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DISCIPLINA:
Índice:
1.0 – OBJETIVO:
2.0 – INTRODUÇÃO:
O Estado Limite de Serviço (ELS), segundo Graziano (2005, p.45) define que
“corresponde à comprovação de que a estrutura em análise atenderá minimamente às
condições de serviço e de durabilidade, mantendo pelo tempo de vida útil previsto, as
condições esperadas de desempenho”.
Graziano (2005, p.45), ainda define que o Estado Limite Último (ELU), “concentra
o seu foco sobre as situações normais que podem conduzir as estruturas ao
esgotamento de sua capacidade portante (ruína). Situações excepcionais também são
abordadas, porém com um tratamento mais brando e correspondente à sua
excepcionalidade”.
Ainda Noronha (1986), relata que “ao eleger um sistema de reparo, ou seja, de
tratamento, deve ainda o Engenheiro considerar outros aspectos tais como,
disponibilidades locais, custo, etc”.
4.1 – Definições:
Segundo ÉRCIO THOMAZ (p.129, 2001), define que “na degradação das
estruturas de concreto armado, há que se destacar dois aspectos fundamentais:
Por sua vez, MEHTA (p.128, 1994), agrupou “as causas físicas da deterioração
do concreto (organograma 2) em duas categorias: desgaste superficial ou perda de
massa devido à abrasão, erosão e cavitação; e fissuração devida a gradientes normais
de temperatura e umidade, pressões de cristalização de sais nos poros, carregamento
de temperatura e exposição a extremos de temperatura tais como congelamento ou
fogo”.
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DESGASTE DA FISSURAÇÃO
SUPERFÍCIE
Por sua vez, CANOVAS (p.8,1988), relata que BLEVOT (apud, 1974), elaborou
uma distribuição normal em função das causas que os produziram, que é a seguinte:
5.1 - Introdução:
Inúmeros são os edifícios nas metrópoles que sofrem ou sofrerão de algum tipo
de manifestação patológica durante a sua vida útil.
Ainda segundo Thomaz, outro fator que influi na fissuração das alvenarias é a
heterogeneidade, resultante da utilização conjugada de materiais diferentes (os
elementos de alvenaria e a argamassa de assentamento), com propriedades
diferenciadas (resistência mecânica, módulo de deformação longitudinal, coeficiente de
Poisson, etc).
No que tange as anomalias que ocorrem nos revestimentos das fachadas dos
edifícios, temos que estes fenômenos tendem a ocorrer pelo simples desacerto da
cadeia construtiva. Segundo Banduk et al (p. 09, 2005), a falta de interação dos
elementos da cadeira produtiva faz com que o problema tenha assumido hoje
proporções alarmantes, tais como ilustradas nas fotografias 01 a 04.
5.1:1 – Construtoras:
Ainda aos fatores anteriores, temos aliados com a evolução da tecnologia dos
materiais, dos sistemas construtivos e das teorias de cálculo estrutural dos projetos
estruturais, resultaram em edificações mais leves, e principalmente com estruturas
esbeltas, menos contraventadas e flexíveis.
Portanto, temos que estas patologias, que em geral resultam em grandes
polêmicas teóricas e de infindáveis demandas judiciais, onde neste ciclo fechado, os
intervenientes ficam atribuindo-se uns aos outros a responsabilidade destes problemas,
enquanto o ônus dele decorrente, acabada sendo assumido quase sempre pelo
consumidor final, enquanto nada se resolve.
Patologias decorrentes da má utilização do edifício sejam pelo uso indevido e falta
e ausência de manutenção preventiva, no período pós ocupação, o projeto de fachada
não tem como prever, cabe a construtora fornecer, com base nos elementos construtivos
e materiais de construção empregados nestes revestimentos, os critérios de
manutenção preventivas e seus prazos estabelecidos pela durabilidade dos materiais e
também, legais.
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5.4:1.1 – Sintomatologia:
Estas fissuras estão situadas junto aos cantos inferiores e/ou superiores
das aberturas, comumente chamadas de trincas do tipo “bigode” (fotografias 07 a 10), e
ilustram as figuras abaixo:
Pilar
.
Foto 09 – Localização das fissuras do Foto 10 – Detalhe da fissura.
tipo “ trinca de bigode”.
Foto 11 – Neste caso as fissuras nos cantos Foto 12 – Fissura no canto inferior da
inferiores se encontraram, devido a abertura.
proximidade destas aberturas.
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Esta anomalia ocorre pela ação conjunta e/ou isolada das seguintes causas:
Estas tensões, que provocam as fissuras tipo “bigode” devem ser absorvidas por
elemento estrutural (contra-verga executada em concreto armado), posicionado
convenientemente (como ilustra a figura 08), e que tem a função de fretagem e
distribuição dos esforços concentrados nas quinas das aberturas.
Verga
Abertura
Contra – Verga
40cm 40cm
Para realizar esta fretagem nas aberturas da fachada, esta consultoria recomenda
a execução de vigas de concreto armado, com altura de no mínimo 15cm, largura igual a
do bloco de alvenaria, e comprimento que avançam nas aberturas, em ambos os lados
em no mínimo 40cm. Estas vigas são denominadas vergas ou contra-vergas.
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Quando não adotada esta recomendação técnica, uma vez que se constataram
nas inspeções inúmeras trincas nos cantos das aberturas de aberturas (venezianas dos
banheiros) situadas ao lado dos pilares, trincas que ocorreram em um dos cantos e
“descem”, seguindo a lateral do pilar existente, conforme fotografia que segue:
FOTO 18 – A fissura percorreu por toda espessura do emboço e inspeção na alvenaria foi
localizado sobre à contra-verga abaixo das janelas (região da argamassa de assentamento dos
blocos cerâmico sobre a contra-verga de concreto).
Foto 22 – Nota-se que a trinca ocorreu por toda Foto 23 – Nota-se que a trinca ocorreu na
a seção transversal do revestimento de alvenaria acompanhando a junta de
argamassa cimentícea. assentamento dos blocos devido a inexistência
de contra-verga armada.
5.4:2 – Fissuras nas regiões de amarração das alvenarias aos pilares das
fachadas:
5.4:2.1 – Sintomatologia:
Trinca
Alvenaria
Pilar
Argamassa de amarração.
LADO INTERNO l
Chapisco
LADO EXTERNO
Pilar.
1ª camada de emboço.
Tela metálica
2ª camada de emboço.
Bloco de concreto.
Foto 38 – Localização da janela de inspeção. Foto 39 – Janela J02 sobre fissura vertical
situada na região de amarração da alvenaria
ao pilar na fachada posterior.
Foto 40 – Após a remoção das bordas da Foto 41 – A fissuração ocorreu por toda a
“janela” nota-se que a fissura é coincidente espessura da camada de emboço e também
com a argamassa da amarração da alvenaria na argamassa de amarração.
ao pilar.
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5.4:3.1 – Sintomatologia:
Viga
Fissura
Foto 49 – Fissura na região de fundo de viga Foto 50 – Idem fotografia anterior em outra
com topo da alvenaria no último pavimento. fachada.
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A – Dilatação térmica da laje de cobertura e do ático (no caso dos últimos andares
tipos):
T+ t
T = temperatura externa.
t t = variação de temperatura.
t = temperatura interna.
Parede 2
Parede 1 fissura.
Trinca
Parede 01
L + L L + L
t + t
Argamassa de
Rejunte flexível emboço
Concreto
Primer do selante
Cordão de Polietileno expandido
(tarucel)
~ 1mm Ø≥h
e Região de ligação
h
concreto/alvenaria
~ 1mm
Alvenaria
Selante à base de poliuretano
Fita adesiva
(mastique)
Placa cerâmica
Detalhe 02
Argamassa de
Vale a pena lembrar que hoje este tipo de ligação é executado através de uma
abertura de 2 a 3cm entre o topo da alvenaria e o fundo da viga, utilizando para
preenchimento deste vão argamassa com baixo módulo de deformação, que exerce a
função de ligação e estanqueidade, sem no entanto transferir todos os esforços para a
alvenaria, tal como ilustra a figura que segue:
C – Movimentação higroscópica:
5.4:4.1 – Sintomatologia:
Fissura no
RCF
δ PILAR
Alvenaria da
platibanda
Deformação
Lenta δ
Viga em
balanço do
terraço.
Fig. 27 – Deformação lenta da viga do terraço ocasionando
fissuração no engaste da alvenaria ao edifício.
Foto 62 – Trincas verticais situadas nas alvenarias Foto 63 – Idem fotografia anterior no bloco A.
dos terraços junto próximo ao pilar do edifício.
C - Por sua vez também ocorre este tipo de configuração de trinca inclinada em
alguns casos:
Fig. 28 – Trinca inclinada na alvenaria. Foto 65 – Trinca inclinada devido deformação imediata
e lenta da viga em balanço onde se apoia a alvenaria.
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As trincas por sua vez, que também propagaram para a face interna das paredes,
estão ocasionando a percolação de água para o interno das unidades, resultando em
manchas de umidade e a desagregação da película de pintura e revestimento das
paredes destes dormitórios que são voltados para as fachadas. As inspeções realizadas
nos apartamento ilustraram estas anomalias.
AA
£
Trinca
Trinca
Direção
da
deformação
Legenda:
Foto 65 – Trinca alvenaria apto 152 – bloco A. Foto 67 – Idem foto anterior.
Foto 68 – Trinca alvenaria apto 73 – bloco A. Foto 69 – Trinca alvenaria apto 123 – Bloco B.
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Foto 70 – Idem fotografia anterior. Foto 71 – Trinca alvenaria apto 114 – bloco B.
£ = deslocamento
5.4:4.2 – Origem:
Alvenaria do terraço
Trinca.
25cm
Laje do terraço
Tela metálica de
reforço na ligação
5.4:5.1 – Sintomatologia:
Foto 81 – Trinca na região de apoio da Foto 82 - Nas setas verdes notam-se as trincas verticais
alvenaria sobre a laje e viga de periferia da e espaçadas e nas setas azuis a trinca ao longo do
cobertura. apoio da platibanda a viga da cobertura.
Hoje, em face dos inúmeros quadros de fissuração que ocorrem nesta região,
esta consultoria tem indicado para obras novas, a execução de platibanda toda em
concreto armado, pois a execução do sistema misto (concreto e alvenaria) exige
detalhamentos e reforços que normalmente são mais onerosos.
Platibanda.
Trinca.
Viga.
Platibanda.
Trinca.
Projeção estrutura.
5.4:6.1 – Sintomatologia:
5.4:6.2 – Origem:
Fotos 92 e 93 – Nota-se a não limpeza adequada da base onde será aderida a argamassa de
regularização, que ainda existe nata de cimento e sujidades de obra. Na foto seguinte a limpeza
adequada que poderá ser feita com escovação empregando-se escovas dotadas com cerdas de
aço e jato de água à alta pressão.
5.4:7 – Trincas situadas no topo e face inferior das vigas sobressalentes das
fachadas:
5.4:7.1 – Sintomatologia:
Foto 98 – Fissura na face inferior das vigas aparente na Foto 99 – Detalhe das fissuras na face superior das
fachada lateral direita. vigas.
Foto 101 – Trinca no revestimento de emboço Foto 102 – Idem fotografia anterior.
que recobre a platibanda na cobertura, com
desplacamento do mesmo.
Foto 103 – Idem fotografia anterior. Foto 104 – Idem fotografia anterior.
5.4:7.2 – Origem:
Foto 107 – Remoção da janela J15 sem Foto 108 – Observa-se inexistência de tela plástica
dificuldade, denotando-se baixa aderência com a e fissuração na interface entre argamassa de
base, apesar de o emboço apresentar-se aderido. regularização do topo com a lateral da platibanda.
Foto 109 - Idem fotografia anterior. Foto 110 – A ruptura se deu no chapisco com a
base
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5.4:9.1 – Sintomatologia:
Foto 115 – Idem fotografia anterior. Foto 116 – Detalhe foto 103.
Foto 117 – Idem no edifício Aquarela Foto 118 – Detalhe da fotografia 203.
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Abertura de “janela” de inspeção J14 sobre área com som cavo na região de
marquise na cobertura do edifício para verificar a existência de tela metálica na
argamassa de regularização conforme especificação do projeto de produção de
revestimento de fachadas.
Foto 119 – Região da marquise com Foto 120 – Janela de inspeção J14.
revestimento de argamassa com som
cavo sobre concreto
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Foto 121 – Remoção se deu com Foto 122 – Removida a placa de emboço nota-se
facilidade, pois toda a argamassa de a falta de limpeza da base, pois se detectou
regularização apresentava-se desaderido. torrões de areia e sujidades (vide detalhe).
Nota-se a inexistência de tela plástica de
reforço, conforme especifica projeto de
fachadas.
Foto 125 – Remoção da janela J15 sem Foto 126 – Observa-se inexistência de tela plástica
dificuldade, denotando-se baixa aderência com a e fissuração na interface entre argamassa de
base, apesar de o emboço apresentar-se aderido. regularização do topo com a lateral da platibanda.
Foto 127 - Idem fotografia anterior. Foto 128 – A ruptura se deu no chapisco com a
base
5.4:8.1 – Sintomatologia:
FOTO 134 – Detalhe do tijolo rompido na FOTO 135 – Detalhe do bloco cerâmico
placa de inspeção removida. rompido na placa de inspeção removida.
FOTO 136 – A fissura percorreu todo o FOTO 137 – Detalhe da fissura percorrendo
emboço e segue a ligação entre os blocos todo o emboço.
cerâmicos e tijolinhos de enchimento.
Nota-se também que a fissuração do emboço
provêm das movimentações de base, uma vez
que inexiste argamassa de assentamento
vertical nos elementos de alvenaria (vide
setas).
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TRINCA
VERTICA
L
TRINC
A
JUNTA DE
DESSOLIDARIZAÇÃO
Foto 139 - Detalhe da trinca que ocorreu por todo o revestimento RCF.
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