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JÖRG SEELE
ALVENARIAS
AFETADAS POR
UMIDADE E SAIS
M E C A N I S M O S D E D E G R A DAÇ ÃO
E R E C U P E R AÇ ÃO
R E V I S ÃO T É C N I C A
ALEXANDRE BERTINI
E S E Q U I E L M E S Q U I TA
São Paulo – SP
2022
AUTORES
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Os grandes feitos nos tornam imortais! E fruto de um grande
ALVENARIAS AF ETADAS POR UM I DAD E E SAI S
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INTRODUÇÃO
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Independente do objeto da recuperação ser um edifício co-
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e particularidades não forem conhecidas, abre-se a possibilidade
I NTR OD UÇÃO
de riscos e erros, tanto na fase de projetos quanto na de execução
da recuperação. A compatibilização da capacidade efetiva da edi-
ficação em cumprir exigências de utilização diferenciadas, a utili-
zação de materiais “modernos”, em conjunto com materiais “anti-
gos” e as repetidas surpresas que ocorrem na fase de execução, em
relação à integridade de componentes construtivos, abrangem a
diversidade de situações impostas que exigem respostas respal-
dadas e consequentes.
As consequências que daí surgem dizem respeito:
• Ao incremento de custos por tarefas não previstas, em
virtude de danos ocultos não identificados;
• As falhas na avaliação da “real” capacidade da edifi-
cação em relação à capacidade estrutural, instalações,
durabilidade dos materiais, etc.;
• Ao reaparecimento de danos após curto espaço de
tempo, em virtude de solicitações de utilização acima
da capacidade da edificação ou pela incompatibilida-
de dos materiais e técnicas empregados.
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tentes, inclusive complementados por especificações e orçamen-
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Tabela 1 – Levantamento técnico em trabalhos de recuperação de
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edificações.
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• descrição dos danos, identificando posicionamento,
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tipo e abrangência.
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Será enfatizada a consideração da presença simultânea de
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sais solúveis e água, pois são os sais que se encontram solubili-
zados nos materiais de construção os principais responsáveis pe-
las anomalias e danos em vedações verticais das edificações, e só
um melhor entendimento dos mecanismos de ocorrência poderá
conduzir a tecnologias mais apropriadas de recuperação ou re-
paro desses elementos. As soluções podem ser muito amplas e
variadas, conforme a origem e os mecanismos de atuação da água
e dos sais e ainda pela importância e idade dos elementos a serem
reparados.
Desta forma, os autores se propuseram à publicação deste
livro para tratar especificamente das anomalias por umidade e
sais, em vedações verticais de edificações em serviço e o conteú-
do abrange os seguintes capítulos principais especificados no
seguimento.
O Capítulo 1, de introdução às características e causas das
anomalias decorrentes de umidade e sais em edificações, conjun-
tamente com o necessário embasamento teórico da ação desses
agentes;
O Capítulo 2, os conceitos de Física das Construções e outros
fundamentos para o entendimento dos mecanismos de degrada-
ção envolvidos na formação das anomalias;
O Capítulo 3, apresenta de forma inédita o grande leque de
possibilidades e tecnologias para a realização de diagnósticos
precisos e fundamentados, tanto para análises “in situ”, quanto
em laboratório.
O Capítulo 4, vai abordar as tecnologias e soluções para re-
cuperação de componentes e alvenaria vertical contra umidade,
sais e bolor, ilustrando com imagens os danos causados por estas
anomalias, bem como o processo adequado para recuperação da
edificação ou monumento.
O presente livro trata das medidas preparatórias e mais exa-
tamente do diagnóstico para a recuperação de vedações internas
e fachadas de edificações e isso por razões concretas, a saber:
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Danos e consequências ocorrem por falta de suficiente iden-
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TIPOS E CAUSAS DAS
ANOMALIAS POR
UMIDADE E SAIS
TIPOS E CAUSAS DAS ANOMALIAS
POR UMIDADE E SAIS
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Como ilustrado na Figura 1.1, a extensão das anomalias vai
de pequenos esfarelamentos localizados até a perda do material
constituinte, que podem influir na estabilidade estrutural ou
comprometer a preservação da edificação, implicando então em
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• Danos materiais à edificação: Deterioração de pintu-
ras, rebocos e alvenarias, como ilustra a Figura 1.2.
• Danos de insalubridade aos usuários: Alta umidade
ambiental, cheiro desagradável, ataque biológico por
ALVENARIAS AF ETADAS PO R UM IDAD E E SAI S
fungos e algas.
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MECANISMOS DE
DEGRADAÇÃO E
SURGIMENTO DE
DANOS PELA AÇÃO
DA UMIDADE E SAIS
MECANISMOS DE DEGRADAÇÃO
E SURGIMENTO DE DANOS PELA
AÇÃO DA UMIDADE E SAIS
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animais, das plantas, do ato de cozinhar e lavar, da utilização de
chuveiro e demais hábitos característicos dos seus moradores,
como listados na Tabela 2.1.
O vapor de água se forma à temperatura de 100°C à pressão
MECAN IS MOS DE DEG RADAÇÃO E SURGIMENTO DE DANOS PEL A AÇÃO DA UM IDAD E E SAI S
normal ou por evaporação natural. O ar ambiente contém uma
quantidade variável de vapor de água conforme a temperatura,
como indica a Figura 2.1.
Quantidade em
Origem (fonte) Exemplo
gramas/hora
Atividade leve 30 – 60
Ser humano Atividade média 120 – 200
Atividade pesada 200 – 300
Banho em banheira Aprox. 700
Banheiro
Ducha Aprox. 260
Cozinhar e preparar 600 – 150
Cozinha
Média diária 100
Flores no ambiente Violetas 5 – 10
Samambaia 7 – 15
Seringueira 10 – 20
Plantas em vasos
Plantas aquáticas 6–8
Superfície de água Aprox. 40g/m2 h
Árvores de
Arbustos 2 – 4 kh/hora
pequeno porte
Roupa centrifugada 50 – 200
Secagem de roupas
Roupa molhada 100 – 500
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ALVENARIAS AF ETADAS PO R UM IDAD E E SAI S
φ = pd / ps , Equação 1
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Se a umidade relativa do ar for conhecida, pode-se determi-
nar o valor de pd pela Equação 2, ou pelo uso de tabelas ou gráfi-
cos como na Figura 2.2.
MECAN IS MOS DE DEG RADAÇÃO E SURGIMENTO DE DANOS PEL A AÇÃO DA UM IDAD E E SAI S
p d = φ . ps , Equação 2
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ALVENARIAS AF ETADAS PO R UM IDAD E E SAI S
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METODOLOGIA
PARA A INSPEÇÃO
DE ALVENARIAS
E COMPONENTES
CONSTRUTIVOS
AFETADOS POR
UMIDADE E SAIS
METODOLOGIA PARA A INSPEÇÃO
DE ALVENARIAS E COMPONENTES
CONSTRUTIVOS AFETADOS
POR UMIDADE E SAIS
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• situação precária da edificação, por falta de
manutenção;
• exigências principais de ocupação ou de maior
conforto;
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de diferentes áreas (engenheiro estrutural, de instalações, de ma-
teriais, químicos, físicos e restauradores).
Do mesmo modo, é importante a concepção inicial sobre a
utilização após a recuperação, pois permitirá identificar conteú-
ALVENARIAS AF ETADAS PO R UM IDAD E E SAI S
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cada um dos diagnósticos, levando em consideração as caracte-
rísticas da edificação, as expectativas de utilização e a valoração
da manutenção, não só sob o ponto de vista técnico e científico
do consultor, que pode apresentar soluções de interesse pessoal
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• conhecimento abrangente do estado atual: determi-
nação das particularidades, anomalias e danos;
• conhecimento das causas e origem das anomalias e
danos;
ALVENARIAS AF ETADAS PO R UM IDAD E E SAI S
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4
TECNOLOGIAS PARA
A RECUPERAÇÃO DE
COMPONENTES E
ALVENARIAS CONTRA
A UMIDADE E SAIS
TECNOLOGIAS PARA
A RECUPERAÇÃO DE
COMPONENTES E ALVENARIAS
CONTRA A UMIDADE E SAIS
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São muitos os fatores envolvidos:
• a abrangência e a intensidade dos danos e anomalias e
os seus mecanismos;
• possibilidades e limitações de intervenção na edifica-
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Vitrúvio propõe em seus 10 compêndios sobre arquitetura, a
utilização de receitas específicas para o revestimento de paredes
umedecidas.
Já no século 19, são discutidas técnicas de vedação vertical,
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b. uso de fossos de isolamento, com disposição seme-
lhante à dos muros. A parte superior podia permane-
cer aberta (livre) ou receber cobertura de grades ou
placas de concreto, com chaminés de ventilação;
a) Muros/paredes de isolamento
Geralmente, os muros de isolamento eram erguidos em frente à
parede principal e feitos de uma parede auxiliar afastada de apro-
ximadamente 7 cm daquela. O espaço vazio apresentava con-
dições de deságue e ventilação. Na Figura 4.2 está ilustrado um
exemplo típico de muro de isolamento.
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b) Fossos de isolamento abertos
Em fossos abertos, era executado um muro paralelo à parede da
edificação. A largura do fosso era de aproximadamente 70 cm
(para permitir visita). No pé do muro era executada uma calha de
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