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GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

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Núcleo de Educação a Distância

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS


R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111
www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO.


Material Didático: Ayeska Machado
Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes
Diagramação: Ayrton Nícolas Bardales Neves

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes,
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
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ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver


um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Raphael Tomaz


O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.
Esta unidade analisará a geotecnia, as fundações e as conten-
ções. Especificamente, foram enfocadas: a) a classificação das funda-
ções, fundações rasas e profundas, capacidade de carga dos solos para
infraestrutura e recalques; b) recalques, monitoramento e execução de
fundações profundas, proteção de fundações, sistema de impermeabili-
zação e drenagem, e estruturas de contenção: tipos e dimensionamen-
to; e c) estruturas de contenção. Trata-se de uma pesquisa desenvolvi-
da pelo método hipotético-dedutivo, cuja hipótese está relacionada ao
fato de a geotecnia, as fundações e as estruturas de contenção estarem
diretamente relacionadas com a execução de obras e edificações mais
seguras. Essa abordagem se justifica, pois, o desenvolvimento humano
tem obrigado os homens a criar técnicas e conceitos inovadores para
explorar novos locais, com características peculiares, como solos mais
moles, a fim de permitir a evolução global. Os resultados revelam que
o setor de fundações, geotecnia e estruturas de contenção tem evo-
luído para conseguir acompanhar as mudanças exigidas pelos novos
modelos de construção exigido pela sociedade. Um exemplo disso são
as paredes diafragma, que podem ser executadas próximas a outras
estruturas sem causar danos a elas, pois, sua execução emite baixa
vibração. Há ainda as estruturas de solo reforçado, que empregam ma-
teriais especiais, como geossintéticos para melhorar a resistência do
solo, por exemplo, o que permite a construção de taludes mais verticais,
representando um avanço para a área.

Geotecnia. Fundações. Estruturas de Contenção.


Apresentação do módulo ______________________________________ 10
CAPÍTULO 01
CLASSIFICAÇÃO DAS FUNDAÇÕES, FUNDAÇÕES RASAS E
PROFUNDAS, CAPACIDADE DE CARGA DOS SOLOS PARA
INFRAESTRUTURA E RECALQUES
Classificação das fundações ___________________________________ 12
Fundações Rasas e Profundas _________________________________ 13
Capacidade de Carga dos Solos para Infraestrutura _____________ 24
Recapitulando _________________________________________________ 29
CAPÍTULO 02
RECALQUES, MONITORAMENTO E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES
PROFUNDAS, PROTEÇÃO DE FUNDAÇÕES, SISTEMA DE
IMPERMEABILIZAÇÃO E DRENAGEM, E ESTRUTURAS DE
CONTENÇÃO: TIPOS E DIMENSIONAMENTO

Recalques _____________________________________________________ 34
Monitoramento e Execução de Fundações Profundas __________ 40
Proteção de fundações ________________________________________ 43
Sistema de Impermeabilização e Drenagem ____________________ 45
Recapitulando _________________________________________________ 51

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CAPÍTULO 03
ENSAIO DILATOMÉTRICO DE MARCHETTI, ENSAIO
PRESSIOMÉTRICO E CASOS HISTÓRICOS
Estruturas de Contenção: Tipos e Dimensionamento _____________ 55
Escavações ____________________________________________________ 67
Paredes Diafragma ____________________________________________ 69
Cortinas Atirantadas ___________________________________________ 70
Estrutura de Solo Reforçado ___________________________________ 72
Recapitulando _________________________________________________ 74
Fechando Unidade ____________________________________________ 78
Considerações Finais ___________________________________________ 81
Referências ___________________________________________________ 82

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A escolha do tipo de fundação varia de acordo com a obra, com
suas dimensões, a capacidade de carga do solo, dentre outros fatores.
Esses elementos têm como função principal transmitir a carga das edifica-
ções ao solo, por isso, deve-se escolher o tipo de fundação mais adequado
para cada edificação, evitando o colapso dos solos. As fundações podem
ser divididas em rasas e profundas. As fundações rasas têm no máximo
3 metros de profundidade, podendo ser sapatas, alicerces ou radiers. As
fundações profundas são aquelas estruturas com comprimento superior a
três metros, nesses casos, a transmissão da carga ao solo pode ser feita
pelo atrito lateral, pelo fuste ou pela combinação de ambos.
As estruturas profundas podem ser divididas, basicamente, em
estacas e tubulões. É importante calcular a capacidade de carga dos solos
a fim de avaliar sua disposição para absorver o carregamento das edifica-
ções, sejam elas profundas ou rasas. O cálculo permite prever se o solo
está apto ou não para receber as edificações de modo seguro, evitando a
ocorrência de problemas que afetam a integridade dos seus usuários.
Um problema muito comum nas fundações e que coloca em risco
as edificações são os recalques, que são movimentos descendentes do
solo. O recalque pode ser total, quando toda a estrutura tende a descer,
ou então diferencial, quando apenas uma parte da estrutura afunda. Os
recalques são comuns, pois, quando carregado, o solo tende a afundar, por
isso, nos projetos considera-se o recalque admissível. Quando o recalque
admissível é ultrapassado, as estruturas começam a apresentar proble-
mas, podendo até mesmo colapsarem. Dessa forma, esse parâmetro deve
sempre ser levado em conta na hora de projetar as fundações.
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Para executar as fundações, é preciso escavar o solo para que


este possa abrigá-las. Durante essa operação, os profissionais devem exe-
cutar o serviço com segurança, seguindo as normas e os procedimentos
técnicos estabelecidos. Deve-se sinalizar os locais, quando necessário,
dentre outras medidas. Depois de escavar e executar as fundações, é im-
portante realizar a impermeabilização das estruturas, ou seja, evitar que
fluidos, vapores e umidade penetrem nas fundações. Quando isso não é
realizado, diversos problemas podem surgir, como, a diminuição da vida útil
das estruturas, o aparecimento de patologias, dentre outros problemas que
afetam a integridade das edificações.
Muitas vezes, ao se realizar obras, é preciso preparar o solo an-
tes, bem como criar estruturas de contenção para evitar o surgimento de
problemas nas estruturas vizinhas. Existem diversos tipos de estruturas
que têm suas vantagens e desvantagens, por isso, é importante saber
qual utilizar e como dimensioná-las. As paredes diafragma por exemplo,
podem ser executadas com baixa vibração; o que é bom, pois, diminui-se
10
a suscetibilidade de danos às estruturas vizinhas, e a torna ideal para ser
executada em locais com muitas construções. Ao longo da unidade, você
terá acesso a diversos materiais, não deixe de consultá-los, pois, eles têm
mais informações sobre os tópicos abordados nesta disciplina e que são
essenciais para a sua formação.

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CLASSIFICAÇÃO DAS
FUNDAÇÕES, FUNDAÇÕES
RASAS & PROFUNDAS,
CAPACIDADE DE CARGA DOS
SOLOS PARA
GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

INFRAESTRUTURA E
RECALQUES
CLASSIFICAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
As fundações são elementos estruturais que têm como objetivo
distribuir sobre o solo todo o peso de uma edificação. Elas podem ser
classificadas, basicamente, em rasas e profundas. Para escolher o
tipo de fundação a ser utilizada em uma edificação, é preciso considerar
a profundidade da camada resistente do solo, bem como a intensidade
da carga. Após definir esses parâmetros, deve-se escolher o método
mais econômico que atende às normas de segurança e seja feito de

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forma mais rápida.
É importante destacar que a norma ABNT NBR 6122 trata do
projeto e da execução de fundações, isto é, de todas as fundações con-
vencionais utilizadas para a construção de edificações, como residên-
cias, pontes, viadutos, dentre outras coisas. Além disso, esse documen-
to rege o que for aplicável em normas específicas para cada caso em
particular.

FUNDAÇÕES RASAS E FUNDAÇÕES PROFUNDAS


Fundações rasas
As fundações rasas ou diretas são estruturas feitas nas valas
rasas, atingindo no máximo 3 metros de profundidade. Podem ser de-
nominadas fundações rasas também aquelas estruturas que estão re-
pousadas diretamente no solo aflorado e firme, como arenitos, moledos
(rochas em decomposição), rochas, dentre outras. As fundações rasas,
superficiais ou diretas são elementos de fundação mediante os quais
as cargas são transmitidas para o solo por meio de tensões distribuídas
na base da fundação. A profundidade de assentamento, nesses casos,
é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação do terreno ad-
jacente.
A caracterização desse tipo de fundação se dá com base na
forma de distribuição da carga do pilar para o solo que, nesse caso,
ocorre pela base do elemento de fundação. Além disso, a carga apro-
ximadamente pontual que está sob o pilar se transforma em uma carga
distribuída, de modo que o solo consiga suportá-la. Para a execução
dessas fundações, é preciso abrir cavas para a construção dos elemen-

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tos de fundação em seu interior. A figura 1 ilustra exemplos de funda-
ções rasas.

Figura 1: Exemplos de fundações rasas

Fonte: Vieira (2017)

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Esse tipo de fundição pode ser caracterizado por alicerces ou
sapatas corridas, sapatas isoladas e placas ou radiers. Os alicerces ou
sapatas podem ser construídos em estruturas denominadas isoladas,
contínuas ou radiers. As fundações isoladas são aquelas responsáveis
por suportar a carga de somente um pilar, podendo ser um bloco cons-
truído de ciclópico ou concreto simples que tem uma altura elevada em
relação à base. As sapatas podem ser construídas de concreto armado,
a diferença em relação aos blocos é que a sapata tem uma baixa altura
em relação à base. As sapatas são semiflexíveis, trabalhando a flexão,
enquanto os alicerces funcionam por meio de compressão simples. A
figura 2 ilustra uma estrutura apoiada sobre uma sapata rasa:

Figura 2: Estrutura apoiada sobre uma sapata rasa


h<2b
h - a ltura ou profundida de
b - la rgura (ba se menor)
Torre a ltoporta nte
(telefonia celula r)
Funciona como um
boneco teimoso

sa pa ta h
Solo re siste nte
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b
Exe mplo de e strutura a poia da sobre sa pa ta isolda

Fonte: Vieira (2017)

Os alicerces, normalmente, são construídos de forma contínua


nas linhas das paredes em uma edificação usando sistemas como al-
venarias de tijolos maciços escalonados ou blocos simples, concreto
ciclópico, alvenaria sob as lajes de concreto armado (considerado como
um sistema misto) e pedras com argamassa sob lastros de concreto
simples.

Fundações profundas

As fundações profundas são elementos da fundação responsá-


veis por transmitir o peso da edificação ao terreno ou à base (por meio

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da resistência de ponta) ou pela superfície lateral (por resistência do
fuste) ou até mesmo pela combinação de ambas. A ponta ou base pre-
cisa estar assentada em uma profundidade maior que o dobro da sua
menor dimensão na planta e pelo menos igual a 3 metros. As fundações
profundas englobam as estacas e os tubulões.
É importante ressaltar que neste tipo de fundação, o compri-
mento é bem maior que a sua base. A base tem baixa capacidade de
suporte, porém, tem elevada capacidade de carga, uma vez que, há
grande atrito lateral entre e solo e o corpo do elemento de fundação.
Nesses casos, geralmente, não são utilizadas cavas de fundação.
As estacas são peças alongadas com formato prismático ou ci-
líndrico, podendo ser confeccionadas no canteiro ou in loco e cravadas
ou pré-fabricadas. Esse sistema tem como objetivo transmitir a carga
para as camadas mais profundas do terreno, conter o empuxo de água
ou de terra e compactar os terrenos.
As estacas são responsáveis por suportar os esforços axiais
de compressão da edificação. A resposta das estacas a esse esforço
se dá pela força de atrito que existe entre as paredes laterais e o solo e
também da reação do solo (de alta resistência) na ponta da estaca. Se a
estaca resistir apenas ao atrito lateral ou à ponta, ela é denominada es-
taca flutuante ou estaca carregada de ponta, respectivamente. A figura
3 ilustra os diferentes tipos de cargas atuantes nas estacas em função
da resistência do terreno.

Figura 3: Componentes essenciais dos sistemas de estaqueamento


P P P P

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Terreno em
c urso d e
c onsolid a ç ã o

a) b) c) d)
Terreno resistente

Fonte: Naresi Júnior (2019)

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Na figura 3 (a), pode-se observar que a resistência da estaca
tem a contribuição de dois componentes de força, que é o atrito lateral
e a força da ponta. Na figura 3 (b), a estaca está carregada somente na
ponta, nesse caso não há força de atrito atuando sobre ela, assim, ela
atua como um pilar. Já na figura 3 (c), tem-se a estaca flutuante, ou seja,
somente o atrito lateral está atuando sobre ela. Enquanto que na figura
3 (d), há um terreno que está adensando seu próprio peso ou então
está sob a ação de camadas de aterros sobrejacentes, gerando atrito
negativo. Nesse caso, o solo não se opõe ao afundamento da estaca,
permitindo que ela penetre mais facilmente.
A figura 4 ilustra os componentes essenciais dos sistemas de
estaqueamento.

Figura 4: Componentes essenciais dos sistemas de estaqueamento


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Fonte: Gomes (2019)

Qualquer estaca é composta por cabeça, fuste e ponta ou bul-


bo. A cabeça é a parte da estaca ligada ao bloco, já o fuste é a superfí-
cie lateral da estaca que está em contato direto com o solo, sendo que
nessa parte ocorre a resistência das estacas pelo atrito lateral. A ponta é
a parte de baixo da estaca, responsável por transmitir a tensão de com-
pressão ao solo. Quando o diâmetro da ponta é superior ao diâmetro do
fuste, a ponta é denominada bulbo ou cebolão.
No que se refere às posições das estacas, elas podem ser in-
clinadas e verticais, sendo sujeitas a esforços de tração, compressão e
flexão. As estacas podem ser de madeira, de concreto ou metálicas. A

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seguir são descritos os principais tipos de estacas utilizados nas obras.
As estacas de madeira precisam ser de madeira dura, em peças retas,
roliças, descascadas e resistentes. O diâmetro da seção transversal va-
ria entre 18 e 35 centímetros, enquanto seu comprimento pode variar
entre 5 e 8 metros, limitado a 12 metros com emendas, normalmente.
Caso o comprimento requerido seja superior a 12 metros, as emendas
devem ser feitas utilizando talas metálicas e parafusos dimensionados
adequadamente.
As estacas de madeira têm vida útil ilimitada, principalmente,
quando é mantida de forma permanente acima do lençol freático. Nos
casos em que houver o aparecimento de umidade ou contato direto com
água, sua vida útil cai consideravelmente. É importante que ao se utili-
zar estacas de madeira sejam realizados tratamentos de preservação
para evitar a sua decomposição precoce, bem como o ataque de inse-
tos. As madeiras mais utilizadas para a fabricação de estaca são pero-
bas do campo, eucalipto, aroeira e maçaranduba. É importante que na
cravação, a cabeça das estacas seja protegida com um anel de aço ci-
líndrico a fim de evitar o rompimento da madeira com a ação dos golpes
do pilão. Recomenda-se também a utilização de uma ponteira metálica
para facilitar a penetração no solo e proteger a superfície da madeira.
As estacas de concreto podem ser divididas em dois grupos,
as moldadas no local ou in loco e as pré-moldadas, que são cravadas
utilizando equipamentos mecânicos.
As estacas moldadas no local ou in situ são divididas em:
estacas brocas: esse tipo de estaca é executado com o auxílio
de uma ferramenta simples chamada broca, que pode ser um trado he-
licoidal ou concha (uma espécie de saca rolhas), podendo alcançar até

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6 metros de profundidade e diâmetro variando de 15 a 25 centímetros,
sendo executada em baixas cargas (variando entre 50 e 100 kN – kilo
Newton). Essas estacas devem ser cravadas somente acima do nível
do lençol freático a fim de evitar que o fuste seja estrangulado. Usual-
mente, duas pessoas são necessárias para a execução deste trabalho;
estacas Strauss: essas estacas estão na faixa de carga que va-
ria de 200 a 800 kN e diâmetros que variam entre 25 e 40 centímetros.
As estacas Strauss com diâmetro igual a 25 centímetros suportam até
20 toneladas, enquanto que as com 38 centímetros chegam a suportar
até 40 toneladas. Para a execução desta estaca é preciso um guincho
acoplado a um motor, um tripé, uma sonda de percussão com uma vál-
vula de abertura na parte inferior (para retirar a terra), um soquete com
300 quilogramas (kg), tubulação de aço com elementos rosqueáveis,
e que tenham entre 2 e 3 metros, roldanas, ferramentas, guincho ma-
nual e cabos de aço. Essas estacas são simples e leves, permitindo
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que sejam utilizadas em espaços confinados, dentro de construções
já existentes, terrenos acidentados, dentre outros locais. Além disso, a
vibração desse processo é baixa, o que evita a danificação de outras
edificações próximas ao local onde o equipamento está instalado. Com
a estaca Strauss é possível escavar em solo seco ou abaixo do lençol
freático, pois, o sistema utiliza um revestimento recuperável com ponta
aberta, permitindo a execução de concreto armado ou simples;
nas estacas Simplex, o tubo desce por cravação, ao contrário
do que ocorre na estaca Strauss, que é por perfuração. O tubo espesso
tem uma ponteira metálica recuperável ou um elemento pré-moldado de
concreto que não é recuperável (é perdido durante a concretagem), a
fim de impedir que o solo adentre no interior do tubo;
as estacas Franki englobam as cargas que variam de 500 a
1.700 kN, nesse caso, um tubo de ponta fechada é cravado no solo e
sua base é alargada, o que gera vibrações excessivas no solo, que po-
dem danificar as construções adjacentes;
as estacas tipo raiz são moldadas no local por meio da perfu-
ração, utilizando a circulação de água ou método rotativo-percussivo ou
rotativo com diâmetros, variando entre 13 e 45 centímetros com a inje-
ção de calda de cimento ou argamassa sob baixa pressão. Em estacas
raiz perfuradas nos solos, a perfuração ocorre com o revestimento do
tubo metálico, assegurando a integridade do fuste. Caso haja perfura-
ção em trechos de rochas (engastamento em rochas sãs ou passagem
de matacões), o processo utilizado será o rotativo-percussivo sem que
haja a necessidade do revestimento metálico. A estaca raiz é utilizada
para reforçar fundações, em locais de difícil acesso e em obras que têm
como objetivo ultrapassar a camada rochosa ou para obras de conten-
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ção dos taludes. As estacas podem ser feitas em ângulos variando entre
0 e 90°. A vantagem desses equipamentos é o seu tamanho e a sua
robustez, que permitem operar em locais apertados, em locais subterrâ-
neos, dentre outros. Há casos, ainda, em que podem ser utilizados trato-
res de esteiras para locomover e funcionar o sistema hidráulico desses
equipamentos. Após o término da perfuração e do revestimento do furo,
coloca-se a armadura; em seguida, concreta-se o fuste e procede-se a
retirada do tubo de revestimento. É importante que a concretagem seja
executada de baixo para cima, aplicando pressão regular e controlada;
usualmente, a pressão varia entre 0 e 0,4 Mega Pascal (MPa).
As estacas pré-moldadas podem ser de concreto armado, me-
tálicas e mega ou prensadas.
As estacas de concreto armado são utilizadas quando é ne-
cessário ultrapassar grandes camadas de solo mole e em terrenos nos
quais o plano da fundação está em uma profundidade homogênea.
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Vale destacar que não há restrições quanto ao seu uso abaixo do len-
çol freático. Essas estacas podem ser de concreto centrifugado ou de
pró-tensão, o que exige controle tecnológico durante a sua fabricação.
O problema dessas estacas está associado ao seu transporte, pois, é
necessário ter muito cuidado durante essa etapa, bem como em seu
manuseio para evitar danos que podem comprometer sua integridade;
as estacas metálicas são utilizadas devido à quantidade de
carga que suportam, além de poderem ser utilizadas em locais que têm
profundidade de plano de fundação muito variável. A vantagem desse
tipo é que não há problemas em transportá-las ou manuseá-las, além
de permitirem o aproveitamento de peças e a combinação dos perfis
(por meio de soldagens). Esse método permite cravar com rapidez a
estaca, além de ser utilizado em solos duros, a desvantagem desse
processo, entretanto, é a dificuldade para avaliar a nega;
as estacas mega ou prensadas são utilizadas para recuperar
estruturas que sofreram recalques, danos ou ainda para reforçar em-
basamentos em casos que requerem a elevação da carga atuante na
fundação já existente. A execução dessas estacas se dá com a utili-
zação de equipamentos e mão de obra especializada, além de utilizar
módulos de estacas pré-moldados, sendo que a sua cravação é obtida
através da reação da estrutura pré-existente. Para executar essa esta-
ca, utiliza-se uma ponta em aço ou de concreto pré-moldado e módulos
extensores em forma de tubo (ocos por dentro), com encaixes internos,
responsáveis por travá-los adequadamente. A solidarização se dá após
alcançar a nega, ou seja, colocando-se a armadura e concretando-a na
parte oca da estaca, com esperas. Normalmente, executa-se um bloco
de coroamento em cima de um travesseiro para que haja a solidariza-

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS


ção da estrutura e ser reforçada com a estaca prensada colocada.
Há ainda os tubulões, que são indicados para locais em que
há fundações com elevada capacidade de carga, normalmente supe-
riores a 500 kN, sendo executadas tanto acima, como abaixo do nível
de água. Os tubulões são divididos em escavações a céu aberto e em
ambientes submersos. Os escavados a céu aberto são os mais simples,
esse processo é indicado para solos que não são coesivos.
Já o tubulão a ar comprimido é executado quando as cotas de
assentamento estão localizadas abaixo do lençol freático ou submersos.
Recomenda-se a utilização de tubulões executados sob pressão hiper-
bárica para expulsar a água e assegurar a realização da escavação
com marteletes, de modo manual ou com explosivos, caso necessário.
Durante a concretagem, deve-se também manter a pressurização utili-
zando compressores, campânula ou câmara de equilíbrio de pressão e
outros tipos de equipamentos. Isso é necessário, uma vez que, o traba-
19
lho será realizado sob pressão hiperbárica em um local denominado in-
salubre, representando alto nível de risco para a vida dos trabalhadores.
Vale destacar que para a execução desses serviços, as empre-
sas precisam ser registradas, ter o equipamento e dominar as técnicas
especiais. É importante consultar o Anexo 6 da Norma Regulamentado-
ra NR 15 do Ministério do Trabalho que trata das atividades realizadas
em condições hiperbáricas. A figura 5 ilustra o esquema da concreta-
gem sob pressão hiperbárica.

Figura 5: Concretagem sob pressão hiperbárica


GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

Fonte: Moura Leite (2019)

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A norma NR 15 do Ministério do Trabalho trata da
regulamentação de trabalho em condições hiperbáricas,
para conhecê-la, acesse:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_
NR/NR-15.pdf.

CAPACIDADE DE CARGA DOS SOLOS PARA INFRAESTRUTURA


A figura 6 representa uma fundação superficial do tipo sapata.
Nessa imagem, pode-se observar a ação de uma força P, que gera uma
pressão no solo, que, por sua vez, responde com uma reação limite ou
tensão de ruptura, que é denominada, genericamente, como a capaci-
dade de carga do solo. Desse modo, pode-se definir que a capacidade
de carga dos solos é a tensão que gera a ruptura do maciço de terra, no
qual a fundação está apoiada, assentada ou embutida.

Figura 6: Sapata e os esforços atuantes na estrutura e no solo

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Fonte: Adaptado de Bastos (2019)

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Para as fundações diretas, pode-se trabalhar com a carga Q ou
com as tensões/pressões médias p, nas quais a tensão média atuante
no solo (na base de contato) pode ser calculada pela equação 1:

(1)

Na qual, p = pressão média, Q = carga, b = base e l = compri-


mento.
A seguir são apresentados alguns conceitos importantes que
auxiliarão a compreensão das equações utilizadas para o cálculo da
capacidade de carga dos solos. A capacidade de carga ou limite de
ruptura (Qr) é a carga máxima que o solo aguenta antes de se romper,
ou seja, a partir desse ponto, a fundação gera a ruptura do terreno se
deslocando de modo sensível (ruptura generalizada) ou em excesso
(ruptura localizada), ocasionando a ruína das estruturas. A capacidade
de carga de segurança à ruptura (Qseg) é conhecida como a maior
carga transmitida pela fundação ao terreno que, por sua vez, resiste à
ruptura, independentemente das deformações ocorridas. A Qseg pode
ser calculada pela equação 2:

(2)
GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

Na qual: FS = Fator de Segurança, que será tratado mais à


frente.
A capacidade de carga admissível (Qadm) é a maior carga trans-
mitida pela fundação que o terreno aguenta, sem que haja ruptura e de-
formações excessivas no solo. Por isso, ela deve ser compatível com a
sensibilidade da estrutura, bem como com os deslocamentos previstos
na fundação, isso implica que Qadm ≤ Qseg.
A capacidade de carga admissível é calculada considerando
um fator de segurança adequado, as deformações excessivas do solo
e a ruptura. Vale destacar que existem diversos métodos para calcular
a capacidade de carga dos solos, porém, nenhum deles é matematica-
mente exato.
A escolha do coeficiente de segurança não é uma tarefa fácil,
uma vez que, grande parte dos dados básicos utilizados para projetar

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e executar uma fundação tem várias origens, por isso, escolher o coefi-
ciente de segurança é uma tarefa de grande responsabilidade. Maran-
gon (2009) resume quais são os principais fatores a serem considera-
dos para a escolha do coeficiente de segurança, os quais podem ser
observados no quadro 1:

Quadro 1: Principais fatores a serem considerados para a escolha do


coeficiente de segurança

Fonte: Marangon (2009)

Já o quadro 2, ilustra os valores do fator de segurança a serem


utilizados em alguns tipos de obra.

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS


Quadro 2: Valores do fator de segurança a ser utilizado em alguns
tipos de obra

Fonte: Marangon (2009)

23
CAPACIDADE DE CARGA PARA FUNDAÇÕES RASAS

Para determinar a capacidade de carga, podem ser utilizadas


equações teóricas ou semiempíricas que foram determinadas experi-
mentalmente ou então por meio da utilização de provas de carga. A
seguir, apresenta-se a teoria de Terzaghi para calcular a capacidade de
carga dos solos.
Inicialmente, o método de cálculo da capacidade de carga dos
solos foi concebidao apenas para sapatas corridas, ou seja, sapatas
que tinham um comprimento bem maior do que a largura. Além disso, a
equação foi proposta para solos que apresentassem ruptura generaliza-
da, como é o caso de rupturas que ocorrem em solos rígidos ou pouco
compactados ou pouco compressíveis. Essa teoria é a mais utilizada
para o cálculo da capacidade de carga de solos no caso de fundações
rasas.
Para calcular a capacidade de carga do solo utilizando o méto-
do Terzaghi, é preciso admitir algumas hipóteses, que o solo é homogê-
neo, sendo constituído por um material apenas; que o solo é isotrópico,
ou seja, em todos os planos ele tem as mesmas propriedades, dentre
outras coisas. Através dessas hipóteses, é possível deduzir e obter a
equação 3, que é a equação generalizada:

(3)
GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

Na qual: σR = tensão de ruptura ou capacidade de carga do


solo; c = coesão do solo; ̅q = γ*D = carregamento superficial pelo peso
do solo; γ = peso específico do solo; D = profundidade de embutimento
da sapata ou distância da superfície do solo em relação à cota de apoio
da fundação; B = largura da sapata, ou menor dimensão da sapata na
planta; e Nc, Nq e Nγ = fatores de capacidade de carga.
Com a equação 4 consegue-se determinar a capacidade de
carga para diferentes tipos de sapata.

(4)

Na qual: σR = tensão de ruptura ou capacidade de carga do


24
solo; c = coesão do solo; ̅q = γ*D = carregamento superficial pelo peso
do solo; γ = peso específico do solo; D = profundidade de embutimento
da sapata ou distância da superfície do solo em relação à cota de apoio
da fundação; B = largura da sapata, ou menor dimensão da sapata na
planta (para sapata circular B é o diâmetro); e Nc, Nq e Nγ = fatores de
capacidade de carga; Sc, Sq e Sγ = fatores de forma da sapata.
Os quadros 3 e 4 representam os valores de capacidade de
carga do solo para diferentes ângulos de atrito e valores para o fator
de forma em diferentes tipos de sapata, respectivamente. É importante
ressaltar que o ângulo de atrito ocorre, pois, o contato entre o solo e
a estrutura é rugoso, gerando o ângulo de atrito e um outro ângulo de
inclinação.

Quadro 3: Capacidade de carga do solo para diferentes ângulos de


atrito

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS


Fonte: Viana (2014)

Quadro 4: Valores para o fator de forma em diferentes tipos de sapata

Fonte: Viana (2014)

25
Essa equação também pode ser expandida para calcular a ca-
pacidade de carga em solos compressíveis, para isso utiliza-se a equa-
ção 5:

(4)

Na qual: σ’R = tensão de ruptura ou capacidade de carga do


solo; c’ = coesão do solo; ̅q = γ*D = carregamento superficial pelo peso
do solo; γ = peso específico do solo; D = profundidade de embutimento
da sapata ou distância da superfície do solo em relação à cota de apoio
da fundação; B = largura da sapata, ou menor dimensão da sapata na
planta (para sapata circular, B é o diâmetro); e N’c, N’q e N’γ = fatores de
capacidade de carga; Sc, Sq e Sγ = fatores de forma da sapata.

VAMOS APRENDER UM POUCO MAIS?


Existem diversos métodos para calcular a capacidade de
carga em fundações rasas, para conhecer os principais,
acesse:
http://site.ufvjm.edu.br/icet/files/2016/08/AULA05b-
FUNDACOES-DIRETAS-CAPACIDADE-DE-CARGA.pdf.

Capacidade de carga para fundações profundas

A seguir exemplifica-se uma forma de calcular a capacidade de


carga em fundações, quanto ao recalque ou quanto à ruptura. Pode-se
GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

medir diretamente através de correlações entre o índice de penetração


SPT (N) e a carga de ruptura ou recalque. Métodos indiretos também
podem ser utilizados para medir a capacidade de carga em fundações
profundas, ou seja, por meio da correlação entre os valores de N e/
ou parâmetros de resistência ao cisalhamento e à previsibilidade, nos
quais os valores determinados são utilizados em equações de Mecâni-
ca dos Solos. Existem diversos métodos para calcular a capacidade de
carga profunda em fundações, a seguir é apresentado um muito utiliza-
do no Brasil.
O método Décourt-Quaresma tem sido utilizado para o cálculo
em diversos tipos de estacas, sendo este método muito aplicado nos
dias de hoje. Com ele, consegue-se, além do cálculo da capacidade de
carga das estacas utilizando o SPT, calcular o comprimento das estacas
a fim de realizar orçamentos para fundações e determinar a quantidade
parcial de estacas por bloco de fundação. O cálculo da capacidade de
carga é realizado por meio da equação 5:
26
(5)

Na qual, qp = tensão de ruptura de ponta; Ap = área da ponta da


estaca; qs = atrito lateral unitário; As = área lateral da estaca; α = parâ-
metro de ajuste para estacas não cravadas; β = parâmetro de ajuste
para estacas não cravadas. Os parâmetros α e β variam de acordo com
o tipo de estaca e podem ser obtidos no quadro 5:

Quadro 5: Valores dos parâmetros α e β

Fonte: Marangon (2009)

Neste princípio, o solo exercerá uma força na ponta e na lateral


da estaca, evitando que ela afunde. Isso faz com que seja gerado um li-
mite entre o começo do deslocamento do solo ou a sua ruptura e a força
máxima exercida na estaca. Esse fenômeno é chamado de capacidade
de carga da estaca. Assim, para calcular a tensão de ruptura da ponta,
utiliza-se a equação 6:

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS


(6)

Na qual, K = coeficiente tabelado, que varia em função do solo


(quadro 6) e N = NSPT ou número NSPT ou então o número de golpes
necessários para fazer com que haja penetração de 30 centímetros no
solo (esse valor é obtido na sondagem a percussão do terreno).

27
Quadro 6: Valores dos parâmetros α e β
Tipo de solo K (KN/m2)
Argila 120
Silte Argiloso 200
Silte Arenoso 250
Areia 400
Fonte: Tognetti (2015)

O atrito lateral unitário pode ser calculado pela equação 7:

(7)

VAMOS APRENDER UM POUCO MAIS?


Existem diversos métodos para calcular a capacidade de carga
em fundações profundas, para conhecer os principais e como calculá-
-los, acesse:
http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/GF06-CapCarga
Prof-por-meio-SPT-2009.pdf.
http://www.lmsp.ufc.br/arquivos/graduacao/fundacao/
apostila/04.pdf.
http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/GF06-CapCarga
Prof-Est%C3%A1ticoDin%C3%A2mico-2009.pdf.
GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

28
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 1
Ano: 2008 Banca: FCC Órgão: TRF 5 Prova: FCC – TRF 5 – Analista
Judiciário – Engenharia Civil Nível: Superior.
Considere as características abaixo, referentes a alguns tipos de
fundações profundas:
I. É empregada em locais confinados ou terrenos acidentados de-
vido à simplicidade do equipamento utilizado. Sua execução não
causa vibrações, evitando problemas com edificações vizinhas.
Porém, em geral, possui capacidade de carga menor que estacas
pré-moldadas de concreto e possui limitação devido ao nível do
lençol freático.
II. Utiliza grande quantidade de cimento sob pressão; seu diâme-
tro de fuste é pequeno em relação à alta resistência de carga que
suporta; seu equipamento é de pequeno porte e permite cravações
inclinadas; um dos principais problemas deste processo é a gran-
de quantidade de lama gerada.
III. Apresenta método de grande impacto vibracional no solo, seu
equipamento requer grande área de manobra, além de ser pouco
moderno; sua principal característica é o bulbo formado na ponta
da estaca e um fuste nervurado por conta do processo de crava-
ção; utiliza concreto seco apiloado e camisa metálica recuperável.
Os textos descrevem, respectivamente, os seguintes tipos de fun-
dação:
a) Strauss, Raiz e Franki.

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b) Barrete, Hélice Contínua e Mega.
c) Hélice Contínua, Broca e Tubulão.
d) Tubulão, Raiz e Strauss.
e) Mega, Hélice Contínua e Raiz.

QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: PMS Prova: Prefeitura Municipal de
Salvador – Analista – Engenharia Civil Nível: Superior.
A partir dos procedimentos executivos para estacas raiz determi-
nados pela Norma NBR 6120 – Projeto e Execução de Fundações,
analise as afirmativas a seguir:
I. São moldadas in loco, armadas em todo o seu comprimento.
II. O furo é preenchido com argamassa mediante bomba de injeção.
III. Não deve ser executada em solos muito duros ou muito com-
pactos, ou quando houver ocorrência de matacões.
29
Está correto o que se afirmar em:
a) I, somente.
b) II, somente.
c) III, somente.
d) I e II, somente.
e) I, II e III.

QUESTÃO 3
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TCE – AP Prova: FCC – 2012 – TCE-
-AP – Analista de Controle Externo – Engenharia Nível: Superior.
Capacidade de carga de uma fundação é a carga que provoca:
a) a sua ruptura, sendo influenciada pelas dimensões e pelo posicio-
namento da fundação, porém, depende principalmente da resistência
e da compressibilidade do solo em que se apoia e da posição do nível
d’água.
b) a sua ruptura, não sendo influenciada pelas dimensões e pelo posi-
cionamento da fundação, porém, depende principalmente da compres-
sibilidade do solo em que se apoia.
c) a sua ruptura, não sendo influenciada pelas dimensões e pelo posi-
cionamento da fundação, porém, depende principalmente da posição
do nível d’água.
d) escoamento do solo, sendo influenciada pelas dimensões e pelo po-
sicionamento da fundação e independe da resistência e da compressi-
bilidade do solo em que se apoia.
e) deformações estruturais aceitáveis, não sendo influenciada pelas di-
mensões e pelo posicionamento da fundação e independe da posição
do nível d’água.
GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: UECE Órgão: DETRAN-CE Prova: (UECE) – 2018
– Departamento Estadual de Trânsito – CE (DETRAN/CE) – Analis-
ta de Trânsito Nível: Superior.
Uma das propriedades fundamentais do comportamento dos so-
los se refere à sua resistência ao cisalhamento, característica es-
sencial para a estabilidade em particular de obras de engenharia,
tais como aterros, encostas, taludes, maciços de barragens e para
a capacidade de carga de fundações. A resistência ao cisalha-
mento de um solo é definida como a tensão do solo para um nível
suficientemente grande de deformação que permita caracterizar
uma condição de ruptura, estado no qual o solo não suporta mais
acréscimo de carga. Os componentes que conferem ao solo uma
resistência ao cisalhamento e consequente à ruptura são o atrito
30
interno e a coesão. Atente ao que se diz a seguir sobre a origem
da parcela de resistência ao cisalhamento oriunda da coesão, e
assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) A coesão de um solo depende principalmente das tensões nor-
mais a ele aplicadas.
( ) A coesão de um solo depende particularmente da atração iôni-
ca entre partículas argilosas.
( ) A coesão de um solo se origina das tensões superficiais gera-
das pelos meniscos capilares.
( ) A coesão aparente de um solo se origina pelo efeito da sucção
matricial e é função do grau de saturação do solo.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) F, V, V, V.
b) V, V, F, F.
c) V, F, V, F.
d) F, F, F, V.

QUESTÃO 5
Ano: 2013 Banca: FUNDATEC Órgão: PMG-RS Prova: Prefeitura de
Gramado – RS 2013 – FUNDATEC – Engenheiro Civil Nível: Supe-
rior.
A escolha da solução de fundações deve buscar o melhor com-
promisso entre desempenho e custo. As opções disponíveis são
cada vez mais variadas, caracterizando um mercado muito dinâ-
mico. Alguns tipos que foram adotados durante muito tempo se
tornaram obsoletos em função das novas tecnologias disponíveis,
que conduzem a soluções de qualidade reconhecida. Verifique as

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS


seguintes afirmações relacionadas ao assunto:
I. Estacas metálicas de perfis simples conduzem à cravação com
intensa vibração.
II. Sapatas isoladas não permitem a existência de pilares na divisa,
num prédio com várias linhas de pilares nos dois sentidos.
III. Não se recomenda a adoção de estaca pré-moldada de concreto
em solos cuja cota da ponta da estaca seja muito variável.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

31
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Os tubulões a ar comprimido são um tipo de fundação profunda, usual-


mente vertical, utilizados para transmitir cargas com médio e alto valor
ao solo. Normalmente, têm seção transversal circular, mas podem ter
outros formatos. Nesse processo, utiliza-se uma campânula para alcan-
çar o lençol freático, depois desse ponto, o ar comprimido é injetado a
fim de equilibrar as subpressões de água, favorecendo a escavação a
seco. Diante desta breve passagem acerca dos tubulões de ar compri-
mido, discorra sobre esse processo.

TREINO INÉDITO

Na realização do estudo do solo utilizando o método de percussão, ob-


tiveram-se os seguintes dados:
Peso do maço (P): 150 kg
Altura da queda (h): 2,0 m.
Espessura de aprofundamento (e): 25 cm
Número de quedas (n): 8
Sessão da superfície inferior (S): 400 cm2.

Calcule a resistência desse solo utilizando a equação acima:


a) 25,7 kgf/cm2.
b) 24,7 kgf/cm2.
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c) 23,7 kgf/cm2.
d) 26,7 kgf/cm2.
e) 27,7 kgf/cm2.

NA MÍDIA

Como construir em solos argilosos? Conheça boas práticas

Você sabia que nem todo solo argiloso é ruim para construção? Saiba
mais sobre esse tipo de terreno tão comum no Brasil e entenda como
aproveitá-lo da melhor forma possível.
Comuns em diferentes regiões do Brasil, os solos argilosos se
caracterizam por apresentar grãos pequenos e alta coesão. Também
conhecidos como solos finos, eles têm consistência variável em fun-
ção da quantidade de água presente entre os grãos. Por isso mesmo,
32
podem apresentar características antagônicas, ora estáveis, ora susce-
tíveis a deformações.
“A resistência das argilas depende do arranjo dos seus grãos e do índi-
ce de vazios em que se encontra”, explica a engenheira Gisleine Coelho
de Campos, pesquisadora do IPT. Segundo ela, outros fatores, como
a presença de matéria orgânica e o histórico de tensões a que foram
submetidos, impactam o comportamento dos solos argilosos. Portanto,
não há como definir características e comportamentos padronizados.
“Os desafios técnicos que envolvem a construção em solos argilosos
variam de acordo com seu estado, sua composição e suas caracterís-
ticas físico-químicas”, acrescenta o engenheiro Ilan Gotlieb, presidente
da Associação Brasileira das Empresas de Projeto e Consultoria em
Engenharia Geotécnica (ABEG)...”

Fonte: AECWeb
Data: 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/como-construir-em-solos-argilo-
sos-conheca-boas-praticas_19176_10_0

NA PRÁTICA

Diariamente, os especialistas encontram dificuldades para a execução


de fundações. É essencial estar preparado para agir com criatividade,
inteligência e competência técnica para a execução dessa etapa da
obra. Os profissionais devem conhecer bem o solo em que irão executar

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS


as fundações, para isso, podem ser realizadas investigações geotécni-
cas que auxiliarão na obtenção de informações acerca dos mesmos.
Diante dessas informações, consegue-se determinar a capacidade de
carga dos solos, qual a profundidade que a fundação estará, qual o
melhor tipo de fundação, dentre outras coisas. Os desafios na área são
grandes, mas, com os avanços tecnológicos e o desenvolvimento, é
preciso desenvolver técnicas para a execução de edificações com se-
gurança até nos ambientes mais críticos. Por isso, cabe a você como
profissional contribuir para o desenvolvimento da área de fundações e
assegurar o crescimento global.

33
RECALQUES
MONITORAMENTE &
EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES
PROFUNDAS, PROTEÇÃO DE
FUNDAÇÕES, SISTEMA DE
GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

IMPERMEABILIZAÇÃO &
DRENAGEM, & ESTRUTURAS DE
CONTENÇÃO: TIPOS &
DIMENSIONAMENTO
RECALQUES
O recalque pode ser definido como o movimento vertical des-
cendente de um elemento estrutural, nos casos em que o movimento é
ascendente, o fenômeno é denominado levantamento. Há ainda o recal-
que diferencial específico, que é a relação existente entre as diferenças
do recalque de dois apoios e a distância entre eles. Os recalques nas
34
fundações ocorrem devido ao rompimento do contato entre o solo e a
fundação, isso faz com que a fundação afunde mais do que foi especi-
ficado no projeto. Quando o rompimento é em toda a fundação, tem-se
o recalque total; porém, quando esse fenômeno ocorre somente em um
determinado segmento da fundação, tem-se o recalque diferencial.
Os recalques são normais nas edificações, sendo estes deno-
minados recalques admissíveis. O recalque admissível é algo impor-
tante a ser considerado durante a análise e o projeto das fundações,
o profissional precisa definir um limite máximo de recalque desejável.
Quando o recalque ultrapassa o limite aceitável, afeta-se o desempe-
nho das estruturas e a segurança da edificação. Os danos causados
pela movimentação estrutural das fundações podem ser divididos em
três classes:
os danos arquitetônicos, que afetam a estética da edificação,
ocasionando trincas em acabamentos e paredes, dentre outras coisas;
os danos funcionais, que afetam o uso da edificação, gerando
dificuldades para abrir portas, irregularidades nos pisos, desgaste ex-
cessivo de elevadores, dentre outras coisas;
os danos estruturais que são os danos gerados de fato à es-
trutura, atingindo pilares, vigas e até mesmo o colapso da edificação.
Recomenda-se que todos os recalques e fissuras sejam moni-
torados, porém, nem sempre o assunto é levado em consideração como
deveria. A previsão de recalque deve ser feita na etapa de concepção
da estrutura, de modo a assegurar a segurança das edificações e a evi-
tar a deformação excessiva e a ruptura do solo. As estruturas, ao serem
carregadas, tendem a sofrer recalque. Pode-se dividir o recalque total
em três tipos:

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS


o recalque elástico ou imediato (ρi): ocorre por deformações
elásticas no solo, logo após o carregamento da estrutura, se manifes-
tando em curtos espaços de tempo (horas ou poucos dias);
o recalque por adensamento primário (ρa): ocorre pela expul-
são de ar e água nos vazios de solo e se caracteriza como um processo
lento, que varia de acordo com a permeabilidade do solo que está car-
regado, podendo se manifestar em médio espaço de tempo (meses ou
anos);
o recalque por adensamento secundário (ρc): ocorre pelo rear-
ranjo estrutural do solo, que é gerado por tensões cisalhantes atuantes
sobre ele. Esse tipo de recalque ocorre, normalmente em solos coesi-
vos e saturados, é importante ressaltar que ele deve ser considerado
nos cálculos de fundações, pois, ele tem grande representatividade. Os
recalques por adensamento secundário manifestam-se após longos pe-
ríodos de tempo (décadas).
35
Existem alguns fatores que estão diretamente relacionados ao
recalque e que estão fora do controle dos profissionais, o que afeta a
precisão dos resultados e das análises. Os principais fatores são:
a heterogeneidade do solo, pois, geralmente, a análise do
solo é realizada considerando um perfil composto por alguns pontos
investigados. Dessa forma, podem existir particularidades que não são
detectadas durante a prospecção;
as variações das cargas previstas para a fundação. Isso ocorre
devido ao carregamento acidental não previsível, bem como à redistri-
buição dos esforços;
a imprecisão dos métodos para cálculo, ainda que a mecânica
dos solos tenha evoluído, o ser humano não descobriu métodos exatos
para tal.
Há outros fatores que podem causar deformações no solo e re-
calque nas estruturas, além das próprias cargas. Esses fatores podem
ser, em parte, previstos pelos profissionais responsáveis, dentre eles
pode-se citar:
o rebaixamento do lençol freático, nesses casos, quando ocor-
rem camadas compressíveis, aumentando as tensões efetivas, os car-
regamentos externos não são considerados;
os solos colapsáveis, que apresentam alta quantidade de va-
zios, nos quais ocorre uma ruptura repentina da cimentação intergranu-
lar, causada pelo contato direto do solo com a água;
as escavações nas proximidades das fundações, mesmo utili-
zando estruturas de contenção movimentos de recalque podem ocorrer
nas fundações adjacentes;
as vibrações podem ser causadas por equipamentos como ba-
GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

te-estacas, rolos compactadores, trânsito, dentre outras coisas.


Existem alguns métodos para tentar estimar quando poderá
ocorrer o recalque em fundações, tando as rasas, como as profundas.
Os cálculos podem variar de acordo com o tipo de solo. A seguir é
exemplificado um método para calcular o recalque em fundações rasas,
e outro para fundações profundas.
Por meio da equação 8, consegue-se calcular o recalque ime-
diato nas argilas, seguindo a teoria da elasticidade para fundações ra-
sas:

(8)

36
Na qual: ρi = recalque imediato; σ: tensão média na superfície
de contato entre a base da fundação superficial e o topo da camada de
argila; ν = coeficiente de Poisson do solo; Es = módulo de elasticidade
ou de deformabilidade do solo; B = menor dimensão do elemento da
fundação superficial; Iρ = fator de influência (ver quadro 7 – esse valor é
dependente da rigidez e da forma do elemento superficial).

Quadro 7: Fator de influência

Fonte: Perloff e Baron, (1976 apud Cintra el al., 2003)

O cálculo do módulo de deformabilidade dos solos pode ser


realizado quando não houver valores tabelados ou ensaios disponíveis
para fornecer os valores. Para isso, executa-se uma estimação partindo
de correlações com as medidas nos ensaios de campo, como, ensaio
de cone, SPT, dentre outros. Por meio da equação 9, consegue-se cal-

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS


culá-lo no ensaio de cone:
(9)
No qual, qc = a resistência de ponta medida no ensaio de cone
e α = coeficiente empírico (ver quadro 8 – esse valor varia de acordo
com o solo).
Quadro 8: Fator de influência

Fonte: Perloff e Baron, (1976 apud Cintra el al., 2003)

37
Com a equação 10, consegue-se calcular o módulo de defor-
mabilidade por meio dos parâmetros obtidos no ensaio SPT.
(10)
Na qual, α = coeficiente empírico obtido na tabela 8, de acor-
do com o tipo de solo; K = coeficiente empírico obtido no quadro 9,
de acordo com o tipo de solo; NSPT = número de golpes necessários
para penetrar os 30 centímetros finais do amostrador-padrão obtido no
ensaio SPT.

Quadro 9: Coeficiente K

Fonte: Perloff e Baron, (1976 apud Cintra el al., 2003)


GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

Os valores típicos do coeficiente de Poisson para os solos (v),


podem ser observados no quadro 10.

Quadro 10: Valores típicos para o coeficiente de Poisson para solos

Fonte: Perloff e Baron, (1976 apud Cintra el al., 2003)

38
Poulos e Davis chegaram na equação 11 para calcular o recal-
que em estacas de ponta (apoiada em uma camada de solo resistente),
para fundações profundas:

(11)
No qual, 𝝆 = recalque; P = carga aplicada na estaca (kN); Es
= módulo de deformabilidade do solo; Ip = I0 * Rk * Rh * Rυ; I0 = fator de
influência para deformações (Obtido no ábaco 1); Rk = fator de correção
para a compressibilidade da estaca (Obtido no ábaco 2); Rh = espes-
sura h (Obtido no ábaco 3) de solo compressível; Rυ = correção para o
coeficiente de Poisson do solo (Obtido no ábaco 4); e D = diâmetro da
estaca. A figura 7 ilustra os quatro ábacos utilizados para a obtenção
dos dados mencionados acima.

Figura 7: Ábacos para obtenção dos parâmetros I0, Rk, Rh, Rυ, respecti-
vamente

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

Fonte: Bittencourt (2019)

39
Existem diversos métodos para calcular o recalque em funda-
ções rasas e profundas, para conhecer os principais e como calculá-los,
acesse:
http://site.ufvjm.edu.br/icet/files/2016/08/AULA04-RECAL-
QUES.pdf.
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivo-
sUpload/17430/material/PUC-FUND-19-Recalques.pdf.

MONITORAMENTO E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS


A execução das estacas brocas pode ser realizada em quatro
etapas:
a primeira etapa consiste em escavar ou perfurar utilizando tra-
do manual, que pode ser do tipo helicoidal ou concha, e pode-se utilizar
água para facilitar a perfuração;
a segunda etapa é a preparação, após atingir a profundidade
desejada, realiza-se o apiloamento do fundo, fazendo um pequeno bul-
bo com pedra britada;
a terceira etapa é a concretagem, nela todo o furo é preenchido
com concreto, realizando o adensamento adequado e tomando cuidado
para evitar a contaminação do concreto. Pode-se utilizar uma chapa
de compensado com furos para lançar o concreto, protegendo assim a
GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

boca do furo;
a última etapa é a colocação das esperas, ou seja, faz-se o
acabamento na cota de arrasamento de interesse, fixando os arranques
dos baldrames.
A execução da estaca Strauss é realizada seguindo, basica-
mente, seis passos:
a primeira coisa a se fazer é centralizar o soquete com o pique-
te de locação, em seguida, perfura-se 1 metro utilizando o soquete. É
importante destacar que esse furo serve para a colocação do primeiro
tubo (sendo que este é dentado na sua extremidade inferior), chamado
coroa no solo, por meio de cravação;
no segundo passo, ocorre a introdução da sonda de percus-
são, que irá retirar o solo para amostragem após o golpeamento;
quando a coroa estiver totalmente cravada no solo, introduz-se
o tubo seguinte por rosqueamento, sendo que esse processo é executa-

40
do até a cota de interesse ou até atingir uma camada de solo resistente
(deve-se sempre limpar a água e a lama acumulada no tubo para evitar
danos);
após esse procedimento, substitui-se a sonda pelo soquete e
lança-se o tubo a fim de que se obtenha uma coluna de 1 metro de con-
creto meio seco;
sem retirar a tubulação, apiloa-se o concreto para que se forme
um bulbo, após esse procedimento, realiza-se o fuste lançando concre-
to de forma sucessiva em camadas apiloadas e retirando a tubulação à
medida em que se realizam as operações;
por fim, executa-se a concretagem até uma cota um pouco su-
perior ao ponto de arrasamento da estaca, deixando assim um excesso
para cortar a cabeça da estaca.
Nas estacas Simplex o procedimento é executado através
dos seguintes passos:
primeiro, desce-se o tubo por cravação. Na descida do tubo,
utilizam-se pequenos pesos que atuam como sonda, ficando suspen-
sos no interior do molde por meio de uma roldana presa no seu topo.
Assim, é possível verificar se a ponteira de concreto não foi danificada
na cravação;
ao se atingir a profundidade requerida, o tubo é enchido com
concreto plástico até o topo em um movimento lento e contínuo;
por fim, arranca-se o tubo e a ponteira de uma vez só.
Nas estacas Franki, o procedimento é executado através dos
seguintes passos:
o primeiro passo é cravar o tubo no interior do solo;
em seguida, uma determinada quantidade de concreto, prati-

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camente seco, é derramada e apiloada através de um maço pesado, de
modo que forme um tampão para que a água e o solo não entrem no
interior do tubo, que é arrastado e penetrado no terreno;
ao atingir a profundidade de interesse, o tubo é imobilizado e
percussões energéticas são utilizadas para destacar o tampão, conco-
mitantemente a isso, uma determinada camada de concreto é apiloada
a fim de formar o bulbo;
em seguida, joga-se concreto novamente que é apiloado, de
modo que, ao mesmo tempo, ocorre a retirada parcial do tubo, elevando
cerca de 20 a 30 centímetros por vez. Essas estacas são indicadas em
casos em que a camada resistente está localizada em profundidades
variáveis, em terrenos com pedregulhos, dentre outros locais, pois, o
formato rugoso do fuste faz com que haja boa aderência do solo.
A execução da estaca raiz é realizada seguindo, basicamente,
cinco passos:
41
o primeiro é a perfuração utilizando um tubo revestido e circulação
de água;
o segundo passo é perfurar até a cota de interesse, ou seja, até a
profundidade que se deseja;
em seguida, coloca-se a armação, depois de limpar o interior do
tubo;
após esse procedimento, introduz-se areia, cimento e argamassa
em baixa pressão no interior do tubo;
por último remove-se o tubo revestido.
O processo executivo dos tubulões a céu aberto consiste em:
cavar manualmente um poço com diâmetro variando ente 0,70 e
1,20 metro, (isso só pode ser feito em solos coesivos e acima do nível de
água);
na medida em que se escava, o tubo de concreto metálico ou
pré-moldado é descido até o ponto desejado. Alarga-se a base do poço no
formato de um tronco de cone elíptico ou circular até que o preencha com
concreto armado ou simples.
No sistema denominado Chicago, a escavação ocorre em eta-
pas de forma manual com a pá, a cortadeira e a picareta em profundidades
que variam entre 0,50 m (argilas moles) até 2,00 m (para argilas duras).
Escora-se as paredes com pranchas verticais que são ajustadas através
de anéis de aço, escavando novas camadas até se alcançar a cota de as-
sentamento ou o solo resistente, no qual é feito o alargamento da base ou
cebola. Após liberar o furo, deve-se preenchê-lo com concreto totalmente.
Em outro sistema denominado Gow, utilizam-se cilindros teles-
cópicos de aço, que são cravados por percussão e revestem o poço que
foi cavado manualmente. Depois de atingir o ponto desejado, alarga-se a
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base e, concomitantemente à concretagem, realiza-se a retirada dos tubos.

Existem diversos tipos de fundação, para compreender melhor o


processo executivo de todos eles, acesse:
http://site.ufvjm.edu.br/icet/files/2016/07/AULA03-ASPECTOS
-RELEVANTES-SOBRE-A-EXECUCAO-DAS-FUNDACOES.
pdf.
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/
arquivosUpload/17430/material/PUC_FUN_04_
Execu%C3%A7%C3%A3o%20de%20Funda%C3%
A7%C3%B5es.pdf.

42
PROTEÇÃO DE FUNDAÇÕES
As escavações apresentam diversos riscos, como queda de
materiais, fechamento das paredes dos poços, queda de pessoas, ele-
trocussão, inundações, asfixia, dentre outras coisas. Por isso, durante
a execução de escavações é importante contar com o auxílio de profis-
sionais capacitados. Na escavação de tubulões a céu aberto, deve-se
encamisar/escorar as paredes do furo. Essa atividade deve ser feita
pelo responsável técnico do serviço, levando em consideração os riscos
existentes.
Na execução de túneis, tubulões, escavações profundas com
pequenas dimensões e galerias nas quais não seja possível um bom
contato visual da atividade, e que envolva trabalho manual, é impres-
cindível prender o executor da atividade com um cabo guia, permitindo
assim o seu socorro de forma rápida em caso de emergência.
Em profundidades maiores que 1 metro, o acesso para a saída
do tubulão ou do poço deve ser feito através de sistemas que garantam
a segurança dos trabalhadores, como guinchos mecânicos, sarilhos
com travas, dentre outros dispositivos. Para as escavações manuais de
tubulões e poços a céu aberto, o diâmetro mínimo da escavação de
ser de 60 centímetros.
Nos casos em que há iluminação no interior das escavações, é
preciso adotar sistemas que sejam estanques, desse modo, não ocorre
a penetração de umidade e de água, além disso, a tensão máxima de
alimentação deve ser de 24 volts. Equipamentos que são acionados
por explosão ou combustão devem ter sua utilização vetada, não sendo

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utilizados dentro dos tubulões e dos poços. É preciso ter dispositivos
sonoros que permitam ao trabalhador comunicar-se com a equipe que
se encontra na superfície da escavação, além de garantir que ele tenha
ar suficiente para a execução das atividades.
É importante que sejam seguidas as disposições previstas
no anexo 6 da norma NR 15 quando da realização de fundações esca-
vadas a ar comprimido, seja na compressão, seja na descompressão.
Nesse tipo de trabalho, é importante fiscalizar diariamente os equipa-
mentos, além de ter serviços médicos de plantão, em caso de necessi-
dade de atendimentos de urgência. Desse modo, consegue-se assegu-
rar a proteção das fundações e dos trabalhadores.
Nos sistemas de proteção para fundações injetadas e crava-
das existem diversos riscos, como o tombamento do bate-estacas, que-
da do pilão, ruído e vibração que afetam obras e edificações vizinhas,
dentre outros. Para preparar a área de trabalho, diversos fatores devem

43
ser levados em consideração, como o nivelamento requerido, o aces-
so e a capacidade que o solo tem para suportar a torre de apoio. Os
responsáveis técnicos das edificações precisam avaliar os impactos da
atividade na estabilidade das mesmas e das obras próximas ao local em
que está sendo executada a atividade.
É importante inspecionar mangueiras e cabos
periodicamente. Em operações de bate-estacas a vapor, é preci-
so estar atento às conexões e mangueiras, sendo que o controle
para manobra das válvulas precisa estar sempre ao alcance dos
operadores. Para instalar, funcionar e executar o bate-estacas é im-
portante seguir as normas e os procedimentos de seguranças pré-de-
terminados pelos responsáveis técnicos das atividades.
Em operações em que o bate-estaca precisa trabalhar próxi-
mo aos cabos de energia elétrica, é preciso que o responsável técnico
solicite orientações técnicas acerca dos procedimentos de segurança
e operacionais a serem seguidos para proteção. Caso o topo da torre
do bate-estacas esteja em níveis mais elevados que as edificações vi-
zinhas, é preciso proteger o equipamento contra possíveis descargas
elétricas da atmosfera. Os cabos utilizados na suspensão do pilão preci-
sam ter, pelo menos, seis voltas enroladas no tambor do guincho, sendo
que ele deve ser inspecionado com frequência.
O pilão deve ser repousado sobre o solo, ou no final da sua guia
de curso, quando o bate-estacas não estiver em funcionamento. Duran-
te a operação de içamento do pilão, é preciso observar a existência de
defeitos no limitador de curso para que não ocorra a passagem do limite
de içamento (por isso, a inspeção precisa ser realizada constantemente
por profissionais especializados). A estaca pré-moldada deve ser presa
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por correntes e inspecionada a fim de detectar possíveis trincas e evitar


que haja tombamento, caso o cabo se rompa, quando for posicionada
na guia do bate-estacas.
As atividades de reparo ou manutenção nos bate-estacas de-
vem ser realizadas apenas quando os equipamentos não estiverem
operando. A execução de serviços na torre do bate-estacas por traba-
lhadores deve ser feita com o auxílio de cintos de segurança com trava-
-quedas afixados em estruturas independentes.
Em ambientes com elevados níveis de pressão sonora, acima
dos limites suportados pela norma NR-15, é preciso proteger os traba-
lhadores e pessoas próximas com equipamentos de proteção auditiva
individual ou medidas de proteção coletivas. Vale destacar ainda que
os buracos são escavados em lugares próximos aos locais em que se
executará a cravação ou a concretagem das estacas e precisam ser
protegidos e sinalizados a fim de evitar contaminações, além de evitar
44
a queda de trabalhadores.
Nas operações de corte de cabeça em estacas, é preciso que
os trabalhadores utilizem plataformas de trabalho construídas indepen-
dente e adequadamente. Além disso, deve-se utilizar equipamentos de
proteção individual, como protetores auriculares, óculos de proteção,
dentre outros. Os bate-estacas instalados em sistemas de trilhos ou ro-
letes precisam ter sua estabilidade assegurada, isso se dá por meio de
contrapesos fixados segundo especificação dos responsáveis ou dos
fabricantes. Além disso, é importante ter um cuidado especial com as
mangueiras e conexões, evitando trânsito de pessoas, veículos e má-
quinas sobre elas, mantendo-as em boas condições, vistoriando-as pe-
riodicamente para evitar vazamentos que podem gerar acidentes. Além
disso, deve-se atender às especificações do fabricante e assegurar que
o controle das manobras esteja sempre próximo dos operadores.

SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO E DRENAGEM


A impermeabilização pode ser definida como um conjunto de
operações e técnicas que visam proteger as edificações contra a ação
deletéria de umidade, fluidos e vapores. Esse processo é essencial para
garantir a durabilidade e a longevidade das edificações, além de tornar
o ambiente salubre para quem o habita. Para a realização deste serviço,
é preciso que o profissional seja capacitado, pois, é preciso estar atento
aos mínimos detalhes, uma vez que, se estes forem esquecidos, podem
afetar a qualidade do serviço executado.
Quando a impermeabilização é realizada de forma planejada,
consegue-se minimizar os custos com o processo de impermeabiliza-

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ção, que engloba o projeto, a execução, o acompanhamento e a
aplicação dos materiais (impermeabilizantes). Afirma-se que a imper-
meabilização, quando executada seguindo o planejamento, representa
entre 1 e 3% do valor da edificação. Além disso, é essencial atentar-se à
manutenção da impermeabilização, pois, ela precisa disso para manter
sua efetividade sendo que, nesses casos, é essencial seguir a reco-
mendação dos fabricantes.
A impermeabilização atua como uma barreira física à penetra-
ção da água, que tende a penetrar por capilaridade. Assim, ela mantém
a água fora do local que se deseja proteger. Além disso, ela protege as
estruturas contra a degradação devido à presença de vapores, umidade
e água. Por isso, a concepção da impermeabilização deve se dar no
projeto da edificação, pois, se a impermeabilização for adotada apenas
após o surgimento dos problemas, seu custo se eleva consideravelmen-
te.

45
A importância de impermeabilizar as fundações se dá devido
à dificuldade de acesso que se tem a esses locais após o aterro, tor-
nando mais difícil a reabilitação dessas estruturas. Na concepção da
edificação, é preciso realizar maiores investimentos neste nível, a fim
de evitar intervenções futuras, que implicarão em altos custos. Geral-
mente, quanto maior o custo inicial com os processos de impermeabili-
zação e drenagem, menores os custos globais (que incluem os custos
iniciais, somados com os custos associados para reparar os sistemas),
evitando-se intervenções futuras de reparação. Assim, deve-se utilizar a
impermeabilização para impedir a ascensão capilar da umidade e evitar
que os materiais constituintes da fundação se deteriorem.
A impermeabilização em fundações é necessária, pois, a umi-
dade do solo está em constante contato com suas estruturas, o que as
tornam suscetíveis a suas agressões. A umidade e as infiltrações são os
principais agentes responsáveis por causar patologias em fundações.
Isso ocorre, pois, o ambiente se torna insalubre devido ao surgimento
e ao desenvolvimento de colônias de bactérias e fungos que ameaçam
a integridade estrutural. Os danos gerados pela falta de impermeabili-
zação nas fundações geram o surgimento de diversas ações patológi-
cas que comprometem a durabilidade e a longevidade das estruturas,
gerando danos a longo prazo. Para a impermeabilização, podem ser
utilizados materiais pré-fabricados, como geocompósitos e membranas,
os manufaturados in situ, como as emulsões betuminosas, os revesti-
mentos de base cimentícia, dentre outros tipos. A figura 8 ilustra a im-
permeabilização do encabeçamento de estacas:
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Figura 8: Impermeabilização do encabeçamento de estacas

Fonte: Rawell (2019)

46
Os sistemas de drenagem são utilizados para que as estrutu-
ras de contenção apresentem um desempenho satisfatório. Eles podem
ser internos ou superficiais; sendo que, normalmente, os projetos de
drenagem combinam proteção de taludes ou superficiais. É importante
que os sistemas de drenagem superficiais captem e conduzam a
água que incide na parte superficial dos taludes de modo que se
considere também a bacia de captação total. Dispositivos como ca-
naletas longitudinais de descida, canaletas transversais, caixas cole-
toras, dissipadores de energia, dentre outros, podem ser utilizados no
projeto de drenagem. A escolha do(s) melhor(es) dispositivo(s) se dá
pela natureza da área, do tipo de material e das condições geométricas
do talude. A figura 9 mostra uma canaleta longitudinal com caixa de
passagem:

Figura 9: Canaleta longitudinal com caixa de passagem

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Fonte: Engenharia Concreta (2017)

Esses sistemas para a proteção dos taludes têm como finali-


dade minimizar a erosão e a infiltração devido à precipitação da chuva
no talude. As proteções superficiais podem ser divididas em dois grupos
distintos: a proteção com vegetação e a proteção com impermeabiliza-
ção. Não há uma regra para a concepção dos projetos dessa natureza,
porém, é preciso considerar a proteção com vegetação como a primeira
alternativa para proteger taludes não naturais.
Os processos de infiltração oriundos da precipitação das chu-
vas podem modificar as condições hidrológicas dos taludes, diminuindo
a sucção e/ou elevando a magnitude das poropressões. Em qualquer

47
um desses casos, as mudanças reduzem a tensão efetiva e, conse-
quentemente, a resistência ao cisalhamento dos materiais, o que costu-
ma gerar instabilidade. Em taludes localizados em regiões urbanas, po-
dem ocorrer mudanças hidrológicas pela infiltração das águas da chuva
e também por vazamentos provenientes das tubulações de esgoto e/
ou água.
Os sistemas de drenagem subsuperficial podem ser trincheiras
drenantes longitudinais, drenos horizontais, filtros granulares, drenos
internos da estrutura de contenção e geodrenos. A função desse sis-
tema é captar o fluxo de água e/ou controlar a intensidade da pressão
de água no interior dos taludes. Esses sistemas podem gerar rebaixa-
mentos no nível piezométrico, sendo que o volume de água que passa
pelos drenos é diretamente proporcional ao gradiente hidráulico e ao
coeficiente de permeabilidade. Quando há o rebaixamento do nível pie-
zométrico, o gradiente hidráulico tende a diminuir, assim, o fluxo diminui
progressivamente até que se estabeleça novamente a condição do re-
gime permanente.
Nos solos que têm baixa condutividade hidráulica, a redução
pode representar a ausência de volumes de drenagens visíveis a olho
nu, que não deve ser associada à deterioração do dreno. É comum este
comportamento gerar dúvidas no que tange à eficácia dos sistemas de
drenagem, indicando a possibilidade de colmatação, por isso, deve-se
monitorar continuamente os drenos através da instalação de piezôme-
tros, comparando os dados obtidos antes, durante e depois da finaliza-
ção da obra. A figura 10 ilustra o esquema de um sistema de drenagem
inclinado com diversas configurações, vale ressaltar que, quando for
possível drenar a água para a frente do muro, deve-se introduzir furos
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drenantes ou barbacãs.

48
Figura 10: Esquema de um sistema de drenagem inclinado com
diversas configurações

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Fonte: Gerscovich et al. (2017)

Durante a construção de estruturas para muro de arrimos, por


exemplo, os drenos devem ser executados cuidadosamente. É preciso
observar o posicionamento do colchão de drenagem para assegurar
que no lançamento do material não haja segregação e/ou contamina-
ção. Para muros com características drenantes, recomenda-se a insta-
lação de filtros verticais na face interna do muro, exceto quando o ma-
terial de preenchimento atua como um filtro, impedindo o carreamento
das frações finas de retroaterro.

49
VAMOS APRENDER UM POUCO MAIS?
O sistema de impermeabilização das fundações é um assunto
muito extenso, existem diversas formas de realizar essa atividade, para
conhecê-las com mais detalhes, acesse:
https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/7741/RIGHI,%20
GEOVANE%20VENTURINI.pdf.
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/
handle/10183/26039/000755456.pdf?sequence=1.
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QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 1
Ano: 2013 Banca: ESAF Órgão: ESAF Prova: ESAF – 2013 – MF –
Engenheiro Nível: Superior.
Os recalques de fundações admissíveis, ou aqueles não admis-
síveis, dependem da capacidade de carga e deformabilidade do
solo que, por sua vez, dependem de diversos fatores, entre eles:
tipo e estado do solo; disposição do lençol freático; intensidade
da carga; tipo de fundação (direta ou profunda); cota de apoio da
fundação; interferência de fundações vizinhas. Assinale a opção
incorreta:
a) Areia nos vários estados de consistência ou argilas nos vários esta-
dos de compacidade, sob ação de cargas externas, se deformam, em
maior ou menor proporção.
b) Para solos permeáveis como as areias, a consolidação e, portanto,
os recalques acontecem em períodos de tempo relativamente curtos,
após serem solicitados; para solos menos permeáveis, como as argilas,
a consolidação é lenta, ao longo de vários anos.
c) Se o solo for uma argila dura ou uma areia compacta, os recalques
decorrem essencialmente de deformações por mudança de forma, fun-
ção da carga atuante e do módulo de deformação do solo.
d) Nos solos fofos e moles, os recalques provêm basicamente da sua
redução de volume, pois a água presente no bulbo de tensões das fun-
dações tenderá a percolar para regiões sujeitas a pressões menores.
e) Para fundações diretas, a presença de vegetação nas proximidades

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da obra (retirada ou deposição de água no solo) também poderá exer-
cer importante influência sobre os recalques.

QUESTÃO 2
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: SEGESP-AL Prova: CESPE – 2013
– SEGESP-AL – Perito Criminal – Engenharia Civil Nível: Superior.
O recalque do solo causado por cargas classifica–se em: recalque
elástico, recalque por adensamento primário e recalque por com-
pressão secundária.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 3
Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: TRT – 5 Prova: FCC – TRT-5 – 2013 –
Analista Judiciário arquitetura Nível: Superior.
51
A respeito das patologias das edificações, é correto afirmar:
a) A fluência ou fadiga do concreto é causada pela ferrugem.
b) Fungos são responsáveis por eflorescências nas alvenarias.
c) Abaulamento é um tipo genérico de patologia em peça metálica.
d) O problema mais comum nas fundações é o recalque diferencial.
e) Para resolver o problema de ferrugem, deve-se pintar a superfície
oxidada.

QUESTÃO 4
Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: TRT – 5 Prova: FCC – TRT-5 – 2013
– Analista Judiciário arquitetura Nível: Superior.
Os fatores que podem conduzir aos recalques diferenciados em
edifícios uniformemente carregados são:
a) falta de homogeneidade do solo e rebaixamento do lençol freático.
b) fissuras de flexão na alvenaria e trincas de cisalhamento em painel
de vedação.
c) fissuras de flexão na alvenaria e rebaixamento do lençol freático.
d) trincas de cisalhamento em painel de vedação e falta de homogenei-
dade do solo.
e) rebaixamento do lençol freático e trincas de cisalhamento em painel
de vedação.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: FAUEL Órgão: PG-PR Prova: FAUEL - 2018 -
Prefeitura de Goioerê - PR - Engenheiro Civil Nível: Superior.
O escoamento superficial é a fase do ciclo hidrológico que trata
do conjunto das águas que, por efeito da gravidade, descola-se
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na superfície da terra. As águas provenientes da precipitação


atingem o leito do curso de água por quatro vias diversas: es-
coamento superficial, escoamento subsuperficial, escoamento
subterrâneo e precipitação sobre a superfície líquida. Assinale a
alternativa que indica as características do escoamento subsu-
perficial:
a) Ocorre algum tempo após a precipitação, correspondendo ao atraso
da saturação do terreno e à acumulação nas depressões.
b) Não é muito influenciado pelas precipitações, mantendo-se pratica-
mente constante.
c) Ocorre na camada superior do terreno, dependendo das condições
locais do solo e é difícil de ser isolada do escoamento superficial.
d) Garante a alimentação do curso de água nos períodos de estiagem.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


52
O recalque pode ser definido como o deslocamento vertical descenden-
te, seu aparecimento se dá pela deformação do solo, alterando a sua
forma e o seu volume. Ao se aplicar uma carga na fundação, natural-
mente, ela irá sofrer recalques, que podem ser pequenos ou grandes,
conduzindo à ruptura do solo ou não. Estimar o recalque e o seu desen-
volvimento nas obras é essencial para evitar o surgimento de patologias
ao longo da vida útil do empreendimento. Diante da importância do re-
calque nas estruturas, discorra sobre esse assunto.

TREINO INÉDITO

Existem alguns tipos de fatores que que podem causar deformações


ao solo e recalque nas estruturas além das próprias cargas. Marque a
alternativa que não representa o fator que não pode ser previsto pelos
profissionais responsáveis da edificação:

a) rebaixamento do lençol freático.


b) solos colapsáveis.
c) os danos arquitetônicos.
d) as escavações nas proximidades das fundações.
e) as vibrações.

NA MÍDIA

Impermeabilização, drenagem e instalações de proteção evitam umida-


de ascendente

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A umidade ascendente é um termo utilizado na construção civil para
indicar infiltrações por capilaridade da água presente no solo em pi-
sos e paredes. “Ela atinge o edifício através dos baldrames e funda-
ções”, aponta a engenheira civil Virginia Pezzolo, diretora técnica da
PROASSP Assessoria e Projetos.
Esse tipo de infiltração é um fenômeno natural, que ocorre devido à
tensão superficial da água e de forças químicas de adesão entre a subs-
tância líquida e os elementos sólidos. “Os poros dos solos, que são pe-
quenos e interconectados, formam espécies de tubos capilares”, explica
Renato Salles Cortopassi, diretor da Kali Engenharia.
Dessa forma, a água pode percorrer os poros do solo até encontrar a
fundação da edificação, que vai dar continuidade ao processo se não
houver soluções adequadas, como impermeabilização, drenagem e ins-
talações de proteção.
53
Fonte: AECWeb
Data: 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/impermeabilizacao-drenagem-
-e-instalacoes-de-protecao-evitam-umidade-ascendente_15623_10_0

NA PRÁTICA

Com a impermeabilização, é possível selar ou vedar materiais porosos,


bem como as suas falhas, a fim de garantir o conforto e a segurança
dos usuários finais de qualquer obra. Essa etapa é essencial nas cons-
truções, porém, tem sido negligenciada por diversos profissionais, seja
pela falta de conhecimento, seja pela contenção de gastos. Sem a sua
execução, podem surgir diversos problemas, como oxidação de arma-
duras, ambientes insalubres, dentre outras coisas.
É importante ressaltar que a maior parte dos problemas ligados à
impermeabilização são identificáveis e elimináveis nas primeiras etapas
de desenvolvimento das edificações. Não se deve executar a imper-
meabilização somente no final das obras, pois, esses sistemas devem
ser concebidos para garantir a segurança desde o projeto das edifica-
ções. Vale ressaltar que os custos de reparo de patologias associadas
à impermeabilização são muito mais caros do que se ela tivesse sido
realizada durante todo o projeto
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54
ESTRUTURAS DE
CONTEÇÃO
ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO, TIPOS E DIMENSIONAMENTO
As estruturas de contenção podem ser rígidas ou flexíveis.
As denominadas rígidas são construídas de forma vertical ou quase
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vertical, sendo, normalmente, apoiadas em fundações rasas. As estru-
turas de contenção rígidas podem ser construídas em concreto, em al-
venaria ou com elementos especiais. A figura 11 exemplifica estruturas
rígidas de (a) muro de alvenaria, (b) muro de pedra e (c) muro de con-
creto armado.

55
Figura 11: Estruturas rígidas (a) muro de alvenaria, (b) muro de pedra
e (c) muro de concreto armado

Fonte: Andrade (2018)

Nessas estruturas de contenção, o próprio peso dos muros


exerce uma contribuição significativa na estabilidade da estrutura, sendo
que esta está sujeita apenas ao deslocamento de rotação e translação.
Além disso, essas estruturas apresentam baixas deformações por fle-
xões. Nas paredes diafragma, mesmo o próprio peso da estrutura não
exercendo uma contribuição significativa em sua estabilidade, por cau-
sa da alta rigidez, a cortina quase não tende a apresentar deformações
por flexão, sendo também consideradas estruturas rígidas.
As estruturas de contenção flexíveis são aquelas estruturas
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com baixa espessura e alta resistência à flexão, sendo que o peso da


parede não exerce contribuição significativa em sua estabilidade. Assim,
as estruturas flexíveis se diferenciam pelos elementos que garantem a
sua estabilidade, pelo processo construtivo e pelos materiais utilizados
em sua construção. As estruturas de contenção são classificadas em
autoportantes, monoapoiadas e multiapoiadas.
As cortinas autoportantes são as estruturas enterradas no solo,
por causa da mobilização de empuxo passivo na frente da cortina, ela
não utiliza outro elemento de apoio. Já as cortinas monoapoiadas são
caracterizadas pela existência de um nível para apoio no topo, sejam
ancoragens, sejam escoras. As cortinas multiapoiadas têm diversos ní-
veis de apoio ao longo de sua altura, podendo ser ancoragens ou es-
coras.
Os principais tipos de materiais utilizados nesse processo são
madeira, aço e concreto armado. Os perfis metálicos são utilizados

56
como contenção, porém, apresentam menos rigidez e capacidade para
resistir aos esforços quando comparados com as estruturas de concreto
armado. A madeira costuma ser utilizada nas pranchas entre os perfis
metálicos devido à facilidade que ela tem para se adaptar às condições
de instalação, bem como a sua facilidade de instalação.
Para escolher o melhor tipo de contenção flexível, é preciso
considerar fatores como as características geotécnicas e geológicas do
solo que será escavado, a altura da escavação, a distância da estrutura
e das edificações vizinhas. A posição do lençol freático, o caráter da
estrutura (definitivo ou temporário), o avanço da escavação, o tempo
disponível para executar a escavação, dentre outras coisas. A seguir
são apresentados alguns exemplos de estruturas de contenção.
As estacas de contenção são estruturas de base que são
executadas de modo preventivo a fim de evitar os desmoronamentos
gerados por fatores como vibração e ou sobrecarga de
equipamentos próximos à abertura de poços, valas, escavações,
ação da água, dentre outras coisas. Essas estruturas podem ser defini-
tivas (integram a obra, tornando-se parte da estrutura para sustentação
ou para a contenção definitiva) ou provisórias (retiradas após o cumpri-
mento do objetivo determinado).
Além disso, consegue-se proteger edifícios e logradouros pú-
blicos vizinhos ao local que se deseja escavar. É importante destacar
que, além de obras de contenção, deve-se contratar seguros para as
edificações que são ameaçadas com o trabalho. Antes de começar a
escavação, é preciso ainda ter total controle de todos os impactos que
ela pode gerar.
Para escolher o melhor tipo de escoramento, é preciso levar

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em conta fatores como a altura da escavação (talude), a ocorrência
de chuvas, a consistência do terreno, o espaço disponível para operar
equipamentos, as edificações próximas à obra, os custos, os prazos,
dentre outras coisas.
Os escoramentos provisórios podem ser de madeira. Para
isso, utilizam-se vigas, caibros, estacas pranchas, tábuas, postes, pran-
chões, dentre outras coisas. Além disso, os escoramentos provisórios
podem ser metálicos, utilizam-se perfis I ou H, estacas prancha e trilhos
usados. Os escoramentos podem ainda ser mistos, ou seja, combinar
madeira com elementos metálicos, como pranchas, escoras metálicas,
pontalete extensível, dentre outros. A figura 12 (a) ilustra um exemplo
escoramento de madeira e a figura 12 (b) ilustra um exemplo de esco-
ramento misto (madeira/metálico):

57
Figura 12: Escoramento (a) de madeira e (b) misto (madeira/metálico)

Fonte: Romanini (2017)

Os escoramentos podem ainda ser definitivos, podendo ser


metálicos: para isso, utilizam-se trilhos, estacas pranchas e perfis; ou
de concreto: utilizam-se estacas pré-moldadas ou moldadas in loco, pa-
redes diafragma, dentre outros. A figura 13 ilustra um exemplo definitivo
do tipo estaca prancha:
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58
Figura 13: Escoramento estaca prancha

Fonte: Varela (2019)

As cortinas de estacas prancha sem ancoragem têm sua es-


tabilidade dependente de empuxos passivos mobilizados na frente da
cortina. Assim, elas se comportam como uma viga em balanço. Nessas
estruturas, deve-se determinar a altura da ficha, em alturas pequenas,
com no máximo 5 metros, pode-se utilizar cortinas sem ancoragem. A
figura 14 (a) mostra a rotação da cortina em torno do ponto O e a figura
(b) indica os sistemas de força atuantes. Para a simplificação dos cálcu-

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los, considera-se que a força Ep2 passa pelo ponto O.

59
Figura 14: (a) Rotação da cortina em torno do ponto O e (b) sistemas
de forças atuantes

Fonte: Varela (2019)

A determinação da altura de ficha para solos não coesivos é


feita considerando-se os momentos das forças em relação à rótula ou
ponto de aplicação, sendo esta calculada de acordo com a equação
12:

(12)

Na qual: EP1 = empuxo passivo; Ea = empuxo ativo; f = ficha; h


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= altura do solo acima da ficha. A figura 15 ilustra todos os componentes


atuantes nas estacas pranchas.

Figura 15: componentes das estacas pranchas

Fonte: Varela (2019)


60
A proteção de taludes escavados pode ser feita utilizando as
bermas, quando não for viável a utilização de escoramentos. As bermas
são patamares horizontais intercalados nos taludes inclinados, utiliza-
-se esse recurso em obras rodoviárias, por exemplo. Na execução dos
taludes livres e das bermas, deve-se estar atento ao destino da água
superficial ou que aflora, e para sua execução é preciso utilizar canale-
tas, coletores, além do plantio de vegetação apropriada ou grama para
proteger o meio e evitar o rompimento dessas estruturas. A figura 16
mostra um exemplo de berma artificial:

Figura 16: Esquema de uma berma artificial

Fonte: Naresi Júnior (2019)

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Os muros de contenção à gravidade ou concreto ciclópico são
viáveis apenas quando a altura do muro não for superior a 4 metros.
Esses muros são construídos pelo preenchimento de formas contendo
blocos de rochas com dimensões variáveis e com concreto. Normal-
mente, apresentam uma seção transversal trapezoidal, de modo que
a largura da base corresponda a 50% da altura do muro. A execução
de muros com faces inclinadas ou em degraus pode gerar uma grande
economia de material. Nos muros que têm face frontal, vertical e plana,
recomenda-se a inclinação em direção ao retroaterro (para trás) com
pelo menos 1:30 a fim de evitar a ilusão ótica de inclinação do muro
em direção ao tombamento para frente. A figura 17 ilustra um muro de
concreto ciclópico:

61
Figura 17: Muro de concreto ciclópico

Fonte: Varela (2019)

O dimensionamento de estruturas do tipo muro de arrimo deve


ser realizado considerando-se condições de estabilidade, como tom-
bamento, deslizamento da base, capacidade de carga da fundação e
ruptura global. O projeto é feito por meio de um pré-dimensionamento
seguido da verificação das condições de estabilidade.
O primeiro passo é determinar o equilíbrio das forças, para
isso, utiliza-se o método Rankine, o mais utilizado para a determinação
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de esforços em muros. A figura 18 ilustra o esquema para calcular os


esforços atuantes em um muro de arrimo:

62
Figura 18: Esforços atuantes em um muro

Fonte: Gerscovich et al. (2017)

Na compactação do retroaterro aparecem esforços horizontais


adicionais que são associados ao trabalho dos equipamentos de com-
pactação. No caso dos muros com retroaterro inclinados, utiliza-se, nor-
malmente um equipamento de compactação mais pesado, sendo que
os empuxos resultantes são mais altos que os calculados na teoria do
empuxo ativo. Na prática, aplica-se um fator de correção de cerca de

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20% do valor calculado para o empuxo.
Os parâmetros de resistência podem ser calculados pela
equação 13:

(13)

Na qual, φ’d e c’d = ângulo de atrito e a coesão para dimensio-


namento, respectivamente; φ’p e c’p = o ângulo de atrito e a coesão de
pico, respectivamente; e FSφ e FSc = fatores de redução para atrito e
coesão, respectivamente. Os valores de FSφ e FSc variam entre 1,0 e
1,5, dependendo da importância da obra, bem como da confiança na
estimativa de valores dos parâmetros de resistência φ’p e c’p. O quadro
11 ilustra os valores dos parâmetros geotécnicos para o projeto de mu-
ros no estado do Rio de Janeiro.

63
Quadro 11: Parâmetros geotécnicos para projeto de muros

Fonte: Gerscovich et al. (2017)

Durante o contato do solo e a base do muro, deve-se sempre


considerar que há a redução dos parâmetros de resistência, pois, os so-
los nesta região são amolgados, sendo que, normalmente, sua camada
superficial é compactada e alterada antes de se colocar a sua base. Por
isso, é preciso considerar o ângulo de atrito do solo com o muro (δ) e a
adesão (a). Para que o muro não tombe, deve-se calcular o coeficiente
de segurança, que é definido pela equação 14:

(14)

Esses parâmetros podem ser obtidos na figura 19.


Figura 19: Esforços atuantes em um muro para a segurança contra o
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tombamento

Fonte: Gerscovich et al. (2017)

64
Já a segurança contra o deslizamento, pode ser obtida pela
equação 15:

(15)
Na qual, Ep = empuxo passivo; Ea = empuxo ativo e S = esfor-
ço cisalhante na base do muro. A figura 20 esquematiza os empuxos e
o esforço cisalhante requerido para o cálculo de FS.

Figura 20: Esforços atuantes em um muro para a segurança contra o


deslizamento

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Fonte: Gerscovich et al. (2017)

O valor de S pode ser calculado multiplicando a resistência de


cisalhamento na base do muro vezes a largura, de acordo com o quadro
12:
Quadro 12: Cálculo da resistência ao cisalhamento

Fonte: Adaptado de Gerscovich et al. (2017)

65
Para evitar que o solo se rompa, adota-se o critério disposto na
equação 16:

(16)
Na qual: qmax equivale à capacidade de suporte calculada pelo
método clássico de Terzaghi-Prandtl, considerando que a base do muro
é uma sapata, podendo ser calculada pela equação 17:

(17)
Na qual, B ’ = B - 2e = largura equivalente da base do muro; c’
= coesão do solo de fundação; γf = peso específico do solo de fundação;
Nc , Nq , Nγ = fatores de capacidade de carga (quadro 13); qs= sobrecar-
ga efetiva no nível da base da fundação (qs = 0, se a base do muro não
estiver embutida no solo de fundação.)
Quadro 13: Fatores de capacidade de carga
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Fonte: Gerscovich et al. (2017)

66
O último passo é verificar a segurança do conjunto muro e solo.
A verificação dos sistemas de contenção no que se refere à segurança
em relação à estabilidade consiste em verificar o mecanismo de ruptura
global do maciço. Dessa forma, a estrutura de contenção pode ser con-
siderada como um elemento pertencente à massa do solo, que poderá
se deslocar de modo semelhante a um corpo rígido. Usualmente, essa
verificação é feita garantindo um coeficiente de segurança coerente com
a rotação da massa do solo que se desloca ao longo de uma superfície
cilíndrica. Esse fenômeno pode ser representado pela equação 18:

(18)

Assim, o valor encontrado tem que ser maior que 1,3 para
obras provisórias e maior que 1,5 para obras permanentes. O cálculo do
fator de segurança pode ser feito usando qualquer método para calcular
o equilíbrio limite utilizado para avaliar a estabilidade de taludes.

Existem diversos tipos de contenção, para conhecê-los


melhor, acesse:
http://sinop.unemat.br/site_antigo/prof/foto_p_downloads/
fot_14386aula_13__-_pdf_Aula_13__-.pdf.

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https://repositorio.ucs.br/xmlui/bitstream/handle/
11338/4217/TCC%20Bruna%20Piazza.pdf?
sequence=1&isAllowed=y.

ESCAVAÇÕES
As escavações são processos utilizados para romper a com-
pacidade dos solos por meio de ferramentas cortantes, a fim de desa-
gregá-lo para facilitar o seu manuseio. Essas atividades, normalmente,
são executadas por equipamentos mecanizados, o que favorece o des-
monte de um grande volume de material em prazos menores. Porém,
é preciso comprar equipamentos eficientes para executar estas ativi-
dades, como unidades escavo-transportadoras, escavo-empurradoras,
aplanadoras, dentre outras.
A seleção dos equipamentos deve ser baseada no tipo de tra-
balho a ser executado, considerando-se aspectos de projeto, naturais e

67
econômicos. Os fatores naturais são dependentes do local onde o tra-
balho será executado, como natureza do solo, topografia, dentre outras
coisas. A natureza do solo é o primeiro fator a ser considerado, pois,
deve-se analisar a resistência ao rolamento, a granulometria, dentre ou-
tras coisas. Após essa etapa, realiza-se a topografia do local, sempre
considerando a segurança.
Os fatores de projeto indicam a quantidade de terra a ser esca-
vada, as dimensões das plataformas, as distâncias de transportes, den-
tre outras coisas. A indicação do volume de terra é essencial para saber
a quantidade de equipamentos a serem utilizados, bem como os tipos
para executar tal atividade. Já os fatores econômicos estão ligados aos
custos para a realização da atividade. Com esse fator, determina-se
qual equipamento será utilizado, sendo que se deve calcular os custos e
a capacidade de investimento das empresas que se dispõem a realizar
os trabalhos de escavação.
A execução de escavações, quase sempre, precisa de ativi-
dades preliminares para que os equipamentos trabalhem de forma efi-
ciente. A primeira coisa a se fazer é instalar o canteiro de obras, isso é
feito considerando a dimensão da obra, o tempo de execução, distância
dos centros urbanos, dentre outros fatores. A escolha do local deve le-
var em conta a proximidade em relação ao local em que os serviços
serão executados, a fim de poupar recursos. Em seguida, enviam-se os
equipamentos para as instalações da obra, sendo que o transporte das
máquinas é feito, normalmente, por veículos especiais. Pode-se ainda
construir estradas para facilitar o serviço e o acesso à obra. Antes da
escavação, deve-se limpar a área da obra, removendo quaisquer obstá-
culos naturais ou artificiais presentes no local. Deve-se ainda realizar o
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desmatamento (cortar e remover toda a vegetação) e o destoncamento


(retirar tocos e raízes).
A execução dos cortes deve ser feita com base na locação
topográfica. Por meio dela, consegue-se demarcar os pontos extremos
que precisam ser cortados. Essa tarefa é importante, pois, a sua correta
execução evita a formação de superfícies convexas e côncavas nos
taludes, o que não é desejável. O controle da execução dos cortes é
feito por meio da colocação de pontos denominados offsets, piquetes
que têm a indicação da altura de corte nos pontos indicados, sendo
que, através desses pontos é que se realiza o controle da altura de
escavação. Esse processo continua até atingir o ponto desejado; após
atingi-lo, executa-se o serviço de acabamento por meio da raspagem
(corte de uma altura pequena com precisão).
A escavação de rochas é realizada quando são encontrados
maciços rochosos que demandam técnicas especiais para sua retirada.
68
Normalmente, a escavação de rochas é feita realizando furos nos maci-
ços a distâncias determinadas; após esse procedimento, explosivos são
introduzidos nos furos, em seguida, ocorre a detonação dos explosivos
e, posteriormente, a remoção dos fragmentos de rochas.

PAREDES DIAFRAGMA
As paredes diafragma moldadas in loco são elementos de
contenção e/ou fundação moldados no solo. No subsolo, realiza-se
um muro de concreto armado na direção vertical, cuja espessura varia
entre 30 e 120 centímetros, sendo que a sua profundidade pode alcan-
çar até 50 metros. Esse muro consegue absorver empuxos, momentos
fletores, cargas axiais e cargas normais. Além disso, a execução deste
elemento pode ser feita com ou sem a presença de lençol freático.
A vantagem deste tipo de estrutura é a facilidade de moldagem
à geometria do terreno. Outra vantagem é o fato de sua execução não
causar grandes descompressões e vibrações no terreno, o que favo-
rece a sua realização próxima a edificações sem causar danos a elas.
As paredes diafragma têm uma ampla gama de utilização, podendo ser
aplicadas para a contenção de subsolo em obras de canalização de
leitos de rios, construções de garagens subterrâneas, trincheiras enter-
radas, execução de túneis, estações de metrô, dentre outras coisas. A
figura 21 ilustra uma parede diafragma:

Figura 21: Parede diafragma

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Fonte: Keller Tecnogeo (2019)


69
Esse processo é muito utilizado devido à sua multiplicidade,
englobando elementos para conter terra e água em escavações perma-
nentes ou provisórias; ao fato de as paredes poderem receber cargas
verticais; e à possibilidade de transpassar camadas de solo com alta
resistência. Além disso, com esse método, diminui-se o rebaixamento
do lençol de água atrás do escoramento, o que pode provocar recalque
nas edificações vizinhas. Em incorporações das paredes com as vigas
e as lajes da estrutura, pode-se utilizar duas formas distintas: a primeira
delas é realizar um corte na parede até que a armadura existente seja
exposta, em seguida, executa-se a viga especial de ligação com algu-
mas barras horizontais que devem passar por trás das barras que já
existem na parede. A segunda delas é instalar chumbadores com arga-
massa expansiva nos furos abertos na parede.

VAMOS APRENDER UM POUCO MAIS?


Para conhecer o projeto e a execução de uma parede
diafragma atirantada, acesse:
http://biblioteca.univap.br/dados/00003d/00003d9c.pdf.

CORTINAS ATIRANTADAS
Os escoramentos atirantados são um tipo de contenção que se
utiliza de tirantes protendidos devidamente ancorados no maciço para
sustentação. Normalmente, sua fixação é profunda, o que faz com que
esse método seja autoportante, implicando que nenhum outro tipo de
apoio seja necessário, tendo maciços instáveis naturais ou construídos
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por corte ou em aterros. A vantagem desse método é a possibilidade


de utilizá-lo em locais com difícil acesso e também em qualquer tipo de
solo. A figura 22 ilustra um exemplo de cortina atirantada:

70
Figura 22: Esquema de cortina atirantada

Fonte: Bechara (2018)

A utilização de estacas em combinação com os tirantes pro-


tendidos é uma ótima opção para a contenção de taludes, permitindo
executar aterros e cortes em zonas com difícil estabilidade. Normal-
mente, os tirantes são construídos por barras, fios e cordoalhas de aço

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ancorados firmemente em um maciço profundo. Caso o atirantamento
seja definitivo, é preciso realizar a pró-tensão, além de realizar um tra-
tamento para evitar a corrosão. Nesses modelos de estrutura, utilizam-
-se equipamentos pneumáticos para realizar a proteção. Outro ponto
importante é que o processo executivo irá depender da proteção que se
deseja garantir.

71
Para conhecer mais sobre esse assunto tão importante,
acesse:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/
handle/10183/138336/000989344.pdf?sequence=1.
http://civil.uefs.br/DOCUMENTOS/%C3%8DTALO%
20JEFFERSON%20ROCHA%20TEIXEIRA.pdf.

ESTRUTURA DE SOLO REFORÇADO


As estruturas de contenção são essenciais nos projetos e nas
obras de engenharia, sendo estas muito utilizadas na construção de
barragens, ferrovias, usinas, dentre outras coisas. Com o passar dos
anos, as estruturas convencionais de concreto ciclópico (atirantadas),
dentre outras, se tornaram obsoletas devido à má qualidade dos solos,
a elevação da altura do solo a se conter, dentre outras coisas. Diante
disso, surgiram as estruturas de solo reforçado, que têm se mostrado
uma solução ideal para essas situações.
A vantagem dessas estruturas é a capacidade de resistir bem
aos recalques das fundações, são fáceis de construir, têm um prazo de
execução reduzido e permitem a obtenção de taludes com solos está-
veis, dentre outras coisas. O conceito dessas estruturas parte da ideia
de que os reforços que têm resistência à tração podem ser inseridos no
solo a fim de obter taludes mais íngremes e até mesmo verticais. Os
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reforços têm como objetivo ligar as zonas potencialmente instáveis com


as zonas estáveis a fim de minimizar as deformações e impedir a sua
ruptura.
Existem diversos tipos de estruturas de contenção, a primeira
delas se deu com reforço geossintético. Normalmente, as estruturas de
contenção de solo reforçado consistem em camadas de solos compac-
tados entremeados por camadas de reforço com espaços pré-determi-
nados. É importante que essas estruturas sejam estáveis, tanto externa
como internamente.
A estabilidade externa ocorre devido ao peso da massa do
solo reforçado que, consequentemente, garante a estabilidade interna.
A estabilidade externa é verificada em termos do maciço reforçado, da
ruptura devido à capacidade de suporte e do tombamento do maciço
reforçado. Já a estabilidade interna, pode ser avaliada tomando como
base métodos de equilíbrio de limites e métodos baseados em condi-

72
ções de trabalho. A figura 23 ilustra a estrutura de solo reforçado (a) em
um muro e (b) em um talude:

Figura 23: Estrutura de solo reforçado (a) em um muro e (b) em um


talude

Para conhecer mais sobre as estruturas de solo reforçado,


acesse:
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10010546.
pdf.

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73
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: FGV - 2018 - AL-RO -
Analista Legislativo - Engenharia Civil Nível: Superior.
Com relação às escavações em obras de engenharia, analise as
afirmativas a seguir:
I. As escavações realizadas em vias públicas ou canteiros de obras de-
vem ter sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira de iso-
lamento em todo o seu perímetro.
II. É permitido o acesso de pessoas não autorizadas às áreas de esca-
vação e cravação de estacas.
III. Os serviços de escavação, fundação e desmonte de rochas devem
ter responsável técnico legalmente habilitado.
Está correto o que se afirma em:
a) I, somente.
b) II, somente.
c) III, somente.
d) I e III, somente.
e) I, II e III.

QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: FUNDEP Órgão: COPASA Prova: FUNDEP
(Gestão de Concursos) – 2014 – COPASA – Analista de Sanea-
mento – Engenharia Civil Nível: Superior.
Com referência às obras de estabilização de taludes, é INCORRE-
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TO afirmar que:
a) as obras de contenção passiva oferecem reação contra tendências
de movimentação dos taludes, por exemplo, muros de arrimo, cortinas
cravadas e cortinas ou muros ancorados sem protensão.
b) as obras de contenção ativas introduzem compressão no terreno,
aumentando sua resistência por atrito, além de oferecer reações a ten-
dências de movimentação do talude, por exemplo, muros e cortinas ati-
rantados, placas atirantadas etc.
c) as obras de drenagem e de proteção superficial são obras auxilia-
res ou complementares no processo de estabilização de taludes, pouco
afetando obras com estrutura de contenção.
d) dentre as principais causas específicas para o insucesso das obras
de estabilização, destacam-se drenagem insuficiente, remoção parcial
da massa rompida, problemas de fundação de muros e aterros, atiran-
tamento dentro da massa instabilizada etc.
74
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova:
CESGRANRIO – 2018 – Transpetro – Engenheiro Júnior – Civil
Nível: Superior.
O controle de qualidade de uma obra em uma encosta será feito
com base na NBR 11682:2009 (Estabilidade de encostas). Dentre
os diferentes tipos de controle/monitoramento que serão execu-
tados, estão a medição da poropressão e o controle de desloca-
mentos em profundidade.
Para realizar essas ações, de acordo com essa norma, serão utili-
zados, respectivamente,
a) manômetros e inclinômetros
b) manômetros e marcos superficiais.
c) medidores de nível de água e pinos de referência.
d) piezômetros e inclinômetros.
e) piezômetros e células de carga.

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: CASAN Prova: INSTI-
TUTO AOCP – 2016 – CASAN – Agente Administrativo Operacional
Nível: Médio.
Uma superfície de solo exposta que forma um certo ângulo com a
horizontal, que tanto pode ser natural no caso das encostas quan-
to artificial, recebe a denominação de:
a) talude.
b) coroa.

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c) crista.
d) contorno.
e) fenda.

QUESTÃO 5
Ano: 2006 Banca: UEG Órgão: TJ-GO Prova: UEG – 2006 – TJ-GO
– Técnico Judiciário – Engenheiro Civil Nível: Superior.
Considerando-se uma designação genérica, “taludes” compreen-
dem quaisquer superfícies inclinadas que limitam um maciço de
terra, rocha ou terra e rocha. Podem ser naturais, caso das encos-
tas; ou artificiais, como os taludes de cortes e aterros. Sobre este
assunto, é INCORRETO afirmar:
a) A execução de muros de arrimo ou a introdução de tirantes de aço,
protendidos ou não, no interior do maciço, ancorando-os dentro da zona
do escorregamento, constitui um dos métodos para estabilização de ta-
75
ludes.
b) A plantação do talude com espécies vegetais adequadas ao clima
local é uma proteção eficaz, sobretudo contra a erosão superficial.
c) O emprego de materiais estabilizantes nos taludes visa melhorar as
características de resistências dos solos, misturando-os com alguns
produtos químicos. As injeções de cimento são recomendadas em si-
tuações de maciços fissurados.
d) No talude, sempre que a fundação for constituída por solos compres-
síveis, há que se cuidar da progressiva mobilização de sua resistência
ao cisalhamento.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

A execução de uma estrutura de contenção nas escavações é algo mui-


to comum nas obras civis, sendo esta tarefa essencial quando elas es-
tão em lugares limitados, como em centros urbanos. Essas estruturas
precisam resistir ao empuxo da terra e da água, às cargas estruturais e
a quaisquer outros tipos de esforços gerados por estruturas adjacentes.
Diante do exposto, discorra sobre as fundações rígidas e as fundações
flexíveis.

TREINO INÉDITO

Para a escolha do melhor tipo de contenção flexível deve-se considerar,


exceto:
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a) Características geotécnicas.
b) Características geológicas.
c) A rigidez da estrutura.
d) Altura da escavação.
e) Distância da estrutura.

NA MÍDIA

SOLOS REFORÇADOS X SOLOS GRAMPEADOS

Nas últimas décadas, os geossintéticos usados para reforço de solo


vêm desempenhando um papel fundamental, substituindo ou aprimo-
rando técnicas existentes, permitindo associações e combinações com
solos agregados, resultando em soluções mais rápidas, mais leves,
mais confiáveis e mais econômicas. Entre tantas aplicações dos geos-
76
sintéticos, ainda podemos utilizá-los em estruturas de Solo Reforçado e
Solo Grampeado, abaixo seguem algumas características diferenciadas
de ambos os solos.
Solo Reforçado
Trata-se da utilização à tração de um geossintético para reforçar e/
ou restringir deformações em estruturas geotécnicas, sua estabilidade
deve ser estável interna e externamente e é garantida pelo peso de toda
a massa do solo e o comprimento dos reforços. Quanto à estabilidade
externa, pressupõe-se que o aterro reforçado se comporta como um
corpo rígido e deve ser verificado quanto ao risco de ruptura global, ava-
liando-se os fatores de segurança básicos de instabilização, por exem-
plo deslizamento da base da estrutura reforçada, tombamento em torno
do pé do muro e capacidade de carga da fundação.

Fonte: NTC Brasil


Data: 09 jul. 2015.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.ntcbrasil.com.br/blog/solos-reforcados-x-solos-grampea-
dos/

NA PRÁTICA
A utilização de materiais geossintéticos nas obras de engenharia civil
tem se tornado frequente devido aos benefícios que esses materiais
podem gerar nas edificações. Eles têm sido utilizados nas estruturas
de solo reforçado a fim de estabilizar cortes em taludes ou em terrenos
naturais. Normalmente, o desempenho destas obras é dependente da

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interação entre as inclusões, normalmente planares, que são dispostas
da forma desejada no interior do maciço e do seu solo constituinte.
Ademais, os geossintéticos têm uma grande facilidade de aplicação,
além de serem mais rápidos de serem construídos e de terem baixo
custo quando comparado com as soluções convencionais. Nos maciços
de solos reforçados, a utilização de materiais geossintéticos como re-
forço faz com que as deformações e as tensões sejam distribuídas de
forma global, o que favorece a utilização das estruturas de face vertical,
como muros e até mesmo maciços mais íngremes, como os taludes,
tendo menos volume de aterro compactado. O reforço do solo é basea-
do na interação do solo e do material incluído como reforço, sendo que
a transferência das tensões se dá por resistência passiva e/ou atrito.

77
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
A D A A C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os tubulões a ar comprimido são realizados quando os pontos de inte-


resse estão submersos ou abaixo do nível de água ou do lençol freático.
Nesses casos, é indicada a utilização de tubulões sob pressão hiperbá-
rica a fim de retirar a água e garantir que a escavação manual ou uti-
lizando recursos especiais – como explosivos e marteletes, se preciso
– seja executada.
Depois de atingir o ponto de interesse, realiza-se a concretagem. Nesta
etapa, é importante manter o ambiente sob pressão a fim de assegurar
o equilíbrio de pressões no interior dos tubulões. Dessa forma, garan-
te-se a integridade do ambiente a ser escavado, pois, esses locais são
insalubres, representando grandes riscos à vida dos trabalhadores.
A execução dos serviços deve sempre estar de acordo com o anexo 6
da NR 15 do Ministério do Trabalho, que trata da execução de ativida-
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des realizadas em condições hiperbáricas. Além disso, deve-se utilizar


trabalhadores capacitados e equipamentos de qualidade para garantir a
segurança da escavação.

TREINO INÉDITO

Gabarito: A

78
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
A Certo D A C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE –


PADRÃO DE RESPOSTA

O recalque é o deslocamento devido à deformação do solo quando há a


aplicação de uma carga ou pelo próprio peso das camadas que apoiam
os elementos da fundação. Esse deslocamento se dá pelo rebaixamen-
to da edificação, que é gerado pelo adensamento do solo em sua fun-
dação. Caso o recalque ocorra somente em uma parte da estrutura da
edificação e não ocorra em outra, tem-se o recalque diferencial.
Esse fenômeno é normal, por isso, em todas as edificações têm-se os
recalques admissíveis, sendo este parâmetro essencial na concepção
dos projetos de construção. Cabe ao responsável técnico pela fundação
definir o limite máximo do recalque admissível para garantir a seguran-
ça e o desempenho adequado das estruturas.
Os danos gerados pelos recalques em fundações podem ser arquitetô-
nicos, funcionais e estruturais. Os danos arquitetônicos são aqueles que
impactam diretamente na estrutura visível, gerando trincas em paredes,
acabamentos, dentre outras coisas. Já os danos funcionais, afetam as

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condições de uso das edificações, como o funcionamento de portas,
janelas, dentre outras coisas. Enquanto que os danos estruturais afe-
tam toda a estrutura da edificação, como vigas, pilares, dentre outros
elementos.

TREINO INÉDITO

Gabarito: C

79
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
D C D A A

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE –


PADRÃO DE RESPOSTA

As contenções são estruturas que podem ser rígidas ou flexíveis, as


estruturas rígidas são, usualmente, apoiadas em fundações rasas, além
de serem construídas na vertical ou quase na vertical. Essas estrutu-
ras de contenção podem ser de concreto armado, de alvenaria ou de
pedra, sendo que nelas, o próprio peso dos muros atua como uma
importante ferramenta na manutenção da estabilidade estrutural. A
vantagem dessas estruturas é o fato de apresentarem baixíssimas
deformações devido à flexão.
Já as estruturas de contenção flexíveis, usualmente, têm espessuras
menores, além de apresentarem alta resistência à flexão. Nessas es-
truturas, o peso das paredes não tem influência direta na estabilidade
estrutural. Existem diversos tipos de estruturas flexíveis, que se diferen-
ciam pelos elementos utilizados para garantir a estabilidade, os mate-
riais utilizados para a sua construção e o tipo do processo construtivo.
Essas estruturas são bem versáteis, pois, materiais como metal, con-
GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

creto armado ou madeira podem ser utilizados para sua construção.


As estruturas de concreto apresentam diversas vantagens, dentre elas,
vale destacar maior rigidez e maior capacidade para resistir a esforços.

TREINO INÉDITO

Gabarito: C

80
As fundações são essenciais para a construção das edificações e de
obras em geral, pois, elas transmitem ao solo toda a carga. Por isso,
elas devem ser executadas adequadamente e de acordo com a capaci-
dade de carga dos solos. Existem dois tipos de estruturas, as rasas e as
profundas. É importante saber qual delas utilizar, de acordo com o tipo
de solo, a fim de manter a integridade e a segurança das edificações.
Durante a execução das fundações, é preciso seguir as normas e as
especificações técnicas elaboradas por profissionais qualificados. É
importante manter a segurança durante todo o processo, adotando
medidas preventivas e que auxiliarão na precaução de acidentes,
uma vez que, a execução das fundações pode ser muito perigosa,
principalmente na fase de escavação.
Em muitos casos, devem ser utilizadas medidas de contenção. Existem
diversos dispositivos utilizados para conter estruturas, por meio deles
consegue-se assegurar a estabilidade de taludes, por exemplo. Cabe a
você, como profissional, saber qual método utilizar e como dimensioná-
-lo a fim de que se mantenha a integridade e a segurança dos executo-
res, dos demais colaboradores, das estruturas adjacentes e da própria
estrutura que está sendo executada.

GEOTECNIA, FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES - GRUPO PROMINAS

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