Você está na página 1de 220

Tecnologia da

Construção de
Edificações II
Profa. Madeleing Taborda Barraza

Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020

Elaboração:
Profa. Madeleing Taborda Barraza

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

B269t

Barraza, Madeleing Taborda

Tecnologia da construção de edificações II. / Madeleing


Taborda Barraza. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.

210 p.; il.

ISBN 978-65-5663-092-9

1. Estrutura da edificação. – Brasil. Centro Universitário


Leonardo Da Vinci.
CDD 624

Impresso por:
Apresentação
Estimado acadêmico! Seja bem-vindo ao mundo da tecnologia
da construção civil. Pretendemos que, durante as próximas folhas, seu
conhecimento, compreensão e interesse pelos diferentes materiais e técnicas
utilizadas para dar forma às edificações continue crescendo, estruturando-
se da mão das normatividades que envolvem a instalação dos diferentes
componentes nas edificações. Lembrando que este conteúdo será um guia
para você continuar pesquisando mais e novas possibilidades durante a
instalação dos componentes, tendo a certeza de que não existe um único
caminho para atingir os objetivos, porém é necessário conhecer as diversas
possibilidades para escolher a melhor. Isso, para questões de engenharia, se
traduz no melhor desempenho com um custo razoável.

Durante as unidades seguintes, você terá uma aproximação dos


conceitos, procedimentos e técnicas associadas à ciência da impermeabilização,
do isolamento termoacústico, das diversas instalações hidrossanitárias e a
gás, dos revestimentos, esquadrias e pisos.

Especificamente, a primeira unidade introduz os conceitos de


impermeabilização, isolamento térmico e isolamento acústico, deixando
clara a importância de acondicionar a nossa edificação ao meio externo.

A segunda unidade aborda conceitos das diferentes instalações


hidrossanitárias, elétricas e a gás que são incorporadas para dar conforto e
proteção aos usuários.

Finalmente, a terceira unidade abrange conceitos de acabamentos


quando a estrutura da edificação já foi definida e seus espaços foram fechados
corretamente, apontando conceitos de revestimento, esquadrias e pisos.

Estamos motivando você a não deixar de sentir interesse pelas


operações que acontecem durante a estruturação de uma edificação. É excelente
quando, inicialmente, compreendemos a objetividade e funcionalidade dos
procedimentos e depois conseguimos vê-los materializados na instalação
e uso destes. A tecnologia da construção continuará se renovando a cada
novo material ou técnica que surge para facilitar a permanência do usuário
dentro das edificações, introduzindo componentes ambientais e oferecendo
acessibilidade no uso deles.

Bons estudos!

Profª. Madeleing Taborda Barraza

III
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

UNI

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos


materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais
que possuem o código QR Code, que é um código
que permite que você acesse um conteúdo interativo
relacionado ao tema que você está estudando. Para
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

IV
V
LEMBRETE

Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela


um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro


que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares,
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!

VI
Sumário
UNIDADE 1 - IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES........................1

TÓPICO 1 - IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES.............................................................3


1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................................3
2 REVISÃO DE CONCEITOS..................................................................................................................3
2.1 FORMAS DE ATUAÇÃO DA ÁGUA SOBRE A ESTRUTURA...................................................5
3 CLASSIFICAÇÃO DE IMPERMEABILIZANTES............................................................................6
3.1 RÍGIDOS...............................................................................................................................................7
3.2 SEMIFLEXÍVEIS..................................................................................................................................8
3.3 FLEXÍVEIS...........................................................................................................................................8
4 APLICAÇÃO E USO.............................................................................................................................10
4.1 IMPERMEABILIZAÇÃO DAS FUNÇÕES...................................................................................10
4.2 IMPERMEABILIZAÇÃO NA ALVENARIA.................................................................................11
4.3 IMPERMEABILIZAÇÃO DAS FACHADAS................................................................................12
4.4 IMPERMEABILIZAÇÃO EM COBERTURAS..............................................................................12
5 REFERÊNCIAS NORMATIVAS.........................................................................................................13
6 CUIDADOS DURANTE E APÓS A EXECUÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO.....................15
7 DURABILIDADE E MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
ASSOCIADAS À FALHA NA IMPERMEABILIZAÇÃO..............................................................16
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................20
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................21

TÓPICO 2 - ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES........................................................23


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................23
2 REVISÃO DE CONCEITOS................................................................................................................23
2.1 CONDUTIVIDADE TÉRMICA......................................................................................................24
2.2 RESISTIVIDADE TÉRMICA OU RESISTÊNCIA TÉRMICA.....................................................26
2.3 COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA TÉRMICA OU TRANSMITÂNCIA TÉRMICA .....26
2.4 RESISTIVIDADE GLOBAL E CONDUTIBILIDADE GLOBAL.................................................27
2.5 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA ..............................................................................27
3 INTERAÇÃO MEIO AMBIENTE-EDIFICAÇÃO...........................................................................27
3.1 TRANSMISSÃO DO CALOR EM PAREDES................................................................................30
4 DESEMPENHO E CONFORTO TÉRMICO.....................................................................................33
5 TIPOS DE ISOLANTES TÉRMICOS ...............................................................................................34
5.1 MATERIAIS TRADICIONAIS........................................................................................................35
6 ISOLAMENTO TÉRMICO NA EDIFICAÇÃO...............................................................................38
6.1 ISOLAMENTO TÉRMICO DE FACHADAS ...............................................................................38
6.2 ISOLAMENTO TÉRMICO DE COBERTURAS............................................................................39
7 NOVOS MATERIAIS............................................................................................................................40
8 REFERÊNCIAS NORMATIVAS.........................................................................................................41
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................44
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................45

TÓPICO 3 - ISOLAMENTO SONORO EM EDIFICAÇÕES...........................................................47


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................47

VII
2 REVISÃO DE CONCEITOS................................................................................................................47
2.1 MEDIÇÃO E CONTROLE DO SOM-RUÍDO...............................................................................50
3 TRANSMISSÃO DO SOM..................................................................................................................55
4 O MATERIAL ISOLANTE SONORO...............................................................................................56
5 MATERIAIS ADICIONAIS E SUAS PROPRIEDADES................................................................57
6 ISOLAMENTO ACÚSTICO................................................................................................................58
6.1 ISOLAMENTO SONORO EM PAREDES E FACHADAS..........................................................58
7 REFERÊNCIAS NORMATIVAS.........................................................................................................59
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................61
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................65
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................66

UNIDADE 2 - INSTALAÇÕES PREDIAIS..........................................................................................67

TÓPICO 1 - INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS..........................................................69


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................69
2 ABASTECIMENTO DE ÁGUA...........................................................................................................69
3 CONSUMO DIÁRIO E CRITÉRIOS ................................................................................................71
4 INSTALAÇÕES DE ÁGUA POTÁVEL.............................................................................................71
4.1 COMPONENTES DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO..........................................................72
4.2 ALIMENTADOR...............................................................................................................................73
4.2.1 Barrilete.....................................................................................................................................73
4.2.2 Coluna de distribuição, ramais e sub-ramais......................................................................73
4.2.3 Perda de carga..........................................................................................................................73
4.2.4 Peças de utilização ..................................................................................................................74
4.2.5 Pré-dimensionamento da rede .............................................................................................74
4.3 RESERVATÓRIOS ............................................................................................................................76
4.3.1 Reservatório inferior................................................................................................................76
4.3.2 Reservatório superior..............................................................................................................76
4.3.3 Dimensionamento ..................................................................................................................77
4.4 MATERIAIS.......................................................................................................................................78
4.5 ÁGUA QUENTE...............................................................................................................................79
4.5.1 Consumo diário de água quente...........................................................................................79
4.5.2 Aquecedores e tipos................................................................................................................80
4.5.3 Dimensionamento...................................................................................................................81
4.5.4 Materiais....................................................................................................................................81
4.6 ESGOTO SANITÁRIO.....................................................................................................................81
4.6.1 Aparelhos sanitários e acessórios..........................................................................................82
4.6.2 Ramais de descarga e de esgoto ...........................................................................................83
4.6.3 Tubo de queda e coluna de ventilação . ...............................................................................84
4.6.4 Coletor e subcoletor . ..............................................................................................................87
4.6.5 Caixa de inspeção e gordura..................................................................................................88
4.6.6 Fossa séptica.............................................................................................................................88
4.6.7 Filtro anaeróbico......................................................................................................................90
4.7 ÁGUAS PLUVIAIS...........................................................................................................................92
4.7.1 Estimativa de precipitação ....................................................................................................92
4.7.2 Calhas........................................................................................................................................93
4.7.3 Condutores ..............................................................................................................................94
4.8 CUIDADOS DURANTE A EXECUÇÃO.......................................................................................95
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................97
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................98

VIII
TÓPICO 2 - INSTALAÇÕES DE SISTEMAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO..........99
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................99
2 CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES..........................................................................................99
2.1 NORMATIVIDADE DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO..............................................100
2.2 RESISTÊNCIA E COMBATE AO FOGO.....................................................................................102
2.3 SISTEMA DE PROTEÇÃO E COMBATE CONTRA INCÊNDIO............................................103
2.3.1 Convergência De Sistemas...................................................................................................104
2.4 PROTEÇÕES ESTRUTURAIS.......................................................................................................107
2.4.1 Em estruturas de aço.............................................................................................................107
2.4.2 Em estruturas de madeira ...................................................................................................108
2.5 ESQUEMATIZAÇÃO DA REDE DE PREVENÇÃO.................................................................109
CONTRA INCÊNDIO....................................................................................................................109
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................110
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................111

TÓPICO 3 - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.........................................................................................113


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................113
2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS..........................................................................................................113
3 FORNECIMENTO DE TENSÃO .....................................................................................................114
3.1 LIMITES DE FORNECIMENTO . ................................................................................................116
3.2 TIPO DE FORNECIMENTO PARA UNIDADES CONSUMIDORAS INDIVIDUAIS . ......117
3.3 PROCEDIMENTO DAS INSTALAÇÕES....................................................................................118
3.4 ESQUEMATIZAÇÃO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO ELÉTRICA.........................................122
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................125
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................126

TÓPICO 4 - INSTALAÇÕES DE REDE DE GÁS.............................................................................127


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................127
2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS..........................................................................................................127
3 SISTEMA DE COMBUSTÍVEL EM EDIFICAÇÕES....................................................................127
3.1 EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO ....................................................................................131
3.2 MATERIAIS ....................................................................................................................................132
3.3 NORMATIVA .................................................................................................................................132
3.4 ESQUEMATIZAÇÃO DA REDE DE GÁS..................................................................................133
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................134
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................136
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................137

UNIDADE 3 - REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS........................................................139

TÓPICO 1 - REVESTIMENTOS..........................................................................................................141
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................141
2 REVISÃO DE CONCEITOS..............................................................................................................141
2.1 REVESTIMENTO DE ARGAMASSA .........................................................................................142
2.1.1 Revestimento de argamassa por camadas.........................................................................142
2.2 ESPECIFICAÇÕES DE ARGAMASSA .......................................................................................144
2.3 REVESTIMENTO INTERNO-EXTERNO....................................................................................148
2.3.1 Revestimento com cerâmica . ..............................................................................................148
2.4 REVESTIMENTO A GESSO .........................................................................................................150
2.5 REVESTIMENTO COM ESCAIOLA ..........................................................................................150
3 REVESTIMENTO ESPECIAL PARA PAREDES EXTERNAS.....................................................151
3.1 REVESTIMENTO COM PEDRAS NATURAIS...........................................................................151

IX
3.2 REVESTIMENTO COM PRODUTOS ESPECIAIS.....................................................................152
4 ENSAIOS SOBRE REVESTIMENTOS ..........................................................................................153
4.1 RESISTÊNCIA À ABRASÃO.........................................................................................................153
4.2 RESISTÊNCIA A MANCHAS.......................................................................................................153
4.3 RESISTÊNCIA AO ATAQUE QUÍMICO.....................................................................................154
4.4 ABSORÇÃO DE ÁGUA E RESISTÊNCIA MECÂNICA...........................................................154
5 CUIDADOS NA EXECUÇÃO...........................................................................................................155
6 PATOLOGIAS RELACIONADAS COM O REVESTIMENTO..................................................156
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................158
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................159

TÓPICO 2 - ESQUADRIAS..................................................................................................................161
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................161
2 CONCEITOS BÁSICOS.....................................................................................................................161
3 MATERIAIS UTILIZADOS...............................................................................................................162
4 EXIGÊNCIAS DE DESEMPENHO...................................................................................................163
5 TIPOS DE ESQUADRIAS..................................................................................................................164
5.1 ESQUADRIAS DE PORTAS .........................................................................................................164
5.2 ESQUADRIAS DE JANELAS........................................................................................................168
5.3 ESQUADRIAS EM COBERTURAS..............................................................................................170
5.4 ESQUADRIAS EM ESCADAS......................................................................................................171
5.5 ESQUADRIAS DE FACHADAS...................................................................................................172
6 ASSENTAMENTO...............................................................................................................................174
7 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS...............................................................................................176
8 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS......................................................................................................176
9 VISUALIZAÇÃO.................................................................................................................................177
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................178
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................179

TÓPICO 3 - PISOS..................................................................................................................................181
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................181
2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS..........................................................................................................181
3 BASE DE CONTRAPISO...................................................................................................................182
4 TIPOS DE PISO....................................................................................................................................183
4.1 CERÂMICO ....................................................................................................................................183
4.2 CONCRETO.....................................................................................................................................184
4.3 MADEIRA........................................................................................................................................185
4.4 PISO DE PEDRA NATURAL – ALTA RESISTÊNCIA..............................................................187
4.5 BLOCOS PRÉ-MOLDADOS..........................................................................................................189
5 CUIDADOS NA EXECUÇÃO – NORMAS....................................................................................190
6 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS...............................................................................................191
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................192
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................195
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................196
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................197

X
UNIDADE 1

IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO
NAS EDIFICAÇÕES

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os conceitos básicos associados à forma em que água, o som


e o calor incidem sobre os materiais da construção e usuários das
edificações;

• identificar quais são os materiais e as tecnologias que envolvem o


processo de impermeabilização, isolamento térmico e acústico;

• discutir técnicas de ensaios para avaliar a impermeabilização, o
isolamento acústico e térmico nas edificações;

• reconhecer a importância de aplicar tratamentos sobre a envolvente da
edificação.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES

TOPICO 2 – ISOLAMENTO SONORO NAS EDIFICAÇÕES

TÓPICO 3 – ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES

1 INTRODUÇÃO
A água tem um papel fundamental durante a execução dos projetos
de construção. Sempre visando ter o controle sobre ela, em quantidade e em
finalidade. Quando esta começa a se introduzir de modo aleatório e supersaturar
materiais que não têm proteção da sua ação, ou aos componentes diluídos nela,
podem ser registrados danos que, como Lima, Passos e Costa (2013) inferem,
comprometem a vida útil do componente, expondo-os a agentes agressivos. É
por isso que se indica a necessidade de aplicar impermeabilização em todos os
componentes da construção, desde a aplicação de silicone em juntas de esquadrias
até a adição de aditivos dentro de misturas de concreto ou argamassa, passando
pelo recobrimento de reservatórios de água e a instalação de sistemas coletores
de água de chuva.

A informação compartilhada por Porcello (1998) indica que o investimento


das atividades de impermeabilização na construção civil está compreendido entre 1
a 3% do custo total da obra, porém, quando a implementação da impermeabilização
não é feita de modo integral e com qualidade, essa porcentagem pode atingir 5
a 10% do custo total da obra, fato que foi comprovado por Lima (2012) e outros
autores que indicam que esse valor pode atingir 15% do custo total da construção
(ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO, 2005).

2 REVISÃO DE CONCEITOS
De acordo com Salgado (2012), impermeabilizar pode ser definido como
um procedimento que pretende evitar a influência da água nos projetos de
construção. É necessário indicar que não se especifica simplesmente se é dentro
das construções, uma vez que quando se tem projetos de pavimentação associados
a residências, a devida condução da água evitará transtornos de assentamentos
no solo.

Baseados na definição da NBR 9575: 2010, a impermeabilização refere-se a


um conjunto de operações e serviços que procuram proteger as construções da ação
deletéria de fluidos, de vapores e da umidade. Assim, deve ser implementado um
projeto de impermeabilização para cada obra, de modo que sejam especificados
os passo a passos dos sistemas e materiais a serem empregados.

3
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

FIGURA 1 – ESPALHAMENTO DA ÁGUA NUMA SUPERFÍCIE COM REVESTIMENTO

FONTE: <https://pixabay.com/es/photos/lluvia-gota-de-agua-piso-443015/>. Acesso em: 9 set. 2019

Poderíamos nos perguntar: o que um pouco de água a mais poderia


ocasionar para ter que desenvolver e aplicar sistemas de impermeabilização? A
resposta está associada aos componentes que estariam dissolvidos nessa água,
que são capazes de promover reações não desejadas nos materiais cerâmicos e
metálicos que compõem a estrutura da edificação. Porém, não só a água na forma
de líquido, gelo ou vapor é que causa danos, também o ar que a acompanha, a
temperatura e o tempo de exposição. Esse detrimento nos componentes traduz-se
em gastos financeiros que poderiam ter sido poupados se inicialmente tivessem
sido executados de maneira correta.

Conforme Soares (2014), existem aspectos que devem ser garantidos com
a implementação de uma impermeabilização completa:

FIGURA 2 – ASPECTOS ESSENCIAIS DE UMA BOA EXECUÇÃO NA IMPERMEABILIZAÇÃO

FONTE: Adaptada de Soares (2014)

4
TÓPICO 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES

O cumprimento desses aspetos está associado basicamente a três questões:

1. a implementação do tipo de impermeabilizante correto;


2. a boa execução da instalação do material;
3. a manutenção da instalação.

Só considerando esses componentes pode ser garantida a eficiência do


sistema, todas contempladas durante o planejamento e execução do projeto, de
modo que os custos sejam devidamente justificados.

2.1 FORMAS DE ATUAÇÃO DA ÁGUA SOBRE A ESTRUTURA


A água tem a possibilidade de se manifestar em diferentes estados, e
conhecer a forma em que se incorpora na estrutura é fundamental para identificar
o tipo de impermeabilização durante o projeto executivo (SOARES, 2014). No
Quadro 1 estão registradas as principais formas de atuação da água, assim como
suas possíveis origens.

QUADRO 1 – FORMAS DE ATUAÇÃO DA ÁGUA SOBRE A ESTRUTURA

Forma de atuação Origem


Água sob pressão (unilateral ou
Piscinas elevadas, subsolos, banheiros
bilateral)
Água de percolação Chuva e lavagem

Água capilar Umidade do solo

Água condensada Saunas e câmaras frigoríficas


FONTE: Adaptado de Freire (2007)

De modo específico, a água sob pressão é aquela água que fica exercendo
pressão sobre o componente estrutural de modo lateral, podendo ser confinada ou
não. Em vista do grande volume de água que fica em contato com o componente,
esta gera uma pressão sobre ele. A pressão hidrostática pode ser superior a 1 kPa
(NBR 9575:2010).

A água de percolação atua na superfície por ação da gravidade, escorrendo


em determinada direção sem exercer pressão (PICCHI, 1986).

A água capilar é aquela que depois de ser absorvida pela superfície tem a
propriedade de migrar pelos poros do componente (DINIS, 1997).

A água condensada é produto do fenômeno do desequilíbrio térmico entre


uma superfície e o vapor de água. Ocorre quando a superfície do componente
registra uma temperatura menor que a do ponto de orvalho, uma vez resfriado, o
ar acaba precipitando-se na superfície (LERSCH, 2003; RIGHI, 2009).
5
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

A maioria dessas atuações podem ser observadas na figura a seguir, com


exceção da água sob pressão.

FIGURA 3 – ESQUEMA DE DIFERENTES FORMAS DE ATUAÇÃO DA ÁGUA EM UMA EDIFICAÇÃO

FONTE: <https://bityli.com/WzAzd>. Acesso em: 16 set. 2019

3 CLASSIFICAÇÃO DE IMPERMEABILIZANTES
Existem diferentes formas de categorizar os impermeabilizantes, que
Bauer, Vasconcelos e Granato (2007) classificam segundo as características
de: flexibilidade; metodologia de aplicação; solicitação de água; exposição ao
intemperismo; e aderência ao substrato.

Flexibilidade: esse parâmetro categoriza se os elementos


impermeabilizantes envolvem elementos da estrutura, sujeitos ou não à fissuração.

Metodologia de aplicação: nessas condições se define que o


impermeabilizante deve ser moldado in loco ou o elemento é pré-fabricado e
requer de uma instalação.

Solicitação de água: aqui os impermeabilizantes são categorizados


em função de como a água tenta permear o elemento, se acontece por pressão
hidrostática (unilateral ou bilateral), por condensação, por percolação ou pela
umidade do solo.
6
TÓPICO 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES

Exposição ao intemperismo: se os materiais impermeabilizantes estarão


expostos constantemente a ações climáticas, como vento e sol, podem sofrer um
desgaste contínuo na sua superfície. Se o sistema necessita ou não de componentes
que incrementem essa resistência, aplicados após o impermeabilizante ter sido
instalado, então o sistema pode ser classificado em: resistente ao intemperismo,
autoprotegido, pós-protegido ou carente de proteção.

Aderência ao substrato: o substrato é a superfície ou o componente sobre


o qual será aplicado o impermeabilizante. Em algumas ocasiões é integrado a ele,
ou em outras é simplesmente aplicado, por isso são categorizados em: aderido,
parcialmente aderido ou não aderido.

Para esse caso, tomar-se-á como referência a flexibilidade, que pode misturar
categorias, porém permitem diferenciar substancialmente a forma de aplicação,
da mesma maneira que classifica a NBR 9575:2010. Quando os componentes
podem ser integrados ou não à estrutura da edificação, podem ser definidas
várias categorias (rígidos, semiflexíveis e flexíveis) da sua natureza.

3.1 RÍGIDOS
Como o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI) indica, um sistema
de impermeabilização rígido caracteriza-se por ser implementado a componentes da
estrutura que, teoricamente, não sofrem deformação, ficam em contato com o solo e não
recebem sol de modo direto. Claramente, refere-se a todo tipo de impermeabilizantes
que não apresentam características de flexibilidade frente ao componente construtivo.
De acordo com a NBR 9575:2010, esses são os tipos de materiais que podem ser
implementados:

a) argamassa impermeável com aditivo hidrófugo;


b) argamassa modificada com polímero;
c) cimento cristalizante para pressão negativa;
d) cimento modificado com polímero.

O IBI (2018) dá orientação técnica de ser implementado nas seguintes situações:

• subsolos;
• poços de elevadores;
• muro de arrimo;
• baldrames e alicerces;
• paredes internas e externas;
• pisos frios em contato com o solo;
• reservatórios de água potável;
• piscinas de concreto enterradas;
• estruturas sujeitas à infiltração do lençol freático;
• revestimento anterior ao assentamento de pisos cerâmicos;
• sob carpete e revestimentos de madeira em contato com o solo;
• pintura na face de aderência de granitos, evitando manchas de umidade.
7
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

Pode ser observado que esses tipos de produtos são de natureza inorgânica,
adicionados às misturas comumente usadas de argamassa ou concreto. De acordo com
o exposto anteriormente, deve ser garantida a boa aplicação do substrato para que os
pequenos defeitos no processo não comprometam o desempenho da mistura.

3.2 SEMIFLEXÍVEIS
Da mesma forma que Lima (2012) indica, esse tipo de sistemas não se encaixa
nem no sistema rígido nem no sistema flexível, tendo características de baixo
módulo de elasticidade, assim eles podem absorver pequenas movimentações e
suportar pressões positivas e negativas. Exemplo desses materiais são:

a) pinturas de base epóxi;


b) argamassa polimérica.

Salgado (2012) indica os usos mais comuns desse tipo de impermeabilizantes:

• superfícies de concreto, argamassa, alvenaria e aço;


• pequenas lajes e terraços.

3.3 FLEXÍVEIS
De modo contrário aos sistemas rígidos, esses componentes têm a
capacidade de registrar alongamento frente à movimentação dos componentes
da estrutura, intemperismo e trepidação (AECWEB, 2010). Assim, a camada
deve ser submetida a um ensaio específico de estanqueidade (NBR 9575:2010), os
materiais desse grupo aprovados pela mesma normativa são os seguintes:

a) membrana de emulsão asfáltica;


b) membrana de asfalto modificado sem adição de polímero;
c) membrana de asfalto modificado com adição de polímero elastômero;
d) membrana de asfalto elastomérico em solução;
e) membrana elastomérica de policloropreno e polietileno clorossulfonado;
f) membrana elastomérica de poliisobutileno isopreno (IIR), na forma de solução;
g) membrana elastomérica de estireno-butadieno-estireno (SBS);
h) membrana de poliuretano;
i) membrana de poliureia;
j) membrana de poliuretano modificado com asfalto;
k) membrana de polímero modificado com cimento;
l) membrana acrílica;
m) manta asfáltica;
n) manta de acetato de etilvinila (EVA);
o) manta de policloreto de vinila (PVC);
p) manta de polietileno de alta densidade (PEAD);
q) manta elastomérica de etilenopropilenodieno-monômero (EPDM);
r) manta elastomérica de poliisobutileno isopreno (IIR);
8
TÓPICO 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES

São de uso comum em:

• lajes;
• banheiros, cozinhas, caixas d’agua;
• terraços;
• reservatórios elevados.

Certamente, quando se especifica que a impermeabilização é um sistema,


diz-se que não é um simples produto. A figura a seguir especifica o conjunto de
elementos que permitem atingir o objetivo da impermeabilização.

FIGURA 4 – COMPONENTES DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO

FONTE: <https://bityli.com/BT7Zy>. Acesso em: 17 set. 2019

Esses componentes podem ser reduzidos quando a impermeabilização


é do tipo rígida. Inclusive, o sistema de impermeabilização vai acompanhado
de componentes adicionais que permitem dar condução ou captação da água
“desviada”, tais como tubos de drenagem, calhas ou condutores (CARDÃO,
1978). Da mesma forma, pelo tipo de sistema aplicado, também se evidencia a
necessidade de aplicar proteção mecânica ou não. A Figura 5 faz o contraste entre
duas formas de aplicação de sistemas de impermeabilização.

FIGURA 5 – MODALIDADES DE APLICAÇÃO DE UM SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO RÍGIDO


VS. UM SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO FLEXÍVEL

FONTE: <https://bityli.com/IHMId>. Acesso em: 21 set. 2019

9
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

E
IMPORTANT

Embora a NBR 9575:2010 caracteriza os materiais impermeabilizantes e seus


requisitos mínimos de fabricação segundo a sua aplicação, nela não são especificados os
dimensionamentos. Assim, devem ser assegurados mediante ensaios mecânicos, químicos
ou de estanqueidade (VASCONCELOS; BAUER, 2018).

4 APLICAÇÃO E USO
A escolha do sistema de impermeabilização a ser empregado leva
em consideração os seguintes fatores: pressão hidrostática, exposição ao sol,
possíveis deformações no substrato e fluxo de usuários (SABBATINI et al. 2003).
A seguir, indica-se a forma de abordar a impermeabilização em três componentes
importantes da estrutura, assim como os sistemas neles usados.

4.1 IMPERMEABILIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES


As fundações normalmente passam a ter contato com a água do solo, por
isso é necessário criar uma barreira física que impeça a passagem de fluidos ou
que pelo menos os conduza até um lugar de evacuação (HUSSEIN, 2013). Mesmo
assim, é comum ter esse tipo de problema, por isso a necessidade de aplicar
uma argamassa com bom desempenho mecânico, que se constitua de aditivos
impermeabilizantes, seja usada emulsão impermeabilizante e/ou uma manta ou
membrana asfáltica, como pode ser visto na Figura 6.

FIGURA 6 – INCORPORAÇÃO DE COMPONENTES IMPERMEABILIZANTES SOBRE VIGAS


BALDRAME

FONTE: <https://www.pinterest.at/pin/397161260871798449/>. Acesso em: 13 set. 2019

10
TÓPICO 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES

Nesses tipos de fundações podem ser usados:

• produtos cristalizantes;
• argamassa impermeável;
• cimento polimérico;
• ou mantas asfálticas (quando as fundações são pequenas);
• ou mantas de PVC (quando as fundações são robustas).

4.2 IMPERMEABILIZAÇÃO NA ALVENARIA


Quando se tem problemas de umidade nas fundações, ou por questões
ambientais, as paredes são as primeiras a manifestar alguma patologia. O
revestimento de impermeabilização é realizado normalmente até 1 m de altura
acima do piso, tal como ilustra a Figura 7:

FIGURA 7 – CONSIDERAÇÃO DA EXTENSÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO EM PAREDES SOBRE O


BALDRAME E NO CONTRAPISO

FONTE: <http://maosaobra.org.br/fasciculos/impermeabilizacao/>. Acesso em: 14 set. 2019

É muito comum ter deterioração nos muros perimetrais, devido às


precipitações e à ação do vento. A água acaba se infiltrando e produzindo
eflorescências ou manchas, basicamente porque os componentes não são hidrófugos
e nem monolíticos. Para o caso da alvenaria, a água acaba penetrando pelas juntas,
fato que foi registrado durante testes nos laboratórios sob a pressão eólica, a cinética
da chuva e a gravidade (SCHILD et al., 1978).

Basicamente, esse sistema se vale da argamassa impermeável/polimérica e


cristalizantes para evitar a presença de água capilar que possa comprometer a peça.

11
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

ATENCAO

Quando começam a ser observados problemas de umidade em paredes não


perimetrais, simultaneamente com o piso, deve ser considerado que a problemática esteja
associada a falta de drenagem no piso.

4.3 IMPERMEABILIZAÇÃO DAS FACHADAS


Por ser a face da edificação, com frequência são procurados materiais que
tenham o menor grau de absorção de água e após montagem da fachada são
considerados adicionais que ajudem a impedir a infiltração de água da chuva,
basicamente apoiando-se em resinas siliconadas ou acrílicas (pintura hidrófuga),
de modo que não sejam produzidas alterações na estética da fachada. A aplicação
desses produtos se dá como na pintura, como pode ser vista na Figura 8,
empregando rolos, brochas e trinchas.

FIGURA 8 – APLICAÇÃO DE UMA CAMADA DE PINTURA IMPERMEABILIZANTE NUMA PAREDE


DE FACHADA

FONTE: <https://fibersals.com.br/blog/impermeabilizacao-de-fachada/>. Acesso em: 14 set. 2019

A aplicação da impermeabilização nas fachadas favorecerá a conservação


da superfície, a prevenção de umidade no interior da edificação e a durabilidade
da construção.

4.4 IMPERMEABILIZAÇÃO EM COBERTURAS


A cobertura recebe com maior intensidade a água da chuva. Podem ter
inclinação e fluxo de usuários. Assim, devem ser considerados esses componentes
na hora de fazer a instalação do sistema. Adicionalmente, durante a instalação
deve ser assegurada a aderência do sistema para que o vento ou a falta de
homogeneidade na superfície possa ocasionar acumulações temporais de água. A
Figura 9 apresenta a instalação e cuidados que devem ser contemplados quando
é realizada a impermeabilização em coberturas.
12
TÓPICO 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES

FIGURA 9 – APLICAÇÃO DE MANTAS ASFÁLTICAS EM LAJE DE COBERTURA

FONTE: <https://www.vivadecora.com.br/revista/impermeabilizante-para-laje/>. Acesso em: 14


set. 2019

Salgado (2012) indica que, quando se trata de mantas, a superfície deve


estar limpa, livre de poeiras e perfeitamente regularizada. Os cantos devem ser
regularizados com acabamento meia cana, ficando atento aos ralos e às passagens
de tubulação para evitar problemas de infiltração de água nesses pontos. Algumas
mantas não possuem resistência à ação dos raios ultravioleta do sol, sendo que deve
ser incluída uma proteção mecânica com a aplicação de uma camada de argamassa.

Os sistemas que podem ser implementados nas coberturas são, entre outros:

• manta líquida impermeabilizante;


• membrana acrílica de poliuretano ou outras;
• manta asfáltica aluminizada (quando não há trânsito de pessoas).

5 REFERÊNCIAS NORMATIVAS
A NBR 9575:2010 aponta a necessidade de um especialista em
impermeabilização que analise os projetos básicos da obra e indique as áreas que
necessitam de tratamento com impermeabilizantes, assumindo a responsabilidade
técnica para diferenciar os tipos de impermeabilizantes a serem usados e sua
devida execução. Essa informação se consolida no chamado projeto básico de
impermeabilização, que dá o detalhamento dos sistemas a serem utilizados
(BERNHOEFT; MELHADO, 2010).

A NBR 9574:2008 especifica um processo de execução da


impermeabilização com base na flexibilidade do impermeabilizante, que pode
ser resumido da seguinte forma:

13
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

i) Preparação do substrato: deve ser firme, coeso e homogêneo. Limpo, livre


de materiais e objetos que dificultem a aderência do impermeabilizante.
Recomenda-se que esteja úmido sem estar supersaturado.
ii) Aplicação do tipo de impermeabilizante: preparar os componentes de modo
manual ou mecânico. Se for impermeabilização rígida, deve ser preparada
in loco (mistura não industrializada – quando tem hidrofugantes), de areia
com faixa granulométrica especificada e espessura mínima de 1 cm, sempre
cumprindo as indicações do fabricante quanto à dosagem, tempo de mistura e
aplicação por camadas, se for o caso.
iii) Proteção do impermeabilizante: essa parte é recomendada e necessária
quando existe a possibilidade de agressão mecânica ou incidência de raios
ultravioleta.

Adicionalmente ao procedimento de execução especificado pelo tipo de


impermeabilizante ou substrato existem outras normas que indicam a necessidade
de garantir o desempenho do elemento, tais como:

a) NBR 12171:1992 – Aderência aplicável em sistema de impermeabilização


composto por cimento impermeabilizante e polímeros – Método de ensaio.
Especifica aplicação para sistemas impermeabilizantes rígidos, que preparados
sobre um concreto de traço específico são aplicados e curados durante 28
dias para posterior ensaio de aderência com equipamento, (Figura 10),
posteriormente é analisada a forma de ruptura.

FIGURA 10 – FORMATO DE CORPOS DE PROVA E APLICAÇÃO DE IMPERMEABILIZANTE PARA


ENSAIO DE ADERÊNCIA

FONTE: Vieira e Motta (2018, p. 6)

b) Novamente, a NBR 9574:2008 especifica um teste de lâmina de água, na procura


de garantir a estanqueidade dela durante o mínimo de 72 horas seguintes à
cura do sistema empregado, a fim de verificar a presença de falhas.

c) NBR 12170:2017 – Materiais de impermeabilização – determinação da potabili-


dade da água após o contato. Esse ensaio é indicado para impermeabilizantes
destinados a reservatórios, de modo que a água armazenada não sofra modifica-
ção do seu pH com a possível dissolução de componentes no impermeabilizante.
14
TÓPICO 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES

d) NBR 16548:2017 – Materiais de impermeabilização – determinação da


resistência à tração e alongamento, indicando que devem ser feitos em um
formato específico e com materiais de corte à base de aço. Esse ensaio é válido
para materiais do tipo flexíveis.

e) Finalmente, também é considerado para sistemas de impermeabilização


que têm uma vida útil, especificado pela NBR 15575-1: 2013, que precisam
de manutenção diferenciada pelo rompimento de material de revestimento,
resumido no Quadro 2.

QUADRO 2 – INDICAÇÃO DE TEMPO PARA MANUTENÇÃO PREVENTIVA EM SISTEMAS


IMPERMEABILIZANTES

Tipo de Tempo de vida


Componente
impermeabilização útil (VUP) – anos
Mínimo: 4
Juntas, rejuntamento, rodapés Intermédio: 5
Manutenções sem Superior: 6
rompimento do
revestimento Caixa d’água, jardineira, áreas Mínimo: 8
externas com jardim, coberturas Intermédio: 10
não utilizáveis, calhas Superior: 12
Áreas internas de piscina, áreas
Manutenções com Mínimo: 20
externas com piso, coberturas
rompimento do Intermédio: 25
utilizáveis, rampa de garagem e
revestimento Superior: 30
outros
FONTE: NBR 15.575-1 (2013, p. 56)

Qualquer reparação e/ou manutenção também deve se ver apoiada nas


normatividades:

• NBR 5674:2012 – Requisitos para o sistema de gestão de manutenção:


reconhecendo a importância da manutenção sobre as edificações e seus
componentes; e
• NBR 16280:2015 – Reforma em edificações – Sistema de gestão de reformas
– Requisitos, que especifica como devem ser executadas as manutenções que
contribuem à utilização dos componentes da estrutura.

6 CUIDADOS DURANTE E APÓS A EXECUÇÃO


DA IMPERMEABILIZAÇÃO
Durante a impermeabilização, a NBR 9575: 2010 indica que é necessário
realizar uma inspeção sobre o substrato, registrar a presença de coletores de
água, a presença de tubos, verificar se foi especificado no projeto básico de
impermeabilização a necessidade de proteção mecânica e definição do sentido das
15
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

possíveis juntas a serem executadas. Da mesma forma, Souza e Melhado (1998)


indicam que o sistema inicialmente definido para a impermeabilização pode
ser questionado quando durante a execução podem não ser atendidos requisitos
de desempenho – adequação – ou que o sistema não possua construtibilidade e
produtividade.

Conforme Morais (2002), depois da impermeabilização deve-se:

• verificar se superfície está uniforme e com bom aspecto;


• verificar o embutimento nos pluviais e canaletas;
• verificar a correta superposição das juntas e sua consolidação (quando o isolante é
do tipo membranas ou mantas), de modo que a água não permeie entre elas;
• verificar os arremates nos ralos, encaixes, altura dos encaixes, arremate em
tubulações, presença de vegetação e descida de água pluviais;
• conferir o caimento final das superfícies;
• após a aprovação, fazer a proteção mecânica de transição;
• fazer testes iniciais, detalhados.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI, 2018), com


o passar do tempo podem ser detectadas falhas que podem ser ajustadas antes do
comprometimento total do componente, fazendo uso de várias técnicas, algumas
apresentadas a seguir:

1. Uso de dispositivos elétricos: permitem identificar a presença de fissuras


mediante o fenômeno de “fechamento de arco elétrico”, aplicando-se sobre as
impermeabilizações para comprovação da sua estanqueidade, claramente esses
testes são do tipo não destrutivo.
2. Termografia infravermelha: por meio do uso de dispositivos que podem
caracterizar a variação da temperatura mediante leituras de infravermelho, o que
permite identificar possíveis inconsistências no fluxo dela associadas à patologia
de infiltração.
3. GPR – Ground Penetrating Radar ou escaneamento por radar: baseados na
identificação do caminho de um circuito elétrico criado pela passagem da água,
que segue os princípios de campos elétricos e possibilita o rastreio da sua origem .

7 DURABILIDADE E MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS


ASSOCIADAS À FALHA NA IMPERMEABILIZAÇÃO
São muitos os fatores que afetam a intensidade dos danos associados à
falta de impermeabilização e o fator tempo de exposição também é importante.
Por mais que sejam aplicadas técnicas, sempre se tem uma porcentagem de
infiltração da água nos materiais, pois estes sempre são de natureza porosa. Esses
fatores podem ser indicados assim:

• localização geográfica da edificação;


• orientação da planta;

16
TÓPICO 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES

• altura da edificação.
• clima externo, diferencial de umidade.

Salgado (2012) lista alguns dos problemas comuns decorrentes da presença


indesejável da água:

• presença da umidade nas estruturas executadas ao nível do solo;


• presença de umidade nas paredes perto do piso;
• vazamento de água em lajes;
• vazamento de água em caixas d’água;
• vazamento de água em piscinas;
• umidade em piso.

Não obstante, ainda conhecendo esses possíveis problemas, com frequência


existe negligência no planejamento e execução do projeto de impermeabilização,
muitas vezes pela ausência de um especialista que assuma essa responsabilidade,
tanto quanto pela má execução do serviço. As figuras seguintes mostram os
problemas mais comuns de origem e causa variada:

FIGURA 11 – MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DE FALHAS NA IMPERMEABILIZAÇÃO


EM RESIDÊNCIAS

FONTE: <https://bityli.com/0TQWG> e <https://bityli.com/JuNA2>. Acesso em: 20 set. 2019

FIGURA 12 – ALGUMAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DE FALHAS NA IMPERMEABILIZAÇÃO


EM ESTRUTURAS MAIS ROBUSTAS

FONTE: <https://bityli.com/Kqf09> e <https://bityli.com/04t24>. Acesso em: 20 set. 2019

17
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

De modo específico, é apresentado na sequência um exemplo de Rodrigues,


Júnior e Lima (2016). É mostrada uma problemática associada à execução da
impermeabilização de um reservatório superior com capacidade de 40 m³ de água
e com duas câmaras, que proveem água para um edifício misto de alto padrão,
localizado no bairro de Tambaú, em João Pessoa-PB.

Detalhes: A impermeabilização é executada com cimento polimérico


e resina termoplástica estruturada (indicação do projetista). Porém, durante a
execução, detectou-se a ausência de mísulas horizontais na estrutura de concreto
do reservatório. Sem elas a pressão da água poderia fissurar ou romper o
impermeabilizante, dessa forma o sistema foi trocado para manta asfáltica aderida.

Procedimento:

1. Lixamento das paredes de concreto e regularização horizontal do piso.


2. Posterior limpeza.
3. Aplicação de camada asfáltica para facilitar aderência.
4. Consideração do envolvimento das tubulações com manta asfáltica (ver Figura 13).
5. Ensaio de estanqueidade em duas camadas até atingir a capacidade do
reservatório.
6. Inspeção diária de umidade.
7. Detecção de falha no sistema entorno à tubulação (ver Figura 13).
8. Drenagem do reservatório.
9. Detecção de falhas nos arremates da manta na tubulação (ver Figura 14).
10. Reparo a partir do corte da manta e rebaixamento da superfície próxima às
tubulações. Novo lixamento, limpeza, aplicação de argamassa polimérica e posterior
aplicação de manta (fazendo um arremate na parte inferior da luva). E foi aplicado
um produto à base de resina epóxi sobre a manta para garantir a aderência.
11. Um novo teste de estanqueidade foi realizado.
12. Foi inspecionada a falta de infiltração.
13. Foi aplicada a proteção mecânica horizontal.

FIGURA 13 – RESERVATÓRIO E UMA DAS TUBULAÇÕES CONJUNTA

FONTE: Rodrigues, Júnior e Lima (2016, p. 28)

18
TÓPICO 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO NAS EDIFICAÇÕES

FIGURA 14 – DETECÇÃO DE PROBLEMAS PRÓXIMOS À TUBULAÇÃO – REPARO DO SETOR

FONTE: Rodrigues, Júnior e Lima (2016, p. 29)

FIGURA 15 – DETALHE DE REPARO

FONTE: Rodrigues, Júnior e Lima (2016, p. 30)

Finalmente, com a devida indicação, correção e ensaio de estanqueidade


pode se ter a confiança de que o reservatório estará em condições de cumprir
eficientemente sua função, considerando que a manutenção não pode ser deixada
de lado.

19
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• Existe a necessidade de estruturar e supervisar as atividades associadas à


aplicação do sistema de impermeabilização no planejamento e execução de
obras.

• O excesso da água não conduzida dentro da edificação pode causar danos


internos nos componentes.

• Têm-se diversos tipos de materiais e procedimentos associados à instalação
de sistemas impermeabilizantes segundo a funcionalidade do componente
estrutural.

20
AUTOATIVIDADE

1 Qual é a diferença significativa entre estanqueidade e impermeabilização?

2 Como acontece a eflorescência nas paredes e por quê?

21
22
UNIDADE 1
TÓPICO 2

ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

1 INTRODUÇÃO
A separação de ambientes dentro das edificações é uma atividade comum
nas últimas décadas, dessa forma é oferecida ao usuário a possibilidade de
experimentar diferentes temperaturas sem sair da sua área de trabalho, estudo ou
residência. Essa necessidade humana está associada à variação da temperatura do
ambiente, sua umidade e presença de vento, que claramente é capaz de modificar
os pequenos ambientes internos criados pelo homem. Esse fato se manifesta pela
busca de um equilíbrio térmico que pode ser ajustado de modo simples pela troca
na vestimenta (NICOL; HUMPHREYS, 2001) ou de uma forma geral e fixa com
a instalação de sistemas que facilitem o ajuste ambiental, tais como sistemas de
isolamento térmico.

Cunha e Cunha (1997) indicam que separar os ambientes por causa da


temperatura ou das atmosferas é a primeira forma de gerar isolamento térmico.
Esse ato, na construção, proporciona conforto, economia e estabilidade estrutural
nas edificações. Essas são grandes consumidoras de energia para serem aquecidas
durante o inverno e resfriadas durante o verão, precisam de isolamento térmico
para sua eficiência energética.

2 REVISÃO DE CONCEITOS
Isolamento térmico consiste em prover de resistência à edificação durante
a influência térmica do exterior, impedindo a passagem de calor ou frio, fato que
é alcançado quando são incorporados materiais isolantes (REVCOSPAIN, 2012).

Dentro de cada edificação podem ser desenvolvidas condições ambientais


quase que de modo unitário, ou seja, diferentes de um ambiente externo
maior, e pode ser gerado um microclima que registra condições ambientais
predominantemente iguais para todos os materiais que estão dentro dele (JOHN;
SATO, 2006). Esse microclima tem condições de umidade, vento e temperatura
que podem ser modificadas mediante composição da envolvente da edificação
(paredes externas e telhado).

23
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

Essas variáveis e suas formas de serem percebidas pelo corpo humano


podem gerar desconforto e adicionalmente também ocasionar deformações
nos componentes da estrutura. Por isso é procurada a estabilidade térmica que
permite a conservação das propriedades físicas dos materiais da edificação e, por
conseguinte, a conservação da vida útil das peças.

Cinco conceitos são importantes para compreender como os componentes


podem se ver afetados pela temperatura externa: a condutibilidade térmica, a
resistividade térmica, resistividade global, coeficiente de dilatação térmica e
condutibilidade térmica global (PIRONDI, 1979). Todos baseados na possibilidade
de transferência de calor, por ser a forma de transferência de energia entre os
sistemas internos e externos.

2.1 CONDUTIVIDADE TÉRMICA


Corresponde à capacidade de condução de calor de um material.
Representado pela expressão da equação (1) (no Sistema Internacional de
unidades), indica a quantidade de calor (em Joules) que pode ser transmitida entre
duas faces paralelas de um corpo homogêneo, em regime estacionário, quando
possuem espessura equivalente a 1 metro, durante um tempo especificado de 1
segundo, em 1 metro quadrado de área, e para cada grau centígrado de diferença
entre as temperaturas superficiais das faces.

(1)

Em função dos valores da condutividade, o material pode ser considerado


condutor ou isolante. Porém, a umidade e temperatura do ambiente podem
modificar essa caracterização de condutividade térmica em alguns materiais. Por
exemplo, quando a água ingressa nos vazios ou poros dos materiais, a passagem
de calor é mais alta, pois a própria água tem condutividade térmica 24 vezes
maior que o ar. A estimação de condutividade por grupo de materiais pode ser
ilustrada na Figura 16. De modo mais específico, os valores de condutividade em
materiais usados na construção civil são especificados no Quadro 3.

24
TÓPICO 2 | ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

FIGURA 16 – VARIAÇÃO NA ESCALA DE CONDUTIVIDADE SEGUNDO GRUPO DE MATERIAIS

FONTE: <https://www.antonioguilherme.web.br.com/blog/condutividade-termica/>. Acesso em:


19 set. 2019

QUADRO 3 – CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE ALGUNS MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Material Condutividade térmica (W/m.K)


Metal 35 (Chumbo), 381 (Cobre)
Cimento 1,63-2,74
Água 0,60 (Liquida), 2,50 (Gelo)
Chapisco 0,35-1,40
Tijolo maciço 0,72-0,90
Bloco de concreto 0,35-0,79
Tijolo oco 0,49-0,79
Gesso 0,26-0,30
Madeira 0,10-0,21
Concreto celular 0,09-0,18
Isolamento 0,026-0,050
Ar 0,026
FONTE: <http://www.aipex.es/faq_po.php?s=9>. Acesso em: 8 nov. 2019

25
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

Contudo, os materiais nem sempre deixam passar o calor através deles.


Quando isso acontece, se diz que possuem resistência térmica, o que acontece
segundo a natureza dos materiais. No caso dos materiais metálicos, essa condução é
mais rápida que em materiais cerâmicos ou poliméricos, por isso esse parâmetro se
torna importante na hora de considerar possíveis condutores ou isolantes térmicos.

2.2 RESISTIVIDADE TÉRMICA OU RESISTÊNCIA TÉRMICA


Corresponde à capacidade interna do material de opor-se ao fluxo de
temperatura, sendo inversamente proporcional à condutividade térmica:

(2)

Em que:
E – espessura da camada (m);
K – condutividade térmica do material (W/m.K).

Um bom material isolante terá uma resistência térmica alta e claramente


a resistência pode ser incrementada quando se tem um material de mediana
resistência, mas com uma espessura maior.

2.3 COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA TÉRMICA OU


TRANSMITÂNCIA TÉRMICA
O coeficiente de transferência térmica ou coeficiente de transferência de
calor indica a quantidade de calor que foi transferido por convenção no sistema
construtivo, considerando que este está constituído por diferentes materiais e
cada um possui uma condutividade diferente.

(3)

U = coeficiente de transferência térmica, W/(m2.K);


R = resistência térmica (m2.K/W);
A = área de superfície de transferência térmica, m2;
ΔT = diferença na temperatura entre a área da superfície do sólido e a do
fluido circundante, K;
Δt = período de tempo, s;

26
TÓPICO 2 | ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

Esse parâmetro permite caracterizar o isolamento da parede. Quanto mais


baixo for o valor da transmitância, melhor será o comportamento térmico do
sistema construtivo. A finalidade de atingir ditos valores se resume na redução
de investimento na manutenção da edificação e a contribuição ao meio ambiente.
Esses três conceitos inicias podem ser esboçados, como mostra a seguinte figura:

FIGURA 17 – CONCEITOS BÁSICOS NA TRANSMISSÃO DE CALOR E SUA REPRESENTAÇÃO

FONTE: Adaptado de <https://bityli.com/hmJZt>. Acesso em: 18 set. 2019

Adicionalmente, podem ser definidos outros conceitos que se associam


com os primeiros, de forma global, no elemento através do qual passa o calor.

2.4 RESISTIVIDADE GLOBAL E CONDUTIBILIDADE GLOBAL


De modo unitário, cada material possui um valor de condutividade térmica,
porém os materiais são uma mistura homogeneizada de vários componentes, dos
quais pode ser estimado um coeficiente de condutibilidade térmica global e uma
resistividade térmica global, o que basicamente se traduz na somatória de cada
um dos componentes a “reagir” com a transmissão de calor.

2.5 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA


A dilatação térmica é o fenômeno que ocasiona a deformação de um
elemento pelo incremento da temperatura, produzido pela agitação nas moléculas
deste. De todos os grupos de materiais, os sólidos são aqueles que mais resistem
a esse fenômeno. E mesmo assim, frente à agitação térmica por uma variação
abrupta de temperatura durante o dia (40 °C) e frio intenso durante a noite (9
°C), esses materiais podem sofrer de fadiga térmica e se romper, caso não sejam
previstos tratamentos de proteção neles.

3 INTERAÇÃO MEIO AMBIENTE-EDIFICAÇÃO


A edificação pode ser considerada célula unitária, uma vez que é
incorporado um sistema de isolamento térmico eficiente, podendo gerar seus
próprios microclimas. Uma edificação bem isolada consegue poupar custos
de energia, a qual é obtida de recursos naturais (hidroelétricas, termoelétrica),
27
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

muitas vezes sobreexplorados. Da mesma forma, a produção e consumo dessa


energia também geram gases de efeito estufa e contribuem com as mudanças no
clima (REVCOSPAIN, 2012).

A energia térmica que incide sobre as edificações pode ser manifestada em


três modalidades (radiação, convecção e condução), todas associadas às formas
de transferir o calor do ambiente ao interno dela, como representa a Figura 18:

FIGURA 18 – MODALIDADES DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

FONTE: <https://www.3tc.com.br/3-formas-transferencia-calor/>. Acesso em: 12 set. 2019

A radiação é a principal forma de transmissão de calor e o principal


agente externo que causa aquecimento na edificação, basicamente se propaga
na forma de ondas eletromagnéticas (DARÉ, 2005). A edificação, ao entrar em
contato com esse calor, pode absorver parte dele e/ou modificar parte da sua
temperatura interna. A intensidade de energia recebida depende da superfície
externa da edificação, da orientação desta e da época do ano (PINTO, 2000). O
fluxo de calor produzido pela radiação é representado pela seguinte equação (4):

(4)

Sendo:
= constante de Stefan-Boltzmann com valor de 5,67 × 10-8 W/ (m2. K4);
A = área da superfície em m2;
T = temperatura absoluta em K.

28
TÓPICO 2 | ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

Por sua vez, o ganho de calor devido à radiação solar consiste numa
somatória de vários componentes, como “Radiação solar direta (onda curta),
Radiação solar difusa (onda curta), Radiação solar refletida pelo solo e pelo
entorno (onda curta), Radiação térmica emitida pelo solo aquecido e pelo céu
(onda longa) e a Radiação térmica emitida pelo edifício (onda longa)” (PINTO,
2000, p. 20).

Para o caso da transferência de calor por convecção, este ocorre entre um


fluido em movimento e uma superfície, quanto mais rápido for o movimento
desse fluido, maior será a transferência de calor por convenção (JORGE, 2011).
Essa convecção pode ser natural ou forçada, dependendo das condições de
escoamento do fluido (ORDENES; LAMBERTS; GÜTHS, 2008). A equação do
fluxo de calor por esse tipo de transferência é indicada a seguir:

(5)

Sendo:
H = coeficiente de transferência de calor em W/ (m2. K);
= é a temperatura da superfície em K;
= é a temperatura do fluido afastado da superfície em K;
A = área da superfície através da qual se processa a transferência de calor, em m2.

Por último, o calor por condução está transmitido através do contato físico
dos componentes e, portanto, é proporcional à diferença de temperatura das
superfícies, sendo que claramente uma delas possui um nível energético superior
à outra. A representação desse sistema obedece à Lei de Fourier:

(6)

Sendo:
K = condutividade térmica do material em W/ (m. K);
= é a diferença de temperatura entre as superfícies em K;
E = espessura em m;
A = área da superfície em m2.

A primeira lei da termodinâmica “atua” sobre a envolvente da edificação,


assim, a quantidade de energia dentro da edificação será produto da energia
térmica que entra mais a energia gerada dentro dela, menos o volume de energia
que sai do sistema. Geralmente, deixa um saldo positivo ao interior da edificação.

29
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

3.1 TRANSMISSÃO DO CALOR EM PAREDES


As paredes constituem parte da envolvente da edificação e são elas que
recebem o fluxo de energia. Em função do tipo de material que as conformam,
esse fluxo de calor pode ser reduzido para o interior da edificação. Na sequência,
pretende-se associar os conceitos definidos previamente para compreender a
importância da incorporação do isolamento térmico nas paredes.

Jorge (2011) realiza o esquema de troca de calor, considerando que a


temperatura do ambiente interior é superior à temperatura do ambiente exterior.
Assim, o fluxo de calor registra seu gradiente do ambiente interno para o externo
(Figura 19). Baseado nas diretrizes de Nepomuceno (2009), o fluxo de calor pode
ser avaliado nas seguintes etapas:

FIGURA 19 – SIMULAÇÃO DA FORMA DE CIRCULAÇÃO DO CALOR NUMA PAREDE EXTERNA


DA EDIFICAÇÃO

FONTE: Jorge (2011, p. 16)

Na etapa q1 acontece o fluxo de calor promovido pela diferença térmica


entre o interior e o exterior, sendo manifestado na forma de radiação e convenção:

(7)

Na etapa q2, o calor permeia o material e consequentemente é aquecido


por condução, nesse processo é considerado que o regime é permanente e não se
tem perdas de calor durante sua transmissão. Ou seja, q1 = q2 = q3 = q

(8)

30
TÓPICO 2 | ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

Na etapa q3 novamente existe a transferência de calor por radiação e


convenção que gera o novo ambiente:

(9)

Dessa forma, aplicando a continuidade do calor para as equações (7), (8) e (9):

E lembrando que:

para uma espessura unitária teríamos que:

Chegando a definir o calor transmitido assim:

(10)

É importante indicar que o valor de condutividade térmica do material


não é o único fator que determina a indicação do seu uso, também a resistência à
compressão, suas características químicas, sua capacidade de absorção de água,
estabilidade dimensional e resistência química, pois o processo de instalação

31
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

do isolamento apoia-se em outros tipos de componentes que devem assegurar


a condensação do sistema e não sua desintegração ao longo do tempo por
incompatibilidades deste.

A envolvente da edificação recebe mais atenção na instalação de sistemas


isolantes, visando poupar o maior consumo de energia que ajuste a perda de
conforto no interior da edificação. É por isso que a primeira técnica de proteção
consiste em aplicar materiais capazes de refletir os raios solares (CARDÃO, 1978)
e a segunda em incrementar a espessura das paredes ou coberturas com inclusão
de isolantes térmicos entre as unidades de constituição delas. A Figura 20 mostra
as possíveis camadas de isolantes aplicadas a coberturas e paredes:

FIGURA 20 – DIFERENTES MODALIDADES QUE INFLUENCIAM O ISOLAMENTO TÉRMICO NAS


EDIFICAÇÕES

FONTE: <https://www.atex.com.br/blog/materiais/como-melhorar-isolamento-termico/>.
Acesso em: 11 set. 2019

Cunha e Cunha (1997) indicam as áreas que necessitam de isolamento:

• paredes que dividem banheiros de outras áreas;


• paredes de cozinha;
• lajes de cobertura;
• poços de elevadores com pouca circulação de ar;
• paredes do subsolo com pouca circulação de ar;
• paredes ensolaradas;
• câmaras frias ou quentes;
• coberturas.

32
TÓPICO 2 | ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

O importante, ao fazer uso de isolantes térmicos, é conseguir a diminuição da


transmissão de calor, que pode ser alcançado intercalando uma camada de material
que seja mau condutor de calor. Mesmo assim, nenhum material é perfeitamente
isolante ao ponto de impedir a transferência de calor, por isso os isolantes são bons
à medida que sua condutibilidade térmica seja menor que os materiais usuais. Os
sólidos são bons condutores de calor e os gases estagnados são maus condutores,
daí os isolantes se apresentarem na forma de lâminas ou produtos celulares,
registrando densidades menores (CUNHA; NEUMANN, 1979).

4 DESEMPENHO E CONFORTO TÉRMICO


Segundo a American Society of Heating Refrigerating and Air conditioning
Engineers – ASHRE (2013), o conforto térmico pode ser definido como um estado
que reflete a satisfação do usuário com o ambiente no qual está envolvido, o
que pode ser manifestado pela presença nula de calor e temperatura superficial
confortável. Sobre esse conceito incidem variáveis ambientais, variáveis físicas e
de vestimenta (LAMBERS; DUTRA; PEREIRA, 1997).

De modo específico, segundo Alucci, Carneiro e Baring (1986), esse


desempenho térmico é produto de fatores climáticos, de entorno, de abrigo e
ocupacionais. Existindo todo tipo de caracterização do entorno à edificação e seus
usuários. De qualquer forma, existirá uma sensação térmica “ótima” comum aos
usuários, a qual está em torno do 20 ºC e, por sua vez, segundo Cardão (1978,)
essa temperatura se transforma em um fluxo de calor que não compromete o
desempenho térmico dos componentes da envolvente da edificação em um valor
de K ≤ 0,9 k. cal/m2.h, com o qual as operações, o conforto e a economia têm lugar
conjunto.

A NBR 15220-3:2005 define um zoneamento bioclimático do Brasil (dividido


em oito zonas, como pode ser visto na Figura 21) estabelecendo diretrizes para
melhorar o desempenho térmico das edificações, considerando parâmetros como:
tipo de vedações externas, aberturas para ventilação e estratégias construtivas
de condicionamento térmico. Assim, em cada zona seriam permitidos níveis de
transmitância máxima, como indica o Quadro 4.

33
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

FIGURA 21 – SEPARAÇÃO DO PAÍS POR ZONAS BIOCLIMÁTICAS

FONTE: NBR 15220-3 (2005, p. 2)

QUADRO 4 – TRANSMITÂNCIA TÉRMICA (U) DE PAREDES EXTERNAS SEGUNDO SUA ZONA

Zona 1 e 2 Zona 3,4,5,6,7,8

αa ≤ 0,6 αa > 0,6


U ≤ 2,5
U ≤ 3,7 U ≤ 2,5
αa corresponde à absorbância à radiação solar da superfície externa da parede

FONTE: NBR 15575-4 (2013, p. 27)

Para essa finalidade de desempenho térmico e conforto, a mesma norma


NBR 155754:2013 especifica que os materiais utilizados para compor as paredes
externas devem ter coeficiente de condutividade térmica ≤ a 0,065 W/m.K e
também uma resistência térmica de 0,5 m2K/W.

5 TIPOS DE ISOLANTES TÉRMICOS


Lobo e Cavalcanti (1981) indica a possibilidade de categorizar os isolantes
segundo a temperatura de utilização e a forma em que são apresentados. Já Cardão
(1978) especifica pela forma de instalação, tal como é resumido na seguinte figura:
34
TÓPICO 2 | ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

FIGURA 22 – TIPOS DE ISOLANTES TÉRMICOS

FONTE: Adaptado de Cardão (1978)

Não obstante, geralmente aceita é a categoria em que se oferece informação


sobre a temperatura que os materiais são capazes de “tolerar”, assim a ABCERAM
(2015) classifica os isolantes térmicos em três tipos:

1. Refratários: pertencendo ao grupo de refratários.


2. Não refratários: materiais que não suportam um incremento superior constante
aos 1100 ºC de temperatura, como vermiculita expandida, sílica diatomácea,
diatomito, silicato de cálcio, lã de vidro e lã de rocha, que são obtidos por
processos distintos ao do primeiro item.
3. Fibras ou lãs cerâmicas: contêm composição de sílica, sílica-alumina, alumina
e zircônia, que dependendo do tipo podem chegar a temperaturas de utilização
de 2000 ºC ou mais.

5.1 MATERIAIS TRADICIONAIS


Sendo de origem animal ou sintéticos, existem normas NBR desde 1989
que especificam quais materiais podem ser usados no país e que ensaios devem
ser realizados sobre eles para cumprir o objetivo de isolar termicamente sem
comprometer outro tipo de desempenho (mecânico) por algum tipo de ataque
sobre o material. Considerando essa categoria de origem, o Quadro 5 resume os
materiais mais conhecidos para atribuir isolamento a componentes da edificação
com as suas principais propriedades.
QUADRO 5 – MATERIAIS ISOLANTES COMUMENTE EMPREGADOS E SUAS PROPRIEDADES

Material Propriedades

Cortiça (origem natural) • k: 0,039 W/(m.K)


Apresentação: aglomerado-painel • Deve ser tratado para evitar fungos

• k: 0,043 W/m.K
• É muito resistente e um regulador
Lã de carneiro (origem natural)
de umidade muito eficiente, fato
Apresentação: fibras ou flocos
que contribui enormemente para o
conforto no interior das edificações

35
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

• Suporta temperaturas de até 450 °C e


550 °C
• Não propaga as chamas
• Imputrescível
Lã de vidro (origem sintética)
• Fácil de recortar e aplicar
Apresentação: rolos ou placas
• Resistência à quebra
• Também funciona como barreira de
vapor
• k: 0,065 a 0,056 W/m·K

• Incombustível
• Imputrescível
• Leve e flexível
Lã de rocha ou lã mineral (Origem • Resistente a vibrações
natural)
• Alta resistência ao fogo
Apresentação: painéis rígidos ou
• É um excelente material para
semirrígidos, aglomerados com
resinas, feltros, mantas e coquilhas isolamento acústico em construção
leve, para pavimentos, tetos e
paredes interiores
• k: 0,030 a 0,041 W/(m.K.)
• Incombustível
Argilas expandidas (origem
• Natureza microporosa
natural)
• Deve ser espalhada até atingir uma
Vermiculita
camada de 5-10 cm ou incorporada
Apresentação: bolinhas
ao concreto

• Leves
• De fácil instalação
Fibras de madeira (origem natural)
• Alta resistência a impactos
Apresentação: painel
• Não emitem gases tóxicos ao queimar
• Estanqueidade à água

• Baixa densidade
• Alguns devem ser protegidos da
radiação ultravioleta
Espuma plástica:
• K: 0,045 a 0,034 W/m·K
• Poliestireno
• Resistencia à absorção de água líquida
• Poliuretano
• Alguns devem incorporar retardantes
• Polipropileno
de chama durante sua produção
• Polietileno
• Alguns podem gerar ácido cianídrico
Apresentação: blocos ou painéis
durante sua queima, o que é tóxico
• O último da lista tem maior resistência
química e térmica, útil para tubulações
de processos químicos

36
TÓPICO 2 | ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

• Incombustível
• Ideal para aplicações em tubulações e
Silicato de cálcio equipamentos, em altas temperaturas,
• Leve e com resistência mecânica,
insolubilidade
• Composta de borracha sintética de
alta densidade
Espuma elastomérica
• Resistência ao fogo
Apresentação: tubos, mantas e fitas
• Baixa permeabilidade ao vapor de
autoadesivas
água
• Grande flexibilidade
FONTE: Adaptado de Salgado (2012) e <https://bityli.com/26Ib0>. Acesso em: 12 set. 2019

Claramente, esses materiais por si só devem ser acoplados aos elementos


estruturais, apoiando-se em redes metálicas ou malhas para envolver os elementos
ou adesivos especializados que não comprometem a solubilidade quando se
trata de plásticos. A Figura 23 esboça como um pilar pode ser envolvido pelo
isolamento à base de lã de rocha:

FIGURA 23 – INSTALAÇÃO DE ISOLAMENTO EM PILAR COM LÃ DE ROCHA E LÃ DE VIDRO

FONTE: <https://www.ufrgs.br/eso/content/?p=1246>. Acesso em: 10 set. 2019

37
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

6 ISOLAMENTO TÉRMICO NA EDIFICAÇÃO


Foi dito que a envolvente da edificação é que deve oferecer a maior inércia
térmica contra a passagem do calor do ambiente externo. Não obstante, isso
não quer dizer que outros componentes do interior da edificação por questões
de separação de ambientes não precisem de isolamento. Essas especificações
obedecem à funcionalidade da estrutura, em que são especificadas a forma de
isolar termicamente os componentes estruturais expostos à ação da radiação: as
paredes, fachadas não construídas à base tijolos ou concreto e a cobertura.

6.1 ISOLAMENTO TÉRMICO EM PAREDES


A instalação do componente isolante sempre acontece após realização da
alvenaria, procurando um forte contato entre o material isolante e essa estrutura.
O isolamento das paredes externas torna-se mais eficiente pela robustez ou
espessura final das paredes, já que as possíveis pontes térmicas vão sendo
reduzidas e a inércia térmica do edifício aumenta. Mesmo que o isolante fique
sujeito às solicitações hidrotérmicas, sua condição hidrofóbica permite atuar em
tempos de chuva.

FIGURA 24 – DETALHES DO ISOLAMENTO TÉRMICO EM PAREDES EXTERNAS

FONTE: <http://isoplast.ind.br/16/produtos/placas-eps-isopor/>. Acesso em: 5 set. 2019

6.2 ISOLAMENTO TÉRMICO DE FACHADAS


As fachadas geralmente estão constituídas por elementos mais leves que
os tijolos, tais como o vidro ou a madeira. Quando o fechamento é transparente,
que é próprio de janelas e claraboias, nelas acontecem todas as formas de
transferência térmicas, como pode ser observado na Figura 25. Por ser uma
abertura, a quantidade de calor que pode ser transmitida depende:

• da orientação e tamanho de abertura no tipo de vidro,


• da posição do sol em relação ao quadro de abertura,
• da estação climática do ano.
38
TÓPICO 2 | ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

Na ausência de uma das camadas de vidro, a transmissão de energia seria


maior e a redução de energia menor.

FIGURA 25 – TRANSMISSÃO E REFLEXÃO DO CALOR ATRAVÉS DE UM VIDRO

FONTE: <http://www.monteiros.pt/caixilharia/produtos/vidros/>. Acesso em: 24 set. 2019

FIGURA 26 – COMPONENTES DO VIDRO TERMOACÚSTICO

FONTE: <https://bityli.com/30T1a>. Acesso em: 5 set. 2019

6.3 ISOLAMENTO TÉRMICO DE COBERTURAS


Pela posição habitual em que a cobertura é construída, tem maior
incidência da radiação solar e maior exposição a esta, e ao ser essa energia a maior
quantidade de energia transmitida através da envolvente, maior cuidado dever
ser associado à instalação do isolamento.
39
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

FIGURA 27 – COMPONENTES DE UMA COBERTURA COM TELHAS E ISOLAMENTO

FONTE: <https://bityli.com/2hClA>. Acesso em: 10 set. 2019

DICAS

Em algumas ocasiões, as lajes que não são tipo cobertura também podem
incorporar elementos isolantes, segundo a sua funcionalidade, essa ideia requer um
desdobramento de atividades e materiais especificados que se traduzem em custos.
Conheça a viabilidade técnica e financeira desse empreendimento lendo o seguinte artigo:
Piso Aquecido Auxilia No Conforto Térmico Da Edificação. Acesse:
https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/piso-aquecido-auxilia-no-conforto-termico-da-
edificacao_17292_10_0

7 NOVOS MATERIAIS
Existem vários materiais que além de prover isolamento térmico também
atribuem isolamento acústico, sendo conhecidos como isolantes termoacústicos
e, inclusive, sistemas que ajudam a impermeabilização e isolamento térmico da
edificação. Nessas categorias são comuns o uso de:

• Telhado verde, que além de permitir gestão de águas de chuva também agrega
valor ecológico na paisagem e atua como inibidor de áreas de calor. “Telhados
verdes apresentam ainda potencial de proteger a cobertura contra a ação dos
raios ultravioletas, extremos de temperatura, efeitos do vento no telhado e
contração e retração estrutural, o que aumenta a vida útil das estruturas do
telhado” (TASSI et al., 2014, p. 141).

40
TÓPICO 2 | ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

• “Novogesso”, placas do tipo “Light Steel frame” que dispensam o uso de tijolos
para as paredes e que, registrando resistência mecânica e estanqueidade, podem
ser aplicadas às edificações pré-fabricadas para melhorar seu isolamento térmico-
acústico, facilitam a velocidade de levantamento de paredes e eliminam o
desenvolvimento de possíveis trincas na superfície. Esse produto foi desenvolvido
pelo LCM-IFSC-USP e confeccionado pela empresa Inovamat Ltda.

FIGURA 28 – PLACA DE NOVOGESSO INSTALADA COMO PAREDE DIVISÓRIA

FONTE: Correia (2009, p. 53)

Outras empresas têm desenvolvido unidades como essas à base de


poliuretano (revestidos por outro material cerâmico ou metálico) e modulado, de
forma que sejam usadas no exterior-interior da edificação.

8 REFERÊNCIAS NORMATIVAS
Quando se trata de atribuir desempenho térmico e acústico às edificações,
exige-se mais da qualidade dos materiais empregados, afinal, estes farão parte de
forma conjunta à proteção de componentes importantes da edificação. E pensando
em possíveis acidentes como um incêndio, eles seriam os primeiros a serem
queimados ou consumidos pelo fogo, portanto, a redução de possíveis efeitos
secundários deve ser levada em conta quando forem feitas as especificações de
compra ou instalações deste.

A seguir são listadas as normas do tipo ABNT NBR aprovadas e válidas


no país:

41
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

QUADRO 6 – NORMAS DO TIPO ABNT NBR APROVADAS E VÁLIDAS NO PAÍS

NBR 11357:2013 Tubos termoisolantes à base de lã de vidro


ABNT NBR 11361:2013 Mantas termoisolantes à base de lã de vidro
ABNT NBR 11362:2013 Feltros termoisolantes à base de lã de vidro
ABNT NBR 11363:2014 Tubos termoisolantes à base de lã de rocha
ABNT NBR 13047:2014 Mantas termoisolantes à base de lã de rocha
ABNT NBR 11364:2014 Painéis termoisolantes à base de lã de rocha –
Especificação
ABNT NBR 11722:2014 Feltros termoisolantes à base de lã de rocha
ABNT NBR 6578:2015 Isolação térmica – Espuma rígida de poliuretano –
Determinação da absorção de água
ABNT NBR 6579:2015 Isolação térmica – Espuma rígida de poliuretano –
Determinação de absorção de solventes
ABNT NBR 8081:2015 Espuma rígida de poliuretano para fins de isolação
térmica – Permeabilidade ao vapor de água
ABNT NBR 11355:2015 Vermiculita expandida – Análise granulométrica –
Método de ensaio
ABNT NBR 11622:2015 Fio de lã cerâmica – Determinação do título –
Método de ensaio
ABNT NBR 11623:2015 Fio de lã cerâmica – Determinação do sentido e do
número de torções
ABNT NBR 9909:2016 Painéis termoisolantes à base de fibra cerâmica

ABNT NBR 8082:2016 Espuma rígida de poliuretano para fins de isolação


térmica – Determinação da resistência à compressão

ABNT NBR 16240:2013 Sistema de espuma rígida de poliuretano para aplica-


ções in situ pelo processo spray sobre coberturas
ABNT NBR 11360:1989 Isolantes térmicos de lã de vidro – Flocos –
Especificação
ABNT NBR 11621:1989 Isolantes térmicos de lã cerâmica – Fios –
Especificação
ABNT NBR 12581:1992 Isolantes térmicos – Determinação de íons-cloreto,
fluoreto, silicato e sódio lixiviáveis – Método de
ensaio
ABNT NBR 10412:2013 Isolantes térmicos de lã de vidro feltros de lamelas
– Especificação
ABNT NBR 7213:2013 Agregados leves para concreto isolante térmico –
Requisitos

42
TÓPICO 2 | ISOLAMENTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

ABNT NBR 10661:2012 Isolantes térmicos pré-moldados de silicato de cálcio


ou sílica diatomácea – Determinação da resistência
à flexão para placas
ABNT NBR 10409:2012 Isolantes térmicos pré-moldados de silicato de
cálcio ou sílica diatomácea – Determinação da
contração linear de massa para tubos e placas –
Método de ensaio
ABNT NBR 10410:2012 Isolantes térmicos pré-moldados de silicato de
cálcio ou sílica diatomácea – Determinação da
resistência à abrasão para tubos e placas pré-
moldados
ABNT NBR 10662:2012 Isolantes térmicos pré-moldados de silicato de
cálcio – Especificação
ABNT NBR 10407:2012 Isolantes térmicos pré-moldados de silicato de
cálcio ou sílica diatomácea – Determinação de
massa específica aparente para placas
ABNT NBR 10408:2012 Isolantes térmicos pré-moldados de silicato de cálcio
ou sílica diatomácea – Determinação da resistência à
compressão para placas – Método de ensaio
ABNT NBR 16279:2014 Isolantes térmicos rígidos moldados em placas e
calhas à base de perlita expandida – Especificação
ABNT NBR 11625:2015 Isolantes térmicos pré-moldados de sílica
diatomácea
ABNT NBR 11626:2015 Isolantes térmicos de lã de rocha – Flocos
ABNT NBR 11356:2016 Isolantes térmicos à base de fibras minerais –
Painéis, mantas e feltros – Determinação das
dimensões e da massa específica aparente
ABNT NBR 16524:2016 Via férrea – Junta isolante colada – Requisitos
ABNT NBR 16474:2016 Isolante térmico em espuma de polietileno de
baixa densidade expandido não reticulado pré-
formado em tubos e mantas – Especificação
ABNT NBR 11628:2016 Isolantes térmicos à base de fibras minerais –
Determinação do teor de material não fibrado (shot)
ABNT NBR 12245:2017 Cimento isolante térmico – Amostragem e
preparação de corpos de prova
ABNT NBR 11982:2017 Cimento isolante térmico à base de silicato de cálcio –
Determinação da resistência à compressão
ABNT NBR 16630:2017 Isolantes térmicos flexíveis de espuma
elastomérica pré-formados em tubos e mantas –
Especificação
ABNT NBR 11980:2017 Cimento isolante térmico à base de silicato de
cálcio – Determinação da consistência
FONTE: A autora

43
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• A transferência de calor, em quaisquer das suas modalidades, sempre afetou a


edificação, pois ela está imersa num grande sistema chamado clima.

• A eficiência energética da edificação depende da eficiência das instalações que


promovam o isolamento térmico interno.

• Há necessidade de se ter controle sobre as especificações de materiais isolantes,
pois eles também acabam “reagindo” frente a qualquer acidente térmico-
mecânico ou físico que atue sobre a edificação.

44
AUTOATIVIDADE

1 Qual é a principal diferença entre o conforto térmico e o isolamento térmico?

2 Considerando a figura apresentada, indique qual tipo de isolamento poderia


ser aplicado em alguns dos pontos indicados e pesquise sobre o custo do
material aplicado nele.

FIGURA – EXEMPLO DE CASA COM DIFERENTES TIPOS DE ISOLAMENTO

FONTE: <https://www.casa-natural.com/pt/isolamento-termico>. Acesso em: 15 set. 2019

45
46
UNIDADE 1
TÓPICO 3

ISOLAMENTO SONORO EM EDIFICAÇÕES

1 INTRODUÇÃO
O ambiente onde está inserida a edificação está sujeito aos efeitos
climáticos e às consequências antropogênicas, e nas grandes cidades, onde o
desenvolvimento industrial, residencial e comercial é uma constante, também se
tem o incremento proporcional do ruído no ambiente. Lamentavelmente, sua fácil
propagação no ar, dentro e fora das edificações, dificulta o bem-estar humano.

O som que pode ser propagado pelo ar, a água e ser percebido pelo ouvido
humano registra característica de harmonia, intensidade e frequência. Quando a
intensidade do som supera o nível de tolerância auditiva, começa a gerar um
grau de desconforto nos usuários, que mesmo tendo as barreiras físicas como
objetos, árvores ou paredes ao seu redor, podem sentir o desconforto. Quando a
intensidade do ruído é suficientemente alta são necessárias estruturas adicionais
para reduzir sua intensidade ou a inclusão de equipamentos personalizados.

Neste tópico serão abordados conceitos referentes ao isolamento sonoro


e conforto acústico, quando o som se converte em ruído, como ele é medido,
como o usuário pode ser afetado inclusive dentro das edificações e as tecnologias
aplicadas para atingir as exigências socioambientais de conforto acústico.

2 REVISÃO DE CONCEITOS
O som, segundo Silva Filho (1997), pode ser considerado uma vibração
ou perturbação física e ao mesmo tempo ser considerado uma sensação sonora,
que pode ser ou não percebido pelo ouvido humano. Em termos físicos é uma
onda mecânica que faz vibrar as partículas do ar, que ao ser chocadas entre elas
acabam produzindo um efeito em cadeia ou efeito dominó, até que a energia
envolvida seja dissipada no meio. A Figura 29 mostra um elemento gerador
de som perceptível ao ouvido humano, registrando zonas de compressão de
partículas e rarefação:

47
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

FIGURA 29 – REPRESENTAÇÃO DO SOM COMO ONDA MECÂNICA

FONTE: <http://www.fq.pt/som/propagacao-do-som>. Acesso em: 11 set. 2019

De modo específico, as ondas sonoras têm uma variabilidade dimensional


que pode produzir efeitos diferentes no usuário, tais como: a frequência,
comprimento da onda, amplitude, período etc.:

• Comprimento da onda: indica o tamanho de uma onda, como pode-se observar


na Figura 29, a distância entre dois vales ou duas crestas é o comprimento da
onda. Geralmente é representado pela letra grega (lambda “ ”) e em unidades
de metros.
• Amplitude da onda: é a altura máxima que o pulso atinge em relação ao repouso
ou a distância de uma crista ou um vale em relação ao nível de equilíbrio.
• Período: é o tempo em que o comprimento de onda passa por um referencial.
• Frequência: é a determinação de quantos ciclos completos ocorrem em dado
intervalo de tempo fixo. Existe uma relação entre frequência e período dado por:

Em que:
é frequência em unidades de hertz (Hz);
T é o período em segundos.

Outras características importantes no estudo da propagação de ondas


sonoras são a potência e a intensidade, as quais estão diretamente relacionadas à
percepção do som:

48
• Potência sonora (P) é a taxa de emissão de energia acústica de uma fonte sonora,
expressa em Watts (W), e depende apenas da fonte que emite o som. O grito
de uma pessoa, por exemplo, pode emitir uma potência sonora de 1/1000 W.
• A intensidade sonora é diretamente proporcional à potência e inversamente
proporcional à área de propagação. Para o caso de propagação esférica em
campo livre, a intensidade sonora pode ser expressa por:

Em que:
é a intensidade sonora dada em ;
é a potência sonora (watt);
é a distância entre a fonte e o receptor (em metros).

Por exemplo, quando a distância é duplicada, a intensidade é reduzida


de ¼ do seu valor anterior (e a amplitude também vai diminuir com a distância),
como pode-se ver na Figura 30.

FIGURA 30 – REDUÇÃO DA POTÊNCIA DO SOM COM A DISTÂNCIA

FONTE: <https://bityli.com/sVdsN>. Acesso em: 24 set. 2019

Essas características permitem-nos distinguir quando um som se


transforma em ruído e caracterizar ou medir sua intensidade.

49
2.1 MEDIÇÃO E CONTROLE DO SOM-RUÍDO
O intervalo de valores de pressão sonora de interesse no estudo da acústica
de edificações, relacionado à sensibilidade do ouvido humano, vai de 2x10-5 a
1Pa. Considerando que esse intervalo é bastante amplo, é conveniente utilizar a
escala logarítmica ao invés da escala linear para representar o nível de pressão
sonora ou NPS, medido em decibel e definido conforme a seguir:

é a pressão sonora;
é a pressão de referência.

A Tabela 1 apresenta alguns valores de níveis de pressão sonora por


atividade:

TABELA 1 – NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA DE ALGUMAS ATIVIDADES

Fonte NPS (dB*(A))


Susurro 20
Faixa de fala 50-70
Rua de tráfego médio, escritório barulhento 60-70
Lanchonete 80
Rua muita barulhenta, buzina de automóvel
80-90
próximo
Martelo pneumático 90
Motocicleta acelerando 100
Show de rock 120
Limiar da dor 130
FONTE: Adaptado de Egan (1972, p. 67)

Dentro do conceito de som são vários os componentes a serem analisados,


como: sua propagação, sua recepção, sua absorção e a refração. Considerando
que o ouvido humano consegue detectar frequências sonoras entre os 20 – 2000
Hz, se for maior ou menor que esses valores são chamados de ultrassom e
infrassom, respectivamente. Quando o corpo não consegue recepcionar o volume
ou a frequência, ele começa a produzir desconforto e faz-se necessário o uso de
acessórios auditivos de proteção, tais como pode-se observar na Figura 32.

Claramente, a maioria das edificações registra um alto número de


usuários em que o uso coletivo desse tipo de protetores resulta de forma inviável,
logisticamente falando, e é melhor optar pelo acondicionamento das estruturas.
50
Quando as próprias estruturas estão expostas ao mesmo tipo de ruído é possível
criar barreiras coletivas que possam absorver ou desviar o curso das ondas
sonoras. Exemplos dessas estruturas observa-se na Figura 31.

FIGURA 31 –ISOLAMENTO ACÚSTICO EXTERNO E INTERNO ÀS EDIFICAÇÕES

FONTE: <https://bityli.com/N5NMT> e <https://bityli.com/3F0ip>. Acesso em: 11 set. 2019

FIGURA 32 – ELEMENTOS DE PROTEÇÃO AUDITIVA

FONTE: <https://www.mapadaobra.com.br/gestao/tipos-de-protetores-auriculares/>. Acesso


em: 25 set. 2019

Os ruídos gerados nas edificações podem ser originados de distintas


fontes e podem ser classificados como ruído aéreo ou ruído estrutural. O ruído
aéreo é relacionado ao som ou ruído causado por fontes externas às edificações,
como por exemplo: uma conversa entre pessoas no edifício; pode ser causado por
um avião em voo; ventiladores; motores; maquinários etc., no entanto, no ruído
estrutural, a fonte está localizada diretamente na estrutura, como por exemplo:
pessoas caminhando; pessoas trabalhando diretamente na estrutura; entre outros.
Para um exemplo gráfico temos a figura a seguir:

51
FIGURA 33 – TIPOS DE RUÍDO

FONTE: <https://bityli.com/uBnj5>. Acesso em: 24 set. 2019

Geralmente, o nível de ruído aceitável no interior de um recinto é baseado


no grau de interferência produzido pela somatória de todos os ruídos, produto
de desenvolvimento de tarefas que serão abordadas em breve. Por outro lado,
o nível de ruído aceitável em áreas externas, em geral, está relacionado com o
grau de incômodo gerado ao ser humano. Em uma fábrica ruidosa, por exemplo,
o nível de ruído tolerável deve estar relacionado ao risco de danos à saúde do
trabalhador, como perda auditiva, entre outros.

É por isso que a importância do controle na emissão de ruídos seja em


razão das normas de segurança (NR 15), ou seja, por questões de conforto (NBR
10152:2017), existe toda uma questão de saúde pública no entorno da propagação
do ruído, pois este, longe de afetar o desempenho mecânico dos materiais da
construção ou das edificações, acaba prejudicando o desempenho focal e mental
dos usuários das edificações, ao ponto de serem estabelecidos os valores máximos
permitidos dentro das edificações segundo o tipo de elemento na transmissão de
ruído, como pode ser observado a seguir:

QUADRO 7 – VALORES MÍNIMOS DA DIFERENÇA DE NÍVEL DA VEDAÇÃO EXTERNA DE


DORMITÓRIO

Dn-t-w
Classe de ruído Localização da habitação
dB

Habitação localizada distante


I de fontes de ruído intenso de ≥ 20
quaisquer naturezas.

52
Habitação localizada em áreas
sujeitas a situações de ruído
II ≥ 25
não equadráveis nas classes I
e III.
Habitação sujeita a ruído
intenso de meios de transporte
III e de outras naturezas, desde ≥ 30
que esteja de acordo com a
legislação.
Especificações: Não há requisitos específicos para vedação externa de salas, cozinhas,
lavanderias e banheiros. Mas no caso de estádio, aeroportos, locais de eventos esportivos,
rodovias e ferrovias devem ser realizados estudos específicos.
FONTE: NBR 15575-3 (2013, p. 56)

QUADRO 8 – VALORES MÍNIMOS DA DIFERENÇA DE NÍVEL ENTRE AMBIENTES

Dn-t-w
Elemento
dB
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede
de geminação), nas situações onde não haja ambiente ≥ 40
dormitório.
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede
de geminação), no caso de pelo menos um dos ambientes ≥ 45
ser dormitório.
Parede cega de dormitórios entre uma unidade
habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, como ≥ 40
corredores e escadaria nos pavimentos.

Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade


habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, como ≥ 30
corredores e escadaria nos pavimentos.
Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade
habitacional e áreas comuns de permanência de pessoas,
atividades de lazer e atividades esportivas, com home
≥ 45
theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos,
banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias
coletivas.
≥40
Conjunto de paredes e portas de unidades distintas
separadas pelo Hall (Dn-t-w obtida entre unidades).

FONTE: Adaptado de NBR 15575-3: 2013

53
FIGURA 34 – REDUÇÃO DE PROPAGAÇÃO DO RUÍDO É UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA

FONTE: <https://miltonjung.com.br/2014/04/30/poluicao-sonora-conscientizacao-ja/>. Acesso


em: 7 set. 2019

A medição do isolamento sonoro, resume Michalski (2011), pode ser


realizada com as seguintes técnicas:

• Método clássico: realizando medições diretas de níveis de pressão sonora,


procedimento descrito pela ISO 140.
• Novo método, de medição de funções de transferência ou respostas impulsivas,
abordado pela ISO 18233.
• Método indireto: que mede as intensidades sonoras e é descrito na ISO 15186.

É indicado um processo resumido, indicado pela 3M do Brasil (2019),


sobre os passos para realizar medições do ruído:

• Passo 1: Realizar uma pesquisa completa. A modo de diagnóstico, identificar


onde se tem problemas de ruído. E em caso de ter os níveis iguais ou maiores
que 80 dBA será necessário realizar uma pesquisa de ruído adicional.
• Passo 2: Realizar pesquisas de nível de ruído em áreas ruidosas. São medidos
os níveis de pressão sonora gerados por equipamentos ou durante tarefas
específicas, em uma área ou perto de uma pessoa. Pode ser básica, se é
quantificado o ambiente de ruído e indicado na área. Pode ser uma pesquisa
abrangente, em que se indicam detalhes de tarefas e equipamentos na área,
tomando atribuições de uso de protetores auditivos para classificar quem pode
estar dentro ou fora do projeto. Ou uma pesquisa de controle, que prioriza
os tipos de ruídos para reduzir a exposição dos usuários mediante controle
administrativo ou técnico.
• Passo 3: Criar um plano de amostragem de ruídos. Realizando observações
e medições contínuas durante dias de trabalho até identificar a extensão do
pessoal involucrado. Se o nível do ruído for alto, maiores amostragens devem
ser feitas.
54
• Passo 4: Monitorar as exposições a ruídos dos funcionários, como extensão da
medida de implementar controle na exposição dos usuários.

3 TRANSMISSÃO DO SOM
Quando o som incide em uma determinada superfície (uma parede, por
exemplo), parte dele é refletido, parte é absorvido dentro do material e parte é
transmitido através dele. A energia sonora absorvida pela parede é, em geral,
dissipada em forma de vibração mecânica, como apresenta a Figura 35.

FIGURA 35 – FENÔMENOS EM TORNO DA TRANSMISSÃO DO SOM

FONTE: <https://bityli.com/rTuNV>. Acesso em: 20 set. 2019

Em que:
é a onda do som incidente em que o meio de propagação é o ar;
é a reflexão da onda sonora emitida, esta acontece quando ela encontra
um obstáculo duro ou liso (parede com faces lisas) e retorna para o meio de origem
de propagação;
é a refracção da onda emitida, acontece quando uma onda atinge uma
região que separa dois meios e a atravessa, passando a se propagar no outro meio.
Dessa forma há alteração na velocidade de propagação, o que gera uma alteração
no comprimento de onda, mas sem que haja alteração na frequência.
é a onda transmitida, o total de onda que consegue chegar ao outro meio.

Nesse ponto existem dois tipos de fenômenos que acontecem dentro da


parede. Parte da onda refratada é absorvida pela parede, esse fenômeno está
diretamente relacionado ao tipo de matéria que foi utilizada para construção da
parede. Por outro lado, existe uma parte da onda refratada que foi transmitida ao
outro ambiente. Esses dois tipos de fenômenos são de muita importância na análise
de ruído em edificações, assim eles serão tratados com mais detalhes no subtópico
a seguir.

55
4 O MATERIAL ISOLANTE SONORO
A capacidade de isolamento de um componente tem como principal
indicador a perda de transmissão (PT), que é a razão entre a potência sonora
incidente e a transmitida de um ambiente ao outro através de um dispositivo
isolador. Valores altos da perda de transmissão têm como significado físico uma
baixa transmissão de energia acústica e vice-versa.

Por definição, a perda de transmissão relaciona-se algoritmicamente com


o inverso do coeficiente de transmissão sonora, sendo expresso por:

Considerando “τ” a relação entre potências transmitida e incidente ,


então, a expressão da perda de transmissão pode ser expressa matematicamente por:

Em que as unidades de medida são os decibéis (dB).

Salgado (2012) especifica que o isolamento acústico pretende impedir o


passo da onda sonora para outro ambiente e isso é diferente de absorção acústica,
que claramente pretende absorver a onda e impedir sua propagação. Para o
isolamento são usados materiais baseados nisso, a aplicação dessas técnicas e
materiais é válido com o objetivo de reduzir o impacto sobre os usuários. A Figura
36 representa formas de incorporar materiais de isolamento acústico dentro de
paredes e, em função do tipo, a variação na redução dos dB transmitidos, porém,
nem sempre incrementar a espessura do elemento colocando mais elementos
robustos tem a finalidade de redução sonora, isso é chamado de lei de massa e lei
de massa-mola-massa.

56
FIGURA 36 – VARIAÇÃO DO ISOLAMENTO ACÚSTICO COM A INCORPORAÇÃO DE
DIFERENTES ELEMENTOS INTEGRADORES

FONTE: <https://bityli.com/g1QOS>. Acesso em: 20 set. 2019

E
IMPORTANT

A finalidade de adicionar novas superfícies é baseada no fato de que cada


material tem propriedades diferentes à reflexão ou absorção das ondas sonoras. Aquelas
que permitem a absorção deste são usadas para diminuir a propagação do som.

5 MATERIAIS ADICIONAIS E SUAS PROPRIEDADES


Da mesma forma que no isolamento térmico, os materiais nomeados
anteriormente também contribuem à transmissão das ondas sonoras, por isso serão
indicados materiais adicionais que conseguem absorvem o ruído.

• Espumas acústicas: funcionam como absorção por fricção, conseguem absorver o


ruído em baixas frequências em função da espessura e densidade desta, podem ser
metálicas ou de polímeros (MONTEJANO, 2011). Podem deformar-se e resistir à
presença de água.
• Painel wall: é um painel constituído a modo de sanduíche com diferentes materiais
capazes de isolar térmica e acusticamente o ambiente, uma camada rígida
que incorpora lãs de rocha, revestimentos especiais, painéis de madeira e um
revestimento de gesso acartonado, tal como pode ser observado na Figura 37.
• Fibra de coco: esse material devidamente misturado ao aglomerado de cortiça
expandido registra bons resultados na absorção de ondas de baixa frequência. A
fibra de coco tem boa resistência e durabilidade (SENHORAS, 2006).
57
6 ISOLAMENTO ACÚSTICO
O isolamento acústico é uma propriedade que deve ser atribuída a certos
componentes da estrutura, dessa forma o mais comum é aplicar em paredes e
fachadas.

6.1 ISOLAMENTO SONORO EM PAREDES E FACHADAS


Em muitas ocasiões, o isolamento sonoro não é eficiente em fachadas,
pois constantemente a errada instalação de esquadrias contribui à perda da
estanqueidade (RECCHIA, 2001). Daí a importância de uma boa instalação do
sistema. Adicionalmente, é comum nessa abertura aplicar técnicas de fechamento
duplo (GERGES, 1992), como foi visto para isolamento térmico, em vista de que o
uso de materiais robustos não é compatível com a instalação de fachadas em vidro
ou madeira. Esse princípio aplica-se para paredes e fachadas, pois a transmissão de
ondas estará sujeita aos ambientes pelos quais o som ou o calor teriam que passar.

FIGURA 37 – COMPOSIÇÃO DE UMA PAREDE COM COMPONENTES DE ISOLAMENTO


ACÚSTICO

FONTE: <https://blogdogesseiro.com/tudo-sobre-isolamento-acustico-em-drywall/>. Acesso


em: 24 set. 2019

58
TÓPICO 3 | ISOLAMENTO SONORO EM EDIFICAÇÕES

Sempre é importante indicar que adição ou abertura de espaços entre


elementos para favorecer o isolamento acústico pode deixar as paredes ou
fachadas mais carregadas e pesadas, assim a resistência química, manutenção e
reforma deve considerar componentes adicionais de definição.

FIGURA 38 – TÍPICA FACHADA EM VIDRO

FONTE: <https://bityli.com/VlYbD>. Acesso em: 25 set. 2019

7 REFERÊNCIAS NORMATIVAS
Em relação ao isolamento acústico, muitas normas e prescrições são baseadas em
conceitos de qualidade internacional, por isso são do tipo ISO. Não obstante é
regulamentada a forma das medições de campo para determinação de ruído
acústico ou tratamento do espaço segundo a funcionalidade da edificação. A
seguir serão indicadas as mais conhecidas:

• ABNT NBR 16726:2019


Feltro de lã de vidro para isolamento acústico e térmico em sistemas construtivos
em chapas de gesso para drywall – Requisitos e métodos de ensaio.
• ABNT NBR ISO 22868:2018
Máquinas florestais e de jardinagem – Código de ensaio acústico para máquinas
manuais portáteis com motor de combustão interna – Método de engenharia
(Grau 2 de acurácia).
• ABNT NBR ISO 16283-1:2018
Acústica – Medição de campo do isolamento acústico nas edificações e nos
elementos de edificações. Parte 1: Isolamento a ruído aéreo.

59
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

• ABNT NBR 13910-2-2:1998


Diretrizes de ensaios para a determinação de ruído acústico de aparelhos
eletrodomésticos e similares. Parte 2: Requisitos particulares para secadores de
cabelo.
• ABNT NBR 13910-2-3:1998
Diretrizes de ensaios para a determinação de ruído acústico de aparelhos
eletrodomésticos e similares. Parte 2: Requisitos particulares para
liquidificadores.
• ABNT NBR 13910-1:1997
Diretrizes de ensaios para a determinação de ruído acústico de aparelhos
eletrodomésticos e similares. Parte 1: Requisitos gerais.
• ABNT NBR 13910-2-1:1997
Diretrizes de ensaios para a determinação de ruído acústico de aparelhos
eletrodomésticos e similares. Parte 2: Requisitos particulares para refrigeradores,
congeladores, combinados e similares.
• ABNT NBR 12179:1992
Tratamento acústico em recintos fechados – Procedimento.
• ABNT NBR 10152:201
Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações.
• ABNT NBR 16015:2012
Vidro insulado – Características, requisitos e métodos de ensaio.
• NBR 10152
Níveis de ruído para conforto acústico.
• ABNT NBR ISO 3382-1:2017
Acústica – Medição de parâmetros de acústica de salas. Parte 1: Salas de
espetáculos.
• ABNT NBR ISO 3382-2:2017
Acústica – Medição de parâmetros de acústica de salas. Parte 2: Tempo de
reverberação em salas comuns.
• ABNT NBR ISO 3382-3:2017
Acústica – Medição de parâmetros de acústica de salas. Parte 3: Escritórios de
planta livre.

60
TÓPICO 3 | ISOLAMENTO SONORO EM EDIFICAÇÕES

LEITURA COMPLEMENTAR

EDIFICAÇÃO DO COLÉGIO RENASCENÇA TEM PAREDES DE BLOCOS


DE CONCRETO DE 19 CENTÍMETROS QUE GARANTEM ISOLAMENTO

Para evitar a redução do entendimento e maximizar a inteligibilidade da fala, a sala


não pode ser muito reverberante, uma preocupação que influenciou os acabamentos internos.
Forros minerais, sob cobertura de laje, ajudam a manter o tempo de reverberação entre 0,4 e
0,6 segundos. As janelas com vedação hermética e perfis robustos, ganharam vidro laminado
de 6 milímetros, em sanduíche de PVB para evitar a entrada de ruído externo.

Em agosto deste ano, o Colégio Renascença, uma instituição de ensino


judaica quase centenária do Bom Retiro e Higienópolis, trasladou as instalações
para uma área mais ampla próxima à marginal do rio Tietê, no antigo
estacionamento onde funcionava o parque de diversões Playcenter. O complexo,
formado por cinco blocos, requereu um levantamento do ruído com campanha
de medições sonoras em campo e simulação eletrônica do ruído incidente nas
futuras fachadas.

Fotos: LES Fotografia e Edgar Nascimento

O projeto de arquitetura e o projeto de fachadas andaram em conjunto,


seguindo a norma da ABNT NBR 10152. “Pela dimensão do terreno, o projeto
explora ao máximo a horizontalidade e a integração com as áreas internas
abertas, com grande fluidez na circulação. Mas por uma questão de segurança,
a implantação desfavoreceu a permeabilidade”, explica Jonas Birger, autor
do projeto de arquitetura. “Assim, a questão acústica nasce resolvida pois as
paredes de blocos de concreto de 19 centímetros garantem isolamento, em todo o
perímetro da edificação”, completa Fernando Alcoragi, da Akkerman, escritório
responsável pelo projeto de acústica do Renascença.

61
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

Construídos em estrutura de concreto armado, os blocos – com alturas


entre dois e quatro pavimentos – atendem às funções e propósitos pedagógicos
da vida escolar participativa. Com o conhecimento dos valores das medições
em campo, o software identificou quais as incidências do ruído das fachadas de
cada prédio e, assim, foi possível definir um plano de ação para dimensionar o
isolamento acústico em cada fachada.

Para o conforto interno da sala de aula, ficou definido um máximo de


35 db RLAeq, separada por alvenaria de blocos e drywall com afastamento na
localização das portas, além de lajes robustas, em concreto de 2,5 mil kg/m3 e
pisos vinílicos para minimizar possíveis ruídos de impacto. Para evitar a redução
do entendimento e maximizar a inteligibilidade da fala, a sala não pode ser muito
reverberante, uma preocupação que influenciou os acabamentos internos. Forros
minerais, sob cobertura de laje, ajudam a manter o tempo de reverberação entre
0,4 e 0,6 segundos. As janelas com vedação hermética e perfis robustos, ganharam
vidro laminado de 6 milímetros, em sanduíche de PVB (polivinil butiral) para
evitar a entrada de ruído externo. “No caso do ginásio poliesportivo, a lógica
foi inversa: o ruído não pode sair da edificação e, no caso do teatro, os ruídos
externos não podem interferir no interior do ambiente, nem podem sair para não
atrapalhar as atividades pedagógicas”, salienta Fernando Alcoragi.

No ginásio, devido à preocupação com o ruído gerado pelas atividades


esportivas, os fechamentos verticais e de cobertura foram alvo da consultoria
acústica. Todo o perímetro é vedado ou com alvenaria ou com sistema de
caixilhos com vidros laminados. “A cobertura não poderia ser construída com
telha comum”, recorda Alcoragi. Por isso, foi especificada uma telha trapezoidal
termoacústica, tipo sanduíche, de aço, na espessura de 0,8 milímetros, reforçada
por preenchimento em poliuretano com densidade de 40 kg/m³. No interior, foi
aplicado um spray de celulose na cor natural.

62
TÓPICO 3 | ISOLAMENTO SONORO EM EDIFICAÇÕES

O mobiliário e as edificações adotam um cromatismo simpático aos alunos.


Todo o conjunto incorpora recursos sustentáveis como reúso de água, painéis
solares, iluminação com LEDs, iluminação natural e brises coloridos que permitem
ventilação natural. A sede recém-inaugurada deve atrair a comunidade judaica da
cidade em torno desse novo polo cultural e de ensino. E uma das principais fontes
de interesse público do Renascença é o teatro com caixa cênica alta e capacidade
para 400 pessoas. O teatro, cujo projeto de arquitetura é da AIC Arquitetura,
recebeu atenção especial nos acabamentos de piso, paredes e teto, todos definidos
em função do desempenho acústico, sem comprometer as características estéticas
exigidas pelo projeto. Alcoragi advertiu que os acabamentos foram divididos em
materiais com absorção e reflexão sonoras adequadas capazes de direcionar o
som ao fundo da plateia. “A forma e a localização foram decisivas para alcançar o
resultado de perfeita acuidade sonora. O projeto de acústica teve a liberdade de
trabalhar com volumes e formas do forro o que propiciou alcançar o RT60, ótimo
para o uso e volume do espaço”, diz Alcoragi.

A solução acústica para o sistema de cobertura (sem laje) do teatro abrange,


tal como no ginásio, uma telha termoacústica tipo sanduíche composta por telhas
trapezoidais de aço com preenchimento em poliuretano com densidade de 40 kg/
m³. “O projeto de acústica introduziu um complemento à cobertura, projetando
um entreforro composto por um sistema que poderíamos chamar de ‘drywall
na horizontal’, com chapas de gesso acartonado estruturadas com montantes

63
UNIDADE 1 | IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO NAS EDIFICAÇÕES

metálicos e cavidade interna preenchida com lã mineral”, descreve Alcoragi.


As paredes de isolamento do teatro são em alvenaria de bloco de concreto na
espessura de 19 centímetros com os vazios dos blocos preenchidos com massa de
assentamento. “Essa solução foi eficiente e de baixo custo, pois a matéria-prima
e a mão de obra são as mesmas de uma parede de alvenaria convencional”, diz.

A volumetria e as formas curvas do forro definem a reflexão e a absorção


trabalhando a reverberação ótima – de 1,1 segundo. Para trabalhar a reflexão,
painéis de madeira lisos que não são vazados; perfurados para a absorção, com
painéis de lã de vidro, vazados; o mesmo conceito foi aplicado no forro, com uma
diferença: em vez de madeira, gesso. A espessura normal dos painéis de gesso
ficaria em 12,5 milímetros, mas, nesse projeto, para vibrar menos, “especificamos
duas placas coladas para ficar com 25 milímetros”. Para a absorção, gesso
perfurado. No interior do teatro, painéis inclinados iluminam a sala e têm a
função de quebrar o paralelismo e de promover a difusão sonora.

FONTE: <http://www.proacustica.org.br/publicacoes/cases-sobre-acustica/edificacao-colegio-
renascenca-tem-paredes-de-blocos-de-concreto-19-cm-garantem-isolamento.html>. Acesso
em: 11 nov. 2019.

64
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• O som de certas características – definido como ruído – pode ter caráter


prejudicial à saúde mental dos usuários das edificações à exposição constante.

• O fechamento duplo contribui à redução da transmissão do som.



• Nenhum material é capaz de isolar totalmente o som, e incluso em função da
intensidade e potência deste numa distância considerável pode ser desprezível
para alguns usuários, enquanto para outros, insuportável.

• O som pode ser reduzido em função da capacidade de absorção dos materiais
ou o espaço aéreo existente entre os objetos.

• A transmissão do ruído pode ser reduzida com a maioria dos mesmos
materiais que são usados para isolar termicamente uma edificação.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

65
AUTOATIVIDADE

1 Breve e esquematicamente, explique em que consistem as seguintes leis: lei


da massa e lei da massa-mola-massa para contribuição da redução do ruído.

2 Existem soluções do tipo “caseiras” para reduzir o ruído dentro das


habitações. Indique duas formas.

66
UNIDADE 2

INSTALAÇÕES PREDIAIS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os conceitos básicos, componentes e unidades associadas ao


funcionamento das diferentes instalações nas edificações;

• identificar quais são os materiais e as tecnologias que envolvem a correta


instalação das instalações;

• discutir técnicas de ensaios para avaliar a circulação de fluidos e/ou gases


dentro das tubulações;

• reconhecer passo a passo para dimensionamento das diferentes instalações


prediais.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

TOPICO 2 – INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

TÓPICO 3 – INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

TÓPICO 4 – INSTALAÇÕES DE TUBULAÇÃO DE GÁS

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

67
68
UNIDADE 2
TÓPICO 1

INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

1 INTRODUÇÃO
A distribuição da água mediante tubulações até cada edificação é uma
grande conquista para todos nós (VIANNA, 1998), com muitos benefícios. São
muitas as modificações realizadas para chegarmos a este ponto. No Brasil e no
mundo, estima-se que o abastecimento da população não consegue chegar a 8%
em nível mundial (FOLEGATTI et al., 2010), a condução da água em diversas
apresentações (fria, quente, esgoto) tem gerado condições facilitadoras de higiene
e conforto. Da mesma forma, o componente sanitário permite canalizar as águas
poluídas até lugares que não causem problemas de saúde.

Neste tópico, introduziremos os conceitos básicos associados a um dos


sistemas mais importantes da edificação, enquanto se refere a serviço. O sistema
hidrossanitário, de alguma forma, automatiza a entrega de água potável dentro
da edificação. Sendo que o usuário se dedica, exclusivamente, a abrir válvulas ou
aproveitar os pontos de acesso para fazer uso delas. São indicados os métodos de
dimensionamento da rede interna e mostrados os dispositivos que permitem a
conexão contínua do sistema.

Entidades governamentais são encarregadas de fazer o processo de


captação e tratamento da água, de modo a cumprir com requisitos básicos de
acessibilidade no consumo. Assim, é possível fazer uma ligação ao ramal de
abastecimento de água público à edificação, com a devida autorização legal. A
água depois de usada também precisa ser destinada em um sistema exclusivo,
a fim de evitar contaminação. Tratada (próxima à residência ou em estações
especiais), para reduzir a carga poluente e finalmente, lançada a um corpo de
água ou reutilizada segundo suas condições químicas.

2 ABASTECIMENTO DE ÁGUA
As redes de abastecimento de água potável compreendem as adutoras, as
linhas alimentadoras e as linhas distribuidoras (MACINTYRE, 1996). As adutoras têm
a grande responsabilidade de transportar a água da fonte (rio, manancial) até as
estações de tratamento, que possuem, por sua vez, reservatórios principais que

69
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

também fazem uso de redes adutoras. Às redes alimentadoras cabe abastecer os


reservatórios secundários. Desses reservatórios surgem as linhas distribuidoras e
fornecem a água até as edificações.

De modo mais específico, a conexão da linha distribuidora (pública) com


o distribuidor predial (ramal) é realizada pelo chamado ramal de abastecimento
ou ramal externo, que é acompanhado de um medidor ou controlador de descarga
(cavalete). Inclusive, depois desse medidor se tem o alimentador predial ou ramal
interno, que finalmente é derivado na instalação predial ou até a válvula de flutuação
ao início de um reservatório (ver Figura 1 para maior compreensão das conexões).

Tendo a possibilidade de o sistema de distribuição contar com um


reservatório, o abastecimento da água pode ser de:

• Distribuição direita: a alimentação da rede interna é feita diretamente da rede


externa. É dizer, abastecimento é fornecido nas condições da distribuição pública
(demanda e pressão).
• Distribuição indireta: a alimentação acontece pela acumulação da água em um
reservatório que permite ter continuidade de fluxo independente da suspensão
na rede pública e sua variação de pressões.

Também existe a possibilidade de criar um sistema de distribuição mista, na


qual, parte da instalação é ligada diretamente à rede pública enquanto outra parte
é ligada ao reservatório predial. É uma combinação dos dois sistemas anteriores.

A definição do tipo de sistema a ser implementado depende do proprietário


e da quantidade de usuários dependentes do sistema. Sendo que, em edificações
residenciais com grande altura e institucionais, devem ser cumpridas condições de
pressão hidráulica para que a água seja distribuída em diferentes níveis de altura.

FIGURA 1 – ESQUEMA DE DISTRIBUIÇÃO INICIAL DA ÁGUA NA EDIFICAÇÃO

FONTE: <https://bityli.com/3ysUK>. Acesso em: 9 out. 2020


70
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

3 CONSUMO DIÁRIO E CRITÉRIOS


A grandeza e a extensão das redes hidráulicas são em função do tipo de
edificação ou ocupação. Esse conceito permitirá indicar o consumo estimado
de litros/dia relacionados a uma determinada ocupação de pessoas. Existe um
registro de consumo em litros/dia por pessoa especificado de modo geral como
se observa na tabela a seguir, assim, este valor deve ser multiplicado pelo valor
total da população da edificação.

TABELA 1 – CONSUMO DE ÁGUA POR DIA SEGUNDO TIPO DE EDIFICAÇÃO

EDIFÍCIO CONSUMO (l/dia)


Alojamento provisório 80 “per capita”
Apartamento 200 “per capita”
Asilo, orfanato 150 “per capita”
Cinema e teatro 2 por lugar
Edifício público, comercial ou com escritórios 50 “per capita”
Escola – Externato 50 “per capita”
Escola – Internato 150 “per capita”
Garagem 50 por automóvel
Hospital 250 por leito
Hotel (s/cozinha e s/lavanderia) 150 por hóspede
Jardim 1,5 por m² de área
Lavanderia 30 por kg roupa seca
Mercado 5 por m² de área
Quartel 150 “per capita”
Residência popular ou rural 120 “per capita”
Residência 150 “per capita”
Restaurante e similares 25 por refeição
FONTE: Adaptado de <https://bityli.com/59UaX>. Acesso em: 19 mar. 2020

4 INSTALAÇÕES DE ÁGUA POTÁVEL


Uma vez que o cálculo é realizado é necessário que, tendo os projetos
arquitetônicos, seja realizado um traçado da instalação, como Garcez (1974) e
Tronolone (2010) indicam:

• Localizar em planta o ramal predial.


• Localizar em planta o hidrômetro, respeitado as exigências das autoridades locais.
• Localizar em planta o ramal de alimentação.
• Localizar o reservatório superior ou inferior, considerando as especificações ao
redor da obra.
• Traçar as canalizações do reservatório inferior com seus respetivos acessórios.

71
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

• Localizar o motor-bomba que impulsaram a água do reservatório em caso de ser


inferior.
• Localizar o reservatório superior.
• Traçar a tubulação de recalque ou após bomba, com suas respetivas peças.
• Localizar os aparelhos sanitários seguindo as especificações de altura.
• Traçar o barrilete ou colar de distribuição com suas respetivas peças.
• Projetar as colunas de distribuição.
• Projetar os ramais de distribuição.
• Indicar os pontos de chegada a cada peça de utilização.
• Numerar todos os trechos.

A finalidade dessas especificações é que o projeto cumpra os requisitos de:

• Fornecimento de água contínuo e na quantidade suficiente.


• Preservar a potabilidade da água.
• Limitar as pressões e as velocidades da vazão.
• Armazenar o maior volume de água ao menor custo possível.

4.1 COMPONENTES DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO


Uma vez que estão especificados os possíveis caminhos das tubulações, é
necessário realizar o dimensionamento das partes. Para isso, é preciso se apoiar
nas indicações da norma NBR 5626:1998.

FIGURA 2 – COMPONENTES DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO

FONTE: <https://bityli.com/sOULL>. Acesso em: 28 out. 2019


72
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

4.2 ALIMENTADOR
Baseados nos conceitos indicados por Garcez (1974), NBR 5626:1998,
Carvalho Júnior (2011), Creder (2006) e Silva (2019) são explicados os seguintes
componentes do sistema de distribuição de água potável dentro das edificações:

4.2.1 Barrilete
A NBR 5626:1998 define o barrilete como a tubulação que nasce do
reservatório e permite a alimentação as tubulações distribuidoras. Existe a
possibilidade de instalar um barrilete com menor número de ramais, desta forma,
será reconhecido como um ramal concentrado.

4.2.2 Coluna de distribuição, ramais e sub-ramais


As colunas de distribuição são as tubulações verticais derivadas do
barrilete, que alimentam os ramais de alimentação (NBR 5626:1998), os quais
chegam a cada pavimento ou nível da edificação e posteriormente se subdividem
nos sub-ramais, que, finalmente, chegam até cada peça de aparelho sanitário. Cada
coluna de distribuição deve ter um registro de gaveta posicionado à montante do
primeiro ramal.

É recomendada a destinação exclusiva de uma coluna para aparelhos com


válvula de descarga, pois, desta forma, não se tem interferência de pressão com
os demais pontos de distribuição. Não pode ser esquecida a coluna de ventilação
para dar saída ao ar que entra na tubulação em cada abertura e fechamento de
válvulas, aliviando possíveis tensões.

4.2.3 Perda de carga


Em vista que o fluído se movimenta pela tubulação e vai perdendo
energia, que é manifestada como perda de pressão no percurso. Esse fato pode
ser associado com a rugosidade da superfície por onde a água passa, o número
de curvas que devem ser superadas para chegar até o ponto final de descarga
ou o comprimento da tubulação. Os valores dessas perdas são registrados em
função do tipo de material e diâmetro da tubulação, é indicada de modo unitário
em tabelas e ábacos. Quando a tubulação recebe de modo direto a alimentação da
água da rede pública, é comum causar deslocamento e ruído, chamado golpe de
aríete, que, em constância, pode causar o rompimento da tubulação. Assim, são
necessárias válvulas redutoras de pressão.

73
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

4.2.4 Peças de utilização


A liberação da água que acontece nas chamadas peças de utilização deve
acontecer com uma vazão e uma pressão estimada para ser considerado ótimo o
seu funcionamento. Já foram associados valores de vazão para estes e em função do
tipo de peça para realizar a descarga de água, pois certos sistemas podem liberar o
volume de água mais rápido do que outros, registrando assim mais consumo, que
atribuem um peso relativo. Da mesma forma esses pesos se relacionam diretamente
com o diâmetro mínimo necessário que se conecta com a peça.

4.2.5 Pré-dimensionamento da rede


Conhecendo a ramificação que sofre a tubulação e as peças que estão
conectadas nesta, pode ser definido o diâmetro da tubulação a partir da definição
da vazão do trecho. Esse dimensionamento pode ser realizado com base em dois
critérios (CARVALHO JÚNIOR, 2011):

• O critério de consumo máximo possível, que considera a descarga de água


simultânea das peças no ramal, isso acontece em escolas, fábricas e quartéis.
• O critério de consumo máximo provável, que descarta o consumo simultâneo
da água, associado a condições em atividades repetitivas dentro da edificação
com menor frequência, tais como residências normais.

Para o caso do dimensionamento com base ao critério de consumo máximo


possível se aplica o método das seções equivalentes, que consiste em expressar o
diâmetro da tubulação em função da vazão equivalente obtida com diâmetros de
15 mm (1/2 polegada).

O procedimento, com base ao critério de máximo provável, é usado o


método da somatória de pesos relativos, pode ser definido da seguinte forma:

• É realizada a somatória dos pesos relativos associados ao mesmo trecho de


tubulação.
• Verificamos no ábaco luneta qual diâmetro é associado à somatória de pesos
relativos e esse correspondia ao trecho.
• É compatibilizado o diâmetro de tubulações subsequente, do tipo ramal – sub-
ramal, por questões técnicas e econômicas.

TABELA 2 – VAZÃO E PESO RELATIVO A CADA APARELHO SANITÁRIO SEGUNDO O TIPO DE


PEÇA UTILIZADA PARA DISTRIBUIR A ÁGUA

Aparelho Vazão de projeto Peso


Peça de utilização
sanitário (litros/s) relativo
Caixa de descarga 0,15 0,3
Bacia sanitária
Válvula de descarga 1,70 32
Misturador (água
Banheira 0,30 1,0
fria)
Bebedouro Registro de pressão 0,10 0,1
74
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

Misturador (água
Bidê 0,10 0,1
fria)
Chuveiro ou Misturador (água
0,20 0,4
ducha fria)
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,1
Lavadora de
pratos ou de Registro de pressão 0,30 1,0
roupas
Torneira ou mistura-
Lavatório 0,15 0,3
dor (água fria)
Válvula de descarga 0,50 2,8
Mictório cerâmico Caixa de descarga,
registro de pressão ou 0,15 0,3
válvula de descarga
Caixa de descarga
Mictório tipo 0,15 por metro de
Ou registro de 0,3
calha calha
pressão
Torneira elétrica mis- 0,25 0,7
Pia
turador (água fria) 0,10 0,1
Tanque Torneira 0,25 0,7
Torneira de
jardim ou de Torneira 0,20 0,4
lavagem em geral
FONTE: NBR 5626 (1998, p.13)

FIGURA 3 – ÁBACO LUNETA PARA DIMENSIONAMENTO DE ÁGUA FRIA

FONTE: <https://bityli.com/djuYT>. Acesso em: 19 mar. 2020

Os parâmetros mais importantes devem ser calculados para assegurar


o bom funcionamento da rede, controlando o seu dimensionamento (CREDER,
2006), são eles:

• Vazão.
• Velocidade.
• Perda de carga.
• Pressão.

75
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

4.3 RESERVATÓRIOS
Quando o sistema de distribuição de água é por distribuição indireta
ou mista, se contará com a presença de reservatórios. Esses equipamentos de
armazenamento de água terão uma capacidade em relação ao consumo médio
diário e devem ser projetados e construídos de modo que:

• Tenham boa localização e suficiente capacidade, incluindo a reserva contra


incêndio.
• Sejam perfeitamente estanques e impermeabilizados com materiais que não se
dissolvam com a água armazenada.
• Seja impossibilitado o ingresso de componentes que possam contaminar a água.
• Possuir extravasor.
• Possuir inclinação no fundo quando a área do fundo for superior a 2 m2.

4.3.1 Reservatório inferior


Este tipo de reservatório se faz necessário em prédios com mais de três
pavimentos (acima de 9 m de altura). O local de instalação deve ser completamente
isolado e afastado de tubulações de esgoto, a fim de evitar contaminações. A
tampa de fechamento deve ser elevada em 10 cm a mais em relação ao piso ao
redor para evitar infiltrações de água (MELO; NETTO, 1988).

Claramente também deve ser considerado o possível espaço para


instalação das bombas, pois em caso de emergência alguma deve atender à
demanda. A instalação pode ocorrer de duas formas. O sistema mais comum
usado é a instalação na forma B, pois facilita as condições de manutenção.

FIGURA 4 ­­– RESERVATORIO INFERIOR E ACOPLE NO SISTEMA DE BOMBAS. A) BOMBA


AFOGADA, B) BOMBA ELAVADA

FONTE: Carvalho JÚNIOR (2011, p. 38)

4.3.2 Reservatório superior


Este tipo de reservatório pode ser alimentado por um sistema de
bombeamento de água acoplado ao reservatório inferior ou ao alimentador predial.
Localizando-se, geralmente, na cobertura das edificações, numa posição central
ou mais próxima dos pontos de consumo para evitar maiores perdas de cargas e
economia na extensão de tubulação – fator financeiro (CARVALHO JÚNIOR, 2011).

76
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

Nestas condições, em residências de porte pequeno a mediano quando é


feita a instalação deve ser projetado o suporte. Que pode ser feito em madeira ou
concreto, evitando cargas concentradas na laje ou forros. No lugar de prédios de
maior altura, o reservatório é locado sobre a tampa da escada ou elevador, então
a laje já vai reforçada com a consideração desta carga. Da mesma forma que o
reservatório inferior, o reservatório superior deve receber manutenção, e, para
isso, deve ter acessibilidade, dando espaço no mínimo de 60 cm ao operador para
realizar as atividades.

4.3.3 Dimensionamento
Baseados na NBR 5626:1998, o dimensionamento dos reservatórios está
definido pelo abastecimento; durante dois dias do consumo habitual da edificação,
ainda que alguns autores acham um pouco exagerado ter toda essa capacidade
armazenada (BORGES, 1992) e ter acréscimo de volume entre o 15-20% para
reserva por incêndio. Se a rede possui os dois reservatórios é fraccionado em
3/5 (60%) do consumo para o reservatório inferior e 2/5 (40%) faltantes para o
reservatório superior. Se não puder ser assim, então, a totalidade por um dos
reservatórios instalados.

A reserva de incêndio usualmente é colocada no reservatório superior,


então deve ser este quem deve ter sua capacidade aumentada.

Exemplo de dimensionamento: uma edificação do tipo residencial


possui 16 pavimentos, tendo dois apartamentos por andar e sendo que cada
apartamento possui dois quartos (duas pessoas por quarto) e uma dependência
para empregado. Calcule a capacidade dos reservatórios. São necessários 10000 l
para reserva de incêndio.

Procedimento:

a) Cálculo do número total de pessoas:

É necessário estimar o total da população na edificação

b) Cálculo do consumo diário total:

Fazendo uso da Tabela 2, temos que:

77
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

c) Cálculo da capacidade do reservatório total e individual:


Procurando suprir a necessidade de 2 dias, segundo a normatividade,

4.4 MATERIAIS
Para a instalação dos reservatórios há duas opções: o reservatório
moldado in loco e o reservatório industrializado. Para o primeiro é utilizado
concreto armado ou alvenaria reforçada, considerando as especificações da
norma NBR 6118. Para o caso do segundo se têm materiais como polietileno, fibra
de vidro, metal, PVC ou fibrocimento, com capacidade entre 1-15 m3, porém em
capacidades extraordinárias podem ser fabricados sobre encomenda. Cada um
destes se diferencia por ter:

• Menor manutenção.
• Superfícies internas lisas.
• Densidade do material (facilidade na instalação e/ou transporte).

DICAS

A repetitividade no padrão das instalações hidráulicas pode ser condensada


em unidades modulares, chamados de kit pré-fabricados. Por isso, convidamos a ler o
seguinte artigo: https://bit.ly/38CUGeI.

E
IMPORTANT

Com frequência são realizados testes sobre a água captada nos corpos de
água, para manter a condição de potabilidade. Assim, existem certos resultados que devem
ser registrados constantemente e são publicados na conta de água que chega nos nossos
lares. É preciso ficar de olho nestes parâmetros de conteúdo de sólidos, turbidez e dureza.

78
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

4.5 ÁGUA QUENTE


Mais que uma questão de necessidade, ter a distribuição de água quente
se trata de uma questão de conforto, pois ela é oferecida como uma rede adicional
que obriga a instalação de equipamentos. As exigências que vêm junto com este
tipo de instalações são compreendidas na NBR 7198:1982.

Em alguns países é normal ter a entrada de água quente desde a rede


pública, em outros pode ser feito com uma central de aquecimento da edificação,
ou de modo independente em cada residência, nessas últimas condições existem
aparelhos ou instalações que efetuam o processo de aquecimento (ROYO; HASTA,
1995). Um fator é comum a todas as modalidades de entrega: o fornecimento é
separado da água fria, mas não tão distante do ponto de distribuição da mesma
para ter a possibilidade de misturar na sua saída.

Carvalho Júnior (2011) indica valores de temperatura associados a


diferentes áreas em várias edificações, como pode ser visto na Tabela 3, para
que ela chegue nessas condições o mais comum é ter um sistema central de
aquecimento, apoiado em aquecedores e uma tubulação diferenciada. Por ser o
consumo menor que a água fria, deve ser garantida a temperatura da água desde
a abertura da “tubulação” par evitar perdas da mesma durante a espera.

TABELA 3 – TEMP­ERATURAS PARA ÁGUA QUENTE CONSUMIDA EM CERTAS EDIFICAÇÕES

Hospitais e laboratórios: 100 °C Lavanderias: 75 °C - 85 °C


Cozinhas: 60 °C - 70 °C Uso pessoal em banhos: 35 °C - 50 °C
FONTE: Carvalho Júnior (2011, p. 78)

4.5.1 Consumo diário de água quente


Da mesma forma que na água fria ou de consumo normal, a água quente
também registra certos padrões de consumo, como pode ser visto na tabela a seguir:

TABELA 4 – ESTIMATIVA DE CONSUMO DE ÁGUA QUENTE

Edificação Consumo l/dia


Alojamento provisório 24 por pessoa
Casa popular ou rural 36 por pessoa
Residência 45 por pessoa
Apartamento 60 por pessoa
Quartel 45 por pessoa
Escola (Internato) 45 por pessoa
Hotel 36 por pessoa
Hospital 125 por leito
Restaurante 12 por refeição
Lavanderia 15 por Kg de roupa seca
FONTE: <https://bit.ly/2CaFbyO>. Acesso em: 19 mar. 2020

79
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

4.5.2 Aquecedores e tipos


Equipamentos são utilizados para aquecer a água durante sua passagem
pela tubulação, de modo que esta chegue ao usuário na temperatura desejada. A
modalidade em que essa água é aquecida deve ser eficiente, no sentido de que a
temperatura não seja perdida durante sua passagem pela própria tubulação.

FIGURA 5 – DISTRIBUIÇÃO DE TUBULAÇÃO E EXEMPLO DE AQUECIMENTO PARA ÁGUA QUENTE

FONTE: <https://bit.ly/2Z5joBm>. Acesso em: 29 out. 2019

FIGURA 6 – TIPOS DE AQUECEDORES COMUNS

FONTE: Adaptado de Blog Brasiltec (2011) e Blog Solarem (2015)


80
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

4.5.3 Dimensionamento
Vários parâmetros devem ser considerados para dimensionamento do
sistema de água quente, uma parte obedece a preferências do usuário e depois
especificações técnicas do equipamento, contudo, em geral, pode ser especificado
o seguinte (CARVALHO JÚNIOR, 2011):

• Escolher o tipo de equipamento para realizar o aquecimento.


• Determinar a forma do aquecimento (por passagem ou por acumulação).
• Correlacionar a quantidade de usuários a serem atendidos e estimar consumo
diário.
• Calcular o volume do equipamento a ser empregado.
• Associar especificações de fabricantes com capacidade de água quente gerada
pelo equipamento.
• Indicar a posição do aquecedor, para traçar a rede da tubulação até as peças de
utilização.

Seguindo os princípios de determinação de diâmetro para as tubulações de


água fria, a vazão determinará a área e a velocidade mais razoável. O importante é
não levar ao superdimensionamento da tubulação, pois “mais” água na tubulação
pode causar demora no aquecimento e na chegada da peça, podendo chegar com
menor temperatura tão desejada no momento do consumo.

4.5.4 Materiais
Os materiais que são empregados nesta rede devem, por razões óbvias,
resistir a altas temperaturas e pressões, ou possuir reduzidos coeficientes de
dilatação. O cobre, o policloreto de vinila clorado (CPVC), o polipropileno
Copolimero Radom (PRR), o polietileno reticulado (PEX) e alguns metais por
suas vantagens de aquecimento rápido.

4.6 ESGOTO SANITÁRIO


A água usada representa um vetor de possíveis contaminações, por isso,
ela necessita ser devidamente conduzida e tratada, a fim de evitar novamente o
contato com os usuários. Esse objetivo pode ser atingido mediante a instalação de
esgoto primário.

A rede de esgoto consiste em um sistema que capte as águas despejadas


provenientes dos diferentes aparelhos sanitários e mais do que isso de sistemas
que possam tratar parcialmente esta água antes de ser colocada no seu destino
final. Como o Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental (FNSA) (2003) indica,
prover adequadamente o saneamento básico para a comunidade cria condições
de conforto, as quais são cumpridas quando os objetivos socioambientais são
atingidos, tais como:

81
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

• Coletar e remover rapidamente as águas residuais.


• Evitar a contaminação de corpos de águas próximos.
• Dispor corretamente os efluentes.
• Reduzir o possível número de vetores transmissores de doenças.
• Melhorias nas condições de conforto e bem-estar da população.
• Preservação dos recursos naturais e de áreas de lazer.

4.6.1 Aparelhos sanitários e acessórios


A NBR 16727-1:2019 aponta os requisitos que devem cumprir os aparelhos
sanitários a base de material cerâmico e estes são:

• Bacias sanitárias.
• Bidês.
• Lavatórios.
• Mictórios.
• Tanques.

A associação das diferentes partes do sistema que são dimensionados na


instalação de esgoto são representados pela figura a seguir:

FIGURA 7 – COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO DE ESGOTO

FONTE: <https://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2019/04/ligacao.jpg>.
Acesso em: 4 nov. 2019

82
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

4.6.2 Ramais de descarga e de esgoto


O que se refere a ramais de descarga e de esgoto, sendo a canalização por
onde circula a água “suja”, segundo o tipo de aparelho ao que esteja conectado
pode conduzir os efluentes até caixas de inspeção, sifonada ou de gordura, uma
canalização primaria ou secundaria. Claramente devem iniciar em sifão sanitário
com o fecho hídrico protegido (GARCEZ, 1974).

• Dimensionamento:

Apoiados na NBR 8160/1999 é usado o método das unidades de Hunter


de contribuição (UHC). Adotando diâmetros associados na tabela a seguir:

TABELA 5 – DIÂMETRO NOMINAL E NÚMERO DE UNIDADES DE HUNTER SEGUNDO


APARELHO SANITÁRIO – RAMAL DE DESCARGA

FONTE: <http://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2019/04/unidade-hunter-1.
jpg>. Acesso em: 6 nov. 2019

83
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

Em caso de que o aparelho não esteja relacionado na tabela anterior se


especifica a seguinte tabela de uso.

TABELA 6 ­– UNIDADES DE HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO PARA APARELHOS NÃO


RELACIONADOS NA ANTERIOR

FONTE: <https://bit.ly/32V4nUM>. Acesso em: 19 mar. 2020

Para o dimensionamento dos ramais de esgoto é empregada a seguinte


tabela:

TABELA 7 – DIÂMETRO NOMINAL E NÚMERO DE UNIDADES DE HUNTER SEGUNDO


APARELHO SANITÁRIO – RAMAIS DE ESGOTO

FONTE: <https://bit.ly/33WIWlq>. Acesso em: 19 mar. 2020

4.6.3 Tubo de queda e coluna de ventilação


Estes dois componentes são as tubulações verticais, tal como Viana (2019)
indica, que acabam captando todos os efluentes que provêm dos ramais. A seguir,
veremos um resumo com certas condições para suas especificações:

84
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

Quando existem desvios no tubo de queda:

• Desvio que forma ângulo igual ou inferior a 45° com a vertical: o


dimensionamento segue as especificações da Tabela 8. O percurso da tubulação
se representa na Figura 8.
• Desvio que forma ângulo superior a 45° com a vertical: seguir o seguinte
dimensionamento (por partes), que se especifica a continuação, e tem
representação na mesma Figura 8.

1. “A parte do tubo de queda acima do desvio como um tubo de queda


independente, com base no número de unidades de Hunter de contribuição
dos aparelhos acima do desvio, de acordo com os valores da Tabela 8.
2. A parte horizontal do desvio de acordo com os valores da Tabela 10.
3. A parte do tubo de queda abaixo do desvio, com base no número de unidades
de Hunter de contribuição de todos os aparelhos que descarregam neste tubo
de queda, de acordo com os valores da Tabela 8, não podendo o diâmetro
nominal adotado, neste caso, ser menor do que o da parte horizontal.

FIGURA 8 – POSSÍVEIS DESVIOS NO TUBO DE QUEDA (EM AZUL): A) COM ÂNGULO MENOR
DE 45⁰; B) COM ÂNGULO SUPERIOR A 45⁰

FONTE: <https://www.guiadaengenharia.com/dimensionamento-tubulacoes/>. Acesso em: 8


nov. 2019

85
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

• Dimensionamento:

TABELA 8 – ESPECIFICAÇÕS DE DIÂMETRO PARA TUBO DE QUEDA

FONTE: <http://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2019/04/tudo-queda.jpg>.
Acesso em: 19 mar. 2020

Para o caso da coluna de ventilação, que permite a liberação do ar no


interior das instalações, é usada a seguinte tabela:

TABELA 9 – DIMENSIONAMENTO DO TUBO DE VENTILAÇÃO

86
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

FONTE: <https://bit.ly/3iMcOI7>. Acesso em: 19 mar. 2020

4.6.4 Coletor e subcoletor


O coletor e os subcoletores podem ser dimensionados calculando a
somatória das UHC, conforme os valores da Tabela 10. Sendo que para prédios
residenciais, deve ser considerado exclusivamente o aparelho de maior descarga
em cada banheiro e fará parte da somatória do número de unidades de Hunter de
contribuição. Já o coletor predial deve ter, no mínimo, um diâmetro de 100 mm.

• Dimensionamento:

TABELA 10 – ESPECIFICAÇÃO PARA COLETORES E SUBCOLETORES

FONTE: <https://bit.ly/38ybPq8>. Acesso em: 19 mar. 2020


87
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

ATENCAO

Sobre a rede de esgoto e sobre a rede de água potável são realizados ensaios
de estanqueidade, para evitar vazamentos que possam contaminar o entorno ou a própria
água. Esses ensaios são contemplados pela NBR 15952:2011.

4.6.5 Caixa de inspeção e gordura


É comum o registro de obstruções na tubulação, assim, essas caixas
permitem ter acessibilidade a este tipo de procedimentos e retiro de materiais.
Claramente, obedecem a dimensões e especificações de localização.

Em ocasiões é possível, com frequência, não ter uma captação pública do


esgoto. Desta forma se faz necessário instalar sistemas que captem e apliquem
tratamentos a fim de eliminar sua carga poluidora ao ambiente nas proximidades
das edificações, e, finalmente, acaba sendo absorvido pelo terreno (CARVALHO
JÚNIOR, 2011). São colocados dois exemplos de sistemas de tratamento de
esgoto, mas não são especificados todos na considerando que esta temática é
aprofundada em outra disciplina.

4.6.6 Fossa séptica


Também chamado tanque séptico, é um compartimento fechado
impermeabilizado que recebe os efluentes. Ali, parte do esgoto é consumido
pelas bactérias e a outra parte é depositada no fundo. O tratamento realizado por
este sistema é predominantemente físico (primário), pois ao se sedimentarem os
sólidos é diminuída a carga orgânica em torno de um 40% (redução de volume)
(PIEROTTI, 2007). Claramente, isso indica que deve ser realizado o retiro do lodo
acumulado.

• Dimensionamento:

Para o cumprimento das especificações da norma NBR 7229/1993, o


volume mínimo do efluente a ser tratado é calculado assim:

Em que:

, volume mínimo do tanque séptico (L).


N, número de pessoas ou unidades de contribuição.

88
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

C, contribuição de despejos, em litros/pessoasxdias ou em litro/


unidadexdia.
K, taxa de acumulação de lodo digerido, em dias, equivalente ao tempo de
acumulação de lodo fresco.
, contribuição de lodo fresco, em litros/pessoas/dia ou em litro/unidade/
dia.

TABELA 11 – CONTRIBUIÇÃO DIÁRIA DE ESGOTO (C) E DE LODO FRESCO (LF) POR TIPO DE
PRÉDIO E DE OCUPANTE, EM LITROS

Contribuição de esgoto (C) e


Prédio Unidade
lodo fresco (L)
1. Ocupantes permanentes
Residência:
160 1
Padrão alto
130 1
Padrão médio
Pessoa 100 1 81
Padrão baixo
100 1
Hotel (exceto lavanderia e
80
cozinha)
Alojamento provisório
2. Ocupantes temporários
Fabrica em geral Pessoa 70 0,30
Escritório Pessoa 50 0,20
Edifícios públicos ou Pessoa 50 0,20
comerciais
Escolas (externatos) Pessoa 50 0,20
e locais de longa
permanência
Bares Pessoa 6 0,10
Restaurantes e similares Refeição 25 0,10
Cinema, teatro e locais de Lugar 2 0,02
curta permanência
Sanitários públicos Bacia sanitária 480 4,0
FONTE: NBR 7229 (1993, p. 4)

TABELA 12 – PERÍODO DE DETENÇÃO DOS DESPEJOS, POR FAIXA DE CONTRIBUIÇÃO DIÁRIA

Tempo de detenção
Contribuição diária (L)
Dias Horas
Até 1500 1 24
De 1501-3000 0,92 22
De 3001-4500 0,83 20
De 4501-6000 0,75 18
De 6001-7500 0,67 16
De 7501-9000 0,58 14
Acima de 9000 0,50 12
FONTE: NBR 7229 (1993, p. 5)

89
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

TABELA 13 – TAXA DE ACUMULAÇÃO TOTAL DE LODO (K) EM DIAS, POR INTERVALO ENTRE
LIMPEZAS E TEMPERATURA DO MÊS MAIS FRIO

Profundidade útil (m)


Intervalo entre
Valores de K por faixa de temperatura ambiente (t), em
limpezas (anos)
°C
t≤10 10 ≤ t ≤ 20 t>20
1 94 65 57
2 134 105 97
3 174 145 137
4 214 185 177
5 254 225t 217
FONTE: NBR 7229 (1993, p. 5)

Uma vez que é calculado o volume mínimo, adotando um formato


circular ou retangular são calculadas as dimensões úteis, seguindo algumas
regras previstas na mesma norma, tais como:

• A profundidade útil deve ser no mínimo a correspondente à Tabela 14.


• O diâmetro interno deve ser no mínimo 1,10 m.
• Largura mínima de 0.80 m.
• Relação de comprimento/largura mínimo de 2:1 até máximo de 4:1, para
tanques prismáticos.

TABELA 14 – PROFUNDIDADE ÚTIL MÍNIMA E MÁXIMA, POR FAIXA DE VOLUME ÚTIL

Volume útil (m3) Profundidade útil (m) Profundidade útil máxima (m)
Até 6,0 1,20 2,20
De 6,0 a 10,0 1,50 2,50
Mais que 10,0 1,80 2,80
FONTE: NBR 7229 (1993, p. 5)

4.6.7 Filtro anaeróbico


Trata-se de um tratamento complementar ao tanque séptico, mesmo que
existam outros como filtro de areia, vala de filtração etc. O filtro é preenchido com
brita, que formando um biofilme permite a degradação biológica do esgoto que
provém do tanque séptico. Assim, a demanda bioquímica de oxigeno é reduzida,
minimizando o impacto ao meio ambiente.

• Dimensionamento:

Seguindo as especificações da norma NBR 13969:1997, também deve ser


calculado um volume mínimo, da seguinte forma:
90
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

Em que:

, volume mínimo do filtro anaeróbico (L).


N, número de contribuintes.
C, contribuição de despejos, em litros/pessoas/dias ou em litro/unidade/dia.
T, período de detenção, em dias.

As especificações indicam que a altura do leito filtrante deve ser limitada


a 1.20 m, incluindo a altura do fundo falso em caso de existência.

Com esse volume mínimo, previamente calculado, pode ser adotada


uma forma retangular ou cilíndrica, segundo a geometria escolhida. Porém, com
frequência são adotados filtros retangulares (LAUREANO, 2016).

TABELA 15 – CONTRIBUIÇÃO DIÁRIA DE DESPEJOS E DE CARGA ORGANIZADA POR TIPO DE


PRÉDIO E DE OCUPANTES

Contribuição Contribuição de
Prédio Unidade de esgoto (L/ carga orgânica
dia) DBO
1. Ocupantes
permanentes
Residência: 160 50
Padrão alto 130 45
Padrão médio 100 40
Padrão baixo 100 30
Pessoa
Hotel (exceto lavanderia
e cozinha)
Alojamento provisório 80 30
2. Ocupantes temporá-
rios
70 25
Fábrica em geral Pessoa
50 25
Escritório Pessoa
50 25
Edifícios públicos ou co- Pessoa
merciais
Escolas (externatos) e lo- Pessoa
50 20
cais de longa permanên-
cia Pessoa
6 6
Bares Refeição
25 25
Restaurantes e similares Lugar
2 1
Cinema, teatro e locais
de curta permanência Bacia sani-
480 120
Sanitários públicos tária
FONTE: NBR 13969 (1997, p. 7)

91
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

TABELA 16 – TEMPO DE DETENÇÃO HIDRÁULICA DE ESGOTOS (T), POR FAIXA DE VAZÃO E


TEMPERATURA DE ESGOTO (EM DIAS)

Temperatura média do mês mais frio


Vazão (L/dia)
Abaixo de 15 °C Entre 15 °C e 25 °C Maior que 25 °C
Até 1500 1,17 1,0 0,92
De 1501-3000 1,08 0,92 0,83
De 3001-4500 1,00 0,83 0,75
De 4501-6000 0,92 0,75 0,67
De 6001-7500 0,83 0,67 0,58
De 7501-9000 0,75 0,58 0,50
Acima de 9000 0,75 0,50 0,50
FONTE: NBR 13969 (1997, p. 7)

4.7 ÁGUAS PLUVIAIS


A finalidade da instalação de sistema de rede pluvial é centralizada
em uma rápida coleta de água e um devido escoamento para córregos, rios,
ou armazenamento a fim de evitar inundações em edificações e logradouros
públicos. A norma NBR 10844:1989 estabelece as seguintes prescrições:

• Exclusividade da rede pluvial.


• Acessibilidade à rede para limpeza e desobstrução de qualquer ponto.
• Inclinação mínima nas superfícies.
• Declividade uniforme em calhas e condutores horizontais.

Quando se trata de dimensionar sistemas que façam a captação das


águas de chuva se faz sobre a consideração da área do telhado onde acontecerá
a captação e não sobre a intensidade da chuva mais intensa (REGELMEIER;
KOZERSKI, 2015).

4.7.1 Estimativa de precipitação


Quando se conhece a intensidade com que a chuva cai na região se pode
ter com maior precisão um sistema de captação para ela, não obstante, nunca
será possível criar um sistema que colete a totalidade da água da chuva, pois
ela se vale de uma área muito grande e os sistemas empregados são quase que
unidimensionais.

92
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

FIGURA 9 – ESTIMATIVA DE PRECIPITAÇÃO ANUAL POR REGIÕES NO BRASIL

FONTE: Almeida et al. (2015, p. 172)

As especificações para definir os componentes do sistema, podem não


obedecer às intensidades pluviométricas, porém, a NBR 10844:1989 fornece
detalhes sobre esses dimensionamentos. Baseados em períodos de retorno,
intensidade e área de contribuição.

4.7.2 Calhas
Coletam as águas chuvas dos telhados, estando, normalmente, nos seus
limites.

• Dimensionamento:

Inicialmente, deve ser calculada a possível vazão que as calhas assumirão:

Em que:

93
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

Q, Vazão em litros/min.
I, intensidade pluviométrica, mm/h.
A, área de contribuição, m2.

Essa área de contribuição obedece à geometria do telhado, que acabará


instalando calhas do tipo semicircular ou retangular.

TABELA 17 – VAZÃO PERMITIDA EM CALHAS DE GEOMETRIA SEMICIRCULAR

Diâmetro interno Declividades


(mm) 0,50% 1% 2%
100 130 183 256
125 236 333 466
150 384 541 757
200 829 1.167 1.634

FONTE: NBR 10844 (1989, p. 6)

4.7.3 Condutores
São canalizações aproximadamente verticais que transportam a água
coletada pelas calhas e pelos ralos, até os coletores.

• Dimensionamento:

Mesmo que não se tem diretrizes sobre como dimensionar condutores,


água e ar no mesmo tempo, estes devem ser dimensionados com base ao valor da
intensidade da chuva crítica. A NBR 10844:1989 especifica diâmetros associados
com ábacos que tornam o processo confuso, e na prática têm se adotado diâmetros
maiores ou iguais a 75 mm (CARVALHO JÚNIOR, 2011). Outra forma é realizando
um pré-dimensionamento, fixando o diâmetro e verificando que, com ajuda da
Tabela 18, a área desejada é coberta com X número de condutores.

TABELA 18 – ÁREA MÁXIMA DE COBERTURA PARA CONDUTORES VERTICAIS DE SEÇÃO


CIRCULAR

FONTE: <https://bit.ly/3ff5XVo>. Acesso em: 19 mar. 2020

94
TÓPICO 1 | INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS

FIGURA 10 – CONEXÃO DE CALHA AO TELHADO E AO CONDUTOR

FONTE: <http://www.andrecalhas.com.br/images/produtos/02.jpg>. Acesso em: 19 mar. 2020

4.8 CUIDADOS DURANTE A EXECUÇÃO


É muito importante indicar que, naturalmente, a exposição do sistema
a condições do ambiente – folhas e insetos – devem ser providos filtros no
bocal inicial dos condutores e incluídas certas platibandas laterais nas calhas. A
declividade na calha para a água poder escorregar até o próprio condutor e o
condutor finalizar em algum dispositivo coletor ou de armazenagem de água
para posterior uso. Que, claramente, deve ser tratada.

95
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

FIGURA 11 – SISTEMA DE CALHA, CONDUTOR E COLETOR DE ÁGUA PLUVIAL

FONTE: <https://bit.ly/2O50Vyv>. Acesso em: 9 nov. 2019

ATENCAO

Quando começam a ser observados problemas de umidade em paredes não


perimetrais, simultaneamente com o piso, deve ser considerado que a problemática esteja
associada à falta de drenagem no piso.

96
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• Existe um extenso grupo de instalações hidráulico-sanitárias que fazem parte


das edificações, separa e conduze a água dentro e fora da edificação.

• Devem ser especificados diâmetros e tamanhos da rede, sendo estrategicamente


localizados ao longo da edificação, por questões de acessibilidade e economia.

• Diferentes tipos de materiais e procedimentos são associados à instalação dos
sistemas e estes devem ter continuidade no mesmo para evitar vazamentos e
perda de trechos.

97
AUTOATIVIDADE

1 É comum ter reservatórios superiores em residências de pequeno porte,


mas, como é possível que a água alcance o nível em que o reservatório está
localizado sem ajuda de uma bomba? Quais condições são necessárias para
fazer uso de uma bomba e da tubulação de recalque?

2 Quais valores devem ter os seguintes parâmetros para considerar a água


como potável?

Odor:
Cor:
Turbidez máxima:
Dureza total:
pH e alcalinidade máxima:
Sólidos totais:

3 Crie uma lista das possíveis vantagens e desvantagens de instalar diferentes


tipos de aquecedores de água.

VANTAGENS DESVANTAGEMS

ELÉTRICOS

A GÁS

SOLARES

98
UNIDADE 2 TÓPICO 2

INSTALAÇÕES DE SISTEMAS DE PREVENÇÃO


CONTRA INCÊNDIO

1 INTRODUÇÃO
Incêndio é uma eventualidade frequente em edificações, que, necessitando
de sistemas de proteção, a maioria à base de água, permite a conservação da
estrutura e da vida das pessoas dentro delas. Para prevenir o incêndio devem
existir formas de indicar à população a forma de ser gerado e combatido. Um
sistema de prevenção e combate ao incêndio é instalado no auxílio dessas
eventualidades. Sua eficiência depende de aplicar corretamente os conceitos de
isolamento, redução e abafamento do fogo com ferramentas apropriadas.

Neste tópico, indicaremos que existem diferentes componentes nesse


sistema que, em função do tipo de edificação a ser atendida, permitirão alertar
sobre a presença de fogo e combatê-lo de modo interno. Com sinalização específica
são indicadas as ferramentas de combate, de modo que qualquer usuária possa
ter a capacidade de reduzir o fogo, ou em casos extremos alertar às autoridades
correspondentes, quando o fogo tenha alcançado proporções incontroláveis
internamente e sair sem problema da edificação.

2 CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES


As edificações podem ser classificadas pelo tipo de pessoal que
incorporam, assim como o tipo de incêndio que pode acontecer dentro delas.
Sem subestimar um grau ou outro são indicados em duas etapas a forma de
categorização, lembrando que qualquer local é suscetível de ter um alto risco de
incêndio.

Classificação de risco de incêndio, segundo Corpo de Bombeiros Militar


de Santa Catarina (CBMSC, 2014):

• RISCO LEVE: edificação com até 60 kg/m² de carga de fogo.


• RISCO MÉDIO: edificação com carga de fogo entre 60 kg/m² e 120 kg/m².
• RISCO ELEVADO: edificação com carga de fogo acima de 120 kg/m².

99
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

A mesma instituição indica a necessidade de classificar as edificações para


obter um laudo de vistoria, no que sejam registradas especificações arquitetônicas,
considerando os seguintes parâmetros:

FIGURA 12 – CATEGORIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕES POR ESPECIFICAÇÕES ARQUITETÔNICAS E


TÉCNICAS

FONTE: Adaptado do CBMSC (2014)

Realizando a classificação da seguinte forma:

• Imóvel de baixa complexidade: área < 750m²; até 3 pavimentos; com escada
comum; até 250 litros de líquido inflamável ou combustível; até 90 kg de GLP;
com lotação ≤ 100 pessoas, para reunião de público; e não exercer a fabricação,
o comércio ou depósito de: pólvora, explosivos, fogos de artifício, artigos
pirotécnicos, munições, detonantes ou materiais radioativos.
• Imóvel de alta complexidade: são todos aqueles que não são imóveis de baixa
complexidade.

2.1 NORMATIVIDADE DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO


• Lei n° 16.157/2013 (publicada em 11 de novembro de 2013).
• Decreto n° 1.957/2013 (publicado em 31 de dezembro de 2013).
• Instruções Normativas do Corpo de Bombeiros.

OBJETIVO: fixar os requisitos mínimos para a segurança contra incêndio


e pânico das edificações, objetivando a proteção de pessoas e bens. A Lei Estadual
institui as normas e os requisitos mínimos para a prevenção e segurança contra
incêndio e pânico em imóveis em Santa Catarina, com o objetivo de resguardar a
vida das pessoas e reduzir danos ao meio ambiente e ao patrimônio, nos casos de:

I- regularização dos imóveis;


II- construção;
III- mudança de ocupação ou uso;
IV- reforma ou alteração de área;
V- promoção de eventos.
100
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES DE SISTEMAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Sanções administrativas previstas na Lei n° 16.157/2013:

I- advertência;
II- multa;
III- embargo de obra;
IV- interdição de imóvel e
V- cassação de atestado de vistoria.

Instruções normativas:

IN 001 – Da atividade técnica (atualizada 17 de abril de 2015).


IN 002 – Infrações administrativas.
IN 003 – Carga de incêndio.
IN 004 – Revogada.
IN 005 – Edificações existentes (atualizada 30 de abril de 2015).
IN 006 – Sistema preventivo por extintores.
IN 007 – Sistema hidráulico preventivo.
IN 008 – Instalações de gás combustível (GLP e GN).
IN 009 – Sistema de saídas de emergência.
IN 010 – Sistema de Proteção Contra Descarga Atmosférica (para-raios).
IN 012 – Sistema de alarme e detecção de incêndio.
IN 013 – Sinalização para abandono de local.
IN 014 – Revogada.
IN 015 – Sistema de chuveiros automáticos (Sprinklers).
IN 016 – Sistema de gases limpos e CO2.
IN 017 – Sistema de água nebulizada.
IN 018 – Controle materiais de revestimento e acabamento.
IN 019 – Revogada.
IN 020 – Parques para armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis.
IN 021 – Postos para reabastecimento de combustíveis (líquidos inflamáveis e
GNV).
IN 022 – Instalações para reabastecimento de combustível de uso privativo.
IN 023 – Revogada.
IN 024 – Eventos transitórios e praças desportivas.
IN 025 – Rede pública de hidrantes.
IN 026 – Matas nativas e reflorestamento.
IN 027 – Prevenção em espetáculos pirotécnicos.
IN 028 – Brigada de incêndio.
IN 029 – Postos de revenda de GLP.
IN 030 – Armas, munições, explosivos e fogos artifício.
IN 031 – Plano de emergência.
IN 032 – Caldeiras e vasos de pressão.
IN 033 – Parques aquáticos, piscinas e congêneres.
IN 034 – Atividades agropastoris e silos.

101
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

2.2 RESISTÊNCIA E COMBATE AO FOGO


Alguns materiais são propensos a “pegar” fogo com mais rapidez. Não
obstante, isso depende da forma de transferência de calor ao que sejam expostos:
condução, radiação e convenção. O importante para não causar a propagação
do mesmo é romper o triângulo de fogo, como se específica na figura a seguir.
Fazendo uso de equipamentos de proteção ou defesa.

O resfriamento consiste em diminuir a temperatura do material que está


se queimando, fazendo uso de agentes extintores. O abafamento, por outro lado,
consiste em impedir o contato do material inflamável com o oxigênio que continue
alimentando a queima. Já o isolamento, a forma mais simples de atuar, é afastar
o material susceptível de se queimar do lugar que é propenso à propagação do
fogo, assim não haverá chamas se alimentando.

FIGURA 13 – FORMAS DE ROMPER A PROPAGAÇÃO DO FOGO EM OBJETOS

FONTE: <https://bit.ly/2ZORR6D>. Acesso em: 9 nov. 2019

Também existem especificações de tipos de fogo, sua origem no material


ou situação que permite indicar que tipo de extintor ou proteção deve ser
empregada, a fim de não a complicar por controle indevido.

102
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES DE SISTEMAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

QUADRO 1 – NATUREZA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL DEFINE A CLASSE DE FOGO A SER


REDUZIDO

CLASSE DE FOGO NATUREZA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL

Fogos em materiais combustíveis sólidos comuns,


como tecidos, madeiras, papéis, borrachas, vários
A tipos de plásticos, fibras orgânicas etc., que queimam
em superfície e profundidade, deixando resíduos
(cinzas).

Fogos em líquidos combustíveis ou gases inflamáveis,


como gasolina, álcool, óleo diesel, óleos vegetais,
B óleos animais ou gorduras usadas em cozinhas
comerciais, industriais, restaurantes, etc., que
queimam em superfície.

Fogos em equipamentos e instalações elétricas


C
energizadas.

Fogos em metais combustíveis, como magnésio,


D
titânio, zircônio, alumínio etc.

K Fogo em óleo e gordura em cozinhas.

FONTE: Adaptado de <http://www.kidde.com.br/Documents/ConceitosExtintores.pdf>. Acesso


em: 19 nov. 2019

2.3 SISTEMA DE PROTEÇÃO E COMBATE


CONTRA INCÊNDIO
A finalidade de instalar sistemas de proteção e combate contra incêndio se
resume nos seguintes objetivos (NBR 15200:2004):

• Facilitar a fuga em situação de incêndio: rotas de fuga (NBR 9077:2001).


• Assegurar estanqueidade e isolamento.
• Requisito Segurança Estrutural: minimizar o risco de colapso estrutural –
método de avaliação para estruturas de aço e de concreto.
• Prover equipamentos para extinção, sinalização e iluminação de emergência.

No pior dos casos, a pessoa tem tempo de fugir de uma situação


incontrolável, que obedece a um comportamento, mais ou menos representado
na figura a seguir:

103
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

FIGURA 14 – ESTÁGIOS DE UM INCÊNDIO NO TEMPO

FONTE: Adaptado de Bonilla (2018)

2.3.1 Convergência De Sistemas


O projeto de prevenção e combate contra incêndio é composto por
diferentes sistemas de instalações (passivas e ativas), podendo-se citar: instalação
dos hidrantes, extintores, instalação de gás (central), iluminação de emergência,
reservatórios de água, proteção em escadas. A finalidade destes sistemas é alertar
aos usuários da existência de fogo não controlado e ao mesmo tempo prover
ferramentas de combate.
FIGURA 15 – ENCONTRO DE SISTEMAS APLICADOS PARA COMBATIR E IDENTIFICAR O
INCÊNDIO

FONTE: A autora

• Proteção de Concepção: portas corta-fogo; vidros resistentes; afastamentos;


compartimentação de áreas; isolamento vertical.
• Meios de fuga: escadas de segurança, iluminação de emergência, elevador de
segurança.

104
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES DE SISTEMAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

• Meios de combate: extintores, instalações fixas.


• Meios de alerta: detectores de fumaça; detectores de temperatura; alarmes
contra incêndio.

DICAS

A importância de ter sistemas de combate contra incêndio tem-se tornado


uma necessidade atual, Correa et al. (2015) expõem essa necessidade indicada neste artigo:
Mapeamento de incêndios em edificações: um estudo de caso na cidade do Recife. Acesse:
https://seer.imed.edu.br/index.php/revistaec/article/viewFile/1115/763.

• Sistema passivo preventivo contra incêndio:

A prevenção de incêndio acontece pelo cuidado durante certas atividades


que involucrem a geração de fogo ou aquecimento (como cozinhar ou ligar
equipamentos elétricos) e ações de prevenção tais como (VALOR CRUCIAL, 2018):

○ Não fumar próximo a certos locais com à presença de materiais


combustíveis.
○ Não armazenar materiais inflamáveis sem que haja ordem e limpeza no
local.
○ Desligar equipamentos elétricos ao final do expediente.
○ Não utilizar adaptadores de derivação tipo “T” e “extensões” elétricas,
que são totalmente condenadas pelas normas técnicas e responsáveis por
grandes incêndios e sobrecarrega-los.
○ Manter produtos voláteis em local ventilado e afastado de fontes de calor.

Adicionalmente a tudo isso, a NR 23 indica que toda edificação,


considerando seu grau de risco, deve possuir:

○ Sistemas de proteção contra incêndio;


○ Suficientes saídas para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso
de incêndio;
○ Contar com equipamentos suficientes para combater o fogo no seu início;
○ Capacitar pessoas para que usem corretamente os equipamentos.

• Sistema ativo de combate por extintores e mangueiras:

Segundo as especificações do lugar e de área são deixados diferentes tipos


de extintores, tal como se resume na seguinte tabela:

105
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

TABELA 19 – TIPOS DE EXTINTORES E SUA CAPACIDADE DE COMBATE AO TIPO DE FOGO

CARGA MÍNIMA DE
AGENTE EXTINTOR CAPACIDADE
AGENTE EXTINTOR

Água 2A 10 litros

Espuma mecânica 2A : 10B 9 litros

Dióxido de carbono 5B : C 4 kg

Pó BC 10B : C 4 kg

Pó ABC 2A : 10B : C 4 kg

Compostos halogenados 5B : C 2,3 kg

FONTE: Adaptado de <https://ceforse.com.br/produtos/extintores-de-incêndio/>. Acesso em: 6


nov. 2019

A forma em que são colocados os extintores se observa na figura a seguir:

FIGURA 16 – FORMAS DE SINALIZAÇÃO DE EXTINTOR

FONTE: <http://www.fontalextintores.com.br/wp-content/uploads/2018/06/altura_extintor.
png>. Acesso em: 20 nov. 2019

106
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES DE SISTEMAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

FIGURA 17 – FORMAS DE GUARDAR AS MANGUEIRAS EM COMPARTIMENTOS

FONTE: Corpo de Bombeiros Militar (2017, p. 16)

Adicionalmente a estes sistemas também podem ser aplicadas técnicas de


proteções nas estruturas incorporando materiais resistentes à queima, tais como
são descritos a continuação.

2.4 PROTEÇÕES ESTRUTURAIS


O ataque do fogo causa danos em certas estruturas mais que em outras,
em função da temperatura que atinge o incêndio, o risco de colapso incrementa
proporcionalmente, devido a isso as estruturas de aço e de madeira são mais
propensas a ter tratamentos adicionais.

2.4.1 Em estruturas de aço


AECWeb (2010, p. 2) indica:

As tintas intumescentes para estruturas metálicas são revestimentos


que protegem vigas e perfis de aço contra a ação do fogo. Seu uso
proporciona maior tempo para que as pessoas evacuem da edificação
antes que o local entre em colapso no caso de incêndio. De acordo com
Rogério Lin, especialista em proteção passiva contra o fogo e diretor da
CKC do Brasil, a aplicação da solução nesse tipo de material requer um
certificado que comprove sua eficiência, normalmente sinalizado por
meio do tempo de resistência sob as temperaturas elevadas do fogo.

107
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

E o mesmo autor adiciona que: “alguns revestimentos intumescentes


podem somente retardar as chamas em materiais de acabamento e não podem
ser utilizados em estruturas metálicas porque não atenderão aos requisitos de
segurança contra incêndio” (AECWEB, 2010, p. 2).

Outra forma de proteção é a argamassa ignífuga, que é uma argamassa


com aditivos especiais que protegem a estrutura durante o incêndio, aplicada de
modo projetado, tal como foi aplicada na figura a seguir:

FIGURA 18 – PROTEÇÃO DE ARGAMASSA IGNIFUGA EM ESTRUTURAS METÁLICAS

FONTE: <https://www.sinatersl.com/wp-content/uploads/2019/04/20190109_132035.jpg>.
Acesso em: 25 mar. 2020

2.4.2 Em estruturas de madeira


Dias (2013, p. 2) resume que, mesmo que a madeira oferece melhor
resistência ao fogo que o concreto ou o aço, existem vários processos de
tratamento com retardantes de fogo que dão tempo ao consumo dos materiais.
Estes procedimentos podem ser classificados genericamente em três classes:

• “Os que são incorporados na madeira durante o ciclo de produção, como


resinas e películas.
• Os que são impregnados em autoclave, após o ciclo de fabricação, em madeira
sólida, contraplacados e outros painéis, como as soluções de sais minerais.
• Os que são aplicados na montagem ou instalação dos produtos, como tintas,
vernizes e placas minerais”.
108
TÓPICO 2 | INSTALAÇÕES DE SISTEMAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

2.5 ESQUEMATIZAÇÃO DA REDE DE PREVENÇÃO


CONTRA INCÊNDIO
A consolidação do sistema contra incêndio obedecerá a questões técnicas
de pressão e direção da água em diferentes pontos da edificação. E se manifestará
por espaços que registrem, com devida sinalização, os equipamentos e da mesma
forma a indicação para o pessoal da existência das ferramentas. Tal como se indica
nas seguintes figuras:

FIGURA 19 – PONTO DE BOMBEAMENTO DE ÁGUA CONTRA INCÊNDIO

FONTE: <https://bit.ly/3gCmgeU>. Acesso em: 9 nov. 2019

FIGURA 20 – PLANO DE FUGA-ATAQUE CONTRA INCÊNDIO

FONTE: <https://bit.ly/31WBYxD>. Acesso em: 20 mar. 2020


109
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• É importante instalar sistemas de combate e prevenção contra incêndio,


acessíveis e visíveis aos usuários.

• Existem materiais que ajudam na proteção de estruturas de madeiras e aço


durante sua exposição ao calor.

• São necessários equipamentos exclusivos para combater o fogo e mesmo que
estes geram um valor adicional dentro das edificações.

110
AUTOATIVIDADE

1 As saídas de emergência devem ser dimensionadas exclusivamente em


função da quantidade de pessoas na edificação.

a) ( ) Certo.
b) ( ) Errado.

2 A água que é utilizada durante o combate contra incêndio, em uma


edificação, têm origem:

a) ( ) No reservatório elevado, preferencialmente, ou em reservatório inferior.


b) ( ) Diretamente com o corpo de bombeiros.
c) ( ) No mesmo reservatório do consumo normal, sem necessidade de
assegurar a reserva de incêndio.
d) ( ) Da reserva de forma conjugada entre o reservatório elevado e inferior.
e) ( ) De um reservatório único para reserva de incêndio.

111
112
UNIDADE 2 TÓPICO 3

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

1 INTRODUÇÃO
A rede de instalação elétrica é de suma importância para qualquer
projeto de edificação. Para definir dimensões de cabos e materiais é necessário
saber as especificações técnicas de iluminação e equipamentos. Assim, será
possível dimensionar e localizar, de maneira racional, os equipamentos e outros
componentes necessários a fim de proporcionar, de modo seguro e efetivo, a
transferência de energia da fonte até os pontos de utilização.

Neste tópico, introduziremos os conceitos próprios de equipamentos


e sistemas associados a circuitos elétricos dentro das residências, que são
determinados em base à tendência de consumo ou perfiles social da residência.
Sendo que o sistema além de ser contínuo como os outros sistemas da edificação
também inclui um sistema de segurança, pois a diferença da água circulando
na tubulação, a eletricidade pode danificar o corpo humano. Frente a isso,
sempre é indicado que seja um professional quem faça a instalação da rede com
conhecimentos da normatividade de segurança e prevenção de acidentes.

2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
É necessário conhecer alguns conceitos básicos para o entendimento técnico
dos materiais e procedimentos que envolve a rede elétrica e seu fornecimento
(CARVALHO JÚNIOR, 2014; FREITAS, 2001; CREDER, 1986) tais como:

• Concessionária de empresas elétricas: empresa detentora de concessão federal


para prestar o serviço público de distribuição de energia elétrica na área em
que lhe foi dada a autorização.
• Unidade consumidora: qualquer residência, apartamento, escritório, loja,
sala, dependência comercial, deposito, indústria etc., individualizado pela
respectiva medição.
• Ponto de entrega de energia: é o ponto de conexão do sistema elétrico público
(CEEE) com as instalações de utilização de energia elétrica do consumidor.
• Entrada de serviço de energia elétrica: conjunto de equipamento condutores
e acessórios instalados desde o ponto de derivação de rede pública de energia
elétrica (CEEE) até a medição.

113
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

• Aterramento: ligação a terra, por meio de condutor elétrico, de todas as


partes metálicas não energizadas; do neutro da instalação elétrica da unidade
consumidora e do neutro da rede de distribuição da concessionária.
• Condutores elétricos:
○ Fio elétrico: possui seção circular única, feito de cobre ou alumínio
recoberto por isolamento termoplástico calórico (vermelho, azul, preto, entre
outros).
○ Cabo elétrico: possui várias seções circulares trançadas.
• Rede pública de baixa tensão: fornece energia elétrica às instalações de
utilização do consumidor, passando pelo quadro do medidor e, em seguida
pelo quadro de distribuição.
• Potência elétrica: é quantidade de energia entregada por um objeto em
determinado tempo.
• Potência instalada: é a soma das potências nominais dos aparelhos,
equipamentos, dispositivos a serem utilizadas na instalação consumidora.
• Demanda: é a potência elétrica realmente absorvida em um determinado
tempo por um aparelho ou por um sistema.
• Demanda média de um consumidor ou um sistema: é a potência elétrica média
absorvida durante um intervalo de tempo determinado (15 min, 30 min).
• Demanda máxima de um consumidor ou um sistema: é o maior de todas
as demandas ocorridas em um período de tempo determinado; representa a
maior medida de todas as demandas verificadas em um dado período (1 dia, 1
semana, 1 mês, 1 ano).
• Potência de alimentação, potência de demanda ou provável demanda: é
a demanda máxima da instalação. Este é o valor que será utilizado para o
dimensionamento dos condutores, alimentadores e dos respectivos dispositivos
de proteção; será utilizado também para classificar o tipo de consumidor o seu
padrão de atendimento pela concessionária local.
• Fator de demanda: é a razão máxima entre a demanda máxima e a potência
instalada.

Fd = Dmax / Pinst

Em que: Fd = fator de demanda, Dmax = demanda máxima e Pinst =


potência instalada.

3 FORNECIMENTO DE TENSÃO
As edificações são enquadradas em função da carga instalada e demanda
calculada. As concessionárias atendem a seus consumidores residenciais,
fornecendo energia elétrica na classe de tensão mono, bi e trifásico, de acordo
com suas necessidades, em função da carga total instalada na edificação.

Ligação monofásica: a ligação monofásica consiste em dois fios (fase e


neutro). Deve ser realizada para carga total instalada até 12 kW, para tensão de
fornecimento 127/220 V e, até 15 kW para tensão de fornecimento 220/380 V. Não
é emitida, nesse tipo de atendimentos, a instalação de aparelhos de raios X ou
114
TÓPICO 3 | INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

máquinas de solda a transformador. Para redes de distribuição nas quais o neutro


não está disponível, situação está não padronizada, em que a carga instalada
máxima é 25 kW, e o fornecimento será feito por sistema monofásico, dois fios,
fase-fase.

FIGURA 21 – TIPO DE LIGAÇÃO MONOFÁSICA

FONTE: <https://bit.ly/3mLlssd>. Acesso em: 20 mar. 2020

Ligação bifásica: a ligação bifásica consiste em três fios (duas fases e


um neutro). Deve ser realizada para carga total instalada acima de 12 kW até 25
kW, para tensão de fornecimento 127/220 V e, acima de 15 kW até 25 kW, para
tensão de fornecimento 220/380 V. Não é permitido, nesse tipo de atendimento, a
instalação de: máquina de solda e transformador classe 127 V com mais de 2 kVA
ou da classe 220 V com mais de 10 kVA; aparelho de raios X da classe de 220 V
com potência superior a 1500 W.

FIGURA 22 – LIGAÇÃO BIFÁSICA

FONTE: <https://bit.ly/3cnqW7y>. Acesso em: 20 mar. 2020

Ligação trifásica: a ligação trifásica consiste em quatro fios (três fases e


um neutro). Deve ser realizada para carga total instalada acima de 25 kW até
75 kW, para tensão de fornecimento 127/220 V e, também, acima de 25 kW até
75 kW, para tensão de fornecimento 220/380 V. Não é permitido, nesse tipo de
atendimento, a instalação de: máquina de solda e transformador classe 127 V

115
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

com mais de 2 kVA e da classe 220 V com mais de 10 kVA ou máquina de solda
trifásica com retificação em ponte com potência superior a 30 kVA; aparelho de
raios X da classe de 220 V com potência superior a 1500 W, ou trifásicos com
potências superior a 20 kVA.

FIGURA 23 – LIGAÇÃO TRIFÁSICA

FONTE: <https://bit.ly/2ZY8j5e>. Acesso em: 20 mar. 2020

Observação: caso existam aparelhos de potências superiores às citadas


devem de ser efetuados estudos específicos para sua ligação.

O fornecimento da tensão elétrica ou energia é efetuado em uma das


seguintes tensões secundárias de baixa tensão:

• 127/220 V, sistema trifásico, estrela com neutro multiaterrado, frequência 60


Hz.
• 127/254 V, sistema monofásico com neutro multiaterrado, frequência 60 Hz, em
substituição gradativa a 120/240 V, de acordo com a padronização de tensões
secundárias estabelecidas pelo Departamento Nacional de águas e energia
Elétrica (DNAEE).

3.1 LIMITES DE FORNECIMENTO


As unidades consumidoras individuais que apresentarem carga instalada
igual ou inferior a 75 kW, o fornecimento de energia deve ser sempre efetuado em
tensão secundária de distribuição conforme a Norma ND-5.1 e seus Comunicados
Técnicos, que visam sua constante atualização.

• Edificações individuais, com carga instalada igual ou inferior a 75 kW,


classificadas como tipo A, B, C, D, E, F, G, H, I e J em função da localização e/
ou carga instalada.
• Estações de bombeamento de concessionárias de serviços de água, com
demanda ≤ a 150 kVA.
• Campos de futebol, ginásios, clubes, com demanda ≤ a 150 kVA, desde que 2/3
sejam para iluminação.
116
TÓPICO 3 | INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

• Bancas de jornais e semelhantes, com carga instalada ≤ 75 kW.


• Consumidores rurais com demanda inferior a 75 kVA.
• Exposições, feiras, parques, shows com demanda ≤ 150 kVA, enquadrada como
ligação provisória.

As unidades com carga instalada superior ao limite estabelecido por estas
normas terão o fornecimento em tensão primária de distribuição, de acordo com
as prescrições contidas na ND-5.3 (13,8 kV) ou ND-5.4 (23,1 kV).

3.2 TIPO DE FORNECIMENTO PARA UNIDADES


CONSUMIDORAS INDIVIDUAIS
O fornecimento de energia elétrica em tensão secundária, a edificações
individuais, a partir das redes de distribuição aéreas, bem como o estabelecimento
de requisitos mínimos para as entradas de serviço destas edificações é de
responsabilidade da concessionária de serviços de eletricidade do estado onde se
encontra a edificação.

Os tipos de fornecimento são definidos em função da carga instalada, da


demanda, do tipo de rede e local onde estiver situada a unidade consumidora. No
que segue, apresenta-se uma tabela com a classificação das unidades consumidoras
individuais de fornecimento que existem de acordo a um comunicado técnico #3
da ND-52:2006, neste caso, em particular esses dados são fornecidos pelo CEMIG,
a modo de exemplo:

QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS UNIDADES CONSUMIDORAS E SUAS RESTRIÇÕES

117
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

FONTE: Freitas (2001, p. 55)

3.3 PROCEDIMENTO DAS INSTALAÇÕES


Tomando as especificações literais definidas pela Central de Elétrica de
Santa Catarina (CELESC) (CELESC, 2019, p. 22) as seguintes especificações de
entrada de energia elétrica à edificação são citadas assim:

A seção transversal dos condutores foi dimensionada de acordo com


a capacidade de corrente do disjuntor de proteção geral e nível de tensão
nos limites admissíveis no ponto de entrega, conforme a legislação em
vigor, considerando a soma dos ramais de ligação e carga de 70 kW. Após
o ponto de entrega, a queda de tensão deve obedecer a NBR 5410, sob total
responsabilidade do interessado.

É facultada ao consumidor a utilização de materiais e equipamentos de


dimensões ou capacidades maiores do que aquelas aqui especificadas, exceto
o disjuntor.

Caso o consumidor solicite ligação bifásica ou trifásica e não possua


carga ou equipamento que comprove essa necessidade, deverá pagar a
diferença do preço do medidor e eventuais custos de adaptação da rede.

118
TÓPICO 3 | INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Para ligação com carga instalada trifásica acima de 25 até 75 kW, deverá
ser efetuado o cálculo da demanda para dimensionamento dos componentes,
a critério e responsabilidade do projetista ou técnico responsável.

Para ligação de unidade com carga instalada e/ou demanda acima de


65 a até 75 kW com disjuntor de 125 A, deverá ser justificada a necessidade
através da apresentação do cálculo da demanda por profissional habilitado
e do Documento de Responsabilidade Técnica de projeto, via PEP (Ligação
Nova ou Aumento de Carga sem Análise de Projeto).

Entrada de energia elétrica

Ramal de ligação aéreo: é constituído de condutores, alças pré-


formadas e conectores, obedecendo às seguintes condições:

a) Deve derivar do poste da rede determinado pela Celesc Distribuição.


b) Não deve passar sobre terrenos de terceiros, (exceto na área rural), nem
passar sobre área construída.
c) Não deve cruzar com condutores de outras unidades consumidoras ou
redes de média tensão.
d) Deve ter comprimento máximo (vão único) de 35 metros. Em final de rede,
poderá ser de até 40 metros, desde que atendidos os esforços mecânicos do
poste e a queda de tensão.
e) A distância mínima aos locais de acesso de pessoas, tais como janelas,
sacadas, escadas, saídas de incêndio e terraços, deve ser de 1,20 metros na
horizontal e 2,50 metros na vertical.
f) Respeitar as posturas municipais, estaduais e federais, especialmente
quando atravessar vias públicas (rodovias, ferrovias e hidrovias).
g) Sua conexão será efetuada pela Celesc D ou por empresas contratadas.
h) Não serão permitidas emendas nos condutores.
i) Deverá entrar, preferencialmente, pela frente da unidade consumidora, ser
perfeitamente visível e livre de obstáculos.
j) Os condutores deverão ser instalados de forma a permitir as seguintes
distâncias mínimas até o solo: rodovias e ferrovias – 6 metros; ruas e avenidas
– 5,50 metros; demais locais de tráfego de veículos leves – 4,50 metros; vias
exclusivas a pedestres – 3,50 metros.
k) Será permitida a instalação de mais de um ramal de ligação numa mesma
propriedade quando existirem unidades consumidoras distintas e, as
edificações e os padrões estiverem afastados no mínimo 30 metros e forem
derivadas de um mesmo circuito da rede e até do mesmo poste.
l) Os condutores deverão ser cabos multiplexados, do tipo sustentação pelo
neutro, conforme Especificação da Celesc Distribuição. Em regiões litorâneas
e de atmosfera agressiva, os condutores deverão ser de cobre.

Estrutura de fixação de ramal aéreo

O ramal de ligação deverá ser fixado no ponto de entrega por meio alça
pré-formada fixada em armação secundária com isolador roldana.

119
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

Em condições especiais, nas quais a edificação está situada no limite


da via pública, o ramal de ligação poderá ser fixado na própria edificação
principal da unidade consumidora por armação secundária ou por meio de
pontalete, observando os esforços necessários para esta instalação e com todas
as instalações aparentes até a medição inclusive.

Ramal de entrada e de saída

No poste com caixa de medição incorporada, os ramais de entrada e


saída serão instalados internamente ao poste conforme o padrão homologado.

Em caso de atendimento subterrâneo, o ramal de entrada e saída deverá


ser constituído de condutores de cobre singelos, conforme Especificação da
Celesc D, e instalados dentro de eletrodutos.
Em caso de atendimento de condições especiais, nas quais a edificação
está situada no limite da via pública, sem condições de uso do poste com
medição incorporada, o ramal de entrada e saída deverá ser constituído de
condutores de cobre singelos, conforme Especificação da Celesc D, e instalados
dentro de eletrodutos aparentes.

Condutores

Os condutores deverão ser de cobre isolados em EPR, XLPE e HEPR


com capa protetora ST2 para 0,6/1 kV, ou (em PVC 70°C quando não utilizado
no kit postinho, observado o redimensionamento previsto na alínea d do
subinciso 5.4.7.2.) e apresentar as seguintes características:

a) não serão permitidas emendas nos condutores do ramal de entrada e saída;


b) o condutor neutro não poderá conter nenhum dispositivo capaz de causar sua
interrupção;
c) os condutores deverão ser identificados por fase pela cor de sua isolação, sendo:
- azul claro para neutro; - preto, branco (ou cinza) e vermelho para cada uma das
fases.

Eletrodutos

Os eletrodutos devem:

a) ser de PVC rígido roscável sem deformações, conforme (ABNT NBR


15465:2008), ou de aço-carbono zincado por imersão a quente do tipo pesado
(NBR 5597 e 5598), conforme Especificação da Celesc;
b) as emendas nos eletrodutos deverão ser evitadas, aceitando-se as que forem
feitas com luvas perfeitamente enroscadas e vedadas;
c) o eletroduto aparente deve ser firmemente fixado por fita de alumínio ou de
aço inoxidável e atarraxado à caixa de medição por meio de buchas e arruelas
ou flanges;
d) o eletroduto do ramal de entrada deve se posicionar no lado esquerdo da
caixa de medição, e o do ramal de saída, à direita.
120
TÓPICO 3 | INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Ramal de carga

O dimensionamento, a especificação e construção do ramal de carga e


das instalações elétricas internas da unidade consumidora devem atender às
prescrições da NBR 5410:2004 e os requisitos mínimos de segurança.
O ramal de carga deve ter capacidade de corrente mínima para o
atendimento as cargás instaladas e adequado a proteção geral, observando os
limites de queda de tensão permitidos pela NBR 5410 a partir do ponto de
entrega até os pontos de utilização da energia.

No momento da ligação da unidade consumidora, os condutores do


ramal de carga devem estar instalados até a unidade consumidora. Em caso de
ligação temporária, deverão ser instalados até a caixa de tomadas.

Os condutores do ramal de carga até o quadro de distribuição devem


ter, no mínimo, a mesma secção do ramal de ligação quando aéreos, e do ramal
de entrada, quando subterrâneos.

Nas conexões envolvendo condutor de cobre e condutor de alumínio,


o conector deverá ser do tipo “bimetálico”.

Caixas de Passagem

a) deve obedecer às especificações da Celesc;


b) será instalada com afastamento mínimo de 50 cm e máximo 150 cm do poste
de derivação da Celesc, em pontos de mudança de direção dos condutos e a
cada 30 metros, quando em linha reta;
c) quando a distância entre o poste de derivação da Celesc e o posto de medição
for de até 5 metros, será permitido o uso de uma só caixa junto ao poste da
Celesc Distribuição;
d) será exclusiva para os condutores de energia elétrica e aterramento;
e) os fabricantes de tampa de ferro fundido para as caixas de passagem antes
da medição deverão ter seus produtos certificados pela Celesc;
f) a caixa de passagem antes da medição deve atender a um único ramal de
entrada, salvo quando existir mais de 2 ramais de entrada no mesmo poste, em
comum acordo entre os consumidores;
g) o fornecimento e manutenção serão de responsabilidade do consumidor;
h) as caixas deverão ser de concreto ou alvenaria (tijolo maciço), apresentar
sistema de drenagem, tampa de ferro fundido nodular, conforme padrão da
Celesc D (tampa conforme a Especificação E-313.0067 – Tampão para Redes
Subterrâneas);
i) deverá apresentar dimensões internas padronizadas e ser construída
conforme os padrões adotados pela Celesc D, devendo estar rebocada
internamente na ocasião da ligação;
j) a caixa de passagem após a medição poderá ser utilizada para mais de
um ramal de carga, devendo ser instalada afastada do poste de 50 a 150cm e
identificados os ramais dentro da caixa por abraçadeira de nylon.

121
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

Outras especificações devem ser consultadas nas normas técnicas e


NBR respectivas.

FONTE: CELESC. Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária de Distribuição.


2019. Disponível em: https://www.celesc.com.br/arquivos/normas-tecnicas/padrao-entrada/
N3210001-Fornecimento-Energia-Eletrica-Tensao-Secundaria.pdf. Acesso em: 10 nov. 2019.

3.4 ESQUEMATIZAÇÃO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO


ELÉTRICA
Baseados em Carvalho Júnior (2014) e a NBR 5410:2004, são considerados
os seguintes parâmetros para definir o dimensionamento da rede elétrica:

• Cálculo da demanda de edificações individuais

Pode-se ter um exemplo do cálculo da demanda de um apartamento


com as cargás básicas que frequentemente poderiam ter. Em que a carga total
instalada é a soma das potências nominais, em watts (W), de todos os aparelhos,
equipamentos e lâmpadas utilizadas na edificação. A potência pode ser em (W)
ou (kW), lembrando que 1000W é igual a 1kW, nesse sentido em um apartamento
ideal pode-se ter:

10 lâmpadas incandescentes de 100 W cada um….……………….................1000 W


5 lâmpadas incandescentes de 60 W cada um…….…….............…….....…….300 W
3 TVs de 100 W…………………………..………..……….............………………300 W
2 aparelhos de som de 100 W………..…………………………………………...200 W
1 refrigerador de 300 W………………............…………….……………………300 W
1 ferro elétrico de 1000 W……………………….……..............………………..1000 W
1 máquina de lavar roupa de 600 W………………….………....................…...600 W
1 chuveiro elétrico de 3700 W……………….……………………….............…3700 W

Total = 7400 W

Em consequência, pode-se ver que a maior demanda possível = potência


total instalada = 7400 W.

• Dimensionamento elétrico residencial (NBR 5410:2004)

Definição mediante:

1. Dimensionamento do disjuntor geral:

a) Dispor das tabelas de dimensionamento da concessionária de energia elétrica


local e na tensão desejada (110 V, 220 V etc.).

122
TÓPICO 3 | INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

b) Determinar todos os circuitos da instalação, a saber: circuito de iluminação,


circuito de tomadas de uso geral, circuito de tomadas de uso especial, circuito
para chuveiros etc. O número de circuitos pode variar, mas deve-se atentar
para que equipamentos com maior potência tenham um circuito próprio (como
é o caso e aparelhos de ar-condicionado e chuveiros elétricos, por exemplo).
c) Determinar a potência total de todos os circuitos estabelecidos e os respectivos
valores de fator de demanda. Esses fatores são aplicados à soma das potências
para determinar a potência ajustada, ou seja: multiplica-se o fator de demanda
apropriado à soma das potências dos circuitos. Deve-se, no entanto, calcular
separadamente o fator de demanda de tomadas para uso geral e o fator de
demanda de tomadas de uso especial (este, em função do número de circuitos).
d) Determinar a potência total ajustada, somando-se os valores de potência
ajustada dos circuitos gerais com os circuitos especiais.
e) Dimensionar o disjuntor a partir da potência total ajustada (Tabela Disjuntor,
registrada na NBR 5410:2004). Essa tabela ainda permitirá definir o número de
fios e fases necessários.
f) Dimensionar disjuntor do quadro de distribuição de circuitos (QDC) dividindo-
se a potência ajustada pela tensão adotada. Esse quociente é a corrente a ser
considerada para o disjuntor geral do QDC. Usando a Tabela de Disjuntores
(corrente, curva), definir o modelo do disjuntor (arredondando a corrente para
cima, quando necessário).

TABELA 20 – FATOR DE DEMANDA APLICADO POR QUANTIDADE DE CIRCUITO DE TOMADAS

FONTE: <https://www.mundodaeletrica.com.br/i/3848/slide2-600.webp>. Acesso em: 20 mar. 2020

123
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

2. Dimensionamento dos condutores:

a) Levantar as cargas de cada circuito.


b) Determinar a distância (em metros) do quadro de cargas até a carga.
c) Aplicar as informações obtida em a e b na Tabela de Dimensionamento dos
Condutores para determinar a seção transversal dos condutores. Sempre que
necessário, tomar os valores arredondados para cima.
d) Verificar se o dimensionamento calculado obedece às especificações normativas
de seção mínima.

124
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• Os conceitos básicos que envolvem a instalação de rede elétrica.

• Existem diferentes tipos de fornecimentos de energia elétrica na rede.



• É preciso esquematizar a rede baseada no tipo de potência que registram certos
equipamentos, visualizados em uma planta arquitetônica.

125
AUTOATIVIDADE

1 Na figura a seguir, existe um erro comum que pode ser executado em


edificações residenciais de pequeno porte, comente a respeito.

EXEMPLO DE CIRCUITO DE ILUMINAÇÃO E CONEXÃO

126
UNIDADE 2
TÓPICO 4

INSTALAÇÕES DE REDE DE GÁS

1 INTRODUÇÃO
A instalação da rede de gás dentro de edificações, definida após
planejamento e distribuição de pontos de consumo, deve prover o fornecimento
de gás combustível com segurança e sem interrupções dentro das edificações.

Neste tópico, registram-se diferenças no tipo de gás que pode ser fornecido,
o dimensionamento com base ao tipo e quantidade de equipamentos ligados ao
sistema interno e a conexão até a central de gás própria de casa edificação. As
normas que acompanham as especificações de materiais permitidos para uso e as
condições de controle após o sistema entrar em funcionamento.

2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Dentro desta indústria também se registram componentes e conceitos
próprios que permitem compreender a singularidade das instalações tais como:

Variedade de gases oferecidos no brasil: gás liquefeito de petróleo (GLP),


apresentado na forma de botijões: gás natural (GN) e o gás natural veicular
ou gás natural comprimido GNV- GNC, cada um deles com especificações de
componentes e densidade.

3 SISTEMA DE COMBUSTÍVEL EM EDIFICAÇÕES


Creder (2014) e Borges (1992) permitem estruturar que o sistema geral de
rede de gás precisa de três componentes:

1. A instalação de gás centralizado (o lugar onde ficam armazenados os cilindros,


em cilindro que podem possuir 45 kg ou 90 kg; separados em um grupo de uso
constante e um grupo de reserva) (NBR 8460:2011).
2. Rede de canalização ou tubulações (que fazem a distribuição interna até os
pontos de abertura).
3. Medidores de consumo (que são localizados antes da distribuição dos pontos
para cada unidade).

A totalidade da informação deve apresentar-se no chamado projeto de


gás centralizado, que deve cumprir especificações do corpo de bombeiros e ao
mesmo tempo contar com um projeto de prevenção contra incêndio. Registrando:

127
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

• Plantas baixas e cortes.


• Detalhes construtivos das tubulações.
• Planilha de cálculo das dimensões das tubulações.
• Planilha de cálculo para o ponto de distribuição central de gás e sua
esquematização, como pode ser visto na Figura 24. Durante o processo de
abastecimento na atualidade os tanques não são trocados, são recargados, de
modo que facilita a entrega do fornecedor (NBR 15514:2007).

FIGURA 24 – DETALHE DE UMA CENTRAL DE GÁS, PLANTA E CORTE

FONTE: <https://bit.ly/2ZQyVV3>. Acesso em: 20 mar. 2020

E
IMPORTANT

Dentro desta central não pode passar tubulação diferente a gás, nem pontos
de coleta de lixo. Adicionalmente devem contar com unidades de extintores próximas.

128
TÓPICO 4 | INSTALAÇÕES DE REDE DE GÁS

Do local onde se encontrem os medidores, se pede que:

• Seja situado em uma área comum.


• Possuir fácil acesso.
• Não devem ser localizados debaixo de escadas ou sobre elas, nem em patamares.

Considerações de projeto

1. Tipificando o tipo de edificação são identificados os possíveis aparelhos a serem


instalados em unidades de distribuição, tal como indica a tabela a seguir:

TABELA 21 – CONSUMO DE ALGUNS APARELHOS

FONTE: Gomez (2008, p. 14)

• 2. Separação da rede em duas partes: uma rede primária (que vai desde o
primeiro estágio até o segundo (150 kPa), pressão do gás) e uma rede secundária,
que vai deste segundo estágio – seu regulador – até o ponto de consumo.

ATENCAO

Nesta rede também existe caso de uso simultâneo de pontos de consumo,


pelo anterior deve ser considerada uma curva de simultaneidade, que indica um consumo
segundo a porcentagem de ocorrência deste evento.

129
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

GRÁFICO 1 – FATOR DE SIMULTANEIDADE A SER APLICADO NO CONSUMO SIMULTÂNEO

FONTE: Gomez (2008, p. 15)

• 3. É criada a planilha de dimensionamento da seguinte forma:

TABELA 22 – PLANILHA DE DIMENSIONAMENTO


Id. P.C F.S P.A Q L Ltotal Per.p Pf DN

FONTE: A autora

• Coluna 1: Id. Número do trecho.


• Coluna 2: Potência calculada (P.C): soma de Potências de aparelhos que chegam
no ramal.
• Coluna 3: Fator de simultaneidade (F.S) escolhido.
• Coluna 4: Potência adotada (P.A): P.A = P.C x F.S.
• Coluna 5: Vazão (Q) : Q = , onde PCI= poder calorífico interno, sendo
que para gás tipo GLP é adotado 24000 Kcal/m3. Isso permite determinar um
diâmetro para a tubulação (DN).
• Coluna 6: L = Comprimentos dos tubos.
• Coluna.7: .= Comprimento equivalente das singularidades (curvas,
reduções).
• Coluna.8: Ltotal: = Comprimento total.
• Coluna 9: Pi, pressão inicial – Depois do regulador.
• Coluna 10: Per.p., perda de pressão no trecho: não pode ser maior que 15 KPa.
• Coluna 11: Pf, Pressão final: não pode ser inferior a 2,5 KPa em redes secundárias
(aumentar o diâmetro).

130
TÓPICO 4 | INSTALAÇÕES DE REDE DE GÁS

3.1 EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO


Tomando a seguinte rede da Figura 25, pede-se a aplicação dos conceitos
previamente definidos e a definição dos diâmetros para a tubulação de cobre a
ser instalada.

FIGURA 25 – EXEMPLO DE REDE A SER DIMENSIONADA

FONTE: Comgás (2015, p. 9)

Procedimento:

1. Definir a potência dos aparelhos involucrados na rede: fogão de 6 bocas com


forno: 11.000 Kcal/h; aquecedor: 14.700 Kcal/h; secador de roupas: 6000 Kcal/h.
2. Cálculo de potência por trecho:

TABELA 23 – CÁLCULO DE POTÊNCIA POR TRECHO

Trecho Aparelho a jusante Potência (Kcal/h)


AB Fogão 6B + Aquecedor 10 l + secadora 32.700
BB’ Fogão 6B 11.000
BC Aquecedor 10 l + secadora 20.700
CC’ Aquecedor 14.700
CD Secadora 6.000
FONTE: A autora

3. Observações sobre a rede: considerando os comprimentos equivalentes e seus


acessórios, pela utilização de conexões:
• Comprimento equivalente do trecho AB: 3 cotovelos + 1 tê.
• Comprimento equivalente do trecho BB’: 2 cotovelos + 1 válvula.
• Comprimento equivalente do trecho BC: 1 tê.
• Comprimento equivalente do trecho CC’: 2 cotovelos + 1 válvula.
• Comprimento equivalente do trecho CD’: 2 cotovelos + 1 válvula.
131
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

Para os trechos verticais ascendentes, foi considerado um ganho de


pressão de 0,05 mbar para cada metro.

TABELA 24 – EXEMPLO DE REDE CALCULADA


Id. P.C F.S P.A Q L Ltotal Per.p Pf DN
AB 31,700 100 31,700 3,69 6,00 6 12,00 200,00 8,16 191,84 22,00
BB' 11,000 100 11,000 1,28 0,72 2,3 3,02 191,84 1,63 190,21 15,00
BC 20,700 100 20,700 2,41 2,00 2,4 4,40 191,84’ 1,43 190,41 22,00
CC' 14,700 100 14,700 1,71 4,10 2,3 6,40 190,41 6,73 183,68 15,00
CD 6,000 100 6,000 0,7 4,40 2,3 6,70 190,41 1,33 189,08 15,00

FONTE: A autora

3.2 MATERIAIS
Normalmente, é usada uma tubulação de cobre rígido com ligas de
cobre nas conexões, para condução de gás, apesar que, ultimamente, tem sido
empregada uma tubulação flexível em polietileno ou polietileno reticulado, que
possui multicamada, com resistência de pressões até 1 bar, acompanhadas de
respectivas válvulas e reguladores de pressão.

FIGURA 26 – ALGUNS MATERIAIS USADOS NAS REDES A GÁS

FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/2W2z6v4>. Acesso em: 9 nov. 2019

3.3 NORMATIVA
O Brasil conta com várias normas que pretendem atribuir segurança à
rede e aos operadores que fazem intervenção ou reparação sobre elas. Isso define
garantia de que o serviço chegará até o usuário na quantidade necessária. São
nomeadas algumas principais:

• ABNT NBR 15526:2012 – Rede de distribuição interna para gases combustíveis


em instalações residenciais e comerciais.
• ABNT NBR 13523:2017 – Central de GLP.
• ABNT NBR 15526:2007 – Redes de distribuição interna para gases combustíveis
em instalações residenciais e comerciais – Projeto e execução.
132
TÓPICO 4 | INSTALAÇÕES DE REDE DE GÁS

• ABNT NBR 15923:2011 – Inspeção de rede de distribuição interna de gases


combustíveis.
• ABNT NBR 13103:2013 – Instalação de aparelhos a gás para uso residencial.
• ABNT NBR 14570:2000 – Instalações internas para uso alternativo dos gases
GN e GLP, projeto e execução.

3.4 ESQUEMATIZAÇÃO DA REDE DE GÁS


Da mesma forma que a rede hidráulica, são identificados os componentes
da rede de gás e temos uma visualização externa à edificação da rede na figura a
seguir:

FIGURA 27 – DISTRIBUIÇÃO DE TUBULAÇÕES PARA GÁS NATURAL ATÉ UMA EDIFICAÇÃO


TIPO RESIDENCIAL

Fonte: <https://bit.ly/2Oa7DDB>. Acesso em: 29 out. 2019

133
UNIDADE 2 | INSTALAÇÕES PREDIAIS

LEITURA COMPLEMENTAR

KITS HIDRÁULICOS INDUSTRIALIZADOS: 7 VANTAGENS E 7


CUIDADOS TÉCNICOS

Os kits hidráulicos industrializados são fabricados com tubos e conexões


de sistemas de condução de fluidos (PEX, PPR, CPVC, PVC ou cobre), que passam
por um processo de montagem e são agregados a outros componentes, tais como
registros e válvulas, sendo entregues etiquetados e prontos para instalação nos
canteiros de obras. São muito indicados para edifícios e conjuntos habitacionais,
ou seja, quando há muita repetição da instalação em diferentes pavimentos e/ou
unidades.

O conceito de kits hidráulicos pré-fabricados foi introduzido no Brasil na


década de 1980 pela Encol, incorporadora e construtora de atuação nacional que
acabou falindo, com milhares de unidades não entregues, no final da década de
1990. A empresa produzia os kits nos chamados Nucens (Núcleos de Componentes
Encol), que funcionavam como ponto de apoio para as obras. Os kits eram apenas
montados nos canteiros.

134
TÓPICO 4 | INSTALAÇÕES DE REDE DE GÁS

Hoje, há vários fornecedores especializados nessa tecnologia e diversos


modelos no mercado: kit de chuveiro (tubos, conexões e registros); kit para
condução de água fria em pias de cozinha ou banheiro; kit aquecedor (travessas
ou quadros metálicos, registros e manifolds); kit chicote (tubos, conexões e
acessórios como coifa, capa cromada ou canopla) e kit esgoto (estruturas metálicas
que sustentam as tubulações).

CONFIRA 7 VANTAGENS DA TECNOLOGIA

1. Ganho de tempo na programação da instalação hidráulica: estima-se que, em


média, são montados quatro apartamentos no sistema de kit industrializado
para cada um no sistema convencional.
2. Embalagens individuais podem ser identificadas pelo número final de cada
unidade/apartamento.
3. O sistema hidráulico é montado, testado e tem a garantia técnica do fabricante,
que o produz em escala.
4. Garantia de estanqueidade: os chicotes são identificados pelo controle da
qualidade e 100% das conexões montadas são testadas.
5. Proporciona diminuição dos itens a serem gerenciados na execução do serviço,
eliminando riscos de perdas e/ou extravio de material.
6. Aumenta grau de padronização da obra.
7. Assessoria técnica personalizada e treinamento oferecido pelo fornecedor.

Agora, 7 cuidados relevantes para evitar problemas:

1. Especificação dos kits hidráulicos na fase inicial de projeto: isso diminui custos
e permite um dimensionamento mais seguro.
2. Um bom projeto deve indicar como devem ser feitas as verificações e os ensaios
dos componentes, assim como a frequência, para garantir o desempenho
estabelecido pela NBR 15.575. Deve conter também a dimensão das tubulações,
para que os pontos de consumo recebam o volume correto de água.
3. Escolha adequada do fornecedor: se o fabricante não inclui todas as peças e
acessórios para uma boa execução, isso pode comprometer todo o sistema.
4. Programação adequada da entrega dos kits: um cronograma bem ajustado entre
o fornecedor e a construtora evita problemas logísticos, de desabastecimento
ou de geração de estoque.
5. Identificação adequada dos componentes do kit hidráulico e a indicação do
local de aplicação.
6. Particularidades de execução: se for executado em drywall, steel frame ou
shafts, há a fixação dos quadros metálicos nos montantes pré-definidos. Nas
estruturas de alvenaria, o produto é embutido.
7. Recomendação na execução: respeitar rigorosamente as alturas dos pontos
projetados e as passagens da tubulação, onde os kits serão interligados com as
prumadas, ramais ou sub-ramais.

FONTE: <https://www.estudeae.com.br/kits-hidraulicos-industrializados-7-vantagens-e-7-
cuidados-tecnicos/>. Acesso em: 20 mar. 2020.

135
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:

• Existem vários parâmetros que devem ser definidos antes de dimensionar a


rede de instalação de gás.

• Existem diferentes tipos de gás a ser usados.

• É necessário ter cuidados operativo antes e durante da instalação da rede e a


necessidade de ter medidas de prevenção contra incêndio na proximidade dos
pontos instalados.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

136
AUTOATIVIDADE

1 “Ambientes mal ventilados propiciam o acúmulo de um gás tóxico: o


monóxido de carbono. Sem cor e nem cheiro, este gás é de difícil percepção
e sua inalação pode ser fatal” (GONÇALVES, 2019, p. 1). Com base nessa
afirmação, pode ser indicado que:

a) ( ) É impossível ter tubulações de gás em lugares pequenos.


b) ( ) A central de gás deve ser o suficientemente grande para que não exista
acumulo de gás dentro dela.
c) ( ) O melhor lugar para fazer a instalação é um lugar ventilado,
considerando a possibilidade de chaminés que obedeçam às
especificações de normas.

2 Como é feito o cobro do consumo de gás nas edificações?

137
138
UNIDADE 3

REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E
PISOS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• identificar as diferentes camadas que compõem o revestimento de


paredes, pisos e tetos, junto aos materiais empregados;

• conhecer as novidades tecnológicas para a instalação de esquadrias e


pisos;

• compreender a existência de normatividades que auxiliam no processo


de escolha, planejamento e execução de procedimentos que envolvem o
acabamento com esquadrias e pisos nas edificações;

• separar os processos que acompanham a instalação de revestimentos em


paredes e pisos.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – REVESTIMENTOS

TOPICO 2 – ESQUADRIAS

TÓPICO 3 – PISOS

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

139
140
UNIDADE 3
TÓPICO 1

REVESTIMENTOS

1 INTRODUÇÃO
A falta de criação de um projeto específico para o revestimento é uma
prática muito comum na execução de obras. Lamentavelmente, muitas coisas são
especificadas durante a execução o que conduz a constantes falhas e problemas
patológicos junto ao desperdício de materiais e retrabalho (BAÍA; SABBATINI,
2008). Quando o revestimento é bem feito, cumpre sua função de proteção à
intempérie como vento, chuva, sol, variação de umidade entre outros (SALGADO,
2009). O revestimento empregado na construção de edificações faz referência a
três tipos:

• Revestimento de argamassa.
• Revestimento cerâmico.
• Revestimento em pedra.

O revestimento cerâmico pode acontecer como sequência do revestimento


da argamassa, mas não de forma contrária, pois o revestimento cerâmico é uma
opção executiva que obedece a questões arquitetônicas mais do que estruturais.
Constantemente técnicas e materiais são apresentados no mercado para atender
a essa necessidade de revestimento, assim é necessário ficar atento nas inovações.

2 REVISÃO DE CONCEITOS
Como Borges (1975) afirma, em muitas cidades não é aconselhável deixar
as paredes sem proteção, a não ser que seja utilizado um tijolo-bloco especial
de baixa porosidade e de acabamento à vista, o que pode resultar mais caro que
aplicar um revestimento. Isso ratifica a importância do revestimento, de prover
proteção as paredes de modo que seja assegurada a durabilidade de partes
estruturais importantes.

O revestimento mais empregado pelo seu baixo custo e seu aspecto


satisfatório é aquele de argamassa, usado com frequência em fachadas exteriores
e paredes interiores, este será especificado a seguir, indicando outros materiais
comumente usados.

141
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

2.1 REVESTIMENTO DE ARGAMASSA


A argamassa é um material comumente empregado na construção pelas
suas propriedades de aderência, daí que é usado no revestimento de materiais
porosos (como o constituinte da alvenaria), em uma série de camadas que vão
reduzindo sua permeabilidade, com espessura uniforme, para finalmente ter uma
superfície que receberá uma decoração final (ABCP, 2011).

Funções do revestimento em argamassa e outros tipos de revestimento


(CARASEK, 2007):

• Homogeneizar a superfície dos elementos de vedação.


• Atribuir proteção nos elementos de vedação da ação direta de agentes agressivos.
• Auxiliar no cumprimento de funções de isolamento termoacústico, de
estanqueidade e finalidade arquitetônica.

Para o cumprir esses objetivos é necessário que, durante a preparação


do revestimento, sejam consideradas algumas propriedades em estado fresco e
endurecido. Tal como podem ser resumidas na Figura 1.

FIGURA 1 – PROPRIEDADES PRINCIPAIS NA ARGAMASSA DE REVESTIMENTO

FONTE: Adaptado de Baía e Sabbatini (2008)

2.1.1 Revestimento de argamassa por camadas


A aplicação deste revestimento pode acontecer por camadas, geralmente
três camadas na seguinte ordem: chapisco, emboco e reboco. Cada uma delas com
funções especificadas, na seguinte ordem: aderência, regularização e acabamento.
A aparência de cada uma delas é registrada na Figura 2.
142
TÓPICO 1 | REVESTIMENTOS

FIGURA 2 – CAMADAS DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

FONTE: <http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/upload/imagens/desenho1.jpg>. Acesso


em: 28 nov. 2019

Chapisco: é uma camada áspera e irregular, que uniformiza a superfície


da base (que já deve possuir as instalações embutidas e vãos definidos e
contramarcos fixados, junto com uma superfície livre de graxas e pontas de ferro)
proporcionando ancoragem da seguinte camada e homogênea sua absorção de
água (CC, 2012a). As formas de aplicação podem ser vistas na seguinte ordem da
Figura 3: tradicional ou convencional, lançado com pá de pedreiro; industrializado
ou desempenado, deslizando a argamassa com ajuda de desempenadeira; rolado,
fazendo uso de rolo.

FIGURA 3 – FORMAS DE APLICAÇÃO DO CHAPISCO

FONTE: Adaptado de <http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/sistemas-construtivos/4/


caracteristicas/o-sistema/61/caracteristicas.html>. Acesso em: 11 dez. 2019

Bauer et al. (2011) aponta que o chapisco é um procedimento de preparação


e que, portanto, não constitui uma camada de revestimento. O chapisco precisa
de cura de mínimo 24 horas e quando este apresenta falhas aconteceram
pulverulência, fissuração interna e desagregação.

143
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

Emboço: com a finalidade de regularizar a base atribui maior proteção à


parede da penetração de agentes agressivos, propicia o recebimento da camada
decorativa ou o do reboco (TAGUCHI, 2010). Quando o emboço for constituído
por uma única camada de revestimento é denominado como emboco paulista.
Sobre este podem ser assentados azulejos e cerâmicas.

Reboco: é a camada que cobre o emboço, registrando finalmente a superfície


lisa, contínua e integra que recebe o acabamento final (BAUER et al., 2011).

ATENCAO

A realização de uma única camada de revestimento pode trazer suas


consequências na hora de regularização da superfície, pois, na presença de desníveis, será
necessário acrescentar a espessura da camada. O que pode trazer problemas de sobrecarga
e retração.

A correta aplicação de uma argamassa, além da execução, dependerá da


qualidade de material empregado para o revestimento. Assim, cada camada terá
especificações de composição, espessura, condições de preparo e extensão. Todos
esses parâmetros são contemplados pelas seguintes Normas Brasileiras: NBR
13530:1995, NBR 164541:2016.

2.2 ESPECIFICAÇÕES DE ARGAMASSA


Os traços comuns preparados para as diferentes camadas são registrados
no Quando 1. Considerando as modificações na superfície de aplicação. Sobre esses
traços é importante considerar as propriedades em estado fresco anteriormente
nomeadas para facilitar a execução.

QUADRO 1 – DIFERENTES TRAÇOS DE ARGAMASSA SEGUNDO A CAMADA APLICADA E A


SUPERFICIE DE APLICAÇÃO
Utilização Característica Cimento Cal Areia Caracterização
da areia

Sobre Alvenaria 1   4 grossa lavada


Chapisco
Sobre concreto e
1   3 grossa lavada
tetos

144
TÓPICO 1 | REVESTIMENTOS

Interno, base
  1   média lavada
para reboco
Interno, base
1 1,25   média lavada
para cerâmica
Interno, para
Emboço 1 2 9 média lavada
tetos
Externo, base
1 2 9 média lavada
para reboco
Externo, base
1 2 8 média lavada
para cerâmica
Interno, base
  1 4 fina lavada
para pintura
Externo, base
  1 3 fina lavada
para pintura
Reboco
Barra lisa 1   1,5 fina lavada
Interno, para
tetos, base para   1 2 fina lavada
pintura
Base
regularizadora 1   5 grossa lavada
para cerâmicas
Base
regularizadora
1   3 grossa lavada
Pisos para pisos
monolíticos
Colocação de
1 0,5 5 média lavada
cerâmica
Colocação de
1   3 fina lavada
alisados
FONTE: Aurich e Leggerini (2009, p. 4)

Sobre a produção da argamassa, Aurich e Leggerini (2009) indicam a


seguinte sequência de preparação:

Para argamassas de uso imediato e mistura manual:

1. Medir a areia e espalhar seu conteúdo como em uma camada uniforme.


2. Colocar sobre esta camada os materiais aglomerantes (cimento, cal).
3. Misturar homogeneamente e concentrar a mistura a um espaço concêntrico
onde a água será vertida.
4. Adicionar aos poucos a água e misturar com o material mais próximo até
incorporá-lo todo.

145
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

Para argamassas preparadas com métodos mecânicos:

1. Medir todas as proporções dos materiais e condicionar em baldes.


2. Colocar a areia dentro da betoneira.
3. Ligar a betoneira, esperar um minuto de mistura.
4. Adicionar a metade da água.
5. Colocar os aglomerantes, misturar uns minutos.
6. Adicionar o resto da água.
7. Misturar por 3-5 minutos.

E
IMPORTANT

Sobre essas especificações de base, podem ser acrescentados aditivos ou


minerais para garantir fluidez ou trabalhabilidade na argamassa.

Este tipo de argamassa pode ser aplicado manualmente pelos operários,


mas é o procedimento que toma muito tempo, porém é a metodologia mais
executada. Contudo, o revestimento também pode ser aplicado com ajuda de
projetor ou uma pistola projetora de argamassa sobre a superfície desejada. Essa
tecnologia é utilizada por empresas especializadas que oferecendo a aplicação do
produto industrializado podem deixar, a pedido do próprio cliente, a aplicação
em mãos dos operadores da obra (que são treinados) (AECWEB, 2010).

E
IMPORTANT

Independente da forma de aplicação do revestimento, é necessário apontar que


quando é utilizada cal na argamassa se recomenda adicionar a água antes que o cimento,
de modo que esta seja hidratada melhor e aconteça mais plasticidade na argamassa. Este
processo de pré-mistura é conhecido como “descanso da pré-mistura”.

Claramente, em função do volume de argamassa, de condições de


produção, mão de obra e outros parâmetros pode ser implementado um processo
mais simples usando argamassa industrializada. Essa argamassa é comprada em
sacos (ensacada) e só precisa adição de água no momento do uso. Sua fabricação
é realizada pela indústria em lugares adequados com equipamentos de grandes
dimensões, tal como pode ser visto na Figura 4.

146
TÓPICO 1 | REVESTIMENTOS

FIGURA 4 – ESQUEMA DE PRODUÇÃO DE ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA

FONTE: ABCP (2011, p. 26)

Santos, Amaral e Sommerfeld (2014) afirmam que o emprego da argamassa


industrializada em revestimento interno ou externo apresenta suas notórias
vantagens e se faz parte das novas tecnologias com o objetivo de melhorar e
modernizar a construção, facilitar o armazenamento, transporte e aplicação.

Da mesma forma também são especificadas espessuras de revestimento


das camadas de argamassa pela NBR 13749:1996, segundo o tipo de parede, essas
indicações se registram na Tabela 1.

TABELA 1 – ESPECIFICAÇÃO DE REVESTIMENTO EM ARGAMASSA SEGUNDO O TIPO DE


PAREDE

Revestimento Espessura (mm)


Parede interna 5 - 20
Parede externa 20 – 30
Teto ≤ 20
FONTE: Adaptado de NBR 13749 (1996)

Quando se tratar de paredes de fachadas as camadas de revestimento


podem ter outra sequência, como pode ser visto na Figura 5. Isso obriga que a
argamassa seja aplicada sobre outros materiais e indica a possibilidade de trocar
a camada de reboco pela argamassa colante que recebe revestimento cerâmico no
lugar de massa única (ou corrida) ou pintura.

147
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

FIGURA 5 – COMPONENTES ADICIONAIS QUE PODEM TER AS PAREDES EXTERNAS

FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3efnXxB>. Acesso em: 3 dez. 2019

Uma vez que os revestimentos de argamassa sobre paredes, com ou


sem componentes adicionais, são finalizados, podem ser aplicados diferentes
acabamentos, que são os que ficam visíveis aos usuários. A seguir, são especificados
os possíveis revestimentos e os materiais mais empregados.

2.3 REVESTIMENTO INTERNO-EXTERNO


Em certas ocasiões, em espaços de maior fluxo de pessoas e com finalidade
mais interativa o revestimento de argamassa acaba em um revestimento
decorativo. Nessas ocasiões é comum o uso do material cerâmico.

2.3.1 Revestimento com cerâmica


O revestimento cerâmico é caracterizado por ser montado por unidades
cerâmicas, geralmente de dimensões especificadas e características de acabamento
segundo preferências do cliente e requerimentos técnicos, como pode ser visto na
Figura 6. Como Maia (2018b) aponta, o revestimento cerâmico para paredes e
pisos oferece uma série de vantagens que fazem dele um dos revestimentos mais
produzidos no Brasil (OLIVEIRA; HOTZA, 2015), tais como:

148
TÓPICO 1 | REVESTIMENTOS

• Durabilidade.
• Baixa permeabilidade.
• Prove de isolamento térmico.
• Não propaga o fogo.
• Custo-benefício razoável.

FIGURA 6 – APLICAÇÃO DE REVESTIMENTO CERÂMICO EM PAREDES

FONTE: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/materias/imagens/01506_02.jpg>. Acesso


em: 12 dez. 2019

Este material possui as desvantagens próprias de uma cerâmica: pode


quebrar frente ao impacto e podem acontecer descolamentos das interfaces. Das
diversas especificações que devem ter as placas cerâmicas ABNT NBR ISO 10545-
6:2017 são indicadas várias categorias que permitem dar durabilidade segundo
uma correta especificação.

Existe uma controvérsia entre a necessidade de umedecer ou não as peças


cerâmicas antes de realizar seu assentamento e a verdade é que isso depende
das especificações de fabricação, então não pode ser indicado que sempre deve
acontecer. Este seria um fator importante no momento da execução, pois poderiam
ser evitados descolamentos das placas muito antes da finalização da instalação.
Para maiores especificações se tem a NBR 13755:2017, apontado a argamassa
colante para receber a cerâmica.

149
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

2.4 REVESTIMENTO A GESSO


A NBR 13867:1997 define a pasta de gesso como uma mistura entre água
e gesso que possui capacidade de aderência e endurecimento. Já Breitsameter
(2012) indica que mesmo que a pasta de gesso é fácil de preparar e oferece bom
acabamento, ele é um material pouco usado na construção civil brasileira. Esse tipo
de revestimento é exclusivamente para ambientes internos. Existem certos substratos
que são adequados para o recebimento da pasta de gesso (DIAS; CINCOTTO, 1995):

• Tijolos e blocos cerâmicos.


• Blocos de concreto.
• Superfície monolítica de concreto e argamassa.
• Bloco celular autoclavado, bloco silício-calcários.

Os mesmos autores indicam que, para que o processo de execução seja


adequado e garantido o desempenho e durabilidade prolongada, devem ser
escolhido gesso com 60% de gesso calcinado na sua composição, de finura elevada,
com resistência a compressão entre 50-150 Mpa, garantir a relação água-cimento,
não aplicar em blocos com superfície muito lisa nem absorção muito baixa. Assim,
o gesso pode ser considerado alternativa para revestimento de paredes e inclusive
trazer peças ornamentais em conjunto.

A pasta de gesso acontece similar em tetos e paredes, sendo que nos tetos
deve contar a presença de um chapisco (do tipo rolado) para melhorar a aderência e
a ancoragem da pasta. Assim, a pasta é aplicada inicialmente pelo teto até continuar
com a metade superior das paredes (QUINALIA, 2005).

2.5 REVESTIMENTO COM ESCAIOLA


Vasconcellos (2010, p. 1) define que:

escaiola é um revestimento interno que foi muito utilizado desde o


período Romano. No Brasil, foi executado até o início do século XX.
A literatura especializada define escaiola como um revestimento feito
com uma massa de gesso, cola animal e pigmento. Entretanto, com o
passar do tempo, este termo foi sendo generalizado, tanto no Brasil
como na Europa, para todos os revestimentos que imitam o mármore
ou pedras ornamentais.

ATENCAO

Este tipo de revestimento é indicado no texto para conhecimento do acadêmico,


mesmo que não seja utilizado com frequência ou não seja usado comercialmente.

150
TÓPICO 1 | REVESTIMENTOS

Assim, este tipo de revestimento é feito de modo superficial em lugares


que tem alto componente histórico, tipo castelos, museus ou catedrais. Na Figura
7 se observa a finalização com escaiola.

FIGURA 7 – EXEMPLO DE APLICACAO DE REVESTIMENTO COM ESCAIOLA

FONTE: <https://bit.ly/2ZgHdXg>. Acesso em: 11 dez. 2019

3 REVESTIMENTO ESPECIAL PARA PAREDES EXTERNAS


Além da cerâmica em placas, estão sendo usados outros materiais que
pretendem atribuir aparência rustica aos elementos, não obstante novas técnicas de
instalação têm facilitado o alcance desses objetivos com mais rapidez. Indicamos
alguns revestimentos a seguir:

3.1 REVESTIMENTO COM PEDRAS NATURAIS


As pedras comumente usadas são as pedras de granito, arenito, pedra
de minas e diversas. O material sendo recebido em grandes dimensões pode ser
cortado a gosto do cliente. A intenção é prover um revestimento rústico, de modo
que não existe uniformidade nas peças (BORGES, 1975).

A pedra é assentada diretamente sobre a alvenaria empregando


argamassa em um traço de 1:3 e a junta é registrada com ausência de argamassa.
Claramente, a altura deste tipo de revestimento não é maior que um revestimento

151
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

de cerâmica, pois pela gravidade e um corpo pesado como pedra o deslocamento


pode acontecer em menos tempo. Assim, este tipo de trabalho é associado com
frequências a chaminés.

Para o caso de granitos a NBR 15844:2015 indica características físicas e


mecânicas requeridas em granitos destinados a revestimento.

3.2 REVESTIMENTO COM PRODUTOS ESPECIAIS


Outros produtos comercializados para dar aparência diferente são a
litocerâmica e a pedra pedregulho (Figura 8), ambos no formato de placas
requerem de um tratamento diferente durante sua instalação.

FIGURA 8 – EXEMPLO DE PEDRA PEDREGULHO INSTALADA NO INTERIOR DE UMA


RESIDÊNCIA

FONTE: <https://www.homify.com.br/livros_de_ideias/1640613/12-maneiras-para-revestir-as-
paredes-com-pedras-decorativas>. Acesso em: 13 dez. 2019

É importante que os materiais que são instalados como revestimento


cumpram requisitos de resistência e durabilidade, pois, como qualquer atividade,
quando não aplicados cuidados sobre a escolha dos materiais e sobre o processo
de execução o resultado será patologias na superfície que geram custo e tempo
que poderia ter sido poupado pela indicação de requisitos, tais como os que são
definidos a continuação.

152
TÓPICO 1 | REVESTIMENTOS

4 ENSAIOS SOBRE REVESTIMENTOS


Garantir o desempenho e a integridade de uma peça cerâmica é uma
questão que envolve fatores de escolha de materiais, instalação do produto e sua
manutenção. Os fabricantes costumam indicar certas características de fabricação
para visualização do comprador, e estas são especificadas a seguir, segundo
INMETRO (1998), Souza e Tamaki (2005) e Salgado (2009).

4.1 RESISTÊNCIA À ABRASÃO


Faz referência ao desgaste superficial no esmalte da placa cerâmica, em
decorrência do trânsito de pessoas e contato com objetos. Assim, foi adoptada
a seguinte escala PEI (Porcelain Enamel Institute) para diferenciar as placas
esmaltadas. Junto com a absorção de água, estes parâmetros constituem as
principais características para pisos (SOUZA; TAMAKI, 2005), o quadro a seguir
registra as diferentes categorias.

QUADRO 2 – CLASSES DE RESISTÊNCIA À ABRASÃO SEGUNDO O TIPO DE TRÁFEGO SOBRE A


PLACA

PEI Tráfego Local de uso


0 - Paredes.
Ambientes residenciais onde exista desgaste mínimo,
1 Baixo
como banheiros e dormitórios.
Ambientes internos de residências de maior fluxo de
2 Médio
pessoas, excluindo cozinhas e hall ou entradas.
Médio- Ambientes onde não há concentração de material
3
alto abrasivo como areia no piso.
Todos os ambientes comerciais e residenciais em geral.
4 Alto
Suporta a agressividade pelas areias.
Ambientes residências e comerciais com alta
5 Altíssimo
movimentação. Pincipalmente com acesso à via publica.
FONTE: Salgado (2009, p. 267)

4.2 RESISTÊNCIA A MANCHAS


Este parâmetro indica a facilidade de limpeza do produto adquirido e
está diretamente relacionado ao tipo de esmalte que a peça recebeu (SOUZA;
TAMAKI, 2005), o quadro a seguir indica as diferentes classes.

153
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

QUADRO 3 – CLASSES DE REVESTIMENTO CERÂMICO SEGUNDO SUA RESISTÊNCIA A MANCHAS

Classe 1 Impossibilidade de remoção de manchas.


Classe 2 Mancha removível com ácido clorídrico, acetona, hidróxido de potássio.
Classe 3 Mancha removível com produto de limpeza forte.
Classe 4 Mancha removível com produto de limpeza fraco.
Classe 5 Máxima facilidade de remoção de manchas.
FONTE: Salgado (2009, p. 267)

4.3 RESISTÊNCIA AO ATAQUE QUÍMICO


Este parâmetro significa a capacidade da superfície cerâmica em manter-
se inalterada quando entra em contato com determinadas substâncias. Os ataques
químicos mais comuns são os proporcionados por produtos de uso doméstico,
por produtos de limpeza, ácidos e álcalis. O quadro a seguir indica que classe de
revestimento é segundo a modificação do seu aspecto durante a aplicação de um
produto. Em geral, os revestimentos cerâmicos apresentam uma boa resistência
ao ataque químico e ainda mais se sua porosidade for baixa (INMETRO, 1998).

QUADRO 4 – TIPOS DE REVESTIMENTO CERÂMICO SEGUNDO SUA RESISTÊNCIA AO ATAQUE


QUÍMICO

Classe A Ótima resistência a produto químicos.


Classe B Ligeira alteração de aspecto.
Classe C Alteração de aspecto bem definida.
FONTE: Salgado (2009, p. 267)

4.4 ABSORÇÃO DE ÁGUA E RESISTÊNCIA MECÂNICA


Os produtos de revestimento cerâmico são fabricados e isso implica que seu
grau de porosidade está associado com um ordenamento microestutural que pode
ser modificado. Assim, as placas de revestimento possuem poros que podem acumu-
lar água manifestado mediante absorção. Quanto mais água for acumulada pelo re-
vestimento (mais poroso) menor será sua capacidade de resistir a cargas (resistência
mecânica), porém, será mais aderente (CAMPANTE; BAIA, 2003). O Quadro 5 asso-
cia o tipo de material cerâmico com a sua porosidade e possível resistência mecânica.

QUADRO 5 – PROPORÇÃO DE ABSORÇÃO E RESISTÊNCIA SEGUNDO O TIPO DE CERÂMICA

Porcelanato Baixa absorção e resistência mecânica alta.


Grês Baixa absorção e resistência mecânica alta.
Semigrês Média absorção e resistência mecânica média.
Semiporoso Alta absorção e resistência mecânica baixa.
Poroso Alta absorção e resistência mecânica baixa.
FONTE: Salgado (2009, p. 267)

154
TÓPICO 1 | REVESTIMENTOS

5 CUIDADOS NA EXECUÇÃO
Tomando as considerações de Baía e Sabbatini (2008) pode ser resumido
de forma geral que durante a execução dos revestimentos de argamassa:

1. A base deve ser preparada.


2. Deve ser definido o plano do revestimento, com ajuda do taliscamento (que
fixa cacos cerâmicos em pontes específicos, para respeitar a espessura total)
e mestras (faixas contínuas de argamassa previamente executadas, que
delimitam a região onde será aplicada a argamassa).
3. Aplicação da argamassa, feito de modo enérgico sobre a superfície (seja manual
ou mecânico).
4. Acabamento da camada, também chamado sarrafamento, que aplana a superfície
revestida com ajuda de régua de alumínio.
5. Execução de detalhes construtivos, como juntas, quinas e cantos, peitoris e
pingadeiras.

Contribuindo da mesma forma, Salgado (2009, p. 268) indica as seguintes


recomendações durante a execução:

- Antes da execução dos revestimentos, verificar o correto


posicionamento dos elementos embutidos, tais como tubos e conduítes.
- Cuidar para que as tubulações estejam embutidas o suficiente de
modo que se registre um revestimento de 2 cm sobre elas.
- Verificar o prumo das paredes e da espessura dos caixilhos para
estabelecer a espessura total do revestimento.
- Conferir o posicionamento dos portais e caixilhos, principalmente
em banheiros, cozinhas e áreas de serviço e outras áreas onde serão
assentadas cerâmicas.
- Proteger, durante o revestimento os caixilhos e outros dispositivos já
colocados ou fixados na alvenaria. Cuidado com as peças de alumínio.
- Fazer uma etapa de revestimento somente quando a precedente
estiver totalmente seca e curada.
- Não executar emboços com mais de 2,5 cm numa mesma camada. Se
necessário, fazer uma primeira camada, esperar cura mínima de sete
dias e somente após completar a espessura desejada.
- Manter umedecido o substrato (chapisco) para a aplicação das
diferentes etapas de um revestimento sem encharcar com água.
- Os cantos vivos dos revestimentos devem ser arredondados ou
chanfrados.

Nesses casos é sempre interessante utilizar uma argamassa mais rica em


cimento para aumentar a resistência no local ou ainda “salpicar” cimento na
superfície da argamassa no momento do acabamento. Pode-se ainda instalar um
dispositivo de reforço, como um perfil metálico exclusivo para esse fim, o que
proporciona maior resistência a impactos, não danificando os cantos da parede.
Como pode ser visto na figura seguinte.

155
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

FIGURA 9 – ACABAMENTO NOS CANTOS

FONTE: Salgado (2009, p. 269)

E o mesmo autor continua indicando:

- Verificar sempre os cantos das alvenarias com as lajes e os encontros


de paredes para que não fiquem com excesso de argamassa.
- Após execução de cada etapa do revestimento, mantê-las
sempre umedecidas para melhoria de cura e diminuição da
retração (SALGADO, 2009, p. 269).

ATENCAO

As condições de umidade e temperatura causam grande efeito sobre a


argamassa que aguarda por ser aplicada, então é necessário aplicá-la com a maior rapidez
possível e controlar seu estado de fluidez, para não ter perdas na aderência.

Ainda que sejam tomados todos os cuidados é possível desenvolver algumas


patologias no revestimento de argamassa, tais como será explicado a continuação.

6 PATOLOGIAS RELACIONADAS COM O REVESTIMENTO


A forma em que o revestimento é instalado é fundamental para garantir
a ausência de patologia. A NBR 9817:1987 dá indicações de como executar o
revestimento e aceitar o seu recebimento. A diferença, como presume Recena
(2017), é que, mesmo tendo diferentes tipos de materiais a técnica de instalação é
a mesma para todos eles. O fator velocidade influi aberta e indistintamente sobre
todas as instalações, o que proporcionalmente pode estar influenciando sobre a
qualidade da aderência do revestimento ao substrato.
156
TÓPICO 1 | REVESTIMENTOS

Segundo Ceotto, Banduk e Nakakura (2005), as principais patologias


observadas nos revestimentos externos, também aplicáveis aos revestimentos
internos, são:

• O aparecimento de fissuras e trincas.


• O incremento da umidade no sentido vertical.
• O descolamento do revestimento.
• Alterações fora do tempo no aspecto original do material, como, por exemplo,
a perda da coloração, baixo desempenho e a baixa durabilidade dos materiais
empregados.

De modo específico, para revestimento de argamassa o seguinte quadro


resume os possíveis problemas entorno à má execução do trabalho.

QUADRO 6 – POSSÍVEIS PATOLOGIAS REGISTRADAS NUM REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

FONTE: Adaptado de Cincotto (1989) e Cozza (1996)

Desta forma fica claro ressaltar que se existe todo uma indicação das
características dos revestimentos comercialmente, não é difícil escolher o
revestimento cerâmico correto. Ora, quando se trata de revestimento de argamassa,
mesmo contando com produtos industrializados existe toda uma metodologia de
execução que está sujeita a condições humanas, o que gera dependência total do
processo empregado. Isso explicaria por que duas paredes estando nas mesmas
condições de exposição registram estados patológicos diferentes.

157
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu que:

• O revestimento de argamassa se caracteriza por ser uma sequência de


adequações na superfície da parede com a finalidade de receber o material de
acabamento.

• Existem diferentes proporções de materiais para o revestimento em função da


base de aplicação e sua exposição ao ambiente interno ou externo.

• O revestimento cerâmico é especificado com base na sua propriedade de
resistência às manchas, absorção de água, ataque químico e resistência
mecânica.

• A aplicação dos revestimentos acontece com mais frequência nas mãos do
operador, sendo assim, mais propenso ao desenvolvimento de falhas que
causem patologias posteriores no acabamento.

158
AUTOATIVIDADE

1 Anteriormente foram nomeadas propriedades associadas à argamassa


de revestimento, como a trabalhabilidade, a aderência e a resistência ao
desgaste. Defina-as.

2 Indique as possíveis vantagens e desvantagens da modalidade de aplicação


da argamassa via lançamento manual, rolo e com equipamentos mecânicos.

3 Faça um levantamento visual dos possíveis problemas patológicos que


acontecem no revestimento de sua residência. Indique soluções e discuta
em grupo.

159
160
UNIDADE 3
TÓPICO 2

ESQUADRIAS

1 INTRODUÇÃO
Certos espaços da edificação necessitam de entrada de luz ou ar, o
que comumente interrompe a continuidade dos fechamentos, mas sem eles
a edificação seria um presídio. Essas aberturas, contempladas desde o projeto
arquitetônico, são posteriormente fechadas com ajuda de outros materiais
para prover conforto, beleza, além de garantir a segurança. Essas unidades de
fechamento são conhecidas como esquadrias, que têm diferentes posicionamentos
dentro da edificação e podem ser utilizadas também para comunicar espaços.

2 CONCEITOS BÁSICOS
De modo específico, Salgado (2009) define as esquadrias como uma armação
na qual são fixadas portas, janelas, veneziana entre outros. Cuja função é facilitar
a iluminação, ventilação, isolamento e acessibilidade com unidades armadas para
o usuário. Geralmente, a composição da esquadria é uma parte fixa e a outra que
permite o deslocamento da unidade, assim podemos encontrar vidro e alumínio
ou vidro e aço, tal como pode ser visto na Figura 10. Esta parte fixa é chamado de
caixilho, que sustenta a unidade de fechamento (PINHAL, 2009).

Os materiais comumente usados nas esquadrias são: o aço, alumínio,


madeira, plástico, vidro, argamassa e concreto armado (REIS, 2011).

FIGURA 10 – EXEMPLO DE ESQUADRIA DE PORTA DEVIDAMENTE INSTALADA

FONTE: <https://bit.ly/324jUle>. Acesso em: 15 nov. 2019

161
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

Uma consideração importante nas esquadrias é que, mesmo sendo de um


material diferente do material de fechamento, deve continuar atribuindo isolamento
térmico e sonoro à edificação, ou seja, seu desempenho deve ser semelhante ao
da parede (MOONEY, 2012). Pelo anterior, devem ser atribuídos componentes de
isolamento para reduzir a frequência do som que entra na edificação e sua perda de
calor interno. Assim, as condições de um bom fechamento se resumem em:

• Estanqueidade do ar.
• Controle no fluxo de ar.
• Estanqueidade à água.
• Isolamento acústico.
• Controle na incidência da radiação solar.
• Resistência a cargas de contorno.

A figura a seguir mostra a importância das aberturas em diferentes estações


do ano e como podem modificar o ambiente interno.

FIGURA 11 – FUNCIONALIDADE DAS ABERTURAS NUMA EDIFICAÇÃO FRENTE À MUDANÇA DE


ESTAÇÃO

FONTE: Cunha et al. (2006)

3 MATERIAIS UTILIZADOS
Segundo a informação registrada por De Toni et al. (2014), o 25% das
esquadrias utilizadas na construção civil são de alumínio, 42% são de aço, 38%
são de madeira e 5% de outros materiais, incluindo o Policloreto de Vinila (PVC).
Dados entregues pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e
estimaram que, para 2016, o volume de esquadrias de alumínio ultrapassaria o
volume das esquadrias de madeira. O que é uma realidade para o ano de 2019.

A escolha pelo tipo de material, segundo Reis (2011), obedece a uma


relação custo-benefício, conjugando três componentes importantes: leveza,
durabilidade e preço. A indústria oferece diferentes produtos para esquadria
convencionais, tais como:
162
TÓPICO 2 | ESQUADRIAS

• Janelas.
• Portas, portões.
• Fachadas.
• Coberturas.
• Combinados.

Todas as janelas e portas devem atender aos requisitos de desempenho


da NBR 10821:2-4 2017, incluindo as fabricadas em aço, alumínio, madeira, PVC,
compostas por mais de um material, produzidas com sistemas desenvolvidos
pelo fabricante ou fabricadas conforme projetos específicos.

4 EXIGÊNCIAS DE DESEMPENHO
A norma NBR 15575-4:2013 define requisitos do usuário sobre as
esquadrias a serem utilizadas pois somente desta forma poderá ser garantida a
funcionalidade da peça. Essas exigências são indicadas no quadro a seguir e são
independentes do tipo do material, porém, para madeiras são especificadas mais
adiante.

QUADRO 7 – REQUISITOS SOBRE DESEMPENHO NAS ESQUADRIAS

FONTE: Lima et al. (2017, p. 8)

163
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

Adicionalmente também existem outras normativas que acompanham as


especificações de esquadrias, tais como:

• NBR 13756:1996, esquadrias de alumínio – guarnição elastomérica em EPDM


para vedação – especificação.
• NBR 7199:2016, vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.
• NBR 15737:2009, perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial –
colagem de vidros com selante estrutural.
• NBR 10821-1:2017, esquadrias para edificações – Parte 1: Terminologia.
• NBR 10821-2:2017, esquadrias para edificações – Parte 2: Requisitos e
classificação.
• NBR 10821-3:2017, esquadrias para edificações – Parte 3: Métodos de ensaio.
• NBR 10821-4:2017, esquadrias para edificações – Parte 4: Requisitos adicionais
de desempenho.
• NBR 10821-5:2017, esquadrias para edificações – Parte 5: Instalação e
manutenção.
• NBR 15930-2:2018, portas de madeira para edificações. Parte 2: Requisitos.
• NBR 15919: 2011, perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial
– Colagem de vidros com fita dupla-face estrutural de espuma acrílica para
construção civil.

5 TIPOS DE ESQUADRIAS
A instalação das esquadrias acontece na etapa final da obra e por elas são
identificados problemas que podem ter passados desapercebidos, o que levará
a execução de retrabalho, tais como falta de prumo, nivelamento e alinhamento.
Maia (2018a) aponta que a palavra esquadria é genérica para designar todos
os sistemas vedação de vãos, tais como portas, janelas, persianas e venezianas,
executados em madeira ou plástico e o caixilho especifica a vedação de vãos
realizados em materiais metálicos.

5.1 ESQUADRIAS DE PORTAS


Em função do componente arquitetônico desejado e a segurança, será
definido o material que constitui a esquadria da porta, no entanto, podem ser
identificados vários componentes que permitem a fixação da peça ao vão, tal
como o caso de uma porta em madeira, vista na Figura 12.

164
TÓPICO 2 | ESQUADRIAS

FIGURA 12 – COMPONENTES GERAIS QUE FACILITAM A INSTALAÇÃO DE UMA PORTA

FONTE: <https://bit.ly/2BYCqk7>. Acesso em: 15 nov. 2019

De modo mais aproximado, pode ser vista uma conexão entre a parede e a
porta na Figura 13, sendo que este contato é valido para portas em madeira e sua
espessura está definida pela espessura da própria parede, são indicadas medidas
estimadas de alguns componentes.

FIGURA 13 – CONEXÃO ENTRE PAREDE E COMPONENTES DE UMA PORTA

FONTE: <https://bit.ly/2OiPvHv>. Acesso em: 15 nov. 2019

Especificamente, os componentes podem mudar de denominação segundo


a geometria da porta, tais são nomeados e diferenciados na Figura 14.

165
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

FIGURA 14 – ESPECIFICAÇÃO DE NOMES NOS COMPONENTES SEGUNDO O TIPO DE


GEOMETRIA DA PORTA

FONTE: <https://bit.ly/3iLfCoR>. Acesso em: 15 nov. 2019

Sobres estas devem também ser cumpridas exigências de desempenho,


como as que são especificadas no Quadro 8. Porque o comportamento da porta
em madeira sofre mais variação pelo efeito da umidade e a temperatura. São
diferenciadas por classes 1, 2, 3 e 4, indicando o cumprimento de requisitos, é
dizer quanto mais alto maior será seu desempenho, assim a classe 3 e 4 atendem
a ações hidroscópicas e classe 4, esforços mecânicos. Estes requisitos indicados
para portas feitas em madeira (NBR 15930-2:2018) são nomeados à continuação:

166
TÓPICO 2 | ESQUADRIAS

• Variação dimensional, desvios de forma e de planicidade da variação nominal


da folha.
• Variação dimensional, desvios de forma e de planicidade da variação nominal
do marco.
• Variação dimensional devido às variações higroscópicas da folha.
• Variação dimensional devido às variações higroscópicas do marco.
• Padrão de aparência.
• Torção estática.
• Impacto de corpo mole.
• Carregamento vertical.
• Resistência ao fechamento com presença de obstrução.
• Impacto de corpo duro.
• Resistência ao fechamento brusco.
• Comportamento sob ação de água.
• Comportamento sob ação do calor e da umidade.
• Resistência ao fogo.
• Desempenho acústico.

Todos estes estão contemplados no Quadro 8. E são aplicáveis a todo tipo


de sistemas de portas em madeiras como os registrados na Figura 15.

FIGURA 15 – TIPOS DE SISTEMAS PARA PORTAS

FONTE: <https://pedreirao.com.br/tipos-de-portas-passo-a-passo/>. Acesso em: 3 jan. 2020

167
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

QUADRO 8 – CLASSIFICAÇÃO DAS PORTAS EM MADEIRA SEGUNDO REQUISITOS DE USO

FONTE: Lima et al. (2017, p. 9)

5.2 ESQUADRIAS DE JANELAS


Nos mais variados modelos comerciais para esquadrias de janelas existem
parâmetros de abertura e grau de incidência da radiação solar. Basicamente,
a diferença entre uma janela e uma porta é o tamanho da abertura além da
espessura dos materiais que a compõem. Com frequência se tem janelas simples,
de uma folha de vidro com possibilidade de deslizamento em um sentido e com
possibilidade de rotação sobre um eixo, e janelas mais robustas como aquela que
se apresenta na Figura 16.

168
TÓPICO 2 | ESQUADRIAS

FIGURA 16 – SEÇÃO DE ESQUADRIA QUE SE COMPÕE DE VIDRARIA MÚLTIPLA PARA


ISOLAMENTO

FONTE: Adaptado de <https://www.ventacan.com/blog/rotura_puente_termico/>. Acesso em:


15 nov. 2019

O objetivo de atribuir uma aparente tripla folha de vidro neste tipo de


esquadria, janela de vidro com marco de alumínio, é reduzir a condução de calor
de uma lâmina de vidro para outra com auxílio de um material não condutor,
como um polímero (posicionado na metade das duas placas de vidro). Assim
será evitada a formação de água condensada na parte interior da janela quando a
temperatura exterior é mais alta que no interior, produto da chamada ruptura da
ponte térmica (VENTACAN, 2012).

A forma em que acontece a abertura da esquadria lhe atribui um nome


comercial como pode ser visto na Figura 17. A variante nelas corresponde à
modalidade de rotação e translação, na finalidade de ter aproveitamento de ar.

169
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

FIGURA 17 – TIPOS DE ESQUADRIAS

FONTE: Adaptado de <http://aquidecoracao.blogspot.com/2013/05/tabela-de-esquadrias.html>.


Acesso em: 9 dez. 2019

Borges (1975) afirma que existem condições favoráveis para certos


tipos de esquadrias, por exemplo: a esquadria de correr deve ser executada em
materiais metálicos, pois se é empregada a madeira o funcionamento dela se
verá deteriorado pelo empenamento que pode acontecer nela. Provocando um
desajuste na translação. Da mesma forma as condições ambientais, exposição ao
sol, ambiente salitre também indicará que material se torna mais conveniente
para estender sua durabilidade.

5.3 ESQUADRIAS EM COBERTURAS


Empregar esquadrias para coberturas tem a finalidade de aproveitamento
de iluminação natural em pequenas áreas. Apoiando as indicações da Câmara
Brasileira da Indústria da Construção (CBIC, 2017), estas esquadrias devem
cumprir as mesmas especificações de esquadrias verticais. Sempre utilizando
inclinação na superfície para facilitar o escoamento da água de chuva. A Figura
18 permite visualizar uma cobertura fazendo uso de vidro e unidades metálicas
de suporte.

170
TÓPICO 2 | ESQUADRIAS

FIGURA 18 – EXEMPLO DE INSTALAÇÃO DE ESQUADRIAS PARA COBERTURAS

FONTE: <https://bit.ly/325J3f6>. Acesso em: 15 nov. 2019

A instalação deste tipo de esquadria vai acompanhado de suportes


estruturais que combinam com a cobertura, tal como pode ser registrado na
Figura 18. Também é uma opção que obedece a questões climáticas, pois a
intensidade de radiação solar (que só poderia ser reduzida com componentes
refletivos) e a temperatura externa influencia a presença de pessoas abaixo deste
tipo de coberturas.

5.4 ESQUADRIAS EM ESCADAS


Um detalhe importante acontece dentro das edificações em relação aos
“acessórios” que acompanham o trajeto das escadas. São instalados um tipo de
esquadria que dá a sensação de mais liberdade ao circular, provendo mais espaço
e elegância no apoio, como pode ser visto na Figura 19. Este tipo de esquadria se
diferencia dos outros e como barreira deve cumprir condições de suporte de carga
que não acontecem nas esquadrias convencionais, pois a carga está associada à
presença de usuários no lugar do possível confinamento do elemento onde são
instaladas.

171
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

FIGURA 19 – ESCADA COM DETALHE DE CORRIMÃO A MODO DE ESQUADRIA

FONTE: <http://www.engefacil.com.br/esquadrias-aluminio/>. Acesso em: 13 dez. 2019

5.5 ESQUADRIAS DE FACHADAS


No último século a aparência externa de uma edificação provê uma ideia do
seu estilo interno. O uso do vidro tem sido associado à modernidade e visibilidade
em estabelecimentos comerciais, que buscam atrair a vista dos usuários. Assim, a
transparência facilita esse processo de captura visual e, além disso, dar a sensação
de liberdade ou maior contato com o ambiente externo (CONSTRUINDODECOR,
2019). Todo isso tem levado a uma “onda” de geração de fachadas em vidro que
são instalados em unidades modulares nos mais diversos materiais, como pode
ser observado na Figura 20.

FIGURA 20 – EXEMPLO DE FINALIZAÇÃO DE ESQUADRIAS COM AÇO E VIDRO EM FACHADA

FONTE: <https://bit.ly/3eeXAI4>. Acesso em: 15 nov. 2019

172
TÓPICO 2 | ESQUADRIAS

Construindodecor (2019) levanta uma questão muito importante que


acontece após instalação de fachadas em vidro. O uso deles gera um ambiente
mais quente no interior da edificação, o que deve ser compensado com a instalação
de aparelhos de ar condicionados, assim o aproveitamento de iluminação natural
é contrastado com o uso de equipamentos para resfriamento do ambiente. Outras
opções são:

• Aplicação de textura refletiva serigrafada.


• Vidros com maior índice de refração de ondas.
• Inclinação da superfície.

Em casos locais, o emprego de esquadrias como fachadas também obriga


ao uso de medidas de proteção como as grades, que idealmente não deveriam
fazer parte, pois sua configuração atribui perda de estética arquitetônica. Porém,
quando são instaladas como modo de fechamento, podem ser aplicados detalhes
para embelezar, neste caso, os gradis (Figura 21). Estas esquadrias por estarem
diretamente expostos a chuva, sol e outros, devem ter proteção superficial e
manutenção com mais frequência que as que ficam dentro de edificações.

FIGURA 21 – APARÊNCIA DE GRADIL NO EXTERIOR DE RESIDÊNCIA

FONTE: <https://bit.ly/2W6bS7n>. Acesso em: 14 dez. 2019

Quando as grades são instaladas em janelas ou portas é recomendado que


as bordas sejam contempladas pelo tamanho total da unidade, de modo que não
existam partes externas à dimensão da mesma (como registra a Figura 22), que
gerem possíveis custos adicionais e deixem aparência mais robusta.

173
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

FIGURA 22 – CONFIGURAÇÃO DE GRADE SOBRE JANELA

FONTE: Adaptado de Borges (1975)

ATENCAO

A instalação de esquadrias mais seguras, seja pela espessura do vidro, o


acabamento da grade, a durabilidade do caixilho se traduz em incremento de custo em
manutenção e instalação, de modo que é recomendado “prudência” na hora de definir os
materiais e dimensões das aberturas de acesso à edificação.

6 ASSENTAMENTO
Antes de fazer a instalação das esquadrias vários procedimentos devem
ser feitos, alguns indicados por Araújo (2003):

• O alinhamento e o prumo da superfície onde será feita a instalação.


• O dimensionamento dos perfis deve ser feito por professionais que podem
responder pela garantia do material empregado.
• As esquadrias devem possuir a rigidez e estabilidade suficiente durante a sua
instalação.
• Acompanhar a aplicação de silicone de vedação, se for o caso, de modo que
não sejam produzidos aglomerados que comprometam a estética da instalação
nem a infiltração de água.

174
TÓPICO 2 | ESQUADRIAS

Tomando como exemplo a instalação de uma janela de alumínio,


esquematizada na Figura 23 são realizadas as seguintes recomendações
(FAZFACIL, 2017, p. 1):

- Controle na uniformidade de medidas dos contramarcos em um


conjunto de peças de mesmas dimensões, evitando variações que
acarretarão funcionamento inadequado das esquadrias, assim como
maiores custos de instalação.
- Fechamento do quadro do contramarco, com a colocação de vedante
de silicone nos vértices, pontos mais vulneráveis a infiltrações.
- Assentamento dos contramarcos com o auxílio de gabaritos de
metalon (tubos de ferro de 50x30mm com parede de 1.2 mm), evitando
deformações e sobretudo garantindo o esquadro dos vãos. Evitar o
uso de gabaritos de madeira.
- Quando do assentamento dos contramarcos, o uso de cunhas de
madeira para a sua fixação durante a pega da argamassa, acarreta dois
problemas:
a) Torsão do perfil, impossibilitando a montagem das esquadrias;
b) Ponto de infiltração, decorrente da não retirada dessas cunhas após
a conclusão do chumbamento.
- Os contramarcos confeccionados em alumínio têm coeficiente de
dilatação diferente do apresentado pelo substrato onde são assentados.
Por comportarem-se de forma diferente, é fundamental para a
obtenção de estanqueidade, a aplicação de um mastique flexível no
ponto de junção entre o contramarco e o material de revestimento.
- Quando da execução do acabamento do vão onde será instalada a
esquadria, deve haver especial atenção quanto à possível redução
deste vão no ato de assentamento do revestimento circundante, o que
poderá dificultar ou até mesmo impossibilitar a instalação da peça.

FIGURA 23 – COLOCAÇÃO DE CONTRAMARCOS E MARCOS EM ALUMÍNIO

FONTE: <https://www.fazfacil.com.br/wp-content/uploads/2012/08/ref_janelas_2.jpg>. Acesso


em: 14 dez. 2019

175
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

Sempre na definição do tipo de esquadria a ser instalado é necessário


contar com auxílio de especialistas que possam dar garantia à instalação e aos
materiais empregados.

7 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Em virtude da exposição às variações de umidade, variações de
temperatura, poeira e outros, é comum que os componentes da construção ao
longo da sua vida útil manifestem certas irregularidades. Estas começam a
evidenciar-se no contato da esquadria com a alvenaria onde foram instaladas,
aberturas, irregularidade nos marcos, as mais comuns são indicadas (AECWEB,
2019):

• Corrosão galvânica, produto do contato de metais sob a ação de um eletrólito


comum. Para impedir esse fenômeno é recomendado o uso de parafusos de aço
inoxidável para fixar.
• Ruptura, pela falta de resistência e dimensionamento, e, inclusive, incongruência
entre o material especificado e seu lugar de instalação. Por isso é importante ter
conhecimento de resistência mecânica dos componentes.
• Perda de estanqueidade, pela falta de instalação de silicone ou vedação nos
componentes. Inspecionar antes de receber a esquadria.
• Trincas nos cantos da esquadria, pelas modificações de umidade na parede que
pode registrar ou na inexistência de vergas sobre o contramarco que produze
sobrecarga (sobre janelas), para o caso de portas, é comum observar falta de
instalação de espuma de poliuretano.
• Utilizando vergas e contravergas prolongadas para reduzir a carga sobre os
contramarcos e espuma para preenchimento de vazios no lugar de massa sólida.

8 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
O uso de alto desempenho em esquadrias depende da finalidade da obra
e sua funcionalidade arquitetônica, assim, em edificações residências simples
não é necessária a instalações de “mega portas ou janelas”, não obstante, existem
diversidades comerciais para todos os desejos. Sendo que podem ser incorporados
as seguintes propriedades, adicionais ao uso convencional de esquadrias (LIMA
et al., 2017):

• Alta redução acústica (até 31 decibéis).


• Portas – balcão de grande dimensão e agrado visual.
• Perfiles imune a infiltração com possibilidade de assemblagem (acople de
outras peças).
• Vedação resistente a forças de vento.
• Acessórios diferenciados para o deslizamento da unidade.
• O uso de espuma de poliuretano no contorno da esquadria.
• Uso de vidro temperado.
• Redução da transmissão térmica, absorção de energia e sombreamento.

176
TÓPICO 2 | ESQUADRIAS

9 VISUALIZAÇÃO
Diferentes empresas fazem investimento em definir espessuras de vidraria
com propriedades de refletivas à luz solar e facilidade de limpeza em tamanhos
maiores, assim pode ser coberta uma área maior e ter ao mesmo tempo ganho de
altura. Devido a isso é possível instalar esquadrias de grande altura em fachadas, que
atribuem um diferencial no ambiente. É apresentado um exemplo de configuração
de fachada numa edificação, tal como acontece com o EZ Tower na cidade paulista,
cuja visualização permite dar continuidade com ambiente externo (Figura 24).

FIGURA 24 – EDIFÍCIO EZ TOWERS EM SÃO PAULO

FONTE: <https://bit.ly/3gLAQRp>. Acesso em: 14 dez. 2019

Finalmente, se indica que a escolha pelo tipo de esquadria deve, para


efeitos de funcionalidade, cumprir mais que efeitos estéticos e ressaltamos a
afirmação realizada por Anzolch e Fleck (2015, p. 1):

Sem menosprezar os aspectos estéticos, há que se considerar, nos


casos mais exemplares, a importância dos aspectos de controle
climático como parte de um processo de projeto. Processo que
implica na consideração de dispositivos capazes de interagir com
as especificidades do clima para o qual foram pensadas. Claro que
precisamos considerar a preexistência de certos usos como aspectos de
uma cultura construtiva que, para o nosso objeto de estudo, constitui
um marco. E é a partir disso que pensamos entender a contribuição
das inovações nestes elementos, procurando compreender e analisar
sua presumida eficácia.

177
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

• Existem diferentes modalidades de esquadrias comerciais, denominadas


segundo a translação ou rotação da folha principal.

• Este tipo de material requer uma manutenção com maior frequência pois é
facilmente manipulado pelos usuários.

• As esquadrias em geral oferecem a possibilidade de ajuste na quantidade de


ar-sol que entra na edificação, proteção e delimitação de espaços.

• As esquadrias devem cumprir condições de desempenho para garantir a


comodidade do usuário e sua funcionalidade no tempo.

178
AUTOATIVIDADE

1 As edificações, para se tornarem habitáveis, precisam de elementos que


permitam ventilação, iluminação e ainda garantam segurança e acesso de
pessoas. As esquadrias cumprem essas funções, fechando vãos existentes
nas construções. Acerca dos tipos de esquadrias, assinale a alternativa
CORRETA:

a) ( ) Quando apresentam movimento de translação na direção horizontal,


classificam-se como pivotantes.
b) ( ) Quando apresentam movimento de rotação em torno de um eixo
vertical, por meio de pivôs que passam por um ponto entre as bordas
das folhas, classificam-se como esquadrias de correr.
c) ( ) Quando apresentam movimento de translação na direção vertical,
classificam-se como guilhotinas.
d) ( ) Quando apresentam movimento de rotação em torno de um eixo
horizontal, que passa pelo meio da folha, classificam-se como maxim-
air.
e) ( ) Quando são movimentadas por rotação e translação até uma posição
definida pelo ângulo máximo de abertura desejada, classificam-se
como basculantes.

2 Ao longo do texto foram indicados certos requisitos que devem cumprir as


portas quando são feitas em madeira, pois este material registra variações
dimensionais com frequência a diferença do metal. De que depende essa
especificação de requisitos e quais são, quando se trata de desempenho
acústico e resistência ao fogo (componente adicional) segundo a NBR 15930?

179
180
UNIDADE 3
TÓPICO 3

PISOS

1 INTRODUÇÃO
É muito comum observar que as cidades e suas edificações crescem de
forma vertical. Este fato é possível pela geração constante de pavimentos na
mesma área, que basicamente dão espaço de uso para diversas atividades. Desta
forma, é possível enxergar os pisos como corredores de uso pelos usuários e é
necessário que estes possuam condições de regularização na sua superfície, junto
com propriedades de durabilidade e resistência (mecânica e química).

A instalação dos pisos só acontece quando o tráfego de operadores foi


reduzido ao maior número possível e não se tem acumulação de materiais nas
redondezas da área, nem instalações adicionais por serem feitas. Isso é valido
para a instalação de pisos internos e externos.

2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Baseados nos conceitos da NBR 9817:1987, a execução de pisos consiste no
constante acondicionamento de superfícies, que em sequência são estruturados para
dar suporte ao material que receberá o tráfego de pessoas ou veículos. O quadro a
seguir registra as diferentes camadas e suas posições para estruturar o piso.

QUADRO 9 – CAMADAS CONSTITUINTES DO PISO

Nome da Material
Posição Definição
Camada usado
Substrato a ser recoberto,
Material
geralmente uma laje à base
Inferior Base próprio da
de concreto armado ou pré-
laje
fabricado.
Constituída por um ou vários
Cimento
componentes permite regularizar
Polímeros
a base, impermeabilizá-la,
Intermédio Intermediária Aditivos
aplicar os possíveis isolamentos
Lãs
e cobrimento de possíveis
minerais
tubulações.

181
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

A última superfície onde será


feito assentamento do material
Superior Contrapiso cerâmico.
Argamassa colante
Revestimento cerâmico
FONTE: Adaptado da NBR 9817:1987 e Docplayer (2019)

3 BASE DE CONTRAPISO
Tal como Salgado (2009) indica, independentemente do tipo de piso a ser
instalado o solo de base deve ser bem preparado, e este deve cumprir que:

• Esteja o suficientemente compactado, a fim de evitar assentamentos não


uniformes no tempo.
• A tubulação embutida deve ser vedada e testada em contato com a carga de
solo circundante.
• Os caimentos e nivelamentos devem ser definidos.
• Não devem existir resíduos de construção, principalmente madeira.
• Incluir, caso necessário, os drenos para escoamento de águas.

O modo de sequência geral é indicado na Figura 25, que registra todos os


possíveis componentes que pode ter a instalação de um piso, mas é opcional em
função do tipo de material empregado e o piso ao que esteja-se referindo.

FIGURA 25 – ESQUEMA DOS COMPONENTES NA INSTALAÇÃO DE PISOS

FONTE: <https://bit.ly/301tNxe>. Acesso em: 3 dez. 2019

182
TÓPICO 3 | PISOS

De modo específico são indicados os diferentes pisos que podem ser


registrados na construção civil, cuja finalidade em geral é prover continuidade e
conforto na circulação dos usuários.

4 TIPOS DE PISO
A seguir, são especificados os tipos de pisos mais comuns, as variações
dentro do próprio grupo (se existir) e os procedimentos mais relevantes a indicar
durante sua instalação, resumidos na Figura 26.

FIGURA 26 – VISUALIZAÇÃO DOS TIPOS DE PISOS SEGUNDO SUA FORMA DE INSTALAÇÃO


NO SUSBTRATO

FONTE: Adaptado de Cunha (2012)

De modo singular são explicados conceitos segundo o material a ser


empregado no piso.

4.1 CERÂMICO
Da mesma forma que o revestimento cerâmico em paredes (azulejo), a
instalação de placas cerâmica no piso (porcelanato) requer o acondicionamento
de camadas para receber o revestimento cerâmico que pode ser constituído por
algum destes tipos (SALGADO, 2009, p. 188):

183
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

• Cerâmica esmaltada na qual a fixação do esmalte sobre a peça


cerâmica se dá em etapa seguinte ao cozimento primário da peça.
• Cerâmica “gres” em que a queima do esmalte se dá junto com a
queima da base, proporcionando elevada resistência à peça.
• Ladrilho cerâmico no qual a argila é comprimida e exposta a altas
temperaturas tendo como acabamento a peça em seu estado natural.

Esses conceitos são estruturados na seguinte Figura 27.

FIGURA 27 – SEÇÃO DE UM PISO COM INSTALAÇÃO DE REVESTIMENTO CERÂMICO

FONTE: Salgado (2009, p. 189)

De modo específico, porcelanato: ABNT NBR 15463:2013, indica algumas


características que se tornam vantagens do material. As vantagens da instalação de
um piso em cerâmica, seja porcelanato ou cerâmica mesmo, pode ser resumido em:

• Grande variedade de geometria e cores.


• De fácil limpeza e manutenção.
• Alto grau de impermeabilidade.
• Durável.

A diferença de uma unidade cerâmica para outra, além da fabricação está


no custo.

4.2 CONCRETO
Na construção de unidades pré-fabricadas, é comum ter menor intervenção
nos acabamentos das edificações. Algumas acabam por aproveitando a própria
superfície dos pré-fabricados para não realizar novos trabalhos, tal como a Figura
28 registra. Para aproveitar a superfície, é realizada uma manutenção com maior
frequência e recebe algum tipo de pintura oleosa para impermeabilizar.

Adicionalmente, sobre a peça de concreto, deve ser executada uma camada


de argamassa reforçada, que absorverá possíveis deformações por tensão.

A Comunidade da Construção (201X) ressalta que durante a execução


do contrapiso devem ser contemplados os desníveis, bits e soleiras de portas, os
caimentos até ralos e os acabamentos pois podem ser registrados acúmulos de
água ou posteriores rebaixamentos que produzirão desníveis sem controle.

184
TÓPICO 3 | PISOS

FIGURA 28 – PISO DE CONCRETO SEM POLIMENTO

FONTE: <https://www.pisoart.com.br/imagens/onde-encontro-restauracao-de-piso-concreto.
jpg>. Acesso em: 15 dez. 2019

Da mesma forma que a NBR 15805:2015 indica, os sistemas de piso elevado


(gerado pela instalação de peças pré-fabricadas) não podem registrar uma
excessiva sensibilidade às condições de serviço, de modo que suas características
funcionais e estéticas sejam modificadas, o que exigira um investimento dos
usuários em atividades de manutenção ou indicando restrições de uso normal.

4.3 MADEIRA
A madeira é um material que registra bom desempenho térmico, desta
forma, é comum andar sobre pisos de madeiras sem pensar no risco de deslizamento
ou registro de aquecimento. Sua versatilidade tem promovido a adequação de
ambientes, tanto que são muitos os materiais que fazem imitação, donde surgem
os pisos laminados, NBR 14833-1:2014, controla suas especificações.

A seguir serão especificados os tipos de pisos em que a espessura e a


modalidade de instalação permite realizar uma categorização (Figura 29); seja
com pregos, cola ou parafusos este tipo de material se ajusta aos recursos do
cliente.

185
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

FIGURA 29 – TIPOS DE PISOS DE MADEIRAS E SEUS SUBGRUPOS

FONTE: Adaptado de Galina et al. (2013)

Previamente à execução Galina et al. (2013) indica:

1. Assegurar um profissional para a instalação.


2. Ter cuidado no armazenamento da madeira.
3. Verificar possíveis fontes de umidade.
4. Garantir a impermeabilização das peças.
5. Garantir o nivelamento do contrapiso.
6. Instalar.

O que se refere à execução (DE MILITO, 2007, p. 195) recomenda:

186
TÓPICO 3 | PISOS

Quando assentarmos taco, devemos fazê-lo o mais próximo possível,


para evitar que se movimente com a sua utilização provocando assim
a sua soltura.
• A base para assentamento com cola deve ser feita com uma argamassa
bem seca para evitar que a água em excesso "verta" fazendo com que
o cimento se deposite em camadas inferiores e as areias fiquem sem
coesão por falta de aglomerante, deixando assim a superfície fraca.
• Os pisos de madeira devem ser assentados com uma folga das
paredes para facilitar a movimentação, sem que ocorra empenamento.
• Ao assentarmos com cola verificar se a base está bem nivelada e
sem ondulações, principalmente para os tacões, pois se não estiverem,
parte do tacão fica colado e outra não, podendo se soltar.

FIGURA 30 – EXEMPLO DE REGULARIZAÇÃO SEM NIVELAMENTO

FONTE: De Milito (2007, p. 195)

DICAS

Da mesma forma que outros pisos, o piso em madeira também requer de um


acabamento adicional que inicia com o lixamento e o calafetado (preenchimento de juntas
entre unidades).

4.4 PISO DE PEDRA NATURAL – ALTA RESISTÊNCIA


Fazendo uso de matéria-prima de alta qualidade são criadas placas de
grande tamanho que dão maior área de cobertura e reduzem o número de juntas.
Tal é o caso de pisos em mármore ou granito, sobre estes existem cuidados muito
rigorosos pois ao serem maiores e pesados as placas podem ser quebradas com
mais facilidade.

Segato (2019) apresenta uma série de recomendações para conservar este


tipo de peça:

• No armazenamento e manuseio:

as placas marmorizadas devem ser mantidas, quando possível,


paletizadas até o momento da aplicação em local coberto ao abrigo
da luz, e quando desembaladas devem ser empilhadas em posição
vertical. O armazenamento deve ser feito em local pavimentado para

187
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

evitar a contaminação das placas com terra ou lama. Os pisos são


fornecidos embalados em palete de madeira com peso aproximado de
1.600 kg e 139 peças, envoltos em filme plástico stretch e arqueados
com fita poliéster e devem permanecer embalados enquanto estocados
(SEGATO, 2019, p. 2).

• No preparo da base de assentamento: “sobre o contrapiso existente, com idade


superior a 28 dias, proceder a uma rigorosa limpeza da superfície, que deve se
apresentar áspera, isenta de pó, partículas soltas, graxas, óleo etc.”; “molhar
o contrapiso com água quando necessário”; “aplicar sobre o contrapiso, uma
pasta de cimento e água (caldeamento/chapisco), com auxílio de uma vassoura,
a fim de garantir uma perfeita interface entre o contrapiso e a argamassa de
assentamento (ponte de aderência). Não é indicada a adição de aditivos; para
fins de projeto, deverá ser considerada a cota mínima de 6 cm e máxima de
10 cm de espessura para assentamento do piso (já considerada a espessura da
placa que é de 3 cm)” (SEGATO, 2019, p. 2).

Considerando uma aplicação de argamassa, se indica que:

• A presença de juntas plásticas:

A distribuição das juntas plásticas de retração, dilatação/estrutural, é


de responsabilidade do engenheiro responsável pelo projeto estrutural,
ficando somente a execução por conta da empresa responsável pelo
assentamento. A instalação das juntas de retração é obrigatória para
direcionamento dos esforços da estrutura e devem ser distribuídas de
4 em 4 metros, prevendo sempre aplicação nos eixos de pilares e entre
eles. A altura da junta deve ser superior à espessura da placa que é de 3
cm, ou seja, mínimo de 4 cm. Também alertamos para o preenchimento
de juntas de dilatação ou estrutural com produtos selantes flexíveis
do tipo “silicone” ou outros; estes materiais não deverão ter contato
direto com o piso, sob risco de a placa absorver a oleosidade destes
materiais e suas bordas serem manchadas. Sugerimos a colocação de
cantoneiras como isoladores (SEGATO, 2019, p. 5).

Finalmente, o rejuntamento (SEGATO, 2019, p. 5): “procedimentos


preliminares: recomendamos iniciar o rejuntamento 24 horas após o assentamento.
Proteger as áreas não rejuntadas com lona plástica é uma solução que deverá
ser adotada para evitar a contaminação das juntas”. E, de modo geral, continuar
estas recomendações:

- Deve-se considerar não conformes os locais onde o rejunte, acabado,


estiver rebaixado em relação ao nível das placas, fissurado, manchado
e poroso. Estes locais reterão no futuro sujeira que provocará o
escurecimento do rejunte, surgimento de fungos e bactérias.
- Verificar a limpeza e a segurança de todas as ferramentas antes de
iniciar os trabalhos; utilizar luvas de borracha e óculos de proteção.
- Utilizar, como recipiente para mistura, balde ou tambor cilíndrico
de plástico, sem saliências internas, principalmente no fundo. Não
utilizar caixotes de madeira ou recipientes metálicos, que podem
contaminar o rejunte.
- Trabalhar sempre com água potável e limpa.
- Utilizar um bastão de madeira (cabo de vassoura) tendo o cuidado

188
TÓPICO 3 | PISOS

para evitar formação de grumos.


- Limpar o piso e as juntas (quando necessário com equipamento de
pressão) antes de iniciar o rejuntamento. Espere as poças de água
secarem ou utilize um aspirador - Não poderá haver água dentro das
juntas.
- Mantenha as áreas rejuntadas isoladas por 24 horas após a aplicação
do rejunte.

Depois disso, acontecerá o polimento e estucamento. Uma execução na


instalação terá como resultado uma boa aparência como a que registra o piso da
Figura 31.

FIGURA 31 – EXEMPLAR DE PISO EM MÁRMORE

FONTE: <https://bit.ly/326TuiS>. Acesso em: 15 dez. 2019

4.5 BLOCOS PRÉ-MOLDADOS

Este tipo de piso é executado nos exteriores da edificação, porém, com


frequência, são instalados para acondicionar o ambiente externo e inclusive
adicionar componentes ecológicos (Figura 32) sem perder a resistência mecânica
necessária para o tráfego de pedestres e automóveis. Este tipo de piso também
precisa de uma adequação da superfície onde serão instalados, seguindo
especificações técnicas da NBR 15953:2011 e inclusive uma sequência de camadas,
que podem ser resumidas na Figura 33.

189
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

FIGURA 32 – EXEMPLO DE PISO EXTERIOR COM BLOCO DE CONCRETO PRÉ-MOLDADO

FONTE: <https://bit.ly/3gPJGxN>. Acesso em: 3 dez. 2019

FIGURA 33 – SEÇÃO TRANSVERSAL DE UM PISO EXTERIOR COM BLOCOS PRÉ-MOLDADOS


OU PARALELEPÍPEDOS

FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/303SIR4>. Acesso em: 3 dez. 2019

5 CUIDADOS NA EXECUÇÃO – NORMAS


Em ocasiões, pensando no tipo de edificação, é constante a necessidade de
ter acessibilidade as redes elétricas ou de telecomunicações, estas, que podendo ser
escondidas debaixo do piso, devem ter visibilidade e fácil acesso. Pelo anterior, o
nivelamento e a indicação em planos de cotas e evitar a instalação de revestimento
cerâmico se faz necessário para poupar ao usuário de custos adicionais.

Segundo a NBR 13753:1996, a execução dos pisos de revestimento cerâmico


deve ser iniciada após conclusão de:

• O revestimento das paredes.


• Revestimento em tetos.
• Fixação de caixilhos.
• Execução da impermeabilização.
• Instalação de tubulações embutidas com seus respetivos ensaios.

190
TÓPICO 3 | PISOS

São mencionadas outras normas que indicam procedimentos de execução


segundo a tipologia do material ligante:

• NBR 13753:1996 – Revestimento de piso interno ou externo com placas


cerâmicas e com utilização de argamassa colante – procedimento.
• NBR 9817:1987 – Execução de piso com revestimento cerâmico – Procedimento.

6 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Da mesma forma que no revestimento em paredes, o revestimento nos
pisos pode manifestar certos desajustes ao longo do seu uso. Comumente estes
são:

• Desgaste superficial.
• Manchas.
• Fissuras.
• Delaminação.
• Juntas esborcinadas e juntas frias.

Todas estas decorrentes de uma má preparação da superfície de


recebimento do revestimento ou má escolha nos materiais empregados.

DICAS

Acadêmico, indicamos a leitura do artigo Como identificar patologias e


recuperar pisos de concreto?, no link: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/como-
identificar-patologias-e-recuperar-pisos-de-concreto_17276_10_15.

191
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

LEITURA COMPLEMENTAR

ONDE E COMO UTILIZAR PORCELANATO LÍQUIDO? CONHEÇA


CARACTERÍSTICAS E VANTAGENS

Apesar de simples, a aplicação do produto deve ser realizada por mão de


obra devidamente capacitada e demanda o uso de ferramentas específicas.

O porcelanato líquido se trata de uma pintura resinada que pode ser empregada em qualquer
ambiente (foto: Photographee.eu_Stock/Shutterstock)

Um dos pisos mais especificados em projetos industriais e hospitalares


é o resinado (monolítico), devido a sua resistência e facilidade na limpeza. Nos
últimos anos, a solução começou a ganhar espaço em edificações corporativas,
comerciais e residenciais. Com os novos tipos de uso, o mercado desenvolveu
outra nomenclatura para o material, que passou a ser conhecido como porcelanato
líquido. “Trata-se de uma pintura resinada que pode ser empregada em qualquer
ambiente”, diz o arquiteto João Vitor Cardoso, sócio do escritório CM Arquitetura.

Apesar do nome, a solução não é realmente um porcelanato, como as


tradicionais peças de cerâmica. O termo foi escolhido devido ao aspecto brilhante,
nivelado e sem juntas do produto depois de aplicado, que se assemelha bastante
ao do porcelanato convencional. Entre seus diferenciais está a grande quantidade
de cores, que permite a criação de inúmeros efeitos de acabamento, como o aspecto
do mármore. “Nas áreas infantis, conseguimos usá-lo para elaborar layout mais
lúdico”, comenta a designer de interiores Karinna Buchalla, responsável pelo
escritório Karinna Buchalla Interiores.

Quando usado com cor única, o piso deixa de ser o foco arquitetônico do
projeto, passando a ter função completamente oposta. “Dessa forma, as pessoas
podem se concentrar em outros elementos que compõem o ambiente. Podemos
ver isso, por exemplo, em museus com pisos resinados que não atrapalham a
experiência dos visitantes, permitindo que as obras em exposição sejam o ponto
de atenção”, destaca Cardoso.
192
TÓPICO 3 | PISOS

TIPOS DE PORCELANATO LÍQUIDO

O porcelanato líquido é produzido em dois tipos distintos: os de resina


epóxi e aqueles à base de resina de poliuretano. Além da composição, os dois
materiais apresentam outras diferenças que estão presentes já na etapa de
especificação. Enquanto o de epóxi é mais indicado para áreas internas, o de
poliuretano pode ser usado em ambientes externos por apresentar melhor
resistência às intempéries.

O método de execução também não é o mesmo. Enquanto a opção que


tem resina epóxi é autonivelante e espalhada pela superfície com uma espécie
de rodo, a de poliuretano é aplicada com o uso de um rolo, método semelhante
ao da pintura. Por esse motivo, alguns profissionais não consideram o material
de poliuretano como um porcelanato líquido, mas sim como uma tinta para
revestimento do piso.

Os pisos de epóxi são mais resistentes quimicamente e oferecem ampla


variedade de cores e tons. Já os de poliuretano têm maior resistência a riscos,
choques térmicos e dilatações, porém são apresentados somente nas tonalidades
branca, bege ou cinza.

PORCELANATO LÍQUIDO 3D

O porcelanato líquido de epóxi permite a criação de efeitos tridimensionais


no ambiente. “Para isso, é colocado adesivo sobre o piso. Na sequência, ocorre a
aplicação de uma resina transparente por cima da imagem”, explica Cardoso.
Para que o aspecto 3D seja atingido de maneira satisfatória, a empresa responsável
pelo serviço deve ser especializada e experiente, de preferência com portfólio de
obras anteriores que possa ser consultado.

APLICAÇÃO

O porcelanato líquido pode ser empregado em projetos novos ou


edificações preexistentes. “No primeiro caso, o contrapiso tem que ser muito bem
executado e nivelado para que a resina possa ser aplicada”, diz Cardoso.

Já em reformas, é preciso executar previamente a regularização do piso


preexistente com a aplicação de massa niveladora. Depois, lixar e fazer uma
limpeza para tornar a superfície homogênea. Após essa preparação, é feita a
aplicação do porcelanato líquido.

“A tarefa demanda alguns cuidados para que o piso fique liso, contínuo
e sem falhas. O profissional que irá realizá-la tem que ser experiente e estar
acostumado a lidar com esse tipo de produto”, ressalta a designer de interiores.
Já de acordo com Cardoso, existe certa dificuldade em localizar aplicadores
devidamente preparados. “Quando temos uma novidade no mercado, não é fácil
achar quem realmente faça com maestria o trabalho”, diz.

193
UNIDADE 3 | REVESTIMENTOS, ESQUADRIAS E PISOS

O arquiteto destaca ainda que, além da experiência, o profissional tem


que utilizar ferramentas próprias. “É recomendado o uso de sapato de pregos –
apropriado para pintura – para não prejudicar a aplicação da resina, assim como
de rodo dentado para espalhar o material. Há uma série de materiais específicos
e não é qualquer um que realmente consegue realizar bem a tarefa”, afirma.

Depois de aplicado o porcelanato líquido, em 24 horas já é possível utilizar


o ambiente. “Além disso, a manutenção é bastante simples, sendo de fácil limpeza
por não ter rejuntes”, diz Buchalla. “Assim como no porcelanato convencional,
não podem ser utilizados alguns produtos de limpeza mais abrasivos, que têm
potencial de danificar a superfície”, complementa Cardoso.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PORCELANATO LÍQUIDO

Por ser mais leve do que as opções convencionais, a solução pode ser
aproveitada na reforma de edifícios residenciais. “Ao escolher o porcelanato
tradicional, é preciso consultar um engenheiro para verificar a carga que será
aplicada sobre a estrutura da edificação. Já o líquido não fornece quase nenhuma
carga. Essa pode ser considerada uma grande vantagem para quem não quer ter
problemas”, exemplifica Cardoso.

No entanto, ele pondera que, ao especificar a solução, o arquiteto fica na


dependência dos fornecedores. “Quando queremos usar o porcelanato líquido
para criar aspectos visuais únicos, precisamos optar por alguém que ofereça esse
serviço mais artístico. Como é algo que ainda não encontramos com facilidade,
essa pode ser considerada uma das desvantagens”, avalia.

“Particularidade do produto é que, por ser resinado, praticamente não


absorve nenhum tipo de líquido. Proporciona uma arquitetura mais clean e, com
seu efeito espelhado, passa a sensação de estar sempre limpo”, diz Cardoso.

FONTE: AECWEB. Onde e como utilizar o porcelanato líquido? Conheça características e


desvantagens. 2020. Disponível em: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/onde-e-como-
utilizar-porcelanato-liquido-conheca-caracteristicas-e-vantagens_19208_10_16. Acesso em: 2
abr. 2020.

194
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu que:

• A instalação do piso deve assegurar a firmeza e resistência da base da instalação,


pois só assim poderá ser garantida a resistência da superfície.

• O volume de pessoas a circular é um parâmetro fundamental para determinar


a classe de revestimento cerâmico a ser empregado.

• Existe uma diversidade de materiais que podem compor os revestimentos em


pisos, todos eles precisam de cuidados na instalação e no acabamento.

• Quando é definido o piso exterior podem ser aplicadas misturas de componentes


ambiental e rústico para dar continuidade ao tráfego de pessoas e veículos.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

195
AUTOATIVIDADE

1 A instalação de pisos requer a instalação ou preparação de uma estrutura


prévia, independentemente do tipo de material que finalize o acabamento.
Realize um esquema de instalação de pisos em madeira para condições de
primeiro andar e térreo.

2 Na Figura 26 foi indicado um tipo modular chamado de piso Vinílico, em


que consiste este piso?

196
REFERÊNCIAS
3Mbrasil. Medição do ruído. 2019. Disponível em: https://www.3m.com.
br/3M/pt_BR/epi/solucoes-de-seguranca-pessoal/solucoes-protecao-auditiva/
programa-de-protecao-auditiva/medicao-do-ruido/. Acesso em: 2 out. 2019.

ABCERAM – Associação Brasileira de Cerâmica. 2015. Disponível em: http://


www.abceram.org.br/site/?area=4. Acesso em: 25 set. 2019.

AECWEB. Argamassa projetada aumenta produtividade e qualidade


do revestimento. 2010. Disponível em: https://www.aecweb.com.br/
cont/m/rev/argamassa-projetada-aumenta-produtividade-e-qualidade-do-
revestimento_12147_10_0. Acesso em: 2 abr. 2020.

AECWEB. Impermeabilizantes rígidos ou flexíveis: saiba especificar. 2010.


Disponível em: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/impermeabilizantes-
rigidos-ou-flexiveis-saiba-especificar_9614_10_9. Acesso em: 16 de set. 2019.

AECWEB. Pintura intumescente em estrutura metálica pede mão de obra


qualificada. 2010. Disponível em: https://www.aecweb.com.br/cont/m/
rev/pintura-intumescente-em-estrutura-metalica-pede-mao-de-obra-
qualificada_17296_10_0. Acesso em: 20 mar. 2020.

ALMEIDA, R. A. et al. Precipitação pluvial média mensal e anual nas regiões


político-administrativa do Brasil. Engenharia na Agricultura, Viçosa, v. 23, n.
2, p. 169-175, mar./abr. 2015. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/reveng/
article/view/503/350. Acesso em: 20 mar. 2020.

ALUCCI, M. P.; CARNEIRO, C. M.; BARING, J. G. A. Implantação de conjuntos


habitacionais: recomendações para adequação climática e acústica. Anais... São
Paulo: IPT, 1986.

ANZOLCH, R.; FLECK, B. Análise de desempenho térmico de esquadrias. 2015.


Disponível em: http://ocs.congresos.unlp.edu.ar/index.php/CA/CA2015/paper/
view/2844/608.pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.

ARAÚJO, T. D. de. Notas de aula – construção de edifícios I: esquadrias. 2003.


Disponível em: https://es.slideshare.net/mackenzista2/esquadrias-10561617.
Acesso em: 2 abr. 2020.

ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO. Impermeabilização sem segredos. São


Paulo: Abril, 2005.
ASHRAE – American Society of Heating Refrigerating and Air conditioning
Engineers. Handbook of fundamentals, New York, USA, 2013.

197
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (ABCP).
Manual de revestimentos de argamassa. 2011. Disponível em: http://www.
comunidadedaconstrucao.com.br/upload/ativos/279/anexo/ativosmanu.pdf.
Acesso em: 2 abr. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152. Acústica –


Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações. Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10821. Esquadrias


para edificações. Parte 4: Esquadrias externas – Requisitos adicionais de
desempenho. Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10821. Esquadrias


para edificações. Parte 2: Esquadrias externas – Requisitos e classificação. Rio de
Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10844. Instalações


prediais de águas pluviais. Rio de Janeiro, 1989.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12170 Materiais de


impermeabilização – determinação da potabilidade da água após o contato. Rio de
Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12171.


Aderência aplicável em sistema de impermeabilização composto por cimento
impermeabilizante e polímeros – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13749. Revestimentos


de paredes e teto de argamassa inorgânica – Especificação. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13753. Revestimento


de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa
colante – procedimento. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13755. Revestimentos


cerâmicos de fachadas e paredes externas com utilização de argamassa colante –
Projeto, execução, inspeção e aceitação – Procedimento. Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13867. Revestimento


interno de paredes e tetos com pasta de gesso – Materiais, preparo, aplicação e
acabamento. Rio de Janeiro, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13969. Tanques


sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes
líquidos – Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro, 1997.

198
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14037. Diretrizes
para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações –
Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos. Rio de Janeiro, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14833-1.


Revestimento de pisos laminados melamínicos de alta resistência. Parte 1:
Requisitos, características, classificações e métodos de ensaio. Rio de Janeiro,
2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14917-2.


Revestimentos resilientes para pisos – Manta (rolo) ou placa (régua) vinílica
flexível homogênea ou heterogênea em PVC. Parte 2: Procedimentos para seleção,
utilização, instalação, conservação e limpeza. Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220-3.


Desempenho térmico de edificações. Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro
e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. Rio de
Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15463. Placas


cerâmicas para revestimento – porcelanato. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15465. Sistemas de


eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa tensão – Requisitos de
desempenho. Rio de Janeiro, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15514. Área de


armazenamento de recipientes transportáveis de gás liquefeito de petróleo (GLP),
destinados ou não à comercialização – Critérios de segurança. Rio de Janeiro,
2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575. Edificações


habitacionais – Desempenho. Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações
verticais internas e externas – SVVIE.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-1. Edificações


habitacionais – Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-3:2.


Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 3: Requisitos para os sistemas de
pisos. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-4. Edificações


habitacionais – Desempenho. Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedação
verticais internas e externas – SVVIE. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15805. Pisos


elevados de placas de concreto – requisitos e procedimentos. Rio de Janeiro, 2015.

199
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15844. Rochas
para revestimento – requisitos para granitos. Rio de Janeiro 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15930. Portas de


madeira para edificações. Requisitos. Rio de Janeiro, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15952. Sistemas


para redes de distribuição e adução de água e transporte de esgotos sob pressão
– Verificação da estanqueidade hidrostática em tubulações de polietileno. Rio de
Janeiro, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15953. Pavimento


intertravado com peças de concreto – Execução. Rio de Janeiro, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16280. Reforma


em edificações – Sistema de reformas – Requisitas. Rio de Janeiro, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 164541. Argamassa


para assentamento e revestimento de paredes e tetos – preparo da mistura para a
realização de ensaios. Rio de Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16548. Materiais


de impermeabilização – determinação da resistência à tração e alongamento. Rio
de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16727-1. Aparelhos


sanitários de material cerâmico. Parte 1: Requisitos e métodos de ensaios. Rio de
Janeiro, 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410. Instalações


elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5626. Instalação


predial de água fria. Rio de Janeiro, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5674. Manutenção


de edificações – Requisitos para o sistema de gestão de manutenção. Rio de
Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7229. Projeto,


construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de Janeiro, 1993.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8160. Sistemas


prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução. Rio de Janeiro, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8460. Recipientes


transportáveis de aço para gás liquefeito de petróleo (GLP) – Requisitos e métodos
de ensaios. Rio de Janeiro, 2011.

200
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9077. Saídas de
emergências em edifícios. Rio de Janeiro, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9574. Execução de


impermeabilização. Rio de Janeiro, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575.


Impermeabilização – Seleção e projeto. Rio de Janeiro, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9817. Execução de


piso com revestimento cerâmico – Procedimento, Rio de Janeiro, 1987.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9817. Execução de


piso com revestimento cerâmico –­ procedimento. Rio de Janeiro, 1987.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 10545-6.


Placas cerâmicas. Parte 6: Determinação da resistência à abrasão profunda para
placas não esmaltadas. Rio de Janeiro, 2017.

AURICH, M.; LEGGERINI, M. R. C. Capítulo IV: argamassa de revestimento.


2009. Disponível em: http://www.politecnica.pucrs.br/professores/mregina/
ARQUITETURA_-_Materiais_Tecnicas_e_Estruturas_I/estruturas_i_capitulo_
IV_argamassa_de_revestimento.pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.

BAÍA, L. L. M.; SABBATINI, F. H. Projeto e execução de revestimento de


argamassa. São Paulo: O Nome da Rosa, 2008.

BAUER, E. et al. Revestimento de argamassa: características e peculiaridades. 2011.


Disponível em: https://www.academia.edu/19182814/Apostila_Revestimentos_
de_argamassa_caracteristicas_e_peculiaridades_Elton_Baue. Acesso em: 2 abr.
2020.

BAUER, E., VASCONCELOS, P., GRANATO, J. E. Materiais de construção civil


e princípios de ciência de engenharia dos materiais. Cap. 41. Ed. G.C. Isaia. São
Paulo, Ibracon, 2007.

BERNHOEFT, L. F.; MELHADO, S. B. A importância da presença de especialista


em impermeabilização na equipe multidisciplinar de projetos para durabilidade
das edificações. IV Congresso internacional sobre patologia e reabilitação de
estruturas. Argentina, 2010.

BLOG BRASILTEC. Como funciona o aquecedor a gás. 2011. Disponível em:


http://www.brasiltec.com.br/blog.php?d=2. Acesso em: 20 mar. 2020.

BLOG SOLAREM. Você sabe como funciona o sistema de aquecimento solar?


2015. Disponível em: http://www.aquecedorsolarágua.com.br/blog/voce-sabe-
como-funciona-o-sistema-de-aquecimento-solar/. Acesso em: 20 mar. 2020.

201
BONILLA, J. et al. Análise computacional da resistência ao colapso progressivo
de estruturas de aço em situação de incêndio natural. 2018. Disponível em:
https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Estagios-de-um-incêndio-Fonte-
PMSP-2011_fig9_331501606. Acesso em: 20 mar. 2020.

BORGES, A. de C. Práticas das pequenas construções. 7. ed. São Paulo: Editora


Blucher, 1975.

BORGES, R. S. Manual de instalações prediais hidráulico-sanitárias e de gás.


São Paulo: Pini, 1992.

BREITSAMETER, B. Revestimento interno de paredes e tetos: estudo


comparativo dos sistemas de pasta de gesso e argamassa do tipo massa única.
77f. TCC (Graduação em Engenharia Civil) – Departamento de Engenharia Civil,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.

CAMPANTE, E. F.; BAÍA, L. L. M. Projeto e execução de revestimento cerâmico.


São Paulo: O Nome da Rosa, 2003.

CARASEK, H. Argamassas: materiais de construção civil e princípios de ciência


e engenharia dos materiais. São Paulo: Ibracon, 2007.

CARDÃO, C. Técnica da construção. 3. ed. v. 2. Belo Horizonte: Edições


engenharia e arquitetura, 1978.

CARVALHO JÚNIOR, R. Instalações elétricas e projeto de arquitetura. 5. ed.


São Paulo: Editora Edgar Blucher, 2014.

CARVALHO JÚNIOR, R. Instalações hidráulicas e projeto de arquitetura. São


Paulo: Editora Edgar Blucher, 2011.

CBIC. Esquadrias para edificações: desempenho e aplicações. 2017. Disponível


em: https://cbic.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Guia_de_Esquadrias_para_
Edificacoes_2017.pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.

CBMSC. Normas de segurança contra incêndios. Instrução Normativa (IN 003/


DAT/CBMSC). Carga de incêndio. 2014. Disponível em: https://dat.cbm.sc.gov.
br/images/arquivo_pdf/IN/Em_vigor/IN_003_Carga_de_Incndio_28mar2014.
pdf. Acesso em: 20 mar. 2020.

CELESC. Fornecimento de energia elétrica em tensão secundária de distribuição.


2019. Disponível em: https://www.celesc.com.br/arquivos/normas-tecnicas/
padrao-entrada/N3210001-Fornecimento-Energia-Eletrica-Tensao-Secundaria.
pdf. Acesso em: 20 mar. 2020.

CEOTTO, L. H.; BANDUK, R. C.; NAKAKURA, E. H. Revestimentos de


Argamassa: boas práticas em projeto, execução e avaliação. Porto Alegre: ANTAC,
2005.

202
CINCOTTO, M. A. Patologia das argamassas de revestimentos: análise e
recomendações. 2. ed. São Paulo: IPT, 1989.

COMGÁS. Dimensionamento. 2014. Disponível em: https://www.comgas.com.br/


wp-content/uploads/2017/05/RIP-2014_5-Dimensionamento-versao-marco-2014.
pdf. Acesso em: 20 mar. 2020.

COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO (CC). Revestimento de argamassa.


2012a. Disponível em: http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/sistemas-
construtivos/4/caracteristicas/o-sistema/61/caracteristicas.html. Acesso em: 2 abr.
2020.

COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO (CC). Revestimento Interno. 2012b.


Disponível em: http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/sistemas-
construtivos/4/revestimentos-internos/projeto/65/revestimentos-internos.html.
Acesso em: 2 abr. 2020.

CONSTRUINDODECOR. Fachada de vidro: vale a pena instalar? 2019. Disponível


em: http://construindodecor.com.br/fachada-de-vidro/. Acesso em: 2 abr. 2020.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR. IN 007: Sistema Hidráulico Preventivo.


2017. Disponível em: https://dat.cbm.sc.gov.br/images/arquivo_pdf/IN/Em_vigor/
IN_007_SHP_01ago2017.pdf. Acesso em: 20 mar. 2020.

CORREA, C. et al. Mapeamento de incêndios e edificações: um estudo de caso


na cidade de Recife. Revista de Engenharia Civil (IMED), v. 2, n. 3, p. 15-
34, 2015. Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/revistaec/article/
download/1115/763. Acesso em: 20 mar. 2020.

CORREIA, C. D. M. P. Conforto térmico – acústico de uma habitação de baixo


custo. (Dissertação). 95 f. Universidade de São Paulo, Instituto Federal de São
Carlos. São Carlos, 2009.

COZZA, E. Atire a primeira pedra. Revista Téchne, São Paulo, n. 22, p. 35-38, 1996.

CREDER, H. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: Editora LTC, 1986.

CREDER, H. Instalações hidráulicas e sanitárias. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora


Livros Técnicos e Científicos, 2006.

CUNHA, A. G. da.; CUNHA, R. R. da. Impermeabilização e isolamento térmico:


materiais e especificações. 1. ed. [s.l.; s.n.], 1997.

CUNHA, A. G. da; NEUMANN, W. Manual de impermeabilização e isolamento


térmico. Como projetar e executar. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Argus, 1979.

CUNHA, E. G. da. et al. Elementos de arquitetura de climatização natural. 2. ed.


Porto Alegre: Masquatro, 2006.

203
CUNHA, E. H. Pavimentação. 2012. Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/
valtencirgomes/disciplinas/construcao-civil-ii-1/pisos-e-pavimentacoes/view.
Acesso em: 2 abr. 2020.

DARÉ, C. A. N. Avaliação da eficiência de isolantes térmicos por reflexão,


utilizados como subcoberturas. 79 f. Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho. (Dissertação). Faculdade de Ciências Agronômicas. Botucatu,
São Paulo, 2005.

DE MILITO, J. A. Revestimento das paredes, tetos, muros e pisos. 2007.


Disponível em: http://demilito.com.br/8-revestimentos-rev.pdf. Acesso em: 2 abr.
2020.

DE TONI, D.; DALBERTO, M.; SPERANDIO, M. G. A configuração da imagem


de esquadrias de alumínio e de PVC. Revista de Administração da Universidade
Federal de Santa Maria, Santa Maria, v. 7, n. 4, p. 644-661, 2014.

DIAS, A. A madeira, uma excelente proteção contra o fogo. 2013. Disponível


em: http://estruturasdemadeira.blogspot.com/2013/05/a-madeira-uma-excelente-
protecao-contra.html. Acesso em: 20 mar. 2020.

DIAS, A. M. N.; CINCOTTO, M. A. Revestimento à base de gesso de construção.


São Paulo: EPUSP, 1995.

DINIS, H. A impermeabilização e o usuário – proposta para classificação dos


sistemas impermabilizantes, segundo suas características físico-mecânicas e de
aderência ao substrato. In: Simpósio Brasileiro de Impermeabilização. v. 10, p.
224-235, São Paulo, 1997.

DOCPLAYER. Pisos externos: manual de assentamentos de pisos cerâmicos.


2019. Disponível em: https://docplayer.com.br/16910454-Pisos-externos-manual-
de-assentamento-de-revestimentos-cer-micos.html. Acesso em: 2 abr. 2020.
EGAN, M. D. Architectural acoustics. New York: Mc Graw-Hill, 1972. 411 p.

FAHY, F. J. Foundations of engineering acoustics. 1. ed. [s.l.]: Academic Press,


2000.

FAZFACIL. Esquadria de alumínio: instalação e manutenção. 2017. Disponível


em: https://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/esquadrias-aluminio-
instalacao/. Acesso em: 2 abr. 2020.

FERRAZ, D. Estruturas de aço em situação de incêndio. 2018. Disponível em:


http://www.engenheirodoaco.com.br/2018/10/02/estruturas-de-aco-em-situacao-
de-incencio-0033/. Acesso em: 20 mar. 2020.

FOLEGATTI, M. V. et al. Gestão dos recursos hídricos e agricultura irrigada no


Brasil. In: BICUDO, C. E. de M.; TUNDISI, J. G.; SCHEUENSTUHL, M. C. B.
Águas do Brasil: análises estratégicas. São Paulo: Instituto de Botânica, 2010.

204
FREIRE, M. A. Métodos executivos de impermeabilização de um empreendimento
comercial de grande porte. 72 f. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2007.

FREITAS, P. C. F. Instalações elétricas de baixa tensão. Santa Mônica: Universidade


Federal de Uberlândia, 2001. Disponível em: http://joinville.ifsc.edu.br/~luis.nodari/
Disciplinas/IEI/Catalogos/6.01___Instalacoes_Eletricas_de_Baixa_Tensao_(Apostila).
pdf. Acesso em: 20 mar. 2020.

FRENTE NACIONAL PELO SANEAMENTO AMBIENTAL. Contribuição para a


formulação de uma Política Nacional de Saneamento Ambiental. Brasília: FNSA,
2003.

GALINA, I. C. M. et al. Curso técnico: instalações de pisos de madeira, projeto


de madeira sustentável – PIMADS. 2013. Disponível em: https://pimads.org/
documentos/Apostila%20-%20Basico%20de%20Madeiras%20e%20Instalacao%20
de%20Pisos._1310201515951.pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.

GARCEZ, L. N. Elementos de engenharia hidráulica e sanitária. 2. ed. São Paulo:


Editora Blucher, 1974.

GERGES, S. N. Y. Ruído. Fundamentos e controle. 600f. TCC (Graduação).


Florianópolis. Universidade Federal de Santa Catarina, 1992.

GOMEZ, L. A. ECV 5644 – Instalações II. 2008. Disponível em: http://www.labeee.


ufsc.br/~luis/ecv5644. Acesso em: 20 mar. 2020.

GONÇALVES, A. Uso do gás natural em edificações exige planejamento. 2019.


Disponível em: https://portogente.com.br/noticias/transporte-logistica/105153-uso-
do-gas-natural-em-edificacoes-exige-planejamento. Acesso em: 21 mar. 2020.

HARRIS, C. M. Noise control in buildings. New York: Mc Graw-Hill, 1994.

HUSSEIN, J. S. M. Levantamento de patologias causadas por infiltrações devido


à falha ou ausência de impermeabilização em construções residenciais na cidade
de Campo Mourão – PR. 54 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) –
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2013.

IBI – Instituto Brasileiro de impermeabilização. Guia da aplicação da norma de


desempenho para impermeabilização. Especificação, aplicação e contratação com
foco no atendimento à ABNT: NBR 15575:2013. 2018. Disponível em: https://ibibrasil.
org.br/wp-content/uploads/2018/06/Guia-de-Aplica%C3%A7%C3%A3o-da-Norma-
de-Desempenho-para-Impermeabiliza%C3%A7%C3%A3o-IBI.pdf. Acesso em: 21
set. 2019.

205
IBI – Instituto Brasileiro de impermeabilização. Impermeabilização rígida.
2018. Disponível em: https://ibibrasil.org.br/wp-content/uploads/2018/01/
Impermeabilizac%CC%A7a%CC%83o-ri%CC%81gida.pdf. Acesso em: 16 set. 2019.

INMETRO. Revestimento cerâmico (pisos e azulejos). 1998. Disponível em: http://


www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asp. Acesso em: 2 abr.
2020.

JOHN, V.; SATO, N. M. N. Durabilidade e componentes da construção. Capítulo


2. Construção e meio ambiente. Coletânea Habitate. V. 7. Miguel Aloysio Sattler e
Fernando Oscar Ruttkay Pereira (Eds.). Porto Alegre: ANTAC, 2006.

JORGE, L. F. A. Determinação do coeficiente de transmissão térmica em paredes de


edifícios. (Dissertação). 112 f. Departamento de engenharia mecânica. Universidade
da Beira Interior. 2011.

LAMBERS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura.


São Paulo: PW editores, 1997.

LAUREANO, A. T. Apostila de instalações hidrossanitárias. Florianópolis: IFSC,


2016.

LERSCH, I. M. Contribuição para a identificação dos principais fatores de


degradação em edificações do patrimônio cultural de Porto Alegre. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre, 2003. 180 p.

LIMA, A. C. S. et al. Esquadrias externas e internas. Brasília: Centro Universitário de


Brasília, 2017.

LIMA, J. L. A. Processo integrado de projeto, aquisição e execução de sistemas de


impermeabilização em edifícios residenciais: diagnóstico e proposição de melhorias
de gestão. Dissertação de Mestrado. Faculdade de tecnologia SENAI CIMATEC.
Salvador, 2012.

LIMA, J. L. de A.; PASSOS, F. U.; COSTA, D. B. Processo integrado de projeto,


aquisição e execução de sistemas de impermeabilização em edifícios residenciais.
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 59-77, jul./set. 2013.

LOBO, A. C.; CAVALCANTI, P. F. B. Isolamento térmico. Relatório da Petrobrás,


1981.

MACINTYRE, A. J. Instalações hidráulicas: prediais e industriais. Rio de Janeiro:


Editora S.A., 1996.

MAIA,V.Edificações–esquadrias.2018a.Disponívelem:https://maquinadeaprovacao.
com.br/engenharia/edificacoes-esquadrias/. Acesso em: 2 abr. 2020.

206
MAIA, V. Edificações – pisos. 2018b. Disponível em: https://maquinadeaprovacao.
com.br/engenharia/edificacoes-piso. Acesso em: 2 abr. 2020.

MELO, V. O.; NETTO, J. M. A. Instalações prediais hidráulico-sanitárias. São


Paulo: Edgard Blucher, 1988.

MICHALSKI, R. L. X. Metodologias para medição de isolamento sonoro em


campo e para expressão da incerteza de medição na avaliação do desempenho
acústico de edificações. 256 f. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011.

MONTEJANO, R. Materiais acústicos. 2011. Disponível em: https://www.


analfatecnicos.net/archivos/28.MaterialesAcusticos.pdf. Acesso em: 25 set. 2019.

MOONEY, J. W. Practical Architectural Acoustics Notebook. New York: KJWW,


2012.

MORAIS, C. R. K. Impermeabilização em lajes de cobertura: levantamento


dos principais fatores envolvidos na ocorrência de problemas na cidade de
Porto Alegre. 123 f. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa pós-
graduação em engenharia civil. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre, 2002.

NEPOMUCENO, M. C. S. Comportamento térmico de edifícios – Parte I.


Apontamentos das Aulas de Física das Construções. Universidade da Beira
Interior, 2009.

NICOL, J. F.; HUMPHREYS, M. A. Adaptative thermal comfort and sustainable


thermal standars for buildings. Proceedings of moving thermal confort standarts
into the 21st century, p. 45-47, Windsor, UK, 5-8, april, 2001.

NORMA REGULAMENTADORA. NR 23: Proteção contra incêndios. 1978.


Disponível em: https://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/nr/nr23.
htm. Acesso em: 20 mar. 2020.

OLIVEIRA, A. P. N.; HOTZA, D. Tecnologia de fabricação de revestimentos


cerâmicos. 2. ed. Florianópolis: Editora UFSC, 2015.

ORDENES, M.; LAMBERTS, R.; GÜTHS, S. Transferência de calor na envolvente


da edificação. Apostila. Departamento de engenharia civil. Universidade Federal
de Santa Catarina. 2008.

PICCHI, F. A. Impermeabilização de coberturas. São Paulo: Pini, 1986.

PIEROTTI, S. M. Avaliação da partida de um reator anaeróbio do tipo UASB


em escala plena sob condições hidráulicas desfavoráveis. 118f. Dissertação
(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, São Carlos, 2007.

PINHAL. O que é caixilho? 2009. Disponível em: http://www.colegiodearquitetos.


com.br/dicionario/2009/02/o-que-e-caixilho/. Acesso em: 2 abr. 2020.

207
PINTO, M. A. V. Avaliação térmica de edifícios em estrutura metálica. 108 f.
Universidade Federal de Ouro Preto – Escola de Minas. Programa de Engenharia
Civil. Ouro preto, 2000.

PIRONDI, Z. Manual prático da impermeabilização e de isolação térmica. São


Paulo: Editora SBR, 1979.

PORCELLO, E. C. Impermeabilização. Porto Alegre: PUCRS, 1998.

QUINALIA, E. Gesso liso: desempenado ou sarrafaeado, a execução do


acabamento em paredes e tetos traz agilidade e economia ao empreendimento.
Revista Téchne, São Paulo, n. 99, p. 36-38, 2005.

RECCHIA, C. A. Estudo de desempenho acústico dos elementos construtivos


que compõem uma fachada. 2001. 131 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Civil). Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2001.

RECENA, F. A. P. Sobre revestimento em elementos cerâmicos. Porto Alegre:


EDIPUCRS, 2017.

REGELIMER, F. A.; KOZERSKI, C. E. Aproveitamento de água da chuva em zonas


rurais: captação e reservação. 2015. Disponível em: http://www.trabalhosassemae.
com.br/sistema/repositorio/2015/1/trabalhos/218/363/t363t5e1a2015.pdf. Acesso
em: 20 mar. 2020.

REIS, M. N. D. Esquadrias de alumínio: análise dos critérios de escolhas destes


componentes em edifícios de apartamento, padrão médio-alto, na cidade de São
Paulo. 2011. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-
26012012-144006/publico/Tese_MagdaReis.pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.

REVCOSPAIN. Aislamiento térmico de edifícios. Porque utilizar el aislamiento


térmico en los edifícios. 2012. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=0eFBd1A6_LI. Acesso em: 23 set. 2019.

RIGHI, G. V. Estudos dos sistemas de impermeabilização: patologias, prevenções


e correções- análises de casos. 95 f. Universidade Federal de Santa Maria. Pós-
graduação de Engenharia Civil. Santa Maria, 2009.

RODRIGUES, R. M.; JÚNIOR, A. S. S.; LIMA, E. E. P. Erros, diagnósticos e soluções


de impermeabilização na construção civil. Interscientia, v. 4, n. 2, 2016.

ROYO, E. C.; HASTA, C. M. Água caliente y aparatos sanitários. Madrid: Editorial


Paraninfo S.A., 1995.

SABBATINI, F. H. et al. PCC-2436 – Tecnologia da Construção de Edifícios II.


Outubro 2003 – Aula 24 – Impermeabilização – Sistemas e Execução. Disponível em:
http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto4/Muros%20Arrimo/Imperm%20
Sistemas.pdf. Acesso em: 17 set. 2019.

208
SALGADO, J. C. P. Técnicas e práticas construtivas para edificações. 2. ed. São
Paulo: Editora Érica, 2009.

SALGADO, J. Técnicas e práticas construtivas para edificações. São Paulo: Érica,


2012.

SANTA CATARINA. Decreto n° 1.957, de 20 de dezembro de 2013. Que dispõe


sobre as normas e os requisitos mínimos para a prevenção e segurança contra
incêndio e pânico e estabelece outras providências. Disponível em: https://www.
legisweb.com.br/legislacao/?id=264022s. Acesso em: 20 mar. 2020.

SANTOS, L. D.; AMARAL, F. F.; SOMMERFELD, K. C. Sistema de revestimento


com argamassa industrializada: um estudo de caso em Belo Horizonte, Minas
Gerais. Revista Pensar Engenharia, Belo Horizonte, v. 2, n. 2, 2014.

SCHILD, E. et al. Estanqueidad e impermeabilización en la edificación.


Prevención de defectos en muros exteriores y cerramientos. Tomo II. Editores
técnicos e asociados S.A. Barcelona, 1978.

SEGATO. Pisos nobres de alta resistência. Manual de instalação e manutenção


de piso linha Granazzo e Segato. 2019. Disponível em: http://www.segatopisos.
com.br/guias-tecnicos. Acesso em: 2 abr. 2020.

SENHORAS, E. M. Oportunidades da cadeia agroindustrial do coco verde.


Revista Urutágua, Maringá, PR, n. 5, 2005. Disponível em: http://www.urutuaga.
eum.br/005/22tra_senhoras.pdf. Acesso em: 24 de set. 2019.

SILVA FILHO, S. F. A poluição sonora decorrente da circulação de veículos.


Revista CEJ, Brasília, v. 1, n. 3, set./dez. 1997. p. 42-45.

SILVA, R. A. da. Dimensionamento das instalações hidráulicas de água fria e


esgoto de uma edificação. 2019. TCC (Curso de Engenharia Civil) – Faculdade
de Engenharia Civil, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.
Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/24164/1/
DimensionamentoInstala%C3%A7%C3%B5esHidr%C3%A1ulicas.pdf. Acesso
em: 31 mar. 2020.

SOARES, F. F. A importância do projeto de impermeabilização em obras de


construção civil. 127 f. Escola Politécnica. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Projeto de graduação. 2014.

SOUZA, J. C. S.; MELHADO, S. B. Diretrizes para seleção e projeto de


impermeabilização de pisos do pavimento tipo de edifícios. Congresso Latino-
Americano. São Paulo, 1998.

SOUZA, R. de; TAMAKI, M. R. Gestão de materiais de construção. São Paulo: O


Nome da Rosa, 2005.

209
TAGUCHI, M. K. Avaliação e qualificação das patologias das alvenarias de
vedação nas edificações. 84f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, 2010.

TASSI, R. et al. Telhado verde: uma alternativa sustentável para a gestão das águas
pluviais. Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Ambiente
Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 1, p. 139-154, jan./mar. 2014.

TRONOLONE, E. S. Programa de projeto das instalações hidráulicas de uma


residência. 2010. Disponível em: http://meusite.mackenzie.com.br/ernestot/
arquivos/Simbologia.pdf. Acesso em: 20 mar. 2020.

VALOR CRUCIAL. Blog de segurança do trabalho. Prevenção e combate


contra incêndios. 2018. Disponível em: https://valorcrucial.com.br/
preven%C3%A7%C3%A3o-e-combate-a-inc%C3%AAndios.html#prevencao-e-
combate-a-incêndios. Acesso em: 20 mar. 2020.

VASCONCELLOS, J. Escaiola: um luxo! 2010. Disponível em: https://arqfeevale.


wordpress.com/2010/06/21/escaiola-um-luxo/. Acesso em: 2 abr. 2020.

VASCONCELOS, P. H.; BAUER, E. Estudo comparativo entre ensaios de


desempenho e de caracterização de membranas de poliureia e poliuretano. Anais
do... 15º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE IMPERMEABILIZAÇÃO. São Paulo, 2018.

VENTACAN. Uma ventana aberta que és la rotura de puente térmico y para


qué sirve. 2012. Disponível em: https://www.ventacan.com/blog/rotura_puente_
termico/. Acesso em: 2 abr. 2020.

VIANA, D. Guia de Engenharia. Instalações sanitárias: dimensionamento.


2019. Disponível em: https://www.guiadaengenharia.com/dimensionamento-
tubulacoes/. Acesso em: 20 mar. 2020.

VIANNA, M. R. Instalações hidráulicas prediais. 2. ed. Belo Horizonte: Imprimar


Arte Ltda., 1998.

VIEIRA, E. S; MOTTA, A. L. T. Durabilidade de sistemas de impermeabilização


– ensaio de aderência. 6ª conferência sobre patologia e reabilitação de edifícios.
Rio de Janeiro, 2018.

210

Você também pode gostar