote encontra-se separada do osso hióide e
A margem inferior (Fig . 26. A9) apr ese nta c10nando o tubérculo cuneiforme existente
arque ado (Luschko) 86. F6veo
membrana 84. Face Dntero - loterol 8S. Cristo da membrana tiro-bioideia, por tecido célula­ nas pregas aritno-epiglóticas (Fig. 29.6).
pequenas incisuras e dá inserção à triangular 87. Fóveo oval -adiposo.
crico-traqueal.
� margens laterais, convexas, dão inserção
a fóvea oval (Fig. 27.B7), que dá inse as pregas faringo-epiglóticas (Fig. 29.5) e às
rção ao 2-2-l .7. CARTILAGENS SESAMOIDEIAS ANTERIORES
2.2.1.3. CAITILAGENS ARITNOIDEIAS músculo tiro-ari tnoi deu . pregas aritno-epiglóticas (Fig. 29.6).
Em número de duas, são cartilagens incons­
a uma a tante� e enc?ntram-se situadas na porção
Em número de duas, apresentam cad 2.2.1.4. CARTILAGEM EPIGLÕTICA OU EPIG
LOTE
antenor dos hgamentos tiro-aritnoideus infe­
forma de uma pirâmide tria ngu lar. _
eia (Fig.
A base apresenta a face cricoid (Figs. 28 nores.
a face arti ­ A cartilagem epiglótica ou epiglote
27.A1) que se vai articula r com mediana,
cric oide ia, e 29.1) é uma cartilagem ímpar e
cular aritnoideia da cart ilag em ete que
o âng ulo apresentando a forma de uma raqu 7.7.l .8. CARTILAGENS SESAMOIDEIAS POSTERIORES
ante rior , durante
apresentando o ângulo
dial . Do fecha a abertura superior da laringe
póstero-lateral e o ângulo pós tero -me Em número de duas, são cartilagens incons­
o vocal
a deglutição.
ângulo anterior destaca-se o process A extremidade inferior (Fig. 28.1)
insere-se, tantes e situam-se lateralmente à extremidade
_
se inse re a preg a , no ângulo
(Fig. 27.A2 e Bl), onde
o através de um ligamento fibroso supenor das cartilagens aritnoideias.
ral dest aca- se a.
vocal; do ângulo póstero-late reentrante da cartilagem tiroidei
pro cess o mu scu lar (Fig . 27 .A3 e B2), onde
itnoideu 2.2.1.9. CARTILAGEM INTERARITNOIDEIA
se inserem os músculos crico-ar
posterior e crico-aritnoideu late ral.
In�onstante, ocupa a espessura do ligamento
O ápice articula-se com a cartilag
em cor­
4 e B3) . cnco-corniculado (Fig. 34.5).
niculada (Santorini) (Fig. 27.A
A face medial (Fig. 27.AS) é reve stid a pela
cart ilag inos a da
mucosa e pertence à parte 2-2·2· ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS DA
glote.
A face posterior (Fig. 27.A6) dá inse
rção ao LARINGE
f1'Pr1oo
"lIVle do cortllogem epig
· 1 ótico
• ou epiglote revestido
músculo aritnoideu. - ua 1111usa , most rondo os pregos
A face ântero-lateral (Fig. 27.B4)
apresenta Classificam-se em intrínsecas, quando se
a crista arqueada (Luschka) (Fig . 27 .B5), 1 e e gl6t1co ou epigI t 2 p ego glosso epigl6tico est�belecem entre as diferentes cartilagens da
a trian­
- mediano
fóve �: . r
que vai limitar duas fóveas: a observado pelo face po l "'• llosso-ep1gl6t1co lotero . F6veo glosso•eplgl6tico esquerdo lannge, e em extrínsecas, quando se fazem
Fig. 28 · Cortilogem epiglótico ou epiglote
slenllf

S ,,.
gular (Fig. 27.B6), que se rela cion a com a coso tp1gl6tico esquerdo 6. Prego orltno-eplgl6tic entre a laringe e as estruturas vizinhas.
s glandulares do mu o direito
emi dad e pos terior da preg a vest ibular, e 1. Extremidade inferior 2. Face posterior 3. Õstio
extr
----
LARINGE 19
RIO
18 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS SISTEMA RESPIRATÓ
da cartilagem cricoideia (Fig. 33.3). Encon­
a face articular
S INTRINSECOS As superfícies articulares são tra-se reforçada na porção mediana pelo
2.2.2.l. ARTICULAÇÕES E LIGAMENTO que se encontra na
aritnoideia (Fig. 31.1), ligamento crico-tiroideu mediano.
tilagem cric oideia, e 3
DA LARINGE margem superior da car
da bas e da cartila­
a face articular cricoideia 2.2.2.1.S. ligamento crico-corniculodo
2). Os me ios de
eias gem aritnoideia (Fig. 31.
2.2.2.l.l. Articula�ões crico-tiroid arti cul ar (Fi g. 31.3),
união são uma cápsula 4) e
O ligamento crico-corniculado (Fig. 34.1) é
oid eu (Fi g. 31.
São articulações entre os corn
os inferiores da o ligamento crico-aritn uma fita fibrosa que se insere na porção pos­
cartilagem tiroideia (Fig. 30. 1) e as faces arti­ uma membrana sinovial. terior da margem superior da cartilagem
deslizamento
culares tiroideias da car tila gem cricoideia Apresentam movimentos de cricoideia (Fig. 34.2), dirigindo-se depois
as cartilagens
(Fig. 30.2). que aproximam e afastam verticalmente para se dividir em dois feixes
de rota ção lateral
As superfícies articulares mantê
m-se em con- aritnoideias, movimentos divergentes (Fig. 34.3) que se vão inserir no
voc ais e abrem a
tacto por intermédio de um a cáp sula articular que afastam os processos ápice da cartilagem corniculada (Santorini)
ção me dial que
(Fig. 30.3), que é reforça da pel os ligamentos glote, e movimentos de rota (Fig. 34.4).
súpero­ voc ais e fec ham a
crico-tiroideus anterior, ínfe ro- lateral, aproximam os processos
or, ten do tam bém glote.
-medial (Fig. 30.4) e posteri ida.
bem des env olv
uma membrana sinovial des li­ Fig. 32 - Articulações oritno-corniculodos
vim ent os de
A articulação executa mo ent os
ão e mo vim 1 Superflde articular no 6pice do cartilagem aritnoideia 2. Superfície
zamento, com pouca extens rsal
um eix o tran sve ort1cular no base da mrtllogem corniculado (SantorinQ 3. C6psula articular
de báscula, em torno de
s articulares.
que passa pelas duas superfície
2.2.2. 1 .4. Membrana crico-tiroideio mediana

A membrana crico-tiroideia mediana (Fig.


33. l) estende-se da margem inferior da carti­
lagem tiroideia (Fig. 33.2) à margem superior

os
Fig. 31 - Articulações crico-oritnoidei
Fig. 34 · Ligamento crico-corniculodo
articular cricoideio do base dl
l. Face articular oritnoideio 2. Face
lar 4. ligamento crico-oritnoldeu
cartilagem oritnoideia 3. C6psula articu l. Ligamento crico-corniculodo 2. Margem superior da cartilagem
cricoideio 3. Feixes divergentes do ligamento crico-corniculodo 4. Carti­
lagens corniculados (Sontorini) 5. Cartilagem interoritnoideia
das
2.2.2.l.3. Articula�ões aritno-cornicula 3
Fig. 30 • Articulações crico-tiroideios
stitu ídas or
l. Corno inferior do cartilagem tiroid
eio 2. Face articular tiroideio As superfícies articulares são con no áp�ice 2.2.2.1.6. ligamento tiro-epigl6tico
ada
do cartilagem cricoideio 3. C6psulo
articular 4. Ligamentos crico­ uma superfície articular situ
deia (Fi g. 32.1) e out�3
•tiroideus anterior, lnfero-loterol e
súpero-medial da cartilagem aritnoi O ligamento tiro-epiglótico (Fig. 35.1) é um
base da carti­
superfície articular situada na ). Os 33 ligamento fibroso, ímpar, que une a extremi­
da (Santorini) (Fig. 32.2 lar
mbrono mco-t1roideia mediana
as lagem cornicula dade inferior da epiglote (Fig. 35.2) ao ân­
2.2.2.l.2. Articula�ões crico-aritnoidei . ·- - sula a u c
rtt'
meios de umao sao uma ca'p <rKo-llroideio mediano 2. Mo111em Inferior do cartilagem gulo reentrante da cartilagem tiroideia (Fig.
e uroa roern·
(Fig. 32.3), bem desenvolvida 3 Mo1gem superior do cartilagem alcai
importantes daia 35.3).
Estas articulações são as mais brana sinovial.
sob o ponto de vista funcional.
20 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS (SISTEMA RESPIRATÓRIO) LARINGE 21

mediano e os dois ligamento s tiro-hioideu s 2.2.2.2.3. ligamentos glosso-epiglóticos


laterais.
O ligamento tiro-hioideu mediano (Fig. 37.4) São ligamentos fibro-el ásticos revestidos por
é constituído por feixes com cerca de 5 mm mucosa, que une a epiglote à mucosa da raiz
de espessura e encontra-se situado na linha da l íngua, encontrando-se na espessura da
mediana, estando separado da face posterior prega glosso-epiglótica mediana (Fig. 39. l)
do corpo do osso hióide, por intermédio de e das duas pregas glosso-epiglóticas laterais
uma bolsa serosa (Boyer) (Fig. 37.5). (Fig. 39.2).
Os ligamentos tiro-hioideus laterais (Fig.
37.6) são pequenos cordões fibro sos que se
esten�em verticalmente desde os cornos supe­ 2.2.2.2.4. ligamentos foringo-epiglóticos
riores da cartilagem tiroideia até ao ápice dos
cornos maiores do osso hióide. �s lig�mentos faringo-epiglóticos (Fig. 39.3)
sao ligamentos fibro-elástico s revestid os
de mucosa que unem as margens laterais da
2.2.2.2.2. Membrana hio-epiglótico epiglote à muco sa da po rção l ateral da fa­
_
A membrana hio-epiglótica (Fig. 38.1) une a nnge.
Fig. 36 • Membrana fibro-elóstico do laringe
Fig. 35 - Ligamento tiro-epiglótico face anterior da epiglote (Fig. 38.2) à margem
1. Membrono libro-elóstico do laringe 2. Ligamento tiro-oritnoideu póstero-superior do osso hióide (Fig. 38.3).
1. Ligamento tiro-epiglótico 2. Extremidade inferior do epiglote
superior 3. Ligamento tiro-oritnoideu inferior 4. Ligamento ori-epiglótico Esta membrana limita com a membrana tiro­
3. Ângulo reentrante do cartilagem tiroideio
-hioideia (Fig. 38.4), a epiglo te (Fig. 38.5),
margem inferior do o sso hióide e nos seus anteriormente, a cartilagem tiroideia (Fig.
2.2.2.1.7. Membrana fibro-elóstico do laringe cornos maiores (Fig. 37.3). 38.6), posteriormente, e o espaço hio-tiro­
A membrana tiro-hioideia apresenta três liga­ •epigl6tico (Fig. 38.7), preenchido por tecido
A mucosa da laringe é desdobrada em toda a mentos de reforço: o ligamento tiro-hioideu célulo-adiposo, inferiormente.
sua extensão pela membrana fibro-el ástica da
l aringe (Fig. 36.1), q ue apresenta três espes­ 3
samentos: os ligamentos tiro-aritnoideus su­
periores (Fig. 36.2), que se situam no interior
das pregas vestibul ares, desde o ângulo
reentrante da tiroideia até à fossa triangular 2
da face ântero-lateral da cartilagem aritnoi­
deia; os ligamentos tiro-aritnoideus inferio­
res (Fig. 36.3), entre o ângulo reentrante
da cartilagem tiroideia e o processo vocal da 5 Fig. 39 - Ligamentos glosso-epiglóticos e loringo-epiglóticos
cartilagem aritnoideia; e os ligamentos ari­
-epiglóticos (Fig. 36.4 ), que se estendem 1. Prego glosso-epiglótico mediano 2. Pregos glosso-epiglóticos
desde as margens laterais da cartilagem epi­ laterais 3. Ligamentos loringo-epiglóticos
glótica à cartil agem aritnoideia.

2.2.2.2.5. ligamento crico-troqueol

=�
2.2.2.2. LIGAMENTOS EXTRINSECOS DA LARINGE
O ligamento crico-traqueal (Fig. 40.1) é uma
2.2.2.2.1. Membrana tiro-hioideio
... ,._ 31 Membrana h10-
�em�rana fibro-el ástica que une a margem
Fig. 37 - Membrana tiro-hioideio
epiglótico mfenor da cartilagem cricoideia (Fig. 40.2) à
A membrana tiro-hioideia (Fig. 37.1) tem a a h10 ep1gl6hco 2. Face ante m�rgem su perior da 1ª cartilagem da traqueia
1. Membrana tiro-hioideio 2. Margem superior do cartilagem ttroideie rior do epiglote 3 Margem
uma forma qu adril átera. Insere-se, inferior­ ,. Ulpenor do asso h"ó (Fig. 40.3).
I i"de 4. Membrana tiro-hloldeio 5. Epiglot
mente, na margem superior da cartil agem 3. Osso hióide e seus cornos maiores 4. Ligamento ttro-hloideu em t1ro1de10 7. Esposo hio-
e
mediano 5. Bolsos serosas (Boyer) 6. Ligamento tiro-hloldeu lateral tlro-epiglótico
tiroideia (Fig. 37.2) e, superiormente, na
LARINGE 23

RESPIRATÓRIO
22 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS SISTEMA
ân�ulo reentrante da cartila gem tiroideia
(�i�. 44·2)- Dirige-se depois para posterior e
d1 1de-s e em duas partes. A parte lateral

(F1gs. 44.3 e _ 45.1) insere-se na margem late­
ral da ca�tilagem aritn oideia (Fig. 44.4);
alg�m�� f1br�s term inam na prega arit no ­
-e�1glot1ca (Fig. 44.5) e na margem lateral da
epiglo!e (F ig. 44,6). A parte medial (Fig.
44.7) ms_ere-se, posteriormente, no processo
voc�l (Fig. 44-8) e na face ântero-lateral da
_ a ritn oideia, ocupando a prega
ca rtilagem
vocal (Fig. 45.2).

Fig. 42 - Músculo crico-oritnoideu posterior


Fig. 41 - Músculo crico-tiroideu
Fig. 40 · ligamento crica-traqueol do arco do cartilagem 1. Músculos crlco-orllnoideus posteriores 2. Face posterior do lamino
em inferior do cartilagem cricoi­ l. Músculo crico-tiroideu 2. Face 6ntero-loterol do cortllagam crlcoideio 3. Processo muscular do cartilagem oritnoideio
l. ligamento crico-troqueol 2. Marg al do músculo crico­
ª traqueia cricoideio 3. Tubérculo cricoideu 4. Porte medi
deio 3. Margem superior do l cartilagem do 6. Margem inferior
•tiroideu 5. Porte oblíquo do músculo crico-tiroideu eio
agem tiroid
e face póstero-loterol do l6mino do cartil
2.2.3. MÚSCULOS DA LARINGE DA. GLOTE
2.2.3.2. MÚSCULOS DILA.TA.DORES
rimem movi­
Os músculos da laringe imp
es da laringe, posterior
mentos às diferentes articulaçõ 2.2.3.2.l. Músculo crico-oritnoideu
egu ndo a sua
podendo ser classificados, s
s tensores das oste rior (Fig.
principal função, em músculo O músculo crico- aritn oideu p
dilat adores da a triangular,
pregas vocais, em músculos 42.1) é um músculo par, de form
res da glote. er r da laringe.
glote e em músculos constrito que está situado na face post
io
lâmina da fig. 44 · Músculo tiro-oritnoideu
Insere-se na face posterio r da
42. 2). As suas l. Músculo tiro-oritnoideu 2. Ângulo reentrante do cartilagem tiroi­
2.2.3.l. MÚSCULOS TENSORES DAS
PREGAS VOCAIS cart ilagem cricoideia (Fig. _
q súpero­ de1� 3. Porte lateral do músculo tiro-oritnoideu 4. Margem lateral do
fibras dirigem-se com obl i uid ade
n pr cess o mus­ co�llogem oritnoideio 5. Prego oritno-epiglótico 6. Margem lateral do
-lateral para se inserirem o o
2.2.3.l.l. Músculo crico-tiroideu cular da cartila gem aritn oid eia (Fig . 42.3). epiglote 7. Porte medial do músculo liro-oritnoideu 8. Processo vocal
g. 41.1) é um
O músculo crico-tiroideu (Fi
forma trian­ DA GLOTE
músculo par, apresentando uma 2.2.3.3. MÚSCULOS CONSTRITORES F 43 . Músculo crico-oritnoideu lateral 2.2.3.3.3. Músculos oritnoideus
a face ântero­
gular. Insere-se, inferiormente, n sculo cnco ontnoideu lataro 1 2· Margem superior do arco do
icoideia (Fig. 1
-lateral do arco da cartilagem cr 2.2.3.3.l. Músculo crico-oritnoide
u lateral 111 em cnco1de10 3· Pro cesso muscular do cartilagem oritnoideio O� m�sculos aritnoideus ·são três: o músculo
(F ig. 41.3). As
41.2) e no túberculo cricoideu an tnmdeu tra nsverso e os múscu los aritnoi ­
fibras dirigem-se depois co m obliquidade ral (Fig. 43. 1 )
O músculo crico-aritnoideu late deus oblíquos.
e quadrilátero.
póstero-superior. Os fascíc ul
nst
o
t
s m
n
ediais dis­
a parte
é um músculo pequen o, par
ter o-lateral
da
2 2.3.l.2. Músculo tiro-oritnoideu
? músc?lo aritnoideu transverso (Fig. 46_ 1)
põem-se verticalmente, co que se insere na porção pós
i ui do
e um musculo ímpar e mediano, que se insere
medial (Fig. 41.4 ). Os f scíc u s l aterais cartilagem cri· o musculo tiro-aritnoideu (Fig. 44. 1) A
margem superior do arco da
a lo
t ndo a -se e um na _ face antero-lateral das cartilagens aritnoi­
dispõem-se obliqua
m nt , c nst ul os dirigem u�ulo par que ocu pa as paredes laterais dos
coideia (Fig. 43.2). Os fascíc
e e o i ui
cabam deias.
s erior p a�
a
parte oblíqua (Fig. 41. 5). As fibr a a
ade póstero-sup p lót'ico e supraglót'ico da laringe. Ante-
argem depois com obliquid a ro· Os múscul�s aritnoideus oblíquos (Fig.
c rn nfe r r, m scular da c
por se inserir n o se inserirem n o processo mu r rmc:nte . insere-se na porção inferior do
o o i io
r -l t r l lâm in a da 46.2), um direito e outro esquerdo, inserem-
infer ior e f ac e pós t
la gem aritnoideia (Fig. 43.3).
e o a e a da

cartilagem tiroideia (Fig. 41.6).


LARINGE 25
RATÔRIO)
24 ÓRGÃOS RESP1RATÔRIOS (SISTEMA RESPI

cuneiforme (Wrisberg), e uma saliência pos­


2.3. CONFORMAÇÃO EXTERNA terior, o tubérculo corniculado (Fig.47.12),
que corresponde à cartilagem corniculada
forma
No seu conjunto, a laringe apresenta ª, (Santorini);
de uma pirâmide triangular, cuja base _ supe­
e Face medial das cartilagens aritnoideias e
cont mua r-se
rior e cujo ãpice, inferior, indo uma prega que as une, formando a incisura
com a traqueia. 9 interaritnoideia ou rímula (Fig.47.3).
11 A abertura superior da laringe estã limitada
5
pela margem livre da epiglote (Fig. 47.6),
2.3. l. FACE POS TERIOR
12
7 anteriormente, pelas cartilagens aritnoideias e
pela incisura interaritnoideia ou rímula (Fig.
c ­
É uma face dilatada pela existênci� da� � 47.3), posteriormente, e pelas pregas aritno­
eias
tilagens cricoideias (Fig. 47.1) e antn01d -epiglóticas (Fig.47.10), com duas saliências
(Fig.47.2). . . . que correspondem aos tubérculos cuneiforme
mte�-
Na porção superior existe a mc1sura (Fig.47.11) e corniculado (Fig.47.12), late­
ªº
aritnoideia ou rímula (Fig.47.3). Na por� - ralmente.
pm­
lateral encontram-se os dois recessos _
.47.4)
Fig. 45 • Portes lateral e medial do múscu
lo tiro-oritnoideu formes ou sulcos faringa-laríngeos (Fig Fig. 47 . Conformo{ÕO externa do laringe
elas
que , superiormente, ,e �tão lir?itado ps
1. Porte lateral 2. Parte medial ocupando
o corda vocal
pregas faringo-epiglot1cas (Fig.47. 5). l Cartilagem cricoideio 2. Cartilagem oritnoideio 3. lncisuro inter­ 2.4. CONFORMAÇÃO INTERNA
oritnoidelo ou rlmula 4. Recesso pirilorme ou sulco faringo-loringeo
S Prego faringo-epigl61ico 6. Epiglote 7. Prega glosso-epiglótico
Observada internamente, a laringe apresenta
oideia
-se no ãpice de uma cartilagem aritn 2.3.2. FACES ÃNTERO-LATERAIS
mediano 8. Pregos glosso-epigl6ticos laterais 9. Voléculo ou f6veo
a cavidade laríngea, revestida pela mucosa
da outra
(Fig.46.3) e no processo .muscular
glosso-eplgl61ica 10. Prego oritno-epigl6tico 11. Tubérculo cuneiforme
laríngea, que é ricamente inervada e origina
ecru­
cartilagem aritnoideia (Fig. 46.4), entr s das 12. Tubérculo corniculado
Correspondem às por�õe_s �nteri�re re flexos. A mucosa laríngea continua-se,
zando-se na linha mediana (Fig.46.5). cartilagens cricoide ia e ur 01 ei
_ � �
, umd as e ntre
inferiormente, com a mucosa traqueal, com a
si pela membrana cric o-tir01de ia. com o laringoscópio, apresentando uma forte mucosa farínge a, posteriormente, e com a
obliquidade póstero-inferior e sendo consti­ mucosa lingual, ântero-posteriormente.
tuída, de anterior para posterior: Ao nível da cavidade laríngea, encontra-se
2.3.3. MARGENS Margem superior da cartilagem tiroideia e uma porção mediana, o piso glótico; uma
membrana tiro-hioideia; porção superior, o piso supraglótico; e uma
a ace
A margem anterior é constituídaye� � Epiglote (Fig. 47.6), ligada à raiz da língua porção inferior, o piso infra-glótico.
1d e1a e
anterior do arco da cartilagem cnc? _ _ por intermédio das pregas glosso-epiglóticas,
uro1 deia.
pelo ângulo saliente da cartilagem uma mediana (Fig. 47.7) e duas laterais (Fig.
spon dem
As duas margens posteriores correA dn
47.8) e que delimitam entre si as duas valé­ 2.4. l. PISO GLÓTICO
l •
arom a
às duas marg ens posteriores da culas ou fóveas glosso-epiglóticas (Fig.47.9);
cartilagem tiroideia. Inferiormente às duas valéculas ou fóveas O piso glótico encontra-se limitado lateral­
glosso-epi glóticas, e ntre a face anterior da mente: superiormente com as duas pregas
epiglote e a membrana tiro-hioideia, situa-se vestibulares e inferiormente pelas duas pregas
2.3.4. ÁPICE .. uma cavidade com tecido célulo-adiposo, a
vocais. O piso glótico apresenta na linha
' loca tiro-glosso-epiglótica;
se voi mediana uma fenda, a glote, limitada lateral­
Corresponde ao ponto onde a laringe - ' margens laterais da epiglote originam as
mente pelas pregas vocais.
continuar com a traqueia. dua pregas faringo-epiglóticas, que se diri­
As pregas vestibulares (Fig.48.1), também
m lateralmente, e as duas pregas aritn
o­ conhecidas por falsas cordas vocais, esten­
Fig. 46 . Músculos aritnoideus
-tp�gl�ticas (Fig.47 .10), que se dirig
em com dem-se da porção superior do ângulo reen­
oritnoideus o�llquos
2.3.S. BASE ltqu1�ade póstero-inferior, con
tendo uma
1. Músculo oritnoideu transverso 2. Músculos lt ncia anterior, o tubérc trante da cartilagem tiroideia até à face
lar do cartilagem . lí ua é a ulo cuneüorme• ântero-lateral da cartilagem aritnoideia.
ente à raiz da ng •
3. Ápice da cartilagem oritnoideio 4. Processo muscu
Situada posteriorm F 1 • ·H. l l ), que corr
aritnoideio S. Entrecruzomento dos músculos
oritnoideus obliquos . . d e observar esponde à cartilagem
Apresentam internamente o ligamento tiro-
porção que mais facilme nte se po
no linho mediano
LARINGE 77
RESPIRATÓRIO
26 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS SISTEMA

o da la rin ge Durante a deglutição e os acessos de tosse � parede posterior corresponde às car­


scíc ul os musculares. A glote é a porção do piso médi
-aritnoideu superior e f s da s prega s (Fig. 50.D), a parte intermembranosa e a parte �ilag ens aritnoideia s (Fig. 51.4) e à incisura
situada entre as margens livre
a
2), si tu ad as infe ­
As pregas voc ais (Fi g. 48. o vocais das
s cartilaginosa estão completamente fechadas mteraritnoideia ;
s ibu lar s, estendem-se vocais (Fig. 49.1) e os process
riormente às p g s v 49 .2). (Fig. 50.Dl). As dua s paredes laterais são constituídas
cartilagens aritnoideias (Fig.
re a e t e
gul r eentrante da
da porção in f i d â egmento ante ­ pe la s pre ga s aritno-epigló ticas (Fig. 51.5),
A glote é constituída por um s
er or o n o
c ss v ocal da .
cartilag em tiro id e i a ao pr o e o
rior, a parte interm
embranosa ou vocal su�enormente, e pelas preg as vestibulares
. Ap r s am interna­
cartila gem ar i id i e ent margem livre (Fig. 51.6), inferiormente.
(Fig. 49.3) rela cionada com a
tno e a
id u inferior e o
ir -ari e gmento poste­
mente o ligam das pregas vocais e por um se
ent o t o tno

ri id u (Fig . 48. 3). 49.4), situada


músculo tiro- rior, a parte cartilaginosa (Fig.
a tno e

Entre as pre g s v s t ibu la r e s e as pre ga s


os vocais das ca rtila g
ens 2.4.3. PISO INFRA-GLÕTICO
entre os dois pro cess
a e
-s ven tríc ulo da lar ing e
vocais, encontr a e o
aritnoideia s.
(Morgagni) (Fig. 48.4). O piso infra-glótico constitui a cavidade
orga gni) apre ­
Os v entrículos da laringe (M 8 infra-glótica (Fig. 51.7), apresentan do a
dial constituída
sentam uma parede súpero-me :arma de um funil. É formada pela superfície
1), uma parede
pela prega vestibular (Fig. 48. �nter�a da cartilagem cricoideia (Fig. 51.8),
ga vocal (Fig.
inferior constituída pe la pre mfen ormente, e pe la s pre ga s v ocais (Fig.
stituída pela
48.2) e uma parede lateral con 51.9), superiormente.
a prega v esti­
parede lateral da laringe, entre
5). A extremi­
bular e a prega vocal (Fig. 48.
s da laringe
dade anterior dos v ent rículo
r olongamento
(Morgagni) apresenta um p e D
e, o sáculo da
que pode atingir o osso hióid
6
laringe.
Fig 50 - Posisõo da glote em diferentes !uses (observosõo lorin­
gosc6pico)

A1. Posisõo das pregos vocais na respirosõo tranquila A2. Posisõo 3


2 do porte cortllaglnosa da glote no respirosõo tranquilo 81. Posisõo
das pregos vocais na respirosõo normal C 1. Posisõo dos pregos vocais
no respiro1õo profunda D1. Posisõo das pregos vocais e da parte
Fig. 49 - Constituisõo da glole corhlogmoso da glote na deglutisõo e nos acessos de tosse
Cortilogens oritnoideios 3. Parte
1. Margem livre dos pregos vocais 2.
l do glote 4. Porte cartilaginoso do glote
intermembronosa ou voca
2.4.2. PISO SUPRAGLÕTICO
a (Fig. 50.A),
Durante uma respiração tranquil � piso. supra�ótico é denominado vestíbulo
s p s a as pregas
a parte intermembran
o a a re ent
e a parte car­
� larmge (Fig. 51.1), distinguindo-se neste
vocais em contacto (Fig. 50.A 1) piso quatro paredes: Fig. 51 - Piso suproglótico e piso inira-glótico do laringe
uma b rtu com forma
tila gino sa apresenta
ra
a e
A parede anterior e, constitu1d
. , a pela epiglote 1. Ves�lbulo do laringe 2. Epiglote 3. Ligamento tiro-epiglótico
triangular (Fig. 50.A2)
. � IF'•g. 5 1 2) e pelo rigamento tiro-epigló tico
l (Fig. 50.B), 4. Cort'.lagem arilnoideia 5. Prego oritno-epiglótico 6. Prego vestibular
Durante uma respiração norma cartilagi ­ 7 1 Fig. 5 I :3);
_
7. Cavidade mfro-gl6tico 8. Cartilagem cricaideio 9. Prega vocal
osa e a parte
a pa rte intermembran
muito ab ertas,
com as
no sa apresentam-se
B 1).
pregas vocais separadas (Fig. 50.
o pro fun da (Fi g.
Fig. 48 - Pregos vestibulares, pregos
vocais e ventrículos do laringe Durante uma respiraçã ar­
a e a parte c
(Morgogni)
50.C), a parte intermembranos dam e
ent
am-se e xa ge ra
tila gino sa apr esent tadas
ento tiro-oritnoideu inferior as vocais muito afas
1. Prego vestibular 2. Prego vocal 3. Ligam abertas, com as preg
do laringe (Morgogni) 5. Parede
e músculo tiro-oritnoideu 4. Ventrículo (Fig. 50.Cl).
bular e o prego vocal
lateral da laringe, entre a prego vesti
ÁRVORE TRÁQUEO-BRÔNQUICA

A árvore tráqueo-brônquica é constituída podendo, contudo, apresentar nos indivíduos


pela traqueia e pelos brônquios. idosos várias curvaturas.
Os brônquios são constituídos por duas por­
ções, UIJ?.ª porção extrapulmonar, que vai
3.1.1.4. MOBILIDADE
desde a bifurcação da traqueia até ao hilo do
pulmão, e uma porção intrapulmonar, consti­ É um órgão elástico, movimentando-se com
tuindo o conjunto dos brônquios situados no a laringe e deslocando-se passivamente com
pulmão. movimentos laterais imprimidos pela mão do
observador.

3.1. TRAQUEIA 3.1.1.S. FORMA

A traqueia é um canal fibra-músculo-carti­ A traqueia tem forma cilíndrica, à excepção


laginoso que está compreendido entre a laringe do seu quarto posterior onde é plana.
e a origem dos brônquios principais. A superfície externa da traqueia apresenta
impressões mais ou menos marcadas.
A impressão aórtica (Fig. 53.1), que está
3.1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS situada à esquerda e superiormente à divisão da
traqueia, é condicionada pelo arco da aorta.
3.1.1.1. SITUAÇÃO

A traqueia ocupa, primeiramente, a porção


anterior e inferior do pescoço (Fig. 52.1) e,
depois, a porção superior da cavidade torá­
cica (Fig. 52.2). Em todo o seu trajecto en­
contra-se situada anteriormente ao esófago
e Fig. 52.3).

3.1.1.2. LIMITES

o .,dulto, a sua extremidade superior cor­


re ponde à 6º ou 7" vértebras cervicais (Fig.
•· 1 e a sua extremidade inferior à 3ª ou
• \Crtebras torácicas (Fig. 52.5).

3 1.1 3. DIIECÇÃO
Fig. 52 - Situo,õo, limites e direc,õo do traqueia
1 ueia dirige-se com obli
_ quidade póstero­
f nor (Fig. 52). E, regularme 1. Porte cervical do troqueio 2. Porte torácico do troqueio 3. Es6fogo
nte rectilínea, 4. 6' e 7' vértebras cervicais 5. 3' e 4' vértebras torácicos
ÁRVORE TRÁQUE0-8RÕNQUICA 31
RESPIRATÓRIO)
30 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS (SISTEMA
L�teralmente, a parte cervical da traqueia
2) é condicio­ (Fig. �7.1) rela_ ��ona-se com os lobos laterais
A impressão tiróide (Fig. 53.
glâ ndula tiróide, �a gl�nd_ula_ tiroide (Fig. 57.2), com as arté­
nada pelo lobo esquerdo da ª rias tiroideias inferiores (Fig • 57. 3) e seus
uer da, entre a 2
estando também situada à esq r�� os terminais, com as glândulas para­
e a 5ª cartilagens da traqueia. -
ti�oi_des e também com o nervo recorrente
quio-cefálico
A impressão do tronco brá _
direito _ (�ig. 57.4), antes de alcançar a mar­
e na face anterior
(Fig. 53.3) pode observar-s gem direita do esófago.
ress ão inconstante,
da traqueia, sendo uma imp
condicionada pelo tronco brá qui o-c efálico. s

rvado inferiormente
Fig. 54 • Bilurcoçõo do traqueia obse
erdo 2. Corino do traqueia
1. Brônquios principais direito e esqu
principais 4. Tri6ngulo anterior do corino Fig. SS · Relações anteriores do porte cervical do troqueio
3. Abertura dos dois brônquios
5. Tri6ngulo posterior do corino 1. Porte <ervlcal da traqueia 2. Istmo da gl6ndula tir6ide 3. Lobo
s.
piromidol (Lalouette) 4. Veias tiroideias inferiores Artéria tiroideia
médio (Neubauer)

3.1.2. RELAÇÕES
os
3 tecido celu­ :ncontram-se de cada um dos lados,
A traqueia está rodeada por um �ngulos tráqueo-esofág icos, situando-se, no
s na sua parte
lar laxo, descrevendo-se relaçõe an�ulo esquerdo, o nervo re corrente esquerdo
.
cervical e na sua parte torácica (Fig. 56.3), rodeado pelos nodos linfáticos
paratraqueais (Fig. 56.4). Fig. 57 . Relações laterais do parte cervical do traqueia
IA.
3.1.2.1. PARTE CERVICAL DA. TRAQUE 1. Parte cervical da traqueia 2. Lobo lateral direito da gl6ndula tir6ide
Fig. 53 • Impressões no troqueio _
3. Artéria tiroideio inferior 4. Nervo recorrente direito
al da traqu eia
1. Impressão o6rtico 2. Impressão
tir6ide 3. Impressão do tronco Anteriormente, a parte cervic
na-se, no seu
bróquio-cefólico (Fig. 55.1) é superficial e relacio
o da glãnduln
segmento superior, com o istm l.1.2.2. PA.RTE TORÃCICA DA. TRAQUEIA.
lobo piramidal
tiróide (Fig. 55.2) e com o
3.1.1.6. BIFURCA.ÇÃO DA TRAQUEIA seu segmento
(Lalouette) (Fig. 55.3) e, no A�teriormente, a parte torácica da traqueia
ias inferiores
os brônquios inferior, com as veias tiroide (F�g. 58.1) relaciona-se com a arco da aorta
A bifurcação da traqueia origina (Fig. 55.4) e com a artéria
tiroideia média
(Fig. 58.2) e seus ramos, especialmente com
. 54.1).
principais, direito e esquerdo (Fig (Neubauer) (Fig. 55.5), quando
existe .
o tronco bráquio-cefálico (Fig • 58.3) e, mais
.
ção da tra­
A superfície interna da bifurca Anteriormente a estas estrutu
ras encontra-se .
superficialmente, com o veia bráquio-cefálica
ital, pouco
queia apresenta uma crista sag o plano músculo-fascial con
stituído pelos
e�qu�rda (Fig. 58.4), com o músculo estemo­
e ligeira­ eus, superior·
espessa, com coloração rosada músculos esterno-cleido-hioid -t1r01deu e com o manúbrio.
a carina da emo-tiroideus.
mente desviada para a esquerda, mente, e pelos músculos est P�steriormente, a parte torácica da traqueia
a abertura ango da tra·
traqueia (Fig. 54.2), que separa inferiormente, que formam o los (F�g. 59.1)_ relaciona-se com a face anterior do
(Fig. 54.3).
dos dois brônquios principais queotomia. es?f�go (Fig: 59,2), à qual está unido por inter­
alargando à
A carina da traqueia vai-se Posteriormente, a parte cervic
al da traqueia
m�dio de feixes fibra-musculares. No ângulo
edes da tra­ a a sua ellten·
medida que se aproxima das par
- r S6 lt�ões posteriores do porte cervica
nte, o triân­ (Fig. 56.1) relaciona-se, em tod l da troqueio
traqueo-esofágico esquerdo, encontram-se o
queia, constituindo, anteriorme esófago (fig.
são, com a face anterior do 1 Plrte <lll1Cal do lroque10 2. Es6fa
nervo �ec?r.rente esquerdo (Fig. 59.3) e os
4) e, poste­ feixes fibro·
go 3. Nervo recorrente esquerdo
gulo anterior da carina (Fig. 54. 56.2), à qual está unida por 4 ._s 6hcos porotroqu
eo1s nodos lmfaticos paratraqueais (Fig. 59.4).
da carina a e o esófa
go
riormente, o triângulo posterior -musculares. Entre a traquei
(Fig. 54.5).
ÁRVORE TRÁQUEO-BRÕNQUICA 33
32 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS (SISTEMA RESPIRATÓRIO

3 3.1.2.3. BIFURCAÇÃO DA TRAQUEIA 3.2.1. BRÕNOUIOS PRINCIPAIS


A bifurcação da traqueia (Fig. 62.1) rela­

�!�j"�·'
ciona-se com o pericárdio, com o plexo pul­ O brônquio principal direito (Fig. 63.1) e o
monar e com os grupos nodais linfáticos brônquio principal esquerdo (Fig. 63.2) esten­

� J.ll_,,
dem-se desde a bifurcação da traqueia aos
tráqueo-brônquicos.
l bilos dos pulmões.
' - y. . Anteriormente, relaciona-se com a parte
• • ascendente do arco da aorta (Fig. 62.2), com
, ; _...,, / -
rI '\ 1
3.2.1.1. FORMA E DIMENSÕES

i ··.(f''.;
. a veia cava superior (Fig. 62.3) e com os

·(f.tli_.:,
.
ramos da artéria pulmonar (Fig. 62.4).
��i \.i Posteriormente, relaciona-se com o esófago e Os brônquios principais têm a forma de um
2 - com o nervo recorrente esquerdo. cilindro oco, achatado ântero-posteriormente,
;
� 1�. ,· ,.' f('(;'· À direita, relaciona-se com o arco da veia diferindo entre si.
2 1 ' ázigo (Fig. 62.5), com o brônquio principal Quanto à sua direcção, o brônquio principal
direito (Fig. 62.6) e com o nervo vago direito direito (Fig. 63.1) aproxima-se da vertical,
Fig. 58 - Relações anteriores do porte torácico do traqueia (Fig. 62.7). enquanto o brônquio principal esquerdo (Fig.
o do traqueia
Fig. 60 - Relações laterais esquerdas do porte torácic À esquerda, relaciona-se com a parte hori­ 63.2) aproxima-se da horizontal.
1. Porte torácico do traqueia 2. Arco do aorta 3. Tronco bráquio-celálico
do arco do aorta zontal do arco da aorta (Fig. 62.8). Quanto ao seu comprimento, o brônquio
4. Veio bráquio-cefálico esquerdo 1. Parte torácico do traqueia 2. Porte horizontal
ente esquer do 4. Artéria carótid a comum esquerda principal esquerdo (Fig. 63.2) é mais longo do
3 3. Nervo recorr
5. Nervo vago esquerdo
que o brônquio principal direito (Fig. 63.1).
Quanto ao seu calibre, o brônquio principal
À direita, a parte torácica da traqu�ia n:ig. direito (Fig. 63.1) tem maior calibre do que
61.1) relaciona-se com o arco da vet� ázigo o brônquio principal esquerdo (Fig. 63.2).
.
(Ftg. 61.2) ' que se vai lançar na veta cava
superior (Fig. 61.3), e com a parte mediastin• ai
da lâmina parietal da pleura direita (Fig. 61.4).

r11 62 Relo(ões do traqueia ao nível da bifurcação


Fig. 59 - Relações posteriores do porte torácico do traqueia
;,,
1 !Wurto\aa do traqueia 2. Porte ascendente do arco do aorta 3. Veia
1. Porte torácico do traqueia 2. Esófago 3. Nervo recorrente esquerdo
4. Artéria pulmonar direita S. An:o da veia 6zigo 6. Br6nquio Fig. 63 - Direcção, comprimento e calibre dos brônquios principais
4. Nodos linfáticos paratraqueois
o 7 Nervo vogo direito 8. Parte horizontal do arco da aorta
l. Brônquio principal direito 2. Brônquio principal esquerdo
À esquerda, a parte torácica da tra�ueia (Fig.
60.1) relaciona-se com a parte honzontal do 3.2. BRÔNQUIOS
3.2.1.2. RELAÇÕES
arco da aorta (Fig. 60.2), com o nervo recor­
queia brônquios são constituíd
rente esquerdo (Fig. 60.3) e com a pleura Fig. 61 _ Relações laterais direitos do porte torao • • co da tra os por uma por­
�lrapulmonar e por uma por Os dois brônquios principais apresentam rela­
mediastinal esquerda e, superiormente, com a 3. Vela alVII supenl' ção intrapul­ ções comuns e relações particulares. As rela­
artéria carótida comum esquerda (Fig. 60.4) e l. Porte torácico da traqueia 2. Arco da veia ázigo r
pleura diraltO ções comuns aos brônquios principais (Fig.
4. Parte mediostinal da l6mino parietal da
com o nervo vago esquerdo (Fig. 60.5).
ÁRVORE TRÃQUEO-BRÕNQUICA 35
EMA RESPIRATÓRIO
34 ÔRGÃOS RESPIRATÓRIOS SIST

contorcido O brônquio segmentar anterior (BIii) (Fig. O brônquio segmentar basal lateral (BIX)
belecem com os o brônquio principal esquerdoaérco da aorta 66.3) condiciona o segme nto anterior. (Fig. 66.9) co ndiciona o segmento basal late­
64.1) são aquelas que se esta de anterior par a posterior, pel
o
raiz do pulmão, relacio na-se ral.
elementos que constituem a ri as (Fig. 64.9) e, po ster iorme n te,
O brônquio lobar médio origina dois brôn­
ias pulmonares, as arté O brônquio segmentar basal posterior (BX)
isto é a artéria e ve com o esófago (Fig. 64.10).
s e nodos l fá- quios segmentares: lateral e medial. (Fig. 66.10) condiciona o segme nto basal
e vei�s brônquicas, os v aso
in
O brônquio segmentar lateral (BIV) (Fig. posterior.
ticos e os nervos. 66.4) condiciona o segmento lateral.
2) situa-se ante- NQUIOS
A artéria pulmonar (Fig. 64.
al.
3.2.2. BRÕNQUIOS LOBARES E BRÕ O brônquio segmentar medial (BV) (Fig. O brônquio principal esquerdo (Fig. 67.1)
riormente ao brônquio princip 66.5) condiciona o segme nto medial.
As veias pul mo nar es (Fig. 64. 3), em número _ SEGMENTARES origina dois brô nquios lobares : o brô nquio
m-se ante�or­
de duas para cada pulmão, situa (Fig. 65.1) O brônquio lobar inferior origina cinco
lobar superior esquerdo (Fig. 67.2) e o brôn­
mente ao brônquio principal,
mas posterior- O brônquio principal direito brônquios segmentares : super ior (Nelso n),
quio lobar inferior esquerdo (Fig. 67.3) que
s : o br�n qu�o
mente à artéria pulmonar. origina três brônquios lobare vão co ndicionar, respectivame nte, o lobo su­
2), o bronqU10 bas al medial, basal anterior, basal later al e
As artérias e veias brônq
uicas (Fig. 64.4) lobar superior direito (Fig. 65. bas al posterior. perior e o lobo inferior do pulmão esquerdo.
ente ao brônquio princip�. e o brônquio
situam-se posteriorm loba r médio dire ito (Fig. 65.3) O brônquio segmentar superior (Nelso n) C ada um dos brô nquios lob are s origina os
s (Fig. 64.5) si­ 4), que vão
O s vasos e nodos linfático lob ar inferior direito (Fig. 65. (BVI) (Fig. 66.6) condicio na o segme nto brônquios segmentares, que co ndicionam os
os princip ais. lobo superior,
tuam-se em volta dos brô n qui condicionar, respectivamente, o superio r. difere nte s segme ntos do pulmão esquerdo.
6) situam-se or do pulmão
Os nervos pulmonares (F i g. 64. o lobo médio e o lobo inferi O brônquio segmentar basal medial (BVII)
posteriormente aos brônqu io s p �nci?ais. direito. (Fig. 66.7) co ndiciona o segme nto b asal O brônquio lobar superior origina dois tron­
do bro nqmos prin-
As relações particulares s
medial. cos, o tronco superior ou culmina! (Fig. 67.4),
da um .
cipais são próprias a ca . O brônquio segmentar basal anterior (BVIII) e o tronco inferior ou lingular (Fig. 67.5).
relacio na-se
o brônquio principal direitosupe rior (Fig. (Fig. 66.8) condiciona o segmento basal ante­ O tronco superior ou culminai origina dois
a veia c av a
anteriormente com brô nquios segme ntare s: ápico-posterior e
a ve ia ázigo
rior.
64.7) e, posteriormente, com anterior.
(Fig. 64.8).

4
6
to e brônquios labores direitos
Fig. 65 . Brônquio principal direi
quio labor superior direito 3. •841·
1. Brônquio principal direito 2. Brôn
labor inferior direito
5 quio labor médio direito 4. Brônquio

are s origina os
C ada um dos brônquios lob
vão condi�io�ar
brônquios segmentares que
pulmã o direito.
os di ferentes segme ntos do

o brônquio lobar superi•or ori


gina três
e
'°stgmentor opicol do lobo superior 2. Brônquio segmentar
lobo superior 3. Br8nquio segmentar anterior do lobo
al, poSlen· or 4 lr&nquio segmentar lateral do lobo médio S. Brônqui
brônquios segment are s: ap1c
o
1 ediol do lobo médio 6. Br8nquio segmen superio
tar r
ipais anterior. Fig. 67 - Brônquio principal esquerdo e brônquios labores esquerdos
Fig. 64 . Rela�ões dos brônquios princ . , 66 11 �• obo mlenor 7· Brônquio segmentar

pulmonares 3. Veias pulmonares


O brônquio segmentar apical
(BI) {Fig
.
* basal medial do
1 Brônquio segmentar basal anterior do lobo inferior 1. Brônquio principal esquerdo 2. Brônquio labor superior esquerdo
1. Brônquios principais 2. Artérias condiciona o segmento apical s entor basal lateral do lobo Inferio
4. Artérias e veios brônquicas 5.
Vasos e nodos linf6ticos 6. Ner­ ior CI!D) (F",g. r 1O. Brônquio 3. Brônquio labor inferior esquerdo 4. Tronco superior ou culminai
8. Veio 6zigo 9. Arco da aorta O brônquio segmentar poster teri �wl posterior do lobo inferior do lobo superior S. Tronco inferior ou lingular do lobo superior
vos pulmonares 7. Veia covo superior pos or.
66.2) condiciona o segmento
10. Es6fago
ÁRVORE TRÃQUEO-BRIINOUICA 37
ÕRIO
36 ÓRGÃOS RESPIRATÕRIOS SISTEMA RESPIRAT
epitélio respiratório com n umerosas glân­ A bifurcação da traq ueia pode estar relacio­
a l ân tero-medial
ápico-posterior O brônq uio segmentar bas
8) condiciona o dulas traqueais (Fig. 70.4). .ª
nad a com última cartilagem traqueal, que
O brônquio segmentar (B VII+VIII) (Fig. 68.7 e pode ser incompleta (Fig. 71.A), ou ter a
ndiciona o segmento
(BI+Il) (Fig. 68.1 e 2) co
segmento basal ântero-medi
al.
forma de um y (Fi?. 7�.B) ou de um V (Fig.
ápico-posterior. mentar bas al lateral (BIX) Os brônq uios apresentam uma túnica fibro­
terior (Blll) (Fig. O brônquio seg -elástica, na espessura da qual se encontram 71.C\ ou :ºm � pnmeira cartilagem traquea l
O brônquio segmentar an mento basal late-
to anterior.
(Fig. 68.9) condiciona o seg as cartilagens traq ue ais, ligad as nas suas do br?nqmo pnncipal direito (Fig. 71.D) ou
68.3) condiciona o segmen ral. do bronquio principal esq uerdo (Fig. 71.E).
basal posterior extremidades por fibras musc ulares lisas de
lar origina dois O brônquio segmentar
O tronco inferior ou lingu na o segmento direcção transversa l. Apresentam aind a uma
g ular superior e (BX) (Fig. 68.10) condicio
brônquios segmentares: lin túnica interna, a mucosa brônq uica com nu­
basal posterior.
lingul ar inferior. merosas glândulas traqueais.
gular superior
O brônquio segmentar lin o segmento
na
(BIV) (Fig. 68.4) condicio
lingular superior . 3.3. TRAQUEIA E BRÕNQUIOS
gular inferior
O brônquio segmentar lin
a o segmento lin-
(BV) (Fig. 68.5) condicion A
gular inferior. 3.3. l. CONSTITUIÇÃO ANATÕMIC
origina quatro por uma túnica
O brônquio lobar inferior A traq ueia é constituída
perior (Nelson), por uma túnica
brônquios segmentares: su externa, fibro-cartilaginosa e
lateral e bas al
bas al ântero-medial, basal interna, mucosa.
cartilaginosa
posterior.
erior (Nelson) A túnica externa ou fibro-
O brônquio segmentar sup é constituíd a por cartilagen
s traqueais em 4
Fig. 71 . Disposiião dos cortilogens troqueois ao nível do bilurcoião
o segmento supe- (Fig. 69.1) em do traqueia
(BVI) (Fig. 68.6) condiciona forma de anéis incompletos
s na sua porção
rior. número de 15 a 20, aberto A. Cor'.ilogem traqueal incompleto 8. Cartilagem traqueal em y
lmente e unidos F,g 70 • Parede membranoso, músculo traqueal e epitélio respiratório
!+2 posterior, dispostos horizonta C. _co'.trlog�m _traqueal em V D. 1ª cartilagem traqueal do brônquio
ntiv os, os liga­
por pontes de tecido conj u 1 Porte membranácea 2. Músculo traqueal 3. Mucosa traqueal prmc1pol direito E. 1ª cartilagem traqueal do brônquio principal
(Fig. 69.2).
mentos anulares da traqueia 4 Glandulos traquaals esquerdo

membrana fibroso do traqueia


Fig. 69 - Cortilogens troqueois e
t111t
o de anéis incompletos 2. Uga,i
10 1. Cartilagens troqueois em form
anular do traqueia

u eia existe
uma
Fig. 68 - Brônquios segmentares
do pulmão esquerdo Na porção posterior da traq o mú s·
erior do lobo superior 3. Brônquio .1), com
l+2. Brônquio segmentar ópico-post parte membranácea (Fig. 70 as elltre·
4. Brônquio segmentar lingulor ue une
segmentar anterior do lobo superior culo traqueal (Fig. 70.2), q
segmentar lingulor inferior do gens tr q ueais.
superior do lobo superior 5. Brônquio midades das cartil a a
da
lobo superior 6. Brônquio segmenta
r superior (Nelson) do lobo inferior ou mu cos a é constituí
A túnica interna 51e
llntero-mediol do lobo inferior 70.3), que reve
7+8. Brônquio segmentar basal por mucosa traqueal (Fig. um
ol do lobo inferior 10. Brônquio mada por
9. Brônquio segmentar bosol loter
inferior
internamente a traqueia for
segmentar basal posterior do lobo
O pulmão direito e o pulmão esquerdo são posteriormente; e a face posterior do esterno,
os órgãos essenciais da respiração cuja fun­ anteriormente. O mediastino divide-se em
ção é a da realização da hematose, isto é, a mediastino superior situado superiormente ao
oxigenação do sangue. coração (Fig. 72.2) e mediastino inferior,
subdividido em três partes: o mediastino
anterior situa-se entre o esterno e a face
4.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS anterior do pericárdio fibroso; o mediastino
médio é ocupado pelo coração e pericárdio; o
mediastino posterior situa-se entre a face
4.1.1. SITUAÇÃO posterior do pericárdio fibroso e a coluna
vertebral e é ocupado pelos grandes vasos (Fig.
Em número de dois, um direito e outro es­ 72.3), esófago, traqueia (Fig. 72.4), brônquios
querdo, os pulmões situam-se na cavidade principais, nervos vagos e dueto torácico.
torácica, à excepção do seu ápice que ocupa Por intermédio do diafragma, os pulmões estão
a base do pescoço (Fig. 72.1). separados do fígado (Fig. 72.5), do estômago
Na cavidade torácica, os pulmões limitam (Fig. 72.6) e do baço (Fig. 72.7).
entre si um espaço, o mediastino, situado
entre a parte mediastinal da lâmina parietal
da pleura, lateralmente; a coluna vertebral, 4.1.2. VOLUME
O pulmão direito encontra-se situado um
pouco superiormente ao pulmão esquerdo. Por
outro lado, o pulmão esquerdo tem o volume
um pouco reduzido, pela presença do coração.
Conclui-se que o volume do pulmão direito é
superior ao esquerdo, podendo no entanto
considerar-se um volume pulmonar médio de
cerca de 1500 cm3 •

4.1.3. CAPACIDADE
A capacidade pulmonar é de 3,5 litros, depois
6
de uma inspiração normal, e de 5 litros,
depois de uma inspiração forçada.
7

4.1.4. COR
A cor do pulmão é vermelha escura no feto,
0 2- Coro,õo 3. Grandes vasos 4. Traqueia S. Flgado rósea no recém-nascido, acinzentada no adulto
7.�o e negra ardósia com placas escuras no idoso.
PULMÕES 41
IRATÓRIO
40 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS SISTEMA RESP

CIA
4.1.S. ELASTICIDADE E CONSIST{N
a elasticidad e e
Os pulmões têm uma bo
endo lembrar uma
uma consistência mole, faz
esponja, c edendo
à mínima pr essão, mas
almente a forma
não ch egando a retomar tot
ssiona fort emente
primitiva. Quando se pre
3

entr e os dedos, ou
v e-se um ruído esp ecial,
que é atribuído à Fig. 75 . Foce diolrogmótico dos pulmões
conhecido por cr epitação,
ona r es. B
ruptura dos alvéolos pulm
A B
1. Diolrogma 2. Lobo direito do ligado 3. Fundo gástrico 4. Boio
Fig. 74 • Foce mediostinol do pulmão esquerdo (A) e d0 pu1 moo •
e do pulmão esquerdo {B)
Fig. 73 · Face costal do pulmão direito (A) direito (B)
4.2. CONFIGURAÇÃO EXTERNA E A1. Lobo superior do pulmão direito A2. Lobo
m6dio do pulmão diretto ABl. Hilo _do pulmão AB2. Roiz do pulmão AB3. Brônquio principal
4.2.4. ÁPICE
to M. Fissu ra obliqua do pulmão AB4. �rt6ria pulmonar ABS.Veio pulmonar superior AB6. Vosos e nodos
RELAÇÕES A3. Lobo inferior do pulmão direi O ápic e do pulmão é a porção do pulmão qu
to 81. Lobo superior do
direito AS . Fissura horizontal do pulmão direi hnf6t1cos AB7. Nervos pulmonares possondo anteriormente ao brônquio .
e

ão esquerdo 83. Fissura se encontra externamente à cavidad e torac1ca


,
de um semicon e pulmão esquerdo 82. Lobo inferior do pulm ABS. A_rt6rlos e valas brônquicos AB9. Nervos pulmonares passando
Os pulmões têm a forma posteriormente ao br6nquia ABl O. Veia pulmonar inferior
(Fig. 72 · 1), alcançando cerca de 1 cm poste-
entando três faces, obliquo do pulmão esquerdo
convexo lateralmente, apres riorm�nte e 5 cm ant eriormente da abertura
um ápice e três margens. A p�rç�o retro-bilar é a porção da fac e su�er�or do tó rax e r elacionando-s e, com a
4.2.2. FACE MEDIASTINAL m ed�astmal q ue está situada post eriorment e pnme�r� costela, lateralment.e e, co. m a artéri ª
ao h1lo do pulmão. Esta porção relaciona-se subclavia e com 0 gang1.10 simpático cervical
. .
A

4.2.l. FACE COSTAL e com o medias­ no pulmão esquerdo, com a aorta torácic e mf enor, medialment e.
A fac e mediastinal relaciona-s com o dueto torácico, e, no pulmão dire�o,
m toda a sua ex­ tino, apr es entando o bilo do
pulmão (Fig.
A fac e costal é conv exa e e entram e saem com o �sófago e com a v eia ázigo.
fac e medial das 74.ABl), ou seja o ponto ond
tensão, correspond endo à nquios. A porçao pré-hilar é a porção da fac e meº d'1as- 4.2.S. MARGEM ANTERIOR
rcostais, encon­ todos os vasos, n ervos e brô .
cost elas e aos espaços int ado na união tmal q ue e ta, situada anteriormente ao b'1 lo do
elas p ela pl eura
e

trando-se separada das cos


t O bilo do pulmão está situ pulmao, relacionando-se com a árvore traqueo- A marg em ant erior do pulmão dir eito des-
desta fac e, en­ três quartos ante­
parietal. Na porção sup e rio r do quarto posterior com os -brõnqu1· ca, com o coração• com o peric'ard'10, creve uma curva de convexidad e medial (Fig
tais, qu e são distância entre
contram-se as impressõ es cos riores desta fac e e a meio da com O grandes vasos e com os nervos vago 76.1) e a margem ant erior do pulmão es�
entes quando
sulcos transv ersais muit o vid o ápice e a margem inferior. e frénico. qu erdo, uma curva de conv exidad e medial '
em à raiz do
e

observados no cadáv e r. O bilo do pulmão dá passag , ç pré ilar da face mediastinal do


apr esenta as fis- stituída pelo brôn­
A fac e costal dos pulmões pulmão (Fig. 74.AB2), con �� h��: :�q / o, encon!;1"a-se_ uma d epr essão
id em o pulmão as e veias pul­
suras interlobares, que div quio principal, p elas artéri relacionada "t;m o coraçao, a nnpressão car-
v eias brônquicas,
em lobo s. monar es, p elas artérias e
eito está dividida rvos pulmonares.
díacn.
A fac e costal do pulmão dir pelos linfáticos e pelos ne
o superior (Fig. 73.Al), principal (Fig.
em três lobos, o lob Anteriormente ao brônquio
e o lobo inferior artéria pulmo· 4.2.3. FACE DIAFRAGMÃTICA
o lobo médio (Fig. 73.A2) 74.AB3) encontram-se a
de duas fissuras. monar superior
(Fig. 73.A3), por intermédio nar (Fig. 74.AB4), a v eia pul . f cc diafragmática d pulmao -
A fissura oblíqua (Fig. 73.A4
), dirigida com os linfático s (Fig relaciona-se
(Fig. 74.AB5), vasos e nod 74. AB 7) m o diafragma (Fig . ;5.1), que a separa dos
e a fissura hori­ es (Fig.
obliquidade ântero-inferior, 74.AB6) e os nervos pulmonar abdomina.1s.
ende da porção
zontal (Fig. 73.A5), qu e se est
.
ao brô nq uio principal 1 e diafragmática do _pu1mao . .
íqua até à margem ante-
Posteriormente n q - direito rela-
média da fissura obl encontram-se as art
érias e as v eias brô
as
<,e com a fac e supenor do lobo
uic
g direito do
pulmonares (Fi
rior do pulmão.
erdo está divi-
(Fig. 74.AB8) e os nervos ( Fig. 75 · 2), e aface diafragmática
º
do
A face costal do pulmão esqu 74.AB9). esquerdo rei 1 .
s e com a face su-
Fig. 76 · Morgem anterior dos pulmões
o sup erior (Fig. al . �
do lobo esquer:� �: gado, com o fundo
dida em dois lobos, o lob uio princip
Inferiormente ao brônq inferior (fig 1. Margem anterior do pulmão direito 2. Margem anterior do pulmão
g. 73.B2), por in­
73.Bl) e o lobo inferior (Fi encontra-s e a v eia
pulmonar F 1g. 75.)) e eom o baço (Fig. 75.4).
esquerdo 3. lncisura cordlaco
a (Fig. 73.B3),
termédio da fissura oblíqu 74.ABl0).
ero-inferior.
dirigida com obliquidade ânt
PULMÕES 43
42 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS (SISTEMA RESPIRATÓRIO)

superiormente (Fig. 76.2), apresentando infe­ Os lobos são divididos em segmentos, que são O segmento posterior (SII) (Fig. 79.2) é con­ O segmento basal anterior (SVIII) (Fig.
riormente a incisura cardíaca (Fig. 76.3), condicionados pelos brônquios segmentares. dicionado pelo brônquio segmentar posterior. 79.8) é condicionado pelo brônquio segmen­
que se relaciona com o coração. Classicamente, os pulmões dividem-se em O segmento anterior (SIII) (Fig. 79.3) é con­ tar basal anterior.
lobos. Actualmente, os estudos anatómicos, dicionado pelo brônquio segmentar anterior. O segmento basal lateral (SIX) (Fig. 79.9)
radiológicos e clínicos permitiram dividir os é condicionado pelo brônquio segmentar
4.2.6. MARGEM POSTERIOR lobos pulmonares em novas entidades, os O lobo médio é constituído por dois seg­ basal lateral.
segmentos pulmonares. mentos: lateral e medial. O segmento basal posterior (SX) (Fig. 79.10)
A margem posterior corresponde ao sulco Os segmentos pulmonares possuem caracte­ O segmento lateral (SIV) (Fig. 79.4) é con­ é condicionado pelo brônquio segmentar
pulmonar da superfície interna do tórax. rísticas próprias, permitindo que sejam verda­ dicionado pelo brônquio segmentar lateral. basal posterior.
Relaciona-se, indo de medial para lateral, deiras unidades anatómicas, radiológicas e O segmento medial (SV) (Fig. 79.5) é condi­
O pulmão esquerdo apresenta dois lobos:
com os corpos vertebrais, com a articulação clínicas. Por outras palavras, o segmento pul­ cionado pelo brônquio segmentar medial.
lobo superior e lobo inferior.
costo-vertebral, com a extremidade posterior monar pode ser considerado, sob o ponto de
das costelas e com o tronco simpático. A mar­ vista funcional, como um pequeno pulmão. O lobo inferior é constituído por cinco
O lobo superior é constituído pelo cúlmen,
gem posterior do pulmão direito relaciona-se Cada segmento possui uma raiz bronco­ segmentos: superior (Nelson), basal medial,
com o tronco superior ou culminai, e pela
ainda com o esófago (Fig. 77.1) e com a veia -pulmonar, específica e funcional, indepen­ basal anterior, basal lateral e basal posterior.
língula, com o tronco inferior ou lingular.
ázigo (Fig. 77 .2), e a margem posterior do dente, estando separados entre si por planos O segmento superior (Nelson) (SVI) (Fig.
O cúlmen é constituído por dois segmentos:
pulmão esquerdo relaciona-se ainda com a inter-segmentares (Fig. 78.1). A raiz bronco­ 79.6) é condicionado pelo brônquio seg­
ápico-posterior e anterior.
aorta torácica (Fig. 77.3). -pulmonar é constituída pelo brônquio seg­ mentar superior (Nelson).
O segmento ápico-posterior (S 1+11) (Fig.
mentar (Fig. 78.2), pela artéria segmentar O segmento basal medial (SVII) (Fig. 79.7)
80.1 e 2) é condicionado pelo brônquio seg­
(Fig. 78.3), pelas veias inter-segmentares é condicionado pelo brônquio segmentar
mentar ápico-posterior.
(Fig. 78.4), pela artéria brônquica (Fig. 78.5) basal medial.
O segmento anterior (SIII) (Fig. 80.3) é con­
e pelas veias brônquicas. dicionado pelo brônquio segmentar anterior.

A língula é constituída por dois segmentos:


lingular superior e lingular inferior.
O segmento lingular superior (SIV) (Fig.
80.4) é condicionado pelo brônquio segmen­
tar lingular superior.
O segmento lingular inferior (SV) (Fig.
3 80.5) é condicionado pelo brônquio segmen­
tar lingular inferior.
6 O lobo inferior é constituído por quatro
Fig. 77 - Margem posterior dos pulmões
segmentos: superior (Nelson), basal ântero­
1. Es6fago 2. Veia ózigo 3. Aorta torácica -medial, basal anterior, basal lateral e basal
posterior.
ulmonor
Fig. 78 - Dois segmentos pulmonares com a sua raiz bronco-p O segmento superior (Nelson) (SVI) (Fig.
4.2.7. MARGEM INFERIOR 1. Plano inter-segmentar 2. Brônquio segmentar 3. Artiria
segmen1ar 80.6) é condicionado pelo brônquio segmentar
4. Veias inter-segmentares S. Artéria brônquica superior (Nelson).
O segmento basal ântero-medial (SVII+
A margem inferior limita a face diafragmática. +VIII) (Fig. 80.7 e 8) é condicionado pelo
lobo S19 tntos do pulmão direito
O pulmão direito apresenta três lobos: brônquio segmentar basal ântero-medial.
superior, lobo médio e lobo inferior. :... t op1col do lobo superior 2. Segmento posterior do lobo O segmento basal lateral (SIX) (Fig. 80.9)
4.3. TERRITÕRIOS PULMONARES
l Segm
ento ontenor do lobo superior 4.
•..: Segmento lateral é condicionado pelo brônquio segmentar
seg·
O lobo superior é constituído por três • le�
Segmento medial do lobo médio 6. Segm
ento superior basal lateral.
mentos: apical, posterior e anterior.
mfenor 7. Segmento basal medial do
Os pulmões são constituídos por lobos, que ) é cootl•·
a N sal ontenor do lobo infer
lobo inferior O segmento basal posterior (SX) (Fig.
são condicionados pelos brônquios lobares, O segmento apical (SI) (Fig. 79.1 .. ..._ .,
ec111 1 O. Segmento boso
ior 9. Segmento basal lateral
80.10) é condicionado pelo brônquio seg­
icnl .
limitados pelas fissuras interlobares. cionado pelo brônquio segmentar ap l posterior do lobo inferior
mentar posterior.
PULMÕES 45
44 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS (SISTEMA RESPIRATÓRIO)
1,
1

1+2

10

to

Fig. 82 · Segmentos projectodos no face mediostinol do pulmão direito Fig. 83 - Segmentos projectados no face costal do pulmão esquerdo

Fig. 81 - Segmentos projectodos no face costal do pulmão direito t. Segmento aplcal da lobo superior 2. Segmento posterior do lobo 1+2. Segmento ápico-posterior do lobo superior (cúlmen) 3. Segmento
Fig. 80 - Segmentos do pulmão esquerdo _
superior 3. Segmento anterior do lobo superior 5. Segmento medial anterior do lobo superior (cúlmen) 4. Segmento lingulor superior da
do 1. Segmento opicol do lobo superior 2. Segmento posterior do lobo
1+2. Segmento ápico-posterior do cúlmen 3. Segmento anterior do lobo médio 6. Segmento superior (Nelson) do lobo inferior 7. Seg­ lobo superior (língula) 5. Segmento lingular inferior do lobo superior
inferior superior 3. Segmento anterior do lobo superior 4. Segmento lateral
cúlmen 4. Segmento lingulor superior 5. Segmento lingulor mento basal medial da loba inferior 8. Segmenta basal anterior da (língulo) 6. Segmento superior (Nelson) do lobo inferior 7+8. Segmento
basal do lobo médio 5. Segmento medial do lobo médio 6. Segmento superior
6. Segmento superior (Nelson) do lobo inferior 7+8. Segmento loba inferior 9. Segmento basal lateral do lobo inferior 1 O. Segmento basal fintero-mediol do lobo inferior 9. Segmento basal lateral do
o basal lateral do lobo infe­ (Nelson) do lobo inferior 8. Segmento basal anterior do lobo Inferior
fintero-mediol do lobo inferior 9. Segment basal posterior do lobo inferior lobo inferior i O. Segmento basal posterior do lobo inferior
r do lobo inferior 9. Segmento bosol loterol do lobo inferior 10. Segmento basal posterlal
rior 1O. Segmento basal posterio
do lobo inferior
segmento basal Antero-medial (Fig. 83.7 e 8), O lobo paracardíaco encontra-se situado no
É importante conhecer a projecção dos seg­ segmento
do ,egment o basal lateral (Fig. 83.9) e do lobo inferior dos pulmões.
mentos na face costal e na face mediastinal segmento posterior (Fig. 82.2) e do '>egmento basal posterior (Fig. 83.10). O lobo ázi�o �'Yrisberg) é condicionado pelo
do pulmão direito e do pulmão esquerdo. anterior (Fig. 82.3); o lobo médio com a arco da veia az1go, no lobo superior do pul­
projecção do segmento medial (Fig. 82.5); o Na face mediastinal do pulmão esquerdo, mão direito.
Na face costal do pulmão direito, pode lobo inferior com a projecção do segmento pode observar-se: o lobo superior (cúlmen)
.
observar-se: o lobo superior com a projec­ superior (Nelson) (Fig. 82.6), do segmento com a proJecçã o do segmento ápico-posterior
ção do segmento apical (Fig. 81.1), do basal medial (Fig. 82.7), do segmento basal tg 84, l e 2), e do segmento anterior (Fig
anterior (Fig. 82.8), do segmento basal lateral 4 3 ); o lobo superior (língula) 4.4. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA
segmento posterior (Fig. 81.2) e do segmento or
com a pro-
anterior (Fig. 81.3); o lobo médio com a pro­ (Fig. 82.9) e do segmento basal posteri Jccç ao do segmento lingular superior (Fig ·
·
41 e d0 seg_mento hngul �ada pulmão é constituído por brônquios
jecção do segmento lateral (Fig. 81.4) e do (Fig. 82.10). ·
ar inferior (Fig.
)
4 S . o lobo mferior com mtrapulmonares que já foram estudados na
segmento medial (Fig. 81.5); o lobo inferior a projecção do
es·
com a projecção do segmento superior Na face externa ou costal do pulmio cgmento superior (Nelson) (Fig. 84.6), do árvore tráqueo-brônquica; lóbulos pulmonares
querdo, pode observar-se: o lobo sup o·
eri or men t o basal ântero-medial (Fig. 84.7 e 8) foi:mações especiais que se seguem aos brôn�
(Nelson) (Fig. 81.6), do segmento basal ic d
anterior (Fig. 81.8), do segmento basal lateral (cúlmen) com a projecção do segmento áp o gmento basal lateral (Fig. 84.9) e d� qmos segmentares; vasos e nervos pulmonares
ment mento basal pos terior (Fig. 84.10)
(Fig. 81.9) e do segmento basal posterior -posterior (Fig. 83.1 e 2) e do seg la) . e tecido conjuntivo que separa os diferentes
()íngU
(Fig. 81.10). anterior (Fig. 83.3); o lobo superior 1 m dos lobos pu 1 monares ele entos descritos, o tecido peri-brônquico.
com a projecção do segm ento lingular superior
m encon trar-se lobos sup
Já descritos O � lobulo pulmonar é a unidade anátomo­
nferior
Na face mediastinal do pulmão direito, (Fig. 83.4) e do segmento lingular i nd O . . lementares
a s t�portantes o lobo paraca
-fisiológica do pulmão, estando os diferentes
ecção
pode observar-se: o lobo superior com a (Fig. 83.5); o lobo inferior com a proj ), do o e o :b,O á Ztgo. r� l�bulos separados entre si por septos conjun­
3.6
projecção do segmento apical (Fig. 82.1), do do segmento superior (Nelson) (Fig. 8 tivo-elásticos.
46 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS SISTEMA RESPIRATÓRIO

1+2 Cada u m dos brônquios su pralobulares pe­


netra no lóbu lo pulmonar onde
toma o nome
de brônquio intralobu lar (F i g. 85.2).
lób l , o b rônquio
Na porção superior d o u o

intralobu lar dá vários ra m o s, q u e por sua vez


se dividem em bronquío los (F i g. 85.3), que
se dividem em bronquío los resp iratórios
6
(Fig. 85.4), nome que pr o vém de já existirem Pu pleuras são membranas serosas destina­ Normalmente, as duas lâminas da pleura estão
Os br qu ío los das a facilitar o deslizame nto dos p ulmões aplicadas uma contra a outra,
delimitando uma
alvéo lo s nas sua s paredes.
on
vestí bulo (Fig. sobre a parede torácica. Encon tram-se duas cavidade virtual, a cavidade pleural (Fig.
respiratórios terminam no pleuras, uma para o pulmão direi to e outra
duet os alveo lares 86.ABC4), contendo o líquido pleural.
85.5), que vai originar os para o pulmão esquerdo, sen do completa­
(Fig. 85.6), que se dividem em sacos alveo­ mente independentes.
lares (Fig. 85.7), cu jas paredes são formadas Como todas as serosas, a pleura aprese nta
por depressões em recessos, os alvéolos pul- duas lâminas, constitui ndo a lâmina visceral S. l. LÂMINA VISCERAL DA PLEURA
monares (Fig. 85.8).
da pleura, ou pleura visceral e a lâmina parie­
tal da pleura, ou pleura parietal. A lâmi na visceral da ple ura reveste toda a
A lâmina visceral da pleura (Fig. 86.ABC1) superfície externa do pulmão (Fig. 87.1), à
reveste o pulmão e insinua-se através das excepção do bilo do pulmão (Fig. 87.2) e da
7+8 fissuras interlobares. margem lateral do ligamento pulmonar (Fig.
A lâmina parietal da pleura (Fig. 86.ABC2) 87.3).
reveste a superfície interna da cavidade
Fig. 84 . Segmentos projectodos no face mediostinol do pulmão esquerdo torácica.
8
l +2. Segmento ápico-posterior do lobo superior (cúlmen) 3. Segmento As duas lâminas da pleura continuam-se uma
anterior do lobo superior (cúlmen) 4. Segmento lingulor superior do com a outra na face mecliastinal do pulmão,
lobo superior (llngulo) 5. Segmento lingulor inferior do lobo superior ao nível do bilo do pu lmão (Fig. 86.B3) e
(llngulo) 6. Segmento superior (Nelson) do lobo inferior 7+8. Segmento inferiormente a este (Fig. 86.C3), constituindo
basal 6ntero-mediol do lobo inferior 9. Segmento basal lateral do assim as linhas de reflexão da pleura.
lobo inferior l O. Segmento basal posterior do lobo inferior

Fig. 85 - (onstitui�ão do lóbulo pulmonar


Os brônquios segmentares dividem-se em
dois ou três ramos que acabam por originar l. Brônquio suprolobulor 2. Brônquio introlobulor 3. Bronqulolos
4. Bronqulolos respiratórios 5. Vestibulo 6. Duetos alveolares 7. Sa<os Fig. 87 - Lâmina visceral do pleura
brô nquios mais pequenos, os brônquios 3
alveolares 8. Alvéolos pulmonares
supralobulares (Fig. 85.1). 1. Superlicie externo do pulmão 2. Hilo do pulmão 3. Margem lateral
do ligamento pulmonar
A B e
ftJ 16 Clff1 transversal do pulmã Ao n ível das fissuras interlobares, a lâmina
o mostrando os lâminas visceral
visceral da pleura (Fig. 88.1) pe netra ao nível
:::..-: dG pl:uro superiormente ao hilo do pulmão (A), ao nível
puhnoo (B) e inferiormente ao bilo
do pulmão (C)
de u m dos lábios da fissura (Fig. 88.2) e,
1 l depois de alcançar o fu ndo (Fig. 88.3), sobe
visceral do pieuro ABC2• L
n. 6mlno ponetol do pleura até alcanç ar o lábio op o sto (Fig. 88.4),
os 16mmos visceral e parietal
•,;:, do pleura ao nível do revestindo as superfícies que olham o plano
CJ. Renexõo dos 16minos visce
ral e parietal do pleura fissural e ficando os dois l obos adjacentes
1 11 hdo do pulmão ABC
4. Cavidade pleural
separados por uma dupla lâmina (Fig. 88.1).
PLEURAS 49
RATÓRIO)
48 ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS (SISTEMA RESPI

. 89.3)
O ligamento transverso-pleural (Figª Ao ?ível da raiz do pulmão, a pleura parie­
sver so da 7 vérte­ �al, md� de post�rior para anterior, ao chegar
destaca-se do processo tran
bra cervical. Dirige-se dep ois com obli quid ade ª porçao posterior da raiz do pulmão (Fig.
se inse rir na cúp ula 92.B1!, reflecte-se de medial para lateral,
ântero-ínfero-lateral, para
med ial da 1ª cost ela. re�estmdo a face posterior da raiz do pulmão
da pleura e na margem
) insere­ (�ig. 92-B2) e, na porção lateral desta, con­
O ligamento costo-pleural (Fig. 89.4
na face sup erior da tmua�se com a parte visceral da pleura que se
-se na margem medial e
te ao tubé rcul o da relac10na com a face mediastinal do pulmão
1ª costela, anteriormen
, bifu rca- se em Y, (Fig. 92.B3).
costela. Após esta inserção
(Fig . 89.5 ) que se �eguindo agora a parte mediastinal, de ante­
originando o feixe lateral
da cúp ula da pleu ra rior para posterior (Fig. 92.B4), ao alcançar a
insere na porção lateral
ª cost ela, e o feix e face anterior da raiz do pulmão (Fig. 92_BS),
3 e na margem medial da 1
inse re na porç ão Fig. 90 - Parte diafragmática do lâmina parietal do pleura reflecte-se de medial para lateral, e ao alcan­
medial (Fig. 89.6) que se
ântero-lateral da cúpula da pleura. çar � extremidade lateral da raiz do pulmão,
1. Parte dlofmgm6tim da 16mino parietal do pleura revestindo o diafragma
das fissuras interlobares contmua-se com a lâmina visceral da pleura
Fig. 88 - Lâmina visceral da pleura ao nível
(Fig. 92.B6).
a interlobar 3. Fundo da
1. Fissura interlobar 2 e 4. Lábios da fissur no mediastino. Comporta-se diferentemente Conclui-se assim que a parte mediastinal ao
fissura interlobar superiormente à raiz do pulmão (Fig. 91.1 ): nível da raiz do pulmão, é constituída 'por
ao nível da raiz do pulmão (Fig. 91.2) e uma porção retrorradicular que vai desde
re intima­ inferiormente à raiz do pulmão. (Fig. 91.3).
A lâmina visceral da pleura ade a coluna vertebral até à raiz do pulmão e a
do tecido Superiormente à raiz do pulmão (Fig.
mente ao pulmão por intermédio porção pré-radicular, que se estende desde o
conjuntivo subpleural. 92.A 1 ), a pleura parietal estende-se directa­ esterno até à raiz do pulmão.
mente sobre a face mediastinal do pulmão, lnfe�io-:mente à raiz do pulmão, a parte
desde o esterno até à coluna vertebral. mediastmal da lâmina parietal da pleura,
5.2. LÂMINA PARIETAL DA PLEURA
a super­
A lâmina parietal da pleura reveste Fig. 89 - Ligamentos da cúpula da pleur
a
e torá cica , relacio­
fície interna da cavidad bra-pleural 3. Ligamento
do pulm ão e o ápice, 1. Cúpula da pleura 2. Ligamento vérte
nando-se com as faces ral 5. Feixe lateral do
a cúp ula da pleu ra, a transverso-pleural 4. Ligamento casto-pleu
pelo que se considera l do ligamento costa-pleural
part e med iast inal ea ligamento costa-pleural 6. Feixe media
parte diafragmática, a
parte costal.
INA
S.2.2. PARTE DIAFRAGMÃTICA DA LÃM
2

S.2.1. COPULA DA PLEURA PARIETAL DA PLEURA


A e
nde à parietal da
A cúpula da pleura (Fig. 89.1) correspo A parte diafragmática da lâmina
etal da porção do
porção mais elevada da lâmina pari pleura (Fig. 90.1) reveste toda a Fig. 92 . Porte mediostinol do lâmina parietal da pleura superiormente
cervical. a face
pleura, que se relaciona com a região diafragma que se relaciona com à raiz do pulmão (A), oo nível da roiz do pulmão (B) e inferiormente
liga­
Na cúpula da pleura inserem-se três diafragmática do pulmão. à raiz do pulmão (()
mentos fibro-musculares. A 1. Superiormente à raiz do pulmão B 1. Ao olcan,ar a foce posterior
. 89.2)
O ligamento vértebro-pleural (Fig A
S.2.3. PARTE MEDIASTINAL DA LÃMIN
fáscia da raiz do pulmão B2. No face posterior da raiz do pulmão B3. Ao
insere-se por dois ou três ªfeixesª na alcan,ar a por,ão mediastinal da l6mina visceral da pleura B4. Na
ebras
pré-vertebral, ao nível da 6 ou 7 vért PARIETAL DA PLEURA Plne med1ostmol da 16mina parie face mediastinal do pulmão anteriormente à raiz do pulmão B5. Na
es diri­ tal do pleura
cervicais e da 1ª torácica. Estes feix foce anterior da raiz do pulmão B6. Na extremidade lateral da raiz
fero­
gem-se depois com obliquidade ântero-ín pa rieta( da nte à raiz do puImãO 2• Ao nlvel
da raiz do pulmão
A parte mediastinal da lâmina conudo
do pulmão Cl . A reflectir-se de lateral para medial (2. Ligamento
ântero- 1• �u raiz do pulmão
-lateral, para se inserirem na porção ãos pulmonar
pleura relaciona-se com os órg
-medial da cúpula da pleura.
PLEURAS 51
A RESPIRATÕRIO
50 ÓRGÃOS RESPIRATÕRIOS SISTEM
Inferiormente à raiz do pulmão, a linha d e
stelas e d os espa­
as faces mediais das c o reflexa- o c onstitui o ligamento pulmonar
medial (Fig. 92.Cl), articulaç ões casto- .
reflecte-se de lateral para r­ ços interc ostais, até às (Fig. 97._l). Este ligamento apresenta uma
e prol onga infe rio
seguind o uma linha que s ndici nan d -v ertebrais. forma tnangular, disposto segundo um plano
ão, c o à esquerda, a pleura
mente ao bilo d o pulm
o
A partir destas articulações,
o
ntr am nc s­ fro ntal, pelo que se considera um ápice, uma
assim duas lâminas que se
enc squerd o da aorta
e o
lança-se sobre o flanco
o
o ligamento pul-
e
base, duas faces e duas margens.
tadas e qu v c nstituir dir ita, sobre o flanco
torácica (Fig. 94.1), e à A ba�e pode aderir, por vezes, à face superior
e ão o e
monar (Fig. 92.C2). .2) , formando entre
direito do esófago (Fig. 94 do diafragma (Fig. 97.2).
94 .3) e est e órgão o
A parte medias tinal dir
eita (Fig. 93.1) r e
la­ a coluna vertebral (Fig. 94.4) . O ápic
_ e relaciona-se co m a porção inferior da
r, c m (Fig .
p ara ant recesso retro-esofágico
ciona-se, indo d e posterior raiz d o pulmão (Fig. 97.3).
erio o
tóra x nc o ntram-se
ca d sófa g Na porção inferior d o
e
e to ráci A margem medial olha o mediastino e a mar­
a porção inferior da part
o e o
ntr a a rta torácica Fig. 9S · Recesso costo-dialragmótico
(Fi g. 93 .3) , dois recessas, existentes
o
ica e
edias­
(Fig. 93.2), a aorta torác traqueia, a veia �em lateral relaciona-se com a face m
o e
aor to- eso fágicos
e o esófago , o s
a recessos 1. a.cesso costa-diafragmático
tro nco bráquio-cefálico, tmal do pulmão (Fig. 97.4).
(Fig. 93.4), o peri­ (Fig. 94.5).
cava superior, a veia ázigo os por uma lâmina
A face anterior olha para o esterno (Fig. 97.5)
frénico direito e os Estes recessas estão unid
cárdio (Fig. 93.5), o nervo leural (Morosow)
e face posterior olha para a coluna verte bral

vasos pericárdico-frénicos. (Fig. 93.6) rela- fibrosa, o ligamento interp (Fig. 97 .6).
A parte mediastinal e
squerda (Fig. 94.6).
part e torácica d o e
sófago
ciona-se com a
(Fig. 93.3), o arco
(Fig. 93.2), a aorta torácica squerda, o peri­
ia e
da aorta e a artéria subcláv
), n rv frénico esquerdo e
cárdio (Fig. 93.5 o e o

os vasos pericárd
ico-frénicos.

PARIETAL DA
S.2.4. PARTE COSTAL DA LÂMINA
PLEURA
A parte c ostal da lâm
ina parietal da pleura
,
(Fig. 93.7) revestea face posterior d o esterno f,9. 96 Recessas costo-mediastinais

1 husso costo-mediastlnal anterior 2. Recesso costo-mediastinal


pllltllOI

icos e aorto-esofágicos
fig. 94 · Recessas retro-esofóg
Coluna vertebral 4. Recesso retra-e
sol6go S.l. LINHAS DE REFLEXÃO DA LÂMINA
1. Aorta torácica 2. Esófago 3. (Mu roso,l
5. Recessas aorto-esofágicos
6. ligamen to inte rpleural
VISCERAL COM A LÂMINA PARIETAL DA
ina parietal da pleur
a PLEURA
A parte costal da lâm
Fig. 97 · ligamento pulmonar
ula pl eural com a
co ntinua-se c om a cúp
e
1 ligamento pulmonar 2. Face diafragmática do pulmão aderindo ao
and o um su lco, hnha de refl ex-ao da pleura está represen-
0
parte diafragmática, form
:
d1afragm� 3. Ãpice do ligamento pulmonar relacionando-se com a raiz
1), q e .
recesso costo-diafragm
ático (Fig. 95.
u

.
d pela c ontinu aç ão d lâmina visc ªeral da do pulmao 4. Margem lateral do ligamento pulmonar relacionando­
sso xifóide do p ur corn a parte med'lRStlnal da lâmina
2
6 se estend e desd e o proce 1 td
-se com a face mediastinal do pulmão 5. Face anterior do ligamento
l. e ura, te do sid o já d escrita ao
temo até à coluna vertebra ntinua-se co 1 �a �itdo pulrn�ao. pulmonar olhando o esterno 6. Face posterior do ligamento pulmonar
part c stal co
iastinal da lâmina parietal da
pleura Anteriormente, a e o
co�to­
olhando a coluna vertebral
fig. 93 • Rela�ões da parte med nal, form an d o recesso
a parte mediasti
o
os do cora �õo
g. 96.1) e, poste
ao nlvel dos ventricul nor
num carte transversal passando
-mediastinal anterior (Fi també
2. Parte ontinua-se
1. Parte mediastinal da l6mi
na parietal da pleura direita
mente, a pleura costal c
5. Peri cárdio formando o rec
com a parte mediastinal,
a torácica 4. Veia ázig o
torácica do esófago 3. Aort
na parietal da pleu ra esqu erda 7. Parte
diastinal posterior (F
ig. 96.2).
6. Parte mediastinal da 16mi costo-me
pleura
costal da 16mina parietal da
TOPOGRAFIA TORAco-PulMONAR

Compreende as relações das paredes torá­


cicas com os pulmões, com os recessos da
pleura e com as fissuras interlobares.

6.1. PROJECÇAO DOS PULMÕES NA


PAREDE TORÁCICA
o ápice do pulmão encontra-se situado exter­
namente à cavidade torácica, ultrapassando a
1• costela em cerca de 1 cm, posteriormente,
e em cerca de 5 cm, anteriormente (Fig. 98.1).

A margem anterior do pulmão direito di­


rige-se com obliquidade ântero-ínfero-medial,
até cruzar a articulação esterno-clavicular
direita (Fig. 98.2). Dirige-se depois com obli­
quidade ínfero-medial até alcançar a proxi­
midade da 2ª articulação condro-esternal Fig. 98 - Projec,ão do ápice, foce diolrogmótico e margem anterior
esquerda (Fig. 98.3). Da 2ª até à 4ª articula­ do pulmão no foce anterior do parede torácico
ção condro-esternal, é vertical (Fig. 98.4), l. Ápice do pulmão 2. Articulo,ão esterno-cloviculor direito 3. 2ª orti­
para depois se inflectir com obliquidade culo,õo condro-esternol esquerdo 4. Desde o 2ª olé à 4ª orticulo,õo
mfero-lateral, até alcançar a extremidade condro-esternol esquerdo S. Extremidade medial do 6ª cartilagem costal
medial da 6ª cartilagem costal direita (Fig. direito 6. 4ª cartilagem costal esquerdo 7. lncisuro cardíaco 8. Tronsi,ão
98 5 ), onde se continua com a face diafrag­ do margem anterior poro o foce diofrogmótico do pulmão quando
mat1ca do pulmão direito. junto à 6ª orticulo,õo condro-costol esquerdo 9. Cruzamento do linho
mamilar oo nível do 6ª espo,o intercostol esquerdo
margem anterior do pulmão esquerdo
t m uma projecção idêntica à do pulmão fragmática do pulmão direito inicia-se ao
d1ret10 até alcançar a 4ª cartilagem costal nível da extremidade medial da 6ª cartilagem
e querda (Fig. 98.6). Ao nível desta cartila­ costal direita (Fig. 98.5), e a face diafragmá­
cm. a margem anterior muda bruscamente tica do pulmão esquerdo inicia-se próximo
direcção, formando uma curva com conca- da 6ª articulação condro-costal esquerda (Fig.
1d de medial, a incisura cardíaca (Fig. 98.7), 98.8).
hando depois por se continuar com a face As faces diafragmáticas do pulmão direito e
11 fragmática do pulmão esquerdo. do pulmão esquerdo, ao alcançarem a 6ª carti­
fac diafragmática do pulm lagem costal, dirigem-se com obliquidade
ão segue-se à ínfero-lateral, cruzando o 6º espaço inter­
Jccçao da margem anterio
r. A face dia- costal ao nível da linha mamilar (Fig. 98.9),
TOPOGRAFIA TORACO-PULMONAR 55
54 ÔRGiiOS RESPIRATÕRIOS (SISTEMA RESPIRATÕRIO}

stinal anterior es­


ª
intercostal na linha mamilar, ªa 10 costela na A fissura oblíqua do pulmão esquerdo (Fig.
ar (Fig. O recesso costo-media
o 8 espaço intercostal na linha axil
º
querdo tem, até à 4 cartilagem costal
ª es­ linha axilar (Fig. 100.B3), a 11 costela a 12 cm 101.Bl) começa também posteriormente ao
a escapula r (Fig.
99.1), o 9 espaço na linh da linha mediana (Fig. 100.B4), correspon­ nível da extremidade posterior da 4ª costela,
º
mar gem
gir a extr emi dade querda, a mesma projecção da
99.2), acabando por atin anterior do pulmão esquerdo (Fig. 100
.A3). dendo este ponto ao maior declive da pleura. dirige-se com obliquidade ântero-ínfero­
posterior da 11 costela (Fig
ª . 99.3 ). mar gem e depoi s a 12 ª
costela (Fig. 100.BS), até -medial, e termina ao nível da 6ª articulação
Contudo, a partir deste ponto, esta Segu
mar gem çar a extremid ade posterior da 12ª cos­ condro-costal esquerda.
ecta­ afasta-se mais do esterno do que da alcan
A margem posterior dos pulmões proj anterior do recesso costo-mediastinal ante rior tela (Fig. 100.B6), onde se vai continuar com
vertical, a cerc a de
-se segundo uma linha proc esso o recesso costo-mediastinal.
a med iana, este n­ esquerdo, até alcançar o nível do
2 cm de cada lado da linh
s espi nhos os da xifóide do esterno (Fig. 100.A4).
dendo-se entre os processo
).
10ª à 1ª vértebras torácicas (Fig. 99.4 O recesso costo-mediastinal posterior
do
tem
pul­
6.3. PROJECÇÃO DAS FISSURAS
idêntica projecção à margem posterior
mão (Fig. 100.B2). INTERLOBARES NA PAREDE TORÁCICA
nte A fissura oblíqua do pulmão direito (Fig.
O recesso costo-diafragmático é semelha
dos dois lados. Partindo de anterior para 101.Al) começa posteriormente ao nível da
posterior, origina-se na extremidade medial
ª
extremidade posterior da 4 costela, dirige-se
da 7ª cartilagem costal (Fig. 100.AS), diri­ com obliquidade ântero-ínfero-lateral, para A B
gindo-se depois com obliquidade póst ero­ ª
terminar ao nível da 6 articulação condro­
º
ço
-inferior, cruzando obliquamente o 7 espa -co tal direita.
Fig. 101 · Projec,ão dos fissuras interlobares no face lateral direito do
A fissura horizontal do pulmão direito
parede torácico (A) e no foce lateral esquerdo do parede torácica (B)
(Fig. IOI.A2) destaca-se da fissura oblíqua ao
nível do 4° espaço intercostal e termina ao A1. Fissura obliquo do pulmão direito A2. Fissura horizontal do pulmão
2 mvel da 4° cartilagem costal direita. direito 81. Fissura obliquo do pulmão esquerdo

Fig. 99 - Projec,ão do foce diolrogmático e margem posterior do pulmão


no face posterior do parede torácico
stol
l . Cruzamento do linho axilar ao nlvel do 8' °espa,o interco S 4
lar ao nlvel do 9 espa,o interco stol
2. Cruzamento do linho escapu ° costeio 4. Margem A B
3. Cruzamento do extrem idade poster ior do 11
º à 1º
posterior estendendo-se entre os processos espinhosos do I O do parede
vértebras torácicos Fig. 100 . Projec,ão dos recessas pleurois no foce anterior
torácico {A) e no face posterior do parede torácico (B)
antenor
ABI. Cúpula pleural A2. Projec,ão do recesso costo-mediostinol querdo
6.2. PROJECÇÃO DOS RECESS OS
or es
direito A3. Projec,ão do recesso costo-mediostinol anteri recesso
4 ° cartila gem costal esque rdo M. Projec,ão do
oo nível do
P LEURAIS NA PAREDE TORÃCICA costo-mediostinol anterior esquerdo até ao nível do proce sso xttõide
co ao nível"
do esterno AS. Projec,ão do recesso costo-diolrogmátl dos re<essos
A cúpula pleural tem a mesma projecção que extremidade medial do T' cartilagem costal B2.. Projec,õo zamento•
Cru
o ápice do pulmão (Fig. 100.AB l ). costo-mediostinais posteriores direito e esquerdo B3. la no h ile
r B4. Cruza ment o do 11' coste
O recesso costo-mediastinal anterior direi
to 1 O' costeio no linho axila
do o l 'f coSllil
tem inicialmente a mesma proj ecção da mar­ mediano BS. Recesso costo-diolragmático acompanhan
gem anterior do pulmão direito (Fig. 100.A2). 86. Extremidade posterior da 12' costeio
li
, ...
ORGAOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
ÓRGAos DIGESTIVOS {SISTEMA DIGESTIVO) 59

labiais, bucais e linguais. As glândulas sali­


vares maiores dispõem-se num colar concên­ a�dar suprai_nesocólico e com múltiplas fun­
trico à mandíbula, abrindo os seus canais ex­ çoes. Possui uma secreção externa, a bílis,
que se lança na porção descendente do duo­
cretores na cavidade oral, sendo em número
de três pares: glândulas parótidas, glândulas deno por intermédio das vias biliares prin­
submandibulares e glândulas sublinguais. cipais representadas pelo dueto hepático
O pâncreas, órgão retroperitoneal, é uma comum e dueto colédoco. Dada a sua loca­
Üs órgãos digestivos fazem parte do sis­ -refluxo localizado na incisura cárdica (His). volumosa glândula de secreção mista. As fun­ lização no complexo circulatório, recebe, para
_
tema digestivo, sendo este sistema consti­ O piloro comunica com o duodeno e apre­ alem do sangue que directamente lhe chega
ções de glândula exócrina são exercidas _
tuído por duas porções: o tubo digestivo e um senta um esfíncter. através do suco pancreático, que alcança a �a aorta abdommal através da artéria hepá­
conjunto de glândulas anexas. O intestino delgado é um tubo cilíndrico, porção descendente do duodeno através dos tica, todo o sangue venoso proveniente dos
O tubo digestivo é um longo tubo músculo­ órgãos digestivos infra-diafragmáticos e do
músculo-membranoso, que une o estômago duetos excretores do pâncreas, o dueto pan­
baço, por intermédio da veia porta. Todo este
-membranoso, comunicando com o exterior ao cólon, estando separado do estômago pelo creático (Wirsung) e o dueto pancreático
através da cavidade oral e do ânus, e sendo piloro, e tendo um limite inferior marcado acessório (Santorini); as funções de glândula sangue sofre, ao passar pelo fígado alte­
no seu interior os alimentos transformados e pela transição íleo-cecal, contendo a valva endócrina, através das ilhotas pancreáticas rações, cuja importância vale a pena d�sde já
_
assimilados. É constituído pela cavidade oral, íleal (Bauhin). É o órgão da digestão e da sahentar, �endo depois colectado para a veia
{Langerhans). _
faringe, esófago, estômago, intestino delgado, absorção, sendo constituído pelo duodeno, O fígado, destinado e exercer múltiplas fun­ cava mfer �o; através das veias hepáticas.
_
intestino grosso e ânus. jejuno e íleo. O duodeno é a porção inicial, As vias bibares constituem o aparelho ex­
ções fisiológicas, é uma glândula volumosa
As glândulas anexas ao tubo digestivo são cretor da bílis. O dueto hepático comum e
formações cujos canais excretores se vão abrir
profunda, em grande parte retroperitoneal
e fixa, onde terminam as vias biliares extra­
projectada no hipocôndrio direito, epigástrio
e h ipocõndrio esquerdo. Trata-se do órgão
º. dueto colédoco formam a via biliar prin­
no tubo digestivo, tratando-se das glândulas -hepáticas e os duetos excretores do pâncreas.
_
mais volumoso do corpo humano, situado no
cipal. O dueto cístico e a vesícula biliar for­
salivares, do pâncreas, e do fígado, sendo a O jejuno e o íleo são móveis na cavidade mam a via biliar acessória.
bílis excretada através das vias biliares. peritoneal e estão ligados à parede posterior
A cavidade oral é a porção inicial do tubo do abdómen pelo mesentério, formando
digestivo, encontrando-se dividida pelos numerosas ansas.
arcos gengivo-dentais, na cavidade própria O intestino grosso continua o íleo, através do
da boca e no vestíbulo da boca, apresen­ cego, onde está inserido o apêndice vermi­
tando os alvéolos, os dentes, a língua e as forme. Segue-se o cólon ascendente, a Oe­
tonsilas palatinas. xura direita ou hepática, o cólon trans­
A faringe, uma cavidade músculo-membra­ verso, a flexura esquerda ou esplénica.
nosa situada entre a cavidade oral ou bucal e o cólon descendente e o cólon sigmóide.
o esófago, pertence às vias aéreas e digestivas O recto constitui a porção terminal do tubo
e é constituída pela parte nasal da faringe ou digestivo, servindo de reservatório das fezes,
naso-faringe, pela parte oral da faringe ou estendendo-se do cólon sigmóide até ao ânus.
oro-faringe e pela parte laríngea da faringe ou É constituído pela ampola do recto, que é o
laringo-faringe. segmento pélvico do recto, e pelo canal anal,
O esófago é um canal músculo-membranoso que é o seu segmento perineal, abrindo-se no
que se estende da faringe ao estômago, exterior, através do ânus.
atravessando a porção inferior do pescoço, a As glândulas salivares segregam a saliva
cavidade torácica e a porção superior da que facilita a deglutição e realiza o primeiro
cavidade abdominal. tempo da digestão, podendo classificar-se.
O estômago é um reservatório, interposto quanto ao seu tamanho, em duas categorias:
entre o esófago e o duodeno, situado inferior­ as glândulas salivares menores e as glândulas
mente ao diafragma, na cavidade abdominal, salivares maiores. As glândulas sallvartS
projectando-se no hipocôndrio esquerdo e menores encontram-se repartidas por toda 3
numa parte do epigástrio. O cárdia é o óstio mucosa da cavidade oral e podem ser agru·
de entrada, apresentando um sistema anti- padas em quatro grupos principais: palatinas.
CAVIDADE ORAL E DEPENDÊNCIAS

duas paredes laterais, formadas pelas boche­


7.1. CAVIDADE ORAL chas; a parede inferior constituída pelo pavi­
mento da cavidade oral e onde se encontra
A cavidade oral ou bucal encontra-se reves­ a raiz da língua; a parede superior constituída
tida pela mucosa oral, estando situada na pelo palato duro e a parede póstero-superior
porção inferior da face, entre as cavidades
formada pelo palato mole ou véu palatino e
nasais e a região supra-hioideia.
por uma abertura que faz comunicar a cavi­
De forma oval e de grande eixo ântero­
dade oral com a parte oral da faringe ou oro­
-posterior, a cavidade oral está dividida pelos
-faringe, o istmo das fauces.
arcos gengivo-dentais (Fig. 102.1), em duas
porções. Ântero-lateralmente aos arcos gen­
givo-dentais, encontra-se o vestíbulo oral 7.1.1. PAREDE ANTERIOR: LÁBIOS
(Fig. 102.2), e póstero-medialmente aos arcos
gengivo-dentais, a cavidade oral propria­
mente dita (Fig. 102.3). As duas porções 7.1.1.1. CONFORMAÇÃO EXTERNA
comunicam entre si através dos espaços
interdentais (Fig. 102.4), que separam os Os lábios são em número de dois, o lábio
dente , e dos espaços retrodentais (Fig. superior (Fig. 103.1) e o lábio inferior (Fig.
102 5), que se encontram situados posterior­ 103.2).
mente aos últimos dentes molares.
A cavidade oral apresenta seis paredes: a
pJrede anterior, constituída pelos lábios; as

Fig. 103 - Face anterior ou cutânea dos lábios


do cavidade arai e suas comunicações
l. Lábio superior 2. Lábio inferior 3. Filtro 4. Sulco mento-lobiol 5. Sulco
tal 2 Yestíbulo oral 3. Cavidade oral propr
iamente génio-labial 6. Sulco manto-labial 7. Tubérculo labial superior 8. Comis­
terdenta,s S Espo,o retrodenta
l suro dos lábios 9. Fendo da boca
62 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
CAVIDADE ORAL E DEPENDfNCIAS 63

A face anterior ou cutânea apresenta no formado pelos dois lábios constitui o ângulo tade correspondente ao lábio inferior é o
lábio superior o filtro (Fig. 103.3), que ter­ da boca.
semi-orbicular inferior (Fig. 106.2). 7.1.2. PAREDES LATERAIS: BOCHECHAS
mina pelo tubérculo labial superior (Fig. Os dois lábios circunscrevem entre si uma
No semi-orbicular superior inserem-se os
103.7) e no lábio inferior apresenta o sulco abertura, a rima da boca, que se transforma músculos levantadores do lábio superior e
mento-labial (Fig. 103.4), com concavidade na fenda da boca (Fig. 103.9) quando as 7.1.2.1. CONFORMAÇÃO EXTERNA
da asa do nariz (Fig. 106.3), os músculos
inferior. margens livres dos lábios se aproximam um levantadores do lábio superior (Fig. 106.4), os
do outro. As paredes laterais da cavidade oral esten­
A face posterior ou mucosa é lisa e coberta músculos levantadores do ângulo da boca dem-se em altura, desde a margem infra­
pela mucosa, relacionando-se com as gengi­ (Fig. 106.5) e os músculos zigomáticos me­ -orbital da órbita (Fig. 107.1) até à margem
vas (Fig. 104.1) e os dentes (Fig. 104.2).
7.1.1.2. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA nores (Fig. 106.6). inferior da mandíbula (Fig. 107.2), e em lar­
A margem aderente é limitada externamente No semi-orbicular inferior inserem-se os gura, desde a comissura dos lábios (Fig.
pelo sulco génio-labial (Fig. 103.5), no lábio A parede anterior da cavidade oral é consti­ músculos abaixadores do lábio inferior (Fig. 107.3) até à margem posterior do músculo
superior, e pelo sulco mento-labial (Fig. tuída por pele (Fig. 105.1), camada muscular 106.7). masséter (Fig. 107.4).
103.6), no lábio inferior. Internamente, o (Fig. 105.2) formada pelos músculos cutâ­ Nas extremidades dos dois semi-orbiculares No ângulo póstero-superior da face medial
sulco gengivo-labial é condicionado pela neos da cavidade oral, camada submucosa inserem-se os músculos bucinadores, os mús­ das bochechas e ao nível do vestíbulo da
reflexão da mucosa da face posterior dos constituída por tecido conjuntivo e onde se culos zigomáticos maiores (Fig. 106.8), os boca, encontra-se a papila do dueto paro­
lábios sobre as gengivas. Este sulco é inter­ encontram as glândulas labiais (Fig. 105.3), e músculos abaixadores do ângulo da boca
rompido pelo frénulo do lábio superior (Fig.
tídeo (Sténon), com o óstio de abertura do
camada mucosa formada pela mucosa labial (Fig. 106.9), os músculos risórios (Fig. 106.10) dueto (Fig. 107.5).
104.3), muito nítido, e pelo frénulo do lábio (Fig. 105.4). e os músculos bucinadores (Fig. 106.11).
inferior.
A margem livre corresponde à transição
entre a pele e a mucosa, apresentando no 4
lábio inferior um entalhe mediano que corres­ 6
ponde ao tubérculo labial superior (Fig.
103.7).
As extremidades unem-se para formar as
comissuras dos lábios (Fig. 103.8). O ângulo

.,. Fig. 107 · Conformo�ão lateral do bochecho


Fig. 105 - Constitui�ão anatómica dos lábios

1. Pele 2. Camada muscular 3. Gl6ndulas labiais ◄. Mucosa labial 1. Margem infro-orbitoi do órbita 2. Margem inferior do mandíbula
3. Comissuro dos lábios 4. Margem posterior do músculo mosséter
se ' orbicular infe 5. Õstio de abertura do dueto porotldeo (Sténon) 6. Músculo bucinodor
rior do m6sculo orbicular dos
2 A camada muscular é formada pelo músculo ntodor do l6b10 superior e
lábios
do uso do nariz 4. Músculo
orbicular dos lábios, constituído por dua dt 16b1
0 superior S. M6srulo
levantador do 6ngulo da boc
metades perfeitamente individualiz�da Z'l'ffl61Jco menor 7· MOs a 7.1.2.2. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
Fig. 104 . Face posterior ou mucosa do lábio superior rulo oboixodor do lábio infe
rior
A metade correspondente ao lábio supenor z 61110 moior 9. Múscu
lo abaixador do 6ngulo do boc
1. Gengiva 2. Dentes 3. Frénulo do lábio superior o semi-orbicular superior (Fig. 106.1) e a me- 1156rt0 11. Músculo
bucinodor
a A parede lateral da cavidade oral é cons­
tituída por pele (Fig. 108.1 ), tecido celular
CAVIDADE ORAL E DEPENDtNCIAS 65
64 ÓRGÃOS DIGESTIVOS {SISTEMA DIGESTIVO)

7.t.3. PAREDE SUPERIOR: PALATO DURO pelas lâminas horizontais dos ossos palatinos ápice da qual se encontra o óstio do dueto
apone­
subcutâneo e camada adiposa, camada (Fig. 110.2). submandibular ou óstio umbilical (Fig.
r e cam ada muc osa.
vrótica, camada muscula A camada glandular apresenta as glândulas 111.4), dueto excretor da glândula subman­
apre sent a o
palatinas (Fig. 110.3), situadas de cada lado dibular.
O tecido celular subcutâ neo
duet o e cret or da 7 .1.3.1. CONFORMAÇÃO EXTERNA
dueto parotídeo (Sténon), � da linha mediana e muito desenvolvidas na Lateralmente à carúncula submandibular
(Fig . 108 .2). ada
glândula parótida (Stenon) O palato duro é constituído pela cam porção posterior. encontra-se o óstio do dueto sublingual
e a
Constitui uma camada adiposa, entr óssea, camada glandular e camada muc�sa, A camada mucosa atapeta todo o palato duro maior (Rivinus ou Bartholin) (Fig. 111.5),
s ter e o llar
margem anterior do músculo mas � estando situada entre o arco dental max (Fig. 110.4). dueto excretor da glândula sublingual prin­
ecid a por de uma
músculo bucinador, sendo conh (Fig. 109.1) e apresentando a forma cipal e numerosos óstios dos duetos sublin­
(Fig .
corpo adiposo da bochecha (Bic hat) ferradura, com a mesma configuração da guais menores (Walther) (Fig. 111.6), duetos
4
108.3). porção óssea que a constitui. excretores das glândulas sublinguais aces­
A camada muscular é constituí
da pelo Na linha mediana, apresenta a rafe do pala
to sórias, que se dispõem ao longo da prega
-6), (Fig. l 09.2), fibroso, termina�do, ante rior­
músculo bucinador (Figs. 106.11 e 107 sublingual. A prega sublingual (Fig. 111.7)
estendendo-se desde o ligamento ptér
igo­ mente, pela papila incisiva (Fig. 109.3), que inicia-se ao nível da carúncula submandibular
-mandibular até à extremida de dos dois sem i- corresponde ao forame inferior do canal e dirige-se com obliquidade póstero-lateral.
ndo a sua face supe rfici al incisivo.
-orbiculares, esta
coberta pela fáscia do masséter. De cada lado da rafe do palato, fibroso e no
A camada mucosa cobre a face profunda
do seu terço anterior, existem as pregas pala­
masséter, apresent a num eros as glân dula s tinas transversas (Fig. 109.4).
o óstio de aber tura do
bucais (Fig. 108.4) e
dueto parotídeo (Sténon).

Fig. 110 • Constitut,õo anatómico do poluto duro

1 Processo palatino do maxila 2. L6mina horizontal do osso polotino


3. GNlndulos pololinas 4. Mucoso do poluto duro

7.1.4. PAREDE INFERIOR: PAVIMENTO DA


CAVIDADE ORAL

7.1.4.1. CONFORMAÇÃO EXTERNA Fig. 111 - Conformo,õo externo do pavimento do covidode orol

A parede inferior da cavidade oral é cons­ 1. Raiz do língua 2. Pavimento do covidode oral 3. Fnlnulo do língua
Fig. 109 . Conformo,õo externo do poluto duro 4. Õstio do dueto submondibulor ou 6stio umbilical 5. Õstio do dueto
tituída, posteriormente, pela porção fixa ou
incisiva ◄. Pregai
2 1. Arco dento! moxilor 2. Role do poluto 3. Pupilo raiz da língua (Fig. 111.1) e , anteriormente, sublingual maior (Rivinus ou Bortholin) 6. Õstios dos duetos sublinguois
polotinos tronsversas pelo pavimento da cavidade oral (Fig. 111.2), menores (Wolther) 7. Prego sublingual
que apresen ta uma forma triangula corre
r, s­
PC>ndcndo o ápice deste triângulo aos dente
7.1.3.2. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA 1 1 •vos man
s 7.1.4.2. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
dibulares, os lados aos arcos
Fig. 108 . Constitui,õo onotómico do bochecho . ' por urna dcni.1 mandibulares e a base
, à porção fixa
) 3. Corpo adiposo A parede superior e constltulda ou raiz da língua. O pavimento da cavidade oral é constituído
J. Pele 2. Dueto excretor do gl6ndulo por6tido (Sténon cosa e por por uma parede ântero-lateral, a camada óssea,
4. Gl6ndu los bucais camada óssea, por uma camada mu porç O mediana, encontra-se frén
do bochecho (Bicho!) o uma parede inferior, a camada muscular, uma
uma camada glandular.
ulo da
(Fig. l l l.3) e, lateralme
pelos p ro nte ao frénulo parede superior, a camada mucosa e uma
A camada .óssea é constituída i) -se a carúncula subma
· (Fig 110. ndibular, n� parede posterior constituída pela língua.
cessos palatmos das maX1I as
66 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) CAVIDADE ORAL E DEPENDÊNCIAS 67

língua, não permitindo a comunicação entre -se na úvula e terminam na raiz da língua,
A camada óssea é constituída pela face 7.1.S.2.2. l. Músculos da úvula
a cavidade oral e a faringe. Quando se eleva, depois de se dirigirem com obliquidade
posterior do corpo da mandíbula (Fig. 112.1),
durante a deglutição, torna-se horizontal, não &ntero-ínfero-lateral. Cada um destes pilares Os músculos da úvula são dois pequenos
superiormente à linha milo-hioideia (Fig.
permitindo a passagem do bolo alimentar apresenta, no seu interior, o músculo palato­ músculos cilíndricos, situados na face poste­
112.2) e, na linha mediana, pelas duas espi­
para as cavidades nasais. -glosso. Os dois arcos palato-glossos reunidos
nhas genianas superiores, onde se inserem os rior do palato mole (Fig. 114.1).
A face ântero-inferior ou oral apresenta, na circunscrevem um arco com concavidade
músculos génio-glossos (Fig. 112.3), e as Inserem-se na face posterior da aponevrose
linha mediana, o rafe do palato (Fig. 113.1) inferior, que faz comunicar a cavidade oral
duas espinhas genianas inferiores, onde se e, de cada lado deste, grande número de fora­
palatina (Fig. 114.2) e na margem posterior
com a faringe, constituindo o istmo das do palato duro, dirigindo-se depois com obli­
inserem os músculos génio-hioideus (Fig. menes glandulares (Fig. 113.2). _
fauces ou oro-faríngeo (Fig. 113.5). quidade póstero-inferior, parecendo confun­
112.4). A face póstero-superior ou nasal continua
A camada muscular é constituída pela face Os arcos palato-faríngeos ou pregas poste­ dir�se com o do lado oposto, e terminando no
o pavimento das cavidades nasais. tecido celular do ápice da úvula (Fig. 114_3).
superior dos dois músculos milo-hioideus riores do véu palatino (Fig. 113.6) iniciam-se
A margem anterior continua-se directa­ A sua acção é a de levantador da úvula.
(Fig. 112.5). também na base da úvula e terminam nas
mente com o palato duro.
A margem inferior é livre e apresenta, na paredes laterais da faringe, depois de se dirigi­
porção mediana, a úvula palatina (Fig. 113.3), rem com obliquidade póstero-ínfero-lateral.
em forma de cone, em que a base faz parte Cada um destes pilares· apresenta, no seu inte­
do palato mole e o ápice, arredondado, está nor, o músculo palato-faríngeo. Os dois arcos
situado entre a raiz da língua e a epiglote. De palato-faríngeos reunidos circunscrevem um
cada lado da úvula destacam-se os arcos das arco com concavidade inferior, que faz comu­
fauces. nicar a faringe com as cavidades nasais, cons­
5 tituindo o istmo das fauces ou naso-faríngeo
Os arcos palato-glossos ou pregas ante­ (Fig. 113.7).
riores do véu palatino (Fig. 113.4) iniciam-
�s foss�s tonsilares alojam as tonsilas pala­
unas (Fig. 113.8) e situam-se entre os arcos
palato-glossos e os arcos palato-faríngeos.

7.1.5.2. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA


O palato mole é constituído por uma apo­
nevrose, por músculos e por um revestimento
mucoso.
Fig. 112 • Conslilui�ão anatómica do pavimento da cavidade oral
J. l.S.2.1. Aponevrose palatino
1. Face posterior do corpo da mandlbula 2. Linha milo-hioideia 3. Mús•
culos génio-glossos 4. Músculos génio-hioideus 5. Músculos milo- aponevrose palatina é uma lâmina fibrosa
-hioideus rrcgula rm�nte quad rilátera, que ocupa Fig. 114 · Músculos da úvula
; �
rço anterior do palato mole. Insere-se 1. Músculos da úvula 2. Aponevrose palatino 3. Ápice da úvula
na
m r em pos enor do palato duro
7.1.S. PAREDE POSTERIOR: PALATO MOLE OU �
mcnte, o �amulo pterigoideu,
e, lateral-
dirig indo-se
VÉU PAL ATINO m o b�tqu1dade póstero-inferior
e perde-se 7. l.S.2.2.2. Músculo levantador do véu palatino
:;;'' nos fascículos musculares que se inse­
na aponevrose palatina.
7. l .S. l. CONFORMAÇÃO EXTERNA O músculo levantador do véu palatino insere­
-se, por fascículos anteriores, na parte
71.S.UM·
. . uscu1os do poluto mol
e ou véu palatino petrosa do temporal (Fig. 115.1), anterior­
O palato mole ou véu palatino é um septo Fig. 113 • Configura�ão externa do palato mole
músculo-membranoso que prolonga posterior­ numero de cinco de mente, e ântero-medialmente ao óstio inferior
mente o palato duro, apresentando movi­ 1. Rafe do palato 2. Foramenes glandulares 3. Ovula palatin° 4 cada lado, apresen- do canal carótico, e por fascículos posteriores
palato-glosso 5. Istmo das fauces ou oro-farlngeo 6. Ano paluto- dua inser - sendo uma das
. çoes,
mentos de levantamento e de abaixamento. ul . inserções no pavimento da parte fibro-cartilaginosa da
Quando se baixa chega ao contacto com a 7. Istmo das toucas ou naso-farlngeo 8. Toiisila palatina tuba auditiva (Eustáquio) (Fig. 115.2). Estes
,,1
(AVIOAOE ORAL E DEPENDtNCIAS 69
68 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

am­
fascículos dispõem-se em leque, entrecruz
níve l da úvul a
-se com os do lado oposto ao
post erior men te
(Fig. 115.3), ficando situados 3
aos músculos da úvula (Fig. 115.4).
A sua acção é a de levantador do palato mole
e um constritor da tuba auditiva (Eustáquio).
2
7

Fig. 117 • Músculo palato-laríngeo Fig. 118 - Músculo poloto-glosso


1. Fosdculo prlndpal 2. Fosdculo tubório 3. Fascículo pterigoideu 1. Inserção no oponevrose palatino 2. Músculo no arco poloto-glosso
Fig. 116 - Músculo tensor do véu palatino 4. Fosdculo forlngeo S. Fascículo tiroideu 3. Fascículo próximo do margem lateral da língua 4. Fascículo poro
o septo do língua
1. Inserção do músculo tensor do véu palatino no aso maior do
Fig. 115 - Músculo levontodor do véu polotino esfen6ide 2. Tuba auditiva (Eustóquio) 3. L8mina medial da pratesso A sua acção é de constritor do istmo das
1. Inserção no porte petroso do temporal 2. Inserção no tubo auditiv
o pterig6ide 4. Hómulo pterigoideu S. Tendão do músculo tensor do riu fauces ou naso-faríngeo, dilatador da tuba
(Eustóquio) 3. Entrecruzomento dos dois músculos levanta dores do palatino auditiva (Eustáquio) e levantador da faringe 7.2. DEPENDlNCIAS DA CAVIDADE ORAL
e da laringe.
véu palatino 4. Músculos do úvulo

7.1.5.2.2.4. Músculo palato-farlngeo 1.1.S.2.2.S. Músculo pa/ato-glosso 7.2.1. GENGIVAS


7.1.5.2.2.3. Músculo tensor do véu palatino
situado O mú culo palato-glosso encontra-se situado
O músculo palato-faríngeo encontra-se É a parte da mucosa oral que reveste os arcos
O músculo tensor do véu palatino insere-se, no arco palato-faríngeo.
no arco palato-glosso.
dentais, em cujos alvéolos se implantam os
superiormente, ao nível da espinha do esfe­ Insere-se na face posterior do véu palat
ino, ln,;cre-se na face posterior da aponevrose pa­
nóide, na asa maior do esfenóide póstero­ através de três fascículos: o fasc ículo p rin · "ª
i 11 (Fig. ll8.l), percorrendo o arco palato­
_
�e,ntes. Esta mucosa continua-se com o pe­
nosteo e cobre as faces interna e externa do
-medialmente ao forame oval (Fig. 116.1), na cipal (Fig. 117.1), que se destaca em leq ue da - los�o (Ftg. ll8.2), e acaba por se dividir em
arco dental e ainda os espaços interdentais.
fossa escafoideia, póstero-medialmente à base aponevrose palatina; o fascículo
tubário d • fac;cículos: um fascículo que se encontra
As gengivas apresentam uma porção vestibu­
do processo pterigóide e na face ântero-lateral (Fig. 117.2), que se origina na parte fibro· pr x1mo da margem lateral da língua (Fig.
11 3, e outro fascículo que se dirige transver­ lar, uma porção lingual e uma porção alveo­
da tuba auditiva (Eustáquio) (Fig. 116.2). -cartilaginosa da tuba auditiva (Eus táq u io) e
' n1c P:ra o septo da língua (Fig. 118.4). lar. A porção vestibular (Fig. 119.1) conti­
Os fascículos dirigem-se depois com obliqui­ o fascículo pterigoideu (Fig. 117 .3), q ue se ::
nua-se com a mucosa do vestíbulo oral.
dade ântero-inferior, seguindo a lâmina medial destaca do hámulo pterigoideu. • acçao é de constritor do istmo buco-
unngeo e a de puxar a língua póstero­ A porção lingual (Fig. 119.2) continua-se
do processo pterigóide (Fig. 116.3). Ao alcan­ Os três fascículos convergem para al
o arco
pcnormente. com a mucosa da cavidade oral propriamente
çar o hámulo pterigoideu (Fig. 116.4), dirigem­ palato-faríngeo e alcançam a parede fase•·
}ater d_a
dita. A porção alveolar (Fig. 119.3) rela­
-se transversalmente para medial, onde vão faringe, originando dois fascícul o s: o
l lJJ.l. Mucoso do palato mol ciona-se com os alvéolos dentais onde se
originar um tendão (Fig. 116.5) que se vai culo faríngeo (Fig. 117.4), que se inse re n. e
implantam os dentes, sendo a este 'nível que
inserir na aponevrose palatina, anteriormente ao faces lateral e posterior da farin ge , e o fase•·
R .
insere 111 te a faces ante a mucosa gengival se vai continuar com o
músculo levantador do véu palatino. culo tiroideu (Fig. 117.5), que se ot.deia
• ro-m feno
. r e póstero
. da nor do pa1ato mole, apre periósteo alveolar (Fig. 119.4).
A sua acção é a de tensor do véu palatino margem posterior da cartilagem
tir
t rí ttcas das mucosas
sentando as
durante a deglutição, e dilatador da tuba audi­ laringe.
que continua.
tiva (Eustáquio).
70 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) CAVIDADE ORAL E DEPENDtNCIAS 71

O dente apresenta interiormente uma cavi­ maxila se poderá designar por face palatal. O número dos dentes é dado pela fórmula
dade central, a cavidade pulpar (Fig. 121.1), As faces de contacto estão dispostas perpen­ dentária.
contendo a polpa do dente, em volta da qual dicularmente às faces anteriores, sendo uma A dentição decídual, temporária ou pri­
existe a dentina (Fig. 121.2). A polpa do a face mesial (Fig. 122.3), que está mais meira dentição apresenta a seguinte fórmula
dente (Fig. 121.3) encontra-se preenchida por próxima do plano mediano do arco dental, e para cada hemi-arco dental: 2,1,2, ou seja,
elementos vasculo-nervosos e tecido conjun­ outra, a face distal (Fig. 122.4), que está 2 dentes incisivos (Fig. 123.1), 1 dente canino
tivo, podendo distinguir-se uma porção coro­ mais afastada do plano mediano do arco (Fig. 123.2) e 2 dentes molares (Fig. 123.3).
nal ao nível da coroa do dente, a polpa coro­ dental. Segundo o dente considerado, a face
nai (Fig. 121.4), e uma porção radicular, ao ou a margem livre é conhecida por margem
nível da raiz do dente, a polpa radicular cortante, nos dentes incisivos e caninos, ou
(Fig. 121.5). por face oclusal, nos dentes pré-molares e
Envolvendo a dentina, a coroa do dente está molares (Fig. 122.5).
revestida pelo esmalte (Fig. 121.6), e a raiz
do dente está revestida pelo cimento (Fig. 2 5
121.7).
A cavidade pulpar (Fig. 121.1) reproduz a
Fig. 119 . Aspecto geral do gengiva morfologia externa do dente e termina num 3
4

1. Porsão vestibular 2. Porsão lingual 3. Porsão alveolar 4. Peri6steo recesso, formando ao nível da porção média
alveolar da coroa do dente, a cavidade da coroa, e ao
nível da raiz do dente, o canal da raiz do
dente que, conforme o tipo de dentes, pode
7.2.2. DENTES ser único ou múltiplo, abrindo-se no forame
do ápice da raiz do dente (Fig. 121.8).
7.2.2.1. CARACTERISTICAS GERAIS DOS DENTES A coroa do dente apresenta: a face vestibular
(Fig. 122.1), que se relaciona com o vestíbulo r 122 • Faces constituintes da coroo do dente (represento-se o 1º
Cada dente é constituído por duas partes: uma oral; a face lingual (Fig. 122.2), que se rela­ r mfenor esquerdo)
parte visível, a coroa do dente (Fig. 120.1), e ciona com a língua, e que nos dentes da 1 Face vestibular 2. Face lingual 3. Face mesial 4. Face distal 5. Face Fig. 123 - Dentisão decídual, temporária ou primeira dentisõo
_
uma porção implantada nos alvéolos dentais, 1< sal 1. Dentes incisivos 2. Dentes caninos 3. Dentes molares
a raiz do dente (Fig. 120.2), que termina em
ponta, o ápice da raiz do dente (Fig. 120.3).
As duas porções são limitadas por uma zona Durante a primeira infância, isto é, até à
A dentição definitiva, permanente ou se­
apertada, formando uma linha sinuosa, o colo 1Jade dos 6 a 7 anos, o número de dentes é
d 20, sendo I O para o arco dental superior
gunda dentição apresenta a seguinte fórmula
do dente (Fig. 120.4). para cada hemi-arco dental: 2,1,2,3 ou seja,
u maxilar e 10 para o arco dental inferior ou
mandibular, constituindo a dentição decí 2 dentes incisivos (Fig. 124.1), 1 dente canino
­ (Fig. 124.2), 2 dentes pré-molares (Fig. 124.3)
dua!, temporária ou primeira dentiçã
o. e 3 dentes molares (Fig. 124.4).
:'\ dulto, o número de dentes
é de 32, sendo
1 para O arco dental superior
ou maxilar e Os dentes estão separados entre si por um
1 para O arco dental infe
rior ou mandibular espaço, o diastema, ficando implantados nos
lltuindo a dentição definitiv
a, perma� alvéolos dentais, sendo estes uniloculares ou
nt ou segunda denti
ção. multiloculares, para os dentes com raiz do
d ntc podem ser classifi dente única ou múltipla.
. cados em dentes Os dentes dispõem-se a seguir uns aos outros
l l\o s, dentes caninos,
dentes pré­ para formar os arcos dentais. Implantam-se
Fig. 121 - Dente observado em corte longitudinal r e dentes molares, sen
Fig. 120 • Porsões constituintes do dente r onhecido por dent do o terceiro verticalmente nos alvéolos e encontram-se
1. Coroa do dente 2. Raiz do dente 3. Ãpice da raiz do dente 4. Colo '°'°'.' �! :
1. Cavidade pulpar 2. Dentina 3. Palpo do dente 4. Polpa º e serotino ou do solidamente fixados por intermédio do liga­
do dente radicular 6. Esmalte 7. Cimento 8. Forome do ápice da 1111z mento alvéolo-dental, constituído por feixes
CAVIDADE ORAL E DEPEN0tNCIAS 73
72 ÔRG°ÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
lado, no cimento (Fig. 127.3) do dente e, por
outro, no periósteo que constitui a superfície
interna da parede alveolar (Fig. 127.4). O con­
junto destes feixes constitui o ligamento
alvéolo-dental, mediante o qual o dente fica
fixado à parede interna do alvéolo dental. Os
feixes que constituem o ligamento alvéolo­
-dental dispõem-se horizontalmente ao nível
do colo do dente (Fig. 127.5), tornando-se
cada vez mais oblíquos à medida que se apro­
ximam do ápice da raiz do dente (Fig. 127.6).
Em cortes transversais estes feixes dispõem­
-se radiariamente, entrecruzando-se alguns
entre si.

5
Fig. 125 - Arcos dentais Fig. 126 • Plano de mastigação ou oclusol e relação dos dentes
e ou segundo dentição
Fig. 124 . Dentição definitivo, permanent maxllares e mondibulores
l inferior ou mondibulm
s pré-molares 4. Dentes 1. Arco dental superior ou maxilar 2. Arco denta
1. Dentes incisivos 2. Dente canino 3. Dente 3. Ponto de contacto condicionan do o plano de mostigoção ou odusal 1. Dente incisivo cflltrol superior 2. Dente incisivo lateral superior
molares 3 Dente canino superior 4. Dente primeiro pré-molar superior S. Dente
oclusão.
dentes inferiores. Em outros tipos de segundo pré-molar superior 6. Dente primeiro molar superior 7. Dente
e infe­
alvé olo ao den te, real i­ o contacto entre os dentes superiores segundo molar superior 8. Dente terceiro molar ou dente serotino
que se diri gem do posi­
ão alvé olo- den tal, clas si­ riores pode fazer-se topo a topo ou em
zando uma articulaç
ção oposta à primeira. primeiro molar inferior e no terço mesial do
ficada como gonfose. O dente incisivo central superior (Fig
. 126.1)
al inferior dente segundo molar inferior.
repousa sobre o dente incisivo centr O dente segundo molar superior (Fig. 126.7)
inci sivo lateral
7 .2.2.2. ARCOS DENTAIS e na metade mesial do dente repousa sobre os dois terços distais do dente
inferior.
. 126.2) segundo molar inferior e no terço mesial do
Os arcos den tais são con stitu ídos pelo s O dente incisivo lateral superior (Fig dente terceiro molar inferior.
do dente
dentes, cujo conjunto constitui a den
tadura. repousa sobre a metade distal O dente terceiro molar superior (Fig. 126.8)
o e sob re a metade
Os dentes implantados formam, na max
ila, incisivo lateral inferior repousa sobre os dois terços distais do dente
arco dental superior ou maxilar
(Fig. mesial do dente canino inferior. lcrcciro molar inferior.
.3) repousa
125.1), e na mandíbula, o arco den
tal infe ­ O dente canino superior (Fig. 126
do dente
rior ou mandibular (Fig. 125.2). em cunha sobre a metade lateral
do dente
Os dentes estão dispostos ao nível
de cada canino inferior e na metade mesial 7J.U. APARELHO DE FIXAÇÃO DOS DENTES Fig. 127 - Articulação olvéolo-dentol
curva primeiro pré-molar inferior. .
um dos arcos dentais, formando uma pré- mol ar sup eno
. (Fig
r . aniculação alvéolo- dental estabelece-se 1. Periodonto 2. Fibras conjuntivos em feixe 3. Cimento 4. Parede
rmente. O dente prim eiro
elíptica ou parabólica, aberta posterio al do ent e alveolar 5. Colo do dente 6. Ãpice do raiz do dente
126.4) repousa sobre a metade dist met de
d cn1re o alvéolo e o dente sendo
os por classificada
Os dentes contactam uns com os outr -mo lar infe rior e sob re a � como uma gonfose.
um ponto da sua face ou margem oclu
sal, o primeiro pré infen?r.
den te seg und o pré -mo lar ·
raiz do dente nã° se aJusta .
mesial do perfeitamente
ponto de contacto (Fig. 125.3). o pré-molar superior nte
(Fig Entre os feixes do aparelho de fixação do
As faces ou margen
arcos dentais supe
s
rior
oclu
e
sais
infe
dos
rior
den
dete
tes
rmin
dos
am
O
126
den
.5)
te
rep
seg und
ousa sobre a metade distal ierço
sobre O
do d e --.i_...
parede interior do alvé
olo ficando um
o p reenc h'ido por tecido conj
untivo ' o
dente ficam espaços com tecido conjuntivo
laxo, muito rico em vasos e nervos.
oclusal. segundo pré-molar inferior e ..,.,�onto (Fig. 127.1).
um plano, o plano de mastigação ou ar. pe lonto contém fibras con Compreende-se assim que, quando há pres­
con­ mesial do dente primeiro mol (Fig. 126 6 juntivas em
Quando os dois arcos dentais estão em r
O dente primeiro molar superio +nl do denlC
��
ig. 127·2) que ficam incluíd
sões sobre os dentes, todas ou parte das fibras
es co­ as, por um
tacto, normalmente os dentes superior repousa sobre os dois terç os di s....s do ligamento alvéolo-dental ficam tensas,
ar dos
brem parcialmente a face vestibul
74 ÔRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
CAVIDADE ORAL E DEPEN0tNCIAS 75

funcionando como um amortecedor e condu­ 7.2.2.4.2. Dentes caninos


zindo a uma tracção sobre o osso alveolar e
sobre o cimento da raiz do dente. Os dentes caninos (Fig. 129.1) são um para
cada hemi-arco dental.
A coroa do dente tem a forma . de uma
7.2.2.4. CARACTERISTICAS GERAIS DOS DENTES
pirâmide quadrangular, apresentando: uma
DEFINITIVOS OU PERMANENTES face vestibular, convexa; uma face lin�ual,
côncava· uma face mesial e uma face distal,
7.2.2.4.1. Dentes incisivos triangul�es, com um sulco longitudinal e
uma margem cortante.
Os dentes incisivos são dois para cada hemi­ A raiz do dente é única e volumosa, acha­
-arco dental, sendo os da maxila maio�es do tada transversalmente, condicionando na
que os da mandíbula. Em cada hemi-arco maxila, a eminência canina.
dental encontra-se um dente incisivo cent�al
(Fig. 128_1) e um dente incisivo lateral (Fig.
128.2).
.
A coroa do dente é talhada em bise l e
achatada de anterior para posterior, apresen­
tando: uma face vestibular, conv�xa; uma
face lingual, côncava; uma face mesial e uma Fig. 131 - Dentes molares (lodo esquerdo - foce
vestibular)
face distal, estreitas e triangulares, e uma Fig. 130 - Dentes pnl-molores (lodo esquerdo - foce vestibular)
1. Dentes primeiros molares superior e inferior 2.
margem cortante. 1 Dentes primeiros pré-maiores superior e inferior 2. Dentes segundos
Dentes segundos
molares superior e inferior 3. Dentes terceiros molare
A raiz do dente é única, cónica e achatada pr6-molores superior e Inferior
s ou serotinos
superiores e inferiores
transversalmente.
mesial e uma face distal, ambas planas e uma
dentes molares inferiores, cinco ou seis cús­
face oclusal. Esta face apresenta duas cúspi­
pides.
des: a cúspide lingual e a cúspide vestibular,
mais volumosa e saliente, estando sepa As raízes do dente são em número de três, para
radas os dentes molares superiores, e em número
uma da outra por um sulco.
\ raiz do dente é dupla, sendo amb de duas, para os dentes molares inferiores.
as acha­
tadas de anterior para posterior.
7.2.2.S. CLASSICAÇÃO DENTAL DEFINITIVA,
7.U.4.4. Dentes molares PERMANENTE OU SEGUNDA DENTIÇÃO, SEGUNDO
Fig. 129 . Dentes caninos (lodo esquerdo - foce vestibular)
A FEDERAÇÃO DENTÁRIA INTERNACIONAL
O dentes pré-molares são
l. Dentes caninos superior e inferior dois para cada
hcmi-arco dental, sendo
de anterior para pos­ 7.2.2.S.1. Dentiiõa
rior. o dente primeiro
molar (Fig. 131.1),
d nte segundo molar
7.2.2.4.3. Dentes pré-molares (Fig. 131.2) e o dente Segundo esta classificação, cada dente é refe­
l retiro molar, de
nte serotino ou dente do renciado através de um número.
, _ • ad11 siso Fig. 131.3).
Os dentes pre-molares _ c
sao do1s Para
coroa do dente tem Cada um dos quatro hemi-arcos dentais é
hemi-arco dental, sendo de antenor P a·ra uma fo
ntando: uma face ves rma cubóide, identificado com um número: súpero-direito
· · pré·molar (F 1g
posterior, 0 dente pr1me1ro
f e lingual, també
tibular convexa· (1), súpero-esquerdo (2), ínfero-esquerdo (3)
130.1) e O dente segundo pré-molar (Fig 1 1 e uma
m convexa; uma fac� e ínfero-direito (4).
130.2). face distal, ambas pla
odu ai. Esta face nas, e uma Cada um dos oito dentes de cada hemi-arco
Fig. 128 . Dentes incisivos (lodo esquerdo - foce vestibular)
A coroa do dente tem uma forma cubóide oclusal apresenta, nos
molares superiore dental tem o mesmo número: dente incisivo

l. Dentes incisivos centrais superior e inferior 2. Dentes incisivos apresentando: uma face vesti'bul ar' conve., -.... .,11ª"
s, quatro cúspides medial (1), dente incisivo central (2), dente
a f a pelo sulco cruc
laterais superior e inferior uma face lingual, também convexa·' um iforme e, nalguns incisivo lateral (3), dente canino superior (3),
CAVIDADE ORAL E DEPENDfNCIAS 77
TIVO)
76 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGES

A margem cortante apresenta, nos primeiros A face lingual apresenta uma concavidade
(4), dente Dente segundo molar inferior (47)
dente primeiro pré-molar superior Dente terceiro molar inferior ou dent
e sero- anos da mastigação, três tubérculos, que vão m�cada, ladeada pelas duas cristas marginais
dente primeiro
segundo pré-molar superior (5), tino (48)
desaparecendo com a idade. (Fig. 133.B1) �ue, no ponto de convergência,
ndo molar supe­
molar superior (6), dente segu formam o tuberculo dentário, o cíngulo (Fig.
ar ou dent e sero-
rior (7) e dente terceiro mol 7.2.2.5.2. Descri�õo individual de cada dente
Raiz do dente 133.B2). Este tubérculo apresenta uma pe­
tino (8). A raiz do dente (Fig. 132.AB3) tem uma quena depressão conhecida por forame cego
definitivo ou permanente forma cónica, sendo mais comprida do que a _
(Fig. 133.B3).
ireito coroa do dente. O eixo da coroa do dente
7.2.2.S.1.1. Hemi-arco dental súpero-d s
As fac�s proximais são convergentes póstero­
7.2.2.S.2.I. Dentes superiores ou maxilare
forma com o eixo da raiz do dente um ângulo -supenormente.
Dente incisivo central superior (11) aberto lateralmente, encontrando-se ligeira­
Dente incisivo lateral superior (12) 7 .2.2.S.2. 1.l. Dente incisivo central superior mente mais próximo da tábua lateral do que Raiz do dente
Dente canino superior (13) da tábua medial do osso alveolar. A raiz do dente (Fig. 133.A3 e B4) é muito
Dente primeiro pré-molar superior (14) O dente incisivo central superior é o mais afilada e frequentemente encurvada no seu ter­
dentes
Dente segundo pré-molar superior (15) volumoso e o mais comprido dos Cavidade pulpar ª,
ço,a�ical, e extremidade radicular está mais
Dente primeiro molar superior (16) incisivos. A cavidade pulpar (Fig. 132.Cl) ocupa o eixo proxima da tabua medial do osso alveolar.
Dente segundo molar superior (17) centr�l e longitudinal do dente, começando
te sero- Coroa do dente a meio da coroa do dente, para terminar no
Dente terceiro molar superior ou den A coroa do dente tem a forma de uma
cunha Cavidade pulpar
tino (18) , corr es­ ápice da raiz do dente, diminuindo progres­ A cavidade pulpar (Fig. 133.Cl) é seme­
cuja aresta, transversalmente disposta sivam�nte à medida que se aproxima do ápice lhante � do de�te incisivo central superior
ponde à margem livre, apresentando quatro
rdo
7.2.2.S. 1 .2. Hemi-arco dental súpero-esque
da raiz, e apresenta um contorno circular mas mais reduzida em diâmetro.
faces e uma margem. quando observado em corte transversal.
Dente incisivo central superior (21) A face vestibular, ligeiramente convexa em 7.2.2.5.2.1.3. Dente canino superior
Dente incisivo lateral superior (22) todos os sentidos, encontra-se dividida em 7.2.2.S.2.l.2. Dente incisivo lateral superior
Dente canino superior (23) três lobos (Fig. 132.Al) por intermédio de O �ente canino superior é O mais comprido e
Dente primeiro pré-molar superior (24) dois sulcos verticais (Fig. 132.A2). O dente incisivo lateral superior é mais curto mais desenvolvido dos dentes monoradiculares.
prida
Dente segundo pré-molar superior (25) A face lingual é menos extensa e com menos largo que o dente incisivo central
ar, apresent ando duas superior, sendo contudo semelhante a este.
Dente primeiro molar superior (26) do que a face vestibul Coroa do dente
. 132. Bl). Esta s crista s A cor�a do dente ocupa cerca de um terço do
Dente segundo molar superior (27) cristas marginais (Fig
sero- ente em direcção à raiz Coroa do dente compnmento total do dente.
Dente terceiro molar superior ou dente convergem superiorm A face vestibular tem um diâmetro vertical
B2).
tino (28) do dente para formar o cíngulo (Fig. 132. maior do que o diâmetro, encontrando-se divi­
A face vestibular apresenta a forma de um
são triangular es com ápice losango irregular,,c�m três lobos (Fig. 134.Al),
As faces proxi mai s
nsa do dido em trê � lobos (Fig. 133.Al) por inter­
7.2.2.S. l .3. Hemi-arco dental lnfero-esquer
do inferior, sendo a face mesial mais exte sendo o lobo med10 mais volumoso e alon­
. médio de dms sulcos verticais (Fig. 133.A2).
que a face distal, mas ambas convexas gado.
Dente incisivo central inferior (31)
Dente incisivo lateral inferior (32)
Dente canino inferior (33)
Dente primeiro pré-molar inferior (34)
Dente segundo pré-molar inferior (35)
Dente primeiro molar inferior (36) 2
Dente segundo molar inferior (37)
sero-
Dente terceiro molar inferior ou dente
tino (38)

7.2.2.S. I.4. Hemi-arco dental lnfero-direito


e
A B e A B e
Dente incisivo central inferior (41) A B
Dente incisivo lateral inferior (42) t, lllcisivo lote ral superio r
Fig. 134 • Dente canino superior
Dente canino inferior (43) Fig. 132 - Dente incisivo central superior
A1 �s Al. Roiz do dente 81
Dente primeiro pré-molar inferior (44) . Cristas marginais 92. Cíngulo Al. L�bos A2. Raiz do dente B1. Cristas marginais 82. Cíngulo
A 1. Lobos A2. Sulcos A3. Raiz do dente B1. Cristas marginas B2 e 14• R011 d0 dente Cl. Cavi
Dente segundo pré-molar inferior (45) dade pulpar B3. Raiz do dente Cl. Cavidade pulpar
B3. Raiz do dente Cl. Cavidade puipar
Dente primeiro molar inferior (46)
,1
CAVIDADE ORAL E DEPENDÊNCIAS 79
78 ÓRGÃOS DIGESTIVOS {SISTEMA DIGESTIVO)

As faces proximais são rectangulares e alon­ vestibulares estão separadas por um sulco
A face lingual apresenta uma ligeira con­ transversal (Fig. 137.C2), mais nítido do que
gadas no sentido vestíbulo-lingual, apresen­
cavidade vertical, sendo ladeada por duas o que se observa entre as cúspides palatais.
tando uma ligeira concavidade.
cristas marginais (Fig. 134.Bl) muito desen­ U�a d�s carac!erísticas importantes é a sepa­
A face oclusal apresenta duas cúspides (Fig. .
volvidas que terminam por um cíngulo raçao_ muda existente entre as cúspides mesio­
135.Cl) de dimensões diferentes separadas
(Fig. 134.B2). -v:st�bu�ar e disto-lingual, motivada pela
por um sulco (Fig. 135.C2), sendo a cúspide
As faces proximais são semelhantes, tendo a existencia de uma crista oblíqua contínua
vestibular mais volumosa e saliente.
forma de um coração de carta de jogar. conhecida por ponte de esmalte, que reún�
as outras duas cúspides, disto-vestibular e
Raiz do dente
Raiz do dente mesio-lingual.
maior Apresenta frequentemente duas raízes do e
A raiz do dente (Fig. 134.A2 e B3) é a A B
s do dent e, send o ovalar em dente (Fig. 135.Al e Bl), uma vestibular e
de todas as raíze Raízes do dente
outra lingual, sendo a vestibular mais longa
corte transversal. As três raízes do dente são bastante diferentes
e mais volumosa. Normalmente as raízes do Fig. 136 - Dente segundo pré-molor superior
entre si, estando duas no prolongamento da
dente só estão individualizadas no seu terço A. Foce vuttbular da coroa do dente AI. Raiz do dente B. Face lingual
Cavidade pulpar face vestibular da coroa do dente, as raízes
mais medial, sendo susceptíveis de apresentar nu­ _
A cavidade pulpar (Fig. 134.Cl) é do coroo do dente B1. Raiz do dente CI. Canal do raiz do dente vestlbul�res, e a terceira no prolongamento
a dos dent es incisivos. merosas variações. (2. Divisão do canal do raiz do dente em dois ramos (3. Canal do
volumosa do que da face hngual, a raiz lingual.
ro1z do deme novamente único
Cavidade pulpar As �uas ra�zes vestibulares (Fig. 137.A3), a
7.2.2.S.2. l.4. Dente primeiro pré-molar superior
A cavidade da coroa (Fig. 135.D1) tem a �es10-vest1bular e a disto-vestibular, são
divergent es en�re si. A raiz lingual (Fig.
É um dente com duas raízes, tendo a sua forma de um paralelepípedo com dois cornos 7.2.2.5.2.1.6. Dente primeiro molar superior _
l37.A4) e a mais desenvolvida e com forma
coroa do dente a forma de um tronco de de dimensões diferentes, correspondendo à
pirâmide com base oclusal. É o mais volumoso dos molares superiores, cónica.
cúspides.
O canal da raiz do dente (Fig. 135.D2) apre- tendo a coroa do dente uma forma cubóide.
Cavidade pulpar
Coroa do dente senta um ramo para cada uma das raízes do A face oclusal apresenta quatro cúspides.
- A cavidade da coroa (Fig. 137.Dl) apre­
A face vestibular (Fig. 135.A) lemb
ra a dente, apesar de apresentar frequentes varia Existem três raízes do dente, duas vestibula­
os senta quatro cornos que correspondem às
coroa do canino mas com relevos men ções. re, e uma lingual.
quatro cúspides.
acentuados.
A face lingual (Fig. 135.B) é mais pequ
ena 7 .2.2.5.2.1.5. Dente segundo pré-molar superior Coroa do dente Os canais das raízes do dente (Fig. 137.D2),
te, sendo convexa em todos os O diâmetro vestíbulo-lingual é maior do que em número de três, um para cada raiz do
que a preceden
Coroa do dente longitudinal. dente,_ diminuem de calibre à medida que se
sentidos. ma
É semelhante à do primeiro pré-molar face ,·estibular é formada por duas faces aproximam do ápice da raiz do dente.
com menor diâmetro (Fig. 136. A e B).
un, xas (Fig. 137.Al), separadas por um
. 3
u O vcnic�l (Fig. 137.A2) que termina numa
Raiz do dente J prc �ao situada a meio desta face
é quase 2
A raiz do dente (Fig. 136.Al e Bl) face lingual é mais extensa do q�e a face
a do primeiro
sempre única, menos longa que ubular, sendo dividida por um sulco (Fig
-se um sulc
pré-molar, mas podendo observar .13 11 em duas facetas (Fig. 137.B2) conve�
longitudinal profundo. ( m frequê
/ . ncia existe um tubérculo
l u Jhzado, o tubérculo de Carabelli 2 �
Cavidade pulpar i 7 .133). 1 2
e à do pn r
A cavidade da coroa é semelhant :: proximais têm a forma de um tra­
2

A B e D meiro pré-molar.
. 136.Cl 1
m base �ervical, sendo a face mesial
i r Je
A B e D
O canal da raiz do dente (Fig mais alta.
estreitan r tt
quase sempre único, mas vai-se oclusal ap resenta lateralme
nte duas fig. 137 · Dente primeiro molor superior
raiz do den . .
Fig. 135 - Dente primeiro pré-molar superior quando se aproxima do ápice da que lim itam quatro cusp , .
1des (Fig
dois r� 1 . .
podendo mesmo dividir-se em s10-vestibular; mesio-lin al A1. Faces A2. Sulco A3. Raízes vestibulares A4. Raiz lingual B1. Sulco
A. Face vestibular do coroo do dente A 1. Raízes do dente B. Face lingual
pod e m unir ti:�ar e _ gu ; B2. Facetas B3. Tubérculo de Carabelli CI. Cúspides C2. Sulco transversal
do coroo do dente B1. Raízes do dente CI. Cúspides C2. Sulco DI. Ca­ (Fig. 136.C2), que depois se disto-lingual. As cúspides
01. Cavidade da coroo 02. Canais das raízes do dente
vidade do coroo D2. Canal do raiz do dente novo (Fig. 136.C3).
CAVIDADE ORAL E DEPENDlNClAS 81
80 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
ou mesmo
rior disto-lingual ser muito rudimentar Raiz do dente
7.2.2.5.2.l.7. Dante segundo molor supe estar ausente. A raiz do dente (Fig. 140.A3 e B2) é cónica
molar mas e afilada.
É semelhante ao dente primeiro
com maiores dimensões. Raízes do dente
ável, po-
O número de raízes é muito vari Cavidade pulpar
ou indivi­ A cavidade da coroa é triangular e a cavidade
dendo estar soldadas (Fig. 139.A)
Coroa do dente es do dente da raiz do dente (Fig. 140.Cl) apresenta
A face vestibular (Fig. 138.A) e
a face lin- dualizadas e, nestes casos, as raíz
e com­ serem muito encurvadas e term inar em em pequenas dimensões.
gual (Fig. 138.B) são menos largas
pridas do que a do dente primeiro
molar. gancho (Fig. 139.B).
do dente �
A face oclusal é semelhante à A B e
cúspides
primeiro molar superior com quatro Cavidade pulpar
alizadas,
(Fig. 138.Cl), sendo a cúspide dist
o-lingual, As raízes do dente, quando individu
do dente.
pequena, e a cúspide mesio-ling
ual, muito têm, cada uma, o canal da raiz Fig. 141 - Dente incisivo lateral inferior
cone, apre­
desenvolvida. Quando se encontram unidas em
sentam um canal único. AI. Cristas A2. Lobos A3. Raiz do dente 81. Clngulo 82. Raiz do dente
CI. Cavidade pulpor
Raízes do dente
.Al) são
As três raízes do dente (Fig. 138
do dente
menos desenvolvidas do que as 7.2.2.5.2.2.3. Denta canino inferior
primeiro molar. A B
É o mais longo dos dentes da mandíbula
Cavidade pulpar sendo o ápice da raiz do dente por veze�
) e a dos
A cavidade da coroa (Fig. 138.Dl f1 140 - Dente incisivo central inferior bífido.
.D2) apre­
canais das raízes do dente (Fig. 138 li Cmtos A2. Lobos A3. Raiz do dente 81. Clngulo 82. Raiz do dente
nte à do A
sentam uma configuração semelha C I Cavidade do raiz do dente Coroa do dente
dente primeiro molar superior. A face vestibular apresenta três lobos (Fig.
no superior
Fig. 139 - Dente terceiro molar ou seroti 142.Al) com orientação diferente.
1.U.5.2.U. Dente incisivo lateral inferior A face lingual, apertada ao nível do colo do
dente individuollzodt1 •
A. Ralzes do dente soldados 8. Rolzes do
l dente, é côncava verticalmente e plana trans­
terminando em gancho Tem maior volume do que o dente incisivo
versalmente, sendo este facto motivado pela
e ntral inferior, sendo o ápice da raiz do
existência de duas cristas marginais (Fig.
d nte mais inclinado.
142.B 1) que terminam no cíngulo (Fig.
� dibu/ares
7.2.2.S.2.2. Dentes inferiores ou man Coron do dente 142.B2).
A B e D
ior
r ce ,·estibular é convexa e lisa, podendo As faces proximais são triangulares e planas.
7.2.2.5.2.2.1. Dante incisivo central infer pre'ientar duas cristas (Fig. 141.Al) que con­
de nte • n.im lrês pequenos lobos (Fig. 141.A2). Raiz do dente
Fig. 138 - Dente segundo molar superior O dente incisivo central inferior
éo � _
ce lingua l apresenta uma concavi­ A raiz do dente (Fig. 142.A2 e B3) termina
A. Face vestibular do coroo do dente A 1. Rolze
s do dente 8. Face lingual mais pequeno. marcada terminando num cíngulo (Fig por uma extremidade ligeiramente encurvada
do coroo do dente CI. Cúspi des Dl. Cavid ade do coroo D2. Conois , e,,. e o ápice da raiz do dente está situado pró­
.
ebpsoi. da1· ximo da tábua externa do osso alveolar.
dos ralzes do dente Coroa do dente
A face vestibular tem uma forma s criSt:I Raiz do dente
dua
7.2.2.5.2.l.8. Denta terceiro molar supe
rior ou dante podendo raramente apresentar pequen ., do dente é cónica e afilada Cavidade pulpar
ona ndo três com o ápice
(Fig. 140.Al), condici , do dente inclinado (Fig. 141 A cavidade da coroa (Fig. 142.Cl) tem a
serotino .A3 e B2).
lobos (Fig. 140.A2). forma de uma chama, enquanto o canal da
molar. tido veruc
É mais pequeno do que o dente segundo A face lingual é côncava no sen 140• 8 1 l. kl de pulpar raiz do dente (Fig. 142.C2) é achatado no
(Fig.
terminando por um cíngulo ad d pulpar (Fig. 141 sentido transversal.
tria ngulares e se r-il9"iuc. di� mensõe .Cl) apresenta
Coroa do dente
vestibu- As faces proximais são s.
A face oclusal tem duas cúspides lhantes.
end o a cúspide
lares e duas linguais, pod
82 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) CAVIDADE ORAL E DEPENDtNCIAS 83

A raiz mesial é mais forte e mais comprida


do que a raiz distal e estão a igual distãncia

,
das tábuas do osso alveolar.

2
Cavidade pulpar
A cavidade da coroa (Fig. 145.Dl) é trans­
2
versal, apresentando, no topo superior, cinco
cornos que se relacionam com as cinco cús­
1 pides.
A B e Ao nível das raízes do dente encontram-se
B e A B e D três canais da raiz do dente. A raiz mesial
A pode apresentar um canal vestibular e outro
Fig. 144 - Dente segundo pré-molar inferior
lingual (Fig. 145.D2), e a raiz distal, um
Fig. 142 - Dente canino inferior Fig. 143 - Dente primeiro pré-molar inferior AI. Face vestibular da coroa do dente A2. Raiz do dente 81. Face lingual canal m ediano, podendo também apresentar
do coroo do dente 82. Raiz do dente Cl. Cúspides Dl. Cavidade da do is canais, um vestibular e outro lingual.
A1. lobos A2. Raiz do dente 81. Cristas marginais 82. Cíngulo A1. Facetas da face vestibular A2. Raiz do dente 81. Raiz do de111
coroo D2. Canal da raiz do dente (Fig. 145.D3).
83. Raiz do dente Cl. Cavidade da coroa C2. Canal da raiz do dente Cl. Cúspides C2. Sulco Dl. Cavidade da coroa D2. Canal da raiz•
dente

7.2.2.5.2.2.4. Dente primeiro pr6-molor inferior Coroa do dente


A face vestibular (Fig. 144.Al) é mais alta Tem a forma de um paralelepípedo.
Coroa do dente do que a correspondente do dente primeiro A face vestibular tem a forma de um trapé­
A face vestibular apresenta duas facetas pré-molar. zio e, nos seus dois terços superiores, apre­
(Fig. 143.Al), muito mal limitadas. A face lingual (Fig. 144.Bl) é menos larga senta três lobos (Fig. 145.Al), o lobo mesial,
3
A face lingual é menos alta do que a ante­ e menos alta do que a face vestibular.
o lobo mediano e o lobo distal, decrescentes
rior, sendo convexa nos dois sentidos. As faces proximais são iguais. em tamanho desde a porção mesial até à por­
As faces proximais são trapezoidais, sendo A face oclusal apresenta três cúspides (Fig ç.10 distal, estando separados por dois sulcos
a face mesial mais alta. 144.Cl): a vestibular, que é a mais desenvol· ,erticais (Fig. 145.A2).
A face oclusal apresenta duas cúspides (Fig. face lingual é menos extensa e mais plana
143.Cl), sendo a vestibular muito maior do
vida, e as linguais, uma mesio-lingual e outra
disto-lingual muito rudimentares. A cúsp1de
do que a anterior, apresentando do is lobos A B e D
que a face lingual. As duas cúspides estão vestibular está separada das duas cúspide\
Fig 145.81), qu e correspondem às duas
se paradas por um sulco (Fig. 143.C2), que linguais por um sulco transversal.
u p1des l i nguais, os quais se encontram Fig. 14S · Dente primeiro molar inferior
termina por duas depressões. cparados por um sulco vertical curto (Fig.
1 5 82) e pouco profundo. Al. lobos da face vestibular A2. Sulcos da face vestibular A3. Raízes
Raiz do dente Raiz do dente do dente 81. Lobos da face lingual 82. Sulco da face lingual 83. Raízes
faces proximais têm a forma de um tra­
A raiz do dente (Fig. 143.A2 e Bl) tem uma A raiz do dente (Fig. 144.A2 e B2) � ma1 pf,io. sendº ª mesial maior do do dente CI. Cúspides vestibulares (2. Cúspides linguais Dl. Cavidade
forma cónica. robusta e mais longa do que a do primeiro r ce oclusal apresenta cinco cús
que a distal. da coroa D2. Canais dentários vestibular e lingual na raiz mesial
molar, estando equidistante das duas tábu ttbulares (Fig. 145.Cl) e d
pides: três D3. Canais dentários vestibular e lingual na raiz distal
Cavidade pulpar ósseas do osso alveolar. Fi l-iS.C2), sep aradas por
u as lingu a is

A cavidade da coroa (Fig. 143.Dl) apre­ 1 1 m forma de W. Pode,


um sulco mesio-
senta dois cornos relacionados com as cúspi­ Cavidade pulpar tr r- e um a sexta cús
por vezes, en­ 7.2.2.5.2.2.7. Dente segundo molar inferior
des e o canal da raiz do dente (Fig. 143.D2); A cavidade da coroa (Fig. 144.D1) é vol �
u p1des vestibulares
pide mesio-lingual.
é rectilíneo e um pouco achatado. mosa, apresentando um corno por cada u .id por sulcos, que
e as linguais estão É semelhante ao dente primeiro molar infe­
das cúspides e o canal da raiz do dente (Fi se vão continuar
,ulco,; descritos nas fac rior, sendo, contu do, menos volumoso e
7.2.2.5.2.2.5. Dente segundo pr6-molar inferior 144.D2) tem um diãmetro maior do que
ª
u 1. es vestibular apresentando na face oclusal quatro cúspides.
primeiro pré-molar.
É mais volumoso do que o dente primeiro Coroa do dente
1 do den te
pré-molar.
7.2.2.5.2.2.6. Dente primeiro malar inferior 11e do
de nte sao normalmen
A face vestibular apresenta dois lobos (Fig.
Coroa do dente aal e outra di tal te duas 146.Al), um mesial, o maior, e outro distal,
ula
Tem aspecto cubóide. É o dente mais volumoso da mandíb (Fig. 145.A3 e B3)'. separados por um sulco (Fig. 146.A2).
(AVIDAOE ORAL E DEPENDfNCIAS 85
84 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

margens laterais, a raiz da língua e o ápice da mediana, pela epiglote (Fig. 148.5), que a
Coroa do dente
A face lingual e as faces distais são
seme­ . separa da laringe. Anteriormente à epiglote,
mola r. A face oclusal tem quatro ou cinco cúspides língua.
lhantes às do dente prim eiro encontram-se a prega glosso-epiglótica me­
ézio,
A face oclusal tem a forma de um trap diana (Fig. 148.6) e as duas pregas glosso­
quat ro cúsp ides (Fig. Raízes do dente 7.2.3.1.1. Foce superior ou dorso do linguo •epiglóticas laterais (Fig. 148.7), unindo a
sendo constituída por
esia l, ling uo-m esia l, As raízes são menos longas do que as do
146.Cl): vestíbulo-m língua à face anterior da epiglote.
uo-d istal . As cúsp ides dente segundo molar e quando estão soldadas Na face superior ou dorso da língua, na união
vestíbulo-distal e ling
pelo formam um cone único (Fig. 147.A), mas do seu terço posterior com os dois terços
vestibulares estão separadas das linguais 7.2.3.1.2. Foce inferior do llnguo
uma das duas cúsp ides quando independentes, são muito encurvadas anteriores, encontram-se papilas circunva­
sulco mediano, e cada
pelo sulc o intercus­ e terminam em gancho (Fig. 147.B). As ladas, dispostas em V aberto anteriormente,
vestibulares está separada Esta face, muito menos extensa, relaciona-se
lin­ raízes do dente estão mais próximas da tábua se ndo esta disposição conhecida por V lin­
pido-vestibular, estando as duas cúspides com o pavimento da cavidade oral, o qual
sulc o inte rcus pido - medial do que da tábua lateral. gual (Fig. 148.1).
guais separadas pelo Posteriormente ao V lingual encontra-se o
está unido à língua por uma prega mediana,
-lingual. o frénulo da língua (Fig. 149.1), que se con­
sulco terminal da língua (Fig. 148.2), que se
tinua por um sulco mediano (Fig. 149.2).
inicia ao nível do forame cego da língua
Raízes do dente (Fig. 148.3), que é o resquício do dueto tireo­
De cada lado do frénulo da língua encontram­
em
As raízes do dente (Fig. 146.A3 e B1), -glosso e se dirige com obliquidade ântero­
-se as carúnculas submandibulares, no ápice
os long as e robu stas das quais estão os óstios dos duetos sub­
número de duas, são men •lateral, paralelamente ao V lingual.
nte mandibulares (Wharton) ou óstios umbili­
do que as do primeiro molar. Normalme Anteriormente ao V lingual encontra-se o
l do ápic e da raiz do cais (Fig. 149.3). Lateralmente a estes óstios
paralelas, podem, ao níve sulco mediano da língua (Fig. 148.4), estando
sold ar-se , estan do a encontra-se a prega sublingual, em volta da
dente, convergir e até esta porção da língua relacionada com o
igual distância das tábu as do osso alve olar. qual estão os óstios da glândula sublingual:
palato duro.
B o óstio do dueto excretor da glândula sub­
A Po teriormente ao V lingual, a superfície da
lingual maior (Rivinus ou Bartholin) e nu­
Cavidade pulpar língua é muito irregular, correspondendo à
A cavidade da coroa (Fig. 146.D1) apre
­ merosos óstios dos duetos excretores das
r
Fig. 147 - Dente terceiro molar ou serotino inferio
raíz es do cavidade faríngea, sendo limitada, na linha
senta dois cornos. Os cana is das glândulas sublinguais acessórias (Walther)
encurvad11 t
e
A. Raízes do dente soldadas B. Raízes do dente
dente são um na raiz mesial (Fig. 146.D2), (Fig. 149.4).
terminando em gancho
dois na raiz distal (Fig. 146. D3). 6

7.2.3. L(NGUA
loca­
A língua é um órgão muscular, móvel,
denta is
3 lizado na cavidade oral, entre os arcos
, é u m
A língua, além de ser o órgão do gosto g lu·
d e
órgão importante da mastigação, da
a.
tição e da articulação da palavra falad
A B e D
7 .2.3.1. CONFORMAÇÃO EXTERNA
Fig. 146 - Dente segundo molar inferior achatado
A língua tem a forma de um cone
lar A3. Raízes
Al. Lobos do face vestibular A2. Sulco da face vestibu
constitu id•
de superior para inferior, sendo
do dente Cl. Cúspid es Dl. Cavida de da coroa
do dente Bl. Raízes
móvel, d•
por uma porção anterior ou oral,
raiz mesial do plano D3. Canal duplo na raiz distal da língua Fig. 149 - Face inferior da língua
D2. Canal na posta horizontalmente, o corpo '-• supenor ou dorso da língua
a, fixa, d• 1. Frénulo da língua 2. Sulca mediano 3. Óstio do dueto submandibular
uma porção posterior ou farínge a 1 Sulco termino! da língua 3.
gu Forume cego da língua
posta verticalmente, a raiz da lín e. 5� (Wharton) ou óstio umbilical 4. Óstios dos duetos excretores da gl6ndula
dente
7.2.2.S.2.2.8. Dente terceiro molor inferior ou da língua S. Epiglote 6. Prega glosso
fa� -epiglótica sublingual maior (Rivinus ou Bartholin) e dos duetos excretores das
11t glasso-ep1gl
1 h••is
duas face s, a
serotino A língua apresenta 6tícas laterais
gl6ndulas sublinguais acessórias (Walther) S. Veias linguais profundas
ua, e a face in fe rior.
rior ou dorso da líng
É mais pequeno do que o dente segundo molar.
86 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
CAVIDADE ORAL E DEPENDÊNCIAS 87
li
Observa-se ainda, na face inferior da língua 7.2.3.2. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA músculos longitudinal superior da língu
e de cada lado da linha mediana, a saliência a,
longitudinal inferior da língua, transverso
das veias linguais profundas (Fig. 149.5). A língua é constituída por um esqueleto da
língua e vertical da língua.
ósteo-fibroso, por vários músculos e por uma
7.2.3.1.3. Margens do lfnguo mucosa de revestimento.
7.2.3.2.2.1. Músculo génio-g/osso
As margens da língua (Fig. 150.1) são livres 7.2.3.2. l. Esqueleto 6steo-fibroso É o músculo mais volumoso da língua, apre
e arredondadas, estando relacionadoas com os ­
sentando a forma de um triângulo.
arcos dentais. É constituído pelo osso hióide, pela apone­ Insere-se nas espinhas genianas superiore
vrose da língua e pelo septo da língua. s
(Fig. 152.1). Os seus fascículos dirigem-
se
7.2.3.1.4. Raiz do lfnguo depois com obliquidade póstero-superior,
7.2.3.2.1.1. Osso hi6ide alargando-se em leque: os fascículos infe
A raiz da língua é relativamente fixa, larga e ­
riores (Fig. 152.2) inserem-se no osso hióide
espessa. Constitui a parede anteri�r da parte O osso hióide (Fig. 151.1) está situado póstero­ (Fig. 152.3), os fascículos superiores (Fig
oral da faringe ou oro-faringe. E marcada -inferiormente à língua. .
152.4) no ápice da língua (Fig. 152.5), e
os
pelo V lingual (Fig. 150.2) e pela existência fascículos médios (Fig. 152.6) na profun­
de numerosos nódulos linfáticos, cujo con­ 7.2.3.2.1.2. Aponevrose da língua didade da mucosa da face superior da língu
junto constitui a tonsila lingual (Fig. 150.3). a,
desde a aponevrose da língua até ao ápice
A aponevrose da língua (Fig. 151.2) é uma da
A raiz da língua corresponde, de anterior para língua.
posterior, aos músculos milo-hioideu e génio­ lâmina fibrosa situada na porção posterior da Quanto à sua acção, através da contracção
-hioideu, ao osso hióide e à epiglote. língua e disposta transversalmente. Destaca­ dos seus fascículos inferiores, o músculo
-se da margem superior do corpo do osso puxa a língua para o pavimento da cavidade
hióide (Fig. 151.3), no intervalo compreen­ Fig. 1 SI Esqueleto ósteo-fibroso do llnguo
7.2.3.l.S. Ãpice do llnguo oral; por contracção dos seus fascículos supe
dido entre os dois cornos menores (Fig ­
1 Osso h16ide 2. Aponevrose do llnguo 3. Margem superior do corpo riores, puxa a ápice da língua para posterior
O ápice da língua (Fig. 150.4), achatado de 151.4). Dirige-se com obliquidade ântero­ d mo h161de 4. Cornos menores do osso hi6ide S. Septo do
llnguo e inferior e, por contracção dos fascículo
-superior, acabando por se confundir com o s 6. Margem do superior do septo do llnguo 7. Margem inferior s
superior para inferior, relaciona-se com os do septo médios, projecta a língua para o exterior
músculos da língua. M I guo 8. Extremidade anterior do septo do llngua da
dentes incisivos. 9. Extremidade cavidade oral.
,.srenor do septo do llngua
7.2.3.2.1.3. Septo da /lngua
extremidade posterior (Fig. 151.9) inse
-.-.c na aponevrose da língua e no re­
O septo da língua (Fig. 151.5) é uma lâmi na osso hióide.
2
fibrosa perpendicular à aponevrose da língua.
situada entre os dois músculos génio-glossos U.3.2.2. Músculos da língua
Apresenta a forma de uma foice, cuja extre­
midade posterior se vai continuar com a apo­ b O ponto de vista das sua
s inserções, os
nevrose da língua. u .:ulo� da lrngua pod
em ser classificados
As faces laterais dão inserção a feixes m us· m trc: grupos.
culares. O primeiro grupo
é constituído por mús­
A margem superior (Fig. 151.6), convexa. l cm que uma das
inserções se faz em
está separada da face superior da língua por 'llrnbos da língua, sen
do os músculos
um espaço de cerca de 4 mm. glosso, hio-glosso e
estilo-glosso.
A margem inferior (Fig. 151.7), cônca� 3- t!Undo grupo é co
nstituído por mús­
­
corresponde a fascículos dos músculos g énio cn� �ue uma das
inserções se faz em
-glossos. "rnbos língua,
A extremidade anterior (Fig. 151.8) ter�i. 111 ,_._º."\. o so e adamígdalo-
sendo os músculos
lerc iro grupo é gloss o. Fig. 1S2 - Músculo génio-glosso
fig. 1 S0 . Raiz, ápice e margens do llnguo ao nível de fascículos musculares próxim .
constitu
rn crem apenas ído por músculos 1. Espinha geniano superior 2. Fasclculos inferiores
1. Margens do llnguo 2. V lingual 3. Tonsilo lingual 4. Ápice do llnguo do ápice da língua. na língua, sendo os 3. Osso hi6ide
4. Fasclculos superiores S. Ápice da língua 6. Fosdcu
los médios
CAVIDADE ORAL E DEPENDENCIAS 89
88 ÔRGAOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

(Fig. 154.2) e divide-se em três fascículos: os 1.2.3.2.2.S. Músculo amlgdalo-glosso mediana da língua (Fig. 156.2) até alcançar o
7.2.3.2.2.2. Músculo hio-glosso fascículos inferiores (Fig. 154.3) passam seu ápice (Fig. 156.3).
e ntre os fascículos do músculo hio-glosso, Estende-se da tonsila palatina à língua. ?�anto à �cção, este músculo é levantador do
É um músculo achatado e quadrilátero si­ indo continuar-se com o músculo longitudinal Insere-se na fáscia faringo-basilar que cobre ap1c e da lmgua, puxando-a para posterior.
tuado na porção lateral e inferior da língua. inferior (Fig. 154.4) e com o músculo génio­ a face lateral da tonsila palatina (Fig. 155.1).
Inse re -se inferiorme nte no corpo do osso -glosso (Fig. 154.5); os fascículos médios Os se us fascículos bifurcam-s e originando
hióide e em toda a extensão do corno maior. (Fig. 154.6) localizam-se na marge m da lín­ uns que se dirigem inferiormente na vertical
(Fig. 153.1). Est es fascículos musculare s gua até ao nível do ápice da língua, e os fas­ entre a parte glosso-faríngea do múscul�
dirige m-se de pois com obliquidade ânte ro­ cículos superiores (Fig. 154.7) dirigem-se constritor superior da faringe e a mucosa
-superior, até alcançarem a porção medial do para medial. Todos os fascículos acabam por (Fig. 155.2), e outros fascículos que alcançam
músculo e stilo-glosso (Fig. 153.2). A este se inserir no septo da língua. a raiz da língua, entrecruzando-se com o do
nível, os fascículos mudam de direcção, tor­ A sua acção é a de puxar a língua para sup e­ músculo do lado oposto (Fig. 155.3).
nando-se horizontais, acabando por se inserir rior e para poste rior, aplicando-a contra o Quanto à sua acção, o músculo é um le van­
no septo da língua, desde a raiz até ao ápice palato mole ou véu palatino. tador da raiz da língua.
da língua (Fig. 153.3).
Quanto à sua acção, e ste músculo é abai-
xador da língua.

2
Fig. 1 S6 - Músculo longitudinal superior
3
1. C �rno menor do osso hi6ide 2. Fascículos ocupando o porsõo
mediano do língua 3. Fascículos ao nfvel do 6pice do llnguo

Fig. l54 - Músculo estilo-glosso


7.2.3.2.2.7. Músculo longitudinal inferior da llngua
l. Processo estil6ide 2. Músculo estilo-glosso 3. Fascículos Inferiores
4. Músculo longitudinal inferior S. Músculo gênio-glossa 6. fasdcu s É um músculo par que ocupa a face inferior
1 1 SS Músculo omfgdalo-glosso
médios 7. Fascículos superiores da língua.
Fig. lS3 • Músculo hio-glosso 1111
� ,alotmo 1. Foscfwlos situados entre o parte glosso-loríngeo Insere-se na raiz da língua e alguns fascículos
l. Corpo e corno maior do osso hi6ide 2. Músculo estilo-glosso ICulo conslnlor superior do faringe e o mucoso Fascícul nos cornos menores do osso hióide (Fig.
7.2.3.2.2.4. Músculo palato-glosso 3. os
,.. • r111 do lfnguo l57.1).
3. Fascículos do músculo hio-glosso estendendo-se desde o raiz até _ Os seus fascículos dirigem-se depois
sso .
ao 6pice do llnguo
Encontra-se situado no arco palato-glo v ro�e ante riorme nt e (Fig. 157.2), te rminando na
apo ne
Insere -se na face posterior da 1.1.11.1.d. Músculo longitudinal superior da llngu
a
face profunda da mucosa que re veste o ápice
o are
palatina (Fig. 118.1), percorrendo or da língua (Fig. 157.3).
acab an do p A sua acçã? é a de �uxar o ápice da língua
7.2.3.2.2.3. Músculo estilo-glosso palato-glosso (Fig. 118.2) e lo q
um múscu lo'tmpar e mediano, estendendo-
. .
fas cícu para
_ posterior e mferior, diminuindo o com­
dividir em dois fascículos: um mf n e, à mucosa da língua, desde
É um músculo longo e fino que se estende
. l t8.3l
percorre a margem da língua (Fig almentt
ers
r:_.,
at�º:::pt�ce da líng ua. prime nto da língua.
desde o processo estilóide até à porção lateral outro fascículo que se dirige transv 1 rc-,e. post e
rior
a. 1 t• ca media. mente, na. prega glosso- 7.2.3.2.2.8. Músculo transverso da llngua
da língua. para o se pto da língu na e nos do1s cornos meno-
to-g lo�
Insere -se , superiormente , no proce sso esti­ Quanto à sua acção, o músculo pala ou o, o h'ó•d
1
� (Fig. l56.l). Os fascículos
c s
é um constritor do istmo das fau or e É �m músculo formado por fascículos que se
e
lóide (Fig. 154.1) e na porção mais elevada m-,;e d�po,s com obliquida _
língua para su peri ---�-. onde se fu de ântero- d1�1�e m transve rsalme nt e da linha mediana
do ligamento e stilo-mandibular. O músculo -faríngeo e puxa a ndem, ocupando a porção
posterior. ate as margens da língua (Fig. 158_1).
dirige-se com obliquidade ântero-inferior
CAVIDADE ORAL E DEPENDfNCIAS 91
STIVO)
90 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGE

A principal característica da superfície da (Fig. 160.4), e a extremidade inferior está


língua é a existência de papilas linguais, que relacionada com a raiz da língua (Fig. 160.5)
são muito variáveis quanto à forma e ao vo- onde se encontra a tonsila lingual.
lume.
2

7.2.4. TONSILAS PALATINAS


2
As tonsilas ou amígdalas palatinas, e m
número de duas, ocupam as fossas tonsilares
(Fig. 160.1), apresentando a forma de amên-
doas.
A face medial está coberta pela mucosa da
faringe e crivada de numerosos foramenes
que conduzem a cavidades, conhe cidas por
criptas da tonsila.
A face lateral apresenta a cápsula da ton­
Fig. 158 - Músculo transverso do língu
o sila, que corresponde ao músculo amígdalo­
-glosso e, por seu intermédio, à faringe, para
do língua 3. Mucoso dt1
1. Músculo transverso do língua 2. Septo além da qual existe o espaço mandíbulo­
margens da língua -faríngeo ou látero-faríngeo, onde se encontra
Fig. 157 _ Músculo longitudinol inferior a artéria carótida interna, a veia jugular in­
na face
longitudinal inferior 3. Mu­ A consistência da mucosa é maior terna e o nervo vago.
1. Corno menor do osso hi6ide 2. Músculo
superior da língua. A margem anterior relaciona-se com o arco
coso que reveste o ápice do língua na face
A cor da mucosa lingual é rosada palato-glosso do palato mole (Fig. 160.2) e a
s peri or é ro­ Fig. 160 • Loca tonsilor
Insere-se, medialmente, na face
lateral do inferior da língua. Na sua face u margem posterior relaciona-se com o arco
uiça da em
septo da língua (Fig. 158.2) e, late
ralm ente na sada depois das refeições e esbranq palato-faríngeo do palato mole (Fig. 160.3). 1. Tonsila palatina na fossa tonsilar 2. Arco palato-glosso do palato

mucosa das margens da língua (Fig


. 158.3). jejum, sobretudo de manhã. \ extremidade superior encontra-se sepa­ mole 3. Arco palato-laríngeo do palato mole 4. Fossa supratonsilor
dim inui a rada do palato mole pela fossa supratonsilar 5. Raiz do língua
Qu anto à sua acção, o músculo
culo s se
largura da língua quando os dois mús
contraem simultaneamente.

7.2.3.2.2. 9. Músculo vertical da llngua


ículos que
É um músculo constituído por fasc
e entre as
se encontram dispostos verticalment
de a face
margens da língua (Fig. 159.1), des
da língua
superior (Fig. 159.2) à face inferior
(Fig. 159.3).
diminui a
Quanto à su a acção, o músculo
altu ra da língua.

7.2.3.2.3. Mucoso do llnguo


ua à ex­
A mucosa da língu a envolve a líng Fig. 159 - Músculo vertical da língua
refl ctir_ para ns do
cepção da sua raiz, onde se vai entre as marge
e
cav idades 1. Fascículos dispostos verticalmente
se continuar com as mucosas das 2. Face superior da língua 3. Face
inferior da llnguo
oral, da faringe e da laringe.
FARINGE

A faringe é um órgão músculo-membranoso, até um plano que passa pelo osso hióide; e a
que se estende verticalmente, anteriormente à parte laríngea ou laringo-faringe (Fig. 161.9),
parte cervical da coluna vertebral, posterior­ desde o plano que passa pelo osso hióide até
mente às cavidades nasais, à cavidade oral e ao início do esófago.
à laringe, continuando-se depois com o esó­
fago. A faringe pertence simultaneamente às
vias aéreas e às vias digestivas e é constituída
pela parte nasal da faringe ou naso-faringe,
pela parte oral da faringe ou oro-faringe e pela
parte laríngea da faringe ou laringo-faringe.

8.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

1.1.1. SITUA(ÃO E LIMITES

É um órgão ímpar, mediano e simétrico, que


e e�tende da face externa da base do crânio
fig 161.1) até à 6ª ou 7ª vértebras cervicais
1 1g 161.2), podendo alcançar a 5ª vértebra
rv1cal durante a deglutição.
Rrlac1ona-se, posteriormente, com a lâmina
prc vertebral da fáscia cervical e dos mús­
ulo pré-vertebrais (Fig. 161.3), anterior­ Fig. 161 - Situa�ão, limites e divisão da faringe
ntc. com as cavidades nasais (Fig. 161.4),
m a cavidade oral (Fig. 161.5) e com a 1. Face externa da base do cr6nio 2. 6ª e 7ª vértebras cervicais
nn e (Fig. 161.6). 3. Músculos pré-vertebrais 4. Cavidade nasal 5. Cavidade oral
6. Laringe 7. Parte nasal da faringe ou naso-faringe 8. Porte oral do
faringe ou oro-faringe 9. Porte laríngeo do faringe ou loringo-faringe
1.1.2. DIVISÃO

nn •e condiciona a cavidade da faringe 8.1.3. FORMA GERAL E DIMENSÕES


tabelece a comunicação com as cavi­ A faringe apresenta um aspecto infundi­
na�ai�, .ª cavidade oral e a laringe.
buliforme (Fig. 163.1), sendo achatada de
n divide-se em três porções: a part
e anterior para posterior e mais larga na porção
d faringe ou naso-faringe (Fig. 161.7),
média do que nas duas extremidades.
e tende da face superior da fari
nge à O comprimento da faringe é de cerca de 15 cm,
1 r�-superior do palato mole;
a parte diminuindo durante a deglutição.
�•rm�e ou o�o-faringe (Fig. 161.8), A faringe apresenta uma superfície externa e
ce antero-mferior do palato mo
le uma superfície interna.
FARINGE 95
STIVO}
94 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGE

Nos dois terços superiores encontra-se, el


r a­ culos esti l óides (Riolan ) (Fig. 162.13). Os
8.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA E cionada com O espaço mandíbu lo-f
est
ar1
d
°:ge�
limi­
septos sagitais (Charpy) (Fig. 162.14) origi­
nam-se no músculo estilo-far ín ge o, e di ri­
ou látero-faríngeo (Fig. 162.7), an o
RELAÇÕES tado: mediaimente, pela face p oster ior d a fa­ gem-se depois tran sversalmen te para medial
s git (Ch arpy) para se inserir em na face late ral da faringe.
io porque ringe (Fig. 162. l ) e pelo septo a al

A faringe não apresenta face an�er � (Fig. 162_5); lateralmente, e indo de an �or
te Estes septos condici onam dois espaços: o
sup eri r p mfe nor, com díb � (F�g. espaço anterior ou pré-estilóide (Fig.
aí se continua, de para posterior, pelo ramo �a m
o ara an la

as c avidades nasais, co
m a cavidade oral e med i�l (Fig. 162.15), onde se situam os dois músculos
face pos­ 162_8) e músculo pterigoideu
com a l aringe, mas apresenta uma 162_9), pelo prolongamento subp _ ude _ ar o o da pterigoideus, a ar téria maxi lar e os ne r vos
terior e duas faces l ater a is.
lâmina superficial da fáscia ce r vic al (Fig. aurículo-temporal, alveolar infe rior e li n­
nte e dos
A faringe está envolvida posteriorme 162_ 10), r elacionado com a glãndula
paró?da gual, e o espaço posterior ou retro-esti­
lados por uma cama d a de teci d? � ular �ue
c l
(Fig. 162.11) e pelo músculo este� -cle o ido­ lóide (Fig. 162.16), onde se encontra a arté­
a un e ao s órgãos vizi n h o s, a fasc ia per1fa-
-mastoideu (Fig. 162.12); e post erio rmente ria carótida interna, a veia jugular interna e
i os nervos glosso-faríngeo, v ago, a cessór io,
ríngea. pela l ãmina pré-ve rtebral da fáscia cerv cal
(Fig. 162.6). hipoglosso e tronco simpático.
o-
No espaço mandíbulo-far íngeo ou láter No terço inferior apresenta r elações com a
8.2. l. FACE POSTERIOR -faríngeo encontra-se O processo estil ó de
� e artéria carótida externa e algun s dos seus
os músculo s e ligamen t
o s que n e la se msc­ ramo colaterais, com a ar tér ia carótida in­
à par te
A faringe (Fig. 162.1) corresponde rem, para con stituírem os
ligamento s e más- terna que, a este níve l, está situada la te ral­ Fig. 163 - Superfície externa da laringe, observado posteriormente,
teb (Fig . 162-2),
cer vical da coluna ve r ral mente à artéria carótida externa, a veia jugu­ poro estudo do suo porlÕO inferior ou cervical e dos extremidades
ster i rme te, com a
estando r elacionada, po o n
l ar interna e os nodos lin fáticos jugular es
fásc i cerv ic e os 1. Terlo inferior do laringe 2. Artéria carótida comum 3. Veio jugular
l ãmina p ré-ver tebral da
al
a internos.
músculos pré-vertebrais (Fig . 162 .3), e � on­
c interno 4. Nervo vago S. Lobos do gl6ndulo tiróide 6. Face externo
utur s p m�er­ do base do cr6nio 7. Tronsisõo da faringe paro o esófago
trando-se separada destas estr
or
a A porção inferior ou cervical apresenta rela­
médio do espaço retrofar ínge o, p ree n �hid? ç, e� ao nível do terço inferior da faringe,
que pe mite
com tecido celular laxo , o
r a li
s. Este sp ç
(Fig. 163.1) com a artéria carótida comum 8.3. CONFORMAÇÃO INTERNA
faringe r ealizar movim�nto
o
� a
1 Fig. 163.2), com a veia jugular interna (Fig.
tém s d s i fáti c os retrofan��eos 163.3), com o nervo vago (Fig. 163.4) e ainda
con o no o l n
A superfície interna é r evestida em toda a sua
tena e
laterais e medianos, e os ramos da ar com os lobos da glândula tiróide (Fig. 163.5). extensão pela mucosa faríngea, com colora­
da veia faríngea ascenden te. ção rosada ou avermelhada, aspecto irregular
enco�tr�­ li
O espaço retrofaríngeo (Fig. 162.4) ou con dicionan do bo ssas resultan tes dos
-se limitado lateralmente pelos sept os sagita1s 1.2.3. EXTREMIDADE SUPERIOR
n� f�ce
tecidos linfo-epiteliais aí existen tes.
(Charpy) (Fig. 162.5), que se inser em
A faringe é con stituída por três porções: a
lamma
posterior da faringe (Fig. 16_2.l) e _na 4 6 5 'ttrem,dade superior encontra-se fixada à
parte nasal da faringe ou naso-faringe
162 .6).
pré-vertebral da fáscia cervical (Fig. e C'tterna do crânio (Fig. 163.6).
(Fig. 164.1), que se estende da porção supe­
lateral da 1111911 r ior do órgão à face póstero-super ior do
Fig. 162 . Superfltie externo dos faces posterior e
vado em 11111 1.2.4. EXTREMIDADE INFERIOR
poro estudo do suo porlÕO superior ou cefólico obser palato mole; a parte oral da faringe ou oro­
8.2.2. FACES LATERAIS -faringe (Fig. 164.2), en tre a face ãn tero-
tronsversol
do coluna vert trem1dade inferior é o pon to onde a -inferior do palato mole e um plano que passa
As faces laterais da farin ge apresent
am ur�a l · Face posterior do faringe 2. Porte cerv1c• o1 SSepto s pelo osso hióide; e a parte laríngea da fa­
geo
porção superi or ou cefálica e uma
porçao 3. Músculos pré-vertebrais 4. EspDlO retrofarln Esp�o m e vai continuar com o esófago (Fig.
ringe ou laringo-faringe (Fig. 164.3), que se
plano ral do fáscio cervical 7. • CSlando, esta transição , situada ao
inferior ou cervical , separadas por um (Chorpy) 6 · Lamino pré-verteb este nde desde o plano que passa pe lo osso
or da geo B. R amo do mon dlb u1O 9• Músculo 1 de um plano que passa
que pa ssa ao n ível da margem inferi -faringeo ou látero-farln pe las 6ª ou hióide até ao in ício do esófago.
do IOmino su
mandíbula. goideu mediol l O. Prolongamento subporotldeo culo esterno nch�as cervicais, posteriorme
nte, e a A naso-faringe encontra-se separada da oro­
Mús
do fáscio cervical 11. GIOndulo parát1"da 12. . m inferior da cartilagem
des (Ri 1on) 14 cricoideia, -faringe ape nas duran te a deglutição, por
r esenta -mostoideu 13. Ligamentos e músculos estilál stll61�e l6 E
A porção superior ou cef�lica ap in termédio do palato mole, que fica disposto
terç s supen res e terço sogital (Chorpy) l S. Espalo anterior ou pri-e
relações nos dois horizon talmente.
o o no
posterior ou retro-estilóide
inferior da faringe.
FARINGE 97
96 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
(Eu�tá­
0 óstio faríngeo da tuba auditiva Ao nível da oro-faringe, encontram-se os
8.3. l. FACE POSTERIOR uma f rma tn�­ arcos palato-faríngeos do véu palatino (Fig.
quio) (Fig. 165.1) apresenta ,�
labi o ante nor
gular, com base inferior. O seu 165.9).
que alca nça o
Ao nível da naso-faringe relaciona-se co� a apresenta uma prega mucosa
i go-p alat ina
face anterior do arco anterior do atlas (Fig. palato mole, a prega salp °: Ao nível da laringo-faringe encontram-se os
se
164.4), podendo apresentar uma prega trans­ (Fig. 165.2), e o seu lábio postenor apre nta recessos piriformes ou sulcos faringo­
que alca nça a
versal unindo os dois óstios faríngeos da tuba também uma prega mucosa -laríngeos (Fig. 165.10), situados entre a
auditiva (Eustáquio ). faringe, a prega salpingo-far ínge a r . ig prega aritno-epiglótica (Fig. 165.11), por um
165.3). O óstio faríngeo da tuba aud itiva lado, e a cartilagem tiroideia e a membrana
Ao nível da oro-faringe relaciona-se com a apresenta o toro tubário (Fig _ . 165 .4), uma uro-hioideia, por outro.
face anterior dos corpos vertebrais do áxis e saliência situada póstero-supe norm ente ao
da 3• vértebra cervical (Fig. 164.5). óstio que corresponde póstero- supe rio � �tee
à parte fibra-cartilaginosa da tuba auditiva 8.3.3. FACE ANTERIOR
Ao nível da laringo-faringe relaciona-se (Eustáquio). O toro do levant_�do� d? véu
com as faces anteriores das 4ª, 5ª e 6ª vérte­ palatino (Fig. 165.5) é uma sahencia situada Esta face é constituída por formações que se
bras cervicais (Fig. 164.6) por intermédio da inferiormente ao óstio que representa o relevo confundem com as cavidades nasais, cavidade
.
lâmina pré-vertebral da fáscia cervical. do músculo levantador do véu palatino oral e laringe.
o recesso faríngeo (Rosenmüller ) (Fig . 165. 6)
situa-se posteriormente ao óstio farín geo da Ao nível da naso-faringe encontram-se as
tuba auditiva e representa o resquício da se- duas aberturas posteriores das cavidades Fig. 166 - Superfície interno do foca anterior do far inge

gunda fenda branquial.. , nasais ou cóanos (Fig. 166.1) separados, na l. Aberturas posteriores dos covidodes nosois ou c6onos 2. Margem
Supe riorm ente ao óst10 fann geo da tuba linha mediana, pela margem posterior do posterior do septo nosol 3. Extremidade posterior dos conchas nosois
,
auditiva situa-se uma depressão constante a epto nasal (Fig. 166.2). Os cóanos deixam inferior e médio 4. Foca p6stero-superior do poluto mole 5. Úvulo
fossa supratubária (Fig. 165.7). ob ervar a extremidade posterior das conchas 6. Arco poloto-foringeo 7. Tonsilo polotino 8. Linguo 9. Epiglote lO. Prego
8)
A tonsila tubária (Gerlach) (Fig. 165. nJ. ais inferior e média (Fig. 166.3) e por glosso-epigl6tico mediano 11. Pregos glosso-epigl61icos loterois 12. Prego
da tuba
situa-se em volta do óstio faríngeo ,e,es a concha nasal superior. oritno-epigl6ti co 13. Abertura superior do laringe 14. Recesso pirifonne
auditiva. ou sulco foringo-loringeo
\o nh'el da oro-faringe observa-se a face
Jlt ,tera-superior do palato mole (Fig. 166.4),
1 m a úvula (Fig. 166.5), o arco palato­
8.3.4. FACE SUPERIOR OU FÓRNICE DA
2 .( ríngeo do palato mole (Fig. 166.6), limi- FARINGE
.....fMl"4-'---H--5 1 o a fossa tonsilar, onde se encontra a
-tt--3
lon'lila palatina (Fig. 166.7) e o istmo naso­ Apresenta-se disposta segundo um plano
.r ríngeo, ocupado pela língua (Fig. 166.8). inclinado com obliquidade póstero-inferior.
Relaciona-se com a parte basilar do occipital
F ig. 164 - Por�ões do faringe e superficie interno do face posterior 0nÍ\el da laringo-faringe observa-se a e com o corpo do esfenóide, dando inserção
do faringe po,terior da laringe, com a epiglote (Fig. à mucosa faríngea e continuando-se com a
li
· a prega glosso-epiglótica mediana face superior ou abóbada das cavidades nasais,
1. Porte nosol do faringe ou noso-faringe 2. Porte orol do fari nge
166-10), as duas pregas glosso-epigló- a qual está separada por uma prega mucosa,
ou oro-faringe 3. Porte lorlngeo do fari nge ou lori ngo-faringe 4. Arco
anterior do otlos 5. Ãxis e 3ª vértebra cervi cal 6. 4ª, 5' e 6' vértebras ;'��ais �Fig. 166.11) e as duas pregas a prega salpingo-faríngea (Fig. 167.1), que
l do forioge, oh.,­ piglóhcas (Fig. 166.12). Encontra-se
cervicais 7. Extremidade inferior do fari nge F ig. 165 - Superfície interno do face lotero se estende do septo das cavidades nasais até
m ª abertura superior
posterionnente da laringe ao óstio faríngeo da tuba auditiva (Eustáquio).
166 13 I, que fica obli
2. Prego solpin _.., terada durante a Na linha mediana, e indo de posterior para
8.3.2. FACES LATERAIS 1. ôstio farlngeo do tubo auditi vo (Eustúquio)
. nt- º· e O recesso piriforme ou sulco
5 · Toro do levo anterior, situam-se: a bolsa faríngea (Lus­
3. Prego solpingo-faringeo 4. Toro tubúno sup ----I ríngeo (Fig.
ler) 7. Fosso 166.14). chka) (Fig. 167.2), como uma invaginação
Ao nível da naso-faringe encontra-se o óstio vêu polotino 6 Recesso farlngeo (RosenmUl
-for!n geo lO. Recesso mais ou menos profunda; a tonsila faríngea
faríngeo da tuba auditiva, o recesso faríngeo 8. Tonsilo tubú;io (Gerloch) 9. Arco polo1o
oritno-eplgl6tlco (Fig. 167.3), alongada no sentido ântero-
(Rosenmüller) e a tonsila tubária (Gerlach). ou sulco faringo-lorlngeo 11. Prego
FARINGE 99
98 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO
à ma rge m poste rior da cartila ge m tiroideia
INGO­ 8.4.2.2. EXTREMIDADE INFERIOR
8.4.2. TÚNICA FIBROSA OU FÁSCIA FAR (Fig. 169.7); e à margem posterior da cartila­
Continua-se com a túnica submucosa do esó­ ge m cricoideia (Fig. 169.8).
-BASILAR
fago.
onstitui a fáscia
A túnica fibrosa da faringe c 8.4.2.4. FACES
-s sem interrupção,
faringa-basilar, estendendo 8.4.2.3. MARGENS ANTERIORES
e
e sup i à extremidade A face interna corresponde à mucosa, e a face
de sde a extremidad
er or
, seu conjunto, externa re laciona-se com a túnica muscu lar.
inferior do órgão. Revest A fáscia faringa-basilar ins ere -se na s estru­
e no
o com i cçã o v ertical e s c rtil aginosas que vai Na porção posterior da face externa, a fáscia
a forma de um sulc s as, fi b s
d re
turas ós e ro a e a
rior, p l q de verão ser faringa-basilar encontra-se reforçada por uma
de concavidade ante encontrando, as quais corresponde m sucessi­
e o ue
s, duas mar­ fita fibrosa que termina superiormente no tu­
consideradas duas e xtre mi vamente de superior para infe rior: à margem
dad e
bérculo faríng eo, a rafe da faringe (Fig.
gens e duas faces. posterior da lâmina medial do processo pte­
171.1), e que se destina à inserçã o de todos
rigóide (Fig. 169.1); ao ligamento ptérigo­
os músculos constritores da faringe.
face superior da laringe ou lórn
ice, -mandibular (Fig. 169.2); à porção poste rior
Fig. 167 . Superfície interna da 8.4.2.1. EXTREMIDADE SUPERIOR
observada inferiormente
da lmha milo-hioideia (Fig. 169.3); ao liga­
r do occipital mento estilo-hioideu (Fig.169.4); aos cornos
laríngea (Luschka) 3. lonsila Insere -se na su perfície basila 8.4.3. TÚNICA MUSCULAR DA FARINGE
l. Prega salpingo-laríngea 2. Bolsa me magno, no tubérculo menores e maiores do osso hióide (Fig. 169.5);
ante riormente ao fora
laríngea 4. Hipófise laríngea teriormente ao ao ligamento tiro-hioideu lateral (Fig. 169.6);
faríngeo (Fig. 168.1), passa an A túnica muscular é constituí da por mús­
(Fig. 168.2) e
óstio inferior do canal carótico culos pares e simétricos, em número de dez.
no-p etros (Fig. 168.3J.
alcança o sulco esfe
o
ea (Fig. 167.4), Uns largos e fi nos, destinados a fazer a cons­
-posterior ; e a hipófise faríng Atin ge de pois o ápice da par
t e petrosa do
triçã o da faring e, sã o os músculos constri­
essura mucosa.
desenvolvida na esp a-cartila­
da
fibr
temporal (Fig. 168.4), a lâmina (Fig
tores, outros estreitos e alongados que elevam
l cer ado
ginosa que encerr a o foram e
a
a faring e, sã o os músculo s l e v antadore s da
pt rigó ide (Fig
8.3.5. EXTREMIDADE INFERIOR 168.5) e a base do processo
e
faringe.
168.6).
inge apre senta
A extremidade inferior da far ue dá
8.4.3.1. MÚSCULOS CONSTRITORES
ab e rtura e líptica q
a for ma de uma
.7), podendo
se guimento ao esófago (Fig. 164 Estes múscul os sã o e m núm ero de três, co­
çã z que se para
apresentar uma constri nhecidos por músculos constritores supe rior,
o na ona

o s dois órgã os. médio e inferior da faringe. O inferior é o


mais superficial, cobrindo parte do médio; o
médio cobre parte do superior, o mais pro­
8.4. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
fundo dos três.

cosa, pela fás­ 8.4.3.1.1. Músculo constritor superior do faringe


A faringe é constituída pela mu
ulos da farin ge
cia faringa-basilar, pelos músc O músculo constritor su perior da faring e
e pela fáscia perifarín gea. .
(Fig. 170.1), com forma quadrilátera, insere ­
-se nas mesmas estruturas da fáscia faringa-
8.4.1. TÚNICA MUCOSA -basilar por intermédio de quatro partes: a
porção ptérigo-faríngea (Fig. 170.2) insere­
faringe, con­ -se na margem posterior da lâmina medial do
Reveste a superfície interna da pr?cesso pte rigóide; a porção buco-faríngea
com a m ucosa ade superi•or dP fo
'scialor
tinuando-se, superiormente, u s­
Fig. 168 . lnser�õa da extremid
(Fig. 170.3), na rafe ptérigo-mandibu lar que
e da tub a auditiva (E co 3· s.kt
das cavidades nasais or do canal cor6tl
a mu c s l. lubércula laríngeo 2. Ôstio inferi o se para do múscu lo bucinador; a porção
táquio), na porção média, com
o a da 5 forolRf
ral
so da tampo
com a m c sa -petroso 4. Ãpice da parte petra milo-faríngea (Fig. 170.4), na porção poste-
cavidade oral e, inferiormente,
u o

ago.
6. Base do processa ptarig6ide
da laringe e do e sóf
FARINGE 101
STIVO)
100 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGE
. o bliquidade A partir destas inserções, os fascículos diri­ medial da base do processo estilóide (Fig.
(Fig, 171.5) se dirigem c om do c amo. 173.2). Os seus fascículos dirigem-se inferi or­
gem-se em leque, de m odo a que os fascí­
A •

ma
póstero-superi or até à base e_xt �
e

rit r sup ri or, os fasciculos culos superiores se dirigem para superi or e os mente, passando entre o músculo constritor
C obrindo o c onst o e
e h rizontal­ fascículos inferi ores se dispõem transversal­ superi or (Fig. 173.3) e o músculo constritor
médi os (Fig. 171.6) dirigem-s �g. 171.7) médi o (Fig. 173.4). Os fascículos posteri ores
mente e os fascículos inferi o r es (Fi mente, fixand o-se no rafe da faringe (Fig.
pós tero-inferior, 171.l) e cobrindo o músculo constritor médi o v ão-se fixar na fáscia faring o-basilar (Fig.
dirige�-se com obliquidade _ _ 173.5), e os fascículos anteri ores na prega
s p r se msenr no (Fig. 171.3).
acabando todos os fascículo o
glosso-epiglótica lateral e na margem posterior
rafe da faringe (Fig. 171.l ). A sua acção é a de exercer uma função es­
ção esfinc­ fincteriana e peristáltica da deglutição. da cartilagem tiroideia (Fig. 173.6).
A sua acção é de exercer uma fun . A sua acção é a de ser um levantador da fa­
d glu tiç
teriana e peristáltica na e ão
ringe e da laringe e também de dilatador das
porções média e inferi or da faringe.

3
3

do laringe observado lateralmente


fig. 170 - Músculo constritor superior
laringe 2. Por�ão ptérigo-lorlngeo
1. Músculo constritor sup erior do
milo-larlngeo
3. Por�ão buco-lorlngeo 4. Por�ão

nível da fa:e
ri or da linha milo-hi oideia, ao
a; e a porçao
posteri or do corpo da mandíbul
eral da língua. r., 1 n Músculo constritor inferior do laringe, observado lateralmente
glosso-faríngea, na margem lat
es d o músculo
Os fascículos das quatro p orçõ 1 hrsla hra-farlngeo 2. Porsão crico-lorlngeo
(Fig. 17� -2) e
c onstritor superi or da laringe
e t erminam, do laringe observado posterio�
chegam à linha mediana ond Fig. 171 - Músculo constritor médio
entrecruzando -se co
m os do lado op osto ou tritor superior do faringe 3 Mú�
'-4 3.2. MÚSCULOS LEVANTADORES
e (Fig. 171.l ). 1. Role do laringe 2. Músculo cons
inserindo-se na rafe da faring ão c eroto-lorlngeo 5. Fasd
ção esfincte­ constritor médio do laringe 4. Por�
A sua acção é exercer uma fun ia do faringe 6. Fosdrolas 1.4.3.2.1. Mústulo petro-foríngeo
superiores do músculo constritor méd ores ..
Fig. 173 - Músculo estilo-larlngeo, observado posteriormente
riana e peristáltica na deglutiç
ão.
laringe 7. Fosdculos lllfen
da músculo constritor médio do mú culo petro-faríngeo é inc onstante. l. Músculo e stilo-larlngeo 2. Processa estil6ide 3. Músculo constritor
ge
músculo constritor média do larin rc-c;e superi ormente, na parte petrosa do superior do laringe 4. Músculo constritor médio do laringe 5. Fosclculos
do faringe
8.4.3.1.2. Músculo constritor médio por I e ântero-lateralmente ao óstio caró- posteriores inserindo-se no lóscio loringa-bosilor 6. Fascículos
do forint'
faringe (Fig. 8.4.3.1.3. Músculo constritor inferior 0 c;eus fascículos fundem-se c om os anteriores inserindo-se no margem posterior do cartilagem tiroideio
o músculo c onstritor médio da uloc; d o músculo c onstritor médi o da
ngular, inse­ r da faringe.
171.3) apresenta uma forma tria O músculo c onstritor inferio e.
s partes: a por inter�
rindo-se por intermédi o de dua _ ere o forma trapezoidal, insere-s-e tiro-fartn cçao é de levantador e dilatador da 8.4.4. FÃSCIA PERIFARÍNGEA
porção condro-faríngea, que
se ms
de duas partes: a porçao ster.iorment

hió id na p orça o
c om o menor d ss e po
(Fi·g · 172 · 1) ' que se insere
e
o o o .o
ideu; e � por­ e ante n r A fáscia p erifaríngea rev este externam ente
inferior do ligamento estilo-hi o qu
linha oblí . . . a exis t ent e na fac
.nge· e a po
q e se msere
ção cerato-faríngea (Fig. 171.4), � do osso cartilagem tiroideia da 1an e' se .,nsere
os múscul os c onstrit ores da faring e, send o
io r
na margem superior do como ma , qu
crico-faríngea (Fig. 172-2) ·coideu d ª u o es11lo-faríngeo
muito resistente e confundindo-se com a fás­
hióide. face ântero-lateral do arco cn -1na1n � ino e longo que (Fig. 173.1) é um cia faring o-basilar, superi ormente ao músculo
nam o c orp o se insere na porção
Os diferentes fascículos origi lagem cricoideia da laring .
e constritor superi or da faringe.
os superi ores
muscular, em que os fascícul
Es6FAGO

O esófago é um canal músculo-membranoso A parte torácica do esófago (Fig. 174.6),


que se estende da faringe ao estômago, atra­ que se estende desde o plano horizontal que
vessando a porção inferior do pescoço, a passa pela incisura jugular do esterno (Fig.
cavidade torácica e a porção superior da 174.9) até ao hiato esofágico do diafragma
cavidade abdominal. (Fig. 174.10).
A parte diafragmática do esófago (Fig.
174.7), que corresponde ao hiato esofágico do
9.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
diafragma (Fig. 174.10).
A parte abdominal do esófago (Fig. 174.8)
que está compreendida entre o hiato esofágico
do diafragma e o estômago.
9.1.1. LIMITES

O esófago é limitado: pela faringe, ao nível


de um plano horizontal que passa pela mar­
gem inferior da cartilagem cricoideia da
laringe (Fig. 174.1), superiormente corres­
pondendo no homem, com a cabeça em po-
ª ª
lÇJO normal, ao nível da 6 ou 7 vértebras
m ,cais (Fig. 174.2); o esófago é limitado 9
pelo cárdia (Fig. 174.3), inferiormente, que
t ao nível do flanco esquerdo da 10 ª ou
11• vértebras torácicas (Fig. 174.4).

9.1.2. SITUAÇÃO E DIVISÃO


1 de se iniciar ao nível da extremidade
nor da faringe, o esófago ocupa primeiro
.io inferior do pescoço. Penetra depois
t rJ:<, através da abertura superior do
' \travessa então o diafragma, através 10
h1 to esofágico deste músculo, para al-
r .i cavidade abdominal e terminar no
o. ao nível de um plano horizontal
' pela I O" ou l l I vértebras torácicas.
1 o divide-se em quatro partes: Fig. 174 • Limites e divisão do esófago
ri cervical do esófago (Fi 174
g. .5), 1. Cartilagem cricoideio do laringe 2. 6' vértebra cervical 3. Córdio
tende desde a margem inferior da
�m.., ...m cricoideia até um pla hor 4. 10' e 11' vértebras torácicos 5. Porte cervical do esófago 6. Porte
no izontal torácico do esófago 7. Porte diofrogmótico do esófago 8. Porte
pela incisura jugular do esterno
abdominal do esófago 9. lncisuro jugular do esterno 1O. Hiato esofógico
9).
do diolrogmo
104 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) ESÓFAGO 105

o esófago está ligado ao fígado e ao dia­ 9.1.S. DIMENSÕES


9.1.3. DIRECÇÃO fragma através de pregas peritoneais.
o esófago apresenta fibras musculares que o o comprimento é, em média, de 25 cm, sendo
0 esófago (Fig. 175.1), em toda a sua ex­
unem aos órgãos que com ele estão mais maior na parte torácica do esófago e menor
tensão, relaciona-se com a coluna vertebral
directamente relacionados: o músculo bronco­ na parte diafragmática do esófago.
(Fig. 175.2), afastando-se ligeiramente dela a
•esofágico (Fig. 176.2), que se insere �a face
partir da 4• vértebra torácica (Fig. 175.3).
_ anterior do esófago e na face postenor do
O esófago apresenta duas curvaturas no senudo 9.1.6. FORMA E CALIBRE
brônquio esquerdo, e o músculo pl_euro­
transversal: a curvatura superior (Fig. 175.4),
-esofágico, que se insere na face antenor do
com concavidade direita e a curvatura inferior
esófago e na parte mediastinal da lâmina A forma e calibre variam conforme o esó­
(Fig. 175.5), com concavidade esquerda. fago se encontra vazio ou distendido.
parietal da pleura. , .
Em toda a extensão, o esófago esta urudo aos Quando está vazio, o esófago está achatado
órgãos vizinhos por fibras conjuntivas que, de anterior para posterior, podendo o seu
partindo da superfície exAtern� do �sófago, o lume, em cortes, transversais, ter a forma de
ligam à árvore tráqueo-bronqmca (Fig. 176.3). uma elipse ou de uma simples fenda.
6
Quando está distendido, o esófago apresenta
constrições e, entre estas, segmentos.
As constrições são condicionadas por rela­
ções que o esófago apresenta com os órgãos
vizinhos.
A constrição cricoideia (Fig. 177.1) situa-se
inferiormente à cartilagem cricoideia.
constrição bronco-aórtica (Fig. 177.2)
itua-se na parte torácica do esófago e resulta 3
da relações da aorta e do brônquio esquerdo,
com a face esquerda do esófago.
constrição diafragmática (Fig. 177.3) re­ Fig. 177 - Constrições e segmentos no esófago distendido
ulta da passagem do esófago no hiato esofá-
1co do diafragma. 1. Constrição cricoideio 2. Constrição bronco-a6rtica 3. Constrição
P e encontrar-se ainda a constrição car­ diafragmática 4. Constrição cardíaco 5. Segmento crico-a6rtico 6. Seg­
dí ca (Fig. 177.4 ), condicionada pelas rela­ mento bronco-diolrogmático 7. Segmento infro-diolrogmático
da parte torácica do esófago com o átrio
ucrdo.
-.egrnentos encontram-se situados entre as
n triçocs e�ofágicas. 9.2. CONFORMAÇÃO INTERNA
gmento crico-aórtico (Fig. 177.5) situa
­
ntrc as constrições cricoideia e bron A superfície interna do esófago é constituída
co­
ll por mucosa de coloração esbranquiçada,
fig. 175 . Direcção e curvaturas do esófago " grn nto bronco-diafrag sendo esta mucosa formada por pregas longi­
� mático (Fig.
61 llua-se entre a con tudinais (Fig. 178.1), que se atenuam ou desa­
1. Es6fago 2. Coluna vertebral 3. 4' vértebra torácico 4. Curvatura strição bronco­
superior 5. Curvatura inferior , ª e a diafragmática. parecem com a passagem de alimentos.
m nto infra-diafragm
ático (Fig. 177. 7)
entre ª constrição diafragm
ática e o
9.1.4. MEIOS DE FIXAÇÃO
9.3. CONFORMAÇÃO EXTERNA E RELAÇÕES
fig. 176 . Meios de fixação do esófago
O esófago está mantido, superiormente, p�la ntivas
continuidade com a faringe (Fig. 176.1) e, in­ . 3 Abras conju
1. Faringe 2. Músculo bronco-esolág1co A superfície externa do esófago é rodeada por
feriormente, pela continuação com o estômago. 0 es6fogo à árvore tráqueo-brônquico tecido celular peri-esofágico, apresentando
l 06 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) ESÓFAGO l 07

Posteriormente, relaciona-se indirectamente 9.3.2. PARTE TORÁCICA DO ESÕFAGO Lateralmente, a s rel a ções do esófago são
com a coluna vertebral (Fig. 179. 7), com a �ife rent es à direita e à esquerda .
lâmina pré-vertebral da fáscia ce rvical (Fig. Anteriormente, as relações va ri a m supe rior­ A direita, o esófago (Fig. 181.1) relaciona-se
179.8) e com os músculos pré-ve rtebr ais, mente e inferiormente à bifurca ção d a tra - com a parte mediastinal da lâmina pariet al da
através do e spaço retro-e sofágico (Fig. 179.9) pleur a direita (Fig. 181.2) e com o pulmão
queia.
que se continua com o espaço retrofaríngeo. Superiormente à bifurca ção da traqueia , rela ­ direito (Fig. 181.3). A pa rte medi astinal d a
Lateralmente, o esófa go r elaciona -se de ciona-se com a traq ueia (Fig. 180.1) e com a lâmina pariet al da pleura direita , rela ciona ­
modo diferente à dir eita e à esque rda , apre­ porção inicial do brônquio esquerdo (Fig. -s e com a veia ázigo (Fig. 181.4) e com o
sentando porém relações indirectas idênticas 180.2). e sófago (Fig. 181.1) e, entr e e le s, forma o
com o feixe vásculo-nervoso do pescoço (Fig. Inferiormente à bifurcação da traq ueia , o �ecesso inter-ázigo-esofágico (Fig. 181.5 ).
179.10). esófago relaciona-se com os nodos linfáticos A esquerda, o esófago (Fig. 181.1) relaciona­
À direita, rela ciona-se com o lobo direito da tráqueo-brônquicos (Fig. 180.3) e com o como -se com a pa rte mediastinal da lâmina pa riet al
glândula tiróide (Fig. 179.3), o ne rvo laríngeo do pericárdio (Haller) (Fig. 180.4). da pleura esque rd a (Fig. 181.6) e com o pul­
recorr e nte dire ito (Fig. 179.11) e a artéria Posteriormente, o esófago torácico rela cio­ mão esquerdo (Fig. 181.7). A pa rt e media s­
tiroideia inferior. na-se com a coluna verte bra l (Fig. 180. 5 ) tina l da lâmina pa ri et al d a pl eu ra e squerda
À esquerda, rela ciona-se com o lobo es­ mas, na porção infe rior do tóra x, o esófago relaciona -se com a aorta torácica (Fig. 181.8)
q uerdo da glândula tiróide (Fig. 179.4) e, está separado da coluna vertebral por inte r­ e o e sófago (Fig. 181.1) e, entre el e s, forma
inferiormente a este lobo, com o nervo larín­ médio do dueto torácico (Fig. 180.6), das um re ce sso, pouco profundo, disposto ve rti­
geo recorrente esq uerdo (Fig. 179.5), a artéria veias ázigo, das artérias intercostais e da aorta ca lmente, o recesso inter-aórtico-esofágico
tiroideia infe rior e o dueto torácico. torácica (Fig. 180.7). (Fig. 181.9).
A profundidade dos refe ridos recessos (Fig.
182.1) é va riável em cada indivíduo, intro­
duzindo-se em maior ou me nor grau entre o
esófago (Fig. 182.2) e a aort a torácica (Fig.
182.3), e estando inte rligados atra vés de uma
lâmina célulo-elástica , o ligamento inter-
Fig. 178 . Superfície interno do esófago

1. Pregos longitudinais

r ela ções a o nível das suas quatro partes: ce r­


vical, torácica, diafra gmática e abdominal.

9.3.l. PARTE CERVICAL DO ESÕFAGO

A parte cervical do esófago (Fig. 179.1) ocupa,


no pescoço, a r egião infra-hioideia.
Anteriormente, relaciona-se com a traqueia
(Fig. 179.2), que se relaciona em grande parte dos n
Fig.179 - Relações do porte cervical do esófago observa
com a face anterior do e sófago, os lobos da
transversal
glându la tiróide (Fig. 179.3 e 4), o ne rvo
direito do g
laríngeo recorr ente esq uerdo (Fig. 1�9: 5), os 1. Porte cervical do esófago 2. lroqueio 3. Lobo
tiróide 5· N� rvo 1 Fig. 181 - Recessas pleurois em corte transversal
nodos linfáticos laríng eo-recorr e ncia 1s e a tiróide 4. Lobo esquerdo do gl8ndulo 5 antenores e poS!eriores
do porte torácico do esófago
artéria tiroide ia infe rior. Ant e riorme nt e a
- •mIro hioide10 7
recorrente esquerdo 6. Músculos do reg100 i. Esófago 2. Porte mediostinal do 18mino parietal do pleura direito
l 9 spas• �• esquerdo 3- Nod os llnf6ticos
e sta s e strutur a s encontra m-se os músculos da cervical 8. L8mino pré-vertebral do lóseio cervica · E "'"'rdtO (Haller) S.
tráqueo-brõnquicos 3. Pulmão direita 4. Veia ázigo S. Recesso inter-áziga-esofágico 6. Porte
l l. Nervo
r e gião infr a-hioideia (Fig. 179.6), o te cido -esofógico 1 O. Feixe vásculo-nervoso da pescop, • Coluna vertebral 6. Dueto torácico
mediostinol do 18mino potrietol do pieuro esquerdo 7. Pulmão esquerda
celular su bcutâneo e a pel e. recorrente direito 8. Aorta torácico 9. Recessa inter-o6rtico-esofágico
1
ESÓFAGO 109
,1
108 ÓRGÃOS DIGESTIVOS {SISTEMA DIGESTIVO)

Fig. 185 . Relações da parte abdominal do esófago


fig. 184 - Parte diafragmática do esófago 1. Nerva vago esquerdo 2. Aorta abdominal 3. Pilar principal esquerdo
_
1 Esófago 2. Diafragma 3 . ligamento frénico-esofágico superior do diafragma 4. Fundo gástrico do estômago
Fig. i 82 - ligamento interpleurol (Morozow) 4. Ligamento lr6nico-esolágico inferior 5. Músculo de Juvara 6. Músculo
o 3. Aorta torácica
1. Recessos pleurois 2. Porte torácica do esófag de Rouget
4. ligamento interpleural (Morozow)
9.4.l. TONICA SEROSA
9.3.4. PARTE ABDOMINAL DO ESÕFAGO
(Mo rozow) (Fig. 182.4), que é muito A �arte abdominal do esófago é revestida por
pleural
de um plano horizo ntal que peritoneu.
nítido ao nível . a s�a curta porção abd ominal, o esófago
ebra to rácica. r l ac,ona-se, anterio rmente, As partes cervical e torác ica não têm revesti­
passa pela 10 vért com a face po s­
ª

d esóf ag o relaciona-se tam­ terior do fígado, o nervo vago esquerdo mento seroso, es_tando, o esófago, apenas
A parte to rácica o .
bém com os nerv o s vag o s: na porção superio r torácica do es6fap rF1g. 185.1), ou com a origem de um tronco envo lvido por tecido conjuntivo fibroso.
Fig. 183 - Relação dos nervos vagos com a parte
da parte torácica d o esóf ag o torácico , os doi s comum que resulta da anastomose dos nervos
nervos vagos, di re i to e esqu erdo (Fig. 183.1), 1. Nervos vagos, direita e esquerdo 2. Nervo vago
direito 3. lltrn ,agos esquerdo e direito, o tro nco vago
ada lad do esófago, mas omum (Delmas e Laux). 9.4.2. TONICA MUSCULAR
estão situados de c o vago esquerda
na po rção i nferio r da parte torácica do esó­ Po teriormente, com o nervo vago direito a
d re t (F ig. 183.2) rela­ a abdominal (Fig. 185.2) e o pilar prin­ A túnica muscular é co nstituída po r uma
fago, o nerv o vag o i i o
:m
ciona-se com a face p o steri o r do esófag o e o intermédio dos ligamentos fréni
co-esofágico p ! esquerdo do diafragma (Fig · 185· 3)· camada superficial, com fibras longitudi na is
g. 183. 3) com a sua perior d1re·t
• a, co m o lobo caudado (Spiegel) do e por uma c amada profunda, com fibras
nerv o vago esquerd o (F i
O ligamento fréni co-esofágico su r do.
e rna d pro fundas.
face anterio r. (Fig. 184.3) insere-se na superfíci exte
rmen te a :� e�da , co m o fundo gástrico do estô- As fibras longitudinais (Fig. 186.1) desta­
esófago, a cerca de 3 cm superi o
dia F 1g. l 85.4).
do ca�-se, na sua grande maioria, da face pos­
hi ato esofágico e na face superior
9.3.3. PARTE DIAFRAGMÁTICA DO ESÕFAGO fragma.
te�10r da placa da cartilagem cricoideia
or (F1• (�ig. 186.2) por intermédio de uma fita ten­
O ligamento frénico-esofágico inferi el d
No hiato esofágico do diafragma, o esófago
184.4), mai s curto , insere-se ao
nív t 4· CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA di�o sa, o ten�ão crico-esofágico (G ilette)
(Fig. 184.1) está fix o a este hiato por inter­ cárdia e na face inferior d
o diafragma . (Fig. 186-3). E um tendão com forma trian­
médio da membrana esófago-diafragmática A parti r do diafragma o rigi nam-s
e fascícul
f go é constituídO po r quatro túnic as gular, ímpar e mediano, que se insere,
_
(Treitz e Leimer). nto frén1�
musculares que se fixam no ligame indo d a superfície par a a profun º superi?rmente, na c rista mediana da face
O diafragma (Fig. 184.2) forma um canal o o músc
-esofágico superio r, co nstituind asc1cul
ull .
º· serosa ' m uscular, submuco
di - posterio r da placa da cartilagem cricoideia
do
muscular co mpleto na po rção superio r f
de Juvara (Fi g. 184.5) e outro s to frém
sa e
A_ �ua margem inferio r origina fibras que s�
e n mple t , na p rção infe­
hiato esofágic o i co o o
musculares que se fixam no ligam en dividem em duas fitas laterais, abrindo -se em
rio r deste hiato. do o músc l�que e _ o nde se desc revem as fibras ante­
-esofágico inferio r, constituin
O esófago não adere ao hiato esofágico d
o
rio res, situadas na face anterior do esófago ;
en ntra-se l gad a ele por de Rouget (Fig. 184.6).
diafragma, mas co i o
110 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

sua face lateral


as fibras médias situadas na
s na face pos­
e as fibras posteriores, situada 2
fibras com uma
terior. Encontram-se ainda
e nsere� na
disposição longitudinal, que � �
fascia fanngo-
cartilagem cricoideia e na
-basilar.
As fibras circulares (Fig. _186.
4) dispõem-s_e
3
O estômago é o órgão do tubo digestivo, in­ A zona superior fica assim dividida em três
d p rpend1 _ - terposto entre o esófago e o duodeno. Está regiões, sendo a mediana denominada de epi­
em anéis horizontais, cruzan � � , md
lon gitu dm a1s o situado inferiormente ao diafragma, na cavi­ gástrio (Fig. 187.4), a esquerda de hipocôn­
cularmente as fibras
e, com as fibra s do dade abdominal, projectando-se no hipocôn­ drio esquerdo (Fig. 187.5), e a direita de
continuar-se, superiorment _
con stri tor inf eri or da fannge e, drio esquerdo e numa parte do epigástrio. hipocôndrio direito (Fig. 187.6).
múscu lo
circulares do O cárdia apresenta o óstio cárdico, a abertura A zona média é dividida em três zonas, sendo
inferiormente, com as fibras do esófago no estômago, sem ser um verda­ a mediana denominada de região umbilical
estômago. deiro esfíncter, ostenta, porém, um sistema (Fig. 187.7), a esquerda de região lateral es­
anti-refluxo formado pela incisura cárdica querda (Fig. 187.8) e a direita de região
(His). O piloro apresenta o óstio pilórico, a lateral direita (Fig. 187.9).
9.4.3. TELA SUBMUCOSA
abertura do estômago no duodeno, ostentando
e não é n:1ais um verdadeiro esfíncter.
É muito aderente à mucosa
faringo-basilar.
do que a continuação da fáscia
10.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
9.4.4. TÚNICA MUCOSA
fig. 186 _ Túnica muscular do esófago Para se compreender a projecção dos órgãos
quiçada conti­
Tem uma coloração esbran 1. fibras longitudinais 2. face posterior da placa
da cartllage• � contidos na cavidade abdominal, a parede
a mucosa da
nuando-se, superiormente, com A deio 3. Tendão crico-esof6gico (Gilette) 4. Fibra
s circulares bdominal anterior deve ser dividida topogra­
do estomago,
faringe e, inferiormente, com � _ hcamente em nove zonas.
sendo rica em glândulas eso
fag1cas. Traçando-se duas linhas horizontais na parede
nterior do abdómen, a primeira inferiormente
co�telas estemais, a linha infracostal
h . 187.1) e a segunda rasando a parte mais
lc, ada das cristas ilíacas, a linha supra­
·ili ca (Fig. 187.2), delimitam-se três zonas.
regiões situadas superiormente à linha
r \:O,tal constituem as zonas superiores.
regioe s situad as inferiormente à linha
-ilíaca constit uem as zonas inferiores.
1 s situadas entre as duas linha
s hori-
1 denominam-se de
zonas médias. 10
m-se depois duas linhas verticais para-
. H linhas abdominais laterais dire
, ita
u rd (F'•g. 187 .3), que
� passam pela Fig.187 · Divisão topogr6fico do parede abdominal anterior
m dia dos ligamentos inguinais, pelo
e 1. Linha inlrocostol 2. Linha supra-ilíaca 3. Linhas abdominais laterais,
conctro-costª'• ao nível da 9ª cart

o 1.ª'· que vào dividir em direita e esquerda 4. Epig6strio S. Hipocôndrio esquerdo 6. Hipocôndrio
_ três, cada direito 7. Região umbilical 8. Região lateral esquerda 9. Região lateral
t �e, zonas Já menciona
das, determi­ direita 1O. Hipogástrio 11. Região inguinal esquerda 12. Região inguinal
•m a dre •m1tação de nove zonas.
direita
112 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) ESTÔMAGO 113

Na parede anterior do hemª itóra x esquerdo,


A zona inferior é dividida em três zonas, sendo 10.1.3. MEIOS DE FIXAÇÃO O ligamento gastro-frénico (Fig. 190. 7)
(Fig. proj ecta-se a o nível da 5 , 6 8
, 78, 8ª e 9• e tab_elece aunião da face posterior do fundo
a mediana denom inada de hipogástrio �
187.10), a lateral esquerda de região ingui nal costelas esquerdas e correspondentes espaços O estômago (Fig. 190.1) é um órgão pouco
gastnco com a face inferior do diafragma ao
esquerda (Fig. 187.11) e a lateral direita , de intercostais, por uma zona conhecida por mó�el, �om. d:slo�ament?s pouco frequentes nív el do folíolo esq uerdo.
região inguinal direita (Fig. 187.1 2). espaço semilunar (Traube) (Fig. 189.1). Este devido a existencia de varios meios de fixa-
A foice da artéria gástrica esquerda (Fig.
espaço está limitado: por uma linha
que passa 19�.8) com forma triangular, liga o terço su­
ção.
pelo 5º espaço intercostal esqu do (Fig.
er
Superiormente, está fixado através da s ua perio r da c urvatura menor do estômago a0
10.1.1. SITUAÇÃO 189.2), s uperiormente; ao nív el do rebordo continuidade co m o esófago (Fig. 190.2) e tronco celíaco.
condro-costal esquerdo (Fig. 189.3), inferior­ inferiormente, pela continuidade com O duo�
O estômago (Fig. 188.1) relaciona-se: súpero­ mente; por uma linha vertical que pass junto
a
rno
deno (Fig. 190.3), além de estar mantido em 10.1.4. FORMA
-lateralmente à esquerda, com o diafragma à mar gem l ateral esquerda do est e (Fig.
posição por intermédio de formações perito­
(Fig. 188.2); súpero-lateralmente à direita, 189.4), à direita; ao nív el da linha axilar neais: os omentos, o ligamento gastro-frénico O � tômago tem uma forma característica e
com o lobo esquerdo do fígado (Fig. 188.3); anterior (Fig. 189.5), à esquerda . e a foice da artéria gástrica esquerda. �
vanav71 conforme s e trate de um estômago
inferiormente, com o cólon transv erso e seu Na parede abdo minal anterior , proj ecta-se Os omentos são lâminas periton eais que se .'
cadavenco ou no ser vivo.
mesocólon; mediaimente com a re
gião celíaca numa zona conhecida por triângulo de Labbé estendem do estô mago ao fígado, a o cólon No cadáver, tem a forma de uma gaita-de­
(Luschka) (Fig. 188.4 ); e poste riorm ente com (Fig. 189.6), limitado: pela margem anterior transverso e ao baço. -fol es, achata do de anterior para posterio r
o pâncrea s (Fig. 188.5 ), o ba ço (Fig. 188.6), o do fígado (Fig. 189.7), s uperiormente e à O omento menor ou gastro-hepático (Fig co m uma porção superio r, vertical, corres�
rim esq uer do (Fig. 188.7 ), a glând ul a suprar­ direita, desde a 1O cartilagem costal direita
ª
190.4) liga a curvatura menor do estômago à
duodeno ponden�e a �ois terços do seu volume e uma
renal esquerda, a parte ascendente do até à 7 e 8ª cartilagens costais esquerdas; ao
ª
porta do ffgado. _
porçao mfenor, horizontal, correspondendo a
(Fig. 188.8 ) e as prime ira s ans as do j ej uno. nível do rebordo condro-costal esquerdo (Fig. O ome?to maior ou gastro-cólico (Fig. um terço.
189.3), superiormente e à esquerda; ao nível 190.5) hga a curvatura maior do estômago ao N� vivo, a forma do estômago varia segundo
de uma linha horizontal unindo as duas 10.. cólon transverso.
cartilagens costais (Fig. 189.8), inferior- � idade, o sexo e a posição. Nos indivíduos
O omento gastro-esplénico (Fig. 190.6) liga Jov e�s, a po rção hor izontal é pouco desen­
mente. o fundo gástrico à face ântero-medial do
�olvi�a. No sexo feminino, a porção vertical
JÇO e mais dese nvolvid a . Na posição bíp ed e,
apresenta a forma de um U maiúscu lo.

2 8
S egundo os biotipos constitucionais, os estô­
�agos, �odem �lassificar-se em ortotónicos,
hip:rtomcos, h1potónicos e atónicos.
O tipo �i�ertónico (Fig. 191.A) encontra-se
nos bre�ilmeos,_ não havendo separação entre
as po rçoes vertical e horizonta l
6
<? tipo_ o�totónico (Fig. 191.B) constitui o
tipo classico do adulto apresentando a form ª
de um J maiúsculo.
Fig. 188 - Situação do estômago

1. Estômago 2. Oiofrogmo 3. Lobo esquerdo do ligado 4. Região celloco


nte
(Luschko) 5. POncreos 6. Baço 7. Rim esquerdo 8. Porte ascende 6
do duodeno

no parede
Fig. 189 - Projecção do face anterior do estômago
10.1.2. PROJECÇÃO PARIETAL do hemitórox esquerdo
ndo pela S'
O estômago é um órgão de proj ecção toraco­ 1. Espaço semilunor (Troube) 2. Linho passa • lixa1ão do estômago
ol esquerdo 4
-abdorninal, proj ectando-se na parede anterior intercostol esquerdo 3. Rebordo condro-cost 1 hilago 3. Duod
esterno S. l eno 4· Dmento menor ou gostro-
passando no margem lateral esquerdo do
do hemitórax esquerdo e na parede abdominal Margem ante rior do fiP' l r ou gostro-cólico 6.
Omenta gostro-esplénico Fig. 191 - Tipos de estômago
anterior 6. Tri8ngulo de Lobbé 7.
anterior, numa grande área do epigástrio e na '""' lr tmco .
8. Fo1ce do artéria gástrico esquerdo
unindo os duas 10" cartilagens costois A. Tipo hipertónico B. Tipo ortotónico t Tipo hipotónico O. Tipo atónico
quase totalidade do hipocôndrio esquerdo.
ESTÕMAGO 11 5
DIGESTIVO)
114 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA

O cárdia (Fig. 192.6) está situado


entre a o segmento torácico representa os dois ter­
encontra-se ços superiores da porção vertical do estômago,
O tipo hipotónico (Fig. 191.C) extremidade superio r da curv atur a menor e
s vertical e
nos longilíneos, estando as porçõe incisura cárdica (Hi s). projectando-se na parede anterior do hemi­
ente e quase ao nível da 5ª
, 6 ª
, 7ª, 8ª e
horizontal dispostas paralelam A curvatura maior (Fig. 192.7) orig
ina-se na tórax esqu erdo
verticais. (His ), lim itan do o fundo 9• costelas (Fig. 194.1) e correspondentes
ito alongado incisura cárdica
O tipo atónico (Fig. 191.D), mu gástrico, a porção esq uer da do cor po gástrico, espaços intercostais. Esta zona traduz-se
e pélvica.
e ptosado, aproxima-se da cavidad as porções inferior es do antr o piló rico e do na cUnica, por uma área de hipersonoridade,
ina no pilo ro. constituindo o já referido espaço semilunar
canal pilórico, e term
i (Traube) (Fig. 194.2).
10.1.S. DIMENSÕES E CAPACIDADE A curvatura menor (Fig. 192.8) orig na-se
a por ção dire ita do corpo Entre o estômago e a parede anterior do he­
no cárdia, limitando
sup erio res do antro piló­ mitór ax esquerdo encontra-se o diafragma
biotipo cons­ gástrico, as porções
São muito variáveis em face do rico , e term ina no piloro. (Fig. 193.1) e as inserções do músculo trans­
tipo de alimen­ rico e do canal piló
titucional do indivíduo, do s verso do abdómen, a porção ântero-esquerda
tação e do estado de vac uid ade ou de re­ No seu conjunto, o estômago é con tituído
ante rior e outr a posterior, do recesso costo-diafragmático, a base do pul­
pleção. No estado de rep leçã o tem cerca por duas faces, uma
mão esquerdo e a base do pericárdio fibroso.
de 25 cm de comprimento , 12 cm de largura duas margens, a curvatura maior e a curvatura
o O segmento abdominal corresponde à por­ Fig. 194 - Relações do face anterior do estômago
e 8 cm de diâmetro ânte ro-p oste rior. menor, e dois óstios, um superior, cárdia.
ção da face anterior do estômago que se
O estômago tem uma capacidade
de cerca de e outro inferior, o pilo ro.
encontra relacionada com a parede abdominal
1. Projecção do face anterior do estômago ao nível da 5ª, 6ª,r, 8ª
e 9 costelas esquerdas 2. Espaço semilunar (Troube) 3. Tri6ngulo de
ª
1000 a 1500 cm • anterior, constituindo uma área triangular, o
3
Labbé 4. Relações com a face inferior do lobo esquerdo do fígado
6 j referido triângulo de Labbé (Figs. 193.2
e 194.3), com grande interesse cirúrgico.
10.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA E O segmento abdominal corresponde também
face inferior do lobo esquerdo do fígado 10.2.2. FACE POSTERIOR
RELAÇÕES F1gs. 193.3 e 194.4), ocupando a zona direita
porção vertical do estômago e a zona supe­ A face posterior do estômago (Fig. 196.1)
co, o estô­
Sob o ponto de vista anátomo-clíni n r da sua porção horizontal. olha póstero-inferiormente, relacionando-se
ção vertical
mago é constituído por uma por com órgãos que estão aplicados contra a
e por uma porção horizontal. parede abdominal posterior. Para efeitos
pelo fundo
A porção vertical é constituída descritivos, pode dividir-se esta face em três
gástrico e pelo corpo gástrico. segmentos.
usa sobre
A fundo gástrico (Fig. 192.1) repo O segmento superior corresponde à face
rior men te, por
o diafragma e é limitado, infe posterior do fundo gástrico, relacionando-se
l da mar gem
uma linha que passa ao níve à direita, com o ligamento gastro-frénico e �
inferior do cárdia. pilar principal esquerdo do diafragma (Fig.
a forma de
O corpo gástrico (Fig. 192.2) tem
3
lim itad o, à direita, 195.1) e à esquerda, com a porção superior
um tronco de cone, sendo pré-bilar da face ântero-medial do baço (Figs.
ver tica l da cur vatura
pela porção superior e
por ção mui to con­ Fig. 192 - Constituição do estômago 195.2 e 196.2).
menor e, à esquerda, pela O �egmento médio situa-se entre a face pos­
vexa da curvatura mai or. 3. Antro p116rlco 4. Canal
1. Fundo gástrico 2. Corpo gástrico or
pelo antro r 8. Curvatura men tenor do fundo gástrico e o mesocólon trans­
A porção horizontal é constituída 5. Piloro 6. Córdia 7. Curvatura maio
piló rico . verso, correspondendo à bolsa omental e atra­
pilórico e pelo canal
a-se entre o vés desta, com os seguintes órgãos: o corpo
O antro pilórico (Fig. 192.3) situ
rico . e a cauda do pâncreas (Figs. 195.3 e 196.4),
10.2.1. FACE ANTERIOR
corpo gástrico e o can al piló
a o antro a glândula suprarrenal esquerda (Figs. 195.4
O canal pilórico (Fig. 192.4) continu
piloro. olha ãntero­ e 196.5), a face anterior do rim esquerdo
pilórico, cujo ápice corresponde ao A face anterior é convexa,
ado na extre­ seJ (Figs. 195.5 e 196.6) e a porção inferior da
O piloro (Fig. 192 .5) está situ
tal do riormente e pode div idir-se em dois o
midade esquerda da porção horizon . e o se gm ent
, c1c face ântero-medial do baço (Figs. 195.6 e
o gastro- tos, o segmento tora o 196.3).
estômago, referenciado pelo sulc minal.
-duodenal.
ESTÔMAGO 117
116 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

nira menor, é percorrido pela artéria gástrica


esquerda (Fig. 197.12) e pela veia homónima.

2 10.2.S. CÃRDIA
A rransição esófago-gástrica constitui o cárdia
(Fig. 197.6). O ângulo compreendido entre a
margem esquerdo da parte abdominal do esó­
fago e o fundo gástrico, constitui a incisura 3
cárdica (His) (Fig. 197.13).
O cárdia relaciona-se, posteriormente, com a
aorta abdominal (Fig. 197.8), projectando-se
à esquerda no corpo da 11ª vértebra torácica
ª
e, anteriormente, ao nível da 7 articulação
Fig. 197 · Rela,ões dos curvaturas maior e menor do estômago, do
condro-estemal esquerda.
córdio e do piloro
7
1. Curvatura maior do estômago 2. Margem anterior do ba,o 3. Omento
10.2.6. PILORO maior ou gostro-c61ico 4. Artéria gostro-omentol esquerdo S. Curvatura
Fig. 195 - Rela,ões esquemáticos do face posterior do estômago Fig. 196 - Rela,ões do face posterior do estômago menor do estômago 6. Córdio 7. Piloro 8. Aorta abdominal 9. Tronco
1. Zona em relD{ÕO com o pilar principal esquerdo do diafragma 2. Zona
transição gastro-duodenal constitui o celíoco 1O. Lobo coudodo (SpiegeQ do fígado 11. Plexo celíoco 12. Artéria
1. Ãreo de projec{ÕO do face posterior do estômago 2. Porpio superil
em relo{ÕO com o por,õo superior pré-hilor do face 6ntero-mediol
piloro (Fig. 197.7). Externamente, na face gástrico esquerdo 13. lncisuro cárdico (His) 14. Sulco gostro-duodenol
pré-hilor do face 6ntero-mediol do ba,o 3. Por,õo inferior do IG11
do bo{O 3. Zona em relo{ÕO com o corpo e o cauda do p6ncreos anterior, apresenta o sulco gastro-duodenal 1S. Lobo quadrado do fígado 16. Colo do veslculo biliar 17. C61on
6ntero-mediol do bo,o 4. Corpo e cauda do p6ncreos S. 616ndwll
4. Zona em relo{ÕO com o gl6ndulo suprarrenal esquerdo S. Zona em 1 Fig. 197 .14 ), percorrido pela veia pré-piló­ transverso 18. Colo do p6ncreos 19. Artéria gostro-duodenol 20. Artéria
suprarrenal esquerdo 6. Rim esquerdo 7. Mesoc61on transverso 8. Pullt
relo{ÕO com o rim esquerdo 6. Zona em relo{ÕO com o por,õo inferior ascendente do duodeno 9. Flexuro duodeno-jejunol 10. Jejuno
nca (Mayo). gostro-omentol direito
do face 6ntero-mediol do ba,o 7. Zona em relD{ÕO com o mesocálon O p1 loro é móvel e a sua situação varia em
transverso 8. Zona em rela,õo com o porte ascendente do duodeno, lunção do grau de plenitude gástrica, projec­
o flexuro duodeno-jejunol e os primeiros ansas do jejuno omento maior ou gastro-cólico (Fig. 197.3 t ndo-se, posteriormente, ao nível da linha
No interior deste omento e junto à curvatura mediana, na 12" vértebra torácica ou 1• vér­ 10.3. CONFORMAÇÃO INTERNA
maior, situa-se a artéria gastro-omental e · t hra lombar. No estado de plenitude gástrica,
O segmento inferior situa-se inferiormente à
querda (Fig. 197.4), a artéria gastro-oment projccta-se, posteriormente, a cerca de 3 a Quando se observa com um gastroscópio, a
margem inferior do pâncreas, relacionando-se
direita (Fig. 197.20) e as veias homónima ,m à direita da linha mediana e, anterior­ mucosa gástrica possui uma cor vermelho
com o mesocólon transverso (Figs. 195.7 e
ntc, sobre a e�tremidade anterior da 8ª alaranjada uniforme; a mucosa é mais desen­
196. 7), onde se encontra o arco justacólico tcl direita. volvida no piloro do que no cárdia. Toda a
(Riolan), e, inferiormente ao mesocólon, com
a parte ascendente do duodeno (Figs. 195.8 e
10.2.4. CURVATURA MENOR piloro relaciona-se: com a face inferior do mucosa apresenta numerosas pregas gástricas
quadrado do fígado (Fig. 197.15) e com (Fig. 198.1), quando o estômago está vazio,
196.8), a flexura duodeno-jejunal (Fig. 195.8 7
e 196.9) e as primeiras ansas do jejuno (Fig. A curvatura menor do estômago (Fig. 19 0 da vesícu l a biliar
(Fig. 197.16), ântero­ tendendo as pregas a desaparecer quando o
estende-se do cárdia (Fig. 197.6) ao p il normcnte; com o cólon transverso (Fig. estômago se começa a distender. Estas pregas
195.8 e 196.10).
(Fig. 197.7). Tem uma direcção com obh 171· anter
• o-tnferiormente; com o colo do são mais pequenas no fundo gástrico (Fig.
cu rc 'Fig l 97 • 18) e com a artéria gastr
dade ínfero-direita, descrevendo uma : o­ 198.2), aumentando à medida que se aproxi­
n 1 (Fig . 197.19), por intermédio da mam do antro pilórico (Fig. 198.3).
10.2.3. CURVATURA MAIOR com concavidade direita.
po omcntal posteriormente; com o
Relaciona-se, superiormente, com a omento O óstio cárdico está situado na junção esó­
197 . ou gastro-cólico e o pedículo piló
A curvatura maior do estômago (Fig. 197.1) superior da aorta abdominal (Fig. WllllllftMvmcnte; e com a rico, fago-gástrica, com uma obliquidade ínfero­
e íaco ,'
tem uma forma convexa, olhando inferior­ inferiormente, com o tronco c l
i
artéria gastro-omental
Fig. 197-20) e veia homóni
-direita, apresentando uma prega que não é
do f g
mente e para a esquerda. 197.9), o lobo caudado (Spiegel� m o
ma e tam­ mais do que o prolongamento do incisura cár­
19
. ■1911iirw.,,... cólon transverso (Fig. 197.17) '
l
Relaciona-se com o cólon transverso e, na (Fig. 197.10) e o plexo celíaco (fig dica (His), sendo impropriamente denomi­
nte.
Da curvatura menor destaca-se nado de válvula cárdio-esofágica (Gubarow)
O 0
sua porção superior, com a margem ante­ da e
rior do baço (Fig. 197.2), donde se destaca o maior ou gastro-cólico que, junto (Fig. 198.4).
ESTÔMAGO 119
118 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

posterior, que reveste a fac e posterior do


estômago, conti nua-se pel a face posteri or da
parte abdominal do esófago, reflectindo-se
depois para a parede abdominal posterior ,
onde passa a constituir o peritoneu parietal.
Ao nível do piloro, a sua fac e anterior é
revestida pela lâmin a anterior, que reveste a
face anterior do estômago, continuando-se
pela face anterior da parte s uperior do duo­
4
deno. A face posterior do piloro é revestida
pela llmina posterior, qu e reveste a fac e
posterior do estômago, continuando-se nu m
curto trajecto, sobre as por ções s uperior e
mferio r da face posterior da parte s uperior
do duodeno, reflectin do-se depois pó stero­
fig. 199 - Coniorma,õo interior do piloro -medialmente para formar, com o peritoneu fig. 200 · Omento menor ou gostro-hepático e omento maior ou gostro­
fig. 198 - Coniorma,õo interno do estômago 1. Piloro, observado do lodo do estômago, com ospecto da fur. panetal, a parede posterior da bolsa omental. •c61ico
2. Piloro, observado do lodo do duodeno, com formo da um se,to
4. Válvula cárdio­ 1. Lamino anterior peritoneal no face anterior do estômago 2. L6mino
1. Pregos gástricas 2. fundo gástrico 3. Antro pi16rico circular plano 3. ôstio situado centralmente no septo
•esofágico (Gubor ow) 5. Ôstio pil6ric o 6. Esfincter pil6ric o 7. Válvula 10.4.1.2. OME NTOS posterior peritoneal no face posterior do estômago 3. Omento menor
ou gostro-hepático 4. Omento maior ou gostro-c6lico 5. L6mino superior
pil6rico
\o mvel da curvatura menor e porção pós­ do mesocólon transverso

t ro-lateral do fundo gástrico, as lâminas


o óstio pilórico (Fig. 198. 5) está situado na l 0.4. l. T0NICA SEROSA - PERITONEU pcritoneais anterior e posterior sobrepõem-se
j unção gastro-duodenal, com uma �bliquid��e GÃSTRICO p ra e dirigir do estômago para os órgãos A lâmina posterior desce paral el amente à
póstero-direita, apresentando o � sfmcte� p1�0- 11mho s , onde tomam o nome de omentos. l âmi na anterior e atinge a margem superior
rico e a válvula pilórica. O esfmcter pllónco O omentos que se destacam do estômag o do cólon transverso, onde se continua com a
O estômago está revestido su perficialmente , trê�: o omento menor ou gastro-hepático ; l âmi na s uperior do mesocólon tran sverso
(Fig. 198.6) resu lta do espessamento, a este on u
por uma serosa fina e brilhante, o perit : mento maior ou gastro-có lico e o omento
nível das fibras circular es do estômag o.
o peritoneu gástrico está l i gado aos órg _
ao (Fig. 200. 5).
A váivula pilórica (Fig. 198.7) não é mais do men tos, do h g­ tro-esplénico.
vizinhos por intermé dio dos o _� O omento gastro-esplénico (Fig. 201.1) des­
que o esfíncter pilórico revestido por tecido mento gastro-fré nico e d a foic e da arten •
conj u ntivo e por mucosa. omento menor ou gastro-hepático (Fig. taca-se da por ção póstero-lateral do fundo
gástrica esqu erda.
O piloro (Fig. 199.1), quando observado do l 11 é constituído pela coalesc ênc ia das gástrico (Fig. 201.2), até alcançar o hilo do
l ado do estômago , apresen ta o aspecto de ma� peritoneais anterior e po sterior do baço (Fig. 201.3).
GÃSTIICI
um funil, com u m óstio de cerca de 1, 5 cm
\0.4.1.l. DISPOSIÇÃO GERAL DO PERITONEU m O que, da curvatura menor do estô­
de diâmetro, que ol ha para o duodeno, e é coo 1 e prolongam para a porta hepática. l 0.4.l.3. LIGAMENTO GASTRO-FRtNICO E FOICE DA
quando observado do lado do duodeno, ap�e­
o peritoneu que reveste o estômago
e 8 posten«
tuído por duas lâminas, a anterior nto �aior ou gastro-cólico (Fi ARTtRIA GÁSTRICA ESQUERDA
senta a forma de um septo circular plano (Fig. e5 te c g.
A lâmina anterior (Fig. 200.1) rev o • 0 mais extenso, destaca-se da cu rva
-
199.2), disposto verticalmente, ap resentando mag O ligamento gastro-frénico (Fig. 190.7) es­
pletamente a fac e anterior do estô 1or• d0 eSt oma•
go, onde se desdobra em
o óstio situado cen tralmente (Fig. 199.3).
qual quer descontinuidad e, e a lâJDi na P';5"" mina,. tabelec e a união da face posterior do fundo
tamb ém c omp
rior (Fig. 200.2) reves te ante�ior desce até ao púbis, gástrico com a face inferior do diafragma, ao
ago. entre a
mente a fac e posterior do estôm ten. or. bdommal an t erior e as
ansas in tes­
nível do fol íolo esquerdo.
a an
10.4. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA Ao nível do cárdia, a lâ min
. do estômago ' coou lta a subir até alcan
çar a margem
reveste a face antenor cólon �ransverso, revesti A foice da artéria gástrica esquerda (Fig.
. da Parte abdom1. nai ndo depois
O estômago é constituído por q uatro túnicas, -se pela face antenor � s t enor, onde se c ontinu 190.8), com fo rma triangular, liga o terço
· s para 0 a com a
sobrepostas da su per fície para a profundi­ esófago , reflectindo-s� d epo1 dia a lá ''r nor do mesoc lon superior da curvatura menor do estômago ao
cár 6 transverso.
dade: serosa, mu scular, submucosa e mucosa. fragma. Na face postenor do tronco celíaco.
120 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
ESTÔMAGO 121

culares médias ultrapassam o piloro e as que cavalgam a incisura cárdica (His) (Fig.
fibras laterais alcançam a túnica mucosa. Quando o estômago está vazio, a mucosa tem
202.Cl), dirigindo-se com obliquidade até uma coloração esbranquiçada, mas quando
ao pilara através da curvatura menor (Fig. contém alimentos, a sua coloração é vermelho­
10.4.2.2. CAMADA MUSCULAR MÉDIA 202.C2), alcançando também a curvatura -alaranjada.
A camada média é constituída por fibras maior (Fig. 202.C3), depois de atravessar com Ao nível do piloro, tem cerca de 2 cm de es­
musculares circulares com disposição cir­ obliquidade as faces anterior e posterior do pessura, diminuindo depois, de inferior para
cular e perpendiculares ao grande eixo do estômago. superior, até alcançar cerca de 1 cm, ao níve
l
estômago (Fig. 202.B l ), formando os dois do cárdia.
terços da musculatura do estômago, sendo 10.4.3. TELA SUBMUCOSA A mucosa apresenta numerosas pregas gás­
uma camada contínua, disposta em anéis, tricas (Fig. 203.1), dispostas paralelamente
desde o cárdia ao piloro e cuja espessura va1 ao grande eixo do estômago, desde o cárdia
A tela submucosa interpõe-se entre as túnicas
aumentando progressivamente à medida que ao piloro. Além das pregas gástricas mais
muscular e mucosa. A sua aderência à mu­
se aproxima do piloro. d:senvolvidas, existem outras pregas gás­
cosa permite o pregueamento desta sobre a
Ao nível do cárdia, esta camada não é mais tncas menos desenvolvidas (Fig. 203.2), mais
tumca muscular durante as contracções.
Fig. 201 - Omento gostro-esplénico do que a continuação da camada profunda pequenas, que se estendem entre as curva­
do esófago (Fig. 202.B2). Ao nível do piloro. turas maior ou menor.
l. Omento gostro-esplénico 2. Por�õo póstero-loterol do fundo gástrico
continua-se com as fibras musculares circula­ 10.4.4. TÚNICA MUCOSA Entre as pregas gástricas, encontram-se sul­
3. Hilo do bo�o
res do duodeno, espessando-se para constituir cos (Fig. 204.1) que condicionam as áreas
o esfíncter pilórico (Fig. 202B.3). gástricas (Fig. 204.2), poligonais ou circula­
,\ túnica mucosa, também conhecida por
l 0.4.2. T0NICA MUSCULAR túnica glandular (Willis), reveste de uma res, com cerca de 5 mm de diâmetro, crivadas
10.4.2.3. CAMADA MUSCULAR PROFUNDA forma contínua toda a superfície interna do de foramenes, as fovéolas gástricas (Fig.
A túnica muscular é constituída por três ca­ e tômago, encontrando-se em continuidade 204.3), que representam a abertura das glân
A camada profunda é constituída por fibras ­
madas de fibras musculares: camada super­ lOm o revestimento mucoso do esófago e do dulas gástricas.
musculares oblíquas em forma de an i
ficial, camada média e camada profunda. duodeno.
2

10.4.2.1. CAMADA MUSCULAR SUPERFICIAL

A camada superficial é constituída por fibras


musculares longitudinais, paralelas, que
representam a continuação da camada super­
ficial muscular do esófago. No seu aspecto
geral, estas fibras revestem o estômago duma 3
forma contínua, mas não uniforme, sendo mais A 8 (

espessas ao nível do cárdia e do piloro.


As fibras originadas no esófago, quando atin­ Fig. 202 - Túnica muscular do estômago
gem o cárdia, distribuem-se dum modo muito
A l. Fibras musculares longitudinais dirigindo-se dlreclamente •
regular sobre toda a superfície gástrica, diri­
oo piloro A2. Fibras musculares longitudinais percorrendo 1
gindo-se directamente do cárdia ao piloro anterior do estômago A3. Fibras musculares longitudinais e
(Fig. 202.Al) ou percorrendo as faces anterior no fundo gástrico, percorrendo o face anterior do e5t6..
(Fig. 202.A2) e posterior do estômago. Encon­ olcon�or o piloro M. Fosclculo muscular no curvoturo
tram-se também fibras musculares que se ori­ estômago 81. Fibras musculares circulares ao nível d•
11 2
ginam nas duas faces do fundo gástrico para estômago 82. Fibras musculares circulares ao nmi do cónlll
terminar ao nível do piloro (Fig. 202.A3). constt tuire m •
musculares circulares ao nível do piloro paro

Ao nível da curvatura menor do estômago, pilórico Cl. Fibras musculares obliquos em ansa cavolgo*
ol n ° 0 piolt •s u1to desenvolv Fig. 204 - Áreas gástricas e fóveolos
encontra-se um fascículo muscular muito cárdico (His) (2. Fibras musculares obliquos m 91'1'1 idos 2- Pregos gástricas pouco
· do e
desenvolvido (Fig. 202.A4), cujas fibras mus- musculares obliquos olcon�ondo o curvatura maior 1. Sulcos 2. Áreas gástricas 3. Fovéolas gástricas
INTESTINO DELGADO

O intestino delgado é a porção do tubo di­ o piloro, sendo portanto superficial, mas
gestivo localizada entre o estômago e o intes­ depois de um curto trajecto, torna-se pro­
uno grosso. fundo.
Trata-se de um canal músculo-membranoso,
achatado no estado de vacuidade e cilíndrico 11.1.1.2. LIMITES
quando está distendido, em . repleção. .
Encontra-se situado na cavidade abdómmo­ O limite superior do duodeno está referen­
•pélvica, apresentand�, _na espécie �uma�a, ciado externamente pelo sulco duodeno­
características intermedias entre o mtestmo -pilórico (Fig. 205.4), e internamente pela
delgado dos carnívoros e o dos herbívoros. válvula pilórica.
Apresenta um comprimento de cerca de 6 O limite inferior do duodeno corresponde à
a 8 metros, desde o piloro até à valva ileal, flexura duodeno-jejunal (Fig. 205.2), no
tendo a progressão do quimo, em todo o ponto onde se insere o músculo suspensor do
intestino delgado, uma velocidade de 1 a duodeno (Treitz).
2 cm por segundo.
O intestino delgado é constituído por uma
porção inicial, fixa, o duodeno e uma porção
móvel, flexuosa, o jejuno e íleo.

6
11.1. DUODENO
O duodeno inicia-se ao nível do flanco es-
ucrdo da I ª vértebra lombar, seguindo-se ao 3
p loro (Fig. 205.1), para terminar ao nível da
�• ' rtebra lombar, após o que se continua
pelo jcjuno, ao nível da flexura duodeno-
Junal (Fig. 205.2).
e te curto trajecto, apresenta a forma de
ncl incompleto que envolve a cabeça do Fig. 205 - Situa,õa e limites do duodeno
rcas, o quadro duodenal (Fig. 205.3).
1. Piloro 2. Flexura duodeno-jejunal 3. Quadro duodenal 4. Sulco
duodeno-pil6rico 5. Cahe,a do p6ncreas 6. Est6mago
11. l.1. CONSIDERAÇÜES GERAIS

li l 1.1. SITUA(lO 11.1.1.3. PROJECÇAO PARIETAL

O duodeno projecta-se na parede abdominal


cno ocupa a porção póstero
-superior anterior, no espaço compreendido entre uma
•d de abdominal. No pon
to de origem, linha horizontal superior (Fig. 206.1) que
no encontra-se no
mesmo plano que passa pela extremidade anterior das oito primei-
124 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
INTESTINO DELGADO 125

ras costelas, e uma linha horizontal inferior A parte ascendente do duodeno (Fig. 206.7),
A flexura duodeno-jejunal (Fig. 208.5) pro­
(Fig. 206.2) que passa ao nível do umbigo. com trajecto ascendente, termina na flexur a
jecta-se ao nível da 2ª vértebra lombar, cons­
A parte superior do duodeno (Fig. 206.4) duodeno-jejunal (Fig. 206.1O), que se projecta
tituindo o limite entre o duodeno e o jejuno,
dispõe-se horizontalmente e inicia-se a cerca ao nível da linha horizontal superior, a cerca e corresponde à mudança brusca de direcção,
de 3 cm à direita da linha abdominal mediana de 6 cm à esquerda da linha abdominal me­ sendo a região onde se insere o músculo
(Fig. 206.3), inferiormente à linha horizontal diana. suspensor do duodeno (Treitz).
superior, e a flexura superior do duodeno A flexura superior do duodeno (Fig. 208.6)
(Fig. 206.8) situa-se a cerca de 8 cm à direita 11.1.1.4. DIMENSÕES é o ângulo de junção da parte superior com
da linha abdominal mediana. a parte descendente do duodeno.
A parte descendente do duodeno (Fig. 206.5) O comprimento do duodeno é de cerca de A flexura inferior do duodeno (Fig. 208.7)
dispõe-se verticalmente, num trajecto de 25 cm, sendo o diâmetro, em estado de dis­ é o ângulo de junção da parte descendente
cerca de 8 cm, até alcançar a flexura inferior tensão média, de cerca de 5 cm. com a parte horizontal do duodeno.
do duodeno (Fig. 206.9) situa-se próximo da
linha horizontal inferior.
A parte horizontal do duodeno (Fig. 206.6) 11.1.1.S. MEIOS DE FIXAÇÃO
situa-se quase horizontalmente e continua-se
com a parte ascendente do duodeno, a cerca O duodeno, como órgão fixo, é mantido em
de 4 cm à direita da linha abdominal me- posição através da cabeça do pâncreas, da 5
diana. sua continuidade com o estômago, através do
peritoneu, do dueto colédoco e duetos excre­ r.. 207 . Dudo colédoco, dudo pancreático (Wirsung), dueto pancreático 2
1111s6110 (SonlorinQ e arcos orteriois poncreático-duodenois
tores do pâncreas, dos arcos arteriais pancreá­
tico-duodenais e ainda do músculo suspensor 1. Dueto colédoco 2. Dueto pancreático (Wirsung) 3. Dueto pancreático
do duodeno (Treitz). 1111s6110 (SontorinQ 4. Arca arterial pancreático-duodenal posterior
A cabeça do pâncreas (Fig. 205.5) relaciona­ 5. Arco orteriol pancreático-duodenal anterior
-se directamente com o quadro duodenal.
3
O estômago (Fig. 205.6) permite, pela conti•
nuidade com a parte superior do duodeno. 11.1.1.6. DIVISÃO, DIRECÇÃO E TRAJECTO
manter uma certa fixação. Fig. 208 · Divisão do duodeno
O peritoneu, com as duas lâminas, ao reves· O duodeno é constituído por quatro partes.
8 1. Parte superior do duodeno 2. Parte descendente do duodeno
tir a face anterior (Fig. 214.1) e a face pO\• parte superior do duodeno (Fig. 208.1),
m obliquidade p6stero-súpero-direita, es­ 3. Porte horizontal do duodeno 4. Parte ascendente do duodeno S. Flexura
terior (Fig. 214.2) da parte superior do duo­
nd -,e desde o pilara ao colo da vesíc duodeno-jejunal 6. Flexura superior do duodeno 7. Flexura inferior
deno, contribui para a constituição do omento ula do duodeno
menor ou gastro-hepático (Fig. 214.4) e do h r. No vivo, apresenta na sua parte
inicial
omento maior ou gastro-cólico (Fig. 214.3 m dilatação, a ampola do duoden
o. 11.1.1.7. TIPOS DE DUODENO
O dueto colédoco (Fig. 207.1) e o duct• P rte descendente do duodeno (Fig
.
pancreático (Wirsung) (Fig. 207 .2 ) abrem· •, l, vertical e descendente, estende
-se O duodeno, que corresponde a quatro quin­
0 col o da vesícu
ambos na papila maior do duodeno, e o ducll la biliar até à porção tos de um círculo envolvendo a cabeça do
acessório pancreático (Santorini) (Fig. 207.3 nor da cabeça do pâncre
as. pâncreas, apresenta três tipos de variações.
abre-se na papila menor do duodeno. part horiz ntal do du
� odeno (Fig. 208.3) O tipo de duodeno em U (Fig. 209.A) é ca­
O arco arterial pancreático-duodenal pai" ndc-se horizontalmente
da direita para a racterizado por uma parte horizontal (Fig.
terior (Fig. 207.4) e o arco arterial P... rd • desde a porção inf
erior da cabeça 209.A l ) horizontal, sendo a parte descen­
creático-duodenal anterior (Fig. 207.5). . ncreas até aos vasos
mesentéricos supe- dente (Fig. 209.A2) e a parte ascendente
Fig. 206 • Projec�õo porietol do duodeno vascularizam o bloco duodeno-pancreáll
llllrte sceorlente do (Fig. 209.A3) verticais.
1. Linho horizontal superior 2. Linho horizontal inferior 3. Linho são outro meio de fixação. duodeno (Fig 208 4)
O músculo suspensor do duodeno. (Tre• m traJecto ascen O tipo de duodeno em V (Fig. 209.B) é ca­
dente, estend�ndo�se
obdominol mediano 4. Porte superior do duodeno 5. Porte descendente
do duodeno 6. Porte horizontal do duodeno 7. Porte ascendente do (Fig. 217) apresenta uma forma �nan_ u
g "ª'05 mesentéricos superiores até à racterizado pela ausência da parte horizontal,
duodeno· · al, onde se de modo que existe uma convergência da
sendo um importante meio de fixaç ·JeJun
ao
duodeno 8. Flexuro superior do duodeno 9. Flexuro inferior do duodeno
o JeJuno. vai conti- parte descendente (Fig. 209.Bl) com a parte
10. Flexuro duodeno-jejunol duodeno.
ascendente (Fig. 209.B2).
126 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) INTESTINO DELGADO 127

o tipo de duodeno anular (Fig. 209.C) é 11.1.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA E RELAÇÕES 0 colo da vesícula biliar (Fig. 211. 7) até à Posteriormente, relaciona-se com o músculo
caracterizado pelo arredondamento da flexura porção inferior da cabeça do pâncreas (Fig. psoas maior (Fig. 212.10) e, um pouco mais
superior do duodeno (Fig. 209.Cl) e da fle­ 211.8). medialmente, com os vasos renais esquerdos
xura inferior do duodeno (Fig. 209.C2), dando
11.1.2.1. PARTE SUPERIOR DO DUODENO Anteriormente, relaciona-se com o flexura (Fig. 212.15). "
direita ou hepática do cólon (Fig. 211.9) e À direita, relaciona-se com a aorta abdominal
ao duodeno a forma de um anel. A parte superior do duodeno (Fig. 211.1) com as ansas do jejuno. (Fig. 212.9) e a porção superior do mesen­
dirige-se com obliquidade póstero-súpero­ Posteriormente, relaciona-se com a veia tério.
-direita, estendendo-se desde o piloro até ao cava inferior (Fig. 212.4), com o rim direito À esquerda, está separada do rim esquerdo
colo da vesícula biliar. (Fig. 212.5), com a glândula suprarrenal (Fig. 212.12), pelo uretéro esquerdo (Fig.
Anteriormente, relaciona-se com a face infe­ direita (Fig. 212.6), com os vasos renais di­ 212.13), artéria cólica esquerda superior e
rior do fígado (Fig. 211.6) e com o colo da reitos (Fig. 212.7) e com o segmento superior veia mesentérica inferior.
vesícula biliar (Fig. 211.7). do uretéro direito (Fig. 212.8).
Posteriormente, relaciona-se com a veia À esquerda, relaciona-se com a cabeça do 11.1.2.S. FLEXURA DUODENO-JEJUNAL
porta (Fig. 212.1), com o dueto colédoco pâncreas (Fig. 211.8), com o dueto colédoco
A 8 e (Fig. 212.2) e com a artéria gastro-omental
direita (Fig. 212.3).
(Fig. 212.2) e com os duetos excretores do A flexura duodeno-jejunal (Fig. 211.5) é o
eâncreas. ponto de inserção do músculo suspensor do
Superiormente, relaciona-se com o omento A direita, relaciona-se com a face inferior do duodeno (Treitz).
Fig. 209 . Tipos de duodeno maior ou gastro-cólico. fígado (Fig. 211.6) e com o cólon ascendente. Anteriormente, relaciona-se com o cólon
A. Tipo de duodeno em U A 1. Porte horizontal do duodeno A2. Porte
Inferiormente, relaciona-se com a porção transverso (Fig. 212.14) e com ansas do
descendente do duodeno A3. Porte ascendente do duodeno B. Tipo
superior da cabeça do pâncreas e com o 11.1.2.3. PARTE HORIZONTAL DO DUODENO jejuno.
de duodeno em V Bl. Porte descendente do duodeno B2. Porte omento maior ou gastro-cólico. Posteriormente, relaciona-se com o pilar
ascendente do duodeno t Tipo de duodeno anular (1. Flexuro superior parte horizontal do duodeno (Fig. 211.3), principal esquerdo do diafragma e com o
do duodeno (2. Flexuro inferior do duodeno 11.1.2.2. PARTE DESCENDENTE DO DUODENO di põe-se horizontalmente, estendendo-se músculo suspensor do duodeno (Treitz).
J ,de a porção inferior da cabeça do pâncreas
A parte descendente do duodeno (Fig. 211.2 is vasos mesentéricos superiores. IS
dispõe-se verticalmente, estendendo-se desde \nteriormente, relaciona-se com a raiz do
A ampola do duodeno constitui o início da
parte superior do duodeno, apresen�ando sob mc,entério, que cruza com obliquidade
_ 1nfcro-d1reita. e com os vasos mesentéricos
o ponto de vista radiológico três tipos prin­
upcnores (Fig. 211.10).
cipais: o tipo em mitra de bispo (Fig. 210.A),
Po,,teriormente, relaciona-se com o músculo
o tipo em atrelado de vagão de comboio
, maior direito, com a veia cava inferior
(Fig. 210.B) e o tipo em chama de vela
h 212.4) e com a aorta abdominal (Fig.
(Fig. 210.C).
.12.91
up riormente, relaciona-se com a porção
1 nor da cabeça do pâncreas (Fig. 211.8).
1 r riormente, relaciona-se com ansas do

li 1 2.4. PAITE ASCENDENTE


DO DUODENO
A 8 e
e 3 cendente do
duodeno (Fig. 211.4)
e ,upen orme nte, com
uma pequena
Fig. 21O . Tipos de antro ou bulbo duodenal sob o ponto de visto Fig. 211 . Relo,ões anteriores do duodeno 1d d e supero-esquerda,
estendendo-se Fig. 212 · Relo,ões posteriores do duodeno
radiológico 'asos me sentéricos sup
1. Porte superior do duodeno 2. Porte descend:�! eriores até à 1. Veio parto 2. Dueto colãdoco 3. Artéria gostro-omentol direito
A. Tipo em mitro de bispo B. Tipo em otrelodo de vagão de comboio S duodeno-jejunal.
3. Porte horizontal do duodeno 4. Porte uscendente da lormente , re 1 aci• ona-se com 4. Veio covo inferior 5. Rim direito 6. Gl8ndulo suprarrenal direito
(. Tipo em chamo de velo Colo da ve �
duodeno-jejunol 6. Face inferior do ligado 7• do c orp0 gas, tnc· o, mesocólo
a porção 7. Vosos renais direitos 8. Uretãro direito 9. Aorta obdaminol 10. Mús­
do p8ncreos 9• Aexura direita " n trans-
8. Por,õo inferior do cobe,o 1 • 212-1 1) culo psaos maior esquerdo 11. Mesac61on transverso 12. Rim esquerdo
11 · Carpo dl e ansas do jejuno.
do c6lon 10. Vasos mesentãricos superiores 13. Uretãro esquerdo 14. Cólon transverso 15. Vasos renais esquerdos
INTESTINO DELGADO 129
TIVO)
128 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGES

ª
vértebra ao nível da margem superior unem-se tam­ 3
À direita, relaciona-se com a 2 bém para constituir o omento menor ou gastro­
lombar. -hepático (Fig. 214.4).
erdo
À esquerda, relaciona-se com o rim esqu Na porção lateral da parte superior do duo­
(Fig. 212.12). deno, só existe peritoneu nos seus três quartos

Superiormente, relaciona-se com o mes anteriores, enquanto é desprovido de peri­
o
cólon transverso (Fig. 212.11) e com o corp toneu no quarto posterior, relacionando-se o
do pâncreas (Fig. 211.11). duodeno directamente com a glândula suprar­
renal e o rim direito.
Ao nível das três restantes partes do duo­
11.1.3. CONFORMAÇÃO INTERNA deno, só existe peritoneu na metade anterior
; Fig. 214.5), estando a metade posterior ade­
in­
O duodeno apresenta na sua superfície rente, através de uma fáscia de coalescência
vilos i­
terna, pregas circulares (Kerckring), 2 (Treitz).
. fig. 215 · Recessas peritoneois duodeno-jejunois
dades intestinais e nódulos linfáticos
las
A parte descendente apresenta as papi 1. Recesso duodenal inferior 2. Recesso duodenal superior 3. Recesso
maior e menor do duodeno. fig. 213 - Pupilo maior e pupilo menor do duodeno retroduodenol
é 1. Pupilo maior do duodeno 2. Prego longitudinal do duodeno 3. 61111
A papila maior do duodeno (Fig. 213.1) do pupilo maior do duodeno 4. Pupilo menor do duodeno 5. Õslio 11.1.4.2. TÚNICA MUSCULAR
cóni ca, com cerc a de 5 a 2
uma saliência do pupilo menor do duodeno
10 mm de comprim ento , situa da na face A túnica muscular é constituída por duas
medial da parte descendente do duodeno. mento, estando situada a cerca de 3 cm.
ca�adas de fibras musculares, uma super­
a
Prolonga-se por intermédio de uma preg ântero-superiormente à papila maior do duo­
ficial e uma profunda.
disposta verticalmente, a a long itud inal A camada superficial é formada por fibras
deno. O ápice da papila menor do duodeno
preg
do duodeno (Fig. 213.2). O dueto colédoco apresenta um óstio (Fig. 213.5), onde se vai
musculares longitudinais (Fig. 216.1), e a
, camada profunda é constituída por fibras
e o dueto pancreático (Wirsung), abrem-se abrir o canal pancreático acessório (Santorini i
independente, por dois óstio s. musculares circulares (Fig. 216.2). Entre as
é A papila menor do duodeno pode estar au­ duas camadas de fibras musculares encon­
Nalguns casos, a papila maior do duodeno sente, e nestes casos encontra-se apenas um i 214 · Peritoneu oo nlvel do duodeno
a conó ide, a tram-se o plexo mioentérico (Auerbach).
uma pequena cavidade com form óstio ou então pode não haver nenhum
6s110.
estan do A camada de fibras musculares longitudinais
ampola hepato-pancreática (Vater), nos casos em que não existe duet o panc reá pentoneol revestindo a face anterior da parte superior do
encontra-se reforçada ao nível da parte ascen­
a base dirigida com obliquidade súpero­ tico acessório (Santorini).
2· LOmmo peritoneal revestindo a face posterior da parte
-esquerda, recebendo o dueto colédoco e
o *• duodeno 3. l8mlna contribuindo para formaião omento dente do duodeno e da flexura duodeno­
r - " FStro-tóhco 4- Omento menor ou gastro-hep6tico S. L8mina -jejunal, constituindo o músculo suspensor do
dueto pancreático (Wirsung). A papila maio _
diafragma (Treitz).
e indo O face anterior das partes descendente, horizontal
do duodeno apresenta um óstio (Fig. 213.3), 11.1.4. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA • do duodeno
com cerca de 2 mm de diâmetro, situado no
ápice da ampola hepato-pancreática (Vater). DENll l
Em cerca de 30% dos casos a papila maior do 11.1.4.1. TÚNICA SEROSA - PERITONEU DUO nhel �� flexura duodeno-jejunal obser­
varias pregas sernilunares que con­
duodeno pode faltar, sendo substituída por DA FLEXURA DUODENO-JEJUNAL
m a formação de recessos duodenais.
um óstio comum aos duetos colédoco e pan­ caracte rte: so duod
creático (Wirsung), ou por dois óstios inde
- O peritoneu duodenal apresenta enal inferior (Fig· 215 · 1)
s par es Ira-se n ª porção ínfero-lateral da parte
pendentes. ticas específicas nas diferente eri�or
sup ntc do duodeno.
duodeno. Ao nível da parte o duodenal superior (Fig. 215 2)
s, uma
A papila menor do duodeno (Fig. 213.4) duodeno, existem duas lâmina e ., na porção súpero-lateral
reveste a face anterior (Fig. 214F..1) . 214 da p�e
encontra-se situada superiormente à papila ( _ig nte do duodeno.
que reveste a face posterior em in
maior do duodeno, correspondendo ao óstio arg
m t:� 1ormente l (Fig. 215.3) encon-
níve l da �e troduodena
Estas lâminas, ao
de abertura do dueto pancreático acessório tribuindo para a fo
r m a ç a
à parte ascendente do fig. 216 · Túnica muscular do duodeno
unem-se con
(Santorini). Tem a forma de uma saliência . 'li (f'g 2 )4
omento maior ou gastro-co co 1. fibras musculares longitudinais 2. Fibras musculares circulares
1 •
conóide, com cerca de 3 mm de compri-
INTESTINO DELGADO 131
TIVO)
130 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGES

transverso (Fig. 220.1) e seu mesocólon, à


itz) As pregas circulares (Kerkring) (Fig. 218.2)
O músculo suspensor do duodeno (Tre não existem na parte superior do duodeno,
esquerda do cego (Fig. 220.2) e do cólon
trian gula r, cons tituí do
apresenta uma forma ascendente (Fig. 220.3), à direita do cólon
estriadas . encontrando-se no seu máximo desenvolvi­
por fibras musculares descendente (Fig. 220.4) e superiormente ao
pilar mento nas partes horizontal e ascendente do
Origina-se superiormente ao nível do cólon sigmóide (Fig. 220.5) e .à bexiga (Fig.
diafragm a e do tecid o duodeno. São pregas transversais com uma
principal esquerdo do 220.6), chegando a ocupar a porção superior
lve o tron co celía co altura com cerca de 7 mm, estando separada�
célulo-adiposo que envo da pelve menor.
entre si por uma distância variável de 5 a
(Fig. 217.1). O jejuno e o íleo encontram-se ligados à pa­
- 1 O mm e tendo como função aument ar a
Dirige-se com obliquidade ãntero-ínfero rede abdominal posterior através do mesen­
lequ e para se fixar na superfície da mucosa.
-lateral, abrindo-se em tério, sendo constituído pelo jejuno e pelo
duo­
metade superior da parte ascendente do íleo.
eno- jejun al (Fig .
deno e na flexura duod 2
217.2).

rg. 219 - Vilosidades intestinais, nódulo linfático solitário e ástios 3


1111 glBndulos duodenois (Lieberkühn)

1 ilts1dodes latestinols 2. N6dulo linfático 3. Õstios dos gl6ndulas


Mdeno11 (LiebwkUhn)

nume ro e volume a partir deste ponto, aca­


ng) h ndo por desaparecer ao nível da flexura
Fig. 21 B - leio submucosa e pregos circulares (Kerkrl
duodeno-jejunal.
m
1. Tecido conjuntivo luxo do tela submucoso 2. Pregos drmla

Fig. 220 - Situoiõo do jejuno e íleo


As vilosidades intestinais (Fig. 219 .1) � 11.2. JEJUNO E ÍLEO
pequenas saliências que, no duod eno, e 1. Cólon transverso 2. Cego 3. C6lon ascendente 4. C6lon descendente
Fig. 217 • Músculo suspensor do duodeno (Treitz) co rresp 5. C61on sigm6ide 6. Bexigo
número de cerca de 15 por mm
2 ,
J Juno e o íleo constituem a porção do in­
1. Tronco celioco 2. Flexuro duodeno-jejunol cujo comp
dem a pequenas vilosidades tmo delgado compreendida entre o duo­
to de mm.
mento tem cerca de um quin e o intestino grosso, encontrando-se 11.2.1.2. PROJECÇÃO PARIETAL
a de I m
grandes vilosidades, com cerc t do. uperiormente, pela flexura duodeno­
cris tas, la
11.1.4.3. TELA SUBMUCOSA ambas apresentando a forma de unal. que se projecta ao nível da 2ª vér­ O jejuno e o íleo (Fig. 221.1) encontram-se
las, mas sobretudo de cones. lombar e, inferiormente, pela junção enquadrados pelo arco cólico (Fig. 221.2) e
a apr
A tela submucosa (Fig_ 218.1) é constituíd Os nódulos linfáticos (Fig. 219.2) es ceai que se encontra ao nível da fossa projectam-se na região umbilical e hipogás­
los
por tecido conj untiv o laxo , onde abun dam tam-se como pequenos corpúscu d1re11a. Está unido à parede abdominal trio da parede abdominal anterior, alcançando
vasos e o plexo submucoso (Meissner). quiçados. nor por intermédio do mesentério. à direita a linha médio-clavicular direita (Fig.
resentam
Os foramenes glandulares rep 221.3) e, à esquerda, a linha médio-clavicular
(L ieberk
óstios das glãndulas duodenais esquerda (Fig. 221.4).
11.1.4.4. TÚNICA MUCOSA nd ula s�
Brunner) (Fig. 219-3). As glâ sem •
se dis
nais (Lieberkühn) encontram-
A túnica mucosa do duodeno tem uma colo­ des de 0 11.2.1.3. MEIOS DE FIXAÇÃO
por todo o intestino delgado,
ração acinzentada, no cadáver, e branca dul as du
até à válvula ileal, e as glân no du
rosada, no vivo. n as _ Esta porção do intestino delgado, muito mó­
­ (Brunner) encontram-se ape
A mucosa apresenta pregas circulares (Ker abundantes des O u1�n
de p•l ro vel, está fixa à parede posterior da cavidade
es intestinais, nódu los linfá­ sendo muito
kring), vilosidad . . di mi n abdominal por uma prega peritoneal, o me-
s foram enes glandulare s. papila maior do duodeno,
ticos e numeroso
132 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
INTESTINO DELGADO 133

À direita, relaciona-se com o cego (Fig.


�20.2) e com o cólon ascendente (Fig. 220.3).
A esquerda, relaciona-se com o cólon des­
cendente (Fig. 220.4), com o cólon sigmóide
(Fig. 224.4) e com a parede abdominal
anterior. Superiormente, relaciona-se com o
cólon transverso (Figs. 220.1 e 224.5) e o seu
mesocólon.
Inferiormente, as ansas intestinais alcançam
a pelve menor, situando-se, no homem, entre
2 a bexiga (Fig. 220.6) e o recto e, na mulher,
entre a bexiga e o útero e entre o útero e o
recto.

Fig. 222 - Direciõo dos onsos intestinais


Fig. 223 • Faces e margens do jejuno e íleo 11.2.3. DIVERTÍCULO DO JLEO (MECKEL)
1. Ansas súpero-esquerdos constituintes do jejuno 2. Ansas biler•
-direitos constituintes do íleo 1 r«es 2. Margem aderente ou mesentérico 3. Margem livre ou intestinal
É um resquício do dueto onfalo-cefálico, que
Fig. 221 • ProjeciÕO parietal do jejuno e íleo no embrião faz comunicar o intestino com
O jejuno e o íleo (Fig. 224.1) apresentam a vesícula umbilical. Quando se realiza uma
1. Jejuno e íleo 2. Arco c61ico 3. Linho mêdio-cloviculor direito 4. Linho O diâmetro vai diminuindo progressivamente diversas relações.
mêdio-cloviculor esquerdo do jejuno até à abertura do íleo no cego, apre­ apendicectomia, deve sempre procurar-se,
Anteriormente, encontra-se separado da pois pode apresentar sinais inflamatórios.
sentando o jejuno, um diâmetro médio de parede abdominal anterior (Fig. 224.2) por
sentério, e ainda através da pressão intra­ cerca de 4 cm, sendo o do íleo de cerca de Pode apresentar-se rectilíneo, como um dedo
intermédio do omento maior ou gastro-cólico.
-abdominal. 3,5 cm. de luva (Fig. 225.1), ou encurvado. É livre,
Posteriormente, relaciona-se com a parede
comunicando com o íleo (Fig. 225.2), mas
bdominal posterior (Fig. 224.3), na linha
pode estar ligado ao íleo através de um pro­
11.2.1.4. DIRECÇÃO 11.2.1.6. FORMA mediana, com a coluna vertebral e, lateral­
m nte, com a aorta abdominal e a veia cava longamento fibroso, resquício dos vasos
inferior. onfalo-mesentéricos. Está situado até cerca
O jejuno e o íleo apresentam cerca de 15 a 20 O jejuno e o íleo têm uma forma achatada no de 1 m da junção íleo-cecal e implantado na
flexuosidades, as ansas intestinais, cada uma cadáver e cilindróide no vivo.
margem livre do íleo, tendo cerca de 5 a 6 cm
das quais tem a forma de um U maiúsculo, e
de comprimento.
cujos ramos contactam entre si e se dispõem
paralelamente. 11.2.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA E RELAÇÕES
As ansas intestinais formam dois grupos: as 1
ansas súpero-esquerdas (Fig. 222.1), dis­ O jejuno e o íleo apresentam duas face
postas horizontalmente e situadas superior­ duas margens.
mente e à esquerda, constituindo o jejuno, e As duas faces (Fig. 223.1), uma face supt-
as ansas ínfero-direitas (Fig. 222.2), dis­ rior e uma face inferior, quando as an
postas verticalmente e situadas inferiormente intestinais estão dispostas horizontalmen
e à direita, formando o íleo. ou uma face direita e uma face esquerda.
quando as ansas intestinais se disp õem '
11.2.1.5. DIMENSÕES ticalmente. . f
A margem aderente ou mesentérica ( 2

O jejuno e o íleo têm um comprimento que 223.2) dá inserção ao mesentério: �e


varia morfologicamente com a idade, a altura, .
côncava e phssada, e a margem tn·r
.d
a raça, ou o grau de adiposidade, e que oscila intestinal (Fig. 223.3), mais compn 2 Parede abdomi
nal anterior 3. Pareda obdomi
nol Fig. 225 - Divertículo do íleo (Meckel)
convexa e regular. sig móide S. Cólon
entre 6 e 8 m. transverso
1. Divertfculo do íleo (Meckel) 2. Íleo
,\

134 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) INTESTINO DELGADO 13S

O mesentério apresenta duas margens, duas A face esquerda relaciona-se com os órgãos As vilosidades intestinais (Fig. 228.1) são
11.2.4. CONFORMAÇÃO INTERNA faces e duas extremidades. contidos no espaço mesentérico-cólico pequenas saliências ocupando todo o intestino
A margem parietal ou raiz do mesentério esquerdo (Fig. 226.5): flexura esquerda ou delgado, em número de cerca de 10 por mm2
A superfície interna do jejuno e o íl�o têm (Fig. 227.1) tem um compri�ento de �� a esplénica do cólon, cólon descendente e cólon
_ no jejuno, tendo as pequenas vilosidades, um
uma coloração acinzentada, no cadaver, e 20 cm, formando uma linha sinuosa, dmgida sigmóide. comprimento de cerca de um quinto de mm
branca acinzentada, no vivo. com obliquidade ínfero-direita, sendo cons­ A extremidade superior (Fig. 227.5) corres- e as grandes vilosidades de cerca de 1 mm e
Apresentam pregas circulares (Kerkring) vilo­ tituída por três porções: a porção superior ponde à flexura duodeno-jejunal.
sidades intestinais e nódulos linfáticos e placas apresentando a forma de cristas, lamelas, mas
(Fig. 227.2), que se estende desde a �exura A extremidade inferior (Fig. 227.6) corres­
de Payer (nódulos linfáticos agrupados). sobretudo de cones.
duodeno-jejunal até à margem supenor da ponde à junção íleo-cecal. Os nódulos linfáticos encontram-se isola­
parte horizontal; a �orção méd�a (Fig. 227 3). Entre as duas lâminas do mesentério encon­
: dos, os nódulos linfáticos e as placas de
curta e disposta verticalmente, situada antenor­ tra-se tecido célula-adiposo (Fig. 226.6), a
11.2.5. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA mente à aorta abdominal e à veia cava inferior: artéria mesentérica superior e os seus ramos
Payer (nódulos linfáticos agrupados). Os
e a porção inferior (Fig. 227.4), com obli­ nódulos linfáticos (Fig. 228.2) encontram-se
intestinais (Fig. 226.7), a veia mesentérica
quidade ínfero-direita, que termina na junção espalhados por todo o intestino delgado,
11.2.S. l. TONICA SEROSA - PERITONEU DO JEJUNO superior, os nodos linfáticos da artéria mesen­
íleo-cecal, depois de cruzar o músculo psoas apresentando-se como pequenos corpúsculos
E DO ILEO térica superior e o plexo mesentérico supe­
maior, o uretéro e os vasos genitais direitos. esbranquiçados. As placas de Payer (nódu­
rior.
A margem intestinal (Fig. 226.3), sinuosa, los linfáticos agrupados) (Fig. 228.3) encon­
A lâmina visceral do peritoneu envolve a tram-se localizados na porção terminal do íleo,
com cerca de 6 m de comprimento, é a mar­
superfície externa do jejuno e do íleo (Fig. 11.2.S.2. TÚNICA MUSCULAR estando o seu número compreendido entre 30
gem onde as duas lâminas do mesentério se
226.1), constituindo, ao nível da sua margem e 40.
afastam para envolver o jejuno e o íleo.
aderente, o mesentério (Fig. 226.2). A túnica muscular é constituída por duas Os óstios glandulares representam as aber­
A face direita relaciona-se com os órgãos
O mesentério tem a forma de um septo que 1:amadas de fibras musculares. A camada
situados no espaço mesentérico-cólico direito turas das glândulas intestinais (Lieberkühn)
atravessa com obliquidade o andar inframe­ ,uperficial é formada por fibras musculares
(Fig. 226.4): pâncreas, duodeno, flexura direita (Fig. 228.4), que se encontram disseminadas
socólico, ligando a margem livre ou me�en­ longitudinais (Fig. 216.1) e a camada pro­
ou hepática do cólon, cólon ascendente e cego. por todo o intestino delgado, desde o piloro
térico do jejuno e íleo à parede abdominal funda é formada por fibras musculares cir­
até válvula ileal.
posterior. culares (Fig. 216.2). Entre as duas camadas
Je fibras musculares encontra-se o plexo
4 3 m1oentérico (Auerbach).

11.2.5.3. TELA SUBMUCOSA

tela submucosa (Fig. 218.1) é constituída


por tecido conjuntivo laxo, onde abundam
o, e o plexo submucoso (Meissner).

11.!.S.4. TÚNICA MUCOSA

mucosa apre senta pregas circ


ulares (Ker-
1, '1losidades intestinais, nódulos linfá
­
c numero sos foramenes glandul
pr gas circulares (Kerkri ares.
ng) (Fig. 218.2)
trnm-se na porção inicial 4
do jejuno, a
ir da qual vao ' . umdo em núm
- d1mm
Fig. 226 • Mesentério pregas transvers ais ero.
.
com uma altura de
1. L8mino visceral do peritoneu ao nível do jejuno e íleo 2. Mesentério Fig. 227 . Por,ões do margem panela1 ou raiz
· do mesenl�r• de 7 �m. eStando sep Fig. 228 · Vilosidades intestinais, nódulos linfáticos e óstios dos
aradas entre si por
3. Margem intestinal do mesentério 4. Espa,a mesentérico-c61ico direito • . p .,;r0 superior 3.
d tanc1a variável glândulas de Lieberkühn
de 5 a 10 mm e tendo
S. Espa,o mesentérico-c61ico esquerdo 6. Tecido célulo-odiposo entre 1. Margem parietal ou raiz do mesentério 2 a,>" .. íunção aumentar
rlor oo nível .. a superfície' da mu-
as duas l8minas do mesentério 7. Artéria mesentérica superior situada média 4. Por,õo inferior S. Extrem1'dade supe . 00• l. Vilosidades intestinais 2. Nódulo linfático 3. Plocos de Poyer (n6dulos
do 1un1
entre as duas 18minas do mesentério duodeno-jejunol 6. Extremidade inferior ao nlvel linfáticos agrupados 4. Óstios dos gl8ndulos intestinais (Lieberkühn)
;1

INTESTINO GROSSO
'
li
f;i
Q intestino grosso é o segmento terminal do 6 l
tubo digestivo, seguindo-se ao íleo, do qual
está separado pela válvula ileal, terminando
ao nível do períneo por intermédio de uma
abe rtura, o ânus.
o cego (Fig. 229.1) encontra-se localizado na
fossa ilíaca direita, apresentando um prolon­
gamento atrofiado, o apêndice vermiforme
Fig. 229.2).
o cólon ascendente (Fig. 229.3) continua o
cego, dirigindo-se verticalmente para supe­
rior, até atingir a face inferior do lobo direito
do f1gado.
o nível do fígado, inflecte-se para medial,
constituindo a flexura direita ou hepática
do cólon (Fig. 229.4). 9 10
flexura direita ou hepática do cólon origina
cólon transverso (Fig. 229.5), que se dirige
pois com obliquidade póstero-súpero­ Fig. 229 - Constituisõo do intestino grosso
\CIUerda alcançando o baço, para constituir 1. Cego 2. Apêndice vennilonne 3. C61on ascendente 4. Flexuro direito
flexura esquerda ou esplénica do cólon ou hepático do c61on S. C61on transverso 6. Flexuro esquerdo ou esplénico
h . 229.6). do cólon 7. Cólon descendente 8. Cólon sigm6ide 9. Recto 10. Ânus
O cólon descendente (Fig. 229.7), constituído
1 parte lombar e pela parte ilíaca, origina­
n.i nexura esquerda ou esplénica do Na superfície externa do intestino grosso,
n, seguindo um trajecto quase vertical, observa-se a existência das ténias do cólon e
lcançar a porção esquerda da abertura de sulcos transversais, que condicionam
rior da pelve.
as saculações do cólon. Da porção livre do
pelve, entre a porção terminal do cólon
intestino grosso destacam-se pregas perito­
ndente e a face anterior da 3ª vértebra neais em dedo de luva, formando franjas, os
d.i, constitui o cólon sigmóide (Fig. apêndices omentais do cólon.
,. As ténias do cólon (Fig. 230.1), em número
lon sigmóide segue-se o recto (Fig.
de três, em quase toda a extensão do intestino
• que se abre no períneo posterior
grosso, não são mais do que fascículos de
d uma abertura, o ânus (Fig. 229.10).
fibras musculares, com 8 a 12 cm de largura,
tin o grosso tem a forma dum canal
que percorrem o intestino grosso, desde a
0 cujo com
primento varia entre I a origem até à sua porção terminal.
tr os e cujo diâmetro é de
7 cm na As saculações do cólon (Fig. 230.2) encon­
inicial e de 2,5 a
3,5 cm na porção tram-se entre as ténias do cólon, sendo irre­
1
gulares e separadas por sulcos transversais
1 ,1
1 f

138 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) INTESTINO GROSSO 139

(Fig. 230.3), os quais determinam elevações Em cada prega semilunar do cólon, com a sua xura esquerda ou esplénica do cólon, cólon ços direitos do cólon transverso. As indica­
na mucosa do intestino grosso. forma de crescente e com uma direcção trans­ descendente, cólon sigmóide e recto. ções cirúrgicas podem conduzir a uma hemi­
Os apêndices omentais do cólon (Fig. 230.4) versal em relação ao eixo do intestino, des­ colectomia direita.
são prolongamentos peritoneais que, no �on­ creve-se: uma face distal, uma face proximal, o intestino grosso pode classificar-se em Atendendo à frequência das intervenções ,l
junto, têm o aspecto de franjas preench1d�s uma margem aderente, uma margem livre e duas porções: o cólon e o recto. cirúrgicas praticadas na região ceco-apendi­
por tecido adiposo, que resu!tam reflexao ?ª duas extremidades. o cólon será analisado sob o ponto de vista cular, o cego e o apêndice vermiforme serão
do peritoneu que reveste o mtestmo grosso, A face distal (Fig. 231. l) olha para a extre- fisiológico e anátomo-clínico. devidamente realçados quando for descrito o
ao nível das saculações do cólon e dos sulcos midade rectal. cólon direito.
que as separam. A face proximal (Fig. 231.2) olha para a Sob o ponto de vista fisiológico, o cólon
extremidade cecal. apresenta funções motoras e funções diges­ O cólon esquerdo é a porção do cólon vas­
A margem aderente (Fig. 231.3) é convexa. tivas. cularizado pela artéria mesentérica inferior,
espessa e está relacionada com a parede in­ As funções motoras estão representadas pelos sendo a porção inicial o cólon de passagem,
testinal. movimentos peristálticos, antiperistálticos, e a porção terminal o cólon de estase pré­
A margem livre (Fig. 231.4), fina e cortante. pendulares e rotatórios. •defecatória. O cólon esquerdo é constituído
olha o lume intestinal. Os movimentos peristálticos, lentos e perió­ pelo terço esquerdo do cólon transverso, pela
As duas extremidades (Fig. 231.5), afiladas, dicos, progridem ao longo do cólon, através flexura esquerda ou esplénica do cólon, pelo
terminam nas elevações produzidas pelas de anéis de contracção, precedidos por uma cólon descendente e pelo cólon sigmóide. As
ténias do cólon. onda de relaxação, assegurando a progressão indicações cirúrgicas podem conduzir a uma
A parede do intestino grosso, bem como a do do conteúdo intestinal. hemicolectomia esquerda.
restante tubo digestivo, apresenta fibras mus­ Os movimentos antiperistálticos encontram­
culares longitudinais e circulares disposta, . e no cólon direito, também conhecido por O limite entre as duas porções direita e es­
em duas camadas, uma superficial e uma cólon de estase, onde se realizam as funções querda do cólon transverso é variável, em
3 profunda. de progressão e de reabsorção do conteúdo virtude da variabilidade das anastomoses
intestinal. entre a artéria cólica direita superior (Fig.
O intestino grosso é constituído por porçõe O movimentos pendulares, oscilatórios, 232.3), ramo da artéria mesentérica superior
Fig. 230 - Conformo1õo externo e interno do intestino gros\o móveis e por porções fixas: cego, apêndice parecem isoladamente e destinam-se à mis­ (Fig. 232.1), que vasculariza a porção direita
vermiforme, cólon ascendente, flexura direll tura e ao contacto do conteúdo intestinal com do cólon transverso, e a artéria cólica esquerda
1. lénio do c61on 2. Soculo1ões do c61on 3. Sulcos transversais 4. Apên­ ou hepática do cólon, cólon transverso, lle
dices omentois do c61on 5. Pregos semilunores do c61on 6. Ampola paredes. superior (Fig. 232.4), ramo da artéria mesen­
do c61on O movimentos rotatórios consistem numa térica inferior (Fig. 232.2), que vasculariza a
nda penstáltica que, em vez de seguir um porção esquerda do cólon transverso. A anas­
raJecto longitudinal, progride numa direcção tomose entre os ramos das artérias cólicas
Na superfície interna do intestino g�osso, a hco1dal. superiores direita e esquerda constitui o arco
mucosa apresenta pregas e depressoes que funções digestivas consistem, a nível do justacólico (Riolan) (Fig. 232.5). Em 25% dos
traduzem a projecção dos sulcos e saculações lon direito, na reabsorção hídrica e alguma casos, encontra-se a artéria do cólon trans­
do cólon ao nível do lume intestinal. b�orção lipídica e glucídica e, na porção verso (Fig. 232.6), ramo da artéria mesen­
Ao nível da mucosa intestinal, a represen­ 1 1 do cólon esquerdo, à restante reabsor­ térica superior que, antes de alcançar o arco
tação das ténias do cólon faz-se por tr�s h1dnca. justacólico (Riolan), se bifurca, indo vascula­
saliências longitudinais, lisas e finas, as quais
rizar o terço esquerdo do cólon transverso.
estão unidas entre si por pregas transversais, b O ponto de vista anátomo-clínico, o Frequentemente a artéria cólica direita su­
em forma de crescente, as pregas semiluna­ deverá ser dividido em duas partes: o
perior alcança o cólon transverso na união
res do cólon (Fig. 230.5). Existem assim, a direito e o cólon esquerdo.
dos dois terços direitos com o terço esquerdo.
um mesmo nível, três pregas semilunares do tt\lon dire·1to e' a porçao- do colon
, vascula- A artéria mesentérica superior pode vascula­
cólon, que constituem uma elevação em anel, pela artéria mesentérica superio
r, rizar o cólon transverso até próximo do fle­
a qual está separada da que a precede e da rad0 como o cólon de esta sen
tnuido pelo cego, pelo se, do xura esquerda ou esplénica do cólon, ou seja,
que se lhe segue por ampolas, em númer? de Fig. 231 . Constitui1õo do prego semilunor do c61on apêndice vermi­
. pelo cólon ascend a quase totalidade do cólon transverso.
três por cada intervalo, as ampolas do colon 4 Ma..-i ente, pela flexura
(Fig. 230.6), e que correspondem, externa­ 1. Face distal 2. Face proximal 3. Margem 0d•rente ou h epa, tic
· a do cólon Nalguns casos os dois terços direitos do cólon
e pelos dois ter- transverso fazem parte do cólon direito,
mente, às saculações do cólon. 5. Extremidades
140 ÓRGAOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) INTESTINO GROSSO 141

As duas partes do recto estão separadas pelos o cólon ascendente (Fig. 233.3) segue-se ao Na situação baixa ilíaca (Fig. 234.4), o cego
dois músculos levantadores do ânus, abrin­ c ego. Tem cerca de 10 a 15 cm de compri­ alcança a abertura superior da pelve.
do-se o canal anal, ao nível do períneo pos­ ment o, dirige-se com obliquidade póstero­ Na situação baixa pélvica (Fig. 234.5), o
terior, através de uma abertura, o ânus. -superior, tomando-se mais profundo. Apre­ cego situa-se na pelve menor.
Atendendo às considerações de ordem fisioló­ senta uma ligeira concavidade ântero-medial, Na situação ectópica (Fig. 234.6), mais rara,
gica e anátomo-clínica, o intestino grosso sendo sinuoso, quando é comprido. o cego pode encontrar-se na fossa ilíaca es­
será descrito em três partes: o cólon direito, A nexura direita ou hepática do cólon querda.
o cólon esquerdo e o recto. (Fig. 233.4) estabelece a ligação entre o cólon
ascendente e o cólon transverso. Forma um
3 ângulo agudo, que olha com obliquidade
ântero-fnfero-medial, encontrando-se situado
12.1. CÕLON DIREITO
entre o rim direito e o fígado, ao nível do pro­
cesso transverso da 1ª vértebra lombar.
O cólon direito é a porção do cólon vascula­ A porção direita do cólon transverso (Fig.
rizado pela artéria mesentérica superior. 233.5) ocupa cerca dos dois terços direitos do
sendo constituído pelo cego e apêndice ver­ cólon transverso, tendo cerca de 25 a 50 cm. 3
miforme, pelo cólon ascendente, pela flexura Forma uma ansa côncava olhando póstero­
Fig. 232. Ramos das artérias mesentéricas que vascularizam o cólon direita ou hepática do cólon e pelos doi •\upenormente, estendendo-se da direita para
transverso terços direitos do cólon transverso. esquerda, situando-se inferiormente ao
1. Artéria mesentérica superior 2. Artéria mesentérica inferior 3. Arté­ O cego (Fig. 233.1), com cerca de 6 cm de ligado e ao estômago.
ria cólico direito superior 4. Artéria cólico esquerdo superior 5. Arco comprimento, encontra-se normalmente si­
justocólico (Riolon) 6. Artéria do cólon transverso tuado na fossa ilíaca direita, dispondo-se com
obliquidade póstero-súpero-lateral. 12.1.1. CEGO
O apêndice vermiforme (Fig. 233.2) é um
enquanto o terço esquerdo do cólon trans­ prolongamento tubuloso do cego, com for O cego é a porção inicial do intestino grosso,
verso faz parte do cólon esquerdo, mas em cilindróide, com cerca de 8 cm de compn ndo a forma de um grande recesso.
grande percentagem dos casos a totalidade do mento, podendo por vezes ultrapassar Junção íleo-cecal faz-se do íleo para a face
cólon transverso faz parte do cólon direito. 15 cm, com concavidade ântero-medial, sendo dial do cego, apresentando-se estrangu-
Deste modo, parece justificar-se o estudo do sinuoso, quando apresenta grandes d1men
Fig. 234 · Situa,õo nonnol e nos varia,ões do cego
cólon transverso quando se descreve o cólon sões.
direito, bem como a necessidade de se manter li11.1. CONSIDERA(6ES GERAIS 1. Situa,õo nonnol 2. Situa,õo oito sub-hepático 3. Situa,õo alto lombar
como um todo a descrição do mesocólon direito 4. Situa,õo baixo ilíaco 5. Situa,õo baixo pélvico 6. Situosõo
transverso. ectópico
li 1.1.l.l. Situo1ão
O recto será também analisado sob o ponto lluaçao normal (Fig. 234.1), o 12.1.1.1.2. Forma, limites, direcião e dimensões
de vista fisiológico e anátomo-clínico. cego en­
-,;e situado na fossa ilíaca direita
e rela­
Sob o ponto de vista fisiológico, o recto é o e com ª parede abdomina O cego (Fig. 235.1) tem a forma de um grande
segmento terminal do intestino grosso, sendo 3
•rnr.,.,mente; com o l ante rior recesso, continuando-se superiormente com o
um órgão reservatório, com um sistema de músculo ilíaco, póstero�
I te e, com o múscu
men cólon ascendente.
contenção formado pelos músculos levanta­ lo psoas maior O limite inferior (Fig. 235.2) apresenta a
lmcnte.
dores do ânus, e um sistema de continência, ·ações da posição do ceg forma de uma cavidade fechada e arredon­
constituído pelos músculos esfíncteres do --,.. f�quentes, pod o são extre­ dada, de onde se destaca um prolongamento
ânus. endo estar situado em
1 ' sem ser na fossa cilíndróide, o apêndice vermiforme.
ilíaca direita.
0 alta, 0
cego encontra-se situado O limite superior (Fig. 235.3) encontra-se ao
Sob o ponto de vista anátomo-clínico, o ._llalrm.. nível de um plano horizontal que passa pela
Fig. 233 - Constitui,õo do cólon direito �: o fígado, a situação sub-hepá­
recto deverá ser dividido em duas partes: a
1. Cego 2. Apiindice vennilonne 3. Cólon a5ctndente ene
4 n.­ ·->,
2 � ou na fos
sa lombar direita'
margem superior do íleo.
parte pélvica, a ampola do recto e a parte transv lombar dir eita O cego dirige-se com obliquidade póstero­
ou hepático do cólon 5. Por,õo direito do c.6lon (Fig. 234_3 ).
perineal, o canal anal. -súpero-direita.
INTESTINO GROSSO 143
142 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

o ligamento cecal inferior (Fig. 237.5), 12.1.1.3. CONFORMAÇÃO INTERNA


· ualmente triangular, insere-se na junção
ieo-cecal, continuando-se com a extremidade Além dos aspectos comuns à conformação
inferior do mesentério, na fossa ilíaca direita. interna do intestino grosso, o cego apresenta,
posteriormente e à esquerda, o óstio ileal e,
um pouco inferiormente a esta valva, o óstio
l2.1.l.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA
do apêndice vermiforme.
o cego apresenta a forma de um grande re­
cesso, que se continua superiormente com o 12.1.1.3.1. Valva ileal
cólon ascendente e que termina inferiormente
por um fundo liso, onde se abre o apêndice A valva ileal (Bauhin) apresenta aspectos
2 ,ermiforme. diferentes conforme é observada do lado do
As ténias do cego originam-se ao nível da íleo ou do lado do cego.
raiz do apêndice vermiforme (Fig. 238.1) e Do lado do íleo (Fig. 238.6), é uma cavidade
dividem o cego em três segmentos, onde se em forma de cunha que se dirige para a di­
encontram as saculações do cólon. As sacula­ reita, terminando pelo óstio ileal (Fig. 238.7),
Fig. 23S • Fonna e limites do cego çnes do cólon, compreendidas entre a ténia em forma de fenda.
1. Cego 2. Limite inferior do cego 3. Limite superior do cego menor do cego (Fig. 238.2) e a ténia póstero­ Do lado do cego, é uma saliência alongada,
•I Jteral do cego· (Fig. 238.3), são as mais a papila ileal, cuja base corresponde à ter­
As suas dimensões, variáveis de indivíduo ,envolvidas, sendo duas, e constituindo, a minação do íleo e cujo ápice olha o lume do
mfenor, o fundo do cego (Fig. 238.4). Entre cego, sendo constituída por dois lábios sobre­
Fig. 236 • ProjeciÕO parietal do cego
para indivíduo, são em média de 4 a 8 cm de
comprimento, 5 a 7 cm de diâmetro, tendo
1. Linho umbilical 2. Linha illaco-púbico direita 3. Unha ,et111al t ma pó tero-medial do cego (Fig. 238.5) e postos. O lábio ileo-cólico (Fig. 239.1), mais
entre 200 a 300 cm3 de capacidade. t ma anterior do cego (Fig. 238.2), encon­ curto, espesso, quase horizontal, com obliqui­
m-se dua saculações do cólon mais peque­ dade póstero-lateral. O lábio ileo-cecal (Fig.
o ligamento cecal superior (Fig. 237 . o me mo sucedendo entre a ténia do cego 239.2), maior, quase vertical, com obliqui­
12.1.1.1.3. Projec§ÕO parietal triangular, insere-se superiormente, na pa tero-lateral e a ténia do cego póstero­ dade súpero-lateral.
abdominal posterior, inferiormente ao n d1al Os lábios têm uma forma semilunar, com
O cego projecta-se na parede abdominal ante­ direito e insere-se inferiormente na f
rior, ao nível de uma área triangular com uma margem aderente (Fig. 239.3), convexa,
_ lateral do cego, na transição deste com fixa à parede do cego e uma margem livre
os seguintes limites: superiormente, a hnha cólon ascendente.
umbilical (Fig. 236.1); ínfero-lateralmente, a (Fig. 239.4), côncava, olhando o lume do
linha ilíaco-púbica direita (Fig. 236.2), que cego. As duas extremidades, uma anterior
une a espinha ilíaca ântero-superior � espin�a e outra posterior, ao unirem-se, formam as
do púbis; medialmente, a linha v�rtical C:ig. comissuras da valva ileal (Fig. 239.5). Estas
_
236_3), que une a linha umbilical à hnha comissuras originam duas pregas membra­
ilíaco-púbica direita, na união do se� terço nosas que prolongam a direcção das valvas,
medial com os seus dois terços laterais. os frénulos da valva ileal (Fig. 239.6), sendo
de salientar o maior desenvolvimento do fré­
nulo posterior.
12.1.1.1.4. Meios de fixaiõo O óstio ileal (Fig. 239.7), formado pelas
margens livres dos lábios, tem a forma duma
Entre os meios de fixação do cego, encontra­
fenda fechada, que só deixa progredir o con­
-se O peritoneu (Fig. 237.1) e a continuidade
teúdo intestinal no sentido do íleo para o cego.
com o cólon ascendente (Fig. 237.2) e com o ao externa do cego (observada do lado medial)
O conjunto de fibras musculares longitu­
íleo (Fig. 237.3).
. . • •erm,lorme 2. Ténia anterior
dinais e circulares íleais, cecais e cólicas, na
Para além destes, existem pregas pentone ais
do cego 3. T6nia
_ Fig. 237 . Meios de fixo,õo do cega • 1 4- Fundo do cego 5. Ténia p6ste
junção íleo-cecal, configuram um aparelho
que mantêm o cego fixo à fossa ilíaca direita,
ro-medial do
muscular controlador do fluxo entre o intes­
lleo4.� m) observado do lado do íleo Õ
o ligamento cecal superior e o ligamento cecal 1. Peritoneu do cego 2. C6lon ascendante3 7. stio em
tino delgado e o intestino grosso.
•i..doíleo
inferior. s.
superior Ligamento cecal inferior
1,,!
1!

144 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) INTESTINO GROSSO 145

a qual forma um ãngulo agudo olhando infe­ 241.B2). _A lâmina posterior reveste parte da
riormente, o ãngulo íleo-cecal (Fig. 240.4). face medial e, quando atinge a face posterior,
Inferiormente, relaciona-se com o apêndice reflecte-se para a parede abdominal posterior,
vermiforme (Fig. 240.5). de modo que a parede .
posterior do cego fica
A extremidade superior encontra-se ao nível directam ente re_1aciona da com os planos mus­
de um plano horizontal que passa ao nível da cul� res poste � ores (Fig. 241.B3), ficando
3
junção íleo-cecal. assim desp rovida de revestim ento peritonea1. i
. A B
A extremidade inferior ou fundo do cego Noutros � ca os (Fig. 241.C), 0 peritoneu for­ (
s encontra-se ao nível da união da parede ma, postenormente ao cego, uma prega, o
1�

.
abdominal anterior com a fossa ilíaca. mesocego (Fig. 241C.1), que O liga à fossa Fig. 242 · Recessas cecais e retrocecais
1haca direita.
A 1. Recesso íleo-cecal superior BI. Recesso íleo-cecal inferior
Cl Re-
cesso retrocecal
ileal 3
Fig. 239 - Conformaçõo interna do cego, observando-se a volva
(Bauhin) e o óstio do apêndice vermiforme l2.1.1.5.2. Túnica muscular
valvas
1. lábio íleo-c6lico 2. lábio íleo-cecal 3. Margens aderentes das
ileais 4. Margens livres das valvas ileais S. Comissu ras da valva ileal :o nível do cego, encontram-se duas cama-
e vermiform e as de fibras musculares.
6. Frênulos da valva ileal 7. Õstio ileal 8. Õstio do apêndic
� camada superficial é constituída or
fibras musculares longitudinais (Fig. 24/1)
re�orçadas ao nível das três ténias do ceg�
12.l.l.3.2. Óstio do opindice vermiforme A B ( (Fig. _ 243.2), póstero-medial, póstero-lateral e
antenor.
O óstio do apêndice vermiforme (Fig. 2 39.8) A camada p�ofunda é constituída por fibras
situa-se a 3 cm inferiormente à válvula ileal, musculares cuculares (Fig. 243.3).
sendo normalmente um óstio virtual que pode Fig. 240 - Relações do cego
apresentar uma valva semilunar (Gerlach).
1. Músculo illaco 2. Músculo psoas maior 3. Ansa telllinol dt 12,1.1.S.3. Tela submucosa
4. Ângulo íleo-cecal S. Apêndice vermiforme
12.1.1.4. RELAÇÕES A tela submucosa (Fig· 243 ·4) est'a aderente
a, tu, �ica
.
mucosa, sendo constituída por tecido
O cego apresenta quatro faces e duas extre­ 12.1.1.5. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA _
c_o�Juntivo, onde se encontram plexos arte­
midades. pc 1oneu, quando passa do nais, venosos e nervosos.
A face anterior relaciona-se, no estado de � íleo para o
12.1.1.5.1. Túnica serosa - peritoneu oo nlY orma pregas especiais que det
repleção, com a parede abdominal anterior, 1me nto de recessos íleo-cecais.
erminam
estando separada desta parede por ansas cego
íl
intestinais, no estado de vacuidade. : �-ce�al superior (Fig. 242.Al)
Ao nível da junção íleo-cecal (Fig. 241. p �çao antero-superior da
A face posterior relaciona-se com o peri­ nas. .
Junçao
toneu parietal posterior, com a fáscia ilíaca mesentério divide-se em duas lâmi ai
r, reve stindo, re íleo-cecal ID,
· "enor (Fig. 242.Bl)
e com o músculo ilíaco (Fig. 240.1), lateral­ anterior e outra posterio
tivamente, a face anterior e pos teri or do m1renormente a recesso superior,
mente, e com o músculo psoas maior (Fig. nti • fcnor da . � na
240.2), medialmente. (Fig. 241.Al). Estas duas lâminas co ndo rtceuos _retr Junçao íleo-cecal.
fu
A face lateral relaciona-se com o músculo -se uma com a outra, ao nível do ce�o -111111u... ocecais (Fig. 242 .C l),
in-
.
deix and o o . •�am-se na fac
ilíaco, revestido pela fáscia ilíaca, inferior­ margem lateral do cego, e posterior do
nl\ cl do ponto .
mente, e com os músculos largos do abdó­ na fossa ilíaca direita. onde o pentoneu se
mina 11
men, superiormente, dos quais está separado Nalguns casos (Fig. 241.B ), a H} or do ra n fossa 1.,,taca.
nteri
pelo sulco parieto-cólico direito. do mesentério reveste a face a Fig. 243 . Túnicas musculares, submucosa e mucosa
a ting a fa_cc
A face medial relaciona-se, superiormente, Fig. 241.Bl) e quando e
dom• 0 1 1. Fibras musculares longitudinais 2. Fita longitudinal
com a ansa terminal do íleo (Fig. 240.3), com reflecte-se para a parede ab .
musculares circulares 4. Tela submucosa S. T'umca
3. f"b
1 ras
mucosa
INTESTINO GROSSO 147
146 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
As variações da posição do apêndice ver. 12.1.2.1.4. Meios de fixosão
12.U.S.4. Túnica mucoso miforme são muito frequentes, acompanhando
os deslocamentos do cego. O apêndice vermiforme é habitualmente man­
au a
A túnica mucosa (Fig. 243.5) apresent � A situação alta pode alcançar o rim direito tido em posição por uma prega peritoneal
coloração branca acinzent ada com ma10r de forma triangular, o mesoapêndice (Fig.
ntes e o fígado.
espessura e resistência do que nas resta 247.2).
A situação baixa pode atingir a cavidade
porções do intestino grosso. pélvica.
senta
A mucosa, regularmente lisa, não _apr� A situação esquerda pode situar-se na fossa 12.1.2.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA
nem vilos idad es
pregas circulares (Kerkring) ilíaca esquerda.
intestinais, apresentando apen as os nó � �s
ul
O apêndice vermiforme é um tubo cilin­
dula s intes tinais
linfáticos e os óstios das glân Em relação ao cego, o apêndice vermiforme dróide, muitas vezes sinuoso, constituído por
(Lieberkühn). pode ser ascendente, descendente, lateral ou duas porções, uma porção radicular, curta,
medial. r 245 . Ponto de implanta,õo do apêndice vermiforme invaginada e fixa, e uma porção longa, flu­
o apêndice vermiforme ascendente (Fig. tuante e móvel.
12.1.2. AP(NDICE VERMIFORME 244.3) dirige-se superiormente, aplicando-se
Apãndice nrmHorme 2. Valva íleal (Bauhin) 3. Confluãncia das três
Ao nível da sua margem medial, o apêndice
e s do cego
tubo à face posterior do cego e do cólon ascen- vermiforme é recurvado, podendo apresentar
O apêndice vermiforme é um pequeno dente. a forma de um gancho ou de um semicírculo,
, que se impl anta na face 12.1.2.1.3. Projecsão parietal
cilindróide, flexuoso o apêndice vermiforme d�sc�ndente (Fig. sendo a sua extremidade livre ou ápice, arre­
medial do cego (Fig. 244. 1).
244.4) dirige-se com obhqmdade ínfero­ O apêndice vermiforme, em posição normal, dondada ou afilada.
-medial, em direcção à pelve menor, depoi roJecta-se na parede abdominal anterior, no
12.1.2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS de cruzar o músculo psoas maior, podend ponto de Mac Burney (Fig. 246.1), que se si­ 12.1.2.3. CONFORMAÇÃO INTERNA
relacionar-se com a bexiga, recto, 6teroe na união do terço lateral com o terço médio
ovário. uma linha oblíqua que une o umbigo à es­
12.t.2.t.t. Situosõo e relosões O apêndice vermiforme apresenta, em toda a
o apêndice vermiforme lateral (Fig. 244. nha 1haca ântero-superior direita (Fig. 246.2). sua extensão, uma cavidade central, o dueto
Na posição normal (Fig. 244.2): �mcon�a�
se dirige-se para lateral, sobre o músculo ilía apendicular, terminando num recesso que se
habitualmente situado na foss a ihaca direita. situando-se entre o cego e a espinha ilí abre no cego, através do óstio do apêndice
ântero-superior. vermiforme (Fig. 239.8), onde se encontra a
!F1
O apêndice vermiforme. me�ial valva semilunar (Gerlach).
uand o
244 .6) dirige-se para medial, sit O dueto apendicular é cilindróide, apresen­
às an
anteriormente ou posteriormente tando na transição da porção radicular com a
intestinais. porção longa, uma prega valvar inconstante, '·
a valva de Manniga.
impl
12.1.2.1.2. Formo, dimensões e ponto de O dueto apendicular pode estar total ou par­
cialmente obliterado.
o apêndice vermiforme (Fig. 245 ..1) ré
fus1fo
xuoso e cilindróide, por vezes 12.1.2.4. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
o esta r aus
raramente esferóide, podend o
indi vídu
As dim ens ões variam de
indivíduo, tendo em méd ia 8 ª
. nsões extre
!O e 12.1.2.4.l. Túnica seroso - peritoneu do opindice
comprimento, com dime . e n ire vermiforme
cila
de 2 a 25 cm. A largura os
8 mm. O peritoneu do apêndice vermiforme (Fig.
posi,õo normal e � êndict
Fig. 244 - Situa,õa do apêndice vermiforme em
o ponto de implantaçao doialapdo ce 247.1), com forma triangular, comporta-se
noutras posi,ões
miforme faz-se na face med {lea1 (B como ao nível das ansas intestinais, formando
l. Face medial do cego 2. Apêndice vermiforme em
posi,õo normal
3 cm inferiormente à valva nc1a o mesoapêndice (Fig. 247.2). A base (Fig.
ce ��rmiforme fluê
3. Apêndice vermiforme em posi,õo ascend ente 4. Apêndi
(Fig. 245.2), no ponto de eon 247.3) relaciona-se com a face medial do
rme em pos1,ao lateral 3
em posi,õo descendente S. Apêndi ce vermifo
ténias do cego (Fig. 245. ). cego, desde a junção íleo-cecal até ao ponto
6. Apêndice vermiforme em posi,õ o media l
148 ÔRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) INTESTINO GROSSO 149

de implantação do apêndice vermiforme. A sua direcção apresenta uma obliquidade 12.1.3.1.4. Meios de fixotõo
O ápice (Fig. 247.4) corresponde ao ápice do póstero-superior, sendo a sua porção inferior,
apêndice vermiforme. A margem aderente superficial, e a sua porção superior, profunda, O cólon ascendente está aderente ao perito­
(Fig. 247.5), convexa, destaca-se do apêndice ligeiramente côncava ântero-medialmente. neu parietal posterior por intermédio da
vermiforme. A margem livre (Fig. 247.6) fáscia de coalescência (Toldt) direita, ou
flutua livremente na cavidade abdominal, 12.1.3.1.3. Projectõo parietal através do mesocólon ascendente, nos casos
sendo percorrida pelos vasos apendiculares em que existe.
(Fig. 247.7). Em posição normal, o cólon ascendente pro­
Jecta-se na parede abdominal anterior, se­
gundo uma área rectangular, com os seguintes 12.1.3.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA
limites: superiormente, uma linha horizontal
O cólon ascendente apresenta as três ténias
Fig. 248. Túnicas muscular, submucoso e mucoso do apêndice vennff111m1 superior (Fig. 249.1) localizada no ponto de
do cólon, anterior, póstero-medial e póstero­
1. Fibras musculares longitudinais 2. Fibras musculares ôrculares l intersecção de uma linha vertical passando no
-lateral; as saculações do cólon, situadas
submucoso 4. Túnica mucosa 5 . N6dulos linfáticos ápice da axila, com outra linha que passa na
entre as ténias do cólon, em número de 7 a
t 2ª costela direita; inferiormente, uma linha
8, cujo volume diminui, indo de inferior para
horizontal inferior (Fig. 249.2) passando
12.1.2.4.4. Túnica muscoso superior; e os apêndices omentais do cólon,
pela crista ilíaca direita; mediaimente, uma
pouco numerosos, que apresentam a forma de
linha vertical medial (Fig. 249.3) passando
A túnica mucosa (Fig. 248.4), regularmente simples franjas adiposas.
pela extremidade anterior da 9ª costela; late­
lisa, apresenta uma grande quantidade de
r lmente, uma linha vertical lateral (Fig.
nódulos linfáticos (Fig. 248.5).
.4Q.4), paralela à anterior, tangente à parede 1 t 1.3.3. CONFORMAÇÃO INTERNA
1 teral da região lateral direita.
12. l .3. CÕLON ASCENDENTE O cólon ascendente apresenta o aspecto da
conformação interna comum a todo o intes­
O cólon ascendente (Fig. 233.3) é a porção tino grosso, observando-se pregas semilu­
Fig. 247 . Peritoneu ao nível do apêndice vermiforme nares do cólon e ampolas.
cólon situada entre a junção fieo-cecal e
l. Apêndice vermiforme 2. Mesoopêndice 3. Base 4. Ãpice 5. Margem flexura direita ou hepática do cólon, onde e
aderente 6. Margem livre 7. Artéria apendicular se vai continuar com o cólon transverso . 12.1.3.4. RELAÇÕES

12.1.2.4.2. Túnica muscular 12.1.3.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS As relações do cólon ascendente em posição
normal são as seguintes:
Ao nível do apêndice vermiforme, a túnica Posteriormente, relaciona-se com os mús­
muscular é muito espessa, excepto no ápice, 12.1.3.1.1. Si1uo�õo
culos ilíaco (Fig. 250.2) e quadrado dos
onde é pouco espessa, sendo constituída por O cólon ascendente (Fig. 250.1) encontl'I lombos (Fig. 250.3), e com o pólo superior
duas camadas de fibras musculares. profundamente situado na fossa lombar di do rim direito (Fig. 250.4).
A camada superficial apresenta fibras mus­ Apresenta variações de situação que de Anteriormente, relaciona-se com os mús­
culares longitudinais (Fig. 248.1), que se dem da posição do cego. culos largos do abdómen, inferiormente, e
continuam com as três ténias do cego. Na situação alta do cego, o cólon ascen com as ansas intestinais e omento maior ou
A camada profunda apresenta fibras mus­ é reduzido ou até inexistente. gastro-cólico, superiormente.
culares circulares (Fig. 248.2). Na situação baixa do cego, 0 cólon Lateralmente, relaciona-se com a parede
dente é muito comprido. abdominal, estando separada desta pelo sulco
12.1.2.4.3. Tela submucoso parieto-cólico direito.
12.1.3.1.2. Dimensões e direcsUo Mediaimente, relaciona-se com ansas intes­
A tela submucosa (Fig. 248.3) apresenta ca­ l• parietal do c61on ascendente tinais e, num plano mais profundo, com o
· ão norm
racterísticas idênticas em todas as porções do O cólon ascendente, em Sltuaç músculo psoas maior (Fig. 250.5), o uretéro
intestino grosso, sendo no apêndice vermi­ um comprimento de cerca de 1 O a IS s.,enor 2· Linho horizontal inferi
or 3. Linho vertical (Fig. 250.6) e os vasos genitais direitos (Fig.
"" ai lateral
forme rica em fibras elásticas. um calibre médio de 6 cm. 250.7).
150 ÓRGÍ\OS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) - INTESTINO GROSSO 151

relaciona com o fígado, quando o cólon as­ 6


cendente se inflecte para medial, a fim de se
continuar com o cólon transverso.

12.1.4.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS


4

12.1.4.1.1. Situotlio a formo


A B
A flexura direita ou hepática do cólon (Fig.
Fig. 2S1 . Peritoneu ao nlvel do cólon ascendente 253.1) está situada ao nível da face inferior
do lobo direito do fígado (Fig. 253.2), ante­
A 1. Peritoneu visceral ao nível do cólon ascendente A2. F6sdo d1 riormente ao rim direito (Fig. 253.3), ao nível
coalescência (Toldt) direita B1. Peritoneu visceral ao nlvel do c61e da t ()" ou 11 ª costelas e do processo trans­
ascendente B2. Mesocólon ascendente , erso da 1 ª vértebra lombar.
Fig. 2S0 . Rela�ões do cólon ascendente A flexura direita ou hepática do cólon pode Fig. 2S2 - Meios de lixa�ão da flexura direita ou hepática do cólon
1. (ólan ascendente 2. Músculo iliaco direito 3. Músculo quadrado 12.1.3.S.2. Túnica muscular faltar e, neste caso, o cego continua-se direc­
lJmenle com o cólon transverso. l. Omento maior ou gastro-cólico 2. Ligamento clstico-cólico 3. Liga­
dos lombos direito 4. Pólo superior do rim direito S. Músculo psoas
Ao nível do cólon ascendente encontram-se Apresenta-se como um ângulo agudo, po­ mento hepático-cólica 4. Ligamento reno-cólico S. Ligamento lrénico
maior direito 6. Uretéro direito 7. Vasas genitais direitos ­
também as duas camadas de fibras mu · ndo por vezes, o ângulo ser recto ou •cólico direito 6. Vesícula biliar 7. Fígado 8. Pólo superior do rim direita
culares, uma superficial e outra profunda. h1uso. Em casos raros, pode apresentar-se
12.1.3.S. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA A camada superficial é constituída por fi. om dois ângulos, um ao nível do pólo 12.1.4.2. RELAÇÕES
bras musculares longitudinais, que formam a ferior do rim e o outro ao nível do duodeno.
três ténias do cólon, anterior, póstero-medial A flexura direita ou hepática do cólon (Fig
12.1.3.S. l. Túnica seroso - peritoneu do cólon e póstero-lateral. .
12.1.4.1.2. Meios da fixotlio 253.1) tem numerosas relações.
ascendente A camada profunda é constituída por fibra Anteriormente, relaciona-se com a face infe­
musculares circulares. 11 xura direita ou hepática do cólon en- rior do fígado (Fig. 253.2).
Em cerca de 65% dos casos, o peritoneu, ao
1ra-se fixa aos órgãos adjacentes por pre­ Posteriormente, relaciona-se com o rim
atingir o cólon ascendente (Fig. 251.A 1), re­
12.1.3.S.3. leio submucoso peri1oneais, dispostas em três plan direito (Fig. 253.3).
flecte-se sobre a sua face medial, reveste a os
face anterior e, quando atinge a face lateral, mcn1ares.
A tela submucosa está aderente à tú�i ) omento maior ou gastro
reflecte-se novamente para a parede abdo­ -cólico (Fig.
mucosa, sendo constituída por tecido conJu • l 1, através da sua porção dire
minal posterior. A face posterior d? cólon ita, ocupa
tivo na espessura do qual se encontram P no superficial.
ascendente não está revestida de pentoneu e
xos arteriais, venosos e nervosos. U mento cístico-cólico (Fig
encontra-se em contacto directo com a parede . 252.2) une
abdominal posterior, através da fáscia de ura direita ou hepática do
cólon à vesí­
12.1.3.S.4. Túnica mucoso b,liar (Fig. 252.6), e o lig
coalescência (Toldt) direita (Fig. 25 l .A2). amento hepá­
ólico (Fig. 252.3) une
Em cerca de 35% dos casos, o peritoneu re­ a flexura direita
flecte-se da parede abdominal posterior para A mucosa, regularmente 1.ISa, apre�c P tica do cólon ao fíg
a metade medial da face posterior do cólon , · das gland
nódulos linfáticos e os ostios 'ª
fi . de coalescê
ado (Fig. 252.7).
ncia (Toldt) direita, 5
intestinais (Lieberkühn). da �ua porção sup
ascendente revestindo depois sucessivamente erior, onde podem
',dualizados o ligam
as suas fa�es medial, anterior e lateral (Fig. ento reno-cólico
2 41• que une a
12. l.4. FLEXURA DIREITA OU HEPÃTICA
251.B1), reflectindo-se depois para a parede flexura direita ou he-
d cólon ao pó
abdominal posterior, constituindo uma prega lo superior do rim
_ CÕLON hg. 252-8), e o lig
de fixação, o mesocólon ascendente (Fig. amento frénico­
dir ito (F ig.
251.B2). 252.5), que une a flexura Fig. 2S3 · Rela,ões da flexura direita ou hepática da cólon
A flexura direita ou hep • do cólon
ática
hepática do có
lon ao diafragma,
. ti' n0 grosso pi no profundo 1. Flexura direita ou hepática do cólon 2. Face inferior do loba direito
233.4) é a porção do mtes .
do flgada 3. Rim direita 4. Diafragma S. Parte descendente do duoden
o
INTESTINO GROSSO 153
152 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

o üpo de cólon transverso desviado infe­


Lateralmente, relaciona-se com o diafragma rio rmente encontra-se mais frequentemente
(Fig. 253.4), do qual está separado pelo sulco no sexo feminino e resulta de causas mecâ­
parieto-cólico direito. nicas. A variação pode afectar a totalidade
3
Mediaimente, relaciona-se com a parte des­ do cólon, a porção esquerda ou raramente a
cendente do duodeno (Fig. 253.5). po rção direita, dando origem ao cólon trans­
verso em W, U, V ou M.
o tipo de cólon desviado superiormente
12.1.S. CÕLON TRANSVERSO encontra-se mais frequentemente no sexo
masculino e resulta de excessiva distensão do
O cólon transverso com direcção transversal,
intestino delgado. A variação afecta a porção
apresentando numerosas variações, estende-se
n esquerda, origina o cólon transverso em arco
desde a flexura direita ou hepática do cólo
ou esplénica do cólon. ou em S itálico.
até à flexura esquerda
12.I.S.1.4. Projeciõo porietol
12. l.S. l. CONSIDERAÇÕES GERAIS
O cólon transverso, em posição normal, pro­
12. l.S. l.l. SitUO{ÕO Fig. 2S4 . Relo1ões e divisão do cólon transverso nos suas por1õe1 Jecta-se na parede abdominal anterior, ao
direito e esquerda mvel de uma parte dos hipocôndrios e do
O cólon transverso ocupa o hipocôndrio di­ epigástrio, numa área rectangular compreen­
reito, o epigástrio e o hipocôndrio esquerdo. 1. C61on transverso 2. Por1ão direita do c61on transverso 3. Fa11 inferw dida entre quatro linhas: a linha horizontal
A sua situação é muito variável, de acordo do !!gado 4. Por1ão esquerda do c61on transverso 5. Curvaluro \uperior (Fig. 255.1), que passa pela extre­
com a forma e as dimensões, podendo situa
r­ do estômago 6. Veslculo biliar 7. Ba10 B. Ansas intestinais midade anterior das duas 9as cartilagens
-se inferiormente à porç ão infra-umb ilical do Fig. 25S · Projec1ão parietal do cólon transverso
o tais; a linha horizontal inferior (Fig.
abdómen ou alcançar a pelve menor. �55 2), que passa ao nível do umbigo ou um 1. Linha horizontal superior 2. Linha horizontal inferior 3. Linha vertical
12. l.S. l.3. Dimensões, formo e direciõo pouco inferiormente a ele; a linha vertical direito 4. Linha vertical esquerda
12. l.S. l.2. Divisão direita (Fig. 255.3), que passa a cerca de
O cólon transverso direito tem um compn­
u • lffi para medial do mamilo direito, e a linha
O cólon transverso (Fig. 254.1) pode ser divi­ mento, muito variável, de 25 a 50 cm e -superior e a ténia póstero-superior; as sa­
cm. ,utical esquerda (Fig. 255.4), que passa a culações do cólon, entre as ténias do cólon·
dido em duas porções, cuja união se faz ao calibre médio de 6
rca de 2 cm para medial do mamilo es­
nível do cruzamento com a artéria mesen­ O comprimento do cólon transverso esq crdo.
e os apêndices omentais do cólon, disposto�
25
térica superior. do, muito variável, tem cerca de 12 a apenas numa única fileira.
e um calibre médio de 4 a 5 cm.
A porção direita do cólon transverso (Fig. , no
254.2) ocupa cerca dos dois terços direitos do O tipo normal de cólon transverso 12 1.S.1.S. Meios de fixuiõo
12. l .S.3. CONFORMAtAO INTERNA
conc a
cólon transverso, constituindo uma ansa côn­ conjunto, descreve uma curva com a
se
cava, olhando póstero-ínfero-medialmente, dade posterior, cujo segmento médio lon transverso está unido à parede pos­
O cólon transverso apresenta o aspecto da
enqu
estando situada inferiormente ao fígado (Fig. xima da parede abdominal anterior, do abdómen por uma prega peritoneal,
conformação interna comum a todo o intes­
nda
254.3). Constitui a porção fixa do cólon as duas extremidades estão profu cólon transverso.
tino grosso, observando-se pregas semilu­
ea
transverso, que se encontra ligada por um situadas, aproximando-se da pared o 1'.'Me também fixado através das pre-
nares do cólon e ampolas.
tra ject . .
l)Cntoneais que 1·igam a flexura direita
curto meso à parede abdominal posterior. nal posterior. Apresenta um ou
tando 1 e ª tlexura
A porção esquerda do cólon transverso obliquidade súpero-esquerda, es n '11. esquerda ou esplénica do
cólo ' órgãos vizinhos. 12. l.S.4. RELAÇÕES
(Fig. 254.4) ocupa cerca do terço esquerdo do xura direita ou hepática do
rda o u e
cólon transverso, constituindo uma ansa côn­ superiormente à flexura esque Na generalidade, o cólon transverso, na ge­
cava, olhando póstero-súpero-lateralmente, nica do cólon. I.U. CONFORMAÇÃO EXT
ERNA ner�lidade, aprese�ta numerosas relações,
estando situada inferiormente à curvatura on tran"'
Além do tipo normal de cól cólo n transverso apresenta: proJectando-se no h1pocôndrio direito, epigás­
maior do estômago (Fig. 254.5). Constitui a erosas variações de st as três t'en1as trio e hipocôndrio esquerdo.
existem num cont muando as exi sten
porção móvel do cólon transverso, que se . - se afa :i
verso, cuJa forma e direcçao • --�..·,e. a ténia inferio
tes no cólon Superiormente, relaciona-se, junto à flexura
encontra ligada por um longo meso à parede r, a ténia ântero- direita ou hepática do cólon, com a face infe-
da descrição referida.
abdominal posterior.
154 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
INTESTINO GROSSO 155

rior do fígado (Fig. 254.3) e a vesícula biliar Posteriormente, com a face anterior do rim
direito (Fig. 256.1), com a parte descendente gem inferior do cólon transverso, onde esta
(Fig. 254.6); na porção média, com a curva­
do duodeno, na união do terço superior com Jâmina passa a revestir a sua face posterior
rura maior do estômago F ( ig. 254.5) e, ao nível
a té alcançar a margem superior, onde se vai
da flexura esquerda ou esplénica do cólon, os dois terços inferiores (Fig. 256.2), e com
a cabeça do pâncreas (Fig. 256.3). con tinuar com a lâmina inferior do mesa­
com a face inferior do baço (Fig. 254.7).
Superiormente, relaciona-se com a impressão cólon transverso.
Inferiormente, relaciona-se com ansas intes­
cólica da face inferior do fígado (Fig. 254.3) A l&mina posterior F ( ig. 257.3) reveste a face
tinais (Fig. 254.8). do c�lon transver
e o fundo da vesícula biliar (Fig. 254.6). posterior so, até atingir a sua
Anteriormente, relaciona-se com a parede
Inferiormente, relaciona-se com ansas intes­ margem supenor, onde se vai continuar com
abdominal anterior, da qual está separado
tinais (Fig. 254.8). a lâmina superior do mesocólon transverso.
pelo omento maior ou gastro-cólico.
As lâminas superior e inferior aderem para
Posteriormente, onde se destaca o mesa­ constituir o mesocólon transverso (Fig.
cólon transverso, relaciona-se, indo da direita A porção esquerda do cólon transverso
apresenta diversas relações. 257.4), uma prega p�ritoneal que se dirige
para a esquerda, com a face anterior do rim
Anteriormente, relaciona-se, ao nível do para a parede postenor do abdómen, e que
direito (Fig. 256.1), a parte descendente do apresenta a margem parietal ou raiz, a mar­
duodeno (Fig. 256.2), a cabeça do pâncreas hipocôndrio esquerdo, com a parede abdo­
minal anterior, mas está separado desta pela gem intestinal e duas faces, uma superior e
(Fig. 256.3), os vasos mesentéricos superio­ outra inferior.
res (Fig. 256.4), a parte ascendente do duo­ porção esquerda do omento maior ou gastro­
Fig. 2S8 . Margem parietal ou roiz do mesocólon transverso
deno (Fig. 256.5) e a face anterior do rim -cólico.
esquerdo (Fig. 256.6). Posteriormente, onde se destaca o mesocólon l. Linho de inser�õo da margem porietol ou roiz do mesoc61on
transverso, relaciona-se, indo da direita para transverso 2. Parte descendente do duodeno 3. Cabeço do pftncreos
a esquerda, com o corpo do pâncreas (Fig. 4. Flexura duodeno-jejunal 5. Margem inferior do corpo do pftncreas
A porção direita do cólon transverso apre­ _
256.7), com a parte ascendente do duoden 6. Rim esquerdo 7. Baço
senta diversas relações.
Anteriormente, relaciona-se, ao nível do (Fig. 256.5) e com a face anterior do rim es­
hipocôndrio direito, com a parede abdominal querdo F ( ig. 256.6). on?� se confunde com o ligamento frénico­
anterior, mas estando separado desta pela
Superiormente, relaciona-se com a curva -cohco esquerdo.
tura maior do estômago (Fig. 254.5), à qua A margem intestinal (Fig. 259.1) insere-se
porção direita do omento maior ou gastro­
está unida pelo omento maior ou gastro• na margem inferior do cólon transverso.
-cólico.
-cólico e, ao nível do ângulo esquerdo o
� fa�e s�perior (Fig. 259.2) constitui a por­
esplénico, com a face inferior do baço (F1 çao mf�nor da bolsa omental (Fig. 259.3).
254.7). _
A face •�fer1?r (Fig. 259.4), com obliquidade
Inferiormente, relaciona-se com ansa s inte� _
postero-mfenor, relaciona-se com o espaço
tinais (Fig. 254.8).

12.1.5.5. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA lS7 Omento maior ou gastro-cólico


ou gostro-oolko 2. Lftmlno anterior revestindo a foce
s • c 61 n transverso 3. L8mlno posterior reve
12.1.5.5.1. Túnico seroso - peritoneu do <6111 stindo a foca
., c ; on transverso 4. Masoc61o
transverso n transverso

O cólon transverso é o local onde vai te argem . par·•et81 ou raiz (Fig 258
nar o omento maior ou gastro-c6lico 0 bhqu da
1)
, de P6stero-sup , ero-es· querda
257.1). Quando este omento alcanç a a pane descendente · ',
• • c a beça d0 do duodeno (Fig
gem inferior do cólon transverso, desd pâncreas (Fig. 258 3)
upe . or
-se em duas lâminas, uma anterior e n mente à flexura duoden · '
Fig. 2S6 - Relo�ões posteriores do cólon transverso posterior. , :!58.4) a, marge o-jeju-
m inferior do corpo
l. Face anterior do rim direito 2. Porte descendente do duodeno 3. Cobe�o A lâmina anterior (Fig. 257 .2) desce. rc s F
( -'tg. 58· 5) à po - . Fig. 259 . Margem intestinal e foces superior e inferior do mesocólon
do pftncreos 4. Vosos mesentéricos superiores S. Porteascendente do riormente ao longo da parede a nte
n ucrd o (F'2g. 58.' rçao média do transverso
al c nç inf , 2 6), terminando no
abdómen e volta a subir até
r
duodeno 6. Face anterior do rim esquerdo 7. Corpo do pftncreas a a
._..,. _m, eriormente ao baço l. Margem intestino( 2. Face superior 3 . Bolsa omentol 4. Foca inferior
(Fig. 258.7),
5· Espaço ocupado pelos primeiros onsas do jejuno
156 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
- INTESTINO GROSSO 157

quidade ântero-ínfero-medial, situando-se


ocupado pelas primeiras ansas do jejuno (Fig. 12.2.l.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS O ligamento espleno-mesocólico ocupa o
259.5). lateralmente ao rim esquerdo, ao nível da 8'
plano médio, inconstante, e representa a
costela esquerda.
O cólon descendente (Fig. 260.3) segue-se à 12.2.1.1.1. Situotiio e forma margem inferior do omento gastro-esplénico
12.1.5.5.2. Túnica muscular (Fig. 261.2).
flexura esquerda ou esplénica do cólon, tem
A flexura esquerda ou esplénica do cólon A fáscia de coalescência (Toldt) esquerda
A camada superficial é constituída por fibras cerca de 12 cm de comprimento, terminando ,1
situa-se no hipocôndrio esquerdo, póstero­ (Fig. 261.3), através da sua porção superior e
musculares longitudinais, constituindo as na porção esquerda da abertura superior da 1
1
-lateralmente ao estômago, inferiormente ao esquerda, ocupa o plano profundo.
ténias do cólon que se continuam com as pelve, estando disposto verticalmente, ante­
baço e ao nível da 8 ª costela, e numa posição
existentes no cólon ascendente. A ténia ante­ riormente à região lombar, apresentando uma
ligeira concavidade medial. mais alta do que a flexura direita ou hepática 12.2.1.2. RELAÇÕES
rior toma-se superior, a póstero-medial toma­
O cólon sigmóide (Fig. 260.4) segue-se ao do cólon.
-se ântero-inferior e a póstero-lateral toma-se
cólon descendente, continuando-se com o A forma da flexura esquerda ou esplénica do A flexura esquerda ou esplénica do cólon 1
póstero-inferior. cólon é a de um ângulo agudo de cerca de 1·
A camada profunda é constituída por fibras recto, tem cerca de 35 a 45 cm de compri­ (Fig. 262.1) apresenta diversas relações:
50º, cujo ramo anterior é constituído pelo Anteriormente, relaciona-se com o corpo
musculares circulares. mento, sendo a parte ilíaca côncava mediai­
cólon transverso e o ramo posterior pelo gástrico (Fig. 262.2).
mente, com obliquidade ântero-ínfero-medial
cólon descendente, segundo um plano ântero­ Posteriormente, relaciona-se com a porção
e a parte pélvica, móvel, terminando ao nível
12.1.5.5.3. leio submucoso da face anterior da 3ª vértebra sagrada, onde
-posterior. superior do rim esquerdo e com o diafragma
vai continuar-se com o recto. (Fig. 262.3).
A tela submucosa está aderente à túnica IU.1.1.2. Meios de fixotiio Mediaimente, relaciona-se com o rim e com
mucosa, sendo constituída por tecido conjun­
a glândula suprarrenal esquerda.
tivo, encontrando-se na sua espessura plexos 12.2.1. FLEXURA ESQUERDA OU ESPLÉNICA DO ílexura esquerda ou esplénica do cólon Lateralmente, relaciona-se com a parede
arteriais, venosos e nervosos. encontra-se fixa aos órgãos adjacentes por
CÕLON costal, ao nível da 10ª costela.
pregas peritoneais, dispostas em três planos Superiormente, relaciona-se com a face in­
12.1.5.5.4. Túnica mucoso li mentares. ferior ou cólica do baço (Fig. 262.4).
O cólon transverso, ao nível do baço, inflectr• O ligamento frénico-cólico esquerdo (Fig.
A mucosa, regularmente lisa, apresenta nódu­ Inferiormente, relaciona-se com ansas do
-se para inferior, formando a flexura esquerda 161.l) ocupa o plano superficial e une a fle-
los linfáticos e os óstios das glândulas intes­ jejuno e com o omento maior ou gastro-cólico
ou esplénica do cólon (Fig. 260.2), que \t ra esquerda ou esplénica do cólon ao dia­
tinais (Lieberkühn). (Fig. 262.5).
continua depois pelo cólon descendente. ma.

12.2. CÕLON ESQUERDO


O cólon esquerdo é a porção do cólon vas­
cularizado pela artéria mesentérica inferior,
sendo constituído pelo cólon transverso es­
querdo, pela flexura esquerda ou esplénica do
cólon, pelo cólon descendente e pelo cólon 3
sigmóide.
A porção esquerda do cólon transverso
(Fig. 260.1) ocupa o terço esquerdo do cólon
transverso, tem cerca de 15 a 25 cm e dirige­
-se com obliquidade póstero-súpero-esquerda,
até alcançar a flexura esquerda ou esplénica
do cólon.
A flexura esquerda ou esplénica do cólon
(Fig. 260.2) estabelece a ligação entre o cólon Fig. 260 • Constituição do cólon esquerdo
Fig. 262 · Relações da flexura esquerda ou esplénica do cólon
transverso e o cólon descendente, formando 1. Porção esquerda do cólon transverso 7. flexuro:..,
um ângulo muito agudo, que olha com obli- esplênico do cólon 3. Cólon descendente 4. (6lon 119 1. Flexura esquerda ou esplénica do cólon 2. Corpo gástrico 3. Diafragma
4. Face inferior ou cólica do baço 5. Omento maior ou gastra-cólico
158 ÓRGÃOS DIGESTIVOS ( SISTEMA DIGESTIVO) - INTESTINO GROSSO 159

12.2.2.l.2. Dimensões a dirat{ÕO 12.2.2.4. RELAÇÕES


12.2.2. CÕLON DESCENDENTE
O cólon descendente tem um comprimento As relações do cólon descendente (Figs.
O cólon descendente (Fig. 260.3) origina-se de cerca de 25 a 35 cm, tendo a parte lombar 265.1 e 266.1) são diversas.
e
ao nível da flexura esquerda ou esplénica cerca de 15 a 20 cm, e a parte ilíaca, cerca Posteriormente, relaciona-se, através da fás­
termina ao nível da margem medial do mús­ de 10 a 15 cm. cia de coalescência (Toldt) esquerda, com o
culo psoas maior esquerdo, ou melhor, na O calibre médio do cólon descendente oscila diafragma, com as duas últimas costelas es­
porção esquerda da abertura superior da pelve entre os 4 e os 5 cm. querdas (Fig. 265.2), com o músculo qua­
menor. Quanto à direcção, as duas partes dispõem­ drado dos lombos (Fig. 265.3), e com o mús­
O cólon descendente é mais longo, menos -se diferentemente. culo psoas maior (Fig. 265.4). A parte ilíaca
volumoso e mais profundamente situado no A parte lombar apresenta uma disposição relaciona-se com os vasos ilíacos externos
abdómen do que o cólon ascendente. vertical, quase rectilínea, com ligeira curva­ (Fig. 266.2), com os vasos genitais (Fig.
o cólon descendente pode ser dividido em tura de concavidade ântero-medial. 266.3), com o nervo génito-femoral e com o
duas partes: a parte lombar (Fig. 263 .1), A parte ilíaca apresenta uma direcção com uretéro esquerdo (Fig. 266.4).
constituindo o clássico cólon descendente, obliquidade ântero-ínfero-medial, tomando-se
situado entre a flexura esquerda ou esplénica superficial. Quando é mais curta, pode cruw
do cólon e a crista ilíaca esquerda, e a parte a porção mediana da fossa ilíaca, aproxi­ 2
ilíaca (Fig. 263.2), situada entre a crista ilíaca mando-se então da articulação sacro-ilíaca
e a porção esquerda da abertura superior da Quando é mais comprido, aproxima-se d
pelve. ligamento inguinal.

12.2.2.1.3. Projat{ÕO parietal ÍIJ 264 • Pro1ec{ÕO parietal do cólon descendente

O cólon descendente, em posição n orm


nzontol superior 2. Linha horizontal inferior 3. Linha vertical
4 Linho vertical lateral
projecta-se na parede abdominal anten
segundo uma área rectang�lar, com o, .
guintes limites: a linha horizontal superi« dtnte (Figs. 263.3 e 267.Bl), que lhe permite
(Fig. 264.1) passa pela margem supen�r cena mobilidade.
2
9ª costela esquerda; a linha horizontal mi
rior (Fig. 264.2), paralela à anterior, P3
'
pela porção esquerda da pelve; a linha IU.U. CONFORMAÇÃO EXTERNA
tical medial (Fig. 264. 3) pass a pela ext �
; a li lon desce ndente apresenta as três ténias
dade anterior da 9 costela esquerda
ª
à
Fig. 263 . Divisão do cólon descendente vertical lateral (Fig. 264.4), paralel a tólon. anterior, póstero-medial e póstero-
pare de later al da rei 1. a� saculações do cólon, entre as ténias
1. Parte lombar 2. Parte illaca 3. Mesoc61on descendente rior, é tangente à
lateral esquerda. lon. pouco marcadas, os apêndices
lai do cólon, pouco numerosos e fixa-
ténias a n terior e póstero-medial.
12.U.l. CONSIDERAÇ6ES GERAIS 12.2.2.l.4. Meios da fixaiÕO Fig. 265 - Rela{ões posteriores do cólon descendente
O cólon J.l. CONFOIMAÇAO INTERNA
Tal como o cólon ascendente, 1. Cólon descendente 2. 11ª e 12' costelas 3. Músculo quadrado dos
12.U.l. l. Situaiõo ton eu p
cendente está aderente ao peri coales desc� nden te apresenta o aspecto
lombos 4. Músculo psoos maior
. -< •a de
, da f'itlSCI
A parte lombar situa-se profundamente na
postenor atraves
(Toldt) esq uer da (Fig . 267.Al). E�
ta ª0 i n terna comum a todo o intedas-
fossa lombar esquerda, estando relacionada , 1 da p art e lo 0; observa n do-
se pregas semilu­ Anteriormente, relaciona-se com ansas in­
rência é constante ao ruve
directamente com a parede abdominal poste- e falt ar ao nível da part
do colon e amp
olas. testinais, encontrando-se a parte ilíaca do
cólon' mas pod
rior. uns caso
do cólon ' porque em alg cólon cólon por vezes em contacto com a parede
A parte ilíaca situa-se na fossa ilíaca esquer- o
encontrar-se um curto mes abdominal anterior.
da.
160 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) INTESTINO GROSSO 161

Lateralmente, relaciona-se com a parede 12.2.3. l. CONSIDERAÇÕES GERAIS 12.2.3.1.2. Dimensões


abdominal anterior através do sulco parieto­
-cólico esquerdo. O comprimento médio do cólon sigmóide
Mediaimente, relaciona-se com ansas intes­ 12.2. 3.1.1. Tipos e directõo
no:�al é de cerca de 40 cm, o do cólon sig­
tinais, com o omento maior ou gastro-cólico,
com o pólo inferior do rim (Fig. 266.5), com o cólon sigmóide é móvel, dependendo a sua moide curto é de cerca de 15 a 30 cm e o do
sit uação das variações do seu comprimento, cólon sigmóide longo de cerca de 60 a 80 cm
o uretéro (Fig. 266.4) e com os vasos genitais O calibre médio do cólon sigmóide é de cerc�
(Fig. 266.3). A B podendo distinguir-se três tipos, o normal, 0
curto e o longo. de 3 a 5 cm.
O cólon sigmóide normal (Fig. 268.A) atra­
Fig. 267 - Peritoneu ao nível do cólon descendente ou lombo- 1 \ essa a cavidade pélvica da esquerda para a 12.2.3.1.3. Meios de fixatllo
A 1. Fáseio de coolescêncio (Toldt) esquerdo BI. Mesoc61on da« dire ita (Fig. 268.Al), relacionando-se com a
dente face posterior do púbis, inflecte-se depois da O cólon sigmóide está inteiramente envolvido
dire ita para a esquerda (Fig. 268.A2), ante­ pela lâmina visceral do peritoneu, sendo móvel
rio rm ente ao sacro, continuando-se com 0 na cavidade peritoneal.
12.2.2.S.2. Túnica muscular n:cto (Fig. 268.A3), ao nível da face anterior O �ólon sigmóide está ligado à parede pos­
da 3ª vértebra sagrada. Apresenta uma cur- tenor da cavidade pélvica por intermédio do
Ao nível do cólon descendente, encontram-se
at ura de concavidade póstero-inferior para mesocólon sigmóide (Fig. 269.2), mais ou
também duas camadas de fibras musculam
nterior , com a forma da letra grega sigma. menos extenso, segundo O tipo de cólon.
uma camada superficial e outra profunda.
O cólon sigmóide curto (Fig. 268.B) está Existem também três pregas peritoneais
A camada superficial é formada por fibra _
nu ado na parede póstero-esquerda da cavi- unmdo o cólon sigmóide aos órgãos vizinhos
musculares longitudinais, constituindo as trê
Je pélv ica, sendo quase rectilíneo (Fig. e à parede da pelve menor: o ligamento cólo­
ténias do cólon, sendo uma anterior, outr
.6 .BI). -tubário, o ligamento cólo-ilíaco e o liga­
póstero-medial e outra póstero-lateral.
O cólon sigmóide longo (Fig. 268.C) sobe mento cólo-mesentérico, inconstante.
A camada profunda é constituída por fib
di recção ao hlpocôndrio direito (Fig.
musculares circulares.
Fig. 266 - Relo,ões internos do cólon descendente
.C 1 ), passando por vezes para a direita da 12.2.3.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA
ha mediana, anteriormente às ansas intes-
1. Cólon descendente 2. Artéria ilíaco externo esquerdo 3. Artéria 12.2.2.S.3. Tela submucoso 1 e formando uma curvatura côncava
genital esquerdo 4. Uretéro esquerdo 5. P6lo inferior do rim esquerdo
O cólon sigmóide apresenta apenas duas
inferio r . t�nias do cólon, uma anterior e outra poste­
A tela submucosa está aderente à túnica
cosa, sendo constituída por tecido conjun ll rior, que resultam da união das duas ténias
na espessura do qual se encontram p ie do cólon descendente, a póstero-lateral e
12.2.2.S. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA arteriais, venosos e nervosos. ª. póstero-medial; as saculações do cólon,
situadas entre as ténias do cólon, pouco
12.2.2.S.1. Túnica serosa - peritoneu do c6Ion marcadas, e os apêndices omentais, pouco
12.2.2.S.4 Túnica mucosa numerosos.
descendente
A mucosa, regularmente lisa, ap re
O peritoneu comporta-se do mesmo modo, nódulos linfáticos e os óstios das glán 12.2.3.3. CONFORMAÇÃO INTERNA
ao nível da parte lombar e ao nível da parte intestinais (Lieberkühn).
ilíaca do cólon descendente. Nestas duas A B O cólon sigmóide apresenta uma confor­
(
partes, a face posterior do cólon relaciona-se mação interna comum à de todo o intestino
directamente com a parede abdominal poste­
12.2.3. CÕLON SIGMÕIDE grosso, observando-se pregas semilunares do
rior, através da fáscia de coalescência (Toldt) cólon e ampolas.
esquerda (Fig. 267.Al). O cólon sigmóide (Fig. 260.4) seg ue·
O peritoneu pode constituir um mesocólon, cólon descendente ao nível da p orç
querda da abertura superior da p elv e e 12.2.3.4. RELAÇÕES
muito curto, ao nível da parte ilíaca do cólon _
descendente, o mesocólon descendente (Figs. nua-se depois com o recto, ant e nor
face anterior da 3ª vértebra sagrada. O cólon sig�óide do tipo normal (Fig. 269.1)
263.3 e 267.Bl). apresenta diversas relações:
INTESTINO GROSSO 163
162 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

ápice da margem parietal, segue o flanco tivo, na espessura do qual se encontram


12.2.3.S. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
Posteriormente, relaciona-se, através do me­
0
lateral dos vasos ilíacos comuns e externos plexos arteriais, venosos e nervosos.
socólon sigmóide (Fig. 269.2), mediª almente, (Fig. 270.7) e cruza, depois, o uretéro e os
com o flanco ântero-esquerdo da 5 vértebra 12.2.3.S.l. Túnica serosa - peritoneu da c61on
, asos espermáticos esquerdos. 12.2.3.S.4. Túnica mucosa
lombar (Fig. 269.3) e, lateralmente, com a asa sigm6ide O mesocólon sigmóide contém, no seu inte­
do sacro e com a articulação sacro-ilíaca es- rior, a porção terminal da artéria mesentérica A muco�a, �egularmente lisa, apresenta
querda. O cólon sigmóide (Fig. 269.1 e 270.1) está inferior e as artérias e veias sigmoideias. _ ,
Anteriormente, relaciona-se com ansas in- inteiramente envolvido pela lâmina visceral Entre os dois segmentos do mesocólon sig­ _ _lmfat1cos e os óstios das glândulas
�odulos
mtestma1s (Lieberkühn).
testinais e com a bexiga (Fig. 269.4). do peritoneu. móide, encontra-se o recesso sigmoideu, cujo
Superiormente, relaciona-se com ansas in- O cólon sigmóide está ligado à parede pos­ fundo é constituído pela lâmina parietal
testinais. terior por intermédio do mesocólon sigmóide do peritoneu ao nível da pelve, em que o seu
Inferiormente, apresenta relações diferentes (Figs. 269.2 e 270.2), mais ou menos extenso Jptce, ao nível do ângulo dos dois segmentos,
12.3. RECTO
no homem e na mulher: na mulher relaciona­ segundo o tipo de cólon, apresentando dua� .1presenta o recesso intersigmoideu (Fig.
-se com a bexiga (Fig. 269.4) e com o útero faces, uma anterior e outra posterior e dua 270.8), com a forma de um funil, cujo fundo O recto é a porção terminal do intestino
(Fig. 269.5) e com as escavações vésico­ margens. ..e situa anteriormente à origem das artérias grosso, seguinte
_ ao cólon sigmóide (Fig.
-uterina e recto-uterina (Douglas), e no homem A margem intestinal (Fig. 270.3) insere- 'líacas comuns, de extensão variável, po­ 271.1} e termmando no períneo (Fig. 271.2),
no cólon sigmóide.
relaciona-se com a bexiga e com o recto e Jendo atingir a parte horizontal do duodeno. atraves de uma abertura, o ânus (Fig. 271.3).
A margem parietal encontra-se subdividtib
com a escavação recto-vesical (Douglas). em dois segmentos, cujo ápice (Fig. 270.41
Existem também três pregas peritoneais unin­
Mediaimente, relaciona-se com a veia ilíaca J i o cólon sigmóide aos órgãos vizinhos e à
comum esquerda, com a artéria sagrada média
encontra no flanco esquerdo do disco inter­
rede da cavidade pélvica. 12.3.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
vertebral que separa a 4ª da 5ª vértebra� lom
e com o nervo pré-sagrado. bares, um pouco inferiormente às artén O ligamento cólo-tubário situa-se entre o
Lateralmente, relaciona-se com os vasos ilíacas comuns. lon sigmóide e a tuba uterina (Falópio) 12.3.1. l. LIMITES
ilíacos comuns e com os vasos ilíacos exter­ O segmento vertical (Fig. 270.5), med1an uerda, e contém no seu interior os vasos
nos (Fig. 269.6), com o uretéro e com os estende-se desde o ápice da margem parie \ ncos. O limite superior encontra-se ao nível de um
vasos genitais esquerdos. até à face anterior da 3ª vértebra sagrada O ligamento cólo-iliaco situa-se entre a raiz pl �no que passa pela 3ª vértebra sagrada
O segmento oblíquo (Fig. 270.6), com o undária do mesocólon sigmóide e a parede (Fig. 271.4 ), sendo endoscopicamente mais
quidade ínfero-esquerda, estende-se de '"ª e�querda.
) ligamento cólo-mesentérico, inconstante,
6 u -se entre o cólon sigmóide e o mesen-

111 l.S.2. Túnica muscular


s
tamada superficial e· constttu
· 1da
, por fibras
u1 re� longt·1ud'mais e apresenta no
tgmó1de, a união das duas ténias 'pos­
do cólon, existentes no cólon descen-
::����aodo-se ª.º nível deste seg-
.
. ' duas témas do cólon apenas,
1 nor e outra poster ior.

p ofun da é constituída por fibras 3 9
: �
Fig. 269 • Relo1ões do cólon sigmóide no mulher c1rcul ares.
1. Cólon sigmóide 2. Mesocólon sigmóide 3. 5' vértebra lombar 4. Bexigo Fig. 270 • Mesocólon sigmóide Fig. 271 · Limites e divisão do recto
5. Útero 6. Vasos iliocos externos i.­
3. Margem intes
1. Cólon sigmóide 2. Mesocólon sigmólda e•
1. Cólon sigmóide 2. Períneo 3. Ânus 4. 3' vértebra sagrado 5. Prego
cal do org
do margem parietal 5. Segmento verti ubm ucosª está transverso supe rior do recto (Houston) 6. Junção ono-rectol 7. Ampola
m

obliquo do marg
e aderente à t,umc· a
meso cólon sigm óide 6. Segm ento ndo e onst1. tufda po do recto revestido por peritoneu 8. Ampola do recto não e nvolvida
os 8. Rece sse r tecido conjun-
mesocólon sigmóide 7. Vasos il{acos extem por peritoneu 9. Canal anal 1O. Flexuro ono-rectol
INTESTINO GROSSO 165
DIGESTIVO)
l 64 ÔRGfiOS DIGESTIVOS (SISTEMA

encontra-se Apres enta duas flexuras no sentido ântero­


contra Indo de superior para inferior,_ do ânus (Fig. 273.4) e os músculos esfínc­
nítida a separação no ponto onde se en rimeiro uma porção m a is e stre it a, na conti­ -post erior: a flexura sacral, superior (Fig. teres externos do ânus (Fig. 273.5).
sup eri or do recto
a prega transvers a
�uação com O có l o n sigm óid e (Fi �. 272.1), 274.1), com concavidade dirigida anterior­
(Houston) (Fig. 271.5). depois uma zona di tad , com dim ensões
mente, e a flexura perineal, posterior (Fig.
nível de �ma
la a
O limite inferior encontra-se ao consideráveis, ao ív d amp o d o recto 274.2), com conca vidade dirigida posterior­ 12.3.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA
sa pel a margem hvre
n el a la
linha irr egul ar que pas t uma porç ão str eita, mente. No seu conjunto apresen ta uma dupla
(Fig. 272.2) e finalm
e
a junção ano­
e
das colunas anais (Morgagni),
en
(Fig . 272 .3). flexura em S itálico. O recto é um canal cilíndrico que difere do
ao nível do canal anal
-rectal (Fig. 271.6) As paredes do recto distendem-se facilmente, Além das curva turas ântero-posteriores apre­ cólon pelo facto de não apresentar as ténias
senta também duas flexura laterais: a flexura do có lon, sulcos transversais e saculações do
podendo a ampola do recto ?c�par quas_e to�a
ade pelvica . Devido as lateral superior (Fig. 272.4), com concavi­ cólon. Apresenta sulcos longitudinais (Fig.
12.3.1.2. DIVISÃO a extensão da ca vid
dade dirigida para a esquerda, e a flexura 274.3) formados pelas fibras da camada mus­
relações que apresenta com os órgãos vizi­
tes: a _ parte
O recto é constituído por duas par nhos nomeadamente com
a bexiga, o útero. lateral inferior (Fig. 272.5), com concavi­ cular superficial, e por dois ou três sulcos
te penneal,
pélvica, a ampola do recto e a par o cóion sigmóide e a s an sas int estinais,
. dade dirigida para a direita. transversais (Fig. 274.4), que ocupam apenas
t do de ant enor par. dois terços da circunferência do órgão, cor­
o canal anal.
or, encontr a- recto encontra-se ach a a

A ampola do recto, parte _su�en posterior. respondendo estes sulcos às pregas trans­
podendo s�r 12.3.1.6. MEIOS DE FIXAÇÃO
-se situada na cavidade pelvica, versas do recto (Houston) existen tes interna­
po rça_ o pen­
dividido em duas porções, uma _ A ampola do recto man tém-se em posição mente. Apresenta uma face anterior, uma face
(Fi . 271.7),
toneal, envolvida pelo peritoneu � e en­ por intermédio do peritoneu e dos pedículos posterior e duas faces la terais.
neal, que �ao s
e uma porção subperito \3 culares. O peritoneu envolve parci almente
(Fig. 27 _1.8).
contra envolvida pelo peritoneu porção superior da sua face anterior e das
s gm ento mfe-
O canal anal (Fig. 271.9) é o e 4
o. ua faces lat erais. Os vasos rectais supe­
rior, que se encontra no perín e
, . . riores (Fig. 273.1), os vasos rectais médios
ctal (Fig. 271 . 10) e º, hmite
A flex ura ano-re Fig. 273.2) e o tecido celular que os acom­
ao mvel do
entre as duas partes e proj ecta-se nha constituem um bom meio de fixação.
ápice do cóccix. O canal anal mantém-s e em posição por
1ermédio dos vasos rectais inferiores
12.3.1.3. SITUAÇÃO F1 . 273.3) e por formações músculo-fasciais,
f eia da pelve, os músculos levan tadores
xtens�o, en­
O recto, em quase toda a sua e
pos tenor da
contra-se situado na porção Fig. 274 - Direqõo e conforma,õo externo do recto
ca vidade pélvica e no períne o.
sua porçao 1. Flexura socrol 2. Flexuro perineol 3. Sulcos longitudinais 4. Sulcos
Na cavidade pélvica, ocupa a
s cro -co ccígea da transversais
posterior, entre a parte a
Fig. 272 • Colibre e direc,õo do recto
m t , os órg_aos
coluna vertebral, posterior en e e
. . I do recto 2 Por1ão 1111
m t . 1 Por,õo supenor estreita d a ampo a
génito-urinários, anterior en e , . õo Inferior estreito
• 12.3.3. CONFORMAÇÃO INTERNA
a fasci� da d;lotada da ampola do recto 3. Par,
No períneo, está relacionado com r 1ar 5. Aax uro late ral
es do anus do canal anal 4. Flexura latera 1 supe
pelve e com os músculos levantador 6. Escava,ões lótero-rectais 7. Cólo
n slgm61da 8. Espo10 Quando se observa o recto internamen te no
ânu s, c b do, P?r se
e esfíncter externo do
a a an
, por i term ed10 do superior estado de vacuidade, en contram-s e várias
abrir no períneo post e rior n
pregas longitudinais temporárias, que desa­
ânus. parecem com a distensão do órgão.
12.3. U. DIRECÇÃO
Além dest as pregas longitudi na is temporá­
. nferior. o
12.3.1.4. DIMENSÕES E CALIBRE Segui ndo de sup enor Para i rias, encontram-se as preg as transversas do
. dO contra a cone , recto (Houston), as válvulas an ais e as colu­
cm de com­ encon tra -se aphca
O recto mede cerca de 12 a 15 a parede
postenor nas ana is (Morgagni).
r cto 10 a 12 cm anterior que forma . a e . 30 M fixo1õo do recto obser
primento, tendo a amp o a do 'dade pélv1c
vado pela face posterior
As pregas transversas do recto (Houston)
-coccígea da cav1
l e

e O canal ana l 2 a 3 cm. . diri' ge-s e com. 0bh .,._ 2 Arténo redai
são formações muito variáveis que corres­
0 ápice do cócc1x,
m6dia 3. Art6ria rectal inferior
repl�ça_ o ou
O seu calibre varia no estado de
do Onus S. MOsculo esfln
póstero-inferior.
cter externo do 6nus pondem aos sulcos transversa is existentes na
d , ão s ndo umforme.
no estado de vacuid a e n e
INTESTINO GROSSO 16 7
DIGESllVO)
166 ÓRGÃOS DIGESllVOS (SISlEMA

A aropola do recto estende-se desde a 3• vé r­ N� homem, a reflexão do peritoneu do recto


. Encontram-se tebra sagrada até ao períneo, estando situada
super fície externa do recto (Fig. 277.1) para a bexiga (Fig. 277.2) deno­
_
ersas do recto rção poster io r e mediana da cavi dade
no rmalmente três pregas transv uma
na po mina-se escavação recto-vesical (Douglas)
_
(Houston), uma superio r, out ra média e pélvica, e no interio r da loca rectal. (�ig. 277-3)- O fundo da vesícula seminal di­
Entre a ampola rectal e as paredes da loca vid� esta escavação em dois recessos secun­
tercei ra inferior. _
do recto (Fig. re ct al encont ra-se o espaço perirrectal
A prega transversal superior da:1os, um anterio r, o recesso vésico-seminal
erda do recto,
275.1) situa-se na parede esqu preenchi do po r tecido celular perirrectal: (Fig. �77.4), e outro posterior, o recesso recto­
a cerca de 10 cm do
ânus. onde se encontram os ped ículos rectais supe­ -semmal (Fig. 277.5).
A prega tra nsv ers al média do recto (Fig. nores e médios.
eita d o recto, a
275.2) situa-se na parede dir
cerca de 6 ou 7 cm do ânus. /1.3.4./.1.1. PorJão sB10s0 do loca rectal
do recto (Fig.
A prega transversal inferior
erda do recto, A am po!a do recto (Fig. 276.1) é um ór gão
275.3) situa-se na parede esqu
do ânus. retropcntoneal, em que o peritoneu reveste
a cerca de 2 ou 3 cm
s s o recto (Houston) têm Fig. 27S • Conformação interna do
recto apenas cerca dos dois terços superiores da face
As pregas transver a d
uas faces, du as anterior (Fig. 276.2) e a parte superio r das
uma fo rma semilunar com d 1. Prega transversal superior do recto
2. Prego transversal mldio dl
s. A face supe­ fac es lat erais (Fig. 276.3). A lâmina visceral
margens e duas ext remidade recto 3. Prego transversal inferior do
recto 4. Válvulas onols S. Caiu
or é convexa. Jo perito neu da ampola rectal continua-se com
rior é côncava e a face inferi anais (Morgogni) 6. Zona anal de trans
ição
J lâmi na visceral do peritoneu, que reveste 0
te é espessa e
A margem externa ou aderen 6
al, e a margem ólon sigmóide (Fig. 276.4), onde se encont ra
confunde-se com a parede rect m esocólon sigmóide (Fig. 276.5).
, côn cava e olha o , entre
interna ou livre é fin a
mucosa, dife rente da mucosa rectal
ext rem idades conti­ muc osa v erda
lume do recto. As duas pele situada inferio rmente e a
o cto . a cerc 1 cm supc
nuam-se com a parede d re
deira que está situada
a de
con stituind Fig. 277 . Reflexão do peritoneu no recto do homem
rio rmente às válvulas anais,
o e
encont ram-se l de tren if
As válvulas anais (Fig. 275.4) área intermediária, a zona ana
s
1. Peritoneu revesfmdo o ompoIo do recto 2. Bexigo 3. Escovosõo
io m nte ao ânus, .
situadas a 0,5 cm super
e
r
(Fig. 275.6). recto vemoi (Douglas) 4. Recesso vésico-seminol S. Recesso reclo•
:
ma de p qu enas p regas
ap resentand o a fo r
e -semmol 6. P�6stoto 7. Ápice do c6ccix 8. Porsõo externo ou esfinc­
con c vidade olha _
cu rvas, os seios anais, cuja
a tenono do musculo levantador do anus
superiormente, e cujo númer o é mu ito variá- l 2.3.4. RELAÇÕES
vel de 5 a 12. anal estão \C
a de um ninho
As válvulas anais têm a form A ampola do recto e o canal N� mulher, a reflexão do peritoneu do recto
de pomba, apresent
an do um face intern
a a
rados pel a flexu ra
ano-r ectal, apresenta
e ext ern a qu descritas in dep
ende �Fig. 27�.1) para a face póstero-superio r do
que olha o canal anal, uma fac relaçõ es que serão
e
uter� (Fig: 278-2) e para a face posterio r da
rge m livr e,
olha a parede rectal, uma ma mente. vagm a (Fig. 278.3), a qual acompanh a d u­
rio m nt , um ma rgem ade­
côncava sup e r e e a
rante cer ca de 2 cm, constitui a escavação
rectal e duas RECTO P{LVl(I
rente que se insere na parede 12.3.4.1. AMPOLA DO RECTO OU recto-uterina (Douglas) (Fig. 278.4). lnfe­
_
a parede d o
extremidades fundidas com normente ao recesso recto-uterino (Douglas)
relações dt
recto. A ampola do recto apresenta a parede anterio r do recto encont ra-se sepa�

As colunas anais (Morgagni) (Fi


g. 275.5), em com a bainha fibro-serosa
que con sti tui a
pared es o rect
* ° -
rmo 2. Peritoneu rave sttnd o porsoo
superior do face
rada da vagina pelo septo recto-vaginal (Fig
s longitudinais rectal, e através das suas cent es. l -
l'tt I•neu revestindo o porsoo superior do face 278.5).
número de 6 a 8, são saliência ãos adja lateral
relaçõ es com os órg rntsl' do o cólon sigm6ide 5.
râmide trian­ Mesoc6lon sigm6ide
com a forma de uma pequena pi La teralmente, o per itoneu sobe com obli­
_
primento, e
gular, com cerca de 1 cm de com 12.3.4.1. l. Relo{ões tom o loc
o rectol qm�ade póster o-superio r, a parti r da esca­
respondentes rmente O p e ntoneu desce até cer
originam-se nas extremidades cor do ân�s, r e flectindo-se no
ca vaçao recto-uterina (Douglas), para se conti­
de duas válvulas anai
s adjacentes. a fibro-se ro homem nuar c�m a parede da cavi dade pélvica,
A loca rectal é uma bainh peritoneu tga, e na m ulher para a face pos- . º
lo constitumdo, a escavação látero-rectal (Fig.
a superfície tituída, superiormente, pe a. , gi na.
Superiormente às válvulas anais, riormente pela po
rção fibr os 272.6).
ecto de um a
interna ap resenta-se com o asp
-
I!
168 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO}
INTESTINO GROSSO 169

(Fig. 279.8), que constitui um plano desco. )2.3.4.1.2. Relo(Õ&s com os órgãos odjocentes à Por intermédio da escavação recto-vesical 1
lável, importante na mobilização da ampola
do recto no decurso da sua cirurgia, sendo
loca rectol (Douglas), a ampola do recto (Fig. 281.3)
relaciona-se com a base da bexiga, com a
[i
limitado posteriormente pela fáscia pré­ As relações da ampola do recto (Fig. 280.1) porção terminal dos uretéros (Fig. 281.4),
-sagrada (Fig. 279.9), que reveste o sacro. são feitas por intermédio da loca rectal. com os duetos deferentes e o triângulo inter­
o cóccix e os músculos piriformes e ísquio­ A face posterior relaciona-se com o sacro deferencial.
-coccígeos. (Fig. 280.2) e com os músculos piriformes e, Inferiormente à escavação recto-vesical (Dou­
inferiormente ao sacro relaciona-se com o glas), a ampola do recto relaciona-se com a
Lateralmente, é constituída pela porção pos­ cóccix e com os músculos ísquio-coccígeos. face póstero-inferior da bexiga (Fig. 281.5),
terior das fáscias sacro-recto-génito-púbicas No plano descolável, anteriormente à fáscia com os duetos deferentes, com as vesículas
(Fig. 279.10), que se inserem, posteriormente, pré-sagrada, encontram-se a artéria sagrada seminais (Fig. 281.6) e, mais inferiormente,
na face anterior do sacro, medialmente aos média (Fig. 280.3), os troncos simpáticos com a próstata (Fig. 281.7).
foramenes sagrados anteriores, dirigindo-se sacro-coccígeos (Fig. 280.4) e o glomo coccí­
Fig. 278 - Reflexão do peritoneu no recto do mulher geo (Luschka) (Fig. 280.5), as artérias sagra­
depois para anterior, cruzando a face lateral
l. Peritoneu revestindo o ampola do recto 2. Face p6stero-superior da ampola do recto, os órgãos genitais e a be­ das laterais (Fig. 280.6) e os ramos anteriores
do útero 3. Face posterior do vagina 4. Escovo1õo recto-uterino xiga, para depois se inserir na face posterior dos nervos sagrados (Fig. 280.7).
(Douglas) 5. Septo recto-voginol 6. Ápice do c6ccix 7. Por1õo loterol da sínfise púbica.
ou esfincteriono do músculo levantador do 6nus 3

12.3. 4.1.1.2. PorffiO fibrosa da loca rectal 9

A porção fibrosa das paredes da loca rectal


envolve a ampola do recto (Fig. 279.1),
ântero-póstero-lateralmente, estendendo-se
desde o peritoneu, superiormente, até ao
períneo, inferiormente, onde se vai unir à
fáscia da pelve. Fig. 281 · Relo1ões anteriores do ampola do recto no homem
Anteriormente, apresenta uma constituição 1. Escova1õo recto-vesical (Douglas) 2. C61on sigm6ide 3. Ampola do
diferente no homem e na mulher. recto 4. Uretéro S. Face p6stero-inlerior do bexigo 6. Vesícula seminal
No homem, está formada pelo septo recto­ 2 7. Pr6stoto
•vesical (Denonvilliers) (Fig. 279.2), que
se estende entre a escavação recto-vesical
Na mulher, a escavação recto-uterina (Dou­
(Douglas) e a fáscia da pelve, estando situado
5 glas) (Fig. 282.1) encontra-se preenchida com
posteriormente à bexiga (Fig. 279.3), ao
ansas intestinais e o cólon sigmóide (Fig.
dueto deferente (Fig. 279.4) e à vesícula
iões posteriores do ampola do recto 282.2).
seminal (Fig. 279.5).
Por intermédio da escavação recto-uterina
Na mulher, constitui o septo recto-vaginal 40 re cto 2- Souo 3. Artéria sagra
do médio 4. Tronco (Douglas), a ampola do recto relaciona-se
(Fig. 278.5). i.r.«ocdgeo 5. Glomo cocdgeo (luschko) 6. Artéria
1 sagrado com a face póstero-superior do útero (Fig.
5 ontenom dos nerv
os sagrados 282.3) e com os ligamentos largos do útero.
Posteriormente, é constituída pela fáscia Inferiormente à escavação recto-uterina (Dou­
retrorrectal (Fig. 279.6), de natureza fibrosa, Fig. 279 - Por1õo fibroso do loco rectol e anterior apresenta re1aço- es .
diferentes glas), a face anterior do recto encontra-se
1 m e na mulher.
bem individualizada, que se estende desde 1. Ampola do recto 2. Septo recto-veslcol (Denonvilhen) ª
llotnem. escav separada da vagina (Fig. 282.4) pelo septo
retr rret1 91 7 ação recto-vesical (Dou-
o mesocólon sigmóide até à fáscia da pelve. 4. Dueto deferente S. Veslculo seminal 6. f6sdo o
F • . 281 recto-vaginal (Fig. 282.5).
g .1) e ncontra-se preenc
anterior limitado pelo 16scio retrorrectol 8. Esp�o p
oSftllll
A fáscia retrorectal separa dois espaços: o .
•n•C\lma,s hida por
. • d o 1 0 fóstll e pelo cólon sigmóide
espaço anterior (Fig. 279.7), onde estão si­ pelo 16scio retrorrectol 9. F6sc10 prrsogro (Fig. As faces laterais apresentam relações ao
tuados os vasos rectais e o espaço posterior -génito-púbico nível da porção peritoneal e subperitoneal.
170 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
INTESTINO GROSSO l 71

12.3.4.2. FLEXURA ANO-RECTAL Os fascículos musculares da porção medial com a parte membranácea da uretra, as
ou pubo-coccígea inserem-se, anteriormente, glândulas bulbo-uretrais (Cowper) e o bulbo
As relações da flexura ano-rectal são inter­
no púbis (Fig. 283.3), dirigindo-se com obli­
médias à ampola do recto e ao canal anal.
quidade póstero-medial, dispostos medial­
do pénis (Fig. 285.2), dos quais se encontra li
A face anterior relaciona-se com o ápice da separado pelo triângulo recto-uretral. Na mu­ !'
mente à porção lateral ou ílio-coccígea, e lher, relaciona-se com a vagina (Fig. 286.2),
próstata (Fig. 277.6) e com o início da parte
membranácea da uretra, no homem, e com a terminam inserindo-se na parede anterior e da qual está separada pelo triângulo recto­
nas paredes laterais do canal anal (Fig. 283.4). -vaginal.
porção média da face posterior da vagina
(Fig. 278.3), na mulher.
o músculo esfíncter externo do ânus (Figs.
284.l, 285.6 e 286.6) forma dois arcos que A face posterior relaciona-se com o liga­
A face posterior relaciona-se com o ápice do circunscrevem o canal anal (Fig. 284.2), que
s cóccix (Figs. 277.7 e 278.6). mento ano-coccígeo (Figs. 284.4, 285.3 e
As faces laterais relacionam-se com a por­ se relacionam mediaimente com o músculo
286.3) e com os fascículos musculares que aí
esfíncter interno do ânus e se reúnem ante­
ção lateral ou esfincteriana do músculo levan­ se inserem, e mais posteriormente, com o
tador do ânus (Figs. 277.8 e 278.7). riorm ente e posteriormente a este canal.
cóccix (Figs. 285.4 e 286.4) e com a porção
Posteriormente, o músculo insere-se no ápice
do cóccix (Fig. 284.3), no ligamento ano­ inferior do sacro.
Fig. 282 . Relações anteriores do ompolo do recto no mulher 12.3.4.3. CANAL ANAL OU RECTO PERINEAL -coccígeo (Fig. 284.4) e na face profunda da
1. Escovoçõo recto-uterino (Douglas) 2. Cólon sigmóide 3. Foce póstero­ derme. Anteriormente, insere-se no centro do 2
-superior do útero 4. Vogino S. Septo recto-voginol 12.3.4.3.1. Relosões imediatos com os músculos de períneo (Fig. 284.5) e também na face pro­
funda da derme.
períneo
A porção peritoneal apresenta relaçõe� O canal anal ao nível do períneo está intima­
distintas, conforme a ampola do recto esta mente relacionado com os músculos levan­
vazia ou distendida. tador do ânus e esfíncter externo do ânus.
Quando a ampola do recto está vazia, a o músculo levantador do ânus (Figs. 285.5
escavação látero-rectal (Fig. 272.6) _ en:ontra­ 286.5 e 287.2) é constituído por uma porç
_
-se preenchido com ansas mtestma1s e o lateral ou ílio-coccígea (Fig. 283.1) e por u
cólon sigmóide (Fig. 272.7). porção medial ou pubo-coccígea (Fig. 283.2
Quando a ampola do recto está distendida,
relaciona-se com as paredes da cavidade
pélvica, com os vasos ilíacos i�t�rnos, :ºm o
uretéro e, na mulher, com o ovano e o mfun­ 714 · /,lúsculo esflncter externo do ânus
díbulo da tuba uterina.
esffncter externo do Dnus 2. Conol onol 3.
A porção subperitoneal relaciona-s� com o Ápice do cóccix
to ono-cocdgeo S. Centro do perln
plexo hipogástrico inferior ou _ pélvico e os eo
órgãos situados no espaço pelv1-rectal supe­
rior (Fig. 272.8). IU4.U. ltlalões mediatos através dos músculos
O espaço pelvi-rectal superior encontra-�e • ,-1110 Fig. 28S • Relo1ões do recto perineol ou conol anal no homem
limitado: superiormente, pela escavaçao
1. Centro do perlneo 2. Bulbo do pénis 3. Ligamento ono-cocclgeo
látero-rectal; mediaimente, pela fáscia sacro­ dos músculos levantadores 4. Cóccix S. Músculo levontodor do ânus 6. Músculo esflncter externo
-recto-génito-púbica; e ínfero-lateralmente do ânus e
ftncteres externos do do ânus
ânus, o canal anal
com a parede lateral da cavidade pélvica. nt diversas relações.
Neste espaço encontra-se, anteriormente, a
artéria vesículo-deferencial, no homem, e a nterior relaciona As faces laterais relacionam-se, inferior­
-se com o centro do mente, com as fossas ísquio-anais, que con­
artéria uterina, na mulher; posteriormente, à 1 Figs. 285 .1 e 286
Fig. 283 . Músculo levantador do ânus
.1 ), formado pelo têm tecido célulo-adiposo (Fig. 287.1) e com
artéria rectal média e ao uretéro. ru,.iment o dos mú
scu los dos planos
.
1. Porção lateral ou íllo-cocclgeo 2· p0r,i;o medial ou 1 uperficial e médio. o feixe vásculo-nervoso pudendo interno. As
)U

canal anal relac Mais anterior­ fossas ísquio-anais estão limitadas: superior­
3. Púbis 4. Conol onol iona-se, no homem,
mente, pela face inferior do músculo levan-
172 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
- INTESTINO GROSSO 173

12.3.S. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA As fibras musculares profundas (Fig. 288.3)


passam entre o músculo esfíncter interno do
O recto é constituído por quatro túnica\ ânus (Fig. 288.6) e o músculo esfíncter ex­
sobrepostas, sendo de externa para intema: a terno do ânus (Fig. 288.7), acabando por se
serosa, a muscular, a submucosa e a mucosa. fixar na face profunda da pele do ânus (Fig.
288.8).
12.3.S. l. TÚNICA SEROSA
Jt.3.S.2.2. Camada muscular profundo
O peritoneu relaciona-se com os dois terço
superiores da ampola do recto, revestindo a� A camada profunda é constituída por fibras
suas faces anterior e laterais. musculares circulares (Fig. 288.9) que se
O peritoneu que reveste as faces laterais do ncontram ao longo do recto e que, ao nível
do ânus, formam um anel muscular denso, 0
recto vai reflectir-se para as paredes da pelve.
mú\culo esfíncter interno do ânus.
constituindo as escavações látero-rectab Fig. 288 · Fibras musculares do recto
(Fig. 272.6).
1. Fi �ra� musculares longitudinais superficiais 2. Fibras musculares
O peritoneu que se relaciona com a face ante­ 12.3.S.3. TELA SUBMUCOSA _
long1tudmo1s
_ médias 3. Fibras musculares longitudinais profundas
rior lança-se sobre a bexiga, constituind
t la submucosa é laxa, apresentando o plexo �- Fósc1a do pelve S. Músculo levantador do Bnus 6. Músculo esflncter
Fig. 286 - Rela,ões do canal anal na mulher a escavação recto-vesical (Douglas) (Fig interno do Bnus 7. Músculo esflncter externo do Bnus 8. Face profunda
277.3), no homem, e reflecte-se sobre o útero noso rectal, particularmente desenvolvido do pele do Bnus 9. Fibras musculares circulares
1. Centra do perlneo 2. Vagina 3. Ligamento ano-cocclgeo 4. C6ccix nível das colunas anais (Morgagni).
para constituir a escavação recto-uterina
S. Músculo levantador do Bnus 6. Músculo esflncter externo do Bnus
(Douglas) (Fig. 278.4), na mulher.
e, ª,º. nível do canal anal, apresenta um
12.3.S.4. TÚNICA MUCOSA .
ep1teho pavimentoso. O córion apresenta nu­
tador do ânus (Fig. 287 .2); mediaimente e 12.3.S.2. TÚNICA MUSCULAR merosos nódulos linfáticos e glândulas tubu­
lateralmente com o osso coxal (Fig. 287.3) e tunica mucosa, ao nível da ampola do
_ losas, muito abundantes, para secreção de
com o músculo obturador interno (Fig. 287.4); A túnica muscular é constituída pela cam to, é constituída por um epitélio cilíndrico
muco.
e inferiormente, com o períneo. superficial, com fibras musculares longn
dinais e pela camada profunda, com fi
2 musculares circulares.

12.3.S.2. l. Camada muscular superficial

As duas ténias do cólon existentes no e


sigmóide, ao passarem para o recto, alarg
-se em leque sobre as suas faces anten
posterior, para contactarem depois entre
nível das faces laterais do recto.
As fibras musculares longitudinais, ao
da porção inferior do recto, distribuem·
três grupos.
As fibras musculares superficiais (Fig.
terminam na fáscia da pelve (Fig. 288.4
As fibras musculares médias (Fi g. •
confundem-se com um tecido fibro· 1
Fig. 287 - Rela,ões do canal anal com a fossa lsquio-anal que separa a face lateral do recto,
1. Fossa lsquio-anal com tecido cêlulo-adiposo 2. Músculo levantador porção medial ou elevadora do
do Bnus 3. Osso coxal 4. Músculo obturador interno levantador do ânus (Fig. 288.5).
r
O ânus é uma abertura ao nível do períneo ainda com as fossas ísquio-anais (Fig. 289.3),
posterior, onde termina o tubo digestivo. posteriormente, com o ligamento ano-coccígeo
e, anteriormente, com a uretra, no homem, e
com a vagina, na mulher.
13.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
13.1.3. LIMITES
13.l.l. SITUAÇÃO
Superiormente, encontra-se limitado pela
0 homem, encontra-se situado um pouco junção ano-rectal (Fig. 289.4), irregular e
posteriormente à linha bi-isquiática, a cerca circular, que passa pela margem livre das
2.5 cm do c6ccix e na mulher encontra-se válvulas anais (Fig. 289.5).
nuado na linha bi-isquiática, a cerca de 3 cm Inferiormente, encontra-se limitado pela
cóccix. linha ano-cutânea (Fig. 289.6), circular, no
ponto onde a pele lisa do ânus se vai conti­
nuar com a pele do períneo.
13.1.2. RELAÇÕES O espaço entre as duas linhas é de cerca de
2 cm.
nus relaciona-se, lateralmente, com os
culos esffncter externo do ânus (Fig.
1, e levantador do ânus (Fig. 289.2) e
13.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA
7

O ânus apresenta a forma de uma fenda ântero­


-posterior (Fig. 290.1), no estado de repouso,
e uma forma circular, quando está dilatado.
Do seu contorno partem várias pregas, cujo
conjunto é conhecido por pregas radiadas do
ânus (Fig. 290.2).
A pele que contorna o ânus é conhecida por
margem do ânus (Fig. 290.3), sendo esta pele
muito fina e desprovida de pêlos.

13.3. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA

e l1m1tes do 8nus
13.3.1. CAMADA MUSCULAR
externo do 8nus 2. M6srulo levan
tador do Bnus
4 Jun,ão ono-rettal
5. Válvulas anais 6. Linha A camada muscular é constituída por fibras
musculares lisas, o músculo esfíncter interno
l 76 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO}
-
situ�da su­
A parte profunda (Fig. 291-4),
periormente à parte super fi �
_
ial, relac1ona-se
_ GlÂNDUW SALIVARES
com a parte superior do esfm cter mtem o.
Os músculos esfíncteres intern o e externo do
ânus mantêm encerrado o canal anal e o lnus,
relaxando-se durante a defecação, podendo 0
músculo esfíncter externo do ânus contrair-se
voluntariamente. A cavidade oral recebe a secreção da saliva glandulares (Fig. 292.1) com a forma de
de numerosas glândulas que podem classi­ recessos longos e tubulosos são constituídos
ficar-se, quanto ao seu tamanho, em duas por células epiteliais glandulares (Fig. 292.2).
13.3.2. CAMADA CUTÂNEA categorias: as glândulas salivares menores e Na base das células epiteliais glandulares en­
as g lândulas salivares maiores ou glândulas contram-se células mioepiteliais (Fig. 292.3).
A pele do ânus (Fig. 291.5) � modificada salivares propriamente ditas. As células epiteliais glandulares secretoras
Fig. 290 _ Confonno�õo externo do ânus sendo mais fina, pobre em papilas e despro­ das glândula salivares são exclusivamente
vida de pêlos e de glândulas. As glândulas salivares menores encontram- serosas e produzem amflase, e as células epi­
6nus
l. Fendo do Bnus 2. Pregos radiados do ânus 3. Margem do - e repartidas por toda a mucosa da cavidade teliais glandulares secretoras das glândulas
ral e podem ser agrupadas em quatro grupos submandibular e sublingual são constituídas
principais: palatinas, labiais, bucais e linguais. por células mucosas e serosas.
\\ glândulas palatinas situam-se na mucosa Os duetos excretores são constituídos pelos
do ânus, e por fibras musculares estriadas, o J palato duro.
Aanus duetos intercalares (Boll), os duetos intra­
músculo esfíncter externo do � . glândulas labiais situam-se na mucosa lobulares, os duetos interlobulares ou lobu­
g.
o músculo esfíncter interno do anos (F� lábios. lares e o dueto excretor propriamente dito.
291.1) é formado por fibras mus cula res cir­ glândulas bucais situam-se na mucosa Os duetos intercalares (Boll) (Fig. 292.4),
ao
culares da túnica muscular do recto, que bochechas, sendo as que estão adjacentes pouco desenvolvidos, originam-se nos ácinos,
tituem um anel mus cula r óstios do dueto parotídeo (Sténon), co­
nível do ânus cons sendo constituídos por um epitélio simples
denso. idas por gUlndulas molares. cúbico.
glândulas linguais encontram-se anexas
n­ papilas circunvaladas e foliáceas, situadas
O músculo esfíncter externo do ânus enco
tra-se situado externamente ao mús culo es­ porção posterior das margens laterais da
a e da face inferior da língua próximo
fíncter interno, rodeando o canal anal em to�
a sua extensão, sendo cons tituíd o por tres
2
porções. alindulas salivares maiores dispõem-se
A parte subcutânea (Fig. 291.2), que s� en- ol r concêntrico à mandfüula, abrindo os
contra na parte inferior do canal anal, infe- Fig. 291 - Camadas muscular e cutâneo do Bnus duetos excretores na cavidade oral, e são
riormente ao ânus. . t6 ea • mero de três pares: glândulas paró-
A parte superficial (Fig. 291.3}, que se s1�a l. Músculo esflneter interno do Bnus 2. Porte subcu �
musAII 1lindulas submandibulares e glân­
superiormente à parte subc�tanea, rel_ac10
- esfíneter externo do Bnus 3. Porte suparfldol do ncter
externo do Bnus 4. Porte pro fund ° d O m6 S01IO esli ublinguais.
nando-se com a porção infenor do esfmcter
ânus 5. Pele do 6nus
interno. ula� salivares estão revestidas por
ula de tecido conjuntivo rica
, em
1 géneas, de onde se
destacam os
�rlobulares, que divide
m a glândula
gtandulares, formados por uni
da­
re
.. ,_.._1_Ia � e pelos duetos excretores. Fig. 292 • Ácino glandular e duetos excretores
glaoduiar é constitu
_.lttor:., formada ída pela por- 1. Ácinos glandulares 2. C6lulos epiteliois glandulares 3. C6lulos
por células epiteliais
, o ácinos glandul mioepiteliois 4. Dueto intercalar (Boll) 5. Dueto introlobulor 6. Dueto
ares. Os ácinos interlobulor ou lobular 7. Dueto excretor propriamente dito
178 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) GLÂNDULAS SALIVARES 179

Os duetos intralobulares (Fig. 292.5) resul­ 14.1.1.2. PROLONGAMENTOS reiada, confundindo-se com o tecido célulo­ revestindo o ventre posterior do músculo di­
tam da reunião dos canais intercalares (Boll), -adiposo. gástrico (Fig. 294.7), o processo estilóide (Fig.
estão localizados no interior dos lóbulos e são A glândula parótida apresenta diversos pro­ o peso médio é de cerca de 25 gramas. 294.8) e as estruturas que constituem os liga­
constituídos por um epitélio simples prismá­ longamentos. mentos e músculos estilóides (Riolan) (Fig.
tico. O prolongamento ântero-lateral ou masse. 14.1.2. LOCA PAROTÍDEA 294.9), ligamentos estilo-mandibular e estilo­
Os duetos interlobulares ou lobulares (Fig. térico (Fig. 296.12) situa-se na face lateral do -hioideu e os músculos estilo-hioideu, estilo-
292.6) resultam da reunião dos duetos intra­ músculo masséter e relaciona-se com o dueto A Joca parotídea depende da lâmina super­ -glosso e estilo-faríngeo, e inflecte-se depois
lobulares, estão localizados entre os lóbulos parotídeo (Sténon). ficial da fáscia cervical (Fig. 294.1) que, no para anterior, acabando por revestir uma
e são constituídos por epitélio prismático o prolongamento ântero-medial ou pteri­ ponto onde se relaciona com a da glândula porção da face posterior do músculo pteri­
estratificado. goideu (Fig. 296.13) situa-se entre o ramo da parótida, se denomina de fáscia parotídea. goideu medial (Fig. 294.10), alcança o ramo
O dueto excretor propriamente dito (Fig. mandíbula e o músculo pterigoideu medial. Quando a lâmina superficial da fáscia cer­ da mandíbula (Fig. 294.11 ), onde se insere,
292.7) resulta da reunião dos duetos inter­ O prolongamento posterior (Fig. 296.14 , 1cal alcança a margem anterior do músculo unindo-se então à lâmina superficial da fáscia
lobulares ou lobulares, tendo como função destaca-se da face póstero-medial da gl&ndul e terno-cleido-mastoideu (Fig. 294.2), desdo­ cervical (Fig. 294.3).
transportar a saliva da glândula salivar para parótida e passa entre os músculo s estemo­ bra-se em duas lâminas, uma superficial e As lâminas superficial e profunda confun­
a cavidade oral, e é constituído por um epi­ -cleido-mastoideu e o digástrico. 1utra profunda. dem-se, posteriormente, ao nível da margem
télio estratificado pavimentoso. O prolongamento medial ou faríngeo (Fi A lâmina superficial (Fig. 294.3) continua a anterior do músculo esterno-cleido-mastoideu
296.15), muito desenvolvido, alcança a f. IJmtna superficial da fáscia cervical, que se (Fig. 294.2) e, anteriormente, ao nível do
ringe, depois de passar anteriormente ao pro­ m re no ftngulo da mandíbula (Fig. 294.4), na ramo da mandíbula (Fig. 294.11 ). A lâmina
cesso estilóide e aos ligamentos e múscul margem posterior do ramo da mandíbula e na
14.l. GLÂNDULAS PARÕTIDAS estilóides (Riolan). JTgem inferior do arco zigomático, confun­
profunda constitui um hemisulco de conca­
vidade aberta para lateral e cuja convexidade
ndo-se depois com a fáscia massetérica. se relaciona com a faringe (Fig. 294.6).
14.1.1.3. COLORAÇÃO E PESO lâmina profunda (Fig. 294.5) dirige-se para A lâmina superficial (Fig. 295.1) e a lâmina
14. l. l. CONSIDERAÇÕES GERAIS dtal, em direcção à faringe (Fig. 294.6), profunda (Fig. 295.2) reúnem-se, inferior­
A glândula parótida apresenta uma superf1 mente, ao nível do espaço situado entre o
14.1.1.1. SITUAÇÃO E FORMA lobulada, com uma coloração cinzenta a ângulo da mandíbula e o músculo esterno­
-cleido-mastoideu (Fig. 295.3), resultando
As glândulas parótidas (Fig. 293.1), em nú­ desta união, uma fáscia única, que se desdo­
mero de duas, encontram-se nas locas paro­ brará de novo para envolver a glândula sub­
tídeas, tendo a forma de um prisma trian­ mandibular. A este nível, esta fáscia separa as
gular, com o seu grande eixo vertical. Cada glândulas parótida e submandibular, e cons­
glândula parótida apresenta uma face lateral, titui o septo submandíbulo-parotídeo (Fig.
uma face ântero-medial, uma face póstero­ 297.13).
-medial, uma base superior ou temporal e As lâminas superficial e profunda ficam sepa­
uma base inferior ou cervical.
radas, superiormente, no intervalo compreen­
A glândula parótida encontra-se compreen­
dido entre o arco zigomático e a base do
dida entre a margem posterior do ramo da
processo estilóide (Fig. 295.4), sendo a este
mandíbula, ladeada pelos músculos masséter
nível a loca parotídea constituída pelo pe­
(Fig. 293.2) e pterigoideu medial, e a margem
riósteo da base externa do crânio (Fig. 295.5).
anterior ao músculo esterno-cleido-mastoideu
l1<■ ,-otldea segundo um
corte transversal A loca parotídea é uma loca ósteo-fascial que
(Fig. 293.3), relacionando-se medialmente,
com a faringe (Fig. 294.6), superiormente, apresenta um óstio medial que dá passagem
da fóscia cervical 2. Margem anter
ior da músculo ao prolongamento medial ou faríngeo da
com a articulação têmporo-mandibular e a ,taideu 3· LBmlna superficial
da fóscio cervical
• glândula parótida (Fig. 294.12), um óstio
parede inferior do meato acústico externo .. íbula 5· L&mina
profunda do fóscia superficial
(Figs. 293.4 e 295.6) e, inferiormente, com a 111 poSlenar do m6s ântero-inferior para a passagem da artéria
rula digástrico 8. Processa
glândula submandibular (Fig. 293.5). fig. 293 . Situa,ão da gl6ndula parólida ntos e músculos esti carótida externa (Fig. 295.7) e um óstio infe­
lóides (Rialan) 1 O. Músculo
11. Ramo da mandfbu
la 12. Õslla medial para
rior para a passagem da veia jugular externa
1. Gl6ndula parótida 2. Músculo massêter 3. l,\úso,lt (Fig. 295.8).
nto medial ou furlngea
-mastoideu 4. Meato acústico externo S. 61ªndula da gl6ndula parótida
1' ,-.-.....--
! '.
180 ÓRGÃOS DIGESTIVOS {SISTEMA DIGESTIVO) - GLÂNDULAS SALIVARES l8l
l.'

296.2), com a lâmina superficial da fãscia


A base inferior ou cervical relaciona-se 5 2 3
cervical (Fig. 296.3), com os músculos pia.
tisma e risórios e com os ramos superficiais com a glândula submandibular (Fig. 293.5),
do plexo cervical (Fig. 296.4). contida na sua loca, e da qual está separada
por intermédio do septo submandíbu lo­
A face póstero-medial relaciona-se com 0
-parotídeo. 6
processo mastóide, com o músculo esterno­
-cleido-mastoideu (Fig. 296.5) e com o ventre
posterior do músculo digástrico (Figs. 296.6 14.1.3.2. RELAÇÕES INTRINSECAS
e 299.11), com o processo estilóide (Fig.
296.7) e com os ligamentos e músculos esti­ A glândula parótida é atravessada por vasos
lóides (Riolan) (Fig. 296.8). e nervos.
A face ântero-medial relaciona-se com a A artéri a carótida externa (Fig. 297.1) ori­
margem posterior do ramo da mand füula (Fig gina a este nível a artéria auricular posterior
296.9) e com o músculo pterigoideu medial e os seus ramos terminais, as artérias tem­
(Fig. 296.10) e o músculo masséter (Fig poral superficial (Fig. 297.2) e maxilar (Fig.
296.11). �97.3).
A base superior ou temporal relaciona-. .\ ,·eia jugular externa (Fig. 297.4) origina­ 13
com a cápsula da articulação têmporo-man­ . e no interior da glândula parótida pela
dibular e com a parede inferior do meat onvergência da veia temporal superficial
Fig. 295 . Loca parotídea segundo um corte vertical
acústico externo (Fig. 295.6). Fig. 297.5) e da veia maxilar (Fig. 297.6),
Fig. 297 - Rela,ões intrínsecas da glândula parótida
1. LOmina superficial da fóscia cervical 2. LOmina profunda da fóscia cbendo como colaterais as veias occipital 1 . Artéria carótida externa 2. Artéria temporal superficial 3. Artéria
cervical 3. União das 16minas superficial e profunda da fóscia cervical
uricular posterior. maxilar 4. Veia jugular externo 5. Veia temporal superficial 6. Veia
4. Base do processo estil6ide 5. Base externa do cr6nio 6. Parede maxilar 7. Nodo linfático parotldeo extraglandular superficial 8. Nodo
nodos linfáticos parotídeos extraglan­
inferior do meato acústico externo 7. Õstio para passagem da artéria linfático parotldeo profundo 9. Nervo facial 10. Ramo tãmporo-facial
dtllares superficiais (Fig. 297.7), situados na
carótida externa 8. Õstio para passagem da veia jugular externa 1 1. Ramo cérvico-facial 12. Nervo aurlculo-temporal 13. Septo subman­
e lateral da glândula, e nodos linfáticos
díbulo-parotldeo
rotídeos profundos (Fig. 297.8), que se
14.1.3. RELAtÜES ionam com a artéria e a veia carótida
ma.
no facial (Fig. 297.9) e os seus ramos face ântero-medial da glândula parótida,··
A glândula parótida apresenta uma forma superiormente à sua porção mediana.
prismática triangular, moldando-se exacta­ mais, os ramos temporo-facial (Fig.
10 e cérvico-facial (Fig. 297.11) e ainda Situa-se depois na face lateral do músculo
mente aos limites da loca parotídea.
-no aurículo-temporal (Fig. 297.12), masséter (Fig. 298.3), juntamente com a
Apresenta uma face lateral, plana; uma face
(IO,terior do nervo mandfbular. artéria e veia transversal da face e com os
ântero-medial, em forma de sulco vertical,
nervos bucais superiores, ramos do nervo
côncava para anterior; uma face póstero­
facial.
-medial, olhando com obliquidade póstero- 1.4. DUCTO PAROTÍDEO (STÉNON) Quando alcança a margem anterior do mús­
-ínfero-medial; uma base superior ou tem-

:=
poral e uma base inferior ou cervical. Fig. 296 . Rela�ões extrínsecas da glândula por6tido e 1 culo masséter, contorna o corpo adiposo da
-., parotídeo (Sténon) bochecha (Bichat) (Fig. 298.4) e atinge o
As relações da glândula parótida são de dois gomeotos (Fig. 298.1) é
c�cretor da glândula parótid (Fi músculo bucinador (Fig. 298.5). Percorre
tipos: extrínsecas, feitas com órgãos que se
1 . Pele 2. Tecido celular subcutOnea 3. Lamino superfioal
■ re ultante da reunião
a g.
encontram relacionados com a loca parotídea, ú de todos os depois a face lateral deste músculo, acabando
cervical 4. Ramos superficiais do plexo cervlcol 5· M � •ntcrlobulares ou lobula por perfurá-lo (Fig. 298.6), deslizando depois
e intrínsecas, relacionadas com vasos e nervos !nll res. Tem por
-cleido-mastoideu 6. Ventre posterior da múswlo dig6s tr n�portar a saliva
que se encontram no interior da loca parotídea. n) 9 para a cavidade sob a mucosa oral, para se abrir no vestíbulo
estil6ide 8. Ligamentos e músculos estll61des (Riolo
úsculo da cavidade oral por um óstio que se encontra
díbula 10. Músculo pterigoideu medial 11.M na Junção de dois
do g ramos, um su­ no ápice da papila do dueto parotídeo, si­
14.1.3.1. RELAÇÕES EXTRINSECAS longamento Ontero-lateral ou masset6rlco tro inferior, result
13. Prolongamento Ontero-medial ou pterigoldeu do ando da conver­ tuada ao nível do colo do dente segundo molar
crc de 12 duetos superior.
A face lateral relaciona-se com a pele (Fig. 14. Prolongamento posterior da glOndula porõtido IS. ---llllirr,, ac interlobulares
medial ou laríngeo da gl6ndula par6tlda aban do p or sair atr
296.1), com o tecido celular subcutâneo (Fig. avés da
.,

182 ÔRGAOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) - GLÂNDULAS SALIVARES 183

14.2.1.2. PROLONGAMENTOS 14.2.2. LOCA SUBMANDIBULAR A face lateral, ligeiramente convexa, está j:
relacionada, posteriormente, com o músculo
A glândula submandibular pode aprese ntar
três prolongamentos. A loca s ubmandibular é constituída por um pterigoideu medial e, anteriormente, com a
o prolongamento anterior tem a forma de des dobramento, ao nível do osso hióide fóvea submandibular da mandíbula (Fig.
6 uma lingueta conóide, é achatado transver­ (Fig. 300.1), da lâmina superficial da fáscia 301.2).
salmente, dirige-se com obliquidade ântero­ cervical (Fig. 300.2). A face medial, relaciona-se com o tendão
Quando esta lâmina passa ao nível do osso intermediário do digástrico (Fig. 301.3) e
-superior, passando entre os músculo s hio- hióide, divide-se em duas lâminas: uma lâ­ com o músculo estilo-hioideu. Medialmente,
-glosso e milo-hioideu (Fig. 299.6). Alcança mina superficial ou inferior (Fig. 300.3), encontram-se a artéria e as veias linguais (Fig.
depois a proximidade da glândula sublingual que s e vai fixar na margem inferior da man­ 301.4) e o nervo hipoglosso (Fig. 301.5).
(Fig. 299. 7), podendo individualizar-se par díbula (Fig. 300.5), e uma lâmina profunda A face inferior relaciona-se com a lâmina
constituir uma glândula submandibular ou superior (Fig. 300.4), que se vai afastando superficial ou inferior (Fig. 301.6) resultante
acessória (Fig. 299.8). da precedente para se fixar na linha milo­ do desdobramento da lâmina superficial da
o prolongamento posterior (Fig. 299.9. -hioide ia da mandíbula (Fig. 300.6). fáscia cervical, com o músculo platisma (Fig.
pouco marcado, pode estender-se até O es paço prismático triangular, limitado por 301.7), com o tecido célulo-adiposo e a pele
margem posterior do músculo pterigoidc e tas duas lâminas e pela mandíbula, cons­ (Fig. 301.8).
medial até alcançar a glândula parótid titui a loca submandibular (Fig. 300.7).
A extremidade anterior corresponde ao
(Fig. 299.10). músculo milo-hioideu (Fig. 299.6).
Fig. 298 - Dueto parotldeo (Sténon)
A extremidade posterior está separada da
1. Dueto parotldeo (Sténon) 2. Gl6ndula parótida 3. Músculo masséter parótida pelo septo submandíbulo-parotídeo
4. Corpo adiposo da bochecha (Bichai) 5. Músculo bucinador 6. Dueto (Fig. 297 .13), sendo contornada pela artéria
paratldeo (Sténon) perfurando o músculo bucinador 10 facial.

14.2. GLÃNDULAS SUBMANDIBULARES


11
14.2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 5

14.2.1.1. SITUAÇÃO, FORMA E DIRECÇÃO

As glândulas submandibulares (Fig. 299.1),


em número de duas, encontram-se situadas na Fig. 299 . Situa�ão da glândula submandibular e seus pro • l111 1ubmond1bular observada
em corte frontal
loca submandibular, relacionando-se com a
1. Gl6ndula submandibular 2. Corpo da mandlbulo 3. Te• 2 l6mma superfldal do f6sdo cervic
face posterior do corpo da mandíbula (Fig. al 3. Lâmina super-
medi6rio do músculo dig6strico 4. Ângulo da mondíbulo S C 4 Lamina profunda ou superior 5. Marge
299.2), superiormente ao tendão interme­ m inferior da
osso hi6ide 6. Músculo milo-hioideu 7. GIBndulo sublingual l mdo-h101deia da mondlbula 7. Loca subm
diário do músculo digástrico (Fig. 299.3). andibular
submandibulor acess6ria 9. Prolongamento P0stenor"
A glândula submandibular tem a forma de uma
submandibular 1 O. Gl6ndula parótida 11. Ventre P0ster101 • Fig. 301 • Reloiões do gl6ndula submandibular observada em corte
amêndoa, irregularmente prismática triangular,
dig6strico frontal
com o seu grande eixo dirigido com obli­
quidade ântero-ínfero-medial, estendendo-se 1. Gl6ndula submandibular 2. F6vea submandibular da mandíbula
14.2.1.3. COLORAÇÃO E PESO
ula �ubmandibula
desde o ângulo da mandíbula (Fig. 299.4) até r (Fig. 301.1) tem 3. Tendão intermedi6rio do músculo digástrico 4. Artéria e veia linguais
irregularmente prism 5. Nervo hipoglosso 6. L6mina superficial ou inferior 7. Músculo pia­
alcançar o corpo do osso hióide (Fig. 299.5). prc entando trê ática trian­
A glândula submandibular apres
ent
Apresenta três faces, uma lateral, uma medial s faces uma lateral tismo 8. Pele
1 1 e uma . ' '
e uma inferior, e duas extremidades, uma coloração cinzenta amarelada. inferior, e du as extremi-
rama
anterior e uma posterior. O peso médio é de cerca de 7 g nterior e uma
posterior.
184 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
,,
'
GLÂNDULAS SALIVARES 185

14.2.4. DUCTO SUBMANDIBULAR {WHARTON) salivares (Fig. 303.1 e 2), situando-se no 14.3.2. RELAÇÕES
pavimento da cavidade oral, medialmente ao A extremidade posterior relaciona-se com o
prolongamento anterior da glândula subman­
o dueto submandibular (Wharton) (Fig. corpo do mandíbula (Fig. 303.3) e de cada
A glftndula sublingual principal (Fig. 304.1) dibular (Fig. 303.5).
302.1) é o dueto excretor da glândula sub­ lado do frénulo da língua e da sínfise da
apresenta duas faces, uma lateral e outra
mandibular (Fig. 302.2), resultando da união mandíbula.
medial, duas margens, uma superior e outra
de todos os duetos interlobulares ou lobulares Tem a forma de uma azeitona, achatada trans­ 14.3.3. DUCTO SUBLINGUAL MAIOR (RIVINUS
e originando-se na face medial da glândula versalmente e afilada nas extremidades, com inferior, e duas extremidades, uma anterior e
o seu grande eixo dirigido com obliquidade outra posterior. OU BARTHOLIN) E DUCTOS SUBLINGUAIS
submandibular.
Situa-se inicialmente na face lateral do ântero-medial, paralelamente ao corpo da A face lateral relaciona-se directamente com MENORES (WALTHER) 1·
músculo hio-glosso e depois entre este e o mandíbula. a fóvea sublingual da mandíbula (Fig. 304.2). 1
músculo rnilo-hioideu (Fig. 302.3), relacio­ A face medial relaciona-se com o músculo A glândula sublingual principal (Fig. 305.1)
nando-se com o nervo lingual e com a artéria genio-hioideu (Fig. 304.3), com o dueto sub­ origina um dueto único, o dueto sublingual
14.3.1.2. CONSTITUIÇÃO mandibular (Wharton) (Fig. 304.4), com o maior (Rivinus ou Bartholin) (Fig. 305.2),
sublingual. Vai-se aproximando da linha me­
diana, deslizando inferiormente à mucosa nervo lingual (Fig. 304.5) e com as veias que se abre por um óstio no pavimento da
A glândula sublingual pode ser constituída linguais profundas (Fig. 304.6).
bucal (Fig. 302.4), para se abrir de cada lado cavidade oral, lateralmente à carúncula sub­
por uma massa glandular relativamente volu­ margem superior corresponde à mucosa
do frénulo da língua, no ápice da carúncula lingual (Fig. 305.3).
mosa, a glândula sublingual principal (Fig ucal (Fig. 304.7), formando, de cada lado do
sublingual, através do óstio do dueto sub­ As glândulas sublinguais acessórias (Fig.
303.1), e por outras mais pequenas, as glân• frénulo da língua, as carúnculas sublinguais.
mandibular ou óstio umbilical (Fig. 302.5). 305.4) são múltiplas, cerca de 20 a 30, pos­
dulas sublinguais acessórias (Fig. 303.21 margem inferior repousa no espaço angu- suindo cada uma duetos independentes, os
4 1 r formado pelo músculo milo-hioideu (Fig. duetos sublinguais menores (Walther) (Fig.
14.3.1.3. COLORAÇÃO, PESO E DIMENSÜES .8) com o músculo génio-glosso. 305.5), que se abrem por óstios (Fig. 305.6)
extremidade anterior relaciona-se com os no pavimento da cavidade oral, ao longo da
A glândula sublingual principal apresem ndões dos músculos génio-glosso e génio- prega sublingual, condicionada pela glân­
uma coloração cinzenta amarelada. 1oideu (Fig. 303.4), que se inserem nas dula sublingual principal.
O peso médio é de cerca 3 gramas. O com pinhas genianas da mandíbula.
primento tem cerca de 3 cm, a largurn 1,5 e 3 6
5
e a espessura 0,7 cm.

Fig. 302 - Dueto submandibular (Wharton)

1. Dueto submandibular (Wharton) 2. GIDndula submandibulor 3. Mús­


culo milo-hioideu 4. Mucoso bucal 5. Ostio do dueto submandibulor
ou umbilical
3

14.3. GLÂNDULAS SUBLINGUAIS 4

5
Fig. 305 · Dueto sublingual maior (Rivinus ou Bortholin) e duetos
14.3.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS sublinguais menores (Wolther)
Fig. 303 - Situa{ÕO e relo{ões do glândula subhnguol 1. GIBndulo sublingual principal 2. Dueto sublingual maior (Rivinus
14.3.1.1. SITUAÇÃO E FORMA
1. GIDndulo sublingual principal 2. GIOndulos subhngUIIS ou Bortholin) 3. Ostio de abertura do dueto sublingual maior (Rivinus
3. Corpo do mondlbulo 4. M6sculo glnio-hloideu 5 ou Bortholin) 4. GIDndulos sublinguois acessórios 5. Duetos sublinguois
As glândulas sublinguais, em número de
anterior do g!Dndulo submandibular menores (Wolther) 6. Ostios de abertura dos duetos sublinguois me­
duas, são as mais pequenas das glândulas
nores (Wolther)
O pllncreas é uma volumosa glândula de
ecreção mista: as funções de glândula exó­ '·
:nna são realizadas por intermédio do suco
pancreático, constituído pela lípase pancreá­
uca, as carbohidrases e as proteases, que
alcançam a parte descendente do duodeno 4
s
através dos duetos excretores do pâncreas; as
funções de glândula endócrina são concreti-
adas essencialmente pela insulina e pelo 1.
glucagon ou glucagina, produzidos pelas
ilhotas pancreáticas (Langerhans), que cons­ 3 2
utuem acumulações esferoidais, irregular-
ente distribuídas no seio da porção exócrina
pâncreas. Fig. 306 - Situo,ão do pâncreas

1. Pâncreas 2. Aorta abdominal 3. Veio covo inferior 4. Rim direito


S. Estômago 6. Bo,o 7. Duodeno
IS.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
ou a um gancho. Com efeito, a extremidade
IS.1.1. SITUAÇÃO direita, mais volumosa, denomina-se de
cabeça do pâncreas (Fig. 307.1), a qual é
ncreas (Fig. 306.1) está situado na por­ envolvida pelo arco duodenal (Fig. 307.2)
uperior do abdómen: anteriormente, às para constituir uma importante região cirúr­
� vértebras lombares, aorta abdominal gica, o quadro duodeno-pancreático; a porção
306.2), veia cava inferior (Fig. 306.3) e média mais estreita e alongada, o corpo do
direito (Fig. 306.4); posteriormente, pâncreas (Fig. 307.3), que termina à es­
1omago (Fig. 306.5); à direita, ao baço querda por uma extremidade afilada, a cauda
�.6); e à esquerda, ao duodeno (Fig. do pâncreas (Fig. 307.4); a zona estreita
, que envolve a cabeça do pâncreas. situada entre a cabeça e o corpo constitui o
reas pode apresentar uma posição colo do pâncreas (Fig. 307.5).
uando alcança a 12ª vértebra torácica, O pâncreas não apresenta uma direcção recti­
posiçã o baixa, quando atinge a 3ª línea nem transversal. A metade direita do
lombar. pâncreas é vertical, a sua porção esquerda
dirige-se com obliquidade súpero-lateral.
l J. FORMA, DIVISÃO E O pâncreas descreve ainda uma curva côn­
DIRECÇÃO cava posteriormente, que se adapta à coluna
vertebral e outra, côncava anteriormente, à
um órgão alongado transversal­ custa da sua porção esquerda, que corres­
hatado ântero-posteriormente. No ponde à face posterior do estômago, através
nto pode comparar-se a um martelo da bolsa omental.
188 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
- PÂNCREAS 189

(Fig. 308.5); à direita, uma linha vertical A aderência à parede abdominal posterior, 3 l 0.3) e do dueto pancreático (Wirsung)
direita (Fig. 308.3) passando a cerca de 5 cm onde a cabeça do pâncreas está separada dos _
(Fig. 310.4), que se abrem na papila maior do
lateralmente à linha mediana; e à es-querda planos profundos por intermédio da lâmina de duodeno (Fig. 310.5), e do dueto pancreático
uma linha vertical esquerda (Fig. 308.4), coales cência (Treitz), que se continua para a acessório (Santorini) (Fig. 310.6), que faz a
paralela à anterior e situada a cerca de 2 c m' face posterior do duodeno. sua abertura na papila menor do duodeno
medialmente a uma linha vertical, que pass� A aderência ao peritoneu parietal posterior é (Fig. 310.7).
pelo mamilo esquerdo (Fig. 308.6). feita através do mesocólon transverso, ao
nível da cabeça do pâncreas (Fig. 309.1),
Lontinuando-se depois pela margem inferior
do corp o do pâncreas (Fig. 309.2).
--�'
Fig. 307 - Formo, divisão e direc1õo do pâncreas

1. Cobe10 do p8ncreos 2. Arco duodenal 3. Corpo do p8ncreos 4. Cauda


3 14 l 3

do p6ncreos S. Colo do p8ncreos

1 S.1.3. DIMENSÕES E PESO


O pâncreas mede cerca de 15 cm de com­ 5
primento, tem uma altura média de cerca de
Fig. 310 · Meios de fixo1õo do pâncreas através do arco duodenal e
4 a 5 cm e uma espessura com cerca de 2 a
do dueto colédoco e duetos excretores do pâncreas
3 cm. Fig. 308 - Projec1õo parietal do pâncreas
O pâncreas tem, no adulto, um peso médio 1. Cobe1a do p6ncreos 2. Arco duodenal 3. Dueto colédoco 4. Dueto
de 80 gramas, que varia com a idade, aumen­ 1. Linho horizontal superior 2. Linho horizontal inferior l Linha v poncre6tico (Wirsung) S. Papila maior do duodeno 6. Dueto poncre6tico
tando aos 40 anos, começando a atrofiar-se a direito 4. Linho vertical esquerdo S. Umbigo 6. Mamilo esquer• acessório (Santorini) 7. Papila menor do duodeno
partir dos 50 anos e sendo mais pequeno na
mulher.
1 S.1.6. MEIOS DE FIXAÇÃO
319 Mtios de fixo1õo do p8ncreos através do aderência do O arco arterial pancreático-duodenal ante­
rior (Fig. 311.1) resulta da anastomose entre
1 S.1.4. COR E CONSIST{NCIA O pâncreas é um dos órgãos dn cav1d lfnsverso à face anterior do pâncreas
a �éria pancreático-duodenal ântero-superior
abdominal com melhores meios de fix3 lronsverso 00 nlvel da cabe1a do p8ncreas 2.
Mesocólon (Fig. 311.2), um dos ramos terminais da ar­
O pâncreas tem uma coloração branco-acin­ sendo diferente em cada uma das parte • nível do corpo do pDncreas 3. Tronco cellaco
4. Artéria
111 superior e veio mesent6rica superior téria gastro-duodenal (Fig. 311.3), e a artéria
zentada no cadáver e rosada no vivo e uma o formam. A cabeça do pâncreas está fi'
pancreático-duodenal ântero-inferior (Fig.
consistência muito friável. intimamente ao quadro duodenal e de 1
311.4), ramo da artéria mesentérica superior
-se com ele. O corpo do pâncreas está arco du�denal (Fig. 310 _
.2), em que a (Fig. 311.5). O arco arterial pancreático­
bem fixado. A cauda do pâncreas tem
do pancreas (Fig. 310.1) -duodenal posterior (Fig. 311.6) resulta da
1S.1.S. PROJECÇÃO PARIETAL fixação variável, conforme se relacio ra, panes do duodeno (Fig
adere às três
. 310.2), de anastomose entre a artéria pancreático-duo­
não com o baço, através do ligamento
1n t1ma na pa rte supenor e na part denal póstero-superior (Fig. 311.7), ramo
O pâncreas projecta-se na parede abdominal creático-esplénico, que contém os va ..,;ea.:t,.nte
e
do duodeno, através de fei colateral da artéria gastro-duodenal (Fig.
anterior, numa superfície rectangular com os entram ou saem do baço. xes
t\o� curtos e re sistentes, sendo pou 31 l.�), e � artéria pancreático-duodenal pós­
seguintes limites: superiormente, uma linha O pâncreas apresenta diversos meio\ de n pane horizontal co
tero-mfenor (Fig. 311.8), ramo da artéria
horizontal superior (Fig. 308.1) passando ção: a aderência à parede abdominal -� do duodeno
...itlOS excreto res dO pâncreas, mesentérica superior.
ietal
pelas extremidades anteriores das 8as costelas; rior; a aderência ao peritoneu par rte descendente ao abri-
duet os ex do duodeno, con-
inferiormente, uma linha horizontal inferior terior; o arco duodenal; os ra a fixação da cabeça do pâncre
(Fig. 308.2), paralela à anterior e passando a do pâncreas; e sobretudo os arcos �d.•o do dueto as
cerca de 7 cm superiormente ao umbigo pancreático-duodenais. co lédoco (Fig.
190 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) PÂNCREAS 191

Por vezes, o processo uncinado (Winslow) mago, estando revestido pelo omento menor 1S.3.1.2. FACE POSTERIOR
separa-se para constituir o pâncreas acessório. 00 gastro-hepático.
A incisura inferior ou mesentérica (Fig. A face posterior da cabeça do pâncreas está
O colo do pâncreas (Fig. 312.4), estreito. 312.9) situa-se na margem inferior do colo do relacionada com a fáscia de coalescência
separa a cabeça do corpo do pâncreas, apre­ pâncreas, sendo condicionada pela passagem (Treitz) (Fig. 313.1).
sentando duas incisuras. Superiormente , 0 da artéria mesentérica superior e da veia Entre a fáscia de coalescência (Treitz) e a
tronco celíaco condiciona, na margem supe­ mesentérica superior (Fig. 309.4). face posterior da cabeça do pâncreas (Fig.
rior, a incisura superior ou duodenal e,
313.2), encontra-se a parte retropancreática
inferiormente, os vasos mesentéricos supe­ o corpo do pâncreas (Fig. 312.2) apresenta do dueto colédoco (Fig. 313.3), a veia porta
riores (Fig. 309.4) determinam, na margem, a três faces, ântero-superior, posterior e ântero­ (Fig. 313.4) e as arcadas vasculares pancreá­
incisura inferior ou mesentérica. -mferior, e três margens, anterior, superior e tico-duodenais.
A incisura superior ou duodenal (Fig. 312.6, infe rior. A margem superior, ao nível da sua Posteriormente à fáscia de coalescência
encontra-se na margem superior do colo do porção média, apresenta uma saliência bas­ (Treitz), a cabeça do pâncreas relaciona-se
pâncreas, sendo condicionada pelo tronco tante desenvolvida, o tubérculo pancreático com o pilar principal direito do diafragma,
celíaco (Fig. 309.3). Relaciona-se com a parte esquerdo (Fig. 312.10).
Fig. 311 - Meios de lixo�ão do pâncreas através dos arcos arteriais a veia cava inferior (Fig. 313.5), a margem
uperior do duodeno, sendo os dois lábio1
poncreático-duodenois medial do rim direito (Fig. 313.6), o uretéro
muito desenvolvidos, prolongando-se um para A cauda do pâncreas (Fig. 312.3) encontra-se direito e o pedículo renal direito.
l. Arco arterial pancreático-duodenal anterior 2. Artéria pancreático­ anterior e outro para posterior, constituindo parada do corpo do pâncreas pela incisura
-duodenal fintero-superior 3. Artéria gastro-duodenol 4. Artéria os dois tubérculos pancreáticos. O tubérculo plénica (Fig. 312.11), condicionada pela
pancreático-duodenal 6ntero-inferior 5. Artéria mesentérico superior pancreático anterior ou pré-duodenal (Fig rténa e pela veia esplénica quando se rela- S 2
6. Arco arterial pancreático-duodenal posterior 7. Artéria poncreático­ 312.7) faz saliência anteriormente na parte 1onam com a sua margem superior. Tem
•duodenal p6stero-superior 8. Artéria pancreático-duodenal póstero­ superior do duodeno. O tubérculo pancrd• ma forma variável, podendo ser larga ou
-inferior tico posterior, retroduodenal ou tubero�i­ hlada, longa ou curta, espessa ou fina.
dade omental (His) (Fig. 312.8), constante 6
ultrapassa a parte superior do duodeno
15.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA chega a alcançar a curvatura menor do e\t
15.3. RELAÇÕES
No pâncreas, a extremidade direita, mais 10 li
volumosa, denomina-se cabeça do pâncreas
(Fig. 312.1), a porção média, mais estreita e
IS.3.1. CABEÇA DO PÃNCREAS
alongada, o corpo do pâncreas (Fig. 312.2),
que termina à esquerda por uma extremidade e bcça existe uma face anterior, uma face
nor e uma circunferência. Fig. 313 • Rela,ões do face posterior do cobela do pâncreas
afilada, chamada cauda do pâncreas (Fig.
312.3), e a zona estreita, situada entre a cabeça l. Fáscio de coolescêncio (Treitz) 2. Cabelo do p6ncreos 3. Dueto
e o corpo, é o colo do pâncreas (Fig. 312.4). Ul.1. FACE ANTERIOR
colédoco 4. Veio porto 5. Veio covo inferior 6. Rim direito

A cabeça do pâncreas (Fig. 312.1) ocupa o 1 a transve rsalmente pela linha de in­
espaço compreendido entre as três e por do mesocólon transverso (Fig. 314
.1). 1 S.3.1.3. CIRCUNFER(NCIA DO PÂNCREAS
vezes as quatro partes do duodeno, sendo a upramesocólico relaciona-se com a
sua metade superior espessa, enquanto a enor do lobo quadrado do fíga
com
metade inferior é bastante fina e irregular. Do Fig. 312 - Conformo�ão externo do pâncreas ªst ro-duodenal (Fig. 314.2)do,e com A cabeça do pâncreas apresenta um sulco
correspondente ao duodeno (Fig. 314.4), se­
seu ângulo ínfero-esquerdo destaca-se um P ncreático-duodenal ântero-supe
l. Cobe�o do p6ncreos 2. Corpo do p6ncreas 3- Cauda_" 1 .11. rior gundo uma imagem feliz, à maneira dum
prolongamento dirigido transversalmente para 4. Colo do pfincreos 5. Processo undnodo (Wbulow) 6- �a- pneu numa jante. Este sulco não existe em
•nframesocólico relacio
a esquerda, conhecido por processo uncinado ou duodenal 7. Tubérculo pancreático anterior ou pré do mesocólon tran
na-se com a toda a extensão da cabeça do pâncreas, como
(Winslow) (Fig. 312.5), por estar encurvado, bérculo pancreático posterior, retroduodenol ou tuberos• sverso (Fig. 314.1) por exemplo, no cruzamento da parte hori­
contornando os vasos mesentéricos superio­ (His) 9. lncisuro inferior ou mesent6rico 10. Tubérculo in testinais.
zontal do duodeno (Fig. 314.5) com os vasos
res, para passar póstero-inferiormente a eles. querdo 11. lncisura esplénico mesentéricos superiores.
192 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
- PÂNCREAS 193

1S.3.2. COLO DO PÂNCREAS 1S.3.3. CORPO DO PÂNCREAS As duas lâminas peritoneais que cobrem a
face posterior e anterior continuam-se para a
O colo do pâncreas é uma porção estreita que O corpo do pâncreas (Fig. 315.1) é alongado, esquerda, unindo-se então para constituir o
une a cabeça ao corpo do pâncreas. orientado com obliquidade súpero-esquerda, omento ou ligamento pancreático-esplénico
côncava posteriormente, devido às suas rela­ (Fig. 315.10). Quando a cauda do pâncreas se
ções com a parte lombar da coluna vertebral. relaciona directamente com o baço, o emento
15.3.2.1. FACE ANTERIOR _
Apresenta três faces, a ântero-supenor, a pos­ ou ligamento pancreático-esplénico é muito
terior e a ântero-inferior, e três margens, a curto.
A face anterior do colo do pâncreas corres­
anterior, a superior e a inferior.
ponde à linha de inserção do mesocólon
transverso (Fig. 314.1), ao piloro e ao antro 15.3.4.1. FACE ANTERIOR
pilórico do estômago (Fig. 314.6). 15.3.3.1. FACE ANTERO-SUPERIOR
A face anterior da cauda do pâncreas faz
Apresenta uma curvatura transver�al cõnca\a
15.3.2.2. FACE POSTERIOR parte da parede posterior da bolsa omental
anteriormente, estando coberta directameme (Fig. 315.3) e relaciona-se com a artéria
pelo peritoneu parietal posterior (Fig. 31S.2,. r1 31S . Relosões do corpo e do coudo do pâncreas
A face posterior do colo do pâncrea� apre­ esplénica (Fig. 314.14) e a veia esplénica.
através do qual contribui para limitar, poste­
senta um sulco relacionado com a veia me­ riormente, a bolsa omental (Fig. 315.3). Ante­
c11po do pBncraas 2. Peritoneu parietal posterior 3. Bolso omentol
sentérica superior (Fig. 314.7) e com a porção 4 face posterior do estômago S. Fóscio de coolescêncio (Treitz) 15.3.4.2. FACE POSTERIOR
riormente a esta bolsa, o pâncreas encontn l llrto abdominal 7. Pilar principal esquerdo do diafragma 8. Rim
retropancreática da veia porta (Fig. 3 l 4 8), e -se relacionado com a face posterior do esto­
� . rdo 9. Cauda do pBncreas 1 O. Ligamento poncreótico-esplénico
por intermédio da fáscia d� coale�cen:ia mago (Fig. 315.4). A face posterior relaciona-se com o rim es­
(Treitz) relaciona-se com a veia cava mfenor querdo (Fig. 315.8).
(Fig. 314.9). impressão duodeno-jejunal é resultante
15.3.3.2. FACE POSTERIOR relação com a flexura duodeno-jejunal

7 9 13
A face posterior do corpo do pâncrea . t
Fig 314.10).
impressão jejunal é determinada pelo je­
15.4. DUCTOS EXCRETORES DO PÂNCREAS
como a face posterior do istmo e da ca o (Fig. 314.11).
do pâncreas, adere à fáscia de coalescênc impressão cólica é condicionada pelas re­ O suco pancreático chega à parte descendente
(Treitz) (Fig. 315.5). s com o cólon transverso (Fig. 314.12). do duodeno por dois duetos: o dueto pancreá­
. .
Entre a fáscia de coalescênc1a (Tre1tzl e tico (Wirsung) e o dueto pancreático aces­
face posterior do corpo do pân�� encon sório (Santorini).
15
-se o pedículo esplénico, com a veia esplcn 15 3.3.4. MARGENS
directamente relacionada com a ma� gem
••rgem superior relaciona-se, à 1S.4.1. DUCTO PANCREÁTICO (WIRSUNG)
perior do corpo do p�creas, e �upenor direita,
o tronco celíaco (Fig. 314.13)
à veia situa-se a arténa esplémca. e o plexo
. , ' · o e, à e squerda , com a artéria
12 Posteriormente a fascia de coal esce esplénica O dueto pancreático (Wirsung) (Fig. 317.1) é
14.14) e a veia esplénica
(Treitz) (Fig. 315.5), o corpo do pâ�cre . o dueto excretor principal do pâncreas. Inicia­
_ rgem anterior corresponde
!aciona-se com a aorta abdominal (Fig. -ll 111C ólon transverso.
à inserção -se ao nível da cauda do pâncreas, percor­
5 e a origem da artéria mesentérica supe riem inferior relacio rendo toda a glândula, estando mais próximo
pilar principal esquerdo do diafrag ma na-se com a fle­ da face posterior e da margem inferior. Tem
duooe no-jejunal e o
315.7), o pedículo renal esquerdo, o n rim esquerdo (Fig. um trajecto rectilíneo até ao colo do pâncreas,
Fig. 314 _ Reloiões do cabelo e do colo do pâncreas 1
querdo (Fig. 315.8) e a glândula sup até ao nível da cabeça do pâncreas, dirigindo­
1. Mesoc61on transverso 2. Artéria gostro-duodenol 3. Artéria esquerda. -se depois com obliquidade ínfero-direita.
poncreótico-duodenol Bntero-superior 4. Sulco duodenal do cabelo do Durante o seu trajecto vai recebendo duetos
pBncreos condicionado pelo orca duodenal 5. Porte ��rizontol do
_ colaterais (Fig. 317.2), em grande número, os
duodeno 6. Antro pil6rico do estômago 7. Veio mesentemo superior 15.3.3.3. FACE ANTERO-INFERIOR
do pâncreas (F quais terminam perpendicularmente, tendo o
8. Veio porto 9. Veio covo inferior l O. Flexuro duodeno-jejunol
. . p ara a esquerd ig. 315.9) está re­
Apresenta da direita ••11 no e pos canal pancreático (Wirsung) e os seus cola­ �
11. Jejuno 12. C61on transverso 13. Tronco celloco 14. Artéria esplénico � � teriormente por perito
­ terais, no conjunto, o aspecto de um miriá­
1S. Rim esquerdo pressão de vários órgãos. ráno da restante
porção do órgão. '1
pode.
194 ÓRGi\OS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) - PÂNCREAS 195

O dueto colédoco (Fig. 317.3) atravessa com


obliquidade ínfero-direita a parede duodenal,
(Wirsung) podem unir-se, para constitufre
um dueto único (Fig. 357.C), que se vai abnr
1s.s.1. PERITONEU PANCREÁTICO Ao nível da cauda do pâncreas (Fig. 319.1),
situa-se o omento pancreático-esplénico (Fig.
juntamente com o dueto pancreático (Wir­ por intermédio de um óstio na cavidade duo­ 319.2), constituído por duas lâminas, uma
denal. Ao nível da cabeça, do colo e do corpo, o
sung), que se encontra situado inferiormente, anterior e outra posterior, no interior do qual
pâncreas é um órgão retroperitoneal, mas ao
podendo ambos abrir-se na ampola hepato­ nível da cauda do pâncreas, através do liga­ se encontram os vasos esplénicos. A lâmina
-pancreática (Vater). mento pancreático-esplénico, é um órgão anterior (Fig. 319.3) estende-se desde a face
lS.4.2. DUCTO PANCREÃTICO ACESSÕRIO
A ampola hepato-pancreática (Vater) (Fig. posterior do estômago até à face anterior da
(SANTORINI) intraperitoneal.
316.1), quando existe, é uma pequena cavi­ .\o nível da cabeça do pâncreas (Fig. 318.1), cauda do pâncreas, passando a fazer parte
dade de forma conóide, com a base dirigida a sua face anterior é cruzada horizontalmente da parede posterior da bolsa omental (Fig.
com obliquidade súpero-esquerda, onde re­ O dueto pancreático acessório (Santorini la margem parietal ou raiz do mesocólon 319.4). A lâmina posterior (Fig. 319.5), de­
cebe o dueto colédoco (Fig. 316.2) e o dueto (Fig. 317.4) inicia-se no ângulo formado pelo transverso, que aí origina duas lâminas. A lâ­ pois de revestir a face póstero-medial ou renal
pancreático (Wirsung) (Fig. 316.3), os quais dueto pancreático (Wirsung), ao nível do col mina superior (Fig. 318.2) aplica-se contra do baço (Fig. 319.6), reveste a face posterior
estão separados por uma prega em forma de do pâncreas, atravessa a parte superior da ca­ porção superior da face anterior da cabeça da cauda do pâncreas (Fig. 319.7), reflec­
esporão (Fig. 316.4). O ápice da papila maior beça do pâncreas, recebendo duetos colaterai J , pâncreas, passando a fazer parte da parede tindo-se depois para a face anterior do rim
apresenta um óstio, com cerca de 2 mm de para terminar na papila menor do duoden po,terior da bolsa omental. A lâmina inferior esquerdo (Fig. 319.8). Em muitos casos, o
diâmetro, que constitui o óstio da ampola (Fig. 317.5), situada na parte descendente Fig. 318.3) aplica-se contra a porção inferior omento pancreático-esplénico reduz-se a um
hepato-pancreática (Vater) (Fig. 316.5). duodeno, a cerca de 3 cm superiormente J face anterior da cabeça do pâncreas, indo simples ligamento.
papila maior do duodeno (Fig. 317.6). ntinuar-se, à direita, com o mesocólon as­
Quando a ampola hepato-pancreática (Vater) tndente e, à esquerda, com a lâmina direita 6
está ausente, o dueto colédoco e o dueto pan­ 2 mesentério.
creático (Wirsung) abrem-se por dois óstios
independentes no ápice da papila maior do \o nhel do corpo do pâncreas (Fig. 318.4),
duodeno (Fig. 357.A). rmina superior da margem parietal ou raiz
mcsocólon transverso continua-se ao nível
Quando a ampola hepato-pancreática (Vater) ua face ântero-inferior, próximo da mar­
e a papila maior do duodeno estão ausentes, inferior (Fig. 318.5), continuando a fazer
os dois duetos abrem-se na cavidade duo­ da p arede posterior da bolsa omental.
denal, através de dois óstios (Fig. 357.B), ou
o dueto colédoco e o dueto pancreático
2 5

Fig. 319 - Peritoneu ao nível do cauda do pâncreas


1. Cauda do p6ncreas 2. Omento pancreático-esplénico 3. L6mina
anterior do omento pancreótico-esplénico 4. Bolso omental S. L6mina
Fig. 317 - Canais excretores do pâncreas e dueto colêdect posterior do omento pancreático-esplénico 6. Face p6stero-medial do
5 1. Dueto pancreático (Wirsung) 2. Duetos colotarois do dudt ba,o 7. Face posterior do cauda do p6ncreas 8. Face anterior do rim
(Wirsung) 3. Dueto colédoco 4. Dueto panae6ti<o ocessM11 esquerdo
5. Papila menor do duodeno 6. Papila maior do duod• 00 nlvel da cabe,a e do corpo do pâncreas
raiz do mesoc6lon transverso ao nlve cabe 15.S.2. PARfNQUIMA PANCREÁTICO
15.5. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
111
l da ,a
11111superior do mesocálon transverso 3. Lam
"' 6 " transverso 4. Marg ina
Fig. 316 - Ampola hepoto-poncreático (Valer) .._. __
..
_ _ '0 em parietal ou raiz do O pâncreas é uma glândula de secreção in­
1. Ampola hepoto-poncreático (Valer) 2. Dueto colédoco 3. Dueto O pâncreas é constituído por um '"' nfvel do corpo do p0ncreas S. L6m supe
"' 11 raiz do mesoc6lon tran ina rior terna mista, exócrina e endócrina.
p arên '.""19•
pancreático (Wirsung) 4. Prego em fonno de esporão 5. Ápice do papila peritoneu pancreático, e pelo ■111-. • sverso ao nível da A porção endócrina é formada pelas ilhotas
pâncreas. <arpo do p6ncreos
maior com o 6stio da ampola hepato-pancreótica (Valer) pancreáticas (Langerhans), constituídas por
--
,,�.....
-
[;1"
196 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

células ricas em capilares e sem duetos ex­ lóbulos, de cuja união resultam os duetos
interlobulares, situados entre os lóbulo .
r
1:

cretores, que se encontram no intervalo dos


lóbulos. que convergem para constituírem o dueto
A porção exócrina é constituída por lóbulos, pancreático (Wirsung) e o dueto panereá.
separados entre si por septos conjuntivos. tico acessório (Santorini).
Cada lóbulo é constituído por ácinos, com
um revestimento conjuntivo duplo, com uma
face externa contendo uma rica rede de O fígado é a mais importante glândula anexa O fígado (Fig. 321.1) encontra-se situado:
capilares e uma face interna com duas fileiras ao tubo digestivo, devido ao grande número inferiormente, ao diafragma (Fig. 321.2),
de células: uma primeira fileira contendo J funções metabólicas, indispensáveis à vida. que o separa da face inferior do pulmão
células volumosas, as células principais ou Trata-se do órgão mais volumoso do corpo direito (Fig. 321.3), base do pericárdio fibroso
acinosas (Fig. 320.1), piramidais e secretoras, humano, situado no andar supramesocólico (Fig. 321.4) e face inferior ou diafragmática
e uma segunda fileira, descontínua, as células da cavidade abdominal. Possui uma secreção do coração; superiormente, ao estômago
centro-acinosas (Fig. 320.2), achatadas ou t'(terna, a bílis, que lança na parte descen- (Fig. 321.5), cólon transverso (Fig. 321.6) e
nte do duodeno por intermédio das vias seu mesocólon; posteriormente, relaciona-se
fusiformes, localizadas entre as células prin­
cipais. "liares, e uma secreção interna, que, por via com as três últimas vértebras torácicas, e
Os duetos excretores compreendem os duetos nguínea, chega à veia cava inferior. com a porção inferior da parede anterior da
Fig. 320 - Ácinos e duetos excretores do pâncreas caixa torácica, ao nível das oito últimas cos­
intercalares (Fig. 320.3), que se seguem às D Ja a sua localização no complexo circula­
cavidades centrais dos ácinos, os duetos l. Células principais ou acinosas 2. Células cenlra-adnosas 3 rio, recebe, para além do sangue que telas direitas.
intralobulares (Fig. 320.4), situados nos intercalares 4. Dueto intralobular rectamente lhe chega da aorta, através da A forma do fígado é a do segmento superior
ria hepática, todo o sangue venoso pro­ de um ovóide com grande eixo transversal, e
nicnte dos órgãos digestivos infradia­ com a extremidade maior dirigida para a
máticos e do baço, por intermédio da veia direita.
. Todo este sangue sofre, ao passar pelo
Jo, alterações, cuja importância vale a
desde já salientar, sendo depois colec­
para a veia cava inferior, através das
hepáticas.

16.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

1.1 · SITUAÇÃO E FORMA


1 Fig. 321.1) situa-se na porção mais
do abdómen, fazendo parte da região
bdomrnal, inte rmediária ao tórax e
me�. Si tuado inferiormente ao
dia­
: �ecta-se na maior parte do hipo­
rcito, e m grande parte do epig
ástrio
nc do hipocôndrio esq
uerdo. Pode
uc o fígado se estende
. por três
toneais: a loca subfrénica direita Fig. 321 - Situasõo e forma do fígado
loca média ou celíaca e a loca
!••llillll:. e, a 1. Fígado 2. Diafragma 3. Face inferior do pulmão direito 4. Base do
que rda ou gastro-e
splénica. peric6rdio fibroso 5. Estômago 6. Cólon transverso
198 ÓRGAOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) - fíGADO 199
O fígado é formado por dois lobos simétricos direita no ponto mais alto do fígado, cor.
16.1.5. MEIOS DE FIXAÇÃO
no embrião, tomando-se assimétrico no adulto, respondendo à margem inferior da 1ª costela
onde o lobo direito se toma muito mais vo­ direita, ao nível da linha mamilar direita.
relação que se altera durante a inspir ação. Além dos meios de fixação, o fígado apre­
lumoso do que o esquerdo, perdendo o fígado
a sua posição mediana e encontrando-se três Dirige-se quase transversalmente para a senta uma certa mobilidade fisiológica, mo­
vimentando-se com o diafragma com O qual
1
1
quartos à direita da linha mediana. esquerda, passando ao nível da base do pro­
cesso xifóide, até alcançar a margem inferior rem relações directas, baixando na inspiração
da 1ª cartilagem costal esquerda. e elevando-se na expiração.
16.1.2. DIMENSÕES E PESO

As dimensões médias do fígado podem ser


A linha oblíqua (Fig. 322.2) inicia-se na
margem superior da 2ª costela esquerda.
dirigindo-se com obliquidade fnfero-direita
O fígado_ está m�ntido na sua posição por
intermédio dos ligamentos peritoneais, da
aderência à veia cava inferior e ao pedículo
3
[
2
expressas segundo três diâmetros: o diâmetro hepático e da pressão abdominal.

r
passando no ponto médio, entre a linha me­
transversal com cerca de 28 cm, o diâmetro diana, que une o ápice do processo xifóide ao Os ligamentos peritoneais ligam o fígado,
ântero-posterior com cerca de 10 cm e o umbigo e acaba por alcançar a 10- articulação súpero-posteriormente, ao diafragma e ao es­ fig. 324 · Meios de fixo{ão do fígado

1
diâmetro vertical com cerca de 8 cm. condro-costal direita. tômago e, anteriormente, ao umbigo. Os prin­ 1. Omento meno ou gostro-hepõtico 2. Veio
_ � covo inferior 3. Veio porto
As dimensões do fígado apresentam varia­ A linha vertical direita (Fig. 322.3) inicia­ cipais Jigamentos peritoneais, como meios 4. Artéria hepõt1co 5. Dueto hepótico comum
ções, entre outras determinadas pelos tipos -se ao nível da 10- articulação condro-costal de fixação, _são o ligamento falciforme (Fig.

f
constitucionais e pelo sexo, diminuindo nos direita, passando depois ao nível das 9", 8', 323.1 ). o ligamento coronário (Fig. 323.2),
indivíduos idosos, aumentando durante a 7ª, 6ª costelas direitas e respectivos espaço os hgamentos triangulares (Fig. 323.3) e 0
digestão e a expiração. omento menor ou gastro-hepático (Fig. 324.1). 16.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA
O peso do fígado é extremamente variável
intercostais, alcançando a margem lateral d
1ª costela direita. \ aderência à veia cava inferior (Fig. 324.2) I
com a idade, sendo a sua relação com o peso As modificações que a projecção toraco­ feita atrav és das veias hepáticas e repre­ No adulto, o fígado é classicamen
te com­
1
total do corpo muito maior na criança que no -abdominal do fígado pode sofrer relacionam- nta o principal meio de fixação do fígado. parado ao egmento superior dum ovó

1!i
adulto. Apresenta igualmente variações se­ -se com as mudanças de posição ou com 1 O pedículo hepático, constituído pela veia ide de
gr_ande eixo transversal, com a grande
xuais e relacionadas com o grau de repleção porta (Fig. 324.3), a artéria hepática extre­ ''
diferentes tipos de caixa torácica, nos norm (Fig. midade dirigida para a direita.
sanguínea. líneos, nos brevilíneos, e nos longiJíneos, n --'-4> e o dueto hepático comum (Fig. 324. No homem adulto a superfície hepátic
5) a é lisa.
Pode considerar-se que, no vivo e em média, nos impedindo de acentuar a sua importânc 0 �ao verdadeiros meios
de fixação. A forma �o fígado sofre alterações,
o seu peso oscila entre 2.300 a 2.500 gramas, nas alterações sofridas em muitas doenças pressão abdominal actua sobre o fíga podendo
do, nele cons1d�rar-se três faces, três mar
enquanto no cadáver tem cerca de 1.500 gra­ fígado. m como sobre todos os órgãos abd gens e
ominais duas_extrem1 �des. As faces são uma
mas. do um importante meio de fixação ? supe rior
. ou diafragmat1c a, uma inferior ou visceral e
uma posterior ou vertebral. As margen
s sepa­

'
16. l .3. COR E CONSISTtNCIA rando �s faces são uma anterior, uma
póstero­
-supenor e uma póstero-inferior. As extr
emi­
dades são uma direita e outra esquerda
O fígado tem uma cor vermelha acastanhada, .
uma consistência elástica muito marcada e
bastante friável, sendo este facto de grande 16.2.1. FACE SUPERIOR OU DIAFRAGMÁTICA
importância clínica dado o número cada vez
maior de traumatismos abdominais. A face diafr�gmática é constituída por
duas
partes: anterior e superior.
16. l .4. PROJECÇÃO PARIETAL A parte anterior encontra-se dividida em
três
porções toraco-abdominais: torácica
direita,
abdominal epigástrica e torácica esqu
O fígado projecta-se na parede toraco-abdo­ erda.
A parte posterior relaciona-se directam
minal, numa superfície triangular, limitada s de f1xo1iio do ente
fígado com o diafragma.
por três linhas, uma horizontal superior, uma
Fig. 372 - Projec,ão parietal do flgodo
oblíqua ínfero-lateral e uma vertical lateral. 1 <1lonne 2· ligomento
coronõrio 3. Ligamentos trion- � fac: diafragmática, convexa e lisa no sen­
ertic al tido antero-posterior, estende-se desd
A linha horizontal (Fig. 322.1) inicia-se à 1. linho horizontal 2. Linho oblíquo 3. un•a v e a
margem anterior (Fig. 325.1) até à
margem
200 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
FÍGADO 201

póstero-superior (Fig. 325.2), s� n�o lar�a 16.2.2. FACE INFERIOR OU VISCERAL zona próxima da face posterior ou vertebral hepática, encontra-se uma saliênc
próximo da sua extremidade direita (Fig. do fígado, orientando-se com obliquidade ia arre­
dondada, situada anteriormente ao
325.3), para se tomar afilada à medida que se p6stero-esquerda. omento
A face inferior ou visceral é irregularmente menor ou gastro-hepático, a tubero
vai aproximando da extremidade esquerda A porta hepática, com o pedículo hepático sidade
plana, apresentando uma obliquidade ãntero­ omental.
(Fig. 325.4). -lateral, apresentando dois sulcos longitu­ (Fig. 326.7) constituído, indo de posterior
O lobo quadrado (Fig. 326.15) enc
É revestida externamente pela lâmina visceral dinais, um direito e um esquerdo, e um sulco para anterior: pela veia porta e os seus dois limitado, à direita, pelo sulco long
ontra-se
do peritoneu dividida em duas porções, na transverso ou porta hepática, apresentando O\ ramos de divisão, a artéria hepática e seus direito, à esquerda, pelo sulco long
itudinal
união dos dois terços direitos com o terço três sulcos a forma de um H. ramos terminais, o dueto hepático comum, itudinal
esquerdo e, posteriormente, pela
esquerdo, por uma formação peritoneal, o 0 plexo hepático e os vasos linfáticos. Nos porta
hepática.
ligamento falciforme (Fig. 325.5), que se o sulco longitudinal direito apresenta ante­ lábios da porta hepática inserem-se as lã­
minas anterior e posterior do omento menor O lobo caudado (Spiegel) (Fig. 326
estende da face diafragmática do fígado ao riormente a fossa da vesícula biliar (Fig. .16) en­
ou gastro-hepático. contra-se limitado, à direita, pelo sulc
diafragma e parede anterior do abd�m�n. 326.1), pouco profunda, que aloja a vesícula o lon­
A porta hepática divide o sulco longitudinal gitudinal direito, à esquerda, pelo
A porção direita constitui o lobo direito do biliar. Inicia-se na margem anterior do fígado. sulco
esquerdo em duas porções e alcança o sulco longitudinal esquerdo e, anteriormen
fígado (Fig. 325.6), e a porção esquerda, o onde existe a incisura da vesícula biliar te, pela
ântero-posterior direito ao nível da extre­ porta hepática. Este lobo é constitu
lobo esquerdo do fígado (Fig. 325.7). A por­ (Fig. 326.2), que corresponde ao fundo da ído por
midade posterior da fossa da vesícula biliar, dois tubérculos, um direito, o process
ção direita, mais extensa e acentuadamente vesícula biliar, e termina ao nível da extre­ o cau­
prolongando-se muitas vezes para a direita, dado, separando a extremidade posterio
mais convexa, apresenta por vezes sulcos midade direita do sulco transverso ou pona r da
para constituir o sulco do processo caudado fossa da vesícula biliar da extremi
transversais, as impressões costais (Fig. hepática (Fig. 326.6). dade in­
Fig. 326.8), situado na face visceral do lobo ferior do sulco da veia cava inferior
325.8), resultantes das relações com as cos­ Juntamente com o sulco longitudinal direito. e, outro
telas e sulcos ãntero-posteriores, as impres­ direito, posteriormente às impressões renal, esquerdo, o processo papilar (Fig.
é habitual referir o sulco da veia cava infe­ 326.17).
sões' diafragmáticas, devido a contracções Juodenal e cólica, e anteriormente ao pro­ Os dois processos encontram-se sepa
rior (Fig. 326.3), que pertence à face ver­ rados
isoladas de fibras musculares diafragmáticas. ,c so caudado do lobo caudado (Spiegel). por uma depressão, relacionada com
tebral do fígado e que é separada da fo�sa d a veia
A porção esquerda achata-se e relaciona-s�, porta.
vesícula biliar por uma porção parenquima­ O ,ulco lo ngitudinal direito, o sulco longitu­
através do diafragma, com a base do peri­ tosa, o processo caudado do lobo caudad J nal e querdo e a porta hepática determinam,
cárdio fibroso e com a face inferior ou dia­ (Spiegel). face visceral do fígado, quatro zonas,
fragmática do coração, podendo por vezes
sicamente designadas por lobo direito,
encontrar-se nesta zona, a impressão car- o sulco longitudinal esquerdo é estreit� 2 6 7
esquerdo, lobo quadrado e lobo caudad
díaca. muito profundo. A sua extremidade anten piegel).
o
corresponde, na margem anterior do fí�ad lobo direito do fígado (Fig.
2 326.9) situa­
a uma incisura onde termina a extrem1d direita do sulco longitudinal dire
anterior do ligamento falciforme, sendo di, \Cnta diversas depressões ma ito.
is ou menos 12
dido em duas porções pelo sulco tr ansv tuadas, condicionadas pelos
órgãos com
A porção anterior apresenta a fissura . e rela ciona, designadas impressões.
14
3 ligamento redondo (Fig. 326.4), c�rre\ impressão cólica (Fig.
326.10) corres-
dendo a um cordão fibroso, o hg a�r à flexura direita ou hepátic
a do cólon·
redondo, resquício fibroso da veia umbih pressão renal (Fig. 32
6.11), posterior�
que no feto ocupa esta fissura. e, corresp onde ao 19 3 16
rim direito·, e a iro- 18
A porção posterior apresenta a fissura • 0 d. uodenal (Fig. 32
6.12), posterior-
ligamento venoso (Fig. 326.5.), corre impre ssão cólica e me
dialmente à fig. 326 - Conformo,õo externa do face inferio
dendo ao canal venoso (Arantius)· fat ª0 renal, correspon
de à parte descen-
r ou abdominal do fígado
tima porção do sulco longitudin al esq do duodeno. 1. Fossa do veslculo biliar 2. lncisuro da veslcu
la biliar 3. Sulco da
fig. 325 - (onforma,õo externo do face superior ou diolrogmótico pertence em grande parte à face poSleíl esquerdº do fíg veio cova inferior 4. Fissura do ligamento
redondo 5. fissura do
ado (Fig. 326.13)
do fígado vertebral do fígado. a esq ueTda do ligamento venoso 6. Sulco transverso ou porto
hep6tico 7. Pedlculo
sulco longitudinal hep6tico 8. Sulco do processo coudodo 9.
Apresenta a impr Lobo direito do flgado
1. Margem anterior do flgodo 2. Margem p6stero-superior do flgodo essão gástrica
3. Extremidade direito do flgodo 4. Extremidade esquerdo do flgodo
o sulco transverso ou porta heP
gi1
6 I4)
_____ , �e laciona da com a face anter 1O. Impressão c6lico 11. Impressão renal 12. Impre
ssão duodenal 13. Lobo
ior
5. Ligamento folciforme 6. Lobo direito do figodo 7. Lobo esquerdo (Fig. 326.6) estende-s. e do sulco t on go. A direita da
im pr es sã gá
esquerdo do flgodo 14. lmpressõo g6strico 15.
Lobo quadrado do flgodo
rdo. o str ica
direito ao sulco longitudinal esque nte à extre mi' 16. Lobo coudodo (SpiegeQ 17. Processo papilo
dade esquerda da porta r 18. Impressão esof6gico
do flgodo 8. Impressões costois 19. lmpressõo suprarrenal direita
1 '1
•I

fíGADO 203
202 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

inferior e, à esquerda, a impressão esofágica 16.3. RELAÇÕES A parte anterior encontra-se dividida em três
16.2.3. FACE POSTERIOR OU VERTEBRAL (Figs. 327 .6 e 326.18), relacionada com a porções toraco-abdominais: torácica direita,
parte abdominal do esófago. abdominal epigástrica e torácica esquerda.
corre�­ A parte torácica direita relaciona-se directa­
A face posterior vertebral do ªfí�ado 16.3.l. FACE SUPERIOR OU DIAFRAGMÁTICA
tora­
ponde à margem inferior da 9 vert ebra A margem póstero-inferior do fígado (Fig. mente com a parede do hemitórax direito,
por vez s ao ao nível da 8ª, 9ª e 10ª costelas direitas (Fig.
11 ª e 327.11) corresponde a junção da face visceral
ª
cica, ao corpo das 1O e � A face diafragmática é constituída por duas
con cavi dad e 329.1) e, súpero-póstero-lateralmente, ao nível
da 12 vértebras torácica
ª s, com e da face vertebral do fígado. Apresenta, indo partes: posterior e anterior.
ebra l,
transversal adaptada à colu na vert da direita para a esquerda, a impressão su­ das 5ª, 6ª e 7ª costelas direitas (Fig. 329.2),
apresentando dois sulcos vert icai s. prarrenal direita (:'igs. _326.1? e 327.7), o A parte posterior relaciona-se directamente relaciona-se com o recesso costo-diafragmá­
o da veia cav a tico direito (Fig. 329.3) e com o pulmão di­
O sulco vertical direito, o sulc sulco da veia cava mfer1or (Fig. 327.1) e a com o diafragma, ou seja, com os folíolos
ress ão pro­ anterior e direito do centro tendinoso (Fig. reito (Fig. 329.4), interpondo-se entre o dia­
inferior (Fig. 327.1) é uma dep fissura do ligamento venoso, com o canal
súp ero- esq uerd a, 328.1) e com a parte muscular direita do fragma e a parede torácica.
funda com obliquidade venoso (Arantius) (Fig. 327.4).
do lobo cau dad o diafragma (Fig. 328.2). O peritoneu ao nível A parte abdominal epigástrica (Fig. 329.5)
situado na face direita
infe­
(Spiegel), onde se encontra a veia cava do fígado (Fig. 328.3) aplica-se exactamente relaciona-se com a parede abdominal anterior
rior (Fig. 327.2). Por vezes, as mar gen s � este 16.2.S. EXTREMIDADES ao peritoneu da face inferior do diafragma ao nível do epigastro, sendo a margem infe­
rme nte, por inte r­ Fig. 328.4). A face diafragmática do fígado rior do fígado palpável nesta região, projec­
sulco estão unidas posterio
médio do ligamento da veia cava
inferior A extremidade direita do fígado (Fig. 327.81 relaciona-se, à direita, através do diafragma, tando-se numa linha que une a extremidade
este sulc o um muito desenvolvida, arredondada, continua-se com a pleura (Fig. 328.5) e com a face infe­ posterior da 8ª cartilagem costal esquerda
(Fig. 327 .3), transformando �
ade re pos terio r­ sem demarcação nítida com a face diafragmá­ nor do pulmão direito (Fig. 328.6) e, à es- (Fig. 329.6), à extremidade anterior da 10ª
canal. A veia cava inferior
átic o, atra vés d � s 4uerda, através do diafragma, com a base do costela direita (Fig. 329.7), passando no
mente ao parênquima hep tica do fígado.
, consti­ pericárdio fibroso (Fig. 328.7) e com a face ponto médio de uma outra linha, que une o
veias hepáticas que nela terminam
ção do inferior ou diafragmática do coração (Fig.
tuindo um importante meio de fixa A extremidade esquerda do fígado (Fi. umbigo ao processo xifóide.
�8 8), encontrando-se a impressão cardíaca.
fígado. 327.9), fina e achatada, apresenta a forma dt A parte torácica esquerda relaciona-se com
fissu ra do hga - a 6ª, 7ª e 8ª cartilagens costais esquerdas
O sulco vertical esquerdo, a uma lingueta.
to ven oso (Fig . 327.4), situ ado a cerca de (Fig. 329.8).
men
cava
4 cm para a esquerda do sulco da veia _
oso (Ara ntm s)
inferior, contém o canal ven
(Fig. 327.5).

16.2.4. MARGENS
. 325.l) _é
A margem anterior do fígado (Fig 3
dirig e-se com obh­
fina, talhada em bisel, e
limi tand o as face s
quidade súpero-esquerda,
fíga do. Esta mar ­
diafragmática e visceral do
gem apresenta duas inci � sur s, corr espo �­
ante riore s dos d01s
dentes às extremidades
ito: à
sulcos longitudinais esquerdo e dire
esquerda, a incisura da veia _ _ UI nb ilica l, re�­
. - 5
e à dire ita, a mc1 or ou vertebnl • 7
quício da veia umbilical, Fig. 327 . Confonnoção externo do face posteri
espo nde ndo ao ies do por1ão posterior da face diafragmático do fígado
sura da vesícula biliar, corr inferior 3
fundo da vesícula biliar. 1. Sulco do veio covo inferior 2. Vela cava oso 5 � noso do diafragma 2. Porte muscular direito do Fig. 329 - Relações do porção anterior do face diofrogmótico do fígado
.mfen.or 4. F'111uro do 1·1gamanto ven
veio covo . supro ••--l Ptriloneu 00 nível
(Fig. ssão esofóg1co 7• 1mpressfio u,. • do flgado 4. Peritoneu do face inferior 1. 8', 9ª e 10' costelas direitos 2. 5', 6ª e 7' costelas direitos 3. Recesso
A margem póstero-superior do fígado (Arontius) 6. Impre. . """umldode sqe 5 Pleura 00 nfvel do face inferio
327.1 O), correspondente à junç ão da face 8 · Extremidade d1re1to do ligodo 9· c..- r do pulmão direito
7 Base do pericárdio fibroso 8. Face inferior
costo-diofrogmótico direito 4. Pulmão direito 5. Porte abdominal
II. Morgem
ebra l do fíga do, 1o. M argem p6stero-superior do ffgodo ou epigóstrico 6. 8' cartilagem costal esquerdo 7. Extremidade anterior
diafragmática e da face vert _ ie coro1õo do I Oª costeio direito 8. 6', 7' e 8' cartilagens custais esquerdos
o da veia cav a do !fgodo
apresenta, à direita, o sulc
204 ÓRGÍ\OS DIGESTIVOS {SISTEMA DIGESTIVO) - FIGAOO 205

ulco transverso ou porta hepática. Relaciona­


O lobo direito do fígado (Fig. 330.7) situa­ creas (Fig. 332.6) e a curvatura menor do
16.3.2. FACE INFERIOR OU VISCERAL -se à direita do sulco longitudinal di reit o.
-se com o vestíbulo da bolsa omentaJ (Fig. estômago (Fig. 332. 7).
331.8) e, através desta, com o plexo celíaco. A porção esquerda apresenta a impressão
Apresenta diversas impressões mais ou menos
A face inferior ou visceral, irregularmente esofágica (Fig. 327.6), onde se encontra a
acentuadas: a impressão cólica, relacionada
plana, apresenta uma obliquidade ântero­
com a flexura direita ou hepática do cólon face anterior da parte abdominal do esófago
-inferior. Foram já descritos, nesta face, dois
(Fig. 331.1); a impressão renal, relacionada 16.3.3, FACE POSTERIOR OU VERTEBRAL (Fig. 332.8).
sulcos longitudinais, um direito e um es­
querdo, e um transverso ou porta hepática. com o rim direito (Fig. 331.2); e a impressão
duodenal, relacionada com a parte descen. A face posterior ou vertebral relaciona-se
O sulco longitudinal direito apresenta, na S 3 8
dente do duodeno (Fig. 331.3). com a coluna vertebral, desde a margem
sua porção anterior, a fossa da vesícula biliar, inferior da 9ª vértebra torácica até ao corpo
que aloja a vesícula biliar (Fig. 330.1). O lobo esquerdo do fígado (Fig. 330.8
situa-se à esquerda do sulco longitudina da I O- e 11 ª e por vezes da 12ª vértebras
O sulco longitudinal esquerdo apresenta, na torácicas, com uma concavidade transversal
sua porção anterior, o ligamento redondo esquerdo. Apresenta a impressão gástrica.
relacionada com o estômago (Fig. 331.4). adaptada à coluna vertebral e apresentando
(Fig. 330.2), resquício fibroso da veia umbi­ dois sulcos verticais.
lical e, na sua porção posterior, o canal venoso O lobo quadrado do fígado (Fig. 330.9) en­
contra-se limitado, à direita, pelo longitudinal O sulco vertical direito, o sulco da veia cava
(Arantius) (Fig. 330.3). inferior contém a cava inferior (Fig. 327.2).
O sulco transverso ou porta hepática rela­ direito, à esquerda, pelo sulco longitudinal
esquerdo e, posteriormente, pelo sulco trans­ A veia cava inferior adere ao parênquima
ciona-se com o pedículo hepático, consti­ hepático, nomeadamente através de nume­
tuído, indo de posterior para anterior, pela verso ou porta hepática. Relaciona-se com 0
antro duodenal e o piloro (Fig. 331.5), com rosas veias hepáticas que nela terminam.
veia porta (Fig. 330.4), artéria hepática (Fig.
a face anterior do omento menor ou gastro­ O sulco vertical esquerdo contém o canal ve- 6
330.5), dueto hepático comum (Fig. 330.6),
-hepático (Fig. 331.6) e, mais anteriormente iso (Arantius) (Fig. 327.5).
plexo hepático e vasos linfáticos.
com a porção direita do cólon transverse O dois sulcos verticais dividem a face pos­ Fig. 332 . Rela,ões do face posterior ou vertebral do fígado
5 9 (Fig. 331.7). enor ou vertebral em três porções, direita,
1. Gl6ndulo suprarrenal direito 2. Pilar principal direito do diofrogmo
O lobo caudado (Spiegel) (Fig. 330.1 dia e esquerda.
3. Aorta abdo�inal 4. Veio cova inferior 5. Tronco celíaco 6. Margem
encontra-se limitado, à direita, pelo suk porção direita, situada à direita do sulco
1. enteai direito, o sulco da veia cava inferior p6stero-supenor do corpo do p6ncreos 7. Curvatura menor do estô,
,
longitudinal direito, à esquerda, pelo sul
ir-i/
.,, mago 8. Porte abdominal do esófago
longitudinal esquerdo e, anteriormente, pc convexa e está directamente relacionad�
.. �--
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-·., •t:;;,,.
,,,....,....,,,
( -.,

- ,..'�r . ., , \ iL,'""T'·
m o diafragma. Na sua porção inferior
e enta a impressão suprarrenal (Fig
l 6.3.4. MARGENS
. " ''-!.e: ' •)' ;·11 i·.
·,:....
\
<J"'J',,.�\
,.._;:-_ - ·� -
�7 7:• dev1do
· às relações com a face anterior
landula suprarrenal direita (Fig. 332.1).
ta p orçao encontram-se o ligamento A margem anterior apresenta a extremidade
kpalo-suprarrenal entre a face posterior anterior do sulco longitudinal esquerdo,
4 10 \cnebral d o fígado e a face anterior da correspondendo à incisura da veia umbilical
ula suprarrenal direita e o ligamento resquício fibroso da veia umbilical, e a ex�
to-renal' entre a f ace posten. or ou ver- t�e�idade anterior do sulco longitudinal
Fig. 330 . Rela,ões da face visceral do fígado direito, que corresponde à incisura da vesí­
1 do f'i g a d O e a face anterior do rim
1. Vesícula biliar 2. Ligamento redondo 3. Canal venoso (Arantius) 4. Veia cula biliar, correspondente ao fundo da vesí­
porta 5. Artéria hepática 6. Duelo hepático comum 7. Lobo direito do ,.rção me'd'•a corresponde ao lobo cau- cula biliar (Fig. 330.1).
ligado 8. Lobo esquerdo do ligado 9. Lobo quadrado do fígado 10. Lobo 1 S p1egel)' st·tuada entre os dois sulcos
coudodo (Spiegel) l : rela cionando-se, posterio A margem póstero-superior apresenta indo
. rmente, da direita para a esquerda, o sulco d; veia
p,I ar principal dir eito
do diafragma c�va inferior e a impressão esofágica rela­
O sulco longitudinal direito, o sulco longitu­ 2. 2)' à esquerda,
Fig. 331 - Relo,ões da face visceral do ligado
com a aorta abdo­ c10nada com a parte abdominal do esófago
dinal esquerdo e o sulco transverso ou porta F,g. 332· 3)' à dir ·
2. Rim dire·
eita, com a veia cava
hepática determinam, na face inferior do l. Flexura direito ou hepático do c61on IF'g. 332.4) e, i (Fig. 332.8).
5. o 6. Omelll
Pllor
nferiormente' com o
fígado, quatro zonas, classicamente designa­ descendente do duodeno 4. Est6mago Cl-•1aco (F'•g 332
ITOnsverso l . ,5), o plexo celíaco
das por lobo direito, lobo esquerdo, lobo gustro-hepático 7. Por,õo direita do c61on m P6stero-s uperior do A margem póstero-inferior apresenta indo
corpo do pân� da direita para a esquerda, o sulco d� veia
quadrado e lobo caudado (Spiegel). bolso omentol
206 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
- FíGADO 207
cava inferior, a glândula suprarrenal direita
(Fig. 332.1 ), a porção inferior do lobo �au­
rializadas por qualquer plano de clivagelll
anatómico ou cirúrgico.
o pedículo supra-hepático é constituído doco ao nível do seu flanco direito. Antes de
pelas veias hepáticas (Fig. 333.6), que saem
dado (Spigel) e o canal venoso (Arantrns) O plano de clivagem pode aparecer artifi. alcançar a porta hepática, ocupa a margem
do parênquima hepático ao nível da face
(Fig. 330.3). cialmente nos órgãos de necropsia, com a livre do omento menor ou gastro-hepático,
posterior ou vertebral do fígado para se lan­
técnica de injecção-corrosão-fluorescência, juntamente com a artéria hepática, situada
çarem na veia cava inferior (Fig. 333.7). anteriormente e à esquerda, e o dueto colé­
ou na cirurgia hepática, devido aos fenóme­
16.3.S. EXTREMIDADES A origem das veias hepáticas, únicas estru­
nos hemodinâmicos, condicionados pela doco, situado anteriormente e à direita.
turas constituintes do pedículo supra-hepá­
interrupção do pedículo dum território, acar­ A veia porta (Figs. 334. l e 335.1), ao nível da
tico, permitem definir os territórios supra­
A extremidade direita relaciona-se com o retando imediatamente uma mudança de cor porta hepática, divide-se em dois ramos
-hepáticos.
hipocôndrio direito e dá inserção ao liga­ do mesmo, e sendo assim possível determinar terminais, segundo um ângulo variável, a veia
mento triangular direito. a posição do plano anátomo-cirúrgico d e porta direita (Figs. 334.2 e 335.2) e a veia
separação de dois territórios. 16.U.I. VEIA PORTA porta esquerda (Figs. 334.3 e 335.3). A veia do
A extremidade esquerda dá inserção ao Para que se compreenda o problema dos terri­ lobo caudado (Spiegel) (Figs. 334.4 e 335.4)
ligamento triangular esquerdo. tórios hepáticos, necessita-se primeiro abord ar A veia porta (Fig. 333.1) origina-se por duas origina-se como ramo da veia porta direita ou
o problema da vascularização hepática, já que raízes principais, o tronco venoso espleno­ da veia porta esquerda, ou raramente como
aquele se baseia na distribuição intraparen­ -mesentérico (Fig. 333.2), resultante da reu­ ramo terminal do tronco da veia porta.
nião da veia esplénica (Fig. 333.3) com a veia
16.4. TERRITÕRIOS HEPÁTICOS quimatosa dos vasos hepáticos. Trata-se d
mesentérica inferior (Fig. 333.4) e da veia
O território correspondente à veia porta di­
reita constitui a parte hepática direita e
um problema de grande importância em ciru r­
gia, pois permite ao cirurgião a ressecção d esentérica superior (Fig. 333.5). forma o clássico lobo direito, e o território
16.4.1. PRINCÍPIOS GERAIS um território, sem interferência na restante correspondente à veia porta esquerda cons­
circulação do órgão, pelo que seráanalisado titui a parte hepática esquerda, formando os
o pedículo hepático e o pedículo suprJ-hep · clássicos lobo esquerdo e lobo quadrado.
Na configuração externa da face diafragmá­
tica do fígado, referiu-se a projecção de tico.
dois lobos, o lobo direito e o lobo esquerdo, Cirurgicamente é possível realizar a exére
enquanto na face visceral descreveu-se a pro­ de cada um dos territórios portais, sendo c
jecção de quatro lobos do fígado, o lobo mum praticar-se a ablação da parte hepát'
direito, o lobo esquerdo, o lobo quadrado e o direita ou da parte hepática esquerda. To
lobo caudado (Spiegel). Esta discrepância -se igualmente possível realizar a ablação
mostra os eventuais perigos duma descrição sectores e até segmentos hepáticos. s
baseada nos acidentes morfológicos externos.
Verificou-se que a ordenação interna dos
elementos constituintes do fígado se faz por 16.4.2. PEDiCULOS DO FÍGADO
justaposição de numerosos territ�rios q�e
_ 12
possuem pedículos próprios. A d1spos1çao Os pedículos do fígado, em nómero de
destes territórios depende da distribuição dos são o pedículo hepático e o pedículo ,u 2
elementos vasculares e biliares. -hepático. Fig. 334 • Ramos do veio porto observados pelo face inferior ou visceral
Os vasos do fígado têm, interiormente, uma o pedículo hepático penetra no f'.gado Ili ,orlo e veios hepáticos do fígado
distribuição do tipo terminal, valendo a pena, vés da porta hepática, sendo const11u1do
_ 2 Tronco venoso espfe 1. Veio porto 2. Veio porto direito 3. Veio porto esquerdo 4. Veio do
desde já, acentuar que, histologicamente, não veia porta (Fig. 333.1), artéria hepatica. no-mesentérico 3. Veio esplénico
tfrico inferior S. lobo coudodo (Spigel) ou do segmento 1 5. Veio do sector loterol
há um plano de tecido conjuntivo a separar hepático comum, vasos linfático, e Veio mesentérico superi or 6. Veios
1 <ovo inferior esquerdo ou veio do segmento póstero-luterol esquerdo ou do
dois territórios adjacentes. Cada ramo termi­ hepático.
· segmento li 6. Veio do sector medial esquerdo 7. Veio do segmento
nal deve assegurar a vascularização de um As ramificações da veia. porta d a a 6ntero-loterol esquerdo ou do segmento Ili 8. Veio do segmento medial
território preciso e teoricamente bem indivi­ hepática e do dueto hepático comum te J>Ona inicia-se
posteriormente ao colo esquerdo ou do segmento IV 9. Veio do sector medial direito I O. Veio
dualizado. Estes territórios hepáticos deno­ interior do parenqmma, um traJ· ec to c J · dirige-se depo
A •

rt is com obliquidade do segmento 6ntero-mediol direito ou do segmento V 11. Veio do


minam-se de sectores e segmentos, de acordo O conhecimento do modO de d1�t 1 teral ' s·1t uando-s
e na face posterior segmento p6stero-mediol direito ou do segmento VIII 12. Veio do sector
. . d e1·a porta é �ufi
com o volume e o pedículo considerado. Entre dos ramos ternunais a V do Pan ,• creas e lateral direito 13. Veio do segmento 6ntero-loterul direito ou do
. • hepa,uc .
os. da parte superior do
os sectores existem as fissuras, não mate- para definir os temt6nos · relacionan segmento VI 14. Veio do segmento p6stero-loterol direito ou do
do-se com o dueto
colé- segmento VII
208 ÓRGÃOS DIGESTIVOS {SISTEMA DIGESTIVO) - FíGADO 209

A veia porta direita permite dividir a parte redondo, que se estende de posterior para A •eia do sector medial direito (Figs. 334.9
anterior, ao longo do sulco umbilical, termi­
hepática direita num sector medial direito e e 335.9), após a sua origem, dirige-se para
nando num recesso perto da margem inferior
num sector lateral direito. A veia porta superior e descreve uma curva côncava pos­
do fígado. A veia do sector medial esquerdo
esquerda permite também dividir a parte terionnente, originando um ramo que se
bifurca-se num ramo esquerdo, que vascula­
hepática esquerda num sector medial es­ dirige para anterior e outro para posterior.
querdo e num sector lateral esquerdo. riza a porção anterior do lobo esquerdo, a o ramo anterior dirige-se para a margem
veia do segmento ântero-lateral esquerdo
A veia do lobo caudado (Spiegel) origina o inferior do fígado e constitui a veia do seg­
sector posterior. ou do segmento III (Figs. 334.7 e 335.7), mento ântero-medial direito ou do seg­
e num ramo direito, a veia do segmento me­ mento V (Figs. 334.10 e 335.10). O ramo
dial esquerdo ou do segmento IV (Fig,. posterior dirige-se para a parte posterior da
16.4.2.1.1. Veia do lobo caudado (Spiegel) 334.8 e 335.8), que vasculariza o clássico 3
face diafragmática do fígado e constitui a
lobo quadrado e a vertente esquerda do fos ,eia do segmento póstero-medial direito ou
O lobo caudado (Spiegel) possui uma vas­
da vesícula biliar. do segmento VIII (Figs. 334.11 e 335.11). Fig. 336 · Veios hepáticos observados pela face superior ou diofrog­
cularização própria, quer recebendo uma ou
mótico do fígado
duas veias do sistema porta, quer enviando ,eia do sector lateral direito (Figs.
uma ou duas veias hepáticas para a veia cava 16.4.2.1.3. Veia porta direita 1. Veia cava inferior 2. Veia hepática direita 3. Veia hepático mediana
34.12 e 335. 12), depois de um curto trajecto,
inferior. ,onunua a direcção da veia porta direita,
4. Veio hepático esquerdo
A disposição da veia porta direita é ma
A veia do sector posterior que, pelo facto riginando um ramo que se dirige para an­
variável do que a da esquerda. O seu trajec1
de ser monossegmentar, constitui a veia do nor e outro para posterior. O ramo anterior
inicial na porta hepática parece continuar sos ramos venosos, os sectores e segmentos
segmento posterior ou do segmento I (Figs. n utui a veia do segmento ântero-lateral
direcção do tronco da veia porta, dividin que elas determinavam e isto de acordo com
334.4 e 335.4), tem origem na veia porta -se, após um curto trajecto, na veia medi direito ou do segmento VI (Figs. 334.13 e
esquerda, na veia porta direita, ou, mais C. Couinaud (1957) e Armando Ferreira
direita e na veia lateral direita. 5.13). O ramo posterior constitui a veia (1965).
raramente, como um dos ramos terminais do do segmento póstero-lateral direito ou do
tronco porta, e origina um ou dois ramos que mento VII (Figs. 334.14 e 335.14).
vascularizam o lobo caudado (Spiegel), so­ 16.4.3.1.1. Sectores portais
breponível ao sector supra-hepático.
llU.2. VEIAS HEPÃTICAS A bifurcação da veia porta determina a exis­
tência da parte hepática direita e da parte
16.4.2.1.2. Veia porta esquerda , ias hepáticas originam-se ao nível das
hepática esquerda, respectivamente vasculari­
centro-lob ulares que recebem o sangue
A veia porta esquerda, após a sua entrada na zados pela veia porta direita e pela veia porta
inusóides. As veias centro-lobulares
porta hepática, e após um trajecto transversal, m-se, à periferia dos lóbulos, nas veia esquerda.
s A parte hepática direita e a parte hepática
origina dois ramos, a veia do sector lateral ulares. Da reunião destas, formam-
se esquerda estão separadas pela fissura porta
esquerdo e a veia do sector medial esquerdo. ia� hepáticas que terminam na
veia cava principal (Figs. 337.1 e 338.1), um plano
r f Fig. 336. l ), por intermédio de
três inclinado a cerca de 70º, com obliquidade
A veia do sector lateral esquerdo (Figs. princi�ais: a veia hepática
direita (Fig. ínfero-direita, passando, anteriormente, no
334.5 e 335.5) segue o trajecto transversal da : a ,·em hepática mediana (Fig. 336.3) fundo da fossa da vesícula biliar, na zona
veia porta esquerda, vascularizando o sector Fig. 335 . Ramos do veio porto observados pelo face ia hepática esquerda
(Fig. 336.4). média da porta hepática, e terminando, pos­
lateral esquerdo e, pelo facto deste sector diofrogmático do fígado
ser monossegmentar, constitui a veia do teriormente, no flanco ântero-esquerdo da
1. Veio porto 2. Veio porto direito 3. Vela porto esqu�t U. SECTORES E SEGME veia cava inferior. Cirurgicamente, este plano
segmento póstero-lateral esquerdo ou do NTOS HEPÁTICOS
segmento posterior ou do segmento 15. Velo do sector pode tornar-se evidente por clampagem de
segmento II (Figs. 334.5 e 335.5), destinada . do segmento p6stero-loteral do sagraento l l 6. V. •
1.
ou veio uma das veias portas direita ou esquerda e do
à porção posterior do lobo esquerdo. e 1• SECTORES E SEGM
medial esquerdo 7. Veia do segmento Bntero-loterol ENTOS PORTAIS ramo terminal homólogo da artéria hepática,
segmento medial esqu ento °' •
8.
segmento Ili Veio do
A veia do sector medial esquerdo (Figs. ntt observando-se a mudança de cor da zona
IV 9. Veia do sector medial direito 10. Veia do segme
334.6 e 335.6), perpendicular à anterior, di­ "s isquémica dos vasos clampados.
direito ou do segmento V 11. Vela do segmento
rige-se anteriormente, terminando no recesso 1 direi
·tO • •
tHIII A veia porta esquerda origina dois ramos, a
do segmento VIII 12. Veia da sector lotara
umbilical (Rex), onde se insere a veia umbi­ Dntero-lateral direita ou da segmenta VI 1 4· Veio do veia do sector lateral esquerdo, vasculari­
lical no feto, ou o seu resquício, o ligamento -lateral direito ou do segmento VII
zando o sector lateral esquerdo (Figs. 337.2
e 338.2), com a forma de uma pirâmide acha-
210 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) - FIGADO 211
3 vascularizado pela veia do segmento V, e por
tada e correspondendo à metade posterior do 5 4
lobo esquerdo, e a veia do sector medial es­ um segmento posterior, o segmento póstero­
querdo, vascularizando o sector medial es­ -medial direito ou segmento VIII (Fig.
querdo (Figs. 337.3 e 338.3), sobreponível à 339.7), correspondendo à porção póstero­
metade anterior do lobo esquerdo e ao lobo -medial do lobo direito, que é vascularizado
quadrado. pela veia do segmento VIII.
Os dois sectores esquerdos estão separados o sector lateral direito também é bisseg­
6
pela fissura porta esquerda (Figs. 337.4 e mentar, constituído por um segmento ante­
338.4), estendendo-se entre o flanco esquerdo nor, o segmento ântero-lateral direito ou
da veia cava inferior e na margem inferior do segmento VI (Figs. 339.5 e 340.6), corres­
fígado, na união dos seus dois terços direitos pondendo à porção ântero-lateral do lobo
com o terço esquerdo. direito, sendo vascularizado pela veia do
A veia porta direita origina dois ramos, a veia Fig. 338 • Sectores observados na face inferior ou visceral do i�odt segmento VI, e por um segmento posterior, Fig. 340 - Segmentos observados na face inferior ou visceral do fígado
do sector medial direito, irrigando o sector o segmento póstero-lateral direito ou seg­
l. Fissura porta principal 2. Sector lateral esquerdo 3, Sector me mento VIl (Figs. 339.6 e 340.7), correspon- 1. Segmento posterior ou segmento 1 2. Segmento p6stero-laterol
medial direito (Figs. 337.5 e 338.5), corres­
esquerdo 4. Fissura porta esquerda S. Sector medial direito 6. Se ndo à porção póstero-lateral do lobo direito, esquerdo ou segmento li 3. Segmento antero-laterol esquerdo ou
pondendo à porção medial do lobo direito, e
lateral direito 7. Fissura porta direita 8. Sector posterior que é vascularizado pela veia do segmento segmento 111 4. Segmento medial esquerdo ou segmento IV S. Segmento
a veia do sector lateral direito, vascularizando
Bntero-mediol direito ou segmento V 6. Segmento 6ntero-loteral direito
o sector lateral direito (Figs. 337.6 e 338.6), li.
ou segmento VI 7. Segmento p6stero-loterol direito ou segmento VII
sobreponível à porção lateral do lobo direito. (Fig. 338.8), correspondendo ao lobo caudad
Os dois sectores direitos estão separados pela (Spiegel).
fissura porta direita (Figs. 337.7 e 338.7) lateral esquerdo com o segmento posterior
que se estende entre o flanco direito da veia
16.4.3.1.2. Segmentos portais lateral esquerdo ou segmento II, ambos mo­
cava inferior e a margem inferior do fígado, nossegmentares.
a meia distância entre a fossa da vesícula O sector posterior, monossegmentar, corre A numeração dos segmentos faz-se na face in­
biliar e a extremidade direita do fígado. ponde ao segmento posterior ou segmento 1 ferior do fígado, à volta do tronco da veia por­
A veia porta esquerda, veia porta direita, ou (Fig. 340.1), sobrepondo-se ao lobo cauda ta, no sentido inverso dos ponteiros do relógio.
raramente o ponto de ramificação terminal do (Spiegel).
tronco da veia porta originam a veia do sector O sector lateral esquerdo é monossegmen1
posterior, que vasculariza o sector posterior 16.4.3.2. SECTORES SUPRA-HEPÁTICOS
constituindo o segmento póstero-lateral
querdo ou segmento II (Figs. 339.1 e 340 - As veias hepáticas permitem distinguir terri­
vascularizado pela única veia do sect r . tórios com pedículos próprios, os sectores
3 veia do segmento II. JJt Stfmentos observados na face superior ou diafragmática supra-hepáticos.
O sector medial esquerdo é bissegm • As veias hepáticas lançam-se directamente
constituído por um segmento anterior na veia cava inferior condicionando os três
segmento ântero-lateral esquerdo ou p6slero-loteral esquerdo ou segmento li 2. Segmento
__.., esquerdº ou segmento Ili 3. Segm sectores supra-hepáticos, direito, mediano e
mento III (Figs. 339.2 e 340.3), corre ento medial esquerdo esquerdo, separados entre si pelas fissuras
IV 4. Segmento Ontem-medial direito ou
dendo à porção anterior do lobo ant segmento y supra-hepáticas, direita e esquerda.
e �tro-loterol direito ou segmento VI 6. Segm
vascularizado pela veia do segmento 111_ • ou segmento Vil 7. Segmento p6ste
ento p6stero­
:'" _fi�sura supra-hepática direita (Fig. 341.1)
um segmento medial, o segm ento me chal ro-medial direito
YIII m1cia-se no flanco direito da veia cava infe­
querdo ou segmento IV (Figs. 339 .3 e rior e termina lateralmente à incisura da vesí­
correspondente ao lobo quadrado. qu_
e
· cinco secto res com . cula biliar.
cularizado pela veia do segmento 1\ lodos v1s. , . 01to segmentos' A fissura supra-hepática esquerda (Fig.
Fig. 337 • Sectores observados na face superior ou diafragmática do O sector medial direito é bisseg 1ve1s na face visceral do
fí- 341.2) inicia-se no flanco esquerdo da veia
fígado constituído por um segmento anteri
or. ' pio o segmento vm, só observ
diafragmática do áve l cava inferior e termina ao nível da incisura do
1. Fissura porta principal 2. Sector lateral esquerdo 3. Sector medial mento ântero-medial direito ou segd fígado. ligamento redondo.
en
esquerdo 4. Fissura porta esquerda S. Sector medial direito 6. Sector (Figs. 339.4 e 340.5), correspood · . ---1\Cetores t. êm d018 segmentos, excepto O sector supra-hepático direito encontra-se
ei to 0 Pü'>te
lateral direito 7. Fissura porta direita ção ântero-medial do lo bo dir nor ou segmento I e o sec
tor para a direita da fissura supra-hepática di-
212 ÓRGÃOS DIGESTIVOS { SISTEMA DIGESTIVO)
FíGADO 213

reita, 0 sector supra-hepático mediano, entre trando-se ligada ao peritoneu parietal por 3 2
A lâmina superior (Fig. 343.4) não é mais
as duas fissuras supra-hepáticas, e o sector intermédio de pregas: ao estômago e à Parte
do que o que reveste a face inferior do
supra-hepático esquerdo encontra-se para a superior do duodeno por meio do omento
diafragma e que, ao nível da margem póstero­
esquerda da fissura supra-hepática esquerda. menor ou gastro-hepático, e por ligamentos -superior do fígado, se reflecte para a sua
o sector supra-hepático direito (Fig. 341.3) inconstantes com órgãos adjacentes.
face diafragmática, de posterior para anterior,
é determinado pela veia hepática direita, que As pregas que ligam o peritoneu visceral do de cada lado do ligamento falciforme.
drena o sector supra-hepático direito, cor­ fígado ao peritoneu parietal do diafragma A lâmina inferior (Fig. 343.5) é a continua­
respondente à metade direita do clássico lobo e da parede abdominal anterior são o liga­ ção do peritoneu parietal que, ao alcançar a
direito do fígado. mento falciforme, os ligamentos coronários e margem póstero-inferior do fígado, se dirige
O sector supra-hepático mediano (Fig. os ligamentos triangulares direito e esquerdo. de posterior para anterior, para revestir a face
341.4) é determinado pela veia hepática me­ O omento menor ou gastro-hepático estabe­ visceral do fígado.
diana, situada na fissura porta principal, que lece a ligação da porta hepática ao estômago
drena o sector supra-hepático médio, corres­ e à parte superior do duodeno.
pondente à metade esquerda do clássico lobo Por vezes encontram-se três ligamentos in­
direito do fígado. constantes, o ligamento hepato-renal, o liga­
O sector supra-hepático esquerdo (Fig. mento hepato-suprarrenal e o ligamento he­ 5
341.5) é determinado pela veia hepática es­ pato-cólico. r 342 - Ligamento folciforme do fígado
querda, a qual drena o sector supra-hepático
esquerdo, correspondente ao clássico lobo 1. L1gomento faldforme 2. Face direito 3. Margem superior inserindo­
esquerdo do fígado. 16.S.1.1. LIGAMENTO FALCIFORME -se na foce Inferior do diofrogmo 4. Margem superior inserindo-se
,orede ontarior do abdómen olé ao umbigo 5. Margem inferior
O ligamento falciforme (Figs. 342.1 e 343 1 l llse ou margem livra
é um septo vertical, translúcido, ãntero-po
terior que liga a face diafragmática do fígaJ O ligamento falciforme é constituído por
à face inferior do diafragma e à parede am duas lâminas peritoneais justapostas (Fig. Fig. 343 · Ligamento lolciforme, ligamento coronário e ligamentos
rior do abdómen. É triangular, apresentan 3.2) que se continuam pelo peritoneu vizi­ triangulares
3 um ápice, uma base, duas margens e du ho. Ao nível da margem diafragmática, as 1. Ligamento folciforma 2. L6minos direito a esquerdo do ligamento
faces. minas continuam sob a forma de peritoneu lolciforma 3. Ligamento coronário 4. L6mino superior do ligamento
A face direita (Fig. 342.2), na inspiraç rietal, cobrindo a face inferior do diafrag­ coronário 5. L6mino inferior do ligamento coronário 6. Ligamentos
apoia-se na face diafragmática do ft!!a e ao nível da margem inferior, continuam triangulares direito a esquerdo

4 enquanto a face esquerda olha o diafrag a forma de peritoneu visceral hepático,


A margem superior, convexa, insere e e lindo a face diafragmática corr
espon­
face inferior do diafragma (Fig. 342.3) e nte ao lobo direito e lobo esqu
erdo do
16.S.1.3. LIGAMENTOS TRIANGULARES DIREITO E
Fig. 341 . Sectores supro-hepáticos observados no face superior ou
parede anterior do abdómen até ao umb o. Ao nível do ápice, continuam- ESQUERDO !
se pela 1
diafragmático do fígado
(Fig. 342.4), e a margem inferior tf ina superior do ligamento cor
1. Fissura supro-hepático direito 2. Fissura supro-hepático esquerdo 342.5), côncava, insere-se na face diaf nto ao nível da base, une
onário, en­
m-se um ao As duas lâminas que constituem o ligamento j,
3. Sector supro-hepático direito 4. Sector supro-hepático mediano mática do fígado, segundo uma linha qll( m. formando um sulco que
ltcal, no feto e o ligamen
contém a veia coronário aproximam-se junto das suas extre­ ]
5. Sector supro-hepático esquerdo inicia na extremidade anterior da fissura to redondo' no midades direita e esquerda, formando duas
ligamento redondo e se dirige com obl
� pregas triangulares que constituem os liga­
dade posterior, para terminar ao nível da mentos triangulares direito e esquerdo (Fig.
16.S. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA cava inferior. . U. LIGAMENTO CORO
NÁRIO
343.6).
Os ligamentos triangulares apresentam três
A base ou margem livre (Fig. 3 42·61 d
-se desde o umbigo até ao sulc o da fis� mcnto cor onário margens e um ápice.
(Fig. 343.3) é o meio
16.5.1. PERITONEU HEPÃTICO ligamento redondo, sendo ocupado n o o mais potente do A margem lateral (Fig. 344.1) está fixada ao
fígado, estenden- diafragma. A margem medial (Fig. 344.2)
pelo ligamento redondo. �a margem póstero-superior do fígado
. rag ma, sendo insere-se na face diafragmática do fígado.
A lâmina visceral do peritoneu reveste a O ápice corresponde ao flanco antcn constituído por duas
veia cava inferior. A margem anterior (Fig. 344.3) encontra-se
maior parte da superfície hepática, encon-
livre na cavidade abdominal. O ápice (Fig.
214 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
- FíGADO 215

A margem gastro-duodenal (Fig. 345.2) o ligamento hepato-suprarrenal estende-se


inicia-se na margem lateral direita da Parte
da parte posterior da face diafragmática do fí­
abdominal do esófago, desce ao longo da
oado até à face anterior da glândula suprarrenal.
curvatura menor do estômago, passa para a
Ó ligamento hepato-cólico (Fig. 346.2) es­
1,
parte superior do duodeno e termina na fle­ tende-se da face inferior ou visceral do fígado 1
2
xura superior do duodeno.
tFig. 346.4) à flexura direita ou hepática do
A margem diafragmática é curta e estende­ cólon (Fig. 346.5).
-se da extremidade superior da margem hepá­
tica à extremidade superior da margem gastro­
-duodenal.
A margem livre (Fig. 345.3) limita, anterior­
mente, o forame omental (Winslow). A este
nível, a porta hepática encontra-se entre a Fig. 347 · Túnica fibroso do fígado
duas lâminas. 1. Cápsula fibroso (Glisson) 2. C6psulas fibrosas perivasculares
A face anterior (Fig. 345.4) olha com obh
Fig. 344 - Ligamento triangular direito quidade ântero-lateral, correspondendo à face
1. Margem lateral 2. Margem medial 3. Margem anterior 4. Ápice
diafragmática do fígado. citos (Fig. 348.1), células epiteliais agrupadas
A face posterior (Fig. 345.5) olha com obh­ em lâminas hepatocitárias (Fig. 348.2),
quidade póstero-lateral e constitui a pared anastomosadas entre si, para constituírem
344.4) confunde-se com a extremidade do anterior do vestíbulo da bolsa omental. unidades morfológicas, com uma forma po­
ligamento coronário. liédrica, os lóbulos hepáticos.
30 - llgomentos peritoneois inconstantes Os lóbulos hepáticos aderem entre si, à
O ligamento triangular esquerdo, com ento hepato-renal 2. Ligamento hepoto-c61ico 3. Rim direito
excepção dos cantos do poliedro, constituindo
ligeira obliquidade súpero-lateral, sendo mais 4f S Flexura direito ou hep6tico do c61on o espaço porta (Fig. 348.3), onde se encontra
longo que o direito, estendendo-se do sulco uma veia interlobular (Fig. 348.4), ramo
da veia cava inferior à extremidade esquerda da veia porta uma artéria interlobular (Fig.
do fígado. 348.5), ramo da artéria hepática, um dueto
O ligamento triangular direito é horizontal, s 16.S.2. TÚNICA FIBROSA DO FÍGADO biliar interlobular (Fig. 348.6), um vaso lin­
pouco desenvolvido, estando muitas vezes fático interlobular (Fig. 348.7), todos envol­
lém do peritoneu, o fígado é completa-
ausente. vidos por tecido conjuntivo, constituindo as
i envolvido pela cápsul a fibrosa (Glis
- cápsulas fibrosas perivasculares (Fig. 348.8).
1 Fig. 347.1), uma túnica fibrosa, semi­
16.S.1.4. OMENTO MENOR OU GASTRO-HEPÃTICO p rente, aderindo solidamente pela
sua As células hepáticas ou hepatócitos (Fig.
"<terna à lâmina visceral do peritoneu
Fig. 345 . Omento menor ou gostro-hepótico , 348.1) reúnem-se sob a forma de lâminas,
É constituído pela justaposição de duas lâmi­ ua face interna à superfície externa
do constituídas por uma única camada de célu­
nas peritoneais, ocupando uma posição trans­ 1. Margem hep6tico 2. Margem gostro-duorlellal 3. uima do fígado.
versal, e estende-se desde a porta hepática 4. Face anterior S. Face posterior el da porta hepática, a cáp las. As lâminas hepatocitárias (Fig. 348.2)
sula fibrosa estão anastomosadas de diferentes formas,
à parte abdominal do esófago, à curvatura , penetra no interior do parênq
_ uima, constituindo a parede dum labirinto que
menor do estômago e à parte superior do 1 formar as
16.S.1.S. LIGAMENTOS PERITONEAIS INCONSl cápsulas fibrosas peri­ contém os sinusóides hepáticos (Fig. 348.9).
duodeno. Descrevem-se, no omento menor ou re,, IFig. 347.2), cilíndricas
e comuns Entre a parede do sinusóide e a parede da
gastro-hepático, quatro margens e duas faces. Por vezes encontram-se três ligamenl ulos, constituídos por
ramos da veia lâmina hepatocitária, encontra-se o espaço
d artéria hepática
A margem hepática (Fig. 345.1) tem uma constantes, o ligamento hepato-rent e do dueto biliar. perissinusoidal (Disse) (Fig. 348.10), um
porção posterior, sagital, que percorre, de menta hepato-suprarrenal e O ,i; estreito espaço, contendo uma delicada rede
superior para inferior, a fissura do ligamento hepato-cólico. . 46 1 de reticulina e células armazenadoras de
venoso com o canal venoso (Arantius) até à o ligamento hepato-renal (Fig. 3 lípidos.
face
extremidade esquerda da porta hepática, e de-se entre a parte p osten· or da
ante rior
uma porção anterior, que percorre depois este mática do fígado e a fac e
As paredes dos sinusóides hepáticos são
sulco até à sua extremidade direita. direito (Fig. 346.3).
constituídas por células endoteliais, típicas
216 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
-
dos capilares sanguíneos, e por macrófagos porta e terminam nos sinusóides da periferia
com grande actividade fagócitária, as células dos lóbulos hepáticos. Os ramos interlobu.
de Kupffer. Os capilares terminais das arte­ lares da artéria hepática dividem-se nos
ríolas hepáticas (Fig. 348.11) terminam nos espaços porta, dando ramos que vascularizam
sinusóides hepáticos (Fig. 348.9). No centro o tecido conjuntivo interlobular e ramos que
dos lóbulos hepáticos observa-se a veia cen­ se lançam nos sinusóides periféricos dos
tral (Fig. 348.12), onde terminam os sinu­ lóbulos hepáticos. Nos sinusóides hepáticos.
sóides hepáticos (Fig. 348.9). há, pois, a mistura do sangue venoso e ane: O dueto hepático comum (Fig. 349.1), du­ (Fig. 349.8) drenam a bílis do lobo caudado
O fígado tem uma circulação sanguínea es­ rial. O sangue, a partir dos sinusóides, alcança rant e o seu trajecto, recebe o dueto cístico (Spiegel). Todos os duetos hepáticos refe­
pecial, pois recebe sangue venoso através da no centro do lóbulo as veias centrais (Fig. iFig. 349.2) com origem na vesícula biliar ridos reúnem-se ao nível da porta hepática
veia porta e sangue arterial através da artéria 348.12), atravessando os lóbulos longitudi­ ,Fig. 349.3), passando a denominar-se, a par­ para originar o dueto hepático comum (Fig.
hepática, sendo ambos vasos aferentes, en­ nalmente, para se lançarem nas veias sublo­ ur deste ponto, dueto colédoco (Fig. 349.4), 349.1).
quanto as veias hepáticas, por onde o sangue bulares (Fig. 348.13), percorrendo a base do que termina na parte descendente do duodeno O dueto hepático comum resulta habitual­
sai do órgão, são vasos eferentes. lóbulo, onde acabam por constituir a origem Fig. 349.5). mente da reunião do dueto hepático direito
A veia porta e a artéria hepática vão-se divi­ das veias hepáticas, que terminam na veia O dueto hepático comum e o dueto colédoco muito curto e quase vertical, e do dueto he�
dindo em vasos de menor calibre, até consti­ cava inferior. constituem a via biliar principal. O dueto pático esquerdo, mais comprido e horizontal,
tuírem as veias interlobulares (Fig. 348.4) e cístico e a vesícula biliar constituem a via encontrando-se anteriormente, à veia porta
as artérias interlobulares (Fig. 348.5) exis­ As células hepáticas são poliédricas e as sua biliar acessória. direita e em situação póstero-súpero-direita,
tentes nos espaços porta. Os ramos inter­ superfícies estão em contacto, de um lado. à divisão da artéria hepática.
lobulares da veia porta dividem-se no espaço com a parede dos sinusóides hepáticos, e d
outro, encostadas completamente às célula
adjacentes, limitando com cada uma dei 17.1. VIA BILIAR PRINCIPAL
13 10 11 um espaço tubular, o dúctulo biliar (Fi
348.14), o qual não tem parede própria, sen via biliar principal é constituída pelo dueto
esta formada pela própria membrana d pállco comum e pelo dueto colédoco.
16 hepatócitos.
Na periferia dos lóbulos hepáticos. os dU{
15
tulos biliares reúnem-se para constituírem 17.1.1. DUCTO HEPÁTICO COMUM
7
dúctulos biliares intralobulares (Fig. 348.1
) dueto hepático comum resulta da reun
que se unem para constituírem os dúctul ião,
nivel da porta hepática, do dueto hepático
biliares (Hering) (Fig. 348.16), que na pt
llo e do dueto hepático esquerdo
feria do lóbulo terminam nos duetos bilia e, por
u , de um ou dois duetos hepátic
interlobulares (Fig. 348.6), acabando os do
formar os duetos hepáticos. caudado (Spiegel). O dueto hepátic
o
m termina no ponto de junção
O dueto hepático direito drena a bíli do dueto
0• onde passa
Fig. 348 • Constituição do parênquima hepático de H. Elias lobo direito do fígado; o dueto hep 1 a chamar-se dueto colé­
'-to
esquerdo drena a bílis do lobo es que
J. C61ulas hepáticas ou hepatócitos 2. L6minas hepatocitárias 3. Esposo _
porta 4. Veia interlobular S. Artéria interlobular 6. Dueto biliar
do fígado; e um ou dois duetos hepát1�
. l.l.l. CONSIDERAÇÕES
Fig. 349 - Consliluisõo das vios biliares
interlobular 7. Vaso linfático interlobular 8. Cápsulas fibrosas lobo caudado (Spiegel) drenam a bih GERAIS
perivasculares 9. Sinusóides hepáticos 10. Esposo parissinusoidal lobo caudado. Todos os duetos hep 1 1. Dueto hepático comum 2. Dueto dstico 3. Veslcula biliar 4. Dueto
(Disse) 11. Arteríolas hepáticas 12. Veia central 13. Veias sublobulares referidos reúnem-se ao nível da colédoco 5. Parte descendente do duodeno 6. Dueto hepático direito
14. Dúctulo biliar IS. Dúetulos biliares intralobulares 16. Dúctulos hepática para originarem o dueto hep 7. Dueto hepático esquerdo 8. Dueto hepático do lobo caudado (SpiegeQ
biliares interlobulares (Hering) comum. to hepático dire
ito (Fig. 349.6) drena
do lobo d'ireito do fí 17.1.1.1.2. Trajecto e dimensões
gado; o dueto he-
�uerdo (Fig. 3
49.7) drena a bílis do
uerdo do ffg d . O dueto hepático comum (Fig. 350.1) situa­
. a 0,. e um
p ltc os do l obo cau ou dois duc- -se na margem direita ou margem livre do
dado (Spiegel)
omento menor ou gastro-hepático, dirigindo-
218 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
- VIAS BILIARES 219

-se com obliquidade póstero-ínfero-esquerda. depois no flanco ântero-direito do tronco da porção superior da circunferência da cabeça
veia porta (Fig. 350.7). Apresenta relaçõe� A parte intraparietal (Fig. 352.4) situa-se na
Um pouco superiormente à margem superior do pâncreas (Fig. 351.6), dirige-se então com
particulares com o dueto cístico (Fig. 350.3) parede do duodeno.
da parte superior do duodeno (Fig. 350.2), obliquidade ântero-lateral, introduzindo-se
O dueto colédoco dirige-se com obliquidade
recebe o dueto cístico (Fig. 350.3), passando que o acompanha intimamente, relacio­
posteriormente à cabeça do pâncreas (Fig. ínfero-esquerda, entre a sua origem e a mar­ 1

a denominar-se de dueto colédoco (Fig. 350.4). nando-se com o seu flanco direito, ao longo
351.7). Alcança depois a transição entre a gem superior da cabeça do pâncreas, e, entre
As dimensões do dueto hepático comum de um trajecto que é extremamente variável. face posterior e a face medial da parte des­ a margem superior da cabeça do pâncreas e
variam de indivíduo para indivíduo, em lembrando os canos duma espingarda. O dueto cendente do duodeno, atravessando a sua a face póstero-medial da parte descendente do
função do seu modo de origem, da altura e do hepático comum, o dueto cístico e a artéria parede e abrindo-se no lume duodenal. duodeno, dirige-se com obliquidade ínfero­
ponto de terminação do dueto cístico. O seu cística (Fig. 350.8) limitam o triângulo dt
-direita.
comprimento médio tem cerca de 3 cm e o Calot.
seu diâmetro é de cerca de 5 mm.
17.1.2.1.2. Forma, dimensões e cor
17.1.1.3. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
17.1.1.2. RELAÇÕES O dueto colédoco tem uma forma aproxi­
O dueto hepático comum é constituído por madamente cilindróide.
O dueto hepático comum (Fig. 350.1) rela­ uma túnica serosa, uma túnica fibro-museular O comprimento médio é de 5 cm e o diâmetro
ciona-se, ao longo de todo o seu trajecto, com e uma túnica mucosa. médio é de 5 mm, diminuindo à medida que
a margem livre do omento menor ou gastro­ A túnica serosa, a mais externa, é consti­ se vai aproximando da sua porção inferior.
-hepático. Após a sua origem, cruza o ramo tuída pelo omento menor ou gastro-hepático. A coloração, no indivíduo vivo, é amarela­
direito da artéria hepática (Fig. 350.5) e a A túnica fibro-muscular é formada por fei­ -esverdeada.
veia porta direita (Fig. 350.6), situando-se xes conjuntivos unidos entre si por fibra
elásticas e também por fibras musculares lisa
17.1.2.1.3. Terminasõo
longitudinais.
A túnica mucosa é uma mucosa muito fin
Normalmente, o dueto colédoco termina na
apresentando numerosos divertículos qu
porção média da parte descendente do duo-
penetram na túnica fibro-muscular.

17.1.2. DUCTO COLÉDOCO 351 · Tro1eeto do dueto colédoco observado posteriormente

hl!o colédoco 2. Dueto hepático comum 3. Dueto cístico 4. Abertura


O dueto colédoco inicia-se no pont o onde " colédoco no portão p6stero-mediol do porte descendente
3 dueto hepático comum recebe o dueto cí�t " '-"• o S. Porte superior do duodeno 6. Porção superior do
e termina na porção póstero-medial da P l11t10 do cobeIO do pDncreos 7. Face posterior do cabeço do
descendente do duodeno. 1

17.1.2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS m ass im ser distinguidas, no


dueto colé­
. qu atro partes: supraduo
denal, retro­
17.1.2.1.1. Trajecto, divisão e direcsBo n al, retropancreática
e intraparietal.
rte Supraduodenal (Fig
. 352.1) situa-se
O dueto colédoco (Fig. 351.1) co ntinua origem e a margem sup
erior da parte
1
recção do dueto hepático comum (Fig. 35 r do duodeno.
ci
no ponto onde este recebe o duet o rt retroduoden
al (Fig. 352.2) situa-se
(Fig. 351.3). Dirige-se com obliquidade
,n e po stenor da parte superio
Fig . 352.5). r do duo-
Fig. 350 - Trojeeto e relo,ões do dueto hepático comum -direita, até se abrir na porção P6st�ro·
. 3�
da parte descendente do duodeno (Fig llllrtt retropancr
eática (Fig. 352.3) rela­ fig. 352 · Divisão do dueto cohldoco
1. Dueto hepático comum 2. Porte superior do duodeno 3. Dueto dstico da
Relaciona-se com a face po5ter i o c o� ª face pos
r
4. Dueto colédoco 5. Ramo direito do artéria hepático 6. Veio porto terior da cabeça do
superior do duodeno ·
(Fig. 35 1 · 51 · ª11 !Fig. 352.6). 1. Porte suproduodenol 2. Porte retroduodenol 3. Porte retroponcreótico
direito 7. Veio porto 8. Artéria dstico
4. Porte introporietol 5. Porte superior do duodeno 6. Cabeço do pDncreos
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1-...-­

-
I 1
(.
220 ÓRGiíOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO) VIAS BILIARES 221

deno, na umao das suas faces posterior e 17 .1.2.1.4. ProjeCiÕO parietal trajecto variável, como os canos duma espin­
medial, a cerca de 4 cm do piloro. O lugar de garda, 1·
implantação é, porém, variável: nas termi­ O dueto colédoco (Fig. 354.1) projecta-se na Nesta parte, o dueto colédoco encontra-se na
nações altas, pode alcançar a parte superior parede abdominal anterior, numa zona limi­ margem livre do omento menor ou gastro­
do duodeno, segundo um ângulo recto; nas tada por uma linha vertical mediana (Fig -hep ático, anteriormente ao forame omental
terminações baixas, pode alcançar a parte 354.2) que passa pelo umbigo, por uma linha (Winslow), relacionando-se com o flanco di­
horizontal do duodeno. horizontal (Fig. 354.3), passando também reito da veia porta (Fig. 355.4).
A porção terminal do dueto colédoco (Fig. pelo umbigo e sendo perpendicular à anterior A artéria hepática (Fig. 355.5) encontra-se
353.1) e a do dueto pancreático (Wirsung) e pela bissectriz das duas linhas (Fig. 354.4. situada anteriormente à veia porta e à es­
(Fig. 353.2) apresentam o músculo esfíncter do ângulo recto, aberto para súpero-direita. querda do dueto colédoco, sendo a este nível
da ampola hepato-pancreática (Oddi), com
formado pelas duas primeiras. O dueto colé­ que se origina a artéria gástrica direita (Fig.
doco encontra-se compreendido entre a linha 355.6).
grande importância clínica, que se opõe ao
vertical e a bissectriz do ângulo.
refluxo do conteúdo duodenal.
O músculo esfíncter da ampola hepato­ 17.1.2.2.2. Porte retroduodenol
-pancreática (Oddi) (Fig. 353.3) é constituído
por três porções musculares. A parte retroduodenal (Fig. 355.2) corres­
O músculo esfíncter comum intraduodenal ponde à face posterior da parte superior do
(Fig. 353.4) é intraparietal, contornando a duodeno (Fig. 355.7), estando incluída na
ampola hepato-pancreática (Vater) e a porção margem livre do omento menor ou gastro­
-hepático. 10
terminal dos duetos colédoco e pancreático
artéria hepática encontra-se à esquerda do
(Wirsung).
O músculo esfíncter superior (Fig. 353.5), dueto colédoco. Ao nível da margem superior fig. 35S - Relaiões das partes supraduodenal, retroduodenal e
d cabeça do pâncreas, a artéria hepática retropancreática do dueto colédoco
específico da porção terminal do dueto colé­
'gina a artéria gastro-duodenal (Fig. 355.8),
doco, com cerca de 1 cm de comprimento. 1. Parte supraduodenal 2. Parte retroduodenal 3. Parte retropancreática
O músculo esfíncter inferior (Fig. 353.6), se dirige com obliquidade ântero-ínfero­
4. Veia porta S. Artéria hepática 6. Artéria gástrica direita 7. Parte
específico da porção terminal do dueto pan­ -d1mta, cruzando o flanco direito da veia porta
superior do duodeno 8. Artéria gastro-duodenal 9. Parte descendente
a face anterior do dueto colédoco.
creático (Wirsung) com cerca de 0,5 cm de do duodeno 10. Artéria mesentérica superior
comprimento.
11.1.2.2.3. Porte retroponcreótico
à �squerda, pela artéria mesentérica superior
p.i�e retropancreática (Fig. 355.3) situa-se (Fig. 355.10). O dueto colédoco atravessa este
n1,el da margem superior da cabeça do quadrilátero com obliquidade ínfero-direita.
reas, e ª este nível o dueto colédoco
t -,e da artéria hepática e da veia porta.
2 Fig. 354 - Projeqão parietal do dueto colédoco 17.1.2.2.4. Porte introporietol
dueto colédoco dirige-se verticalm
5 ente
4 1. Dueto colédoco 2. Linha vertical mediana 3. Linha inferior e depois para a direita e
para O dueto colédoco (Fig. 356.1) penetra na parede
4. Bisseetriz das duas linhas que formam um 8ngulo re<!I ior até à sua terminação num
sulco ' duodenal ao nível da porção média da parte
o pel
. 0 t ec,'d o pancreático que
se rela-
. à d1re11a ' com a parte descendente do descendente do duodeno, na transição entre a
no. face posterior e a face medial (Fig. 356.2).
17.1.2.2. RELAÇÕES
to colédo co• no seu . Atravessa com obliquidade a parede duo­
traJecto retropan- denal, juntamente com o dueto pancreático
o, atravessa uma
17 .1.2.2.1. Porte supro duodenal _ região quadrilátera (Wirsung) (Fig. 356.3), que se encontra si­
. upenormen te' pe1a . .
Fig. 353 - Músculo esflneter da ampola hepato-pancreótico (Oddi) . margem mfen or tuado inferiormente, abrindo-se ambos, mais
355. I) te e upenor do duodeno (Fig • 355 • 7)•
1. Dueto colédoco 2. Dueto pancreático (Wirsung) 3. Músculo esfineter A parte supraduodenal (Fig. ent e ' 1 ª mse
• rção do frequentemente, na ampola hepato-pancreá­
d o neSl
da ampola hepato-pancreática (Oddi) 4. Músculo esflneter comum 1,5 cm de comprimento, sen antes _IHl!!ftn . à
. P�
d1re1ta, pela margem
mesocólon tica (Vater).
édoco.
intraduodenal S. Músculo esflneter superior do dueto colédoco 6. Mús­ que os duetos cístico e co) en dente do duo medial da A ampola hepato-pancreática (Vater) (Fig.
dos dur
culo esflneter inferior do dueto pancreático (Wirsung) fundirem, se mantêm uni deno (Fig. 355.9) e,
356.4), quando existe, é uma pequena cavi-
222 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
VIAS BILIARES 223

dade de forma conóide, com um comprimento 17.2.1. VESÍCULA BILIAR o seu grande eixo dirige-se com obliquidade
de cerca de 6 mm e uma largura de 5 mm, _ _
uma base dirigida com obliquidade súpero­ postem-supero-lateral.
A vesícula biliar é um reservatório músculo­ As dimensões são extremamente variáveis
-esquerda, onde recebe o dueto colédoco
-membranoso situado na face visceral do fígado. apresentando um comprimento médio de 8 �
(Fig. 356.1) e o dueto pancreático (Wirsung)
(Fig. 356.3), separados a este nível por uma 11 e�, e de 3 a 4 cm de largura, para uma
prega em forma de esporão (Fig. 356.5). capacidade média de 45 cm3.
17.2. l. l. CONSIDERAÇÕES GERAIS
A base corresponde ao ponto de entrada dos A B e
dois duetos. O ápice corresponde a um óstio 17.2.1.1.3. Divisão
17.2.1.1.1. SitUD{ÕO
que se abre na cavidade duodenal. A super­ Fig. 3S7 • Voriaiões de abertura do dueto cofédoco e do , e1,
fície interna apresenta pequenas pregas val­ A vesícula biliar é constituída por três part
pancreálico (Wirsung) no parle descendente do duodeno A vesícula biliar (Fig. 358.1) está situada na es:
vulares. A superfície externa, observada pela o fundo, o corpo e o colo.
A. Ausência de ampola hepato-poncreática (Valer) com aberl .
fossa da vesícula biliar. Encontra-se relacio­ O fundo da vesícula biliar (Fig. 359.
cavidade duodenal, tem a forma de uma sa­ nada, posteriormente, com a porta hepática 1)
liência em forma de tubérculo, constituindo independente dos canais colédoco e pancreático (Wirsung) no po c?�responde à porção inferior da vesí
Fig._358.2),_ anterio�mente, com a margem cula
a papila maior do duodeno (Fig. 356.6), maior do duodeno B. Ausência do ampola hepalo•pancre611ca (Vote, bibar. �ncontra-se na fossa da vesícula
ntenor do fígado (Fig. 358.3), à direita com biliar
situada entre a face medial e a face posterior e do papila maior do duodeno, com abertura individual dos dut111 e relaciona-se com a parede abdomm
colédoco e poncreático (Wirsung) no lume duodeno( C. Dueto resull o lobo direito do fígado (Fig. 358.4) e, 'à es­ . . al ante-
da parte descendente do duodeno. É uma nor, sendo arredondada e flutuando
do reunião dos duetos colédoco e pancreático (Wirsung), abrindo • querda, �om o lobo quadrado (Fig. 358.5). _ livre-
saliência conóide alongada, com cerca de _ mente supeno rmente às ansas intestinais
lume duodenal A v1suahzaçao da vesícula biliar com meios O corpo �a ves�ula biliar (Fig. 359.
1 cm, que se prolonga por uma prega disposta 2) �or­
J c�ntraste � outras técnicas imagiológicas responde a porçao média da vesícula bilia
verticalmente, a prega longitudinal do duo­ r
Quando a ampola hepato-pancreática (Vater permite precisar a sua localização no vivo. e��ontrando-se aderente à fossa da vesí
deno (Fig. 356.7). O ápice da papila maior _ cul�
e a papila maior do duodeno estão ausente . colec1s1ografia ou a colangiografia permi­
do duodeno apresenta um óstio, com cerca de �ihar pela sua face superior, através de tecido
2 mm de diâmetro, que constitui o ápice da os dois duetos abrem-se independenteme m ver a vesícula projectada sobre o lado fibroso laxo e fixada através da sua
_ face
ampola hepato-pancreática (Vater). na cavidade duodenal através de dois ósu r 110 da 2•, 3• ou 4ª vértebras lombares. m· feno· r pelo peri
toneu do fígado.
Quando a ampola hepato-pancreática (Vater) separados (Fig. 357.B), ou o dueto coléd, O c�lo da vesícula biliar (Fig. 359.3)
e o dueto pancreático (Wirsung) unem-se, p 2
é a
está ausente, o dueto colédoco e o dueto pan­ 3 P?r!ao q�e se vai continuar com o dueto
creático (Wirsung) abrem-se por dois óstios constituírem um dueto único (Fig. 357.C cistico (Fig. 359.4), sem que exista uma linha
independentes, no ápice da papila maior do que se abre então por intermédio de um 6 de separação nítida, sendo constituído
na cavidade duodenal. por
duodeno (Fig. 357.A). bossas, uma das quais mais desenvolvida
a pelve da vesícula biliar (Figs. 359.
5 ;
17 .1.2.3. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA
O dueto colédoco é extraperitoneal em 1
a sua extensão, sendo constituído por 5
3 túnica fibro-muscular e uma h\nica mu�
A túnica fibro-muscular é formada por
xes conjuntivos unidos entre si por fi
elásticas e também por fibras muscular-e iio, formo 8 direcsõo do
vesícula biliar
plexiformes. ar 2. Porto hep6tico
A túnica mucosa é uma lâmina mu11 3· Margem anterior do fígado
, do IIgodo S. Lobo qua
apresentando numerosos diveruculo drado do fígado
penetram na túnica fibro-muscular
1 U· f1nno• d.
irectlio e
dimensões
Fig. 3S6 • Ampola hepato-pancreática (Valer)

1. Dueto colédoco 2. Poriõo da parede p6stero-mediol do porte 17 .2. VIA BILIAR ACESSÓRIA la biliar tem
uma forma piriforme e
descendente do duodeno 3. Dueto pancreático (Wirsung) 4. Ampola · com grande extrenudad Fig. 359 • Divisão do vesícula biliar
111uí e ântero-
. p de
hepoto-pancreática (Valer) S. Esporão 6. Papila maior do duodeno A via biliar acessória é cons
co. __...._ o nd� apresen tar uma forma 1. Fundo da vesícula biliar 2. Corpo do vesícula biliar
7. Prega longitudinal do duodeno vesícula biliar e pelo dueto císu ou ov61de. 3. Colo da vescu
1 1a
11or 4 . Dueto dstico 5. Pelve da vesícula biliar 6.
bT
Nodo linfático dstico

224 ÓRGÃOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)
VIAS BILIARES 225

360.1). A porção esquerda da pelve da vesí­ O colo da vesícula biliar dirige-se prim
cula biliar condiciona um ângulo reentrante, eiro
com obliquidade súpero-esquerda e
onde se encontra o nodo linfático cístico depois
posteriormente, apresentando o aspecto
(Fig. 359.6) que, quando hipertrofiado, difi­ dum
S itálico. Ocupa a extremidade superior
culta ou impede a drenagem da bílis. O nodo da
margem livre do omento menor ou
linfático cístico condiciona internamente um gastro­
-hepático (Fig. 363.9), corresponden
esporão (Fig. 360.2), com uma válvula late­ do ao
ramo direito da veia porta.
ral (Fig. 360.3), transversalmente disposta,
e uma válvula medial (Fig. 360.4), incons­
tante, com disposição vertical.

Fig. 361 - Meios de fixa1ão da vesícula biliar


1. Peritoneu envolvendo completamente o fundo da veslmla b"
2. Face superior do corpo da vesícula biliar relacionada com o fm1
da vesícula biliar 3. Face inferior do corpo da vesícula biliar envo!,•
por peritoneu

nível da intersecção de uma linha vertical 362 • Projec1ão parietal da vesícula biliar
direita (Fig. 362.1), passando pela margem
vertical direita 2. Linha horizontal 3. Linha axila-umbilical
lateral do músculo recto do abdómen e dt
uma linha horizontal (Fig. 362.2), passa
ao nível da 10ª cartilagem costal direita. 11.2.1.2.2. Corpo da vesícula biliar
Fig. 360 - Conforma1ão interna do corpo e colo da vesícula biliar Pode a projecção abdominal ser tam�
1. Pelve da vesícula biliar 2. Esporão 3. Válvula lateral 4. Válvula medial referenciada, através da intersecção da linlll corpo da vesícula biliar (Fig. 363.3) apre
­
axilo-umbilical direita (Fig. 362.3), com la relações por intermédio das suas face
s Fig. 363 - Rela1ões da vesícula biliar
extremidade anterior da 10" cartilagem cos pcrior e inferior.
17.2.1.1.4. Meios de fixa{ÕO direita. í■ce superior encontra-se unida 1. Fundo da vesícula biliar 2. lncisura da vesícula biliar 3. Corpo
ao parên­ da
ma hepático da fossa da ves vesícula biliar 4. Fossa da vesícula biliar S. Peritoneu revest
ícula biliar indo a
O fundo da vesícula biliar encontra-se comple­ f • 363.4), por tecido conjuntivo fibr face inferior do corpo da vesícula biliar 6. Parte descendente
17.2.1.2. RELAÇÕES oso do
tamente envolvido por peritoneu (Fig. 361.1). e pelas veias portas acessória duodeno 7. C61on transverso 8. Colo da vesícula biliar 9. Oment
r■c, inferior está revesti s. o menor
A face superior do corpo da vesícula biliar da por peritoneu ou gastro-hepático
encontra-se fixada à fossa da vesícula biliar 17.2.1.2.1. Fundo da vesícula biliar 363-5), em toda a sua extensã
o. Rela­
através de tecido fibroso laxo (Fig. 361.2), •fiC com a face
superior da parte descen­
e a face inferior do corpo está fixada por O fundo da vesícula biliar (Fig. 363 .1) e do duodeno (Fig. 363.6 17.2.1.3. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
) e com o cólon
peritoneu hepático (Fig. 361.3). tra-se situado na incisura da ve sícula crso (F'ig. 363.7), de
modo inconstante A vesícula biliar é constituída por uma
Por vezes, o colo pode estar ligado ao fígado (Fig. 363.2), ao nível da margem antenor mobilidade desses órgã
os. tú­
nica serosa, uma túnica fibro-muscular e
através do meso hepato-cístico (Fig. 365.B3), fígado, no limite anterior da fissura uma
dependente da margem direita do omento túnica mucosa.
-posterior direito.
Relaciona-se directamente com ª
menor ou gastro-hepático. A túnica serosa, a mais externa, é formada
por peritoneu.
anterior do abdómen, sendo possível a
i vesícula biliar (Fig. 363.8) é a
17.2.1.1.S. Projec{ÕO parietal o fundo, ao nível da extremi'd de
a ª n�•� estreita da vesícula biliar, com
O fundo da vesícula biliar, relativam
móvel, encontra-se completamente envo
ente
da 10 cartilagem costal direita, no •rcxuoso, con . lvido
trastando com a drre cça-o
ª
. por peritoneu (Fig. 364.1).
A vesícula biliar, através do seu fundo, pro­ intersecção do rebordo costal com
3 e commuando-se com
o dueto cístico' O corpo da vesícula biliar, através da sua
jecta-se na parede abdominal anterior, ao lateral músculo recto do abdóme n. to de transi· çao
- u,1:.c,,
1.ucil de preci
face
sar.

inferior, está fixado pelo peritoneu hepá
tico
226 ÓRGiíOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGES
TIVO) - VIAS BILIARES 277

A túnica fibro-muscular é constituída por 17.2.2. DUCTO CfSTICO margem livre e outra aderente. A disposição
feixes conjuntivos e também por fibras mus­ e o número destas pregas é muito variável
culares lisas, havendo fibras musculares �m o dueto cístico estende-se do colo da vesícula podendo mesmo admitir-se a existência de
espiral (Fig. 366.1) e fibras musculares lon­ biliar à extremidade inferior do dueto hepá­ uma única prega, disposta em espiral.
gitudinais (Fig. 366.2). O dueto cístico tem o comprimento de cerca
tic o comum, o qual passa, a partir desse
de 3 a 4 cm e o diâmetro de 3 a 4 mm. Podem
ponto, a denominar-se dueto colédoco.
encontrar-se duetos císticos curtos ou ine­
xistentes, com comprimento inferior a 3 cm,
17.U.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS e duetos císticos longos, com 6 a 8 cm,
abrindo-se próximo da ampola hepato-pan­
17.2.2.1.1. Trojedo e diret{ÕO creático (Vater).
Fig. 364 . Peritoneu ao nlvel do fundo e do corpo do vesícula biliar

1 Peritoneu envolvendo completomente o fundo do veslculo biliar O due to cístico (Fig. 368.1) dirige-se com 17.2.2.1.3. Termino{õo
Iiquidade póstero-ínfero-esquerda, até
2: Peritoneu envolvendo o corpo do veslculo biliar 3. Ligamento clstico­
-c6lico
ançar o dueto hepático comum (Fig. 368.2), Na grande maioria dos casos, o dueto cístico,
crevendo uma curva com concavidade ao atingir o dueto hepático comum, situa-se
fero-lateral. Ao atingir o dueto hepático no seu flanco direito, onde vai terminar. Pode
(Fig. 364.2), encontrando-se, nalguns casos, o Fig. 366 - Túnico libro-musculor do veslculo biliar mum, coloca-se no seu flanco direito, onde abrir-se no flanco anterior depois de con­
ligamento cístico-cólico (Fig. 364.3), que i frequentemente se abre, podendo mais tornar o flanco direito. Noutros casos, abre­
1. Fibras musculares em espiral 2. Fibras musculares long1tu
une esta face à parte descendente do duodeno Jmente fazê-lo nos flancos posterior, -se no flanco esquerdo depois de passar
e à flexura direita ou hepática do cólon. enor ou esquerdo. posteriormente ao dueto hepático comum.
O colo da vesícula biliar (Fig. 365.Al) pode A túnica mucosa é uma lâmina com funç Excepcionalmente, pode terminar no flanco
aderir directamente à fossa da vesícula biliar de absorção e de secreção, sendo septa 17 U.1.2. Forma e dimensões posterior do dueto hepático comum.
(Fig. 365.A2), por intermédio do peritoneu apresentando divertículos e glândulas m O dueto cístico pode abrir-se no dueto
(Fig. 365.A3). sas túbulo-acinosas (Luschka), abundante dueto cístico é flexuoso, apresentando hepático comum segundo três tipos: o tipo
._ .
Nalguns casos, o colo da vesícula bibar �Fig. colo da vesícula biliar. Macroscopicame r as bossas (Fig. 368.3) separadas por angular, formando um ângulo agudo; o tipo
365.Bl) pode estar ligado à fossa da vesicula apresenta-se constituída por pregas I F -'tos. Na superfície interna, os sulcos condi­ paralelo, em que o dueto cístico se mantém
biliar (Fig. 365.B2) através do meso hepato­ 367.1) e por aréolas (Fig. 367.2). m as pregas espirais (Heister) (Fig. paralelo ao dueto hepático comum, antes de
•cístico (Fig. 365.B3), dependente da margem , habitualmente semilunares, com uma fazer a sua abertura; o tipo em espiral, em
direita do omento menor ou gastro-hepático. que o dueto cístico se enrola em torno do
Este meso contém a artéria e a veia císticas, dueto hepático comum, anterior ou posterior­
vasos linfáticos e o plexo cístico. mente, para fazer a sua abertura no flanco
esquerdo.
O dueto cístico pode também abrir-se no
ponto onde se origina o dueto hepático co­
mum, no dueto hepático direito e no dueto
hepático esquerdo. Em casos de grandes
canais císticos, a sua abertura pode fazer-se
próximo da parte descendente do duodeno.

3
17.2.2.2. RELAÇÕES
A B
O dueto cístico (Fig. 369.1) situa-se na es­
do veslculo b1hor
6rec1õo e <onformo,õo interno
do dueto cístico pessura do omento menor ou gastro-hepático
Fig. 367 - Conformo,õo interno (Fig. 369.2), anteriormente e à direita da veia
Fig. 365 - Peritoneu oo nlvel do colo do veslculo biliar o heP6rico comum 3.
8ossos 4. Pregos espirais porta (Fig. 369.3), tendo à esquerda, o dueto
Al. e 81. Colo do veslculo biliar A2. e 82. Fosso do vesícula biliar 1. Pregos 2. Aréolos
hepático comum (Fig. 369.4).
A3. Peritoneu 83. Meso hepoto-clstico
228 ÓRGAOS DIGESTIVOS (SISTEMA DIGESTIVO)

As relações mais importantes são estabe­ A túnica mucosa é uma camada muito fina,
lecidas com a artéria cística (Fig. 369.5). Esta apresentando numerosos divertículos que 1,
artéria está contida também no omento menor penetram na túnica fibro-muscular. !
!"
ou gastro-hepático e, sendo um dos ramos
colaterais da artéria hepática, dirige-se hori­
zontalmente até ao colo da vesícula biliar.
A artéria cística tem grande importância na
cirurgia das vias biliares, limitando, superior­
Ili
5
mente, o triângulo de Calot, cujos outros
lados são, à esquerda, o dueto hepático co­
mum (Fig. 369.4) e, à direita, o dueto cístico
(Fig. 369.1).
ORGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
17 .2.2.3. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA

O dueto cístico é constituído por uma túnica


serosa, uma túnica fibro-muscular e uma
túnica mucosa.
A túnica serosa, a mais externa, é consti­
tuída pelo omento menor ou gastro-hepático.
A túnica fibro-muscular é constituída por
Fig. 369 • Relações do dueto císlico
feixes conjuntivos unidos entre si por fibras
elásticas e também por fibras musculares lisas 1. Duelo císlico 2. Omento menor ou goslro-hep6tico 3. Velo 1
longitudinais. 4. Dueto hep6tico comum 5. Artéria cístico
Os rins em número de dois, um direito e
2
Üs órgãos urinários são os elementos mor­ par e simétrico, impelido pelo peritoneu pa­
fológicos que constituem o sistema uri­ rietal contra a parede posterior do abdómen. outro esquerdo, cuja função é de elaborar
nário, sendo este sistema formado pelos rins, sendo constituído pelas partes lombar, ilíac a. a urina, são órgãos toraco-abdominais, retro­
pelas vias excretoras do rim, pela bexiga e pélvica e intravesical. pentoneais e paravertebrais. Cada um dos
pela uretra. nns apresenta uma via excretora, a qual atra­
A bexiga é um órgão ímpar e mediano des­ , és do uretéro termina na bexiga.
Os rins, em número de dois, um direito e tinado a recolher a urina elaborada pelos rins
outro esquerdo, são órgãos retroperitoneais, a qual lhe chega através dos uretéros d�
situados na região posterior do abdómen, ao forma contínua, enviando-a depois para 0 18.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
nível das 11ª e 12ª vértebras torácicas e das exterior através da uretra, no momento das
1ª, 2ª e 3ª vértebras lombares, cuja função é micções. Quando a bexiga está em vacuidade,
a da elaboração da urina. Os rins estão rela­ fica completamente situada na cavidade 18.1.1. SITUAÇÃO
cionados com a parede posterior do abdómen, pélvica, projectando-se anteriormente ao
por intermédio de uma lâmina fibrosa, a fás­ nível da sínfise púbica e do corpo dos púbis. Os rins (Fig. 370 .1) são órgãos retroperi­
cia renal. A fáscia renal, ao nível da margem Quando a bexiga está em repleção, relaciona­ ton eais situados na região posterior do abdó­
lateral do rim, divide-se em duas lâminas, a -se com a parede abdominal anterior, podendo men, ao nível das 11ª e 12ª vértebras torá­
lâmina anterior, pré-renal e a lâmina poste­ alcançar o umbigo. cicas (Pig. 370.2) e das 1ª, 2ª e 3ª vértebras
rior, retrorrenal, formando a loca renal, na lombares (Fig. 370.3), ocupando a região
qual se encontra o rim e a cápsula adiposa. A uretra é o dueto através do qual a urina, renal.
depois de uma permanência mais ou menos O rim direito situa-se um pouco mais infe­
As vias excretoras do rim iniciam-se no seio prolongada na bexiga, alcança o exterior. normente do que o rim esquerdo, resultando
Fig. 370 • SituoIÕO dos rins
renal, compreendendo os cálices renais me­ A uretra masculina é um longo dueto uro­ e,ta situação da pressão provocada pelo
nores, que se lançam nos cálices renais -genital, dando passagem à urina e ao es­ f1gado. 1. Rins 2. 11° e 12° vértebras torácicos 3. l º, 2° e 3° vértebras lombares
maiores, que confluem para a pelve renal. perma, estendendo-se desde o colo da bexiga Frequentemente, os rins podem ocupar uma
A pelve renal reveste a forma de um funil até ao óstio externo da uretra, sendo cons­ situação anómala, como resultado de uma
membranoso, com uma base súpero-lateral tituída pelas partes prostática, membranácea alteração do desenvolvimento embrionário, com os seguintes limites: superiormente, por
formada pela reunião dos cálices renais maio­ e esponjosa. constituindo, a ectopia renal. Nestes casos, uma linha horizontal superior (Fig. 371.1),
res e com um ápice ínfero-medial, que se A uretra feminina, exclusivamente urinária, o rim pode encontrar-se anteriormente à parte passando pelo processo espinhoso da 11ª vér­
continua com o uretéro. muito mais curta do que a do homem, é cons­ lombar da coluna vertebral, na abertura supe­ tebra torácica; inferiormente, por uma linha
O uretéro é o dueto excretor da urina, que se tituída pelas partes pélvica e perineal. rior da pelve, ou na pelve menor onde se horizontal inferior (Fig. 371.2), passando
estende da pelve renal à bexiga. É um dueto relac iona com a bexiga ou com o recto. Pode pelo processo espinhoso da 3ª vértebra lom­
ainda situar-se inferiormente ao outro rim, bar; mediaimente, por uma linha vertical
constituindo nestes casos uma ectopia cru- medial (Fig. 371.3), passando a cerca 2,5 cm
- zada. do plano sagital mediano; lateralmente, por
uma linha vertical lateral (Fig. 371.4), pas­
sando a cerca 10 cm do plano sagital me­
- 18.1.2. PROJECÇÃO PARIETAL diano.
A projecção parietal dos rins é muito variá­
Os rins projectam-se na parede abdominal vel, sendo habitual a sua descida na inspi­
posterior segundo uma superfície rectangular ração e a sua subida na expiração, situando-
232 ÓRGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
- RINS 233

A margem medial é interrompida na sua por. As variações de soldadura podem ser de 18.1.7. MEIOS DE FIXAÇÃO
ção média pelo bilo �enal (Fig. 372.AB?), quatro tipos: o rim em ferradura com con­
que apresenta uma cavidade com a for.ma de cavidade superior (Fig. 373.A), quando os
Os rins estão mantidos em posição por inter­
um losango, tendo o seu grande eixo, llllla rins estão unidos na linha mediana pelos
médio de diversos meios de fixação.
obliquidade póstero-inferior, onde se encontra p6los inferiores; o rim em ferradura com
A loca renal é o mais importante meio de
o pedículo renal e que conduz a uma cavi­ concavidade inferior (Fig. 373.B), quando fixação, sendo uma loca fibrosa fechada pela
dade profunda, o seio renal (Fig. 372.ABS). 05 rins estão unidos na linha mediana pelos fáscia renal, constituída pela lâmina ante­
Os rins são alongados no sentido vertical. No p6los superiores; o rim esferoidal (Fig. rior da fáscia renal (Fig. 374.1), pré-renal
entanto, a linha imaginária que une os seus 373.C), quando os rins estão unidos na linha
e pela lâmina posterior da fáscia renal (Fig.
pólos não é paralela ao plano sagita1, mediana e resultam da sua junção através das 374.2) retrorrenal. No interior da loca renal,
apresentando uma obliquidade ínfero-laterai, suas margens mediais; e o rim com junção o rim está separado das suas paredes pela
de tal forma que a distância que separa os unilateral (Fig. 373.D), quando os rins se
encontram à direita ou à esquerda da linha cápsula adiposa (Fig. 374.3).
pólos superiores é menor do que a que separa
mediana, unindo-se entre o pólo inferior do A glândula suprarrenal (Fig. 374.5) está
os pólos inferiores.
rim superior e o pólo superior do rim inferior. separada do rim por intermédio da lâmina
O eixo transversal do rim não se encontra
inter-suprarreno-renal (Fig. 374.4).
situado num plano frontal, mas com grande
O peritoneu parietal (Fig. 374.6) também é
obliquidade póstero-lateral, estando a face
um meio de fixação, tanto mais que sobre ele
anterior orientada ântero-lateralmente e a face
se exerce a pressão de outros órgãos abdomi­
posterior orientada póstero-medialmente.
nais.
O pedículo renal, formado pela artéria, veia
renal e pelve renal, tem uma função pouco
importante.
A pressão abdominal desempenha o papel
A B e mais importante na manutenção dos rins na
sua posição.
Fig. 373 • Voriosões de soldadura do rim
Fig. 371 - Projeqõo parietal dos rins
A. Rim em ferradura com concavidade superior 8. Rim em ferradura
1. Linho horizontal superior 2. Linho horizontal inferior 3. Linho vertical 11111 concavidade inferior
C. Rim esferoidal D. Rim com junsõo unilateral
medial 4. Linho vertical lateral

18.l.S. COLORAÇÃO E CONSISTÊNCIA


-se a projecção do rim direito inferiormente
ao rim esquerdo. Fig. 372 - Formo do rim direito observado pelo face anterior (AI e Os rins apresentam uma coloração vermelho­
pelo face posterior (8) -acastanhada escura. No bilo renal, devido à
existência de tecido célulo-adiposo, têm uma
18. l .3. FORMA, DIRECÇÃO E ORIENTAÇÃO 1. Face anterior 2. Face posterior 3. Margem medial 4. Margem lalllll
coloração amarelada.
5. P61o superior 6. P61o inferior 7. Hilo renal 8. Seio renal 9. Tubirmlo
superior 1O. Tubérculo inferior Os rins têm uma consistência dura.
A forma do rim tem sido comparada à de um
feijão. Apresenta-se alongado verticalmente e
achatado ântero-posteriormente, descrevendo­
18. l.4. VARIAÇÕES � 18.l.6. DIMENSÕES E PESO
-se, uma face anterior (Fig. 372.A l ) convexa,
uma face posterior (Fig. 372.B2) plana, uma
margem medial (Fig. 372.AB3) côncava, uma As variações de forma podem corresponder
i� deO rimcomprimento,
apresenta como dimensões médias 12 cm
6 cm de largura e 3 cm de
margem lateral (Fig. 372.AB4) muito con­ a rins curtos, rins longos ou rins lobulados­ espessura. Fig. 374 • Meios de fixosõo do rim
vexa, um pólo superior (Fig. 372.ABS) e um As variações de volume são frequentes, � O peso médio é de aproximadamente de 140 1. Lamino anterior do fóscio renal 2. Lamino posterior do fóscio renal
pólo inferior (Fig. 372.AB6), ambos arredon­ mantendo a forma normal dos rins ma J gramas, sendo geralmente o rim esquerdo 3. Cápsula adiposo 4. Lamino inter-suprorreno-renol 5. Glandulo
dados. estando estes atrofiados. � mais volumoso. suprarrenal 6. Peritoneu parietal
234 ÓRGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO}
- RINS 235

O seio renal encontra-se preenchido colll.


18.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA não é mais do que uma dependência do tecido
tecido célulo-adiposo, ramos da artéria e celular subperitoneal, mais espesso, perten­
da veia renais, nervos, cálices renais e pelve cente ao peritoneu parietal.
O rim direito é mais globoso do que o rim
renal. Se todas estas estruturas forem reti­ A fáscia renal, ao nível da margem lateral do
esquerdo, sendo este mais alongado do que
o primeiro. Ambos os rins se apresentam radas, o seio renal apresenta a forma de uma rim, divide-se em duas lâminas, a lâmina
alongados verticalmente e achatados ântero­ cavidade prismática rectangular, achatada anterior da fáscia renal (Fig. 376.3), pré­
-posteriormente, descrevendo-se uma face ântero-posteriormente, com todas as paredes -renal e a lâmina posterior da fáscia renal
anterior convexa, uma face posterior plana, constituídas por parênquima renal, à excep­ (Fig. 376.4), retrorrenal, que vão constituir a
uma margem lateral muito convexa, uma ção do hilo renal. loca renal, na qual se encontra o rim e a
margem medial côncava, um pólo superior e O seio renal é muito irregular no seu interior, ápsula adiposa (Fig. 376.12).
um pólo inferior, ambos arredondados. apresenta saliências cónicas, as papilas renats
A face anterior (Fig. 372.Al), convexa, lisa, (Fig. 375.2), em número de 10 a 12, com 0,5
9 10
quase globosa, olha ântero-lateralmente. Re­ a 1 cm de altura, podendo ser duplas, e que 18.4.l. LÂMINA ANTERIOR DA FÃSCIA RENAL 8 11 12

laciona-se através da lâmina anterior da fás­ estão separadas entre si pelas colunas renats
cia renal, com o peritoneu parietal posterior (Bertin) (Fig. 375.3), convexas, em forma de A J&mina anterior da fáscia renal (Fig. 376.3) Fig. 376 - Constitui,õo do loco renal esquerdo em corte !ronsversol
e, através deste, com órgãos contidos na cavi­ prega. constitui o desdobramento anterior da fáscia
1. Rim esquerdo 2. Fóscio renal 3. L6mino anterior do fóscio renal
dade abdominal. As papilas renais correspondem ao ápice das renal, revestindo, em toda a sua extensão, a
4. L6mino posterior do fóscio renal 5. Aorta abdominal 6. Veio covo
A face posterior (Fig. 372.B2), plana, lisa, pirâmides renais (Malpighi), apresentando face anterior do rim, passando depois ante­ inferior 7. Fóscio de coolescêncio {Toldt) 8. Músculo quadrado dos
olha póstero-medialmente. Relaciona-se, cada uma delas, cerca de 20 a 40 foramenes riormente ao bilo renal, pedículo renal, aorta lombos 9. Músculo psoos maior 10. Corpo vertebral 11. Corpo adiposo
posteriormente, através da lâmina posterior da papilares, com 1 a 2 mm de diâmetro, onde abdominal (Fig. 376.5) e veia cava inferior pororrenol (Geroto) 12. Cópsulo adiposo
fáscia renal, com a parede abdominal posterior fazem a sua abertura os túbulos colectores (Fig. 376.6), para se fundir na linha mediana
e com os flancos laterais dos corpos vertebrais. (Bellini), ou seja, a porção dos túbulos colec­ com a lâmina anterior do lado oposto.
A margem lateral (Fig. 372.B4), muito con­ tores dos nefrónios que se encontram na me­ A lâmina anterior da fáscia renal, menos resistente que a lâmina anterior da fáscia
vexa, apresenta por vezes sulcos, resquícios dula renal. O conjunto dos forarnenes papilares espessa do que a lâmina posterior da fáscia renal. Reveste depois o músculo quadrado
da lobulação fetal. constitui a área cribriforme (Fig. 375.4). renal, encontra-se reforçada no ponto em dos lombos (Fig. 376.8) e o músculo psoas
A margem medial (Fig. 372.B3) apresenta, na que tem relações com o cólon, pela fáscia de maior (Fig. 376.9), inserindo-se na porção
sua porção média, uma fenda quadrangular, coalescência (Toldt) (Fig. 376.7). A fáscia de ântero-lateral dos corpos vertebrais (Fig.
com quatro lábios, anterior, posterior, superior coalescência (Toldt) é mais extensa em altura 376.10), mediaimente às inserções do mús­
e inferior, o bilo renal (Fig. 372.AB7), em do lado esquerdo do que do lado direito, culo psoas maior.
cujas extremidades se encontram duas proemi­ sendo este facto explicado pelas relações com A lâmina posterior da fáscia renal está sepa­
nências, o tubérculo superior (Fig. 372.A9) o cólon, pois o cólon ascendente relaciona-se rada do músculo quadrado dos lombos, pelo
e o tubérculo inferior (Fig. 372.AlO). com a porção inferior do rim direito, en­ corpo adiposo pararrenal (Gerota) (Fig.
O pólo superior (Fig. 372.5) arredondado, quanto o cólon descendente se relaciona 376.11).
mais largo do que o inferior, relaciona-se
com os dois terços inferiores do rim es­
com a glândula suprarrenal, com o fígado, à
querdo. Estas relações explicam o facto de o 18.4.3. LOCA RENAL
direita, e com o baço, à esquerda.
rim esquerdo estar mais solidamente aplicado
O pólo inferior (Fig. 372.6), arredondado e
menos desenvolvido que o superior, relaciona­ à parede abdominal posterior do que o rim
O rim e a glândula suprarrenal estão contidos
direito.
-se com o uretéro, a que está ligado por inter­ fig. 375 - Seio renal após extroc,õo do seu conteúdo na loca renal, formada pela lâmina anterior
médio do ligamento uretéro-renal (Navarro). da fáscia renal (Figs. 376.3 e 377.1) e pela
1. Seio renal 2. Pupilos renais 3. Colunas renais (Bertin) 4. Ãreo aibrlfunne
18.4.2. LÂMINA POSTERIOR DA FÃSCIA RENAL lâmina posterior da fáscia renal (Figs. 376.4
e 377.2).
18.3. CONFORMAÇÃO INTERNA á (ZUCKERKANDL) Na extremidade superior a loca renal está
18.4. LOCA RENAL solidamente aderente à face inferior do dia­
O bilo renal encontra-se na porção média da � A lâmina posterior da fáscia renal (Fig. fragma (Fig. 377.3).
margem medial do rim, onde se observa o O rim (Fig. 376.1) está aplicado à parede pos­ 3 376.4) constitui o desdobramento posterior Na extremidade inferior, a loca renal tem as
pedículo renal, e conduz a uma cavidade terior do abdómen por intermédio da fáscio : da fáscia renal, revestindo em toda a sua duas lâminas aproximadas, mas não fundidas
profunda, o seio renal (Fig. 375.1). renal (Fig. 376.2), de natureza fibrosa, que extensão a face posterior do rim, sendo mais
(Fig. 377.4), terminando a loca renal na fossa
236 ÓRGiiOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO} RINS 237
-
;;.;;.;;__..;;.;;;;,;,;.;,;;...;.;;.;;.;.;.;;.;;.;.;...i...----.......-----------------------

ilíaca, formando, em virtude da sua dispo­ rior da fáscia renal, à lâmina parietal poste. lâmina parietal do peritoneu (Fig. 378.6) As ansas jejunais (Figs. 379.3 e 380.8) en­
sição, uma abertura por onde passa o uretéro rior do peritoneu e, através deste, aos órgãos ' 1 de um espaço com-
· m, ao mve contram-se relacionadas com o rim, inferior­
ad re ao n
A
(Fig. 377 .5). As duas lâminas, nesta porção contidos na cavidade abdominal. l do fígado,
r:endido entr e a face viscera mente ao cólon transverso e à flexura esquerda
inferior, encontram-se reunidas por pequenas As relações do rim direito e do rim esquerdo a parte descendente do duodeno, ou esplénica do cólon.
f I ralJnente,
aderências, nas quais repousa o rim. são diferentes. ª:dialmente, a glândula suprarrenal direita,
No interior da loca renal, o rim encontra-se :periormen te, _e a flexura direita ou hepática 18.5.1.2.2. Relotões do portão supramesoc6Iico do
envolvido por tecido célulo-adiposo, a cáp­
18.S.1.1. FACE ANTERIOR DO RIM DIREITO do cólon, infenormente.
sula adiposa (Figs. 376.12 e 377.6). Este face anterior do rim esquerdo
tecido célulo-adiposo é pouco espesso na
O fígado (Figs. 378.1 e 380.1) relaciona-se A glândula suprarrenal esquerda (Figs.
face anterior do rim, sendo mais desenvolvido pela sua face visceral, onde apresenta urna
11.S. 1.2, FACE ANTERIOR DO RIM ESQUERDO
na porção inferior da margem lateral do rim, 379.4 e 380.9) relaciona-se com o oitavo
impressão, correspondendo ao quinto súpero­ A face anterior do rim esquerdo é quase intei­ superior do pólo superior do rim.
onde tem uma espessura de cerca de 3 a 4 cm,
-lateral do rim, e à qual está unido por urna ramente supramesocólica, sendo atravessada O baço (Figs. 379.5 e 380.10), através da sua
constituindo uma espécie de almofada, que
prega do peritoneu, o ligamento hepato-renat. a nível da sua porção média pelo mesocólon face póstero-medial, reveste os dois terços
mantém o rim na sua posição.
A flexura direita ou hepática do cólon do cólon transverso. superiores, adjacentes à margem lateral do rim.
(Figs. 378.2 e 380.2) relaciona-se com o pólo A cauda do pâncreas (Figs. 379.6 e 380.11)
inferior do rim, na união do quarto inferior relaciona-se com uma faixa transversal si­
18.S. RELAÇÕES com os três quartos superiores, sem inter­
11.s.1.2.1. Relotões do portiio infromesoc6lico do
tuada no quinto médio do rim.
posição de peritoneu, estando separado dele face anterior do rim esquerdo
O estômago (Figs. 379.7 e 380.12), através da
pela fáscia de coalescência (Toldt). sua face posterior e da bolsa omental, rela­
18.S.1. FACE ANTERIOR A parte descendente do duodeno (Figs.
A porção esquerda do cólon transverso
(Figs. 379.1 e 380.6), o qual se dirige com ciona-se com os dois terços superiores do rim.
378.3 e 380.3) relaciona-se com a metade
A face anterior é habitualmente convexa, lisa, obliquidade súpero-esquerda, relaciona-se
medial do rim.
quase globosa, olhando ântero-lateralmente, com a face anterior do rim, ao nível da união 9
A cabeça do pâncreas (Figs. 378.4 e 380.4)
respondendo, por intermédio da lâmina ante- do seu terço superior com o seu terço médio.
relaciona-se com uma pequena porção do rim,
A flexura esquerda ou esplénica do cólon
entre a glândula suprarrenal direita e a parte
1Figs. 379.2 e 380.7) relaciona-se com a face '·1,
descendente do duodeno.
anterior do rim, próximo do terço inferior da
A glândula suprarrenal direita (Figs. 378.5
margem lateral do rim.
e 380.5) relaciona-se com o oitavo superior
3 do pólo superior do rim.

Fig. 380 - Relações anteriores dos rins


6 1. Fígado 2. Flaxura direito ou hap6tica do c61on 3. Porte descendente
'"< do duodeno 4. Cabaça do p6ncraos 5. Gl6ndula suprarrenal direito
6. Porção esquerda do c61on transverso 7. Flaxuro esquerda ou
asplénica do c61on 8. Ansas jajunais 9. Gl6ndulo suprarrenal esquerdo
lC 1 1
i

3 1 O. Baço 11. Cauda do p6ncraas 12. Est6mago


õ
Fig. 377 - Loco renal direito em corte porossogitol
Fig. 378 • Relações do face anterior do rim direito � F 319 · Relações da face anterior do rim esquerdo
1. l6mino anterior do f6scio renal 2. l6mino posterior da f6scia renal 18.S.2. FACE POSTERIOR
3. Face inferior do diafragma 4. Extremidade inferior da loca renal 1. Fígado 2. Flexura direito ou hep6tico do c61on 3. Parte descendemt 1. Por1ãa esquerda do c61on transverso 2. Flaxura esquerda ou
do duodeno 4. Cabeça do p6ncreas 5. Gl6ndula suprarrenal direü• es�énico do c61on 3. Ansas jajunais 4. Gl6ndula suprarrenal esquerda A face posterior é plana, lisa e orientada
5. Abertura da extremidade inferior da loco renal por onde posso o
6. l6mina parietal do peritoneu S. 801° 6. Cauda do p6ncraas 7. Est6mago
ureléro 6. C6psulo adiposa póstero-medialmente, relacionando-se através
238 ÓRGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
--- RINS 239

para medial; o lábio poste-


da lâmina posterior da fáscia renal, supe­ u.ca1 e convexo . .
riormente, com a abertura inferior do tórax e, •or v ertical e mais curto que o antenor; o
inferiormente, com a região lombar. O liga­ ��bi� superior (Fig. 383.5), com obliquidade
mento arqueado medial (Fig. 381.1) e o liga­ póstero-inferior; o lábio inferior (Fig. 383.6)
mento arqueado lateral (Fig. 381.2) estabele­ eom direcção horizontal. ,
cem o limite entre a porção torácica e a 0 bilo renal apresenta o ped1culo renal
porção lombar do rim. (fig. 383.1), constituído, indo de anterior
Na parede torácica, a face posterior dos rins para posterior: pela veia ren�l. e seus troncos
está relacionada com o diafragma (Fig. 381.3) de origem (Fig. 383.7), artena renal e seus
e com o recesso costa-diafragmático da ramos (Fig. 383.8), os cálices renais menores
pleura, estando a metade superior do rim A B e cálices renais maiores e a pelve renal (Fig.
esquerdo ao nível da 11ª e 12ª costelas (Fig. 383.9), apresentando, anteriormente e poste­
382.A l ) e o terço superior do rim direito ao riormente, vasos e nodos linfáticos e nervos.
nível da 12ª costela (Fig. 382.B1). Fig. 382 - Reloiões do foce posterior do rim esquerdo (A) e do rim
direito (B)
A margem medial, na sua porção superior, Fig. 383 - Reloiões do morgem mediol e dos pólos do rim
Na parede lombar, a metade inferior do rim relaciona-se com a glândula suprarrenal (Fig.
A1. 11' e 12' castelos esquerdos B1. 12' costeio direito A2. e B2. Mhidt
esquerdo e os dois terços inferiores do rim 383.10), estando separada do rim por inter­ 1. Pedículo renol 2. Tubérculo superior 3. Tubérculo inferior 4. Lábio
transverso do obd6men A3. e B3. Músculo quodrodo dos lombos
direito relacionam-se, indo de lateral para médio da lâmina inter-suprarreno-renal, anterior do hilo renol S. Lábio superior do hilo renol 6. Lábio inferior
medial, com o músculo transverso do abdó­ desdobramento da fáscia renal. Relaciona-se, do hilo renol 7. Veio renol 8. Artéria renol 9. Pelve renol 1O. Gl6ndulo
men (Figs. 381.4 e 382.AB2), e o músculo posteriormente, com os processos transversos suprorrenol direito 11. Pilar principal esquerdo do diolrogmo 12. Aorto
quadrado dos lombos (Figs. 381.5 e 382.AB3). 18.S.3. MARGEM LATERAL das 1ª e 2ª vértebras lombares, os pilares obdominol 13. Veio covo inferior 14. Músculo psoos moior 1S. PoriÕD
No corpo adiposo pararrenal (Gerota), en­ principais do diafragma (Fig. 383.11), a aorta inicial do uretéro 16. P61o superior do rim 17. P61o inferior do rim
contram-se, indo de superior para inferior, o A margem lateral do rim, convexa, mais abdominal (Fig. 383.12), à esquerda, e com a 18. Ligamento uretéro-renol (Novorro)
12º nervo intercostal (Fig. 381.6) e os nervos próxima da face posterior, apresenta, por veia cava inferior (Fig. 383.13), à direita.
ílio-hipogástrico e ílio-inguinal (Fig. 381.7). vezes, saliências, vestígios da lobulação fetal. A margem medial, na sua porção inferior,
O rim direito relaciona-se, superiormente, relaciona-se com o músculo psoas maior
músculos psoas maior e quadrado dos lom­
com o fígado (Fig. 380.1) e, inferiormente, (Fig. 383.14) e com a porção inicial do ure­
bos. Relaciona-se com o uretéro, o qual está
com a margem lateral do músculo quadrado téro (Fig. 383.15).
ligado ao rim por intermédio do ligamento
dos lombos.
O rim esquerdo relaciona-se, superiormente. uretéro-renal (Navarro) (Fig. 383.18).
com o baço (Fig. 380.10) e, inferiormente, 18.S.S. PÕLO SUPERIOR
com a porção esquerda do cólon transverso
(Fig. 380.6) e com a flexura esquerda ou O pólo superior do rim (Fig. 383.16), largo, 18.6. TERRITÓRIOS RENAIS
esplénica do cólon (Fig. 380.7). arredondado, maciço e liso, relaciona-se com
a face inferior do diafragma, com a glândula
uprarrenal (Fig. 383.10), a face interna da 18.6.1. ARTÉRIA RENAL CONDICIONANDO OS
18.S.4. MARGEM MEDIAL 12" costela, a pleura e o pulmão. TERRITÕRIOS RENAIS
O pólo superior do rim está ainda relacio­
A margem medial do rim, côncava, apresenta, nado, à direita, com o fígado, muito próximo As artérias renais foram bem estudadas por
na sua porção média, o pedículo renal (Fig. da veia cava inferior e, à esquerda, com o Miguel Correia (1983). São ramos colaterais
383.1), que está relacionado com o bilo � baço, um pouco afastado da aorta abdo­ viscerais da aorta abdominal, destinadas ao
renal, nas extremidades do qual se encontram , minai. rim, e no qual desempenham um duplo papel,
duas proeminências, o tubérculo superior :::
nutritivo e funcional.
j 18.S.6. PÕLO INFERIOR
'i
(Fig. 383.2) e o tubérculo inferior (Fig. 383.3). As artérias renais são em número de duas, uma
direita e outra esquerda, podendo encontrar-se
Fig. 381 - Reloiões do foce posterior do rim esquerdo Miguel Correia (1983) descreveu o hilo renal. mais do que uma, de um e de outro lado, e até
1. Ligamento orqueodo mediol 2. Ligamento orqueodo loterol 3. Dio­ com o comprimento médio de 4 cm e a � O pólo inferior do rim (Fig. 383 .17), mais a existência de uma artéria renal única.
frogmo 4. Músculo transverso do obd6men S. Músculo quodrodo dos largura de 3 cm, apresentando quatro lábios 5 pequeno, alongado e afastado da linha me­ Com origem na aorta abdominal, a artéria
lombos 6. 12° nervo intercostol 7. Nervos ílio-hipogástrico e ílio-inguinol desiguais: o lábio anterior (Fig. 383.4), ver· ,:, diana que o pólo superior, repousa sobre os renal termina a diversos níveis. O local onde
240 ÔRGAOS URINÃRIOS (SISTEMA URINÁRIO) RINS 241

ongma os ramos terminais não influi na lobares, a artéria lobar anterior (Fig. 384.2) A artéria polar inferior (Fig. 386.1) observou­ O território vascularizado pela artéria lobar
forma de divisão, nem no território de distri­ e a artéria lobar posterior (Fig. 384.3). -se em 34,5% dos casos, originando-se na posterior condiciona o lobo posterior, monos­
buição no parênquima renal. Alguns ramos Em 28,5% dos casos, a artéria renal bifurca. artéria segmentar ântero-inferior, na arté­ segmentar, constituindo o segmento posterior.
colaterais desta artéria, em particular as arté­ -se, originando duas artérias lobares, a artf. ria lobar posterior, ou como ramo colateral
rias polares, condicionam também territórios ria lobar anterior e a artéria lobar poste­ da artéria renal (Fig. 386.2). O território vascularizado pela artéria lobar
de distribuição no parênquima renal. rior. Contudo, a artéria lobar anterior origina anterior apresenta-se mais variável. Pode
A artéria renal condiciona os seus ramos de duas artérias segmentares, a artéria segJnen. esta artéria ocupar toda a porção anterior do
divisão e respectivo território vascular no tar ântero-superior e a artéria segmentar parênquima renal, limitando o lobo anterior,
parênquima, de forma muito variável. ântero-inferior. monossegmentar, constituindo o segmento
A classificação por andares, baseada na O rim pode ainda ser vascularizado por arté­ anterior.
divisão dicotómica dos diferentes ramos arte­ rias segmentares polares, a artéria segmentar Pode também a artéria lobar anterior originar
riais é a mais aceite. Os ramos terminais polar superior e a artéria segmentar polar duas artérias segmentares, constituindo o seg­
resultantes da divisão da artéria renal são as inferior, que vão condicionar segmentos autó­ mento ântero-superior e o segmento ântero­
artérias lobares. Os ramos terminais resul­ nomos, localizados nos pólos do rim. •inferior.
tantes da divisão das artérias lobares são as A artéria segmentar polar superior (Fig. 38S.I) A artéria segmentar polar superior origina o
artérias segmentares. observou-se em 75,9% dos casos, originando­ segmento superior, e a artéria segmentar
Em 71,5% dos casos, a artéria renal (Fig. -se na artéria segmentar ântero-superlor, polar inferior origina o segmento inferior.
384.1) bifurca-se, dando origem a duas artérias na artéria lobar posterior, ou como ramo
colateral da artéria renal (Fig. 385.2). Os diferentes segmentos encontram-se sepa­
rados por planos avasculares, as fissuras
intersegmentares.
A fissura intersegmentar maior, passando
ao nível da margem lateral do rim, separa o
segmento posterior do segmento anterior,
quando existe apenas um segmento, ou
do segmento ântero-superior e do segmento
ântero-inferior, quando existem dois seg­ ,,
mentos anteriores.
A fissura intersegmentar menor intercepta
Fig. 386 • Foca anterior do rim direito, com o segmento inferior a fissura intersegmentar maior, separando o
mdJYiduollzodo, seporodo dos restantes segmentos pela fissura inferior, segmento ântero-superior superior do seg­
segundo a técnico de injeciõa-corrosõo-fluorescência, num molde mento ântero-inferior.
preparado par Miguel Correio
A fissura superior separa o segmento supe­
1 Art6rla polar inferior 2. Artéria renal 3. Segmento inferior 4. Fissura rior do segmento posterior e do segmento
Inferior anterior, quando existe apenas um segmento
anterior, ou do segmento ântero-superior
superior, quando existem dois segmentos
18.6.2. SEGMENTOS RENAIS anteriores.
A fissura inferior (Fig. 386.4) separa o seg­
: F. T. Graves (1954), L. DiDio (1956) e Mi­ mento inferior (Fig. 386.3) do segmento pos­
� guel Correia (1982) demonstraram que o terior e do segmento anterior, quando existe
>; carácter terminal da artéria renal permitia apenas um segmento anterior, ou do seg­
: estabelecer territórios vasculares independen- mento ântero-inferior, quando existem dois
3_ tes, relativamente a cada um dos seus ramos segmentos anteriores.
� de divisão. A forma como a artéria se divide
Fig. 384 - Foce anterior do rim esquerdo segundo o técnico de injecsõo­ Fig. 38S - Foce anterior do rim direito segundo o técnico de lnjec1ã• � é a determinante do número de territórios
-corrosõo-fluorescêncio, num molde preporodo por Miguel Correio
Miguel Correia (1983) descreveu rins com
-corrosõo-lluorescêncio, num molde preporodo por Miguel Correio : ª considerar, podendo estes ter dimensões três segmentos, com quatro segmentos e com
1. Artéria renal 2. Artéria lobor anterior 3. Artéria lobor posterior 1. Artéria polar superior 2. Artéria renal vari áveis. cinco segmentos.
242 ÓRGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO) - RINS 243

separadas entre si pelas colunas renais


Os rins com três segmentos encontravam-se 18.7. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA (Bertin).
em cerca de 27% dos casos e tinham a se-
guinte distribuição: As pirâmides renais (Malpighi) (Fig. 390.2)
2
são pequenas pirâmides quase cónicas, em
Em 21,8%, havia um segmento posterior l8.7.1. CÃPSULA FIBROSA número de 10 a 12 por cada rim, com uma
(Fig. 387.Al), um segmento ântero-superior
(Fig. 387.A2), e um segmento ântero-inferior base periférica, um corpo e um ápice con­
Os rins são envolvidos pela cápsula fibrosa vergindo para o seio renal.
(Fig. 387.A3). Fig. 390.1) formada de fibras conjuntivas e
. . O ápice da pirâmide, a papila renal (Fig.
Em 4,5%, havia um segmento postenor (Fig. �aras fibras elásticas. Esta cápsula envolve 390.5), faz saliência para o seio renal, apre­
387.Bl), um segmento anterior (Fig. 387.B2) completamente o parênquima e invagina-se sentando uma porção mais estreita, o colo
e um segmento superior (Fig. 387.B3). no seio renal, onde se continua com a túnica
A B (Fig. 390.6), onde se inserem os cálices renais
Em 0,7%, havia um segmento posterior (Fig. conjuntiva dos cálices e da pelve renal. menores. A papila renal apresenta 20 a 40
387.Cl), um segmento anterior (Fig. 387.C2), A cápsula fibrosa é formada por duas camadas: foramenes de 1 a 2 mm de diâmetro, os fora­
e um segmento inferior (Fig. 387.C3). a externa, dando ao rim o seu aspecto brilhante
Fig. 388 • Rins com quatro segmentos menes papilares, cujo conjunto constitui a
e relacionando-se com a cápsula adiposa, e a área cribriforme (Fig. 390.7).
AI e Bl. Segmento posterior A2 e B2. Segmento 8ntero-superior
interna, aderindo ao parênquima renal. O corpo da pirâmide, com aspecto estriado,
A3 e B3. Segmento 8ntero-inferior A4. Segmento superior B4. Segm11110
inferior
apresenta bandas claras (Fig. 390.8), corres­
pondentes aos túbulos colectores (Bellini), e
18.7.2. PARfNOUIMA RENAL bandas escuras ou vasculares (Fig. 390.9),
Os rins com cinco segmentos encontravam­ correspondentes aos vasos rectos.
o parênquima renal apresenta a medula renal As colunas renais (Bertin) (Fig. 390.3) são
-se em cerca de 32,3% dos casos e tinham a
e o córtex renal. prolongamentos do córtex renal, apresentando
seguinte distribuição: um segmento posterior A medula renal envolve o seio renal, sendo o aspecto de bandas pálidas que separam as
(Fig. 389.1), um segmento ântero-superlor formada por uma série de pequenos triân­ pirâmides renais (Malpighi), com as quais
(Fig. 389.2), um segmento ântero-inferlor gulos de base periférica e de cor escura, as se relacionam directamente. Podem ser colu­
(Fig. 389.3), um segmento superior (Fig. pirâmides renais (Malpighi) (Fig. 390.2), nas renais (Bertin) primárias, se atingem o
389.4), e um segmento inferior (Fig. 389.5). separadas entre si por bandas mais claras, as seio renal, e colunas renais (Bertin) secun­
colunas renais (Bertin) (Fig. 390.3). dárias, se o não atingem.
O córtex renal, mais claro do que a anterior,
Fig. 387 - Rins com três segmentos
ocupando a periferia do órgão, é constituído
pelos corpúsculos renais (Malpighi) e pelos

r
Al, Bl e Cl. Segmento posterior B2 e (2. Segmento anterior raios medulares (Ludwig) (Fig. 390.4). 10
A2. Segmento 8ntero-superior A3. Segmento 8ntero-inferior 83. Seg­ Em alguns mamíferos e também no feto hu­
mento superior C3. Segmento inferior mano, o rim está dividido em lobos renais,
cada um com uma pirâmide renal (Malpighi), 4 1
pela porção adjacente das colunas renais 3
Os rins com quatro segmentos encontra­
(Bertin). Os lóbulos renais são constituídos
vam-se em cerca de 40,5% dos casos e tinham por uma porção central, o raio medular (Lu­
a seguinte distribuição: dwig), e uma porção periférica, constituída
Em 39%, havia um segmento posterior (Fig. , por córtex renal, onde se encontram os pri-
388.Al), um segmento ântero-superior (Fig. 7 meiros segmentos do nefrónio.
388.A2), um segmento ântero-inferior (Fig. � No rim adulto, o conceito de lobos e de lóbu-
388.A3), e um segmento superior (Fig. � los é apenas teórico.
Fig. 389 - Rins com cinco segmentos Fig. 390 - Constitui�õo do parênquima renal
388.A4). ::!
Em 1,5%, havia um segmento posterior (Fig. 1. Segmento posterior 2. Segmento 6ntero-superior 3. Segmento lln!IIO­ 1. Cápsula fibroso do rim 2. Pir8mide renal (Malpighi) 3. Coluna renal
388.Bl), um segmento ântero-superior (Fig. -inferior 4. Segmento superior 5. Segmento inferior 11.7.2.1. MEDULA RENAL (Bertin) 4. Raios medulares (Ludwig) 5. Papilas renais 6. Colo do 1
1
11
388.B2), um segmento ântero-inferior (Fig. pir8mide renal (Molpighi) 7. Ãreo cribriforme 8. Bandas claras na
388.B3) e um segmento inferior (Fig. A medula renal envolve o seio renal, sendo pir8mide renal (Malpighi) 9. Bandos escuros ou vasculares no pir8mide
constituída pelas pirâmides renais (Malpighi), renal (Molpighi) lO. Labirinto cortical
388.B4).
�!,_==�=:::.::: ::....i::::.:.:.:::::..::.:::.:.:.:.:::.::.1...-----------------------
244 ÔRGiíOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
RINS 245

18.7.2.2. CÕRTEX RENAL 18.7 .2.3.S. Túbulos colectores

O córtex renal, mais claro do que a medula Os túbulos colectores (Fig. 393.6) resultam
renal, ocupa a periferia do rim, tendo uma da reunião dos túbulos contorcidos distais
coloração amarelada, situada entre as pirâ­ que, à medida que se aproximam da medula
mides renais (Malpighi) e entre a sua base e renal, vão aumentando de calibre. Ao alcan­
a cápsula do rim, e sendo constituída pelas
·,
çarem a espessura da pirâmide renal (Malpi­
raios medulares (Ludwig), e entre elas os pri­ S 8 ghi), passam a chamar-se túbulos colectores
meiros segmentos do nefrónio. (Bellini) (Fig. 393.7), abrindo-se na papila
Os raios medulares (Ludwig) (Fig. 390.4) renal através dos foramenes papilares (Fig.
Fig. 391 - Constituição do corpúsculo renal (Molpighi)
são prolongamentos das pirâmides renais 393.8). Em cada papila renal, fazem a sua
(Malpighi) originados na sua base, com as­ 1. Cápsula glomerulor (Bowmon) 2. Lamino externo ou parietal abertura cerca de 20 a 40 túbulos colectores
pecto estriado, com a forma de finas agulhas, 3. Lamino interno ou visceral 4. Espaço capsular 5. Pólo vascular fig. 392 • Glomérulos com uma omplioçõo de 135x, observados com (Bellini), dos 4.000 a 6.000 tubos colectores,
em número de cerca de 500 por cada pirâ­ 6. Arteríola glomerulor oferente 7. Arteríola glomerulor eferente 0 técnico de injecçõo-corrosõo poro microscopia electrónico de existentes na base de cada pirâmide renal
mide renal (Malpighi). Estendem-se da base 8. Rede capilar arterial 9. Pólo urinário I O. Túbulo contorddo proxim varrimento, num molde preparado por Miguel Correio (Malpighi).
da pirâmide renal (Malpighi) até à vizinhança
da porção periférica do córtex renal, mas sem interna ou visceral (Fig. 391.3), com célula
1. Glomirulos 2. Tufo de capilares 3. Arteríola glomerulor oferente
alcançar a cápsula fibrosa do rim. 4. Arlarlolo glomerulor eferente 18.7.2.4. APARELHO JUSTAGLOMERULAR
especiais, os podócitos, formados por um
O labirinto cortical (Fig. 390.10), com as­ corpo celular que emite prolongamentos pri­
pecto granuloso, separa os raios medulares Ao nível dos corpúsculos renais (Malpighi),
mários, de onde se destacam prolongamentos é fortemente flexuoso e enrolado sobre si a arteríola glomerular aferente e por vezes a
(Ludwig) um dos outros e da superfície do secundários que se interpenetram, deixando mesmo, penetrando numa pequena porção da
rim, sendo constituído por componentes do arteríola glomerular eferente apresentam uma
espaços entre si, as fendas de filtração. Entre medula renal, para se continuar com a alça modificação da sua túnica média, onde as
nefrónio. as duas lâminas, encontra-se o espaço cap­ renal (Henle). fibras musculares lisas são substituídas por
sular (Fig. 391.4) que recebe o líquido células epitelióides, conhecidas por células
18.7 .2.3. NEFRÕNIOS filtrado através da parede capilar e da l&rnina 18.7.2.3.3. Al{a renal (Henle) justaglomerulares, cuja função é a produção
interna ou visceral. de renina.
O nefrónio é a unidade histológica e fisio­ Os corpúsculos renais (Malpighi) têm um Às flexuosidades do túbulo contorcido proxi­
lógica do rim, havendo cerca de dois milhões pólo vascular (Fig. 391.5), onde penetra a mal segue-se à alça renal (Henle), com a forma
por rim, sendo constituído por diferentes arteríola glomerular aferente (Fig. 391.6) e de um U, sendo constituída por dois ramos,
porções: corpúsculos renais (Malpighi), tú­ sai a arteríola glomerular eferente (Fig. 391.7), um ramo descendente (Fig. 393.3), delgado,
bulo contorcido proximal, alça renal (Henle), entre as quais está interposta uma extensa e um ramo ascendente (Fig. 393.4), mais
túbulo contorcido distal e tubos colectores rede capilar arterial (Fig. 391.8), e um pólo espesso, ambos localizados na medula renal.
que, nas pirâmides renais (Malpighi), se urinário (Fig. 391.9), onde se origina o
denominam túbulos colectores (Bellini). túbulo contorcido proximal (Fig. 391.10). 18.7.2.3.4. Túbulo contorcido distal
Os glomérulos (Fig. 392.1) formam um sis­
18.7.2.3.1. Corpúsculos renais (Malpighi) tema porta arterial, constituído por um tufo Ao ramo ascendente da alça renal (Henle),
de capilares (Fig. 392.2), mais ou menos ra­ segue -se o túbulo contorcido distal (Fig. ,'
Os corpúsculos renais (Malpighi) apresen­ mificado, com origem na arteríola glome· 393.5), com trajecto sinuoso, com menor
i':

tam uma forma esférica, com 0,2 a 0,3 mm rolar aferente (Fig. 392.3), que depois se c?mprimento do que o túbulo contorcido pro­
de diâmetro, encontrando-se disseminados no reúnem para formarem a arteríola glome· ximal, localizado no córtex renal, acabando
córtex renal. São formados por um tufo de rolar eferente (Fig. 392.4). por terminar num túbulo colector. A porção
capilares, o glomérulo, envolvido pela cáp­ � do túbulo contorcido distal relacionada com
sula glomerular (Bowman). 18.7.2.3.2. Túbulo contorcido proximal � os corpús culos renais (Malpighi) do mesmo Fig. 393 - ConstituiíÕO do nefrónio
A cápsula glomerular (Bowman) (Fig. 391.1) nefrónio apresenta modificações da
..: parede,
õ onde as células se tornam cilíndricas com
1. Corpúsculo renal (Molpighi) 2. Túbulo contorcido proximal J. Rumo
é constituída por uma lâmina externa ou Aos corpúsculos renais (Malpighi) (Fig. 393: 1
segue-se o túbulo contorcido proximal (Fig. ::i nú�leos alongados e próximos, constituindo a
descendente do oiço renal (Henle) 4. Rumo ascendente do oiça renal
parietal (Fig. 391.2), formada por um epi­
télio simples pavimentoso, e por uma lâmina 393.2), localizado no córtex renal, o qual m acula densa. (Henle) 5. Túbulo contorcido distal 6. Túbulo colector 7. Túbulo colector
(Bellini) 8. Foromenes popilores
=-.:.: :......:.::;:;;;.:;�==�=,;,;;,;_==.;;.L..-----------------------
246 ÓRGAos URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)

A mácula densa do tubo contorcido distal e


as células justaglomerulares formam, em con­
junto, o aparelho justaglomerular.
que contorna os ramos da alça renal (HenJe .
Os capilares da porção periférica do córtex
renal reúnem-se para constituir as vénulas
J
VIM EICRETORAS DO RIM
estelares (Fig. 394.9), que se unem às veias
interlobulares (Fig. 394.10), acabando por
18.7.2.S. MICROVASCULARIZAÇÃO DO RIM
drenar para as veias arqueadas (Fig. 394.llJ.
que depois originam as veias interl obares
Os ramos das artérias segmentares dão origem As vias excretoras do rim iniciam-se no seio de união dos cálices renais maiores superior
(Fig. 394.12). A medula renal apresenta a,
às artérias interlobares (Fig. 394.1), que se renal, compreendendo os cálices renais me­ e inferior.
vénulas rectas (Fig. 394.13), que também
situam entre as pirâmides renais (Malpighi). nores que se lançam nos cálices renais O cálice renal maior inferior (Fig. 395.4)
terminam nas veias arqueadas.
Ao alcançarem a base das pirâmides, bifur­ maiores e se reúnem para formar a pelve com obliquidade súpero-medial é o mais
cam-se, originando as artérias arqueadas 10 renal, continuando-se este com o uretéro que desenvolvido.
(Fig. 394.2), situadas entre a medula renal e o lança a urina na bexiga.
córtex renal, paralelamente à cápsula fibrosa
do rim. As arteríolas arqueadas originam,
como ramos colaterais, as artérias interlobu­
lares (Fig. 394.3), perpendiculares à cápsula
19.1. CÃLICES RENAIS
fibrosa do rim, que se encontram situadas entre 3
os raios medulares (Ludwig). Os cálices renais estão situados no interior do
seio renal. 5
As artérias interlobulares originam as arte­
ríolas glomerulares aferentes (Fig. 394.4),
que penetram no pólo vascular do glomérulo, 19.1.1. CÃLICES RENAIS MENORES
originando um tufo de capilares, que acaba
depois por se reunir para formar a arteríola
Os cálices renais menores (Fig. 395.1) são
glomerular eferente (Fig. 394.5), a qual sai formações membranosas, com cerca de 1 cm
do glomérulo pelo pólo vascular. As arteríolas de comprimento e 5 mm de diâmetro, que se
eferentes acabam por originar o plexo capilar encontram no interior do fundo do seio renal. Fig. 395 - Cálices renais e pelve renal
peritubular dos túbulos contorcidos (Fig. Fig. 394 - Microvosculorizo1õo do rim
Inserem-se no colo da pirâmide (Malpighi),
394.6), a rede capilar que contorna os túbulos 1. Cálices renais menores 2. Cálice renal maior superior 3. Cálice renal
1. Artéria interlobor 2. Artéria arqueado 3. Artéria interlobuloi retraindo-se depois para apresentarem a
contorcidos proximal e distal, e ainda as arte­ maior médio 4. Cálice renal maior inferior S. Pelve renal 6. Uretéro
4. Arteríola glomerulor oferente S. Arteríola glomerular eferutt forma de um funil.
ríolas rectas (Fig. 394.7), com um trajecto 6. Plexo capilar peritubular dos túbulos contorcidos 7. Arterlola reda Os cálices renais menores, em número de
rectilíneo, que se situam na medula renal, onde 8. Plexo capilar peritubular da 0110 renal (Henle) 9. Vénulas estalam 10 a 12, reúnem-se em grupos de três ou
originam outro plexo capilar peritubular da 1O. Veia interlobulor 11. Veia arqueada 12. Veio interlobor 13. V6olla quatro, para constituírem os cálices renais 19.2. PELVE RENAL
alça renal (Henle) (Fig. 394.8), a rede capilar recta maiores.
19.2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
19.1.2. CÃLICES RENAIS MAIORES
A pelve renal (Fig. 395.5) reveste a forma de
� Os cálices renais maiores recebem os cálices um funil membranoso, com uma base súpero­
; renais menores, fazendo a sua união no inte­ -lateral, formada pela reunião dos cálices renais
,1
� rior do seio renal, para constituírem a pelve maiores superiores, e um ápice ínfero-medial,
: renal. que se vai continuar com a porção inicial do
'ê, O cálice renal maior superior (Fig. 395.2) uretéro (Fig. 395.6). É achatado ântero-poste­
5 é longo e mais fino, com obliquidade ínfero- riormente e a sua forma é variável, tendo em
·medial, sendo um pouco retraído na sua média 2 a 3 cm de altura e 2 cm de largura.
� porção média. Conforme a disposição dos cálices renais
: O cálice renal maior médio (Fig. 395.3), maiores, distinguem-se diversos tipos de
· com disposição horizontal, termina no ângulo pelve renal: a pelve renal ampular (Fig.
248 ÓRGÃOS URINÁRIOS {SISTEMA URINÁRIO) VIAS EXCRETORAS DO RIM 249

396.A), com cálices renais maiores muito


curtos e a pelve renal larga, e a pelve renal­ 19.3. URETÉRO
-ramificada ou ramalhete (Fig. 396.B), com
o uret éro é a porção do canal excretor do

,�-,,_,·_..-:: 1
cálices renais maiores longos e desenvolvidos
'./-

reunindo-se na porção lateral do seio renal. ;.: rim, que se estende da pelve renal à bexiga,
-� //'·\
�Ó•· . . . ,
.-· .. -
·j I. '.; -:_:-
-.e
sendo um dueto músculo-mucoso par e simé­
trico, impelido pelo peritoneu parietal contra
a parede abdominal posterior, percorre suces­
•• 1
sivamente as regiões lombar, ilíaca e pélvica.
,..

19.3.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Fig. 397 - Relo,ões do por,õo introssinusol do pelve renal


19.3.1.1. SITUAÇÃO
A B 1. L6bio anterior do seio renal 2. Pelve renal 3. Artéria labor anterior
4. Veio labor posterior O uretéro (Fig. 399.1) apresenta quatro partes:
Fig. 396 • Tipos de pelve renal lombar, ilíaca, pélvica e intravesical.
Anteriormente, relaciona-se com a artéria e A parte lombar (Fig. 399.2) encontra-se,
A. Pelve renal de tipo ompolor B. Pelve renal de tipo ramificado ou veia lobar anterior. inicialmente, na loca renal, relacionando-se
ramalhete Posteriormente, relaciona-se com a artéria e depois com o ápice dos processos transversos
veia lobar posterior. da 2ª, 38, 4ª e 5ª vértebras lombares.
19.2.2. RELAÇÕES Superiormente, relaciona-se com a glândula A parte ilíaca (Fig. 399.3) relaciona-se com Fig. 399 - Situa,õo e portes do uretéro
suprarrenal (Fig. 398.2). a articulação sacro-ilíaca e com a porção
Posteriormente, relaciona-se em ambos s 1. Uratéro 2. Porta lombar 3. Porte ilíaco 4. Porta pélvico 5. Porta
A pelve renal compreende duas porções, uma posterior da fossa ilíaca. introvasicol
intrassinusal e outra extrassinusal. lados, com a fossa lombar. A parte pélvica (Fig. 399.4) relaciona-se
Anteriormente e à direita, relaciona-se com com a parede lateral da cavidade pélvica, no
a parte descendente do duodeno (Fig. 398.3),
19.2.2.1. PORÇÃO INTRASSINUSAL interior do tecido célulo-adiposo subperito­
através da lâmina anterior da fáscia renal e da ligamento inguinal, na umao do seu terço
neal, dirigindo-se para inferior, até alcançar
fáscia de coalescência (Treitz). medial com os dois terços laterais.
Os cálices renais e metade da pelve renal a incisura isquiática maior, e depois segue
Anteriormente e à esquerda, relaciona-se
estão situados no interior do seio renal, en­ com a face posterior da cauda do pâncreas com obliquidade ântero-inferior.
volvidos por tecido célulo-adiposo. (Fig. 398.4), através da lâmina anterior da A parte intravesical (Fig. 399.5) representa 19.3.1.3. DIMENSÕES
Os lábios do seio renal (Fig. 397.1) relacio­ fáscia renal. o ponto onde o uretéro penetra na bexiga,
nam-se, na sua porção inferior, com o ponto atravessando a sua parede num trajecto de O comprimento do uretéro tem valores variá­
de saída da pelve renal (Fig. 397.2). 1 a 1,5 cm, para se abrir na sua cavidade veis entre 30 e 35 cm.
A artéria lobar anterior e seus ramos (Fig. vesical, ao nível do trígono da bexiga (Lieu­ O uretéro no homem é um pouco mais longo
397.3) relacionam-se com a face anterior da taud). do que o da mulher, e o uretéro direito, em
pelve renal, e a artéria lobar posterior e seus 3 razão do abaixamento do rim correspondente,
ramos relacionam-se com a face posterior 19.3.1.2. PROJECÇÃO PARIETAL é um pouco mais curto do que o esquerdo.
da pelve renal. A veia lobar posterior e seus
ramos (Fig. 397.4) encontram-se situados A projecção da parte lombar do uretéro na 19.3.1.4. FORMA E CALIBRE
posteriormente à artéria lobar anterior e seus pare de abdominal anterior pode ser referen­
ramos e anteriormente à pelve renal. ,,.
õ
" ciada através de três linhas: uma linha hori­
z�otal superior (Fig. 400.1), passando ao
O calibre do uretéro não é uniforme ao longo
do seu trajecto.

19.2.2.2. PORÇÃO EXTRASSINUSAL nivel da extremidade anterior da 12ª costela; O uretéro tem, na sua origem, uma zona aper­
Fig. 398 - Relo,ões do por,õo extrossinusol do pelve renal � uma linha horizontal inferior (Fig. 400.2), tada, o colo do uretéro (Fig. 401.1); quando
A pelve renal (Fig. 398.1) relaciona-se direc­ 1. Pelve renal 2. Gl6ndulo suprarrenal 3. Porte descendente do duodtat 5 unindo as espinhas ilíacas ântero-inferiores; se relaciona com os vasos ilíacos (Fig. 401.2)
tamente com o pedículo renal. 4. Cauda do p6ncreos uma linha vertical (Fig. 400.3), passando no apresenta o aperto ilíaco (Fig. 401.3); e
250 ÔRGAos URINÁRIOS {SISTEMA URINÁRIO)
- VIAS EXCRETORAS DO RIM 251

Superiormente, encontra-se fixado pela sua


continuidade com a pelve renal, pelo liga­
mento uretéro-renal (Navarro) e pelos pedí­
culos vásculo-nervosos uretéricos superiores.
Jpferiormente, encontra-se fixado pela con­
tinuidade com a bexiga, os pedículos vásculo­
-nervosos uretéricos inferiores e a bainha
fibrosa que envolve a sua porção terminal.
EID toda a extensão, está fixado através do
peritoneu parietal posterior, situado numa
espécie de bainha, a loca ureteral.

19.3.2. LOCA URETERAL

Fig. 401 • Constri1ões e diloto1ões do uretéro


A loca ureteral (Fig. 402.1) é formada por
uma bainha fibrosa periférica, que resulta do
1. Aperto do colo do uretéro 2. Vasos ilíacos 3. Aperto ilíaco ◄. Aparhl prolongamento para inferior da lâmina ante­
vesicol 5. Fuso lombar ou principal 6. Fuso pélvico ou ocess6rlt rior da fáscia renal (Fig. 402.2) e da lâmina Fig. 402 - Loco ureteral
7. Curvatura justorrenol 8. Curvatura pélvico posterior da fáscia renal (Fig. 402.3), e por 1. Loco ureteral 2. L6mino anterior do fóscio renal 3. L6mino posterior
uma bainha conjuntivo-vascular, envolvendo do fóscio renal 4. Loco renal 5. Cópsulo adiposo pari-ureteral 6. Parede
directamente o uretéro, sendo mais larga na abdominal posterior 7. Peritoneu parietal posterior
No plano sagital, as curvaturas são mais sua extremidade superior do que na sua
Fig. 400 - Projec1õo parietal do porte lombar do uretéro acentuadas do que no plano frontal: a cur­ extremidade inferior.
1. Linho horizontal superior 2. Linho horizontal inferior 3. Linho vertical vatura superior, na origem do uretéro, pe­ Superiormente, a loca ureteral comunica 19.3.3. RELAÇÕES
quena, com convexidade medial; a curvatura com a loca renal (Fig. 402.4), ao nível do bilo
média, sacro-ilíaca ou marginal, em relação renal, de tal forma que as duas locas se en­ O uretéro apresenta relações ao nível das suas
quando penetra na parede da bexiga, o aperto com os vasos ilíacos, com convexidade contram encostadas em toda a altura do pólo quatro partes: lombar, ilíaco, pélvico e intra­
vesical (Fig. 401.4). súpero-medial; a curvatura inferior ou pêl­ inferior do rim. No pólo inferior do rim, as vesical.
Entre o colo do uretéro e o aperto ilíaco, apre­ vica, na cavidade pélvica, com concavidade duas lâminas da loca renal encontram-se
senta uma zona dilatada, o fuso lombar ou súpero-medial. unidas ao uretéro, por intermédio de feixes 19.3.3.1. PARTE LOMBAR DO URETÉRO
fuso principal (Fig. 401.5), e entre o aperto fibrosos, constituindo o ligamento uretéro­
ilíaco e o aperto vesical, outra zona dilatada, •renal (Navarro). A parte lombar do uretéro (Fig. 403.1) está
o fuso pélvico ou fuso acessório (Fig. 401.6). 19.3.1.6. COR E CONSISTtNCIA Inferiormente, a loca ureteral abre-se no situada na loca ureteral.
A existência dos apertos uretéricos explica a tecido célulo-adiposo perivesical. Posteriormente, o uretéro relaciona-se com
retenção dos cálculos renais durante a sua O uretéro apresenta uma coloração branco
Na loca ureteral, existe tecido célulo-adi­ a fáscia ilíaca da qual está separada por uma
migração, em direcção à bexiga. rosado.
poso, constituindo a cápsula adiposa peri­ lâmina adiposa, cruzando com obliquidade
A sua consistência é semelhante ao de umn
•ureteral (Fig. 402.5), análogo à cápsula ínfero-medial, o músculo psoas maior (Fig.
veia exangue, com a qual pode ser confim­ � adiposa do rim existente na loca renal. A loca
19.3.1.5. DIRECÇÃO dido, mas a sua parede é mais espessa permi• 403.2) e músculo psoas menor (Fig. 403.3).
3 ure teral relaciona-se: posteriormente, com a O nervo génito-femoral (Fig. 403.4) está di­
tindo ser identificado por palpação. � parede abdominal posterior (Fig. 402.6), sem
Em virtude do seu comprimento, o uretéro rectamente relacionado com o uretéro, o que
descreve várias curvaturas, tanto no plano e lhe aderir; anteriormente, com o peritoneu explica as dores que irradiam aos testículos
frontal como no plano sagital. 19.3.1.7. MEIOS DE FIXAÇÃO ] parietal posterior (Fig. 402. 7), ao qual está ou lábios maiores da vulva, nas cólicas re­
No plano frontal apresenta duas curvaturas: a unido; lateral e mediaimente, com as fáscias nais. Os nervos ílio-hipogástrico, ílio-inguinal
curvatura justarrenal (Fig. 401.7), convexa O uretéro apresenta uma certa mobilidade. dos órgãos retroperitoneais adjacentes. (Fig. 403.5) e o nervo cutâneo femoral lateral
medialmente, e a curvatura pélvica (Fig. sendo deslocado facilmente por manobra� (Fig. 403.6) apresentam relações indirectas.
401.8), côncava medialmente. cirúrgicas. Mais profundamente, relaciona-se com o 3º,
252 ÓRGÍÍOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
- VIAS EXCRETORAS DO RIM 253

Medialmente, o uretéro direito está relacio­


nado com a veia cava inferior (Fig. 404.11), 1 5 cm, inferiormente à sua origem, e o 19.3.3.3. PARTE P{LVICA DO URETfRO
u�té ro esquerdo (Fig. 405.3) cruza a artéria
e o uretéro esquerdo com a aorta abdomina}
ilíaca comum esquerda (Fig. 405.4), a cerca As relações da parte pélvica do uretéro são
(Fig. 404.12). Ambos os uretéros têm rela­
ções com os nodos linfáticos abdómino­ de 1,5 cm, superiormente à sua bifurcação. diferentes no homem e na mulher, distin­
Encontram-se variações, dependentes do nível guindo-se nos dois sexos, uma porção descen­
-aórticos (Fig. 404.13) e com os troncos sim­
páticos lombares (Fig. 404.14). de bifurcação da artéria ilíaca comum, po­ dente e uma porção transversal.
dendo o uretéro relacionar-se com o ponto de
Lateralmente, ambos os uretéros relacio­
bifurcação da artéria ilíaca comum ou com a
nam-se, na porção superior, com o pólo 19.3.3.3.l. RelalÕU no homem
artéria ilíaca externa.
inferior do rim (Fig. 404.15), ao qual estão
Anteriormente, o uretéro direito encontra-se
ligados por intermédio do ligamento uretéro­ Na porção descendente, o uretéro (Fig. 406.1)
-renal (Navarro). O uretéro direito relaciona- cruzado pelo mesentério e pela artéria cólica situa-se na parede lateral da cavidade pélvica,
-se com o cólon ascendente (Fig. 404.16), e direita inferior (Fig. 405.5), e o uretéro es­ estando aderente ao peritoneu parietal.
o uretéro esquerdo com o cólon descendente querdo está coberto pelo peritoneu parietal Posteriormente, relaciona-se com a artéria
(Fig. 404.17). posterior e pela parte ilíaca do cólon descen­ ilíaca interna (Fig. 406.2), estando o uretéro
dente e cólon sigmóide (Fig. 405.6) com o direito em contacto com o seu flanco anterior,
2 seu mesocólon. e o uretéro esquerdo, com o seu flanco me­
Lateralmente, o uretéro direito está relacio­ dial. Relaciona-se, ainda, com a veia ilíaca
nado com o cego (Fig. 405.7) e com o apên­ interna (Fig. 406.3), situada posteriormente à
dice vermiforme (Fig. 405.8) e respectivos artéria, com nodos linfáticos e vasos linfá­
mesos; e o uretéro esquerdo, com o cólon ticos perivasculares e com o nervo obturador.
Fig. 403 . Rela,ões posteriores da parte lombar do uretéra 15 sigm6ide (Fig. 405.6) e respectivo meso.
Mediaimente relaciona-se com o recto (Fig.
Mediaimente, os uretéros relacionam-se com
1. Parte lombar do uretéro 2. Músculo psoas maior 3. Músculo psoas 406.4), quando está dilatado.
3--ti---.c 13 os vasos genitais.
menor 4. Nervo génito-femoral S. Nervos ílio-hipogástrico e ílio-inguinal
6. Nervo cut6neo femoral lateral 7. Processas transversos das 14__!.��tlO'fSj
vértebras lombares 1
6

4º e 5° processos transversos das vértebras i·


11 ;,
lombares (Fig. 403.7), um pouco medial­
mente ao seu ápice. Fig. 404 . Rela,ões posteriores, mediais e laterais da parte lombar 2
Anteriormente, os uretéros têm relações do uretéro
diferentes à direita e à esquerda.
1. Uretéro direito 2. Parle descendente do duodeno 3. Maso�ltn
O uretéro direito (Fig. 404.1) relaciona-se: ascendente 4. Vasos genitais direitas 5. Artéria cólica direita superior 4
superiormente, com a parte descendente 6. Artéria cólica direita média 7. Uretéro esquerda 8. Mesoc61on
do duodeno (Fig. 404.2) e com a fáscia de 4
descendente 9. Vasos genitais esquerdos 1 O. Artéria cólica asquanlo 1

coalescência (Treitz); e, inferiormente, com o superior 11. Veia cava inferior 12. Aorta abdominal 13. Nodos llnf61kos 11

mesocólon ascendente (Fig. 404.3). É cruzado abdómino-aórticos 14. Tronco simpático lombar 15. Pólo inferior 4o 1

pelos vasos genitais direitos (Fig. 404.4), pela rim direito 16. Cólon ascendente 17. Cólon descendente
artéria cólica direita superior (Fig. 404.5) e
pela artéria cólica direita média (Fig. 404.6) 19.3.3.2. PARTE ILIACA DO URET(RO
O uretéro esquerdo (Fig. 404.7) encontra-se Fig. 406 • Rela,ões da por,õo descendente da parte pélvica do uretéro
relacionado com o peritoneu parietal posterior Posteriormente, o uretéro relaciona-se com masculino
e com o mesocólon descendente (Fig. 404.8). as asas do sacro e com a articulação sacro­ � Fig. 405 - Rela,ões da parte ilíaca do uretéro
1. Uretéro 2. Artéria ilíaca interna 3. Veia ilíaca interna 4. Recto
É cruzado pelos vasos genitais esquerdos -ilíaca. � I. Urllêro direito 2. Artéria ilíaca externa direita 3. Uretéro esquerdo
(Fig. 404.9) e pela artéria cólica esquerda O uretéro direito (Fig. 405.1) cruza a artéria :l 4. Artêrta ilíaca comum esquerda S. Artéria cólica direita inferior
superior (Fig. 404.10). ilíaca externa direita (Fig. 405.2), a cerca de 6- Cólon slgmóide 7. Cego 8. Apêndice vermiforme
254 ÓRGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
- VIAS EXCRETORAS DO RIM 255

Na porção transversal, o uretéro (Fig. 407.1) 4 09.4), largamente anastomosadas, e com o trígono da bexiga (Lieutaud) (Fig. 410.6),
está compreendido entre a face póstero­ plexo bipogástrico inferior. apresentando a forma de óstios ovalares, em
-inferior da bexiga (Fig. 407 .2) e a face o uretéro alcança, então, a escavação recto­ que o grande eixo tem uma obliquidade ínfero­
ântero-lateral do recto. Cruza a face posterior .uterina (Douglas) e a face anterior da vagina -medial.
do dueto deferente (Fig. 407.3) e a artéria de­ e, após um trajecto de cerca de 1 cm, penetra
ferencial, alcançando a face póstero-inferior na parede da bexiga (Fig. 409.5).
da bexiga, inferiormente à face anterior da 19.3.4. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
vesícula seminal (Fig. 407.4). Na maior parte
deste trajecto, o uretéro situa-se no tecido 19.3.3.4. PARTE INTRAVESICAL DO URET(RO
O uretéro é constituído por três túnicas que,
célulo-adiposo perivesical. indo da superfície para a profundidade, são:
As relações intravesicais do uretéro (Fig.
410.1) são sensivelmente idênticas nos dois a túnica adventícia, a túnica muscular e a
sexos. túnica mucosa.
Fig. 408 · Reloiões do poriõo descendente do porte pélvica do urelét0 Os uretéros alcançam a face póstero-inferior
feminino da bexiga (Fig. 410.2), estando separados um 19.3.4. l. TONICA ADVENTÍCIA
1. Uretéro 2. Vasos ilíacos internos 3. Ovário 4. Recto 5. Art6ria do outro por uma distância de cerca de 5 cm.
umbilical 6. Artéria obturadora 7. Artéria uterino 8. Nervo obturodo1 O uretéro atravessa a túnica muscular da A túnica adventícia (Fig. 411.1) é consti­
bexiga (Fig. 410.3), tendo um trajecto com tuída por tecido conjuntivo que se continua,
obliquidade ântero-ínfero-medial, atravessando superiormente, com a cápsula fibrosa do rim
3 Na porção transversal, quando o uretéro a camada muscular e a tela submucosa da e, inferiormente, com o tecido conjuntivo que
(Fig. 409.1) abandona a parede lateral da bexiga. Quando atinge a camada mucosa da envolve a bexiga.
cavidade pélvica, atravessa a base dos liga­ bexiga, esta continua-se com a camada mu­
mentos largos do útero (Fig. 409.2), com cosa do uretéro, formando então uma prega
valvular, a prega mucosa uretral (Fig. 410.4), 19.3.4.2. TONICA MUSCULAR
obliquidade ântero-medial.
A artéria uterina (Fig. 409.3) cruza o uretéro, que se opõe ao refluxo da urina da bexiga
A túnica muscular representa dois terços da
passando anteriormente, para se dirigir pani para o uretéro.
Fig. 407. Relações da porção transversal da parte pélvica do uretéro espessura do uretéro, sendo constituída por
o istmo do útero. A este nível, o uretéro estó Os óstios dos uretéros (Fig. 410.5) encon­
masculino fibras musculares lisas. Encontram-se dispos­
ainda relacionado com as veias uterinas (Fig. tram-se situados nos ângulos laterais do
tas num plano superficial, formado por fibras
1. Uretéro 2. Face p6stero-inferior da bexiga 3. Duelo deferente circulares externas (Fig. 411.2), e num plano
4. Vesícula seminal I·
6 4 7

19.3.3.3.2. Rela,ões na mulher

Na porção descendente, as relações do ure­


téro (Fig. 408.1) com os vasos ilíacos inter­
nos (Fig. 408.2) são idênticas às do homem.
O uretéro aplica-se sobre o pavimento da fossa
ovárica, situada no ângulo de bifurcação da
artéria ilíaca comum, estando relacionado:
anteriormente, com o peritoneu palietal, e
na mulher jovem, com o ovário (Fig. 408.3);
mediaimente, com o recto (Fig. 408.4), quando
está distendido; e, posteriormente, com a
Fig. 409 . Relações da poriõo transversal da porte p6lvica do ureféro � Fig. 410 • Porte introvesicol do uretéro
artéria umbilical (Fig. 408.5), com a artéria feminino
� 1. Uret6ro esquerdo 2. Face póstero-inferior do bexigo 3. Túnica Fig. 411 • Constituiiõo anatómica do uretéro
obturadora (Fig. 408.6), com a artéria uterina
(Fig. 408.7), contornando o seu flanco medial, 1. Uretéro 2. Ligamento largo do útero 3. Artéria uterino 4. Vala uteriJa : musailor do bexigo 4. Prego mucoso uretra! S. Õstios dos uretéros 1. Túnica adventício 2. Fibras circulares externos 3. Fibras longitudinais
e com o nervo obturador (Fig. 408.8). S. Bexigo • 6- Trigano do bexigo (Lieutoud} internos 4. Túnico mucoso
256 ÕRGAOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
-
profundo, constituído por fibras longitu­ 19.3.4.3. TONICA MUCOSA
dinais internas (Fig. 411.3).
No terço inferior do uretéro, encontra-se um A túnica mucosa (Fig. 411.4) é fina, resis­
terceiro plano, constituído por fibras longi­ tente, lisa e de coloração acinzentada. Con­
tudinais externas, situadas externamente às tinua-se com a mucosa vesical, constituindo,
fibras circulares. ao nível do óstio do uretéro, a prega mucosa
ureteral.
A bexiga é um reservatório músculo-mem­ 4
branoso destinado a recolher a urina elabo­
rada pelos rins, a qual lhe chega através dos
uretéros, de forma contínua, acabando por
enviá-la para o exterior através da uretra, no
momento da micção.
8

20.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

20.1.1. SITUAÇÃO
A bexiga no homem (Fig. 412.1) encontra­
-se situada na loca vesical: anteriormente,
relaciona-se com o púbis e com a sínfise
púbica (Fig. 412.2); posteriormente, relacio­
na-se com o recto (Fig. 412.3); superior­
mente, através do peritoneu (Fig. 412.4), com
ansas intestinais (Fig. 412.5); inferiormente,
com a próstata (Fig. 412.6) e com o pavi­
Fig. 412 - Situosõo do bexigo no homem
mento pélvico (Fig. 412.7); lateralmente,
com o espaço pelvi-rectal. 1. Bexigo 2. Sínfise púbico 3. Recto 4. Peritoneu S. Ansas intestinais
A bexiga na mulher (Fig. 413.1) encontra­ 6. Pr6stoto 7. Pavimento pélvico 8. Escovosõo recto-vesicol (Douglas)
-se situada na loca vesical: anteriormente,
relaciona-se com o púbis e com a sínfise
púbica (Fig. 413.2); posteriormente, relacio­ nal anterior (Fig. 414.B2), podendo alcançar
na-se com o útero (Fig. 413.3) e com a va­ o umbigo.
gina (Fig. 413.4); superiormente, através do Na mulher, a bexiga tem uma situação mais
peritoneu (Fig. 413.5), com ansas intestinais ântero-inferior do que no homem, estando
(Fig. 413.6); inferiormente, com o pavi- mais próxima do pavimento pélvico. Este
"'
� menta pélvico (Fig. 413.7); lateralmente, com facto é devido à não existência da próstata, à
� o espaço pelvi-rectal. pressão exercida pelo útero e à maior obli­
: Quando a bexiga está em vacuidade (Fig. quidade da pelve maior da mulher, fazendo
�v 414.Al), situa-se totalmente na cavidade com que os órgãos contidos na cavidade pél­
? pélvica, projectando-se anteriormente ao vica tenham tendência a deslizar de posterior
- nível da sínfise púbica e do corpo dos púbis para anterior.
� (Fig. 414.A2).
: Quando a bexiga está em repleção (Fig.
· 414.BI), relaciona-se com a parede abdomi-
1 :li
258 ÓRGAos URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO) - BEXIGA 259 1f;·11
s 9 O ápice da bexiga encontra-se ligado ao
mbigo, na linha mediana, pela prega um­
�ilical mediana, contendo o úraco (Fig. 415.3)
2
f
e, lateralmente, pelas pregas umbilicais me­
diais, contendo o cordão fibroso, resultante da
obliteração das artérias umbilicais (Fig. 415.4).
A face ântero-inferior da bexiga dá inserção 3

aos dois ligamentos pubo-vesicais (Fig. 415.5),


que se dirigem para anterior_ seg�ndo um
6
A B plano sagital, acabando por se msenr na face
A B
posterior do púbis (Fig. 415.6).
A face superior e as margens laterais da be­
Fig. 414 - Rela,ões anteriores da bexiga vazia e da bexiga distendida
xiga estão revestidas por peritoneu (Fig. Fig. 416 - Conformação externa da bexiga vazio (A) e da bexigo
A1. Bexiga vazia A2. Púbis A3. Prega vesical transverso 81. Bexlgt 415.7) que, posteriormente, no homem, une o distendida (B)
distendida 82. Parede abdominal anterior 83. Prega vesical transvena peritoneu ao recto (Fig. 415.8) e, na mulher,
ao útero; anteriormente, a face superior da A1. Bexiga vazia A2. Face superior A3. Face antera-inferiar A4. Face
bexiga liga-se à face posterior da parede p6stero-inferior AS. Óstia interna da uretra A6. Margem lateral
8 abdominal anterior; lateralmente, liga-se às A7. Margem posterior AS. Ápice A9. Oraco 81. Bexiga distendida
A face póstero-inferior da bexiga está unida 82. Face superior 83. Face Ontero-inferior 84. Face p6stero-inferior
ao pavimento pélvico pela próstata (Fig. paredes laterais da pelve.
415.1) e pela parte membranácea da uretra
Fig. 413 - Situa,õo da bexiga na mulher
(Fig. 415.2), no homem, e pela parte pélvica A bexiga em repleção (Fig. 416.Bl) tem
1. Bexiga 2. Sínfise púbico 3. Otero 4. Vagina S. Peritoneu 6. Ansas da uretra, na mulher. Este meio de fixação� 20.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA uma forma variável, de acordo com a
intestinais 7. Pavimento pélvico B. Septo recto-vaginal 9- Escava,õo o mais importante, pois quando existe uma
vésico-uterina quantidade de urina que contém.
insuficiência no pavimento pélvico, nas mul­ A forma da bexiga é variável conforme se A modificação da forma é feita através da
típaras, podem observar-se hérnias da bexiga. encontre vazia ou cheia. distensão da face superior (Fig. 416.B2) e da
20.1.2. DIMENSÕES E CAPACIDADE A bexiga em vacuidade (Fig. 416.Al) tem a face ântero-inferior (Fig. 416.B3), consti­
forma de um tetraedro, achatado súpero­ tuindo o corpo da bexiga, uma saliência
A bexiga em vacuidade mede cerca de 5 �m -inferiormente, com uma face superior, uma dura, tensa, ovóide que se relaciona com
no sentido ântero-posterior e 7 cm no sentido face ântero-inferior, uma face póstero-infe­ a parede abdominal anterior, chegando a
transversal. A bexiga em repleção atinge rior, duas margens laterais, uma margem alcançar o umbigo.
cerca de 8 cm no sentido ântero-posterior e 8
posterior e um ápice. A face póstero-inferior (Fig. 416.B4) mantém
9 cm no sentido transversal. A face superior (Fig. 416.A2) e a face ân­ a mesma forma, posição e dimensões.
A capacidade da bexiga varia consoante esteja tero-inferior (Fig. 416.A3) têm ambas forma
mais ou menos cheia. A capacidade anatómica triangular, correspondendo ao ápice do úraco.
não tem interesse, sendo importante a sua A face póstero-inferior (Fig. 416.A4) tem
capacidade fisiológica, que é no fundo a quan­ forma triangular, em que o ângulo ântero­ 20.3. CONFORMAÇÃO INTERNA
tidade de líquido que a bexiga contém quando -inferior corresponde ao óstio interno da ure-
surge a necessidade da micção. Normalmente tra (Fig. 416.A5) e os dois ângulos póstero- A bexiga aberta e examinada pela sua face
a capacidade pode atingir 2 a 3 litros, quando -
� -laterais correspondem aos óstios do uretéro. interna, ou então explorada por cistoscopia,
a distensão se efectua progressivamente. As margens laterais (Fig. 416.A6) separam apresenta uma mucosa lisa e rosada, no

: a face superior da face ântero-inferior. jovem, um aspecto alveolar (Fig. 417.1) ou
20.1.3. MEIOS DE FIXAÇÃO ê A margem posterior (Fig. 416.A7), côncava com saliências entrecruzadas, no adulto, e a
Fig. 415 - Meios de fixação da bexiga no homem � posteriormente, separa a face superior da face bexiga em colunas, no velho.
A bexiga, situada entre o peritoneu e o pavi­ 1. Próstata 2. Parte membranácea da uretra 3. Prega umbilical madlGJIII , póstero-inferior da bexiga. A superfície interna da bexiga apresenta
mento pélvico, está mantida em posição por com o úraco 4. Pregas umbilicais laterais contendo o cordão fibroso � O ápice (Fig. 416.A8) corresponde ao ponto várias zonas: o trígono da bexiga (Lieutaud),
resultante da oblitera,ão das artérias umbilicais 5. Ligamento pubo :i de união das duas margens laterais, onde se o colo da bexiga, o fundo da bexiga e o corpo
conexões directas ou indirectas com o pavi­
mento pélvico e pelo peritoneu. -vesical 6. Púbis 7. Peritoneu 8. Recto · msere o úraco (Fig. 416.A9). da bexiga.
260 ÓRGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
- BEXIGA 261

20.3.1. TRfGONO DA BEXIGA (LIEUTAUD) forma de fenda transversal, com um lábio o espaço retropúbico (Retzius), em corte 10
anterior e um lábio posterior. O lábio p08_ sagital, tem uma configuração triangular,
Ao nível da face póstero-inferior da bexiga,
terior apresenta, por vezes, uma saliência apresentando os seguintes limites: anterior­
mediana, a úvula da bexiga (Fig.417.6). roente, a lâmina posterior da bainha dos
apresenta três óstios: um ântero-inferior, o rectos abdominais e a face posterior do púbis;
óstio interno da uretra (Fig. 417.2), corres­ posteriormente, a fáscia umbilico-prevesical;
pondente ao colo da bexiga; e dois óstios 20.3.3. FUNDO DA BEXIGA inferiormente, os músculos obturador interno
póstero-laterais, os óstios dos uretéros (Fig.
417.3). Estes três óstios representam os vér­ O fundo da bexiga (Fig. 417.7) é a porção da
e levantador do ânus e o ligamento pubo­ 1:
-vesical.
tices de um triângulo de aspecto liso, o face póstero-inferior da bexiga situada poste­
trígono da bexiga (Lieutaud) (Fig. 417.4). riormente à prega interuretérica.
A base deste trígono, saliente, apresenta uma 20.4.1.2. PAREDE POSTERIOR 3
prega, que se estende entre os óstios dos
uretéros, a prega interuretérica (Fig. 417.5), 20.3.4. CORPO DA BEXIGA A parede posterior da loca vesical é cons­
medindo cerca de 2 a 3 cm de comprimento. tituída pelo septo vésico-vaginal, na mulher,
Nas extremidades da prega interuretérica O corpo da bexiga (Fig. 417.8) representa e pela fáscia próstato-peritoneal (Denon­ l·
encontram-se os dois óstios dos uretéros (Fig. a restante porção da superfície interna da villiers), no homem. 1

417.3), com a forma de duas pequenas fendas bexiga. O septo recto-vaginal (Fig. 413.8), lâmina de
talhadas em bisel e dirigidas com obliquidade tecido conjuntivo muito frágil, separa a face
ínfero-medial, tendo o seu grande eixo cerca póstero-inferior da bexiga (Fig. 413.1), e da
vagina (Fig. 413.4), sendo atravessado pelos
de 4 mm de comprimento. 20.4. LOCA VESICAL uretéros e por ramos vasculares.
A fáscia próstato-peritoneal (Denonvilliers)
A bexiga (Fig. 418.1) situa-se na pelve, loca­ 12
20.3.2. COLO DA BEXIGA (Fig. 418.5) estende-se entre a escavação
lizada dentro da loca vesical, estando sepa­ recto-vesical (Douglas), e a fáscia da pelve,
rada das suas paredes por um espaço peri­ estando situada posteriormente à bexiga (Fig.
O colo da bexiga é constituído pelo óstio vesical, ocupado por tecido célulo-acliposo
Fig. 418 - Constitui1õo das paredes anterior, posterior e laterais da
interno da uretra (Fig.417.2). É arredon­ 418.1), dos duetos deferentes (Fig. 418.6) e loca vesical
perivesical. das vesículas seminais (Fig. 418.7).
dado no jovem, apresentando no adulto uma 1. Bexiga 2. F6scia umbilico-pré-vesical 3. Artéria umbilical 4. Espa10
O septo vésico-vaginal e a fáscia próstato­
retrapúbico (Retzius) 5. F6scia pr6stato-peritoneal (Denonvilliers)
20.4.1. PAREDES DA LOCA VESICAL •peritoneal (Denonvilliers) contribuem para a
6. Dudo deferente 7. Vesícula seminal 8. Espa10 retrovesical 9. F6scia
formação do espaço retrovesical (Fig. 418.8),
sacro-redo-génito-púbica 10. Sacro 11. Ampola redai 12. Face posterior
A loca vesical, de natureza fibro-serosa, é menos extenso que o espaço retropúbico
do púbis 13. Espa10 perivesical
(Retzius) (Fig. 418.4).
constituída por seis paredes: anterior, poste­
rior, laterais, inferior e superior.
20.4.1.3. PAREDES LATERAIS 418.1), para depois se inserirem na face pos­
terior do púbis (Fig. 418.12).
20.4.1.1. PAREDE ANTERIOR
As paredes laterais da loca vesical são mar­
A parede anterior da loca vesical é consti­ gens constituídas pela porção ântero-superior 20.4.1.4. PAREDE INFERIOR
tuída pela fáscia umbilico-pré-vesical (Fig. das fáscias sacro-recto-génito-púbicas e,
418.2), com forma triangular, em que o ápice superiormente, pela porção posterior da fáscia A parede inferior da loca vesical tem uma
se insere no umbigo e a base na fáscia da umbilico-pré-vesical. constituição diferente no homem e na mulher.
pelve, estando limitada, lateralmente, pelas , As fáscias sacro-recto-génito-púbicas (Fig. No homem, há uma separação incompleta e
artérias umbilicais (Fig. 418.3). e 418.9 ) inserem-se, posteriormente, na face artificial da loca vesical e da loca prostática
A fáscia umbilico-pré-vesical vai-se afastando ] anterior do sacro (Fig. 418.10), medialmente subjacente, sendo esta parede constituída:
Fig. 417 - Conforma1õo interna da bexiga ..J aos foramenes
gradualmente da parede abdominal anterior. sagrados anteriores, dirigindo- anteriormente, pelos ligamentos pubo-vesi­
1. Alvéolos da bexiga 2. Õstio interno da uretra 3. Õstios dos uretéros condicionando a formação dum espaço ocu· 13 ·se depois para anterior, cruzando a face cais (Fig. 419.1) e, posteriormente, pela fás­
pado por tecido célulo-adiposo, o espaço : lateral da ampola rectal (Fig. 418.11 ), a
4. Trfgono da bexiga (Lieutaud) 5. Prega interuretérica 6. Ovula da cia próstato-peritoneal (Denonvilliers) (Fig.
retropúbico (Retzius) (Fig. 418.4). vesícula seminal (Fig. 418.7) e a bexiga (Fig.
bexiga 7. Fundo da bexiga 8. Corpo da bexiga 419.2).
262 ÓRGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
- BEXIGA 263

Os ligamentos pubo-vesicais (Fig. 419.1), 20.4.2. ESPAÇO PERIVESICAL


em número de dois, iniciam-se na face 20.5.3. FACE PÕSTERO-INFERIOR Esta porção da face posterior da bexiga está
relacionada ainda com a porção terminal dos
ântero-inferior da bexiga (Fig. 419.3) e diri­ A bexiga está separada das paredes da sua uretéros.
gem-se para anterior, para se inserirem na As relações são diferentes no homem e na
loca pelo espaço perivesical (Fig. 418.13), mulher. Na mulher, a face póstero-inferior encontra­
face posterior do púbis (Fig. 419.4). ocupado por tecido célulo-adiposo, mais ou -se próximo do pavimento pélvico.
A fáscia próstato-peritoneal (Denonvilliers) No homem, apresenta duas porções, a porção
menos laxo, tornando-se mais denso em volta anterior e a porção posterior. A porção anterior corresponde ao colo da
(Fig. 419.2) estende-se entre a escavação dos vasos e nervos, formando um certo n11- bexiga, relacionando-se com a porção inicial
recto-uterina (Douglas) e a fáscia da pelve. A porção anterior relaciona-se com a base
mero de septos que envolvem a bexiga. da próstata (Fig. 420.7), a que está unida por da uretra (Fig. 421.8).
Na mulher, é constituída pelo septo recto­ Encontra-se também na loca vesical, o úraco A porção posterior está separada da parede
-vaginal (Fig. 413.8). intermédio de tecido celular denso e nume­
e a porção terminal dos uretéros e, na mulher, rosos ramos venosos. anterior da vagina (Fig. 421.9), por inter­
a porção inicial da uretra. A porção posterior está relacionada, de cada médio do septo vésico-vaginal (Fig. 421.10),
lado da linha mediana, com as vesículas relacionando-se, superiormente, com o istmo
seminais (Fig. 420.8) e com as ampolas dos do útero (Fig. 421.11).
20.S. RELAÇÕES duetos deferentes (Fig. 420.9). Sobre a linha
mediana, a bexiga está relacionada com a
ampola do recto através do triângulo inter­ 20.S.4. MARGENS LATERAIS
20.S.1. FACE SUPERIOR deferencial, que separa os duetos deferentes.
As margens laterais relacionam-se com a
artéria umbilical (Fig. 422.1).
No homem, relaciona-se com ansas intesti­
nais (Fig. 420.1) e com o cólon sigm6ide
(Fig. 420.2).
Na mulher, relaciona-se, superiormente, com
ansas intestinais (Fig. 421.1) e, inferiormente,
com o corpo do útero (Fig. 421.2), do qual
Fig. 419 - Constituisão da parede inferior da loca vesical está separado pela escavação vésico-uterina
(Douglas) (Fig. 421.3).
1. Ligamento pubo-vesical 2. Fóscia próstato-peritoneal (Denonvilliers)

j:
3. Face 6ntero-inferior da bexiga 4. Face posterior do púbis
20.S.2. FACE ÂNTERO-INFERIOR
20.4.1.S. PAREDE SUPERIOR As relações desta face são idênticas no h
mem e na mulher.
A parede superior da loca vesical é total­ Está relacionada com a sínfise púbica e com
mente preenchida por peritoneu. o corpo do púbis (Figs. 420.3 e 421.4).
O peritoneu que reveste a face posterior da por intermédio da porção inferior do espaço
parede abdominal anterior reflecte-se para a retropúbico (Retzius) (Figs. 420.4 e 421.5).
face superior da bexiga, originando, em am­ Relaciona-se ainda com ramos dos vasos e
bos os sexos, a prega vesical transversa nervos obturadores e ilíacos internos, com 0
(Figs. 414.A3 e B3), cobrindo depois a face plexo venoso prostático (Santorini) (fig.
superior, margem posterior e face póstero­ 420.5), no homem e com o plexo venoso peri­
-inferior da bexiga. -uretral (Santorini), na mulher (Fig. 421.6). ;: Fig. 420 • Relasões das faces superior, 6ntero-infe
No homem, reflecte-se para a face anterior do Na bexiga distendida, apresenta ainda rela­ rior e póstero-inferior Fig. 421 · Relasões das faces superior, Bntero-inferior e póstero-inferior
'! da bexiga, no homem
recto, constituindo a escavação recto-vesical ções com a parede abdominal anterior, cons­ da bexiga, na mulher
(Douglas) (Fig. 412.8) e, na mulher, reflecte­ tituída a este nível pela fáscia transversal 1. A nws Intestinais 2. Cólon sigmóide 3. Slnfise púbico e corpo do
1. Ansas intestinais 2. Corpo do útero 3. Escavasõo vésico-uterina
-se para a face anterior do útero, constituindo (Figs. 420.6 e 421.7). púbis 4. Espaío retropúbico (Retzius) S. Plexo venoso prostático
(Douglas) 4. Sínfise púbico e corpo do púbis S. Esposo retropúbico
a escavação vésico-uterina (Douglas) (Fig. !SantorlnQ 6, Fósda transversal 7. Próstata 8. Veslcula seminal 9. Dueto
(Retzius) 6. Plexo venoso peri-uretral (Santorini) 7. Fóscia transversal
413.9). deferente 1O. Escavasão recto-vesical (Douglas)
8. Uretra 9. Vagina I O. Septo vésico-vaginal 11. Istmo do útero
264 ÔRGAos URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
- BEXIGA 265

No homem, os duetos deferentes (Fig. 422.2) cheia, é formada por três túnicas, indo da
relacionam-se com a porção posterior das superfície para a profundidade: a túnica serosa, 20.6.2. TÚNICA MUSCULAR Na região do trígono da bexiga (Lieutaud), a
camada interna, profunda ou plexiforme está
margens laterais. a túnica muscular e a túnica mucosa. intimamente aderente relacionada com a mu­
Na mulher, as margens laterais relacionam­ A túnica muscular é constituída por fibras cosa, formando o músculo do trígono da
-se com os ligamentos largos do útero. musculares lisas, dispostas em três camadas bexiga (Lieutaud) (Fig. 425.1), constituído
20.6.1. TÚNICA SEROSA concêntri cas.
por fascículos superficiais e por fascículos
As camadas musculares da bexiga, mais ou profundos.
20.S.S. MARGEM POSTERIOR O peritoneu visceral cobre a face posterior e menos anastomosadas e confundidas, são
O músculo do trígono da bexiga apresenta
as margens laterais da bexiga, reflectindo-se solidárias entre si, constituindo o músculo
ainda fibras musculares que limitam lateral­
No homem, relaciona-se com o recto (Fig. para as regiões circundantes, para condicionar detrussor da bexiga, que tem como função mente o trígono da bexiga, formando, no seu
422.3) através da escavação recto-vesical escavações. expulsar a urina acumulada no seu interior conjunto, o músculo de Bell (Fig. 425.2),
(Douglas) (Fig. 422.4). Anteriormente, vai condicionar a prega por intermédio da uretra. estendendo-se desde os óstios dos uretéros ao
Na mulher, relaciona-se com o istmo do vesical transversa (Fig. 422.6), quando se A camada externa ou superficial (Fig. óstio interno da uretra, onde, ao nível do colo
útero por intermédio da escavação vésico­ reflecte para a parede anterior do abdómen. 424.Al) é formada por fibras longitudinais, da bexiga, produz uma pequena elevação da
-uterina (Douglas) (Fig. 421.3). Lateralmente, condiciona as fossas para. de direcção paralela ao eixo vertical da be­ mucosa, a úvula da bexiga (Fig. 425.3).
vesicais (Fig. 422.7), quando se reflecte sobre xiga. Estas fibras percorrem as faces supe­ O músculo do trígono da bexiga encontra-se
as paredes laterais da cavidade pélvica. riores, ântero-inferior, póstero-inferior e as reforçado por fibras musculares, que se esten­
20.S.6. ÁPICE Posteriormente, condiciona a escavação margens laterais da bexiga. dem entre os óstios dos uretéros, constituindo
vésico-uterina (Douglas) (Fig. 421.3), na A camada média (Fig. 424.Bl) é formada uma elevação da mucosa, a prega interure­
O ápice é o ponto da bexiga onde se insere mulher, quando se reflecte para a face anterior por fibras circulares, que se sobrepõem, sem térica (Fig. 425.4).
o úraco (Fig. 422.5). do útero ao nível do istmo deste órgão e, no descontinuidade, do ápice à face póstero­
homem, condiciona a escavação recto-vesical -inferior da bexiga. Estas fibras, ao chegar ao
(Douglas) (Figs. 420.10 e 422.4), quando se 20.6.3. TÚNICA MUCOSA
colo da bexiga, formam uma camada mais
reflecte para a face anterior do recto. espessa em volta do óstio interno da uretra, A túnica mucosa está separada da túnica 1·,
O peritoneu (Fig. 423.1), por intermédio da formando uma espécie de anel, o músculo muscular por uma camada de tecido celular
fáscia transversal, constitui a face posterior da esfincter interno da uretra (Fig. 424.B2). laxo. A mucosa vesical é facilmente deslo­
parede abdominal anterior, condicionando, ao A camada interna, profunda ou plexiforme cável, excepto ao nível do trígono da bexiga,
nível do úraco, a prega umbilical mediana (Fig. 424.Cl) é formada por fibras longitu­ apresentando uma coloração rosada no vivo,
(Fig. 423.2) e, sobre o resquício da obliteração
dinais, largamente anastomosadas entre si, enquanto no cadáver tem uma coloração
das artérias umbilicais, as pregas umbilicais branco-amarelada.
donde o nome de camada plexiforme.
mediais (Fig. 423.3). Entre a prega mediana e
as pregas mediais, encontram-se as fossas
inguinais mediais (Fig. 423.4) e lateralmente
às pregas umbilicais mediais, as fossas
inguinais médias (Fig. 423.5).

Fig. 422 . Rela�ões das margens laterais, margem posterior e ápice


da bexiga 4 2

1. Artéria umbilical 2. Ducto deferente 3. Recto revestido por peritoneu


4. Escava�õo recto-vesical (Douglas) 5. Úraco 6. Prega vesical transverso
7. Fossa paravesical
A B e
20.6. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
Fig. 423 - Peritoneu ao nível do úraco e das artérias umbilicais Fig. 424 · Túnica muscular da bexiga ou músculo detrussor da bexiga Fig. 425 · Músculo do trígono do bexiga
A bexiga, cujas paredes têm uma espessura de 1. Peritoneu 2. Prega umbilical mediana 3. Pregas umbilicais medi1111 Ai. Camada externa ou superficial B1. Camada média B2. Músculo 1. Músculo do trígono da bexiga 2. Músculo de Bell 3. Úvula da bexiga
8 a 15 mm quando vazia e 3 a 4 mm quando 4. Fossa inguinal medial 5. Fossa inguinal média es ar Interno da uretra (1. Camada interna, profunda ou plexifonne 4. Prega interuretérica
URETRA

A uretra é um canal através do qual a urina, 426.7). O ângulo desta curvatura é designado
depois de uma permanência mais ou menos por ângulo infrapúbico.
A curvatura anterior (Fig. 426.8), com cavi­ !:·'
prolongada na bexiga, alcança o exterior. Na
mulher, é um órgão urinário, dando passagem dade póstero-inferior, está, na quase totalidade,
à urina, mas no homem, é um órgão uro­ situada no corpo esponjoso do pénis (Fig.
-genitaI. dando passagem à urina e ao esperma. 426.9), tendo por isso uma grande mobili­
dade. O ângulo desta curvatura corresponde ,,
à inserção inferior do ligamento suspensor do
pénis, sendo designado ângulo pré-púbico. ',.
21.1. URETRA MASCULINA A curvatura posterior é permanente. A cur­ !,

A uretra masculina é um longo canal uro­


vatura anterior desaparece quando o pénis
entra em erecção, passando a haver uma I:
1,

·-
-genital, dando passagem à urina e ao es­ única curvatura, com concavidade ântero­ J.
i,
perma, estendendo-se desde o colo da bexiga -superior quando o indivíduo está de pé.
até ao óstio externo da uretra, sendo cons­
tituída pelas partes prostática, membranácea
e esponjosa.

21.1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS


6
21.1.1.1. DIRECÇÃO E TRAJECTO

A uretra masculina origina-se no colo da


bexiga (Fig. 426.1 ), descendo com obliqui­
dade ftntero-inferior, até alcançar a margem
inferior da sínfise púbica (Fig. 426.2). Em
seguida, inflecte-se com obliquidade ântero­
-superior, até ao ponto onde o corpo espon­
joso do pénis muda de direcção e de ascen­
dente passa a descendente (Fig. 426.3). Final­
mente, dirige-se verticalmente para inferior,
: para se abrir no óstio externo da uretra (Fig.
� 426.4).
!: No plano sagital a uretra apresenta duas cur­
õ vaturas, uma posterior e outra anterior, dese­
� nhando um S itálico. fig. 426 - Directão e trojecto do uretra masculino
- A curvatura posterior (Fig. 426.5), com 1. Colo do bexigo 2. Sínfise púbico 3. Corpo esponjoso do p6nis
à concavidade ântero-superior, situa-se no mudando de directão 4. Õstio externo do uretra 5. Curvatura posterior
: Interior da próstata (Fig. 426.6) e na espes- da uretra 6. Próstata 7. Fáscia do diafragma do pelve 8. Curvatura
Sura da fáscia do diafragma da pelve (Fig. anterior da uretra 9. Corpo esponjoso do p6nis
_!!26�8__,!Ó!,!RG�A�OS�U�Rl�NÁ!!!
Rl:!!_:OS�(:!!;
SIS!!!
TE:!!!:
MA:!....U�R�IN�ÁR�IOL) URETRA 269
___________________
_

21.1.1.2. DIVISÃO 21.1.1.2.3. Divisão relacionada com a sua mobilidode

Em relação com a sua mobilidade, a uretra


21.1.1.2.1. Divisão relacionada com a f6scia do pode dividir-se em parte fixa da uretra e Pane
diafragma da pelve móvel da uretra. A 8 e 2
A parte fixa da uretra situa-se no interior da
A parte da uretra situada superiormente à próstata e na espessura da fáscia do dia­
fáscia do diafragma da pelve é denominada fragma da pelve, correspondendo à Parte
de parte superior ou intrapélvica da uretra prostática da uretra (Fig. 427 .1) e à Parte
(Fig. 427.4), e a parte da uretra situada in­ membranácea da uretra (Fig. 427.2).
feriormente à fáscia do diafragma da pelve A parte móvel da uretra encontra-se no D
é denominada parte inferior ou extrapélvica corpo esponjoso do pénis, correspondendo à
da uretra (Fig. 427.5). parte esponjosa da uretra (Fig. 427.3). Fig. 428 . Fonna da uretra masculina em corte transversal
A. Ao nlvel do 6stio externo da uretra e na parte esponjoso ao nível Fig. 429 - Apertos e dilotosões do uretra masculina distendido
21.1.1.2.2. Divisão em fun{iio das suas rela{ões 21.1.1.3. COMPRIMENTO do glande 8. Ao nlvel da restante parte esponjoso da uretra, parte
membran6cea da uretra e parte prostática da uretra, até ao colículo 1. Õstio externo da uretra 2. Aperto do parte esponjoso do uretra
Em função das diferentes relações da uretra, No adulto, mede 16 a 18 cm. seminal C. Ao nlvel da parte prostática da uretra, onde se encontra 3. Aperto do porte membranáceo do uretra 4. Aperto do 6stio interno
esta pode ser dividida em três partes: pros­ No idoso, a uretra aumenta, em média, 2 a 0 coffwlo seminal D. Ao nlvel da parte prostático do uretra, superior­ do uretra 5. Dilatosõo do fosso novicular 6. Dilotosão bulbar do uretra
tática, membranácea e esponjosa. 3 cm, devido à estase do sangue venoso n mente ao collculo seminal E. Ao nlvel do colo do bexigo 7. Dilotasão do seio prostático
A parte prostática da uretra (Fig. 427.1) aréolas do corpo esponjoso do pénis, estase
compreende toda a porção da uretra situada resultante da menor contractilidade dos ele­
Ao nível do colo da bexiga (Fig. 428.E), a
no interior da próstata. mentos musculares. a distensão, com diferenças nas suas partes
fenda é circular.
A parte membranácea da uretra (Fig. 427.2) prostática, membranácea e esponjosa.
atravessa o plano músculo-aponevrótico médio 21.1.1.4. CALIBRE Na uretra distendida no decurso de uma
do períneo, estendendo-se desde o ápice da micção apresenta um calibre fisiológico com
próstata até ao início do corpo esponjoso. O calibre da uretra varia, consoante esta 21.1.2.l. PARTE PROSTÃTICA DA URETRA
quatro apertos e três dilatações.
A parte esponjosa da uretra (Fig. 427.3) esteja vazia ou distendida, no decurso de uma Os apertos da uretra masculina, indo de
compreende a restante porção da uretra, A parte prostática da uretra (Fig. 430.1) apre­
micção. anterior para posterior, são quatro: o óstio senta na sua parede posterior uma saliência
situada no corpo esponjoso do pénis, até ao Na uretra em vacuidade, as suas paredes externo da uretra (Fig. 429.1), com cerca de
óstio externo da uretra. estão aplicadas umas contra as outras, sendo marcada, o calículo seminal (Fig. 430.2).
7 mm; o aperto da parte esponjosa da O colículo seminal apresenta no seu ápice
um canal virtual. Segundo as diferentes partes uretra (Fig. 429.2), com cerca de 8 mm; o
da uretra e em corte apresenta a forma de uma pequena cavidade, em recesso, alongada
aperto da parte membranácea da uretra e mediana no sentido longitudinal, com 2 a 3
uma fenda. (Fig. 429.3), com cerca de 1 cm; e o aperto
Ao nível do óstio externo da uretra e na mm de comprimento, o utrículo prostático
do óstio interno da uretra (Fig. 429.4), com (Fig. 430.3), vestígio do canal de Müller. De
parte esponjosa ao nível da glande (Fig. cerca de 1 cm.
428.A), a fenda dispõe-se verticalmente. cada lado do utrículo prostático, encontram­
As dilatações da uretra masculina, indo de
Ao nível da restante parte esponjosa da -se os dois óstios dos duetos ejaculadores
anterior para posterior, são três: a dilatação
uretra, da parte membranácea da uretra (Fig. 430.4).
da fossa navicular (Fig. 429.5), com cerca
O calículo seminal prolonga-se superior­

=
e da parte prostática da uretra, até ao � de 1,2 cm; a dilatação bulhar da uretra
colículo seminal (Fig. 428.B), a fenda dis � (Fig. 429.6), ao nível do bulbo do pénis, com mente, originando uma ou várias pregas, os
põe-se horizontalmente. .:: cerca de 1,2 cm; a dilatação do seio pros­ frénulos do colículo seminal (Fig. 430.5),
Ao nível da parte prostática da uretra. ·� tático (Fig. 429.7), com cerca 1,5 cm. limitando a fossa prostática (Fig. 430.6).
onde se encontra o calículo seminal (Fig o Inferiormente ao calículo seminal prolonga­
428.C), a fenda dispõe-se com concavidade -se por uma prega longitudinal, a crista
Fig. 427 • Divisão da uretra masculina posterior. 21.1.2. CONFORMAÇÃO INTERNA uretral (Fig. 430.7). O calículo seminal está
l. Parte prostática da uretra 2. Parte membranácea da uretra 3. Parte Ao nível da parte prostática da uretra, Q lateralmente limitado pelos seios prostáticos
esponjoso da uretra 4 . Parte superior ou intrapélvica da uretra superiormente ao colículo seminal (Fig. : A conformação interna da uretra apresenta (Fig. 430.8), onde terminam os óstios dos
5. Parte inferior ou extrapêlvica da uretra 428.D), a fenda dispõem-se horizontalmente. pregas longitudinais que desaparecem com dúctulos prostáticos (Fig. 430.9).
URETRA 271
270 ÓRGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO) .'
;

venoso prostático (Santorini) (Fig. 433.6) e l


';
com a sínfise púbica (Fig. 433.7); posterior­ �I
mente, com a fáscia próstato-peritoneal j·
['
(Denonvilliers) (Fig. 433.8), que a separa do !
;
9 recto (Fig. 433.9); e lateralmente, com os
ligamentos pubo-vesicais e o músculo levan­
tador do ânus.

21.1.3.2. PARTE MEMBRANÃCEA DA URETRA

A parte membranácea da uretra (Fig. 433.10)


inicia-se superiormente no ápice da próstata,
um pouco superiormente à lâmina superior da
2
fáscia do diafragma da pelve (Fig. 433.11),
terminando inferiormente à lâmina inferior
Fig. 430 - Conformação interna da parte prostótica da uretra
da fáscia do diafragma da pelve (Fig. 433.12),
1. Parte prostática da uretra 2. Colícula seminal 3. Utriculo prostático para se continuar com a dilatação bulhar da
fig. 432 • Conformação interna da parte esponjoso da uretra
4. Ostias das duetos ejaculadores 5. Frénulos do calículo seminal parte esponjosa da uretra (Fig. 433.13).
6. Fossas prostáticas 7. Crista uretra! 8. Seios prostóticos 9. Ostios 1. Lacunas maiores (Morgagni) 2. Lacunas menores (Morgagni) A parte membranácea da uretra relaciona-se:
dos dúetulos prostóticos Fig. 431 • Conformação interna da parte membranácea da urutra 1 3. V61,ula da fossa navicular (Guérin) 4. Seio da válvula da fossa ântero-superiormente, com a sínfise púbica,
da porção períneo-escrotal da parte esponjoso da uretra �avicular (Guérln} da qual está separada pelo ligamento infra­
1. Parte membranácea da uretra 2. Pregas longitudinais 3. Ôstiot dos
púbico e pelo ligamento transverso do perí­
21.1.2.2. PARTE MEMBRANÃCEA DA URETRA neo, encontrando-se, entre estes dois liga­
gl6ndulas uretrais (Littré) 4. Gl6ndulas bulbo-uretrais (Cawper) 5. 611101 21.1.3. RELAÇÕES mentos, a veia dorsal profunda do pénis
das gl6ndulas bulbo-uretrais (Cowper)
A parte membranácea da uretra (Fig. 431.1) (Fig. 433.14), que vai terminar no plexo
apresenta na sua parede inferior diversas As relações da uretra variam nas partes pros­
pregas longitudinais (Fig. 431.2), conti­ tática, membranácea e esponjosa. 2
na parede superior da uretra, estendendo-se
nuando a crista uretral, e que terminam na
desde a fossa navicular até ao ângulo pré­
dilatação bulbo-uretra! da uretra. Nas paredes 21.1.3.1. PARTE PROSTÃTICA DA URETRA
-púbico, onde terminam as glândulas uretrais.
superior e inferior da parte membranácea da
Em função do seu tamanho, classificam-se
uretra, encontram-se os óstios das glândulas A parte prostática da uretra (Fig. 433.1) tem
em lacunas maiores (Morgagni) (Fig. 432.1),
uretrais (Littré) (Fig. 431.3). origem no colo da bexiga, atravessando a
situadas na linha mediana, e as lacunas
menores (Morgagni) (Fig. 432.2), situadas próstata próximo da face anterior da glândula
21.1.2.3. PARTE ESPONJOSA DA URETRA em duas fileiras, lateralmente às lacunas Fig. 433.2), excepto na sua porção inferior
maiores. em que está mais próximo da sua face pos­
A parte esponjosa da uretra apresenta pregas A válvula da fossa navicular (Guérin) terior.
longitudinais. (Fig. 432.3) é uma pequena prega valvular. Na parte prostática da uretra (Fig. 433.1),
As glândulas bulbo-uretrais (Cowper) (Fig. disposta transversalmente, situada na parede a uretra relaciona-se: com o utrículo pros-
431.4), por intermédio dos seus duetos excre­ superior da parte esponjosa da uretra, a 1 ou : tático (Fig. 433.3), um pequeno dueto me­ Fig. 433 • Relações da parte prostática da uretra e da parte
tores, fazem a sua abertura na parte esponjosa 2 cm posteriormente do óstio externo da � diano e poster_ior, com obliquidade póstero­ membranácea da uretra
da uretra, pelos dois óstios das glândulas uretra. Entre a válvula da fossa navicular : -superior; e com os duetos ejaculadores 1. Parte prostática da uretra 2. Próstata 3. Utrículo prostótica 4. Dueto
bulbo-uretrais (Cowper) (Fig. 431.5), situados - Fig. 433.4), com obliquidade obliquamente
(Guérin) e a parede superior da uretra, en­ ejaculador 5. L6mina pré-prostótica 6. Plexo venoso prostático
5 ântero-inferior.
na parede inferior da uretra, de cada lado da contra-se um recesso, o seio da válvula da (Santorini) 7. Sínfise púbico 8. Fóscia pr6stato-peritoneal (Denonvilliers)
linha mediana, na porção anterior do bulbo da - Por intermédio da loca prostática, relacio­
fossa navicular (Guérin) (Fig. 432.4). 9. Reeto 10. Parte membranácea da uretra 11. L6mina superior da
uretra. na-se: anteriormente, com a lâmina pré­ fóscia do diafragma da pelve 12. L6mina inferior da fóscia do diafragma
As lacunas uretrais (Morgagni) são peque­ ·prostática (Fig. 433.5), com o músculo da pelve 13. Dilatação bulhar da parte esponjoso da uretra 14. Veia
nas depressões tubulares da mucosa situadas esfíncter externo da uretra, com o plexo dorsal profunda· do pénis
272 ÕRGiOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
-- URETRA 273
l1
j 1

l
venoso prostático (Santorini) (Fig. 433.6); com o ramo anterior da artéria cavernosa
a urina se acumule na bexiga e impedindo, 21.1.4.2. TONICA VASCULAR
ântero-inferiormente, relaciona-se com as (Fig. 434.4). Ao nível da glande (Fig. 434.S) no momento da ejaculação, a passagem do
artérias pudendas internas, que se anasto­ a uretra relaciona-se com o ligamento inferio; líquido espermático para a bexiga. A túnica vascular (Fig. 435.6) é formada por
mosam por convergência para originar as da glande, que reúne as porções laterais dos
As fibras longitudinais e circulares da uretra feixes conjuntivo-elásticos entrecruzados,
artérias dorsais do pénis; posteriormente, corpos cavernosos. circunscrevendo numerosas cavidades veno­
são envolvidas por fibras musculares estria­
relaciona-se, superiormente, com o recto sas, com dimensões variáveis e largamente
d as, agrupando-se em dois músculos distin­
(Fig. 433.9) e inferiormente, com o triângulo tos, constituindo o músculo bulbo-cavernoso anastomosadas entre si. Na parte prostática da
recto-uretral, cuja base é cutânea. 21.1.4. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA uretra e na parte membranácea da uretra é
e O músculo esfíncter externo da uretra.
A uretra é formada por três túnicas concên­
o músculo esfíncter externo da uretra (Fig. muito rudimentar, mas na parte esponjosa da
21.1.3.3. PARTE ESPONJOSA DA URETRA 435.5) ocupa a parte prostática da uretra e a uretra torna-se preponderante, formando o
tricas que, indo da superfície para a profu corpo esponjoso (Fig. 435.7).
didade, ão: a túnica muscular, a túnica parte m embranácea da uretra, estendendo-se
A parte esponjosa da uretra (Fig. 434.1) situa­ desde o colo da bexiga até à fáscia do dia­
vascular e a túnica mucosa. fragma da pelve. Ao nível da parte prostática
-se na porção anterior do períneo, relacio­ 21.1.4.3. TÚNICA MUCOSA
nando-se com um sulco anguloso formado da uretra, as fibras dispõem-se num semi-anel
pelos dois corpos cavernosos (Fig. 434.2). 21.1.4.1. T0NICA MUSCULAR com concavidade posterior. Ao nível da parte A túnica mucosa (Fig. 435.8) reveste a uretra
Penetra no bulbo do pénis, para se situar no membranácea da uretra, as fibras formam um em toda a sua extensão, continuando-se,
interior do corpo esponjoso (Fig. 434.3), A túnica muscular é formada por fibras mu�­ anel completo, com cerca de 5 mm de espes­ posteriormente, com a mucosa da bexiga e,
dirigindo-se depois com obliquidade ântero­ culares lisas dispostas em dois planos; um sura. Este músculo esfíncter pode opor-se à anteriormente, com a mucosa da glande. Ao
-inferior, para constituir a porção períneo- plano interno de fibras longitudinais e um expulsão da urina quando o músculo esfíncter nível do colículo seminal, a mucosa continua­
-escrotal e a porção peniana. plano externo de fibras circulares. interno da uretra se torna insuficiente, inter­ -se com as mucosas do utrículo e dos duetos
A porção períneo-escrotal está relacionada As fibras longitudinais (Fig. 435.1) dão se­ vindo, também, através da sua contracção, no ejaculadores.
com o músculo bulbo-cavernoso e com a guimento às fibras plexiformes da bexiga processo de ejaculação, enviando o esperma Na mucosa da parte membranácea da ure­
artéria bulhar. (Fig. 435.2), sendo muito desenvolvidas na para o exterior. tra encontram-se as glândulas uretrais
A porção peniana relaciona-se: superior­ parte prostática da uretra, atenuando-se na (Littré).
mente, com o sulco compreendido entre os parte membranácea da uretra, e confundindo
dois corpos cavernosos (Fig. 434.2) e, infe­ -se com a túnica vascular, na parte esponjo�a 6
riormente, com os invólucros do pénis. da uretra.
Situa-se no interior do corpo esponjoso As fibras circulares (Fig. 435.3) continuam
21.2. URETRA FEMININA
(Fig. 434.3), relacionando-se, inferiormente, as fibras circulares da bexiga (Fig. 435.4) e,
ao nível do colo da bexiga e da porção inicial A uretra feminina é exclusivamente um canal
2 da uretra, constituem o músculo esffnctcr urinário, sendo muito mais curta do que a do
interno da uretra, ocupando o quarto superi r homem, correspondendo às partes prostática
da parte prostática da uretra. Inferiormente e membranosa da uretra masculina.
ao músculo esfíncter interno da uretra e na
restante parte prostática da uretra, as fibras
21.2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
circulares são raras, voltando a aparecer na
parte membranácea da uretra e desaparecendo
completamente na parte esponjosa da uretra. 21.2.1.1. ORIGEM, DIRECÇÃO E TERMINAÇÃO
O músculo esfíncter interno da uretra (Fig.
435.3) continua o músculo detrussor da A uretra feminina tem origem no colo da
bexiga, ao nível do colo da bexiga, tendo um bexiga (Fig. 436.2) e termina no óstio externo
s comprimento de 1 a 1,4 cm e uma espessura
de 6 a 7 mm, que vai diminuindo à medida ! Fig. 435 - Constitui,õo onotómico do uretra masculino
da uretra (Fig. 436.3), situado ao nível da
vulva.
que a uretra se vai afastando do colo da 1. Fibras longitudinais 2. Fibras plexiformes do bexigo 3. Fibras
..J A uretra tem um trajecto com obliquidade
Fig. 434 - Relo,ões do porte esponjoso do uretra
bexiga. Este músculo esfíncter, pela sua toni­ õ circulares do músculo esfíncter interno do uretra 4. Fibras circulares ântero-inferior, quase vertical e paralelo à
1. Porte esponjoso do uretra 2. Corpos cavernosos 3. Corpo esponjoso cidade e pela sua contracção, assegura a oclu­ J do bexiga S. Músculo esfíncter externo da uretra 6. Túnica vascular direcção da vagina.
4. Rumo anterior do ortério cavernoso S. Uretra oo nível do glande são do óstio interno da uretra, permitindo que · 1. Corpo esponjoso 8. Túnica mucosa
274 ÓRGiiOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
- URETRA 275

21.2.1.2. DIVISÃO 21.2.1.4. MEIOS DE FIXAÇÃO 21.2.3.1. CORPO DA URETRA venoso peri-uretral (Santorini), com as mar­
gens mediais dos músculos levantadores do
A uretra feminina tem o aspecto de um canal, A uretra encontra-se fixa através de conec. A uretra feminina, como no homem, atra­ ânus, que a cruzam sem aderir, com a fáscia
regularmente cilíndrico, distinguindo-se o ções com a vagina e o períneo, sendo através vessa a fáscia do diafragma da pelve, que a do diafragma da pelve, com o músculo cons­
corpo (Fig. 436.1) e dois óstios, represen­ deste que lhe é assegurada a estabilidade. divide em duas partes: uma parte superior, a tritor da vagina e com a raiz do clitóris.
tadas pelo óstio interno da uretra, ao nível do parte pélvica da uretra, situada na cavidade,
colo da bexiga (Fig. 436.2), e o óstio externo
21.2.2. CONFIGURAÇÃO INTERNA e uma parte inferior, a parte perineal da 21.2.3.1.2. Porte perineol do uretra
da uretra, que abre na vulva (Fig. 436.3). uretra, situada no períneo.
A uretra feminina, como no homem, atra­ A parte perineal da uretra (Fig. 438.6), ao
vessa a fáscia do diafragma da pelve, que a A mucosa uretra!, no vivo, apresenta uma
coloração rosada, sendo percorrida, no sen­ 21.2.3.1.1. Porte pélvico do uretra atravessar o períneo, relaciona-se com a
divide em duas porções: uma porção superior, vagina através do septo uretro-vaginal (Fig.
a parte pélvica da uretra (Fig. 436.4), tido longitudinal, por pequenas pregas Iong1.
tudinais (Fig. 437.1) que desaparecem com a A parte pélvica da uretra (Fig. 438.1) está 438.7).
situada na cavidade pélvica, a mais extensa, relacionada em toda a sua extensão, com o Inferiormente à fáscia do diafragma da pelve,
e uma porção inferior, a parte perineal da distensão, encontrando-se uma mais evidente,
mediana e posterior, a crista uretral (Fig. másculo esfíncter externo da uretra (Fig. a uretra está relacionada de ambos os lados
uretra (Fig. 436.5), situada no períneo e mais 438.2). com os corpos cavernosos do clitóris (Fig.
437.2).
curta. Posteriormente, relaciona-se com a parede 438.8) e com a porção anterior do bulbo do
Apresenta pequenas depressões em recesso,
as lacunas uretrais (Morgagni) (Fig. 437.3), anterior da vagina (Fig. 438.3), da qual está vestíbulo.
21.2.1.3. COMPRIMENTO E CALIBRE com cerca de 2 a 4 mm e os óstios das glb. separada na sua porção superior, e aderente
dulas uretrais (Fig. 437.4). na sua porção inferior, através de fibras con­
21.2.3.2. ÕSTIO INTERNO DA URETRA
A uretra tem cerca de 4 cm de comprimento. juntivas, formando o septo uretro-vaginal.
O seu calibre tem 7 a 8 mm, sendo a uretra Anteriormente, relaciona-se, por intermédio O óstio interno da uretra corresponde ao colo
irregularmente cilíndrica, apresentando dois de uma fina lâmina fibrosa pré-uretra!, com da bexiga (Fig. 438.9). Apresenta uma forma
apertos, o aperto superior, ao nível do colo o plexo venoso peri-uretral (Santorini) (Fig.
arredondada ou estrelada, correspondendo ao
da bexiga (Fig. 436.2) e o aperto inferior, ao 2 438.4), com os ligamentos pubo-vesicais e
ângulo ântero-inferior do trígono da bexiga
nível do óstio externo da uretra (Fig. 436.3). ainda com a sínfise púbica (Fig. 438.5). (Lieutaud).
Lateralmente, relaciona-se, sucessivamente,
indo de posterior para anterior, com o plexo
21.2.3.3. ÕSTIO EXTERNO DA URETRA

O óstio externo da uretra (Fig. 439.1) abre­


-se, na vulva, na porção anterior do vestíbulo
da vulva (Fig. 439.2), a cerca de 2 cm poste­
riormente ao clitóris (Fig. 439.3) e anterior­
mente a uma saliência arredondada, o tubér­
culo vaginal (Fig. 439.4).
Fig. 437 - Conformasão interior da uretra feminina O orifício externo da uretra representa a por­
1. Pregos longitudinais 2. Crista uretra! 3. lacunas uretrais {Marga111}
ção da uretra mais estreita e menos dilatável,
4. Õstio das glBndulas uretrais ., apresentando a forma de fenda longitudinal,
<
arredondada ou estrelada.
z
21.2.3. RELAÇÕES õ 21.2.4. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
� Fig. 438 · Relasões do corpo e do óstio interno da uretra feminino
..J
A uretra feminina tem o aspecto de um canal, 1. Porte pélvica da uretra 2. Músculo esfíncter externo do uretra A uretra é formada por três túnicas concên­
Fig. 436 - Divisão e calibre da uretra feminlna regularmente cilíndrico, no qual se distingue l. Vagina 4. Plexo venoso peri-uretral (Santorini) 5. Sínfise púbico tricas e que, indo da superfície para a pro­
1. Corpo da uretra feminina 2. Colo da bexiga 3. Õstio externo da um corpo e duas extremidades representada 6· Purte perineal da uretra 7. Septo uretra-vaginal 8. Corpo cavernoso fundidade, são: a túnica muscular, a túnica
uretra 4. Parte pélvica da uretra S. Parte perineal da uretra por um óstios. do dltóris 9. Õstio interno da uretra submucosa e a túnica mucosa.
276 ÓRGÃOS URINÁRIOS (SISTEMA URINÁRIO)
-
21.2.4.2. TELA SUBMUCOSA

A tela submucosa é constituída por tecido


r:
f '-
conjuntivo laxo, no qual se encontram mune.
rosas veias.

21.2.4.3. TÚNICA MUCOSA

A túnica mucosa (Fig. 440.4), fina, elástica IV


e resistente, apresenta na sua espessura as
glândulas uretrais (Skene), situadas na
parede inferior da uretra, à direita e à es­
Fig. 439 - Rela�ões do óstio externo da uretra feminina querda da linha mediana, abrindo-se nas ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)
lacunas uretrais.
1. Ostio externo da uretra 2. Vestíbulo da vulva 3. Clitóris 4. Tubérculo
vaginal

21.2.4.1. TÚNICA MUSCULAR

A túnica muscular é constituída por dois


planos de fibras lisas, um plano interno de
fibras longitudinais e um plano externo de
fibras circulares.
As fibras longitudinais (Fig. 440.1) conti­
nuam-se com as fibras da camada plexiforme
da bexiga.
As fibras circulares (Fig. 440.2) estendem­
-se em toda a extensão da uretra, conti­
nuando-se com o músculo detrussor da
bexiga. Na porção inicial da uretra, consti­
tuem o músculo esfíncter interno da uretra.
Situa-se externamente às fibras circulares e,
Fig. 440 - Consliluitõo anatómica da uretra feminina
ao nível da parte pélvica da uretra, as fibras
musculares estriadas constituem o músculo 1. Fibras longitudinais 2. Fibras circulares do esfíncter interno da umra
esfíncter externo da uretra (Fig. 440.3). 3. Músculo esfíncter externo da uretra 4. Túnica mucosa
TEsriOILOS E EPIDÍDIMOS

Üs órgãos genitais masculinos são os ele­ níferos rectos, rede do testículo (Haller), ddc­ Os testículos (Fig. 441.1) são órgãos secre­ dos entre as duas coxas (Fig. 442.2), póstero­
mentos morfológicos que constituem o sis­ tulos eferentes do testículo, dueto do epidf. cores e excretores destinados a produzir o ele­ -inferiormente ao pénis (Fig. 442.3), no perí­
tema genital masculino, sendo este sistema dimo, dueto deferente, vesícula seminal, dueto mento principal do líquido espermático ou neo anterior ou uro-genital, ocupando o tes­
formado pelos testículos e epidídimos (en­ ejaculador e porção uro-genital da uretra.
esperma, os espermatozóides, apresentando tículo e o epidídimo esquerdos, uma situação
volvidos pelo escroto), as vias espermáticas Os túbulos seminíferos contorcidos situado
ainda uma glândula endócrina, com funções mais inferior do que o testículo e o epidídimo
e as glândulas anexas, a próstata e as glân­ nos lóbulos do testículo originam os túbulos
na determinação dos caracteres sexuais se­ direitos.
dulas bulbo-uretrais (Cowper) e o pénis. seminíferos rectos. A rede do testículo cundários. Os testículos desenvolvem-se na cavidade
(Haller) resulta da reunião dos túbulos semi­ Os epidídimos (Fig. 441.2) são órgãos excre­ abdominal perto dos rins, sendo pelo 3º mês
Os testículos são órgãos glandulares desti­ níferos rectos. Os dúctulos eferentes do de vida intra-uterina que se dirigem para o
tores, no interior dos quais se encontra o
nados a produzir o elemento principal do testículo acabam por convergir no dueto dueto do epidídimo. O epidídimo de cada canal inguinal, acabando por se situar no
líquido espermático ou esperma, contendo os epididimário, ao nível da cabeça do epidí­ lado continua-se com o dueto deferente (Fig. escroto para ocupar uma posição definitiva.
espermatozóides, e apresentando ainda uma dimo. O dueto epididimário apresenta um 441.3). Durante esta migração, o testículo pode parar
glândula endócrina, com funções na deter­ aspecto flexuoso, encontrando-se no epidídi­ As relações directas entre o testículo e o epi­ e situar-se definitivamente em qualquer ponto
minação dos caracteres sexuais secundários. mo, para se continuar com o dueto deference dídimo condicionam uma descrição conjunta deste trajecto, sendo conhecida esta dispo­
Os epidídimos encontram-se situados na ao nível da cauda do epidídimo, apresentando dos dois órgãos. sição por ectopia testicular, a qual pode ser
porção póstero-superior de cada testículo, no um aspecto flexuoso. O dueto deferente abdominal, inguinal, crural, génito-crural ou
interior dos quais se encontra o dueto do epi­ inicia-se na cauda do epidídimo e termina perineal, conforme o ponto onde o testículo
dídimo. As relações íntimas entre o testículo no dueto da vesícula seminal. A vesfcula se vai localizar.
e o epidídimo condicionam a descrição seminal é um reservatório cuja terminação �e
conjunta dos dois órgãos. reúne ao dueto deferente, para originar o
dueto ejaculador. O dueto ejaculador resulta
O escroto consiste num sistema de invó­ da reunião da vesícula seminal com o dueto
lucros, constituídos por sete túnicas que, indo deferente, abrindo-se na parte prostática da
da superfície para a profundidade, são: a uretra, ao nível do seu colículo seminal.
túnica cutânea, a túnica muscular do dartos, A porção uro-genital da uretra situa-se infe­
a túnica celular subcutânea, a túnica espermá­ riormente ao colículo seminal, e termina no
tic a externa, a túnica muscular do cremáster, óstio externo da uretra.
a túnica espermática interna e a túnica vaginal
do testículo. A bainha do funículo esper­ As glândulas anexas aos órgãos genitais
mático consiste em três túnicas que, indo da masculinos são a próstata e as glândulas bulbo­ ÍIJ. 441 • Relo{ões directos entre o testículo e o epidídimo
superfície para a profundidade, são: a túnica -uretrais (Cowper). A próstata é uma glAndula 1. TH!lodo 2. Epidídimo 3. Dueto deferente Fig. 442 - Situo{ÕO do escroto
funicular externa, a túnica funicular cremas­ situada inferiormente à face póstero-inferior
térica e a túnica funicular interna. < 1. Escroto 2. Coxo esquerdo 3. Pénis
da bexiga, sendo atravessada pela parte
prostática da uretra e pelos duetos ejacula­
As vias espermáticas são duetos que condu­ dores. As glândulas bulbo-uretrais (Cowper) : 22.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 22.1.2. NÚMERO
situam-se lateralmente ao bulbo do pénis. na
zem o líquido espermático desde os túbulos
seminíferos contorcidos, que se encontram espessura da fáscia do diafragma da pelve.
"
õ
5 22.1.1. Normalmente encontram-se dois testículos,
nos lóbulos do testículo, até à porção uro­ O pénis é o órgão de copulação, sendo cons­ .J
SITUAÇÃO E MIGRAÇÃO um direito e outro esquerdo. Pode encontrar­
-genital da uretra. tituído por uma porção posterior ou perinea l e õ: -se apenas um, ou faltarem os dois, ou veri­
As vias espermáticas são constituídas pelos uma porção anterior, livre, cuja direcção varia Os testículos e os epidídimos, envolvidos
ficar-se ainda a existência de testículos supra­
túbulos seminíferos contorcidos, túbulos semi- segundo o estado de repouso ou de erecção. pel o escroto (Fig. 442.1), encontram-se situa- numerários.
280 ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)
- TESTÍCULOS E EPIDÍOIMOS 281

22.1.3. COLORAÇÃO E CONSISTfNCIA A face lateral (Fig. 443.Al) é convexa. cuja cabeça é medial e a cauda é lateral, apre­ -muscular que se vai inserir na túnica esper­
A face medial (Fig. 443.Bl) é plana. sentando duas faces e duas margens. A face mática interna do escroto.
Os testículos apresentam uma coloração azul­ A margem posterior (Fig. 443.A2 e B2) é superior (Fig. 443.A8), convexa, olha sú­
-esbranquiçada, passando a avermelhado rectilínea e relaciona-se com o epidíclimo. pero-lateralmente. A face inferior (Fig.
quando estão congestionados. A margem anterior (Fig. 443.A3 e B3) é 443,A9) côncava relaciona-se com a face 22.3.2. EPIDIDIMO
Os testículos têm uma consistência espe­ livre e convexa. lateral do testículo. A margem lateral, fina,
cífica, variando segundo o seu estado, com a O pólo superior (Fig. 443.A4 e B4) é arre­ encontra-se livre na cavidade da túnica O epidídimo é um orgao alongado que se
repleção ou o esvaziamento dos túbulos semi­ dondado, olha ântero-superiormente e rela­ vaginal. A margem medial, mais desenvol­ relaciona com a margem posterior do testí­
níferos. No estado de repleção são consis­ ciona-se com a cabeça do epidídimo. vida, relaciona-se com o pedículo testicular. culo, e indo de anterior para posterior,
tentes e elásticos. No estado de esvaziamento O pólo inferior (Fig. 443.A5 e B5) corres­ A cauda do epidídimo (Fig. 443.AIO) é a considera-se a cabeça, o corpo e a cauda.
são moles, deprimem-se com a palpação ponde à porção mais inferior do testículo, porção posterior, achatada súpero-inferior­ A cabeça do epidídimo (Fig. 444.5) é a por­
digital, para, após a descompressão, voltarem mente, e está unida ao pólo posterior do ção mais volumosa e mais anterior do epidí­
à posição inicial. testículo. dimo, relacionando-se com o pólo superior do
Os epidídimos têm menor consistência.
22.2.2. EPIDÍDIMO testículo. A cabeça adere ao testículo por
intermédio dos dúctulos eferentes do testículo
O epidídimo é um órgão alongado ãntero­ (Fig. 444.6), que unem a rede do testículo
22.1.4. DIMENSÜES E PESO -posteriormente, relacionado com a margem 22.3. RELAÇÕES (Haller) (Fig. 444.7) ao dueto do epidídimo
posterior do testículo, apresentando a cabeça, (Fig. 444.8).
O testículo na criança e no adolescente, ainda o corpo e a cauda. O corpo do epidídimo (Fig. 444.9) é acha­
A cabeça do epidídimo (Fig. 443.A6 e B6) 22.3.1. TESTÍCULO tado súpero-inferiormente. A face superior, a
sem funções reprodutoras, tem dimensões
reduzidas. A partir da puberdade e quando se é a porção mais anterior, arredondada, lisa e margem lateral e a face inferior estão cober-
volumosa, relacionando-se com o pólo supe­ O testículo tem a forma de um ovóide, acha­
inicia a secreção espermática vai-se desenvol­
rior do testículo. tado no sentido transversal, cujo grande eixo
vendo até atingir, no adulto, cerca de 4,5 cm
O corpo do epidídimo (Fig. 443.A7), acha­ se dirige com obliquidade póstero-inferior.
de comprimento, 3 cm de largura e 2,5 cm
tado súpero-inferiormente, apresenta, em Podem considerar-se duas faces, duas mar­
de espessura. O testículo perde cerca de um
cortes transversais, a forma de uma vírgula, gens e dois pólos.
quinto das suas dimensões à medida que as
A face lateral, convexa, está revestida pela
funções genitais vão diminuindo com a idade.
lâmina visceral da túnica vaginal (Fig. 444.1).
Os dois testículos têm normalmente as mes­
A face medial, plana, encontra-se também
mas dimensões.
revestida pela lâmina visceral da túnica
O peso médio do testículo é de 20 gramas.
vaginal.
O epidídimo tem dimensões com cerca de
A margem anterior, convexa, está revestida
5 cm de comprimento, 1,2 cm de largura e
pela lãmina visceral da túnica vaginal, que
0,5 cm de espessura.
envolve as duas faces do testículo (Fig.
O peso do epidídimo é cerca de 3 a 4 gramas.
444.1).
A margem posterior adere, pelas suas extre­
midades, ao epidídimo, ficando separado
22.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA deste, na sua porção média, por um recesso,
A B o seio do epidídimo (Fig. 444.2), uma depen-
� dência da túnica vaginal. É na porção média
22.2.1. TESTÍCULO Fig. 443 - Conformosõo externa do leslículo e do epid!dimo direilo, � desta margem que se encontra o bilo do
observados pelo face lolerol (A) e pelo face medial (8) : testíc ulo, por onde passa o feixe vásculo­
O testículo tem a forma de um ovóide acha­ A 1. Face lo!erol do !eslículo 81. Face medial do leslículo A2 e 82, MIi t -nervoso do testículo. Fig. 444 - Relasões do lestrculo e da epid!dimo
tado transversalmente, apresentando um gem posterior do leslículo A3 e 83. Margem onlerior da tastlculo § O pólo superior apresenta dois resquícios 1. L6mina visceral do !única vaginal 2. Seia do epid!dimo 3. Apêndices
grande eixo, com obliquidade póstero-infe­ A4 e 84. Pólo superior do testículo AS e 85. Pólo inferior do tastlo,lo embrionários, os apêndices do epidídimo e do epid!dimo e do testículo (Morgagni) 4. Ligamento escrotal 5. Cabesa
rior, que faz um ângulo de 60º com um plano A6 e 86. Cabesa do epidídimo A7. Corpo do epid!dimo AB. Face supe 3 do testículo (Morgagni) (Fig. 444.3). do epidídimo 6. Dúctulos eferentes do lest!culo 7. Rede do testículo
horizontal. Em razão da sua forma apresenta rior do corpo do epidídimo A9. Face inferior do corpo do apldídÍJIIII : O pólo inferior dá inserção ao ligamento (Haller) 8. Duelo do epid!dimo 9. Corpo do epid!dimo 10. Artérias e
duas faces, duas margens, dois pólos. A l O. Cauda da epidídimo · escrotal (Fig. 444.4), uma lâmina fibro- veias espermáticas 11. Cauda do epid!dimo 12. Póla inferior do testículo
282 ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO}

tos pela lâmina visceral da túnica vaginal e


- Na superfície da bainha do funículo espermá­
TESTÍCULOS E EPIDÍDIMOS 283

a face inferior está separada do testículo pelo tico en contra-se a artéria cremastérica (Fig.
seio do epidídimo (Fig. 444.2). As artérias e 446.9), ramo da artéria epigástrica inferior,
as veias espermáticas (Fig. 444.10) relacio­ ue acaba por perfurar a bainha e localizar­
nam-se com a margem medial da cabeça e do :se no seu interior, e veias cremastéricas (Fig.
corpo do epidídimo. 446.10).
A cauda do epidídimo (Fig. 444.11) rela­
5 2
ciona-se com o pólo inferior do testículo
(Fig. 444.12), aderindo a este por intermédio
de tecido celuloso. A cauda vai continuar-se
com o dueto deferente e relaciona-se com a
artéria e a veia deferenciais.
O dueto do epidídimo (Fig. 444.8) inicia-se
no epidídimo, resultando da reunião dos
dúctulos eferentes do testículo (Fig. 444.6) ao
nível da cabeça do epidídimo e estendendo­
-se até à cauda do testículo, onde toma o 7
nome de dueto deferente.

22.4. FUNÍCULO ESPERMÃTICO


Fig. 445 - Funículo espennótico com os suas portões escrotal e inguiui fig 446 - Corte transversal do por1ão escrotal do funlculo espennótico

O funículo espermático é o meio de suspen­ 1 Bainha da funlculo espannático 2. Ligamento da (loque! 3. Artéria Fig. 447 - Artérias responsáveis pelo vosculorizo1ão arterial testicular,
1. Por1ão posterior do margem posterior do testlculo 2. Porpio asaoral
leslicular 4. Plexo venoso testicular anterior 5. Plexos testiculares segundo o técnico de diofonizo1ão, numa pe10 preparado por Diogo
são do testículo e do epidídimo, sendo cons­ 3. Por1ão inguinal 4. Anal inguinal superficial
6. Dudo deferente 7. Artéria deferencial 8. Plexo venoso testicular Pois
tituído pelo dueto deferente e pelos vasos e
nervos do testículo e do epidídimo. Estas for­ postwlor 9. Artéria cremostérico 1 O. Veios cremostéricos 1. Artéria testicular 2. Artéria epididimário 3. Artéria deferencial
mações estão unidas entre si por intermédio cauda e do corpo do epidídimo através de 4. Artéria cremostérico
de um tecido celular laxo, e envolvidas pela tecido celular laxo. A partir da porção média
bainha do funículo espermático. do corpo do epidídimo afasta-se, para se 22.S. TERRITÓRIOS TESTICULARES
O funículo espermático apresenta a forma de dirigir para superior, até alcançar o anel divisão dicotómica das artérias testiculares
um cilindro, ocupando a porção superior do inguinal superficial, para percorrer depois o condicionar a formação de divisões territo­
escroto, começando na porção posterior da canal inguinal. 22.S.1. ARThlAS TESTICULARES riais acessórias, os subsectores testiculares.
margem posterior do testículo (Fig. 445.1) e O funículo espermático encontra-se envolvido Por este motivo, e por definição, as artérias
CONDICIONANTES DOS TERRITÕRIOS
terminando ao nível do anel inguinal pro­ pela bainha do funículo espermático (Fig. testiculares podem ser designadas artérias
fundo do canal inguinal. É constituído por 446.1), de natureza fibrosa. O ligamento de TESTICULARES sectoriais e os seus ramos de divisão pri­
duas porções: uma porção escrotal (Fig. Cloquet (Fig. 446.2), resquício do canal mária, artérias subsectoriais.
445.2), verticalmente disposta e situada no vagina-peritoneal, divide o funículo espermá­ As artérias testiculares foram bem estudadas Classicamente, o testículo é vascularizado
escroto, entre a sua origem e o anel inguinal tico numa loca anterior e numa loca posterior. por Diogo Pais (1995). por dois ramos testiculares ou sectoriais, um
superficial (Fig. 445.4) e uma porção ingui­ Na loca anterior encontra-se a artéria testi­ O testículo é vascularizado por artérias prin­ medial e outro lateral, destinados às metades
nal (Fig. 445.3), situada em toda a extensão cular (Fig. 446.3), o plexo venoso testicular cipais, as artérias testiculares (Fig. 447.1 ), e correspondentes do órgão. No entanto, sabe­
do canal inguinal, entre o anel inguinal su­ anterior (Fig. 446.4), os plexos testiculares � por artérias acessórias, as artérias epididimá­ -se hoje que existe um grande número de
perficial (Fig. 445.4) e o anel inguinal pro­ (Fig. 446.5) e vasos linfáticos. e rias (Fig. 447 .2), a artéria deferencial (Fig. variações quanto ao número e à forma de
fundo. Na loca posterior encontra-se o dueto defe­ � 447 . 3) e a artéria cremastérica (Fig. 447.4). abordagem das artérias testiculares que, inde­
O dueto deferente ocupa sucessivamente o rente (Fig. 446.6), a artéria deferencial (Fig. São as artérias testiculares que, depois de pendentemente, perfuram a túnica albugínea.
escroto, o canal inguinal e a cavidade abdó­ 446.7), ramo da artéria vesícula-deferencial, 3 perfurarem a túnica albugínea, se distribuem Diogo Pais (1995), quanto ao número de arté­
mino-pélvica. Inicialmente situa-se ântero­ o plexo venoso testicular posterior (Fig. : ª territórios testiculares independentes, os rias testiculares ou sectoriais, observou, em
-superiormente, unido à porção medial da 446.8) e vasos linfáticos. sectores testiculares, podendo os ramos de 23,9% dos casos, uma artéria testicular,
284
;;.;..;.._ ______ _______ ____________________
ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)
__ .;..... __, ___.
TESTÍCULOS E EPIDÍDIMOS 285

(Fig. 448), em 50% dos casos, duas artérias Nos testículos com dois sectores arteriais
testiculares (Fig. 449), em 21,4% dos casos, foram observados dois tipos, em 50% dos
três artérias testiculares, em 3,5% dos casos, casos. O tipo II, com sectores anterior e ,·:,
Ir

quatro artérias testiculares e em 1% dos posterior, em 35,2% dos casos (Fig. 452.A),
casos, cinco artérias testiculares (Fig. 450). sendo de todos os tipos de sectorização
Quanto à abordagem do testículo, depois de arterial do testículo o que foi encontrado com
perfurarem a túnica albugínea, as artérias maior frequência;
testiculares ou sectoriais dirigem-se para a O tipo III, com sectores medial e lateral,
margem anterior do órgão e para o alcan­ em 14,8% dos casos (Fig. 452.B), corresponde
çarem têm um de três comportamentos: mais à disposição clássica de duas artérias testi­
frequentemente, contornam superficialmente culares medial e lateral, que ainda hoje vem
o pólo inferior do testículo; cruzam super­ descrita como paradigma da vascularização
ficialmente uma das suas faces; ou atraves- arterial do testículo, em muitos tratados.

fig. 450- Testículo vosculorizodo por cinco artérias testiculares (selos),


segundo o técnico de diolonizo,õo, num molde vascular preparado
por Diogo Pois
A B
ticulares ou sectoriais podem então ser desig­ Fig. 452 - Testículos com dois sectores arteriais
nadas pelo nome do sector correspondente.
A separar os sectores do testículo encontra­ A. Tipo li B. Tipo 111
mos fissuras intersectoriais.
Dmgo Pais (1995) observou em 196 testí­ Nos testículos com três sectores arteriais
culos humanos adultos diferentes padrões de foram observados quatro tipos, em 21,4% dos
Fig. 449 - Testículo vosculorizodo por duas artérias testiculares (setosl
sectorização arterial testicular. casos.
segundo o técnico de injec,õo-corrosõo-lluorescêncio, num molde
vascular preparado por Diogo Pois O tipo IV, com sectores anterior, póstero­
Os testículos com um sector arterial cor­ •medial e póstero-lateral, em 9,1 % dos
re�pondem ao tipo I, em 23,9% dos casos casos (Fig. 453.A).
(Fig. 451). O tipo V, com sectores anterior, médio e
sam o mediastino do testículo (Highmore) e
o parênquima, sem se ramificarem (artéria posterior, em 7,1% dos casos (Fig. 453.B).
O tipo VI, com sectores ântero-medial,
transmediastínicas).
ântero-lateral e posterior, com 4,5% dos
casos (Fig. 453.C).
O tipo VII com sectores ântero-medial,
22.S.2. SECTORES E SUBSECTORES póstero-medial e lateral, com 0,5% dos casos
(Fig. 453.D).
Depois de penetrar no parênquima, a partir do
margem anterior do testículo, cada uma das Nos testículos com quatro sectores arteriais
Fig. 448 - Testículo vosculorizodo por uma artéria testicular (selo), artérias testiculares vasculariza um sector (3,5%) foram observados dois tipos.
segundo o técnico de diofonizo,õo, num molde vascular preparado parenquimatoso independente, cujo nome varia O tipo VIII (Fig. 454.A), com sectores
por Diogo Pois consoante a sua localização. As artérias tes- f 451 - Testículo com um sector arterial do tipo 1 ântero-medial, ântero-lateral, póstero-
!_!!::._���::!!!:.!.::..!!=�:.::.::..;1:,;.:;;.::::.:::...:.::.:.:.:.:;::..;;;==.:.:...----------------
286 ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)
TESTÍCULOS E EPIDÍDIMOS 287

-medial e póstero-lateral, com 3% dos casos. Nos testículos com cinco sectores arteriais 22.6.2. PARADÍDIMO (GIRALDES)
O tipo IX (Fig. 454.B), com sectores ântero­ (1%) foram observados dois tipos.
-medial, médio-medial, ântero-lateral e O tipo X com sectores anterior, médio-anterior O paradídimo (Giraldes) (Fig. 457.3), com
posterior, com 0,5% dos casos. médio-posterior, póstero-medial e p óstero� aspecto vermiforme e cerca de 1,3 cm de
-lateral, com 0,5% dos casos (Fig. 455.A). diâmetro, está situado na porção anterior do
O tipo XI, com sectores ântero-medial, ftntero­ funículo espermático, superiormente à cabeça
lateral, médio-lateral, póstero-medial e p óstero­ do epidídimo, constituindo um resquício do
-lateral, com 0,5% dos casos (Fig. 455.B). canal de Wolff.

22.6.3. DÚCTULOS ABERRANTES (HALLER)


Os dúctulos aberrantes (Haller) são de dois
tipos, e constituem resquícios do canal de
Wolff.
A B O dúctulo aberrante superior (Haller), com
4 a 5 mm de comprimento situa-se na cabeça
do epidídimo e destaca-se do último dúctulo
eferente do testículo.
A B
O dúctulo aberrante inferior (Haller), (Fig.
457.4), inconstante, com 2 a 5 cm de compri­
fig. 455 - Testículos com cinco sectores arteriais
frg. 456 - Testículo com dois sectores arteriais, do tipo li, com um mento, situa-se na cauda do epidídimo.
A. Tipo X B. Tipo XI sector anterior e um sector posterior, segundo o técnico de
diofonlzasõo, num molde vascular preparado por Diogo Pois

1. Sector anterior preenchido com colorosõo vermelho 2. Sector 22.7. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA
C D Como exemplo, mostra-se um testículo com
,osterlor preenchido com colorosõo verde
dois sectores arteriais, o tipo II, com um
sector anterior e um sector posterior (Fig. O testículo é formado por um invólucro pró­
fig. 453 - Testlculos com três sectores arteriais
456), o mais frequentemente encontrado. prio, muito espesso e resistente, a túnica
A. Tipo IV B. Tipo V C. Tipo VI D. Tipo VII Nos casos em que as artérias testiculares ou 22.6.1. APÊNDICES DO EPIDÍDIMO E DO albugínea, e por tecido parenquimatoso tes­
sectoriais dão origem a ramos terminais, por ticular, com o aspecto de polpa mole, semi­
TESTÍCULO (MORGAGNI) fluida de coloração amarelo-acastanhada.
divisão dicotómica, estes ramos são desig­
O testículo é um órgão secretor e excretor,
nados artérias subsectoriais e os respectivos
Os apêndices do epidídimo e do testículo destinado a produzir o elemento principal do
territórios parenquimatosos, subsectores tes• (Morgagni) são dois pequenos apêndices, um líquido espermático ou esperma, os esperma­
ticulares, que se encontram separados por pediculado e outro séssil, localizados na tozóides, apresentando ainda células endó­
fissuras intersubsectoriais, sendo em grande porção anterior do testículo e do epidídimo. crinas, com funções na determinação dos
número as variações encontradas, neste domí­ O apêndice do epidídimo (Fig. 457.1) é caracteres sexuais secundários. O epidídimo,
nio, por Diogo Pais (1995). , pediculado, com cerca de 2 mm de compri­ também ele conhecido por uma túnica albu­
: mento, implantado na cabeça do epidídimo, gínea, é um órgão excretor, no interior do
: constituindo um resquício do canal de W olff. qual se encontra o dueto do epidídimo.
22.6. RESQUÍCIOS EMBRIONÁRIOS ANEXOS � O apêndice do testículo (Fig. 457.2) é séssil,
� mais frequente que o anterior, com cerca de 2
AOS TEST(CULOS E AOS EPIDfDIMOS õ a 8 mm de comprimento, implantado na 22.7.1. TÚNICA ALBUGÍNEA
A B cabeça do epidídimo, no pólo superior do
Os resquícios embrionários são os vestígio� testículo, ou no ângulo de reunião dos dois A túnica albugínea é uma membrana fibrosa
fig. 454 - Testículos com quatro sectores arteriais dos canais genitais e encontram-se relaciona· órgãos, constituindo um resquício do canal de resistente que envolve o testículo e o epidí­
dos com o testículo e com o epidídimo. Muller. dimo.
A. Tipo VIII B. Tipo IX
__________ _______ _________________
288
_
ÓRGAOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)
_._ ..._
TESTÍCULOS E EPIDÍDIMOS 289

22.7.2. PAR{NQUIMA TESTICULAR (Fig. 458.8). Os


dúctulos eferentes do testí-
ulo (Fig. 458 . 9), em número de 10 a 15,
4
O parênquima testicular é secretor e excretor e artem da rede do testículo (Haller) e ao
e o parênquima epididimário é apenas excre. �lcançarem o epidídimo terminam no dueto
tor, sendo constituído pelo dueto do epidf. do epidídimo (Fig. 458.10), que ao nível da
dimo. cau da do epidídimo se vai continuar com o
Os lóbulos do testículo (Fig. 458.4), em nú­ dueto deferente (Fig. 458.11).
mero de 250 a 300, encontram-se separados
pelos septos do testículo (Fig. 458.3), tendo
uma forma piramidal, com a base repousando
na face profunda da túnica albugínea e 0
ápice no mediastino do testículo (Highmore).
Fig. 457 - Resquícios embrionários anexos ou testículo e epidídimo Cada lóbulo testicular contém 3 a 4 lóbulos Fig. 458 • Constilui�õo anatómica do testículo e do epidídimo
1. Apêndice do epidídimo (Morgogni) 2. Apêndice do testículo (Morgagni) seminíferos contorcidos (Fig. 458.5), encon­
L Túnica albugíneo do testículo 2. Mediastino do testículo (Highmore)
3. Paradídimo (Giraldes) 4. Dúctulo aberrante inferior (Haller) trando-se em cada testículo cerca de 900 a J. Septos do testículo 4. Lóbulos do testículo 5. Túbulos seminlferos
950 túbulos. Cada túbulo seminífero contor­
contOlddos 6. Túnica albugínea do epidídimo 7. Túbulos seminíferos
cido apresenta uma camada externa de tecido redos 8. Rede do testlculo (Haller) 9. Dúctulos aferentes do testículo
A túnica albugínea do testículo (Fig. 458.1) conjuntivo, uma lâmina própria e uma ca­ 10 Dudo do epidídimo 11. Dueto deferente
tem uma coloração azul-esbranquiçada, com mada interna, formada pelas células de
cerca de 1 mm de espessura, envolvendo suporte (Sertoli) e pelo epitélio germinativo
totalmente o testículo. A face superficial é ou seminífero, disposto em quatro a oi t o
quase totalmente revestida pela lâmina vis­ camadas de células que se dividem e sofrem
ceral da túnica vaginal. A face profunda progressiva maturação: as espermatog6nias,
relaciona-se com o parênquima testicular. os espermatócitos de 1ª ordem, os esperma­
Ao nível da margem posterior, próximo do tócitos de 2ª ordem, as espermátides e final­
pólo superior do testículo, a túnica albugínea mente os espermatozóides. Os túbulos semi­
apresenta um espessamento, constituindo o níferos contorcidos são envolvidos por tecido
mediastino do testículo (Highmore) (Fig. conjuntivo, onde se encontram células mio­
458.2). Apresenta a forma de uma pirâmide, epiteliais, contrácteis, com características de
euja base corresponde à periferia do testículo, células musculares lisas.
donde partem numerosos septos do testículo As células intersticiais (Leydig) encontram­
(Fig. 458.3), de natureza fibrosa, que se -se na espessura dos septos do testículo,
inserem na face profunda da túnica albugínea constituindo elementos secretores que corres­
e que vão condicionar os lóbulos do testículo pondem à função endócrina do testículo.
(Fig. 458.4), apresentando no seu interior Os duetos excretores são constituídos pelo�
numerosos vasos e túbulos seminíferos túbulos seminíferos contorcidos, os túbulos
contorcidos (Fig. 458.5). seminíferos rectos, a rede do testículo (Haller),
A túnica albugínea do epidídimo (Fig. os dúctulos eferentes do testículo e o dueto .,
<
458.6) envolve totalmente o epidídimo, com do epidídimo. 2
uma espessura que vai diminuindo da cabeça Cada lóbulo do testículo é drenado por um ."-
para a cauda, transformando-se numa fina túbulo seminífero recto (Fig. 458.7), resul­ :,

camada celulosa, ao nível da origem do dueto tante da convergência de 3 a 4 túbulos seml·


deferente. níferos contorcidos (Fig. 458.5). Os túbulos
seminíferos rectos anastomosam-se ao nível
do mediastino do testículo (Highmore), parn
constituírem a rede do testículo (Haller)
1

EscloTO E BAINHA DO FUNÍCULO EsPERMÁTICO


l
1

cutânea (Fig. 459.3), a túnica espermática


23.1. ESCROTO externa (Fig. 459.4), a túnica muscular do
cremáster (Fig. 459.5), a túnica espermática
Os testículos estão contidos num sistema de interna (Fig. 459.6) e a túnica vaginal do
invólucros, o escroto. testículo (Fig. 459.7).
o escroto (Fig. 442.1) encontra-se situado
entre a face medial das coxas (Fig. 442.2),
sendo livres em toda a sua extensão, à ex­ 23.1.1. TÚNICA CUTÂNEA
cepção da sua porção superior, onde aderem
à região púbica, confundindo-se com o perí­ A túnica cutânea ou pele (Fig. 460.1) fina e
neo, face inferior ou uretra! do pénis (Fig. muito elástica, deixa-se facilmente distender
442.3), região inguinal e parede abdominal sendo muito pigmentada, com pêlos longos e
anterior. raros (Fig. 460.2), apresentando numerosas
O escroto é constituído por sete túnicas que, pregas transversais (Fig. 460.3), com origem
indo da superfície para a profundidade, são: a no rafe do escroto (Fig. 460.4), situado na
túnica cutânea (Fig. 459.1), a túnica muscular linha mediana da face anterior.
do dartos (Fig. 459.2), a túnica celular sub-
23.1.2. TÚNICA MUSCULAR DO DARTOS

A túnica muscular do dartos (Fig. 459.2) é


uma lâmina constituída por fibras musculares

� Fig. 459 · Túnicas constituintes do escroto e do funículo espermático

: I. Túnlm cul6neo 2. Túnica muscular do dortos 3. Túnica celular


_
1ubcut0neo 4. T6nico espermática externa 5. Túnica muscular do
1.
oe
: m6ster 6. Túnica espermática interno 7. Túnica vaginal do testículo
: I. Túnica espermática externa 9. Túnica espermática cremastérica Fig. 460 - Túnica cutâneo
IO. Túnica espermática interna 1. Pele 2. Pêlos 3. Pregas transversais 4. Rafe da escroto
�29�2:,_�R!!!;G�O�S �GE�N�ITA�IS�M
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SCU LIN�OS ,i;:(SIST EMA�GENIT AL :::,MAS�CULl NO ) _______________
!::::.!!!:!! ::., !!:.:::::= ::,::::,!.'.:::.. ::,:: :::.::::.:L ESCROTO E BAINHA DO FUNÍCULO ESPERMÁTICO 293
_

lisas, constituindo o músculo dartos (Fig. interno e transverso do abdómen, envolvendo epidídimo (Fig. 464.3), o funículo espermá­
461.1), um músculo cutâneo reforçado por 0 funículo espermático (Fig. 463.1) e sendo tico (Fig. 464.4) e o anel inguinal profundo.
fibras elásticas e conjuntivas, relacionado super­ constituído por dois fascículos. Encontra-se unido ao pólo inferior do testí­
ficialmente com a pele (Fig. 461.2). o fascículo externo ou ilíaco (Fig. 463.2) culo pelo ligamento escrotal (Fig. 464.5).
Ao nível do escroto, o músculo dartos de um origina-se nos músculos oblíquo interno e
lado vai unir-se ao músculo dartos do outro transverso do abdómen e no ligamento ingui­
lado para formar, na linha mediana, o septo nal, lateralmente ao anel inguinal superficial.
do escroto (Fig. 461.3), condicionando duas Situa-se na porção lateral do funículo esper­
locas testiculares. mático, alcançando o testículo.
O músculo dartos continua-se anteriormente, o fascículo interno ou púbico (Fig. 463.3),
com o músculo dartos do pénis (Fig. 461.4). menos desenvolvido, destaca-se da espinha
Posteriormente, prolonga-se por uma lâmina do púbis e da foice inguinal. Situa-se na
semelhante situada inferiormente à pele do porção medial do funículo espermático, mas
períneo, o dartos perineal. não alcança o testículo.
O músculo dartos insere-se lateralmente no o reflexo cremastérico, obtido por estimu­
ramo inferior do púbis e no ramo do ísquio lação da face medial da coxa, leva à con­ 2
Fig. 462 - Túnica muscular do dortos contribuindo poro o constilui1õo tracção e à elevação do testículo homolateral.
do ligamento suspensor do pénis

1. Músculo dortos 2. Fibras superficiais 3. Fibras profundos canstitulndo


o ligamento suspensor do pénis 23.1.6. TÚNICA ESPERMÃTICA INTERNA
A túnica espermática interna (Figs. 459.6 e 5

23.1.3. TÚNICA CELULAR SUBCUTÃNEA 464.1) tem origem na fáscia transversal,


apresenta a forma de um saco liso e resis­ Fig. 464 - Túnico espennótico interno com o ligamento escrotal
tente, envolvendo o testículo (Fig. 464.2), o
A túnica celular subcutânea (Fig. 459.3) é 1. Túnica espennótico interno 2. Testlculo 3. Epidídimo 4. Funículo
constituída por tecido conjuntivo laxo, for­ espennótico 5. Ligamento escrotal
mando o espaço escrotal, continuando-�e
com o tecido celular subcutâneo do pénis, do
períneo e da parede abdominal anterior, mas 23.1.7. TÚNICA VAGINAL DO TESTfCULO
lateralmente encontra-se fechado pela inser­
ção do músculo dartos no ramo inferior do A túnica vaginal do testículo é uma mem­
púbis e no ramo do ísquio. No espaço escrotal brana serosa dependente do peritoneu que
encontram-se vasos e nervos superficiais. apresenta uma lâmina parietal (Fig. 465.1) e
Fig. 461 - Túnica muscular do dortos uma lâmina visceral (Fig. 465.2) e, entre
ambos, uma cavidade virtual, a cavidade da
1. Músculo dortos 2. Pele 3. Septo do escroto 4. Músculo dortos do 23.1.4. TÚNICA ESPERMÁTICA EXTERNA túnica vaginal (Fig. 465.3).
pénis
A lâmina parietal (Fig. 465.1) relaciona-se,
A túnica espermática externa (Fig. 459.4) é pela face interna, com a cavidade serosa e,
e, superiormente, continua-se com o tecido fina e vai continuar-se com a aponevrose
pela face externa, com a túnica espermática
celular subcutâneo da parede abdominal anterior do músculo oblíquo externo do abdó­ interna, da qual está separada por tecido
anterior. O músculo dartos (Fig. 462.1), na men e com a fáscia do pénis (Buck). celular subvaginal.
linha mediana adquire grande desenvolvi­ A lâmina visceral (Fig. 465.2) adere à
mento, em que as fibras superficiais (Fig. margem anterior e às duas faces do testículo.
462.2) se fixam nos invólucros do pénis e as 23.1.S. TÚNICA MUSCULAR DO CREMÃSTER
Fig. 463 - Túnica muscular do cremáster Ao chegar à margem posterior do testículo,
fibras profundas se inserem na porção pos­ vai comportar-se de modo diferente.
terior dos corpos cavernosos, para constituir O cremáster (Fig. 459.5) é uma túnica mu - l. Funículo espennólico 2. Fosclculo externo ou ilíaco 3. Fosclculo
Anteriormente, a lâmina visceral reveste o
o ligamento suspensor do pénis (Fig. 462.3). cular que se origina nos músculos oblíquo intimo ou púbico
pólo súperior do testículo (Fig. 465.4), a
294 ÓRG/ÍOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)

cabeça do epidídimo (Fig. 465.5) e a porção Mediaimente, a lâmina visceral (Fig. 466. J
- • iuada entre o testículo e o epidídimo cons­
ESCROTO E BAINHA DO FUNÍCULO ESPERMÁTICO

A túnica espermática externa (Fig. 459.8),


295

1
1
anterior do funículo espermático (Fig. 465.6), reveste a porção medial do funículo esper :;tui O seio do epidídimo (Fig. 466.10). fibrosa, representa a continuação com a
revestindo este último, durante cerca de mático (Fig. 466.2), durante cerca de 1 crn túnica espermática externa.
0,5 cm, para depois se reflectir ântero-infe­ para depois se reflectir ínfero-mediahnente' A túnica espermática cremastérica (Fig.
para se continuar com a lâmina Parietai 459.9), constituída por fascículos musculares
riormente, acabando por continuar-se com a
(Fig. 466.3).
23.2. BAINHA DO FUNfCULO estriados, continua a túnica muscular do cre­
lâmina parietal (Fig. 465.7).
Posteriormente, a lâmina visceral reveste o Lateralmente, a lâmina visceral reveste a ESPERMÁTICO máster.
pólo inferior do testículo e a cauda do epidí­ face lateral do testículo (Fig. 466.4), alcan­ A túnica espermática interna (Fig. 459.10),
dimo (Fig. 465.8), aderentes entre si, aca­ çando depois a seu margem posterior {Fig. fibrosa, envolve o funículo espermático, sendo
A bainha do funículo espermático é consti­
466.5), até atingir a porção lateral do funículo a continuação da túnica espermática interna.
bando por alcançar o ligamento escrotal (Fig. tuída por três túnicas que, indo da superfície
465.9). Aqui reflecte-se ântero-inferiormente espermático (Fig. 466.6). Dirige-se depois para a profundidade são:
a este ligamento, revestindo a face anterior e para lateral, revestindo a face inferior, a
as margens laterais, e acaba por se continuar margem lateral e a face superior do corpo do
com a lâmina parietal (Fig. 465.10). epidídimo (Fig. 466.7), acabando por encon­
trar de novo a porção lateral do funículo
espermático (Fig. 466.8), que reveste durante
cerca de 2 cm, para depois se reflectir com
obliquidade ínfero-lateral para se continuar
com a lâmina parietal (Fig. 466.9). A porção

10 9
Fig. 466 - Túnico vaginal do testlculo

1. Lâmina visceral 2. Lamino visceral revestindo o porião medial do


Fig. 465 • Túnico vaginal do testículo
funículo espermático 3. Lamina parietal 4. Lamino visceral revestindo
1. Lamino parietal 2. Lamino visceral 3. Cavidade da túnica vaginal o face lateral do testículo 5. Lamino visceral ao nível da martem
4. Lamino visceral revestindo o põlo superior do testlculo 5. Lamino posterior do testículo 6. L6mino visceral revestindo a porião lateral
visceral revestindo a cabe10 do epidídimo 6. Lamino visceral revestindo do funículo espermático no hilo testicular 7. Lamino visceral revestindo
a porião anterior do funículo espermático 7. Lamina visceral o face inferior, margem lateral a foca superior do corpo do epldfdimo
continuando-se com o lamina parietal 8. Lamino visceral revestindo 8. Lamino visceral revestindo o porião lateral do funlculo espenn6tico
o põlo inferior do tesliculo e a cauda do epidídimo 9. Ligamento superiormente ao epidídimo 9. Lamino visceral continuando-seco
escrotal 10. Lamino visceral continuando-se com o lamina parietal o 16mino parietal 1 O. Seio do epidídimo
VIAS EsPERMÁTICAS

As vias espermáticas � o duetos que �ondu­



zem O líquido espermatico desde os tubulos
eminíferos (Fig. 467.1 ), que se encontram
�os lóbulos do testículo, até à uretra.

24.1. TÚBULOS SEMINÍFEROS


CONTORCIDOS 3

os túbulos seminíferos contorcidos (Fig.


2
467.1) originam-se e ocupam os lóbulos do
testículo.

24.2. TÚBULOS SEMINÍFEROS RECTOS


Fig. 467 - Túbulos seminíferos contorcidos, túbulos seminíferos reetos,
Os túbulos seminíferos rectos (Fig. 467.2) rede do testículo (Haller), dúctulos eferentes do testículo, dueto
constituem o primeiro segmento das vias es­ epididimório e dueto deferente
permáticas, sendo rectilíneos e muito curtos, 1. Túbulos seminíleros contorcidos 2. Túbulos seminíleros rectos
com 20 a 50 mm de calibre, resultando da 3. Rede do testículo (Holler) 4. Dúetulos eferentes do testículo S. Dúetulo
reunião dos túbulos seminíferos contorcidos eferente do testículo situado mais anteriormente, dando início ao dueto
de um lóbulo. Iniciam-se no ápice dos ló­ do epidídimo 6. Dúetulos eferentes do testículo abrindo-se sucessiva­
bulos, penetram no mediastino do testículo mente no dueto do epidídimo 7. Dueto do epidídimo 8. Dueto defe­
(Highmore) e terminam na rede do testículo rente
(Haller).

24.4. DÚCTULOS EFERENTES DO


24.3. REDE DO TESTÍCULO (HALLER) TESTÍCULO
< A rede do testículo (Haller) (Fig. 467.3), Os dúctulos eferentes do testículo (Fig.
-: situada no mediastino do testículo (High­ 467.4), em número de 10 a 15, originam-se na
= more), é constituída por dúctulos muito anas­ porção ântero-superior da rede do testículo
; tomosados e irregulares, com 200 a 400 mm (Haller). Dirigem-se para superior, perfuram
:; de calibre, resultando da reunião dos túbulos a túnica albugínea, penetram na cabeça do
: seminíferos rectos.
epidídimo e terminam na porção inicial do
dueto do epidídimo. Os dúctulos eferentes do
testículo têm inicialmente um trajecto recti­
líneo, passando depois a ter um trajecto fle-
298 ÓRGÍÍOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)
- VIAS ESPERMÁTICAS 299

xuoso, apresentando a forma de um cone, 468.3), a que interiormente corresp ondern dimo, e dirige-se superiormente em vertical, 24.6.2. RELAÇÕES
cujo ápice se encontra no mediastino do divertículos ampolares (Fig. 468.4). no interior do funículo espermático, até al­
testículo (Highmore) e a base, no epidídimo, O dueto deferente tem 35 a 45 cm de COlll­ cançar o anel inguinal superficial.
tendo 1 a 1,5 cm de comprimento e dispondo­ primento, apresentando 2,5 mm de calibre na A parte inguinal (Fig. 469.7) compreende a 24.6.2.1. PARTE TESTICULO-EPIDIDIMÃRIA
-se paralelamente entre si. O dúctulo eferente sua porção média, aumentando à medida que parcela do dueto deferente situada no canal
A parte testículo-epididimária do dueto defe­
do testículo, situado mais anteriormente (Fig. se vai aproximando da ampola, onde pode inguinal, entre os anéis inguinais superficial
467 .5), origina o dueto do epidídimo (Fig. apresentar um calibre de 1 cm. e profundo. rente (Fig. 470.1) continua o dueto do epidí­
467.7). Os restantes dúctulos eferentes do Tem uma consistência característica, devido A parte ilíaca (Fig. 469.8) inicia-se no anel dimo, ao nível da cauda do epidídimo (Fig.
testículo (Fig. 467.6) abrem-se isolada e à espessura da sua parede, permitindo ao ci­ inguinal profundo, onde se vai separar dos 470.2), dirigindo-se com obliquidade ântero­
sucessivamente no dueto do epidídimo. rurgião, distingui-lo facilmente dos elemento� diferentes elementos do funículo espermático, -superior, adjacente à margem posterior do
vásculo-nervoso do funículo espermático. situando-se inferiormente ao peritoneu, até testículo e à margem medial do corpo do
alcançar a cavidade pélvica. epidídimo (Fig. 470.3), até alcançar a sua
A parte pélvica (Fig. 469.9), constituída pelo porção média. O dueto deferente relaciona-se,
24.S. DUCTO DO EPIDÍDIMO segmento paravesical, relacionado com as mediaimente, com a artéria deferencial (Fig.
margens laterais da bexiga e pelo segmento 470.4) e, lateralmente, está aderente ao epi­
O dueto do epidídimo (Fig. 467.7), em nú­ retrovesical, relacionado com o segmento dídimo, por tecido conjuntivo laxo, por onde
mero de dois, um para cada epidídimo, é um
posterior da face póstero-inferior da bexiga, passa a artéria epididimária posterior (Fig.
dueto resultante da convergência dos dúctulos
passando mediaimente à vesícula seminal, 470.5), ramo da artéria testicular (Fig. 470.6)
eferentes do testículo, tendo origem ao nível
e unindo-se a esta para originar o dueto eja­ e o plexo venoso testicular posterior (Fig.
da cabeça do epidídimo e estendendo-se até
culador. 470.7).
à cauda, onde passam a constituir o dueto
deferente (Fig. 467.8). Encontram-se enro­
lados sobre si mesmo, apresentando 5 cm de
comprimento, mas quando desenrolados têm 2
cerca de 6 metros de comprimento e um
diâmetro compreendido entre 350 e 450 mm, Fig. 468 • Formo do dueto deferente
aumentando progressivamente à medida que
se vão aproximando do dueto deferente. 1. Dueto deferente 2. Ampola do dueto deferente 3. Bossos ampolarts
4. Divertículos ompolares

3
24.6. DUCTO DEFERENTE 24.6.1.2. TRAJECTO E DIVISÃO
2
O dueto deferente inicia-se na cauda do epi­
O dueto deferente, em número de dois, es­
dídimo (Fig. 469.1) e termina na base da
tende-se desde a cauda do epidídimo até às
próstata (Fig. 469.2), onde se vai unir com a
vesículas seminais, unindo-se ao colo destas
vesícula seminal (Fig. 469.3) para originar o
para constituir os duetos ejaculadores.
dueto ejaculador (Fig. 469.4). O dueto defe­
rente apresenta um trajecto longo e sinuoso.
24.6.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS relacionando-se assim com várias regiões e
sendo constituído por cinco partes
A parte testículo-epididimária (Fig. 469.5)
24.6.1.1. FORMA, DIMENSÜES E CONSISTfNCIA origina-se na cauda do epidídimo, onde con­ .,
tinua o dueto do epidídimo, dirige-se com
Fig. 470 - Relações da parte testículo-epididimória do funículo
O dueto deferente (Fig. 468.1) é cilíndrico obliquidade ântero-superior, relacionando-se C Fig. ◄69 - Divisão do dueto deferente espermático
em quase todo o seu trajecto, à excepção da com a margem anterior do testículo e com a
sua porção terminal que é dilatada, a ampola margem medial do corpo do epidídimo. � 1. Cauda do epidídimo 2. Terminação do dueto deferente na base do 1. Dueto deferente 2. Cauda do epidídimo 3. Corpo do epidídimo
do dueto deferente (Fig. 468.2), que apre­ A parte funicular (Fig. 469.6) origina-se ao J pr6stata 3. Vesícula seminal 4. Dueto ejaculador S. Parte testículo-epididi­ 4. Artéria deferencial S. Artéria epididimária posterior 6. Artéria
senta externamente bossas ampolares (Fig. nível da porção anterior do corpo do epidí· Q m6rlo 6. Parte funicular 7. Parte inguinal 8. Parte ilíaca 9. Parte pélvica testicular 7. Plexo venoso testicular posterior
300 ÓRGÍÍOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO) VIAS ESPERMÁTICAS 301

24.6.2.2. PARTE FUNICULAR

A parte funicular do dueto deferente (Figs.


446.6 e 471.1) estende-se desde o epidídimo
até ao anel inguinal superficial. Encontra-se
na loca posterior do funículo espermático,
juntamente com o plexo testicular (Fig.
446.5), com a artéria deferencial (Figs. 446.7
e 471.2), com o plexo venoso testicular pos­
terior (Figs. 446.8 e 471.3) e com vasos linfá­
ticos (Fig. 471.4).

fig. 473 - Relo1ões do porte ilíaco do dueto deferente


J. Dudo deferente 2. Anel profundo do canal inguinal 3. Artéria
deferendol 4. Plexo venoso testicular posterior 5. Veios epigástricos
mferlores 6. Plexo venoso testicular anterior 7. Veio testicular 8. Artéria
Fig. 472 - Relo1ões do porte inguinal do dueto deferente ilíaco axtemo 9. Veio ilíaco externo
1. Dueto deferente 2. Funículo espermático 3. Nervo genital, rumo do Fig. 474 - Relo1ões do porte pélvico do dueto deferente, no segmento
nervo ílio-hipogástrico 4. Nervo genital, rumo do nervo génlto-famo11l porovesicol , com o bexigo distendido
24.6.2.S. PARTE PÉLVICA
1. Dueto deferente 2. Peritoneu 3. Corpo do bexigo 4. Uretéro 5. Base
A parte pélvica do dueto deferente (Fig. 474.1) do próstata 6. Ampola do dueto deferente 7. Fáscio pr6stoto-peritoneol
inicia-se na cavidade pélvica, ao nível dos (Denonvilliers) 8. Recto
472.3), ramo do nervo ílio-hipogástrico e pos­ vasos ilíacos externos, compreendendo um
teriormente com o nervo genital (Fig. 472.4). segmento paravesical e um segmento retro­
ramo do nervo génito-femoral. vesical. inferiormente, com a fáscia próstato-perito­
O segmento paravesical apresenta relações neal (Denonvilliers) (Fig. 474.7). Através da
24.6.2.4. PARTE ILIACA diferentes consoante a bexiga está vazia ou escavação recto-vesical (Douglas) superior­
distendida. mente, e da fáscia próstato-peritoneal (De­
A parte ilíaca do dueto deferente (Fig. 473.1) Quando a bexiga está vazia, o dueto defe­ nonvilliers), inferiormente, a ampola do dueto
inicia-se no anel profundo do canal inguinal rente aplica-se contra o peritoneu, entre a deferente tem as seguintes relações: com a
(Fig. 473.2) e, a este nível, separam-se os parede lateral da cavidade pélvica e a mar­ face póstero-inferior da bexiga (Fig. 475.1),
diferentes elementos do funículo espermático. gem lateral da bexiga, cruzando o nervo e os anteriormente; com o recto (Fig. 474.8),
O dueto deferente dirige-se com obliquidade vasos obturadores. posteriormente; com a vesícula seminal (Fig.
Fig. 471 - Relo1ões do porte funiculor do funículo espermático
póstero-medial, apresentando uma curva con­ Quando a bexiga está distendida, o perito­ 475.2), lateralmente; com o dueto deferente
1. Dueto deferente 2. Artéria deferencial 3. Plexo venoso testicular vexa e sendo acompanhado pela artéria defe­ neu (Fig. 474.2) reveste o corpo da bexiga (Fig. 475.3) do lado oposto, mediaimente. Os
posterior 4. Vasos linfáticos rencial (Fig. 473.3). O plexo venoso testicular (Fig. 474.3) e, a este nível, o dueto deferente duetos deferentes convergem para a linha
posterior (Fig. 473.4) termina na veia epi­ , cruza a artéria umbilical com obliquidade mediana e formam o triângulo interdefe­
gástrica inferior (Fig. 473.5) e o plexo venoso � póstero-súpero-medial. Ao alcançar a porção rencial (Fig. 475.4), de base superior e ápice
24.6.2.3. PARTE INGUINAL
testicular anterior (Fig. 473.6), origina a veia � pos terior da margem lateral da bexiga, o inferior, relacionado com a base da próstata
A parte inguinal do dueto deferente (Fig. testicular (Fig. 473.7), terminando, à direita, : dueto deferente passa ântero-superiormente (Fig. 475.5).
472.1) encontra-se no interior do canal ingui­ na veia cava inferior e, à esquerda, na veia : ao uretéro (Fig. 474.4) e acaba por alcançar
nal, apresentando relações, na loca posterior renal esquerda. O dueto deferente dirige-se � a base da próstata (Fig. 474.5).
do funículo espermático, semelhantes às da para a cavidade pélvica, inferiormente ao 24.6.3. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA
parte funicular. Apresenta também relações, peritoneu, depois de cruzar os flancos me­ § O segmento retrovesical está ocupado pela
através do funículo espermático (Fig. 472.2), diais da artéria ilíaca externa (Fig. 473.8) e da - ª?1Pola do dueto deferente (Fig. 474.6), rela­ O dueto deferente é constituído por três
cionada com o peritoneu (Fig. 474.2) e, mais túnicas concêntricas que, indo da superfície
anteriormente, com o nervo genital (Fig. veia ilíaca externa (Fig. 473.9).
302 ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO) VIAS ESPERMÁTICAS 303

24.7. VES(CULAS SEMINAIS rna porção média, situada entre as duas A face ântero-superior relaciona-se com a
�xtremidades, o corpo (Fig. 476.6). face póstero-inferior da bexiga (Fig. 477.3).
A face póstero-inferior relaciona-se com o
As vesículas seminais, em número de dua�.
recto (Fig. 477.2), por intermédio da fáscia
são reservatórios que acumulam o líquido 24.7.3. CONFORMAÇÃO INTERNA próstato-peritoneal (Denonvilliers) (Fig. 477.5).
espermático, à medida que este vai sendo A margem medial relaciona-se com o dueto
produzido. A superfície interna da vesícula seminal apre- deferente (Fig. 476.10).
enta numerosas células separadas por pregas A margem lateral relaciona-se com o plexo
24.7.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS (Fig. 4 76.7), correspondendo às bossas e venoso vésico-prostático.
sulcos observados na sua superfície externa. O fundo da vesícula seminal corresponde ao
As células mais desenvolvidas constituem as peritoneu (Fig. 477.6) e, um pouco anterior­
24.7.1.1. SITUAÇÃO E DIRECÇÃO células de 1ª ordem (Fig. 476.8), no interior mente, ao uretéro (Fig. 477.7).
das quais se encontram células mais pequenas, O início do dueto excretor da vesícula
as células de 2ª ordem (Fig. 476.9). seminal (Fig. 476.4) relaciona-se com a base
As vesículas seminais (Fig. 477.1) situam-se
da próstata (Fig. 476.11 e 477.4), continuando­
na cavidade pélvica, anteriormente ao recto
-se, superiormente, com a ampola do dueto
(Fig. 477.2), posteriormente à bexiga (Fig. deferente (Fig. 476.12) e, inferiormente, com
Fig. 475 - Relo,ões do porte pélvico do dueto deferente, no segmento
477.3) e superiormente à próstata (Fig. 477.4), a origem do dueto ejaculador (Fig. 476.13).
retrovesicol
à qual estão aderentes.
1. Face p6stero-inlerior do bexigo 2. Vesícula seminal 3. Dueto deferente Normalmente, o seu grande eixo dirige-se
4. Tri6ngulo interdelerenciol 5. Base do pr6stoto com obliquidade ântero-ínfero-medial, po­
dendo a direcção sofrer alterações de acordo
com o estado de esvaziamento ou de disten­
são da bexiga.
para a profundidade, são: a túnica adventícia,
a túnica muscular e a túnica mucosa.
24.7.1.2. DIMENSÕES E CAPACIDADE
24.6.3.1. TÚNICA ADVENTÍCIA
O comprimento oscila entre 5 e 10 cm e a
É constituída por tecido conjuntivo com algu­ largura ao nível do corpo tem cerca de 3 cm.'
mas fibras musculares lisas, vasos e nervos. A capacidade média é de 5 a 10 cm3, sendo
pequena antes da puberdade. Apresenta a
maior capacidade na idade adulta e \1ai
24.6.3.2. TÚNICA MUSCULAR diminuindo durante a velhice.
É uma túnica muito desenvolvida, apresen­ F1� 476 - Conlormo,õo externo e interno dos vesículas seminois
tando uma camada com fibras longitudinais 24.7.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA 1 Veslculas seminois 2. Bossos 3. Sulcos 4. Inicio do dueto excretor
externas, uma camada com fibras circulares do veslcula seminal 5. Fundo do vesícula seminal 6. Corpo da vesícula Fig. 477 - Relo,ões dos vesículas seminois
e uma camada com fibras longitudinais inter­ As vesículas seminais (Fig. 476.1) são alon­ seminal 7. Pregas 8. Células de 1 ª ordem 9. Células de 2ª ordem
nas. gadas e piriformes, sendo achatadas súpero­ � 1O. Ducta deferente 11. Base da próstata 12. Ampola do dueto dele­ 1. Vesícula seminal 2. Reeto 3. Bexiga 4. Base da pr6stata 5. Fóscia

=
'; rente 13, Dueto ejaculador pr6stato-peritoneal (Denonvilliers) 6. Peritoneu 7. Uretéro
-inferiormente e ântero-posteriormente. Apre­
24.6.3.3. TÚNICA MUCOSA sentam numerosas bossas (Fig. 476.2) sepa·

É uma túnica espessa, com coloração esbran­


quiçada, apresentando pregas longitudinais
radas por sulcos (Fig. 476.3).
Cada vesícula seminal apresenta uma extre·
midade ântero-medial, o colo, a que se segue
! 24.7.4. RELAÇÕES 24.7.S. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA
A vesícula seminal é constituída por três
que desaparecem com a distensão. o dueto excretor (Fig. 476.4), para se unir ao As vesículas seminais e os duetos deferentes túnicas concêntricas que, indo da superfície
dueto deferente, uma extremidade póstero· encontram-se na espessura da fáscia próstato­
para a profundidade, são: a túnica adventícia,
-lateral, arredondada, o fundo (Fig. 476,5) e ·peritoneal (Denonvilliers). a túnica muscular e a túnica mucosa.
304 ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)
- VIAS ESPERMÁTICAS 305

24.7.S.1. TONICA ADVENTICIA de largura, localizados de cada lado do óstio


do utrículo prostático (Figs. 478.6 e 479.4) 2 u1.2. DIMENSÕES 24.8.3. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA
É constituída por tecido conjuntivo com mui­
os duetos ejaculadores têm um comprimento O dueto ejaculador é constituído por três
tos vasos e nervos.
que oscila entre 1,5 e 2,5 cm. A sua largura túnicas concêntricas que, indo da superfície
tem cerca de 1,5 mm, diminuindo gradual­ para a profundidade, são: a túnica adventícia,
24.7.S.2. T0NICA MUSCULAR mente à medida que se vão aproximando da a túnica muscular e a túnica mucosa.
parte prostática da uretra, onde têm um
É uma túnica muito desenvolvida, apresen­ calibre rondando os 0,5 mm.
tando uma camada com fibras longitudinais 24.8.3.1. TONICA ADVENTÍCIA
externas, uma camada com fibras circulares
e uma camada com fibras longitudinais inter­ 24.8.2. RELAÇÕES A porção extraprostática é constituída por
nas. tecido conjuntivo com muitos vasos e nervos.
os duetos ejaculadores, na sua porção inicial A porção intraprostática é constituída apenas
cFig. 476.13), estão livres e situados superior­ por tecido conjuntivo.
24.7.S.3, T0NICA MUCOSA mente à base da próstata. Na restante porção
do seu trajecto, situam-se no interior da prós­ 24.8.3.2. TONICA MUSCULAR
É uma túnica espessa, com coloração branco­ tata, aproximando-se um do outro, mas
-amarelada, apresentando numerosas células mantendo sempre a sua individualização. Ao
6 A porção extraprostática é uma túnica muito
separadas por pregas. aproximarem-se do colículo seminal, afas­
desenvolvida apresentando uma camada com
tam-se um do outro, para permitirem a
fibras longitudinais externas, uma camada
Fig. 478 - Origem e trajeeto dos duetos ejaculadores passagem do utrículo prostático. Durante o
com fibras circulares e uma camada com
24.8. DUCTOS EJACULADORES 1. Duetos ejaculadores 2. Ampola do dueto deferente 3. Dueto BXD1111
seu trajecto no interior da próstata estão
envolvidos por tecido conjuntivo rico em
fibras longitudinais internas, apresentando
do vesícula seminal 4. Seio do dueto ejaculador S. Õstio do du110 ainda fibras elásticas e vasos venosos. Na
vasos venosos.
Os duetos ejaculadores, em número de dois, ejaculador 6. Õstio do utrlculo prost6tico porção intraprostática mantém-se apenas a
um direito e outro esquerdo, atravessam a camada com fibras longitudinais internas.
próstata, acabando por fazer a sua abertura na
parte prostática da uretra. 24.8.3.3. TONICA MUCOSA

É uma túnica espessa, com coloração branco­


24.8.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS -amarelada.

24.8.1.1. TRAJECTO E TERMINAÇÃO

Os duetos ejaculadores (Fig. 478.1) resultam


da reunião da ampola do dueto deferente (Fig.
478.2) com o dueto excretor da vesícula
seminal (Fig. 478.3). Ao penetrarem na es­
pessura da próstata, apresentam, na sua por­ <
ção inicial, uma porção dilatada, o seio do i.,
dueto ejaculador (Fig. 478.4). Dirigem-se ,
então com obliquidade ântero-inferior, abrin­ õ
do-se na parte prostática da uretra (Fig. 3
479.1), ao nível do colículo seminal (Fig.
Fig. 479 • Abertura dos duetos ejoculodores no calículo seminal
479.2), por intermédio dos óstios dos duetos
ejaculadores (Figs. 478.5 e 479.3), elípticos, l. Porte prost6tico do uretra 2. Collculo seminal 3. Õstios dos dlCl01
com cerca de 1,5 cm de comprimento e 5 mm ejaculadores 4. Õstio do utrlculo prost6tico
, ...
GLÂNDUW ANEXAS AOS 0RGAOS GENITAIS MAscullNOS

E ntre as glândulas anexas aos órgãos geni-


,
encontram-se a prostata e as
1a1s masculinos .
glândulas bulbo-uretra1s (Cowper). 5

25.1. PRÓSTATA
A próstata é um órgão que se encontra si­
tuado em volta da porção inicial da uretra, a
parte prostática da uretra, e parece ter como
função produzir líquido prostático que é ex­
pulso durante a ejaculação, dando aos esper­ 10
matoz6ides propriedades activadoras e mobi­
lizadoras. Fig. 480 - Situasõo da próstata

1. Próstata 2. Bexiga 3. LDmina superior da fáscia do diafragma da


25.1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS pelve 4. Recto 5. Sínfise púbico 6. Parte prostática da uretra 7. Dueto
ejaculador 8. Utrlculo prostático 9. Fáscia próstato-peritoneal
(Denonvilliers) 1 O. GIDndula bulbo-uretral (Cowper)
ts.1.1.l. SITUAÇÃO
25.1.1.3. DIMENSÕES, VOLUME E PESO
A próstata (Fig. 480.1) encontra-se situada na
cavidade pélvica, inferiormente à bexiga (Fig. No adulto, a próstata tem cerca de 3 cm de
80.2), superiormente à lâmina superior da comprimento, 4 cm de largura e 2 cm de
fáscia do diafragma da pelve (Fig. 480.3), espessura ântero-posterior.
nteriormente ao recto (Fig. 480.4) e poste­ O volume varia muito segundo a idade, co­
riormente à sínfise púbica (Fig. 480.5). No meçando a aumentar na puberdade e estacio­
..eu interior encontra-se a parte prostática da nando entre os 25 e os 50 anos, a partir dos
uretra (Fig. 480.6), os duetos ejaculadores quais começa a diminuir, nos casos de prós­
Fig. 480.7) e o utrículo prostático (Fig. 480.8), tatas normais.
cnc onirando-se alojada numa loca fibro- O peso oscila entre 20 e 25 gramas.
·fascial, a loca prostática.

- u.1.1.2. COR E CONSISTrNoA 2S.1.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA

A próstata tem uma cor cinzento-esbran- A forma da próstata é comparável à de uma


- uiçada, com consistência elástica facilmente castanha ou de um cone achatado ântero­
- J ntificável ao toque rectal. -posteriormente, cuja base é superior e rela­
: ciona-se com a bexiga e o ápice é ântero­
-inferior e relaciona-se com a fáscia do dia­
fragma da pelve.
308 ÔRGAos GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)
-- GLÂNDULAS ANEXAS AOS ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS 309

O grande eixo da próstata, unindo o meio da com obliquidade póstero-inferior, corre 5


25.1.3.2. ESPAÇO PERIPROSTÃTICO
s.
base ao seu ápice, dirige-se com obliquidade ponde ao colo das vesículas seminais (Fi
ântero-inferior, formando com a vertical um 481.7), às ampolas dos duetos deferentes (Fig. A próstata está separada das paredes da sua
ângulo agudo de 25º. 481.8) e ao início dos duetos ejaculad ore!· loca por intermédio do espaço periprostático
A próstata apresenta quatro faces, uma base O ápice da próstata (Fig. 481.9), arre don. (Fig. 482.6), ocupado por tecido célulo-adi­
e um ápice. dado transversalmente, relaciona-se com a poso, onde se encontra o plexo venoso pros­
A face anterior (Fig. 481.1), plana ou ligei­ lâmina superior da fáscia do diafragma da tático.
ramente convexa, dirige-se com obliquidade pelve, correspondendo ao ponto onde termina
ântero-inferior. a parte prostática da uretra (Fig. 481.10).
A face posterior (Fig. 481.2), convexa, com 2S.1.4. RELAÇÕES
obliquidade ãntero-inferior, encontra-se divi­
dida em dois lobos por um sulco mediano 2S.1.3. LOCA PROSTÁTICA A próstata tem relações intrínsecas com os
vertical, o istmo da próstata. Ao toque rectal, órgãos que se encontram no seu interior,
esta face apresenta a forma de um coração de A próstata (Figs. 482.1 e 483.1) encontra-se e relações extrínsecas com os órgãos que se
carta de jogar. na cavidade pélvica, no interior da loca pros­ relacionam com as paredes da loca prostática.
As faces ínfero-laterais (Fig. 481.3), muito tática, estando separada das suas paredes pelo
convexas, dirigem-se com obliquidade ínfero­ espaço periprostático.
-medial.
A base da próstata encontra-se dividida em
25.1.3.1. PAREDES DA LOCA PROSTÁTICA
duas porções por uma prega transversal: a
porção anterior ou vesical (Fig. 481.4), com fig. 482 - Loca prostática observada em corte horizontal
obliquidade ântero-inferior, corresponde à A próstata está contida na loca prostntica.
1. Próstata 2. LBmina pré-prostática 3. Fáscia próstato-peritoneal
com seis paredes de natureza célula-fibrosa
face póstero-inferior da bexiga e ao início da Oenon,llliers) 4. Fáscias sacro-recto-génito-vhico-púbicos 5. Liga­
anterior, posterior, laterais, superior e infe­
parte prostática da uretra (Fig. 481.5); a entos puba-vesicois 6. Espa,o periprostático 7. Músculo levantador
porção posterior ou seminal (Fig. 481.6), rior.
dD anus

4 25.1.3.1.1. Parede anterior


dirigindo-se depois para anterior, cruzando
A parede anterior é formada pela lâmina pré• a face lateral da ampola rectal, as vesículas
-prostática (Fig. 482.2), muito fina, que re­ seminais, a próstata, a bexiga, para final­
sulta da reflexão da lâmina superior da fásm mente se inserirem na face posterior do
do diafragma da pelve. púbis.
Fig. 4B3 - loca prostático observada em corte frontal

25.1.3.1.2. Parede posterior tS.1.3.1.4, Parede inferior l. Próstata 2. Fáscias socro-recto-génito-vhico-púbicos 3. Lamina supe­
rior da láscio do diafragma da pelve 4. Bexiga
A parede posterior é constituída pela fáscia A parede inferior é constituída pela lâmina
próstato-peritoneal (Denonvilliers) (Fi superior da fáscia do diafragma da pelve
9 g 1 Fig. 483.3). 25.1.4.1. REL AÇÕES INTRfNSECAS
480.9 e 482.3), que se estende da escavaçâl
recto-vaginal (Douglas) à fáscia da pelve.
A próstata (Fig. 484.1) apresenta, no seu
10 - tS.1.3.1.5. Parede superior interior, a parte prostática da uretra, o utrículo
25.1.3.1.3. Paredes laterais prostático e os duetos ejaculadores.
Fig. 481 - Conforrna,ão externa da próstata
A parede superior é muito incompleta, sendo
c onstitufda pela bexiga (Fig. 483.4) e pelos A parte prostática da uretra (Fig. 484.2)
As paredes laterais são constituídas pela _
l. Face anterior 2. Face posterior 3. Face ínfero-lateral direita 4. Por,ão - hgamentos pubo-vesicais (Fig. 482.5), que atravessa a próstata súpero-inferiormente,
anterior ou vesical da base da próstata 5. Início da parte prostática
fáscias sacro-recto-génito-vésico-púbicas quase verticalmente, formando um ângulo de
(Figs. 482.4 e 483.2), que se inserem, po�te­ se estendem do púbis até à bexiga.
da uretra 6. Por,õo posterior ou seminal da base da próstata 7. Colo l- cerca de 20º com o grande eixo da próstata.
das vesículas seminais 8. Ampolas dos duetos deferentes 9. Ápice riormente, na face anterior do sacro, me. dia O utrículo prostático (Fig. 484.3) é uma
da próstata lO. Terrnina,õo da parte prostática da uretra mente aos foramenes sagrados anteri ore\ pequena cavidade profunda, com cerca de
.:.:.::......::.::.::::::.;:..:::�::.::..=::.:.:.:.::.:.;:;:;.J.;:.:.::.:,::.:::;,;_==.;,;;;.==�-----------------
310 ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO) GLÂNDULAS ANEXAS AOS ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS 311

1 cm de maior dimensão, situado entre os As faces ínfero-laterais relacionam-se por cação típica da estruturação sectorial exis­ O lobo direito (Fig. 487.4) e o lobo esquerdo
duetos ejaculadores, abrindo por intermédio intermédio das fáscias sacro-recto-génito. tentes noutros órgãos. (Fig. 487.5) são os lobos mais desenvolvidos,
de um óstio em forma de fenda, com 3 mm -vésico-púbicas (Fig. 482.4), com o músculo o Jobo ântero-medial (Figs. 486.1 e 487.1), envolvendo a parte prostática da uretra (Fig.
de comprimento, na porção mediana do levantador do ânus (Fig. 482.7). ueno, encontra-se situado anterior­ 487.6), os duetos ejaculadores (Fig. 487.7) e
0 mais peq
colículo seminal. A base da próstata encontra-se dividida em te à parte prostática da uretra (Fig. 486.4 o utrículo prostático (Fig. 487 .8), relacio­
men
Os duetos ejaculadores (Fig. 484.4), em nú­ duas porções por uma prega transve rsal: a 48 7.6), contendo poucas glândulas prostá­ nando entre si o lobo anterior e o lobo pos­
e
mero de dois, um direito e outro esquerdo, porção anterior ou vesical, com obliquidade m as bastante estroma conjuntivo-mus- terior. Quando aumentam de volume, as rela­
ântero-inferior, corresponde à face póstero­ ticas,
com cerca de 2,5 cm de comprimento, origi­ cula r. ções directas com o recto permitem detectar
-inferior da bexiga (Fig. 485.5) e a porção
nam-se pela reunião dos duetos deferente
inicial da parte prostática da uretra (Fig. o lobo ínfero-posterior (Figs. 486.2 e 487.2) as alterações por toque rectal.
(Fig. 484.5), com os duetos excretores no encontra-se situado posteriormente à parte
colo das vesículas seminais (Fig. 484.6). 485.6); a porção posterior ou seminal, com
obliquidade póstero-inferior, corresponde às prostática da uretra (Fig. 486.4) e inferior­
Dirigem-se então com obliquidade ântero­ mente aos duetos ejaculadores (Fig. 486.5).
vesículas seminais (Fig. 485.7) e aos duetos
-inferior, abrindo-se por dois óstios (Fig.
deferentes (Fig. 485.8) que, ao convergirem, o lobo médio (Figs. 486.3 e 487.3) encontra­
479.3) situados de cada lado do óstio do utrí­ -se situado entre a parte prostática da uretra
originam os duetos ejaculadores (Fig. 485.9.
culo prostático (Fig. 479.4), no colículo semi­ (Fig. 486.4), anteriormente, a face póstero­
O ápice da próstata corresponde ao ponto
nal (Fig. 479.2). -inferior da bexiga (Fig. 486.7), superiormente, 5
onde termina a parte prostática da uretra (Fig.
6 485.10), situando-se ao nível da lâmina superior e um plano passando pelos duetos ejaculadores
da fáscia do diafragma da pelve (Fig. 485.11), (Fig. 486.5) e pelo utrículo prostático (Fig.
situando-se anteriormente ao recto e a 3 ou 4 486.6). Quando aumenta de volume, nos casos
cm superiormente ao ânus (Fig. 485.12). benignos de hiperplasia prostática, as relações
directas com a parte prostática da uretra po­
dem conduzir à retenção urinária por compres­
são, e as relações com a porção póstero-infe­ Fig. 487 · Territórios prostáticos num corte horizontal do próstata
3 rior da bexiga projectam este lobo na cavidade
vesical, podendo causar sintomas urinários. 1. lobo 6ntero-mediol 2. lobo ínfero-posterior 3. lobo médio 4. lobo
direito S. lobo esquerdo 6. Porte prostático da uretra 7. Duetos
ejaculadores 8. Utrículo prostático
3

25.1.6. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA


Fig. 484 - Relo�ões intrínsecos do próstata
A próstata está envolvida pela cápsula pros­
1. Próstata 2. Porte prostático do uretra 3. Utrículo prostático 4. Duetos
tática (Fig. 488.1), donde partem septos
ejaculadores S. Duetos deferentes 6. Vesículas seminois
fibrosos (Fig. 488.2), separando as glândulas
Fig. 48S - Relo�ões extrínsecos do próstata prostáticas que se encontram envolvidas por
um estroma conjuntivo-muscular.
1. Plexo venoso prostático (Sontorini) 2. Sínfise pfiblco 3. fásCII
2S.1.4.2. RELAÇÕES EXTRINSECAS próstoto-peritoneol (Denonvilliers) 4. Face anterior do redo S hce
A próstata é constituída por 30 a 50 glân­
póstero-inlerior do bexigo 6. Por�õo inicial do parte prostállco da uren dulas prostáticas (Fig. 488.3) do tipo ácino­
A face anterior relaciona-se por intermédio 7. Vesícula seminal 8. Dueto deferente 9. Dueto ejaculador 10. Por1it -tubulosas, cada uma com um dúctulo pros­
da lâmina pré-prostática com o plexo venoso terminal da parte prostática da uretra 11. l6mina superior do fás tático (Fig. 488.4), abrindo-se independente­
prostático (Santorini) (Fig. 485.1) e mais do diafragma do pelve 12. Ânus mente na parte prostática da uretra (Fig.
anteriormente com a sínfise púbica e os púbis 488.5) e formando grupos constituindo os
(Fig. 485.2). : f 486 • Territórios prostáticos num corte sogitol mediano do próstata lobos prostáticas.
A face posterior relaciona-se por intermédio 25.1.S. TERRITÕRIOS PROSTÃTICOS
da fáscia próstata-peritoneal (Denonvilliers) 1 lobo 8ntero-mediol 2. lobo ínfero-posterior 3. lobo médio 4. Porte
(Fig. 485.3) com a face anterior do recto A próstata pode considerar-se dividida_ em 'º116tica da uretra S. Dueto ejaculador 6. Utrículo prostático 7. Face
(Fig. 485.4). cinco lobos, apesar de não haver uma deltm1• lllilero-infartor da bexigo

•''I
'

t
312 ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)

-uretra! (Cowper) (Fig. 489.4) que se diri e


-
5
com obliquidade ântero-medial, atravessag0 PÉNIS
lâmina inferior da fáscia do diafragma d
pelve, atravessa o bulbo do pénis (Fig. 489.2 ª
)
situa-se durante algum tempo inferiormente :
mucosa uretra! (Fig. 489.5), acabando po�
perfurá-la para fazer a sua abertura na parede
posterior da uretra por intermédio de um O pénis é o órgão que permite a erecção, a livre (Fig. 490.6), com as suas túnicas ou
2 pequeno óstio (Fig. 489.6). copulação ou coito e a ejaculação. A erecção invólucros, tomando-se livre e móvel.
possibilita ao pénis, normalmente flácido No estado de repouso, a porção anterior ou
e pendente, aumentar de comprimento e de livre do pénis está situada verticalmente,
2S.2.3. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA volume para realizar o coito. A copulação ou formando, com a porção posterior ou peri­
Fig. 488 • Constitui,ão onotómico da próstoto coito consiste na penetração do pénis na neal, o ângulo peniano (Fig. 490.7), situado
inferiormente à sínfise púbica (Fig. 490.3),
1. C6psulo prost6tico 2. Septos fibrosos 3. Gl6ndulos prost6ticos As glândulas bulbo-uretrais (Cowper) são vagina. A ejaculação consiste na expulsão do
olhando póstero-inferiormente.
4. Dúetulos prost6ticos 5. Parte prost6tica do uretra glândulas túbulo-acinosas, constituídas por es perma por intermédio da contracção das
No estado de erecção, as duas porções do
um estroma conjuntivo-muscular e por ácinos vesículas seminais e dos músculos bulbo­
pénis descrevem uma curva, cuja concavidade
secretores. -cavernosos.
25.2. GLÂNDULAS BULBO·URETRAIS olha póstero-superiormente.
Os ácinos secretores originam duetos curtos, o esperma é constituído, em 70%, por secre­
que convergem para o seio excretor, aca­ ções de origem testicular, contendo esper­
(COWPER) bando por dar origem ao dueto da glândula rnatoz6ides, e por secreções prostáticas, em 26.1.3. DIMENSÕES
bulbo-uretra!. 25%, por secreções com procedência das
As glândulas bulbo-uretrais (Cowper), em
vesículas seminais e, em 5%, por secreções As dimensões do pénis propriamente dita
número de duas, são constituídas pela glân­
com origem nas glândulas bulbo-uretrais variam com a idade, o estado de repouso e o
dula propriamente dita e pelo dueto excretor.
(Cowper). estado de erecção.

2S.2.1. GLÂNDULAS BULBO-URETRAIS 3

(COWPER) 26.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS


As glândulas bulbo-uretrais (Cowper) (Fig.
480.10) encontram-se situadas na espessura 26.1.1. SITUAÇÃO
da fáscia do diafragma da pelve, entre as suas
duas lâminas, estando relacionadas rodeadas O pénis (Fig. 490.1) encontra-se situado ântero­
por fibras do músculo transverso profundo do •superiormente ao escroto (Fig. 490.2) e ântero­
períneo. •inferiormente à sínfise púbica (Fig. 490.3),
As glândulas bulbo-uretrais (Cowper) (Fig. onde se encontra fixado por intermédio do
489.1) têm uma forma arredondada, resis­ ligamento suspensor do pénis (Fig. 490.4). 6
tente, com coloração esbranquiçada, situada
no espaço angular compreendido entre o
bulbo do pénis (Fig. 489.2) e a parte membra­ , 26.1.2. DIVISÃO E DIRECÇÃO
nácea da uretra (Fig. 489.3).
6
-
.: O pénis origina-se na porção anterior do pe-
Fig. 489 • Gl6ndulos bulbo-uretrois (Cowper) ; ríneo, dirigindo-se ântero-superiormente, até
2S.2.2. DUCTO DA GLÂNDULA BULBO-URETRAL .: se tomar livre, apresentando duas porções:
1. Gl6ndulos bulbo-uretrois (Cowper) 2. Bulbo do pinls 3. Parte
(COWPER) uma porção posterior ou perineal (Fig. Fig. 490 - Situa,ãa, divisão e direc,ão do pénis
membran6ceo do uretra 4. Duetos dos gl6ndulas bulbo-vretra15
(Cowper) S. Dueto da gl6ndula bulbo-uretral (Cowper) esquerda sttuodG 490.5), fixa, com origem no períneo anterior 1. Pénis 2. Escroto 3. Sínfise púbico 4. ligamento suspensor do pénis
Cada uma destas glândulas apresenta um inferiormente à mucosa uretral 6. Õstias dos duetos das gl1ndul•5 ?u uro-genital, dirigindo-se com obliquidade S. Por,ão posterior ou perineal do pénis 6. Por,ão anterior ou livre
canal excretor, o dueto da glândula bulbo- bulbo-uretrais (Cawper) na parte membran6cea da uretra
antero-superior e uma porção anterior ou do pénis 7. Ângulo peniana
__________....___________________________
314
_
ÓRGAos GENITAIS MASCULINOS {SISTEMA GENITAL MASCULINO) PÉNIS 315

No estado de repouso, tem 10 a 12 cm de alba (Fig. 491.3). A partir desta inserção a. •oferior do púbis e o ramo do ísquio, e o 26.2.3.1. GLANDE DO PÉNIS
comprimento e 8 a 1O cm de circunferência. fibras vão-se alargando em leque, dividindo. �rpo esponjoso (Fig. 492.10), por intermédio
No estado de erecção, tem 16 a 18 cm de -se em fibras medianas e laterais: as fibras do bulbo do pénis, aderente à lâmina superior A glande do pénis (Fig. 493.1) é uma sa­
comprimento e 10 a 12 cm de circunferência. medianas (Fig. 491.4) vão fixar-se na albu. da fás cia do diafragma da pelve. Os corpos liência conóide com um ápice, uma base e
gínea dos corpos cavernosos (Fig. 491.5), de cavernosos e o corpo esponjoso encontram-se uma superfície externa.
cada lado da veia dorsal profunda do péni� fixa dos por intermédio do ligamento sus­ O ápice apresenta o óstio externo da uretra
26.1.4. MEIOS DE FIXAÇÃO (Fig. 491.6), e as fibras laterais (Fig. 49I.7J pensor do pénis. (Fig. 493.2), em forma de fenda vertical, com
afastam-se uma da outra, contornam as face cerca de 7 mm de altura.
O pénis encontra-se fixado por intermédio laterais dos corpos cavernosos (Fig. 491.5) e A base tem um diâmetro superior ao do corpo
dos ligamentos pubo-cavernosos e do liga­ o corpo esponjoso (Fig. 491.8), onde se unem do pénis, constituindo um relevo circular, a
mento suspensor do pénis. para formar uma espécie de faixa, que vai coroa da glande (Fig. 493.3), limitada em
Os ligamentos pubo-cavernosos (Fig. 495.4), continuar-se com o septo do escroto (Fig. toda a extensão pelo colo da glande (Fig.
em número de dois, são formados por tecido 491.9). 493.4).
conjuntivo, inserindo-se nos pilares do pénis A superfície externa da glande do pénis é
e na porção intermédia entre o ramo inferior lisa. Na porção inferior do colo da glande,
do púbis e o ramo do ísquio.
O ligamento suspensor do pénis (Fig. 491.1)
26.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA E encontra-se uma prega mucosa triangular, que
se insere no prepúcio do pénis, constituindo
situa-se entre as duas porções do pénis. RELAÇÕES o frénulo do prepúcio (Fig. 493.5). Lateral­
Apresenta a forma de uma lâmina triangular, 10 mente ao frénulo do prepúcio, encontram-se
inserindo-se superiormente na sínfise púbica O pénis é constituído pelo corpo (Fig. 492.1) as duas fossas do frénulo do prepúcio (Fig.
(Fig. 491.2) e na porção adjacente da linha e por duas extremidades, uma extremidade 493.6).
anterior (Fig. 492.2) e uma extremidade pos­
terior (Fig. 492.3).

26.2.1. CORPO DO PtNIS


O corpo do pénis (Fig. 492.1) é cilíndrico.
ligeiramente achatado ântero-posteriormente.
apresentando uma face superior ou dorso do
pénis (Fig. 492.4), e uma face inferior ou
uretral (Fig. 492.5) que durante a erecção fig. 492 - Conformo�õo externo do pénis
apresenta uma saliência longitudinal, condi• 1. Corpo do pénis 2. Extremidade anterior do pénis 3. Extremidade
cionada pela uretra (Fig. 492.6) e por duas polterlor do pénis 4. Face superior ou dorso do pénis 5. Face inferior
margens laterais (Fig. 492.7). ou uretrol do pénis 6. Solii!ncio do uretra 7. Margem lateral esquerdo
A face inferior ou uretral do pénis apresenta. do plnls 8. Role do pénis 9. Corpo cavernoso esquerdo 10. Corpo
na linha mediana, a rafe do pénis (Fig. 492.8 ). esponjoso

26.2.2. EXTREMIDADE POSTERIOR OU RAIZ DO Fig. 493 • Extremidade anterior do pénis


26.2.3. EXTREMIDADE ANTERIOR DO PtNIS
PtNIS 1. Glande do pénis 2. Õstio externo do uretra 3. Coroo do glande

A extremidade posterior ou raiz do pénis


t: A extremidade anterior do pénis apresenta a 4. Colo do glande S. Frénulo do prepúcio 6. Fossos do lrénulo do
prepúcio 7. Prepúcio do pénis 8. Pele do prepúcio do pénis 9. Mucoso
glan de do pénis, com aspecto conóide, es­ do prepúcio do pénis
fig. 491 • Ligamento suspensor do pénis
(Fig. 492.3) encontra-se situada no períneo tando coberta por uma prega muco-cutânea,
1. Ligamento suspensor do pénis 2. Sínfise púbico 3. Linho alba anterior ou uro-genital, sendo constituída 0 prepúcio do pénis.
4. Fibras medianos S. Corpo cavernoso esquerdo 6. Veio dorsal profundo pelos corpos cavernosos (Fig. 492.9) inse·
do pénis 7. fibras laterais 8. Corpo esponjoso 9. Septo do escroto ridos na porção intermédia entre o ramo
316 ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)

extremidade posterior e uma extremidade


-- eo, por intermédio de fibras de 5
PÉNIS 317

26.2.3.2. PREPOCIO DO PtNIS ao Perióst · . .


anterior. o c onjuntivo, co�stitumdo os l'1gamentos
tecid
O prepuc10 do pénis (Fig. 493.7) é uma pubo-cavernosos (Fig. 495.4).
prega que se dispõe em volta da glande do A porção média dos corpos cavernosos
.
pénis, apresentando duas superfícies, uma (Fig. 494.1) apresent�, entre os dois corpos
externa e outra interna, e duas circunferên­ cavernosos, um septo mcompleto, o septo do
3
cias, uma posterior e outra anterior. pénis (Fig. 494.2), com numerosas lacunas
A superfície externa é constituída pela pele através das quais as aréolas dos dois corpo�
(Fig. 493.8). cavernosos comunicam entre si e dois sulcos
A superfície interna é constituída por mu­ longitudinais, um superior e outro inferior.
cosa (Fig. 493.9). O sulco supracavernoso (Fig. 494.3), supe­
A circunferência posterior adere ao colo da rior, está ocupado pela veia dorsal profunda
glande. do pénis (Fig. 494.4), ladeada pelas duas
A circunferência anterior constitui a aber­ artérias dorsais do pénis (Fig. 494.5) e pelos
tura prepucial. Quando esta abertura é muito dois nervos dorsais do pénis (Fig. 494.6).
estreita, o prepúcio do pénis não alcança o O sulco infracavernoso (Fig. 494.7), infe­
colo da glande, originando uma fimose, que rior, mais largo e mais profundo está ocupado
só pode ser corrigida cirurgicamente. pelo corpo esponjoso (Fig. 494.8), no interior Fig. 496 • Extremidade anterior dos corpos cavernosos
A cavidade prepucial constitui o espaço do qual se encontra a parte esponjosa da 1. Extremidade anterior dos corpos cavernosos 2. Prolongamento
compreendido entre a glande e o prepúcio do uretra (Fig. 494.9). anterior 3. Prolongamentos laterais 4. L6minas S. Cavernas
pénis, onde se abrem numerosas glândulas
sebáceas, as glândulas prepuciais, que segre­ As extremidades posteriores dos corpos
gam esmegma. fig 49S - Extremidade posterior dos corpos cavernosos
cavernosos constituem os pilares do pénis A porção média do corpo esponjoso do
(Fig. 495.1), originando-se em ponta (Fig. 1 Pdo, do pinls 2. Pontas dos pilares do pénis 3. Porção intermidia
pénis (Fig. 497.1) ocupa o sulco infracaver­
495.2), ao nível da porção intermédia entre entre o ramo Inferior do p6bis e o ramo do lsquio 4. Ligamento pubo­
noso (Fig. 497.2) formado inferiormente pelos
26.3. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA o ramo inferior do púbis e o ramo do ísquio •coveruoso
dois corpos cavernosos (Fig. 497.3). Tem uma
(Fig. 495.3). Os pilares do pénis estão unidos forma cilindróide, sendo ímpar e mediana.
O pénis é constituído por formações erécteis As extremidades anteriores dos dois corpos A parte esponjosa da uretra atravessa o corpo
e por túnicas ou invólucros. 6 4 cavernosos (Fig. 496.1) terminam também esponjoso, póstero-anteriormente, próximo do
em ponta, ficando separados um do outro seu eixo, mas um pouco mais perto da sua face
através de um pequeno ângulo diedro, aberto superior do que da sua face inferior.
26.3.1. FORMAÇÕES ERÉCTEIS DO PÉNIS anteriormente, preenchido por uma expansão
fibrosa, o prolongamento anterior (Fig. A extremidade posterior do corpo espon­
As formações erécteis do pénis destinam-se a 496.2). A ponta dos corpos cavernosos ori­ joso ou bulbo do pénis (Fig. 497.4) apre­
dar rigidez ao pénis, necessária a possibilitar gina ainda duas expansões fibrosas, os pro­ senta uma dilatação em forma de pêra.
a cópula, sendo constituídas pelos dois corpos longamentos laterais (Fig. 496.3), que se O ápice corresponde à união dos dois corpos
cavernosos e pelo corpo esponjoso. dirigem com obliquidade ântero-lateral, em cavernosos.
direcção à glande, emitindo lâminas (Fig. A base corresponde a um rafe mediano (Fig.
26.3.1.1. CORPOS CAVEINOSOS DO PtNIS : 496.4), finas, que limitam as cavernas (Fig. 497.5) formado pelos músculos transversos
� 496.5). superficiais do períneo (Fig. 497.6), sendo a
Os corpos cavernosos do pénis (Fig. 494.1), ., este nível que penetra a uretra.
em número de dois, têm a forma de dois � 2U. U. COIPO ESPONJOSO DO PtNIS A face inferior relaciona-se com a fáscia
Fig. 494 - Porção média dos corpos cavernosos perineal superficial e com os músculos bulbo­
cilindros, unidos na linha mediana como os
canos de uma espingarda, ocupando a face 1. Corpos cavernosos do pénis 2. Septo do pénis 3. Sulco supro
O corpo esponjoso do pénis apresenta uma -cavernosos (Fig. 497.7).
superior ou dorso do pénis e estendendo-se cavernoso 4. Veia dorsal profunda do pénis S. Artérias dorsais do p6nis porção média, uma extremidade posterior ou As faces laterais encontram-se envolvidas
do períneo anterior ou uro-genital à base da 6. Nervos dorsais do pénis 7. Sulco infracavernoso 8. Corpo espoaioso bulbo do pénis e uma extremidade anterior ou pelos músculos bulbo-cavernosos (Fig. 497.7).
glande. Apresentam uma porção média, uma 9. Parte esponjoso da uretra glande do pénis. A face superior relaciona-se com a lâmina
318 ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)
--- PÉNIS 319

f."
1 ., .
499.2), depois de se recurvarem para As cavernas do corpo cavernoso (Fig.
lcan a coroa da glande (Fig. 499.6), com
çar 500.6), com aspecto de capilares, têm formas
� ecção ântero-posterior. A porção directa e irregulares e dimensões variáveis, são for­
Ií orção reflectida limitam entre si a cápsula madas pela união das trabéculas e revestidas
;!sterior da glande (Fig. 499.7). por endotélio.

O corpo esponjoso apresenta também a


túnica albugínea, as trabéculas e as cavernas.
A túnica albugínea do corpo esponjoso é
uma membrana fibrosa esbranquiçada, sendo
diferente da túnica albugínea dos corpos
cavernosos por ser mais fina e mais rica em
fibras elásticas.
As trabéculas do corpo esponjoso são cons­
tituídas por trabéculas mais finas do que as
dos corpos cavernosos.
As cavernas do corpo esponjoso são muito
s mais pequenas do que as dos corpos caver­
nosos.
Fig. 498 - Parte esponjoso do uretra e duetos dos glflndulos bulbo­
-uretrois (Cowper) no interior do bulbo do pénis
26.3.2. TÚNICAS OU INVÕLUCROS DO PÉNIS
Fig. 497 • Por,õo médio e extremidade posterior ou bulbo do pénis 1. Bulbo do pénis 2. Porte esponjoso do uretra 3. Duetos dos gllndulas
bulbo-urelrois (Cowper) 4. Duetos dos glflndulos bulbo-uretrols (Cowper) As formações erécteis do pénis, os corpos
fig. 499 . Extremidade anterior ou glande do pénis
1. Por,õo médio do corpo esponjoso 2. Sulco infrocovernoso 3. Corpos esquerdo situado inferiormente à mucoso uretrol S. Forama do glandula cavernosos (Fig. 500.1) e o corpo esponjoso
cavernosos 4. Bulbo do pénis S. Role mediano formado pelos músculos bulbo-uretrol (Cowper) esquerdo no parede posterior do parte 1. Corpo esponjoso 2. Lflminos laterais 3. Õstio externo do uretra (Fig. 500.2), este atravessado pela parte es­
tronsversos superficiais do períneo 6. Músculos tronsversos superficiais esponjoso do uretra 4. ligamento inferior do glande S. Lflminos laterais recurvando-se ponjosa da uretra (Fig. 500.3), encontram-se
do perlneo 7. Músculos bulbo-cavernosos 8. Lflmino inferior do fóscio p61tlll-loterolmente olé olcon,orem o coroo do glande 6. Coroo do envolvidos por diferentes túnicas que, indo da
do diafragma do pelve
lâminas laterais (Fig. 499.2), que alcançam glande 7. Cápsula posterior do glande superfície para a profundidade, são: a túnica
o óstio externo da uretra (Fig. 499.3) e limi­ cutânea, a túnica muscular do dartos peniano,
inferior da fáscia do diafragma da pelve (Fig. tam a fenda infra-uretral, onde se insere o tela subcutânea e a fáscia do pénis (Buck).
497.8), aderindo-lhe intimamente. frénulo do prepúcio que se estende até ao 26.3.1.3. ESTRUTURA DAS FORMAÇÕES ERÉCTEIS
O bulbo do pénis (Fig. 498.1), ao nível da
óstio externo da uretra. A fenda in:fra-uretral 26.3.2.l. TONICA CUTÂNEA
sua base, é atravessado pela parte esponjosa Os corpos cavernosos apresentam a túnica
encontra-se preenchida pelo ligamento infe­
da uretra (Fig. 498.2), que percorre póstero­ albugínea, as trabéculas e as cavernas.
rior da glande (Fig. 499.4), constituído pela A pele do pénis (Fig. 500.7) é fina e dotada
-anteriormente o corpo esponjoso, e também A tónica albugínea do corpo cavernoso
mucosa da uretra e por feixes conjuntivos de grande mobilidade e continua-se posterior­
pelos duetos da glândula bulbo-uretra! (Fig. 500.4) é uma membrana fibrosa esbran­
dispostos transversalmente. mente com a pele do abdómen e do escroto.
(Cowper) (Fig. 498.3), situados na sua porção
Ao alcançarem o óstio externo da uretra (Fig. quiçada, muito elástica e resistente, com a Ao nível do prepúcio do pénis, vai continuar­
mais anterior, inferiormente à mucosa uretra!
(Fig. 498.4), acabando por perfurá-la para
499.3), as duas lâminas laterais (Fig. 499.51 : mesma forma e dimensões dos corpos caver­ -se com a mucosa do prepúcio.
fazer a sua abertura na parede posterior da recurvam-se póstero-lateralmente até alcan· , nosos e aderindo-lhe intimamente.
uretra (Fig. 498.5). çarem a coroa da glande (Fig. 499.6). : As trabéculas do corpo cavernoso (Fig.
A glande do pénis é constituída por uma : 500.5) são numerosos prolongamentos, cons­ 26.3.2.2. T0NICA MUSCULAR DO DARTOS PENIANO
porção directa, formada pelas duas lâminas = tuufdas por tecido fibra-elástico e por fibras
A extremidade anterior ou glande do pénis
laterais (Fig. 499.2), dispondo-se póstero· - musculares lisas, sendo umas largas e outras A túnica muscular constitui o músculo dartos
desenvolve-se a partir da porção supra-uretra!
do corpo esponjoso. -anteriormente, que alcançam o óstio externo finas, que se destacam da face interna da peniano (Fig. 500.8), continua-se com o mús­
Antes de atingir a glande, o corpo esponjoso da uretra (Fig. 499.3) e por uma porção túnica albugínea, ocupando a totalidade dos culo dartos do escroto, sendo constituída por
(Fig. 499.1) bifurca-se para originar duas reflectida, constituída pelas lâminas laterais corpos cavernosos. fibras musculares lisas.
320 ÔRGAOS GENITAIS MASCULINOS (SISTEMA GENITAL MASCULINO)

26.3.2.3. TELA SUBCUTÃNEA


-- 1

A tela subcutânea (Fig. 500.9) é um tecido


celular muito laxo, permite a mobilidade da
pele, contendo pouco tecido adiposo, vasos e
nervos superficiais,

26.3.2.4. FÃSCIA DO PtNIS (BUCK)


V
A fáscia do pénis (Buck) (Fig. 500.10) re­
pousa directamente sobre as formações eréc­
teis. Posteriormente, continua-se com a fáscia
superficial da pelve e com o ligamento sus­ 2 ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
pensor do pénis. Anteriormente, termina na
base da glande do pénis. A sua superfície
Fig. SOO • Estrutura das fanna,ões erécteis da pénis
interna adere à túnica albugínea dos corpos
cavernosos e do corpo esponjoso e relaciona­ 1. Corpos cavernosas 2. Carpo esponjoso 3. Parte esponjoso do uretra
-se com vasos e nervos do pénis. 4. Túnica albugínea do corpo cavernoso S. Trabéculas do corpo
cavernoso 6. Cavernas do corpo cavernoso 7. Pele do pénis 8. MOsculo
darias peniana 9. Tela subcut6nea 1 O. Fóscia do pénis (Bulk)
ÓRGAos GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO) 323
_____________________.....;..;;.;,;.;,;,,;...;;.:,;;;;,;,;,,;::.:..;_::;;;:;:;.:;;.::..:...i;:.:.:.:.=�:::.:.:.::::...:.:::::::.:.:::::.1._�

metade posterior do óstio da vagina. Durante do recém-nascido durante todo o período do


0 coito
segregam um líquido lubrificante, que aleitamento. Embora sejam glândulas cutâ­
alcanç o vestíbulo vaginal através de um
a neas, as mamas sofrem alterações directa­
dueto excretor. mente relacionadas com o estado funcional
do sistema genital feminino, pelo que serão
As roamas são órgãos pares destinados a consideradas como órgãos genitais femini­
segregar o leite, assegurando a alimentação nos.
Üs órgãos genitais femininos são os ele­ recolher o óvulo fecundado, permitindo a �ua
mentos morfológicos que constituem o sis­ nidação e ao tornar-se feto de termo, pro.
tema genital feminino, sendo este sistema vocar a sua expulsão no início do trabalho de
formado pelos ovários, tubas uterinas (Faló­ parto.
pio), útero, vagina, vulva e glândulas anexas,
as glândulas vestibulares menores e glândulas A vagina é um órgão ímpar, mediano, situado
vestibulares maiores (Bartholin). Serão tam­ na cavidade pélvica e no períneo anterior ou
bém descritas neste sistema as mamas, que, uro-genital, relacionando-se; anteriormente
embora sejam glândulas cutâneas, sofrem com a bexiga e a uretra; posteriormente, co�
alterações directamente relacionadas com o o recto; lateralmente, com os músculos
estado funcional do sistema genital femi­ levantadores do ânus; superiormente, com 0
nino. útero, por intermédio do colo do útero e;
inferiormente, com a vulva. A vagina é um
Os ovários são órgãos glandulares destina­ canal músculo-membranoso, muito exten­
dos a produzir os óvulos, apresentando ainda sível, sendo o órgão de cópula na mulher e
uma função de glândula endócrina, por in­ dando passagem ao feto durante o mecanismo
termédio das células granuloso-Iuteínicas e do trabalho de parto.
teco-luteínicas ou paraluteínicas do corpo
lúteo, que sintetizam hormonas esteróides. A vulva é uma saliência ovóide de grond
eixo ântero-posterior, cujos limites se fazem
As tubas uterinas (Falópio) são dois canais, anteriormente, com a parede anterior do
um direito e outro esquerdo, que se estendem abdómen, posteriormente, com o perfneo e
da extremidade tubárica do ovário ao como lateralmente, com a face medial das coxas.
do útero. A sua acção fisiológica é a de A vulva é constituída pelo monte do púbis.
recolher o óvulo da superfície do ovário, por por formações labiais, os lábios maiores da
intermédio das fímbrias da tuba uterina, por vulva e os lábios menores da vulva ou nin­
intermédio de tropismos químicos e mecâni­ fas, pelo espaço interlabial, quando os lábios
cos. No terço lateral do lume da tuba uterina da vulva estão separados, o vest.11mlo, o óst10
(Falópio), o óvulo é fecundado pelo esperma­ externo da uretra, o óstio da vagina, com ou
tozóide, dirigindo-se então em direcção à ca­ sem o hímen e pelos órgãos erécteis, o clitoris
vidade do útero, onde faz a sua nidação. e os bulbos do vestíbulo.

O útero, órgão ímpar e mediano, ocupa a As glândulas anexas aos órgãos genitais
porção mediana da cavidade pélvica, poste­ femininos são as glândulas vestibulares
riormente à bexiga, anteriormente ao recto, menores e as glândulas vestibulares maiore
mediaimente às tubas uterinas (Falópio), (Bartholin), que fazem a sua abertura atra,é
superiormente à vagina, que continua, e infe­ de três a oito foramenes dispostos em fileira
riormente às ansas intestinais. É um órgão nas paredes inferior e laterais da uretra. A
com uma parede muscular espessa, destinado glândulas vestibulares maiores (Bartholin) em
a deixar passar o líquido espermático, a número de duas situam-se de cada lado d
[.

27.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS Na mulher nulípara, o grande eixo do ovário


tem uma disposição vertical e, na mulher
multípara, dirige-se com obliquidade ínfero­
Os ovários, em número de dois, um direito e
-medial.
outro esquerdo, são órgãos que produzem os
O aspecto externo do ovário é muito variá­
óvulos, sendo também uma glândula endó- vel. Na recém-nascida tem o aspecto de uma
crina. lingueta esbranquiçada. Na mulher adulta, a
superfície externa é irregular, com saliências
27.1.1. SITUAÇÃO E MIGRAÇÃO produzidas pelos folículos e depressões cor­
respondentes às cicatrizes pós-ovulatórias. Na
Primitivamente, os ovários estão situados de mulher em menopausa o ovário atrofia-se.
cada lado da parte lombar da coluna verte­ Na mulher grávida o ovário aumenta de
bral, iniciando a sua descida para alcançarem volume.
a crista ilíaca, por volta do 5º mês de ges­
tação, e a cavidade pélvica, no 9º mês de vida
intr a-uterina.
Os ovários (Fig. 501.1) encontram-se relacio­
nados com as paredes laterais da cavidade
pélvica (Fig. 501.2), anteriormente ao recto
(Fig. 501.3) e posteriormente ao ligamento
largo do útero (Fig. 501.4) e das tubas uterinas 7
(Falópio) (Fig. 501.5). Encontram-se a cerca
de 2 cm anteriormente à articulação sacro­
-ilíaca (Fig. 501.6), a 1,5 cm ântero-superior­
mente à margem superior do músculo piri­
forme e a 1 cm, inferiormente à abertura
superior, da cavidade pélvica.
O ovário esquerdo está situado mais anterior­ 4
mente do que o ovário direito.
Os ovários projectam-se na parede abdominal Fig. 501 - Situa,ão dos ovários
anterior, na porção média de uma linha que
une a espinha ilíaca ântero-superior à sínfise 1. Ovário 2. Cavidade pélvica 3. Recto 4. Ligamento largo do útero
' púbica. 5. Tuba uterina (Fal6pio) 6. Articula,ão sacro-ilíaca

-
,, 27.1.2. FORMA, ORIENTAÇÃO E ASPECTO 27.1.3. NÚMERO
i EXTERNO
Normalmente, os ovários (Fig. 502.1) são
O ovário, na mulher adulta, tem a forma de dois, um direito e outro esquerdo.
um ovóide ligeiramente achatado tomando-se Os ovários supranumerários (Fig. 502.2)
sem elhante a uma amêndoa. têm pequenas dimensões, em número muito
326 ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
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_
OVÁRIOS 327

menstrual, com o hilo arroxeado d urante a ue se vai aproximando do ovário. Após a


gravidez e acinzentado na menopausa. qsu8 origem, .dirige-se com obliquidade ântero-
A consistência do ovário é firme na mulher -ínfero-media1, cruza os vasos 1'l'iacos exter-
em actividade genital e na menopausa a sua nos (Fig. 503.3), a cerca de 2 cm do uretéro,
consistência aumenta, adquirindo uma dureza elacionando-se com o ligamento largo do
lenhosa. :tero. Encontra-se envolvido pelo peritoneu,
10

condicionando uma prega que determina uma


saliência na cavidade pélvica.
27.1.6. MEIOS DE FIXAÇÃO No ligamento largo do útero, origina três
feixes: o feixe lateral insere-se no infundí­
O ovário é o único órgão intra-abdominal que b�lo da tuba uterina; o feixe médio insere-se
Fig. S02 - Ovários supranumerários não está totalmente revestido por peritoneu na tuba uterina (Falópio) e na extremidade
mas apenas ao nível do seu hilo. Os óvulo� tubárica do ovário; o feixe medial segue o
caem directamente na cavidade peritoneal,
1. Ovário 2. Ovários supranumerários
ligamento largo do útero e insere-se na mar­ Fig. S03 - Meios de fixação do ovário
onde são captados pelo óstio abdominal d� gem lateral do útero.
variável, encontrando-se próximos do ovário tuba uterina. l. Ovário 2. Ligamento suspensor da ovário ou lambo-ovárico 3. Vasos
principal e adjacente à sua margem anterior Na altura da gravidez, o ovário acompanha 0 ilíacos externos 4. Ligamento tubo-ovárico S. Fímbria ovárico (Richard)
ou mesovárica. crescimento do útero, subindo na cavidade 27.1.6.2. LIGAMENTO TUBO-OVÁRICO 6. Ligamento próprio do ovário ou útero-ovárico 7. Corno do útero
A ausência de um ovário pode acontecer, abdominal e chegando a alcançar a parte lom­ 8. Extremidade uterino do ovário 9. Asa posterior do ligamento largo
mas a falta dos dois ovários é muito rara, e bar da coluna vertebral, sendo este desloca­
o ligamento tubo-ovárico (Fig. 503.4) con­ do útero ou mesovório l O. Linha de Farré-Waldeyer
acompanha-se de outras malformações congé­ funde-se com o feixe lateral do ligamento
mento fisiológico e temporário.
nitas. suspensor do ovário ou útero-ovárico, que
Para Grégoire, um ovário imobilizado é um
assegura o contacto do ovário com o infun­
ovário patológico. A formação de aderências 27.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA E
díbulo da tuba uterina, sendo a sua destruição
do ovário aos órgãos vizinhos, resultantes de
27.1.4. DIMENSÕES E PESO um obstáculo à captação dos óvulos.
processos inflamatórios, pode por vezes levar
Estende-se do infundíbulo da tuba uterina,
RELAÇÕES
a um deslocamento definitivo do ovário, com
As dimensões do ovário estão condicionadas por intermédio da fímbria ovárica (Richard)
perda das íntimas relações com a tuba uterina Na mulher nulípara, o grande eixo do ovário
pelas várias situações fisiológicas que decor­ (Fig. 503.5), cujo eixo é o ligamento, até
(Falópio) e particularmente com o seu infun­ tem uma disposição vertical e na mulher
rem durante a vida sexual da mulher. alcançar a extremidade tubárica do ovário.
díbulo, conduzindo à esterilidade. multípara dirige-se com obliquidade ínfero­
Na mulher multípara, as dimensões médias O ovário (Fig. 503.1) encontra-se fixado à -medial.
são cerca de 4 cm de comprimento, 2 cm de parede abdominal posterior e aos órgãos vizi­ 27.1.6.3. LIGAMENTO PRÕPRIO DO OVÃRIO OU O ovário apresenta duas faces, a face lateral
largura e 1 cm de espessura, sendo o direito nhos através de quatro ligamentos: ligamento ÚTERO-OVÃRICO e a face medial, duas margens, a margem
maior do que o esquerdo. suspensor do ovário ou lombo-ovárico, liga­ anterior e a margem posterior e duas extre­
Na mulher nulípara, as dimensões dos ová­ mento tubo-ovárico, ligamento próprio do O ligamento próprio do ovano ou útero­ midades, a extremidade tubárica e a extre­
rios são menores. Na mulher grávida, as ovário ou útero-ovárico e mesovário. -ovárico (Fig. 503.6) é um cordão constituído
dimensões aumentam.
midade uterina.
por fibras musculares lisas, que se estende As relações do ovário diferem na mulher não
O peso do ovário é de 2 a 3 gramas na entre o corno do útero (Fig. 503.7) e a extre­
27.1.6.1. LIGAMENTO SUSPENSOR DO OVÃRIO OU grávida e na mulher grávida.
criança, aumentando para 6 a 8 gramas na midade uterina do ovário (Fig. 503.8).
idade adulta, para ir decrescendo na meno­ LOMBO-OVÃRICO
pausa, até alcançar 1 a 2 gramas, e chegando 27.2.1. RELAÇÕES NA MULHER NÃO GRÃVIDA
a atingir na gravidez, 15 a 20 gramas. O ligamento suspensor do ovário ou lombo· 27.1.6.4. MESOVÃRIO
-ovárico (Fig. 503.2) é o meio de fixação
- A asa posterior do ligamento largo do útero De uma maneira geral, as relações do ovário
mais eficiente, sendo constituído por fibr as
: ou mesovário (Fig. 503.9) é um pequeno fazem-se com os órgãos adjacentes, através
27. l.S. COR E CONSIST(NCIA conjuntivas e musculares lisas que envolvem
- meso que permite ao ovário movimentos de da asa superior do ligamento largo do útero,
os vasos ováricos.
charneira, indo fixar-se nos dois lábios do ou mesosalpinge.
A coloração do ovário varia com a idade da Na sua porção inicial, confunde-se com
a camada subperitoneal da região lombar. hilo do ovário, segundo a linha de Farré­
mulher, sendo branco rosado na idade adulta,
ligeiramente avermelhado durante o ciclo tornando-se bem individualizado à medida ·\Valdeyer (Fig. 503.10).
328 ÓRGÍÍOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
--- OVÁRIOS 329

27.2.1.1. FACE LATERAL tecido célula-adiposo, onde se encontrarn o


. s 505_2), dan do inserção ao ligamento sus­ -lateral do abdómen revestida pelo peritoneu
vasos 1ºl'iacos internos e gl'uteos e os nerv
os e nsor
do ovário ou lombo-ovárico e ao parietal posterior, que reveste o uretéro.
A face lateral do ovário (Fig. 504.1) é con­ glúteos. �ga men to tubo-ovárico (Fig. 505. 7). O ovário esquerdo, situado mais anterior­
vexa, olhando com obliquidade póstero­ a i.w.en• ormente aos vasos 1ºl'
iacos exter- mente do que o ovário direito, está separado
Situad !-4':

-ínfero-lateral, situando-se numa depressão, a os n a n ulíp ara, relaciona-se, ao nível da da parede ântero-lateral do abdómen, por inter­
27.2.1.2. FACE MEDIAL
fossa ovárica, repousando na parede lateral �ossa ilíaca direita, com o apêndice vermi­ médio do cólon sigmóide e seu mesocólon.
da cavidade pélvica, com relações diferentes A face medial do ovário (Fig. 505.I) é con. cula r, de tal modo que a inflamação deste
na nulípara e na multípara. vexa, olha com obliquidade ântero-s11pero. órgão pode simular uma afecção do ovário,
Na mulher nulípara encontra-se a fossa ová­ ou vice-versa.
rica (Krause) (Fig. 504.2), apresentando as
-medial e relaciona-se com a tuba uterina 27.3. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA
(Falópio) (Fig. 505.2), contida na asa superior
seguintes relações: posteriormente, com o do ligamento largo do útero ou mesosal­
uretéro (Fig. 504.3) e vasos ilíacos internos Os ovários estão envolvidos por um invó­
pinge, e por intermédio deste, à direita, com lucro ovárico, constituído pelo epitélio ger­
(Fig. 504.4); anteriormente, com a inserção
as ansas intestinais, com o cego e com 0 minativo, pela túnica albugínea, e pelo parên­
pélvica do ligamento largo do útero (Fig.
apêndice vermicular e, à esquerda, com 0 quima ovárico.
504.5); superiormente, com os vasos ilíacos
cólon sigmóide (Fig. 505.3).
externos (Fig. 504.6), que o separam do mús­
culo psoas maior; inferiormente, com a origem
da artéria umbilical e da artéria uterina (Fig. 27.2.1.3. MARGEM ANTERIOR OU MESOVÃRICA 27.3.1. INVÓLUCRO OVÁRICO
504.7). Através do peritoneu, na área da fossa
ovárica, observa-se tecido célula-adiposo, A margem anterior ou mesovárica do ovánu A superfície do ovário é revestida pelo
onde se encontra a artéria obturadora (Fig. corresponde à linha de inserção do mesovário. epitélio germinativo (Fig. 506.1), que é um
504.8) e o nervo obturador (Fig. 504.9). onde constitui a linha de Farré-Walde}er epitélio simples cúbico, podendo ser nalgu­
Na mulher multípara, encontra-se a fossa (Fig. 505.4). É nessa margem que o ováno mas partes um epitélio simples pavimentoso.
ovárica (Claudius), com as seguintes rela­ recebe os vasos e nervos ováricos, con\­ Sob esse epitélio germinativo, o córtex do
ções: posteriormente, com a face lateral do tituindo o bilo do ovário. ovário forma uma camada de tecido conjun­
sacro; anteriormente, com o uretéro e a artéria A margem anterior ou mesovárica relaciona­ tivo denso, fina e mal limitada, a túnica
uterina; inferiormente, com a margem supe­ -se com uma depressão, a fossa pré-ovéric Fi1- SOS• Relosões da face medial, margens e extremidades do ovário albugínea do ovário (Fig. 506.2).
rior do músculo piriforme. Através do perito­ (Fig. 505.5), limitada, anteriormente, pelo asa .. mulher nullpara
neu, na área da fossa ovárica, observa-se anterior do ligamento largo do útero e, poste­
riormente, pela asa superior do ligamento
1. Ovário 2. Tuba uterina (Falópio) 3. Cólon sigmóide 4. Linha de Farré­ 27.3.2. PAR{NQUIMA OVÁRICO
3 •Wmdeyer 5. Fossa pré-ovárico 6. Fímbria ovárico (Richard) 7. Ligamento
largo ou mesosalpinge. 1 bo-ovórlm 8. ligamento próprio do ovário ou útero-ovárico O ovário apresenta uma porção central, a
medula do ovário, também conhecida por
27.2.1.4. MARGEM POSTERIOR OU LIVRE zona vascular, e uma porção periférica, o
27.2.1.6. EXTREMIDADE UTERINA
córtex do ovário, não havendo um limite
A margem posterior ou livre do ovário, convexo evidente entre as duas zonas.
A extremidade uterina do ovário encontra-se
e livre em toda a sua extensão, relaciona-se com A medula do ovário (Fig. 506.3) apresenta
muito próxima do pavimento pélvico e dá
a fímbria ovárica (Richard) (Fig. 505.6). numerosos vasos onde predominam as arte­
inserção ao ligamento próprio do ovário ou
7 Na nulípara, relaciona-se com o uretéro atra­ ríolas de 1ª e de 2ª ordens e muito tecido
útero-ovárico (Fig. 505.8). Esta relação com
vés da fossa ovárica (Krause). Na multípara. conjuntivo laxo.
' o pavimento pélvico permite a sua palpação,
relaciona-se com o sacro através da fossa através do toque rectal na mulher virgem e O córtex do ovário apresenta os diferentes
ovárica (Claudius) e ainda com ansas int es·
tinais. = do toque vaginal nos restantes casos. organitos e as arteríolas terminais ou pré­
-capilares. Os organitos são de diversos
tipos: os folículos ováricos primários (Fig.
Fig. 504 - Rela1ões da face lateral do ovário na mulher nulipara
27.2.1.5. EXTREMIDADE TUBÃRICA - 27.2.2. RELAÇÕES NA MULHER GRÁVIDA 506.4), os folículos ováricos em crescimento
1. Ovário 2. Fossa ovárico (Krause) 3. Uretéro 4. Vasos ilíacos internos (Fig. 506.5), os folículos ováricos vesiculosos
5. Ligamento largo do útero 6. Vasos ilíacos externos 7. Artéria uterina A extremidade tubárica do ovário encontra-se O ovário direito relaciona-se com o cego e, (Graaf) (Fig. 506.6), os folículos atrésicos
8. Artéria obturadora 9. Nervo obturador coberta pela tuba uterina (Falópio) (Fig quando este está fixo, com a parede póstero- (Fig. 506.7); os folículos ováricos vesiculosos
330 ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
- OVÁRIOS 331

(Graaf) em rotura (Fig. 506.8), o corpo lúteo ováricos em crescimento e folículos ováric0 eia da camada granulosa (Fig. 507.Cl) e da Os folículos atrésicos primários maiores
(Fig. 506.9), menstrual ou de ovulação e gra­ vesiculosos (Graaf). Os folículo s atrésico� fase inicial das duas tecas foliculares (Fig. apresentam as células granulosas (Fig.
vídico ou verdadeiro e o corpo albicante podem ser class1'fi1cados em folículos atrésico 507.C2). 507.El), disformes e separadas, deixando um
(Fig. 506.10). primordiais e folículos atrésicos em cresci­ 0 folículo ovárico em crescimento do tipo espaço ocupado por células do estroma (Fig.
mento. UI (Fig. 507.D) é definido a partir do mo­ 507.E2).
5 mento em que as células granulosas (Fig. Os folículos atrésicos em crescimento de I
27.3.2. l. l. Folículos ovóricos primários 507.Dl) começam a produzir líquido foli­ ou de II ordem apresentam alterações seme­
cular, originando o antro folicular (Fig. lhantes aos folículos atrésicos primários, em
Os folículos ováricos primários (Fig. 507.A) 507.D2), e a diferenciação da teca folicular que a zona pelúcida se torna pregueada,
são os únicos que se encontram antes da intema (Fig. 507.D3) e da teca folicular mantendo-se mais tempo até ser completa­
menarca, sendo constituídos por um óvulo externa (Fig. 507.D4). mente reabsorvida.
(Fig. 507.Al), envolvido por uma camada de Os folículos atrésicos em crescimento de III
células cúbicas ou achatadas, as células foli­ ordem têm uma reabsorção mais lenta, visto
culares (Fig. 507.A2), que constituem o epité­ o material degenerativo ser em grande quanti­
lio folicular. dade, observando-se grande quantidade de
10 macrófagos, com resquícios de fibras colagé­
27.3.2.1.2. Follculos ovóricos em crescimento neas e tomando o aspecto de tecido cicatricial.
Fig. 506 - Invólucro e organitos do ovário
Os folículos ováricos em crescimento existem
1. Epitélio genninativo 2. Túnica albugínea do ovário 3. Medula do entre a menarca e a menopausa. As célula�
ovário com vasos 4. Folículo ovárico primário S. Folículos ováricos foliculares aumentam de volume e multi­
em crescimento 6. Folículo ovárico vesiculoso (Graan 7. Folículo atrésico plicam-se para formarem várias camada� de
8. Folículo ovárico vesiculoso (Graan em rotura 9. Corpo lúteo 10. Corpo células granulosas, constituindo a camada
albicante granulosa. Entre o óvulo e a camada granu­
losa, encontra-se uma camada sincicial e
27.3.2.1. FOLÍCULOS OVÁRICOS E FOL(CULOS acidófila, a zona pelúcida.
ATRÉSICOS O estroma que rodeia o folículo ovárico
origina, nos folículos mais desenvolvidos, a
O número total de folículos ováricos nos dois teca folicular interna, rica em células con­
ovários de uma recém-nascida é de cerca de juntivas e a teca folicular externa, fibrosa.
r11- 507 - Folículo ovárico primário (A), folículos ováricos em crescimento
400.000, sofrendo a grande maioria um pro­ com algumas células musculares lisas. Entre
a lipo 1 (B), do tipo li ((), do tipo Ili (D) e folículo atrésico (E) Fig. SOB - Folículo ovárico em crescimento do tipa I com uma ampliasõo
cesso degenerativo, constituindo os folículos a teca folicular interna e a camada granulosa. de 68x, observado com a técnica de injecsõo-corrosõo para microscopia
atrésicos. Apenas um óvulo é libertado em encontra-se uma membrana basal, a mem• A1 Õvulo A2. Células foliculares B 1. Células foliculares C 1. Camada
electr6nica de varrimento, num molde vascular preparado por J. A.
cada ciclo menstrual, com a duração média de brana própria (Waldeyer ou de Slavjanskyl 1ranuloM1 C2. Fase inicial das tecas foliculares externa e interna
Esperansa Pina
28 dias, e como a vida reprodutiva de uma As células granulosas apresentam muito\ 01 Células granulosas D2. Antro lolicular D3. Teca lolicular interna
vacúolos, que produzem o líquido folicular. 114 Teca loftmlar externa E 1. Células granulosas dislonnes e separadas
mulher é de 30 a 40 anos, o total de óvulos
que se vai acumulando entre as células. aca­ E2 Células do estroma
libertados é 450 a 500. Todos os restantes 27.3.2.1.4. Folículos ov6ricos vesiculosos (Groaf)
folículos ováricos com os seus óvulos sofrem bando depois por constituir uma cavidade, o
um processo degenerativo e desaparecem. antro folicular. Os folículos ováricos vesiculosos (Graaf)
Os folículos ováricos em crescimento foram ; 27.3.2.1.3. Folículos ovóricos atrésicos (Figs. 509.A e 510) são caracterizados pelo
A grande maioria dos folículos ováricos pri­
mários e em crescimento sofre um processo classificados em tipo I, tipo II e tipo III. aumento de tamanho do folículo em cresci­
: A g�ande maioria dos folículos ováricos pri­
involutivo, constituindo a atresia folicular. O folículo ovárico em crescimento do tipo 1 , mento do tipo Ili, quando alcançam o diâ­
ano
Os folículos atrésicos encontram-se desde o (Fig. 507.B e Fig. 508) é definido quando a .: '.11 s e em crescimento sofre um processo metro de 1 cm. O antro folicular (Fig. 509.Al)
1 volutivo, dando
células foliculares (Fig. 507.B1) começam .1 � origem aos folículos atré­ continua a aumentar, empurrando as células
nascimento até alguns anos após a meno­ sicos (Fig. 507.E), encontrando-se desde o
pausa. aumentar de volume. nascimento até alguns anos após a meno­ granulosas (Fig. 509.A2) para a periferia, aca­
Os folículos ováricos podem ser classificados O folículo ovárico em crescimento do tipo bando por fazer proeminência e constituindo
pausa.
em folículos ováricos primários, folículos II (Fig. 507.C) é caracterizado pela ellistên· o cúmulo oóforo (Fig. 509.A3 e 510.1).
332 ÓRGAOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)

27.3.2.2. CORPOS LÚTEOS E CORPOS ALBICANTEs


- pode ser de dois tipos, o corpo
OVÁRIOS 333

Os folículos ováricos vesiculosos (Graat) em 0 corpo lúteo corpos lúteos menstruais ou de ovulação e
ual ou de ovulação e o corpo
rotura (Fig. 509.B) tornam-se transparentes lúteo menstr dos corpos lúteos gravídicos ou verdadeiros,
no ponto de saída do óvulo, fazendo saliência ídico ou verdadeiro, sendo difícil, fazendo com que os restos celulares sejam
27.3.2.2.1. Corpos lúteos lúteo grav
na superfície ovárica, tornando-se esta zona orfologi cam ente, fazer a sua diferenciação. fagocitados por macrófagos, transformando a
muito delgada, para constituir o estigma (Fig. � corpo lúteo gravídico ou verdadeiro tem área que foi ocupada pelo corpo lúteo numa
Os corpos lúteos (Fig. 511.A) iniciam-se
509.B1), ponto onde se faz a rotura e sai o . dim ensões, passando a diminuir a cicatriz de tecido conjuntivo (Fig. 511.Bl), o
quando se d,a a rotura do estigma dos fo(í. maiores º
óvulo (Fig. 509.B2). culos ováricos vesiculosos (Graaf), sendo 0 parti r do 6 mê s da gravidez e desaparecendo qual vai sendo substituído, muito lentamente,
antro folicular ocupado por um coágulo san­ após o parto. por estroma ovárico.
guíneo (Fig. 511.Al), sendo as células granu­ o corpo Iúteo menstrual ou de ovulação
losas e as da teca folicular interna que lhe Fig. 512) encontra-se quando não existe
dão origem. gra·videz, mantendo-se na segunda metade
As células granulosas (Fig. 5 l 1.A2) proli­ do ciclo menstrual, com a duração de 10 a 14
feram e hipertrofiam-se, reduzindo o coágu(1 dias, desaparecendo por falta de hormona
sanguíneo, constituindo as células granuloso­ luteinizante (LH).
-luteínicas, que contêm no seu citoplasma um
pigmento responsável pela coloração amarelJ
do corpo lúteo.
As células da teca folicular interna (Fig
@ -2 5 l 1.A3) originam as células teca-lutefnicas
A B ou paraluteínicas, semelhantes às célula
granuloso-luteínicas, mais pequenas e ma,
Fig. 509 - Folículo ovárico vesiculoso (Grooij (A) e folículo ovárico
coradas, localizadas na porção periférica do
corpo lúteo. Fig. 513 - Corpo lúteo grovídico ou verdadeiro, com umo omplio,õo
vesiculoso (GrooQ em rotura (8) de 30x, observado com o técnico de injec,õo-corrosõo poro microscopia
As células granuloso-luteínicas e teco-luteí­
A1. Antro loliculor A2. Células granulosos A3. Cúmulo o6foro 81. Es­ nicas ou paraluteínicas são as células respon­ electrónico de varrimento, num molde vascular preparado por J. A.
tigma 82. Óvulo sáveis pela síntese de hormonas esteróides. Esperon,o Pino
Os capilares sanguíneos da teca folicular
interna crescem para o interior do corpo lúteo
em formação, dando origem à rica rede vas­
lit- 512 - Corpo lúteo de menstruo,õo ou de ovulo,õo, com umo
cular desta estrutura.
eplia1ão de 1Ox, observodo com o técnico de microongiogrofio, numo
O corpo lúteo apresenta à periferia, um tecido ,epara1ão de J. A. Esperon,o Pino
fibroso, constituindo a cápsula do corpo lúteo.

O corpo lúteo gravídico ou verdadeiro (Fig.


513) encontra-se durante toda a gravidez,
sendo estimulado pelas gonadotrofinas corió­
nicas, produzidas pelo sinciciotrofoblasto da
placenta.

17.l.U.2. Corpos olbicontes


Fig. 514 - Corpo olbiconte, com umo omplio,õo de 69x, observado
B Os corpos albicantes (Figs. 511.B e 514)
com o técnico de injec,õo-corrosõo poro microscopia electrónico de
re
Fig. 51O - Folículo ovárico vesiculoso (GrooQ com umo omplio,ão de
_ sultam de um processo degenerativo dos varrimento, num molde vascular preparado por J. A. Esperon10 Pino
25x, observado com o técnico de injec,õo-corrosõo poro microscopia
electrónico de varrimento, num molde vascular preparado por J. A. Fig. 511 - Corpo lúteo (A) e corpo olbiconte (8)
Esperon,o Pino
A1. Antro loliculor ocupado por coágulo sanguíneo A2. Células pulolll
1. Cúmulo oóforo A3. Células do !eco foliculor interno 81. Corpo olbiconte tom C1Cotlll
Tuw UTERINAS (FALÓPIO)

As tubas uterinas (F-alópio) são dois canais, -se com a margem anterior ou mesovárica do
um direito e outro esquerdo, que se encon­ ovário. Quando atinge a extremidade tubárica
iram próximas da extremidade tubárica do (Fig. 515.8), inflecte-se com obliquidade
ovár io e penetram nos ângulos laterais ou póstero-inferior, cruza a porção superior da
cornos do útero. A sua acção fisiológica é a sua face medial, percorrendo depois a sua
de recolher o óvulo da superfície do ovário, margem posterior ou livre.
por intermédio das fímbrias da tuba uterina, 8
por tropismos químicos e mecânicos. No
ierço lateral do lume da tuba uterina (Faló­ 3
pio), o óvulo é fecundado pelo espermato­
zóide, originando o óvulo fecundado ou
zigoto, que depois se dirige para a cavidade
do útero, onde faz a nidação.

28.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

28.1.1. SITUAÇÃO
Fig. 51 S - Situa,ão e direc,ão da tuba uterina (Falópio)
A tuba uterina (Falópio) (Fig. 515.1) situa-se
1. Tuba uterina (Fal6pio) 2. Asa superior do ligamento largo do útero
na asa superior do ligamento largo do útero
ou mesosalpinge 3. Ovário 4. Ligamento redondo do útero S. Oirec,ão
ou mesosalpinge (Fig. 515.2), anteriormente
transversal da tuba uterina (Fal6pio) 6. Corno do útero 7. Oireqão
ao ovário (Fig. 515.3) e posteriormente ao
vertical da tuba uterina (Fal6pio) 8. Inflexão da tuba uterina (Fal6pio)
ligamento redondo do útero (Fig. 515.4).
ao nível da extremidade tubárica do ovário
Quando a mesosalpinge tem pouco desen­
volvimento, a tuba uterina (Falópio) sobre­
põe-se ao ovário, determinando a existência
de duas bolsas peritoneais, uma medial, a
28.1.3. DIMENSÕES
bolsa tubo-ovárica e outra lateral, a bolsa
A tuba uterina (Falópio) é mais longa na
parieto-ovárica.
multípara do que na nulípara, tendo um
comprimento médio de 10 a 12 cm, com um
28.1.2. DIRECÇÃO diâmetro de 2 a 4 mm, próximo do útero,
aumentando progressivamente em direcção ao
A tuba uterina (Falópio) tem uma direcção ovário, onde pode ter 6 a 8 mm.
: transversal (Fig. 515.5), desde o seu início,
no como do útero (Fig. 515.6), até alcançar 28.1.4. MEIOS DE FIXAÇÃO
ª extremidade uterina do ovário. Depois, in­
íl�cte-se para superior, apresentando uma
A porção medial da tuba uterina (Falópio) é
direcção vertical (Fig. 515.7), relacionando-
fixa, mudando de posição apenas com os
-
1
t.

11
336 ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO) TUBAS UTERINAS (F ALÓPIO) 337

movimentos do útero, e a sua porção lateral 28.2.3. AMP OLA DA TUBA UTERINA (HENLE)
desloca-se com os movimentos do ovário.
2s.2.u. SUPERFICIE INTERNA tubárias (Fig. 517.2). Ao nível do istmo da
tuba uterina (Barkow), estas pregas originam
A tuba uterina (Falópio) apresenta diversos A ampola da tuba uterina (Henle) (Fig. com aspecto irregular, franjada, de colora- outras transversais, as pregas secundárias, de
meios de fixação. 516.8) continua o istmo �o nível da extremi­ , encontra-se revestida por mucosa onde se destacam as pregas terciárias.
A parte uterina situa-se na espessura do ção rosada .
dade uterina do ovário. E um canal sinuoso que se contmua com ague1 a que reveste a A ampola da tuba uterina (Henle) apresenta
miométrio, ao nível do como do útero (Fig. achatado ântero-posteriormente, com um� ampola da tuba uterina. uma zona desprovida de pregas tubárias (Fig.
516.1). parede fina, muito extensível, com 7 a 8 cm 517.3).
O ligamento tubo-ovárico (Fig. 516.2) esten­ de comprimento e 9 mm de diâmetro, estando
de-se do infundíbulo da tuba uterina, por relacionado com a margem anterior ou meso­ 28.2.4.3, ÃPICE 7
intermédio da fímbria ovárica (Richard) (Fig. várica do ovário. Apresenta um óstio arredondado com 2 a
516.3), cujo eixo é o ligamento, até à extre­ 3 mID de diâmetro, o óstio abdominal da
midade tubárica do ovário (Fig. 516.4). tuba uterina (Fig. 516.10), que se abre na
O ligamento largo do útero (Fig. 516.5) si­ 28.2.4. INFUNDÍBULO DA TUBA UTERINA
cavidade abdominal. Trata-se do único caso
tua-se entre as suas duas lâminas. no corpo humano em que uma cavidade
O infundíbulo da tuba uterina (Fig. 516.9)
serosa, a cavidade peritoneal, comunica com
é a porção mais móvel da tuba uterina (Faló­
uma cavidade mucosa, a cavidade da tuba
pio) com a forma de um funil, podendo
28.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA descrever-se uma superfície externa, uma su­
uterina, e através desta com o exterior, atra­
vés da cavidade do útero. Fig. 517 - Conformasõo interno do tubo uterino (Folópio)
perfície interna, um ápice e uma base.
A tuba uterina (Falópio) é constituída por 1. Canal tubário 2. Pregos tubárias 3. Ampola do tubo uterino des­
quatro porções: a parte uterina, o istmo (Bar­ 28.2.4.1. SUPERFICIE EXTERNA 28.2.4.4. BASE provido de pregos tubários
kow), a ampola (Henle) e o infundíbulo.
Com um aspecto liso, de coloração esbran­ A base do infundíbulo da tuba uterina, muito
irregular, origina uma série de linguetas lan­
28.2.1. PARTE UTERINA DA TUBA UTERINA
quiçada, revestida de peritoneu, continuando­
ceoladas, em número de 10 a 15, as fímbrias 28.4. RELAÇÕES
-se com a superfície externa da ampola da
tuba uterina. da tuba uterina (Fig. 516.11), com um com­
A parte uterina da tuba uterina (Fig. 516.6) primento médio de 10 a 15 mm, dispondo-se
em duas ou três circunferências concêntricas. 28.4.1. RELAÇÕES NA MULHER NÃO GRÃVIDA
está situada na espessura do miométrio.
Tem uma direcção com obliquidade súpero­ Entre as fímbrias da tuba uterina, existe uma
mais longa, a fímbria ovárica (Richard) O peritoneu pélvico envolve a tuba uterina
-lateral, com um comprimento de 1 a 1,5 cm (Falópio), excepto na porção onde as duas
e um diâmetro de 0,5 mm e termina ao nível (Fig. 516.3), com um comprimento de 2 a
3 cm, aderindo à periferia do ligamento tubo­ lâminas se unem para constituir a mesosal­
do como do útero, através de um óstio, com pinge, que contém, no seu interior, diversas
1 mm de diâmetro, o óstio uterino da tuba -ovárico.
Nos processos inflamatórios, as franjas podem estruturas:
uterina. O arco infra-tubário formado pela anasto­
aderir entre si, podendo conduzir à oclusão
transitória do infundíbulo da tuba uterina. mose da artéria tubária lateral, ramo da
artéria ovárica, com a artéria tubária medial,
28.2.2. ISTMO DA TUBA UTERINA (BARKOW) ramo da artéria uterina.
28.3. CONFORMAÇÃO INTERNA
As veias, vasos linfáticos e plexos tubárico
O istmo da tuba uterina (Barkow) (Fig. ovárico e uterino, que acompanham o arco
516.7) continua a parte uterina, estando infra-tubário.
situado póstero-inferiormente ao ligamento Fig. 516 - Meios de fixo1õo e conformo1õo externo do tuba uteri - A tuba uterina (Falópio) apresenta, no seu Por intermédio do peritoneu, a tuba uterina
redondo do útero e ântero-inferiormente ao (Folópio) interior, o canal tubário (Fig. 517 .1), canal (Falópio) (Fig. 518.1) encontra-se relacio­
ligamento próprio do ovário ou útero-ovárico. 1. Como do útero 2. Ligamento tubo-ovárico 3. Flmbrio ovárico (iidloml virtu al com coloração rosada no vivo e com nada com diversos órgãos: anteriormente,
É um canal cilíndrico de parede espessa, 4. Extremidade tubárico do ovário 5. Ligamento largo do útero 6. Porte - cerca de 0,5 mm de diâmetro. com a bexiga distendida (Fig. 518.2) e com
dirigindo-se transversalmente para lateral, uterino do tubo uterino 7. Istmo do tubo uterino (Borkow) B. Ampolo Enco ntra-se revestido por mucosa que apre­ o ligamento redondo do útero (Fig. 518.3),
com o comprimento de 3 a 4 cm e um diâ­ do tubo uterino (Henle) 9. lnfundíbulo do tubo uterina 10. Ôilil senta umas saliências paralelas ao eixo da limitando com este a fossa pré-ovárica (Fig.
metro de 2 a 4 mm. abdominal da tuba uterina 11. Flmbrias da tuba uterina tuba uterina, muito numerosas, as pregas 518.4); posteriormente, com o ligamento
338 ÓRGAos GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)

próprio do ovano ou útero-ovárico (Fig. sos (Morgagni), o epóforo (Rosenmüller) e


-- -- TUBAS UTERINAS (FALÓPIO) 339

28.6.1. T0NICA SEROSA


(Barkow), e uma camada superficial (Fig.

0
518.5) e com o recto (Fig. 518.6); superior­ paróforo (Waldeyer). 520.4), com fibras plexiformes, mais espessa
mente, com ansas intestinais e com o cólon Os apêndices vesiculosos (Fig. 519.1), res. ao nível do istmo da tuba uterina (Barkow).
sigmóide (Fig. 518.7). quícios do corpo de Wolff, são pequenas A tónica serosa (Fig. 520.1) reveste a super­ í·
vesículas piriformes, com um pedículo que se fície externa das fímbrias da tuba uterina.
insere numa das fímbrias da tuba uterina da 28.6.4. TÜNICA MUCOSA
tuba uterina (Falópio). 28.6.2. TELA SUBSEROSA
O epóforo (Rosenmüller) (Fig. 519.2), é um A túnica mucosa (Fig. 520.5) é constituída
resquício dos tubos mesonefróticos do canal A tela subserosa (Fig. 520.2) é constituída por uma mucosa fina com as pregas tubárias.
de Wolff; constituído por 15 a 20 dúctulos por tecido conjuntivo, onde se encontram
transversais (Fig. 519.2), paralelos, com
vasos e nervos.
trajecto sinuoso, que se originam no bilo do
ovário, e que vão terminar no dúctulo do epó­
foro (Fig. 519.3), disposto paralelamente à 28.6.3. T0NICA MUSCULAR
tuba uterina (Falópio).
O paróforo (Waldeyer) (Fig. 519.4) é cons­ A túnica muscular é constituída por fibras
tituído por pequenos corpúsculos amarelados musculares lisas, em maior número próximo
agrupados e situados mediaimente ao epóforo do útero, sendo inexistente ao nível do infun­
e inferiormente ao istmo da tuba uterina. díbulo da tuba uterina.
As fibras musculares estão dispostas em duas
camadas: a camada profunda (Fig. 520.3), Fig. 520 - Constituisõo anatómico do tubo uterino (Folópio)
Fig. 518 - Relosões do tubo uterino (Folópio) no mulher nõo grávido
com fibras circulares, sendo fina ao nível 1. Túnica seroso 2. Tela subseroso 3. Carnudo profundo de fibras
1. Tubo uterino (Folópio) 2. Bexigo distendido 3. Ligamento redondo 3 da ampola da tuba uterina (Henle) e mais musculares circulares 4. Carnudo superficial de fibras musculares
do útero 4. Fosso pré-ovárico 5. Ligamento próprio do ovário ou útero­ espessa ao nível do istmo da tuba uterina plexiformes 5. Túnica mucoso
-ovárico 6. Recto 7. Cólon sigmáide

28.4.2. RELAÇÕES NA MULHER GRÃVIDA


Durante a gravidez o crescimento do útero
altera a direcção e as relações da tuba uterina
(Falópio).
A direcção, inicialmente transversal, passa a
apresentar uma obliquidade póstero-ínfero­
-lateral.
O infundíbulo da tuba uterina esquerda rela­ Fig. 519 - Resquícios embrionários anexos à tubo uterino (Fol6P40) t
ciona-se com o mesosigmóide. O infundíbulo ao útero
da tuba uterina direita relaciona-se com o
cego e com o apêndice vermiforme. 1. Apêndices vesiculosos 2. Dúctulos transversais do ep6foru (RoSIM1 <
3. Dúctulo do epóforo (Rosenmüller) 4. Poróforo (Wuldayar) S. (a :,:

de Motpighi e Gortner
28.S. RESQUÍCIOS EMBRIONÃRIOS
ANEXOS ÀS TUBAS UTERINAS (FALÕPIO) 28.6. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
Os resquícios embrionários anexos à tuba A tuba uterina (Falópio) é constituída por
uterina (Falópio) são: os apêndices vesiculo- quatro túnicas.
.,
1
1'

29.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS púbica. No 4º mês (Fig. 522.2), o fundo do


útero encontra-se a 11 cm superiormente
à sínfise púbica. No 5° mês (Fig. 522.3), o
29.1.1. SITUAÇÃO fundo do útero encontra-se a 14 cm superior­
mente à sínfise púbica. No 6º mês (Fig.
O útero (Fig. 521.1), órgão ímpar e mediano, 522.4), o fundo do útero encontra-se a 24 cm
ocupa a porção mediana da cavidade pélvica, superiormente à sínfise púbica. No 7º mês
posteriormente à bexiga (Fig. 521.2), ante­ (Fig. 522.5), o fundo do útero encontra-se a
rionnente ao recto (Fig. 521.3), mediaimente 27 cm superiormente à sínfise púbica. No 8º
às tubas uterinas (Falópio) (Fig. 521.4), supe­ mês (Fig. 522.6), o fundo do útero encontra­
riormente à vagina (Fig. 521.5), que continua, -se a 30 cm superiormente à sínfise púbica.
e inferiormente às ansas intestinais. No útero de termo (Fig. 522.7), o fundo do
O útero grávido mantém-se na cavidade útero encontra-se a 32 cm superiormente à
pélvica nos dois primeiros meses da gravidez. sínfise púbica, ocupando uma posição abdó­
No 3° mês (Fig. 522.1), o fundo do útero mino-torácica.
encontra-se a 8 cm superiormente à sínfise

"

: Fi 521 · Sttuo{õo do útero Fig. 522 · Projec{ÕO do fundo do útero grávido no parede abdominal
: 1. Útero 2· Baxiga 3. Recto 4. Tubo uterino (Fol6pio) 5. Vagina anterior
:
1. No 3' mês 2. No 4' mis 3. No 5' mês 4. No 6' mês 5. No 7' mês
6. No 8' mês 7. No útero de termo
342 ÔRGiíOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
- ÚTERO 343

29.1.2. FORMA ções resultantes da pressão abdominal d 7


tonicidade do útero e a dos tecidos relaci�na�
O útero tem a forma de um cone truncado, dos, além das variações fisiológicas da bexiga
achatado, com a base superior e o ápice infe­ e do recto.
rior. O eixo do corpo do útero (Fig. 524.1) e 0
Na mulher nulípara, apresenta superior­ eixo do colo do útero (Fig. 524.2) formam '
mente uma porção conóide, o corpo do útero um ângulo aberto anteriormente, olhando a
(Fig. 523.1) e, inferiormente, uma porção sínfise púbica (Fig. 524.3), com valores
cilíndrica, o colo do útero (Fig. 523.2), es­ compreendidos entre 100º e 120º. O ápice
tando as duas porções separadas pelo istmo deste ângulo constitui o ponto mais fixo do A B A B
do útero (Fig. 523.3). útero, o ponto central do útero (Fig. 524.4).
Na mulher multípara, encontra-se apenas o O ponto central do útero encontra-se situado
flQ. 525 . Sifuação do útero em relação com os eixos do corpo e do Fig. 526 • Situação do útero em relação com o eixo transversal
corpo do útero e o colo do útero, não exis­ no centro da cavidade pélvica, um pouco passando pelo ponto central do útero
colo do útero
tindo o istmo do útero. anteriormente a uma linha unindo as duas
O útero grávido, a partir do 2º mês, apre­ espinhas isquiáticas, e sobre a linha umbilico­ AI. !ltero em anteflexão A2. Útero em retroflexão 81. Útero em A 1. Útero em anteversão A2. Útero em retroversão 81. Útero em

senta uma forma esférica, cilíndrica e ovóide, -coccígea (Fig. 524.5). lotervflaxão direita 87. Útero em lotaroflaxão esquerdo lateroversõo direito 82. Útero em loteroversõo esquerda

tendo, o útero de termo, uma forma variável


com o tipo de apresentação. 525.A2), quando o ângulo se abre posterior­ multípara, 7 a 8 cm de comprimento e 5 cm
mente; útero em lateroflexão direita (Fig. de largura.
29.1.3. POSIÇÃO 525.B1) e útero em lateroflexão esquerda O útero pesa 40 a 50 gramas na mulher nulí­
(fig. 525.B2), quando o ângulo se abre para para e 60 a 70 gramas na mulher multípara.
O útero possui uma grande mobilidade, a direita ou para a esquerda, respectivamente.
estando a sua posição dependente das varia- Através de um eixo transversal passando pelo
ponto central do útero, a situação do útero 29.1.S. CONSIST{NCIA
sofre modificações em relação à pelve: o
útero em anteversão (Fig. 526.Al), quando A consistência do útero é dura, fechada e
o corpo do útero se desloca para anterior; o elástica.
útero em retroversão (Fig. 526.A2), quando
o corpo do útero se desloca para posterior; o
útero em lateroversão direita (Fig. 526.Bl) 29.1.6. NÚMERO
e o útero em lateroversão esquerda (Fig.
526.B2), quando o corpo do útero se desloca O útero é um órgão único, mediano e simé­
3 para a direita ou para a esquerda, respectiva­ trico, podendo um desenvolvimento embrio­
mente. nário deficiente originar a sua ausência total.
Podem também encontrar-se úteros duplos.
7
O útero normal e no início da gravidez en­
contra-se em anteversão e em anteflexão.
Fig. S24 - Ponto central do útero O útero, a partir do 3º mês, vai-se tornando 29.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA
vertical. O útero de termo apresenta uma
1. Eixo do corpo do útero 2. Eixo do colo do útero 3. Slnflse flllbul direcção dependente do estado da tonicidade O útero apresenta a forma de um cone trun­
4. Ponto central do útero 5. Linha umbilico-cocclgea da parede abdominal anterior. cado com ápice inferior, apresenta um ligeiro
estrangulamento, que na mulher nulípara está
O ângulo entre o eixo do corpo do útero e 0 equidistante da base e do ápice; o istmo do
eixo do colo do útero pode sofrer modifica­ .: 29.1.4. DIMENSÜES E PESO útero que determina a divisão do útero em
ções, condicionando: útero em anteftexão duas porções: uma porção superior, o corpo
Fig. 523 - Fonna e porções do útero
(Fig. 525.Al), quando o ângulo se abre O útero na mulher nulípara tem 6 a 7 cm de do útero, situado superiormente ao istmo do
1. Corpo do útero 2. Colo do útero 3. Istmo do útero anteriormente; útero em retroflexão (Fig. comprimento e 4 cm de largura e, na mulher útero, com forma conóide, achatado ântero-
.:!.:!,::! __;�::.::.::..==:..:.:::=.:::::;.�:.::::::;:..:;.::.:.:.:.:.:.:..:.:==------------------
344 ÔRGÍ\OS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO) ÚTERO 345

-posteriormente; uma porção inferior, o colo tuba uterina (Falópio) (Fig. 527.6) e onde se
do útero, situado inferiormente ao istmo do inserem os ligamentos redondos d o úter 29,2.3. COLO DO ÚTERO parede vaginal, e no qual se distinguem qua­
o tro partes: o fórnice anterior da vagina
útero, com forma cilíndrica. (Fig. 527.7) e os 1.1gamentos próprios do (Fig. 528.8), que apresenta um recesso; o
ovário ou útero-ováricos (Fig. 527.8), 0 colo do útero, por vezes conhecido por
cérvix do útero (Fig. 527.11 ), tem uma fórnice posterior da vagina (Fig. 528.9), que
29.2.1. CORPO DO ÚTERO apresenta um recesso nítido e profundo; os
ronna cilíndrica, ligeiramente dilatada na sua
29.2.1.6. ÂNGULO INFERIOR porção médi�- fórnices laterais da vagina (Fig. 528.10),
O corpo do útero, com forma triangular, apre­ A vagina (Fig. 527.12) msere-se em todo o que possuem recessos com uma profundidade
senta duas faces, uma anterior e outra pos­ O ângulo inferior (Fig. 527.9) confunde-se eu contorno ao nível da união dos dois aumentada de anterior para posterior, e atra­
terior, três margens, duas laterais e uma com o colo do útero, ao nível do istmo do ,erços superiores com o terço inferior, deter­ vés dos quais é possível fazer a exploração
superior ou fundo do útero e três ângulos, útero. minando a divisão do colo do útero em três clínica dos paramétrios.
dois laterais ou cornos do útero e o inferior. e gmentos: o segmento superior extravaginal
que se segue ao corpo do útero; o segmento O óstio externo do colo do útero (Fig.
29.2.2. ISTMO DO ÚTERO ,aginal que corresponde à inserção da extre­ 528.7) estabelece a comunicação entre a cavi­
29.2.1.1. FACE ANTERIOR midade superior da vagina; e o segmento dade do útero e a cavidade da vagina, apre­
O istmo do útero (Fig. 527.10), difícil de inferior, intravaginal, no interior da vagina. sentando alterações de forma, na mulher
A face anterior (Fig. 527.1), ligeiramente delimitar, encontra-se na transição do c orpo nulípara, na primípara e na multípara.
convexa na sua forma, encontra-se totalmente do útero com o colo do útero, observando-se
coberta por peritoneu, dando-lhe um aspecto 29.2.3.1. PORÇÃO SUPRAVAGINAL Na mulher nulípara (Fig. 529.A), o óstio
um sulco, bem marcado ântero-lateralmente e externo do útero é pequeno, circular, de
liso.
pouco marcado posteriormente. A porção supravaginal do colo do útero consistência elástica, com 3 a 4 mm de
Fig. 528.1) tem uma altura de 1,5 a 2 cm, e diâmetro, tendo, no toque ginecológico, sen­
29.2.1.2. FACE POSTERIOR
con1inua-se com o corpo do útero (Fig. 528.2) sação semelhante à palpação do lóbulo do
n1ravés do istmo do útero (Fig. 528.3). nariz.
A face posterior (Fig. 527.2), mais convexa
do que a anterior, totalmente coberta por peri­ 8
toneu, apresenta, na linha mediana, uma crista H.2.3.2. PORÇÃO VAGINAL
delgada, o resquício da fusão dos dois canais
de Müller, que originam o útero. porção vaginal do colo do útero (Fig.
528.4) tem uma altura de 0,5 cm e a sua
29.2.1.3. MARGENS LATERAIS inserção faz-se na extremidade superior da /·
agina (Fig. 528.5), segundo um plano com
10 i
As margens laterais (Fig. 527.3) são espessas, rande obliquidade ântero-inferior, inse­
côncavas de superior para inferior e convexas rindo-se, posteriormente, na união do terço i
de anterior para posterior. uperior com os dois terços inferiores e ante­
li
riormente, na união do terço médio com o
1 rço inferior.
29.2.1.4. MARGEM SUPERIOR OU FUNDO DO 0TERO

A margem superior ou fundo do útero (Fig. H.2.3.3. PORÇÃO INTRAVAGINAL


527.4) corresponde à porção mais larga do
órgão e está totalmente revestida por peri­ porção intravaginal do colo do útero
Fig. 528.6) é visível através de um espécu 10
toneu. Fortemente convexa no sentido ântero­ lo
-posterior, apresenta-se rectilínea transversal­ Fig. 527 • Confonnoiõo externo do útero palpável por toque vaginal, apresentando
mente na nulípara e convexa na multípara. forma de um cone truncado cujo ápice apre­ Fig. 528 · Confonnoiõo externo e interno do colo do útero
1. Face anterior do corpo do útero 2. Face posterior do corpo do
3. Margem lateral do corpo do útero 4. Margem superior ou
nta o óstio externo do colo do útero
(Fig. 1. Poriõo suprovoginol do colo do útero 2. Corpo do útero 3. Istmo
\�8.7).
29.2.1.S. ÂNGULOS LATERAIS OU CORNOS DO ÚTERO do útero S. Ângulo lateral do corpo do útero ou corno do Otalv 6.
p orção intravaginal do do útero 4. Poriõo vaginal do colo do útero 5. Extremidade superior
uterino (Fol6pio) 7. Ligamento redondo do útero 8. Ligamento pr colo do útero do vagina 6. Poriõo introvoginol do colo do útero 7. Õstio externo
do ov6rio ou útero-ov6rico 9. Ângulo inferior do corpo do Otero IO. I
- r�c teriza-se por
Os ângulos laterais ou cornos do útero (Fig. apresentar o fórnice da do colo do útero 8. F6rnice anterior do vagina 9. Fórnice posterior
' gina um recesso
527.5) confundem-se com a parte uterina da do útero 11. Colo do útero ou cêrvix do útero 12. Voglno anular, que o separa da do vagina 1O. F6rnice lateral do vagina
111
li!I
ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO) ÚTERO 347 ;,
346 .'

Superiormente ao istmo do útero, encontra. s 29.4. SISTEMAS DE MANUTENÇÃO DO


a cavidade do corpo do útero e, i nferior�
mente, a cavidade do colo do útero. ÚTERO

29.3.1.1. CAVIDADE DO CORPO DO OTERO


29.4.1. SISTEMA DE ORIENTAÇÃO DO ÚTERO
A cavidade do corpo do útero (Fig. 530. I
é virtual num útero não grávido, tendo uma O sistema de orientação mantém o útero
A B ( forma triangular, com duas faces, três mar­ orientado em anteflexão e anteversão por
gens e três ângulos. intermédio de quatro ligamentos dispostos
Fig. 529 - Õstio externo do colo do útero A face anterior e a face posterior, lisa s e simetricamente: dois laterais, os ligamentos
planas, estão aplicadas uma contra a outra. largos do útero, e dois anteriores, os liga­
A. Õstio externo do colo do útero no mulher nulíporo 8. Õstio externo do mas separadas entre si por uma camada de mentos redondos do útero.
colo do útero no mulher primiporo 81. L6bio anterior 82. L6bio posterior
muco.
83. Comissuros C. Õstio externo do colo do útero no mulher multiporo
A margem superior e as duas margens 29.4.1.1. LIGAMENTOS LARGOS DO ÚTERO
laterais, na mulher nulípara, são curvilínea
Na mulher primípara (Fig. 529.B), o óstio com convexidade olhando a cavidade e, na As duas lâminas peritoneais que revestem a
externo do colo do útero tem o aspecto de mulher multípara, são quase rectilíneas. face anterior (Fig. 531.1 ), a face posterior
uma fenda transversal, onde se descrevem um Os ângulos súpero-laterais, um direito e (Fig. 531.2) e a margem superior ou fundo
lábio anterior (Fig. 529.Bl), um lábio outro esquerdo, comunicam com as tuba� f 530 - Conformação interno do útero do útero (Fig. 531.3), ao nível das margens
posterior (Fig. 529.B2) e duas comissuras uterinas (Falópio), através do óstio uterino da
1. (ov1dode do corpo do útero 2. Õstios uterinas dos tubos uterinas
(Fig. 529.B3). tuba uterina (Fig. 530.2). 3. 01110 interno do colo do útero 4. Conol do colo do útero 5. Prego
Na mulher multípara (Fig. 529.C), o óstio O ângulo inferior, com maior diâmetro do ,mupol 6. Pregos secund6rios 7. Õstio externo do colo do útero
que os ângulos superiores, faz comunicar a 2
externo do colo útero é muito maior, onde se a Cov1dode do vagina
observam elevações e depressões, apresen­ cavidade do corpo do útero com a cavidade
tando, o toque vaginal, uma consistência dura do colo do útero, através do óstio interno do direita, enquanto a da face posterior está des­
motivada por cicatrizes. colo do útero (Fig. 530.3). locada para a esquerda.
6
Entre as numerosas pregas que constituem a
29.3.1.2. CANAL DO COLO DO OTERO prega palmada, encontram-se inúmeros fora­
menes que representam os canais excretores
29.3. CONFORMAÇÃO INTERNA das gUlndulas cervicais.
O canal do colo do útero (Fig. 530.4), fus,­
forme, é apertado nas extremidades e dilatad As margens laterais, uma direita e outra es­
O útero apresenta, no seu interior, a cavidade querda, são regularmente curvas, olhando a
do útero, cavidade virtual, achatada ântero­ na porção média, apresentando duas fam
duas margens e dois óstios. concavidade, mediaimente.
-posteriormente, continuando-se superior­ O óstio interno do colo do útero (Fig. 530.3)
mente, ao nível dos cornos do útero, com as A face anterior e a face posterior são plana
situado superiormente é um óstio com 5 a 6
e aplicadas entre si. Cada uma delas apre­
tubas uterinas (Falópio) e, inferiormente, mm de comprimento e com 4 a 5 mm de
através do óstio externo do colo do útero, senta, na sua porção média, uma prega prin•
diâmetro, correspondendo ao istmo do útero
com a vagina.
cipal (Fig. 530.5), longitudinal, que origina 3
e fazendo a comunicação entre a cavidade do
direita e à esquerda as pregas secundária ,
corpo do útero e a cavidade do colo do útero.
(Fig. 530.6), dirigidas com obliquidade su ,
O óstio externo do colo do útero (Fig. 530.7)
29.3.1. CAVIDADE DO ÚTERO pero-lateral.
- situado inferiormente estabelece a comuni­
A figura desenhada pelas pregas principai e cação entre a cavidade do colo do útero e a
A capacidade da cavidade do útero é de 3 a pelas pregas secundárias constitui a prega .: cavidade da vagina (Fig. 530.8), apresen­ Fig. 531 - L6minos peritoneois originando os ligamentos largos do útero

4 cm3 na mulher nulípara e de 5 a 6 cm3 na palmada. Encontram-se duas pregas pa lma­ tando altera ções da forma na mulher nulí­ 1. Lamino peritoneal revestindo o face anterior do útero 2. L6mino pe­
mulher multípara. das, uma em cada uma das faces da cavidade para, na primípara ou na multípara, como já ritoneal revestindo o face posterior do útero 3. L6mino peritoneal reves­
do colo do útero, estando, na face anterior. ª foi descrito na porção intravaginal do colo
A cavidade do útero apresenta uma zona mais
estreita que corresponde ao istmo do útero. prega principal um pouco deslocada para ª do útero.
tindo o fundo do útero 4. Origem do ligamento largo do útero 5. Loco
pré-uterino contendo o bexigo 6. Loco retro-uterino contendo o recto
348 ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
- ÚTERO 349

laterais do útero, unem-se para constituir os Os ligamentos largos do útero são consti­ rormada, indo de medial para lateral, pelo do ovário (Fig. 534.6) e ligamento próprio do
ligamentos largos do útero (Fig. 531.4), que tuídos por duas faces, a face anterior e a face liglllilento próprio do ovário ou útero-ovárico ovário ou útero-ovárico.
se dirigem depois para as paredes laterais da posterior e por quatro margens, a margem (fig. 533.8) pela margem anterior ou meso­
cavidade pélvica, sendo a coalescência destas medial, a margem lateral, a margem inferior várica do ovário (Fig. 533.9) e pelo ligamento O paramétrio (Fig. 534.7) situa-se inferior­
duas lâminas peritoneais reforçada por fibras ou base e a margem superior. tubo-ovárico (Fig. 533.10). A asa posterior ou mente às asas do ligamento largo do útero,
musculares lisas e tecido conjuntivo. A face anterior (Fig. 533.1) olha ãntero­ mesovário estende-se desde o ângulo lateral entre as suas duas lâminas, que vão, progres­
Os ligamentos largos do útero dirigem-se -inferiormente e relaciona-se com a bexiga. ou como do útero (Fig. 533.11) ao óstio sivamente, de superior para inferior, for­
com obliquidade póstero-ínfero-lateral, sub­ Esta face apresenta, na sua porção superi or. abdominal da tuba uterina (Fig. 533.12). mando um espaço prismático triangular com
dividindo a cavidade pélvica em dois compar­ uma prega, determinada pelo ligament o A margem medial (Fig. 532.2) corresponde base inferior, estendendo-se da parede lateral
timentos, um anterior, a loca pré-uterina, redondo do útero (Fig. 533.2), a asa anterior as margens laterais do útero, relacionando-se da cavidade pélvica ao istmo do útero e à
onde se localiza a bexiga (Fig. 531.5), e outro (Fig. 533.3). A asa anterior tem a forma de com a artéria uterina (Fig. 532.6), com o extremidade superior da vagina.
posterior, a loca retro-uterina, ocupada pelo um triângulo, em que a base é o paramétrio plexo venoso uterino (Fig. 532.7), com vasos O conteúdo do paramétrio é o tecido célulo­
recto (Fig. 531.6). (Fig. 533.4) do ligamento largo do útero, a linfático s (Fig. 532.8) e nervos (Fig. 532.9). -fibroso, a parte pélvica do uretéro, a artéria
margem medial é constituída pela margem A margem lateral (Fig. 532.10) corresponde uterina, a artéria vaginal longa, as veias, os
Os ligamentos largos do útero (Fig. 532.1) lateral do corpo do útero (Fig. 533.5) e a mar­ à parede lateral da cavidade pélvica, onde as linfáticos e os nervos do paramétrio.
constituem dois septos transversais que unem gem lateral é o ligamento redondo do 6tero duas lâminas peritoneais se vão continuar O tecido célulo-fibroso (Fig. 534.8) é consti­
as margens mediais do útero (Fig. 532.2) às (Fig. 533.2). com o peritoneu parietal. tuído por uma porção superior, relacionada
paredes laterais da cavidade pélvica, consti­ A face posterior (Fig. 533.6) olha póstero ­ A margem inferior ou base relaciona-se com o istmo do útero, o paramétrio propria-
tuídas, a este nível, pela fáscia do músculo -superiormente e relaciona-se com o recto com o pavimento pélvico e com o uretéro.
obturador interno (Fig. 532.3), pelo músculo (Fig. 531.6). Esta face apresenta, na sua por­ A margem superior, livre, situa-se na união
obturador interno (Fig. 532.4) e pelo osso ção superior, uma prega muito desenvolvida. das duas lâminas peritoneais do ligamento
coxal (Fig. 532.5). Ao nível da margem late­ a asa posterior ou mesovário (Fig. 533.7). largo do útero, sendo constituída pela tuba
ral do útero, relaciona-se com a artéria ute­ uterina (Falópio) (Fig. 533.13), condicio­
rina (Fig. 532.6), com o plexo venoso uterino nando uma prega, a asa superior ou meso­
(Fig. 532.7), com vasos linfáticos (Fig. 532.8) salpinge (Fig. 533.14).
e com nervos (Fig. 532.9).
Os ligamentos largos apresentam, entre as
suas duas lâminas diversas formações, cons­
6 9 tllu ídas por duas porções, uma superior, o
mesométrio e uma inferior, o paramétrio.
O mesométrio, fino e móvel, apresenta uma
forma triangular. O ápice encontra-se no
.ingulo lateral do útero ou corno do útero.
A base, livre, é constituída pelo ligamento
tubo-ovárico. A margem superior representa
a tuba uterina (Falópio). A margem inferior
continua-se com o paramétrio.
O mesométrio é constituído pelas três asas do
8 7
Fig. 533 - Faces e margem superior do ligamento largo do útero • ligamento largo do útero: superiormente, pela
asa superior ou mesosalpinge (Fig. 534.1), Fig. 534 - Mesométrio e porométrio
1. Face anterior 2. Ligamento redondo do útero 3. Aso ontenor - que co rresponde à tuba uterina (Falópio) (Fig.
Fig. 532 - Ligamento largo do útero
ligamento do útero 4. Porométrio 5. Margem lateral do corpo do út 534.2); anteriormente, pela asa anterior 1. Aso superior do ligamento largo do útero ou mesosolpinge 2. Tubo
1. Ligamento largo do útero 2. Margem medial do útero 3. Fóscio do 6. Face posterior 7. Aso posterior do ligamento largo do útert" Fig. 534 .3), que corresponde ao ligamento uterino (Folópio) 3. Aso anterior do ligamento largo do útero 4. Liga­
músculo obturador interno 4. Músculo obturador interno S. Osso coxal mesovório 8. Ligamento próprio do ovário ou útero-ovárico 9. Mo _ mento redondo do útero 5. Aso posterior do ligamento largo do útero
redondo do útero (Fig. 534.4); e posterior­
6. Artéria uterino 7. Plexo venoso uterino 8. Vaso linfático uterino anterior ou mesovórico do ovário 10. Ligamento tubo-ovárico li. A> mente, pela asa posterior ou mesovário ou mesovório 6. Margem anterior ou mesovórico do ovário 7. Poro­
9. Nervo uterino 10. Parede lateral do cavidade pélvico, onde os duas guio lateral ou corno do útero 12. Õstio abdominal da tub o ute,_ métrio 8. Tecido célulo-libroso 9. Porte pélvica do uretéro 1O. Artéria
Fig. 534.5), que corresponde ao ligamento
16minos periloneois do ligamento largo do útero se vão continuar 13. Tubo uterino (Folópio) 14. Aso superior do ligamento do úterw• tubo-ová rico . uterina 11. Artéria vaginal longa 12. Veias do paramétrio 13. Linfólico
, margem anterior , .
ou mesovanca
com o peritoneu parietal mesosolpinge do paramétrio 14. Nervos do porométrio
350 ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO) ÚTERO 351

mente dito e por uma porção inferior, rela­ guinal (Fig. 536.1) encontra-se no
A parte in cavidade pélvica, por intermédio dos liga­
cionada com a parede superior da vagina, a canal in nal (Fig. 536.2), . envolvido por
gui mentos do sistema transversal e do sistema
paravagina. 1
u ma camada celu osa, e re1acionando-se com longitudinal.
A parte pélvica do uretéro (Fig. 534.9) r m os genitais dos nervos ílio-hipogás­
o5 a
atravessa o paramétrio dirigindo-se com c filo-inguinal e génito-femoral (Fig.
tfl o , 29.4.2.1. LIGAMENTO DO SISTEMA TRANSVERSAL
obliquidade ântero-medial, apresentando uma
536.3).
curva com concavidade ântero-medial, antes A parte vulvar (Fig. 536.4) ongma-se ao
de fazer a sua abertura na bexiga.
nivel do anel superficial do canal inguinal 29.4.2.1.1. Ligamento transverso do colo do útero
A artéria uterina (Fig. 534.10), ramo da ,Fi g. 536.5), dividindo-se em fibras tendi­ (Mackenroth)
artéria ilíaca interna, apresenta no paramétrio
n osas, em forma de avental, que se inserem,
uma disposição quase transversal e, ao apro­ umas, na espinha do púbis e na sínfise púbica Os ligamentos transversos do colo do útero
ximar-se do colo do útero, forma o arco da (fig. 536.6) e outras, no tecido célulo-adiposo (Mackenroth), em número de dois, encon­
artéria uterina, com concavidade póstero­ do monte do púbis e nos lábios maiores da tram-se situados na margem inferior ou base
-inferior, percorrendo depois, de inferior para ,uiva (Fig. 536.7). do ligamento largo, estendendo-se do colo do
superior, a margem lateral do corpo do útero. útero até à parede lateral da cavidade pélvica.
A artéria vaginal longa (Fig. 534.11), ramo Para Pierre Bernard (1977), o ligamento é
da artéria ilíaca interna, podendo originar-se constituído por uma porção medial, o pilar
também num tronco comum com a artéria do colo do útero e uma porção lateral, a
uterina, relaciona-se com o paramétrio, si­ parte nuda (Amreich), separadas pelo centro
tuando-se posteriormente à parte pélvica do tendinoso.
uretéro, para originar os seus ramos termi­ O centro tendinoso (Fig. 537.1) tem as se­
Fig. S3S - Parte ilíaca e parte pélvica do ligamento redondo
nais, ao nível da porção adjacente da parte guintes inserções: posteriormente, no feixe
lateral do fórnice da vagina. 1. Parte ilíaco 2. Parte pélvica 3. Ângulo lateral do Otero ou cor , lateral dos ligamentos útero-sagrados (Fig.
As veias do paramétrio (Fig. 534.12) dre­ do útero 4. Tuba uterina (Falópio) S. Anel profundo do canal ingu,
537.2); anteriormente, no pilar lateral da
nam o sangue venoso do útero e da extre­ 6. Bexiga 7. Ovário 8. Veia ilíaco externa 9. Artéria illam exte,n
bexiga (Fig. 537.3); medialmente, no pilar do
midade superior da vagina.
colo do útero (Fig. 537.4); e lateralmente, na
Os linfáticos do paramétrio (Fig. 534.13)
ântero-lateral, até alcançar o anel profundo d parte nuda (Amreich) (Fig. 537.5).
drenam a linfa do colo e do istmo do útero.
canal inguinal (Fig. 535.5). Percorre este
Os nervos do paramétrio (Fig. 534.14) iner­
canal, indo terminar na espinha do púb1 e
vam o útero e originam-se no plexo hipogás­
sínfise púbica, na camada adiposa do monte
trico inferior.
do púbis e nos lábios maiores da vulva.
O ligamento redondo é constituído por qua
29.4.1.2. LIGAMENTOS REDONDOS DO 0TERO tro partes: pélvica, ilíaca, inguinal e vulvar
A parte íliaca (Fig. 535.1) situa-se na espes­ 536 - Parte inguinal e parte vulvar do ligamento redondo
Os ligamentos redondos do útero, um direito sura do ligamento largo do útero, consti­
e outro esquerdo, estendem-se entre o corpo tuindo o limite lateral da asa anterior do 1 Parte inguinal 2. Canal inguinal 3. Ramos genitais dos nervos ílio­
do útero e as regiões inguinal e púbica. Acha­ ligamento largo do útero, relacionando-se pogástrim, Rio-inguinal e génito-femoral 4. Parte vulvar S. Anel
11perfiàal do mnal inguinal 6. Fibras inserindo-se na espinha do púbis
tado ântero-posteriormente, com um compri­ anteriormente com a bexiga (Fig. 535.6).
1 •o sínfise p6bica 7. Fibras inserindo-se no tecido célula-adiposo
mento médio de 15 cm, o ligamento redondo posteriormente com o ovário (Fig. 535.7) e.
- • monte do p6bis e nos lábios maiores da vulva
do útero vai diminuindo de espessura à me­ inferiormente, com o tecido célulo-fibroso do
dida que se afasta do útero, apresentando uma paramétrio do ligamento largo do útero.
forma cilíndrica. A parte pélvica (Fig. 535.2) tem origem ao
As partes ilíaca e pélvica do ligamento re­ nível da abertura superior da cavidade pélvic 29.4.2. SISTEMA DE SUSPENSÃO DO 0TERO
dondo do útero (Fig. 535.1 e 2) originam-se e termina no anel profundo do canal inguinal : Fig. 537 - Ligamento transverso do colo do útero (Mackenroth)
no ângulo lateral ou corno do útero (Fig. (Fig. 535.5), cruzando, durante o seu u-aje�to. O sistema de suspensão do útero mantém o
1. Centro tendinoso 2. Ligamento útero-sagrado 3. Pilar lateral da
535.3), inferiormente à tuba uterina (Falópio) a veia ilíaca externa (Fig. 535.8) e depois ª utero na sua posição fisiológica, mantendo o
bexiga 4. Pilar do colo do útero S. Parte nuda (Amreich) 6. Porção
(Fig. 535.4), dirigindo-se com obliquidade artéria ilíaca externa (Fig. 535.9). 1 tmo e o colo do útero ligados às paredes da
supravaginal do colo do útero 7. Veia ilíaca interna
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Nl::.:; ÚTERO 353
__

A porção medial, o pilar do colo do útero da bexiga, dirigindo-se para anterior e i nse­
rmédi o de uma prega transversal, o liga­ 29.5.1. CORPO DO ÚTERO
(Fig. 537.4), fibro-muscular, com a forma de rindo-se na face posterior do púbis.
:ento de Jean Louis Petit (Fig. 539.7), que
um prisma triangular, insere-se, mediaimente, resenta a forma de uma ferradura, com O corpo do útero, com forma triangular, apre­
na porção supravaginal do colo do útero (Fig. 29.4.2.2.2. Ligamentos útero-sagrados :�ncavidade posterior, apresentando relações senta duas faces, uma anterior e outra pos­
537.6) e na extremidade superior da vagina com o recto. terior, três margens, duas laterais e uma
e, lateralmente, na porção medial do centro Os ligamentos útero-sagrados (Fig. 539.I, Os ligamentos útero-sagrados são constituídos superior, o fundo do útero e três ângulos,
tendinoso. inserem-se, anteriormente, por três feixe s: 0 or qu atro planos, nervoso, vascular, fibras dois ângulos laterais, os cornos do útero e o
A porção lateral, a parte nuda (Amreich) feixe lateral (Fig. 539.2), no ligamento trans­ �usculares lisas e tecido conjuntivo denso, ângulo inferior.
(Fig. 537.5), insere-se, mediaimente, na por­ verso do colo do útero (Mackenroth); o feixe estendendo-se do colo do útero ao sacro.
ção lateral do centro tendinoso, relacio­ médio (Fig. 539.3), na face posterior do istm o
nando-se, lateralmente, com os vasos ilíacos do útero; o feixe medial (Fig. 539.4), recor­ 29.S.1. l. FACE ANTERIOR
internos (Fig. 537.7). rente, nas faces laterais do recto.
29.4.3. SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO DO ÚTERO
A face anterior (Fig. 540.1) encontra-se total­
Os ligamentos dirigem-se com obliquidade
póstero-superior, elevando a porção profunda o sistema de sustentação do útero constitui o mente coberta pela lâmina visceral do peri­
29.4.2.2. LIGAMENTOS DO SISTEMA LONGITUDINAL sistema mais potente, sendo constituído pela toneu até ao istmo do útero, reflectindo-se
da escavação recto-uterina (Douglas), contor­ para anterior, até alcançar a margem posterior
nam depois as faces laterais do recto (Fig inserção do colo do útero na extremidade
29.4.2.2.1. Ligamentos vésico-uterinos superior da vagina e pelos músculos do perí­ da bexiga (Fig. 540.2), constituindo a esca­
539.5), e terminam, inserindo-se na face ante­ vação vésico-uterina (Fig. 540.3) quando a
rior do sacro, mediaimente aos três primeiro� neo, nomeadamente os levantadores do ânus.
Os ligamentos vésico-uterinos ou pilares A inserção do colo do útero na extremidade bexiga está distendida.
foramenes sagrados anteriores (Fig. 539.6).
mediais da bexiga (Fig. 538.1) são forma­ superior da vagina (Fig. 528.4) tem uma
O ligamento útero-sagrado, pelo seu feixe 11
ções fibro-musculares que se inserem no colo grande importância na suspensão do útero.
médio, une-se com o do lado oposto, por in-
do útero (Fig. 538.2) e na face póstero-inferior A parte vaginal do colo do útero tem uma
da bexiga (Fig. 538.3), mediaimente à uretra. altura de 0,5 cm e a sua inserção na vagina
Encontram-se relacionados com os pilares 5 faz-se segundo um plano com grande obli­
laterais da bexiga (Fig. 538.4), com inser­ quidade ântero-inferior. A parte intravaginal
ções no centro tendinoso (Fig. 538.5) e no do colo do útero encontra-se situada no
corpo da bexiga (Fig. 538.6). interior da vagina.
Os ligamentos vésico-uterinos ou pilares O colo do útero e a extremidade superior da
mediais da bexiga continuam-se anterior­ vagina encontram-se envolvidos por tecido
mente com os ligamentos pubo-vesicais (Fig. celular subperitoneal, onde se encontram os
539.8), que se iniciam na face ântero-inferior sistemas de ligamentos transversais e longitu­
dinais.
Os músculos do períneo e, nomeadamente,
2 3 os músculos levantadores do ânus, também
fazem parte do sistema de sustentação do
útero.

29.S. RELAÇÕES
8 O útero apresenta a forma de um cone trun-
- cado com ápice inferior, no qual um ligeiro Fig. 540 - Relações do útero
estrangulamento, o istmo do útero, determina
Fig. 539 • Ligamentos útero-sagrados e ligamento pubo-vesi1ol 1. Face anterior do corpo do útero 2. Margem posterior da bexigo
divisão do útero em duas porções: uma 3. Escavação vésico-uterino 4. Ansas intestinais 5. Face posterior do
1. Ligamento útero-sagrado 2. Feixe lateral inserindo-se no Ugam _ �rção situada superiormente ao istmo do corpo do útero 6. Face posterior do vagina 7. Face anterior do recto
Fig. 538 - Ligamentos vésico-uterinos
transverso do colo do útero (Mackenroth) 3. Feixe médio Inser _ �t era com uma forma conóide, achatada 8. Escavação recto-uterino (Douglas) 9. Ansa intestinal 1O. Margem su­
1. Ligamento vésico-uterino ou pilar medial da bexiga 2. Colo do útero -se no face posterior do istmo do útero 4. Feixe medlol lnserindt : ntero- posteriormente, o corpo do útero; e perior ou fundo do útero 11. C61on sigm6ide 12. Istmo do útero 13. Fós­
- uma porção
3. Face p6stero-inferior da bexiga 4. Pilar lateral da bexiga 5. Centro -se no face lateral do recto 5. Recto 6. Foramenes sagrados OJ1feíllffl situada inferiormente ao istmo do cio pré-cervical (Lenhossek) 14. Fóscio retrocervical 15. Face póstero­
tendinoso 6. Corpo da bexiga 7. Ligamento de Jean Louis Petit 8. Ligamento puba-vesfCDI ·tera, com forma cilíndrica
, o colo do útero. •inferior da bexigo 16. Septo vésico-vaginol 17. Septo vogino-rectal
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1
1

::35�4��R�G�O�S,!!G�EN�ITA�IS�F�EM�l!!! TE�MA�G�E�Nl
NIN�O�S .1;:(SI� .!!
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Nl:::. )________________
::L ÚTERO 355
_

A bexiga, quando distendida, relaciona-se 29.S.1.S. ÂNGULOS LATERAIS OU CORNOS DO ÚTERO pré-cer vical (Lenhossek) (Figs. 540.13 e 528.9), que apresenta um recesso nítido e
com esta face do corpo do útero, e quando
5 41.1) e, posteriormente, a fáscia retrocer­ profundo; os fórnices laterais da vagina
vazia, está dela separada por ansas intestinais Os ângulos laterais, os cornos do útero (Fig. ,ical (Figs. 540.14 e 541.2). (Fig. 528.10), que possuem recessos com uma
(Fig. 540.4) que descem na cavidade pélvica. 527.5), dão inserção às tubas uterinas (Faló­
Anteri ormente, relaciona-se, em toda a ex­ profundidade aumentada de anterior para
pio) (Fig. 527.6), aos ligamentos redondos do
tensão, com a face póstero-inferior da bexiga posterior, e através dos quais é possível fazer
útero (Fig. 527.7) e aos ligamentos próprio�
29.S.1.2. FACE POSTERIOR (Fig, 540.2) e, lateralmente, com os pilares a exploração clínica dos paramétrios.
do ovário ou útero-ováricos (Fig. 527.8). vésico-uterinos ou pilares mediais da bexiga. A porção intravaginal do útero apresenta
A face posterior (Fig. 540.5) encontra-se Posteriormente, relaciona-se com a escavação relações indirectas por se fazerem através das
totalmente revestida pela lâmina visceral 29.S.1.6. ÂNGULO INFERIOR recto-uterina (Douglas) (Fig. 540.8) e, por paredes da vagina.
do peritoneu até alcançar I a 2 cm da porção 1ntennédio deste, com o recto (Fig. 540.7). Anteriormente, relaciona-se com a face pós­
superior da face posterior da vagina (Fig. O ângulo inferior do corpo do útero con­ Lateralmente, relaciona-se com importantes tero-inferior da bexiga (Fig. 540.15), estando
540.6), reflectindo-se para posterior até al­ funde-se com o istmo do útero. formações: a parte pélvica do uretéro (Fig. solidamente fixa ao corpo da bexiga por
cançar a face anterior do recto (Fig. 540.7), 534.9), com obliquidade ântero-ínfero-medial, intermédio de uma lâmina de tecido celular
constituindo a escavação recto-uterina (Dou­ a cerca de 1,5 cm do colo do útero; a artéria laxo, o septo vésico-vaginal (Figs. 540.16 e
glas) (Fig. 540.8). 29.S.2. ISTMO DO ÚTERO uterina (Fig. 534.1 O), que se inflecte com 541.3). Na espessura da porção superior deste
Quando o recto se encontra distendido, o obliquidade súpero-medial, para constituir o septo situa-se a porção terminal do uretéro,
corpo do útero e o recto aplicam-se directa­ O istmo do útero (Fig. 540.12) encontra-se arco da artéria uterina e situando-se anterior­ que pode ser tocado através do toque vaginal.
mente um contra o outro, mas quando o recto mente ao uretéro; a artéria vaginal longa (Fig.
situado na transição do corpo do útero com Posteriormente, relaciona-se com o recto por
está vazio, a escavação recto-uterina (Douglas) 534.11), que passa posteriormente ao uretéro;
o colo do útero, relacionando-se, anterior­ intermédio do septo vagino-rectal (Figs.
encontra-se preenchida com ansas intestinais as veias do paramétrio (Fig. 534.12); os lin­
mente, com a margem posterior da bexiga 540. 17 e 541.4), inferiormente, e da esca­
(Fig. 540.9) e com o cólon sigmóide. fáticos do paramétrio (Fig. 534.13), que
(Fig. 540.2) através da escavação vésico­ vação recto-uterina (Douglas) (Fig. 540.8),
-uterina (Fig. 540.3) e, póstero-lateralmente, drenam o colo e o istmo do útero; os nervos superiormente.
29.S.1.3. MARGENS LATERAIS com relações idênticas às margens laterais do do paramétrio (Fig. 534.14), que se originam Lateralmente, relaciona-se, posteriormente
corpo do útero. no plexo hipogástrico inferior e inervam o através das partes laterais do fómice da
As margens laterais do corpo do útero unem utero e o canal de Malpighi e Gartner (Fig. vagina, com o uretéro, que tem obliquidade
as lâminas viscerais peritoneais que revestem 519.5), ântero-inferior com a artéria longa vaginal e
a face anterior (Fig. 542.6) e a face posterior 29.S.3. COLO DO ÚTERO seus ramos com o plexo venoso útero-vaginal
(Fig. 542.2) do corpo do útero, para constituí­ e com numerosos vasos linfáticos.
rem o ligamento largo do útero (Fig. 542.9). 29.S.3.2. PORÇÃO VAGINAL
O colo do útero tem uma forma cilíndrica,
As margens laterais relacionam-se com as ligeiramente dilatada na sua porção média
formações existentes no tecido célulo-fibroso A porção vaginal do colo do útero (Fig.
A vagina insere-se em todo o contorno do 528.4) tem uma altura de 0,5 cm e sua in­
do mesométrio: a artéria uterina e seus colo do útero, ao nível da união dos doi\
ramos; o plexo venoso uterino; linfáticos e serção faz-se na extremidade superior da
terços inferiores com o terço superior, deter­ vagina, segundo um plano com forte obliqui­
nervos; e o canal de Malpighi e Gartner (Fig.
minando a divisão do colo do útero em três dade Antero-inferior, sendo as suas relações
519.5), resquício embriológico do canal de
porções: a porção supravaginal que se segue semelhantes às descritas para a porção supra­
Wolff.
ao corpo do útero; a porção vaginal que cor­ vaginal.
responde à extremidade superior da vagina; e
29.S.1.4. MARGEM SUPERIOR OU FUNDO DO ÚTERO a porção intravaginal, situada no interior da
vagina. � 29.S.3.3. PORÇÃO INTRAVAGINAL
A margem superior ou fundo do útero (Fig.
540.10) corresponde à porção mais larga do - A porção intravaginal do colo do útero
29.S.3.1. PORÇÃO SUPIAVAGINAL : 1 Fig. 528.6) caracteriza-se por apresentar no 3
órgão, estando situada a cerca de 2 a 3 cm
3 fórnice da vagina um recesso anular, que o
inferiormente a um plano que passa pela
A porção supravaginal do colo do útero é • sepa ra da parede vaginal, e no qual se distin­
abertura superior da pelve. Encontra-se total­
mente revestida pela lâmina visceral do peri­ pequena, com 1,5 a 2 cm de comprimento. gu em quatro partes: o fórnice anterior
da Fig. 541 • Relo1ões do colo do útero
toneu, relacionando-se com ansas intestinais encontrando-se relacionada com tecido celu· vagina (Fig. 528.8),
que apresenta um re­ 1. F6scio pré-<ervicol (Lenhossek) 2. F6scia retrocervical 3. Septo vésico­
lar laxo, que origina, anteriormente, a fúcia cesso; o fórnice posterior da vagina
e com o cólon sigmóide (Fig. 540.11). (Fig. -vaginal 4. Septo vagino-rectol
356 ÔRGAOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
- ÚTERO 357

as em todas as direcções, motivo porque do útero, elevando a sua mucosa para originar
29.6. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA a d amada média é também conhecida por
z ta c a prega palmada, encontrando-se ainda fibras
e:.nada plexiforme (Fig. 543.Bl), com uma longitudinais que se originam no corpo do
A parede do útero é constituída por três tú­
e0rientação predominantemente circular. Esta útero e terminam na vagina.
nicas que, indo da superfície para a profun­
didade, são: a túnica serosa, a túnica mus­ mada é muito rica em vasos, situados entre As fibras recorrentes (Fig. 544.2) originam­
e5a fibras musculares, explicando assim que as -se na vagina e terminam no colo do útero.
cular e a túnica mucosa.
hemorragias durante o parto seJam pequenas,
a

pois a con tracção das fibras musculares com­


prime os vasos.
6
29.6.1. TÚNICA SEROSA OU PERIMÉTRIO
A túnica serosa ou perimétrio encontra-se 29.6.2.1.3. Comodo interno
apenas no corpo e no istmo do útero.
A lâmina visceral reveste a totalidade do A camada interna apresenta fibras musculares
corpo do útero, sendo facilmente descolável com disposição circular, formando anéis
na sua porção inferior, ainda descolável na concêntricos muito nítidos, junto aos óstios
uterinas das tubas uterinas (Fig. 543.Cl) e ao
Fig. 542 • Peritoneu ao nível do útero
porção média e impossível de descolar na
porção superior. 1. Fundo do útero 2. Face posterior do útero 3. Face posterior da vogmo nível do istmo do útero (Fig. 543.C2). Na
O peritoneu, através da sua lâmina visceral,
4. Face anterior do recto 5. Escova,õo recto-uterino (Douglas) 6. face porção mais profunda desta camada, encon­
reveste o corpo do útero, envolvendo o fundo
anterior do útero 7. Face superior do bexigo 8. Escava,õo véslco-utermo tram-se algumas fibras longitudinais. Fig. 544 - Túnico muscular ou miométrio ao nível do colo do útero
do útero (Fig. 542.1), ao qual adere intima­
9. Ligamento largo do útero
1. Fibras longitudinais no corpo e colo do útero 2. Fibras recorrentes
mente. Posteriormente, desce para a face no colo do útero
posterior do útero (Fig. 542.2) até alcançar a 29.6.2.1.1. Camada externa
porção posterior da face posterior da vagina
(Fig. 542.3), reflectindo-se para posterior, até A camada externa, muito fina, compreende
alcançar a face anterior do recto (Fig. 542.4), 29.6.3. TÚNICA MUCOSA OU ENDOMÉTRIO
fibras superficiais longitudinais e fibras pro­
constituindo a escavação recto-uterina (Dou­ fundas circulares.
glas) (Fig. 542.5). Anteriormente, desce para A túnica mucosa ou endométrio reveste a
As fibras superficiais longitudinais encon­ totalidade do interior da cavidade do útero,
a face anterior do útero (Fig. 542.6) até tram-se nas faces e no fundo do corpo do
alcançar o istmo do útero, reflectindo-se para continuando-se, ao nível do óstio uterino da
útero, sendo mais frequente o feixe de Calza tuba uterina, com a sua mucosa e, ao nível do
anterior até à porção posterior da face supe­ A B (
(Fig. 543.A l ), que se encontra na face ante­ óstio externo do útero, com a mucosa da
rior da bexiga (Fig. 542.7) que, quando a
rior do corpo do útero, desde o fundo do vagina.
bexiga está cheia, constitui a escavação
útero até ao colo do útero. Fig. 543 • Túnica muscular ou miométrio ao nível do corpo do útero
Apresenta uma coloração rosada e a sua
vésico-uterina (Fig. 542.8). Lateralmente, as
As fibras profundas circulares originam-se espessura, mais desenvolvida na porção mé­
lâminas peritoneais que cobrem as faces
AI. feixe da Calza A2. Fibras profundas circulares ao nível do ligamento
nos ligamentos próprios do ovário ou útero­ dia do corpo do útero, decresce progressiva­
anterior e posterior do corpo do útero unem­ próprio do ov6rio ou útero-ov6rico A3. Fibras profundas circulares
-ováricos (Fig. 543.A2), nos ligamentos mente para o fundo e colo do útero.
-se ao nível das margens laterais do corpo do
ao nínl do ligamento redondo do útero A4. Fibras circulares ao nível
redondos do útero (Fig. 543.A3), nos liga­ O endométrio é constituído por epitélio e
útero para constituir os ligamentos largos do
do ligamento largo do útero 81. Fibras médias plexiformes Cl. Fibras

útero (Fig. 542.9). mentos útero-sagrados e ainda nas fibras ,rofuodas ao nível da tubo uterina (Fol6pio) (2. Fibras profundos ao
córion, em que o epitélio se invagina, em
musculares dos ligamentos largos do útero fvel do Istmo do útero
tubos glandulares situados no córion.
(Fig. 543.A4). Estas fibras profundas têm Dependendo da fase do ciclo menstrual, o
29.6.2. TÚNICA MUSCULAR OU MIOMÉTRIO duas orientações, sendo transversais, as su­ 29.6.2.2. COLO DO OURO endométrio sofre alterações na sua espessura,
perficiais, e circulares, as profundas. que é constituída por duas camadas, uma
29.6.2.1. CORPO DO OURO õ No colo do útero, as fibras musculares são camada profunda e uma camada superficial.
29.6.2.1.2. Camada média ou plexifonne � menos abundantes do que no corpo do útero, A camada profunda ou basal, muito fina,
As fibras musculares lisas, fusiformes, en­ podendo encontrar-se fibras longitudinais sofre alterações no decorrer do ciclo.
e
contram-se agrupadas em feixes e estão A camada média ou plexiforme é mu'.to fibras recorrentes. A camada superficial ou funcional sofre
orientadas anarquicamente, podendo ser reco­ espessa, ocupando dois terços do miométno. As fibras longitudinais (Fig. 544.1) origi­ transformações cíclicas, sendo eliminada
nhecidas três camadas musculares. As fibras musculares encontram-se entrecru- nam-se no corpo do útero e terminam
no colo durante o período menstrual.
VAGINA

os músculos levantadores do ânus; superior­


30.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS mente, com o útero, por intermédio do colo
do útero (Fig. 545.5); inferiormente, com a
A vagina é um canal músculo-membranoso, vulva (Fig. 545.6).
muito extensível, situado entre o útero e a
vulva, sendo o órgão de cópula na mulher e
dando passagem ao feto durante o mecanismo 30.1.2. FORMA
do trabalho de parto.
A vagina quando em vacuidade, encontra-se
achatada ântero-posteriormente, de modo que
30.1.1. SITUAÇÃO a face anterior (Fig. 545.7) e a face posterior
(Fig. 545.8) se aplicam uma contra a outra,
A vagina (Fig. 545.1) é um órgão ímpar, me­ em quase toda a sua extensão. A extremidade
diano, situado na cavidade pélvica e no superior tem um aspecto cilíndrico, mol­
períneo anterior ou uro-genital. Encontra-se dando-se na porção intravaginal do colo do
situada na loca vaginal com as seguintes rela­ útero (Fig. 545.5). A extremidade inferior
ções: anteriormente, com a bexiga (Fig. encontra-se achatada transversalmente para
545.2) e a uretra (Fig. 545.3); posteriormente, se continuar com a vulva (Fig. 545.6).
com o recto (Fig. 545.4); lateralmente, com
30.1.3. DIRECÇÃO
12 13
A vagina dirige-se com obliquidade ântero­
-inferior, formando com o plano horizontal
um ângulo de 70º aberto posteriormente.

30.1.4. DIMENSÕES E CALIBRE

A vagina tem 8 cm de comprimento médio,


tendo as vaginas curtas 5 cm e as vaginas lon­
gas, 14 cm. A parede anterior da vagina é
mais curta do que a parede posterior.
A vagina tem um calibre irregular, sendo
muito estreita na extremidade inferior, alar­
- Fig. S4S · Situo1ão, formo, meios de fixo1ão e conformo1ão externo
gando-se progressivamente indo de inferior
_ do vagina
e para superior, atingindo o maior calibre pró­
� 1. Vagina 2. Bexigo 3. Uretra 4. Recto S. Colo do útero 6. Vulva ximo da porção intravaginal do colo do útero.
_
1 Foce a nterior do vagina 8. Face posterior do vagina 9. Perlneo As paredes da vagina são muito extensíveis e
3 lerior ou uro-genitol 1O. Escovo1ão recto-uterino (Douglas) 11. Tri6n­ elásticas, retomando a sua posição normal
: til o rido-vaginal 12. F6rnice anterior do vagina 13. F6rnice posterior após a cópula. A extensibilidade da vagina di­
da vagina 14. Õstio do vagina minui na menopausa e na mulher multípara.
360 ÓRGíÍOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
- VAGINA 361

30.1.S. MEIOS DE FIXAÇÃO média situa-se inferiormente à escavação vi•das na linha mediana e mais numerosas na porções, uma superior ou vesical e outra
inferior ou uretral.
recto-uterina (Douglas), até alcançar a fáscia metade inferior da vagina. As- rugas vaginais
.
da pelve; e a porção inferior, relacio na-se va-0 sofrendo uma regressao progressiva, A porção superior ou vesical relaciona-se
A vagina mantém-se na sua posição por inter­ com a face póstero-inferior da bexiga (Fig.
médio de diversos meios de fixação. com o triângulo recto-vaginal (Fig. 545,11) sendo reduzidas a pequenas sa1 1encias na .A •

que separa o recto da vagina. mulher multípara. 547.2). Os dois órgãos encontram-se sepa­
Superiormente, pela sua fixação à porção rados por uma camada de tecido conjuntivo,
vaginal do colo do útero (Fig. 545.5). As faces da vagina apresentam também duas
oJunas longitudinais, as colunas das rugas, que é pouco denso superiormente, ao nível da
Inferiormente, pelas conexões com o períneo 30.2.3. MARGENS LATERAIS bexiga, o que permite cirurgicamente fazer
anterior ou uro-genital (Fig. 545.9). �ma coluna anterior das rugas (Fig. 546.2)
e uma coluna posterior das rugas, justa­ facilmente a separação da vagina e, inferior­
Anteriormente, pelas suas relações com a mente, muito denso, onde constitui o septo
bexiga (Fig. 545.2) e com a uretra (Fig. 545.3).
As margens laterais da vagina apresentam pondo-se quando as faces anterior e posterior
duas porções, a porção superior ou intra. da vagina estão em contacto. vésico-vaginal (Fig. 547.3). A parte pélvica
Posteriormente, pelas suas relações com o pélvica, compreendendo os dois terços supe. A coluna anterior das rugas, a mais desenvol­ do uretéro encontra-se situada na porção
recto (Fig. 545.4). riores da vagina e a porção inferior ou vida, determina inferiormente uma saliência superior do septo vésico-vaginal.
perineal, relacionada com o períneo anterior na margem anterior do óstio da vagina, o A porção inferior ou uretra! encontra-se
ou uro-genital. tubérculo vaginal (Fig. 546.3), bifurcando-se intimamente unida à uretra por intermédio
30.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA superiormente para formar o triângulo vagi­ de um tecido celular muito denso, o septo
uretro-vaginal (Fig. 547.4).
nal (Pawlick) (Fig. 546.4), que corresponde
A vagina encontra-se achatada ântero-poste­
30.2.4. EXTREMIDADE SUPERIOR ao triângulo vesical (Lieutaud).
riormente, estando as faces anterior e poste­ 30.4.2. FACE POSTERIOR
rior, aplicadas entre si, em quase toda a sua A extremidade superior é representada pelo
extensão. A extremidade superior tem um fórnice da vagina, constituída por um re­
A face posterior da vagina apresenta três
aspecto cilíndrico, inserindo-se na porção cesso circular, resultante da continuação da
porções, uma superior, uma média e uma
paredes e margens da vagina com o segmento
vaginal do colo do útero. A extremidade in­ inferior.
vaginal do colo do útero. A porção superior relaciona-se, em cerca de
ferior encontra-se achatada transversalmente
No fórnice da vagina distingue-se o fórnke 2 cm, com o peritoneu da escavação recto­
para se continuar com a vulva.
anterior da vagina (Figs. 528.8 e 545.12). -uterina (Douglas) (Fig. 547.5).
A vagina é constituída por duas faces, uma
o fórnice posterior da vagina (Figs. 528.9 e A porção média encontra-se situada inferior­
anterior e outra posterior, duas margens
545.13), e os fórnices laterais da vagina mente à escavação recto-uterina (Douglas) até
laterais, uma extremidade superior e uma
(Fig. 528.10). alcançar a fáscia da pelve. A vagina encontra­
extremidade inferior.
-se separada do recto através de tecido celu­
lar, constituindo o septo recto-vaginal (Fig.
30.2.S. EXTREMIDADE INFERIOR
30.2.1. FACE ANTERIOR 3 547.6).
A porção inferior é condicionada pelo afas­
A extremidade inferior encontra-se no pen­ tamento da vagina e do recto. A vagina
A face anterior da vagina (Fig. 545.7) apre­ neo anterior ou uro-genital, aderindo intima­
senta uma obliquidade ântero-superior e continua a dirigir-se com obliquidade ântero­
mente à fáscia do diafragma da pelve e aos fig. 546 - Conformo1õo interno do face anterior do vogino -inferior, e o canal anal a dirigir-se com
apresenta duas porções, uma porção superior músculos situados entre as suas duas lâminos,
relacionada com a face póstero-inferior da obliquidade póstero-inferior. Esta separação
abrindo-se na vulva por intermédio do 6stio l. Rugas vaginais 2. Coluna anterior dos rugas 3. Tubérculo vaginal
da vagina e do recto limitam um espaço
bexiga (Fig. 545.2) e uma porção inferior da vagina (Fig. 545.14). Na mulher virgem, 4 TriBngulo vaginal (Powlick)
triangular, o triângulo recto-vaginal (Fig.
relacionada com a uretra (Fig. 545.3). apresenta uma prega mucosa, o hímen. 547.7), ocupado pelo centro do períneo e
pelos músculos que aí se inserem.
- 30.4. RELAÇÕES
30.2.2. FACE POSTERIOR
30.3. CONFORMAÇÃO INTERNA 30.4.3. MARGENS LATERAIS
A face posterior da vagina (Fig. 545.8) apre­ - 30.4.1. FACE ANTERIOR
senta três porções: a porção superior rela­ A superfície interna das faces vaginais apre­ As margens laterais apresentam duas porções,
ciona-se com o peritoneu da escavação recto­ senta um sistema de pregas transversais, a A face anterior da vagina (Fig. 547.1) com uma superior ou intrapélvica e outra inferior
-uterina (Douglas) (Fig. 545.10); a porção rugas vaginais (Fig. 546.1), mais desenvol- obliquidade ântero-superior apresenta duas ou perineal.
1
•1
362 ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS SISTEMA GENITAL FEMININO VAGINA 363

lateral da vagina,
fórnices laterais da vagina (Fig. 528.10). . feri onnente, .o fómice
2
in . . 3O.S.1. TÚNICA ADVENTfCIA
diferentes porções do fómice da vagina ê s
A
ando- o obliquamente e atmgindo a face
t cruz . , . t .
uma profundidade, que aumenta de anteri rn anterior da vagina. O arco da arter1a A túnica adventícia, muito fina, é formada
u erma
. • deles or
para posterior e, atraves , é possível (fig. 54 8.8 ) e �contra-se separa d o do 1om1ce
"' . por tecido conjuntivo e algumas fibras elás­
fazer a exploração clínica dos paramétrios da vagina, por um espaço com cerca
latera1 •. . . ticas, apresentando uma coloração esbran­
Por intermédio dos fómices da vagina de 1 cm, ocupado pelas artenas ves1ca1s e va- quiçada.
porção intravaginal do colo do útero t�; . 81·s' sentindo-se as suas pulsações
gin quando,
. .
diversas relações. ao toq ue vagi nal, se tocam os fóm1ces laterais
Anteriormente, relaciona-se com a face da vagina. 3O.S.2. TÚNICA MUSCULAR
póstero-inferior da bexiga (Fig. 547.2).
Posteriormente, está separado do recto atra. A túnica muscular, espessa, com cor rosada,
vés da escavação recto-uterina (Douglas) 30.4.S. EXTREMIDADE INFERIOR é formada por fibras musculares lisas dis­
(Fig. 547.5). postas em duas camadas, a camada super­
Lateralmente, relaciona-se com o uretéro e A extremidade inferior da vagina encontra-se ficial, com fibras longitudinais e a camada
com os vasos uterinas. O uretéro, no decurso no períneo anterior ou uro-genital, aderindo profunda, com fibras circulares.
intimamente à fáscia do diafragma da pelve
Fig. S47 • Rela,ões das faces anterior e posterior da vagina
do seu trajecto na margem inferior ou base do As fibras longitudinais continuam-se, supe­
1. Face anterior da vagina 2. Face póstero-inferior da bexiga 3. Septo ligamento largo do útero, relaciona-se com os e aos músculos situados entre as suas duas riormente, com as fibras superficiais do útero
vésico-vaginal 4. Septo uretra-vaginal S. Escava,õo recto-uterina vasos uterinas, estando a artéria uterina lâminas. e, inferiormente, terminam nos lábios meno­
(Douglas) 6. Septo recto-vaginal 7. TriOngulo recto-vaginal situada ântero-medialmente. Ao chegar a I ou A extremidade inferior da vagina relaciona­ res da vulva.
2 cm do colo do útero, os vasos uterinos e 0 -se: anteriormente, com a porção terminal da As fibras circulares, mais espessas, conti­
uretéro cruzam-se e separam-se. O uretéro uretra; posteriormente, com o corpo do perí­ nuam-se, superiormente, com as fibras mus­
A porção superior ou intrapélvica com­ neo, que separa o recto da vagina; lateral­
continua a dirigir-se com obliquidade fnfero­ culares do colo do útero e, inferiormente,
preende os dois terços superiores da vagina, mente, com os vasos e nervos pudendas
-medial até alcançar a face póstero-inferior da terminam no óstio da vagina, constituindo o
relacionando-se com tecido célula-fibroso mtemos.
bexiga. Neste trajecto aproxima-se da mar­ músculo constritor da vagina.
(Fig. 548.1) e com o uretéro (Fig. 548.2). A extremidade inferior da vagina abre-se na
gem lateral da vagina, alcançando, um pouco
A porção inferior ou perineal, relaciona-se vulva por intermédio do óstio da vagina
com o músculo levantador do ânus (Fig. 1F1g. 548.9), de forma elipsoidal, com grande 3O.S.3. TÚNICA MUCOSA
548.3), a fáscia do diafragma da pelve e o eixo Antero-posterior. Na mulher virgem,
músculo transverso profundo do períneo o óstio da vagina encontra-se separado do A túnica mucosa reveste toda a superfície
(Fig. 548.4), o músculo constritor da vagina vestíbulo da vulva através de uma prega interna da vagina, continuando-se, superior­
(Fig. 548.5), o bulbo do vestíbulo e a glân­ mucosa incompleta, o hímen (Fig. 548.10). mente, com a mucosa do colo do útero e,
dula vestibular maior (Bartholin).
inferiormente, com a mucosa da vulva.
Apresenta uma espessura de 1 mm, sendo
30.4.4. EXTREMIDADE SUPERIOR 30.S. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA totalmente desprovida de glândulas. Normal­
mente tem uma coloração rosada, na gravidez
A extremidade superior (Fig. 548.6) apresenta A vagina é constituída por três túnicas que, é violácea, tomando-se avermelhada no pe­
uma abertura circular que se insere na porção mdo da superfície para a profundidade, são a ríodo menstrual.
vaginal do colo do útero. túnica adventícia, a túnica muscular e a
A porção vaginal do colo do útero (Fig. ; túnica mucosa.
548.7) é representada pelo fórnice da vagina,
constituída por um recesso circular, resultante
s 9 ...
da continuação das paredes e margens da
vagina com o segmento vaginal do colo do Fig. S48 • Rela,ões das margens laterais e extremidades do voglll
útero. 1. Tecido célula-fibroso 2. Uretéro 3. Músculo levantador do 6nus
No fómice da vagina distingue-se o fórnice 4. Músculo transverso profundo do perlneo S. Músculo coastritor dl
anterior da vagina (Figs. 528.8), o fórnice vagina 6. Extremidade superior da vagina 7. Porsãa vaginal do cole
posterior da vagina (Figs. 528.9), e os do útero 8. Arco da artéria uterina 9. Óstio da vagina 10. Hímen
Os órgãos genitais externos da mulher são púbis, constituindo, com este, o plano super­
onstituídos no seu conjunto pela vulva. ficial da vulva.
� vulva é uma saliência ovóide de grande Os lábios maiores da vulva, na puberdade e na
posterior e cujos limites se mulher nulípara, são espessos, resistentes e
eixo &ntero-
fazem , an teriormente, com a parede antenor unidos e, na mulher multípara e mulher idosa,
do abd ómen , posteriormente, com o períneo são flácidos e delgados. Têm um compri­
e. lateral mente , com a face medial das coxas. mento de 7 a 8 cm e uma largura de 2 a 3 cm,
A vulva é constituída pelo monte do púbis, aumentando de volume durante a gravidez.
por formações labiais, pelo espaço interlabial Alongados de anterior para posterior e acha­
e pelos órgãos erécteis. tados transversalmente, distinguem-se, em
cada um deles, duas faces, duas margens e
duas extremidades.
31.1. MONTE DO PÚBIS A face lateral encontra-se separada da face
medial da coxa pelo sulco génito-femoral
O monte do púbis (Fig. 549.1) é uma sa­ (Fig. 549.3).
liência mediana, larga, proeminente e arre­ A face medial, plana ou ligeiramente côn­
dondada, triangular com ápice inferior, cava, está em relação, na sua porção inferior,
ituada anteriormente à vulva. com a face medial do lábio maior da vulva do
Os seus limites fazem-se: anteriormente, com lado oposto e na sua porção superior, com o
smfise púbica, lateralmente, com as pregas lábio menor da vulva correspondente, do qual
mguínais, superiormente, com o hipogástrio está separado pelo sulco interlabial (Fig.
e inferiormente, com os lábios maiores da 549.4).
,uiva. A margem superior é aderente, corresponde
sua espessura média é de 2 a 3 cm. Glabra ao ramo ísquio-púbico, ao qual está ligado
na criança, cobre-se de pêlos longos e fri­ por numerosos feixes conjuntivos.
dos na puberdade. A margem inferior, livre, é arredondada,
natomicamente o monte do púbis é cons­ convexa de anterior para posterior e limita
lltmdo, superficialmente, por pele e, profun­ com o seu homónimo a fenda vulvar.
damente, por tecido célulo-adiposo com A extremidade anterior une anteriormente
l"mmas elásticas. os dois lábios maiores da vulva, dando
origem à comissura anterior dos lábios da
vulva (Fig. 549.5), com forma arredondada
31.2. FORMAÇÕES LABIAIS e que se vai continuar com o monte do
púbis.
A extremidade posterior une posteriormente
31.2.1. LÃBIOS MAIORES DA VULVA os dois lábios maiores da vulva, originando a

º.mlábios
comissura posterior dos lábios da vulva
maiores da vulva (Fig. 549.2), em (Fig. 549.6), fina e delgada, apresentando
ero de dois, são duas pregas cutâneas que uma pequena depressão, a fossa do vestíbulo
continuam anteriormente, com o monte do da vagina (Fig. 549.7).
366 ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO) VULVA 367
�!,_�!!!!!;��:!!!..!.!:!!!.����:..::.:;:.::.;.:�.::::.:;::::.:.::;L...._________________

O corpo adiposo (Fig. 550.5) apresenta, no A roargem inferior é livre, convexo, regular­ No pavimento do espaço interlabial, com
seu interior, tecido célulo-adiposo, :tnuito mente dentado, flutua livremente na fenda forma elíptica, distinguem-se as seguintes
vascularizado, estando envolvido pela :tnem. vulvar. formações, indo de anterior para posterior:
brana célulo-elástica (Fig. 550.6). A extremidade anterior, um pouco antes de vestfüulo da vagina, papila uretra} com o
alcançar o clitóris,

divide-se em duas pregas:
.
óstio externo da uretra, óstio da vagina, com
a preg a anterior passa anteriormente ao hímen na mulher virgem.
31.2.2. LÃBIOS MENORES DA VULVA OU NINFAS clitóris, e reúne-se com a prega do lado oposto
para originar o prepúcio do clitóris (Fig.
Os lábios menores da vulva ou ninfas (Fig. 549.9); a prega posterior, relativamente 31.3.1. VESTÍBULO DA VAGINA
549.7) são duas pregas cutâneas de aparência curta, dirige-se para a face posterior do cli­
mucosa, com coloração rosada, situadas me­ tóris onde forma, com o do lado oposto, o O vestíbulo da vagina (Fig. 551.1) é uma
dialmente aos lábios maiores da vulva. frénulo do clitóris (Fig. 549.10). pequena região triangular, limitada lateral­
Alongados no sentido ântero-posterior e acha­ A extremidade posterior confunde-se com a mente pelos lábios menores da vulva ou
tados transversalmente, apresentam duas face medial dos lábios maiores da vulva, ninfas (Fig. 551.2), anteriormente, pelo cli­
faces, duas margens e duas extremidades. reunindo-se, outras vezes, na linha mediana, tóris (Fig. 551.3) e posteriormente, pelo
A face lateral, convexa, relaciona-se com a condicionando a comissura posterior dos frénulo dos lábios da vulva (Fig. 551.4),
face medial dos lábios maiores da vulva, do lábios da vulva (Fig. 549.6), podendo apre­ encontrando-se na porção mediana, a papila
mesmo lado, da qual está separada pelo sulco sentar uma prega, o frénulo dos lábios da uretra! com o óstio externo da uretra (Fig.
interlabial (Fig. 549.4). vulva (Fig. 549.11) e, anteriormente a este 551.5) e o óstio da vagina (Fig. 551.6).
li
A face medial, plana, corresponde à fenda frénulo, a fossa do vestíbulo da vagina (Fig. O vestfüulo da vagina tem uma coloração
vulvar e quando esta está fechada aplica-se 549.12). rosada, côncava transversalmente e rectilínea
directamente ao lábio menor da vulva do lado Quanto à constituição anatómica, os lábios no sentido ântero-posterior, encontrando-se
Fig. 549 • Monte do púbis e forma,ões labiais oposto. menores da vulva ou ninfas (Fig. 550.7) separado dos lábios menores da vulva pelo
1. Monte do púbis 2. Lábios maiores do vulva 3. Sulco génito-femoral A margem superior é aderente, relacio­ apresentam uma camada cutânea dupla (Fig. sulco ninfo-himeneal (Fig. 551.7).
4. Sulco interlabial 5. Comissura anterior dos lábios do vulva 6. Co­ nando-se com o bulbo do vestfüulo. 550.8), contendo, no seu interior, tecido con­
missura posterior dos lábios da vulva 7. Fossa do vestibulo da vagina JUnti vo (Fig. 550.9), rico em fibras elásticas
8. Lábios menores da vulva ou ninfas 9. Prepúcio do clit6ris 1O. Frénulo
e em vasos e nervos, lembrando as formações
do clit6ris 11. Frénulo dos lábios da vulva 12. Fossa do vestibulo da
erécteis e justificando as suas modificações
vagina 13. Clit6ris
durante as relações sexuais.

Quanto à constituição anatómica, os lábios


maiores da vulva (Fig. 550.1) apresentam 31.3. ESPAÇO INTERLABIAL
cinco camadas, que indo da superfície para a
profundidade, são: a pele, o dartos dos lábios
O espaço interlabial encontra-se limitado,
maiores da vulva, o tecido subcutâneo célulo­
lateralmente, pela face medial dos lábios
-adiposo, a membrana fibro-elástica e o corpo maiores da vulva (Fig. 549.2) e dos lábios
adiposo. menores da vulva ou ninfas (Fig. 549.8),
A pele (Fig. 550.2) é pigmentada, fina e • anteriormente, pelo clitóris (Fig. 549.13) e,
pilosa. posteri ormente, pela comissura posterior dos
O dartos dos lábios maiores da vulva - lábios da vulva (Fig. 549.6), apresentando a
(Fig. 550.3) é constituído por fibras �us­ • fossa do vestJ.ôulo da vagina (Fig. 549.7). Fig. 551 - Vestibulo, papila uretral com o 6stio externo da uretra e
culares lisas que se dirigem em todos os sen­ O espaço interlabial é virtual quando os
Fig. S50 . Constitui,õo anatómica das forma,ões lablols _ 6stio da vagina
tidos e aplicam-se na porção profunda da lábios da vulva estão unidos, tomando-se um
derme. 1. Lábios maiores da vulva 2. Pele 3. Darias dos lábios maiores• \erdadeiro canal, de 6 a 7 cm de compr 1. Vestibulo da vagina 2. Lábios menores da vulva ou ninfas 3. Clit6ris
O tecido subcutâneo célulo-adiposo (Fig. vulva 4. Tecido subcut6neo célula-adiposo 5. Corpo adiposo 6· � i­ 4. Frénulo dos lábios da vulva 5. Papila uretral com o 6stio externo
mento e de 2 a 3 cm de largura,
550.4) é constituído por grande quantidade de bruna célula-elástica 7. Lábios menores da vulva ou ninfas 8. (ol!llà quando se da uretra 6. Õstio da vagina 7. Sulco ninfo-himeneal 8. Foramenas
rastam as formações labiais.
tecido adiposo. cut6nea dupla 9. Tecido conjuntivo dos duetos excretores das gl8ndulas vestibulares maiores (Bartholin)
368 ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO) VULVA 369

5
31.3.2. ÕSTIO EXTERNO DA URETRA O clitóris, no estado de repouso, tem 6 a 7 cm
de comprimento, sendo 3 cm para os ramos,
O óstio externo da uretra (Fig. 551.5), situado 6 2,5 cm para o corpo e 0,5 cm para a glande.
na linha mediana da porção posterior do Sendo o clitóris um órgão susceptível de
vestíbulo da vagina, tem uma forma arredon­ entrar em erecção, as suas dimensões sofrem,
dada, com 3 a 4 mm de diâmetro. no entanto, uma modificação muito ligeira.
B (
Seguindo o clitóris de posterior para anterior,
observa-se que a sua origem é constituída por
31.3.3. ÕSTIO DA VAGINA duas porções, os ramos do clitóris (Fig.
554.2), em forma de cone, que se inserem na
O óstio da vagina (Fig. 551.6) é o óstio de porção posterior da face medial dos ramos
abertura da vagina no espaço interlabial, ísquio-púbicos (Fig. 554.3).
apresentando, na mulher virgem, o hímen. Os ramos do clitóris dirigem-se com obliqui­
O óstio da vagina encontra-se separado dos o dade ântero-súpero-medial, alcançando a
lábios menores da vulva pelo sulco ninfo­ margem inferior da sínfise púbica (Fig.
•himeneal (Fig. 551.7), no qual se situam os Fig. 552 - Hímen e porção livre do clitóris 554.4), convergindo, na linha mediana, para
foramenes dos duetos excretores das glân­ formarem o corpo do clitóris (Fig. 554.5).
dulas vestibulares maiores (Bartholin) (Fig. 1. Hímen 2. Sulco ninfo-himeneal 3. Õstio himeneal 4. Glande do drt6ni O corpo do clitóris, numa parte do seu com­
551.8). 5. Prepúcio do clitóris 6. Cavidade prepucial 7. Frénulo do clit6'11 primento, continua a direcção dos ramos do
clitóris, dirigindo-se ântero-superiormente.
O hímen labiado (Fig. 553.C) é constituído G H Anteriormente à sínfise púbica, muda brusca­
31.3.4. HÍMEN por dois lábios separados por uma fenda com mente de direcção para formar o joelho do
direcção ântero-posterior. r, SS3 - Tipos de hímen clitóris (Fig. 554.6), após o que se dirige com
O hímen (Fig. 552.1) é uma membrana mu­ O hímen biperfurado (Fig. 553.D) é consti­ obliquidade póstero-inferior. O clitóris vai
cosa incompleta, com resistência variável, tuído por dois óstios separados por um septo l H en anular ou circular B. Hímen semilunar ou falciforme (. Hímen diminuindo gradualmente de volume e ter­
que está situado no óstio da vagina. O hímen cribriforme (Fig. 553.E) é caracte­ llllado D. Hlmen biperfurado E. Hímen cribriforme f. Hímen franjado mina por uma extremidade livre, cónica e
rizado por apresentar múltiplos óstios. 5. H en imperfurodo Hl. Corúnculos himeniais espessa, a glande do clitóris (Fig. 554.7).
O hímen apresenta-se constituído por duas
faces e duas margens. O hímen franjado (Fig. 553.F) é constituído
A face superior ou vaginal olha para a por numerosas franjas. As relações do clitóris são diferentes na sua
cavidade da vagina. O hímen imperfurado (Fig. 553.G) não com muitas fibras elásticas, numerosas rami­ porção profunda e na sua porção livre.
A face inferior ou vulvar relaciona-se com apresenta qualquer óstio, sendo constituído ficações vásculo-nervosas e algumas fibras A porção profunda é constituída pelos
por uma membrana completa. mu�culares lisas. ramos do clitóris e pelo início do corpo
as formações labiais da vulva.
A margem lateral é aderente, espessa, con­ O hímen complacente, muito elástico, per­ do clitóris, estando relacionada com a face
tinua-se com a superfície interna da vagina e mite o coito, sem se romper, e persiste até ao medial dos ramos ísquio-púbicos (Fig. 554.3)
inferiormente, do lado da vulva, encontra-se primeiro parto. 31.4. ÕRGÃOS ERÉCTEIS e, mediaimente, com os músculos ísquio­
separado dos lábios menores da vulva pelo Após o primeiro coito, o hímen habitual­ -cavernosos.
sulco ninfo-himeneal (Fig. 552.2). mente dilacera-se e as margens cicatrizada Os órgãos erécteis da vulva são constituídos A porção livre é constituída pela parte res­
A margem medial é livre, fina, e limita o permanecem, constituindo os lóbulos himr• por um órgão mediano, o clitóris e por dois tante do corpo do clitóris e pela glande do
óstio bimeneai (Fig. 552.3). niais. rgãos laterais, os bulbos do vestíbulo. clitóris (Fig. 552.4), sendo revestida, ântero­
O hímen tem uma forma variável, podendo Após o primeiro parto, os lóbulos himema1 -lateralmente, por uma prega cutânea depen­
apresentar diversos tipos. são substituídos por tubérculos irregulare • dente dos lábios menores da vulva, o pre­
O hímen anular ou circular (Fig. 553.A) constituindo as carúnculas bimeniais (Fig ll.4.1. CLITÕRIS púcio do clitóris (Fig. 552.5). O prepúcio
tem um óstio regularmente circular. 553.Hl). do clitóris reveste a glande do clitóris, mas
O hímen semilunar ou falciforme (Fig. O clitóris (Fig. 554.1) é um órgão eréct sem lhe aderir, encontrando-se entre eles uma
il,
553.B), o mais frequente, em forma de cres­ A constituição anatómica do hímen é con mpar e mediano, situado na porção anterior espécie de cavidade, a cavidade prepucial
cente com concavidade anterior, limita um tituída por uma dupla prega mucosa, no
. �uiva sendo, na mulher, o homólogo do (Fig. 552.6). A face posterior da glande do
óstio bastante grande. interior da qual se encontra tecido conjuntl\O nis, mas com dimensões muito reduzidas. clitóris origina uma pequena prega mediana
370 ÓRGiíOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
--- VULVA 371

que termina nos lábios menores da vulva, o ex�ste tecido eréctil, formado por numerosa maior (Bartholin) (Fig.
d ul a vestibular
5
frénulo do clitóris (Fig. 552.7). areolas, separadas por septos conjuntiv
O clitóris encontra-se fixado posteriormente, incompletos e ricos em fibras musculare
o5 555.7),
por intermédio dos ramos do clitóris, aos lisas.
Quanto à constituição anatómica, os bulbos
ramos ísquio-púbicos (Fig. 554.3) e, anterior­ A glande do clitóris é constituída por um
mente, ao nível do joelho do clitóris, por do vestíbulo são corpos erécteis imperfeitos,
massa central fibro-elástica, revestida exter� e pobres em fibras elásticas.
intermédio do ligamento suspensor do cli­ namente por mucosa.
tóris (Fig. 554.8). Este ligamento insere-se na O prepúcio do clitóris é constituído externa.
sínfise púbica (Fig. 554.4) e na linha alba, e mente por pele e, interiormente, por mucosa
depois na fáscia do clitóris, havendo alguns que não é mais do que a continuação da
feixes que descem ao longo das faces late­ mucosa da glande do prepúcio.
rais do corpo do clitóris, para voltarem a
unir-se na sua face inferior.
31.4.2. BULBOS DO VESTÍBULO fig. sss . Bulbos do vestíbulo
Quanto à constituição anatómica, o clitóris 1. tJlbos do vestíbulo 2. Vagina 3. Músculo bulbo-cavernoso 4. Músculo
apresenta uma estrutura diferente ao nível dos Os bulbos do vestíbulo (Fig. 555.1), em nú­ cunstrl!W da vagina S. Rede venosa intermediária (Kobelt) 6. Extre­
ramos, do corpo, da glande e do prepúcio do mero de dois, um direito e outro esquerdo, '11dode posterior ou base do bulbo do vestíbulo 7. Gl6ndula vestibular
clitóris. são formações erécteis que se encontram de or (Bartholin)
Os ramos e o corpo do clitóris encontram­ cada lado da uretra e da vagina (Fig. 555.2),
-se envolvidos pela fáscia do clitóris, de inferiormente à fáscia do diafragma da pelve
natureza fibro-elástica, no interior da qual Correspondem ao corpo esponjoso do pénis,
sendo duplos na mulher, pelo seu desdobra­
mento resultante da interposição da vagina
Os bulbos do vestíbulo têm 3,5 cm de com­
primento, 1,5 cm de largura e 1,5 cm de
espessura.
Os bulbos do vestíbulo apresentam duas faces,
duas margens e duas extremidades.
A face lateral, convexa, relaciona-se com o
músculos bulbo-cavernosos (Fig. 555.3).
1 A face medial, côncava, relaciona-se com o
músculo constritor da vagina (Fig. 555.4).
A margem superior relaciona-se com a fás­
cia do diafragma da pelve e com o músculo
transverso profundo do períneo.
A margem inferior relaciona-se com a mar­
gem superior ou aderente dos lábios menore,
da vulva.
A extremidade anterior ou ápice contin ua·
-se, a este nível, com o do lado oposto, ,
por intermédio da comissura dos bulbos
do vestíbulo, encontrando-se a este níve� ª
rede venosa intermediária (Kobelt) (F• · i
Fig. S54 - Porções profundo e livre do clitóris 555.5).
1. Clitóris 2. Rumos do clitóris 3. Rumo isquio-púbico 4. Margem inferior
do sínfise púbico S. Corpo do clitóris 6. Joelho do clitóris 7. Glande
A extremidade posterior ou base (Fi!.
555.6), ovóide, relaciona-se com a por�ao
=
do clitóris 8. Ligamento suspensor do clitóris mediana do óstio da vagina e com a glan·
GLÂNDUW ANEXAS AOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS

Morfologicamente estas glândulas parecem


32.1. GLÂNDULAS VESTIBULARES constituir, na mulher, o homólogo da próstata,
MENORES resultando de uma paragem do seu de­
senvolvimento, formando no seu conjunto a
próstata feminina.
As glândulas vestibulares menores distribuem­
-se em glândulas uretrais e peri-uretrais,
abrindo-se através de foramenes (Fig. 556.1
e 2) dispostos em duas ou três fileiras, nas 32.2. GLÂNDULAS VESTIBULARES
paredes laterais e inferior da uretra feminina,
sendo simples depressões da mucosa ou tendo MAIORES (BARTHOLIN)
a forma de cacho.
As glândulas que se encontram em toda a As glândulas vestibulares maiores (Bar­
extensão da uretra feminina denominam-se de tholin) (Fig. 557.1) segregam, durante o coito,
glândulas uretrais (Fig. 556.1), e as que se um líquido lubrificante do vestíbulo vaginal,
encontram no vestíbulo da vagina, próximo alcançando este, através de um dueto
do óstio externo da uretra, constituem as excretor.
glândulas peri-uretrais (Fig. 556.2). Em número de duas, situam-se de cada lado
da metade posterior do óstio da vagina (Fig.
557.2). Têm 1,5 cm de comprimento e 1 cm
de largura, com um volume que começa a
aumentar na puberdade e vai regredindo a
partir da menopausa.
Cada uma das glândulas vestibulares maiores
(Bartholin) apresenta duas faces, duas mar­
gens e duas extremidades.
A face medial, côncava, relaciona-se com o
músculo constritor da vagina (Fig. 557.3).
A face lateral, convexa, relaciona-se com o
músculo bulbo-cavernoso (Fig. 557.4).
A margem superior relaciona-se com a fás­
cia do diafragma da pelve e com o músculo
transverso profundo do períneo.
A margem inferior relaciona-se com os lábios
menores da vulva ou ninfas (Fig. 557.5).
2
A extremidade posterior relaciona-se com o
músculo transverso profundo do períneo
(Fig. 557.6).
A extremidade anterior relaciona-se, direc­
S56 · Glândulas vestibulares menores tamente, com o bulbo do vestíbulo (Fig.
1 Foromanes das glBndulas uretrais 2. Foramenes das gl6ndulas peri­ 557.7), condicionando-lhe uma impressão
-tretrois muito marcada.
:.:..:,_..:..::.::::.:.::..:.:::.:;.:.:.::.:..;;.:;;;.;;;.;;.;�==:....;;.;;;.;.;.;.;.;;;..;.,;,;;;.;.;�"--------------------
374 ÔRGAOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO}

O dueto excretor da glândula vestibular


maior (Bartholin) (Fig. 557.8) tem cerca de
1 cm de comprimento, dirigindo-se com obli­
quidade ântero-medial, abrindo-se, através de
um óstio arredondado, na porção média do
sulco ninfo-himeneal (Fig. 557.9).

As roamas femininas encontram-se pouco sistema genital feminino, pelo que deverão
desenvolvidas antes da puberdade (Fig. ser consideradas como órgãos genitais femi­
558.A), desenvolvendo-se a partir da puber­ ninos. As mamas estabelecem um contacto
dade (Fig. 558.B), alcançando o seu maior íntimo entre a mãe e o recém-nascido, criando
desenvolvimento nos últimos meses da gra­ uma intimidade afectiva necessária ao alei­
videz (Fig. 558.C) e, sobretudo a partir do tamento. Além desta função principal, as
parto, no período de aleitamento. A mama é mamas têm ainda uma função sexual, por se
Fig. S57 - Glandula vestibular maior (Bartholin) constituída pelo tecido glandular, o corpo da tratar de zonas de erotização.
1. Gl6ndula vestibular maior (Bartholin) 2. Õstio do vagina 3. Músculo
mama, que segrega e excreta o leite, e um
constritor da vagina 4. Músculo bulbo-cavernoso S. L6bio menor da tecido conjuntivo denso e adiposo, com vasos
vulva ou ninfo 6. Músculo transverso profundo do perineo 7. Bulbos e nervos, distribuídos entre os lobos e lóbulos 33.1.1. SITUAÇÃO
do vestíbulo 8. Dueto excretor da gl6ndula vestibular maior (Bartholin) da glândula mamária.
9. Sulco ninlo-himeneal As mamas masculinas mantêm-se rudimen­ A situação das mamas varia em função da sua
tares durante toda a vida. forma e do tipo de tórax. Encontram-se na
porção ântero-superior do tórax (Fig. 559.1),
de cada lado do esterno, anteriormente aos
músculos peitoral maior e peitoral menor, no
33.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS intervalo compreendido entre a 3ª e 7ª cos­
telas.
As mamas são órgãos pares destinados a
segregar o leite, assegurando a alimentação
do recém-nascido durante todo o período de 33.1.2. NÚMERO
aleitamento e que, embora sejam glândulas
cutâneas, sofrem alterações directamente Normalmente existem duas mamas, uma
relacionadas com o estado funcional do direita e ·outra esquerda.
A ausência de uma ou das duas mamas
encontra-se em casos raros.
As mamas acessórias são menos frequentes,
dispondo-se numa linha que se estende desde
a axila até à prega inguinal, no pontos onde
os animais apresentam as suas, existindo
casos em que se encontra a totalidade da
:r: mama, ou apenas a papila mamária, com ou
l
sem aréola da mama.
O aumento do número de mamas constitui a
A B e hipermastia e segundo Williams, as mamas
acessórias dispõem-se superior e inferior­
mente às mamas situadas normalmente (Fig.
r.,. 558 • Desenvolvimento da mama feminina
559.2).
A. Mama antes da puberdade B. Mama depois da puberdade C. Mama Superiormente às mamas normais, dispõem­
111 últimos meses da gravidez -se: na fossa axilar (Fig. 559.3); na margem
376 ÓRGÍ\OS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
- MAMAS 377

anterior da axila (Fig. 559.4); e súpero-late­


ralmente às mamas normais (Fig. 559.5).
Sob a influência do peso e na posição bf.
pede, entre a metade inferior da mama e a
33.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA Na mulher jovem e na mulher nulípara, tem
uma coloração rosada e, na mulher grávida,
Inferiormente às mamas normais, dispõem-se: porção anterior da parede torácica encontra. apresenta uma pigmentação acastanhada
ínfero-medialmente às mamas normais (Fig. -se uma prega mais ou menos profunda '0 A su perfície externa da mama, muito con­ escura.
559.6); ao nível da 7ª cartilagem costal (Fig. sulco inframamário (Fig. 559.10). vexa e arredondada, apresenta três zonas: Depois do 6º mês de gravidez, sobretudo nas
559.7); e na parede abdominal anterior (Fig. uma zona periférica, uma zona média ou mulheres nulíparas, lateralmente à aréola da
559.8). aréola da mama e uma zona central ou papila mama, pode aparecer uma aréola da mama
33.1.4. DIMENSDES, PESO E VOLUME mamária.
secundária (Fig. 560.B3), menos uniforme e
com menor pigmentação.
33.1.3. FORMA As mamas apresentam, em média, 12 a 13 cm
de largura, 1O a 11 cm de altura e 5 a 6 cm 33.2.1. ZONA PERIFÉRICA �a aréola da mama encontram-se dispostas,
megularmente, 12 a 20 saliências, dando-lhe
As mamas têm na mulher adolescente a for­ de espessura. um aspecto rugoso, as glândulas areolares
A zona periférica (Fig. 560.Al e B 1), a por­
ma semi-ovóide, apresentando, na raça branca, O peso das mamas varia muito, podendo
ção mais extensa, continua-se com a pele das (Morgagni) (Fig. 560.A3), resultantes de
a forma semi-esférica, quando em posição de oscilar entre os 150 e 200 gramas na mulher
regiões adjacentes e com a aréola da mama. glândulas sebáceas muito desenvolvidas. Na
decúbito dorsal e, na raça negra, uma forma adolescente e na nulípara e entre 400 a
É constituída por pele fina que, durante a mulher grávida, as glândulas areolares (Mor­
cónica. 500 gramas na mulher em período de lac­
gravidez e o aleitamento, apresenta nume­ gagni) tomam-se muito desenvolvidos, for­
Nas mulheres em período de aleitamento ou tação, podendo chegar a alcançar 900 gramas.
rosas linhas azuladas correspondentes a veias mando saliências semi-esféricas, com 3 mm
em idosas, as mamas tomam-se pendentes. O volume das mamas aumenta durante a
gravidez e sobretudo durante o aleitamento superficiais. de diâmetro, persistindo até ao fim do aleita­
Entre as duas mamas encontra-se o sulco mento, as glândulas areolares (Montgomery)
intermamário (Fig. 559.9). podendo nesta altura o seu volume duplica;
e até triplicar. Após a menopausa as mamas (Fig. 560.B4).
33.2.2. ZONA MÉDIA OU ARÉOLA DA MAMA
entram em regressão, com consequente
diminuição de volume. 33.2.3. ZONA CENTRAL OU PAPILA MAMÁRIA
A aréola da mama (Fig. 560.A2 e B2)
apresenta uma forma circular com cerca de
33. l .S. CONSIST{NCIA 2 cm de diâmetro, aumentando durante a A papila mamária (Fig. 560.A4 e B5) tem
gravidez. a forma cilíndrica ou cónica, com 1 cm de
Na mulher jovem e na mulher nulípara, a comprimento e 1,5 cm de largura na base, en­
,e../,�-4 contrando-se no centro da aréola da mama e
-�--s mamas são resistentes e elásticas.
dirigindo-se com obliquidade ântero-lateral.
�:::;:::::��-'I:""" r:d.-+4---2 Na mulher multípara e em períodos de alei­
tamento, as mamas vão perdendo a e]ast1 As dimensões e a forma da papila mamária
..,..._,..__ 6
cidade, tornando-se moles, flácidas e pen­ são muito variáveis, por vezes curta e tor­
dentes. nando impossível o aleitamento, outras vezes
encontra-se no fundo de uma depressão da
aréola da mama, constituindo a papila ma­
33.1.6. MEIOS DE FIXAÇÃO mária umbilicada. Durante o telotismo ou
pseudo-erecção do papila mamária, manifes­
A camada célulo-adiposa retromamária con tação de excitação sexual, a papila mamária
tinua-se superiormente com a fáscia super· aumenta 0,5 a 1 cm de comprimento.
ficial, aderindo à fáscia do músculo peitoral A 8 Externamente a papila mamária é irregular e
Fig. 5S9 • Situa,õo, número e forma dos mamas maior e à margem anterior da clavícula, atra rugosa, com uma pigmentação semelhante à
vés de um tecido conjuntivo denso, consll· � Fig 56D • Conforma,õo externo do morno da aréola da mama, com excepção do ápice
1. Mornas 2. Situa,õo normal das mamas 3. Situa,õo das mamas no
fosso axilar 4. Situa,õo das mamas na margem anterior da axila
tuindo o ligamento suspensor da mama que é sempre incolor, e apresenta 10 a 20
S. Situa,õo das mamas súpero-lateralmente às mamas normais (Cooper). Em certos casos, o tecido conjuntivo ,: AI Zona periférico A2. Aréola da morno A3. Gl6ndulos areolores óstios, abertura dos duetos lactíferos, cujo
6. Situa,õo das mamas ínfero-mediolmente às mamas normais denso é desprovido de gordura, tornando-se gognij A4. Pupilo mamária AS. Área cribriforme do papila mamário conjunto de óstios constitui a área cribri­
7. Situo,õo das mamas ao nlvel da 7ª cartilagem costal 8, Situa,õo resistente e fixando bem a mama à parede li. Zona periférico B2. Aréola do mamo B3. Aréola do mamo
forme da papila mamária (Fig. 560.A5 e
das mamas na parede abdominal anterior 9. Sulco intermamário torácica. Noutros casos, quando o ligamento ru dório 84- Glftndulas areolores (Montgomery) B5. Papila mamária
: ; . B6).
é laxo, a mama não se encontra fixada. · rea crlbnforme da papila mamário
10. Sulco inframamário

1 �
�37�8�Ô�R�GA�OS�G!!!E_!!!NIT�A�IS_!!fE�M!!!IN!!!_INO�SJ(S�IS�TE�MA�GE�Nl�A:.. Nl.!!!
Tl .!.!FEM� l:!!! NO�) _______________ MAMAS 379
_

33.3. RELAÇÕES
mária permite uma boa mobilidade da mama porção anterior da parede torácica. Apresenta 33.4.3. CAMADA RETROMAMÃRIA
por intermédio deste plano de deslizamento. 8 textura distinta consoante se trata da
Através dos músculos peitorais maior e rne. u� periférica, da zona média ou aréola da
A face anterior da mama relaciona-se com zo a O corpo da mama relaciona-se, posterior­
nor, a face posterior da mama relaciona-se aDlll e da zona centra1 ou pap1·1a mamana. , .
a pele, através da zona periférica (Fig. 561.1), mente, com a fáscia superficial (Fig. 563.6),
com a porção anterior da parede torácica �a derm e da pele da aréola da mama e da
da zona média ou aréola da mama (Fig. 561.2) e a fáscia do músculo peitoral maior (Fig.
estendendo-se entre a 3ª costela (Fig. 562. J j papila m amá ria, encontram-se inseridas fibras
e da zona central ou papila mamária (Fig. 563.7), que se insere na margem anterior da
e a 7ª costela (Fig. 562.2). A papila IDamária usculares lisas constituindo, no conjunto, o clavícula (Fig. 563.8), para constituir o liga­
561.3). projecta-se ao nível da 9ª vértebra torácica :ósculo subaréolar da mama (Fig. 563.2),
A face posterior da mama relaciona-se com mento suspensor da mama (Fig. 563.9),
(Fig. 562.3). com coloração acastanhada, com a mesma
a camada célulo-adiposa retromamária (Fig. com resistência muito variável.
forlllll e extensão da aréola da mama, e sendo
561.4), com o ligamento suspensor da mama A fáscia superficial constitui a parede ante­
muito desenvolvido na base da papila ma­ rior da bolsa serosa retromamária (Fig.
(Fig. 561.5), com a fáscia superficial (Fig. 1·
l
mária. 563.10), e cuja parede posterior é formada
561.6), com a bolsa serosa retromamária (Fig.
561.7), com a fáscia do músculo peitoral
o músculo subaréolar da mama é constituído pela fáscia do músculo peitoral maior (Fig.
por fibras circulares, inseridas na aréola da 563.7), que reveste o músculo peitoral maior
maior (Fig. 561.8), com o músculo peitoral
mama. e estendendo-se até à base da papila (Fig. 563.11).
maior (Fig. 561.9) e com o músculo peitoral mamária e por fibras radiadas, com direcção
menor (Fig. 561.10). A bolsa serosa retroma- perpendicular às anteriores, estendendo-se da
aréola da mama até à papila mamária.
A acção do músculo subaréolar da mama é de
contrair a papila mamária, a partir de estimu­
lações como o frio, as emoções, ou a palpa­
ção que pode provocar o telotismo ou pseudo­
-erecção. Durante o aleitamento, actua nos
duetos galactíferos, conduzindo à expulsão do
leite para o exterior.

33.4.2. CAMADA CÊLULO·ADIPOSA


SUBCUTÂNEA
2
Fig. 562 • Rela1ões da foce posterior da mama com a porede torm A camada célulo-adiposa subcutânea (Fig.
3 1. 3' castelo 2. 7' costeio 3. 9' vértebra tor6cico 563.3), muito espessa, constitui uma camada
espessa, situada entre a pele e o corpo da
mama, sendo muito desenvolvido na peri­
feria e estando ausente ao nível da papila
33.4. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA da mama e da aréola da mama, onde a pele
adere directamente ao corpo da mama (Fig.
As mamas são constituídas pela camada 563.4). 4
cutânea, pela camada célulo-adiposa subcu­ � Encontram-se numerosos feixes fibrosos re-
tânea, pela camada célulo-adiposa retroma­ � sistentes, que se dirigem da porção profunda
/:: da derme para as saliências glandulares Fig. 563 - Constitui1õo onotómico dos comodos cutâneo, célulo-odiposo
mária e pelo corpo da mama.
Fig. 561 - Relo1ões dos foces onterior e posterior do morno õ do corpo mamilar, as cristas fibrosas (Fig. subcutâneo e retromom6rio
� 563.5), transformando o tecido célulo-adiposo l. Pele 2. Músculo suboréolor do morno 3. Comodo célulo-odiposo
1. Pele do zono periférico 2. Pele do zono médio ou oréolo do morno ..J subcutâneo numa zona septada, onde se
3. Pele do zono central ou pupila mom6ria 4. Camada célulo-odiposa
33.4.1. CAMADA CUTÂNEA subcutDneo 4. Corpo do morno 5. Cristo fibroso 6. F6scio superficial
encontram vasos e nervos. 7. F6scio do músculo peitorol moior 8. Margem onterior da cloviculo
retromom6ria 5. Ligamento suspensor da morna 6. F6scia superficial
7. Bolsa serosa retromam6ria 8. F6scia do músculo peitoral moior A pele (Fig. 563.1) reveste a face anterior da 9. Ligamento suspensor do mamo 10. Bolso seroso retromom6rio
9. Músculo peitorol maior 1O. Músculo peitorol menor mama, continuando-se depois com a pele da 11. Músculo peitorol moior
380 ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS (SISTEMA GENITAL FEMININO)
-- MAMAS 381

33.4.4. CORPO DA MAMA O prolongamento ínfero-medial ou epigás Na gravidez, o corpo da mama inicia a sua
produzir leite, sofrendo um
trico (Fig. 564.5) dirige-se para o epiga st - preparação para
Os corpos da mama (Fig. 564.1), um em 0 prolongamento medial ou esternaI (/igº·. proces so de crescimento, observando-se a
564.6) dirige-se para o esterno. proli feraç ão e ramificação das glândulas
cada mama, constitui a glândula mamária
propriamente dita, são constituídos por tecido iubulo -ac inosas e a diminuição do tecido con-
Cada um dos corpos da mama é fonn d de so d poso.
glandular e por tecido conjuntivo denso e � ao Juntivo � � � �
pelos lobos da glandula mamária (Fi
adiposo. Têm uma coloração cinzento-amare­ Na Iactaçao, m1cia-se a secreção do leite
565.1), em número de 15 a 25, separa/·s produzido nas células epiteliais dos elementos
lada apresentando, à sua periferia, prolonga­
entre si por tecido conjuntivo denso. O teci;
mentos mais ou menos diferenciados, os secretores.
conjuntivo denso penetra em cada um d oºs Na menopausa, inicia-se a involução do
prolongamentos mamários, que se classificam
de acordo com a sua situação e direcção.
lobos para originar os lóbulos da glând ut ª corpo da mama, caracterizado pela redução
mamária (Fig. 565.2). do seu tamanho e dos elementos secretores,
O prolongamento súpero-lateral ou axilar
Os lóbulos da glândula mamária são cons­
(Fig. 564.2), o mais importante e constante, duetos lactíferos e tecido conjuntivo denso e
tituídos por glândulas túbulo-acinosas orga­
dirige-se para a axila, após contornar a mar­ adip oso.
nizadas em dúctulos tubulares, terminando
gem inferior do músculo peitoral maior.
em ácinos mais ou menos desenvolvidos. As
O prolongamento superior ou clav icular
glândulas estão separadas umas das outras
(Fig. 564.3) dirige-se para clavícula. Fig. 565 • Constituiião anatómico do corpo do morno
por intermédio de tecido conjuntivo rico em
O prolongamento ínfero-lateral ou hipo­
lóbulos adiposos (Fig. 565.3). 1. Lobos do gl6ndulo mamário 2. Lóbulos do gl6ndulo mamário
côndrico (Fig. 564.4) dirige-se para o hipo­
Cada lóbulo da glândula mamária é cons­ 3. Lóbulos adiposas 4. Dúctulo introlobulor 5. Dúctulo interlobulor
côndrio. 6. Dueto lactífero 7. Poros lactíferos 8. Seio lactífero
tituído por um conjunto de glândulas níbulo­
-acinosas, ligadas entre si por intermédio de
um dúctulo intralobular (Fig. 565.4). Os
dúctulos intralobulares reúnem-se para cons­
tituírem o dúctulo interlobular (Fig. 565.5).
A reunião dos dúctulos interlobulares origina
o dueto lactífero (Fig. 565.6).
Os duetos lactíferos (Fig. 565.6) representam
a união de todos os dúctulos interlobulares
de um mesmo lobo da glândula mamária,
abrindo-se independentemente no ápice da
papila da mama, através de 15 a 25 forame­
nes, cada um dos quais com cerca de 0,5 mm
de diâmetro, os poros lactíferos (Fig. 565.7).
Os duetos lactíferos são irregulares, flexuo­
sos e até enrolados sobre si mesmos, ap re­
sentando, antes de fazerem a sua abertura.
uma dilatação fusiforme, com cerca de 1,5 cm
de comprimento e 0,8 cm de largura, o seio
lactífero (Fig. 565.8).

A estrutura dos corpos mamários varia na


puberdade, na gravidez, na lactação e na
Fig. 564 - Corpo da mama e seus prolongamentos
menopausa.
l. Corpo do morno 2. Prolongamento súpero-lateral ou axilar 3. Pro­ Na puberdade, inicia-se o aumento do corpo
longamento superior ou clavicular 4. Prolongamento lnfero-loterol ou da mama encontrando-se já os elementos
hipocôndrico 5. Prolongamento lnfero-mediol ou epigástrico 6. Prolon­ secretores das glândulas túbulo-acinosas e
gamento medial ou esternol duetos lactíferos com seios galactóforos.
'ri
1

VI

PERÍNEO

�,
MúsaJLOS DO PERÍNEO

O períneo compreende um conjunto de mús­ ocupado na sua quase totalidade pela vulva Os músculos do períneo são pares e distri­ períneo, do músculo esfíncter externo da ure­
culos e fáscias que encerram a abertura onde se vai abrir a uretra, anteriormente • e o' buem-se em três planos musculares: pro­ tra, do músculo ísquio-cavernoso e do músculo
inferior da cavidade pélvica, sendo atraves­ óstio da vagina, posteriormente. fundo, médio e superficial. bulbo-esponjoso, que apresentam algumas
sado pelo recto, posteriormente, e pela uretra O períneo posterior ou anal (Fig. 566.9, o plano muscular profundo é constituído diferenças.
e órgãos genitais, anteriormente. encontra-se situado posteriormente à linha bi­ por dois músculos de cada lado, o músculo
O períneo apresenta a forma de um losango, -isquiática, tendo uma constituição seme­ levantador do ânus e o músculo ísquio-coccí­
aeo ou coccígeo.
com grande eixo ântero-posterior, ligeira­ lhante no homem e na mulher. É marcado 34. l. CLASSIFICAÇÃO
mente deprimido na linha mediana, cujos pelo ânus, abertura terminal do recto, e Ô plano muscular médio é constituído por
quatro ângulos são definidos: anteriormente, encontra-se lateralmente limitado por um d ois músculos de cada lado, o músculo
pela margem inferior da sínfise púbica (Fig. espaço célulo-adiposo, par e simétrico, a transverso profundo do períneo e o músculo 34.1.1. PLANO MUSCULAR PROFUNDO
566.1); posteriormente, pelo ápice do cóccix fossa ísquio-anal. esfíncter externo da uretra.
(Fig. 566.2); e, lateralmente, pelas duas tube­ O plano muscular superficial é constituído
por cinco músculos de cada lado, o músculo Músculo levantador do ânus.
rosidades isquiáticas (Fig. 566.3). Músculo ísquio-coccígeo ou coccígeo.
O grande eixo ântero-posterior estende-se esfíncter externo do ânus, o músculo trans­
da margem inferior da sínfise púbica até ao verso superficial do períneo, o músculo
ápice do cóccix, e o pequeno eixo transversal ísquio-cavernoso, o músculo bulbo-esponjoso
e o músculo constritor da vagina.
34.1.2. PLANO MUSCULAR MÉDIO
constitui a linha bi-isquiática (Fig. 566.4),
estendendo-se de uma tuberosidade isquiática Músculo transverso profundo do períneo.
à outra. O períneo feminino é constituído por todos
os músculos existentes nos três planos mus­ Músculo esfíncter externo da uretra.
O períneo continua-se, anteriormente, com o
escroto (Fig. 566.5), no homem, e com os culares, e o períneo masculino é consti­
lábios maiores e menores da vulva, na mu­ tuído por todos os músculos referidos nos 34.1.3. PLANO MUSCULAR SUPERFICIAL
lher, posteriormente, com as regiões glúteas planos musculares, à excepção do músculo
(Fig. 566.6) e, lateralmente, com as faces constritor da vagina do plano muscular su­
Músculo esfíncter externo do ânus.
mediais das coxas (Fig. 566.7). perficial.
O centro do períneo situado adiante do recto, Músculo transverso superficial do períneo.
A linha bi-isquiática (Fig. 566.4) divide o
no homem, e no espaço triangular recto­ Músculo ísquio-cavernoso.
períneo em duas porções, o períneo posterior Músculo bulbo-esponjoso. 1
ou anal e o períneo anterior ou uro-genital. •vaginal, compreendido entre o recto e a

vagina, na mulher, é uma massa fibro-mus­ Músculo constritor da vagina.
O períneo anterior ou oro-genital (Fig.
566.8) encontra-se situado anteriormente à Fig. 566 - Perineo no homem cular onde vão convergir as fibras tendinosas
linha bi-isquiática, tendo uma constituição 1. Projecsõo da margem inferior da sínfise púbico 2. Projeqão do ápKe
da maior parte dos músculos dos planos mus­
diferente no homem e na mulher. No homem, do c6ccix 3. Projeqõo das tuberosidades isquiáticas 4. Linha b culares médio e superficial do períneo, ou
_ 34.2. DESCRIÇÃO
dá passagem à uretra relacionada com as -isqui6tica 5. Escroto 6. Regiões glúteos 7. Face medial dos coxos SeJa, os músculos transversos profundos do
formações erécteis do pénis. Na mulher, está 8. Perineo anterior ou uro-genital 9. Perineo posterior ou anal períneo, o músculo esfíncter externo da ure­
tra, o músculo esfíncter externo do ânus os 34.2.1. PLANO MUSCULAR PROFUNDO
- músculos transversos superficiais do perí�eo
,
- e os musc ulos bulbo-esponjosos. O plano muscular profundo é constituído
Os músculos do períneo são semelhantes nos por dois músculos de cada lado, o músculo
dois sexos, à excepção do músculo levantador levantador do ânus e o músculo ísquio-coccí­
do'anus, do músculo transverso profundo do
geo ou coccígeo.
386 PERINEO MÚSCULOS DO PERINEO 387
,_:'
34.2.1.1. MÚSCULO LEVANTADOR DO ÂNUS aos fascículos da porção lateral. Alguns fas. 34.2.1.2. MÚSCULO ÍSOUIO-COCCÍGEO OU COCCÍGEO da uretra, estendendo-se desde o colo da
cículos inserem-se também no ligamento bexiga até à lãmina inferior da fáscia do
_
O músculo levantador do ãnus é constituído pubo-ves1cal. o inúsculo ísquio-coccígeo ou coccígeo (Fig. diafragma da pelve. Ao nível da parte pros­
por uma porção lateral ou esfincteriana e por Os fascículos dirigem-se para posterior, cru. 567.14) é um músculo pouco desenvolvido tática da uretra, as fibras dispõem-se em
uma porção medial ou elevadora. zam a face lateral da próstata (Fig. 567.12) que está situado posteriormente ao músculo semi-anel com concavidade posterior. Ao
A porção lateral ou esfincteriana (Fig. no homem, e cruzam perpendiculanneni� levantador do ãnus. nível da parte membranácea da uretra, as
567.1, 2 e 3) estende-se segundo uma linha as margens laterais da vagina, na mulher. Insere-se na face medial da espinha isquiática fibras formam um anel completo (Fig. 568.5),
curva, entre o púbis e o ísquio, apresentando Alcançam o recto por intermédio de fascí­ (fig. 567.9) e na margem anterior da incisura com cerca de 5 mm de espessura.
um fascículo púbico, um fascículo ilíaco culos mediais e fascículos laterais. isquiática maior. Dirige-se depois em leque, Na mulher, o músculo esfíncter externo da
e um fascículo isquiático que, após a sua Os fascículos mediais ou pré-anais (Fig colll obliquidade póstero-medial, acabando uretra ocupa a parte pélvica da uretra em que
origem, se dirigem com obliquidade póstero­ 567.4) continuam-se com as do lado oposto, por se inserir nas margens laterais das duas as fibras formam um anel quase completo. Ao
-ínfero-medial. relacionando-se com as faces laterais do recto últiinas vértebras sagradas (Fig. 567.15) e nas nível da vagina, as fibras confundem-se com
O fascículo púbico (Fig. 567.1) insere-se na (Fig. 567.7), inserindo-se no centro do perí­ três primeiras vértebras coccígeas (Fig. 567.1O). o tecido conjuntivo que separa a uretra da
face posterior do púbis, a cerca de 1 cm da neo (Fig. 567.13). vagina, e ao nível do septo uretro-vaginal,
sínfise púbica (Fig. 567.6), seguindo depois Os fascículos laterais ou látero-anais (Fig. perdem-se no tecido conjuntivo denso cons­
567.5) unem-se com as fibras longitudinais 34.2.2. PLANO MUSCULAR MÉDIO tituinte deste septo.
uma linha com obliquidade súpero-lateral, até
alcançar o óstio profundo do canal obturador, do recto, superiormente, e com o esfíncter
externo do ãnus, inferiormente. O plano muscular médio é constituído por
seguindo depois num sentido ãntero-posterior
e cruzando a face lateral do recto (Fig. 567.7).
dois músculos de cada lado, o músculo 34.2.3. PLANO MUSCULAR SUPERFICIAL
transverso profundo do períneo e o músculo
O fascículo ilíaco (Fig. 567 .2) insere-se na esfíncter externo da uretra, ambos situados
fáscia do obturador interno (Fig. 567.8) por O plano muscular superficial é constituído
entre as duas lâminas da fáscia do diafragma por cinco músculos de cada lado, o músculo
intermédio de uma zona de reforço, incons­
da pelve.
tante, o arco tendinoso do músculo levan­
tador do ânus. Normalmente, as fibras deste
fascículo inserem-se na linha arqueada e 34.2.2.1. MÚSCULO TRANSVERSO PROFUNDO DO
algumas no arco tendinoso da fáscia da PERINEO
pelve, disposto desde o óstio profundo do
canal obturador até à face medial da espinha O músculo transverso profundo do períneo
isquiática, com obliquidade póstero-ínfero­ (Fig. 568.1) é um músculo fino, achatado e
-medial. mais largo na mulher do que no homem.
O fascículo isquiático (Fig. 567.3) insere-se Insere-se no ísquio e no ramo ísquio-púbico
na face medial e na margem anterior da !Fig. 568.2), superiormente ao músculo
espinha isquiática (Fig. 567.9), anteriormente ,�guio-cavernoso (Fig. 568.3) e do músculo
às inserções do músculo ísquio-coccígeo ou transverso superficial do períneo. As suas
Fig. 567 • Músculo levonlodor do finus com os suas porpies late
coccígeo, sendo mais profundo e dispondo-se fibras dirigem-se transversalmente para me­
ou esfincteriono e medial ou elevadora e músculo fsquia-cocdgeo "
transversalmente. coccígeo
dial, acabando por se inserir no centro do
As inserções terminais dos três fascículos perfneo (Fig. 568.4).
1. Fascículo púbico do por,ão lateral ou esfincteriono do mús< •
constituintes da porção medial ou esfincte­
levontodor do 6nus 2. Fascículo ilíaco do por,ão lateral ou eslin!leno
riana acabam por se inserir na porção inferior lU.2.2. MÚSCULO ESFÍNCTER EXTERNO DA URETRA
do músculo levantador do 6nus 3. Fascículo isquiótico do porplo laterel
da margem lateral das últimas vértebras coc­
ou esfincteriono do músculo levantador do 6nus 4. Fosdmlos medlGIS
cígeas (Fig. 567.10) e sobretudo no ligamento ou pré-anais do por,ão medial ou elevadora do músculo levantador
O músculo esfíncter externo da uretra (Fig.
ano-coccígeo (Fig. 567.11). do 6nus 5. Fascículos laterais ou lótero-onois do porpío A1ediol 01 5�8.5) ocupa as partes prostática e membra­ Fig. 568 · Músculo transverso profundo do períneo e músculo eslíncter

elevodoro do músculo levantador do 6nus 6. Face posterior do púbis


nacea da uretra (Fig. 568.6), estendendo-se externo do uretra
\
A porção medial ou elevadora (Fig. 567.4 e 7. Recto 8. Músculo obturador interno 9. Espinho isquióllll 10. Yér· �esde a fáscia do diafragma da pelve (Fig. 1. Músculo transverso profundo do perfneo 2. Ramo ísquio-púbico i
5) encontra-se situada medialmente à porção lebras coccígeos 11. Ligamento ono-coccígeo 12. Pr6stol0 13. Cen!lt
68-7) até ao colo da bexiga. 3. Músculo fsquio-covernoso 4. Centro do perfneo 5. Músculo eslíncter
lateral, sendo menos desenvolvida. Insere-se do períneo 14. Músculo fsquio-coccígeo ou coccfgeo 15. Y6rt ebros No homem, o músculo esfíncter externo da externo do uretra 6. Porte membranáceo do uretra 7. Fóscio do
no púbis (Fig. 567.6), súpero-medialmente sagrados uretra ocupa as partes prostática e membrácea diolrogmo do pelve
388 PERÍNED MÚSCULOS DO PERÍNED 389

esfíncter externo do ânus, o músculo trans­ O esfíncter externo do ânus encontra-se si-.
verso superficial do períneo, o músculo ísquio­ tuado externamente ao músculo esfíncter
·
-cavernoso, o músculo bulbo-esponjoso e, na mterno d o anus, _ladeando o canal anal em
A

, .
mulher, o músculo constritor da vagina. toda a sua extensao, e e constituído por tr·�
partes.
A parte subcutânea (Figs. 291.2 e 569. 6 )
34.2.3.1. MOSCULO ESFfNCTER EXTERNO DO ÂNUS .
encontra-se situada na porção inferior do canal
. .
ana1, mf enormente a, pele do ânus , sen do
O músculo esfíncter externo do ânus encon­ ,
responsave1 pelas pregas radiadas do ãn
tra-se, na mulher, um pouco mais desenvol­
A parte sup�rficial (Figs. 291.3 e 519�j
vido do que no homem, com fibras circulares,
encontra-se situada superiormente à p ane
dispostas em volta do canal anal, sendo
sub cutanea, relacionando-se com a porçao
A
-
constituído por fibras internas e por fibras . . ,
,..
m1enor do musculo esfíncter interno do ãnus.
externas.
A parte pro f onda (Figs. 291.4 e 569_8)
As fibras internas (Fig. 569.1), circulares,
encontra-se situada superiormente à part
dispõem-se externamente ao músculo esfínc­
superficial, relacionando-se com a porçã�
ter interno (liso) do ânus, e as fibras externas fig. S71 - Músculo ísquio-covernoso com os suas fibras superficiais
superior do músculo esfíncter inte rno do
(Fig. 569.2), arciformes, inserem-se no liga­ ânus. no homem
mento ano-coccígeo (Fig. 569.3), que se Fig. S70 • Músculo transverso superficial do períneo e músculo ísquio­
estende desde o ápice do cóccix até à porção i. fibras superficiais do músculo ísquio-covernoso 2. Fosclculo lateral
-cmmoso com os suos fibras profundos, no mulher do músculo isquio-cavernoso 3. Fasclculo medial do músculo ísquio­
posterior do ânus. As suas fibras, depois de 34.2.3.2. M0SCULO TRANSVERSO SUPERFICIAL DO
1. MOsculo transverso superficial do períneo 2. lsquio e ramo ísquio­ -cavernoso 4. Músculo pubo-covernoso (MUiier)
contornarem o ânus (Fig. 569.4), acabam por PERINEO
se inserir no centro do períneo (Fig. 569.5). •públm 3. Centro do períneo 4. Músculo ísquio-covernoso S. Ramo
O músculo transverso superficial do períneo ísquto.pObico 6. Fibras profundos do músculo ísquio-covemoso 7. fibras
superftdais do músculo ísquio-covernoso No homem, o músculo bulbo-esponjoso (Fig.
(Fig. 570.1) é um músculo inconstante. Insere­ 572.1) é justamediano, formando, com o
-se, lateralmente, na face medial do ísquio e no seu homólogo contralateral, um sulco com
ramo ísquio-púbico (Fig. 570.2), superior­ con�avidade superior, revestindo o corpo es­
mente ao pilar do pénis, e medialmente, no corpo cavernoso e reúne-se com o do lado
ponJoso até à sua junção com os corpos
centro do períneo (Fig. 570.3), depois de apre­ oposto, depois de passar superiormente
cavernosos.
sentar uma direcção transversal. ao dorso do pénis, constituindo o músculo
In�e�e-se no centro do períneo (Fig. 572.2),
pubo-cavernoso (Müller) (Fig. 571.4).
ongmando fascículos musculares dispostos
34.2.3.3. M0SCULO ÍSQUIO-CAVERNOSO em dois planos musculares, um profundo e
Na mulher, insere-se no ísquio, anterior­
outro superficial. Os fascículos profundos
mente à tuberosidade isquiática. Os seus
O músculo ísquio-cavernoso (Fig. 570.4) tem (Fig. 572.3) envolvem completamente o
fascículos dirigem-se ântero-medialmente
a forma de um semicone cuja concavidade bulbo do pénis, unindo-se com as fibras do
originando dois tipos de fascículos: os fascí�
olha para lateral, apresentando inserçõe s músculo homólogo do lado oposto para cons­
culos profundos terminam na túnica albu­
diferentes no homem e na mulher. tituir o músculo compressor hemisférico do
No homem, insere-se no pilar do pénis e no gínea do corpo cavernoso; os fascículos
superficiais originam um fascículo lateral bulbo do pénis. Os fascículos superficiais
ramo ísquio-púbico (Fig. 570.5). Estes fas­ < (Figs. 572.4 e 573.1) originam um fascículo
que se insere no joelho do clitóris, e u�
cículos de origem cobrem a porção não lateral (Fig. 573.2), constituído por fibras
aderente do corpo cavernoso, dando origem a : fascículo medial, que se une com o do lado
= oposto, no ângulo de reunião dos dois corpos dirigid�s com obliquidade ântero-superior,
dois tipos de fibras: as fibras profundas que s� mserem na túnica albugínea do corpo
� cavernosos do clitóris.
(Fig. 570.6) terminam na túnica albugínea do esponJoso, e a um fascículo medial (Fig.
corpo cavernoso; as fibras superficiais (Figs 573.3), que contorna as faces laterais e supe­
Fig. S69 - Músculo esfíncter externo do ânus 570.7 e 571.1) originam um fascículo lateral : 34.2.3.4. MÚSCULO BULBO-ESPONJOSO _ do corpo cavernoso, unindo-se depois na
rior
l. Fibras internos 2. Fibras externos 3. Ligamento ono-cocclgeo 4. Ãnus (Fig. 571.2), que se insere na união do bulbo linha mediana com o do lado oposto para
S. Centro do períneo 6 . Porte subcutaneo 7. Parte superficial 8. Porte do pénis com o corpo cavernoso e um fas· êo
- músculo bulbo-esponJoso apresenta inser-
_ constituir o músculo compressor da veia
profundo cículo medial (Fig. 571.3), que contorna 0 çoes diferentes no homem e na mulher. dorsal do pénis (Houston) (Fig. 573.4).
390 PERÍNEO MÚSCULOS DO PERÍNEO 391

bulbos do vestíbulo estão largamente sepa. exerce sobre as paredes anterior e laterais e,
rados pela vagina (Fig. 574.3), são completa­ na mulher, quando se contraem simultanea­
mente independentes. mente as duas partes mediais, permite a
Insere-se no centro do períneo (Fig. 574.4), aproximação da vagina ao púbis.
e as suas fibras dirigem-se com obliquidade
ântero-superior, revestindo a face lateral da 34.3.1.2. MÚSCULO ISQUIO-COCcfGEO OU COCCIGEO
externa da glândula vestibular maior (Bar­
tholin) (Fig. 574.5), e originam fibras mus­ A sua acção é contribuir para a sustentação
culares profundas e superficiais. A s fibras dos órgãos intrapélvicos e completar a acção
musculares p rofundas (Fig. 574.6) inserem­ da parte medial ou esfincteriana do músculo
-se na túnica albugínea do bulbo do vestfüulo. levantador do ânus.
As fibras musculares superficiais inserem­
-se na albugínea do corpo cavernoso do
clitóris. 34.3.2. PLANO MUSCULAR MtDIO
Fig. 574 - Músculo bulbo-esponjoso na mulher e músculo constritor
da vagina
34.2.3.S. MÚSCULO CONSTRITOR DA VAGINA 34.3.2.1. MÚSCULO TRANSVERSO PROFUNDO DO
Fig. 572 - Músculo bulbo-esponjoso no homem 1. Músculo bulbo-esponjoso 2. Bulbo do vestíbulo 3. Vagina 4. Centro
PERÍNEO do períneo 5. Gl6ndulo vestibular maior (Bortholin) 6. Fibras musculares
1. Músculo bulbo-esponjoso 2. Centro do perlneo 3. Fasclculo profundo O músculo constritor da vagina (Fig. 574.7) profundas do músculo bulbo-esponjoso 7. Músculo constritor da vagina
do músculo bulbo-esponjoso 4. Fosclculo superficial do músculo bulbo­ é um fino anel muscular envolvendo as A sua acção é de compnmir as veias das
-esponjoso porções laterais das faces da vagina (Fig. formações erécteis provocando a erecção,
574.3), inserindo-se, posteriormente, no centro contribuir para a expulsão da secreção das 34.3.3.3. MÚSCULO ÍSQUIO-CAVERNOSO
Na mulher, o músculo bulbo-esponjoso (Fig. do períneo (Fig. 574.4) e, anteriormente, no glândulas bulbo-uretrais (Cowper) e, ao elevar
o centro do períneo, ter funções na defecação. A sua acção, no homem, é de provocar a
574.1) reveste a face lateral do bulbo do tecido conjuntivo denso do septo uretro­
erecção do pénis, por estase sanguínea das
vestíbulo (Fig. 574.2), mas, como os dois -vaginal, depois de contornar o bulbo do
formações erécteis do pénis, através da com­
vestíbulo e a glândula vestibular maior (Bnr­ 34.3.2.2. MÚSCULO ESFINCTER EXTERNO DA URETRA pressão da veia dorsal do pénis e, na mulher,
tholin) (Fig. 574.5).
ser um erector do clitóris e, durante a cópula,
A sua acção é de encerrar a parte membra­ aplicar a glande do clitóris contra o dorso do
nosa da uretra, no homem; pode intervir na pénis.
34.3. ACÇÕES MUSCULARES ejaculação, enviando o esperma para o exte­
rior.
34.3.3.4. MÚSCULO BULBO-ESPONJOSO

34.3.1. PLANO MUSCULAR PROFUNDO 34.3.3. PLANO MUSCULAR SUPERFICIAL A sua acção, no homem, é de ser o principal
músculo que provoca a erecção, por estase

34.3.1.1. MÚSCULO LEVANTADOR DO ÃNUS 34.3.3.1. MÚSCULO ESFINCTER EXTERNO DO ÂNUS


sanguínea das formações erécteis do pénis,
através da compressão da veia dorsal do pénis
e, na mulher, ser um erector do clitóris, com­

1
1
A sua acção diverge conforme se trate da sua sua acção é de encerrar o canal anal. primindo a glândula vestibular maior (Bar­
parte lateral ou esfincteriana ou da sua parte tholin), apertando o óstio da vagina e, durante
medial ou elevadora, contribuindo ambas 34.3.3 .2. MÚSCULO TRANSVERSO SUPERFICIAL DO a cópula, aplicar a glande do clitóris contra
para a sustentação dos órgãos intrapélvicos. o dorso do pénis.
A acção da parte lateral ou esfincteriana é , PUINEO
a de actuar como esfíncter, diminuindo 0 ;, A sua acção é de tensor do centro do períneo, 34.3.3.S. MÚSCULO CONSTRITOR DA VAGINA
Fig. 573 - Fibras superficiais do músculo bulbo-esponjoso no homem calibre do recto.
A acção da parte medial ou elevadora � ª : fixando o bulbo do pénis durante a micção e
1. Fosclculo superficial do músculo bulbo-esponjoso 2. Fasclculo lateral § a ejaculação. A sua acção é de constritor do óstio da va­
do músculo bulbo-esponjoso 3. Fosclculo medial do músculo bulbo­ de puxar o recto para anterior e para supenor gina, sendo a sua contractura permanente a
-esponjoso 4. Músculo compressor do veio dorsal do pénis (Houston) e fazer a sua dilatação pela tracção que causa de vaginismo.
fÁSCIAS DO PERÍNEO

O períneo apresenta um complexo conjunto A face inferior relaciona-se com o tecido


de fáscias, que se dispõem na seguinte celular subcutâneo e com a pele.
ordem, indo da superfície para a profundi­ A face superior relaciona-se com os mús­
dade: a fáscia superficial do períneo, a fáscia culos transversos superficiais do períneo (Fig.
do diafragma da pelve e a fáscia da pelve. 575.5), músculos ísquio-cavernosos (Fig.
A fáscia superficial do períneo e a fáscia do 575.6) e músculos bulbo-esponjosos (Fig.
diafragma da pelve encontram-se apenas no 575.7), enviando-lhes bainhas que depois se
per!neo anterior ou uro-genital, enquanto a fixam na lâmina inferior da fáscia do dia­
fáscia da pelve ocupa o períneo anterior ou fragma da pelve.
uro-genital e o períneo posterior ou anal.

35.2. FÁSCIA DO DIAFRAGMA DA PELVE


35.1. FÃSCIA SUPERFICIAL DO PERÍNEO
A fáscia do diafragma da pelve (Fig. 575.8),
A fáscia superficial do períneo (Fig. 575.1) com forma triangular, encontra-se apenas no
encontra-se apenas no períneo anterior ou
uro-genital, e separa a pele do plano dos mús­
culos superficiais. Apresenta uma forma
triangular e é praticamente idêntica nos dois
sexos.
Na mulher, apresenta os mesmos limites que
no homem. Na sua porção mediana, tem uma
larga abertura, alongado de anterior para
posterior, destinada a deixar passar a vagina
e a vulva, continuando-se com o tecido con­ 7
Juntivo da base dos lábios menores da vulva
e, anteriormente, com a fáscia do clitóris.
A fáscia superficial do períneo apresenta duas
margens laterais, um ápice, uma base, uma
face inferior e uma face superior.
As margens laterais inserem-se na margem
anterior dos ramos ísquio-púbicos (Fig. 575.2).
= O ápice continua-se, anteriormente à sínfise
_ púbica (Fig. 575.3), com a fáscia do pénis.
: A base estende-se de um ísquio ao outro,
� inserindo-se no centro do períneo (Fig. 575.4)
� e reflectindo-se ao nível da margem posterior Fig. 575 • Fáscio superficial do períneo \
_ dos músculos transversos superficiais (Fig. 1. Fáscio superficial do períneo 2. Ramo fsquio-púbico 3. Sínfise púbico
:: 575.5), onde vai continuar-se com a lâmina 4. Centro do períneo 5. Músculo transverso superficial do períneo
: inferior da fáscia do diafragma da pelve (Fig. 6. Músculo ísquio-covernoso 7. Músculo bulbo-esponjoso 8. Fáscio do
575.8). diafragma do pelve
394 PERÍNEO fÃSCIAS DO PERÍNEO 395

períneo anterior ou uro-genital, apresentando fita transversal, o ligamento transverso do


576.9), continuando-se com a lâmina inferior A face superior relaciona-se, na porção
duas lâminas, uma inferior e outra superior, períneo (Fig. 576.4), limitando com a sínfise que , a este nível, está representado pelo média, com o ápice da próstata (Fig. 576.13)
entre as quais se encontra o plano muscular púbica um óstio, por onde passa a veia dorsal ligamento transverso do períneo (Fig. 576.4). e com a parte prostática da uretra. Ao alcan­
médio, constituído por dois músculos de cada profunda do pénis (Fig. 576.5). Ao nível da sua margem anterior, o ligamento çar estes dois órgãos, reflecte-se de inferior
lado, o músculo transverso profundo do pe­ A base insere-se no centro do períneo (Fi g. divide-se em duas lâminas: a lâmina supra­ para superior, constituindo, posteriormente, a
ríneo e o músculo esfíncter externo da uretra, 576.6) e, ao reflectir-se ao nível da margem .uretra! (Fig. 576.3), dirigida para anterior, e fáscia próstato-peritoneal (Denonvilliers),
bem como os vasos e nervos pudendos in­ posterior dos músculos transversos profundos a }&mina infrapúbica (Fig. 576.12), que se confundindo-se, lateralmente, com as lâminas
ternos, a parte membranácea da uretra e a do períneo (Fig. 576.7), vai continuar-se dirige com obliquidade ântero-superior, sacro-recto-génito-púbicas e constituindo,
vagina, na mulher. inferiormente, com a fáscia superficial d� acabando por se inserir na margem inferior anteriormente, a lâmina pré-prostática.
A descrição é difícil pelo número de óstios e períneo e, superiormente, com a lâmina su­ do ligamento inferior do púbis, sendo, antes
de reforços que apresenta. Entendemos não perior da fáscia do diafragma da pelve (Fig. disso, atravessada pela veia dorsal profunda
ser de referir as numerosas teorias expli­ 576.8). do pénis (Fig. 576.5).
cativas com tantas contradições, pelo que, A face inferior relaciona-se com o bulb o do A base insere-se no centro do períneo (Fig.
3S.3. FÃSCIA DA PELVE
para maior facilidade de compreensão, adop­ pénis, com os pilares dos corpos cavernosos 576.6) e, de cada lado deste centro, vai
tou-se a que parece ser mais perceptível. e com o plano superficial do períneo, for­ continuar-se inferiormente com a lâmina A fáscia da pelve encontra-se no períneo
Na mulher, a fáscia do diafragma da pelve mado por três músculos de cada lado, os superior da fáscia do diafragma da pelve anterior ou um-genital e no períneo posterior
apresenta os mesmos limites que no homem. músculos transversos superficiais do períneo, (Fig. 576.8). ou anal, cobrindo o plano muscular profundo,
A lâmina inferior estende-se transversalmente ísquio-cavernosos e bulbo-esponjosos. A face inferior relaciona-se com o plano relacionando-se com os músculos levanta­
do ramo ísquio-púbico ao bulbo do vestíbulo. A face superior relaciona-se com o plano médio do períneo, formado por dois músculos dores do ânus (Fig. 577.1) e os músculos
A lâmina superior termina internamente nas médio do períneo, formado por dois músculos de cada lado, o músculo transverso profundo ísquio-coccígeos ou coccígeos (Fig. 577.2).
paredes laterais da porção perineal da uretra de cada lado, o músculo transverso profundo do períneo (Fig. 576.7) do períneo e o mús­ A fáscia da pelve não é uniforme, apresen­
e da vagina. do períneo (Fig. 576.7) e o músculo esffncter culo esfíncter externo da uretra (Fig. 576.9). tando espessamentos, alguns dos quais já
externo da uretra (Fig. 576.9), e também com referidos nas inserções dos músculos levan­
as glândulas bulbo-uretrais (Cowper) (Fig. tadores do ânus, o arco tendinoso do músculo
12
3S.2.1. LÂMINA INFERIOR DA FÃSCIA DO 576.10). levantador do ânus (Fig. 577.3) e o arco
tendinoso da fáscia da pelve (Fig. 577.4). Na
DIAFRAGMA DA PELVE espinha ciática origina-se um espessamento
3S.2.2. LÂMINA SUPERIOR DA FÁSCIA DO ascendente situado na margem anterior da
A lâmina inferior da fáscia do diafragma incisura isquiática maior, e outro situado no
da pelve (Fig. 576.1) apresenta duas margens DIAFRAGMA DA PELVE 11 interstício entre o músculo piriforme e o
laterais, um ápice, uma base, uma face infe­ plexo sagrado, de um lado, e o músculo
rior e uma face superior. A lâmina superior da fáscia do diafragma
ísquio-coccígeo ou coccígeo, do outro lado.
As margens laterais inserem-se na face da pelve (Fig. 576.8) é uma fina lâmina
Na mulher, a fáscia da pelve tem uma dispo­
medial do ísquio e no ramo inferior do ramo fibro-celulosa apresentando duas margens
sição e limites semelhantes aos do homem,
ísquio-púbico (Fig. 576.2), aos quais aderem laterais, o ápice, a base, a face inferior e a face
apresentando-se relacionada, na linha me­
superiormente às inserções dos corpos caver­ superior.
diana, indo de posterior para anterior, com o
nosos. A lâmina inferior dirige-se transversal­ As margens laterais inserem-se na porção
recto (Figs. 577.5 e 578.1), com a vagina
mente para medial e vai inserir-se na túnica inferior do ramo ísquio-púbico (Fig. 576.2),
(Figs. 577.6 e 578.2) e com a uretra (Figs.
albugínea do bulbo do pénis e dos corpos superiormente aos músculos transversos
577.7 e 578.3).
cavernosos. profundos do períneo, apresentando relações : Fig. 576 - Fóscio do diofrogmo do pelve com os suos lâminos inferior
A fáscia da pelve apresenta, de cada lado,
O ápice prolonga-se entre os dois corpos com o feixe vásculo-nervoso pudendo interno 7 e superior
a margem lateral, a margem medial, a face
cavernosos até à sua junção, preenchendo o (Fig. 576.11), que se relaciona com o ramo
1. Lamino Inferior do fáscio do diofrogmo do pelve 2. Rumo isquio- inferior e a face superior.
espaço que os separa, sendo a porção mais ísquio-púbico, num dueto fascial formado � pGbita 3. l8mino supro-uretrol 4. ligomento tronsverso do perineo A margem lateral insere-se na face posterior
anterior, muito espessa, a lâmina supra­ pelo desdobramento da fáscia do músculo j S. Veio dorsol profundo do pénis 6. Centro do perineo 7. Músculo do corpo do púbis (Fig. 578.4), a cerca de
-uretra! (Fig. 576.3). Posteriormente à lâ­ obturador interno situado na parede lateral tra
..J nsverso profundo do perineo 8. l8mino superior do fáscio do 1 cm da linha mediana, e no ramo horizontal
mina supra-uretra! e até à parte membranácea lateral da fossa ísquio-anal. õ diolnigmo do pelve 9. Músculo esfincter externo do uretra 10. Gl8ndulo do púbis, superiormente ao fascículo da
da uretra, a lâmina inferior torna-se ainda O ápice encontra-se situado anteriormente ao :i hulho-uretrol (Cowper) 11. Feixe vásculo-nervoso pudenda interno
porção medial ou esfincteriana do músculo
mais espessa, apresentando a forma de uma músculo esfíncter externo da uretra (Fig. · 12. Uimlno infropúbico J 3. Ápice do pr6stoto
levantador do ânus. Seguidamente, confunde-
396 PERÍNEO

Anteriormente ao centro do períneo, as fáscias


dos dois lados encontram-se separadas por um DIVISÃO DO PERÍNEO
espaço triangular que corresponde à lâmin a
superior da fáscia do diafragma da pelve.
Ao nível da próstata, em vez de se in serir
2 sobre ela, a fáscia da pelve desce ao longo da
face lateral e continua-se com a lâmi na supe­
rior da fáscia do diafragma da pelve. Q períneo masculino e o períneo feminino
36. l. PER(NEO ANTERIOR OU URO-GENITAL
Ao nível do recto (Fig. 578.1), adere às fibras ap resentam a mesma situação, os mesmos
musculares superficiais longitudinais. limites e a mesma disposição. O períneo anterior ou oro-genital é cons­
A face inferior relaciona-se com o músculo Têro a forma de um losango, com grande tituído por quatro planos sobrepostos, que,
levantador do ânus (Fig. 578.12) na porção eixo ftntero-posterior, ligeiramente deprimido
indo da superfície para a profundidade, são:
média, com o músculo ísquio-coccígeo ou na linha mediana, com quatro ângulos e qua­
o plano superficial, o plano músculo-fascial
coccígeo (Fig. 578.13), posteriormente, com tro lados. Os quatro ângulos são definidos: o superficial, o plano músculo-fascial médio e
o músculo obturador interno, anteriormente, anterior pela margem inferior da sínfise o plano músculo-fascial profundo.
e com o músculo piriforme (Fig. 578.9), púbica (Fig. 566.1); o posterior pelo ápice do
póstero-lateralmente. cóccix (Fig. 566.2); os laterais pelas tuberosi­
A face superior está separada do peritoneu dades isquiáticas (Fig. 566.3). Os quatro lados 36.1.1. PLANO SUPERFICIAL
pelo espaço pelvi-visceral, onde se encon­ são definidos: os dois anteriores pelos ramos
Fig. 577 - Fóscio do pelve tram o uretéro, o dueto deferente e os vasos ísquio-púbicos; os dois posteriores pela mar­ O plano superficial é constituído pela pele,
e nervos da pelve. gem inferior dos músculos glúteos maiores. tecido celular subcutâneo e vasos e nervos
1. Músculo levantador do 6nus 2. Músculo lsquio-coccígeo ou cocdgeo
Uma linha transversal estendendo-se de uma superficiais. Na mulher encontra-se ocupado
3. Arco tendinoso do músculo levantador do 6nus 4. Arco tendinoso
tuberosidade isquiática à outra, que constitui pelos diferentes constituintes da vulva.
do fóscio do pelve 5. Recto 6. Vagina 7. Uretra
a linha bi-isquiática (Fig. 566.4), divide o
períneo em duas porções, o períneo anterior
ou uro-genital e o períneo posterior ou anal. 36.1.2. PLANO MOSCULO-FASCIAL SUPERFICIAL
-se com a fáscia do músculo obturador in­
O períneo anterior ou oro-genital (Fig.
terno (Fig. 578.5), limitando inferiormente o 566.8), com forma triangular, encontra-se
canal obturador (Fig. 578.6), subindo poste­ O plano músculo-fascial superficial é cons­
12 1tuado anteriormente à linha bi-isquiática, tituído por diversas formações, dispostas da
riormente a este canal até à abertura superior
tendo uma constituição diferente no homem superfície para a profundidade.
da pelve, inserindo-se na linha arqueada
e na mulher. No homem, dá passagem à parte A fáscia superficial do períneo é descontínua
(Fig. 578.7), fundindo-se com a fáscia ilíaca
membranácea da uretra e ao início da parte na mulher, em virtude da presença do ves­
e prolongando-se até à articulação sacro­
esponjosa da uretra esponjosa, relacionada tíbulo da vagina.
-ilíaca. Desce, depois, em direcção à incisura
com as formações erécteis do pénis. Na O pilar do pénis, o bulbo do pénis, no homem
isquiática maior (Fig. 578.8), alcança o mús­
mulher, está ocupado, na sua quase totali­ e o bulbo do vestíbulo, dividido em duas
culo piriforme (Fig. 578.9), situando-se na 11 10 dade, pela vulva, onde se vai abrir a uretra, partes laterais pelo vestíbulo da vagina, na
margem superior deste músculo, e atinge o
sacro (Fig. 578.10), onde se insere medial­ anteriormente, e o óstio da vagina, posterior­ mulher.
Fig. 578 - Fóscio do pelve me nte. O plano muscular superficial, constituído
mente aos foramenes sagrados anteriores.
pelos dois músculos transversos superficiais
A margem medial olha a linha mediana,
onde a fáscia chega ao contacto com a do
1. Recto 2. Vagina 3. Uretro 4. Corpo do púbis 5. Músculo obturador lntemo
6. Canal obturador 7. Linho arqueado 8. lncisuro isqui6tlca ,noior ! O períneo posterior ou anal (Fig. 566.9), do períneo, pelos dois músculos ísquio-caver­
- com forma triangular, encontra-se situado nosos e pelos dois músculos bulbo-espon­
lado oposto, ao nível do centro do períneo e 9. Músculo piriforme 1O. Sacro 11. Ligamento ono-cocdgeo 12. Mllsculo
� posteriormente à linha bi-isquiática, tendo josos, que limitam entre si, de cada lado, o
do ligamento ano-coccígeo (Fig. 578.11). levantador do 6nus 13. Músculo lsquio-cocdgeo ou cocdgao
: uma constituição semelhante no homem e na triângulo ísquio-bulbar. O músculo cons­
- m ulher. É marcado pelo ânus, abertura ter­ tritor da vagina, na mulher, está relacionado
; minal do recto, e encontra-se lateralmente com a face medial interna do bulbo do ves­
: limitado por um espaço célula-adiposo, par e
tíbulo com as glândulas bulbo-uretrais (Bar­
simétrico, a fossa ísquio-anal. tholin).
398 PERÍNEO DIVISÃO DO PERINEO 399

d
36.1.3. PLANO MÚSCULO-FASCIAL MÉDIO são: o plano superficial e o plano músculo­ (Alcock) (Fig. 579.7), conten o, indo supe­ lâmina superior da fáscia do diafragma da
-fascial profundo, já descritos no períneo ior p ara inferior, a artéria pudenda interna pelve.
anterior ou uro-genital. �fig. 5 79 . 8), a veia pudenda interna (Fig. O prolongamento posterior (Fig. 580.4),
O plano músculo-fascial médio apresenta a
fáscia do diafragma da pelve, constituída pela O plano superficial é constituído pela pele 579,9) e o nervo pudendo interno (Fig. muito mais largo, encontra-se situado entre o
tecido celular subcutâneo e por vasos � 579.I0). músculo glúteo máximo (Fig. 580.5), lateral­
lâmina inferior e pela lâmina superior, entre
nervos superficiais. mente, e o ligamento ano-coccígeo, mediai­
os quais se encontram diversas formações.
O plano muscular médio é constituído por O plano músculo-fascial profundo é cons­ mente, passando inferiormente à lâmina
dois músculos de cada lado, o músculo trans­ tituído por dois músculos de cada lado, o s sacro-recto-génito-púbica (Fig. 580.6).
verso profundo do períneo e o músculo es­ músculos levantador do ânus e ísquio-coccí­
fíncter externo da uretra, situados entre as geo ou coccígeo e pela fáscia da pelve.
duas lâminas da fáscia do diafragma da pelve. O períneo posterior ou anal apresenta, na por­
O nervo dorsal do pénis ou do clitóris, a ção central, o ânus, que está unido posterior­
artéria dorsal do pénis e as veias pudendas mente ao cóccix pelo ligamento ano-coccí­
internas atravessam este plano. geo, e anteriormente ao centro do períneo. De
A parte membranácea da uretra e as glândulas cada lado do canal anal, encontram-se a
bulbo-uretrais (Cowper), no homem, e a parte fossas ísquio-anais.
perineal da uretra e a vagina, na mulher,
também se encontram na espessura do plano 10

médio do períneo. 36.2.2. FOSSA fSQUIO-ANAL


As fossas ísquio-anais (Fig. 579.1), em
36.1.4. PLANO MÚSCULO-FASCIAL PROFUNDO número de duas, uma direita e outra esquerda,
são cavidades célula-adiposas situadas de
O plano músculo-fascial profundo ocupa o cada lado do canal anal, prolongando-se,
períneo anterior ou uro-genital e o períneo anteriormente, para o períneo anterior ou uro­
posterior ou anal, sendo constituído pelas -genital e, posteriormente, para a região glú­
seguintes formações, dispostas da superfície tea. fig. S79 - Conslituiiõo do fosso ísquio-onol
para a profundidade.
1. fossas lsquio-anois 2. Músculo levontodor do 6nus 3. Porte profundo
O plano muscular profundo, constituído por 36.2.2.1. PAREDES do mtlsculo esfíncter externo do Dnus 4. Porte superficial do músculo
dois músculos de cada lado, os músculos
esfincter externo do 6nus S. Porte subcutftneo do músculo esflncter
levantador do ânus e o ísquio-coccígeo ou As fossas ísquio-anais apresentam a parede externa do 6nus 6. F6scio do músculo obturador interno 7. Conoi
coccígeo. medial, a parede lateral, a base, a margem pudenda (Alcock) 8. Artéria pudenda interno 9. Veio pudenda interno
A fáscia da pelve. anterior, um prolongamento anterior e um 10. Nervo pudenda interno
A porção terminal da parte prostática da prolongamento posterior. Fig. 580 - Proiongomentos do fosso ísquio-onol
uretra e o ápice da próstata, no homem, e a A parede medial, com obliquidade ínfero­
parte perineal da uretra e a vagina, na mulher. 1. Prolongamento anterior 2. Músculo levontodor do 6nus 3. F6scio
-medial, é constituída, superiormente, pelo A base é constituída pelo plano superficial do do músculo obturador interno 4. Prolongamento posterior S. Músculo
músculo levantador do ânus (Fig. 579.2) e períneo posterior ou anal, representada pela glúteo m6ximo 6. LOmina socro-recto-génito-púbica
pelo músculo ísquio-coccígeo ou coccígeo, e pele e pelo tecido celular subcutâneo, com
36.2. PERÍNEO POSTERIOR OU ANAL inferiormente, pelo músculo esfíncter externo vasos e nervos superficiais.
do ânus, com a sua parte profunda (Fig. O prolongamento anterior (Fig. 580.1) re­ 36.2.2.2. CONTE0DO
579.3), a parte superficial (Fig. 579.4) e a , presenta um estreito espaço, triangular ao
36.2.1. CONSTITUIÇÃO parte subcutânea (Fig. 579.5), e pelo liga­ : corte frontal, que alcança o períneo anterior A fossa ísquio-anal encontra-se preenchida

O períneo posterior ou anal é semelhante nos


mento ano-coccígeo.
A parede lateral, disposta verticalmente, é
� ou uro-genital, estando limitado: mediai­
mente, pela face inferior do músculo levan­
por tecido célulo-adiposo, no interior do qual
se encontram numerosos vasos e nervos,
\
dois sexos, ao contrário do períneo anterior constituída pelo músculo obturador interno. tador do ânus (Fig. 580.2); lateralmente, pela podendo dar lugar a fleimões ísquio-anais,
ou uro-genital. É constituído por dois planos, revestido pela sua fáscia (Fig. 579.6), que se fáscia do músculo obturador interno (Fig. complicadas infecções no conteúdo da fossa.
que, indo da superfície para a profundidade, desdobra para formar o canal pudendo 580.3); inferiormente, pela face superior da O corpo adiposo da fossa ísquio-anal (Fig.
400 PERÍNEO
1
1
579.1), muito abundante, encontra-se dividido Na loca ísquio-anal, os elementos do feix
em lóbulos, condicionados por trabéculas vásculo-nervoso pudenda interno origina;
fibrosas. numerosos ramos. A artéria pudenda intern
O feixe vásculo-nervoso podendo interno emite a artéria rectal inferior e a artéria peri�
penetra na fossa ísquio-anal através da neal superficial. A veia pudenda interna
incisura isquiática menor, percorrendo a sua recebe as veias rectais inferiores. Os vasos
parede lateral no interior do canal pudenda linfáticos, em grande número, anastomosani.
-se com os do ânus, do canal anal, da próstata
VII
(Alcock), dispondo-se aí, de superior para
inferior, a artéria pudenda interna (Fig. e da uretra. O nervo pudenda interno origina
579.8), a veia pudenda interna (Fig. 579.9) e dois ramos terminais, o nervo perineal e 0
o nervo pudenda interno (Fig. 579.10). nervo dorsal do pénis ou do clitóris.

ORGÃ0S LINFÓIDES

1
1
ÓRGÃOS LINFÓIDES 403

fície mostra áreas lisas e as microvilosidades intestino delgado e o anel linfático da faringe
são longas. (Waldeyer). Os nódulos linfáticos do intes­
tino delgado podem ser nódulos linfáticos ou
Os linfócitos B (Fig. 582) são células com placas de Payer (nódulos linfáticos agru­
diâmetro médio entre 5,5 e 8 µm, cuja pados). O anel linfático da faringe (Wal­
superfície não apresenta áreas lisas e as deyer) é constituído pelas tonsilas palatinas,
microvilosidades são curtas e grossas. a tonsila faríngea, a tonsila lingual e as
Üs órgãos linfóides são os elementos mor­ linfócitos, sendo a medula óssea, onde ini­ tonsilas tubárias de Gerlach.
fológicos que constituem o sistema linfóide, cialmente são formados os linfócitos B e 0 A medula óssea é um órgão linfóide pri­
sendo este sistema formado pelos órgãos timo, onde são produzidos os linfócitos T. mário, encontrando-se no canal medular dos Os nodos linfáticos são órgãos linfóides se­
linfóides primários, a medula óssea e o timo, Os órgãos ou tecidos linfóides secundários ossos longos e nas cavidades dos ossos cundários, recebendo constantemente linfó­
e pelos órgãos linfóides secundários, os têm como função receber os linfócitos for­ largos, existindo dois tipos de medula óssea, citos, apresentando uma forma esférica ou
nodos linfáticos, os tecidos linfo-epiteliais e mados nos tecidos e órgãos linfóides primá­ a medula óssea vermelha e a medula óssea reniforme e volume variável, estando escalo­
o baço. rios, que acabam por entrar em circulação. amarela ou adiposa. nados ao longo dos vasos linfáticos.
O sistema linfóide constitui uma arma fun­ Nestes órgãos, os linfócitos podem proliferar
damental na defesa do organismo através dos emigrar para os tecidos adjacentes ou entra; O timo é um órgão linfóide primário, sendo O baço é um órgão linfóide secundário rela­
linfócitos, sempre presentes no sangue, na de novo em circulação. Trata-se de órgãos também uma glândula endócrina. O timo cionado com o sistema porta, estando situado
linfa e nos tecidos conjuntivos de proliferação pouco activos em condições normais, mas atinge o seu máximo desenvolvimento após o póstero-lateralmente ao estômago, superior­
de linfócitos. que se podem tomar hiperactivos na produção nascimento e sofrendo uma involução acen­ mente à flexura esquerda ou esplénica do
e maturação dos linfócitos, quando estão tuada na puberdade, encontrando-se locali­ cólon e ao pólo superior do rim esquerdo.
O sistema linfóide, na defesa do organismo, submetidos a estímulos antigénicos, podendo zado na porção inferior do pescoço e na O baço produz linfócitos, leucócitos poli­
colabora com as células macrofágicas ou ma­ entrar na circulação sanguínea e linfática ou porção ãntero-superior da cavidade torácica. nucleares e eritrócitos. Entre outras funções,
crófagos, os histiócitos e os monócitos. constituírem reserva a que se pode recorrer realiza também a hemocaterese, ou seja, a
As células macrofágicas ou macrófagos nas emergências antigénicas. São órgãos Os tecidos linfo-epiteliais são tecidos linfói­ destruição dos eritrócitos envelhecidos, e o
estão localizadas no tecido conjuntivo, san­ linfóides secundários, os tecidos linfo-epite­ des secundários, os nódulos linfóides do armazenamento de sangue.
gue, fígado, baço, nodos linfáticos, tonsilas e liais (nódulos linfáticos da mucosa do intes­
medula óssea, pulmão, ossos e cartilagens. tino delgado, da árvore tráqueo-brônquica e
No tecido conjuntivo, os macrófagos encon­ dos órgãos génito-urinários, entre outros), o
tram-se no tecido conjuntivo subseroso da anel linfático da faringe (Waldeyer), cons­
pleura ou do peritoneu, e livremente no tituído pelas tonsilas palatinas, a tonsila
líquido peritoneal ou pleural. faríngea, a tonsila lingual e as tonsilas tubá­
No sangue, estão representados pelos monó­ rias (Gerlach), os nodos linfáticos e o baço.
citos.
No fígado, representam as células de Küpffer. As células da série linfóide passam por etapas
No baço, nodos linfáticos, tonsilas e medula evolutivas, desde "células mães", como
óssea, encontram-se ao nível do seu tecido células pluripotenciais, até se converterem em
reticular. elementos defensivos do sistema imunitário.
No pulmão, os macrófagos estão situados ao Durante a vida intra-uterina, este processo
nível dos alvéolos. inicia-se no fígado e, após o nascimento, pro­
Nos ossos e cartilagens em reabsorção, en­ cessa-se na medula óssea, onde as "dlulas
fig. 581 · Linfócitos T observados em microscopia electrónico de
contram-se os osteoclastos e os condro­ mães" proliferam para originar linfócitos não - vurrl mento, numa preporo,õo feito por M. Julielo Esperon,o Pino
Fig. 582 - Linfócitos B observados em microscopia electrónico de
diferenciados, sendo a transformação em varrimento, numa preporo,õo feiro por M. Julielo Esperon,o Pino
clastos.
linfócitos T no timo e dos linfócitos B na :.
Os órgãos ou tecidos linfóides podem ser própria medula óssea.
primários ou secundários.
Os órgãos ou tecidos linfóides primários Os linfócitos T (Fig. 581) são células, com
têm como função a diferenciação inicial dos diâmetro médio entre 3,5 e 7 µm, cuja sup er-
MEDULA OSSEA

A m edula óssea é um órgão linfóide pri­ sangue, onde são fixadas e proliferam, sendo
m ári o, ocupa cerca de 4,5% do peso corporal a célula mais jovem da linhagem o linfo­
e en contr a-se no canal medular dos ossos blasto, que forma o prólinfócito e que por sua
lon go s e nas cavidades dos ossos largos. vez origina o linfócito.
Existem dois tipos de medula óssea, a medula À medida que as células sanguíneas formadas
óssea vermelha e a medula óssea amarela ou na medula óssea vermelha atingem o estado
adiposa. de maturidade, atravessam a parede dos sinu­
Com o envelhecimento, a medula óssea ver­ sóides, alcançam o seu lume e entram em
m elha encontra-se apenas nos ossos do crâ­ circulação.
nio, esterno, escápula, osso coxal, costelas, Os sinusóides apresentam: o endotélio, for­
vértebras. Nos adultos jovens, a medula óssea mado por células endoteliais, com largos
vermelha está presente nas epífises ou extre­ espaços intercalares, condicionando a passa­
midades superiores do úmero e do fémur e a gem de células adultas; a lâmina basal, des­
que ocupa os restantes ossos transforma-se contínua; e os pericitos.
em medula óssea amarela ou adiposa. Em O sangue que vem das arteríolas penetra nos
certos casos, a medula óssea amarela ou sinusóides, sendo aí enriquecido por células
adiposa pode transformar-se novamente em formadas no tecido medular, passando depois
medula óssea vermelha. para as vénulas que drenam a medula óssea.

37.1. MEDULA ÓSSEA VERMELHA 37.2. MEDULA ÓSSEA AMARELA OU


ADIPOSA
A medula óssea vermelha é constituída por
células reticulares e fibras reticulares, for­ A medula óssea amarela ou adiposa apre­
mando uma malha, com numerosos sinu­ senta um predomínio de células adiposas, e
sóides e ainda macrófagos e células adiposas. ainda macrófagos, células reticulares e células
Na malha do tecido medular, encontra-se uma mesenquimatosas indiferenciadas, responsá­
população de células livres, constituída por veis pelo aparecimento das células precur­
elementos figurados de sangue aí formados, soras dos eritrócitos, quando a medula óssea
eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaque­ amarela ou adiposa se transforma novamente
tas e seus precursores. em medula óssea vermelha.
Os linfóci tos originam-se na medula óssea A medula óssea amarela ou adiposa actua
vermelha, mas também nos órgãos linfóides como reserva nutritiva pela riqueza de células
secundários, a partir de células indiferen­ adiposas e como reserva de tecido hemocito­
ciadas, trazidas da medula óssea através do poético.

i
,,11
Q timo é um órgão linfóide primário, apesar
de poder ser também considerado como uma
glândula endócrina.
Células indiferenciadas migram da medula
óssea atrav és do sangue e vão para o timo,
onde proliferam e se diferenciam em linfó­
citos T. Após saírem do timo pelo sangue, os
linfócitos T vão estabelecer-se em áreas de
órgãos linfóides secundários, as áreas timo­
-dependentes, existentes nos nódulos linfá­
ticos, na polpa branca do baço e nos tecidos
linfo-epiteliais, como as placas de Payer
(nódulos linfáticos agrupados).

38.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS


O timo (Fig. 583.1.) ocupa a porção inferior
do pescoço e a porção ântero-superior da
cavidade torácica. Fig. 583 - Situosão e relosães do timo
No pescoço, encontra-se situado anterior­
1. Timo 2. Traqueia 3. Artérias cor6tidos comuns 4. Veios br6quio­
mente à traqueia (Fig. 583.2).
•cef61icos 5. Pulmões 6. Istmo do glBndulo tir6ide
Na cavidade torácica, situa-se posterior­
mente ao esterno, anteriormente às artérias
car6tidas comuns (Fig. 583.3), às veias
bráquio-cefálicas (Fig. 583.4), à veia cava 38.2. l. FACE ANTERIOR
superior e à traqueia, e entre os pulmões
(Fig. 583.5). No pescoço, relaciona-se com os músculos
infra-hioideus, uma lâmina superficial da
fáscia cervical e com a pele.
Na cavidade torácica, relaciona-se com o es­
38.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA E terno (Fig. 584.1) e com as primeiras cartila­
RELAÇÕES gens costais.

� O timo é constituído pelos dois lobos do 38.2.2. FACE POSTERIOR


_g timo (Fig. 583.1), unidos na linha mediana
:j e apresentando três faces e duas extremi- No pescoço, relaciona-se com a traqueia (Fig.
9 dades.
583.2) e com as duas artérias carótidas comuns
(Fig. 583.3).
408 ÓRGÃOS LINFÕIDES
!l 1
li
TIMO 409

Na cavidade torácica, está relacionado com 38.3. EVOLUÇÃO E INVOLUÇÃO exist ente, em cujas malhas os linfócitos se Os capilares do timo apresentam um endo­
o pericárdio e com os grandes vasos (Fig. encontram, é formado pelos seus prolonga­ télio, sem fenestras, e uma lâmina basal
584.2).
Em relação ao peso, o timo atinge o seu mentos celulares. muito espessa. As células endoteliais apre­
máximo desenvolvimento logo ap ós o nas­ A partir da puberdade, o timo sofre uma sentam finos prolongamentos que perfuram a
involução e o tecido linfóide é parcialmente lâmina basal e acabam por entrar em contacto
38.2.3. FACES LATERAIS cimento e sofre uma involução acentuada na com as células reticulares endoteliais. As
puberdade, havendo uma diminuição de pro­ ubstit uído por tecido adiposo.
células reticulares endoteliais envolvem os
dução de linfócitos. O córtex toma-se mais capilares, constituindo uma camada incom­
No pescoço, relaciona-se com as artérias
delgado e o parênquima é substituído por 38.4.1. CÕRTEX DO TIMO pleta, separando os linfócitos do sangue.
carótidas comuns (Fig. 583.3) e com as veias
tecido adiposo, formando o corpo adiposo As veias penetram nos septos e acabam por
bráquio-cefálicas (Fig. 583.4).
(Waldeyer). No recém-nascido, pesa cerc a de
Na cavidade torácica, relaciona-se com as
15 gramas, na puberdade cerca de 40 grama
o córtex do timo (Fig. 585.4) apresenta atravessar a cápsula.
pleuras, com os pulmões (Fig. 584.3) e com linfócit os (Fig. 585.6), muito numerosos, e Os vasos linfáticos aferentes não existem e o
e nos indivíduos idosos, cerca de 10 a 15 gra. células reticulares epiteliais (Fig. 585.7) de timo não constitui um filtro para a linfa,
os nervos frénicos (Fig. 584.4).
mas. sustentação, pouco numerosas, com prolonga­ como acontece com os nodos linfáticos.
Apesar de involuir com a idade, o timo con­ mentos muito finos e compridos.
38.2.4. EXTREMIDADE SUPERIOR tinua funcionando e as suas células são capa­
zes de reagir quando estimuladas, aumen.
Relaciona-se com o istmo da glândula tiróide
tando a produção de linfócitos. 38.4.2. MEDULA DO TIMO
O timo, além de sofrer uma involução rela­
(Fig. 583.6).
cionada com a idade, pode também sofrer A medula do timo (Fig. 585.5) apresenta
uma involução acidental, pois é muito sen­ linfoblastos, linfócitos jovens (Fig. 585.6) e
38.2.S. EXTREMIDADE INFERIOR sível às radiações, infecções e doenças pro­ células reticulares epiteliais (Fig. 585.7).
longadas, tendo nesses casos um peso muito Encontram-se os corpúsculos tímicos (Hassall)
Relaciona-se com o pericárdio ao nível da inferior ao normal. (Fig. 585.8), típicos do timo, formados por
4ª ou 5ª cartilagens costais. células reticulares epiteliais, organizadas em
camadas concêntricas.
38.4. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
7 5
38.4.3. MICROVASCULARIZAÇAO
O timo é um órgão linfóide primário cons•
tituído por dois lobos, envolvidos por uma As artérias penetram no timo através da sua Fig. 58S • Constituisõo anatómica do timo no crionso
cápsula (Fig. 585.1) de tecido conjuntivo cápsula, distribuindo-se no córtex do timo, e 1. Cápsula 2. Trobêculos 3. Lóbulos do timo 4. Córtex do timo 5. Medula
denso, da qual partem trabéculas (Fig. 585.2) depois os seus ramos mais finos irrigam a do limo 6. Linfócitos 7. Células reticulares epiteliois 8. Corp6sculos
que dividem o órgão nos lóbulos do timo medula do timo. tímicos (Hossoll)
(Fig. 585.3), sendo a separação entre eles
imperfeita, devido ao facto de as trabéculas
serem incompletas.
Cada lóbulo é constituído por uma porção
periférica de tecido linfóide denso, o córtex
do timo (Fig. 585.4), e uma porção central de
tecido difuso, a medula do timo (Fig. 585.5),
3 onde se encontram os corpúsculos tímicos
(Hassall), típicos do timo.
O córtex e a medula do timo contêm as
células mais abundantes, os linfócitos T, em
Fig. S84 - Relosões em corte transversal do timo ao nível do cavidade
diversos estádios de maturação, e as células
,J

õ
torácico
reticulares epiteliais, que não se associam ª ::i
1. Esterno 2. Aorta e veia cavo superior 3. Pulmões 4. Nervos lrênicos fibras reticulares, de modo que o retículo Q
!I
I'
1 1

TEaDOS LINFG-EPlmJAIS

Os tecidos linfo-epiteliais são constituídos


pelos nódulos linfáticos (na mucosa intes­
39.1. NÓDULOS LINFÃTICOS DO
tinal, na árvore tráqueo-brônquica e nos INTESTINO DELGADO
órgãos génito-urinários, entre outros) e o anel
linfático da faringe (Waldeyer), constituído Os nódulos linfáticos do intestino delgado
pelas tonsilas palatinas, pela tonsila faríngea, encontram-se isolados, os nódulos linfáticos;
pela tonsila lingual e pelas tonsilas tubárias ou agrupados, constituindo as placas de
{Gerlach). Payer (nódulos linfáticos agrupados).
Os tecidos linfo-epiteliais podem ser nódulos Os nódulos linfáticos encontram-se espalha­
linfáticos, com uma forma esférica e apre­
dos por todo o intestino delgado, apresen­
sentando uma cápsula (Fig. 586.1) de tecido
tando-se como pequenos corpúsculos esbran­
conjuntivo, apresentando no seu interior, o
quiçados, fazendo saliência na superfície
centro germinativo (Flemrning) (Fig. 586.2),
da mucosa. São constituídos pela cabeça
rico em linfócitos imaturos com núcleos
claros, ao contrário dos linfócitos mais peque­ (Fig. 587.1), a porção do nódulo linfático que
nos com núcleos mais escuros que ocupam faz saliência no lume intestinal, o corpo
a periferia dos nódulos linfáticos (Fig. 586.3). (Fig. 587.2), a porção mais volumosa e o colo
A presença do centro germinativo (Flemming) (Fig. 587.3), que une a cabeça ao corpo. Se
indica que o nódulo linfático está em activi­ forem de pequenas dimensões, encontram-se
dade e nele são frequentes as mitoses, apare­ situados na mucosa, mas se forem mais
cendo e desaparecendo conforme o estado desenvolvidos alcançam a submucosa.
funcional do nódulo linfático. As placas de Payer (nódulos linfáticos agru­
Os nódulos linfáticos podem agrupar-se, cons­ pados) encontram-se localizados na porção
tituindo as placas de Payer (nódulos linfá­
ticos agrupados).

.,

Z fig. 586 · Nódulo linfático 3

1
,J

9 I C6psula 2. Centro germinativo (Flemming) mostrando no centro Fig. 587 · Nódulo linfático solitário '
~ 11m6dtos imaturos com núcleos claros 3. Centro germinativo (Flemming)
mostrando na periferia linfócitos pequenos com núcleos escuros 1. Cabeia 2. Corpo 3. Colo
412 ÓRGÃOS LINFÕIDES TECIDOS LINFO·EPITELIAIS 413

terminal do íleo, sendo o seu número com­ 3 anterior, dando o aspecto de um leque. Entre
preendido entre 30 a 40, sofrendo nos idosos as pregas encontram-se os sulcos (Fig. 592.3).
uma involução. As placas de Payer (nódulos Em corte vértico-transversal observam-se as
linfáticos agrupados) mais pequenos são criptas, sendo a tonsila faríngea constituída
arredondados e os maiores são ovalares ou por parênquima e por epitélio. O parênquima
elípticos. Podem encontrar-se placas de Payer é formado por nódulos linfáticos e o epitélio
(nódulos linfáticos agrupados) lisos (Fig. é pseudo-estratificado prismático com células
588.1), com uma mucosa de revestimento ciliadas e caliciformes.
lisa, ou placas de Payer (nódulos linfáticos
agrupados) plissados (Fig. 588.2), com uma
39.2.3. TONSILA LINGUAL
mucosa de revestimento, com pregas. As pla­
cas de Payer (nódulos linfáticos agrupados) A tonsila lingual situa-se na raiz da língua,
são constituídas por tecido linfóide, com sendo de pequena dimensão e recoberta por
centros germinativos (Flemming), muito um epitélio estratificado. O epitélio forma
desenvolvidos, e envolvidos por uma camada uma invaginação que se aprofunda muito,
de fibras reticulares condensadas. A lâmina condicionando as criptas, entre as quais se
própria e a submucosa na vizinhança dos nó­ encontram nódulos linfáticos.
dulos linfáticos está infiltrada por linfócitos.
Fig. 589 - Anel linfático do loringe (Woldeyer) Fi;. 590 - Tonsilos polotinos
1. Tonsilos polotinos 2. Tonsilo loringeo 3. Tonsilo lingual 4. Tonstta1 1. Tonsilos polotinos 2. Prego anterior do véu palatino ou arco poloto­
39.2.4. TONSILAS TUBÃRIAS (GERLACH)
tubários (Gerloch) �sso 3. Prego posterior do véu palatino ou arco poloto-forlngeo
As tonsilas tubárias (Gerlach) situam-se ao
nível dos óstios faríngeos da tuba auditiva,
3 apresentando criptas.
dos quais atravessam o epitélio para alcançar
a cavidade oral e a faringe.

39.2.1. TONSILAS PALATINAS


As tonsilas palatinas (Fig. 590.1), em nú­
Fig. 588 - Placas de Poyer (nódulos linfáticos agrupados) mero de duas, uma direita e outra esquerda,
ocupam a fossa tonsilar, resultante do afas­
1. Placas de Poyer (n6dulos linfáticos agrupados) lisos 2. Placas de
tamento da prega anterior do véu palatino ou
Poyer (n6dulos linfáticos agrupados) plissodos
arco palato-glosso (Fig. 590.2) e da prega 3
posterior do véu palatino ou arco palato­
-faríngeo (Fig. 590.3). A tonsila palatina está Fig, S91 · Constitui,õo onot6mico do tonsilo palatino

39.2. ANEL LINFÃTICO DA FARINGE revestida, na sua face lateral, pela cápsula 1. C6psulo 2. Epitélio estrotilicodo plano 3. Criptas 4. N6dulos linfáticos
(Fig. 591.1), de tecido conjuntivo, originando
(WALDEYER) trabéculas conjuntivas que acabam por con­
.,
<
dicionar os lóbulos, preenchidos por tecido � 39.2.2. TONSILA FARÍNGEA
O anel linfático da faringe (Waldeyer) é linfóide. ,..
constituído pelas tonsilas palatinas (Fig. A face medial da tonsila palatina está co­ õ A tonsila faríngea (Fig. 592.1) ocupa a região
589.1), a tonsila faríngea (Fig. 589.2), a ton­ berta por um epitélio estratificado plano �., mediana do fómice da faringe, alcançando o
sila lingual (Fig. 589.3) e as tonsilas tubárias (Fig. 591.2), onde se abrem as cripta s (Fig. seu maior desenvolvimento na infância e
(Gerlach) (Fig. 589.4). 591.3), em número de 10 a 20, estando estas começando a involuir pelos 15 anos de idade.
As tonsilas são órgãos linfóides secundários, envolvidas pelos nódulos linfáticos (Fig. Apresenta numerosas pregas (Fig. 592.2), que Fig. 592 - Tonsilo forlngeo
subepiteliais, produzindo linfócitos, muitos 591.4). Partem de um ponto comum e irradiam para 1. Tonsilo forlngeo 2. Pregos 3. Sulcos

,�,.
1
.l

NODOS LINFÁTICOS

O nodo linfático é um órgão linfóide se- 4

cundári o que recebe permanentemente lin-


vascular ,
e tamb,e1? at�aves
fócitos do sistema
dos vasos linfáticos aferentes. Na vida intra­
-uterina e em menor grau após o nascimento,
os linfócitos originam-se nos órgãos linfóides
primários, os linfócitos T no timo e os linfó­
citos B, na medula óssea. Alguns linfócitos
permanecem pouco tempo, enquanto outros
se mantêm muito tempo no nodo linfático.

40.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS


Os nodos linfáticos também conhecidos por
tinfonodos (Fig. 593.1) são formações com
uma forma esférica ou reniforme e volume 3
variável que estão escalonados ao longo dos
vasos linfáticos. Fig. 593 - Nodo linfático
Os nodos linfáticos recebem vasos na sua
J. Nodo linfático ou linfonodo 7. Hilo 3. Vasos linfáticos aferentes
convexidade e emitem outros ao nível do bilo
4. Vaso linfático eferente
(Fig. 593.2). Os vasos que chegam ao nodo
linfático denominam-se vasos linfáticos
aferentes (Fig. 593.3) e os vasos que partem depois originam o retículo (Fig. 594.3), em
do nodo linfático chamam-se vasos linfáticos cujas malhas se alojam os linfócitos e outros
eferentes (Fig. 593.4).
elementos celulares. O retículo é um emara­
nhado de fibras reticulares que se distribuem
entre a cápsula e os septos, formando uma
rede densa no córtex do nodo linfático.
40.2. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA
, 40.2.2. CIRCULAÇÃO DA LINFA E
, 40.2.1. CARACTERISTICAS GERAIS VASCULARIZAÇÃO NOS NODOS LINFÃTICOS
- O nodo linfático é envolvido por uma cápsula
A circulação da linfa nos nodos linfáticos é
.., ffig. 594.1), constituída por fibras colagéneas,
- fibroblastos, algumas fibras de elastina e raras
fibras musculares lisas. A superfície interna da
unidireccional, entrando pelos vasos linfáticos
aferentes (Fig. 594.4) e saindo pelo vaso lin­
fático eferente (Fig. 594.5).
\\
cápsula origina trabéculas (Fig. 594.2), com
a mesma estrutura, com aspecto radiado, que
Internamente à cápsula, entre esta e o córtex, \
situa-se o seio marginal (Fig. 594.6), per-
416 ÓRGÃOS LINFÓIDES
1'
1,

correndo todo o córtex, à excepção do bilo. massas alongadas de tecido linfóide 0


A partir do seio marginal, originam-se os cordões linfáticos medulares. As células �xis�
seios corticais (Fig. 594.7), ao nível do ne n tico são os linfócitos B e
; : ; :;:�; �:!�
córtex, entre os nódulos linfáticos e as trabé­ s a 1:
culas, continuando-se depois com os seios No córtex, encontram-se os nódulos linfá. !
1!
medulares (Fig. 594.8), mais desenvolvidos ticos (Fig. 594.9), que na zona central apre­
e localizados na medula, e acabando por con­ sentam o centro germinativo (Flem ming)
duzir a linfa para os vasos linfáticos eferen­ com linfoblastos e linfócitos, que abandona� O baço é um órgão linfóide, intimamente
tes. Os seios são constituídos, internamente, os nodos linfáticos para penetrarem nos sei os relaciona com o sistema porta. Está situado
do
por células endoteliais e, através da sua pa­ corticais e, depois de passarem para os seios póstero-lateralmente ao estômago, superior­
rede, há uma passagem constante, em ambas medulares, saem do nodo linfático através dos mente à flexura esquerda ou esplénica do
as direcções, de linfócitos, macrófagos e outras vasos linfáticos eferentes. cólon e ao pólo superior do rim esquerdo.
células, estando cruzados por numerosas Na medula, encontram-se os cordões linfá­ As importantes funções do baço deverão ter
trabéculas que transformam o lume dos seios ticos medulares (Fig. 594.1O), com linfócitos como base uma cirurgia conservadora deste
num sistema labiríntico, que pode fixar os menos concentrados, e macrófagos. órgão.
diferentes tipos de células. Quando existe uma estimulação antigénica, 0 Entre as funções do baço são de realçar: a
As artérias que vascularizam o nodo linfático nodo linfático aumenta, originando o nodo produção de linfócitos que alcançam o san­
penetram no bilo e originam as arteríolas linfático reactivo, com maior número de gue e a chegada ao baço de linfócitos prove­
rectas, que atravessam a medula e o córtex linfócitos e de macrófagos. nientes dos órgãos linfóides primários, e 3
ao nível das trabéculas e se dirigem para os também, no feto, a produção de neutrófilos,
nódulos linfáticos e cordões nodulares. Das bas6filos, eosinófilos e eritrócitos; a hemo­
arteríolas que se dispõem à volta dos nódulos caterese, ou seja, a destruição dos eritrócitos
linfáticos, originam-se os capilares radiários, quando envelhecidos, sabendo-se que têm
formando ansas de convexidade voltada para uma vida média de 120 dias; os importantes
o centro com anastomoses transversais dis­ fenómenos de defesa, pois enquanto os nodos
postas em rede, e pela outra extremidade, as linfáticos filtram a linfa, o baço filtra o san­
ansas reúnem-se em vénulas que, por sua vez, gue; o armazenamento de sangue, possível
ligando-se entre si, constituem veias, que 1t pela natureza esponjosa da polpa vermelha, e
saem através do bilo do nodo linfático. a sua expulsão, que depende sobretudo das 5
modificações no calibre dos vasos e não da
contracção da cápsula e trabéculas, visto o
40.2.3. CÕRTEX E MEDULA DO NODO baço humano ser pobre em fibras elásticas.
Fig. 595 - Situosõo do boso no loco esplénico

LINFÃTICO 1. Boso 2. Diafragma 3. Flexuro esquerda ou esplénica do cólon

3 4. Estômago 5. Rim esquerdo


2
O nodo linfático apresenta o córtex e a me­ 41.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
dula.
Fig. 594 • Consliluisõo onotómico do nodo linfático do rim esquerdo (Fig. 595.5) e pela glândula
O córtex encontra-se à periferia, apresen­
suprarrenal esquerda.
tando um parênquima compacto, com os 1. C6psula 2. Trabéculas 3. Retlcula 4. Vasos linfáticos aferentes 5. Vaso 41.1.1. SITUAÇÃO
nódulos linfáticos. A medula ocupa a porção linf6tico eferente 6. Seio margino! 7. Seio cortical 8, Selo medulor
central, que no bilo alcança a periferia, com 9. N6dulo linfático I O. Cordõo linfático medular - O baço (Fig. 595.1) está situado profunda­ 41.1.2. PROJECÇAO PARIETAL
: mente no hipocôndrio esquerdo, ocupando
- a loca esplénica. Esta loca está limitada: A projecção do baço (Fig. 596.1) na parede
� súpero-lateralmente, pelo diafragma (Fig. torácica é muito importante em clínica.
595.2); inferiormente, pela flexura esquerda O grande eixo do baço projecta-se ao nível da
ou esplénica do cólon (Fig. 595.3); anterior­ 10ª costela esquerda (Fig. 596.2). A área de
mente, pela face posterior do estômago (Fig. projecção do baço é limitada, medialmente,
595.4); e posteriormente, pela face anterior ao nível do 1 Oº espaço intercostal esquerdo,
1
1
418 ÓRGÃOS LINFÓIOES 1
BA O 419

a cerca de 5 cm dos processos espinhosos O seu grande eixo é dirigido com obliquidade renal (Fig. 598.3), relacionada com o rim e
(Fig. 596.3) e, lateralmente, ao nível da 10" ântero-ínfero-lateral.
com a glândula suprarrenal esquerdos.
costela esquerda, próximo da linha axilar A cor do baço é vermelha escura, no vivo, e
O baço apresenta três margens: a margem
média (Fig. 596.4). acastanhada, no cadáver.
anterior (Fig. 598.4), a margem posterior
A porção superior da projecção do baço, A consistência do baço é extraordinaria­
(Fig. 598.5) e a margem medial (Fig. 598.1).
situa-se ao nível da margem superior da mente frágil, pelo que é frequentemente fac­
A margem medial estende-se do pólo ou ex­
9• costela esquerda (Fig. 596.5), e a porção turado com pequenos traumatismos.
tremidade superior (Fig. 598.6) até ao pólo
inferior da projecção do baço situa-se ao ou extremidade inferior (Fig. 598.7).
nível da margem inferior da 11" costela es­
41.1.4. MEIOS DE FIXAtiO Normalmente, a margem medial, ao aproxi­
querda (Fig. 596.6). mar-se do pólo ou extremidade inferior,
O baço está mantido na sua posição por bifurca-se para originar uma superfície trian­
várias pregas peritoneais que, partindo do gular, a face basal ou cólica (Fig. 598.8).
órgão, se vão inserir na parede abdominal e
nos órgãos vizinhos.
Durante a inspiração, o baço desce e dirige 41.2.1. FACE LATERAL OU DIAFRAGMÁTICA
-se para anterior e, durante a expiração, fig. 597 - ea,os acessórios
regressa à sua posição inicial. 1. lap, 2. Basas acessórios A face lateral ou diafragmática (Fig. 599.1),
As mudanças de posição corporal permitem convexa, relaciona-se com o diafragma (Fig.
palpar melhor este órgão, pois quando se 599.2), estando separada deste músculo pelo
7
coloca o indivíduo em decúbito lateral di­ A face lateral ou diafragmática relaciona­ recesso costo-diafragmático esquerdo (Fig.
reito, o baço desloca-se para ântero-inferior, -se com o diafragma. A margem medial do 599.3) e pulmão esquerdo (Fig. 599.4).
permitindo palpá-lo melhor quando o indi­ baço (Fig. 598.1) separa a face ântero­
víduo inspira. -medial ou gástrica (Fig. 598.2), relacionada
com o estômago, da face póstero-medial ou 41.2.2. FACE ÂNTERO-MEDIAL OU GÁSTRICA
41.1.S. NÚMERO A face ântero-medial ou gástrica, côncava,
6 é muito desenvolvida, apresentandq, anterior­
Normalmente encontra-se um baço (Fig. mente à margem medial do baço, o bilo
597.1), podendo faltar em casos raros. Con­ esplénico, ou seja, o local de entrada e de
Fig. S96 - Projecsõo do boso no parede torácico tudo, podem aparecer perto do baço peque­
1. Boso 2. 1 Oª costeio esquerdo 3. 1 Oº esposo intercostol esquerdo nas massas arredondadas, com a mesma
o cerco de S cm dos processos espinhosos 4. 1Oº costeio esquerdo estrutura, os baços acessórios (Fig. 597 .2).
próximo da linha axilar média S. Margem superior da 9º costela Estes baços em número e tamanho variáveis
esquerda 6. Margem inferior da 11' costela esquerda encontram-se no omento gastro-esplénico e
no omento pancreático-esplénico.

41.1.3. FORMA, DIRECtiO, COR E 41.1.6. DIMENSÜES E PESO


CONSISTtNCIA
O baço tem cerca de 12 cm de comprimento. •<
z
O baço tem uma forma muito variável, po­ 8 cm de largura e 3 cm de espessura.
dendo ser comparado a um ovóide, com a sua
superfície convexa, olhando para lateral e a
sua superfície plana, olhando para ântero­ 41.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA E RELAÇÕES : Fig. 598 - Faces, margens e pólos ou exlremidodes do boso
-medial. Quando a porção inferior da margem I. Maiuem medial 2. Face Bntero-mediol ou gástrico 3. Face póstero­
medial se bifurca, condiciona uma pequena face O baço tem a forma de um tetraedro, po­ -medial ou renal 4. Margem anterior S. Margem posterior 6. Pólo ou Fig. S99 · Relasões do face lateral ou diafragmática do basa
'
basal ou cólica, passando o baço a ter a forma dendo apresentar quatro faces, dois pólos ou !Xlrtmldode superior 7. Pólo ou extremidade inferior 8. Face basal 1. Face lateral ou diafragmática 2. Diafragma 3. Recesso costo­
de um grão de café, ou melhor de um tetraedro. extremidades e três margens. 111 c66ca ·diafrogmático esquerdo 4. Pulmão esquerdo
·1!1
11
1
420 ÓRGÃOS LINFÕIDES
BA O 421

saída dos vasos e nervos que constituem o o tipo disperso (Fig. 600.4,5,6,7,8 e 9), em
pedículo do órgão. que se encontram fossas distintas e b em 4].2.6. PÕLO OU EXTREMIDADE INFERIOR 41.3. TERRITÕRIOS ESPLÉNICOS
Segundo J. A. Esperança Pina (1_979), º b�ço separadas, em número de três a oito.
, 0 p6lo ou e�tremidade inferio� situa-se na
pode apresentar vários tipos de bilo esplemco. Pode, então, definir-se como bilo esplénico,
0 tipo condensado (Fig. 600.1) resulta da orção infenor da margem medial do baço, 41.3. l. ARTÉRIA ESPLÉNICA CONDICIONANDO
uma linha que une as diferentes fossas de
divisão da artéria esplénica muito perto do p as atenua-se quando esta margem se bifurca
entrada ou de saída dos vasos e nervos esplé­ OS TERRITÕRIOS ESPLÉNICOS
bilo esplénico, sendo este muito reduzido. � originar a face basal ou cólica.
nicos.
0 tipo alongado, condicionado por _ ��a A face ântero-medial ou gástrica do baço Todo o sangue arterial do baço provém da
artéria esplénica curta, que faz a sua divisao (Fig. 601.1) pode ser dividida em duas por­
41.2.7. MARGENS artéria esplénica, que termina ao nível do
bastante afastada do bilo esplénico, chegando ções: uma porção anterior ou pré-bilar, a pâncreas, no omento pancreático-esplénico,
:1

este a ocupar a quase totalidade da face ântero­ mais desenvolvida, situada anteriormente ao quando existe, ou próximo do bilo esplénico.
-medial ou gástrica do baço. En�ontram�se bilo esplénico e relacionando-se com a face A JDBrgem anterior é crenada (Fig. 601.5), Os ramos terminais da artéria esplénica con­
duas variedades: o tipo contmuo (Fig. situando-se entre a face lateral ou diafrag­
posterior do fundo gástrico (Fig. 601.2); e uma dicionam os territórios do baço e, secunda­
600.2), com uma bainha comum a todas as mática e a face ântero-medial ou gástrica.
fossas, e o tipo repartido (Fig. 600.3), com porção posterior ou retro-bilar que se rela­ riamente, alguns ramos colaterais desta arté­
A margem posterior (Fig. 601.6) situa-se
fossas separadas, mas encontrando-se cada ciona indirectamente com a cauda do pâncreas ria podem contribuir para a individualização
entre a face lateral ou diafragmática e a face
uma delas envolvida por uma bainha. (Fig. 601.3), através da bolsa omental. de compartimentos territoriais acessórios.
póstero-medial ou renal.
Segundo J. A. Esperança Pina (1979), a arté­
A margem medial (Fig. 601.7) situa-se
ria esplénica poderá originar, com áreas de
entre a face ântero-medial ou gástrica e a face
41.2.3. FACE PÕSTERO-MEDIAL OU RENAL distribuição variáveis, duas artérias lobares
póstero-medial ou renal. (95%) (Figs. 602.A, B e C), três artérias lo­
A face póstero-medial ou renal, côncava, é bares (3,9%) (Fig. 602.D), e quatro artérias
a mais pequena das três, relacionando-se com lobares (0,7%) (Fig. 602.E).
a face anterior do rim esquerdo (Fig. 601.4)
e com a glândula suprarrenal esquerda.

2 3
41.2.4. FACE BASAL OU CÕLICA
A face basal ou cólica, plana ou ligeiramente A
deprimida, olha ântero-ínfero-medialmente,
B e
relacionando-se com a flexura esquerda ou
esplénica do cólon (Fig. 595.3), repousando
sobre o ligamento hepático-cólico.

41.2.S. PÕLO OU EXTREMIDADE SUPERIOR


O pólo ou extremidade superior situa-se na
porção superior da margem medial do baço.
.
É arredondado, olha póstero-medi�ente,
e está projectado ao nível da extremidade 2
posterior do 1Oº espaço intercostal esquerdo, õ
Fig. 600 . Tipos de hilo esplénico numa área compreendida entre o estômago.
anteriormente, a glândula suprarrenal esquer· : ílg. 601 • Relo{ões do face 6ntero-mediol ou gástrico do ba{o

da, inferiormente, e o diafragma, póstero­


1. Tipo condensado 2. Tipo olongodo continuo 3. Tipo olong�do
repartido 4. Tipo disperso com 3 hilos 5. Tipo disperso �om 4 h1!os � 1. Ba,o 2. Fundo g6strico 3. Cauda do p6ncreos 4. Rim esquerdo Fig. 602 - Áreas de distribui{ÕO das artérias lobores do ba,o
6. Tipo disperso com S hilos 7. Tipo disperso com 6 h1los 8. Tipo -superiormente. : S. Margem anterior do ba{o 6. Margem posterior do hD{O 7. Margem
A.B.C. Artérias lobores do bo,o em número de duas D. Artérias lobares
disperso com 7 hilos 9. Tipo disperso com 8 hilos medial do bo,o
do bo,o em número de três E. Artérias lobares em número de quatro
l
422 ÓRGÃOS LINFÕIOES BAÇO 423
ii
Contudo, o baço pode ainda ser vasculari­ classificação por andares, baseada na divisão por elementos vasculares, terem de ser autó­
i
zado pelas artérias polares, que vascularizam dicotómica dos diferentes ramos arteriais. Os nomos, isto é, poderem funcionar e, no domí­
áreas autónomas localizadas nos pólos ou três primeiros andares, os mais importantes nio patológico, deverem possuir autonomia, e
extremidades do baço. vão condicionar a divisão do baço em terri� a sua lesão poder apresentar sinais radioló­
A artéria polar superior foi encontrada em tórios. gicos que permitam localizar esta lesão.
27,3% dos casos, apresentando uma área de Os primeiros ramos resultantes da divisão Consideram-se ainda dois segmentos pola­
vascularização variável (Fig. 603). da artéria esplénica são as artérias lobares. res, um segmento polar superior e outro
As artérias resultantes da divisão das arté­ segmento polar inferior. Estes segmentos são
rias lobares são as artérias segmentares. A unidades autónomas, apresentando um pedí­
artérias resultantes da divisão das arté­ culo vascular constituído por vasos polares,
rias segmentares são artérias subsegmen­ perfeitamente individualizados.
tares. Nestes casos, difere-se um pouco da defi­
nição do segmento pois as artérias polares
podem ser consideradas artérias segmentares, 1·
41.3.2. LOBOS ESPLÉNICOS por irrigarem territórios perfeitamente inde­
pendentes.
O estudo do pedículo vascular mostra que 0 Contudo, as fissuras que separam os segmen­
baço pode ser considerado um órgão de orgo­ tos polares dos lobos esplénicos não são com­
nização territorial. pletamente exangues, pois podem apresentar
O baço pode ser dividido em lobos, que são anastomoses, a ponto de serem preenchidos
condicionados pelas artérias lobares. segmentos polares por intermédio de ramos
Nos casos em que se encontram duas artérias arteriais pertencentes a lobos esplénicos.
Fig. 603 - Área de vosculorizo�ão do ortério polar superior do bo�o lobares, estas condicionam o lobo superior e O segmento polar superior é condicionado
o lobo inferior (Fig. 602.A, B e C). pela artéria polar superior, perfeitamente
Nos casos em que se encontram três artérias individualizada, com origem num ramo
A artéria polar inferior foi encontrada em Fig. 605 - Lobos superior, médio e inferior do bo�o preenchidos segundo
lobares, estas condicionavam o lobo supe­ o técnico de injec�ão-corrosão-fluorescêncio, observando-se o ba�o terminal ou colateral da artéria esplénica.
51,5% dos casos, apresentando uma área de
rior, o lobo médio e o lobo inferior (Figs. pelo suo face lateral ou diafragmática num molde vascular preparado O segmento polar inferior é também condi­
vascularização variável (Fig. 604).
602.D e 605.1,2 e 3). por J. A. Esperan�a Pina cionado pela artéria polar inferior, que se ori­
No único caso em que se encontraram quatro gina num ramo terminal ou colateral da arté­
As numerosas variações do sistema arterial 1. labo superior 2. Lobo médio 3. Lobo inferior 4. Fissura interlobar
artérias, estas condicionavam o lobo supe• ria esplénica ou da artéria gastro-omental
do baço tornam difícil uma sistematização. superior 5. Fissura interlobar inferior
rior, o lobo mediano anterior, o lobo me• esquerda.
J.A. Esperança Pina (1979) adaptou uma
diano posterior e o lobo inferior (Fig Nos casos com 2 lobos esplénicos, o lobo
602.E). 41.3.3. SEGMENTOS ESPLÉNICOS superior e o lobo inferior apresentam um
segmento superior e um segmento inferior,
Nos baços com dois lobos, estes estão sepa• A segunda unidade territorial é o segmento em 30,4% dos casos (Figs. 606.A, 608.2 e
rados por um plano exangue, a fissura inter• esplénico, tendo sido denominado por já ter 608.3).
lobar, completamente avascular. sido utilizado este termo noutros órgãos de Aos dois segmentos referidos nos lobos
1/1
Nos baços com três lobos, existe a fissura ,,, organização territorial. superior e inferior, foram também encon­
interlobar superior (Fig. 605.4) e a fissura � Cada um dos lobos é constituído por seg- trados: o segmento polar inferior, em 25%
interlobar inferior (Fig. 605.5). � mentos, sendo estas unidades condicionadas dos casos (Fig. 606.B); o segmento polar
superior, em 19,3% dos casos (Fig. 606.C);
No caso em que se encontram 4 lobos. às ; pelas artérias segmentares que resultam da
fissuras precedentes acrescenta-se u ma ter­ B- divisão das artérias lobares. e os dois segmentos polares, em 11,7% dos
ceira, a fissura mediana. ] Os segmentos são, portanto, verdadeiras uni­ casos (Fig. 606.D).
'I, A primeira grande unidade territorial é o lobo .J dades anatómicas e clínicas que devem obe- Nos casos com 3 lobos esplénicos, quando
11,
"""'t'- esplénico, condicionado pelas artérias lobare 5 decer aos princípios gerais da unidade seg­ o lobo médio tinha um segmento, este foi
e limitados pelas fissuras. : mentar aplicada a outros órgãos, isto é, terem denominado segmento médio (Fig. 607.A);
Fig. 604 - Área de vosculoriza�ão do artéria polar inferior do bo�o Q de possuir um pedículo segmentar formado se existiam dois segmentos, denominam-se
424 ÓRGÃOS LINFÔIDES BAÇO 425

Como dado fundamental, os diferentes seg. condicion ados pelas artérias subsegmen­ (Fig. 609.6), face póstero-medial ou renal do
mentos esplénicos caracterizam-se p or esta­ tares, resultantes da divisão das artérias seg­ baço (Fig. 609.7), margem medial do baço
rem separados por fissuras intersegmentare
(Fig. 608.1), as quais, ao contrário das fis�
mentares. Os subsegmentos apresentam um
pedículo vascular sem autonomia, pois as
(Fig. 609.8) e porção retro-bilar da face
ântero-medial ou gástrica do baço (Fig. .i
A B
suras interlobares, não são planos com ple­
tamente exangues, pois nelas se encontram
artérias subsegmentares vascularizam também 609.9), até alcançar o lábio posterior do hilo '!
subsegmentos adjacentes. esplénico (Fig. 609.10). A este nível, a lâmina
anastomoses. As fissuras intersubsegmentares são já difí­ anterior abandona o baço (Fig. 609.11), re­
ceis de encontrar, observando-se grande flecte-se para posterior, passando anterior­
quantidade de anastomoses arteriais, que con­ mente à face anterior do rim esquerdo (Fig.
41.3.4. SUBSEGMENTOS ESPLÉNICOS
d1J7.CID à impossibilidade de exérese cirúrgica. 609.12), até alcançar a margem lateral deste
rim (Fig. 609.13), onde se vai continuar com
Finalmente considera-se uma terceira uni­ o peritoneu parietal que reveste o diafragma
dade territorial, o subsegmento esplénico. (Fig. 609.14).
( D
Cada um dos segmentos será constituído por 41.4. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA
A margem posterior origina-se na face
unidades mais pequenas, os subsegmentos, posterior do estômago (Fig. 609.15), alcança
Fig. 606 - Segmentos esplénicos em ba,os com dois lobos e segmentos O baço é constituído por um invólucro, o
polares o lábio posterior do hilo esplénico (Fig.
peritoneu esplénico, e por parênquima esplé­
A. Segmentos superior a inferior dos lobos superior a inferior B. Seg­ nico.
mentos superior e inferior dos lobos superior e inferior e segmento
polar inferior C. Segmentos superior e inferior dos lobos superior e
inferior a segmento polar superior D. Segmentos superior a inferior 41.4.1. PERITONEU ESPLÉNICO
das lobos superior e inferior a segmentos polares superior a inferior
O peritoneu envolve o baço em quase toda a
sua extensão, formando ainda três pregas
segmentos superior e inferior do lobo peritoneais que o ligam a órgãos vizinhos.
médio (Fig. 607.B). Dois ligamentos encontram-se a fechar ex­
As fissuras intersegmentares nos casos com ternamente a bolsa omental: o omento gastro­
dois segmentos são denominadas de fissura •csplénico e o omento pancreático-esplénico,
intersegmentar do lobo superior (Fig. 608.1), acabando ambos por se relacionar ao nível do
média e inferior. Quando existiam três hilo esplénico.
segmentos, são denominadas de fissura inter­ O omento gastro-esplénico une o fundo gás­
segmentar superior e fissura intersegmentar trico ao hilo do baço. Este omento é cons­
inferior, dos lobos superior e inferior. tituído por duas lâminas: uma lâmina anterior
que vem da face anterior do estômago (Fig.
609.1) e alcança o lábio anterior do hilo 6 13
esplénico, e uma lâmina posterior que vem da
face posterior do estômago e alcança o lábio Fig. 609 - Peritoneu esplénico
posterior do hilo esplénico (Fig. 609.2).
Depois de alcançar o hilo esplénico, as duas 1. Faca anterior do est6mago 2. Lõbio posterior do hilo esplénico
3. Por,õo pré-hilar da face 6ntero-medial ou g6strica do boio 4. Mar­
làminas que constituem o omento gastro­
gem anterior do boio 5. Face lateral ou diafragm6tica do boio 6. Mar­
·esplénico afastam-se uma da outra para
gem posterior do baio 7. Foca p6stero-medial ou renal do baio
A B se
,. guir trajectos diferentes. 8. Margem medial do baio 9. Par,õo retro-hilar da faca 6ntaro-madial
Fig. 608 - Segmentos superior e inferior do lobo superior preenchidos õ A lâmina anterior, ao nível do lábio anterior ou g6strica do ba,o 1O. L6bio posterior do hilo asplénico 11. L6mino
segundo a técnico de injec,õo-corosõo-fluorescência, obsarvondo•se r do bilo esplénico, vai revestir a porção pré-
Fig. 607 - Segmentos esplénicos em ba,os com três lobos anterior do omento gostro-esplénico, abandonando o baio 12. Face
o ba,o pelo suo face lateral ou diafragmático num molda vosculor -hilar da face ântero-medial ou gástrica do anterior do rim esquerdo 13. Margem lateral do rim esquerdo 14. Dia­
preparado por J. A. Esperan,a Pino baço (Fig. 609.3), margem anterior do baço
A. Segmentas superior a inferior dos lobos superior a inferior e fragma 15. Foca posterior do ast8mogo 16. L6bio posterior do hilo
segmento médio do lobo médio B. Segmentos superior a inferior dos 1. Fissura intersagmentar do lobo superior 2. Segmento superior do (Fig. 609.4), face lateral ou diafragmática do esplénico 17. Face anterior do p6ncreas 18. Parede posterior da bolso
lobos superior, médio a inferior lobo superior 3. Segmento inferior do lobo inferior baço (Fig. 609.5), margem posterior do baço omental

tl
426 ÓRGÃOS LINFÔIOES 8A O 427

609.16), dirige-se com obliquidade póstero­ A polpa esplénica é constituída por um


-medial, revestindo então a face anterior do retículo, formado por fibras reticulares. Na
pâncreas (Fig. 609.17), a aorta abdominal, a polpa branca, ou seja ao nível das bainhas
veia cava inferior, formando, a este nível, linfáticas peri-arteriais e dos nódulos linfá­ 1

a parede posterior da bolsa omental (Fig. ócos (Malpighi), o retículo tem malhas largas ,i
609.18). 00 centro e malhas estreitas na periferia. Na
polpa vermelha, o retículo apresenta mal�as
2
estreitas e ocupa os espaços entre os seios
41.4.1.1. OMENTO GASTRO-ESPLtNICO esplénicos, constituindo o estroma dos cor­ I·
dões esplénicos (Billroth). O retículo da
O omento gastro-esplénico (Fig. 610.1) polpa vermelha continua-se com o retículo da
apresenta, no seu interior, os vasos gástricos polpa branca e liga-se com o tecido fibroso
e, perto da sua porção inferior, os vasos da cápsula e das trabéculas.
gastro-omentais esquerdos. É constituído por
uma lâmina anterior (Fig. 610.2), que se 3 4 s
estende desde a face anterior do estômago até 41.U. 2. POLPA BRANCA
à margem anterior do hilo esplénico, e por Fig. 611 • Conslitui(ÕO anatómica do ba(O
uma lâmina posterior (Fig. 610.3), que vem A polpa branca é formada pelas bainhas
da face posterior do estômago e se dirige para linfáticas peri-arteriais (Fig. 611.3), que 1. Cápsula 2. Trabécula 3. Bainhas linfáticas pari-arteriais 4. Nódulo
o lábio posterior do hilo esplénico. estão dispostas em volta das artérias centrais, linfático (Malpighi) 5. Cordões esplénicos (Billroth) 6. Saias esplénicos
e que estão unidas aos nódulos linfáticos
Fig. 61 O • Omento gastra-esplênico e omento poncreátlto-esplé · 0
(Malpighi) (Fig. 611.4), onde a artéria central
41.4.1.2. OMENTO PANCREÃTICO-ESPL(NICO l. Omento gastro-esplénico 2. L6mino anterior da omento g6stro­ origina numerosos ramos colaterais para irri­ cujos núcleos fazem saliência para o lume,
•espl6nico 3. L6mino posterior do omento gostro-esplénlco 4. llnleoto gação dos nódulos linfáticos (Malpighi). uma lâmina basal completa e células fagocitá­
O omento pancreático-esplénico (Fig. 610.4), pancreático-espl6nico 5. L6mino anterior do omanto pancra6tico­ Os linfócitos da bainha linfática são linfó­ rias. São envolvidos por fibras de reticulina,
inconstante, une a cauda do pâncreas à face -espl6nico 6. L6mina posterior do omento pancre6tica-espl6nla, citos T, enquanto os linfócitos dos nódulos que se dispõem transversalmente, como os
ântero-medial ou gástrica do baço, apresen­ linfáticos são linfócitos B. aros de um barril, e que não são mais do que
tando, no seu interior, os vasos esplénicos. Entre a polpa branca e a polpa vermelha as fibras do retículo que, na periferia dos cor­
É constituído por uma lâmina anterior (Fig. fície interna, trabéculas, que dividem o parên­ encontra-se uma área mal delimitada, a zona dões esplénicos (Billroth), apresentam uma
610.5), que se estende desde o lábio posterior quima ou polpa esplénica em polpa branca e marginal, com poucos linfócitos, alguns disposição particular.
do hilo esplénico até alcançar a cauda do polpa vermelha, sendo as duas polpas muito macrófagos e numerosas células dendríticas,
pâncreas, e por uma lâmina posterior (Fig. ricas em vasos. com papel importante na actividade imuno­
41.U.4. MICROVASCULAIIZA�lO
610.6), que reveste a porção retro-hilar da lógica do baço.
face ântero-medial ou gástrica do baço e se
41.4.2.1. CÁPSULA, TRAB{CULAS E RETÍCULO Ao penetrar no hilo esplénico, a artéria
vai reflectir sobre a face anterior do rim 41.4.2.3. POLPA VERMELHA esplénica (Fig. 612.1) origina as artérias
esquerdo. A cápsula (Fig. 611.1) é um tecido fibroso trabeculares (Fig. 612.2), que seguem as
que adere completamente ao baço. Ao nível A polpa vermelha é constituída por um tecido trabéculas. Ao deixarem as trabéculas para
41.4.1.3. LIGAMENTO ESPLENO-CÕLICO do hilo esplénico, penetra com os vasos no reticular com características peculiares, cons­ penetrar no parênquima, as artérias são en­
seu interior, formando-lhe bainhas cilíndri­ tituindo os cordões esplénicos (Billroth), volvidas por um tecido com malhas preen­
O ligamento espleno-cólico é muito raro cas. É constituída por fibras colagéneas entre­ � separando os seios esplénicos. chidas por linfócitos, as bainhas linfáticas
e liga a porção inferior do baço à flexura laçadas, fibras elásticas, fibroblastos e pouca � Os cordões esplénicos (Billroth) (Fig. 611.5) peri-arteriais, passando a constituir as arté­
esquerda ou esplénica do cólon. quantidade de fibras musculares lisas. : têm uma espessura variável, conforme o rias centrais (Fig. 612.3), alcançando depois
A cápsula do baço envia, pela sua face pro­ õ estado de distensão dos seios esplénicos. os nódulos linfáticos (Malpighi), para origi­
Além das células reticulares, os cordões con-
1.,
funda, as trabéculas (Fig. 611.2), com urna � nar os capilares nodulares (Fig. 612.4) e
41.4.2. PAR{NQUIMA ESPLÉNICO constituição semelhante à da cápsula e que. têm macrófagos, plasmócitos, monócitos, dividir-se depois num ramalhete de arteríolas
ao nível do hilo esplénico, se relacionam com � linfócitos e outras células sanguíneas. peniciladas ou penicílio (Fig. 612.5), que
O baço apresenta uma cápsula de tecido os vasos. As trabéculas dividem o órgão em : Os seios esplénicos (Fig. 611.6) têm um lume tomam este nome por serem vasos delgados
conjuntivo denso que emite, pela sua super- espaços, que comunicam entre si. dilatado e irregular, apresentam um endotélio, e curtos com o aspecto de um pincel, que se 1

l-
428 ÓRGÃOS LINFÓIDES
,,
•I
l 1
encontram já na polpa vermelha. Estas arte­ rede capilar, mantendo-se assim a continui­
ríolas têm um endotélio apoiado numa es­ dade do lume vascular. No baço, a conexão
pessa lâmina basal e, externamente, apresen­ dos sistemas arterial e venoso está sujeito a
tam células descontínuas. Próximo da sua discussão, havendo três teorias que podem
terminação, as arteríolas peniciladas são for­ explicar como o sangue passa do sistema
madas por um espessamento fusiforme, cons­ arterial ao sistema venoso.
tituído por células fagocitárias, conhecido por A teoria da circulação aberta defende que os
bainha ou manto de Schweigger-Seidel
(Fig. 612.6). As arteríolas originam os capi­
lares que lançam o sangue nos espaços situa­
capilares provenientes das arteríolas penici­
ladas ou penicílio (Fig. 613.1) se abrem di­
rectamente nos espaços situados entre as
VIII
dos entre os cordões esplénicos (Billroth), células reticulares dos cordões esplénicos
ou directamente nos seios esplénicos (Fig. (Billroth), e que o sangue é gradualmente
612.7), que se encontram na polpa vermelha.
Dos seios esplénicos, o sangue passa para as
filtrado para os seios esplénicos (Fig. 613.2).
A teoria da circulação fechada afirma que os
GLÂNDULAS END6CRINAS (SISTEMA END6CRINO)
veias da polpa vermelha (Fig. 612.8), as capilares provenientes das arteríolas penici­
quais se vão reunindo umas às outras, e ladas (Fig. 613.3) comunicam directamente
penetram nas trabéculas para constituir as com o lume dos seios esplénicos (Fig. 613.4).
veias trabeculares (Fig. 612.9), que acabam A teoria mista defende a coexistência de
por constituir a veia esplénica que sai pelo ambos os tipos de circulação, ou seja, quando
bilo do baço. o baço está contraído, predomina a circulação
Em quase todos os órgãos, o sistema arterial fechada, e quando o baço está distendido,
está ligado ao sistema venoso através de uma prevalece a circulação aberta.

a
3

Fig. 612 - Vasculariza1õo do ba10

1. Artéria esplénica 2. Artéria trabecular 3. Artérias centrais 4. Capi­


Fig. 613 - Circula1õo aberta e circula1õo fechada no ba10
lares nodulares S. Arteríolas peniciladas ou penicílio 6. Bainha ou
manto de Schweigger-Seidel 7. Seios esplénicos 8. Veia da polpa 1. Arteríola penicilada ou penicílio 2. Seio esplénico 3. Artarlolo
vermelha 9. Veia trabecular penicilada ou penicílio 4. Lume do seio esplénico 1
\
HIPÓFISE$

As glândulas endócrinas são os elementos células que descarboxilam os precursores de


As bipófises são em número de duas, uma
morfológicos que constituem o sistema aminas. A maioria das células APUD produz principal localizada na cavidade craniana e
relacionada com o hipotálamo, a hipófise, e
endócrino, sendo este sistema formado por péptidos semelhantes que actuam como hor­ outra. pouco desenvolvida, situada no fómice
células isoladas ou agrupadas em glândulas, monas ou como neurotransmissores, enquanto da faringe, a hipófise faríngea.
sem duetos excretores, produzindo hormonas noutras células APUD a secreção principal é
que entram em circulação sanguínea, com uma amina, mas com uma acção semelhante.
uma transmissão lenta e actuação em células O sistema endócrino propriamente dito é
afastadas. constituído por células isoladas ou agrupadas 42.1. HIPÓFISE
Os mecanismos reguladores da homeostasia em glândulas, sem duetos excretores, produ­
são fundamentais para que o organismo hu­ zindo hormonas que entram em circulação A hipófise apresenta uma forma elipsoidal
mano mantenha a sua integridade no meio sanguínea, com uma transmissão lenta e com grande eixo transversal, continuando-se
ambiente que o rodeia. actuação em células afastadas. com a haste hipofisária.
Os fluidos intersticiais ou extracelulares e os O hipotálamo actua como um centro inte­
componentes fluidos do sangue e da linfa grador dos sistemas autónomo e endócrino.
mantêm-se equilibrados devido à actividade Por intermédio dos órgãos do hipotálamo 42.1.1. CONSIDERAÇÜES GERAIS
reguladora do sistema autónomo central e do secretor, produz hormonas que se difundem
sistema endócrino, sendo este constituído até à neuro-hipófise, através dos tractos 42.1.1,1. SITUAÇÃO
pelo sistema neuro-endócrino difuso e pelo hipotálamo-hipofisários (Roussy e Mosin­
sistema endócrino propriamente dito. ger). A hipófise (Fig. 614.1) situa-se na sela turca
Fig. 614 - Situação da hipófise
O sistema autónomo central actua com rapi­ do esfenóide, posteriormente ao quiasma óptico
dez e com respostas localizadas. É consti­ O sistema endócrino deverá ser classificado (Fig. 614.2) e anteriormente aos corpos mami­ 1. Hipófise 2. Quiasma óptico 3. Corpos mamilares 4. lnfundlbulo
tuído por um conjunto de núcleos situados em em três grupos: as glândulas endócrinas indi­ lares (Fig. 614.3). Entre a hipófise e os corpos
volta das cavidades ventriculares e do canal vidualizadas; as células endócrinas em órgã s mamilares, encontra-se o infundíbulo (Fig.
central utilizando a transmissão dos impulsos de outros sistemas; a placenta, durante a 614.4), com a forma de uma saliência conóide. A neuro-hipófise ou parte nervosa (Fig.
nervosos por libertação de substâncias neuro­ gravidez como órgão endócrino fundamental 615.1) encontra-se ligada ao hipotálamo (Fig.
transmissoras. As glândulas endócrinas individualizadas 615.2), ao nível do infundíbulo (Fig. 615.3),
42.1.l.2. DIMENSÜES E PESO
O sistema neuro-endócrino difuso tem um são as hipófises, a glândula pineal, a glândula por intermédio da haste hipofisária, que
funcionamento mais lento e com respostas tiróide, as glândulas paratiróides, as glândulas A hipófise apresenta um diâmetro transversal apresenta uma direcção com obliquidade
menos localizadas, sendo constituído por suprarrenais e os paragânglios. de 1,5 cm, um diâmetro ântero-posterior de póstero-superior. A haste hipofisária apre­
células secretoras de hormonas, fazendo com As células endócrinas em órgãos de outros 0,8 cm e um diâmetro vertical de 0,5 cm. senta, no seu interior, os tractos hipotálamo­
que estas actuem em células adjacentes como sistemas são as ilhotas pancreáticas (Langer­ . O peso médio da hipófise no adulto é de -hipofisários (Roussy e Mosinger), que têm
fazem as substâncias neurotransmissoras, hans), as células endócrinas gastro-intest inais, _ 0,5 gramas. origem nos núcleos hipotalâmicos.
sobre células próximas através de difusão as células endócrinas do timo, as células en­ A adeno-hipófise envolve a neuro-hipófise,
.:
ou em células afastadas depois de entrarem dócrinas brônquicas (Kulchitsky), as células sendo constituída por uma porção principal
em circulação sanguínea. As células secre­ intersticiais do testículo (Leydig), as células ; 42.1.2. DIVISÃO situada anteriormente, a parte distal (Fig.
toras de hormonas encontram-se amplamente intersticiais do ovário e o corpo lúteo. A pla­ 615.4), e por uma porção situada superior­
disseminadas por todos os tecidos do orga­ centa, durante a gravidez, actua como um A hipófise apresenta uma forma elipsoidal, mente em volta da haste hipofisária e do
nismo, constituindo as células APUD ("Amine órgão endócrino fundamental. sendo constituída por duas porções, o lobo infundíbulo, a parte tuberal (Fig. 615.5).
precursor uptake and decarboxylation"), posterior, a neuro-hipófise, e o lobo anterior, Entre a parte distal da adeno-hipófise e a
a adeno-hipófise. parte nervosa ou neuro-hipófise, encontra-se
432 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÓCRINO) HIPÓFISES 433
.:.::.::._....::.:::::.:.:.:::::.::..:::::.:.::=:.:..l.:;;;.;.:;;;;;;..:;;,;;,;,,,;.;;;;.;.;.1.----------------------

verticalmente. A porção superior apresenta 0 As faces laterais são constituídas pela dura­ As faces laterais correspondem aos seios
5 sulco do quiasma óptico (Fig. 616.3), estando ináter, unindo o diafragma da sela com as cavernosos (Fig. 617.5), à artéria carótida
posteriormente a este, o tubérculo da seI� margens laterais da sela turca (Fig. 617.2). interna (Fig. 617.9) e ao nervo abducente
(Fig. 616.5) e, posteriormente a este tubér­ o diafragma da sela (Fig. 617.1) é um septo (Fig. 617 .10), situados no interior do seio
culo, o sulco intercavernoso (Fig. 616.6), horizontal, situado superiormente à sela turca, cavernoso.
estando este sulco limitado lateralmente pelos apresentando na sua porção mediana o óstio
processos clinóides anteriores (Fig. 616. 7). da baste hipofisária (Fig. 617.3), atraves­
A face posterior é constituída pelo dorso da sado pela haste hipofisária (Fig. 617.4).
sela (Fig. 616.8), sendo a sua face anterior o diafragma da sela insere-se, anteriormente,
lisa e escavada e a face posterior ligeiramente no lábio posterior do sulco do quiasma óptico
inclinada sobre a parte basilar do occipital. (Fig. 616.3) e nos processos clinóides ante­
Ao nível dos seus ângulos livres, encontram­ riores (Fig. 616.7) e, posteriormente, na mar­
9
-se os processos clinóides posteriores (Fig gem superior do dorso da sela (Fig. 616.8)
616.9). e nos processos clinóides posteriores (Fig.
A face inferior ou fundo, côncava, relacio­ 616.9). Lateralmente, desce ao nível das por­ 10
na-se com a face superior do corpo do esfe­ ções laterais da sela turca, constituindo a
6 nóide (Fig. 616.2), continuando-se lateral­ parede medial dos seios cavernosos (Fig.
mente com os sulcos caróticos (Fig. 616. IOJ. 617.5).
Fig. 615 - Divisão do hipófise A sela turca apresenta numerosas variações
quanto à forma, sendo predominante o tipo 7
1. Neuro-hip6fise ou porte nervoso 2. Hipotálamo 3. lnfundíbulo
3 normal, descrito anteriormente. O tipo
4. Porte distal do odeno-hipófise 5. Porte tuberol do odeno-hip6fise
6. Porte intennédio do hip6fise
fechado apresenta um pavimento escavado, e
Fig. 617 - Diafragma do selo e relo�ões do hipófise
as porções superiores das paredes anterior e
posterior encontram-se aproximadas uma da 1. Diafragma do selo 2. Duromáter unindo o diafragma do selo com
uma porção intermediária, a parte inter­ outra. O tipo aberto apresenta um afasta­ o margem lateral do selo turco 3. Õstio do hoste hipofisário 4. Hoste
média (Fig. 615.6). mento das paredes anterior e posterior. hipofisário 5. Seio cavernoso 6. Fundo do selo turco 7. Seio esfenoidol
8. Quiasma 6ptico 9. Artéria cor6tido interno 10. Nervo abducente

42.1.3. LOCA HIPOFISÃRIA 42.1.4. RELAÇÕES


42.1.S. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA
A loca hipofisária é ósteo-fibrosa, com­ A face anterior relaciona-se com a face
preendendo uma porção óssea, a sela turca, anterior da sela turca (Fig. 616.1) e, através A adeno-hipófise é constituída por uma por­
de natureza óssea, e a duramáter, de natureza desta, com a porção superior do seio esfe­ ção principal, a parte distal, e por uma porção
Fig. 616 - Selo turco
fibrosa. noidal. situada superiormente em volta da haste
A sela turca (Fig. 616.1), onde se encontra a 1. Selo turco 2. Face superior do corpo do esfenóide 3. Sulm do quiasma A face posteriQr relaciona-se com o dorso da hipofisária e do infundíbulo, a parte tuberal,
hipófise, situa-se na face superior do corpo 6ptico 4. Õstio do conol 6ptico S. Tubérculo do selo 6. Sulm illlercaver sela (Fig. 616.8) e, através deste, com a ponte e entre a parte distal e a parte nervosa da
do esfenóide (Fig. 616.2), posteriormente ao noso 7. Processo clin6ide anterior 8. Dorso do selo 9. Processo din61de e a artéria basilar. neuro-hipófise, a parte intermédia.
sulco do quiasma óptico (Fig. 616.3), com posterior I O. Sulco cor6tico A face inferior relaciona-se com o fundo da A parte distal é muito vascularizada, cons­
disposição transversal e unindo os óstios do sela turca (Figs. 616.1 e 617.6) e, por seu tituída por tecido reticular, com células
canal óptico (Fig. 616.4). intermédio, com o seio esfenoidal (Fig. 617.7) epiteliais de tamanho variável, dispostas em
A loca hipofisária é formada pela sela turca, Apresenta, anteriormente, o sulco intercaver­ e com o fómice da faringe. cordões separados por numerosos sinusóides.
que constitui a face inferior ou fundo e as noso e, posteriormente, a crista sinostósica A face superior corresponde ao diafragma da As células epiteliais são de dois tipos: as
paredes anterior e posterior da loca hipo­ que termina pelos processos clinóides se la {Fig. 617.1) e, por seu intermédio, com células cromófilas, contendo grânulos cito­
fisária, e a duramáter, que constitui as faces médios. 0 infundJbulo, o qual tem a forma de uma plasmáticos com grande afinidade para os
laterais e superior. A face superior é constituída pela durnmá sal iência conóide, situando-se posteriormente corantes histológicos e as células cromófagas,
A face anterior apresenta uma obliquidade ter, espessa, constituindo o diafragma da sela ao quiasma óptico (Fig. 617.8) e anterior­ sem grânulos citoplasmáticos e com cito­
póstero-inferior, estando raramente disposta (Fig. 617.1). mente aos corpos mamilares. plasma reduzido e pouco corado. As células

l.
434 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÓCRINO)
HIPÓFISES 435

cromófilas segregam os diversos tipos de hor­


nação mais ou menos profunda, da tonsila
monas.
faríngea (Fig. 620.3) e posteriormente à por­
As células somatotróficas segregam a hor­
ção inferior da margem posterior do vómer
mona do crescimento ou somatotrófica
(Fig. 620.4).
(STH), que vai intervir no crescimento, antes
A hipófise faríngea tem uma forma cilin­
da puberdade.
dróide, achatada súpero-inferiormente. Di­
As células mamotróficas segregam a pro­
rige-se com obliquidade ântero-inferior apre­
lactina (PRL), que durante a gravidez vai
sentando uma ligeira curva com concavidade
estimular a actividade secretória da mama.
póstero-inferior.
As células adrenocorticotróficas segregam a
As dimensões são extremamente variáveis
hormona adrenocorticotrófica (ACTH),
com cerca de 5 mm de comprimento, 3 m�
controlando a secreção de algumas hormonas
de largura e 0,5 mm de espessura.
do córtex suprarrenal.
A hipófise faríngea pode constituir uma re­
As células tireotróficas segregam a hormona
serva da adeno-hipófise, produzindo hormo­
tireotrófica (TSH), estimulando a secreção
nas adeno-hipofisárias na idade média da
das hormonas tiróides.
As células folículo-estimulantes segregam a vida, quando a hipófise se começa a atrofiar.
Fig. 618 - Conexões hipotólomo-odeno-hipolisórios
hormona folículo-estimulante (FSH), que
1. Núcleo arqueado 2. Vasos sanguíneos do sistema porto-hlpofis6na
na mulher permite o crescimento e a matu­
ração dos folículos ováricos e a secreção dos
estrogéneos e, no homem, controla a esper­ flg. 619 - Conexões hipotólomo-neuro-hipofisórios
matogénese. estimulantes dos melanócitos, que produzem
1. Nfideo supro-6ptico 2. Núcleo poroventriculor 3. Troctos hipotólomo­
As células luteinizantes segregam a hor­ a hormona melanotrófica (MSH), condu­
-flpoflsórlos (Roussy e Mosinger)
mona luteinizante (LH), que provoca a zindo a um aumento da pigmentação cutânea.
ovulação e o desenvolvimento do corpo lúteo
e produz a secreção de progesterona pelo A neuro-hipófise ou parte nervosa é cons­
tituída por cerca de 100.000 axónios amie­ túbulos renais induzindo retenção de água, o
corpo lúteo. que leva à concentração da urina.
As células estimulantes das células intersti­ línicos de neurónios, em que os corpos
celulares destes neurónios se encontram nos A hormona ocitocina estimula a contracção
ciais do testículo segregam a hormona do miométrio durante o trabalho de parto e
estimulante das células intersticiais do núcleos da região supraquiasmática, da zona
medial do hipotálamo propriamente dito, estimula a excreção do leite após o parto em
testículo (ICSH), activando a secreção de resposta à sucção.
androgéneos pelas células intersticiais do sobretudo no núcleo supra-óptico (Fig. 619.1) 3
testículo (Leydig). e no núcleo paraventricular (Fig. 619.2),
A secreção das hormonas adeno-hipofisárias constituindo as conexões hipotálamo-neuro­
é controlada por factores de libertação ou -hipofisárias estabelecidas pelos tractos hipo­ 42.2. HIPÓFISE FARÍNGEA
neuro-liberinas produzidas por núcleos do tálamo-hipofisários (Roussy e Mosinger)
hipotálamo, especialmente pelo núcleo ar­ (Fig. 619.3). A hipófise faríngea (Fig. 620.1) situa-se na
queado (Fig. 618.1), que alcançam a adeno­ Os corpos celulares dos neurónios do núcleo espessura da mucosa da superfície interna da
-hipófise pelos vasos sanguíneos do sistema supra-óptico e do núcleo paraventricular Fig. 620 - Hipófise laríngeo
� face superior ou fórnice da faringe, encon-
porta-hipofisário (Fig. 618.2). produzem as hormonas arginina-vasopressina � Irando-se na linha mediana, anteriormente à 1. Hipófise foríngeo 2. Bolso forlngeo (Luschko) 3. Tonsilo forlngeo
(AVP) ou hormona antidiurética (ADH) e a bolsa faríngea (Luschka) (Fig. 620.2), invagi- 4. Margem posterior do v6mer
A parte tuberal é muito vascularizada, cons­ hormona ocitocina, que escoam através dos �
tituída por cordões celulares muito compridos axónios dos tractos hipotálamo-hipofisários
dispostos ao longo dos vasos, tendo uma (Roussy e Mosinger), até alcançarem a neuro­
função desconhecida. -hipófise, onde entram na circulação sanguí­

\
nea.
A parte intermédia é muito rudimentar, A hormona arginina-vasupressina (AVP)
'
constituída por células basófilas, as células ou hormona antidiurética (ADB) actua nos

�-
GLÂNDULA PINW

43.1. DESCRIÇÃO
A glândula pineal (Figs. 621.1 e 622.1)
situa-se inferiormente ao esplénio do corpo
caloso (Fig. 621.2), entre os dois colículos
superiores (Figs. 621.3 e 622.6), que lhe
formam um sulco, o leito da glândula pineal
cFigs. 621.6 e 622.7). Inferiormente à glân­
dula pineal encontra-se o local onde o aque­
duto do mesencéfalo (Silvius) termina no
terceiro ventrículo (Fig. 621.4).
A glândula pineal tem a forma de um caroço
de cereja, sendo constituída pelo ápice, o
corpo e a base.
O ápice (Fig. 621.5) é livre e situa-se supe­
riormente aos colículos superiores.
O corpo (Fig. 621.1) é achatado súpero­
-inferiormente, relacionando-se a sua face
inferior com o leito da glândula pineal (Fig.
Fig. 621 - Relo,ões do glândula pineal
621.6). A face superior relaciona-se com o
esplénio do corpo caloso (Fig. 621.2) e as 1. Corpo do glândula pineal 2. Esplénio do corpo caloso 3. Calículo
faces laterais correspondem aos plexos coroi­ superior 4. Aqueduto do mesencéfolo (Silvius) tenninondo no terceiro
deus do terceiro ventrículo (Fig. 621.7). ventrículo 5. Ápice do glândula pineal 6. Leito do glândula pineal
7. Plexos coroideus do terceiro ventrículo 8. Recesso pineal superior
A base está fixa à parede póstero-superior do
9. Recesso pineal inferior
terceiro ventrículo, sendo formado por duas
lâminas, uma superior e outra inferior, deli­
mitando os recessos pineais, o recesso pineal
Os pedúnculos médios (Fig. 622.4) origi­
superior (Fig. 621.8) e o recesso pineal nam-se na base da glândula pineal, consti­
inferior (Fig. 621.9). tuindo a margem do triângulo habenular
A glândula pineal (Fig. 622.1) está ligada ao (Fig. 622.5), acabando por se perder no tá­
cérebro pelos pedúnculos da glândula pineal, lamo (Fig. 622.3).
· dispostos em três pares.
Os pedúnculos inferiores originam-se na
: Os pedúnculos anteriores ou habénulas
lâmina inferior da base da glândula pineal, ou
� fFig. 622.2) originam-se na lâmina superior
comissura posterior, e terminam no tálamo.

\
3 da base da glândula pineal, dirigindo-se
A glândula pineal é constituída por células
- depois para o tálamo (Fig. 622.3). Percorrem-
secretoras, os pinealócitos, dispostos em
-no de posterior para anterior, confundindo-
\
cordões e por células nevróglicas, rodeadas
-se depois com as colunas anteriores do fór- por capilares sanguíneos e por fibras ner­
nice, e terminam no hipotálamo. vosas.
438 GLANDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÓCRINO)

A glândula pineal contém serotonina, pre­


cursora da melatonina, através de uma aceti­ GLÂNDULA TIR61DE
lação seguida de metilação, devendo-se esta
à acção de uma enzima. Estes três compo­
nentes sofrem variações rítmicas durante 0
dia, sendo a glândula pineal um transdutor
neuro-endócrino, convertendo impulsos ner­
vosos em descargas hormonais que Parti­ A glândula tiróide é um órgão ímpar e me­
cipam do ritmo circadiano de 24 horas, e de diano, situado na região anterior do pescoço,
outros ritmos biológicos, como aqueles rela­ na união do seu terço inferior com os seus
cionados com as estações do ano. dois terços superiores.
4

43.2. CONSTITUIÇÃO 44.l. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A glândula pineal é constituída por uma 44.1.1. SITUAÇÃO


cápsula e por parênquima.
A cápsula é formada por tecido conjuntivo­ A glândula tiróide (Fig. 623.1) encontra-se
-vascular, dela se destacando numerosos sep­ situada: anteriormente à cartilagem cricoi­
tos muito anastomosados. deia da laringe (Fig. 623.2) e dos primeiros
Fig. 622 . Pedúnculos do glândula pineal
O parênquima é constituído, principalmente, anéis da traqueia (Fig. 623.3); lateralmente
1. Gl6ndulo pineal 2. Pedúnculos anteriores ou hobênulos 3. Tólomos por células nevróglicas e por células secre­ à faringe; mediaimente aos feixes vásculo­
4. Pedúnculos médios 5. Tri6ngulo hobenulor 6. Collculo superior toras específicas, os pinealócitos, que segre­ -nervosos do pescoço, constituídos pela arté­
7. Leito do gl6ndulo pineal gam a melatonina. ria carótida comum (Fig. 623.4), pela veia
Encontram-se de um modo constante con­ jugular interna (Fig. 623.5) e pelo nervo vago
creções calcárias, de forma e volume varia­ (Fig. 623.6); posteriormente aos músculos Fig. 623 - Situo{ÕO do glândula tiróide
dos, que dão típicas imagens radiográficas. infra-hioideus e às lâminas superficial e pré­
1. Gl6ndulo tir6ide 2. Cortilogem cricoideio do laringe 3. Anéis do
-traqueal da fáscia cervical.
troqueio 4. Artéria cor6tido comum 5. Veio jugular interno 6. Nervo
vogo
44.l.2. FORMA E DIVISÃO
Apresenta uma consistência mole e friável,
A glândula tiróide tem a forma de um H, com deixando-se facilmente deprimir. A consis­
uma superfície lisa, sendo estreita, com duas tência varia de acordo com o desenvolvi­
incisuras, na sua porção média e dilatada, mento dos septos conjuntivos e da quantidade
nas duas porções laterais. A porção média, o de líquido existente nos folículos glandulares.
istmo (Fig. 624.1), origina o lobo piramidal
(Lalouette) (Fig. 624.2) e as porções laterais,
os lobos (Fig. 624.3). 44.1.4. DIMENSÕES, VOLUME E PESO

As dimensões da glândula tiróide, em condi­


� 44.1.3. COR E CONSISTfNCIA ções normais, são de 6 a 7 cm de compri­
!.
o mento, 3 cm de altura e uma espessura de
A glândula tiróide apresenta uma coloração
.:i 0,5 cm, na porção média, e de 1,5 a 2 cm, nas
\
.J
� amarelada, variando do avermelhado, em porções laterais.
5 circulação activa, ao violáceo, em estase san­ O volume da glândula tiróide apresenta va­ \
- guínea. riações sexuais, individuais e etárias. Quanto
440 GLÃNDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÓCRINO)
- GLÂNDULA TiRÓIDE 441

2
44.3. CONFORMAÇÃO EXTERNA E
RELAÇÕES
3 A glândula tiróide, completamente envolvida
pela bainha peritiróide, apresenta a forma de
um semicírculo de concavidade posterior,
sendo formada pelo istmo e por duas porções
laterais mais volumosas, os lobos.

44.3.1. ISTMO

Fig. 625 • Bainho peritiróide e cápsula fibroso O istmo representa a porção transversal do H
1. Glândula tir6ide 2. C6psulo fibroso 3. Bainho peritir6ida 4. Es�,
maiúsculo, podendo nele considerar-se duas
Fig. 624 • Formo e divisão do glândula tiróide tir6ide faces, duas margens e duas extremidades.
A face anterior, convexa, relaciona-se com
1. Istmo 2. Lobo piramidal (Lolouette) 3. Lobos os músculos infra-hioideus, o tecido celular
fig. 626 - Ligomentos do bainho peritiróide subcutâneo e a pele.
bainha peritiróide encontra-se um espaço
às variações sexuais, a glândula tiróide é virtual, o espaço tiróide (Fig. 625.4), onde 1. Ugomento mediano ou suspensor 2. Ligamento lateral A face posterior, côncava, envolve a cartila­
estão situados os vasos que vascularizam a gem cricoideia (Fig. 628.1) e os dois pri­
mais desenvolvida na mulher do que no
glândula tiróide e as glândulas paratiróides. meiros anéis da traqueia (Fig. 628.2).
homem, aumentando também de volume na
puberdade, no período menstrual e na gra­ A bainha peritiróide fixa-se aos órgãos vizi­ A margem superior, côncava, corresponde
videz. No que se refere às variações indivi­ nhos por intermédio de alguns ligamentos, ao primeiro anel da traqueia, destacando-se,
duais, verifica-se que o seu volume é mais que são os principais meios de fixação do desta margem, um prolongamento, o lobo
reduzido nuns indivíduos e mais desenvol­ órgão.
vido noutros. Quanto às variações etárias, a O ligamento mediano ou suspensor {Fig.
glândula tiróide é proporcionalmente mais 626.1), o mais desenvolvido, com disposição
desenvolvida no feto, depois na criança e mediana, destaca-se da face posterior do
finalmente no adulto. istmo, dirige-se com obliquidade póstero­
O peso da glândula tiróide apresenta no -superior, inserindo-se depois na face anterior
adulto um valor médio de 30 gramas. da cartilagem cricoideia.
Os ligamentos laterais (Fig. 626.2), em nú­
mero de dois, destacam-se da face medial dos
44.2. MEIOS DE FIXAÇÃO lobos da glândula tiróide para se inserirem na
cartilagem tiroideia, na margem inferior da
A glândula tiróide (Fig. 625 .1) encontra-se cartilagem cricoideia e nos dois primeiros
directamente envolvida pela cápsula fibrosa e anéis da traqueia.
indirectamente, em toda a sua extensão, por Os pedículos vásculo-nervosos da glândula
um invólucro fibra-conjuntivo, a bainha peri­ tiróide constituem ainda meios de fixação: o
pedículo superior, com a artéria tiroide ia :
tiróide.
A cápsula fibrosa (Fig. 625.2) adere à glân­ superior (Fig. 627.1); o pedículo inferior, com

\
� Fig. 627 - Artérias tiroideios constituintes dos pedículos vósculo-
dula e envia para o seu interior septos con­ a artéria tiroideia inferior (Fig. 627.2); e o
.:. ·nervosos do glândula tir6ide
juntivos. pedículo médio, com a inconstante artéria
5J 1. Artirlo tiroideio superior 2. Artéria tiroideio inferior 3. Artirio Fig. 628 • Relo,ões do istmo do glândula tiróide

\
A bainha peritiróide (Fig. 625.3) forma uma tiroideia média (Neubauer) (Fig. 627.3).
lâmina contínua que reveste a glândula mas lirtldeia midia (Neubouer) 4. Artéria glandular anterior, um dos ramos 1. Cartilagem cricoideio 2. Anéis do traqueia 3. Lobo piramidal
sem lhe aderir. Entre a cápsula fibrosa e a · le nninals da artéria tiroideio superior (Lolouette) 4. Cartilagem tiroideio 5. Lobos do glfindulo tir6ide

t-
Ili
-
1'
1

442 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÕCRIND) GLÂNDULA TIRÕIDE 443

l
piramidal (Lalouette) (Fig. 628.3), incons­ 2 44.S. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA 1'

tante, com a forma de um cone alongado,


achatado ântero-posteriormente. A glândula tiróide encontra-se envolvida por : '
1
A base relaciona-se com a glândula tiróide. uma cápsula fibrosa, que adere à glândula e
O ápice situa-se ao nível da cartilagem tiroi­ envia para o seu interior septos conjuntivos,
deia (Fig. 628.4), na membrana tiro-hioideia condicionando a formação de cavidades, os
e por vezes no osso hióide. folículos tiróides. Os septos conjuntivos vão­
A margem inferior, côncava, corresponde ao -se adelgaçando gradualmente, atingindo
segundo anel da traqueia. todos os folículos tiróides, e separando-as uns
As extremidades, uma direita e outra es­ dos outros por uma fina e irregular membrana
6
querda, continuam-se com os lobos da glân­ constituída por fibras reticulares.
dula tiróide (Fig. 628.5). Os folículos tiróides são as unidades mor­
fológicas do órgão, sendo formadas por um
44.3.2. LOBOS epitélio cubóide, disposto numa só camada,
e pela cavidade folicular que se encontra
Os lobos, o direito e o esquerdo, apresentam ocupada por uma substância densa, o colóide
a forma de uma pirâmide triangular com base tiroideu.
inferior. Fig. 629 • Rela,ões das faces da glândula tir6ide A glândula tiróide é um órgão intensamente
Fig, 630 - Rela,ões da margem póstero-medial da glândula tiróide
A base ou extremidade inferior, convexa ou vascularizado, apresentando, entre os folí­
1. Anéis da traqueia 2. Es6faga 3. Músculo esterna-firaideu 4. M6sculo
plana, corresponde à 6ª ou 7ª vértebras cer­ 1. Artéria tiroideia inferior 2. Nervo laríngeo recorrente 3. Gl8ndulas culos tiróides, uma intensa rede capilar san­
esterno-cleido-hioideu S. Músculo omo-hioideu 6. Músculo esterno
vicais. paratir6ides superior e inferior guínea e linfática.
-cleido-mastoideu 7. Artéria carótida comum 8. Veia fugular interna
O ápice ou extremidade superior, arredon­ 9. Nervo vago
dado, dirige-se para superior, relacionando­
-se com a margem posterior da cartilagem
tiroideia. 44.4. GLÃNDULAS TIRÓIDES ACESSÓRIAS
(Fig. 630.1), com o nervo laríngeo recorrente
A face medial, côncava, corresponde: ante­ (Fig. 630.2) e com as glândulas paratir6ides
riormente, às porções laterais dos primeiros (Fig. 630.3). Os ramos terminais da artéria As glândulas tiróides acessórias encon­
anéis da traqueia (Fig. 629.1), às porções tram-se próximas da glândula tiróide, apre­
tiroideia inferior originam-se na união do
laterais da cartilagem cricoideia e à porção sentando uma constituição histológica idên­
terço médio com o terço inferior da margem.
ínfero-lateral da cartilagem tiroideia; poste­ tica, podendo ser pré-hioideias, supra-hioi­
O nervo laríngeo recorrente direito cruza,
riormente, corresponde à faringe e ao esófago deias e infra-hioideias.
anteriormente, a artéria tiroideia inferior e o
(Fig. 629.2). As glândulas tiróides acessórias pré-hioi­
nervo laríngeo recorrente esquerdo cruza.
A face ântero-Iateral relaciona-se com vá­ deias (Fig. 631.1) situam-se anteriormente ao
posteriormente, a artéria tiroideia inferior. A
rios músculos que, indo da profundidade para osso hióide.
glândulas paratiróides superiores encontram­
a superfície, são o músculo esterno-tiroideu -se relacionadas com o nervo laríngeo recor­ As glândulas tiróides acessórias supra­
(Fig. 629.3), o músculo esterno-cleido­ ·hioideias (Zuckerkandl) (Fig. 631.2) situam­
rente e as glândulas paratiróides inferiores
-se superiormente ao osso hióide, entre os
-hioideu (Fig. 629.4), o músculo omo-hioideu encontram-se afastadas do nervo laríngeo re­
(Fig. 629.5) e o músculo esterno-cleido­ músculos génio-hioideus.
corrente.
As glândulas tiróides acessórias infra­
-mastoideu (Fig. 629.6). A margem anterior, relativamente fina, com
A face posterior relaciona-se com o feixe obliquidade ântero-ínfero-medial, relaciona­ ·hioideias (Fig. 631.3) situam-se anterior-
vásculo-nervoso do pescoço, com a artéria -se nos seus dois terços superiores com a � mente à cartilagem cricoideia e à glândula
3 tir6ide.
carótida comum (Fig. 629.7), com a veia artéria glandular anterior (Fig. 627.4), um dos
jugular interna (Fig. 629.8) e com o nervo ramos terminais da artéria tiroideia superior.
Fig. 631 - Glândulas tir6ides acessórias
vago (Fig. 629.9). A margem lateral, arredondada e fina, rela­
A margem posterior, mais desenvolvida, ciona-se com a veia tiroideia média, aferente 1. Gl8nduia pré-hioideia 2. Gl8ndula supra-hioideia (Zuckerkandi)
relaciona-se com a artéria tiroideia inferior da veia jugular interna. 3. Gl8nduia infra-hioideia
444 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÓCRINO)
-
A glândula tiróide é a única glândula endó­
crina que acumula o seu produto de secreção,
-hipófise, captam o colóide tiroideu por
pinocitose, sendo digeridas por lisoss omas GLÂNDUW PARATIR61DES
no colóide tiroideu dos folículos tiróides, originando a hormona tri-iodotironina C1'3)
constituído por uma glicoproteína, a tireoglo­ e a hormona tiroxina ou tetra-iodotironina
bulina. (T4), que atravessam a célula e se lançam no
As células foliculares, quando estimuladas sangue. Ambas as hormonas têm por função
pela hormona tireotrófica (TSH), da adeno- a estimulação do metabolismo celular.
As glândulas paratiróides são órgãos endó­
crinos anexos à glândula tiróide, cuja extir­
pação é seguida de acidentes tetânicos, que
podem ser mortais. O cirurgião tem obri­
gação de identificar as glândulas paratiróides
no decurso das tiroidectomias, isto é, da
ablação da glândula tiróide, para evitar uma
tetania pós-operatória.

45.1. CONSIDERA(ÕES GERAIS

45.1.1. SITUAÇÃO
As glândulas paratiróides são normalmente
em número de quatro, as duas glândulas para­
tiróides superiores e as duas glândulas para­
tiróides inferiores.
As glândulas paratiróides superiores (Fig.
632.1) são pequenas, difíceis de encontrar e
situadas na margem póstero-medial do lobo da
glândula tiróide (Fig. 632.3), no ponto de pene­ Fig. 632 - Situosão e relosães dos glandulos porotiróides
tração da artéria tiroideia superior (Fig. 632.4).
1. Gl6ndulos porotir6ides superiores 2. Gl6ndulos porotiróides
s glândulas paratiróides inferiores (Fig.
inferiores 3. Lobos do gl6ndulo tiróide 4. Artéria tiroideio superior
632.2) situam-se na porção inferior da mar­
S. Nervo laríngeo recorrente 6. Artéria tiroideio inferior 7. Traqueia
gem póstero-medial da glândula tiróide
8. Es6fogo
(Fig. 632.3), lateralmente aos nervos larín­
geos recorrentes (Fig. 632.5) e inferiormente
à artéria tiroideia inferior (Fig. 632.6).
As glândulas paratiróides situam-se no espaço
tiróide, entre a bainha peritiróide e a glândula em número de quatro, duas superiores e duas
inferiores.
< tir óide, ocupando a porção posterior deste es­
-; paço. Quando se afasta a bainha peritiróide, As variações por excesso são frequentes,
:: as glândulas paratiróides ficam aderentes sendo descritas até oito glândulas, resultantes
_ à glândula tiróide ou à bainha peritiróide, da fragmentação das glândulas paratiróides
� sendo por vezes difíceis de reconhecer. principais. As variações por defeito podem
levar à ausência de uma ou das duas glân­
dulas superiores.
§ 4S.1.2. N0MERO E VARIAÇÕES As glândulas paratiróides acessórias podem
suplementar as glândulas paratiróides, podendo
As glândulas paratiróides são normalmente situar-se entre o osso hióide e a aorta.
1 !
446 GLÃNDULAS ENDÕCRINAS (SISTEMA ENDÕCRINO) 1 ,
. 1

GLÂNDUW SUPRARRENAIS
4S.1.3. FORMA, COLORAÇÃO E CONSIST{NCIA ou extremidade inferior do lobo da glândula
tiróide, superiormente à artéria tiroideia infe­
A forma das glândulas paratiróides superiores rior (Fig. 632.6), a cerca de 2 cm lateralmente
é globulosa e a das glândulas paratiróides ao nervo laríngeo recorrente (Fig. 632.5).
inferiores é a de um ovóide cujo grande eixo Mediaimente relacionam-se com a traqueia
(Fig. 632.7) e com o esófago (Fig. 632.8). 1
é vertical ou horizontal. A sua superfície
Póstero-lateralmente relacionam-se com 0 1.
é percorrida por uma fina rede vascular e
apresenta um bilo vascular único. feixe vásculo-nervoso do pescoço. As glândulas suprarrenais encontram-se A glândula suprarrenal direita situa-se num
A coloração varia do amarelo ao castanho, situ adas superiormente aos rins, na loca plano mais posterior do que a glândula
renal, estando esta situada na porção póstero­ suprarrenal esquerda.
sendo sempre mais escura do que a da glân­
dula tiróide. 45.3. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA -superior da cavidade abdominal. Cada glân­ Estão localizadas no quadrilátero da su­
A consistência é mais mole e friável do que dula suprarrenal é constituída por duas prarrenal, limitado, superiormente, pela face
a da glândula tiróide. As glândulas paratiróides apresentam uma porções com funções diferentes, o córtex inferior do fígado, inferiormente, pelo pedí­
delgada cápsula de tecido conjuntivo a partir suprarrenal e a medula suprarrenal. culo renal (Fig. 634.2), lateralmente, pela
da qual partem trabéculas para o interior da margem medial do rim (Fig. 634.3) e, medial­
4S.1.4. TIPOS glândula, que vão continuar-se com as fibras mente, pela coluna vertebral e, ainda, à
reticulares que sustentam as células secre­ 46.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS direita, pela veia cava inferior (Fig. 634.4) e,
Os tipos são extremamente variáveis po­ toras. à esquerda, pela aorta abdominal (Fig. 634.5).
dendo encontrar-se glândulas paratiróides O parênquima das glândulas paratiróides é O grande eixo das glândulas suprarrenais
compactas e paratiróides lobuladas. constituído por dois tipos de células, as célu­ 46.1.1. SITUAÇÃO dirige-se com obliquidade súpero-lateral,
As glândulas paratiróides compactas, as las principais e as células oxífilas. As células encontrando-se o ápice separado da linha
mais frequentes, são formadas por uma massa principais, poligonais, dispõem-se em cor­ mediana cerca de 2 cm, e a base cerca de 5 cm.
As glândulas suprarrenais (Fig. 634.1), em
única, podendo ser de tipo ovóide (Fig. dões irregulares e muito anastomosados, As glândulas suprarrenais podem apresentar
nwnero de duas, uma direita e outra esquerda,
633.A), de tipo falciforme (Fig. 633.B), de sendo estas células que segregam a hormona três posições. A posição alta (Fig. 635.1)
situam-se no espaço retroperitoneal da cavi­
tipo lanceolado (Fig. 633.C) e de tipo dis­ paratiroideia ou parathormona (PTH). As situa-se no pólo superior do rim. A posição
dade abdominal, súpero-medialmente ao rim.
cóide (Fig. 633.D). células oxífilas, maiores e também poligo­ baixa (Fig. 635.2) relaciona-se com a mar­
As glândulas paratiróides lobuladas apre­ nais, aumentam de número com a idade, gem medial do rim, superiormente ao pedí­
sentam uma massa fragmentada, podendo ser sendo a sua função desconhecida. culo renal. A posição média (Fig. 635.3)
de tipo trilobado (Fig. 633.E) e de tipo situa-se entre as duas posições anteriores.
bilobado (Fig. 633.F).

3
4S.1.S. DIMENSÜES E PESO

A B
As dimensões são variáveis, apresentam, em
média, 8 mm de altura, 4 mm de largura e
2 mm de espessura. 2
O peso médio no adulto é de 160 mg.

45.2. RELAÇÕES
Anteriormente, as glândulas paratiróides D s 1

\
superiores relacionam-se com a porção média
da margem póstero-medial da glândula tiróide
Fig. 633 • Tipos de glOndulas paratir6ides : fig. 634 · Situa,õo das glândulas suprarrenais

\
(Fig. 632.3), inferiormente à artéria tiroideia e
A. Tipo ov6ide B. Tipo lalcilarme C. Tipo lanceolado D. Tipo dlscóide Fig. 63S • Posi,õo dos glândulas suprarrenais
superior (Fig. 632.4), e as glândulas para­ : 1. Glllndulas suprarrenais 2. Pedículo renal 3. Margem medial do rim
tiróides inferiores relacionam-se com a base E. Tipo trilobado F. Tipo bilobado 4. Veia covo inferior S. Aorta abdominal 1. Posisõo oito 2. Posisõo baixo 3. Posisõo médio
448 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS {SISTEMA ENDÓCRINO)
- GLÂNDULAS SUPRARRENAIS 449

46.l.2. DIMENSÕES E PESO importante meio de fixação da glân dula encontra no pólo superior do rim. A glândula -renal (Fig. 638.4) e pela lâmina posterior ou
suprarrenal. suprarrenal apresenta duas faces, duas mar­ retrorrenal (Zuckerkandl) (Fig. 638.5), resul­
Os pedículos vásculo-nervosos suprarrenais gens, um ápice e uma base. tando ambos as lâminas da divisão da fáscia
As dimensões médias das glândulas suprar­
são também meios de fixação, por intermédio

renais são de 4,5 cm de comprimento, 3 cm A face anterior (Fig. 637.1), plana, apresenta renal, ao nível da margem lateral do rim.
de largura e 0,8 cm de espessura, ao nível da da artéria suprarrenal média (Fig. 636.1), da UlD sulco profundo e curvo, o hilo suprarrenal A glândula suprarrenal encontra-se contida na
artéria suprarrenal superior (Fig. 636.2) e da (Fig. 637.7). loca suprarrenal (Fig. 638.6), que não é
sua margem lateral, diminuindo progressiva­
mente de lateral para medial.
artéria suprarrenal inferior (Fig. 636.3). A face posterior (Fig. 637.2) é plana ou mais do que um compartimento da loca
O seu peso é variável, oscilando entre 8 e
Como meios de fixação, encontram-se ainda ligeiramente convexa. renal, estando separada do rim por um septo
10 gramas, sendo a glândula suprarrenal
quatro ligamentos fibrosos, inserindo-se na A margem lateral (Fig. 637.3) é côncava e fibroso, a lâmina inter-suprarreno-renal
glândula suprarrenal e em órgãos adjacentes. espessa. (Fig. 638.7).
direita mais volumosa e pesada do que a
esquerda.
O ligamento suprarreno-cávico (Fig. 636.4) A margem medial (Fig. 637.4) é convexa. A glândula suprarrenal adere às paredes da
liga a face anterior da glândula suprarrenal o ápice (Fig. 637.5), adelgaçado, olha súpero­ loca suprarrenal, sendo a maior aderência ao
direita ao flanco lateral da veia cava inferior. -mediaimente e alcança o pólo superior do nível da sua margem medial, ao contrário
46.l.3. COR E CONSISTÊNCIA O ligamento suprarreno-aórtico (Fig. 636.5) rim. do que sucede com o rim que se encontra
liga a face anterior da glândula suprarrenal A base (Fig. 637.6), alargada, encontra-se separado da loca renal por intermédio da
esquerda ao flanco lateral da aorta abdominal. ligeiramente afastada do pedículo renal. cápsula adiposa.
A cor das glândulas suprarrenais é amarelo­
-acastanhada e, quando observadas em cortes, O ligamento suprarreno-hepático liga a
a medula suprarrenal apresenta uma colo­ glândula suprarrenal à face inferior do fígado. 6
ração mais escura. O ligamento suprarreno-diafragmátlco
A consistência é mole e extremamente friá­ (Fig. 636.6) liga a glândula suprarrenal ao
vel. diafragma, sendo o ligamento mais resistente. 7

46.l.4. VARIAÇÕES
As variações, por defeito, podem levar à 3
ausência de uma glândula suprarrenal, na
grande maioria dos casos com a ausência do
rim do mesmo lado. 2
As glândulas suprarrenais acessórias po­
dem ser completas ou incompletas. Fig. 637 - (onforma{ÕO externa da glfindula suprarrenal
As glândulas suprarrenais completas apre­
1. Face anterior 2. Face posterior 3. Margem lateral 4. Margem medial Fig. 638 - Loca suprarrenal
sentam as duas porções, o córtex suprarrenal
e a medula suprarrenal, estando localizadas 5. Ãplce 6. Base 7. Hilo suprarrenal
1. Rim 2. Gl6ndula suprarrenal 3. Loca renal 4. L6mina anterior ou
perto do rim ou do plexo celíaco. 3 pré-renal S. L6mina posterior ou retrorrenal (Zuckerkandl) 6. Loca
As glândulas suprarrenais incompletas
apresentam apenas o córtex suprarrenal, ou Fig. 636 - Meios de fixasão das glôndulas suprarrenais 46.3. LOCA SUPRARRENAL suprarrenal 7. L6mina inter-suprarreno-renal

somente a medula suprarrenal. 1. Artéria suprarrenal média 2. Artéria suprarrenal superior 3. Arténo
suprarrenal inferior 4. Ligamento suprarrena-cávico S. Ugomento
O rim (Fig. 376.1) está relacionado com a 46.4. RELAÇÕES
parede posterior do abdómen por intermédio
suprarreno-a6rtico 6. Ligamento suprarreno-dialragmátlco de uma lâmina fibrosa, a fáscia renal (Fig.
46.l.S. MEIOS DE FIXAÇÃO As glândulas suprarrenais apresentam duas
, 376.2), que não é mais do que uma depen­ faces, duas margens, um ápice e uma base.
� dência do tecido celular subperitoneal, mais
A loca suprarrenal, que contém a glândula 46.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA 5 espesso, pertencente à lâmina parietal do
suprarrenal, não é mais do que um compar­ peritoneu.
timento da loca renal, estando separada do
46.4.l. FACE ANTERIOR
As glândulas suprarrenais têm a forma de : O rim (Fig. 638.1) e a glândula suprarrenal
rim por um septo fibroso, a lâmina inter­ uma vírgula deitada, cuja cabeça se encontra : (Fig. 638.2) estão contidos na loca renal (Fig. A face anterior é plana que apresenta,
-suprarreno-renal (Fig. 638.7), sendo o mais no ângulo vértebro-renal e cuja cauda se 638.3), formada pela lâmina anterior ou pré- inferiormente à sua porção média, um sulco
450 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÓCRINO) GLÂNDULAS SUPRARRENAIS 451

profundo e curvo, o bilo suprarrenal (Fig. 46.4.2. FACE POSTERIOR As glândulas suprarrenais (Fig. 641.1) rela­ riormente, com o tronco celíaco (Fig. 642.6),
637.7). cionam-se com o recesso pleural costo-dia­ envolvido pelo plexo celíaco, sobretudo o
A glândula suprarrenal direita (Fig. 639.1) A face posterior da glândula suprarrenal fragmático (Fig. 641.2), através do diafragma gânglio celíaco esquerdo.
relaciona-se com a veia cava inferior (Fig. relaciona-se com a parede toraco-abdominal (Fig. 641.3).
639.3) e com a sua afluente, a veia suprar­ e com o recesso pleural costo-diafragmático,
renal média. por intermédio do diafragma. 46.4.S. ÃPICE
Superiormente, apresenta a impressão hepá­ As glândulas suprarrenais (Fig. 640.1) rela­
tica condicionada pela face inferior do lobo cionam-se com a parede toraco-abdomina1, O ápice (Fig. 642.7) olha ântero-súpero-me­
direito do fígado (Fig. 639.4). constituída de medial para lateral: pela porção dialmente, relacionando-se com o pólo supe­
Inferiormente, o peritoneu parietal posterior lateral do corpo da 1ª vértebra lombar (Fig. rior do rim.
separa esta face do forame omental (Winslow) 640.2) e pelo disco intervertebral que separa
(Fig. 639.5) e ainda, na porção mais inferior, a 12ª vértebra torácica da 1ª vértebra lombar;
relaciona-se com a flexura superior do duo­ pela extremidade posterior da 12ª costela
46.4.6. BASE
deno, estando aderente por intermédio da (Fig. 640.3); pelos 11º e 12º feixes vásculo­
fáscia de coalescência (Treitz). -nervosos intercostais (Fig. 640.4); pelo pilar A base relaciona-se com o pedículo renal,
principal do diafragma e pelo ligamento ar­ constituído pela artéria renal (Fig. 642.8),
A glândula suprarrenal esquerda (Fig. queado medial do músculo psoas maior; pelo pela veia renal (Fig. 642.9), e pelos linfá­
639.2) relaciona-se, superiormente, com o nervo esplâncnico maior, pela raíz medial da ticos e nervos renais. A base encontra-se um
fundo gástrico (Fig. 639.6), através da bolsa veia ázigo, à direita, e da veia hemiázigo, à pouco separada do pedículo renal, na glân­
omental (Fig. 639.7) e, inferiormente, com esquerda, pelo tronco simpático e pelo nervo fig, 641 - Relasões da glândula suprarrenal com o recesso pleural
dula suprarrenal direita, enquanto que, na
a cauda do pâncreas (Fig. 639.8), os vasos esplâncnico menor. coslo-dialrogmático
glândula suprarrenal esquerda, se relaciona
esplénicos e a face póstero-medial ou renal directamente com o pedículo renal.
L Gl6ndula suprarrenal 2. Recesso pleural costo-dialragmótico 3. Dia­
do baço (Fig. 639.9).
fragma

6 5
46.4.3. MARGEM LATERAL
s
A margem lateral das glândulas suprarrenais
(Fig. 642.1) é côncava e relaciona-se com a
4 porção superior do pólo superior do rim
4
(Fig. 642.2).

2
46.4.4. MARGEM MEDIAL
J
9 A margem medial da glândula suprarrenal
direita relaciona-se com a veia cava inferior
(Fig. 642.3) e com nodos linfáticos látero­ 9 8
·aórticos direitos, com a artéria diafragmática
� inferior direita e com o plexo celíaco, sobre­
õ tudo com o gânglio celíaco. Fig. 642 - Rela,ões das margens, ápice e base das glândulas
Fig. 639 . Rela,ões da face anterior das glândulas suprarrenais

\
3 A margem medial da glândula suprarrenal suprarrenais
Fig. 640 • Rela,ões da glândula suprarrenal com a parede t6raco
J. Gl6ndula suprarrenal direita 2. Gl6ndula suprarrenal esquerda
-abdominal - e$querda relaciona-se com a aorta abdominal 1. Margem lateral da gl6ndula suprarrenal 2. Pólo superior do rim

\
3. Veia cava inferior 4. Lobo direito do fígado 5. Forame omental � (Fig. 642.4), com nodos linfáticos látero­ 3. Veia cava inferior 4. Aorta abdominal 5. Artéria diafragmática inferior
(Winslow) 6. Fundo gástrico 7. Bolsa omental 8. Cauda do p6ncreas 1. Gl6ndula suprarrenal 2. 1ª vértebra lombar 3. Extremidade pos'. enar : ·aórticos esquerdos e com a artéria diafrag- esquerda 6. Tronco celíaco 7. Ãpice da gl6ndula suprarrenal 8. Artéria
9. Face p6stero-medial ou renal do basa da 12ª costela 4. 11 ª e 12' feixes váscula-nervasas lntercostois mática inferior esquerda (Fig. 642.5) e, ante- renal 9. Veia renal
I.1'
452 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÓCRINO) GLÂNDULAS SUPRARRENAIS 453 1:
46.S. CONSTITUIÇÃO ANATÕMICA 46.S.2.2. MEDULA SUPRARRENAL Ir
l
dula suprarrenal, onde se ramificam para
originar capilares.
A medula suprarrenal (Fig. 643.5) é consti­ Os capilares originam vénulas, que se agru­ ['

I'.
A glândula suprarrenal encontra-se revestida
por uma cápsula e é constituída por duas tuída por células cromafins, poliédricas, pam num grupo periférico e num grupo cen­
porções, uma porção periférica, amarelada, o dispostas em cordões que formam uma rede tral.
córtex suprarrenal, e outra porção central, d ensa em cujas malhas se encontram capi­ As vénulas periféricas originam-se nos ca­
acinzentada, a medula suprarrenal. lares de grande calibre e vénulas. As células pilares da zona glomerular e da porção lateral 1

O córtex e a medula suprarrenais podem cromafins estão situadas entre um capilar da zona fasciculada, e atravessam a glândula i1 :
ser considerados órgãos diferentes, estando e uma vénula, encontrando-se as fibras ner­ para constituírem as veias suprarrenais
j
apenas morfologicamente unidos para cons­ vosa s do lado do capilar. acessórias.
tituir a glândula suprarrenal. As células cromafins existentes na medula As vénulas centrais (Fig. 644.5) originam-se
No feto e no recém-nascido encontra-se, entre suprarrenal segregam catecolaminas, repre­ na porção medial da zona fasciculada, na
Fig. 643 - Constitui�õo anatómico do glândula suprarrenal sentadas pela adrenalina e pela noradre­ zona reticulada e na medula suprarrenal,
o córtex e a medula suprarrenais, uma região
espessa em forma de cordões, que regride 1. Cápsula 2. Zona glomerulor do córtex suprarrenal 3. Zona fasdwlodo
nalina, substâncias mediadoras químicas convergindo para originar a veia suprarrenal
após o nascimento, o córtex fetal suprar­ do córtex suprarrenal 4. Zona reticulado do córtex suprarrenal 5. Me­ do sistema nervoso autónomo, sendo a sua média, que sai pelo bilo, situado na face
renal. dula suprarrenal libertação feita por estimulação de fibras anterior da glândula suprarrenal.
simpáticas pré-ganglionares. A histoquímica
demonstrou duas variedades de células cro­
46.5.1. CÃPSULA SUPRARRENAL As hormonas do córtex suprarrenal são con�­ mafins, umas produzindo adrenalina, e outras
ti tuídas por esteróides, sintetizados e segre­ noradrenalina, podendo estas catecolaminas
A glândula suprarrenal está revestida por uma gados de acordo com as necessidades, mas ficar acumuladas nas células, ao contrário do
cápsula (Fig. 643.1), constituída por tecido nunca armazenados nas células corticais, que acontece com as células do córtex suprar­
conjuntivo que não envia septos para o parên­ mantendo a homeostase do organismo. Os renal.
quima, sendo este representado por uma rede esteróides segregados podem ser mineralo­
de fibras reticulares que suporta as células. corticóides, glicocorticóides, e hormonas 46.S.2.3. MICROVASCULARIZAÇÃO
4
sexuais.
Os mineralocorticóides são produzidos pe­ As artérias capsulares (Fig. 644.1), ao
46.5.2. PAR{NQUIMA SUPRARRENAL las células da zona glomerular e estão repre­ alcançarem a glândula suprarrenal, originam,
sentados pela aldosterona, que actua no na superfície do órgão, o plexo arterial
46.S.2.1. CÕRTEX SUPRARRENAL equilíbrio hidro-electrolítico, nos túbulos subcapsular (Fig. 644.2) que vai fornecer
renais, ao estimular a reabsorção de sódio. arteríolas curtas ou corticais e arteríolas
O córtex suprarrenal, devido à disposição e Os glicocorticóides são produzidos pelas cé- longas ou medulares.
aspecto das suas células, está dividido em três 1 ulas da zona fasciculada e estão represen­ As arteríolas curtas ou corticais (Fig.
s
zonas que, indo da superfície para a profun­ tados pelo cortisol ou hidrocortisona e pela 644.3) destinam-se ao córtex suprarrenal, ori­
didade, são a zona glomerular, a zona fasci­ corticoesterona que actuam no metabolismo ginando capilares para as três zonas. Fig. 644 - Microvosculorizoçõo do glândula suprarrenal
culada e a zona reticulada. dos glúcidos, prótidos e lípidos. As arteríolas longas ou medulares (Fig. 1. Artéria capsular 2. Plexo arterial subcopsular 3. Arteríolas curtas
A zona glomerular (Fig. 643.2) é constituída As hormonas sexuais são produzidas pela 644.4), com maior calibre, destinam-se à me- ou corticais 4. Arteríolas longos ou medulares 5. Yénula central
por células cilíndricas, dispostas em grupos células da zona reticulada e estão represen­
globosos e envolvidos por capilares. tadas pelos androgéneos e por uma pequena
A zona fasciculada (Fig. 643.3) é constituída quantidade de estrogéneos.
por células poliédricas, dispostas em cordões O córtex fetal suprarrenal segrega conj u­
paralelos entre si e perpendiculares à superfície gados sulfatados de androgéneos que, na
do órgão, entre os quais se encontram capilares. placenta, se convertem em androgéneos e
A zona reticulada (Fig. 643.4) é constituída estrogéneos activos que circulam no sang ue
por células pequenas, dispostas em cordões materno.
irregulares e anastomosados, com o aspecto
de uma rede apertada.
PARAGÂNGLIOS ! '

Os paragânglios são pequenas massas glan­ minai, ao nível da origem da artéria rne­
dulares, muito numerosas, constituídas por sentérica inferior, estando o glomo aórtico­
células crornafins, situadas no sistema autó­ -abdominal direito (Fig. 645.Al) situado no
no mo, com a mesma origem embriológica da sulco que separa a aorta da veia cava inferior,
medula suprarrenal. Também se encontram e o glomo aórtico-abdominal esquerdo (Fig.
células crornafins no interior dos gânglios 645.A2), situado entre a aorta e o músculo
simpáticos e nas paredes de diversos órgãos. psoas maior. Por vezes, entre os dois, encon­
Todas as células crornafins sintetizam e ar­ tram-se glomos aórtico-abdominais acessó­
mazenam catecolarninas, corno adrenalina, rios, em número muito variável, chegando a
noradrenalina e doparnina. unir os glornos aórtico-abdominais principais,
O conjunto dos paragânglios constitui o sis­ conferindo ao conjunto, a forma de um H ou
tema paraganglionar, muito desenvolvido de um U.
no feto, constituindo a principal origem de
catecolarninas, enquanto se dá o desenvolvi­
mento da medula suprarrenal.
Os paragânglios classificam-se em paragân­ 47.3. GLOMO CARÕTICO
glios crornafins e não crornafins.
Os paragânglios cromafins são: a porção O glomo carótico (Fig. 645.Bl) situa-se no
medular da glândula suprarrenal e os glornos flanco posterior da artéria carótida comum
aórtico-abdominais (Zuckerkandl). ou, mais exactarnente, no ponto onde esta
Os paragânglios não cromafins são: o glo­ artéria se vai bifurcar, ao qual está unido por
mo carótico, os glornos aórticos e jugulares, intermédio de um pedículo, o ligamento
o glomo cardíaco, o glorno tirnpânico e o carótico (Meyer) (Fig. 645.B2).
glomo coccígeo (Luschka).

47.1. PARAGÃNGLIO DA PORÇÃO 47.4. GLOMOS AÕRTICOS E JUGULARES


MEDULAR DA GLÂNDULA SUPRARRENAL Os glomos aórticos e jugulares (Fig. 645.Cl),
muito inconstantes, encontram-se ao nível do
O paragânglio da porção medular da glân­ arco da aorta e ao nível das veias jugulares
dula suprarrenal (Fig. 643.5) encontra-se internas.
envolvido pelo córtex da mesma glândula.

� 47.2. GLOMOS AÕRTICO-ABDOMINAIS 47.S. GLOMO CARDIACO

\
� (ZUCKERKANDL) O glomo cardíaco (Fig. 645.D1) situa-se no
.J
.:J tecido célulo-adiposo que envolve a artéria
o
: Os glomos aórtico-abdominais (Zucker- coronária esquerda, nas malhas do plexo
' kandl) situam-se de cada lado da aorta abdo- cardíaco.
!
ll
1

456 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÓCRINO)


,
·1·
i 1

47.6. GLOMO TIMPÂNICO


GRUPOS CELULARES COM LOCALIZAÇÃO EM ORGÃOS ., 1
1
: i

O glomo timpânico (Fig. 645.E l ) situa-se em


volta do nervo timpânico (Jacobson), na sua
passagem pelo canal timpânico, canal este A B
7

e
DE OUTROS SISTEMAS
;I
1,'
que se estende desde a face exocraniana da 11
'1
1
parte petrosa do temporal, à parede inferior Os grupos celulares com localização em As células F sintetizam o polipéptido pan­

l-
da cavidade timpânica. it�/ órgãos de outros sistemas são as ilhotas pan­ creático (PP) com função ainda desconhe­ : !
creáticas (Langerhans), as células endócrinas cida. li
gastro-entero-pancreáticas, as células endó­
47.7. GLOMO COCC(GEO (LUSCHKA) o f crinas do timo, as células endócrinas brôn­
quicas (Kulchitsky), as células endócrinas do
rim, as células intersticiais do testículo, as
48.2. CÉLULAS ENDÓCRINAS GASTRO­
O glomo coccígeo (Luschka) (Fig. 645.F l )
situa-se na porção terminal da artéria sagrada
Fig. 645 - Órgãos porogonglionores ou porogânglios
células intersticiais do ovário e o corpo lúteo. ·INTESTINAIS
A1. Glomo aórtico-abdominal direito A2. Glomo oórtico-abdomlao
média, relacionando-se directamente com o
esquerdo 81. Glomo corótico 82. Ligamento car6tica (Meyer) Cl. Glomos As células endócrinas gastro-intestinais são
ápice do cóccix.
aórticas e jugulares D1. Glomo cardíaco El. Glomo timp8nico Fl. Glomo
coccígeo (Luschka)
48.1. ILHOTAS PANCREÃTICAS pequenas células com forma esférica ou pira­
midal, apresentando no seu citoplasma nu­
(LANGERHANS) merosos grânulos. Encontram-se situadas nos
epitélios do estômago e do intestino delgado,
O pâncreas endócrino encontra-se represen­ relacionando-se sobre a lâmina basal, sendo
tado pelas ilhotas pancreáticas (Langerhans), em número moderado no estômago, mais
constituídas por aglomerados de corpúsculos frequentes no duodeno, escassas no jejuno­
arredondados, em número de cerca de um -íleo e abundantes no apêndice vermicular.
milhão, que se encontram distribuídos na As células endócrinas gastro-intestinais pro­
porção exócrina do pâncreas. duzem péptidos e aminas, actuando activa­
Cada ilhota pancreática (Langerhans) en­ mente como hormonas ou neurotransmissores,
contra-se envolvida por uma cápsula fina como acontece com a maioria das células
de fibras reticulares, sendo constituída por APUD.
células poligonais dispostas em cordões, entre
os quais se encontram numerosos sinusóides.
As células das ilhotas pancreáticas (Lan­
gerhans) são de quatro tipos. 48.3. CÉLULAS ENDÓCRINAS DO TIMO
As células do tipo A ou a constituem cerca
de 20% das células endócrinas, sintetizando As células endócrinas no timo produzem a
e acumulando uma hormona hiperglice­ hormona tímica ou timosina, que torna
miante, o glucagon ou glucagina. controversa a suposta função endócrina do
As células do tipo B ou � constituem cerca timo, com uma função idêntica aos factores
de 80% das células endócrinas, sintetizando que controlam a proliferação dos linfócitos.
� e acumulando uma hormona hipoglicemiante, O timo está sujeito à acção de hormonas de
õ a insulina. alguns órgãos endócrinos. A hormona adreno­
3 As células D sintetizam e acumulam uma corticotrófica (ACTH), da adeno-hipófise,

\
.:.. hormona, a somatostatina, que inibe a hor­ estimula a acção das hormonas do córtex
� mona de crescimento ou somatotrófica suprarrenal. A injecção de hormonas do cór­
: (STH), inibindo a secreção do glucagon e da tex suprarrenal conduz a uma diminuição dos
insulina. linfócitos e a uma atrofia do timo. As hor-

! 1
458 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÓCRINO) GRUPOS CELULARES COM LOCALIZAÇÃO EM ÓRGÃOS OE OUTROS SISTEMAS 459
i'

monas sexuais aceleram a involução do timo, mento, quando cessa a acção das hormonas responsável pela coloração amarela do corpo mantendo-se na segunda metade do ciclo 1
e a castração tem um efeito oposto. femininas, e durante a puberdade e a gravi­ Júteo. menstrual, com a duração de 10 a 14 dias,
É uma estrutura linfóide apesar de alguns dez, quando ocorrem grandes modificaçõe� As células da teca folicular interna originam desaparecendo por falta da hormona lutei­
autores a considerarem uma glândula endó­ hormonais. as células teco-luteínicas ou paraluteínicas, nizante (LH), segregada pelas células lutei­
crina. Os folículos atrésicos primários apresentam semelhantes às células granuloso-luteínicas, nizantes da adeno-hipófise.
as células granulosas, disformes e separadas nuüs pequenas e mais coradas, localizadas na O corpo lúteo gravídico ou verdadeiro
deixando um espaço ocupado por células d� parção periférica do corpo lúteo. encontra-se durante toda a gravidez, sendo
estroma, de maneira a não deixar qualquer As células granuloso-luteínicas e teco-luteí­ desenvolvido pela hormona luteinizante (LH)
48.4. CÉLULAS ENDÕCRINAS vestígio. nicas ou paraluteínicas são células caracte­ e estimulado pelas gonadotrofinas coriónicas,
BRÕNQUICAS (KULCHIFSKY) Os folículos atrésicos em crescimento de l rísticas das células que sintetizam hormonas produzidas pelo sinciciotrofoblasto da pla­ I'r:
e de II ordem apresentam alterações seme­ esteróides. centa.
As células endócrinas brônquicas (Kulc­ lhantes aos folículos atrésicos primários, em Os capilares sanguíneos da teca folicular O corpo lúteo gravídico produz e segrega
que a zona pelúcida se torna pregueada, man­ interna crescem para o interior do corpo lúteo progesterona, que impede o desenvolvimento
hitsky) situam-se no epitélio brônquico e
tendo-se mais tempo até ser completamente em formação, dando origem à rica rede vas­ de novos folículos ováricos vesiculosos
bronquiolar, apresentando grânulos secretores
reabsorvida. cular desta estrutura. (Graaf), e estrogénios, que estimulam a
no citoplasma, que fazem a sua secreção nos
Os folículos atrésicos em crescimento de III O corpo lúteo apresenta, à periferia, um secreção das glândulas da mucosa uterina.
estados de hipoxia e a regulação do cresci­
ordem têm uma reabsorção mais lenta, visto tecido fibroso, constituindo a cápsula do
mento lobular.
o material degenerativo ser em grande quan­ corpo lúteo. Os corpos albicantes resultam de um pro­
As células endócrinas bronquicas (Kulchi­ tidade, observando-se um grande número de O corpo lúteo pode ser de dois tipos, o corpo cesso degenerativo dos corpos amarelos
tsky) produzem arninas, actuando activamente macrófagos, com resquícios de fibras cola­ Iúteo menstrual ou de ovulação e o corpo menstruais ou de ovulação e dos corpos
como hormonas ou neurotransmissores, como géneas e tomando o aspecto de tecido cica­ lúteo gravídico ou verdadeiro, sendo difícil lúteos gravídicos ou verdadeiros, fazendo
acontece com a maioria das células APUD. tricial. morfologicamente fazer a sua diferenciação. com que os restos celulares sejam fagocitados
Embora as células da granulosa e os ovóci­ O corpo lúteo gravídico ou verdadeiro tem por macrófagos, transformando a área que foi
tos sofram degeneração durante a atresia foli­ maiores dimensões, passando a diminuir a ocupada pelo corpo lúteo numa cicatriz de
48.S. CÉLULAS INTERSTICIAIS DO cular, algumas células da teca folicular interna partir do 6º mês da gravidez e desaparecendo tecido conjuntivo, que será substituído, muito
persistem, tornando-se arredondadas e segre­ após o parto. lentamente, por estroma ovárico.
TESTÍCULO (LEYDIG) gando pequenas quantidades de estrogénem,. O corpo lúteo menstrual ou de ovulação
constituindo as células intersticiais do ová­ encontra-se quando não existe gravidez,
As células intersticiais do testículo (Leydig) rio, persistindo desde a infância até à meno­
adquirem grande desenvolvimento na puber­ pausa.
dade. São células arredondadas ou poligonais,
apresentando características de células secre­
toras, produzindo uma hormona, a testos­ 48.7. CORPO LÚTEO
terona, responsável pelos caracteres sexuais
masculinos e exercendo um efeito anaboli­
O corpo lúteo constitui uma glândula endó­
zante.
crina temporária, que se origina na granulosa
e na teca folicular interna, depois da rotura
folicular, encontrando-se durante toda a gra·
48.6. CÉLULAS INTERSTICIAIS DO OVÃRIO videz.
O corpo lúteo inicia-se quando se dá a rotura
,:
A maioria dos folículos ováricos transforma­ do estigma do folículo ovárico vesiculoso
-se, pela atresia folicular, em folículos atré­ (Graaf), sendo o antro folicular ocupado por
sicos. A atresia pode incidir em qualquer fase um coágulo sanguíneo.
do seu desenvolvimento e em qualquer idade, As células granulosas proliferam e hipertro­
desde antes do nascimento até depois da fiam-se, reduzindo o coágulo sanguíneo.
menopausa, havendo períodos em que a constituindo as células granuloso-Iuteínicas,
atresia é mais intensa, como após o nasci- que contêm no seu citoplasma um pigmento
49.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A placenta é um órgão transitório existente


nos mamíferos, sendo intermediária nas
trocas fisiológicas entre a mãe e o feto. Foi
muito bem estudada por J. Goyri O'Neill
(1983) em 274 casos humanos.
O cordão umbilical, com forma cilindróide,
de comprimento e diâmetro variáveis, liga a
parede abdominal anterior do feto à placenta,
sendo constituído por vasos, a veia umbi­
lical e as duas artérias umbilicais, rodeados
por tecido conjuntivo, a geleia de Wharton.
Todos os elementos constitutivos do cordão
umbilical encontram-se envolvidos por uma
bainha de tecido amniótico.
Fig. 646 - Placenta cordiforme semelhante o umo copo de corto de
49.1.1. FORMA jogar segundo o técnico de injec{ão-corosão-fluorescêncio, num molde
vascular preparado por J. Goyri O'Neill

A placenta apresenta grande variedade de


formas, tendo estas sido classificadas por
J. Goyri O'Neill (1983) em nove tipos. A forma bilobulada, em 1,2% dos casos,
A forma discóide, em 25% dos casos, é irre­ apresenta dois lobos com dimensões seme­
gularmente circular. lhantes.
A forma elipsoidal, em 25% dos casos, é A forma em raquete, em 0,8% dos casos,
semelhante a uma elipse. é constituída por uma porção estreita e alon­
A forma trapezoidal, em 24,6% dos casos, gada, que se continua com uma porção
é semelhante a um trapézio com dois lados elipsoidal.
paralelos.
A forma cordiforme (Fig. 646), em 10,8%
dos casos, é semelhante a uma copa de carta 49.1.2. COR E CONSISTfNCIA
de jogar.
, A forma oval, em 6% dos casos, é dilatada A placenta, algum tempo depois da dequita­
numa extremidade e afilada na outra. dura, apresenta uma coloração avermelhada e,
A forma triangular, em 4,8% dos casos, é após seis horas, adquire uma coloração ver­
semelhante a um triângulo escaleno. melha escura.
A forma tetralobulada, em 1,6% dos casos, Após a dequitadura, a placenta é espessa e,
apresenta quatro lobos com dimensões equi­ algumas horas depois, apresenta uma consis­
valentes e unidos na porção central. tência mole e esponjosa.
1

462 GLÂNDULAS ENDÕCRINAS (SISTEMA ENDÕCRINO) PLACENTA 463 1

49.1.3. DIMENSÕES E PESO A face fetal é revestida pela membrana 49.2.3. MARGEM CIRCUNFERENCIAL As artérias cordonais são os ramos terminais
1

amniótica, que se estende desde o cordão das artérias umbilicais, quando a sua divisão
umbilical, ao nível do hilo da placenta, até se faz ainda no cordão umbilical.
A placenta apresenta um diâmetro com­
alcançar a margem circunferencial. A. margem circunferencial (Figs. 647.4 e As artérias cariais são os ramos das artérias
preendido entre 15 e 20 cm e uma espessura 649.3) marca a transição entre a face fetal e
O bilo da placenta (Fig. 647.1) é o l ocal cordonais, percorrendo a placa corial, com
entre 1 e 4 cm.
onde o pedículo vascular atinge a placa 8 face materna ou uterina, variando o seu um trajecto sinuoso, mais ou menos longo e
O peso das placentas, nas primeiras horas contorno de acordo com a forma da placenta. dirigindo-se para a margem circunferencial.
corial, tendo J. Goyri O'Neill (1983) classi­
após a dequitadura, sem membranas e com As artérias cotiledonais são ramos colaterais
20 cm de cordão umbilical, oscila entre 300 ficado os bilos em dois tipos. : 1
O tipo disperso, quando os vasos atingem a das artérias cordonais, ou ramos terminais das 1
e 550 gramas. artérias cariais, perfuram a placa corial e vão !
placa corial separadamente e segund o uma
linha aproximadamente rectilínea. alcançar os cotilédones placentários.
O tipo concentrado (Fig. 648), o mais co­
49.2. CONFORMAÇÃO EXTERNA mum, quando os vasos atingem a placa cariai
49.3.2. LOBOS ARTERIAIS PLACENTÁRIOS
numa zona bem definida e delimitada, encon­
trando-se os vasos reunidos num único
49.2.1. FACE FETAL pedículo vascular.
Os lobos arteriais placentários são condicio­
nados pelas artérias cordonais, ramos termi­
A face fetal apresenta o hilo da placenta (Fig. nais das artérias umbilicais, quando a sua
647.1), sendo totalmente revestida pela placa divisão ainda se faz no cordão umbilical.
corial. A veia umbilical (Fig. 647.2) e as duas J. Goyri O'Neill (1983) observou em 120 pla­
artérias umbilicais (Fig. 647.3) situam-se centas humanas diferentes lobos arteriais
nesta face, onde se ramificam para darem placentários.
origem a ramos, cada vez com menor calibre,
acabando por atingir a margem circunfe­ 49.3.2.1. PLACENTAS COM DOIS LOBOS ARTERIAIS
fig, 649 - Face materna e margem circunferencial da placenta
rencial ou então perfurar a placa corial, para
PLACENTÃRIOS
vascularizar os cotilédones placentários. 1. Cotilédones placentários 2. Septos 3. Margem circunferencial
As placentas com dois lobos arteriais pla­
centários foram observadas em 24,1% dos
49.3. TERRITÕRIOS VASCULARES casos (Fig. 650.A).
Quando as duas artérias umbilicais originam
3 ARTERIAIS as artérias cordonais ao nível do cordão um­
bilical, condicionam dois lobos arteriais.
Fig. 648 - Placenta com forma tetralobulada com hllo do tipo
concentrado, segundo a técnica de injec{õo-corosõo-fluorescênda, num
A placenta humana é um órgão que apre­
molde vascular preparado por J. Goyri O'Neill
senta uma distribuição arterial profusa e
49.3.2.2. PLACENTAS COM TRfS LOBOS ARTERIAIS
deverá ser encarada na demonstração da
existência de áreas de vascularização inde­ PLACENTÁRIOS
pendentes, com individualização e com auto­
As placentas com três lobos arteriais pla­
n omia.
centários foram observadas em 15,8% dos ca­
49.2.2. FACE MATERNA OU UTERINA

1
sos (Fig. 650.B).
49.3.1. ARTÉRIAS PLACENTÃRIAS Casos há em que um dos lobos é condicio­
A face materna ou uterina é constituída por nado por uma artéria cordonal única, que
um mosaico de superfícies poligonais, em � CONDICIONANDO TERRITÕRIOS ARTERIAIS se segue à artéria umbilical, e os outros dois
número de 15 a 20, os cotilédones placen· lobos são condicionados pelas artérias cordo­
tários (Fig. 649.1). Estes são separados por - Segundo J. Goyri O'Neill (1983), em 96,7% nais, resultantes da divisão dicotómica da
Fig. 647 - Face fetal da placenta septos (Fig. 649.2), com profundidade variá­ � dos casos estudados, foram observadas duas segunda artéria umbilical.
1. Hilo da placenta 2. Veia umbilical 3. Artérias umbilicais 4. Margem
vel, que se dirigem para a placa corial, pene­ : artérias umbilicais e, em 3,3% dos casos, ape- Ainda se observou que um dos lobos é
circunferencial
trando no parênquima placentário. nas uma artéria umbilical. condicionado pela própria artéria umbilical na
1
464 GLANDULAS ENDÕCRINAS (SISTEMA ENDÕCRINO) PLACENTA 465

placa corial, uma vez que esta não origina os qu atro segmentos situam-se dois, em Os sete segmentos situam-se dois, em três
artérias cariais, e outros dois lobos são cada um dos lobos (Fig. 652.B). lobos e um, num lobo (Fig. 654.C).
condicionados pela divisão dicotómica da os cinco segmentos situam-se três, em um Os oito segmentos situam-se dois, em cada
segunda artéria umbilical, em duas artérias lobo e dois, no outro lobo (Fig. 652.C). um dos quatro lobos (Fig. 654.D).
cariais. Os nove segmentos situam-se dois, em três
lobos e três, em um lobo (Fig. 654.E).
49.3.3.2. SEGMENTOS ARTERIAIS PLACENTÃIIOS NOS
49.3.2.3. PLACENTAS COM QUATRO LOBOS ARTERIAIS CASOS COM TRfS LOBOS
PLACENTÃRIOS 1
A existência de três lobos condiciona a divi­ 1
As placentas com quatro lobos arteriais pla­ são dicotómica ou tricotómica das artérias
centários foram observadas em 52,5% dos cordonais em artérias cariais, resultando em
casos (Fig. 650.C). cinco, seis ou sete segmentos.
Os cinco segmentos situam-se dois em dois A B e
lobos e um no outro lobo (Fig. 653.A).
Os seis segmentos situam-se dois em cada
Fig. 651 - Placenta observado pelo face fetal, com quatro lobos arteriais um dos três lobos (Fig. 653.B).
placentários, condicionados pelos quatro artérias cordonais, que se
Os sete segmentos situam-se dois em dois
originam, respectivomente, pelo divisão dicotómico_ de cada uma das
lobos e três em um lobo (Fig. 653.C).
A B e D duas artérias umbilicais, segundo o técnico de diolonizofõo, numa
D E
pe,a preparado por J. Goyri O'Neill

fig. 650 - Lobos arteriais placentários Fig. 654 - Segmentos arteriais em placentas com quatro lobos
A. Placenta com dois lobos 8. Placenta com três lobos C. Plocento com cionados pela divisão das artérias coriais.
A. Placenta com quatro segmentos 8. Placenta com seis segmentos
quatro lobos D. Placenta com cinco lobos Cada um dos segmentos possui um pedículo
C. Placenta com sete segmentos D. Placenta com oito segmentos
segmentar, com autonomia funcional e radio­
E. Placenta com nove segmentos
Na situação mais frequente, os lobos arteriais
lógica bem definida. A B e
placentários são condicionados pela existência 49.3.3.4. SEGMENTOS ARTERIAIS PLACENTÃRIOS NOS
de quatro artérias cordonais que se originam, 49.3.3.1. SEGMENTOS ARTERIAIS PLACENTÃRIOS NOS Fig. 653 · Segmentos arteriais em placentas com três lobos
respectivamente, pela divisão dicotómica CASOS COM CINCO LOBOS
CASOS COM DOIS LOBOS
de cada uma das artérias umbilicais (Fig. 651). A. Placenta com cinco segmentos 8. Placenta com seis segmentos
t Placenta com sete segmentos A existência de cinco lobos condiciona a
As placentas com dois lobos arteriais placen­ divisão das artérias cordonais em artérias
49.3.2.4. PLACENTAS COM CINCO LOBOS ARTERIAIS tários apresentam três, quatro ou cinco seg­ coriais, resultando em nove ou dez segmentos.
mentos. 49.3.3.3. SEGMENTOS ARTERIAIS PLACENTÃIIOS NOS Os nove segmentos situam-se dois em quatro
PLACENTÃRIOS Os três segmentos situam-se um, em um
lobo e dois, no outro lobo (Fig. 652.A).
mos COM QUATRO LOBOS lobos e um em um lobo (Fig. 655.A).
As placentas com cinco lobos arteriais pla­ Os dez segmentos situam-se dois em cada
centários foram observadas em 7,5% dos Quando existem quatro lobos arteriais pla­ um dos cinco lobos (Fig. 655B).
casos (Fig. 650.D). centários, as artérias cordonais que os con­

(l(I(/
A existência de cinco lobos arteriais placen­ , dicionam podem não se dividir e continuar­
tários era condicionada pela divisão dicotó­ � -se por estas na placa corial dando origem a
mica de uma artéria cordonal e da divisão _ quatro segmentos, ou dividirem-se em nú-
tricotómica da outra artéria cordonal. � mero observável de nove artérias coriais,
A B e podendo observar-se quatro, seis, sete, oito e
nove segmentos.

\
A B
49.3.3. SEGMENTOS ARTERIAIS PLACENTÃRIOS Os quatro segmentos situam-se um em cada
fig. 652 - Segmentos arteriais em placentos com dois lobos
um dos quatro lobos (Fig. 654.A).
A. Placenta com três segmentos 8. Placenta com quatro segmentos Os seis segmentos situam-se um, em dois Fig. 655 - Segmentos arteriais em plocentas com cinco lobos
Os segmentos arteriais placentários encon­
tram-se nos lobos placentários e são condi- C. Placenta com cinco segmentos lobos e dois, em dois lobos (Fig. 654.B). A. Placenta com nove segmentos 8. Placenta com dez segmentas
466 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS (SISTEMA ENDÓCRINO}
-
49.3.4. SUBSEGMENTOS ARTERIAIS e recebe o sangue tornado venoso nessa�
lacunas. Os vasos sanguíneos matemos são
PLACENTÃRI OS destruídos durante a nidação, mas o s v asos
das vilosidades coriais mantêm-se íntegros.
Os subsegmentos arteriais são condicionados O sangue materno e o sangue fetal não se nlis­
pelas artérias cotiledonais, podendo cada uma turam, a não ser em pequenas quantidades e
destas artérias vascularizar apenas um, ou a partir da segunda metade da gravidez, �
mais do que um segmento. citotrofoblasto toma-se descontínuo e os capi­
lares das vilosidades coriais tomam-se superfi.
ciais. Neste momento a parede dos capilares IX
49.4. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA fetais está separada do sangue materno apenas
pelo sinciciotrofoblasto, havendo roturas capi­
lares, com mistura do sangue materno e fetal.
A placenta apresenta uma face fetal e uma
face materna ou uterina, sendo constituída O sangue fetal venoso alcança a placenta atra­ PERITONEU
por células do feto e da mãe. vés das duas artérias umbilicais, que se vão
ramificando até originar as arteríolas das vilo­
A face fetal encontra-se total ou parcial­ sidades coriais. Nestas vilosidades, o sangue
mente revestida pela placa corial (Fig. 656.1) fetal venoso transforma-se em sangue arterial
de onde se destacam as vilosidades coriais e regressa ao feto através da veia umbilical.
(Fig. 656.5 e 6). A placenta, durante a gravidez, é um órgão
As vilosidades coriais são constituídas por endócrino fundamental, sintetizando através do
um eixo central de tecido conjuntivo (Fig. sinciciotrofoblasto, a gonadodotrofina corió­
656.2), envolvido por uma camada celular nica, estrogéneos e progesterona, e ainda
externa, o sinciciotrofoblasto (Fig. 656.3), uma hormona proteica, a somatomamotrofina
com núcleos volumosos e citoplasma contí­ coriónica (HCS), que possui uma actividade
nuo, constituindo um sincício e, uma camada lactogénea e estimulante do crescimento.
celular interna, o citotrofoblasto (Fig. 656.4),
formado por uma camada irregular de células
ovóides. O sinciciotrofoblasto permanece
até ao fim da gravidez, mas o citotrofoblasto
desaparece gradualmente a partir da segunda
metade da gravidez.
As vilosidades coriais podem ser livres ou
fixas, tendo ambas a mesma estrutura. As
vilosidades coriais livres (Fig. 656.6) não
atingem a decídua basilar, ao passo que as
vilosidades coriais fixas (Fig. 656.5) se
inserem na decídua basilar (Fig. 656.7).
As superfícies externas das vilosidades coriais
encontram-se rodeadas pelo sangue das
lacunas da decídua basilar, sendo a este nível
que se dão as trocas entre o sangue materno
e o sangue fetal.

1.
A face materna ou uterina é constituída Fig. 656 - Constituiiõo anatómico da placenta
pela decídua basilar (Fig. 656.7), que a separa 1. Placa corial 2. Eixo central de tecido conjuntiva da vilosidade conol
do miométrio (Fig. 656.8). A decídua basilar 3. Sinciciotrofoblasto 4. Citotrofoblosto 5. Vilosidade mrlal fixo 6. Vilo­
fornece sangue arterial para lacunas (Fig. sidades cariais livres 7. Decldua basilar 8. Miomélrio 9. Lacunas situo­
656.9) situadas entre as vilosidades coriais, das entre as vilosidades coriais

·1 '
AsPEaos GERAIS DO PERITONEU

O peritoneu é uma membrana serosa que


Ü peritoneu é uma membrana serosa cuja mino-pélvica. A lâmina visceral do perito­ reveste a face interna das paredes da cavidade
função é de permitir o deslizamento sem neu envolve a superfície externa dos órgão�. abdómino-pélvica e a superfície externa dos
atrito dos órgãos da cavidade abdómino­ A cavidade peritoneal é uma cavidade vir­ órgãos contidos nessa cavidade.
-pélvica, comportando-se, também, como um tual, situada entre as lâminas parietal e O peritoneu facilita o deslizamento dos ór­
sistema de protecção, sendo constituído visceral, sendo completamente fechada no gãos, e sobre as paredes que constituem a
por duas lâminas e pela cavidade peritoneal. homem, mas comunicando, na mulher, direc­ ca vidade abdómino-pél vica, contribuindo
A lâmina parietal do peritoneu reveste a tamente com o exterior, através da tuba ainda para manter os órgãos em posição.
face profunda das paredes da cavidade abdó- uterina (Falópio). Apresenta propriedades de secreção e de
reabsorção, e intervém na protecção da cavi­
dade abdómino-pélvica contra os diferentes
microrganismos patogénicos.
O peritoneu é, de todas as membranas sero­
sas, a mais complexa, pois, enquanto o peri­ Fig. 6S7 - Conslituisõo do peritoneu
cárdio, por exemplo, envolve apenas um 1. lâmina parietal do peritoneu 2. l6mina visceral do peritoneu 3. Õrgõo
órgão, o coração, a serosa peritoneal está 4. Cavidade peritoneal
relacionada com diversos órgãos, variáveis
pela forma, volume, meios de fixação e rela­
ções com as paredes da cavidade abdómino­ homem, mas comunicando na mulher directa­
•pélvica. Alguns órgãos são revestidos quase mente com o exterior através da tuba uterina
completamente pela serosa peritoneal e outros, (Falópio).
apenas parcialmente.
O peritoneu será descrito no adulto, não
levando em conta as modificações que sofre 50.1.1. LÂMINA PARIETAL DO PERITONEU
através do desenvolvimento embriológico.
A lâmina parietal do peritoneu reveste a
face profunda das paredes da cavidade abdó­
50.l. CONFORMAÇÃO GERAL DO mino-pélvica, apresentando relações com a
parede parietal anterior, com a parede parietal
PERITONEU inferior ou pélvica, com a parede parietal
posterior e com a parede parietal superior ou
O peritoneu é constituído por duas lâminas e diafragmática.
pela cavidade peritoneal.
A lâmina parietal do peritoneu (Fig. 657.1) A lâmina parietal anterior reveste a face
, reveste a face profunda das paredes da cavi­ profunda da parede ântero-lateral do abdó­
: dade abdómino-pélvica. A lâmina visceral men, estando separada desta pelo espaço
� do peritoneu (Fig. 657.2) envolve a superfí­ subperitoneal (Fig. 658.6) preenchido com
-

\
cie externa dos órgãos (Fig. 657.3). A cavi- tecido célulo-diposo. Apresenta uma porção
3 dade peritoneal (Fig. 657.4) é uma cavidade infra-umbilical e uma porção supra-umbilical.
: virtual, encontrando-se entre a lâmina parietal A porção infra-umbilical (Fig. 658.1) apre­
· e visceral, sendo completamente fechada no senta relevos peritoneais, condicionados pelo
470 PERITONEU ASPECTOS GERAIS DO PERITONEU 471

úraco, pelos cordões fibrosos resultantes da subperitoneal, preenchido com tecido célulo­ Encontra-se este tipo no jejuno-íleo, cólon
obliteração das artérias umbilicais, e pelas -adiposo, e sendo a continuação do espaço trallsverso, cólon sigmóide, ampola rectal e,
artérias epigástricas e fossas peritoneais, as retroperitoneal. De cada um dos lados da por vezes, no cólon ascendente e cólon des­
fossas inguinais mediais, médias e laterais. bexiga, o peritoneu reflecte-se para alcançar cendente.
A porção supra-umbilical (Fig. 658.2) apre­ a parede lateral da cavidade pélvi ca, que
senta o ligamento falciforme do fígado e o reveste de inferior para superior até à fossa
ligamento redondo, correspondente à veia ilíaca, condicionando, de cada um dos lados
umbilical no feto, ou ao cordão fibroso que a fossa paravesical. 2
substitui a veia umbilical. Encontra-se, no homem, a escavação recto­ 2
-vesical (Douglas) e, na mulher, a escavação
A lâmina parietal inferior ou pélvica (Fig. vésico-uterina e a escavação recto-uterina
658.3) reveste a cavidade pélvica, estando (Douglas).
separada do seu pavimento pelo espaço
A lâmina parietal posterior (Fig. 658.4)
reveste a parede posterior do abdómen, es­
tando separada desta pelo espaço retroperi­
toneal (Fig. 658.7), onde se encontram, na Fig. 660 - Revestimento pediculodo composto de tipo gástrico
3
linha mediana, a aorta abdominal e a veia 1. Dois pedículos 2. Feixe vásculo-nervoso 3. LOminos pediculores
cava inferior e, lateralmente, os rins, as glân­
dulas suprarrenais e os uretéros.
Fig. 659 - Revestimento pedlculado simples
A lâmina parietal superior ou diafragmá­ 1. Padlculo 2. Feixe vósculo-nervoso 3. LOminos pediculores
tica (Fig. 658.5) reveste a face inferior do
diafragma, aderindo-lhe intimamente, apre­
O tipo de revestimento pediculado composto
sentando através dele, relações indirectas com
permite que o órgão fique ligado à lâmina
a serosa pleural.
parietal do peritoneu por mais de um pedí­
culo, contendo o feixe vásculo-nervoso
50.1.2. LÂMINA VISCERAL DO PERITONEU (Figs. 660.2 e 661.2), e sendo, cada pedículo,
constituído por duas lâminas pediculares
A lâmina visceral do peritoneu adere inti­ (Figs. 660.3 e 661.3). No tipo gástrico, exis­
mamente à superfície externa dos órgão. tente no estômago, observam-se dois pedí­
contidos na cavidade abdómino-pélvica. culos (Fig. 660.1), e no tipo hepático, exis­
2
tente no fígado, observam-se três pedículos
sendo uma das camadas da parede visceral.
(Fig. 661.1).

50.1.2. l. TIPOS DE REVESTIMENTO Os tipos de revestimento não pediculados


podem ser unifaciais ou fáscias de coales­
Os tipos de revestimento dos órgãos podem cência (Toldt) e plurifaciais. Fig. 661 - Revestimento pediculodo composto de tipo hepático
ser pediculados ou não pediculados. O tipo de revestimento não pediculado uni­
Os tipos de revestimento pediculados po­ faciais ou fáscias de coalescência (Toldt) 1. Três pedículos 2. Feixe vósculo-nervoso 3. LOminos pediculares
dem ser simples ou compostos.
,. caracteriza-se pelo facto de o órgão (Fig.
O tipo de revestimento pediculado simples abdominal. Encontra-se este tipo no duodeno,
� 662.1) estar revestido apenas por uma das
Fig. 658 - Por,ões do lômino porietol do peritoneu permite que a lâmina visceral de um órgão 3 faces (Fig. 662.2), ficando, a outra face, no pâncreas, nos rins, e, por vezes, no cego,
l. LOmino parietal anterior intra-umbilical 2. LOmino parietal anterior fique ligada à lâmina parietal através de um relacionada com a parede da cavidade abdó­ no cólon ascendente e no cólon descendente.
supro-umbilical 3. LOmino parietal inferior ou pélvico 4. LOmino parietal pedículo (Fig. 659.1), contendo o feixe vás­ mino-pélvica (Fig. 662.3), constituindo uma
posterior 5. LOmino parietal superior ou diafragmático 6. Espo,o
subperitoneol 7. Espo,o retroperitoneal
culo-nervoso (Fig. 659.2), e sendo constituído
por duas lâminas pediculares (Fig. 659.3).
lâmina conjuntiva, que conduz à justaposição
e depois à aderência do órgão à parede
O tipo de revestimento não pediculado
plurifacial permite que o órgão (Fig. 663.1) \
-�
472 PERITONEU ÃSPECTOS GERAIS DO PERITONEU 473

peritoneais, com um significado variável e 2


que se encontram representadas pelas seguin.
tes formações: ligamentos; mesos; omentos·
recessos ou escavações, fossas e espaços. Í'
!

S0.1.2.2.1. Ligamentos
2
Os ligamentos são pregas peritoneais, cons­
3 tantes ou inconstantes, unindo um órgão a
uma das paredes da cavidade abdómino­
-pélvica e não contendo pedículo vásculo-
-nervoso. Podem ser parieto-viscera is ou 5
interviscerais.
Os ligamentos parieto-viscerais (Fig. 664.J)
Ag. 665 - Ligamento interviscerol Fig. 666 • Meso e omento
unem um órgão (Fig. 664.2) à lâmina parietal
Fig. 662 - Revestimento não pediculodo unifoóol ou fósóo de coolescênóo do peritoneu (Fig. 664.3), relacionada com as 1. Ligamento intervisceral 2. Órgãos 1. Meso 2. Omento 3. L6mina parietal do peritoneu 4. Lamino visceral

l. Órgão 2. Face do 6rgão revestido pelo 16mino parietal do peritoneu paredes da cavidade abdómino-pélvica (Fig. do peritoneu S. Órgãos
3. Face do 6rgão relocionodo com o parede do cavidade obdómino­ 664.4), como, por exemplo, o ligamento fal­
·pélvico ciforme, o ligamento coronário, os ligamentos S0.U.2.2. Mesos
triangulares do fígado e os ligamentos largos O omento gastro-esplénico estende-se da
fique revestido pela lâmina visceral por mais do útero, entre outros. Os mesos (Fig. 666.1) são pregas peritoneais porção póstero-lateral do fundo gástrico, até
de uma face (Fig. 663.2). Encontra-se este que resultam da reflexão da lâmina parietal ao hilo do baço.
tipo na bexiga e no útero. 2 (Fig. 666.3) com a lâmina visceral (Fig. 668.4) O omento pancreático-esplénico estende-se
do peritoneu de certos órgãos (Fig. 666.5), da cauda do pâncreas até à face póstero­
S0.1.2.2. PREGAS PERITONEAIS nomeadamente do tubo digestivo, sendo ainda -medial ou renal do baço. Este omento, em
caracterizados por apresentarem no seu inte­ muitos casos, é substituído pelo ligamento
A complexidade do peritoneu deve-se à exis­ rior pedículos vasculares. Para distinguir os pancreático-esplénico.
tência de um grande número de pregas mesas uns dos outros, junta-se ao prefixo
mesa o nome do órgão, como mesentério,
S0.1.2.2.4. Recessos ou escovo1ões, fossos e espo10s
mesocego, mesoapêndice, mesocólon ascen­
dente, mesocólon transverso, mesocólon Os recessos ou escavações, as fossas e os es­
3 descendente, mesocólon sigmóide. paços são resultantes da passagem, em certas
regiões, da serosa peritoneal sobre depressões
S0.1.2.2.3. Omentos que se encontram entre os órgãos, nos órgãos
e entre os órgãos e as paredes da cavidade
Os omentos (Fig. 666.2) são pregas perito­ abdómino-pélvica.
neais, contendo um pedículo vásculo-nervoso,
que se estendem, livremente, de um órgão a Os recessos resultam da passagem da serosa
Fig. 664 - Ligamento porieto-viscerol � outro (Fig. 666.5), no interior da cavidade peritoneal sobre dois órgãos, como a prega
l. Ligamento porieto-viscerol 2. Órgão 3. L6mino porietol do parllontu � p eritoneal, sendo em número de quatro. vesical transversa, os recessos duodenais
4. Parede do covidode obdómino-pélvico : O omento maior ou gastro-cólico estende- existentes na porção terminal da parte ascen­
� -se da curvatura maior do estômago até ao dente do duodeno (Fig. 678.1, 2 e 3), por
� cólon transverso, onde se vai continuar com exemplo. As escavações são recessos muito
Os ligamentos interviscerais (Fig. 665.1 l o mesocólon transverso.
,ll
desenvolvidos, como a escavação recto-uterina
Fig. 663 - Revestimento não pediculodo plurilociol unem os órgãos entre si (Fig. 665.2), como. :ilº O omento menor ou gastro-hepático estende­ (Douglas) (Fig. 663.3), entre a face posterior
l. Órgão 2. Faces do 6rgão revestidos por l6mino visceral do peritoneu por exemplo, o ligamento cístico-cólico e 0 : ·se da curvatura menor do estômago até à do colo do útero e a face anterior do recto,
3. Escovosão recto-uterino (Douglas) 4. Escovosão vêsico-uterino ligamento hepático-cólico, entre outros. . porta hepática. ou a escavação vésico-uterina (Fig. 663.4),
1 '
47 4 PERITONEU ASPECTOS GERAIS DO PERITONEU 47S

entre o corpo do útero e a face superior da 3 S ,:nina anterior do omento maior ou gastro­ A cavidade peritoneal é uma cavidade vir­
bexiga. -c6lico (Fig. 667.10); face posterior do cólon tual, encontrando-se entre as lâminas parietal
trllllsverso (Fig. 667.11); lâmina inferior do e visceral do peritoneu. Esta cavidade está
As fossas resultam da passagem da lâmina Dlesocólon transverso (Fig. 667.12); parede completamente fechada no homem, comu­
visceral sobre depressões existentes nos posterior do abdómen (Fig. 667.13); lâmina nicando, na mulher, directamente com a tuba
35 uterina (Falópio), o que explica a importância
órgãos, ou resultam de formações existentes direita do mesentério (Fig. 667.14); jejuno­
na parede abdominal anterior, como por 27 .í}eo (Fig. 667.15); lâmina esquerda do me­ das infecções genitais femininas, como causa
exemplo, as fossas inguinais mediais (Fig. 33 sen tério (Fig. 667.16); parede posterior do de peritonites.
669.5), as fossas inguinais médias (Fig. 669.6) abdómen (Fig. 667.17); mesorecto (Fig. A bolsa omental é um divertículo peritoneal
e as fossas inguinais laterais (Fig. 669.7). 31 667.18); ampola rectal (Fig. 667.19); esca­ supramesocólico, invaginado, situado entre a
13 lâmina parietal do peritoneu posterior, que o
29 vação recto-uterina (Douglas) (Fig. 667.20);
separa da face anterior do corpo do pâncreas,
Os espaços resultam da passagem da serosa
peritoneal de um órgão para uma das paredes 10
�•rc:__=-_-
__-_-_-_-_-_-32
___ 30
ótero (Fig. 667.21); escavação vésico-uterina
(Fig. 667.22); bexiga (Fig. 667.23); prega (Fig. 668.3) e a artéria e veia esplénicas (Fig.
12 668.4), posteriormente; e a lâmina visceral do
da cavidade abdómino-pélvica, como, por 1--� 14 vesical transversa (Fig. 667.24); porção infra­
16 peritoneu da face posterior do estômago
exemplo, o espaço mesentérico-cólico direito 2a�=� -umbilical da parede ântero-lateral do abdó­
(Fig. 668.5), anteriormente.
(Fig. 704.7), o espaço mesentérico-cólico men (Fig. 667.25); umbigo (Fig. 667.1).
A bolsa omental comunica com a cavidade
esquerdo (Fig. 704.8), o espaço parieto-cólico
peritoneal, por intermédio do forame omental
direito (Fig. 704.9), o espaço parieto-cólico
S0.1.3.2. CIRCUITO PERITONEAL MENOR (Winslow) (Fig. 668.6).
esquerdo (Fig. 704.10) ou a cavidade pélvica
(Fig. 704.11). O circuito peritoneal menor apresenta o
seguinte trajecto: lâmina posterior do omento
menor ou gastro-hepático (Fig. 667.26); face
S0.1.3. LINHA DE CONTINUIDADE ENTRE AS posterior do estômago (Fig. 667.27); lâmina
LÂMINAS PARIETAL E VISCERAL DO PERITONEU posterior do omento maior ou gastro-cólico
23 22 21
(Fig. 667.28); face anterior do cólon trans­
O peritoneu pode esquematicamente ser ana­ verso (Fig. 667.29); lâmina superior do meso­
lisado, por exemplo na mulher, em corte Fig. 667 - Circuitos peritoneois maior e menor no mulher, observados cólon transverso (Fig. 667.30); parede poste­
parassagital, descrevendo o circuito perito­ num corte porossogitol rior do abdómen (Fig. 667.31); duodeno (Fig.
neal maior, constituindo a cavidade perito­ 667.32); pâncreas (Fig. 667.33); lâmina infe­
1. Umbigo 2. Parede 8ntero-loterol do abdómen supra-umbllicol
neal, e o circuito peritoneal menor, cons­ rior do ligamento coronário (Fig. 667.34);
3. Face inferior do diafragma 4. L8mina superior do ligamento mron6no
tituindo a bolsa omental. zona média da face inferior do fígado até ao
5. Face superior do fígado 6. Margem anterior do fígado 7. Zona médio
da face inferior do fígado olé oo lábio anterior do porta hep6tico
lábio posterior da porta hepática (Fig. 667.35);
50.1.3.1. CIRCUITO PERITONEAL MAIOR B. L8mino anterior do omento menor ou gostro-hepático 9. Face ante­ lâmina posterior do omento menor ou gastro­
rior do est6mago I O. L8mina anterior do omento gastro-c6llm ou maior -hepático (Fig. 667.26). 3
O circuito peritoneal maior apresenta o 11. Face posterior do cólon transverso 12. Lamina inferior do me51K61on
seguinte trajecto: umbigo (Fig. 667.1); porção transverso 13. Parede posterior do abdómen 14. LDmlna direito
supra-umbilical da parede ântero-lateral do do mesentério 15. jejuno-íleo 16. LOmino esquerda do mesenlêno
S0.1 .4. CAVIDADE PERITONEAL Fig. 668 • Cavidade peritoneal

abdómen (Fig. 667.2); face inferior do dia­ 1 7. Parede posterior do abdómen 18. Mesorecto 19. Ampola rectol ,
< 1. Cavidade peritoneal 2. Bolso omentol 3. Face anterior do corpo
fragma (Fig. 667.3); lâmina superior do liga­ 20. Escova,ão recto-uterina (Douglas) 21. Útero 22. Escavopio vêsico 2 A cavidade peritoneal (Fig. 668.1) apresenta do pOncreos 4. Artéria esplénico 5. Face posterior do estômago

mento coronário (Fig. 667.4); face superior -uterino 23. Bexiga 24. Prega vesical transverso 25. Parede Bolero· .: um divertículo, a bolsa omental (Fig. 668.2). 6. Forome omentol (Winslow)
-lateral do abdómen inira-umbilical 26. L6mino posterior do omento
do fígado (Fig. 667.5); margem anterior do
menor ou gostro-hepático 27. Face posterior do est6mago 28. L8mino
fígado (Fig. 667.6); zona média da face infe­ posterior do omento maior ou gostro-c61ico 29. Face anterior do cólon 1
rior do fígado até ao lábio anterior da porta transverso 30. LOmina superior do mesoc61on transverso 31. Parede
hepática (Fig. 667.7); lâmina anterior do posterior do abdómen 32. Face anterior do duodeno 33. POncreos
omento menor ou gastro-hepático (Fig. 667.8); §
34. L8mino inferior do ligamento coronário 35. Zona médio do face
face anterior do estômago (Fig. 667.9); lâ- inferior do fígado olé oo lábio posterior do porta hepática ,1
DESCRIÇÃO DO PERITONEU

A descrição do peritoneu inicia-se ao nível dois cordões fibrosos resultantes da oblite­


do umbigo. A partir daqui, o peritoneu reveste ração das artérias umbilicais, as pregas um­
a porção infra-umbilical da parede anterior do bilicais mediais (Fig. 669.3).
abdómen, reveste alguns órgãos contidos na Estas três pregas constituem as foices meno­
cavidade pélvica, tem um trajecto ascendente res do peritoneu, que se estendem desde o
na p arede posterior do abdómen e acaba por umbigo até à bexiga.
alcançar o cólon transverso. Ao nível da porção média do ligamento in­
Passando o umbigo, o peritoneu reveste a guinal, o peritoneu encontra-se de novo
porção supra-umbilical da parede anterior do saliente devido às artérias epigástricas,
abdómen e daqui passa para a face inferior do constituindo as pregas umbilicais laterais
diafragma, faces superior e inferior do fígado, (Fig. 669.4).
para depois alcançar a face anterior do estô­ Ao nível da parede anterior do abdómen,
mago. Ao nível da curvatura maior do estô­ entre o púbis e o anel profundo do canal
mago, origina o omento maior ou gastro­ inguinal, encontram-se três depressões de
-hepático, acabando por terminar ao nível do cada lado, as fossas inguinais.
As fossas inguinais mediais (Fig. 669.5),
cólon transverso.
A descrição do peritoneu termina com o situadas entre a prega umbilical mediana e as
pregas umbilicais mediais.
estudo dos omentos e da bolsa omental.
As fossas inguinais médias (Fig. 669.6),
situadas entre as pregas umbilicais mediais e
as pregas umbilicais laterais.
51.1. PERITONEU INFRA-UMBILICAL
O peritoneu infra-umbilical inicia-se ao nível
do umbigo, reveste a porção infra-umbilical
da parede anterior do abdómen, reveste
alguns órgãos da cavidade pélvica, tem um 4
trajecto ascendente na parede posterior do 5
abdómen e alcança o cólon transverso.

Sl.1.1. DISPOSIÇÃO DO PERITONEU AO N(VEL


: DA PAREDE ANTERIOR DO ABDÓMEN

: Originando-se no umbigo (Fig. 669.1 ), o


peritoneu reveste a porção infra-umbilical da
parede anterior do abdómen, acabando por
alcançar a cavidade pélvica. Fig. 669 - Pregos umbilicais e fossos inguinois
Ao nível da parede anterior do abdómen, 1. Umbigo 2. Prego umbiliml mediano 3. Pregos umbilicais mediais 4. Pregos
condiciona, ao nível do úraco, a prega umbilicais lolerois S. Fossos inguinois mediais 6. Fossos inguinois mãdios
umbilical mediana (Fig. 669.2) e, sobre os 7. Fossos inguinois lolerois 8. Anel profundo do conol inguinal
478 PERITONEU DESCRIÇÃO 00 PERITONEU 479

As fossas inguinais laterais (Fig. 669.7), O mesométrio é constituído pelas três asas
situadas súpero-lateralmente às artérias epi­ do ligamento largo do útero: superiormente,
gástricas, correspondendo aos anéis profun­ pela asa superior ou mesosalpinge (Fig.
dos dos canais inguinais (Fig. 669.8). 673.1), que corresponde à tuba uterina (Faló­
As fossas inguinais constituem pontos fracos pio) (Fig. 673.2); anteriormente, pela asa
da parede anterior do abdómen, sendo nestes anterior (Fig. 673.3), que corresponde ao
pontos que se formam as hérnias inguinais 2 ligamento redondo do útero (Fig. 673.4); e
medial, média e lateral. posteriormente, pela asa posterior ou meso­
vário (Fig. 673.5), que corresponde ao liga­
mento tubo-ovárico, margem anterior ou
Sl .1.2. DISPOSIÇÃO DO PERITONEU NA mesovárica do ovário (Fig. 673.6) e liga­
8
CAVIDADE PÉLVICA mento próprio do ovário ou útero-ovárico.

O paramétrio (Fig. 673.7) situa-se inferior­


Depois de o peritoneu deixar a parede an­ mente às asas do ligamento largo do útero,
terior do abdómen (Fig. 670.1 e 671.1), sendo constituído por duas lâminas, que se
dirige-se para a bexiga (Figs. 670.2 e 671.2) vão alargando progressivamente de superior
que, quando distendida, condiciona a prega Fig. 670 • Disposisõo do peritoneu na cavidade pélvica do homem 4 para inferior, formando um espaço prismático
vesical transversa (Figs. 670.3 e 671.3), triangular com base inferior, estendendo-se
revestindo depois a porção mais elevada das 1. Parede anterior do abd6men 2. Bexiga 3. Prega vesical tranmrso
da parede lateral da cavidade pélvica ao istmo
4. Parede lateral da cavidade pélvica 5. Fossa paravesical 6. Esmvuião fig. 671 • Disposisõo do peritoneu na cavidade pélvica da mulher
suas faces laterais e a sua face posterior, do útero e à extremidade superior da vagina.
para seguidamente passar aos órgãos recto-vesical (Douglas) 7. Recto 1. Parede anterior do abd6men 2. Bexiga 3. Prega vesical transverso
adjacentes. 4. Escavasõo vésico-uterina 5. Face anterior, fundo e face posterior
11a corpo do útero 6. Face posterior da vagina 7. Face anterior do 2
minais, alcança o recto, condicionando a lldo 8. Escavasõo recto-uterina (Douglas)
Sl.1.2.1. DISPOSIÇÃO DO PERITONEU DE CADA UM escavação recto-vesical (Douglas) (Fig.
DOS LADOS DA BEXIGA 670.6), que se estende da bexiga (Fig. 670.2)
até ao recto (Fig. 670.7). tuídas a este nível pela fáscia do músculo
6
De cada um dos lados da bexiga (Fig. 670.2), obturador interno (Fig. 672.3), pelo músculo
o peritoneu reflecte-se para alcançar a parede obturador interno (Fig. 672.4) e pelo osso
SlJ.2.2.2. Disposi{lio do peritoneu no mulher coxal (Fig. 672.5).
lateral da cavidade pélvica (Fig. 670.4), que
reveste de inferior a superior até à fossa Os ligamentos largos do útero apresentam,
O peritoneu, depois de deixar a face superior
ilíaca, condicionando, de cada um dos lados, entre as suas duas lâminas, diversas forma­
da bexiga (Fig. 671.2), dirige-se para o útero
ções, sendo constituídos por duas porções,
a fossa paravesical (Fig. 670.5). ao nível do seu istmo, constituindo a esca­
uma superior, o mesométrio, e uma inferior,
vação vésico-uterina (Fig. 671.4).
o paramétrio.
Ao alcançar o corpo do útero, reveste a sua
Sl.1.2.2. DISPOSIÇÃO DO PERITONEU face anterior, o fundo, toda a face posterior 2 Fig. 673 · Mesométrio e paramétrio dos ligamentos largos do útero
POSTERIORMENTE À BEXIGA do corpo do útero (Fig. 671.5), chegando à 1. Asa superior ou mesosalpinge 2. Tuba uterina (Falópio) 3. Asa
porção posterior da face posterior da vagina anterior 4. Ligamento redondo do útero 5. Asa posterior ou mesovório
Posteriormente à bexiga, o peritoneu com­ (Fig. 671.6), que a reveste num espaço com 6. Margem anterior ou mesovórica do ovário 7. Paramétrio
porta-se de um modo diferente no homem e cerca de 2 cm. Reflecte-se então para pos­
na mulher, acabando em ambos os casos por terior, até alcançar a face anterior do recto
alcançar o recto. (Fig. 671.7), constituindo a escavação recto• Os ligamentos útero-sagrados (Fig. 674.1),
-uterina (Douglas) (Fig. 671.8). um direito e outro esquerdo, inserem-se,
S 1.1.2.2.1. Disposi{lio do peritoneu no homem Os ligamentos largos do útero (Fig. 672. I) anteriormente, por três feixes (Fig. 674.2),
fig. 672 - Ligamentos largos do útero
constituem dois septos transversais que unem ; dirigindo-se depois com obliquidade póstero­
O peritoneu, depois de deixar a face superior as margens laterais do útero (Fig. 672.2) à\ : l. Ligamento largo do útero 2. Margem lateral do útero 3. Fóscia do -superior, elevando a porção profunda da ·l
da bexiga, reveste a base das vesículas se- paredes laterais da cavidade pélvica, consti- ' misculo obturador interno 4. Músculo obturador interno 5. Osso coxal escavação recto-uterina (Douglas), consti- 1
480 PERITONEU DESCRIÇÃO DO PERITONEU 481

tuindo as pregas semilunares (Douglas) 2


(Fig. 674.3). Os ligamentos contornam depois
as faces laterais do recto (Fig. 674.4) e aca­
bam por se inserir na face anterior do sacro,
mediaimente aos três primeiros foramenes
sagrados anteriores (Fig. 674.5).

Os ligamentos útero-lombares, um direito e


outro esquerdo, inconstantes, estendem-se
da face posterior do útero até à 5ª vértebra
lombar, e a sua relação com o peritoneu
condiciona as pregas útero-lombares.
Fig. 675 . Disposisõo do peritoneu ao nível do recto no hamem

1. Escavasõo recto-vesical (Douglas) 2. Ampola redai

51.1.3. DISPOSIÇÃO AO NfVEL DA PAREDE


POSTERIOR DO ABDÓMEN 4

Depois de se relacionar com o recto, o peri­


fig. 676 - Relosões do mesentério Fig. 677 • Relasões do mesentério
toneu reveste ínfero-superiormente a parede
posterior do abdómen, até alcançar o cólon 1. Lllminas peritoneais que revestem o jejuno-íleo 2. Mesentério 1. Margem parietal ou raiz do mesentério 2. Porsõa superior do
transverso. Nesta zona, encontra, além de J. Margem intestinal do mesentério 4. Espaso mesentérico-c6lico direito mesentério 3. Porsõa média do mesentério 4. Porsõo inferior do
ansas jejuno-ileais, o cego, o apêndice vermi­ 5, Esposa mesentérico-c6lico esquerdo 6. Tecido célulo-adiposo situado mesentério 5. Extremidade superior do mesentério 6. Extremidada
cular, e os cólons ascendente, descendente e eatre as duas IBminas do mesentério 7. Vasos mesentéricos superiores inferior do mesentério
sigmóide, pelo que apresenta diversas dispo
sições.
tituída por três porções: a porção superior A face esquerda relaciona-se com os órgãos
(Fig. 677.2), desde a flexura duodeno-jejunal contidos no espaço mesentérico-cólico es­
Fig. 674 . Ligamentos útero-sagradas 51.1.3._1. DISPOSIÇÃO AO NÍVEL DO JEJUNO-ILEO até à margem superior da parte horizontal do querdo (Fig. 676.5): cólon descendente e
duodeno; a porção média (Fig. 677.3), curta cólon sigmóide.
1. Ligamento útero-sagrado 2. Feixes de insersõo anteriores 3. Prego Quando o peritoneu alcança o jejuno-fleo, e disposta verticalmente, situada anterior­ A extremidade superior (Fig. 677.5) corres­
semilunar (Douglas) 4. Recto 5. 1°, 2º e 3' foramenes sagrados ante­ fornece a esta porção do tubo digestivo uma mente à aorta abdominal e à veia cava infe­ ponde à flexura duodeno-jejunal.
riores bainha quase completa, à excepção da mar­ rior; e a porção inferior (Fig. 677.4), com A extremidade inferior (Fig. 677.6) corres­
gem aderente ou mesentérica. Ao nível desta obliquidade ínfero-lateral, termina na flexura ponde à flexura íleo-cecal.
margem, as lâminas peritoneais que revestem íleo-cecal depois de cruzar o músculo psoas Entre as lâminas do mesentério, encontra-se
51.1.2.3. DISPOSIÇÃO AO NÍVEL DO RECTO o jejuno-íleo (Fig. 676.1) unem-se para for­ maior, o uretéro e os vasos genitais direitos. tecido célulo-adiposo (Fig. 676.6), a artéria
mar uma prega muito desenvolvida, o mesen• : A margem intestinal (Fig. 676.3), sinuosa, mesentérica superior e os seus ramos intes­
Depois de constituir a escavação recto-uterina
tério (Fig. 676.2). � tem cerca de 6 m de comprimento. É nesta tinais (Fig. 676.7), a veia mesentérica supe­
(Douglas), na mulher, e a escavação recto­
-vesical (Douglas), no homem (Fig. 675.1), o ::: margem que as duas lâminas do mesentério rior, nodos linfáticos da artéria mesentérica
O mesentério apresenta duas margens, duas i se afastam para envolver o jejuno-íleo. superior e o plexo mesentérico superior.
peritoneu reveste os dois terços superiores
faces e duas extremidades. � A face direita relaciona-se com os órgãos O peritoneu duodeno-jejunal apresenta várias
das faces anterior e laterais da ampola rectal
A margem parietal ou raiz do mesentério � contidos no espaço mesentérico-cólico direito pregas semilunares, os recessos duodenais.
(Fig. 675.2).
(Fig. 677.1) tem um comprimento de 15 a (Fig. 676.4): pâncreas, duodeno, flexura di­ O recesso duodenal inferior (Fig. 678.1)
20 cm, formando uma linha sinuosa, dirigida reita ou hepática do cólon, cólon ascendente situa-se na porção ínfero-lateral da parte
com obliquidade ínfero-lateral, sendo cons- e cego. ascendente do duodeno.
482 PERITONEU DESCRIÇÃO DO PERITONEU 483

O recesso duodenal superior (Fig. 678.2) -lateral do abdómen (Fig. 679.B2). A porção O ápice (Fig. 681.4) corresponde ao ápice do
situa-se na porção súpero-lateral da parte posterior da lâmina direita do mesentério apêndice vermicular. A margem aderente
ascendente do duodeno. reveste uma porção da face medial e, quando (Fig. 681.5), convexa, destaca-se do apêndice
O recesso retroduodenal (Fig. 678.3) situa-se atinge a face posterior do cego (Fig. 679.3), vermicular. A margem livre (Fig. 681.6)
posteriormente à parte ascendente do duo­ reflecte-se para a parede posterior do abdó­ encontra-se livre na cavidade abdominal,
deno. men (Fig. 679.B4), de modo que a face pos­ sendo percorrida pelos vasos apendiculares
terior do cego fica relacionada com os planos A B ( (Fig. 681. 7).
músculo-aponevróticos (Fig. 679.B5), sendo
desprovida de revestimento peritoneal. S1.1.3.2.3. Disposislio ao nível do c61on ascendente
Rg. 680 - Recessas íleo-<ecois
Noutros casos, o peritoneu forma, posterior­
mente ao cego, uma prega, o mesocego (Fig. AI. Recesso íleo-cecol superior B l. Recesso íleo-cecal inferior A lâmina direita do mesentério ao nível do
679.Cl), que o liga à lâmina parietal do (1. Recessos retrocecais cólon ascendente (Fig. 682.Al), quando atinge
peritoneu da parede posterior do abdómen esta porção do cólon, reveste-o e, quando
(Fig. 679.C2). atinge a face lateral, reflecte-se para a parede
51.1.3.2.2. Disposislio ao nível do opindice
O peritoneu, quando passa do íleo para 0 posterior do abdómen. A face posterior não
vermicular
cego, forma pregas especiais que determinam está revestida de peritoneu e encontra-se em
Fig. 678 - Recessos duodenois o aparecimento de recessos íleo-cecais. contacto directo com a parede posterior do
A lâmina direita do mesentério, ao ní vel do
l. Recesso duodenal inferior 2. Recesso duodenal superior 3. Recesso apêndice vermicular (Fig. 681.1), comporta­ abdómen, através da fáscia de coalescência
retroduodenol (Toldt) direita (Fig. 682.A2).
-se como o faz ao nível de uma ansa intes­
2 5 4 Nalguns casos, a lâmina direita do mesen­
tinal, formando o mesoapêndice (Fig. 681.2),
tério reflecte-se da parede posterior do
que tem uma forma triangular. A base (Fig.
SU.3.2. DISPOSIÇÃO DA LÃMINA DIREITA DO abdómen (Fig. 682.Bl) para a face lateral do
681.3) relaciona-se com a face medial do
MESENTÉRIO cólon ascendente, revestindo depois, suces­
cego, desde a flexura íleo-cecal até ao ponto
sivamente, as restantes faces (Fig. 682.B2),
de implantação do apêndice vermicular.
A lâmina direita do mesentério reveste, indo constituindo uma prega peritoneal, o meso­
de medial para lateral, a aorta abdominal, a cólon ascendente (Fig. 682.B3).
veia cava inferior, o músculo psoas maior
direito, o uretéro direito e o rim direito, A B (
Sl.l.3.2.4. Disposisõo ao nível do flexuro direito ou
acabando por alcançar o cego, o apêndice
hepático do c61on
vermicular, o cólon ascendente e a flexura Fig. 679 - Disposi(ÕO do peritoneu oo nível do cego
direita ou hepática do cólon. A flexura direita ou hepática do cólon en­
A1. Foce anterior do cego A2. Foca posterior do cego A3. Face lateral
do cego 81. Foca anterior do cego 82. Parede 6ntero-laterol do abd6men contra-se fixa aos órgãos adjacentes por
SU.3.2.1. Disposisõo oo nivel do cego 83. Foca posterior do cego 84. Parede posterior do abdómen 8S. Foce 2
posterior do cego desprovida de peritoneu Cl. Mesocego (2. Parede
A lâmina direita do mesentério, ao chegar a posterior do abdómen
flexura íleo-cecal, divide-se em duas porções, 3
uma anterior (Fig. 679.Al) e outra posterior
(Fig. 679.A2), revestindo, respectivamente, a O recesso íleo-cecal superior (Fig. 680.A 1)
face anterior e a face posterior do cego. Estas situa-se na porção ântero-superior da flexura
íleo-cecal.
duas porções continuam-se uma com a outra,
ao nível do fundo e da face lateral do cego O recesso íleo-cecal inferior (Fig. 680.B 1) .-
"' 2
(Fig. 679.A3), deixando o cego livre na fossa situa-se inferiormente ao recesso anterior, na A B
ilíaca direita. porção inferior da flexura íleo-cecal.
Nalguns casos, a porção anterior da lâmina Os recessos retrocecais (Fig. 680.Cl), in ] Fig. 681 - Disposi(ÕO do peritoneu oo nível do apêndice venniculor Fig. 682 - Disposi(ÕO do peritoneu oo nível do cólon ascendente
direita do mesentério reveste a face anterior constantes, situam-se na porção posterior do � 1. Apêndice venniculor 2. Mesoopêndice 3. Base do mesoopilndice AI. Cólon ascendente A2. Fáscio de coalescência (Toldt) direita
do cego (Fig. 679.Bl) e, quando alcança a sua cego, ao nível do ponto onde o peritoneu se : 4. Ãpice do mesoopêndice S. Margem aderente do mesoopêndice BI. L6mina parietal da parede posterior do abdómen B2. L6mino
face lateral, reflecte-se para a parede ântero- reflecte para a fossa ilíaca. 6. Margem livre do mesoapilndice 7. Artéria apendicular visceral do cólon ascendente B3. Mesocólon ascendente
484 PERITONEU
- DESCRI ÇiiO DO PERITONEU 485

pregas peritoneais, dispostas em três planos Sl.1.3.3. DISPOSIÇÃO DA LAMINA ESQUERDA DO A fáscia de coalescência (Toldt) esquerda A margem intestinal (Fig. 686.3) insere-se
ligamentares. MESENTtRIO (Fig. 684.3), através da sua porção superior e no cólon sigmóide.
O omento maior ou gastro-cólico (Fig. esquerda, ocupa o plano profundo. A margem parietal encontra-se subdividida
683.1), por intermédio da sua porção direita A lâmina esquerda do mesentério reveste em duas raízes, cujo ápice (Fig. 686.4) se en­
ocupa o plano superficial. indo de medial para lateral, o músculo psoa� Sl.1.3.3.2. Disposisão ao nível do c61on contra no flanco esquerdo do disco interver­
O ligamento cístico-cólico (Fig. 683.2) une maior esquerdo, o uretéro esquerdo e o rim descendente tebral que separa a 4ª da 5ª vértebras lom­
a flexura direita ou hepática do cólon à esquerdo, acabando por alcançar a flexura bares, um pouco inferiormente à origem das
vesícula biliar (Fig. 683.6), e o ligamento esquerda ou esplénica do cólon, o cólon A lâmina esquerda do mesentério, reveste artérias ilíacas comuns. A raiz direita ou
hepático-cólico (Fig. 683.3) une a flexura descendente e o cólon sigmóide. segmento vertical (Fig. 686.5), mediana,
todo o cólon descendente (Fig. 685.Al), à
direita ou hepática do cólon ao fígado (Fig. excepção da sua face posterior, que se estende-se desde o ápice da margem parietal
683.7), ocupando ambos os ligamentos, o S1.1.3.3.1. Disposi�ão ao nível da flexura esquerda até à face anterior da 3ª vértebra sagrada.
relaciona directamente com a parede posterior
plano médio, e representam a porção direita A raiz esquerda ou segmento oblíquo (Fig.
ou esplênica do c61an do abdómen, através da fáscia de coales­
do omento menor ou gastro-hepático. cência (Toldt) esquerda (Fig. 685.A2). 686.6), com obliquidade ínfero-lateral,
A fáscia de coalescência (Toldt) direita, O peritoneu pode também revestir todo o estende-se desde o ápice da margem parietal,
A flexura esquerda ou esplénica do cólon
através da sua porção superior, onde pode ser cólon descendente (Fig. 685.B l), à excepção seguindo o flanco lateral dos vasos ilíacos
encontra-se fixa aos órgãos adjacentes por
individualizado o ligamento reno-cólico da sua face posterior, onde vai formar um comuns e externos (Fig. 686.7), e cruzando
pregas peritoneais, dispostas em três planos
(Fig. 683.4), que une a flexura direita ou meso muito curto na porção ilíaca, o meso­ depois o uretéro e os vasos genitais esquer­
ligamentares.
hepática do cólon ao pólo superior do rim cólon descendente (Fig. 685.B2). dos.
O ligamento frénico-cólico esquerdo (Fig.
direito (Fig. 683.8), e o ligamento frénico­ O mesocólon sigmóide contém no seu interior
684.1) ocupa o plano superficial e une a fle­
•cólico direito (Fig. 683.5), que une a flexura a porção terminal da artéria mesentérica
xura esquerda ou esplénica do cólon ao dia­
direita ou hepática do cólon ao diafragma, inferior e as artérias e veias sigmoideias.
fragma.
ocupando ambos os ligamentos o plano pro­ O ligamento espleno-mesocólico ocupa o
fundo. Entre as duas raízes, encontra-se a recesso
plano médio, inconstante e representa a mar­
sigmóide, cujo fundo é constituído pelo
gem inferior do omento pancreático-esplénico
peritoneu parietal inferior ou pélvico, em que
e do omento gastro-esplénico (Fig. 684.2).

A 8
3
Ag. 685 - Disposição do peritoneu ao nível do cólon descendente

Al. Cólon descendente A2. Fóscia de coalescência (Toldt) esquerda


81. Cólon descendente 82. Mesoc61on descendente
5

Sl.1.3.3.3. Disposi�ão ao nfvel do c61on sigm6ide

A lâmina esquerda do mesentério envolve in­


teiramente o cólon sigmóide (Fig. 686.1).
õ O cólon sigmóide está ligado à parede pos- fig. 686 · Disposição do peritoneu ao nível do cólon sigmóide e recesso
u- •
Fig. 683 • Disposisão do peritoneu ao nível do flexuro direito ou 3 terior do abdómen por intermédio do meso- intersigmóide
hepática do cólon Fig. 684 • Disposisão do peritoneu ao nível do flexuro esquerdo '° � cólon sigmóide (Fig. 686.2), mais ou menos l. Cólon sigmóide 2. Mesocólon sigmóide 3. Margem intestinal 4. Ãpice
esplénico do cólon ; extenso segundo o tipo de cólon, apresen­
1. Omento maior ou gastro-cólico 2. Ligamento clstico-cólico 3. Liga­ da margem parietal 5. Raiz direita ou segmento vertical do margem
mento hepático-cólico 4. Ligamento rena-cólico S. Ligamento frénico­ 1. Ligamento frênico-c61ico esquerdo 2. Omento gastro-esp!6nico : !ando duas faces, uma anterior, outra poste­ parietal 6. Raiz esquerda ou segmento obliquo da margem parietal
•cólico direito 6. Veslculo biliar 7. Fígado 8. Pólo superior do rim direito 3. Fáscia de coalescência (Toldt) esquerda - rior, e duas margens. 7. Vasos illacos externos 8. Recesso intersigmóide
486 PERITONEU DESCRIÇÃO DO PERITONEU 487

o seu ápice, ao nível do ângulo das duas 51.2.1. DISPOSIÇÃO AO NIVEL DO UMBIGO alcançar a veia cava inferior. O ápice corres­
raízes, conduz a um divertículo, o recesso ponde ao flanco anterior da veia cava infe­
intersigmóide (Fig. 686.8), com a forma de rior. A base ou margem livre estende-se
Ao nível do umbigo, o peritoneu é elevado,
um funil, cujo fundo está situado anterior­ desde o umbigo até à fissura do ligamento
no feto, por intermédio da veia umbilical e
mente às artérias ilíacas comuns, podendo redondo, ocupado pelo ligamento redondo do
no adulto, pelo cordão fibroso que a substitui'. fígado (Fig. 688.4), correspondendo à veia
atingir a parte horizontal do duodeno. o ligamento redondo, condicionando a base
As pregas peritoneais, em número de três, umbilical no feto ou ao cordão fibroso que a
de uma prega muito desenvolvida, o liga­ substitui, no adulto.
unem o cólon sigmóide aos órgãos vizinhos mento falciforme ou foice maior do peri­
e às paredes da cavidade pélvica. O ligamento falciforme é constituído por duas
toneu, disposta no plano sagital, estendendo­
O ligamento colo-tubário situa-se entre o lâminas peritoneais justapostas (Fig. 689.1),
-se desde a porção supra-umbilical da parede
cólon sigmóide e a tuba uterina (Falópio) que se continuam com o peritoneu adjacente.
anterior do abdómen, até à face superior do Ao nível da margem superior, continua-se
esquerda e contendo no seu interior os vasos fígado.
ováricos. com o peritoneu que reveste a face inferior do
diafragma. Ao nível da margem inferior,
O ligamento colo-ilíaco situa-se entre a raiz O ligamento falciforme ou foice maior do
continua-se revestindo a face superior do lobo
secundária do mesocólon sigmóide e a parede peritoneu (Fig. 688.1) apresenta duas faces,
Fig. 687 · Disposição do peritoneu ao nível do cólon transverso e do direito e do lobo esquerdo do fígado (Fig.
ilíaca esquerda. duas margens, um ápice e uma base ou
seu mesocólon 689.2), continuando-se, ao nível do ápice,
O ligamento colo-mesentérico, inconstante, margem livre. A face direita apoia-se na face
1. Peritoneu revestindo o porte ascendente do duodeno 2. Lflmlllll com a lâmina superior do ligamento coro­
situa-se entre o cólon sigmóide e o mesen­ superior do fígado, durante a inspiração.
inferior do mesocólon transverso 3. Cólon transverso 4. L6mina anterior nário (Fig. 689.3).
tério. A face esquerda olha o diafragma. A mar­
do omento maior ou gastro-cólico S. L6mina superior do mesot61on gem superior (Fig. 688.2), com forma con­
transverso
vexa, insere-se na porção supra-umbilical da Sl .2.2. DISPOSIÇÃO AO NfVEL DA FACE
Sl.1.3.4. DISPOSIÇÃO DO PERITONEU AO NIVEL DO parede anterior do abdómen e na face inferior
CÕLON TRANSVERSO do diafragma. A margem inferior (Fig. INFERIOR DO DIAFRAGMA E DA FACE
Sl .2. PERITONEU SUPRA·UMBILICAL 688.3), côncava, insere-se na face superior do SUPERIOR OU DIAFRAGMÁTICA DO FfGADO
A lâmina direita do mesentério reveste a fígado, segundo uma linha que se inicia na
metade anterior da parte horizontal do duo­ extremidade anterior da fissura do ligamento Ao nível da face inferior do diafragma, o
deno, e a lâmina esquerda do mesentério Se retomarmos o peritoneu ao nível do um­ redondo e se dirige depois posteriormente até peritoneu reveste esta face, de anterior para
reveste a metade anterior dos dois terços bigo e seguirmos em sentido inverso, de
posterior, de cada lado do ligamento fal­
anteriores da parte ascendente do duodeno inferior para superior e de anterior para pos­
ciforme, até ao nível da margem póstero­
(Fig. 687.1). Ao nível da 3ª vértebra lombar, terior, observa-se primeiramente que reveste 2
-superior do fígado. A este nível, dirige-se
a lâmina peritoneal posterior reflecte-se a porção supra-umbilical da parede anterior
para a face superior do fígado, constituindo
póstero-anteriormente e súpero-inferiormente, do abdómen, e daqui passa para o diafragma,
a lâmina superior do ligamento coronário e
para se dirigir para a margem posterior do revestindo as faces superior e inferior do
dos dois ligamentos triangulares. Percorre,
cólon transverso, constituindo a lâmina infe­ fígado, para depois revestir a face anterior do então, de posterior para anterior, a face su­
rior do mesocólon transverso (Fig. 687.2). estômago. Ao nível da curvatura maior do perior do fígado até à sua margem anterior,
Quando a lâmina inferior do mesocólon trans­ estômago, liga-se com o peritoneu da face contorna-a e acaba por revestir a face inferior
verso alcança o cólon transverso (Fig. 687.3), posterior do estômago, para constituir o do fígado de anterior para posterior.
reveste a sua face posterior e a sua margem omento maior ou gastro-cólico, cuja lâmina
inferior, onde se vai continuar com a lâmina posterior desce paralelamente à lâmina ante• O ligamento coronário é o meio de fixação
anterior do omento maior ou gastro-cólico rior, até uma altura variável, alcançando a mais potente do fígado, estendendo-se da sua
(Fig. 687.4). margem anterior do cólon transverso, reves­ ,.
'\,l
margem póstero-superior até ao diafragma,
A lâmina inferior do mesocólon transverso tindo a sua face anterior e margem superior, sendo constituído por duas lâminas. A lâmina
onde se vai continuar com a lâmina superior
'()
v
relaciona-se com a lâmina superior do me­ superior (Fig. 689.3) não é mais do que a
do mesocólon transverso. lâmina que reveste a face inferior do dia­
socólon transverso (Fig. 687 .5), que será
referida na descrição do peritoneu supra­ � Fig. 688 · ligamento falcifonne do fígado fragma e que, ao nível da margem póstero­
Q
-umbilical, constituindo ambas as lâminas, o J 1. Ligamento falcilorme ou foice maior do peritoneu 2. Margem supe- -superior do fígado, se vai reflectir para a sua
mesocólon transverso. • rlor 3. Margem inferior 4. Ligamento redondo do flgado face superior, de posterior para anterior, de
488 PERITONEU DESCRIÇÃO DO PERITONEU 489

cada lado do ligamento falciforme. A lâmina direito (Fig. 691.4), sendo revestida regular­ da sua face inferior, está fixado pelo peri­
inferior (Fig. 689.4) é a continuação da lâmina mente pelo peritoneu, de anterior para pos­ toneu hepático (Fig. 692.2) e, nalguns casos,
parietal do peritoneu que, ao alcançar a mar­ terior. encontra-se o ligamento cístico-cólico (Fig.
gem póstero-inferior do fígado, se dirige de Ao alcançar a margem póstero-inferior do 692.3) unindo esta face à parte descendente
posterior para anterior, para revestir a sua face f(gado, o peritoneu constitui a metade direita do duodeno e à flexura direita ou hepática do
inferior. da lâmina inferior do ligamento coronário cólon. O colo (Fig. 365.A l ) pode aderir
(Fig. 691.5) e a lâmina inferior do ligamento directamente à fossa cística (Fig. 365.A2),
O ligamento triangular direito (Fig. 689.5) triangular direito (Fig. 691.6). Reflecte-se, por intermédio do peritoneu (Fig. 365.A3) e,
e o ligamento triangular esquerdo (Fig. então, em direcção à parede posterior do nalguns casos (Fig. 365.B1), pode estar li­
689.6) são duas pregas triangulares que con­ abdómen, revestindo o diafragma, o rim di­ gado à fossa cística (Fig. 365.B2) através do
tinuam para lateral o ligamento coronário, reito, a glândula suprarrenal direita, a metade meso hepato-cístico (Fig. 365.B3), depen­
sendo constituído pela lâmina superior e pela anterior da parte descendente do duodeno e a dente da margem direita do omento menor ou
lâmina inferior. veia cava inferior. Quando atinge a porção gastro-hepático.
Fig. 690 - Ligamento triangular direito inferior do rim direito, dirige-se para anterior,
até à margem posterior do cólon transverso,
l. Margem lateral 2. Margem medial 3. Margem anterior 4. Ãplu Sl.2.3.3. ZONA MfDIA
constituindo a lâmina superior do mesocólon
transverso.
A zona média da face inferior do fígado,
Sl.2.3. DISPOSIÇÃO AO NÍVEL DA FACE situa-se entre os sulcos longitudinal direito e
INFERIOR OU VISCERAL DO FfGADO longitudinal esquerdo e anteriormente à porta
hepática (Fig. 691.7), sendo revestida regular­
Na face inferior do fígado, o peritoneu com­ mente pelo peritoneu, de anterior para pos­
porta-se diferentemente nas zonas laterais e terior.
na zona média. Ao alcançar o lábio anterior da porta hepá­
tica (Fig. 691.8), reflecte-se para inferior, até
Sl.2.3.1. ZONA LATERAL ESQUERDA alcançar a curvatura menor do estômago e a
parte superior do duodeno, contribuindo para
Fig. 689 • Ligamento coronário e ligamentos triangulares
A zona lateral esquerda da face inferior do a constituição do omento menor ou gastro­
1. Ligamento falcifonne do ligado 2. Lobos direito e esquerdo do fígado fígado situa-se à esquerda do sulco -hepático.
3. L6mino superior do ligamento coronário 4. L6mino inferior do longitudinal esquerdo (Fig. 691.1), sendo
ligamento coronária 5. Ligamento triangular direito 6. Ligamento revestida regularmente pelo peritoneu, de
triangular esquerdo anterior para posterior. 2
Ao alcançar a face posterior do fígado, o
Os ligamentos triangulares apresentam três peritoneu dirige-se com obliquidade superior,
Fig. 691 - Disposição do peritoneu ao nível do face inferior do fígado
margens e um ápice. A margem lateral (Fig. constituindo a metade esquerda da lâmina
690.1) está fixada ao diafragma, a margem inferior do ligamento coronário (Fig. 691.2) !.Zona lateral esquerdo do face inferior da fígado 2. Metade esquerda
3
medial (Fig. 690.2) insere-se na face superior e a lâmina inferior do ligamento triangular es­ da l6mina inferior do ligamento coronário 3. L6mina inferior do
do fígado, a margem anterior (Fig. 690.3) querdo (Fig. 691.3). Reflecte-se para inferior, hgamento triangular esquerdo 4. Zona lateral direito da face inferior
encontra-se livre na cavidade abdominal e o reveste o diafragma, e vai constituir o peri­ do fígado 5. Metade direita do 16mina inferior do ligamento coronário
toneu parietal da parede posterior da cavidade 3 6. L6mino inferior do ligamento triangular direito 7. Zona média da
ápice (Fig. 690.4) confunde-se com a extre­
midade do ligamento coronário. abdominal. Encontra então o esófago, reves­ 5 face inferior do fígado anterionnente à porta hepática 8. Lábio anterior
tindo a sua face anterior, e acaba por alcan çar 1: da porta hepática
O ligamento triangular esquerdo apresenta
uma ligeira obliquidade súpero-lateral, mais a face anterior do estômago. o
\>
largo e estendendo-se do sulco da veia cava
inferior à extremidade esquerda do fígado. .u A vesícula biliar relaciona-se com o peritoneu
Sl.2.3.2. ZONA LATERAL DIREITA � de modo diferente no fundo, no corpo e no
O ligamento triangular direito é horizontal, Fig. 692 - Disposição do peritoneu ao nível do vesícula biliar
5 colo. O fundo está completamente envolvido
pouco desenvolvido, estando muitas vezes A zona lateral direita da face inferior do
ausente. fígado situa-se à direita do sulco longitudinal Q por peritoneu (Fig. 692.1). O corpo, através 1. Fundo 2. Corpo 3. Ligamento dstico-c61ico

1, ..
'1
490 PERITONEU DESCRIÇÃO DO PERITONEU 491

Sl .2.4. DISPOSIÇÃO AO NÍVEL DO ESTÕMAGO Ao nível da curvatura menor do estômago, cu rvatura maior do estômago, onde se des­ superior (Fig. 695.1) e da lâmina inferior
inicia-se o omento menor ou gastro-hepático dobra em duas lâminas. A lâmina anterior (Fig. 695.2), apresentando uma margem
(Fig. 693.6), que termina na porta hepática (Fig. 694.5) alcança o cólon transverso, aca­ parietal ou raiz, uma margem intestinal e duas
O peritoneu que reveste o estômago é cons­
tituído por duas lâminas, a anterior e a pos­
sendo constituído pela lâmina anterior (Fig: bando por se continuar com a lâmina inferior faces, uma superior e outra inferior.
694.3) e pela lâmina posterior (Fig. 694.4), do mesocólon transverso. A lâmina posterior A margem parietal ou raiz (Fig. 695.3),
terior. resultantes da continuação das lâm inas que (Fig. 694.6) alcança também o cólon trans­ com obliquidade póstero-súpero-lateral, cruza
A lâmina anterior (Figs. 693.1 e 694.1) revestem a face anterior (Fig. 694.1) e a face verso, onde se vai continuar com a lâmina a parte descendente do duodeno (Fig. 695.7),
reveste completamente a face anterior do posterior (Fig. 694.2) do estômago. A prega superior do mesocólon transverso. As lâminas e a cabeça do pâncreas (Fig. 695.8), passa
estômago, sem qualquer descontinuidade, e a peritoneal da artéria gástrica esquerda superior e inferior aderem uma à outra para superiormente à flexura duodeno-jejunal
lâmina posterior (Fig. 694.2) reveste tam­ (Fig. 693.7), correspondente ao arco da arté­ constituírem o mesocólon transverso (Fig. (Fig. 695.9), ao corpo do pâncreas (Fig.
bém completamente a face posterior do ria gástrica esquerda, encontra-se no terço 694.7). 695.10), à porção média do rim esquerdo,
estômago. superior da curvatura menor do estômago, e terminando no diafragma, inferiormente ao
Ao nível do cárdia, a lâmina anterior, que a prega peritoneal da artéria hepática, baço, onde se confunde com o ligamento
reveste a face anterior do estômago, continua­ correspondente ao arco da artéria hepática frénico-cólico esquerdo (Fig. 695.11).
-se pela face anterior da parte abdominal do (Fig. 693.8), ao terço inferior da curvatura Ao nível da cabeça do pâncreas (Fig.
esófago (Fig. 693.2), reflectindo-se depois menor do estômago. 318.1), origina duas lâminas: a lâmina supe­
para o diafragma. Na face posterior do cárdia, rior (Fig. 318.2), que se aplica contra a por­
a lâmina posterior, que reveste a face poste­ Ao nível da curvatura maior do estômago, ção superior da face anterior da cabeça,
rior do estômago, continua-se pelo revesti­ encontra-se o omento maior ou gastro-cólico passando a fazer parte da parede posterior
mento peritoneal da face posterior da parte (Fig. 693.9), o mais extenso, destacando-se da da bolsa omental; a lâmina inferior (Fig.
abdominal do esófago, reflectindo-se depois 318.3), que vai continuar-se, à direita, com o
para a parede posterior do abdómen, onde mesocólon ascendente e, à esquerda, com a
passa a constituir o peritoneu parietal. lâmina direita do mesentério.
Ao nível do corpo do pâncreas (Fig. 318.4),
Ao nível do piloro, a sua face anterior é a lâmina superior continua-se ao nível da sua
revestida pela lâmina anterior do peritoneu da face ântero-inferior, próximo da margem
face anterior do estômago, continuando-se inferior (Fig. 318.5), com o peritoneu parietal
pela face anterior da parte superior do
duodeno, que reveste nos seus três quartos
anteriores (Fig. 693.3). A face posterior do
piloro é revestida pela lâmina posterior da
face posterior do estômago, continuando-se 11
num curto trajecto, sobre as porções superior 10
e inferior da face posterior do duodeno, Fig. 694 · Disposi{ÕO do peritoneu ao nível do curvatura menor e maior
reflectindo-se depois para póstero-medial do estômago
para formar, com o peritoneu parietal, a 1. L8mino anterior do estômago 2. L8mino posterior do estômago
parede posterior da bolsa omental. 3. L8mino anterior do omento menor ou gostro-hepólico 4. L6mino
posterior do omento menor ou gostro-hepólico S. L8mino anterior
9 ,, 7
Ao nível do fundo gástrico, a·face anterior, � do omento maior ou goslro-cólico 6. L&mino posterior do omenlo maior
revestida pela lâmina anterior do peritoneu, g ou goslro-c6lico 7. Mesoc61on transverso 8 6
origina o omento gastro-esplénico (Fig. Fig. 693 - Disposi{ÕO do peritoneu oo nível do curvoturo menor e maior
693.4), que se destaca da sua porção póstero­ do estômago
-lateral, até alcançar o bilo do baço e, supe­ 1. Face anterior do estômago 2. Face anterior do porte obdomillol
{ 51.2.S. DISPOSIÇÃO AO NÍVEL DO Fig. 695 - Mesoc61on transverso

riormente, o ligamento gastro-frénico (Fig. do esófago 3. Face anterior do parle superior do duodeno 4. Dmento jj MESOCÕLON TRANSVERSO l. L8mino superior 2. L8mino inferior 3. Margem parietal ou raiz
.J
693.5), que estabelece a união da face pos­ gostro-esplénico S. Ligamento goslro-frénico 6. Omenlo menor ou UJ
o 4. Margem intestinal S. Face superior 6. Face inferior 7. Porte descen­
terior do estômago com a face inferior do goslro-hepólico 7. Prego peritoneal do artéria góslrlco esquerdo J O mesocólon transverso, uma prega perito- dente do duodeno 8. Cobe{o do p8ncreos 9. Flexura duodeno-jejunol
diafragma, ao nível do seu folíolo esquerdo. 8. Arco do artéria hepático 9. Omento maior ou goslro-cóllco neal, é constituído pela aderência da lâmina 1O. Corpo do p8ncreos 11. Ligamento frénico-c6lico esquerdo

li 1
492 PERITONEU DESCRIÇÃO DO PERITONEU 493

que limita a parede posterior da bolsa omental. (Fig. 698.3), desce ao longo da curvatura
A margem intestinal (Fig. 695.4) insere-se 10 menor do estômago (Fig. 698.4), passa para
no cólon transverso. a face superior da parte superior do duodeno
A face superior (Fig. 695.5) constitui a por­ (Fig. 698.5) e termina na flexura superior do
ção inferior da bolsa omental. duodeno (Fig. 698.8).
A face inferior (Fig. 695.6), orientada para A margem esquerda é curta e estende-se da
póstero-inferior, relaciona-se com o espaço extremidade esquerda da margem superior à
ocupado pelas primeiras ansas do jejuno. extremidade superior da margem inferior do
omento, apresentando o ligamento hepato­
•esofágico (Fig. 698.9).
A margem direita ou livre limita, anterior­
S 1.3. OMENTOS mente, o forame omental (Winslow) (Fig.
698.10), constituído pelo ligamento hepato­
•duodenal (Fig. 698.11), que une a face infe­
Sl.3.1. OMENTO MAIOR OU GASTRO-CÓLICO rior do fígado à parte superior do duodeno.
Entre as duas lâminas da margem livre deste
O omento maior ou gastro-cólico, o mais omento, situa-se o pedículo hepático (Fig.
extenso, destaca-se da curvatura maior do 698.12).
estômago (Fig. 696.1), onde se desdobra em
duas lâminas, uma anterior e outra posterior.
A lâmina anterior (Fig. 696.2) desce poste­ Sl.3.3. OMENTO GASTRO-ESPLfNICO
riormente à parede anterior do abdómen e
Fig. 696 - (onstituisõo e trajecto das duas lâminas do omento maior fig. 697 - Relosões do omento maior ou gastro-cólico
volta a subir até alcançar a margem inferior O omento gastro-esplénico (Fig. 699 .1) é
ou gastro-cólico
do cólon transverso (Fig. 696.4 ), revestindo 1. Face anterior que se relaciono com o parede anterior do abdómen uma prega peritoneal que apresenta, no seu
depois a sua face posterior (Fig. 696.5), onde 1. Curvatura maior do estômago 2. Lâmina anterior 3. Lilmina posterior 2. Face posterior que se relaciono com as ansas intestinais 3. Curvatura
se vai continuar com a lâmina inferior do 4. Margem inferior do cólon transverso 5. Face posterior do t61oA maior do estômago 4. Margem inferior olcon1ondo o púbis 5. Cego
mesocólon transverso (Fig. 696.6). transverso 6. Lilmino inferior do mesocólon transverso 7. Face anterior 6. Cólon ascendente 7. Cólon descendente
A lâmina posterior (Fig. 696.3) desce para­ do cólon _transverso 8. Lilmino superior do mesocólon transverso
lelamente à lâmina anterior, até uma altura 9. Lâmina anterior do omento menor ou gostro-hep6tico 10. Lilmino
hepática (Fig. 698.2) até à parte abdominal do
posterior do omento menor ou gastro-hepótico 11. Prolongament
variável, alcança e reveste depois a face esófago (Fig. 698.3), à curvatura menor do
omentol inferior do bolso omental
anterior do cólon transverso (Fig. 696.7), estômago (Fig. 698.4) e à parte superior do
atinge a sua margem superior, onde se con­ duodeno (Fig. 698.5), sendo constituída por
tinua com a lâmina superior do mesocólon duas faces e quatro margens.
transverso (Fig. 696.8). As margens laterais relacionam-se, à direitn,
A face anterior olha ântero-lateralmente,
A lâmina superior e a lâmina inferior aderem com o cego (Fig. 697.5) e com o cólon correspondendo à face inferior do fígado
uma à outra para constituir o mesocólon ascendente (Fig. 697.6) e, à esquerda, com o (Fig. 698.6).
transverso. cólon descendente (Fig. 697.7).
A face posterior olha póstero-lateralmente e 12
O omento maior ou gastro-cólico, com constitui a parede anterior do vestíbulo da
forma quadrilátera, apresenta duas faces e Sl.3.2. OMENTO MENOR OU GASTRO­ ,, bolsa omental.
quatro margens. � A margem superior (Fig. 698.7) é cons- 5
A face anterior relaciona-se com a parede -HEPÃTICO � tituída por uma porção posterior, sagital, que
anterior do abdómen (Fig. 697.1). : percorre, de superior para inferior, a fissura
Fig. 698 - Omento menor ou gostro-hepótico
A face posterior relaciona-se com as ansas O omento menor ou gastro-hepático (Fig. % do ligamento venoso (Arantius), até alcançar
intestinais (Fig. 697.2). 698.1) é uma prega peritoneal constituída � a extremidade esquerda da porta hepática, e 1. Omento menor ou gostro-hepótico 2. Porto hepática 3. Porte abdo­
A margem superior situa-se na curvatura pela justaposição de duas lâminas, uma .J uma porção anterior, que percorre depois esta minal do esófago 4. Curvatura menor do estômago 5. Porte superior
maior do estômago (Fig. 697.3). lâmina anterior (Fig. 696.9) e uma lâmina 5 fissura até à sua extremidade direita. do duodeno 6. Face inferior do fígado 7. Margem superior 8. Flexura
A margem inferior, livre, pode alcançar o posterior (Fig. 696.10), ocupando uma posi­ J A margem inferior inicia-se na margem superior do duodeno 9. Ligamento hepato-esofógico 1 O. Forama
púbis (Fig. 697.4). ção transversal e estendendo-se desde a porta · lateral direita da parte abdominal do esófago omentol (Winslow) 11. Ligamento hepoto-duodenol 12. Pediculo hepático

1: i
494 PERITONEU DESCRIÇÃO DO PERITONEU 49S

interior, os vasos gástricas e, perto da sua A margem inferior continua-se com 0 esplénico (Fig. 700.10). A este nível, a lâ­ 7
porção inferior, os vasos gastro-omentais es­ omento maior ou gastro-cólico. Jirina anterior abandona o baço, reflecte-se
querdos, estendendo-se desde a tuberosidade A margem medial relaciona-se com o fundo para posterior, passando anteriormente à face
maior do estômago até à face ântero-medial gástrico (Fig. 699.6). anterior do rim esquerdo (Fig. 700.11 ), até
ou gástrica do baço. A margem lateral relaciona-se com o baço alcançar a margem lateral deste rim (Fig.
É constituído por uma lâmina anterior (Fig. (Fig. 699.7). 700.12), onde se continua com o peritoneu 11
699.2), que se estende da face anterior da As duas lâminas do omento gastro-esplénico, parietal que reveste o diafragma (Fig. 700.13).
tuberosidade maior do estômago até ao lábio depois de alcançarem o bilo esplénico, afas­ A lâmina posterior (Fig. 700.2), com origem 3
anterior do bilo esplénico, e uma lâmina tam-se uma da outra para seguir trajectos
na fa ce posterior da tuberosidade maior do
posterior (Fig. 699.3), com origem na face diferentes.
estômago, alcança o lábio posterior do bilo
posterior da tuberosidade maior do estômago, A lâmina anterior (Fig. 700.1), ao nível do
esplénico (Fig. 700.10), dirige-se para pós­
que se dirige para o lábio posterior do bilo lábio anterior do bilo esplénico, vai revestir
tero-medial, formando a lâmina anterior do
esplénico. a porção pré-bilar da face ântero-medial ou
omento pancreático-esplénico, revestindo 10
Apresenta uma forma irregularmente quadri­ gástrica do baço (Fig. 700.3), a sua margem
então a face anterior do pâncreas (Fig.
látera, com duas faces e quatro margens. anterior (Fig. 700.4), a sua face lateral ou 700.14), a aorta abdominal, a veia cava infe­
A face anterior faz parte da cavidade peri­ diafragmática (Fig. 700.5), a sua margem rior, e formando, neste segmento, a parede fig. 701 • Omento pancreático-esplénico
toneal (Fig. 699.4), relacionando-se com a posterior (Fig. 700.6), a sua face póstero­ posterior da bolsa omental (Fig. 700.15).
face ântero-medial ou gástrica do baço e com -medial ou renal (Fig. 700.7), a margem 1. Omento pancreático-esplénico 2. Cauda do p6ncreas 3. face 6ntero­
medial (Fig. 700.8) e a porção retro-bilar da -medial ou gástrica do baso 4. Artéria esplénica S. L6mina anterior
ansas intestinais.
6. L6mina posterior 7. Porsõo retro-hilar da face 6ntero-medial ou
A face posterior está compreendida entre o sua face ântero-medial ou gástrica (Fig. 51.3.4. OMENTO PANCREÃTICO-ESPLÉNICO gástrica do baso 8. face anterior do rim esquerdo 9. Bolsa omental
baço e o estômago, fazendo parte da bolsa 700.9), até alcançar o lábio posterior do bilo
1O. face posterior do est6mago 11. Hilo do baso
omental (Fig. 699.5). O omento pancreático-esplénico (Fig. 701.1)
A margem superior relaciona-se com o liga­ 2 é inconstante, podendo ser substituído por um
mento gastro-frénico, que se estende da 1S ligamento. É uma prega peritoneal, que une A margem lateral relaciona-se com o bilo do
tuberosidade maior do estômago até à face a cauda do pâncreas (Fig. 701.2) à face baço (Fig. 701.11).
inferior do diafragma, ao nível do seu folíolo AnterÔ-medial ou gástrica do baço (Fig. A margem medial insere-se na cauda do
esquerdo. 701.3), apresentando no seu interior os vasos pâncreas (Fig.701.2).
esplénicos (Fig. 701.4). É constituído por
uma lâmina anterior (Fig. 701.5), que se
estende desde o lábio posterior do bilo esplé­ S1 .4. PERITONEU DA BOLSA OMENTAL
nico até à cauda do pâncreas, e pela lâmina
posterior (Fig. 701.6), que se continua com O omento maior ou gastro-cólico, o omento
o peritoneu da porção retro-bilar da face menor ou gastro-hepático, o omento-gastro
2 Antero-medial ou gástrica do baço (Fig. 701.7) esplénico e o omento pancreático-esplénico
4 e se vai reflectir para a face anterior do rim delimitam, superiormente ao mesocólon
esquerdo (Fig. 701.8). transverso, posteriormente ao estômago e
Apresenta uma forma quadrilátera, tendo duas anteriormente ao peritoneu parietal posterior,
fig. 700 - Disposisõo do peritoneu oo nlvel do boso faces e quatro margens. um divertículo da cavidade peritoneal, a bolsa
1. L6mino anterior do omento gostro-esplénico 2. L6mino posterior
� A face anterior faz parte da bolsa omental omental.
do omento gastro-esplénico 3. Porsõo pré-hilar da face 6ntero-mediol z (Fig. 701.9) e relaciona-se com a face poste­ A bolsa omental é uma cavidade virtual,
ou gástrico do basa 4. Margem anterior do baso S. face lateral ou : rior do estômago (Fig. 701.10). achatada no sentido ântero-posterior, sendo
diafragmática do baso 6. Margem posterior do baso 7. foce p6stero• � A face posterior relaciona-se com a face constituída pelas paredes anterior, posterior,
-medial ou renal do baso B. Margem medial do baso 9. Porpio retro- � ântero-medial ou gástrica do baço (Fig.
.J esquerda e inferior ou pavimento.
fig. 699 • Omento gostro-esplénico 701.3).
-hilor do face 6ntero-medial ou gástrica do baso 1O. Lábio posterior A parede anterior é formada pelo omento
1. Omento gostro-esplénico 2. L6mino anterior 3. L6mino posterior do hilo esplénico 11. face anterior do rim esquerdo 12. Margem loterol � A margem superior e a margem inferior re­ menor ou gastro-hepático (Fig. 702.1 ), pela
4. Covidode peritoneal S. Bolso omentol 6. fundo gástrico 7. Doso do rim esquerdo 13. Diafragma 14. face anterior do p6ncreas IS. Bolso : sultam da fusão das duas lâminas do omento face posterior do estômago (Fig. 702.2) e pela
8. Omento poncreático-esplénico omental pancreático-esplénico. parte superior do duodeno (Fig. 702.3).
496 PERITONEU DESCRIÇÃO DO PERITONEU 497

A parede posterior é constituída pelo peri­ -hepático (Fig. 703.5), formando o ligamento A bolsa omental propriamente dita (Fig. 4 li
toneu parietal posterior, relacionado com a hepato-duodenal, e contendo o pedículo 703.4) está internamente revestida por peri­
face anterior do pâncreas (Fig. 702.4), com a hepático, constituído pela veia porta (Fig. toneu, sendo constituída por uma porção
aorta abdominal (Fig. 702.5) e com a veia 703.6), pela artéria hepática (Fig. 703.7) e principal e por três prolongamentos, superior,
cava inferior (Fig. 702.6). pelo dueto colédoco (Fig. 703.8); posterior­ inferior e esquerdo ou esplénico.
A parede esquerda é· constituída por uma mente, o ligamento hepato-renal, que se A porção omental principal situa-se entre a
porção anterior, formida pelo omento gastro­ insere na face inferior do lobo direito do face posterior do estômago (Fig. 703.14), II.IL-....--6
-esplénico (Fig. 702.7), e por uma porção fígado e no rim direito, estando situado ante­ anteriormente, e a face anterior do corpo do l'--"l......,i�-10
posterior, formada pelo omento pancreático­ riormente à veia cava inferior (Fig. 703.9); pâncreas (Fig. 703.15) e os vasos esplénicos
-esplénico (Fig. 702.8). superiormente, o peritoneu que reve ste a (Fig. 703.16), posteriormente.
A parede inferior ou pavimento é consti­ face inferior do fígado ao nível do lobo O prolongamento omental superior alcança
16
tuída pelo mesocólon transverso (Fig. 702.9). caudado (Spiegel) (Fig. 703.10); e, inferior­ a face inferior do diafragma, no ponto onde
mente, depois de revestir a porção superior o peritoneu parietal se reflecte para o fundo 3 12 2
da face posterior da parte superior do duo­ gástrico, para formar o ligamento gastro­
◄ deno, o peritoneu vai-se reflectir para supe­ -frénico.
rior para revestir a veia cava inferior. O prolongamento omental inferior é um
espaço por vezes existente, entre os lâminas
7 Fig. 703 - Porções do bolso omentol
O vestíbulo da bolsa omental (Fig. 703.2). anterior e posterior do omento maior ou
muito estreito no sentido ântero-posterior, gastro-cólico (Fig.696.11), podendo chegar a 1. Forome omentol (Winslow) 2. Vestfbulo da bolsa omental 3. Forome
6 com cerca de 1O cm no sentido vertical e alcançar o púbis. da bolso omental 4. Bolsa omental propriamente dita S. Margem lateral
2 O prolongamento omental esquerdo ou
8 cm no sentido transversal, é constituído do omento menor ou gastro-hepático 6. Veia porta 7. Artéria hepática
pelas paredes anterior, posterior, superior e esplénico situa-se entre o omento gastro­ 8. Dueto colédoco 9. Veio cava inferior I O. Lobo caudado (Spiegel)
inferior ou pavimento. -esplénico (Fig. 699.1) e o omento pan­ 11. Tronco celíoco e seus ramos 12. Tubérculo omental (His) do p6ncreas
A parede anterior é formada pelo omento creático-esplénico (Fig. 699.8), terminando ao 13. Prega peritoneal da artéria hepático 14. Face posterior do estômago
menor ou gastro-hepático (Fig. 703.5). nível do hilo do baço. 15. Face anterior do corpo do p6ncreas 16. Artéria esplénico
A parede posterior é constituída pelo perito­
neu que reveste a veia cava inferior (Fig.
703.9), a aorta abdominal com o tronco
celíaco e seus ramos (Fig. 703.11) e os dois
Fig. 702 - Constitui�o do bolso omentol gânglios celíacos do plexo celíaco.
1. Omento menor ou gostro-hepótico 2. Face posterior do estômago
A parede superior é cÓnstituída pelo lobo
3. Parte superior do duodeno 4. Face anterior do p6ncreos S. Aorta
caudado (Spiegel) e, entre o esófago e a veia
abdominal 6. Veia cava inferior 7. Omento gastro-esplénico 8. Omento cava inferior, forma a lâmina inferior do
poncreótico-esplénico 9. Mesoc61on transverso ligamento coronário.
A parede inferior ou pavimento corres­
ponde à extremidade direita da curvatura
A bolsa omental compreende quatro porções menor do estômago e ao tubérculo omental
que, indo da direita para a esquerda, são: o (His) do pâncreas (Fig. 703.12).
forame omental (Winslow) (Fig. 703.1), que
faz a sua ligação com a cavidade peritoneal; O forame da bolsa omental (Fig. 703.3) é
um forame elíptico situado entre o vestíbulo
o vestíbulo da bolsa omental (Fig. 703.2); o
forame da bolsa omental (Fig. 703.3); e a da bolsa omental e a bolsa omental propria­ .-
bolsa omental propriamente dita (Fig. 703.4). mente dita, tendo como limites: anterior•
mente, a porção inferior da curvatura menor
O forame omental (Winslow) (Fig. 703.1) do estômago; ínfero-lateralmente, a prega
apresenta a forma de uma fenda vertical peritoneal da artéria hepática (Fig. 703.13): e,
estreita, tendo como limites: anteriormente, póstero-superiormente, a prega peritoneal
a margem lateral do omento menor ou gastro- da artéria gástrica esquerda.

1 !
TOPOGRAFIA GERAL DO PERITONEU

O cólon transverso e o seu meso, que se in­ abdómen e a base da cavidade torácica; supe­
sere na parede abdominal posterior, dividem riormente, pela face inferior do diafragma;
a cavidade peritoneal em dois andares: o inferiormente, pelo cólon transverso e o seu
andar supramesocólico, onde se situam o mesocólon, continuando-se, mediaimente,
fígado, o estômago e o baço, e o andar infra­ com a loca gástrica.
-mesocólico, onde se situam o intestino A loca hepática pode dividir-se em dois
delgado, contornado pelo cólon direito e pelo espaços, um superior e outro inferior. O es­
cólon esquerdo. paço superior situa-se superiormente ao
O andar supramesocólico comunica com o fígado e inferiormente à face inferior do
andar infra-mesocólico ao nível da margem diafragma: é o recesso subfrénico (Fig. 704.2
anterior do cólon transverso. e 3), subdividido em duas porções, uma
direita (Fig. 704.2) e outra esquerda (Fig.
704.3), por intermédio do ligamento falei­
52.1. ANDAR SUPRAMESOCÕLICO forme do fígado. O espaço inferior situa-se
inferiormente ao fígado, o recesso sub-hepá­
O andar supramesocólico da cavidade peri­ tico (Fig. 704.4).
toneal tem os seguintes limites: anterior­
mente, a porção supra-umbilical da parede A loca gástrica (Fig. 704.5) apresenta o
anterior do abdómen; posteriormente, a pa­ estômago, estando limitada: superiormente,
rede posterior do abdómen; superiormente, pela face inferior do diafragma; inferior­
a face inferior do diafragma; inferiormente, mente, pelo cólon transverso e o seu meso­
o cólon transverso com o seu meso, o liga­ cólon; lateralmente, pela porção lateral
mento frénico-cólico direito e o ligamento esquerda da face inferior do diafragma, que
frénico-cólico esquerdo. a separa da base do tórax; posteriormente,
Este andar superior está subdividido em pela porção póstero-esquerda da face inferior
quatro cavidades secundárias: uma direita, do diafragma, que a separa da base do tórax;
a loca hepática, uma média, a loca gástrica, anteriormente, pela porção ântero-esquerda
uma esquerda, a loca esplénica e uma poste­ da face inferior do diafragma, pela base do
rior, a bolsa omental. tórax e pela porção superior da parede ante­
A loca hepática e a loca gástrica comunicam rior do abdómen, continuando-se, mediai­
largamente entre si, a loca hepática comunica mente, com a loca hepática.
3 com o andar infra-mesocólico através do es-
5 paço parieto-cólico direito, e a loca esplénica A loca esplénica (Fig. 704.6) apresenta o
� comunica também com o andar infra-meso- baço, estando limitada: póstero-súpero­
� cólico por intermédio do espaço parieto- •lateralmente, pela face inferior do dia­
� -cólico esquerdo. fragma; mediaimente, pela face posterior do
.ll
1 estômago; inferiormente, pela porção lateral
� A loca hepática (Fig. 704.1) apresenta o fí- do rim esquerdo e da glândula suprarrenal
5 gado, estando limitada: ântero-látero-poste- esquerda, pela parede lateral do abdómen e
riormente, pela parede ântero-lateral do pelo ligamento fréno-cólico esquerdo.

: 1
500 PERITONEU

a parede lateral do abdómen, comunicando


S2.2. ANDAR INFRA-MESOCÕLICO este espaço com a loca gástrica.
O andar infra-mesocólico da cavidade peri­ A cavidade pélvica (Fig. 704.11) é a porção
toneal tem os seguintes limites: superior­ da cavidade peritoneal que se encontra na
mente, o cólon transverso e seu meso; infe­ pelve menor.
riormente, o pavimento da cavidade pélvica;

X
ântero-póstero-lateralmente, a parede abdo­
minal. 3
O andar infra-mesocólico encontra-se subdi­
vidido em espaços, por intermédio do me­
sentério, cólon direito e cólon esquerdo com
os respectivos mesos, quando existem.
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA
O espaço mesentérico-cólico direito (Fig.
704.7) está compreendido entre a face direita
do mesentério e o cólon direito, estando
limitado: à esquerda, pelo mesentério; e,
à direita e superiormente, pelo cólon direito
e o seu meso.

O espaço mesentérico-cólico esquerdo (Fig.


704.8) está compreendido entre a face es­
querda do mesentério e o cólon esquerdo,
estando limitado: à direita, pelo mesentério;
e, à esquerda e superiormente, pelo cólon
esquerdo e o seu meso.

O espaço parieto-cólico direito (Fig. 704.9)


está compreendido entre o cego e o cólon
ascendente e os seus mesos, quando existem,
e a parede lateral do abdómen, comunicando Fig. 704 - Locas e esposos do covidode peritoneal
este espaço com a loca hepática. 1. Loco hepática 2. Porsõo direita do recesso subfr6nico 3. Porsõo
esquerda do recesso sublr6nico 4. Recessa sub-hepática 5. Lam gáslrica
O espaço parieto-cólico esquerdo (Fig. 6. Loca espl6nica 7. Espaio mesent6rico-c61ico direito 8. Esposo
704.10) está compreendido entre o cólon mesentérico-cálico esquerdo 9. Esposo parieto-cálico direito 10. Esposo
descendente e o seu meso, quando existe, e porieto-cálico esquerdo 11. Cavidade p61vico

·' 1
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM RADIOLOGIA

A descoberta dos raios X (Rõentgen, 1895) contraste (naturais como o ar, ou opacificantes, 53.1. CAVIDADES NASAIS
e a sua posterior utilização _com fins diag­ de que são exemplo os produtos baritados, os
nósticos veio abrir possibilidades infindáveis agentes iodados hidrossolúveis e o lipiodol). As cavidades nasais e de uma forma mais
no estudo da morfologia. Ver "através do As diferentes técnicas radiológicas têm ampla os chamados seios paranasais podem
corpo" era um sonho que se tomava realidade sofrido uma evolução ao longo dos tempos, ser estudados mediante quatro incidências
e vinha afinal complementar em muito os prosseguindo objectivos de melhor qualidade radi ográficas: incidência de perfil da face
estudos anatómicos no vivo e post-mortem, de imagem, comodidade na execução e dimi­ (Fig. 705); incidência axial ou de Hirtz (Fig.
efectuados até então. nuição de riscos, designadamente de radiação 706); incidência de frente-alta ou Caldwell
O registo radiográfico de qualquer região recebida. A antiga radioscopia, emissora (Fig. 707); e incidência de Water ou Blon­
anatómica traduz-se numa escala de densi­ de significativas doses de radiação, recebeu deau (Fig. 708).
dades que vai do preto ao branco e que resul­ o contributo do intensificador de imagem
tam da diferente absorção dos raios X pelas televisionada, a radiografia convencional está 53.1.1. INCID{NCIA DE PERFIL DA FACE
estruturas ou meios atravessados, segundo a a ser progressivamente substituída pela digi­
sua massa atómica. talização de imagem. As mesas fixas evoluem Nesta incidência podem observar-se, ainda
fig. 705 - Incidência de perfil do face
A densidade de ar surge na película radio­ para mesas telecomandadas e até as antigas que sobrepostas, as várias densidades corres­
gráfica a preto (traqueia, brônquios, alvéolos tomografias lineares convencionais, permi­ pondentes à sobreposição das estruturas
tindo o estudo das densidades de absorção por sição das estruturas ósseas, de tecidos moles
pulmonares, seios paranasais). A densidade ósseas e de tecidos moles constituintes das e imagens aéreas das cavidades nasais e seios
de gordura é cinzenta-escura (compartimento planos ou cortes, nos anos setenta (Hounsfield, cavidades nasais e seios paranasais. Deve ser paranasais, segundo um plano horizontal.
célulo-adiposo subcutâneo). A densidade de 1972), evoluíram para a tomografia computo­ notada a hipertransparência decorrente do ar
rizada (TC), onde a película fotográfica é Deve ser notada a disposição do septo nasal,
água é cinzenta-clara (parênquimas, mús­ (preto) existente nas vias aéreas superiores, a hipertransparência do ar nos seios para­
culos, vasos). E a densidade de cálcio é substituída por um detector electrónico que os espaços aéreos naso-faríngeo e oro-faríngeo,
transforma os raios X recebidos em sinal nasais, bem como a regularidade dos contor­
branca (osso e produtos de contraste radio­ bem como os seios aéreos do maciço facial. nos desses seios. As órbitas e os seios maxi­
pacos, como o iodo e o bário). Os estudos eléctrico, resultando a imagem então de uma Podem observar-se, numa incidência de perfil lares surgem sobrepostos, nesta incidência,
radiográficos de órgãos e sistemas utilizam reconstrução matemática em computador da face (Fig. 705):
dessas densidades ou sinais eléctricos corres­ sendo imprescindível fazer a distinção das
estas diferenças "naturais" de densidade
- Seios frontais sobrepostos (Fig. 705.1); paredes respectivas, em particular a lateral.
radiológica, ou então recorrem a produtos de pondentes a cada volume elementar.
- Seio esfenoidal (Fig. 705.2); Das duas linhas que se cruzam em S itálico,
- Cavidades nasais sobrepostas (Fig. 705.3); a que tem uma concavidade ântero-medial
- Seios maxilares sobrepostos (Fig. 705.4); é a parede lateral do seio maxilar, a que tem
- Fossa infratemporal (Fig. 705.5); convexidade ou é quase recta é a parede
- Processo condilar (Fig. 705.6); lateral da órbita.
� - Tecidos moles situados anteriormente à parte Podem observar-se, numa incidência axial ou
� basilar do occipital (Fig. 705.7); de Hirtz (Fig. 706):
� - Coluna aérea naso-faríngea (Fig. 705.8);
- Seios frontais (Fig. 706.1);
:3 - Coluna aérea oro-faríngea (Fig. 705.9).
o - Seio esfenoidal (Fig. 706.2);
- Labirinto etmoidal (Fig. 706.3);
,!l S3.1.2. INCID{NCIA AXIAL OU DE HIRTZ - Cavidades nasais (Fig. 706.4);
jj - Seios maxilares (Fig. 706.5);
J Nesta incidência podem observar-se as vá- - Processo condilar (Fig. 706.6);
. rias densidades correspondentes à sobrepo- - Septo nasal (Fig. 706.7);
504 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM RADIOLOGIA 505

- Parede lateral da órbita (Fig. 706.8); 53.1.3. INCIDfNCIA DE FRENTE-ALTA OU 53.1.4. INCIDfNCIA DE WATER OU DE S3.2. LARINGE
- Parede lateral do seio maxilar (Fig. 706.9);
- Margem posterior do vómer (Fig. 706.10); CALDWELL BLONDEAU
O exame radiológico da laringe é morfo­
- Forame oval (Fig. 706.11).
No maciço facial, a incidência de frente-alta Nesta incidência bilateral e simétrica, feita lógico e funcional, já que a inspiração, a ma­
ou de Caldwell permite observar (Fig. 707): com o indivíduo sentado de preferência a fim nobra de Valsalva (tentativa de expirar com
de detectar possíveis níveis hidra-aéreos dos a glote fechada após inspiração) e a própria
- Lâmina cribriforme do etmóide (Fig. 707.1);
- Lâmina orbital do etmóide (Fig. 707.2); seios maxilares, pode observar-se a morfolo­ fonação traduzem-se em modificações da
gi�, contornos e transparência radiográfica topografia e morfologia dos tecidos moles e
- Concha nasal superior (Fig. 707.3);
das cavidades nasais e dos seios paranasais. componente aérea deste órgão, com alguma
- Concha nasal média (Fig. 707.4);
É importante o posicionamento correcto, já tradução radiográfica. No entanto, o imple­
- Concha nasal inferior (Fig. 707.5); que os seios maxilares têm de surgir projec­ mento de qualidade diagnóstica conduziu
- Septo nasal (Fig. 707.6); tados acima das partes petrosas do temporal. sucessivamente o estudo deste órgão para
- Seios maxilares (Fig. 707.7); Numa incidência de Water ou Blondeau,
- Seios frontais (Fig. 707.8); a tomografia linear, seguida da TC e, mais
podem observar-se (Fig. 708): recentemente, da RM, precedida, obviamente,
- Labirinto etmoidal (Fig. 707.9);
- Palato duro (Fig. 707.10); - Seios frontais (Fig. 708.1); de laringoscopia.
- Parede lateral das cavidades nasais (Fig. - Seio esfenoidal (Fig. 708.2);
- Labirinto etmoidal (Fig. 708.3);
707.11); 53.2.1. INCIDfNCIA DE PERFIL
- Cavidades nasais (Fig. 708.4);
- Mandíbula (Fig. 707.12).
- Seios maxilares (Fig. 708.5);
- Septo nasal (Fig. 708.6); Deve ser feita com condições técnicas de
- Parede lateral da órbita (Fig. 708.7); menor intensidade do feixe de raios X, de
- Parede lateral do seio maxilar (Fig. 708.8); modo a evidenciar sobretudo tecidos moles.
- Concha nasal média (Fig. 708.9); Nesta incidência, quando feita em repouso,
- Concha nasal inferior (Fig. 708.10); Pode observar-se os três pisos da laringe,
- Linha inominada (Stenvers) (Fig. 708.11). o piso glótico, o piso supraglótico e o piso
Fig. 706 - Incidência axial ou de Hirtz infraglótico. A manobra de Valsava (insu­
flação fisiológica) mostra a cartilagem tiroi­
deia deslocada para anterior e uma maior
A incidência hiperaxial e a incidência subaxial nitidez das valéculas ou fossas glosso-epigló­
são variantes da incidência axial. ticas e dos seios piriformes (surgem mais
A incidência hiperaxial ou de Welin, em que escuros).
o corpo da mandíbula aparece projectado Nesta incidência em repouso, podem obser­
anteriormente aos seios frontais, permite um var-se (Fig. 709):
bom estudo dos seios frontais, mas é de exe­ - Raiz da língua (Fig. 709.1);
cução mais difícil, pois é obtida com a parte - Epiglote (Fig. 709.2);
cervical da coluna vertebral em hiperextensão. - Osso hióide (Fig. 709.3);
A incidência subaxial é mais cómoda para o - Prega aritno-epiglótica (Fig. 709.4);
indivíduo e permite um bom estudo do seio - Relevo da cartilagem aritnoideia (Fig. 709.5);
esfenoidal, mas dada a sobreposição do corpo - Cartilagem cricoideia (Fig. 709.6);
da mandíbula à metade anterior do etmóide, - Lume da traqueia (Fig. 709.7).
não permite estudar os seios frontais, estando
indicada no estudo da fossa média da base Aquando da realização desta incidência com
interna do crânio. Fig. 707 - Incidência de frente-oito ou de Coldwell a manobra de Valsalva, observa-se (Fig: 710):
- Epiglote (Fig. 710.1);
- Osso hióide (Fig. 710.2);
Fig. 708 - Incidência de Woter ou de Biondeou - Esófago (Fig. 710.3).

iI•
506 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM RADIOLOGIA 507

S3.2.2. INCIDfNCIA DE FRENTE formes e das valéculas ou fossas glosso­ 53.3. ÃRVORE TRÃQUEO-BRÕNQUICA
-epiglóticas, sobretudo na incidência de frente.
A sobreposição da parte cervical da coluna Por conterem no seu interior um contraste
vertebral prejudica o estudo da lar inge nesta
incidência. Observam-se no entanto as mar­
S3.2.4. TOMOGRAFIA LINEAR DA LARINGE natural como o ar, estas estruturas surgem
tubuliformes quando apanhadas pelo raio
gens laterais da cartilagem tiroideia e 0 ourante bastante tempo e sobretudo antes do incidente de forma longitudinal, com calibre
espaço hipertransparente transversal da glote advento da TC e da RM, o estudo da glote decrescente, hipertransparentes, envolvidas
projectado ao nível da 5ª vértebra cervical.
fa zia-se por tomografia linear em cortes de por paredes finas de densidade tecidual, por
Na incidência de frente, podem observar-se frente (coronais) ou de perfil, com e sem fo­ vezes parcialmente calcificadas no idoso,
(Fig. 711): nação (emissão da vogal "a" ou "e"). Pode havendo mesmo sugestão das cartilagens
- Margem lateral da cartilagem t iroideia observar-se a imagem transversal hipertrans­ traqueais e início dos brônquios. Quando
(Fig. 711.1); parente da glote e os ventrículos da laringe apanhadas de topo, estas vias aéreas surgem
- Glote (Fig. 711.2); (Morgagni), num corte de frente, superior­ com a forma anelar, como é o caso dos brôn­
- Lume da traqueia (Fig. 711.3). mente às pregas vestibulares ou falsas pregas quios segmentares anteriores do lobo superior
vocais, e inferiormente às pregas vocais. pulmonar, em incidência de frente. É comum
Numa tomografia linear da laringe em fo­ também ter topografia anexa a uma estrutura
nação num corte coronal, podem observar-se vascular, que surge como imagem circular
(Fig. 712): hipotransparente, como se de umas lunetas se
- Ventrículo da laringe (de Morgagni) (Fig. tratasse, uma escura, a outra clara.
712.1); Em radiologia convencional, as vias aéreas
- Prega vocal (Fig. 712.2); tráqueo-brônquicas são estudadas simples­
- Prega vestibular ou falsa corda vocal (Fig. mente aquando da realização do estudo radio­
Fig. 709 - Incidência de perfil em repouso 712.3). gráfico do tórax (de frente, de perfil, em oblí­
quas) ou após a introdução nas vias aéreas de
produtos radiopacos em suspensão aquosa,
após anestesia local, opacificando-se um brôn­
quio principal de cada vez. Esta técnica, co­
nhecida por broncografia, está actualmente em
desuso em face dos novos meios de imagem
para estudo das vias aéreas, menos agressivos.
No estudo de frente, a traqueia e brônquios
principais são visíveis no meio de opacidades
de densidade de água correspondentes ao
mediastino e bilos dos pulmões. A hiper­
transparência da traqueia surge vertical na
parte média do tórax, superiormente à infis­
Fig. 711 - Incidência de frente sura jugular, e pode ser seguida até à bifur­
cação em brônquios principais, ao nível de
TS, sendo o direito mais curto, largo e verti­
S3.2.3. INCIDfNCIAS DE PERFIL E DE FRENTE calizado, o esquerdo mais longo, estreito,
posterior e com tendência horizontal.
CONTRASTADAS De perfil, a traqueia tem uma obliquidade
póstero-inferior, e o brônquio direito parece
A opacificação e "barramento" com produto seguir a traqueia, aparecendo o brônquio es­
que adere à mucosa faringo-laríngea, �or .J
e
,IJ
querdo arredondado ou ovóide, sobrepondo­
ingestão de uma emulsão de sulfato de b��• J -se à porção inicial do direito ou ligeiramente
Fig. 710 - Incidência de perfil com manobro de Valsalva permitem uma boa definição dos seios pm - Q fig. 712 - Tomografia linear do laringe posteriormente a ele.

li I 1
508 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÕRIOS EM RADIOLOGIA 509

Nas radiografias bem executadas e em que o A lâmina visceral reveste o pulmão e insi­ inspiração forçada (os primeiros seis arcos e paracardíaca. Na região média do medias­
morfotipo é adequado a uma boa visualização nua-se entre os lobos pulmonares. costais anteriores deverão aparecer projec­ tino e nos estudos efectuados em alta kilo­
radiográfica, pode observar-se ainda a emer­ À direita, a fissura oblíqua separa o lobo tados superiormente às cúpulas diafragmá­ voltagem e boa inspiração, podem ter boa
gência dos brônquios segmentares e mesmo inferior dos outros dois, apresentando uma ticas). As sombras das escápulas deverão tradução radiográfica as linhas mediastínica
alguns brônquios subsegmentares, o seu cali­ obliquidade ântero-inferior. A fissura hori­ estar desprojectadas em relação aos campos posterior e � mediastínica anterior.
bre, topografia e eventuais compressões zontal separa o lobo médio do lobo superior pulmonares. E em termos de intensidade de Assim, nas incidências do tórax de frente em
extrínsecas por nodos linfáticos, como por e une-se, posteriormente, à fissura oblíqua ao radiação usada, a parte torácica da coluna póstero-anterior (PA), podem identificar-se
vezes acontece ao nível dos hilos dos pul­ nível do hilo do pulmão. vertebral deve ser mal visualizada através do (Fig. 713):
mões. À esquerda, como há apenas dois lobos, a me diastino, apenas se adivinhando os seus - Traqueia (Fig. 713.1);
fissura oblíqua é simétrica com a direita. limites laterais, mas não identificando os - Brônquio principal esquerdo (Fig. 713.2);
Poderão existir fissuras supranumerárias, espaços intervertebrais. - Brônquio principal direito (Fig. 713.3);
como a fissura da veia ázigo e a fissura basal O pulmão aparece como uma área de den­
53.4. PULMÕES, PLEURAS, FISSURAS E medial. sidade de ar (preto) devido ao ar nos alvéolos
- Linha da veia cava superior (Fig. 713.4);
- Linha do arco da veia ázigo (Fig. 713.5);
SEGMENTOS PULMONARES A pleura diafragmática, ao nível da cúpula na e nos brônquios, sobrepondo-se uma rede de - Linha paravertebral direita (Fig. 713.6);
incidência de frente, em inspiração, projecta­ densidade de água correspondente ao inters­ - Linha para-esofágica (Fig. 713.7);
No domínio da radiologia, após o quase aban­ -se, em média, ao nível da extremidade ante­ tício pulmonar e vasos. - Linha subclávia esquerda (Fig. 713.8);
dono da radioscopia pelos numerosos incon­ rior do 6º arco costal. Na incidência de perfil, Os vasos pulmonares também têm alguma - Linha para-aórtica (Fig. 713.9);
venientes, sobretudo relacionados com as a hemicúpula esquerda situa-se mais infe­ tradução radiográfica. O tronco da artéria pul­ - Linha paravertebral esquerda (Fig. 713.10).
doses de irradiação excessiva, a radiografia riormente do que a direita e surge apagada no monar é mediastínico, sendo apenas visível
standard continua a ser o exame de base, seu terço anterior pela imagem cardíaca, bem a região lateral esquerda (arco médio es­
podendo ser realizadas incidências de frente como está normalmente sobreposta à câmara­ querdo). A artéria pulmonar direita, toda
(em póstero-anterior, por vezes em ântero­ -de-ar do estômago que lhe é adjacente. Os mediastínica, é horizontal e divide-se antes de
-posterior, como nos doentes acamados, de recessos pleurais posteriores têm topografia atingir o hilo do pulmão em ramo superior e
acordo com a direcção dos raios X inciden­ mais inferior do que os anteriores. inferior. A artéria pulmonar esquerda é ligei­
tes), incidências de perfil (direito ou esquerdo, A divisão brônquica, em particular os brôn­ ramente mais curta e um pouco ascendente e
de acordo com a proximidade da película das quios segmentares, determina a formação de posterior.
estruturas a estudar), ou incidências comple­ territórios ventilados com pedículo bronco­ O hilo do pulmão direito é sempre mais
mentares como as oblíquas, em expiração -vascular específico, os segmentos, que inferior do que o hilo do pulmão esquerdo.
(despiste de pequenos pneumotórax), em podem ser sede de processos patológicos As artérias pulmonares vão-se dividindo,
decúbito lateral com raio horizontal (derra­ isolados. O estudo radiográfico do tórax, em acompanhando a divisão brônquica, e devido
mes pleurais) ou em incidência lordótica PA e perfil, permite de uma forma bastante à gravidade, no individuo de pé, a vascula­
(visualização dos ápices dos pulmões). aproximada localizar nos dois planos os rização é mais rica nas bases do que nos
A antiga tomografia linear, que fornecia diferentes segmentos. ápices dos pulmões. As veias intrapulmonares
dados acerca de cavitações pulmonares, brôn­ originam quatro troncos venosos que se diri­
Fig. 713 · Incidência do tórax de frente em póstero-anterior (PA)
quios de drenagem ou massas mediastínicas, gem para o átrio esquerdo.
tem sido substituída pela TC.
53.4.1. INCIDfNCIA DO TÕRAX DE FRENTE EM O espaço mediastínico interpulmonar contém
PÕSTERO-ANTERIOR (PA) numerosos órgãos (coração e grandes vasos,
Devido à sua diminuta espessura, as lâminas traqueia e brônquios principais, esófago, ner­ 53.4.2. INCIDtNCIA DO TÕRAX DE P ERFIL (P)
pleurais normais apenas são visíveis como É o estudo radiográfico mais requerido e a vos, troncos simpáticos, nodos linfáticos e
uma fina linha opaca, quando o raio incidente informação que nos pode facultar depende cadeias nodais linfáticas e, no jovem, o timo. Com a colocação da ampola de raios X a
aborda de forma paralela ao seu trajecto, essencialmente das condições técnicas da sua A interface entre o pulmão e o mediastino cerca de 1,5 a 2 metros do tórax a atravessar,
como é o caso das fissuras oblíquas, apenas realização, assegurando uma qualidade que "cria" as chamadas linhas mediastínicas. os dois perfis não resultam totalmente sobre­
visíveis nas incidências de perfil. A fissura deve ser respeitada. À direita, situam-se, de superior para inferior, poníveis devido à divergência do feixe. No
transversal pode-se ver tanto de frente como O estudo radiográfico deverá estar centrado as linhas da veia cava superior, do arco da perfil direito, a hemicúpula esquerda pro­
veia ázigo, paravertebral direita e a para­
de perfil. Se houver um pequeno derrame (equidistância das extremidades mediais das jecta-se inferiormente à hemicúpula direita,
fissura!, então a imagem em traço grosseiro clavículas ao processo espinhoso vertebral). •esofágica. À esquerda, as linhas subclávia enquanto que no perfil esquerdo as linhas das
e linear de densidade hídrica é evidente. Deverá ser realizado mediante uma boa esquerda, para-aórtica, paravertebral esquerda hemicúpulas cruzam-se na união do terço

1 1
510 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM RADIOLOGIA 511

médio e do terço posterior, passando a es­ - Segmento superior (Nelson) do lobo inferior - Segmento basal posterior do lobo inferior - Cúpula diafragmática direita (Figs. 714.38
querda inferiormente à direita. Os membros esquerdo (SVI) (Figs. 714.19 e 715.19); direito (SX) (Fig. 714.35); e 715.38);
superiores devem ser elevados ou afastados - Segmento basal ântero-medial do lobo infe­ - Recesso pleural casto-diafragmático (Figs. - Cúpula diafragmática esquerda (Fig. 715.39);
para posterior. Visualizam-se as duas linhas rior esquerdo (SVII+VIII) (Figs. 714.20 e 714.36 e 715.36); - Fissura oblíqua esquerda (Fig. 715.40).
opacas verticais correspondentes aos pilares 715.20); - Recesso pleural costo-mediastínico anterior
das escápulas sobrepostos aos corpos verte­ - Segmento basal lateral do lobo infe rior (Fig. 714.37);
brais de T3 a T6. Os ápices dos pulmões esquerdo (SIX) (Figs. 714.21 e 715.21);
surgem um pouco apagados pela sobrepo­ - Segmento basal posterior do lobo inferior
sição destas estruturas. esquerdo (SX) (Figs. 714.22 e 715.22);
- Lobo superior do pulmão direito (Fig.
Na incidência do tórax de frente em póstero­ 714.23);
-anterior (PA) (Fig. 714) e na incidência do - Segmento apical do lobo superior direito
tórax de perfil (P) (Fig. 715), podem identi­ (SI) (Fig. 714.24);
ficar-se: - Segmento posterior do lobo superior direito
(SII) (Fig. 714.25);
- Traqueia (Figs. 714.1 e 715.1);
- Segmento anterior do lobo superior direito
- Brônquio principal esquerdo (Figs. 714.2 e
(SIII) (Fig. 714.26);
715.2); - Lobo médio do pulmão direito (Fig. 714.27);
- Pilar da omoplata (Figs. 714.12 e 715.12);
- Segmento lateral do lobo médio (SIV) (Fig.
- Lobo superior do pulmão esquerdo (Figs.
714.28);
714.13 e 715.13); - Segmento medial do lobo médio (SV) (Fig.
- Segmento ápico-posterior do cúlmen (SI+ll) 714.29);
(Figs. 714.14 e 715.14); - Lobo inferior do pulmão direito (Fig. 714.30);
- Segmento anterior do cúlmen (SIII) (Figs. - Segmento superior (Nelson) do lobo infe-
714.15 e 715.15); rior direito (SVI) (Fig. 714.31);
- Segmento superior da língula (SIV) (Figs. - Segmento basal medial do lobo inferior
714.16 e 715.16); direito (SVII) (Fig. 714.32);
- Segmento inferior da língula (SV) (Figs. - Segmento basal anterior do lobo inferior
714.17 e 715.17); direito (SVIII) (Fig. 714.33);
- Lobo inferior do pulmão esquerdo (Figs. - Segmento basal lateral do lobo inferior
714.18 e 715.18); direito (SIX) (Fig. 714.34);

Fig. 714 - Incidência do tórax de frente em p6stero-anterior (PA) Fig. 71 S - Incidência do tórax de perfil (P)
ANATOMIA DOS ORGÃOS DIGESTIVOS EM RADIOLOGIA

O sistema digestivo foi um dos que mais


benefícios diagnósticos retirou da Radio­
logia, em particular através dos estudos con­
trastados com bário. No entanto, o apareci­
mento de novas técnicas como a ecografia
e a implementação e melhoria técnica do
material viabilizando a gastroscopia ou a
colonoscopia e a conjugação mais recente de
a mbas (ecoendoscopia) vieram limitar recen­
temente o papel da radiologia convencional.

54.1. CAVIDADE ORAL E DEPENDtNCIAS


fig. 716 - Incidência de perfil do foce standard
Se bem que a observação e mesmo a eco­
grafia ou a TC possam ter um papel diag­
nóstico nesta área, continua a ser o estudo
radiográfico o mais adequado para estudo de 54.1.2. INCIDfNCIA DE FRENTE•ALTA OU
alterações das estruturas ósseas constituintes CALDWELL
da cavidade oral, bem como dos dentes.
No maciço facial, esta incidência permite
54.1.1. INCIDfNCIA DE PERFIL DA FACE observar (Fig. 717):
STANDARD -Palato duro (Fig. 717.1);
- Arco dental superior (Fig. 717 .2);
- Seios maxilares (Fig. 717.3);
Numa incidência de perfil da face standard
- Mandíbula (Fig. 717.4);
(Fig. 716), destinada ao estudo maxilo­
- Processo coronóide da manchôula (Fig. 717.5).
-mandibular, podem observar-se:
-Palato duro (Fig. 716.1);
-Arco dental superior (Fig. 716.2); 54.1.3. INCIDfNCIA DE PERFIL DESFILADO DA
.,, -Mandíbula (Fig. 716.3); MANDÍBULA
� -Processo da mandíbula (Fig. 716.4);
� -Processo coronóide da manchôula (Fig. 716.5);
Os ramos e metade do corpo da mandíbula
i
: -Incisura da mandíbula (Fig. 716.6);
-Ângulo da mandíbula (Fig. 716.7); deverão estar desprojectados até ao ângulo da
] -Arco dental inferior (Fig. 716.8); mandíbula.
-Raiz do dente (Fig. 716.9); Nesta incidência, podem observar-se (Fig. 718):
.J
� -Colo do dente (Fig. 716.10); - Dentes superiores (Fig. 718.1);
:i - Coroa do dente (Fig. 716.11); - Dentes inferiores (Fig. 718.2);
� -Processo estilóide (Fig. 716.12). - Raiz do dente (Fig. 718.3);
,,
514 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOtOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM RADIOLOGIA 5J 5

54.2. FARINGE - Seios piriformes (Fig. 720.3);


-Transição faringo-esofágica (Fig. 720.4);
-Lume da traqueia (Fig. 720.5);
O estudo radiográfico contrastado da faringe
-Epiglote (Fig. 720.6);
através de ingestão de sulfato de bário diluído -Parte cervical da coluna vertebral (Fig.
permite não só avaliar a dinâmica, como tam­ 720.7).
bém e sobretudo a morfologia deste órgão, já
que a dinâmica tem sido preferencialmente
estudada por radiocineregisto de imagem dos 54.2.2. INCIDtNCIA DE PERFIL
movimentos na deglutição.
A faringe é limitada, anteriormente, pela raiz
54.2.1. INCIDtNCIA DE FRENTE da língua, valéculas ou fossas glosso-epigló­
ticas, epiglote e, inferiormente, pelos seios
Em repouso, a faringe surge limitada, supe­ piriformes, superiormente, pelo palato mole
riormente, pelas valéculas ou fossas glosso­ ou véu palatino e, posteriormente, pelo parte
-epiglóticas, condicionadas pelas pregas cervical da coluna vertebral.
glosso-epiglóticas, e mais inferiormente e Na incidência de perfil (Fig. 721), em repouso
lateralmente, os seios piriformes, encontrando­ para estudo da faringe, podem observar-se:
-se entre eles a laringe não opacificada.
-Valéculas ou fossas glosso-epiglóticas (Fig.
Na incidência de frente em repouso, podem 721.1);
Fig. 717 - Incidência de frente-oito ou Coldwell observar-se (Fig. 720): - Transição faringo-esofágica (Fig. 721.2);
-Raiz da língua (Fig. 721.3);
- Vestfbulo da laringe (Fig. 720.1); -Epiglote (Fig. 721.4);
Fig. 718 - Incidência de perfil desfilado do mondlbula
- Colo do dente (Fig. 718.4); - Valéculas ou fossas glosso-epiglóticas (Fig. - Palato mole ou véu palatino (Fig. 721.5).
- Coroa do dente (Fig. 718.5); 720.2);
- Processo condilar da mandíbula (Fig. 718.6);
-Incisura da mandíbula (Fig. 718.7); -Dente segundo molar superior esquerdo
-Processo coronóide da mandíbula (Fig. (Fig. 719.7);
718.8); - Dente terceiro molar ou serotino superior
- Canal da mandíbula (Fig. 718.9). esquerdo (Fig. 719.8);
-Raiz do dente (Fig. 719.9);
-Colo do dente (Fig. 719.10);
54.1.4. ORTOPANTOMOGRAFIA MAXILO-FACIAL - Coroa do dente (Fig. 719.11);
- Cavidades pulpares (Fig. 719.12).
Mostra num só conjunto a maxila e a man­
díbula com os seus arcos dentais, podendo
observar-se (Fig. 719):
-Dente incisivo medial superior esquerdo
(Fig. 719.1);
- Dente incisivo lateral superior esquerdo
(Fig. 719.2);
-Dente canino superior esquerdo (Fig. 719.3);
- Dente primeiro pré-molar esquerdo (Fig.
719.4);
- Dente segundo pré-molar esquerdo (Fig.
719.5);
-Dente primeiro molar superior esquerdo
Fig. 719 - Ortopontomogrofio moxilo-fociol • Fig. 720 · Incidência de frente Fig. 721 - Incidência de perfil
(Fig. 719.6);

l 1,
516 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM RADIOLOGIA 517

54.3. ESÕFAGO De salientar que devido aos meio s de fixação


do esófago infradiafragmático, no estudo
baritado pode observar-se a chamada ampola
A dinâmica esofágica pode ser apreciada no epifrénica, uma dilatação fisiológica supra­
estudo radioscópico com intensificador de diafragmática, acentuada sobretudo em inspi­
imagem, já que em cada deglutição de bário, ração e devido à constrição inferior do dia­
há abertura transitória de um segmento deste fragma.
órgão seguido de uma onda de contracção, o Num estudo baritado do esófago (frente e
peristaltismo primário. oblíquas), podem observar-se (Figs. 722, 723
e 724):
54.3.1. INCIDtNCIAS DE FRENTE E OBLIQUAS A 45° -Traqueia (Figs. 722.1, 723.1 e 724.1);
-Coração (Figs. 722.2. 723.2 e 724.2);
-Junção faringo-esofágica (Figs. 722.3, 723.3
A morfologia esofágica é estudada em inci­
e 724.3);
dências de frente e oblíquas anterior direita e
- Contorno esofágico (Figs. 722.4, 723.4 e
esquerda (OAD e OAE), por vezes de perfil,
724.4);
realizadas com o indivíduo em ortostatismo
- Impressão aórtica (Fig. 722.5);
ou semi-decúbito dorsal, dirigidas aos vários - Pregas mucosas esofágicas (Figs. 723.6 e
segmentos cervical, torácico, diafragmático e 724.6);
abdominal. - Diafragma (Figs. 723.7 e 724.7).
Observamos um tubo não rectilíneo, dirigido
um pouco à esquerda, depois à direita e de
novo à esquerda, mais acentuado abaixo do
diafragma. Tem ondas de contracção e obser­
va-se preenchido por bário, com ligeiros
apertos, o aperto cricoideu de início, depois
o aperto aórtico-brônquico, devido às rela­
ções com a aorta e o brônquio primário es­
querdo e, finalmente, o aperto diafragmático. fig. 723 . Incidência oblíqua ôntero-direita Fig. 724 • Incidência oblíqua ôntero-esquerda
Nas incidências oblíquas, apresenta uma con­
cavidade anterior. Aquando do estudo, depois
de passar a onda peristáltica resultante da
ingestão de bário, o lume esofágico volta a
colapsar e o bário retido entre as pregas da
54.4. ESTÔMAGO das duas técnicas (técnica mista). O estudo
simples é mais grosseiro na avaliação, o es­
mucosa desenha duas ou três linhas longitu­ tudo em duplo contraste e com técnica mista,
O estômago é habitualmente estudado junto
dinais cujo paralelismo e regularidade devem mais detalhado na avaliação de pormenores
com o duodeno mediante ingestão de uma
ser verificados. O cárdia situado na junção da mucosa, mas exige boa colaboração da
solução aquosa de sulfato de bário. É impres­
gastro-esofágica, normalmente infradiafrag­ parte do indivíduo a examinar. De salientar
cindível que o exame seja feito com o indi­ no entanto a progressiva substituição dos
mático, desenha com a bolsa de ar da grande
víduo em jejum e sem ter fumado previa­ estudos contrastados do esófago, estômago e,
tuberosidade gástrica ou fundo, o ângulo de
mente (secreção gástrica). As técnicas a uti­
His, agudo, o qual pode merecer estudo parti­ por vezes, duodeno, pela observação gastro­
lizar são múltiplas, desde a clássica, com
cular dirigido, com manobras de decúbito -enterológica com recurso a material sofis­
·j contraste simples, em duplo contraste (insu­
dorsal e ventral oblíquas para avaliação de ticado (esofagoscopia, gastroscopia) e, mais
possíveis refluxos gastro-esofágicos. Possí­
? fiação de ar libertado no estômago por pro­ recentemente, o complemento com sonda de
] duto efervescente após ingestão de pequena
veis imagens de adição ou subtracção a esta ecografia acoplada ao endoscópio (esogastro­
.J quantidade de bário, apenas para "barrar" a
"moldagem" baritada do esófago poderão estar -ecoendoscopia).
ê mucosa gástrica) ou recorrendo à conjugação
relacionadas com divertículos ou neoforma­ .J
ções deste órgão. Fig. 722 . Incidência de frente
518 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM RADIOLOGIA 519

54.4.1. RADIOGRAMA SIMPLES DO ABDÕMEN 54.4.3. ESTUDO BARITADO GASTRO-DUODENAL


EM DEC0BITO DORSAL DE FRENTE
Qualquer estudo baritado gástrico obriga ao
Executado em decúbito dorsal, compreende a barramento de toda a superfície da mucosa
área desde as cúpulas diafragmáticas até à gástrica através da mobilização do indivíduo,
sínfise púbica. Permite visualizar massas de obtendo-se um registo radiográfico em or­
densidade hídrica, alterando os contornos tostatismo, de frente e oblíquas, de perfil (es­
esplâncnicos, ou calcificações abdominais. paço retrogástrico) e em decúbito dorsal ou
Num abdómen simples, podem observar-se ventral, eventualmente oblíquos (avaliação do
(Fig. 725): ampola do duodeno e pesquisa de refluxo
gastro-esofágico).
- Elementos ósseos, tais como a coluna
Pode observar-se com intensificador de ima­
vertebral (Fig. 725.1), as últimas costelas
gem o peristaltismo gástrico, sobretudo a
(Fig. 725.2), ou a pelve (Fig. 725.3);
nível da porção horizontal do estômago (antro
- Paredes musculares contendo o músculo
pilórico e canal pilórico), impulsionando o
psoas maior (Fig. 725.4), opacidades hí­
bário para o piloro. Deverá ser evidenciado o
dricas paravertebrais com obliquidade
relevo mucoso, com aspecto não homogéneo
ínfero-lateral, desde Tl2 a Ll, até às fossas
percorrido por linhas paralelas, já que o bário
ilíacas, devendo os seus contornos externos
preenche os sulcos entre as pregas da mucosa
ser lineares e podendo o contrário significar
deste órgão.
uma afecção retroperitoneal;
Fig. 725 - Rodiogromo simples do abdómen em decúbito dorsal de O estudo da parte superior do duodeno é inse­
- O diafragma (Fig. 725.5), que desenha as
frente parável do estudo do estômago.
duas cúpulas, a direita indistinta da opa­
Numa incidência de frente do conjunto gastro­ Fig. 726 - Estudo boritodo gostro-duodenol
cidade hepática e ligeiramente mais elevada
-duodenal, podem observar-se (Fig. 726):
que a esquerda, enquanto esta se sobrepõe
ao estômago, que em decúbito dorsal pra­ -Parte abdominal do esófago (Fig. 726.1);
ticamente não apresenta ar no fundo gás­ concentra habitualmente no cólon trans­ -Cárdia (Fig. 726.2); - Flexura do duodeno (Fig. 727.4);
trico; verso e contém abundantes resíduos fecais, -Fundo gástrico (Fig. 726.3); - Parte superior do duodeno (Fig. 727.5);
- Órgãos do sistema urinário, apresentando com placas de densidade heterogénea -Curvatura maior do estômago (Fig. 726.4); - Parte descendente do duodeno (Fig. 727.6).
as opacidades hídricas dos rins um eixo hídrica-sólida irregulares ao longo do seu
-Curvatura menor do estômago (Fig. 726.5);
paralelo aos músculos psoas maiores, com trajecto, sobretudo ao nível do cego (Fig.
-Corpo gástrico (Fig. 726.6);
o rim direito (Fig. 725.6) situado um pouco 725.8), na fossa ilíaca direita e no cólon
-Antro pilórico (Fig. 726.7);
inferiormente ao rim esquerdo. Os uretéros sigmóide e recto.
-Ampola do duodeno (Fig. 726.8);
não têm tradução, mas a opacidade da
-Parte descendente do duodeno (Fig. 726.9);
bexiga pode ser visualizada quando esta
54.4.2. RADIOGRAMAS SIMPLES DO ABDÓMEN -Flexura duodeno-jejunal (Fig. 726.10);
está em repleção. Poderá ainda observar­
-Ansas do jejuno (Fig. 726.11).
-se o útero, situado póstero-superiormente EM ORTOSTATISMO DE FRENTE, EM DEC0B1TO
à bexiga;
- Os órgãos intraperitoneais como o fígado
DORSAL E LATERAL COM RAIO HORIZONTAL E 3 Numa incidência adequada ao estudo do
(Fig. 725.7) no hipocôndrio direito, o EM PROC0BITO DE FRENTE � bulbo duodenal (Hampton e OAD), bem
baço, cuja opacidade hídrica se visualiza - como da parte superior do duodeno, podem
através da câmara-de-ar gástrica, o estô­ São variantes do abdómen simples sem pre­ � observar-se (Fig. 727):
u-
mago, graças ao ar que contém e que em paração e utilizam-se em casos especiais 3
decúbito dorsal vai para o antro pilórico. sobretudo no abdómen agudo, na pesquisa de Canal pilórico (Fig. 727.1);
.i -

O intestino delgado, como quase não tem níveis hidro-aéreos do tubo digestivo ou de � -Pregas da base da ampola do duodeno (Fig.
ar no interior, é muito pouco visível. pneumo-peritoneu, quando o raio incidente é J 727.2);
Fig. 727 - Estudo boritodo gostro-duodenol numa incidência poro estudo
O intestino grosso tem pouco ar, que se centrado às cúpulas diafragmáticas. - -Parte superior do duodeno (Fig. 727.3); do antro duodenal

1
520 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM RADIOLOGIA 521

S4.S. INTESTINO DELGADO A primeira ansa do jejuno situa-se inferior­ tivas pregas semilunares e válvulas do cólon,
mente à curvatura maior do estômago, As designadamente o estudo de pólipos. Faz-se
ansas do jejuno localizam-se na região lateral um enema com pequena quantidade de con­
54.5.1. DUODENO esquerda, as ansas íleais no hipogástrio e fossa traste baritado, espesso apenas para barrar
ilíaca direita. toda a mucosa do intestino grosso, após o que
O jejuno tem cerca de 2 a 3 centímetros se insufla ar que irá distender todo o quadro
Como se referiu, a parte superior do duodeno
de calibre, as pregas da mucosa são fina<, cólico. Far-se-ão então as incidências con­
e mesmo de um modo geral todo o arco
e bastante próximas, dando o aspecto de venientes para o estudo dos vários segmentos,
duodenal são estudados aquando do estudo
"pilha de pratos sobrepostos". As pregas do designadamente em decúbito ventral e de per­
do estômago. A parte superior do duodeno e
íleo são mais estreitas (1-2 cm) e têm meno\ fil, centradas à ampola do recto, em oblíqua
a parte descendente do duodeno formam o
pregas. para estudo do cólon sigmóide e dos ângulos
joelho superior do duodeno. A parte descen­
eólicos, localizada ao cego e ainda outras de
dente do duodeno e a parte horizontal do duo­
conjunto do quadro cólico em ortostatismo e
deno formam o joelho inferior do duodeno, 54.S.2.2. CLISTER DO INTESTINO DELGADO BARITAD0 decúbito dorsal crânio-descendente e podo­
situado anteriormente à coluna vertebral, e COM DUPLO CONTRASTE -descendente.
posteriormente aos vasos mesentéricos supe­
riores, onde pode haver um ligeiro abranda­ Através de entubação naso-gástrica, ultra­ Ag. 728 - Clister do intestino delgodo boritodo com duplo controste Avalia-se habitualmente o quadro cólico em
mento na progressão do contraste. A parte passa-se o estômago e duodeno e coloca-se a simultâneo com o recto e segundo o trajecto
horizontal do duodeno, dirigida para a es­ sonda ao nível da flexura duodeno-jejunal. retrógrado do recto, ao cego, de acordo com
querda, situa-se posteriormente ao estômago Introduz-se uma solução de sulfato de bário a progressão do contraste radiopaco.
(separada pela bolsa omental). São bem 54.6.1. CLISTER OPACO EM REPLEÇÃO
e um agente que permite a libertação de gás A ampola do recto, de frente, tem uma posi­
visíveis as pregas da mucosa, os contornos e dilatação das ansas do intestino delgado ção média sagital na pelve menor e, de perfil,
duodenais e, por vezes, o relevo mucoso das Administrado um enema de soluto de sulfato
(metilcelulose). Consegue-se, assim, um exa­ acompanha a curvatura do sacro. Segue-se o
papilas maior e menor, relacionadas com a de bário sob controlo de radioscopia com
me que permite com grande pormenor o es­ cólon sigmóide que tem um calibre mais
abertura do dueto colédoco e dos duetos intensificador de imagem, observa-se o preen­
tudo da mucosa de todo o intestino delgado, estreito, descrevendo habitualmente uma
excretores do pâncreas. chimento retrógrado desde o recto até ao cego,
inferir da espessura da parede e dos espaços curvatura mais ou menos variável na forma e
podendo por vezes verificar-se a ultrapassa­
entre as ansas intestinais, ou avaliar o calibre comprimento. O cólon esquerdo está fixo na
gem da válvula ileal. Actualmente pouco
e contornos do intestino delgado. região lateral esquerda, o transverso segue-se
S4.S.2. JEJUNO E fLEO No estudo em duplo contraste do intestino
utilizado, este estudo em repleção permite
à flexura esquerda ou esplénica do cólon e
apenas uma avaliação grosseira da progressão
delgado, podem observar-se (Fig. 728): descreve habitualmente uma curvatura com
Para o seu estudo, o indivíduo deverá estar do contraste baritado, da topografia, calibre,
- Parede do jejuno (Fig. 728.1); contornos e imagens de adição ou subtracção convexidade inferior. Seguem-se a flexura
em jejum. direita ou hepática do cólon e o cólon direito
- Ansa do intestino delgado (Fig. 728.2): do intestino grosso.
- Prega da mucosa (Fig. 728.3); Executadas incidências dos vários segmentos que termina pelo cego, porção mais dilatada
S4.S.2.1. TRÂNSITO BARITADO DO INTESTINO DELGADO - Sonda (Fig. 728.4). de frente, oblíquas ou eventualmente de per­ que inicia o intestino grosso.
fil, em decúbitos dorsal e ventral, ortostatismo Internamente, o cólon apresenta uma série de
O intestino delgado pode ser estudado me­ e intermédias, conforme as situações, para divisões circulares mais ou menos profundas
diante a ingestão de bário, seguindo em estudo do cego, cólon ascendente, flexura que dividem o cólon em vários segmentos, as
radioscopia com intensificador de imagem S4.6. INTESTINO GROSSO direita ou hepática do cólon, cólon transverso, ampolas, e que externamente corresponde às
e mediante registo radiográfico periódico a � saculações. Radiograficamente, isto traduz-se
: flexura esquerda ou esplénica do cólon, cólon
sua progressão até chegar ao cego. Constitui O estudo do cólon, seja por técnicas imogio­ � descendente, cólon sigmóide e recto. numa sequência de ampolas, bem marcadas
o chamado trânsito baritado do intestino del­ lógicas, seja por colonoscopia, impõe uma no cólon ascendente e no cólon transverso,
gado e é um exame demorado (2-6 horas). adequada preparação prévia do indivíduo, de diminuindo com a aproximação do cólon
Permite estudar a velocidade de progressão modo a evitar todo o tipo de resíduos fecais � 54.6.2. CLISTER OPACO EM DUPLO CONTR ASTE sigmóide.
do contraste e, ainda de uma forma mais que prejudiquem a avaliação deste órgão. São Através do refluxo do contraste do cego para
grosseira, o relevo mucoso, a morfologia das utilizados nos dois dias prévios um regime � Além dos elementos diagnósticos fornecidos o íleo, podemos conseguir o preenchimento
ansas intestinais e os espaços entre as ansas alimentar sem resíduos, laxativos e clisteres J pela técnica de repleção, permite ainda o neste exame da última ansa do íleo, sede de
intestinais. de limpeza. · estudo detalhado da mucosa com respec- patologias específicas por vezes de diagnós-
522 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM RADIOLOGIA 523

tico complicado (doença de Crõhn, tuber­ cias de perfil com avaliação do espaço recto­ A glândula sublingual principal faz a sua S4.11.1. COLECISTOGRAFIA ORAL
culose íleo-cecal, entre outras). -sagrado (aumentado em patologia tumora}) abertura através do dueto sublingual (Rivi­
de frente em procúbito com elevação poda} e nus ou Bartholin), no pavimento da cavidade Foi praticamente substituída pela ecografia.
Num estudo em duplo contraste do cólon e em decúbito dorsal. or al, situado lateralmente à carúncula sub­
Actualmente a observação recto-sigmoidos­ No estudo colecistográfico, o produto de
recto, podem observar-se (Fig. 729): }ingual.
cópica tem vindo a substituir com êxito e contraste é absorvido por via oral 12 horas
-Ampola do recto (Fig. 729.1); antes do exame. Dá-se a absorção intestinal,
vantagem diagnóstica a avaliação do recto e
-Cólon sigmóide (Fig. 729.2); a depuração hepato-biliar e o produto surge
do cólon sigmóide.
- Flexura esquerda ou esplénica do cólon 54.9. PÂNCREAS concentrado na vesícula biliar. De início,
(Fig. 729.3); esta surge com o aspecto piriforme, plena,
- Cólon descendente (Fig. 729.4); Poderá ter tradução em radiograma simples radiopaca (com imagem de subtracção no
- Cólon transverso (Fig. 729.5); S4.8. GLÂNDULAS SALIVARES caso de litíase) localizada no hipocôndrio
do abdómen (calcificações como sequela
- Flexura direita ou hepática do cólon (Fig. de pancreatite crónica) no estudo baritado direito. Fornecendo ao indivíduo uma refei­
729.6); As glândulas salivares principais são as pa­ ção gorda, obtém-se a contracção vesicular
gastro-duodenal (alargamento do quadro
-Cólon ascendente (Fig. 729.7); rótidas; as submandibulares e as sublinguais
duodenal por tumor da cabeça do pâncreas, em cerca de 30 minutos, com visualização
-Cego (Fig. 729.8). poderão ter tradução radiográfica sob a form a
ou "empurramento" para anterior do estô­ do colédoco.
de densidade de tecido hídrico nas incidên­
cias de perfil desfilado da mandíbula, axial e mago em estudo de perfil).
Foi durante anos um órgão de muito difícil
também de Caldwell e Water. Poderão assim
acesso radiodiagnóstico, situação em parte S4.11.2. COLANGIOGRAFIA ENDOVENOSA
visualizar-se calcificações e litíases glandu­
lares ou eventuais desvios das estruturas ana­ ultrapassada com o recurso à ecografia, à TC
eàRM. O produto de contraste é injectado por
tómicas anexas por processos neoformativos.
via intravenosa muito lentamente, surgindo
No entanto, foi durante bastante tempo a
durante cerca de uma hora as vias bilia­
introdução de uma substância radiopaca
res intra-hepáticas e a via biliar principal,
através do dueto excretor glandular - a cha­ 54.1O. FÍGADO opacificadas. A vesícula pode, secundaria­
mada sialografia - com posterior registo
radiográfico que permitiu um estudo mais mente, opacificar.
O fígado tem tradução radiográfica no radio­
adequado das vias excretoras e morfologia
grama simples do abdómen, através de uma
glandulares. Actualmente, estas glândulas são
imagem de densidade hídrica homogénea S4.11.3. COLANGIOGRAFIA PERCUTÃNEA
eficazmente estudadas por ecografia, por TC
e até por RM, sendo a ecografia o exame de
localizada ao hipocôndrio direito e epigástrio. TRANSHEPÃTICA (CPT}
primeira escolha. Podem assim observar-se calcificações paren­
quimatosas deste órgão como as decorrentes Também em progressivo desuso, ou com
de sequelas de hidatidose hepática. indicações muito restritas. Implicava o acesso
S4.8.1. SIALOGRAFIA No entanto, os novos meios de imagem como percutâneo das vias biliares intra-hepáticas
a ecografia (exame de primeira linha), a TC (possível apenas quando dilatadas), onde era
Na glândula parótida, o dueto parotídeo (sem ou com contraste iodado) e, por vezes, directamente injectado o produto de contraste
(Sténon), com um calibre de 1 a 2 milímetros, a RM (sem ou com contraste paramagnético)
radiopaco.
abre-se ao nível do colo do dente segundo têm vindo a preencher com qualidade os
molar superior. Depois de canulado o óstio requisitos diagnósticos neste órgão.
do dueto parotídeo (Sténon), introduz-se o S4.11.4. COLANGIOPANCREATOGIAFIA
produto radiopaco que retrogradamente vai
Fig. 729 - Clister opaco em duplo contraste
permitir visualizar toda a árvore excretora, RETRÕGRADA ENDOSCÕPICA (CPRE}
:1 54.11. VIAS BILIARES
bastante ramificada. e
Na glândula submandibular, a injecção do Bastante utilizada, combina procedimentos da
S4.7. RECTO contraste é feita através do dueto subman­ .J No estudo radiográfico simples do abdómen, área da gastrenterologia e da imagiologia.
dibular (Wharton), cujo óstio de abertura está apenas terão tradução as situações patológi­ Após introdução de um fibroscópio duodenal,
Estudado, aquando da avaliação do quadro localizado no pavimento da cavidade oral, de cas como a litíase vesicular ou aerobilia. canula-se a papila maior do duodeno com
cólico. É importante a realização de incidên- cada lado do frénulo da língua. uma sonda que permite a opacificação retró-
524 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA

grada da via biliar e por vezes também a


papila menor do duodeno. ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM RADIOLOGIA
De referir, no entanto, a recente implemen­
tação do estudo das vias biliares por processo
nada invasivo, como é o caso da RM (colan­
gio-RM).
Numa CPRE, podem identificar-se (Fig. 730):
55.1. RINS Segue-se a injecção por via intravenosa
- Dueto cístico (Fig. 730.1); rápida de um contraste triiodado hidrosso­
- Dueto hepático direito (Fig. 730.2); lúvel que é eliminado de forma electiva pelo
- Dueto hepático comum (Fig. 730.3); O estudo radiográfico abdominal simples e a rim. São executados cortes tomográficos das
- Dueto colédoco (Fig. 730.4); orografia endovenosa são os exames de base áreas renais aos 30 segundos, ao minuto e aos
- Ampola hepato-pancreática (Fig. 730.5); de estudo radiográfico destes órgãos, se bem três minutos após a injecção, que permitem
- Dueto pancreático (Wirsung) (Fig. 730.6); que a ecografia é actualmente o exame de avaliar as fases nefrográfica (visualização do
- Parte descendente do duodeno (Fig. 730.7); primeira escolha. parênquima renal) e pielográfica (opacifica­
- Imagem de subtracção por cálculo na via ção da urina e estudo das vias excretoras).
biliar principal (Fig. 730.8); Aos 5 minutos, deve ser realizada outra inci­
- Sonda naso-gástrica (Fig. 730.9). 55.1.1. RADIOGRAFIA DE ABDÕMEN SIMPLES dência do conjunto abdominal que inclua
obrigatoriamente a sínfise púbica, já que nela
O indivíduo está em decúbito dorsal, deven­ se pode observar não só o início do preenchi­
do ser abrangido o abdómen desde T12 ou do mento ao nível do trígono da bexiga (Lieu­
pólo superior do rim mais alto até à sínfise taud), como a opacificação dos uretéros.
Fig. 730 • Colongioponcreotogrofio retrógrado endoscópico (CPRE} púbica. Permite assim ter uma noção gros­ Segue-se o estudo radiográfico convencional
seira de massas renais ou vesicais, devendo dirigido ao abdómen superior aos 15 minutos
ainda ser procuradas densidades cálcicas e após compressão das áreas renais (contra­
projectadas à área suposta do sistema uriná­ -indicada no caso de obstáculo ou cólica renal),
rio, traduzindo litíases excretoras ou sequelas de modo a obter um bom preenchimento pela
de lesões específicas renais. urina opacificada, da árvore excretora pielo­
Deverão ser observadas as margens laterais -calicial e do início dos uretéros.
dos músculos psoas maiores, as áreas renais Aos 20 minutos após a administração de con­
visíveis sempre que há um plano adiposo traste, realiza-se novo conjunto radiográfico do
perirenal desenvolvido, a bexiga, sobretudo abdómen deitado, após descompressão, obten­
quando está em repleção e a área de pro­ do-se boa visualização do trajecto dos uretéros
jecção da próstata e da uretra, ou do útero, e bexiga. Eventualmente para um melhor
póstero-inferiormente à sombra vesical. preenchimento ureteral, poderá ter de ser rea­
lizado um radiograma em decúbito ventral.
O estudo vesical é complementado com inci­
SS.1.2. UROGRAFIA ENDOVENOSA dências oblíquas da área pélvica bem como
numa incidência de frente dirigida à região
Deve ser obtida uma boa preparação prévia pélvica após micção, para avaliação do resí­
(dieta sem resíduos e laxantes) a fim de eli­ duo pós-miccional.
minar resíduos fecais e ar do quadro cólico, Na urografia endovenosa (Fig. 731), os rins
õ que poderão sobrepor-se à área do sistema surgem com obliquidade ínfero-lateral, com a
'5 urinário. margem medial próximo da linha do músculo
.J Começa por se efectuar um radiograma sim­ psoas maior. O rim esquerdo está colocado
:l ples do abdómen deitado, seguindo-se a es- mais superiormente e mede cerca de três
"5
colha do plano tomográfico (tomografia linear) vértebras lombares e meia, tal como o oposto
: adequado ao estudo da área renal. (cerca de 12 x 6 x 3 cm).
526 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM RADIOLOGIA 527

São bem distintos os parênquimas (córtex SS.2.3. URET{RO _ Seio renal (Fig. 731.5); SS.3.2. CISTOGRAFIA RETRÓGRADA
renal e medula renal) e o seio do rim, com as -Pirâmide renal (Malpighi) (Fig. 731.6);
vias excretoras bem opacificadas. Deve ser _ Coluna renal (Bertin) (Fig. 731.7);
Pode ser opacificada por canulação intra­
medida a espessura do córtex renal do rim, SS.2.3.1. UROGRAFIA ENDOVENOSA _ Cálice renal menor de perfil (Fig. 731.8);
vesical (mulher), por uretrografia retrógrada
habitualmente superior a 10 milímetros. _ Cálice renal menor de topo (Fig. 731.9);
(homem), ou por punção suprapúbica. Deve
O uretéro surge tubuliforme, opacificado de -Linha de Hodson (Fig. 731.10); ser radiografada em repleção, de frente e em
forma descontínua, com uma ou outra zona _ Cálice maior (Fig. 731.11); oblíquas, com posterior avaliação do resíduo
-Pelve renal (Fig. 731.12);
55.2. VIAS EXCRETORAS DOS RINS de menor calibre por compressão de estru­
pós-rniccional de frente, tal corno na UEV.
turas anatómicas com que se relaciona, e _ Uretéro (Fig. 731.13).
apresenta quatro partes, a parte lombar, a
SS.2.1. CÁLICES RENAIS parte ilíaca, a parte pélvica e a parte intra­
SS.2.3.2. URETEROPIELOGRAFIA RETRÕGRADA 55.4. URETRA
vesical. Apresenta movimentos peristálticos
contínuos e assimétricos, o que leva a que
Os cálices renais menores devem ser estu­ Uma sonda é colocada ao nível do óstio do
nem todas as partes do uretéro estejam igual­
dados um a um e no seu conjunto, verificando uretéro na bexiga para a ureterografia, en­ SS.4.1. URETROGRAFIA
a harmonia na distribuição da árvore excre­ mente opacificadas ao mesmo tempo.
quanto que sobe até à junção pielo-ureteral na
tora pielo-calicial. Os cálices renais menores Assim, numa urografia endovenosa, devem pielografia retrógrada. Deverão ser praticadas
ser observados (Fig. 731): A uretra masculina pode ser visualizada no
compõem-se de duas porções, a cúpula que com recurso a cistoscopia e sob assepsia rigo­
estudo permiccional (uretrografia perrniccio­
envolve a papila renal, e urna haste calicial -Rim direito (Fig. 731.1); rosa de modo a evitar infecções.
nal), radiografando, de frente e em oblíquas
que a suporta. De perfil, o cálice renal menor -Margem medial do rim esquerdo (Fig. 731.2);
a três quartos, a uretra no seu trajecto. No
traduz-se por urna imagem radiográfica tubu­ -Córtex renal (Fig. 731.3);
entanto, a par da visualização por uretros­
liforme de extremidade côncava, envolvendo - Parênquima renal (Fig. 731.4);
urna área de cúpula não opacificada que é a
SS.3. BEXIGA copia, a exploração retrógrada radiográfica
traduz de forma mais correcta a morfologia
papila renal. De topo, o cálice renal menor
uretra!, se bem que estas técnicas não estejam
surge corno urna imagem circular menos
SS.3.1. CISTOGRAFIA isentas de riscos, nomeadamente de infecção
densa bordeada por um círculo mais opacifi­
e traumatismo.
cado. Dispõem-se em coroa e são em número
A bexiga estuda-se aquando da realização da A uretra feminina, mais curta e menos sujeita
de 6 a 20. Deve ainda ser avaliada a linha
urografia endovenosa e desde o início do seu a modificações patológicas, é estudada por
de Hodson, urna linha que une as cúpulas de
preenchimento (5 minutos). Em repleção, uretrografia rniccional. Apresenta duas partes
todos os cálices renais menores num plano
deve ser circular, de contorno regular, sem com obliquidades diferentes e descreve grosso
frontal, e que no fundo vai permitir definir
imagens de adição ou subtracção, que pode­ modo urna curvatura póstero-inferior.
para lateral dela a espessura do parênquima
rão estar relacionadas respectivarnente com
renal (cerca de 2,5 cm e 3 cm ao nível dos
divertículos ou lesões turnorais.
pólos renais). SS.4.2. URETROGRAFIA RETRÓGRADA
O estudo da bexiga pode ser complementado
Três ou quatro cálices renais menores con­
com incidências oblíquas da área pélvica,
fluem para formar um cálice renal maior,
devendo ser sempre efectuada urna incidência A injecção retrógrada de produto de con­
existindo habitualmente três cálices renais
de frente dirigida à região pélvica após rnicção, traste iodado provoca urna dilatação uretra!
maiores que confluem, para formar a pelve
para avaliação do resíduo pós-rniccional. anterior, podendo visualizar-se, no caso do
renal.
A micção deve ser franca, o resíduo pós­ homem, o colo vesical, a parte prostática da
·miccional nulo, e não deve existir refluxo uretra, o colículo seminal, a parte membra­
SS.2.2. PELVE RENAL vésico-ureteral. nácea da uretra, a parte esponjosa da uretra,
j Na urografia endovenosa podem observar-se o recesso do bulbo do pénis e a fossa navicular
A pelve renal é triangular, de ápice medial, � (Fig. 731): da uretra.
a margem superior convexa, a margem infe­ .ii -Bexiga (Fig. 731.14); Numa uretrografia retrógrada efectuada na
rior côncava, podendo ser maior ou menor, 3 -Fundo da bexiga (Fig. 731.15); uretra masculina, podem observar-se (Fig. 732):
ter topografia intra ou extrarrenal. Por vezes 5 -Púbis (Fig. 731.16). - Colo da bexiga (Fig. 732.1);
pode existir bifidez piélica. Fig. 731 - Urogrofio endovenoso - Parte prostática da uretra (Fig. 732.2);

1'
528 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA

- Colículo seminal (Fig. 732.3); ANATOMIA DOS 0RGÃOS GENITAIS MAscuUNOS EM


- Parte membranácea da uretra (Fig. 732.4);
- Recesso do bulbo do pénis (Fig. 732.5);
- Parte esponjosa da uretra (Fig. 732.6).
RADIOLOGIA

56.1. TESTÍCULOS E VIAS ESPERMÁTICAS dução de ar no saco escrotal, com radiografia


de seguida, contrastando negativamente os
contornos testicular e epididimário).
Não têm habitual tradução radiográfica, a
menos que existam imagens de calcificações
na pelve menor, na área supostamente corres­
Fig. 732 • Uretrografia retrógrada
pondente às vesículas seminais, onde pode 56.3. PÉNIS
desenhar o aspecto de "bigodes" póstero­
-inferiormente à sombra da bexiga na inci­ Não tem tradução radiográfica significativa,
dência de frente. podendo, no entanto, com condições técnicas
para estudo de tecidos moles, visualizar-se
uma calcificação ou fibrose da fáscia do pénis
56.1.1. DEFERENTO-VESICULOGRAFIA (Buck) (doença de Peyronie) ou uma litíase
encravada na porção anterior da parte espon­
A introdução de contraste opaco fluido no josa da uretra.
dueto deferente permite visualizar:
- O dueto deferente, linha opaca de contornos
regulares e calibre uniforme, desde o escroto 56.4. GLÂNDULAS ANEXAS AOS ÓRGÃOS
até à região pélvica posteriormente à bexiga,
depois de passar no canal inguinal; GENITAIS MASCULINOS
- A ampola do dueto deferente, porção ter­
minal do dueto, mais alargada e de contorno Não têm tradução radiográfica excepto quan­
menos irregular, situa-se posteriormente à do existem calcificações significativas.
bexiga;
-As vesículas seminais, situadas inferior­
mente às ampolas dos duetos deferentes com S6.4.1. PRÕSTATA
trajecto paralelo, de estrutura tubária e grande
eixo com obliquidade ínfero-medial, por vezes Não tem tradução radiográfica, a menos que
horizontais ou mesmo verticais; existam calcificações prostáticas significa­
-Os duetos ejaculadores, cujo calibre dimi­ tivas, como no caso das sequelas de prostatite
nui progressivamente para medial e de loca­ crónica. É hoje adequadamente estudada por
ecografia ou RM endocavitárias.
.,, lização variável conforme o desenvolvimento
� do colículo seminal.
:i
S6.4.2. GLÂNDULAS BULBO-URETRAIS (COWPER)
i 56.2. ESCROTO
:a
Não têm tradução radiográfica excepto quan­
do existem calcificações significativas.
� Tem apenas valor histórico o estudo radio-
5 gráfico com recurso ao pneumoescroto (intro­
Q

: 1 1
, ...
ANATOMIA DOS ORGAOS GENITAIS FEMININOS EM
RADIOLOGIA

57.1. OVÃRIOS mesmo à TC. Nalguns casos específicos (este­


rilidades primárias ou secundárias, abortos de
repetição), pode ter indicação o estudo radio­
Não têm tradução radiográfica, excepto quan­
gráfico precedido da injecção de contraste
do existem calcificações ou massas tumorais
radiopaco que preenche as cavidades do útero
significativas. De salientar os teratomas, tu­
e da tuba uterina (Falópio) (histerosalpingo­
mores contendo derivados ectodérmicos que
grafia).
podem ter tradução no estudo radiográfico
simples da cavidade pélvica, podendo visua­
lizar-se áreas de densidade radiográfica de 57.3.1. HISTEROSALPINGOGRAFIA
gordura, dentes ou outras estruturas de den­
sidade cálcica. Todo o cuidado de assepsia deve ser mantido,
bem como o respeito das contra-indicações
(gravidez intra-uterina, infecção genital evolu­
57.2. TUBAS UTERINAS (FALÓPIO) tiva, ou mesmo algumas hemorragias graves
que poderão adiar o exame).
Não têm tradução radiográfica excepto quan­ Deve ser realizada após a fase menstrual, nos
do existem calcificações ou massas tumorais dez primeiros dias a seguir ao seu início e
significativas. precedida de estudo ecográfico, designada­
Tal como o útero, as tubas uterinas (Falópio) mente para excluir gravidez recente.
podem ser estudadas, seja por injecção de Após canulação do colo do útero, introduz-se
contraste radiopaco que preenche essas estru­ contraste radiopaco hidrossolúvel (capacidade
turas (histerosal-pingografia), seja após intro­ uterina de 5-10 cc). Deverá ser feita uma inci­
dução de ar na pelve menor por injecção dência de frente com fraca repleção uterina
intraperitoneal (pelvi-peritoneu), a chamada (estudo da mucosa), outra com repleção com­
ginecografia, técnica caída em desuso em pleta com opacificação uterina, das tubas
favor da ecografia suprapúbica e endocavi­ uterinas (Falópio) e passagem do contraste
tária, da RM ou mesmo da TC. para a cavidade peritoneal. Segue-se uma
incidência de perfil ou a três quartos oblíqua,
e depois uma de frente pós-evacuação do con­
57.3. ÚTERO traste. Termina com uma incidência tardia
pós-evacuação completa e difusão peritoneal
3 do contraste.
� Os comuns fibromiomas calcificados têm
/! habitual tradução radiográfica (múltiplas pe­ Deverão ser observadas a topografia, morfo­
! quenas imagens irregulares de densidade cál­ logia, dimensões, calibre e permeabilidade
j cica, esboçando confluência e arranjo nodu­ das cavidades do útero e da tuba uterina
(Falópio).
' lar heterogéneo na pequena bacia).
A ecografia suprapúbica ou endovaginal é o Numa histerosalpingografia, podem observar­

:J exame de primeira linha para estudo do útero -se (Fig. 733):
@ e anexos, havendo por vezes recurso à RM ou - Colo do útero (Fig. 733.1);

1'
532 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM RADIOLOGIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS EM RADIOLOGIA 533

- Istmo do útero (Fig. 733.2); 57.6.1. GLÂNDULAS VESTIBULARES MENORES semelhança nas várias densidades radioló­ - Base da mama (Fig. 734.1);
- Cavidade do corpo do útero (Fig. 733.3); gicas dos componentes mamários, uma ade­ - Camada célulo-adiposa retromamária (Fig.
- Como do útero (Fig. 733.4); E MAIORES quada técnica de execução e experiência do 734.2);
- Fundo do útero (Fig. 733.5); médico que avalia o exame são indispensá­ - Estroma da mama (Fig. 734.3);
- Óstio da tuba uterina (Fig. 733.6); As glândulas vestibulares menores e as glân­ veis. Deverão ser procuradas massas de - Camada célulo-adiposa subcutânea (Fig.
-Tuba uterina (Falópio) (Fig. 733.7); dulas vestibulares maiores (Bartholin) não densidade hídrica, avaliados dimensões, con­ 734.4);
- Ampola da tuba uterina (Fig. 733.8). têm tradução radiográfica, excepto quando tornos, localização e sobretudo procuradas - Papila mamária (Fig. 734.5);
existem calcificações significativas. roicrocalcificações, opacidades de contorno - Nodo linfático axilar calcificado (Fig. 734.6).
espiculado, ou retracção cutânea, sinais que
poderão indiciar malignidade.
57.7. MAMAS A mamografia é habitualmente precedida de 57.7.2. GALACTOGRAFIA
uma avaliação clínica e complementada com
Apesar de todos os progressos verifi cados avaliação ecográfica, sendo este o exame de Consiste na opacificação dos duetos lactíferos
na área da Imagiologia, o estudo radiográfico primeira escolha na mama jovem. (15 a 20 irradiando da papila mamária para a
da mama com condições e meios específicos, Numa mamografia em incidência de perfil, glândula mamária, divergindo em curva con­
a mamografia continua a ser o exame de pri­ podem observar-se (Fig. 734): vexa para o eixo da mama). Introduz-se com
meira linha e determinante para o diagnóstico uma agulha muito fina um produto de con­
da patologia mamária. traste hidrossolúvel. Utilizada quando há se­
creção mamilar ou pesquisa complementar de
lesão relacionada com esse dueto lactífero.
57.7.1. MAMOGRAFIA Numa galactografia, deverão ser observados
(Fig. 735):
Deve ser executada com adequadas condi­ - Papila mamária (Fig. 735.1);
Fig. 733 - Histerosalpingografia
ções técnicas, designadamente de penetração - Duetos lactíferos (Fig. 735.2).
de radiação X (kilovoltagem), uso de grelha
anti-difusora (diminui a radiação difusa),
exposição automática, película específica e,
57.4. VAGINA muito importante, uma compressão vigoro:a
da mama a radiografar.
Não tem tradução radiográfica, sendo o seu São utilizadas no mínimo duas incidências para
estudo efectuado por observação directa (es­ cada mama: a crânio-caudal e a oblíqua, pm­
péculo vaginal), por ecografia endovaginal, ticamente não se fazendo o perfil estrito, por
por RM ou, eventualmente, por TC. disponibilizar menor informação. Como inci­
dências complementares, poderão ser realiz.adas
a do prolongamento axilar, o perfil invertido,
a oblíqua localizada e a macro-radiografia.
57.5. VULVA A imagem da mama é circular ou cónica, cor­
respondendo a base à camada célulo-adiposa
Não tem tradução radiográfica. retromamária, e o ápice à papila mamária.
A face anterior da glândula está separada da
pele pela camada célulo-adiposa subcutânea,
57.6. GLÂNDULAS ANEXAS AOS ÓRGÃOS com finos tractos arciformes que enquadram
os grumos adiposos. Posteriormente, volta a
GENITAIS FEMININOS existir uma banda mais escura de tecido adi­
poso. No corpo da mama, existe um reti­
-l.IJ
Não têm tradução radiográfica, excepto quan­ culado de trama constituída por septos con­ o
do surgem calcificações ou massas com juntivos que separam os lobos da glândula J
diferente densidade radiológica. mamária e os duetos lactíferos. Dada a grande • F ig. 734 • Mamografia em incidência de perfil Fig. 735 - Galactografia

1'
, ...
ANATOMIA DOS ORGAOS LINF61DES EM RADIOLOGIA

58.1. TIMO S8.2. BAÇO


Não tem habitual tradução radiográfica no Sem tradução radiográfica para além da que
adulto, condicionando no entanto um alarga­ é proporcionada pela imagem opaca de den­
mento do mediastino no estudo radiográfico sidade hídrica e homogénea localizada ao
do tórax em póstero-anterior da criança (an­ hipocôndrio esquerdo, no estudo radiográ­
teriormente e habitualmente para a direita da fico simples do abdómen. Poderão surgir
emergência dos grandes vasos cardíacos). No calcificações parenquimatosas ou aumento
adulto e caso existam calcificações tímicas de dimensão do órgão (esplenomegalia), por
(alguns timomas), poderão as mesmas ter vezes ultrapassando a crista ilíaca, e que
tradução no estudo radiográfico de tórax de condiciona o empurramento de outros órgãos
perfil. contendo ar (câmara de ar do estômago,
É adequadamente estudado por TC. cólon esquerdo).
ANATOMIA DAS GlÂNDUW END6cRINAS EM RADIOLOGIA

S9.1. HIPÓFISE 59.4. GLÃNDULAS PARATIRÓIDES


A hipófise situa-se na sela turca do esfenóide, Não têm habitual tradução radiográfica.
não tendo directamente tradução radiográfica.
Possíveis aumentos glandulares, erosões
ósseas da sela turca ou calcificações da hipó­
fise poderão ser avaliadas nas incidências
59.5. GLÂNDULAS SUPRARRENAIS
cranianas para estudo da sela turca (crânio
de perfil, Caldwell, Towne). A TC e RM são Devem ser estudadas por TC, ou eventual
meios complementares adequados para o RM, podendo ter alguma tradução ecográfica.
estudo desta região. Não têm habitual tradução radiográfica, a me­
nos que existam calcificações capsulares que,
então, serão visualizadas na área suprarrenal,
um pouco para a esquerda da margem medial
S9.2. GLÂNDULA PINEAL do rim.

Apenas tem tradução radiográfica quando


apresenta calcificações, que são quase cons­ 59.6. PARAGÂNGLIOS
tantes a partir da meia-idade. Visualiza-se em
incidência de perfil e de frente da calvária
e na incidência da fossa posterior do crânio Não têm habitual tradução radiográfica.
(Towne).

59.7 PÂNCREAS ENDÓCRINO, GLÂNDULA


59.3. GLÂNDULA TIRÓIDE INTERSTICIAL DO TESTÍCULO (LEYDIG),
O seu estudo é realizado por ecografia, por GLÂNDULA INTERSTICIAL DO OVÃRIO E
vezes por TC ou RM, eventualmente por cin­ CORPO AMARELO
tigrafia. No entanto, nas incidências radiográ­
ficas para estudo cervical (frente e sobretudo
Não têm habitualmente tradução radiográfica.
. de perfil com condições de tecidos moles),
3 poderão ser observadas as impressões condi­
] cionadas por um crescimento glandular na
� coluna aérea da traqueia, bem como calcifica-

l
� ções projectadas ao espaço pré-vertebral mais
inferior e anterior na incidência de perfil.
1


Q

1 1
XI
, ..
ANATOMIA DOS ORGAOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TC)
E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM)

1,
ANATOMIA DOS ÔRGAOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TC) E RESSONÂNCIA MAGNtTICA (RM) 541

onde temos uma aquisição volumétrica de génio quer na água, quer na gordura em grande
toda a região a estudar, com rotação contínua quantidade nos tecidos do nosso organismo.
da ampola e detectores, em permanente aqui­ Quando se coloca o indivíduo num campo
sição de dados, com deslizamento e sem magnético muito forte, a magnetização dos
paragem da mesa onde o doente se deita. núcleos de uns tecidos poderá ser mais rápida
Com a TC helicoidal podem reconstruir-se do que a sofrida noutros tecidos, tal como
imagens em qualquer plano contido na tota­ diferentes tecidos variam na velocidade com
lidade do volume apreciado, fazer recons­ que desmagnetizam. Assim, a RM permite
Desde a descoberta dos raios X (Rõentgen, ângulos de incidência um grande número de
truções multiplanares, representações tridi­ determinar os constituintes das estruturas em
1895), a informação diagnóstica dada pela densidades que são reconstruídas matematica­
mensionais, encurtando de forma significativa estudo, já que as velocidades de magnetização
radiologia era feita pela visualização de ima­ mente em computador e que correspondem
o tempo de execução dos exames. e de desmagnetização são associadas a dife­
gens radiográficas convencionais, bidimen­ à absorção de radiação num pequeno volume
elementar (voxel). Como a informação esté Toma-se, assim, este novo método essencial rentes escalas de cinzentos, criando a noção de
sionais, sendo as densidades determinadas no estudo do doente politraumatizado, na
armazenada, é o operador que regula o apa­ intensidade de sinal nas várias sequências
pela projecção dos raios X na terceira dimen­ criança e nos estudos vasculares. Tem um
relho para obter uma imagem útil ao diag­ de campos magnéticos induzidos (pouco sinal
são do doente em estudo, e no diferente progressivo emprego em endoscopia virtual
nóstico. Quando se pretendem acentuar dife­ = preto, muito sinal = branco).
coeficiente de atenuação dos tecidos atraves­ vascular do tubo digestivo (colonoscopia
renças de densidades, pode recorrer-se ao A intensidade de sinal depende essencial­
sados pelos raios X. Na película radiográfica virtual) e da árvore tráqueo-brônquica.
uso de contrastes artificiais, como produtos mente:
existem assim diferentes tons de cinzentos
que permitem delinear contornos anatómicos. iodados por via intravenosa (opacificação - Das propriedades magnéticas inerentes dos
de vasos, tumores muito vascularizados, ou Ao invés das antigas imagens de anatomia
Com estas limitações, procurou-se ao longo tecidos, átomos de moléculas de água e
apenas identificação de lesões hipovasculares topográfica da maior parte dos clássicos tra­
dos tempos resolver espacialmente diferenças gordura endovenosos em T l (tempo de
em parênquimas normalmente captantes) ou tados de Anatomia, quando se observam as
na projecção da terceira dimensão, surgindo magnetização) e T2 (tempo de desmagne­
por via oral ou rectal (opacificação de órgãos imagens de cortes axiais de TC, está a fazer­
a tomografia linear (TL), multidireccional ou tização);
ocos). -se como se estivéssemos a olhar o indivíduo
convencional. - Do fluxo (os líquidos circulantes produzem
Para além da representação de uma imagem, deitado, dos pés para a cabeça, orientação
Na tomografia convencional ocorre um menor intensidade de sinal do que os líqui­
que pode ser manuseada pelo operador de que é válida para toda a Imagiologia, a dos estáticos);
movimento simultâneo da ampola de raios X
forma a tomá-la perceptível ao bulbo ocular exemplo das imagens axiais (transversais) de - Dos parâmetros utilizados para a realização
e da película radiográfica em tomo do objecto
humano, através da "largura" e do "nível" de RM ou de ecografia. da imagem, o TR (tempo permitido para
ou corpo a estudar, obtendo-se uma melhor
definição das estruturas anatómicas contidas janela sem novas aquisições de dados, a TAC um tecido magnetizar) e o TE (tempo per­
permite ainda que nessa imagem se deter­ Embora os princípios da ressonância mag­ mitido para um tecido desmagnetizar).
nesse plano e uma má definição das estrutu­
minem valores de densidades das diferentes nética (RM) tenham sido desenvolvidos em
ras envolventes. Em face do progresso tecno­
estruturas visualizadas, directamente propor­ 1946 (Block e Purcell), só em 1980 começam Aplicados estes conceitos à prática clínico­
lógico, também este método está em progres­
cionais aos coeficientes de atenuação, me­ a surgir os primeiros estudos de aplicação -imagiológica, tem-se, numa sequência Tl,
sivo abandono.
didas em unidades Hoünsfield, o "inventor" clínica desta técnica. que tem TR e TE curtos, o fígado que surge
Surge então com aplicação médica em deste meio complementar de diagnóstico. com média velocidade de magnetização,
Nos anos setenta e oitenta, a evolução deter­ Como todos os núcleos têm protões e neu­ média intensidade de sinal (cinzento), e o
meados dos anos setenta do século XX, a
minou o aparecimento de aparelhos de ! ª, trões na sua constituição, ambos com mo­ quisto hepático tem lenta velocidade de mag­
tomografia axial computorizada (TAC) que,
2ª e 3ª geração, com cortes em planos axiais mentos magnéticos, então produzem pequenos netização e é preto. Mas se usarmos a sequên­
embora continue a utilizar a radiação X,
(transversais) e coronais (frontais) e recons­ campos magnéticos susceptíveis de sofrer cia T2, em que o TR e o TE são longos, já o
substitui o filme radiográfico por um detector
electrónico que transforma os raios X que truções biplanares de qualidade a partir dos �< rotação e orientação quando colocados num quisto tem velocidade lenta de desmagne­
recebe em sinal eléctrico, detectando assim cortes executados, daí ter perdido a desig­ � campo magnético uniforme, mas neutrali- tização e alta intensidade de sinal (branco),
diferenças mínimas de absorção dos feixes nação de tomografia axial computorizada � zando-se uns aos outros em núcleos com nú- mantendo-se o fígado com média intensidade
que rodam em torno do indivíduo. Este é (TAC), passando a tomografia computorizada � meros pares. Mas nalguns núcleos como os de sinal por média velocidade de desmagne­
o
(TC). \;' da água, que têm número ímpar de protões, tização e, portanto, surge também cinzento.
"cortado" em planos perpendiculares ao
grande eixo do organismo (cortes axiais). Em .ii pode criar-se um momento magnético dipolar
cada posição do feixe, uma densidade radio­ Mas o mais significativo avanço tem sido :j e o fenómeno de RM, já que o átomo de Pode-se também recorrer ao uso de agentes
lógica é registada e guardada em memória proporcionado pela técnica de aquisição 5 hidrogénio tem um núcleo com um só protão de contraste (como o gadolínio), que influen­
magnética. Obtém-se através dos diversos helicoidal ou espiral (fim dos anos noventa). · ímpar. Sabe-se que se pode encontrar hidro- ciam directamente a detecção ou diferen-
542 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA (OMPUTORIZADA (T() E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM}

ANATOMIA DOS 0RGÃOS RESPIRAT6RIOS EM TC E RM


ciação de patologias, já que alteram os Tem, no entanto, contra-indicações, como
valores de Tl dos tecidos. doentes com pacemaker, com estruturas ou
A RM é considerada um método sensível mas placas ferro-magnéticas (nos últimos anos de
pouco específico, embora com grandes van­ utilização menos frequente), doentes venti­
tagens, como o potencial de fazer estudos lados, muito obesos e claustrofóbicos, e limi­
multiplanares, com cortes axiais (transver­ tações como a identificação de calcificações
sais), cortes coronais (frontais) ou cortes e alterações do osso cortical, em que a
sagitais, e ainda inúmeros cortes oblíquos. radiologia convencional e o TC continua m a 60.1. CAVIDADES NASAIS
Visualiza muito bem os tecidos rodeados por ter a preferência.
estruturas ósseas, tem elevada sensibilidade Embora de progressiva utilização em áreas
ao fluxo e potencialidades ainda pouco ex­ como a cardio-vascular, o tórax, o abdómen 60.1.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM
ploradas (perfusão, espectroscopia, difusão). e a pelve, é no sistema locomotor e no sis­
Mas é sobretudo uma técnica sem radiação tema nervoso central que continua a ter as Nestes cortes, podem observar-se todos os
ionizante, já que faz parte do espectro elec­ maiores indicações e uma eficácia diagnóstica seios paranasais e cavidades nasais, desde os
tromagnético mas com frequência e energia relevante. seios frontais colocados superiormente, até
muito mais baixas. aos maxilares e esfenoidal. São bem evi­
dentes todas as estruturas ósseas na TC e
ainda os tecidos moles envolventes na RM.
Desde que não haja patologia, o ar das cavi­
dades aéreas surge "a preto" na TC e na
sequência T1 da RM (a chamada sequência
Fig. 736 - Corte axial em TC ao nível dos seios poronosois
"anatómica"). Se houver líquido acumulado,
então traduzir-se-á por hipersinal (branco) em
T2.
simetria de superior a inferior, a hipertrans­
parência do ar nos seios paranasais (preto),
Num corte axial em TC passando ao nível
bem como a regularidade dos contornos desses
dos seios paranasais, podem observar-se
seios. As estruturas musculares têm excelente
(Fig. 736):
tradução, sobretudo em RM.
-Seio maxilar direito (Fig. 736.1);
-Cavidades nasais (Fig. 736.2); Num corte coronal em RM passando ao nível
-Seios esfenoidais (Fig. 736.3); dos seios paranasais, podem observar-se
-Órbita esquerda (Fig. 736.4); (Fig. 737):
-Arco zigomático direito (Fig. 736.5);
- Seio frontal esquerdo (Fig. 737.1);
-Fossa infratemporal (Fig. 736.6);
-Labirinto etmoidal (Fig. 737.2);
-Canal lácrimo-nasal (Fig. 736.7);
-Cavidades nasais (Fig. 737.3);
-Labirinto etmoidal (Fig. 736.8);
-Seios cavernosos (Fig. 736.9). - Septo nasal (Fig. 737.4);
- Seio maxilar direito (Fig. 737.5);
� - Mandíbula (Fig. 737.6);
-Músculo temporal (Fig. 737.7);
� 60. 1.2. ESTUDO CORONAL EM TC E RM
f-, - Músculo masséter (Fig. 737.8);
� Nestes cortes, podem observar-se estruturas -Encéfalo (Fig. 737.9);
{ ósseas da face, tecidos moles e cavidades - Músculos extrínsecos do bulbo ocular (Fig.
, aéreas das cavidades nasais e seios paranasais 737.10);
-Nervo óptico (Fig. 737.11).
� segundo um plano coronal. Deve ser notada
:i a disposição perpendicular do septo nasal, as
Q conchas nasais dispostas mais ou menos em
544 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM T( E RM 545

uma boa definição das pregas vocais pode


ser obtida pedindo ao examinado para emitir
o som de uma vogal durante a execução do
exame.

Num corte axial em TC passando ao nível da


laringe em repouso, podem observar-se (Fig.
739):
-Glote e pregas vocais (Fig. 739.1);
- Cartilagem tiroideia (Fig. 739.2);
- Vértebra cervical (Fig. 739.3);
- Músculos pré-vertebrais (Fig. 739.4);
- Feixe vásculo-nervoso do pescoço (Fig.
Fig. 738 - Corte sogitol em RM ao nível dos seios poronosois 739.5). Fig. 740 - Corte oxiol em RM ao nível do laringe

Fig. 737 - Corte coronal em RM oo nível dos seios poronosois 60.2.2. CORTE CORONAL EM RM
60.2. LARINGE
Nos cortes coronais, observam-se as margens
60.1.3. CORTE SAGITAL EM RM A laringe, preferencialmente estudada por laterais da cartilagem tiroideia e o espaço
observação directa (laringoscopia), foi du­ hipertransparente transversal da glote projec­
A RM permite executar não só o corte sagi­ rante anos estudada na tomografia linear, tada ao nível da 5ª vértebra cervical, as valé­
tal mediano, como numerosos cortes parame­ depois em cortes axiais de TC, mas o estudo culas ou fossas glosso-epiglóticas e seios
dianos, em geral com uma espessura de corte deste órgão tem vindo a ser cada vez mais piriformes.
que pode atingir os 2 ou 3 mm. Neste estudo efectuado por RM nos planos axial, coronal Deve ser especialmente observada a simetria
em corte sagital temos excelente visão dos e sagital, com espessuras de corte atingindo laríngea, designadamente das pregas vocais.
espaços naso-faríngeo e oro-faríngeo, das os 3 mm.
cavidades nasais e conchas nasais, do palato Num corte coronal em RM passando ao nível
mole ou véu palatino e do palato duro, da À inspiração, a manobra de Valsalva (tenta­ da laringe, podem observar-se (Fig. 741):
cavidade oral e arcos dentais, da língua e seus tiva de expirar com a glote fechada após - Cartilagem tiroideia (Fig. 741.1);
músculos, dos tecidos moles e cartilaginosos inspiração) e a própria fonação traduzem-se - Glote (Fig. 741.2);
do maciço nasal. em modificações da topografia e morfologia Fig. 739 - Corte axial em TC oo nível do laringe - Pregas vocais (Fig. 741.3);
dos tecidos moles, pregas vocais e compo· - Ventrículos da laringe (Morgagni) (Fig.
Num corte sagital em RM passando ao nível nente aérea deste órgão, com óbvia tradução 741.4);
dos seios paranasais, podem observar-se nas imagens de TC e RM. Num corte axial em RM passando ao nível da
-Pregas vestibulares ou cordas vocais falsas
(Fig. 738): laringe em repouso, pode observar-se (Fig.
(Fig. 741.5);
- Seio frontal (Fig. 738.1); 740):
- Cartilagem cricoideia (Fig. 741.6);
- Labirinto etmoidal (Fig. 738.2); 60.2.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM - Prega aritno-epiglótica (Fig. 740.1); - Traqueia (Fig. 741.7);
- Concha nasal média (Fig. 738.3); 3 - Cartilagem aritnoideia (Fig. 740.2); - Feixe vásculo-nervoso do pescoço (Fig.
- Concha nasal inferior (Fig. 738.4); Devem ser evidenciados sobretudo os teci­ õ - Glote (Fig. 740.3); 741.8).
dos moles, mas também calcificações das
!-
- Palato duro (Fig. 738.5); � - Pregas vocais (Fig. 740.4);
- Palato mole ou véu palatino (Fig. 738.6); cartilagens. Em repouso, podem observar-se Cartilagem tiroideia (Fig. 740.5);
- Mandíbula (Fig. 738.7); em cortes axiais os três pisos da laringe: piso ij - Cartilagem cricoideia (Fig. 740.6); 60.2.3. ESTUDO SAGITAL EM RM
- Língua (Fig. 738.8); supraglótíco, piso glótico e piso infraglótico. 1 - Vértebra cervical (Fig. 740.7);

- Face posterior da naso-faringe (Fig. 738.9); A manobra de Valsalva (insuflação fisioló­ � - Músculos pré-vertebrais (Fig. 740.8); Os cortes sagitais dão uma boa definição das
- Cerebelo (Fig. 738.10); gica) pode permitir uma melhor definição dos :l - Feixe vásculo-nervoso do pescoço (Fig. valéculas ou fossas glosso-epiglóticas, e dos vá­
- Cérebro (Fig. 738.11). ventrículos da laringe (Morgagni), bem como Q 740.9). rios pisos da laringe no plano sagital mediano.
546 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONANCIA MAGNÉTICA (RM) ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM T( E RM 547

bilares envolventes se apagam, surgindo bem


60.3. ÃRVORE TRÃQUEO-BRÕNQUICA definidos apenas com níveis positivos e lar­
60.4. PULMÕES, PLEURAS, FISSURAS E
gura de janela mais estreita. SEGMENTOS PULMONARES
O estudo morfológico das vias aéreas tem Num estudo em TC com cortes axiais, podem
sido, mediante indicação clínica, feito através observar-se a traqueia, a carina da traqueia Embora a radiografia standard continue a ser
da broncografia, um exame complementar da e divisão em brônquios principais, a emer­ o exame de base, realizada em póstero­
área da radiologia convencional com recurso gência dos brônquios lobares e mesmo alguns -anterior e de perfil (direito ou esquerdo),
à introdução nas vias aéreas baixas de um brônquios subsegmentares, ora em forma de sem dúvida que se há áreas onde a TC trouxe
produto de contraste radiopaco. carril, de anel ou mista conforme a direcção um excelente contributo no diagnóstico e in­
E embora o seu estudo endoluminal possa ser do seu eixo na emergência face ao plano axial. tervenção terapêutica complementar (biópsias,
realizado de forma mais específica por fibros­ Por exemplo, o brônquio principal do pulmão drenagens e administração de fármacos
copia (com possibilidade de colheita de esquerdo é mais horizontal na origem e, como guiados por TC) foi na área intratorácica, em
tecidos para avaliação histológica-biópsia), tal, tubuliforme, o brônquio segmentar supe­
Fig. 741 - Corte coronal em RM ao nível da laringe particular no pulmão. A antiga tomografia
espera-se no futuro a implementação da fi­ rior do lobo superior do pulmão direito, que linear, que fornecia dados grosseiros acerca
broscopia virtual através da reconstrução de é ascendente, surge anelar e os brônquios de cavitações pulmonares, brônquios de dre­
cortes axiais de TC. segmentares, lateral e médio do lobo médio nagem ou massas mediastínicas, foi substi­
Num corte sagital em RM passando ao nível De resto, a TC, sobretudo os estudos de alta do pulmão direito, de novo tubuliformes por tuída pela TC, sobretudo e nos tempos mais
da laringe, podem observar-se (Fig. 742): resolução com cortes finos (1-1,5 mm), conti­ serem relativamente horizontais no seu tra­ recentes, com cortes finos de alta resolução.
nua, mesmo depois do advento da RM, a ser jecto.
- Raiz da língua (Fig. 742.1); o meio complementar adequado para o estudo
- Oro-faringe (Fig. 742.2); O seu calibre, topografia e eventuais com­
- Osso hióide (Fig. 742.3);
bronco-pulmonar e pleural. pressões extrínsecas por formações nodais 60.4.l. ESTUDO AXIAL EM TC
- Epiglote (Fig. 742.4); linfáticas, como por vezes acontece ao nível
dos bilos dos pulmões, ou o seu preenchi­ Deverá o examinado estar em apneia aquan­
- Valécula ou fossa glosso-epiglótica (Fig. 60.3.1. ESTUDO AXIAL DA ÃRVORE TRÃQUEO­ do da execução do corte axial, mas a cres­
742.5); mento endoluminal por massas devem ser
- Prega vestibular ou falsa corda vocal (Fig. -BRÕNQUICA EM TC E RM notados neste estudo. cente utilização da TC helicoidal com tempos
742.6); de corte extremamente rápidos tem vindo a
- Prega vocal inferior (Fig. 742.7); A traqueia nos cortes axiais de TC surge com A RM tem ainda limitações no estudo das minorar os artefactos decorrentes da respi­
- Esófago (Fig. 742.8); aspecto anelar, aplanada atrás na zona das vias aéreas baixas, decorrentes de artefactos ração, mesmo em doentes pouco colaborantes
- Parte cervical da coluna vertebral (Fig. fibras tráqueo-esofágicas. Os brônquios sur­ dos movimentos respiratórios e cardíaco. como os agitados e de idade muito jovem.
742.9). gem tubuliformes quando apanhados de O pulmão aparece como uma área de densi­
forma longitudinal, com calibre decrescente, dade de ar (preto) devido ao ar dos alvéolos
hipertransparentes (pretos), envolvidos por 60.3.2. ESTUDO CORONAL E SAGITAL DA e brônquios, sobrepondo-se uma rede de den­
paredes finas de densidade tecidual, por vezes ÃRVORE TRÃQUEO-BRÕNQUICA EM RM sidade de água correspondente ao interstício
parcialmente calcificadas no idoso, havendo pulmonar e vasos.
mesmo sugestão dos anéis no início dos brôn­ Os vasos pulmonares têm boa tradução.
Embora deficiente na definição de estruturas
quios. Quando apanhadas de topo, estas vias O tronco da artéria pulmonar e seu ramo
finas, a RM tem toda a indicação (até pela
aéreas surgem com a forma anelar, anexas a direito são mediastínicos, sendo este hori­
capacidade de execução de cortes em todos
uma estrutura vascular, que surge como ima­ zontal e dividindo-se em ramo superior e
� os planos anatómicos), na avaliação do me-
gem circular hipotransparente, como se de inferior. A artéria pulmonar esquerda é ligei­
� diastino, grandes vasos torácicos, avaliação
umas lunetas se tratasse, uma escura, a outra ramente mais curta e um pouco ascendente e
clara. � grosseira de planos de clivagem de grandes posterior.
·� massas mediastino-pulmonares e da parede
A observação das imagens armazenadas pelo O bilo do pulmão direito situa-se inferior­
& do tórax.
TC das vias aéreas deve ser efectuada com mente ao esquerdo. As artérias pulmonares
a escolha de uma janela larga e um nível 1 vão-se dividindo, acompanhando a divisão
negativo muito baixo, já que, tratando-se �e brônquica, e devido à gravidade, como o
estruturas contendo ar, só assim são visíveis, � estudo é feito em decúbito dorsal, a vas­
Fig. 742 - Carte sagital em RM ao nível da laringe enquanto os tecidos moles mediastínicos e Q cularização é mais rica nas regiões de declive.
548 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM T( E RM 549

As veias intrapulmonares originam quatro Num corte axial em TC de alta resolução - Segmento basal lateral (SIX) (Fig. 744.7);
troncos venosos que se dirigem para o átrio passando pela metade superior do tórax - Segmento basal posterior (SX) (Fig. 744.8);
60.4.3. RECONSTRUÇÃO TRIDIMENSIONAL EM TC
esquerdo. em "janela" do parênquima pulmonar, pode - Coração (Fig. 744.9);
observar-se (Fig. 743): - Fissura oblíqua do pulmão esquerdo (Fig. A progressiva melhoria tecnológica do
O espaço mediastínico contém numerosos 744.10); hardware e do software deste meio comple­
- Bifurcação da traqueia (Fig. 743.1); mentar permite, com boa qualidade de
órgãos (coração e grandes vasos, traqueia e - Brônquio principal esquerdo (Fig. 743.2); - Diafragma (Fig. 744.11).
brônquios principais, esófago, nervos, troncos imagem, a execução de reconstruções bipla­
- Brônquio principal direito (Fig. 743.3); nares e tridimensionais a partir dos cortes
simpáticos, nodos linfáticos e cadeias nodais - Lobo superior do pulmão direito (Fig. 743.4);
linfáticas e, ainda, no jovem ou em situações axiais executados, por vezes com signifi­
- Segmento anterior (SIII) (Fig. 743.5); cativo aporte diagnóstico.
patológicas do adulto, o timo. -Lobo inferior do pulmão esquerdo (Fig.
743.6); Numa reconstrução tridimensional a partir de
A pleura normal, que não tinha tradução no - Segmento superior (Nelson) (SVI) (Fig.
estudo de raios X do tórax convencional, tem cortes axiais em TC, podem observar-se (Fig.
743.7); 745):
agora tradução em TC, mas as suas lâminas - Fissura oblíqua do pulmão esquerdo (Fig.
visceral e parietal apenas podem ser apreen­ 743.8). -Traqueia (Fig. 745.1);
didas desde que haja derrame da cavidade - Brônquio principal esquerdo (Fig. 745.2);
pleural. - Brônquio principal direito (Fig. 745.3);
São visíveis como uma fina linha opaca en­ - Pulmão direito (Fig. 745.4);
volvente do pulmão e a nível das fissuras. - Fissura oblíqua do pulmão direito (Fig.
Quando não são facilmente detectadas em 745.5);
TC, as linhas fissurais "adivinham-se" pela -Ápice do pulmão direito (Fig. 745.6);
rarefacção vascular do parênquima pulmonar -Face diafragmática do pulmão direito (Fig.
ao longo de uma faixa periférica do lobo pul­ 745.7).
Fig. 744 • Corte axial em TC de oito resolu,õo passando pelo metade
monar. inferior do tórax em "janelo" do porênquimo pulmonar
A lâmina visceral recobre o pulmão e insi­
nua-se entre os lobos pulmonares.
À direita, a fissura oblíqua separa o lobo infe­
rior dos outros dois, e apresenta uma obliqui­ 60.4.2. ESTUDOS AXIAL, CORONAL E SAGITAL
dade ântero-inferior. A fissura é horizontal, EM RM
separa o lobo médio do lobo superior e junta­
-se, posteriormente, à fissura oblíqua ao nível
Tal como referido anteriormente, a RM, por­
do hilo do pulmão. Fig. 743 - Corte axial em TC de oito resolu,õo passando pelo metade que permite estudar as estruturas anatómicas
À esquerda, como há apenas dois lobos, a superior do tórax em "janelo" do parênquima pulmonar em todos os planos espaciais, tem indicação
fissura oblíqua é simétrica com a direita. Po­
na avaliação do mediastino, grandes vasos
derão existir fissuras supranumerárias, sendo
Num corte axial em TC de alta resolução torácicos, bilos dos pulmões, paredes do tórax
as mais comuns a fissura da veia ázigo e a e parte torácica da coluna vertebral.
fissura basal medial. passando pela metade inferior do tórax em
Os recessos pleurais posteriores têm topo­ "janela" de parênquima pulmonar, podem
grafia mais inferior do que os anteriores. observar-se (Fig. 744):
A divisão brônquica, em particular os brôn­ - Lobo inferior do pulmão direito (Fig. 744.1 );
Fig. 745 - Reconstru,õo tridimensional o partir de cortes oxiois em TC
quios segmentares, determinam a formação - Segmento basal anterior (SVIII) (Fig. 744.2):
de territórios ventilados com pedículo bronco­ - Segmento basal lateral (SIX) (Fig. 744.3):
-vascular específico, os segmentos pulmo­ - Segmento basal posterior (SX) (Fig. 744.4):
nares, e que podem ser sede de processos - Lobo inferior do pulmão esquerdo (Fig.
patológicos isolados. O estudo axial em TC 744.5);
permite identificar com razoável rigor os -Segmento basal ântero-medial (SVTI + VIII)
segmentos pulmonares. (Fig. 744.6);
ANATOMIA DOS 0RGÃOS DIGESTIVOS EM TC E 1M

Se o tubo digestivo foi um dos que mais desuso, pelo que o breve trecho será assunto
benefícios diagnósticos retirou da radiolo­ ultrapassado.
gia, através dos estudos contrastados com
bário, a melhoria técnica do material de en­ Num corte axial em TC passando ao nível da
doscopia e a conjugação mais recente com cavidade oral, podem observar-se (Fig. 746):
sondas de ecografia endocavitária (ecoendos­ -Mandíbula (Fig. 746.1);
copia) vieram limitar cada vez mais o papel -Arco dental inferior (Fig. 746.2);
da radiologia convencional. De resto, os -Língua (Fig. 746.3);
estudos ecográficos, anteriormente limitados -Coroa do dente (Fig. 746.4);
aos órgãos maciços, em muito contribuíram -Processo estilóide (Fig. 746.5);
para o estudo inócuo da maior parte dos órgãos -Parte mastóide do temporal (Fig. 746.6);
e sistemas. -Atlas (Fig. 746.7);
-Músculo masséter (Fig. 746.8);
No entanto, a progressiva utilização de estu­ - Músculo pterigoideu medial (Fig. 746.9);
dos TC e mais recentemente de RM para -Dente (Fig. 746.10).
visualização de porções do tubo digestivo
(colonoscopias virtuais), o estudo de pato­
logia de órgãos anexos a este sistema como
fígado, pâncreas e vias biliares (Colangio­
-RM) são, para além da realidade actual e
corrente nalguns centros de diagnóstico e de
ensino, um prometedor campo de expansão
da TC e em especial da RM.

61. l. CAVIDADE ORAL E DEPENDÊNCIAS


Precedidas de observação, por vezes comple­

ª
mentada com ecografia, são sobretudo a TC
e a RM os meios complementares com valor
diagnóstico neste sistema.

Fig. 746 - Corte oxiol em TC ao nível do cavidade oral


� 61.1.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM
j13 Devido à antiga utilização de materiais me­ 61. l .2. ESTUDO CORONAL EM TC E RM
' tálicos (compostos de chumbo) no tratamento
� dentário, por vezes os estudos de TC desta
� área resultam prejudicados por abundantes Num corte coronal em RM passando ao nível
@ artefactos. Esse tipo de material está já em da cavidade oral, podem observar-se (Fig. 747):
552 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TC) E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM T( E RM 553

- Mandíbula (Fig. 747.1); habitualmente um importante contributo para - Pilar principal do diafragma (Fig. 749.3);
-Processo da mandibula (Fig. 747.2); o estudo deste órgão e seus envolventes. -Câmara de ar do estômago (Fig. 749.4);
- Músculo pterigoideu medial (Fig. 747.3); -Pulmão esquerdo (Fig. 749.5);
-Músculo masséter (Fig. 747.4); -Vértebra torácica (Fig. 749.6).
- Músculo temporal (Fig. 747.5); 61.2.1. CORTE AXIAL EM TC E RM
- Língua (Fig. 747.6);
-Tonsila tubária (Gerlach) (Fig. 747.7); Em repouso, a faringe surge como uma man­
- Seio esfenoidal (Fig. 747.8); ga de tecidos moles, como que envolvendo
- Glândulas submandibulares (Fig. 747.9). posteriormente a laringe. Deverão ser obser­
vadas a simetria das paredes faríngeas, a re­
gularidade e calibre do seu lume e eventuais
massas extrínsecas que condicionem o seu
compromisso. Lateralmente, deverão ser ava­
liados o feixe vásculo-nervoso do pescoço,
cadeias nodais linfáticas, elementos muscula­ Fig. 748 • Corte coronal em RM ao nível da faringe
res pré-vertebrais e mesmo a coluna verte­
bral.
61.3. ESÓFAGO
Fig. 749 - Corte coronal em RM pmando ao nível do mediastino
61.2.2. CORTE CORONAL EM RM posterior

Anteriormente, limitada pela raiz da língua, 61.3.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM, E ESTUDO
valéculas ou fossas glosso-epiglóticas, epi­ CORONAL E SAGITAL EM RM 61.4. ESTÕMAGO
glote e, inferiormente pelos seios piriformes,
Fig. 747 - Corte coronal em RM oo nível do cavidade oral
superiormente, pelo palato mole ou véu pala­ O esófago pode ser estudado com cortes
tino e, posteriormente, pela parte cervical da axiais em TC e RM, embora estes métodos 61.4.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM
coluna vertebral. apenas possam dar informação acerca de
lesões mais grosseiras. Deverá ser feita a sua Tem havido uma progressiva substituição dos
61.1.3. ESTUDO SAGITAL EM RM Num corte coronal em RM ao nível da fa­ opacificação nos estudos TC (gastrografina estudos contrastados do esófago, estômago e
ringe, podem observar-se (Fig. 748): diluída) para uma mais fácil identificação duodeno por técnicas como a esofagoscopia,
Permite estudar a cavidade oral e seus com­ desta estrutura aquando do estudo axial dos
-Valéculas ou fossas glosso-epiglóticas (Fig. a gastroscopia e, mais recentemente, o com­
ponentes, bem como as estruturas anatómicas órgãos mediastínicos.
adjacentes no plano sagital. 748.1); plemento com sonda de ecografia acoplada ao
- Seios piriformes (Fig. 748.2); A RM, além de cortes axiais, permite ainda endoscópio (esogastro-ecoendoscopia).
-Transição faringo-esofágica (Fig. 748.3); o estudo do esófago e estruturas envolventes De uma forma geral, os vários segmentos do
-Parede faríngea (Fig. 748.4); também nos cortes coronal e sagital, para tubo digestivo como o estômago, intestino
61.2. FARINGE - Palato mole ou véu palatino (Fig. 748.5);
além de inúmeras variantes oblíquas. delgado e intestino grosso são opacificados
-Naso-faringe (Fig. 748.6); previamente com contraste diluído como
O estudo deste órgão é habitualmente rea­ No estudo em cortes coronais em RM, pode forma de preparação prévia para os estudos
lizado por observação endoscópica, mas a TC
-Cérebro (Fig. 748.7).
3 observar-se um tubo não rectilíneo, dirigido de TC abdómino-pélvicos, sendo no entanto
e sobretudo a RM, aquando dos estudos cer­ B um pouco à esquerda, depois à direita e de a qualidade diagnóstica das lesões intrínsecas
vicais em geral ou específicos para a laringe, 61.2.3. CORTE SAGITAL EM RM � novo mais acentuado à esquerda, na parte e da avaliação anatómica destas estruturas

'ª'
podem fornecer dados importantes para a sua ra abdominal do diafragma. reduzida. No entanto, aspectos como a rigidez
avaliação. Idêntico ao realizado para estudo da laringe, Num corte coronal em RM passando ao nível parietal, a densificação dos tecidos perito­
A TC apenas pode realizar cortes axiais ou � do mediastino posterior, podem observar-se neais envolventes, massas sem plano de cli­
permitindo observar as três porções da faringe.
reconstrução multiplanar com alguma quali­ bem como os elementos musculares consti­ ià (Fig. 749): vagem peri-esplâncnicas, adenopatias regio­
dade, mas a RM, através de estudos axiais, tuintes. � -Esófago (Fig. 749.1); nais, bem como alterações patológicas de
coronais e sagitais com variantes oblíquas, é Q - Aorta torácica (Fig. 749.2); órgãos maciços anexos ao tubo digestivo ou
554 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM T( E RM 555

retroperitoneais têm boa definição por TC. - Flexura esquerda ou esplénica do có lon 61.S.2. JEJUNO E ÍLEO que dividem o cólon em ampolas, correspon­
Para além da opacificação do tubo digestivo, (Fig. 750.5); dendo externamente às saculações. Em cortes
os cortes axiais sequenciais que podem atin­ - Aorta abdominal (Fig. 750.6); axiais de TC, estas divisões são bem marcadas
gir espessuras até 1 mm, sendo mais comum - Veia cava inferior (Fig. 750.7); 61.S.2.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM no cólon direito e no cólon transverso, dimi­
5 a 8 mm, podem ser complementados com - Dueto torácico (Fig. 750.8); nuindo com a aproximação do cólon sigmóide.
administração endovenosa de produto de con­ - Fígado (Fig. 750.9); A primeira ansa do jejuno situa-se inferior­
traste iodado como forma de realçar estru­ - Baço (Fig. 750.10); mente à curvatura maior do estômago. As
turas vasculares, individualização de nodos - Glândula suprarrenal direita (Fig. 750.11). ansas do jejuno localizam-se na região lateral 61.6.2. ESTUDO CORONAL E SAGITAL EM RM
linfáticos, estudo da vascularização de tumo­ esquerda, e as ansas do íleo no hipogástrio e
res, determinação de planos de clivagem fossa ilíaca direita. Poderá ter interesse a realização de sequên­
inter-esplâncnicos. O jejuno tem cerca de 2 a 3 centímetros de cias de RM nestes planos anatómicos para
Aquando do estudo do conteúdo abdominal calibre, as pregas da mucosa são finas e avaliação de alterações esplâncnicas, determi­
ou pélvico, podemos também estudar os ele­ bastante próximas, dando o aspecto de "pilha nação de contornos e efeito de massa com
mentos do esqueleto (coluna vertebral, últi­ de pratos sobrepostos". As ansas do íleo são órgãos adjacentes.
mas costelas, pélvis), articulações da anca, mais estreitas (1-2 cm) e têm menos pregas
músculos da parede abdominal ântero-lateral circulares (Kerkring). Devem ser avaliadas a
(recto anterior do abdómen, oblíquo externo, espessura da parede e os espaços entre as 61.6.3. COLONOSCOPIA VIRTUAL POR TC E RM
oblíquo interno e transverso), músculos psoas ansas intestinais, o calibre e os contornos do
maiores e quadrado dos lombos e músculos jejuno e íleo. A realização de múltiplos cortes axiais de alta
espinhais. resolução efectuados ao longo do abdómen,
O diafragma desenha as duas cúpulas, a com reconstituição tridimensional, permite
direita indistinta da opacidade hepática e obter, mediante tratamento informático, a vi­
ligeiramente mais elevada do que a esquerda,
61.6. INTESTINO GROSSO sualização de todo o percurso do quadro cólico
por qual por sua vez se sobrepõe ao estô­ Fig. 750 • Corte axial em TC passando oo nível do estômago e do cólon sigmóide, detectando lesões endo­
mago, que em decúbito dorsal praticamente luminais, espessamentos e massas parietais.
61.6.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM
não apresenta ar no fundo gástrico. Sem as limitações inerentes à colonoscopia
São ainda visíveis os órgãos anexos ao tubo 61.S. INTESTINO DELGADO clássica (inultrapassagem por vezes de pre­
digestivo, o baço e os retroperitoneais tam­ Inicia-se pelo cego, porção mais dilatada a
gas, bridas e obstáculos, desconforto para o
bém anexos, bem como os órgãos urinários e que se segue o cólon ascendente, a flexura
doente, entre outros), mas com aquelas decor­
ainda os órgãos intrapélvicos. direita ou hepática do cólon, cólon transverso,
61.S. l. DUODENO habitualmente com uma curvatura com con­
rentes da impossibilidade de avaliação his­
No estômago, o ar em decúbito dorsal vai tológica, uso de radiação ionizante ainda que
para o antro pilórico. O intestino delgado vexidade olhando inferiormente. Entre o cego
em baixo grau (TC) ou aquelas inerentes ao
é visível como estrutura tubuliforme com o 61.S.1.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM e a junção dos 2/3 direitos com o 1/3 es­
uso da RM (placas metálicas, pacemaker,
lume preenchido por material líquido hiper­ querdo, estamos perante o cólon direito, com
claustrofobia), estas novíssimas técnicas e
denso (branco-gastrografina), e o intestino A parte superior do duodeno forma um vascularização proveniente da artéria mesen­
de uma forma mais lata a avaliação virtual
grosso reconhece-se pela sua topografia, ângulo com a parte descendente do duodeno, térica superior. Seguem-se a flexura esquerda
ou esplénica do cólon, o cólon descendente por TC ou RM de outros segmentos do tubo
algumas saculares e sobretudo pelo conteúdo o joelho superior do duodeno. A parte des­
e o cólon sigmóide, com um calibre mais digestivo são um prometedor campo de de­
de ar e abundantes resíduos fecais com placas cendente do duodeno forma com a parte
estreito, descrevendo habitualmente uma senvolvimento da Imagiologia.
de densidade heterogénea hídrica-sólida irre­ horizontal do duodeno, o joelho inferior do
gulares ao longo do seu trajecto, sobretudo duodeno, que passa anteriormente à coluna � curvatura mais ou menos variável na forma
ao nível do cego na fossa ilíaca direita e no vertebral, situado posteriormente aos vasos 8 e comprimento, no conjunto constituindo o
cólon sigmóide e recto. mesentéricos superiores, envolvendo este � cólon esquerdo que está fixo na região lateral 61.7. RECTO
Num corte axial em TC efectuado ao nível do conjunto a cabeça do pâncreas. A parte as­ � esquerda e cuja vascularização provém da
estômago, podem observar-se (Fig. 750): cendente do duodeno dirige-se com obliqui­ M artéria mesentérica inferior. A ampola do
- Diafragma (Fig. 750.1); dade esquerda, sobe posteriormente ao estô­ 1 recto tem uma posição média na pelve menor, 61.7. l. ESTUDO AXIAL EM TC E RM
mago (separada pela bolsa omental). Devem � acompanhando a curvatura do sacro.
- Cárdia (Fig. 750.2);
visualizar-se (por vezes) as pregas circulares � Internamente, o cólon apresenta uma série de Estudado aquando da avaliação da cavidade
- Curvatura gástrica maior (Fig. 750.3);
(Kerkring). Q divisões circulares mais ou menos profundas pélvica. É importante estar opacificado com
- Corpo gástrico (Fig. 750.4);
556 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONÃNCIA MAGNÉTICA (RM) ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM T( E RM 557

gastrografina diluída. Devem ser avaliados a dulas submandibulares, com forma de amên­ - Músculos génio-hioideus (Fig. 753.2);
topografia, o espaço recto-sagrado (aumen­ doa e contidas mediaimente à mandíbula. De - Glândulas submandibulares (Fig. 753.3);
tado em patologia tumoral), as relações e notar a sua relação estreita com os vasos - Músculo esterno-cleido-mastoideu (Fig.
planos de clivagem com outros órgãos como faciais e com os nodos linfáticos submandi­ 753.4);
a bexiga, uretéros, vesículas seminais e prós­ bulares. A glândula sublingual, também bila­ -Osso hióide (Fig. 753.5);
tata no homem e útero, tubas uterinas (Faló­ teral e simétrica, situa-se ao nível do pavi­ -Veia jugular externa (Fig. 753.6);
pio) e vagina na mulher. Também a avaliação mento da cavidade oral, de cada lado da rafe - Vértebra cervical (Fig. 753.7).
dos nodos linfáticos ilíacos comuns, internos mediano, excretando através do dueto sublin­
e externos, bem como as estruturas vasculares gual (Rivinus ou Bartholin), que abre no
e os elementos musculares e fasciais deverão pavimento da cavidade oral, por um óstio
ser avaliados. situado lateralmente à carúncula sublingual.
A observação rectosigmoidoscópica substitui
com êxito e vantagem diagnóstica a avaliação Num corte axial em TC passando ao nível
do recto e do cólon sigmóide por aqueles das glândulas parótidas, podem observar-se
meios complementares de diagnóstico. Fig. 751 - Corte oxiol em TC possondo oo nível do recto (Fig. 752):
-Glândula parótida esquerda (Fig. 752.1);
-Veia temporal superficial (Fig. 752.2);
61.7.2. ESTUDO CORONAL E SAGITAL EM TC E 61.8.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM -Feixe vásculo-nervoso do pescoço (Fig.
RM 752.3);
O estudo por TC em cortes axiais, even­ -Ramo da mandíbula (Fig. 752.4);
tualmente complementado com cortes coro­ -Músculo masséter (Fig. 752.5);
Num corte axial em TC passando ao nível do
nais, especialmente quando é realizado após -Orelha (Fig. 752.6);
recto, podem observar-se (Fig. 751):
administração endovenosa de contraste io­ -Músculo bucinador (Fig. 752.7);
-Ansa do íleo (Fig. 751.1); dado, é um exame de excelente qualidade -Músculos rnilo-hioideus (Fig. 752.8);
-Ampola do recto (Fig. 751.2); para a avaliação morfo-estrutural das glân­ -Músculos génio-hioideus (Fig. 752.9). Fig. 753 - Corte axial em TC passando ao nível dos glândulas
-Bexiga (Fig. 751.3); dulas salivares, em particular das parótidas e submondibulores
- Uretéro (Fig. 751.4); submandibulares. Devido à sua reduzida
- Útero (Fig. 751.5); dimensão, as glândulas sublinguais são mais
- Ovário direito (Fig. 751.6); acessíveis ao estudo ecográfico e ao estudo
-Músculos glúteos (Fig. 751.7); 61.8.2. ESTUDO CORONAL EM TC E RM
por RM.
- Músculos rectos anteriores do abdómen Nos cortes axiais, podem observar-se estas
(Fig. 751.8). Permite complementar neste plano espacial o
diversas glândulas, de estrutura parenquima­
estudo das glândulas salivares, em particular
tosa e média densidade. De forma triangular
A RM revela-se de grande interesse na ava­ do prolongamento ântero-lateral ou masse­
e relativa simetria, vê-se a glândula parótida,
liação do recto e restantes órgãos pélvicos, térico ou do prolongamento ântero-medial ou
os seus prolongamentos ântero-lateral ou
para despiste de tumores, lesões recidivantes pterigoideu da glândula parótida, relação com
massetérico e ântero-medial ou pterigoideu, a
do espaço perirrectal (com hipersinal branco estruturas envolventes da glândula subman­
relação directa com os ramos de bifurcação
em T2) ou fixação de contraste endovenoso dibular e topografia das mesmas.
da artéria carótida externa e com a origem da
paramagnético administrado. veia jugular externa, com o músculo masséter
e ramo da mandíbula, com a articulação têm­ �
61.8.3. ESTUDO SAGITAL EM RM
poro-mandibular, com o músculo bucinador, � Fig. 752 - Corte oxiol em TC possondo
61.8. GLÂNDULAS SALIVARES com o corpo adiposo da bochecha (Bicbat),
oo nível dos gl6ndulos porótidos
Utilizado para complementar o estudo das
podendo mesmo ver-se o trajecto do dueto í:l
� Num corte axial em TC, passando ao nível glândulas salivares, sobretudo quando se
As glândulas salivares principais como paró­ parotídeo (Sténon) (com um calibre de 1-2
� das glândulas submandibulares, podem obser- pretende uma boa definição das estruturas
tidas, submandibulares e sublinguais são ade­ milímetros, abrindo ao nível do colo do dente
� var-se (Fig. 753): anteriores e posteriores.
quadamente estudadas por ecografia, por TC segundo molar superior).
º
e até por RM, sendo a ecografia o exame de Ântero-inferiormente às glândulas parótidas, �:i - Fe1xe vascu
, 1o-nervoso do pescoço (Fig.
primeira escolha. com estrutura idêntica, observam-se as glân- � 753.1);
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM T( E RM 559
558 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM)

61.9. PÂNCREAS
- Fígado (Fig. 754.5); 61.10. FÍGADO - Segmento II (Fig. 755.3);
- Segmento III (Fig. 755.4);
- Vesícula biliar (Fig. 754.6);
-Aorta abdominal (Fig. 754.7); - Segmento IV (Fig. 755.5);
Foi durante anos um órgão "escondido" dos A ecografia é o exame de primeira linha no - Segmento V (Fig. 755.6);
- Veia esplénica (Fig. 754.8); estudo deste órgão, mas a TC (sem e com
exames complementaras de diagnóstico, _ Vasos mesentéricos superiores (Fig. 754.9); - Segmento VI (Fig. 755.7);
contraste iodado endovenoso) e, por vezes, a - Segmento VII (Fig. 755.8);
apenas acessível in loco ao ci� rgião e cujas - Baço (Fig. 754.10);
_ . RM (sem ou com contraste paramagnético)
lesões eram diagnosticadas Jª mmto tar­ _ Estômago (Fig. 754.11); - Diafragma (Fig. 755.9);
complementam eficazmente o estudo deste - Pâncreas (Fig. 755.10);
diamente. Esta situação foi em parte ultrapas­ - Duodeno (Fig. 754.12);
órgão, não só no diagnóstico diferencial das - Rim esquerdo (Fig. 755.11);
sada com o recurso à ecografia, ao TC e à _ Glândula suprarrenal esquerda (Fig. 754.13);
diferentes hepatopatias, como naquelas em - Baço (Fig. 755.12).
RM. - Rins (Fig. 754.14);
que há limitações seja do estudo ecográfico
- Vértebra torácica (Fig. 754.15).
O pâncreas pode ser estudado por ecografia, (obesidade, aerocolia, doença hepática cró­
sobretudo com a melhoria da qualidade de nica), como do estudo por TC (alergia ao
imagem proporcionada pelos aparelhos e contraste iodado, gravidez).
sondas ultrassonográficas mais recentes, se o
indivíduo a examinar não for obeso e não 61.10.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM
tiver relevante conteúdo aéreo intestinal.
O fígado é habitualmente estudado com
61.9.1. ESTUDO AXIAL POR TC E RM cortes axiais de 5, 8 ou 10 mm de espessura,
desde a cúpula diafragmática até ao seu limite
O meio complementar da Imagiologia mais inferior (nos estudos abdominais por TC
adequado para estudo do pâncre�s continua a habitualmente até ao pólo dos rins). Quando
ser a TC, sem e com contraste 10dado endo­ é dado contraste iodado endovenoso (TC), há,
venoso, com cortes axiais de 3, 5, 8 ou even­ no parênquima normal, uma captação homo­
tualmente de 10 mm. Poderá haver neces­ génea, mas se houver massas, poderão captar
sidade de esclarecer dúvidas diagnósticas Fig. 754 . Corte axial em TC pós-contraste endovenoso passando ao (carcinoma maligno) ou não (quisto biliar
sobretudo de lesões periféricas, dos contornos
nível do pâncreas simples) esse contraste. Fig. 755 . Corte axial em TC pós-contraste endovenoso passando ao
Visualizam-se bem a veia cava inferior, as nível do fígado
superior e inferior, ou até de grandes di���­
sões com estudos por RM, dada a possibih­ veias hepáticas, a veia porta, seus ramos e os
61.9.2. ESTUDO CORONAL POR RM elementos da porta hepática. Também são
dad; de esta técnica poder realizar cortes
ainda nos cortes coronal e sagital, bem como visualizados os vários segmentos hepáticos, 61.10.2. ESTUDO CORONAL EM RM
Estudo habitualmente realizado para comple­ começando pelo segmento I (sector posterior)
oblíquos. Serve ainda a RM para avaliar
mento dos cortes axiais, sobretudo para boa correspondendo ao lobo caudado (Spiegel) e
massas pancreáticas que necessitam de estudo Estudo habitualmente realizado ora em se­
visualização dos contornos superior e inferi� r seguindo o sentido inverso dos ponteiros do
com captação de contraste endoven�so em do órgão. São usadas sequências de RM rápi­ quência Tl, ora eventualmente em T2, ou
doentes com sensibilidade conhecida ou relógio. No lobo esquerdo, os segmentos II outras, para complemento dos cortes axiais,
das (respiração suspensa). Pode ser usado (sector lateral esquerdo) e segmentos III e IV
suspeita aos produtos iodados, já que a RM contraste endovenoso paramagnético. sobretudo para boa visualização dos contor­
utiliza contraste paramagnético habitualmente (sector paramediano esquerdo). No lobo nos superior e inferior do fígado. Habitual­
sem despertar reacções alérgicas.
61.9.3. ESTUDO SAGITAL POR RM
i
., direito, os segmentos V e VIII (sector para­
mediano direito) e os segmentos VI e VII
� (sector lateral direito).
mente são usadas sequências de RM muito
rápidas de 10-12 segundos (respiração sus­
Num corte axial em TC pós-contraste endo­ pensa) a fim de diminuir os artefactos dos
venoso passando ao nível do pâncreas, podem .. � movimentos respiratórios. Pode ser usado
Estudo para complemento dos cortes axims e ª Num corte axial em TC pós-contraste endo-
observar-se (Fig. 754): coronais, sobretudo para boa visualização dos contraste endovenoso paramagnético comple­
� venoso passando ao nível do fígado, podem mentar, por exemplo, para estudo do padrão de
- Istmo do pâncreas (Fig. 754.1); contornos anterior e posterior do órgão e re.la­ � observar-se (Fig. 755): captação de certos tumores e seu diagnóstico
- Corpo do pâncreas (Fig. 754.2);
- Cauda do pâncreas (Fig. 754.3);
ções com a cavidade omental, partes torácica
e lombar da coluna vertebral e órgãos retro­ 3 - Veia cava inferior (Fig. 755.1); diferencial (hepatocarcinoma - hemangioma
- Dueto pancreático (Wirsung) (Fig. 754.4); peritoniais. 'c} - Veia porta (Fig. 755.2); - hiperplasia nodular focal).
560 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONÂNCIA MAGNfflCA (RM)

ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM TC E RM


contraste paramagnético. Realiza-se depois
61.10.3. ESTUDO SAGITAL EM RM uma sequência de RM rápidas, apropriadas
para o estudo dirigido "colimado" apenas às
Estudo para complemento dos cortes axiais e vias biliares, a partir de um corte axial de
coronais, sobretudo para boa visualização dos referência que habitualmente é a porta hepá­
contornos anterior e posterior do fígado. tica.
Junto com a árvore biliar intra-hepá tica,
podem observar-se o dueto cístico, a vesícula 62.1. RINS vértebras lombares e meia, tal como o oposto
61.11. VIAS BILIARES biliar, o dueto colédoco e o dueto pancreático (cerca de 12 x 6 x 3 cm).
(Wirsung). São distintos o parênquima renal (córtex renal
A ecografia é actualmente o exame de pri­
e medula renal) e o seio renal, com as vias
A ecografia é o exame de primeira linha para meira escolha, mas sempre que há neces­
Em colangio-RM para estudo das vias bilia­ excretoras do rim bem opacificadas. Deve ser
avaliação da vesícula biliar e de possíveis sidade de avaliar de forma mais objectiva
res, podem observar-se (Fig. 756.): medida a espessura do córtex renal, habitual­
dilatações biliares intra-hepáticas ou dos due­ a morfologia renal, avaliar a concentração e
mente superior a 10 milímetros, observados
tos hepático comum e colédoco, bem como -Dueto hepático direito (Fig. 756.1); excreção renal ou fazer o diagnóstico dife­
os contornos e os lábios pré-renal e retro­
de obstáculos designadamente litiásicos. - Dueto hepático esquerdo (Fig. 756.2); rencial entre quistos parapiélicos e ectasias
-bilar, o peritoneu, a loca renal, a cápsula
E se a TC não veio acrescentar muito ao es­ - Dueto cístico (Fig. 756.3); do aparelho excretor do rim, a TC, geral­
adiposa renal, a emergência dos uretéros,
tudo das vias biliares (confirmação de dila­ -Vesícula biliar (Fig. 756.4); mente com recurso a cortes axiais antes e
após administração endovenosa de contraste a relação com os vasos renais e os grandes
tação, aerobilia, litíases, massas hepáticas - Dueto hepático comum (Fig. 756.5);
iodado, é o procedimento de escolha. vasos abdominais posteriores. A relação pos­
com compressão das vias biliares, entre - Dueto colédoco (Fig. 756.6);
Para a RM, pela possibilidade de estudos terior com os músculos psoas maiores e mús­
outras), sem dúvida que muito recentemente - Dueto pancreático (Wirsung) (Fig. 756.7).
multiplanares e utilização (quando neces­ culos posteriores do abdómen, bem como
a utilização da RM para o estudo destas vias,
sário) de contraste paramagnético (sem as com os órgãos pré-renais.
a chamada colangio-RM ou colangiopan­
creato-RM, vieram trazer um importante reacções adversas do contraste iodado da
TC), ficam apenas os casos que a TC não Num corte axial em TC ao nível dos rins,
contributo ao seu estudo, com boa definição
consegue resolver, designadamente na ava­ podem observar-se (Fig. 757):
da arquitectura da árvore biliar, do seu cali­
bre e contornos, o que até aqui era possível liação dos contornos polares e estudo de - Rim esquerdo (Fig. 757.1);
apenas com recurso a métodos invasivos grandes massas retroperitoneais ou com -Aorta abdominal (Fig. 757.2);
como a CPRE (colangio-pancreatografia compromisso renal. -Veia cava inferior (Fig. 757.3);
retrógrada endoscópica), a CPT (colangio­ - Córtex renal (Fig. 757.4);
grafia percutânea transhepática) ou a colan­ - Pelve renal (Fig. 757.5);
62.1.1. ESTUDO AXIAL POR TC E RM - Uretéro (Fig. 757.6);
giografia endovenosa, esta última apenas com
valor histórico.
Habitualmente integrado no estudo por TC do
abdómen em geral. A injecção por via intra­
61.11.1. COLANGIO-RM venosa rápida de um contraste triiodado
hidrossolúvel, que é eliminado de forma elec­
tiva pelo rim, implica o prévio conhecimento
Com recurso à RM e sem qualquer proce­
da função renal (níveis séricos de creatinina
dimento invasivo ou recurso a contraste
e de ureia), já que em caso de sofrimento
endovenoso, inicia-se com o estudo standard ª
Fig. 756 - Colongio-RM poro estudo dos vius biliares
deste órgão, está limitado ou contra-indicado
do fígado e pâncreas em cortes axiais, sem
� o uso de contraste.

1

Neste estudo, pode observar-se as fases ne-
fro�ráfica (visualização do parênquima renal)
e p1elográfica (opacificação da urina e estudo
1 das vias excretoras do rim) nos rins que, em
� co1:e axial, têm a clássica forma de ferradura.
;:i O nm esquerdo está colocado mais superior­
@ mente ao rim direito e mede cerca de três Fig. 757 - Corte oxiol em TC oo nível dos rins
562 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA ITCl E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM} ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM T( E RM 563

- Porção anterior da cápsula adiposa renal Tem boa tradução imagiológica, para além do O uretéro surge tubuliforme, com uma ou Deve observar-se nos vários planos a regula­
(Fig. 757.7); estudo por urografia endovenosa ainda em outra zona de menor calibre por compressão ridade dos seus contornos, possíveis lesões
- Porção posterior da cápsula adiposa renal uso, mais que pela TC, sobretudo por RM, já de estruturas anatómicas com que se rela­ vegetantes endoluminais, a relação com ór­
(Fig. 757.8); que esta permite o estudo em cortes coronais, ciona, e apresenta quatro partes, a parte gãos envolventes, designadamente planos
- Músculo psoas maior (Fig. 757.9); visualizando-se a pelve renal desdobrado em lombar, a parte ilíaca, a parte pélvica, a parte de clivagem com ansas do intestino delgado,
- Fígado (Fig. 757.10); longitudinal. intravesical. Porque apresenta movimentos cólon sigmóide e recto, próstata, vesículas
- Ansas do jejuno e do íleo (Fig. 757.11); peristálticos contínuos e assimétricos, nem seminais, útero, tubas uterinas (Falópio), va­
- Músculos espinhais (Fig. 757.12). todos as partes têm boa tradução RM em gina e músculos e fáscias perineais.
62.2.3. URETÉRO simultâneo, por alguns não conterem urina
nesse preciso momento.
62.2. VIAS EXCRETORAS DO RIM 62.2.3.1. ESTUDO AXIAL POR TC E RM 62.4. URETRA
Se bem que a área da especialidade de Uro­ 62.3. BEXIGA Os estudos radiográficos com contraste (ure­
logia ainda solicite alguns exames de urogra­
62.2.1. CÁLICES RENAIS fia endovenosa, cada vez mais a TC (mesmo
trografia permiccional e uretrografia retró­
grada) continuam a fornecer uma excelente
A TC (e sobretudo a RM), desde que os
em cortes axiais, em que os uretéros surgem 62.3.1. ESTUDO AXIAL EM TC E RM avaliação da morfologia da uretra, em parti­
de topo) e a RM, nos planos coronal e sagital, cular da masculina.
cortes não sejam muito espessos (cerca de tendem a ultrapassar esse antigo exame Estudada por TC e RM aquando do estudo
5-8 mm), pode evidenciar os cálices renais contrastado das vias excretoras do rim, que pélvico em geral. Desde que esteja distendida
menores que devem ser estudados um a um
e no seu conjunto, verificando a harmonia na
tantas reacções adversas provocava. com conteúdo urinário, surge nos cortes 62.4.1. ESTUDO AXIAL POR TC E RM
Nos cortes axiais, pode avaliar-se alterações axiais de TC sem contraste endovenoso como
distribuição da árvore excretora pielo-calicial. de calibre dos uretéros, obstáculos de natu­ um globo vesical, com conteúdo de densidade Alterações grosseiras da uretra poderão ser
Os cálices renais menores compõem-se de reza litiásica (importante executar estudo hídrica e parede regular e lisa. Se for dado detectadas em estudo TC axial (em especial
duas porções, a cúpula que envolve a papila axial prévio sem contraste endovenoso), alte­ contraste endovenoso, podem observar-se com contraste endovenoso).
renal e uma haste calicial que a suporta. Em rações do seu trajecto, relações com músculos duas densidades preenchendo o órgão, um No entanto é à RM, a par desses exames
perfil, o cálice renal menor traduz-se por e órgãos adjacentes. conteúdo mais escuro (urina pré-existente) e radiográficos, que cabe o importante papel da
uma imagem tubuliforme de extremidade
outro branco (urina iodada). avaliação destas estruturas anatómicas.
côncava, envolvendo uma área de cúpula não
opacificada que é a papila renal. De topo, o 62.2.3.2. ESTUDOS CORONAIS E SAGITAIS POR
cálice renal menor surge como uma imagem URO IM 62.3.2. ESTUDO CORONAL E SAGITAL EM RM 62.4.2. ESTUDO CORONAL E SAGITAL POR RM
circular menos densa, circundada por um cír­
culo mais opacificado, dispondo-se em coroa, A exemplo do contributo dado pela RM no No estudo por RM, em cortes axial, coronal O estudo deve ser iniciado com cortes axiais,
em número de 6 a 20. estudo das vias biliares, também o aparelho ou sagital, a bexiga surge, mesmo sem após o que deverão ser realizados cortes
Três ou quatro cálices renais menores con­ excretor do rim pode beneficiar significativa­ administração de contraste paramagnético, coronais (uretra feminina e parte prostática da
fluem para formar um cálice renal maior, mente do uso desta técnica na sua avaliação, com hiposinal em TI (preto) e hipersinal em uretra masculina) e sagitais (partes prostática,
existindo habitualmente três cálices renais com procedimentos idênticos e sem ser um T2 (branco). membranácea e esponjosa da uretra).
maiores, que confluem para formar a pelve exame invasivo.
renal. Pode, por exemplo, num estudo por RM em
corte coronal, observarem-se os rins no seu
maior eixo, com obliquidade látero-medial,
62.2.2. PELVE RENAL situando-se o rim esquerdo mais superior­
mente, com boa diferenciação do parênquima
A pelve renal é triangular, de ápice medial, renal e do seio renal e distribuição harmo­
a margem superior convexa, a margem infe­ niosa da árvore excretora, habitualmente com
rior côncava, podendo ser maior ou menor, vários cálices renais menores juntando-se em
ter topografia intra ou extrarrenal. Por vezes três cálices renais maiores que convergem
pode existir bifidez da pelve renal. para o pelve renal.
ANA• DOS Óll6ÃOS GENITAIS MmlNIB ■ lC E 1M

63.1. TESTÍCULO E VIAS ESPERMÃ TICAS 63.2. ESCROTO


Estudado preferencialmente por ecografia.
63.l.l. ESTUDO AXIAL POR TC E RM O TC não tem aplicação ao seu estudo, mas
a RM poderá avaliar lesões grosseiras com
Habitualmente estudados por ecografia, determinação de planos de clivagem entre as
estes órgãos têm, no entanto, boa tradução estruturas envolvidas.
em TC e RM, sobretudo nesta última técnica,
através da realização de cortes multiplanares
oblíquos que permitem acompanhar sobre­
tudo o trajecto das vias espermáticas e estu­
63.3. PÉNIS
dar o conteúdo escrotal.
Estudado por ecografia, pode no entanto ser
estudado por TC em cortes axiais, e sobretudo
63.1.2. ESTUDOS CORONAIS, SAGITAIS E por RM em cortes sagitais ou eventualmente
cortes coronais e complementares cortes
OBLÍQUOS POR RM oblíquos.
Permitem visualizar mesmo sem recurso a
contraste endovenoso:
- O dueto deferente, linha de contornos regu­
63.4. GLÂNDULAS ANEXAS AOS ÓRGÃOS
lares e calibre uniforme, desde o escroto até GENITAIS MASCULINOS
à pelve menor posteriormente à bexiga,
depois de passar no canal inguinal; A sua patologia, sobretudo aquando da for­
- As ampolas do dueto deferente, porção ter­ mação de colecções e abcessos, pode ser estu­
minal do dueto, mais alargada e de con­ dada grosseiramente por TC (habitualmente
torno menos irregular, situado posterior­ com contraste endovenoso), e sobretudo por
mente à bexiga; RM (ponderações em TI com contraste en­
- As vesículas seminais, situadas inferior­ dovenoso e em T2).
mente às ampolas do dueto deferente e com
trajecto paralelo, de estrutura tubária e eixo
!.lD maior com obliquidade ínfero-medial, por 63.4.l. PRÕSTATA
vezes horizontais ou mesmo verticais;
� - Os duetos ejaculadores, cujo calibre dimi­
nui progressivamente para medial e com 63.4.1.1. ESTUDO AXIAL POR TC E RM
'ª�
!a
localização variável conforme o desenvol­
vimento do colículo seminal.
Embora a ecografia (sobretudo endorrectal)
1 continue a ser um meio de eleição para o
estudo deste órgão, a TC em cortes axiais
� poderá revelar alterações grosseiras e calci­
Q ficações e, quando realizada com contraste
566 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM)

endovenoso, determinar a inexistência de


planos de clivagem com órgãos vizinhos
63.4.2. GLÂNDULAS BULBO-URETRAIS (COWPER)
ANA• DOS ÕIGÃOS GENITAIS FEMININOS EM TC E RM
aquando da propagação de tumores. Podem em casos patológicos ser estudadas
grosseiramente por TC (habitualmente com
63.4.1.2. ESTUDO CORONAL E SAGITAL POR RM contraste endovenoso) e sobretudo por RM
(ponderações em T1 com contraste endo­
Com ou sem contraste endovenoso, esta téc­ venoso e em T2).
nica permite um bom estudo da região pros­ 64.1. OVÁRIOS 64.1.2. ESTUDOS CORONAIS E SAGITAIS EM RM
tática e relações com os músculos do períneo
adjacentes (cortes coronais) e com órgãos Estudado habitualmente por ecografia (pél­ Destinados a complementar o estudo anexial,
envolventes (cortes coronais e sagitais). vica suprapúbica e, sobretudo, endovaginal), procurando o melhor plano espacial para a
têm deficiente tradução tomodensitométrica visualização destas estruturas.
Num corte sagital em RM para o estudo vé­ (TC) e por RM, quando são normais.
sico-prostático, podem observar-se (Fig. 758): No entanto, estes meios permitem o seu es­
tudo, designadamente a TC para visualização
- Bexiga (Fig. 758.1); de elementos de densidade cálcica ou de gor­
64.2. TUBAS UTERINAS (FALÕPIO)
- Próstata (Fig. 758.2); dura (teratomas, tumores contendo derivados
- Recto (Fig. 758.3); ectodérmicos), e a RM para avaliar massas Não têm tradução radiográfica ou ecográfica
- Sacro (Fig. 758.4); quísticas complicadas anexiais e determina­ de forma adequada ao seu estudo (excepto
- Parte prostática da uretra (Fig. 758.5); ção do seu ponto de origem através da reali­ quando existem calcificações ou massas tu­
- Parte esponjosa da uretra (Fig. 758.6); zação de cortes multiplanares. morais significativas).
- Sínfise púbica (Fig. 758.7). Têm sido estudadas por injecção de contraste
radiopaco que preenche essas estruturas
64.1.1. ESTUDO AXIAL POR TC E RM (histerosalpingografia), embora o exame de
Fig. 7S8 • Corte sogitol em RM poro o estudo vésico-prostólico
primeira escolha continue a ser a ecografia
É importante na TC a prévia opacificação dos suprapúbica e endocavitária (endovaginal).
órgãos digestivos pélvicos, para evitar confu­
são destas estruturas com os ovários e estru­
turas anexiais. Como ponto de referência, 64.2.1. ESTUDO AXIAL POR TC E AXIAL,
importante tanto nos cortes em TC como em
RM, devem ser localizados os vasos ilíacos
CORONAL E SAGITAL POR RM
principais, a emergência das artérias ilíacas
internas comuns e, consequentemente, a A TC apenas permite identificar lesões gros­
delimitação das fossas ováricas, bem como seiras das tubas uterinas (Falópio), mas a RM,
dos vasos uterinas e ováricos. sobretudo através de cortes coronais oblíquos
Assim, pode ser necessário o uso de con­ e sagitais oblíquos, consegue uma definição
traste endovenoso para clara definição dos aceitável destas estruturas anatómicas.
vasos, nodos linfáticos regionais e anexos.
"' Os ovários na mulher adulta, em idade fértil,
tJ têm a forma de uma amêndoa, cerca de 3- 64.3. ÚTERO
� -3,5 cm de maior eixo, por vezes contêm pe­
"' quenas imagens quísticas traduzindo folículos
.gj ováricos fisiológicos e dispõem-se com obli­ A ecografia suprapúbica e endovaginal é o
u- exame de primeira linha para estudo do útero
8 quidade na fossa ovárica. No entanto, é rela-
� tivamente comum a sua localização noutros e tubas uterinas (Falópio), havendo recurso à
� ª,
!ocais, como região justa-ístmica uterina, RM ou mesmo à TC no caso de grandes
...i Justa-corno do utero, ou mesmo na escavação massas difíceis de individualizar ou de ponto
@ recto-uterina (Douglas). de origem indeterminado.
568 ANATOMIA DOS ÔRGAos EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) ANATOMIA DOS ÓRGAOS GENITAIS FEMININOS EM T( E RM 569

Num corte sagital em RM para estudo dos


64.3. l. ESTUDO AXIAL POR TC
órgãos genitais femininos, podem observar-se
64.6. GLÂNDULAS ANEXAS AOS ÕRGAOS
Deve ser realizado após a fase menstrual, nos (Fig. 759): GENITAIS FEMININOS
10 primeiros dias a seguir ao seu início e - Colo do útero (Fig. 759.1);
precedida de estudo ecográfico, para excluir - Istmo do útero (Fig. 759.2); Podem, em casos patológicos, ser estudadas
gravidez. - Cavidade do corpo do útero (Fig. 759.3); grosseiramente por TC (habitualmente com
Permite, sobretudo quando é administrado - Corpo do útero (Fig. 759.4); contraste endovenoso) e, sobretudo, por RM
contraste endovenoso, avaliar a posição, di­ - Fundo do útero (Fig. 759.5); (ponderações em Tl com contraste endo­
mensões, forma e estrutura uterinas, a sepa­ - Recto (Fig. 759.6); venoso e em T2).
ração do miométrio e do endométrio e a exis­ - Sacro (Fig. 759.7); As glândulas vestibulares maiores (Bartholin)
tência de massas eventualmente calcificadas - Vagina (Fig. 759.8); podem em casos patológicos ser estudadas
como os fibromiomas. Podem ainda verificar­ - Bexiga (Fig. 759.9); grosseiramente por TC (habitualmente com
-se os planos de clivagem com estruturas - Sínfise púbica (Fig. 759.10); contraste endovenoso) e sobretudo por RM
adjacentes ou a existência de colecções peri­ - Uretra (Fig. 759.11). (ponderações em Tl com contraste endo­
-uterinas. Fig. 760 - Corte coronal em RM poro o estudo dos órgãos genitais venoso e em T2).
femininos

64.3.2. ESTUDO AXIAL, CORONAL E SAGITAL


• 64.3.3. ESTUDOS DINÂMICOS DO PAVIMENTO 64.7. MAMAS
POR RM

.,,
4 PtLVICO, CORONAIS E SAGITAIS POR RM Apesar de todos os progressos verificados na
Em ponderações TI e T2, começando pelos �, .
área da Imagiologia, o estudo radiográfico da

�,- :
cortes axiais e complementando com os res­ Idênticos ao descrito para o estudo da região mama com condições e meios específicos,
tantes ou mesmo com variantes oblíquas, a
RM assume cada vez mais um importante
,- ---G pélvica, são dirigidos em particular ao perí­ a mamografia, continua a ser o exame de pri­
neo, executando sequências sobretudo nos
.- meira linha e mesmo determinante para o

�;-
papel na avaliação pélvica, já que propor­ planos coronais em relaxação muscular e diagnóstico da patologia mamária.
.

ciona uma boa visualização do útero, não só com esforço de defecação. Sendo uma técnica
da região serosa como sobretudo do miomé­ No entanto, face a algumas limitações desta
muito recente, tem como finalidade o estudo técnica (dificuldade em suportar uma boa
trio e do endométrio (este de avaliação im­ 10 / das disfunções esfincterianas e dos músculos
portante nas fases fértil e pós-menopausa, compressão mamária que é essencial, estroma
do períneo, associados a prolapsos útero­ mamário muito rico e denso, tumores de
sobretudo aquando da vulgarização das tera­ '1

-vaginais e do recto. grandes dimensões), a RM é um exame com


pêuticas de substituição hormonal). Permite
a boa definição dos contornos e dos planos crescente utilização.
Fig. 759 - Corte sogitol em RM poro o estudo dos órgãos genitais
de clivagem com o recto, vagina, fórnices da
vagina, bexiga, espaço pré-sagrado, ligamen­
femininos
64.4. VAGINA 64.7.1. ESTUDO AXIAL DA MAMA POR TC
tos uterinos e cólon sigmóide. Permite ainda
avaliar os nodos linfáticos regionais desde a O seu estudo é efectuado por observação di­
região inguinal até aos nodos linfáticos ilía­ Há lesões da mama que podem ser detecta­
Num corte coronal em RM para estudo dos recta (espéculo vaginal), por ecografia endo­
cos comuns, internos e externos. das em TC aquando da avaliação torácica,
órgãos genitais femininos, podem observar-se vaginal, em RM (cortes axiais, coronais e
O útero surge em Tl com um médio-baixo mas cada vez mais o estudo da mama assenta
(Fig. 760): sagitais) e eventualmente por TC.
sinal a nível do miométrio e hiposinal no na mamografia com ecografia complementar
endométrio, enquanto em T2, adequado para - Cavidade do corpo do útero (Fig. 760.1); e eventual RM.
ver colecções peri-uterinas e quistos anexiais, - Corno do útero (Fig. 760.2);
o endométrio surge como uma linha de hiper­ -Tuba uterina (Falópio) (Fig. 760.3); gi 64.S. VULVA
sinal (branca) disposto ao centro nos cortes - Ovário (Fig. 760.4); 64.7.2. ESTUDO CORONAL E SAGITAL DA
axiais e longitudinal nos sagitais, contínua, - Bexiga (Fig. 760.5); 1 Pode ser estudada por observação directa, por MAMA POR RM
regular e com uma espessura variável de - Sínfise púbica (Fig. 760.6). pj ecografia de tecidos moles e superficiais, por
acordo com a fase do ciclo da examinada, � RM nos vários planos espaciais e even- A imagem da mama surge circular ou cónica,
mas habitualmente não excedendo os 5-6 mm. @ tualmente por TC. correspondendo a base à camada retroma-
570 ANATOMIA DOS ÓRGÍÍOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONÃNCIA MAGNÉTICA (RM)

mária e o ápice da papila mamária. A face


anterior glandular está separada da pele por
uma camada célulo-adiposa subcutânea, com
- Corpo da mama (Fig. 761.2);
- Camada célulo-adiposa subcutânea (Fig.
761.3);
ANA• DOS ÓRGÃOS LINF61DES fM K E RM
finas trabéculas arciformes que enquadram - Fascículos do músculo peitoral maior (Fig.
tecido adiposo. Posteriormente, volta a existir 761.4).
uma banda de tecido adiposo (hipersinal em
Tl). Na glândula, existe um reticulado cons­
tituído por septos conjuntivos que separam os 6S.1. TIMO 6S.2. BAÇO
lobos da glândula mamária e duetos lactífe­
ros. Deverão ser procuradas lesões de padrão
quístico (hipersinal em T2, hiposinal em Tl) 65.1.1. ESTUDO AXIAL POR TC E RM 65.2.1. ESTUDO AXIAL POR TC E RM
ou sólido (heterogeneidade de sinal nas lesões
malignas, sobretudo após captação de gado­ Na criança e no adulto jovem, visualiza-se O exame de primeira escolha para o estudo
línio). Importante determinar a sua locali­ como tecido glandular localizado ao medias­ do baço é a ecografia. No entanto, aquando
zação, dimensões, contornos (eventualmente tino anterior e superior, enquanto que, no da realização dos estudos abdominais em TC
espiculados com retracção cutânea, sinais que adulto e no idoso, pode ser substituído apenas (cortes axiais) e em RM (cortes axiais, coro­
poderão indiciar malignidade). por um resquício adiposo, com densidade de nais e sagitais) (Figs. 750.10, 754.10 e
gordura no TC e com hipersinal em Tl (RM). 755.12), o baço tem boa tradução. Nos cortes
Num corte coronal em RM ao nível da mama, No adulto, e caso existam calcificações tími­ axiais, tem uma forma de crescente hori­
podem observar-se (Fig. 761): cas (alguns tumores ou timomas), poderão as zontal, de parênquima homogéneo e densi­
- Face posterior da mama (Fig. 761.1); Fig. 761 - Corte coronal em RM ao nível do morno mesmas ter tradução no estudo TC em cortes dade idêntica à do fígado ou ligeiramente
axiais, que deverá começar por ser um estudo superior. Notam-se as faces lateral ou dia­
sem contraste iodado endovenoso por essa fragmática, convexa e da face ântero-medial,
razão. concava, com o bilo esplénico, onde se situa
o pedículo esplénico e por vezes directamente
relacionada com a cauda do pâncreas. Supe­
65.1.2. ESTUDO SAGITAL E CORONAL POR RM riormente, relaciona-se com a cúpula diafrag­
mática esquerda.
Sobretudo os cortes sagitais permitem estu­
dar as relações tímicas com os elementos
mediastínicos, designadamente o arco da 65.2.2. ESTUDO CORONAL E SAGITAL POR RM
aorta. Os cortes coronais têm menos interesse
diagnóstico. Quando se pretende obter uma boa definição
dos contornos superior e inferior, executam­
-se cortes coronais ou sagitais, já que os
limites lateral e medial têm boa definição nos
cortes axiais.
ANA• 1W GLÂNDUW END6cRINAS EM TC E RM

66.1. HIPÕFISE caso de grandes aumentos glandulares, que


podem descer ao mediastino anterior e
superior (bócio mergulhante).
A hipófise situa-se na sela turca do esfenóide
e é habitualmente estudada por TC (cortes
axiais e coronais) e, de forma mais especí­ 66.3.1. ESTUDO AXIAL POR TC E RM
fica, por RM em cortes axiais, coronais e
sagitais, podendo haver recurso a contraste
Os lobos e istmo da glândula tiróide têm uma
endovenoso em ambas as técnicas.
excelente tradução por estas duas técnicas,
sobretudo quando é administrado contraste
66.1.1. ESTUDO AXIAL E CORONAL POR TC endovenoso iodado no TC. Observa-se um
órgão com forma de ferradura horizontal,
Aumentos glandulares, erosões ósseas da sela situado anteriormente à laringe e à traqueia,
turca ou calcificações da hipófise podem ser captando homogeneamente o contraste, pos­
avaliados por TC. teriormente aos músculos infra-hioideus, na
linha mediana, relacionando-se lateralmente
com os elementos do feixe vásculo-nervoso
66.1.2. ESTUDO AXIAL, CORONAL E SAGITAL do pescoço (a artéria carótida comum, me­
POR RM dialmente, a veia jugular interna, lateral­
mente, e o nervo vago, posteriormente). De
Lesões da hipófise, da haste hipofisária, deli­ realçar também os grupos nodais linfáticos
mitação dos contornos são estudadas de cervicais regionais, bem como os músculos
forma mais correcta por RM. ântero-laterais do pescoço.

Num corte axial em TC pós-administração


66.2. GLÂNDULA PINEAL de contraste iodado endovenoso ao nível
da glândula tiróide, podem observar-se (Fig.
Nos estudos TC axiais ou coronais do crâ­ 762):
nio, visualiza-se muitas vezes como uma - Lobos da glândula tiróide (Fig. 762.1);
pequena estrutura com calcificações na linha - Istmo da glândula tiróide (Fig. 762.2);

!
média e ligeiramente posterior do encéfalo. - Veia jugular interna direita (Fig. 762.3);
"' A RM é, a exemplo de todo o cérebro, o exa­ - Artéria carótida comum direita (Fig. 762.4);
me adequado para estudar lesões da glândula - Traqueia (Fig. 762.5);
t-< pineal.
- Esófago(Fig. 762.6);
- Músculo esterno-cleido-mastoideu (Fig.
762.7);
� 66.3. GLÂNDULA TIR61DE - Vértebra cervical (Fig. 762.8).

� O estudo de primeira linha é a ecografia, por


@ vezes complementada por TC ou RM, no
574 ANATOMIA DOS ÓRGiíOS EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (T() E RESSONÃNCIA MAGNÉTICA (RM)

66.S. GLÂNDULAS SUPRARRENAIS


Devem ser estudadas por TC (cortes ruciais) ou
eventual RM (cortes axiais, coronais oblíquos
e eventualmente cortes sagitais oblíquos).
São visíveis na TC como estruturas finas de

Ili
média densidade, desenhando um V invertido
e ligeiramente rodado no sentido dos pon­
teiros do relógio (glândula suprarrenal
direita) ou no sentido inverso (esquerda).

66.6. PARAGÂNGLIOS ANATOMIA DOS ORGÃOS EM ECOGRAFIA


Fig. 767 • Corte axial em TC pós-administra{ÕO de contraste iodado
endovenoso ao nível da glândula tiróide
Não têm habitual tradução em TC e RM,
embora pequenas lesões sejam mais facil­
mente detectadas por RM com cortes finos
axiais, coronais e sagitais, sobretudo em
66.4. GLÂNDULAS PARATIRÓIDES sequências T2.

Não têm habitual tradução por TC ou RM,


embora possam ter por ecografia em situações 66.7. PÂNCREAS ENDÓCRINO, GLÂNDULA
pontuais. Quando em situações patológicas,
são alvo dos mesmos estudos indicados para INTERSTICIAL DO TESTÍCULO (LEYDIG),
a glândula tiróide.
GLÂNDULA INTERSTICIAL DO OVÁRIO E
CORPO LÚTEO
Não têm habitual tradução em TC e RM.
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ECOGRAFIA 577

mico de órgãos profundos através de aber­ tomas constituídos por sangue fresco devido
turas naturais, como nos casos da próstata por à grande quantidade de ecos em suspensão
abordagem endorrectal ou do útero e anexos terão uma tradução ecográfica semelhante a
por abordagem endovaginal. um padrão sólido.
Também a junção na mesma sonda ecográ­ Por convenção e a exemplo das restantes téc­
fica do efeito Doppler (eco-Doppler ou nicas de imagem, o indivíduo é observado
duplex) e posteriormente da cor (eco-Doppler como se estivéssemos a olhar dos pés para a
colorido ou triplex) veio permitir a imple­
A ultrassonografia ou ecografia como aca­ contacto entre a sonda e a pele, de modo a
mentação dos estudos vasculares e a determi­
cabeça, pelo que, no écran do ecógrafo em
bou por ficar mais conhecida é um meio fazer desaparecer qualquer interface de ar. cortes axiais, o que está para a nossa es­
nação de fluxos arteriais e venosos, diagnós­ querda é a direita do doente (tal como na
complementar de diagnóstico da área da Em termos técnicos gerais, o estudo ecográ­
tico de obstáculos ou sequelas dos mesmos direita anatómica), o que está para cima
Imagiologia que utiliza ultrassons (ondas fico tem duas grandes limitações: o osso e o
(varizes, placas de cálcio endo-arteriais, é ventral ou anterior, o que surge na parte
acústicas), pelo que não possui os efeitos ne­ ar.
shunts artério-venosos, diagnóstico dife­ inferior do écran é profundo, dorsal ou pos­
fastos da radiação ionizante, como os estudos O osso, já que os ultrassons emitidos pela
rencial de tumores vascularizados, etc.) terior. Nos cortes longitudinais ou sagitais,
radiográficos, de tomografia linear ou de TC. sonda "embatem" todos na cortical óssea e
A semiologia ecográfica é relativamente sim­ também por convenção, o que está para a
são totalmente repelidos, pelo que o osso
ples. As estruturas de conteúdo líquido (vesí­
A ecografia começou por ser usada com fins ou qualquer componente cálcico se traduz esquerda é superior ou cranial, o que está
cula biliar, bexiga, quistos), porque têm uma
militares (os sonares), e nos finais da década por uma imagem ecográfica hiperecogénica para a direita é inferior ou podal, continuando
estrutura homogénea, estão desprovidas de
de cinquenta do século XX, através da Obste­ (branca) para além da qual não passa qual­ o que é superior no écran a ser superficial,
ecos e aparecem como um vazio ecográfico
trícia, iniciou-se uma progressiva aplicação quer ultrassom, não se obtendo assim o eco anterior ou ventral, e o que é inferior no écran
(pretas). Como o feixe de ultrassons não
médica com fins diagnósticos, que até hoje de retomo (o chamado vazio ecográfico, cauda a ser profundo, posterior ou dorsal (a cabeça
encontra obstáculos no seu trajecto, quando
não parou de sofrer constantes melhorias de cometa ou cone de sombra, de tanta utili­ do indivíduo à esquerda do observador e os
embate na parede posterior é proporcional­
tecnológicas visando a qualidade de imagem dade no diagnóstico das litíases cálcicas). pés à direita).
mente mais enérgico, pelo que surge o fenó­
e o rigor diagnóstico. O ar, por razões idênticas, já que não pro­ A ecografia é uma técnica muito expandida,
meno do reforço posterior, uma faixa hipere­
Utiliza uma sonda que emite e recebe ultras­ porciona substrato físico para a propagação cogénica (branca) adjacente à face profunda dinâmica, de acesso fácil e execução quase
sons. Após sofrer um impulso eléctrico, a dos ultrassons. Por isso é impossível o estudo do líquido atravessado. Os parênquimas nor­ sempre rápida, sem efeitos colaterais relevan­
sonda emite uma onda ultrassonora breve que ecográfico por via transabdominal dos mais como o fígado, baço, glândulas paróti­ tes, barata e com boa eficácia diagnóstica,
se propaga nos tecidos e se reflecte nas inter­ órgãos ocos, assim como o estudo dos órgãos das ou tiróide têm uma eco-estrutura homo­ que permite estudar o indivíduo em todos os
faces teciduais. A mesma sonda que foi emis­ maciços está limitado quando o ar do tubo génea, ou seja, têm uma imagem formada por planos anatómicos possíveis, com a possibili­
sora recebe agora apenas os ultrassons (ou digestivo se interpõe entre estas e a parede uma distribuição regular de pequenos ecos dade de ajudar em procedimentos de inter­
ecos) provenientes das interfaces dispostas abdominal. harmoniosamente repartidos. Um tumor só­ venção com fins diagnósticos (biópsias e
perpendicularmente a esses ultrassons emi­ Existem sondas de alta-frequência (7-12 MHz) lido, mais denso que o parênquima adjacente, citologias guiadas por ecografia em todas
tidos. Cada eco recebido pela sonda trans­ que permitem um estudo com fino detalhe traduzir-se-á por uma zona fortemente ecogé­ as áreas anatómicas desde que não haja osso
forma-se num sinal eléctrico que é trabalhado mas apenas nos planos mais superficiais (teci­ nica com uma ligeira atenuação de ultrassons ou ar interposto) e/ou terapêuticos (drenagem
informaticamente e transposto para uma dos moles, pequenos órgãos superficiais, para além da mesma. Uma estrutura densa de colecções e abcessos, alcoolizações de tu­
escala de cinzentos, permitindo a percepção estruturas músculo-tendinosas), e sondas de como um cálculo provoca um forte eco à mores e administração de fármacos, entre
da imagem ecográfica no écran. menor frequência (2-5 MHz) que são as ade­ superfície devido à reflexão total dos ecos, outros).
A propagação do eco depende das proprie­ quadas para órgãos e planos mais profundos, bem como um artefacto em cauda de cometa
dades elásticas do meio onde a onda ultras­ como todos os órgãos maciços abdómino­ ou cone de sombra (vazio ecográfico) para Mas pelo exposto, tem limitações, umas pró­

j
sonora se propaga. Assim, os ecos propagam­ -pélvicos e retroperitoneais. O uso mais re­ "' além do obstáculo. Alguns tumores necro­ prias da técnica como sejam o osso e o ar,
-se facilmente nas estruturas de densidade cente de sondas de elevada frequência aco­ sados poderão assemelhar-se a um padrão outras decorrentes do facto de ser dependente
hídrica que existem em grande quantidade no pladas a aparelhos de fibroscopia (ecoendos­ i-- líquido, por vezes com ecos dispersos no da qualificação e experiência do executante,
organismo humano, mas quando há grandes copia) permite um adequado estudo da parede � interior como no caso de abcessos, assim que tem obrigatoriamente que possuir profun­
variações de impedância acústica, como entre de órgãos ocos e de órgãos e tecidos envol­ � como algumas estruturas sólidas, tipo nodos dos e consolidados conhecimentos de Ana­
a água e o osso ou entre a água e o ar, todos ventes (esófago, estômago, pâncreas super­ � linfáticos com processos inflamatórios pode­ tomia Regional, para além de qualidades de
os ultrassons serão reflectidos, impedindo a ficial, recto e cólon esquerdo), assim como iil rão apresentar um padrão fortemente hipo­ bom senso, paciência (por vezes demorada na
propagação dos ultrassons em profundidade. sondas com formato adequado permitem o § ecogénico (poucos ecos). No entanto, hema­ execução) e excelente preparação clínica.
Daí a necessidade de interpor um gel de estudo ecográfico com mais detalhe anató- @
,
ANA• DOS 0RGÃOS RESPIRAT6RIOS EM ECOGWIA

67.1. CAVIDADES NASAIS 67.3. ÁRVORE TRÃQUEO-BRÕNQUICA


Pelo facto de se situarem no interior de es­ Pelo facto de conterem ar ou estarem situa­
truturas ósseas e conterem ar, as cavidades das no interior de cavidades contendo ar '
nasais não têm tradução ecográfica. tanto a maior parte da traqueia como os
brônquios não têm tradução ecográfica.
Apenas aquando do estudo cervical anterior
67.2. LARINGE pode ter-se a noção das primeiras cartilagen�
traqueais, sobretudo quando existem glân­
dulas tiróides com dimensões aumentadas,
A laringe deve ser estudada por observação que assim "aumentam" a janela acústica que
directa (laringoscopia) e eventualmente por permite ver as faces anterior e laterais da
RM. No entanto, é possível, sobretudo no traqueia inicial, mas não o seu lume.
indivíduo jovem em que as cartilagens deste
órgão não apresentam cálcio e aquando do
estudo de órgãos do pescoço como a glândula
tiróide, ter uma percepção de alguns aspectos 67.4. PULMDES, PLEURAS, FISSURAS E
ecográficos da laringe. SEGMENTOS PULMONARES
Percorrendo a face anterior cervical, superior
e inferiormente à cartilagem tiroideia e "apro­ A teleradiografia do tórax em póstero-anterior
veitando" os espaços correspondentes às complementada com incidência de perfil ou a
membranas tiro-hioideia e crico-tiroideia, é TC de alta resolução são os meios adequados
possível visualizar as pregas vocais vibrando, para o estudo do pulmão e pleura. Os ecos
sobretudo quando se emite o som de uma não se propagam nos meios contendo ar, pelo
vogal de forma contínua, avaliar a simetria que a ecografia apenas é útil para avaliação
da glote e visualizar mesmo as cartilagens de derrames pleurais, ou eventualmente de
aritnoideias, para além dos músculos envol­ massas pleurais ou pulmonares que tenham
ventes das cartilagens laríngeas pelas faces contacto directo com as estruturas músculo­
ântero-laterais. -fasciais da parede do tórax. É ainda um
A ecografia é sobretudo útil na avaliação dos precioso auxiliar para guiar a drenagem de
colecções pleurais (ecografia de intervenção).

1
"' nodos linfáticos patológicos.

1
1


@
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM ECOGRAFIA

Embora a ecografia desse os primeiros pas­ num corte coronal feito na região submen­
sos no diagnóstico médico em Obstetrícia, foi toniana.
sem dúvida no sistema digestivo, em parti­
cular das glândulas anexas do tubo digestivo
que ela teve o seu mais importante e rápido 68.2. FARINGE
incremento.
Embora o tubo digestivo continue a ser ava­
O estudo da faringe é habitualmente rea­
liado predominantemente por endoscopia ou
lizado por observação endoscópica, mas a TC
por vezes em estudos radiográficos com re­
e sobretudo a RM, aquando dos estudos cer­
curso ao uso de contrastes baritados, a con­
vicais em geral ou específicos para a faringe
jugação actual do material de endoscopia
e laringe, podem fornecer dados importantes.
com sondas de ecografia endocavitária (eco­
Pelo facto de estar colocada posteriormente a
endoscopia) veio dar novo impulso e utili­
estruturas anatómicas contendo ar, não tem
dade da ecografia no estudo da parede e
acesso ecográfico, a não ser por ecoendos­
envolvente dos órgãos ocos digestivos, bem
copia com a colocação da sonda nas suas
como de órgãos adjacentes susceptíveis de
paredes laterais e posterior.
acesso ecográfico através do tubo digestivo,
como o pâncreas.

68.3. ESÓFAGO
68.1. CAVIDADE ORAL E SUAS
Estudado preferencialmente por endoscopia,
DEPENDÊNCIAS por estudo radiográfico baritado, por RM ou
eventual TC. No entanto, pode obter-se uma
Na cavidade oral, apenas as suas paredes an­ razoável imagem das partes cervical e torá­
terior (lábios), laterais (bochechas) e inferior cica do esófago, realizando planos ecográ­
(pavimento) bem como a raiz e parte do ficos axiais e coronais longitudinais.
corpo da língua estão ao alcance do estudo Aquando do estudo cervical, pode observar­
ecográfico. Esse estudo é feito com sondas -se com a sonda em axial/transversal, a por­
lineares de alta frequência (7 a 12 MHz) e ção do esófago ligeiramente para a esquerda
permite identificar músculos, alguns planos da laringe e da traqueia, com uma caracte­

j...� fasciais e tecido célulo-adiposo subcutâneo rística forma de meio tubo colapsado (já que
dessas regiões. Desde que haja contacto di­ metade dele está "tapado" pelo ar das vias
recto sem interposição de ar entre a sonda e aéreas), com as várias camadas anatómicas e
� a estrutura a estudar, podem identificar-se o lume vazio e hiperecogéneo, com cones de
� músculos na raiz da língua. As estruturas sombra do ar deglutido, ou então hipoecogé­
� ósseas observam-se como cones de sombra, neo (preto), no caso de estar a passar líquido.
fil designadamente a mandíbula que é indicada Podem ainda observar-se estruturas próximas
§ por cones de sombra simétricos de cada lado como os elementos do feixe vásculo-nervoso
@ dos músculos do pavimento da cavidade oral do pescoço, os músculos pré-vertebrais, ou
582 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ECOGRAFIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM ECOGRAFIA 583

eventuais nodos linfáticos retrofaríngeos e teúdo líquido. O estudo abdominal deve ser 68.S.2. JEJUNO E f LEO abundante, sendo então possível a avaliação
jugulares internos aumentados de volume. realizado com o doente em jejum de 4 a do seu calibre, a identificação de saculações,
No entanto, é o estudo por ecoendoscopia 6 horas e interdição de fumar (para não haver Porque habitualmente contêm ar no interior de lesões diverticulares ou massas vegetantes
que permite uma melhor definição não só da respectivamente resíduos gástricos e esvazia­ ou interposto no quadro cólico, as ansas do endoluminais grosseiras.
parede do órgão como dos elementos anató­ mento vesicular, ou por outro lado, líquidos intestino delgado, em geral, não têm boa A ecoendoscopia veio permitir, pelo menos
micos na periferia do mesmo. de hipersecreção gástrica que poderão levar no cólon esquerdo, o estudo da parede do
tradução ecográfica. No entanto, em situações
Na parede do esófago, pode observar-se, da à necessidade de diagnóstico diferencial com de estase ou abundante conteúdo líquido intra­ cólon e tecidos envolventes adjacentes, de­
profundidade para a superfície, uma primeira colecções intra-abdominais). No entanto, por luminal (oclusão ou diarreia), podem ter uma signadamente nodos linfáticos locais, perma­
camada hiperecogénica que resulta da inter­ necendo a clássica disposição em camadas de
vezes é necessário solicitar a ingestão de relativa identificação nos estudos abdominais.
face sonda/mucosa. Depois, uma camada Também em situações de ascite (abundante ecogenicidade alternante (hipo, hiper, hipo
água para identificação do estômago ou me­
hipoecogénica que é a mucosa, depois a sub­ e hiperecogénica, da profundidade para a
lhor visualização do pâncreas através da líquido livre na cavidade intraperitoneal, por
mucosa hiperecogénica, depois nova camada superfície).
"janela" líquida daquele órgão. vezes associada a doenças hepáticas crónicas
hipoecogénica constituída pela muscular e, O estômago surge como um órgão alongado ou a tumores hepáticos e ováricos, as ansas
finalmente, uma hiperecogénica exterior, de horizontalmente, de forma tubular, com as do intestino delgado têm uma razoável tra­
gordura ou eventual serosa envolven,te. várias túnicas da parede gástrica e as várias dução ecográfica, enquanto estruturas tubuli­ 68.7. RECTO
porções conhecidas, destacando-se o cárdia, formes em que é fácil a identificação dos
o corpo do estômago, o antro pilórico e parte movimentos peristálticos. De acesso ecográfico externo bastante limi­
68.4. ESTÕMAGO superior do duodeno. A primeira ansa do jejuno situa-se inferior­ tado (através da "janela" acústica vesical) ou
mente à curvatura maior do estômago. As por via transperineal (exame usado para com­
ansas do jejuno localizam-se na região lateral plemento da abordagem suprapúbica vesical).
Embora preferencialmente estudado por esquerda, e as ansas do íleo no hipogástrio e No entanto, as sondas intracavitárias de alta
endoscopia ou radiografia com contraste bari­
tado, também neste órgão o advento da
68.S. INTESTINO DELGADO fossa ilíaca direita. frequência, de início destinadas ao estudo da
O jejuno tem cerca de 2 a 3 centímetros de próstata mas que de forma crescente são usa­
associação fibroscópio/sonda ecográfica veio calibre, as pregas da mucosa são finas e bas­ das também no estudo do recto, vieram per­
permitir o estudo da parede (apenas limitada 68.S.1. DUODENO tante próximas, dando o aspecto de "pilha mitir implementar a qualidade diagnóstica da
ao nível do fundo gástrico e cárdia, devido à de pratos sobrepostos". As ansas do íleo são patologia local e loco-regional.
dificuldade de posicionamento do ecoendos­ mais estreitas (1-2 cm) e têm menos pregas. Após conveniente preparação prévia do recto
Pode ser avaliado grosseiramente como uma
cópio). Devem ser avaliadas a espessura da parede (clister de limpeza), é introduzida uma sonda
Observam-se uma multiplicidade de planos estrutura tubuliforme em que a parte superior
do duodeno, horizontal, forma uma flexura e dos espaços entre as ansas intestinais, o endocavitária revestida de preservativo com
de diferente ecogenicidade idênticos aos calibre e contornos do intestino delgado. interposição de gel de contacto, podendo
visualizados no esófago, em que a camada com a parte descendente do duodeno, ver­
tical, esta junta-se à parte horizontal do duo­ Particular interesse tem o estudo da última mesmo por vezes e já depois de introduzida
muscular é hipoecogénica (preta), a serosa é ansa do íleo e sua abertura no cego, local a sonda, através de cânula apropriada, ser
hiperecogénica (branca), a submucosa é hiper­ deno, também horizontal, situada anterior­
frequentemente afectado por doenças infla­ introduzido líquido para distender o preser­
ecogénica e a mucosa hipoecogénica. mente à coluna vertebral e posteriormente
matórias intestinais (doença de Crõhn), vativo até contactar com as paredes rectais.
De realçar a visualização de vasos adjacentes aos vasos mesentéricos superiores, envol­ Pode deste modo não só identificar as várias
caracterizadas por espessamento e hipoeco­
como a artéria gástrica esquerda na curvatura vendo todas elas no conjunto a cabeça do túnicas e camadas rectais (da profundidade
genicidade da parede ileal, facilmente diag­
menor do estômago ou os nodos linfáticos pâncreas. A parte ascendente do duodeno, para a superfície, uma primeira camada hiper­
nosticada nesses indivíduos, em geral dotados
adjacentes, visualizados como estruturas ova­ dirige-se com obliquidade subindo para ecogénica que resulta da interface sonda com
de morfotipo magro e bastante acessível ao
lares (por vezes circulares, o que poderá ser a esquerda, até ao nível da curvatura maior "' estudo ecográfico. preservativo/mucosa, seguida de uma camada

i
sinal de suspeição), de padrão sólido mas hipo do estômago. hipoecogénica que é a túnica mucosa, de uma
ou medioecogénico, bem delimitadas e de Eventuais divertículos poderão assim ser hiperecogénica-submucosa e de nova camada
diagnosticados de forma grosseira, obser­

i
reduzida dimensão, habitualmente não exce­ hipoecogénica constituída pela túnica mus­
dendo nesta região um centímetro, excepto no vando-se uma imagem sacular de adição ao 68.6. INTESTINO GROSSO cular, sendo finalmente a superficial hiper­
caso de grandes conglomerados adenopáticos. contorno duodenal, por vezes com líquido no ecogénica, constituída pela túnica serosa com
No entanto, em indivíduos de morfotipo interior (hipoecogénica). 1 Também o cólon tem uma muito deficiente gordura perirrectal). É relevante a apreciação
magro, pode, no estudo ecográfico exterior Por ecoendoscopia, pode observar-se a clás­ íil tradução ecográfica devido à interposição de dos nodos linfáticos loco-regionais e perir­
dirigido habitualmente ao abdómen superior, sica disposição em camada das várias túnicas § ar endoluminal, excepto nas situações refe­ rectais, bem como de massas endoluminais ou
observar o estômago, sobretudo se tiver con- duodenais. @ ridas de ascite, ou conteúdo líquido diarreico transparietais.
584 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ECOGRAFIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM ECOGRAFIA 585

masséter e ramo da mandíbula, com a arti­ dos ecógrafos e sondas nos últimos anos o
68.8. GLÂNDULAS SALIVARES culação têmporo-mandibular, com o músculo tem permitido. Em poucos anos, o progresso
bu�inador, e ainda com o corpo adiposo tecnológico levou a que não só este órgão
As glândulas salivares principais como paró­ (Blchat), podendo mesmo ver-se o trajecto do passasse também a ser visto por ecografia,
tidas, submandibulares e sublinguais são ade­ dueto parotídeo (Sténon) (com um calibre de como também grande parte do dueto pan­
quadamente estudadas por ecografia, podendo 1-2 milímetros, abrindo ao nível do segundo creático (Wirsung).
sê-lo também por TC ou por RM, mas é a dente molar superior, o que não é visível a Continuam no entanto a existir limitações
ecografia o exame de primeira escolha. não ser quando dilatado). decorrentes do morfotipo do indivíduo a exa­
minar (obesos), bem como da interposição de
O estudo das glândulas salivares deve ini­ Num corte coronal dirigido às glândulas sub­ ar gastro-intestinal.
ciar-se pelas glândulas sublinguais, com a linguais, podem observar-se (Fig. 763):
sonda em corte coronal na região submen­ O pâncreas estuda-se executando cortes axiais
tual, percorrendo a mesma de anterior para -Glândula sublingual esquerda (Fig. 763.1);
ou transversais e por vezes coronais, percor­
posterior. Estas pequenas glândulas são -Ventre anterior do músculo digástrico (Fig.
rendo com a sonda transversalmente a parede
visualizadas como estruturas grosseiramente 763.2);
abdominal anterior desde o epigástrio até à
triangulares ou ovalares, menores de I cm -Músculo rnilo-hioideu esquerdo (Fig. 763.3); Fig. 764 - Corte axial ao nível do pâncreas
região umbilical. Pode haver necessidade de
localizadas no pavimento da cavidade oral: -Músculo génio-hioideu (Fig. 763.4);
executar cortes oblíquos axiais ascendentes
mediaimente aos músculos milo-hioideus e -Rafe mediana (Fig. 763.5);
ou descendentes, de modo a fugir à inter­
inferiormente à língua. Têm eco-estrutura de -Mandíbula (cone de sombra) (Fig. 763.6).
posição de ar do tubo digestivo, ou mesmo de 68.1 O. Ff GADO
parênquima, média ecogenicidade, contor­ executar o estudo em ortostatismo, assim
nos regulares, não tendo o dueto sublingual como o movimento de descida do diafragma
(Rivinus ou Bartholin), tradução ecográfica, determinado pela inspiração forçada com A ecografia é o exame de primeira linha no
excepto quando dilatado. consequente empurramento dos órgãos ocos estudo do fígado, embora a TC (sem e com
De seguida, pode continuar o estudo percor­ pode levar a uma melhor "janela acústica" contraste iodado endovenoso) e, por vezes, a
rendo em cortes sagitais e, posteriormente, para avaliação pancreática. RM (sem ou com contraste paramagnético)
oblíquos coronais, toda a região sumandi­ Como em qualquer estudo ecográfico, o órgão sejam por vezes chamadas a complementar
bular, fazendo sempre a avaliação compara­ deve ser avaliado em todos os planos espa­ eficazmente o seu estudo, não só no diagnós­
tiva dos dois lados e tendo a preocupação de ciais, sendo relevantes os cortes sagitais para tico diferencial das diferentes hepatopatias,
começar por um lado e acabar no outro (ideal avaliação dos contornos e relações com vasos como nas limitações da técnica ecográfica
manter um padrão, por exemplo, começar abdominais e seus ramos, bem como os coro­ ( obesidade, aerocolia, doença hepática cró­
na metade esquerda e terminar na direita). nais ou frontais para uma boa visualização dos nica).
Lateralmente ao músculo milo-hioideu, surge duetos pancreáticos e do dueto colédoco. O fígado é habitualmente estudado aquando
a glândula submandibular, com estrutura Fig. 763 · Corte coronal dirigido às glândulas sublinguais da avaliação do abdómen superior, devendo
idêntica às restantes glândulas salivares, em Num corte axial ao nível do pâncreas, podem começar por realizar-se o estudo em cortes
forma de amêndoa e na loca submandibular identificar-se (Fig. 764): sagitais ou longitudinais, "varrendo" todo o
respectiva. De notar a sua relação estreita com 68.9. PÂNCREAS órgão da esquerda para a direita, seguindo-se
os vasos faciais (o estudo eco-Doppler colo­ - Cabeça do pâncreas (Fig. 764.1);
-Corpo do pâncreas (Fig. 764.2); cortes axiais e coronais, mas sendo impor­
rido com detecção de fluxo e cor permite a tante a avaliação em cortes oblíquos, designa­
certificação da estrutura vascular) e ainda Foi durante anos um órgão "escondido" dos - Cauda do pâncreas (Fig. 764.3);
exames complementaras de diagnóstico, ape­ - Canal colédoco intrapancreático (Fig. 764.4); damente os axiais recorrentes para visua­
com nodos linfáticos submandibulares. "'
nas acessível in loco ao cirurgião e cujas -Canal pancreático (Wirsung) (Fig. 764.5); lização da face inferior e porta hepática.
De forma triangular e com relativa simetria �
lesões eram diagnosticadas já muito tardia­ - Lobo esquerdo do fígado (Fig. 764.6); É importante que toda a área hepática seja
com o lado oposto, a glândula parótida situa­ �
mente e portanto com mau prognóstico. Esta -Aorta abdominal (Fig. 764.7); visualizada, bem como os elementos vas­
-se na região pré-auricular, podendo obser­ E--

var-se os seus prolongamentos ântero-lateral situação foi em parte ultrapassada com o � - Veia cava inferior (Fig. 764.8); culares e biliares intra ou extra-hepáticos e as
ou massetérico, ântero-medial ou pterigoideu recurso à ecografia, ao TC e à RM. � -Veia esplénica (Fig. 764.9); estruturas directamente relacionadas com o
e medial (por vezes). A extremidade inferior � -Vasos mesentéricos superiores (Fig. 764.10); fígado. Devem ser avaliadas dimensões, con­
tem relações directas com os ramos de bifur­ A ecografia é habitualmente o primeiro exa­ ül -Diafragma (Fig. 764.11); tornos, homogeneidade de estrutura e grau
cação da artéria carótida externa e com a ori­ me de abordagem do estudo pancreático, § - Partes torácica e lombar da coluna vertebral de ecogenicidade. O lobo esquerdo não deve
gem da veia jugular externa, com o músculo sobretudo desde que a melhoria da qualidade (Q) (Fig. 764.12). exceder os 5 cm no eixo ântero-posterior,
---
586 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ECOGRAFIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM ECOGRAFIA 587

obtido em corte axial, passando à esquerda Num corte axial para estudo do fígado e veias 1 O dueto hepático comum identifica-se nos
da imagem da aorta abdominal, bem como hepáticas, podem observar-se (Fig. 765): cortes axiais recorrentes e parassagitais como
o lobo direito os 15 cm obtidos num corte - Veia cava inferior (Fig. 765.1); 3
.�. /
4 -
estrutura tubular fina (até 6 mm), anterior­

�-- -�
parassagital, ao longo do eixo maior do corte - Aorta abdominal (Fig. 765.2); �: � '. 7 mente à veia porta, na porta hepática, aneco­
que mostra fígado e rim direito. A eco-estru­
tura é de tipo parênquima sólido e homogé­
- Veia hepática direita (Fig. 765.3);
- Veia hepática média (Fig. 765.4);
-�:.
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-�:
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�:",-;
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;.- - " -·
.. -·
génica com parede própria e sem preenchi­
mento por cor, e sem fluxo nos estudos de
neo, com média ecogenicidade. Nos casos de - Veia hepática esquerda (Fig. 765.5); _,.,�.
v
..•
f' � 5 eco-Doppler duplex e triplex (cor).
esteatose (infiltração gorda hepática), o pa­ - Parênquima hepático (Fig. 765.6);
rênquima hepática surge com ecogenicidade - Diafragma (Fig. 765.7). Num corte axial recorrente para estudo da
aumentada (mais brilhante e mesmo mais 8 vesícula biliar, podem observar-se (Fig. 767):
esbranquiçado). - Vesícula biliar (Fig. 767.1);
Aquando da observação do fígado em cortes - Veia porta (Fig. 767.2);
sagitais, deve ser visualizada a cúpula dia­ Fig. 766 • Corte sagital do lobo esquerdo hepático - Dueto hepático comum (Fig. 767.3);
fragmática direita (uma linha hiperecogénica - Segmento IV (Fig. 767.4);
convexa para superior ao longo do parên­
dilatações dos canais biliares intra-hepáticos - Segmento V (Fig. 767.5);
quima hepático), a aorta abdominal e seus
ou dos duetos hepático comum e colédoco, - Segmento VI (Fig. 767.6);
primeiros ramos principais, como tronco
bem como de obstáculos designadamente - Segmento VII (Fig. 767.7);
celíaco e artéria mesentérica superior, a veia
litiásicos. - Diafragma (Fig. 767.8);
cava inferior, o pâncreas, a coluna vertebral
O estudo ecográfico das vias biliares, em par­ - Veia cava inferior (Fig. 767.9).
(cones de sombra) e, depois mais para a
ticular da vesícula biliar, deve ser realizado
direita, os elementos da porta hepática (pos­
em jejum para garantir que esteja distendida.
teriormente, a veia porta com 12 mm e seus
Visualiza-se como uma imagem infundibular
ramos direito e esquerdo, anteriormente, a via anecogénea (preta) de parede fina e regular
biliar com 6 mm e a artéria hepática). Depois (não excede os 4 mm) na fossa da vesícula
estuda-se o plano do fígado e rim direito. biliar. É bem observada nos cortes axiais
O estudo em cortes axiais permite estudar os recorrentes, parassagitais ou coronais obtidos
mesmos órgãos e parênquimas neste plano, Fig. 76S • Corte axial para estudo do fígado através dos espaços intercostais do hipocôn­
devendo as veias hepáticas ser estudadas em drio direito. Pode ver-se o fundo da vesícula
cortes axiais recorrentes, podendo observar­ biliar, regularmente convexo, e por vezes o
-se no mesmo plano as três veias hepáticas Num corte sagital do lobo esquerdo hepático, dueto cístico, muito fino. No caso de litíase
- direita, média e esquerda. Num corte recor- podem observar-se (Fig. 766): vesicular, observa-se uma imagem hipereco­
rente menos oblíquo, obtém-se no seu eixo génica (branca) com cone de sombra irra­
maior da porta hepática e a vesícula biliar - Diafragma (Fig. 766.1);
- Segmento II (Fig. 766.2); diante (a chamada cauda de cometa, devido
situada na fossa da vesícula biliar, na face à repulsão de todos os ultrassons quando en­
inferior do fígado. - Segmento III (Fig. 766.3); Fig. 767 • Corte axial recorrente poro estudo da vesícula biliar
- Pâncreas (Fig. 766.4); contram a estrutura cálcica, ficando para além
Também os vários segmentos hepáticos são apenas um "vazio" ecográfico). Relevante
bem observados, sobretudo em cortes axiais - Aorta abdominal (Fig. 766.5);
é a mobilização do doente para exclusão de
e oblíquos, começando pelo segmento I (sec­ - Tronco celíaco (Fig. 766.6); O dueto colédoco tem também uma razoável
lesões vegetantes endovesiculares (pólipos).
tor posterior), correspondendo ao lobo cau­ - Artéria mesentérica superior (Fig. 766.7); tradução ecográfica, sobretudo nos indivíduos
�� As vias biliares intra-hepáticas só se eviden­
dado (Spiegel) e seguindo o sentido inverso - Partes torácica e lombar da coluna vertebral magros, podendo o seu trajecto ser seguido
z ciam quando estão dilatadas, acompanhando
dos ponteiros do relógio. No lobo esquerdo, (Fig. 766.8). � até à região intrapancreática em cortes axiais,
r- as sucessivas divisões dos ramos da veia
os segmentos II (sector lateral esquerdo) e � porta. Confluem para os dois duetos hepáticos coronais, parassagitais e inúmeros cortes oblí­
segmentos III e IV (sector paramediano � direito e esquerdo, já com tradução ecográ- quos.
esquerdo). No lobo direito, os segmentos V 68. l l. VIAS BILIARES � fica ao nível da porta hepática, onde originam Quando existem massas da cabeça do pân­
e VIII (sector paramediano direito) e os seg­ üJ o dueto hepático comum que se continua pelo creas ou litíases do dueto colédoco, este pode
mentos VI e VII (sector lateral direito). A ecografia é o exame de primeira linha para § dueto colédoco, terminando este ao nível da atingir grandes dilatações, estando associado
avaliação da vesícula biliar e de possíveis @ parte descendente do duodeno. um quadro de icterícia.
ANA• DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM ECOGRAFIA

69.1. RINS dula renal) e o seio renal, de alta ecogenici­


dade por componente adiposo (branco), com
os cálices renais maiores por vezes definidos
A ecografia é actualmente o exame de pri­ como finas linhas hipoecogénicas (pretas)
meira escolha, mas sempre que haja neces­ confluentes para a região piélica.
sidade de avaliar de forma mais objectiva a Deve ser medida a espessura do córtex renal
morfologia renal, avaliar a concentração e (habitualmente superior a 10 mm), obser­
excreção renal ou fazer o diagnóstico dife­ vados contornos e lábios parenquimatosos pré
rencial entre quistos parapiélicos e ectasias e retro-bialares, a emergência dos uretéros,
do aparelho excretor do rim, a TC com cortes a relação com os vasos renais e os grandes
axiais antes e após administração endovenosa vasos abdominais posteriores, bem como a
de contraste iodado é o exame adequado. relação posterior com os músculos psoas
maiores, bem como com os órgãos pré-renais.
Os rins são avaliados em decúbito dorsal ou
lateral esquerdo (para o rim direito), ou de­ Num corte longitudinal (parassagital) para es­
cúbito lateral direito (para o rim esquerdo), tudo do rim direito, podem observar-se (Fig.
realizando cortes longitudinais (parassagitais), 768):
transversais (axiais) e coronais (frontais) a - Rim direito (Fig. 768.1);
nível dos flancos e hipocôndrios. Eventual­ - Glândula suprarrenal direita (Fig. 768.2);
mente, pode ser necessária a abordagem - Face anterior do rim (Fig. 768.3);
toraco-lombar quando pela face ântero-lateral - Córtex renal (Fig. 768.4);
do abdómen se interpõe bastante ar cólico. - Medula renal (Fig. 768.5);
Devem ser avaliadas as dimensões (cerca - Parênquima renal (Fig. 768.6);
de 12 cm de eixo longitudinal, 6 cm de eixo - Seio renal (Fig. 768.7);
transversal e 3 cm de eixo ântero-posterior), - Pirâmide renal (Malpighi) (Fig. 768.8);
a forma (clássica forma de ferradura com os - Coluna renal (Bertin) (Fig. 768.9);
hilos renais virados para medial em corte - Fígado (Fig. 768.10);
axial), a localização (o esquerdo colocado - Diafragma (Fig. 768.11);
mais superiormente e relacionando-se com o - Músculo psoas maior (Fig. 768.12).
baço, o direito igualmente com obliquidade
lateral, mais inferiormente e relacionado com
o fígado). Também o grau de diferenciação 69.2. VIAS EXCRETORAS DO RIM
� ecográfica entre o parênquima e a região si-
� nusal (alterado nas insuficiências renais), a
.., espessura do córtex renal e despiste de even­ 69.2.1. CÁLICES RENAIS
offl tuais ectasias excretoras (hidronefroses e
� ectasias por litíase, com cólica renal) devem A ecografia não tem boa definição do apa­
� ser avaliados. relho excretor renal, apenas permitindo a
íiJ É bem distinto o parênquima renal (média- visualização dos cálices renais (sobretudo os
'"'9 -baixa ecogenicidade em que o córtex renal
é ligeiramente mais ecogéneo do que a me-
cálices renais maiores) quando existe dilatação
@ do aparelho excretor do rim.
590 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ECOGRAFIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM ECOGRAFIA 591

com os vasos ilíacos ou a junção uretéro­ No entanto, a uretra feminina pode ser bem estudo de tecidos moles e superficiais (alta
-vesical). Nos cortes transversais ou axiais, é visualizada no estudo ecográfico por aborda­ frequência).
circular e hipoecogénico. No entanto, devido gem endovaginal ou endorrectal, eventual­ Em ambas as uretras, o aspecto ecográfico é
aos movimentos peristálticos intestinais e ao mente por abordagem transperineal ou supra­ de uma estrutura tubuliforme fina hipoeco­
conteúdo aéreo dos órgãos ocos, é difícil a púbica. génica, com paredes próprias justapostas,
visualização de todo o trajecto do uretéro, A uretra masculina é bem avaliada por eco­ com algumas áreas dilatadas "fisiológicas"
mesmo quando dilatado. grafia nas partes prostática e membranácea como o colículo seminal ou a fossa navicular
por abordagem endorrectal, na parte espon­ (Guérin) da uretra e durante a micção, ou por
josa da uretra por abordagem igualmente em processo patológico (litíase ou obstruções
cortes longitudinais ou transversais ao longo tumorais).
69.3. BEXIGA do pénis, com sonda linear adequada para

A ecografia, seja por abordagem supra­


púbica com adequada repleção vesical, ou por
abordagem endocavitária vaginal ou rectal,
Fig. 768 - Corte longitudinal (parossogitol) para estudo do rim direito constitui um método adequado para o estudo
deste órgão.
O estudo suprapúbico é realizado conjunta­
Quando há dilatação, o cálice renal surge de mente com a avaliação ecográfica da área
topo como uma imagem hipoecogénica cir­ pélvica, "aproveitando" a janela acústica de
cular, mas de perfil é infundibuliforme. um órgão cheio de líquido, em cortes axiais,
Existem habitualmente três cálices renais sagitais e oblíquos.
maiores que confluem para formar a pelve Surge como uma cavidade líquida de forma
renal. oval ou circular, com parede própria de média
ecogenicidade e com o interior preenchido
por líquido puro anecogénico (preto). Para
69.2.2. PELVE RENAL além da sua topografia e forma, deve ser
avaliada a regularidade do seu contorno, des­
A pelve renal é triangular, de ápice medial, pistando imagens de adição hipoecogénicas
a margem superior convexa, a margem infe­ (divertículos) ou de subtracção sólidas endo­
rior côncava, podendo ser maior ou menor, luminais vegetantes (pólipos e outros tumo­
ter topografia intrarrenal ou extrarrenal. Visí­ res), ou mesmo eventuais litíases, sendo
vel desde que haja dilatação, é hipoecogénico imprescindível mobilizar o indivíduo em de­
(preto). Por vezes pode existir hipertrofia cúbito lateral para confirmação dessas litía­
do parênquima renal, sobretudo de colunas ses. Deverão também ser avaliados os planos
renais (Bertin) médias, originando bifidez de clivagem e relações com órgãos anexos,
piélica. como útero, próstata, vesículas seminais e
parede rectal.
69.2.3. URETÊRO
Só tem tradução ecográfica desde que dila­ 69.4. URETRA
tado, surgindo então nos cortes longitudinais
como um tubo hipoecogénico, com parede Os estudos radiográficos com contraste (ure­
própria, que sai da pelve renal e segue dila­ trografia permiccional) e uretrografia retró­
tado até ao local do obstáculo (um cálculo grada continuam a fornecer uma excelente
nos locais de estreitamento "fisiológico" avaliação da morfologia da uretra, em parti­
como a junção pielo-ureteral, o cruzamento cular da uretra masculina.
ANA• DOS ÓRGÃOS GENITAIS MmlUNOS EM
ECOGRAFIA

70.1. TESTÍCULO E VIAS ESPERMÃTICAS deferente, as ampolas do dueto deferente, as


vesículas seminais e os duetos ejaculadores,
são estudados de forma mais adequada por
Habitualmente estudados por ecografia, abordagem endocavitária do recto, com sonda
aquando do estudo geral do escroto e seu ecográfica adequada introduzida no recto com
conteúdo. Estes órgãos têm uma forma ova­ protecção de preservativo e prévia limpeza da
lar, de contornos regulares, eco-estrutura ampola do recto.
homogénea e de média ecogenicidade, fina­ O dueto deferente surge como linha hipoeco­
mente granular como a dos parênquimas em génica com contornos regulares e calibre uni­
geral. forme, desde o escroto até à região pélvica
Deve ser avaliada no estudo bilateral, para posteriormente à bexiga, depois de passar no
além das dimensões (em geral não são idên­ canal inguinal.
ticas dos dois lados), dos contornos, das rela­ As ampolas do dueto deferente, que cons­
ções com o epidídimo e trajecto das vias tituem a porção terminal do dueto deferente,
espermáticas, a localização testicular (por são uma porção hipoecogénica mais alargada
exemplo, as criptorquídeas, topografias anó­ situada posteriormente à bexiga.
malas testiculares devido à permanência As vesículas seminais têm uma imagem de
testicular intra-abdominal ou num dos pontos estruturas tubárias transversais ou de eixo
ao longo da linha de deslocação gónado­ oblíquo maior com obliquidade ínfero-medial,
-escrotal, por exemplo, no canal inguinal). por vezes mesmo vertical, com parede própria
Também nesta região, é importante o estudo e contorno discretamente bosselado, com as­
complementar com eco-Doppler, para des­ pecto multiloculado no seu interior. Surgem
piste de ectasias e varicosidades peritesti­ de cada lado da base da próstata, nos cortes
culares (varicocelo) habitualmente associadas axiais ou coronais executados. Deve sempre
a um aumento determinado pela pressão intra­ ser avaliada a obrigatória existência de planos
-abdominal ou pela manobra de Valsalva. de clivagem hiperecogénicos com a parede
rectal e com os contornos da bexiga.
O epidídimo é uma estrutura sólida, alon­
Os duetos ejaculadores, cujo calibre diminui
gada, de média ecogenicidade, envolvendo o
progressivamente para medial e de locali­
testículo, desde o pólo superior do testículo,
zação variável conforme o desenvolvimento
onde é ligeiramente mais espesso (cabeça do
do colículo seminal, podem apresentar quistos
epidídimo), até ao pólo inferior do testículo
ou ectasias facilmente detectadas por sondas
� (cauda do epidídimo). São sede frequente
endorrectais, aquando do estudo da próstata.
� de quistos e espermatocelos, de diagnóstico
t-- ecográfico.

� As vias espermáticas, entre o testículo até 70.2. ESCROTO


� ao anel inguinal profundo são estudadas por
til abordagem superficial da região com sonda Estudado preferencialmente por ecografia
9 de alta frequência, as restantes porções, de­ em abordagem superficial com sonda de alta
� signadamente a porção terminal do dueto frequência. A existência de pêlos pode pre-
se

594 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ECOGRAFIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS EM ECOGRAFIA 595

judicar este estudo por artefactos, pelo que 70.4.1. PRÓSTATA Num corte transversal em estudo endorrectal, - Zona central da próstata (Fig. 770.3);
deve ser interposto gel de contacto em ade­ ao nível da próstata e das vias espermáticas, - Zona de transição da próstata (Fig. 770.4);
quada quantidade, de modo a evitar inter­ podem observar-se (Fig. 769): - Zona ou tecido pré-prostático ou peri-
A ecografia endorrectal permite um adequa­
ferência desses artefactos ou interposição de - Bexiga (Fig. 769.1); -uretral (Fig. 770.5);
do estudo e diagnóstico das doenças prostá­
ar decorrente do mau contacto directo com a -Zona periférica da próstata (Fig. 769.2); -Base da próstata (Fig. 770.6);
ticas.
superfície cutânea devido às pregas trans­ -Zona central da próstata (Fig. 769.3); -Ápice da próstata (Fig. 770.7);
O conceito zonal concêntrico de McNeale
versais da túnica cutânea do escroto. -Zona de transição da próstata (Fig. 769.4); - Uretra fixa (Fig. 770.8);
pode individualizar zonas com significado
- Zona pré-prostática ou peri-uretral da prós- - Colículo seminal (Fig. 770.9);
morfológico, funcional e patológico.
tata (Fig. 769.5); - Bexiga (Fig. 770.10);
Na sua eco-estrutura tem significado referen­ - Parede anterior do recto (Fig. 770.11).
70.3. PÉNIS ciar: - Parede anterior do recto (Fig. 769.6).
- A zona periférica da próstata, com cerca
Estudado por ecografia, em abordagem su­ de 50% do tecido glandular prostático, é
perficial com sonda de alta frequência, exe­ a sede da larga maioria dos carcinomas
cutando cortes transversais e longitudinais ao prostáticos (90-95%), constitui o tecido
longo do eixo maior, pelas faces superior ou glandular periférico das faces laterais, pos­
dorso do pénis e pela face inferior ou uretra! terior e também anterior na proximidade
do pénis. Devem ser avaliados os seus cons­ do ápice glandular. É a este nível que se
tituintes, designadamente a fáscia do pénis realizam a maioria das biópsias guiadas
(Buck), os bulbos do pénis e corpos caver­ por estudo ecográfico (ecografia de inter­
nosos, o corpo esponjoso e uretra, a glande venção) para colheita de material diagnós­
e óstio externo da uretra e fossa navicular tico, sobretudo quando a avaliação clínica
(Guérin) da uretra. A existência de calcifi­ e os valores laboratoriais específicos (PSA­
cações ou placas de fibrose da fáscia do pénis -antigéneo específico da próstata) são su­
(Buck) pode ser confirmada por estudo eco­ gestivos;
gráfico do pénis, traduzidas por áreas de -A zona central da próstata, a mais pequena
Fig. 769 - Corte transversal em estudo endorrectal ao nível da próstata Fig. 770 - Corte sagital em estudo endorrectal ao nível da próstata
hiperecogenicidade elevada, com cone de das zonas glandulares da próstata, que e vias espermáticas
e vias espermáticas
sombra irradiante a nível dessa fáscia e que contacta com a parte prostática da uretra,
habitualmente estão relacionadas com dis­ apenas na porção superior do colículo
morfias do pénis aquando da erecção, por seminal; Num corte sagital em estudo endorrectal ao 70.4.2. GLÂNDULAS BULBO-URETRAIS (COWPER)
vezes limitantes do acto sexual (doença de - A zona pré-prostática ou peri-uretral da nível da próstata e vias espermáticas, podem
Peyronie). próstata, com funções esfincterianas, observar-se (Fig. 770): Não têm tradução ecográfica, excepto em
Também as disfunções da erecção podem ter relaciona-se directamente com a porção
avaliação em estudo de eco-Doppler após proximal da uretra, evitando o refluxo do - Vesícula seminal (Fig. 770.1); situações patológicas de colecções relevantes.
injecção de fármacos visando provocar a líquido seminal para a bexiga aquando da - Zona periférica da próstata (Fig. 770.2);
erecção. ejaculação;
- A zona de transição da próstata situa-se
na junção das porções proximal e distal da
70.4. GLÃNDULAS ANEXAS AOS ÕRGÃOS uretra. Embora contribua com menos de 5%
da massa glandular total, é devido à proli­
GENITAIS MASCULINOS feração desta zona e do tecido peripros­
tático que se devem as hiperplasias benig­
A sua patologia, sobretudo aquando da for­ nas prostáticas, atingindo a glândula por
mação de colecções e abcessos, pode ser estu­ vezes volumes superiores a 200 cc, ou seja
dada grosseiramente por ecografia superficial dez vezes o normal, com significativa obs­
ou endocavitária, de acordo com a locali­ trução da uretra e consequente dilatação
zação. das vias excretores do rim.
ANAmA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS EM
ECOGRAFIA

71.1. OVÃRIOS ou colecções tubárias (salpingites) pode ser


identificada por estudo ecográfico supra­
púbico e endocavitário, observando-se uma
Habitualmente serão estudados por ecografia imagem de colecção líquida (hipoecogénica).
(pélvica suprapúbica e sobretudo endovagi­
nal).
Como ponto de referência importante na ava­
liação multiplanar destes órgãos, com cortes 71.3. ÚTERO
axiais, coronais, sagitais e parassagitais,
devem ser localizados o útero e os cornos do A ecografia suprapúbica e endovaginal são os
útero, seguindo o trajecto da sonda ligeira­ exames de primeira linha para o estudo do útero
mente para lateral até identificar os vasos e anexos, havendo recurso a outras técnicas
ilíacos comuns, a emergência das artérias complementares (RM, TC, ou histeroscopia).
ilíacas internas e, consequentemente, a deli­ De forma ideal, o estudo do útero e anexos
mitação das fossas ováricas. deve ser realizado primeiro por abordagem
Na mulher adulta em idade fértil, têm forma suprapúbica (o que implica uma boa repleção
de amêndoa, cerca de 3-3,5 cm de eixo maior, vesical) e após a fase menstrual. Este é, a par
por vezes contêm pequenas imagens quísticas da avaliação laboratorial, um exame que per­
(pontos pretos, hipoecogénicos), traduzindo mite detectar a existência de gravidez intra­
folículos ováricos, e dispõem-se com obliqui­ -uterina ou extra-uterina.
dade na fossa ovárica. No entanto, é relativa­ Permite avaliar a posição, dimensões, forma
mente comum a sua localização noutros e estrutura uterinas, as regiões serosas do
locais, como a região justa-ístmica do útero, miométrio (existência de massas eventual­
junto aos vasos uterinas, adjacentes ao corno mente calcificadas, com cones de sombra irra­
do útero, ou mesmo no fundo do útero e esca­ diantes como os fibromiomas), a separação do
vação recto-uterina (Douglas). endométrio (este de avaliação importante nas
Na mulher pós-menopausa, os ovários estão fases fértil e pós-menopausa, sobretudo aquando
tão atrofiados que a sua identificação ecográ­ da vulgarização das terapêuticas de substi­
fica se revela por vezes muito difícil, mesmo tuição hormonal).
no estudo por via endovaginal:
Pode ainda verificar-se os planos de clivagem
com o recto, vagina, fórnices da vagina,
bexiga, espaço pré-sagrado, ligamentos do
"' 71.2. TUBAS UTERINAS (FALÕPIO) útero, cólon sigmóide, com estruturas adja­
§ centes avaliando os nodos linfáticos loco­
� Não têm fácil tradução ecográfica, embora o -regionais desde a região inguinal até aos
� progresso tecnológico de sondas e ecógrafos nodos linfáticos comuns, ilíacos internos e
� permita a sua identificação por via endova- externos, e ainda determinar a existência de
� ginal como estruturas tubuliformes colapsa­ colecções peri-uterinas.
m das que estabelecem a conexão entre o corno
§ do útero e o ovário. A existência de gravidez No estudo em cortes longitudinais ou sagi­
(9) extra-uterina, ectópica tubária, de infecções tais, o útero surge como um órgão situado em
598 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ECOGRAFIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS EM ECOGRAFIA 599

anteversão e mediano, em forma de pêra limitado nas mamas volumosas ou idosas, por
alongada, com cerca de 8 cm de eixo longi­
71.S. VULVA abundante conteúdo adiposo com fraca
tudinal, 4 cm de transversal e 3 cm de ântero­ fiabilidade diagnóstica.
·posterior, situado posteriormente à bexiga e Pode ser estudada por observação directa e
continuando-se inferiormente com a vagina. por ecografia de tecidos moles e superficiais A mama surge circular ou cónica, corres­
Os seus contornos são regulares, o miométrio com sonda linear de alta-frequência. pondendo a base à camada retromamária e o
tem uma média ecogenicidade, de padrão ápice à papila mamária. A face anterior da
sólido e é homogéneo. O endométrio é uma glândula está separada da pele pela camada
linha hiperecogénica dupla justaposta, dis­ 71.6. GLÂNDULAS ANEXAS AOS ÕRGAOS célula-adiposa subcutânea, com finas trabé­
posta ao centro nos cortes axiais, e longitu­ culas arciformes que enquadram tecido adi­
dinal nos sagitais, contínua, regular e com GENITAIS FEMININOS poso. No corpo da mama, existe um reti­
uma espessura variável de acordo com a fase culado constituído por septos conjuntivos que
do ciclo da examinada, mas habitualmente As glândulas vestibulares menores e as glân­ separam os lobos da glândula mamária e
não excedendo os 5-6 mm, delimitando uma dulas vestibulares maiores (Bartholin) não duetos lactíferos, conferindo uma média ou
cavidade virtual, podendo apresentar um as­ têm tradução ecográfica fácil, excepto em média-baixa ecogenicidade ao tecido glan­
pecto trilinear proliferativo. No caso de gra­ Fig. 771 • (orle sogilol por obordogem endovoginol situações patológicas com colecções ou infla­ dular, com visualização por vezes dos duetos
videz, pode ser observado o saco gestacional mações relevantes. lactíferos principais, enquanto imagens linea­
(imagem líquida hipoecogénica) na cavidade - Corpo do útero (Fig. 772.3); res hipoecogénicas.
do corpo do útero. - Ovário direito (Fig. 772.4); Através da ecografia mamária, poderão ser
A nível da cavidade do colo do útero, podem - Bexiga (Fig. 772.5). encontradas lesões de padrão quístico (ima­
observar-se pequenos quistos de retenção, e 71.7. MAMAS gem circular anecogénica-preta) ou sólido
na mulher em idade fértil é comum a obser­ (heterogeneidade, hipoecogenicidade, cones
vação de dispositivo intra-uterino destinado O melhor estudo da mama da mulher adulta de sombra e contorno irregular nas lesões
a evitar a gravidez, traduzido por uma ima­ 71.4. VAGINA continua a ser realizado por exame objectivo, malignas). É importante determinar a sua
gem acentuadamente hiperecogénica (eco­ mamografia e ecografia complementar. localização e dimensões, podendo a ecografia
genicidade metálica), situado na cavidade do O seu estudo é efectuado por observação
A ecografia apenas é exame de primeira linha ser um excelente meio de apoio em biópsias
corpo do útero a cerca de 1,5-2 cm do fundo directa (espéculo vaginal) e por ecografia
nos casos em que deve ser evitada a radiação percutâneas guiadas por este meio, até aos
do útero com irradiação de alguns cones de endovaginal, podendo sê-lo ainda por RM e
eventualmente por TC. ionizante (gravidez), ou nas mamas muito nodos linfáticos por vezes de reduzida dimen­
sombra. pequenas e jovens, estando o seu uso muito são.

Num corte sagital por abordagem endova­


ginal, podem observar-se (Fig. 771):
- Útero (Fig. 771.1);
- Cavidade do colo do útero (Fig. 771.2);
- Istmo do útero (Fig. 771.3);
- Endométrio da cavidade do corpo do útero
(Fig. 771.4);
- Corpo do útero (Fig. 771.5);
- Fundo do útero (Fig. 771.6);
- Recto (Fig. 771.7).

Num corte axial por abordagem suprapúbica


com bexiga em repleção, podem observar-se
(Fig. 772):
- Útero (Fig. 772.1);
- Endométrio da cavidade do corpo do útero Fig. 772 - (orle sogilol por abordagem suprapúbica com bexiga em
(Fig. 772.2); repleçãa
-
,
ANADIA DOS 0RGÃOS LINFÓIDES EM ECOGRAFIA

72.1. TIMO esquerdo, solicitando uma inspiração forçada


com retenção do ar intratorácico de modo a
fazer descer o diafragma e, assim, para além
Apenas no adulto jovem pode ter alguma de "empurrar" um pouco o baço para uma
tradução ecográfica quando o morfotipo o posição mais visível, poder também afastar os
permite, inclinando bastante a sonda para órgãos ocos, contendo ar.
inferior. Tem uma forma de crescente nos cortes axiais,
É difícil, portanto, a determinação dos seus com contornos regulares, uma eco-estrutura
contornos e a dimensão, podendo ter-se habitual de parênquima, homogénea, de mé­
alguma noção da eco-estrutura, que é idêntica dia ecogenicidade sólida. Identificam-se
na homogeneidade e grau de ecogenicidade as faces lateral ou diafragmática, convexa e
aos restantes tecidos glandulares, ligeira­ da face ântero-medial, côncava, com o bilo
mente mais ecogénica que o tecido da glân­ esplénico, onde se situa o pedículo esplénico
dula tiróide. e por vezes directamente relacionada com a
cauda do pâncreas. Superiormente, relaciona­
-se com a cúpula diafragmática esquerda.
72.2. BAÇO O seu estudo pode ser prejudicado pela inter­
posição de ar cólico na flexura esquerda ou
O exame de primeira escolha para o seu esplénica do cólon.
estudo é a ecografia, dirigida ao hipocôndrio
ANADIA DAS GLÂNDUW END6cRINAS EM ECOGRAFIA

73.1. HIPÓFISE mentos vasculares abordam os lobos pelas


extremidades ou, no caso de algumas veias,
também pela porção lateral média dos lobos.
Não é acessível ao estudo ecográfico. De notar os nodos linfáticos cervicais, bem
como os músculos cervicais laterais e órgãos
próximos como a parte cervical do esófago,
73.2. GLÂNDULA PINEAL póstero-lateralmente à traqueia.
No estudo ecográfico da glândula tiróide
Não é acessível ao estudo ecográfico. efectuado com sonda de alta frequência me­
diante cortes axiais e longitudinais, devem
ser procuradas alterações da estrutura como
nodos linfáticos ou quistos, simples aumentos
73.3. GLÂNDULA TIRÕIDE de volume (bócios simples) ou variantes ana­
tómicas como a persistência do lobo pirami­
A ecografia é o exame de primeira linha e o dal (Lalouette), resquício parenquimatoso do
mais adequado, por vezes complementado canal embrionário de descida glandular desde
por TC ou RM, no caso de grandes aumentos a raiz da língua até ao seu local habitual, que
glandulares, que podem descer ao mediastino atrofia completamente no indivíduo normal,
anterior e superior (bócio mergulhante), im­ podendo permanecer no seu trajecto tecido
pedindo assim a passagem de ultrassons atra­ tiroideu ectópico ou mesmo quistos do canal
vés da parede costal. tireo-glosso, facilmente detectados por eco­
grafia.
A glândula tiróide é constituída por dois lobos
alongados, com cerca de 3,5 cm x 2 cm x Num corte axial da regiao cervical para
1,5 cm, dispostos verticalmente de cada lado estudo da glândula tiróide, podem observar­
da porção inferior da laringe e primeiros -se (Fig. 773):
anéis da traqueia. São unidos por um istmo,
-Lobo direito da glândula tiróide (Fig. 773.1);
transversal, conferindo no geral o aspecto de
- Istmo da glândula tiróide (Fig. 773.2);
um órgão com forma de ferradura horizontal
-Traqueia (Fig. 773.3);
situado anteriormente às primeiras cartilagens
-Artéria carótida comum (Fig. 773.4);
traqueais, posteriormente aos músculos infra­
-Veia jugular interna (Fig. 773.5);
-hioideus, relacionando-se lateralmente com -Músculo esterno-cleido-mastoideu (Fig.
� os elementos do feixe vásculo-nervoso do
773.6);
� pescoço (a artéria carótida primitiva, medial­ -Músculos infra-hioideus (Fig. 773.7).
... mente, a veia jugular interna, lateralmente, o
"'
.gJ nervo vago, posteriormente, no sulco for-
a mado por aqueles vasos).
� Os seus contornos são regulares, a eco-estru­ 73.4. GLÂNDULAS PARATIRÕIDES
til tura homogénea e de média ecogenicidade
§ idêntica aos restantes parênquimas congéne­ Não têm habitual tradução no estudo eco­
@ res, como nas glândulas salivares. Os ele- gráfico, podendo basear a suspeição clínico-
604 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ECOGRAFIA

axiais percorrendo o trajecto da veia cava


inferior desde o nível das veias hepáticas até
ao rim direito. Dada a posição da glândula
suprarrenal direita posteriormente à veia cava
inferior, pode ser tentado um corte coronal
por abordagem intercostal, visualizando-se
esta glândula posteriormente à veia cava
inferior que surge em plano longitudinal.
A glândula suprarrenal esquerda é de difícil XIII
observação quando normal, podendo ser ten­
tada a sua visualização junto ao pólo superior
do rim, adjacente à margem medial e supe­
Fig. 773 - Corte axial da região cervical para estudo da gl6ndula riormente ao hilo renal, aquando do estudo
em cortes coronais e sagitais do rim.
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA
tiróide

-ecográfica mediante a localização de nodos


linfáticos sólidos com localização idêntica à 73.6. PARAGÃNGLIOS
que é descrita para as glândulas paratiróides
superior e inferior, desde que acompanhadas Não têm habitual tradução no estudo eco­
de quadro laboratorial compatível (alterações gráfico.
da calcémia).
Quando em situações patológicas, são alivo
dos mesmos estudos indicados para a glân­
dula tiróide. 73.7. PÂNCREAS ENDÓCRINO, GLÂNDULA
INTERSTICIAL DO TESTfCULO (LEVDIG) E
73.5. GLÂNDULAS SUPRARRENAIS GLÂNDULA INTERSTICIAL DO OVÃRIO
Não têm habitualmente tradução ecográfica.
Devem ser estudadas por TC (cortes axiais),
ou eventual RM (cortes axiais, coronais oblí­
quos e eventualmente sagitais oblíquos).
Por vezes, com ecógrafos e sondas de baixa 73.8. CORPO LÚTEO
frequência de grande qualidade, em indiví­
duos de tipo morfológico magro e sem ar nos Estudado por ecografia, de preferência endo­
órgãos, pode conseguir-se a visualização das cavitária (endovaginal), surgindo como área
suprarrenais, em particular da direita, através quística com preenchimento por material de
da "janela" do parênquima hepático em cortes padrão sólido no interior.
ANA• DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM ENDOSCOPIA

74.1. CAVIDADES NASAIS pelo processo palatino do maxilar, nos seus


A anatomia dos órgãos em endoscopia per­ logia e sondas para aspiração de secreções. dois terços anteriores, e pela lâmina hori­
mite, com aparelhagem especial, os endos­ Pode utilizar-se ainda a endoscopia, em que zontal do palatino, no seu terço posterior.
cópios, examinar cavidades e canais naturais, o endoscópio está combinado com uma sonda Em número de duas, encontram-se situadas
O canal incisivo é revestido pela mucosa
bem como a conformação externa de órgãos de ecografia. de cada um dos lados da linha mediana.
nasal.
por laparoscopia. A anatomia dos órgãos em endoscopia é estu­ Podem considerar-se quatro paredes em cada
Os endoscópios iniciaram-se com os gastros­ dada através de imagens, em órgãos respira­ uma delas: medial ou septo nasal, superior
A parede lateral é a parede mais extensa das
cópios semi-flexíveis, seguindo-se os fibro­ tórios (cavidades nasais, laringe e árvore trá­ ou abóbada, inferior ou pavimento e lateral,
cavidades nasais, tendo uma obliquidade
endoscópicos e os video-endoscópios. queo-brônquica), em órgãos digestivos (esó­ e duas aberturas, uma anterior e outra poste­
ínfero-lateral. É formada pela face medial do
A endoscopia permite aumentar a informação, fago, estômago, intestino delgado, intestino rior ou cóano.
maxilar, pela lâmina medial do processo
para além da fornecida pela observação, grosso e recto), em órgãos urinários (vias ex­
A parede medial ou septo nasal é consti­ pterigóide do esfenóide, pelo lacrimal, pela
através de acessórios que são introduzidos cretoras do rim, bexiga e uretras masculina e
tuída por uma porção óssea e uma porção lâmina vertical do palatino, pela concha nasal
nos canais do endoscópio. Estes acessórios feminina) e em órgãos genitais femininos
(ovários, tubas uterinas (Falópio), útero). cartilaginosa. É formada pela lâmina perpen­ inferior e pelo labirinto etmoidal.
incluem pinças para biópsias, escovas de cito-
dicular do etmóide, superiormente, pelo vómer, Esta parede apresenta três conchas nasais
póstero-inferiormente, e pela cartilagem do (superior, média e inferior) e três meatos
septo, anteriormente. nasais (superior, médio e inferior). A mucosa
A mucosa nasal é descolável, sendo muito nesta face é muito aderente ao periósteo,
vascularizada na porção inferior do septo atapetando os acidentes ósseos e invaginando­
nasal. -se nos seios paranasais.
A concha nasal superior origina-se na me­
A parede superior ou abóbada tem a forma tade posterior da face medial interna do labi­
de um sulco longitudinal, sendo constituída: rinto etmoidal, aproxima-se do septo nasal,
por uma porção anterior ou nasal, formada confundindo-se anteriormente com a concha
pelos ossos nasais e pela espinha nasal do nasal média. Por vezes origina a concha nasal
frontal; por uma porção média ou etmoidal, suprema (Santorini).
formada pela lâmina cribriforme do etmóide; A concha nasal média origina-se na face
e por uma porção posterior ou esfenoidal, medial do labirinto etmoidal e, anteriormente,
formada pela face anterior do corpo do esfe­ aproxima-se do septo nasal, confundindo-se
nóide. É uma parede pouco resistente devido depois com a concha nasal superior.
à fragilidade da lâmina cribriforme do A concha nasal inferior é a mais comprida
etmóide. das conchas nasais, em que a sua extremidade
A mucosa nasal reveste todos os foramenes posterior alcança a lâmina vertical do pala­
u�
5 da lâmina cribriforme do etmóide, e ao che- tino, e a sua extremidade anterior alcança a
� gar à abertura do seio esfenoidal, penetra no abertura anterior óssea das cavidades nasais.
.� seio revestindo todas as suas paredes.
Os meatos nasais representam os espaços
, A parede inferior ou pavimento tem a forma compreendidos entre as conchas nasais e a
til de um sulco, separando a cavidade nasal da parede lateral das cavidades nasais.
§ cavidade oral, sendo a parede mais espessa e O meato nasal superior é muito pequeno e
(Q) resistente das cavidades nasais. É constituída tem a forma de um sulco aberto para inferior.
608 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM ENDOSCOPIA 609

Apresenta o forame esfeno-palatino, situado - Ager nasal ou eminência nasal (Fig. 776.2); Ao nível do meato nasal médio na abertura
na porção posterior do meato nasal superior, - Concha nasal média (Fig. 776.3); do seio maxilar, podem observar-se (Fig. 778):
comunicando com o fundo da fossa infra­ - Processo unciforme (Fig. 776.4).
temporal, a abertura do seio esfenoidal e as - Septo nasal (Fig. 778.1);
aberturas de 3 ou 4 células etmoidais poste­ - Abertura do seio maxilar (Fig. 778.2);
riores. - Extremidade posterior da concha nasal
O meato nasal médio tem a forma de um média (Fig. 778.3);
funil e apresenta duas saliências: anterior­ - Bolha etmoidal (Fig. 778.4).
mente, a saliência da apófise unciforme do
etmóide e, posteriormente, a bula etmoidal.
O processo uncinado do etmóide, através da
sua porção superior, relaciona-se com uma
saliência condicionada por uma célula etmoi­
dal, resquício de um concha nasal rudimentar, ------- 1
o ager nasal ou eminência nasal. A bolha
etmoidal limita posteriormente o sulco naso­
Fig. 774 - Endoscopia depois de ultropossor o oberturo anterior dos
-bolhar, onde se situa a abertura do seio fron­
covidodes nosois
tal e três a oito células etmoidais anteriores,
superiormente, e a abertura do seio maxilar,
inferiormente. Ao nível da porção anterior da concha nasal
O meato nasal inferior, em forma de sulco média, podem observar-se (Fig. 775): Fig. 776 - Endoscopia oo nível do por,õo anterior do meato nosol médio

disposto sagitalmente, vai-se aproximando da - Septo nasal (Fig. 775.1);


parede inferior ou pavimento das cavidades - Concha nasal inferior (Fig. 775.2);
nasais, ao nível da sua porção anterior. Apre­ Ao nível da porção média das cavidades
- Concha nasal média (Fig. 775.3); Fig. 778 -Endoscopia oo nível do meato médio no oberruro do seio maxilar
senta, na sua parede lateral, o óstio inferior nasais, podem observar-se (Fig. 777):
- Parede inferior ou pavimento das cavidades
do canal lácrimo-nasal, que põe em comuni­ nasais (Fig. 775.4). - Septo nasal (Fig. 777.1);
cação o ângulo medial do bulbo ocular com - Concha nasal média (Fig. 777.2); Ao nível da porção posterior das cavidades
as cavidades nasais. - Bolha etmoidal (Fig. 777.3); nasais, podem observar-se (Fig. 779):
- Processo unciforme (Fig. 777.4); - Septo nasal (Fig. 779.1);
A abertura posterior das cavidades nasais - Meato nasal médio (Fig. 777.5). - Concha nasal inferior (Fig. 779.2);
ou cóano tem forma rectangular ou ovalar, - Cóanos (Fig. 779.3).
com eixo maior com obliquidade ântero­
-inferior, fazendo comunicar as cavidades
nasais com a naso-faringe.

Ao realizar a abordagem endoscópica das


cavidades nasais com óptica de Oº, podem
analisar-se as estruturas constituintes das suas
paredes, sendo estas observações feitas de
anterior para posterior. "'
<

Ultrapassada a abertura anterior das cavi­ �


dades nasais, podem observar-se (Fig. 774):
Fig. 775 - Endoscopia oo nível do porpio anterior do concho nosol médio �
- Septo nasal (Fig. 774.1);
- Parede inferior ou pavimento das cavidades j
Ao nível da porção anterior do meato nasal 1
nasais em forma de sulco (Fig. 774.2);
médio, podem observar-se (Fig. 776):
- Concha nasal inferior (Fig. 774.3); �
- Meato nasal inferior (Fig. 774.4). - Septo nasal (Fig. 776.1); (Q) Fig. 777 - Endoscopia oo nível do por,õo médio dos covidodes nosois Fig. 779 - Endoscopia oo nível do por,õo posterior dos covidodes nosois
610 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS EM ENDOSCOPIA 611

Ao nível da abertura posterior das cavidades vocais, encontra-se o ventrículo da laringe - Pregas vocais (Fig. 782.1);
nasais ou cóanos, podem observar-se (Fig. (Morgagni). - Processos vocais das cartilagens aritnoi-
780): Os ventrículos da laringe (Morgagni) apre­ deias (Fig. 782.2);
sentam uma parede súpero-medial formada - Comissura anterior da glote (Fig. 782.3);
- Cóanos (Fig. 780.1);
pela prega vestibular, uma parede inferior - Seios piriformes (Fig. 782.4);
- Septo nasal (Fig. 780.2);
formada pela prega vocal, e uma parede late­ - Epiglote (Fig. 782.5).
- Parede superior ou abóbada das cavidades
ral constituída pela parede lateral da laringe
nasais (Fig. 780.3);
entre a prega vestibular e a prega vocal.
- Concha nasal média (Fig. 780.4). A extremidade anterior dos ventrículos da
laringe (Morgagni) apresenta um prolon­
gamento, que pode atingir o osso hióide, o
sáculo da laringe.

A glote é a porção do andar médio da la­


ringe situada entre os bordos livres das pregas
vocais e entre os processos vocais das carti­
lagens aritnoideias.
fig. 781 - Endoscopia ao nível do c6ano com visualiza,õa da rina• A glote é constituída por um segmento ante­
-faringe rior, a parte membranosa ou vocal, relacio­
nada com a margem livre das pregas vocais,
e por um segmento posterior, a parte cartila­
posteriormente, com a mucosa faríngea e, ginosa, situada entre os dois processos vocais Fig. 782 - Endoscopia ao nível da laringe com a glote fechada
ântero-superiormente, com a mucosa lingual. das cartilagens aritnoideias.
Ao nível da cavidade laríngea, encontra-se
uma porção mediana, o piso glótico, superior­ O piso supraglótico denomina-se vestíbulo Ao nível da laringe, com a glote aberta, pode
mente, o piso supraglótico e, inferiormente, da laringe sendo constituído por quatro observar-se (Fig. 783):
o piso infraglótico. paredes: - Epiglote (Fig. 783.1);
Fig. 780 - Endoscopia ao nível da abertura posterior das cavidades A parede anterior é constituída pela epiglote - Pregas vocais (Fig. 783.2);
nasais ou cóanos O piso glótico situa-se limitado lateralmente: e pelo ligamento tiro-epiglótico;
superiormente, pelas duas pregas vestibulares - Parte membranosa ou vocal da glote (Fig.
A parede posterior é constituída pelas carti­ 783.3);
e, inferiormente, pelas duas pregas vocais. lagens aritnoideias e à incisura interaritnoi­
O piso glótico apresenta na linha mediana - Parte cartilaginosa da glote (Fig. 783.4);
Ao nível do cóano com visualização da naso­ deia; - Cartilagens aritnoideias (Fig. 783.5);
-faringe, podem observar-se (Fig. 781): uma fenda, a glote, limitada lateralmente pelas As paredes laterais são constituídas esupe­ - Ventrículos da laringe (Morgagni) (Fig.
pregas vocais. riormente, pelas pregas aritno-epiglóticas e,
-Cóanos (Fig. 781.1); 783.6);
As pregas vestibulares ou falsas pregas inferiormente, pelas pregas vestibulares.
-Naso-faringe (Fig. 781.2); - Seios piriformes (Fig. 783.7);
vocais estendem-se da porção superior do
-Óstio faríngeo da tuba auditiva (Eustáquio) - Piso infraglótico (Fig. 783.8);
ângulo reentrante da cartilagem tiroideia até O piso infraglótico constitui a cavidade
(Fig. 781.3); - Traqueia (Fig. 783.9).
à face ântero-lateral da cartilagem aritnoideia. infraglótica, apresenta a forma de um funil.
-Recesso faríngeo (Rosenmtiller) (Fig. 781.4).
Apresentam internamente o ligamento tiro­ É formada, inferiormente, pela superfície in­
"'
-aritnoideu superior e fascículos musculares. < terna da cartilagem cricoideia e, superior­
As pregas vocais, situadas inferiormente às z mente, pelas pregas vocais. 74.3. ÁRVORE TRÃOUEO-BRÕNOUICA
74.2. LARINGE pregas vestibulares ou falsas pregas vocais,
-lrl
estendem-se da porção inferior do ângulo � Ao realizar a abordagem endoscópica da
Observada internamente, a laringe apresenta reentrante da cartilagem tiroideia, até ao � laringe com óptica de 70º, observam-se os 74.3. l. TRAQUEIA
a cavidade laríngea, revestida pela mucosa processo vocal da cartilagem aritnoideia. � pisos supraglótico, glótico e infraglótico.
laríngea, sendo ricamente inervada e origi­ Apresentam internamente o ligamento tiro­ A superfície interna da traqueia encontra-se
nando reflexos. A mucosa laríngea continua­ -aritnoideu inferior e o músculo tiro-aritnoideu. :i Ao nível da laringe, com a glote fechada, revestida por mucosa, apresentando em toda
-se, inferiormente, com a mucosa traqueal, Entre as pregas vestibulares e as pregas (Q) podem observar-se (Fig. 782): a extensão pregas transversais, dispostas
612 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÕRIOS EM ENDOSCOPIA 613

- Carina da traqueia (Fig. 786.1); Os brônquios lobares originam os brônquios


- Triângulo anterior da carina da traqueia segmentares, que condicionam os diferentes
(Fig. 786.2); segmentos do pulmão direito.
- Triângulo posterior da carina da traqueia O brônquio lobar superior origina três brôn­
(Fig. 786.3); quios segmentares: apical, posterior e anterior.
- Origem do brônquio principal direito (Fig. O brônquio segmentar apical (BI) condi­
786.4); ciona o segmento apical.
- Origem do brônquio principal esquerdo O brônquio segmentar posterior (BII) con­
(Fig. 786.5). diciona o segmento posterior.
O brônquio segmentar anterior (BIii) con­
diciona o segmento anterior.

O brônquio lobar médio origina dois brôn­


quios segmentares: lateral e medial.
O brônquio segmentar lateral (BIV) condi­
Fig. 783 - Endoscopia ou nível do laringe com o glote aberto
ciona o segmento lateral.
O brônquio segmentar medial (BV) condi­
transversalmente, correspondendo às cartila­ ciona o segmento medial.
gens da traqueia. Fig. 784 - Endoscopia oo nível do traqueia
O brônquio lobar inferior ongma cinco
brônquios segmentares: superior (Nelson),
Ao nível da traqueia, podem observar-se
basal medial, basal anterior, basal lateral e
(Fig. 784): basal posterior.
- Cartilagens da traqueia (Fig. 784.1). O brônquio segmentar superior (Nelson)
(BVI) condiciona o segmento superior.
A bifurcação da traqueia origina o brônquio O brônquio segmentar basal medial (BVII)
principal direito e o brônquio principal es­ condiciona o segmento basal medial.
querdo. O brônquio segmentar basal anterior
(BVIII) condiciona o segmento basal anterior.
Ao nível da porção terminal da traqueia, O brônquio segmentar basal lateral (BIX)
Fig. 786 - Endoscopia ou nível do poriõo terminal do traqueia, próximo
podem observar-se (Fig. 785): condiciona o segmento basal lateral.
do corina do traqueia
- Porção anterior cartilaginosa da traqueia O brônquio segmentar basal posterior (BX)
(Fig. 785.1); condiciona o segmento basal posterior.
- Porção posterior membranácea da traqueia Ao nível da origem do brônquio principal
(Fig. 785.2); 74.3.2. BRÕNQUIOS
direito, podem observar-se (Fig. 787):
- Origem do brônquio principal direito (Fig.
785.3); O brônquio principal direito e o brônquio - Origem do brônquio principal direito (Fig.
- Origem do brônquio principal esquerdo principal esquerdo estendem-se desde o ponto 787.1);
(Fig. 785.4). de bifurcação da traqueia até aos hilos dos - Carina da traqueia (Fig. 787.2).
Fig. 785 - Endoscopia ou nível do poriõo terminal da traqueia
pulmões.
Ao nível da porção superior do brônquio prin­
A superfície interna da bifurcação da traqueia
.. O brônquio principal direito origina três cipal direito, podem observar-se (Fig. 788):
apresenta uma crista sagital, pouco espessa, mente, o triângulo anterior da carina da tra­
com coloração rosada e ligeiramente desviada queia e, posteriormente, o triângulo posterior � brônquios secundários ou lobares: o brôn- - Origem do brônquio lobar superior (Fig.
para a esquerda, a carina da traqueia (Fig. da carina da traqueia. � quio lobar superior direito, o brônquio 788.1);
54.2), que separa as aberturas dos dois brôn­ � lobar médio direito e o brônquio lobar infe­ - Porção do brônquio principal direito, entre
quios principais. A carina da traqueia vai-se Ao nível da porção terminal da traqueia, pró­ fil rior direito, que condicionam, respectiva­ a origem do brônquio lobar superior e o
alargando à medida que se aproxima das ximo da carina da traqueia, podem observar­ § mente, o lobo superior, o lobo médio e o lobo brônquio lobar médio (Fig. 788.2);
paredes da traqueia, constituindo, anterior- -se (Fig. 786): (Q) inferior do pulmão direito. - Origem do brônquio lobar médio (Fig. 788.3).
7
614 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS RESPIRATÕRIOS EM ENDOSCOPIA 615

- Origem do brônquio superior (Nelson) (Fig. O brônquio segmentar basal ântero-medial


789.2); (BVII + BVIII) condiciona o segmento basal
- Origem do tronco comum dos brônquios ântero-medial.
segmentares basais (Fig. 789.3). O brônquio segmentar basal lateral (BIX)
condiciona o segmento basal lateral.
2 O brônquio segmentar basal posterior (BX)
condiciona o segmento basal posterior.

Ao nível da origem do brônquio principal


esquerdo, podem observar-se (Fig. 791):
- Origem do brônquio lobar superior (Fig.
791.1);
- Origem do brônquio lobar inferior (Fig.
791.2);
- Origem do brônquio lobar superior (Nelson)
(Fig. 791.3).

Fig. 787 - Endoscopio ao nível do origem do brônquio principal direilo Fig. 790 - Endoscopia ao nível do porsõo inferior do brônquio principal
direito

O brônquio lobar superior ongma dois


troncos, um tronco superior ou culminai e um
Fig. 789 • Endoscopia ao nível do por{õo inlermédio do brônquio tronco inferior ou lingular.
principal direilo O tronco superior ou culminai origina dois
brônquios segmentares: ápico-posterior e
anterior.
Ao nível da porção inferior do brônquio prin­ O brônquio segmentar ápico-posterior
cipal direito, podem observar-se (Fig. 790): (BI + Bll) condiciona o segmento ápico­
- Origem do brônquio lobar médio (Fig. ·posterior.
790.1); O brônquio segmentar anterior (BIii) con­
- Origem do brônquio lobar inferior (Fig. diciona o segmento anterior.
790.2);
- Origem do brônquio segmentar superior O tronco inferior ou lingular ongma dois
(Nelson) (Fig. 790.3); brônquios segmentares: lingular superior e
- Origem do tronco comum dos brônquios lingular inferior. Fig. 791 - Endoscopia ao nível do origem do brônquio principal esquerdo
segmentares basais (Fig. 790.4). O brônquio segmentar lingular superior
(BIV) condiciona o segmento lingular superior.
Fig. 788 - Endoscopia ao nível do porsõo superior do brônquio principal O brônquio principal esquerdo origina dois 3 O brônquio segmentar lingular inferior Ao nível da porção superior do brônquio
principal esquerdo, podem observar-se (Fig.
direilo brônquios lobares: o brônquio lobar supe­ z (BV) condiciona o segmento lingular inferior.
rior esquerdo e o brônquio lobar inferior es­ � 792):
querdo, que condicionam, respectivamente, � O brônquio lobar inferior origina quatro - Origem do tronco superior ou culminai
Ao nível da porção intermédia do brônquio o lobo superior e o lobo inferior do pulmão � brônquios segmentares: superior (Nelson), (Fig. 792.1);
principal direito, podem observar-se (Fig. esquerdo. � basal ântero-medial, basal lateral e basal pos­ - Origem do tronco inferior ou lingular
789): Cada um dos brônquios lobares origina os iil terior. (Fig. 792.2);
- Origem do brônquio lobar médio (Fig. brônquios segmentares, condicionando os § O brônquio segmentar superior (Nelson) - Origem do brônquio lobar inferior (Fig.
789.1); diferentes segmentos do pulmão esquerdo. (Q) (BVI) condiciona o segmento superior. 792.3).
616 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA

ANA• DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM ENDOSCOPIA

7S.1. ESÕFAGO vertical do estômago. Toda a mucosa apre­


senta numerosas pregas gástricas, quando o
estômago está vazio, tendendo as pregas a
A superfície interna do esófago é formada
desaparecerem quando o estômago se começa
por pregas longitudinais, que se atenuam ou
a distender. Estas pregas são mais pequenas
desaparecem com a passagem de alimentos e
no fundo gástrico, aumentando à medida que
com o esofagoscópio.
se vão aproximando do antro pilórico.
O óstio do cárdia situa-se na junção esófago­
Ao nível da porção média do esófago, podem
-gástrica, com uma obliquidade ínfero-direita,
observar-se (Fig. 795):
apresentando uma prega, que não é mais do
- Mucosa avermelhada com numerosa vas­ que o prolongamento da incisura cárdica
Fig. 792 - Endoscopia ao nível da por,õo superior do brônquio principal Fig. 793 - Endoscopia ao nível da por,õo média do brônquio principal cularização (Fig. 795.1);
esquerdo
(His), a válvula cardio-esofágica (Gubarow).
esquerdo - Cárdia (Fig. 795.2).
Ao nível da transição esófago-gástrica onde
Ao nível da porção média do brônquio prin­ se encontra o cárdia, podem observar-se (Fig.
cipal esquerdo, podem observar-se (Fig. 796):
793): -Óstio do cárdia (Fig. 796.1);
- Origem do brônquio segmentar ápico- - Válvula cardio-esofágica (Gubarow) (Fig.
-posterior do tronco superior ou culminai 796.2).
(Fig. 793.1);
- Origem do brônquio segmentar anterior do
tronco superior ou culminai (Fig. 793.2);
- Origem do tronco lingular (Fig. 793.3).

Ao nível da porção inferior do brônquio


principal esquerdo, podem observar-se (Fig.
794):
- Origem do brônquio segmentar basal ântero-
-medial (Fig. 794.1);
-Origem do brônquio segmentar basal lateral
(Fig. 794.2);
- Origem do brônquio segmentar basal pos­ Fig. 794 - Endoscopia ao nível da por,õo inferior do brônquio principal tS Fig. 795 - Endoscopia ao nível da por,õo média do esófago
terior (Fig. 794.3). esquerdo
j
� 7S.2. ESTÕMAGO

1
A mucosa gástrica possui uma cor vermelho­
� -alaranjada uniforme, sendo mais desenvol­
(Q) vida na porção horizontal do que na porção Fig. 796 - Endoscopia ao nível da transi,õo esófago-gástrica
,
618 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM ENDOSCOPIA 619

A porção vertical do estômago é constituída


pelo fundo gástrico e pelo corpo gástrico.
7S.3. INTESTINO DELGADO
O fundo gástrico relaciona-se com o dia­
fragma e é limitada, inferiormente, por uma 7S.3.1. DUODENO
linha que passa ao nível da margem inferior
do cárdia. O duodeno apresenta, na sua superfície
interna, pregas circulares (Kerckring), sepa­
Ao nível do fundo gástrico, podem observar­ radas entre si por espaços de 0,5 a 1 cm, com
-se (Fig. 797): a forma de pregas transversais, vilosidades
- Cárdia (Fig. 797.1); intestinais e nódulos linfáticos.
- Fundo gástrico (Fig. 797.2). A parte superior do duodeno apresenta, na
sua parte inicial, uma dilatação, a ampola do
duodeno. O piloro, quando observado do lado
do duodeno, apresenta a forma de um septo
circular plano, disposto verticalmente e com
o óstio disposto centralmente.

Ao nível da parte superior do duodeno, podem


Fig. 799 • Endoscopio oo nível do por,ão horizontal do estômago e
Fig. 798 • Endoscopia oo nivel do corpo gástrico observar-se (Fig. 801):
do óstio pilórico
-Ampola do duodeno (Fig. 801.1);
O antro pilórico apresenta a forma de um -Joelho superior do duodeno (Fig. 801.2).
funil cujo ápice corresponde ao piloro. A por­ Ao nível da transição do canal pilórico e da
ção do antro pilórico mais próxima do piloro ampola do duodeno, podem observar-se (Fig.
é denominada canal pilórico. 800):
O piloro, quando observado do lado do estô­ - Canal pilórico (Fig. 800.1);
mago, apresenta o aspecto de um funil, com -Prega correspondente ao sulco gastro-duo-
um óstio de cerca de 1,5 cm de diâmetro, que denal (Fig. 800.2).
olha para a parte superior do duodeno.
O óstio pilórico situa-se na junção gastro­
-duodenal, apresentando uma obliquidade
póstero-direita, com o esfíncter pilórico e a
Fig. 797 • Endoscopia oo nível do fundo gástrico válvula pilórica.
O esfíncter pilórico resulta do espessamento,
O corpo gástrico do estômago tem a forma de a este nível, das fibras circulares do estômago.
um tronco de cone, sendo limitado, à direita, A válvula pilórica, assim impropriamente
pela porção superior e vertical da curvatura chamadá, não é mais do que o esfíncter piló­
menor, à esquerda, pela porção convexa da rico revestido por tecido conjuntivo e por
mucosa.
curvatura maior.
Ao nível da porção horizontal do estômago,
Ao nível do corpo gástrico, podem observar­ podem observar-se (Fig. 799):
-se (Fig. 798): Fig. 801 • Endoscopia da parte superior do duodeno
- Antro pilórico (Fig. 799.1);
- Mucosa do estômago com pregas gástricas - Óstio pilórico (Fig. 799.2). �
muito desenvolvidas (Fig. 798.1). A parte descendente do duodeno apresenta
O piloro identifica-se externamente pelo sulco � a carúncula maior e a carúncula menor.
1
A porção horizontal do estômago é consti­ gastro-duodenal, referenciado pela veia piló­ A carúncula maior situa-se na face medial
tuída, indo da esquerda para a direita: pelo rica (Mayo), apresentando internamente um � Fig. 800 • Endoscopia ao nível da prega correspondente 6 transi,ão
... e resulta da terminação do dueto colédoco e
antro pilórico e pelo canal pilórico. sulco desenvolvido. @ do canal pilórico e da ampola do duodeno do dueto pancreático (Wirsung). É uma sa-
7
620 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM ENDOSCOPIA 621

liência conóide alongada, com cerca de 1 cm,


e prolongando-se por uma prega disposta
75.4. INTESTINO GROSSO
verticalmente, a prega longitudinal do duo­
deno. O ápice da carúncula maior apresenta Na superfície externa do intestino grosso,
um óstio, com cerca de 2 mm de diâmetro, observam-se as ténias do cólon e os sulcos
que se abre na ampola hepato-pancreática transversos, que condicionam as saculações.
(Vater), onde termina o dueto colédoco e o Na superfície interna do intestino grosso, a
dueto pancreático (Wirsung). mucosa apresenta as pregas sernilunares que
A ampola hepato-pancreático (Vater), quan­ representam os sulcos transversos e as ampolas
do existe, é uma pequena cavidade de forma do cólon que correspondem às saculações.
conóide, com uma base dirigida súpero-late­
ralmente e recebendo o dueto colédoco e o
dueto pancreático (Wirsung), estando ambos 75.4.1. CEGO
separados por uma prega em forma de esporão.
A superfície externa, observada da cavidade Ao nível do cego, as três ténias do cego
duodenal, tem a forma de uma saliência em condicionam três saculações separadas por
forma de tubérculo, constituindo a carúncula sulcos transversos. Internamente as sacula­
maior. O ápice carúncula maior apresenta um ções correspondem às ampolas e as pregas
óstio, com cerca de 2 mm de diâmetro, que Fig. 802 - Endoscopia do porte descendente do duodeno
semilunares correspondem aos sulcos trans­ fig. 804 - Endoscopia do cego
constitui o ápice da ampola hepato-pancreático versos.
(Vater). A válvula ileal apresenta, do lado do íleo, a O cego apresenta, póstero-medialmente, o
sendo normalmente um óstio virtual que pode
forma de uma fenda que se dirige para a óstio da válvula ileal, apresentando do lado
A carúncula menor encontra-se situada supe­ do cego, uma saliência alongada, a papila apresentar uma valva semilunar (Gerlach).
direita, o óstio ileal.
riormente à carúncula maior, correspondendo ileal, cuja base corresponde à terminação do
à abertura do canal acessório do pâncreas íleo e cujo ápice olha o lume do cego, sendo Ao nível do cego, podem observar-se (Fig.
Ao nível da porção terminal do íleo, podem 805):
(Santorini). observar-se (Fig. 803): constituído por dois lábios sobrepostos.
Tem a forma de uma saliência conóide, com O lábio íleo-cólico, superior, mais curto, es­ -Óstio do apêndice vermiforme (Fig. 805.1);
cerca de 3 mm de comprimento, estando si­ - Íleo terminal (Fig. 803.1);
pesso, quase horizontal, dirige-se com obli­ - Válvula ileal (Fig. 805.2).
- Válvula ileal (Fig. 803.2);
tuada a cerca de 3 cm ântero-superiormente quidade póstero-lateral. O lábio ileo-cecal,
- Óstio ileal (Fig. 803.3).
à carúncula maior. O ápice da carúncula me­ inferior, maior, quase vertical, dirige-se com
nor apresenta um óstio, onde se vai abrir o obliquidade súpero-lateral. O 6stio íleo-cecal,
canal acessório do pâncreas (Santorini). formado pelas margens livres dos lábios, tem
a forma duma fenda fechada, que só deixa
Ao nível da parte descendente do duodeno, progredir o conteúdo intestinal no sentido do
podem observar-se (Fig. 802): íleo para o cego.
- Carúncula maior (Fig. 802.1);
- Pregas circulares (Kerckring) dispostas Ao nível do cego, podem observar-se (Fig.
transversalmente (Fig. 802.2); 804):
- Parte horizontal do duodeno (Fig. 802.3). - Saliência correspondendo à ténia do cego
t5 (Fig. 804.1);
75.3.2. JEJUNO E ILEO � - Pregas sernilunares (Fig. 804.2);
E-- - Ampolas (Fig. 804.3);

A superfície interna do jejuno e do íleo, no � - Válvula ileal (Fig. 804.4);


vivo, tem uma coloração branco-acinzentada. 1§" - Óstio íleo-cecal (Fig. 804.5).
tll
Apresenta pregas circulares (Kerckring), com 1

a forma de pregas transversais, vilosidades � O cego apresenta, póstero-medialmente, a


intestinais, nódulos linfáticos e placas de :i cerca de 3 cm inferiormente ao óstio da vál­
Payer (nódulos linfáticos agrupados). fig. 803 - Endoscopia do por,iío terminal do lleo © vula ileal, o óstio do apêndice vermiforme, fig. 805 - Endoscopia do cego com o 6stio vermiforme
622 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS EM ENDOSCOPIA 623

75.4.2. CÓLON Ao nível da porção terminal do cólon sig­


móide, na transição para o recto, podem
O cólon é constituído pelo cólon ascendente, observar-se (Fig. 811):
flexura direita ou hepática do cólon, cólon -Prega semilunar (Fig. 811.1);
transverso, flexura esquerda ou esplénica do - Recto (Fig. 811.2).
cólon, cólon descendente e cólon sigmóide.
Todas as porções do cólon apresentam o
aspecto da conformação interna comum ao
intestino grosso, observando-se pregas semi­
lunares e ampolas.

Ao nível do cólon ascendente, podem obser­


var-se (Fig. 806):
- Pregas semilunares (Fig. 806.1);
- Ampolas (Fig. 806.2).

fig. 809 - Endoscopia do flexuro esquerdo ou esplénico do cólon


Fig. 807 • Endoscopio do flexuro direito ou hepático do cólon

Ao nível do cólon descendente, podem obser­


var-se (Fig. 810):
- Pregas semilunares (Fig. 810.1);
-Ampolas (Fig. 810.2). Fig. 811 • Endoscopia do por,õo tenninol do cólon sigmóide, no lron­
si,õo poro o recto

1S.S. RECTO
Quando se observa o recto internamente no
estado de vacuidade, encontram-se várias
pregas longitudinais temporárias, que desa­
parecem com a distensão do órgão.
Fig. 806 • Endoscopio do cólon oscendente
Além destas pregas longitudinais tempo­
rárias, encontram-se as pregas transversas do
Ao nível da flexura direita ou hepática do recto (Houston), as válvulas anais e as colu­
nas anais (Morgagni).
cólon, podem observar-se (Fig. 807):
- Pregas semilunares (Fig. 807.1); Fig. 808 - Endoscopia do cólon transverso
As pregas transversas do recto (Houston)
-Ampolas (Fig. 807.2). são formações muito variáveis que corres­
,o
u- pondem aos sulcos transversos existentes na
Ao nível do cólon transverso, podem obser­ Ao nível da flexura esquerda ou esplénica do superfície externa do recto. Encontram-se
1
var-se (Fig. 808): cólon, podem observar-se (Fig. 809): normalmente três pregas transversas do recto
- Pregas semilunares (Fig. 808.1); -Pregas semilunares (Fig. 809.1); (Houston), uma superior, outra média e uma
-Ampolas (Fig. 808.2). -Ampola (Fig. 809.2). (Q) Fig. 81O - Endoscopia do cólon descendente terceira inferior.
624 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA

A prega transversa superior do recto


(Houston) situa-se na parede esquerda do
recto, a cerca de 1O cm do ânus.
pele situada inferiormente e a mucosa verda­
deira que está situada a cerca de 1 cm supe­
riormente às válvulas anais, constituindo uma
ANA• DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM ENDOSCOPIA
A prega transversa média do recto (Hous­ porção intermediária, a zona anal de tran­
ton) situa-se na parede direita do recto, a sição.
cerca de 6 ou 7 cm do ânus.
A prega transversa inferior do recto (Hous­ Ao nível da porção superior do recto, podem
observar-se (Fig. 812): O cálice renal maior inferior, com obliqui­
ton) situa-se na parede esquerda do recto, a 76.1. VIAS EXCRETORAS DO RIM dade súpero-medial, é o mais desenvolvido.
cerca de 2 ou 3 cm do ânus. - Cólon sigmóide (Fig. 812.1);
- Recto (Fig. 812.2); O hilo renal situa-se na porção média da sua

��."
As válvulas anais situam-se a 0,5 cm supe­ - Prega transversa inferior do recto (Houston)
riormente ao ânus, apresentando a forma de (Fig. 812.3).
margem medial, onde se encontra o pedículo 76.1.2. PELVE RENAL
renal e que conduz a uma cavidade profunda,

...-
pequenas pregas curvas, os seios anais, cuja o seio renal.
concavidade olha para superior, em número A pelve renal reveste a forma de um funil
' O seio renal encontra-se preenchido com membranoso, com uma base súpero-lateral,
muito variável de 5 a 12. /

/
/ tecido célulo-adiposo, ramos da artéria e da formada pela reunião dos cálices renais maio­
As válvulas anais têm a forma de um ninho veia renal, nervos, cálices renais e pelve renal.
de pomba, apresentando uma face interna que 2 res com um ápice ínfero-medial, que se vai
olha a cavidade do recto, uma face externa • Se todas estas estruturas forem retiradas, o
seio do rim apresenta a forma de uma cavi­
continuar com a porção inicial do uretéro.
que olha a parede do recto, uma margem É achatado ântero-posteriormente, e a sua
dade prismática rectangular, achatada de forma é variável, tendo em média 2 a 3 cm
livre, côncava superiormente, uma margem
ântero-posteriormente, com todas as paredes de altura e 2 cm de largura.
aderente, que se insere na parede rectal, e
constituídas por parênquima renal, à excep­
duas extremidades unidas à parede do recto.
ção do hilo renal. Ao nível da pelve renal, podem observar-se

..•.
As vias excretoras do rim iniciam-se no seio (Fig. 813):
As colunas rectais (Morgagni) são saliências
renal, compreendendo os cálices renais me­

"",_
longitudinais com a forma de uma pequena - Cálices renais menores (Fig. 813.1);
' . , -. ..,,
nores que se lançam nos cálices renais maio­

... . . .,. . .
pirâmide triangular, com cerca de 1 cm de , - Cálice renal maior (Fig. 813.2);
.
. res, que se reúnem para formar a pelve renal,
comprimento, em número de 6 a 8. Originam­ - Pelve renal (Fig. 813.3).

·- ·.. ......... .-
. continuando-se este com o uretéro que lança
-se nas extremidades correspondentes de duas ••
I
� a urina na bexiga.
válvulas anais adjacentes. .. ,; • • �
Superiormente às válvulas anais, a superfícié
interna apresenta-se com o aspecto de uma 76.1.1. CÃLICES RENAIS
mucosa, diferente da mucosa rectal, entre a Fig_ 812 - Endoscopia da porpio superior do redo

Os cálices renais estão situados no interior do


seio renal.
Os cálices renais menores, em número de 1O
a 12, reúnem-se em grupos de três ou quatro,
para constituírem os cálices renais maiores.
Os cálices renais maiores recebem os cálices
� renais menores, e a sua junção faz-se no inte-
� rior do seio renal, para originar a pelve renal.
.. O cálice renal maior superior é longo e
la
,o mais fino, com obliquidade ínfero-medial,
� sendo um pouco retraído na sua porção mé-
� dia.
til O cálice renal maior médio termina no ân­
§ guio de união dos cálices maiores superior e
@ inferior, com disposição horizontal. Fig. 813 - Endoscopia do pelve renal obtido com uretroscópio flexível
626 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM ENDOSCOPIA 627

76.1.3. URET{RO bexiga (Lieutaud), apresentando a forma de uretéro ao outro, a prega interuretérica, com
óstios ovalares, com um grande eixo com cerca de 2 a 3 cm de comprimento.
obliquidade ínfero-medial. Nas extremidades da prega interuretérica,
O uretéro é o segmento do canal excretor do
rim, que se estende da pelve renal à bexiga. encontram-se os dois óstios do uretéro, com
Ao nível da bexiga, próximo do óstio do ure­ a forma de duas pequenas fendas talhadas em
A mucosa é fina, resistente, lisa e de colo­
téro, podem observar-se (Fig. 815): bisel e dirigidas com obliquidade ínfero­
ração acinzentada. Continua-se com a mucosa
da pelve renal e com a mucosa vesical, cons­ - Prega mucosa ureteral (Fig. 815.1); -medial, com o seu eixo maior medindo cerca
tituindo ao nível do óstio da uretra uma prega - Óstio do uretéro (Fig. 815.2). de 4 mm.
valvular, a prega mucosa ureteral.
O fundo da bexiga é a porção da face póstero­
Ao nível do uretéro, podem observar-se (Fig. -inferior da bexiga e situa-se posteriormente
814): à prega interuretérica.
Fig. 817 - Endoscopio do corpo do bexigo
-Mucosa do uretéro (Fig. 814.1); Ao nível do trígono da bexiga (Lieutaud) e
-Lume do uretéro (Fig. 814.2). fundo da bexiga, podem observar-se (Fig.
816): apresentando no ângulo posterior, uma saliên­
cia mediana, a úvula da bexiga.
-Prega interuretérica (Fig. 816.1);
-Óstios do uretéro (Fig. 816.2); Ao nível do colo da bexiga, podem observar­
-Trígono da bexiga (Lieutaud) (Fig. 816.3); -se (Fig. 818):
-Fundo da bexiga (Fig. 816.4).
-Óstio interno da uretra (Fig. 818.1);
- Úvula da bexiga (Fig. 818.2).
Fig. 81 S - Endoscopio do bexigo olhando o óstio do uretéro

76.2. BEXIGA
A bexiga apresenta uma mucosa lisa e rosada,
no jovem, com aspecto alveolar, com saliên­
cias entrecruzadas, no adulto, constituindo a
bexiga em colunas, no velho, apresentando
uma grande vascularização subepitelial.
A superfície interna da bexiga apresenta
várias zonas: o trígono da bexiga (Lieutaud), Fig. 816 - Endoscopio do tr[gono e fundo do bexigo
Fig. 814 - Endoscopia do urétero obtido com ureteroscópio flexível
o colo da bexiga, o fundo da bexiga e o corpo
da bexiga. Fig. 818 - Endoscopio do colo do bexigo masculino

O uretéro desliza livremente entre as cama­ O corpo da bexiga representa a restante


das musculares da bexiga, tendo um trajecto O trígono da bexiga (Lieutaud), ao nível da porção da bexiga, apresentando uma grande
com obliquidade ântero-ínfero-medial, atra­ face póstero-inferior, apresenta três óstios, "'
< vascularização subendotelial. 76.3. URETRA
vessando a túnica muscular e a tela sub­ um ântero-inferior, o óstio interno da uretra,
mucosa da bexiga. Quando atinge a túnica correspondente ao colo da bexiga, e dois � Ao nível do corpo da bexiga, podem obser-
mucosa da bexiga, esta continua-se com a póstero-laterais, os óstios dos uretéros. Estes 1:l var-se (Fig. 817): 76.3.1. URETRA MASCULINA
túnica mucosa do uretéro, formando a prega três óstios constituem os vértices de um � -Corpo da bexiga (Fig. 817.1).
mucosa ureteral, que constitui obstáculo à triângulo de aspecto liso, o trígono da bexiga �
1 A conformação interna da uretra apresenta
passagem de cálculos encravados no uretéro. (Lieutaud). @ O colo da bexiga é constituído pelo óstio pregas longitudinais que desaparecem com
Os óstios dos uretéros situam-se nas extre­ A base deste trígono, saliente, apresenta uma § interno da uretra, sendo arredondado no a distensão, com diferenças nas suas partes
midades dos ângulos laterais do triângulo da prega, que se estende dum óstio interno do @ jovem, e com forma triangular no adulto, prostática, membranácea e esponjosa da uretra.
628 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS URINÁRIOS EM ENDOSCOPIA 629

A parte prostática da uretra apresenta na a sua abertura pelos dois óstios, situados na 76.3.2. URETRA FEMININA
sua parede posterior uma saliência marcada, parede inferior, de cada lado da linha me­
o colículo seminal. diana, na porção anterior do recesso do bulbo
A mucosa uretra! apresenta uma coloração
O colículo seminal apresenta no seu ápice da uretra. As lacunas maiores (Morgagni)
rosada, sendo percorrida, no sentido longitu­
um recesso, alongado e mediano no sentido são pequenas depressões tubulares da mucosa
dinal, por pequenas pregas longitudinais, que
longitudinal, com 2 a 3 mm de comprimento, situadas na parede superior da uretra, esten­
desaparecem com a distensão, encontrando-se
o utrículo prostático, vestígio do canal de dendo-se desde a fossa navicular da uretra
uma póstero-mediana, a crista uretral.
Müller. De cada lado do utrículo prostático, (Guérin) até ao ângulo pré-púbico, onde ter­
Apresenta pequenos recessos, as lacunas
encontram-se os dois óstios dos duetos eja­ minam as glândulas uretrais.
uretrais (Morgagni), com cerca de 2 a 4 mm,
culadores. A válvula da fossa navicular (Guérin) é uma
e os óstios das glândulas uretrais.
O colículo seminal prolonga-se superiormente pequena prega valvular, disposta transversal­
O colo da bexiga é constituído pelo óstio
para originar várias pregas, os frénulos do mente, situada na parede superior da parte
fig. 820. Endoscopia do porsõo inferior do porte prostático do uretra interno da uretra, arredondado na jovem, e no
colículo seminal, limitando a fossa pros­ esponjosa da uretra, a cerca de 1 ou 2 cm,
adulto com forma triangular, apresentando o
tática. Inferiormente, o colículo seminal posteriormente ao óstio externo da uretra.
ângulo posterior, uma saliência mediana, a
prolonga-se por uma prega l�ngitud�n�l, .ª
A parte membranácea da uretra apresen�a
na sua parede inferior diversas pregas longi­ úvula vesical.
crista uretral. O colículo semmal esta hm1- Ao nível da parte esponjosa da uretra, podem
tudinais, dando continuação à crista uretra), observar-se (Fig. 822):
tado lateralmente por dois sulcos, os seios Ao nível do colo da bexiga feminina, podem
e que terminam na dilatação bulbo-uretra! da
prostáticos, onde terminam os óstios dos uretra. Nas paredes superior e inferior da - Parte esponjosa da uretra (Fig. 822.1); observar-se (Fig. 823):
duetos prostáticos. parte membranácea da uretra, enc?ntr�m-se - Válvula da fossa navicular (Guérin) (Fig.
- Óstio interno da uretra (Fig. 823.1);
os foramenes das glândulas uretra1s (L1ttré). 822.2).
- Úvula da bexiga (Fig. 823.2).
Ao nível da porção superior da parte prostática
da uretra, podem observar-se (Fig. 819): Ao nível da parte membranácea da uretra,
- Colículo seminal (Fig. 819.1); podem observar-se (Fig. 821):
- Óstio do dueto ejaculador (Fig. 819.2); - Parte membranácea da uretra (Fig. 821.1);
- Seios prostáticos (Fig. 819.3); - Pregas longitudinais com grande riqueza de
- Lobos laterais da próstata (Fig. 819.4). vasos subendoteliais (Fig. 821.2).

fig. 822 - Endoscopia do porte esponjoso do uretra Fig. 823 . Endoscopia do colo do bexigo feminino

fig. 819 . Endoscopia do porsõo superior do porte prostático do uretro fig. 821 - Endoscopia do porte membronóceo do uretra

Ao nível da porção inferior da parte prostá­ A parte esponjosa da uretra apresenta pre­
tica da uretra, podem observar-se (Fig. 820): gas longitudinais.
- Colículo seminal (Fig. 820.1); As glândulas bulbo-uretrais (Cowper), por
- Seios prostáticos (Fig. 820.2). intermédio dos seus duetos excretores, fazem
ANA• DOS 0RGÃOS GENITAIS FEMININOS EM
ENDOSCOPIA

A endoscopia histeroscópica estuda a con­ funde-se com a camada subperitoneal da


formação interna da vagina e do útero. A en­ região lombar, tornando-se bem individua­
doscopia laparoscópica permite observar lizado à medida que se vai aproximando do
a conformação externa do ovário, da tuba ovário.
uterina (Falópio) e do ovário. O ligamento tubo-ovárico confunde-se com
o feixe lateral do ligamento suspensor do
ovário ou útero-ovárico, que assegura o con­
tacto do ovário com a fímbria da tuba uterina,
77.1. OVÃRIO que por intermédio da fímbria ovárica (Ri­
chard), cujo eixo é o ligamento, se insere na
extremidade tubárica do ovário.
77. l. l. CONFORMAÇÃO EXTERNA O ligamento próprio do ovário ou útero­
-ovárico, em forma de cordão, insere-se na
Os ovários, em número de dois, um direito e extremidade uterina do ovário e no corpo do
outro esquerdo, situam-se na cavidade pél­ útero.
vica, relacionando-se com as suas paredes O mesovário faz parte do ligamento largo do
laterais, anteriormente ao recto e posterior­ útero, sendo um pequeno meso que se fixa no
mente ao ligamento largo do útero e das lábio do ovário, segundo a linha de Farré­
tubas uterinas (Falópio). O ovário esquerdo -Waldeyer, permitindo ao ovário movimentos
está situado anteriormente ao ovário direito. de charneira.
O ovário no adulto tem a forma de um ovóide
ligeiramente achatado, sendo semelhante a Ao nível dos órgãos genitais internos femi­
uma amêndoa. Na mulher nulípara, o grande ninos, em laparoscopia, podem observar-se
eixo do ovário tem uma disposição vertical, (Fig. 824):
e na mulher multípara, dirige-se com obliqui­ -Ovário direito (Fig. 824.1);
dade ínfero-medial. - Ligamento tubo-ovárico direito (Fig. 824.2);
Na mulher adulta, a conformação externa é -Fímbria ovárica (Richard) (Fig. 824.3);
irregular, com saliências devido aos folículos -Ligamento próprio do ovário ou ligamento
ováricos e depressões correspondentes às utero-ovárico (Fig. 824.4);
cicatrizes pós-ovulatórias. Na mulher em -Útero (Fig. 824.5);
menopausa, atrofia-se. Na mulher grávida, -Ovário esquerdo (Fig. 824.6);
está aumentado de volume. -Tuba uterina direita (Fig. 824.7).
3 O ovário encontra-se fixado à parede abdo-
5 minai posterior e aos órgãos vizinhos através
� de quatro ligamentos: ligamento suspensor do 77.2. TUBAS UTERINAS (FALÕPIO)
� ovário ou lombo-ovárico, ligamento tubo-
� -ovárico, ligamento próprio do ovário ou
� útero-ovárico e mesovário. 77.2. l. CONFORMAÇÃO EXTERNA
til O ligamento suspensor do ovário ou liga­
§ mento lombo-ovárico é o meio de fixação A tuba uterina (Falópio) situa-se na asa
@ mais eficiente. Na sua porção inicial, con- superior ou mesosalpinge do ligamento largo,
632 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS EM ENDOSCOPIA 633

A ampola da tuba uterina (Henle) continua


o istmo, ao nível da extremidade uterina do
77.3. ÚTERO Ao nível dos órgãos genitais internos femini­
nos, em laparoscopia, podem observar-se
ovário, sendo um canal sinuoso, achatado (Fig. 826):
ântero-posteriormente, com parede fina e A conformação interna do útero é estudada
por histeroscopia, e a conformação externa - Fundo do útero (Fig. 826.1);
muito extensível. - Corno do útero esquerdo (Fig. 826.2);
A fímbria da tuba uterina é a porção mais por laparoscopia.
- Ligamento largo do útero (Fig. 826.3);
móvel da tuba uterina (Falópio) com a forma - Loca pré-uterina (Fig. 826.4);
de um funil, podendo descrever-se a super­
77.3.1. CONFORMAÇÃO EXTERNA -Loca retro-uterina (Fig. 826.5);
fície externa, a superfície interna, o ápice e -Bexiga (Fig. 826.6);
a base. - Ligamento redondo do útero direito (Fig.
A superfície externa tem um aspecto liso. Em posição normal, o fundo do útero corres­
826.7).
A superfície interna tem um aspecto irregular. ponde à porção mais larga do órgão e está
O ápice apresenta um óstio arredondado, totalmente revestida por peritoneu. Forte­
o óstio abdominal da tuba uterina, que vai mente convexa ântero-posteriormente, apre­
abrir-se na cavidade abdominal. senta-se rectilínea transversalmente na nulí­
A base, muito irregular, origina uma série de para e convexa na multípara.
Fig. 824 • Laparoscopia de órgãos genitais internos femininos Os ângulos laterais ou cornos do útero con­
linguetas lanceoladas, em número de lO a 15,
as fímbrias da tuba uterina, sendo a fím­ fundem-se com a parte uterina da tuba ute­
bria ovárica (Richard) aderente à periferia rina.
do ligamento tubo-ovárico. Os ligamentos largos do útero iniciam-se ao
anteriormente ao ovário e posteriormente ao nível das margens laterais do útero, resul­
ligamento redondo do útero. tando da reunião das lâminas peritoneais que
Ao nível dos órgãos genitais internos femi­
A tuba uterina (Falópio) apresenta diversos revestem a face anterior, a face posterior e a
ninos, em laparoscopia, podem observar-se
meios de fixação. margem superior ou fundo do útero. Dirigem­
(Fig. 825):
A continuidade com o útero através da parte -se depois com obliquidade póstero-ínfero-
uterina da tuba uterina, situada na espessura -Tuba uterina (Falópio) (Fig. 825.1); -lateral, até alcançarem as paredes laterais
do miométrio. -Útero (Fig. 825.2); da cavidade pélvica, subdividindo esta em
O ligamento tubo-ovárico estende-se da -Parte uterina da tuba uterina (Fig. 825.3); dois compartimentos, um anterior, a loca pré­
fímbria da tuba uterina, por intermédio da - Istmo da tuba uterina (Barkow) (Fig. 825.4); -uterina, onde se localiza a bexiga, e outro
fímbria ovárica (Richard), cujo eixo é o liga­ - Ligamento útero-ovárico (Fig. 825.5); posterior, a loca retro-uterina, ocupado pelo Fig. 826 - Laparoscopia de órgãos genitais internos femininos
mento, até à extremidade tubárica do ovário. -Ampola da tuba uterina (Henle) (Fig. 825.6); recto.
O ligamento largo do útero onde a tuba ute­ - Infundíbulo da tuba uterina (Fig. 825.7); Os ligamentos redondos do útero, um di­
- Ligamentos útero-sagrados (Fig. 825.8).
rina (Falópio) se encontra localizada. reito e outro esquerdo, tensos com origem no 77.3.2. CONFORMAÇÃO INTERNA
ângulo lateral ou corno do útero, dirigem-se
A tuba uterina (Falópio) é constituída por

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com obliquidade ântero-lateral, até atingir o O útero apresenta internamente, a cavidade
quatro partes: a parte uterina, o istmo (Bar­ anel profundo do canal inguinal. Percorrem do útero, cavidade virtual, achatada ântero­
kow), a ampola (Henle) e a fímbria. este canal, indo terminar ao nível da espinha
--
-posteriormente, continuando-se superior­
A parte uterina situa-se na espessura da 2 ·.... do púbis e da sínfise púbica, na camada adi-
.1· ,.. ,.,.

·��-·1
mente, ao nível dos ângulos laterais ou cornos
parede uterina e termina ao nível do como do . ► . "' � posa do monte do púbis e nos lábios maiores do útero com as tubas uterinas (Falópio) e,
útero, através do óstio uterino da tuba uterino. � da vulva. inferiormente, através do óstio externo do
O istmo da tuba uterina (Barkow) continua i
� Os ligamentos útero-sagrados dirigem-se colo do útero ou apenas óstio do útero, com
a parte uterina, situando-se póstero-inferior­
'ª'
� com obliquidade póstero-superior, elevando a a vagina.
.,',,;::
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mente ao ligamento redondo do útero, e . . porção profunda da escavação recto-uterina
ântero-inferiormente ao ligamento próprio 7__...>- �
•1
/• .·.•, ..8 � (Douglas), contornam depois as faces laterais A cavidade do corpo do útero é virtual num
.
do ovário ou útero-ovárico, sendo um canal til do recto, e terminam por se inserir na face útero não grávido, tendo uma forma trian­
cilíndrico de parede espessa, dirigindo-se 9 gular, com duas faces, três margens e três ân­
� anterior do sacro, mediaimente aos .
três pri-
transversalmente para lateral. Fig. 825 - Laparoscopia de órgãos genitais internos femininos g meiros foramenes sagrados antenores. gulos.
634 ANATOMIA DOS ÓRGÃOS EM ENDOSCOPIA ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS EM ENDOSCOPIA 635

A face anterior e a face posterior são lisas e Ao nível da cavidade do corpo do útero, em cavidade do colo do útero e a cavidade da
planas, aplicadas uma contra a outra, mas histeroscopia, podem observar-se, noutra vagina, apresenta alterações da forma, na
separadas entre si por uma delgada camada incidência (Fig. 828): mulher nulípara, primípara ou multípara.
de muco. - Óstio uterino da tuba uterina direito (Fig.
A margem superior ou fundo do útero e as 828.1); Ao nível do canal do colo do útero, em histe­
duas margens laterais, na mulher nulípara, - Margem superior ou fundo do útero (Fig. roscopia, podem observar-se (Fig. 829):
são curvilíneas com convexidade olhando a 828.2). - Face anterior do canal do colo do útero
cavidade e, na mulher multípara, são quase (Fig. 829.1);
rectilíneas. - Face posterior do canal do colo do útero
Os ângulos súpero-laterais, um direito e outro (Fig. 829.2);
esquerdo, comunicam com as tubas uterinas - Pregas do canal do colo do útero (Fig.
(Falópio), através do óstio tubário uterino. 829.3);
O ângulo inferior, com maior diâmetro do - Margens do canal do colo do útero (Fig.
que os ângulos superiores, permite comunicar 829.4);
a cavidade do corpo do útero com a cavidade - Óstio interno do canal do colo do útero
do colo do útero, através do orifício interno (Fig. 829.5).
Fig. 829 • Histeroscopio do conol do colo do útero
do colo do útero.

Ao nível da cavidade do corpo do útero, em


histeroscopia, podem observar-se (Fig. 827):
- Face anterior da cavidade do útero (Fig.
827.1);
- Face posterior da cavidade do útero (Fig. Fig. 828 • Histeroscopio do cavidade do corpo do útero
827.2);
- Margem superior ou fundo do útero da
cavidade do útero (Fig. 827.3); O canal do colo do útero, com aspecto fusi­
- Margens laterais da cavidade do útero (Fig. forme, apertado nas extremidades e dilatado
827.4); na porção média, apresenta duas faces, duas
- Óstio uterino da tuba uterina esquerdo (Fig. margens e dois óstios.
827.5). A face anterior e a face posterior são planas
e aplicadas entre si, em que cada uma das
faces apresenta na sua porção média uma
prega principal, longitudinal, que origina, à
direita e à esquerda, as pregas secundárias,
dirigidas com obliquidade súpero-lateral.
A figura desenhada pela prega principal e
pelas pregas secundárias constitui as duas
pregas palmadas.
As margens laterais, uma direita e outra es­
querda, são regularmente curvas em que a
concavidade olha mediaimente.
O óstio interno, superior, corresponde ao
istmo do útero e faz a comunicação entre a
cavidade do corpo uterino e a cavidade do
colo do útero.
O óstio externo ou óstio do colo do útero,
Fig. 827 • Histeroscopio do cavidade do corpo do útero inferior, estabelece a comunicação entre a

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