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SUMÁRIO

OBJETIVOS............................................................................................................................................. 6

RESUMO..................................................................................................................................................7

1 ELABORADORES...........................................................................................................................8

1.1 PROFESSOR............................................................................................................... 8

2 SOFTWARE: EBERICK.................................................................................................................. 9

3 EMBASAMENTO TEÓRICO......................................................................................................... 10

3.1 CONCEPÇÃO ESTRUTURAL.................................................................................... 10

3.1.1 Senso comum.................................................................................................... 10


3.1.2 Concepção da estrutura................................................................................... 11
3.1.3 Rótula plástica.................................................................................................. 13
3.1.4 Engaste, rótula e nó semi-rígido....................................................................15

3.2 PILARES.................................................................................................................... 16

3.2.1 Definição............................................................................................................ 16
3.2.2 Índice de esbeltez............................................................................................. 17
3.2.3 Métodos de cálculo.......................................................................................... 19

3.3 VIGAS........................................................................................................................ 21

3.3.1 Domínios de deformação................................................................................ 21


3.3.2 Furos em vigas................................................................................................. 27

3.4 ESTABILIDADE GLOBAL........................................................................................ 29


3.5 FLECHA - DESLOCAMENTOS DE TRANSLAÇÃO................................................ 30

3.5.1 Flecha Imediata................................................................................................ 31


3.5.2 Flecha Diferida................................................................................................. 34

2
3.5.3 Deslocamentos limite..................................................................................... 35
3.5.4 Contra-Flecha................................................................................................... 38

4 MODELAGEM DA ESTRUTURA.................................................................................................39

4.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO..................................................................................... 39

4.1.1 Pilares................................................................................................................39
4.1.2 Vigas................................................................................................................... 41
4.1.3 Lajes...................................................................................................................42

4.2 MODELAGEM........................................................................................................... 43

4.2.1 Comandos gerais............................................................................................. 44


4.2.2 Criando novo projeto...................................................................................... 45
4.2.3 Importando o projeto arquitetônico............................................................. 48
4.2.4 Pilares................................................................................................................ 51
4.2.5 Vigas.................................................................................................................. 55
4.2.6 Lajes................................................................................................................... 59
4.2.7 Escadas.............................................................................................................. 61
4.2.8 Blocos................................................................................................................ 63

5 ANÁLISE DA ESTRUTURA........................................................................................................ 65

5.1 CONFIGURAÇÕES DO SOFTWARE....................................................................... 65

5.1.1 Ações................................................................................................................. 65
5.1.2 Aplicação da Carga de Vento (Vx+, Vx-, Vy+, Vy-)................................... 68
5.1.3 Análise...............................................................................................................70
5.1.4 Flechas.............................................................................................................. 74

5.2 ANÁLISES................................................................................................................. 77

5.2.1 Pórtico unifilar................................................................................................. 79

3
5.2.2 Estabilidade global......................................................................................... 80
5.2.3 Flechas.............................................................................................................. 83

6 DIMENSIONAMENTO DAS ESTRUTURAS............................................................................... 94

6.1 CONFIGURAÇÕES DO SOFTWARE....................................................................... 94

6.1.1 Pilares............................................................................................................... 94
6.1.2 Vigas................................................................................................................ 100
6.1.3 Lajes................................................................................................................. 107
6.1.4 Blocos............................................................................................................... 118

6.2 DIMENSIONAMENTO............................................................................................ 123

6.2.1 Pilares.............................................................................................................. 125


6.2.2 Vigas.................................................................................................................127
6.2.3 Lajes................................................................................................................. 128

7 DETALHAMENTO E FINALIZAÇÃO DO PROJETO................................................................. 129

7.1 CONFIGURAÇÕES DO SOFTWARE...................................................................... 129

7.1.1 Pilares.............................................................................................................. 129


7.1.2 Vigas................................................................................................................ 134
7.1.3 Lajes................................................................................................................. 144
7.1.4 Blocos.............................................................................................................. 156

7.2 DETALHAMENTO FINAL...................................................................................... 158


7.3 EXPORTAÇÃO........................................................................................................ 164

8 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................... 168

4
Esta é uma apostila desenvolvida para o curso PROJETO ESTRUTURAL AUXILIADO
POR SOFTWARE (CONCRETO ARMADO). Tem por finalidade a ambientação com o software
Eberick e sua utilização.
Muitas das informações aqui contidas foram extraídas de diversas referências
bibliográficas, citadas ao fim. Dentre elas as principais foram a norma de concreto
armado ABNT NBR 6118/2014, o menu de Ajuda dentro do próprio Eberick e o site de ajuda
da AltoQi.
O uso dessa apostila não dispensa a consulta à NBR 6118/2014.
Aproveitem os conhecimentos e os use com responsabilidade em seus projetos.

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OBJETIVOS

Analisar, dimensionar e detalhar estruturas de edifícios de concreto armado


usando o programa Eberick.

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RESUMO

Inicialmente o curso permitirá que o aluno entenda as fases de um projeto


estrutural e conceba as estruturas de maneira conceitual, racional e computacional.
Através do software Eberick o aluno irá modelar suas estruturas, configurar os critérios
de cálculo e efetivamente dimensionar lajes, escadas, rampas, vigas, pilares e elementos
de fundação atendendo às recomendações tanto ao estado limite último quanto ao
estado limite de serviço, estabelecidos pela NBR 6118/2014. Ao final desta etapa o aluno
terá subsídio suficiente para projetar suas primeiras estruturas de concreto armado com
auxílio do computador.
O modelo de exemplo estudado será o de um edifício de múltiplos pavimentos,
com o objetivo de não só encontrar soluções para os elementos isolados, mas para a
estrutura como um todo, através da análise de estabilidade global (P-delta, γz, α). Os
conceitos de plastificação de lajes e vigas também serão abordados. Além disso, serão
discutidas as criações dos detalhamentos para os diferentes tipos de elementos e plantas
de fôrma e locação com auxílio do software Eberick.
O aluno desenvolverá conhecimento para analisar os problemas de detalhamento
e dar soluções eficientes no ponto de vista segurança vs. economia. A dificuldade que o
programa tem em apresentar soluções eficientes para os desenhos finais também será
discutida.

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1 ELABORADORES

1.1 PROFESSOR

Renan Gustavo Junqueira, graduado em Engenharia Civil pela UEM em 2014 com
ênfase na área de Engenharia de Estruturas. Trabalhou na empresa BRAVO Engenharia e
Arquitetura como supervisor no setor de estruturas (concreto, metálica, alvenaria
estrutural, fundações e laudos técnicos). Desenvolveu pesquisas em simulações de
análise não-linear de vigas em concreto armado com reforço de PRFC utilizando o
programa computacional baseado no método dos elementos finitos, Abaqus. É mestre
pela UEM em 2017 com pesquisa relacionada ao desenvolvimento de modelo analítico
para estudo do comportamento de vigas reabilitadas e reforçadas à flexão utilizando
concreto com fibras de aço e mantas de PRF. Atualmente é professor nas faculdades
FEITEP e UNINGÁ na cidade de Maringá onde leciona as disciplinas de Aço e Madeira para
os cursos de Engenharia Civil.

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2 SOFTWARE: EBERICK

O Eberick é um software para projeto estrutural em concreto armado moldado in-


loco e concreto pré-moldado que engloba as etapas de lançamento, análise da estrutura,
dimensionamento e o detalhamento final dos elementos. O software trabalha a partir de
um sistema gráfico de entrada de dados, associado à análise da estrutura em um modelo
de pórtico espacial, e a diversos recursos de dimensionamento e detalhamento dos
elementos, de acordo com a NBR 6118:2014, além da visualização tridimensional da
estrutura modelada. Trata-se de um programa diferenciado, com diversos recursos que
proporcionam alta produtividade na elaboração dos projetos e no estudo de diferentes
soluções para um mesmo projeto.

Figura 2.1 – Janelas de análise, dimensionamento e detalhamento do programa Eberick.

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3 EMBASAMENTO TEÓRICO

3.1 CONCEPÇÃO ESTRUTURAL

3.1.1 Senso comum

Naturalmente existem diversos conceitos equivocados atribuídos a Engenharia de


Estruturas, conceitos esses que não se confirmam com a real prática na Engenharia de
Estruturas. Dentre elas pode-se citar a falsa necessidade de se esconder ou diminuir
elementos estruturais, muitas vezes a arquitetura é pensada com base na estrutura,
como por exemplo, lajes nervuradas ou pilares aparentes que podem ser esteticamente
necessários. Dessa maneira, o arquiteto ou o designer de interiores pode utilizar esses
recursos na composição dos ambientes.
Outra ideia equivocada presente em escritórios de arquitetura ou até mesmo de
engenharia é o receio na utilização de elementos em balanço. Porem muitas vezes o
balanço é necessário para redistribuir o momento fletor de uma viga, de modo que essa
grandeza seja reduzida no trecho entre apoios e realocada na região do apoio
intermediário como momento negativo. Essa visão muitas vezes propicia ao projeto um
maior aproveitamento dos materiais empregados, podendo até diminuir as armaduras
positivas utilizadas para resistir aos momentos positivos e consequentemente solicitar
mais as armaduras negativas que na maioria das vezes tem somente a função de porta
estribo.
A situação ideal para as vigas do tipo “vão-balanço” é quando os apoios estão
posicionados de tal maneira que os momentos positivos são aproximadamente iguais aos
negativos, conforme Figura 3.1.

10
-M

M
Figura 3.1 - Compatibilidade de momentos em viga do tipo vão – balanço

A relação aproximada dos vãos para vigas em balanço para que os momentos
sejam balanceados pode ser visualizada na Figura 3.2.


(a)

(b)
Figura 3.2 – (a) Relações de vãos para viga “vão-balanço” e (b) relações de vãos para
viga “vão-balanço-vão”

3.1.2 Concepção da estrutura

Neste item serão apresentadas informações teóricas úteis para a concepção


estrutural, sendo de suma importância para determinarmos a posição e orientação dos
pilares e vigas. Aqui será feito o lançamento dos pilares à mão, sobre um rascunho do
projeto arquitetônico impresso.
Para o bom lançamento da estrutura, o projetista deve focar sua atenção nos
seguintes itens:

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1. Os pilares devem ser lançados de modo a atender às condições estéticas do
projeto arquitetônico. Assim procuramos embutir as vigas e pilares nas
alvenarias;
2. Transferir as cargas de modo mais direto possível, evitando apoiar vigas
com carregamentos elevados sobre outras vigas;
3. Uniformidade dos elementos tanto quanto possível;
4. Atentar à estabilidade global da estrutura, visto que perturbações
horizontais como o vento, são resistidas por pórticos planos ortogonais
entre si. Esses pórticos devem ter rigidez adequada que são resultado da
orientação criteriosa dos pilares;
5. Evitar ou reduzir esforços de torção de equilíbrio em vigas. Em alguns casos
é altamente recomendável engastar a ligação entre duas vigas
perpendiculares entre si, ou até mesmo engastar lajes em vigas. Porém é
válido ressaltar que vigas torcidas demandam grandes larguras (b), muitas
vezes obrigando a estrutura extrapolar a arquitetura.
Seguindo as premissas anteriormente descritas, obtemos o lançamento de pilares
da Figura 3.3, feito manualmente sobre o projeto arquitetônico físico.

Figura 3.3 – Exemplo para o lançamento da estrutura

As vigas serão lançadas diretamente no programa conforme será explicado à


frente já que suas posições são consequências das posições e orientações dos pilares.

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3.1.3 Rótula plástica

Uma rótula plástica é caracterizada pela plastificação total de uma seção devido
ao excesso de carregamento, cuja tensão resistida, segundo SILVEIRA (2015), passa a ser
constante e o elemento não absorve carregamentos adicionais. Considere a viga
biengastada com carregamento uniformemente distribuído “q”, com vão “l”, mostrada na
Figura 3.4.

Figura 3.4 – Viga biengastada no limite de plastificação


Fonte: E-tools CESEC

A carga inicialmente aplicada corresponde à capacidade da seção AA (seção


crítica), antes de atingir a tensão limite de plastificação do material. Ao mesmo tempo, a
seção BB encontra-se em regime linear do carregamento. Apesar de se encontrar nesse
limiar, a seção AA continua resistindo a carregamentos adicionais, até que ocorra a
completa plastificação da seção, e as deformações disparem até a ruptura com tensão
resistente constante. Entretanto, conforme a carga aplicada aumenta, o acréscimo de
momento no engaste (seção AA) é menor do que o acréscimo de momento no meio do vão
da viga (seção BB). Isso se explica, pois, segundo SILVEIRA (2015), a partir do esforço de
plastificação, “os pontos mais solicitados não aceitam maiores carregamentos, fazendo
com que os próximos incrementos de momento sejam distribuídos para outros pontos”.
Veja a Figura 3.5.

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Figura 3.5 - Viga carregada além do limite de plastificação, antes da completa perda de
resistência do engaste
Fonte: E-tools CESEC

Nesse ponto, a seção BB atinge a tensão de plastificação nas fibras mais afastadas
da viga, em relação à linha neutra, e a seção AA tem plastificação parcial da seção.
Prosseguindo com acréscimo de carga, a seção AA continua plastificando até sua
totalidade. A partir disso, essa seção possui capacidade resistente constante, e, portanto
configura uma rótula plástica, onde qualquer acréscimo de carga resulta em grandes
deformações. Simultaneamente, a seção BB começa a plastificar, mas ainda com certo
acréscimo de resistência.

Figura 3.6 – Rótula plástica nos engastes


Fonte: E-tools CESEC

Como os engastes possuem rótulas, agora, a viga biengastada passa a ter


comportamento de viga biapoiada. A partir disso, qualquer acréscimo de carga
plastificará a seção no meio do vão, criando um mecanismo de 03 rótulas conforme Figura
3.7 e Figura 3.8.

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Figura 3.7 – Rótula plástica no meio do vão (colapso)
Fonte: E-tools CESEC

Figura 3.8 – Viga biengastada tri-rotulada


Fonte: E-tools CESEC

Ao atingir essa condição, a viga torna-se hipostática, caracterizando seu colapso.


Isso ocorre devido à deformação excessiva do material, tendo em vista que está sujeito à
tensão de escoamento.
Para maiores detalhes a respeito de equacionamentos e fundamentos sobre a
rótula plástica, consulte SILVEIRA (2015).

3.1.4 Engaste, rótula e nó semi-rígido

Em engenharia de estruturas, quando se é concebido uma estrutura, além dos


arranjos de pilares, lajes, vigas e fundações também devem ser pensadas as vinculações
entre esses elementos. Ou seja, muitas vezes se faz necessário rotular o vínculo entre
elementos ou, caso já estiver rotulado, engastá-lo também pode ser uma solução. Além
da rótula e do engaste, também é possível adotar outro tipo de vinculação, que é o nó
semi-rígido.

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Sabe-se, da teoria, que uma rótula é um vínculo que representa uma seção de
rigidez nula, ou seja, sem transmissão de momento fletor resistente. Já o engaste
transmite 100% do momento no ponto que estiver engastado. Ambas as considerações
não anulam ou reduzem o esforço de momento, apenas o redistribui, ou seja,
independente de qual consideração se fizer, o esforço total de momento é
aproximadamente constante (aqui também se incluem momentos torçores). Em vigas
com os apoios extremos rotulados, o esforço de momento é nulo nessas extremidades,
mas muito grande no vão. Já em vigas biengastadas, o que ocorre é uma redistribuição do
momento do vão, que é absorvido, em parte, pelos engastes. Isso faz com que se
aproveite melhor a parte superior da viga e alivie um pouco a armadura positiva.
O nó semi-rígido é caracterizado por ser um meio termo entre os vínculos
apresentados no parágrafo anterior. É um engaste com transmissão parcial de momento,
cuja indicação é dada por um fator que varia de 0 a 1. Usando-se 0, ele apresenta
comportamento equivalente a uma rótula. Entretanto, se for adotado como 1, a ligação
torna-se um engaste. A norma NBR 6118/2014 não recomenda o uso de rótulas (fator nulo
de transmissão de momentos), devendo serem substituídas por nós semi-rígidos com
valores mínimos estabelecidos. Esse valor de transmissão de momento do nó semi-rígido
pode ser considerado no Eberick nas configurações de análise, conforme item 5.1.3. Ainda
nesse item, são mostrados os valores mínimos de redistribuição de esforços.

3.2 PILARES

3.2.1 Definição

Por definição, um pilar é um elemento linear disposto verticalmente com esforços


predominantemente de compressão (Kimura, 2010). Portanto pilares-parede, tirantes e
pilares inclinados não podem ser considerados como pilares.
Os carregamentos de uma edificação são aplicados principalmente em lajes, cujas
reações são aplicadas diretamente sobre as vigas. As reações das lajes, somadas ao
carregamento das vigas são descarregadas, por meio de reações de apoio, sobre os
pilares. Dessa forma, a principal função de um pilar é resistir a esses esforços e transmiti-
los aos elementos de fundação, bem como resistir a esforços horizontais e contribuir com
a estabilidade global do edifício.
Sobre pilares-parede, o item 14.4.2.4 da NBR 6118/2014 especifica que “para que se
tenha um pilar-parede, em alguma dessas superfícies a menor dimensão deve ser menor

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que 1/5 da maior, ambas consideradas na seção transversal do elemento estrutural”. Ou
seja, deve-se ter b > 5h para que o elemento seja um pilar-parede.

3.2.2 Índice de esbeltez

O índice de esbeltez é definido conforme equação a seguir:

= /

Onde:

Le é o comprimento de flambagem que é função do comprimento do pilar e sua


vinculação. Dessa forma, Le é dado pelo produto do comprimento e de uma constante K
relacionada com o tipo de vinculação. Os valores de K constam na Figura 3.9.

Figura 3.9 – Valores de K


Fonte: NBR 8800:2008

Embora existam esses valores de K para diversos tipos de vinculação, o programa


Eberick utiliza apenas a situação de pilar biapoiado, ou engastado-livre, onde K tem valor
1 ou 2, respectivamente.
Com relação a esse índice, classifica-se os pilares em vários intervalos de λ:

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 0 < λ ≤ 40: Pilar curto;
 40 < λ ≤ 90: Pilar médio;
 90 < λ ≤ 140: Pilar medianamente esbelto;
 140 < λ ≤ 200: Pilar esbelto;
 λ > 200: A NBR 6118/2014 só é permite caso ν < 0,1, isto é, força normal
menor que 0,10 fcdAc (item 15.8.1).
De acordo com essa classificação, é muito comum o dimensionamento de uma
estrutura usual admitindo-se λ ≤ 90. Em alguns casos utiliza-se 90 < λ ≤ 140 e somente em
casos mais raros, valores dentro do intervalo 140 < λ ≤ 200.
O comprimento do pilar deve ser considerado de acordo com o item 15.6 da NBR
6118/2014, que especifica o valor de Le para pilares vinculados em ambas as extremidades
(K=1) como sendo o menor dos seguintes valores:
= 0 +
=
Sendo:
 L0: A distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos
horizontais, que vinculam o pilar;
 h: A altura da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura em
estudo;
 L: A distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar
está vinculado.
 Consulte a Figura 3.10 para maiores esclarecimentos.

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Figura 3.10 - Comprimento do pilar
Fonte: BASTOS (2005)

3.2.3 Métodos de cálculo

Os métodos de cálculo de pilares se dividem em método geral e métodos


aproximados. O método geral é o procedimento admitido para qualquer caso de pilar, no
entanto este envolve não linearidade e demanda um grande esforço computacional. Na
maioria dos casos esse método é inviável.
Os métodos aproximados são subdivididos em outros 03, sendo eles o método do
pilar-padrão com curvatura aproximada, método do pilar-padrão com rigidez κ
aproximada e método do pilar-padrão acoplado a diagramas M, N, 1/r (momento, normal
e curvatura).
O processo de curvatura aproximada é permitido somente para elementos com
índice de esbeltez menor ou igual a 90 e o valor de curvatura 1/r é aproximado pela
expressão conforme equação 3-1.

1 0,005 0,005 3-1


 
r h (  0,5) h

Onde:
 1/r: curvatura;
 h: altura da seção na direção analisada;
 ν: força normal adimensional (equação 3-2):

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  N sd /( Ac . f cd ) 3-2

Já o processo de rigidez aproximada também é permitido para índice de esbeltez


menor ou igual a 90, no entanto difere-se por se calcular a rigidez aproximadamente pela
fórmula 3-3:

M d ,tot
  32(1  5. ).
h.N d 3-3

Sendo:
 κ: rigidez;
 Md,tot: Momento total considerando efeitos de 2ª ordem.
Por outro lado, o método M, N e 1/r é permitido para pilares com índice de esbeltez
até 140. Entretanto sua formulação e um tanto complicada e necessita de computador
para ser feito. Opcionalmente pode der adotado ábacos para substituir os cálculos
computacionais e calcular os pilares manualmente.
O método geral é caracterizado pelo cálculo iterativo com incrementos de carga.
Conforme são adicionados os incrementos, o pilar tende a um equilíbrio estável atingindo
um valor limite para o deslocamento horizontal. Veja a Figura 3.11.

Figura 3.11 – Equilíbrio estável

Entretanto pode ocorrer de o processo não apresentar convergência e, assim, a


flecha tender ao infinito. Essa situação é denominada de equilíbrio instável conforme
Figura 3.12.

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Figura 3.12 – Equilíbrio instável
3.3 VIGAS

3.3.1 Domínios de deformação

Para se entender o comportamento da um elemento estrutural linear (vigas,


pilares), é necessário o estudo dos domínios do estado limite último de uma seção
transversal. Esses domínios retratam uma relação entre a posição da linha neutra e os
esforços internos causados por momento e carga axial. A posição da linha neutra é função
da quantidade de armaduras, logo é com base nos domínios que se calcula o número de
barras de uma viga.
Esse estudo ainda é importante para que se façam considerações acerca do
dimensionamento desses elementos de modo a se obter uma ruptura dúctil da estrutura,
caso houver essa ocasião.
A consideração desse tipo de ruptura é de extrema importância, visto que, caso
ocorra a ruína, essa se dê de forma a avisar as pessoas da edificação, permitindo sua fuga
ou refúgio. Existem duas possibilidades de ruptura de uma viga em estado limite último:
ruptura do aço quando tracionado (10‰) ou ruptura do concreto quando comprimido
(3,5‰). Uma figura dos domínios é mostrada na Figura 3.13.

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Figura 3.13 – Domínios do estado limite último de uma seção transversal
Fonte: NBR 6118/2014

A reta a representa a condição de tração uniforme, isto é, a posição da linha neutra


encontra-se em +∞ e a deformação da peça é a deformação de ruptura convencional do
aço, 10‰.
No domínio 1 a linha neutra varia do infinito até a borda superior. Isso indica uma
flexo-tração, onde existe apenas tensões de tração na peça, ou seja tração não-uniforme.
Perceba que a linha neutra não divide a seção, não ocorrendo tensões de compressão. A
área de varredura desse domínio consiste na fixação da deformação da armadura em
10‰ e a borda superior de concreto, variando de 10‰ a 0. Veja a Figura 3.14.

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Figura 3.14 – Ilustração do domínio 1
Fonte: LMC-USP (2008)

O domínio 2 é caracterizado pela linha neutra variar de tal forma que a área de
varredura seja resultado da deformação do aço fixada em 10‰ e as fibras mais
comprimidas do concreto variando de 0 a 3,5‰. Veja a Figura 3.15.
Isso indica que, se ocorrer o ELU, o aço romperá por deformação excessiva e o
concreto não terá sido solicitado para que rompa. Essa é a situação ideal para a ruptura
da estrutura.

Figura 3.15 – Ilustração do domínio 2


Fonte: LMC-USP (2008)

O domínio 3 possui a fixação da deformação de ruptura do concreto comprimido


em 3,5‰. Já a deformação do aço pode variar desde a deformação de escoamento ( yd )
até a deformação de ruptura (10‰). O significado disso é que, independentemente da

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situação, nesse domínio, com certeza ocorrerá o escoamento do aço e a ruptura por
compressão do concreto, simultaneamente. Aqui existe a possibilidade da ruína do
concreto antes da ruptura do aço, no entanto, como a armadura atinge seu escoamento,
esse comportamento funciona como aviso. Portanto, esse domínio, apesar de não ser
ideal como o domínio 2, ainda é seguro. Muitas vezes é conveniente adotar o domínio 3
para o dimensionamento de algumas peças. Dessa forma a seção será melhor
aproveitada, já que tanto o concreto quanto o aço serão solicitados até as suas
respectivas situações de resistência máxima. Observe a Figura 3.16 para melhor
entendimento.

Figura 3.16 – Ilustração do domínio 3


Fonte: LMC-USP (2008)

O domínio 4 é o mais inseguro dentre os domínios que surtem maiores influências


em vigas (2, 3 e 4). Este é caracterizado pela fixação da deformação de ruptura à
compressão do concreto (3,5‰) e variação da deformação do aço de 0 até εyd. O
comportamento em questão é dado pela ruptura do concreto comprimido, mas sem
atingir o escoamento do aço. O perigo nesse domínio está exatamente no fato do concreto
romper e o aço não escoar. Tal ocorrência consiste em ruptura frágil da estrutura, o que
faz com que ela caia repentinamente, sem avisos prévios. Portanto, esse domínio deve ser
evitado sempre que possível. Para maior detalhe, verifique a Figura 3.17.

24
Figura 3.17 – Ilustração do domínio 4
Fonte: LMC-USP (2008)

O domínio 4a tem comportamento semelhante ao do domínio 4, distingue-se


apenas por não apresentar alongamento em nenhuma parte da seção. Existe no máximo
deformação nula na borda inferior e também há a possibilidade do encurtamento do aço.
No entanto esse encurtamento é muito pequeno, não havendo possibilidade de
escoamento por compressão. A fim de sanar dúvidas, observe a Figura 3.18.

25
Figura 3.18 – Ilustração do domínio 4a
Fonte: LMC-USP (2008)

O domínio 5 é fixado na linha neutra a uma distância 3h/7 da borda superior,


diferente dos anteriores. Esses tinham sua fixação em um ponto ora na extremidade
superior do concreto, ora no aço. Dessa forma a borda superior do concreto pode variar de
3,5‰ a 2,0‰. Simultaneamente, a borda inferior pode variar de 0 a 2,0‰. Observe a
Figura 3.19.
Essa figura é típica de um carregamento de flexo-compressão, muito comum em
pilares, no entanto, pode ocorrer em vigas, também.

26
Figura 3.19 – Ilustração do domínio 5
Fonte: LMC-USP (2008)

Por fim, voltando à Figura 3.13, tem-se a compressão uniforme, que é representada
pela reta b, situada verticalmente na deformação 3,5‰.
Vale salientar que os termos borda inferior e borda superior se adequam quando o
momento atuante no elemento for positivo (tração nas fibras inferiores). Portanto, caso
houver momento negativo, esses termos devem ser invertidos, para efeito de aplicação
dos conceitos vistos.
Apesar de os domínios terem sido vistos no tópico de Vigas, o assunto também é
aplicável aos pilares e lajes.

3.3.2 Furos em vigas


3.3.2.1 Furos na direção da largura

Furos em vigas na direção da largura devem obedecer ao item 13.2.5.1 da NBR


6118/2014. Esse item prescreve que a distância do furo à face mais próxima da viga deve
ser de no mínimo 5 cm mais duas vezes o cobrimento referente à face em questão. A
seção remanescente deve ser capaz de resistir aos esforços de cálculo além de permitir
uma boa concretagem.
Os furos devem ser verificados de modo a atender às especificações de segurança
da norma. Contudo, segundo a NBR 6118/2014, essa verificação pode ser dispensada se
forem atendidas todas as condições seguintes:

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a) Furos em zona de tração e a uma distância da face do apoio de no mínimo 2
h, onde h é a altura da viga;
b) Dimensão do furo de no máximo 12 cm e h/3;
c) Distância entre faces de furos, em um mesmo tramo, de no mínimo 2 h;
d) Cobrimentos suficientes e não seccionamento das armaduras.

3.3.2.2 Furos na direção da altura

Furos na direção da altura em vigas devem atender ao item 21.3.3 da NBR


6118/2014. A norma não permite diâmetro desse tipo de furo superiores a 1/3 da largura
da viga devendo ser verificada a capacidade restante ao cisalhamento e flexão. Além
disso, a distância mínima do furo à face mais próxima deve ter 5 cm mais 2 vezes o
cobrimento.
Havendo a necessidade de vários furos, eles devem estar alinhados com distância
entre suas faces de no mínimo 5 cm ou o diâmetro do furo (o maior valor). Cada intervalo
deve conter pelo menos um estribo. Para facilitar o entendimento, consulte a Figura 3.20.

Figura 3.20 – Furo na direção da altura da viga

28
3.4 ESTABILIDADE GLOBAL

A estabilidade global de uma edificação pode ser descrita por meio de parâmetros
globais γz e α. O coeficiente γz está em função da carga vertical, horizontal e dos
deslocamentos em cada pavimento, sendo que seu valor só faz sentido para edifícios com
mais de 04 pavimentos. O programa Eberick utiliza esse parâmetro para a verificação da
estabilidade global e é dado, segundo a NBR 6118/2014 no item 15.5.3 pela equação 3-4.

1
z  3-4
M tot ,d
1
M 1,tot ,d
Em que:
 M1,tot,d: momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas
as forças horizontais da combinação considerada, com seus valores de
cálculo, em relação à base da estrutura;
 ΔMtot, d: a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na
estrutura, na combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos
deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de aplicação,
obtidos da análise de 1ª ordem.

Por outro lado, o coeficiente α é dado no item 15.5.2 da NBR 6118/2014 conforme
equação 3-5.

  H tot N k /( E cs I c ) 3-5

Sendo:

 Htot: é a altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de


um nível pouco deslocável do subsolo;
 Nk: é o somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a
partir do nível considerado para o cálculo de Htot), com seu valor
característico;
 EcsIc: representa o somatório dos valores de rigidez de todos os pilares na
direção considerada. No caso de estruturas de pórticos, de treliças ou

29
mistas, ou com pilares de rigidez variável ao longo da altura, pode ser
considerado o valor da expressão EcsIc de um pilar equivalente de seção
constante.
Enquanto o coeficiente γz é muito mais oneroso de ser calculado, α já é facilmente
calculado na mão. Entretanto, como aqui são tratados processos computacionais, o
cálculo de γz deixa de ser um problema. Por meio desse último, a estrutura pode ser
classificada como de nós fixos ou nós móveis, isto é, se γz ≤ 1,1 é considerada de nós fixos
e assim, os efeitos de 2ª ordem podem ser desconsiderados.
Caso 1,1 ≤ γz ≤ 1,3 os efeitos de 2ª ordem devem ser considerados, no entanto
podendo ser feito de forma simplificada. Esse processo consiste em utilizar um
coeficiente de majoração dos esforços igual a 0,95γz.
A norma NBR 6118/2014 não prescreve nada em relação ao valor de γz ser maior
que 1,3. No entanto, em edifícios muito altos essa situação pode ser inevitável e, então,
uma solução a ser adotada de forma segura é o uso do processo P-delta, que consiste em
um cálculo iterativo da estabilidade global da estrutura.
Dessa forma, cabe ao projetista adequar seu projeto de modo que o valor de γz
fique menor que 1,1 sempre que possível. Não há problemas em utilizar o processo P-delta
com valores de γz acima de 1,3 ou a simplificação, mas deve-se ter em mente que, quanto
maior o valor do coeficiente, mais robusta será a estrutura e consequentemente mais
cara. Para edifícios pequenos não é justificável γz maior que 1,1.
As formas de melhorar a estabilidade global são diversas. Desde rotação de
pilares e aumento das dimensões, até modificação das posições e adoção de núcleos
rígidos como pilares paredes em caixas de elevador e caixas de escada.

3.5 FLECHA - DESLOCAMENTOS DE TRANSLAÇÃO

Os deslocamentos de translação ou flecha, podem ser divididos em deformação


imediata e deformação diferida. A soma dessas duas parcelas de conduz à flecha final.
 Deslocamentos imediatos podem ser denominados também de iniciais e
surgem logo após a aplicação dos carregamentos.
 Deformação diferida ou deformação lenta ocorre ao passar do tempo,
conforme ilustrado abaixo.

30
Figura 3.21- deslocamentos de viga sobre carregamento distribuído

3.5.1 Flecha Imediata

Esse deslocamento imediato é função, principalmente, do tipo e da grandeza do


carregamento aplicado, do nível de fissuração, do comprimento do vão, das condições de
apoio, das propriedades geométricas da seção transversal e das propriedades dos
materiais, aço e concreto.
O cálculo da flecha imediata ou instantânea para vigas de concreto armado pode
ser efetuado através da expressão padrão de elementos fletidos não fissurados,
assumindo o concreto armado como um material de comportamento elástico e linear,
dada por:

Onde:
= Flecha imediata;
= Momento fletor máximo no vão ;
= Comprimento do vão
⺁ = Rigidez equivalente
= Coeficiente que depende das condições de apoio e carregamento.

31
A NBR 6118/2014, apresenta os seguintes equacionamentos e coeficientes, para o
cálculo das ações do estado limite de serviço (ELS).

32
33
3.5.2 Flecha Diferida

Para a obtenção desses deslocamentos, a NBR 6118:2014 recomenda o cálculo da


flecha adicional diferida (equação 2.19), decorrente das cargas de longa duração em
função da fluência, de uma forma aproximada por meio da multiplicação da flecha
imediata pelo fator αf dado pela expressão abaixo:

Onde:

 fd = flecha diferida;


 ξ é um coeficiente função do tempo, que pode ser obtido diretamente na
tabela 2.1 ou ser calculado pelas seguintes expressões:
 Δξ = ξ(t) - ξ(t0)
 ξ(t) = 0,68(0,996t )t0,32 para t ≤ 70 meses
 ξ(t) = 2 para t > 70 meses

No caso de parcelas da carga de longa duração serem aplicadas em idades


diferentes, pode-se tomar valor para t0 o valor ponderado a seguir:

34
Onde:
 Pi = representa as parcelas de carga
 T0i é a idade em que se aplicou cada parcela Pi, em meses

O valor da flecha total é a soma das flechas imediatas e diferidas, que podem ser
equacionadas da seguinte forma:

Onde:
 ff = flecha final

3.5.3 Deslocamentos limite

São valores práticos utilizados para verificação em serviço do estado-limite de


deformações excessivas da estrutura. Na NBR 6118/2014 (item 13.3), são classificados em:
a) Aceitabilidade sensorial: Estão relacionados ao conforto dos usuários, onde
nesse grupo os limites são baseados nos efeitos visuais desconfortáveis
aos usuários e a vibrações excessivas. Pois, esse desconforto sentido pelos
usuários gera desconfiança dos mesmos para com a segurança da
estrutura, mesmo quando não existe esse tipo de risco.
b) Efeitos específicos: São efeitos que possam impedir a utilização adequada
da construção. Podemos citar alguns exemplos como drenagem de:
 Superfícies que deveriam permanecer horizontais (inversão da
inclinação da drenagem prevista de coberturas e varandas),
 Superfícies que devem permanecer horizontais (ginásios, pistas de
boliche).
c) Efeitos em elementos não estruturais: São deslocamentos estruturais que
podem ocasionar o mau funcionamento de elementos que, apesar de não
fazerem parte da estrutura, estão a ela ligados. Exemplo disso é o
deslocamento excessivo de uma viga, prejudicando o funcionamento de
janelas.

35
d) Efeitos em elementos estruturais: Os efeitos em elementos estruturais,
causados por deslocamentos excessivos, podem ser bastante significativos,
principalmente quando as hipóteses de cálculo adotadas e o
comportamento previsto podem ser modificados. Nesses casos, é
necessário se incorporar os deslocamentos ao modelo utilizado para a
determinação dos esforços na estrutura.

36
37
3.5.4 Contra-Flecha

A primeira medida adotada para atenuar os deslocamentos excessivos é de adotar


uma contra-flecha que pode ser estimada pela expressão proposta por Pinheiro (2007),
lembrando que o valor da contra-flecha não poderá ser superior a relação l/350.

Onde:
ac = contraflecha;
ai = flecha imediata;
af = flecha diferida.

38
4 MODELAGEM DA ESTRUTURA

4.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

4.1.1 Pilares

Para Aufieri (1997) existem dois processos usados com frequência para o pré-
dimensionamento de pilares: por áreas de influência e através das reações das vigas.
Por áreas de influência, a área de cada pilar é dada pela expressão 4-1:

. Ai .( g  q).(n  0,70)
Ac 
 id 4-1

Onde:
 Ac: área da seção transversal do pilar;
 φ: coeficiente de majoração dos pilares por serem considerados com carga
centrada. É obtido pela Tabela 4.1.
 Ai: área de influência do pilar;
 g+q: carregamento uniformemente distribuído;
 n: número de pavimentos acima do pilar considerado;
 σid: tensão ideal de cálculo de concreto dada de acordo com a equação 4-2.

Tabela 4.1 Valores recomendados para o pré-dimensionamento de pilares


Pilar φ

Interno 1,80

Extremidade 2,00

Canto 2,30

Fonte: AUFIERI (1997)

 id  0,85 f cd   ( f sd  0,85 f cd )
4-2

Onde:

39
 fcd: resistência de cálculo do concreto;
 fsd: resistência de cálculo do aço relativa a deformação de 0,2 %, que consta
na Tabela 4.2 ;
 ρ: taxa de armadura dada pela equação 4-3.

As

Ac 4-3

Tabela 4.2 – Valores da resistência do aço com deformação de 0,2%


Categoria do aço fsd (MPa)
CA-25 217
CA-50 420
CA-60 400
Fonte: AUFIERI (1997)

As áreas de influência podem ser delimitadas por linhas horizontais e verticais


entre um pilar e outro. Para isso, conferem-se as seguintes regras:
 0,45.L: adotado no caso de pilar de extremidade
ou de canto na direção de menor dimensão do
pilar;
 0,45.L: adotado para pilares internos quando,
na direção considerada, o vão consecutivo ou seu
carregamento superar em 20% o valor
correspondente ao vão em questão;
 0,55.L: complemento do vão dos casos
anteriores;
 0,50.L: adotado no caso de pilar de extremidade
ou de canto na direção da maior dimensão do pilar;
 0,50.L: adotado para pilar interno quando, na
direção considerada, o vão consecutivo e seu
carregamento diferirem menos de 20% do valor
correspondente ao vão em questão;

(AUFIERI, 1997)

40
Para facilitar o entendimento, verifique a Figura 4.1.

Figura 4.1 – Áreas de influência


Fonte: AUFIERI (1997)

O outro método, por reações das lajes, requer o cálculo estático das lajes.
As reações destas provocam ações nas vigas que, por sua vez, resultam em
reações nos pilares. O valor de cálculo dessas reações (Nd), quando dividido pela
tensão ideal de resistência do concreto (σid), resulta na área da seção transversal
do pilar.

4.1.2 Vigas

O pré-dimensionamento de vigas consiste na determinação da altura em


função do vão e da vinculação. Dessa forma, segundo Carrieri, Graziosi e Meirelles
(data desconhecida) tem-se que:
 Bi-apoiadas sem balanços:
h  8% L (para vigas com carregamento uniformemente distribuído)
h  10% L (para vigas com pequenas cargas concentradas)

41
 Bi-apoiadas com balanços:
h  16% L' (para cargas pequenas); Sendo L’ o vão em balanço
h  20 % L ' (para cargas medias)
h  24 % L ' (para cargas grandes)
 Contínuas sem balanços, com vãos discrepantes:

h  8%Lmaior (para cargas concentradas pequenas)


h  10%Lmaior (para cargas concentradas grandes)
Sendo Lmaior o comprimento do maior vão.
 Contínuas com balanços:
Verificar h para vigas contínuas conforme item anterior;
Verificar h para o balanço;
Adotar o maior valor de h para a viga.

4.1.3 Lajes

O pré-dimensionamento de lajes pode ser feito por meio das seguintes


relações conforme Tabela 4.3.

Tabela 4.3 – Relações para pré-dimensionamento de


lajes

A altura h da laje é obtida pela equação 4-4.


hd c
2
42
4-4

Com:
 h: espessura da laje
 d: altura útil
 Φ: bitola da armadura
 c: cobrimento da armadura
Segundo LIBÂNIO (2003), o valor de d pode ser estimado em função do número de
bordas engastadas e dos vãos conforme equação 4-5.

d est  ( 2,5  0,1  n ).l * / 100 4-5

Sendo:
 dest: o valor da altura útil estimada;
 n: o número de bordas engastadas;
 l*: mínimo entre lx e 0,7ly;
 lx: menor vão;
 ly: maior vão.
A espessura mínima de lajes maciças deve atender às prescrições do item 13.2.4.1
da NBR 6118/2014.

4.2 MODELAGEM

Nesse tópico iremos abordar o processo para inserção de pilares, vigas e lajes que
foram previamente pensados em rascunho.
Para que seja possível o lançamento desses elementos, devemos importar o
projeto arquitetônico em arquivo .dwg ou .dxf. Com o objetivo de se evitar erros
decorrentes de desconfiguração do projeto arquitetônico, o arquivo .dwg ou .dxf deve ser
editado, usando-se o comando EXPLODE em toda a planta. Além disso, para se melhorar a
organização, todo o desenho da planta deve ser enviado ao mesmo layer (com o nome do
pavimento em questão).
Depois de editar esse arquivo, é necessário salvá-lo em versão igual ou inferior a
2007, caso contrário será impossível abri-lo no Eberick V8.

43
4.2.1 Comandos gerais
4.2.1.1 Teclas de atalho

O programa Eberick permite definir “teclas de atalho” personalizadas. Para


configurar esses atalhos, basta acessar o menu Configurações - Teclas de atalho, abrindo
a janela mostrada na Figura 4.2.

Figura 4.2 – Teclas de atalho

A opção “Tecla” consiste no atalho por meio de combinações de teclas, podendo


ser alterado de acordo com as opções existentes em uma lista.
No campo de “Linha de comando” aparece a sintaxe do comando que estiver
selecionado. Esse texto não pode ser alterado, no entanto serve de consulta para os
comandos que forem mais utilizados.
O campo de “Abreviatura” permite a inserção de outro comando a critério do
usuário do software. Caso for inserida uma abreviatura que já é utilizada por outro
comando, o programa emitirá uma notificação avisando a dualidade, e, nesse caso, deve
ser utilizada outra sintaxe. Para executar a ação a partir de uma abreviatura definida pelo
usuário, basta digitá-la e teclar Enter ou a Barra de espaço.
O botão “Teclas definidas...” mostra uma janela com teclas de atalho definidas
como padrão que são de grande utilidade ao longo do desenvolvimento do projeto. Esses

44
comandos aparecem em uma lista juntamente com suas respectivas teclas, de acordo
com a Figura 4.3.

Figura 4.3 – Teclas definidas

4.2.2 Criando novo projeto

Aqui será abordada a inicialização do projeto, isto é, as primeiras janelas que


surgem ao se abrir o software.
Inicialmente, ao abrir o programa, uma janela da AltoQi Eberick é aberta e nela, é
possível abrir um arquivo recente ou um novo projeto. Começaremos com um novo
projeto conforme a Figura 4.4.

45
Figura 4.4 – Janela inicial

Clicando em Novo projeto, uma janela de “projeto novo” é aberta. Nela encontra-se
uma tabela onde é possível digitar informações dos nomes dos pavimentos (térreo, tipo,
etc.), repetições e altura (pé direito). Confira na Figura 4.5.

Figura 4.5 – Janela de informações iniciais

A opção “Insere acima” é responsável por criar um novo pavimento acima. Idem
para “Insere abaixo”, para inserção em sentido oposto. A opção “Exclui” apaga o
pavimento selecionado. As opções “Para cima” e “Para baixo” alteram a posição do
pavimento selecionado, podendo subi-lo ou descê-lo, respectivamente.
Todas as informações colocadas no programa se referem à face superior dos
elementos como parâmetro. Por exemplo, inserindo informações de pavimento térreo, o

46
valor de altura corresponde à altura da fundação, compreendida entre a face superior da
viga baldrame e a base da fundação. O nível zero corresponde à face superior das vigas,
lajes e pilares. Essa altura inicial de fundação é comumente iniciada com 70 cm. No
entanto, esse valor é apenas uma estimativa inicial que deverá ser alterado
posteriormente, quando executarmos o cálculo das fundações.
Nos demais pavimentos são digitados os valores do pé direito para cada
pavimento. Esse valor é a distância da face superior (referência) das estruturas do
pavimento em questão até a face superior (referência) do pavimento inferior.
Apesar de os elementos serem posicionados sempre de acordo com o nível
relativo a cada pavimento, é possível que suas posições relativas sejam alteradas,
podendo rebaixar ou elevar o elemento estrutural.
Nessa apostila trataremos de um exemplo de edificação térrea, logo os
pavimentos a serem criados no Eberick serão o térreo e a cobertura (haverá uma laje para
a cobertura). Os valores são definidos conforme a Figura 4.6.

Figura 4.6 – Valores iniciais do projeto

Após clicarmos OK, surge uma janela de projeto com diversas pastas organizadas
em árvore. Expandindo a pasta “Pavimentos”, temos todos os pavimentos que foram
concebidos no passo anterior. Ainda expandindo cada pavimento, temos os itens “croqui”,
“forma” e “arquitetura”. Veja a Figura 4.7.

47
Figura 4.7 – Árvore de pastas do projeto

4.2.3 Importando o projeto arquitetônico

Voltando ao programa computacional Eberick, na árvore de pastas do projeto,


clicamos na opção “arquitetura” de um dos pavimentos sendo, em seguida, aberta a janela
de edição denominada “Arquitetura do pavimento Cobertura” (caso o pavimento escolhido
tiver sido a Cobertura). Aqui serão lançados os elementos estruturais por cima da
arquitetura. Mas antes do lançamento propriamente dito, vamos importar o projeto de
arquitetura como croqui.
Para isso, selecione Ferramentas - Ler DXF/DWG e abra o arquivo que foi editado
anteriormente. Em seguida, automaticamente aparecerá uma janela de conversão da
escala do croqui. Clique em OK após conferir as configurações conforme Figura 4.8.

48
Figura 4.8 – Conversão de escala do croqui

Na tela “Arquitetura do pavimento Cobertura” aparecerá o croqui da arquitetura.


Antes de executar qualquer ação (inclui qualquer clique ou pressionamento de botão), a
escala do desenho deve ser convertida. Para isso, informa-se ao programa uma dimensão
conhecida como, por exemplo, a largura de uma parede de 15 cm. Será traçada uma reta
para representar esse valor. Na parte inferior da tela haverá um campo escrito “Converter
Escala-Primeiro ponto” conforme Figura 4.9.

Figura 4.9 – Primeiro ponto

Ao lado existe a opção da escala em que o projeto será impresso. Nesse caso,
utilizaremos a escala 1:50. Clique no primeiro ponto (qualquer de uma parede de 15 cm) de
acordo com a Figura 4.10.

49
Figura 4.10 – Seleção do primeiro ponto

O texto mudará para “Converter Escala-Segundo ponto” e então clicaremos o


segundo ponto, cuja medida da reta formada entre esses pontos é conhecida de 15 cm.
Veja Figura 4.11.

Figura 4.11 - Seleção do segundo ponto

Depois de selecionar a medida conhecida no croqui, aparecerá o texto “Converter


Escala-Distância”. Insira, então, o valor de 15 e pressione Enter.
O próximo passo é posicionar a origem para que todos os pavimentos tenham um
ponto em comum e fiquem alinhados. Selecione então Ferramentas - Posicionar origem.
Perceba que existem duas opções: “Posicionar origem” e “posicionar origem do projeto”. A
primeira consiste na movimentação do croqui para o ponto origem. A outra move o ponto
de origem até o ponto escolhido.
O ponto onde se deseja posicionar a origem deve ser clicado. Nesse caso, é
escolhida a intersecção do extremo do muro esquerdo (divisa do terreno) com o
alinhamento predial. Ver Figura 4.12.

50
Figura 4.12 – Ponto escolhido para posição da origem

Após a seleção do ponto, o desenho da arquitetura todo se moverá de modo que o ponto
coincida com a posição da origem, conforme Figura 4.13.

Figura 4.13 – Projeto posicionado

Após a inserção da arquitetura, podemos fechar a janela “Arquitetura do


pavimento Cobertura”. Na árvore de pastas de projeto, clicamos duas vezes na opção
arquitetura do outro pavimento e repetimos a importação do DWG/DXF, conversão da
escala e posicionamento da origem.

4.2.4 Pilares

Voltando à árvore de projeto, temos as opções “croqui”, “forma” e “arquitetura”, a


opção “arquitetura” foi utilizada apenas para a importação do croqui. Para o lançamento
dos elementos estruturais, devemos abrir a opção “croqui”, que está localizada na árvore
de projeto.
O lançamento dos pilares é feito clicando-se no ícone “Pilar” na barra de
ferramentas situada do lado esquerdo da tela (a posição da barra pode mudar de lugar,
portanto confira a Figura 4.14).

51
Figura 4.14 – Ícone para inserção de pilares

Ao se ativar essa opção, uma tela de propriedades do pilar (Figura 4.15) é aberta. O
nome do pilar pode ser alterado, no entanto depois de lançar todos os pilares, podem-se
renumerar todos os elementos com a sintaxe desejada. O campo de elevação consiste na
posição do pilar em relação ao nível de referência do pavimento, nesse caso seria o topo
das vigas baldrame, ou nível zero do pavimento. Números negativos rebaixam e positivos
elevam.

Figura 4.15 – Propriedades do pilar

52
Clicando em OK, escolhemos a posição do pilar. Começando pelo pilar do canto
inferior direito da planta (veja novamente a Figura 3.3), clicamos na posição conforme
Figura 4.16a e escolhemos a direção clicando para o lado desejado (vertical ou horizontal)
(Figura 4.16b). Ainda por meio da posição do mouse, escolhemos o ponto fixo do pilar
(Figura 4.16c). Como o próprio nome já diz, esse ponto fixa qual o vértice do pilar ficará
fixo, ou seja, as arestas opostas estarão livres para se movimentarem quando houver
alterações nas dimensões.

(a)

(b)

(c)
Figura 4.16 – Inserindo o pilar

Escolhido o ponto fixo do pilar, na parte inferior da tela aparecerá um campo


denominado “Pilar – (deslocamento)”, onde deve ser inserido o valor de deslocamento
que o pilar deverá ter em relação ao ponto escolhido. Esse número se refere à espessura

53
de revestimento, sendo escolhido, aqui, o valor de 1,5 cm. Em pilares de divisa, apesar de
não possuírem revestimento nesse lado, esse deslocamento se faz necessário, pois
representa a espessura da fôrma, também sendo usados 1,5 cm. Após isso, o pilar terá o
posicionamento conforme Figura 4.17.

Figura 4.17 – Posicionamento final do pilar

Para alterar as dimensões do pilar, basta selecioná-lo, clicando duas vezes sobre o
elemento. Dá-se sequência aos procedimentos anteriores a todos os pilares do projeto.
Como esses elementos são prolongados até a cobertura, é necessário que se
utilize a ferramenta “copiar para outros pavimentos”, opção que surge em lista ao se
selecionar todos os pilares e clicar com o botão direito sobre um deles. Ou ainda, pode-se
selecionar a opção Elementos - Pilares - Copiar para outros pavimentos e então se
seleciona todos os pilares que se desejar copiar a outros pavimentos. Após selecionar os
pilares e pressionar a tecla Enter, é aberto uma janela onde se encontra uma lista com os
pavimentos existentes no projeto conforme Figura 4.18.

54
Figura 4.18 – Copiar pilares para outros pavimentos

Vale salientar que os pilares do térreo constituem, na realidade, as fundações da


edificação, logo devem ser alterados para fundação. Para isso clica-se em Elementos -
Pilares - Converter para fundação e então todos os pilares a serem convertidos em
fundação devem ser selecionados.

4.2.5 Vigas

Para dar início ao lançamento das vigas no projeto, clica-se no ícone “Vigas” da
Figura 4.19 que, por consequência, abre a janela de propriedades de acordo com a Figura
4.20.

55
Figura 4.19 – Ícone para inserção de vigas

Figura 4.20 – Propriedades da viga

Nessa janela de propriedades pode-se alterar o tipo de seção, sendo retangular, T,


I, L, L invertido, ou T invertido, assim como suas dimensões e ainda lançar os valores de
cargas de parede e acrescentar carga extra se necessário. O lançamento de carga de
parede consiste na inserção das dimensões de altura, espessura e peso específico, sendo
possível ainda considerar aberturas na parede, tais como janelas, portas ou qualquer
outro elemento que ocasione redução na carga.
O lançamento das vigas ocorre de forma a se fazer as seguintes ligações: entre
dois pilares, entre pilar e viga, entre viga e viga, entre pilar e balanço, ou ainda entre viga e
balanço. Cabe aqui ressaltar que uma viga contínua pode ter mais de uma forma de
ligação, por exemplo, caso ocorrer de uma viga ligar dois pilares com uma viga
transversal entre esses elementos, o programa automaticamente cria um nó nessa viga,
ficando, essa, com dois trechos. Um dos trechos estaria ligando o pilar à viga e o outro, a
viga ao outro pilar. Apesar de serem dois trechos, o nome da viga permanece o mesmo por
ser uma única viga contínua. No entanto é possível dividi-la em duas vigas, por questões

56
de nomenclatura e detalhamento. Para isso, basta entrar em Elementos - Vigas - Dividir,
selecionar a viga e o nó divisor dos trechos. Automaticamente, um dos trechos será
renomeado, mostrando que é outra viga. Veja a Figura 4.21 para melhor entendimento.

(a) (b) (c)


Figura 4.21 – (a) Viga contínua; (b) Viga e nó selecionados em sequência; (c) Viga
dividida em VB8 e V12

O processo inverso também é possível, ou seja, caso houver duas ou mais


vigas que podem ser unidas, utiliza-se, ao invés de “Dividir”, o comando “Unificar”.
Diferente dos pilares, as vigas possuem eixos fixos. Se o eixo fixo for o
centro da viga, quando se fizer alterações na largura, ela será alterada para
ambas as laterais, mantendo o centro fixo. No entanto, se o eixo fixo for uma das
extremidades, ela terá a dimensão mudada para o lado oposto, mantendo o eixo
em questão fixo.
Esse eixo é determinado após o traçado da viga, isto é, depois de
determinados os pontos inicial e final (Figura 4.22 (a) e (b)), o programa solicita
que se escolha o lado do eixo (Figura 4.22 (c)). Esse lado representa para qual
direção a viga poderá aumentar ou diminuir quando a largura for alterada.

57
(a) (b) (c) (d)
Figura 4.22 – (a) Seleção do primeiro ponto; (b) Seleção do segundo ponto; (c) Seleção
do lado do eixo; (d) Viga concebida

No exemplo, perceba que a viga VB13 da Figura 4.22 (d) foi inserida usando como
eixo fixo o lado direito da parede. Portanto, para que esse lado fique fixo, o lado do eixo a
ser escolhido deve ser o esquerdo, conforme Figura 4.22 (c). Dessa forma, quando se
alterar a largura da viga, o lado esquerdo será afetado apenas.
Para que o eixo fixo seja o centro da viga (as dimensões sejam alteradas
igualmente para ambos os lados), no momento em que o programa pede o lado do eixo,
basta que se clique sobre a linha da viga, ou simplesmente pressionando a tecla Enter.
É possível rotular as extremidades das vigas caso houver necessidade. Essa ação é
possível entrando no menu Elementos - Vigas - Rotular. O programa pedirá que o usuário
selecione a viga e, em seguida, qual a extremidade a ser rotulada.

58
4.2.6 Lajes

A ferramenta para a concepção de lajes é mostrada na Figura 4.23.

Figura 4.23 - Ícone para inserção de lajes

Clicando nesse ícone, a janela de propriedades da laje é aberta, conforme


mostrado na Figura 4.24.

Figura 4.24 – Propriedades da laje

É possível alterar o tipo de laje, podendo ser nervurada, pré-moldada, maciça,


treliçada 1D, treliçada 2D, painel com enchimento 1D, painel com enchimento 2D, painel
maciço 1D, painel maciço 2D e vigota protendida.

59
Além disso, alteram-se configurações de grelha, como adoção de espaçamentos
em x e em y, vão inicial mínimo e vão entre nervuras, utilização de análise de plastificação
dos apoios. Cada tipo de configuração depende do tipo de laje escolhida.
Para inserir a laje no projeto, deve ser escolhido um ponto dentro de uma área
definida por vigas. Lajes em balanço podem ser concebidas desde que existam barras
estruturais que delimitem sua área, isto é, na borda engastada, por exemplo, existirá uma
viga como barra, já na extremidade em balanço, devem ser criadas barras sem rigidez e de
largura nula, para efeito de cálculo da laje. Essa barra pode ser construída nas bordas
livres, por meio da ferramenta “Barra” encontrada no ícone conforme mostrado na Figura
4.25.

Figura 4.25 – Ícone para inserção de barras

Lajes em balanço devem estar engastadas na estrutura, caso contrário, esta ficará
hipostática. Dessa forma, é possível fazer o engastamento entre duas lajes ou entre laje e
viga.
Para que uma laje seja engastada a outra, basta acessar o menu Elementos –
Lajes – Engastar e selecionar a viga que estiver entre as lajes a serem engastadas. Esse
engaste é representado por uma linha contínua em cada lado da viga selecionada,
mostrando que uma laje está engastada na outra e a armadura negativa trespassa por
essa viga.
Embora o engastamento entre lajes é, na maioria das vezes, viável e recomendável,
pode-se haver a necessidade de se engastar uma laje em viga. Essa ação deve ser levada
em consideração para casos de laje em balanço em que não há uma laje adjacente para
contrabalancear o momento fletor negativo. Para engastar laje em viga, basta acessar o
menu Elementos – Lajes – Engastar laje em viga e, em seguida, selecionar a laje depois os
trechos de vigas em que a laje será engastada. Depois de todos os elementos escolhidos e

60
teclando-se Enter, as arestas de engaste de laje em viga serão representadas por duas
linhas contínuas.

4.2.7 Escadas

Ao clicar no comando de inserção de lance de escada, abrirá a seguinte tela de


configurações:

Figura 4.26- Escada: Lançamento

A aplicação de carregamentos em escadas é configurada conforme apresentado a


seguir:

61
Figura 4.27- Escadas – Carregamentos

Figura 4.28 – Escadas: Tipos de Seção longitudinal

Lançamento da Escada:
 O programa solicitará a primeira linha de apoio no pavimento Superior.
 Em seguida, selecione as linhas laterais da escada.

62
 O software pedirá que o projetista informe a largura da barra, utilize o valor
“0,00” e clique em OK.
 Com isso, o programa alterna automaticamente a visualização temporária
para o croqui do Térreo, sem que o usuário necessite realizar qualquer
outro procedimento;
 Selecione o trecho da viga que irá apoiar a escada;
 O programa mostra um diálogo para ajuste das dimensões do lance de
escada, caso necessário.
É importante observar que se a escada for apoiada nas vigas, é possível engastar a
mesma e o programa oferecerá o detalhamento correto dessa ligação.
Com isso, o lançamento estrutural está finalizado. É possível visualizar todo o

lançamento em 3 dimensões, através da pórtico 3D da estrutura, clicando no botão .

Figura 4.29- Escada destacada no Pórtico 3D

4.2.8 Blocos

Para concepção das fundações, basta que se clique no ícone ou ainda,


convertendo o pilar do térreo em fundação. A primeira opção faz com que uma janela das
propriedades das fundações seja aberta. Veja a Figura 4.30.

63
Figura 4.30 – Propriedades da fundação

Perceba que as propriedades da fundação estão ligadas às de pilares, logo, ao se


conceber um pilar no pavimento térreo, é possível acessar o menu Elementos-Pilares-
Converter para fundação e convertê-lo em fundação.
A opção de vínculo do pilar indica como será considerada a interface pilar – bloco,
ou seja, é possível adotar o vínculo engastado ou rotulado (caso for necessário anular
esforços de momento). Já a opção de vínculo do apoio, consiste em como a estrutura se
apoia no solo, que também pode ser engastado ou rotulado. O projetista de fundação
aprecia a adoção desse vínculo como apoiado, pois é muito difícil, por vezes impossível,
engastar a estrutura no solo.

64
5 ANÁLISE DA ESTRUTURA

5.1 CONFIGURAÇÕES DO SOFTWARE

5.1.1 Ações

No menu Configurações - Ações..., em “Tipo” encontram-se três grupos de ações:


permanente, acidental e de vento, conforme Figura 5.1.

Figura 5.1 – Ações

Para cada grupo, existe uma ação isolada, isto é, a carga permanente pode ser
dividida em peso próprio, adicional ou solo, já o grupo de acidentais pode ser tanto
acidental como de água. As ações de vento se dividem em ventos de sobrepressão ou
sucção nas direções x ou y, assim como desaprumos positivos ou negativos nas direções x
ou y.
Caso houver necessidade, o ícone “+”, ao lado da área “Tipo” (onde se encontra a
árvore com os grupos de ações), permite a criação de um grupo, ação dentro de um grupo
ou uma ação isolada, podendo-se informar novos coeficientes e fatores de combinação.
Nessa janela é possível alterar o nome do grupo, ação e indicação, conforme
necessidade ou gosto do usuário, pois isso não influencia em cálculos posteriores.
Também é possível alterar os coeficientes de ponderação (γg ou γq) e fatores de
combinação (ψ0, ψ1 e ψ2). Entretanto, ao alterar esses valores, o projetista deve estar

65
ciente do que está fazendo, pois são valores normativos. Logo, caso a alteração desses
valores forem desejados ou realmente necessários, a norma de concreto armado NBR
6118/2014 deve ser consultada, a fim de que os resultados do programa estejam a favor
da segurança. A Tabela 5.1 e a Tabela 5.2 reproduzem respectivamente a Tabela 11.1 e
Tabela 11.2 da NBR 6118/2014 que devem ser consultadas.

Tabela 5.1 – Coeficiente γf = γf1.


γf3

Fonte: NBR 6118 (2014)

66
Tabela 5.2 – Valores do coeficiente
γf2

Fonte: NBR 6118 (2014)

Em “Critérios” existe a possibilidade de alterar o tipo de combinações em Estado


Limite de Serviço, podendo escolher entre combinações frequentes, quase permanentes e
raras. Essa classificação é dada, segundo a NBR 6118/2014, de acordo com a permanência
na estrutura, descrito a seguir:
 Quase permanentes: Podem atuar durante grande
parte do período de vida da estrutura, e sua
consideração pode ser necessária na verificação do
estado-limite de deformações excessivas;
 Frequentes: repetem-se muitas vezes durante o
período de vida da estrutura, e sua consideração pode
ser necessária na verificação dos estados-limites de
formação de fissuras, de abertura de fissuras e de
vibrações excessivas. Pode também ser consideradas
para verificações de estados-limites de deformações

67
excessivas decorrentes de vento ou temperatura que
podem comprometer as vedações;
 Raras: ocorrem algumas vezes durante o período de
vida da estrutura, e sua consideração pode ser
necessária na verificação do estado-limite de formação
de fissuras.

5.1.2 Aplicação da Carga de Vento (Vx+, Vx-, Vy+, Vy-)

A carga de vento sobre a edificação é uniformemente aplicada sobre todos os


pilares com a função “carga de vento” marcada (Figura 5.2). Tal distribuição só deveria ser
feita nos pilares externos da edificação e nos sentidos corretos. Assim, deve-se retirar a
aplicação dessa carga nas direções em que não ocorre vento.

Figura 5.2- Cargas de Vento

Na figura abaixo (Figura 5.3) é possível identificar que os ventos são nomeados de
acordo com o plano cartesiano XY, a figura abaixo mostra a posição dos ventos positivos
Vx e Vy, respectivamente na direita e acima.

68
Figura 5.3- Direção positiva dos ventos Vx e Vy

A seguir é apresentado um exemplo da correta atribuição das cargas de vento para


pilares:

Vy -

Figura 5.4- Ventos Corretos para o Pilar P1

69
5.1.3 Análise

Ao entrar no menu Configurações - Análise..., uma janela para configuração de


análise é aberta, conforme Figura 5.5.

Figura 5.5 – Análise

Segundo o manual de ajuda do Eberick, o modelo de pórtico espacial consiste na


estrutura sendo calculada espacialmente, considerando além dos carregamentos usuais,
cargas horizontais e estabilidade global. Esse processo é feito inicialmente com a
montagem e cálculo dos painéis de lajes. As reações das lajes são transmitidas às vigas
onde se apoiam. A seguir é montado o pórtico espacial recebendo o carregamento
calculado das lajes. Os esforços desse pórtico são utilizados para o detalhamento dos
elementos estruturais.
Já o processo por pavimentos isolados é mais simplificado, onde os pavimentos
são calculados independentemente. Por ser mais simples, esse modelo tem custo
computacional muito inferior ao primeiro. No entanto, deve ser utilizado apenas para

70
análises iniciais da estrutura, sendo altamente recomendável a utilização do processo de
pórtico espacial para a finalização do projeto.
A redução no engaste para nós semi-rígidos é um parâmetro dependente do
coeficiente de redistribuição previsto no item 14.6.4.3 da NBR 6118/2014. Esse coeficiente
deve ser maior ou igual a 0,90 para estruturas de nós móveis ou 0,75 para qualquer outro
caso. A explicação teórica para essa vinculação será dada no item 3.1.33.1.3.
O valor a ser inserido na Análise do Eberick é a redução no engaste, ou seja, a
diferença entre 1 e o coeficiente de redistribuição, multiplicado por 100 (o valor deve ser
colocado em termos de porcentagem). Por exemplo, se for adotado um coeficiente de 0,75,
o valor a ser inserido no programa deve ser de 25%.
A seguir existem as opções de redução na torção em pilares. Essa porcentagem é
referente à rigidez desses elementos, ou seja, reduzindo esse valor, os esforços de
momento torçor são redistribuídos como momento fletor em outros elementos. Dessa
forma, a NBR 6118/2014, conforme item 17.5.1.2, permite desconsiderar esforços de torção
de compatibilidade, “desde que o elemento estrutural tenha a capacidade adequada de
adaptação plástica e que todos os outros esforços sejam calculados sem considerar os
efeitos por ela provocados”.
No entanto, a redução na torção em vigas é um valor normativo, conforme item
14.6.6.2 da NBR 6118/2014, em que é recomendado o valor de 15% na consideração da
rigidez elástica, exceto para os elementos estruturais com protensão limitada ou
completa. Logo, a redução da rigidez é o valor complementar a esse, isto é, 100 – 15 = 85%.
Prosseguindo com as demais opções, o cálculo pelo processo de pórtico espacial
considera, dentre outros efeitos, a deslocabilidade axial dos pilares. No entanto, o próprio
processo construtivo ameniza essa situação, pois conforme é feita a concretagem de
pavimentos superiores, os inferiores já sofreram encurtamentos parciais. Dessa forma,
pavimentos inferiores tendem a sofrer menos com esses efeitos, logo é aconselhável
utilizar valores de aumento na rigidez axial dos pilares maiores nesses pavimentos e
menores nos superiores. Vale salientar que o usuário deve ser cauteloso com esse item,
pois valores muito altos conduzem a resultados errôneos. Como condição mais
conservadora, pode ser utilizado o valor de 1,0 para todos os pavimentos.
A não-linearidade física pode ser aproximada por meio de coeficientes que reduzem
a rigidez (EI). Esses números podem ser encontrados no item 15.7.3 da NBR 6118/2014
sendo 0,3 para lajes, 0,4 para vigas e 0,8 para pilares.

71
O processo P- é necessário quando o valor de z for superior a 1,3. Este consiste
em uma análise não linear para cálculo da estabilidade global do edifício. Embora a NBR
6118/2014 não faça referências a esse processo, em edifícios muito altos é inevitável o
valor elevado de . Logo ele se torna uma solução muito utilizada para essa
z

problemática.
Com isso, é possível optar pelo uso ou não do processo P- para cálculos de
efeitos de 2ª ordem. Ao desligar a opção utilizar o processo P-delta, nenhuma
consideração extra será feita sobre os valores calculados de 1ª ordem,
independentemente do valor de .
z

O número máximo de iterações é um parâmetro que influencia diretamente na


convergência numérica. Pode ocorrer a necessidade de aumentar ou diminuir esse valor,
isto é, nem sempre um valor muito alto ou muito baixo de iterações culminará na
convergência desse processo, devendo ser alterado e testado. Cabe aqui a observação de
que muitas vezes o processo pode não convergir devido ao lançamento estrutural, não
adiantando a alteração do número de iterações. Como este é um procedimento numérico,
existe um certo erro nos resultados, que pode ser limitado no campo precisão mínima.
Acionando a opção Apoio elástico padrão, é possível se definir os parâmetros do
apoio elástico, ou seja, definir se o deslocamento e a rotação deverá ser livre, fixo ou
elástico, para cada direção. No caso de escolha do comportamento elástico, pode-se
definir a constante de rigidez em kgf/m (deslocamentos) ou kgf.m/rad (rotações). Veja
Figura 5.6.

Figura 5.6 – Apoio elástico padrão

72
Além disso, ainda nas definições de análise, também se define configurações de
Painéis de lajes, tendo a janela conforme Figura 5.7.

Figura 5.7 – Painéis de lajes

Seguindo as opções de cima até embaixo e da esquerda para a direita, são


explicados item por item nos parágrafos a seguir.
No grupo geral, em redução da torção, o valor em questão tem como base o item
8.2.9 da NBR 6118/2014, o qual explica: “Para tensões de compressão menores que 0,5fc e
tensões de tração menores que fct, o coeficiente de Poisson ν pode ser tomado como 0,2 e
o módulo de elasticidade transversal Gc igual a Ecs/2,4”. O coeficiente que acompanha o

73
valor de Ecs é 1/2,4, que é igual a 0,41667. Portanto, a porcentagem a ser inserida no
campo de redução de torção deve ser tomada no máximo igual a 41,67%.
O grupo grelha não linear diz respeito ao cálculo do momento de plastificação das
lajes, sendo definido de maneira distinta para continuidades de lajes e para os demais
casos.
O momento plástico será adotado para a seção em que a armadura calculada
ultrapassar a taxa de armadura inserida no campo “Aplicar para taxas de armaduras
maiores que”.
O item redistribuição máxima é um valor normativo dado no item 14.6.4.3 da NBR
6118/2014:
O coeficiente de redistribuição deve, ainda, obedecer
aos seguintes limites:
 δ ≤ 0,90 para estruturas de nós móveis;
 δ ≤ 0,75 para qualquer outro caso.

(NBR 6118/2014)

Logo, o valor da redistribuição máxima deve ser limitado a 10% para estrutura de
nós móveis ou a 25% para demais casos.
O cálculo de flechas é feito de maneira iterativa visto que a determinação da
rigidez fissurada é função do momento fletor atuante na barra. Alterando a rigidez e
refazendo a análise, a distribuição de esforços é rearranjada, mudando novamente a
rigidez. Em pórticos essa variação é pequena e, nesse caso, o Eberick indica essa possível
variação por meio da “flecha imediata diferida”. Entretanto, para lajes isso não é
verdadeiro, devendo, a flecha, ser calculada iterativamente.
O número máximo de iterações e precisão mínima são apenas parâmetros
numéricos, influenciando apenas na convergência do processo de cálculo.

5.1.4 Flechas

As configurações de flecha podem ser feitas no menu Configurações-


Flechas.

74
5.1.4.1 Aceitabilidade sensorial - Visual

Deslocamentos visíveis devido à carga total


 Vigas L/: na janela de vigas, pode ser acessado um diagrama contendo os
deslocamentos de todo o pavimento (botão “Flechas” ou menu Vigas-
Flechas). Além de indicar as flechas absolutas do pavimento, este comando
verifica também as flechas relativas das vigas, comparando-as com o valor
definido neste item.
 Lajes L/: a partir da janela de dimensionamento das lajes, pode ser
acessado no menu Lajes-Flechas um diagrama contendo os deslocamentos
de todo o pavimento, indicando as flechas absolutas do pavimento.
 Combinações: define a combinação de serviço a ser utilizada na verificação
das flechas para 'Aceitabilidade sensorial - Visual', podendo ser quase
permanentes (CQP), frequentes (CF) e raras (CR).

75
5.1.4.2 Efeito após a construção das paredes

Deslocamento em alvenarias, caixilhos e revestimentos:


 L/: define o limite da flecha para deslocamento após a construção das
paredes de todos os elementos (vigas, lajes).
 Deslocamento limite: define o limite absoluto (independe do vão) de
deslocamento após a construção do piso de todos os elementos (vigas,
lajes).
 Rotação limite: define o limite de rotação após a construção das paredes
para as vigas.

5.1.4.3 Aceitabilidade sensorial - Vibrações no piso

Vibrações sentidas no piso devido à carga acidental:


 L/: define o limite da flecha para vibrações no piso de todos os elementos
(vigas, lajes).
 Combinações: define a combinação de serviço a ser utilizada na verificação
das flechas para Aceitabilidade sensorial - vibrações no piso, podendo ser
quase permanentes (CQP), frequentes (CF) e raras (CR).

5.1.4.4 Efeitos estruturais em serviço

Deslocamentos após a construção do piso:


 L/: define o limite da flecha para estruturas em serviço de todos os
elementos (vigas, lajes).
 Combinações: define a combinação de serviço a ser utilizada na verificação
das flechas para Efeitos estruturais em serviço - Após a construção do piso,
podendo ser quase permanentes (CQP), frequentes (CF) e raras (CR).

5.1.4.5 Efeitos em elementos não estruturais

Movimentos laterais do edifício devido a ação do vento:


 H/: define um valor limite para o deslocamento global da estrutura,
considerando a altura total da edificação.

76
 HPav/: define um valor limite para o deslocamento do pavimento.
 Combinações: define o fator de combinação Ψ utilizado no cálculo do
deslocamento, conforme tipo de combinação selecionada. O fator de
combinação é configurado no diálogo de Configurações - Ações , para as
ações de vento, de acordo com a classificação.

5.2 ANÁLISES

Depois de toda a estrutura lançada, seu cálculo é executado clicando sobre o ícone

denominado “Processar estrutura”. A partir disso, surge uma janela com as opções de
análise da estrutura, conforme a Figura 5.8.

Figura 5.8 – Opções de análise

Muitas vezes algumas das opções não são necessárias e, como a análise é onerosa
(em projetos grandes), convém desmarcar o que não for de utilidade no momento.
Em edifícios, por exemplo, convém fazer apenas a Análise estática linear, visto que
em primeira instância deve-se resolver o problema do valor de γz, de modo que fique

77
preferencialmente abaixo do valor de 1,1 ou 1,3 para que não haja majoração dos esforços
devido à instabilidade global.
Após a análise, o programa computacional Eberick mostra uma janela com um
resumo de resultados e mensagens conforme Figura 5.9.

Figura 5.9 – Resultados e mensagens

A Análise estática linear visa obter os esforços para dimensionamento das peças
no Estado Limite Último. A rigidez das peças é definida unicamente pela seção bruta de
concreto dos elementos estruturais, desprezando-se a presença da armadura e o efeito
da fissuração.
A análise das peças considerando a seção fissurada deverá ser analisada
posteriormente, a partir de um novo processamento, quando as peças já estiverem
devidamente dimensionadas.

78
As mensagens devem ser lidas, pois quase sempre existem erros que devem ser
corrigidos. Para resolvê-los, é necessário procurar a origem do erro e alterar alguma
configuração do programa ou alterar a concepção estrutural. É importante lembrar
sempre que, para qualquer alteração de configurações, a norma NBR 6118/2014 deve ser
consultada.
Erros comuns são problemas de alojamento de barras, não sendo possível alojar
nenhuma bitola configurada; blocos com carga excessiva; pilares tracionados; viga que
não pode ser calculada à torção; dentre outros.

5.2.1 Pórtico unifilar

Uma vez que a estrutura já esteja calculada, é possível visualizar os esforços do


pórtico espacial criado. A análise da deformada da estrutura através do Pórtico unifilar é
um dos primeiros passos para identificação do comportamento estrutural do edifício.

Para acessar o pórtico unifilar deve-se clicar em .


Isto tem a finalidade de conferir visualmente a estrutura da edificação, bem como
ter acesso a diversos dados globais, como as deformações da estrutura, por exemplo.
Nessa análise, pontos de grande deformação possivelmente indicam uma concepção
estrutural falha e deverão ser corrigidos imediatamente.

79
Figura 5.10- Pórtico unifilar

5.2.2 Estabilidade global1

Onde acessar:
 Menu Estrutura-Relatórios-Estabilidade global ;

 Diálogo de Análise Estática Linear ( ), guia Resultados, botão Relatórios-


Estabilidade global.

1
Texto extraído:
http://help.altoqi.com.br/eberick/default.aspx?pageid=relatorio_estabilidade_global

80
O relatório apresenta os dados de referência para cálculo do coeficiente Gama-Z,
conforme item 15.5.3 da NBR 6118:2014, necessário para verificar a possibilidade de
dispensa da consideração dos esforços globais de 2ª ordem na estrutura. Mais...
Na guia Mensagens, do diálogo de Análise Estática Linear, tem-se acesso a um
registro resumido das operações feitas pelo programa durante a análise da estrutura.
Nesta listagem, encontram-se, entre outros, os valores do coeficiente Gama-Z calculados
para as direções principais X e Y.

Figura 5.11- Relatório de estabilidade global

Neste relatório, estão disponíveis as seguintes informações:

5.2.2.1 Tabela 1 - Análise de 1ª ordem

Apresenta-se uma tabela contendo as principais informações relevantes à análise


de 1a. ordem da estrutura. Indicam-se, para cada pavimento:
 Altura relativa: corresponde à altura do pavimento em relação ao nível da
base da fundação. Este valor é diferente do nível do pavimento (que é uma
informação apenas relativa) e define os braços de alavanca para as cargas
horizontais aplicadas em relação à base da estrutura.
 Carga vertical: soma das cargas verticais atuando no pavimento.
 Carga horizontal: indica o valor do carregamento horizontal fictício
aplicado à estrutura, para as direções X e Y. Utiliza-se uma carga
padronizada de 1000 kgf aplicada ao nível de cada pavimento.

81
 Os carregamentos horizontais utilizados para a verificação da estabilidade
global correspondem ao próprio carregamento de vento. No caso do
usuário ter desativado a aplicação das cargas de vento, através das opções
“Vento X” e “Vento Y” da configuração Vento, utiliza-se uma carga
padronizada de 1000 kgf aplicada ao nível de cada pavimento. Ressalta-se
que a utilização das cargas reais fornece maior precisão nos resultados
obtidos para o Gama-Z.
 Deslocamento horizontal: indica o valor do deslocamento médio sofrido
pelo pavimento, para as direções X e Y, sob a ação do carregamento
horizontal fictício aplicado.

Com base nos valores obtidos nesta análise de 1ª ordem da estrutura, define-se o
parâmetro Gama-Z para estimar a magnitude dos valores que seriam obtidos em uma
análise de 2ª ordem.
Neste relatório são apresentadas duas tabelas da análise de 1ª ordem, com os
dados por pavimento, uma com a combinação de carregamento que gera o valor crítico
em X e outra em Y.

Figura 5.12- Relatório da análise de 1ª ordem

5.2.2.2 Tabela 2 - Coeficiente Gama-Z

Apresentam-se os principais valores utilizados no cálculo do coeficiente Gama-Z,


para cada uma das direções principais X e Y:

82
 Momento de tombamento de cálculo: soma dos momentos de todas as
forças horizontais, com seus valores de cálculo, em relação à base da
estrutura.
 Momento de 2a. ordem de cálculo: soma dos produtos de todas as forças
verticais atuantes na estrutura, com seus valores de cálculo, pelos
deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de aplicação,
obtidos da análise de 1ª ordem.
 Gama-Z: valor obtido para o coeficiente Gama-Z.
 Valor limite: definido no item 15.5.3 da NBR 6118:2014 como sendo 1,1.
Também é apresentada uma outra tabela exibindo os valores dos momentos de
tombamento, de 2ª ordem e do Gama-Z para cada combinação de carregamento.

Figura 5.13- Relatório do Gama-Z

5.2.3 Flechas

A flecha a ser determinada nos elementos depende do valor do momento fletor na


seção considerada. Uma vez comparado ao momento de fissuração, define a rigidez da

83
peça no Estádio I, no Estádio II ou em um valor intermediário. Esta caracterização da peça
define o valor da inércia a ser considerada na determinação da rigidez.
A opção “Determinação das flechas nas lajes” calcula as flechas considerando a
inércia da seção fissurada das lajes e vigas, obtendo deslocamentos mais expressivos que
se aproximam do modelo real.

Figura 5.14- Determinação das flechas nas lajes

5.2.3.1 Flecha em vigas2

As flechas em vigas são acessadas na janela de dimensionamento de vigas aberta


> o menu Vigas – Flechas. Dessa forma é exibido um diagrama com flechas diferidas ou
elásticas (no caso de não ser considerada a fissuração) das vigas do pavimento.
Além de garantir que todas as vigas podem ser dimensionadas sem erro, deve-se
verificar se estas não apresentam flechas excessivas. Para isto, pode-se:
 Utilizar o diagrama de deslocamentos na área de CAD, viga por viga,

pressionando o botão , da janela de dimensionamento de vigas; ou

 Acessar um diagrama completo, pressionando o botão . Assim, tem-se o


seguinte esquema:
2
Texto extraído do site de ajuda AltoQI: https://goo.gl/C4ogro

84
Figura 5.15- Diagrama de flechas em vigas

Neste diagrama, são apresentadas as flechas nodais e as flechas máximas


ocorridas em cada trecho (quando aplicável). O cálculo dos deslocamentos, diferente do
dimensionamento, deve ser feito usando as combinações de utilização. O diagrama de
flechas possui um recurso que permite ao usuário selecionar a combinação (dentre o
conjunto de combinações de utilização) a ser exibida no diagrama.
Quando o trecho da viga ultrapassou o limite configurado, antes do diagrama, o
programa emite uma janela de mensagens, indicando o trecho da viga com seu
deslocamento e o seu fator.
O cálculo das flechas imediatas e diferidas leva em consideração a taxa de
armadura da viga, dependendo diretamente do dimensionamento do elemento, sendo um
processo iterativo que pode convergir após alguns poucos processamentos. Se houver
alguma viga com erros, a viga não será dimensionada, e o cálculo das flechas diferidas
será prejudicado.
A janela de mensagens exibe as vigas com problemas. Além disso, serão exibidos
também avisos para as vigas cuja rigidez imediata seja muito diferente da rigidez
imediata recalculada.

85
Figura 5.16- Flecha em Vigas: Verificação dos Deslocamentos

No diagrama, os trechos de vigas que ultrapassaram o limite configurado, são


grifados na cor amarela.

Figura 5.17- Indicação dos trechos das vigas

Além desta indicação, as flechas são classificadas em três tipos e mostradas


conforme a cor do ponto:

 ponto azul : flechas menores de 0,5 cm;

 ponto amarelo : flechas entre 0,5 e 1,0 cm;

 ponto vermelho : flechas maiores de 1,0 cm.

86
Mesmo que a flecha esteja com um ponto vermelho, não é necessariamente
excessiva, pois pode não ter ultrapassado o limite configurado.
O diagrama de flechas exibe também uma tabela contendo os valores máximos de
flechas para cada trecho, comparando os valores de flecha elástica, imediata e diferida,
além da diferença entre a rigidez imediata e a rigidez imediata recalculada.
Lembre-se que o cálculo dos deslocamentos das vigas é obtido a partir dos
resultados do pórtico espacial. Como a análise feita é elástica linear, as seções são
consideradas "cheias". Nesta análise, não é levada em conta a fissuração da seção nem os
efeitos da deformação lenta. Como a análise mais exata destes efeitos, inserida no
esquema de pórtico, tornaria o processo iterativo e, portanto, bastante custoso
computacionalmente, a prática estima que os deslocamentos finais são de 1.5 a 2.5 vezes
superiores aos elásticos.

Para prever isto, a NBR 6118:2014 recomenda que haja uma redução na rigidez dos
elementos, considerando simplificadamente a não linearidade física dos elementos, que
pode ser configurada no item não linearidade física, em Configurações-Análise.
Através da barra de ferramentas "Deslocamentos" pode-se fazer a verificação de
flechas em vigas para uma situação especifica de carregamento, escolhendo uma
das combinações de carregamentos disponibilizada.

87
Figura 5.18-Barra de ferramentas "Deslocamentos"

Além das combinações, pode ser selecionado o item padrão “Envoltória”, no qual
exibe-se os deslocamentos máximos ocorridos. Quando a opção “Envoltória” é escolhida,
o programa faz a verificação de flechas admissíveis.

Figura 5.19- Flechas em vigas, considerando "Envoltória"

88
Figura 5.20- Flechas em vigas – relatório de Deslocamentos

89
Figura 5.21- Flecha: Relatório de deslocamentos

5.2.3.2 Flecha na laje

Tambem é acessada no menu de elemento processados e oferece similaridades às


funcionalidades apresentadas para as vigas.

90
Figura 5.22- Flecha na Laje

91
92
93
6 DIMENSIONAMENTO DAS ESTRUTURAS

6.1 CONFIGURAÇÕES DO SOFTWARE

As considerações de dimensionamento encontram-se no menu Ferramentas –


Dimensionamento.
Nessa janela é possível que sejam configuradas algumas considerações no
dimensionamento de todos os elementos estruturais. Cada aba irá tratar de um elemento
em especial. À frente, será abordado cada um desses elementos de forma detalhada e
criteriosa, de acordo com os itens da norma NBR 6118/2014.

6.1.1 Pilares

Considere a sequência de itens da Figura 6.1.

Figura 6.1 – Dimensionamento de pilares

Considerando o grupo de opções Estribos, além das armaduras transversais, ainda


pode ser configurado, aqui, a armadura de reforço nas extremidades dos pilares,

94
denominado armadura de fretagem. Caso houver necessidade dessa armadura (quando
houver mudança na seção dos pilares de um pavimento para outro) e se essa armadura
for maior do que a calculada no trecho central do pilar, existem duas formas de se
detalhar o pilar. Uma delas consiste em adotar a maior e detalhar o trecho inteiro com
armadura máxima. Outra forma de se fazer isso é detalhar separadamente os trechos.
Para isso basta selecionar a opção “separar trechos com diferença de armadura maior
que” e determinar uma porcentagem para essa diferença. Por padrão adota-se 10%, mas
isso é critério do projetista. Essa opção indica que, se houver uma diferença entre as
armaduras dos trechos maior do que a porcentagem estipulada, o programa fará essa
consideração no detalhamento.
O campo para inserção do valor de espaçamento mínimo se refere ao trecho
principal do pilar. Já o espaçamento mínimo (topo e base) é referente ao reforço em topo
e base devido aos esforços de fretagem, em que o espaçamento é reduzido.
O tamanho mínimo do(s) trecho(s) corresponde ao comprimento mínimo do trecho
de reforço de estribos. O detalhamento do Eberick é feito considerando o maior valor
dentre o inserido e o comprimento de ancoragem básico (item 9.4.2.4 da NBR 6118/2014).
O percentual mínimo em pilar-parede é um valor normativo da NBR 6118/2014,
item 18.5. Este prescreve o valor de 25% da armadura longitudinal por metro da maior
face da lâmina considerada para a armadura transversal por metro.
Logo abaixo, no grupo de opções “Esperas”, pode-se escolher o tipo de esperas,
podendo ser auto, com, sem ou isoladas. Nos casos em que houver um pilar superior com
seção reduzida, é comum que algumas barras do inferior coincidam com as do superior.
Escolhendo a opção “auto”, as barras coincidentes terão esperas detalhadas. As que não
coincidirem, não têm suas esperas consideradas. A opção “com” detalha todas as esperas,
sejam essas necessárias ou não, diferentemente da opção “sem”, que negligencia todas.
Escolhendo “isoladas” o detalhamento será feito sem considerar a existência de
pavimento superior, ou seja, sem esperas adicionais.
Existem casos em que barras coincidentes de dois pilares em diferentes
pavimentos, tenham bitola diferente. Nesse caso, se a bitola da barra superior for maior
do que a do pilar inferior, tem-se a opção de utilizar a extensão da barra inferior servindo
de espera (“permitir bitola menor que superior” ligado). Outra opção é considerar esperas
adicionais, sendo utilizada uma barra extra para fazer a única função de espera (“permitir
bitola menor que superior” desligado). Embora haja essas opções para esse tipo de

95
situação, é um tanto estranho que um pilar superior tenha barras com bitola maior do que
o pilar inferior a ele. Caso ocorra essa situação no projeto, é altamente recomendável que
se tome cuidado, buscando possíveis erros.
É comum que o pilar de fundação apresente armadura menor que o pilar superior,
tendo em vista que sua carga é muito próxima desse pilar e seu comprimento é menor. Se
a opção “adotar espera da fundação igual ao pilar superior” estiver ligada, o Eberick fará
essa verificação e usará, se possível, a mesma armadura do pilar superior.
A opção “permitir carga negativa” permite o cálculo e detalhamento de pilares
tracionados. Porém, em alguns casos são necessárias verificações adicionais para esse
tipo de pilar. Dessa forma o programa emite um aviso sobre a condição de pilar
tracionado. Caso essa opção estiver desligada, no momento da análise da estrutura, o
programa não calcula o pilar e emite um erro.
As opções de armadura simétrica são recomendáveis, frente à grande
probabilidade de erros na obra se não houver simetria nas armaduras. Embora essa opção
aumente a quantidade de barras, esse aumento é preferível devido à minoração de erros
de execução.
O ângulo mínimo para considerar pilar inclinado, influencia diretamente na edição
do pilar (ver Figura 4.15) no item “Verticalidade”, deixando-o configurado como
“automático”. Nesse caso, pilares com a verticalidade automática serão considerados
inclinados se o ângulo for maior que o especificado, ou vertical, se menor. Esse valor não
é normativo, podendo ser considerado um valor de 5°, não acarretando problemas para a
estrutura.
O Momento mínimo deve ser considerado obrigatoriamente, segundo a NBR
6118/2014 no item 11.3.3.4.3. Esse mesmo item permite a dispensa do efeito das
imperfeições locais quando utilizado o momento mínimo.
A próxima opção, denominada considerar efeitos de 2ª ordem em pilar parede,
permite que o Eberick adote o procedimento descrito no item 15.9.3 da NBR 6118/2014.
Esse processo consiste na divisão do pilar-parede em diversas faixas verticais, sendo
essas faixas calculadas como pilares isolados. Tal processo só é permitido apenas para
pilares-parede com índice de esbeltez menor que 90. Veja a Figura 6.2.

96
Figura 6.2 – Pilar-parede dividido em faixas
Fonte: NBR 6118/2014

A seguir, caso a opção anterior estiver ligada, é possível definir qual o método de
cálculo para o cálculo das faixas de pilares isolados. Pode ser escolhido entre as opções:
Todos, rigidez aproximada, curvatura aproximada e momento curvatura. Esses métodos
são resumidamente discutidos no item 3.2.3.
No grupo de opções Limites, tem-se a opção taxa de armadura máxima. Essa
opção é com base na taxa de armadura em regiões sem emendas de esperas. O item
17.3.5.3.2 da NBR 6118/2014 recomenda que a área máxima de armadura em pilares deva
ser 8% a área de concreto. Portanto, como em regiões de emendas normalmente tem-se o
dobro das armaduras, o valor a ser considerado fora das regiões de emendas, deve ser de
4%. Além disso, também deve ser respeitado o item 18.4.2.2 (distribuição transversal) que
especifica o espaçamento mínimo a ser utilizado. Esse valor deve ser o mínimo entre: 20
cm; diâmetro da barra, do feixe ou da luva; 1,2 vez a dimensão máxima característica do
agregado graúdo.
O número máximo de barras numa face da seção não é um valor normativo, logo
pode ser configurado um valor alto para esse campo, visto que o problema de muitas
barras em uma seção está na área efetiva máxima de aço e no espaçamento mínimo.

97
Ainda, esses itens são abordados em outros campos e também considerados nos cálculos
do programa.
De acordo com o item 13.2.3 da NBR 6118/2014 a seção transversal mínima é de
360 cm². Entretanto, muitas vezes é necessário modelar pilaretes no projeto, que não
oferecem resistência alguma e, portanto podem ter área menor que a especificada. Dessa
forma, caso houver necessidade de pilaretes na modelagem, o valor de área mínima desse
campo deve ser alterado de forma que o Eberick permita a seção do pilarete.
ATENÇÃO! Procedendo dessa forma, o projetista deve estar ciente de que todos os
pilares funcionais têm sua seção transversal maior que 360 cm², observando-se um a um,
já que o programa verificará apenas o valor que se inseriu na configuração de área mínima
do pilar.
Restam ainda, para serem esmiuçados, os botões Linha neutra e Coeficientes.

6.1.1.1 Linha neutra

Abrindo a janela de Linha neutra, tem-se a Figura 6.3.

Figura 6.3 – Linha neutra

Como a verificação das armaduras é feita por meio de processo iterativo, essa
janela tem como objetivo a configuração dos parâmetros desse processo.
A posição da linha neutra é definida dividindo-se a seção em diversas faixas e
então é calculado, para cada faixa, a tensão de compressão em função da deformação
média dessa faixa. O objetivo dessa análise é reproduzir o diagrama parábola-retângulo
da NBR 6118/2014. Dessa maneira, sabe-se, do Cálculo numérico que, quanto maior o
número de faixas de uma integração, menor é a espessura da faixa e, consequentemente,

98
menor o erro. Mas deve-se tomar cuidado com a quantidade excessiva de faixas, pois
pode tornar o processo muito lento e ainda ocorrer problemas de convergência. Todos os
parâmetros surtem bons resultados com os valores mostrados na Figura 6.3.
A opção Usar equação de interação para pilares retangulares, quando ligada,
ignora o item de incremento do ângulo e calcula os momentos resistentes apenas nas
direções x e y, aplicando a equação do item 17.2.5 da NBR 6118/2014 conforme equação
6-1.

 
 M Rd , x   M Rd , y 
    1 6-1
 M Rd , xx   M Rd , yy 

Para maiores detalhes, consulte a NBR 6118/2014.

6.1.1.2 Coeficientes

Os Coeficientes consistem no grau de importância que será dado para o critério de


escolha da armadura dos pilares. Clicando nesse botão, surge a janela de acordo com a
Figura 6.4.

Figura 6.4 – Pilares – Coeficientes

Aqui, o critério de área de aço consiste em se adotar a área de aço mais próxima da
calculada (economia de material). O quesito mão de obra seleciona a armadura que
proporcione menor quantidade de barras (economia com mão de obra). Por último, pelo

99
diâmetro de barras, o Eberick escolhe a menor bitola (facilitação do processo de dobra).
Portanto quanto maior o número do critério, maior será sua prioridade, podendo ser
escolhido um valor de 1 a 6.

6.1.2 Vigas

Alterando para a aba de Vigas, tem-se a Figura 6.5. A seguir será abordado item
por item dessa janela.

Figura 6.5 – Dimensionamento de vigas

A relação máxima entre altura e CG da armadura é um item normativo de acordo


com o item 17.2.4.1 da NBR 6118/2014 que especifica: “Os esforços nas armaduras podem
ser considerados concentrados no centro de gravidade correspondente, se a distância
deste centro de gravidade ao centro da armadura mais afastada medida normalmente à
linha neutra, for menor que 10 % de h”.

100
A taxa de armadura máxima deve ser adotada no máximo de 4% devido à limitação
do item 17.3.5.2.4 da NBR 6118/2014: “A soma das armaduras de tração e de compressão
(AS + AS’) não pode ter valor maior que 4% de AC, calculada na região fora da zona de
emendas, devendo ser garantidas as condições de ductilidade requeridas em 14.6.4.3”.
O item 14.6.4.3 afirma que, para concretos com fck inferior ou igual a 50 MPa, a
relação x/d deve ser menor ou igual a 0,45. Essa é uma consideração relacionada à linha
neutra, ou seja, se, para aço CA50, x23 = 0,259d e x34 = 0,628d, então o valor de x = 0,45d
indica que a peça está em domínio 3. Logo, caso a peça esteja em domínio 4 ou em domínio
3 com x/d > 0,45, é necessário o uso de armadura dupla, conforme indicado pelo item
17.2.3 da NBR 6118/2014. O diâmetro dessa armadura pode ser escolhido conforme
preferência do projetista.
Abaixo da especificação de diâmetro do vibrador (influencia na distribuição das
barras inferiores a partir da segunda camada e nas barras superiores), tem-se o item
“Permitir viga maior apoiando em menor”. Esse item está relacionado ao item 18.3.6 da
NBR 6118/2014, sobre armaduras de suspensão (Figura 6.6): “Nas proximidades de cargas
concentradas transmitidas à viga por outras vigas ou elementos discretos que nela se
apoiem ao longo ou em parte de sua altura, ou fiquem nela pendurados, deve ser colocada
armadura de suspensão.”

Figura 6.6 – Armadura de suspensão


Fonte: Manual de ajuda Eberick

101
O próximo grupo de opções Armadura de pele pode ser discutido pelo item
17.3.5.2.3 da NBR 6118/2014 reproduzido a seguir:
A mínima armadura lateral deve ser 0,10 % Ac,alma em cada face da alma da viga
composta por barras de CA-50 ou CA-60, com espaçamento não maior que 20 cm e
devidamente ancorada nos apoios, respeitando o disposto em 17.3.3.2, não sendo
necessária uma armadura superior a 5 cm²/m por face.
Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, pode ser dispensada a utilização da
armadura de pele.
As armaduras principais de tração e de compressão não podem ser computadas no
cálculo da armadura de pele.
Portanto o campo de espaçamento máximo pode ser utilizado como 20 cm. A
altura inicial a que se refere o programa corresponde à altura mínima em que o programa
considerará a armadura de pele, sendo de 60 cm.
O grupo de opções “apoio sobre pilares extremos” consiste na consideração de
armadura mínima, no lugar de armadura construtiva. O cálculo da largura dos apoios pode
fornecer valores muito grandes da largura e pode ser limitado aqui.

6.1.2.1 Estribos

Após todas as configurações iniciais de viga, clicando no botão “Estribos...” surge


uma outra janela para configuração dos estribos, de acordo com a Figura 6.7.

102
Figura 6.7 – Configuração de estribos

Aqui é possível escolher entre modelos de cálculo I, que limita a inclinação das
bielas em 45°, e modelo de cálculo II, que torna possível a adoção de outro valor para essa
inclinação.
O valor de largura máxima para estribos de dois ramos representa qual a largura
que, a partir do valor inserido, será considerado estribos de 2 ramos.
Pode ser necessário o uso de estribos com mais de 2 ramos. Nesse caso, o
programa oferece as opções de estribos múltiplos (vários estribos superpostos) e de
pente (que consiste em uma barra transversal dobrada em ziguezagues, com ângulos
retos). Caso forem muitos ramos, e o espaçamento for muito pequeno, a opção de
estribos múltiplos pode se tornar viável, devendo ser adotado, então, a segunda opção.

6.1.2.2 Ancoragem

A opção “Ancoragem...” presente na janela de dimensionamento de vigas da Figura


6.5, abre uma janela conforme apresentado na Figura 6.8.

103
Figura 6.8 – Configuração de ancoragem

A opção de “permitir dispensa de lb quando possível” quando checada, irá


dispensar o valor de lb, segundo o item 18.3.2.4.1 da NBR 6118/2014, “quando houver
cobrimento da barra no trecho do gancho, medido normalmente ao plano do gancho, de
pelo menos 70 mm, e as ações acidentais não ocorrerem com grande frequência com seu
valor máximo”.
A ancoragem em laço ou grampo corresponde ao artifício técnico de se aumentar a
área efetiva para o cálculo de lb,nec. Esse elemento é ilustrado na Figura 6.9.

104
Figura 6.9 – Laços para ancoragem da armadura de tração

É recomendável que se ative a opção “tratar diferenças de comprimento das


barras a partir da 2ª camada”. Comumente são obtidas armaduras com várias camadas de
barras. Entretanto, caso essa opção não for escolhida, as barras, em qualquer camada,
terão o comprimento de dobra constante. Isso se torna desinteressante visto que, pode
ocorrer de o detalhamento ser feito equivocadamente, sendo a armadura desenhada para
fora do concreto. Veja a Figura 6.10.

Figura 6.10 – Tratamento do comprimento da camada da dobra

105
6.1.2.3 Torção

Voltando à janela de dimensionamento de viga, entrando na opção “Torção...”, tem-


se a janela conforme Figura 6.11.

Figura 6.11 – Configuração para torção

Muitas vezes a torção pode ser desconsiderada para esforços muito pequenos.
Aqui é possível impor um valor mínimo para a proporção de tensão atuante sobre a
resistente, à qual será considerado o dimensionamento à torção.
Quanto ao diâmetro mínimo e espaçamento máximo, o item 18.3.3.2 da NBR
6118/2014 especifica:
O diâmetro da barra que constitui o estribo deve ser
maior ou igual a 5 mm, sem exceder 1/10 da largura da
alma da viga. Quando a barra for lisa, seu diâmetro não
pode ser superior a 12 mm. No caso de estribos
formados por telas soldadas, o diâmetro mínimo pode
ser reduzido para 4,2 mm, desde que sejam tomadas
precauções contra a corrosão dessa armadura.
(...)
O espaçamento transversal entre ramos sucessivos da
armadura constituída por estribos não deve exceder os
seguintes valores:
 Se Vd ≤ 0,20 VRd2, então st,máx = d ≤ 800 mm;
 Se Vd > 0,20 VRd2, então st,máx = 0,6 d ≤ 350 mm.

106
6.1.2.4 Coeficientes

Acessando a opção Coeficientes, é aberta a janela de acordo com a Figura 6.12.

Figura 6.12 – Vigas – coeficientes

Conforme já dito no item 6.1.1.2, os coeficientes são números que definem a


hierarquia de critério para escolha da armadura.

6.1.3 Lajes

Na janela de dimensionamento, ao selecionar a aba Lajes, tem-se as opções


conforme Figura 6.13.

107
Figura 6.13 – Dimensionamento de lajes

Da mesma forma que se abordou o dimensionamento de vigas e pilares, as


configurações de dimensionamento de lajes serão explicitadas no decorrer desta seção.
No grupo Armadura das lajes, o comprimento mínimo do trecho é referido a lajes
não retangulares, definindo o comprimento mínimo das armaduras em trechos inclinados
(no plano horizontal) para que as barras sejam consideradas de comprimento constante.
O item 20.1 da NBR 6118/2014 prescreve que “as barras da armadura principal de
flexão devem apresentar espaçamento no máximo igual a 2h ou 20 cm, prevalecendo o
menor desses dois valores na região dos maiores momentos fletores”. Portanto os
campos de Espaçamento máximo devem ser preenchidos com valores de 20 cm. O Eberick
ainda leva em consideração o valor de 2h nos cálculos. Ainda no item 20.1 tem-se que a
armadura secundária deve ter espaçamento máximo de 33 cm.
No grupo de opções ancoragem, os valores de momento positivo mínimo a ser
considerado na ancoragem e de tração mínima a ser considerada na ancoragem
consistem nos valores em que, a partir do número configurado no campo, será
considerada a ancoragem. Dessa forma desprezam-se os valores que estiverem abaixo

108
desse. O item 18.3.2.4 da NBR 6118/2014 dita as condições para o dimensionamento e não
informa valor mínimo a ser considerado, logo, para deixar a análise em acordo com a
norma, o valor a ser inserido deve ser zero.
O item permitir ancoragem na laje adjacente, se estiver ligada, permite a
ancoragem nas lajes adjacentes caso o comprimento disponível não seja suficiente.
A dispensa ao cisalhamento pode ocorrer se for obedecida a expressão 6-2 do
item 19.4.1.

Vsd  VRd 1 6-2

Para maiores detalhes, verifique a norma NBR 6118/2014.


O espaçamento máximo definido por norma é definido de acordo com o item
18.3.3.2. Recomenda-se utilizar essa opção em vez de adotar %d.
Existem ainda 06 botões para configurações de sub opção: Limites; nervuras;
punção; coeficientes; regiões e radier.

6.1.3.1 Limites

Acessando o botão Limites, tem-se as opções conforme Figura 6.14.

Figura 6.14 – Limites

Segundo a NBR 6118/2014, item 17.2.4.1, “Os esforços nas armaduras podem ser
considerados concentrados no centro de gravidade correspondente, se a distância deste
centro de gravidade ao centro da armadura mais afastada, medida normalmente à linha

109
neutra, for menor que 10 % de h”. Portanto o valor da relação máxima entre altura e CG da
armadura deve ser no máximo 10 %.
A taxa de armadura máxima é, segundo o item 17.3.5.2.4, igual a 4% de Ac,
calculado fora da região de emendas. Nesse caso, a taxa em questão é de acordo com a
armadura inferior ou superior da laje e, portanto, é recomendável o uso de 2%.
A opção avisar para flecha consiste apenas em um aviso, não influenciando no
cálculo e detalhamento das lajes. Além disso, esse aviso é emitido apenas quando se
acessa o menu “Lajes-flecha” e não no cálculo da laje.

6.1.3.2 Nervuras

O menu nervuras é aberto na janela mostrada na Figura 6.15.

Figura 6.15 – Nervuras

O valor do diâmetro do vibrador tem influência apenas na segunda camada de


armadura, no caso de lajes nervuradas.

110
Em alguns casos, pode ocorrer erro no dimensionamento da laje nervurada quando
utilizados os valores normativos de espaçamento entre barras (item 18.3.2.2). Caso a
nervura for muito pequena a ponto de não houver espaço para as armaduras,
cobrimentos e espaçamentos normatizados, ocorrerá tal erro. É possível, caso houver
intenção explícita, adotar esse espaçamento por conta e risco do projetista ligando a
opção Adotar valores fixos para espaçamento entre ferros na nervura. No entanto,
existem outras manobras para lidar com isso como aumentar a largura da nervura ou
ainda, rearranjar a estrutura para diminuir os esforços na laje, reduzindo, assim, a
armadura.
No grupo de opções Pré-moldados existem as opções Comprimento da vigota
dentro do apoio e Comprimento adicional mínimo da armadura. Ambas variáveis podem
ser ilustradas na Figura 6.16.

Figura 6.16 – Vigotas pré-moldadas

É possível adotar nervura transversal quando houver lajes em que o comprimento


das vigotas forem muito compridas (comprimento acima do configurado em vão inicial
mínimo). Serão adicionadas novas nervuras caso, além de as vigotas forem muito
compridas, o espaçamento entre nervuras for maior que o configurado (em vão entre
nervuras). Esse tipo de nervura é importante para a questão de estabilidade lateral e,
consequentemente, travamento das vigotas e aumento da rigidez da estrutura.
Além disso é possível definir os comprimentos como valor absoluto ou em função
da espessura da laje na opção Referência.

111
6.1.3.3 Punção

A punção é o fenômeno de ruptura por cisalhamento quando existe uma carga


aplicada em uma área muito pequena sobre um elemento bidimensional. O principal caso
de punção em estruturas de concreto é o apoio de lajes em pilares. Ou seja, se existir o
apoio direto de laje sobre pilar, é necessário avaliar a laje quanto à punção. O item da NBR
6118/2014 que aborda o dimensionamento de lajes submetidas à punção é o 19.5.
Acessando a opção de Punção, tem-se a Figura 6.17.

Figura 6.17 – Punção

Caso a opção “Verificar lajes à punção” esteja desligada, o Eberick não permitirá o
apoio de lajes diretamente em pilares. A distribuição da armadura de punção pode ser
feita radialmente ou perpendicularmente ao pilar de apoio. Veja a Figura 6.18.

112
Figura 6.18 – Disposição da armadura de punção radialmente e perpendicularmente
Fonte: NBR 6118/2014

É possível definir a distância máxima da primeira linha das armaduras até a face
do pilar, assim como o espaçamento máximo entre os pinos. A Figura 6.19 ilustra os
espaçamentos MÍNIMOS sendo 0,50d a distância da primeira linha até o pilar e 0,75d o
espaçamento mínimo entre pinos.

Figura 6.19 – Espaçamentos mínimos da armadura de punção


Fonte: NBR 6118/2014

O número máximo de linhas de pinos é configurado na opção número de linhas.


Esse valor pode servir como um aviso ao usuário de que pode haver algo errado, caso esse
valor seja ultrapassado. Em outras palavras, se o projetista for experiente e tiver noção

113
da quantidade de pinos necessária ao seu projeto, e ainda, se o cálculo ultrapassar a
quantidade configurada, que tenha sido julgada usual para o caso, poder-se-á concluir
que existe algum erro no modelo estrutural.

6.1.3.4 Coeficientes

Coeficientes para escolha do critério da adoção das bitolas das armaduras. Da


mesma forma que se definiram os coeficientes de vigas e pilares nos itens
Coeficientes6.1.1.2 e 6.1.2.4, os coeficientes para laje são idênticos.

6.1.3.5 Regiões

O menu que trata das regiões de armaduras das lajes pode ser visualizado na
Figura 6.20.

Figura 6.20 – Regiões

114
No grupo Armadura das lajes encontram-se parâmetros para se dividir faixas da
armadura positiva em função do carregamento. A opção Separar faixas se possível,
quando desativada, não permite essa divisão de faixas por mudança de carregamento.
Entretanto, existe essa mudança em função da geometria da laje. Quando essa opção está
ligada, as próximas duas também estarão ativas, caso contrário, elas são desativadas.
O campo Fração do momento máximo para separar faixas corresponde à
porcentagem aplicada ao momento máximo da laje. Será criada uma nova faixa na mesma
laje se o valor de momento em uma região atingir a porcentagem configurada. Por
exemplo, se uma laje tem momento máximo de 1000 kgf.m e o valor configurado for de
50%, as regiões em que o valor de momento for menor ou igual a 500kgf.m terão outra
armadura.
Por outro lado, a configuração Redução mínima na armadura para separar faixas
determina se compensa ou não criar a nova faixa de armaduras. Para isso, ela se baseia
no valor em porcentagem em que o volume de aço reduz de uma faixa para outra. Ou seja,
se o valor configurado for de 15%, então caso ocorrer a redução de um valor de 11% do
volume de aço de uma faixa para outra, a nova faixa não é justificável e, portanto, não
será criada.
Sabendo disso, é recomendável a desativação dessa opção ou ainda utilizar
valores altos da redução mínima na armadura para separar faixas. A criação de muitas
faixas demanda muita mão de obra e ocasiona erros de execução com muita facilidade.
Logo deve haver uma redução grande de aço para se compensar o aumento de mão de
obra.
Contudo ainda é possível ajustar o agrupamento das regiões adicionais criadas
automaticamente pelo programa com a configuração Percentual mínimo de armadura
para agrupar regiões adicionais. Quanto mais próximo de 0% for adotado menor será a
quantidade de faixas e quanto mais próximo de 100%, maior é essa quantidade. Em
resumo, quando menor esse número, mais “limpo” estará o projeto, no entanto, gastará
mais aço.
No grupo de opções Armadura das continuidades são definidos os mesmos
parâmetros anteriormente discutidos. A diferença é que aqui, são as regiões das
armaduras negativas (de continuidade). A diferença desse grupo é que é definido o
comprimento mínimo para separar trechos. Essa configuração representa o comprimento

115
mínimo para que a faixa adicional exista. Na Figura 6.21 se os comprimentos L1, L2 ou L3
fossem menores que o valor configurado, a faixa de armadura adicional não existiria.

Figura 6.21 – Comprimentos de faixa adicional


Fonte: Menu de ajuda do Eberick V8

Opções de escalonamento reduzem a quantidade de aço na obra, no entanto


aumentam a complexidade do projeto e, consequentemente, a mão de obra. Dessa fora,
recomenda-se que sejam desativadas, pois o ganho em material é muito pouco em
relação à mão de obra.
A Malha base é um item muito interessante, pois aqui é possível adotar uma
armadura fixa para todas as lajes (lisas ou nervuradas apenas) acrescentando positivas
adicionais onde for necessário. Essa opção só e utilizada quando, na janela de
dimensionamento de lajes, na guia Positivo, conforme é mostrado na Figura 6.22.

116
Figura 6.22 – Opção de malha base no dimensionamento de lajes

Com isso, definem-se o diâmetro da barra, espaçamento (caso de lajes maciças) e


quantidade de barras por nervura (caso de lajes nervuradas).

6.1.3.6 Radier

O elemento Radier funciona com base nas malhas bases inferior e superior. Veja a
Figura 6.23.

Figura 6.23 – Radier

117
Conforme já explicado no item 6.1.3.5, a malha base é adotada para toda a laje e,
quando necessário, são adicionadas armaduras positivas.

6.1.4 Blocos

As considerações de dimensionamento dos blocos de coroamento encontram-se


na aba de blocos conforme mostrado na Figura 6.24.

Figura 6.24 – Dimensionamento de blocos

A seção da estaca pode ser circular ou quadrada. Além disso, é possível escolher
as estacas baseando-se na área ou no custo.
O espaçamento mínimo entre as estacas não é um valor normativo, logo deve ser
adotado pelo projetista. Esse valor não pode ser muito pequeno, devido ao solo e
recomendações do projetista de fundações, nem muito grande, pois os esforços no
elemento aumentam. A figura representa o modelo de biela e tirante de um bloco de duas
estacas com mesma carga, mas diferentes espaçamentos entre elas, simuladas em
FTOOL.

118
Figura 6.25 – Modelo Biela/Tirante para diferentes espaçamentos entre estacas
Fonte: FTOOL

Note que, à medida em que a distância entre as estacas aumenta, tanto os


esforços nas diagonais comprimidas quanto no tirante, aumentam. Logo, distâncias
grandes são limitadas pelo elemento estrutural e, distâncias pequenas, pelo solo. Nesse
caso, é comum adotar 3 estaca .
Muitas vezes, na obra encontram-se blocos com formatos iguais e de mesmas
dimensões. Entretanto, como as cargas de pilares são diferentes, as armaduras de cada
bloco acabam sendo sempre diferentes. Para evitar possíveis erros de execução, convém
adotar a mesma armadura para todos os blocos iguais, nesse caso, a máxima. A opção
Agrupar por armadura máxima possui essa função.
Continuando as opções conseguintes do menu, ainda, é possível permitir estacas
tracionadas. Segundo o item 22.7.4.1.1 da NBR 6118/2014, “no caso de estacas tracionadas,
a armadura deve ser ancorada no topo do bloco (...). Alternativamente, podem ser
utilizados estribos que garantam a transferência da força de tração até o topo do bloco."
Essa situação é ilustrada na Figura 6.26.

119
Figura 6.26 – Bloco com estacas tracionadas
Fonte: NBR 6118/2014

Logo, no detalhamento do bloco, deve ser verificado se as armaduras estão de


acordo com esse item da norma.
O item de cobrimento mínimo, diz respeito à dimensão mínima contada da face
externa do bloco à face externa da estaca. O mínimo recomendado pelo programa é 15 cm.
No entanto, como não é um valor normativo, fica a critério do projetista e de seu bom
senso.

Figura 6.27 – Cobrimento mínimo de bloco sobre estacas


Fonte: Manual de ajuda Eberick
6.1.4.1 Armadura

Ao acessar a opção Armadura, tem-se a janela de acordo com a Figura 6.28.

120
Figura 6.28 – Configurações de armadura do bloco

O número mínimo a que se refere o grupo Armadura principal consiste na


quantidade mínima de barras das armaduras principais dos blocos de 2 a 10 estacas, pelo
modelo Biela/Tirante.
A relação máxima entre altura e CG da armadura condiz com o item 17.2.4.1 da NBR
6118/2014 (2014): “Os esforços nas armaduras podem ser considerados concentrados no
centro de gravidade correspondente, se a distância deste centro de gravidade ao centro
da armadura mais afastada, medida normalmente à linha neutra, for menor que 10 % de
h”. Caso for desejado, esse valor pode ser reduzido, estando, pois, a favor da segurança.
Os espaçamentos máximos nos diversos campos da janela da Figura 6.28, que se
referirem ao espaçamento das armaduras em uma seção transversal, devem estar de
acordo com o item 18.4.2.2 da NBR 6118/2014 (2014):
O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras
longitudinais, medido no plano da seção transversal,

121
fora da região de emendas, deve ser igual ou superior
ao maior dos seguintes valores:
 20 mm;
 Diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
 1,2 vez a dimensão máxima característica do
agregado graúdo.

As armaduras de blocos com 01 estaca podem ser escolhidas em diagonal ou em


vertical e horizontal. A Figura 6.29 ilustra essa diferença.

(a) (b)
Figura 6.29 – 01 estaca: (a) Armadura em diagonal; (b) armadura horizontal e vertical

Blocos com 03 estacas podem ser detalhados com as medianas ou em par aos
lados. Veja a Figura 6.30.

Figura 6.30– 03 estacas: (a) Com as medianas; (b) par aos lados
(a) (b)

Blocos com 04 estacas também podem ser detalhados com medianas ou em par
aos lados. A Figura 6.31 ilustra essas situações.

122
(a) (b)
Figura 6.31 – 04 estacas: (a) Com as medianas; (b) par aos lados

6.2 DIMENSIONAMENTO

A partir da janela de dimensionamento, pode-se ter acesso, além dos dados


presentes na tabela, a uma série de informações adicionais, incluindo uma pequena área
de CAD auxiliar. Os valores informados nas janelas de dimensionamento dos elementos
podem variar dependendo dos módulos disponíveis no programa.

123
Os elementos que apresentam problemas de dimensionamento são visualizados
na cor vermelha na janela de dimensionamento do elemento. Se o elemento não
apresentar erros de dimensionamento, ele poderá ser detalhado normalmente.

124
6.2.1 Pilares

125
126
6.2.2 Vigas

127
6.2.3 Lajes

A ferramenta de grelhas para lajes, é uma ferramenta útil na análise de


distribuição e concentração dos esforços.

128
7 DETALHAMENTO E FINALIZAÇÃO DO PROJETO

7.1 CONFIGURAÇÕES DO SOFTWARE

Os detalhamentos aqui tratados estão de acordo com o menu Configurações –


Detalhamento. Aqui existem abas para a configuração de detalhamento de pilares, vigas,
lajes, sapatas, blocos e muros. Nessa apostila são abordados pilares, vigas, lajes e blocos.
Sapatas são dificilmente utilizadas na região aqui de Maringá e os muros do programa são
muros de gravidade e de concreto armado. Geralmente muros de arrimo, para obras de
edificações comuns, são feitos por meio de vigas e pilares que serão tratados
separadamente mais adiante.
Além disso, caso o usuário não obtiver o detalhamento desejado, é possível utilizar
o editor de armaduras QICAD. Para isso, basta que sejam gerados os detalhamentos e
estes sejam exportados para arquivos .prc (caso de pranchas) ou para .CAD (caso de
detalhes isolados). No Eberick, a exportação é feita na opção Salvar arquivo como no
menu Projeto.
No editor de armaduras QICAD, os arquivos que estiverem na extensão .prc, devem
ser importados. Já arquivos .CAD podem ser abertos normalmente.
Após edição das armaduras, deve-se atualizar a relação de aço para evitar que
alguma armadura editada não seja automaticamente atualizada. Com todas as edições
definidas, pode-se exportar o arquivo para a extensão .DWG e concluir a montagem das
pranchas em AutoCad.

7.1.1 Pilares

A janela de detalhamento de pilares é mostrada na Figura 7.1.

129
Figura 7.1 – Detalhamento de pilares

É possível colocar estribos dentro da fundação. Esses são estribos dos pilares que
se prolongam dentro da fundação. Além disso, pode-se utilizar sempre ganchos de 90° na
ancoragem de modo que o comprimento de dobra desse gancho é definido no campo
Comprimento da ancoragem reta. Na Figura 7.2 nota-se o comprimento de dobra de 90°
com 20 cm (comprimento de 20 cm configurado).

130
(a) (b)
Figura 7.2 – (a) sem gancho de ancoragem de 90°; (b) com o gancho

A Altura do pilar da fundação pode ser tanto cotada como variável. Isso porque a
altura dos blocos é variável, então existem essas duas possibilidades, ficando a escolha a
critério do usuário.
A definição do alinhamento no momento da geração das pranchas é feita com base
no topo ou no nível de referência. Caso for optado pelo nível de referência, as pranchas
serão alinhadas conforme nível de referência (podendo ser o térreo). Entretanto pode
existir diferentes elevações para alguns pilares, nesse caso é possível considerar essa
elevação e então, o alinhamento será feito com esses elementos deslocados no valor das
respectivas elevações. Para melhor visualização, veja a Figura 7.3.

(b)
Figura 7.3 – (a) Topo; (b) Nível de referência
Fonte: Manual de ajuda do Eberick V8

As configurações de detalhamento para esperas nos pilares define o que fazer


quando não couber o comprimento de ancoragem na altura da viga (caso de pilares
apoiados em vigas ou em lajes, quando houver radier, por exemplo).

131
A opção Não detalhar acarretará no não detalhamento da espera e emitirá um
aviso. Já quando se escolher Detalhar, o mesmo aviso é emitido, e a espera é detalhada.
Dessa forma, cabe ao usuário verificar a eficácia da ancoragem. Além dessas duas opções,
é possível utilizar Detalhar aumentando a quantidade. Tomando como base a fórmula de
comprimento de ancoragem necessário (lb,nec) dada pela equação 7-1.

As ,calc
l b ,nec   1l b 7-1
As ,ef

Essa opção adota, automaticamente o comprimento lb igual a h (altura da viga ou


laje) e calcula, para isso, o novo As,ef. Dessa forma, o programa emite um aviso com o valor
da porcentagem aumentada.
Pilares que nascem em vigas podem ter sua seção mostrada no detalhamento da
viga em questão. Basta que se selecione a opção seção ou seção e estribos no campo
Representação da seção no detalhamento da viga.
O Eberick ainda permite que os desenhos das barras na seção transversal tenham
um aumento de tamanho em relação à escala da seção. O tamanho relativo é controlado
pelo fator que se encontra no campo Escalar barras em corte, podendo ser 1.00x; 1.25x;
1.50x; 1.75x; 2.00x. Além disso, ainda é possível definir o estilo de desenho para as barras
que morrem, passam e que nascem por meio de 04 desenhos, mostrados na Figura 7.4.

Figura 7.4 – Representações possíveis das barras

A opção de Comprimento das esperas oferece ao usuário tanto a opção de permitir


o cálculo das esperas conforme a norma NBR 6118:2003 ou inserir manualmente esses
valores para cada bitola. Como a norma de 2014 está em vigor, cabe ao projetista avaliar
as mudanças nesse cálculo no item 9.4 da NBR 6118/2014.

132
O item Pilares por folha consiste na quantidade de pilares que serão detalhados
por folha. Essa configuração só faz sentido se for solicitado o detalhamento folha por
folha.

7.1.1.1 Estribos

Além de todas as configurações explicadas anteriormente, ainda existem outras


configurações a respeito dos estribos em pilares. Pode ser acessada clicando no botão
Estribos que abre a janela conforme Figura 7.5.

Figura 7.5 – Estribos de pilares

Os estribos em pilares devem obedecer ao item 18.2.4 da NBR 6118/2014. Esse item
trata dos estribos de modo a não ocorrer flambagem das barras longitudinais. Para isso,
esse item prescreve que a distância máxima de proteção das barras longitudinais deve
ser de no máximo 20φt. O trecho da norma é reproduzido a seguir:
Os estribos poligonais garantem contra a flambagem
as barras longitudinais situadas em seus cantos e as
por eles abrangidas, situadas no máximo à distância de
20 φt do canto, se nesse trecho de comprimento 20 φt
não houver mais de duas barras, não contando a de
canto. Quando houver mais de duas barras nesse
trecho ou barra fora dele, deve haver estribos
suplementares.

133
(NBR 6118/2014)

Muitas vezes a seção fica muito grande e, ao ser detalhada, pode conflitar com
outros elementos de desenho. Nesses casos, é possível que os desenhos de seção sejam
desenhados um ao lado do outro a partir de uma certa altura de seção. Essa altura é
configurada em Dimensão maior que. Apesar de ser uma opção para melhorar o
detalhamento, a opção Altura insuficiente para desenho da seção, é ideal para que o
detalhamento da seção não conflite com outros elementos de desenho.
Em pilares de seção L aberto, é possível que ele seja detalhado com dois estribos
(um para cada aba) ou com apenas um estribo contínuo. Basta utilizar a opção composto
ou simples respectivamente.

7.1.2 Vigas

O detalhamento de vigas é ditado pelo item 18.3 da NBR 6118/2014 o qual traz a
prescrição para armadura mínima conforme item 18.3.2.1. Esse item, por sua vez remete
ao item 17.3.5.2.1 – Armadura mínima de tração que determina o cálculo da armadura
mínima pelo momento mínimo, respeitando a taxa mínima absoluta de 0,15%.
O projetista ainda deve estar ciente das prescrições de distribuição transversal
(item 18.3.2.2). Dessa forma, o espaçamento entre barras horizontal deve ser maior ou
igual a 20 mm, diâmetro da barra, do feixe ou da luva e 1,2 vezes o diâmetro máximo do
agregado. O espaçamento vertical, por sua vez, deve ser maior ou igual a 20 mm, diâmetro
da barra, do feixe ou da luva e 0,5 vezes o diâmetro máximo do agregado.
Essas prescrições são úteis na edição de armaduras do QICAD. Muitas vezes pode-
se desejar colocar na primeira camada uma barra que está em outra camada. Assim, faz-
se necessário o cálculo desse espaçamento para verificar essa possibilidade.
Para reduzir o trabalho no QICAD, pode-se pré-determinar diversas configurações
no menu Detalhamento para vigas. Entrando na aba de vigas nessa janela, tem-se a
Figura 7.6.

134
Figura 7.6 – Detalhamento de vigas

Nessa janela é possível determinar a escala do desenho de forma e seção com


valores diferentes. Por vezes ainda pode ser necessário ajustar escala da seção em vigas
muito grandes, de forma a melhorar a visualização do projeto.
Armaduras construtivas podem ter seu diâmetro e sobreposição em armaduras de
extremidades configuradas nessa janela nos campos Sobreposição das barras
construtivas e Diâmetro da armadura construtiva. Esse diâmetro pode ter uma bitola fixa
configurada ou então, pode ser escolhida a opção <Φt que utiliza uma bitola inferior à
utilizada nos estribos. Barras em outras camadas podem ser indicadas por meio de um
caractere ou expressão definida no campo Indicação de camada.
O estribo pode ser desenhado ao lado da seção quando esta tiver uma altura maior
que o valor configurado em Altura inicial. Para isso, a opção Desenhar estribo ao lado da
seção deve estar ligado.
É possível enfatizar estribos muito concentrados desenhando-os dentro da forma.
Para isso devem ser atendidos, obrigatoriamente, os campos Quando trecho for menor
que e Quando espaçamento for menor que.

135
Em trechos que houver furos na direção da largura da viga, pode-se ativar a opção
Desenhar sempre estribos de abertura. Essa opção permite que o desenho dos estribos
na forma sempre que houver furos, conforme Figura 7.7.

Figura 7.7 – Estribos na região de furos na direção da largura de vigas


Fonte: Manual de ajuda do Eberick

Assim como nos detalhamentos dos pilares, aqui, em vigas, também é possível
definir o alinhamento das pranchas, podendo serem pelo topo ou pelo nível de referência,
considerando ou não os valores de elevação.

7.1.2.1 Otimização

Nessa janela de configurações ajustam-se parâmetros para a otimização do


detalhamento de vigas conforme Figura 7.8.

136
Figura 7.8 – Otimização de vigas

O item Sobreposição máxima entre barras negativas indica a união de barras


superiores que tiverem sobreposição maiores que o valor configurado nesse item e
tiverem diâmetros não muito diferentes. Se ocorrer de a sobreposição for maior que o
valor configurado, as barras são unidas se tiverem diâmetros muito diferentes. Em outras
palavras, se a sobreposição for muito pequena, é justificável a junção dessas se os
diâmetros forem parecidos. Se a sobreposição for muito grande, a união é justificável
apenas se os diâmetros forem muito diferentes.
Muitas vezes barras negativas nas extremidades das vigas têm comprimentos
diferentes, mas muito próximos. Dessa forma, no item Espaçamento máximo para igualar
barras é definido o valor da diferença máxima entre esses comprimentos para que essas
barras sejam unidas. Na Figura 7.9 (a) a diferença nos comprimentos é de 41 cm, se o valor
utilizado no campo em questão for maior que 41 cm, as duas barras são unidas. Nesse
caso é adotado o maior comprimento para todas as barras a serem unidas.

(a) (b)
Figura 7.9 – (a) Barras com diferença de comprimento 41 cm; (b) barras unidas

137
A opção conseguinte configura-se algo parecido com o parâmetro anterior, no
entanto o objetivo é o de juntar barras negativas que estão a uma certa distância. Essa
distância é determinada no campo Dist. máxima para unir negativos. Por exemplo, se
inicialmente a distância entre duas barras superiores for 207 cm e o valor configurado for
menor que isso, essas barras permanecerão isoladas. Após configuração de um valor
maior que 207 cm, essas barras são unidas. Confira a ilustração do exemplo na Figura 7.10.

(a)

(b)
Figura 7.10 – (a) Valor configurado menor que 207 cm; (b) valor configurado maior que
207 cm

Pode-se detalhar as armaduras cortando-as de acordo com os momentos fletores


da viga considerando o comprimento al e o comprimento de ancoragem. Em outros termos,
é possível que seja feito o detalhamento das barras decaladas. Basta acionar a opção
Detalhamento com barras escalonadas.
Algo que melhora bastante a produtividade em canteiro de obras é o
arredondamento do espaçamento entre as barras. Ativando essa opção, o programa
arredonda os valores para múltiplos de 5.
É conveniente, ainda, permitir que as barras positivas trespassem apoios, sendo
utilizada a opção Unir barras positivas entre vãos. Caso essa opção for desabilitada, as

138
barras serão interrompidas nos apoios intermediários, respeitando o comprimento
máximo definido no menu Materiais – durabilidade.
Essas opções para unir barras podem facilitar a mão de obra do projeto,
simplificando as armaduras, mas consequentemente existe um aumento de materiais.
Nesse caso, sugere-se valores altos para esses parâmetros, ou seja, muitas das barras
serão unidas, facilitando o trabalho do armador. Em contrapartida, em projetos muito
grandes a utilização de valores baixos para essas configurações torna-se interessante,
pois refletirá em grandes economias ao fim da obra, já que, para esse tipo de obra, os
serviços tendem a ser de melhor qualidade.
É comum que barras sejam alocadas em camadas superiores (caso de armadura
positiva) ou em camadas inferiores (caso de armadura negativa). Muitas vezes isso ocorre
por não caber na primeira camada de barras ou então por facilitar a armação de barras
superiores pequenas que são colocadas apenas próximas ao apoio. A opção Indicar
camadas individualmente surge para que essas barras em outras camadas sejam
indicadas com a simbologia pré-definida no campo Indicação de camada, já discutida em
parágrafos anteriores dessa sessão. Além disso, ainda é possível que barras na primeira
camada também sejam indicadas ao ativar o item Indicar 1ª camada. No entanto é
desaconselhável o uso deste último item, visto que além de ser redundante, contribui
para a poluição do projeto.

7.1.2.2 Formas

A janela de formas para o detalhamento de vigas pode ser visualizada na Figura


7.11.

139
Figura 7.11 – Forma de vigas

Aqui são definidas opções no desenho das formas tais como: Evidenciar os apoios
na forma (continuidade de pilares), indicação de corte (símbolo de continuidade abaixo
e/ou acima nos pilares de apoio), pilares que nascem (pilares apoiados em vigas). Além
disso, também se definem opções de cota como a cotagem de apoios (dimensão do pilar),
referência de cotas (cotagem a partir das faces ou dos centros dos apoios). Também se
determinam quais informações são indicadas como o texto da seção em cada vão, seção
ao lado do nome e indicações de escada.

7.1.2.3 Armadura de pele

O item armadura de pele é configurado na janela que aparece na Figura 7.12.

140
Figura 7.12 – Armadura de pele em vigas

O item 6.1.2 que trata do dimensionamento de vigas, trata das armaduras de pele e
quando devem ser utilizadas. Nesse item, são configurados apenas parâmetros de
representação dessa armadura no detalhamento. A partir disso, a viga pode ser
representada de forma Rebatida, Compacta ou Na forma.
A representação Rebatida consiste na representação dessa armadura fora da
forma e com o comprimento real e pode ser visualizada na Figura 7.13.

Figura 7.13 – Armadura de pele rebatida

Já a Compacta consiste no detalhamento da armadura dentro do desenho da


forma de forma simplificada (sem o desenho da barra com seu comprimento real), sendo
mostrada na Figura 7.14.

Figura 7.14 – Armadura de pele compacta

141
Por fim, a representação “Na forma”, consiste em uma mistura das duas anteriores,
sendo a armadura de pele mostrada com seu comprimento real e dentro do desenho de
forma, conforme Figura 7.15.

Figura 7.15 – Armadura de pele na forma

Note que, nas representações em que é possível se visualizar o comprimento real


da barra, este é dado com o termo CORR que indica comprimento corrido. Esse item pode
ser configurado para se mostrar o comprimento total da armadura, sendo definido na
opção Comprimento e selecionando a opção Cotado.
O item Desenhar barras na forma permite que todas as barras da armadura de pele
sejam desenhadas, no entanto é desaconselhável esse tipo de detalhe, visto que apenas
torna o projeto mais difícil de ser lido, ocasionando erros de execução.
O termo PELE que aparece nas figuras anteriores também pode ser substituído por
outro qualquer que o usuário estiver habituado, ou que preferir. Basta alterá-lo no campo
Armadura no grupo de opções Indicações.

7.1.2.4 Ancoragem

As opções de ancoragem são determinadas na janela de detalhamento de vigas, no


botão Ancoragem mostrado na Figura 7.16.

142
Figura 7.16 – Ancoragem de vigas

A representação da ancoragem pode ser feita pelo tipo Reta, com gancho de 90° (G
90) e gancho de 180° (G 180).
Os ganchos devem ter comprimento conforme o especificado pelo item 9.4.2.3 da
NBR 6118/2014. Na ocasião, têm-se os seguintes itens:
 Semicirculares, com ponta reta de
comprimento não inferior a 2Φ (G 180);
 Em ângulo de 45° (interno), com ponta reta de
comprimento não inferior a 4Φ (não existe
essa opção no Eberick);
 Em ângulo reto, com ponta reta de
comprimento não inferior a 8Φ (G 90).
No grupo de opções Apoios extremos, o item Ponta reta mínima das barras
ancoradas na extremidade configura o valor mínimo da ancoragem reta, em casos que
houver comprimentos calculados muito pequenos.
O item Ancorar dentro da viga sobre pilares extremos, quando ativado, não
permite que o gancho ultrapasse a face inferior da viga (quando houver pilar nesse
extremo), obrigando-o a utilizar outras soluções (podendo emitir erros, inclusive).

143
É possível que as armaduras sejam trazidas até o limite da face (respeitando o
cobrimento), mesmo que o comprimento de ancoragem seja pequeno (opção detalhar
armadura sempre até a face do apoio). Além disso, também pode ser solicitado para que
sempre sejam detalhadas as armaduras positivas e negativas com ganchos (opções
Detalhar positivos sempre com gancho e Detalhar negativos sempre com gancho,
respectivamente). Tais práticas facilitam a execução da armadura visto que ambas as
armaduras terão mesmo comprimento.
A opção Comprimento mínimo da armadura no apoio representa o comprimento
mínimo a ser penetrado no apoio respeitando o comprimento de ancoragem. Além disso,
se o valor configurado no campo Detalhar armadura até a face do apoio quando distância
menor que for maior que o disponível, a barra é detalhada até o apoio, descontando o
cobrimento.
Ambas as opções do parágrafo anterior estarão ativas caso a opção Detalhar
armadura sempre até a face do apoio estiver desligada. Nesse caso as opções de detalhar
positivos e negativos com gancho estarão inativas.
Define-se o comprimento mínimo em que uma barra é adentrada em apoios
intermediários, configurando-o em Comprimento mínimo, sendo no mínimo 10Φ.
Pode ocorrer, em apoios intermediários, que a barra tenha o comprimento de
ancoragem nesse apoio maior que a largura do apoio ou menor. O valor configurado em
Distância máxima para detalhar ferro até a extremidade do apoio indica um parâmetro
que decide se a barra será passada continuamente sobre o apoio, ou se será dividida. Essa
decisão se dá em função do comprimento do apoio.

7.1.3 Lajes

Para se ajustar os parâmetros de detalhamento de lajes, tem-se a janela de


configurações na aba Lajes no menu Configurações – Detalhamento, conforme Figura 7.17.

144
Figura 7.17 – Detalhamento de lajes

Aqui novamente será esmiuçado cada item do menu, começando pelo item
Ancoragem da armadura. Nesse item existem as opções reta e gancho, sendo a convenção
utilizada para a ancoragem quando o comprimento necessário for menor que o disponível.
Isto é, o Eberick dá preferência a ganchos de 90° mesmo quando não for necessário.
Nesse caso, a finalidade é a uniformização do projeto.
Segundo o manual de ajuda do Eberick, a norma permite o traspasse das barras na
mesma direção de 100%. No entanto é possível o detalhamento com 50% do traspasse,
por meio da opção Evitar o traspasse de 100% das barras na mesma direção.
Além disso pode-se escolher entre evidenciar, na denominação das lajes,
informações como o sentido de armação e espessura da laje por meio da ativação da
opção “Representar nome conforme simbologia da forma”. Veja a Figura 7.18.

145
(a) (b)
Figura 7.18 (a) Opção ligada; (b) opção desligada

A configuração Otimizar detalhamento é recomendável ser ativada, pois melhora


questões de superposição de textos, melhorando a visualização. Atrelado a isso, existe o
campo Redução da indicação que, caso não for possível ajeitar as posições dos textos, é
feita a redução destes sem alterar sua posição.
Muitas vezes a quantidade de armaduras é muito grande e polui demais o projeto
como um todo. Para facilitar a visualização do detalhe das lajes, é possível dividir a
representação das armaduras positivas, negativas e de capitéis em diferentes pranchas
por meio das opções no grupo Separar plantas: Capitéis, Armaduras positivas em X e Y e
Armaduras negativas em X e Y. Apesar de facilitar a leitura, essa opção aumenta o número
de pranchas consideravelmente, portanto, caso o projeto for pequeno, pode-se avaliar se
compensa ou não o uso dessa configuração.
Uma outra opção que reflete na “limpeza” das pranchas é a redução de
informações nas barras que pode ser Completa ou Sucinta. Ao optar pela descrição
completa, descrevem-se informações de quantidade, posição, bitola, espaçamento, e
comprimento unitário. Em contrapartida a descrição sucinta engloba apenas quantidade,
posição e espaçamento.
É possível definir a distância do texto das armaduras em relação à borda da laje. A
referência dessa distância pode ser visualizada na Figura 7.19.

146
Figura 7.19 – Posicionamento dos textos em detalhes de lajes

No grupo Armadura negativa na opção Ancoragem da laje em balanço, especifica


um valor mínimo para o comprimento das barras negativas nas continuidades. Esse
multiplicador é aplicado ao outro lado do ferro. O usuário deve se atentar ao detalhe de
que a opção Balanço na aba Positivo do menu Pavimento – Laje deve estar ativada. Veja a
Figura 7.20.

Figura 7.20 – Opção Balanço ativada no menu de Lajes

Em bordas de continuidade que apresentarem diferentes armaduras, é possível


agrupá-las de modo que seja mantida a maior delas ligando a opção Agrupar continuidade
pela maior armadura.
No grupo de opções Cotas na planta, são definidas configurações de cotas das
regiões das armaduras no caso de lajes que tiverem essa divisão de regiões. Um exemplo
de lajes com diferenciação na faixa de armaduras é a laje não retangular. No caso de
barras positivas a cota indica a dimensão e a quantidade de barras que ali são distribuídas.

147
Já em barras negativas, a cota mostra a dimensão longitudinal da barra em um lado da
continuidade. Observe a figura Figura 7.21.

(a) (b)
Figura 7.21 – (a) Cotas das armaduras positivas; (b) Cota das armaduras negativas

Para se ressaltar a cotagem das armaduras principais, pode-se ativar a


configuração Cotar direção principal. Entretanto, essa opção é desnecessária e é
desaconselhável sua ativação para facilitar a leitura.

7.1.3.1 Armaduras complementares

As armaduras complementares de lajes são as seguintes: armadura contra


fissuração, de distribuição, de cisalhamento (em nervuradas), nos bordos livres e
armadura de mesa. Na janela Armaduras complementares são ajustados os parâmetros
de detalhamento dessas armaduras. Acompanhe com a Figura 7.22.

148
Figura 7.22 – Armaduras complementares de lajes

A armadura contra fissuração pode ser adotada apenas em bordos externos ou em


todas as continuidades (aqui são incluídos os bordos externos também) podendo ser
adotado seu diâmetro mínimo. Veja a Figura 7.23.

(a) (b)
Figura 7.23 – (a) Bordos externos; (b) todas as continuidades

As armaduras de distribuição possuem valores mínimos conforme Tabela 19.1 da


NBR 6118/2014 e, segundo o manual de ajuda do Eberick, são detalhadas seguindo as
mesmas prescrições da armadura positiva (secundária) de lajes armadas em uma direção:
 As/s ≥ 20% da Armadura principal;

149
 As/s ≥ 0,9 cm²/m
 ρs ≥ 0,5 ρmin
Sendo ρmin definido no item 17.3.5.2.1.
As armaduras de cisalhamento em nervuras consistem em estribos, que podem
ser do tipo aberto ou fechado, conforme figura Figura 7.24.

(a) (b)
Figura 7.24 – (a) Estribo aberto; (b) estribo fechado

Nesse grupo de opções (Armadura de cisalhamento), é possível definir o


detalhamento das nervuras na planta. Essa opção é importante visto que, no momento da
execução surgem muitas dúvidas por parte dos operários com relação às nervuras. Além
do mais, por aumentar o volume de desenhos, as nervuras não se confundem com as
armaduras, pois seguem um padrão de repetição visual. Logo é aconselhável ativá-la.
Armaduras livres nos bordos devem obedecer ao item 20.2 da NBR 6118/2014.
Nessa sessão se encontra uma figura explicativa dessa armadura de bordos e é
reproduzida na Figura 7.25.

150
Figura 7.25 – Bordas livres e aberturas das lajes maciças
Fonte: NBR 6118/2014

Dessa forma deve-se ter nos bordos, 2 barras e a ancoragem da armadura positiva
deve ser feita em laço.
A armadura de mesa faz-se necessária na verificação da mesa em lajes
nervuradas. Essa verificação pode ser dispensada de acordo com o item 13.2.4.2 da NBR
6118/2014. Caso o item Adotar armadura de mesa estiver desativado e houver
necessidade de verificação da mesa, o Eberick emite uma mensagem no momento do
detalhamento, avisando que não foi feita a verificação. Portanto é aconselhável que este
item esteja ligado.
A opção Adequar ao espaçamento da nervura pode ser entendida por meio do
seguinte exemplo: Se o espaçamento entre nervuras for 50 cm e o espaçamento máximo
informado, o programa detalhará as barras com 25 cm de espaçamento.

7.1.3.2 Escadas

O detalhamento de escadas é mostrado na Figura 7.26.

151
Figura 7.26 – Detalhamento de escadas

As opções no grupo Armadura consistem em parâmetros para definir se as barras


serão unidas ou não.
O grupo Esperas é muito importante para o detalhamento das escadas visto que a
ancoragem desse elemento, geralmente é feito de forma improvisada na obra, sendo
cortado o concreto para inserção das barras. Se no detalhamento houver as esperas esse
erro será evitado, pois as esperas das escadas serão detalhadas nas vigas e lajes que se
relacionam com a escada.
As armaduras de Escadas plissadas se constituem de barras dobradas de modo a
acompanhar a geometria dos degraus. Essas armaduras podem ser em estribos ou
contínuas, sendo que a diferença das duas pode ser ilustrado na Figura 7.27.

152
(a) (b)
Figura 7.27 – (a) Estribos; (b) contínua

7.1.3.3 Reservatórios

As configurações de reservatórios (aqui se incluem reservatórios elevados,


cisternas, piscinas ou qualquer outro tipo de estrutura de paredes que contenham água
ou solo) podem ser alteradas na janela mostrada na Figura 7.28.

Figura 7.28 – Detalhamento de reservatórios

153
Assim como visto em Escadas, os itens de Emendar barras constituem-se de
parâmetros para decidir se as barras serão ou não emendadas.
Armaduras construtivas são detalhadas nos cantos, podendo ser adotado, como
regra prática, o diâmetro imediatamente superior ao maior diâmetro que está sendo
montado no nó. Perceba no exemplo da Figura 7.29 que a armadura construtiva N18 tem
diâmetro de 10 mm, que é uma bitola imediatamente superior à armadura N14 de 8 mm.
Caso o projetista não quiser adotar essa regra prática, é possível adotar um diâmetro fixo.

Figura 7.29 – Armadura construtiva em reservatório

A opção Ângulo de geração de cortes é útil quando houver paredes no reservatório


não ortogonais. Permite que que o programa faça cortes ortogonais e paralelos ao ângulo
informado.
Tratando-se de reservatórios, chanfros são de grande importância no momento da
manutenção e limpeza. No entanto, se o que estiver em pauta forem piscinas, convém
utilizar ângulos retos, isto é, valor de chanfro igual a zero. Esses valores de chanfro em
qualquer interface (paredes, paredes e laje de fundo, paredes de contenção) podem ser
definidos no campo Comprimento do chanfro. Definindo esse comprimento, ele é adotado
para todas as interfaces selecionadas.
Em conjunto com o chanfro, adota-se bitola, espaçamento e comprimento para a
armadura construtiva do chanfro, conforme mostrado na Figura 7.30.

154
Figura 7.30 – Armadura construtiva do chanfro

As indicações das armaduras são importantes no momento da armação, de modo


que não sejam trocadas as posições. Para isso, pode-se adotar as indicações conforme
também é mostrado na Figura 7.30.

7.1.3.4 Detalhes típicos

Os detalhes típicos são desenhos esquemáticos que indicam como as armaduras


devem ser executadas. Nessa janela é possível se decidir quais símbolos serão gerados
junto com o detalhamento das lajes. Veja a Figura 7.31 para visualizar a janela de
configuração de detalhes típicos.

155
Figura 7.31 – Detalhes típicos

7.1.4 Blocos

O detalhamento de blocos é configurado na aba Blocos do menu Configurações –


Detalhamento conforme Figura 7.32.

156
Figura 7.32 – Detalhamento de blocos

No grupo Armaduras existe a opção Detalhar estribos horizontais em toda a altura


útil que, quando ativada, permite que os estribos horizontais sejam estendidos ao longo
de toda a altura útil, juntamente com a ponta reta da armadura principal. Dessa forma os
itens de ponta reta mínima são desativados, visto que essas pontas serão estendidas ao
longo da altura útil.
Quando a opção de detalhar estribos horizontais em toda a altura útil estiver ativa,
o campo Separar faixa adicional com tamanho superior a é liberada. O valor configurado
nesse campo indica que, se além da faixa de estribo calculado houver uma sobra de altura
útil maior ou igual a esse número, os estribos dessa faixa adicional são detalhados com o
espaçamento máximo configurado no menu Configurações – Dimensionamento, botão
Armadura e grupo Superior.

157
O cobrimento do bloco na estaca indica o valor em que a estaca adentra ao bloco
de coroamento. A Figura 7.33 mostra esse cobrimento quando se configura o valor de 15
cm. Os valores usuais variam de 10 a 15 cm.

Figura 7.33 – Cobrimento do bloco na estaca

Além do detalhamento isolado do bloco, é possível que junto a ele, seja detalhado
o pilar, ligando a opção Incluir detalhamento do pilar. Pilares com blocos de fundação
iguais podem ser agrupados no momento do detalhamento por meio da opção “Agrupar
pilares diferentes na mesma fundação”.
Se a configuração “Permitir agrupar blocos com níveis diferentes” estiver
habilitado, os blocos iguais com níveis diferentes serão detalhados e o nível será
mostrado como variável. Caso contrário, esses blocos serão detalhados em pranchas
diferentes e apenas blocos iguais e de mesmo nível serão agrupados.

7.2 DETALHAMENTO FINAL

Além do detalhamento dos elementos estruturais, o programa fornece outros


detalhes como:
 Planta de cargas e locação: disponível através do menu Estrutura-Gerar
Planta de Cargas e Estrutura-Gerar Planta de locação;
 Planta de formas: disponível acessando o croqui de cada pavimento,
através do menu Estrutura-Gerar prancha de forma;

158
 Relatórios de cálculo: o programa Eberick possui diversos relatórios de
cálculo emitidos, sendo referentes ao dimensionamento de cada elemento
em si (e por isso, acessados nas janelas de dimensionamento de cada
elemento), como também relatórios gerais sobre o projeto, como:
deslocamentos horizontais, estabilidade global, análise P-delta entre
outros, acessados no menu “Estrutura-Relatórios”;
 Resumo de materiais: disponível através do menu Estrutura-Resumo de
materiais.

159
Figura 7.34- Planta de Locação dos Blocos

Figura 7.35- Detalhamento dos blocos

160
Figura 7.36- Planta de Forma

Figura 7.37- Detalhamento das vigotas treliçadas da Laje

161
Figura 7.38- Detalhamento da Viga

Figura 7.39- Planta de Vigotas Pré-moldadas

162
Figura 7.40- Detalhamento do Pilar

163
Figura 7.41- Resumo de materiais

7.3 EXPORTAÇÃO

A geração das pranchas pode ser feita a partir das janelas de dimensionamento
dos elementos (Lajes, Vigas, Pilares, Sapatas e Escadas), nas quais são geradas as

pranchas referentes ao pavimento selecionado ou a partir do botão na barra de


ferramentas principal, que permite gerar pranchas, misturando tipos de elementos e
pavimentos.
Para gerar as pranchas através da barra de ferramentas principal. Para isso:
 Inicialmente deverão ser configuradas as dimensões das pranchas que
serão geradas. Por exemplo, para configurar a prancha acesse o menu
“Configurações-Pranchas e RA” e na opção “Tamanho da folha”, configure a
opção "A0" clicando em “OK” para confirmar;
 Com a janela projeto aberta, acesse o menu Estrutura-Gerar Pranchas;
 Selecione todos os elementos e pavimentos da janela clicando em “OK”
para confirmar.

164
 O programa emitirá alguns avisos referente ao detalhamento e devem ser
analisados.

Figura 7.42- Geração de Pranchas

Figura 7.43- Pranchas: Configurações

165
Os avisos são emitidos quando os elementos se encontram em situação particular,
exigindo alguma verificação não realizada pelo programa, que deve ser executada pelo
projetista. Portanto, ao ser emitido um Aviso, leia e verifique se você está consciente do
detalhe apontado, prosseguindo o trabalho normalmente.
As pranchas apresentadas estarão em formato layout. Para visualizar o desenho
acesse o menu Pranchas-Mostrar somente layout.

Figura 7.44- Pranchas: Layout de impressão

O projetista poderá exportar o projeto em formato:

166
 .cad, o qual permitirá edição das armaduras no software QiCAD e posterior
montagem das pranchas de plotagem no AutoCAD; ou
 .dwg, o qual permitirá edição dos desenhos e montagem das pranchas de
plotagem no software AutoCAD;

Figura 7.45- Exportação dos desenhos e/ou prancha

167
8 BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas


de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas
de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas
de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.
AUFIERI, F. A. DIRETRIZES PARA O DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO DE
PILARES DE EDIFÍCIOS EM CONCRETO ARMADO. Dissertação (Mestrado). São Carlos: EESC-
USP, 1997.
EBERICK, Menu de ajuda do AltoQi. Biblioteca do software.
Tensões e deformações de flexão: Rótulas Plásticas. Objetos Educacionais; e-tools;
CESEC; UFPR. Disponível em <http://www.cesec.ufpr.br/etools/oe3/flash/rot_plas/>.
Acesso em 03/02/2015.
SILVEIRA, M. V. G. ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DE VIGAS PAREDE DE CONCRETO
ARMADO UTILIZANDO O MÉTODO DOS CAMPOS DE TENSÃO. Dissertação (Mestrado).
Maringá: PCV-UEM, 2015.
BASTOS, P. S. S. PILARES DE CONCRETO ARMADO. Notas de aula. Baurú-SP, 2005.

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