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de Construção
Profª. Márcia Elisa Jacondino Pretto
2019
1 Edição
a
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Profª. Márcia Elisa Jacondino Pretto
P942p
ISBN 978-85-515-0275-4
CDD 691.0218
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico! Bem-vindo ao livro de estudos da disciplina
Materiais de Construção Civil. Ele é dividido em três unidades: Unidade
1 – Materiais Básicos Constituintes do concreto; Unidade 2 – Dosagem de
concretos; Unidade 3 – Concretos de Cimento Portland.
Para tanto, este livro visa contribuir para sua formação acadêmica
enquanto parte essencial da construção de um perfil profissional diferenciado
a fim de torná-lo conhecedor de suas responsabilidades para com a sociedade
cada vez mais ávida por pessoas que façam a diferença.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO............................... 1
VII
UNIDADE 2 – DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS............... 55
VIII
UNIDADE 3 – PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E
ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO E
CURA DO CONCRETO............................................................................................. 101
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 147
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:
• saber quais são os ensaios que devem ser realizados nos cimentos e agregados;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Antes de falarmos do concreto propriamente, faz-se necessário o
entendimento de seus materiais constituintes básicos, tais como os agregados.
Como agregados entende-se, num primeiro momento, como os materiais que
são inertes na mistura do concreto, ou seja, não reagem com os demais materiais
constituintes, tais como areia e brita.
Mas, afinal, se são inertes, por que se faz uso dos agregados na produção de
concretos? A primeira resposta poderia ser: para baixar custo! E por muito tempo se
acreditou nisso, porém diversas pesquisas realizadas nos últimos anos mostraram que
os agregados possuem funções específicas e que saber selecioná-los adequadamente
fará com que se obtenha melhores resultados na produção de concretos.
Então você poderia pensar: então os agregados não são inertes? A resposta
seria: depende! Sim, alguns agregados podem ser reativos e isso pode gerar sérios
problemas nas estruturas concretadas. No entanto, e os que não são reativos,
ainda assim contribuem para as propriedades desejadas no concreto? Sim, e nessa
unidade você vai aprender sobre isso, mas lá no Tópico 3, porque nesse Tópico
1 você precisa primeiro aprender sobre os diferentes tipos de agregados, sua
produção e as possibilidades de uso de acordo com as propriedades desejadas
no produto final no qual essa matéria-prima é empregada, ou seja, no concreto.
2 CLASSIFICAÇÃO
Nos itens a seguir serão apresentados os diferentes agregados conforme as
diferentes classificações existentes. Esse entendimento se faz necessário para que
seja feita a seleção correta do agregado quando da produção do concreto, uma
vez que as possibilidades são muitas à medida que a tecnologia do concreto vai
avançando com o tempo e novos concretos especiais vão surgindo para atender
às diferentes demandas do mercado.
3
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
E o microconcreto? Por que ele leva esse nome? Será que tem a ver com
os agregados?
Eu poderia fazer mais perguntas aqui, mas creio que já o tenha deixado
curioso o suficiente para prosseguir na leitura, certo? Então vamos lá!
AGREGADO GRAÚDO
4
TÓPICO 1 | AGREGADOS PARA CONCRETO
AGREGADO MIÚDO
AGREGADOS CONVENCIONAIS
5
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
AGREGADOS LEVES
Já os agregados leves, como o nome diz, são aqueles mais leves que os
convencionais. Como exemplo podemos citar a argila expandida, pérolas de
poliestireno expandido – EPS (Isopor®), vermiculita, resíduos de pneus, resíduos
de E.V.A. da indústria calçadista, dentre outros de baixa densidade.
AGREGADOS PESADOS
6
TÓPICO 1 | AGREGADOS PARA CONCRETO
AGREGADOS NATURAIS
ATENCAO
7
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
AGREGADOS BRITADOS
AGREGADOS ARTIFICIAIS
Por agregados artificiais entende-se todos aqueles que não são naturais,
oriundos de processos de industrialização, ou seja, que passam por algum
processo produtivo de beneficiamento. Tanto os agregados britados quanto os
sintéticos são agregados artificiais. Dos exemplos já citados anteriormente além
da brita, a argila expandida, a vermiculita, as pérolas de poliestireno expandido –
EPS (Isopor®) e os resíduos de E.V.A, além das classificações já apresentadas, são
classificados também como agregados artificiais.
DICAS
AGREGADOS RECICLADOS
8
TÓPICO 1 | AGREGADOS PARA CONCRETO
3 FORMAS DE OBTENÇÃO
Os agregados para concretos podem ser obtidos de várias fontes. A seguir
são apresentadas as diferentes formas de obtenção para os agregados naturais,
britados, industrializados e reciclados.
Leito de rio
Cava imersa
Cava seca
Solo de alteração
9
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
Dunas superficiais
10
TÓPICO 1 | AGREGADOS PARA CONCRETO
Britador
Frente de Primário
Lavra
Grelha
Britador
Secundário
Britador
Terciário
Peneiras de Separador
Classificação de areia
Pó de Pedra Pedrisco Brita Zero Brita 1 Brita 2 Brita 3 Areia Restolho Rachão
FONTE: Bauer (1995), modificado por Cavalcanti et al. (2012)
11
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
Tais técnicas não serão abordadas nessa disciplina por serem discutidas
na disciplina “Materiais de Construção Civil: Metais, Orgânicos e Cerâmicos”.
12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para cada tipo de concreto pode existir um tipo específico de agregado, como
ocorre com os concretos leves e pesados, por exemplo, em que empregamos,
respectivamente, agregados leves e pesados.
• Que a forma de produção altera a forma do grão, que pode ser mais
arredondada, como nos naturais, ou apresentando faces de fratura do grão,
como nos britados.
13
AUTOATIVIDADE
CIMENTO PORTLAND
1 INTRODUÇÃO
Agora que você já tem um conhecimento sobre os agregados, nesse Tópico
2 você aprenderá sobre os diferentes tipos de cimento.
Resumo:
onde:
16
TÓPICO 2 | CIMENTO PORTLAND
Obs.:
ESCÓRIAS DE ALTO-FORNO
17
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
DICAS
Sim, precisaríamos de mais papel no total para embalar as bolinhas de ping-pong, dessa
forma elas juntas possuem uma superfície específica maior quando embaladas uma a uma
do que a bola de basquete.
Dessa forma, quando pensamos em partículas reativas, quanto menor o tamanho do grão,
maior a superfície específica e mais reativa ela se torna, ou seja, formam mais reações e
de forma mais rápida.
MATERIAIS POZOLÂNICOS
18
TÓPICO 2 | CIMENTO PORTLAND
E
IMPORTANT
Outras pozolanas têm sido estudadas, tais como as cinzas da queima da casca
de arroz, comumente chamadas apenas de cinza de casca de arroz, e as provenientes
das chaminés das fundições de ferro-silício, chamadas apenas de sílica ativa.
MATERIAIS CARBONÁTICOS
19
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
C3S
C2S
C4AF
C3A
20
TÓPICO 2 | CIMENTO PORTLAND
10 µm
Grão de Cimento
minutes hours
21
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
Atualmente, os vários tipos de cimento são designados pela sigla e pela classe
de resistência, conforme padronizado pelas normas técnicas. As siglas correspondem
ao prefixo CP acrescido dos algarismos romanos de I a V, conforme o tipo do cimento.
As classes de resistência são indicadas pelos números 25, 32 e 40, conforme os valores
mínimos de resistência à compressão garantidos pelo fabricante, após 28 dias de cura,
cuja determinação é feita pelo método de ensaio prescrito na NBR 7215 - Cimento
Portland - Determinação da Resistência à Compressão.
22
TÓPICO 2 | CIMENTO PORTLAND
CP I 100 -
25 Comum NBR 5732
CP I-S 99-95 1-5
Alta
CP V –
- resistência 100-95 - - 0-5 NBR 5733
ARI
inicial
25
32 Branco
100-75 0-25
40 estrutural
CPB NBR 12989
Branco não
- 74-50 26-50
estrutural
Esse cimento atribui aos produtos produzidos com ele menor calor de
hidratação, quando em contato com a água para início das reações.
23
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
24
TÓPICO 2 | CIMENTO PORTLAND
E
IMPORTANT
25
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
27
AUTOATIVIDADE
28
UNIDADE 1
TÓPICO 3
ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Agora que você já tem um conhecimento sobre os agregados e os
diferentes tipos de cimento, precisa aprender sobre as propriedades de cada um
e a influência destas nas propriedades do concreto. No Tópico 1, por exemplo,
você aprendeu sobre os agregados leves e pesados, mas, para classificá-los assim,
é necessário conhecer sua densidade, massa unitária e massa específica. Essas
propriedades são importantes também no preparo de concretos, por exemplo, na
transformação do traço em massa, desenvolvido em laboratório, para traço em
volume, utilizado em obra.
29
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
*Após secagem
FONTE: NBR NM 248
30
TÓPICO 3 | ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
31
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
32
TÓPICO 3 | ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
a) b) c) d)
e) f) g) h)
Legenda: a) grão cúbico (brita 1), b) grão alongado (brita 1), c) grão discoide (seixo rolado),
d) grão esférico (argila expandida), e) grão quadrático (brita 1), f) grão anguloso (brita 1),
g) grão arredondado (seixo rolado), h) grão lamelar (brita 1).
FONTE: Farias et al. (2007)
33
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
β
x TEXTURA
FORMA ANGULARIDADE SUPERFICIAL
escala
34
TÓPICO 3 | ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
Calcular o índice de forma de cada uma das frações ensaiadas pela média
ponderada das relações entre o comprimento e a espessura (c/e) de todos os grãos
medidos. O resultado deve ser arredondado ao décimo mais próximo.
FONTE: NBR NM 45
35
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
MÉTODO A
MÉTODO B
MÉTODO C
36
TÓPICO 3 | ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
AGREGADO MIÚDO
FIGURA 17 – PICNÔMETRO
37
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
m
d3 =
ms – m
(V – Va) –
ρa
AGREGADO GRAÚDO
FONTE: NBR NM 53
38
TÓPICO 3 | ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
FONTE: NBR NM 53
E
IMPORTANT
DICAS
39
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
41
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
43
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
44
TÓPICO 3 | ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
FIGURA 23 – AGULHAS P/
FIGURA 22 – APARELHO DE VICAT APARELHO DE VICAT
46
TÓPICO 3 | ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
47
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
ρ0 (1 – ε0) √Ε3 √t
x √ε x √0,1η x √t x S0 = K
3
S= x
ρ (1 – ε) √ε03 √0,1η √t0 ρ (1 – ε) √0,1η
UNI
ATIVIDADE PRÁTICA
Agora que você já aprendeu sobre as metodologias de ensaio, chegou a hora de colocar em
prática os conhecimentos adquiridos. Para tanto, selecione um dos ensaios apresentados
nesse tópico e realize o ensaio no laboratório. Lembrando que os materiais e métodos
estão descritos nesse tópico. A atividade poderá ser realizada em grupos, sendo que cada
grupo deverá realizar um ensaio diferente para que a turma possa compartilhar as diferentes
experiências. Ao final da prática, deverá ser elaborado um relatório de ensaio descrevendo
os resultados e discussões na ordem cronológica do experimento, justificando as etapas
realizadas, explicando as possíveis observações experimentais, demonstrando claramente
os cálculos e as unidades de medida utilizadas e comparando os resultados obtidos com
o resultado esperado e/ou com referências publicadas.
48
TÓPICO 3 | ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
49
UNIDADE 1 | MATERIAIS BÁSICOS CONSTITUINTES DO CONCRETO
Este tipo de serviço deve ser feito por empresas especializadas em que se
deve considerar muito bem a natureza da obra. Por exemplo, é comum aplicar
sulcos na estrutura para aliviar a tensão causada pelos fenômenos de expansão,
que progridem à medida que evolui o fenômeno patológico, ou tratamento do
concreto com produtos químicos específicos. Porém, efetivamente ainda temos
uma lacuna tecnológica para responder de forma genérica a esta demanda.
50
TÓPICO 3 | ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
10) Que tipos de estrutura oferecem mais risco de colapso devido à ocorrência
de álcali-agregado?
51
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
52
AUTOATIVIDADE
53
3 Nesse tópico você aprendeu sobre os principais ensaios de caracterização
de agregados e cimento, porém existem outros ensaios que podem ser
realizados também. Pesquise e disserte sobre os demais ensaios que podem
ser realizados com cimentos e agregados, citando, para cada um deles,
qual a norma técnica respectiva, qual a propriedade obtida e descrevendo
brevemente como se dá cada ensaio.
54
UNIDADE 2
DOSAGEM DE CONCRETOS,
ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado
55
56
UNIDADE 2
TÓPICO 1
DOSAGEM DE CONCRETOS
1 INTRODUÇÃO
Agora que você já tem um conhecimento sobre os agregados e os diferentes
tipos de cimento, certamente deve estar pensando que então o material concreto não
é um material tão simples assim, aliás, eu diria que ele é um material bem complexo!
Eu até arriscaria dizer que você, antes da leitura do Tópico 1 desta Unidade
2, poderia estar pensando que produzir concreto era só misturar cimento, areia,
água e pedra, em uma proporção indicada por um pedreiro qualquer e pronto!
Na verdade, até o século XIX era quase assim, pois pouco se conhecia
acerca do proporcionamento adequado dos materiais constitutivos dos concretos
e argamassas (HELENE, 2005).
Nesse tópico, então, você vai aprender o que deve ser levado em conta na
dosagem de concretos, bem como as principais metodologias empregadas para
que se possa obter concretos que melhor atendam às peculiaridades de cada obra.
57
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
2 CLASSIFICAÇÃO DO CONCRETO
Os concretos para fins estruturais são classificados de acordo com a NBR
8953 nos grupos I e II, conforme a resistência característica à compressão (fck),
determinada a partir do ensaio de corpos de prova moldados de acordo com a
ABNT NBR 5738 e rompidos conforme a ABNT NBR 5739, sendo permitida a
especificação de valores intermediários.
3 CONDIÇÕES DE PREPARO
O cálculo da resistência de dosagem do concreto depende, entre outras
variáveis, das condições de preparo do concreto, definidas a seguir pela NBR 12655:
58
TÓPICO 1 | DOSAGEM DE CONCRETOS
59
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
fcj = k1
k2a/c
m = k3 + k4 x a/c
C = 1000 / (k5 + k6 x m)
5 METODOLOGIA DE DOSAGEM
A NBR 12655 estabelece que o estudo de dosagem do concreto pode ser
empírica ou racional e experimental:
61
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
• 3° – Granulometria do concreto
62
TÓPICO 1 | DOSAGEM DE CONCRETOS
63
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
C = Cag/(a/c)
Onde:
C = Consumo de cimento por metro cúbico de concreto (kg/m³).
Cag = Consumo de água por metro cúbico de concreto (l/m³).
(a/c) = Relação água/cimento (kg/kg).
Onde:
Va = Volume do agregado miúdo por metro cúbico de concreto (m³).
γc, γc, γag = Massa específica do cimento, agregado graúdo e da água,
respectivamente.
64
TÓPICO 1 | DOSAGEM DE CONCRETOS
Então, o consumo de areia por metro cúbico de concreto será obtido pela
equação:
Ca = γag x Va
Onde:
Ca = Consumo do agregado miúdo (areia) por metro cúbico de concreto
(kg/m³).
γa = Massa específica do agregado miúdo (areia) (kg/m³).
Este método, também conhecido como Método dos quatro quadrantes, tem
como parâmetros básicos as chamadas Leis de Comportamento, expressas pelas
equações das leis clássicas de dosagem apresentadas no item 4 e a equação do
fator de argamassa conforme a seguir:
65
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
α = (1 + a) / (1 + m)
Onde:
a = Teor de agregado miúdo seco por quilograma de cimento, em massa (kg).
α = teor de argamassa com materiais na condição seca (%).
m = teor de agregado total por quilograma de cimento, em massa (kg).
C(kg/m2) a/c
600 550 500 450 400 350 300 250 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80
3
6
m = 11,0656 a/c = 1,3074
r = 0,9959
7
8 Abatimento = 90 + 10mm
m(kg/kg)
FONTE: Betat, Pereira e Verney (2009, s.p.)
C = γd / (1+a+p+(a/c))
C = (1000-ar) / ((1/γc) + (a/γa) + (p/γp) + a/c)
Cag = C x (a/c)
66
TÓPICO 1 | DOSAGEM DE CONCRETOS
Onde:
C = Consumo de cimento por metro cúbico de concreto adensado (kg/m³).
Cag = Consumo de água por metro cúbico de concreto (kg/m³).
γcf = Massa específica do concreto fresco (kg/dm³).
γc = Massa específica do cimento (kg/dm³).
γa = Massa específica do agregado miúdo (kg/dm³).
γp = Massa específica do agregado graúdo (kg/dm³).
a = Teor de agregado miúdo por quilograma de cimento (kg).
p = Teor de agregado graúdo por quilograma de cimento (kg).
ar = teor de ar incorporado e/ou aprisionado por metro cúbico de concreto
(dm³/m³).
Onde
fcmj = resistência média do concreto à compressão, prevista para a idade
de j dias, expressa em megapascals (MPa).
fckj = resistência característica do concreto à compressão, aos j dias,
expressa em megapascals (MPa).
sd = é o desvio padrão da dosagem, expresso em megapascals (MPa).
67
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
A = αx (1+m)/100 – 1
m=a+p
Onde:
m = Teor de agregado total por quilograma de cimento.
a = Teor de agregado miúdo por quilograma de cimento.
p = Teor de agregado graúdo por quilograma de cimento.
α = Teor de argamassa seca da mistura (%).
3ª– Para cada um dos traços são moldados corpos de prova a serem ensaiados
à compressão nas idades de interesse para o estudo. Recomenda-se pelos
menos as idades de 3, 7 e 28 dias de idade.
68
TÓPICO 1 | DOSAGEM DE CONCRETOS
m = (100 x ((a/c)/H)) – 1
Onde:
m =Teor de agregado total da mistura seca por quilograma de cimento (kg).
a/c = Relação água/cimento (kg/kg).
H = Teor de água/mistura seca por quilograma de cimento (%).
Porcentagem de cimento
Cc(%) = 100 x 1 / (1 + m)
Método de ajuste às curvas granulométricas ideais, utilizando-se de
cálculo analítico por mínimos quadrados.
Método Gráfico
69
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os concretos podem ser classificados por sua massa específica como concreto
normal (C), leve (CL) ou pesado (CD), seguida de sua classe de resistência.
70
AUTOATIVIDADE
71
72
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Aditivos são produtos químicos, usados na composição do concreto e/ou
argamassa, adicionados à massa imediatamente antes ou durante a mistura, com
o objetivo de alterar suas propriedades tanto no estado fresco como no estado
endurecido (MC BAUCHEMIE, 2016; IBI, 2018).
73
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
74
TÓPICO 2 | ADITIVOS PARA CONCRETOS
75
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
Portanto, no Brasil, na forma com que foi concebido, ele não tem utilidade
em concretos, exceto na aplicação em argamassas em que atua como substitutivo
da cal, melhorando o rolamento das partículas no estado fresco. Sua recomendação
não é indicada em concretos convencionais devido ao aumento da porosidade, o
que pode ocasionar patologias futuras pela redução da resistência, devido à menor
densidade e maior probabilidade de penetração de íons cloretos e sulfatos.
76
TÓPICO 2 | ADITIVOS PARA CONCRETOS
Cabe destacar que sua formulação pode conter cloreto de cálcio, o que
pode causar efeitos indesejáveis no concreto, como o aumento da retração por
secagem, aumento do risco de corrosão das armaduras e aumento do risco de
delaminação superficial (EFFTING, 2014).
77
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
78
TÓPICO 2 | ADITIVOS PARA CONCRETOS
79
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
80
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem vários tipos de aditivos que podem ser usados nas dosagens de
concreto.
• O aditivo acelerador de pega pode conter cloretos que podem causar patologias
a longo prazo no concreto.
81
AUTOATIVIDADE
Não seria interessante um concreto que, uma vez lançado, se movesse por
conta própria e preenchesse, sem necessitar de nenhuma intervenção, os espaços
da fôrma? Pois o concreto autoadensável tem essa capacidade. Além de não
necessitar ser adensado com vibrador, não segrega e não aprisiona ar em excesso.
Como resultado, sua aplicação é rápida, requer menos mão de obra, e não
deixa ninhos de concretagem. Por essas e outras razões, o CAA é cada vez mais
empregado como material de construção, tanto nos setores de pré-moldados e
pré-fabricados, como para as aplicações de concreto no local (REPETTE, 2008).
82
Correlacionando a primeira com a segunda coluna, a resposta correta é:
a) ( ) I–A, II–C, III–B, IV–D, V–E.
b) ( ) I–B, II–E, III–D, IV–C, V–A.
c) ( ) I–C, II–A, III–E, IV–B, V–D.
d) ( ) I–D, II–B, III–A, IV–E, V–C.
e) ( ) I–E, II–D, III–C, IV–A, V–B.
83
84
UNIDADE 2 TÓPICO 3
ADIÇÕES MINERAIS
1 INTRODUÇÃO
Conforme visto na Unidade 1, no Tópico 2, sobre cimentos, as adições minerais
são materiais que podem somar ou substituir parcialmente o cimento, devido ao alto
potencial de proporcionarem propriedades semelhantes às do cimento.
O uso das adições minerais teve início por volta de 1500 na Grécia com
o uso do material de origem vulcânica. Também no Império Romano, o monte
Vesúvio foi a primeira fonte de cinzas vulcânicas. Nos locais onde não havia cinza
vulcânica, foi dado início à utilização de argila calcinada (DAL MOLIN, 2005).
Dal Molin (2005) destaca que, nos dias atuais, as adições são provenientes
de outras indústrias, de material de descarte, de resíduos que seriam descartados
em grandes quantidades em locais impróprios, gerando o risco de contaminação
do solo e fontes de água.
85
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
2.3 FÍLER
Diferentemente das duas classes anteriores, adições fíler não reagem
quimicamente, mas proporcionam um efeito físico, devido à sua finura, com
diâmetro médio próximo ao do cimento, que melhora propriedades do concreto,
tais como trabalhabilidade, massa específica, permeabilidade, exsudação e a
tendência à fissuração. Como exemplo de adições, Dal Molin (2005) cita o calcário,
o pó de quartzo e o pó de pedra.
Causado pelas pequenas partículas das adições que podem agir como
pontos de nucleação para os produtos de hidratação. Dessa forma, o
crescimento dos cristais ocorrerá não somente a partir da superfície
dos grãos de cimento, mas também nos poros ocupados pela adição e
pela água, influenciando a cinética da hidratação (acelera as reações)
e os tipos de produtos de hidratação formados (a adição restringe os
espaços nos quais os produtos de hidratação podem crescer, gerando
um grande número de pequenos cristais ao invés de poucos cristais de
grande tamanho) (DAL MOLIN, 2005, p. 350).
88
TÓPICO 3 | ADIÇÕES MINERAIS
Carga metálica +
Fundentes + Coque
Gás + Poeira
Coque
Minério
Zona de
amolecimento Zona de gotejamento
e fusão (camada em amolecimento,
formação de escórias e fuisão)
Ventaneiras
Ar quente
+ O2 Escória
Gusa
Zona de combustão
89
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
Para cada tonelada de ferro-gusa são gerados de 200 a 300 quilos de escória de
alto-forno (ARCELOMITTAL, 2018), logo, mesmo que a indústria cimenteira utilize
na produção do cimento CP III e CP II-E, devido às restrições percentuais de adição
ao cimento por norma, a quantidade de resíduo gerada não é toda absorvida. Além
disso, como não há restrição de sua adição na produção de concretos e os benefícios
proporcionados nesse vão além de proporcionar somente resistência mecânica, a
escória de alto-forno também pode ser usada como adição na produção de concretos.
90
TÓPICO 3 | ADIÇÕES MINERAIS
Cinza Volante
91
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
Sílica ativa
Transporte pneumático
Quartzo (SiO2)
Redutores (C)
- Carvão Silos
Fume
Injeção
de Ar
Sistema de
Densificação
Electrode
Electrode
Sílica
Ativa
SiO2 + C → CO + SiO
SiO2 + 2C → 2CO + Si
Silício
Submerged A rc Furnace
Panela
FONTE: Tecnosil (2018, s.p.)
92
TÓPICO 3 | ADIÇÕES MINERAIS
A cinza de casca de arroz teve seu uso expandido pelo mundo devido
aos trabalhos de pesquisadores como P. C. Kapur (Instituto Tecnológico Kampur
– Índia), P. K. Metha (Universidade de Berkeley – Califórnia) e J. Sallas Serrano
(Instituto Eduardo Torroja – Madri), entre outros, embora já fosse tradicionalmente
utilizada como pozolana na Índia, de acordo com Pouey (2006).
Concreto fresco
Concreto endurecido
94
TÓPICO 3 | ADIÇÕES MINERAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
95
UNIDADE 2 | DOSAGEM DE CONCRETOS, ADITIVOS E ADIÇÕES MINERAIS
96
TÓPICO 3 | ADIÇÕES MINERAIS
97
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• As adições podem proporcionar efeito químico e/ou efeito físico nas misturas.
98
AUTOATIVIDADE
PROPRIEDADES DO CONCRETO NO
ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E
MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
101
102
UNIDADE 3
TÓPICO 1
CONCRETO FRESCO
1 INTRODUÇÃO
A NBR 12655 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2015, p. 3) define concreto fresco como aquele “que está completamente
misturado e que ainda se encontra em estado plástico, capaz de ser adensado
por um método escolhido”.
Mas, afinal, por que a consistência é tão importante? E quais são as outras
propriedades importantes do concreto no estado fresco? Você já pensou que, para
o concreto ser moldável, ele precisa escoar adequadamente nas fôrmas? E que, se
o elemento estrutural for dimensionado com uma densidade grande de ferragens,
o concreto corre o risco de não passar? E se a peça for muito esbelta, será que ele
chega da mesma forma lá no fundo?
103
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
2 TRABALHABILIDADE
Guimarães (2005) salienta que a trabalhabilidade do concreto deve ser
definida em função da geometria da peça estrutural, do tipo de forma e da taxa de
armadura, e também deve ser compatível com os equipamentos de mistura, o tipo de
transporte, o lançamento, o adensamento, a técnica e o tipo de acabamento desejado.
104
TÓPICO 1 | CONCRETO FRESCO
E
IMPORTANT
105
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
107
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
Antes de iniciar o ensaio, a placa superior deve ser molhada para minimizar
o atrito do concreto com a chapa. Posiciona-se então o molde, preenche-se com
concreto em duas camadas e o adensamento é realizado com dez golpes do
soquete uniformemente distribuídos, em cada camada.
108
TÓPICO 1 | CONCRETO FRESCO
Porta 150
H1
600 (c) 200
h1
20 200
40
100 150
H2
600
h2
FONTE: <https://goo.gl/wff4x7>.
FONTE: Lisboa et al. (2005, p. 4)
Acesso em: 15 fev. 2019.
2.6 FUNIL EM V
Outro ensaio utilizado para determinar a fluidez e a estabilidade de
concreto autoadensável é o ensaio do funil em V (Figuras 12 e 13), prescrito na
NBR 15823-5.
8.6 cm
7.
5
cm
110
TÓPICO 1 | CONCRETO FRESCO
111
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
3 SEGREGAÇÃO
É a perda da uniformidade da distribuição dos componentes do concreto
fresco, que pode ocorrer nas etapas de transporte, lançamento e adensamento, muitas
vezes sem que se perceba, porém que compromete o desempenho das estruturas.
112
TÓPICO 1 | CONCRETO FRESCO
4 EXSUDAÇÃO
É a tendência da água de amassamento a subir para a superfície do
concreto recém-adensado, seja por excesso de água, ou por excesso de vibração,
ou por excesso de desempenho.
113
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
114
RESUMO DO TÓPICO 1
• Embora o slump test seja a metodologia mais empregada nas obras, existem
outras metodologias que podem ser utilizadas.
• Para concretos muito fluidos, o ensaio de slump test não é o mais adequado,
devido ao abatimento ser próximo a 100% e, portanto, outros ensaios, como o do
espalhamento com o cone de Abrams ou na mesa de Graff, devem ser empregados.
• A segregação deve ser evitada e, para tanto, alguns cuidados devem ser tomados
durante a mistura, o transporte, o lançamento e o adensamento do concreto.
• Embora a exsudação seja uma tendência natural do concreto, deve ser evitada
e, para tanto, alguns cuidados durante a execução devem ser tomados.
115
AUTOATIVIDADE
116
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 2, Tópico 1, você aprendeu a dosagem e esta visa basicamente
atingirmos certa resistência a ser atingida aos 28 dias de concreto, conforme
previsto no projeto. No entanto, como se obtém essa resistência? Aliás, que
resistência é essa? A compressão? A tração? Você lembra?
117
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
118
TÓPICO 2 | CONCRETO ESTADO ENDURECIDO
119
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
120
TÓPICO 2 | CONCRETO ESTADO ENDURECIDO
fctsp=2Pu/(πdh)
d
h
Flexão de vigas
Pu Pu
h fctfi=6aPu/(bh2)
a a b
121
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
≥ 25 mm Marca para
centralização do
corpo de prova
Face de rasamento
d=1/3 do corpo de prova
Elemento de aplicação
1/3
de carga (articulado
1/3 em todas as direções)
1/3 1
Elemento de aplicação de
carga (articulado
longitudinalmente ao corpo
de prova)
122
TÓPICO 2 | CONCRETO ESTADO ENDURECIDO
Módulo Secante
FONTE: Araujo et al. (2012, p. 566) FONTE: Almeida e Hanai (2008, p. 55)
123
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
124
RESUMO DO TÓPICO 2
• A resistência à tração pode ser obtida em diferentes ensaios, sendo que o mais
simples é o ensaio de resistência à tração por compressão diametral.
125
AUTOATIVIDADE
126
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Agora que você já sabe que fazer concreto não é simplesmente misturar
cimento, areia, água e brita, mas sim que exige um amplo conhecimento da tecnologia
do concreto, eu diria que você está apto a executar elementos estruturais de concreto.
Bom, reflita o seguinte: você acha que o tipo de misturador pode influenciar
na qualidade do concreto? E a ordem de mistura? Será que o transporte do
concreto pode causar algum dano na mistura? E quando se passou finalmente
por todas essas etapas, será que é só lançar nas fôrmas? Ou será que temos que ter
alguns cuidados? E após o lançamento nas fôrmas, será que já está tudo pronto?
Não é necessário mais outro cuidado?
Acho que deu para perceber que o concreto, embora seja um material
rústico, artesanal até, requer muito conhecimento tecnológico para que se alcance
a qualidade desejada.
Então vamos lá, nesse último tópico você ainda vai aprender mais um
pouquinho sobre esse material tão incrível e importante nas nossas obras!
2 MISTURA DO CONCRETO
A mistura do concreto exerce influência na qualidade do concreto. Fatores
como o tipo de misturador e a ordem de mistura, podem alterar propriedades
como teor de ar incorporado à mistura, bem como a homogeneidade da massa. A
seguir são apresentados os diferentes tipos de misturadores e procedimentos que
podem ser empregados.
127
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
128
TÓPICO 3 | MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO E CURA DO CONCRETO
E
IMPORTANT
• 2° agregado miúdo.
• 3° material mais fino (cimento e adições em pó).
Essa sequência, que vai do maior ao menor grão, visa evitar uma provável
formação de grumos de cimento quando esses entrarem em contato com água,
pois a brita sendo colocada previamente proporciona um leve esmagamento e a
água, previamente aderida à superfície da brita, faz com que os grãos de cimento
melhor se distribuam em torno dos grãos de agregado.
129
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
3 TRANSPORTE DO CONCRETO
Após a mistura do concreto, a etapa seguinte é o transporte do concreto,
tanto até a obra propriamente, se esse for usinado, quanto o transporte interno à
obra, até às fôrmas, tanto horizontal quanto vertical.
FIGURA 28 – CARRINHO DE
FIGURA 27 – PADIOLA MEDIDA (PADIOLA)
130
TÓPICO 3 | MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO E CURA DO CONCRETO
131
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
4 LANÇAMENTO
Lançamento é a operação de colocação do concreto nas fôrmas após a etapa
de transporte. Assim como no transporte, nesta etapa também deve-se atentar a fim
de evitar a segregação do concreto, com o consequente aparecimento de ninhos de
concretagem ou bicheiras, que são vazios geralmente em fundos de fôrmas.
132
TÓPICO 3 | MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO E CURA DO CONCRETO
5 ADENSAMENTO
Adensamento é o mesmo que vibrar o concreto para que se eliminem as
bolhas de ar incorporadas durante as etapas anteriores, em especial as de mistura
e lançamento. A eliminação dessas bolhas faz-se necessária para que o concreto
fique menos poroso e, consequentemente, mais resistente e menos permeável.
É errôneo pensar que quanto mais tempo o concreto for adensado, melhor,
pois adensamento em excesso pode ocasionar a segregação e exsudação. Então,
por quanto tempo o concreto deve ser adensado? Na norma não consta o tempo,
mas a recomendação é que, assim que as bolhas pararem de subir à superfície,
que se finalize o adensamento naquele trecho.
133
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
A NBR 14931 recomenda ainda que seja feito um plano de lançamento que
deve estabelecer a altura das camadas de lançamento do concreto e o processo
mais adequado de adensamento.
5.1 MANUAL
O adensamento manual é mais comumente empregado em pequenas
quantidades de concreto devido à baixa produtividade. Comumente é empregado
nos ensaios de consistência (Figura 30) e na moldagem de corpos-de-prova
(Figura 31).
134
TÓPICO 3 | MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO E CURA DO CONCRETO
135
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
136
TÓPICO 3 | MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO E CURA DO CONCRETO
6 CURA
A cura do concreto é um procedimento que visa retardar a evaporação
da água empregada na preparação da mistura, permitindo assim a completa
hidratação do cimento, e a consequente garantia de resistência mecânica e de
durabilidade do concreto. Em lajes, em que a área exposta ao ar é maior, a cura
torna-se importante também para evitar as fissuras por retração, que podem ser
agravadas com as altas temperaturas no verão. Deve-se levar em conta também a
velocidade do vento e a umidade relativa do ar.
137
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
6.2 QUÍMICA
A cura química é a aplicação de produtos à base de WAX, ceras, parafinas,
PVA, acrílicos, estirenos, entre outros elementos que, por aspersão com regadores
ou equipamentos de pulverização, formam uma membrana na superfície do
concreto para reduzir ou retardar a umidade (HELENE, 2019).
138
TÓPICO 3 | MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO E CURA DO CONCRETO
AUTOATIVIDADE
139
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
LEITURA COMPLEMENTAR
COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO
CONCRETO PREPARADO NA OBRA
Materiais
Cimento Portland
140
TÓPICO 3 | MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO E CURA DO CONCRETO
Menor nos
primeiros Menor nos Muito
Resistência à dias e primeiros dias maior nos
Padrão Padrão Padrão
compressão maior no e maior no final primeiros
final da da cura dias
cura
Calor gerado na
reação cimento x Padrão Menor Menor Maior Padrão Maior
água
Resistência aos
Padrão Maior Maior Menor Maior Menor
agentes agressivos
50
Resistência à Compressão (MPa)
CP V
40 CP I CP II
CP IV
30
20
CP III
10
1 3 7 28
Idade (dias)
Agregados
Os agregados possuem as seguintes finalidades no concreto:
• Transmitir as tensões aplicadas ao concreto através de seus grãos. Geralmente,
a resistência à compressão dos agregados é superior que a do concreto.
• Reduzir o efeito das variações volumétricas ocasionadas pela retração. Nessa
lógica, quanto maior o teor de agregados em relação à pasta de cimento, menor
será a retração.
• Reduzir o custo do concreto.
141
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO E MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO
E CURA DO CONCRETO
Recebimento e estocagem:
Cimento Portland
Agregado miúdo
A areia deve ser estocada em baias drenadas, para evitar que as parcelas
dos grãos finos sejam carregadas.
Agregado graúdo
Dosagem do concreto
142
TÓPICO 3 | MISTURA, TRANSPORTE, ADENSAMENTO E CURA DO CONCRETO
Mistura do concreto
• Homogeneidade
• Integridade
143
RESUMO DO TÓPICO 3
• Deve-se ter cuidado na mistura para não empelotar o cimento ou fraturar os grãos
de agregado, pois isso alteraria a consistência da mistura e a qualidade do concreto.
• O transporte do concreto requer cuidados para que não haja perdas de material
e de qualidade do concreto.
• Deve-se atentar para o tempo de lançamento, para que não haja o endurecimento
prematuro do concreto.
• Deve-se atentar para o tempo de vibração, para que não ocorra em excesso,
prejudicando o concreto.
144
AUTOATIVIDADE
145
146
REFERÊNCIAS
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específica, por grupos de resistência e consistência. Rio de Janeiro, 2015b.
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