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ANÁLISES DE FUNDAÇÕES
PROFUNDAS
Bianca Lopes de Oliveira
1ª edição
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2019
2
© 2019 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida
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Revisor
Márcia Elisa Jacondino Pretto
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-85-522-1634-6
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
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3
ANÁLISES DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
Tubulões 21
Estacas Strauss 61
Estaca raiz 96
4
Apresentação da disciplina
Caro aluno,
5
Tipos de fundações profundas
Autora: Bianca Lopes de Oliveira
Objetivos
6
1. Parâmetros para o projeto de fundações
7
• Ensaio SPT-T: é o ensaio SPT complementado com medições de
torque ao término de cada ensaio de penetração.
• Ensaios geofísicos.
Fonte: Mai_Sukhothai/iStock.com.
8
As fundações são divididas em fundações rasas ou diretas e em
fundações profundas ou também denominadas indiretas. Neste texto,
são analisados os tipos de fundações profundas.
2. Fundações profundas
9
Figura 2 – Capacidade de carga de ruptura da fundação
10
10
2.1 Tubulão
11
Figura 4 – Concretagem de tubulão a céu aberto
Fonte: BanksPhotos/iStock.com.
12
12
2.2 Estacas
Fonte: User2547783c_812/iStock.com.
13
Figura 6 – Hélice para escavação de estaca
Fonte: flik47/iStock.com.
ASSIMILE
A fundação mais adequada será a que cumpre os
requisitos técnicos e econômicos, suportando as cargas
da estrutura com segurança e não afeta a integridade
das construções vizinhas.
14
14
dobradas e trilhos. Apresentam como vantagens baixa vibração para
sua colocação e resistência a flexão, no entanto, têm custo elevado e
necessitam de cuidados para se evitar a corrosão (GUIMARÃES; PETER,
2018). Seu dimensionamento se baseia na NBR 8800 (ABNT, 2008).
Fonte: Kwangmoozaa/iStock.com.
15
• Proximidade dos edifícios limítrofes, seu tipo de fundação e
estado da mesma: isso deve ser levado em consideração pois
dependendo do processo executivo da fundação, pode-se gerar
vibrações no solo, gerando trincas e/ou movimentações nas
fundações vizinhas. Outra questão é o espaço no canteiro de
obras para a entrada de equipamentos. Áreas pequenas não
permitem a entrada, por exemplo, de um bate-estaca.
• Características do subsolo no local da obra: dependendo do tipo
de solo e da existência de nível de água, alguns tipos de fundação
são descartados.
• Cargas provenientes da estrutura que serão transmitidas
à fundação.
• Os tipos de fundações existentes no mercado e disponíveis na
região da obra: custos podem ser aumentados devido ao frete
de regiões distantes, além de dificuldades de movimentação da
fundações pré-moldadas, por exemplo, devido à escala física dos
elementos.
A Norma NBR 6122 (ABNT, 2019) sugere elementos que devem ser
analisados cuidadosamente durante a execução, conforme cada tipo
de fundação, para garantir que as fundações atinjam os valores de
capacidade de carga de seu dimensionamento e promovam a segurança
e funcionalidade da edificação.
TEORIA EM PRÁTICA
Reflita sobre a seguinte situação: suponha que você
tenha sido contratado para fazer um projeto de
fundações de um edifício de 12 andares, com 2 subsolos,
16
16
vizinho a uma residência construída na década de 1960,
um outro edifício de 4 andares e um hospital.
O cliente deseja fazer a fundação em estaca de concreto
pré-moldada. De acordo com o cálculo da capacidade
de carga da estaca de concreto, esse tipo de fundação
pode ser utilizado para as cargas de projeto. Além do
cálculo estrutural, que outras considerações devem
ser feitas? A escolha da estaca cravada de concreto é a
mais adequada para essa situação? Se não, quais seriam
outras opções?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a. SPT.
b. CPT-U.
c. Vane test.
d. CPT.
e. Ensaio geofísico.
17
2. Os tubulões em seu processo executivo exigem a
descida de um operário para alargamento da base e/
ou limpeza do fundo da escavação para posterior
concretagem. Devido a isso, a NR 18 (MTE, 2018) que
estabelece as condições e meio ambiente de trabalho
na indústria da construção civil exige que o diâmetro do
fuste tenha a dimensão mínima de:
a. 50 cm.
b. 60 cm.
c. 65 cm.
d. 70 cm.
e. 80 cm.
a. Estaca broca.
b. Estaca raiz.
e. Estaca hélice-contínua.
18
18
Referências bibliográficas
ALONSO, U. R. Exercícios de fundações. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2019
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122: Projeto e execução de
fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6484: Solo – Sondagens
de simples reconhecimento com SPT – Método de Ensaio. Rio de Janeiro:
ABNT, 2001.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7190: Projeto de estruturas
de madeira. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8800: Projeto de estruturas
de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro:
ABNT, 2008.
GUIMARÃES, D; PETER, E. A. Fundações. Porto Alegre, RS: SAGAH, 2018.
HACHICH, W.; FALCONI, F. F.; SAES, J. L.; FROTA, R. G. O.; CARVALHO, C. S.; NIYAMA,
S. Fundações – teoria e prática. São Paulo: Editora PINI, 1996. 750p.
MTE. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n° 15:
Atividades e operações insalubres. Brasília, 2018. Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15.pdf. Acesso em: 15
jul. 2019.
MTE. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n° 18:
Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Brasília,
2018. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_
NR/NR-18.pdf. Acesso em: 15 jul. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
Resolução: O ensaio descrito no enunciado é o ensaio Vane test ou
ensaio de palheta, que permite a determinação de resistência ao
cisalhamento do solo.
Feedback de reforço: Vários ensaios de campo são utilizados na
obtenção da resistência do subsolo para o projeto de fundações.
Este ensaio é complementar para se conhecer especificamente a
resistência ao cisalhamento, ou seja, resistência ao “corte” do solo.
19
Questão 2 – Resposta: E
Resolução: A dimensão mínima do fuste de um tubulão é de 80 cm
de acordo com o item 18.6.21, letra g da NR 18 (MTE, 2018).
Feedback de reforço: A norma regulamentadora do mistério do
trabalho NR 18 estabelece critérios para se garantir a segurança
e a segurança do funcionário. Na construção de um tubulão, no
qual o funcionário fica sujeito ao confinamento, é importante uma
dimensão adequada do fuste para sua movimentação interna
durante o trabalho manual em profundidade.
Questão 3 – Resposta: D
Resolução: A estaca pré-moldada de concreto é uma estaca de
deslocamento.
Feedback de reforço: Uma estaca de deslocamento é aquela
em que em sua execução não é feita retirada do solo, mas há o
deslocamento do solo durante sua cravação ou prensagem.
20
20
Tubulões
Autora: Bianca Lopes de Oliveira
Objetivos
21
1. Tubulões
22
22
especiais, em terrenos saturados onde seja possível bombear a água
sem risco de desmoronamento. Seu fuste pode ser escavado mecânica
ou manualmente, sendo que sua base, de forma geral, é escavada
manualmente. O fuste normalmente é de seção circular, porém, a
projeção da base pode ser circular ou em forma de falsa elipse.
Fonte: Hailshadow/iStock.com.
23
• Alargamento da base, geralmente de forma manual, conforme
dimensões do projeto.
24
24
• Os tubulões podem suportar a carga de um pilar, eliminando a
necessidade de bloco de coroamento.
25
Figura 3 – Tubulão a ar comprido
26
26
saúde. Toda a execução do tubulão a ar comprimido, por se tratar de
atividade insalubre, deve atender a NR 15 e NR 18 para a segurança
dos operários (MTE, 2018).
Carneiro (1999), citado por Soares (2003), afirmou que a parcela de atrito
no comportamento de um tubulão é significativa, principalmente quando
se trata de solo colapsível. Entretanto, de acordo com a NBR 6122 (2019),
adota-se que os tubulões transferem a carga recebida pelo pilar pela sua
base, sendo considerada nula a tensão lateral ao longo do fuste.
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Alonso (2019) cita as metodologias para a estimativa de carga de
um tubulão:
• Para solos argilosos moles e arenosos fofos, ou seja, solos com ruptura
local, a tensão de ruptura do solo será:
2 1
r c.N c '.Sc . .B.N '.S q.N q '.Sq
3 2
28
28
Quadro 1 – Fatores de forma por Terzaghi
Sc 1,30 1,10
Sγ 0,60 0,90
Sq 1,00 1,00
SPT (medio)
s MN/m²
30
Esta fórmula se aplica para SPT inferiores a 20 e devem ser acertados os
valores fora da média.
ASSIMILE
Lembre-se: o cálculo da capacidade de carga do tubulão
será necessário para o dimensionamento do mesmo.
Esta capacidade de carga pode ser calculada pela
fórmula de Terzaghi e por correlação com o SPT e a
tensão admissível do solo, sendo que é considerada
apenas a base para sua determinação.
29
3. Dimensionamento de tubulões
4.P
D
. s
Se a base tiver seção falsa elipse (figura 5), deve-se calcular a área da
base pela fórmula:
.b 2 P
b.x
4 s
Adota-se um valor para b (ou x), pode-se calcular x (ou b). Deve-se
utilizar uma relação a/b menor ou igual a 2,5.
30
30
Figura 5 – Seção falsa-elipse de um tubulão
P
Af
c
em que
0, 85. f ck
c
y f . yc
sendo, γf = 1,4 e γc com valor de 2,2 para concretos C25 ou 3,6 para
concretos C40, para tubulões não encamisados. Para tubulões
encamisados o valor de γc será 1,4. De acordo com a NBR 6122 (ABNT,
2019, p.46), o concreto deve ser, para classes de agressividade I e II, C25
com consumo mínimo de 280 kg/m³ e fator a/c inferior ou igual a 0,6 e,
para classes de agressividade III e IV, ser C40 com consumo mínimo de
360 kg/m³ e fator água/cimento inferior ou igual a 0,45.
31
Em tubulões a ar comprimido com camisa de concreto, o cálculo será
análogo ao cálculo para um pilar, dispensando-se a verificação da
flambagem quando tubulão totalmente enterrado. O cálculo, conforme
Alonso (2019, p. 48), será:
f ck f ´ yk
1, 4.P 0, 85. Af . As .
1, 5 1,15
Sendo P a carga do pilar, Af a área da seção do fuste, As a seção
necessária de armadura longitudinal, fck a resistência a compressão do
concreto e f’yk a resistência do aço.
32
32
c. Cálculo da altura da base:
Nos tubulões a céu aberto, havendo base alargada, esta deve ter a forma
de tronco cone (com base circular ou de falsa elipse) superposto a um
cilindro de no mínimo 20 cm de altura chamado rodapé (ALONSO, 2019,
p. 45). O ângulo do tronco cone será de 60º. Assim, o cálculo, segundo
Alonso (2019, p. 45), da altura da base para tubulão de base circular e
falsa elipse pode ser calculada como:
Base circular:
H = 0,87 . (D - df )
Base falsa-elipse:
H = 0,87 . (a - df )
4. Exemplo de cálculo
33
Figura 6 – Pilares de um projeto
34
34
Parte-se de uma relação conhecida na falsa elipse, por exemplo, b = x:
.b 2 P
b.x
4 s
P 1500
b 1, 30m
s 1 500 1
4 4
a 1, 70 1, 30
2, 0 2, 5 ok
b 1, 5
35
Cálculo do diâmetro do fuste, considerando fck = 25MPa e γc com
valor de 2,2:
Altura da base:
P 261
P '2 P2 2000 1870 kN
2 2
Diâmetro da base:
4.P 4.1870
D 2, 20 m
. s .500
Diâmetro do fuste:
4.1870
df 0, 59 m 0, 80 m
.6899
Altura da base:
Resumo:
36
36
TEORIA EM PRÁTICA
Considere o seguinte problema: pretende-se construir
um tubulão de 8,0 m de profundidade de base circular
em um silte arenoso compacto de coesão 20 kPa, peso
específico de 18 kN/m3 e ângulo de atrito de 20º. Para um
pré-projeto, adotou-se um diâmetro de base do tubulão de
2,0 m. A sondagem obteve os valores SPT a cada metro até
a profundidade de 15 m, respectivamente: 3, 4, 8, 10, 12,
16, 14, 20, 18, 15, 14, 16, 15, 13, 14. Com base nestes dados,
qual o valor da tensão admissível deste solo, considerando
o método de Terzaghi e a correlação SPT?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
e. Precisam obrigatoriamente do
encamisamento metálico.
37
2. Os tubulões em seu processo executivo exigem a
descida de um operário para alargamento da base
e/ou limpeza do fundo da escavação para posterior
concretagem. Devido a isso, a NR 18 (MTE, 2018) que
estabelece as condições e meio ambiente de trabalho na
indústria da construção exige que o diâmetro do fuste
tenha a dimensão mínima de:
a. 50 cm.
b. 60 cm.
c. 65 cm.
d. 75 cm.
e. 80 cm.
a. Quadrada.
b. Hexagonal.
c. Elipse.
d. Retangular.
e. Falsa-elipse.
38
38
Referências bibliográficas
ALONSO, U. R. Exercícios de fundações. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2019.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122: Projeto e execução de
fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6489: PROVA DE CARGA
DIRETA SOBRE TERRENO DE FUNDAÇÃO. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
GUIMARÃES, D; PETER, E. A. Fundações. Porto Alegre, RS: SAGAH, 2018.
HACHICH, W.; FALCONI, F. F.; SAES, J. L.; FROTA, R. G. O.; CARVALHO, C. S.; NIYAMA,
S. Fundações – teoria e prática. São Paulo: Editora PINI, 1996. 750 p.
JOPPERT JR, I. Fundações e Contenções de Edifícios. São Paulo: Pini, 2007.
TEM. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n° 15:
Atividades e operações insalubres. Brasília, 2018. Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15.pdf. Acesso em: 15
jul. 2019.
TEM. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n° 18:
Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Brasília,
2018. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_
NR/NR-18.pdf. Acesso em: 15 jul. 2019.
SOARES, F. L. Análise de provas de carga dinâmica em tubulões a céu aberto,
no campo experimental de fundações da EESC. São Carlos, 2002. 158 p.
Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de
São Paulo.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
Resolução: O tubulão a céu aberto pode ser executado em
terrenos saturados, quando é possível bombear a água sem risco
de desmoronamento.
Feedback de reforço: O tubulão a céu aberto tem várias
vantagens e deve ser verificada a possibilidade de sua execução
dependendo das condições do subsolo, sem que haja riscos de
desmoronamento.
39
Questão 2 – Resposta: E
Resolução: A dimensão mínima do fuste de um tubulão é de 80 cm
de acordo com o item 18.6.21, letra g da NR 18 (MTE, 2018).
Feedback de reforço: A dimensão mínima do fuste deve ser
determinada para que o operário possa descer para realizar a
escavação manual da base ou a limpeza da mesma, de forma que
tenha segurança e conforto mínimo na descida. A NR 18 apresenta
valores mínimos de dimensão do fuste.
Questão 3 – Resposta: E
Resolução: Em pilares de divisa e em sobreposição de bases de
tubulões, pode ser adotada a seção de falsa-elipse.
Feedback de reforço: O uso da base circular nem sempre é
possível, pois pode ocorrer a sobreposição de tubulões ou o
avanço na divisa. Assim, existe um tipo de seção mais comum
utilizado no qual é possível que um dos lados fique rente à divisa
ou a outra fundação, mas mantendo-se a área necessária para a
transmissão da carga ao terreno.
40
40
Estaca broca e hélice contínua
Autora: Bianca Lopes de Oliveira
Objetivos
41
1. Estacas
42
42
(bate-estaca); locais com pé-direito baixo (telhados e lajes)
dificultando o acesso do equipamento; obras distantes,
encarecendo o transporte do equipamento.
Fonte: GrashAlex/iStock.com.
43
Basicamente, seu processo executivo envolve a escavação com o trado
até a profundidade desejada, apiloamento do fundo, concretagem
e colocação da armadura de espera. Os diâmetros da estaca broca
variam entre 0,20 a 0,50 m, determinados pelo trado utilizado na
escavação. A concretagem é realizada com concreto plástico (entre
valores de 80mm a 100mm de abatimento), confeccionado no próprio
local, ou concreto usinado, lançado a partir da superfície com auxílio
de funil. A NBR 6122 (ABNT, 2019) não estabelece o espaçamento entre
as estacas moldadas in loco, mas a prática indica que deve ser de, no
mínimo, três vezes o valor de seu diâmetro.
A NBR 6122 (ABNT, 2019) descreve a estaca hélice contínua como uma
estaca de concreto moldada in loco, executada pelo uso de um trado
helicoidal, que é introduzido no terreno e, simultaneamente, é feita a
injeção de concreto pela própria haste central do trado, sob pressão
controlada, conforme ilustrado na figura 2.
44
44
Figura 2 – Execução de estaca hélice contínua
Fonte: Pawel_B/iStock.com.
45
profundidade desejada. Durante a concretagem, a hélice passa a
ser retirada, sem girar, ou, em terrenos arenosos, girando muito
lentamente no sentido da perfuração. A injeção do concreto é
feita sob pressão positiva para evitar que ocorra a interrupção do
fuste. O concreto utilizado pode ser C30 ou C40 com abatimento
entre 220mm e 260mm, com diâmetro de agregado de 4,75mm
a 12,5mm, dependendo da classe de agressividade do meio
conforme NBR 6122 (ABNT, 2019).
46
46
As desvantagens de seu uso são: a necessidade do terreno ser plano
e de fácil movimentação devido ao porte do equipamento utilizado
e com capacidade do solo para suportar o peso dos equipamentos;
necessidade de uma central de concreto próxima ao local da obra;
uso de um equipamento para a limpeza do material gerado durante
a escavação, a exemplo de uma retroescavadeira; e, limitação do
comprimento da estaca e armação (HACHICH et al., 1996).
47
Barros (2012) diz que a aplicação de fórmulas teóricas é pouco utilizada,
pois alguns parâmetros do solo para estes cálculos são difíceis de obter.
Assim, são comumente utilizados métodos que estimam a capacidade
de carga da estaca usando parâmetros obtidos empiricamente em
ensaios in situ, como os tradicionais métodos Aoki-Velloso (de 1975) e
de Décourt-Quaresma (de 1978) e, especificamente para estacas hélice
contínua, o Método de Antunes & Cabral (de 1996).
PR = PL + PP
Em que:
PL U . L.rL e PP = A.rp
48
48
rP a parcela de resistência de ponta; em ΔL é o trecho para o qual rL foi
calculado (figura 4).
49
Sendo N o valor do SPT obtido no ensaio e os fatores α e K obtidos no
quadro 1 e F1 e F2 obtidos no quadro 2.
Tipos de estacas F1 F2
50
50
Assim, a capacidade de carga de ruptura da estaca pelo método de
Aoki-Velloso é:
U N . A.K
PR . (L.N L .K . ) P
F2 F1
A carga admissível é calculada com um fator de segurança global
igual a 2:
PR
Padm =
2
PR = PL + PP
Em que:
PL U . L.rL e PP A.rp
51
Sendo N’P o valor médio do SPT correspondente às camadas da ponta
e das imediatamente inferior e superior a mesma; o coeficiente C
característico do solo obtido no Quadro 3; e, NL o valor SPT obtido no
ensaio para cada camada, adotando-se limites para NL sendo 3 ≤ NL ≤15,
desconsiderando-se os valores utilizados no cálculo de resistência de
ponta. Este valor limite para NL se estende a 50 no caso de estacas de
deslocamento e escavados com lama bentonítica.
Tipo de estaca
Tipo de solo Estaca escavada Escavada Hélice Injetada sob
Raiz
em geral (bentonita) contínua altas pressões
Argila 0,85 0,85 0,3* 0,85* 1,0*
Solos
0,6 0,6 0,3* 0,6* 1,0*
intermediários
Areias 0,5 0,5 0,3* 0,5* 1,0*
* valores apenas orientativos devido ao reduzido número de dados disponíveis
52
52
Quadro 5 – Valores de β em função do tipo de
estaca – Décourt-Quaresma
Tipo de estaca
Tipo de solo Estaca escavada Escavada Hélice Injetada sob
Raiz
em geral (bentonita) contínua altas pressões
Argila 0,8* 0,9* 1,0* 15* 3,0*
Solos
0,65* 0,75* 1,0* 1,5* 3,0*
intermediários
Areias 0,5* 0,6* 1,0* 1,5* 3,0*
* valores apenas orientativos devido ao reduzido número de dados disponíveis
ASSIMILE
Lembre-se: a capacidade de carga de uma estaca será o
menor valor entre a resistência estrutural da fundação
e a resistência do solo. Para estacas escavadas, como a
estaca hélice continua, há métodos específicos de cálculo
de capacidade de carga do solo. Apesar disso, podem ser
utilizados os métodos tradicionais de Aoki-Velloso (1975) e
Décourt-Quaresma (1978).
Barros (2012) cita que o método de Antunes e Cabral (1996) pode ser
utilizado na previsão da capacidade de carga de estacas hélice contínua,
de maneira análoga ao método de Aoki-Velloso (1975).
53
PR U . 1 .N .L 2 .N P .A
3. Dimensionamento de estacas
54
54
4. Exemplo de cálculo
Calcular a carga admissível de uma estaca broca de 6 m, com 20 cm de
diâmetro, com um ensaio de sondagem SPT conforme a figura 5, pelos
métodos de Aoki-Velloso e Décourt-Quaresma.
55
Método de Aoki-Velloso:
634,86
Método de Décourt-Quaresma:
56
56
A partir do cálculo da capacidade de carga de uma estaca, e com o
projeto estrutural em mãos, com os valores das cargas dos pilares,
elabora-se o projeto executivo das estacas. Isso é feito pelo cálculo
do número de estacas por pilar e o dimensionamento dos blocos de
coroamento.
TEORIA EM PRÁTICA
Considere o seguinte problema: você recebeu o projeto com
as cargas dos pilares. Dois destes pilares (30 x 30 cm) estão
próximos entre si, paralelos, distantes 150 cm de centro
a centro. Pretende-se utilizar estacas hélice contínua de
0,30 m de diâmetro, com capacidade de carga admissível
calculada de 700 kN. Quantas estacas são necessárias
para cada pilar, sabendo que a carga deles é de 2500 kN
e 2200 kN, respectivamente? Haverá sobreposição entre
as estacas? Se sim, qual seria uma possível solução de
disposição das estacas?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. As estacas hélice contínuas possuem algumas
características que podem impedir sua escolha em um
projeto de fundação. Uma destas características é:
57
d. Poluição do terreno com lama bentonítica.
a. De deslocamento.
b. Broca.
d. Hélice contínua.
e. Strauss.
a. 3.
b. 2.
c. 6.
d. 12.
e. 9.
58
58
Referências bibliográficas
ALONSO, U. R. Exercícios de fundações. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2019.
ALMEIDA NETO, J. A. Análise de desempenho de estacas hélice contínua e
ômega – Aspectos Executivos. São Paulo, 2002. Dissertação (Mestrado) – Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo – Universidade de São Paulo.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122: Projeto e execução de
fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
BARROS, N. B. F. Previsão de recalque e análise de confiabilidade de fundações
em estacas hélice contínua. São Carlos, 2012. Dissertação (Mestrado) – Escola de
Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo.
GUIMARÃES, D; PETER, E. A. Fundações. Porto Alegre, RS: SAGAH, 2018.
HACHICH, W.; FALCONI, F. F.; SAES, J. L.; FROTA, R. G. O.; CARVALHO, C. S.; NIYAMA,
S. Fundações – teoria e prática. São Paulo: Editora PINI, 1996. 750p.
SCALLET, M. M. Comportamento de estacas escavadas de pequeno diâmetro
em solo laterítico e colapsível da região de Campinas/SP. Campinas, 2011. 166p.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
Resolução: Uma desvantagem da estaca hélice contínua é a
necessidade de uma central de concreto próxima ao local de
execução. A necessidade de concreto próximo ao terreno se deve
ao fato que no processo executivo da estaca hélice continua, a
concretagem acontece logo após a hélice atingir a profundidade
de escavação, pelo interior do tubo central, enquanto a haste é
retirada. A falta de concreto acarreta em paralisação da atividade.
Feedback de reforço: A estaca hélice contínua possui um processo
construtivo que envolve escavar ao solo e simultaneamente fazer a
injeção do concreto no furo, pelo interior do tubo central, enquanto
a haste é retirada. É importante que não há paralisação durante a
execução da estaca.
59
Questão 2 – Resposta: B
Resolução: A estaca broca é caracterizada pela sua escavação com
trados manuais, de acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2019). A estaca
broca é uma estaca de execução simples, mas que tem limitações
como a limitação de comprimento devido a escavação manual.
Feedback de reforço: Esta estaca é uma estaca de execução simples,
sendo feita com escavação manual. É bastante comum em obras de
pequeno porte.
Questão 3 – Resposta: C
Resolução: Se a capacidade de carga de ruptura é 1000kN, com
FS de 2, a carga admissível desta estaca será de 500kN. Assim, o
número de estacas será: 3000/500 = 6 precisará de 6 estacas
para sua fundação.
Feedback de reforço: O número de estacas é calculado pela relação
entre a carga do pilar e a capacidade de carga admissível da estaca.
60
60
Estacas Strauss
Autora: Bianca Lopes de Oliveira
Objetivos
61
1. Estaca Strauss
Hachich et al. (1996) citam que a estaca Strauss foi utilizada na Europa
e nos Estados Unidos desde o princípio do século XX, com aumento
de seu uso no Brasil durante e após a 2º Guerra Mundial. As estacas
Strauss podem ter diâmetros de 25 cm a 55 cm e podem ser utilizadas
em terrenos acidentados e em construções já existentes. São estacas
que não apresentam elevada capacidade de carga de ruptura
(GUIMARÃES; PETER, 2018).
62
62
• Soquete: cilindro metálico maciço, com diâmetro menor do que a
camisa metálica e peso mínimo de 300 kg.
63
O operador passa a manobrar a sonda para cima e para baixo
(figura 2), fazendo a perfuração do terreno com auxílio de água que é
lançada manualmente dentro e fora da tubulação. Assim que a sonda
é completada com terra, este material é descarregado pelas janelas
longitudinais e o processo continua, com a sonda avançando pelo
solo até aproximadamente o comprimento de um segmento de tubo
de 2,0 a 3,0 m.
Fonte: vbacarin/iStock.com.
64
64
Após a perfuração, a camisa metálica tem seu interior limpo com água e
são retirados a água e lama resultante do contato água e solo da sonda.
O soquete também é lavado e posicionado acima do tubo. É iniciada a
concretagem, lançando-se o concreto por meio de um funil no interior
dos tubos até uma altura aproximada de um metro (ABNT, 2019).
Utilizando-se o soquete, apiloa-se o concreto, formando uma espécie de
bulbo pela expulsão do concreto, conforme ilustrado pela figura 3.
65
não permitir que o soquete entre em contato com o solo da parede
da perfuração e provoque solapamento e mistura de solo ao concreto
(HACHICH, 1996). A concretagem termina quando o concreto atinge um
diâmetro acima da cota de arrasamento da estaca (excesso que será
cortado para o preparo da cabeça da estaca).
O concreto a ser utilizado nas estacas Strauss deve ter consumo mínimo
de 300 kg/m³, com consistência plástica (slump test entre 8 cm e 12 cm
para estacas não armadas e de 12 cm a 14 cm para estacas armadas), fck
superior a 20MPa aos 28 dias e agregados com diâmetros entre 12,5 a
25mm para que preencha de maneira uniforme, sem descontinuidades
o fuste da estaca (ABNT, 2019).
66
66
• Possibilidade de se conhecer as camadas de solo pela retirada
de amostras, de maneira a comparar com o obtido na
sondagem à percussão.
67
A capacidade de carga de ruptura da estaca (P) será composta de
resistência de atrito lateral (PL) e resistência de ponta (PP). Para se
determinar essa capacidade de carga são comumente utilizadas
fórmulas teóricas e métodos semi-empíricos (baseados em parâmetros
de resistência obtidos em ensaios in situ de penetração como CPT e
SPT), como os tradicionais métodos Aoki-Velloso (1975) e de Décourt-
Quaresma (1978).
PR = PL + PP
Em que:
PL U . L.rL e PP A.rp
68
68
Os valores da parcela de atrito lateral e da parcela de resistência de
ponta são calculados pelas equações:
K .N P
rp
F1
.K .N
rL
F2
Sendo N o valor do SPT obtido no ensaio e os fatores α e K obtidos no
quadro 2 e F1 e F2 obtidos no quadro 3.
69
Quadro 3 – Fatores F1 e F2 para Aoki-Velloso
Tipos de estacas F1 F2
ASSIMILE
Lembre-se: a estaca Strauss é uma ótima solução
em terrenos acidentados, locais confinados ou para
ser executada no interior de construções existentes.
Sua simplicidade de construção e de adaptação dos
equipamentos a torna uma boa opção para construções
de pequeno porte.
70
70
N
rL 10. L 1
3
rP C.N ' P
Argila 120
Areia 400
71
3. Exemplo de cálculo da capacidade de carga de
uma estaca Strauss
Método de Aoki-Velloso:
U = π.D = π.0,32 = 1,0 m e A = π.D2/4 = 0,0804 m²
72
72
Quadro 7 – Cálculo PL de acordo com Aoki-Velloso
1126,60
Método de Décourt-Quaresma:
U = π.D = π.0,32 = 1,0 m e A = π.D2/4 = 0,0804 m²
N
PR 0, 6.C.N ' P . A 0, 65.10. L 1 .U .L
3
14
PR 0, 6.250.31.0, 0804 0, 65.10. 1 .1, 0.7
3
PR 631, 69 kN
Logo, a capacidade de carga considerando fator de segurança global 2
será de 315,85 kN.
73
cargas dos pilares, elabora-se o projeto executivo das estacas. Isso é
feito pelo cálculo do número de estacas por pilar e o dimensionamento
dos blocos de coroamento.
TEORIA EM PRÁTICA
Considere que você foi contratado para elaborar o projeto
de fundação de uma residência de dois pavimentos, em
que se prevê uma carga média por pilar de 250 kN. As casas
vizinhas são antigas, da década de 1960. Foi realizada a
sondagem e obteve-se os seguintes dados:
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
74
74
a. Estaca de concreto moldada in loco, executada por
perfuração do solo mediante o emprego de uma
sonda, com a introdução de revestimento com
camisa metálica, realizando-se o lançamento do
concreto, com apiloamento, e simultânea retirada
lenta do revestimento.
a. Ao nível de água.
b. A esforços axiais.
75
c. A esforços de compressão.
d. A esforços de tração.
a. Vizinhança antiga.
Referências bibliográficas
ALONSO, U. R. Exercícios de fundações. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2019.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122: Projeto e execução de
fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
BARROS, N. B. F. Previsão de recalque e análise de confiabilidade de fundações
em estacas hélice contínua. São Carlos, 2012. Dissertação (Mestrado) – Escola de
Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo.
BRANCO, C. J. M. C. Provas de carga dinâmica em estacas escavadas de pequeno
diâmetro com ponta modificada. Tese (Doutorado). Escola de Engenharia de São
Carlos – Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006.
GUIMARÃES, D; PETER, E. A. Fundações. Porto Alegre, RS: SAGAH, 2018.
HACHICH, W.; FALCONI, F. F.; SAES, J. L.; FROTA, R. G. O.; CARVALHO, C. S.; NIYAMA,
S. Fundações – teoria e prática. São Paulo: Editora PINI, 1996.
76
76
Gabarito
Questão 1 – Resposta: A
Resolução: A estaca Strauss é denominada pela NBR 6122 (ABNT,
2019) como sendo uma estaca de concreto moldada in loco,
executada por perfuração do solo mediante o emprego de uma
sonda, com a introdução de revestimento com camisa metálica,
realizando-se o lançamento do concreto, com apiloamento, e
simultânea retirada lenta do revestimento.
Feedback de reforço: A estaca Strauss é uma estaca muito utilizada
em obras que não podem, durante a execução da fundação,
apresentar vibrações. É uma estaca de simples execução e permite
seu uso em locais confinados, devido ao porte dos equipamentos
utilizados.
Questão 2 – Resposta: D
Resolução: Quando uma estaca está sujeita a esforços de tração e
não axiais ele deve ser armada.
Feedback de reforço: O concreto é um material que possui alta
resistência à compressão. Quando existem outros tipos de esforços
solicitantes pode haver a necessidade de reforço estrutural.
Questão 3 – Resposta: C
Resolução: A existência de argila saturada é um empecilho ao uso
de uma estaca Strauss.
Feedback de reforço: É importante se analisar o tipo de solo, pois
para cada fundação há restrições de seu uso em determinadas
situações. A estaca Strauss é executada pela perfuração utilizando
uma piteira e revestimento metálico.
77
Estaca tipo Franki
Autora: Bianca Lopes de Oliveira
Objetivos
78
78
1. Estaca tipo Franki
79
• Tubos cujas características (diâmetro e peso por metro linear) são
indicadas no quadro 2.
Diâmetro da
Peso (kN) Diâmetro (m)
estaca (m)
0,30 10 0,18
0,35 15 0,18
0,40 20 0,25
0,45 25 0,28
0,52 28 0,31
0,60 30 0,38
0,70 34 0,43
0,30 1,4
0,35 1,75
0,40 2,25
0,52 3,65
0,60 4,50
80
80
e areia. Esta mistura é então compactada com golpes do pilão, de
forma a se expandir lateralmente e se aderir fortemente ao tubo. Com
a bucha formada, o tubo é cravado no terreno por meio do impacto
de golpes sucessivos do pilão na bucha. Ao fim da cravação (definida
pela verificação da nega do tubo nos últimos metros de cravação), o
tubo é preso à torre do bate-estaca por meio de cabos de aço e a bucha
é expulsa, conforme ilustrado na figura 1. A NBR 6122 (ABNT, 2019)
estabelece que as negas de cravação do tubo devem ser obtidas de
duas maneiras:
81
Figura 1 – Processo executivo de uma estaca Franki
82
82
Com o término da execução do alargamento da base, é colocada a
armação, que deve ser ancorada na base. Esta ancoragem, segundo
Hachich et al. (1996), é feita pela compactação de um volume adicional
de concreto na armação recém colocada sobre a base alargada. Para
que não ocorra risco de rompimento de armadura na execução deste
concreto adicional, o pé da armação deve ser feito com aço CA-25, para
que o aço se adapte sem romper a compactação, conforme a NBR 6122
(ABNT, 2019). A armadura na estaca Franki é integral, pois faz parte do
processo executivo da estaca e também é fundamental para permitir o
controle executivo.
Durante a execução de uma estaca tipo Franki, deve-se atentar para que
todas as demais estacas situadas em um círculo igual a cinco vezes o
diâmetro da estaca estejam cravadas e concretadas há pelo menos 12 h
(ABNT, 2019), pois há o risco de levantamento dessas estacas. Segundo
Hachich et al. (1996), o dano pode ser causado pelo empolamento
do solo circundante que se desloca durante a cravação do tubo,
promovendo tração e compressão nas estacas já concretadas. A estaca
danificada pode perder capacidade de carga e até sofrer a ruptura do
fuste ou a perda de contato da base com o solo de apoio.
83
1.2 Vantagens e desvantagens da Estaca Franki
Diâmetro (cm) 30 35 40 52 60
Espaçamento mínimo entre eixos de estacas d (cm) 100 120 130 150 170
84
84
A capacidade de carga de ruptura da estaca (P) será composta de
resistência de atrito lateral (PL) e resistência de ponta (PP). Para se
determinar essa capacidade de carga existem vários métodos, como
o uso de fórmulas teóricas e métodos semi-empíricos (baseados em
parâmetros de resistência obtidos em ensaios in situ de penetração,
como CPT e SPT). Para o cálculo da capacidade de carga de estacas são
comumente utilizados métodos como os tradicionais Aoki-Velloso (1975)
e de Décourt-Quaresma (1978).
PR = PL + PP
Em que:
85
K .N P
rp
F1
.K .N
rL
F2
Sendo N o valor do SPT obtido no ensaio e os fatores α e K obtidos
no quadro 2 e F1 e F2 para estaca Franki são iguais a 2,5 e 5,0
respectivamente.
86
86
A carga admissível é calculada com um fator de segurança global
igual a 2:
PR
Padm =
2
ASSIMILE
A estaca Franki alia vantagens das estacas pré-moldadas,
como a ausência de emendas ou cortes e capacidades de
carga altas devido à sua base alargada e apiloamento do
concreto. No entanto, seu uso é restrito a locais que não
tenham problemas devido ao excesso de vibrações geradas
em seus processos construtivo.
N
rL 10. L 1
3
rP C.N ' P
Sendo N’P o valor médio do SPT correspondente as camadas da ponta
e das imediatamente inferior e superior a mesma; o coeficiente C
característico do solo obtido no Quadro 5; e, NL o valor SPT obtido no
ensaio para cada camada, adotando-se limites para NL sendo 3 ≤ NL ≤15,
desconsiderando-se os valores utilizados no cálculo de resistência de
ponta. Este valor limite para NL se estende a 50 no caso de estacas de
deslocamento e escavados com lama bentonítica.
87
Quadro 5 – Coeficiente C para método Décourt-Quaresma
Argila 120
Areia 400
N
PR C.N ' P . A 10. L 1 .U .L
3
A carga admissível é calculada com um fator de segurança global
igual a 2:
PR
Padm =
2
88
88
Como a estaca tem base alargada, é considerado no cálculo da área
o valor do raio da esfera correspondente ao volume da base.
4. .R 3 3.Vb
Vb R 3
3 4.
Abase .R 2
Neste caso:
4. .R 3 3.0, 25
Vb R 3 0, 39m
3 4.
U .d .0, 40 1, 26m
89
Figura 2 – Dados de sondagem SPT
90
90
Método de Aoki-Velloso:
PR 1030 kN
Logo, a capacidade de carga considerando fator de segurança global 2
será de 515 kN.
Método de Décourt-Quaresma:
NL
PR C.N ' P . A 10. 1 .U .L
3
5
PR 400.7.0, 478 10. 1 .1, 26.10
3
PR 1674 kN
Logo, a capacidade de carga desta estaca Franki, pelo método de
Decourt-Quaresma considerando fator de segurança global 2 será
de 837 kN.
91
TEORIA EM PRÁTICA
Você foi chamado para auxiliar em um projeto de fundações
de um edifício. O projetista lhe passou um relatório de
sondagem e deseja saber qual seriam as opções viáveis
para a fundação. O edifício é localizado em terreno
plano e em quadra com construções da década de 1970.
Inicialmente, o projetista intencionou o uso de estaca
Franki. Qual a sua opinião? A estaca Franki é uma boa opção
neste caso? Se sim, quais aspectos favorecem seu uso?
Se não, existe ainda a possibilidade do uso da estaca tipo
Franki para esta situação?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a. A ausência de vibrações.
d. A ausência de armação.
92
92
2. Ao se calcular a capacidade de carga de uma estaca tipo
Franki, vários fatores devem ser considerados. Assinale a
alternativa de um fator importante que deve ser avaliado
no cálculo da capacidade de carga da estaca Franki.
a. A área da base deve considerar a espessura da
base alargada.
93
Referências bibliográficas
ALONSO, U. R. Exercícios de fundações. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2019.
AOKI, N.; CINTRA, J. C. A. Fundações por estacas: Projeto Geotécnico. São Paulo:
Oficina de Textos, 2010. 96 p.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122: Projeto e execução
de fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
BRANCO, C. J. M. C. Provas de carga dinâmica em estacas escavadas de
pequeno diâmetro com ponta modificada. Tese (Doutorado). Escola de
Engenharia de São Carlos. USP, 2006.
BARROS, N. B. F. Previsão de recalque e análise de confiabilidade de fundações
em estacas hélice contínua. São Carlos, 2012. Dissertação (Mestrado) – Escola de
Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo.
HACHICH, W.; FALCONI, F. F.; SAES, J. L.; FROTA, R. G. O.; CARVALHO, C. S.; NIYAMA,
S. Fundações – teoria e prática. São Paulo: Editora PINI, 1996.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
Resolução: A estaca tipo Franki tem como característica o
alargamento da base.
Feedback de reforço: A estaca Franki possui um método
construtivo em que é utilizada a cravação de uma bucha de areia e
brita que fará parte do fuste da estaca e uma das vantagens de seu
uso é a alta capacidade de carga, proporcionada principalmente
pela resistência de ponta.
Questão 2 – Resposta: A
Resolução: Ao se calcular a capacidade de carga de uma estaca
tipo Franki, deve-se atentar que a área da base é relacionada à
base alargada.
Feedback de reforço: O processo de cálculo da capacidade de carga
da estaca Franki é baseado nos métodos de Aoki-Velloso e Décourt-
94
94
Quaresma. Estes métodos necessitam de dados do solo e dos
dados de profundidade e do diâmetro da base da estaca. A estaca
Franki possui perfil diferente de outras estacas, proporcionando
dimensões específicas.
Questão 3 – Resposta: A
Resolução: A existência de vizinhança com fundações antigas e
precárias é um impecilho ao uso da estaca tipo Franki, pois, devido
à sua vibração causada pela cravação, pode prejudicar a fundação
de edificações vizinhas.
Feedback de reforço: É importante se analisar o processo
construtivo da estaca Franki para se verificar as vantagens
e desvantagens de seu uso. É uma estaca cravada, armada
integralmente e de alta capacidade de carga.
95
Estaca raiz
Autora: Bianca Lopes de Oliveira
Objetivos
96
96
1. Estaca raiz
97
1.1 Processo construtivo de uma estaca raiz
Fonte: Nadtochiv/iStock.com.
98
98
Quadro 1 – Diâmetros nominais e diâmetros dos revestimentos
150 127
160 141
200 168
250 220
310 273
400 355
450 406
99
armadura é feita após a limpeza interna do furo por meio da utilização
da composição de lavagem (tubos de PVC ou galvanizados unidos por
conexões), introduzida até a cota inferior da estaca, sendo concluída
quando a água de retorno não tiver presença de material transportável.
É introduzida, então, a armadura que pode ser montada em feixe ou
gaiola, e é apoiada no fundo do furo, conforme a NBR 6122 (ABNT, 2019).
100
100
são realizados por meio de um tampão apropriado rosqueado no topo
da composição de revestimentos e proporcionam a compressão da
argamassa durante a retirada dos tubos, garantindo que não ocorram
deficiências de argamassa em trechos da estaca. Após a aplicação da
pressão e retirada do revestimento, o nível de argamassa é completado.
Nogueira (2004) acrescenta que a argamassa penetra, ao se retirar o
revestimento, na zona do solo com superfície irregular, aumentando
a resistência por atrito pela solidarização solo-estaca. O processo
executivo de uma estaca raiz é ilustrado pela figura 2.
101
1.2 Vantagens e desvantagens da estaca raiz
Silva (2018) acrescenta como vantagem o fato de a estaca raiz ter alta
capacidade de carga devido à injeção da argamassa. Ele cita vários
estudos que constataram que injeções de argamassa provocam
alterações das características físicas e mecânicas do solo, aumentando
sua resistência à deformação, coesão e resistência ao cisalhamento e
compressão axial.
102
102
Figura 3 – Esquema típico de reticulado
com estacas raiz
Fonte: Fundesp.
103
• Fundações de novas estruturas: seu emprego em fundações de
novas estruturas é interessante quando surgem dificuldades
como presença de obstruções naturais e artificiais, locais com pé-
direito restrito; proximidade de estruturas existentes que exijam
ausência de ruído e vibração e necessidade de resistência à tração
e compressão, devido a grandes esforços horizontais.
104
104
Quadro 2 – Capacidade de carga da estaca raiz
10 100-150
12 100-250
15 100-350
16 100-450
20 100-600
25 250-800
31 300-1100
41 500-1500
ASSIMILE
A estaca raiz é uma estaca escavada injetada que
possui alta capacidade de carga lateral e pode ser
executada em terrenos com pouco espaço ou pé-direito
reduzido e em locais onde há necessidade de ausência
de ruído e vibrações.
105
3. Efeito de estacas em grupo
106
106
Estacas cravadas em areias podem ter eficiência superior à unidade.
Os autores ainda citam que não há teoria ou fórmula apropriada para
a estimativa da capacidade de carga de um grupo ou de sua eficiência.
O que existe são resultados de ensaios que comprovam valores de
eficiência. Assim, na prática, calcula-se a capacidade de carga apenas do
elemento isolado de fundação com a hipótese de eficiência igual a 1.
TEORIA EM PRÁTICA
Suponha que você está analisando as vantagens e
desvantagens dos diversos tipos de estacas escavadas
moldadas in loco. Ao examinar o processo executivo de
uma estaca raiz, deparou-se com os vários usos que ela
possui. Um deles foi o uso na estabilização de encostas.
Como é feita a estabilização de encostas com a utilização
de estaca raiz? Qual é o funcionamento dela no solo e
quais as vantagens de seu uso para esta situação? Quais
seriam algumas razões de seu uso em vez, por exemplo, da
realização de muros de contenção de concreto?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a. Existência de vibrações.
107
c. Baixa capacidade de carga.
d. Injeção de argamassa.
e. Utilização de bate-estaca.
108
108
Referências bibliográficas
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
Resolução: A estaca raiz tem como característica ter em seu
processo construtivo a injeção de argamassa de areia e cimento.
Feedback de reforço: A estaca raiz é uma estaca escavada por meio
de uma perfuratriz e seu revestimento é retirado enquanto seu
fuste é feito. Assim, deve-se verificar os processos de execução para
se entender as características da estaca raiz.
109
Questão 2 – Resposta: A
Resolução: Após o preenchimento com argamassa, deve-se
proceder a extração do revestimento metálico.
Feedback de reforço: A estaca raiz é caracterizada por alta
capacidade de carga devido à junção da argamassa e solo
sob pressão.
Questão 3 – Resposta: E
Resolução: Uma das desvantagens da estaca raiz é o alto consumo
de cimento e aço.
Feedback de reforço: Lembre-se que a estaca raiz tem seu
fuste formado por argamassa sob pressão e que deve ser
integralmente armada.
110
110
Estacas Mega e técnicas de
recuperação de fundações
Autora: Bianca Lopes de Oliveira
Objetivos
111
1. Estacas prensadas ou estacas Mega
A NBR 6122 (ABNT, 2019) define estaca Mega ou prensada como uma
estaca introduzida no terreno por meio de macaco hidráulico reagindo
contra uma estrutura já existente ou criada especificamente para esta
finalidade. É constituída de elementos justapostos (de concreto armado,
protendido ou de aço), emendados e cravados sucessivamente por meio
de macacos hidráulicos.
Donadon (2009) cita que a estaca Mega pode ser utilizada como reforço
de fundações que apresentam comportamento inadequado que pode
ser constatado, por exemplo, pela existência de sinais de recalques
diferenciais como trincas, fissuras ou mesmo rachaduras. A estaca Mega
também pode ser utilizada como reforço para atender mudanças de
carregamento da estrutura.
112
112
Figura 1 – Escavação e posicionamento
de macaco hidráulico
113
Figura 2 – Reforço de baldrame com estaca mega
A NBR 6122 (ABNT, 2019) especifica que a cravação das estacas mega
deve ser realizada por meio de macaco hidráulico equipado com
manômetro, acionado por bomba elétrica ou manual. A escolha do
macaco hidráulico dependerá do tipo e da dimensão da estaca, das
características do solo, dos dados de projeto e possível peculiaridades
do local. Em alguns tipos de solos, a norma sugere que sejam utilizados
jatos de água pelo interior do segmento para auxiliar na cravação.
A cravação prossegue até que a estaca ofereça resistência suficiente
para suportar o peso exercido pela construção (princípio da ação e
reação). De acordo com Marcelli (2007), quando o manômetro indicar o
valor da pressão estabelecida no projeto de fundação, estará finalizada a
estaca e deve-se proceder o cunhamento final. A NBR 6122 (ABNT, 2019)
estabelece que o encunhamento definitivo pode ser feito com o uso
de tijolinhos, cunhas e cabeçote de concreto armado, coerente com as
cargas impostas pela estrutura, garantindo a sua solidez estrutural.
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Marcelli (2007) apresenta cuidados que devem ser levados em
consideração na execução de reforços de fundações em estaca Mega.
Por exemplo, no reforço de fundação em estaca, deve-se avaliar
as possíveis interferências na capacidade de carga das estacas já
cravadas, pois dependendo do espaçamento das estacas existentes,
não será possível uma cravação entre elas devido às distâncias
mínimas que devem ser respeitadas, a menos que seja ampliado o
bloco de estacas. No caso de reforço de sapatas rasas, dependendo
da carga e da estrutura, pode ser necessário criar escoramento
provisórios para evitar desequilíbrio na estrutura. Assim, cada situação
exigirá um projeto específico avaliando se a solução é a mais adequada
técnica e economicamente.
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2. Patologia nas fundações
Fonte: Phooey/iStock.com.
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O estudo da patologia nas estruturas e suas fundações envolve não
apenas a abordagem da reabilitação e manutenção das estruturas
existentes, mas se amplia ao estudo da capacidade de desempenho
futuro das estruturas a serem concebidas. Milititsky (2015) cita a
necessidade de se caracterizar as origens e possíveis mecanismos
deflagladores de manifestações patológicas, como monitorar o
aparecimento e a evolução de fissuras, trincas, desaprumos e/ou
desalinhamentos.
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Estacas de tipo inadequado ao subsolo, resultando em mau
comportamento.
Geometria inadequada, comprimento ou diâmetro inferiores ao
Fundações necessário.
profundas Estacas apoiadas em camadas resistentes sobre solos moles, com
recalques incompatíveis com a obra.
Ocorrência de atrito negativo não previsto, reduzindo a carga
admissível nominal adotada para a estaca.
• Erros de locação.
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• Posicionamento indevido da armadura (não transmitindo os
esforços à estaca) e características do concreto inadequadas.
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• Danos: que podem ser classificados em danos arquitetônicos
(fissuras, trincas, rompimentos de painéis de vidro ou mármore
etc.), danos funcionais (refluxo de esgotos e/ou águas pluviais,
mau funcionamento de portas etc.) e danos estruturais.
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• Condicionantes econômicas: análise da relação custo/benefício
do reforço, verificando-se se os custos do reforço são compatíveis
com o valor da construção no mercado.
ASSIMILE
Os reforços de fundação representam uma intervenção
no sistema solo-fundação-estrutura para corrigir um
mau desempenho ou aumentar a capacidade de carga
da fundação existente, devido à ampliação de áreas ou
mudança do tipo de uso da edificação. Uma maneira
de reforçar a fundação é o uso da estaca prensada ou
estaca Mega.
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• Enrijecimento das estruturas.
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As estacas raiz e as microestacas também podem ser utilizadas como
reforço de fundações. A estaca raiz é uma estaca moldada in loco,
armada e preenchida com argamassa de cimento e areia, sendo
executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva, revestida
integralmente por tubos metálicos recuperáveis no trecho em solo,
conforme a NBR 6122 (ABNT,2019).
TEORIA EM PRÁTICA
A grande maioria dos monumentos históricos no Brasil
se caracteriza por terem sido construídos há décadas
e até séculos, utilizando-se técnicas rudimentares
e materiais naturais de solo e rocha. A preservação
destes monumentos é essencial, pois eles representam
a história do homem, de seus valores culturais,
criatividade e organização social (HACHICH, 1996).
Deve-se promover a conservação e garantir a
estabilidade e funcionalidade destas edificações.
Suponha que você foi contratado para promover a
restauração de um antigo palácio, hoje um museu,
construído no início do século XIX. Ele apresenta fissuras
e trincas que indicam que houve alterações no sistema
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solo-fundação-estrutura. Quais dados devem ser
levantados sobre essa edificação e qual o procedimento
para se escolher o tipo de reforço de fundação neste
caso? Seria possível o uso da estaca Mega? Quais
aspectos do uso da estaca Mega seriam vantajosos na
execução do reforço deste monumento histórico?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Muitas obras de pequeno porte são construídas sem
o conhecimento adequado do subsolo sobre o qual se
apoiará, transferindo as cargas. Essa falta de informação
gera manifestações patológicas nas estruturas, como
o mau funcionamento de portas e janelas. Este dano é
classificado como:
a. Dano arquitetônico.
b. Dano funcional.
c. Dano estrutural.
d. Dano estético.
e. Dano instável.
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utilização de bate-estacas nem a melhoria do solo e
há instabilidade na execução, ou seja, não se pode
haver vibração, é uma alternativa como reforço de
fundação a alternativa:
b. Jet grouting.
c. Escoras de madeira.
e. Estacas prensadas.
a. Utilização de bate-estaca.
Referências bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122: Projeto e execução de
fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
DONADON, E. F. Comportamento de estacas Mega de concreto, implantadas
em solo colapsível. Campinas: Faculdade de Engenharia Civil – UNICAMP, 2009.
147p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia Civil, UNICAMP, 2009.
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GUIMARÃES, D; PETER, E. A. Fundações. Porto Alegre, RS: SAGAH, 2018.
HACHICH, W.; FALCONI, F. F.; SAES, J. L.; FROTA, R. G. O.; CARVALHO, C. S.; NIYAMA,
S. Fundações – teoria e prática. São Paulo: Editora PINI, 1996.
HELENE, P. R. L. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de
concreto. São Paulo, PINI: 1992.
MILITITSKY, J. et al. Patologia das Fundações. 2. ed. São Paulo: Oficina de
textos, 2015.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
Resolução: O mau funcionamento de portas e janelas decorrido de
recalques de fundações é um dano funcional.
Feedback de reforço: Os danos podem ser classificados de
acordo com o que geram na estrutura. Os danos podem atingir a
parte estrutural, alterar a funcionalidade da estrutura e de seus
componentes, ou ainda a aparência da estrutura.
Questão 2 – Resposta: E
Resolução: Em estruturas em que a fundação está precária não se
pode fazer reforços com a utilização de vibração, assim as estacas
prensadas são uma boa opção.
Feedback de reforço: Os reforços de fundações são variados, mas
é possível se avaliar o melhor para cada situação. Locais que não
têm a possibilidade de uso de bate-estacas, não permitem o uso de
estacas tradicionais para o reforço da fundação, por exemplo.
Questão 3 – Resposta: E
Resolução: Uma vantagem do uso da estaca prensada é que ela
pode ser feita em locais pequenos e restritos.
Feedback de reforço: A estaca Mega não gera vibrações e é executada
utilizando-se um macaco hidráulico e segmentos de concreto.
Funciona como uma estaca de reação entre fundação e estrutura.
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